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Rio de Janeiro
2019
FABIANO NASCIMENTO DE PAULA
Rio de Janeiro
2019
FABIANO NASCIMENTO DE PAULA
__________________________________________
Prof.ª Dra. Daniele Dionísio da Silva
Orientadora IRID/UFRJ
__________________________________________
Prof. Me. Cláudio Rogério de Andrade Flôr
Coorientador EGN
__________________________________________
Prof. Dr. Diogo Monteiro Dario
Membro interno IRID/UFRJ
__________________________________________
Prof. Me. Carolina Ambinder de Carvalho
Membro externo EGN
Dedico este trabalho aos meus pais que
me orientaram na formação humana, à
minha irmã que tanto incentiva o meu
crescimento profissional e à minha
esposa e filho que, durante os últimos
cinco anos, praticaram a virtude da
paciência, diante da minha contínua
leitura e solitude, indispensáveis à
pesquisa cientifica.
Agradeço a Deus por me permitir mais
uma realização.
DE PAULA, Fabiano Nascimento. O efetivo alcance das ações de Segurança Pública Portuária para
as vias navegáveis brasileiras de 1988 a 2018. Rio de Janeiro, 2019. Monografia (Bacharelado em
Defesa e Gestão Estratégica Internacional) – Instituto de Relações Internacionais e Defesa,
Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2019.
DE PAULA, Fabiano Nascimento. The effective scope of Port Public Safety actions for Brazilian
waterways from 1988 to 2018. Rio de Janeiro, 2019. Monograph (Bachelor of Defense and
International Strategic Management) - Institute of International Relations and Defense, Federal
University of Rio de Janeiro January 2019.
The research investigates or achieves the scope of Port Public Security actions for
Brazilian waterways, from the Federal Constitution of 1988 to 2018. To address the
problem, the work presents the general and effective extension of Public Safety in
waterways. To this end, the second chapter deals specifically with Public Security, its
actors, the meaning of port, its scope and port authorities. The third chapter
describes how Public Safety actions for ports and terminals. The fourth chapter
identifies inherent actions in the waterways. It is in the extra fifth chapter of the result
of the comparison between actions taken in ports and in waterways. The applied
methodology consists on a basic approach research, with exploratory descriptive
objective, performed through bibliographic and documentary survey, the hypothetical-
deductive method, and qualitative approach. It is verified that Public Safety actions
for waterways are not effective, having regulatory gaps. Concepts are clarified,
environments are compared and it is exposed the interaction between agencies.
Tabela 1 - Relação dos 19 PO administrados pela União por meio das DOCAS ...... 23
Tabela 2 – Os 18 PO delegados aos municípios, estados ou consórcios públicos ... 23
Tabela 3 - Relação dos 39 Portos Fluviais sob competência da SEP ....................... 24
Tabela 4 - Principais características das três gerações de SPP em 30 anos ............ 42
Tabela 5 - Ações práticas de SPP nos Portos e Terminais (ano 2018-2019)............ 43
Tabela 6 - Definição dos tipos de navegação do ponto de vista jurídico ................... 45
Tabela 7 - Detalhamento da extensão de cada uma das 12 Regiões Hidrográficas . 49
Tabela 8 - Ações de SPP nas VN, executadas por órgãos policiais e não policiais .. 55
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
