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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

GUILHERME SILVA FERREIRA DE OLIVEIRA

A IMPORTÂNCIA DA SEGURANÇA EM AEROPORTOS CONTRA


INTERFERÊNCIAS DE ATOS ILÍCITOS

PALHOÇA
2022
GUILHERME SILVA FERREIRA DE OLIVEIRA

A IMPORTÂNCIA DA SEGURANÇA EM AEROPORTOS CONTRA


INTERFERÊNCIAS DE ATOS ILÍCITOS

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Ciências
Aeronáuticas da Universidade do Sul de
Santa Catarina como requisito parcial à
obtenção do título de Bacharel em
Ciências Aeronáuticas

Orientador: Prof. Marcos Fernando Severo de Oliveira, Esp.

PALHOÇA
2022
GUILHERME SILVA FERREIRA DE OLIVEIRA

A IMPORTÂNCIA DA SEGURANÇA EM AEROPORTOS CONTRA


INTERFERÊNCIAS DE ATOS ILÍCITOS

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi


julgado adequado à obtenção do título de
Bacharel em Ciências Aeronáuticas e
aprovado em sua forma final pelo Curso
de Ciências Aeronáuticas da Universidade
do Sul de Santa Catarina.

Palhoça, 16 de novembro de 2022.

______________________________________________________
Orientador: Prof. Marcos Fernando Severo de Oliveira, Esp.
Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________
Avaliador Orientador: Prof. Msc. Cleo Marcus Garcia
Universidade do Sul de Santa Catarina
DEDICATÓRIA

Não há exemplo maior de dedicação do


que o da nossa família. À minha querida
família, que tanto admiro, dedico o
resultado do esforço realizado ao longo
deste percurso, sempre acreditando e me
proporcionando o apoio necessário,
acreditando junto a mim que esse dia
chegaria.
AGRADECIMENTO

Agradeço a Deus por me proporcionar perseverança e sempre me mostrar o


caminho certo a seguir até o sucesso.
Por me conceder vencer mais esta etapa de minha vida, a conclusão deste projeto
acadêmico é um marco na minha vida pessoal e carreira profissional.
Aos meus pais, pelo apoio e incentivo, são meu alicerce e estão sempre presentes
nas realizações da minha vida.
Ao meu irmão pela amizade e atenção dedicados quando sempre precisei, sendo
essencial na minha vitória.
Ao meu orientador pelas valiosas contribuições dadas durante todo o processo de
desenvolvimento deste trabalho.
Aos amigos do curso de graduação por sempre compartilhar o conhecimento e
vivenciar os momentos de descobertas e aprendizado.
EPÍGRAFE

“Imaginar é o princípio da criação. Nós imaginamos o que


desejamos, queremos o que imaginamos e, finalmente criamos
aquilo que queremos.”
George Bernard Shaw
RESUMO
A aviação civil é um setor importante, pois contribui para o desenvolvimento social e
econômico em todo o mundo. Mas que está suscetível a interferência de atos ilícitos
que podem colocar em risco a sua segurança. Por isso, é importante compreender
os instrumentos que são utilizados pelos aeroportos para garantir a segurança de
todos os usuários do sistema bem como das pessoas em solo, tendo em vista que
existem ameaças contra os voos que podem resultar na utilização de aviões como
armas de destruição em massa. Foi realizada uma revisão bibliográfica da literatura
levantando o estado atual da segurança contra atos ilícitos contra a aviação civil,
com uma abordagem qualitativa. Com isso, pretende-se demonstrar que a adoção
de mecanismos de segurança nos aeroportos se tornou uma necessidade a partir do
momento em que aviões passaram a ser sequestrados por passageiros como forma
de fuga, para obter ganhos políticos ou como arma de destruição. Constatou-se que
os órgãos responsáveis ao redor do mundo se mobilizaram para instituir
procedimentos a favor da segurança da aviação civil contra ataques originados em
interferências ilícitas, em que se busca afastar os riscos originados nas
interferências mediante atos ilícitos. Viu-se que é necessário implantar mecanismos,
normas e procedimentos para garantir a segurança na aviação civil.

Palavras-chave: Aeroportos. Ataques. Interferências de atos ilícitos. Segurança.


ABSTRACT
Civil aviation is an important sector as it contributes to social and economic
development around the world. However, it is susceptible to interference by illegal
acts that may endanger its security. Therefore, it is important to understand the
instruments that are used by airports to guarantee the safety of all users of the
system as well as people on the ground, considering that there are threats against
flights that can result in the use of airplanes as weapons of destruction. in large
scale. A bibliographic review of the literature was carried out, raising the current state
of security against illegal acts against civil aviation, with a qualitative approach. With
this, it is intended to demonstrate that the adoption of security mechanisms at
airports became a necessity from the moment that planes began to be hijacked by
passengers as a way of escaping, to obtain political gains or as a weapon of
destruction. It was found that the responsible bodies around the world have mobilized
to institute procedures in favor of civil aviation security against attacks originating
from illicit interference, in which the aim is to remove the risks arising from
interference through illicit acts. It was seen that it is necessary to implement
mechanisms, rules and procedures to guarantee safety in civil aviation.

Keywords: Airports. Attacks. Interference from unlawful acts. Safety.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1- 14 BIS ........................................................................................................ 20


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................10
1.1 PROBLEMA DA PESQUISA .............................................................................14
1.2 OBJETIVOS ......................................................................................................15
1.2.1 Objetivo Geral ...............................................................................................15
1.2.2 Objetivos Específicos ..................................................................................15
1.3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................15
1.4 METODOLOGIA ................................................................................................16
1.4.1 Natureza da Pesquisa e Tipo de Pesquisa .................................................16
1.4.2 Materiais e Métodos .....................................................................................17
1.4.3 Procedimento de Coleta de Dados .............................................................17
1.4.4 Organização do Trabalho ............................................................................17
2 REFERNCIAL TEÓRICO .....................................................................................18
2.1 A HISTÓRIA DA AVIAÇÃO CIVIL .....................................................................18
2.2 A IMPORTÂNCIA DA SEGURANÇA NA AVIAÇÃO..........................................23
2.3 HISTÓRICO DAS AMEAÇAS À SEGURANÇA AÉREA ...................................24
2.4 NORMAS REGULAMENTADORAS DA SEGURANÇA NA AVIAÇÃO CIVIL ...26
2.4 AVESEC – SEGURANÇA DA AVIAÇÃO CIVIL CONTRA ATOS DE
INTERFERÊNCIA ILÍCITA ......................................................................................29
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................35
REFERÊNCIAS .......................................................................................................37
10

1 INTRODUÇÃO

A aviação é uma importante invenção que permite o deslocamento de


pessoas e cargas em todo o mundo a partir de voo. O desejo de voar é antigo e o
avião se tornou uma das maiores revoluções que aconteceu no mundo. Permite o
transporte a longas distâncias com grande velocidade que não se pode alcançar nos
meios de transporte terrestre.
Assim, desde os primórdios da humanidade já se pensava em voar como
demonstra a história da mitologia grega em que Ícaro foi capaz de criar asas para
fugir do pesadelo que era o Labirinto do Minotauro, na cidade de Creta. Ainda
segundo a narrativa quando Ícaro se aproximou do sol suas asas se despedaçaram
por não suportar o calor (FONTANARI, 2018).
Nota-se então, que desde o período mais remoto da humanidade já se
falava em voar, várias lendas contam que muitos tentaram voar e arquitetaram
engenhosas ideias para conseguir tal feito.
Leonardo da Vinci foi um entusiasta da aviação, pois tinha uma
verdadeira obsessão por pássaros e por isso se dedicou ao estudo da aerodinâmica.
Com isso, em 1480 fez o primeiro desenho de uma aeronave tripulada. Por volta de
1485 da Vinci trabalhava com o projeto de um ornitóptero a partir do qual
desenvolveu o projeto de uma máquina voadora que se sustentava voando pela
força do ar.
Mas, o primeiro avião que conseguiu realmente realizar um voo tripulado
foi desenvolvido por Alberto Santos Dumont, um brasileiro nascido a 20 de julho de
1873, filho de um engenheiro e uma jovem, casados em Ouro Preto em 1856.
Santos Dumont atuou em 14 projetos relacionado a voo e então concluiu que os
aeróstatos, ou balões e dirigíveis, eram lentos e então precisava de um aparelho que
fosse mais pesado que o ar para vencer sua resistência e voar com mais velocidade.
Em 1905 após inúmeros estudos e teses, Santos Dumont desenvolveu um
aeroplano que foi batizado como 14-Bis, um aeroplano que tinha um motor de 50
cavalos de potência (KELLY, 2012).
Os irmãos Wright fascinados pela aeronáutica desenvolveram um
aeroplano e com o apoio de um engenheiro americano conseguiram colocar um
11

