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EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA:
uma análise crítica
2 José Francisco de Melo Neto
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: uma análise crítica 3
EXTENSÃO
UNIVERSITÁRIA:
uma análise crítica
Editora Universitária
João Pessoa
4 José Francisco de Melo Neto
2001
EDITORA UNIVERSITÁRIA
diretor
JOSÉ DAVID CAMPOS FERNANDES
vice-diretor
JOSÉ LUIZ DA SILVA
divisão de produção
JOSÉ AUGUSTO DOS SANTOS FILHO
divisão de editoração
ALMIR CORREIA DE VASCONCELLOS JUNIOR
secretário
MARINÉSIO CÂNDIDO DA SILVA
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
Foi feito o depósito legal
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: uma análise crítica 5
AGRADECIMENTOS
APRESENTAÇÃO
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................................... 13
INTRODUÇÃO
1
A utilização dessa orientação teórica de forma efetiva não impediu, porém, que eventualmente tenham sido também
incorporados a esse instrumento elementos experienciais gerados nas próprias entrevistas e nas anotações de campo
realizadas quando do acompanhamento de alguns desses projetos. Como parte de uma teoria mais ampla - a teoria do
modo de produção - a categoria da hegemonia organiza um conjunto de temas, sendo cada tema composto de itens que,
por sua vez, se expressam por indicadores. O instrumento assim construído se compõe de dez temas, assim distribuídos: a
visão de mundo; a concepção de sociedade; a concepção de Estado; a configuração dos interesses sociais e da prática
social; a relação da universidade com a sociedade; a concepção de extensão universitária; a natureza do trabalho social na
extensão; o papel do agente institucional - os que estão executando os projetos - e, ainda, a pedagogia que está sendo
veiculada nessas práticas de extensão universitária. A partir desses temas geradores, constituem-se vinte e oito itens, que,
por sua vez, são expressos nos documentos analisados através de quinhentas e cinqüenta e uma variáveis ou indicadores.
A técnica utilizada neste instrumento de análise não se configura como uma análise de discurso. É, sim, uma forma
específica de análise de conteúdo desenvolvida por Miriam Limoeiro Cardoso em Ideologia do Desenvolvimento - Brasil:
JK-JQ. É uma técnica de análise que se adotou porque tem se mostrado fecunda, permitindo aprofundar a análise e
entender relações e conexões esclarecedoras.
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: uma análise crítica 17
2
É uma tarefa que transcende o propósito deste estudo, sendo aqui apenas colocada a questão. No máximo, serão
externadas algumas noções preliminares para efeito, simplesmente, de situar a análise que se deseja no que concerne à
extensão universitária.
22 José Francisco de Melo Neto
uma como de outra. Para Llanos (1988: 94), “uma vez alcançada a
síntese, esta se põe a si mesma como uma nova tese, isto é, como
uma categoria afirmativa que se há de converter na base de uma
nova tríade”. Ao analisar esse movimento triádico da dialética,
Weber (l993: 41) afirma que “em cada síntese, os momentos ante-
riores estão suprimidos (negados), mas, ao mesmo tempo, integra-
dos numa forma superior”.
Coube à Feuerbach, apud Llanos (1988:109), a crítica às
formulações idealistas de seu tempo, mostrando ser o espírito abso-
luto hegeliano “o espírito finito - humano - mas abstraído e sepa-
rado do homem”. Toda crítica formulada (ibid.: 110) se constituía
num materialismo, ao contrapor-se à idéia da transcendência sobre
o dado no pensamento de Hegel, embora esse materialismo fosse
limitado, ostentando um “caráter contemplativo, metafísico e an-
tropológico, combinando-se com uma concepção idealista de soci-
edade”. Feuerbach, segundo o citado autor, não via a passagem do
homem abstrato para um homem que atuasse, necessariamente, na
história. A passagem do culto a esse homem abstrato, centro da
formulação feurbachiana, pela ciência do real e de seu desenvolvi-
mento histórico, poderia ser efetivada por Marx.
Marx vai realizar a inversão da dialética, colocando o objeto
ou dado como primeiro, o natural imediato antes da consciência.
Assegura a primazia dos conteúdos materiais ou históricos - as
formas finitas da consciência - sobre as formas infinitas da mesma
consciência. Mas, após a crítica ao movimento dialético no campo
das idéias, em Hegel, pode-se perguntar qual é a dialética ou o mé-
todo de Marx.
Ao estudar o método de análise da economia política, Marx
descobre que esse método inicia-se sempre pelo real e pelo concre-
to, parecendo esta a forma correta. No estudo de um país, parece ser
correto iniciar-se pela população que se constitui na base e no sujei-
to social da produção. Porém, uma observação mais atenta, segundo
ele, mostra que a população, mesmo sendo tão concreta, é, na ver-
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: uma análise crítica 25
(concreto)
3
Salientam-se, então, algumas questões suscitadas, tais como: 1) o porquê das determinações do real serem formuladas
através de conceitos simples; 2) a da simplicidade originária dessas categorias; 3) as categorias simples terem ou não
existência independente e anterior às das mais concretas; 4) a evolução histórica do real, que são postas e analisadas por
Limoeiro Cardoso( 1990: 32-44).
