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SIPAER
COMANDO DA AERONÁUTICA
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Cabe à OACI a elaboração de padrões e práticas recomendadas, conhecidas como
SARPs (do inglês Standard and Recommended Practices), os quais balizam a atuação das
autoridades de aviação civil em todo o mundo. As SARPs tratam de aspectos técnicos e
operacionais da aviação civil internacional, como, por exemplo, segurança, licença de
pessoal, operação de aeronaves, aeródromos, serviços de trafego aéreo, investigação de
acidentes e meio ambiente.
Como Membro-fundador da OACI, o Brasil tem participado ativamente nas
discussões e elaboração das normativas e recomendações técnicas emitidas pelo
Organismo. Eleito sucessivamente como Membro do Grupo I do Conselho, o Brasil dispõe
de uma Delegação Permanente junto ao Conselho da OACI, subordinada ao Ministério das
Relações Exteriores e assessorada tecnicamente pela ANAC e pelo Comando da
Aeronáutica.
O Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SIPAER) por
meio do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) detém a
competência legal para a investigação de acidentes com o objetivo único de evitar a
recorrência.
A segurança de voo é o objetivo maior de todo o trabalho desenvolvido pelo CENIPA
e condição desejada por toda a indústria aeronáutica.
A segurança de voo no Brasil não trabalha com "causa" de acidente, mas com
fatores contribuintes. "Causa" se refere a um fator que se sobressai, que seja preponderante,
e a investigação SIPAER não elege um fator como o principal. Ao contrário, trabalha com
uma série de fatores contribuintes que possuem o mesmo grau de influência para a
culminância do acidente.
O termo Segurança de Voo é uma tradução da expressão Flight Safety, da língua
inglesa.
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Com o passar do tempo, a aviação civil brasileira passou a adotar as traduções de
documentos da OACI em espanhol, o que ensejou a substituição da consagrada expressão
“segurança de voo” pela “segurança operacional. ”
É importante salientar que ambos os termos se equivalem, sendo a segurança de voo a
própria segurança operacional no contexto da aviação.
A busca pela segurança de voo deve ser considerada um verdadeiro sacerdócio por
seus profissionais. Essa nobre missão deve ser fundamentada em valores éticos e regrada
por princípios rígidos. O bom desempenho dessa missão contribui para o desenvolvimento
e o bem-estar da sociedade.
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2. BREVE HISTÓRICO DA AVIAÇÃO E INÍCIO DA SEGURANÇA DE VOO
Deixando o mito de Dédalo, que é fruto da fantasia humana, podemos dizer que por
centenas de anos várias pessoas acreditaram que seus corpos voariam ou flutuariam no ar
se eles usassem asas, colocando-as nos braços e balançando-os, tomando como exemplo
o voo de animais capazes de voar como pássaros ou morcegos.
Na idade antiga, a invenção da pipa pelos chineses foi um importante marco dentro
da história da aviação. As pipas eram utilizadas como dispositivos de sinalização militar, os
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movimentos e as cores das pipas eram mensagens transmitidas à distância entre
destacamentos militares. Uma pipa é um tipo rudimentar de planador.
Ainda na antiguidade, em torno de 200 a.C, Arquimedes descobriu como os objetos
flutuavam em líquidos. Arquimedes relata que:
"Todo corpo mergulhado num fluido em repouso sofre, por parte do fluido, uma
força vertical para cima, cuja intensidade é igual ao peso do fluido deslocado pelo
corpo."
Já na idade média, no ano de 1290 Roger Bacon escreveu que o ar, como a água,
tinha algumas características de sólidos. Estudando as ideias de Arquimedes ele chegou à
conclusão que, se as pessoas pudessem construir uma máquina que tivesse as
características adequadas, o ar iria suportar a máquina assim como a água suporta um
navio.
Roger Bacon
Bartolomeu de Gusmão - cognominado o padre voador, foi um sacerdote secular, cientista e inventor luso-
brasileiro nascido na Capitania de São Vicente, famoso por ter inventado o primeiro aeróstato operacional, a
que chamou de "passarola".
