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SEGURANÇA DE VOO

Em 1944 em Chicago, onde o transporte aéreo levava passageiros e carga por todo o mundo,
necessitava de regras gerais que proporcionam ao usuário e m qualquer país, segurança,
regularidade e eficiência.
Foi assinada a Convenção de Chicago em 7/12/1944 onde nascia a OACI Organização da
aviação Civil Internacional, surgem os padrões e as recomendações que proporcionam um
desenvolvimento seguro e ordenado da aviação internacional.
Artigo 37 da convenção, os estados contratantes se obrigam a colaborar a fim de atingir maior
uniformidade em seus regulamentos, a OACI emitiu anexos, estabelecendo práticas e padrões
sobre os diversos assuntos que compõem a aviação civil, com objetivo de estabelecer níveis
mínimos de segurança.
Anexo 1 sobre licenciamento de pessoal, anexo 8 sobre aeronavegabilidade, o anexo 13 sobre
investigação de acidentes aeronáuticos, entre outros.
Segurança de voo em nível internacional:
Comprometem-se os Estados contratantes a envidar esforços a fim de proporcionar
infraestrutura aeronáutica adequada de modo a garantir operações de voo seguros. Por
operação de voo seguro compreendem:
✔ A fiscalização de formação de pessoal especializado;

✔ Sistema adequado de controle de tráfego aéreo;

✔ Sistema aeroportuário;

✔ Vigilância antiterror e outros.

É também responsabilidade dos Estados facilitar e apoiar a incorporação de inovações técnicas