32 José Francisco de Melo Neto
2) simples concreto
(complexo)
- categorias mais simples são anteriores a relações mais comple-
xas
(expressas em categorias mais concretas);
- fundamento: relação simples/complexo (concreto)
complexo simples
(concreto)
- a categoria mais simples só tem seu desenvolvimento comple-
to numa sociedade complexa, enquanto que as categorias mais
concretas podem ter seu desenvolvimento completo anterior-
mente” (ibid.: 42).
5
Um desenvolvimento teórico mais elaborado encontra-se em LIMOEIRO CARDOSO, Miriam. (op. cit.: 52 53).
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: uma análise crítica 39
6
Ver Platão. Diálogos. O Banquete - Fédon - Sofista - Político. Seleção de Textos de José Américo Motta Peçanha;
traduções e notas de José Cavalcante de Souza, Jorge Paleikat e João Cruz Costa. 2a. ed. São Paulo, Abril Cultural, l979.
7
Ver Aristóteles. Tópicos; Dos Argumentos Sofísticos. Seleção de José Américo Peçanha. Tradução de Leonel Vallandro e
Gerd Bornheim. Abril Cultural, São Paulo, l978.
8
Ver Kant, Emannuel. Crítica da Razão Pura. Tradução de Valério Rohden e Udo Baldur Moosburger. São Paulo, Abril
Cultural, l980.
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: uma análise crítica 41
9
Ver LIMOEIRO CARDOSO, Miriam. Ideologia do Desenvolvimento - Brasil: JK - JQ. Rio de Janeiro , Paz e Terra,
2a.ed. l978, p. 41-42.
42 José Francisco de Melo Neto
“As classes são condição da produção, pois são elas que dão
forma à produção e a permitem; assim como são condição da
troca, na sociedade produtora de mercadorias, pois é através de-
las que as mercadorias chegam e saem do mercado. As classes
sociais são tão importantes na determinação do processo da
produção quanto as condições materiais” (ibid.: 54).
10
Essa interpretação de hegemonia é desenvolvida por Limoeiro Cardoso em seus dois livros: La Construcción de
conocimientos: cuestiones de teoría y método, p, 103 e Ideologia do Desenvolvimento- Brasil: JK-JQ, p, 73.
44 José Francisco de Melo Neto
11
Cambareri, S. Il Concetto di egemonia nel pensiero di A. Gramsci. Roma, Runiti, apud Limoeiro Cardoso , Miriam.
Ideologia do Desenvolvimento - Brasil: JK - JQ, p. 75.
46 José Francisco de Melo Neto
12
Ver DIAS, Edmundo Fernandes. Hegemonia: nova civilitá ou domínio ideológico. História e Perspectiva, no. 5 , jul-
dez. l991. Editora da Universidade Federal de Uberlândia, MG.
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: uma análise crítica 49
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA
13
Ideologia. Ver: Limoeiro Cardoso, Miriam. Ideologia do Desenvolvimento - Brasil: JK - JQ. Rio de Janeiro, Paz e
Terra, 2a. ed., 1978. Destacar a partir da temática: A ideologia como problema teórico. p.39.
14
Para melhor análise, ver: PAIVA, Vanilda. Extensão Universitária no Brasil. Rev. Bras.de Estudos Pedagógicos.
Jan/abril/86, vol, 67, no. 155.
60 José Francisco de Melo Neto
15 .
Membro da equipe do CERESAT. Texto da entrevista para esta pesquisa.
16
Membro do CERESAT. Texto da entrevista para esta pesquisa.
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: uma análise crítica 95
GRÁFICO 1
FREQÜÊNCIA DOS TEMAS
2000
1500
1000
X
VII
500
IV
0 I
I. Concepção de mundo
II. Concepção de sociedade
III. Concepção de Estado
IV. Configuração dos interesses sociais
V. Concepção de prática social
VI. Relação universidade-sociedade
VII. Concepção de extensão universitária
VIII. Natureza do trabalho social na extensão
IX. Papel do agente institucional
X. Pedagogia da extensão universitária
TABELA 1
DISTRIBUIÇÃO DOS TEMAS E ITENS, POR SEGMENTO 1
B - Entrevista com executores D - Documentos dos projetos Fgi - Freqüência geral dos indicado-
res
Esta tabela mostra a composição interna dos temas com seus
itens, a freqüência dos indicadores por item e seus percentuais con-
siderados separadamente nos documentos e nas entrevistas - estas
distribuídas em entrevistas com os coordenadores, os executores e
os membros da comunidade alcançada pelo projeto. Mostra ainda a
frequência geral dos indicadores de cada tema, bem como o percen-
tual desse tema no conjunto do projeto.
19
Membro do CERESAT. Texto da entrevista para esta pesquisa.
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: uma análise crítica 105
20
Membro da equipe do CERESAT. Texto da entrevista para esta pesquisa.
