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PLANO DE AULA - 04/11 e 06/11

O papel do professor no Brasil em 2019

PRIMEIRA PARTE - ​30 minutos


1. Distribuir os textos entre a classe: deve haver a mesma quantidade de alunos
com cópias do texto I, de Gregório Duvivier, que a de alunos com todas as
cópias dos textos do gênero notícia.
2. Pedir que façam leitura silenciosa dos textos.
3. Perguntar a algum portador do gênero artigo de opinião sobre seu texto: se o
consideraria uma narração, uma descrição ou uma opinião, e por quê.
4. Perguntar o mesmo a algum portador do gênero notícia.
5. Perguntar aos demais com qual dos tipos os seus próprios textos se
assemelham mais.
6. Pedir que pensem em características dos dois textos para serem escritas pelo
professor na lousa.
7. Explicar que os alunos com o texto I se revezarão na leitura dos seus
parágrafos em voz alta e que a classe inteira deve ficar atenta a passagens que
façam referência, de algum modo, às notícias.

Segunda parte - 20 minutos

1. Realizar o mapa mental sobre o tema, dando ênfase às palavras-chave presentes


no título:

O papel do professor no Brasil em 2019

2. Dialogando com a turma, as professoras poderão inferir sobre o conhecimento


prévio dos alunos sobre o assunto, facilitando na hora da produção do texto.

3. Tarefa de casa:
Pedir que escrevam um texto de opinião com o tema acima e com as
características estruturais do texto I, parecido com o que se pede no ENEM
mas com apenas 15 linhas.
AULA SEGUINTE

1. Atendendo um de cada vez, as duas professoras leem os textos junto com seus
autores e discutem.

2. Após a correção dos texto, as professoras fazem um círculo com os alunos para
discutir quais foram as perspectivas deles a despeito do estágio.

- Nesse momento, acontece o registro gravado dos depoimentos dos alunos e as


fotos com a turma.

- Num segundo momento, ocorre a distribuição de lembrancinhas para os alunos


como forma de agradecimento pela experiência.
TEXTO I

TÁ DIFÍCIL SER PRESIDENTE NO BRASIL


O pobre leão está sozinho contra um exército de carniceiros

A vida não está fácil pra Bolsonaro, esse leão cercado por hienas
de todo lado. O pobre felino está sozinho contra um exército de
carniceiros, dentre os quais a ONU, o STF e a Jovem Pan. Seu
único amigo, um leão de nome Conservador Patriota (que nome
pra um leão), parece ter se esquecido dele. É assim que o presidente está se sentindo
—ou pelo menos é assim que ele diz no Twitter que está se sentindo, o que dá mais
ou menos no mesmo. Ou não. Talvez seja assim que o seu filho acha que ele tá se
sentindo, o que dá mais ou menos no mesmo, porque deve ter sido ele que disse pro
filho que se sentia assim.

Desde que Bolsonaro postou esse vídeo, todo cidadão brasileiro se perguntou a
mesma coisa: o que foi que eu fiz de errado pra não estar entre as hienas? Gosto de
tudo no vídeo. Gostei de descobrir que ele acha que está sendo perseguido pela
Jovem Pan, de que ele acha que a ONU quer comer sua carniça, de que ele vê o
eleitor patriota e conservador como um leão macho e imponente que há de surgir no
horizonte.

O sujeito está no cargo mais alto do país, goza de cartão corporativo infinito e foro
privilegiado, e ainda assim vê a si mesmo como um pobre felino em extinção,
abandonado por todos. Peço que faça um esforço pra imaginar como se sente Natália,
do Piauí, medalhista da Olimpíada de Matemática, que ganha R$ 100 por mês do
MEC e deve ter sua bolsa cortada.

A única palavra que me vem à cabeça é um conceito caro ao presidente: vitimismo.


Nada mais adequado pra classificar sua estratégia do que essa palavra que o próprio
costuma usar contra o movimento negro, feminista ou LGBT. Afinal a mulher que
denuncia o marido está sendo vitimista. O negro que quer reparação histórica pela
escravidão tá fazendo mimimi. Quem reclama de homofobia num dos países que mais
mata homossexuais tá sendo coitadista.

Só quem sofre mesmo, ao que parece, é o homem branco, hétero, rico, idoso e amigo
de miliciano. Ninguém conhece a dor de não poder indicar o filho para uma
embaixada, ninguém entende o sofrimento da sua esposa que não pode nem receber
R$ 40 mil do motorista sem levantar suspeita, ninguém imagina o sofrimento de ter o
vizinho de condomínio preso sob acusação de assassinato de uma vereadora, que por
acaso era sua inimiga política.

Se tá difícil ser cidadão no Brasil, imagina ser presidente. Não dá tempo de postar
foto de biquíni.
TEXTO II
TEXTO III
TEXTO IV
TEXTO V
TEXTO VI

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