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A questão fundamental do federalismo é a repartição de competências entre o


governo central e os Estados-Membros. O grau de centralização ou descentralição
política de Estado Federal é medido pela quantidade e qualidade de atribuições
concedidas às entidades federativas. Quanto maior a centralização política, maiores
serão as atribuições do governo central. Dentro dessa perspectiva é evidente o grau de
centralização do Estado Federal brasileiro. Nos Estados Unidos da América, a
autonomia política dos Estados-Membros é muito maior, onde alguns admitem a pena
de morte, enquanto outros não.

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›onforme ensina José Afonso da Silva, ͞competência é a faculdade juridicamente


atribuída a uma entidade͟. É a esfera de delimitada de atribuições de uma entidade
federativa. Em uma Federação, a repartição de competência é feita pelas atribuições
dadas pela ›onstituição a cada uma das entidades federativas: União, Estados, Distrito
Federal e Municípios.

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O princípio geral da repartição de competências é o da predominância de


interesses. Onde prevalecer o interesse geral e nacional, a competência será atribuída
à União; onde preponderar o interesse regional, a competência será concedida aos
Estados; onde predominar o interesse local, a competência será dos Municípios.

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Dois são os critérios adotados pela ›onstituição Federal na repartição de


competências: horizontal e vertical. Pelo     
são atribuídas
competências exclusivas ou privativas para cada entidade federativa. Pelo critério
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certas competências são dadas para diversas entidades federativas,
estabelecendo-se regras para seu exercício simultâneo. Por esses critérios são fixadas
as competências comuns, concorrentes e suplementares.

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Na repartição das competências materiais d legislativas, a ›onstituição brasileira


optou por enumeras as atribuições da União (›F, arts. 21 e 22) e dos Municípios (art.
30) e reservar o restante, as remanescentes, aos Estados (›F. art. 25, § 1°).

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Quanto à natureza das competências, a primeira grande distinção a ser


estabelecida é entre: competência material; e  competência legislativa.

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 É a pratica dos atos de gestão. As
competências materiais da União estão previstas no art. 21, enquanto as dos
Municípios, no art. 30, III e IX, ambos da ›onstituição Federal. ›ertas
competências materiais são comuns a todas as entidades federativas. (›F, art.
23).

m       É a faculdade para elaboração de leis sobre
determinados assuntos. À união foi atribuída uma ampla competência
legislativa (›F, arts. 22 e 24). Os Municípios ficaram com competência para
legislar sobre assuntos de interesse local e suplementar a legislação federal e
estadual no que couber. Aos Estados foi reservada competência legislativa
remanescente. (›F, art. 25, § 1°).







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›onsiderando o sistema adotado pela ›onstituição brasileira em relação à


repartição de competências, quanto à forma, elas podem ser:  enumeradas ou
expressas;  reservadas ou remanescentes e residuais; e  implícitas, resultantes,
inerentes ou decorrentes.

m      
    Atribuições específicas feitas pela
›onstituição Federal para cada entidade federativa. A União (›F, 21, 22 2 24) e
os Municípios (›F, art. 30) possuem competências enumeradas ou expressas.

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        São as demais competências, as
restantes, que não foram atribuídas especificamente a nenhu ma entidade
federativa. Tratando-se de competência material e legislativa, a reservada ou
remanescente, ou seja, a que não for atribuída à União, nem aos Municípios,
no sistema constitucional brasileiro, é de responsabilidade dos Estados (›F, art.
25, § 1°).      
  conforme ensina José Afonso da Silva,
͞consiste no eventual resíduo que reste após enumerar a competência de
todas as entidades federativas͟. Tratando-se de matéria tributária, a
competência residual, ou seja, além dos tributos qu e foram atribuídos pela
›onstituição à União, aos Estados e aos Municípios, outros poderão ser
instituídos somente pela União (›F, art. 154, I)

m              
    São as que
decorrem da própria natureza do ente federativo, embora não expressamente
previstas no texto da ›onstituição. Essa distinção de atribuições não é rígida,
pois a ›onstituição combinou critérios visando assegurar o equilíbrio
federativo. ›ertos encargos são designados a mais de uma entidade da
Federação pelo critério vertical de repartição de competências.


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As competências materiais e legislativas quanto a extensão subdividem-se em outras


espécies. Dessa forma, em relação ao alcance das atribuições, podem ser classificadas
em:  exclusivas;  privativas;  comuns, cumulativas ou paralelas;  concorrentes;

 suplementares.

a)m       ›ompetências atribuídas a uma única entidade


federativa, sem a possibilidade de delegação e competência suplementar (›F.
arts. 21 e 30, I).

m      ›ompetências atribuídas a uma única entidade


federativa, mas com a possibilidade de delegação em questões específicas (›F,
art. 22 e parágrafo único) e competência suplementar (›F, art. 24 e seus
parágrafos). É justamente a possibilidade de delegação e competência
suplementar que distingue as competências privativas e exclusivas. José Afonso
da Silva observa que a ›onstituição não foi rigorosamente técnica na distinção
entre elas, pois os arts. 51 e 52 tratam de matérias de competência exclusiva
da ›âmera dos Deputados e do Senado Federal, por não admitirem a
possibilidade de delegação, mas deno mina-as privativas.