1 INTRODUÇÃO 15
2 SEGURANÇA PÚB. E ÓRGÃOS; O PORTO E SUA AMPLITUDE 18
2.1 SEGURANÇA PÚB. E ÓRGÃOS À LUZ DA CONST. FEDERAL DE 1988 18
2.2 DEFINIÇÃO DE PORTO SOB O PONTO DE VISTA NORMATIVO 19
2.3 COMPETÊNCIA AUTORIDAD. PORT. E A ABRANGÊNCIA DOS PORTOS 22
3 AÇÕES SEG. PÚB. PORTOS E TERMINAIS DO BRASIL DE 1988-2018 26
3.1 SEG. PÚB. PORTUÁRIA: DEFINIÇÃO, ABRANGÊNCIA E ÓRGÃOS 26
3.2 EVOLUÇÃO NORMATIVA-INSTITUCIONAL DA SPP CARACTERIZADA EM
TRÊS GERAÇÕES: 1988 A 1993, 1993 A 2002, E 2002 A 2018 28
3.2.1 1ª geração SPP (Ciclo 1888-1993): CF88 à Lei Mod. dos Portos 28
3.2.2 2ª geração SPP (Ciclo 1993-2002): Lei de Mod. dos Portos ao PNSPP 29
3.2.3 3ª geração SPP (Ciclo 2002-2018): Código ISPS à contemporaneidade 34
4 AÇÕES DE SEG. PÚB. PARA AS VN BRASILEIRAS DE 1988 A 2018 44
4.1 CONCEITOS DE VN E HIDROVIAS, E OS TIPOS DE NAVEGAÇÃO 44
4.2 ABRANGÊNCIA DAS VIAS NAVEGÁVEIS E DAS VIAS MARÍTIMAS 46
4.3 AÇÕES PRÁTICAS DE SEGURANÇA PÚBLICA NAS VIAS NAVEGÁVEIS 53
5 CONCLUSÕES 56
REFERÊNCIAS 60
ANEXO A – MODELO DE DECLARAÇÃO DE CUMPRIMENTO 68
ANEXO B – MOD. REL. VERIF. EXPED. TERMO APTID DEC. PROTEÇ. 69
ANEXO C – OFÍCIO-CIRCULAR Nº 14/2015/CONPORTOS/SENASP-MJ 70
ANEXO D – RELATÓRIO OCORRÊNCIA INCIDENTES DE PROTEÇÃO 71
ANEXO E – MODELO DE DECLARAÇÃO DE PROTEÇÃO 72
15
1 INTRODUÇÃO
1
Disponível em: https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,piratas-saqueiam-r-100-milhoes-por-ano-na-
amazonia,70001900595. Acesso em: 06 nov. 2019.
2
Disponível em: https://br.sputniknews.com/brasil/2018092612301223-coari-pcc-capital-piratas/. Acesso em: 06
nov. 2019.
3
Disponível em: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2019/05/27/trafico-ameaca-pescadores-que-se-
recusam-a-levar-armas-e-drogas-pela-baia-de-guanabara-no-rj.ghtml. Acesso em: 06 nov. 2019.
4
Disponível em: http://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2015/05/piratas-causam-panico-e-mortes-em-rios-e-
embarcacoes-no-am-ro-e-pa.html. Acesso em: 06 nov. 2019.
5
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019/09/piratas-atacam-velejadores-ancorados-no-
litoral-da-bahia.shtml. Acesso em: 06 nov. 2019.
6
Disponível em: https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/duas-toneladas-de-maconha-sao-
apreendidas-no-lago-de-itaipu-2r232ocvdw3jnea2ywiae9aha/. Acesso em: 06 nov. 2019.
16
lado, o mesmo termo com letra minúscula tem o significado de dever, direito ou
atividade, por exemplo de fiscalização e de regulação.
Uma outra abordagem singular para a correta compreensão desse estudo, é
que a palavra “ações” de Segurança Pública Portuária significa um termo guarda-
chuva, ou seja, uma expressão abrangente sob a qual está incluso os diversos tipos
de iniciativas de Estado. Quanto à Segurança Pública nos portos, terminais e vias
navegáveis.
Essas ações são os atos normativos nacionais, internacionais, e as medidas
operacionais executadas pelos órgãos de Estado.
Para equacionar a problemática, a pesquisa apresenta e discute de forma
geral a efetiva extensão da Segurança Pública às hidrovias. Para tanto, discorre de
forma específica sobre a Segurança Pública, seus atores, a definição de porto, sua
abrangência e autoridades portuárias. Descreve detalhadamente as ações de
Segurança Pública para os portos e terminais. Identifica as ações inerentes para as
vias navegáveis e, finalmente, compara as ações realizadas nos portos e nas vias
navegáveis.
