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LUNIVERSIDADEDO VALEDO RIO DOS SINOS -UNISINOS ravers Comuniisa ede Eee Fe Alay Bonen} ViceReitor Fe Marcio mands de Aquino) FSR Comuniio ede Exensto "rn de Plo Oven Sat Anna « EomroRa UNSINOS Distr Caos Abort ioe Conaeho fatrat manda args Ath Peouvo Fallmann, Pe Maco Foyander de Aino ST ‘Nestor Fry ve Os paradoxos do imaginario Castor M. M. Bartolomé Ruiz Eprtora Unisinos Colegio Focus 03 Dros dts ego msevador 8 Etora dt ‘Universidade do Vale do Ro dor Snos "Eoroaa Uso ON aS7OLII4 Cotete Focus Sib cnt de Mars Females de Aino ator Caro bet Cot Preprito Raven Revito Batorsto Pau Fur Campoe Marine Me Watanabe Impeessio Crifica da UNIINOS, vert de 2003 A piu ainda gue prc por qualquer mes, das pins gue compen srl es i io oi feo ods oa rons User som ana Lope RS Beal Sumério Introdugio, DO (PRO)LOGDS AO PATIOS cartrutor oMAGINARIO |DEIAS PARA UMA ONTOLOGIA DA INDETERMINACA® ssc O queéo imaginsrio? [Nosso horizonte: A formulacao de um confite A logicae ontologia da determinagio: um olhar panoramico ‘Alguns questionamentos 3 logicaeontologia. a determinacao. ‘A indeterminagio radical doimaginario Aalteridade e osujeito ‘Acemergéncia da fratura humana (© mundo como representacio ‘A fissura entre a pessoa eo mundo. Fragmentos do processo ontogenético da fratura humana ‘Aeliologia biblica da fratura humana O desejo estabelece as pontes dos sentides. (OSEXL-FUNDO HUMANO F 05 PARADONOS DA PSIQUE [Na busca de interseeqbes compreensivas Imagem e representagao PODER OBIETVANTE DOIMAGINARIO EE ASOCIALIZACAODA PSIQUE A dualética do prazer e da insatisfagto B 7 2» 29 es 35 “6 8 53 55 57 59 a 6 70 7 a 85 rs 93 4 6 Ospuradenos do imagine Castor MM, Barliomé Ruiz Amable 2 F, Ateniosimbolgiea na ebjeivasso danger mn. 214 eridade (re)preseo - ATENSACOASTENCI A Ape inane slit 7 Econoramia DAUNGUAGEN Senn ns pela re)pressio a (© formalism da linguagem eo dualismo de sus Ente NartgoeUiopos sms Ocontaponto da hermentutica no caruto A cormplicaiodialetca das anges na lingua 7 7 Pica dais das fangs nalinguagem 233 na eho meee ten ©.CONSENTIMENTO DALINGUAGEM ay DOMIICOMAGICO AO SIMBOLOCISMO nn nee aes Algumas distingdes conceituais.... 1 a ‘da palavra humana, — Rastreandoasorgens do mito. AFUNGAO METAFORCA DALNGUACEM so nus Ganatce abo ‘Adimersdo metonimica da linguagem aes Fl-sofiae mitologia. ODISTANCIANENTO LOGICO DA LINGUAGEN Monoteismo e Teos-logia .. = a — 253 OSIMBOLICO. os “ Le — 263, Dosigno a0 mito. an OSMMOUSMOEO MTD... Racionalidade arrativa do mito eestrutura mia do racial a 18 ‘Aetvidade eectividade smbolics. ca Ototemisme racinal 150 ARELIGAGAOSIMROUCA nn 15D = ‘NDWENBAO EMPANICA DOSDOLCO nnn 16S ‘confrontalo entre o epifnica eo apocalipi wn 167 |AREDUNDANCIA EINADEQUACAO DO SMBOLCO, 3 . ‘arbitanedade do signae oparabolisme do sintbolo 75 [ACOADMPUCAGAOSDDGUA 1% ‘Ntrnatvidade damage inborn da ‘etna gia). 181 carro m simousio PLINGUAGEM OSINDOL0 ALINGUAGEM se 1 Medingdese paradoxos dusiticos da inguagem 195 (© NRAIZANENTO SIMRDLICO DA LINGUAGEM 199 AOBTETVAGAO DA UNGUAGEM oe) | Meu agradeeinunto, sempre insufiennte a gore stevntnrone aa va, ran svt deme dara Vi Agueles oie fala! a quime munca pate nicom pense suticnntimnt Pong 00 midivar esis, ra tm vi, enna sar anna parte tes talews una var at El hombre es por natura la bestia panadsjica, un animal absurdo gue necesita ligica Creb cto nada un mundo, y su obra termina, Ya estoy en el sersto se dijo, todo es nade. (Antonio Machado, Provertios y Cantar) Introdugio 2 tompo vie rsnam pont. Sa subst: wm fs. Sus ams: es Tao seu crear. Sua dam deri. Sa ‘Sram eng, Sen rome wm ep pit. Resin, teem St mater: precede Em sen espn sonhoe fo. Sar exist nc wm {ere etapa de wa cager. Sn ii psturaespurimen. Que nos pent rer de gua? Als, opens 0° A reflexso de Marco Aurélio nos situa perante 9 abismo las tes interrogagdeselassicas: quem somos, dle onde viemos € para onde vamos, Sua insinuacio de soluglo 6 gpenas fo, uma Insinuacto, Este trabalho, Os paradoxes do Imagindria 6 0 resultado de um longo processo de insatisfagio com as posturas lassicas que ‘buscam na racionalidade o segredo ultimo da realidade para, tornando-nos mais racionais,adaptar-nos com maior fidelidade ‘408 postulados de uma verdade pré-estabelecida, Essa insatis- ‘20 com as posturas clisscas nao se resolve com a diluigdo da Fazio, com sua negacio au com mero apeloa dimensBes me- tarracionais ou simplesmente irracionais, como algumas posicbes pés-modemas defendem. Se arazio moderna mostrou sa face ano AD. Motes So Pau: Matin Claret 202, p28 14 Osparadoxos do imagintrio perversa se ela perdew a aura de divindade com que foi invest- fa, propugnar seu sepultamento pode nos levar a0 nosso pré- prio vel6rio como especie. "Nos introduzimos nos itersticios dese debate para ten tarconstruir uma trilhadiferenciada que nie procura ocaminko in representa em ants ocasidesna forma d ragedia amar ra Trngdia que sempre esta embslada peas concep ech. dase determinsts do socistérie edo snopolag Disa Re ike: scose ns deste Asondenaes Se desriam. Asond ‘aes noanente nts rx deseo (Elegie 60 Duo). Retomando a exempio do funclonsisn, desde seu cir coloesplicativo eitaincompreensve a malipictade de aes Sociis que nao preenchem sms Fangio determina, Nio tem omo expicar porque se necessidades sto natura, scram recesidades diversas em sociedades contemporineasinlas ‘ernecessidadescontarias dentro da mesma socieades no tem Como explica porque se sti de forma plural e divergent a Solucio para uina mesma necesidade, Todos concordamos que alimentagio uma ncesidade, mas Porque em algamas cl tas, determinadonaimenton st prothdos como a vaca nae {ura hinds, 0 oreo no dahon slamismo, ete, enantio em oultas consi a dita hisics? A habitagio € natural. mas Porquemalgumascoltras se privlegia dentro daca espa fo privado eer outas tudo ¢comum? O sexo ea reprodusio Sho ungdes natura, mas porque o sexo visto como pecamino. So pormitas esse «por outas no, Diz que a fain una tstrtura natural, pore a diversidade de formas culurais em {que se estratrs a familia nose exlcs pla mera angio soi Muito mats complex resetacompreetero desjo humana a partie merament da finn que ele desenvolvenasociedade. O funcionatismo no tem esposta para esses por, jque nem sequer eva em conta o porut ca ago humana Lititese si 46 plesmente a constata a importincia socal de um determinado Elemento, destacando a fngdo ou funcdes que desenvolve sem. poster explicar sua origem, Sea ag3o humana se explicasse pela mera necessidade Biologica ou de subssténcia, nao se entende- tia adiversidade nem a multicuturalidade. Niose pode explcat oser humanonem asociedade defor. sma absoluta por nenhum tipo de determinacio. Nao & possvel red los categoras ou construtosexplicativos deintivos. Qual- {quer explicagdo ser sempre um modo parcial e fragmentado de Sprosimar-nos do fazer humano, Embora 38 leis eas regularidae tds seam parte da realiade, ambas se estruturam de modo aber toe indeterminado, Abertura das regularidades humanas poss bilita a contecgao de vises globai, porém todas elas relatvas. A praxis humana que produz.o socioistorico nio esta pré-delinida por nenhum tipo de categoria, racionalidade, normatividade, lei patural ou regularidade. Ela ¢ construfda sempre a partir dosent Goques pessoa ea sociedade institiem para agailo que realizam. Esse sentido nae poceser deduzido nem induzidode forma abso- lutaanenhum outro elemento, le urna criagio, na acepetomais mpla da palavra, So a significagao institvida de modo criativo polo ser umano e pela sociedade pode explicar 0 porque da pr is humana, pos O fiom a original porque se situa como fro e origem da fatura humana E sn firdo porque nao ¢ possivel encontrar para ela os elementos primarioseorigindrios a partir dos quas se constitu. Para Naor, consi psig) no én prt sr gue se pos tata esto com os ds comans esp oo fnisiment opto, senso quel ae come anata cont Conadon dase) psslgi notion a7 comm sr tis ‘eterna, snr soe apa pupae et or ‘desta un dss determines Ne mote gue api ‘compro corms msn. pode propor cae tera const descr come um aloe gun dey tide cbt: pre po canter, oto autoconscicia ‘gpg lino irebtiog pode sear ape su io poe expan deacodocomas foresters do Cakimento dass portman de scrdo coma con desubtonsiiade casa TGs Ems fr a rma me Wl 3. Meio: ECE, 1971, pas Castor MM. Bartolomé Rui 85 [Na busca de interseccdes compreensivas sem-fando humana se manifesta como inesgotivel po- tencialidade criadora do imagindrio. Uma das interseegdes em que podlemos eaplar esse fsa eriador € a representagaa. A r= presenta, sejaconsciente os inconsciente principalmente esta Sitima, nos remete a um nédulo intrincado de possibilidades de set Ela extrapola toda objtividade natural ou as