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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS
BACHARELADO EM CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

JOSÉ DIONIZIO CRISOSTOMO DE BRITO JÚNIOR

DESENVOLVIMENTO DE UM PROJETO DE ALARME PARA INCÊNDIO NUMA


UNIVERSIDADE PÚBLICA

MOSSORÓ
2020
JOSÉ DIONIZIO CRISOSTOMO DE BRITO JÚNIOR

DESENVOLVIMENTO DE UM PROJETO DE ALARME PARA INCÊNDIO NUMA


UNIVERSIDADE PÚBLICA

Monografia apresentada a Universidade


Federal Rural do Semi-Árido como requisito
para obtenção do título de Bacharel em
Ciência e Tecnologia.

Orientador: Olympio Cipriano Da Silva Filho

MOSSORÓ
2020
© Todos os direitos estão reservados a Universidade Federal Rural do Semi-Árido. O conteúdo desta obra é de
inteira responsabilidade do (a) autor (a), sendo o mesmo, passível de sanções administrativas ou penais, caso
sejam infringidas as leis que regulamentam a Propriedade Intelectual, respectivamente, Patentes: Lei n°
9.279/1996 e Direitos Autorais: Lei n° 9.610/1998. O conteúdo desta obra tomar-se-á de domínio público após a
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pesquisas, desde que a obra e seu (a) respectivo (a) autor (a) sejam devidamente citados e mencionados os seus
créditos bibliográficos.

B862d Brito, José Dionizio Crisostomo de Brito Júnior.


DESENVOLVIMENTO DE UM PROJETO DE ALARME PARA
INCÊNDIO NUMA UNIVERSIDADE PÚBLICA / José Dionizio
Crisostomo de Brito Júnior Brito. - 2020.
37 f. : il.

Orientador: Olympio Cipriano da Silva Filho .


Monografia (graduação) - Universidade Federal
Rural do Semi-árido, Curso de Ciência e
Tecnologia, 2020.

1. Norma brasileira. 2. Gestão de segurança. 3.


Medidas de proteção. 4. Proteção Passiva. 5.
Incêndio. I. , Olympio Cipriano da Silva Filho,
orient. II. Título.

O serviço de Geração Automática de Ficha Catalográfica para Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC´s) foi desenvolvido pelo
Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (USP) e gentilmente cedido para o Sistema de
Bibliotecas da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (SISBI-UFERSA), sendo customizado pela Superintendência de
Tecnologia da Informação e Comunicação (SUTIC) sob orientação dos bibliotecários da instituição para ser adaptado às
necessidades dos alunos dos Cursos de Graduação e Programas de Pós-Graduação da Universidade.
JOSÉ DIONIZIO CRISOSTOMO DE BRITO JÚNIOR

DESENVOLVIMENTO DE UM PROJETO DE ALARME PARA INCÊNDIO NUMA


UNIVERSIDADE PÚBLICA

Monografia apresentada a Universidade


Federal Rural do Semi-Árido como requisito
para obtenção do título de Bacharel em
Ciência e Tecnologia.

Defendida em: 09 / 12 / 2020.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________
Olympio Cipriano Da Silva Filho, Prof. Dr (UFERSA)
Presidente

________________________________________________
Silvanete Severino Da Silva, Prof. Dr. (UFERSA)
Membro Examinador

________________________________________________
Fabiana Karla De Oliveira Martins Varella Guerra, Prof. Dr. (UFERSA)
Membro Examinador
“Os sonhos das pessoas... não têm fim!”
(Marshall D. Teach – One Piece)
RESUMO

O objetivo deste estudo é desenvolver um sistema de alarme de incêndio para um


complexo acadêmico de uma universidade pública quanto à NBR 17240/2010, o qual
demonstrou o processo de avaliação e o dimensionamento de todos os componentes que
envolve um sistema de acionamento manual de alarme de incêndio. A metodologia da
pesquisa tem uma aplicação real, descrevendo o passo a passo da criação do projeto, presando
a qualidade e não a quantidade, já que a hipótese de um projeto mal dimensionado é
prejudicial. Além disto, a metodologia foi baseada em procedimento já determinados na
literatura, normas brasileiras e documentos. Baseia-se num estudo de caso. Nas instalações
que não possuem sistema de alarme de incêndio observa-se uma crescente demora no combate
às chamas, o acionamento do corpo de bombeiros, no acionamento da brigada de incêndio e o
esvaziamento do público da edificação, portanto, a aplicação das recomendações de
adequação aos aspectos técnicos da NBR 17240 e da instrução técnica do corpo de bombeiros
militar do estado do Rio Grande do Norte Nº 19/2018 é de suma importância para solucionar
o problema de como alertar a todos em tempo hábil, dentro da situação-problema proposta.
Ao final, conclui-se que os objetivos são atendidos e a pergunta resta respondida com a
confirmação da hipótese, indicando que se faz necessário a adoção de parâmetros e
orientações descritas nas normas, para que se desenvolva um projeto de alarme de incêndio
satisfatório para sua real finalidade.

Palavras-chave: Norma brasileira. Gestão de segurança. Medidas de proteção. Proteção


Passiva. Incêndio.
ABSTRACT

The objective of the study is to develop a fire alarm system for an academic complex
of a public university regarding NBR 17240/2010, to qualify the evaluation process and the
dimensioning of all components that involve a manual alarm system of fire alarm. fire. The
research methodology has a real application, describing the step by step of creating the
project, considering the quality and not the quantity, since the hypothesis of a poorly sized
project is harmful. In addition, the methodology was based on procedures already determined
in the literature, Brazilian standards and documents. It is based on a case study. In
installations that do not have a fire alarm system, there is an increasing delay in fighting
flames, firing the fire brigade, firing the fire brigade and emptying the building's public,
therefore, the application of the adequacy recommendations the technical aspects of NBR
17,240 and the technical instruction of the military fire brigade of the state of Rio Grande do
Norte No. 19/2018 is of paramount importance to solve the problem of how to alert everyone
in a timely manner, within the proposed problem situation. In the end, it is concluded that the
objectives are met and the question remains answered with the probability of the hypothesis,
indicating that it is necessary to adopt parameters and guidelines in the standards, in order to
develop a satisfactory fire alarm project for its real goal.

