ORGANIZAÇÕES ICAO, CEAC, UE (AESA), INAC (ANAC), NA ÁREA DA SEGURANÇA DA AVIAÇÃO CIVIL INTRODUÇÃO
As organizações estão presentes desde a existência do
homem em sociedade e elas surgem para dar respostas às necessidades de uma determinada sociedade. Tornam-se o meio mais eficiente de satisfazer um grande número das necessidades humanas. Elas são criadas para atingir objectivos que seriam difíceis ou mesmo impossíveis de serem alcançados de forma isolada. E seu objectivo principal é a produção de riqueza para suprir as necessidades da sociedade, assegurando o seu crescimento e sobrevivência. O que não é diferente com a aviação civil. Ao passar do tempo foram surgindo organizações a nível nacional e internacional, como a ICAO (Organização Internacional da Aviação Civil), CEAC (Conferência Europeia da Aviação Civil), UE (União Europeia), que criou em 2003 a AESA (Agência Europeia para a Segurança da Aviação), e a INAC (Instituto Nacional da Aviação Civil), agora ANAC (Autoridade Nacional da Aviação Civil), que dão atenção a segurança da aviação civil. Estas organizações da aviação civil procuram estabelecer políticas e medidas regionais comuns sobre a regulamentação e segurança do transporte aéreo e têm as suas competências, obrigações, atribuições e ou aptidões ligadas as suas funções ou encargos. ORGANIZAÇÃO DA AVIAÇÃO CIVIL INTERNACIONAL - OACI
Incumbe a OACI promover o desenvolvimento seguro e
ordenado da aviação civil internacional em todo o mundo. Estabelecer normas e regulamentos necessários para a segurança da aviação, eficiência e regularidade, bem como para a proteção ambiental da aviação. Serve, ainda, como fórum para a cooperação em todos os domínios da aviação civil entre seus 191 Estados- Membros. Aumentar a segurança da aviação civil global por meio das seguintes medidas: 1. Identificar e monitorar os tipos existentes de ameaças à segurança da aviação civil e desenvolver e implementar uma resposta global eficaz e relevante às ameaças emergentes. 2. Garantir a implementação oportuna das disposições da ICAO, monitorando continuamente o progresso em direção ao cumprimento pelos Estados. 3. Realizar auditorias de segurança da aviação para identificar deficiências e encorajar sua resolução pelos Estados. 4. Desenvolver, adotar e promover medidas novas ou emendadas para melhorar a segurança dos viajantes aéreos em todo o mundo, ao mesmo tempo que promove procedimentos eficientes de passagem de fronteira. 5. Desenvolver e manter pacotes de treinamento de segurança da aviação e e-learning. ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS DA CONFERÊNCIA EUROPEIA DE AVIAÇÃO CIVIL - CEAC
A missão da CEAC é promover o desenvolvimento contínuo de
um sistema de transporte aéreo europeu seguro, eficiente e sustentável. A CEAC trabalha de forma estreita e cooperativa com outras organizações regionais e estados contratados individuais da ICAO em uma série de questões de aviação civil de interesse comum, incluindo atividades de treinamento nas áreas de safety, security e meio ambiente. A segurança da aviação é uma actividade central da ECAC. O seu trabalho nesta área centra-se em garantir que as medidas de segurança são concebidas e efectivamente implementadas para proteger a aviação civil contra actos de interferência ilegal. As medidas de segurança da aviação são descritas no ECACDoc 30, Parte II, uma declaração de política adotada por todos os 44 Estados membros da ECAC. Inclui disposições de segurança a nível nacional e aeroportuário, além de medidas básicas específicas para proteger aeroportos, aeronaves, passageiros, bagagem de mão, bagagem de porão, carga e correio, provisões de bordo e provisões de aeroporto. O Programa ECACWork é fornecido por uma estrutura organizacional estabelecida em 2006. Esta estrutura garante uma execução eficiente das tarefas, bem como uma utilização otimizada da experiência nacional nos campos técnicos e operacionais. Inclui um Fórum de Segurança e três forças-tarefa com as seguintes finalidades: • O Fórum de Segurança (SF) garante a coordenação e o intercâmbio de informações entre todos os Estados- Membros da CEAC e as partes interessadas da indústria sobre temas de interesse comum, como RPAS, ameaças internas, cultura de segurança e desempenho do equipamento de segurança. • TheGuidanceMaterial Task Force (GMTF) produz melhores práticas e material de orientação para apoiar a implementação, pelos Estados-Membros, das Recomendações do Doc 30, Parte II. • A Força-Tarefa de Treinamento (TrTF) desenvolve material de orientação para Estados-Membros sobre os vários aspectos da formação em segurança da aviação, bem como sobre as melhores práticas para a seleção e certificação do pessoal de segurança. • A Força-Tarefa Técnica (TTF) desenvolve padrões de desempenho para equipamentos de segurança e metodologias de teste comuns para todas as diferentes categorias de equipamentos de segurança. O TTF fornece conhecimentos técnicos para apoiar o Processo de Avaliação Comum (CEP) da ECAC de equipamentos de segurança. A CEAC mantém um relacionamento estreito com a ICAO visando realizar, através de uma cooperação regional, os fins e os objectivos da Convenção de Chicago e estabelece relações com outras organizações internacionais de aviação civil, de natureza pública ou privada. RESPONSABILIDADES DA UNIÃO EUROPEIA - UE
