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MÓDULO 4

Informes Meteorológicos

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Aula 01: Estrutura da
Meteorologia Aeronáutica

1 Organização Meteorológica Mundial – OMM


World Meteorological Organization – WMO
A WMO tem sua sede em Genebra (Suíça) e tem como finalidade coordenar e
estimular o desenvolvimento da meteorologia no mundo.

O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), órgão vinculado ao Ministério da


Agricultura, Pecuária e Abastecimento representa o Brasil junto à Organização
Meteorológica Mundial.

A WMO criou 6 associações regionais para coordenar as atividades meteorológicas,


que são:
Região I: África; Região II: Ásia; Região III: América do Sul; Região IV:
Américas do Norte e Central; Região V: Pacífico Sudeste e Região VI: Europa.

2 Organização da Aviação Civil Internacional – OACI


International Civil Aviation Organization – ICAO
A OACI tem sua sede em Montreal, no Canadá, e tem como finalidade coordenar a
meteorologia aeronáutica e todas as atividades relacionadas à segurança da
aviação a nível internacional.

3 Rede de Centros Meteorológicos do SISCEAB


3.1 Objetivo

A rede de Centros Meteorológicos do SISCEAB tem por objetivo elaborar e fornecer


informações meteorológicas, visando ao apoio à navegação aérea, de acordo com as
atribuições específicas de cada Centro.

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3.2 Centro Integrado de Meteorologia Aeronáutica (CIMAER)

Com o intuito de promover o contínuo aperfeiçoamento das normas de Meteorologia


Aeronáutica no âmbito do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro, a
reedição desta Instrução tem como principal motivação a reestruturação da rede
de Centros Meteorológicos do SISCEAB com a implantação do CIMAER - Centro
Integrado de Meteorologia Aeronáutica, Organização do Comando da Aeronáutica,
que tem como principal finalidade integrar os serviços meteorológicos de análise,
vigilância e previsão, nas áreas das FIR e nos aeródromos, outrora prestados pelo
CNMA, pelos CMV e CMA-1, além de desenvolver atividades operacionais, de
estudos e projetos, de Meteorologia de Defesa, de Meteorologia Espacial e de
Climatologia Operacional.

O CIMAER tem em sua estrutura organizacional a Divisão de Operações, composta


de três subdivisões e um órgão operacional: Subdivisão de Climatologia
Operacional, Subdivisão de Estudos e Projetos, Subdivisão de Doutrina
Operacional e o Centro Meteorológico Integrado (CMI).

Este Centro é o órgão operacional do CIMAER que, para cumprir sua finalidade,
tem suas atividades apoiadas pelas demais subdivisões.

O Centro Integrado de Meteorologia Aeronáutica (CIMAER), Organização do


Comando da Aeronáutica (COMAER), designado a executar as atividades
operacionais de previsão e vigilância de Meteorologia Aeronáutica no âmbito do
SISCEAB.

O CIMAER é diretamente subordinado ao Departamento de Controle do Espaço


Aéreo (DECEA).

O CIMAER está localizado na cidade do Rio de Janeiro/RJ.

O CIMAER tem a finalidade de garantir a previsão e vigilância meteorológicas no


SISCEAB, fornecer prognósticos meteorológicos para o emprego aeronáutico,
apoiar as atividades relativas à Meteorologia de Defesa, gerenciar a aplicação da
climatologia para atender suas necessidades operacionais e a divulgação de
informações meteorológicas aeronáuticas e espaciais, bem como fomentar estudos
e intercâmbios, visando ao aprimoramento profissional e à qualidade na prestação
do serviço.

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Figura. Organograma CIMAER. ICA 105-17: Centros Meteorológicos. Fonte: Domínio Público.
Acesso em: 20 out. 2021.

4 Divisão de Operações (DO)


Tem por finalidade desenvolver, coordenar e controlar as atividades relacionadas
aos serviços de Meteorologia Aeronáutica, de Climatologia Operacional, de Estudos
e Projetos, Meteorologia de Defesa, Vigilância, Análise e Previsão e Doutrina
Operacional no âmbito nacional. A divisão de operações possui a seguinte estrutura
organizacional:

a) Subdivisão de Doutrina Operacional


b) Subdivisão de Estudos e Projetos
c) Subdivisão de Climatologia Operacional
d) CMI

4.1 Subdivisão de Doutrina Operacional

Tem por finalidade planejar, orientar, coordenar e controlar as atividades dos


diversos setores da Subdivisão, envolvendo a Doutrina e Instruções Operacionais,
bem como assessorar o Chefe da DO nestes assuntos.

4.2 Subdivisão de Estudos e Projetos

Tem por finalidade coordenar e desenvolver estudos e projetos para garantir a


melhoria contínua dos serviços prestados pelo CIMAER, bem como gerar e
implementar produtos específicos para os setores de vigilância, análise e previsão.

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4.3 Subdivisão de Climatologia Operacional

Tem por finalidade realizar ações visando planejar, orientar, coordenar e controlar
as atividades da Subdivisão, bem como assessorar o Chefe do CIMAER e as demais
unidades do Centro nos assuntos relacionados às atividades de Climatologia
Aeronáutica.

4.4 Centro Meteorológico Integrado – CMI

O CMI é o órgão operacional do CIMAER que tem a finalidade de integrar os


serviços meteorológicos de vigilância e previsão para as regiões de informação de
voo (FIR), TMA e aeródromos em toda sua área de responsabilidade, assessorar os
órgãos de controle de tráfego aéreo, apoiar missões militares e o tráfego aéreo civil,
disponibilizar os produtos gerados pelos WAFC no âmbito do SISCEAB, divulgar
informações meteorológicas aeronáuticas e espaciais e prover informações
meteorológicas necessárias para a defesa do espaço aéreo.

5 Rede de Centros Meteorológicos do SISCEAB


5.1 Objetivo

A rede de Centros Meteorológicos do SISCEAB tem por objetivo elaborar e fornecer


informações meteorológicas, visando ao apoio à navegação aérea, de acordo com as
atribuições específicas de cada Centro.

5.2 Estrutura

A estrutura da rede de Centros Meteorológicos do SISCEAB compreende os


seguintes órgãos:

a) Centro Meteorológico Integrado (CMI)


b) Centros Meteorológicos de Aeródromo (CMA)
c) Centros Meteorológicos Militares (CMM)

5.3 CMI (organização e finalidades)

a) Chefia;
b) Seção de Previsão de Área: CARTAS (WAFC e nacional); atualizar lista de ctt
VAAC (B.A. e W.) e TCAC (M.); GAMET.
c) Seção de Previsão de Aeródromo: TAF.
d) Seção de Vigilância Meteorológica: Aviso de AD e de WS; SIGMET e AIRMET;
informar o VAAC; atualizar lista de ctt VAAC (B.A. e W.) e TCAC (M.)
e) Seção de Apronto Meteorológico: disponibiliza aprontos meteorológicos
f) Seção de Operação VOLMET: divulgar informações de voo e AIREP
g) Seção de RADAR Meteorológico;

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h) Seção de Apoio ao CGNA;
i) Seção de Meteorologia Aeronáutica de Defesa; e
j) Seção de Meteorologia Espacial: satélite e vigilância.
k) As atribuições operacionais do Centro Meteorológico de Vigilância (CMV) e
CMA-1 são prestados pelo CMI.