explicagoes I C98 sobre sua natureza, inserindo-se no exo criadar de imag Airio, Eis por que # mprwitania, sei cansconte ow icons, resultade fto n-analstel® Isto na significa que tenhames que renunciar asa compreensio ot que devemas nos remeter a uma "ogica” do absurd, devancando entre a confusd0 ea incoeréey cia. A representagio resulta “i-analise! porque ela sempre pos ‘sulo germe criador que permite produzir novos sentidos ¢ redi- rmensionar significalivamente qualquer realidade além do signi- fieadoja conhecida, ‘Arepresentac30 renova o sentido do mundo; desse modo ela resulta sempre inovadora de praxis transformadora da re3- Tidade instituida. Nunca poderemos fixar de modo delinitivo 0 sentido de uma representagio, porque ela sempre proeta 3s co £35 osfatos, as instituigBes para um legue indetinido de pessibi- lidadesdeser. Ao pensar que consegsimos definira que ea vida, tipo de familia queremos, que forma de éciodesejamos, qual raisos saciis absolutos e superam as ideologias conservadoras pparaisantes que repetidamente anunciam a chegada no fit Destine Capitulo AIMPLICAGAO SIMBOLICA DO IMAGINARIO Tdo segundo dor com gue se otha Mario Benedetti A quetn se esforga num perone tender, ‘A esse poderemos sal! Goethe ‘Do mitico-mégico ao simbo-logismo Ae bom foe cont ina por aga uo imag rade rig deep one da 4004 oa de pentane go gee) ue Ea capacidade indestratioe! de evoesnr uma imagen. ‘Cornelis Canta © imagindrio ndo consegue manifestarse a nio ser sob ‘formas simbolicas. Um simolismo sempre perpassado pela #a- ‘onalidade, mas também wma racionalicade sempre imprega- da de imbolismo. Eis por que podemos caracterizar oer huma- 1 como um ser simbo-L6gico ou, de forma mais arnpla, Um ser fessencialmente mito- gin, ‘A complexidade simboldgica do ser humano deflagrou historcamente confrontacoes entre os tedricos que defendiam ‘uma ou outra posicaoe, para tant, se empenhavam em negara ‘ontravia ou mostrar sua insigificincia, Mais uma vez percebe= mos 0 paradoxo do imaginstio alastar-se pelos diversas dimen. bes do humane, O mito eo logos, o simbalico eo racional est30 ‘correferidos ese integram dialeticamente num processo que se nunca, ao mesmo tempo, excludentee integrador. Como se pro TO Osporadxos do mnindro Se desesperada, dos nmeros fundamentais cle eada coisa, Essa renga quase obsessiva estruturou a moda de vida da congress {ie dos pitagéricas, influiu nos madelos politicos de mais po Tis da magna Grecia, prineipalmente no stl da Italia. A crenga mitoldgica no valor ontologico dos numeros impulsionou cren- ‘2s, comportamentos,escoas, ee. de tamanho efeito, que n306 Possivel entender oconjuntoda filosotia grega sem sua influncia Monoteismo e Teos-logia Uma oatenpritica paraigmsticn sabre experiéncis cree tivas de transigao da visto mitiormagica para a simbologica respeito constituigao de uma religio. sti consagradaa tesedurkheimiana de que religocons- tity o marco autocompreensivo da qvaseotalidade das soe: dades pré-mosermas. Como mencionamos anteriormente temos aque estabctcer uma diferenga qualativa entre as impresses Iticormagieas- por exemploas diversas formas de animismo= € 35 formulagaes flOgiens das varie reigibes A rligito = presenta um esforg para superar a visdomitico-migie conte Tir argumentagdo liga ecoetnea racional 30s stots inti- tudes pela diversas crengas-Areligio implica amt formas de organizagao mats complenas estrada, craga0 de nat tuigesentabelecimenta de cbdgos univerelcagiodascrengas pata grap citrate ds prin esas ena esis {Um momento paticularmente tio para poder perceer ‘ssa transgioest na ese deseneadeada pelo lawismo, s0cen surat ¢fentar anlar as visdesmilico-magicas de Devs. O pro Pro Iahivismo ¢ um longo einteneado andamento cultural de 2A cspumtors do iaginirio mals de dez séculos com uma derivagio erst8 que culmina no século1d.C. e outta judaico-arisaica que se analiza e define na {ssembleia de escribas ocorrida na cidade de Yamnis,em90d.C, pds a desiruigio de Jerusalém por Tito Livio, e que ters suas ‘quer explicagio tebrica érelativa em varios sentidos:de um lado, Sempre esti exposta ao principio de falsiblidade, que permite superi-la por astra forma considerada melhor ov mats ver dueira, e, alm do mais, exstem outas perspectivas possiveis pparaolhar a ealidade que nao meramente empirica,sendo que Todas as perspectivas si0 consteusoes significativas que carne- gam uma parte de verdade, veracidade eealidade. Por isso, qual- ‘Tuer formulagso tedrica€ sempre uma forma mitica de significar mundo. "A dessacralizagiodo mundo sempre é relativa. Ao desen- tranhar simbo-logicamente a validade da visao mitico-msgica, rio invalidamos a experiéncia do sagrado. O sagrado, segundo 6 sentido literal do termo, implica uma separacio intencional e tama caracterizagao especial de algo, Nossa relacao com 0 real sempre se realiza por meio do destaque signficativo de aspec- tos, perspectivas, possibilidades das coisas. O mundo sempre & [para nos uma repesentacao-separacao intencional de aspectos possiveis,O real enguanto representagdo intencional que desta> {Er aspectos significativos da mundo, & sempre um espago sagra do, Sempre existe uma certa dimensio de sacralidade na forma ‘como 0 set humano se relaciona com o mundo. ‘Um exempla elucidative de como o simbolismo eo mito resultam logicamente insuperave's constitu o processo de ‘so critica 3 que foram submetidas a matematica ea léglea no inicio doséeulo XX por diversos autores. Entre eles destacamse Frege, Peano e Ruscel. Depois das contradigdes encontradas na tcoria de conjuntas de Cantor en sistema axiomatico de Peano, Russel, com influéncia da obra de Frege e a ldgica de Peano, ‘a form cll important, as super e supers pel co alle ess, Ernst. Ee ght cons de ro MESS Fond de Cluts Eos 1988p 7 Sobre etica a atonal remunccete en Casio RAS, Aber. Lingnton mili Castor At Bartolomé Ruiz 13 publcou em 103 08 np Matomaia. Ele ent lovarabom termo.opropésito de Frege le const fodaa matemitica sobre dues excusivament fogicas, Curlsamente eases tr solos denim una Vio patna eat pag do mundo = a Russel suavizase suas posites posteronmente ea. feria sueomund ea a ade tv, extent pr simeama, de enteserlagdesmatemiliase que so se ute Ss cabin a area de descbt sores da hutoan ree ne tinha um espaco para a eriagho no sentido ira do terra O mitomio fo nem serssuperad pelo leon neo ogos paderseranuldo pelo mito. Omitoeolagosesto mplendos ‘ho processo de produ sgrilicativg ede tansiormacho cate ‘ado mundo. Eis porque podemosatitmarsemnenhusn ujode reparo que oser humana ¢esencilmente mitelogice Osimbélico Nt ade de ono mu smo posto gu asin fis Will Shakespeare O desenrolar da nossa rellexdolevou-nosa peteeber que _mythos eo legos esta0 coreleridos que ambos s80 urdidos pelo Imaginatio numa tensio que os confranta e os faz necessitios, CCabe agora nos embrenhat pelastilhas dessa anda fim de cesclarecer alguns de seus aspectos, Metodologicamente faremos essa (intro) missd0 no rastro do simbolismo, dado que éadimen- sao menos desenvolvida pela filsofia, enquanto a estudo do fo _gosconsttuio grande tema da reflexd9 cident ‘Apalavea sydolon tem em gregoosentide de reunirduas partes separadas. Duas metades de um objeto que a0 juntarse formam a unidade perdida, A origem do termo symtolan remete 4 um sentido sociolbgico. Os simbolos exam as metades de um ‘objeto, repartidas entre dias pates, dois povos ou dua pessoas lequesecertificavam de queexistia um pactoentre ambas opovo fu a pessoa que mostrava osymfiione encainava perfeitamente na outra metade era reeonhecido como portador dos ditetos pre- viamente pactuados. Simbuion sto as metades de um objeto, que significam a exsténcia previa de um pacto, contrato, tratado, contra-senha. Elesndo tém 9 sentido em si mesmos, mas reme 134 Ospuronos do imaginiro tem a algo previamente acordado. Cada um deles,em separado, no tem valor real: symfoion adquiird seu sentido pleno quan- ddo.as partes, que estao separadas,sejuntarem. Ea jing simbliea que contee 0 sentido pleno a realida- dle fraturada.O simbolo ruta as partes separadas. Ose hisma- tno, a0 conferirum sentido 3s coisas, realiza uma jtra sina ‘como mundo. Ele tents, desse modo, uma superaga0 da fissura interior que, 30 constitit-se num Ser autoconsciente, 0 fraturow como pessoa eo distanciou do mundo. E neste sentido que Plato usa o termo syndolon, quando na obra O Bangurtena sua relexdo sabrea criagaa doser huma- no afirmas asa ge fo spade atures humana em ds srt docs pte lea sun pian etd, sn comet Res ‘rom oss races, enlist des de wi SS ua 38 rates.) Cada de ns, eftsamente, & am Spondon ha com sta do cot des Ipscnta nari fcecomo stds. ean ow bse semper a se pipe ston * (© mesmo sentido de untaras partes separadas tem o ter- xo hebraico masia/ou.a palavra alema Sinnbid®. A natureza do simboto corresponde a capacidade denise as partes separadas, conferindo uma nova unidade ao que estava distant, Esta € uma ‘imensto espectfica que diferencia 0 simbélico do légico.O lo [gos analisa discrimina, organiza conjuntivamente, relaciona ar~ [Bumentativamente, mas, por si S6, no fusiona as partes numa ova unidade de sentido. O simbolo tem como potencialidade propria a comungao das partes fraturadas numa nova unidade Significaiva.O simblico 6 uma potencialidade propria do ima- sgindrio. Ele tem a capacidade de entrelacarsignos diversos mur Signficada comm, perfazendo novos elementos que se relacio- nam, embora n3o os dentificam. O simbolismo transcend os no exlemo, Supera a mera fungao denotativa do sigao e se abre atta Ron Ds tr ums Pare arian, Castor MM, Bartolomé Rus 135 para a construcio de tum universo indefinido de sentidos poss ‘eis, que no eso implicitos no signo, mas que sdocriados pela ddimensiosimbolica, Osimbolismanagesté nosigno, Usa 0 Sign ‘como referencia, mas o molda metaforicamente,reconstituindo- ‘osignificativamente e apresentand-o como um novo objeto. 