motor neste aparelho e bateram os recordes de Santos Dumont. Assim, tanto os


irmãos Wright quanto Santos Dumont foram essenciais para tornar a aviação o que
ela é hoje em dia, sendo os pioneiros de uma importante ideia. Ao longo dos
tempos, a aviação foi evoluindo até chegar ao que temos atualmente que são aviões
de grande porte que realizam voos em grandes distâncias, transportando cargas de
todo o tipo e pessoas com segurança e rapidez. E aos poucos o avião se tornou um
importante meio de transporte (KELLY, 2012).
No início de século XX os aviões eram construções metálicas
aerodinâmicas que foram sendo aprimoradas. A partir de então a aviação passou
por inúmeras transformações até se firmar como uma atividade relevante no âmbito
econômico. As primeiras companhias aéreas que cresceram a partir de sua
capacidade de realizar o transporte de bens e pessoas com grande velocidade, de
forma segura e eficiente. Os aviões foram amplamente utilizados durante a Primeira
e a Segunda Guerra Mundial, sendo utilizados os aeroplanos para bombardeios
aéreos, mas não eram muito eficientes em razão de suas características. Contudo,
na Segunda Guerra Mundial a guerra aérea tornou-se uma arma potencial
aterrorizando civis. Logo, o avião se tornou um elemento importante na Segunda
Guerra (MOWERY; ROSENBERG, 2005).
Com o passar dos tempos foram sendo desenvolvidos aviões mais
modernos, em razão do avanço tecnológico. Tais equipamentos se tornaram mais
seguros e confortáveis dando origem, em 1950, à Golden Age da aviação. O apoio
governamental foi determinante para impulsionar o setor o que contribuiu para
melhorar as aeronaves tornando-as cada vez mais confiáveis e passando a atender
maior contingente de pessoas (FERREIRA, 2017).
Aos poucos os aviões se tornaram um empreendimento racional
planificado sendo o resultado de um movimento científico e industrial que favoreceu
o desenvolvimento da humanidade. Os pioneiros da aviação no Brasil tiveram
dificuldades de atuar em razão dos instrumentos escassos, cartas precárias e pelo
desconhecimento de grande parte do território. O surgimento das aeronaves
automatizadas contribuiu para aumentar a eficiência nos voos (FAY; OLIVEIRA,
2011).
O avião atualmente é considerado um transporte seguro e eficiente, mas
que precisa concretizar a segurança nos voos a fim de evitar que aconteçam
12

acidentes que possam ser provocados pelos passageiros. Assim, a adoção de


mecanismos de segurança nos aeroportos tem se mostrado necessária e importante
para possibilitar que os voos sejam cada vez mais seguros.
A tecnologia permitiu o desenvolvimento de aeronaves cujo desenho não
influenciasse o desempenho do voo. E surgiram também equipamentos de controle
e os cokpits foram melhorados. A radio-telecomunicação foi estabelecida e os pilotos
começaram a receber instruções de voo por equipes localizadas em terra e também
foi possível a comunicação entre aeronaves. O avanço tecnológico proporcionaram
o surgimento de sistemas de navegação aérea que eram mais precisos e o piloto
automático que permite um período curto de descanso em voos de longa duração
(FAY; OLIVEIRA, 2011).
No ano de 1944 na cidade de Chicago nos Estados Unidos aconteceu a
Convenção de Chicago visando estabelecer medidas para o desenvolvimento
seguro e ordenado do setor da aviação. Nesse encontro foram tratados assuntos
relacionados ao espaço aéreo, a segurança, a regularidade e eficiência aérea. Foi
durante a convenção que se criou o OACI e também as Normas e Práticas
Recomendadas ou SARPS e de lá pra cá a busca por garantir maior segurança só
vem aumentando (BRASIL, 2016).
No Brasil foi criada a Agência Nacional de Aviação Civil, a ANAC, no ano
de 2005 para que essa instituição pudesse regular e fiscalizar todas as atividades
referentes à aviação civil e de infraestrutura aeronáutica e aeroportuária. Sua função
é também ser responsável tanto pela segurança quanto pela eficiência e
regularidade de todo o setor, o que lhe torna um importante agente dedicado à
segurança operacional.
Vários acontecimentos impulsionaram a construção de novas normas
para garantir a segurança na aviação civil contra a interferência de atos ilícitos. Os
ataques contra a aviação foram divididos em três fases diferentes, sendo que na
primeira os voos eram utilizadas para realização de fugas, pedidos de asilo político e
para reivindicações, em seguida passaram a ser um meio para obter ganhos
políticos e na terceira fase as aeronaves eram utilizadas como um arma de
destruição em massa (CATARINO, 2016). As primeiras ações contra voos
aconteceram em 1931 no Peru, em que um grupo de revolucionários exigiu que o
voo sobrevoasse Lima para que fossem lançados panfletos de propaganda contra o
13

governo (COELHO, 2018).


Novas ações aconteceram nos anos seguintes até que em 2001, um
acontecimento marcante tomou conta da aviação e impulsionou a necessidade de
adoção de mais severos mecanismos de segurança contra as ameaças à segurança
dos voos. Esse acontecimento foi o ataque às torres gêmeas do edifício Word Trade
Center e ao Pentágono, nos Estados Unidos, em 11 de setembro de 200, em que
voos foram sequestrados por terroristas e utilizados para atacar prédios nos Estados
Unidos. Mas esse não foi o primeiro atentado à aviação civil mundialmente
conhecido, pois no ano de 1948 um hidroavião da Macau Air Transport foi
sequestrado (CATARINO, 2016).
Merece destaque aqui os dizeres de Abrantes (2007) que explica que as
ações contra a aviação civil podem ser caracterizadas por ataques terroristas em
que os voos são utilizados para fugas e reivindicações, para ganhos políticos e
quando as aeronaves são utilizadas como uma arma de destruição. Tal fato
demonstra a necessidade de garantir a segurança nos aeroportos.
O risco à aviação ficou eminente após o ataque do 11 de setembro em
que se tornou evidente que a aviação seria um alvo para se promover o terrorismo
em outros ataques, deixando assim um rastro de vulnerabilidade na segurança
aérea, sendo fundamental a adoção de mudanças, protocolos e políticas de
segurança que garanta a integridade dos passageiros durante o voo.
De acordo com a ANAC para garantir a segurança na aviação é
necessário reforçar os procedimentos de segurança nos aeroportos, como a
inspeção de passageiros e suas bagagens. Por isso existem programas,
regulamentos, instruções e orientações conforme o Programa Brasileiro para a
Segurança Operacional da Aviação Civil que estabelece diretrizes que devem ser
implementadas no Brasil para melhorar continuamente a segurança operacional no
setor (BRASIL, 2017).
Há ainda a implantação da Segurança da Aviação Civil contra atos de
interferência ilícita (AVSEC), que segundo o a ANAC tem por objetivo:

[...] garantir a segurança de pessoas e de infraestruturas críticas em um


ambiente onde trafegam milhares de pessoas diariamente, passageiros e
funcionários. Para atender os objetivos da segurança, além do
conhecimento técnico necessário, os profissionais devem possuir
14

conhecimento e experiência de gestão. Pode-se dizer que a área AVSEC de


aeroportos e empresas aéreas é um sistema complexo, que envolvem
inúmeros atores, processos, procedimentos, controles, dentre outros.
Organizar todos esses atores e ativos de forma que atendam suas
expectativas não é uma tarefa simples (ANAC, 2021, p. 5).

Por meio da necessidade de se integrar os procedimentos de segurança


nos aeroportos para se ter maior controle das ações executadas cria-se o Sistema
de Gerenciamento da Segurança da Aviação Civil contra atos de interferência ilícita
(SGSE), que é um ferramenta de gestão que tem por função promover o
gerenciamento da segurança da aviação civil, este por sua vez faz mapeamento de
ameaças e gerencia riscos de forma a garantir que os procedimentos sejam
realizados de forma coerente e correta seguindo os padrões determinados pelas
normas nacionais e internacionais de segurança (ANAC, 2021).
Desta forma, tem-se dentro das diretrizes de segurança aeroportuária
protocolos que permitam assegurar a segurança do passageiro, tripulante e
trabalhadores que estejam no âmbito da aviação civil com o objetivo de garantir que
não haja interferências ilícitas que possam prejudicar a regularidade e eficiência dos
voos.
Para a promoção da segurança nos aeroportos além da capacitação dos
profissionais, há a adoção de equipamentos de tecnologia que permitem a
realização de inspeções dos usuários do aeroporto e de suas bagagens para que se
tenha a autodetecção de objetos suspeitos, evitando assim que se entre no voo com
objetos indevidos (OLIVEIRA; HARINGER, 2019).
Há neste sentido um aperfeiçoamento de protocolos e tecnologias de
segurança para que se tenha total controle contra atos de interferência ilícita que
possa vir colocar a vida dos passageiros e tripulantes em risco durante o voo.