que visem o aperfeiçoamento das aeronaves e equipamentos em uso bem como a contínua
revisão dos regulamentos de modo a adequá-los às modificações introduzidas.
Responsabilidades da OACI em face da segurança de voo:
Todos os países signatários da OACI utilizam como padrão de segurança as normas contidas
em dois anexos:
Anexo 13: INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES DE AERONAVES: trata da uniformidade dos
procedimentos na notificação, investigação e transcrição dos reportes de acidente e incidente
visando um maior entendimento a nível mundial. Trata também das responsabilidades dos
Estados contratantes.
Anexo 17 REGRAS DE SEGURANÇA CONTRA ATOS DE INTERFERÊNCIA ILÍCITA:
procedimentos e operações a serem desenvolvidas visando a proteção da aviação civil
internacional contra atos de interferência ilícita.
Anexo 19 GERENCIAMENTO DA SEGURANÇA OPERACIONAL: Padrões e Práticas
recomendadas contidas aplicáveis às funções de gerenciamento da segurança operacional
relacionada ou que oferecem suporte direto a operação segura das aeronaves.
Anexo 13 da OACI FINALIDADE
O sistema de investigação e prevenção de acidentes aeronáuticos segue o anexo 13 da
convenção, que dá diretrizes para a atuação dos organismos que são encarregados das
investigações de acidentes em cada país.
No Brasil, o órgão responsável pela investigação de acidentes é o CENIPA Centro de
Investigação e Prevenção de Acidentes do Comando da Aeronáuticas. Na ANAC, a Gerência
Geral de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos – GGIP, assessora a Agência e
centraliza as informações relativas a acidentes, atuando em coordenação com o GENIPA.
Em 01/01/2009 a OACI implantou o SMS Safety Management System, traduzido no Brasil
como SGSO Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional, através de alterações nos
anexos 6,11 e 14 da convenção. Com o SGSO o conceito de segurança de voo amplia se para
uma abordagem sistêmica e ampla, considerando todos os aspectos de segurança de uma
aeronave promovendo a melhoria contínua dos níveis de segurança.
O SGSO é implantado no Brasil através do PSD BR Programa Brasileiro de Segurança
Operacional, que estabelece como estratégia de segurança operacional da aviação civil a
elaboração e implantação de programa específico para a ANAC e o COMAER.
Na ANAC, o PSOE –ANAC Programa de Segurança Operacional Específico, contempla
diretrizes e requisitos para orientar a implantação e desenvolvimento de SGSO por parte de
seus entes regulados.
Segurança de voo em nível nacional:
No Brasil, o Código Brasileiro de Aeronáutica CBAer, lei 7565 de 19/12/1986 em seu artigo 25
estabelece que a infraestrutura aeronáutica seja também destinada a promover a segurança, a
regularidade e a eficiência da aviação civil.
Pela lei 11.182 de 27/09/2005 , a ANAC ficou responsável por promover a segurança e
regularidade e a eficiência em todos os aspectos da aviação civil, exceto o sistema de controle
do espaço aéreo e do sistema de investigação de acidentes.
O sistema de controle do espaço aéreo segue com vários anexos da convenção, entre eles os
anexos 3 meteorologia, 4 cartas aeronáuticas, 10 telecomunicações,11 tráfegos aéreo, 12
busca e salvamento e os 15 serviços de informação. No Brasil o assunto está a cargo do
DECEA, Departamento de Controle do Espaço Aéreo do Comando da Aeronáutica.
As investigações de acidentes aeronáuticos não têm caráter punitivo e sim preventivo.
Evolução da Segurança de Voo no Brasil:
1908 Primeira atividade de Prevenção- Investigação do acidente com balão de ar quente do
Tem. Juventino. A investigação concluiu que a válvula de ar quente havia emperrado por
corrosão permitindo a fuga do ar e a consequente queda do balão.
1913 Início da instrução formal da Escola Brasileira de Aviação
1914 Fundação da Escola de Aviação Naval da Marinha Brasileira.
1919 Criação da Escola de Aviação Militar pertencente ao Exército.
1927 Aviação Naval Marinha do Brasil – Inquérito Polícia Militar PM e Aviação Militar Exército
Brasileiro – Inquérito de Acidente Aeronáutico AA
1941 Criação do Ministério da Aeronáutica, atualmente o Comando da Aeronáutica e adoção
da Instituição do Inquérito Técnico Sumário ITS, que pesquisava a ocorrência de culpa ou
responsabilidade nos acidentes aeronáuticos
1948 Criação do Serviço de Investigação de Acidentes Aeronáuticos que continuava realizando
inquéritos
1951 Criação da sigla SIPAER mediante o novo Regulamento da Inspetoria Geral da
Aeronáutica, para identificar o Serviço de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos
1965 Relatório de Investigação de Acidentes Aeronáuticos substitui o ITS acidentes passam a
ser analisado s considerando se os fatores humanos, materiais e operacionais
1971 Foi criado o SIPAER Sistema de Investigação e de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos
– Decreto n° 69 565 de 19/11/1971. Foi criado no mesmo ano o CENIPA Centro de
Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos
1986 Publicação do Código Brasileiro de Aeronáutica lei n° 7565/86
2005 Criação da ANAC
O Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos -SIPAER tem como
filosofia a união de todos os esforços dirigidos para prevenção e voltados também para
investigação.
NOTA- A prevenção de acidentes aeronáuticos é de responsabilidade de todas as pessoas
físicas e jurídicas envolvidas com a fabricação, manutenção, operação e circulação de
aeronave, bem como as atividades de apoio da infraestrutura aeronáutica em território
brasileiro.
Comando da Aeronáutica- responsabilidade quanto a investigação e a prevenção de acidentes
aeronáuticos
É de responsabilidade do Comando da Aeronáutica, através do GENIPA e dos SERIPAS a
investigação e a prevenção de acidentes aeronáuticos.
Princípios da Filosofia SIPAER
● Todo acidente pode ser evitado

● Todo acidente resulta de vários eventos e nunca de uma “causa” isolada

● Todo acidente tem um precedente

● A prevenção de acidentes requer mobilização geral

● O propósito de prevenção de acidentes, não é restringir a atividade aérea, ao contrário


estimular seu desenvolvimento com segurança
● A alta direção é a principal responsável pela Prevenção de Acidentes Aeronáuticos

● Na prevenção de acidente s não há segredos nem bandeiras

● Acusações e punições de erros humanos agem contra os interesses da prevenção de


acidentes

Normas do Sistema do Comando da Aeronáutica NSCA


O Sistema é também regido por normas da NSCA que são periodicamente atualizadas, São
publicações destinadas a reger o funcionamento de um sistema contendo determinações
específicas e disciplinando matérias e assuntos ligados à atividade meio do sistema
considerado.
São elaboradas pelos órgãos centrais do sistema CENIPA e de aplicação em todas as
organizações do COMAER que realizam atividades sistematizadas.
Elos – SIPAER
É o órgão , setor ou cargo , dentro da estrutura das organizações , que têm a responsabilidade
no trato dos assuntos de segurança de voo no âmbito do SIPAER.
São Elos –SIPAER
● CENIPA e suas organizações subordinadas

