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FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ

UNIVERSIDADE DE FORTALEZA – UNIFOR


DIREITO CONSTITUCIONAL II – CÓDIGO J5081 – TURMAS: 08 E 09 – CRÉDITOS: 04.00
PROF.: GUSTAVO TAVARES CAVALCANTI LIBERATO2

BREVES ANOTAÇÕES SOBRE O PRINCÍPIO DA ISONOMIA

I – DIREITO DE IGUALDADE:
1.1. – IGUALDADE FORMAL E MATERIAL: A isonomia e seu conteúdo.
A – Definição de Isonomia: Partindo-se da raiz filosófica da Isonomia, deve-
se reconhecer a pertinência da definição que prega: “Isonomia consiste
em tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na
medida das suas desigualdades”. Observe-se que esse terceiro termo,
“na medida das suas desigualdades”, traz à tona o caráter referencial da
isonomia, sem o qual esse princípio não poderá ser bem utilizado, pois,
por vezes, o tratamento desigual pode agravar a situação de desigualdade.
B – Acepções da Isonomia: Duas acepções se destacam, assim, dessa análise
inicial: I – a Igualdade Formal, cuidando da igualdade de todos “perante
a lei”, isto é, devendo-se aplicar uma única lei a todos os casos,
indistintamente, sem considerar as desigualdades de fato existentes
(recorde-se que nem toda diferença conduzirá a uma situação de
desigualdade); e II – a Igualdade Material, a qual cuida da chamada
“igualdade na lei” ou “dentro da lei”, no sentido de que, ao ser produzida a
norma específica, essa já deverá levar em consideração a desigualdade de
fato existente entre as partes da relação jurídico-social (v. a relação de
emprego, de consumo, etc.). Vê-se, assim, que há discriminações
(desigualdades) que são não apenas toleradas, mas exigidas pelo
ordenamento constitucional. Ademais, a Igualdade Formal é própria do
Estado liberal clássico (Estado de Direito e Estado Democrático de
Direito em sua primeira fase) ao passo que a Igualdade Material pertine ao

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Pré-requisito: J507 – Direito Constitucional I.
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Advogado, Mestre em Direito Constitucional pela Universidade de Fortaleza – UNIFOR, Coordenador da Especialização em
Direito e Processo Constitucionais da mesma Universidade e Professor das disciplinas de Direito Constitucional I, Direito
Constitucional II e Direito Civil III nesta instituição. E-mail: gustavoliberato@unifor.br
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advento do Estado de Bem-Estar Social ou Estado Social e Democrático de
Direito.
1.2. – DISCRIMINAÇÃO INTOLERÁVEL E DESEJÁVEL: Seu controle constitucional.
Pertinência Lógica Pertinência Teleológica

Critério de Discrímen Discriminação a ser produzida Valores Constitucionais

A – Critério de Discrímen:
A.1. - O Critério de Discrímen deve atender a 2 pontos:
I – Não pode ser um traço que singularize no presente e
definitivamente, de forma absoluta uma pessoa como destinatária
da discriminação pretendida;
II – O critério escolhido há de residir na pessoa, coisa ou situação a
ser discriminada, não podendo ser de outra ordem.
B – Correlação lógica entre o critério de discrímen e a discriminação
produzida: Observe-se a necessária adequação lógica entre o critério
escolhido e o objetivo com a discriminação a ser produzida pelo ato, pelo
que se examina o aspecto externo (formal) da razoabilidade do raciocínio
conducente à discriminação.
C – Pertinência teleológica da discriminação produzida face aos valores
constitucionalmente albergados: Ainda que se verifique a pertinência
lógica entre o critério de discriminação e o objetivo a ser alcançado por
meio dela, faz-se mister analisar a Pertinência Teleológica desta discriminação
à vista dos valores constitucionalmente estabelecidos, uma vez que esta
segunda etapa revelará a constitucionalidade material da medida de
discriminação, a partir da análise de seu aspecto interno (material,
intrínseco).
C.1. – A Súmula 683 do STF: um exemplo. Diz a Súmula 683 do STF: “O
limite de idade para inscrição em concurso público só se legitima pela
natureza das atribuições do cargo a preencher”.

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