1.1 PROBLEMA DA PESQUISA

Qual a importância dos mecanismos de inspeção de segurança em


passageiros para evitar riscos à aviação?
15

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Tem-se como objetivo compreender os instrumentos utilizados nos


aeroportos para realizar inspeções de segurança nos passageiros.

1.2.2 Objetivos Específicos

a) Apresentar a evolução da aviação.


b) Demonstrar a importância da segurança na aviação civil.
c) Analisar as interferências de atos ilícitos contra a aviação civil
d) Discutir os instrumentos existentes a partir de regulamentos e
convenções sobre segurança nos aeroportos para realização de inspeções de
segurança nos passageiros.
e) Conhecer a AVSEC e os instrumentos de segurança existentes nos
aeroportos brasileiros.

1.3 JUSTIFICATIVA

A aviação civil tem ganhado cada vez mais destaque no mundo e no


Brasil o setor tem crescido consideravelmente nos últimos anos. A Agência Nacional
de Aviação Civil (ANAC) revela que no país, no ano de 2022 7,5 milhões de pessoas
haviam sido transportados por aviões. Em comparação com o ano de 2019
representa um aumento de 50,4% na demanda do transporte aéreo (ANAC, 2022).
Tal fator, por si só revela que a grande demanda da aviação exige a
existência de parâmetros de segurança para tornar os voos altamente seguros e
para evitar o risco de ações que coloquem em risco os voos. A ocorrência de
ataques como os de 1948 e 2001 em que os voos foram atacados por passageiros
considerados terroristas e colocando assim, em risco os demais passageiros, tal
acontecimento demonstrou a fragilidades dos mecanismos de segurança existentes
16

e impuseram a necessidade de seu aprimoramento a fim de evitar que novos


ataques ocorressem. Tais acontecimentos se tornaram um marco na evolução da
aviação, no quesito segurança e proporcionaram transformações no setor (SILVA,
2013).
Neste contexto, este estudo visa apontar a atuação dos aeroportos na
execução de mecanismos de segurança onde deve-se instituir o controle de
passageiros, bagagens e funcionários bem como a realizações de inspeções
treinamentos para identificar possíveis criminosos que queiram atacar as aeronoves.
Os aeroportos, portanto, devem instituir ações de segurança
fundamentadas em convenções e regulamentos que regem o sistema e
consequentemente promova um ambiente se segurança (AZEVEDO JÚNIOR,
2006).
Com esse estudo, portanto, pode-se auxiliar na compreensão das regras de
segurança instituídas nos aeroportos bem como apontar a importância dos
mecanismos de segurança para garantir aos passageiros um voo tranquilo,
confortável e altamente seguro, afastando interferências de terceiros que podem
colocar em risco o voo e consequentemente a vida de todos os tripulantes.

1.4 METODOLOGIA

1.4.1 Natureza da pesquisa e tipo de pesquisa

Esta pesquisa se deu a partir de uma metodologia de uma revisão


bibliográfica, com abordagem descritiva em que se descreve as características de
determinados fenômenos. Tendo em vista que os dados são analisados
intuitivamente (OLIVEIRA, 2011).
A natureza da pesquisa utilizada foi qualitativa visa tratar da realidade de
um modo que não pode ser quantificado (MINAYO, 2014) Assim, se se buscou obter
uma melhor percepção do fenômeno considerando o seu contexto. Assim, pôde-se
compreender o fenômeno encontrando sua origem e tentando entender suas
consequências.
17

1.4.2 Materiais e métodos

Foi realizada uma revisão bibliográfica da literatura existente sobre a


necessidade de adoção de mecanismos de segurança implantados nos aeroportos
em todo o mundo e os aspectos relevantes no cenário brasileiro. Os dados foram
obtidos a partir de bases de pesquisa como Google Scholar e SciELO, elaborados
entre 2000 e 2022.Os descritores utilizados são: aviação, ataques, segurança.
Terroristas, passageiros, segurança em voos. Utilizou-se para esta pesquisa os
estudos que foram desenvolvidos por Diogo (2020), Malagoli (2020), Arcúrio (2014)
e as normas instituídas pela ANAC no Brasil.

1.4.3 Procedimento de coleta de dados

Os dados utilizados nesta pesquisa foram coletados por meio de uma


análise documental que consiste em uma técnica utilizada na pesquisa qualitativa,
em que informações podem ser obtidas por outras técnicas (LUDKE; ANDRÉ, 1986).
A análise documental permite identificar, verificar e apresentar documentos sobre
determinado assunto e bem como permite a avaliação das informações relacionadas
nos documentos (MOREIRA, 2005).

1.4.4 Organização do trabalho

Ao longo deste trabalho foram tratados os aspectos relacionados à


segurança na aviação civil. Logo, na primeira seção foram levantados os aspectos
relacionados à história da aviação civil. Na segunda etapa discorreu-se sobre a
importância da segurança na aviação civil. Na terceira etapa forma abordados
alguns fatos históricos sobre interferências de atos ilícitos contra a aviação civil. Na
etapa seguinte, discutiu-se instrumentos que existem para impulsionar a segurança
nos aeroportos, como a realização de inspeções de segurança nos passageiros
mediante a utilização de equipamentos detectar possíveis ameaças. E, por fim, foi
tratada a AVSEC e demais os instrumentos que são adotados no país para garantir
a segurança da aviação civil nos aeroportos brasileiros.
18

2 REFERNCIAL TEÓRICO

2.1 A HISTÓRIA DA AVIAÇÃO CIVIL

O surgimento dos aviões tem raízes na antiguidade onde nos primórdios


da civilização já sonhava com a possibilidade de voar e então foi com o passar dos
tempos empreendendo esforços para alcançar tal feito. A aviação tem se mostrado
extremamente importante para a realização de transporte aéreo em todo o mundo,
onde é possível transportar todo o tipo de carga e pessoas deslocando-os para as
mais diferentes regiões.
Contudo, esse cenário, portanto, teve início nos primórdios da
humanidade que observando os pássaros desenvolveu o desejo por voar. Destaca-
se que:

Há milhares de anos, ao homem parecia que lhe era vedado o espaço sobre
a superfície da terra. Nasceu sem asas, aprendeu a fazer fogo e caminhar
de forma ereta, mas não conseguia voar, não podia alcançar as copas das
árvores mais frondosas, não conseguiam tocar as estrelas, a lua, o sol, não
alcançavam o céu infinito, que encerrava mistérios, lendas e temores.
Quase todas as civilizações possuíam mitos e lendas ligadas ao desejo de
voar. O Imperador Chinês Shun, que reinou entre os anos 2258 e 2208 a.
C., aprendeu a “voar como os pássaros”, segundo a população. O
Ramayama, livro hindu, mencionava um “carro celestial ou carro dos
deuses” (vimana) feito de flores, que era utilizado pelo rei dos demônios,
Ravana, para voar pelos céus. A deusa Ísis, no antigo Egito, que possuía o
papel principal no Panteão, nasceu da união do céu (Nut) e da terra (Geb)
e, transformava-se em um falcão com asas que, quando se movimentavam
tinham o poder de ressuscitar os mortos e, representava a divindade
universal (MALAGOLI, 2020, p. 19).

Uma lenda existente na Grécia antiga fala de Dédalo, um artesão e


engenheiro que com seu filho recolheu penas de aves e, juntando-as, construiu
camadas prendendo a penugem com cera para voarem e alcançarem a liberdade
desejada. Dédalo pediu a Ícaro que não voasse tão baixo, pois corria o risco de cair
no mar e também lhe pediu para que não voasse muito alto para não estar tão perto
do Sol e então as suas asas derreterem. Ícaro não atendeu os apelos de seu pai e
esteve muito perto do Sol o que fez com que suas asas derretessem e, então caiu
no mar e morreu afogado. Em um período mais adiante, na Idade Média, existiam
19

muitas superstições sobre magos voadores onde especialmente acredita-se que o


Conde de Bollstädt voou (MALAGOLI, 2020).
Um importante nome da aviação foi Leonardo da Vinci, que era obcecado
por pássaros e pelo desejo de voar. Ele escreveu o Codice sul Volo Degli Uccelli ou
códice sobre o voo dos pássaros onde descreveu teorias e conceitos sobre os
pássaros e seus voos sendo que tais dados foram utilizados no século XX para a
construção de um avião. Em um salto na história, revela-se que no ano de 1670, o
jesuíta italiano Francesco Lana de Terzi estudou o peso do ar e concebeu um
aparelho composto por quatro esferas de cobre com 1 mm de espessura, sendo
mais leves que o ar, que possuía plataforma tripulada (VAICEBERG et al., 2011).
Acrescenta-se que:

Da Vinci destacou-se como engenheiro autodidata, matemático, físico,


arquiteto, além de ter se dedicado a uma série de outras atividades de
pesquisa. Traçou bases para pesquisadores que vieram, posteriormente,
considerar seus cálculos, esboços e ilações para o desenvolvimento de
mecanismos que aperfeiçoariam conceitos científicos, notadamente na
mecânica. Como Rosa (2012, p. 399) cita, Da Vinci “estudou a anatomia
das aves (ajustamento e flexão das asas, tipos de penas, movimentos da
cauda) para entender sua capacidade para voar”.Com o passar dos
séculos, inventos foram sendo criados e, desde os primórdios, a ciência
notabilizou-se por avançar em várias áreas do conhecimento humano,
produzindo pesquisas e resultados que, como regra, beneficiaram a vida
humana. Se o cientista pesquisador, precursor de tantos outros estudos que
tomariam forma no velho continente, viveu nos Apeninos do século XV,
no continente sul-americano, mais precisamente no Brasil, o avanço
científico seria notado cerca de quatro séculos depois, mais precisamente
com a chegada de D. João VI ao Brasil, em 1808, quando houve a
subsequente criação das primeiras instituições técnico-científicas nacionais,
conforme Motoyama (1985): o Colégio Médico-Cirúrgico da Bahia, a Escola
Médico-Cirúrgica do Rio de Janeiro, a Biblioteca Nacional, o Real Horto, a
Academia de Guardas-Marinhas e o Museu Nacional.Mais iniciativas
surgiram e, passado mais um século, um marco na evolução científico-
tecnológica viria de um brasileiro, em solo europeu. O voo do mais pesado
que o ar, por meio de Santos-Dumont com seu 14-Bis, redefiniu conceitos
de então. A transposição do ar pelo homem não mais se daria apenas por
aeróstatos. E, de 1906 até os dias atuais, o avião incorporou inovações que
melhoraram sua capacidade e sua segurança, sempre à luz das inovações
tecnológicas (RICCO; ALMEIDA, 2018, p. 37).

Algum tempo depois, Santos Dumont se dedicou a entender os


mecanismos para o voo, desenvolvendo inúmeros projetos como balões
motorizados até chegar ao 14-Bis, um aeroplano que precisava voar sozinho e não
acoplado a um balão. Após inúmeros estudos Santos Dumont percebeu que
20

precisava desenvolver um equipamento que fosse mais pesado que o ar e então


chegou ao 14-Bis (VINHOLES, 2015) A figura 1 mostra o aparelho desenvolvido por
Santos Dumont, que se tornou um marco na história da aviação:
Figura 1- 14 BIS

Fonte: ADIS LATIN, s.a.


:

De acordo com Ferreira (2017) as primeiras companhias aéreas foram criadas


nas primeiras décadas do século XX. Inicialmente atuam no transporte de
correspondências e em seguida começaram a realizar o transporte de pessoas,
sendo considerado um empreendimento promissor e por isso as nações europeias,
a essa época, possuíam pelo menos uma empresa atuando de forma regular. Na
América, porém, as empresas se desenvolveram a partir do apoio técnico e
financeiro dos governos.
As empresas norte-americanas iniciaram suas atividades com apoio
governamental e atuavam transportando correspondências. Sendo que o tráfego de
pessoas teve maior expressão somente por volta de 1930 com o lançamento do DC-
3, a partir deste momento houve um aumento de pessoas que passaram a utilizar o
transporte aero (MOWERY; ROSENBERG, 2005).
Ferreira (2017, p. 3) explica que

Até a Segunda Grande Guerra, viajar de avião, além de ser dispendioso,


era extremamente desconfortável e perigoso. O alto custo das aeronaves se
refletia nas altas tarifas cobradas aos [poucos] usuários do transporte aéreo.
[...] o alcance (range) dos aviões era curto, o que provocava lentidão; os
voos eram realizados relativamente em baixas altitudes e os movimentos de
turbulência causavam grande desconforto aos passageiros. Quando se
21

refere aos primórdios da aviação comercial, [...]os aeroportos e o controle


aéreo eram primitivos e que falhas e acidentes eram comuns. Os aviões
viajavam em baixas altitudes [não haviam sido inventadas as cabines
pressurizadas], os pilotos enfrentavam as intempéries atmosféricas e os
voos necessitavam de diversas escalas para reabastecimento das
aeronaves. Também eram comuns os acidentes aéreos. Muitos dos
problemas que a aviação comercial enfrentava começaram a ser resolvidos
a partir da Segunda Guerra Mundial. [...] O desenvolvimento tecnológico
obtido antes e depois da II Guerra permitiu a construção de aviões mais
seguros e confortáveis, o que permitiu que surgisse, após os anos 1950, a
chamada Golden Age da Aviação

A guerra foi determinante para o desenvolvimento da aviação e o tornou uma


atividade econômica relevante em todo o mundo. Após a segunda Guerra Mundial o
sistema regulatório da aviação civil americana foi comandado pelo CAB ou Civil
Aeronautics Board contribuiu para o crescimento equilibrado do setor. Mas a crise de
1970 prejudicou a aviação civil e surgiu uma pressão por reformas visando a
desregulamentação setorial. Em 1975 surgiram as primeiras medidas destinadas a
liberalização na aviação civil. No ano de 1976 foi iniciado um movimento para a
reestruturação interna do CAB e começou a desregulamentação da aviação
comercial e o CAB foi desmontado (RIBEIRO, 2018).
A aviação civil comercial, no Brasil, teve início por volta de 1927 com o
primeiro voo de transporte de passageiros realizado pela Condor Syndikat que é
uma empresa alemã. Essa empresa foi nacionalizada e recebeu o nome de
Sindicato Condore, em 1943 passou a ter o nome de Serviços Aéreos Cruzeiro do
Sul. A empresa aérea francesa Compagnie Générale Aéropostale, fundada em 1919
visando promover a conexão aeropostal. Seus pilotos haviam atuado na Primeira
Guerra Mundial. Essa empresa também iniciou suas atividades no país e empresa
nacional que iniciou suas atividades em 1927 foi a VARIG ou Viação Aérea Rio
Grandense. Machado (2018, p. 92-93) revela que

A história da aviação comercial brasileira inicia-se com o Aviso 60/G do


Ministério da Viação e Obras Públicas, de 26 de Janeiro 1927, que outorgou
à firma alemã “Condor Syndikat” com sede em Berlim, autorização especial
por prazo não excedente a um ano, para estabelecer, a título precário e de
experiência, o tráfego aéreo por meio de hidroavião entre o Rio de Janeiro e
a cidade do Rio Grande, com escalas em Santos, Paranaguá, São
Francisco e Florianópolis; entre a cidade do Rio Grande e Porto Alegre, com
escalas em Pelotas, e entre a cidade do Rio Grande e Santa Vitória do
Palmar, podendo estender esta linha até Montevidéu, caso obtivesse
autorização do governo do Uruguai para esse fim. Porém, a primeira
empresa que ligaria Brasil aos Estados Unidos, seria a NYRBA (New York-
Buenos Aires). Seu fundador, Ralph O Neill, obteria a representação da
22

Boing Airplane Company para toda a América Latina. Em março de 1928,


quando a VARIG e a Sindicato Condor (nome como era chamada no Brasil)
já operavam regulamente, O Neill, desembarcaria no Rio de Janeiro para
expor às autoridades brasileiras os seus planos comerciais. Recebido
pessoalmente pelo presidente Washington Luiz, foi por ele encaminhado a
Victor Konder, Ministro da Aviação e Obras Públicas do Brasil, que
posteriormente o aconselhou a criar uma empresa subsidiária brasileira
para Cumprimento da legislação.