O trabalho propõe a ideia de que as vias navegáveis brasileiras são
abordadas pelo Estado como objetos secundários de Segurança Pública. Parte-se
da visão empírica de que uma parcela dos atores estatais e da sociedade civil
possuem um profundo conhecimento de que essas vias são espaços vitais para o
transporte de pessoas e produtos, enquanto a outra parte desses atores, possui uma
compreensão superficial sobre a relevância das vias navegáveis.
Sobre a metodologia aplicada, a presente monografia é uma pesquisa de
finalidade básica, com objetivo descritivo exploratório, realizado por meio de
levantamento bibliográfico e documental, executada pelo método hipotético-
dedutivo, com abordagem qualitativa.
Em relação ao conteúdo, no capítulo 2 o aspecto fundamental é a definição
de porto e interface navio/porto, pois, tanto um quanto o outro conceito são
parâmetros básicos para delimitar a área a ser certificada pelo Código Internacional
para Proteção de Navios e Instalações Portuárias (Código ISPS). Outro aspecto que
chama atenção é a dimensão do Sistema Portuário Nacional (SPN) que conta com
mais de 600 instalações portuárias classificadas em diversas categorias.
17
7
As águas marítimas são os espaços que se estendem para além do território e das águas interiores nos quais o
Brasil exerce jurisdição, em algum grau, sobre atividades, pessoas, instalações, embarcações e recursos
naturais.
18
Quer isso dizer que as interações locais, que ocorrem entre um navio e um
porto, se estendem a todas as outras ações que por acaso envolvam o fluxo de
pessoas e de produtos para o navio ou proveniente dele, ou ainda, as ações
relativas à prestação de serviços portuários ao navio, quando essas afetarem direta
e imediatamente o navio.
Assim, por exemplo, ao entregar suprimento ao navio, por via aquaviária ou
terrestre, uma agência marítima, seus veículos, funcionários ou serviços enquadrar-
se-ão no escopo do conceito de interface navio/porto, ainda que estejam fisicamente
distantes, em terra ou em mar.
Essa verificação é importante para a Segurança Pública Portuária, pois a
correta interpretação da definição de instalação portuária, de interface navio/porto e
seus limites é o parâmetro que determinará o espaço físico, objeto da certificação do
governo. Ou seja, qual é delimitação da área a ser certificada? Até que parte da
instalação portuária a administração portuária será obrigada a prover serviços de
segurança? Isso será apreciado mais à frente.
9
NOTA - Além dos 19 PO, estão também sob administração das DOCAS outros portos e terminais, a saber:
CODESA abrange o Porto de Capuaba; CDP abrange os Portos de Altamira, Itaituba e Óbidos, Terminal
Portuário de Outeiro e Terminal Petroquímico de Miramar.
23
Tabela 1 - Relação dos 19 PO administrados pela União por meio das DOCAS
De acordo com a Lei nº 12.815, em seu capítulo II, seção IV, artigo 15, a
delimitação das áreas dos PO é disposta por ato do Presidente da República, “a
partir de proposta da Secretaria de Portos da Presidência da República [abreviação
SEP]” (BRASIL, 2013, p. 06). Compete à SEP “[...] promover a execução de medidas
[...] ao desenvolvimento [...] dos portos e terminais [...], bem como dos outorgados às
companhias docas” (BRASIL, 2007, p. 01).
Com a criação da SEP em 2007, as IP4 não passaram à sua competência,
cabendo ao Ministério do Transporte e ao Departamento Nacional de Infraestrutura
de Transporte (DNIT) a responsabilidade por essas instalações portuárias de
pequeno porte (BRASIL, 2013, p. 19).
Para aplicar essa divisão de competência, a SEP e o Ministério dos
Transportes baixaram a Portaria Interministerial nº 24, de 11 de fevereiro de 2015,
que, em seu artigo 1º, estabeleceu 122 IP4 no âmbito do Sistema Nacional de
Viação (SNV) (BRASIL, 2015, p. 05); “Assim, os demais Portos Fluviais não
definidos como IP4, continuaram sendo apenas Portos Fluviais” (MINISTÉRIO DA
INFRAESTRUTURA, 2015).
