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ACADEMIA DA FORÇA AÉREA

DIVISÃO DE ENSINO
ESQUADRÃO ORTHRUS
TURMA CHARLIE

PIRASSUNUNGA, 05 DE SETEMBRO DE 2022

ASSUNTO: AVALIATÓRIO DE DIREITO AERONÁUTICO (DAER).

Cad 20/014 GIANLUCA


Cad 20/050 MIRANDA
Cad 20/057 KANANDA
Cad 20/061 MONTEIRO
Cad 20/075 CAVALCANTE
Cad 20/112 ATAYDE
Cad 20/154 PAULA FREITAS
Cad 20/164 SPINAZZOLA

1) EXPLIQUE AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS CONCEITUAIS DO


DIREITO AERONÁUTICO.

O Direito Aeronáutico é o conjunto de normas jurídicas sobre a matéria


aeronáutica, abrangente da navegação aérea, tráfego aéreo, infraestrutura
aeronáutica e aeroportuária, atos e serviços, direta ou indiretamente, relacionado
ao voo de aeronaves.

Vale ressaltar que o Direito Aeronáutico é um ramo da Ciência Jurídica


que está respaldado na Constituição Federal de 1998, onde está regulado o
Código Brasileiro de Aeronáutica, e na Constituição consta que compete à União
legislar sobre não só o direito penal, processual, civil e eleitoral, mas também
sobre o aeronáutico.
2) O DIREITO AERONÁUTICO É PÚBLICO OU PRIVADO? COMENTE.

Depende da situação, a saber: a parte do direito que regulariza as


atividades dos Estados, das empresas públicas e privadas, organizações
internacionais e intergovernamentais, na exploração de serviços de transporte e
estabelece o regime jurídico do transporte aéreo internacional é direito público.
Já as relações entre as empresas aéreas e seus clientes e funcionários, são parte
do direito aeronáutico privado, regulamentado pela Agência Nacional de
Aviação Civil (ANAC).

3) APRESENTE A HISTÓRIA DE DESENVOLVIMENTO DO DIREITO


AERONÁUTICO, ENFOCADO OS SEUS PRINCIPAIS CICLOS DE
EVOLUÇÃO.

A história do Direito Aeronáutico se inicia com o advento do sonho de


voar, ainda no mito de Ícaro e Dédalo pelos antigos gregos e tantas outras
divindades do ar/ com asas de diversas culturas – até hoje em dia.

Com o foco nas aeronaves, desde a história de Roger Bacon, passando


pelo ilustre Leonardo da Vinci, Bartholomeu de Gusmão, Irmãos Montgolfier,
Irmãos Wright e por fim, Santos Dumont, no ano 1906 em que a primeira
aeronave foi efetivamente criada e alçou seu primeiro voo, apesar das
controvérsias nesse assunto. Ainda cabe ressaltar que diversos outros
instrumentos e estruturas continuam sendo desenvolvidas até hoje.

Dessa forma, com a criação efetiva da aeronave e de demais artefatos,


houve a necessidade de criar regras, princípios e diretrizes para a manutenção da
segurança e da ordem no domínio do ar. Sendo assim, evidencia-se o primeiro
ciclo de desenvolvimento do Direito Aeronáutico no período subsequente à 1ª
Guerra Mundial com a criação de importantes organismos internacionais e a
evolução atenuada do Direito Aeronáutico, destacando a Convenção de Varsóvia
em 1929, responsável civil pelo transporte internacional.

Posteriormente, o segundo ciclo de desenvolvimento do Direito


Aeronáutico ocorre após a 2ª Guerra Mundial, com as criações da Convenção de
Chicago (1944), responsável pelo estabelecimento da Organização Internacional
da Aviação Civil, e a Convenção de Montreal (1999), valorização da segurança
na construção e manutenção de aeronaves. A partir disso, houve diversas
codificações brasileiras como o Código do Ar (1938), Decreto Lei (1966),
Código Brasileiro de Aeronáutica (1986) e Agência Nacional de Aviação Civil
(2005), as quais foram cruciais para o resultado efetivo do Direito Aeronáutico
atualmente.
4) QUAL É A IMPORTÂNCIA DOS TRATADOS E DAS CONVENÇÕES
INTERNACIONAIS PARA A CONSOLIDAÇÃO DO DIREITO
AERONÁUTICO?