No ano de 1929 foi promulgado o Decreto nº 18.951 que estabeleceu o


início das operações aéreas até a bacia do Prata e a criação do Panair do Brasil S.
A.. Que era uma subsidiária da empresa norte-americana NYRBA, que foi
incorporada à Pan Am em 1930 o que alterou seu nome de Nyrba do Brasil para
Panair do Brasil, referenciando a empresa Pan American Airways, cujas atividades
foram encerras em 1965 a partir de uma determinação do governo militar
(MACHADO, 2018).
A aviação civil se tornou, na primeira década do século XXI uma
importante atividade que contribuiu para o desenvolvimento social do país. Isso se
deve ao fato do setor aéreo ter proporcionado a construção de saberes e subsídios
direcionados ao desenvolvimento econômico do país e na comunicação entre povos
de todo o mundo. Acrescenta-se que

Por sua vez a NYRBA [New York-Rio-Buenos Aires Line] fundada em 1929
por um empresário americano, enfrentou dificuldades de financiamento
após o Crash da Bolsa e não obteve auxílio do governo americano, sendo
então absorvida pela Pan American Airways (Pan Am). Já sob o controle da
Pan Am, a NYRBA teve sua razão social alterada para Panair do Brasil, e
ao longo do tempo a empresa recebeu concessão para diversas rotas
domésticas e internacionais. Para não concorrer com sua controladora, a
Panair não voava para os Estados Unidos, optando então pelas rotas
europeias e do Oriente Médio. Após a Segunda Guerra, tal estratégia
mostrou-se correta devido ao enfraquecimento das empresas europeias
arrasadas pelo conflito. A Panair operava com aeronaves mais modernas
que as das congêneres europeias e oferecia um requintado serviço de
bordo. Nos anos 1950 a Panair foi se desligando da Panam, e seu capital
paulatinamente foi sendo transferido para empresários brasileiros, até ter
sua falência ser decretada pelo Regime Militar em 1965. Logo em seguida à
cassação de seus direitos de voo, a Varig assumiu todas as suas rotas
(FERRIERA, 2017, p. 4-5).

Em 1933 foi criada a VASP ou Viação Aérea de São Paulo por um grupo
de empresários. No ano de 1935 ela se tornou uma empresa estatal e foi privatizada
em 1990. Outras empresas foram criadas no Brasil entre 1940 a 2007. No país
23

também houve um período relacionado à regulamentação e desregulamentação do


setor, sendo em entre 1968 e 1986 houve a regulação estrita com política industrial,
de 1986 a 1992 teve início a regulação enfraquecida, entre 1993 e 1997 aconteceu a
primeira rodada de liberalização, no período de 1998 e 2001 teve a segunda etapa
da liberalização. Entre 2001 e 2002 quase aconteceu a total desregulamentação do
setor, em 2003 e 2004 deu-se a chamada re-regulamentação e a partir de 2005 foi
retomada a reliberalização (OLIVEIRA. 2009).
Atualmente o setor possui atuação relevante tendo realizado em janeiro
de 2022 o transporte de 7,5 milhões de passageiros. Hoje a regulação do setor é
realizada pela ANAC ou Agência Nacional de Aviação Civil, que é uma entidade
federal que tem a responsabilidade de normatizar e também supervisionar a
atividade no Brasil tratando de aspectos relacionados a fatores econômicos e a
segurança técnica (ANAC, 2022).

2.2 A IMPORTÂNCIA DA SEGURANÇA NA AVIAÇÃO

A preocupação com segurança direcionou a construção de regras,


normas e procedimentos destinados a proporcionar a segurança de todos os
tripulantes e passageiros e também das pessoas que estão no solo. Após a
Segunda Guerra Mundial foi criado o Ministério da Aeronáutica, pelo Decreto nº
2.961, cuja finalidade era estudar e despachar assuntos relativos às atividades
relacionadas à aviação. Em 1999 o Ministério da Aeronáutica foi transformado em
Comando da Aeronáutica e foi criado o Ministério da Defesa.
Diante dessa necessidade, no ano de 1944 a Convenção de Chicago que
instituiu a OACI cuja função é o desenvolvimento da aviação de modo seguro e
ordenado garantindo a segurança, a regularidade e a eficiência a partir de normas e
regulamentos. Diante disso, a organização constrói padrões e práticas conhecidas
como SARPs destinadas a orientar as ações das autoridades no setor em todo o
mundo. A segurança em voos é fator primordial para garantia da qualidade e do
gerenciamento de riscos nos voos, sendo assim o controle e a prevenção de riscos
deve ocorrer por meio de processos, padrões, normas e diretrizes que garantam a
total confiabilidade no voo. Neste sentido, a fim de evitar acidentes se torna
24

fundamental uma gestão eficiente da segurança operacional nos aeroportos para


que se diminuam riscos advindos de uma má inspeção, ou de uma ação falha dos
operadores de segurança na hora de fazer a supervisão do passageiro no momento
do embarque (FARIA; MACHADO, 2020).
A segurança é uma fase primordial na adoção de condutas e
procedimentos que integram a padronização do voo, neste processo se busca a
eficiência da operação área, com adoção de padrões de segurança planejados e
implantados pela aviação civil no intuito de garantir a confiabilidade no voo, evitando
incidentes e ou acidentes que venha a colocar a tripulação e passageiros em risco
(LEMES; TOLENTINO; BECHEPECHE, 2020).
Dentre os órgãos que atuam na aviação civil a fim de garantir uma
atividade segura e ordenada está a OACI que é um órgão que estabelece normas e
regulamentos que são utilizados na aviação no intuito de assegurar a proteção
ambiental e a eficiência da atividade. Além disso, atua como um fórum destinado à
cooperação dos 191 Estados-membros tratando dos assuntos pertinentes à aviação.
Tem ainda a ANAC é a agência reguladora destinada tanto a normatizar e
a supervisionar a atividade da aviação civil brasileira. Em 2000 foi criado o CONAC
ou Conselho Nacional de Aviação Civis, a partir do Decreto nº 3.564 visando
acompanhar estudos e a regulamentação de políticas, diretrizes, políticas públicas e
planejamento de longo prazo sobre o setor aéreo. E, para a administração indireta
dos aeroportos tem a INFRAERO - Empresa Brasileira de Infraestrutura
Aeroportuária, que é uma empresa federal e atua na modernização dos aeroportos
(SILVA; SANTOS, 2009).
No ano de 1971 foi criado o CENIPA – Centro de Investigação e
Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, por meio do Decreto nº 69.565 compondo o
Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos (SIPAER). É destinado a
planejar, gerenciar, controlar e executar ações de investigação e de prevenção de
acidentes aéreos. Essas funções são executadas no intuito de contribuir para a
promover ações para melhorar a segurança da aviação e prevenir acidentes.

2.3 HISTÓRICO DAS AMEAÇAS À SEGURANÇA AÉREA

Ao longo dos anos muitas ameaças colocaram em risco a segurança


25

aérea e foram determinantes para a instituição de mecanismos para melhorar a


segurança. Entre as décadas de 70 e 80 aconteceram de maneira comum o
apoderamento ilícito de aeronaves. Um desses casos foi o sequestro de um voo da
companhia israelita El Al, realizado em 6 de setembro de 1970 por Leila e Patrick
Arguello. O avião ia de Amsterdã para New York. Agentes se segurança a bordo
dispararam contra Patrick que faleceu e Leila ficou inconsciente em razão de um
golpe que sofreu na cabeça. O piloto do avião se deslocou para o aeroporto de
Heathrow em Londres onde Leila foi detida e ficou durante 23 dias na prisão Ealing
Police Station. O objetivo do sequestro era levar o avião para a Jordânia onde se
juntariam a outros dois aviões para atuarem em uma operação da Frente Popular,
tais aviões foram explodidos (DIOGO, 2020)
Entre os anos 80 e 90 alguns casos de explosão. No Brasil em 28 de
setembro de 1988, o voo 375 da VASP foi sequestrado por Raimundo Nonato Alves
da Conceição que pretendia colidir o avião contra o Palácio do Planalto, em Brasília.
A aeronave havia partido de Porto Velho e ia para o Rio de Janeiro, com escalas em
Brasília, Goiânia e Belo Horizonte. Quando a aeronave estava entre a capital de
Minas Gerais e o estado do Rio de Janeiro ele foi sequestrado e desviado para
Brasília. O co-piloto da aeronave foi a única vítima fatal do sequestro e o avião
pousou em segurança em Goiânia (DOGO, 2020).
Já em 31 de outubro de 1999, o co-piloto do voo 990 da Eyptair que
decolou de Los Angeles e tinha destino final a cidade de Cairo, no Egito, delisgou o
piloto automático e jogou o avião no mar enquanto dizia “Tawakalt ala Allah” ou “Eu
acredito em Deus”. Esse acidente teve 27 vítimas fatais. E em 11 de setembro de
2001 os atentados ocorridos nos Estados Unidos que demonstraram o perigo da
utilização de aeronaves como arma de destruição. Esse talvez seja o caso mais
lembrado por todos, pois foi transmitido exaustivamente pela televisão em todo o
mundo.
O ataque se deu a partir de atentados terroristas a partir de ataques
suicidas contra os Estados Unidos. A organização al-Qaeda, uma entidade
fundamentalista islâmica que cometeu todos os ataques. Dezenove terroristas
sequestraram quatro aviões comerciais e foram utilizados como armas de destruição
em massa, pois dois aviões foram direcionados às torres do World Trade Center que
desmoronaram após o impacto das aeronaves contra os prédios e edifícios vizinhos
26

também foram danificados. Foram quase três mil vítimas incluindo os


sequestradores (DIOGO, 2020).
Outros ataques aconteceram ao longo de todos esses anos e foram
determinantes para a modificação de padrões de segurança nos aeroportos, cujo
intuito é proporcionar maior segurança aos voos e evitar esse tipo de ameaça. Um
ataque mais recente foi o acontecido em 22 de março de 2016 no aeroporto e metro
de Bruxelas, na Bélgica, em que um grupo islâmico se declarou ser o responsável
pelos ataques, em que aconteceram duas explosões no aeroporto, sendo um ataque
próximo aos balcões 6 e 7 da American Airlines e outro perto da Brussels Airlaines e
do Starbucks.

