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MÓDULO 3

Dinâmica da Atmosfera

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Aula 01: Ventos e Circulação
Geral da Atmosfera

Ventos
1 Definição
No equilíbrio das pressões (bárico) acontece o fluxo de ar da alta pressão para a
baixa pressão ocasionando o vento.

2 Forças que atuam no vento


Força G – Gradiente de Pressão
Força de Coriolis – F
Força de Atrito – A
Força Centrífuga – C

2.1 Força G – Gradiente de Pressão

É a força motriz do vento dada pela razão:

(G) = Diferença de pressão


Distância

Portanto, quanto maior a diferença entre as isóbaras (diferença de pressão), maior


a força G (razão direta);
Quanto maior a distância entre as isóbaras, maior a força G (razão inversa).

Figura. Escola Náutica. Fundamentos de Meteorologia. Formação do vento. Fonte: Domínio


Público. Acesso em: 01 set. 2021.

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2.2 Força de Coriolis – F

É o desvio aparente do vento na atmosfera, podendo ser para a direita ou para a


esquerda, dependendo do hemisfério.

• Hemisfério Sul – Esquerda


• Hemisfério Norte – Direita

Portanto, um corpo mergulhado na atmosfera, tenderá no Hemisfério Sul a desviar
para a esquerda e no Hemisfério Norte, para a direita.

Figura. Escola Náutica. Fundamentos


de Meteorologia. A física do sistema.
Fonte: Domínio Público. Acesso em: 01
set. 2021.

2.3 Força de Atrito – A

Oferece resistência ao deslocamento do ar (fricção). Atua próximo à superfície na


direção das baixas pressões. Camada de atrito: em geral adota-se 600 metros de
altura, porém, especificamente sobre a água atua até 600 m; sobre terra plana até
900 m e; sobre montanhas até 1800 m.

• Hemisfério Sul – Direita


• Hemisfério Norte – Esquerda

2.4 Força Centrífuga – C

Força o ar para fora do centro de curvatura, opondo-se à força centrípeta em toda


trajetória curvilínea.

3 Camada de Fricção ou de Ekman (Até 600 Metros)


3.1 Camada de Superfície (ou Prandtl)

Se estende sobre a superfície de 0 a 100 metros, ventos de superfície, atuam as


forças de atrito máxima e a G.

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3.2 Camada de Transição

Se estende de 100 ao nível de gradiente de 600 metros, ventos Barostróficos, atua


apenas a força G.

4 Atmosfera Livre (acima do Nível de Gradiente)


4.1 Ventos Geostróficos

4.2 Forças G e F

4.3 Paralelismo entre as isóbaras

4.4 Direção do vento geostrófico

É possível calcular o vento geostrófico se souber o vento de superfície. Para isso


utiliza-se o gabarito a seguir para somar ou subtrair da direção do vento de
superfície:

Se você estiver sobrevoando:


Mar = 10º
Planícies = 45º
Montanhas = 70º

4.5 Velocidade do vento: 50% do vento de superfície

Já para o cálculo do vento, o vento geostrófico sempre será 50% mais intenso que o
vento de superfície.

4.6 Resumo dos ventos que atuam verticalmente na camada de Fricção e


na Atmosfera Livre

Paralelismo das Isóbaras Ilimitado


Atmosfera Livre Vento Geostrófico
G+F
Nível de Gradiente 600 metros

Vento Barostrófico 500 metros


Camada de Transição Força Exclusiva G

Camada de Superfície Vento De Superfície 100 metros


(Ou Prandtl) Força G +Atrito

Superfície Zero metro

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4.7 Ventos que atuam na Camada de Fricção e Atmosfera Livre (resumo)

Camada Vento De Até Força


Da superfície De superfície Zero metros 100 metros De atrito + G
De transição BAROstrófico 100 metros 600 metros G
Atmosfera GeostróFico 600 metros Ilimitado G+F
livre
Atmosfera Ciclostrófico 600 metros Ilimitado G+C
livre
Atmosfera Gradiente 600 metros Ilimitado G+F+C
livre

5 Comportamento dos Ventos Geostróficos ao Redor


dos Centros de Pressão
5.1 Alta pressão no H.S

Circulação anti-horária (sentido Norte-Oeste-Sul-Este = NOSE), divergente,


anticiclônica.

5.2 Baixa pressão no H.S

Circulação horária (sentido Norte-Este-Sul-Oeste = NESO), convergente, ciclônica.

5.3 Alta pressão no H.N

Circulação horária, divergente, anticiclônica.

5.4 Baixa pressão no H.N

Circulação anti-horária, convergente, ciclônica.

Figura. Mendes e Gomes. Circulação nos oceanos: correntes oceânicas e massas d’água.
Representação esquemáticas dos ciclones e anticiclones(a). Efeito da força de Coriolis sobre esses
centros no hemisfério norte (b). Fonte: Domínio Público. Acesso em: 01 set. 2021.

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6 Lei de Buys Ballot
“Se dermos as costas para o vento no hemisfério sul, as pressões menores e
consequentemente as áreas de mau tempo estarão a nossa direita”.

Figura. Lei de
Buys
Fonte:
Ballot.
A B
Elaborado pela
autora. 2021.