106 José Francisco de Melo Neto
TABELA 2
PAPEL DO AGENTE INSTITUCIONAL
Distribuição dos itens do tema IX, por segmento
I- A1 A2 A3 AT % B1 B2 B3 BT % C1 C2 C3 CT % D1 D2 D3 DT % TT % %
tem i- te-
tem ma
9.1 01 --- --- 01 14 20 11 28 59 64 03 10 --- 13 36 04 06 02 12 55 85 54 02
21
Membro da equipe do CERESAT. Texto da entrevista para esta pesquisa.
112 José Francisco de Melo Neto
22
Membro do CERESAT. Texto da entrevista para esta pesquisa.
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: uma análise crítica 113
Extensão universitária
TABELA 3
CONCEPÇÃO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA
Distribuição dos itens do tema VII, por segmento
Considerações
23
Membro do CERESAT. Texto da entrevista para esta pesquisa.
24
Membro do CERESAT. Texto da entrevista para esta pesquisa.
25
Membro do CERESAT. Texto da entrevista para esta pesquisa.
120 José Francisco de Melo Neto
26
Membro do CERESAT. Texto da entrevista para esta pesquisa.
27
Membro do CERESAT. Texto da entrevista para esta pesquisa.
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: uma análise crítica 121
28
Ver texto para alfabetização no livro: IRELAND, Vera S. J. da Costa. Aprendendo com o trabalho: livro de alfabetiza-
ção de jovens e adultos trabalhadores. Col. Maria de Lourdes Barreto de Oliveira. João Pessoa, Editora Universitá-
ria/UFPB/1995.
122 José Francisco de Melo Neto
29
Membro do Grupo Zé Peão. Texto da entrevista para esta pesquisa.
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30
Membro do Grupo Zé Peão. Texto da entrevista para esta pesquisa.
31
Membro do Grupo Zé Peão. Texto da entrevista para esta pesquisa.
126 José Francisco de Melo Neto
32
Liderança sindicalista da construção civil. Texto da entrevista para esta pesquisa.
128 José Francisco de Melo Neto
33
Liderança sindicalista da construção civil. Texto da entrevista para esta pesquisa .
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: uma análise crítica 129
GRÁFICO 2
FREQÜÊNCIA DOS TEMAS
2000
1500
1000
X
VII
500
IV
0 I
TABELA 4
DISTRIBUIÇÃO DOS TEMAS E ITENS, POR SEGMENTO
Temas Itens A% B% C% D% Fi % itens Fgi % tema
1.1 - Visão que privilegia o mercado 13 09 07 24 183 11
I - Concepção de mundo 1.2 - Visão integradora (inst. pessoa) aperfeiçoan- 01 01 01 01 08 01 1631 26
do a soc. 86 90 92 75 1420 88
1.3 - Visão transformadora
2.1 - Conjunto de instituições independentes 06 06 04 01 61 04
II - Concepção de sociedade 2.2 - Totalidade integrada 01 01 03 01 37 02 1684 27
2.3 - Modo de produção 93 93 93 98 1586 94
3.1 - Estado árbitro: acima das classes/auton. 83 20 00 60 12 33
III - Concepção de Estado absoluta 17 80 100 40 25 67 37 01
3.2 - Est. instrumento: inst. manip. pela classe 00 00 00 00 00 00
dominante
3.3 - Estado ampliado: ( contradições de classe )
IV - Configuração dos 4.1 - Interesses voltados a indivíduos 00 01 00 00 01 00
interesses so- 4.2 - Interesses voltados a grupos 37 17 20 49 207 29 716 11
ciais 4.3 - Interesses voltados à classe dominada 63 82 80 51 508 71
34
Líderança sindicalista da construção civil. Texto da entrevista para esta pesquisa.
35
Id., ib.
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36
Membro do grupo Zé Peão. Texto da entrevista para esta pesquisa.
138 José Francisco de Melo Neto
37
Membro do grupo Zé Peão. Texto da entrevista para esta pesquisa.
38
Membro do grupo Zé Peão. Texto da entrevista para esta pesquisa.
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39
Liderança sindical da construção civil. Texto da entrevista para esta pesquisa.
140 José Francisco de Melo Neto
40
Liderança sindical da construção civil. Texto da entrevista para esta pesquisa.
142 José Francisco de Melo Neto
41
Liderança sindical da construção civil. Texto da entrevista para esta pesquisa.
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: uma análise crítica 143
“Eles acham que todo partido é igual. Eles acham que todo po-
lítico calça 40. Nós temo que começar pelo dominó, mostrando
prá ele que as pedra do dominó são diferente. Umas têm três
pingos brancos outras têm quatro. Temos de mostrar prá ele que
todo dirigente sindical é diferente. Todo político não é igual” 42.
42
Liderança sindical da construção civil. Texto da entrevista para esta pesquisa.
144 José Francisco de Melo Neto
43
Membro do grupo Zé Peão. Texto da entrevista para esta pesquisa.
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: uma análise crítica 145
44
Membro do grupo Zé Peão. Texto da entrevista para esta pesquisa.
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: uma análise crítica 147
“Ah! você sempre falou que era a gente se unindo que conseguia
as nossa reivindicação e agora, eu posso dizer que é verdade” 45.
