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NAVEGAÇÃO AÉREA I

Sumário

Introdução

1 Navegação Aérea e as Especificidades do Globo Terrestre

2 Conhecimentos Essenciais para Navegar

3 Navegação Aérea na Prática

4 Computador de Voo

Referências
MÓDULO 2
Conhecimentos Essenciais para
Navegar

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Professora Tammyse Araújo da Silva
Professora Tammyse Araújo da Silva

Aula 01: Loxodromia e


Ortodromia
1 Definição
Para se deslocar entre dois pontos sobre a superfície da Terra, é necessário verificar as
posições a partir da trajetória traçada. Tal rota dependerá do tipo de navegação
escolhida, porém, poderá ser executada como rota Loxodrômica e rota Ortodrômica.

2 Rota Loxodrômica
A rota Loxodrômica é aquela trajetória que ao cruzar os meridianos, sempre utiliza os
mesmos ângulos. Quando prolongada até o polo, torna-se uma espiral.
Assim, é denominado loxodromico para a linha que une dois pontos do corte da superfície
terrestre a todos os meridianos com o mesmo ângulo. O loxodromico, portanto, é fácil
continuar mantendo o mesmo curso marcado pela bússola. Sua representação no mapa
dependerá do tipo de projeção do mesmo, por exemplo no de Mercator é uma linha direta.

Figura. Rota Loxodrômica. Fonte: Fernandez.


Domínio Público. 2018.

3 Rota Ortodrômica
Também conhecida como rota de círculo máximo, é a rota que faz com os meridianos
que cruza, ângulos diferentes. É uma porção de um círculo máximo.

Se considerarmos a Terra esférica e cruzamos sua superfície com um plano que passa
pelo centro, obtemos uma circunferência máxima. Uma aeronave navega por ortodromia

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quando, passando de um ponto para outro da superfície da Terra, percorre a
circunferência máxima que os conecta.

De fato, sabe-se que a ortodromia representa a distância mais curta que separa dois
pontos e, consequentemente, para uma aeronave, é conveniente seguir esse caminho
quando há uma economia sensata de caminho para rumo.

Representa a rota mais curta e tem a capacidade de cortar todos os meridianos com
diferentes ângulos ao longo de um círculo máximo. Casos especiais são arcos meridianos
e arcos paralelos.

No caso da navegação, geralmente é conveniente percorrer a rota mais curta para


conectar dois pontos, a rota ortodrômica é a preferida.

Figura. Rota Ortodrômica. Fonte: Fernandez.


Domínio Público. 2018.

4 Projeções
Segundo Fernandez (2013) projeção a maneira de se representar graficamente uma
superfície plana, a superfície do globo terrestre, ou parte dele, de maneira que se
reconheçam seus paralelos, meridianos, acidentes geográficos, pontos de referência,
auxílios à navegação aérea e etc.

As projeções podem ser classificadas: quanto a sua origem, quanto a superfície onde são
projetadas e quanto ao ponto de tangência.

4.1 Quanto à Origem

a) Gnomônica: as linhas de projeção têm sua origem no centro da Terra.


b) Estereográfica: as linhas de projeção têm origem no ponto oposto ao de Tangência.
c) Ortográfica: as linhas de projeção têm origem no infinito.

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Gnomônica Estereográfica Ortográfica

Figura. Projeções quanto ao ponto de origem. Fonte: Adaptado de Fernandez. Domínio Público.
2018.

4.2 Classificações Quanto à Superfície


a) Cilíndricas: a projeção e feita no interior de um cilindro.

b) Cônicas: a projeção é feita no interior de um cone.


c) Azimutal: a projeção é feita sobre um plano.

Cilíndrica Cônica Azimutal

Figura. Projeções quanto à superfície. Fonte: Adaptado de Fernandez. Domínio Público. 2018.

4.3 Classificações Quanto ao Ponto de Tangência

a) Equatoriais: a superfície é tangente ao Equador do globo terrestre.


b) Oblíquas: a superfície é tangente ao globo terrestre em um ponto entre o Equador e
os polos.
c) Polares: a superfície é tangente ao globo terrestre nos polos.

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Equatorial Oblíqua Polar

Figura. Projeções quanto ponto de tangência. Fonte: Adaptado de Fernandez. Domínio Público. 2018.