'As concepgoes do simbolo sto variadas e sempre incom= pletas, Gilbert Durand o define assim: Tao signa gue eve, atra- vs de uma lai natura, algo ansente ou impossiel de percebe?™ Para Jung, sho os arquétipas ou funcoes do inconsciente que 30 forma 3 existincia do simbolo, Para Cassrer, 0 simbbolo & uma fungio da consciéncia sk cei do expt nerd gua wo contd cpt design ladon um signa st cone Br ‘ide erie orden nem a conscigncia pode delimita todas a possi lidades do simbolica, tampouco o incansciente pode impé-o como uma deteeminaga0 inexoravel.O simbslico, como oimagie nario, tem uma estatura paradoxal, Ele ransita entre os espacos da conscignciae do inconsciente, liga 0 sem-funde humano € 0 logos da vigia, co-implica produtivamentea potencialidadecri- dora eo poder objtivader do imaginsri. Na implicag3o para- ddoxal desses aspectos,o simbolismo emerge como produtor de novos sentidos,abjetivandovos, por sua vez, a mado de formas cculturais O simbslico no se limita as definigbes concetuals do lo ges, nem imita uma correlaga0 de signiticados previamente det pidos pelo incansciente, Osimblico extea-liita todas defini- ‘bes prévias, porém para exstr deve concretizarse em formas Culluralmente definias,O simbolica €a manifestagaoda poten- Cialidade criadora do imaginario, mastambém se restringe ig- nilicacio social definida. O simbolo integra de modo co-impli- FA punane, Gilbert. La mapomin smb. Buenos Aites: Amaera, 1971, PB 72 Cass, Ext Fury ft const de nts Mex Fondo de Guts Econ, 1969, p18 136 __Ospuraiovoscoinasiniro cante 0 individual eo coletivo. Implica as potencialidades abis ‘mais do sem-fundo humane com as formas eultais eistentes. CControntao ilimitado do imaginario com as determinagies soci ais vigentes, O simbolo ¢ forma cultural definida e abertuea in- definida de sentido ‘Mesmo que adicionemos todas as concepdes possveis do simbslico, nunca chegaremos adefin-lo. Ele transcende todas as Finitas formslagoes concetuaise foge para horizontes novos. Seu carster polivalente impede de ser cereado numa mera delimita- ‘Goconceitval. indetiniao inteinseca do simblico fa com que bese deserwolva dentro de um circulo, que nao significa que a circularidade se resolva em pura tautologia”. Para além da det higio exaustiva, devemos aproximar-nos do simbdlico desde a pliralidade de perspectivas, que sempre oferecerio compreen: bes parciaise nunca absolitas. O simbolico € aguilo por meio ‘do qual conhecemos. Por isso, enquanta al clento pode ser co inhecido de mado pleno.Etambém a que nosdefine como huma- ‘nos. Por isso nunca canseguiremos explici-lo totalmente Do signo ao mito {A fungio simbélica da pessoa mana da sua fatura, Frat ada e cantrontada com um mundo préximoe distant, sua rela ‘fondo é maisa da harmonia natural do instnto, mas a da cra ‘io significativa, Essa ruptura interior provoca a necessidade permanente de uma jun¢ao.com 0 mundo do qual fz parte, em- bora sempre ost transcendendo.Juncio que na0 mais pode ser naturale sempre tem que ser cultural. A tensio entre fratura € juungao é omanancial ot horizonte que produze projetaa poten ‘ialidade simbalica do ser human, Por meio dasimbolismo peo- ‘az suturas eultuais na fratura ontoldgica, mas no a supera de ‘modo pleno. A separacio do mundo nunca éabsoluta, masa fr Sho tambem no total O que permanece é tensio, ¢ por meio dla realiza-se a produgio simblica. Os elementos naa ten umn 53 GADAMER Hans oor, Sa y mts Salamanca: Sguere, 192,» Castor MM. Bartolome Ruiz 137 sentido natural eles sd0 permeados pelo imaginatio,eessigniti= cados na sua fungi ou sentido e constituides simbolicamente ‘ome coisas culturas e como objetos sins, ( imagindrio se manifesta como simbolo ¢ como logos. 0 Jimaginasio necessita do simbolisma e da logica N30 96 para eX pressar-se,o qual resulta dbvio, mas para poder existir.O image ‘nirios6 existe expressada em formas simbdlicas e estruturado {antemente novas formas simblicas para expressarem verdades sempre novas. Podemos falar, pois, de uma razio mitologiea /e- _Stimadoa do sm sentido) legitinadora do senito)” 'As formas simbologicas nao permanecem como verdades fragmentadas em jogos de linguagens fechados; elas se interli- gam em redes de significados que buscam dar coeréncia esent= ode fotalidade ao mundo ¢ a existéncia. Sejana forma de uma coeréncia parcial as de um sentido total, asimbologia assim de senvolvida corresponde a forma do mito Supera-se, desse modo, Oestrita conceit de mito, associado a narrativas pré-cientificas ‘dos povas primitives, ereintegra-se omitico no seo da formula ‘Glo cienifea mais coerente, verdadeitae veraz. Aisi quant ‘Gaya teoria da relatividade, a grande explosto cosmica, 0 Seno mahumano, a teoria dos factais a fisca subatémica ou a explo- ago cosmica, todas as formas de cincia ous de pensamentor3- onal incorporam necessariamente formas simbélico-miticas a ‘modo de paradigmas para defini 38 conclusoesracionais de seus ‘modelos tedricos*E todo paradigma, como qualquer narragio _itica, esta sueito a0 principio de superaca. ‘O mito se expressa na forma dediscurso narrative queete- tiva uma interpretagao vital do ser humano e uma compreensio verdadeita” e telativa do mundo. A comprnsio ndo € um dos aos de comportamnto do sujto, mas & mado de ser d proprio sr 4aP Fe inlegea na narrativa discursivao sentido exislencal © vverdade cienifiea, construindo uma significagzo afetiva e um Castor MM, Bartolome Ri Fh cmacnts Andis Aap mtstir e Baclon:Anihopes 18, pit 0. Siseas Ma *Metifor © meamurs ogo cent 9 cnn 181 Gansu, Hane Georg, Hy mad. Salamanca: Sigueme, 197, p. 1 144 ‘paradigma efetivo que imbricam 0 conjunto dos sentidosa modo de visdes de mundo. Confere ao mundo um sentido que ele nao ‘possul, metamorfoseandoa insignificancia exotica inocente dos Sentidos num cosmo significativo. O milo empapa de valor ain significéneia natural dos objetos, carrega-os de uma espessa e rica densidade simboldgica eabye o humano para um indetinido ‘infinite horizante da criagio. “Todo significado se organiza numa rede de sentidos, den- tro da qualseexprime de modo maisamplo ecomplexo. As pal vrasse organizam em frases, as frases em oragoes composias, aS ‘oragdes em parigrafos, os pardgrafos em microrrelatos, 0s mi ‘crorrelatos em metarrelatos ou narrativas amplas que, por sua ver, constituem universos de sentido. Nessas unidades sigaiti- ‘ativas, os abjetos adquirem vida eo mundo se humaniza. Tudo aquilo que a ser humana vivencia ele faz inserido numa densa trama simbélica que ele mesmo tece como modo de compreen- der, penetrate translormara realidade. Nao podemos pensar nada além do simbo-logismo.ou da miiicagdo racional Asociedade existe como rede derepresentacdes que socal 2a ossujeites, sem determin-los, es insere numa forma de pra «a social. Qualquer formacio social manifesta ma visio de mun- do, seja 0 modelo republicano de Roma, feudaismo, oreinado Cienifico da. Atlantida baconiana, a igualdade plena da sociedade ‘comunista,o darvinismo social do neolberalismo, a sociedade berta de Popper oa modelarsociedade do consenso de Haber: mas. Nao € possivel uma sociedade que ultrapasse as representa- ‘oes simblease conseqientemente as nareativas miteas. Ospaadosos do imino Afetividade e efetividade simboticas, Gilbert Durand propde que a efetividade simbélica mani- {este-se em varias dimensoes funcamentais, desembacando numa ‘ofan Perantea realidade da morte eda incompreensio exis- tencial eangustiante da vida, o simbolo restabelece um epuildrd {2 Dumaso, Gite La maim sini, Banos Ae, Amora, 97, pis ¥ Castor MM. Bartolomé Bi 145 zitn/que possitilita 20 ser humano dar um sentido’ soa