Circulação Geral da Atmosfera


1 Por que a Atmosfera Circula?
Se a Terra não girasse, a atmosfera circularia apenas do Equador para os polos
(abaixo à esquerda). Mas a rotação do planeta produz células de circulação para
cada hemisfério.

Figura.
ResearchGate.
Modelo conceitual
da circulação global
atmosférica,
indicando as
células meridionais
e as direções dos
ventos próximos à
superfície. Também
são indicadas as
latitudes típicas de
baixas e altas
pressões. Fonte:
Domínio Público.
Acesso em: 01 set.
2021.

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De acordo com Daniels, Fallow e Kinney (1995) o ar quente do Equador se eleva e
avança em direção aos polos. Ao atingir a latitude de 30 graus – norte ou sul –, já
esfriou o suficiente para descer de volta à superfície terrestre. Boa parte desse ar
volta ao Equador em um padrão circulatório conhecido como célula de Hadley, mas
o restante vai para os polos. A cerca de 60 graus de latitude esse ar colide com o ar
frio polar que corre em direção ao Equador. Ele então se eleva e retorna para o
Equador, no fluxo conhecido como célula de Ferrel. O ar polar tendo absorvido calor
da Terra, também se eleva e volta à sua origem, formando uma célula de circulação
polar.

2 Definição da circulação geral da atmosfera


Os ventos na atmosfera fluem de forma a manterem um certo “equilíbrio de
pressões” no Globo terrestre e o fazem através de um sistema organizado chamado
Circulação Geral dos Ventos na Atmosfera, dividindo-se em: Circulação Inferior e
Circulação Superior.

2.1 Circulação em níveis inferiores predominante de E

Circulação Inferior:
Até 20.000 pés
São os ventos POLARES, DE OESTE e ALÍSIOS
Predomina de ESTE

2.2 Circulação superior predominante de W

Circulação Superior:
Acima de 20.000 pés
São os ventos Contra alísios, Jatos de Este,
Corrente de Berson, ventos Krakatoa e Corrente
de Jato (Jet Stream)
Predomina de OESTE

3 Circulação em níveis inferiores


3.1 Ventos Polares

Ocorrem nas latitudes polares em ambos os hemisférios. Predominam de SE no HS


e NE no HN.

3.2 Ventos De Oeste

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Fluem nas latitudes temperadas. Predominam de Oeste em ambos os hemisférios.

3.3 Ventos Alísios

Ocorrem nas latitudes tropicais em direção ao Equador. Predominam de SE no HS


e de NE no HN. Velocidade máxima entre 15° e 10° de cada hemisfério.

Figura. Circulação geral – Terra em


movimento. Fonte: Daniels, Fallow e Kinney.
1995.

4 Circulação superior
Baseado em estudos de Sonnemaker (2017).

4.1 Contra alísios

É uma inversão da direção dos alísios. São de SW no hemisfério norte e NW no


hemisfério sul entre as latitudes de 5° a 15° de cada hemisfério.

4.2 Jatos de Este

Acima de 40.000 pés, com velocidades de 60KT, entre 20° de latitude nos dois
hemisférios.

4.3 Corrente de Berson

Acima de 60.000 pés, com velocidades de 100KT ou mais, oscila ente 6°N e 4°S.

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4.4 Ventos Krakatoa

Acima da tropopausa, em níveis estratosféricos, localizam-se entre as latitudes


15°N e 15°S e predominam de este.

4.5 Corrente de Jato ou Jet Stream

A corrente de jato é um fluxo de ventos fortes, predominando de Oeste, em ambos


os hemisférios, sobre as latitudes temperadas. Ocorrem nas zonas de convergência
em alta altitude, entre os ventos ciclônicos polares e os ventos de retorno dos
anticiclones subtropicais.

Os ventos mais intensos ocorrem no núcleo da corrente que se localizam na


Troposfera Superior, pouco abaixo da Tropopausa. Estende-se por milhares de
quilômetros, apresentando ventos mínimos de 60 nós em seu núcleo.

De um modo geral, a corrente de jato mantém componente de vento que quase


coincide com a rota Buenos Aires – Rio de Janeiro em altitude. Em função da época
do ano, ela avança para o norte ou desce para o sul, porém mantendo aquela mesma
componente que facilita aos que voam de Buenos Aires para o Rio de Janeiro, e que
dificultam aos que voam no sentido inverso.

De uma forma geral, toda vez que uma corrente de jato é observada com
intensidade sobre a região de São Paulo, ela afetará com máxima intensidade, as
operações aéreas em altitude, sobre toda a faixa litorânea, compreendida entre Rio
de Janeiro e Curitiba, com reflexos de fortes ventos até Florianópolis.

A corrente de jato apresenta ainda as seguintes características físicas:

• Velocidade: acima de 100 KT, valor máximo 450 KT nos EUA.