2.4 NORMAS REGULAMENTADORAS DA SEGURANÇA NA AVIAÇÃO CIVIL

O Brasil conta com os Provedores de Serviços de Navegação Aérea, o


PSNA que trata da capacitação sobre a segurança operacional, que deve ser um
objetivo das organizações habilitem seus funcionários a agir buscando garantir a
segurança. Tem ainda o SGSO que é o Sistema de Gerenciamento da Segurança
Operacional que auxilia na identificação de perigos e gerenciamento de riscos tendo
por base processos definidos, orientando o processo decisório que deve se
fundamentar na contínua coleta de dados (BRASIL, 2016).
A instituição da Política Nacional de Aviação Civil – PNAC, por meio do
Decreto nº 6.780/2009 contém estratégias e diretrizes para instituições. A norma
estabelece ações estratégicas e objetivas para os setores que atuam no
desenvolvimento da aviação civil no Brasil. É uma política voltada a

• Promover a atualização de normas, padrões, métodos e procedimentos


para assegurar o gerenciamento da segurança operacional. • Gerenciar o
risco e implantar medidas mitigadoras [...]. • Realizar auditorias periódicas
por órgão reconhecido pelo governo [...] • Garantir a segurança operacional,
inclusive prevenção de acidentes e incidentes aeronáuticos, como disciplina
curricular nos programas de formação e capacitação dos profissionais do
Sistema de Aviação Civil. • Fiscalizar regularmente as condições de
aeronavegabilidade, oficinas e capacitação técnica de pessoal. [...] •
Estimular maior consciência pública, por meio de campanhas educativas e
promocionais sobre segurança operacional. • Atuar junto às autoridades
competentes no sentido de adotar medidas para reduzir atividades urbanas
que se constituem ou venham a se constituir em potenciais focos de atração
de aves nas áreas de influência de aeródromos. • Estimular a coordenação
27

entre os órgãos de âmbito federal, estadual e municipal visando ao


cumprimento da legislação que trata da zona de proteção de aeródromos,
de ruídos e de auxílios à navegação aérea. [...] • Promover a supervisão
permanente da identificação de perigos e o gerenciamento preventivo dos
riscos à segurança operacional. [...] • Realizar avaliações periódicas de
prevenção de acidentes e incidentes aeronáuticos na aviação civil [...] •
Fomentar o intercâmbio de informações entre instituições nacionais e
estrangeiras para promover a permuta de experiências sobre a prevenção
de acidentes e incidentes aeronáuticos. (BRASIL, 2009).

Existe também o Código Brasileiro de Aeronáutica- CBAER, de 1968 cuja


função é regular e organizar direitos e deveres da aviação civil, sendo, portanto, um
documento normativo baseado na regulamentação do OACI e em convenção e
tratados que o Brasil é signatário.
No ano de 2010 foi instituído o Decreto nº 7.18 que estabeleceu o
Programa Nacional de Segurança da Aviação Civil contra Atos de Interferência
Ilícita, o PNAVSEC que foi reformulado pelo Decreto nº 11.195, de 8 de setembro de
2022 visando alinhar o programa de segurança às recomendações instituídas pelo
OACI e buscando maior aproximação com as práticas internacionais de segurança.
O PNAVSEC - Novo Programa Nacional de Segurança da Aviação Civil contra Atos
de Interferência Ilícita permite a regulamentação dos planos e programas de
segurança que garanta a alocação de procedimentos na operação em aeroportos de
forma a garantir a proteção da aviação civil contra atos de interferência ilícita. Em
seu artigo 2º o decreto determina quais são as atribuições do programa:

O PNAVSEC tem como objetivo disciplinar a aplicação de medidas de


segurança destinadas a garantir a integridade de passageiros, tripulantes,
pessoal de terra, público em geral, aeronaves e instalações de aeroportos
brasileiros, a fim de proteger as operações da aviação civil contra atos de
interferência ilícita cometidos no solo ou em voo. (ANAC, 2022, p.1).

Com este programa é possível padronizar ações que venham a garantir a


segurança nos aeroportos e nos voos e com auxilio de outros órgãos como ANAC,
Polícia Federal e outros se cria mecanismos para promover a segurança aos
passageiros, tripulantes e outros. Como atos ilícitos o artigo 5º inciso XXI determina
que:

[...] ato de interferência ilícita contra a aviação civil - ato ou atentado que
28

compromete a segurança da aviação civil e o transporte aéreo, incluídos,


entre outros: a) apoderamento de aeronave; b) destruição de aeronave; c)
manutenção de refém a bordo de aeronave ou em aeródromos; d) invasão a
aeronave, a aeroporto ou a instalação aeronáutica; e) introdução de arma,
artefato ou material perigoso, a bordo de aeronave ou em um aeroporto,
sem autorização e sem a observância dos procedimentos exigidos; f) uso de
aeronave com propósito de causar morte, ferimentos graves ou prejuízos
graves à propriedade ou ao meio ambiente; g) comunicação de informação
falsa que coloque em risco a segurança de aeronave em voo ou no solo,
dos passageiros, da tripulação, do pessoal de terra ou do público em geral,
no aeroporto ou nas dependências de instalação de navegação aérea; e h)
ataque a aeronaves com utilização de Sistema Antiaéreo Portátil; (ANAC,
2022, p.1).

Neste sentido para que o programa seja executado adotam-se medidas


como avaliação rigorosa no check-in, adoção de equipamentos de segurança para
detecção de produtos ilícitos, gerenciamento de crises para conduzir ações que
venham a minimizar, dificultar e neutralizar a entrada de objetos, dispositivos,
artefatos, armas e outros que sejam considerados perigosos e que coloquem em
risco a aviação civil (TEIXEIRA, 2018).
Há ainda o RBAC 111 ou Programa Nacional de Controle de Qualidade
em Segurança da Aviação Civil contra Atos de Interferência Ilícita, da ANAC, foi
fundamentado no Decreto nº 7.168/2010, que visa garantir a segurança de
passageiros, tripulantes, pessoal de solo e público em geral, estabelece também o
programa de qualidade e instrumentos de monitoramento e verificação da aplicação
do PNAVSEC. Está a cargo da ANAC e realiza a elaboração, a fiscalização e a
aprovação do programa de qualidade. Esse instrumento é importante, pois atua na
mitigação dos atos ilícitos.
A Resolução nº 499 da ANAC é também é uma norma que busca a
segurança na aviação civil direcionando as ações de segurança. A Resolução nº 515
do mesmo órgão trata dos meios de inspeção de segurança nos aeroportos e
estabelece a inspeção de passageiros e bagagens de mão.
O RBAC nº 107, também é uma norma regulamentadora da ANAC é
aplicado ao operador de aeroporto civil público que deve garantir a integridade de
todos os envolvidos, das aeronaves e das instalações aeroportuárias. O RBAC nº
108 institui os requisitos para operadores aéreos acerca da segurança e o RBAC nº
110 trata das certificações, requisitos e validade de instruções de segurança.
29

2.4 AVESEC – SEGURANÇA DA AVIAÇÃO CIVIL CONTRA ATOS DE


INTERFERÊNCIA ILÍCITA

Os aeroportos são parte fundamental do setor de aviação civil. Os


Estados Unidos possui a maior infraestrutura aeroportuária do mundo e o Brasil está
em segundo lugar nesse quesito, tendo em 2019 534 aeródromos públicos e 2.219
privados. Essas unidades devem atender requisitos de segurança de infraestrutura,
já que a segurança aeroportuária é baseada em níveis elevados de segurança os
quais são pré-requisitos para o seu funcionamento (MCKINSEY; COMPANY, 2010).
A segurança da aviação civil é um procedimento que tem por finalidade
adotar práticas e políticas que garantam a prevenção de acidentes, e para
padronizar estes procedimentos, a AVSEC cria o programa PNAVSEC, responsável
por criar documentos e regulamentos que promove a proteção contra atos e
interferências ilícitas nos aeroportos. Entende-se como interferência ilícita:

[…] atos de interferência ilícita são atos ou tentativas de atos que


comprometam a segurança da aviação civil, incluindo, mas não se limitando
a apreensão ilegal de aeronaves, destruição de uma aeronave em serviço,
tomada de reféns a bordo de aeronaves ou em aeródromos, intrusão
forçada a bordo de uma aeronave, em um aeroporto ou nas instalações de
uma instalação aeronáutica, introdução a bordo de uma aeronave ou num
aeroporto de uma arma ou dispositivo perigoso ou material destinado a fins
criminosos, uso de uma aeronave em serviço com a finalidade de causar
morte, lesões corporais graves ou sérios danos à propriedade ou ao meio
ambiente e comunicação de informações falsas, como forma de colocar em
risco a segurança de uma aeronave em voo ou em terra, de passageiros,
tripulação, pessoal de terra ou do público em geral, num aeroporto ou nas
instalações da aviação civil (FERREIRA, 2019, p. 14).