● ANAC

● DECEA e demais organizações militares e civis que compõem o SISCEAB

● Operadores de aeródromos

● Organizações de projetos e de produção

● Operadores aéreos

● Organizações militares que operam aeronaves

● Organizações militares e civis prestadores de serviços de manutenção de aeronaves,


motores e componentes aeronáuticos

Centro de investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos CENIPA


É o órgão central do SIPAER . Tem por finalidade planejar, gerenciar, controlar e executar as
atividades relacionadas à prevenção e à investigação de acidentes aeronáuticos Decreto n°
6834 de 30/04/2009
Ao CENIPA compete:
● A orientação normativa do sistema
● A supervisão técnica do desempenho da atividade sistêmica através de análise dos
relatórios e outros dados elaborados e encaminhados pelos Elos do Sistema
● O controle da atividade sistêmica dos órgãos e elementos executivos, diretamente ou
através da participação nas inspeções realizadas pelo Estado Maior da Aeronáutica
● O provimento aos Elos do Sistema à estrutura do CBAer, direta ou indiretamente, dos
itens
● Específicos necessários ao desempenho de sua atividade sistêmica

● O planejamento e elaboração das propostas de orçamento programa anual com base


em levantamento dos recursos necessários ao desempenho das atividades do Sistema
● Busca permanente do desenvolvimento e da atualização de técnicas a serem adotadas
pelo Sistema
● A elaboração e atualização e distribuição das normas do Sistema

● A formação de pessoal para o exercício da atividade sistêmica

O CENIPA está presente em todo o território nacional.


Órgãos SIPAER
SERIPA- Serviços Regionais de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos
Responsável pela investigação de acidentes de aeronaves civis (aviões e helicópteros) da
aviação geral e serviço privado.

DIPAA – Divisão de investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos


Na concepção antiga, quando existia a figura do DAC Departamento de Aviação Civil existia o
DIPAA.
DIPAA é o órgão pertencente à estrutura do DAC , agora pertencente ao CENIPA, que
desenvolve atividades na área da prevenção e investigação de acidentes e incidentes
aeronáuticos. É o responsável pela investigação de acidentes de aviões e helicópteros do
transporte aéreo regular e de acidentes com qualquer aeronave estrangeira em todo território
nacional.
Hoje, as investigações de acidentes aeronáuticos ficaram a cargo do CENIPA, através do
DIPAA, sob supervisão quando aeronaves civis da ANAC, através da GGIP Gerência Geral de
Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos.
SIPA Seção de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos
Em algumas organizações militares existem as SIPAA, que são órgãos pertencentes às
unidades da Força Aérea Brasileira – CTA, AFA, EPCAR, etc.
CNPAA- Comitê Nacional de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, entidade interministerial,
integrada por representantes de diversos ministérios e de todos os segmentos da aviação civil.
O CNPAA, instituído pelo Art. 6 ° do Decreto n° 87249 de 07/06/1982, sob direção e
coordenação do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, CENIPA, tem
por finalidade reunir representantes de entidades nacionais envolvidas, direta e indiretamente,
com a atividade aérea, com o objetivo de estabelecer a discussão em nível nacional, de
soluções para problemas ligados à Segurança Operacional.
CPAA Comissão de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos grupo de pessoas designadas para
o gerenciamento da segurança de voo de uma organização ou aeródromo.
CIAA Comissão de Investigação de Acidente Aeronáutico - Grupo de pessoas designadas para
investigar um acidente aeronáutico específico, devendo sua composição ser adequada às
características deste acidente.
Pessoal SIPAER
OFICIAL DE SEGURANÇA DE VOO – OSV
É o militar oficial da ativa das Forças Armadas ou Auxiliares Brasileiras que concluiu o curso de
segurança de voo e que tem o cartão SIPAER válido. O OSV é habilitado para investigar e
prevenir acidentes aeronáuticos.
AGENTE DE SEGURANÇA DE VOO – ASV
É a pessoa não militar da ativa que concluiu o curso de segurança de voo e que tem o cartão
SIPAER válido O ASV é habilitado para investigar e prevenir acidentes e incidentes
aeronáuticos . ao ASV compete:
1. Elaborar com os demais ASV e EC Elemento Credenciado da empresa e programa de
prevenção de acidentes aeronáuticos para sua organização
2. Fazer investigação em caso de incidente de sua empresa
3. Colaborar na elaboração de planos de emergência aeronáutica em aeródromo quando
for o caso
4. Dar início, quando ASV à investigação de acidente aeronáutico ocorrido no local ou
setor para qual foi credenciado até a chegada da CIAA ou do OSV designado
5. Participar de CIAA conforme interesse do operador envolvido ou quando solicitado pelo
presidente da comissão
6. Comunicar a ocorrência de incidentes ocorridos com aeronaves de sua empresa
7. Analisar os relatórios de perigo de sua empresa.