5 Tipos de projeção
Os dois tipos de cartas (projeções) são a Mercator (cilindro) e Lambert (cone).

5.1 Projeção Mercator


Foi idealizada por Gerardus Mercator (1569), a base de sua projeção foi em um cilindro.

Figura. Projeção Mercator. Fonte: Adaptado de Santos. Domínio Público. 2018.

Na projeção de Mercator as linhas de latitude e longitude formam quadrados ou


retângulos. É uma projeção que se adapta bem às cartas náuticas, porque uma linha
reta que conecta dois pontos quaisquer em um mapa de Mercator faz o mesmo ângulo
em cada meridiano que atravessa.

Essa linha de rumo, como é chamada, oferece aos marinheiros uma rota que podem
seguir, mantendo constante a orientação da bússola. A conservação dos ângulos
verdadeiros facilita a utilização dessa projeção na navegação marítima e aérea.

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Na prática, sua utilização se limita às latitudes inferiores a 60° já que, quanto mais
distante do Equador, mais exageradas são as distâncias entre os paralelos e maior é a
distorção verificada em relação à superfície real representada.

Veja com fica as rotas Loxodrômica e Ortodrômica na projeção Mercator:

Figura. A rota Loxodrômica é uma reta se Figura. A rota Ortodrômica é uma curva se
projetada na Mercator. Fonte: Adaptado de projetada na Mercator. Fonte: Adaptado de
Fernandez. Domínio Público. 2013. Fernandez. Domínio Público. 2013.

5.1.1 Quadro-Resumo da Projeção Mercator

Elementos Características

Paralelos Linhas retas, paralelas e não equidistantes.

Meridianos Linhas retas, paralelas e equidistantes.

Loxodrômica Linha reta.

Escala Variável com a latitude.

Medida de distância Escala tirada na latitude média (LM) entre dois pontos.

Direção da rota Medida em qualquer meridiano que cruza a rota.

Ortodrômica Linha curva (exceto no Equador e meridianos).


Fácil construção;
Vantagens Fácil plotagem das coordenadas geográficas;
Loxodromia é uma linha reta.
Ortodromia é uma linha curva (normalmente);
Desvantagens
Escala variável com a latitude.
Origem da projeção Gnomônica
Figura. Projeção Mercator. Fonte: Adaptado de Ross. s. d.

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5.2 Projeção Lamber
Esta projeção foi desenvolvida em um cone secante (que corta) a superfície terrestre em
dois paralelos chamados padrões, standard.
As projeções cônicas produzem um efeito exatamente oposto ao das cilíndricas e, por
causa disso, são usadas de preferência na representação das zonas temperadas,
enquanto as cilíndricas reproduzem com maior fidelidade a região equatorial.
Para essa projeção, a esfera terrestre ou parte dela é envolvida por um cone. Do centro
da esfera, tomado como posição ideal de um observador, projetam-se os infinitos pontos
da superfície da Terra sobre o cone, que será posteriormente desenvolvido no plano do
mapa.

Essa condição resulta numa configuração afunilada, onde os meridianos são linhas retas
e convergentes aos polos, e os paralelos são arcos concêntricos dos polos, que cruzam as
linhas meridianas perpendicularmente.

Por suas peculiaridades e condição geométrica, essas projeções são mais apropriadas à
representação cartográfica das áreas de latitudes médias. A Europa, a Ásia e os Estados
Unidos as utilizam com frequência.

Figura. Projeção Cônica. Fonte: Adaptado de Santos. Domínio Público. 2018.

Figura. Carta Lambert. Fonte: Adaptado de Fernandez. Domínio Público. 2018.


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Veja com fica as rotas Loxodrômica e Ortodrômica na projeção Lambert

Figura. A rota Loxodrômica é uma curva se Figura. A rota Ortodrômica é uma reta se
projetada na Lambert. Fonte: Adaptado de projetada na Lambert. Fonte: Adaptado de
Fernandez. Domínio Público. 2013 Fernandez. Domínio Público. 2013.

5.2.1 Quadro-Resumo da Projeção Mercator

Elementos Características

Paralelos Círculos concêntricos ao polo.

Meridianos Linhas retas convergentes.

Loxodrômica Linha curva (exceto meridiano).

Escala Quase constante.

Medida de distância Em qualquer meridiano.