Keywords: Brazilian standard. Security management. Protective measures. Passive Protection.


Fire.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Exemplo de sistema................................................................................................. 14


Figura 2 – Acionador ................................................................................................................ 15
Figura 3 – Sirene Eletrônica Tipo Corneta ............................................................................... 15
Figura 4 – Central de Incêndio ................................................................................................. 16
Figura 5 – Conexão em classe A .............................................................................................. 16
Figura 6 – Conexão em classe B .............................................................................................. 17
Figura 7 – Hidrante sem botoeira de alarme de incêndio próximo .......................................... 19
Figura 8 – Hall de entrada, ideal para instalação da Central de alarme de incêndio ................ 20
Figura 9 – Corredor, ideal para possível instalação de acionador manual ............................... 20
Figura 10 – Exemplo de Aplicação .......................................................................................... 23
Figura 11 – Modelo de instalação típica de acionador manual ................................................ 24
Figura 12 – Central de Alarme de Incêndio CIE 1125 ............................................................. 25
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Quantitativa dos dispositivos a serem instalados.................................................... 26


Tabela 2 – Corrente elétrica de cada circuito ........................................................................... 26
Tabela 3 – Quantidades, tipos e modelos ................................................................................. 27
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


CBMRN Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio Grande do Norte
CBPF Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas
ISO Organização Internacional de Normalização
IT Instrução Técnica
NBR Norma Brasileira Regulamentadora
SDAI Sistema de Detecção e Alarme De Incêndio
UFERSA Universidade Federal Rural do Semi-Árido
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 10
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................................... 12
2.1 NORMAS QUE REGULAMENTAM UM SISTEMA DE ALARME DE INCÊNDIO ........... 12
2.2 CARACTERÍSTICAS DE UM SISTEMA DE DETECÇÃO E ALARME DE INCÊNDIO .... 13
2.2.1 Termos e Definições............................................................................................................. 14
2.2.2 Planejamento ........................................................................................................................ 17
2.2.3 Projeto .................................................................................................................................. 18
2.3 DEFINIÇÕES PARA A LOCALIZAÇÃO DE CADA COMPONENTE DO SISTEMA ......... 18
3 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................... 19
4 RESULTADOS .................................................................................................................... 21
4.1 LEVANTAMENTO E ANÁLISE DOS EQUIPAMENTOS DO SISTEMA............................. 22
4.1.1 Informações Gerais .............................................................................................................. 22
4.1.2 Classe do Sistema ................................................................................................................. 23
4.1.3 Sistema de Acionamento ...................................................................................................... 23
4.1.4 Sistema de Alarme Sonoro ................................................................................................... 24
4.1.5 Fiação ................................................................................................................................... 24
4.1.6 Central de Alarme ................................................................................................................ 25
4.1.7 Infraestrutura ........................................................................................................................ 26
4.2 DETALHAMENTO DO SISTEMA ........................................................................................... 26
4.2.1 Circuitos do Sistema............................................................................................................. 26
4.2.2 Corrente do Sistema ............................................................................................................. 26
4.2.3 Lista de Materiais ................................................................................................................. 27
4.3 DETALHES DO EXECUTIVO.................................................................................................. 28
4.4 MANUTENÇÃO DO SISTEMA................................................................................................ 28
5 CONCLUSÃO...................................................................................................................... 30
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 32
APÊNDICE A – Projeto de Alarme de Incêndio - Térreo .................................................. 34
APÊNDICE B – Projeto de Alarme de Incêndio – 1° Pavimento ...................................... 35
APÊNDICE C – Projeto de Alarme de Incêndio – 2° Pavimento ...................................... 36
APÊNDICE D – Projeto de Alarme de Incêndio – 3° Pavimento ...................................... 37
10

1 INTRODUÇÃO

A revista IstoÉ (2019) compilou os seguintes dados sobre o incêndio do hospital


Badim, no bairro do Maracanã, na zona Norte do Rio de Janeiro, em que 14 pessoas morreram
asfixiadas ou pelo desligamento de aparelhos que garantiam suas funções vitais.
Até a quinta-feira 19 de setembro de 2019, havia mais 52 vítimas internadas, sendo 43
pacientes e nove funcionários e familiares. As imagens das câmeras de segurança do hospital
mostraram os acontecimentos que antecederam as chamas. Onde falhas de procedimento
ficaram expostas e revelaram como um incidente que poderia ter sido controlado ganhou
dimensões exorbitantes.
Os relógios das câmeras indicaram uma demora de pelo menos oito minutos no alerta
do incêndio e no disparo da ordem de evacuação. O primeiro curto-circuito no gerador
localizado no subsolo do prédio antigo do hospital não foi contido adequadamente.
O incêndio no hospital Badim causou enorme comoção nacional. Todas as pessoas que
morreram eram idosas com idades entre 66 e 98 anos. Assim que o prédio começou a ser
evacuado, parte dos pacientes era colocada em colchões nas calçadas em torno do hospital e
passaram a receber um atendimento primário. O incêndio acabou controlado duas horas
depois do início, às 20h15.
Nessa perspectiva, em caso de emergência a agilidade é crucial. – Neste caso mais
especificamente um incêndio – para que a detecção do fogo seja no estado inicial.
Possibilitando o abandono rápido e seguro dos ocupantes do edifício, para que as ações de
combate ao fogo sejam iniciadas. Evitando a perda de vidas, do patrimônio e contaminação do
meio ambiente.
Portanto, indaga-se: Como se dimensiona a quantidade ideal de dispositivos e o tipo
do sistema, bem como a localização ideal de cada equipamento para um projeto de alarme de
incêndio?
Então, o objetivo da presente pesquisa é desenvolver de forma satisfatória, um projeto
de alarme de incêndio para o novo Centro de Engenharias I da UFERSA Mossoró.
Para tanto, foram delineados os seguintes objetivos específicos:
 Descrever as principais características de um sistema de alarme de incêndio;
 Listar os principais tópicos das normas que regulamentam um sistema de
alarme de incêndio no estado do Rio Grande do Norte;
11