ELEMENTO CREDENCIADO EC- PREV


Pessoa que concluiu um dos estágios de segurança de voo ou o módulo de Prevenção do
curso de Segurança de voo, com o cartão válido, habilitado para realizar tarefas específicas na
investigação e na prevenção de acidentes e incidentes aeronáuticos.
OCORRÊNCIAS AERONÁUTICAS
Segundo a NSCA 3-13/2014, Ocorrência Aeronáutica é “ qualquer evento envolvendo
aeronave que poderá ser classificado como acidente aeronáutico, incidente aeronáutico grave
ou incidente aeronáutico permitindo do SIPAER a adoção dos procedimentos pertinentes”.
Toda pessoa que tiver conhecimento de qualquer ocorrência envolvendo aeronave, ou da
existência de destroços de aeronave tem o dever de comunicá-la, pelo meio mais rápido, à
autoridade pública mais próxima.
Ocorrência de Solo
É a ocorrência envolvendo aeronave no solo, da qual resulte dano à aeronave ou lesão à
pessoa(s) sendo o(s) fato(s) motivador(es) diretamente relacionado(s) aos serviços de rampa,
aí incluídos os de apoio e infraestrutura aeroportuários e não tenha(m) tido qualquer
contribuição da movimentação da aeronave por meios próprios ou da operação de qualquer um
de seus sistemas, não estando relacionado à operação da aeronave.
Incidente
Toda ocorrência com as mesmas características do acidente, mas que não implique em danos
graves à aeronave nem lesões graves às pessoas envolvidas. São exemplos de incidentes
desde que não impliquem em outras consequências: falha no motor; alteração estrutural,
colisão, exceto se por falha do órgão ATS, alarme de fogo real ou falso, princípios de incêndio,
pouso não intencional em local não previsto, vazamento do combustível ou outros fluídos, fala
nas comunicações ou equipamento de navegação, perda de contato da aeronave no solo.
Incidente Grave
É o incidente ocorrido sob circunstância em que um acidente ocorreu. A diferença entre o grave
e o acidente está apenas nas consequências.
Ocorrências que caracterizam como incidente grave: fogo ou fumaça no compartimento de
passageiros, de carga, ou fogo no motor, ainda que tenha sido extinto com a utilização de
extintores de incêndio;
Situações que exijam o uso emergencial de oxigênio por tripulantes;
● Falha estrutural da aeronave ou desintegração de motor em voo , que não configurem
um acidente;
● Quase colisão em voo que requereu a realização de uma manobra evasiva;

● Abalroamento marginalmente evitado; ou

● Decolagem interrompida em pista fechada ou ocupada por outra aeronave.

Acidente Aeronáutico:
É a ocorrência relacionada a operação de aeronave entre o período em que qualquer pessoa
entre na aeronave com a intenção de realizar um voo até o momento em que todos as pessoas
tenham desembarcado e durante a qual pelo menos uma das situações abaixo ocorra;
● Qualquer pessoa que sofra lesão grave ou morra como resultado de estar na aeronave
ou estar em contato direto com qualquer parte da aeronave, incluindo aquelas que
tenham se desprendido. Em exposição direta ao sopro da hélice ou escapamento de
jato ou às suas consequências.
● Exceção: não se fala em acidente quando as lesões resultarem de causas naturais,
foram auto (em si mesmo) ou infligidas por terceiros, ou forem causadas a clandestinos
escondidos fora das áreas destinadas a passageiros ou tripulantes.
● A aeronave sofra dano ou falha estrutural que afete adversamente a resistência
estrutural, o desempenho ou as características de voo e exija a substituição ou
realização de grandes reparos no componente afetado
● A aeronave seja considerada desaparecida ou o local onde se encontra seja
absolutamente inacessível.