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Em 1716 foi publicado o primeiro estudo de aviação, "Sketch of a Machine for Flying
in the Air" (Rascunho de uma Máquina para Voar), de Emanuel Swedenborg. Essa máquina
voadora consistia de uma fuselagem e duas grandes asas que se movimentariam no eixo
horizontal da aeronave, gerando assim o empuxo necessário para a sustentação da
aeronave. Swendeborg sabia que tal aeronave jamais voaria, mas disse que problemas
existentes no desenho seriam futuramente resolvidos. Ele disse:
“Parece mais fácil falar de uma máquina capaz de voar do que construir uma capaz
de alçar voo, porque isto requer o uso de maior quantidade de força do que o homem é
capaz de gerar, e menos peso que existe em um corpo humano. A ciência mecânica talvez
possa ajudar, com uma forte barra em espiral. Se estes requisitos forem cumpridos, talvez
um dia saberemos melhor como usar este desenho e assim realizar as melhorias
necessárias para tentar cumprir o que nós, atualmente, apenas conseguimos descrever.
Temos provas suficientes e exemplos na natureza que voar sem perigo é possível, embora
quando as primeiras tentativas sejam feitas, possivelmente teremos que pagar pela
experiência, com um braço ou uma perna quebrada. ”
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curso de tais balões não podiam ser controlados, e somente a altitude continuou a ser
controlável pelos aviadores.
Em 1852, o dirigível foi inventado. O dirigível é uma máquina mais leve do que o ar
com a diferença que, ao contrário do balão, seu curso poder ser controlado através do uso
de lemes e de motores.
O primeiro voo controlado em um dirigível aconteceu ainda no mesmo ano. Esse
dirigível, inventado e controlado por Henri Giffard voou 24 km, na França, usando um motor
a vapor. Ao longo do fim do século XIX e nas primeiras décadas do século XX, o dirigível foi
uma opção séria e confiável de transporte. O dirigível chegou, inclusive, a ser usado na
Primeira Guerra Mundial para efetuar bombardeios.
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Na mesma época Francis Wenham também se empenhou na construção de
planadores, seus esforços na pesquisa levaram-no a deduzir que a maior parte da
sustentação de um pássaro parecia ser gerada na frente, e assim, Wenham concluiu que
asas finas, longas e fixas - semelhante às asas dos aviões dos dias atuais - seriam mais
eficientes do que asas baseadas em pássaros e morcegos. Wenham apresentou seus
trabalhos à recém criada “The Aeronautical Society of Great Britain”, em 1866, decidiu provar
suas ideias construindo o primeiro túnel de vento do mundo, em 1871.
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Em 29 de junho de 1903, Aída de Acosta pilotou o dirigível nº 9, tornando-se a primeira
mulher a pilotar uma aeronave.
O espírito desbravador foi muito necessário à descoberta do novo mundo, até então
desconhecido, apresentado pela atividade aeronáutica. No entanto, como acontece no início
da prática de novas atividades, a consciência e a aplicação de conceitos de segurança eram
rudimentares ou até mesmo inexistentes. Muito do aprendizado inicial se deu por meio de
um lento e penoso processo empírico de tentativa e erro, que foi permeado pela perda de
muitas vidas devido a muitos acidentes.
No contexto da aviação militar, o Exército Brasileiro foi o primeiro a demonstrar
interesse em atividades aeronáuticas para fins militares. Sob a inspiração do Marechal
Hermes da Fonseca, procurou-se desenvolver a aerostação militar.
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O primeiro acidente aéreo registrado no Brasil, ocorreu no dia 20 de maio de 1908,
com o Tenente de Cavalaria Juventino Fernandes da Fonseca, em uma apresentação às
autoridades brasileiras na praça em frente à Escola de Artilharia e Engenharia no Realengo.
O balão era cativo com um cabo de 200 metros que o prendia ao solo. Durante o
exercício, devido ao vento, antes de atingir a altura prevista o cabo de retenção partiu-se
dando início a uma rápida ascensão do balão até cerca de 1000 metros em direção a Serra
do Barata. Repentinamente o balão murchou iniciando uma vertiginosa descida, tendo, na
queda, falecido o aeronauta.