Medida em qualquer meridiano que médio da reta que une
Direção da rota
dois pontos.
Ortodrômica Aproximadamente uma linha reta.
Áreas e formas perfeitas;
Vantagens Ortodromia é uma linha reta;
Escala quase constante.
Desvantagens Loxodromia é uma linha curva.

Origem da projeção Gnomônica


Figura. Projeção Mercator. Fonte: Adaptado de Ross. s. d.

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Aula 02: Proa, Rumo e Rota
1 Definição
Ao uma navegação aérea sobre a Terra, um elemento que sempre deve ser considerado
é o vento. A partir do vento, é possível antecipar a chegada ou atrasá-la e, ainda, desviar
do rumo pretendido. Nesta aula você irá conhecer alguns dos elementos essenciais
utilizados por pilotos de aeronaves, são eles: rota, rumo e proa.

2 Rota
É a projeção da trajetória prevista ou percorrida por uma aeronave. É a linha (caminho)
traçada do que se planeja executar ou que foi realmente percorrido entre dois pontos.

3 Rumo
É a direção da rota, isto é, é o sentido (direção) do caminho pretendido ou executado.

4 Proa
A proa de uma aeronave a direção do seu eixo longitudinal. Considera-se o nariz da
aeronave. A proa é muitas vezes determinada pela ação do vento.

5 Resumo – Rota, Rumo e Proa


NV

Vento incidindo pela esquerda da aeronave

Proa 085º

Rumo 090º

Rota
Figura. Rumo, rota e proa. Elaborado pela autora. 2021.
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6 Deriva e Correção de Deriva
Quando o vento atua sobre uma aeronave, desviando-a de seu rumo, faz com que a
aeronave derive para uma rota e rumo não desejados. Assim, é necessário corrigir o
vento, aplicando-se uma correção de deriva. Observe o esquema a seguir:

NV
Vento

Correção de deriva – 5º

Rumo 090º
A B Rota
Deriva + 5º
C
Figura. Deriva e correção de deriva. Elaborado pela autora. 2021.

Pelo esquema é possível identificar que a ação do vento pela direita da aeronave fez com
que ela desviasse 5º para a direita da rota e do rumo, assumindo uma nova posição
(ponto C) e se distanciando do ponto B, seu destino. Para que o piloto possa retornar ao
ponto B, é necessário corrigir a deriva para menos 5º (à esquerda).

6.1 Deriva (DR)

É o ângulo formado entre o eixo longitudinal da aeronave (proa) e a trajetória percorrida


pela mesma (rumo). A DR segue sempre da proa para o rumo.

6.2 Correção de Deriva (CD)

É o ângulo formado do rumo pretendido até a proa a manter o voo. A CD segue sempre
do rumo para a proa. Se o vento incide sobre o lado direito da aeronave, a CD será para
o mesmo lado do vento, resultando em um Proa Verdadeira (PV) menor que o Rumo
Verdadeiro (RV). Caso o vento seja pelo lado direito da aeronave, a CD é positiva,
resultando em PV será maior que o RV.

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Aula 03: Magnetismo Terrestre
1 Definição
No estudo da navegação aérea, deve-se considerar dois polos para cada hemisfério: polos
geográficos e polos magnéticos, conforme se verifica na figura a seguir:

Figura. Polos magnético e geográfico. Fonte:


Lacerda. Domínio Público. 2020.

Segundo Ross (s.d.) os polos magnéticos estão localizados nas coordenadas geográficas
73ºN e 100ºW (Ilha Príncipe de Gales = Polo Norte Magnético) e 68ºS e 144ºE (Antártica
= Polo Sul Magnético).
Desta forma, em determinado lugar da superfície terrestre, pode-se obter a direção do
Norte Magnético (NM = direção da linha de força magnética) e a direção do Norte
Verdadeiro (NV = direção do meridiano). Ao valor angular obtido do NV até o NM, é
conhecido como declinação magnética (DMG). A DMG pode variar de 0º a 180º para Este
ou Oeste. Se o NM está à esquerda do NV a DMG é W, caso esteja à direita é E. Se as
direções coincidirem a DMG é nula. Observe o esquema a seguir:

NV NM NM
NM NV
NV

A DMG E B DMG 0º
C DMG W
Figura. DMG E, W e nula. Elaborado pela autora. 2021.