5.4 CMA

O Brasil, como membro da OACI, possui Centros Meteorológicos de Aeródromo


(CMA) com a finalidade de fornecer serviços de Meteorologia Aeronáutica
adequados a atender às necessidades da navegação aérea.

O CMA-2 tem a finalidade de apoiar as operações aéreas no aeródromo associado,


prestar briefing meteorológico e fornecer documentação de voo e informações
meteorológicas aos aeronavegantes e usuários.

O CMA-3 tem a finalidade de apoiar as operações aéreas no aeródromo associado


e fornecer informações meteorológicas aos aeronavegantes e usuários.

6 Consultas Meteorológicas
6.1 REDEMET

Para consultas meteorológicas na América do Sul, o site oficial é a REDEMET


(disponível em: https://redemet.decea.mil.br/.) do Comando da Aeronáutica.
Desafio: navegue no site e conheça os serviços prestados.

Figura. Redemet. Fonte: Domínio Público. Acesso em: 20 out. 2021.

6.2 Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA)

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Centro responsável por exercer a gestão das ações correntes dos processos de
gerenciamento de tráfego aéreo e de infraestrutura relacionada, visando à
suficiência e à qualidade dos serviços prestados no âmbito do SISCEAB e dos elos
afins, em tempo real e a partir das intenções de voo (disponível em:
http://portal.cgna.decea.mil.br/.). Desafio: navegue no site e conheça os serviços
prestados.

Figura. CGNA. Fonte: Domínio Público. Acesso em: 21 out. 2021.

7 Apoio Meteorológico Internacional

7.1 Sistema Mundial de Previsão de Área (WAFS)

O sistema WAFS possibilita a recepção, processamento e visualização dos produtos


e dados meteorológicos disponibilizados pelos WAFC, via sistema de transmissão
de dados ponto/multiponto, via satélite; ou pelo WIFS (WAFS Internet File
Service), via INTERNET, bem como posterior seleção e disponibilização dos
produtos aos Centros Meteorológicos do SISCEAB e demais usuários, por meio da
REDEMET.

7.2 Centros Mundiais de Previsão de Área (WAFC)

Como parte da estrutura do WAFS, os Centros Mundiais de Previsão de Área


(WAFC) de Washington e de Londres têm como finalidades:

a) Preparar previsões globais de:


• Ventos e temperaturas em altitude;
• Umidade em altitude;

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• Altitude geopotencial dos níveis de voo;
• Nível de voo e temperatura da tropopausa;
• Direção, velocidade e nível de voo do vento máximo;
• Nuvens CB;
• Formação de gelo; e
• Turbulência;

b) Preparar previsões globais de fenômenos de tempo significativo (SIGWX);

c) Difundir as referidas previsões, em formato digital, aos órgãos nacionais que


prestam o Serviço de Meteorologia Aeronáutica e demais usuários;

d) Receber informações relativas à liberação de materiais radioativos na atmosfera


do centro meteorológico regional especializado (CMRE) da Organização
Meteorológica Mundial (OMM), a fim de incluí-las nas previsões de fenômenos
SIGWX; e

e) Estabelecer e manter contato com os centros de alerta de cinzas vulcânicas


(VAAC) para a troca de informações sobre atividades vulcânicas, a fim de
coordenar a inclusão de informações sobre erupções vulcânicas nas previsões do
SIGWX.

Nota: Em caso de interrupção das atividades de um WAFC, suas funções são


assumidas pelo outro WAFC.

7.3 Centros de Assessoramento de Ciclones Tropicais (TCAC)

O Assessoramento de Ciclones Tropicais (TC – furações) é uma informação


confeccionada e divulgada pelo TCAC, sobre a posição, direção e velocidade de
deslocamento observado e previsto, pressão central e vento máximo à superfície
dos ciclones tropicais.

O TCAC é um Centro Meteorológico designado para fornecer informações de


assessoramento sobre ciclones tropicais aos Centros Mundiais de Previsão de Área,
Centros Meteorológicos de Vigilância e Bancos OPMET.

O país responsável por estruturar e manter um TCAC deve tomar as providências


necessárias para que este Centro:

a) Mantenha vigilância sobre a evolução de ciclones tropicais em sua área de


responsabilidade; e

b) Emita Assessoramento de Ciclones Tropicais, em linguagem clara abreviada,


ao(s):

• CMV (Seção de Vigilância do CMI) de sua área de responsabilidade;


• Outros TCAC, cujas áreas de responsabilidade possam ser afetadas;

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• WAFC; e
• Respectivo Banco OPMET.

Nota 1: O TCAC de Miami é o responsável pelas informações encaminhadas aos
Centros Meteorológicos brasileiros.

Nota 2: O Assessoramento de Ciclones Tropicais é uma informação confeccionada


e divulgada pelo TCAC sobre a posição do centro do ciclone, mudanças de
intensidade no momento da observação, a direção e velocidade do movimento
prevista, a pressão central e o vento máximo na superfície próxima do centro dos
ciclones tropicais.

Nota 3: Modelo e exemplo deste Assessoramento são apresentados no Anexo C da


ICA 105-17 (2020).

7.4 Centro de Assessoramento de Cinzas Vulcânicas (VAAC)

O Assessoramento de Cinzas Vulcânicas é uma informação confeccionada e


divulgada pelo VAAC, sobre a extensão lateral, extensão vertical e movimento
observado e previsto, das cinzas vulcânicas na atmosfera.

O VAAC é o Centro Meteorológico designado para fornecer informações de


assessoramento sobre cinzas vulcânicas aos Centros Mundiais de Previsão de Área,
Centros Meteorológicos de Vigilância, Centros de Controle de Área e Bancos
OPMET.

O país responsável por estruturar e manter um VAAC dentro da estrutura de


vigilância de vulcões nas aerovias internacionais deve tomar providências para que
esse Centro responda às notificações sobre a observação ou previsão de erupção de
vulcões ou presença de cinzas vulcânicas em sua área de responsabilidade.
Nota 1: Um VAAC opera H24. Em caso de interrupção de suas atividades, suas
funções são assumidas por outro VAAC ou outro Centro designado pelo país
responsável.