A investigação apontou para uma falha da válvula de ar como tendo sido a causa de
sua ocorrência, não considerando nada mais, além disso, como contribuição daquela
ocorrência.
Com a criação da aviação militar, na década de 20, as atividades de segurança de
voo foram organizadas sendo voltadas, inicialmente, mais para a investigação do que para
a prevenção de acidentes.
Os primeiros voos de aviões foram realizados no Brasil em 1910. Como inexistiam
escolas de pilotagem no Brasil, aqueles militares que desejavam o brevê3 procuravam-nas
em outros países. Assim, temos na figura 12, a fotos dos primeiros pilotos brasileiros; entre
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eles 1º piloto militar brasileiro, Tenente Jorge Henrique Moller, da Marinha de Guerra,
brevetado em 29 de abril de 1911 pela Escola Farman (França); e do 1º piloto do Exército
Brasileiro, Tenente Ricardo João Kirk, brevetado em 22 de outubro de 1912, na França.
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Ministério da Guerra, a escola localizou-se no Campo dos Afonsos (ainda hoje sendo
utilizados para fins aeronáuticos, sediando a Universidade da Força Aérea, a Base Aérea
dos Afonsos e oMuseu Aeroespacial).
Em 1913 foi criada a Escola de Aviação da Força Pública de São Paulo, que tinha por
objetivo dar superioridade e mobilidade aérea para as forças públicas daquele Estado.
Frente aos avanços de outras Armadas, a Marinha de Guerra brasileira resolve, em 1916,
criar o seu serviço de aviação. Já em 22 de agosto de 1914, havia sido criada a Escola de
Submersíveis e Aviação, a qual aparentemente não chegou a ser organizada. No entanto,
os momentos eram de crise, pois a 1ª Guerra Mundial já durava três anos.
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Em 1919, a Força Pública de São Paulo retoma as atividades aeronáuticas; no dia
9 de dezembro é reativada a Escola de Aviação, localizada no Campo de Marte. Um ex-
instrutor norte-americano da Escola de Aviação Naval, Orton William Hoover, é contratado
para dar a instrução. A escola operou inicialmente três aviões Oriolles e cinco Curtiss JN, e
brevetou a primeira turma em 1º de agosto de 1920.
Desse modo, Exército e Marinha buscavam tanto a causa que deu origem ao
acidente quanto as responsabilidades por tais ocorrências.
A evolução dos conceitos de segurança de voo foi marcada por um importante fato
histórico. Duas aeronaves Savoya Marchetti colidiram em voo, provocando a morte do
subcomandante da Escola de Aviação Naval e graves ferimentos ao comandante.
Como consequência desse grave acidente, houve um movimento dos oficiais, que
passaram a buscar níveis de segurança considerados mínimos para o prosseguimento da
atividade aérea.
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O movimento de busca por níveis mínimos de segurança levou à montagem, pelo
então Cap. Ten. Henrique Fleiuss, de um serviço de socorro. Tal serviço consistia em uma
viatura com materiais de sapa, contra incêndio e de primeiros socorros. Além disso, havia
uma lancha equipada com itens de primeiros socorros e de flutuação.
O sistema de segurança baseava-se na atuação de um observador posicionado no
telhado da Escola. Empregando um arco graduado, ele era capaz de determinar a direção
em que uma aeronave havia caído. Em seguida, mediante o disparo de um alarme, ele
acionava a equipe de socorro, que se deslocava até o local.
1941
1948
1951
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1965
1966
1968
1968
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os princípios universais da segurança de voo, os estágios subsequentes passaram a
contar também com a participação não apenas de civis do meio aeronáutico brasileiro
como também de oficiais de forças aéreas estrangeiras.
1971
1972
1973
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1974
1976
1982
1988
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aeronáutico real, permitir que os alunos dos cursos de investigação de acidentes
pudessem aplicar e praticar a teoria aprendida em salas de aula.
2005
Criação da Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC, por meio da Lei nº 11.182 de
27 de setembro de 2005. Até então, o CENIPA e o SERAC eram os responsáveis por
grande parte das iniciativas voltadas para a prevenção de acidentes aeronáuticos na
aviação civil.