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DMG

Figura. Fragmento de uma WAC. Fonte: AISWEB. Domínio Público. 2021.

A DMG identificada na carta é de 22ºW, o que significa que o NM está localizado à


esquerda do NV, assim, ao determinar a Prova Magnética deve-se considerar somar a
DMG à Prova Verdadeira.

2 Linhas
a) Linha agônica

Linha que une pontos de declinação magnética nula. Na carta, a isogônica é


representada pelas palavras “No Variation”.

b) Linha isoclínica

Linha que une pontos de mesma inclinação magnética. Representadas apenas nas
cartas de altas latitudes, local onde a bússola não é confiável.

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Nota: Um voo conduzido sobre o Equador terrestre faz com que a agulha imantada da
bússola magnética fique alinhada no sentido norte-sul. Porém ao sobrevoar a região dos
polos magnéticos, em função das distorções sofridas pela agulha da bússola magnética
(que aponta para esta norte) esta indicação não fique coincidente com a direção da
agulha (que terá a maior distorção sobre os polos magnéticos e a menor sobre o
Equador). Esta angulação chama-se inclinação magnética.

A força magnética produzida sobre a agulha da bússola quando voando nos polos
magnéticos origina duas componentes de força: a vertical e a horizontal. A componente
horizontal provoca o alinhamento da agulha na direção Norte-Sul magnética, causando
a declinação magnética.

Já a componente vertical provoca a tendência da inclinação da agulha em relação ao


horizonte. Esta componente é nula no Equador e máxima nos polos magnéticos.

c) Linha isopórica

Linha que une pontos de mesma variação da declinação magnética.

3 Bússola Magnética
Este é um dos instrumentos mais importantes para a navegação aérea a bordo das
aeronaves. Desse modo, seu funcionamento baseia-se no ímã, que tem a propriedade de
apontar o norte magnético. Um ou mais ímãs permanentes são embutidos dentro de uma
escala circular móvel chamada limbo que tenderiam a alinhar-se com a direção Norte-
Sul magnética, indicando ao piloto o valor angular que a direção do eixo longitudinal da
aeronave faz com o Norte Magnético (NM). O limbo está contido numa caixa
transparente cheia de querosene, que amortece as oscilações. A bússola magnética é
sujeita a erros causados por campos magnéticos espúrios, fricção do pivô e movimentos
do avião.

Ross (s.d.) ressalta ainda que a agulha ou ímã no


interior da bússola sofre interferência também das
forças magnéticas da estrutura da aeronave e de seus
sistemas. Estas forças podem causar um desvio da
agulha, podendo resultar em um erro no valor indicado
na linha de fé do visor. A agulha da bússola, portanto,
se alinha com um norte resultante dos campos
magnéticos terrestre e da própria aeronave, conhecido
como Norte Bússola (NB). Esse erro é expresso por um
valor angular para E ou W do NM e é chamado de
Desvio de Bússola (DB). Tal erro é compensado por um
cartão de desvios que fica instalado próximo à bussola,
conforme se verifica na figura a seguir.
Figura. Instrumentos: bússola. Fonte:
Formação de Piloto. Domínio Público. 2014 .

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Aula 04: Pé-de-Galinha
1 Definição
Este conteúdo aprofunda-se nas relações entre a rosa dos ventos e os valores praticados
de proa e rumo. Esta relação volta-se para um artifício gráfico conhecido como Pé-de-
Galinha ou Calunga e é muito utilizado para determinar as direções de proa e de rumo.
A seguir tem-se a rosa dos ventos, seus valores em graus, pontos cardeais (N, E, S, W),
colaterais (NE, SE, SW, NW) e subcolaterais (NNE, ENE, ESSE, SSE, SSW, WSW,
WNW, NNW).

Figura. Rosa dos ventos. Fonte: Monolito Nimbus. Domínio Público. 2016.

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Além de conhecer a rosa dos ventos é necessário que o piloto também compreenda alguns
conceitos fundamentais para construir um Pé-de-Galinha.

2 Rumos e Proas

2.1 Rumo Verdadeiro (RV)


É o valor angular obtido do NV, no sentido horário (NESO) até o rumo.

2.2 Rumo Magnético (RM)


É o valor angular obtido do NM, no sentido horário (NESO) até o rumo.