morte e twanscender sua reaidade empiria,signiticando-apositivamen- te, de modo sentimental eesperancoso. Pela fungio simblica& por meio do simbolismo, a angiisia da morte pode ser neutral 2zada ou res-significada positivamente em oulras dimensies, re tabelecendo, desse medo, um equilibrio vital para a existéncia Ihumana. A esta fungae da imaginacio simbélica denomina orf -mizapfo, Nao porque constitua um engano ou wma aeultagso da realidade da morte, mas porque consegue dar a ela um sentido ‘otimista tao verdadero quanto 0 pessimist. A enfmizaosim- bolica consegue que o nates frevdiana nao exclua sentido da vida, mas que se impliquem de forma que 0 #hénatos se recon gura nom instinto de morte que nega 2 prépria morte. Esta se exfemisaao extremo no simbalismo da vida eterna. morte sim- bolizada como repouso, descanso, sono ox fim de tod 0 soft ‘mento ji € uma negagio da propria morte. Js Hordcio senten- A pia mort te euaimente sch opoies er pac as mis O simbolismo implementa uma outea fungie consstente em restabelecer 0 rpuillvio pscosovial Para Freud, a imagem simbolo é um mero subproduto, direto ou inditet, do processo de sublimacio que, por sa ver, s origina a partir do conflito entre as pulsdesinternas ea repressao externa, Osimbolo, desde ‘oponto de vista da andlise freudiana, constitul uma forma enga- ‘nos eireal de sublimar as repeessdes. A imagemtsimbolo deve ser usada como um meio pata tima anise logics, psicoanslise, pois ela ndo possi um valorem si mesma Jung resgatou, em parte, 0 valor do simbolismo como sr: dese n-eguiibante, na forma de valor arquelipico dos simbolos PPoréi nao considerou o simbelismo como um meio terapeutico 5 mscin Oils Uno CoG Arup al menace cle Bal: aii 1991 IW swt aa sins demas Blan Pid 192, 16 _ xpd iret, Este preconceitoligico contra o simbélico vem sendos- perado de modo paulatine por seus seguidores, que atribuem 3 Imaginagiasimlsliea um papel essencal a0 serum fator de nyt libre pscossocial. Como js disseram Cassirere Jang, no limite, a sloenga mental nada mals é do que perda ou distarbio da fungi Simbolica, Oenferme psiquico um desajustado do proprio mei. Essa fungao de equilforio psicassocal que realiza © simbolismo no individuo se translada a0 conjunto da sociedate. A subjetivi= Gade procuz sua identidade e se autoconstroi por meio de sua Jnsercio na rode de representagoes socias a insttuidas. Ela se fequiibra A medida que integra de modo pedagogico-e equilbra- {80.98 representagies Socialmente instituidas e as assume como proprias: Nio & possvel a integragio social do individuo e nem Eequer sua constitwigio como sujeto social, a nao ser pela ass ‘ho significaivada teiasimbolicasocialmente consolidada. Quem ‘ao se integra no niverso simbolico de um grupo adquire oes Tigma do diferente que leva, em muitos casos, a (desjidentidade ddo excluido. Levado 20 extrema, 0 desconhecimento total do Universo simbslico de um grupo impede sequer a comunicagso, rega a telagtoe consalida o principio da esquizofrenia. 'A funcdo pedagogica consist em integrar harmonicamen: ‘te, mesino.com conscignein critica, 0 individuo numa rede de presentagdes socialmente insttuida, A consciéncia criti peran- {eo social sempre ¢ parcial se fosse toal,implicaria a negagio total dessa sociedade, aque leva para um limiar alternativo seja da tevolugio, da sabedaria, da poesia, da utopia ou da loucura [Na fungdo de sineseepulibantese manifesta o poder objetivador Poniveis ese constituem em modelos ortentadores de uma aber- turaindefinida. A realsdade concretanao.é maisa meta onde ins- Be caesti, Frangots La oes da imacinainclcti, Barclns Grice 127, 997 150 Osparaiorosdoimaginirio anos, maso caminho para continuar avangando.O presente um imperativo a ser obedecido, endo uma parte de nds que se desintegra no-crescimento, Porém o mero simbolismo, abandonadoa sua praia sor te, intodu7-sefacilmente por ramos imprevisiveis. Sem o papel titico-compensadior do logos, « simbolo pode desembecar nos fanatismos mais obtusose emaranhara exiséncia humana numa inracionalidade endégena que a conduz para uma tragédia aato- Sestrutiva ou para uma alienacio frstrante, Os horizontes stn- bolico-miticostém que contrastar com as argumentagdes de Io gos. Ena tensio milico-argumentativa que o ser human e a so- iedade lém de constituir suas verdadese projetat suas crengas. O totemismo racional O termo fofem procede da palavra otofeman,wilizada pela ribo algonquina dos oibwa. Fla signifies ago gu tom parents ee comico. No totemismo primitiva nio existe uma estita dile- renciag0 entre os diversos reinos da natureza, Os limites entze 0 ‘vegetal, o animal e 0 humano ainda néo tinham sido delinita- dos. Se um animal pertencente ao totem do grupo morte castal- mene, todo 0 grupo devers levat lato, eele€ enterrado com a5 ‘mesmas honras e rtuais que uma pessoa. A propria conseiéneia| desi, a identidade do sujetto, esta Vinculada de modo complsi- vo a existéncia do grupo; nessas circunstineias nao & possvel existir uma subjetividade do eu diferenciada da alteridade do grupo. O individu ea coleividade se contuindem numa unida- Ae indissohivel de sentido. Urn holisoo vital integra tudo numa tunidade em que a existéncia dos diversos elementos std, mais do que correlacionada, vinculada numa relagio de necessidade causal. Forma-se mma coexistincia plena mum ecossstema uni «0. Um animal totem defendee protege os membros do grupo 3 |que esta vineulado. Os membros clos grpos totémicos pensam {que possuem ima origem camum com seus totens™ ‘av Sigmund Tom yi Madr Aliana 170 p TSEI98 Castor M. Bartolomé Ress BL Conisitio 0 que comumente se pensa,o tolemismo pri mitivo representa uma forma de construcio mitologiea que in- ‘corpora um alto grau de racionalizagao. Ele introduz de modo Inclsivo o germe da diferenciagaoe dstingdo dos elementos. Ao propiciar uma fussto com a tealidade,efetua uma distncio ini Ino todo indiferenciaco da natureza. No totem, o simbolismo ‘opta uma interpenetsacao bidireconal entre anatureza ea pes Sou, A pesson experimenta a nature7a e a objetiva, humaniza, a ‘mada de objeto-subjetivado, conferindo, desse modo, rasgoshi manos ¢ até pessoais 208 diversos elementos da natureza, O an- tropomorfsmo totémica destaca e diferencia um cosmo particu- Tar de sentidos dentro do fuireastico de uma natureza hierota nica, Esse antropomorlismo constr6i o bergo cultuzal por meio {do qual as pessoas identficam 0 mundo como seu lugarlar. Ele possbilit sua integragao numa velacao humanizada com a na {uteza. A integradoestabelece uma unidade diferenciada dle renciadora entre a pessoa eo mundo, unificavitalmente 0 ecos Sistema tnico ¢ diferencia os elementos correlacionados antro- pomorfcamente. Aautoconsciéncia pessoal se expande na cons- Eiénciacosmica, porém ni se dilul completamente nels. Es por ‘que as relagbes totémicas: ‘Tim por bjt estaba olen noon ftom elas gents uefa do primes parent do sigue. A partir oct org sont nprsentads, ali do mats de mana dif tone act dr cota de sn otra” O mito, aoaproximar dois elementos diferentes, corrlaci- tona-os, fundinclovas numa unidade de sentido, Esta nova unida- te fusional mitiea de sentido, a0 creer os elements, integra- fs espera por meio de uma relag20-unito entre palavrase coi Sis. A fusie fotémica de sentido fi num vaivem de sentidos {que animam os objetos eobjetivam es signiicados. O logos, em Contraposicio, realiza a separagao-distingao dos elementos, se [gundo crterios txondmicos por ele estabelecides e denomina 90 vemamane, Ele. Las formes element Schpue, 1992, 0.128 ee se: Boe A S2_Ospmratoros domaine dos de racionais. No mitoldgico, as duas dimensdes da conscién ‘a confltame interagem continuamentena produgie de ig0iti- ‘eds (conhecimento) ena prixis socal. Ameta separacio entre fusto (mitica) e disting30(racional) ndo deina de serum artilcio logico que n3o corresponded unidade indissocisvel com que, de falo, atuam ambas as dimensoes. Toda fsao miticarealiza uma primeiza diferenciacao entre os elementos apreendidos eo resto dos outros objets, que permanecem como uma toalidade dis Untae(indiferente. Essa primeira diferenciagao mitologica pos- sibilta desencadear umn procesto simbologico posterior de die renciagbes entre todo eas partes, entre oconyunto eos elemen- tos, entre acoisae os atribultos, ete, Esse procesea de identifica ‘Glo-diferenciagio das diterengas constitu o modo antrapoligica de constituiro teeomismo cultural Se totem & aul que tom parenteso camiga emos de con: Clair queo totemismo nao fi anulado pelo “progresso” da raco- nalidade. identidade individual esecial contemporsinea,embo 1a frogmentada, remete continuamente a uma dimensio simbali covtotemica. Naconstrugao de qualquer forma de identidade Mi imerso um totem. A identidade se gesta em