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* apne ctadao com rimpacdadesip glia
2 200 a1uea v6 econourra
vimento, Ievou a uma expansio impressionante da fhota de veiculos,
'S6.no municipio de Sdo Paulo, por exemplo, o némero de earros mais
‘que tsplicou entre 1980 e 2000, periono em que populegdo creseeu
lum pouco mehos de 25%.* Ese fendmeno troure a teboqe nie 58
sma plora na qualidade do ar, mas taibém outros probletnss, conse
transito mals pesade e alta paluigio sonora
(© que a teora econdanes tem a dizer sobre a questo?
Grane parte dos economisaseostuma ceebrat as vantagens do livre
mercado, dado o imenso rescimento na renda or habiante vivenciad
‘nos ltimos 200 anos. principalmente nos pases em que os meveadon
‘mals loresceram. Nés nosincluimos nese grupo, mas ndo negamos que
em algumasinstancias, © mercado fala damorosamiente, como no eas0
«ds poluigo, Nesses casos, precsamos da intervengio do govern.
‘Ao comprar um carro, eonsumidar realiza, ainda que nfo mito
cxplictamente, um eileulo do tipo eusto-benetico. Com o veulo pr
rio, a pessoa ganhs em mobilidade (uma ver que no pects mals Bear
ddependenda de horérios¢ trajetosvgidos do transporte pablo) ¢ emt
‘comodldate (Snibus e tres lotados podem ser bem desapradévet). Mas,
or outro lado, ser domo de um veieulo traz uma série de custos: alga
{do prdprio valor desembolsado na compra do automnével, hd gastos com
‘combustivel, seguro, manutengio, entre outros, Assim. uta pessoa ad
‘ite um carro apenss quando 0s beneticosprivadr totals superarem os
«usts privads.
O problema € que hi um custo adetonal associa & compra do cao
‘© aumento da poluigio doar causado pela expansio da fot Esse custo,
fentretanvo, nio entra na conta do individvo que considera aduinie ©
veiculo, uma ver quea plora na qualidade doar €compartthada ented.
vetsos outros moradores da drea urbana. Dito de outa forma, a poluiclo
‘um fardo para a sciedade que o ndviduo no leva em consieracio a0
‘omar sua decsio. Ness situagio,dlzemos que a cust al de um carro
diéonal € maior que o custo privado ov, no linguajar do economist,
‘que um motorista causa uma externalidade negativa pare om demats ha
Iitantes das redondezas,
sso implica. ainda. que uma pessoa pag um prego relative ba
“lupipwihpeca ors C2 Ae Palo. eee)»
oe sobespagonde at etrelas 88‘eusios provoeados por su8 ago, Em outraspalaveaso mimero de carros
‘Ernaior que o socalmente desejavel: se cada motorist vesse ave Pazar
‘ela poluedo adicionalgeaéa por suas andancas de caro, o custo de usat
vefculo seria male alto, fzendo com que varias pessoas ou desttssem
{de adquiclo om 0 wsassem bem menos vezes.
‘Rattagéo aul apresentada € um exemplo césico de falha de merca-
4 “Paha” porgue tess tansacio privada de compra ¢ vena de carros
fem todos os custos so contablizos pelas partes —o5 ests privados
frtram na conta, mas 08 socais nfo. No e350 em questo, os Custos de
fe adguiie€ rodar com 0 veculo pelas ras no incorporam o cfeto
tlanoso sobre @ qualidade do ar- Em uma metrépoe, com milhares de
jpetoos€ velculos se aglomerando em espacos relativamente pequenos,
fase impacto negative sobre o bem-estar da popolacio pode ser bastante
sgnificaivo.
Tse pode stagio motia a ntervencdo do governo nomercad, na
teotatva de resolver (ou elo menos mitigar 0s efeitos da tal externali-
dade negatva
‘Csbem aul doasresalvas ants de examinarmos alums inidatvesgo-
‘yemamentais nesse sentido, Primeiro, ainda que reconhegamos que a po-
Tigo see um problema sca rave, nso € dese}ivel que o governo tente
edu nivel de poluentes do a para alg préxime de zero, Para 0, sera
‘eee abandonar completamente o uso de velclos auemotores fo
‘undomnos bsieamente a vallar ao tempo das earrgas. Ou se da perspec
{iva da seciedade,€ dso tolerar im pouco dear impure para no sacrifcar
{en demasia a mobldade e 6 confrto proporcionacs pos caro.
‘Segundo, ndo € vio que o governo devaintrferir no funcionamen-
to do mereado sempre que se detecta a presenga de uma externalidade
‘negative. sso porque a IntervencSo governamental nfo vem sem Ustos:
€ preciso estabelecer toda wma estrutura burocritica para idenicar € pu
‘ir os causadores de tal extemalidade, sem falar no matorescopo para es
‘quemas de eorrupeio, Al dso, €preitovomnarculdado com ofato de
{Que o benefit percebido pelo gerador de extemaldade pode ser malor
‘Que o custo dessa extemaldade para o resto da Sociedade, As polticas
pias devem ses desenhadas 20 computd-Ls.