2.3 Rumo Bússola (RB)


É o valor angular obtido do NB, no sentido horário (NESO) até o rumo.

2.4 Proa Verdadeira (PV)

É o valor angular obtido do NV, no sentido horário (NESO) até a proa da aeronave (eixo
longitudinal).

2.5 Proa Magnética (PM)

É o valor angular obtido do NM, no sentido horário (NESO) até a proa da aeronave (eixo
longitudinal).

2.6 Proa Magnética (PM)

É o valor angular obtido do NB, no sentido horário (NESO) até a proa da aeronave (eixo
longitudinal).

3 Exercícios sobre Pé-de-Galinha

3.1 Exemplo 1
Um voo entre A e B, o RV medido foi de 090º e a DMG da carta era 22ºW, qual o RM?

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NM NV Resolvendo:

RM = RV + ou – DMG

RM = 090 + 22W
22ºW
RM = 112º

A rota B
Figura. Cálculo do RM. Elaborado pela autora. 2021.

Nota 1: A DMG está posicionada à esquerda do NV, pois está a oeste (W) deste norte.
Nota 2: Como a DMG é W, acrescenta-se este valor em graus do RV que é de 090º.

3.2 Exemplo 2

Um voo entre A e B, o RV medido foi de 090º e a DMG da carta era 22ºW, também foi
observado um DB de 5ºE, qual os RM e RB?

NM NB NV Resolvendo:

RM = RV + ou – DMG
RM = 090 + 22W
5ºE
RM = 112º
22ºW

RB = RM + ou – DB
RB = 112 – 5

RB = 107º

A rota B
Figura. Cálculo do RB. Elaborado pela autora. 2021.

Nota 1: O DB está posicionado à direita do NM, pois está a este (E) deste norte.

Nota 2: Como o DB é E, este valor é diminuído do RM que é de 112º.

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3.3 Exemplo 3
Dados: RV = 090; DR = +5º; DMG = 22ºW, DB = 5ºE. Calcular: RM, RB, PV, PM, PB.

Resolvendo:
NM NB NV
RM = RV + ou – DMG

RM = 090 + 22W
5ºE RM = 112º
22ºW
RB = RM + ou – DB

RB = 112 – 5
RB = 107º

CD – 5º

DR + 5º
Figura. Cálculos de proas. Elaborado pela autora. 2021.

Resolvendo as Proas:
PV = RV + ou – CD

PV = 090 – 5 (se a DR é +, a CD é –)
PV = 085º

PM = PV + ou – DMG

PM = 085 + 22
PM = 107º

PB = PM + ou – DB
PB = 107 – 5

PB = 102º

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Nota 1: Dependendo da quantidade de dados e do que se quer calcular, o Pé-de-Galinha
pode conter muitas informações, por isso, é possível criar um “Carimbo” para resolver
matematicamente tal gráfico.
Nota 2: Um “Carimbo” contém diversas informações, porém, aqui serão tratados apenas
os voltados para proas e rumos.
Nota 3: O “Carimbo” a seguir apresenta a resolução do exercício 3. São propostos mais
dois exercícios para praticar. Apesar da DMG no Exercício 4 ser E, no Brasil são W.
Vamos lá, tente resolvê-los. Ao final do livro, tem-se a resolução desses exercícios.

Dados Exercício 3 Exercício 4 Exercício 5

RV 090º 180º 357º

CD – 5º
85º
PV 186º
(90 – 5 = 85)
DMG 22ºW (+) 16ºE 15ºW
107º
PM
(85 + 22 = 107)
112º
RM
(90 + 22 = 112)
5ºE (–)
DB 4ºW 4ºE
102º
PB
(107 – 5 = 102)
112º
RB
(112 – 5 = 107)
+ 5º
DR A CD será o mesmo – 3º
valor com sinal oposto

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Aula 05: Instrumentos da
Aeronave
1 Definição
Este conteúdo está voltado para a apresentação dos principais instrumentos a bordo de
uma aeronave voltados para as navegações estimada e visual.

2 Termômetro Elétrico
O termômetro elétrico é constituído de um indicador, com um amperímetro que mede a
corrente que passa por uma resistência embutida em um sensor. Ele é o mais apropriado
para medir a temperatura do ar externo da aeronave, pois o vento incidindo sobre o
sensor, faz variar a resistência elétrica conforme varia a temperatura. A escala do
mostrador do instrumento é graduada em graus Celsius ou Fahrenheit.