tomo de um elemento {que é comum a pluralidade dos suijetos. Aquilo que ¢ comum, 0 totem, seexterioriza eobjetiva. A abjetivarse se the confere sma ‘anima propria, um significado partcilae que ate para sia plra- lidade dispersa dos indivkduose os agrupa um referentecomum 0 totem. Por exemplo, as identidades nacionais nada mais si0 do «que representacdescoetivas constnuidas a partir de um totem co- ‘mum: que pode ser a bandeira, aetna, terrtério, lingua os 9 cemissoradetelevisdo.De igual medoa constitigao daidentidade individual éealizadaa pati da interagto da pessoa e da simbo logia socialmente intituida. Na medida em gue essa simbologia ‘comum é tnica para todo um grupo socal, surgem identidadtes "uniformes com um grande impacto de coes30social Porém, qual do, dentro de um mesmo grupo social, a simbologia se fragmenta ‘numa pluralidade indefinida de simiboloscontrapostos, desenh se uma sociedade esfcelada em microidentidades relativas ¢ vo- lives, temos.o desenha de nossas sociedades pés-modernas & i Castor MM Bartolomé Ruiz 153, (Os individos pés-modemos nto tim mais oeferente sim blico de uma erenca nia para todo © grupo, Nem aereditam ‘numa unidade cultural universal. A pluraidade ¢seu principio, ‘areatividade sina forga cratva, a conscinein a propria cacao socioistGrica ilu a solide? de todes os fundamentosultimos. A ritologia do modemismo iluminista entronizou a deusa razi0 ‘como a inicae verdadeira certeza.Porém a¥a730,constituida no ‘maior simbolo (mito) da modernidade, mostrou também sua face perversa Ela, como qualquer milo, pode provocar também a ali ‘nace ideoldgica, a dominacio politica, a exploragio econémi- cae a exchisio social. De fato, a nova deusa da modernidade possiblitow um alargamento sem precedentes do conhecimento hhumano.edo desenvolvimento socal, mas tamisém geros conc imitantemente as tragédias humans mais terriveis)amais pensa- das, que nunca teriam acontecido sem o planejamento. oconhe- ‘imento cientiice-tecnoldgico propiciado pelo desenvolvimento dda racianalidade, ‘Osujeito moderno, a0 perder o timo baluarte das cete- zas~omite da verdade-e da bondade natural da ra230~se dilui faciImenteno relatvismo das microverdades ou nas-eertezas ub- jetivas. Nasce, desse mode, o individuo pés-moderno. Sujito ‘moderne ot individuo pos-moderno, ninguém pode fugit 20 imperative humano de configurarsua entidade pessoal e soc al Um implosso de phiralismasecrengas fragmentou as novas Sociedades pos-modernas num politesmo de relaivismos axio- [egiens. Ox individios pos-madernos sio projetados para wma :multiplicidade de microidentidades aleatoras ¢ relativas.Eles| devem configurar sua identidade, firmar sas verdades e dar sentido asa existancia a partir de microreatos fragmentitios, heterogéneos e relatives, Eis porque se totem possi uma gran de versatlidade e pode ser modiicadoaleatoriamente. A males Dilidage das identidades p-modernas interliga os ndividuosa ‘modo de rede. Uma amslgama simbslica de micrototens impal- siona as pessoas a identificarem-se e desligarem-se nos diversos grupos da rede, atraindo-se © repelindo:se de forma continia rhuma constelagio de identidades difusa. O totemismo pés-moderne se ear numa muliplicidade de simbolos que contribuem para a geragio prolifica de subiden- USA Ospwrndovesdoimaginio tidades que enlagam as pessoas num roferente externo. Esses |novos totens ligam os indiviguos aa tedor do simbalouma coe~ sho teltiva e numa relacio grupal normalmente fei © time: de futebol, grupo religioso, os modismes de todo tipo, as varias agremiagbes ou cles, os cada vez maisefémeros vinculos fami- Hares, et. sao novos tolens que congregim as novas trbos urba- nase definem sua dentidade socal de grupo. Aunidade global dos totens universais que projetavam um destino histérico co- ‘mum para aclasse,anagao, a religito eatéa humanidade cedew asso a um pluralismo heterogéneo de grupos diversos que se ligam e desligam de modo natural a partirde navostotens cult rals. Eis uma forma peculiar de o simbolismo implementa seu poder objetivador. No entanto, existe uma grande diferenga entre as formas do totemismo primtiva eas que avalmente se realizam. Noto: temismo primitivo estabelecis-se uma identidade compulsiva, univoca, das dterengas. Os tatens da gui, do rso ox do vento ‘unifeavam numa unidade natural todos aqules que neles se lnogravam. Na atualidade, a dimensio tolemica do simblico se realiza como abertura e ndo como clausura do real, abre a reali: ade para uma plurssignificacao interpretaiva. O totemismo smbdlico estabelece um referencial comum a partir da qual se ‘ria uma multireferénca significativa. A dimens3o otémica do simbalico possbilitaconfiguraridentidades plraisem torno de lum abjeto comum. A identidade nacional se esfacela num leque Indefinide de subidentidades, onovo politeismo ético gera uma smaleabilidade que integra e desintegra os individuos numa rede plural de citeulos e grupos. O totem contemporineo perdeu seu cardter de permanente fea corroido pelo virus da relatividade; as pessoas mudam de totem a0 longo de su3s Vidas ou seligam a varios totens a0 mesmo tempo, Totens simbaligicos nascem ¢ 'mortem engolidos pela voracidade de uma sociedade que fez da ntropofagia semidtiea seul mado de ser. Porém nenhuma pes 50a, Renhum geupo social pode sar fora das identidades dos to lenssimbologeos, 92 SAEs, Michel E7 pod as bas; Barcelona ea, 1990 A stort M.Bartlom’6uiz 155 [Nao existe um espaco neutro de onde possamos contem- plardemoda objetivo, ou 56 racional, a produgio simbdica. Sem= pre que acharmos esse espago, teremos realizado uma constr {Sho sigificativa e com ela nos teremos introduzido numa nova forma simbolica.A propria nogao de espago nao existe para ns deforma natural, Estamos imersos num espago produzid cul turalmente. Nossa porcepeto do espaga se apresenta como sma aprimorada elaboracio simidlica dos elementos, coordenadase referencias que nos eircundam Te sp pos uo sonfcde ao mess tmp anda Sov socom esa imme. le mes no Tas strana ean actrprsrs de ors de age sine” 5B aascast, P Pot oe! Pas Gallimard, 5,6 A re-ligacio simbélica Asta gto Drove dquo setito Spree, Teques bean (Osimbolismo tem uma polivalénca que difculta qualquer pretensio clasiicatria. Aorefleirsabre.s diversas formas como simbolismosse manifesia ou asaberturas de sentido que prosoca para eal, sempre licam outras formas ov aberturas passveis de fer pensadas. A reside a riqueza insondavel do simbolismo (do imagindrio) Abertura que sempre deisa caminbo para outros se- {item a infindavel taefa de repensara metamarlose ceativa dos Sentidose que munca se deixa esgotar numa taxonomia aabads, (Osimboloinfunde anne ao mundo. Sem osimbolismo, 0 ‘mundo seria um corpo desaniniad,sujito 8 meras dissecacoes analitica ea objetivacdes lgicas,supondo que pudessem existit ambas as dimenses de modo independente. Osimbolo vitaliza fo mundo porque insere um sentido naguilo que, por si mesmo, resulta insignificante. Sem os sentidos do mundo, isto 6, a for sma simbolicas, a existencia humana se arrastaria coma subss- léncia animal, adaptada aos estimulos funcionais dos instintos ppredominantes ou da propramagso genética 158 Os paras ign Por meio da signifcagio simblica do mundo, a pessoa Inumaniga a realidade wealiza ohhumane de modo sociale histi- ‘ea, Osimbolismo liga a aunsluumana ao zlterexo. Egoeealter se conectam como realidadesirredutiveis, Porém essa coneado vai ‘lem da extertoridade dual com que habitualmente os represen lamos. O eu e0 mundo seligam, interpenctrando-se vitalmente, isto 6, niigando-se, Pessoa © mundo se re-figam nama conexio real (simbaica), que constrei pontes de vitalidade signfiativa ern ambos os lads. O sentido realiza uma reciagio do mun 'o;nele as coisas adquinem wma fungdo, um valor, uma teh gue as insere num outro estigio compreensivo. O humano, por ‘meio do sentido, enchazcacriaivamente o mundo.e se mda “Synuma inlegragio ranstormadora, Levinas dia: Prypnes que ‘harem no lg qe se stale ent v Mesmae 0 Outro er onstitair un totaldade A dvalidade sajeit-abjeto,instiuida pela fratura radical, se compensa a0 minimo -embora nia se ane ~ a experiéncia dle religagto simbolica Esa divisio da desarmonia dual 6sutu- ‘ada pela potenciolidade transcendente do sujeite que re-ligado 0 mundo, se integra nele por meio da praxis transformadora Prinis que ésignificacio istituida e que transforma assignifica ses i estabelecidas, Sento e priis vinculam intensamente a pessoa co mundo, possbitandoa superario do dualismo, arin {o-nos, desse modo, a experiencia da wnidade, que sempre & re Iacional, ou sea, relativa sujete-objto [Nioexisteelagiosem re-igagao™ A e-ligasio nioé uma mera opcio voluntarista - embora requeira tambem uma certa ddose de adesio ~, mas uma estratura antropolégiea e social: Re- Tngar-se com a realidade é uma questao de sobrevivéncia huma- ia Aalternativa a re-ligagio simbélica nao éacbjetividade racic nal ou cientifica, masa psicopatologia do autismo.O mundo for za parte dens, ends ros ntegramos ao mundo. Sem a alterida ‘Atenas manuel aim 1, ald iin. sb Ed, 7198 95 peu, Javier tay cmtionte Made Aliana aiora, 188 I ¥ A (Castor 1M. Bartolo Rad 159 de do mundo o sem-fundo humane se afogaria no seu imanen= tismo. Oser humana i chega a ser quando se realiza na aberta- "2 para omundo, na insercao socioistoica que o identifica como ‘unt sujeto especifico. Essa abertura implica uma dindmica de lranscendéncia por meio da qualosem-fundo humano transcen- de os limites de seu proprio ser ese expande numa abertura de sentido para o horizonte que se desenha como infnito. “Asubjetivade, ao tanscenderse se re-liga a0 mundona intengao de constitu uma forma de plenitude ou de hatmonla natural A experigncia da te-ligagio confirma, pela finitide do mundo, 0 paradoxo do humane por meio do qual a pessoa expe- Fimenta momentos sempre transitorios de realizago. 