Suspensão do CMA do comissário de voo


O CMA do comissário envolvido em acidente ou incidente grave é automaticamente suspenso
até que novos exames comprovem sua integridade física e mental.
INVESTIGAÇÃO DE OCORRÊNCIAS AERONÁUTICAS

A investigação é o processo conduzido com o propósito de prevenir acidentes e que


compreende a coleta e a análise das informações , a elaboração de conclusões, incluindo a
determinação de fatores contribuintes e quando apropriado a emissão de recomendação de
segurança.

A investigação no âmbito do SIPAER não tem a finalidade de identificar ou atribuir culpa ou


responsabilidade:

Fases da investigação: Coleta de dados; Análise dos dados e Elaboração das conclusões.

Remoção da Aeronave e seus destroços


Exceto para efeito de salvar vidas ou outros riscos, nenhuma aeronave acidentada, seus
restos ou coisas que por ela eram transportadas, podem ser vasculhados ou removidos, a não
ser em presença ou com autorização de investigador encarregado em consonância com o
CBA.

Fator Contribuinte
Todos os acidentes possuem como fatores contribuintes os fatores humanos, materiais ou
operacionais.

Investigação dos fatores humanos: é a área de abordagem da segurança de voo que se


refere ao complexo biológico do ser humano, nos aspectos fisiológicos e psicológicos que
possam ter refletido nas ações da tripulação e demais pessoas envolvidas no acidente,
servindo para clarificar a sequência dos acontecimentos da ocorrência.

Investigação dos fatores Materiais: é a área de abordagem da segurança de voo que se


refere à aeronave nos aspectos seus aspectos de projeto , fabricação e de manuseio de
material. Não inclui os serviços de manutenção de aeronaves.

Investigação dos fatores Operacionais: é a área de abordagem da segurança de voo que se


refere ao desempenho do ser humano, na atividade relacionada com o voo, inclui as seguintes
áreas: meteorologia, infraestrutura, instrução, manutenção , aplicação dos comandos da
aeronave, tráfego aéreo, coordenação de cabine, julgamento de tripulação, deficiência de
pessoal, deficiência de planejamento, deficiência de supervisão, indisciplina de voo, influência
do meio ambiental e experiência de voo na aeronave entre outros aspectos.

FERRAMENTAS DE PREVENÇÃO E RELATÓRIOS


A) Relatório de Prevenção- RELPREV
O relatório de ocorrência contém fatos perigosos ou potencialmente perigosos para sua
atividade aérea e que permite à autoridade competente o conhecimento dessas situações com
finalidade de adoção de medidas corretivas adequadas e de prevenção. Pode ser anônimo ,
destina - se exclusivamente a prevenção de acidentes e incidentes aeronáuticos e pode ser
enviado por qualquer meio disponível ( email) , fax, mensagem, telefone, etc.
B) Vistoria de Segurança de Voo VSV
A finalidade da Vistoria de Segurança de Voo é obter informações fidedignas e ricas em
detalhes dos setores vistoriados, a fim de gerar um relatório contendo as condições
observadas, detalhes do risco e as ações mitigadoras recomendadas.
C) Plano de Emergência Aeronáutica em Aeródromo PEAA
É um documento que estabelece os procedimentos e as responsabilidades previstas para o
atendimento a uma situação de emergência aeronáutica, definindo as responsabilidades e
atribuições de todo o pessoal envolvido.
D) Relatório de Incidente RELIN
É o documento formal, resultado de um processo de reunião e análise de dados relacionados à
ocorrência de um incidente e que se constituiu na base fundamental de um eficiente programa
de prevenção.
E) Relatório de Ação Inicial RAI
Tem um prazo para conclusão de 30 dias e seu caráter é reservado e não publicado
posteriormente.
F) Relatório Preliminar RP
É um documento que informa as atividades e andamento da investigação , principalmente em
acidentes de grande relevância, mantendo o público informado. Seu prazo de emissão é de 1
ano, não é conclusivo e tem carácter reservado.
G) Relatório Final RF
É o documento destinado a divulgar a conclusão oficial do Comando da Aeronáutica com
relação à ocorrência de um acidente aeronáutico. Contém o histórico do acidente e
investigação sobre os fatores humanos, materiais e operacionais , as consequências , os danos
causados a terceiros, uma análise das circunstâncias do acidente e as recomendações de
segurança. O relatório final referente a uma aeronave civil tem caráter ostensivo e quando
referente a uma aeronave militar tem caráter sigiloso.