Nota 2: Os VAAC de Buenos Aires e de Washington são os responsáveis pelas


informações encaminhadas aos Centros Meteorológicos brasileiros.

Nota 3: A localização dos VAAC e suas respectivas áreas de responsabilidade são


apresentadas no mapa constante no Anexo A da ICA 105-17 (2020). Veja a seguir:

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Figura. Anexo A: Centro de Assessoramento de Cinza Vulcânica. Fonte: Domínio Público. Acesso
em: 20 set. 2021.

Nota 4: O Assessoramento de Cinzas Vulcânicas é uma informação confeccionada


e divulgada pelo VAAC sobre a extensão lateral e vertical e movimento previsto
das cinzas vulcânicas.

Nota 4: Modelo e exemplo deste Assessoramento são apresentados no Anexo B da


ICA 105-17 (2020).

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Aula 02: Informes
Meteorológico –
METAR/SPECI (FCA 105-
3/2017)
1 Definição

METAR é um informe meteorológico regular de aeródromo. Utilizado para a


descrição completa das condições meteorológicas observadas em um aeródromo. É
reportado em intervalos regulares de uma hora.

SPECI é um informe meteorológico especial de aeródromo. Utilizado para a


descrição completa das condições meteorológicas quando ocorrer uma ou mais
variações significativas nas condições meteorológicas entre os intervalos das
observações regulares.

Nota 1: Devido à variabilidade dos elementos meteorológicos no espaço e no tempo,


às limitações das técnicas de observação e às restrições causadas pelas definições
de alguns elementos, o valor específico de algum dos elementos dados em um
informe deve ser entendido pelo usuário como a melhor aproximação das condições
reais no momento da observação.

Nota 2: O METAR e o SPECI destinam-se à divulgação de informações


meteorológicas para fora do aeródromo de origem.

Nota 3: Os referidos informes poderão conter uma previsão de tendência, quando


estabelecido por Acordo Regional de Navegação Aérea.

Nota 4: A abreviatura COR é utilizada para o caso de correção do informe.

Nota 5: Os grupos entre parênteses são utilizados de acordo com decisões regionais
ou nacionais.

2 Conteúdo do METAR e do SPECI


O METAR e o SPECI contêm as seguintes informações na sequência:

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a) Grupos de identificação

b) Vento à superfície

c) Visibilidade horizontal

d) Alcance visual na pista (quando houver)

e) Tempo presente

f) Nuvens (ou visibilidade vertical, se for o caso)

g) Temperaturas do ar e do ponto de orvalho

h) Pressão atmosférica (QNH) e

i) Informações suplementares de inclusão condicional sobre


tempo recente, cortante do vento, temperatura da
superfície do mar, estado do mar e, por Acordo Regional de
Navegação Aérea, o estado da pista.

NOTA: A abreviatura RMK indica o início de uma seção contendo informações


incluídas por decisão nacional e que não são divulgadas internacionalmente.

2.1 Grupo de Identificação

a) Codificação

METAR SBGL 131000Z

b) Decodificação

• METAR (ou SPECI) – nome do código.


• CCCC – indicador de localidade da OACI – SBGL.
• YYGGggZ – dia do mês e horário da observação, em horas e minutos UTC,
seguidos, sem espaço, da letra indicadora Z – 131000Z.

2.2 Vento à superfície

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a) Codificação

METAR SBGL 131000Z 31015G27KT 280V350

b) Decodificação

• 31015KT – vento vindo de 310 graus (verdadeiros) com 15 nós (knót).


• 31015G27KT – rajadas de vento (G – gusts, velocidade do vento maior que
10KT). No caso, vento com rajadas de 27KT.
• 31015G27KT 280V350 – variação da direção do vento (DV) de 60º ou mais e
a velocidade do vento (VV) de 3KT ou mais, a letra V é inserida entre as duas
direções. No exemplo, vento variando entre 280º e 350º.
• 00000KT – vento calmo, cuja velocidade é inferior a 1KT.
• VRB02KT – vento variável de direção com 2KT.
• 240P99KT – vento vindo de 240º com velocidade superior a 99KT (P=Plus).

2.3 Visibilidade horizontal

a) Codificação

METAR SBGL 131000Z 31015G27KT 8000


METAR SBGL 131000Z 31015G27KT 0350

b) Decodificação

• 8000 – Valor de visibilidade predominante de 8 km é informado como 8000.


• 0350 – Visibilidade horizontal predominante de 350 metros.
• 9999 – Quando a visibilidade for de 10 km ou mais, será informada como
9999.
• 8000 1400S – 8.000 metros de predominante e 1.400 metros no setor sul.
• 6000 2800NE – 6.000 metros de predominante e 2.800 metros no setor
nordeste.

2.4 Alcance Visual na Pista (RVR)

a) Codificação

R10/1100
b) Decodificação

• R10/1100 – RVR na pista 10, 1.100 metros. Isto significa que se você estiver
posicionado na cabeceira 10, a visibilidade que você tem ao longo da pista é
de 1.100 metros.
• R10/P2000 – RVR na pista 10, maior que 2.000 metros.
• R10/M0050 – RVR na pista 10, menor que 50 metros.
• R12/1100U – RVR na pista 12, 1.100 metros com tendência a aumentar
(U=aumentar; D=diminuir; N=não variar).

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• R09L/1000 – RVR para a pista 09 da esquerda (L) de 1.000 metros
(C=central; R=direita).

2.5 Tempo Presente

a) Codificação

METAR SBGL 131000Z 31015G27KT 280V350 4000 1800N R10/P2000 +TSRA

b) Decodificação

• TS – Trovoada.
• RA – Precipitação do tipo chuva.
• + – De intensidade forte (+=forte; – = leve; quando não há sinal, a
intensidade é moderada).
• NSW – Nil Significant Weather, sem tempo significativo.
• Para todos as siglas do tempo presente, consulte a Tabela 4678 descrita na
FCA 105-3 (2017), a seguir:

Figura. Anexo A:
Tabela 4678. Fonte:
Domínio Público.
Acesso em: 20 set.
2021.

2.6 Nuvens ou Visibilidade Vertical

a) Codificação

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METAR SBGL 131000Z 31015G27KT 280V350 4000 1800N R10/P2000
+TSRA FEW005 FEW010CB SCT018 BKN025

b) Decodificação

• FEW005 – Poucas nuvens a 500 pés.


• FEW010CB – Poucas nuvens CB a 1.000 pés.
• SCT018 – Nuvens esparsas a 1.800 pés.
• BKN025 – Céu nublado a 2.500 pés.
• Nota 1: os tipos de nuvens informados são apenas o CB e o TCU.
• NSC – Nil Significant Clous, sem nuvens significativas.
• Nota 2: as nuvens são codificadas conforme a quantidade em oitavos de
nuvens, conforme o esquema a seguir:

➢ 1 a 2 oitavos são informados como FEW (Few) – poucas nuvens.