Manter medidas de segurança contra interferência ilícita é necessário


para evitar que se coloque em risco um determinado voo. Diante disso, a
infraestrutura aeroportuária deve atender as diretrizes regulamentares visando evitar
o risco de interferências. As ações do programa definem que a AVSEC ou Aviation
Security:

[...] estabelece mecanismos de defesa que tem a finalidade de prevenir e


dissuadir pessoas mal intencionadas de transportar consigo, para as
aeronaves e para as áreas regulamentadas (consideradas área restrita de
segurança, área de acesso controlado ou área estéril), materiais e
substâncias que possam colocar em risco segurança da aviação civil e o
30

transporte aéreo. Dessa forma, observa-se que a AVSEC tem por objetivo a
salvaguarda e a proteção das pessoas e bens, de forma permanente,
prevenindo e combatendo os atos de interferência ilícita (ARCÚRIO, 2014,
p.47).

É possível afirmar que se estas ações fossem implementadas de forma


rigorosa, sem a interferência de falhas latentes seria possível prevenir atos como o
do dia 11 de setembro de 2001, quando houve o sequestro de voos e a tragédia com
várias vítimas fatais. Para Arcúrio (2014), a aplicação da política de segurança
contra ilícitos permite que haja envolvimento prioritário de profissionais que devem
ser responsabilizar pelos procedimentos de forma a garantir a conformidade da
execução dos mesmos promovendo integridade nas operações a serem executadas
rotineiramente nos aeroportos.
E, para evitar os riscos é necessária a adoção de instrumentos e
procedimentos como:

[…] utilização de pórtico detectores de metais de maior precisão, detectores


de traços de explosivos, utilização de cães farejadores na busca por
explosivos, equipamentos cada vez mais modernos de raios-x, tomógrafos,
busca pessoal ou o uso do body scanner com a projeção de imagens para a
garantia de que a pessoa não esconde nenhum objeto em seu corpo, dentre
várias outras possibilidades. Isso tudo sem contar que a inspeção não é só
feita nos passageiros, mas também em todos os funcionários do aeroporto,
bagagens de mão e despachadas, carga, mercadorias vendidas nas lojas
localizadas na Área Restrita de Segurança (ARS) e equipamentos e
ferramentas utilizadas pelos funcionários. (FERREIRA, 2019, p.15).

Estas medidas foram adotadas principalmente depois da ocorrência da


tragédia do 11 de setembro de 2001 quando aconteceu um ataque terrorista em dois
aviões acedendo o alerta para as ameaças terroristas contra a aviação civil e
demonstraram ainda a vulnerabilidade da segurança aérea. O ano de 2001 foi
considerado um marco para a segurança da aviação, pois se percebeu a
necessidade de reformular e também incrementar a legislação sobre a AVSEC.
Após esse atentado houve intensa deliberação acerca da proteção no setor e
buscou-se modernizar a legislação baseada nos parâmetros legais instituídos por
agências internacionais (CUNHA, 2010). Logo,

A fim de enfrentar essa situação, prevenindo e dissuadindo a prática desses


31

atos, com vistas à sua erradicação, era fundamental que o Brasil, ao


atualizar sua legislação de segurança da aviação civil, incorporasse as
novas normas e práticas recomendadas preconizadas nos ANEXOS à
Convenção da Aviação Civil Internacional, nos demais manuais e
documentos técnicos da OACI, garantindo que as medidas de segurança a
serem implementadas fossem compatíveis e proporcionais aos níveis de
ameaça identicados em seu território. Naquela época, o órgão regulador da
aviação civil era o DAC (Departamento de Aviação Civil), quando, em 24 de
setembro de 2003, o Comando da Aeronáutica aprovava a edição da ICA
58-53, que dispunha sobre o Programa Nacional de Segurança da Aviação
Civil, através da Portaria n.º 528/GC5. A partir daí, diversos dispositivos,
como, IACs (Instrução de Aviação Civil), Resoluções e Portarias, passavam
a regulamentar a matéria AVSEC no setor aéreo brasileiro (DIOGO, 2020,
p. 22).

Em 05 de maio de 2010 foi promulgado o Decreto nº 7.168 estabelecendo


o Programa Nacional de Segurança da Aviação Civil Contra Atos de Interferência
Ilícita. Que é um manual sobre a segurança na aviação civil propondo disciplinar as
medidas que são aplicadas para garantir a integridade tanto de passageiros quanto
de tripulantes, pessoal de terra e o público em geral. Trata ainda dos mecanismos
necessário para a segurança das aeronaves e das instalações dos aeroportos no
intuito de evitar os riscos oriundos de interferência ilícita que podem ser cometidos
no solo ou no voo (ANAC, 2022).
O programa, portanto, visa assegurar a Segurança de voo, evitando que
as pessoas coloquem em prática ameaças à aviação civil, que pode se dar a partir
da utilização de explosivos, sabotagem, armas de fogo, veículos e até mesmo por
meio das redes sociais e outros. Assim, cabe às autoridades mitigar os perigos de
uma ocorrência que coloque em risco o voo (DIOGO, 2020).
Segundo o PNAVSEC (2022) os tipos de atos de interferência que podem
ocorrer são o apoderamento ilícito de aeronave em voo e/ou em solo, manter refém
a bordo de aeronaves e em aeródromo, invasão de aeronave, aeroporto ou das
dependências de uma unidade aeronáutica, levar a bordo da aeronave ou em um
aeroporto armas, artefatos explosivos ou materiais perigosos com intenção
criminosa. Além disso, outros fatores também são considerados uma interferência
ilícita contra a aviação civil:

[...] uso de aeronave em serviço com propósito de causar morte, ferimentos


graves ou prejuízos graves à propriedade ou ao meio ambiente; 10/26 ICA
63-12/2021 g) comunicação de informação falsa que coloque em risco a
segurança de aeronave em voo ou no solo, dos passageiros, tripulação,
pessoal de terra ou público em geral, no aeroporto ou nas dependências de
32

instalação de navegação aérea; h) ataque a aeronaves utilizando Sistema


Antiaéreo Portátil; i) ataque a aeronaves utilizando arma de fogo; j)
interferência nos auxílios a navegação; k) interferência em sistema de
informação de missão crítica do SISCEAB; l) uso de drone que possa afetar
a segurança da aviação; e m) acionamento do código transponder 7500.
(MINISTÉRIO DA DEFESA, 2021, p. 11-12).

Podem ainda ocorrer ameaças por meio de ataques cibernéticos, em que


a Deep Web é utilizada por ser uma rede de difícil rastreamento. E também por meio
de armas QBRN ou armas químicas, radiológicas e nucleares. Diogo (2020, p. 27)
destaca que

[...] existem outras que também estão sendo visadas por grupos terroristas,
como, as áreas públicas dos aeroportos (áreas de check-in, saguão,
estacionamentos, etc), a utilização de drones (veículo aéreo não tripulado e
controlado remotamente que pode realizar inúmeras tarefas) e as ameaças
internas (sabotagens) praticadas por funcionários e/ou prestadores de
serviços, conhecidas no termo inglês como “insider threats”.