Dessa forma, estão sob a competência da SEP um total de 76 portos, sendo
39 Portos Fluviais não classificados com IP4, e 37 PO (MINISTÉRIO DA
INFRAESTRUTRA, 2015). A Tabela 3 relaciona-os:
10
O Comandante da Marinha é a Autoridade Marítima, ou seja, “é o representante legal do país, responsável,
dentre outras atribuições, pelo ordenamento e regulamentação das atividades da Marinha Mercante, cabendo a
ele promover a implementação e a execução da Lei de Segurança do Tráfego Aquaviário (LESTA), com o
propósito de assegurar a salvaguarda da vida humana, a segurança da navegação, no mar aberto e hidrovias
interiores, e a prevenção da poluição ambiental por parte de embarcações, plataformas ou suas instalações de
apoio.” Disponível em: https://www.marinha.mil.br/cprs/autoridademaritima. Acesso em: 22 nov. 2019.
30
11
Todos esses termos relacionados às zonas marítimas serão esclarecidos mais à frente
12
É um método de análise que utiliza o raciocínio lógico e a dedução para concluir algo, partindo do geral para
individual. Por exemplo, todo mamífero tem pelo; ora, todos os gatos são peludos; logo, os gatos são mamíferos.
13
É uma forma de generalizar a partir de situações particulares, no entanto, é um método mais suscetível a erros
do que a dedução. Por exemplo, a galinha tem asa é uma ave. A águia tem asa é uma ave. Logo, todos os seres
com asa são aves
32
no Amazonas. Assim, poderia estar havendo carência de pessoal. Outro ponto é que
a atividade de polícia marítima demanda recursos significativos, naturais da
atividade náutica. E além da atividade ostensiva, os NEPOM executam atividades
administrativas como o despacho de fiscalização de navios.
Reiterando que ainda dentro do Ciclo 1993-2002 da Segurança Pública
Portuária, a CONPORTOS baixa a Resolução nº 2, de 02 de dezembro de 2002 e
cria a 1ª edição do PNSPP para os PTVN brasileiros (BRASIL, 2002, p.1). Dito de
uma outra forma, a Comissão Nacional, em trabalho conjunto às Comissões
Estaduais, lança o Programa do PNSPP, como sendo um plano de ações com o
objetivo de “aperfeiçoar o sistema de segurança pública nos portos, terminais e vias
navegáveis” (BRASIL, 2002, p. 4).
Assim, a CONPORTOS conclui a 1ª edição do Programa, considerando
finalmente que em primeiro lugar a integração dos órgãos das CESPORTOS é
fundamental para criação de um Sistema Nacional de Segurança Pública, em
segunda ordem que as ações visam difundir ao povo a ideia de segurança e a
percepção de presença, em terceiro que as medidas contribuem para diminuir o
“Custo Brasil” facilitando as importações e exportações, e por fim, que o intuito do
Plano é fornecer um horizonte do como e para onde se desejar chegar (BRASIL,
2002, p. 23).
De forma mais pragmática, o PNSPP, em seu capítulo I, ratifica as
competências da CONPORTOS, em seu capítulo II, simultaneamente, ratifica as
atribuições das CESPORTOS e sintetiza as normativas individuais de cada órgão
componente das Comissões Estaduais; e, por último, no capítulo III, o Programa
inova, prevendo oito ações e quatro compromissos com foco nos PTVN (BRASIL,
2002, p. 18-23).
O primeiro dos compromissos, direcionado ao crime organizado e ao
narcotráfico, prevê ações operacionais de combate ao contrabando, ao descaminho
e ao narcotráfico, priorizando nove portos nas Unidades Federativas de SP, RJ, PE,
PA, AM, ES, PR, RS e SC; o incremento da vigilância; e a ampliação dos NEPOM
14
Essas percepções sobre carências relativas aos NEPOM não foram verificadas nessa pesquisa por falta de
disponibilidade de dados em fontes abertas. O que permite uma lacuna de dados que pode ser aprofundada em
trabalhos direcionados.