• Direção geral: de oeste para leste, com pequena sinuosidade. Sobre o
litoral brasileiro predomina de SW (230° e 250°).
• Estrutura: células de velocidades diferentes ocorrem em toda a largura
da corrente. Tais células como se fossem gigantescas bolhas, parecem ter
deslocamento próprio dentro do conjunto estrutural da corrente.
• Deslocamento: a corrente de jato apresenta um certo deslocamento
latitudinal, que chega a 1 KM horário. Comportam-se regularmente, de
acordo com a estação do ano. Atingem latitudes menores no inverno e
retornam às latitudes maiores no verão. Podem ocorrer sobre o Rio
Grande do Sul no verão, raramente chegam, porém, nessa época, a
alcançar São Paulo e Rio de Janeiro. O período de vida da corrente de
jato, compreendido entre a sua formação (jatogênese) e a sua dissipação
(jatólise) constitui o seu ciclo vital de até 24 horas sobre um mesmo ponto
na superfície. A corrente de jato sempre surge mais baixa no inverno e
outono e bem mais elevada no verão. Desce até 30.000pés, em média, no
inverno sobre o Brasil e vai além de 45.000 pés no verão.

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• Nebulosidade: Cirrus Uncinus com seus tufos indicando para onde sopra
o vento e cirrocumulus em suas bases.
• Isotermia: a temperatura não varia verticalmente, mas horizontalmente,
o ar para o lado polar, será sempre mais frio.
• Turbulência: surge nas bases, nas margens e no topo, do tipo CAT. CAT
é um repentino fluxo maciço de ar, representado imensas correntes de ar
invisíveis e inaudíveis. A CAT ocorre com muita frequência em áreas
montanhosas (como os Alpes, por exemplo). No interior da corrente de
jato o fluxo de vento é máximo e diminui para a periferia. Quando essa
variação de velocidade com a distância é grande, causa uma cortante de
vento (WS), o vento máximo que flui no interior da corrente, choca-se com
o vento da periferia, que é de pequena velocidade, ou quase calmo,
ocasionando a CAT. Essa variação de velocidade no fluxo de ar pode
ocorrer tanto no sentido vertical como horizontal e quando essas
variações se encontram num ponto e há convergência de massa, temos o
ponto máximo da turbulência. O melhor ângulo de penetração de uma
corrente de jato é 45°.

5 Zona de Confluência (ou Convergência) Intertropical


– CIT (Intertropical Confluence Zone – ITCZ)
É uma faixa latitudinal em volta do Equador que oscila entre 15°N e 12°S e divide
a circulação dos dois hemisférios.

Caracteriza-se por ser uma área de grande concentração de nuvens cumuliformes


de desenvolvimento vertical (Cu, Tcu e Cb), produzindo mau tempo constante.

Doldruns: são áreas de calmaria da CIT.

6 Circulação secundária
Os ventos descritos abaixo são pertencentes a chamada Circulação Secundária que
são ventos Barostróficos ou de Superfície que representam uma irregularidade
dentro do sistema de Circulação Geral dos Ventos na Atmosfera.

6.1 Brisa Marítima

É o fluxo diurno de ventos que sopram no litoral do mar para a terra devido o ar
adjacente a água do mar estar mais frio (mais denso) do que na terra (mais quente
e menos denso).

6.2 Brisa Terrestre

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É o fluxo noturno de ventos litorâneos da terra para o mar por efeito oposto ao da
brisa marítima: pela noite, o ar adjacente a terra está mais frio (mais denso) do
que o ar vizinho ao mar (mais quente e menos denso).

Figura. Freepik. Brisa marítima (sea breeze) e brisa terrestre (land breeze). Fonte: Domínio
Público. Acesso em: 01 set. 2021.

6.3 Monções

As monções formam-se pelo mesmo efeito das “brisas”, porém em áreas


continentais. Existem dois tipos:

• De verão: fluem do oceano para o continente (trazem muita umidade e


chuvas constantes);
• De inverno: fluem do continente para o oceano, causando grandes estiagens.

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Figura. Viajar entre viagens. Como funcionam as monções no sudeste asiático (informação por
país). Fonte: Domínio Público. Acesso em: 01 set. 2021.

6.4 Efeito Fohen ou Ventos Foehn

É a descida do ar seco e quente (adiabaticamente) a sotavento das montanhas.


Estes ventos produzem climas típicos em certas regiões, podendo dar origem a
desertos e regiões semi-áridas. Alguns exemplos são as regiões secas de Mendoza
e o Zonda, na Argentina, o vento Santa Ana, na Califórnia e o Foehn, nos Alpes
Suíços.

Figura. Tempo.com. O que é o efeito Foehn? Fonte: Domínio Público. Acesso em: 01 set. 2021.

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6.5 Ventos de Vale

São fluxos ascendentes e diurnos que ocorrem quando nas primeiras horas da
manhã, o Sol aquece inicialmente as paredes dos vales, expulsando o ar frio.
Anabáticos fluem costa acima durante o dia.

6.6 Ventos de Montanhas

São fluxos descendentes e noturnos provenientes do resfriamento rápido e natural


do ar no topo das montanhas aumentando a densidade do ar e fazendo-o fluir para
o fundo do vale. Catabáticos fluem encosta abaixo durante à noite.

Figura. ResearchGate. Mecanismos de circulação de vale e montanha; ventos anabáticos (a) e


ventos catabáticos (b). Fonte: Domínio Público. Acesso em: 15 set. 2021.