Nos casos de atos ilícitos os órgãos responsáveis são a administração


aeroportuária, a empresa aérea, o departamento de polícia federal (DPF) que
participa da elaboração e do cumprimento do PSA onde se define sua atuação tanto
direta ou indiretamente tanto em ações preventivas quanto repressivas. E, no caso
de prática de atos de interferência ilícita essa entidade é constituída como
autoridade policial que interage com outros órgãos e entidades para garantir a
segurança na aviação civil. Acrescenta-se que as respostas a tais interferências
deve se dar pelo COMAER em casos onde a aeronave está em voo, após
decolagem até o pouso ou até que o avião deixe o espaço aéreo brasileiro, a
administração aeroportuária atua a partir do pouco até a formação do Grupo de
Decisão, esse grupo é coordenado pelo DPF e o grupo tático que começa a agir ao
ser definida a retomada da aeronave mediante deliberação do grupo de decisão
(MINISTÉRIO DA DEFESA, 2021).
Para que as medidas sejam aplicadas de forma concisa, sem que haja
falhas, adota-se, segundo o Decreto 11.195/2022, ações como as estabelecidas nos
artigos 81, 82, 83, 84, 87 e 88. O artigo 81, segundo a legislação brasileira,
estabelece trata da implementação de controles gerais de acesso aos aeroportos no
que ser refere a passageiros, tripulantes, empregados da administração e demais
pessoas bem como deve se atentar para o acesso de veículos, bagagens, cargas,
33

correio e outras mercadorias. O fornecimento de manutenção de equipamentos para


realizar inspeções de segurança também é necessário (BRASIL, 2022)
Essa inspeção de passageiros está prevista no artigo 82 e é realizada nos
passageiros e nas bagagens de mão no intuito de garantir a prevenção de acesso
do passageiro aos aviões com armas, explosivos, artefatos QBRN1 ou substâncias e
materiais que são proibidos. Ou seja, as inspeções de passageiros e bagagens são
essenciais para a segurança do voo.
O artigo 83 da referida legislação estabelece que essa inspeção de
passageiros e de bagagens de mão deve acontecer antes do acesso à aeronave ou
à ARS, conforme determina a ANAC. A inspeção é realizada a partir de instrumentos
de segurança como detectores de metais, RX, ETD e outros. E é possível também a
combinação de mais de uma técnica para esse serviço, conforme estabelece o
artigo 84.
Assim, os mecanismos de segurança tem sido implementados visando
reduzir os riscos existentes das ameaças de interferência ilícita. E novas tecnologias
têm surgido no intuito de potencializar a segurança nos aeroportos a fim de impedir
que novas interferências coloquem a vidas das pessoas tanto a bordo quanto em
solo, em perigo. Para tanto, são utilizados detectores de metais que utilizam campo
eletromagnético que é desligado quando alguém passa por ele com um metal e
então soa um alarme (DIOGO, 2020).
Pode-se ainda realizar uma busca pessoal no intuito de identificar itens de
qualquer natureza que sejam considerados suspeitos e, possam colocar o voo em
risco (art. 87). Nesses casos, deve-se proceder com uma inspeção manual para
reconhecer objetos suspeitos observados durante a inspeção de bagagem de mão
por RX ou ETD (artigo 88).
Os equipamentos de raio-X que examinam objetos e atravessam qualquer
superfície seja ela orgânica ou mista. O detector de traços sopra um vento que
movimenta minipartículas presas ao corpo para um coletor que as analisa
automaticamente, se for observada alguma substância ilícita soa um apito. Os cães
farejadores K9 são treinados para encontrar drogas e explosivos ao vasculhar
bagagens. A tomografia computadorizada detecta explosivos e outros tipos de

1
Dispositivo composto de material químico, biológico, radiológico ou nuclear que pode provocar
danos em pessoas, aeronaves ou ambientes.
34

ameaças a partir da digitalização em alta velocidade espiral e, por fim, o scaner de


corpo que identifica objetos presentes no corpo sem a necessidade de retirar roupa
ou algum tipo de contato físico. A biometria também já é utilizada para identificar
pessoas a partir de suas características pessoais e únicas (DIOGO, 2020).
Estas medidas são realizadas por inspeção de profissionais da ANAC,
Polícia Federal entre outros agentes e profissionais que são alocados para garantir a
segurança dos passageiros e tripulantes. Deve-se ainda, impedir que os passageiros
que não atendam os requisitos de segurança tenham acesso às ARS e o fato seja
comunicado à empresa aérea, por meio de formulário apropriado a fim de que o
embarque seja negado em razão do passageiro não atender as condições gerais de
transporte. Essas medidas devem ser aplicadas diariamente nos aeroportos afim de
garantir a segurança de todos os profissionais e pessoas que passam diariamente
pelos aeroportos e que ainda estão alocadas em algum voo.
Assim, a proteção da aviação civil contra interferência ilícita ocorre a partir
da adoção de determinar práticas recomendadas. Nesses casos, o Anexo 17 da
OACI é uma destas práticas, que contém determinadas diretrizes acerca dos
mecanismos de segurança que devem ser adotados contra os atos de interferência
ilícita. Conta com medidas administrativas e de coordenação para concretizar níveis
aceitáveis na proteção de passageiros. Determina ainda as obrigações da
companhias aéreas em complementação às normas dos aeroportos (FERREIRA,
2020).
A Convenção de Tóquio de 1963 trata de atos cometidos a bordo que
possam colocar em risco a segurança da aeronave, pessoas ou bens. A Convenção
de Haia de 1970, promulgada a partir do Decreto nº 70.210 em 1972 no país, propõe
a instituição de medidas a fim de evitar os riscos de interferência e de demais atos
violentos (FERREIRA, 2020).
A Convenção de Montreal datada de 1971 produziu importantes
transformações no setor de segurança para companhias aéreas, aeroportos,
usuários e entidades envolvidas no transporte aéreo. Contém um plano de ação
abrangente estipulado após os ataques de 11 de setembro de 2001. A Convenção
de Pequim de 2010 estabeleceu instrumentos para repressão como a Convenção
sobre a Repressão de Atos Ilícitos Relativos à Aviação Civil Internacional e o
Protocolo Adicional à Convenção.
35

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A realização desta pesquisa se deu no intuito de compreender os


instrumentos que têm sido utilizados nos aeroportos para realizar inspeções de
segurança nos passageiros a fim de garantir que atos ilícitos não provoquem
acidentes com aviões, como o acontecido em 11 de setembro de 2011 em que
terroristas sequestraram aviões, nos Estados Unidos e os utilizaram como arma de
destruição em massa.
Durante a pesquisa foi apresentada a evolução da aviação desde os
primeiros aeroplanos que foram desenvolvidos séculos atrás e se mostraram como o
início de uma importante transformação na sociedade que passou a buscar meios
para melhorar a invenção e torna-la o que é atualmente. Sendo que o avião é hoje
um importante meio de transporte de cargas e pessoas, rápido e seguro.
Contudo, alguns acontecimentos ao longo do tempo demonstraram a
necessidade da instituição de novos mecanismos de segurança na aviação civil a
fim de evitar ameaças de interferência de atos ilícitos contra voos a fim de evitar
ataques e ameaças terroristas. Os órgãos responsáveis e reguladores instituíram
diversos mecanismos voltados a potencializar a segurança para que a atividade da
aviação civil seja cada vez mais segura para os passageiros, tripulantes e pessoas
no solo.
Viu-se, que as interferências de atos ilícitos contra a aviação civil
compreendem o apoderamento e destruição de aeronaves, manter reféns a bordo,
invadir aeronaves e aeroportos, adentrar aviões e aeroportos com armas, artefatos e
substâncias perigosas, uso da aeronave para matar, ferir ou provocar prejuízos,
realizar falsas comunicações a fim de colocar em riso a segurança da aeronave,
ataques com sistemas antiaéreos portáteis ou armas de fogo, ou interferir nos
equipamentos de navegação e no sistema de informação de missão crítica, utilizar
drones para atacar a segurança da aviação e acionar o código transponder 7500.
Todos esses atos são responsáveis por afetar a segurança da aviação civil e devem
ser reprimidos.
Para tanto, foram estabelecidos instrumentos por meio de regulamentos e
convenções para potencializar a segurança nos aeroportos visando minimizar os
riscos das interferências de atos ilícitos. Desta forma, viu-se que se desenvolveram
36

mecanismos destinados a proteger a aviação civil e afastar os riscos nos aeroportos.


No Brasil, uma das medidas adotadas é a AVSEC que propõe procedimentos de
segurança da aviação civil. Além disso, foram instituídas normas e regulamentos
que mitigam os riscos à aviação civil, como a adoção de equipamentos de raio X,
detector de metais e de traços, cães farejadores, tomografia computadorizada,
scaner de corpo e até a biometria. São realizadas inspeções, seguindo as normas,
tanto nos passageiros quanto nas bagagens de mão a fim de garantir melhor
segurança.
Conclui-se que a segurança da aviação civil é fator de grande importância
para o setor aeroportuário, pois evita que os aviões sejam utilizados como
ferramentas de ataque e destruição em massa. Além disso, ampliar cada vez mais
os instrumentos de segurança é importante para os usuários, que se sentem mais
protegidos.
Essa pesquisa teve algumas limitações relacionadas às inúmeras normas
e regulamentos adotados ao redor do mundo sobre a segurança na aviação civil.
Sugere-se que estudos futuros apontem mais detalhes sobre como os órgãos
relacionados à aviação civil no Brasil atuam em parceira contra a interferência de
atos ilícitos no setor.
37

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38

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