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MATRIZ DE RISCOS NA PREVENÇÃO DE ACIDENTES AERONÁUTICOS EM

AERONAVES NOS PROGRAMAS DE RESPOSTA ÀS EMERGÊNCIAS EM


SÍTIOS AEROPORTUÁRIOS

Autor: Mauro Fernando Alves Miranda1


Coautor: Emilson Loche2
Resumo

Demandas crescentes de voos regulares em todo mundo a aviação civil tem-se


aprimorado no que tange à prevenção da segurança de voo. O número exorbitante
de pousos e decolagens em todos os aeroportos nacionais e internacionais
demanda muita atenção para com a comunidade mundial da aviação civil em
operações regulares, pois os fabricantes mundiais de aeronaves civis têm procurado
criar projetos arquitetônicos de aeronaves cada vez maiores e com máxima
capacidade de carga e passageiros. Com uma matriz de riscos voltada para
prevenção de acidentes aeronáuticos, incluso nos programas de resposta as
emergências em sítios aeroportuários, se obtém conhecimentos específicos ao
tratamento adequado para o salvamento, quando se é declarada uma emergência
aeronáutica, pois o aeronauta, mais precisamente o piloto em comando, busca apoio
em solo de equipamentos tecnológicos e grupo multidisciplinar, tecnicamente
capacitado, para assim, dar uma resposta a emergência de forma adequada. Onde
se cita o Serviço de Prevenção, Salvamento e Combate a Incêndio em Aeródromos
Civis e a infraestrutura aeroportuária que trazem suporte e tranquilidade ao
aeronavegante quando uma declaração de emergência aeronáutica for comunicada.

Palavras chaves: Aviação Civil. Segurança de Voo. Resposta à Emergência


Aeronáutica. Contra Incêndio.

1
Autor. Professor Titular dos Cursos de Eng. de Produção e Mecânica da Instituição de Ensino
Superior Geraldo di Biase - UGB/FERP. Graduado em Eng. Elétrica com ênfase em
Telecomunicações pela UNESA. Especialista em Segurança do Trabalho pela UFRJ. E-mail:
maurofa.miranda@gmail.com.
2
Coautor. Professor Titular dos Cursos de Eng. de Produção, Mecânica e Adm. de Empresas da
Instituição de Ensino Superior Geraldo di Biase - UGB/FERP. Graduado em Eng. de Produção e
Adm. de Empresas. Especialização em Gestão Empresarial, Eng. de Manutenção Industrial. E-mail:
locheemilson@gmail.com.
2

Abstract
Increasing demands for scheduled flights all over the world, civil aviation has
improved in terms of flight safety prevention. The exorbitant number of landings and
takeoffs at all national and international airports demands a lot of attention to the
world civil aviation community in regular operations, as the global civil aircraft
manufacturers have been trying to create architectural designs of bigger and bigger
aircraft with maximum capacity. cargo and passengers. With a risk matrix focused on
the prevention of aeronautical accidents, included in the emergency response
programs at airport sites, specific knowledge is obtained regarding the appropriate
treatment for rescue, when an aeronautical emergency is declared, since the
aeronaut, more precisely the pilot in command, seeks support on the ground of
technological equipment and a multidisciplinary group, technically qualified, so as to
give an adequate response to emergencies. Where the Prevention, Rescue and Fire
Fighting Service is cited in Civil Aerodromes and the airport infrastructure that bring
support and tranquility to the airman when an aeronautical emergency declaration is
communicated.

Keywords: Civil Aviation. Flight Safety. Emergency Response Programs, Risks


Management.

Introdução

Quando se fala de Prevenção de Acidentes ou Incidentes Aeronáuticos, o ser


humano comete dois principais erros: primeiramente se pensa em aeronaves de
grande porte, como por exemplo, os jatos comerciais, e a seguir, lembra-se dos não
mais conhecidos "Teco-Tecos", na aviação geral a hélices, desconsiderando todos
os outros meios na condução pelo ar atmosférico, em que se apresentam os balões
tripulados, dirigíveis, asas-delta e demais derivações das atividades. Oficialmente se
define acidentes aeronáuticos dentro da aviação civil geral, comercial e internacional
como toda ocorrência indesejada relacionada com a operação de uma aeronave
onde ocorra: qualquer indivíduo a bordo sofrendo lesão grave ou contraindo óbito,
aeronave sofrendo dano ou falha estrutural, aeronave sendo considerada
desaparecida ou em local inacessível.