➢ 3 a 4 oitavos são informados como SCT (Scattered) – nuvens esparsas.
➢ 5 a 7 oitavos são informados como BKN (Broken) – céu nublado.
➢ 8 oitavos são informados como OVC (Overcast) – céu encoberto.

2.7 CAVOK

Este termo substitui os grupos VISIBILIDADE, TEMPO PRESENTE e


NUVENS, e é um acrônico para Ceiling (or Clouds) And Visibility [are] OK, isto
é, o céu e a visibilidade estão OK. Assim, tem-se:

• Visibilidade: 10km ou mais, e não haja critérios para inclusão da visibilidade


mínima.
• Nenhuma nuvem de significado operacional e abaixo de 5.000 pés (ou 1.500
metros).
• Nenhum fenômeno de tempo significativo (sem precipitação, sem TS, sem
nevoeiro, etc.).

2.8 Temperatura do ar e do ponto de orvalho

a) Codificação

METAR SBGL 131000Z 31015G27KT 280V350 4000 1800N R10/P2000


+TSRA FEW005 FEW010CB SCT018 BKN025 10/03

b) Decodificação

• 10 – Temperatura do ar em graus Celsius.


• 03 – Temperatura do ponto de orvalho em graus Celsius.
• M09 – O “M” (“minus”) é utilizado para identificar a temperatura negativa.

2.9 Pressão Atmosférica ao nível do mar (QNH)

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a) Codificação

METAR SBGL 131000Z 31015G27KT 280V350 4000 1800N R10/P2000


+TSRA FEW005 FEW010CB SCT018 BKN025 10/03 Q0995

b) Decodificação

• Q0995 – QNH de 995 em hPa.


• Q1012 – QNH de 1.020 hPa.

2.10 Informações Suplementares

a) Codificação

METAR SBGL 131000Z 31015G27KT 280V350 4000 1800N R10/P2000


+TSRA FEW005 FEW010CB SCT018 BKN025 10/03 Q0995 REDZ

METAR SBGL 131000Z 31015G27KT 280V350 4000 1800N R10/P2000


+TSRA FEW005 FEW010CB SCT018 BKN025 10/03 Q0995 REDZ WS R10

METAR SBGL 131000Z 31015G27KT 280V350 4000 1800N R10/P2000


+TSRA FEW005 FEW010CB SCT018 BKN025 10/03 Q0995 REDZ W15/S5

b) Decodificação

• REDZ – Chuvisco (DZ) recente (RE).


• WS – Wind Shear para a cabeceira 10.
• WS ALL RWY – Wind Shear para toda a pista.
• W15/S5 – Superfície do mar com temperatura de 15ºC e o estado do mar
agitado, com ondas que variam de 2,5 a 4 metros de altura. NOTA: O estado
do mar é reportado de acordo com as descrições da Tabela 3700 da ICA 105-
16 “Códigos Meteorológicos”.

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Aula 03: TAF (FCA 105-2/2017)
1 Definição
Nome do código para uma previsão de aeródromo. O código TAF é uma descrição
completa das condições meteorológicas previstas em um aeródromo durante o
período de validade, incluindo qualquer mudança considerada significativa para as
operações aéreas. Contém informações específicas apresentadas numa ordem fixa.

Nota 1: Devido à variabilidade dos elementos meteorológicos no espaço e no tempo,


às limitações das técnicas de previsão e às restrições causadas pelas definições de
alguns elementos, o valor específico de algum dos elementos dados em uma
previsão deve ser entendido pelo usuário como o valor mais provável de ocorrência
de tal elemento, durante o período da previsão. Do mesmo modo, quando a hora da
ocorrência ou da variação de um elemento for dada em uma previsão, esta hora
deve ser entendida como a mais provável.

Nota 2: Uma emenda de previsão de aeródromo na forma codificada será


identificada por TAF AMD em lugar de TAF, e cobrirá o restante do período de
validade do TAF original.

Nota 3: A abreviatura COR deve ser utilizada somente para o caso de correção da
previsão original que contenha erro gráfico e não para corrigir quaisquer condições
meteorológicas.

2 Conteúdo do TAF
O TAF contém as seguintes informações na sequência:

a) Grupos de identificação
b) Vento à superfície previsto
c) Visibilidade horizontal predominante prevista
d) Tempo significativo previsto
e) Nuvens previstas (ou visibilidade vertical prevista, se for
o caso)
f) Temperaturas previstas
g) Grupos de mudanças significativas previstas
h) Código do previsor que confeccionou a previsão

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Nota 1: O período de validade do TAF é de 12 horas para atender ao planejamento
operacional de voos para aeródromos nacionais e de 24 ou 30 horas para
aeródromos internacionais.

Nota 2: No Brasil, são confeccionados TAF com período de validade de 30 horas


somente para os aeródromos do Galeão (SBGL) e de Guarulhos (SBGR).

Nota 3: O TAF tem períodos de validade iniciando-se às 0000, 0600, 1200 e 1800
UTC.

2.1 Grupos de Identificação

a) Codificação

TAF SBPA 130530Z 1312/1412

b) Decodificação

• TAF – nome do código


• SBPA – indicador de localidade da OACI.
• 130530Z – dia e horário de confecção da previsão, em horas e minutos
• UTC, seguido da letra indicadora Z, no exemplo, dia 13 às 05:30 UTC foi o
horário da confecção da previsão.
• 1312/1412 – dia e hora de início do período de validade/dia e hora de término
do período de validade. Neste exemplo, a validade da previsão tem início no
dia 13 às 12UTC e termina no dia 14 às 12UTC, valendo por 24 horas.

NOTA

Os grupos “Vento à superfície previsto”, “Visibilidade horizontal predominante prevista”,


“Tempo significativo previsto” e “Nuvens previstas (ou visibilidade vertical prevista)” são
idênticos aos modelos registrados no METAR, exemplos:

TAF SBPA 130530Z 1312/1412 31015G27KT (vento)

TAF SBPA 130530Z 1312/1412 31015G27KT 8000 (visibilidade)

TAF SBPA 130530Z 1312/1412 31015G27KT 0350 (visibilidade)

TAF SBPA 130530Z 1312/1412 31015G27KT 8000 RA (tempo presente)

TAF SBPA 130530Z 1312/1412 31015G27KT 8000 RA FEW005 FEW015TCU


SCT018 BKN025 (nuvens)

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2.2 Temperaturas Previstas

a) Codificação

TAF SBPA 130530Z 1312/1412 31015G27KT 8000 RA FEW005


FEW015TCU SCT018 BKN025 TX28/1318Z TN20/1409Z

b) Decodificação

• TX28/1318Z – TX é o indicador para a temperatura máxima prevista. No


caso, tem-se que a temperatura máxima prevista é de 28ºC, para o dia 13,
às 18 UTC.
• TN20/1409Z – TN é o indicador para a temperatura mínima prevista. No
caso, tem-se que a temperatura mínima prevista é de 20ºC, para o dia 15, às
09 UTC.