OBSERVAÇÃO

Os ventos anabáticos são provocados pelo aquecimento diurno de encostas


alongadas, onde o topo, normalmente, se aquece primeiro, fazendo o ar ascender
pela encosta. Em contrapartida, os ventos catabáticos ocorrem à noite, devido ao
resfriamento do ar nas encostas, que se torna mais denso e desce por efeito da
gravidade. Existe ainda o efeito Bernoulli associado ao aumento da intensidade dos
fluxos de ventos nas montanhas ou regiões de relevo irregular.

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Aula 02: Turbulência
1 Definição

É a agitação vertical das moléculas do ar, que provoca um voo desconfortável, pois
o deslocamento da aeronave tem sua atitude alterada seguidamente, ocasionando
variações em sua sustentação. Em voo é percebida pelos solavancos da aeronave
e/ou pelas variações na velocidade indicada (VI), derivadas de mudanças de
atitudes da ACFT.

2 Classificação das turbulências (variação pela VI)

Leve
Moderada
Forte
Severa ou Extremamente Forte

2.1 Leve

A VI varia de 5 15KT.

2.2 Moderada

A VI varia de 15 a 25 KT.

2.3 Forte

A VI varia de 25 a 35KT. A ACFT fica sujeita a danos materiais e os objetos soltos


no seu interior são jogados para todos os lados, podendo trazer consequências
graves ao piloto e seus passageiros. A pilotagem torna-se bastante difícil.

2.3 Severa ou Extremamente Forte

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A VI varia valores maiores que 35KT. É o caso mais extremo onde a pilotagem
torna-se impossível e os danos materiais são inevitáveis.

3 Tipos de turbulência:
3.1 Convectiva ou Termal

Figura. Turbulência
convectiva. Fonte: Souza
(1989).

3.2 Mecânicas

a) De solo

Figura. Efeito de solo. Fonte: Souza (1989).

b) De montanha ou orográfica – ondas orográficas

Figura. Ondas
orográficas. Fonte: Souza
(1989).

c) Esteira de turbulência

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Figura. Federal Aviation Administration. Advisory Circular n. 90-23G. Aircraft Wake Turbulence.
Fonte: Domínio Público. Acesso em: 10 set. 2021.

3.3 Dinâmicas

a) Cortante de vento (wind shear)

Figura. Agência
Nacional de
Aviação Civil. Wind
Shear. Fonte:
Domínio Público.
Acesso em: 10 set.
2021

b) Turbulência frontal

Associada às frentes.

c) Turbulência de céu claro CAT (Clear air turbulence)

Relacionada à corrente de jato

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Aula 03: Massas de ar e
Frentes
1 Definição
Um grande volume de ar que apresenta características iguais no seu sentido
horizontal (mesma temperatura, pressão, densidade e umidade).

2 Regiões de Origem
São os locais onde formam-se as massas de ar.

Oceanos
Regiões polares
Áreas de deserto
Florestas

3 Classificação das massas de ar

Quanto à superfície
Quanto à temperatura
Quanto à latitude

3.1 Quanto à superfície

marítimas (m): úmidas


continentais (c): secas

3.2 Quanto à temperatura

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quentes (w): estáveis
frias (k): instáveis

3.3 Quanto à Latitude

Tropical (T)
Polar (P)
Equatorial (E)
Ártica ou Antártica (A)

A única latitude que não forma massas de ar é a latitude TEMPERADA ou MÉDIA

Resumo:
Designação Abreviatura Internacional
marítima Tropical fria mTk
marítima Tropical quente mTw
marítima Polar fria mPk
marítima Polar quente mPw
continental Tropical fria cTk
continental Tropical quente cTw
continental Polar fria cPk
continental Polar quente cPw
continental Antártica cA
continental Equatorial cE
marítima Ártica mA
marítima Equatorial mE

4 Massa de ar quente
Quando um grande volume de ar repousa sobre uma superfície mais fria do que
ela:

a) Estabilidade do ar.
b) Massa de ar úmida: nevoeiros, névoa úmida e nuvens estratiformes.
c) Massa de ar seca: fumaça e névoa seca.
d) Visibilidade reduzida.

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5 Massa de ar fria
Quando um grande volume de ar se encontra repousado sobre uma superfície mais
quente do que ela.

a) Instabilidade do ar.
b) Massa úmida: nuvens cumuliformes.
c) Massa seca: ventos moderados a forte.
d) Visibilidade boa, exceto na hora das pancadas de chuva.

6 Massa de ar que afetam o Brasil


6.1 Continental Equatorial

• Localiza-se no Vale do Amazonas e é bastante úmida.


• Apresenta nebulosidade cumuliforme. Desloca-se de NW para SE.

6.2 Marítima Equatorial

• Está no litoral entre Fortaleza e a Guiana Francesa.


• Apresenta nebulosidade cumuliforme constante com deslocamento de SE
para NW.

6.3 Marítima Tropical

• Tem caráter estacionário e situa-se no litoral sudeste brasileiro (próximo ao


ES).

6.4 Continental Tropical

• Predomina sobre o interior do Brasil (Goiás e Mato Grosso).