30s et ‘considera a iio obilente desta junta come sendo estan te unea“nligayo" mistica sem objeto partculam™, Pore a feustea- ‘ao emerge ievilavel, pois nada pode suturar de modo deiniti= Yo. fratita abismal,ninguem pode devalver totalmente a har rmonia perdida ou constitnir uma experiencia existencal de ple- nitude absoluta. O ser humano, por meio da transcendéncia, se projeta como umm eterno peregrina que busca na re-ligagb0 sigh= ficatva do mundo constituir um uzapas(impossivel em que pos sa deixar de sofrr o paradoxo que o atravessa Int 3 possibil- dade de uma plenitude que no lhe possivel alcancar peas pré- pra forgs. is aqui o novo Prometeu, que carrega a fratra in ferior para os cumes inatingiveis da fecriagio permanente do mando A tecligagio simbilica foi idenificada comumente com as, formas culturais denominadas religies, Embora haya uma cone do intrinsecae indissacsvel entre amas, existe uma diferenca Jmportante entre a religiio como forma cultura historia xtra sitenia ea religacdo comodimensio antrapoldgica, Normalmente sereconhece que o fato religiosoconsttuio marcodentrodo qual lerengiu 3 matoria das sighificagbes sociaise que foi nele que se Jncubacam muitas das instituigdes Soeias. As Signiicagbes rl Biosas serviram 98 waar Mme Demi es aperie Peteps: Wes, 185, p39 160 __Osprnioss do imainiio. erm pr satis eos du por0 0 ow, o ote a halide des cid, esto malo i #ticn~ ¢ Sa snes ogni ques po freon so sun aia, ses is mats aban se arden Porém & comum considerar que a dimensio religioss & superada esupersvel pela “evoluc30” crescente da azo. Nesta hipotese, 3 re-ligacso simblica constituiria também uma etapa histrica da humanidade a ser superada como toda superstica0 = pels marcha emancipatéria do logos. Realiza-se oma identifi ‘eagio entre dimensio re-ligante do simblico e piticareligiosa, ‘coma se ambas as coisas fossem coincidentes Em certa medida, essa é a visho que sustenta 0 préprio Cassior a tespeita do simbalico so pont cd sta isto ps sci br 9 ‘omit de silo soma tame a st etn. Sioned des sigs stomata. Com ft. ee arate ssa exon mss «pane vino mato cong, Noentanto, a re-ligagdo supera qualquer pritica rligiosa ‘esperifica. As diversas manifestagdes hist6ricas do ftoreligioso {estio ancoradas na re-ligagio simbélica, enquanto estrutura an- tropoldgica, masesta nio fica eduzida auma ov astra forma de experignciarcligiosa. A re-ligagSo simbdlica & uma dimensdo antropologica doser humano, ummodo de manifestara potencia- Tidadecriadora do imaginatio. A e-ligagdo nda € uma ops30 pos sivel, mas uma demanda do human, Por meio dela a pessoa realizatima jungiode sentido ente a aiteridade e o eu. Conecta das pela re-ligacio simblica, a tensio paradoxal proverada pela fissura humana se alivia de modo tansitorio ea ansiedade de Ov ansai Emule Lesinmes mentors dese Pa 9 casas Ett Fey ft coc destin Meo, 9 | 2 Castor MA Bartolomé Rais 161 plenitude do sem-fundo emenge mitigada aa transcender-se para {um mundo que se apropria como seu mundo, (Osimbolo apresenta uma estrutura desentide ambivalen- te, Dem lado, oferece um sentido do mundo paraa conscincis, ‘mas concomitantemente esse sentido liga-s a outros) sentidots) ‘cules inconscientes, complexes, que fogem 3 percepeao da cons- ‘inci Vigilante. O sentido dade se entrelaga com 0s sentios ‘culos ou inconscientes, ee neste entelagamento que se elabo- amasnovas lormas simbélicas. A jugoou sutured simbolose rwaliza numa dupla diresio. Ela junta o significado consciente (tipo) com osimbolismo inconsciente (protétipo). esse modo se estabelece uma reDagio entre nosso mundo da vga conscien teeasconfiguracdes inconscientes eprototipicas. Essas config aches protaipicas nio 8304 prior eneretnossubjacentes no ine ccnscientecoletivo!, Elas existem como experigncias humanas ‘comuns a todas as pessoas esociedades; por esse motivo, Poss ‘em um Valor universal e transpassam o espaga © 0 tempo. Sia ‘experiéncias universais que cada sociedade e pessoa vivencia de ‘modo singularia mort, onaseimento, ofogo,osanguic, 3 vida, 0 firmamento,o pai,a mae, etc. Nenhum deles preex quétipo. Embora existam como universas, todos subsistem come experiéncias socialmente significads,Essas experiéncias s30co™ ‘uns a toda a hummanidade ea todas a sociedades, porgue eas formam partedomodohumanade ser, massa subsistem de modo hhstorcamentesignificadas esocialmente (simbolieatente) m0 deladas"* 99 mace, Paul, A mn rem So Palo: Loyola, 2000 100 Fite co mada arguetiiea de Jun Neuman e Portman 11, Aronson cts Bal Pi, 19, see Simi do arent Balan. Pidy 192 101 Eat shoo pron asa concept de Corin, dlman © pce de. Durand 6, an Le mat ds rane Nilin: Cortina, 160, coms, Henry. Teese re Lt "Teréncutgue pte romparee Ie Bn fbr 38 1 De Fepopee erg 3 pope mtg I Fane ra 5, 162__Osparadas do imseindrio. O simboto écapaz de comunicar os Smbitos incomunica dos doinconsciente edo consciente.Arelacio que estabelece entre ambos os mbites nao ¢ de identidade plena ou de abertura total, mas de sutura relativa O simbolo é mediacio (médium) porque eslabelece um equilibrio que esclarece o inconsciente por meio vvern e penetram, Porém todas as respostas que obtem s50, mais cedo ou mais tarde, relativizadas por outras quesides e supers das por outros sentidos. Nunca consegue formillar um sentido conelusivo para o real: seu mundo tio préximo sempre resulta {30 dstante! Desse modo, © humano resulta antinatoral por na- tureza™, Parafraseando 0 mito biblico (Gen 3) a fratura humana expulsou 0 ser humano do paraiso da harmonia natural. A auto conscigncia abriu seus olhos eo fez perceber a nudes (inte) fem que se encortrava e da qual anteriormente era desconhece- 102 inte, Mica, Teac Aor do lines: Mad: Eni se studios Politicos, 1988p 385. 103 Grn Amol: Eom mata arene mun Satan Castor MM Bartolome Ruiz 163 or. Despertou-o para seu lado trgico, pata o dilema do nil ‘mo ou da transcendéncia, Essa autoconsciéneia se debate entre ampliar seus horizontes para um intinto desconhecido ou sub- ‘etgir sua existencia no drama (tragédia) da incompletide per rmanente, Por comer do fruto proibido fi desligado do paraiso dda harmonia natural. Agora, expulso do paraiso, deverd carr {gata [rata interior ao longo de toda a sua via © de todas a6 Vidas humanas. Deveri comer 0 po com 0 suor de sua utopia, buscando ansiosamente restituir a unidade perdida ow constitir luma nova forma de plenitude, Trabalhars com fadiga continua, tentando re-lgar-se a um mundo que agora The resulta pacado- xalmente proximo e distant Langado do paraiso natural para ‘um mundo sempre por conhecey, forthe conferida uma nova ro ppagem para cobri a nudes da sta finitude:o sentido. Fo proc ‘mada uma sentenca solene: de agora m diante mio sea mats como ‘os eutros animist sirds um nina smbolico ‘Ades ligagao ocorrida com afratura humana sé pode com pensarse fugazmente pela re-ligasio simbolica. Esta e-gaga0 {8 volar a ser plena em duas hipoteses: quando o hummano vol- tar definitivamente dissolvido pela motte para oi/musde onde Sait ot a0 se transcender de modo definsivo para um infnito tonde possa realizar uma experiéncia inédita de enconteo com 0 Absolute, For ition, ep deter sour afte morte, efented dsordem psc obom snaked ray dpe dr pronto granduncersaat dois pas stata ‘mem enguanto “home smb, osinbol ene entapie postin dors, eg fimente doin dar spa ‘ilo universe que rnsire cmt am er genio rece qua pertains ter aetna nor so a tag 10d Aso, Gert. Gr meinem, Bens Ate: Amerrut 17, A dimensio epifinica do simbélico sca sem potas sm mites Seondus ap acinamento doshas an Gaytisoo ‘Uma dasdliferencas fundamentais entre racional eosim- bélico reside em que o racional exp eo simbsico imp. O racional, para conseguir uma compreensio explicativa da real dade, dividera, disseca-a em agmentos analiticas, secando 0 vitaliemo ea indeterminacio que ela encerra. Para conseguir um sentido de tolalidade, o racional consti sistemas logicos que fintegram mama argumentagso fechada coerentee global a diver sidade e indeterminagio do real. O diferente se uniformiza, 0 plural se equipara, singular se classifica, Detnigdes, classifica. es, taxonomias ¢ todo ov qualquer tipo de detinigao anata Sho instrumentalmente inevitves, vidos enguanto recurso= Igicos ou pragmaticos, porém eles ndo caracterizam o nico ‘mado de entender o mando, nem conseguem delinir uma uiniea forma de verdade. As protensaes de verdade se associam a0 mado das repre sentagbes. Aquilo que a realidade ¢ para nds nao é diferente das representagies que fazemos dela. No entanto, a represeniagio no exaure as possibilidades de ser de cada coisa, n20.