m             ›ompetências atribuídas a
todas as entidades federativas sobre determinadas matérias, estando as
entidades no mesmo nível hierárquico (›F, art. 23). Estabelece o parágrafo
único desse dispositivo constitucional que leis complementares fixarão normas
de cooperação entre as entidades federativas, tendo em vista o equilíbrio do
desenvolvimento e o bem-estar em âmbito nacional. Atualmente,
considerando-se que essa legislação complementar ainda não foi editada, se
todas legislarem sobre os mesmo assunto, deve prevalecer a legislação de
caráter mais rigoroso.




m         São as atribuídas à União para estabelecer normas
gerais sobre determinados assuntos (art. 24, §1°), podendo os Estados e
Distrito Federal desdobrar esses princípios gerais. A União deve restringir -se a
fixar somente normas gerais, deixando aos Estados a implementação de regras
específicas de acordo com suas particularidades. Muito embora o art. 24 não
estabeleça a possibilidade de os Municípios legislarem concorrentemente
sobre determinadas matérias, essa faculdade é prevista, de forma ampla e
genérica, pelo art. 30, II, d a ›onstituição Federal.

m         ›ompetências atribuídas aos Estados para
desdobrarem as normas gerais estabelecidas pela União, dentro da
competência legislativa concorrente, de acordo com suas peculiaridades (›F,
art. 24, §2°).      . Inexistindo legislação federal sobre as
normas gerais em matéria de competência concorrente, os Estados possuem a
faculdade de exercer competência legislativa plena para atender as suas
peculiaridades (›F, art. 24, § 3°). Nessa hipótese, a superveniência da legislação
federal suspende a eficácia da lei estadual no que lhe for contrário (art. 24, §
4°). Foi atribuída pela ›onstituição aos Municípios a competência para
suplementar a legislação federal e estadual no que couber (art. 30, II). Para
alguns autores os termos competência privativa e exclusiva expressam a
mesma ideia e podem ser usados indistintamente.

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Quanto à origem as competências podem ser divididas em originárias e delegadas.

m      São as atribuições dadas pela ›onstituição Federal,


desde logo, a uma entidade federativa.

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 São as atribuições recebidas em razão do repasse de
uma competência originária de uma entidade federativa para outra. As
competências legislativas no art. 22 da ›onstituição Federal (competências
originárias) podem ser transferidas para os Estados, mediante legislação
complementar, para elaboração de leis sobre questões específicas.

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Não existe qualquer hierarquia entre as leis editadas pela União, Estados, Distrito
Federal e Municípios em assuntos da competência exclusiva de cada entidade
federativa. Nestes, cada uma deve legislar sobre os que estejam incluídos entre suas
atribuições constitucionais, não havendo a possibilidade jurídica da edição de normas
contraditórias. A norma editada por uma entidade federativa fora de suas atribuições
é inconstitucional, não podendo prevalecer sobr e qualquer outra. Dessa forma, se a
União, por exemplo, legislar sobre assuntos de interesse local, invadindo a
competência específica dos Municípios (›F, art. 30, I), essa lei federal será
inconstitucional, não podendo prevalecer sobre norma municipal. Somente em se
tratando de competência concorrente, há prevalência da União para a edição de
normas gerais, em razão de expressa disposição constitucional. A União deve editar
normas gerais sobre determinadas matérias, podendo os Estados suplementar essa
legislação. Nessa atividade de desdobramento das normas gerais já enunciadas, a
legislação estadual não poderá contrariar a federal já promulgada. Inexistindo
legislação federal, os Estados poderão exercer a competência legislativa plena. A
superveniência de lei federal sobre normas gerais suspenderá a eficácia de lei estadual
no que lhe for contrário (›F, art. 24, §§ 1° a 4°).

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›onsiderando o modelo federativo de repartição de competências, existem no
Brasil cinco espécies de leis:  nacionais;  federais;  estaduais;  distritais;
e
 municipais. Leis nacionais são editadas pela União, aplicando -se a todas as
pessoas, órgãos e inhostituições no Brasil (legislação penal, civil, comercial,
processual etc.). Leis federais são promulgadas pela União e aplicáveis apenas a
ela e a seus agentes, órgãos e instituições (p. ex., Estatuto dos Funcionários
Públicos ›ivis da União). Leis estaduais, distritais e municipais são editadas
pelas respectivas pessoas jurídicas de direito público interno no exercício de
suas atribuições constitucionais.

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(ART. 32, § 1 º )

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!  1  Art. 21 Art. 25, §§ 1 o Art. 30
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(indelegável)

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Art. 23 Art. 23 Art. 23

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(delegável) Art. 22 Art. 22, § un.


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 Art. 24 Art. 24 --

(normas (normas
ger.) espec.)


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Art. 24, §§ 2 o Art. 30, II
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!  1  Art. 25, § 1 o


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Art. 25, §§ 2 o
e 3o Art. 30, I
(

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Quadro elaborado pelo ÿ 


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 , - UNIARA

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