2.3 Mudanças Significativas Previstas

2.3.1 Grupo FM

a) Codificação

TAF SBPA 130530Z 1312/1412 31015G27KT 8000 RA FEW005


FEW015TCU SCT018 BKN025 TX28/1318Z TN20/1409Z FM131800
27017KT 4000 +TSRA FEW010CB BKN025

b) Decodificação

• FM – From/a partir de. Quando um conjunto de condições de tempo


prevalecente for esperado mudar significativamente para outro conjunto de
condições, o grupo FM será usado para indicar o início de uma parte
independente da previsão. Todas as condições prevalecentes previstas dadas
antes do grupo FM são substituídas pelas novas condições.
• FM131800 27017KT 4000 +TSRA FEW010CB BKN025 – A partir das 18
UTC do dia 13 o vento muda para 27017KT, a visibilidade cai para 4.000
metros, em razão da presença da trovoada com chuva forte e das poucas
nuvens CB a 1.000 pés de altura, além disso, está previsto céu nublado (teto)
a 2.500 pés de altura.

2.3.2 Grupo BECMG

a) Codificação

TAF SBPA 130530Z 1312/1412 31015G27KT 8000 SHRA BKN025


TX28/1318Z TN20/1409Z BECMG 1400/1402 4000 BKN010

b) Decodificação

19
• BECMG – Becoming/tornando-se. Os grupos BECMG indicam mudanças
nas condições meteorológicas previstas, numa variação regular ou irregular
de tempo específico, dentro do período de validade. Esse período
normalmente não excede de 2 horas e em nenhum caso pode exceder de 4
horas. Este grupo é seguido por grupos que descreverão somente os
elementos que são previstos mudar significativamente. Entretanto, no caso
da nebulosidade, todos os grupos de nuvens, incluindo a(s) camada(s)
significativa(s) que se prevê(eem) que não mudará(ão), são informados. A
não ser que outros grupos sejam usados, as condições dadas após BECMG
são previstas prevalecer a partir da transformação até o fim do período de
validade do TAF.
• BECMG 1400/1402 4000 BKN010 – Há uma transformação do tempo entre
às 00 UTC e às 02 UTC do dia 14, modificando-o a partir desse horário.
Assim, as condições previstas para o período do dia 14, das 0200 às 1200
UTC são: vento – 31015G27KT; visibilidade – 4.000 metros; condições de
tempo – pancada de chuva moderada; nuvens – 5 a 7 oitavos (teto) com base
a 1.000 pés.

2.3.3 Grupo TEMPO

a) Codificação

TAF SBCT 101030Z 1012/1112 24003KT 9999 SCT015 TX28/1018Z


TN20/1109Z TEMPO 1018/1024 4000 +SHRA BKN012

b) Decodificação

• TEMPO – Mudança temporária. Os grupos TEMPO indicam flutuações


temporárias frequentes ou não para as condições meteorológicas que podem
ocorrer a qualquer momento durante o período de validade. As condições
seguintes a estes grupos são esperadas durarem menos que uma hora em
cada situação e, no total, menos que a metade do período indicado pelo prazo
de validade.
• TEMPO 1018/1024 4000 +SHRA BKN012 – Este TAF indica a previsão
temporária de redução na visibilidade para 4.000 metros, pancada de chuva
forte e aumento de nebulosidade com redução na altura, entre 1800 e 2400
UTC, do dia 10.

2.3.4 Grupo PROB

a) Codificação

TAF SBPA 101030Z 1012/1112 27003KT 3000 BR SCT008 TX28/1018Z


TN20/1109Z BECMG 1100/1102 1500 BR BKN004 PROB30 1104/1106 0800 FG

20
b) Decodificação

• PROB – Probabilidade. Quando a confiança nos valores alternativos da


previsão não for suficiente, mas o elemento previsto for considerado
significativo para as operações, os grupos PROB30 ou PROB40 serão usados.
Os valores 30 ou 40 indicam a porcentagem da probabilidade de ocorrência
e somente pode ser de 30% ou 40%.
• PROB30 1104/1106 0800 FG – O TAF mostra uma probabilidade de 30%
de ocorrência de nevoeiro restringindo a visibilidade a 800 metros, no
período de 0400 a 0600 UTC, do dia 11.

NOTA: Adota-se que, se a probabilidade de ocorrência for de 50% ou mais, a


confiança é alta e os valores alternativos serão indicados pelos grupos FM, BECMG
ou TEMPO.

21
Aula 04: SIGMET, AIRMET,
AVISO DE AERÓDROMO E DE
WIND SHEAR (FCA 105-17)
1 SIGMET
1.1 Definição

O SIGMET é uma mensagem que consiste em uma descrição concisa, em


linguagem clara abreviada, expedida por um CMV, relativa à ocorrência ou
previsão de determinados fenômenos meteorológicos em rota e de outros fenômenos
na atmosfera que possam afetar a segurança das operações aéreas, e à evolução
desses fenômenos no tempo e no espaço.

O SIGMET deve ser preparado pelo CMI em referência as FIR (ou setores de FIR)
sob sua responsabilidade.

O SIGMET deve ser cancelado quando os fenômenos deixarem de ocorrer ou


quando já não sejam mais previstos na área.

O período de validade do SIGMET não deve ser superior a 4 horas.

Excepcionalmente, para SIGMET de cinzas vulcânicas e de ciclones tropicais, o


período de validade poderá se estender até 6 horas.

Os SIGMET de cinzas vulcânicas e de ciclones tropicais devem ser baseados nas


informações provenientes dos VAAC e TCAC designados, respectivamente.

Deve ser mantida estreita coordenação entre o CMI e os ACC conexos, para
assegurar que as informações de cinzas vulcânicas incluídas nos SIGMET e
NOTAM sejam coerentes.

1.2 Formato

O SIGMET deve ser confeccionado conforme o Anexo J, da FCA 105-17.

O número sequencial deve corresponder ao número de SIGMET divulgados para a


FIR (ou setores de FIR) a partir de 0001 UTC do dia em questão.