Responsabilidades responsabilidades do operador após acidente

É de responsabilidade do operador comunicar a ocorrência de acidente ou incidente ocorrido


com aeronaves sob sua responsabilidade. A comunicação do fato deverá ser feita a uma
Organização do CAer mais próxima pelo meio mais rápido disponível.
Nota: Nas referências feitas a operador estão incluídos os proprietários exploradores
tripulantes e seus legítimos representantes.

Também é de responsabilidade do operador da aeronave.

É compulsória a notificação, pelo operador, de todas as ocorrências que envolvam aeronaves


cuja operação está sob sua responsabilidade.As ocorrências abrangem os acidentes
aeronáuticos , os incidentes aeronáuticos e as ocorrências em solo.

A prestação de informações de qualquer natureza solicitada pelo responsável pela investigação


SIPAER sob forma de declaração, dados, documentação específica, ou qualquer outro meio
disponível e necessário aos trabalhos de navegação.

A comunicação da ocorrência do acidente, diretamente aos familiares das vítimas e ao público


em geral, bem como a divulgação da relação de pessoas embarcadas. a veiculação das
informações a respeito da condução da investigação é de responsabilidade da correspondente
maiúscula comissão de investigação de acidente aeronáutico.

O transporte de sobreviventes ao destino a que se propunham por ocasião do acidente, ou a


local que ofereça as condições exigidas para o adequado o tratamento dos mesmos

O transporte ou a providência para o transporte dos restos mortais da vítima do acidente


embarcadas ou não, ao local desejado pelos responsáveis pelo sepultamento observadas as
normas técnicas e demais preceitos legais previstos para tal.

O ressarcimento de danos decorrentes da ocorrência com aeronave é estabelecido no Código


Brasileiro de Aeronáutica Código Civil, legislação pertinente no âmbito das demais Forças
Armadas e instituições governamentais a aplicar-se-á legislação própria.

A remoção da aeronave, destroços ou objetos por ela transportados quando o acidente estiver
circunscrito ao sítio aeroportuário exceto para salvar vidas atender pessoas vitimadas restaurar
a segurança da operação ou preservar a propriedade de terceiros, nenhuma aeronave
acidentada, seus destroços ou objetos por ela transportados, poderão ser removidos, sem que
tenham sido liberados pelo responsável pela investigação SIPAER.

Quando da impossibilidade de remoção da aeronave parênteses em caso de florestas) estas


deverão ser pintadas com faixas de cor amarela. A guarda da aeronave ou de seus destroços
no local da ocorrência visando a preservação de indícios, em coordenação com os órgãos
policiais

A guarda dos bens transportados na aeronave ou pertencentes a terceiros fora dela que
tenham sofrido consequências da ocorrência.

A remoção dos bens e destroços e a higienização do local, bem como dos bens e destroços de
modo a evitar prejuízos à natureza, a segurança, a saúde, ou a propriedade de outrem ou da
coletividade, após a liberação pelos responsáveis pela investigação SIPAER ou pela
investigação policial.

O treinamento e aperfeiçoamento dos tripulantes quanto a ação e atitudes após o acidente, até
a chegada da equipe de resgate salvamento, que se destinem a preservação de indícios que
sejam importantes para a investigação SIPAER , tais como a desativação do CVR e a
preservação dos destroços.
A divulgação a outros operadores do mesmo equipamento ou similar ao tipo de operação e
aos demais órgãos que tenham interesse nos ensinamentos decorrentes da ocorrência e suas
consequências .

Visando restabelecer a segurança das operações aéreas, caberá a administração responsável


pelo aeródromo realizar a remoção prevista no item anterior , sempre que operador não
dispunha dos meios para realizá-la, devendo, para tal procedimento ser levada em
consideração a preservação do objeto da remoção, dentre outros aspectos para fins da
investigação SIPAER.