 Identificar a melhor localização para instalação de cada componente do


sistema;
 Elaborar um projeto de sistema de alarme de incêndio para o Centro de
Engenharias I da UFERSA Mossoró.
Parte-se da hipótese de que uma quantidade indevida e a escolha errada do tipo de
sistema atrapalham a ação imediata do combate a chama, pois quando se negligencia a adoção
de normas técnicas regulamentadoras, apenas restaram estratégias ineficientes para o real
objetivo, que é nada menos, que salvar vidas em caso de sinistro.
Assim para viabilizar o teste da hipótese, a pesquisa tem uma aplicação real,
descrevendo passo a passo a criação de um projeto, presando a qualidade e não a quantidade,
testando a hipótese de que um projeto mal dimensionado é prejudicial e no procedimento foi
consultado livros, documentos e estudo de caso.
Na primeira seção, são descritas as principais características de um sistema de alarme
de incêndio, bem como sua característica complementar a um sistema de combate a incêndio.
Na segunda seção, apresenta-se uma lista com os principais tópicos das normas que
regulamentam um sistema de alarme de incêndio no estado do Rio Grande do Norte,
explicando o porquê a norma assumiu determinada orientação.
Na terceira seção, faz-se um levantamento para identificar a melhor localização para
instalação de cada componente do sistema de alarme de incêndio.
De todo exposto, o objetivo desse trabalho é o desenvolvimento de forma satisfatória,
de um projeto de alarme de incêndio para o prédio do Centro de Engenharias I da UFERSA
Mossoró.
12

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Esta seção apresenta os conceitos teóricos necessários para execução do trabalho de


pesquisa, abordando normas, documentos e instruções técnicas. Mostrando as características
de um sistema de alarme de incêndio e como realizar a definição mais importante desse
trabalho de pesquisa.

2.1 NORMAS QUE REGULAMENTAM UM SISTEMA DE ALARME DE INCÊNDIO

No Brasil, ainda há poucas normas regulamentadoras e legislação para auxiliar e


orientam profissionais de várias áreas no que diz respeito a sistema de detecção e alarme de
incêndios. Dentre essas normas, destacam-se as orientações contidas na ABNT NBR
17240/2010 – Sistemas de Detecção e Alarme de Incêndio – Projeto, Instalação,
Comissionamento e Manutenção de Sistemas de Detecção e Alarme de Incêndio – Requisitos
e a NR23 – Proteção Contra Incêndio.
A ABNT NBR 17240 foi elaborada no Comitê Brasileiro de Segurança Contra
Incêndio ABNT/CB-24, pela Comissão de Estudo de Sistemas de Detecção e Alarme de
Incêndio CE-24:202.03. O Projeto circulou em Consulta Nacional conforme edital nº 01, de
13.01.2010 a 15.03.2010, com o número de Projeto 24:202.03-005.
Vale salientar que existem ainda algumas divergências entre a NR 23 e alguns
Códigos de Prevenção de Incêndio Estaduais. Para obter o licenciamento junto ao Corpo de
Bombeiros do estado, a empresa ou profissional deverá elaborar um projeto de incêndio e
submetê-lo à aprovação desta entidade.
As normas relacionadas são indispensáveis à aplicação da norma ABNT NBR
17240/2010. Para referências datadas, aplicam-se somente as edições citadas. Para referências
não datadas, aplicam-se as edições mais recentes do referido documento.
 ABNT NBR 5410 - Instalações elétricas de baixa tensão;
 ABNT NBR ISO 7240-1 - Sistemas de detecção e alarme de incêndio – Parte 1:
Generalidades e definições;
 ABNT NBR ISO 7240-5 - Sistemas de detecção e alarme de incêndio – Parte 5:
Detectores de temperatura pontuais;
13

 ABNT ISO/TR 7240-14 - Sistemas de detecção e alarme de incêndio – Parte 14:


Diretrizes para esboçar códigos de prática para projeto, instalação e uso de sistemas de
detecção e alarme de incêndios em e ao redor de edificações;
 ISO 7240-7, Fire detection and alarm systems – Part 7: Point-type smoke detectors
using scattered light, transmitted light or ionization;
 ISO 7240-15, Fire detection and alarm systems – Part 15: Point type fire detectors
using scattered light, transmitted light or ionization sensors in combination with a heat
sensor.
 Recomendações e procedimentos de proteção nos laboratórios do CBPF - Centro
Brasileiro de Pesquisas Físicas.
Para o estado do Rio Grande do Norte, o corpo de bombeiros utiliza da Instrução
Técnica Nº 19/2018 Sistema de Detecção e Alarme de Incêndio, que tem como principal
objetivo estabelecer os requisitos mínimos necessários para o dimensionamento dos sistemas
de detecção e alarme de incêndio, na segurança e proteção de uma edificação.
Percebesse que o trabalho poderia ter sido realizado com uma pesquisa mais ampla em
bibliografias, para analisar melhor a localização de acionadores e classe de sistema ideal para
cada ambiente. Já que devido a limitação nos recursos bibliográficos, só foi possível analisar
de forma dedutiva.