22
De acordo com o modelo do Anexo J, somente um dos seguintes fenômenos deve ser
incluído no SIGMET, nos níveis de cruzeiro (independente da altitude), utilizando-
se uma das seguintes abreviaturas:

a) Trovoada:
• Obscurecida: OBSC TS
• Embutida: EMBD TS
• Frequente: FRQ TS
• Em linha: SQL TS
• Obscurecida com granizo: OBSC TSGR
• Embutida com granizo: EMBD TSGR
• Frequente com granizo: FRQ TSGR
• Em linha com granizo: SQL TSGR

b) Ciclone tropical: TC (+ nome do ciclone):

Com velocidade média do vento à superfície de 34 kt ou mais, com 10 minutos de


duração.

c) Turbulência severa: SEV TURB

d) Gelo
• Severo: SEV ICE
• Severo, devido à chuva congelante: SEV ICE (FZRA)

e) Ondas orográficas severas: SEV MTW

f) Tempestade forte de poeira: HVY DS

g) Tempestade forte de areia: HVY SS

h) Cinzas vulcânicas: VA (+ nome do vulcão, se conhecido)

i) Nuvens radioativas: RDOACT CLD.

O SIGMET não deve conter textos desnecessários. Ao se descrever os fenômenos


meteorológicos, não deve ser incluído nenhum texto descritivo além do indicado no
item anterior.

Em SIGMET relativos a trovoadas ou ciclones tropicais, não deve haver referência


aos fenômenos de turbulência e formação de gelo associados.

1.3 Critérios para Inclusão dos Fenômenos

Em áreas de trovoadas, os critérios para inclusão dos fenômenos, por meio de


abreviaturas, devem obedecer ao seguinte:

23
a) OBSC: quando a referida área estiver obscurecida por névoa seca ou fumaça, ou
impossível de ser vista prontamente devido à escuridão.
b) EMBD: quando a referida área estiver embutida nas camadas de nuvens e não
puder prontamente ser reconhecida.

c) FRQ: quando houver pouca ou nenhuma separação entre as áreas adjacentes de


trovoadas, com uma cobertura espacial máxima de mais de 75% da área de
responsabilidade, ou que seja prevista ser afetada, pelo fenômeno (em uma hora
fixa ou durante o período da validade).

d) SQL: quando houver áreas de trovoadas ao longo de uma linha, com pouco ou
nenhum espaço entre as nuvens individuais.

A abreviatura GR deve ser usada como uma descrição adicional à trovoada, quando
necessário.

A abreviatura TURB deve ser usada somente em referência a turbulências em


níveis baixos, associadas a ventos fortes à superfície; remoinhos de vento;
turbulências nas nuvens ou turbulências em ar claro (CAT). Não deverá ser usada
nos casos de turbulências em nuvens convectivas.

A abreviatura ICE deve ser usada para indicar formação de gelo severo, exceto em
nuvens convectivas. A abreviatura FZRA deve ser usada para indicar formação de
gelo severo devido à chuva congelante.

A abreviatura MTW deve ser usada para indicar ondas orográficas severas
acompanhadas de correntes descendentes com velocidade de 3 m/s ou mais ou se
for observada ou prevista turbulência severa.

As tempestades de poeira (DS) e de areia (SS) devem ser consideradas de


intensidade forte somente quando a visibilidade horizontal for inferior a 200 m e o
céu estiver obscurecido.

1.4 Divulgação

O SIGMET deve ser divulgado não mais que 4 horas antes do início do período de
validade.

Excepcionalmente, para SIGMET de cinzas vulcânicas e de ciclones tropicais, a


divulgação deve ser tão logo seja possível, porém não mais que 12 horas antes do
início do período de validade; devendo ser atualizados, no mínimo, a cada 6 horas.

O SIGMET deve ser divulgado conforme a ICA 105-17.

SBAZ SIGMET 24 VALID 251215/251615 SBAZ - SBAZ AMAZONICA FIR


EMBD TS FCST WI S0007 W07006 - S0113 W06924 - S0222 W06936 - S0519
W06732 - S0513 W06356 - S0509 W06231 - N0037 W06028 - N0439 W06126 -
N0401 W06232 - N0416 W06409 - N0409 W06442 - N0207 W06349 - N0114

24
W06458 - N0046 W06618 - N0215 W06723 - N0146 W06951 - S0007 W07006
TOP FL480 STNR INTSF=

2 AIRMET

2.1 Definição

O AIRMET é uma mensagem que consiste em uma descrição concisa, em


linguagem clara abreviada, expedida por um CMV, relativa à ocorrência ou
previsão de fenômenos meteorológicos, em rota, que não tenham sido incluídos na
Seção I do GAMET e que possam afetar a segurança das operações aéreas abaixo
do FL100 (ou FL150 para áreas montanhosas), e à evolução desses fenômenos no
tempo e no espaço.

O AIRMET deve ser preparado pelo CMI em referência as FIR (ou setores de FIR)
sob sua responsabilidade.

O AIRMET deve ser cancelado quando os fenômenos deixarem de ocorrer ou


quando
já não sejam mais previstos na área.

O período de validade do AIRMET não deve ser superior a 4 horas.

2.2 Formato

O AIRMET deve ser confeccionado conforme o Anexo K da ICA 105-17.

O número sequencial deve corresponder ao número de AIRMET divulgados para a


FIR (ou setores de FIR) a partir de 0001 UTC do dia em questão.

O CMI deve divulgar AIRMET separados para cada FIR.

Somente um dos seguintes fenômenos deve ser incluído no AIRMET, caso ocorram
abaixo do FL100 (ou FL150 para áreas montanhosas), utilizando-se uma das suas
abreviaturas, segundo o caso:

a) Velocidade do vento à superfície: em áreas extensas em que a referida velocidade


média seja superior a 30 KT:

• SFC WIND (+ direção, velocidade e unidade de medida).

b) Visibilidade à superfície: em áreas extensas em que a referida visibilidade seja


inferior a 5.000 m (incluindo os fenômenos meteorológicos que a reduzem):

25
• SFC VIS (+ valor da visibilidade, unidade e um dos seguintes fenômenos
meteorológicos: BR, DS, DU, DZ, FC, FG, FU, GR, GS, HZ, PL, PO, RA, SA,
SG, SN, SQ, SS ou VA).

c) Trovoadas:

• Isoladas sem granizo: ISOL TS.


• Ocasionais sem granizo: OCNL TS.
• Isoladas com granizo: ISOL TSGR.
• Ocasionais com granizo: OCNL TSGR.

d) Montanhas obscurecidas: MT OBSC.

e) Nuvens:

Áreas extensas de céu nublado (BKN) ou encoberto (OVC) com altura da base das
nuvens a menos de 300 m (1.000 FT) acima do nível do solo:

• BKN CLD (+ altura da base/topo e unidade)


• OVC CLD (+ altura da base/topo e unidade)
• Nuvem CB:

✓ Isolada: ISOL CB
✓ Ocasional: OCNL CB
✓ Frequente: FRQ CB

• Nuvem TCU:

✓ Isolada: ISOL TCU


✓ Ocasional: OCNL TCU
✓ Frequente: FRQ TCU

f) Gelo moderado: MOD ICE (exceto para formação de gelo em nuvens convectivas).

g) Turbulência moderada: MOD TURB (exceto para turbulência em nuvens


convectivas).

h) Ondas orográficas moderadas: MOD MTW.