Figura. Instrumentos a bordo e


proteção contra fogo: termômetro.
Fonte: Piloto Master. Domínio
Público. 2021.

3 Cronômetro
O cronômetro da aeronave é considerado um instrumento de
navegação, visto que muitos procedimentos e manobras são
executadas, dentro de um certo espaço de tempo.
Figura. Instrumentos a bordo e proteção contra fogo: cronômetro . Fonte: Piloto
Master. Domínio Público. 2021

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4 Velocímetro
Instrumento que indica a velocidade da aeronave em
função do deslocamento do ar. O instrumento utiliza
a diferença de pressão entre a tomada de pressão
total e a tomada de pressão estática do sistema de
Pitot-estático.
Figura. Instrumentos de voo – parte 2: velocímetro. Fonte:
Aeroclube de Santa Catarina. Domínio Público. 2020

5 Altímetro
Instrumento que é utilizado para saber a altitude da
aeronave em voo. Seu funcionamento é baseado apenas na
utilização da tomada de pressão estática do sistema de
Pitot-estático.
Como na atmosfera ocorre uma variação de pressão
atmosférica entre diferentes regiões, o altímetro possui um
ajuste de pressão para que os dados obtidos não estejam
incorretos, tal ajuste se dá, calibrando a pressão atmosférica
local na altímetro, essa pressão é indicada na janela de
kollsman. Figura. Instrumentos de
voo – parte 2: altímetro.
Na imagem acima temos um altímetro onde a seta vermelha Fonte: Aeroclube de
aponta para o botão de ajuste de pressão e a seta amarela Santa Catarina. Domínio
para a janela de kollsman. Público. 2020

6 Variômetro
Também conhecido como Climb, esse instrumento nos
indica a velocidade vertical da aeronave, tendo como
indicação os pés/minuto que a aeronave está subindo ou
descendo. Assim como o altímetro o variômetro utiliza
apenas a tomada de pressão estática do sistema de Pitot-
estático.

Figura. Instrumentos de
voo – parte 2: variômetro.
Fonte: Aeroclube de
Santa Catarina. Domínio
Público. 2020

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7 Turn Coordinator
É um instrumento que indica a atitude da aeronave
em relação ao seu eixo longitudinal. Seu
funcionamento baseia-se no princípio da precessão
giroscópica.
Nas imagens abaixo podemos ver a indicação do
instrumento, na parte superior do instrumento
temos a inclinação lateral da aeronave, quando a
curva é realizada com a inclinação nas referências
laterais temos uma curva de padrão onde uma volta
completa irá levar 2 minutos para ser realizada. Figura. Instrumentos de voo –
Na parte inferior temos a coordenação da curva, na parte 2: turn coordinator. Fonte:
imagem da esquerda temos uma curva coordenada Aeroclube de Santa Catarina.
Domínio Público. 2020
na imagem do centro uma curva derrapada e na
imagem da direita uma curva glissada.

8 Bússola
Instrumento magnético, nos indicará a direção
magnética em que a aeronave se encontra.

Figura. Instrumentos de voo – parte 2: bússola. Fonte: Aeroclube


de Santa Catarina. Domínio Público. 2020

9 Giro Direcional
É um instrumento giroscópico que utiliza a
propriedade de rigidez no espaço. Como muitas vezes a
leitura da bússola se torna difícil, devido a turbulência
e ao próprio formato da bússola, o giro direcional
facilita a leitura da proa magnética da aeronave.
Devido ao fato de não ser um instrumento magnético o
giro direcional necessita ser ajustado em intervalos de
tempo no voo para que suas indicações não sejam
errôneas.
Figura. Instrumentos de voo – parte 2: giro direcional. Fonte:
Aeroclube de Santa Catarina. Domínio Público. 2020

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Referências
AEROCLUME DE SANTA CATARINA. Instrumentos de voo – parte 2: velocímetro.
2020. Disponível em: https://aeroclubesc.com.br/instrumentos-de-voo-parte-2/. Acesso
em: 30 out. 2021.

AEROCLUME DE SANTA CATARINA. Instrumentos de voo – parte 2: altímetro. 2020.