47
Membro do grupo Zé Peão.Texto da entrevista para esta pesquisa.
150 José Francisco de Melo Neto
TABELA 5
CONCEPÇÃO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA
Distribuição dos itens do tema VII, por segmento
ITEM A1 A2 A3 AT % B1 B2 B3 BT % C1 C2 C3 CT % D1 D2 D3 DT % TT t% % item
7.1 11 05 00 16 35 11 06 00 17 35 10 14 19 43 84 09 07 00 16 24 92 43
04
7.2 01 02 00 03 07 01 01 00 02 04 01 00 00 01 02 03 01 00 04 06 10 05
7.3 14 13 00 27 58 14 16 00 30 61 03 02 02 07 14 31 15 00 46 80 110 52
49
Membro do grupo Zé Peão. Texto da entrevista para esta pesquisa.
50
Membro da equipe Zé Peão. Texto da entrevista para esta pesquisa.
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: uma análise crítica 157
Considerações
“Não! Eu não vou agora porque ainda não aprendi. Não. Tem
que ir. Isso acontece, também na extensão e aconteceu com a
gente. Tivemos de ir criando e só no final de três anos é que se
teve uma proposta metodológica. Tem-se um projeto metodológi-
co para experiência. Marcado esse projeto, não só pelas minhas
convicções, mas por outras que foram se cruzando também com
as minhas próprias observações” 51.
51
Ver. IRELAND, Vera E. J. da Costa. APRENDENDO COM O TRABALHO: livro de alfabetização de jovem e adultos
trabalhadores. Col. Ma. de Lourdes Barreto de Oliveira. João Pessoa, Editora Universitária UFPB, 1995.
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: uma análise crítica 159
52
Declaração de um trabalhador rural, participante das Ligas Camponesas, presente no 3o. Encontro de Comunidades
Rurais. Promoção do Projeto/PRAC/UFPB.
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: uma análise crítica 161
53
Região com muita água, possibilitando plantio mesmo em época de seca. Sua característica é a fertilidade.
162 José Francisco de Melo Neto
54
UFPB/PRAC/COPAC. Extensão. Programa Interdisciplinar de Extensão Comunitária. Folder de divulgação. João
Pessoa, s/d.
55
Id. , ib.
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: uma análise crítica 165
GRÁFICO 3
FREQÜÊNCIA DOS TEMAS
1000
900
800
700
600
500
400
300 IX
200
V
100
0 I
I.
I. Concepção de mundo VI. Relação universidade-
sociedade
II. Concepção de sociedade VII . Concepção de extensão
universitária
III. Concepção de Estado VIII. Natureza do trabalho social na
extensão
IV. Configuração dos interesses sociais IX. Papel do agente insti-
tucional
V. Concepção de prática social X. Pedagogia da extensão uni-
versitária
TABELA 6
DISTRIBUIÇÃO DOS TEMAS E ITENS, POR SEGMENTO
Temas Itens A% B% C% D% Fi % itens Fgi % tema
1.1 - Visão que privilegia o mercado 15 15 19 10 92 16
I - Concepção de mundo 1.2 - Visão integradora (inst. pessoa) aperfeiçoando a 04 04 09 10 33 06 567 16
soc. 81 81 72 80 442 78
1.3 - Visão transformadora
2.1 - Conjunto de instituições independentes 02 01 -- -- 08 01
II - Concepção de sociedade 2.2 - Totalidade integrada 52 59 37 17 455 47 979 28
2.3 - Modo de produção 46 40 63 83 516 52
3.1 - Estado árbitro: acima das classes/auton. absoluta -- -- 75 50 04 36
III - Concepção de Estado 3.2 - Est. instrumento: inst. manip. pela classe dominante 66 100 25 -- 05 46 11 01
3.3 - Estado ampliado: ( contradições de classe ) 34 -- -- 50 02 18
IV - Configuração dos interesses so- 4.1 - Interesses voltados a indivíduos -- 05 01 -- 03 01
ciais 4.2 - Interesses voltados a grupos 39 32 07 20 47 16 303 08
4.3 - Interesses voltados à classe dominada 61 63 92 80 253 83
V - Concepção de prática social 5.1 - Interesses voltados a indivíduos 12 -- -- -- 04 02 185 05
5.2 - Processo em consonância com classes dominadas 88 100 100 100 181 98
6.1 - Instituição do saber com vida independente 55 82 65 -- 68 69
VI - Relação universidade-sociedade 6.2 - Instituição voltada ao mundo empresarial 21 09 31 50 18 18 99 03
6.3 - Instituição como aparelho de conflito ideológico 24 09 04 50 13 13
VII - Concepção de extensão universi- 7.1 - Via de mão única 25 63 68 95 73 60
tária 7.2 - Via de mão dupla 28 24 13 -- 24 19 135 04
7.3 - Trabalho social ( construção de nova hegemonia ) 47 13 19 05 25 21
VIII - Natureza do trabalho social na 8.1 - Trabalho técnico com discurso modernizador 01 01 -- -- 03 01
extensão 8.2 - Trabalho técnico com discurso de neutralidade 58 63 29 11 361 50 724 21
8.3 - Trabalho técnico com discurso transformador 41 36 71 89 360 49
9.1 - Agente dos interesses do mercado ( capital ) 42 64 -- 100 23 50
IX - Papel do agente institucional 9.2 - Agente neutro da instituição 29 04 -- -- 05 10 46 02
9.3 - Agente comprometido com as classes dominadas 29 32 100 -- 18 40
X - Pedagogia da extensão universitá- 0.1 - Pedagogia tradicional 01 -- -- -- 01 01 408 12
ria 0.2 - Pedagogia crítica e transformadora 99 100 100 100 389 99
“Não tenta renovar essa parte rica que poderia sustentar o ensi-
no e a pesquisa, aproveitando isso que está acontecendo como
algo novo. Essas experiências mostram que a universidade deve
ser feita em cima do tripé: ensino, pesquisa e extensão. E a gente
percebe, hoje, que infelizmente a extensão não consegue ser arti-
culada com a pesquisa e o ensino. A extensão fica um pouco re-
legada a um plano inferior” 56.