A história da prevenção de acidentes tem a sua origem na mitologia grega uma


vez que essa preocupação se manifestou na recomendação dada ao Ícaro3 por seu

3
Ícaro era filho de Dédalo e de uma escrava de Minos chamada Naucrata. Seu pai, discípulo de Hermes e
renomado inventor, realizavam seu trabalho em Atenas até que certo dia começou a temer que seu ajudante e
sobrinho Ácale lhe sobrepujasse no ofício.
3

pai, Dédalo, para que não voasse muito alto, pois o sol derreteria a cera de suas
asas, soltando suas penas, conforme assim aconteceu.
Com a criação de uma força militar, a Aeronáutica na década de 20, as
atividades de segurança de voo foram organizadas, inicialmente, mais para a
investigação do que para a prevenção de acidentes. Naquela época os acidentes
aeronáuticos eram investigados com a única finalidade de apurar responsabilidades.
Após a criação do Ministério da Aeronáutica, em 1941, procedimentos foram
reformulados e unificados sob a responsabilidade da então Inspetoria Geral da
Aeronáutica, pela criação de um inquérito técnico resumido para a investigação dos
Acidentes Aeronáuticos.
Na aviação civil, ainda em fase de surgimento, nenhum controle dessa
natureza era registrado até a década de 30. Em 05 de abril de 1948 foi criado o
Regulamento para o Serviço de Investigação de Acidentes Aeronáuticos, pelo
decreto nº 24.749, sendo padronizado um procedimento para a investigação dos
acidentes aeronáuticos. Em 1951 nasce a sigla SIPAER (Sistema de Investigação e
Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), com o novo regulamento da então Inspetoria
Geral da Aeronáutica o qual identifica o serviço de lnvestigação e Prevenção de
Acidentes Aeronáuticos e, faz parte de sua estrutura organizacional.
Assim, a antiga filosofia era gradualmente substituída em função de novos
conhecimentos adquiridos em outros países e o Inquérito Técnico Sumário era
substituído pelo Relatório de lnvestigação de Acidentes Aeronáuticos.
A essência das investigações passa a ser o ensinamento dela extraído, com a
finalidade de prevenir novos acidentes, através da emissão de recomendações
exequíveis, relacionadas aos fatores que contribuíram para aquela ocorrência.
Desta maneira, com a substituição definitiva da palavra “inquérito”, era adotado
uma nova filosofia que até hoje perdura na prevenção do acidente aeronáutico o seu
fundamento. Em 1968, o SIPAER realizou o I Simpósio Brasileiro de Prevenção de
Acidentes Aeronáuticos e, em 1969, o I Simpósio Sul-Americano de Prevenção de
Acidentes Aeronáuticos dos quais resultaram inúmeros benefícios para a aviação
brasileira, em especial para a aviação geral que ainda se situava bem distante dos
princípios da prevenção de acidentes.
Em 1971 foi criado o CENIPA (Centro de lnvestigação e Prevenção de
Acidentes Aeronáuticos) com atribuições e responsabilidades de órgão central do
SIPAER, ainda dentro da estrutura da Inspetoria Geral da Aeronáutica, sendo
4

também, considerados como elos do Sistema os órgãos do Ministério da


Aeronáutica que, pela sua natureza, pudessem ser envolvidos na atividade de
lnvestigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos.
O primeiro instrumento da legislação de segurança de voo surge, em 1972,
com o Manual do SIPAER que definia as atribuições, responsabilidades e
procedimentos nessa atividade e que, posteriormente, deu lugar as Normas de
Sistema do Ministério da Aeronáutica (NSMA 3-1 a 3-11, atualmente alteradas para
NSCA 3-1 a NSCA 3-11) que constituem a legislação básica de segurança de voo
no Brasil. também, o SIPAER, participando da comunidade internacional, propôs a
Organização de Aviação Civil Internacional (OACI ou ICAO) a substituição da
palavra "inquiry" por "investigation", para identificar a investigação de acidentes com
o objetivo de prevenção de acidentes, fins eliminar a imagem judicial ou policial
implícita no termo inquérito.
Com o Comitê Nacional de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CNPAA),
instituído pelo Art. 6º, do Decreto nº 87.249, de 07 de junho de 1982, sob a direção e
coordenação do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos
(CENIPA), também foi criado com a finalidade de reunir representantes dos diversos
segmentos da sociedade interessados, diretamente ou indiretamente, no
aprimoramento da segurança de voo no país.

Justificativa

“Voar de avião é o meio de transporte mais seguro, pois só perde para o


elevador de acordo com uma pesquisa da Condé Nast4 nos Estados Unidos”
(MARTINS, 2015).

“Voar seguro, não é simples assim. Deve haver conhecimento, obediência,


sinceridade e responsabilidade!” (EONEZAVA, 2013)

Para se ter um acidente ou incidente aeronáutico é necessário que haja a


probabilidade de alinhamentos de fatores, ou seja, uma série de ocorrências,
procedimentos não-conformes.