2.2 CARACTERÍSTICAS DE UM SISTEMA DE DETECÇÃO E ALARME DE INCÊNDIO

Para Seito (2008, p.201), um Sistema de Detecção e Alarme de Incêndio (SDAI) é


constituído basicamente pelos seguintes componentes: detectores automáticos de incêndio,
acionadores manuais, painel de controle (central), meios de aviso (sinalização), fonte de
alimentação elétrica e infraestrutura (eletrodutos e circuitos elétricos).
Seito (2008, p.201) ainda define que o SDAI possui três elementos básicos dentro do
conceito operacional do sistema, que podemos descrevê-los como detecção, processamento e
aviso (sinalização). O primeiro elemento (detecção) é a parte do sistema que “percebe”
(detecta) o incêndio. O segundo elemento envolve o processamento do sinal do detector de
incêndio ou acionador manual enviado do local do fogo até a central de processamento ou
central de alarme. Por último, o sistema de processamento da central ativa o aviso por meio de
sinalização visual e/ou sonora, com o objetivo de alertar os ocupantes e também acionar
dispositivos auxiliares para operação de outros sistemas (como por exemplo: sistema de
14

controle de fumaça, pressurização das escadas, abertura e fechamento de portas ou dampers,


acionamento de elevadores ao piso de descarga, acionar chamadas telefônicas etc.).
Segundo Azzi (2013, p.12), uma instalação deve possuir uma central com função de
recepção e tratamento dos avisos vindos dos detectores (fumaça, chamas, térmicos)
sinalizando a zona afetada e transmitindo o alarme.
A Figura 1 apresenta um exemplo de sistema de alarme.

Figura 1 – Exemplo de sistema

Fonte: (AZZI, 2013, p.12)

2.2.1 Termos e Definições

Segundo a ABNT NBR 17240/2010, os seguintes termos e definições são aplicados:


 Alarme é um sinal ou condição alertando uma emergência;
 Acionador manual é um dispositivo para a iniciação manual de um alarme;
15

Figura 2 – Acionador

Fonte: (INTELBRAS S/A, 2018, p.2)

 Avisador é um dispositivo sonoro e/ou visual, previsto para alertar as pessoas de


situações de incêndio;

Figura 3 – Sirene Eletrônica Tipo Corneta

Fonte: (WALMONOF, 2020, p.1)

 Central é o equipamento através do qual os detectores podem ser energizados e que:


a) É usado para aceitar um sinal de detecção e ativar o sinal de alarme de
incêndio e também pode ser requisitado para indicar a localização do incêndio
e memorizar quaisquer dessas informações.
b) Se requisitado, é capaz de passar o sinal de detecção de incêndio para o
equipamento de transmissão de incêndio, por exemplo, a brigada de incêndio
ou através do controle para equipamento automático de proteção contra
incêndio para, por exemplo, uma instalação de extinção automática.
16

c) É usado para automaticamente supervisionar o correto funcionamento do


sistema e dar um aviso sonoro e visual de falhas especificadas.

Figura 4 – Central de Incêndio

Fonte: (INTELBRAS S/A, 2018, p.2)

 Classe A é um circuito supervisionado, no qual existe uma fiação de retorno à central,


partindo do último elemento. Este anel formado deve ser alimentado pelos dois
extremos desde a central em caso de uma interrupção da continuidade da fiação. O
retorno deve ter trajeto distinto da fiação de ida.

Figura 5 – Conexão em classe A

Fonte: (INTELBRAS S/A. Manual de Usuário CIE 1125, 2019, p.22)


 Classe B é todo circuito supervisionado no qual não existe a fiação de retorno à
central, de forma que uma eventual interrupção deste circuito implique paralisação
parcial ou total de seu funcionamento.
17

Figura 6 – Conexão em classe B

Fonte: (INTELBRAS S/A. Manual de Usuário CIE 1125, 2019, p.23)

 Circuito de comando é o circuito destinado a comandar equipamentos relacionados ao


sistema de incêndio.
 Circuito de detecção é o meio de transmissão que conecta pontos ao equipamento de
controle e indicação.
 Circuito supervisionado é o circuito elétrico cuja integridade é continuamente
monitorada pela central.

2.2.2 Planejamento

A ABNT NBR 17240/2010 recomenda uma definição por escrito de responsabilidades


para cada fase de planejamento de um sistema de detecção e alarme de incêndio. Um
documento deve ser assinado pelas pessoas responsáveis, descrevendo em detalhes seus
campos de responsabilidade, para evitar áreas indefinidas e sobreposição com outras
responsabilidades. E que as empresas e/ou profissionais responsáveis pelo planejamento do
sistema tenham experiência comprovada na área de tecnologia de detecção e alarme de
incêndio.
O ideal é que haja uma coleta de dados como, por exemplo: planta de edificação,
informações sobre os materiais combustíveis a serem protegidas e a quantidade de pessoas
que trafega no ambiente.
18

2.2.3 Projeto

Para o projeto, a ABNT NBR 17240/2010 informa que os sistemas de detecção e


alarme de incêndio devem conter todos os elementos necessários ao seu completo
funcionamento, de forma a garantir a detecção de um princípio de incêndio, no menor tempo
possível.
Ainda conforme a ABNT NBR 17240/2010, com base nos dados levantados na fase de
planejamento, devem ser definidos o tipo de sistema de detecção e o tipo de detector
apropriado para cada ambiente a ser protegido, levando-se em consideração a sensibilidade do
detector e o tempo de resposta do sistema. Deve ser elaborado um memorial descritivo,
descrevendo claramente as premissas de detecção, arquitetura do sistema, interfaces com
outros sistemas, lógica de funcionamento e ações a serem tomadas para cada evento do
sistema. Este documento é o resultado de toda a fase de planejamento e a base para a seleção
dos componentes do sistema de detecção e alarme de incêndio.
Existem dois tipos principais de sistemas de alarme de incêndio, que são os
convencionais e os endereçáveis. A principal diferença é de como é feita a leitura de cada
componente de acionamento do sistema pela central.