• No inverno é estável com pouca nebulosidade.
• No verão é instável com grande nebulosidade e chuvas constantes.
• Tem caráter estacionário.

6.5 Marítima Polar

• Penetra pela fronteira do Rio Grande do Sul deslocando-se para as latitudes


mais baixas em direção ao continente, atinge a Bahia, onde normalmente
dissipa-se;
• Desloca-se de SW para NE.

6.6 Continental Polar

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• Penetra pelo continente, vindo da Argentina e dissipando-se para o mar.

Figura. Só Geografia. Massas de ar. Fonte: Domínio Público. Acesso em: 11 set. 2021

Frentes
1 Definição
As frentes são áreas de baixas pressões situadas entre duas massas de ar de
características diferentes (duas altas pressões). É definida pela dianteira da massa
de ar que se desloca sobre a outra. Portanto, para que se possa existir uma frente,
é necessária a presença de duas massas de ar diferentes, uma fria e outra quente,
transportando calor e umidade entre uma e outra, aquela que for maior, empurrará
a menor, e sua dianteira definirá a FRENTE. Isto ocorre porque fisicamente é
impossível que duas massas de ar de características opostas se misturem, ao invés
disto, cria-se uma área entre as duas, definida como zona ou rampa frontal.

Quando a alta polar (massa de ar frio) avança teremos uma frente fria, já quando
a alta tropical (massa de ar quente) avançar, teremos uma frente quente.

2 Rampa Frontal
Vista de perfil, a rampa frontal apresenta-se inclinada para o lado do ar mais frio
(mais denso) tanto na frente fria quanto na frente quente.

O ângulo formado entre a superfície sobre a qual se desloca e a rampa frontal,


caracteriza o seu DECLIVE e quanto maior o ângulo da rampa frontal com a
superfície, menor será o atrito e mais rápida e violenta será a atividade da frente.

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Figura. Adaptado de MeteoroCG. PP
capítulo 15 – Frentes. Fonte: Domínio
Público. Acesso em: 11 set. 2021

3 Frente Fria

Ocorre quando uma massa de ar frio avança sobre uma massa de ar quente.

Nas frentes frias, o ar frio (que é mais denso e pesado) penetra por baixo do ar
quente fazendo este se elevar.

São rápidas e violentas e há predomínio de nuvens cumuliformes com tempestades.

Figura. Monolito Nimbus. Sistemas Frontais – Frente fria. Fonte: Domínio Público. Acesso em: 29
ago. 2021.

3.1 Setores das frentes frias

Pré-Frontal: antes da frente


Frontal: durante a passagem da frente
Pós-frontal: após a passagem da frente

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Setor pré-frontal: Setor frontal: Setor pós-frontal:
• Aparecem CI no • A pressão chega ao • A pressão volta a
horizonte; seu valor mais subir;
• A temperatura baixo; • A temperatura cai
aumenta; • Os ventos de lentamente;
• A pressão diminui; superfície de W no • Os ventos de
• Os ventos de HS; superfície sopram
superfície fluem de • Nuvens CB e de SW no HS e de
NW no HS e SW no tempestades NW no HN;
HN; ocorrem. • Há possibilidade
• A deriva é para a de formação de
esquerda no HS. FG;
• A deriva é para a
direita no HS.

3.2 Reconhecimento de uma Atividade Frontal Fria em Voo

• Percebe-se uma deriva constante para a esquerda (HS),


pois o voo está sendo conduzido de uma área de pressões
altas para uma zona de pressões baixas;

• Aumento da instabilidade do ar (ventos e turbulência) e


diminuição da altitude verdadeira (QNH < QNE);

• Surgimento de cirrus no horizonte e aumento da


temperatura.

Antes da passagem de uma frente fria no HS

• Aumento da altitude verdadeira;

• Mudança de deriva da esquerda para a direita (HS);

• Mudança perceptível no decréscimo da temperatura.

Depois da passagem de uma frente fria no HS

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4 Frente quente
É na verdade uma frente fria que está recuando do Equador para os pólos
como resultado do aquecimento natural das massas de ar frio nas latitudes mais
baixas.

Figura. Monolito Nimbus. Sistemas Frontais – Frente quente. Fonte: Domínio Público. Acesso em:
29 ago. 2021.

4.1 Características da frente quente

Características gerais: Sistema de nuvens


padronizado:
• Deslocam-se de NW no HS e de SW
no HN; • Nuvens estratiformes;
• Há pouca variação dos ventos; • Inicialmente surgem CI e CS;
• As precipitações são leves e • Após, as nuvens médias AS;
contínuas e com nevoeiros formados • Finalmente, em níveis inferiores,
antes da zona frontal. aparecem os ST e SC.

4.2 Reconhecimento de uma Atividade Frontal Quente em Voo

• Visibilidade restrita no sentido longitudinal (ar estável)


e a consequente diminuição de teto e voo IMC (nuvens
baixas);

• Estabilidade excessiva do ar;

• Nuvens estratiformes.

Reconhecimento da frente quente

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5 Frentes estacionárias
É quando uma frente perde seu deslocamento, isto é, quando duas massas de ar
que geraram a frente entram em equilíbrio, cessa o movimento frontal, situação
em que a frente é classificada como estacionária.

