Antropologia Perguntas importantes: O que é cultura?
Como a cultura é produzida pelo indivíduo?
Como a cultura opera no indivíduo?
O que biológico e o que é cultural no
indivíduo? Explicando a diferença! Desde a antiguidade, foram comuns as tentativas de explicar as diferenças de comportamento entre os homens.
O fim do séc. XVIII foi marcado por uma série de
explicações, ainda mal resolvidas, sobre as diferenças entre os povos.
Naquele período, teorias sobre o determinismo
geográfico ganharam grande popularidade.
O clima era considerado preponderante no progresso
de uma povo. Do ponto de vista do determinismo geográfico, as diferenças de comportamento entre os homens eram explicadas a partir da variação dos ambientes físicos, ou seja, pelo tipo de clima, por exemplo.
Ou seja:
“Os povos do sul têm uma inteligência aguda, devido à
raridade da atmosfera e ao calor; enquanto os das nações do Norte, tendo se desenvolvido numa atmosfera densa e esfriados pelos vapores dos ares carregados, têm uma inteligência preguiçosa”.
“Habitantes de climas quentes tinham uma natureza
passional, enquanto os dos climas frios faltava a vivacidade”. Até meados do séc. XIX, outras correntes de pensamento ganharam força: monogenistas e poligenistas.
Para os monogenistas, a humanidade era una. O homem
teria se originado de uma fonte comum. Para os poligenistas, a humanidade não era una, pois existiam várias centros de criação da humanidade.
Mas monogenistas e poligenistas fundamentavam suas
explicações sobre as diferenças de comportamento entre os homens na biologia. Assim, o comportamento era explicado do ponto de vista biológico. Ou seja, o comportamento variava de acordo com o tamanho do cérebro do indivíduo, por exemplo. Essa explicação dos comportamento foi encontrada sobretudo pelo nascimento simultâneo da frenologia e da antropometria. A antropologia criminal se detinha, portanto, na análise biológica do comportamento., isto é, eram marcantes as teorias do Determinismo Biológico. Determinismo Biológico: A explicação do comportamento era explicada pelo entendimento da existência de capacidades inatas existentes nos grupos humanos.
Exemplos:
1. “Os nórdicos são mais inteligentes do que os negros. Os alemães
tem mais habilidade para a mecânica. Os judeus são avarentos e negociantes. Os ciganos são nômades por instinto. Os brasileiros herdaram a preguiça do índio e a pouca inteligência dos negros”.
1. A divisão sexual das atividades era explicada pela biologia.
Homens e mulheres desempenham seus papéis sociais porque nasceram biologicamente preparados para aquela função. Como, então, no fim do séc. XIX, a Antropologia explicou a diferença entre os povos? Evolucionismo cultural:
Lewis Henry Morgan (1818-1881)
Edward Burnett Tylor (1832-1917)
James George Frazer (1854-1941)
Os evolucionistas culturais colocaram a CULTURA como centro das explicações acerca das diferenças de comportamento entre os indivíduos.
Para eles, o grande interesse era entender o
desenvolvimento cultural dos povos.
Os evolucionistas foram influenciados pelas teorias do
evolucionismo natural de Charles Darwin.
Segundo os evolucionistas sociais, em todas as partes do
mundo, os povos passariam por uma ESCALA EVOLUTIVA: Selvageria – Barbárie – Civilização. Para os evolucionistas culturais, as sociedades caminhavam de formas mais simples para as mais complexas, isto é, de tipos mais atrasados para os mais evoluidos.
Para eles, a humanidade era UNA, tinha uma origem
comum. Assim, haveria um caminho a ser trilhados por todas as sociedades, numa trajetória vista como obrigatória, unilinear e ascendente, partindo do estágio selvagem, passando pela barbárie até chegar à civilização.
Para eles, a humanidade era vista como uma ‘raça’ única
que teve uma origem única, a partir da qual seguiu a trajetória do progresso, passando todos os povos pelos mesmos estágios de desenvolvimento: selvageria, barbárie e civilização. Tratava-se de um progresso linear, inevitável e obrigatório. Pergunta-se: Para os evolucionistas culturais,
1. O que era a cultura?
2. Como a cultura era produzida?
3. Qual papel cabia à antropologia?
4. E, ainda: Qual a relação do surgimento da
Antropologia com o conceito de Cultura? Tradicionalmente, os historiadores da ciência, localizam em E. B. Tylor, a primeira formulação propriamente antropológica do conceito de Cultura : “este todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade.” (TYLOR,1871:1)
Para os evolucionistas, os antropólogos deveriam
estudar os povos antigos ou a cultura primitiva para assim traçar a trajetória que os povos percorreram.
Para os evolucionistas, o método utilizados pelos
antropólogos deveria ser o Método Comparativo. O método comparativo teria como foco o desmembramento da cultura, agrupando os artefatos culturais dos grupos por “tipos” semelhantes e depois classificando-os de acordo com a escala evolutiva.
Os evolucionistas culturais tinham as sociedades
européias como o topo máximo da evolução: civilização.
Os evolucionistas culturais buscavam as leis gerais do
funcionamento das sociedades.
Para eles, a diferença entre os povos, eram portanto,
explicada a partir da ESCALA EVOLUTIVA, na qual todos os povos passariam. Um agrupamento humano seria distinto do outro prque estaria em um estágio diferente de desenvolvimento. Para os evolucionistas, muitos costumes, supertições e crendices populares de uma sociedade eram vistos como sobrevivências de um estágio cultural anterior, isto é, eram vestígios através dos quais se poderia, num trabalho como de um detetive, reconstruir o curso da evolução cultural humana.
Em suma, entendia-se que a cultura desenvolvia-se de
maneira uniforme, de tal forma que era de se esperar que cada sociedade percorresse as etapas que já tinham sido percorridas pelas “sociedades mais avançadas”.
Em suma, uma das tarefas da Antropologia seria a de
estabelecer, grosso modo, uma escala de civilização, simplesmente colocando as nações européias em um dos extremos da série e em outro as tribos selvagens. Caberia à antropologia a reconstrução da história de povos ou regiões particulares.
Caberia à antropologia, a comparação da vida social e
cultural de diferentes povos, cujo desenvolvimento seguia as mesmas leis.