Tomemes, por exemple, o caso de im mendigo malcheiroso que aden
"ya um Gnibusftada, Aqui hé daramente uma extenaidade negative: ©
* imendigopaga apenas o preg da pasagers de Gribus. a qual no incoepo-
4
‘a inconveniénea eausada aos demats pasageizos por conte do terivel
‘odor. Bas deve 0 governo intervic nese cs0? Mesmo detsando importa
tesconsideragies cas de lado, pensamos que ndo, afta, seria necessiio
(0 ilar um Gxpio publco que definisse um padrio aceitével de edo pes
soa identficase 0s violadores,e (i) cootratarfunciandros piblicos para
realizar a desagradivel medigio, ou se, aig extremamente compliendo ¢
custo, Alem diso 0 custo para 0 mendigo de ter suas viagens de 6nlbus
dicutadas ¢ provavelmente maior que o incdmodo que cle geta para os
‘otros passagcios. Asim, ness cao, sob 0 ponto de vista da sociedad, €
melhor conviver om a poquena externaidade odorifc,
Voltando a nosto ponto entra, acediautos, apesar disso, que 0 caso
4a poluigho em aglomeragies urtunias € grave o sufiieme pars Justcar
a interferencia do gaverno no mercado Em outeaspalavas,€ tala pro
vével que 0 ganho social de diminult 0 nivel de poluentes no ar mals que
‘ompense os custos da interveneo, Mas, nda dateoria para prea, que
tipo de ago do govemo pode ser iplementada com sucesso no caso?
Como argumentamos. a restrigfo a0 uso de veiculos automotores €
Angrediente-chave de uma politica governamental que objetve tazer a
poluigSo do ara niveissocalmente desevels. Nese sentido, uma inci:
‘Uva comum em grandes cidades da América Latina consiste cm limitat 9
‘iceulacio de veiculos com base no miimero da placa. Na eidade de S80
Faulo, por exemplo, 0 “odizio munleipal” probe vefculos exo iltime
Aigo da placa 1 ou 2 de wansitare mas segundas-leiras; enquanto nas
'ergasndo podem creular veiculos com plaeas que terminem erm 3e 4; ¢
‘asim por diante Esse mecanismo no € uma esauisitice brasileira, Des
‘de 1989, a Cidade do México adota um arcanjo semelhante. porém mais
restive: dependendo do nimero da placa, un veiculo nfo pode ceculat
fem determinade dia da semana, das 5a mank is 10 da notte, em toda
a regdo mecropolitana,
Qual € a efevidade desse mecantemo em controlar a polugio?
Com base em dads de concentraglo de poluentes no ar, 0 pesqulse-
or Lucas Davis analisou o impacto da implementagio dessa politica na
“pe cor oti uno om de seman, unt ha
pen te oa ma sen cp ce
‘iformacivaypien/piee asp ba
A foie fumozs gus ste apagondo ot etrelac 8B
Jeo woweoteoeeo nuns‘cidade do México Surpreendentemeite, seus resultados indicam que
| mudanga nfo contribu em nada para reduzir a polulgio. Patece es-
franho, pos deveriamos esperar que, por conte da proibiclo, as pessoas
ppesassem a ulzar com mals frequénea meios menos poluentes de Io
Comogo, como metrd, dnibus, tens. biceletas,caminhiadas, exquemas
‘de carona et
Trucas Davis nots, contudo, que dois efeitos importantes agi na di-
regio contri esperada no eiso mexicano, tomando india a potics
Ge restigao 8 ciculagto de veculos
Primelt, os motorists pasarom a wtat mals 0s horsrios em que #
“eestrgio nto vale. Pense, por exemplo, em tm casa com o hsbito de ir
“de catvo ao cinema todas as sextas-feiras, 3s & da noite. Caso seu veil
‘steja proibide de tansitar neste dia até as 10 da note € pouco provivel
“ue ele deine o carro em casa e vé de dnibus. Na verdade, € mais ra208-
Ziel supor que cal optaré por asitir ao filme em outa sssfo, em um
hhoviro/dia em que posse usar 0 caro. Consequentemente, a posto
continua sendo gerada #6 que em horsio/dia alternativo.
‘Segundo, o pesqulsador mostra que o nimero de veiculos registrados
ina Cidade do México eresceu sgnfieaivamente apés a implantagf0 das
medidas resrtvas, Iso indica que diversas pessoas decidirem adqulrt
lum automével adicional pars garantie 3 locomogHo durante toda a sera~
ha, Por exemplo, um individvo impedido de dsigir seu carro nas quarts
feitas podera comprar outro veiculo com final de place diferente s6 pra
© rela neste da da semana,
claro que ess alternative est disponivel apenas para os mais ics,
‘que tm condligoes de adquirir um segundo veicuo. Divers outras pes-
Soes terlam assim que se contentar em delxar seu snico automével em
ae um dia por semana, oque deveraterajudado a reduzirapoluigio. 0
problema, enttetanto,€ que a maior pete do creseimento da fota de vet-
fulos na Cidade do México Se deveu & aquisgio de automévels usados,
‘Que so, em médla, mais velhose, portato, teem a poluir bert mais.