6 Frente oclusa
São, normalmente, frentes frias que alcançam uma frente quente, criando
ondulações instáveis e deslocam-se ao longo das rampas frontais. A partir daí, uma
ou outra é elevada, ocluindo (escondendo) o ar quente. Estas ondulações
desenvolvem atividades fortes pois incorporam as ações de duas frentes.

6.1 Oclusão fria

Ocorre quando o ar que empurra a frente fria for mais frio do que o ar adiante da
frente quente (frente quente se eleva).

6.2 Oclusão quente

Ocorre quando o ar que empurra a frente fria for menos frio do que o ar adiante da
frente quente (frente fria se eleva).

7 Simbologia das Frentes

Figura. Meteorotica.
Frentes. Fonte: Domínio
Público. Acesso em: 11 set.
2021.

8 Generalidades

• Frontogênese: é a formação ou regeneração de uma frente.

• Frontólise: é a dissipação ou o enfraquecimento de uma frente.

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Aula 04: Trovoadas (TS)
1 Definição
É o conjunto de fenômeno que se manifesta na nuvem CB.

Figura. Exame. Ciência. São Paulo terá maior incidência de raios nos próximos 30 anos. Fonte:
Domínio Público. Acesso em: 13 set. 2021.

2 Condições atmosféricas básicas para a formação das


trovoadas

Presença de umidade
Ar instável
Presença de elemento inicial de formação

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3 Ciclo da vida de uma trovoada
CUMULUS MATURIDADE DISSIPAÇÃO
Turbulência Ascendente Forte a severa Descendentes
Correntes Ascendente Ascendentes e Descendentes
descendentes
Precipitação Não há* Intensa do tipo Uniforme e leve
pancada
Relâmpagos e Não há* Em atividade Na horizontal
trovões
Neve e granizo Não há* No interior da nuvem Não há*
Topo - Cirriforme ventos Bigorna,
fortes cabeleira ou
penacho
Desenvolvimento - ápice -

Figura. Federal Aviation Administration. Advisory Circular AC No 00-6B. Tempestade de Cluster


Multicelular. Fonte: Domínio Público. Acesso em: 13 set. 2021.

4 Classificação das trovoadas


4.1 De Massas De Ar

a) Orográficas: formam-se a barlavento das montanhas e produzem granizo,


podem se deslocar levadas pelos ventos.

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b) Convectivas ou Térmicas: ocorrem em dia de forte insolação com velocidades
de 80% dos ventos predominantes.

c) Advectivas ou Noturnas: ar frio sobre águas quentes, por exemplo, no inverno


no Caribe.

4.2 Dinâmicas

a) Frontais:

• De frente fria – formam-se sempre do lado quente.


• De frente quente – é típica de ar estável e possuem CB embutido.
• De frente oclusa – perigosas por estarem obscurecidas pela grande massa de
nebulosidade produzida neste tipo de frente.
• De frente estacionária – menor intensidade que a frente fria.

b) Não Frontais:

• Linhas de instabilidade pré-frontal de frente fria – de todas são as mais


severas, precedem uma frente fria e são mais velozes que ela. São
encontradas normalmente de 100 a 130 km adiante uma frente fria, porém,
podem distanciar-se dela até 400 km. São provedoras de microburst.
• De cavados permanentes – como a CIT. A CIT é a maior produtora de
Trovoadas do Planeta. Ocorrem durante todo o ano e em quase todas as
horas do dia, algumas delas atingem alturas superiores a 18.000 metros
(60.000 pés).

5 Condições de tempo meteorológico associadas às


trovoadas
5.1 Ventos De Rajada

Em torno de toda a célula num raio de aproximadamente 40km (20NM);

5.2 Granizo e Saraivas

Nenhum voo é possível, pois há a maior concentração de gelo, granizo, eletricidade


e turbulência.

O gelo é lançado até 10 NM distante da nuvem, a identificação se faz pela coloração


esverdeada.

5.3 Relâmpagos

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São eletometeoros, causados pela energia elétrica armazenada que atinge o
potencial de mais de 100.000.000 de Volts, produzindo uma descarga elétrica de
300.000 Amperes, a cerca de 30.000 pés; na vertical indicam a aproximação da
nuvem, na horizontal, o afastamento.

5.4 Trovões

São fonometeoros, isto é, trata-se do ruído sônico do relâmpago.

6 O relâmpago e a aeronave
Todos os dados a seguir são estudos do CENIPA.

A aeronave é uma molécula comum, com a vantagem de ser ótima condutora de


eletricidade e, consequentemente, facilitar o trânsito do raio.

Num avião, três zonas típicas recebem o raio, na seguinte prioridade:

• Nariz, bordo de fuga e ponta das asas, frentes dos motores à reação, leme de
direção e profundor;
• Fuselagem e área da asa atrás dos motores à reação; e
• Restante da asa e toda empenagem.

A voltagem induzida no interior da aeronave, nas partes cobertas com fibra, é


muito maior que nas cobertas com alumínio. Componentes eletrônicos,
principalmente os digitalizados, sofrem graves problemas.