1.3 Critérios para Inclusão dos Fenômenos

Em áreas de trovoadas e nuvens CB e TCU, os critérios para inclusão dos


fenômenos, por meio de abreviaturas, devem obedecer ao seguinte:

a) ISOL: quando as referidas áreas consistirem em características que afetem, ou


sejam previstas afetar, uma área de cobertura espacial máxima de menos de 50%
da área de responsabilidade (em uma hora fixa ou durante o período da validade).

26
b) OCNL: quando as referidas áreas consistirem em características que afetem, ou
sejam previstas afetar, uma área de cobertura espacial máxima entre 50% e 75%
da área de responsabilidade (em uma hora fixa ou durante o período da validade).

c) FRQ: quando houver pouca ou nenhuma separação entre as áreas adjacentes de


trovoadas e nuvens CB e TCU, com uma cobertura espacial máxima de mais de
75% da área de responsabilidade, ou que seja prevista ser afetada, pelo fenômeno
(em uma hora fixa ou durante o período da validade).

A abreviatura GR deve ser usada como uma descrição adicional à trovoada, quando
necessário.

A abreviatura TURB deve ser usada somente em referência a turbulências em


níveis baixos, associadas a ventos fortes à superfície; remoinhos de vento;
turbulências nas nuvens; ou turbulências em ar claro (CAT). Não deverá ser usada
nos casos de turbulências em nuvens convectivas.

A abreviatura ICE deve ser usada para indicar formação de gelo moderado, exceto
em nuvens convectivas.

A abreviatura MTW deve ser usada para indicar ondas orográficas moderadas
acompanhadas de correntes descendentes com velocidade de 1,75 a 3 m/s
(exclusive) ou se for observada ou prevista turbulência moderada.

2.4 Divulgação

O AIRMET deve ser divulgado conforme a ICA 105-1.

SBBS AIRMET 8 VALID 251135/251310 SBBS - SBBS BRASILIA FIR SFC VIS
1500M BR FCST WI S2101 W05050 - S2126 W05033 - S2126 W05001 - S2051
W05001 - S2051 W05050 - S2101 W05050 STNR NC=

3 Aviso de Aeródromo

3.1 Definição

O Aviso de Aeródromo consiste em informações concisas sobre as condições


meteorológicas adversas que possam afetar a segurança das aeronaves no solo
(inclusive as estacionadas), as instalações e os serviços do aeródromo.

O Aviso de Aeródromo deve ser preparado pelo CMI em referência aos aeródromos
sob sua responsabilidade, conforme o Anexo F, da ICA 105-17.

O Aviso de Aeródromo deve ser cancelado quando as condições deixarem de ocorrer


ou quando já não sejam mais previstas no aeródromo.

27
O período de validade do Aviso de Aeródromo não deve ser superior a 4 horas.

3.2 Formato

O Aviso de Aeródromo deve ser confeccionado conforme o Anexo L.

O número sequencial deve corresponder ao número de Avisos de Aeródromo


divulgados a partir de 0001 UTC do dia em questão.

O Aviso de Aeródromo deve conter informações sobre a observação ou previsão de


um ou mais dos seguintes fenômenos:

a) Ciclone tropical: TC (+ nome do ciclone)


b) Trovoada: [HVY] TS
c) Granizo: [HVY] GR
d) Neve: [HVY] SN [nnCM] (incluindo o acúmulo de neve observada ou prevista)
e) Precipitação congelante: [HVY] FZRA ou [HVY] FZDZ
f) Escarcha: RIME
g) Tempestade de areia: [HVY] SS
h) Tempestade de poeira: [HVY] DS
i) Areia ou poeira levantada pelo vento: SA ou DU
j) Ventos e rajadas fortes à superfície: SFC WSPD ou SFC WIND (+ a velocidade
do vento e da rajada)
k) Trovoadas com aguaceiro: SQ
l) Geadas: FROST
m) Cinzas vulcânicas: VA [DEPO] (inclusive depósito das mesmas)
n) Tsunami: TSUNAMI
o) Substâncias químicas tóxicas: TOX CHEM
p) Outros fenômenos, conforme coordenação local

Nota 1: Em relação à alínea “a”, caso seja prevista, no aeródromo, a velocidade


média do vento à superfície de 34 KT ou mais, em um período de 10 minutos.

Nota 2: Em relação à alínea “j”, consideram-se ventos ou rajadas fortes, quando


forem maiores que 21 KT, conforme Capítulo 7 (Escala Beaufort do Vento) da ICA
105-16.

Quando um mesmo fenômeno motivar a confecção de Aviso de Aeródromo para


mais de um aeródromo, poderá ser divulgado um único Aviso em referência a todos
os aeródromos em questão. Nesse caso, não deverá ser excedido o número de 5
aeródromos por Aviso.

O uso de texto adicional para as abreviaturas apresentadas no Anexo L deve ser


mínimo. O texto adicional deve ser preparado em linguagem clara abreviada
utilizando-se as abreviaturas aprovadas pela OACI e valores numéricos. Caso não
se disponha dessas abreviaturas, deve-se utilizar texto em linguagem clara no
idioma inglês.
Quando for necessário estabelecer critérios quantitativos para expedir Aviso de

28
Aeródromo que inclua, por exemplo, a velocidade máxima prevista do vento ou a
precipitação total prevista de neve, o emprego de tais critérios deverão ser
coordenado entre o CMI e os usuários.

3.3 Divulgação

O Aviso de Aeródromo deve ser divulgado conforme a ICA 105-17.

SBEG SBOI/SBUA AD WRNG 5 VALID 251035/251435 TS SFC WSPD 15KT


MAX 35 FCST NC=

4 Aviso de Cortante de Vento


4.1 Definição

O Aviso de Cortante do Vento consiste em informações concisas sobre cortante do


vento que possa afetar adversamente as aeronaves na trajetória de aproximação
(APCH) ou de decolagem (CLIMB–OUT), ou durante o procedimento de
aproximação entre o nível da pista e uma altura de 500 m (1.600 FT) acima desta
e aeronaves na pista por ocasião do pouso ou durante a corrida de decolagem.

O Aviso de Cortante do Vento deve ser preparado pelo CMI em referência aos
aeródromos sob sua responsabilidade.

Se a topografia local demonstrar que se originam cortantes do vento notáveis a


alturas acima dos 500 m (1.600 FT) sobre o nível da pista, essa altura não deve ser
considerada como limite restritivo.