2.3 DEFINIÇÕES PARA A LOCALIZAÇÃO DE CADA COMPONENTE DO SISTEMA

Os detalhes para execução gráfica do projeto técnico devem atender aos


procedimentos exigidos pelo Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio Grande do Norte
(CBMRN), conforme IT/CBMRN 04/18 – Símbolos gráficos para projeto de segurança contra
incêndio.
A IT/CBMRN 19/18 ainda define que a distância máxima a ser percorrida por uma
pessoa, em qualquer ponto da área protegida até o acionador manual mais próximo, não deve
ser superior a 30 metros. Os acionadores manuais devem estar localizados preferencialmente
junto aos hidrantes, e nos edifícios com mais de um pavimento, deve ser previsto pelo menos
um acionador manual em cada pavimento.
19

3 MATERIAIS E MÉTODOS

Para realização do projeto, foi escolhido o Centro de Engenharias I que faz parte da
estrutura da Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA, pois o mesmo, apesar de
ter sido entregue em 2019 não possui um projeto de sistema de alarme de incêndio para
complementar o atual projeto de combate e prevenção contra incêndios. O prédio em questão
é um local de afluência de público pois abriga a maior parte dos laboratórios dos cursos de
engenharia do centro, além de abrigar grande quantidade de salas de docentes em seu último
pavimento.
Em um primeiro momento, será realizado o estudo/análise das instalações já existentes
no referido prédio, bem como o levantamento das adequações necessárias serão realizadas em
concordância com o Código de Segurança e Prevenção contra Incêndio e Pânico do Estado do
Rio Grande do Norte. Para essa análise, foram utilizados os seguintes recursos:
 Vistoria no próprio local dos dispositivos de segurança presentes no complexo;
 Registros Fotográficos;
 Entrevistas com os usuários dos laboratórios, para verificação das necessidades e
riscos existentes;
 Estudo de adequação das instalações aos critérios estabelecidos pelo código do
CBMRN;
 AutoCad, para realizar o apontamento do tipo e local de cada equipamento.

Figura 7 – Hidrante sem botoeira de alarme de incêndio próximo

Fonte: Autoria Própria.


20

Figura 8 – Hall de entrada, ideal para instalação da Central de alarme de incêndio

Fonte: Autoria Própria.

Figura 9 – Corredor, ideal para possível instalação de acionador manual

Fonte: Autoria Própria.


21

4 RESULTADOS

Um projeto de detecção e alarme de incêndio inicia com a verificação das informações


e análise dos riscos de cada ambiente da edificação em estudo, pois esta é fundamental para
que se conheçam e dimensionem os equipamentos necessários à manutenção da segurança do
Centro de Engenharias I.
Quanto às documentações, a ABNT NBR 17240/2010 orienta coletar os seguintes
documentos da edificação do projeto, tais como:
 Plantas da edificação (planta baixa, cortes etc.);
 Levantamento do material combustível do ambiente a ser protegido;
 Descrição das condições ambientais, tais como:
o Temperatura;
o Atmosferas corrosivas, agressivas ou poluídas;
o Nível de ruído, visibilidade etc.;
o População fixa e flutuante;
 Descrição da infraestrutura do ambiente (por exemplo, sistema de controle de fumaça,
pressurização de escadas, ventilação, ar-condicionado, comunicação, eletricidade,
brigada de incêndio, rotas de fuga, controle de elevadores etc.);
 Outros sistemas a serem controlados e/ou supervisionados pelo sistema de detecção e
alarme de incêndio (por exemplo, sistemas de combate automático de incêndio,
sistemas de sprinklers);
 Outros sistemas a serem interligados ao sistema de detecção e alarme de incêndio (por
exemplo, sistemas de controle de acesso e supervisão predial);
 Normas ou códigos específicos pertinentes ao projeto a ser desenvolvido.
Segundo a UFERSA (2019) o referido complexo tem 7.030,97 m² de área construída
distribuída em três pavimentos e térreo, no qual, além da diretoria, sala de reuniões e auditório
possui laboratório de mecânica dos solos, laboratório de misturas asfálticas, laboratório de
estruturas, laboratório de materiais de construção, laboratório de técnicas construtivas,
laboratório de projetos mecânicos, laboratório de usinagem, laboratório de ensaios mecânicos
e laboratório de soldagem.
O primeiro pavimento possui 02 laboratórios de expressão gráfica com as respectivas
salas de monitoria e sala de plotagem, laboratório de termodinâmica e transferência de calor,
laboratório de máquinas térmicas, laboratório de mecânica dos fluidos, laboratório de
22

máquinas hidropneumáticas, laboratório de vibrações, laboratório de metalografia e


microscopia, laboratório de PAC, laboratório de geoprocessamento, laboratório de hidráulica
mecânica computacional e laboratório de saneamento.
O 2º pavimento contém o laboratório de função dos transportes, laboratório de
simulação, laboratório de engenharia de poços, laboratório de escoamento e refino,
laboratório de petrofísica, laboratório de fluidos, laboratório de termodinâmica, laboratório de
reatores, laboratório de processos biotecnológicos, laboratório de instrumentação e controle
de processos químicos, sala de aula para engenharia química e laboratório de operações
unitárias. Já no 3º pavimento está locado laboratório de engenharia eletroquímica, o
laboratório de processos físico-químicos e inorgânicos, uma sala de reagentes, uma sala de
apoio aos laboratoristas, quatro coordenadorias e as salas dos docentes.

