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UNIVERSIDADE NILTON LINS

FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL

Aviação Civil

1. Histórico
Início de encontro de vários países após a 1ª. Guerra.
Problemas de natureza jurídica do espaço aéreo.
Com relação a essa natureza, se destacavam duas principais correntes:
1) Inspiração inglesa  Soberania do Estado;
2) Inspiração francesa  Livre circulação de ACFT no espaço aéreo.

Quatro principais teorias a partir dessas duas correntes:

1- Teoria da Liberdade do Espaço Aéreo:


Liberdade da navegação aérea sem restrições por parte do Estado
sobrevoado – jurista belga Ernest Nys.

2- Teoria da Liberdade Restrita do Espaço Aéreo:


A soberania do espaço aéreo resultava da capacidade do Estado de ocupá-lo e
submetê-lo a suas necessidades de transporte. – professor Paul Fauchile.

3- Teoria das Zonas de Ar Territorial:


Influenciada pelo direito marítimo, previa a divisão do espaço aéreo em zonas:
* Em uma primeira faixa, definida como ar territorial, o Estado exerceria total
soberania.
* Em outra faixa (faixas de ar superiores), a circulação seria totalmente livre.

4- Teoria da Soberania:
Concebida pelos ingleses, defendia a extensão da soberania do Estado em todo espaço
aéreo sobrejacente ao seu território.

2. Convenções e Conferencias
Em 1919 teve início o transporte aéreo regular.
Definições:
Convenção
Ajuste ou determinação sobre um assunto. Reunião para fins políticos.

Conferência
Discussão entre duas ou mais partes sobre assunto de caráter técnico.
3. Principais Convenções e Conferências

I – Convenção de Paris (1919)


Foi a primeira conferência sobre navegação aérea internacional – Versailles
(“Conferência da Paz”).
Principais objetivos:
1) Traçar a paz entre os países envolvidos na Guerra;
2) Estabelecer normas técnicas para a Aviação Civil Internacional, criando a Comissão
Internacional de Navegação Aérea (CINA).

3- Criação da Liga das Nações Unidas, futuramente ONU – 26 de Julho de


1945.
4- Formação do Direito Aeronáutico e desenvolvimento da Aviação Civil.

II – Convenção de Varsóvia
Realizada em 1929 e ratificada em 1933.
Disciplinar a responsabilidade do transportador por danos ocasionados, bem como
padronizar a forma dos documentos de transporte, bilhetes e passagens.

III – Convenção de Chicago

• 1944 – com a presença de 52 países, inclusive o Brasil.


• Tratou de estabelecer o novo ordenamento jurídico para a Aviação Civil
Internacional, em substituição à Convenção de Paris.
• Nela foi mantido o princípio da soberania do Estado sobre o Espaço Aéreo.
• A convenção teve como objetivo criar uma organização para assegurar o
desenvolvimento seguro e ordenado da Aviação Civil Internacional.
• International Civil Aviation Organization (ICAO) – substituiu a CINA.

4. Organização da Aviação Civil Internacional (OACI/ICAO):

Objetivos:
a) Incentivar o desenvolvimento técnico da aeronáutica e de sua operação para
fins pacíficos.
b) Estimular o desenvolvimento de rotas aéreas, aeroportos e facilidades á
navegação aérea.
c) Satisfazer as necessidades dos povos relativas ao transporte aéreo seguro,
regular, eficiente e econômico.
d) Contribuir para a segurança dos vôos na navegação aérea internacional.

5. Estrutura da OACI
Assembléia:
Reune-se a cada 3 anos ou por convocação do conselho, ou a pedido de, pelo menos,
10 Estados contratantes.

Conselho:
São eleitos a cada 3 anos, durante a realização da assembleia geral – importância na
Aviação Civil Internacional e representatividade regional.

O conselho, atualmente, forma 3 grupos:

1°Grupo
Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá, EUA, França, Itália, Japão, UK e Rússia.

2° Grupo
Arábia Saudita, Argentina, Bélgica, Colômbia, China, Egito, Espanha, Índia, Islândia e
México.

3°Grupo
Camarões, Equador, Indonésia, Líbano, Marrocos, Nicarágua, Paquistão, Quênia,
Senegal, Tanzânia, Nigéria, República Checa e Trinidad e Tobago.

6. Documentos da OACI

Anexos:
É um documento editado pela OACI contendo normas e procedimentos (práticas)
recomendadas, cujo objetivo é tornar as normas técnicas padronizadas a fim de
disciplinar o exercício do transporte aéreo. (anexo 14 – anexo mais importante -
aeródromos)
1) CLAC – Comissão Latino-Americana de Aviação Civil
Organização Regional de Aviação Civil para a América do Sul e Caribe – Lima, Peru.

2) IATA – International Air Transport Association


Fundada em abril de 1945, em Havana, Cuba, pelas empresas de transporte aéreo de
inúmeros países.

Objetivos principais (IATA):

a) Assegurar transportes aéreos rápidos, cômodos, seguros, eficientes e econômicos.


b) Criar meios necessários para a colaboração entre as empresas de transporte aéreo.
c) Atuar perante governos como agente na negociação de acordos internacionais sobre
tarifas, rotas e métodos comerciais.
A IATA se qualifica como uma entidade privada internacional, sem fins lucrativos e
sua manutenção está baseada nas quotas que as empresas pagam.
3) ALTA – Associação Latino-Americana de Transporte Aéreo

A história da ALTA confunde-se com a da IATA por destinar-se ao cumprimento dos


mesmos objetivos com relação as empresas de transporte aéreo latino-americanas.
Trata de assuntos regulatórios governamentais, assim como auxilia seus membros em
assuntos comerciais. Enquanto a CLAC é uma entidade pública, a ALTA é uma entidade
privada

4) CERNAI – Comissão de Estudos Relativos a Navegação Aérea Internacional


Surgiu em conseqüência da adesão do Brasil à Convenção de Chicago.
A CERNAI é um órgão de assessoramento do Comando da Aeronáutica, que tem por
finalidade estudar, planejar, orientar e coordenar os assuntos relativos à Aviação Civil
Internacional.