‘Ou sto caro velo. grande poluidar—fola opgio preferida daque
esque adqutscam um segunda vefeulo para “driblar” a restrii0. No faz
‘mesino muito senido comprar um gutomével zero quildmetro 6 par
“Devi LW, 2008), “The Ele of Driving Rewteons on Al Quay in Meco
(iy dei of Pol Bono 10: 38°31,
veanstar uma vex por semana, Com conseauéndia, a politic. que a pri
meiea vista parecia boa, mostou-se incspa de teduat 2 poluigho
Resumindo' histria até aq a plito gerd por vetculoe automo:
tore constitu um cao sério de extemalidade negative. Ao decir sobre
‘compra de um can, um indviduo no contabilza@ custo social da poe
‘ana qualidade do a,c fo justifica a Incervengto do govero no intuit
de limita oso de veiculos. Mas uns politica com tal objetivo pode ser
tmefidente quando no se leva em conta a teacéa das pessoas que tentam
{gt como podem das resrgbesimpostas pelo governo Ese limo pon-
to ficou bastante evidente no caso da Cidade do México: em resposta Ss
restiges sobre a circulacio de veiculos, diverss motoristasencontraram
ourras maneivas de manter © automével como melo de locornocio, sea
40 optar por hordes alteatives seja a0 adquire um carro coals velho
para os las em que esto sueitos&restricio.
Tentemos,entio, algo melhor do que este exquems de retricio a0 uso
‘com base na terminagio da place. Vejamos algurnas altemativas igus
‘mente probleméticas antes de chegarmos 20 que nos parece ser a male
‘ficient
Sea idla €reduair o uso de veculos auromotores. por que néo util
‘ar uma politica que taxe pesadamente a aquisgSo de caror? Nese a0,
pensamos que o desincentivo deva er mais forte em dress onde o proble
‘ma da poluigdo € mas erdnico. Nao lax muito sentido, por exempo,pu-
nr um morador de Jundist(idade a km de Sio Peo) com impostos
nals altos na compra de um automével porgue a poligio em Sio Paulo
um problema séxio" 0 problema, contudo, € que eso provocaria uma
lnvasio de veicuos com plaas de Jundiafceulando peas ras de Sto
Paulo, na medida em que as pesonstentariam eseapa do inypesto inc
dente s6'na capital. A potuigd, consequentemente,ndo seria reduzida
‘comoanteriormente, a1ea;H0 dos agentes ode comprometer 4 eletivida
de da polica de tsar egionalmente a compra de cao,
Consideremos outa idea: xiao de wm mposto sabre os combust
ves. A vantagem desa saa é que cla pune mais everamente or maiores
poluidores, isto & aqueles que creulsm mais por ae portant, conse
‘mem maior quantiade de combustivel (ou tem cartes com motores ae
2 fala Fag que sobe epesonde a xtrelae 87poluem mais). Mas nada de taxar nosso amigo residente em Jundla, cer.
{or Como no caso anterior, «police, para fazer sentido, deveriaafetar
Gpenar or moradores da regio caracterizada pela mé qualidade do ar
‘Resim, uma aiguota de imposto mals alta para a gasolina apenas no mis-
cipio de Sto Pau parece sero mais eorreto
De novo, no funcionara. Tenos neste caso © mesmo problema de
antes motorsias que moram perto dos limites da cidade se senusiam,
incentvados a busear gasoina mais barata er lugares nos qualso impos:
tend baixo, ou sei, ceftae pessoas passariam a percorerdistincias ainda
mais longes-gerando, asin, mals polulgio ~ como reagio& nova pot
Cade inbutagio, & também provavel que, nese caso, um mercado negro
{nter-regional de compra e venda de gaolina se descavalvsse para con
tomar o impost local.
2h nos opinlgo, uma forma mals eficar de reduair a poluigéo em
grandes centtos urbanor ~ dentro do explo de desestimular 0 uso de
‘eteulos automotores passa por melhorara rede de transports publics
{ simuliancamente, axaro tr do carro (e no a compra do arto ems),
‘dado que é 0 uso que era exteralidade negativs
‘Oeitor deve concordar que todos ns, em alguma meslida eagimos a
incentivos e estes podem se anto do tipo “cenour, como do tipo “eh
scot", Se deparadss com substttos decentes ao vtcul, como uma rede
fmpla de met, Onibur © trensconfortivels, cremos que muitas pessoas
“optariam por deixar seu cao em cos, wsando-o apenas para viajar no
fim de semana com a familia. Esa € parce da "eenoura” de nosso plano
“amipouigao. Porem, como economia, tendemos a achar que cenou:
fas sozinhas so insuficientes para dar conta do reco. Seria necessirio,
portanto, complementar oesqema com 3 parte do “chiote™. Como? AC
Immplementas tm imposto sabre a Você também pode gostar