Fones, microfones e outros componentes transmitem choque. A voltagem induzida,


no interior da nacele e da fuselagem pode ser inconveniente, principalmente, se
estivermos em contato físico com superfícies metálicas.

O relâmpago visto de perto é vermelho-azulado, decomposição do hidrogênio da


molécula d’água, isto cega momentaneamente o piloto, impossibilitando-o de
realizar manobras convenientes.

Observando-se a direção do relâmpago, vê-se que os primeiros têm caminho


vertical para cima ou para baixo, dependendo do tipo de ionização da base da
nuvem. Assim que a diferença potencial minimiza, entre a dianteira da nuvem e o
solo, o trânsito do líder torna-se oblíquo, direcionado para a traseira da nuvem, e
finalmente, quando ocorre a equalização, torna-se horizontal. Nesse ponto o
trânsito passa a ser entre nuvens cumulonimbus próximas. Quando a equalização
é total, entre nuvens e entre essas e solo, o relâmpago ocorre dentro da própria
nuvem. O relâmpago para a aviação é mais severo quando o trânsito é vertical ou
oblíquo e a aeronave é utilizada como guia.

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Para sua segurança memorize

1. A bússola magnética aproará o rumo da tempestade.


2. Evite o contato físico com partes metálicas da aeronave.
3. Use óculos escuros.
4. Não cabre, isto é, não ganhe altitude aproando uma tempestade.
5. Não voe entre nuvem e montanha.
6. Afaste-se tempestuosa.

7 Em trovoadas não se voa!


De acordo com Sonnemaker (2017) o voo em trovoada deve ser evitado em virtude
do tempo adverso que ele apresenta. Na impossibilidade de se evitar o voo em
trovoada deve-se observar o seguinte:

1. O piloto deve ter experiência de voo e a aeronave estrutura adequada.


2. Voo manual; piloto automático desligado.
3. Equipamento rádio desligado e fones guardados para se evitar queimaduras por
relâmpagos.
4. Nenhum objeto solto a bordo. Manter qualquer objeto bem fixo e cintos de
segurança bem ajustados.
5. Ajustar a potência para melhor velocidade de penetração em área turbulenta de
acordo com a aeronave.
6. Manter o rumo e jamais tentar voltar.
7. Evitar manobras bruscas que possam agravar os efeitos da turbulência;
qualquer correção de oscilação deverá ser feita suavemente; manter a aeronave em
função do horizonte artificial que é o instrumento mais importante nessas ocasiões.

29
Aula 05: Gelo em Aeronaves
1 Definição de calor
Aeronaves em voo estão sujeitas a possibilidade de verificarem a ocorrência de
formação de gelo em suas partes externas (asa, hélices) e, em alguns casos, até
internamente (carburador e entradas de ar), quando se encontram em níveis que
favorecem o seu acontecimento. O gelo se forma sempre que existir umidade e
temperaturas convenientes. A formação de gelo prejudica o desempenho das
aeronaves, alterando sua performance, pondo em risco a segurança e não
raramente, danificando seriamente o equipamento.

A água pode permanecer no estado líquido em temperaturas abaixo de 0°C, desde


que a pressão seja menor que 1013.25 hPa. Em níveis altos na atmosfera, a pressão
é baixa e por isso encontramos água superesfriada que poderá existir até uma
temperatura de –40°C. Uma aeronave voando entre as temperaturas de 0°C e –
40°C, onde exista nuvem e/ou PRP, certamente ocorrerá a formação de gelo em sua
estrutura, uma vez que a gotícula d’água terá a pressão necessária para o
congelamento, de forma instantânea.

2 Problemas causados pelo gelo nas aeronaves


2.1 Gelo na Hélice

Pode ser percebido pela queda da VI e vibrações tanto na hélice como no motor, o
degelo é facilmente efetuado com uma variação de rotação da mesma.

2.2 Gelo no Tubo de Pitot

Deposita-se na entrada de ar estática e/ou dinâmica provocando uma leitura errada


da VI e do altímetro. A maioria dos aviões possui um dispositivo que aquece o Pitot,
evitando ou quebrando o gelo.

2.3 Gelo no Carburador

2.3.1 No Gicleur – forma-se quando a umidade relativa do ar fica em contato com


a superfícies internas cujas temperaturas estão abaixo de 0°C, esta congelação é
rápida;

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2.3.2 Na Borboleta – forma-se ao seu redor quando o ar, já resfriado entra em
contato com o metal e se congela, o gelo aos poucos vai fechando a passagem da
gasolina e o motor perde potência gradualmente. É por esta razão que em decidas
demoradas em ar frio e úmido, o piloto deve providenciar leves rajadas na potência
a fim de que a gasolina que vai passar pela borboleta quebre o gelo.

Figura. Rainer Flight Service.


Carburetor ice. Fonte: Domínio
Público. Acesso em: 15 set. 2021.

OBSERVAÇÃO

O gelo num carburador convencional pode ser formado com temperatura do ar


externo entre 18°C e 20°C positivos, pois a expansão do ar no interior do mesmo,
provoca um resfriamento de 15 graus em média e a expansão do combustível resfria
de 3°C a 5°C. Havendo umidade, o carburador estará com todas as condições para
a formação de gelo. É o gelo conhecido como o “de evaporação”.

2.4 Gelo nas Asas

Altera o perfil aerodinâmico das asas produzindo uma diminuição da sustentação


e aumentando o arrasto. Secundariamente, temos o aumento do peso e assim, o
aumento do consumo horário de combustível.

Figura. Agência
Nacional de
Aviação Civil.
Formação de gelo.
Fonte: Domínio
Público. Acesso em:
15 set. 2021.

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OBSERVAÇÃO

O efeito é mais de alteração das características aerodinâmicas do que de acréscimo


de peso, embora se admita que uma camada de gelo claro de 0,01m de espessura,
cobrindo inteiramente os bordos de ataque possa sobrecarregar um DC-6 de cerca
de 3.000 quilos. Essa sobrecarga irá acarretar, por sua vez, mais consumo de
combustível por hora, a fim de que a aeronave possa manter a mesma velocidade
indicada.

2.5 Gelo na Antena

Prejudica a comunicação, produzindo ruídos na fonia.

2.6 Gelo na Tomada de Ar dos Reatores

Reduz a quantidade de ar na mistura ar/combustível, enriquecendo-a e


consequentemente, elevando a temperatura de exaustão. Nesta situação o controle
de combustível, procurando corrigir qualquer perda de RPM das turbinas, acaba
agravando a situação.

Não raramente o problema acaba com o apagamento do reator. Este tipo de


formação de gelo pode ocorrer mesmo com temperaturas do ar (TAT) de até 5°C,
pois nas paredes internas desses reatores a queda de pressão dinâmica possibilita
a temperatura diminuir até 5°C

3 Condições para a formação de gelo


a) Temperatura do ar entre 0°C e –40°C;

b) Há que estar presente no ar água em quantidade suficiente (sempre no estado


líquido);

c) A temperatura da superfície da aeronave terá que estar abaixo de 0°C.

4 Tipos de gelo
4.1 Gelo claro, liso, brilhante, vidrado, transparente, cristal, translúcido

É formado em condições instáveis quando estão presentes grandes gotas de água.


Se estiver chovendo então, o gelo claro se formará de maneira mais intensa. Este
tipo é encontrado em nuvens cumuliformes, entre 0°C e –10°C e é extremamente
perigoso e de difícil remoção;

32
4.2 Gelo escarcha, opaco, amorfo, granulado

Forma-se quando a atmosfera apresenta condições de equilíbrio estável. É


observado em nuvens estratiformes até a temperatura de –40°C e é de fácil
remoção.

5 Geada
É o depósito de cristais de gelo leve e fofo, sobre bordo de ataque, e principalmente,
sobre pára-brisas e janelas. Pode formar-se em voo, quando uma aeronave desce de
uma camada de temperatura muito baixa para uma camada mais úmida.

Esse tipo de gelo ocorre comumente sobre os aviões à jato e não constituem grandes
problemas ao voo, a não ser por reduzir a visibilidade, quando cobre o para-brisa.

Figura. Agência Nacional de Aviação Civil. Formação de gelo. Fonte: Domínio Público. Acesso em:
15 set. 2021

6 Fatores contribuintes para a formação de gelo


Quanto maior a quantidade de água superesfriada, maior a quantidade de gelo.
Nuvens cumuliformes apresentam grandes gotículas superesfriadas, favorecendo
a formação de gelo e nuvens estratiformes apresentam pequenas gotículas
superesfriadas que não favorecem a formação de gelo.

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Quanto menor a temperatura, menor a frequência de formação de gelo, pois é
menor a quantidade de umidade (água superesfriada).

Quanto mais veloz, mais rápido se forma o gelo, maior é o acúmulo de gelo.

Quanto maior e mais áspera a superfície, maior a quantidade de gelo formado.

Em trovoadas o gelo pode se formar até 50.000 pés. Sob condições normais, a faixa
altimétrica fica em torno de 30.000 e 35.000 pés.

7 Sistemas de degelo
7.1 Preventivos ou Anticongelantes

Repelentes líquidos (componentes químicos como o álcool isopropílico – hélices,


para-brisas), resistências elétricas (bordo de ataque, tubo de Pitot, hélices, para-
brisas) e circulação de ar quente – carburador, bordo de ataque das asas e
empenagens;

7.2 Degeladores ou Descongelantes

Têm operação mecânica e normalmente são capas de borrachas pretas, onde o ar é


injetado sob pressão, fazendo a capa ondular e quebrando o gelo formado,
principalmente nos bordos de ataque das asas.

OBSERVAÇÃO

A prevenção de gelo não deve ser feita quando representar desperdício de energia
(bordo de ataque e hélices) ou de líquido anticongelante. Nesses casos, é preferível
esperar o gelo se formar, e então acionar os sistemas de degelo. Por outro lado, a
prevenção deve ser feita no caso do ar quente do carburador e aquecimento elétrico
do tubo de Pitot e para-brisas, sempre que o piloto julgar conveniente.

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Referências
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2021. Todos os direitos reservados.
Produção editorial e revisões: Esp. Tammyse Araújo da Silva

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