¢ possivel 166 Ospunniouosdoimasinirin_ reduziro objeto a representagso. A reaidade posit uma alter dade iredutivel 3 nossa propria hermenéutica ou analitea. Ena covimplicagio tensa e produtiva que se wealiza ainteragio entre diermeneuise penis humanas com a tealidade do mundo. Porém tencantramos 0 ser das coisas nas representagdes que dels rali- ‘zamos, A representagies ni so algo diferente do sr; elas 30 as formas, diversas eplurais,em que osee se manifesta. Eocars- ter rfisntzo do teak. O mae como algo se asente @ si mesino forma parte de seu priprio se ‘Nao € possivel realizar uma separacio dual entre aquilo que a wealidade é, sua natureza ou pretensa esséncia, 0 modo Como cla se apresenta aos nossos sentidos. Toda apresentagdo & ‘uma rpeesentaciosignificativa. Os significadossocialmente cons- truidos ndo sto uma segunda realidade, mas a realidade mesma tal como nds a percebemos. A dstingao entre sere representag30 resulta, por sua vez, numa Jadistingao. A realidade s6 emerge para nos 8 medida que a conjugamos,interpretamos o repre Sentamos. Nao existe unt terreno neutro, nem uma essencia Ver diadeira ou snica do teal pelo contririo, persistesempeeo modo plural, indefinido e aberto em que a reslidade se mostra para nos. Eis por que podemos afiemae que a realidade tem também pparte do sou ser no representante. Desse mado, a representacio -nbo é uma propriedade do real, mas o modo como as coisas se manifesta, isto uma natareza epi, (O sentido etimoligico do verbo grego evita € mostear ou aparecer Por sua vez, verbo faino poss wma pluraidade de sentidos possives, tals como: dara In alumiar, fazer brilhar, fcender, mostrar, fazer ver, indica, assinalar, manitestar. Dado {gue o weal se mostra de modo aberto, representative, simbelico, podemos afirmar neste sentido, que ele possui um carter ep. rico. O simbolismo se implica no ser das coisas, manitestando, esse modo, uma multiplicklade de sentidos possiveis com que las podem se revestir. sto nao quer dizer que exista ur con to detinido de sentidos impliitos nas coisas e que nbs devertos ddesveli-los Pelo contrario, €o pader dosmaginarin que poss a ppotencialidade de criar uma variedade de sentidos nao-implic 105 cabs Hang i ta Slimane 177 p58 Castor MM, Bartolomé Ru 167 tos nem naturais para uma mesma coisa. poder do imaginacio possibilita dar a luz novos sentides,formulagaes inédites para ‘objetestradicionais, No entanto, qualquer forma simbolica deve ter sempre algum tipo de conexao com a alteridade do objeto, ‘aso contrario nao haveria passibilidade de epifania do objeto e 50 restatia um devanelo fulgurante.O simbolo deve possui: Em primer lig ease onions, gins, hot) dogma em sud lugar su tri: ¢ 0 Imlhorparacosr fier coher agi pare) 04 “fads, Por iting, 9 menonads sgnfado por sa ws ago ‘poste de peneler (oer imagine emp gta, 0) rctamento™ Aconfrontacio entre © epifinico e o apocaliptico Desde uma perspectiva sensualista 0s signifcadas jes ‘80 implicitos no objeto cabe a0 sujeto 0 mero trabalho de des- rinar Adenominagio visaalizaaintengdo, concretizande-a nama forma linguistica definida. Aquilo que fot abjetivado mura for- ma linghistica ¢testado pela prtica socal do grupo e consolidar do como representagio social. Ao ebjetivarse como representa- ‘ho coletiva evita seu desaparecimento no flu efemero das ex- periénciasindividuais; de fato, una grande parte de produgées Tingdistias culturas se perder, porque estas ndo sho assumi- dlas como significagdes saciais que idenificam a conjunto da co- leuvidade. O som fonético incipiente ou gesto indicative mals, Solnmanc’ Sige 1981p, 220 : 7 212 _—_Osparadoros do imagindrio clementarimprimizany um carimbo significative na experiéncia; esse vies significative constitu: a base da lingvagem inicial de qualquer ser humano. esse modo, para a ser humano rt mun sdonaturalmentedesconexo vaise tansformande mum cosmo sentidos produzidos, eo fervithar de elementos insigniticantes Aadquire o novo rosto de objetosculturalmente denominados, Uma das primeiras manifestagaes simbdlico-miticas da lin sguagem se expressa por meio da forma minico indicative. Sepun- 40 os estudos de Wndt 0 tra ea mos disdeo price dente do bomen Param as est de eco os gus sce capri ros!) O mein tie Irae clin agus abot oe poresaron maton nopoivaangte Nes nso mocine ode assures tansforna indians om aslaien A indicagao do objeto desejado & uma forma de lingva- ‘gem, Ela externalizaatensao interna e manifesta publicamenteo simbolismo que o sueito confere a0 objeto querico, Ena tensio entre o dese ea vontade que se constr a inguagem; a excita. ‘loentre entire querer impregna nosso sentido de mundo. Aimpressio eexcitacio volitivo-emotiva,enquanto proje- ‘fo significativa na forma de linguagem, se expande impregnan- do de abjetividade todas as cosas e imprimindo & prstica um sentido, A medida que esta pritiea se amplia, a subjetividade val-se produzindo como identidade especifica, vai adquirindo ‘uma maior auto-onganizagaoe progrediindo de modomals preci 0 nas formas simbolieas e nos modos da linguagem. A lingua gem que interfere decisivamentena producio da subjetividadeé ‘la mesma objetivada pelo sujeito que a insti coletivamente ‘como significagio social. Existe uma relagio diac ent li- _guagem e subjetvidade. A subjtividade prods a linguagem, mas a linguagem, por sua vez, objetiva os sueitos, soializa-o= ‘numa visio de mundo 10 cc Et Fs de fra ems vo, Mec: Foe de Castor MM Bartolomé Ruiz 213 Devido ao alto processo de abstragio que nossas formas lingiisticasj adquisicam, desapareceu a grande maiora dase _miss6es simbolicas prosentes no inicio da formagio da lingua em. Porém sempre pademos descobrie algumas conexdes et :moldgicas que remetom a sua origem simbica. Vejamos algur\ ‘exemple: qual ¢a conexso atval que podemos estabelecer entre palaveaseesperiéncin ta distantes como. palpitar docoracto, uma danga, 0 pranto, a alegria,o insulto, uma precipitacio, um despenhadeiro, um abismo ou uma selva, entre outras? ‘Ao pesquisarmos a etimologia da palavra latina salus, ppercebemos que ela condensa um conjunto de experiéncias que 6 posteriormente foram se desdobrande em palaveas deren tes. O satus latino oxiginario podia significa simplesmente sl tar Mas os saltos se realizam de modo partcilar quando danga- mos, por isso de satus deriva o nome de um baile ou danga que se chama de sot, que, por sa vez, deriva nuim tipo expectico de baile ou danga, no qual se sata muito, chamacdo so ox rae, lipico de muitas regides da Espanha. Mas 0 efeito simbslico do silts remete também a vertigem produzida pela alla; por isso ‘saltustamibém significa despenhadeiro ou preeipicio. Pore 0 redo também pode estar na espessuta de um bosque, por ss0 0 termo satus passou a signficartambsm selva ou bosque denso Masa selva esta cheta de vida, por iss satis pode gerar um sot, palavra que signitiea “pedaco de terra fétil"-O simbolismo do ‘med proprio do satus nos fee chamar de sebnsselo susta que recebemos. O simbolismo do salto, satus. remete nd056:20 med, ‘mas também aos saltos de alegri; por isso crultzmos de alegra. Acxcitagaodo saltusgerou araiz verbal sia, que no insulto ros exaltamos e sobressaltamos emocionalmente- simbolismo a saitusremete também aos saltos do coragie (cor condi); por {sso 0 terme latino seit significa também palpitar, porque 05 :mosimentos do coragiosso como saltos.A rede de remissdes sim- bolicas do termo sans se ampla a experiéncias como 0 chore sults significa também chorar ou solar eom grandes prantos, poisnossolusos nos exaltamos,sobressaltanos¢, inclusive, xu! Tames, se for um choro de alegri. Este breve exemplo linguistico serve pa ilustrar a raiz simbaliea que de forma ocults © imperceptivelsubsiste nas di 2A —_Osprarndorasdoimaginirio versas formas da linguagem. Toda forma lingstica remete, de lum au de