4
Condé Nast é um dos maiores grupos internacionais de edições de revistas científicas nos Estados Unidos,
com sede em Nova Iorque.
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Então, este estudo tem como justificativa tratar sobre alguns desses fatores,
fatores que possam desencadear um acidente ou incidente aeronáutico.

Para a atividade de emergência aeronáutica em aeródromo, a interpelação


sobre um estudo de uma matriz de riscos, voltado à gestão, não é regulado
adequadamente na legislação aeronáutica (Normas, Leis e Convenções que regem
o SIPAER) vigentes. Onde se citam: Resoluções 115 e 279 da ANAC (Agência
Nacional De Aviação Civil), MCA (Manual do Comando da Aeronáutica), NSCA
(Norma do Sistema do Comando da Aeronáutica), ICA (Instrução do Comando da
Aeronáutica), PCA (Plano do Comando da Aeronáutica), FCA (Folheto do Comando
da Aeronáutica). A NSCA 3-4 e PEAA (Plano de Emergência Aeronáutica em
Aeródromo) são normas relacionadas exclusivamente aos acidentes aeronáuticos.
Também não-conformidades são encontradas nos documentos administrativos
aeroportuários, como: manuais de emergências, programas de crises aeronáuticas,
planos de resposta à emergência e documentos aeroportuários afins.

Segundo o painel de ocorrências aeronáuticas na aviação civil brasileira, o


SIPAER disponibiliza uma ferramenta de visualização de dados desenvolvida pelo
CENIPA, onde apresentam ocorrências de acidentes, incidentes e incidentes graves
notificadas nos últimos 10 anos. Foram encontrados dados estatísticos da seguinte
forma: acidentes aeronáuticos declarados (1.693), Incidentes (2.889) e Incidentes
graves (660). Totalizando 5.242 ocorrências de eventos com a qual necessitam de
tratamento adequado a resposta à emergência para cada situação.

Assim a necessidade desse estudo na identificação, análise e tratamento à


resposta a emergência aeronáutica é de suma importância no entorno que trata
segurança de voo o qual, o aeronavegante venha possivelmente sofrer pormenores
intercorrências quando declarada uma emergência aeronáutica.

Problema

O conhecimento na atividade de resposta à emergência aeronáutica em


aeródromos militares e, principalmente, aeródromos civis no Brasil e, quiçá pelo
mundo, é um assunto restrito na maioria das vezes aos profissionais da carreira
militar e aos profissionais de empresas públicas e privadas.
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Aos profissionais civis e/ou militares que vivenciam nessa atividade singular,
por mais experientes na prática, não vislumbraram o aprofundamento no estudo em
pesquisas específicas na área de gestão, incluso com uma matriz de riscos, em
seus manuais, planos, programas, etc [...] de resposta à emergência aeronáutica.
Importante ressaltar que no Brasil, no ano de 2017, nos aeroportos com mais
tráfego como Guarulhos, Congonhas, Brasília, Galeão, Santos Dumont e Confins,
todos juntos possuem movimentação anual para embarque/desembarque de
passageiros, redor de 125,6 milhões e com registro de 1.112.339 pousos e
decolagens.

Hipótese

Pelo fato da gestão de risco não está privilegiada em seus programas de


resposta à emergência, a abordagem de um planejamento estratégico se faz
necessária para se nortear as ações de salvamentos e melhor gerir seus recursos
de solo e de equipamentos contra incêndio.

Objetivo

O objetivo deste trabalho de pesquisa descritiva foi dividido em dois (2)


subtópicos:

Objetivo Geral

Este anteprojeto de pesquisa científica tem como objetivo geral identificar um


estudo descritivo, detalhado de uma gestão de riscos voltada à prevenção de
acidentes aeronáuticos de aeronaves de grande volume de passageiros em sítios
aeroportuários.

Objetivo Específico

A idéia de se ter uma ferramenta de análise e identificação, matriz de riscos, p.


ex., nos programas, manuais de resposta à emergência dos aeródromos, venha
identificar questões, até então não abordadas e conhecidas atualmente nas gestões
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de crise. E assim conseguir alcançar resultados positivos aos profissionais


envolvidos na operação, gestão de salvamentos dos acidentados.

Metodologia

Este trabalho tem como materiais e métodos dois pontos relevantes: o objeto
da área de estudo e a coleta com análise de dados recorrentes aos sinistros
envolvidos em uma emergência aeronáutica.

