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02/12/2019 Nêutron – Wikipédia, a enciclopédia livre

Nêutron
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Um nêutron (português brasileiro) ou neutrão (português europeu) é um bárion


eletricamente neutro. Composto por dois quarks down e um quark up,
forma o núcleo atômico juntamente com o próton e, uma vez fora deste, é
instável e tem uma vida média de cerca de 15 minutos, emitindo um
elétron e um antineutrino, convertendo-se em um próton.

Foi descoberto pelo físico inglês James Chadwick em 1932, que recebeu o
Prêmio Nobel de Física em 1935 por essa descoberta.[1]

Para saber a quantidade de nêutrons que um átomo possui, basta fazer a


subtração entre o número de massa (A) e o número atómico (Z).
O nêutron é composto de um quark
u e dois quarks d.

Índice
História
Aplicações
Fontes de nêutrons
Fissão espontânea como fonte de nêutrons
Reatores de fissão como fonte de nêutrons
Aceleradores como fonte de nêutrons
Ativação gama como fonte de nêutrons
Ativação alfa como fonte de nêutrons
Blindagens para fontes de nêutrons
O decaimento beta ( )
A antipartícula do nêutron
Propriedades
Ver também
Referências
Ligações externas

História
Hoje sabemos que o nêutron não é uma partícula elementar, mas quando foi descoberto ele assim era considerado.
Sabemos que partículas de mesma carga se repelem por causa da repulsão elétrica, desta forma não seria possível um
núcleo atômico ser estável contendo apenas prótons, fazendo-se necessário uma partícula neutra que estivesse
presente no núcleo dos átomos para dar essa estabilidade.[2]

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Cientistas passaram a buscar essa partícula neutra do núcleo. Por volta de 1920, Ernest Rutherford e também outros
físicos sugeriam uma partícula eletricamente neutra formada por um próton e um elétron. Dessa maneira obteríamos
uma carga nula, ou seja, é como se somássemos -1 e +1. Eles previam também uma massa muito próxima à do próton.
Para essa nova partícula que foi prevista deram o nome de nêutron, no entanto essa teoria não deu muito certo: a
mecânica quântica oferecia muitos argumentos que contrariavam essa suposição do nêutron, como por exemplo o
Princípio da incerteza de Heisenberg.[2] Esse princípio nos diz que a incerteza de uma medida é inevitável, ou seja, é
impossível medir a velocidade de uma partícula e sua posição ao mesmo tempo sem que essa mesma partícula sofra
influência do instrumento de medição.[3]

Segundo este princípio, seria impossível que um elétron ficasse preso em um espaço tão pequeno quanto o núcleo
atômico: o elétron possuiria uma velocidade tão grande que escaparia do núcleo. A ideia do nêutron foi muito boa pois
com ele podemos explicar os isótopos de um elemento químico, além da estabilidade atômica. No entanto, por ser
eletricamente neutro, o nêutron tornou-se extremamente difícil de se observar.[2]

Em 1928, Walter Bothe e Herbert Becker, em uma experiência usando polônio como fonte de partícula alfa,
observaram o nêutron sem se dar conta.[2] Ambos observaram uma radiação neutra penetrante, mas pensaram ser
raios X. Foi então que, em 1932, o físico James Chadwick refez uma experiência de Frédéric Joliot-Curie e Irène Joliot-
Curie e percebeu que eles haviam observado uma versão neutra do próton.[2] Três anos mais tarde recebeu o Prémio
Nobel de Física.[4]

Atualmente sabemos que o nêutron é necessário para a estabilidade de quase todos os núcleos atômicos (a única
exceção é o hidrogênio), já que a força nuclear forte faz com que seja atraído por elétrons e prótons, mas não seja
repelido por nenhum, como acontece com os prótons, que se atraem nuclearmente mas se repelem eletrostaticamente.

Aplicações
Os nêutrons têm um amplo campo de aplicação. Na medicina são utilizados, por exemplo, para tratamentos[5][6] e em
diagnósticos[7][8]. São utilizados também para a caracterização e determinação de materiais. Um exemplo prático é o
uso dos nêutrons para a inspeção de cargas em aeroportos.[9] Além da inspeção das cargas pode ser utilizado também
para a determinação da composição do solo[10] . Existem ainda, além de outras grandes quantidades de aplicações, os
laboratórios de pesquisa que utilizam fontes de nêutrons. Todas essas aplicações produzem uma demanda por
instrumentos de detecção e dosímetros para fontes de nêutrons. É válido lembrar que todo equipamento precisa de
calibração para assegurar que seu funcionamento esteja de acordo com padrões pré-estabelecidos.

Fontes de nêutrons
Fontes de nêutrons são todos os materiais e equipamentos que têm a capacidade de emitir nêutrons natural ou
artificialmente. Podem ser classificadas de diferentes formas, seja por seus tamanhos, pela energia dos nêutrons
liberados ou, ainda, pela natureza do processo que ocorre para a geração do nêutrons. Os mais utilizados são as fontes
de fissão espontânea, ativação por gama ou alfa, os reatores e os aceleradores.

Fissão espontânea como fonte de nêutrons


A fissão nuclear é o processo da quebra de um núcleo instável em dois menores. Ela pode ser realizada de forma
induzida, isso é, provocando colisões entre partículas aceleradas e o núcleo, ou de forma espontânea, natural. É
importante que a fissão espontânea tem suas origens da interação do núcleo com raios cósmicos que são partículas
penetrantes e energia considerável.

A fissão espontânea é observada em núcleos mais pesados como, por exemplo, o tório-232. Além disso, existem outros
elementos que podem sofrer fissão espontânea, como o urânio-235, o Urânio-238, califórnio-252, entre outros
elementos com alta massa atômica. Atualmente são conhecidos mais de 100 elementos capazes de decair por fissão

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espontânea e liberar nêutrons.

O califórnio-252[11], em especial, é uma das fontes de nêutrons mais importantes. O motivo é que a energia dos
nêutrons cai em uma faixa de energia que é muito utilizável. O espectro de energia de nêutrons do califórnio-252 é
similar ao de um reator. Outro motivo para a sua grande utilização é a alta atividade por unidade de massa e tal fato
permite a construção de pequenas fontes de nêutrons. As fontes de califórnio têm tempo de meia vida de
aproximadamente 2,6 anos. Tal fato é uma de suas desvantagens. Além disso a energia média do nêutron liberado é
em torno de 2 MeV e a energia máxima do nêutron liberado pode chegar até 10 MeV.

Reatores de fissão como fonte de nêutrons


Os reatores de fissão[12] são uma das fontes de nêutrons mais
intensas. Assim como a fissão podem existem reatores de diferentes
elementos. Um exemplo clássico é o da fissão do urânio-235. Durante
operação de um reator de urânio-235 ocorre um aumento da
quantidade de elementos menores como, por exemplo, bário-144 e
criptônio-89, devido ao decaimento do urânio-235 em elementos
mais leves.

Esquema da fissão nuclear de num


É importante destacar que os núcleos resultantes do decaimento do
núcleo de urânio-235.
urânio-235 por fissão nuclear ou outros tipos de decaimentos
resultam em núcleos menores e tais elementos também podem decair
resultando em uma cascata de processos. A energia média dos nêutrons liberados em reatores de fissão como fonte de
nêutrons é em torno de 2 MeV. Assim como na fissão espontânea, a energia máxima dos nêutrons liberados pode
atingir até 10 MeV.

Aceleradores como fonte de nêutrons


Aceleradores são equipamentos que fornecem energia para partículas. Dois tipos de aceleradores são utilizados para a
produção de nêutrons[13]. Um é o acelerador de elétrons e o acelerador de partículas como prótons, deutério, entre
outras partículas.

O princípio do acelerador de elétrons é a produção de bremsstrahlung através do bombardeamento de alvos com alto
número atômico como, por exemplo, o tungstênio com elétrons acelerados. Os fótons de bremsstrahlung, por sua vez,
participam em processos de ativação e resultam na produção de nêutrons como pode ser visto mais detalhadamente
em Ativação gama como fonte de nêutrons. As energias dos nêutrons dependem da aceleração do elétron. Sendo
assim, quanto maior a energia do elétron, maior a energia do Bremsstrahlung e, consequentemente, maior a energia
dos nêutrons. É importante destacar que diferentes elementos alvo podem resultar em diferentes espectros de
energias tanto de nêutrons como de outras partículas.

Existe também como apresentado anteriormente o acelerador de partículas carregadas com massa como prótons e
deutérios. O bombardeamento dessas partículas é feito em materiais com baixo número atômico, diferentemente do
acelerador de elétrons. A aceleração das partículas carregadas que geralmente são íons pode ser realizada em
aceleradores Van de Graaff, por exemplo. Um exemplo clássico da produção de nêutrons é a aceleração do deutério e o
bombardeamento do mesmo em um trítio conforme a reação a seguir:

2H + 3H → 4He + 1n
Tal reação é denominada reação de fusão Deutério-Trítio e libera um nêutron com energia próxima de 14 MeV. A
principal vantagem é que a liberação de nêutrons por reações de fusão tem como resultado nêutrons praticamente
monoenergéticos. Isso pode ser também uma desvantagem pois existem aplicações em que são necessárias um

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espectro de energias para o funcionamento adequado como, por exemplo, a calibração de equipamentos. Cabe ainda
destacar que reações com diferentes íons são capazes de produzir nêutrons com diferentes energias. A fusão Deutério-
Deutério, por exemplo, produz além de nêutrons com energia em torno de 2,5 MeV um Hélio - 3. Outra grande
vantagem de aceleradores em relação a processos com decaimento é que eles podem ser desligados, ou sejam, podem
parar de produzir nêutrons. Assim como o acelerador de elétrons, quanto maior a energia da partícula incidente no
alvo de baixo número atômico, maior a faixa de energia dos nêutrons liberados.

Ativação gama como fonte de nêutrons


O processo de ativação gama requer uma fonte de energia que é um
feixe gama e um material alvo com baixo número atômico que seja
instável. O processo de ativação gama também recebe o nome de foto
nêutron[14] pois a incidências de um fóton em dado material resulta
em nêutrons. O material alvo mais utilizado é o Berílio - 9 que ao ser
ativado por um fóton resulta em Berílio - 8 e nêutron. Assim como
nos aceleradores os nêutrons liberados são praticamente
monoenergéticos e dependem tanto da energia do fóton incidente
assim como do material alvo. A fonte de fóton pode ser um elemento
que decai com energia o suficiente para provocar a ativação do
material alvo como o Antimônio - 124 para ativar o Berílio - 9. Além
disso, como visto em Aceleradores como fonte de nêutrons podem ser
ser utilizados aceleradores de elétrons que produzem Bremsstrahlung.
Exemplo do encapsulamento de uma
A principal desvantagem da ativação gama para a produção de fonte de nêutrons com ativação gama.
nêutrons é que ela exige uma fonte gama com atividade considerável.
É importante salientar que as radiações gama representam um risco radiológico considerável devido a sua alta
penetração em boa parte dos materiais. Sendo assim as fontes de nêutrons por ativação são feitas de forma com que o
material que emita gama fique encapsulado em uma primeira casca que geralmente é feita em alumínio. A segunda
parte, externa a primeira casca, é o material alvo que geralmente é Berílio - 9. Por fim, existe ainda uma casca externa
ao material alvo que é feita, geralmente, em alumínio. Confira a imagem à seguir que representa o esquema do
encapsulamento de uma fonte de nêutrons com ativação gama.

O presente esquema mostra a geometria genérica de uma fonte de nêutron com ativação gama. Um exemplo de fonte
gama é o antimônio e um exemplo de material alvo é o Berílio - 9. A blindagem representada em cinza é um material
que é útil tanto para a blindagem da radiação quanto para proteção física da fonte. Geralmente o encapsulamento da
fonte de nêutrons com ativação gama é feita em geometria esférica ou cilíndrica. Em tal tipo de fonte as energias e
fluência dos nêutrons são relativamente baixas quando comparadas a reatores e aceleradores.

Ativação alfa como fonte de nêutrons


O processo de ativação alfa requer uma fonte que emita alfa e um material alvo com baixo número atômico e seja
instável. São os tipos de fontes de nêutrons mais comuns de todos tendo em vista as vantagens da fonte. A intensidade
da fonte de nêutrons com ativação alfa[15] é definida pela atividade do emissor alfa o qual o Amerício - 241 é
comumente utilizado.Além do Amerício - 241 também podem ser utilizados como emissores alfa o Plutônio - 238,
Plutônio - 239, Polônio - 210 e Rádio - 226. O principal problema de emissores de alfa encapsulados é o acúmulo de
Hélio com o tempo.

Os materiais alvo tem baixo número atômico e podem ser citados como exemplo o Berílio, Flúor e Lítio. As fontes de
Berílio - 9 e Amerício - 241 são umas das mais utilizadas por causa do tempo de meia vida longo, aproximadamente
432.2 anos, energia média do nêutron de 4.2 MeV com nêutrons de até 11 MeV. A reação de ativação alfa é
representada como:
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9Be + 4α → 12C + 1n + γ
O gama liberado tem energia de 4,44 MeV e exige uma cuidado do ponto de vista radiológico. O esquema de
encapsulamento da fonte de nêutrons com ativação alfa é muito similar ao com ativação gama. A principal diferença é
que não existe a blindagem interna entre a fonte e o material alvo. O motivo para tal é que as partículas alfa tem
penetração muito menor que as partículas gama e, assim, precisam estar em contato direto com o material alvo.

Em geral a principal desvantagem da fonte de nêutrons com ativação alfa é a produção de Hélio com o passar do
tempo. O tempo de meia vida longo, o espectro energético amplo, a energia média dos nêutrons e a fácil construção a
torna uma das fontes mais ideais para utilização nos mais diversos campos de aplicação.

Blindagens para fontes de nêutrons


Os nêutrons são partículas capazes de ionizar partículas de forma indireta, ou seja, eles interagem com partículas que
são carregadas que, por sua vez, serão capazes de produzir radiações ionizantes. Sendo assim os nêutrons interagem,
majoritariamente, com núcleos leves como o do Hidrogênio. O Hidrogênio acelerado que interagiu com o nêutron é
capaz, então, de produzir radiações ionizantes através de interações coulombianas com outros elementos. As radiações
ionizantes tem grande campo de aplicação porém o seu uso deve seguir três princípios básicos: Justificativa,
Otimização e Limitação. De forma geral é desejado que o uso de radiação seja o suficiente para a aplicação em questão,
ou seja, não deve exceder os limites definidos em normas nacionais. Para tal é necessário um estudo da blindagem a
fim de reduzir a exposição a radiação de tudo que é capaz de produzir radiação seja de forma direta ou indireta.

A radiação de nêutrons, em específico, é relativamente mais complexa que as demais pois tem o efeito de cascata. O
nêutron interage, em maior parte, com vários tipos de núcleos e pode, assim, resultar em diferentes tipos e energias de
radiação. Um exemplo do efeito de cascata de nêutrons é a interação com o Oxigênio - 16 que resulta em um Oxigênio -
17 que decai emitindo um Hidrogênio e um Nitrogênio - 16. O Hidrogênio acelerado como já discutimos é capaz de
realizar interações coulombianas e, assim, produzir radiações ionizantes. Já o Nitrogênio - 16 tem capacidade para
emitir radiações Beta e Gama. Como podemos ver o nêutron quando interage com o Oxigênio - 16 resulta em outras
duas partículas que podem provocar radiações ionizantes. Tal cascata provocada pelas interações dos nêutrons torna a
sua blindagem um processo relativamente complexo quando comparado a outras radiações.

A interação dos nêutrons com a matéria pode ser representada pela relação entre a intensidade de nêutrons incidente,
I0, em um material de espessura X e número de núcleos por volume, N, com o número de nêutrons emergente,I, é
definida por:

A letra σ representa a probabilidade de interação do nêutron com o material[16]. Diferentes materiais assim como
nêutrons de diferentes momentos (energia e ângulo de incidência) apresentam diferentes probabilidades de interação.
Para nêutrons de até 10 MeV são predominantes dois tipos de interações: espalhamento e captura. O primeiro existe
apenas um redirecionamento do nêutron, ou seja, existe um nêutron no final da interação. Já no processo de captura o
nêutron é absorvido por um núcleo.

Diferentes materiais apresentam diferentes coeficientes de secção de choque, σ, para as diferentes interações. Para as
blindagens geralmente são utilizados elementos com alta secção de choque de espalhamento com nêutrons. Tais
materiais geralmente tem baixo número atômico e o caso mais clássico é o Hidrogênio. O objetivo de tais interações de
espalhamento é fazer com que os nêutrons incidentes percam energia e tenham, posteriormente, maior probabilidade
de serem absorvidos em materiais com alta secção de choque de absorção como é o caso do cádmio.

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Sendo assim, a blindagem de nêutrons é realizada com materiais hidrogenados para reduzir a energia média dos
nêutrons incidentes. Depois disso são utilizados materiais que absorvem os nêutrons de baixa energia, ou seja, com
alta secção de choque de absorção como o cádmio. Por fim são recomendadas blindagens de Chumbo ou algum outro
material com alto número atômico para atenuar as partículas resultantes dos processos de espalhamento com o
nêutron como, por exemplo, hidrogênios acelerados, radiações gama, entre outras.

O decaimento beta ( )
A interação fraca é uma das quatro forças fundamentais da natureza que é responsável, entre outros processos, pelo
decaimento betanuclear. Um desses decaimentos está intimamente ligado com o nêutron: o . A emissão de uma
partícula faz com que um nêutron se torne um próton ( ), um elétron( ) e um antineutrino ( ). Realmente,
quando se liberta um nêutron do núcleo atômico o mesmo decai em um intervalo de tempo aproximado de 15
minutos.[17]

Para o processo geral da desintegração podemos escrever como:

Se não fosse o antineutrino não haveria conservação do momento angular. Para que houvesse essa conservação, Pauli
que postulou em 1931 a existência de uma partícula que foi nomeada por Fermi de neutrino, o pequeno nêutron. Esta

partícula deveria ter: carga nula; spin igual a ; massa igual ou muito próxima de .[18]

O neutrino e sua antipartícula, o antineutrino, possuem carga e massa igual a zero (ou muito próximo disso) e então
não produzem praticamente nenhum efeito observável quando estes passam através matéria. Essas partículas só
vieram a ser descobertas em 1953 por Frederick Reines e Clyde Cowan, foi quando detectou-se essas partículas
diretamente pela primeira vez. O antineutrino que é emitido pelo decaimento é chamado .[17]

Geralmente, o decaimento da partícula beta ocorre com nuclídeos onde existem mais nêutrons do que prótons e,
portanto, não há estabilidade. No decaimento o número de nêutrons diminui em , já o número de Prótons cresce
em . Deste modo, o número de massa atômica (A) não varia.[17]

A antipartícula do nêutron
Sabemos que o nêutron, por ser eletricamente neutro, não é auto conjugado de carga. Tanto o nêutron quanto o
antinêutron possuem a mesma massa e nenhuma carga elétrica, mas podemos distingui-los por outros números
quânticos.[2] Além disso, o antinêutron é composto por antiquarks. Particularmente o antinêutron é composto por
dois antiquarks down e um antiquark up.

Propriedades
Massa: mn = 1,675x10−27 kg (1,0087086660945540101555981535467... u)

Vida média: tn = 886,7 ± 1,9 s

Momento magnético: mn = -1,9130427 ± 0,0000005 mN

Carga: qn = (-0,4 ± 1,1) x 10−21 e (teoricamente nula)

Ver também
Partícula elementar
Partículas subatômicas
Física de partículas
Antinêutron

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Referências
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66. ISBN 85-7139-641-8
3. Beiser, Arthur (1969). Conceitos de Física Moderna. São Paulo: Polígono. p. 85 - 93
4. «The Nobel Prize in Physics 1935» (http://www.nobelprize.org/nobel_prizes/physics/laureates/1935/) (em inglês).
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17. Young e Freedman, Hugh, Roger (2009). Física IV Ótica e Física Moderna. São Paulo: Pearson Education do
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18. Chung, K.C. (2001). Introdução à Física Nuclear. Rio de Janeiro: EdUERJ. p. 207. ISBN 85-7511-015-2

Ligações externas
Neutronsources.org - Página sobre o mundo dos neutrões (http://www.neutronsources.org/)
NMI3 - Iniciativa Europeia de neutrões e muões (http://nmi3.eu/)

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