56 .
Membro da equipe do projeto. Texto da entrevista para esta pesquisa.
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: uma análise crítica 171
57
Membro da equipe do projeto e de ONG na Paraíba. Texto da entrevista para esta pesquisa.
172 José Francisco de Melo Neto
58
Membro da equipe do projeto e estudante. Texto da entrevista para esta pesquisa.
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: uma análise crítica 173
“Se eu chegar lá com uma proposta política, eles não estão pre-
parados. Eles ainda estão acostumados com aquela história dos
donos de lá, dos que têm dinheiro lá dentro, com aqueles que
lhes são mais próximos. A questão política é forte. É muito mais
lenta. Se é prá gente conseguir lá entrar, fazer com que eles as-
similem algo diferente será um algo mais lento” 60.
59
Funcionário da UFPB e membro da equipe do projeto. Texto da entrevista para esta pesquisa.
60
Estudante e membro da equipe do projeto. Texto da entrevista para esta pesquisa.
174 José Francisco de Melo Neto
61
Funcionário da UFPB e membro da equipe do projeto. Texto da entrevista para esta pesquisa.
62
Id., ib.
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: uma análise crítica 175
63
Membro do projeto e de ONG na Paraíba. Texto da entrevista para esta pesquisa.
176 José Francisco de Melo Neto
64
Líder comunitário e membro da Associação Agrícola de Praia de Campina. Texto da entrevista para esta pesquisa.
65
Liderança sindical rural da região. Texto da entrevista para esta pesquisa.
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: uma análise crítica 177
66
Liderança sindical rural e comunitária. Texto da entrevista para esta pesquisa.
178 José Francisco de Melo Neto
TABELA 7
PAPEL DO AGENTE INSTITUCIONAL
Distribuição dos itens do tema IX, por segmento
ITEM A1 A2 A3 AT % B1 B2 B3 BT % C1 C2 C3 CT % D1 D2 D3 DT % TT % item % do tema
9.1 03 03 --- 06 42 --- 15 01 16 64 --- --- --- --- --- 01 --- --- 01 100 23 50
02
9.2 --- 04 --- 04 29 01 --- --- 01 04 --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- 05 10
9.3 02 02 --- 04 29 02 05 01 08 32 06 --- --- 06 100 --- --- --- --- --- 18 40
TABELA 8
NATUREZA DO TRABALHO NA EXTENSÃO
Distribuição dos itens do tema VIII, por segmento
ITEM A1 A2 A3 AT % B1 B2 B3 BT % C1 C2 C3 CT % D1 D2 D3 DT % TT % item % do tema
8.1 01 --- --- 01 01 --- --- 02 02 01 --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- 03 01
21
8.2 64 42 --- 106 58 28 96 88 212 63 26 05 06 37 29 09 --- --- 09 11 361 50
67
Membro da equipe do projeto e de ONG. Texto da entrevista para esta pesquisa.
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: uma análise crítica 183
68
Estudante e membro da equipe do projeto. Texto da entrevista para a pesquisa.
184 José Francisco de Melo Neto
69
Líder comunitário e membro da Associação Agrícola de Praia de Campina. Texto da entrevista para esta pesquisa.
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: uma análise crítica 185
Extensão universitária
70
Líder comunitário e sindical. Texto da entrevista para esta pesquisa.
186 José Francisco de Melo Neto
TABELA 9
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA
Distribuição dos itens do tema VII, por segmento.
ITEM A1 A2 A3 AT % B1 B2 B3 BT % C1 C2 C3 CT % D1 D2 D3 DT % TT % item % do tema
71
Membro da equipe do projeto. Texto da entrevista para esta pesquisa.
190 José Francisco de Melo Neto
Considerações
72
Membro da equipe do Projeto Qualidade de Vida. Texto da entrevista para esta pesquisa.
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: uma análise crítica 195
73
Membro da equipe do projeto. Texto de entrevista para esta pesquisa.