4.1 LEVANTAMENTO E ANÁLISE DOS EQUIPAMENTOS DO SISTEMA

Visando atender exigências normativas, foi realizado um levantamento das instalações


do Centro de Engenharias I através de visitas e registro fotográficos. Por meio desse material,
foi verificada a existência de 12 hidrantes, sendo 3 em cada pavimento e térreo. Há a
existência de sistemas de sprinklers e vários extintores cuja quantidade não foram
determinadas por não interferir no projeto.
A respeito dos hidrantes, foi observado que todos eles possuem mangueiras novas
dentro do abrigo e vidro em ótimas condições, porém com ausência de botoeira de alarme. O
prédio não possui outros sistemas a serem interligados ao sistema de detecção e alarme de
incêndio (por exemplo, sistemas de controle de acesso e supervisão predial).

4.1.1 Informações Gerais

O sistema de alarme de incêndio é composto de uma central e alarme endereçável,


acionadores manuais endereçáveis, avisadores sonoros tipo sirene. São utilizados para cada
pavimento um circuito para interligar os acionadores e apenas em um pavimento será ligado o
circuito para os avisadores sonoros tipo sirene, sendo dois circuitos independentes,
totalizando cinco circuitos em toda a instalação.
23

Figura 10 – Exemplo de Aplicação

Fonte: Autoria Própria.

4.1.2 Classe do Sistema

A classe do sistema define a forma de alimentação dos componentes do alarme. Este


sistema é de classe A, onde existe fiação de retorno para central assim como foi visto na
figura 5, cada circuito inicia na central de alarme e chega a todos os pontos onde se localizam
os componentes do sistema, e depois retornam para a central, onde caso haja algum problema
com a fiação de um lado o sistema continua funcionando normalmente pelo outro.

4.1.3 Sistema de Acionamento

O sistema de acionamento é composto por acionadores manuais endereçáveis. O


acionamento é efetuado com a quebra do vidro localizado na parte frontal do dispositivo. Os
acionadores utilizam um par de fios para se comunicarem com a central. Cada pavimento
possui um circuito para o sistema de acionamento.
24

Figura 11 – Modelo de instalação típica de acionador manual

Fonte: ABNT NBR 17240/2010

4.1.4 Sistema de Alarme Sonoro

O sistema de alarme sonoro é composto por avisadores sonoro tipo sirene


convencionais. Os avisadores utilizam um par de fios para se comunicarem com a central. Os
sinalizadores possuem um circuito independente.

4.1.5 Fiação

Segundo a NBR 17240, condutores elétricos devem ser de cobre, rígidos ou flexíveis,
e ter isolação não propagante à chama, que resista à temperatura maior ou igual a 70 °C. Os
fios e cabos singelos devem possuir tensão de isolação mínima de 600 Vca e bitola adequada,
sendo a mínima permitida de 0,75 mm2. Os condutores elétricos de cabos multipartes, devem
possuir tensão de isolação mínima de 300 Vca e bitola adequada, sendo a mínima permitida
de 0,50 mm2.
Quando utilizados fios ou cabos elétricos sem blindagem, são necessários meios de
proteção mecânica e contra indução eletromagnética. Nestes casos devem ser utilizados
eletrodutos metálicos rígidos ou flexíveis, calhas e bandejamentos metálicos fechados, de uso
exclusivo do sistema de detecção de incêndio.
25

Em caso de utilização em eletrodutos não metálicos, calha ou bandejamento aberto,


perfilados, ou quaisquer meios sujeitos a interferências eletromagnéticas, os fios e cabos
devem ser necessariamente blindados, com as características de 6.8.2. A blindagem deve ser
devidamente aterrada na central, conforme a ABNT NBR 5410.

4.1.6 Central de Alarme

A central é um equipamento que suporta periféricos endereçáveis e se comunica com


cada periférico através de um par de fios. A central possui portas independentes para os
sistemas de detecção/acionamento e sinalização. As portas identificadas como “laço” são
utilizadas para interligar o sistema de detecção e acionamento, as portas identificadas como
“sirenes” são utilizadas para interligar o sistema de sinalização. A mesma possui bateria
interna localizada no interior da central.

Figura 12 – Central de Alarme de Incêndio CIE 1125

Fonte: (INTELBRAS S/A, 2018, p.1)


26

4.1.7 Infraestrutura

A infraestrutura para o sistema é composta de eletrodutos de aço galvanizado de bitola


¾” dispostos de forma aparente e/ou embutidos. Os eletrodutos devem ser da cor vermelha e
devem ser dedicados ao sistema de alarme de incêndio.

4.2 DETALHAMENTO DO SISTEMA

No apêndice A encontra-se o projeto de localização da central, bem como a partir de


qual quadro de força a central é alimentada. As localizações dos equipamentos de
acionamento e de aviso sonoro estão descritas nos apêndices A, B, C e D sendo cada apêndice
um pavimento do prédio.

4.2.1 Circuitos do Sistema

Na tabela 1 observar-se a quantidade e o tipo de dispositivos por pavimento a serem

instalados.