Liberdades do ar
1. Uma aeronave tem direito de sobrevoar um outro país, sem pousar, contanto que
o país sobrevoado seja notificado antecipadamente e aprove o sobrevôo (Passagem
inocente).
2. Uma aeronave civil de um país tem o direito de pousar em outro país por razões
técnicas, tais como abastecimento ou manutenção, sem proceder a qualquer tipo de
serviço comercial neste ponto de parada (Parada Técnica).
3. Uma empresa aérea tem o direito de carrear o tráfego de seu país de registro para
outro.
4. Uma empresa aérea tem o direito de carrear o tráfego de um país para o seu país
de registro.
5. Uma empresa aérea tem o direito de carrear tráfego entre dois países diferentes do
seu país de registro, desde que o vôo origine ou termine no seu país de registro.
Ainda:
6. Uma empresa aérea tem o direito de carrear tráfego que não se origine ou termine
no seu país de registro, desde que passe através, faça conexão ou permaneça, por um
tempo limitado, em qualquer ponto de seu país de registro.
Existem, porém são raramente permitidos:
7. Uma empresa aérea tem o direito de operar inteiramente fora de seu país de
registro carreando tráfego entre outros países.
8. Uma empresa aérea tem direito de carrear tráfego de um ponto para outro do
mesmo país estrangeiro.

7. Sistema de Aviação Civil Brasileiro

Órgãos Intervenientes e elos executivos do Sistema de Aviação Civil:


 A aviação geral – ACFT de pequeno porte.
 Entidades aerodesportistas – aeroclubes e escolas de aviação.
 Indústria aeronáutica – EMBRAER, AEROMOT.
 Departamentos Aeroviários dos Estados.
 Empresas de transporte aéreo.
 Empresas de serviços especializados – prospecção mineral, aviação executiva e táxi
aéreo.
 Empresas de Manutenção Aeronáutica.

8. Principais Órgãos e Suas Respectivas Funções

Órgãos Intervenientes e elos executivos do Sistema de Aviação Civil:


1) DIRSA – Diretoria de Saúde da Aeronáutica – realiza, através do CEMAL (Centro de
Medicina Aeroespacial), a seleção e o controle médico periódico.
2) DIRENG – Diretoria de Engenharia – implantação e manutenção da infra-estrutura
aeroportuária.
3) DECEA – Departamento de Controle do Espaço Aéreo.
4) CINDACTA – Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo.
5) CTA – Centro Técnico Aeroespacial – homologação da fabricação de pelas e
equipamentos.
6) EMBRAER – Empresa Brasileira de Aeronáutica.
7) INFRAERO – Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeronáutica.
8) CONAC – Conselho de Aviação Civil – órgão de assessoramento do presidente da
república para a formulação da política nacional de Aviação Civil.
9) ANAC – Agência Nacional de Aviação Civil.

9. ANAC – Agencia Nacional de Aviação Civil

 A ANAC é uma autarquia regulamentada pelo decreto n°


5731 de 20 março de 2006 com independência administrativa,
autonomia financeira, ausência de subordinação hierárquica,
mandato fixo de seus dirigentes e vinculada a Secretaria de
Aviação Civil.
 Tem por finalidade regular e fiscalizar as atividades de
aviação civil e de infraestrutura aeronáutica e aeroportuária.

Diretoria:
Colegiado formado por 5 diretores, nomeada pelo presidente da república e possui
mandato de 5 anos.

Órgãos Específicos:

SEP – Superintendência de estudos, pesquisas e capacitação para a Aviação Civil.


Atribuições: Promover o desenvolvimento e coordenar a execução de programas de
ensino e treinamento de pessoal.
SSA – Superintendência de Serviços Aéreos

Atribuições: Normas relativas à outorga, à exploração e à fiscalização de serviços


aéreos públicos de transporte de passageiros, carga e mala postal, regular e não-
regular, doméstico e internacional e de serviços aéreos privados, bem como dos
procedimentos para o registros de horários de transportes (Hotrans).

SIE – Superintendência de Infra-Estrutura Aeroportuária

Atribuições: Outorga, delegação, exploração e fiscalização de infra-estrutura


aeronáutica e aeroportuária.

SRI – Superintendência de Relações Internacionais

Atribuições: Elaborar relatórios e emitir pareceres sobre acordos, tratados, convenções


e outros atos relativos ao transporte aéreo internacional.

SSO – Superintendência de Segurança Operacional

Atribuições: Segurança a bordo de aeronaves civis, porte e transporte de cargas


perigosas, transporte de armamentos, explosivos, material bélico etc.

SAF – Superintendência de Administração Financeira

Atribuições: Propor, analisar e acompanhar o orçamento anual da ANAC; elaborar e


executar a programação financeira da agência.

Gerências Regionais:

Espalhadas por todo o Brasil, as GER’s atuam como elo entre a ANAC e a comunidade
aeronáutica, exercendo as funções de fiscalização e orientação nas diversas áreas de
atuação do sistema de aviação.

SAC – Seção de Aviação Civil

Onde não há GER, ela será representada em diversos aeroportos pela SAC.

INSPAC – Inspetor de Aviação Civil

São atribuições do INSPAC junto às empresas de aviação civil comercial: inspecionar,


fiscalizar, incentivar e apoiar as atividades dessas empresas atuando tanto a bordo dos
aviões como nas dependências das empresas em terra

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