O Aviso de Cortante do Vento deve ser cancelado após o recebimento de


informações de aeronaves não constatando mais a sua existência ou quando já não
for mais prevista no aeródromo.

O período de validade do Aviso de Cortante do Vento não deve ser superior a 4


horas.

4.2 Detecção do Fenômeno

A evidência da existência de cortante do vento será derivada de:

a) Equipamento de teledetecção de cortantes do vento instalado no solo, por


exemplo, radar DOPPLER ou perfiladores do vento.

b) Equipamento de detecção de cortantes do vento instalado no solo, por exemplo,


um conjunto de sensores de vento à superfície ou de pressão instalados
ordenadamente em uma ou mais pistas específicas e associada às trajetórias de
aproximação e decolagem.

29
c) Observações de pilotos das aeronaves, durante as fases de decolagem ou
aproximação.

d) outras informações meteorológicas, por exemplo, provenientes de sensores


instalados em mastros ou torres existentes na vizinhança do aeródromo ou em
elevações de áreas próximas.

Normalmente, as condições de cortantes do vento estão associadas aos seguintes


fenômenos:

a) Trovoadas, microrrajadas (MBST), nuvens-funil (tornado ou tromba d’água) e


frentes de rajada.
b) Superfícies frontais.
c) Ventos fortes à superfície, associados à topografia local.
d) Frentes de brisa marítima.
e) Ondas orográficas (inclusive rotoras de nível baixo na área terminal).

4.3 Formato

O Aviso de Cortante do Vento deve ser confeccionado conforme o Anexo M da ICA


105-17.

O número sequencial deve corresponder ao número de Avisos de Cortante do Vento


divulgados a partir de 0001 UTC do dia em questão.

O Aviso de Cortante do Vento deve ser confeccionado em referência a um único


aeródromo por Aviso.

O uso de texto adicional para as abreviaturas apresentadas no Anexo M deve ser


mínimo. O texto adicional deve ser preparado em linguagem clara abreviada
utilizando-se as abreviaturas aprovadas pela OACI e valores numéricos. Caso não
se disponha dessas abreviaturas, deve-se utilizar texto em linguagem clara no
idioma inglês.

Quando informes de aeronaves forem utilizados para preparar um Aviso de


Cortante do Vento ou para confirmar um Aviso anteriormente emitido, as referidas
informações, inclusive o tipo da aeronave, deverão ser emitidas sem modificações.

Nota 1: Pode ocorrer o relato de dois informes diferentes de aeronaves sobre


cortante do vento, um da aeronave que chega e outro da aeronave que parte.

Nota 2: Especificações para se relatar a intensidade da cortante do vento ainda


estão em estudo. Porém, os pilotos, ao relatarem a cortante do vento, podem
qualificá-la usando os termos “moderada”, “forte” ou “severa”, baseados, em grande
parte, em uma avaliação subjetiva da intensidade da cortante do vento encontrada.

Quando microrrajadas forem observadas, informadas por pilotos ou detectadas por

30
equipamentos de solo ou sensores remotos, o Aviso de Cortante do Vento deverá
incluir uma referência específica às mesmas.

4.5 Divulgação

O Aviso de Cortante do Vento deve ser divulgado conforme a ICA 105-17.

31
Aula 05: Cartas Meteorológicas
1 Cartas
1.1 Definição

As cartas meteorológicas incluídas na documentação de voo devem ser claras e


legíveis. Para sua apresentação, devem ser observadas as seguintes características
físicas:

a) Por conveniência, o tamanho das cartas deve ser de, aproximadamente, no


máximo, 42 X 30 cm (tamanho A3 padrão) e, no mínimo, 21 X 30 cm (tamanho A4
padrão). A escolha entre os tamanhos dependerá da extensão da rota e da
quantidade de detalhes requeridos, conforme coordenado entre o CMI e os
usuários.
b) Recomenda-se que as principais características geográficas, tais como mares,
rios e lagos sejam descritas de formas facilmente reconhecíveis.
c) Para cartas preparadas em computador, os dados meteorológicos devem ter
prioridade sobre as informações básicas da carta, de forma a cancelar estas quando
houver sobreposição de ambas.
d) Os aeródromos de interesse devem ser plotados em um ponto e identificados pelo
indicador de localidade da OACI.
e) Quando possível, deve ser apresentada uma grade geográfica, contendo
meridianos e paralelos representados por linhas pontilhadas para latitude e
longitude, com espaçamento regulamentar.
f) Recomenda-se que os valores de latitude e longitude sejam indicados em vários
pontos da carta, ou seja, não somente nas margens.
g) Devem ser mantidos e reproduzidos os cabeçalhos do WAFC e, quando for o caso,
do Centro Meteorológico.
As cartas meteorológicas incluídas na documentação para voos entre o FL250 e o
FL630 devem ser, no mínimo, uma carta de previsão de fenômenos SIGWX (modelo
SWH) e uma carta de previsão de ventos e temperaturas do nível de 250 hPa. A
inclusão de cartas para voos em outros níveis, depende de coordenação entre o
Centro Meteorológico e os usuários interessados.

32
Figura. Carta SIGWX Redemet. Fonte: Domínio Público. Acesso em: 26 out. 2021.

33
Figura. Carta SIGWX Redemet. Fonte: Domínio Público. Acesso em: 26 out. 2021.

34
Figura. Carta SIGWX Redemet. Fonte: Domínio Público. Acesso em: 26 out. 2021.

Figura. Carta vento. Redemet. Fonte: Domínio Público. Acesso em: 26 out. 2021.

35
Referências
MINISTÉRIO DA DEFESA. Comando da Aeronáutica. FCA 105-2: Código
Meteorológico TAF. 2017. Disponível em:
https://publicacoes.decea.mil.br/api/storage/uploads/files/2c7a55c7-a07f-411c-
88f0697995adb79a.pdf. Acesso em: 30 set. 2021.

MINISTÉRIO DA DEFESA. Comando da Aeronáutica. FCA 105-3: Código


Meteorológico TAF. 2017. Disponível em:
https://publicacoes.decea.mil.br/api//storage/uploads/files/db6f1b18-dff9-405e-
96a7cac15c77959d.pdf. Acesso em: 30 set. 2021.

MINISTÉRIO DA DEFESA. Comando da Aeronáutica. ICA 105-17: Centros


Meteorológicos. 2020. Disponível em:
https://publicacoes.decea.mil.br/api//storage/uploads/files/1625055504-ica-105-17-2021.pdf.
Acesso em: 30 set. 2021.

REDEMET. Disponível em: https://redemet.decea.mil.br/. Acesso em: 26 out. 2021.

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2021. Todos os direitos reservados.
Produção editorial e revisões: Esp. Tammyse Araújo da Silva

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