Tabela 1 – Quantitativa dos dispositivos a serem instalados

Nº Circuitos Total de
Nº de circuitos de Total de
Pavimento de Avisadores
alarme sonoro acionadores
Acionamento sonoros
Térreo 1 0 8 0
1 1 1 6 2
2 1 0 6 0
3 1 0 6 0
Fonte: Autoria Própria.

4.2.2 Corrente do Sistema

Na tabela 2 observar-se a corrente dos dispositivos em estado de vigília e alarme.

Tabela 2 – Corrente elétrica de cada circuito

Pavimento Circuito Potência em Corrente em estado Totais


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Vigília de Alarme [mA]

Aciona. Sinal. Aciona. Sinal.


Térreo Acionadores 3,2 - 16 - 19,2
1 Acionadores 2,4 - 12 - 14,4
1 Sirenes - 0 - 1200 1200
2 Acionadores 2,4 - 12 - 14,4
3 Acionadores 2,4 - 12 - 14,4
Totais Totais 10,4 1252 1262,4
Fonte: Autoria Própria.

4.2.3 Lista de Materiais

Na tabela 3 pode-se observar a lista de materiais que serão utilizados no projeto. Os


materiais referentes à infraestrutura e fiação devem ser utilizados conforme indicação
descrita, porém as quantidades devem ser levantadas pelo executor da obra.

Tabela 3 – Quantidades, tipos e modelos

Descrição Marca Modelo Quantidade


INTELBR
Central de Alarme CIE 1125 1
AS S/A
INTELBR
Acionador Manual AME 520 26
AS S/A
Sirene Walmonof SEA / 24V 2
Cabo blindado para sistema de A definir pelo
Cabo Sil
alarme de incêndio instalador
Eletroduto ¾” antichama classe A definir pelo
Eletroduto Wetzel B vermelho instalador
Caixa de passagem ¾” A definir pelo
Caixa de Passagem Wetzel
antichama classe B vermelho instalador
Curvas e luvas ¾” antichama A definir pelo
Curvas e Luvas Wetzel
classe B vermelho instalador
A definir
Acessórios Materiais para fixação e A definir pelo
pelo
complementares acessórios instalador
instalador
Fonte: Autoria Própria.
28

4.3 DETALHES DO EXECUTIVO

Para a empresa ou profissional qualificado que irá realizar a instalação, a ABNT NBR
17240/2010 orienta que:
 Todos os cabos devem possuir o sistema de blindagem devidamente aterrados;
 Todas as emendas do cabeamento devem ser feitas nos próprios dispositivos;
 Os cabos devem permanecer a uma distância mínima de 50 cm da fiação elétrica de
corrente AC;
 A alimentação da central deve ser efetuada através de um circuito dedicado com
sistema de proteção adequado ao equipamento;
 Seguir as recomendações do fabricante quanto ao uso de baterias auxiliares na
alimentação da central de alarme;
 Seguir instruções do fabricante quanto aos detalhes de endereçamento dos dispositivos
do sistema;
 Acionadores devem ser ativados adequadamente, e deve ser garantido que a central
seja ativada no máximo em 15 s, indicando corretamente o local ou a linha em alarme.

4.4 MANUTENÇÃO DO SISTEMA

Ainda para a ABNT NBR 17240/2010, o proprietário, ou possuidor a qualquer título


da edificação, é responsável pelo perfeito funcionamento do sistema, fabricante e o instalador
são corresponsáveis, desde que observadas às especificações de instalação e manutenção.
Cada projeto de sistema de alarme de incêndio deve estar acompanhado de memorial
descritivo como também cada equipamento com seu manual de instruções e procedimentos
que estabeleçam os pontos básicos de critérios de uso, ensaios e assistência técnica. As
manutenções preventivas devem ser feitas de acordo com o disposto abaixo:
a) Medição da corrente dos sistemas em cada circuito de detecção, alarme e comandos, e
comparação com a leitura realizada na manutenção anterior;
b) Verificação da supervisão em cada circuito de detecção, alarme e comandos;
c) Verificação visual do estado geral dos componentes da central e condições de
operação;
d) Verificação do estado e carga das baterias;
e) Medição de tensão da fonte primária;
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f) Ensaio funcional de todos os acionadores manuais do sistema, a cada três meses;


g) Ensaio funcional de todos os avisadores, a cada três meses;
h) Ensaio funcional de todos os comandos, incluindo os de sistemas automáticos de
combate a incêndio, a cada três meses;
i) Verificação se houve alteração nas dimensões da área protegida, ocupação, utilização,
novos equipamentos, ventilação, ar-condicionado, piso elevado, forro ou criação de
novas áreas em relação à última revisão do projeto;
j) Verificação de danos na rede de eletrodutos ou fiação.
30

5 CONCLUSÃO

A pesquisa teve como objetivo geral o desenvolvimento de forma satisfatória de um