33
com a criação de sete Núcleos nas Cidades de Rio Grande/RS, Itajaí/SC, Vitória/ES,
Paranaguá/PR, Foz do Iguaçu/PR, Recife/PE e Belém/PA (BRASIL, 2002, p. 18-20).
O segundo acordo consiste no controle de entrada e saída de armas do país
por meio de ações de intensificação da fiscalização e do recolhimento de armas de
infratores. O terceiro encargo trata das questões de repressão de roubo e furto de
cargas, tendo como ações a intensificação da fiscalização em embarcações,
contêineres e depósitos alfandegados. E, o quarto e último compromisso, que
fomenta a utilização do Subsistema de Inteligência de Segurança Pública (SISP)
através do uso dos dados disponibilizados por esse Sistema aos representantes da
CESPORTOS (BRASIL, 2002, p. 18-22).
Considerando os dados coletados na pesquisa, observa-se que o Programa
PNSPP não sofreu revisão desde sua 1ª edição de 02 de dezembro de 2002. Assim,
Plano Nacional encontra-se há 17 anos sem atualização.
Além disso, o PNSPP foi baixado no Brasil 10 dias antes da adoção do
Código ISPS pela IMO. E, apesar da proximidade de tempo, o Plano Nacional não
faz referência ao Código Internacional nem prevê ameaças internacionais, conforme
item 15.11 da parte B (CÓDIGO ISPS, 2002, p. 36):
15
O Código ISPS é um manual de segurança para navios e instalações portuárias. A partir de suas diretrizes
gerais, medidas de proteção são formuladas após primeiramente uma avaliação metodológica dos riscos e em
seguida a elaboração de um plano de segurança projetados por entidade especializadas e homologados pelo
governo brasileiro. Ao fim dessa sistemática, o governo brasileiro, por meio da Comissão Coordenadora dos
Assuntos da IMO no Brasil (CCA-IMO), comunica à Organização Marítima Internacional (IMO) que, por sua vez,
registra no Global Integrated Shipping Information System (GISIS) todas os navios de bandeira brasileira e os
portos e terminais certificados, isto é, dotados de um padrão internacional mínimo de segurança para proteção
do transporte marítimo internacional.
35
16
MODU é sigla de Mobile Offshore Drilling Units ou Unidades Móveis de Perfuração Marítimas que significa um
navio capaz de se engajar em operações de perfuração para a exploração ou a explotação de recursos abaixo
do leito marítimo, tais como hidrocarbonetos líquidos ou gasosos, enxofre ou sal. Disponível em:
https://www.ccaimo.mar.mil.br/sites/default/files/solas_indice-2014_2.pdf. Acesso em: 22 nov. 2019.
36
17
EAR é o Estudo de Avaliação de Risco cujo objetivo é mensurar os ativos, as ameaças, as vulnerabilidades e
as consequências a fim de identificar os riscos em segurança orgânica, à luz das recomendações e diretrizes do
Código ISPS e das Resoluções da CONPORTOS.
18
PSPP é o Plano de Segurança Pública Portuária cujo objetivo é documentar a forma de aplicação das medidas
propostas para proteger instalações portuárias e navios, pessoas, cargas, unidades de transporte de cargas e
provisões do navio dentro da instalação portuária, dos riscos de um incidente de proteção assinalados no Estudo
de Avaliação de Risco, conforme definido no Código ISPS. Uma observação curiosa é o fato de que a abreviação
PSPP é utilizada de 2003 até 2018, a partir de então a letra “P” é retirada, passando a sigla a ser escrita PSP,
isto é, Plano de Segurança Portuária. A mudança deu-se no âmbito da Resolução nº 52, de 20 de dezembro de
2018.
19
O Relatório STATUS GERAL – ALFA detalha a situação quanto à certificação das instalações portuárias
brasileiras até 31 de dezembro de 2010. O documento com 11 páginas pode ser acesso em:
http://www.pf.gov.br/servicos-pf/seguranca-portuaria/arquivos-e-
normas/conportos_instalacoes_certificadas.pdf/@@download/file/conportos_instalacoes_certificadas.pdf.