Responsabilidade Do Comandante Da Aeronave

Ao Comandante ou ao membro mais graduado da tripulação que não estiver incapacitado


compete:

❖ Promover socorros imediatos, se possível, no próprio local;


❖ Relacionar testemunhas capazes de informar fatos relacionados com o acidente.

Importância do Comissário de Voo na Prevenção de Acidentes

Conforme a legislação vigente o Comissário é o auxiliar do Comandante, responsável pela


segurança individual dos passageiros. Segurança não pode ser concebida sem prevenção.O
cotidiano do comissário poderá ser traduzido como tarefas de prevenção de acidentes, seja na
observação das normas de voo e segurança, seja no mais simples atendimento ao passageiro,
o comissário desempenha papel fundamental na segurança. desde a sua entrada na aeronave
até a sua saída, o comissário exerce ativamente os princípios de prevenção de acidentes e
consequentemente de segurança.

Perigos Externos
F. O. D. Foreign Object Damage
São danos causados na aeronave por objetos encontrados no pátio. Deve-se atentar, quando
no pátio, para a existência de FOD e procurar retirá-lo do local. Devemos tomar cuidado,
também, com objetos que possam sair do uniforme, como crachás, breves, lenços, casquetes,
etc e vira se tornar um FOD.

A prevenção contra a ocorrência de FOD pode ser implementada por meio de operações cata
FOB, aulas, palestras e treinamento e instituição de programas de prevenção de acidentes
aeronáuticos

- Perigo baloeiro - Raio Laser - Risco de Fauna - Drones

Informações Complementares
Valor do Check List

A finalidade do check list é não permitir o esquecimento de qualquer item que deve ser
conferido antes, durante e após o voo. Confiar na memória não é uma política adequada.
Nesse aspecto, o check list transforma-se importante peça de operação da aeronave, não
apenas, porque garante a conferência de todos os itens exigidos, mas porque traduz as
necessidades operacionais na sequência requerida.

Inspeção Visual Geral


O conhecimento do equipamento em que se voa é fundamental para uma inspeção visual.
Através dessa inspeção detectam-se problemas, falhas e eliminam-se riscos. A inspeção
visual, juntamente com os demais itens aqui elucidados são importantes na filosofia de
segurança.

Ameaça de Bomba a Bordo

Quando avisado pela cabine de comando que existe ameaça de bomba ou sabotagem, o
Comissário deverá tomar as seguintes cuidados:

➢ Preparar o desembarque de acordo com a orientação do comandante que informará a


hora e a forma deste
➢ Os passageiros deverão ser instruídos a levar consigo seus pertences de mão
➢ O desembarque deverá ser orientado de forma garantir um rápido abandono da
aeronave
➢ O pessoal de recepção interna é responsável pelos passageiros após o desembarque.
Se a decisão do comandante pela evacuação ao invés de um desembarque rápido
utilize os SCAPES, SLIDES e as SAIDAS SOBRE AS ASAS. Neste caso deverão ser
observados os procedimentos para emergência imprevista..

Bebidas Alcoólicas Entorpecentes

Quando o passageiro embarcar sob o efeito de bebidas alcoólicas, podendo colocar em risco a
segurança do voo, cabe ao comissário comunicar ao Comandante. Caso seja constatado
durante o voo, deverá ser efetuado um controle sobre o consumo de bebidas.

Nota: Nenhuma pessoa poderá atuar como membro de uma tripulação de aeronave civil
brasileira se:

● Dentro de 8 horas após ter ingerido qualquer bebida alcoólica

❖ Enquanto estiver sob os efeitos da bebida alcoólica ou medicamentos que ele


diminuam a capacidade de agir.

Com relação aos entorpecentes, o Comissário deverá estar alerta para não ser portador destes
produtos, não aceitando sob qualquer hipótese transportar pacotes ou envelopes por menores
que sejam.

Sequestro ou Interferência Ilícita


Caso ocorra um Sequestro os Comissários deverão:

● Acatar todos os pedidos dos sequestradores


● Não arriscar a sua vida e a dos demais ocupantes da aeronave
● Não fazer sinais de alarme
● Avisar a cabine de comando, via interfone, Caso seja possível
● Tentar manter conversação com o sequestrador evitando temas políticos ou religiosos
procurando conquistar sua confiança tentando convencê-lo que está ao seu lado
● Procurar não irritá-lo
● Efetuar movimentos declarados
● Dar alimentos doces e pesados.

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