Área de Estudo

A área de estudo deste trabalho está relacionada a uma nova composição


das instruções, procedimentos, programas, planos e manuais inserindo as técnicas
de gestão de risco na resposta à emergência dos aeroportos.

Coleta e Análise de Dados

A coleta e análise de dados estão na busca de um referencial teórico através


das Normas NSCA 3-4 PEAA (Norma do Sistema do Comando da Aeronáutica -
Plano de Emergência Aeronáutica em Aeródromo), Resoluções (115 e 279 da ANAC
- Agência Nacional De Aviação Civil), Decreto DOU (nº9540/2018), ICAs - Instruções
do Comando da Aeronáutica (ICAs 63-16, 64-7), Manual Interno e Administrativo
Aeroportuário do Aeroporto Internacional Tom Jobim - Galeão (Plano de Resposta a
Emergências Aeroportuárias).

Identificação e Matriz de Risco

Para a estrutura desse estudo será adotado o método qualitativo na análise de


risco, o qual deverá ser realizado quando os riscos da atividade são desconhecidos
ou antecipados e assim não culminar em consequências negativas em uma
operação de resposta à emergência aeronáutica.
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Revisão de Literatura

Como a coletânea bibliográfica é específica em decretos, resoluções, manuais


e instruções operacionais, a carência de livros, artigos, trabalhos acadêmicos e
profissionais capacitados faz com que a abordagem desta pesquisa descritiva inclua
conhecimentos específicos de gestão de riscos para acidentes aeronáuticos em
seus manuais e programas de resposta à emergência.

Resultados e Discussões

Dentro deste tópico serão apresentados os resultados encontrados na, pouca


ou quase nenhuma, literatura específica em resposta as emergências aeronáuticas,
abordando exclusivamente gestão de risco norteando profissionais da área de
emergência aeronáutica com as técnicas de análise, identificação, mitigação dos
riscos envolvidos nas emergências aeronáuticas.
Também serão abordadas as discussões sobre a relação das informações
anteriores encontradas nos manuais, procedimentos, programas e planos para uma
nova proposta de gestão de risco em resposta as emergências aeronáuticas.

Considerações Finais

Em todos os sítios aeroportuários se detém manuais, procedimentos,


programas, planos de resposta a emergência aeronáutica assim, o que foi
apresentado no subtópico de número 2 (dois) deste trabalho, retrata a necessidade
de uma inclusão em seus manuais sobre uma melhor abordagem das técnicas de
gestão de riscos. Assim seria uma opção de auxílio no melhor controle para seus
usuários técnicos, profissionais de administração aeroportuárias e todos envolvidos
a uma situação de crise, que é o acidente aeronáutico em aeronaves de grande ou
pequeno volume de passageiros (widebody / narrowbody). E, consequentemente,
obter uma melhor ordenação de toda equipe envolvida, indo ao gestor administrativo
de salvamento do aeroporto a equipe de bombeiros de aeródromos, passando pelos
órgãos governamentais no apoio do manejo dos salvamentos de vitimas envolvidas
nessas ocorrências de acidentes aeronáuticos.
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Referências Bibliográficas

EONEZAVA, João Carlos, Noções Básicas de Prevenção de Acidentes


Aeronáuticos, Volume Único, 2013, pag.4.

http://portal.cgna.gov.br/files/uploads/anuario_estatistico/anuario_estatistico_2017.pd
f, acessado em 07/01/2021.

http://sites.correioweb.com.br/app/noticia/encontro/atualidades/2015/01/07/interna_at
ualidades,1959/qual-o-meio-de-transporte-mais-seguro.shtml, acessado em
07/01/2021.
http://www.anac.gov.br/assuntos/legislacao/legislacao-1/boletim-de-
pessoal/2013/28s1/anexo-i2013-resolucao-no-279-de-10-07-2013, acessado em
07/01/2021.

http://www.anac.gov.br/assuntos/legislacao/legislacao-1/resolucoes/resolucoes-
2012/resolucao-no-234-de-30-05-2012/@@display-file/arquivo_norma/RA2012-
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https://dados.gov.br/dataset/ocorrencias-aeronauticas-da-aviacao-civil-
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07/01/2021.

https://publicacoes.decea.gov.br/?i=publicacao&id=4383&refresh=F63E8262-58A6-
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https://www.aeroflap.com.br/conheca-os-7-aeroportos-mais-movimentados-do-
brasil/, acessado em 07/01/2021.
10

Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, NSCA 3-4 PEAA (Norma do


Sistema do Comando da Aeronáutica - Plano de Emergência Aeronáutica em
Aeródromo), 2008, pag.10.

Manual de Resposta à Emergência do Aeroporto Internacional Tom Jobim-RJ,


Capítulo IV, pag. 220.

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