outro mad, a ima simbolizagno sigriicativa do ral No processo de dezenas de milhares de anos, a humanidade fo reelaborando as expresses lingistcas a tentativa de especiti- ‘ar melhor, detinir mais, delimitar com precisio cada experi cia e objeto. Neste processo, a linguagem foie tomanda cada ‘vez mais abstrata, lange da simbolismo originario direto que a serou. Porém também nas suas formas mais abstrata ela reme- te, uma e outta ver, aa simbolismo do qual emergee para oqual refer. A tensao simboldgica na abjetivagao da linguagem, A tensio simboldgica do ser hnmano é permanente e pro- dotiva. Deum lado, 0 pensamento lgico aticula a realidad de forma analitca, pata, posteriormente, i integrando-a em conste= lagies signifiativas cada vez maiores. Cada elemento particular mantém sua especficidade¢, 20 mesmo tempo, se articula nu pleta, porém toda inguagem integra a criag30 pessoal eadimen- ho social. Esta & uma questso remitente que uma e outta veo reaparsce.e que precisa de maior atengao. O processo de reflex sobre a objetivacae da linguagem colocou algumas questOes: ar ticulagdo do.conhecimento sensivel deve er compreendida como algo anterior ou posterior linguagem? A linguagem &causa ou eeito da evolucto do conhecimento sensive!? Por principio esse lipo questoes esti mal colocada. Entre 9 conhecimento sensvel ea linguagem nao existe uma disjunt vaentre um antes ou um depois, mas uma articulagio que trama ambos de modo indissoluvel. Existe uma conexio interna entre o Conhecimento sensivel ea linguagem que 0s entrelaga essa co- hhexto é de interdependéncia eco-implicagio. A evolugao da lin {Ctrn zon 96%, p10 Castor MAM, Bartolomé Rui 27 uagem moditica 0 conhecimenta sensivel ¢ vice-versa. No en: tanto, ambos estdo enraizadas na mesma matrizsimbolica que fs gerou na forma de signifcades sociais. Ambo, conhecimento sensivelelinguagem, sao cviaturas do imaginario. Nao existe wn conhecimento sensivel fora da sentido e conseqientemente fora 4a linguagem. A sentirmos e percebermos o mundo, fazemo-lo ‘onotando sentido para fodas as nossas sensagbes e percepgdes. Naoexiste uma sensacao ou percepeio neutra ou natural fora do sentido; sentimos nossas sensacoes a partir de um modo cultural de percepeio, Nossas percepedes eso rerabalhadas pelos se tidos da linguagem por met ds quais kes damos significado. Nem ae sensagaes mais primiias escapar ao imperative da het meneutica simbslica. Quando sentimos fei, calor, fome, sede, nnecessidade de abrigo, aragi sex, et, cada uma dessassen- sagies € vivenciada de mode cultural e nossa pratica rllete wm aslo pessoal e social de interagi com elas. Porque a natureza dds matrizsimblica nlo pode definirse em explicagdes ligias, temos de formular sempre perspectivas de aproximagao 3 com- preensio denossas sensicOes epercepdes, embora nunca 0¢0m Sigamos fazer de modo conclusive. 8 indeterminagio do sem- fando humano se manifesta como natureza criadora que institu, {de modo simbologico,o sentido do mundo e o transforma, hu ‘anizando-o30 tempo que indeterminagaocriadora se mater liza produtivamente, ‘Ainsiifiegncia da linguagem para eauriro mundonioo impede de ser elemento que estritara a pratica do sujeito, Por sua ver, a pritiea do sujito condiciona e transforma os modos e Sentidos da linguagem. A diregio eo progresso de uma palavra {estio guiados pela prénis,econcomitantementea praxis direc ‘onada pelo sentido que damos anossa a¢20. Por isso a figuracio imbalica da palavra ni relete tanto a forma das coisas como, principalmente, a atividade humana 'A praxis € 0 elemento artculador do processa de const Inigo da subjetividade e de configuracio da propria sociedade. Ainstituigo da inguagem esta correlacionada com a praxis, pois existe uma interacio dualéraaentrea linguagem ea praxis.A pri- sis define 0 modo da linguagem e dimensiona os sentidos emt angio das expeniéncias cancretas quieosijeitoea sociedade cons 218 Osprndosos do imayinrio |woem, porém a pris se configura a partir da lingagem, Toda prin estdinserida num cosmo de representacoesinstituidas que ete » modo espectica de agir das pessoas desse grupo social AAprixis estrunutada a partir dos sentidos construidos pea in- ‘guagem. A cultura na sua totalidade, pode ser considetada umn [produto da linguagem. A linguagem funciona como eio atic Tador da atividade cultural do ser humano, sendo que ele meso Sum produto cultural, Nao existe atividade humana, por mate: nial ou incipiente que sea, que nao se fandamentenalinguage ‘harman cultura ao dio da ilidade que esb estrada ings: 1 vers Jp ord aan commie Madi Tun, 73, 7 ‘A tensa coexisténcia das funges denotativa e ‘conotativa da linguagem Ogu e fia cent, mes v0 hi 0 ipa "Yee Hugo Oslin ngage sea os lites dome made Ladwig Witgenstein A compreensio hermendutica da linguagem no 6 uma ‘evidéncine muito menos um consenso, Ela deve conquistar set ‘espaca no complexolabirinto de visdes que a retratam dos mais diversos modos. Para poder caracterizar as possibilidades her- rmenéutieas da linguagem, temos que realizar um diego die, tenso, mas fecunde com aquelas que podemos denominar vies formalistas,objetivstas ou analitcas da linguagem. ‘Nosso pr supose (prez) Reemenutico desenha a lin- _guagem como um ma indispensivel eimprescrtivel por meio {do qual se estabeloce a correlagao entre a pessoa eo mundo. Sua ‘mediagdo é sempre signiicativa isto &, simbslica. Ela impregna ddesentide a realidade, consitura sigailicativamente ea ordena ‘como tum cosmo com coeréncia propria. [Na histéria da filosofia tem prevalecido a concep¢3o ins teumental da linguagem, Segundo esta visio, a inguagem deve 220 Ospuradoros do mainsrio ser compreendida como um mero insirumento de comunicagio, Tieada e 0 significado transmitido. Atualmente restam poucos \vestigios da impregnagio simbica iniial da linguagem. Inelu- sive 9 arte contemporanea seguiu a trilha da descontrucio da imagem e do simbolico em formas estéticas cada Vex mals abs trates 'Na origem da humanidade e da crianga, no existe uma smanifestagao evidente do distanciamento entre a representacio imaginative-simbdliea da realidade e a prépriarealidade. re presentacao possi uma impetuosidade simbolica maior que as roprias coisas, € mais weal que a realidade. A dimensao ligica da linguagem foi operando essa diferencia ineipiente egra- ‘dual para concluie numa separacio consciente e dual. A pln da linguagem conceitualmente desenvolvida opera como signo diferenciador da representagio enquanto contetido e da read de como alleridade diferenciada. A palavra tem uma fecundida- de simboldgica que, diferenciando representagao e objeto, 20 pode definir-se de modo pleno por um s6 dos dois polos. Ela onsegue fraturara impetuosidade simbélicainicial da human dade e da crianga,construindo um outro estigio significativo. Essa distingio entre representag20ealteridade domundo éa tase dla autoconsciéncia da subjetividade. Ela se prodi2 porque oo reum distanciamentologicoda inguagem frente impetuosida de simbolica inci 'Nas erigens da humanidade,asutura simbolicareligava.a subjetividade a natureza de modo quase compulsive; com iss0, eixava uma margem minima para oseu distanciamento. O get ‘me incipiente da autoconscigncia humana era quase diluido no frees eadtico das impresedessensiveis,O mundo se apnsentzsa jquase que de modo natural e com duros esforgos conseguia n° ‘prsentio com um sentido diferenciado. Mas a potencialidade dda representagio, como eriag30 de sentido que vinculae-dife rencia subjeividade e mundo, #6 pode ser auterida por meioda Tinguagem.O modo da representaga0 se especifica quando a pa 258 Osparacorosdoimaginirio lava se estrtura e consegue integrar ediferenciar a dimensio simbalica ea semantica, Nesse momento, a subjelividade adqui reuma autoconsciéneia que a distancia ea vincula 30 mundo de ‘modo simul, ‘A dobra simbolégica da inguagem confere 3 conseiéneia| ‘humana a dupla dimensao mitologica. E neste sentido que Ro! Carballo desenvolve aidéia de que o termo grego mito pode sig nifcar para entendida como palavra pronuneiada (p2s),como palavra pensada (ge) ecomo iad, como testo imadiat dg gu J er ‘Sod para war san expt, como elo do er NO Sinn coro mito sen expres prion pled, pertnciabraees de ual opnsamento rina sora posed (© distanciamento ldgico da linguagem provoca uma ocu- ‘apo de sua ai simbolica.O signoabstrato val seimpondocomo contesdo independente de qualquer referencia simbslica. Porém ‘simbolo acompana cada palavra,e sua presenca no pode ig- norarse, ji que ele penetra teas formas mais racionaise se inse- "eos significados mais abstratos, como a sombra da qual 0 lo .gosnio pode se destazer, porque ele mesmo a projta Umexemploilustrativo daquilo que viemos refletindo en

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