20
Declaração de Cumprimento (DC) é um documento que certifica uma instalação portuária, atestando que
cumpre as disposições do Capítulo XI-2 da Convenção SOLAS 74/88 e da Parte A do Código ISPS, bem como o
previsto no seu PSP aprovado pelo Governo Brasileiro (CONPORTOS). Ato contínuo a Secretaria-Executiva da
CONPORTOS promove a publicação do ato em Diário Oficial da União e os registros aplicáveis, perante a
Comissão Coordenadora dos Assuntos da Organização Marítima Internacional no Brasil - CCA-IMO. V. anexo A
– MODELO DE DECLARAÇÃO DE CUMPRIMENTO.
21
Termo de Aptidão é um documento [de caráter provisório, ou seja, não é mais utilizado], que a CONPORTOS,
representante do Governo Brasileiro, declarava que uma instalação portuária estaria apta a emitir uma
Declaração de Proteção para um navio. V. anexo B – MODELO DE RELATÓRIO DE VERIFICAÇÃO PARA
EXPEDIÇÃO DO TERMO DE APTIDÃO PARA DECLARAÇÃO DE PROTEÇÃO.
37
22
SSP é o Supervisor de Segurança Portuária cuja certificação o atribui uma responsabilidade solidária para com
a atividade de segurança pública portuária, conforme indicado no item 2 do Ofício-Circular nº
14/2015/CONPORTOS/SENASP-MJ, de 18 de dezembro de 2015. V. anexo C – OFÍCIO-CIRCULAR Nº
14/2015/CONPORTOS/SENASP-MJ.
23
O Curso Especial de Supervisor de Segurança Portuária (CESSP) capacita os profissionais para realização
das tarefas e responsabilidades estipuladas no Código ISPS e nas Resoluções da CONPORTOS. O profissional
é certificado por 3 anos, sendo a reciclagem realizada por EAD. Alguns requisitos: ser brasileiro ou português;
bons antecedentes; quitação com a Justiça Eleitoral e Militar, se homem; conclusão do ensino superior; vínculo
empregatício com o porto ou terminal. Disponível em: http://www.pf.gov.br/servicos-pf/seguranca-
portuaria/RESOLUON52DE20DEDEZEMBRODE2018DirioOficialdaUnioImprensaNacional.pdf/view. Acesso em:
25 nov. 2019.
24
ROIP é Relatório de Ocorrência de Incidentes de Proteção cujo objetivo é registrar os Incidentes de Proteção,
sejam ilícitos penais ou não, que interfiram diretamente nas operações portuárias ou ponham em risco a
estrutura da instalação, navio ou a integridade das pessoas. Uma observação é o fato de que a partir de 2018 a
38
expressão “Ilícitos Penais”, utilizada desde 2004, passa a ser substituída pela expressão “incidentes de
proteção”, mantendo a mesma abreviação “ROIP”. Essa mudança ocorre no âmbito da Resolução nº 52, de 20
de dezembro de 2018. V. anexo C – RELATÓRIO DE OCORRÊNCIA DE INCIDENTES DE PROTEÇÃO.
25
RIP é o Relatório Estatístico de Ilícitos Penais é uma competência da CONPORTOS cujo objetivo é manter um
acompanhamento estatístico dos ilícitos penais e dos resultados das investigações e das punições aplicadas
pelos órgãos das CESPORTOS que ato contínuo encaminham, mensalmente, os ROIP à CONPORTOS. O RIP,
instituído pela Resolução nº 21, de março de 2004 foi extinto pela Resolução nº 52, de 20 de dezembro de 2018.
26
Declaração de Proteção (DP) é o documento por meio do qual a instalação portuária e o navio acordam as
medidas de proteção, incluindo as adicionais, à luz do Código ISPS e do previsto no seu Plano de Segurança
Portuária aprovado pela CONPORTOS. V. anexo D – MODELO DE DECLARAÇÃO DE PROTEÇÃO.
39
27
Nível de Proteção 1 é um estado de risco para o qual medidas mínimas de segurança são mantidas
permanentemente. O NP1 para portos e terminais certificados no Brasil foi determinado pela CONPORTOS a
partir de 2003, por meio da Resolução nº 33. O nível 1 é a situação normal do dia a dia.