Disponível em: https://aeroclubesc.com.br/instrumentos-de-voo-parte-2/. Acesso em: 30
out. 2021.

AEROCLUME DE SANTA CATARINA. Instrumentos de voo – parte 2: variômetro.


2020. Disponível em: https://aeroclubesc.com.br/instrumentos-de-voo-parte-2/. Acesso
em: 30 out. 2021.

AEROCLUME DE SANTA CATARINA. Instrumentos de voo – parte 2: turn


coordinator. 2020. Disponível em: https://aeroclubesc.com.br/instrumentos-de-voo-
parte-2/. Acesso em: 30 out. 2021.

AEROCLUME DE SANTA CATARINA. Instrumentos de voo – parte 2: bússola. 2020.


Disponível em: https://aeroclubesc.com.br/instrumentos-de-voo-parte-2/. Acesso em: 30
out. 2021.

AEROCLUME DE SANTA CATARINA. Instrumentos de voo – parte 2: giro direcional.


2020. Disponível em: https://aeroclubesc.com.br/instrumentos-de-voo-parte-2/. Acesso
em: 30 out. 2021.

AISWEB. Visuais: cartas aeronáuticas. 2021. Disponível em:


https://aisweb.decea.mil.br/cartas/visuais/wac/WAC+3190+GEOPDF.pdf. Acesso em: 20
out. 2021.

FERNANDEZ, Gabriel. Formação teórica de PPA: teoria das projeções. 2013. Disponível
em:
http://canalpiloto.com.br/formacao-teorica-de-ppa-13/. Acesso em: 21 out. 2021.

FORMAÇÃO DE PILOTO. Instrumentos: bússola. 2014. Disponível em:


https://formacaopiloto.blogspot.com/2014/09/aeronaves-e-motores-capitulo-xx_10.html.
Acesso em: 21 out. 2021.

LACERDA, Danilo. Qual a diferença entre o norte magnético, geográfico e da


quadrícula. 2020. Disponível em:

24
https://pt.linkedin.com/pulse/qual-diferen%C3%A7a-entre-o-norte-magn%C3%A9tico-
geogr%C3%A1fico-e-da-danilo-lacerda. Acesso em: 21 out. 2021.

PILOTO MASTER. Instrumentos a bordo e proteção contra fogo: termômetro. 2021.


Disponível em: http://pilotomaster.com.br/materias/pp/contra_fogo.pdf. Acesso em: 30
out. 2021.

PILOTO MASTER. Instrumentos a bordo e proteção contra fogo: cronômetro. 2021.


Disponível em: http://pilotomaster.com.br/materias/pp/contra_fogo.pdf. Acesso em: 30
out. 2021.

MONOLITO NIMBUS. Rosa dos ventos e seus deuses. 2016. Disponível em:
https://www.monolitonimbus.com.br/rosa-dos-ventos-e-os-deuses/. Acesso em: 20 out.
2021.

ROOS, Titus. Piloto privado: navegação visual e estimada. 14ª ed. São Paulo: Editoração
eletrônica, s.d.

SANTOS, Edmilson dos. Projeções cartográficas. 2018. Disponível em:


http://profcmazucheli.blogspot.com/2018/08/projecoes-cartograficas.html. Acesso em: 21
out. 2021.

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Resolução de Exercícios
Módulo 2
Aula 04 – Pé de Galinha

Dados Exercício 3 Exercício 4 Exercício 5

RV 090º 180º 357º

CD – 5º +6º (186 – 180) + 3º


85º
PV 186º 360º ou 000º (357 + 3)
(90 – 5 = 85)
DMG 22ºW (+) 16ºE (–) 15ºW (+)
107º
PM 170º (186 – 16) 015º (000 + 15)
(85 + 22 = 107)
112º 012º (357 + 15 = 372)
RM 164º (180 – 16)
(90 + 22 = 112) (372 – 360 = 012)
DB 5ºE (–) 4ºW (+) 4ºE (–)
102º
PB 174º (170 + 4) 011º (015 – 4)
(107 – 5 = 102)
112º
RB 168º (164 + 4) 008º (012 – 4)
(112 – 5 = 107)
+ 5º
– 6º
DR A CD será o mesmo – 3º
valor com sinal oposto

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Produção editorial e revisões: Esp. Tammyse Araújo da Silva

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