Na sequência dos terríveis atentados de 2001, a UE
adotou um conjunto de regras de segurança para a proteção da aviação civil. Estas regras são atualizadas regularmente em resposta à evolução dos riscos. Os Estados-Membros conservam o direito de impor medidas mais exigentes se o considerarem necessário. Base jurídica Artigo 100, n.º 2, do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia. O quadro regulamentar da UE engloba todos os componentes da cadeia de transporte aéreo que podem afetar a segurança das aeronaves ou das infraestruturas: aeroporto, aeronave, passageiros, bagagem, carga, fornecimentos ao aeroporto e provisões de bordo, pessoal e equipamento de segurança. As regras da UE são aplicáveis a todos os aeroportos situados no território da UE abertos à aviação civil, a todos os operadores que prestam serviços nestes aeroportos, como as transportadoras aéreas, e a todos os outros operadores «que aplicam normas de segurança da aviação» e que fornecem bens ou prestam serviços a estes ou através destes aeroportos. Cada Estado-Membro é responsável pela segurança dos voos com partida do seu território, e pela fiscalização da execução da legislação sobre segurança da aviação e também elabora e executa um «programa nacional de segurança da aviação civil» (que determina as funções e obrigações de todos os operadores afetados). Os Estados-Membros também estabelecem e executam um «programa nacional de controlo de qualidade» (para determinar o nível de conformidade dos operadores e prever medidas para corrigir deficiências), impõem penalidades em caso de infração e cooperam com a Comissão nas inspeções para fiscalizar o cumprimento das regras da UE sobre aviação civil. UNIÃO EUROPEIA - UE
O Parlamento Europeu sempre considerou que a
segurança da aviação civil é uma das preocupações importantes da UE e deu o seu aval à criação de um sistema estrito e eficaz para prevenir e evitar qualquer atentado terrorista. Posto isto, o Parlamento sublinhou também a importância dos direitos fundamentais dos cidadãos e a necessidade de contrabalançar as medidas adotadas para melhorar a segurança da aviação com salvaguardas de peso e adequadas, a fim de proteger a vida privada, a dignidade das pessoas e a saúde dos cidadãos. Desde 2003, a Agência da União Europeia para a Segurança da Aviação tem sido responsável, em particular, pela elaboração de disposições regulamentares neste domínio (servindo de base às propostas de atos legislativos da Comissão). A Comissão, a AESA e as autoridades nacionais competentes controlam a aplicação destas regras, cada uma nos seus domínios de competência respetivos, mas também apoiando-se mutuamente. COMPETÊNCIAS DA AUTORIDADE NACIONAL DA AVIAÇÃO CIVIL – ANAC
As atribuições da ANAC estão especificadas no Decreto-
Lei n.º 40/2015, de 16 de março. Na prossecução das suas atribuições, cabe à ANAC licenciar, certificar, autorizar e homologar as atividades e os procedimentos, as entidades, o pessoal, as aeronaves, as infra- estruturas, equipamentos, sistemas e demais meios afectos à aviação civil. A ANAC supervisiona ainda as condições técnicas e de segurança. São atribuições da ANAC estabelecer e implementar o sistema de segurança do Estado nos termos do anexo 19 à Convenção sobre Aviação Civil Internacional; Assegurar o bom ordenamento das atividades no âmbito da aviação civil, regulando e fiscalizando; Credenciar entidades. Assegurar a regulação de segurança do setor da aviação civil; Promover a segurança aérea, regulamentando, auditando, inspecionando e fiscalizando as organizações do setor da aviação civil; Participar nos sistemas de proteção civil, de planeamento civil de emergência e de segurança interna; Assegurar o bom ordenamento das atividades no âmbito da aviação civil, regulando e fiscalizando as condições do seu exercício e promovendo a proteção dos respetivos operadores contra práticas e atos ilícitos; CONCLUSÃO
Aviação e segurança são indissociáveis. Sem normas
rigorosas que assegurem um elevado nível de segurança, o setor do transporte aéreo não teria podido desenvolver-se, como o fez. Visto que as viagens aéreas permitem viajar por longas distâncias num espaço de tempo relativamente curto, pelo menos alguma cooperação internacional é fundamental para a segurança da aviação. OBRIGADO!