A atividade aérea tem uma abrangência internacional, fato observado nas


Grandes Guerras Mundiais, nas quais os aviões ultrapassaram fronteiras como
ferramenta de guerra. Posteriormente, com o avanço tecnológico e o uso dos
aviões como meio de transporte nacional e internacional, pode-se comprovar a
necessidade do estabelecimento de normas e procedimentos padronizados entre
os países, pois o aumento do fluxo aéreo estava gerando insegurança, tanto no
âmbito de salvaguardar vidas, como na proteção de fronteiras e áreas delicadas
dos territórios nacionais.
A fim de tornar mais segura a aviação, o Direito Aeronáutico, tendo em
mente a característica universal dessa atividade, utilizou-se de Convenções e
Tratados Internacionais para se consolidar e conseguir englobar o máximo de
nações possível. No âmbito brasileiro, destacam-se a Convenção de Chicago, a
Convenção de Varsóvia, a Convenção de Montreal e a Convenção da Cidade do
Cabo.
Assim, os Tratados e Convenções são importantes para que o Direito
Aeronáutico tenha a amplitude, padronização e segurança essenciais para prover
o amparo à atividade aérea.

5) DISSERTE SOBRE AS FONTES FORMADORAS DO DIREITO


AERONÁUTICO.

O Direito Aeronáutico surgiu com o objetivo de padronizar regras entre


os envolvidos no ecossistema aéreo, proporcionando uma maior segurança nas
interações entre eles. E sua formação teve um longo caminho, suas fontes
formadores são vastas e abrangentes, mas é de vital importância focarmos no
que guia o funcionamento do Direito Aeronáutico, além do próprio meio de
locomoção, centro desse estudo, o avião - os costumes - há a lei, a
jurisprudência, a doutrina, as convenções multilaterais, acordos bilaterais e a
segurança.

Outro fator que deve ser esclarecido são as diferentes legislações, ainda
que cada Estado tenha uma legislação interna, os Tratados Internacionais são um
fator que acompanham a legislação do país, englobando, portanto, todos os
envolvidos.

6) QUAL É A HIERARQUIA DOS TRATADOS E DAS CONVENÇÕES


INTERNACIONAIS PERANTE O DIREITO BRASILEIRO E DO QUE SE
TRATA A RECEPÇÃO CONSTITUCIONAL RELACIONADA AO TEMA?
A Constituição Federal brasileira estipula que a Federação, como
representante da República Federativa do Brasil, é responsável por manter
relações com países estrangeiros e participar de organizações internacionais.

O parágrafo 3 foi acrescentado ao artigo 5º da Constituição Federal, que


estabelece que os tratados e convenções internacionais de direitos humanos
aprovados pelas diversas Câmaras do Parlamento equivalem a uma emenda
constitucional, uma vez que a Constituição de 1988 levou a uma disputa sobre a
precedência constitucional destes tratados, uma vez que alguns grupos
declararam que os tratados internacionais de direitos humanos têm precedência
constitucional.
Portanto, diante de um conflito entre um tratado internacional e a
Constituição, considera-se a primazia da última visando a preservação da sua
autoridade. Tal prioridade da Constituição não está explícito nela, mas pode ser
apreendido dos artigos que determinam que os tratados, assim como as demais
normas infraconstitucionais, encontram-se sujeitos ao controle de
constitucionalidade, como supracitado.

7) COMENTE SOBRE OS PRINCIPAIS ASSUNTOS TRATADOS NAS


CONVENÇÕES DE PARIS, DE CHICAGO, DE MONTREAL E DE
VARSÓVIA.

Costuma-se dizer que a convenção de Paris de 1919 foi a primeira para


regular a aviação civil, um marco para o Direito Aéreo Internacional. Na
convenção de Paris consagrou-se o princípio da soberania completa e exclusiva
dos Estados sobre seu espaço aéreo e criação da Comissão Internacional de
Navegação Aérea - CINA, além de estabelecer o princípio da nacionalidade das
aeronaves.
Em 1929 aconteceu a convenção de Varsóvia que tinha como objetivo
principal a unificação de regras relativas ao transporte aéreo internacional, como
determinar as responsabilidades a danos pessoais, perdas e danificações de
bagagens.
Com as aeronaves cada vez mais tecnológicas, tendo maior alcance e
autonomia para as viagens, foi realizado a convenção de Chicago onde foram
estabelecidas as rotas e serviços internacionais, fomento da concorrência
internacional, otimização do desenvolvimento de aeronaves e das regras de
segurança, além da criação da organização permanente de regulamentação,
controle e fiscalização. Este tratado estabeleceu a Organização da Aviação Civil
Internacional (ICAO) como agência especializada da ONU para coordenar e
regular o transporte aéreo internacional, bem como fomentar o desenvolvimento
seguro e ordenado da Aviação Civil Internacional.
Das mais importantes a última, no ano de 1999 a Convenção de Montreal
foi criada para unificar as regras do transporte aéreo que tange a bagagens,
cargas e passageiros. desembarque. A convenção isenta de responsabilidade o
transportador aéreo quando este conseguir provar que tomou todas as medidas
necessárias para que o dano não ocorresse, ou que lhe não fosse possível tomá-
las. Se o transportador provar que o dano foi causado por culpa exclusiva da
pessoa lesada, também será isento de responsabilidade caso se demonstre que
houve culpa concorrente, será mitigada a responsabilidade do transportador, na
proporção de sua culpa no ocorrido.

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