projeto de alarme de incêndio para o prédio do Centro de Engenharias I da UFERSA
Mossoró. Constata-se que o objetivo geral foi atendido, pois o trabalho conseguiu demonstrar
um projeto de alarme de incêndio para complementar o atual projeto de prevenção e controle
a incêndio.
O objetivo especifico inicial era descrever as principais características de um sistema
de alarme de incêndio que foi atendido com intermeio da pesquisa da ABNT NBR
17240/2010, em seguida foi listado os principais tópicos das normas que regulamentam um
sistema de alarme de incêndio no estado do Rio Grande do Norte, estudando a IT/CBMRN
19/18. E depois, foi identificado a melhor localização para instalação de cada componente do
sistema, revisando os estudos das normas citadas. O objetivo especifico final era elaborar um
projeto de sistema de alarme de incêndio para o Centro de Engenharias I da UFERSA
Mossoró, que foi atendido com auxílio do Autocad e os conhecimentos adquiridos com a
pesquisa dos objetivos específicos anteriores.
A hipótese de que uma quantidade indevida e a escolha errada do tipo de sistema
atrapalha a ação imediata do combate a chama, é confirmada quando próprio Corpo de
Bombeiros submete o projeto a avaliações de conformidade das suas Instruções Técnicas.
Então depara-se com o seguinte problema: Como se dimensiona a quantidade ideal de
dispositivos e o tipo do sistema, bem como a localização de cada equipamento para um
projeto de alarme de incêndio? Esta pergunta foi completamente respondida com esse projeto
de pesquisa, onde a adoção das normas citadas acima é de suma importância para o projeto de
alarme ser aprovado.
A metodologia da pesquisa tem uma aplicação real, descrevendo passo a passo a
criação de um projeto, presando a qualidade e não a quantidade, testando a hipótese de que
um projeto mal dimensionado é prejudicial e no procedimento foi consultado livros,
documentos e estudo de caso. Onde foram coletadas fotos do local, avaliado projeto
arquitetônico por meio de Autocad e estudado as ABNT NBR 17240/2010 e da IT/CBMRN
19/18 localizados no site do Corpo de Bombeiro do Estado do Rio Grande do Norte.
Diante da metodologia proposta, percebesse que o trabalho poderia ter sido realizado
com uma pesquisa mais ampla em bibliografias, para analisar melhor a localização de
31

acionadores e classe de sistema ideal para cada ambiente. Já que devido a limitação nos
recursos bibliográficos, só foi possível analisar de forma dedutiva.
É recomendado que, além de um sistema eficiente, a capacitação de pessoas para o
correto manuseio dos equipamentos de segurança é fundamental, sendo indispensável à
formação de uma brigada de incêndio responsável pelas ações iniciais de combate às chamas.
32

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 17240: Sistemas de


detecção e alarme de incêndio: Projeto, instalação, comissionamento e manutenção de
sistemas de detecção e alarme de incêndio. Rio de Janeiro. 2010.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410: Instalações elétricas


de baixa tensão. Versão Corrigida. ABNT, 2008.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 7240-1: Sistemas de


detecção e alarme de incêndio – Parte 1: Generalidades e definições. ABNT, 2017.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 7240-5: Sistemas de


detecção e alarme de incêndio – Parte 5: Detectores de temperatura pontuais. ABNT, 2017.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 7240-14: Sistemas de


detecção e alarme de incêndio – Parte 14: Diretrizes para esboçar códigos de prática para
projeto, instalação e uso de sistemas de detecção e alarme de incêndios em e ao redor de
edificações. ABNT, 2017.

AZZI, Gabriel Luiz. Recomendações e procedimentos de proteção nos laboratórios do


CBPF. Rio de Janeiro. 2013.

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO RIO GRANDE DO NORTE. INSTRUÇÃO


TÉCNICA Nº 04/2018: Sistema de detecção e alarme de incêndio. Natal. 2018.

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO RIO GRANDE DO NORTE. INSTRUÇÃO


TÉCNICA Nº 19/2018: Sistema de detecção e alarme de incêndio. Natal. 2018.

Inaugurado Centro para abrigar 35 laboratórios das Engenharias. UFERSA. 2 ago.


2019. Disponível em: <https://assecom.ufersa.edu.br/2019/08/02/inaugurado-centro-para-
abrigar-35-laboratorios-das-engenharias/>. Acesso em: 12 jan. 2020.

INTELBRAS S/A. Acionador Manual. Disponível em: <https://www.intelbras.com/pt-


br/seguranca-eletronica/incendio>. Acesso em: 04 jan. 2020.

INTELBRAS S/A. Central de Alarme. Disponível em: <https://www. intelbras.com/pt-


br/seguranca-eletronica/incêndio>. Acesso em: 04 jan. 2020.

INTELBRAS S/A. Central de Alarme CIE 1125. Disponível em: <https://www.


intelbras.com/pt-br/central-de-alarme-de-incendio-enderecavel-cie-1125>. Acesso em: 13 jan.
2020.

INTELBRAS S/A. Manual do Usuário CIE 1125. Disponível em:


<https://backend.intelbras.com/sites/default/files/2019-
06/Manual_do_usuario_CIE%201125_1250_2500_02-19_Jun-19.pdf>. Acesso em:
12/01/2020
33

INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION ISO 7240-7, Fire


detection and alarm systems – Part 7: Point-type smoke detectors using scattered light,
transmitted light or ionization. ISO, 2013.

INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION ISO 7240-15, Fire


detection and alarm systems – Part 15: Point type fire detectors using scattered light,
transmitted light or ionization sensors in combination with a heat sensor. ISO, 2013.

SEITO, Alexandre Itiu, In: et al. A segurança contra incêndio no Brasil. São Paulo: Projeto
Editora, 2008.

VILARDAGA, V. A Chama do descaso. Disponível em: <https://istoe.com.br/a-chama-do-


descaso/>. Acesso em: 08/12/2020

WALMONOF. Sirene Eletrônica Tipo Corneta. Disponível em:


<https://www.walmonof.com.br/sirenes-eletronicas/60/sirene-eletronica-corneta>. Acesso em:
04 jan. 2020.
34

APÊNDICE A – Projeto de Alarme de Incêndio - Térreo


35

APÊNDICE B – Projeto de Alarme de Incêndio – 1° Pavimento


36

APÊNDICE C – Projeto de Alarme de Incêndio – 2° Pavimento


37

APÊNDICE D – Projeto de Alarme de Incêndio – 3° Pavimento

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