28
Nível de Proteção 2 é um estado de risco mais elevado para o qual medidas adicionais de segurança são
mantidas por um período de tempo. O NP2 para portos e terminais é determinado pelas CESPORTOS nas UF.
29
Nível de Proteção 3 é um estado de risco, diante de uma ameaça provável ou iminente para a qual medidas
adicionais específicas de segurança são mantidas por um período limitado. O NP3 para navios, portos e
terminais é determinado pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República.
30
Notícia veiculado pelo portal G1. Disponível em: https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/porto-
mar/noticia/2019/10/27/estivadores-ocupam-navio-pela-2a-vez-vez-e-sao-detidos-pela-pf-que-eleva-nivel-de-
seguranca-no-porto-de-santos.ghtml. Acesso em: 22 nov. 2019.
40
31
Criada pela lei nº 9.984 de 2000, a Agência Nacional de Águas (ANA) é a agência reguladora dedicada a
fazer cumprir os objetivos e diretrizes da Lei das Águas do Brasil, a lei nº 9.433 de 1997. A agência não é um
órgão de Segurança Pública Portuária, porém seus conceitos sobre definição de vias navegáveis foram
utilizados nessa pesquisa. Disponível em: https://www.ana.gov.br/acesso-a-informacao/institucional/sobre-a-
ana. Acesso em: 24 nov. 2019.
45
Fonte: ANTAQ.
47
Fonte: ANTAQ.
32
Salvo disposição em contrário ao artigo 5 da Convenção CNUDM, a linha de base normal utilizada para
medir a largura do mar territorial é a linha de baixa-mar ao longo da costa, tal como indicada nas cartas
marítimas de grande escala, reconhecidas oficialmente pelo Estado costeiro. Por outro lado, nos locais em
que a costa apresente recortes profundos e reentrâncias ou em que exista uma franja de ilhas ao longo da
costa na sua proximidade imediata, pode ser adotado o método das linhas de base retas que unam os pontos
apropriados para traçar a linha de base a partir da qual se mede a largura do mar territorial. Disponível em:
http://www.iea.usp.br/noticias/documentos/convencao-onu-mar. Acesso em: 25 nov. 2019.
51
Tabela 8 - Ações de SPP nas VN, executadas por órgãos policiais e não policiais
Fonte: Elaborado pelo autor (2019), utilizando fontes de portais do governo e de notícias
56
5 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
______. Indicadores de Tonelada Útil (t) e Tonelada por Quilômetro Útil (TKU) do Transporte
de Cargas na Navegação Interior e na Cabotagem. Brasília, ago. 2015. Site:
www.portal.antaq.gov.br. Disponível em: http://portal.antaq.gov.br/wp-
content/uploads/2017/03/Transporte-de-Cargas-nas-Hidrovias-Brasileiras-2015-TKU.pdf. Acesso
em: 05 ago. 2019.
______. Lei nº 7.102, de 20 junho de 1983. Dispõe sobre segurança para estabelecimentos
financeiros, estabelece normas para constituição e funcionamento das empresas
particulares que exploram serviços de vigilância e de transporte de valores, e dá outras
providências. Brasília, DF: Presidência da República, [1983]. Disponível em:
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/declei/1940-1949/decreto-lei-6378-28-marco-1944-389489-
publicacaooriginal-1-pe.html. Acesso em: 15 jun. 2019.
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Renovação da Marinha Mercante - AFRMM e o Fundo da Marinha Mercante - FMM, e dá
outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, [2004]. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.893.htm. Acesso em: 20 jun.
2019.
______. Lei nº 12.379, de 06 de janeiro de 2011. Dispõe sobre o Sistema Nacional de Viação -
SNV; [...] e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, [2011]. Disponível
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______. Lei nº 12.815, de 05 de junho de 2013. Dispõe sobre a exploração direta e indireta
pela União de portos e instalações portuárias e sobre as atividades desempenhadas pelos
operadores portuários; [...] e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República,
[2013]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12815.htm.
Acesso em: 30 jun. 2019.
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