2006
2007
2009
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Inauguração do 1º Laboratório de Leitura de Análise de Dados de Gravadores de Voo
(LABDATA) da América Latina.
Aprovação do Programa de Segurança Operacional do Estado Brasileiro (PSO-BR),
indicando a necessidade de, tanto a ANAC quanto o COMAER, desenvolverem seus
respectivos Programa de Segurança Operacional Específico (PSOE).
Publicação da primeira versão do PSOE-ANAC, reformulado seis anos mais tarde,
em um processo completo de revisão que originou o documento vigente.
2010
2011
2013
Atendendo a uma solicitação dos Estados, a OACI editou, em 2013, um novo Anexo,
denominado de Anexo 19 – Gerenciamento de Segurança Operacional, no qual
consolidou todas as provisões contidas nos Anexos 6, 11 e 14, relacionadas com os
processos de gerenciamento da segurança operacional.
2014
2015
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2016
2017
2018
2019
2021
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3. ESTRUTURA DO SIPAER
Compõem o SIPAER:
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Elaborar, organizar, padronizar, atualizar, divulgar e coordenar a aplicação das
normas, dos procedimentos operacionais e dos manuais de orientação técnica
no âmbito do SIPAER;
Monitorar e avaliar, quanto ao aspecto técnico, as atividades de prevenção e
investigação no âmbito do SIPAER;
Exercer a função de autoridade de investigação SIPAER e instaurar
investigações no âmbito do SIPAER;
Decidir pela não instauração ou pela interrupção das investigações em
andamento no âmbito do SIPAER nas seguintes hipóteses:
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A missão do CENIPA é:
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No contexto da aviação, a palavra "segurança" engloba dois aspectos que são
separados na terminologia inglesa: a segurança de voo, designada pela palavra safety, e a
proteção contra atos ilícitos, designada por security.
Dentro do escopo de safety, a atuação da ANAC abrange quatro áreas de
responsabilidade, são elas:
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Padrões Operacionais, a Superintendência de Infraestrutura Aeroportuária, a
Superintendência de Aeronavegabilidade e a Superintendência de Regulação Econômica e
Acompanhamento de Mercado. As três primeiras realizam regulação técnica; a última,
regulação econômica.
Para planejar, gerir e executar essas atividades, no âmbito dos cerca de 22 milhões
de Km de espaço aéreo sob responsabilidade do País, a organização incorpora recursos
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humanos altamente especializados e detém expertise e tecnologias indispensáveis para a
execução dos complexos procedimentos atinentes às estratégias do SISCEAB.
O DECEA dispõe de uma estrutura física robusta e de instalações em mais de uma
centena de municípios de todas as 27 unidades federativas brasileiras. Nas capitais, nos
municípios de médio porte ou mesmo nas regiões mais remotas, cerca de 12 mil profissionais
atuam, 24 horas por dia, 365 dias por ano, em meio a uma complexa rede operacional
interconectada que compreende, além do órgão e suas 13 organizações subordinadas: 5
centros de controle de área, 42 controles de aproximação, 59 torres de controle de
aeródromo, 79 destacamentos de controle do espaço aéreo, 90 estações de
telecomunicações aeronáuticas, 75 Estações Prestadoras de Serviços de
Telecomunicações e de Tráfego Aéreo, 170 radares, 50 Sistemas de Pouso por
Instrumentos, dentre outros auxílios à navegação aérea.
Podem ocorrer situações em que o serviço de controle de área seja realizado por
um APP e o serviço de aproximação por um ACC ou TWR. Essas situações poderão surgir
quando for operacionalmente necessário ou desejável combinar sob a responsabilidade de
um órgão as funções do serviço de controle de aproximação com as funções do serviço de
controle de área ou do serviço de controle de aeródromo.
Os Serviços de Informação de Voo e Alerta são prestados pelos órgãos ATS (ACC,
APP, TWR) que tenha jurisdição no espaço aéreo considerado e proporcionados em todas
as regiões de informação de voo sob jurisdição do Brasil. É importante ressaltar que uma
aeronave controlada deverá estar sob controle de somente um órgão de controle de tráfego
aéreo e que somente um órgão de controle de tráfego aéreo terá jurisdição sobre um
determinado espaço aéreo.