196 José Francisco de Melo Neto
“O lixo não é ‘lixo’. Ele pode até virar dinheiro. Ele pode gerar
emprego, sendo uma alternativa de renda para a população. O
principal, contudo, é uma melhoria na qualidade de vida da pró-
pria comunidade. Esta é uma conseqüência principal” 74.
74
Estudante do curso de Engenharia e membro do projeto. Texto da entrevista para a pesquisa.
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: uma análise crítica 197
75
Não foram aplicadas entrevistas entre comunitários por não haver grupos definidos em torno do projeto, nem
analisados textos por não haver, ainda, uma produção própria de textos.
198 José Francisco de Melo Neto
200
150
100
X
VII
50
IV
0 I
76
Membro da equipe do Projeto Qualidade de Vida . Texto da entrevista para a pesquisa.
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: uma análise crítica 201
202 José Francisco de Melo Neto
TABELA 10
DISTRIBUIÇÃO DOS TEMAS E ITENS, POR SEGMENTO
Temas Itens A% B% C% D% Fi % itens Fgi % tema
1.1 - Visão que privilegia o mercado 53 58 --- --- 107 55
I - Concepção de mundo 1.2 - Visão integradora (inst. pessoa) aperfeiçoando a soc. 10 01 --- --- 13 07 195 28
1.3 - Visão transformadora 37 41 --- --- 75 38
2.1 - Conjunto de instituições independentes 15 05 --- --- 19 11
II - Concepção de sociedade 2.2 - Totalidade integrada 48 75 --- --- 101 58 174 25
2.3 - Modo de produção 37 20 --- --- 54 31
3.1 - Estado árbitro: acima das classes/auton. absoluta 75 00 --- --- 03 60
III - Concepção de Estado 3.2 - Est. instrumento: inst. manip. pela classe dominante 00 00 --- --- 00 00 05 01
3.3 - Estado ampliado: ( contradições de classe ) 25 100 --- --- 02 40
IV - Configuração dos interesses so- 4.1 - Interesses voltados a indivíduos 00 00 --- --- 00 00
ciais 4.2 - Interesses voltados a grupos 69 00 --- --- 11 55 20 03
4.3 - Interesses voltados à classe dominada 31 100 --- --- 09 45
V - Concepção de prática social 5.1 - Interesses voltados a indivíduos 09 10 --- --- 02 10 21
5.2 - Processo em consonância com classes dominadas 91 90 --- --- 19 90 03
6.1 - Instituição do saber com vida independente 84 76 --- --- 44 83
VI - Relação universidade-sociedade 6.2 - Instituição voltada ao mundo empresarial 16 12 --- --- 08 15 53 08
6.3 - Instituição como aparelho de conflito ideológico 00 12 --- --- 01 02
VII - Concepção de extensão universi- 7.1 - Via de mão única 69 83 --- --- 30 73
tária 7.2 - Via de mão dupla 14 17 --- --- 06 15 41 06
7.3 - Trabalho social ( construção de nova hegemonia ) 17 00 --- --- 05 12
VIII - Natureza do trabalho social na 8.1 - Trabalho técnico com discurso modernizador 09 16 --- --- 15 12
extensão 8.2 - Trabalho técnico com discurso de neutralidade 74 72 --- --- 91 73 124 17
8.3 - Trabalho técnico com discurso transformador 17 12 --- --- 18 15
9.1 - Agente dos interesses de mercado ( capital ) 12 27 --- --- 04 21
IX - Papel do agente institucional 9.2 - Agente neutro da instituição 50 09 --- --- 05 26 19 03
9.3 - Agente comprometido com as classes dominadas 38 64 --- --- 10 53
X - Pedagogia da extensão universitá- 0.1 - Pedagogia tradicional 00 07 --- --- 02 05 45 06
ria 0.2 - Pedagogia crítica e transformadora 100 93 --- --- 43 95
77
Membro da equipe do Projeto Qualidade de Vida. Texto da entrevista para esta pesquisa.
204 José Francisco de Melo Neto
78
Id.,Ibid.
79
Membro da equipe do Projeto Qualidade de Vida. Texto da entrevista para esta pesquisa.
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: uma análise crítica 205
80
Membro da equipe do Projeto Qualidade de Vida. Texto da entrevista para esta pesquisa.
81
Membro da equipe do Projeto Qualidade de Vida. Texto da entrevista para esta pesquisa.
206 José Francisco de Melo Neto
82
Membro da Equipe do Projeto Qualidade de Vida. Texto da entrevista para esta pesquisa.
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: uma análise crítica 207
83
Id., Ibid.
84 .
Membro da equipe do Projeto Qualidade de Vida. Texto da entrevista para esta pesquisa.
208 José Francisco de Melo Neto
TABELA 11
PAPEL DO AGENTE INSTITUCIONAL
Distribuição dos temas e itens, por segmento
TABELA 12
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: uma análise crítica 211
NATUREZA DO TRABALHO
Distribuição dos itens do tema VIII, por Segmento
85
Membro da equipe do Projeto Qualidade de Vida. Texto da entrevista para esta pesquisa.
86
Membro da equipe do Projeto Qualidade de Vida. Texto da entrevista para esta pesquisa.
