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Cidade utópica

Do ponto de vista crítico, não podemos simplesmente acreditar que os


ideólogos do socialismo utópico eram superficiais ou completamente equivocados.
Mesmo não observando a aplicabilidade de suas teorias, as noções lançadas pelos
membros desse movimento de ideias tiveram papel fundamental para que outros
intelectuais pudessem conceber novas reflexões sobre a sociedade
Robert Owen como já foi citado foi um industrial de recursos e pôde ultrapassar
as páginas da própria literatura utópica por ele produzida (1820) e partir em sua
própria vida para uma prática direcionada à concretização de um novo mundo social,
pois neste caso ele mesmo era o industrial e por isso conseguiu colocar em pratica
sua ideologia, suas ideias tiveram grande impacto na realidade europeia e norte-
americana, abrindo caminho para várias iniciativas de integrar cuidado e educação de
crianças pequenas em instituições extra familiares, e mesmo assim fracassou.
O fracasso de seu projeto, contudo, expressa talvez as dificuldades de entender
que seria impossível superar o padrão mais habitual das sociedades industriais sem
avançar na própria crítica de seu funcionamento.
Com isso, talvez decepcionado pela falência de seu projeto, acabou se
dedicando à criação das primeiras associações de trabalhadores, conhecidas como
trade-unions.
Owen não foi um revolucionário no sentido estrito mais foi inovador no sentido
de tirar do próprio capitalismo forças positivas baseadas na humanização e no
respeito às necessidades de todos, especialmente das crianças que seriam o futuro
de uma nação. No momento atual em que vivemos as suas ideias têm um grande
interesse para serem analisadas.
Já Charles Fourier, repousava em um anseio de que os próprios industriais
burgueses e outros homens poderosos se comoveriam diante de seus projetos,
terminando por concordar em financiar, de alguma maneira, seus empreendimentos.
Defendia, assim, o fim da dicotomia entre trabalho e prazer. Nos falanstérios os bens
seriam distribuídos conforme a necessidade e a educação deveria se adaptar às
inclinações de cada criança e não existiriam restrições morais à prática de sexo.
Charles Fourier, por seu turno, terminou por esperar a vida inteira, sem sucesso, que
algum burguês rico se interessasse pelo seu projeto de construir estas unidades
sociais que chamou de Falanstérios.

Cidade Pós-Liberal

A cidade pós-liberal começa a partir da revolução de 1848 na França,


onde a Direita sai vitoriosa, a burguesia abandona a tese liberal da não
intervenção do Estado nos mecanismo setoriais, e usam métodos elaborados
pelos reformadores e pelos socialistas utopistas, na primeira metade do século
, estabelece um novo modelo de cidade, no qual os interesses dos vários
grupos dominantes estão parcialmente coordenados.
A liberdade completa, concedida as iniciativas privadas, é limitada pela
intervenção da administração (estabelece regulamentos e executa as obras), mas
não -intervia nos mecanismos setoriais. Não podendo influenciar em especulações
imobiliárias, onde a valorização proveniente do desenvolvimento da cidade é de
posse do proprietário.

A partir de então, é dividida a parcela pública de administração da parcela


privada. Tal modelo tem sucesso imediato, permitindo reorganizar as grandes
cidades europeias, fundar as cidades coloniais por todo mundo e influenciou na
forma de organização das cidades de hoje.

As novas mudanças serviam para firmar o acordo entre proprietários


mobiliários e políticos conservadores e burocratas. Distinção de serviços primários
e secundários. Criou as leis de desapropriação, a fim de suprir as necessidades
das áreas centrais.
Ampliação de ruas, criação de avenidas (95km a mais), auto estradas,
estações, ferrovias, edifícios públicos, redes de abastecimento (água, luz,
telefone), escolas, hospitais, prisões, quartéis e aquedutos. Aliado às leis
sanitárias de combate a pragas e doenças, ocupando dimensões globais.

Divisão do espaço (social, político e territorial); burgueses versus


proletariado; áreas nobres versus áreas pobres. Com essas alterações foram
priorizados alguns serviços de acordo com as necessidades da cidade, divididos
em serviço primário (reconstrução de edifícios, instalação de água, luz, telefone)
e secundário (construção de hospitais, escolas mercados, estacionamentos,
aeroportos, edifícios públicos). As leis urbanas criadas favoreciam os proprietários
na questão da construção, com empréstimos e financiamentos, colaborando para
a formação de renda. A venda dos terrenos privilegiavam os mais ricos quanto à
localização e benefícios urbanos inerentes à conjuntura político-social da época – que
condicionava o desenvolvimento e a forma geral da cidade.

Desenvolvimento da cidade ocorre a partir das necessidades do capital e


da classe dominante. Edifícios são passíveis de demolição, mudando outro
contexto histórico. A vida dos operários, dos mais pobres, está ameaçada quando:
criam-se as diferenças e realizam-se as transformações que elevam ao máximo
esse aumento de renda dos proprietários comprometendo a estabilidade da
relação entre a população e as suas circunstâncias de vida e de trabalho.

A utilização dos terrenos urbanizados depende dos proprietários individuais,


privados ou públicos, a administração influi apenas com regulamentos as medidas
dos edifícios em relação as medidas dos espaços públicos, as linhas de limite
entre os espaços públicos e privados, a frente da rua, bastam para delimitar o
desenho da cidade.
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Formação do desenho da cidade sobre “frentes- de -rua”: Os núcleos
centrais, onde o comércio era predominante, são construídos a partir de
edificações desenhando as principais ruas da cidade.

Todas as outras funções (residências, escritórios etc., situadas nos


andares altos) estão restringidas neste esquema realizado de propósito para o
comércio e para o tráfego, e sofrem seus inconvenientes: a promiscuidade, a
falta de ar e de luz, os ruídos.
A pressão do setor imobiliário fez aumentar o valor dos aluguéis, faltas de
moradias baratas, excluindo toda a faixa da população que não podia pagar
altos preços. Essas famílias se mudaram para a extrema periferia, arrabaldes e
em locais precários com baixa infra -estrutura (subúrbio); densidade excessiva, a
falta de moradias de baixo custo e a sobreposição da cidade pós -liberal sobre
a cidade antiga.

Além disso, como na cidade não havia mais espaço para a instalação
de indústrias, elas partiam em direção às periferias, deixando o espaço da
cidade livre para novas instalações dos serviços secundários

Surgiu a necessidade, para os moradores da periferia e para a vida da fábrica,


de reproduzir a forma física da cidade tradicional, com monumentos, praças,
jardins etc., construídos em uma no a faixa da cidade, o subúrbio semi-
urbanizado colocando-se entre os dois locais. Em geral os serviços primário e
secundário estavam concentrados entorno do hábitat da classe dominante – aos
outros habitantes, maioria, restava a insuficiência dos serviços e do aparato público.

Distinção entre técnicos e artistas. Os grandes planos da segunda metade


do século XIX são elaborados e realizados por profissionais ligados aos ofícios
técnicos, que darão à cidade moderna uma feição autêntica, original,
solucionando grande parte dos problemas colocados até aqui, em relação à
primeira realidade da "cidade liberal". Eles não discutiam decisões já tomadas
pelos administradores e a burguesia, mas executavam de forma a deixar
aceitável a sociedade, economicamente e esteticamente.

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