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O espaço aéreo sob jurisdição do Brasil divide-se em:
Espaço Aéreo Inferior – que tem como limite inferior o solo ou a água e limite
superior o nível de voo 245 inclusive (FL 245 – flight level – que corresponde
a 24.500 pés, ou cerca de 7.500 m); e
Espaço Aéreo Superior – que tem como limite inferior o FL 245 (exclusive) e
limite superior ilimitado.
Para efeito de prestação de serviço de tráfego o espaço aéreo foi designado como:
Controlado; e
Não controlado.
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setor, facilitar subidas e descidas, etc. Portanto, podemos ter áreas controladas onde não
há cobertura radar.
O documento no Brasil que trata sobre o serviço de tráfego aéreo é a ICA 100-37 –
Serviços de Tráfego Aéreo, do Comando da Aeronáutica. Assim, para mais detalhes e
aprofundamento do assunto, sugere-se a leitura da referida publicação.
Para mais informações, consulte a ICA 100-12 - REGRAS DO AR.
Presidência;
Secretaria;
Entidades-Membros;
Sessão Plenária; e
Comissões.
4. FILOSOFIA SIPAER
Honestidade: deve-se ter como base tanto a retidão dos trabalhos quanto, especialmente,
sua restrita condução em busca do incremento da segurança de voo e, consequentemente,
do desenvolvimento da aviação e do bem comum.
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Profissionalismo: amparado pela permanente busca do aprimoramento técnico e do
compromisso firmado pelo trabalhador em atuar apenas de acordo com a legislação que
rege a atividade.
Perseverança: fundamental no desenvolvimento de um trabalho cujo sucesso – ausência
de acidentes – não é tão evidente e não repercute tanto quanto o fracasso. Também é
fundamental no desempenho de uma função que, por vezes, face à incompreensão ou à
limitada visão de alguns chefes, tende a contrariar interesses da administração.
Coragem – o profissional deve dispor da coragem moral necessária à rígida condução do
trabalho com base nesses valores.
Dedicação – sem a qual, não é possível obter sucesso em atividade alguma, muito menos
em uma que conta com tantas dificuldades a serem superadas.
Por algum tempo, acreditou-se que alguns acidentes poderiam ser considerados
inevitáveis em função da complexidade de sua conformação. Entretanto, a compreensão de
seu processo causal e o desenvolvimento das técnicas de investigação permitiram afirmar
que todo acidente pode ser evitado. Índices estatísticos são uma prova incontestável de que
acidentes podem ser evitados, servindo de estímulo para que se persevere no valoroso
esforço de que todos os acidentes possam ser evitados – a simbólica meta do zero acidente.
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para a ocorrência de um acidente. Os Relatórios de Investigação dentro da filosofia SIPAER
são de uso exclusivo para a prevenção de novas ocorrências.
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Ou ainda, será que não houve uma deficiente supervisão por parte do inspetor
responsável por avaliar a qualidade do serviço por ele executado?
Por outro lado, será que a falha catastrófica teria ocorrido sem que o piloto tivesse
aplicado, indevidamente, os comandos da aeronave?
Será que, como o mecânico, ele não teria recebido uma instrução deficiente?
Ou será que ele não teria cometido uma mera desatenção?
Essa desatenção poderia ser decorrente de problemas de ordem psicológica?
São muitos os campos a pesquisar e muitos os fatores possivelmente envolvidos.
Todos possuem igual importância na configuração do acidente. Portanto, possuem
igual prioridade para a aplicação de ações corretivas visando à prevenção de novos casos.
“Salvar vidas é, em última análise, o que se busca por meio do trabalho de homens e
mulheres que compõem o Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes
Aeronáuticos. Heróis plenamente anônimos, mas abnegados, perseverantes e
totalmente compromissados com o que há de mais nobre na apaixonante atividade
em prol da Segurança de Voo e, por consequência, do bem comum. ”
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