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: uma análise crítica 213
Extensão universitária
87
Estudante e membro da equipe do Projeto Qualidade de Vida. Texto da entrevista para esta pesquisa.
214 José Francisco de Melo Neto
TABELA 13
Considerações
TABELA 14
TEMAS E ITENS NOS PROJETOS, POR SEGMENTO
T Item AE BE CE DE TE AZ BZ CZ DZ TZ AP BP CP DP TP AQ BQ TQ
1.1 07 06 09 09 13 09 07 24 15 15 19 10 53 58
I 1.2 06 02 02 02 26 01 01 01 01 26 04 04 09 10 16 10 01 18
1.3 87 92 89 89 86 90 92 75 81 81 72 80 37 41
2.1 04 02 01 01 06 06 04 01 02 01 --- --- 15 05
II 2.2 01 04 03 03 25 01 01 03 01 27 52 59 37 17 28 48 75 25
2.3 95 94 96 96 93 93 93 98 46 40 63 83 37 20
3.1 22 14 67 00 83 20 00 60 --- --- 75 50 75 00
III 3.2 33 50 00 100 01 17 80 100 40 01 66 100 25 --- 01 00 00 01
3.3 45 36 33 00 00 00 00 00 34 --- --- 50 25 100
4.1 00 03 00 07 00 01 00 00 --- 05 01 --- 00 00
IV 4.2 57 21 10 68 08 37 17 20 49 11 39 32 07 20 08 69 00 03
4.3 43 76 90 35 63 82 80 51 61 63 92 80 31 100
V 5.1 02 05 03 06 06 11 01 02 07 07 12 --- --- --- 05 09 10 03
5.2 98 95 97 94 89 99 98 93 88 100 100 100 91 90
6.1 38 65 58 31 41 57 74 55 55 82 65 --- 84 76
VI 6.2 00 11 33 56 02 12 25 13 25 02 21 09 31 50 03 16 12 08
6.3 62 24 09 13 47 18 13 20 24 09 04 50 00 12
7.1 61 29 66 62 35 35 84 24 25 63 68 95 69 83
VII 7.2 06 08 00 01 05 07 04 02 06 04 28 24 13 --- 04 14 17 06
7.3 33 63 34 37 58 61 14 80 47 13 19 05 17 00
8.1 00 02 00 04 02 03 01 01 01 01 --- --- 09 16
VIII 8.2 09 06 08 09 17 27 09 07 03 12 58 63 29 11 21 74 72 17
8.3 91 92 92 87 71 88 92 96 41 36 71 89 17 12
9.1 14 64 36 55 38 30 17 52 42 64 --- 100 12 27
IX 9.2 28 01 41 14 02 27 00 04 03 03 29 04 --- --- 02 50 09 03
9.3 58 35 23 31 35 70 79 45 29 32 100 --- 38 64
X 0.1 00 00 00 00 08 00 00 00 00 07 01 --- --- --- 12 00 07 06
0.2 100 100 100 100 100 100 100 100 99 100 100 100 100 93
I - Concepção de mundo IV - Configuração dos interesses sociais VIII - Natureza do trabalho social na extensão
1.1 - Visão que privilegie o mercado 6.1 - Instituição do saber com vida independente
1.2 - Visão integradora ( inst. pessoa ) aperfeiçoando a socieddade. 6.2 - Instituição voltada ao mundo empresarial
1.3 - Visão transformadora 6.3 - Instituição como aparelho de conflito ideológico
2.1 - Conjunto de instituições independentes 7.1 - Via de mão única
2.2 - Totalidade integrada 7.2 - Via de mão dupla
2.3 - Modo de produção 7.3 - Trabalho social
3.1 - Estado árbitro: acima das classes 8.1 - Trabalho técnico com discurso modernizador
3.2 - Estado instrumento: inst. manip. pela classe dominante 8.2 - Trabalho técnico com discurso de neutralidade
3.3 - Estado ampliado: ( contradições de classe ) 8.3 - Trabalho técnico com discurso transformador
4.1 - Interesses voltados a indivíduos 9.1 - Agente do mercado
4.2 - Interesses voltados a grupos ( setores de movimento ) 9.2 - Agente neutro
4.3 - Interesses voltados à classe 9.3 - Agente da classe dominada
5.1 - Interesses voltados a indivíduos 0.1 - Pedagogia tradicional
5.2 - Processo em consonância com classes dominadas 0.2 - Pedagogia crítica e transformadora
222 José Francisco de Melo Neto
expresse oralmente sua percepção. Isso cria uma situação mais difí-
cil que quando o poblema é posto em reflexão pelos grupos ou e-
quipes dos projetos, já que ela, docilmente aceita tal situação. Em
conseqüência, a comunidade tende a desenvolver formas de partici-
pação em que cada indivíduo passa a buscar, nessa diferenciação, o
máximo de benefícios para si próprio. Tais formas deveriam exigir
das equipes uma reflexão mais crítica possível no sentido de buscar
atividades ou políticas que possam envolver todos os setores da
comunidade. Esse trabalho, no entanto, está se tornando ausente das
atividades de reflexão crítica das equipes de trabalho social. Pelo
menos nos projetos Praia de Campina e Qualidade de Vida, as dis-
cussões têm basicamente decorrido de encaminhamentos imediatos,
dando-se ênfase a uma metodologia do tipo “aprender a fazer, fa-
zendo”, esquecendo-se da importante tarefa da reflexão crítica so-
bre o fazer, para inclusive poder refazer o que está sendo feito
quando ocorrerem possíveis equívocos, permitindo correções. Esse
movimento se constitui de ação educativo-crítica fundamental.
Forma-se, assim, uma ideologia nas equipes de trabalho des-
tes projetos, particularmente por parte dos estudantes, que aceitam
as condições que lhes são oferecidas como membros de equipe dos
projetos, sendo conduzidos pelo pressuposto não da reflexão críti-
ca, mas da acomodação às atividades em desenvolvimento nos pro-
jetos.
As concepções de universidade e de extensão dominantes
são aquelas mais veiculadas, impedindo dessa maneira a reflexão
sobre possibilidades outras que venham a ser geradas nesses traba-
lhos sociais. Essa ideologia expressa os valores e as concepções
dominantes, que, por sua vez, mantêm a ordem vigente sem questi-
onamentos.
Por outro lado, em nome de um desenvolvimento de comu-
nidades consideradas “atrasadas” ou “carentes” , procura-se veicu-
lar como ideologia uma necessidade de superação da situação do
atraso como se fosse algo de consenso entre todos. Isto é, todos
228 José Francisco de Melo Neto
88
Conceito apresentado no XIII Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas do Nordeste. Natal,
l995.
246 José Francisco de Melo Neto
89
Membro da equipe da PRAC. Texto da entrevista para esta pesquisa.
90
Membro da equipe de projeto CERESAT. Texto da entrevista para esta pesquisa.
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: uma análise crítica 251
CONCLUSÕES
93 .
Ver análise sobre a questão em : LIMOEIRO CARDOSO, Miriam. Reflexões sobre ética e produção do conhecimen-
to. ( anotações para pesquisa - versão preliminar). Caxambu, MG, 1994. Texto apresentado na Conferência de Abertura da
17 a. Reunião anual da ANPED (Associação Nacional de Pós - Graduação em Educação). 41p.
262 José Francisco de Melo Neto
94
Ver Projetos Estratégicos Alternativos para o Brasil, primeira e segunda Conferências, realizadas em Brasília, em 1993 e
1995.
264 José Francisco de Melo Neto
95
Carta de Brasília. Projetos Estratégicos Alternativos para o Brasil. 1a. Conferência Nacional. Brasília, nov/ 1993.
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: uma análise crítica 265
96
Estes temas formam uma amostra de projetos apresentados no I Encontro Unificado de Ensino, Pesquisa e Extensão,
composto pelo III Seminário de Avaliação da Monitoria, II Encontro de Extensão e III Encontro de Iniciação Científica,
num total de novecentos e quatorze projetos em andamento na Paraíba, sob a coordenação da UFPB.
266 José Francisco de Melo Neto
por si só, não gera mudanças. O pensamento crítico, por si só, tam-
bém não. Mas ele tem um papel a desempenhar no processo de
transformação da realidade. Nesse sentido, é importante e necessá-
rio o debate de temáticas atualizadas, como as da cidadania e da
democracia política e social; a globalização dos direitos humanos
proclamados; os direitos civis e a igualdade desses direitos para
crianças, jovens e mulheres; o discurso de combate à ditadura do
mercado que instaura a lei do mais forte; a solidariedade entre gera-
ções (ecologia) e a internacionalização de direitos sociais; a dívida
externa e a reforma agrária. Realidades e pensamento crítico preci-
sam estar num permanente confronto, gerando práticas sociais que
contribuam para o delineamento de reivindicações e processos pe-
dagógicos de uma nova formação intelectual e moral em que os
trabalhadores se apercebam de sua própria realidade e se conven-
çam da justeza de suas próprias reivindicações.
Parece necessário vislumbrar-se um horizonte, pois não é
possível movimento social conseqüente sem um projeto no hori-
zonte. Há dilemas que vão se configurando com a realização de
projetos de extensão quanto às práticas dos agentes do trabalho
social, como o incentivo de se ter as mais diferenciadas práticas
possíveis contribuindo para esse projeto de horizonte, que, por ou-
tro lado, corre o risco, com esta fragmentação, de perder esse hori-
zonte. Outro problema que convém não esquecer são as tentativas
de cooptação de membros de equipes, seja da universidade ou da
comunidade, pelos setores dominantes, caracterizando o processo
político que Gramsci chama de ‘transformismo’ e que gera situa-
ções cuja superação ou “controle” é quase impossível. Também
começa a crescer, ainda mais, a influência dos setores conservado-
res de igrejas, particularmente a Igreja Católica, em decorrência das
posições políticas que passam a adotar com o remanejamento de
dirigentes religiosos que, na região, estavam mais comprometidos
com os setores subalternos da sociedade. Muitas organizações go-
vernamentais, às vezes, estão se transformando no próprio movi-
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: uma análise crítica 267
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS