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VADE MECUM ESTRATÉGICO PC-SP

Legislação compilada pelo Estratégia Carreira Jurídica

Olá, pessoal! Tudo bem?

Aqui é o Ricardo Torques, coordenador do Estratégia Carreira Jurídica.


Além disso, sou professor de Direito Processual Civil, Direito Eleitoral e
Direitos Humanos.

Instagram: www.instagram.com/proftorques

E-mail Prof. Torques: rst.estrategia@gmail.com

Em nome de nossos professores, gostaria de lhes apresentar o Vade


Mécum Estratégico para Delegado de Polícia da Polícia Civil do Estado de São Paulo, que foi
preparado com muito cuidado para que possa lhe ajudar nesse caminho rumo à aprovação. O Vade
Mécum Estratégico é uma compilação das principais normas do seu concurso. Queremos que ele
seja um material de consulta, a ser utilizado em toda a sua preparação. Pretendemos que ele seja o
seu companheiro sempre que você estiver assistindo nossas videoaulas ou lendo os nossos livros
digitais (PDFs). Acreditamos que ele fará diferença na sua preparação.

Tenho a convicção de que poderemos lhe ajudar muito nessa caminhada. Por isso, deixo o convite
para que você conheça os nossos cursos completos em vídeo, livro digital (PDF) e com acesso direto
ao professor por meio do fórum de dúvidas. Acessando o link abaixo, você pode baixar as aulas
demonstrativas dos cursos e conhecer melhor o nosso trabalho. E, caso resolva adquirir, saiba que
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que você já tenha baixado alguns vídeos ou PDFs.

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sao-paulo-delegado/

Grande abraço,
Ricardo Torques

AVISO IMPORTANTE! Nesse Vade Mécum Estratégico, nós não inserimos as leis completas, mas
apenas aquelas partes que estão previstas no seu edital. Perceba que o vade mécum ficou muito
extenso, contudo, isso decorre da citação de todas as legislações pertinentes aos Direitos Humanos,
que promulgam os tratados internacionais. Essas legislações servirão mais como consulta,
especialmente nessa matéria.

Estratégia Carreira Jurídica 1


Equipe de Professores 1180
VADE MÉCUM ESTRATÉGICO DELEGADO PC-SP
Legislação compilada pelo Estratégia Carreira Jurídica

Sumário
Direito Penal ........................................................................................................... 5
Lei nº 2.848/1940 .................................................................................................................5
Direito Processual Penal ........................................................................................ 60
Decreto-Lei nº 3.689/1941 ..................................................................................................60
Legislação Especial .............................................................................................. 121
Decreto-Lei nº 3688/1941 .................................................................................................121
Lei nº 1.521/1951 .............................................................................................................127
Lei nº 2.889/56 .................................................................................................................130
Lei nº 4.737/1965 .............................................................................................................131
Lei nº 4.898/1965 .............................................................................................................182
Lei nº 6.766/79 .................................................................................................................185
Lei nº 7.210/1984 .............................................................................................................197
Lei nº 7.492/1986 .............................................................................................................221
Lei nº 7.716/1989 .............................................................................................................223
Lei nº 7.960/1989 .............................................................................................................225
Lei nº 8.069/1990 .............................................................................................................226
Lei nº 8.072/1990 .............................................................................................................276
Lei nº 8.078/1990 .............................................................................................................278
Lei nº 8.137/1990 .............................................................................................................294
Lei nº 8.176/1991 .............................................................................................................297
Lei nº 8.666/1993 .............................................................................................................297
Lei nº 8.906/1994 .............................................................................................................333
Lei nº 9.029/1995 .............................................................................................................348
Lei nº 9.099/1995 .............................................................................................................349
Lei nº 9.279/1996 .............................................................................................................358
Lei nº 9.296/1996 .............................................................................................................383
Lei nº 9.434/1997 .............................................................................................................384
Lei nº 9.455/1997 .............................................................................................................388
Lei nº 9.503/1997 .............................................................................................................388

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Lei nº 9.605/1998 .............................................................................................................452


Lei nº 9.609/1998 .............................................................................................................462
Lei nº 9.610/1998 .............................................................................................................465
Lei nº 9.613/1998 .............................................................................................................481
Lei nº 9.807/1999 .............................................................................................................488
Lei nº 10.671/2003 ...........................................................................................................488
Lei nº 10.741/2003 ...........................................................................................................500
Lei nº 10.826/2003 ...........................................................................................................513
Lei nº 11.101/2005 ...........................................................................................................521
Lei nº 11.105/2005 ...........................................................................................................552
Lei nº 11.340/2006 ...........................................................................................................561
Lei nº 11.343/2006 ...........................................................................................................569
Lei nº 12.037/2009 ...........................................................................................................579
Lei nº 12.288/2010 ...........................................................................................................580
Lei nº 12.830/2013. ..........................................................................................................589
Lei nº 12.850/2013. ..........................................................................................................589
Lei nº 12.852/2013 ...........................................................................................................594
Lei nº 12.984/2014 ...........................................................................................................603
Lei nº 13.146/2015 ...........................................................................................................603
Lei nº 13.257/2016 ...........................................................................................................626
Lei nº 13.260/2016 ...........................................................................................................633
Lei nº 13.445/2017 ...........................................................................................................635
Direito Constitucional ......................................................................................... 652
Constituição da República Federativa do Brasil / 1988.....................................................652
Constituição do Estado de São Paulo / 1989 ....................................................................716
Direitos Humanos ............................................................................................... 777
Decreto nº 7.030/2009 .....................................................................................................777
Decreto nº 19.841/1945 ...................................................................................................793
Declaração Universal dos Direitos Humanos/1948...........................................................813
Decreto nº 591/1992 ........................................................................................................816
Decreto nº 592/1992 ........................................................................................................822

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Decreto nº 65.810/1969 ...................................................................................................832


Decreto nº 4.377/2002 .....................................................................................................839
Decreto nº 40/1991 ..........................................................................................................846
Decreto nº 99.710/1990 ...................................................................................................854
Decreto nº 58.819/1996 ...................................................................................................865
Decreto nº 6.949/2009 .....................................................................................................874
Decreto nº 30.822/1952 ...................................................................................................892
Convenção Relativa Ao Estatuto Dos Refugiados /1951 ...................................................895
Decreto nº 4.388/2002 .....................................................................................................903
Pacto de San José da Costa Rica .......................................................................................947
Decreto nº 3.321/1999 .....................................................................................................960
Regras de Nelson Mandela ...............................................................................................966
Código de Conduta para os Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei .................983
Decreto nº 42.209/1997 ...................................................................................................986
Regras de Bangkok ...........................................................................................................999
Decreto nº 5.017/2004 ...................................................................................................1011
Declaração sobre o Direito e a Responsabilidade dos Indivíduos, Grupos ou Órgãos da
Sociedade de Promover e Proteger os Direitos Humanos e Liberdades Fundamentais
Universalmente Reconhecidos ........................................................................................1017
Direito Administrativo....................................................................................... 1021
Lei Complementar nº 207/ 1979 .....................................................................................1021
Lei nº 10.261/1968 .........................................................................................................1038
Lei nº 10.177/1998 .........................................................................................................1067
Lei nº 12.527/2011 .........................................................................................................1077
Lei n° 8.429/1992 ............................................................................................................1087
Direito Civil ....................................................................................................... 1092
Lei nº 10.406/2002 .........................................................................................................1092

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aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço


DIREITO PENAL do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem
como as aeronaves e as embarcações brasileiras,
mercantes ou de propriedade privada, que se achem,
LEI Nº 2.848/1940 respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou
em alto-mar. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Código Penal. § 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição praticados a bordo de aeronaves ou embarcações
que lhe confere o art. 180 da Constituição, decreta a estrangeiras de propriedade privada, achando-se
seguinte Lei: aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no
espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar
PARTE GERAL territorial do Brasil.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de
TÍTULO I 1984)

Da Aplicação Da Lei Penal Lugar do crime (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
1984)
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que
Anterioridade da Lei ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não como onde se produziu ou deveria produzir-se o
há pena sem prévia cominação legal. (Redação dada resultado.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Extraterritorialidade (Redação dada pela Lei nº 7.209,
Lei penal no tempo de 1984)

Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora
posterior deixa de considerar crime, cessando em cometidos no estrangeiro: (Redação dada pela Lei nº
virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença 7.209, de 1984)
condenatória. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de I - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984) 11.7.1984)
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da
favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda República; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
que decididos por sentença condenatória transitada em
julgado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do
Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município,
Lei excepcional ou temporária (Incluído pela Lei nº de empresa pública, sociedade de economia mista,
7.209, de 11.7.1984) autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público;
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
decorrido o período de sua duração ou cessadas as c) contra a administração pública, por quem está a seu
circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato serviço; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
praticado durante sua vigência. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 1984) d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou
domiciliado no Brasil; (Incluído pela Lei nº 7.209, de
Tempo do crime 1984)
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da II - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do 11.7.1984)
resultado.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a
Territorialidade reprimir; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de b) praticados por brasileiro; (Incluído pela Lei nº 7.209,
convenções, tratados e regras de direito internacional, de 1984)
ao crime cometido no território nacional. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 1984) c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras,
mercantes ou de propriedade privada, quando em
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como território estrangeiro e aí não sejam julgados. (Incluído
extensão do território nacional as embarcações e pela Lei nº 7.209, de 1984)

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§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da
a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no parte interessada; (Incluído pela Lei nº 7.209, de
estrangeiro.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) 11.7.1984)
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira b) para os outros efeitos, da existência de tratado de
depende do concurso das seguintes condições: (Incluído extradição com o país de cuja autoridade judiciária
pela Lei nº 7.209, de 1984) emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de
requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei nº
a) entrar o agente no território nacional; (Incluído pela
7.209, de 11.7.1984)
Lei nº 7.209, de 1984)
Contagem de prazo (Redação dada pela Lei nº 7.209,
b) ser o fato punível também no país em que foi
de 11.7.1984)
praticado; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo.
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei
Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário
brasileira autoriza a extradição; (Incluído pela Lei nº
comum. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
7.209, de 1984)
Frações não computáveis da pena (Redação dada pela
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
ter aí cumprido a pena; (Incluído pela Lei nº 7.209, de
1984) Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de
liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia,
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por
e, na pena de multa, as frações de cruzeiro. (Redação
outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a lei mais favorável. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
Legislação especial (Incluída pela Lei nº 7.209, de
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime
11.7.1984)
cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do
Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos
anterior: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) fatos incriminados por lei especial, se esta não dispuser
de modo diverso. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; (Incluído
11.7.1984)
pela Lei nº 7.209, de 1984)
TÍTULO II
b) houve requisição do Ministro da Justiça. (Incluído
pela Lei nº 7.209, de 1984) Do Crime
Pena cumprida no estrangeiro (Redação dada pela Lei Relação de causalidade (Redação dada pela Lei nº
nº 7.209, de 11.7.1984) 7.209, de 11.7.1984)
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do
imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, crime, somente é imputável a quem lhe deu causa.
ou nela é computada, quando idênticas. (Redação dada Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) resultado não teria ocorrido. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
Eficácia de sentença estrangeira (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Superveniência de causa independente (Incluído pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da
lei brasileira produz na espécie as mesmas § 1º - A superveniência de causa relativamente
conseqüências, pode ser homologada no Brasil para: independente exclui a imputação quando, por si só,
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto,
imputam-se a quem os praticou. (Incluído pela Lei nº
I - obrigar o condenado à reparação do dano, a
7.209, de 11.7.1984)
restituições e a outros efeitos civis; (Incluído pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984) Relevância da omissão (Incluído pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
II - sujeitá-lo a medida de segurança.(Incluído pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984) § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o
omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O
Parágrafo único - A homologação depende: (Incluído
dever de agir incumbe a quem:(Incluído pela Lei nº
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
7.209, de 11.7.1984)

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a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou Crime doloso (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
vigilância; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de o risco de produzi-lo;(Incluído pela Lei nº 7.209, de
impedir o resultado; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
11.7.1984)
Crime culposo (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por
ocorrência do resultado. (Incluído pela Lei nº 7.209, de
imprudência, negligência ou imperícia. (Incluído pela Lei
11.7.1984)
nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 14 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209,
Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei,
de 11.7.1984)
ninguém pode ser punido por fato previsto como crime,
Crime consumado (Incluído pela Lei nº 7.209, de senão quando o pratica dolosamente. (Incluído pela Lei
11.7.1984) nº 7.209, de 11.7.1984)
I - consumado, quando nele se reúnem todos os Agravação pelo resultado (Redação dada pela Lei nº
elementos de sua definição legal; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
7.209, de 11.7.1984)
Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a
Tentativa (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) pena, só responde o agente que o houver causado ao
menos culposamente.(Redação dada pela Lei nº 7.209,
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se
de 11.7.1984)
consuma por circunstâncias alheias à vontade do
agente. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Erro sobre elementos do tipo (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)
Pena de tentativa (Incluído pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984) Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal
de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-
culposo, se previsto em lei. (Redação dada pela Lei nº
se a tentativa com a pena correspondente ao crime
7.209, de 11.7.1984)
consumado, diminuída de um a dois terços.(Incluído
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Descriminantes putativas (Incluído pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)
Desistência voluntária e arrependimento eficaz
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente
justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de
que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há
prosseguir na execução ou impede que o resultado se
isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato
produza, só responde pelos atos já praticados.(Redação
é punível como crime culposo.(Redação dada pela Lei nº
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
7.209, de 11.7.1984)
Arrependimento posterior (Redação dada pela Lei nº
Erro determinado por terceiro (Incluído pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
7.209, de 11.7.1984)
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave
§ 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o
ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa,
erro. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato
voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois Erro sobre a pessoa (Incluído pela Lei nº 7.209, de
terços. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 11.7.1984)
Crime impossível (Redação dada pela Lei nº 7.209, de § 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é
11.7.1984) praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste
caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia
pessoa contra quem o agente queria praticar o crime.
absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
objeto, é impossível consumar-se o crime.(Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Erro sobre a ilicitude do fato (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
Art. 18 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984) Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro
sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se

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evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) outrem.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o TÍTULO III
agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude
Da Imputabilidade Penal
do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter
ou atingir essa consciência. (Redação dada pela Lei nº Inimputáveis
7.209, de 11.7.1984)
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença
Coação irresistível e obediência hierárquica (Redação mental ou desenvolvimento mental incompleto ou
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão,
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou
fato ou de determinar-se de acordo com esse
em estrita obediência a ordem, não manifestamente
entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da
11.7.1984)
coação ou da ordem.(Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984) Redução de pena
Exclusão de ilicitude (Redação dada pela Lei nº 7.209, Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois
de 11.7.1984) terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde
mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:
retardado não era inteiramente capaz de entender o
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo
I - em estado de necessidade; (Incluído pela Lei nº 7.209, com esse entendimento.(Redação dada pela Lei nº
de 11.7.1984) 7.209, de 11.7.1984)
II - em legítima defesa;(Incluído pela Lei nº 7.209, de Menores de dezoito anos
11.7.1984)
Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas
exercício regular de direito.(Incluído pela Lei nº 7.209, estabelecidas na legislação especial. (Redação dada pela
de 11.7.1984) Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Excesso punível (Incluído pela Lei nº 7.209, de Emoção e paixão
11.7.1984)
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: (Redação
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou
I - a emoção ou a paixão; (Redação dada pela Lei nº
culposo.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
7.209, de 11.7.1984)
Estado de necessidade
Embriaguez
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou
pratica o fato para salvar de perigo atual, que não
substância de efeitos análogos.(Redação dada pela Lei
provocou por sua vontade, nem podia de outro modo
nº 7.209, de 11.7.1984)
evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas
circunstâncias, não era razoável exigir-se. (Redação § 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) completa, proveniente de caso fortuito ou força maior,
era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem
incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de
tinha o dever legal de enfrentar o perigo. (Redação dada
determinar-se de acordo com esse
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
entendimento.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do 11.7.1984)
direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se
dois terços. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito
11.7.1984)
ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da
Legítima defesa omissão, a plena capacidade de entender o caráter
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando
moderadamente dos meios necessários, repele injusta

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entendimento.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de a) regime fechado a execução da pena em


11.7.1984) estabelecimento de segurança máxima ou média;
TÍTULO IV b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia
agrícola, industrial ou estabelecimento similar;
Do Concurso de Pessoas
c) regime aberto a execução da pena em casa de
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o
albergado ou estabelecimento adequado.
crime incide nas penas a este cominadas, na medida de
sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de § 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser
11.7.1984) executadas em forma progressiva, segundo o mérito do
condenado, observados os seguintes critérios e
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a
ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais
pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.
rigoroso: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de
começar a cumpri-la em regime fechado;
crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste;
essa pena será aumentada até metade, na hipótese de b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior
ter sido previsível o resultado mais grave. (Redação a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;
Circunstâncias incomunicáveis c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou
inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início,
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as
cumpri-la em regime aberto.
condições de caráter pessoal, salvo quando
elementares do crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, § 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento
de 11.7.1984) da pena far-se-á com observância dos critérios previstos
no art. 59 deste Código.(Redação dada pela Lei nº 7.209,
Casos de impunibilidade
de 11.7.1984)
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o
§ 4o O condenado por crime contra a administração
auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são
pública terá a progressão de regime do cumprimento da
puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser
pena condicionada à reparação do dano que causou, ou
tentado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
à devolução do produto do ilícito praticado, com os
TÍTULO V acréscimos legais. (Incluído pela Lei nº 10.763, de
Das Penas 12.11.2003)
CAPÍTULO I Regras do regime fechado
Das Espécies de Pena
Art. 34 - O condenado será submetido, no início do
Art. 32 - As penas são: (Redação dada pela Lei nº 7.209, cumprimento da pena, a exame criminológico de
de 11.7.1984) classificação para individualização da
execução. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
I - privativas de liberdade;
11.7.1984)
II - restritivas de direitos;
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho no período
III - de multa. diurno e a isolamento durante o repouso
noturno. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Seção I
Das Penas Privativas de Liberdade § 2º - O trabalho será em comum dentro do
estabelecimento, na conformidade das aptidões ou
Reclusão e detenção
ocupações anteriores do condenado, desde que
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em compatíveis com a execução da pena.(Redação dada
regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade
§ 3º - O trabalho externo é admissível, no regime
de transferência a regime fechado. (Redação dada pela
fechado, em serviços ou obras públicas. (Redação dada
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - Considera-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
Regras do regime semi-aberto
11.7.1984)

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Art. 35 - Aplica-se a norma do art. 34 deste Código, Superveniência de doença mental


caput, ao condenado que inicie o cumprimento da pena
Art. 41 - O condenado a quem sobrevém doença mental
em regime semi-aberto. (Redação dada pela Lei nº
deve ser recolhido a hospital de custódia e tratamento
7.209, de 11.7.1984)
psiquiátrico ou, à falta, a outro estabelecimento
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho em comum adequado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
durante o período diurno, em colônia agrícola, industrial 11.7.1984)
ou estabelecimento similar. (Redação dada pela Lei nº
Detração
7.209, de 11.7.1984)
Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e
§ 2º - O trabalho externo é admissível, bem como a
na medida de segurança, o tempo de prisão provisória,
freqüência a cursos supletivos profissionalizantes, de
no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e
instrução de segundo grau ou superior. (Redação dada
o de internação em qualquer dos estabelecimentos
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
referidos no artigo anterior. (Redação dada pela Lei nº
Regras do regime aberto 7.209, de 11.7.1984)
Art. 36 - O regime aberto baseia-se na autodisciplina e Seção II
senso de responsabilidade do condenado. (Redação Das Penas Restritivas De Direitos
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Penas restritivas de direitos
§ 1º - O condenado deverá, fora do estabelecimento e
Art. 43. As penas restritivas de direitos são: (Redação
sem vigilância, trabalhar, freqüentar curso ou exercer
dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
outra atividade autorizada, permanecendo recolhido
durante o período noturno e nos dias de folga. (Redação I - prestação pecuniária; (Incluído pela Lei nº 9.714, de
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 1998)
§ 2º - O condenado será transferido do regime aberto, II - perda de bens e valores; (Incluído pela Lei nº 9.714,
se praticar fato definido como crime doloso, se frustrar de 1998)
os fins da execução ou se, podendo, não pagar a multa
III - limitação de fim de semana. (Incluído pela Lei nº
cumulativamente aplicada. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 1984)
7.209, de 11.7.1984)
IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades
Regime especial
públicas; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 25.11.1998)
Art. 37 - As mulheres cumprem pena em
V - interdição temporária de direitos; (Incluído pela Lei
estabelecimento próprio, observando-se os deveres e
nº 9.714, de 25.11.1998)
direitos inerentes à sua condição pessoal, bem como, no
que couber, o disposto neste Capítulo. (Redação dada VI - limitação de fim de semana. (Incluído pela Lei nº
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 9.714, de 25.11.1998)
Direitos do preso Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e
substituem as privativas de liberdade,
Art. 38 - O preso conserva todos os direitos não
quando: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
atingidos pela perda da liberdade, impondo-se a todas
as autoridades o respeito à sua integridade física e I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a
moral. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) quatro anos e o crime não for cometido com violência
ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena
Trabalho do preso
aplicada, se o crime for culposo;(Redação dada pela Lei
Art. 39 - O trabalho do preso será sempre remunerado, nº 9.714, de 1998)
sendo-lhe garantidos os benefícios da Previdência
II – o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação
Social. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
Legislação especial
III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e
Art. 40 - A legislação especial regulará a matéria prevista a personalidade do condenado, bem como os motivos e
nos arts. 38 e 39 deste Código, bem como especificará as circunstâncias indicarem que essa substituição seja
os deveres e direitos do preso, os critérios para suficiente. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
revogação e transferência dos regimes e estabelecerá as
§ 1o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
infrações disciplinares e correspondentes
sanções. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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§ 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a § 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
substituição pode ser feita por multa ou por uma pena
Prestação de serviços à comunidade ou a entidades
restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena
públicas
privativa de liberdade pode ser substituída por uma
pena restritiva de direitos e multa ou por duas Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a
restritivas de direitos. (Incluído pela Lei nº 9.714, de entidades públicas é aplicável às condenações
1998) superiores a seis meses de privação da
liberdade. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
§ 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá
aplicar a substituição, desde que, em face de § 1o A prestação de serviços à comunidade ou a
condenação anterior, a medida seja socialmente entidades públicas consiste na atribuição de tarefas
recomendável e a reincidência não se tenha operado em gratuitas ao condenado. (Incluído pela Lei nº 9.714, de
virtude da prática do mesmo crime. (Incluído pela Lei nº 1998)
9.714, de 1998)
§ 2o A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em
o
§ 4 A pena restritiva de direitos converte-se em entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e
privativa de liberdade quando ocorrer o outros estabelecimentos congêneres, em programas
descumprimento injustificado da restrição imposta. No comunitários ou estatais. (Incluído pela Lei nº 9.714, de
cálculo da pena privativa de liberdade a executar será 1998)
deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de
§ 3o As tarefas a que se refere o § 1o serão atribuídas
direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de
conforme as aptidões do condenado, devendo ser
detenção ou reclusão. (Incluído pela Lei nº 9.714, de
cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia de
1998)
condenação, fixadas de modo a não prejudicar a jornada
§ 5o Sobrevindo condenação a pena privativa de normal de trabalho. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
liberdade, por outro crime, o juiz da execução penal
§ 4o Se a pena substituída for superior a um ano, é
decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la
facultado ao condenado cumprir a pena substitutiva em
se for possível ao condenado cumprir a pena
menor tempo (art. 55), nunca inferior à metade da pena
substitutiva anterior. (Incluído pela Lei nº 9.714, de
privativa de liberdade fixada. (Incluído pela Lei nº 9.714,
1998)
de 1998)
Conversão das penas restritivas de direitos
Interdição temporária de direitos (Redação dada pela
Art. 45. Na aplicação da substituição prevista no artigo Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
anterior, proceder-se-á na forma deste e dos arts. 46, 47
Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos
e 48. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
são: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1o A prestação pecuniária consiste no pagamento em
I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade
dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade
pública, bem como de mandato eletivo; (Redação dada
pública ou privada com destinação social, de
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
importância fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário
mínimo nem superior a 360 (trezentos e sessenta) II - proibição do exercício de profissão, atividade ou
salários mínimos. O valor pago será deduzido do ofício que dependam de habilitação especial, de licença
montante de eventual condenação em ação de ou autorização do poder público;(Redação dada pela Lei
reparação civil, se coincidentes os nº 7.209, de 11.7.1984)
beneficiários. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
III - suspensão de autorização ou de habilitação para
§ 2o No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação dirigir veículo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
do beneficiário, a prestação pecuniária pode consistir 11.7.1984)
em prestação de outra natureza. (Incluído pela Lei nº
IV – proibição de freqüentar determinados
9.714, de 1998)
lugares. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
§ 3o A perda de bens e valores pertencentes aos
V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou
condenados dar-se-á, ressalvada a legislação especial,
exame públicos. (Incluído pela Lei nº 12.550, de 2011)
em favor do Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor
terá como teto – o que for maior – o montante do Limitação de fim de semana
prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou
Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na
por terceiro, em conseqüência da prática do
obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por
crime. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

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5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou outro aplicando-se-lhes as normas da legislação relativa à
estabelecimento adequado. (Redação dada pela Lei nº dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que
7.209, de 11.7.1984) concerne às causas interruptivas e suspensivas da
prescrição. (Redação dada pela Lei nº 9.268, de
Parágrafo único - Durante a permanência poderão ser
1º.4.1996) (Vide ADIN 3150)
ministrados ao condenado cursos e palestras ou
atribuídas atividades educativas.(Redação dada pela Lei § 1º - (Revogado pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - (Revogado pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
Seção III
Suspensão da execução da multa
Da Pena de Multa
Art. 52 - É suspensa a execução da pena de multa, se
Multa
sobrevém ao condenado doença mental. (Redação dada
Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
fundo penitenciário da quantia fixada na sentença e
CAPÍTULO II
calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e,
Da Cominação das Penas
no máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-
multa. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Penas privativas de liberdade
§ 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não Art. 53 - As penas privativas de liberdade têm seus
podendo ser inferior a um trigésimo do maior salário limites estabelecidos na sanção correspondente a cada
mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior tipo legal de crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
a 5 (cinco) vezes esse salário. (Redação dada pela Lei nº 11.7.1984)
7.209, de 11.7.1984)
Penas restritivas de direitos
§ 2º - O valor da multa será atualizado, quando da
Art. 54 - As penas restritivas de direitos são aplicáveis,
execução, pelos índices de correção
independentemente de cominação na parte especial,
monetária. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
em substituição à pena privativa de liberdade, fixada em
11.7.1984)
quantidade inferior a 1 (um) ano, ou nos crimes
Pagamento da multa culposos. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Art. 50 - A multa deve ser paga dentro de 10 (dez) dias
depois de transitada em julgado a sentença. A Art. 55. As penas restritivas de direitos referidas nos
requerimento do condenado e conforme as incisos III, IV, V e VI do art. 43 terão a mesma duração
circunstâncias, o juiz pode permitir que o pagamento se da pena privativa de liberdade substituída, ressalvado o
realize em parcelas mensais. (Redação dada pela Lei nº disposto no § 4o do art. 46. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984) 9.714, de 1998)
§ 1º - A cobrança da multa pode efetuar-se mediante Art. 56 - As penas de interdição, previstas nos incisos I e
desconto no vencimento ou salário do condenado II do art. 47 deste Código, aplicam-se para todo o crime
quando: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) cometido no exercício de profissão, atividade, ofício,
cargo ou função, sempre que houver violação dos
a) aplicada isoladamente; (Incluído pela Lei nº 7.209, de
deveres que lhes são inerentes. (Redação dada pela Lei
11.7.1984)
nº 7.209, de 11.7.1984)
b) aplicada cumulativamente com pena restritiva de
Art. 57 - A pena de interdição, prevista no inciso III do
direitos;(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
art. 47 deste Código, aplica-se aos crimes culposos de
c) concedida a suspensão condicional da pena. (Incluído trânsito. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Pena de multa
§ 2º - O desconto não deve incidir sobre os recursos
Art. 58 - A multa, prevista em cada tipo legal de crime,
indispensáveis ao sustento do condenado e de sua
tem os limites fixados no art. 49 e seus parágrafos deste
família.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Código.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Conversão da Multa e revogação (Redação dada pela
Parágrafo único - A multa prevista no parágrafo único do
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
art. 44 e no § 2º do art. 60 deste Código aplica-se
Art. 51 - Transitada em julgado a sentença independentemente de cominação na parte
condenatória, a multa será considerada dívida de valor, especial. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a


impunidade ou vantagem de outro crime;
CAPÍTULO III
c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação,
Da Aplicação da Pena
ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a
Fixação da pena defesa do ofendido;
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou
antecedentes, à conduta social, à personalidade do outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar
agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências perigo comum;
do crime, bem como ao comportamento da vítima,
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente
para reprovação e prevenção do crime: (Redação dada f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade,
ou com violência contra a mulher na forma da lei
I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;(Redação
específica; (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006)
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites
cargo, ofício, ministério ou profissão;
previstos;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984) h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo
ou mulher grávida; (Redação dada pela Lei nº 10.741, de
III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa
2003)
de liberdade;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984) i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da
autoridade;
IV - a substituição da pena privativa da liberdade
aplicada, por outra espécie de pena, se cabível. j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular
do ofendido;
Critérios especiais da pena de multa
l) em estado de embriaguez preordenada.
Art. 60 - Na fixação da pena de multa o juiz deve
atender, principalmente, à situação econômica do réu. Agravantes no caso de concurso de pessoas
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao
§ 1º - A multa pode ser aumentada até o triplo, se o juiz agente que: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
considerar que, em virtude da situação econômica do 11.7.1984)
réu, é ineficaz, embora aplicada no máximo. (Redação
I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
dirige a atividade dos demais agentes; (Redação dada
Multa substitutiva pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - A pena privativa de liberdade aplicada, não II - coage ou induz outrem à execução material do crime;
superior a 6 (seis) meses, pode ser substituída pela de (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
multa, observados os critérios dos incisos II e III do art.
III - instiga ou determina a cometer o crime alguém
44 deste Código.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de
sujeito à sua autoridade ou não-punível em virtude de
11.7.1984)
condição ou qualidade pessoal; (Redação dada pela Lei
Circunstâncias agravantes nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga
quando não constituem ou qualificam o crime:(Redação ou promessa de recompensa.(Redação dada pela Lei nº
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 7.209, de 11.7.1984)
I - a reincidência; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de Reincidência
11.7.1984)
Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente
II - ter o agente cometido o crime: (Redação dada pela comete novo crime, depois de transitar em julgado a
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha
condenado por crime anterior. (Redação dada pela Lei
a) por motivo fútil ou torpe;
nº 7.209, de 11.7.1984)

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Art. 64 - Para efeito de reincidência: (Redação dada pela Cálculo da pena


Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao
I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data critério do art. 59 deste Código; em seguida serão
do cumprimento ou extinção da pena e a infração consideradas as circunstâncias atenuantes e
posterior tiver decorrido período de tempo superior a 5 agravantes; por último, as causas de diminuição e de
(cinco) anos, computado o período de prova da aumento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrer 11.7.1984)
revogação; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
Parágrafo único - No concurso de causas de aumento ou
11.7.1984)
de diminuição previstas na parte especial, pode o juiz
II - não se consideram os crimes militares próprios e limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição,
políticos.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou
diminua.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Circunstâncias atenuantes
Concurso material
Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena:
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação
ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou
I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do
não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de
fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da
liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação
sentença; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
cumulativa de penas de reclusão e de detenção,
11.7.1984)
executa-se primeiro aquela. (Redação dada pela Lei nº
II - o desconhecimento da lei; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver
III - ter o agente:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de sido aplicada pena privativa de liberdade, não suspensa,
11.7.1984) por um dos crimes, para os demais será incabível a
substituição de que trata o art. 44 deste Código.
a) cometido o crime por motivo de relevante valor social
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
ou moral;
§ 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de
b) procurado, por sua espontânea vontade e com
direitos, o condenado cumprirá simultaneamente as
eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe
que forem compatíveis entre si e sucessivamente as
as conseqüências, ou ter, antes do julgamento,
demais. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
reparado o dano;
Concurso formal
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou
em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou
sob a influência de violenta emoção, provocada por ato omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não,
injusto da vítima; aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se
iguais, somente uma delas, mas aumentada, em
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade,
qualquer caso, de um sexto até metade. As penas
a autoria do crime;
aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou
e) cometido o crime sob a influência de multidão em omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de
tumulto, se não o provocou. desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo
anterior.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de
circunstância relevante, anterior ou posterior ao crime, Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria
embora não prevista expressamente em lei. (Redação cabível pela regra do art. 69 deste Código. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Concurso de circunstâncias agravantes e atenuantes Crime continuado
Art. 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação
pena deve aproximar-se do limite indicado pelas ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma
circunstâncias preponderantes, entendendo-se como espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de
tais as que resultam dos motivos determinantes do execução e outras semelhantes, devem os
crime, da personalidade do agente e da reincidência. subseqüentes ser havidos como continuação do
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se

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idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em Art. 76 - No concurso de infrações, executar-se-á


qualquer caso, de um sexto a dois terços. (Redação dada primeiramente a pena mais grave. (Redação dada pela
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas CAPÍTULO IV
diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à Da Suspensão Condicional da Pena
pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os
Requisitos da suspensão da pena
antecedentes, a conduta social e a personalidade do
agente, bem como os motivos e as circunstâncias, Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não
aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou superior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2
a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as (dois) a 4 (quatro) anos, desde que: (Redação dada pela
regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Código.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - o condenado não seja reincidente em crime
Multas no concurso de crimes doloso; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 72 - No concurso de crimes, as penas de multa são II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e
aplicadas distinta e integralmente. (Redação dada pela personalidade do agente, bem como os motivos e as
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) circunstâncias autorizem a concessão do
benefício;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de
Erro na execução
11.7.1984)
Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios
III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista
de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que
no art. 44 deste Código. (Redação dada pela Lei nº
pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde
7.209, de 11.7.1984)
como se tivesse praticado o crime contra aquela,
atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste § 1º - A condenação anterior a pena de multa não
Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o impede a concessão do benefício.(Redação dada pela
agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
deste Código.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de
§ 2o A execução da pena privativa de liberdade, não
11.7.1984)
superior a quatro anos, poderá ser suspensa, por quatro
Resultado diverso do pretendido a seis anos, desde que o condenado seja maior de
setenta anos de idade, ou razões de saúde justifiquem a
Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por
suspensão. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
acidente ou erro na execução do crime, sobrevém
resultado diverso do pretendido, o agente responde por Art. 78 - Durante o prazo da suspensão, o condenado
culpa, se o fato é previsto como crime culposo; se ocorre ficará sujeito à observação e ao cumprimento das
também o resultado pretendido, aplica-se a regra do condições estabelecidas pelo juiz. (Redação dada pela
art. 70 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
de 11.7.1984)
§ 1º - No primeiro ano do prazo, deverá o condenado
Limite das penas prestar serviços à comunidade (art. 46) ou submeter-se
à limitação de fim de semana (art. 48). (Redação dada
Art. 75 - O tempo de cumprimento das penas privativas
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
de liberdade não pode ser superior a 30 (trinta) anos.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 2° Se o condenado houver reparado o dano, salvo
impossibilidade de fazê-lo, e se as circunstâncias do art.
§ 1º - Quando o agente for condenado a penas privativas
59 deste Código lhe forem inteiramente favoráveis, o
de liberdade cuja soma seja superior a 30 (trinta) anos,
juiz poderá substituir a exigência do parágrafo anterior
devem elas ser unificadas para atender ao limite
pelas seguintes condições, aplicadas
máximo deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 7.209,
cumulativamente: (Redação dada pela Lei nº 9.268, de
de 11.7.1984)
1º.4.1996)
§ 2º - Sobrevindo condenação por fato posterior ao
a) proibição de freqüentar determinados
início do cumprimento da pena, far-se-á nova
lugares; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
unificação, desprezando-se, para esse fim, o período de
pena já cumprido.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside,
11.7.1984) sem autorização do juiz; (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
Concurso de infrações

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c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, CAPÍTULO V


mensalmente, para informar e justificar suas Do Livramento Condicional
atividades. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
Requisitos do livramento condicional
11.7.1984)
Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional
Art. 79 - A sentença poderá especificar outras condições
ao condenado a pena privativa de liberdade igual ou
a que fica subordinada a suspensão, desde que
superior a 2 (dois) anos, desde que: (Redação dada pela
adequadas ao fato e à situação pessoal do
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
condenado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984) I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado
não for reincidente em crime doloso e tiver bons
Art. 80 - A suspensão não se estende às penas restritivas
antecedentes; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
de direitos nem à multa. (Redação dada pela Lei nº
11.7.1984)
7.209, de 11.7.1984)
II - cumprida mais da metade se o condenado for
Revogação obrigatória
reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº
Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso do 7.209, de 11.7.1984)
prazo, o beneficiário: (Redação dada pela Lei nº 7.209,
III - comprovado comportamento satisfatório durante a
de 11.7.1984)
execução da pena, bom desempenho no trabalho que
I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime lhe foi atribuído e aptidão para prover à própria
doloso; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) subsistência mediante trabalho honesto; (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - frustra, embora solvente, a execução de pena de
multa ou não efetua, sem motivo justificado, a IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de
reparação do dano; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de fazê-lo, o dano causado pela infração; (Redação dada
11.7.1984) pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste V - cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de
Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) condenação por crime hediondo, prática de tortura,
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de
Revogação facultativa
pessoas e terrorismo, se o apenado não for reincidente
§ 1º - A suspensão poderá ser revogada se o condenado específico em crimes dessa natureza. (Incluído pela
descumpre qualquer outra condição imposta ou é Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por
Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso,
contravenção, a pena privativa de liberdade ou
cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a
restritiva de direitos. (Redação dada pela Lei nº 7.209,
concessão do livramento ficará também subordinada à
de 11.7.1984)
constatação de condições pessoais que façam presumir
Prorrogação do período de prova que o liberado não voltará a delinqüir. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - Se o beneficiário está sendo processado por outro
crime ou contravenção, considera-se prorrogado o Soma de penas
prazo da suspensão até o julgamento
Art. 84 - As penas que correspondem a infrações
definitivo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
diversas devem somar-se para efeito do
11.7.1984)
livramento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
§ 3º - Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao 11.7.1984)
invés de decretá-la, prorrogar o período de prova até o
Especificações das condições
máximo, se este não foi o fixado. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 85 - A sentença especificará as condições a que fica
subordinado o livramento. (Redação dada pela Lei nº
Cumprimento das condições
7.209, de 11.7.1984)
Art. 82 - Expirado o prazo sem que tenha havido
Revogação do livramento
revogação, considera-se extinta a pena privativa de
liberdade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser
11.7.1984) condenado a pena privativa de liberdade, em sentença
irrecorrível: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

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I - por crime cometido durante a vigência do § 1o Poderá ser decretada a perda de bens ou valores
benefício; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de equivalentes ao produto ou proveito do crime quando
11.7.1984) estes não forem encontrados ou quando se localizarem
no exterior. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84
deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de § 2o Na hipótese do § 1o, as medidas assecuratórias
11.7.1984) previstas na legislação processual poderão abranger
bens ou valores equivalentes do investigado ou acusado
Revogação facultativa
para posterior decretação de perda. (Incluído pela Lei
Art. 87 - O juiz poderá, também, revogar o livramento, nº 12.694, de 2012)
se o liberado deixar de cumprir qualquer das obrigações
Art. 92 - São também efeitos da condenação:(Redação
constantes da sentença, ou for irrecorrivelmente
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
condenado, por crime ou contravenção, a pena que não
seja privativa de liberdade.(Redação dada pela Lei nº I - a perda de cargo, função pública ou mandato
7.209, de 11.7.1984) eletivo: (Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
Efeitos da revogação a) quando aplicada pena privativa de liberdade por
tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados
Art. 88 - Revogado o livramento, não poderá ser
com abuso de poder ou violação de dever para com a
novamente concedido, e, salvo quando a revogação
Administração Pública; (Incluído pela Lei nº 9.268, de
resulta de condenação por outro crime anterior àquele
1º.4.1996)
benefício, não se desconta na pena o tempo em que
esteve solto o condenado. (Redação dada pela Lei nº b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por
7.209, de 11.7.1984) tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais
casos. (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
Extinção
II – a incapacidade para o exercício do poder familiar, da
Art. 89 - O juiz não poderá declarar extinta a pena,
tutela ou da curatela nos crimes dolosos sujeitos à pena
enquanto não passar em julgado a sentença em
de reclusão cometidos contra outrem igualmente titular
processo a que responde o liberado, por crime cometido
do mesmo poder familiar, contra filho, filha ou outro
na vigência do livramento.(Redação dada pela Lei nº
descendente ou contra tutelado ou
7.209, de 11.7.1984)
curatelado; (Redação dada pela Lei nº 13.715, de 2018)
Art. 90 - Se até o seu término o livramento não é
III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado
revogado, considera-se extinta a pena privativa de
como meio para a prática de crime doloso. (Redação
liberdade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
11.7.1984)
Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não
CAPÍTULO VI
são automáticos, devendo ser motivadamente
Dos Efeitos da Condenação
declarados na sentença. (Redação dada pela Lei nº
Efeitos genéricos e específicos 7.209, de 11.7.1984)
Art. 91 - São efeitos da condenação: (Redação dada pela CAPÍTULO VII
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Da Reabilitação
I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado Reabilitação
pelo crime; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
Art. 93 - A reabilitação alcança quaisquer penas
11.7.1984)
aplicadas em sentença definitiva, assegurando ao
II - a perda em favor da União, ressalvado o direito do condenado o sigilo dos registros sobre o seu processo e
lesado ou de terceiro de boa-fé: (Redação dada pela Lei condenação. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
nº 7.209, de 11.7.1984) 11.7.1984)
a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em Parágrafo único - A reabilitação poderá, também, atingir
coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção os efeitos da condenação, previstos no art. 92 deste
constitua fato ilícito; Código, vedada reintegração na situação anterior, nos
casos dos incisos I e II do mesmo artigo. (Redação dada
b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
que constitua proveito auferido pelo agente com a
prática do fato criminoso.

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Art. 94 - A reabilitação poderá ser requerida, decorridos submetê-lo a tratamento ambulatorial. (Redação dada
2 (dois) anos do dia em que for extinta, de qualquer pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
modo, a pena ou terminar sua execução, computando-
Prazo
se o período de prova da suspensão e o do livramento
condicional, se não sobrevier revogação, desde que o § 1º - A internação, ou tratamento ambulatorial, será
condenado: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de por tempo indeterminado, perdurando enquanto não
11.7.1984) for averiguada, mediante perícia médica, a cessação de
periculosidade. O prazo mínimo deverá ser de 1 (um) a
I - tenha tido domicílio no País no prazo acima
3 (três) anos. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
referido; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
11.7.1984)
Perícia médica
II - tenha dado, durante esse tempo, demonstração
efetiva e constante de bom comportamento público e § 2º - A perícia médica realizar-se-á ao termo do prazo
privado; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) mínimo fixado e deverá ser repetida de ano em ano, ou
a qualquer tempo, se o determinar o juiz da
III - tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou
execução. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
demonstre a absoluta impossibilidade de o fazer, até o
11.7.1984)
dia do pedido, ou exiba documento que comprove a
renúncia da vítima ou novação da dívida. (Redação Desinternação ou liberação condicional
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 3º - A desinternação, ou a liberação, será sempre
Parágrafo único - Negada a reabilitação, poderá ser condicional devendo ser restabelecida a situação
requerida, a qualquer tempo, desde que o pedido seja anterior se o agente, antes do decurso de 1 (um) ano,
instruído com novos elementos comprobatórios dos pratica fato indicativo de persistência de sua
requisitos necessários. (Redação dada pela Lei nº 7.209, periculosidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
de 11.7.1984) 11.7.1984)
Art. 95 - A reabilitação será revogada, de ofício ou a § 4º - Em qualquer fase do tratamento ambulatorial,
requerimento do Ministério Público, se o reabilitado for poderá o juiz determinar a internação do agente, se essa
condenado, como reincidente, por decisão definitiva, a providência for necessária para fins curativos. (Redação
pena que não seja de multa. (Redação dada pela Lei nº dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
7.209, de 11.7.1984)
Substituição da pena por medida de segurança para o
TÍTULO VI semi-imputável
Das Medidas de Segurança
Art. 98 - Na hipótese do parágrafo único do art. 26 deste
Espécies de medidas de segurança Código e necessitando o condenado de especial
tratamento curativo, a pena privativa de liberdade pode
Art. 96. As medidas de segurança são: (Redação dada
ser substituída pela internação, ou tratamento
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
ambulatorial, pelo prazo mínimo de 1 (um) a 3 (três)
I - Internação em hospital de custódia e tratamento anos, nos termos do artigo anterior e respectivos §§ 1º
psiquiátrico ou, à falta, em outro estabelecimento a 4º. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
adequado; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
Direitos do internado
11.7.1984)
Art. 99 - O internado será recolhido a estabelecimento
II - sujeição a tratamento ambulatorial. (Redação dada
dotado de características hospitalares e será submetido
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a tratamento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
Parágrafo único - Extinta a punibilidade, não se impõe 11.7.1984)
medida de segurança nem subsiste a que tenha sido
TÍTULO VII
imposta. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
Da Ação Penal
11.7.1984)
Ação pública e de iniciativa privada
Imposição da medida de segurança para inimputável
Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei
Art. 97 - Se o agente for inimputável, o juiz determinará
expressamente a declara privativa do
sua internação (art. 26). Se, todavia, o fato previsto
ofendido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
como crime for punível com detenção, poderá o juiz
11.7.1984)

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§ 1º - A ação pública é promovida pelo Ministério Perdão do ofendido


Público, dependendo, quando a lei o exige, de
Art. 105 - O perdão do ofendido, nos crimes em que
representação do ofendido ou de requisição do Ministro
somente se procede mediante queixa, obsta ao
da Justiça. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
prosseguimento da ação. (Redação dada pela Lei nº
11.7.1984)
7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - A ação de iniciativa privada é promovida mediante
Art. 106 - O perdão, no processo ou fora dele, expresso
queixa do ofendido ou de quem tenha qualidade para
ou tácito: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
representá-lo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
11.7.1984)
I - se concedido a qualquer dos querelados, a todos
§ 3º - A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos
aproveita; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
crimes de ação pública, se o Ministério Público não
11.7.1984)
oferece denúncia no prazo legal. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - se concedido por um dos ofendidos, não prejudica o
direito dos outros; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
§ 4º - No caso de morte do ofendido ou de ter sido
11.7.1984)
declarado ausente por decisão judicial, o direito de
oferecer queixa ou de prosseguir na ação passa ao III - se o querelado o recusa, não produz
cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. (Redação efeito. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - Perdão tácito é o que resulta da prática de ato
A ação penal no crime complexo incompatível com a vontade de prosseguir na
ação. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 101 - Quando a lei considera como elemento ou
circunstâncias do tipo legal fatos que, por si mesmos, § 2º - Não é admissível o perdão depois que passa em
constituem crimes, cabe ação pública em relação julgado a sentença condenatória. (Redação dada pela
àquele, desde que, em relação a qualquer destes, se Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
deva proceder por iniciativa do Ministério
TÍTULO VIII
Público. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Da Extinção da Punibilidade
Irretratabilidade da representação
Extinção da punibilidade
Art. 102 - A representação será irretratável depois de
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Redação dada
oferecida a denúncia. (Redação dada pela Lei nº 7.209,
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
de 11.7.1984)
I - pela morte do agente;
Decadência do direito de queixa ou de representação
II - pela anistia, graça ou indulto;
Art. 103 - Salvo disposição expressa em contrário, o
ofendido decai do direito de queixa ou de III - pela retroatividade de lei que não mais considera o
representação se não o exerce dentro do prazo de 6 fato como criminoso;
(seis) meses, contado do dia em que veio a saber quem
IV - pela prescrição, decadência ou perempção;
é o autor do crime, ou, no caso do § 3º do art. 100 deste
Código, do dia em que se esgota o prazo para V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão
oferecimento da denúncia. (Redação dada pela Lei nº aceito, nos crimes de ação privada;
7.209, de 11.7.1984)
VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a
Renúncia expressa ou tácita do direito de queixa admite;
Art. 104 - O direito de queixa não pode ser exercido VII - (Revogado).
quando renunciado expressa ou
VIII - (Revogado).
tacitamente. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984) IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.
Parágrafo único - Importa renúncia tácita ao direito de Art. 108 - A extinção da punibilidade de crime que é
queixa a prática de ato incompatível com a vontade de pressuposto, elemento constitutivo ou circunstância
exercê-lo; não a implica, todavia, o fato de receber o agravante de outro não se estende a este. Nos crimes
ofendido a indenização do dano causado pelo conexos, a extinção da punibilidade de um deles não
crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) impede, quanto aos outros, a agravação da pena

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resultante da conexão. (Redação dada pela Lei nº II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a
7.209, de 11.7.1984) atividade criminosa; (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)
Prescrição antes de transitar em julgado a sentença
III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a
Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a
permanência; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
sentença final, salvo o disposto no § 1º do art. 110 deste
11.7.1984)
Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de
liberdade cominada ao crime, verificando-se: (Redação IV - nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de
dada pela Lei nº 12.234, de 2010). assentamento do registro civil, da data em que o fato se
tornou conhecido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze;
11.7.1984)
II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior
V - nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e
a oito anos e não excede a doze;
adolescentes, previstos neste Código ou em legislação
III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a especial, da data em que a vítima completar 18 (dezoito)
quatro anos e não excede a oito; anos, salvo se a esse tempo já houver sido proposta a
ação penal. (Redação dada pela Lei nº 12.650, de
IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois
2012)
anos e não excede a quatro;
Termo inicial da prescrição após a sentença
V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um
condenatória irrecorrível
ano ou, sendo superior, não excede a dois;
Art. 112 - No caso do art. 110 deste Código, a prescrição
VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1
começa a correr: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
(um) ano. (Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010).
11.7.1984)
Prescrição das penas restritivas de direito
I - do dia em que transita em julgado a sentença
Parágrafo único - Aplicam-se às penas restritivas de condenatória, para a acusação, ou a que revoga a
direito os mesmos prazos previstos para as privativas de suspensão condicional da pena ou o livramento
liberdade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de condicional; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984) 11.7.1984)
Prescrição depois de transitar em julgado sentença II - do dia em que se interrompe a execução, salvo
final condenatória quando o tempo da interrupção deva computar-se na
pena. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a
sentença condenatória regula-se pela pena aplicada e Prescrição no caso de evasão do condenado ou de
verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais revogação do livramento condicional
se aumentam de um terço, se o condenado é
Art. 113 - No caso de evadir-se o condenado ou de
reincidente. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
revogar-se o livramento condicional, a prescrição é
11.7.1984)
regulada pelo tempo que resta da pena. (Redação dada
§ 1º A prescrição, depois da sentença condenatória com pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
trânsito em julgado para a acusação ou depois de
Prescrição da multa
improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada,
não podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo Art. 114 - A prescrição da pena de multa
inicial data anterior à da denúncia ou queixa. (Redação ocorrerá: (Redação dada pela Lei nº 9.268, de
dada pela Lei nº 12.234, de 2010). 1º.4.1996)
§ 2º (Revogado pela Lei nº 12.234, de 2010). I - em 2 (dois) anos, quando a multa for a única
cominada ou aplicada; (Incluído pela Lei nº 9.268, de
Termo inicial da prescrição antes de transitar em
1º.4.1996)
julgado a sentença final
II - no mesmo prazo estabelecido para prescrição da
Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a
pena privativa de liberdade, quando a multa for
sentença final, começa a correr: (Redação dada pela Lei
alternativa ou cumulativamente cominada ou
nº 7.209, de 11.7.1984)
cumulativamente aplicada. (Incluído pela Lei nº 9.268,
I - do dia em que o crime se consumou; (Redação dada de 1º.4.1996)
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Redução dos prazos de prescrição

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Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a extinção da
prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime, punibilidade incidirá sobre a pena de cada um,
menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, isoladamente. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
maior de 70 (setenta) anos.(Redação dada pela Lei nº 11.7.1984)
7.209, de 11.7.1984)
Perdão judicial
Causas impeditivas da prescrição
Art. 120 - A sentença que conceder perdão judicial não
Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a será considerada para efeitos de reincidência. (Redação
prescrição não corre: (Redação dada pela Lei nº 7.209, dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
de 11.7.1984)
PARTE ESPECIAL
I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão
TÍTULO I
de que dependa o reconhecimento da existência do
Dos Crimes Contra a Pessoa
crime; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
CAPÍTULO I
II - enquanto o agente cumpre pena no
Dos Crimes Contra a Vida
estrangeiro.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984) Homicídio simples
Parágrafo único - Depois de passada em julgado a Art. 121. Matar alguem:
sentença condenatória, a prescrição não corre durante
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
o tempo em que o condenado está preso por outro
motivo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Caso de diminuição de pena
Causas interruptivas da prescrição § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de
relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de
Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-
violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação
se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um
I - pelo recebimento da denúncia ou da terço.
queixa; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Homicídio qualificado
II - pela pronúncia; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
§ 2° Se o homicídio é cometido:
11.7.1984)
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por
III - pela decisão confirmatória da pronúncia; (Redação
outro motivo torpe;
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - por motivo futil;
IV - pela publicação da sentença ou acórdão
condenatórios recorríveis; (Redação dada pela Lei nº III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia,
11.596, de 2007). tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que
possa resultar perigo comum;
V - pelo início ou continuação do cumprimento da
pena; (Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação
ou outro recurso que dificulte ou torne impossivel a
VI - pela reincidência. (Redação dada pela Lei nº 9.268,
defesa do ofendido;
de 1º.4.1996)
V - para assegurar a execução, a ocultação, a
§ 1º - Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo,
impunidade ou vantagem de outro crime:
a interrupção da prescrição produz efeitos
relativamente a todos os autores do crime. Nos crimes Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
conexos, que sejam objeto do mesmo processo,
Feminicídio (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
estende-se aos demais a interrupção relativa a qualquer
deles. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) VI - contra a mulher por razões da condição de sexo
feminino: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
§ 2º - Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do
inciso V deste artigo, todo o prazo começa a correr, VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts.
novamente, do dia da interrupção. (Redação dada pela 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) sistema prisional e da Força Nacional de Segurança
Pública, no exercício da função ou em decorrência dela,
Art. 118 - As penas mais leves prescrevem com as mais
ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente
graves. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa III - na presença física ou virtual de descendente ou de
condição: (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015) ascendente da vítima; (Redação dada pela Lei nº
13.771, de 2018)
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
IV - em descumprimento das medidas protetivas de
§ 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo
urgência previstas nos incisos I, II e III do caput do art.
feminino quando o crime envolve: (Incluído pela Lei
22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. (Incluído
nº 13.104, de 2015)
pela Lei nº 13.771, de 2018)
I - violência doméstica e familiar; (Incluído pela Lei nº
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio
13.104, de 2015)
Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou
II - menosprezo ou discriminação à condição de
prestar-lhe auxílio para que o faça:
mulher. (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se
Homicídio culposo
consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa
§ 3º Se o homicídio é culposo: (Vide Lei nº 4.611, de de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave.
1965)
Parágrafo único - A pena é duplicada:
Pena - detenção, de um a três anos.
Aumento de pena
Aumento de pena
I - se o crime é praticado por motivo egoístico;
§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer
(um terço), se o crime resulta de inobservância de regra
causa, a capacidade de resistência.
técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa
de prestar imediato socorro à vítima, não procura Infanticídio
diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o
evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a
próprio filho, durante o parto ou logo após:
pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é
praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou Pena - detenção, de dois a seis anos.
maior de 60 (sessenta) anos. (Redação dada pela Lei nº
Aborto provocado pela gestante ou com seu
10.741, de 2003)
consentimento
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir
deixar de aplicar a pena, se as conseqüências da infração
que outrem lho provoque: (Vide ADPF 54)
atingirem o próprio agente de forma tão grave que a
sanção penal se torne desnecessária. (Incluído pela Lei Pena - detenção, de um a três anos.
nº 6.416, de 24.5.1977)
Aborto provocado por terceiro
o
§ 6 A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da
metade se o crime for praticado por milícia privada, sob
gestante:
o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por
grupo de extermínio. (Incluído pela Lei nº 12.720, de Pena - reclusão, de três a dez anos.
2012)
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da
§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um gestante: (Vide ADPF 54)
terço) até a metade se o crime for
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
praticado: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores
a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada
ao parto; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
ou debil mental, ou se o consentimento é obtido
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de mediante fraude, grave ameaça ou violência
60 (sessenta) anos, com deficiência ou portadora de
Forma qualificada
doenças degenerativas que acarretem condição
limitante ou de vulnerabilidade física ou Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos
mental; (Redação dada pela Lei nº 13.771, de 2018) anteriores são aumentadas de um terço, se, em
consequência do aborto ou dos meios empregados para
provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza

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grave; e são duplicadas, se, por qualquer da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um
dessas causas, lhe sobrevém a morte. terço.
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por Substituição da pena
médico: (Vide ADPF 54)
§ 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda
Aborto necessário substituir a pena de detenção pela de multa, de
duzentos mil réis a dois contos de réis:
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
anterior;
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é
II - se as lesões são recíprocas.
precedido de consentimento da gestante ou, quando
incapaz, de seu representante legal. Lesão corporal culposa
CAPÍTULO II § 6° Se a lesão é culposa: (Vide Lei nº 4.611, de 1965)
Das Lesões Corporais
Pena - detenção, de dois meses a um ano.
Lesão corporal
Aumento de pena
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de
§ 7o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer
outrem:
qualquer das hipóteses dos §§ 4o e 6o do art. 121 deste
Pena - detenção, de três meses a um ano. Código.(Redação dada pela Lei nº 12.720, de 2012)
Lesão corporal de natureza grave § 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art.
121.(Redação dada pela Lei nº 8.069, de 1990)
§ 1º Se resulta:
Violência Doméstica (Incluído pela Lei nº 10.886, de
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais
2004)
de trinta dias;
§ 9o Se a lesão for praticada contra ascendente,
II - perigo de vida;
descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com
III - debilidade permanente de membro, sentido ou quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda,
função; prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de
coabitação ou de hospitalidade: (Redação dada pela Lei
IV - aceleração de parto:
nº 11.340, de 2006)
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três)
§ 2° Se resulta: anos. (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006)
I - Incapacidade permanente para o trabalho; § 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se
as circunstâncias são as indicadas no § 9o deste artigo,
II - enfermidade incuravel;
aumenta-se a pena em 1/3 (um terço). (Incluído pela Lei
III perda ou inutilização do membro, sentido ou função; nº 10.886, de 2004)
IV - deformidade permanente; § 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será
aumentada de um terço se o crime for cometido contra
V - aborto:
pessoa portadora de deficiência. (Incluído pela Lei nº
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 11.340, de 2006)
Lesão corporal seguida de morte § 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou
§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição
o agente não quís o resultado, nem assumiu o risco de Federal, integrantes do sistema prisional e da Força
produzí-lo: Nacional de Segurança Pública, no exercício da função
ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge,
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. companheiro ou parente consanguíneo até terceiro
Diminuição de pena grau, em razão dessa condição, a pena é aumentada de
um a dois terços. (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)
§ 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de
relevante valor social ou moral ou sob o domínio de CAPÍTULO III
violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação Da Periclitação da Vida e da Saúde

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Perigo de contágio venéreo III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos (Incluído


pela Lei nº 10.741, de 2003)
Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais
ou qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia Exposição ou abandono de recém-nascido
venérea, de que sabe ou deve saber que está
Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para
contaminado:
ocultar desonra própria:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
§ 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia:
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. grave:
§ 2º - Somente se procede mediante representação. Pena - detenção, de um a três anos.
Perigo de contágio de moléstia grave § 2º - Se resulta a morte:
Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem Pena - detenção, de dois a seis anos.
moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de
Omissão de socorro
produzir o contágio:
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou
Perigo para a vida ou saúde de outrem extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao
desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não
Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo
pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:
direto e iminente:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não
constitui crime mais grave. Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da
omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e
Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um
triplicada, se resulta a morte.
terço se a exposição da vida ou da saúde de outrem a
perigo decorre do transporte de pessoas para a Condicionamento de atendimento médico-hospitalar
prestação de serviços em estabelecimentos de qualquer emergencial (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012).
natureza, em desacordo com as normas legais. (Incluído
Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promissória ou
pela Lei nº 9.777, de 1998)
qualquer garantia, bem como o preenchimento prévio
Abandono de incapaz de formulários administrativos, como condição para o
atendimento médico-hospitalar emergencial: (Incluído
Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado,
pela Lei nº 12.653, de 2012).
guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer
motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e
do abandono: multa. (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012).
Pena - detenção, de seis meses a três anos. Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro se da
negativa de atendimento resulta lesão corporal de
§ 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza
natureza grave, e até o triplo se resulta a
grave:
morte. (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012).
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
Maus-tratos
§ 2º - Se resulta a morte:
Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de
educação, ensino, tratamento ou custódia, quer
Aumento de pena
privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis,
§ 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado,
um terço: quer abusando de meios de correção ou disciplina:
I - se o abandono ocorre em lugar ermo; Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa.
II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza
irmão, tutor ou curador da vítima. grave:
Pena - reclusão, de um a quatro anos.

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§ 2º - Se resulta a morte: Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou


o decoro:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
§ 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é
praticado contra pessoa menor de 14 (catorze) § 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:
anos. (Incluído pela Lei nº 8.069, de 1990)
I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou
CAPÍTULO IV diretamente a injúria;
Da Rixa
II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra
Rixa injúria.
Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os § 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato,
contendores: que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se
considerem aviltantes:
Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além
Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de
da pena correspondente à violência.
natureza grave, aplica-se, pelo fato da participação na
rixa, a pena de detenção, de seis meses a dois anos. § 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos
referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a
CAPÍTULO V
condição de pessoa idosa ou portadora de
Dos Crimes Contra a Honra
deficiência:(Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
Calúnia
Pena - reclusão de um a três anos e multa.(Incluído pela
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente Lei nº 9.459, de 1997)
fato definido como crime:
Disposições comuns
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é
imputação, a propala ou divulga. cometido:
§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos. I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de
governo estrangeiro;
Exceção da verdade
II - contra funcionário público, em razão de suas
§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo:
funções;
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que
privada, o ofendido não foi condenado por sentença
facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da
irrecorrível;
injúria.
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas
IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou
indicadas no nº I do art. 141;
portadora de deficiência, exceto no caso de
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o injúria. (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003)
ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível.
Parágrafo único - Se o crime é cometido mediante paga
Difamação ou promessa de recompensa, aplica-se a pena em
dobro.
Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo
à sua reputação: Exclusão do crime
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível:
Exceção da verdade I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa,
pela parte ou por seu procurador;
Parágrafo único - A exceção da verdade somente se
admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou
relativa ao exercício de suas funções. científica, salvo quando inequívoca a intenção de
injuriar ou difamar;
Injúria

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III - o conceito desfavorável emitido por funcionário I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o
público, em apreciação ou informação que preste no consentimento do paciente ou de seu representante
cumprimento de dever do ofício. legal, se justificada por iminente perigo de vida;
Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela II - a coação exercida para impedir suicídio.
injúria ou pela difamação quem lhe dá publicidade.
Ameaça
Retratação
Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou
Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe
cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de mal injusto e grave:
pena.
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha
Parágrafo único - Somente se procede mediante
praticado a calúnia ou a difamação utilizando-se de
representação.
meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se assim
desejar o ofendido, pelos mesmos meios em que se Seqüestro e cárcere privado
praticou a ofensa. (Incluído pela Lei nº 13.188, de
Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante
2015)
seqüestro ou cárcere privado: (Vide Lei nº 10.446, de
Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere 2002)
calúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido
Pena - reclusão, de um a três anos.
pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a
dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias, § 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:
responde pela ofensa.
I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou
Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta)
se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do anos; (Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005)
art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.
II - se o crime é praticado mediante internação da vítima
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do em casa de saúde ou hospital;
Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art.
III - se a privação da liberdade dura mais de quinze dias.
141 deste Código, e mediante representação do
ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito)
como no caso do § 3o do art. 140 deste anos; (Incluído pela Lei nº 11.106, de 2005)
Código. (Redação dada pela Lei nº 12.033. de 2009)
V – se o crime é praticado com fins libidinosos. (Incluído
CAPÍTULO VI pela Lei nº 11.106, de 2005)
Dos Crimes Contra a Liberdade Individual
§ 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da
Seção I natureza da detenção, grave sofrimento físico ou moral:
Dos Crimes Contra a Liberdade Pessoal
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Constrangimento ilegal
Redução a condição análoga à de escravo
Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou
Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de
grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por
escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a
qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não
jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições
fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não
degradantes de trabalho, quer restringindo, por
manda:
qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. contraída com o empregador ou preposto:(Redação
dada pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
Aumento de pena
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da
§ 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em
pena correspondente à violência.(Redação dada pela Lei
dobro, quando, para a execução do crime, se reúnem
nº 10.803, de 11.12.2003)
mais de três pessoas, ou há emprego de armas.
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei
§ 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as
nº 10.803, de 11.12.2003)
correspondentes à violência.
§ 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo:

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I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por superioridade hierárquica inerente ao exercício de
parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de emprego, cargo ou função; ou (Incluído pela Lei nº
trabalho; (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) 13.344, de 2016) (Vigência)
II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou IV - a vítima do tráfico de pessoas for retirada do
se apodera de documentos ou objetos pessoais do território nacional. (Incluído pela Lei nº 13.344, de
trabalhador, com o fim de retê-lo no local de 2016) (Vigência)
trabalho.(Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
§ 2o A pena é reduzida de um a dois terços se o agente
o
§ 2 A pena é aumentada de metade, se o crime é for primário e não integrar organização
cometido:(Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) criminosa. (Incluído pela Lei nº 13.344, de
2016) (Vigência)
I – contra criança ou adolescente; (Incluído pela Lei nº
10.803, de 11.12.2003) Seção II
Dos Crimes Contra a Inviolabilidade do Domicílio
II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia,
religião ou origem. (Incluído pela Lei nº 10.803, de Violação de domicílio
11.12.2003)
Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou
Tráfico de Pessoas (Incluído pela Lei nº 13.344, de astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita
2016) (Vigência) de quem de direito, em casa alheia ou em suas
dependências:
Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, transportar,
transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa, mediante Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso, com
§ 1º - Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar
a finalidade de: (Incluído pela Lei nº 13.344, de
ermo, ou com o emprego de violência ou de arma, ou
2016) (Vigência)
por duas ou mais pessoas:
I - remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da
corpo; (Incluído pela Lei nº 13.344, de
pena correspondente à violência.
2016) (Vigência)
§ 2º - Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é
II - submetê-la a trabalho em condições análogas à de
cometido por funcionário público, fora dos casos legais,
escravo; (Incluído pela Lei nº 13.344, de
ou com inobservância das formalidades estabelecidas
2016) (Vigência)
em lei, ou com abuso do poder.
III - submetê-la a qualquer tipo de servidão; (Incluído
§ 3º - Não constitui crime a entrada ou permanência em
pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
casa alheia ou em suas dependências:
IV - adoção ilegal; ou (Incluído pela Lei nº 13.344, de
I - durante o dia, com observância das formalidades
2016) (Vigência)
legais, para efetuar prisão ou outra diligência;
V - exploração sexual. (Incluído pela Lei nº 13.344, de
II - a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum
2016) (Vigência)
crime está sendo ali praticado ou na iminência de o ser.
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e
§ 4º - A expressão "casa" compreende:
multa. (Incluído pela Lei nº 13.344, de
2016) (Vigência) I - qualquer compartimento habitado;
§ 1o A pena é aumentada de um terço até a metade II - aposento ocupado de habitação coletiva;
se: (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
III - compartimento não aberto ao público, onde alguém
I - o crime for cometido por funcionário público no exerce profissão ou atividade.
exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-
§ 5º - Não se compreendem na expressão "casa":
las; (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação
II - o crime for cometido contra criança, adolescente ou
coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do n.º II do
pessoa idosa ou com deficiência; (Incluído pela Lei nº
parágrafo anterior;
13.344, de 2016) (Vigência)
II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.
III - o agente se prevalecer de relações de parentesco,
domésticas, de coabitação, de hospitalidade, de
dependência econômica, de autoridade ou de

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Seção III confidencial, de que é destinatário ou detentor, e cuja


Dos Crimes Contra a Inviolabilidade de divulgação possa produzir dano a outrem:
Correspondência
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Violação de correspondência
§ 1º Somente se procede mediante
Art. 151 - Devassar indevidamente o conteúdo de representação. (Parágrafo único renumerado pela Lei
correspondência fechada, dirigida a outrem: nº 9.983, de 2000)
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. § 1o-A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas
ou reservadas, assim definidas em lei, contidas ou não
Sonegação ou destruição de correspondência
nos sistemas de informações ou banco de dados da
§ 1º - Na mesma pena incorre: Administração Pública: (Incluído pela Lei nº 9.983, de
2000)
I - quem se apossa indevidamente de correspondência
alheia, embora não fechada e, no todo ou em parte, a Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
sonega ou destrói; multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Violação de comunicação telegráfica, radioelétrica ou § 2o Quando resultar prejuízo para a Administração
telefônica Pública, a ação penal será incondicionada. (Incluído pela
Lei nº 9.983, de 2000)
II - quem indevidamente divulga, transmite a outrem ou
utiliza abusivamente comunicação telegráfica ou Violação do segredo profissional
radioelétrica dirigida a terceiro, ou conversação
Art. 154 - Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de
telefônica entre outras pessoas;
que tem ciência em razão de função, ministério, ofício
III - quem impede a comunicação ou a conversação ou profissão, e cuja revelação possa produzir dano a
referidas no número anterior; outrem:
IV - quem instala ou utiliza estação ou aparelho Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
radioelétrico, sem observância de disposição legal.
Parágrafo único - Somente se procede mediante
§ 2º - As penas aumentam-se de metade, se há dano representação.
para outrem.
Invasão de dispositivo informático (Incluído pela Lei nº
§ 3º - Se o agente comete o crime, com abuso de função 12.737, de 2012) Vigência
em serviço postal, telegráfico, radioelétrico ou
Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio,
telefônico:
conectado ou não à rede de computadores, mediante
Pena - detenção, de um a três anos. violação indevida de mecanismo de segurança e com o
fim de obter, adulterar ou destruir dados ou
§ 4º - Somente se procede mediante representação,
informações sem autorização expressa ou tácita do
salvo nos casos do § 1º, IV, e do § 3º.
titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para
Correspondência comercial obter vantagem ilícita: (Incluído pela Lei nº 12.737,
de 2012) Vigência
Art. 152 - Abusar da condição de sócio ou empregado de
estabelecimento comercial ou industrial para, no todo Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e
ou em parte, desviar, sonegar, subtrair ou suprimir multa. (Incluído pela Lei nº 12.737, de
correspondência, ou revelar a estranho seu conteúdo: 2012) Vigência
Pena - detenção, de três meses a dois anos. § 1o Na mesma pena incorre quem produz, oferece,
distribui, vende ou difunde dispositivo ou programa de
Parágrafo único - Somente se procede mediante
computador com o intuito de permitir a prática da
representação.
conduta definida no caput. (Incluído pela Lei nº
Seção IV 12.737, de 2012) Vigência
Dos Crimes Contra a Inviolabilidade dos Segredos
§ 2o Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da
Divulgação de segredo invasão resulta prejuízo econômico. (Incluído pela
Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
Art. 153 - Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo
de documento particular ou de correspondência § 3o Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de
comunicações eletrônicas privadas, segredos

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comerciais ou industriais, informações sigilosas, assim § 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é


definidas em lei, ou o controle remoto não autorizado praticado durante o repouso noturno.
do dispositivo invadido: (Incluído pela Lei nº 12.737,
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a
de 2012) Vigência
coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou
multa, se a conduta não constitui crime mais aplicar somente a pena de multa.
grave. (Incluído pela Lei nº 12.737, de
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou
2012) Vigência
qualquer outra que tenha valor econômico.
§ 4o Na hipótese do § 3o, aumenta-se a pena de um a
Furto qualificado
dois terços se houver divulgação, comercialização ou
transmissão a terceiro, a qualquer título, dos dados ou § 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa,
informações obtidos. (Incluído pela Lei nº 12.737, de se o crime é cometido:
2012) Vigência
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à
§ 5o Aumenta-se a pena de um terço à metade se o subtração da coisa;
crime for praticado contra: (Incluído pela Lei nº
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude,
12.737, de 2012) Vigência
escalada ou destreza;
I - Presidente da República, governadores e
III - com emprego de chave falsa;
prefeitos; (Incluído pela Lei nº 12.737, de
2012) Vigência IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
II - Presidente do Supremo Tribunal § 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos
Federal; (Incluído pela Lei nº 12.737, de e multa, se houver emprego de explosivo ou de artefato
2012) Vigência análogo que cause perigo comum. (Incluído pela Lei nº
13.654, de 2018)
III - Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado
Federal, de Assembleia Legislativa de Estado, da Câmara § 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a
Legislativa do Distrito Federal ou de Câmara Municipal; subtração for de veículo automotor que venha a ser
ou (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência transportado para outro Estado ou para o
exterior. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
IV - dirigente máximo da administração direta e indireta
federal, estadual, municipal ou do Distrito § 6o A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se
Federal. (Incluído pela Lei nº 12.737, de a subtração for de semovente domesticável de
2012) Vigência produção, ainda que abatido ou dividido em partes no
local da subtração. (Incluído pela Lei nº 13.330, de 2016)
Ação penal (Incluído pela Lei nº 12.737, de
2012) Vigência § 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos
e multa, se a subtração for de substâncias explosivas ou
Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A, somente
de acessórios que, conjunta ou isoladamente,
se procede mediante representação, salvo se o crime é
possibilitem sua fabricação, montagem ou
cometido contra a administração pública direta ou
emprego. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
indireta de qualquer dos Poderes da União, Estados,
Distrito Federal ou Municípios ou contra empresas Furto de coisa comum
concessionárias de serviços públicos. (Incluído pela
Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio,
Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
para si ou para outrem, a quem legitimamente a detém,
TÍTULO II a coisa comum:
Dos Crimes Contra o Patrimônio
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
CAPÍTULO I
§ 1º - Somente se procede mediante representação.
Do Furto
§ 2º - Não é punível a subtração de coisa comum
Furto
fungível, cujo valor não excede a quota a que tem direito
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia o agente.
móvel:
CAPÍTULO II
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Do Roubo e da Extorsão

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Roubo outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar


que se faça ou deixar de fazer alguma coisa:
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para
outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à
§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas,
impossibilidade de resistência:
ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de um
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. terço até metade.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de § 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência
subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou o disposto no § 3º do artigo anterior. Vide Lei nº
grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do 8.072, de 25.7.90
crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
§ 3o Se o crime é cometido mediante a restrição da
§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a
metade: (Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018) obtenção da vantagem econômica, a pena é de
reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se
I – (revogado);(Redação dada pela Lei nº 13.654, de
resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as
2018)
penas previstas no art. 159, §§ 2o e 3o,
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; respectivamente. (Incluído pela Lei nº 11.923, de 2009)
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores Extorsão mediante sequestro
e o agente conhece tal circunstância.
Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou
a ser transportado para outro Estado ou para o preço do resgate: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 (Vide Lei
exterior; (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996) nº 10.446, de 2002)
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, Pena - reclusão, de oito a quinze anos.. (Redação dada
restringindo sua liberdade. (Incluído pela Lei nº 9.426, pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
de 1996)
§ 1o Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro)
VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de horas, se o sequestrado é menor de 18 (dezoito) ou
acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido
sua fabricação, montagem ou emprego. (Incluído pela por bando ou quadrilha. Vide Lei nº 8.072, de
Lei nº 13.654, de 2018) 25.7.90 (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois Pena - reclusão, de doze a vinte anos. (Redação dada
terços): (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018) pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de § 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza
arma de fogo; (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018) grave: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
II – se há destruição ou rompimento de obstáculo Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro
mediante o emprego de explosivo ou de artefato anos.(Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
análogo que cause perigo comum. (Incluído pela Lei nº
§ 3º - Se resulta a morte: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
13.654, de 2018)
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta
§ 3º Se da violência resulta: (Redação dada pela Lei nº
anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
13.654, de 2018)
§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente
I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete)
que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação
a 18 (dezoito) anos, e multa; (Incluído pela Lei nº
do sequestrado, terá sua pena reduzida de um a dois
13.654, de 2018)
terços. (Redação dada pela Lei nº 9.269, de 1996)
II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta)
Extorsão indireta
anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida,
Extorsão
abusando da situação de alguém, documento que pode
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou
grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para contra terceiro:

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Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa,
além da pena correspondente à violência.
CAPÍTULO III
Da Usurpação Introdução ou abandono de animais em propriedade
alheia
Alteração de limites
Art. 164 - Introduzir ou deixar animais em propriedade
Art. 161 - Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou
alheia, sem consentimento de quem de direito, desde
qualquer outro sinal indicativo de linha divisória, para
que o fato resulte prejuízo:
apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa imóvel
alheia: Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, ou multa.
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. Dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou
histórico
§ 1º - Na mesma pena incorre quem:
Art. 165 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa
Usurpação de águas
tombada pela autoridade competente em virtude de
I - desvia ou represa, em proveito próprio ou de outrem, valor artístico, arqueológico ou histórico:
águas alheias;
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
Esbulho possessório
Alteração de local especialmente protegido
II - invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou
Art. 166 - Alterar, sem licença da autoridade
mediante concurso de mais de duas pessoas, terreno ou
competente, o aspecto de local especialmente
edifício alheio, para o fim de esbulho possessório.
protegido por lei:
§ 2º - Se o agente usa de violência, incorre também na
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
pena a esta cominada.
Ação penal
§ 3º - Se a propriedade é particular, e não há emprego
de violência, somente se procede mediante queixa. Art. 167 - Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu
parágrafo e do art. 164, somente se procede mediante
Supressão ou alteração de marca em animais
queixa.
Art. 162 - Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado
CAPÍTULO V
ou rebanho alheio, marca ou sinal indicativo de
Da Apropriação Indébita
propriedade:
Apropriação indébita
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que
CAPÍTULO IV
tem a posse ou a detenção:
Do Dano
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Dano
Aumento de pena
Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
agente recebeu a coisa:
Dano qualificado
I - em depósito necessário;
Parágrafo único - Se o crime é cometido:
II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário,
I - com violência à pessoa ou grave ameaça; inventariante, testamenteiro ou depositário judicial;
II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, III - em razão de ofício, emprego ou profissão.
se o fato não constitui crime mais grave
Apropriação indébita previdenciária (Incluído pela Lei
III - contra o patrimônio da União, de Estado, do Distrito nº 9.983, de 2000)
Federal, de Município ou de autarquia, fundação
Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as
pública, empresa pública, sociedade de economia mista
contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e
ou empresa concessionária de serviços
forma legal ou convencional: (Incluído pela Lei nº 9.983,
públicos; (Redação dada pela Lei nº 13.531, de 2017)
de 2000)
IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável
para a vítima:

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Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e Apropriação de tesouro


multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
I - quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria,
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar no todo ou em parte, da quota a que tem direito o
de: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) proprietário do prédio;
I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra Apropriação de coisa achada
importância destinada à previdência social que tenha
II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria,
sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a
total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono
terceiros ou arrecadada do público; (Incluído pela Lei nº
ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade
9.983, de 2000)
competente, dentro no prazo de quinze dias.
II – recolher contribuições devidas à previdência social
Art. 170 - Nos crimes previstos neste Capítulo, aplica-se
que tenham integrado despesas contábeis ou custos
o disposto no art. 155, § 2º.
relativos à venda de produtos ou à prestação de
serviços; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) CAPÍTULO VI
Do Estelionato e Outras Fraudes
III - pagar benefício devido a segurado, quando as
respectivas cotas ou valores já tiverem sido Estelionato
reembolsados à empresa pela previdência
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem
social. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo
§ 2o É extinta a punibilidade se o agente, alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer
espontaneamente, declara, confessa e efetua o outro meio fraudulento:
pagamento das contribuições, importâncias ou valores
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de
e presta as informações devidas à previdência social, na
quinhentos mil réis a dez contos de réis.
forma definida em lei ou regulamento, antes do início
da ação fiscal. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) § 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o
prejuízo, o juiz pode aplicar a pena conforme o disposto
§ 3o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou
no art. 155, § 2º.
aplicar somente a de multa se o agente for primário e
de bons antecedentes, desde que: (Incluído pela Lei nº § 2º - Nas mesmas penas incorre quem:
9.983, de 2000)
Disposição de coisa alheia como própria
I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes
I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou
de oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição
em garantia coisa alheia como própria;
social previdenciária, inclusive acessórios; ou (Incluído
pela Lei nº 9.983, de 2000) Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria
II – o valor das contribuições devidas, inclusive II - vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia
acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido coisa própria inalienável, gravada de ônus ou litigiosa,
pela previdência social, administrativamente, como ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante
sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções pagamento em prestações, silenciando sobre qualquer
fiscais. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) dessas circunstâncias;
§ 4o A faculdade prevista no § 3o deste artigo não se Defraudação de penhor
aplica aos casos de parcelamento de contribuições cujo
III - defrauda, mediante alienação não consentida pelo
valor, inclusive dos acessórios, seja superior àquele
credor ou por outro modo, a garantia pignoratícia,
estabelecido, administrativamente, como sendo o
quando tem a posse do objeto empenhado;
mínimo para o ajuizamento de suas execuções
fiscais. (Incluído pela Lei nº 13.606, de 2018) Fraude na entrega de coisa
Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de
força da natureza coisa que deve entregar a alguém;
Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao Fraude para recebimento de indenização ou valor de
seu poder por erro, caso fortuito ou força da natureza: seguro
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa
própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava
Parágrafo único - Na mesma pena incorre:

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as conseqüências da lesão ou doença, com o intuito de § 1º - Alterar em obra que lhe é encomendada a
haver indenização ou valor de seguro; qualidade ou o peso de metal ou substituir, no mesmo
caso, pedra verdadeira por falsa ou por outra de menor
Fraude no pagamento por meio de cheque
valor; vender pedra falsa por verdadeira; vender, como
VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em precioso, metal de ou outra qualidade:
poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento.
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
§ 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é
§ 2º - É aplicável o disposto no art. 155, § 2º.
cometido em detrimento de entidade de direito público
ou de instituto de economia popular, assistência social Outras fraudes
ou beneficência.
Art. 176 - Tomar refeição em restaurante, alojar-se em
Estelionato contra idoso hotel ou utilizar-se de meio de transporte sem dispor de
recursos para efetuar o pagamento:
§ 4o Aplica-se a pena em dobro se o crime for cometido
contra idoso.(Incluído pela Lei nº 13.228, de 2015) Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.
Duplicata simulada Parágrafo único - Somente se procede mediante
representação, e o juiz pode, conforme as
Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que
circunstâncias, deixar de aplicar a pena.
não corresponda à mercadoria vendida, em quantidade
ou qualidade, ou ao serviço prestado. (Redação dada Fraudes e abusos na fundação ou administração de
pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990) sociedade por ações
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e Art. 177 - Promover a fundação de sociedade por ações,
multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990) fazendo, em prospecto ou em comunicação ao público
ou à assembléia, afirmação falsa sobre a constituição da
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá aquêle
sociedade, ou ocultando fraudulentamente fato a ela
que falsificar ou adulterar a escrituração do Livro de
relativo:
Registro de Duplicatas. (Incluído pela Lei nº 5.474. de
1968) Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, se o fato
não constitui crime contra a economia popular.
Abuso de incapazes
§ 1º - Incorrem na mesma pena, se o fato não constitui
Art. 173 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, de
crime contra a economia popular: (Vide Lei nº 1.521, de
necessidade, paixão ou inexperiência de menor, ou da
1951)
alienação ou debilidade mental de outrem, induzindo
qualquer deles à prática de ato suscetível de produzir I - o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade por
efeito jurídico, em prejuízo próprio ou de terceiro: ações, que, em prospecto, relatório, parecer, balanço
ou comunicação ao público ou à assembléia, faz
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
afirmação falsa sobre as condições econômicas da
Induzimento à especulação sociedade, ou oculta fraudulentamente, no todo ou em
parte, fato a elas relativo;
Art. 174 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, da
inexperiência ou da simplicidade ou inferioridade II - o diretor, o gerente ou o fiscal que promove, por
mental de outrem, induzindo-o à prática de jogo ou qualquer artifício, falsa cotação das ações ou de outros
aposta, ou à especulação com títulos ou mercadorias, títulos da sociedade;
sabendo ou devendo saber que a operação é ruinosa:
III - o diretor ou o gerente que toma empréstimo à
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. sociedade ou usa, em proveito próprio ou de terceiro,
dos bens ou haveres sociais, sem prévia autorização da
Fraude no comércio
assembléia geral;
Art. 175 - Enganar, no exercício de atividade comercial,
IV - o diretor ou o gerente que compra ou vende, por
o adquirente ou consumidor:
conta da sociedade, ações por ela emitidas, salvo
I - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria quando a lei o permite;
falsificada ou deteriorada;
V - o diretor ou o gerente que, como garantia de crédito
II - entregando uma mercadoria por outra: social, aceita em penhor ou em caução ações da própria
sociedade;
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

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VI - o diretor ou o gerente que, na falta de balanço, em § 2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito do
desacordo com este, ou mediante balanço falso, parágrafo anterior, qualquer forma de comércio
distribui lucros ou dividendos fictícios; irregular ou clandestino, inclusive o exercício em
residência. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
VII - o diretor, o gerente ou o fiscal que, por interposta
pessoa, ou conluiado com acionista, consegue a § 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou
aprovação de conta ou parecer; pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela
condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida
VIII - o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, V e VII;
por meio criminoso: (Redação dada pela Lei nº 9.426, de
IX - o representante da sociedade anônima estrangeira, 1996)
autorizada a funcionar no País, que pratica os atos
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou
mencionados nos ns. I e II, ou dá falsa informação ao
ambas as penas. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de
Governo.
1996)
§ 2º - Incorre na pena de detenção, de seis meses a dois
§ 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido
anos, e multa, o acionista que, a fim de obter vantagem
ou isento de pena o autor do crime de que proveio a
para si ou para outrem, negocia o voto nas deliberações
coisa. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
de assembléia geral.
§ 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário,
Emissão irregular de conhecimento de depósito ou
pode o juiz, tendo em consideração as circunstâncias,
"warrant"
deixar de aplicar a pena. Na receptação dolosa aplica-se
Art. 178 - Emitir conhecimento de depósito ou warrant, o disposto no § 2º do art. 155. (Incluído pela Lei nº
em desacordo com disposição legal: 9.426, de 1996)
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 6o Tratando-se de bens do patrimônio da União, de
Estado, do Distrito Federal, de Município ou de
Fraude à execução
autarquia, fundação pública, empresa pública,
Art. 179 - Fraudar execução, alienando, desviando, sociedade de economia mista ou empresa
destruindo ou danificando bens, ou simulando dívidas: concessionária de serviços públicos, aplica-se em dobro
a pena prevista no caput deste artigo. (Redação dada
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
pela Lei nº 13.531, de 2017)
Parágrafo único - Somente se procede mediante queixa.
Receptação de animal
CAPÍTULO VII
Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, conduzir,
Da Receptação
ocultar, ter em depósito ou vender, com a finalidade de
Receptação produção ou de comercialização, semovente
domesticável de produção, ainda que abatido ou
Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou
dividido em partes, que deve saber ser produto de
ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe
crime: (Incluído pela Lei nº 13.330, de 2016)
ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de
boa-fé, a adquira, receba ou oculte: (Redação dada Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e
pela Lei nº 9.426, de 1996) multa. (Incluído pela Lei nº 13.330, de 2016)
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e CAPÍTULO VIII
multa. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996) Disposições Gerais
Receptação qualificada (Redação dada pela Lei nº Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos
9.426, de 1996) crimes previstos neste título, em prejuízo: (Vide Lei nº
10.741, de 2003)
§ 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar,
ter em depósito, desmontar, montar, remontar, vender, I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco
proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade
legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.
comercial ou industrial, coisa que deve saber ser
produto de crime: (Redação dada pela Lei nº 9.426, de Art. 182 - Somente se procede mediante representação,
1996) se o crime previsto neste título é cometido em
prejuízo: (Vide Lei nº 10.741, de 2003)
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa. (Redação
dada pela Lei nº 9.426, de 1996) I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;

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II - de irmão, legítimo ou ilegítimo; demanda, com intuito de lucro, direto ou indireto, sem
autorização expressa, conforme o caso, do autor, do
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
artista intérprete ou executante, do produtor de
Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos fonograma, ou de quem os represente: (Redação dada
anteriores: pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e
quando haja emprego de grave ameaça ou violência à multa. (Incluído pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
pessoa;
§ 4o O disposto nos §§ 1o, 2o e 3o não se aplica quando
II - ao estranho que participa do crime. se tratar de exceção ou limitação ao direito de autor ou
os que lhe são conexos, em conformidade com o
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade
previsto na Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998,
igual ou superior a 60 (sessenta) anos. (Incluído pela
nem a cópia de obra intelectual ou fonograma, em um
Lei nº 10.741, de 2003)
só exemplar, para uso privado do copista, sem intuito de
TÍTULO III lucro direto ou indireto.(Incluído pela Lei nº 10.695, de
Dos Crimes Contra a Propriedade Imaterial 1º.7.2003)
CAPÍTULO I Usurpação de nome ou pseudônimo alheio
Dos Crimes Contra a Propriedade Intelectual
Art. 185 - (Revogado pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
Violação de direito autoral
Art. 186. Procede-se mediante: (Redação dada pela Lei
Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe são nº 10.695, de 1º.7.2003)
conexos: (Redação dada pela Lei nº 10.695, de
I – queixa, nos crimes previstos no caput do art.
1º.7.2003)
184; (Incluído pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou
II – ação penal pública incondicionada, nos crimes
multa. (Redação dada pela Lei nº 10.695, de
previstos nos §§ 1o e 2o do art. 184; (Incluído pela Lei nº
1º.7.2003)
10.695, de 1º.7.2003)
§ 1o Se a violação consistir em reprodução total ou
III – ação penal pública incondicionada, nos crimes
parcial, com intuito de lucro direto ou indireto, por
cometidos em desfavor de entidades de direito público,
qualquer meio ou processo, de obra intelectual,
autarquia, empresa pública, sociedade de economia
interpretação, execução ou fonograma, sem
mista ou fundação instituída pelo Poder
autorização expressa do autor, do artista intérprete ou
Público; (Incluído pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
executante, do produtor, conforme o caso, ou de quem
os represente: (Redação dada pela Lei nº 10.695, de IV – ação penal pública condicionada à representação,
1º.7.2003) nos crimes previstos no § 3o do art. 184. (Incluído pela
Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e
multa. (Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003) CAPÍTULO II
Dos Crimes Contra o Privilégio de Invenção
§ 2o Na mesma pena do § 1o incorre quem, com o intuito
de lucro direto ou indireto, distribui, vende, expõe à Violação de privilégio de invenção
venda, aluga, introduz no País, adquire, oculta, tem em
Art 187. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14.5.1996)
depósito, original ou cópia de obra intelectual ou
fonograma reproduzido com violação do direito de Falsa atribuição de privilégio
autor, do direito de artista intérprete ou executante ou
Art 188. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14.5.1996)
do direito do produtor de fonograma, ou, ainda, aluga
original ou cópia de obra intelectual ou fonograma, sem Usurpação ou indevida exploração de modelo ou
a expressa autorização dos titulares dos direitos ou de desenho privilegiado
quem os represente. (Redação dada pela Lei nº 10.695,
Art. 189. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14.5.1996)
de 1º.7.2003)
Falsa declaração de depósito em modelo ou desenho
§ 3o Se a violação consistir no oferecimento ao público,
mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer Art. 190. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14.5.1996)
outro sistema que permita ao usuário realizar a seleção
Art. 191. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14.5.1996)
da obra ou produção para recebê-la em um tempo e
lugar previamente determinados por quem formula a

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CAPÍTULO III Paralisação de trabalho, seguida de violência ou


Dos Crimes Contra as Marcas de Indústria e Comércio perturbação da ordem
Violação do direito de marca Art. 200 - Participar de suspensão ou abandono coletivo
de trabalho, praticando violência contra pessoa ou
Art. 192. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14.5.1996)
contra coisa:
Uso indevido de armas, brasões e distintivos públicos
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da
Art. 193. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14.5.1996) pena correspondente à violência.
Marca com falsa indicação de procedência Parágrafo único - Para que se considere coletivo o
abandono de trabalho é indispensável o concurso de,
Art. 194. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14.5.1996)
pelo menos, três empregados.
Art. 195. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14.5.1996)
Paralisação de trabalho de interesse coletivo
CAPÍTULO IV
Art. 201 - Participar de suspensão ou abandono coletivo
Dos Crimes de Concorrência Desleal
de trabalho, provocando a interrupção de obra pública
Concorrência desleal ou serviço de interesse coletivo:
Art. 196. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14.5.1996) Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
TÍTULO IV Invasão de estabelecimento industrial, comercial ou
Dos Crimes Contra a Organização do Trabalho agrícola. Sabotagem
Atentado contra a liberdade de trabalho Art. 202 - Invadir ou ocupar estabelecimento industrial,
comercial ou agrícola, com o intuito de impedir ou
Art. 197 - Constranger alguém, mediante violência ou
embaraçar o curso normal do trabalho, ou com o
grave ameaça:
mesmo fim danificar o estabelecimento ou as coisas
I - a exercer ou não exercer arte, ofício, profissão ou nele existentes ou delas dispor:
indústria, ou a trabalhar ou não trabalhar durante certo
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
período ou em determinados dias:
Frustração de direito assegurado por lei trabalhista
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da
pena correspondente à violência; Art. 203 - Frustrar, mediante fraude ou violência, direito
assegurado pela legislação do trabalho:
II - a abrir ou fechar o seu estabelecimento de trabalho,
ou a participar de parede ou paralisação de atividade Pena - detenção de um ano a dois anos, e multa, além
econômica: da pena correspondente à violência. (Redação dada
pela Lei nº 9.777, de 29.12.1998)
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além
da pena correspondente à violência. § 1º Na mesma pena incorre quem: (Incluído pela Lei nº
9.777, de 1998)
Atentado contra a liberdade de contrato de trabalho e
boicotagem violenta I - obriga ou coage alguém a usar mercadorias de
determinado estabelecimento, para impossibilitar o
Art. 198 - Constranger alguém, mediante violência ou
desligamento do serviço em virtude de dívida; (Incluído
grave ameaça, a celebrar contrato de trabalho, ou a não
pela Lei nº 9.777, de 1998)
fornecer a outrem ou não adquirir de outrem matéria-
prima ou produto industrial ou agrícola: II - impede alguém de se desligar de serviços de
qualquer natureza, mediante coação ou por meio da
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da
retenção de seus documentos pessoais ou
pena correspondente à violência.
contratuais. (Incluído pela Lei nº 9.777, de 1998)
Atentado contra a liberdade de associação
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a
Art. 199 - Constranger alguém, mediante violência ou vítima é menor de dezoito anos, idosa, gestante,
grave ameaça, a participar ou deixar de participar de indígena ou portadora de deficiência física ou
determinado sindicato ou associação profissional: mental. (Incluído pela Lei nº 9.777, de 1998)
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da Frustração de lei sobre a nacionalização do trabalho
pena correspondente à violência.
Art. 204 - Frustrar, mediante fraude ou violência,
obrigação legal relativa à nacionalização do trabalho:

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Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da CAPÍTULO II


pena correspondente à violência. Dos Crimes Contra o Respeito aos Mortos
Exercício de atividade com infração de decisão Impedimento ou perturbação de cerimônia funerária
administrativa
Art. 209 - Impedir ou perturbar enterro ou cerimônia
Art. 205 - Exercer atividade, de que está impedido por funerária:
decisão administrativa:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é
Aliciamento para o fim de emigração aumentada de um terço, sem prejuízo da
correspondente à violência.
Art. 206 - Recrutar trabalhadores, mediante fraude, com
o fim de levá-los para território estrangeiro. (Redação Violação de sepultura
dada pela Lei nº 8.683, de 1993)
Art. 210 - Violar ou profanar sepultura ou urna
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos e funerária:
multa. (Redação dada pela Lei nº 8.683, de 1993)
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Aliciamento de trabalhadores de um local para outro
Destruição, subtração ou ocultação de cadáver
do território nacional
Art. 211 - Destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou parte
Art. 207 - Aliciar trabalhadores, com o fim de levá-los de
dele:
uma para outra localidade do território nacional:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Pena - detenção de um a três anos, e multa. (Redação
dada pela Lei nº 9.777, de 29.12.1998) Vilipêndio a cadáver
§ 1º Incorre na mesma pena quem recrutar Art. 212 - Vilipendiar cadáver ou suas cinzas:
trabalhadores fora da localidade de execução do
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
trabalho, dentro do território nacional, mediante fraude
ou cobrança de qualquer quantia do trabalhador, ou,
ainda, não assegurar condições do seu retorno ao local
TÍTULO VI
de origem. (Incluído pela Lei nº 9.777, de 1998)
Dos Crimes Contra a Dignidade Sexual
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
vítima é menor de dezoito anos, idosa, gestante,
CAPÍTULO I
indígena ou portadora de deficiência física ou
Dos Crimes Contra a Liberdade Sexual
mental. (Incluído pela Lei nº 9.777, de 1998)
(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
TÍTULO V
Estupro
Dos Crimes Contra o Sentimento Religioso e Contra o
Respeito aos Mortos Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou
grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou
CAPÍTULO I
permitir que com ele se pratique outro ato
Dos Crimes Contra o Sentimento Religioso
libidinoso: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. (Redação
ele relativo
dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 208 - Escarnecer de alguém publicamente, por
§ 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza
motivo de crença ou função religiosa; impedir ou
grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior
perturbar cerimônia ou prática de culto religioso;
de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei nº 12.015, de
vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto
2009)
religioso:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. (Incluído
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
pela Lei nº 12.015, de 2009)
Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é
§ 2o Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei nº
aumentada de um terço, sem prejuízo da
12.015, de 2009)
correspondente à violência.

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Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) autorização dos participantes: (Incluído pela Lei nº
anos (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 13.772, de 2018)
Art. 214 - (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e multa.
Violação sexual mediante fraude (Redação dada pela Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem realiza
Lei nº 12.015, de 2009) montagem em fotografia, vídeo, áudio ou qualquer
outro registro com o fim de incluir pessoa em cena de
Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato
nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter
libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio
íntimo. (Incluído pela Lei nº 13.772, de 2018)
que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade
da vítima: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) CAPÍTULO II
Dos Crimes Sexuais Contra Vulnerável
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. (Redação
(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Sedução
Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de
obter vantagem econômica, aplica-se também Art. 217 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
multa. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Estupro de vulnerável(Incluído pela Lei nº 12.015, de
Importunação sexual (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2009)
2018)
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato
Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: (Incluído
ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria pela Lei nº 12.015, de 2009)
lascívia ou a de terceiro: (Incluído pela Lei nº 13.718, de
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze)
2018)
anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não
§ 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações
constitui crime mais grave. (Incluído pela Lei nº 13.718,
descritas no caput com alguém que, por enfermidade
de 2018)
ou deficiência mental, não tem o necessário
Art. 216. (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009) discernimento para a prática do ato, ou que, por
qualquer outra causa, não pode oferecer
Assédio sexual (Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de
resistência. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
2001)
§ 2o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter
vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o § 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza
agente da sua condição de superior hierárquico ou grave: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos. (Incluído
ou função.(Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001)
pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Incluído
§ 4o Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei
pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001)
nº 12.015, de 2009)
Parágrafo único. (VETADO) (Incluído pela Lei nº
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta)
10.224, de 15 de 2001)
anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 2o A pena é aumentada em até um terço se a vítima é
§ 5º As penas previstas no caput e nos §§ 1º, 3º e 4º
menor de 18 (dezoito) anos. (Incluído pela Lei nº
deste artigo aplicam-se independentemente do
12.015, de 2009)
consentimento da vítima ou do fato de ela ter mantido
CAPÍTULO I-A relações sexuais anteriormente ao crime. (Incluído pela
(Incluído pela Lei nº 13.772, de 2018) Lei nº 13.718, de 2018)
Da Exposição da Intimidade Sexual Corrupção de menores
Registro não autorizado da intimidade sexual Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a
satisfazer a lascívia de outrem: (Redação dada pela Lei
Art. 216-B. Produzir, fotografar, filmar ou registrar, por
nº 12.015, de 2009)
qualquer meio, conteúdo com cena de nudez ou ato
sexual ou libidinoso de caráter íntimo e privado sem Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. (Redação
dada pela Lei nº 12.015, de 2009)

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Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei nº audiovisual que contenha cena de estupro ou de
12.015, de 2009) estupro de vulnerável ou que faça apologia ou induza a
sua prática, ou, sem o consentimento da vítima, cena de
Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou
sexo, nudez ou pornografia: (Incluído pela Lei nº
adolescente (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
13.718, de 2018)
Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato não
14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção
constitui crime mais grave. (Incluído pela Lei nº 13.718,
carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia
de 2018)
própria ou de outrem: (Incluído pela Lei nº 12.015, de
2009) Aumento de pena (Incluído pela Lei nº 13.718, de
2018)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. (Incluído
pela Lei nº 12.015, de 2009) § 1º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois
terços) se o crime é praticado por agente que mantém
Favorecimento da prostituição ou de outra forma de
ou tenha mantido relação íntima de afeto com a vítima
exploração sexual de criança ou adolescente ou de
ou com o fim de vingança ou humilhação. (Incluído
vulnerável. (Redação dada pela Lei nº 12.978, de
pela Lei nº 13.718, de 2018)
2014)
Exclusão de ilicitude (Incluído pela Lei nº 13.718, de
Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou
2018)
outra forma de exploração sexual alguém menor de 18
(dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência § 2º Não há crime quando o agente pratica as condutas
mental, não tem o necessário discernimento para a descritas no caput deste artigo em publicação de
prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a natureza jornalística, científica, cultural ou acadêmica
abandone: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) com a adoção de recurso que impossibilite a
identificação da vítima, ressalvada sua prévia
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez)
autorização, caso seja maior de 18 (dezoito)
anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
anos. (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
§ 1o Se o crime é praticado com o fim de obter
CAPÍTULO III
vantagem econômica, aplica-se também
Do Rapto
multa. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Rapto violento ou mediante fraude
§ 2o Incorre nas mesmas penas: (Incluído pela Lei nº
12.015, de 2009) Art. 219 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso Rapto consensual
com alguém menor de 18 (dezoito) e maior de 14
Art. 220 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
(catorze) anos na situação descrita no caput deste
artigo; (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Diminuição de pena
II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local Art. 221 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
em que se verifiquem as práticas referidas
Concurso de rapto e outro crime
no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.015, de
2009) Art. 222 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
§ 3o Na hipótese do inciso II do § 2o, constitui efeito CAPÍTULO IV
obrigatório da condenação a cassação da licença de Disposições Gerais
localização e de funcionamento do
Art. 223 - (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009)
estabelecimento.(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 224 - (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009)
Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro
de vulnerável, de cena de sexo ou de Ação penal
pornografia (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste
Art. 218-C. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, Título, procede-se mediante ação penal pública
vender ou expor à venda, distribuir, publicar ou incondicionada. (Redação dada pela Lei nº 13.718, de
divulgar, por qualquer meio - inclusive por meio de 2018)
comunicação de massa ou sistema de informática ou
Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei
telemática -, fotografia, vídeo ou outro registro
nº 13.718, de 2018)

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Aumento de pena Favorecimento da prostituição ou outra forma de


exploração sexual (Redação dada pela Lei nº 12.015,
Art. 226. A pena é aumentada: (Redação dada pela
de 2009)
Lei nº 11.106, de 2005)
Art. 228. Induzir ou atrair alguém à prostituição ou
I – de quarta parte, se o crime é cometido com o
outra forma de exploração sexual, facilitá-la, impedir ou
concurso de 2 (duas) ou mais pessoas; (Redação dada
dificultar que alguém a abandone: (Redação dada pela
pela Lei nº 11.106, de 2005)
Lei nº 12.015, de 2009)
II - de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e
madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor,
multa. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
curador, preceptor ou empregador da vítima ou por
qualquer outro título tiver autoridade sobre § 1o Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta,
ela; (Redação dada pela Lei nº 13.718, de 2018) irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou
curador, preceptor ou empregador da vítima, ou se
III - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado,
IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é proteção ou vigilância: (Redação dada pela Lei nº
praticado: (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018) 12.015, de 2009)
Estupro coletivo (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018) Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos. (Redação
dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
a) mediante concurso de 2 (dois) ou mais
agentes; (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018) § 2º - Se o crime, é cometido com emprego de violência,
grave ameaça ou fraude:
Estupro corretivo (Incluído pela Lei nº 13.718, de
2018) Pena - reclusão, de quatro a dez anos, além da pena
correspondente à violência.
b) para controlar o comportamento social ou sexual da
vítima. (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018) § 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-
se também multa.
CAPÍTULO V
Do Lenocínio e do Tráfico de Pessoa Para Fim de Casa de prostituição
Prostituição ou Outra Forma de
Art. 229. Manter, por conta própria ou de terceiro,
Exploração Sexual
estabelecimento em que ocorra exploração sexual, haja,
(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
ou não, intuito de lucro ou mediação direta do
Mediação para servir a lascívia de outrem proprietário ou gerente: (Redação dada pela Lei nº
12.015, de 2009)
Art. 227 - Induzir alguém a satisfazer a lascívia de
outrem: Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
Pena - reclusão, de um a três anos. Rufianismo
o
§ 1 Se a vítima é maior de 14 (catorze) e menor de 18 Art. 230 - Tirar proveito da prostituição alheia,
(dezoito) anos, ou se o agente é seu ascendente, participando diretamente de seus lucros ou fazendo-se
descendente, cônjuge ou companheiro, irmão, tutor ou sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça:
curador ou pessoa a quem esteja confiada para fins de
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
educação, de tratamento ou de guarda: (Redação dada
pela Lei nº 11.106, de 2005) § 1o Se a vítima é menor de 18 (dezoito) e maior de 14
(catorze) anos ou se o crime é cometido por ascendente,
Pena - reclusão, de dois a cinco anos.
padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge,
§ 2º - Se o crime é cometido com emprego de violência, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou
grave ameaça ou fraude: empregador da vítima, ou por quem assumiu, por lei ou
outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou
Pena - reclusão, de dois a oito anos, além da pena
vigilância:(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
correspondente à violência.
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e
§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-
multa. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
se também multa.
§ 2o Se o crime é cometido mediante violência, grave
ameaça, fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a

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livre manifestação da vontade da vítima: (Redação exposição pública, escrito, desenho, pintura, estampa
dada pela Lei nº 12.015, de 2009) ou qualquer objeto obsceno:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, sem prejuízo Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
da pena correspondente à violência.(Redação dada pela
Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem:
Lei nº 12.015, de 2009)
I - vende, distribui ou expõe à venda ou ao público
Tráfico internacional de pessoa para fim de exploração
qualquer dos objetos referidos neste artigo;
sexual (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
II - realiza, em lugar público ou acessível ao público,
Art. 231. (Revogado pela Lei nº 13.344, de
representação teatral, ou exibição cinematográfica de
2016) (Vigência)
caráter obsceno, ou qualquer outro espetáculo, que
Art. 231-A. (Revogado pela Lei nº 13.344, de tenha o mesmo caráter;
2016) (Vigência)
III - realiza, em lugar público ou acessível ao público, ou
Art. 232 - (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009) pelo rádio, audição ou recitação de caráter obsceno.
Promoção de migração ilegal CAPÍTULO VII
Disposições Gerais
Art. 232-A. Promover, por qualquer meio, com o fim de
(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
obter vantagem econômica, a entrada ilegal de
estrangeiro em território nacional ou de brasileiro em Aumento de pena (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
país estrangeiro:Incluído pela Lei nº 13.445, de
Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título a pena é
2017 Vigência
aumentada:(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e
I – (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
multa.Incluído pela Lei nº 13.445, de 2017 Vigência
II – (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 1º Na mesma pena incorre quem promover, por
qualquer meio, com o fim de obter vantagem III - de metade a 2/3 (dois terços), se do crime resulta
econômica, a saída de estrangeiro do território nacional gravidez; (Redação dada pela Lei nº 13.718, de 2018)
para ingressar ilegalmente em país estrangeiro.Incluído
IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o agente
pela Lei nº 13.445, de 2017 Vigência
transmite à vítima doença sexualmente transmissível de
§ 2º A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um que sabe ou deveria saber ser portador, ou se a vítima é
terço) se:Incluído pela Lei nº 13.445, de 2017 Vigência idosa ou pessoa com deficiência. (Redação dada pela
Lei nº 13.718, de 2018)
I - o crime é cometido com violência; ouIncluído pela Lei
nº 13.445, de 2017 Vigência Art. 234-B. Os processos em que se apuram crimes
definidos neste Título correrão em segredo de
II - a vítima é submetida a condição desumana ou
justiça. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
degradante.Incluído pela Lei nº 13.445, de
2017 Vigência Art. 234-C. (VETADO).(Incluído pela Lei nº 12.015, de
2009)
§ 3º A pena prevista para o crime será aplicada sem
prejuízo das correspondentes às infrações TÍTULO VII
conexas. Incluído pela Lei nº 13.445, de 2017 Vigência Dos Crimes Contra a Família
CAPÍTULO VI CAPÍTULO I
Do Ultraje Público ao Pudor Dos Crimes Contra o Casamento
Ato obsceno Bigamia
Art. 233 - Praticar ato obsceno em lugar público, ou Art. 235 - Contrair alguém, sendo casado, novo
aberto ou exposto ao público: casamento:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. Pena - reclusão, de dois a seis anos.
Escrito ou objeto obsceno § 1º - Aquele que, não sendo casado, contrai casamento
com pessoa casada, conhecendo essa circunstância, é
Art. 234 - Fazer, importar, exportar, adquirir ou ter sob
punido com reclusão ou detenção, de um a três anos.
sua guarda, para fim de comércio, de distribuição ou de

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§ 2º - Anulado por qualquer motivo o primeiro Pena - reclusão, de dois a seis anos. (Redação dada pela
casamento, ou o outro por motivo que não a bigamia, Lei nº 6.898, de 1981)
considera-se inexistente o crime.
Parágrafo único - Se o crime é praticado por motivo de
Induzimento a erro essencial e ocultação de reconhecida nobreza: (Redação dada pela Lei nº 6.898,
impedimento de 1981)
Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro Pena - detenção, de um a dois anos, podendo o juiz
essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe deixar de aplicar a pena. (Redação dada pela Lei nº
impedimento que não seja casamento anterior: 6.898, de 1981)
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. Sonegação de estado de filiação
Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do Art. 243 - Deixar em asilo de expostos ou outra
contraente enganado e não pode ser intentada senão instituição de assistência filho próprio ou alheio,
depois de transitar em julgado a sentença que, por ocultando-lhe a filiação ou atribuindo-lhe outra, com o
motivo de erro ou impedimento, anule o casamento. fim de prejudicar direito inerente ao estado civil:
Conhecimento prévio de impedimento Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Art. 237 - Contrair casamento, conhecendo a existência CAPÍTULO III
de impedimento que lhe cause a nulidade absoluta: Dos Crimes Contra a Assistência Familiar
Pena - detenção, de três meses a um ano. Abandono material
Simulação de autoridade para celebração de Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a
casamento subsistência do cônjuge, ou de filho menor de 18
(dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de
Art. 238 - Atribuir-se falsamente autoridade para
ascendente inválido ou maior de 60 (sessenta) anos, não
celebração de casamento:
lhes proporcionando os recursos necessários ou
Pena - detenção, de um a três anos, se o fato não faltando ao pagamento de pensão alimentícia
constitui crime mais grave. judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar,
sem justa causa, de socorrer descendente ou
Simulação de casamento
ascendente, gravemente enfermo: (Redação dada pela
Art. 239 - Simular casamento mediante engano de outra Lei nº 10.741, de 2003)
pessoa:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa, de
Pena - detenção, de um a três anos, se o fato não uma a dez vezes o maior salário mínimo vigente no
constitui elemento de crime mais grave. País. (Redação dada pela Lei nº 5.478, de 1968)
Adultério Parágrafo único - Nas mesmas penas incide quem,
sendo solvente, frustra ou ilide, de qualquer modo,
Art. 240 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
inclusive por abandono injustificado de emprego ou
CAPÍTULO II função, o pagamento de pensão alimentícia
Dos Crimes Contra o Estado de Filiação judicialmente acordada, fixada ou majorada. (Incluído
pela Lei nº 5.478, de 1968)
Registro de nascimento inexistente
Entrega de filho menor a pessoa inidônea
Art. 241 - Promover no registro civil a inscrição de
nascimento inexistente: Art. 245 - Entregar filho menor de 18 (dezoito) anos a
pessoa em cuja companhia saiba ou deva saber que o
Pena - reclusão, de dois a seis anos.
menor fica moral ou materialmente em
Parto suposto. Supressão ou alteração de direito perigo: (Redação dada pela Lei nº 7.251, de 1984)
inerente ao estado civil de recém-nascido
Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Redação
Art. 242 - Dar parto alheio como próprio; registrar como dada pela Lei nº 7.251, de 1984)
seu o filho de outrem; ocultar recém-nascido ou
§ 1º - A pena é de 1 (um) a 4 (quatro) anos de reclusão,
substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente
se o agente pratica delito para obter lucro, ou se o
ao estado civil: (Redação dada pela Lei nº 6.898, de
menor é enviado para o exterior. (Incluído pela Lei nº
1981)
7.251, de 1984)

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§ 2º - Incorre, também, na pena do parágrafo anterior TÍTULO VIII


quem, embora excluído o perigo moral ou material, Dos Crimes Contra a Incolumidade Pública
auxilia a efetivação de ato destinado ao envio de menor
CAPÍTULO I
para o exterior, com o fito de obter lucro. (Incluído pela
Dos Crimes de Perigo Comum
Lei nº 7.251, de 1984)
Incêndio
Abandono intelectual
Art. 250 - Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a
Art. 246 - Deixar, sem justa causa, de prover à instrução
integridade física ou o patrimônio de outrem:
primária de filho em idade escolar:
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Aumento de pena
Art. 247 - Permitir alguém que menor de dezoito anos,
sujeito a seu poder ou confiado à sua guarda ou § 1º - As penas aumentam-se de um terço:
vigilância:
I - se o crime é cometido com intuito de obter vantagem
I - freqüente casa de jogo ou mal-afamada, ou conviva pecuniária em proveito próprio ou alheio;
com pessoa viciosa ou de má vida;
II - se o incêndio é:
II - freqüente espetáculo capaz de pervertê-lo ou de
a) em casa habitada ou destinada a habitação;
ofender-lhe o pudor, ou participe de representação de
igual natureza; b) em edifício público ou destinado a uso público ou a
obra de assistência social ou de cultura;
III - resida ou trabalhe em casa de prostituição;
c) em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de
IV - mendigue ou sirva a mendigo para excitar a
transporte coletivo;
comiseração pública:
d) em estação ferroviária ou aeródromo;
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
e) em estaleiro, fábrica ou oficina;
CAPÍTULO IV
Dos Crimes Contra o Pátrio Poder, Tutela Curatela f) em depósito de explosivo, combustível ou inflamável;
Induzimento a fuga, entrega arbitrária ou sonegação g) em poço petrolífico ou galeria de mineração;
de incapazes
h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta.
Art. 248 - Induzir menor de dezoito anos, ou interdito, a
Incêndio culposo
fugir do lugar em que se acha por determinação de
quem sobre ele exerce autoridade, em virtude de lei ou § 2º - Se culposo o incêndio, é pena de detenção, de seis
de ordem judicial; confiar a outrem sem ordem do pai, meses a dois anos.
do tutor ou do curador algum menor de dezoito anos ou
Explosão
interdito, ou deixar, sem justa causa, de entregá-lo a
quem legitimamente o reclame: Art. 251 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou o
patrimônio de outrem, mediante explosão, arremesso
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
ou simples colocação de engenho de dinamite ou de
Subtração de incapazes substância de efeitos análogos:
Art. 249 - Subtrair menor de dezoito anos ou interdito Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.
ao poder de quem o tem sob sua guarda em virtude de
§ 1º - Se a substância utilizada não é dinamite ou
lei ou de ordem judicial:
explosivo de efeitos análogos:
Pena - detenção, de dois meses a dois anos, se o fato
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
não constitui elemento de outro crime.
Aumento de pena
§ 1º - O fato de ser o agente pai ou tutor do menor ou
curador do interdito não o exime de pena, se destituído § 2º - As penas aumentam-se de um terço, se ocorre
ou temporariamente privado do pátrio poder, tutela, qualquer das hipóteses previstas no § 1º, I, do artigo
curatela ou guarda. anterior, ou é visada ou atingida qualquer das coisas
enumeradas no nº II do mesmo parágrafo.
§ 2º - No caso de restituição do menor ou do interdito,
se este não sofreu maus-tratos ou privações, o juiz pode Modalidade culposa
deixar de aplicar pena.

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§ 3º - No caso de culpa, se a explosão é de dinamite ou calamidade, aparelho, material ou qualquer meio


substância de efeitos análogos, a pena é de detenção, destinado a serviço de combate ao perigo, de socorro
de seis meses a dois anos; nos demais casos, é de ou salvamento; ou impedir ou dificultar serviço de tal
detenção, de três meses a um ano. natureza:
Uso de gás tóxico ou asfixiante Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
Art. 252 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou o Formas qualificadas de crime de perigo comum
patrimônio de outrem, usando de gás tóxico ou
Art. 258 - Se do crime doloso de perigo comum resulta
asfixiante:
lesão corporal de natureza grave, a pena privativa de
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é
aplicada em dobro. No caso de culpa, se do fato resulta
Modalidade Culposa
lesão corporal, a pena aumenta-se de metade; se
Parágrafo único - Se o crime é culposo: resulta morte, aplica-se a pena cominada ao homicídio
culposo, aumentada de um terço.
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Difusão de doença ou praga
Fabrico, fornecimento, aquisição posse ou transporte
de explosivos ou gás tóxico, ou asfixiante Art. 259 - Difundir doença ou praga que possa causar
dano a floresta, plantação ou animais de utilidade
Art. 253 - Fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou
econômica:
transportar, sem licença da autoridade, substância ou
engenho explosivo, gás tóxico ou asfixiante, ou material Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
destinado à sua fabricação:
Modalidade culposa
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
Parágrafo único - No caso de culpa, a pena é de
Inundação detenção, de um a seis meses, ou multa.
Art. 254 - Causar inundação, expondo a perigo a vida, a CAPÍTULO II
integridade física ou o patrimônio de outrem: Dos Crimes Contra a Segurança dos Meios de
Comunicação e Transporte e Outros Serviços Públicos
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa, no caso de
dolo, ou detenção, de seis meses a dois anos, no caso de Perigo de desastre ferroviário
culpa.
Art. 260 - Impedir ou perturbar serviço de estrada de
Perigo de inundação ferro:
Art. 255 - Remover, destruir ou inutilizar, em prédio I - destruindo, danificando ou desarranjando, total ou
próprio ou alheio, expondo a perigo a vida, a integridade parcialmente, linha férrea, material rodante ou de
física ou o patrimônio de outrem, obstáculo natural ou tração, obra-de-arte ou instalação;
obra destinada a impedir inundação:
II - colocando obstáculo na linha;
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
III - transmitindo falso aviso acerca do movimento dos
Desabamento ou desmoronamento veículos ou interrompendo ou embaraçando o
funcionamento de telégrafo, telefone ou
Art. 256 - Causar desabamento ou desmoronamento,
radiotelegrafia;
expondo a perigo a vida, a integridade física ou o
patrimônio de outrem: IV - praticando outro ato de que possa resultar desastre:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
Modalidade culposa Desastre ferroviário
Parágrafo único - Se o crime é culposo: § 1º - Se do fato resulta desastre:
Pena - detenção, de seis meses a um ano. Pena - reclusão, de quatro a doze anos e multa.
Subtração, ocultação ou inutilização de material de § 2º - No caso de culpa, ocorrendo desastre:
salvamento
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Art. 257 - Subtrair, ocultar ou inutilizar, por ocasião de
§ 3º - Para os efeitos deste artigo, entende-se por
incêndio, inundação, naufrágio, ou outro desastre ou
estrada de ferro qualquer via de comunicação em que

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circulem veículos de tração mecânica, em trilhos ou por Atentado contra a segurança de serviço de utilidade
meio de cabo aéreo. pública
Atentado contra a segurança de transporte marítimo, Art. 265 - Atentar contra a segurança ou o
fluvial ou aéreo funcionamento de serviço de água, luz, força ou calor,
ou qualquer outro de utilidade pública:
Art. 261 - Expor a perigo embarcação ou aeronave,
própria ou alheia, ou praticar qualquer ato tendente a Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
impedir ou dificultar navegação marítima, fluvial ou
Parágrafo único - Aumentar-se-á a pena de 1/3 (um
aérea:
terço) até a metade, se o dano ocorrer em virtude de
Pena - reclusão, de dois a cinco anos. subtração de material essencial ao funcionamento dos
serviços. (Incluído pela Lei nº 5.346, de 3.11.1967)
Sinistro em transporte marítimo, fluvial ou aéreo
Interrupção ou perturbação de serviço telegráfico,
§ 1º - Se do fato resulta naufrágio, submersão ou
telefônico, informático, telemático ou de informação
encalhe de embarcação ou a queda ou destruição de
de utilidade pública (Redação dada pela Lei nº 12.737,
aeronave:
de 2012) Vigência
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
Art. 266 - Interromper ou perturbar serviço telegráfico,
Prática do crime com o fim de lucro radiotelegráfico ou telefônico, impedir ou dificultar-lhe
o restabelecimento:
§ 2º - Aplica-se, também, a pena de multa, se o agente
pratica o crime com intuito de obter vantagem Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
econômica, para si ou para outrem.
§ 1o Incorre na mesma pena quem interrompe serviço
Modalidade culposa telemático ou de informação de utilidade pública, ou
impede ou dificulta-lhe o restabelecimento. (Incluído
§ 3º - No caso de culpa, se ocorre o sinistro:
pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
§ 2o Aplicam-se as penas em dobro se o crime é
Atentado contra a segurança de outro meio de cometido por ocasião de calamidade
transporte pública. (Incluído pela Lei nº 12.737, de
2012) Vigência
Art. 262 - Expor a perigo outro meio de transporte
público, impedir-lhe ou dificultar-lhe o funcionamento: CAPÍTULO III
Dos Crimes Contra a Saúde Pública
Pena - detenção, de um a dois anos.
Epidemia
§ 1º - Se do fato resulta desastre, a pena é de reclusão,
de dois a cinco anos. Art. 267 - Causar epidemia, mediante a propagação de
germes patogênicos:
§ 2º - No caso de culpa, se ocorre desastre:
Pena - reclusão, de dez a quinze anos. (Redação dada
Pena - detenção, de três meses a um ano.
pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
Forma qualificada
§ 1º - Se do fato resulta morte, a pena é aplicada em
Art. 263 - Se de qualquer dos crimes previstos nos arts. dobro.
260 a 262, no caso de desastre ou sinistro, resulta lesão
§ 2º - No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a
corporal ou morte, aplica-se o disposto no art. 258.
dois anos, ou, se resulta morte, de dois a quatro anos.
Arremesso de projétil
Infração de medida sanitária preventiva
Art. 264 - Arremessar projétil contra veículo, em
Art. 268 - Infringir determinação do poder público,
movimento, destinado ao transporte público por terra,
destinada a impedir introdução ou propagação de
por água ou pelo ar:
doença contagiosa:
Pena - detenção, de um a seis meses.
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa.
Parágrafo único - Se do fato resulta lesão corporal, a
Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se
pena é de detenção, de seis meses a dois anos; se
o agente é funcionário da saúde pública ou exerce a
resulta morte, a pena é a do art. 121, § 3º, aumentada
profissão de médico, farmacêutico, dentista ou
de um terço.
enfermeiro.

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Omissão de notificação de doença Modalidade culposa


Art. 269 - Deixar o médico de denunciar à autoridade § 2º - Se o crime é culposo: (Redação dada pela Lei nº
pública doença cuja notificação é compulsória: 9.677, de 2.7.1998)
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e
multa. (Redação dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
Envenenamento de água potável ou de substância
alimentícia ou medicinal Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de
produto destinado a fins terapêuticos ou
Art. 270 - Envenenar água potável, de uso comum ou
medicinais (Redação dada pela Lei nº 9.677, de
particular, ou substância alimentícia ou medicinal
2.7.1998)
destinada a consumo:
Art. 273 - Falsificar, corromper, adulterar ou alterar
Pena - reclusão, de dez a quinze anos. (Redação dada
produto destinado a fins terapêuticos ou
pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
medicinais: (Redação dada pela Lei nº 9.677, de
§ 1º - Está sujeito à mesma pena quem entrega a 2.7.1998)
consumo ou tem em depósito, para o fim de ser
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos, e
distribuída, a água ou a substância envenenada.
multa. (Redação dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
Modalidade culposa
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem importa, vende,
§ 2º - Se o crime é culposo: expõe à venda, tem em depósito para vender ou, de
qualquer forma, distribui ou entrega a consumo o
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
produto falsificado, corrompido, adulterado ou
Corrupção ou poluição de água potável alterado. (Redação dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
Art. 271 - Corromper ou poluir água potável, de uso § 1º-A - Incluem-se entre os produtos a que se refere
comum ou particular, tornando-a imprópria para este artigo os medicamentos, as matérias-primas, os
consumo ou nociva à saúde: insumos farmacêuticos, os cosméticos, os saneantes e
os de uso em diagnóstico. (Incluído pela Lei nº 9.677, de
Pena - reclusão, de dois a cinco anos.
2.7.1998)
Modalidade culposa
§ 1º-B - Está sujeito às penas deste artigo quem pratica
Parágrafo único - Se o crime é culposo: as ações previstas no § 1º em relação a produtos em
qualquer das seguintes condições: (Incluído pela Lei nº
Pena - detenção, de dois meses a um ano.
9.677, de 2.7.1998)
Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de
I - sem registro, quando exigível, no órgão de vigilância
substância ou produtos alimentícios
sanitária competente; (Incluído pela Lei nº 9.677, de
Art. 272 - Corromper, adulterar, falsificar ou alterar 2.7.1998)
substância ou produto alimentício destinado a
II - em desacordo com a fórmula constante do registro
consumo, tornando-o nociva à saúde ou reduzindo-lhe
previsto no inciso anterior; (Incluído pela Lei nº 9.677,
o valor nutritivo: (Redação dada pela Lei nº 9.677, de
de 2.7.1998)
2.7.1998)
III - sem as características de identidade e qualidade
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e
admitidas para a sua comercialização; (Incluído pela Lei
multa. (Redação dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
nº 9.677, de 2.7.1998)
§ 1º-A - Incorre nas penas deste artigo quem fabrica,
IV - com redução de seu valor terapêutico ou de sua
vende, expõe à venda, importa, tem em depósito para
atividade; ((Incluído pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a
consumo a substância alimentícia ou o produto V - de procedência ignorada; (Incluído pela Lei nº 9.677,
falsificado, corrompido ou adulterado. (Incluído pela Lei de 2.7.1998)
nº 9.677, de 2.7.1998)
VI - adquiridos de estabelecimento sem licença da
§ 1º - Está sujeito às mesmas penas quem pratica as autoridade sanitária competente. (Incluído pela Lei nº
ações previstas neste artigo em relação a bebidas, com 9.677, de 2.7.1998)
ou sem teor alcoólico. (Redação dada pela Lei nº 9.677,
Modalidade culposa
de 2.7.1998)
§ 2º - Se o crime é culposo:

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Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e Medicamento em desacordo com receita médica
multa. (Redação dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
Art. 280 - Fornecer substância medicinal em desacordo
Emprego de processo proibido ou de substância não com receita médica:
permitida
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa.
Art. 274 - Empregar, no fabrico de produto destinado a
Modalidade culposa
consumo, revestimento, gaseificação artificial, matéria
corante, substância aromática, anti-séptica, Parágrafo único - Se o crime é culposo:
conservadora ou qualquer outra não expressamente
Pena - detenção, de dois meses a um ano.
permitida pela legislação sanitária:
Comércio, Posse ou Uso de Entorpecente ou
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e
Substância que Determine Dependência Física ou
multa. (Redação dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
Psíquica. (Redação dada pela Lei nº 5.726, de
Invólucro ou recipiente com falsa indicação 1971) (Revogado pela Lei nº 6.368, 1976)
Art. 275 - Inculcar, em invólucro ou recipiente de Art. 281. (Revogado pela Lei nº 6.368, 1976)
produtos alimentícios, terapêuticos ou medicinais, a
Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou
existência de substância que não se encontra em seu
farmacêutica
conteúdo ou que nele existe em quantidade menor que
a mencionada: (Redação dada pela Lei nº 9.677, de Art. 282 - Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão
2.7.1998) de médico, dentista ou farmacêutico, sem autorização
legal ou excedendo-lhe os limites:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e
multa. (Redação dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Produto ou substância nas condições dos dois artigos Parágrafo único - Se o crime é praticado com o fim de
anteriores lucro, aplica-se também multa.
Art. 276 - Vender, expor à venda, ter em depósito para Charlatanismo
vender ou, de qualquer forma, entregar a consumo
Art. 283 - Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou
produto nas condições dos arts. 274 e 275.
infalível:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
multa.(Redação dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
Curandeirismo
Substância destinada à falsificação
Art. 284 - Exercer o curandeirismo:
Art. 277 - Vender, expor à venda, ter em depósito ou
ceder substância destinada à falsificação de produtos I - prescrevendo, ministrando ou aplicando,
alimentícios, terapêuticos ou medicinais:(Redação dada habitualmente, qualquer substância;
pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
II - usando gestos, palavras ou qualquer outro meio;
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e
III - fazendo diagnósticos:
multa. (Redação dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Outras substâncias nocivas à saúde pública
Parágrafo único - Se o crime é praticado mediante
Art. 278 - Fabricar, vender, expor à venda, ter em
remuneração, o agente fica também sujeito à multa.
depósito para vender ou, de qualquer forma, entregar a
consumo coisa ou substância nociva à saúde, ainda que Forma qualificada
não destinada à alimentação ou a fim medicinal: Art. 285 - Aplica-se o disposto no art. 258 aos crimes
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. previstos neste Capítulo, salvo quanto ao definido no
art. 267.
Modalidade culposa
TÍTULO IX
Parágrafo único - Se o crime é culposo:
Dos Crimes Contra a Paz Pública
Pena - detenção, de dois meses a um ano.
Incitação ao crime
Substância avariada
Art. 286 - Incitar, publicamente, a prática de crime:
Art. 279 - (Revogado pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)

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Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa. I - de moeda com título ou peso inferior ao determinado
em lei;
Apologia de crime ou criminoso
II - de papel-moeda em quantidade superior à
Art. 287 - Fazer, publicamente, apologia de fato
autorizada.
criminoso ou de autor de crime:
§ 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz
Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa.
circular moeda, cuja circulação não estava ainda
Associação Criminosa autorizada.
Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para Crimes assimilados ao de moeda falsa
o fim específico de cometer crimes: (Redação dada
Art. 290 - Formar cédula, nota ou bilhete representativo
pela Lei nº 12.850, de 2013) (Vigência)
de moeda com fragmentos de cédulas, notas ou bilhetes
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. (Redação verdadeiros; suprimir, em nota, cédula ou bilhete
dada pela Lei nº 12.850, de 2013) (Vigência) recolhidos, para o fim de restituí-los à circulação, sinal
indicativo de sua inutilização; restituir à circulação
Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a
cédula, nota ou bilhete em tais condições, ou já
associação é armada ou se houver a participação de
recolhidos para o fim de inutilização:
criança ou adolescente. (Redação dada pela Lei nº
12.850, de 2013) (Vigência) Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Constituição de milícia privada (Incluído dada pela Lei Parágrafo único - O máximo da reclusão é elevado a
nº 12.720, de 2012) doze anos e multa, se o crime é cometido por
funcionário que trabalha na repartição onde o dinheiro
Art. 288-A. Constituir, organizar, integrar, manter ou
se achava recolhido, ou nela tem fácil ingresso, em razão
custear organização paramilitar, milícia particular,
do cargo.(Vide Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar
qualquer dos crimes previstos neste Código: (Incluído Petrechos para falsificação de moeda
dada pela Lei nº 12.720, de 2012)
Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos. (Incluído ou gratuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho,
dada pela Lei nº 12.720, de 2012) instrumento ou qualquer objeto especialmente
destinado à falsificação de moeda:
TÍTULO X
Dos Crimes Contra a Fé Pública Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
CAPÍTULO I Emissão de título ao portador sem permissão legal
Da Moeda Falsa
Art. 292 - Emitir, sem permissão legal, nota, bilhete,
Moeda Falsa ficha, vale ou título que contenha promessa de
pagamento em dinheiro ao portador ou a que falte
Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda
indicação do nome da pessoa a quem deva ser pago:
metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no
estrangeiro: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa. Parágrafo único - Quem recebe ou utiliza como dinheiro
qualquer dos documentos referidos neste artigo incorre
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta
na pena de detenção, de quinze dias a três meses, ou
própria ou alheia, importa ou exporta, adquire, vende,
multa.
troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação
moeda falsa. CAPÍTULO II
Da Falsidade de Títulos e Outros Papéis Públicos
§ 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como
verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à Falsificação de papéis públicos
circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido
Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
com detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
I – selo destinado a controle tributário, papel selado ou
§ 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, e
qualquer papel de emissão legal destinado à
multa, o funcionário público ou diretor, gerente, ou
arrecadação de tributo; (Redação dada pela Lei nº
fiscal de banco de emissão que fabrica, emite ou
11.035, de 2004)
autoriza a fabricação ou emissão:

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II - papel de crédito público que não seja moeda de curso § 5o Equipara-se a atividade comercial, para os fins do
legal; inciso III do § 1o, qualquer forma de comércio irregular
ou clandestino, inclusive o exercido em vias, praças ou
III - vale postal;
outros logradouros públicos e em residências. (Incluído
IV - cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa pela Lei nº 11.035, de 2004)
econômica ou de outro estabelecimento mantido por
Petrechos de falsificação
entidade de direito público;
Art. 294 - Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou
V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro
guardar objeto especialmente destinado à falsificação
documento relativo a arrecadação de rendas públicas
de qualquer dos papéis referidos no artigo anterior:
ou a depósito ou caução por que o poder público seja
responsável; Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de Art. 295 - Se o agente é funcionário público, e comete o
transporte administrada pela União, por Estado ou por crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de
Município: sexta parte.
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. CAPÍTULO III
o Da Falsidade Documental
§ 1 Incorre na mesma pena quem: (Redação dada pela
Lei nº 11.035, de 2004) Falsificação do selo ou sinal público
I – usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis Art. 296 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
falsificados a que se refere este artigo; (Incluído pela Lei
I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da
nº 11.035, de 2004)
União, de Estado ou de Município;
II – importa, exporta, adquire, vende, troca, cede,
II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito
empresta, guarda, fornece ou restitui à circulação selo
público, ou a autoridade, ou sinal público de tabelião:
falsificado destinado a controle tributário; (Incluído pela
Lei nº 11.035, de 2004) Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
III – importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, § 1º - Incorre nas mesmas penas:
mantém em depósito, guarda, troca, cede, empresta,
I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado;
fornece, porta ou, de qualquer forma, utiliza em
proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal
comercial ou industrial, produto ou verdadeiro em prejuízo de outrem ou em proveito
mercadoria: (Incluído pela Lei nº 11.035, de 2004) próprio ou alheio.
a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas,
controle tributário, falsificado; (Incluído pela Lei nº logotipos, siglas ou quaisquer outros símbolos utilizados
11.035, de 2004) ou identificadores de órgãos ou entidades da
Administração Pública. (Incluído pela Lei nº 9.983, de
b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação
2000)
tributária determina a obrigatoriedade de sua
aplicação. (Incluído pela Lei nº 11.035, de 2004) § 2º - Se o agente é funcionário público, e comete o
crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de
§ 2º - Suprimir, em qualquer desses papéis, quando
sexta parte.
legítimos, com o fim de torná-los novamente utilizáveis,
carimbo ou sinal indicativo de sua inutilização: Falsificação de documento público
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento
público, ou alterar documento público verdadeiro:
§ 3º - Incorre na mesma pena quem usa, depois de
alterado, qualquer dos papéis a que se refere o Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
parágrafo anterior.
§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o
§ 4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora recibo crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de
de boa-fé, qualquer dos papéis falsificados ou alterados, sexta parte.
a que se referem este artigo e o seu § 2º, depois de
§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento
conhecer a falsidade ou alteração, incorre na pena de
público o emanado de entidade paraestatal, o título ao
detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
portador ou transmissível por endosso, as ações de

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sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento Falso reconhecimento de firma ou letra


particular.
Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no exercício de
§ 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz função pública, firma ou letra que o não seja:
inserir: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o
I – na folha de pagamento ou em documento de documento é público; e de um a três anos, e multa, se o
informações que seja destinado a fazer prova perante a documento é particular.
previdência social, pessoa que não possua a qualidade
Certidão ou atestado ideologicamente falso
de segurado obrigatório;(Incluído pela Lei nº 9.983, de
2000) Art. 301 - Atestar ou certificar falsamente, em razão de
função pública, fato ou circunstância que habilite
II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do
alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de
empregado ou em documento que deva produzir efeito
serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem:
perante a previdência social, declaração falsa ou diversa
da que deveria ter sido escrita; (Incluído pela Lei nº Pena - detenção, de dois meses a um ano.
9.983, de 2000)
Falsidade material de atestado ou certidão
III – em documento contábil ou em qualquer outro
§ 1º - Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou
documento relacionado com as obrigações da empresa
certidão, ou alterar o teor de certidão ou de atestado
perante a previdência social, declaração falsa ou diversa
verdadeiro, para prova de fato ou circunstância que
da que deveria ter constado. (Incluído pela Lei nº 9.983,
habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus
de 2000)
ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra
§ 4o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos vantagem:
documentos mencionados no § 3o, nome do segurado e
Pena - detenção, de três meses a dois anos.
seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do
contrato de trabalho ou de prestação de § 2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-
serviços.(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) se, além da pena privativa de liberdade, a de multa.
Falsificação de documento particular (Redação dada Falsidade de atestado médico
pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão,
Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento atestado falso:
particular ou alterar documento particular verdadeiro:
Pena - detenção, de um mês a um ano.
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de
Falsificação de cartão (Incluído pela Lei nº 12.737, lucro, aplica-se também multa.
de 2012) Vigência
Reprodução ou adulteração de selo ou peça filatélica
Parágrafo único. Para fins do disposto no caput,
Art. 303 - Reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica
equipara-se a documento particular o cartão de crédito
que tenha valor para coleção, salvo quando a
ou débito. (Incluído pela Lei nº 12.737, de
reprodução ou a alteração está visivelmente anotada na
2012) Vigência
face ou no verso do selo ou peça:
Falsidade ideológica
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular,
Parágrafo único - Na mesma pena incorre quem, para
declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou
fins de comércio, faz uso do selo ou peça filatélica.
fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser
escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação Uso de documento falso
ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante:
Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302:
documento é público, e reclusão de um a três anos, e
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.
multa, se o documento é particular.
Supressão de documento
Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e
comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício
falsificação ou alteração é de assentamento de registro próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio,
civil, aumenta-se a pena de sexta parte.

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documento público ou particular verdadeiro, de que propriedade ou a posse de tais bens: (Redação dada
não podia dispor: pela Lei nº 9.426, de 1996)
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o Pena - detenção, de seis meses a três anos, e
documento é público, e reclusão, de um a cinco anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
multa, se o documento é particular.
Adulteração de sinal identificador de veículo
CAPÍTULO IV automotor (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
De Outras Falsidades
Art. 311 - Adulterar ou remarcar número de chassi ou
Falsificação do sinal empregado no contraste de metal qualquer sinal identificador de veículo automotor, de
precioso ou na fiscalização alfandegária, ou para seu componente ou equipamento:(Redação dada pela
outros fins Lei nº 9.426, de 1996))
Art. 306 - Falsificar, fabricando-o ou alterando-o, marca Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa. (Redação
ou sinal empregado pelo poder público no contraste de dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
metal precioso ou na fiscalização alfandegária, ou usar
§ 1º - Se o agente comete o crime no exercício da função
marca ou sinal dessa natureza, falsificado por outrem:
pública ou em razão dela, a pena é aumentada de um
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. terço. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
Parágrafo único - Se a marca ou sinal falsificado é o que § 2º - Incorre nas mesmas penas o funcionário público
usa a autoridade pública para o fim de fiscalização que contribui para o licenciamento ou registro do
sanitária, ou para autenticar ou encerrar determinados veículo remarcado ou adulterado, fornecendo
objetos, ou comprovar o cumprimento de formalidade indevidamente material ou informação
legal: oficial. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
Pena - reclusão ou detenção, de um a três anos, e multa. CAPÍTULO V
(Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
Falsa identidade
DAS FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE PÚBLICO
Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa
(Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
identidade para obter vantagem, em proveito próprio
ou alheio, ou para causar dano a outrem: Fraudes em certames de interesse público (Incluído
pela Lei 12.550. de 2011)
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se
o fato não constitui elemento de crime mais grave. Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o
fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer
Art. 308 - Usar, como próprio, passaporte, título de
a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso
eleitor, caderneta de reservista ou qualquer documento
de: (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
de identidade alheia ou ceder a outrem, para que dele
se utilize, documento dessa natureza, próprio ou de I - concurso público; (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
terceiro:
II - avaliação ou exame públicos; (Incluído pela Lei
Pena - detenção, de quatro meses a dois anos, e multa, 12.550. de 2011)
se o fato não constitui elemento de crime mais grave.
III - processo seletivo para ingresso no ensino superior;
Fraude de lei sobre estrangeiro ou (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
Art. 309 - Usar o estrangeiro, para entrar ou permanecer IV - exame ou processo seletivo previstos em
no território nacional, nome que não é o seu: lei: (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
multa. (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
Parágrafo único - Atribuir a estrangeiro falsa qualidade
para promover-lhe a entrada em território § 1o Nas mesmas penas incorre quem permite ou
nacional: (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996) facilita, por qualquer meio, o acesso de pessoas não
autorizadas às informações mencionadas
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. (Incluído
no caput. (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
pela Lei nº 9.426, de 1996)
§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à
Art. 310 - Prestar-se a figurar como proprietário ou
administração pública: (Incluído pela Lei 12.550. de
possuidor de ação, título ou valor pertencente a
2011)
estrangeiro, nos casos em que a este é vedada por lei a

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Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e Modificação ou alteração não autorizada de sistema de
multa. (Incluído pela Lei 12.550. de 2011) informações (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 3o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema
cometido por funcionário público. (Incluído pela Lei de informações ou programa de informática sem
12.550. de 2011) autorização ou solicitação de autoridade competente:
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
TÍTULO XI
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e
Dos Crimes Contra a Administração Pública
multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
CAPÍTULO I
Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço
Dos Crimes Praticados por Funcionário Público Contra até a metade se da modificação ou alteração resulta
a Administração em Geral dano para a Administração Pública ou para o
administrado.(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Peculato
Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de
documento
dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público
ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento,
desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: de que tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou
inutilizá-lo, total ou parcialmente:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público,
constitui crime mais grave.
embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o
subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em Emprego irregular de verbas ou rendas públicas
proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que
Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação
lhe proporciona a qualidade de funcionário.
diversa da estabelecida em lei:
Peculato culposo
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o
Concussão
crime de outrem:
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou
Pena - detenção, de três meses a um ano.
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena
imposta. Excesso de exação
Peculato mediante erro de outrem § 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição
social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando
Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade
devido, emprega na cobrança meio vexatório ou
que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem:
gravoso, que a lei não autoriza: (Redação dada pela Lei
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. nº 8.137, de 27.12.1990)
Inserção de dados falsos em sistema de informações Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, § 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de
a inserção de dados falsos, alterar ou excluir outrem, o que recebeu indevidamente para recolher
indevidamente dados corretos nos sistemas aos cofres públicos:
informatizados ou bancos de dados da Administração
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
Pública com o fim de obter vantagem indevida para si
ou para outrem ou para causar dano: (Incluído pela Lei Corrupção passiva
nº 9.983, de 2000))
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem,
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem
indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:

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Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a
(Redação dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003) pretexto de exercê-la:
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da
consequência da vantagem ou promessa, o funcionário pena correspondente à violência.
retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o
Abandono de função
pratica infringindo dever funcional.
Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou
permitidos em lei:
retarda ato de ofício, com infração de dever funcional,
cedendo a pedido ou influência de outrem: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. § 1º - Se do fato resulta prejuízo público:
Facilitação de contrabando ou descaminho Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a § 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa
prática de contrabando ou descaminho (art. 334): de fronteira:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
(Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
Exercício funcional ilegalmente antecipado ou
Prevaricação prolongado
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de
indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra satisfeitas as exigências legais, ou continuar a exercê-la,
disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sem autorização, depois de saber oficialmente que foi
sentimento pessoal: exonerado, removido, substituído ou suspenso:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou Violação de sigilo funcional
agente público, de cumprir seu dever de vedar ao preso
Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do
o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que
cargo e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-
permita a comunicação com outros presos ou com o
lhe a revelação:
ambiente externo: (Incluído pela Lei nº 11.466, de
2007). Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se
o fato não constitui crime mais grave.
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
§ 1º Nas mesmas penas deste artigo incorre quem:
Condescendência criminosa
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de
I – permite ou facilita, mediante atribuição,
responsabilizar subordinado que cometeu infração no
fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer outra
exercício do cargo ou, quando lhe falte competência,
forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas
não levar o fato ao conhecimento da autoridade
de informações ou banco de dados da Administração
competente:
Pública; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito.
Advocacia administrativa (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse § 2º Se da ação ou omissão resulta dano à
privado perante a administração pública, valendo-se da Administração Pública ou a outrem: (Incluído pela Lei nº
qualidade de funcionário: 9.983, de 2000)
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo:
Violação do sigilo de proposta de concorrência
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da
multa. Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência
pública, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-
Violência arbitrária
lo:

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Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa. Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
Funcionário público Tráfico de Influência (Redação dada pela Lei nº 9.127, de
1995)
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os
efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou
remuneração, exerce cargo, emprego ou função para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a
pública. pretexto de influir em ato praticado por funcionário
público no exercício da função: (Redação dada pela Lei
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce
nº 9.127, de 1995)
cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e
quem trabalha para empresa prestadora de serviço Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
contratada ou conveniada para a execução de atividade (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)
típica da Administração Pública. (Incluído pela Lei nº
Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o
9.983, de 2000)
agente alega ou insinua que a vantagem é também
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os destinada ao funcionário. (Redação dada pela Lei nº
autores dos crimes previstos neste Capítulo forem 9.127, de 1995)
ocupantes de cargos em comissão ou de função de
Corrupção ativa
direção ou assessoramento de órgão da administração
direta, sociedade de economia mista, empresa pública Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a
ou fundação instituída pelo poder público. (Incluído pela funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir
Lei nº 6.799, de 1980) ou retardar ato de ofício:
CAPÍTULO II Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
(Redação dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
Dos Crimes Praticados por Particular Contra a
Administração em Geral Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se,
em razão da vantagem ou promessa, o funcionário
Usurpação de função pública
retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo
Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública: dever funcional.
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa. Descaminho
Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem: Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de
direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
pelo consumo de mercadoria (Redação dada pela Lei nº
Resistência 13.008, de 26.6.2014)
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Redação
violência ou ameaça a funcionário competente para dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
§ 1º Incorre na mesma pena quem: (Redação dada pela
Pena - detenção, de dois meses a dois anos. Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa: I - pratica navegação de cabotagem, fora dos casos
permitidos em lei; (Redação dada pela Lei nº 13.008, de
Pena - reclusão, de um a três anos.
26.6.2014)
§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo
II - pratica fato assimilado, em lei especial, a
das correspondentes à violência.
descaminho; (Redação dada pela Lei nº 13.008, de
Desobediência 26.6.2014)
Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário III - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de
público: qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio,
no exercício de atividade comercial ou industrial,
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.
mercadoria de procedência estrangeira que introduziu
Desacato clandestinamente no País ou importou
fraudulentamente ou que sabe ser produto de
Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da
introdução clandestina no território nacional ou de
função ou em razão dela:

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importação fraudulenta por parte de outrem; (Redação § 3º A pena aplica-se em dobro se o crime de
dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) contrabando é praticado em transporte aéreo, marítimo
ou fluvial. (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
IV - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou
alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, Impedimento, perturbação ou fraude de concorrência
mercadoria de procedência estrangeira,
Art. 335 - Impedir, perturbar ou fraudar concorrência
desacompanhada de documentação legal ou
pública ou venda em hasta pública, promovida pela
acompanhada de documentos que sabe serem falsos.
administração federal, estadual ou municipal, ou por
(Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
entidade paraestatal; afastar ou procurar afastar
§ 2º Equipara-se às atividades comerciais, para os concorrente ou licitante, por meio de violência, grave
efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem:
irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras,
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa,
inclusive o exercido em residências. (Redação dada pela
além da pena correspondente à violência.
Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem se
§ 3º A pena aplica-se em dobro se o crime de
abstém de concorrer ou licitar, em razão da vantagem
descaminho é praticado em transporte aéreo, marítimo
oferecida.
ou fluvial. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de
26.6.2014) Inutilização de edital ou de sinal
Contrabando Art. 336 - Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou
conspurcar edital afixado por ordem de funcionário
Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida:
público; violar ou inutilizar selo ou sinal empregado, por
(Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
determinação legal ou por ordem de funcionário
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 ( cinco) anos. (Incluído público, para identificar ou cerrar qualquer objeto:
pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
§ 1º Incorre na mesma pena quem: (Incluído pela Lei nº
Subtração ou inutilização de livro ou documento
13.008, de 26.6.2014)
Art. 337 - Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente,
I - pratica fato assimilado, em lei especial, a
livro oficial, processo ou documento confiado à custódia
contrabando; (Incluído pela Lei nº 13.008, de
de funcionário, em razão de ofício, ou de particular em
26.6.2014)
serviço público:
II - importa ou exporta clandestinamente mercadoria
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não
que dependa de registro, análise ou autorização de
constitui crime mais grave.
órgão público competente; (Incluído pela Lei nº 13.008,
de 26.6.2014) Sonegação de contribuição previdenciária (Incluído
pela Lei nº 9.983, de 2000)
III - reinsere no território nacional mercadoria brasileira
destinada à exportação; (Incluído pela Lei nº 13.008, de Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social
26.6.2014) previdenciária e qualquer acessório, mediante as
seguintes condutas: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
IV - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de
qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de
no exercício de atividade comercial ou industrial, documento de informações previsto pela legislação
mercadoria proibida pela lei brasileira; (Incluído pela Lei previdenciária segurados empregado, empresário,
nº 13.008, de 26.6.2014) trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este
equiparado que lhe prestem serviços; (Incluído pela Lei
V - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou
nº 9.983, de 2000)
alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial,
mercadoria proibida pela lei brasileira. (Incluído pela Lei II – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios
nº 13.008, de 26.6.2014)§ 2º - Equipara-se às atividades da contabilidade da empresa as quantias descontadas
comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma dos segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo
de comércio irregular ou clandestino de mercadorias tomador de serviços; (Incluído pela Lei nº 9.983, de
estrangeiras, inclusive o exercido em residências. 2000)
(Incluído pela Lei nº 4.729, de 14.7.1965)
III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros
auferidos, remunerações pagas ou creditadas e demais

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fatos geradores de contribuições sociais Tráfico de influência em transação comercial


previdenciárias: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) internacional (Incluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. Art. 337-C. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) para outrem, direta ou indiretamente, vantagem ou
promessa de vantagem a pretexto de influir em ato
§ 1º É extinta a punibilidade se o agente,
praticado por funcionário público estrangeiro no
espontaneamente, declara e confessa as contribuições,
exercício de suas funções, relacionado a transação
importâncias ou valores e presta as informações devidas
comercial internacional: (Incluído pela Lei nº 10467, de
à previdência social, na forma definida em lei ou
11.6.2002)
regulamento, antes do início da ação fiscal. (Incluído
pela Lei nº 9.983, de 2000) Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
(Incluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)
§ 2º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou
aplicar somente a de multa se o agente for primário e Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o
de bons antecedentes, desde que: (Incluído pela Lei nº agente alega ou insinua que a vantagem é também
9.983, de 2000) destinada a funcionário estrangeiro. (Incluído pela Lei nº
10467, de 11.6.2002)
I – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Funcionário público estrangeiro (Incluído pela Lei nº
II – o valor das contribuições devidas, inclusive
10467, de 11.6.2002)
acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido
pela previdência social, administrativamente, como Art. 337-D. Considera-se funcionário público
sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções estrangeiro, para os efeitos penais, quem, ainda que
fiscais. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo,
emprego ou função pública em entidades estatais ou
§ 3º Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha
em representações diplomáticas de país estrangeiro.
de pagamento mensal não ultrapassa R$ 1.510,00 (um
(Incluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)
mil, quinhentos e dez reais), o juiz poderá reduzir a pena
de um terço até a metade ou aplicar apenas a de multa. Parágrafo único. Equipara-se a funcionário público
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) estrangeiro quem exerce cargo, emprego ou função em
empresas controladas, diretamente ou indiretamente,
§ 4º O valor a que se refere o parágrafo anterior será
pelo Poder Público de país estrangeiro ou em
reajustado nas mesmas datas e nos mesmos índices do
organizações públicas internacionais. (Incluído pela Lei
reajuste dos benefícios da previdência social. (Incluído
nº 10467, de 11.6.2002)
pela Lei nº 9.983, de 2000)
CAPÍTULO III
CAPÍTULO II-A
Dos Crimes Contra a Administração da Justiça
(Incluído pela Lei nº 10.467, de 11.6.2002)
Reingresso de estrangeiro expulso
Dos Crimes Praticados por Particular Contra a
Administração Pública Estrangeira Art. 338 - Reingressar no território nacional o
estrangeiro que dele foi expulso:
Corrupção ativa em transação comercial internacional
Pena - reclusão, de um a quatro anos, sem prejuízo de
Art. 337-B. Prometer, oferecer ou dar, direta ou
nova expulsão após o cumprimento da pena.
indiretamente, vantagem indevida a funcionário público
estrangeiro, ou a terceira pessoa, para determiná-lo a Denunciação caluniosa
praticar, omitir ou retardar ato de ofício relacionado à
Art. 339. Dar causa à instauração de investigação
transação comercial internacional: (Incluído pela Lei nº
policial, de processo judicial, instauração de
10467, de 11.6.2002)
investigação administrativa, inquérito civil ou ação de
Pena – reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa. improbidade administrativa contra alguém, imputando-
(Incluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002) lhe crime de que o sabe inocente: (Redação dada pela
Lei nº 10.028, de 2000)
Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um terço),
se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
público estrangeiro retarda ou omite o ato de ofício, ou
§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente
o pratica infringindo dever funcional. (Incluído pela Lei
se serve de anonimato ou de nome suposto.
nº 10467, de 11.6.2002)

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§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que
de prática de contravenção. funciona ou é chamada a intervir em processo judicial,
policial ou administrativo, ou em juízo arbitral:
Comunicação falsa de crime ou de contravenção
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da
Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-
pena correspondente à violência.
lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe
não se ter verificado: Exercício arbitrário das próprias razões
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para
satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a
Auto-acusação falsa
lei o permite:
Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa,
inexistente ou praticado por outrem:
além da pena correspondente à violência.
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
Parágrafo único - Se não há emprego de violência,
Falso testemunho ou falsa perícia somente se procede mediante queixa.
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a Art. 346 - Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa
verdade como testemunha, perito, contador, tradutor própria, que se acha em poder de terceiro por
ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, determinação judicial ou convenção:
inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
Fraude processual
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
(Redação dada pela Lei nº 12.850, de 2013) (Vigência) Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de
processo civil ou administrativo, o estado de lugar, de
§ 1º As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se
coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou
o crime é praticado mediante suborno ou se cometido
o perito:
com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em
processo penal, ou em processo civil em que for parte Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
entidade da administração pública direta ou
Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir
indireta.(Redação dada pela Lei nº 10.268, de
efeito em processo penal, ainda que não iniciado, as
28.8.2001)
penas aplicam-se em dobro.
§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no
Favorecimento pessoal
processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou
declara a verdade.(Redação dada pela Lei nº 10.268, de Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade
28.8.2001) pública autor de crime a que é cominada pena de
reclusão:
Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou
qualquer outra vantagem a testemunha, perito, Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação
§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão:
falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, perícia,
cálculos, tradução ou interpretação: (Redação dada pela Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa.
Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente,
Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa.(Redação descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento
dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) de pena.
Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a Favorecimento real
um terço, se o crime é cometido com o fim de obter
Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-
prova destinada a produzir efeito em processo penal ou
autoria ou de receptação, auxílio destinado a tornar
em processo civil em que for parte entidade da
seguro o proveito do crime:
administração pública direta ou indireta. (Redação dada
pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
Coação no curso do processo Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar
ou facilitar a entrada de aparelho telefônico de
Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim
comunicação móvel, de rádio ou similar, sem
de favorecer interesse próprio ou alheio, contra

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autorização legal, em estabelecimento prisional. Art. 353 - Arrebatar preso, a fim de maltratá-lo, do
(Incluído pela Lei nº 12.012, de 2009). poder de quem o tenha sob custódia ou guarda:
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (Incluído Pena - reclusão, de um a quatro anos, além da pena
pela Lei nº 12.012, de 2009). correspondente à violência.
Exercício arbitrário ou abuso de poder Motim de presos
Art. 350 - Ordenar ou executar medida privativa de Art. 354 - Amotinarem-se presos, perturbando a ordem
liberdade individual, sem as formalidades legais ou com ou disciplina da prisão:
abuso de poder:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da
Pena - detenção, de um mês a um ano. pena correspondente à violência.
Parágrafo único - Na mesma pena incorre o funcionário Patrocínio infiel
que:
Art. 355 - Trair, na qualidade de advogado ou
I - ilegalmente recebe e recolhe alguém a prisão, ou a procurador, o dever profissional, prejudicando
estabelecimento destinado a execução de pena interesse, cujo patrocínio, em juízo, lhe é confiado:
privativa de liberdade ou de medida de segurança;
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
II - prolonga a execução de pena ou de medida de
Patrocínio simultâneo ou tergiversação
segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou
de executar imediatamente a ordem de liberdade; Parágrafo único - Incorre na pena deste artigo o
advogado ou procurador judicial que defende na mesma
III - submete pessoa que está sob sua guarda ou custódia
causa, simultânea ou sucessivamente, partes contrárias.
a vexame ou a constrangimento não autorizado em lei;
Sonegação de papel ou objeto de valor probatório
IV - efetua, com abuso de poder, qualquer diligência.
Art. 356 - Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de
Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de
restituir autos, documento ou objeto de valor
segurança
probatório, que recebeu na qualidade de advogado ou
Art. 351 - Promover ou facilitar a fuga de pessoa procurador:
legalmente presa ou submetida a medida de segurança
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
detentiva:
Exploração de prestígio
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer
§ 1º - Se o crime é praticado a mão armada, ou por mais
outra utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado,
de uma pessoa, ou mediante arrombamento, a pena é
órgão do Ministério Público, funcionário de justiça,
de reclusão, de dois a seis anos.
perito, tradutor, intérprete ou testemunha:
§ 2º - Se há emprego de violência contra pessoa, aplica-
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
se também a pena correspondente à violência.
Parágrafo único - As penas aumentam-se de um terço,
§ 3º - A pena é de reclusão, de um a quatro anos, se o
se o agente alega ou insinua que o dinheiro ou utilidade
crime é praticado por pessoa sob cuja custódia ou
também se destina a qualquer das pessoas referidas
guarda está o preso ou o internado.
neste artigo.
§ 4º - No caso de culpa do funcionário incumbido da
Violência ou fraude em arrematação judicial
custódia ou guarda, aplica-se a pena de detenção, de
três meses a um ano, ou multa. Art. 358 - Impedir, perturbar ou fraudar arrematação
judicial; afastar ou procurar afastar concorrente ou
Evasão mediante violência contra a pessoa
licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude
Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o ou oferecimento de vantagem:
indivíduo submetido a medida de segurança detentiva,
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa,
usando de violência contra a pessoa:
além da pena correspondente à violência.
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da pena
Desobediência a decisão judicial sobre perda ou
correspondente à violência.
suspensão de direito
Arrebatamento de preso

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Art. 359 - Exercer função, atividade, direito, autoridade Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído
ou múnus, de que foi suspenso ou privado por decisão pela Lei nº 10.028, de 2000)
judicial:
Prestação de garantia graciosa (Incluído pela Lei nº
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa. 10.028, de 2000)
CAPÍTULO IV Art. 359-E. Prestar garantia em operação de crédito sem
que tenha sido constituída contragarantia em valor igual
Dos Crimes Contra as Finanças Públicas
ou superior ao valor da garantia prestada, na forma da
(Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) lei: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Contratação de operação de crédito Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
(Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação de
crédito, interno ou externo, sem prévia autorização Não cancelamento de restos a pagar (Incluído pela Lei
legislativa: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) nº 10.028, de 2000)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Incluído pela Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar ou de
Lei nº 10.028, de 2000) promover o cancelamento do montante de restos a
pagar inscrito em valor superior ao permitido em lei:
Parágrafo único. Incide na mesma pena quem ordena,
(Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
autoriza ou realiza operação de crédito, interno ou
externo: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.
(Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
I – com inobservância de limite, condição ou montante
estabelecido em lei ou em resolução do Senado Federal; Aumento de despesa total com pessoal no último ano
(Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) do mandato ou legislatura (Incluído pela Lei nº 10.028,
de 2000)
II – quando o montante da dívida consolidada ultrapassa
o limite máximo autorizado por lei. (Incluído pela Lei nº Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato que
10.028, de 2000) acarrete aumento de despesa total com pessoal, nos
cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato ou
Inscrição de despesas não empenhadas em restos a
da legislatura: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000))
pagar (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído
Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em restos a
pela Lei nº 10.028, de 2000)
pagar, de despesa que não tenha sido previamente
empenhada ou que exceda limite estabelecido em lei: Oferta pública ou colocação de títulos no mercado
(Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover a oferta
(Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) pública ou a colocação no mercado financeiro de títulos
da dívida pública sem que tenham sido criados por lei
Assunção de obrigação no último ano do mandato ou
ou sem que estejam registrados em sistema
legislatura (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
centralizado de liquidação e de custódia: (Incluído pela
Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de Lei nº 10.028, de 2000)
obrigação, nos dois últimos quadrimestres do último
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído
ano do mandato ou legislatura, cuja despesa não possa
pela Lei nº 10.028, de 2000)
ser paga no mesmo exercício financeiro ou, caso reste
parcela a ser paga no exercício seguinte, que não tenha Disposições Finais
contrapartida suficiente de disponibilidade de caixa:
Art. 360 - Ressalvada a legislação especial sobre os
(Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
crimes contra a existência, a segurança e a integridade
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.(Incluído do Estado e contra a guarda e o emprego da economia
pela Lei nº 10.028, de 2000) popular, os crimes de imprensa e os de falência, os de
responsabilidade do Presidente da República e dos
Ordenação de despesa não autorizada (Incluído pela
Governadores ou Interventores, e os crimes militares,
Lei nº 10.028, de 2000)
revogam-se as disposições em contrário.
Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por lei:
Art. 361 - Este Código entrará em vigor no dia 1º de
(Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
janeiro de 1942.

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Rio de Janeiro, 7 de dezembro de 1940; 119º da Do Inquérito Policial


Independência e 52º da República.
Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas
GETÚLIO VARGAS autoridades policiais no território de suas respectivas
circunscrições e terá por fim a apuração das infrações
Francisco Campos
penais e da sua autoria. (Redação dada pela Lei
Este texto não substitui o publicado no DOU de nº 9.043, de 9.5.1995)
31.12.1940
Parágrafo único. A competência definida neste artigo
não excluirá a de autoridades administrativas, a quem
DIREITO PROCESSUAL PENAL por lei seja cometida a mesma função.
Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito policial
será iniciado:
DECRETO-LEI Nº 3.689/1941
I - de ofício;
Código de Processo Penal. II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou
que lhe confere o art. 180 da Constituição, decreta a de quem tiver qualidade para representá-lo.
seguinte Lei: § 1º O requerimento a que se refere o no II conterá
LIVRO I sempre que possível:

Do Processo Em Geral a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;

TÍTULO I b) a individualização do indiciado ou seus sinais


característicos e as razões de convicção ou de presunção
Disposições Preliminares de ser ele o autor da infração, ou os motivos de
Art. 1º O processo penal reger-se-á, em todo o território impossibilidade de o fazer;
brasileiro, por este Código, ressalvados: c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua
I - os tratados, as convenções e regras de direito profissão e residência.
internacional; § 2º Do despacho que indeferir o requerimento de
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de
República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos Polícia.
com os do Presidente da República, e dos ministros do § 3º Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento
Supremo Tribunal Federal, nos crimes de da existência de infração penal em que caiba ação
responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2º, e 100); pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-
III - os processos da competência da Justiça Militar; la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência
das informações, mandará instaurar inquérito.
IV - os processos da competência do tribunal especial
(Constituição, art. 122, nº 17); § 4º O inquérito, nos crimes em que a ação pública
depender de representação, não poderá sem ela ser
V - os processos por crimes de imprensa. (Vide ADPF iniciado.
nº 130)
§ 5º Nos crimes de ação privada, a autoridade policial
Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código somente poderá proceder a inquérito a requerimento
aos processos referidos nos nº IV e V, quando as leis de quem tenha qualidade para intentá-la.
especiais que os regulam não dispuserem de modo
diverso. Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da
infração penal, a autoridade policial deverá:
Art. 2º A lei processual penal aplicar-se-á desde logo,
sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se
vigência da lei anterior. alterem o estado e conservação das coisas, até a
chegada dos peritos criminais; (Redação dada pela
Art. 3º A lei processual penal admitirá interpretação Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
extensiva e aplicação analógica, bem como o
suplemento dos princípios gerais de direito. II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato,
após liberados pelos peritos criminais; (Redação
TÍTULO II dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)

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III - colher todas as provas que servirem para o devolução dos autos, para ulteriores diligências, que
esclarecimento do fato e suas circunstâncias; serão realizadas no prazo marcado pelo juiz.
IV - ouvir o ofendido; Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os
objetos que interessarem à prova, acompanharão os
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for
autos do inquérito.
aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste
Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou
testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura; queixa, sempre que servir de base a uma ou outra.
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial:
acareações;
I - fornecer às autoridades judiciárias as informações
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de necessárias à instrução e julgamento dos processos;
corpo de delito e a quaisquer outras perícias;
II - realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo Ministério Público;
datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua
III - cumprir os mandados de prisão expedidos pelas
folha de antecedentes;
autoridades judiciárias;
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto
IV - representar acerca da prisão preventiva.
de vista individual, familiar e social, sua condição
econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-
depois do crime e durante ele, e quaisquer outros A, no § 3º do art. 158 e no art. 159 do Decreto-Lei nº
elementos que contribuírem para a apreciação do seu 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), e no
temperamento e caráter. art. 239 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto
da Criança e do Adolescente), o membro do Ministério
X - colher informações sobre a existência de filhos,
Público ou o delegado de polícia poderá requisitar, de
respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o
quaisquer órgãos do poder público ou de empresas da
nome e o contato de eventual responsável pelos
iniciativa privada, dados e informações cadastrais da
cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.
vítima ou de suspeitos. (Incluído pela Lei nº 13.344,
(Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
de 2016) (Vigência)
Art. 7º Para verificar a possibilidade de haver a infração
Parágrafo único. A requisição, que será atendida no
sido praticada de determinado modo, a autoridade
prazo de 24 (vinte e quatro) horas, conterá:
policial poderá proceder à reprodução simulada dos
(Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a
ordem pública. I - o nome da autoridade requisitante; (Incluído
pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
Art. 8º Havendo prisão em flagrante, será observado o
disposto no Capítulo II do Título IX deste Livro. II - o número do inquérito policial; e (Incluído pela
Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
Art. 9º Todas as peças do inquérito policial serão, num
só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, III - a identificação da unidade de polícia judiciária
neste caso, rubricadas pela autoridade. responsável pela investigação. (Incluído pela Lei
nº 13.344, de 2016) (Vigência)
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10
dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão dos
estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta crimes relacionados ao tráfico de pessoas, o membro do
hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de Ministério Público ou o delegado de polícia poderão
prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, requisitar, mediante autorização judicial, às empresas
mediante fiança ou sem ela. prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou
telemática que disponibilizem imediatamente os meios
§ 1º A autoridade fará minucioso relatório do que tiver técnicos adequados – como sinais, informações e outros
sido apurado e enviará autos ao juiz competente. – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos
§ 2º No relatório poderá a autoridade indicar do delito em curso. (Incluído pela Lei nº 13.344,
testemunhas que não tiverem sido inquiridas, de 2016) (Vigência)
mencionando o lugar onde possam ser encontradas. § 1º Para os efeitos deste artigo, sinal significa
§ 3º Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado posicionamento da estação de cobertura, setorização e
estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a

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intensidade de radiofrequência. (Incluído pela Lei ou de seu representante legal, ou serão entregues ao
nº 13.344, de 2016) (Vigência) requerente, se o pedir, mediante traslado.
§ 2º Na hipótese de que trata o caput, o sinal: Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo
(Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) necessário à elucidação do fato ou exigido pelo
interesse da sociedade.
I - não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de
qualquer natureza, que dependerá de autorização Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que
judicial, conforme disposto em lei; (Incluído pela lhe forem solicitados, a autoridade policial não poderá
Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) mencionar quaisquer anotações referentes a
instauração de inquérito contra os requerentes.
II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia
(Redação dada pela Lei nº 12.681, de 2012)
móvel celular por período não superior a 30 (trinta) dias,
renovável por uma única vez, por igual período; Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá
(Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) sempre de despacho nos autos e somente será
permitida quando o interesse da sociedade ou a
III - para períodos superiores àquele de que trata o
conveniência da investigação o exigir.
inciso II, será necessária a apresentação de ordem
judicial. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não
(Vigência) excederá de três dias, será decretada por despacho
fundamentado do Juiz, a requerimento da autoridade
§ 3º Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito
policial, ou do órgão do Ministério Público, respeitado,
policial deverá ser instaurado no prazo máximo de 72
em qualquer hipótese, o disposto no artigo 89, inciso III,
(setenta e duas) horas, contado do registro da
do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (Lei n.
respectiva ocorrência policial. (Incluído pela Lei
4.215, de 27 de abril de 1963) (Redação dada pela
nº 13.344, de 2016) (Vigência)
Lei nº 5.010, de 30.5.1966)
§ 4º Não havendo manifestação judicial no prazo de 12
Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que
(doze) horas, a autoridade competente requisitará às
houver mais de uma circunscrição policial, a autoridade
empresas prestadoras de serviço de telecomunicações
com exercício em uma delas poderá, nos inquéritos a
e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os
que esteja procedendo, ordenar diligências em
meios técnicos adequados – como sinais, informações e
circunscrição de outra, independentemente de
outros – que permitam a localização da vítima ou dos
precatórias ou requisições, e bem assim providenciará,
suspeitos do delito em curso, com imediata
até que compareça a autoridade competente, sobre
comunicação ao juiz. (Incluído pela Lei nº 13.344,
qualquer fato que ocorra em sua presença, noutra
de 2016) (Vigência)
circunscrição.
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o
Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao
indiciado poderão requerer qualquer diligência, que
juiz competente, a autoridade policial oficiará ao
será realizada, ou não, a juízo da autoridade.
Instituto de Identificação e Estatística, ou repartição
Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado congênere, mencionando o juízo a que tiverem sido
curador pela autoridade policial. distribuídos, e os dados relativos à infração penal e à
pessoa do indiciado.
Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a
devolução do inquérito à autoridade policial, senão para TÍTULO III
novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da
Da Ação Penal
denúncia.
Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar
promovida por denúncia do Ministério Público, mas
arquivar autos de inquérito.
dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou
inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base de quem tiver qualidade para representá-lo.
para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder
§ 1º No caso de morte do ofendido ou quando
a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.
declarado ausente por decisão judicial, o direito de
Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os representação passará ao cônjuge, ascendente,
autos do inquérito serão remetidos ao juízo descendente ou irmão. (Parágrafo único
competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido renumerado pela Lei nº 8.699, de 27.8.1993)

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§ 2º Seja qual for o crime, quando praticado em deste com os daquele, o direito de queixa poderá ser
detrimento do patrimônio ou interesse da União, Estado exercido por curador especial, nomeado, de ofício ou a
e Município, a ação penal será pública. (Incluído requerimento do Ministério Público, pelo juiz
pela Lei nº 8.699, de 27.8.1993) competente para o processo penal.
Art. 25. A representação será irretratável, depois de Art. 34. Se o ofendido for menor de 21 e maior de 18
oferecida a denúncia. anos, o direito de queixa poderá ser exercido por ele ou
por seu representante legal.
Art. 26. A ação penal, nas contravenções, será iniciada
com o auto de prisão em flagrante ou por meio de Art. 36. Se comparecer mais de uma pessoa com direito
portaria expedida pela autoridade judiciária ou policial. de queixa, terá preferência o cônjuge, e, em seguida, o
parente mais próximo na ordem de enumeração
Art. 27. Qualquer pessoa do povo poderá provocar a
constante do art. 31, podendo, entretanto, qualquer
iniciativa do Ministério Público, nos casos em que caiba
delas prosseguir na ação, caso o querelante desista da
a ação pública, fornecendo-lhe, por escrito, informações
instância ou a abandone.
sobre o fato e a autoria e indicando o tempo, o lugar e
os elementos de convicção. Art. 37. As fundações, associações ou sociedades
legalmente constituídas poderão exercer a ação penal,
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de
devendo ser representadas por quem os respectivos
apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do
contratos ou estatutos designarem ou, no silêncio
inquérito policial ou de quaisquer peças de informação,
destes, pelos seus diretores ou sócios-gerentes.
o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões
invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou
informação ao procurador-geral, e este oferecerá a seu representante legal, decairá no direito de queixa ou
denúncia, designará outro órgão do Ministério Público de representação, se não o exercer dentro do prazo de
para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é
ao qual só então estará o juiz obrigado a atender. o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que
se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia.
Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação
pública, se esta não for intentada no prazo legal, Parágrafo único. Verificar-se-á a decadência do direito
cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá- de queixa ou representação, dentro do mesmo prazo,
la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os nos casos dos arts. 24, parágrafo único, e 31.
termos do processo, fornecer elementos de prova,
Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido,
interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência
pessoalmente ou por procurador com poderes
do querelante, retomar a ação como parte principal.
especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao
Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à autoridade
representá-lo caberá intentar a ação privada. policial.
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando § 1º A representação feita oralmente ou por escrito,
declarado ausente por decisão judicial, o direito de sem assinatura devidamente autenticada do ofendido,
oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao de seu representante legal ou procurador, será reduzida
cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. a termo, perante o juiz ou autoridade policial, presente
o órgão do Ministério Público, quando a este houver
Art. 32. Nos crimes de ação privada, o juiz, a
sido dirigida.
requerimento da parte que comprovar a sua pobreza,
nomeará advogado para promover a ação penal. § 2º A representação conterá todas as informações que
possam servir à apuração do fato e da autoria.
§ 1º Considerar-se-á pobre a pessoa que não puder
prover às despesas do processo, sem privar-se dos § 3º Oferecida ou reduzida a termo a representação, a
recursos indispensáveis ao próprio sustento ou da autoridade policial procederá a inquérito, ou, não sendo
família. competente, remetê-lo-á à autoridade que o for.
§ 2º Será prova suficiente de pobreza o atestado da § 4º A representação, quando feita ao juiz ou perante
autoridade policial em cuja circunscrição residir o este reduzida a termo, será remetida à autoridade
ofendido. policial para que esta proceda a inquérito.
Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 anos, ou § 5º O órgão do Ministério Público dispensará o
mentalmente enfermo, ou retardado mental, e não inquérito, se com a representação forem oferecidos
tiver representante legal, ou colidirem os interesses elementos que o habilitem a promover a ação penal, e,

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neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de quinze Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em
dias. relação a um dos autores do crime, a todos se
estenderá.
Art. 40. Quando, em autos ou papéis de que
conhecerem, os juízes ou tribunais verificarem a Art. 50. A renúncia expressa constará de declaração
existência de crime de ação pública, remeterão ao assinada pelo ofendido, por seu representante legal ou
Ministério Público as cópias e os documentos procurador com poderes especiais.
necessários ao oferecimento da denúncia.
Parágrafo único. A renúncia do representante legal do
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do menor que houver completado 18 (dezoito) anos não
fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a privará este do direito de queixa, nem a renúncia do
qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais último excluirá o direito do primeiro.
se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando
Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados
necessário, o rol das testemunhas.
aproveitará a todos, sem que produza, todavia, efeito
Art. 42. O Ministério Público não poderá desistir da ação em relação ao que o recusar.
penal.
Art. 52. Se o querelante for menor de 21 e maior de 18
Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com anos, o direito de perdão poderá ser exercido por ele ou
poderes especiais, devendo constar do instrumento do por seu representante legal, mas o perdão concedido
mandato o nome do querelante e a menção do fato por um, havendo oposição do outro, não produzirá
criminoso, salvo quando tais esclarecimentos efeito.
dependerem de diligências que devem ser previamente
Art. 53. Se o querelado for mentalmente enfermo ou
requeridas no juízo criminal.
retardado mental e não tiver representante legal, ou
Art. 45. A queixa, ainda quando a ação penal for colidirem os interesses deste com os do querelado, a
privativa do ofendido, poderá ser aditada pelo aceitação do perdão caberá ao curador que o juiz lhe
Ministério Público, a quem caberá intervir em todos os nomear.
termos subsequentes do processo.
Art. 54. Se o querelado for menor de 21 anos, observar-
Art. 46. O prazo para oferecimento da denúncia, se-á, quanto à aceitação do perdão, o disposto no art.
estando o réu preso, será de 5 dias, contado da data em 52.
que o órgão do Ministério Público receber os autos do
Art. 55. O perdão poderá ser aceito por procurador com
inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou
poderes especiais.
afiançado. No último caso, se houver devolução do
inquérito à autoridade policial (art. 16), contar-se-á o Art. 56. Aplicar-se-á ao perdão extraprocessual
prazo da data em que o órgão do Ministério Público expresso o disposto no art. 50.
receber novamente os autos.
Art. 57. A renúncia tácita e o perdão tácito admitirão
§ 1º Quando o Ministério Público dispensar o inquérito todos os meios de prova.
policial, o prazo para o oferecimento da denúncia
Art. 58. Concedido o perdão, mediante declaração
contar-se-á da data em que tiver recebido as peças de
expressa nos autos, o querelado será intimado a dizer,
informações ou a representação
dentro de três dias, se o aceita, devendo, ao mesmo
§ 2º O prazo para o aditamento da queixa será de 3 tempo, ser cientificado de que o seu silêncio importará
dias, contado da data em que o órgão do Ministério aceitação.
Público receber os autos, e, se este não se pronunciar
Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz julgará extinta
dentro do tríduo, entender-se-á que não tem o que
a punibilidade.
aditar, prosseguindo-se nos demais termos do processo.
Art. 59. A aceitação do perdão fora do processo
Art. 47. Se o Ministério Público julgar necessários
constará de declaração assinada pelo querelado, por
maiores esclarecimentos e documentos
seu representante legal ou procurador com poderes
complementares ou novos elementos de convicção,
especiais.
deverá requisitá-los, diretamente, de quaisquer
autoridades ou funcionários que devam ou possam Art. 60. Nos casos em que somente se procede
fornecê-los. mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação
penal:
Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime
obrigará ao processo de todos, e o Ministério Público
velará pela sua indivisibilidade.

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I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de Art. 65. Faz coisa julgada no cível a sentença penal que
promover o andamento do processo durante 30 dias reconhecer ter sido o ato praticado em estado de
seguidos; necessidade, em legítima defesa, em estrito
cumprimento de dever legal ou no exercício regular de
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua
direito.
incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir
no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, Art. 66. Não obstante a sentença absolutória no juízo
qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado criminal, a ação civil poderá ser proposta quando não
o disposto no art. 36; tiver sido, categoricamente, reconhecida a inexistência
material do fato.
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem
motivo justificado, a qualquer ato do processo a que Art. 67. Não impedirão igualmente a propositura da
deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de ação civil:
condenação nas alegações finais;
I - o despacho de arquivamento do inquérito ou das
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se peças de informação;
extinguir sem deixar sucessor.
II - a decisão que julgar extinta a punibilidade;
Art. 61. Em qualquer fase do processo, o juiz, se
III - a sentença absolutória que decidir que o fato
reconhecer extinta a punibilidade, deverá declará-lo de
imputado não constitui crime.
ofício.
Art. 68. Quando o titular do direito à reparação do dano
Parágrafo único. No caso de requerimento do
for pobre (art. 32, §§ 1º e 2º), a execução da sentença
Ministério Público, do querelante ou do réu, o juiz
condenatória (art. 63) ou a ação civil (art. 64) será
mandará autuá-lo em apartado, ouvirá a parte contrária
promovida, a seu requerimento, pelo Ministério
e, se o julgar conveniente, concederá o prazo de cinco
Público.
dias para a prova, proferindo a decisão dentro de cinco
dias ou reservando-se para apreciar a matéria na TÍTULO V
sentença final.
Da Competência
Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz somente à
Art. 69. Determinará a competência jurisdicional:
vista da certidão de óbito, e depois de ouvido o
Ministério Público, declarará extinta a punibilidade. I - o lugar da infração:
TÍTULO IV II - o domicílio ou residência do réu;
Da Ação Civil III - a natureza da infração;
Art. 63. Transitada em julgado a sentença IV - a distribuição;
condenatória, poderão promover-lhe a execução, no
V - a conexão ou continência;
juízo cível, para o efeito da reparação do dano, o
ofendido, seu representante legal ou seus herdeiros. VI - a prevenção;
Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença VII - a prerrogativa de função.
condenatória, a execução poderá ser efetuada pelo
CAPÍTULO I
valor fixado nos termos do inciso iv do caput do art. 387
deste Código sem prejuízo da liquidação para a Da Competência Pelo Lugar da Infração
apuração do dano efetivamente Art. 70. A competência será, de regra, determinada
sofrido. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso
Art. 64. Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, a de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último
ação para ressarcimento do dano poderá ser proposta ato de execução.
no juízo cível, contra o autor do crime e, se for caso,
§ 1º Se, iniciada a execução no território nacional, a
contra o responsável civil. (Vide Lei nº 5.970,
infração se consumar fora dele, a competência será
de 1973)
determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no
Parágrafo único. Intentada a ação penal, o juiz da ação Brasil, o último ato de execução.
civil poderá suspender o curso desta, até o julgamento § 2º Quando o último ato de execução for praticado
definitivo daquela. fora do território nacional, será competente o juiz do

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lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha Art. 75. A precedência da distribuição fixará a
produzido ou devia produzir seu resultado. competência quando, na mesma circunscrição
judiciária, houver mais de um juiz igualmente
§ 3º Quando incerto o limite territorial entre duas ou
competente.
mais jurisdições, ou quando incerta a jurisdição por ter
sido a infração consumada ou tentada nas divisas de Parágrafo único. A distribuição realizada para o efeito
duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á da concessão de fiança ou da decretação de prisão
pela prevenção. preventiva ou de qualquer diligência anterior à
denúncia ou queixa prevenirá a da ação penal.
Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou
permanente, praticada em território de duas ou mais CAPÍTULO V
jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.
Da Competência por Conexão ou Continência
CAPÍTULO II
Art. 76. A competência será determinada pela conexão:
Da Competência Pelo Domicílio ou Residência do Réu
I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido
Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas
competência regular-se-á pelo domicílio ou residência reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora
do réu. diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas
contra as outras;
§ 1º Se o réu tiver mais de uma residência, a
competência firmar-se-á pela prevenção. II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas
para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir
§ 2º Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado
impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas;
o seu paradeiro, será competente o juiz que primeiro
tomar conhecimento do fato. III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de
suas circunstâncias elementares influir na prova de
Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o
outra infração.
querelante poderá preferir o foro de domicílio ou da
residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da Art. 77. A competência será determinada pela
infração. continência quando:
CAPÍTULO III I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma
infração;
Da Competência Pela Natureza da Infração
II - no caso de infração cometida nas condições
Art. 74. A competência pela natureza da infração será
previstas nos arts. 51, § 1º, 53, segunda parte, e 54 do
regulada pelas leis de organização judiciária, salvo a
Código Penal.
competência privativa do Tribunal do Júri.
Art. 78. Na determinação da competência por conexão
§ 1º Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos
ou continência, serão observadas as seguintes
crimes previstos nos arts. 121, §§ 1º e
regras: (Redação dada pela Lei nº 263, de
2º, 122, parágrafo único, 123, 124, 125, 126 e 127 do
23.2.1948)
Código Penal, consumados ou
tentados. (Redação dada pela Lei nº 263, de I - no concurso entre a competência do júri e a de outro
23.2.1948) órgão da jurisdição comum, prevalecerá a competência
do júri; (Redação dada pela Lei nº 263, de
§ 2º Se, iniciado o processo perante um juiz, houver
23.2.1948)
desclassificação para infração da competência de outro,
a este será remetido o processo, salvo se mais graduada Il - no concurso de jurisdições da mesma
for a jurisdição do primeiro, que, em tal caso, terá sua categoria: (Redação dada pela Lei nº 263, de
competência prorrogada. 23.2.1948)
§ 3º Se o juiz da pronúncia desclassificar a infração para a) preponderará a do lugar da infração, à qual for
outra atribuída à competência de juiz singular, observar- cominada a pena mais grave; (Redação dada
se-á o disposto no art. 410; mas, se a desclassificação for pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
feita pelo próprio Tribunal do Júri, a seu presidente
b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o
caberá proferir a sentença (art. 492, § 2º).
maior número de infrações, se as respectivas penas
CAPÍTULO IV forem de igual gravidade; (Redação dada pela
Lei nº 263, de 23.2.1948)
Da Competência Por Distribuição

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c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros Art. 83. Verificar-se-á a competência por prevenção
casos; (Redação dada pela Lei nº 263, de toda vez que, concorrendo dois ou mais juízes
23.2.1948) igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa,
um deles tiver antecedido aos outros na prática de
III - no concurso de jurisdições de diversas categorias,
algum ato do processo ou de medida a este relativa,
predominará a de maior
ainda que anterior ao oferecimento da denúncia ou da
graduação; (Redação dada pela Lei nº 263,
queixa (arts. 70, § 3º, 71, 72, § 2º, e 78, II, c).
de 23.2.1948)
CAPÍTULO VII
IV - no concurso entre a jurisdição comum e a especial,
prevalecerá esta. (Redação dada pela Lei nº Da Competência Pela Prerrogativa de Função
263, de 23.2.1948)
Art. 84. A competência pela prerrogativa de função é do
Art. 79. A conexão e a continência importarão unidade Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de
de processo e julgamento, salvo: Justiça, dos Tribunais Regionais Federais e Tribunais de
Justiça dos Estados e do Distrito Federal, relativamente
I - no concurso entre a jurisdição comum e a militar;
às pessoas que devam responder perante eles por
II - no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de crimes comuns e de
menores. responsabilidade. (Redação dada pela Lei
nº 10.628, de 24.12.2002)
§ 1º Cessará, em qualquer caso, a unidade do processo,
se, em relação a algum co-réu, sobrevier o caso previsto Art. 85. Nos processos por crime contra a honra, em
no art. 152. que forem querelantes as pessoas que a Constituição
sujeita à jurisdição do Supremo Tribunal Federal e dos
§ 2º A unidade do processo não importará a do
Tribunais de Apelação, àquele ou a estes caberá o
julgamento, se houver co-réu foragido que não possa
julgamento, quando oposta e admitida a exceção da
ser julgado à revelia, ou ocorrer a hipótese do art. 461.
verdade.
Art. 80. Será facultativa a separação dos processos
Art. 86. Ao Supremo Tribunal Federal competirá,
quando as infrações tiverem sido praticadas em
privativamente, processar e julgar:
circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes, ou,
quando pelo excessivo número de acusados e para não I - os seus ministros, nos crimes comuns;
Ihes prolongar a prisão provisória, ou por outro motivo
II - os ministros de Estado, salvo nos crimes conexos
relevante, o juiz reputar conveniente a separação.
com os do Presidente da República;
Art. 81. Verificada a reunião dos processos por conexão
III - o procurador-geral da República, os
ou continência, ainda que no processo da sua
desembargadores dos Tribunais de Apelação, os
competência própria venha o juiz ou tribunal a proferir
ministros do Tribunal de Contas e os embaixadores e
sentença absolutória ou que desclassifique a infração
ministros diplomáticos, nos crimes comuns e de
para outra que não se inclua na sua competência,
responsabilidade.
continuará competente em relação aos demais
processos. Art. 87. Competirá, originariamente, aos Tribunais de
Apelação o julgamento dos governadores ou
Parágrafo único. Reconhecida inicialmente ao júri a
interventores nos Estados ou Territórios, e prefeito do
competência por conexão ou continência, o juiz, se vier
Distrito Federal, seus respectivos secretários e chefes de
a desclassificar a infração ou impronunciar ou absolver
Polícia, juízes de instância inferior e órgãos do
o acusado, de maneira que exclua a competência do júri,
Ministério Público.
remeterá o processo ao juízo competente.
CAPÍTULO VIII
Art. 82. Se, não obstante a conexão ou continência,
forem instaurados processos diferentes, a autoridade Disposições Especiais
de jurisdição prevalente deverá avocar os processos que
Art. 88. No processo por crimes praticados fora do
corram perante os outros juízes, salvo se já estiverem
território brasileiro, será competente o juízo da Capital
com sentença definitiva. Neste caso, a unidade dos
do Estado onde houver por último residido o acusado.
processos só se dará, ulteriormente, para o efeito de
Se este nunca tiver residido no Brasil, será competente
soma ou de unificação das penas.
o juízo da Capital da República.
CAPÍTULO VI
Art. 89. Os crimes cometidos em qualquer embarcação
Da Competência Por Prevenção nas águas territoriais da República, ou nos rios e lagos

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fronteiriços, bem como a bordo de embarcações § 2º Do despacho que denegar a suspensão não caberá
nacionais, em alto-mar, serão processados e julgados recurso.
pela justiça do primeiro porto brasileiro em que tocar a
§ 3º Suspenso o processo, e tratando-se de crime de
embarcação, após o crime, ou, quando se afastar do
ação pública, incumbirá ao Ministério Público intervir
País, pela do último em que houver tocado.
imediatamente na causa cível, para o fim de promover-
Art. 90. Os crimes praticados a bordo de aeronave lhe o rápido andamento.
nacional, dentro do espaço aéreo correspondente ao
Art. 94. A suspensão do curso da ação penal, nos casos
território brasileiro, ou ao alto-mar, ou a bordo de
dos artigos anteriores, será decretada pelo juiz, de ofício
aeronave estrangeira, dentro do espaço aéreo
ou a requerimento das partes.
correspondente ao território nacional, serão
processados e julgados pela justiça da comarca em cujo CAPÍTULO II
território se verificar o pouso após o crime, ou pela da
Das Exceções
comarca de onde houver partido a aeronave.
Art. 95. Poderão ser opostas as exceções de:
Art. 91. Quando incerta e não se determinar de acordo
com as normas estabelecidas nos arts. 89 e 90, a I - suspeição;
competência se firmará pela
II - incompetência de juízo;
prevenção. (Redação dada pela Lei nº 4.893,
de 9.12.1965) III - litispendência;
TÍTULO VI IV - ilegitimidade de parte;
Das Questões e Processos Incidentes V - coisa julgada.
CAPÍTULO I Art. 96. A argüição de suspeição precederá a qualquer
outra, salvo quando fundada em motivo superveniente.
Das Questões Prejudiciais
Art. 97. O juiz que espontaneamente afirmar suspeição
Art. 92. Se a decisão sobre a existência da infração
deverá fazê-lo por escrito, declarando o motivo legal, e
depender da solução de controvérsia, que o juiz repute
remeterá imediatamente o processo ao seu substituto,
séria e fundada, sobre o estado civil das pessoas, o curso
intimadas as partes.
da ação penal ficará suspenso até que no juízo cível seja
a controvérsia dirimida por sentença passada em Art. 98. Quando qualquer das partes pretender recusar
julgado, sem prejuízo, entretanto, da inquirição das o juiz, deverá fazê-lo em petição assinada por ela
testemunhas e de outras provas de natureza urgente. própria ou por procurador com poderes especiais,
aduzindo as suas razões acompanhadas de prova
Parágrafo único. Se for o crime de ação pública, o
documental ou do rol de testemunhas.
Ministério Público, quando necessário, promoverá a
ação civil ou prosseguirá na que tiver sido iniciada, com Art. 99. Se reconhecer a suspeição, o juiz sustará a
a citação dos interessados. marcha do processo, mandará juntar aos autos a
petição do recusante com os documentos que a
Art. 93. Se o reconhecimento da existência da infração
instruam, e por despacho se declarará suspeito,
penal depender de decisão sobre questão diversa da
ordenando a remessa dos autos ao substituto.
prevista no artigo anterior, da competência do juízo
cível, e se neste houver sido proposta ação para resolvê- Art. 100. Não aceitando a suspeição, o juiz mandará
la, o juiz criminal poderá, desde que essa questão seja autuar em apartado a petição, dará sua resposta dentro
de difícil solução e não verse sobre direito cuja prova a em três dias, podendo instruí-la e oferecer
lei civil limite, suspender o curso do processo, após a testemunhas, e, em seguida, determinará sejam os
inquirição das testemunhas e realização das outras autos da exceção remetidos, dentro em 24 vinte e
provas de natureza urgente. quatro horas, ao juiz ou tribunal a quem competir o
julgamento.
§ 1º O juiz marcará o prazo da suspensão, que poderá
ser razoavelmente prorrogado, se a demora não for § 1º Reconhecida, preliminarmente, a relevância da
imputável à parte. Expirado o prazo, sem que o juiz cível argüição, o juiz ou tribunal, com citação das partes,
tenha proferido decisão, o juiz criminal fará prosseguir marcará dia e hora para a inquirição das testemunhas,
o processo, retomando sua competência para resolver, seguindo-se o julgamento, independentemente de mais
de fato e de direito, toda a matéria da acusação ou da alegações.
defesa.

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§ 2º Se a suspeição for de manifesta improcedência, o Art. 107. Não se poderá opor suspeição às autoridades
juiz ou relator a rejeitará liminarmente. policiais nos atos do inquérito, mas deverão elas
declarar-se suspeitas, quando ocorrer motivo legal.
Art. 101. Julgada procedente a suspeição, ficarão nulos
os atos do processo principal, pagando o juiz as custas, Art. 108. A exceção de incompetência do juízo poderá
no caso de erro inescusável; rejeitada, evidenciando-se ser oposta, verbalmente ou por escrito, no prazo de
a malícia do excipiente, a este será imposta a multa de defesa.
duzentos mil-réis a dois contos de réis.
§ 1º Se, ouvido o Ministério Público, for aceita a
Art. 102. Quando a parte contrária reconhecer a declinatória, o feito será remetido ao juízo competente,
procedência da argüição, poderá ser sustado, a seu onde, ratificados os atos anteriores, o processo
requerimento, o processo principal, até que se julgue o prosseguirá.
incidente da suspeição.
§ 2º Recusada a incompetência, o juiz continuará no
Art. 103. No Supremo Tribunal Federal e nos Tribunais feito, fazendo tomar por termo a declinatória, se
de Apelação, o juiz que se julgar suspeito deverá formulada verbalmente.
declará-lo nos autos e, se for revisor, passar o feito ao
Art. 109. Se em qualquer fase do processo o juiz
seu substituto na ordem da precedência, ou, se for
reconhecer motivo que o torne incompetente, declará-
relator, apresentar os autos em mesa para nova
lo-á nos autos, haja ou não alegação da parte,
distribuição.
prosseguindo-se na forma do artigo anterior.
§ 1º Se não for relator nem revisor, o juiz que houver
Art. 110. Nas exceções de litispendência, ilegitimidade
de dar-se por suspeito, deverá fazê-lo verbalmente, na
de parte e coisa julgada, será observado, no que Ihes for
sessão de julgamento, registrando-se na ata a
aplicável, o disposto sobre a exceção de incompetência
declaração.
do juízo.
§ 2º Se o presidente do tribunal se der por suspeito,
§ 1º Se a parte houver de opor mais de uma dessas
competirá ao seu substituto designar dia para o
exceções, deverá fazê-lo numa só petição ou articulado.
julgamento e presidi-lo.
§ 2º A exceção de coisa julgada somente poderá ser
§ 3º Observar-se-á, quanto à argüição de suspeição
oposta em relação ao fato principal, que tiver sido
pela parte, o disposto nos arts. 98 a 101, no que Ihe for
objeto da sentença.
aplicável, atendido, se o juiz a reconhecer, o que
estabelece este artigo. Art. 111. As exceções serão processadas em autos
apartados e não suspenderão, em regra, o andamento
§ 4º A suspeição, não sendo reconhecida, será julgada
da ação penal.
pelo tribunal pleno, funcionando como relator o
presidente. CAPÍTULO III
§ 5º Se o recusado for o presidente do tribunal, o Das Incompatibilidades e Impedimentos
relator será o vice-presidente.
Art. 112. O juiz, o órgão do Ministério Público, os
Art. 104. Se for argüida a suspeição do órgão do serventuários ou funcionários de justiça e os peritos ou
Ministério Público, o juiz, depois de ouvi-lo, decidirá, intérpretes abster-se-ão de servir no processo, quando
sem recurso, podendo antes admitir a produção de houver incompatibilidade ou impedimento legal, que
provas no prazo de três dias. declararão nos autos. Se não se der a abstenção, a
incompatibilidade ou impedimento poderá ser argüido
Art. 105. As partes poderão também argüir de
pelas partes, seguindo-se o processo estabelecido para
suspeitos os peritos, os intérpretes e os serventuários
a exceção de suspeição.
ou funcionários de justiça, decidindo o juiz de plano e
sem recurso, à vista da matéria alegada e prova CAPÍTULO IV
imediata.
Do Conflito de Jurisdição
Art. 106. A suspeição dos jurados deverá ser argüida
Art. 113. As questões atinentes à competência
oralmente, decidindo de plano do presidente do
resolver-se-ão não só pela exceção própria, como
Tribunal do Júri, que a rejeitará se, negada pelo
também pelo conflito positivo ou negativo de jurisdição.
recusado, não for imediatamente comprovada, o que
tudo constará da ata. Art. 114. Haverá conflito de jurisdição:

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I - quando duas ou mais autoridades judiciárias se depois de transitar em julgado a sentença final, salvo se
considerarem competentes, ou incompetentes, para pertencerem ao lesado ou a terceiro de boa-fé.
conhecer do mesmo fato criminoso;
Art. 120. A restituição, quando cabível, poderá ser
II - quando entre elas surgir controvérsia sobre unidade ordenada pela autoridade policial ou juiz, mediante
de juízo, junção ou separação de processos. termo nos autos, desde que não exista dúvida quanto
ao direito do reclamante.
Art. 115. O conflito poderá ser suscitado:
§ 1º Se duvidoso esse direito, o pedido de restituição
I - pela parte interessada;
autuar-se-á em apartado, assinando-se ao requerente o
II - pelos órgãos do Ministério Público junto a qualquer prazo de 5 (cinco) dias para a prova. Em tal caso, só o
dos juízos em dissídio; juiz criminal poderá decidir o incidente.
III - por qualquer dos juízes ou tribunais em causa. § 2º O incidente autuar-se-á também em apartado e só
a autoridade judicial o resolverá, se as coisas forem
Art. 116. Os juízes e tribunais, sob a forma de
apreendidas em poder de terceiro de boa-fé, que será
representação, e a parte interessada, sob a de
intimado para alegar e provar o seu direito, em prazo
requerimento, darão parte escrita e circunstanciada do
igual e sucessivo ao do reclamante, tendo um e outro
conflito, perante o tribunal competente, expondo os
dois dias para arrazoar.
fundamentos e juntando os documentos
comprobatórios. § 3º Sobre o pedido de restituição será sempre ouvido
o Ministério Público.
§ 1º Quando negativo o conflito, os juízes e tribunais
poderão suscitá-lo nos próprios autos do processo. § 4º Em caso de dúvida sobre quem seja o verdadeiro
dono, o juiz remeterá as partes para o juízo cível,
§ 2º Distribuído o feito, se o conflito for positivo, o
ordenando o depósito das coisas em mãos de
relator poderá determinar imediatamente que se
depositário ou do próprio terceiro que as detinha, se for
suspenda o andamento do processo.
pessoa idônea.
§ 3º Expedida ou não a ordem de suspensão, o relator
§ 5º Tratando-se de coisas facilmente deterioráveis,
requisitará informações às autoridades em conflito,
serão avaliadas e levadas a leilão público, depositando-
remetendo-lhes cópia do requerimento ou
se o dinheiro apurado, ou entregues ao terceiro que as
representação.
detinha, se este for pessoa idônea e assinar termo de
§ 4º As informações serão prestadas no prazo marcado responsabilidade.
pelo relator.
Art. 121. No caso de apreensão de coisa adquirida com
§ 5º Recebidas as informações, e depois de ouvido o os proventos da infração, aplica-se o disposto
procurador-geral, o conflito será decidido na primeira no art. 133 e seu parágrafo.
sessão, salvo se a instrução do feito depender de
Art. 122. Sem prejuízo do disposto nos arts. 120 e 133,
diligência.
decorrido o prazo de 90 dias, após transitar em julgado
§ 6º Proferida a decisão, as cópias necessárias serão a sentença condenatória, o juiz decretará, se for caso, a
remetidas, para a sua execução, às autoridades contra perda, em favor da União, das coisas apreendidas (art.
as quais tiver sido levantado o conflito ou que o 74, II, a e b do Código Penal) e ordenará que sejam
houverem suscitado. vendidas em leilão público.
Art. 117. O Supremo Tribunal Federal, mediante Parágrafo único. Do dinheiro apurado será recolhido ao
avocatória, restabelecerá a sua jurisdição, sempre que Tesouro Nacional o que não couber ao lesado ou a
exercida por qualquer dos juízes ou tribunais inferiores. terceiro de boa-fé.
CAPÍTULO V Art. 123. Fora dos casos previstos nos artigos
anteriores, se dentro no prazo de 90 dias, a contar da
Da Restituição das Coisas Apreendidas
data em que transitar em julgado a sentença final,
Art. 118. Antes de transitar em julgado a sentença final, condenatória ou absolutória, os objetos apreendidos
as coisas apreendidas não poderão ser restituídas não forem reclamados ou não pertencerem ao réu,
enquanto interessarem ao processo. serão vendidos em leilão, depositando-se o saldo à
disposição do juízo de ausentes.
Art. 119. As coisas a que se referem os arts. 74 e 100 do
Código Penal não poderão ser restituídas, mesmo Art. 124. Os instrumentos do crime, cuja perda em
favor da União for decretada, e as coisas confiscadas, de

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acordo com o disposto no art. 100 do Código Penal, interessado, determinará a avaliação e a venda dos bens
serão inutilizados ou recolhidos a museu criminal, se em leilão público.
houver interesse na sua conservação.
Parágrafo único. Do dinheiro apurado, será recolhido
CAPÍTULO VI ao Tesouro Nacional o que não couber ao lesado ou a
terceiro de boa-fé.
Das Medidas Assecuratórias
Art. 134. A hipoteca legal sobre os imóveis do indiciado
Art. 125. Caberá o seqüestro dos bens imóveis,
poderá ser requerida pelo ofendido em qualquer fase
adquiridos pelo indiciado com os proventos da infração,
do processo, desde que haja certeza da infração e
ainda que já tenham sido transferidos a terceiro.
indícios suficientes da autoria.
Art. 126. Para a decretação do seqüestro, bastará a
Art. 135. Pedida a especialização mediante
existência de indícios veementes da proveniência ilícita
requerimento, em que a parte estimará o valor da
dos bens.
responsabilidade civil, e designará e estimará o imóvel
Art. 127. O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério ou imóveis que terão de ficar especialmente
Público ou do ofendido, ou mediante representação da hipotecados, o juiz mandará logo proceder ao
autoridade policial, poderá ordenar o seqüestro, em arbitramento do valor da responsabilidade e à avaliação
qualquer fase do processo ou ainda antes de oferecida do imóvel ou imóveis.
a denúncia ou queixa.
§ 1º A petição será instruída com as provas ou
Art. 128. Realizado o seqüestro, o juiz ordenará a sua indicação das provas em que se fundar a estimação da
inscrição no Registro de Imóveis. responsabilidade, com a relação dos imóveis que o
responsável possuir, se outros tiver, além dos indicados
Art. 129. O seqüestro autuar-se-á em apartado e
no requerimento, e com os documentos
admitirá embargos de terceiro.
comprobatórios do domínio.
Art. 130. O seqüestro poderá ainda ser embargado:
§ 2º O arbitramento do valor da responsabilidade e a
I - pelo acusado, sob o fundamento de não terem os avaliação dos imóveis designados far-se-ão por perito
bens sido adquiridos com os proventos da infração; nomeado pelo juiz, onde não houver avaliador judicial,
sendo-lhe facultada a consulta dos autos do processo
II - pelo terceiro, a quem houverem os bens sido
respectivo.
transferidos a título oneroso, sob o fundamento de tê-
los adquirido de boa-fé. § 3º O juiz, ouvidas as partes no prazo de dois dias, que
correrá em cartório, poderá corrigir o arbitramento do
Parágrafo único. Não poderá ser pronunciada decisão
valor da responsabilidade, se Ihe parecer excessivo ou
nesses embargos antes de passar em julgado a sentença
deficiente.
condenatória.
§ 4º O juiz autorizará somente a inscrição da hipoteca
Art. 131. O seqüestro será levantado:
do imóvel ou imóveis necessários à garantia da
I - se a ação penal não for intentada no prazo de responsabilidade.
sessenta dias, contado da data em que ficar concluída a
§ 5º O valor da responsabilidade será liquidado
diligência;
definitivamente após a condenação, podendo ser
II - se o terceiro, a quem tiverem sido transferidos os requerido novo arbitramento se qualquer das partes
bens, prestar caução que assegure a aplicação do não se conformar com o arbitramento anterior à
disposto no art. 74, II, b, segunda parte, do Código sentença condenatória.
Penal;
§ 6º Se o réu oferecer caução suficiente, em dinheiro
III - se for julgada extinta a punibilidade ou absolvido o ou em títulos de dívida pública, pelo valor de sua
réu, por sentença transitada em julgado. cotação em Bolsa, o juiz poderá deixar de mandar
proceder à inscrição da hipoteca legal.
Art. 132. Proceder-se-á ao seqüestro dos bens móveis
se, verificadas as condições previstas no art. 126, não Art. 136. O arresto do imóvel poderá ser decretado de
for cabível a medida regulada no Capítulo Xl do Título Vll início, revogando-se, porém, se no prazo de 15 (quinze)
deste Livro. dias não for promovido o processo de inscrição da
hipoteca legal. (Redação dada pela Lei nº
Art. 133. Transitada em julgado a sentença
11.435, de 2006)
condenatória, o juiz, de ofício ou a requerimento do

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Art. 137. Se o responsável não possuir bens imóveis ou § 2º Os bens deverão ser vendidos pelo valor fixado na
os possuir de valor insuficiente, poderão ser arrestados avaliação judicial ou por valor maior. Não alcançado o
bens móveis suscetíveis de penhora, nos termos em que valor estipulado pela administração judicial, será
é facultada a hipoteca legal dos realizado novo leilão, em até 10 (dez) dias contados da
imóveis. (Redação dada pela Lei nº 11.435, de realização do primeiro, podendo os bens ser alienados
2006). por valor não inferior a 80% (oitenta por cento) do
estipulado na avaliação judicial. (Incluído
§ 1º Se esses bens forem coisas fungíveis e facilmente
pela Lei nº 12.694, de 2012)
deterioráveis, proceder-se-á na forma do § 5º do
art. 120. § 3º O produto da alienação ficará depositado em conta
vinculada ao juízo até a decisão final do processo,
§ 2º Das rendas dos bens móveis poderão ser
procedendo-se à sua conversão em renda para a União,
fornecidos recursos arbitrados pelo juiz, para a
Estado ou Distrito Federal, no caso de condenação, ou,
manutenção do indiciado e de sua família.
no caso de absolvição, à sua devolução ao
Art. 138. O processo de especialização da hipoteca e do acusado. (Incluído pela Lei nº 12.694, de
arresto correrão em auto apartado. (Redação 2012)
dada pela Lei nº 11.435, de 2006).
§ 4º Quando a indisponibilidade recair sobre dinheiro,
Art. 139. O depósito e a administração dos bens inclusive moeda estrangeira, títulos, valores mobiliários
arrestados ficarão sujeitos ao regime do processo ou cheques emitidos como ordem de pagamento, o
civil. (Redação dada pela Lei nº 11.435, de juízo determinará a conversão do numerário
2006). apreendido em moeda nacional corrente e o depósito
das correspondentes quantias em conta
Art. 140. As garantias do ressarcimento do dano
judicial. (Incluído pela Lei nº 12.694, de
alcançarão também as despesas processuais e as penas
2012)
pecuniárias, tendo preferência sobre estas a reparação
do dano ao ofendido. § 5º No caso da alienação de veículos, embarcações ou
aeronaves, o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou
Art. 141. O arresto será levantado ou cancelada a
ao equivalente órgão de registro e controle a expedição
hipoteca, se, por sentença irrecorrível, o réu for
de certificado de registro e licenciamento em favor do
absolvido ou julgada extinta a
arrematante, ficando este livre do pagamento de
punibilidade. (Redação dada pela Lei nº
multas, encargos e tributos anteriores, sem prejuízo de
11.435, de 2006).
execução fiscal em relação ao antigo
Art. 142. Caberá ao Ministério Público promover as proprietário. (Incluído pela Lei nº 12.694, de
medidas estabelecidas nos arts. 134 e 137, se houver 2012)
interesse da Fazenda Pública, ou se o ofendido for pobre
§ 6º O valor dos títulos da dívida pública, das ações das
e o requerer.
sociedades e dos títulos de crédito negociáveis em bolsa
Art. 143. Passando em julgado a sentença será o da cotação oficial do dia, provada por certidão ou
condenatória, serão os autos de hipoteca ou arresto publicação no órgão oficial. (Incluído pela Lei
remetidos ao juiz do cível (art. 63). (Redação nº 12.694, de 2012)
dada pela Lei nº 11.435, de 2006).
§ 7º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.694, de
Art. 144. Os interessados ou, nos casos do art. 142, o 2012)
Ministério Público poderão requerer no juízo cível,
CAPÍTULO VII
contra o responsável civil, as medidas previstas nos arts.
134, 136 e 137. Do Incidente de Falsidade
Art. 144-A. O juiz determinará a alienação antecipada Art. 145. Argüida, por escrito, a falsidade de
para preservação do valor dos bens sempre que documento constante dos autos, o juiz observará o
estiverem sujeitos a qualquer grau de deterioração ou seguinte processo:
depreciação, ou quando houver dificuldade para sua
I - mandará autuar em apartado a impugnação, e em
manutenção. (Incluído pela Lei nº 12.694, de
seguida ouvirá a parte contrária, que, no prazo de 48
2012)
horas, oferecerá resposta;
§ 1º O leilão far-se-á preferencialmente por meio
II - assinará o prazo de três dias, sucessivamente, a cada
eletrônico. (Incluído pela Lei nº 12.694, de
uma das partes, para prova de suas alegações;
2012)

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III - conclusos os autos, poderá ordenar as diligências faculdade de reinquirir as testemunhas que houverem
que entender necessárias; prestado depoimento sem a sua presença.
IV - se reconhecida a falsidade por decisão irrecorrível, Art. 153. O incidente da insanidade mental processar-
mandará desentranhar o documento e remetê-lo, com se-á em auto apartado, que só depois da apresentação
os autos do processo incidente, ao Ministério Público. do laudo, será apenso ao processo principal.
Art. 146. A argüição de falsidade, feita por procurador, Art. 154. Se a insanidade mental sobrevier no curso da
exige poderes especiais. execução da pena, observar-se-á o disposto no art. 682.
Art. 147. O juiz poderá, de ofício, proceder à verificação TÍTULO VII
da falsidade.
Da Prova
Art. 148. Qualquer que seja a decisão, não fará coisa
CAPÍTULO I
julgada em prejuízo de ulterior processo penal ou civil.
Disposições Gerais
CAPÍTULO VIII
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre
Da Insanidade Mental do Acusado
apreciação da prova produzida em contraditório
Art. 149. Quando houver dúvida sobre a integridade judicial, não podendo fundamentar sua decisão
mental do acusado, o juiz ordenará, de ofício ou a exclusivamente nos elementos informativos colhidos na
requerimento do Ministério Público, do defensor, do investigação, ressalvadas as provas cautelares, não
curador, do ascendente, descendente, irmão ou cônjuge repetíveis e antecipadas. (Redação dada pela
do acusado, seja este submetido a exame médico-legal. Lei nº 11.690, de 2008)
§ 1º O exame poderá ser ordenado ainda na fase do Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas
inquérito, mediante representação da autoridade serão observadas as restrições estabelecidas na lei
policial ao juiz competente. civil. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
§ 2º O juiz nomeará curador ao acusado, quando Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer,
determinar o exame, ficando suspenso o processo, se já sendo, porém, facultado ao juiz de
iniciada a ação penal, salvo quanto às diligências que ofício: (Redação dada pela Lei nº 11.690, de
possam ser prejudicadas pelo adiamento. 2008)
Art. 150. Para o efeito do exame, o acusado, se estiver I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a
preso, será internado em manicômio judiciário, onde produção antecipada de provas consideradas urgentes
houver, ou, se estiver solto, e o requererem os peritos, e relevantes, observando a necessidade, adequação e
em estabelecimento adequado que o juiz designar. proporcionalidade da medida; (Incluído pela
Lei nº 11.690, de 2008)
§ 1º O exame não durará mais de quarenta e cinco dias,
salvo se os peritos demonstrarem a necessidade de II – determinar, no curso da instrução, ou antes de
maior prazo. proferir sentença, a realização de diligências para
dirimir dúvida sobre ponto
§ 2º Se não houver prejuízo para a marcha do processo,
relevante. (Incluído pela Lei nº 11.690, de
o juiz poderá autorizar sejam os autos entregues aos
2008)
peritos, para facilitar o exame.
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser
Art. 151. Se os peritos concluírem que o acusado era,
desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim
ao tempo da infração, irresponsável nos termos
entendidas as obtidas em violação a normas
do art. 22 do Código Penal, o processo prosseguirá, com
constitucionais ou legais. (Redação dada pela
a presença do curador.
Lei nº 11.690, de 2008)
Art. 152. Se se verificar que a doença mental sobreveio
§ 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das
à infração o processo continuará suspenso até que o
ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de
acusado se restabeleça, observado o § 2º do art. 149.
causalidade entre umas e outras, ou quando as
§ 1º O juiz poderá, nesse caso, ordenar a internação do derivadas puderem ser obtidas por uma fonte
acusado em manicômio judiciário ou em outro independente das primeiras. (Incluído pela Lei
estabelecimento adequado. nº 11.690, de 2008)
§ 2º O processo retomará o seu curso, desde que se § 2º Considera-se fonte independente aquela que por
restabeleça o acusado, ficando-lhe assegurada a si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios

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da investigação ou instrução criminal, seria capaz de § 5º Durante o curso do processo judicial, é permitido
conduzir ao fato objeto da prova. (Incluído pela às partes, quanto à perícia: (Incluído pela Lei
Lei nº 11.690, de 2008) nº 11.690, de 2008)
§ 3º Preclusa a decisão de desentranhamento da prova I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a
declarada inadmissível, esta será inutilizada por decisão prova ou para responderem a quesitos, desde que o
judicial, facultado às partes acompanhar o mandado de intimação e os quesitos ou questões a
incidente. (Incluído pela Lei nº 11.690, de serem esclarecidas sejam encaminhados
2008) com antecedência mínima de 10 (dez) dias, podendo
apresentar as respostas em laudo
§ 4º (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.690, de
complementar; (Incluído pela Lei nº 11.690,
2008)
de 2008)
CAPÍTULO II
II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar
Do Exame do Corpo de Delito, e das Perícias em Geral pareceres em prazo a ser fixado pelo juiz ou ser
inquiridos em audiência. (Incluído pela Lei
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será
nº 11.690, de 2008)
indispensável o exame de corpo de delito, direto ou
indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. § 6º Havendo requerimento das partes, o material
probatório que serviu de base à perícia será
Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realização do
disponibilizado no ambiente do órgão oficial, que
exame de corpo de delito quando se tratar de crime que
manterá sempre sua guarda, e na presença de perito
envolva: (Incluído dada pela Lei nº 13.721, de 2018)
oficial, para exame pelos assistentes, salvo se for
I - violência doméstica e familiar contra impossível a sua conservação. (Incluído pela
mulher; (Incluído dada pela Lei nº 13.721, de 2018) Lei nº 11.690, de 2008)
II - violência contra criança, adolescente, idoso ou § 7º Tratando-se de perícia complexa que abranja mais
pessoa com deficiência. (Incluído dada pela Lei nº de uma área de conhecimento especializado, poder-se-
13.721, de 2018) á designar a atuação de mais de um perito oficial, e a
parte indicar mais de um assistente
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias
técnico. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
serão realizados por perito oficial, portador de diploma
de curso superior. (Redação dada pela Lei nº Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde
11.690, de 2008) descreverão minuciosamente o que examinarem, e
responderão aos quesitos
§ 1º Na falta de perito oficial, o exame será realizado
formulados. (Redação dada pela Lei nº 8.862,
por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de
de 28.3.1994)
curso superior preferencialmente na área específica,
dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no
com a natureza do exame. (Redação dada pela prazo máximo de 10 dias, podendo este prazo ser
Lei nº 11.690, de 2008) prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos
peritos. (Redação dada pela Lei nº 8.862, de
§ 2º Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de
28.3.1994)
bem e fielmente desempenhar o
encargo. (Redação dada pela Lei nº 11.690, Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito
de 2008) em qualquer dia e a qualquer hora.
§ 3º Serão facultadas ao Ministério Público, ao Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas
assistente de acusação, ao ofendido, ao querelante e ao depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos
acusado a formulação de quesitos e indicação de sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes
assistente técnico. (Incluído pela Lei nº 11.690, daquele prazo, o que declararão no auto.
de 2008)
Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará
§ 4º O assistente técnico atuará a partir de sua admissão o simples exame externo do cadáver, quando não
pelo juiz e após a conclusão dos exames e elaboração do houver infração penal que apurar, ou quando as lesões
laudo pelos peritos oficiais, sendo as partes intimadas externas permitirem precisar a causa da morte e não
desta decisão. (Incluído pela Lei nº 11.690, de houver necessidade de exame interno para a verificação
2008) de alguma circunstância relevante.

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Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver
a autoridade providenciará para que, em dia e hora sido praticada a infração, a autoridade providenciará
previamente marcados, se realize a diligência, da qual imediatamente para que não se altere o estado das
se lavrará auto circunstanciado. coisas até a chegada dos peritos, que poderão instruir
seus laudos com fotografias, desenhos ou esquemas
Parágrafo único. O administrador de cemitério público
elucidativos. (Vide Lei nº 5.970, de 1973)
ou particular indicará o lugar da sepultura, sob pena de
desobediência. No caso de recusa ou de falta de quem Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as
indique a sepultura, ou de encontrar-se o cadáver em alterações do estado das coisas e discutirão, no
lugar não destinado a inumações, a autoridade relatório, as conseqüências dessas alterações na
procederá às pesquisas necessárias, o que tudo dinâmica dos fatos. (Incluído pela Lei nº
constará do auto. 8.862, de 28.3.1994)
Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados na Art. 170. Nas perícias de laboratório, os peritos
posição em que forem encontrados, bem como, na guardarão material suficiente para a eventualidade de
medida do possível, todas as lesões externas e vestígios nova perícia. Sempre que conveniente, os laudos serão
deixados no local do crime. (Redação dada ilustrados com provas fotográficas, ou
pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994) microfotográficas, desenhos ou esquemas.
Art. 165. Para representar as lesões encontradas no Art. 171. Nos crimes cometidos com destruição ou
cadáver, os peritos, quando possível, juntarão ao laudo rompimento de obstáculo a subtração da coisa, ou por
do exame provas fotográficas, esquemas ou desenhos, meio de escalada, os peritos, além de descrever os
devidamente rubricados. vestígios, indicarão com que instrumentos, por que
meios e em que época presumem ter sido o fato
Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade do
praticado.
cadáver exumado, proceder-se-á ao reconhecimento
pelo Instituto de Identificação e Estatística ou repartição Art. 172. Proceder-se-á, quando necessário, à avaliação
congênere ou pela inquirição de testemunhas, de coisas destruídas, deterioradas ou que constituam
lavrando-se auto de reconhecimento e de identidade, produto do crime.
no qual se descreverá o cadáver, com todos os sinais e
Parágrafo único. Se impossível a avaliação direta, os
indicações.
peritos procederão à avaliação por meio dos elementos
Parágrafo único. Em qualquer caso, serão arrecadados existentes nos autos e dos que resultarem de
e autenticados todos os objetos encontrados, que diligências.
possam ser úteis para a identificação do cadáver.
Art. 173. No caso de incêndio, os peritos verificarão a
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de causa e o lugar em que houver começado, o perigo que
delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova dele tiver resultado para a vida ou para o patrimônio
testemunhal poderá suprir-lhe a falta. alheio, a extensão do dano e o seu valor e as demais
circunstâncias que interessarem à elucidação do fato.
Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro
exame pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a Art. 174. No exame para o reconhecimento de escritos,
exame complementar por determinação da autoridade por comparação de letra, observar-se-á o seguinte:
policial ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do
I - a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o
Ministério Público, do ofendido ou do acusado, ou de
escrito será intimada para o ato, se for encontrada;
seu defensor.
II - para a comparação, poderão servir quaisquer
§ 1º No exame complementar, os peritos terão
documentos que a dita pessoa reconhecer ou já tiverem
presente o auto de corpo de delito, a fim de suprir-lhe a
sido judicialmente reconhecidos como de seu punho, ou
deficiência ou retificá-lo.
sobre cuja autenticidade não houver dúvida;
§ 2º Se o exame tiver por fim precisar a classificação do
III - a autoridade, quando necessário, requisitará, para o
delito no art. 129, § 1º, I, do Código Penal, deverá ser
exame, os documentos que existirem em arquivos ou
feito logo que decorra o prazo de 30 dias, contado da
estabelecimentos públicos, ou nestes realizará a
data do crime.
diligência, se daí não puderem ser retirados;
§ 3º A falta de exame complementar poderá ser suprida
IV - quando não houver escritos para a comparação ou
pela prova testemunhal.
forem insuficientes os exibidos, a autoridade mandará
que a pessoa escreva o que Ihe for ditado. Se estiver

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ausente a pessoa, mas em lugar certo, esta última CAPÍTULO III


diligência poderá ser feita por precatória, em que se
Do Interrogatório do Acusado
consignarão as palavras que a pessoa será intimada a
escrever. Art. 185. O acusado que comparecer perante a
autoridade judiciária, no curso do processo penal, será
Art. 175. Serão sujeitos a exame os instrumentos
qualificado e interrogado na presença de seu defensor,
empregados para a prática da infração, a fim de se Ihes
constituído ou nomeado. (Redação dada pela
verificar a natureza e a eficiência.
Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
Art. 176. A autoridade e as partes poderão formular
§ 1º O interrogatório do réu preso será realizado, em
quesitos até o ato da diligência.
sala própria, no estabelecimento em que estiver
Art. 177. No exame por precatória, a nomeação dos recolhido, desde que estejam garantidas a segurança do
peritos far-se-á no juízo deprecado. Havendo, porém, juiz, do membro do Ministério Público e dos auxiliares
no caso de ação privada, acordo das partes, essa bem como a presença do defensor e a publicidade do
nomeação poderá ser feita pelo juiz deprecante. ato. (Redação dada pela Lei nº 11.900, de 2009)
Parágrafo único. Os quesitos do juiz e das partes serão § 2º Excepcionalmente, o juiz, por decisão
transcritos na precatória. fundamentada, de ofício ou a requerimento das partes,
poderá realizar o interrogatório do réu preso por
Art. 178. No caso do art. 159, o exame será requisitado
sistema de videoconferência ou outro recurso
pela autoridade ao diretor da repartição, juntando-se ao
tecnológico de transmissão de sons e imagens em
processo o laudo assinado pelos peritos.
tempo real, desde que a medida seja necessária para
Art. 179. No caso do § 1º do art. 159, o escrivão lavrará atender a uma das seguintes
o auto respectivo, que será assinado pelos peritos e, se finalidades: (Redação dada pela Lei nº
presente ao exame, também pela autoridade. 11.900, de 2009)
Parágrafo único. No caso do art. 160, parágrafo único, I - prevenir risco à segurança pública, quando exista
o laudo, que poderá ser datilografado, será subscrito e fundada suspeita de que o preso integre organização
rubricado em suas folhas por todos os peritos. criminosa ou de que, por outra razão, possa fugir
durante o deslocamento; (Incluído pela Lei nº
Art. 180. Se houver divergência entre os peritos, serão
11.900, de 2009)
consignadas no auto do exame as declarações e
respostas de um e de outro, ou cada um redigirá II - viabilizar a participação do réu no referido ato
separadamente o seu laudo, e a autoridade nomeará processual, quando haja relevante dificuldade para seu
um terceiro; se este divergir de ambos, a autoridade comparecimento em juízo, por enfermidade ou outra
poderá mandar proceder a novo exame por outros circunstância pessoal; (Incluído pela Lei nº
peritos. 11.900, de 2009)
Art. 181. No caso de inobservância de formalidades, ou III - impedir a influência do réu no ânimo de testemunha
no caso de omissões, obscuridades ou contradições, a ou da vítima, desde que não seja possível colher o
autoridade judiciária mandará suprir a formalidade, depoimento destas por videoconferência, nos termos
complementar ou esclarecer o do art. 217 deste Código; (Incluído pela Lei nº
laudo. (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 11.900, de 2009)
28.3.1994)
IV - responder à gravíssima questão de ordem
Parágrafo único. A autoridade poderá também ordenar pública. (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009)
que se proceda a novo exame, por outros peritos, se
§ 3º Da decisão que determinar a realização de
julgar conveniente.
interrogatório por videoconferência, as partes serão
Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo intimadas com 10 (dez) dias de
aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte. antecedência. (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009)
Art. 183. Nos crimes em que não couber ação pública, § 4º Antes do interrogatório por videoconferência, o
observar-se-á o disposto no art. 19. preso poderá acompanhar, pelo mesmo sistema
tecnológico, a realização de todos os atos da audiência
Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o
única de instrução e julgamento de que tratam os arts.
juiz ou a autoridade policial negará a perícia requerida
400, 411 e 531 deste Código. (Incluído pela
pelas partes, quando não for necessária ao
Lei nº 11.900, de 2009)
esclarecimento da verdade.

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§ 5º Em qualquer modalidade de interrogatório, o juiz § 1º Na primeira parte o interrogando será perguntado


garantirá ao réu o direito de entrevista prévia e sobre a residência, meios de vida ou profissão,
reservada com o seu defensor; se realizado por oportunidades sociais, lugar onde exerce a sua
videoconferência, fica também garantido o acesso a atividade, vida pregressa, notadamente se foi preso ou
canais telefônicos reservados para comunicação entre o processado alguma vez e, em caso afirmativo, qual o
defensor que esteja no presídio e o advogado presente juízo do processo, se houve suspensão condicional ou
na sala de audiência do Fórum, e entre este e o condenação, qual a pena imposta, se a cumpriu e outros
preso. (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009) dados familiares e sociais. (Incluído pela Lei
nº 10.792, de 1º.12.2003)
§ 6º A sala reservada no estabelecimento prisional para
a realização de atos processuais por sistema de § 2º Na segunda parte será perguntado
videoconferência será fiscalizada pelos corregedores e sobre: (Incluído pela Lei nº 10.792, de
pelo juiz de cada causa, como também pelo Ministério 1º.12.2003)
Público e pela Ordem dos Advogados do
I - ser verdadeira a acusação que lhe é
Brasil. (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009)
feita; (Incluído pela Lei nº 10.792, de
§ 7º Será requisitada a apresentação do réu preso em 1º.12.2003)
juízo nas hipóteses em que o interrogatório não se
II - não sendo verdadeira a acusação, se tem algum
realizar na forma prevista nos §§ 1º e 2º deste
motivo particular a que atribuí-la, se conhece a pessoa
artigo. (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009)
ou pessoas a quem deva ser imputada a prática do
§ 8º Aplica-se o disposto nos §§ 2º, 3º, 4º e 5º deste crime, e quais sejam, e se com elas esteve antes da
artigo, no que couber, à realização de outros atos prática da infração ou depois dela; (Incluído
processuais que dependam da participação de pessoa pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
que esteja presa, como acareação, reconhecimento de
III - onde estava ao tempo em que foi cometida a
pessoas e coisas, e inquirição de testemunha ou tomada
infração e se teve notícia desta; (Incluído
de declarações do ofendido. (Incluído pela Lei
pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
nº 11.900, de 2009)
IV - as provas já apuradas; (Incluído pela Lei
§ 9º Na hipótese do § 8º deste artigo, fica garantido o
nº 10.792, de 1º.12.2003)
acompanhamento do ato processual pelo acusado e seu
defensor. (Incluído pela Lei nº 11.900, de V - se conhece as vítimas e testemunhas já inquiridas ou
2009) por inquirir, e desde quando, e se tem o que alegar
contra elas; (Incluído pela Lei nº 10.792, de
§ 10. Do interrogatório deverá constar a informação
1º.12.2003)
sobre a existência de filhos, respectivas idades e se
possuem alguma deficiência e o nome e o contato de VI - se conhece o instrumento com que foi praticada a
eventual responsável pelos cuidados dos filhos, infração, ou qualquer objeto que com esta se relacione
indicado pela pessoa presa (Incluído pela Lei e tenha sido apreendido; (Incluído pela
nº 13.257, de 2016) Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
Art. 186. Depois de devidamente qualificado e VII - todos os demais fatos e pormenores que conduzam
cientificado do inteiro teor da acusação, o acusado será à elucidação dos antecedentes e circunstâncias da
informado pelo juiz, antes de iniciar o interrogatório, do infração; (Incluído pela Lei nº 10.792, de
seu direito de permanecer calado e de não responder 1º.12.2003)
perguntas que lhe forem
VIII - se tem algo mais a alegar em sua
formuladas. (Redação dada pela Lei nº
defesa. (Incluído pela Lei nº 10.792, de
10.792, de 1º.12.2003)
1º.12.2003)
Parágrafo único. O silêncio, que não importará em
Art. 188. Após proceder ao interrogatório, o juiz
confissão, não poderá ser interpretado em prejuízo da
indagará das partes se restou algum fato para ser
defesa. (Incluído pela Lei nº 10.792, de
esclarecido, formulando as perguntas correspondentes
1º.12.2003)
se o entender pertinente e
Art. 187. O interrogatório será constituído de duas relevante. (Redação dada pela Lei nº
partes: sobre a pessoa do acusado e sobre os 10.792, de 1º.12.2003)
fatos. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de
Art. 189. Se o interrogando negar a acusação, no todo
1º.12.2003)
ou em parte, poderá prestar esclarecimentos e indicar

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provas. (Redação dada pela Lei nº 10.792, Art. 198. O silêncio do acusado não importará
de 1º.12.2003) confissão, mas poderá constituir elemento para a
formação do convencimento do juiz.
Art. 190. Se confessar a autoria, será perguntado sobre
os motivos e circunstâncias do fato e se outras pessoas Art. 199. A confissão, quando feita fora do
concorreram para a infração, e quais interrogatório, será tomada por termo nos autos,
sejam. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de observado o disposto no art. 195.
1º.12.2003)
Art. 200. A confissão será divisível e retratável, sem
Art. 191. Havendo mais de um acusado, serão prejuízo do livre convencimento do juiz, fundado no
interrogados separadamente. (Redação exame das provas em conjunto.
dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
CAPÍTULO V
Art. 192. O interrogatório do mudo, do surdo ou do
Do Ofendido
surdo-mudo será feito pela forma
(Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
seguinte: (Redação dada pela Lei nº
10.792, de 1º.12.2003) Art. 201. Sempre que possível, o ofendido será
qualificado e perguntado sobre as circunstâncias da
I - ao surdo serão apresentadas por escrito as perguntas,
infração, quem seja ou presuma ser o seu autor, as
que ele responderá oralmente; (Redação
provas que possa indicar, tomando-se por termo as suas
dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
declarações. (Redação dada pela Lei nº
II - ao mudo as perguntas serão feitas oralmente, 11.690, de 2008)
respondendo-as por escrito; (Redação dada
§ 1º Se, intimado para esse fim, deixar de comparecer
pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
sem motivo justo, o ofendido poderá ser conduzido à
III - ao surdo-mudo as perguntas serão formuladas por presença da autoridade. (Incluído pela Lei
escrito e do mesmo modo dará as nº 11.690, de 2008)
respostas. (Redação dada pela Lei nº
§ 2º O ofendido será comunicado dos atos processuais
10.792, de 1º.12.2003)
relativos ao ingresso e à saída do acusado da prisão, à
Parágrafo único. Caso o interrogando não saiba ler ou designação de data para audiência e à sentença e
escrever, intervirá no ato, como intérprete e sob respectivos acórdãos que a mantenham ou
compromisso, pessoa habilitada a entendê- modifiquem. (Incluído pela Lei nº 11.690, de
lo. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2008)
1º.12.2003)
§ 3º As comunicações ao ofendido deverão ser feitas no
Art. 193. Quando o interrogando não falar a língua endereço por ele indicado, admitindo-se, por opção do
nacional, o interrogatório será feito por meio de ofendido, o uso de meio
intérprete. (Redação dada pela Lei nº eletrônico. (Incluído pela Lei nº 11.690, de
10.792, de 1º.12.2003) 2008)
Art. 195. Se o interrogado não souber escrever, não § 4º Antes do início da audiência e durante a sua
puder ou não quiser assinar, tal fato será consignado no realização, será reservado espaço separado para o
termo. (Redação dada pela Lei nº 10.792, ofendido. (Incluído pela Lei nº 11.690, de
de 1º.12.2003) 2008)
Art. 196. A todo tempo o juiz poderá proceder a novo § 5º Se o juiz entender necessário, poderá encaminhar
interrogatório de ofício ou a pedido fundamentado de o ofendido para atendimento multidisciplinar,
qualquer das partes. (Redação dada pela especialmente nas áreas psicossocial, de assistência
Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) jurídica e de saúde, a expensas do ofensor ou do
Estado. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
CAPÍTULO IV
§ 6º O juiz tomará as providências necessárias à
Da Confissão
preservação da intimidade, vida privada, honra e
Art. 197. O valor da confissão se aferirá pelos critérios imagem do ofendido, podendo, inclusive, determinar o
adotados para os outros elementos de prova, e para a segredo de justiça em relação aos dados, depoimentos
sua apreciação o juiz deverá confrontá-la com as demais e outras informações constantes dos autos a seu
provas do processo, verificando se entre ela e estas respeito para evitar sua exposição aos meios de
existe compatibilidade ou concordância.

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comunicação. (Incluído pela Lei nº 11.690, Parágrafo único. Antes do início da audiência e durante
de 2008) a sua realização, serão reservados espaços separados
para a garantia da incomunicabilidade das
CAPÍTULO VI
testemunhas. (Incluído pela Lei nº 11.690, de
Das Testemunhas 2008)
Art. 202. Toda pessoa poderá ser testemunha. Art. 211. Se o juiz, ao pronunciar sentença final,
reconhecer que alguma testemunha fez afirmação falsa,
Art. 203. A testemunha fará, sob palavra de honra, a
calou ou negou a verdade, remeterá cópia do
promessa de dizer a verdade do que souber e Ihe for
depoimento à autoridade policial para a instauração de
perguntado, devendo declarar seu nome, sua idade, seu
inquérito.
estado e sua residência, sua profissão, lugar onde
exerce sua atividade, se é parente, e em que grau, de Parágrafo único. Tendo o depoimento sido prestado
alguma das partes, ou quais suas relações com qualquer em plenário de julgamento, o juiz, no caso de proferir
delas, e relatar o que souber, explicando sempre as decisão na audiência (art. 538, § 2º), o tribunal (art.
razões de sua ciência ou as circunstâncias pelas quais 561), ou o conselho de sentença, após a votação dos
possa avaliar-se de sua credibilidade. quesitos, poderão fazer apresentar imediatamente a
testemunha à autoridade policial.
Art. 204. O depoimento será prestado oralmente, não
sendo permitido à testemunha trazê-lo por escrito. Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes
diretamente à testemunha, não admitindo o juiz
Parágrafo único. Não será vedada à testemunha,
aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem
entretanto, breve consulta a apontamentos.
relação com a causa ou importarem na repetição de
Art. 205. Se ocorrer dúvida sobre a identidade da outra já respondida. (Redação dada pela Lei nº
testemunha, o juiz procederá à verificação pelos meios 11.690, de 2008)
ao seu alcance, podendo, entretanto, tomar-lhe o
Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o
depoimento desde logo.
juiz poderá complementar a inquirição. (Incluído
Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da pela Lei nº 11.690, de 2008)
obrigação de depor. Poderão, entretanto, recusar-se a
Art. 213. O juiz não permitirá que a testemunha
fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim em linha
manifeste suas apreciações pessoais, salvo quando
reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai,
inseparáveis da narrativa do fato.
a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo quando não
for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a Art. 214. Antes de iniciado o depoimento, as partes
prova do fato e de suas circunstâncias. poderão contraditar a testemunha ou argüir
circunstâncias ou defeitos, que a tornem suspeita de
Art. 207. São proibidas de depor as pessoas que, em
parcialidade, ou indigna de fé. O juiz fará consignar a
razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam
contradita ou argüição e a resposta da testemunha, mas
guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte
só excluirá a testemunha ou não Ihe deferirá
interessada, quiserem dar o seu testemunho.
compromisso nos casos previstos nos arts. 207 e 208.
Art. 208. Não se deferirá o compromisso a que alude
Art. 215. Na redação do depoimento, o juiz deverá
o art. 203 aos doentes e deficientes mentais e aos
cingir-se, tanto quanto possível, às expressões usadas
menores de 14 (quatorze) anos, nem às pessoas a que
pelas testemunhas, reproduzindo fielmente as suas
se refere o art. 206.
frases.
Art. 209. O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir
Art. 216. O depoimento da testemunha será reduzido a
outras testemunhas, além das indicadas pelas partes.
termo, assinado por ela, pelo juiz e pelas partes. Se a
§ 1º Se ao juiz parecer conveniente, serão ouvidas as testemunha não souber assinar, ou não puder fazê-lo,
pessoas a que as testemunhas se referirem. pedirá a alguém que o faça por ela, depois de lido na
presença de ambos.
§ 2º Não será computada como testemunha a pessoa
que nada souber que interesse à decisão da causa. Art. 217. Se o juiz verificar que a presença do réu
poderá causar humilhação, temor, ou sério
Art. 210. As testemunhas serão inquiridas cada uma de
constrangimento à testemunha ou ao ofendido, de
per si, de modo que umas não saibam nem ouçam os
modo que prejudique a verdade do depoimento, fará a
depoimentos das outras, devendo o juiz adverti-las das
inquirição por videoconferência e, somente na
penas cominadas ao falso testemunho. (Redação
impossibilidade dessa forma, determinará a retirada do
dada pela Lei nº 11.690, de 2008)

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réu, prosseguindo na inquirição, com a presença do seu Art. 222. A testemunha que morar fora da jurisdição do
defensor. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de juiz será inquirida pelo juiz do lugar de sua residência,
2008) expedindo-se, para esse fim, carta precatória, com
prazo razoável, intimadas as partes.
Parágrafo único. A adoção de qualquer das medidas
previstas no caput deste artigo deverá constar do § 1º A expedição da precatória não suspenderá a
termo, assim como os motivos que a instrução criminal.
determinaram. (Incluído pela Lei nº 11.690, de
§ 2º Findo o prazo marcado, poderá realizar-se o
2008)
julgamento, mas, a todo tempo, a precatória, uma vez
Art. 218. Se, regularmente intimada, a testemunha devolvida, será junta aos autos.
deixar de comparecer sem motivo justificado, o juiz
§ 3º Na hipótese prevista no caput deste artigo, a oitiva
poderá requisitar à autoridade policial a sua
de testemunha poderá ser realizada por meio de
apresentação ou determinar seja conduzida por oficial
videoconferência ou outro recurso tecnológico de
de justiça, que poderá solicitar o auxílio da força pública.
transmissão de sons e imagens em tempo real,
Art. 219. O juiz poderá aplicar à testemunha faltosa a permitida a presença do defensor e podendo ser
multa prevista no art. 453, sem prejuízo do processo realizada, inclusive, durante a realização da audiência
penal por crime de desobediência, e condená-la ao de instrução e julgamento. (Incluído pela Lei nº
pagamento das custas da diligência. (Redação 11.900, de 2009)
dada pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)
Art. 222-A. As cartas rogatórias só serão expedidas se
Art. 220. As pessoas impossibilitadas, por enfermidade demonstrada previamente a sua imprescindibilidade,
ou por velhice, de comparecer para depor, serão arcando a parte requerente com os custos de
inquiridas onde estiverem. envio. (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009)
Art. 221. O Presidente e o Vice-Presidente da República, Parágrafo único. Aplica-se às cartas rogatórias o
os senadores e deputados federais, os ministros de disposto nos §§ 1º e 2º do art. 222 deste
Estado, os governadores de Estados e Territórios, os Código. (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009)
secretários de Estado, os prefeitos do Distrito Federal e
Art. 223. Quando a testemunha não conhecer a língua
dos Municípios, os deputados às Assembléias
nacional, será nomeado intérprete para traduzir as
Legislativas Estaduais, os membros do Poder Judiciário,
perguntas e respostas.
os ministros e juízes dos Tribunais de Contas da União,
dos Estados, do Distrito Federal, bem como os do Parágrafo único. Tratando-se de mudo, surdo ou surdo-
Tribunal Marítimo serão inquiridos em local, dia e hora mudo, proceder-se-á na conformidade do art. 192.
previamente ajustados entre eles e o
Art. 224. As testemunhas comunicarão ao juiz, dentro
juiz. (Redação dada pela Lei nº 3.653, de
de um ano, qualquer mudança de residência,
4.11.1959)
sujeitando-se, pela simples omissão, às penas do não-
§ 1º O Presidente e o Vice-Presidente da República, os comparecimento.
presidentes do Senado Federal, da Câmara dos
Art. 225. Se qualquer testemunha houver de ausentar-
Deputados e do Supremo Tribunal Federal poderão
se, ou, por enfermidade ou por velhice, inspirar receio
optar pela prestação de depoimento por escrito, caso
de que ao tempo da instrução criminal já não exista, o
em que as perguntas, formuladas pelas partes e
juiz poderá, de ofício ou a requerimento de qualquer
deferidas pelo juiz, Ihes serão transmitidas por
das partes, tomar-lhe antecipadamente o depoimento.
ofício. (Redação dada pela Lei nº 6.416, de
24.5.1977) CAPÍTULO VII
§ 2º Os militares deverão ser requisitados à autoridade Do Reconhecimento de Pessoas e Coisas
superior. (Redação dada pela Lei nº 6.416, de
Art. 226. Quando houver necessidade de fazer-se o
24.5.1977)
reconhecimento de pessoa, proceder-se-á pela seguinte
§ 3º Aos funcionários públicos aplicar-se-á o disposto forma:
no art. 218, devendo, porém, a expedição do mandado
I - a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será
ser imediatamente comunicada ao chefe da repartição
convidada a descrever a pessoa que deva ser
em que servirem, com indicação do dia e da hora
reconhecida;
marcados. (Incluído pela Lei nº 6.416, de
24.5.1977) Il - a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será
colocada, se possível, ao lado de outras que com ela

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tiverem qualquer semelhança, convidando-se quem Art. 231. Salvo os casos expressos em lei, as partes
tiver de fazer o reconhecimento a apontá-la; poderão apresentar documentos em qualquer fase do
processo.
III - se houver razão para recear que a pessoa chamada
para o reconhecimento, por efeito de intimidação ou Art. 232. Consideram-se documentos quaisquer
outra influência, não diga a verdade em face da pessoa escritos, instrumentos ou papéis, públicos ou
que deve ser reconhecida, a autoridade providenciará particulares.
para que esta não veja aquela;
Parágrafo único. À fotografia do documento,
IV - do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto devidamente autenticada, se dará o mesmo valor do
pormenorizado, subscrito pela autoridade, pela pessoa original.
chamada para proceder ao reconhecimento e por duas
Art. 233. As cartas particulares, interceptadas ou
testemunhas presenciais.
obtidas por meios criminosos, não serão admitidas em
Parágrafo único. O disposto no no III deste artigo não juízo.
terá aplicação na fase da instrução criminal ou em
Parágrafo único. As cartas poderão ser exibidas em
plenário de julgamento.
juízo pelo respectivo destinatário, para a defesa de seu
Art. 227. No reconhecimento de objeto, proceder-se-á direito, ainda que não haja consentimento do
com as cautelas estabelecidas no artigo anterior, no que signatário.
for aplicável.
Art. 234. Se o juiz tiver notícia da existência de
Art. 228. Se várias forem as pessoas chamadas a documento relativo a ponto relevante da acusação ou
efetuar o reconhecimento de pessoa ou de objeto, cada da defesa, providenciará, independentemente de
uma fará a prova em separado, evitando-se qualquer requerimento de qualquer das partes, para sua juntada
comunicação entre elas. aos autos, se possível.
CAPÍTULO VIII Art. 235. A letra e firma dos documentos particulares
serão submetidas a exame pericial, quando contestada
Da Acareação
a sua autenticidade.
Art. 229. A acareação será admitida entre acusados,
Art. 236. Os documentos em língua estrangeira, sem
entre acusado e testemunha, entre testemunhas, entre
prejuízo de sua juntada imediata, serão, se necessário,
acusado ou testemunha e a pessoa ofendida, e entre as
traduzidos por tradutor público, ou, na falta, por pessoa
pessoas ofendidas, sempre que divergirem, em suas
idônea nomeada pela autoridade.
declarações, sobre fatos ou circunstâncias relevantes.
Art. 237. As públicas-formas só terão valor quando
Parágrafo único. Os acareados serão reperguntados,
conferidas com o original, em presença da autoridade.
para que expliquem os pontos de divergências,
reduzindo-se a termo o ato de acareação. Art. 238. Os documentos originais, juntos a processo
findo, quando não exista motivo relevante que
Art. 230. Se ausente alguma testemunha, cujas
justifique a sua conservação nos autos, poderão,
declarações divirjam das de outra, que esteja presente,
mediante requerimento, e ouvido o Ministério Público,
a esta se darão a conhecer os pontos da divergência,
ser entregues à parte que os produziu, ficando traslado
consignando-se no auto o que explicar ou observar. Se
nos autos.
subsistir a discordância, expedir-se-á precatória à
autoridade do lugar onde resida a testemunha ausente, CAPÍTULO X
transcrevendo-se as declarações desta e as da
Dos Indícios
testemunha presente, nos pontos em que divergirem,
bem como o texto do referido auto, a fim de que se Art. 239. Considera-se indício a circunstância conhecida
complete a diligência, ouvindo-se a testemunha e provada, que, tendo relação com o fato, autorize, por
ausente, pela mesma forma estabelecida para a indução, concluir-se a existência de outra ou outras
testemunha presente. Esta diligência só se realizará circunstâncias.
quando não importe demora prejudicial ao processo e o
CAPÍTULO XI
juiz a entenda conveniente.
Da Busca e da Apreensão
CAPÍTULO IX
Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal.
Dos Documentos
§ 1º Proceder-se-á à busca domiciliar, quando fundadas
razões a autorizarem, para:

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a) prender criminosos; Art. 245. As buscas domiciliares serão executadas de


dia, salvo se o morador consentir que se realizem à
b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios
noite, e, antes de penetrarem na casa, os executores
criminosos;
mostrarão e lerão o mandado ao morador, ou a quem o
c) apreender instrumentos de falsificação ou de represente, intimando-o, em seguida, a abrir a porta.
contrafação e objetos falsificados ou contrafeitos;
§ 1º Se a própria autoridade der a busca, declarará
d) apreender armas e munições, instrumentos utilizados previamente sua qualidade e o objeto da diligência.
na prática de crime ou destinados a fim delituoso;
§ 2º Em caso de desobediência, será arrombada a porta
e) descobrir objetos necessários à prova de infração ou e forçada a entrada.
à defesa do réu;
§ 3º Recalcitrando o morador, será permitido o
f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao emprego de força contra coisas existentes no interior da
acusado ou em seu poder, quando haja suspeita de que casa, para o descobrimento do que se procura.
o conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à
§ 4º Observar-se-á o disposto nos §§ 2º e 3º, quando
elucidação do fato;
ausentes os moradores, devendo, neste caso, ser
g) apreender pessoas vítimas de crimes; intimado a assistir à diligência qualquer vizinho, se
houver e estiver presente.
h) colher qualquer elemento de convicção.
§ 5º Se é determinada a pessoa ou coisa que se vai
§ 2º Proceder-se-á à busca pessoal quando houver
procurar, o morador será intimado a mostrá-la.
fundada suspeita de que alguém oculte consigo arma
proibida ou objetos mencionados nas letras b a f e § 6º Descoberta a pessoa ou coisa que se procura, será
letra h do parágrafo anterior. imediatamente apreendida e posta sob custódia da
autoridade ou de seus agentes.
Art. 241. Quando a própria autoridade policial ou
judiciária não a realizar pessoalmente, a busca § 7º Finda a diligência, os executores lavrarão auto
domiciliar deverá ser precedida da expedição de circunstanciado, assinando-o com duas testemunhas
mandado. presenciais, sem prejuízo do disposto no § 4º.
Art. 242. A busca poderá ser determinada de ofício ou Art. 246. Aplicar-se-á também o disposto no artigo
a requerimento de qualquer das partes. anterior, quando se tiver de proceder a busca em
compartimento habitado ou em aposento ocupado de
Art. 243. O mandado de busca deverá:
habitação coletiva ou em compartimento não aberto ao
I - indicar, o mais precisamente possível, a casa em que público, onde alguém exercer profissão ou atividade.
será realizada a diligência e o nome do respectivo
Art. 247. Não sendo encontrada a pessoa ou coisa
proprietário ou morador; ou, no caso de busca pessoal,
procurada, os motivos da diligência serão comunicados
o nome da pessoa que terá de sofrê-la ou os sinais que
a quem tiver sofrido a busca, se o requerer.
a identifiquem;
Art. 248. Em casa habitada, a busca será feita de modo
II - mencionar o motivo e os fins da diligência;
que não moleste os moradores mais do que o
III - ser subscrito pelo escrivão e assinado pela indispensável para o êxito da diligência.
autoridade que o fizer expedir.
Art. 249. A busca em mulher será feita por outra
§ 1º Se houver ordem de prisão, constará do próprio mulher, se não importar retardamento ou prejuízo da
texto do mandado de busca. diligência.
§ 2º Não será permitida a apreensão de documento em Art. 250. A autoridade ou seus agentes poderão
poder do defensor do acusado, salvo quando constituir penetrar no território de jurisdição alheia, ainda que de
elemento do corpo de delito. outro Estado, quando, para o fim de apreensão, forem
no seguimento de pessoa ou coisa, devendo apresentar-
Art. 244. A busca pessoal independerá de mandado, no
se à competente autoridade local, antes da diligência ou
caso de prisão ou quando houver fundada suspeita de
após, conforme a urgência desta.
que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de
objetos ou papéis que constituam corpo de delito, ou § 1º Entender-se-á que a autoridade ou seus agentes
quando a medida for determinada no curso de busca vão em seguimento da pessoa ou coisa, quando:
domiciliar.

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a) tendo conhecimento direto de sua remoção ou II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente,
transporte, a seguirem sem interrupção, embora depois estiver respondendo a processo por fato análogo, sobre
a percam de vista; cujo caráter criminoso haja controvérsia;
b) ainda que não a tenham avistado, mas sabendo, por III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo, ou
informações fidedignas ou circunstâncias indiciárias, afim, até o terceiro grau, inclusive, sustentar demanda
que está sendo removida ou transportada em ou responder a processo que tenha de ser julgado por
determinada direção, forem ao seu encalço. qualquer das partes;
§ 2º Se as autoridades locais tiverem fundadas razões IV - se tiver aconselhado qualquer das partes;
para duvidar da legitimidade das pessoas que, nas
V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de
referidas diligências, entrarem pelos seus distritos, ou
qualquer das partes;
da legalidade dos mandados que apresentarem,
poderão exigir as provas dessa legitimidade, mas de VI - se for sócio, acionista ou administrador de
modo que não se frustre a diligência. sociedade interessada no processo.
TÍTULO VIII Art. 255. O impedimento ou suspeição decorrente de
parentesco por afinidade cessará pela dissolução do
Do Juiz, Do Ministério Público, Do Acusado E
casamento que lhe tiver dado causa, salvo sobrevindo
Defensor,
descendentes; mas, ainda que dissolvido o casamento
Dos Assistentes E Auxiliares Da Justiça sem descendentes, não funcionará como juiz o sogro, o
padrasto, o cunhado, o genro ou enteado de quem for
CAPÍTULO I
parte no processo.
Do Juiz
Art. 256. A suspeição não poderá ser declarada nem
Art. 251. Ao juiz incumbirá prover à regularidade do reconhecida, quando a parte injuriar o juiz ou de
processo e manter a ordem no curso dos respectivos propósito der motivo para criá-la.
atos, podendo, para tal fim, requisitar a força pública.
CAPÍTULO II
Art. 252. O juiz não poderá exercer jurisdição no
Do Ministério Público
processo em que:
Art. 257. Ao Ministério Público cabe: (Redação
I - tiver funcionado seu cônjuge ou parente,
dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral até o
terceiro grau, inclusive, como defensor ou advogado, I - promover, privativamente, a ação penal pública, na
órgão do Ministério Público, autoridade policial, auxiliar forma estabelecida neste Código; e (Incluído
da justiça ou perito; pela Lei nº 11.719, de 2008).
II - ele próprio houver desempenhado qualquer dessas II - fiscalizar a execução da lei. (Incluído pela Lei
funções ou servido como testemunha; nº 11.719, de 2008).
III - tiver funcionado como juiz de outra instância, Art. 258. Os órgãos do Ministério Público não
pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a questão; funcionarão nos processos em que o juiz ou qualquer
das partes for seu cônjuge, ou parente, consanguíneo
IV - ele próprio ou seu cônjuge ou parente,
ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau,
consanguíneo ou afim em linha reta ou colateral até o
inclusive, e a eles se estendem, no que lhes for aplicável,
terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente
as prescrições relativas à suspeição e aos impedimentos
interessado no feito.
dos juízes.
Art. 253. Nos juízos coletivos, não poderão servir no
CAPÍTULO III
mesmo processo os juízes que forem entre si parentes,
consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral até o Do Acusado E Seu Defensor
terceiro grau, inclusive.
Art. 259. A impossibilidade de identificação do acusado
Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, com o seu verdadeiro nome ou outros qualificativos não
poderá ser recusado por qualquer das partes: retardará a ação penal, quando certa a identidade física.
A qualquer tempo, no curso do processo, do julgamento
I - se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer
ou da execução da sentença, se for descoberta a sua
deles;
qualificação, far-se-á a retificação, por termo, nos autos,
sem prejuízo da validade dos atos precedentes.

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Art. 260. Se o acusado não atender à intimação para o Art. 268. Em todos os termos da ação pública, poderá
interrogatório, reconhecimento ou qualquer outro ato intervir, como assistente do Ministério Público, o
que, sem ele, não possa ser realizado, a autoridade ofendido ou seu representante legal, ou, na falta,
poderá mandar conduzi-lo à sua presença. (Vide ADPF qualquer das pessoas mencionadas no Art. 31.
395)(Vide ADPF 444)
Art. 269. O assistente será admitido enquanto não
Parágrafo único. O mandado conterá, além da ordem passar em julgado a sentença e receberá a causa no
de condução, os requisitos mencionados no art. 352, no estado em que se achar.
que lhe for aplicável.
Art. 270. O co-réu no mesmo processo não poderá
Art. 261. Nenhum acusado, ainda que ausente ou intervir como assistente do Ministério Público.
foragido, será processado ou julgado sem defensor.
Art. 271. Ao assistente será permitido propor meios de
Parágrafo único. A defesa técnica, quando realizada por prova, requerer perguntas às testemunhas, aditar o
defensor público ou dativo, será sempre exercida libelo e os articulados, participar do debate oral e
através de manifestação fundamentada. (Incluído arrazoar os recursos interpostos pelo Ministério
pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) Público, ou por ele próprio, nos casos dos arts. 584, § 1º,
e 598.
Art. 262. Ao acusado menor dar-se-á curador.
§ 1º O juiz, ouvido o Ministério Público, decidirá acerca
Art. 263. Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á nomeado
da realização das provas propostas pelo assistente.
defensor pelo juiz, ressalvado o seu direito de, a todo
tempo, nomear outro de sua confiança, ou a si mesmo § 2º O processo prosseguirá independentemente de
defender-se, caso tenha habilitação. nova intimação do assistente, quando este, intimado,
deixar de comparecer a qualquer dos atos da instrução
Parágrafo único. O acusado, que não for pobre, será
ou do julgamento, sem motivo de força maior
obrigado a pagar os honorários do defensor dativo,
devidamente comprovado.
arbitrados pelo juiz.
Art. 272. O Ministério Público será ouvido previamente
Art. 264. Salvo motivo relevante, os advogados e
sobre a admissão do assistente.
solicitadores serão obrigados, sob pena de multa de
cem a quinhentos mil-réis, a prestar seu patrocínio aos Art. 273. Do despacho que admitir, ou não, o assistente,
acusados, quando nomeados pelo Juiz. não caberá recurso, devendo, entretanto, constar dos
autos o pedido e a decisão.
Art. 265. O defensor não poderá abandonar o processo
senão por motivo imperioso, comunicado previamente CAPÍTULO V
o juiz, sob pena de multa de 10 (dez) a 100 (cem) salários
Dos Funcionários Da Justiça
mínimos, sem prejuízo das demais sanções cabíveis.
(Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). Art. 274. As prescrições sobre suspeição dos juízes
estendem-se aos serventuários e funcionários da
§ 1º A audiência poderá ser adiada se, por motivo
justiça, no que lhes for aplicável.
justificado, o defensor não puder comparecer.
(Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). CAPÍTULO VI
§ 2º Incumbe ao defensor provar o impedimento até a Dos Peritos E Intérpretes
abertura da audiência. Não o fazendo, o juiz não
Art. 275. O perito, ainda quando não oficial, estará
determinará o adiamento de ato algum do processo,
sujeito à disciplina judiciária.
devendo nomear defensor substituto, ainda que
provisoriamente ou só para o efeito do ato. Art. 276. As partes não intervirão na nomeação do
(Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). perito.
Art. 266. A constituição de defensor independerá de Art. 277. O perito nomeado pela autoridade será
instrumento de mandato, se o acusado o indicar por obrigado a aceitar o encargo, sob pena de multa de cem
ocasião do interrogatório. a quinhentos mil-réis, salvo escusa atendível.
Art. 267. Nos termos do art. 252, não funcionarão como Parágrafo único. Incorrerá na mesma multa o perito
defensores os parentes do juiz. que, sem justa causa, provada imediatamente:
CAPÍTULO IV a) deixar de acudir à intimação ou ao chamado da
autoridade;
Dos Assistentes

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b) não comparecer no dia e local designados para o medida cautelar, determinará a intimação da parte
exame; contrária, acompanhada de cópia do requerimento e
das peças necessárias, permanecendo os autos em
c) não der o laudo, ou concorrer para que a perícia não
juízo. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
seja feita, nos prazos estabelecidos.
§ 4º No caso de descumprimento de qualquer das
Art. 278. No caso de não-comparecimento do perito,
obrigações impostas, o juiz, de ofício ou mediante
sem justa causa, a autoridade poderá determinar a sua
requerimento do Ministério Público, de seu assistente
condução.
ou do querelante, poderá substituir a medida, impor
Art. 279. Não poderão ser peritos: outra em cumulação, ou, em último caso, decretar a
prisão preventiva (art. 312, parágrafo único).
I - os que estiverem sujeitos à interdição de direito
(Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
mencionada nos ns. I e IV do art. 69 do Código Penal;
§ 5º O juiz poderá revogar a medida cautelar ou
II - os que tiverem prestado depoimento no processo ou
substituí-la quando verificar a falta de motivo para que
opinado anteriormente sobre o objeto da perícia;
subsista, bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem
III - os analfabetos e os menores de 21 anos. razões que a justifiquem. (Incluído pela Lei nº
12.403, de 2011).
Art. 280. É extensivo aos peritos, no que lhes for
aplicável, o disposto sobre suspeição dos juízes. § 6º A prisão preventiva será determinada quando não
for cabível a sua substituição por outra medida cautelar
Art. 281. Os intérpretes são, para todos os efeitos,
(art. 319). (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
equiparados aos peritos.
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante
TÍTULO IX
delito ou por ordem escrita e fundamentada da
Da Prisão, Das Medidas Cautelares e da Liberdade autoridade judiciária competente, em decorrência de
Provisória sentença condenatória transitada em julgado ou, no
curso da investigação ou do processo, em virtude de
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
prisão temporária ou prisão preventiva. (Redação
CAPÍTULO I dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
Disposições Gerais § 1º As medidas cautelares previstas neste Título não se
aplicam à infração a que não for isolada, cumulativa ou
Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título
alternativamente cominada pena privativa de liberdade.
deverão ser aplicadas observando-se a: (Redação
(Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 2º A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a
I - necessidade para aplicação da lei penal, para a
qualquer hora, respeitadas as restrições relativas à
investigação ou a instrução criminal e, nos casos
inviolabilidade do domicílio. (Incluído pela Lei nº
expressamente previstos, para evitar a prática de
12.403, de 2011).
infrações penais; (Incluído pela Lei nº 12.403, de
2011). Art. 284. Não será permitido o emprego de força, salvo
a indispensável no caso de resistência ou de tentativa de
II - adequação da medida à gravidade do crime,
fuga do preso.
circunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado
ou acusado. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). Art. 285. A autoridade que ordenar a prisão fará expedir
§ 1º As medidas cautelares poderão ser aplicadas o respectivo mandado.
isolada ou cumulativamente. (Incluído pela Lei nº Parágrafo único. O mandado de prisão:
12.403, de 2011).
a) será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade;
§ 2º As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz,
b) designará a pessoa, que tiver de ser presa, por seu
de ofício ou a requerimento das partes ou, quando no
nome, alcunha ou sinais característicos;
curso da investigação criminal, por representação da
autoridade policial ou mediante requerimento do c) mencionará a infração penal que motivar a prisão;
Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 12.403, de
d) declarará o valor da fiança arbitrada, quando
2011).
afiançável a infração;
§ 3º Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de
e) será dirigido a quem tiver qualidade para dar-lhe
ineficácia da medida, o juiz, ao receber o pedido de
execução.

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Art. 286. O mandado será passado em duplicata, e o ao juiz que a decretou, devendo este providenciar, em
executor entregará ao preso, logo depois da prisão, um seguida, o registro do mandado na forma do caput deste
dos exemplares com declaração do dia, hora e lugar da artigo. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
diligência. Da entrega deverá o preso passar recibo no
§ 3º A prisão será imediatamente comunicada ao juiz
outro exemplar; se recusar, não souber ou não puder
do local de cumprimento da medida o qual
escrever, o fato será mencionado em declaração,
providenciará a certidão extraída do registro do
assinada por duas testemunhas.
Conselho Nacional de Justiça e informará ao juízo que a
Art. 287. Se a infração for inafiançável, a falta de decretou. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
exibição do mandado não obstará à prisão, e o preso,
§ 4º O preso será informado de seus direitos, nos
em tal caso, será imediatamente apresentado ao juiz
termos do inciso LXIII do art. 5º da Constituição Federal
que tiver expedido o mandado.
e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado,
Art. 288. Ninguém será recolhido à prisão, sem que seja será comunicado à Defensoria Pública. (Incluído
exibido o mandado ao respectivo diretor ou carcereiro, pela Lei nº 12.403, de 2011).
a quem será entregue cópia assinada pelo executor ou
§ 5º Havendo dúvidas das autoridades locais sobre a
apresentada a guia expedida pela autoridade
legitimidade da pessoa do executor ou sobre a
competente, devendo ser passado recibo da entrega do
identidade do preso, aplica-se o disposto no § 2º do art.
preso, com declaração de dia e hora.
290 deste Código. (Incluído pela Lei nº 12.403, de
Parágrafo único. O recibo poderá ser passado no 2011).
próprio exemplar do mandado, se este for o documento
§ 6º O Conselho Nacional de Justiça regulamentará o
exibido.
registro do mandado de prisão a que se refere o caput
Art. 289. Quando o acusado estiver no território deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
nacional, fora da jurisdição do juiz processante, será
Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, passar ao
deprecada a sua prisão, devendo constar da precatória
território de outro município ou comarca, o executor
o inteiro teor do mandado. (Redação dada pela Lei
poderá efetuar-lhe a prisão no lugar onde o alcançar,
nº 12.403, de 2011).
apresentando-o imediatamente à autoridade local, que,
§ 1º Havendo urgência, o juiz poderá requisitar a prisão depois de lavrado, se for o caso, o auto de flagrante,
por qualquer meio de comunicação, do qual deverá providenciará para a remoção do preso.
constar o motivo da prisão, bem como o valor da fiança
§ 1º - Entender-se-á que o executor vai em perseguição
se arbitrada. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
do réu, quando:
§ 2º A autoridade a quem se fizer a requisição tomará
a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem interrupção,
as precauções necessárias para averiguar a
embora depois o tenha perdido de vista;
autenticidade da comunicação. (Incluído pela Lei
nº 12.403, de 2011). b) sabendo, por indícios ou informações fidedignas, que
o réu tenha passado, há pouco tempo, em tal ou qual
§ 3º O juiz processante deverá providenciar a remoção
direção, pelo lugar em que o procure, for no seu
do preso no prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados
encalço.
da efetivação da medida. (Incluído pela Lei nº
12.403, de 2011). § 2º Quando as autoridades locais tiverem fundadas
razões para duvidar da legitimidade da pessoa do
Art. 289-A. O juiz competente providenciará o imediato
executor ou da legalidade do mandado que apresentar,
registro do mandado de prisão em banco de dados
poderão pôr em custódia o réu, até que fique
mantido pelo Conselho Nacional de Justiça para essa
esclarecida a dúvida.
finalidade. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 291. A prisão em virtude de mandado entender-se-
§ 1º Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão
á feita desde que o executor, fazendo-se conhecer do
determinada no mandado de prisão registrado no
réu, lhe apresente o mandado e o intime a acompanhá-
Conselho Nacional de Justiça, ainda que fora da
lo.
competência territorial do juiz que o expediu.
(Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). Art. 292. Se houver, ainda que por parte de terceiros,
resistência à prisão em flagrante ou à determinada por
§ 2º Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão
autoridade competente, o executor e as pessoas que o
decretada, ainda que sem registro no Conselho Nacional
auxiliarem poderão usar dos meios necessários para
de Justiça, adotando as precauções necessárias para
defender-se ou para vencer a resistência, do que tudo
averiguar a autenticidade do mandado e comunicando

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se lavrará auto subscrito também por duas X - os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente a
testemunhas. função de jurado, salvo quando excluídos da lista por
motivo de incapacidade para o exercício daquela
Parágrafo único. É vedado o uso de algemas em
função;
mulheres grávidas durante os atos médico-hospitalares
preparatórios para a realização do parto e durante o XI - os delegados de polícia e os guardas-civis dos
trabalho de parto, bem como em mulheres durante o Estados e Territórios, ativos e inativos. (Redação
período de puerpério imediato. (Redação dada pela dada pela Lei nº 5.126, de 20.9.1966)
Lei nº 13.434, de 2017)
§ 1º A prisão especial, prevista neste Código ou em
Art. 293. Se o executor do mandado verificar, com outras leis, consiste exclusivamente no recolhimento
segurança, que o réu entrou ou se encontra em alguma em local distinto da prisão comum. (Incluído pela
casa, o morador será intimado a entregá-lo, à vista da Lei nº 10.258, de 11.7.2001)
ordem de prisão. Se não for obedecido imediatamente,
§ 2º Não havendo estabelecimento específico para o
o executor convocará duas testemunhas e, sendo dia,
preso especial, este será recolhido em cela distinta do
entrará à força na casa, arrombando as portas, se
mesmo estabelecimento. (Incluído pela Lei nº
preciso; sendo noite, o executor, depois da intimação ao
10.258, de 11.7.2001)
morador, se não for atendido, fará guardar todas as
saídas, tornando a casa incomunicável, e, logo que § 3º A cela especial poderá consistir em alojamento
amanheça, arrombará as portas e efetuará a prisão. coletivo, atendidos os requisitos de salubridade do
ambiente, pela concorrência dos fatores de aeração,
Parágrafo único. O morador que se recusar a entregar
insolação e condicionamento térmico adequados à
o réu oculto em sua casa será levado à presença da
existência humana. (Incluído pela Lei nº 10.258, de
autoridade, para que se proceda contra ele como for de
11.7.2001)
direito.
§ 4º O preso especial não será transportado juntamente
Art. 294. No caso de prisão em flagrante, observar-se-á
com o preso comum. (Incluído pela Lei nº 10.258,
o disposto no artigo anterior, no que for aplicável.
de 11.7.2001)
Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a prisão
§ 5º Os demais direitos e deveres do preso especial
especial, à disposição da autoridade competente,
serão os mesmos do preso comum. (Incluído pela
quando sujeitos a prisão antes de condenação
Lei nº 10.258, de 11.7.2001)
definitiva:
Art. 296. Os inferiores e praças de pré, onde for
I - os ministros de Estado;
possível, serão recolhidos à prisão, em
II - os governadores ou interventores de Estados ou estabelecimentos militares, de acordo com os
Territórios, o prefeito do Distrito Federal, seus respectivos regulamentos.
respectivos secretários, os prefeitos municipais, os
Art. 297. Para o cumprimento de mandado expedido
vereadores e os chefes de Polícia; (Redação dada
pela autoridade judiciária, a autoridade policial poderá
pela Lei nº 3.181, de 11.6.1957)
expedir tantos outros quantos necessários às
III - os membros do Parlamento Nacional, do Conselho diligências, devendo neles ser fielmente reproduzido o
de Economia Nacional e das Assembléias Legislativas teor do mandado original.
dos Estados;
Art. 299. A captura poderá ser requisitada, à vista de
IV - os cidadãos inscritos no "Livro de Mérito"; mandado judicial, por qualquer meio de comunicação,
tomadas pela autoridade, a quem se fizer a requisição,
V – os oficiais das Forças Armadas e os militares dos
as precauções necessárias para averiguar a
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;
autenticidade desta. (Redação dada pela Lei nº
(Redação dada pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001)
12.403, de 2011).
VI - os magistrados;
Art. 300. As pessoas presas provisoriamente ficarão
VII - os diplomados por qualquer das faculdades separadas das que já estiverem definitivamente
superiores da República; condenadas, nos termos da lei de execução penal.
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
VIII - os ministros de confissão religiosa;
Parágrafo único. O militar preso em flagrante delito,
IX - os ministros do Tribunal de Contas;
após a lavratura dos procedimentos legais, será
recolhido a quartel da instituição a que pertencer, onde

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ficará preso à disposição das autoridades competentes. cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.
(Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
CAPÍTULO II Art. 305. Na falta ou no impedimento do escrivão,
qualquer pessoa designada pela autoridade lavrará o
Da Prisão Em Flagrante
auto, depois de prestado o compromisso legal.
Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades
Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se
policiais e seus agentes deverão prender quem quer que
encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
seja encontrado em flagrante delito.
competente, ao Ministério Público e à família do preso
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem: ou à pessoa por ele indicada. (Redação dada pela
Lei nº 12.403, de 2011).
I - está cometendo a infração penal;
§ 1º Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização
II - acaba de cometê-la;
da prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o
ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria
presumir ser autor da infração; Pública. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de
2011).
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos,
armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele § 2º No mesmo prazo, será entregue ao preso,
autor da infração. mediante recibo, a nota de culpa, assinada pela
autoridade, com o motivo da prisão, o nome do
Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o
condutor e os das testemunhas. (Redação dada
agente em flagrante delito enquanto não cessar a
pela Lei nº 12.403, de 2011).
permanência.
Art. 307. Quando o fato for praticado em presença da
Art. 304. Apresentado o preso à autoridade
autoridade, ou contra esta, no exercício de suas
competente, ouvirá esta o condutor e colherá, desde
funções, constarão do auto a narração deste fato, a voz
logo, sua assinatura, entregando a este cópia do termo
de prisão, as declarações que fizer o preso e os
e recibo de entrega do preso. Em seguida, procederá à
depoimentos das testemunhas, sendo tudo assinado
oitiva das testemunhas que o acompanharem e ao
pela autoridade, pelo preso e pelas testemunhas e
interrogatório do acusado sobre a imputação que lhe é
remetido imediatamente ao juiz a quem couber tomar
feita, colhendo, após cada oitiva suas respectivas
conhecimento do fato delituoso, se não o for a
assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto.
autoridade que houver presidido o auto.
(Redação dada pela Lei nº 11.113, de 2005)
Art. 308. Não havendo autoridade no lugar em que se
§ 1º Resultando das respostas fundada a suspeita
tiver efetuado a prisão, o preso será logo apresentado à
contra o conduzido, a autoridade mandará recolhê-lo à
do lugar mais próximo.
prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou de prestar
fiança, e prosseguirá nos atos do inquérito ou processo, Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser posto em
se para isso for competente; se não o for, enviará os liberdade, depois de lavrado o auto de prisão em
autos à autoridade que o seja. flagrante.
§ 2º A falta de testemunhas da infração não impedirá o Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o
auto de prisão em flagrante; mas, nesse caso, com o juiz deverá fundamentadamente: (Redação dada
condutor, deverão assiná-lo pelo menos duas pessoas pela Lei nº 12.403, de 2011).
que hajam testemunhado a apresentação do preso à
I - relaxar a prisão ilegal; ou (Incluído pela Lei nº
autoridade.
12.403, de 2011).
§ 3º Quando o acusado se recusar a assinar, não souber
II - converter a prisão em flagrante em preventiva,
ou não puder fazê-lo, o auto de prisão em flagrante será
quando presentes os requisitos constantes do art. 312
assinado por duas testemunhas, que tenham ouvido sua
deste Código, e se revelarem inadequadas ou
leitura na presença deste. (Redação dada pela Lei
insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão;
nº 11.113, de 2005)
ou (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 4º Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.
constar a informação sobre a existência de filhos,
(Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o
nome e o contato de eventual responsável pelos

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Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão identificação, salvo se outra hipótese recomendar a
em flagrante, que o agente praticou o fato nas manutenção da medida. (Incluído pela Lei nº 12.403,
condições constantes dos incisos I a III do caput do art. de 2011).
23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 -
Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será
Código Penal, poderá, fundamentadamente, conceder
decretada se o juiz verificar pelas provas constantes dos
ao acusado liberdade provisória, mediante termo de
autos ter o agente praticado o fato nas condições
comparecimento a todos os atos processuais, sob pena
previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do
de revogação. (Redação dada pela Lei nº 12.403,
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 -
de 2011).
Código Penal. (Redação dada pela Lei nº 12.403,
CAPÍTULO III de 2011).
Da Prisão Preventiva Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar
a prisão preventiva será sempre motivada.
Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
do processo penal, caberá a prisão preventiva decretada
pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal, ou a Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se,
requerimento do Ministério Público, do querelante ou no correr do processo, verificar a falta de motivo para
do assistente, ou por representação da autoridade que subsista, bem como de novo decretá-la, se
policial. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de sobrevierem razões que a justifiquem. (Redação
2011). dada pela Lei nº 5.349, de 3.11.1967)
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada CAPÍTULO IV
como garantia da ordem pública, da ordem econômica,
Da Prisão Domiciliar
por conveniência da instrução criminal, ou para
assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
da existência do crime e indício suficiente de autoria.
Art. 317. A prisão domiciliar consiste no recolhimento
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
do indiciado ou acusado em sua residência, só podendo
Parágrafo único. A prisão preventiva também poderá dela ausentar-se com autorização judicial.
ser decretada em caso de descumprimento de qualquer (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
das obrigações impostas por força de outras medidas
Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva
cautelares (art. 282, § 4º). (Incluído pela Lei nº
pela domiciliar quando o agente for: (Redação dada
12.403, de 2011).
pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será
I - maior de 80 (oitenta) anos; (Incluído pela Lei nº
admitida a decretação da prisão preventiva:
12.403, de 2011).
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
II - extremamente debilitado por motivo de doença
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de
grave; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos;
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa
menor de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência;
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em
(Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto
no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei nº 2.848, IV - gestante; (Redação dada pela Lei nº 13.257, de
de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; (Redação 2016)
dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar incompletos; (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo
VI - homem, caso seja o único responsável pelos
ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das
cuidados do filho de até 12 (doze) anos de idade
medidas protetivas de urgência; (Redação dada
incompletos. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
pela Lei nº 12.403, de 2011).
Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova
Parágrafo único. Também será admitida a prisão
idônea dos requisitos estabelecidos neste artigo.
preventiva quando houver dúvida sobre a identidade
(Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos
suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser CAPÍTULO V
colocado imediatamente em liberdade após a

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Das Outras Medidas Cautelares § 4º A fiança será aplicada de acordo com as disposições
do Capítulo VI deste Título, podendo ser cumulada com
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
outras medidas cautelares. (Incluído pela Lei nº
Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: 12.403, de 2011).
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será
I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas comunicada pelo juiz às autoridades encarregadas de
condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar fiscalizar as saídas do território nacional, intimando-se o
atividades; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de indiciado ou acusado para entregar o passaporte, no
2011). prazo de 24 (vinte e quatro) horas. (Redação
dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
II - proibição de acesso ou frequência a determinados
lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, CAPÍTULO VI
deva o indiciado ou acusado permanecer distante
Da Liberdade Provisória, Com Ou Sem Fiança
desses locais para evitar o risco de novas infrações;
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a
decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder
III - proibição de manter contato com pessoa
liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas
determinada quando, por circunstâncias relacionadas
cautelares previstas no art. 319 deste Código e
ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer
observados os critérios constantes do art. 282 deste
distante; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de
Código. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
2011).
Art. 322. A autoridade policial somente poderá
IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a
conceder fiança nos casos de infração cuja pena
permanência seja conveniente ou necessária para a
privativa de liberdade máxima não seja superior a 4
investigação ou instrução; (Incluído pela Lei nº
(quatro) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.403,
12.403, de 2011).
de 2011).
V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos
Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será
dias de folga quando o investigado ou acusado tenha
requerida ao juiz, que decidirá em 48 (quarenta e oito)
residência e trabalho fixos; (Incluído pela Lei nº
horas. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
12.403, de 2011).
Art. 323. Não será concedida fiança: (Redação
VI - suspensão do exercício de função pública ou de
dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
atividade de natureza econômica ou financeira quando
houver justo receio de sua utilização para a prática de I - nos crimes de racismo; (Redação dada pela Lei
infrações penais; (Incluído pela Lei nº 12.403, de nº 12.403, de 2011).
2011).
II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de e drogas afins, terrorismo e nos definidos como crimes
crimes praticados com violência ou grave ameaça, hediondos; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de
quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi- 2011).
imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de
III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou
reiteração; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
militares, contra a ordem constitucional e o Estado
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para Democrático; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de
assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar 2011).
a obstrução do seu andamento ou em caso de
Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança:
resistência injustificada à ordem judicial; (Incluído
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
pela Lei nº 12.403, de 2011).
I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado
IX - monitoração eletrônica. (Incluído pela Lei nº
fiança anteriormente concedida ou infringido, sem
12.403, de 2011).
motivo justo, qualquer das obrigações a que se referem
§1º (Revogado). os arts. 327 e 328 deste Código; (Redação dada
pela Lei nº 12.403, de 2011).
§2º (Revogado).
II - em caso de prisão civil ou militar; (Redação dada
§3º (Revogado).
pela Lei nº 12.403, de 2011).
III - (Revogado).

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IV - quando presentes os motivos que autorizam a encerramento, numerado e rubricado em todas as suas
decretação da prisão preventiva (art. 312). folhas pela autoridade, destinado especialmente aos
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). termos de fiança. O termo será lavrado pelo escrivão e
assinado pela autoridade e por quem prestar a fiança, e
Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade
dele extrair-se-á certidão para juntar-se aos autos.
que a conceder nos seguintes limites: (Redação
dada pela Lei nº 12.403, de 2011). Parágrafo único. O réu e quem prestar a fiança serão
pelo escrivão notificados das obrigações e da sanção
a) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 12.403, de
previstas nos arts. 327 e 328, o que constará dos autos.
2011).
Art. 330. A fiança, que será sempre definitiva, consistirá
b) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 12.403, de
em depósito de dinheiro, pedras, objetos ou metais
2011).
preciosos, títulos da dívida pública, federal, estadual ou
c) (revogada). (Redação dada pela Lei nº 12.403, de municipal, ou em hipoteca inscrita em primeiro lugar.
2011).
§ 1º A avaliação de imóvel, ou de pedras, objetos ou
I - de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se metais preciosos será feita imediatamente por perito
tratar de infração cuja pena privativa de liberdade, no nomeado pela autoridade.
grau máximo, não for superior a 4 (quatro) anos;
§ 2º Quando a fiança consistir em caução de títulos da
(Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
dívida pública, o valor será determinado pela sua
II - de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, cotação em Bolsa, e, sendo nominativos, exigir-se-á
quando o máximo da pena privativa de liberdade prova de que se acham livres de ônus.
cominada for superior a 4 (quatro) anos. (Incluído
Art. 331. O valor em que consistir a fiança será recolhido
pela Lei nº 12.403, de 2011).
à repartição arrecadadora federal ou estadual, ou
§ 1º Se assim recomendar a situação econômica do entregue ao depositário público, juntando-se aos autos
preso, a fiança poderá ser: (Redação dada pela Lei os respectivos conhecimentos.
nº 12.403, de 2011).
Parágrafo único. Nos lugares em que o depósito não se
I - dispensada, na forma do art. 350 deste Código; puder fazer de pronto, o valor será entregue ao escrivão
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). ou pessoa abonada, a critério da autoridade, e dentro
de três dias dar-se-á ao valor o destino que lhe assina
II - reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); ou
este artigo, o que tudo constará do termo de fiança.
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 332. Em caso de prisão em flagrante, será
III - aumentada em até 1.000 (mil) vezes. (Incluído pela
competente para conceder a fiança a autoridade que
Lei nº 12.403, de 2011).
presidir ao respectivo auto, e, em caso de prisão por
Art. 326. Para determinar o valor da fiança, a mandado, o juiz que o houver expedido, ou a autoridade
autoridade terá em consideração a natureza da judiciária ou policial a quem tiver sido requisitada a
infração, as condições pessoais de fortuna e vida prisão.
pregressa do acusado, as circunstâncias indicativas de
Art. 333. Depois de prestada a fiança, que será
sua periculosidade, bem como a importância provável
concedida independentemente de audiência do
das custas do processo, até final julgamento.
Ministério Público, este terá vista do processo a fim
Art. 327. A fiança tomada por termo obrigará o de requerer o que julgar conveniente.
afiançado a comparecer perante a autoridade, todas as
Art. 334. A fiança poderá ser prestada enquanto não
vezes que for intimado para atos do inquérito e da
transitar em julgado a sentença condenatória.
instrução criminal e para o julgamento. Quando o réu
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
não comparecer, a fiança será havida como quebrada.
Art. 335. Recusando ou retardando a autoridade policial
Art. 328. O réu afiançado não poderá, sob pena de
a concessão da fiança, o preso, ou alguém por ele,
quebramento da fiança, mudar de residência, sem
poderá prestá-la, mediante simples petição, perante o
prévia permissão da autoridade processante, ou
juiz competente, que decidirá em 48 (quarenta e oito)
ausentar-se por mais de 8 (oito) dias de sua residência,
horas. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
sem comunicar àquela autoridade o lugar onde será
encontrado. Art. 336. O dinheiro ou objetos dados como fiança
servirão ao pagamento das custas, da indenização do
Art. 329. Nos juízos criminais e delegacias de polícia,
dano, da prestação pecuniária e da multa, se o réu for
haverá um livro especial, com termos de abertura e de

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condenado. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de Art. 343. O quebramento injustificado da fiança
2011). importará na perda de metade do seu valor, cabendo ao
juiz decidir sobre a imposição de outras medidas
Parágrafo único. Este dispositivo terá aplicação ainda
cautelares ou, se for o caso, a decretação da prisão
no caso da prescrição depois da sentença condenatória
preventiva. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de
(art. 110 do Código Penal). (Redação dada pela Lei
2011).
nº 12.403, de 2011).
Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor
Art. 337. Se a fiança for declarada sem efeito ou passar
da fiança, se, condenado, o acusado não se apresentar
em julgado sentença que houver absolvido o acusado ou
para o início do cumprimento da pena definitivamente
declarada extinta a ação penal, o valor que a constituir,
imposta. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de
atualizado, será restituído sem desconto, salvo o
2011).
disposto no parágrafo único do art. 336 deste Código.
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). Art. 346. No caso de quebramento de fiança, feitas as
deduções previstas no art. 345 deste Código, o valor
Art. 338. A fiança que se reconheça não ser cabível na
restante será recolhido ao fundo penitenciário, na
espécie será cassada em qualquer fase do processo.
forma da lei. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de
Art. 339. Será também cassada a fiança quando 2011).
reconhecida a existência de delito inafiançável, no caso
Art. 347. Não ocorrendo a hipótese do art. 345, o saldo
de inovação na classificação do delito.
será entregue a quem houver prestado a fiança, depois
Art. 340. Será exigido o reforço da fiança: de deduzidos os encargos a que o réu estiver obrigado.
I - quando a autoridade tomar, por engano, fiança Art. 348. Nos casos em que a fiança tiver sido prestada
insuficiente; por meio de hipoteca, a execução será promovida no
juízo cível pelo órgão do Ministério Público.
II - quando houver depreciação material ou
perecimento dos bens hipotecados ou caucionados, ou Art. 349. Se a fiança consistir em pedras, objetos ou
depreciação dos metais ou pedras preciosas; metais preciosos, o juiz determinará a venda por
leiloeiro ou corretor.
III - quando for inovada a classificação do delito.
Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz,
Parágrafo único. A fiança ficará sem efeito e o réu será
verificando a situação econômica do preso, poderá
recolhido à prisão, quando, na conformidade deste
conceder-lhe liberdade provisória, sujeitando-o às
artigo, não for reforçada.
obrigações constantes dos arts. 327 e 328 deste Código
Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o e a outras medidas cautelares, se for o caso.
acusado: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
2011).
Parágrafo único. Se o beneficiado descumprir, sem
I - regularmente intimado para ato do processo, deixar motivo justo, qualquer das obrigações ou medidas
de comparecer, sem motivo justo; (Incluído pela impostas, aplicar-se-á o disposto no § 4º do art. 282
Lei nº 12.403, de 2011). deste Código. (Redação dada pela Lei nº 12.403,
de 2011).
II - deliberadamente praticar ato de obstrução ao
andamento do processo; (Incluído pela Lei nº TÍTULO X
12.403, de 2011).
Das Citações e Intimações
III - descumprir medida cautelar imposta
CAPÍTULO I
cumulativamente com a fiança; (Incluído pela Lei
nº 12.403, de 2011). Das Citações
IV - resistir injustificadamente a ordem judicial; Art. 351. A citação inicial far-se-á por mandado, quando
(Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). o réu estiver no território sujeito à jurisdição do juiz que
a houver ordenado.
V - praticar nova infração penal dolosa. (Incluído
pela Lei nº 12.403, de 2011). Art. 352. O mandado de citação indicará:
Art. 342. Se vier a ser reformado o julgamento em que I - o nome do juiz;
se declarou quebrada a fiança, esta subsistirá em todos
II - o nome do querelante nas ações iniciadas por
os seus efeitos.
queixa;

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III - o nome do réu, ou, se for desconhecido, os seus Art. 360. Se o réu estiver preso, será pessoalmente
sinais característicos; citado. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de
1º.12.2003)
IV - a residência do réu, se for conhecida;
Art. 361. Se o réu não for encontrado, será citado por
V - o fim para que é feita a citação;
edital, com o prazo de 15 (quinze) dias.
VI - o juízo e o lugar, o dia e a hora em que o réu deverá
Art. 362. Verificando que o réu se oculta para não ser
comparecer;
citado, o oficial de justiça certificará a ocorrência e
VII - a subscrição do escrivão e a rubrica do juiz. procederá à citação com hora certa, na forma
estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei nº 5.869, de 11
Art. 353. Quando o réu estiver fora do território da
de janeiro de 1973 - Código de Processo
jurisdição do juiz processante, será citado mediante
Civil. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
precatória.
Parágrafo único. Completada a citação com hora certa,
Art. 354. A precatória indicará:
se o acusado não comparecer, ser-lhe-á nomeado
I - o juiz deprecado e o juiz deprecante; defensor dativo.
II - a sede da jurisdição de um e de outro; Art. 363. O processo terá completada a sua formação
quando realizada a citação do acusado. (Redação
Ill - o fim para que é feita a citação, com todas as
dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
especificações;
I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 11.719,
IV - o juízo do lugar, o dia e a hora em que o réu deverá
de 2008).
comparecer.
II - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.719,
Art. 355. A precatória será devolvida ao juiz
de 2008).
deprecante, independentemente de traslado, depois de
lançado o "cumpra-se" e de feita a citação por mandado § 1º Não sendo encontrado o acusado, será procedida
do juiz deprecado. a citação por edital. (Incluído pela Lei nº 11.719,
de 2008).
§ 1º Verificado que o réu se encontra em território
sujeito à jurisdição de outro juiz, a este remeterá o juiz § 2º (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.719, de
deprecado os autos para efetivação da diligência, desde 2008).
que haja tempo para fazer-se a citação.
§ 3º (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.719, de
§ 2º Certificado pelo oficial de justiça que o réu se 2008).
oculta para não ser citado, a precatória será
§ 4º Comparecendo o acusado citado por edital, em
imediatamente devolvida, para o fim previsto
qualquer tempo, o processo observará o disposto
no art. 362.
nos arts. 394 e seguintes deste Código. (Incluído
Art. 356. Se houver urgência, a precatória, que conterá pela Lei nº 11.719, de 2008).
em resumo os requisitos enumerados no art. 354,
Art. 364. No caso do artigo anterior, no I, o prazo será
poderá ser expedida por via telegráfica, depois de
fixado pelo juiz entre 15 (quinze) e 90 (noventa) dias, de
reconhecida a firma do juiz, o que a estação expedidora
acordo com as circunstâncias, e, no caso de no II, o prazo
mencionará.
será de trinta dias.
Art. 357. São requisitos da citação por mandado:
Art. 365. O edital de citação indicará:
I - leitura do mandado ao citando pelo oficial e entrega
I - o nome do juiz que a determinar;
da contrafé, na qual se mencionarão dia e hora da
citação; II - o nome do réu, ou, se não for conhecido, os seus
sinais característicos, bem como sua residência e
II - declaração do oficial, na certidão, da entrega da
profissão, se constarem do processo;
contrafé, e sua aceitação ou recusa.
III - o fim para que é feita a citação;
Art. 358. A citação do militar far-se-á por intermédio do
chefe do respectivo serviço. IV - o juízo e o dia, a hora e o lugar em que o réu deverá
comparecer;
Art. 359. O dia designado para funcionário público
comparecer em juízo, como acusado, será notificado V - o prazo, que será contado do dia da publicação do
assim a ele como ao chefe de sua repartição. edital na imprensa, se houver, ou da sua afixação.

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Parágrafo único. O edital será afixado à porta do § 3º A intimação pessoal, feita pelo escrivão,
edifício onde funcionar o juízo e será publicado pela dispensará a aplicação a que alude o
imprensa, onde houver, devendo a afixação ser § 1º. (Incluído pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996)
certificada pelo oficial que a tiver feito e a publicação
§ 4º A intimação do Ministério Público e do defensor
provada por exemplar do jornal ou certidão do escrivão,
nomeado será pessoal. (Incluído pela Lei nº 9.271,
da qual conste a página do jornal com a data da
de 17.4.1996)
publicação.
Art. 371. Será admissível a intimação por despacho na
Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não
petição em que for requerida, observado o disposto
comparecer, nem constituir advogado, ficarão
no art. 357.
suspensos o processo e o curso do prazo prescricional,
podendo o juiz determinar a produção antecipada das Art. 372. Adiada, por qualquer motivo, a instrução
provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar criminal, o juiz marcará desde logo, na presença das
prisão preventiva, nos termos do disposto partes e testemunhas, dia e hora para seu
noart. 312. (Redação dada pela Lei nº 9.271, de prosseguimento, do que se lavrará termo nos autos.
17.4.1996)
TÍTULO XII
Art. 367. O processo seguirá sem a presença do acusado
Da Sentença
que, citado ou intimado pessoalmente para qualquer
ato, deixar de comparecer sem motivo justificado, ou, Art. 381. A sentença conterá:
no caso de mudança de residência, não comunicar o
I - os nomes das partes ou, quando não possível, as
novo endereço ao juízo. (Redação dada pela Lei nº
indicações necessárias para identificá-las;
9.271, de 17.4.1996)
II - a exposição sucinta da acusação e da defesa;
Art. 368. Estando o acusado no estrangeiro, em lugar
sabido, será citado mediante carta rogatória, III - a indicação dos motivos de fato e de direito em que
suspendendo-se o curso do prazo de prescrição até o se fundar a decisão;
seu cumprimento. (Redação dada pela Lei nº
IV - a indicação dos artigos de lei aplicados;
9.271, de 17.4.1996)
V - o dispositivo;
Art. 369. As citações que houverem de ser feitas em
legações estrangeiras serão efetuadas mediante carta VI - a data e a assinatura do juiz.
rogatória. (Redação dada pela Lei nº 9.271, de
Art. 382. Qualquer das partes poderá, no prazo de 2
17.4.1996)
(dois) dias, pedir ao juiz que declare a sentença, sempre
CAPÍTULO II que nela houver obscuridade, ambigüidade,
contradição ou omissão.
Das Intimações
Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato
Art. 370. Nas intimações dos acusados, das
contida na denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe
testemunhas e demais pessoas que devam tomar
definição jurídica diversa, ainda que, em conseqüência,
conhecimento de qualquer ato, será observado, no que
tenha de aplicar pena mais grave. (Redação dada
for aplicável, o disposto no Capítulo
pela Lei nº 11.719, de 2008).
anterior. (Redação dada pela Lei nº 9.271, de
17.4.1996) § 1º Se, em conseqüência de definição jurídica diversa,
houver possibilidade de proposta de suspensão
§ 1º A intimação do defensor constituído, do advogado
condicional do processo, o juiz procederá de acordo
do querelante e do assistente far-se-á por publicação no
com o disposto na lei. (Incluído pela Lei nº 11.719,
órgão incumbido da publicidade dos atos judiciais da
de 2008).
comarca, incluindo, sob pena de nulidade, o nome do
acusado. (Incluído Lei nº 9.271, de 17.4.1996) § 2º Tratando-se de infração da competência de outro
juízo, a este serão encaminhados os
§ 2º Caso não haja órgão de publicação dos atos
autos. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
judiciais na comarca, a intimação far-se-á diretamente
pelo escrivão, por mandado, ou via postal com Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se entender
comprovante de recebimento, ou por qualquer outro cabível nova definição jurídica do fato, em conseqüência
meio idôneo. (Redação dada pela Lei nº 9.271, de de prova existente nos autos de elemento ou
17.4.1996) circunstância da infração penal não contida na
acusação, o Ministério Público deverá aditar a denúncia

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ou queixa, no prazo de 5 (cinco) dias, se em virtude VII – não existir prova suficiente para a
desta houver sido instaurado o processo em crime de condenação. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
ação pública, reduzindo-se a termo o aditamento,
Parágrafo único. Na sentença absolutória, o juiz:
quando feito oralmente. (Redação dada pela Lei
nº 11.719, de 2008). I - mandará, se for o caso, pôr o réu em liberdade;
§ 1º Não procedendo o órgão do Ministério Público ao II – ordenará a cessação das medidas cautelares e
aditamento, aplica-se o art. 28 deste provisoriamente aplicadas; (Redação dada pela Lei
Código. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). nº 11.690, de 2008)
§ 2º Ouvido o defensor do acusado no prazo de 5 III - aplicará medida de segurança, se cabível.
(cinco) dias e admitido o aditamento, o juiz, a
Art. 387. O juiz, ao proferir sentença
requerimento de qualquer das partes, designará dia e
condenatória: (Vide Lei nº 11.719, de 2008)
hora para continuação da audiência, com inquirição de
testemunhas, novo interrogatório do acusado, I - mencionará as circunstâncias agravantes ou
realização de debates e julgamento. (Incluído pela atenuantes definidas no Código Penal, e cuja existência
Lei nº 11.719, de 2008). reconhecer;
§ 3º Aplicam-se as disposições dos §§ 1º e 2º do art. II - mencionará as outras circunstâncias apuradas e tudo
383 ao caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº o mais que deva ser levado em conta na aplicação da
11.719, de 2008). pena, de acordo com o disposto nos arts. 59 e 60 do
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 -
§ 4º Havendo aditamento, cada parte poderá arrolar
Código Penal; (Redação dada pela Lei nº 11.719,
até 3 (três) testemunhas, no prazo de 5 (cinco) dias,
de 2008).
ficando o juiz, na sentença, adstrito aos termos do
aditamento. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). III - aplicará as penas de acordo com essas
conclusões; (Redação dada pela Lei nº 11.719, de
§ 5º Não recebido o aditamento, o processo
2008).
prosseguirá. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
IV - fixará valor mínimo para reparação dos danos
Art. 385. Nos crimes de ação pública, o juiz poderá
causados pela infração, considerando os prejuízos
proferir sentença condenatória, ainda que o Ministério
sofridos pelo ofendido; (Redação dada pela Lei nº
Público tenha opinado pela absolvição, bem como
11.719, de 2008).
reconhecer agravantes, embora nenhuma tenha sido
alegada. V - atenderá, quanto à aplicação provisória de
interdições de direitos e medidas de segurança, ao
Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa
disposto no Título Xl deste Livro;
na parte dispositiva, desde que reconheça:
VI - determinará se a sentença deverá ser publicada na
I - estar provada a inexistência do fato;
íntegra ou em resumo e designará o jornal em que será
II - não haver prova da existência do fato; feita a publicação (art. 73, § 1º, do Código Penal).
III - não constituir o fato infração penal; § 1º O juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a
manutenção ou, se for o caso, a imposição de prisão
IV – estar provado que o réu não concorreu para a
preventiva ou de outra medida cautelar, sem prejuízo
infração penal; (Redação dada pela Lei nº 11.690,
do conhecimento de apelação que vier a ser
de 2008)
interposta. (Incluído pela Lei nº 12.736, de 2012)
);
§ 2º O tempo de prisão provisória, de prisão
V – não existir prova de ter o réu concorrido para a administrativa ou de internação, no Brasil ou no
infração penal; (Redação dada pela Lei nº 11.690, estrangeiro, será computado para fins de determinação
de 2008) do regime inicial de pena privativa de
liberdade. (Incluído pela Lei nº 12.736, de 2012)
VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou
isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1º do Art. 388. A sentença poderá ser datilografada e neste
art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver caso o juiz a rubricará em todas as folhas.
fundada dúvida sobre sua existência; (Redação
Art. 389. A sentença será publicada em mão do
dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
escrivão, que lavrará nos autos o respectivo termo,

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registrando-a em livro especialmente destinado a esse Art. 394. O procedimento será comum ou
fim. especial. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de
2008).
Art. 390. O escrivão, dentro de três dias após a
publicação, e sob pena de suspensão de cinco dias, dará § 1º O procedimento comum será ordinário, sumário ou
conhecimento da sentença ao órgão do Ministério sumaríssimo: (Incluído pela Lei nº 11.719, de
Público. 2008).
Art. 391. O querelante ou o assistente será intimado da I - ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção
sentença, pessoalmente ou na pessoa de seu advogado. máxima cominada for igual ou superior a 4 (quatro) anos
Se nenhum deles for encontrado no lugar da sede do de pena privativa de liberdade; (Incluído pela Lei
juízo, a intimação será feita mediante edital com o prazo nº 11.719, de 2008).
de 10 dias, afixado no lugar de costume.
II - sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção
Art. 392. A intimação da sentença será feita: máxima cominada seja inferior a 4 (quatro) anos de
pena privativa de liberdade; (Incluído pela Lei nº
I - ao réu, pessoalmente, se estiver preso;
11.719, de 2008).
II - ao réu, pessoalmente, ou ao defensor por ele
III - sumaríssimo, para as infrações penais de menor
constituído, quando se livrar solto, ou, sendo afiançável
potencial ofensivo, na forma da lei. (Incluído pela
a infração, tiver prestado fiança;
Lei nº 11.719, de 2008).
III - ao defensor constituído pelo réu, se este, afiançável,
§ 2º Aplica-se a todos os processos o procedimento
ou não, a infração, expedido o mandado de prisão, não
comum, salvo disposições em contrário deste Código ou
tiver sido encontrado, e assim o certificar o oficial de
de lei especial. (Incluído pela Lei nº 11.719, de
justiça;
2008).
IV - mediante edital, nos casos do no II, se o réu e o
§ 3º Nos processos de competência do Tribunal do Júri,
defensor que houver constituído não forem
o procedimento observará as disposições estabelecidas
encontrados, e assim o certificar o oficial de justiça;
nos arts. 406 a 497 deste Código. (Incluído pela Lei
V - mediante edital, nos casos do no III, se o defensor nº 11.719, de 2008).
que o réu houver constituído também não for
§ 4º As disposições dos arts. 395 a 398 deste
encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça;
Código aplicam-se a todos os procedimentos penais de
VI - mediante edital, se o réu, não tendo constituído primeiro grau, ainda que não regulados neste
defensor, não for encontrado, e assim o certificar o Código. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
oficial de justiça.
§ 5º Aplicam-se subsidiariamente aos procedimentos
§ 1º O prazo do edital será de 90 dias, se tiver sido especial, sumário e sumaríssimo as disposições do
imposta pena privativa de liberdade por tempo igual ou procedimento ordinário. (Incluído pela Lei nº
superior a um ano, e de 60 dias, nos outros casos. 11.719, de 2008).
§ 2º O prazo para apelação correrá após o término do Art. 394-A. Os processos que apurem a prática de crime
fixado no edital, salvo se, no curso deste, for feita a hediondo terão prioridade de tramitação em todas as
intimação por qualquer das outras formas estabelecidas instâncias. (Incluído pela Lei nº 13.285, de 2016).
neste artigo.
Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada
Art. 393. (Revogado). quando: (Redação dada pela Lei nº 11.719, de
2008).
LIVRO II
I - for manifestamente inepta; (Incluído pela Lei nº
Dos Processos em Espécie
11.719, de 2008).
TÍTULO I
II - faltar pressuposto processual ou condição para o
Do Processo Comum exercício da ação penal; ou (Incluído pela Lei nº
11.719, de 2008).
CAPÍTULO I
III - faltar justa causa para o exercício da ação
Da Instrução Criminal
penal. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
Parágrafo único. (Revogado). (Incluído pela Lei nº
11.719, de 2008).

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Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, providenciar sua apresentação. (Incluído pela Lei
oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar nº 11.719, de 2008).
liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do
§ 2º O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a
acusado para responder à acusação, por escrito, no
sentença. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
prazo de 10 (dez) dias. (Redação dada pela Lei nº
11.719, de 2008). Art. 400. Na audiência de instrução e julgamento, a ser
realizada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias,
Parágrafo único. No caso de citação por edital, o prazo
proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, à
para a defesa começará a fluir a partir do
inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e
comparecimento pessoal do acusado ou do defensor
pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art.
constituído. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de
222 deste Código, bem como aos esclarecimentos dos
2008).
peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas
Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá argüir e coisas, interrogando-se, em seguida, o
preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa, acusado. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de
oferecer documentos e justificações, especificar as 2008).
provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-
§ 1º As provas serão produzidas numa só audiência,
as e requerendo sua intimação, quando
podendo o juiz indeferir as consideradas irrelevantes,
necessário. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
impertinentes ou protelatórias. (Incluído pela Lei
§ 1º A exceção será processada em apartado, nos nº 11.719, de 2008).
termos dos arts. 95 a 112 deste Código. (Incluído
§ 2º Os esclarecimentos dos peritos dependerão de
pela Lei nº 11.719, de 2008).
prévio requerimento das partes. (Incluído pela Lei
§ 2º Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o nº 11.719, de 2008).
acusado, citado, não constituir defensor, o juiz nomeará
Art. 401. Na instrução poderão ser inquiridas até 8
defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos
(oito) testemunhas arroladas pela acusação e 8 (oito)
autos por 10 (dez) dias. (Incluído pela Lei nº
pela defesa. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de
11.719, de 2008).
2008).
Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-
§ 1º Nesse número não se compreendem as que não
A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver
prestem compromisso e as referidas. (Incluído
sumariamente o acusado quando
pela Lei nº 11.719, de 2008).
verificar: (Redação dada pela Lei nº 11.719, de
2008). § 2º A parte poderá desistir da inquirição de qualquer
das testemunhas arroladas, ressalvado o disposto
I - a existência manifesta de causa excludente da
no art. 209 deste Código. (Incluído pela Lei nº
ilicitude do fato; (Incluído pela Lei nº 11.719, de
11.719, de 2008).
2008).
Art. 402. Produzidas as provas, ao final da audiência, o
II - a existência manifesta de causa excludente da
Ministério Público, o querelante e o assistente e, a
culpabilidade do agente, salvo
seguir, o acusado poderão requerer diligências cuja
inimputabilidade; (Incluído pela Lei nº 11.719, de
necessidade se origine de circunstâncias ou fatos
2008).
apurados na instrução. (Redação dada pela Lei nº
III - que o fato narrado evidentemente não constitui 11.719, de 2008).
crime; ou (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
Art. 403. Não havendo requerimento de diligências, ou
IV - extinta a punibilidade do agente. (Incluído pela sendo indeferido, serão oferecidas alegações finais orais
Lei nº 11.719, de 2008). por 20 (vinte) minutos, respectivamente, pela acusação
e pela defesa, prorrogáveis por mais 10 (dez),
Art. 399. Recebida a denúncia ou queixa, o juiz
proferindo o juiz, a seguir, sentença. (Redação
designará dia e hora para a audiência, ordenando a
dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério
Público e, se for o caso, do querelante e do § 1º Havendo mais de um acusado, o tempo previsto
assistente. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de para a defesa de cada um será individual. (Incluído
2008). pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 1º O acusado preso será requisitado para comparecer § 2º Ao assistente do Ministério Público, após a
ao interrogatório, devendo o poder público manifestação desse, serão concedidos 10 (dez) minutos,

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prorrogando-se por igual período o tempo de § 2º A acusação deverá arrolar testemunhas, até o
manifestação da defesa. (Incluído pela Lei nº máximo de 8 (oito), na denúncia ou na queixa.
11.719, de 2008).
§ 3º Na resposta, o acusado poderá argüir preliminares
§ 3º O juiz poderá, considerada a complexidade do caso e alegar tudo que interesse a sua defesa, oferecer
ou o número de acusados, conceder às partes o prazo documentos e justificações, especificar as provas
de 5 (cinco) dias sucessivamente para a apresentação de pretendidas e arrolar testemunhas, até o máximo de 8
memoriais. Nesse caso, terá o prazo de 10 (dez) dias (oito), qualificando-as e requerendo sua intimação,
para proferir a sentença. (Incluído pela Lei nº quando necessário. (Incluído pela Lei nº 11.689,
11.719, de 2008). de 2008)
Art. 404. Ordenado diligência considerada Art. 407. As exceções serão processadas em apartado,
imprescindível, de ofício ou a requerimento da parte, a nos termos dos arts. 95 a 112 deste
audiência será concluída sem as alegações Código. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
finais. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
Art. 408. Não apresentada a resposta no prazo legal, o
Parágrafo único. Realizada, em seguida, a diligência juiz nomeará defensor para oferecê-la em até 10 (dez)
determinada, as partes apresentarão, no prazo dias, concedendo-lhe vista dos autos. (Redação
sucessivo de 5 (cinco) dias, suas alegações finais, por dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
memorial, e, no prazo de 10 (dez) dias, o juiz proferirá a
Art. 409. Apresentada a defesa, o juiz ouvirá o
sentença. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
Ministério Público ou o querelante sobre preliminares e
Art. 405. Do ocorrido em audiência será lavrado termo documentos, em 5 (cinco) dias. (Redação dada
em livro próprio, assinado pelo juiz e pelas partes, pela Lei nº 11.689, de 2008)
contendo breve resumo dos fatos relevantes nela
Art. 410. O juiz determinará a inquirição das
ocorridos. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de
testemunhas e a realização das diligências requeridas
2008).
pelas partes, no prazo máximo de 10 (dez)
§ 1º Sempre que possível, o registro dos depoimentos dias. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
do investigado, indiciado, ofendido e testemunhas será
Art. 411. Na audiência de instrução, proceder-se-á à
feito pelos meios ou recursos de gravação magnética,
tomada de declarações do ofendido, se possível, à
estenotipia, digital ou técnica similar, inclusive
inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e
audiovisual, destinada a obter maior fidelidade das
pela defesa, nesta ordem, bem como aos
informações . (Incluído pela Lei nº 11.719, de
esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao
2008).
reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se,
§ 2º No caso de registro por meio audiovisual, será em seguida, o acusado e procedendo-se o
encaminhado às partes cópia do registro original, sem debate. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
necessidade de transcrição. (Incluído pela Lei nº 2008)
11.719, de 2008).
§ 1º Os esclarecimentos dos peritos dependerão de
CAPÍTULO II prévio requerimento e de deferimento pelo
juiz. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
Do Procedimento Relativo aos Processos da § 2º As provas serão produzidas em uma só audiência,
Competência do Tribunal Do Júri podendo o juiz indeferir as consideradas irrelevantes,
impertinentes ou protelatórias. (Incluído pela Lei
Seção I
nº 11.689, de 2008)
Da Acusação e da Instrução Preliminar
§ 3º Encerrada a instrução probatória, observar-se-á, se
Art. 406. O juiz, ao receber a denúncia ou a queixa, for o caso, o disposto no art. 384 deste
ordenará a citação do acusado para responder a Código. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez)
§ 4º As alegações serão orais, concedendo-se a palavra,
dias. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
respectivamente, à acusação e à defesa, pelo prazo de
§ 1º O prazo previsto no caput deste artigo será 20 (vinte) minutos, prorrogáveis por mais 10
contado a partir do efetivo cumprimento do mandado (dez). (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
ou do comparecimento, em juízo, do acusado ou de
§ 5º Havendo mais de 1 (um) acusado, o tempo
defensor constituído, no caso de citação inválida ou por
previsto para a acusação e a defesa de cada um deles
edital. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

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será individual. (Incluído pela Lei nº 11.689, de Art. 414. Não se convencendo da materialidade do fato
2008) ou da existência de indícios suficientes de autoria ou de
participação, o juiz, fundamentadamente,
§ 6º Ao assistente do Ministério Público, após a
impronunciará o acusado. (Redação dada pela Lei
manifestação deste, serão concedidos 10 (dez) minutos,
nº 11.689, de 2008)
prorrogando-se por igual período o tempo de
manifestação da defesa. (Incluído pela Lei nº Parágrafo único. Enquanto não ocorrer a extinção da
11.689, de 2008) punibilidade, poderá ser formulada nova denúncia ou
queixa se houver prova nova. (Incluído pela Lei nº
§ 7º Nenhum ato será adiado, salvo quando
11.689, de 2008)
imprescindível à prova faltante, determinando o juiz a
condução coercitiva de quem deva Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absolverá desde
comparecer. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) logo o acusado, quando: (Redação dada pela Lei nº
11.689, de 2008)
§ 8º A testemunha que comparecer será inquirida,
independentemente da suspensão da audiência, I – provada a inexistência do fato; (Redação dada
observada em qualquer caso a ordem estabelecida pela Lei nº 11.689, de 2008)
no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.689,
II – provado não ser ele autor ou partícipe do
de 2008)
fato; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
§ 9º Encerrados os debates, o juiz proferirá a sua
III – o fato não constituir infração penal; (Redação
decisão, ou o fará em 10 (dez) dias, ordenando que os
dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
autos para isso lhe sejam conclusos. (Incluído pela
Lei nº 11.689, de 2008) IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de
exclusão do crime. (Redação dada pela Lei nº
Art. 412. O procedimento será concluído no prazo
11.689, de 2008)
máximo de 90 (noventa) dias. (Redação dada pela
Lei nº 11.689, de 2008) Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV
do caput deste artigo ao caso de inimputabilidade
Seção II
prevista no caput do art. 26 do Decreto-Lei nº 2.848, de
Da Pronúncia, da Impronúncia e da Absolvição 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, salvo quando
Sumária esta for a única tese defensiva. (Incluído pela Lei
nº 11.689, de 2008)
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
Art. 416. Contra a sentença de impronúncia ou de
Art. 413. O juiz, fundamentadamente, pronunciará o
absolvição sumária caberá apelação. (Redação
acusado, se convencido da materialidade do fato e da
dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
existência de indícios suficientes de autoria ou de
participação. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de Art. 417. Se houver indícios de autoria ou de
2008) participação de outras pessoas não incluídas na
acusação, o juiz, ao pronunciar ou impronunciar o
§ 1º A fundamentação da pronúncia limitar-se-á à
acusado, determinará o retorno dos autos ao Ministério
indicação da materialidade do fato e da existência de
Público, por 15 (quinze) dias, aplicável, no que couber,
indícios suficientes de autoria ou de participação,
o art. 80 deste Código. (Redação dada pela Lei nº
devendo o juiz declarar o dispositivo legal em que julgar
11.689, de 2008)
incurso o acusado e especificar as circunstâncias
qualificadoras e as causas de aumento de Art. 418. O juiz poderá dar ao fato definição jurídica
pena. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) diversa da constante da acusação, embora o acusado
fique sujeito a pena mais grave. (Redação dada
§ 2º Se o crime for afiançável, o juiz arbitrará o valor da
pela Lei nº 11.689, de 2008)
fiança para a concessão ou manutenção da liberdade
provisória. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) Art. 419. Quando o juiz se convencer, em discordância
com a acusação, da existência de crime diverso dos
§ 3º O juiz decidirá, motivadamente, no caso de
referidos no § 1º do art. 74 deste Código e não for
manutenção, revogação ou substituição da prisão ou
competente para o julgamento, remeterá os autos ao
medida restritiva de liberdade anteriormente decretada
juiz que o seja. (Redação dada pela Lei nº 11.689,
e, tratando-se de acusado solto, sobre a necessidade da
de 2008)
decretação da prisão ou imposição de quaisquer das
medidas previstas no Título IX do Livro I deste
Código. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

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Parágrafo único. Remetidos os autos do processo a II – fará relatório sucinto do processo, determinando
outro juiz, à disposição deste ficará o acusado sua inclusão em pauta da reunião do Tribunal do
preso. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) Júri. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
Art. 420. A intimação da decisão de pronúncia será Art. 424. Quando a lei local de organização judiciária
feita: (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) não atribuir ao presidente do Tribunal do Júri o preparo
para julgamento, o juiz competente remeter-lhe-á os
I – pessoalmente ao acusado, ao defensor nomeado e
autos do processo preparado até 5 (cinco) dias antes do
ao Ministério Público; (Incluído pela Lei nº 11.689,
sorteio a que se refere o art. 433 deste
de 2008)
Código. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
II – ao defensor constituído, ao querelante e ao 2008)
assistente do Ministério Público, na forma do disposto
Parágrafo único. Deverão ser remetidos, também, os
no § 1º do art. 370 deste Código. (Incluído pela Lei
processos preparados até o encerramento da reunião,
nº 11.689, de 2008)
para a realização de julgamento. (Redação dada
Parágrafo único. Será intimado por edital o acusado pela Lei nº 11.689, de 2008)
solto que não for encontrado. (Incluído pela Lei nº
Seção IV
11.689, de 2008)
Do Alistamento dos Jurados
Art. 421. Preclusa a decisão de pronúncia, os autos
serão encaminhados ao juiz presidente do Tribunal do (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
Júri. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
Art. 425. Anualmente, serão alistados pelo presidente
§ 1º Ainda que preclusa a decisão de pronúncia, do Tribunal do Júri de 800 (oitocentos) a 1.500 (um mil
havendo circunstância superveniente que altere a e quinhentos) jurados nas comarcas de mais de
classificação do crime, o juiz ordenará a remessa dos 1.000.000 (um milhão) de habitantes, de 300 (trezentos)
autos ao Ministério Público. (Incluído pela Lei nº a 700 (setecentos) nas comarcas de mais de 100.000
11.689, de 2008) (cem mil) habitantes e de 80 (oitenta) a 400
(quatrocentos) nas comarcas de menor
§ 2º Em seguida, os autos serão conclusos ao juiz para
população. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
decisão. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
2008)
Seção III
§ 1º Nas comarcas onde for necessário, poderá ser
Da Preparação do Processo para Julgamento em aumentado o número de jurados e, ainda, organizada
Plenário lista de suplentes, depositadas as cédulas em urna
especial, com as cautelas mencionadas na parte final
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
do § 3º do art. 426 deste Código. (Incluído pela Lei
Art. 422. Ao receber os autos, o presidente do Tribunal nº 11.689, de 2008)
do Júri determinará a intimação do órgão do Ministério
§ 2º O juiz presidente requisitará às autoridades locais,
Público ou do querelante, no caso de queixa, e do
associações de classe e de bairro, entidades associativas
defensor, para, no prazo de 5 (cinco) dias, apresentarem
e culturais, instituições de ensino em geral,
rol de testemunhas que irão depor em plenário, até o
universidades, sindicatos, repartições públicas e outros
máximo de 5 (cinco), oportunidade em que poderão
núcleos comunitários a indicação de pessoas que
juntar documentos e requerer diligência. (Redação
reúnam as condições para exercer a função de
dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
jurado. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
Art. 423. Deliberando sobre os requerimentos de
Art. 426. A lista geral dos jurados, com indicação das
provas a serem produzidas ou exibidas no plenário do
respectivas profissões, será publicada pela imprensa até
júri, e adotadas as providências devidas, o juiz
o dia 10 de outubro de cada ano e divulgada em editais
presidente: (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
afixados à porta do Tribunal do Júri. (Redação
2008)
dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
I – ordenará as diligências necessárias para sanar
§ 1º A lista poderá ser alterada, de ofício ou mediante
qualquer nulidade ou esclarecer fato que interesse ao
reclamação de qualquer do povo ao juiz presidente até
julgamento da causa; (Incluído pela Lei nº 11.689,
o dia 10 de novembro, data de sua publicação
de 2008)
definitiva. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

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§ 2º Juntamente com a lista, serão transcritos os arts. Art. 428. O desaforamento também poderá ser
436 a 446 deste Código. (Incluído pela Lei nº determinado, em razão do comprovado excesso de
11.689, de 2008) serviço, ouvidos o juiz presidente e a parte contrária, se
o julgamento não puder ser realizado no prazo de 6
§ 3º Os nomes e endereços dos alistados, em cartões
(seis) meses, contado do trânsito em julgado da decisão
iguais, após serem verificados na presença do Ministério
de pronúncia. (Redação dada pela Lei nº 11.689,
Público, de advogado indicado pela Seção local da
de 2008)
Ordem dos Advogados do Brasil e de defensor indicado
pelas Defensorias Públicas competentes, permanecerão § 1º Para a contagem do prazo referido neste artigo,
guardados em urna fechada a chave, sob a não se computará o tempo de adiamentos, diligências
responsabilidade do juiz presidente. (Incluído pela ou incidentes de interesse da defesa. (Incluído
Lei nº 11.689, de 2008) pela Lei nº 11.689, de 2008)
§ 4º O jurado que tiver integrado o Conselho de § 2º Não havendo excesso de serviço ou existência de
Sentença nos 12 (doze) meses que antecederem à processos aguardando julgamento em quantidade que
publicação da lista geral fica dela ultrapasse a possibilidade de apreciação pelo Tribunal
excluído. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) do Júri, nas reuniões periódicas previstas para o
exercício, o acusado poderá requerer ao Tribunal que
§ 5º Anualmente, a lista geral de jurados será,
determine a imediata realização do
obrigatoriamente, completada. (Incluído pela Lei
julgamento. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
nº 11.689, de 2008)
Seção VI
Seção V
Da Organização da Pauta
Do Desaforamento
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
Art. 429. Salvo motivo relevante que autorize alteração
Art. 427. Se o interesse da ordem pública o reclamar ou
na ordem dos julgamentos, terão
houver dúvida sobre a imparcialidade do júri ou a
preferência: (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
segurança pessoal do acusado, o Tribunal, a
2008)
requerimento do Ministério Público, do assistente, do
querelante ou do acusado ou mediante representação I – os acusados presos; (Incluído pela Lei nº
do juiz competente, poderá determinar o 11.689, de 2008)
desaforamento do julgamento para outra comarca da
II – dentre os acusados presos, aqueles que estiverem
mesma região, onde não existam aqueles motivos,
há mais tempo na prisão; (Incluído pela Lei nº
preferindo-se as mais próximas. (Redação dada
11.689, de 2008)
pela Lei nº 11.689, de 2008)
III – em igualdade de condições, os precedentemente
§ 1º O pedido de desaforamento será distribuído
pronunciados. (Incluído pela Lei nº 11.689, de
imediatamente e terá preferência de julgamento na
2008)
Câmara ou Turma competente. (Incluído pela Lei
nº 11.689, de 2008) § 1º Antes do dia designado para o primeiro julgamento
da reunião periódica, será afixada na porta do edifício
§ 2º Sendo relevantes os motivos alegados, o relator
do Tribunal do Júri a lista dos processos a serem
poderá determinar, fundamentadamente, a suspensão
julgados, obedecida a ordem prevista no caput deste
do julgamento pelo júri. (Incluído pela Lei nº
artigo. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
11.689, de 2008)
§ 2º O juiz presidente reservará datas na mesma
§ 3º Será ouvido o juiz presidente, quando a medida
reunião periódica para a inclusão de processo que tiver
não tiver sido por ele solicitada. (Incluído pela Lei
o julgamento adiado. (Redação dada pela Lei nº
nº 11.689, de 2008)
11.689, de 2008)
§ 4º Na pendência de recurso contra a decisão de
Art. 430. O assistente somente será admitido se tiver
pronúncia ou quando efetivado o julgamento, não se
requerido sua habilitação até 5 (cinco) dias antes da
admitirá o pedido de desaforamento, salvo, nesta
data da sessão na qual pretenda atuar. (Redação
última hipótese, quanto a fato ocorrido durante ou após
dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
a realização de julgamento anulado. (Incluído pela
Lei nº 11.689, de 2008) Art. 431. Estando o processo em ordem, o juiz
presidente mandará intimar as partes, o ofendido, se for

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possível, as testemunhas e os peritos, quando houver de notória idoneidade. (Redação dada pela Lei nº
requerimento, para a sessão de instrução e julgamento, 11.689, de 2008)
observando, no que couber, o disposto no art. 420 deste
§ 1º Nenhum cidadão poderá ser excluído dos trabalhos
Código. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
do júri ou deixar de ser alistado em razão de cor ou
Seção VII etnia, raça, credo, sexo, profissão, classe social ou
econômica, origem ou grau de instrução. (Incluído
Do Sorteio e da Convocação dos Jurados
pela Lei nº 11.689, de 2008)
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
§ 2º A recusa injustificada ao serviço do júri acarretará
Art. 432. Em seguida à organização da pauta, o juiz multa no valor de 1 (um) a 10 (dez) salários mínimos, a
presidente determinará a intimação do Ministério critério do juiz, de acordo com a condição econômica do
Público, da Ordem dos Advogados do Brasil e da jurado. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
Defensoria Pública para acompanharem, em dia e hora
Art. 437. Estão isentos do serviço do
designados, o sorteio dos jurados que atuarão na
júri: (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
reunião periódica. (Redação dada pela Lei nº
11.689, de 2008) I – o Presidente da República e os Ministros de
Estado; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
Art. 433. O sorteio, presidido pelo juiz, far-se-á a portas
abertas, cabendo-lhe retirar as cédulas até completar o II – os Governadores e seus respectivos
número de 25 (vinte e cinco) jurados, para a reunião Secretários; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
periódica ou extraordinária. (Redação dada pela
III – os membros do Congresso Nacional, das
Lei nº 11.689, de 2008)
Assembléias Legislativas e das Câmaras Distrital e
§ 1º O sorteio será realizado entre o 15º (décimo Municipais; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
quinto) e o 10º (décimo) dia útil antecedente à
IV – os Prefeitos Municipais; (Incluído pela Lei nº
instalação da reunião. (Incluído pela Lei nº 11.689,
11.689, de 2008)
de 2008)
V – os Magistrados e membros do Ministério Público e
§ 2º A audiência de sorteio não será adiada pelo não
da Defensoria Pública; (Incluído pela Lei nº 11.689,
comparecimento das partes. (Incluído pela Lei nº
de 2008)
11.689, de 2008)
VI – os servidores do Poder Judiciário, do Ministério
§ 3º O jurado não sorteado poderá ter o seu nome
Público e da Defensoria Pública; (Incluído pela Lei
novamente incluído para as reuniões
nº 11.689, de 2008)
futuras. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
VII – as autoridades e os servidores da polícia e da
Art. 434. Os jurados sorteados serão convocados pelo
segurança pública; (Incluído pela Lei nº 11.689, de
correio ou por qualquer outro meio hábil para
2008)
comparecer no dia e hora designados para a reunião,
sob as penas da lei. (Redação dada pela Lei nº VIII – os militares em serviço ativo; (Incluído pela
11.689, de 2008) Lei nº 11.689, de 2008)
Parágrafo único. No mesmo expediente de convocação IX – os cidadãos maiores de 70 (setenta) anos que
serão transcritos os arts. 436 a 446 deste requeiram sua dispensa; (Incluído pela Lei nº
Código. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) 11.689, de 2008)
Art. 435. Serão afixados na porta do edifício do Tribunal X – aqueles que o requererem, demonstrando justo
do Júri a relação dos jurados convocados, os nomes do impedimento. (Incluído pela Lei nº 11.689, de
acusado e dos procuradores das partes, além do dia, 2008)
hora e local das sessões de instrução e
Art. 438. A recusa ao serviço do júri fundada em
julgamento. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
convicção religiosa, filosófica ou política importará no
Seção VIII dever de prestar serviço alternativo, sob pena de
suspensão dos direitos políticos, enquanto não prestar
Da Função do Jurado
o serviço imposto. (Redação dada pela Lei nº
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) 11.689, de 2008)
Art. 436. O serviço do júri é obrigatório. O alistamento § 1º Entende-se por serviço alternativo o exercício de
compreenderá os cidadãos maiores de 18 (dezoito) anos atividades de caráter administrativo, assistencial,

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filantrópico ou mesmo produtivo, no Poder Judiciário, Da Composição do Tribunal do Júri e da Formação do


na Defensoria Pública, no Ministério Público ou em Conselho de Sentença
entidade conveniada para esses fins. (Incluído
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
pela Lei nº 11.689, de 2008)
Art. 447. O Tribunal do Júri é composto por 1 (um) juiz
§ 2º O juiz fixará o serviço alternativo atendendo aos
togado, seu presidente e por 25 (vinte e cinco) jurados
princípios da proporcionalidade e da
que serão sorteados dentre os alistados, 7 (sete) dos
razoabilidade. (Incluído pela Lei nº 11.689, de
quais constituirão o Conselho de Sentença em cada
2008)
sessão de julgamento. (Redação dada pela Lei nº
Art. 439. O exercício efetivo da função de jurado 11.689, de 2008)
constituirá serviço público relevante e estabelecerá
Art. 448. São impedidos de servir no mesmo
presunção de idoneidade moral. (Redação dada
Conselho: (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
pela Lei nº 12.403, de 2011).
2008)
Art. 440. Constitui também direito do jurado, na
I – marido e mulher; (Incluído pela Lei nº 11.689,
condição do art. 439 deste Código, preferência, em
de 2008)
igualdade de condições, nas licitações públicas e no
provimento, mediante concurso, de cargo ou função II – ascendente e descendente; (Incluído pela Lei
pública, bem como nos casos de promoção funcional ou nº 11.689, de 2008)
remoção voluntária. (Redação dada pela Lei nº
III – sogro e genro ou nora; (Incluído pela Lei nº
11.689, de 2008)
11.689, de 2008)
Art. 441. Nenhum desconto será feito nos vencimentos
IV – irmãos e cunhados, durante o
ou salário do jurado sorteado que comparecer à sessão
cunhadio; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
do júri. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
V – tio e sobrinho; (Incluído pela Lei nº 11.689, de
Art. 442. Ao jurado que, sem causa legítima, deixar de
2008)
comparecer no dia marcado para a sessão ou retirar-se
antes de ser dispensado pelo presidente será aplicada VI – padrasto, madrasta ou enteado. (Incluído pela
multa de 1 (um) a 10 (dez) salários mínimos, a critério Lei nº 11.689, de 2008)
do juiz, de acordo com a sua condição
§ 1º O mesmo impedimento ocorrerá em relação às
econômica. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
pessoas que mantenham união estável reconhecida
2008)
como entidade familiar. (Incluído pela Lei nº
Art. 443. Somente será aceita escusa fundada em 11.689, de 2008)
motivo relevante devidamente comprovado e
§ 2º Aplicar-se-á aos jurados o disposto sobre os
apresentada, ressalvadas as hipóteses de força maior,
impedimentos, a suspeição e as incompatibilidades dos
até o momento da chamada dos jurados. (Redação
juízes togados. (Incluído pela Lei nº 11.689, de
dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
2008)
Art. 444. O jurado somente será dispensado por decisão
Art. 449. Não poderá servir o jurado
motivada do juiz presidente, consignada na ata dos
que: (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
trabalhos. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
2008) I – tiver funcionado em julgamento anterior do mesmo
processo, independentemente da causa determinante
Art. 445. O jurado, no exercício da função ou a pretexto
do julgamento posterior; (Incluído pela Lei nº
de exercê-la, será responsável criminalmente nos
11.689, de 2008)
mesmos termos em que o são os juízes
togados. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de II – no caso do concurso de pessoas, houver integrado o
2008) Conselho de Sentença que julgou o outro
acusado; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
Art. 446. Aos suplentes, quando convocados, serão
aplicáveis os dispositivos referentes às dispensas, faltas III – tiver manifestado prévia disposição para condenar
e escusas e à equiparação de responsabilidade penal ou absolver o acusado . (Incluído pela Lei nº
prevista no art. 445 deste Código. (Redação dada 11.689, de 2008)
pela Lei nº 11.689, de 2008)
Art. 450. Dos impedidos entre si por parentesco ou
Seção IX relação de convivência, servirá o que houver sido

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sorteado em primeiro lugar. (Redação dada pela prazo mínimo de 10 (dez) dias. (Incluído pela Lei nº
Lei nº 11.689, de 2008) 11.689, de 2008)
Art. 451. Os jurados excluídos por impedimento, Art. 457. O julgamento não será adiado pelo não
suspeição ou incompatibilidade serão considerados comparecimento do acusado solto, do assistente ou do
para a constituição do número legal exigível para a advogado do querelante, que tiver sido regularmente
realização da sessão. (Redação dada pela Lei nº intimado. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
11.689, de 2008) 2008)
Art. 452. O mesmo Conselho de Sentença poderá § 1º Os pedidos de adiamento e as justificações de não
conhecer de mais de um processo, no mesmo dia, se as comparecimento deverão ser, salvo comprovado
partes o aceitarem, hipótese em que seus integrantes motivo de força maior, previamente submetidos à
deverão prestar novo compromisso. (Redação apreciação do juiz presidente do Tribunal do
dada pela Lei nº 11.689, de 2008) Júri. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
Seção X § 2º Se o acusado preso não for conduzido, o
julgamento será adiado para o primeiro dia
Da reunião e das sessões do Tribunal do Júri
desimpedido da mesma reunião, salvo se houver pedido
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) de dispensa de comparecimento subscrito por ele e seu
defensor. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
Art. 453. O Tribunal do Júri reunir-se-á para as sessões
de instrução e julgamento nos períodos e na forma Art. 458. Se a testemunha, sem justa causa, deixar de
estabelecida pela lei local de organização comparecer, o juiz presidente, sem prejuízo da ação
judiciária. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de penal pela desobediência, aplicar-lhe-á a multa prevista
2008) no § 2º do art. 436 deste Código. (Redação dada pela Lei
nº 11.689, de 2008)
Art. 454. Até o momento de abertura dos trabalhos da
sessão, o juiz presidente decidirá os casos de isenção e Art. 459. Aplicar-se-á às testemunhas a serviço do
dispensa de jurados e o pedido de adiamento de Tribunal do Júri o disposto no art. 441 deste
julgamento, mandando consignar em ata as Código. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
deliberações. (Redação dada pela Lei nº 11.689, 2008)
de 2008)
Art. 460. Antes de constituído o Conselho de Sentença,
Art. 455. Se o Ministério Público não comparecer, o juiz as testemunhas serão recolhidas a lugar onde umas não
presidente adiará o julgamento para o primeiro dia possam ouvir os depoimentos das
desimpedido da mesma reunião, cientificadas as partes outras. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
e as testemunhas. (Redação dada pela Lei nº
Art. 461. O julgamento não será adiado se a
11.689, de 2008)
testemunha deixar de comparecer, salvo se uma das
Parágrafo único. Se a ausência não for justificada, o fato partes tiver requerido a sua intimação por mandado, na
será imediatamente comunicado ao Procurador-Geral oportunidade de que trata o art. 422 deste Código,
de Justiça com a data designada para a nova declarando não prescindir do depoimento e indicando a
sessão. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) sua localização. (Redação dada pela Lei nº 11.689,
de 2008)
Art. 456. Se a falta, sem escusa legítima, for do
advogado do acusado, e se outro não for por este § 1º Se, intimada, a testemunha não comparecer, o juiz
constituído, o fato será imediatamente comunicado ao presidente suspenderá os trabalhos e mandará conduzi-
presidente da seccional da Ordem dos Advogados do la ou adiará o julgamento para o primeiro dia
Brasil, com a data designada para a nova desimpedido, ordenando a sua
sessão. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de condução. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
2008)
§ 2º O julgamento será realizado mesmo na hipótese de
§ 1º Não havendo escusa legítima, o julgamento será a testemunha não ser encontrada no local indicado, se
adiado somente uma vez, devendo o acusado ser assim for certificado por oficial de justiça. (Incluído
julgado quando chamado novamente. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
pela Lei nº 11.689, de 2008)
Art. 462. Realizadas as diligências referidas nos arts.
§ 2º Na hipótese do § 1º deste artigo, o juiz intimará a 454 a 461 deste Código, o juiz presidente verificará se a
Defensoria Pública para o novo julgamento, que será urna contém as cédulas dos 25 (vinte e cinco) jurados
adiado para o primeiro dia desimpedido, observado o sorteados, mandando que o escrivão proceda à

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chamada deles. (Redação dada pela Lei nº 11.689, Parágrafo único. O jurado recusado imotivadamente
de 2008) por qualquer das partes será excluído daquela sessão de
instrução e julgamento, prosseguindo-se o sorteio para
Art. 463. Comparecendo, pelo menos, 15 (quinze)
a composição do Conselho de Sentença com os jurados
jurados, o juiz presidente declarará instalados os
remanescentes. (Incluído pela Lei nº 11.689, de
trabalhos, anunciando o processo que será submetido a
2008)
julgamento. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
2008) Art. 469. Se forem 2 (dois) ou mais os acusados, as
recusas poderão ser feitas por um só
§ 1º O oficial de justiça fará o pregão, certificando a
defensor. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
diligência nos autos. (Incluído pela Lei nº 11.689,
2008)
de 2008)
§ 1º A separação dos julgamentos somente ocorrerá se,
§ 2º Os jurados excluídos por impedimento ou
em razão das recusas, não for obtido o número mínimo
suspeição serão computados para a constituição do
de 7 (sete) jurados para compor o Conselho de
número legal. (Incluído pela Lei nº 11.689, de
Sentença. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
2008)
§ 2º Determinada a separação dos julgamentos, será
Art. 464. Não havendo o número referido no art. 463
julgado em primeiro lugar o acusado a quem foi
deste Código, proceder-se-á ao sorteio de tantos
atribuída a autoria do fato ou, em caso de co-autoria,
suplentes quantos necessários, e designar-se-á nova
aplicar-se-á o critério de preferência disposto no art.
data para a sessão do júri. (Redação dada pela Lei
429 deste Código. (Incluído pela Lei nº 11.689, de
nº 11.689, de 2008)
2008)
Art. 465. Os nomes dos suplentes serão consignados
Art. 470. Desacolhida a argüição de impedimento, de
em ata, remetendo-se o expediente de convocação,
suspeição ou de incompatibilidade contra o juiz
com observância do disposto nos arts. 434 e 435 deste
presidente do Tribunal do Júri, órgão do Ministério
Código. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
Público, jurado ou qualquer funcionário, o julgamento
2008)
não será suspenso, devendo, entretanto, constar da ata
Art. 466. Antes do sorteio dos membros do Conselho de o seu fundamento e a decisão. (Redação dada pela
Sentença, o juiz presidente esclarecerá sobre os Lei nº 11.689, de 2008)
impedimentos, a suspeição e as incompatibilidades
Art. 471. Se, em conseqüência do impedimento,
constantes dos arts. 448 e 449 deste
suspeição, incompatibilidade, dispensa ou recusa, não
Código. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
houver número para a formação do Conselho, o
2008)
julgamento será adiado para o primeiro dia
§ 1º O juiz presidente também advertirá os jurados de desimpedido, após sorteados os suplentes, com
que, uma vez sorteados, não poderão comunicar-se observância do disposto no art. 464 deste
entre si e com outrem, nem manifestar sua opinião Código. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
sobre o processo, sob pena de exclusão do Conselho e
Art. 472. Formado o Conselho de Sentença, o
multa, na forma do § 2º do art. 436 deste
presidente, levantando-se, e, com ele, todos os
Código. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
presentes, fará aos jurados a seguinte
2008)
exortação: (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
§ 2º A incomunicabilidade será certificada nos autos 2008)
pelo oficial de justiça. (Redação dada pela Lei nº
Em nome da lei, concito-vos a examinar esta causa com
11.689, de 2008)
imparcialidade e a proferir a vossa decisão de acordo
Art. 467. Verificando que se encontram na urna as com a vossa consciência e os ditames da justiça.
cédulas relativas aos jurados presentes, o juiz
Os jurados, nominalmente chamados pelo presidente,
presidente sorteará 7 (sete) dentre eles para a formação
responderão:
do Conselho de Sentença. (Redação dada pela Lei
nº 11.689, de 2008) Assim o prometo.
Art. 468. À medida que as cédulas forem sendo Parágrafo único. O jurado, em seguida, receberá cópias
retiradas da urna, o juiz presidente as lerá, e a defesa e, da pronúncia ou, se for o caso, das decisões posteriores
depois dela, o Ministério Público poderão recusar os que julgaram admissível a acusação e do relatório do
jurados sorteados, até 3 (três) cada parte, sem motivar processo. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
a recusa.(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

Estratégia Carreira Jurídica 105


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Seção XI Parágrafo único. A transcrição do registro, após feita a


degravação, constará dos autos. (Incluído pela Lei
Da Instrução em Plenário
nº 11.689, de 2008)
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
Seção XII
Art. 473. Prestado o compromisso pelos jurados, será
Dos Debates
iniciada a instrução plenária quando o juiz presidente, o
Ministério Público, o assistente, o querelante e o (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
defensor do acusado tomarão, sucessiva e diretamente,
Art. 476. Encerrada a instrução, será concedida a
as declarações do ofendido, se possível, e inquirirão as
palavra ao Ministério Público, que fará a acusação, nos
testemunhas arroladas pela acusação. (Redação
limites da pronúncia ou das decisões posteriores que
dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
julgaram admissível a acusação, sustentando, se for o
§ 1º Para a inquirição das testemunhas arroladas pela caso, a existência de circunstância
defesa, o defensor do acusado formulará as perguntas agravante. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
antes do Ministério Público e do assistente, mantidos no 2008)
mais a ordem e os critérios estabelecidos neste
§ 1º O assistente falará depois do Ministério
artigo.(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
Público. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
§ 2º Os jurados poderão formular perguntas ao
§ 2º Tratando-se de ação penal de iniciativa privada,
ofendido e às testemunhas, por intermédio do juiz
falará em primeiro lugar o querelante e, em seguida, o
presidente. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
Ministério Público, salvo se este houver retomado a
§ 3º As partes e os jurados poderão requerer titularidade da ação, na forma do art. 29 deste
acareações, reconhecimento de pessoas e coisas e Código. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
esclarecimento dos peritos, bem como a leitura de
§ 3º Finda a acusação, terá a palavra a
peças que se refiram, exclusivamente, às provas
defesa. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
colhidas por carta precatória e às provas cautelares,
antecipadas ou não repetíveis. (Incluído pela Lei § 4º A acusação poderá replicar e a defesa treplicar,
nº 11.689, de 2008) sendo admitida a reinquirição de testemunha já ouvida
em plenário. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
Art. 474. A seguir será o acusado interrogado, se estiver
presente, na forma estabelecida no Capítulo III do Título Art. 477. O tempo destinado à acusação e à defesa será
VII do Livro I deste Código, com as alterações de uma hora e meia para cada, e de uma hora para a
introduzidas nesta Seção. (Redação dada pela Lei réplica e outro tanto para a tréplica. (Redação
nº 11.689, de 2008) dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
§ 1º O Ministério Público, o assistente, o querelante e o § 1º Havendo mais de um acusador ou mais de um
defensor, nessa ordem, poderão formular, diretamente, defensor, combinarão entre si a distribuição do tempo,
perguntas ao acusado. (Redação dada pela Lei nº que, na falta de acordo, será dividido pelo juiz
11.689, de 2008) presidente, de forma a não exceder o determinado
neste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
§ 2º Os jurados formularão perguntas por intermédio
do juiz presidente. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de § 2º Havendo mais de 1 (um) acusado, o tempo para a
2008) acusação e a defesa será acrescido de 1 (uma) hora e
elevado ao dobro o da réplica e da tréplica, observado o
§ 3º Não se permitirá o uso de algemas no acusado
disposto no § 1º deste artigo. (Incluído pela Lei nº
durante o período em que permanecer no plenário do
11.689, de 2008)
júri, salvo se absolutamente necessário à ordem dos
trabalhos, à segurança das testemunhas ou à garantia Art. 478. Durante os debates as partes não poderão,
da integridade física dos presentes. (Incluído pela sob pena de nulidade, fazer referências: (Redação
Lei nº 11.689, de 2008) dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
Art. 475. O registro dos depoimentos e do I – à decisão de pronúncia, às decisões posteriores que
interrogatório será feito pelos meios ou recursos de julgaram admissível a acusação ou à determinação do
gravação magnética, eletrônica, estenotipia ou técnica uso de algemas como argumento de autoridade que
similar, destinada a obter maior fidelidade e celeridade beneficiem ou prejudiquem o acusado; (Incluído
na colheita da prova.(Redação dada pela Lei nº 11.689, pela Lei nº 11.689, de 2008)
de 2008)

Estratégia Carreira Jurídica 106


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II – ao silêncio do acusado ou à ausência de Art. 482. O Conselho de Sentença será questionado


interrogatório por falta de requerimento, em seu sobre matéria de fato e se o acusado deve ser
prejuízo. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) absolvido. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
2008)
Art. 479. Durante o julgamento não será permitida a
leitura de documento ou a exibição de objeto que não Parágrafo único. Os quesitos serão redigidos em
tiver sido juntado aos autos com a antecedência mínima proposições afirmativas, simples e distintas, de modo
de 3 (três) dias úteis, dando-se ciência à outra que cada um deles possa ser respondido com suficiente
parte. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) clareza e necessária precisão. Na sua elaboração, o
presidente levará em conta os termos da pronúncia ou
Parágrafo único. Compreende-se na proibição deste
das decisões posteriores que julgaram admissível a
artigo a leitura de jornais ou qualquer outro escrito,
acusação, do interrogatório e das alegações das
bem como a exibição de vídeos, gravações, fotografias,
partes. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
laudos, quadros, croqui ou qualquer outro meio
assemelhado, cujo conteúdo versar sobre a matéria de Art. 483. Os quesitos serão formulados na seguinte
fato submetida à apreciação e julgamento dos ordem, indagando sobre: (Redação dada pela Lei
jurados. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) nº 11.689, de 2008)
Art. 480. A acusação, a defesa e os jurados poderão, a I – a materialidade do fato; (Incluído pela Lei nº
qualquer momento e por intermédio do juiz presidente, 11.689, de 2008)
pedir ao orador que indique a folha dos autos onde se
II – a autoria ou participação; (Incluído pela Lei nº
encontra a peça por ele lida ou citada, facultando-se,
11.689, de 2008)
ainda, aos jurados solicitar-lhe, pelo mesmo meio, o
esclarecimento de fato por ele alegado. (Redação III – se o acusado deve ser absolvido; (Incluído pela
dada pela Lei nº 11.689, de 2008) Lei nº 11.689, de 2008)
§ 1º Concluídos os debates, o presidente indagará dos IV – se existe causa de diminuição de pena alegada pela
jurados se estão habilitados a julgar ou se necessitam de defesa; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
outros esclarecimentos. (Incluído pela Lei nº
V – se existe circunstância qualificadora ou causa de
11.689, de 2008)
aumento de pena reconhecidas na pronúncia ou em
§ 2º Se houver dúvida sobre questão de fato, o decisões posteriores que julgaram admissível a
presidente prestará esclarecimentos à vista dos acusação. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
autos. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
§ 1º A resposta negativa, de mais de 3 (três) jurados, a
§ 3º Os jurados, nesta fase do procedimento, terão qualquer dos quesitos referidos nos incisos I e II
acesso aos autos e aos instrumentos do crime se do caput deste artigo encerra a votação e implica a
solicitarem ao juiz presidente. (Incluído pela Lei nº absolvição do acusado. (Incluído pela Lei nº
11.689, de 2008) 11.689, de 2008)
Art. 481. Se a verificação de qualquer fato, reconhecida § 2º Respondidos afirmativamente por mais de 3 (três)
como essencial para o julgamento da causa, não puder jurados os quesitos relativos aos incisos I e II
ser realizada imediatamente, o juiz presidente do caput deste artigo será formulado quesito com a
dissolverá o Conselho, ordenando a realização das seguinte redação: (Incluído pela Lei nº 11.689, de
diligências entendidas necessárias. (Redação dada 2008)
pela Lei nº 11.689, de 2008)
O jurado absolve o acusado?
Parágrafo único. Se a diligência consistir na produção
§ 3º Decidindo os jurados pela condenação, o
de prova pericial, o juiz presidente, desde logo, nomeará
julgamento prossegue, devendo ser formulados
perito e formulará quesitos, facultando às partes
quesitos sobre: (Incluído pela Lei nº 11.689, de
também formulá-los e indicar assistentes técnicos, no
2008)
prazo de 5 (cinco) dias. (Redação dada pela Lei nº
11.689, de 2008) I – causa de diminuição de pena alegada pela
defesa; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
Seção XIII
II – circunstância qualificadora ou causa de aumento de
Do Questionário e sua Votação
pena, reconhecidas na pronúncia ou em decisões
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) posteriores que julgaram admissível a
acusação. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

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§ 4º Sustentada a desclassificação da infração para Art. 488. Após a resposta, verificados os votos e as
outra de competência do juiz singular, será formulado cédulas não utilizadas, o presidente determinará que o
quesito a respeito, para ser respondido após o escrivão registre no termo a votação de cada quesito,
2º (segundo) ou 3º (terceiro) quesito, conforme o bem como o resultado do julgamento. (Redação
caso. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
§ 5º Sustentada a tese de ocorrência do crime na sua Parágrafo único. Do termo também constará a
forma tentada ou havendo divergência sobre a conferência das cédulas não utilizadas. (Incluído
tipificação do delito, sendo este da competência do pela Lei nº 11.689, de 2008)
Tribunal do Júri, o juiz formulará quesito acerca destas
Art. 489. As decisões do Tribunal do Júri serão tomadas
questões, para ser respondido após o segundo
por maioria de votos. (Redação dada pela Lei nº
quesito. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
11.689, de 2008)
§ 6º Havendo mais de um crime ou mais de um
Art. 490. Se a resposta a qualquer dos quesitos estiver
acusado, os quesitos serão formulados em séries
em contradição com outra ou outras já dadas, o
distintas. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
presidente, explicando aos jurados em que consiste a
Art. 484. A seguir, o presidente lerá os quesitos e contradição, submeterá novamente à votação os
indagará das partes se têm requerimento ou quesitos a que se referirem tais
reclamação a fazer, devendo qualquer deles, bem como respostas. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
a decisão, constar da ata. (Redação dada pela Lei 2008)
nº 11.689, de 2008)
Parágrafo único. Se, pela resposta dada a um dos
Parágrafo único. Ainda em plenário, o juiz presidente quesitos, o presidente verificar que ficam prejudicados
explicará aos jurados o significado de cada os seguintes, assim o declarará, dando por finda a
quesito. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de votação. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
2008)
Art. 491. Encerrada a votação, será o termo a que se
Art. 485. Não havendo dúvida a ser esclarecida, o juiz refere o art. 488 deste Código assinado pelo presidente,
presidente, os jurados, o Ministério Público, o pelos jurados e pelas partes. (Redação dada pela
assistente, o querelante, o defensor do acusado, o Lei nº 11.689, de 2008)
escrivão e o oficial de justiça dirigir-se-ão à sala especial
Seção XIV
a fim de ser procedida a votação. (Redação dada
pela Lei nº 11.689, de 2008) Da sentença
§ 1º Na falta de sala especial, o juiz presidente (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
determinará que o público se retire, permanecendo
Art. 492. Em seguida, o presidente proferirá sentença
somente as pessoas mencionadas no caput deste
que: (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
artigo. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
I – no caso de condenação: (Redação dada pela Lei
§ 2º O juiz presidente advertirá as partes de que não
nº 11.689, de 2008)
será permitida qualquer intervenção que possa
perturbar a livre manifestação do Conselho e fará retirar a) fixará a pena-base; (Incluído pela Lei nº 11.689,
da sala quem se portar de 2008)
inconvenientemente. (Incluído pela Lei nº 11.689,
b) considerará as circunstâncias agravantes ou
de 2008)
atenuantes alegadas nos debates; (Incluído pela
Art. 486. Antes de proceder-se à votação de cada Lei nº 11.689, de 2008)
quesito, o juiz presidente mandará distribuir aos jurados
c) imporá os aumentos ou diminuições da pena, em
pequenas cédulas, feitas de papel opaco e facilmente
atenção às causas admitidas pelo júri; (Incluído
dobráveis, contendo 7 (sete) delas a palavra sim, 7
pela Lei nº 11.689, de 2008)
(sete) a palavra não. (Redação dada pela Lei nº
11.689, de 2008) d) observará as demais disposições do art. 387 deste
Código; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
Art. 487. Para assegurar o sigilo do voto, o oficial de
justiça recolherá em urnas separadas as cédulas e) mandará o acusado recolher-se ou recomendá-lo-á à
correspondentes aos votos e as não prisão em que se encontra, se presentes os requisitos da
utilizadas. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de prisão preventiva; (Incluído pela Lei nº 11.689, de
2008) 2008)

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f) estabelecerá os efeitos genéricos e específicos da III – os jurados que deixaram de comparecer, com
condenação; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) escusa ou sem ela, e as sanções
aplicadas; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
II – no caso de absolvição: (Redação dada pela Lei
2008)
nº 11.689, de 2008)
IV – o ofício ou requerimento de isenção ou
a) mandará colocar em liberdade o acusado se por outro
dispensa ; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
motivo não estiver preso; (Redação dada pela Lei
2008)
nº 11.689, de 2008)
V – o sorteio dos jurados suplentes; (Redação dada
b) revogará as medidas restritivas provisoriamente
pela Lei nº 11.689, de 2008)
decretadas; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
2008) VI – o adiamento da sessão, se houver ocorrido, com a
indicação do motivo; (Redação dada pela Lei nº
c) imporá, se for o caso, a medida de segurança
11.689, de 2008)
cabível. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
2008) VII – a abertura da sessão e a presença do Ministério
Público, do querelante e do assistente, se houver, e a do
§ 1º Se houver desclassificação da infração para outra,
defensor do acusado; (Redação dada pela Lei nº
de competência do juiz singular, ao presidente do
11.689, de 2008)
Tribunal do Júri caberá proferir sentença em seguida,
aplicando-se, quando o delito resultante da nova VIII – o pregão e a sanção imposta, no caso de não
tipificação for considerado pela lei como infração penal comparecimento; (Redação dada pela Lei nº
de menor potencial ofensivo, o disposto nos arts. 69 e 11.689, de 2008)
seguintes da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de
IX – as testemunhas dispensadas de
1995. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
depor; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
§ 2º Em caso de desclassificação, o crime conexo que
X – o recolhimento das testemunhas a lugar de onde
não seja doloso contra a vida será julgado pelo juiz
umas não pudessem ouvir o depoimento das
presidente do Tribunal do Júri, aplicando-se, no que
outras; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
couber, o disposto no § 1º deste artigo. (Redação
dada pela Lei nº 11.689, de 2008) XI – a verificação das cédulas pelo juiz
presidente; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
Art. 493. A sentença será lida em plenário pelo
2008)
presidente antes de encerrada a sessão de instrução e
julgamento. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de XII – a formação do Conselho de Sentença, com o
2008) registro dos nomes dos jurados sorteados e
recusas; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
Seção XV
2008)
Da Ata dos Trabalhos
XIII – o compromisso e o interrogatório, com simples
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) referência ao termo; (Redação dada pela Lei nº
11.689, de 2008)
Art. 494. De cada sessão de julgamento o escrivão
lavrará ata, assinada pelo presidente e pelas XIV – os debates e as alegações das partes com os
partes. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) respectivos fundamentos; (Redação dada pela Lei
nº 11.689, de 2008)
Art. 495. A ata descreverá fielmente todas as
ocorrências, mencionando XV – os incidentes; (Redação dada pela Lei nº
obrigatoriamente: (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
11.689, de 2008)
XVI – o julgamento da causa; (Redação dada pela
I – a data e a hora da instalação dos Lei nº 11.689, de 2008)
trabalhos; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
XVII – a publicidade dos atos da instrução plenária, das
2008)
diligências e da sentença. (Redação dada pela Lei
II – o magistrado que presidiu a sessão e os jurados nº 11.689, de 2008)
presentes; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
Art. 496. A falta da ata sujeitará o responsável a sanções
2008)
administrativa e penal. (Redação dada pela Lei nº
11.689, de 2008)

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Seção XVI esclarecimento da verdade; (Redação dada pela


Lei nº 11.689, de 2008)
Das Atribuições do Presidente do Tribunal do Júri
XII – regulamentar, durante os debates, a intervenção
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
de uma das partes, quando a outra estiver com a
Art. 497. São atribuições do juiz presidente do Tribunal palavra, podendo conceder até 3 (três) minutos para
do Júri, além de outras expressamente referidas neste cada aparte requerido, que serão acrescidos ao tempo
Código: (Redação dada pela Lei nº 11.689, de desta última.(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
2008)
CAPÍTULO III
I – regular a polícia das sessões e prender os
Do Processo e do Julgamento dos Crimes da
desobedientes; (Redação dada pela Lei nº 11.689,
Competência do Juiz Singular
de 2008)
Art. 498. (Revogado).
II – requisitar o auxílio da força pública, que ficará sob
sua exclusiva autoridade; (Redação dada pela Lei Art. 499. (Revogado).
nº 11.689, de 2008)
Art. 500. (Revogado).
III – dirigir os debates, intervindo em caso de abuso,
Art. 501. (Revogado).
excesso de linguagem ou mediante requerimento de
uma das partes; (Redação dada pela Lei nº 11.689, Art. 502. (Revogado).
de 2008)
TÍTULO I
IV – resolver as questões incidentes que não dependam
Das Nulidades
de pronunciamento do júri; (Redação dada pela
Lei nº 11.689, de 2008) Art. 563. Nenhum ato será declarado nulo, se da
nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou para
V – nomear defensor ao acusado, quando considerá-lo
a defesa.
indefeso, podendo, neste caso, dissolver o Conselho e
designar novo dia para o julgamento, com a nomeação Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos:
ou a constituição de novo defensor; (Redação
I - por incompetência, suspeição ou suborno do juiz;
dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
II - por ilegitimidade de parte;
VI – mandar retirar da sala o acusado que dificultar a
realização do julgamento, o qual prosseguirá sem a sua III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:
presença; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
a) a denúncia ou a queixa e a representação e, nos
2008)
processos de contravenções penais, a portaria ou o auto
VII – suspender a sessão pelo tempo indispensável à de prisão em flagrante;
realização das diligências requeridas ou entendidas
b) o exame do corpo de delito nos crimes que deixam
necessárias, mantida a incomunicabilidade dos
vestígios, ressalvado o disposto no Art. 167;
jurados; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
2008) c) a nomeação de defensor ao réu presente, que o não
tiver, ou ao ausente, e de curador ao menor de 21 anos;
VIII – interromper a sessão por tempo razoável, para
proferir sentença e para repouso ou refeição dos d) a intervenção do Ministério Público em todos os
jurados; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de termos da ação por ele intentada e nos da intentada
2008) pela parte ofendida, quando se tratar de crime de ação
pública;
IX – decidir, de ofício, ouvidos o Ministério Público e a
defesa, ou a requerimento de qualquer destes, a e) a citação do réu para ver-se processar, o seu
argüição de extinção de punibilidade; (Redação interrogatório, quando presente, e os prazos
dada pela Lei nº 11.689, de 2008) concedidos à acusação e à defesa;
X – resolver as questões de direito suscitadas no curso f) a sentença de pronúncia, o libelo e a entrega da
do julgamento; (Redação dada pela Lei nº 11.689, respectiva cópia, com o rol de testemunhas, nos
de 2008) processos perante o Tribunal do Júri;
XI – determinar, de ofício ou a requerimento das partes g) a intimação do réu para a sessão de julgamento, pelo
ou de qualquer jurado, as diligências destinadas a sanar Tribunal do Júri, quando a lei não permitir o julgamento
nulidade ou a suprir falta que prejudique o à revelia;

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h) a intimação das testemunhas arroladas no libelo e na Art. 571. As nulidades deverão ser argüidas:
contrariedade, nos termos estabelecidos pela lei;
I - as da instrução criminal dos processos da
i) a presença pelo menos de 15 jurados para a competência do júri, nos prazos a que se refere
constituição do júri; o art. 406;
j) o sorteio dos jurados do conselho de sentença em II - as da instrução criminal dos processos de
número legal e sua incomunicabilidade; competência do juiz singular e dos processos especiais,
salvo os dos Capítulos V e Vll do Título II do Livro II, nos
k) os quesitos e as respectivas respostas;
prazos a que se refere o art. 500;
l) a acusação e a defesa, na sessão de julgamento;
III - as do processo sumário, no prazo a que se refere
m) a sentença; o art. 537, ou, se verificadas depois desse prazo, logo
depois de aberta a audiência e apregoadas as partes;
n) o recurso de oficio, nos casos em que a lei o tenha
estabelecido; IV - as do processo regulado no Capítulo VII do Título II
do Livro II, logo depois de aberta a audiência;
o) a intimação, nas condições estabelecidas pela lei,
para ciência de sentenças e despachos de que caiba V - as ocorridas posteriormente à pronúncia, logo
recurso; depois de anunciado o julgamento e apregoadas as
partes (art. 447);
p) no Supremo Tribunal Federal e nos Tribunais de
Apelação, o quorum legal para o julgamento; VI - as de instrução criminal dos processos de
competência do Supremo Tribunal Federal e dos
IV - por omissão de formalidade que constitua elemento
Tribunais de Apelação, nos prazos a que se refere
essencial do ato.
o art. 500;
Parágrafo único. Ocorrerá ainda a nulidade, por
VII - se verificadas após a decisão da primeira instância,
deficiência dos quesitos ou das suas respostas, e
nas razões de recurso ou logo depois de anunciado o
contradição entre estas. (Incluído pela Lei nº 263,
julgamento do recurso e apregoadas as partes;
de 23.2.1948)
VIII - as do julgamento em plenário, em audiência ou em
Art. 565. Nenhuma das partes poderá argüir nulidade a
sessão do tribunal, logo depois de ocorrerem.
que haja dado causa, ou para que tenha concorrido, ou
referente a formalidade cuja observância só à parte Art. 572. As nulidades previstas no art. 564, Ill, d e e,
contrária interesse. segunda parte, g e h, e IV, considerar-se-ão sanadas:
Art. 566. Não será declarada a nulidade de ato I - se não forem argüidas, em tempo oportuno, de
processual que não houver influído na apuração da acordo com o disposto no artigo anterior;
verdade substancial ou na decisão da causa.
II - se, praticado por outra forma, o ato tiver atingido o
Art. 567. A incompetência do juízo anula somente os seu fim;
atos decisórios, devendo o processo, quando for
III - se a parte, ainda que tacitamente, tiver aceito os
declarada a nulidade, ser remetido ao juiz competente.
seus efeitos.
Art. 568. A nulidade por ilegitimidade do representante
Art. 573. Os atos, cuja nulidade não tiver sido sanada,
da parte poderá ser a todo tempo sanada, mediante
na forma dos artigos anteriores, serão renovados ou
ratificação dos atos processuais.
retificados.
Art. 569. As omissões da denúncia ou da queixa, da
§ 1º A nulidade de um ato, uma vez declarada, causará
representação, ou, nos processos das contravenções
a dos atos que dele diretamente dependam ou sejam
penais, da portaria ou do auto de prisão em flagrante,
conseqüência.
poderão ser supridas a todo o tempo, antes da sentença
final. § 2º O juiz que pronunciar a nulidade declarará os atos
a que ela se estende.
Art. 570. A falta ou a nulidade da citação, da intimação
ou notificação estará sanada, desde que o interessado LIVRO III
compareça, antes de o ato consumar-se, embora
Das Nulidades e dos Recursos em Geral
declare que o faz para o único fim de argüi-la. O juiz
ordenará, todavia, a suspensão ou o adiamento do ato, TÍTULO II
quando reconhecer que a irregularidade poderá
Dos Recursos em Geral
prejudicar direito da parte.

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CAPÍTULO I Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão,


despacho ou sentença:
Disposições Gerais
I - que não receber a denúncia ou a queixa;
Art. 574. Os recursos serão voluntários, excetuando-se
os seguintes casos, em que deverão ser interpostos, de II - que concluir pela incompetência do juízo;
ofício, pelo juiz:
III - que julgar procedentes as exceções, salvo a de
I - da sentença que conceder habeas corpus; suspeição;
II - da que absolver desde logo o réu com fundamento IV – que pronunciar o réu;
na existência de circunstância que exclua o crime ou
V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar
isente o réu de pena, nos termos do art. 411.
inidônea a fiança, indeferir requerimento de prisão
Art. 575. Não serão prejudicados os recursos que, por preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória
erro, falta ou omissão dos funcionários, não tiverem ou relaxar a prisão em flagrante;
seguimento ou não forem apresentados dentro do
VII - que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor;
prazo.
VIII - que decretar a prescrição ou julgar, por outro
Art. 576. O Ministério Público não poderá desistir de
modo, extinta a punibilidade;
recurso que haja interposto.
IX - que indeferir o pedido de reconhecimento da
Art. 577. O recurso poderá ser interposto pelo
prescrição ou de outra causa extintiva da punibilidade;
Ministério Público, ou pelo querelante, ou pelo réu, seu
procurador ou seu defensor. X - que conceder ou negar a ordem de habeas corpus;
Parágrafo único. Não se admitirá, entretanto, recurso XI - que conceder, negar ou revogar a suspensão
da parte que não tiver interesse na reforma ou condicional da pena;
modificação da decisão.
XII - que conceder, negar ou revogar livramento
Art. 578. O recurso será interposto por petição ou por condicional;
termo nos autos, assinado pelo recorrente ou por seu
XIII - que anular o processo da instrução criminal, no
representante.
todo ou em parte;
§ 1º Não sabendo ou não podendo o réu assinar o
XIV - que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir;
nome, o termo será assinado por alguém, a seu rogo, na
presença de duas testemunhas. XV - que denegar a apelação ou a julgar deserta;
§ 2º A petição de interposição de recurso, com o XVI - que ordenar a suspensão do processo, em virtude
despacho do juiz, será, até o dia seguinte ao último do de questão prejudicial;
prazo, entregue ao escrivão, que certificará no termo da
XVII - que decidir sobre a unificação de penas;
juntada a data da entrega.
XVIII - que decidir o incidente de falsidade;
§ 3º Interposto por termo o recurso, o escrivão, sob
pena de suspensão por dez a trinta dias, fará conclusos XIX - que decretar medida de segurança, depois de
os autos ao juiz, até o dia seguinte ao último do prazo. transitar a sentença em julgado;
Art. 579. Salvo a hipótese de má-fé, a parte não será XX - que impuser medida de segurança por transgressão
prejudicada pela interposição de um recurso por outro. de outra;
Parágrafo único. Se o juiz, desde logo, reconhecer a XXI - que mantiver ou substituir a medida de segurança,
impropriedade do recurso interposto pela parte, nos casos do art. 774;
mandará processá-lo de acordo com o rito do recurso
XXII - que revogar a medida de segurança;
cabível.
XXIII - que deixar de revogar a medida de segurança, nos
Art. 580. No caso de concurso de agentes (Código
casos em que a lei admita a revogação;
Penal, art. 25), a decisão do recurso interposto por um
dos réus, se fundado em motivos que não sejam de XXIV - que converter a multa em detenção ou em prisão
caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos outros. simples.
CAPÍTULO II Art. 582 - Os recursos serão sempre para o Tribunal de
Apelação, salvo nos casos dos ns. V, X e XIV.
Do Recurso em Sentido Estrito

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Parágrafo único. O recurso, no caso do no XIV, será para Art. 589. Com a resposta do recorrido ou sem ela, será
o presidente do Tribunal de Apelação. o recurso concluso ao juiz, que, dentro de dois dias,
reformará ou sustentará o seu despacho, mandando
Art. 583. Subirão nos próprios autos os recursos:
instruir o recurso com os traslados que Ihe parecerem
I - quando interpostos de oficio; necessários.
II - nos casos do art. 581, I, III, IV, VI, VIII e X; Parágrafo único. Se o juiz reformar o despacho
recorrido, a parte contrária, por simples petição, poderá
III - quando o recurso não prejudicar o andamento do
recorrer da nova decisão, se couber recurso, não sendo
processo.
mais lícito ao juiz modificá-la. Neste caso,
Parágrafo único. O recurso da pronúncia subirá em independentemente de novos arrazoados, subirá o
traslado, quando, havendo dois ou mais réus, qualquer recurso nos próprios autos ou em traslado.
deles se conformar com a decisão ou todos não tiverem
Art. 590. Quando for impossível ao escrivão extrair o
sido ainda intimados da pronúncia.
traslado no prazo da lei, poderá o juiz prorrogá-lo até o
Art. 584. Os recursos terão efeito suspensivo nos casos dobro.
de perda da fiança, de concessão de livramento
Art. 591. Os recursos serão apresentados ao juiz ou
condicional e dos ns. XV, XVII e XXIV do art. 581.
tribunal ad quem, dentro de cinco dias da publicação da
§ 1º Ao recurso interposto de sentença de impronúncia resposta do juiz a quo, ou entregues ao Correio dentro
ou no caso do no VIII do art. 581, aplicar-se-á o disposto do mesmo prazo.
nos arts. 596 e 598.
Art. 592. Publicada a decisão do juiz ou do tribunal ad
§ 2º O recurso da pronúncia suspenderá tão-somente o quem, deverão os autos ser devolvidos, dentro de cinco
julgamento. dias, ao juiz a quo.
§ 3º O recurso do despacho que julgar quebrada a CAPÍTULO III
fiança suspenderá unicamente o efeito de perda da
Da Apelação
metade do seu valor.
Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco)
Art. 585. O réu não poderá recorrer da pronúncia senão
dias: (Redação dada pela Lei nº 263, de
depois de preso, salvo se prestar fiança, nos casos em
23.2.1948)
que a lei a admitir.
I - das sentenças definitivas de condenação ou
Art. 586. O recurso voluntário poderá ser interposto no
absolvição proferidas por juiz
prazo de cinco dias.
singular; (Redação dada pela Lei nº 263, de
Parágrafo único. No caso do art. 581, XIV, o prazo será 23.2.1948)
de vinte dias, contado da data da publicação definitiva
II - das decisões definitivas, ou com força de definitivas,
da lista de jurados.
proferidas por juiz singular nos casos não previstos no
Art. 587. Quando o recurso houver de subir por Capítulo anterior; (Redação dada pela Lei nº
instrumento, a parte indicará, no respectivo termo, ou 263, de 23.2.1948)
em requerimento avulso, as peças dos autos de que
III - das decisões do Tribunal do Júri,
pretenda traslado.
quando: (Redação dada pela Lei nº 263, de
Parágrafo único. O traslado será extraído, conferido e 23.2.1948)
concertado no prazo de cinco dias, e dele constarão
a) ocorrer nulidade posterior à
sempre a decisão recorrida, a certidão de sua intimação,
pronúncia; (Redação dada pela Lei nº 263, de
se por outra forma não for possível verificar-se a
23.2.1948)
oportunidade do recurso, e o termo de interposição.
b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei
Art. 588. Dentro de dois dias, contados da interposição
expressa ou à decisão dos jurados; (Redação
do recurso, ou do dia em que o escrivão, extraído o
dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
traslado, o fizer com vista ao recorrente, este oferecerá
as razões e, em seguida, será aberta vista ao recorrido c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da
por igual prazo. pena ou da medida de segurança; (Redação
dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
Parágrafo único. Se o recorrido for o réu, será intimado
do prazo na pessoa do defensor.

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d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à Art. 599. As apelações poderão ser interpostas quer
prova dos autos. (Incluído pela Lei nº 263, de em relação a todo o julgado, quer em relação a parte
23.2.1948) dele.
§ 1º Se a sentença do juiz-presidente for contrária à lei Art. 600. Assinado o termo de apelação, o apelante e,
expressa ou divergir das respostas dos jurados aos depois dele, o apelado terão o prazo de oito dias cada
quesitos, o tribunal ad quem fará a devida um para oferecer razões, salvo nos processos de
retificação. (Incluído pela Lei nº 263, de contravenção, em que o prazo será de três dias.
23.2.1948)
§ 1º Se houver assistente, este arrazoará, no prazo de
§ 2º Interposta a apelação com fundamento no no III, c, três dias, após o Ministério Público.
deste artigo, o tribunal ad quem, se Ihe der provimento,
§ 2º Se a ação penal for movida pela parte ofendida, o
retificará a aplicação da pena ou da medida de
Ministério Público terá vista dos autos, no prazo do
segurança. (Incluído pela Lei nº 263, de
parágrafo anterior.
23.2.1948)
§ 3º Quando forem dois ou mais os apelantes ou
§ 3º Se a apelação se fundar no no III, d, deste artigo, e
apelados, os prazos serão comuns.
o tribunal ad quem se convencer de que a decisão dos
jurados é manifestamente contrária à prova dos autos, § 4º Se o apelante declarar, na petição ou no termo, ao
dar-lhe-á provimento para sujeitar o réu a novo interpor a apelação, que deseja arrazoar na superior
julgamento; não se admite, porém, pelo mesmo motivo, instância serão os autos remetidos ao tribunal ad quem
segunda apelação. (Incluído pela Lei nº 263, de onde será aberta vista às partes, observados os prazos
23.2.1948) legais, notificadas as partes pela publicação
oficial. (Incluído pela Lei nº 4.336, de 1º.6.1964)
§ 4º Quando cabível a apelação, não poderá ser usado
o recurso em sentido estrito, ainda que somente de Art. 601. Findos os prazos para razões, os autos serão
parte da decisão se recorra. remetidos à instância superior, com as razões ou sem
elas, no prazo de 5 (cinco) dias, salvo no caso
Art. 594. (Revogado).
do art. 603, segunda parte, em que o prazo será de
Art. 595. (Revogado). trinta dias.
Art. 596. A apelação da sentença absolutória não § 1º Se houver mais de um réu, e não houverem todos
impedirá que o réu seja posto imediatamente em sido julgados, ou não tiverem todos apelado, caberá ao
liberdade. (Redação dada pela Lei nº 5.941, de apelante promover extração do traslado dos autos, o
22.11.1973) qual deverá ser remetido à instância superior no prazo
de trinta dias, contado da data da entrega das últimas
Parágrafo único. A apelação não suspenderá a
razões de apelação, ou do vencimento do prazo para a
execução da medida de segurança aplicada
apresentação das do apelado.
provisoriamente. (Redação dada pela Lei nº
5.941, de 22.11.1973) § 2º As despesas do traslado correrão por conta de
quem o solicitar, salvo se o pedido for de réu pobre ou
Art. 597. A apelação de sentença condenatória terá
do Ministério Público.
efeito suspensivo, salvo o disposto no art. 393, a
aplicação provisória de interdições de direitos e de Art. 602. Os autos serão, dentro dos prazos do artigo
medidas de segurança (arts. 374 e 378), e o caso de anterior, apresentados ao tribunal ad quem ou
suspensão condicional de pena. entregues ao Correio, sob registro.
Art. 598. Nos crimes de competência do Tribunal do Art. 603. A apelação subirá nos autos originais e, a não
Júri, ou do juiz singular, se da sentença não for ser no Distrito Federal e nas comarcas que forem sede
interposta apelação pelo Ministério Público no prazo de Tribunal de Apelação, ficará em cartório traslado dos
legal, o ofendido ou qualquer das pessoas enumeradas termos essenciais do processo referidos no art. 564, n.
no art. 31, ainda que não se tenha habilitado como III.
assistente, poderá interpor apelação, que não terá,
Art. 604. (Revogado).
porém, efeito suspensivo.
Art. 605. (Revogado).
Parágrafo único. O prazo para interposição desse
recurso será de quinze dias e correrá do dia em que Art. 606. (Revogado).
terminar o do Ministério Público.
Art. 607. (Revogado).

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Art. 608. (Revogado). Art. 614. No caso de impossibilidade de observância de


qualquer dos prazos marcados nos arts. 610 e 613, os
CAPÍTULO V
motivos da demora serão declarados nos autos.
Do Processo e do Julgamento dos Recursos em
Art. 615. O tribunal decidirá por maioria de votos.
Sentido Estrito e das Apelações, nos Tribunais de
Apelação § 1º Havendo empate de votos no julgamento de
recursos, se o presidente do tribunal, câmara ou turma,
Art. 609. Os recursos, apelações e embargos serão
não tiver tomado parte na votação, proferirá o voto de
julgados pelos Tribunais de Justiça, câmaras ou turmas
desempate; no caso contrário, prevalecerá a decisão
criminais, de acordo com a competência estabelecida
mais favorável ao réu.
nas leis de organização judiciária. (Redação
dada pela Lei nº 1.720-B, de 3.11.1952) § 2º O acórdão será apresentado à conferência na
primeira sessão seguinte à do julgamento, ou no prazo
Parágrafo único. Quando não for unânime a decisão de
de duas sessões, pelo juiz incumbido de lavrá-lo.
segunda instância, desfavorável ao réu, admitem-se
embargos infringentes e de nulidade, que poderão ser Art. 616. No julgamento das apelações poderá o
opostos dentro de 10 (dez) dias, a contar da publicação tribunal, câmara ou turma proceder a novo
de acórdão, na forma do art. 613. Se o desacordo for interrogatório do acusado, reinquirir testemunhas ou
parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto de determinar outras diligências.
divergência. (Incluído pela Lei nº 1.720-B, de
Art. 617. O tribunal, câmara ou turma atenderá nas
3.11.1952)
suas decisões ao disposto nos arts. 383, 386 e 387, no
Art. 610. Nos recursos em sentido estrito, com exceção que for aplicável, não podendo, porém, ser agravada a
do de habeas corpus, e nas apelações interpostas das pena, quando somente o réu houver apelado da
sentenças em processo de contravenção ou de crime a sentença.
que a lei comine pena de detenção, os autos irão
Art. 618. Os regimentos dos Tribunais de Apelação
imediatamente com vista ao procurador-geral pelo
estabelecerão as normas complementares para o
prazo de cinco dias, e, em seguida, passarão, por igual
processo e julgamento dos recursos e apelações.
prazo, ao relator, que pedirá designação de dia para o
julgamento. CAPÍTULO VI
Parágrafo único. Anunciado o julgamento pelo Dos Embargos
presidente, e apregoadas as partes, com a presença
Art. 619. Aos acórdãos proferidos pelos Tribunais de
destas ou à sua revelia, o relator fará a exposição do
Apelação, câmaras ou turmas, poderão ser opostos
feito e, em seguida, o presidente concederá, pelo prazo
embargos de declaração, no prazo de dois dias contados
de 10 (dez) minutos, a palavra aos advogados ou às
da sua publicação, quando houver na sentença
partes que a solicitarem e ao procurador-geral, quando
ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão.
o requerer, por igual prazo.
Art. 620. Os embargos de declaração serão deduzidos
Art. 611. (Revogado).
em requerimento de que constem os pontos em que o
Art. 612. Os recursos de habeas corpus, designado o acórdão é ambíguo, obscuro, contraditório ou omisso.
relator, serão julgados na primeira sessão.
§ 1o O requerimento será apresentado pelo relator e
Art. 613. As apelações interpostas das sentenças julgado, independentemente de revisão, na primeira
proferidas em processos por crime a que a lei comine sessão.
pena de reclusão, deverão ser processadas e julgadas
§ 2o Se não preenchidas as condições enumeradas
pela forma estabelecida no Art. 610, com as seguintes
neste artigo, o relator indeferirá desde logo o
modificações:
requerimento.
I - exarado o relatório nos autos, passarão estes ao
CAPÍTULO VII
revisor, que terá igual prazo para o exame do processo
e pedirá designação de dia para o julgamento; Da Revisão
II - os prazos serão ampliados ao dobro; Art. 621. A revisão dos processos findos será admitida:
III - o tempo para os debates será de um quarto de hora. I - quando a sentença condenatória for contrária ao
texto expresso da lei penal ou à evidência dos autos;

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II - quando a sentença condenatória se fundar em § 2o O relator poderá determinar que se apensem os


depoimentos, exames ou documentos autos originais, se daí não advier dificuldade à execução
comprovadamente falsos; normal da sentença.
III - quando, após a sentença, se descobrirem novas § 3o Se o relator julgar insuficientemente instruído o
provas de inocência do condenado ou de circunstância pedido e inconveniente ao interesse da justiça que se
que determine ou autorize diminuição especial da pena. apensem os autos originais, indeferi-lo-á in limine,
dando recurso para as câmaras reunidas ou para o
Art. 622. A revisão poderá ser requerida em qualquer
tribunal, conforme o caso (art. 624, parágrafo único).
tempo, antes da extinção da pena ou após.
§ 4o Interposto o recurso por petição e
Parágrafo único. Não será admissível a reiteração do
independentemente de termo, o relator apresentará o
pedido, salvo se fundado em novas provas.
processo em mesa para o julgamento e o relatará, sem
Art. 623. A revisão poderá ser pedida pelo próprio réu tomar parte na discussão.
ou por procurador legalmente habilitado ou, no caso de
§ 5o Se o requerimento não for indeferido in limine,
morte do réu, pelo cônjuge, ascendente, descendente
abrir-se-á vista dos autos ao procurador-geral, que dará
ou irmão.
parecer no prazo de dez dias. Em seguida, examinados
Art. 624. As revisões criminais serão processadas e os autos, sucessivamente, em igual prazo, pelo relator e
julgadas: (Redação dada pelo Decreto-lei nº revisor, julgar-se-á o pedido na sessão que o presidente
504, de 18.3.1969) designar.
I - pelo Supremo Tribunal Federal, quanto às Art. 626. Julgando procedente a revisão, o tribunal
condenações por ele proferidas; (Redação dada poderá alterar a classificação da infração, absolver o
pelo Decreto-lei nº 504, de 18.3.1969) réu, modificar a pena ou anular o processo.
II - pelo Tribunal Federal de Recursos, Tribunais de Parágrafo único. De qualquer maneira, não poderá ser
Justiça ou de Alçada, nos demais agravada a pena imposta pela decisão revista.
casos. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 504,
Art. 627. A absolvição implicará o restabelecimento de
de 18.3.1969)
todos os direitos perdidos em virtude da condenação,
§ 1o No Supremo Tribunal Federal e no Tribunal Federal devendo o tribunal, se for caso, impor a medida de
de Recursos o processo e julgamento obedecerão ao segurança cabível.
que for estabelecido no respectivo regimento
Art. 628. Os regimentos internos dos Tribunais de
interno. (Incluído pelo Decreto-lei nº 504, de
Apelação estabelecerão as normas complementares
18.3.1969)
para o processo e julgamento das revisões criminais.
§ 2o Nos Tribunais de Justiça ou de Alçada, o
Art. 629. À vista da certidão do acórdão que cassar a
julgamento será efetuado pelas câmaras ou turmas
sentença condenatória, o juiz mandará juntá-la
criminais, reunidas em sessão conjunta, quando houver
imediatamente aos autos, para inteiro cumprimento da
mais de uma, e, no caso contrário, pelo tribunal
decisão.
pleno. (Incluído pelo Decreto-lei nº 504, de
18.3.1969) Art. 630. O tribunal, se o interessado o requerer,
poderá reconhecer o direito a uma justa indenização
§ 3o Nos tribunais onde houver quatro ou mais câmaras
pelos prejuízos sofridos.
ou turmas criminais, poderão ser constituídos dois ou
mais grupos de câmaras ou turmas para o julgamento § 1o Por essa indenização, que será liquidada no juízo
de revisão, obedecido o que for estabelecido no cível, responderá a União, se a condenação tiver sido
respectivo regimento interno. (Incluído pelo proferida pela justiça do Distrito Federal ou de
Decreto-lei nº 504, de 18.3.1969) Território, ou o Estado, se o tiver sido pela respectiva
justiça.
Art. 625. O requerimento será distribuído a um relator
e a um revisor, devendo funcionar como relator um § 2o A indenização não será devida:
desembargador que não tenha pronunciado decisão em
a) se o erro ou a injustiça da condenação proceder de
qualquer fase do processo.
ato ou falta imputável ao próprio impetrante, como a
§ 1o O requerimento será instruído com a certidão de confissão ou a ocultação de prova em seu poder;
haver passado em julgado a sentença condenatória e
b) se a acusação houver sido meramente privada.
com as peças necessárias à comprovação dos fatos
argüidos.

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Art. 631. Quando, no curso da revisão, falecer a pessoa, Art. 643. Extraído e autuado o instrumento, observar-
cuja condenação tiver de ser revista, o presidente do se-á o disposto nos arts. 588 a 592, no caso de recurso
tribunal nomeará curador para a defesa. em sentido estrito, ou o processo estabelecido para o
recurso extraordinário, se deste se tratar.
CAPÍTULO VIII
Art. 644. O tribunal, câmara ou turma a que competir o
Do Recurso Extraordinário
julgamento da carta, se desta tomar conhecimento,
Art. 632. (Revogado). mandará processar o recurso, ou, se estiver
suficientemente instruída, decidirá logo, de meritis.
Art. 633. (Revogado).
Art. 645. O processo da carta testemunhável na
Art. 634. (Revogado).
instância superior seguirá o processo do recurso
Art. 635. (Revogado). denegado.
Art. 636. (Revogado). Art. 646. A carta testemunhável não terá efeito
suspensivo.
Art. 637. O recurso extraordinário não tem efeito
suspensivo, e uma vez arrazoados pelo recorrido os CAPÍTULO X
autos do traslado, os originais baixarão à primeira
Do Habeas Corpus e deu Processo
instância, para a execução da sentença.
Art. 647. Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém
Art. 638. O recurso extraordinário será processado e
sofrer ou se achar na iminência de sofrer violência ou
julgado no Supremo Tribunal Federal na forma
coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos
estabelecida pelo respectivo regimento interno.
de punição disciplinar.
CAPÍTULO IX
Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal:
Da Carta Testemunhável
I - quando não houver justa causa;
Art. 639. Dar-se-á carta testemunhável:
II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que
I - da decisão que denegar o recurso; determina a lei;
II - da que, admitindo embora o recurso, obstar à sua III - quando quem ordenar a coação não tiver
expedição e seguimento para o juízo ad quem. competência para fazê-lo;
Art. 640. A carta testemunhável será requerida ao IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a
escrivão, ou ao secretário do tribunal, conforme o caso, coação;
nas quarenta e oito horas seguintes ao despacho que
V - quando não for alguém admitido a prestar fiança,
denegar o recurso, indicando o requerente as peças do
nos casos em que a lei a autoriza;
processo que deverão ser trasladadas.
VI - quando o processo for manifestamente nulo;
Art. 641. O escrivão, ou o secretário do tribunal, dará
recibo da petição à parte e, no prazo máximo de cinco VII - quando extinta a punibilidade.
dias, no caso de recurso no sentido estrito, ou de
Art. 649. O juiz ou o tribunal, dentro dos limites da sua
sessenta dias, no caso de recurso extraordinário, fará
jurisdição, fará passar imediatamente a ordem
entrega da carta, devidamente conferida e concertada.
impetrada, nos casos em que tenha cabimento, seja
Art. 642. O escrivão, ou o secretário do tribunal, que se qual for a autoridade coatora.
negar a dar o recibo, ou deixar de entregar, sob
Art. 650. Competirá conhecer, originariamente, do
qualquer pretexto, o instrumento, será suspenso por
pedido de habeas corpus:
trinta dias. O juiz, ou o presidente do Tribunal de
Apelação, em face de representação do testemunhante, I - ao Supremo Tribunal Federal, nos casos previstos
imporá a pena e mandará que seja extraído o no Art. 101, I, g, da Constituição;
instrumento, sob a mesma sanção, pelo substituto do
II - aos Tribunais de Apelação, sempre que os atos de
escrivão ou do secretário do tribunal. Se o
violência ou coação forem atribuídos aos governadores
testemunhante não for atendido, poderá reclamar ao
ou interventores dos Estados ou Territórios e ao
presidente do tribunal ad quem, que avocará os autos,
prefeito do Distrito Federal, ou a seus secretários, ou
para o efeito do julgamento do recurso e imposição da
aos chefes de Polícia.
pena.

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§ 1º A competência do juiz cessará sempre que a Tribunal Federal ou ao Tribunal de Apelação impor as
violência ou coação provier de autoridade judiciária de multas.
igual ou superior jurisdição.
Art. 656. Recebida a petição de habeas corpus, o juiz,
§ 2º Não cabe o habeas corpus contra a prisão se julgar necessário, e estiver preso o paciente, mandará
administrativa, atual ou iminente, dos responsáveis por que este Ihe seja imediatamente apresentado em dia e
dinheiro ou valor pertencente à Fazenda Pública, hora que designar.
alcançados ou omissos em fazer o seu recolhimento nos
Parágrafo único. Em caso de desobediência, será
prazos legais, salvo se o pedido for acompanhado de
expedido mandado de prisão contra o detentor, que
prova de quitação ou de depósito do alcance verificado,
será processado na forma da lei, e o juiz providenciará
ou se a prisão exceder o prazo legal.
para que o paciente seja tirado da prisão e apresentado
Art. 651. A concessão do habeas corpus não obstará, em juízo.
nem porá termo ao processo, desde que este não esteja
Art. 657. Se o paciente estiver preso, nenhum motivo
em conflito com os fundamentos daquela.
escusará a sua apresentação, salvo:
Art. 652. Se o habeas corpus for concedido em virtude
I - grave enfermidade do paciente;
de nulidade do processo, este será renovado.
Il - não estar ele sob a guarda da pessoa a quem se
Art. 653. Ordenada a soltura do paciente em virtude
atribui a detenção;
de habeas corpus, será condenada nas custas a
autoridade que, por má-fé ou evidente abuso de poder, III - se o comparecimento não tiver sido determinado
tiver determinado a coação. pelo juiz ou pelo tribunal.
Parágrafo único. Neste caso, será remetida ao Parágrafo único. O juiz poderá ir ao local em que o
Ministério Público cópia das peças necessárias para ser paciente se encontrar, se este não puder ser
promovida a responsabilidade da autoridade. apresentado por motivo de doença.
Art. 654. O habeas corpus poderá ser impetrado por Art. 658. O detentor declarará à ordem de quem o
qualquer pessoa, em seu favor ou de outrem, bem como paciente estiver preso.
pelo Ministério Público.
Art. 659. Se o juiz ou o tribunal verificar que já cessou a
§ 1º A petição de habeas corpus conterá: violência ou coação ilegal, julgará prejudicado o pedido.
a) o nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de Art. 660. Efetuadas as diligências, e interrogado o
sofrer violência ou coação e o de quem exercer a paciente, o juiz decidirá, fundamentadamente, dentro
violência, coação ou ameaça; de 24 (vinte e quatro) horas.
b) a declaração da espécie de constrangimento ou, em § 1º Se a decisão for favorável ao paciente, será logo
caso de simples ameaça de coação, as razões em que posto em liberdade, salvo se por outro motivo dever ser
funda o seu temor; mantido na prisão.
c) a assinatura do impetrante, ou de alguém a seu rogo, § 2º Se os documentos que instruírem a petição
quando não souber ou não puder escrever, e a evidenciarem a ilegalidade da coação, o juiz ou o
designação das respectivas residências. tribunal ordenará que cesse imediatamente o
constrangimento.
§ 2º Os juízes e os tribunais têm competência para
expedir de ofício ordem de habeas corpus, quando no § 3º Se a ilegalidade decorrer do fato de não ter sido o
curso de processo verificarem que alguém sofre ou está paciente admitido a prestar fiança, o juiz arbitrará o
na iminência de sofrer coação ilegal. valor desta, que poderá ser prestada perante ele,
remetendo, neste caso, à autoridade os respectivos
Art. 655. O carcereiro ou o diretor da prisão, o escrivão,
autos, para serem anexados aos do inquérito policial ou
o oficial de justiça ou a autoridade judiciária ou policial
aos do processo judicial.
que embaraçar ou procrastinar a expedição de ordem
de habeas corpus, as informações sobre a causa da § 4º Se a ordem de habeas corpus for concedida para
prisão, a condução e apresentação do paciente, ou a sua evitar ameaça de violência ou coação ilegal, dar-se-á ao
soltura, será multado na quantia de duzentos mil-réis a paciente salvo-conduto assinado pelo juiz.
um conto de réis, sem prejuízo das penas em que
§ 5º Será incontinenti enviada cópia da decisão à
incorrer. As multas serão impostas pelo juiz do tribunal
autoridade que tiver ordenado a prisão ou tiver o
que julgar o habeas corpus, salvo quando se tratar de
autoridade judiciária, caso em que caberá ao Supremo

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paciente à sua disposição, a fim de juntar-se aos autos disposto nos artigos anteriores, devendo o regimento
do processo. interno do tribunal estabelecer as regras
complementares.
§ 6º Quando o paciente estiver preso em lugar que não
seja o da sede do juízo ou do tribunal que conceder a LIVRO VI
ordem, o alvará de soltura será expedido pelo telégrafo,
Disposições Gerais
se houver, observadas as formalidades estabelecidas
no art. 289, parágrafo único, in fine, ou por via postal. Art. 791. Em todos os juízos e tribunais do crime, além
das audiências e sessões ordinárias, haverá as
Art. 661. Em caso de competência originária do
extraordinárias, de acordo com as necessidades do
Tribunal de Apelação, a petição de habeas corpus será
rápido andamento dos feitos.
apresentada ao secretário, que a enviará
imediatamente ao presidente do tribunal, ou da câmara Art. 792. As audiências, sessões e os atos processuais
criminal, ou da turma, que estiver reunida, ou primeiro serão, em regra, públicos e se realizarão nas sedes dos
tiver de reunir-se. juízos e tribunais, com assistência dos escrivães, do
secretário, do oficial de justiça que servir de porteiro,
Art. 662. Se a petição contiver os requisitos do art. 654,
em dia e hora certos, ou previamente designados.
§ 1º, o presidente, se necessário, requisitará da
autoridade indicada como coatora informações por § 1º Se da publicidade da audiência, da sessão ou do ato
escrito. Faltando, porém, qualquer daqueles requisitos, processual, puder resultar escândalo, inconveniente
o presidente mandará preenchê-lo, logo que Ihe for grave ou perigo de perturbação da ordem, o juiz, ou o
apresentada a petição. tribunal, câmara, ou turma, poderá, de ofício ou a
requerimento da parte ou do Ministério Público,
Art. 663. As diligências do artigo anterior não serão
determinar que o ato seja realizado a portas fechadas,
ordenadas, se o presidente entender que o habeas
limitando o número de pessoas que possam estar
corpus deva ser indeferido in limine. Nesse caso, levará
presentes.
a petição ao tribunal, câmara ou turma, para que
delibere a respeito. § 2º As audiências, as sessões e os atos processuais, em
caso de necessidade, poderão realizar-se na residência
Art. 664. Recebidas as informações, ou dispensadas,
do juiz, ou em outra casa por ele especialmente
o habeas corpus será julgado na primeira sessão,
designada.
podendo, entretanto, adiar-se o julgamento para a
sessão seguinte. Art. 793. Nas audiências e nas sessões, os advogados,
as partes, os escrivães e os espectadores poderão estar
Parágrafo único. A decisão será tomada por maioria de
sentados. Todos, porém, se levantarão quando se
votos. Havendo empate, se o presidente não tiver
dirigirem aos juízes ou quando estes se levantarem para
tomado parte na votação, proferirá voto de desempate;
qualquer ato do processo.
no caso contrário, prevalecerá a decisão mais favorável
ao paciente. Parágrafo único. Nos atos da instrução criminal,
perante os juízes singulares, os advogados poderão
Art. 665. O secretário do tribunal lavrará a ordem que,
requerer sentados.
assinada pelo presidente do tribunal, câmara ou turma,
será dirigida, por ofício ou telegrama, ao detentor, ao Art. 794. A polícia das audiências e das sessões compete
carcereiro ou autoridade que exercer ou ameaçar aos respectivos juízes ou ao presidente do tribunal,
exercer o constrangimento. câmara, ou turma, que poderão determinar o que for
conveniente à manutenção da ordem. Para tal fim,
Parágrafo único. A ordem transmitida por telegrama
requisitarão força pública, que ficará exclusivamente à
obedecerá ao disposto no art. 289, parágrafo único, in
sua disposição.
fine.
Art. 795. Os espectadores das audiências ou das sessões
Art. 666. Os regimentos dos Tribunais de Apelação
não poderão manifestar-se.
estabelecerão as normas complementares para o
processo e julgamento do pedido de habeas corpus de Parágrafo único. O juiz ou o presidente fará retirar da
sua competência originária. sala os desobedientes, que, em caso de resistência,
serão presos e autuados.
Art. 667. No processo e julgamento do habeas
corpus de competência originária do Supremo Tribunal Art. 796. Os atos de instrução ou julgamento
Federal, bem como nos de recurso das decisões de prosseguirão com a assistência do defensor, se o réu se
última ou única instância, denegatórias de habeas portar inconvenientemente.
corpus, observar-se-á, no que Ihes for aplicável, o

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Art. 797. Excetuadas as sessões de julgamento, que não § 4º O escrivão que não enviar os autos ao juiz ou ao
serão marcadas para domingo ou dia feriado, os demais órgão do Ministério Público no dia em que assinar termo
atos do processo poderão ser praticados em período de de conclusão ou de vista estará sujeito à sanção
férias, em domingos e dias feriados. Todavia, os estabelecida no art. 799.
julgamentos iniciados em dia útil não se interromperão
Art. 801. Findos os respectivos prazos, os juízes e os
pela superveniência de feriado ou domingo.
órgãos do Ministério Público, responsáveis pelo
Art. 798. Todos os prazos correrão em cartório e serão retardamento, perderão tantos dias de vencimentos
contínuos e peremptórios, não se interrompendo por quantos forem os excedidos. Na contagem do tempo de
férias, domingo ou dia feriado. serviço, para o efeito de promoção e aposentadoria, a
perda será do dobro dos dias excedidos.
§ 1º Não se computará no prazo o dia do começo,
incluindo-se, porém, o do vencimento. Art. 802. O desconto referido no artigo antecedente far-
se-á à vista da certidão do escrivão do processo ou do
§ 2º A terminação dos prazos será certificada nos autos
secretário do tribunal, que deverão, de ofício, ou a
pelo escrivão; será, porém, considerado findo o prazo,
requerimento de qualquer interessado, remetê-la às
ainda que omitida aquela formalidade, se feita a prova
repartições encarregadas do pagamento e da contagem
do dia em que começou a correr.
do tempo de serviço, sob pena de incorrerem, de pleno
§ 3º O prazo que terminar em domingo ou dia feriado direito, na multa de quinhentos mil-réis, imposta por
considerar-se-á prorrogado até o dia útil imediato. autoridade fiscal.
§ 4º Não correrão os prazos, se houver impedimento do Art. 803. Salvo nos casos expressos em lei, é proibida a
juiz, força maior, ou obstáculo judicial oposto pela parte retirada de autos do cartório, ainda que em confiança,
contrária. sob pena de responsabilidade do escrivão.
§ 5º Salvo os casos expressos, os prazos correrão: Art. 804. A sentença ou o acórdão, que julgar a ação,
qualquer incidente ou recurso, condenará nas custas o
a) da intimação;
vencido.
b) da audiência ou sessão em que for proferida a
Art. 805. As custas serão contadas e cobradas de acordo
decisão, se a ela estiver presente a parte;
com os regulamentos expedidos pela União e pelos
c) do dia em que a parte manifestar nos autos ciência Estados.
inequívoca da sentença ou despacho.
Art. 806. Salvo o caso do art. 32, nas ações intentadas
Art. 799. O escrivão, sob pena de multa de cinquenta a mediante queixa, nenhum ato ou diligência se realizará,
quinhentos mil-réis e, na reincidência, suspensão até 30 sem que seja depositada em cartório a importância das
(trinta) dias, executará dentro do prazo de dois dias os custas.
atos determinados em lei ou ordenados pelo juiz.
§ 1º Igualmente, nenhum ato requerido no interesse da
Art. 800. Os juízes singulares darão seus despachos e defesa será realizado, sem o prévio pagamento das
decisões dentro dos prazos seguintes, quando outros custas, salvo se o acusado for pobre.
não estiverem estabelecidos:
§ 2º A falta do pagamento das custas, nos prazos fixados
I - de dez dias, se a decisão for definitiva, ou em lei, ou marcados pelo juiz, importará renúncia à
interlocutória mista; diligência requerida ou deserção do recurso interposto.
II - de cinco dias, se for interlocutória simples; § 3º A falta de qualquer prova ou diligência que deixe
de realizar-se em virtude do não-pagamento de custas
III - de um dia, se se tratar de despacho de expediente.
não implicará a nulidade do processo, se a prova de
§ 1º Os prazos para o juiz contar-se-ão do termo de pobreza do acusado só posteriormente foi feita.
conclusão.
Art. 807. O disposto no artigo anterior não obstará à
§ 2º Os prazos do Ministério Público contar-se-ão do faculdade atribuída ao juiz de determinar de ofício
termo de vista, salvo para a interposição do recurso (art. inquirição de testemunhas ou outras diligências.
798, § 5o).
Art. 808. Na falta ou impedimento do escrivão e seu
§ 3º Em qualquer instância, declarando motivo justo, substituto, servirá pessoa idônea, nomeada pela
poderá o juiz exceder por igual tempo os prazos a ele autoridade, perante quem prestará compromisso,
fixados neste Código. lavrando o respectivo termo.

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Art. 809. A estatística judiciária criminal, a cargo do


Instituto de Identificação e Estatística ou repartições LEGISLAÇÃO ESPECIAL
congêneres, terá por base o boletim individual, que é
parte integrante dos processos e versará sobre:
I - os crimes e as contravenções praticados durante o DECRETO-LEI Nº 3688/1941
trimestre, com especificação da natureza de cada um,
meios utilizados e circunstâncias de tempo e lugar; Lei das Contravenções Penais

II - as armas proibidas que tenham sido apreendidas; O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição
que lhe confere o art 180 da Constituição,
III - o número de delinquentes, mencionadas as
infrações que praticaram, sua nacionalidade, sexo, DECRETA:
idade, filiação, estado civil, prole, residência, meios de Lei Das Contravenções Penais
vida e condições econômicas, grau de instrução,
religião, e condições de saúde física e psíquica; PARTE GERAL

IV - o número dos casos de co-delinqüência; Art. 1º Aplicam-se as contravenções às regras gerais do


Código Penal, sempre que a presente lei não disponha
V - a reincidência e os antecedentes judiciários; de modo diverso.
VI - as sentenças condenatórias ou absolutórias, bem Art. 2º A lei brasileira só é aplicável à contravenção
como as de pronúncia ou de impronúncia; praticada no território nacional.
VII - a natureza das penas impostas; Art. 3º Para a existência da contravenção, basta a ação
VIII - a natureza das medidas de segurança aplicadas; ou omissão voluntária. Deve-se, todavia, ter em conta o
dolo ou a culpa, se a lei faz depender, de um ou de outra,
IX - a suspensão condicional da execução da pena, qualquer efeito jurídico.
quando concedida;
Art. 4º Não é punível a tentativa de contravenção.
X - as concessões ou denegações de habeas corpus.
Art. 5º As penas principais são:
§ 1º Os dados acima enumerados constituem o mínimo
exigível, podendo ser acrescidos de outros elementos I – prisão simples.
úteis ao serviço da estatística criminal. II – multa.
§ 2º Esses dados serão lançados semestralmente em Art. 6º A pena de prisão simples deve ser cumprida, sem
mapa e remetidos ao Serviço de Estatística Demográfica rigor penitenciário, em estabelecimento especial ou
Moral e Política do Ministério da Justiça. seção especial de prisão comum, em regime semi-
(Redação dada pela Lei nº 9.061, de 14.6.1995) aberto ou aberto. (Redação dada pela Lei nº
§ 3º O boletim individual a que se refere este artigo é 6.416, de 24.5.1977)
dividido em três partes destacáveis, conforme modelo § 1º O condenado a pena de prisão simples fica sempre
anexo a este Código, e será adotado nos Estados, no separado dos condenados a pena de reclusão ou de
Distrito Federal e nos Territórios. A primeira parte ficará detenção.
arquivada no cartório policial; a segunda será remetida
ao Instituto de Identificação e Estatística, ou repartição § 2º O trabalho é facultativo, se a pena aplicada, não
congênere; e a terceira acompanhará o processo, e, excede a quinze dias.
depois de passar em julgado a sentença definitiva, Art. 7º Verifica-se a reincidência quando o agente
lançados os dados finais, será enviada ao referido pratica uma contravenção depois de passar em julgado
Instituto ou repartição congênere. a sentença que o tenha condenado, no Brasil ou no
Art. 810. Este Código entrará em vigor no dia 1o de estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por
janeiro de 1942. motivo de contravenção.

Art. 811. Revogam-se as disposições em contrário. Art. 8º No caso de ignorância ou de errada compreensão
da lei, quando escusaveis, a pena pode deixar de ser
Rio de Janeiro, em 3 de outubro de 1941; 120o da aplicada.
Independência e 53o da República.
Art. 9º A multa converte-se em prisão simples, de
GETÚLIO VARGAS acordo com o que dispõe o Código Penal sobre a
Francisco Campos conversão de multa em detenção.

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Parágrafo único. Se a multa é a única pena cominada, a Parágrafo único. O juiz, entretanto, pode, ao invés de
conversão em prisão simples se faz entre os limites de decretar a internação, submeter o indivíduo a liberdade
quinze dias e três meses. vigiada.
Art. 10. A duração da pena de prisão simples não pode, Art. 17. A ação penal é pública, devendo a autoridade
em caso algum, ser superior a cinco anos, nem a proceder de ofício.
importância das multas ultrapassar cinquenta contos.
PARTE ESPECIAL
Art. 11. Desde que reunidas as condições legais, o juiz
CAPÍTULO I
pode suspender por tempo não inferior a um ano nem
superior a três, a execução da pena de prisão simples, Das Contravenções Referentes À Pessoa
bem como conceder livramento condicional.
Art. 18. Fabricar, importar, exportar, ter em depósito ou
(Redação dada pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)
vender, sem permissão da autoridade, arma ou
Art. 12. As penas acessórias são a publicação da munição:
sentença e as seguintes interdições de direitos:
Pena – prisão simples, de três meses a um ano, ou
I – a incapacidade temporária para profissão ou multa, de um a cinco contos de réis, ou ambas
atividade, cujo exercício dependa de habilitação cumulativamente, se o fato não constitue crime contra
especial, licença ou autorização do poder público; a ordem política ou social.
lI – a suspensão dos direitos políticos. Art. 19. Trazer consigo arma fora de casa ou de
dependência desta, sem licença da autoridade:
Parágrafo único. Incorrem:
Pena – prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou
a) na interdição sob nº I, por um mês a dois anos, o
multa, de duzentos mil réis a três contos de réis, ou
condenado por motivo de contravenção cometida com
ambas cumulativamente. § 1º A pena é aumentada
abuso de profissão ou atividade ou com infração de
de um terço até metade, se o agente já foi condenado,
dever a ela inerente;
em sentença irrecorrivel, por violência contra pessoa.
b) na interdição sob nº II, o condenado a pena privativa
§ 2º Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a
de liberdade, enquanto dure a execução do pena ou a
três meses, ou multa, de duzentos mil réis a um conto
aplicação da medida de segurança detentiva.
de réis, quem, possuindo arma ou munição:
Art. 13. Aplicam-se, por motivo de contravenção, os
a) deixa de fazer comunicação ou entrega à autoridade,
medidas de segurança estabelecidas no Código Penal, à
quando a lei o determina;
exceção do exílio local.
b) permite que alienado menor de 18 anos ou pessoa
Art. 14. Presumem-se perigosos, alem dos indivíduos a
inexperiente no manejo de arma a tenha consigo;
que se referem os ns. I e II do art. 78 do Código Penal:
c) omite as cautelas necessárias para impedir que dela
I – o condenado por motivo de contravenção cometido,
se apodere facilmente alienado, menor de 18 anos ou
em estado de embriaguez pelo álcool ou substância de
pessoa inexperiente em manejá-la.
efeitos análogos, quando habitual a embriaguez;
Art. 20. Anunciar processo, substância ou objeto
II – o condenado por vadiagem ou mendicância;
destinado a provocar aborto: (Redação dada pela
Art. 15. São internados em colônia agrícola ou em Lei nº 6.734, de 1979)
instituto de trabalho, de reeducação ou de ensino
Pena - multa de hum mil cruzeiros a dez mil cruzeiros.
profissional, pelo prazo mínimo de um ano:
(Redação dada pela Lei nº 6.734, de 1979)
(Regulamento)
Art. 21. Praticar vias de fato contra alguem:
I – o condenado por vadiagem (art. 59);
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou
II – o condenado por mendicância (art. 60 e seu
multa, de cem mil réis a um conto de réis, se o fato não
parágrafo);
constitue crime.
Art. 16. O prazo mínimo de duração da internação em
Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço)
manicômio judiciário ou em casa de custódia e
até a metade se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos.
tratamento é de seis meses.
(Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003)

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Art. 22. Receber em estabelecimento psiquiátrico, e Pena – prisão simples, de um a seis meses, ou multa, de
nele internar, sem as formalidades legais, pessoa trezentos mil réis a três contos de réis.
apresentada como doente mental:
Parágrafo único. Incorre na pena de prisão simples, de
Pena – multa, de trezentos mil réis a três contos de réis. quinze dias a dois meses, ou multa, de duzentos mil réis
a dois contos de réis, quem, em lugar habitado ou em
§ 1º Aplica-se a mesma pena a quem deixa de comunicar
suas adjacências, em via pública ou em direção a ela,
a autoridade competente, no prazo legal, internação
sem licença da autoridade, causa deflagração perigosa,
que tenha admitido, por motivo de urgência, sem as
queima fogo de artifício ou solta balão aceso.
formalidades legais.
Art. 29. Provocar o desabamento de construção ou, por
§ 2º Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a
erro no projeto ou na execução, dar-lhe causa:
três meses, ou multa de quinhentos mil réis a cinco
contos de réis, aquele que, sem observar as prescrições Pena – multa, de um a dez contos de réis, se o fato não
legais, deixa retirar-se ou despede de estabelecimento constitue crime contra a incolumidade pública.
psiquiátrico pessoa nele, internada.
Art. 30. Omitir alguem a providência reclamada pelo
Art. 23. Receber e ter sob custódia doente mental, fora Estado ruinoso de construção que lhe pertence ou cuja
do caso previsto no artigo anterior, sem autorização de conservação lhe incumbe:
quem de direito:
Pena – multa, de um a cinco contos de réis.
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou
Art. 31. Deixar em liberdade, confiar à guarda de pessoa
multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis.
inexperiente, ou não guardar com a devida cautela
CAPÍTULO II animal perigoso:
Das Contravenções Referentes Ao Patrimônio Pena – prisão simples, de dez dias a dois meses, ou
multa, de cem mil réis a um conto de réis.
Art. 24. Fabricar, ceder ou vender gazua ou instrumento
empregado usualmente na prática de crime de furto: Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:
Pena – prisão simples, de seis meses a dois anos, e a) na via pública, abandona animal de tiro, carga ou
multa, de trezentos mil réis a três contos de réis. corrida, ou o confia à pessoa inexperiente;
Art. 25. Ter alguem em seu poder, depois de condenado, b) excita ou irrita animal, expondo a perigo a segurança
por crime de furto ou roubo, ou enquanto sujeito à alheia;
liberdade vigiada ou quando conhecido como vadio ou
c) conduz animal, na via pública, pondo em perigo a
mendigo, gazuas, chaves falsas ou alteradas ou
segurança alheia.
instrumentos empregados usualmente na prática de
crime de furto, desde que não prove destinação Art. 32. Dirigir, sem a devida habilitação, veículo na via
legítima: pública, ou embarcação a motor em aguas públicas:
Pena – prisão simples, de dois meses a um ano, e multa Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
de duzentos mil réis a dois contos de réis.
Art. 33. Dirigir aeronave sem estar devidamente
Art. 26. Abrir alguem, no exercício de profissão de licenciado:
serralheiro ou oficio análogo, a pedido ou por
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, e
incumbência de pessoa de cuja legitimidade não se
multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
tenha certificado previamente, fechadura ou qualquer
outro aparelho destinado à defesa de lugar nu objeto: Art. 34. Dirigir veículos na via pública, ou embarcações
em águas públicas, pondo em perigo a segurança alheia:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou
multa, de duzentos mil réis a um conto de réis. Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou
multa, de trezentos mil réis a dois contos de réis.
CAPÍTULO III
Art. 35. Entregar-se na prática da aviação, a acrobacias
Das Contravenções Referentes À Incolumidade
ou a vôos baixos, fora da zona em que a lei o permite,
Pública
ou fazer descer a aeronave fora dos lugares destinados
Art. 28. Disparar arma de fogo em lugar habitado ou em a esse fim:
suas adjacências, em via pública ou em direção a ela:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou
multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis.

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Art. 36. Deixar do colocar na via pública, sinal ou Pena – prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou
obstáculo, determinado em lei ou pela autoridade e multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
destinado a evitar perigo a transeuntes:
Art. 42. Perturbar alguem o trabalho ou o sossego
Pena – prisão simples, de dez dias a dois meses, ou alheios:
multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
I – com gritaria ou algazarra;
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:
II – exercendo profissão incômoda ou ruidosa, em
a) apaga sinal luminoso, destrói ou remove sinal de desacordo com as prescrições legais;
outra natureza ou obstáculo destinado a evitar perigo a
III – abusando de instrumentos sonoros ou sinais
transeuntes;
acústicos;
b) remove qualquer outro sinal de serviço público.
IV – provocando ou não procurando impedir barulho
Art. 37. Arremessar ou derramar em via pública, ou em produzido por animal de que tem a guarda:
lugar de uso comum, ou do uso alheio, coisa que possa
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou
ofender, sujar ou molestar alguem:
multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
CAPÍTULO V
Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que,
Das Contravenções Referentes À Fé Pública
sem as devidas cautelas, coloca ou deixa suspensa coisa
que, caindo em via pública ou em lugar de uso comum Art. 43. Recusar-se a receber, pelo seu valor, moeda de
ou de uso alheio, possa ofender, sujar ou molestar curso legal no país:
alguem.
Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
Art. 38. Provocar, abusivamente, emissão de fumaça,
Art. 44. Usar, como propaganda, de impresso ou objeto
vapor ou gás, que possa ofender ou molestar alguem:
que pessoa inexperiente ou rústica possa confundir com
Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. moeda:
CAPÍTULO IV Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
Das Contravenções Referentes À Paz Pública Art. 45. Fingir-se funcionário público:
Art. 39. Participar de associação de mais de cinco Pena – prisão simples, de um a três meses, ou multa, de
pessoas, que se reunam periodicamente, sob quinhentos mil réis a três contos de réis.
compromisso de ocultar à autoridade a existência,
Art 46. Usar, publicamente, de uniforme, ou distintivo
objetivo, organização ou administração da associação:
de função pública que não exerce; usar, indevidamente,
Pena – prisão simples, de um a seis meses, ou multa, de de sinal, distintivo ou denominação cujo emprêgo seja
trezentos mil réis a três contos de réis. regulado por lei. (Redação dada pelo Decreto-
Lei nº 6.916, de 2.10.1944)
§ 1º Na mesma pena incorre o proprietário ou ocupante
de prédio que o cede, no todo ou em parte, para reunião Pena – multa, de duzentos a dois mil cruzeiros, se o fato
de associação que saiba ser de carater secreto. não constitui infração penal mais grave.
(Redação dada pelo Decreto-Lei nº 6.916, de 2.10.1944)
§ 2º O juiz pode, tendo em vista as circunstâncias, deixar
de aplicar a pena, quando lícito o objeto da associação. CAPÍTULO VI
Art. 40. Provocar tumulto ou portar-se de modo Das Contravenções Relativas À Organização Do
inconveniente ou desrespeitoso, em solenidade ou ato Trabalho
oficial, em assembléia ou espetáculo público, se o fato
Art. 47. Exercer profissão ou atividade econômica ou
não constitue infração penal mais grave;
anunciar que a exerce, sem preencher as condições a
Pena – prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou que por lei está subordinado o seu exercício:
multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou
Art. 41. Provocar alarma, anunciando desastre ou perigo multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis.
inexistente, ou praticar qualquer ato capaz de produzir
Art. 48. Exercer, sem observância das prescrições legais,
pânico ou tumulto:
comércio de antiguidades, de obras de arte, ou de
manuscritos e livros antigos ou raros:

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Pena – prisão simples de um a seis meses, ou multa, de Pena – prisão simples, de seis meses a dois anos, e
um a dez contos de réis. multa, de cinco a dez contos de réis, estendendo-se os
efeitos da condenação à perda dos moveis existentes no
Art. 49. Infringir determinação legal relativa à matrícula
local.
ou à escrituração de indústria, de comércio, ou de outra
atividade: § 1º Incorre na mesma pena quem guarda, vende ou
expõe à venda, tem sob sua guarda para o fim de venda,
Pena – multa, de duzentos mil réis a cinco contos de réis.
introduz ou tenta introduzir na circulação bilhete de
CAPÍTULO VII loteria não autorizada.
Das Contravenções Relativas À Polícia De Costumes § 2º Considera-se loteria toda operação que, mediante
a distribuição de bilhete, listas, cupões, vales, sinais,
Art. 50. Estabelecer ou explorar jogo de azar em lugar
símbolos ou meios análogos, faz depender de sorteio a
público ou acessivel ao público, mediante o pagamento
obtenção de prêmio em dinheiro ou bens de outra
de entrada ou sem ele: (Vide Decreto-Lei nº
natureza.
4.866, de 23.10.1942) (Vide Decreto-Lei 9.215,
de 30.4.1946) § 3º Não se compreendem na definição do parágrafo
anterior os sorteios autorizados na legislação especial.
Pena – prisão simples, de três meses a um ano, e multa,
de dois a quinze contos de réis, estendendo-se os Art. 52. Introduzir, no país, para o fim de comércio,
efeitos da condenação à perda dos moveis e objetos de bilhete de loteria, rifa ou tômbola estrangeiras:
decoração do local.
Pena – prisão simples, de quatro meses a um ano, e
§ 1º A pena é aumentada de um terço, se existe entre multa, de um a cinco contos de réis.
os empregados ou participa do jogo pessoa menor de
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende,
dezoito anos.
expõe à venda, tem sob sua guarda. para o fim de venda,
§ 2o Incorre na pena de multa, de R$ 2.000,00 (dois mil introduz ou tenta introduzir na circulação, bilhete de
reais) a R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), quem é loteria estrangeira.
encontrado a participar do jogo, ainda que pela internet
Art. 53. Introduzir, para o fim de comércio, bilhete de
ou por qualquer outro meio de comunicação, como
loteria estadual em território onde não possa
ponteiro ou apostador. (Redação dada pela Lei
legalmente circular:
nº 13.155, de 2015)
Pena – prisão simples, de dois a seis meses, e multa, de
§ 3º Consideram-se, jogos de azar:
um a três contos de réis.
a) o jogo em que o ganho e a perda dependem exclusiva
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende,
ou principalmente da sorte;
expõe à venda, tem sob sua guarda, para o fim de venda,
b) as apostas sobre corrida de cavalos fora de introduz ou tonta introduzir na circulação, bilhete de
hipódromo ou de local onde sejam autorizadas; loteria estadual, em território onde não possa
legalmente circular.
c) as apostas sobre qualquer outra competição
esportiva. Art. 54. Exibir ou ter sob sua guarda lista de sorteio de
loteria estrangeira:
§ 4º Equiparam-se, para os efeitos penais, a lugar
acessivel ao público: Pena – prisão simples, de um a três meses, e multa, de
duzentos mil réis a um conto de réis.
a) a casa particular em que se realizam jogos de azar,
quando deles habitualmente participam pessoas que Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem exibe ou
não sejam da família de quem a ocupa; tem sob sua guarda lista de sorteio de loteria estadual,
em território onde esta não possa legalmente circular.
b) o hotel ou casa de habitação coletiva, a cujos
hóspedes e moradores se proporciona jogo de azar; Art. 55. Imprimir ou executar qualquer serviço de feitura
de bilhetes, lista de sorteio, avisos ou cartazes relativos
c) a sede ou dependência de sociedade ou associação,
a loteria, em lugar onde ela não possa legalmente
em que se realiza jogo de azar;
circular:
d) o estabelecimento destinado à exploração de jogo de
Pena – prisão simples, de um a seis meses, e multa, de
azar, ainda que se dissimule esse destino.
duzentos mil réis a dois contos de réis.
Art. 51. Promover ou fazer extrair loteria, sem
autorização legal:

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Art. 56. Distribuir ou transportar cartazes, listas de Art. 64. Tratar animal com crueldade ou submetê-lo a
sorteio ou avisos de loteria, onde ela não possa trabalho excessivo:
legalmente circular:
Pena – prisão simples, de dez dias a um mês, ou multa,
Pena – prisão simples, de um a três meses, e multa, de de cem a quinhentos mil réis.
cem a quinhentos mil réis.
§ 1º Na mesma pena incorre aquele que, embora para
Art. 57. Divulgar, por meio de jornal ou outro impresso, fins didáticos ou científicos, realiza em lugar público ou
de rádio, cinema, ou qualquer outra forma, ainda que exposto ao publico, experiência dolorosa ou cruel em
disfarçadamente, anúncio, aviso ou resultado de animal vivo.
extração de loteria, onde a circulação dos seus bilhetes
§ 2º Aplica-se a pena com aumento de metade, se o
não seria legal:
animal é submetido a trabalho excessivo ou tratado com
Pena – multa, de um a dez contos de réis. crueldade, em exibição ou espetáculo público.
Art. 58. Explorar ou realizar a loteria denominada jogo Art. 65. Molestar alguem ou perturbar-lhe a
do bicho, ou praticar qualquer ato relativo à sua tranquilidade, por acinte ou por motivo reprovavel:
realização ou exploração:
Pena – prisão simples, de quinze dias a dois meses, ou
Pena – prisão simples, de quatro meses a um ano, e multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
multa, de dois a vinte contos de réis.
CAPÍTULO VIII
Parágrafo único. Incorre na pena de multa, de duzentos
Das Contravenções Referentes À Administração
mil réis a dois contos de réis, aquele que participa da
Pública
loteria, visando a obtenção de prêmio, para si ou para
terceiro. Art. 66. Deixar de comunicar à autoridade competente:
Art. 59. Entregar-se alguem habitualmente à ociosidade, I – crime de ação pública, de que teve conhecimento no
sendo válido para o trabalho, sem ter renda que lhe exercício de função pública, desde que a ação penal não
assegure meios bastantes de subsistência, ou prover à dependa de representação;
própria subsistência mediante ocupação ilícita:
II – crime de ação pública, de que teve conhecimento no
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses. exercício da medicina ou de outra profissão sanitária,
desde que a ação penal não dependa de representação
Parágrafo único. A aquisição superveniente de renda,
e a comunicação não exponha o cliente a procedimento
que assegure ao condenado meios bastantes de
criminal:
subsistência, extingue a pena.
Pena – multa, de trezentos mil réis a três contos de réis.
Art. 62. Apresentar-se publicamente em estado de
embriaguez, de modo que cause escândalo ou ponha Art. 67. Inumar ou exumar cadaver, com infração das
em perigo a segurança própria ou alheia: disposições legais:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou Pena – prisão simples, de um mês a um ano, ou multa,
multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. de duzentos mil réis a dois contos de réis.
Parágrafo único. Se habitual a embriaguez, o Art. 68. Recusar à autoridade, quando por esta,
contraventor é internado em casa de custódia e justificadamente solicitados ou exigidos, dados ou
tratamento. indicações concernentes à própria identidade, estado,
profissão, domicílio e residência:
Art. 63. Servir bebidas alcoólicas:
Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
II – a quem se acha em estado de embriaguez;
Parágrafo único. Incorre na pena de prisão simples, de
III – a pessoa que o agente sabe sofrer das faculdades
um a seis meses, e multa, de duzentos mil réis a dois
mentais;
contos de réis, se o fato não constitue infração penal
IV – a pessoa que o agente sabe estar judicialmente mais grave, quem, nas mesmas circunstâncias, faz
proibida de frequentar lugares onde se consome bebida declarações inverídicas a respeito de sua identidade
de tal natureza: pessoal, estado, profissão, domicílio e residência.
Pena – prisão simples, de dois meses a um ano, ou Art. 70. Praticar qualquer ato que importe violação do
multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis. monopólio postal da União:

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Pena – prisão simples, de três meses a um ano, ou misturar gêneros e mercadorias de qualidades desiguais
multa, de três a dez contos de réis, ou ambas para expô-los à venda ou vendê-los por preço marcado
cumulativamente. para os de mais alto custo;
Disposições Finais VI - transgredir tabelas oficiais de gêneros e
mercadorias, ou de serviços essenciais, bem como expor
Art. 71. Ressalvada a legislação especial sobre florestas,
à venda ou oferecer ao público ou vender tais gêneros,
caça e pesca, revogam-se as disposições em contrário.
mercadorias ou serviços, por preço superior ao
Art. 72. Esta lei entrará em vigor no dia 1º de janeiro de tabelado, assim como não manter afixadas, em lugar
1942. visível e de fácil leitura, as tabelas de preços aprovadas
pelos órgãos competentes;
Rio de Janeiro, 3 de outubro de 1941; 120º da
Independência e 58º da República. VII - negar ou deixar o vendedor de fornecer nota ou
caderno de venda de gêneros de primeira necessidade,
GETULIO VARGAS.
seja à vista ou a prazo, e cuja importância exceda de dez
Francisco Campos. cruzeiros, ou de especificar na nota ou caderno - que
serão isentos de selo - o preço da mercadoria vendida,
Este texto não substitui o publicado no DOU de
o nome e o endereço do estabelecimento, a firma ou o
3.10.1941
responsável, a data e local da transação e o nome e
residência do freguês;
LEI Nº 1.521/1951 VIII - celebrar ajuste para impor determinado preço de
revenda ou exigir do comprador que não compre de
Altera dispositivos da legislação vigente sobre crimes
outro vendedor;
contra a economia popular.
IX - obter ou tentar obter ganhos ilícitos em detrimento
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o
do povo ou de número indeterminado de pessoas
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
mediante especulações ou processos fraudulentos
Lei:
("bola de neve", "cadeias", "pichardismo" e quaisquer
Art. 1º. Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes e outros equivalentes);
as contravenções contra a economia popular, Esta Lei
X - violar contrato de venda a prestações, fraudando
regulará o seu julgamento.
sorteios ou deixando de entregar a coisa vendida, sem
Art. 2º. São crimes desta natureza: devolução das prestações pagas, ou descontar destas,
nas vendas com reserva de domínio, quando o contrato
I - recusar individualmente em estabelecimento
for rescindido por culpa do comprador, quantia maior
comercial a prestação de serviços essenciais à
do que a correspondente à depreciação do objeto.
subsistência; sonegar mercadoria ou recusar vendê-la a
quem esteja em condições de comprar a pronto XI - fraudar pesos ou medidas padronizados em lei ou
pagamento; regulamentos; possuí-los ou detê-los, para efeitos de
comércio, sabendo estarem fraudados.
II - favorecer ou preferir comprador ou freguês em
detrimento de outro, ressalvados os sistemas de Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
entrega ao consumo por intermédio de distribuidores multa, de dois mil a cinqüenta mil cruzeiros.
ou revendedores;
Parágrafo único. Na configuração dos crimes previstos
III - expor à venda ou vender mercadoria ou produto nesta Lei, bem como na de qualquer outro de defesa da
alimentício, cujo fabrico haja desatendido a economia popular, sua guarda e seu emprego
determinações oficiais, quanto ao peso e composição; considerar-se-ão como de primeira necessidade ou
necessários ao consumo do povo, os gêneros, artigos,
IV - negar ou deixar o fornecedor de serviços essenciais
mercadorias e qualquer outra espécie de coisas ou bens
de entregar ao freguês a nota relativa à prestação de
indispensáveis à subsistência do indivíduo em condições
serviço, desde que a importância exceda de quinze
higiênicas e ao exercício normal de suas atividades.
cruzeiros, e com a indicação do preço, do nome e
Estão compreendidos nesta definição os artigos
endereço do estabelecimento, do nome da firma ou
destinados à alimentação, ao vestuário e à iluminação,
responsável, da data e local da transação e do nome e
os terapêuticos ou sanitários, o combustível, a
residência do freguês;
habitação e os materiais de construção.
V - misturar gêneros e mercadorias de espécies
Art. 3º. São também crimes desta natureza:
diferentes, expô-los à venda ou vendê-los, como puros;

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I - destruir ou inutilizar, intencionalmente e sem percentagens, rateios ou bonificações, ou de desfalcar


autorização legal, com o fim de determinar alta de ou de desviar fundos de reserva ou reservas técnicas.
preços, em proveito próprio ou de terceiro, matérias-
Pena - detenção, de 2 (dois) anos a 10 (dez) anos, e
primas ou produtos necessários ao consumo do povo;
multa, de vinte mil a cem mil cruzeiros.
II - abandonar ou fazer abandonar lavoura ou
Art. 4º. Constitui crime da mesma natureza a usura
plantações, suspender ou fazer suspender a atividade
pecuniária ou real, assim se considerando:
de fábricas, usinas ou quaisquer estabelecimentos de
produção, ou meios de transporte, mediante a) cobrar juros, comissões ou descontos percentuais,
indenização paga pela desistência da competição; sobre dívidas em dinheiro superiores à taxa permitida
por lei; cobrar ágio superior à taxa oficial de câmbio,
III - promover ou participar de consórcio, convênio,
sobre quantia permutada por moeda estrangeira; ou,
ajuste, aliança ou fusão de capitais, com o fim de
ainda, emprestar sob penhor que seja privativo de
impedir ou dificultar, para o efeito de aumento
instituição oficial de crédito; (Vide Lei nº 1.807, de
arbitrário de lucros, a concorrência em matéria de
1953)
produção, transportes ou comércio;
b) obter, ou estipular, em qualquer contrato, abusando
IV - reter ou açambarcar matérias-primas, meios de
da premente necessidade, inexperiência ou leviandade
produção ou produtos necessários ao consumo do
de outra parte, lucro patrimonial que exceda o quinto
povo, com o fim de dominar o mercado em qualquer
do valor corrente ou justo da prestação feita ou
ponto do País e provocar a alta dos preços;
prometida.
V - vender mercadorias abaixo do preço de custo com o
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
fim de impedir a concorrência.
multa, de cinco mil a vinte mil cruzeiros.
VI - provocar a alta ou baixa de preços de mercadorias,
§ 1º. Nas mesmas penas incorrerão os procuradores,
títulos públicos, valores ou salários por meio de notícias
mandatários ou mediadores que intervierem na
falsas, operações fictícias ou qualquer outro artifício;
operação usuária, bem como os cessionários de crédito
VII - dar indicações ou fazer afirmações falsas em usurário que, cientes de sua natureza ilícita, o fizerem
prospectos ou anúncios, para fim de substituição, valer em sucessiva transmissão ou execução judicial.
compra ou venda de títulos, ações ou quotas;
§ 2º. São circunstâncias agravantes do crime de usura:
VIII - exercer funções de direção, administração ou
I - ser cometido em época de grave crise econômica;
gerência de mais de uma empresa ou sociedade do
mesmo ramo de indústria ou comércio com o fim de II - ocasionar grave dano individual;
impedir ou dificultar a concorrência;
III - dissimular-se a natureza usurária do contrato;
IX - gerir fraudulenta ou temerariamente bancos ou
IV - quando cometido:
estabelecimentos bancários, ou de capitalização;
sociedades de seguros, pecúlios ou pensões vitalícias; a) por militar, funcionário público, ministro de culto
sociedades para empréstimos ou financiamento de religioso; por pessoa cuja condição econômico-social
construções e de vendas e imóveis a prestações, com ou seja manifestamente superior à da vítima;
sem sorteio ou preferência por meio de pontos ou
b) em detrimento de operário ou de agricultor; de
quotas; caixas econômicas; caixas Raiffeisen; caixas
menor de 18 (dezoito) anos ou de deficiente mental,
mútuas, de beneficência, socorros ou empréstimos;
interditado ou não.
caixas de pecúlios, pensão e aposentadoria; caixas
construtoras; cooperativas; sociedades de economia Art. 5º Nos crimes definidos nesta lei, haverá suspensão
coletiva, levando-as à falência ou à insolvência, ou não da pena e livramento condicional em todos os casos
cumprindo qualquer das cláusulas contratuais com permitidos pela legislação comum. Será a fiança
prejuízo dos interessados; concedida nos têrmos da legislação em vigor, devendo
ser arbitrada dentro dos limites de Cr$ 5.000,00 (cinco
X - fraudar de qualquer modo escriturações,
mil cruzeiros) a Cr$ 50.000,00 (cinqüenta mil cruzeiros),
lançamentos, registros, relatórios, pareceres e outras
nas hipóteses do artigo 2º, e dentro dos limites de Cr$
informações devidas a sócios de sociedades civis ou
10.000,00 (dez mil cruzeiros) a Cr$100.000,00 (cem mil
comerciais, em que o capital seja fracionado em ações
cruzeiros) nos demais casos, reduzida à metade dentro
ou quotas de valor nominativo igual ou inferior a um mil
dêsses limites, quando o infrator fôr empregado do
cruzeiros com o fim de sonegar lucros, dividendos,
estabelecimento comercial ou industrial, ou não ocupe

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cargo ou pôsto de direção dos negócios. (Redação dada Art. 12. São da competência do Júri os crimes previstos
pela Lei nº 3.290, de 1957) no art. 2º desta Lei. (Vide Emenda Constitucional nº 1,
de 1969)
Art. 6º. Verificado qualquer crime contra a economia
popular ou contra a saúde pública (Capítulo III do Título Art. 13. O Júri compõe de um juiz, que é o seu
VIII do Código Penal) e atendendo à gravidade do fato, presidente, e de vinte jurados sorteados dentre os
sua repercussão e efeitos, o juiz, na sentença, declarará eleitores de cada zona eleitoral, de uma lista de cento e
a interdição de direito, determinada no art. 69, IV, do cinqüenta a duzentos eleitores, cinco dos quais
Código Penal, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, assim constituirão o conselho de sentença em cada sessão de
como, mediante representação da autoridade policial, julgamento. (Vide Emenda Constitucional nº 1, de 1969)
poderá decretar, dentro de 48 (quarenta e oito) horas,
Art. 14. A lista a que se refere o artigo anterior será
a suspensão provisória, pelo prazo de 15 (quinze) dias,
semestralmente organizada pelo presidente do Júri, sob
do exercício da profissão ou atividade do infrator.
sua responsabilidade, entre pessoas de notória
Art. 7º. Os juízes recorrerão de ofício sempre que idoneidade, incluídos de preferência os chefes de
absolverem os acusados em processo por crime contra família e as donas de casa. (Vide Emenda Constitucional
a economia popular ou contra a saúde pública, ou nº 1, de 1969)
quando determinarem o arquivamento dos autos do
Art. 15. Até o dia quinze de cada mês, far-se-á o sorteio
respectivo inquérito policial.
dos jurados que devam constituir o tribunal do mês
Art. 8º. Nos crimes contra a saúde pública, os exames seguinte. (Vide Emenda Constitucional nº 1, de 1969)
periciais serão realizados, no Distrito Federal, pelas
Art. 16. o Júri funcionará quando estiverem presentes,
repartições da Secretaria-Geral da Saúde e Assistência e
pelo menos quinze jurados. (Vide Emenda
da Secretaria da Agricultura, Indústria e Comércio da
Constitucional nº 1, de 1969)
Prefeitura ou pelo Gabinete de Exames Periciais do
Departamento de Segurança Pública e nos Estados e Art. 17. O presidente do Júri fará as convocações para o
Territórios pelos serviços congêneres, valendo qualquer julgamento com quarenta e oito horas de antecedência
dos laudos como corpo de delito. pelo menos, observada a ordem de recebimento dos
processos. (Vide Emenda Constitucional nº 1, de 1969)
Art 9º (Revogado)
Art. 18. Além dos casos de suspeição e impedimento
Art. 10. Terá forma sumária, nos termos do Capítulo V,
previstos em Lei, não poderá servir jurado da mesma
Título II, Livro II, do Código de Processo Penal, o
atividade profissional do acusado. (Vide Emenda
processo das contravenções e dos crimes contra a
Constitucional nº 1, de 1969)
economia popular, não submetidos ao julgamento pelo
júri. (Vide Decreto-lei nº 2.848, de 1940) Art. 19. Poderá ser constituído um Júri em cada zona
eleitoral. (Vide Emenda Constitucional nº 1, de 1969)
§ 1º. Os atos policiais (inquérito ou processo iniciado por
portaria) deverão terminar no prazo de 10 (dez) dias. Art. 20. A presidência do Júri caberá ao Juiz do processo,
salvo quando a Lei de organização judiciária atribuir a
§ 2º. O prazo para oferecimento da denúncia será de 2
presidência a outro. (Vide Emenda Constitucional nº 1,
(dois) dias, esteja ou não o réu preso.
de 1969)
§ 3º. A sentença do juiz será proferida dentro do prazo
Art. 21. No Distrito Federal, poderá o juiz presidente do
de 30 (trinta) dias contados do recebimento dos autos
Júri representar ao Tribunal de Justiça para que seja
da autoridade policial (art. 536 do Código de Processo
substituído na presidência do Júri por Juiz substituto ou
Penal).
Juízes substitutos, nos têrmos do art. 20 da Lei nº 1.301,
§ 4º. A retardação injustificada, pura e simples, dos de w28 de dezembro de 1950. Servirá no Júri o
prazos indicados nos parágrafos anteriores, importa em Promotor Público que fôr designado. (Vide Emenda
crime de prevaricação (art. 319 do Código Penal). Constitucional nº 1, de 1969)
Art. 11. No Distrito Federal, o processo das infrações Art. 22. O Júri poderá funcionar com pessoal, material e
penais relativas à economia popular caberá, instalações destinados aos serviços eleitorais. (Vide
indistintamente, a todas as varas criminais com exceção Emenda Constitucional nº 1, de 1969)
das 1ª e 20ª, observadas as disposições quanto aos
Art. 23. Nos processos da competência do Júri far-se-á a
crimes da competência do júri de que trata o art. 12.
instrução contraditória, observado o disposto no Código
de Processo Penal, relativamente ao processo comum
(livro II, título I, capítulo I) com às seguintes

Estratégia Carreira Jurídica 129


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modificações: (Vide Emenda Constitucional nº 1, de dedução da acusação e ao defensor para produzir a


1969) defesa. (Vide Emenda Constitucional nº 1, de 1969)
I) o número de testemunhas, tanto para a acusação Art. 28. O tempo, destinado à acusação e à defesa será
como para a defesa, será de seis no máximo. de uma hora para cada uma. Havendo mais de um réu,
o tempo será elevado ao dôbro, desde que assim seja
II) Serão ouvidas as testemunhas de acusação e de
requerido. Não haverá réplica nem tréplica. (Vide
defesa, dentro do prazo de quinze dias se o réu estiver
Emenda Constitucional nº 1, de 1969)
prêso, e de vinte quando sôlto.
Art. 29. No julgamento que se realizará em sala secreta
III) Havendo acôrdo entre o Ministério Público e o réu,
com a presença do Juiz, do escrivão e de um oficial de
por seu defensor, mediante têrmo lavrado nos autos,
Justiça, bem como dos acusadores e dos defensores que
será dispensada a inquirição das testemunhas arroladas
se conservarão em seus lugares sem intervir na votação,
pelas partes e cujos depoimentos constem do inquérito
os jurados depositarão na urna a resposta - sim ou não
policial.
- ao quesito único indagando se o réu praticou o crime
IV) Ouvidas as testemunhas e realizada qualquer que lhe foi imputado. (Vide Emenda Constitucional nº 1,
diligência porventura requeda, o Juiz, depois de sanadas de 1969)
as nulidades e irregularidades e determinar ou realizar
Parágrafo único. Em seguida, o Juiz, no caso de
qualquer outra diligência, que entender conveniente,
condenação, lavrará sentença tendo em vista as
ouvirá, nos autos, sucessivamente, por quarenta e oito
circunstâncias atenuantes ou agravantes existentes nos
horas, o órgão do Ministério Público e o defensor.
autos e levando em conta na aplicação da pena o
V) Em seguida, o Juiz poderá absolver, desde logo, o disposto nos arts. 42 e 43 do Código Penal.
acusado, quando estiver provado que êle não praticou
Art. 30. Das decisões do Júri, e nos têrmos da legislação
o crime, fundamentando a sentença e recorrendo ex-
em vigor, cabe apelação, sem efeito suspensivo, em
officio.
qualquer caso. (Vide Emenda Constitucional nº 1, de
VI) Se o Juiz assim não proceder, sem manifestar, 1969)
entretanto, sua opinião, determinará a remessa do
Art. 31. Em tudo mais que couber e não contrariar esta
processo ao presidente do Júri ou que se faça a inclusão
Lei aplicar-se-á o Código de Processo Penal. (Vide
do processo na pauta do julgamento se lhe couber a
Emenda Constitucional nº 1, de 1969)
presidência.
Art. 32. É o Poder Executivo autorizado a abrir ao Poder
VII) São dispensadas a pronúncia e a formação de libelo.
Judiciário o crédito especial de Cr$ 2.000.000,00 (dois
Art. 24 O órgão do Ministério Público, o réu e o seu milhões de cruzeiros) para ocorrer, Vetado, às despesas
defensor, serão intimados do dia designado para o do pessoal e material necessários à execução desta Lei
julgamento. Será julgado à revelia o réu sôlto que deixar no Distrito Federal e nos Territórios.
de comparecer sem justa causa. (Vide Emenda
Art. 33. Esta Lei entrará em vigor sessenta dias depois
Constitucional nº 1, de 1969)
de sua publicação, aplicando-se aos processos iniciados
Art. 25 Poderão ser ouvidas em plenário as testemunhas na sua vigência.
da instrução que, previamente, e com quarenta e oito
Art. 34. Revogam-se as disposições em contrário.
horas de antecedência, forem indicadas pelo Ministério
Público ou pelo acusado. Rio de Janeiro, 26 de dezembro de 1951; 130º da
Independência e 63º da República.
Art. 26 Em plenário, constituído o conselho de sentença,
o Juiz tomará aos jurados o juramento de bem e GETÚLIO VARGAS
sinceramente decidirem a causa, proferindo o voto a
Francisco Negrão de Lima
bem da verdade e da justiça. (Vide Emenda
Constitucional nº 1, de 1969) Horácio Lafer
Art. 27. Qualificado a réu e sendo-lhe permitida
qualquer declaração a bem da defesa, observada as LEI Nº 2.889/56
formalidades processuais, aplicáveis e constantes da
seção IV do cap. II do livro Il, tit. I do Código de Processo Define e pune o crime de genocídio.
Penal, o juiz abrirá os debates, dando a palavra ao órgão
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o
do Ministério Público e ao assistente, se houver, para
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
Lei:

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Art. 1º Quem, com a intenção de destruir, no todo ou JUSCELINO KUBITSCHEK


em parte, grupo nacional, étnico, racial ou religioso,
Nereu Ramos
como tal: (Vide Lei nº 7.960, de 1989)
a) matar membros do grupo; LEI Nº 4.737/1965
b) causar lesão grave à integridade física ou mental de
membros do grupo; Institui o Código Eleitoral
c) submeter intencionalmente o grupo a condições de O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que sanciono
existência capazes de ocasionar-lhe a destruição física a seguinte Lei, aprovada pelo Congresso Nacional, nos
total ou parcial; termos do art. 4º, caput, do Ato Institucional, de 9 de
abril de 1964.
d) adotar medidas destinadas a impedir os nascimentos
no seio do grupo; PARTE PRIMEIRA
e) efetuar a transferência forçada de crianças do grupo Introdução
para outro grupo;
Art. 1º Este Código contém normas destinadas a
Será punido: assegurar a organização e o exercício de direitos
políticos precipuamente os de votar e ser votado.
Com as penas do art. 121, § 2º, do Código Penal, no caso
da letra a; Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral expedirá
Instruções para sua fiel execução.
Com as penas do art. 129, § 2º, no caso da letra b;
Art. 2º Todo poder emana do povo e será exercido em
Com as penas do art. 270, no caso da letra c;
seu nome, por mandatários escolhidos, direta e
Com as penas do art. 125, no caso da letra d; secretamente, dentre candidatos indicados por partidos
políticos nacionais, ressalvada a eleição indireta nos
Com as penas do art. 148, no caso da letra e;
casos previstos na Constituição e leis específicas.
Art. 2º Associarem-se mais de 3 (três) pessoas para
Art. 3º Qualquer cidadão pode pretender investidura
prática dos crimes mencionados no artigo anterior:
em cargo eletivo, respeitadas as condições
(Vide Lei nº 7.960, de 1989)
constitucionais e legais de elegibilidade e
Pena: Metade da cominada aos crimes ali previstos. incompatibilidade.
Art. 3º Incitar, direta e publicamente alguém a cometer Art. 4º São eleitores os brasileiros maiores de 18 anos
qualquer dos crimes de que trata o art. 1º: (Vide Lei nº que se alistarem na forma da lei.(Vide art 14 da
7.960, de 1989) Constituição Federal)
Pena: Metade das penas ali cominadas. Art. 5º Não podem alistar-se eleitores:
§ 1º A pena pelo crime de incitação será a mesma de I - os analfabetos; (Vide art. 14, § 1º, II, "a", da
crime incitado, se este se consumar. Constituição/88)
§ 2º A pena será aumentada de 1/3 (um terço), quando II - os que não saibam exprimir-se na língua nacional;
a incitação for cometida pela imprensa.
III - os que estejam privados, temporária ou
Art. 4º A pena será agravada de 1/3 (um terço), no caso definitivamente dos direitos políticos.
dos arts. 1º, 2º e 3º, quando cometido o crime por
Parágrafo único - Os militares são alistáveis, desde que
governante ou funcionário público.
oficiais, aspirantes a oficiais, guardas-marinha,
Art. 5º Será punida com 2/3 (dois terços) das respectivas subtenentes ou suboficiais, sargentos ou alunos das
penas a tentativa dos crimes definidos nesta lei. escolas militares de ensino superior para formação de
oficiais.
Art. 6º Os crimes de que trata esta lei não serão
considerados crimes políticos para efeitos de Art. 6º O alistamento e o voto são obrigatórios para os
extradição. brasileiros de um e outro sexo, salvo:
Art. 7º Revogam-se as disposições em contrário. I - quanto ao alistamento:
Rio de Janeiro, 1 de outubro de 1956; 135º da a) os inválidos;
Independência e 68º da República.
b) os maiores de setenta anos;

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c) os que se encontrem fora do país. (seis) meses, a contar da data da última eleição a que
deveria ter comparecido. (Incluído pela Lei nº
II - quanto ao voto:
7.663, de 1988)
a) os enfermos;
§ 4º O disposto no inciso V do § 1º não se aplica ao
b) os que se encontrem fora do seu domicílio; eleitor no exterior que requeira novo passaporte para
identificação e retorno ao Brasil. (Incluído pela Lei nº
c) os funcionários civis e os militares, em serviço que os
13.165, de 2015)
impossibilite de votar.
Art. 8º O brasileiro nato que não se alistar até os 19 anos
Art. 7º O eleitor que deixar de votar e não se justificar
ou o naturalizado que não se alistar até um ano depois
perante o juiz eleitoral até 30 (trinta) dias após a
de adquirida a nacionalidade brasileira, incorrerá na
realização da eleição, incorrerá na multa de 3 (três) a 10
multa de 3 (três) a 10 (dez) por cento sobre o valor do
(dez) por cento sobre o salário-mínimo da região,
salário-mínimo da região, imposta pelo juiz e cobrada no
imposta pelo juiz eleitoral e cobrada na forma prevista
ato da inscrição eleitoral através de selo federal
no art. 367. (Redação dada pela Lei nº 4.961, de 1966)
inutilizado no próprio requerimento. (Redação
§ 1º Sem a prova de que votou na última eleição, pagou dada pela Lei nº 4.961, de 1966) (Vide Lei nº
a respectiva multa ou de que se justificou devidamente, 5.337,1967) (Vide Lei nº 5.780, de 1972) (Vide Lei
não poderá o eleitor: nº 6.018, de 1974) (Vide Lei nº 6.319, de
1976) (Vide Lei nº 7.373, de 1985)
I - inscrever-se em concurso ou prova para cargo ou
função pública, investir-se ou empossar-se neles; Parágrafo único. Não se aplicará a pena ao não alistado
que requerer sua inscrição eleitoral até o centésimo
II - receber vencimentos, remuneração, salário ou
primeiro dia anterior à eleição subseqüente à data em
proventos de função ou emprego público, autárquico ou
que completar dezenove anos. (Incluído pela Lei nº
para estatal, bem como fundações governamentais,
9.041, de 1995)
empresas, institutos e sociedades de qualquer natureza,
mantidas ou subvencionadas pelo governo ou que Art. 9º Os responsáveis pela inobservância do disposto
exerçam serviço público delegado, correspondentes ao nos arts. 7º e 8º incorrerão na multa de 1 (um) a 3 (três)
segundo mês subsequente ao da eleição; salários-mínimos vigentes na zona eleitoral ou de
suspensão disciplinar até 30 (trinta) dias.
III - participar de concorrência pública ou administrativa
da União, dos Estados, dos Territórios, do Distrito Art. 10. O juiz eleitoral fornecerá aos que não votarem
Federal ou dos Municípios, ou das respectivas por motivo justificado e aos não alistados nos termos
autarquias; dos artigos 5º e 6º, nº 1, documento que os isente das
sanções legais.
IV - obter empréstimos nas autarquias, sociedades de
economia mista, caixas econômicas federais ou Art. 11. O eleitor que não votar e não pagar a multa, se
estaduais, nos institutos e caixas de previdência social, se encontrar fora de sua zona e necessitar documento
bem como em qualquer estabelecimento de crédito de quitação com a Justiça Eleitoral, poderá efetuar o
mantido pelo governo, ou de cuja administração este pagamento perante o Juízo da zona em que estiver.
participe, e com essas entidades celebrar contratos;
§ 1º A multa será cobrada no máximo previsto, salvo se
V - obter passaporte ou carteira de identidade; o eleitor quiser aguardar que o juiz da zona em que se
encontrar solicite informações sobre o arbitramento ao
VI - renovar matrícula em estabelecimento de ensino
Juízo da inscrição.
oficial ou fiscalizado pelo governo;
§ 2º Em qualquer das hipóteses, efetuado o pagamento
VII - praticar qualquer ato para o qual se exija quitação
través de selos federais inutilizados no próprio
do serviço militar ou imposto de renda.
requerimento, o juiz que recolheu a multa comunicará
§ 2º Os brasileiros natos ou naturalizados, maiores de o fato ao da zona de inscrição e fornecerá ao requerente
18 anos, salvo os excetuados nos arts. 5º e 6º, nº 1, sem comprovante do pagamento.
prova de estarem alistados não poderão praticar os atos
PARTE SEGUNDA
relacionados no parágrafo anterior.
Dos Órgãos da Justiça Eleitoral
§ 3º Realizado o alistamento eleitoral pelo processo
eletrônico de dados, será cancelada a inscrição do Art. 12. São órgãos da Justiça Eleitoral:
eleitor que não votar em 3 (três) eleições consecutivas,
I - O Tribunal Superior Eleitoral, com sede na Capital da
não pagar a multa ou não se justificar no prazo de 6
República e jurisdição em todo o País;

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II - um Tribunal Regional, na Capital de cada Estado, no a) de três juizes, dentre os Ministros do Supremo
Distrito Federal e, mediante proposta do Tribunal Tribunal Federal; e (Redação dada pela Lei nº 7.191,
Superior, na Capital de Território; de 1984)
III - juntas eleitorais; b) de dois juizes, dentre os membros do Tribunal Federal
de Recursos; (Redação dada pela Lei nº 7.191, de
IV - juizes eleitorais.
1984)
Art. 13. O número de juizes dos Tribunais Regionais não
II - por nomeação do Presidente da República, de dois
será reduzido, mas poderá ser elevado até nove,
entre seis advogados de notável saber jurídico e
mediante proposta do Tribunal Superior, e na forma por
idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal
ele sugerida.
Federal. (Redação dada pela Lei nº 7.191, de 1984)
Art. 14. Os juizes dos Tribunais Eleitorais, salvo motivo
§ 1º - Não podem fazer parte do Tribunal Superior
justificado, servirão obrigatoriamente por dois anos, e
Eleitoral cidadãos que tenham entre si parentesco,
nunca por mais de dois biênios consecutivos.
ainda que por afinidade, até o quarto grau, seja o
§ 1º Os biênios serão contados, ininterruptamente, sem vínculo legítimo ou ilegítimo, excluindo-se neste caso o
o desconto de qualquer afastamento nem mesmo o que tiver sido escolhido por último. (Redação dada
decorrente de licença, férias, ou licença especial, salvo pela Lei nº 7.191, de 1984)
no caso do § 3º. (Incluído pela Lei nº 4.961, de
§ 2º - A nomeação de que trata o inciso II deste artigo
1966)
não poderá recair em cidadão que ocupe cargo público
§ 2º Os juizes afastados por motivo de licença férias e de que seja demissível ad nutum; que seja diretor,
licença especial, de suas funções na Justiça comum, proprietário ou sócio de empresa beneficiada com
ficarão automaticamente afastados da Justiça Eleitoral subvenção, privilegio, isenção ou favor em virtude de
pelo tempo correspondente exceto quando com contrato com a administração pública; ou que exerça
períodos de férias coletivas, coincidir a realização de mandato de caráter político, federal, estadual ou
eleição, apuração ou encerramento de municipal. (Redação dada pela Lei nº 7.191, de
alistamento. (Incluído pela Lei nº 4.961, de 1966) 1984)
§ 3º Da homologação da respectiva convenção Art. 17. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá para seu
partidária até a diplomação e nos feitos decorrentes do presidente um dos ministros do Supremo Tribunal
processo eleitoral, não poderão servir como juízes nos Federal, cabendo ao outro a vice-presidência, e para
Tribunais Eleitorais, ou como juiz eleitoral, o cônjuge ou Corregedor Geral da Justiça Eleitoral um dos seus
o parente consanguíneo ou afim, até o segundo grau, de membros.
candidato a cargo eletivo registrado na
§ 1º As atribuições do Corregedor Geral serão fixadas
circunscrição. (Redação dada pela Lei nº 13.165, de
pelo Tribunal Superior Eleitoral.
2015)
§ 2º No desempenho de suas atribuições o Corregedor
§ 4º No caso de recondução para o segundo biênio
Geral se locomoverá para os Estados e Territórios nos
observar-se-ão as mesmas formalidades indispensáveis
seguintes casos:
à primeira investidura. (Incluído pela Lei nº 4.961, de
1966) I - por determinação do Tribunal Superior Eleitoral;
Art. 15. Os substitutos dos membros efetivos dos II - a pedido dos Tribunais Regionais Eleitorais;
Tribunais Eleitorais serão escolhidos, na mesma ocasião
III - a requerimento de Partido deferido pelo Tribunal
e pelo mesmo processo, em número igual para cada
Superior Eleitoral;
categoria.
IV - sempre que entender necessário.
TÍTULO I
§ 3º Os provimentos emanados da Corregedoria Geral
Do Tribunal Superior
vinculam os Corregedores Regionais, que lhes devem
Art. 16. Compõe-se o Tribunal Superior dar imediato e preciso cumprimento.
Eleitoral: (Redação dada pela Lei nº 7.191, de 1984)
Art. 18. Exercerá as funções de Procurador Geral, junto
I - mediante eleição, pelo voto secreto: (Redação dada ao Tribunal Superior Eleitoral, o Procurador Geral da
pela Lei nº 7.191, de 1984) República, funcionando, em suas faltas e impedimentos,
seu substituto legal.

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Parágrafo único. O Procurador Geral poderá designar f) as reclamações relativas a obrigações impostas por lei
outros membros do Ministério Público da União, com aos partidos políticos, quanto à sua contabilidade e à
exercício no Distrito Federal, e sem prejuízo das apuração da origem dos seus recursos;
respectivas funções, para auxiliá-lo junto ao Tribunal
g) as impugnações á apuração do resultado geral,
Superior Eleitoral, onde não poderão ter assento.
proclamação dos eleitos e expedição de diploma na
Art. 19. O Tribunal Superior delibera por maioria de eleição de Presidente e Vice-Presidente da República;
votos, em sessão pública, com a presença da maioria de
h) os pedidos de desaforamento dos feitos não
seus membros.
decididos nos Tribunais Regionais dentro de trinta dias
Parágrafo único. As decisões do Tribunal Superior, assim da conclusão ao relator, formulados por partido,
na interpretação do Código Eleitoral em face da candidato, Ministério Público ou parte legitimamente
Constituição e cassação de registro de partidos políticos, interessada. (Redação dada pela Lei nº 4.961, de 1966)
como sobre quaisquer recursos que importem anulação
i) as reclamações contra os seus próprios juizes que, no
geral de eleições ou perda de diplomas, só poderão ser
prazo de trinta dias a contar da conclusão, não
tomadas com a presença de todos os seus membros. Se
houverem julgado os feitos a eles
ocorrer impedimento de algum juiz, será convocado o
distribuídos. (Incluído pela Lei nº 4.961, de 1966)
substituto ou o respectivo suplente.
j) a ação rescisória, nos casos de inelegibilidade, desde
Art. 20. Perante o Tribunal Superior, qualquer
que intentada dentro de cento e vinte dias de decisão
interessado poderá argüir a suspeição ou impedimento
irrecorrível, possibilitando-se o exercício do mandato
dos seus membros, do Procurador Geral ou de
eletivo até o seu trânsito em julgado. (Incluído
funcionários de sua Secretaria, nos casos previstos na lei
pela LCP nº 86, de 1996) (Produção de efeito)
processual civil ou penal e por motivo de parcialidade
partidária, mediante o processo previsto em regimento. II - julgar os recursos interpostos das decisões dos
Tribunais Regionais nos termos do Art. 276 inclusive os
Parágrafo único. Será ilegítima a suspeição quando o
que versarem matéria administrativa.
excipiente a provocar ou, depois de manifestada a
causa, praticar ato que importe aceitação do argüido. Parágrafo único. As decisões do Tribunal Superior são
irrecorrível, salvo nos casos do Art. 281.
Art. 21 Os Tribunais e juizes inferiores devem dar
imediato cumprimento às decisões, mandados, Art. 23 - Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal
instruções e outros atos emanados do Tribunal Superior Superior,
Eleitoral.
I - elaborar o seu regimento interno;
Art. 22. Compete ao Tribunal Superior:
II - organizar a sua Secretaria e a Corregedoria Geral,
I - Processar e julgar originariamente: propondo ao Congresso Nacional a criação ou extinção
dos cargos administrativos e a fixação dos respectivos
a) o registro e a cassação de registro de partidos
vencimentos, provendo-os na forma da lei;
políticos, dos seus diretórios nacionais e de candidatos
à Presidência e vice-presidência da República; III - conceder aos seus membros licença e férias assim
como afastamento do exercício dos cargos efetivos;
b) os conflitos de jurisdição entre Tribunais Regionais e
juizes eleitorais de Estados diferentes; IV - aprovar o afastamento do exercício dos cargos
efetivos dos juizes dos Tribunais Regionais Eleitorais;
c) a suspeição ou impedimento aos seus membros, ao
Procurador Geral e aos funcionários da sua Secretaria; V - propor a criação de Tribunal Regional na sede de
qualquer dos Territórios;
d) os crimes eleitorais e os comuns que lhes forem
conexos cometidos pelos seus próprios juizes e pelos VI - propor ao Poder Legislativo o aumento do número
juizes dos Tribunais Regionais; dos juizes de qualquer Tribunal Eleitoral, indicando a
forma desse aumento;
e) o habeas corpus ou mandado de segurança, em
matéria eleitoral, relativos a atos do Presidente da VII - fixar as datas para as eleições de Presidente e Vice-
República, dos Ministros de Estado e dos Tribunais Presidente da República, senadores e deputados
Regionais; ou, ainda, o habeas corpus, quando houver federais, quando não o tiverem sido por lei:
perigo de se consumar a violência antes que o juiz
VIII - aprovar a divisão dos Estados em zonas eleitorais
competente possa prover sobre a impetração; (Vide
ou a criação de novas zonas;
suspensão de execução pela RSF nº 132, de 1984)

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IX - expedir as instruções que julgar convenientes à IX - acompanhar, quando solicitado, o Corregedor Geral,
execução deste Código; pessoalmente ou por intermédio de Procurador que
designe, nas diligências a serem realizadas.
X - fixar a diária do Corregedor Geral, dos Corregedores
Regionais e auxiliares em diligência fora da sede; TÍTULO II
XI - enviar ao Presidente da República a lista tríplice Dos Tribunais Regionais
organizada pelos Tribunais de Justiça nos termos do ar.
Art. 25. Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-
25;
ão: (Redação dada pela Lei nº 7.191, de 1984)
XII - responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que
I - mediante eleição, pelo voto secreto: (Redação
lhe forem feitas em tese por autoridade com jurisdição,
dada pela Lei nº 7.191, de 1984)
federal ou órgão nacional de partido político;
a) de dois juizes, dentre os desembargadores do
XIII - autorizar a contagem dos votos pelas mesas
Tribunal de Justiça; (Redação dada pela Lei nº
receptoras nos Estados em que essa providência for
7.191, de 1984)
solicitada pelo Tribunal Regional respectivo;
b) de dois juizes de direito, escolhidos pelo Tribunal de
XIV - requisitar a força federal necessária ao
Justiça; (Redação dada pela Lei nº 7.191, de 1984)
cumprimento da lei, de suas próprias decisões ou das
decisões dos Tribunais Regionais que o solicitarem, e II - do juiz federal e, havendo mais de um, do que for
para garantir a votação e a apuração; (Redação escolhido pelo Tribunal Federal de Recursos;
dada pela Lei nº 4.961, de 1966) e (Redação dada pela Lei nº 7.191, de 1984)
XV - organizar e divulgar a Súmula de sua jurisprudência; III - por nomeação do Presidente da República de dois
dentre seis cidadãos de notável saber jurídico e
XVI - requisitar funcionários da União e do Distrito
idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de
Federal quando o exigir o acúmulo ocasional do serviço
Justiça. (Incluído pela Lei nº 7.191, de 1984)
de sua Secretaria;
Art. 26. O Presidente e o Vice-Presidente do Tribunal
XVII - publicar um boletim eleitoral;
Regional serão eleitos por este dentre os três
XVIII - tomar quaisquer outras providências que julgar desembargadores do Tribunal de Justiça; o terceiro
convenientes à execução da legislação eleitoral. desembargador será o Corregedor Regional da Justiça
Eleitoral.
Art. 24. Compete ao Procurador Geral, como Chefe do
Ministério Público Eleitoral; § 1º As atribuições do Corregedor Regional serão fixadas
pelo Tribunal Superior Eleitoral e, em caráter supletivo
I - assistir às sessões do Tribunal Superior e tomar parte
ou complementar, pelo Tribunal Regional Eleitoral
nas discussões;
perante o qual servir.
II - exercer a ação pública e promovê-la até final, em
§ 2º No desempenho de suas atribuições o Corregedor
todos os feitos de competência originária do Tribunal;
Regional se locomoverá para as zonas eleitorais nos
III - oficiar em todos os recursos encaminhados ao seguintes casos:
Tribunal;
I - por determinação do Tribunal Superior Eleitoral ou do
IV - manifestar-se, por escrito ou oralmente, em todos Tribunal Regional Eleitoral;
os assuntos submetidos à deliberação do Tribunal,
II - a pedido dos juizes eleitorais;
quando solicitada sua audiência por qualquer dos juizes,
ou por iniciativa sua, se entender necessário; III - a requerimento de Partido, deferido pelo Tribunal
Regional;
V - defender a jurisdição do Tribunal;
IV - sempre que entender necessário.
VI - representar ao Tribunal sobre a fiel observância das
leis eleitorais, especialmente quanto à sua aplicação Art. 27. Servirá como Procurador Regional junto a cada
uniforme em todo o País; Tribunal Regional Eleitoral o Procurador da República no
respectivo Estado e, onde houver mais de um, aquele
VII - requisitar diligências, certidões e esclarecimentos
que for designado pelo Procurador Geral da República.
necessários ao desempenho de suas atribuições;
§ 1º No Distrito Federal, serão as funções de Procurador
VIII - expedir instruções aos órgãos do Ministério Público
Regional Eleitoral exercidas pelo Procurador Geral da
junto aos Tribunais Regionais;
Justiça do Distrito Federal.

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§ 2º Substituirá o Procurador Regional, em suas faltas c) a suspeição ou impedimentos aos seus membros ao
ou impedimentos, o seu substituto legal. Procurador Regional e aos funcionários da sua
Secretaria assim como aos juizes e escrivães eleitorais;
§ 3º Compete aos Procuradores Regionais exercer,
perante os Tribunais junto aos quais servirem, as d) os crimes eleitorais cometidos pelos juizes eleitorais;
atribuições do Procurador Geral.
e) o habeas corpus ou mandado de segurança, em
§ 4º Mediante prévia autorização do Procurador Geral, matéria eleitoral, contra ato de autoridades que
podendo os Procuradores Regionais requisitar, para respondam perante os Tribunais de Justiça por crime de
auxiliá-los nas suas funções, membros do Ministério responsabilidade e, em grau de recurso, os denegados
Público local, não tendo estes, porém, assento nas ou concedidos pelos juizes eleitorais; ou, ainda, o
sessões do Tribunal. habeas corpus quando houver perigo de se consumar a
violência antes que o juiz competente possa prover
Art. 28. Os Tribunais Regionais deliberam por maioria de
sobre a impetração;
votos, em sessão pública, com a presença da maioria de
seus membros. f) as reclamações relativas a obrigações impostas por lei
aos partidos políticos, quanto a sua contabilidade e à
§ 1º No caso de impedimento e não existindo quorum,
apuração da origem dos seus recursos;
será o membro do Tribunal substituído por outro da
mesma categoria, designado na forma prevista na g) os pedidos de desaforamento dos feitos não
Constituição. decididos pelos juizes eleitorais em trinta dias da sua
conclusão para julgamento, formulados por partido
§ 2º Perante o Tribunal Regional, e com recurso
candidato Ministério Público ou parte legitimamente
voluntário para o Tribunal Superior qualquer
interessada sem prejuízo das sanções decorrentes do
interessado poderá argüir a suspeição dos seus
excesso de prazo. (Redação dada pela Lei nº 4.961, de
membros, do Procurador Regional, ou de funcionários
1966)
da sua Secretaria, assim como dos juizes e escrivães
eleitorais, nos casos previstos na lei processual civil e II - julgar os recursos interpostos:
por motivo de parcialidade partidária, mediante o
a) dos atos e das decisões proferidas pelos juizes e
processo previsto em regimento.
juntas eleitorais.
§ 3º No caso previsto no parágrafo anterior será
b) das decisões dos juizes eleitorais que concederem ou
observado o disposto no parágrafo único do art.
denegarem habeas corpus ou mandado de segurança.
20. (Incluído pela Lei nº 4.961, de 1966)
Parágrafo único. As decisões dos Tribunais Regionais são
§ 4º As decisões dos Tribunais Regionais sobre
irrecorríveis, salvo nos casos do Art. 276.
quaisquer ações que importem cassação de registro,
anulação geral de eleições ou perda de diplomas Art. 30. Compete, ainda, privativamente, aos Tribunais
somente poderão ser tomadas com a presença de todos Regionais:
os seus membros. (Incluído pela Lei nº 13.165, de
I - elaborar o seu regimento interno;
2015)
II - organizar a sua Secretaria e a Corregedoria Regional
§ 5º No caso do § 4º, se ocorrer impedimento de algum
provendo-lhes os cargos na forma da lei, e propor ao
juiz, será convocado o suplente da mesma
Congresso Nacional, por intermédio do Tribunal
classe. (Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015)
Superior a criação ou supressão de cargos e a fixação
Art. 29. Compete aos Tribunais Regionais: dos respectivos vencimentos;
I - processar e julgar originariamente: III - conceder aos seus membros e aos juizes eleitorais
licença e férias, assim como afastamento do exercício
a) o registro e o cancelamento do registro dos diretórios
dos cargos efetivos submetendo, quanto aqueles, a
estaduais e municipais de partidos políticos, bem como
decisão à aprovação do Tribunal Superior Eleitoral;
de candidatos a Governador, Vice-Governadores, e
membro do Congresso Nacional e das Assembléias IV - fixar a data das eleições de Governador e Vice-
Legislativas; Governador, deputados estaduais, prefeitos, vice-
prefeitos , vereadores e juizes de paz, quando não
b) os conflitos de jurisdição entre juizes eleitorais do
determinada por disposição constitucional ou legal;
respectivo Estado;
V - constituir as juntas eleitorais e designar a respectiva
sede e jurisdição;

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VI - indicar ao tribunal Superior as zonas eleitorais ou parciais de apuração; (Incluído pela Lei nº 4.961, de
seções em que a contagem dos votos deva ser feita pela 1966)
mesa receptora;
b) da decisão do Tribunal Regional qualquer candidato
VII - apurar com os resultados parciais enviados pelas ou partido poderá, no prazo de três dias, recorrer para
juntas eleitorais, os resultados finais das eleições de o Tribunal Superior, que decidirá em cinco
Governador e Vice-Governador de membros do dias; (Incluído pela Lei nº 4.961, de 1966)
Congresso Nacional e expedir os respectivos diplomas,
c) a supressão dos mapas parciais de apuração só será
remetendo dentro do prazo de 10 (dez) dias após a
admitida até seis meses antes da data da
diplomação, ao Tribunal Superior, cópia das atas de seus
eleição; (Incluído pela Lei nº 4.961, de 1966)
trabalhos;
d) os boletins e mapas de apuração serão impressos
VIII - responder, sobre matéria eleitoral, às consultas
pelos Tribunais Regionais, depois de aprovados pelo
que lhe forem feitas, em tese, por autoridade pública ou
Tribunal Superior; (Incluído pela Lei nº 4.961, de
partido político;
1966)
IX - dividir a respectiva circunscrição em zonas eleitorais,
e) o Tribunal Regional ouvira os partidos na elaboração
submetendo essa divisão, assim como a criação de
dos modelos dos boletins e mapas de apuração a fim de
novas zonas, à aprovação do Tribunal Superior;
que estes atendam às peculiaridade locais,
X - aprovar a designação do Ofício de Justiça que deva encaminhando os modelos que aprovar, acompanhados
responder pela escrivania eleitoral durante o biênio; das sugestões ou impugnações formuladas pelos
partidos, à decisão do Tribunal Superior. (Incluído
XI - (Revogado).
pela Lei nº 4.961, de 1966)
XII - requisitar a força necessária ao cumprimento de
Art. 31. Faltando num Território o Tribunal Regional,
suas decisões solicitar ao Tribunal Superior a requisição
ficará a respectiva circunscrição eleitoral sob a
de força federal;
jurisdição do Tribunal Regional que o Tribunal Superior
XIII - autorizar, no Distrito Federal e nas capitais dos designar.
Estados, ao seu presidente e, no interior, aos juizes
TÍTULO III
eleitorais, a requisição de funcionários federais,
estaduais ou municipais para auxiliarem os escrivães Dos Juizes Eleitorais
eleitorais, quando o exigir o acúmulo ocasional do
Art. 32. Cabe a jurisdição de cada uma das zonas
serviço;
eleitorais a um juiz de direito em efetivo exercício e, na
XIV - requisitar funcionários da União e, ainda, no falta deste, ao seu substituto legal que goze das
Distrito Federal e em cada Estado ou Território, prerrogativas do Art. 95 da Constituição.
funcionários dos respectivos quadros administrativos,
Parágrafo único. Onde houver mais de uma vara o
no caso de acúmulo ocasional de serviço de suas
Tribunal Regional designara aquela ou aquelas, a que
Secretarias;
incumbe o serviço eleitoral.
XV - aplicar as penas disciplinares de advertência e de
Art. 33. Nas zonas eleitorais onde houver mais de uma
suspensão até 30 (trinta) dias aos juizes eleitorais;
serventia de justiça, o juiz indicará ao Tribunal Regional
XVI - cumprir e fazer cumprir as decisões e instruções do a que deve ter o anexo da escrivania eleitoral pelo prazo
Tribunal Superior; de dois anos.
XVII - determinar, em caso de urgência, providências § 1º Não poderá servir como escrivão eleitoral, sob pena
para a execução da lei na respectiva circunscrição; de demissão, o membro de diretório de partido político,
nem o candidato a cargo eletivo, seu cônjuge e parente
XVIII - organizar o fichário dos eleitores do Estado.
consangüíneo ou afim até o segundo grau.
XIX - suprimir os mapas parciais de apuração mandando
§ 2º O escrivão eleitoral, em suas faltas e impedimentos,
utilizar apenas os boletins e os mapas totalizadores,
será substituído na forma prevista pela lei de
desde que o menor número de candidatos às eleições
organização judiciária local.
proporcionais justifique a supressão, observadas as
seguintes normas: (Incluído pela Lei nº 4.961, de Art. 34. Os juizes despacharão todos os dias na sede da
1966) sua zona eleitoral.
a) qualquer candidato ou partido poderá requerer ao Art. 35. Compete aos juizes:
Tribunal Regional que suprima a exigência dos mapas

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I - cumprir e fazer cumprir as decisões e determinações XIX - comunicar, até às 12 horas do dia seguinte a
do Tribunal Superior e do Regional; realização da eleição, ao Tribunal Regional e aos
delegados de partidos credenciados, o número de
II - processar e julgar os crimes eleitorais e os comuns
eleitores que votarem em cada uma das seções da zona
que lhe forem conexos, ressalvada a competência
sob sua jurisdição, bem como o total de votantes da
originária do Tribunal Superior e dos Tribunais
zona.
Regionais;
TÍTULO IV
III - decidir habeas corpus e mandado de segurança, em
matéria eleitoral, desde que essa competência não Das Juntas Eleitorais
esteja atribuída privativamente a instância superior.
Art. 36. Compor-se-ão as juntas eleitorais de um juiz de
IV - fazer as diligências que julgar necessárias a ordem e direito, que será o presidente, e de 2 (dois) ou 4 (quatro)
presteza do serviço eleitoral; cidadãos de notória idoneidade.
V - tomar conhecimento das reclamações que lhe forem § 1º Os membros das juntas eleitorais serão nomeados
feitas verbalmente ou por escrito, reduzindo-as a termo, 60 (sessenta) dia antes da eleição, depois de aprovação
e determinando as providências que cada caso exigir; do Tribunal Regional, pelo presidente deste, a quem
cumpre também designar-lhes a sede.
VI - indicar, para aprovação do Tribunal Regional, a
serventia de justiça que deve ter o anexo da escrivania § 2º Até 10 (dez) dias antes da nomeação os nomes das
eleitoral; pessoas indicadas para compor as juntas serão
publicados no órgão oficial do Estado, podendo
VIII - dirigir os processos eleitorais e determinar a
qualquer partido, no prazo de 3 (três) dias, em petição
inscrição e a exclusão de eleitores;
fundamentada, impugnar as indicações.
IX- expedir títulos eleitorais e conceder transferência de
§ 3º Não podem ser nomeados membros das Juntas,
eleitor;
escrutinadores ou auxiliares:
X - dividir a zona em seções eleitorais;
I - os candidatos e seus parentes, ainda que por
XI mandar organizar, em ordem alfabética, relação dos afinidade, até o segundo grau, inclusive, e bem assim o
eleitores de cada seção, para remessa a mesa receptora, cônjuge;
juntamente com a pasta das folhas individuais de
II - os membros de diretorias de partidos políticos
votação;
devidamente registrados e cujos nomes tenham sido
XII - ordenar o registro e cassação do registro dos oficialmente publicados;
candidatos aos cargos eletivos municiais e comunicá-los
III - as autoridades e agentes policiais, bem como os
ao Tribunal Regional;
funcionários no desempenho de cargos de confiança do
XIII - designar, até 60 (sessenta) dias antes das eleições Executivo;
os locais das seções;
IV - os que pertencerem ao serviço eleitoral.
XIV - nomear, 60 (sessenta) dias antes da eleição, em
Art. 37. Poderão ser organizadas tantas Juntas quantas
audiência pública anunciada com pelo menos 5 (cinco)
permitir o número de juizes de direito que gozem das
dias de antecedência, os membros das mesas
garantias do Art. 95 da Constituição, mesmo que não
receptoras;
sejam juizes eleitorais.
XV - instruir os membros das mesas receptoras sobre as
Parágrafo único. Nas zonas em que houver de ser
suas funções;
organizada mais de uma Junta, ou quando estiver vago
XVI - providenciar para a solução das ocorrências que se o cargo de juiz eleitoral ou estiver este impedido, o
verificarem nas mesas receptoras; presidente do Tribunal Regional, com a aprovação
deste, designará juizes de direito da mesma ou de
XVII - tomar todas as providências ao seu alcance para
outras comarcas, para presidirem as juntas eleitorais.
evitar os atos viciosos das eleições;
Art. 38. Ao presidente da Junta é facultado nomear,
XVIII -fornecer aos que não votaram por motivo
dentre cidadãos de notória idoneidade, escrutinadores
justificado e aos não alistados, por dispensados do
e auxiliares em número capaz de atender a boa marcha
alistamento, um certificado que os isente das sanções
dos trabalhos.
legais;
§ 1º É obrigatória essa nomeação sempre que houver
mais de dez urnas a apurar.

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§ 2º Na hipótese do desdobramento da Junta em Art. 43. O alistando apresentará em cartório ou local


Turmas, o respectivo presidente nomeará um previamente designado, requerimento em fórmula que
escrutinador para servir como secretário em cada obedecerá ao modelo aprovado pelo Tribunal Superior.
turma.
Art. 44. O requerimento, acompanhado de 3 (três)
§ 3º Além dos secretários a que se refere o parágrafo retratos, será instruído com um dos seguintes
anterior, será designado pelo presidente da Junta um documentos, que não poderão ser supridos mediante
escrutinador para secretário-geral competindo-lhe; justificação:
I - lavrar as atas; I - carteira de identidade expedida pelo órgão
competente do Distrito Federal ou dos Estados;
II - tomar por termo ou protocolar os recursos, neles
funcionando como escrivão; II - certificado de quitação do serviço militar;
III - totalizar os votos apurados. III - certidão de idade extraída do Registro Civil;
Art. 39. Até 30 (trinta) dias antes da eleição o presidente IV - instrumento público do qual se infirá, por direito ter
da Junta comunicará ao Presidente do Tribunal Regional o requerente idade superior a dezoito anos e do qual
as nomeações que houver feito e divulgará a conste, também, os demais elementos necessários à sua
composição do órgão por edital publicado ou afixado, qualificação;
podendo qualquer partido oferecer impugnação
V - documento do qual se infira a nacionalidade
motivada no prazo de 3 (três) dias.
brasileira, originária ou adquirida, do requerente.
Art. 40. Compete à Junta Eleitoral;
Parágrafo único. Será devolvido o requerimento que
I - apurar, no prazo de 10 (dez) dias, as eleições não contenta os dados constantes do modelo oficial, na
realizadas nas zonas eleitorais sob a sua jurisdição. mesma ordem, e em caracteres inequívocos.
II - resolver as impugnações e demais incidentes Art. 45. O escrivão, o funcionário ou o preparador
verificados durante os trabalhos da contagem e da recebendo a fórmula e documentos determinará que o
apuração; alistando date e assine a petição e em ato contínuo
atestará terem sido a data e a assinatura lançados na
III - expedir os boletins de apuração mencionados no
sua presença; em seguida, tomará a assinatura do
Art. 178;
requerente na folha individual de votação" e nas duas
IV - expedir diploma aos eleitos para cargos municipais. vias do título eleitoral, dando recibo da petição e do
documento.
Parágrafo único. Nos municípios onde houver mais de
uma junta eleitoral a expedição dos diplomas será feita § 1º O requerimento será submetido ao despacho do
pelo que for presidida pelo juiz eleitoral mais antigo, à juiz nas 48 (quarenta e oito), horas seguintes.
qual as demais enviarão os documentos da eleição.
§ 2º Poderá o juiz se tiver dúvida quanto a identidade do
Art. 41. Nas zonas eleitorais em que for autorizada a requerente ou sobre qualquer outro requisito para o
contagem prévia dos votos pelas mesas receptoras, alistamento, converter o julgamento em diligência para
compete à Junta Eleitoral tomar as providências que o alistando esclareça ou complete a prova ou, se for
mencionadas no Art. 195. necessário, compareça pessoalmente à sua presença.
PARTE TERCEIRA § 3º Se se tratar de qualquer omissão ou irregularidade
que possa ser sanada, fixará o juiz para isso prazo
Do Alistamento
razoável.
TÍTULO I
§ 4º Deferido o pedido, no prazo de cinco dias, o título
Da Qualificação E Inscrição e o documento que instruiu o pedido serão entregues
pelo juiz, escrivão, funcionário ou preparador. A entrega
Art. 42. O alistamento se faz mediante a qualificação e
far-se-á ao próprio eleitor, mediante recibo, ou a quem
inscrição do eleitor.
o eleitor autorizar por escrito o recebimento,
Parágrafo único. Para o efeito da inscrição, é domicílio cancelando-se o título cuja assinatura não for idêntica à
eleitoral o lugar de residência ou moradia do do requerimento de inscrição e à do
requerente, e, verificado ter o alistando mais de uma, recibo. (Redação dada pela Lei nº 4.961, de 1966)
considerar-se-á domicílio qualquer delas.
O recibo será obrigatoriamente anexado ao processo
eleitoral, incorrendo o juiz que não o fizer na multa de

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um a cinco salários-mínimos regionais na qual próximo dela, considerados a distância e os meios de


incorrerão ainda o escrivão, funcionário ou preparador, transporte.
se responsáveis bem como qualquer deles, se
§ 2º As folhas individuais de votação serão conservadas
entregarem ao eleitor o título cuja assinatura não for
em pastas, uma para cada seção eleitoral; às mesas
idêntica à do requerimento de inscrição e do recibo ou
receptoras serão por estas encaminhadas com a urna e
o fizerem a pessoa não autorizada por
os demais documentos da eleição às juntas eleitorais,
escrito. (Redação dada pela Lei nº 4.961, de 1966)
que as devolverão, findos os trabalhos da apuração, ao
§ 5º A restituição de qualquer documento não poderá respectivo cartório, onde ficarão guardadas.
ser feita antes de despachado o pedido de alistamento
§ 3º O eleitor ficará vinculado permanentemente à
pelo juiz eleitoral.
seção eleitoral indicada no seu título, salvo:
§ 6º Quinzenalmente o juiz eleitoral fará publicar pela
I - se se transferir de zona ou Município hipótese em que
imprensa, onde houver ou por editais, a lista dos
deverá requerer transferência.
pedidos de inscrição, mencionando os deferidos, os
indeferidos e os convertidos em diligência, contando-se II - se, até 100 (cem) dias antes da eleição, provar,
dessa publicação o prazo para os recursos a que se perante o Juiz Eleitoral, que mudou de residência dentro
refere o parágrafo seguinte. do mesmo Município, de um distrito para outro ou para
lugar muito distante da seção em que se acha inscrito,
§ 7º Do despacho que indeferir o requerimento de
caso em que serão feitas na folha de votação e no título
inscrição caberá recurso interposto pelo alistando, e do
eleitoral, para esse fim exibido as alterações
que o deferir poderá recorrer qualquer delegado de
correspondentes, devidamente autenticadas pela
partido.
autoridade judiciária.
§ 8º Os recursos referidos no parágrafo anterior serão
§ 4º O eleitor poderá, a qualquer tempo requerer ao juiz
julgados pelo Tribunal Regional Eleitoral dentro de 5
eleitoral a retificação de seu título eleitoral ou de sua
(cinco) dias.
folha individual de votação, quando neles constar erro
§ 9º Findo esse prazo, sem que o alistando se manifeste, evidente, ou indicação de seção diferente daquela a que
ou logo que seja desprovido o recurso em instância devesse corresponder a residência indicada no pedido
superior, o juiz inutilizará a folha individual de votação de inscrição ou transferência. (Incluído pela Lei nº
assinada pelo requerente, a qual ficará fazendo parte 4.961, de 1966)
integrante do processo e não poderá, em qualquer
§ 5º O título eleitoral servirá de prova de que o eleitor
tempo, se substituída, nem dele retirada, sob pena de
está inscrito na seção em que deve votar. E, uma vez
incorrer o responsável nas sanções previstas no Art.
datado e assinado pelo presidente da mesa receptora,
293.
servirá também de prova de haver o eleitor
§ 10. No caso de indeferimento do pedido, o Cartório votado. (Renumerado do § 4º pela Lei nº 4.961, de
devolverá ao requerente, mediante recibo, as 1966)
fotografias e o documento com que houver instruído o
Art. 47. As certidões de nascimento ou casamento,
seu requerimento.
quando destinadas ao alistamento eleitoral, serão
§ 11. O título eleitoral e a fôlha individual de votação fornecidas gratuitamente, segundo a ordem dos
sòmente serão assinados pelo juiz eleitoral depois de pedidos apresentados em cartório pelos alistandos ou
preenchidos pelo cartório e de deferido o pedido, sob as delegados de partido.
penas do artigo 293. (Redação dada pela Lei nº
§1º Os cartórios de Registro Civil farão, ainda,
4.961, de 1966)
gratuitamente, o registro de nascimento visando ao
§ 12. É obrigatória a remessa ao Tribunal Regional da fornecimento de certidão aos alistandos, desde que
ficha do eleitor, após a expedição do seu provem carência de recursos, ou aos Delegados de
título. (Incluído pela Lei nº 4.961, de 1966) Partido, para fins eleitorais. (Incluído pela Lei nº 6.018,
de 1974)
Art. 46. As folhas individuais de votação e os títulos
serão confeccionados de acordo com o modelo § 2º Em cada Cartório de Registro Civil haverá um livro
aprovado pelo Tribunal, Superior Eleitoral. especial aberto e rubricado pelo Juiz Eleitoral, onde o
cidadão ou o delegado de partido deixará expresso o
§ 1º Da folha individual de votação e do título eleitoral
pedido de certidão para fins eleitorais, datando-
constará a indicação da seção em que o eleitor tiver sido
o.(Incluído como § 1º pela Lei nº 4.961,
inscrito a qual será localizada dentro do distrito
judiciário ou administrativo de sua residência e o mais

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de 1966 e renumerado do § 1º pela Lei nº 6.018, de Art. 52. No caso de perda ou extravio de seu título,
1974) requererá o eleitor ao juiz do seu domicílio eleitoral, até
10 (dez) dias antes da eleição, que lhe expeça segunda
§ 3º O escrivão, dentro de quinze dias da data do
via.
pedido, concederá a certidão, ou justificará, perante o
Juiz Eleitoral por que deixa de fazê-lo. (Incluído como § 1º O pedido de segunda via será apresentado em
§ 2º pela Lei nº 4.961, de 1966 e renumerado do § cartório, pessoalmente, pelo eleitor, instruído o
2º pela Lei nº 6.018, de 1974) requerimento, no caso de inutilização ou dilaceração,
com a primeira via do título.
§ 4º A infração ao disposto neste artigo sujeitará o
escrivão às penas do Art. 293. (Incluído como § § 2º No caso de perda ou extravio do título, o juiz, após
3º pela Lei nº 4.961, de 1966 e renumerado do § 3º receber o requerimento de segunda via, fará publicar,
pela Lei nº 6.018, de 1974) pelo prazo de 5 (cinco) dias, pela imprensa, onde
houver, ou por editais, a notícia do extravio ou perda e
Art. 48. O empregado mediante comunicação com 48
do requerimento de segunda via, deferindo o pedido,
(quarenta e oito) horas de antecedência, poderá deixar
findo este prazo, se não houver impugnação.
de comparecer ao serviço, sem prejuízo do salário e por
tempo não excedente a 2 (dois) dias, para o fim de se Art. 53. Se o eleitor estiver fora do seu domicílio
alistar eleitor ou requerer transferência. eleitoral poderá requerer a segunda via ao juiz da zona
em que se encontrar, esclarecendo se vai recebê-la na
Art. 49. Os cegos alfabetizados pelo sistema "Braille",
sua zona ou na em que requereu.
que reunirem as demais condições de alistamento,
podem qualificar-se mediante o preenchimento da § 1º O requerimento, acompanhado de um novo título
fórmula impressa e a aposição do nome com as letras assinado pelo eleitor na presença do escrivão ou de
do referido alfabeto. funcionário designado e de uma fotografia, será
encaminhado ao juiz da zona do eleitor.
§ 1º De forma idêntica serão assinadas a folha individual
de votação e as vias do título. § 2º Antes de processar o pedido, na forma prevista no
artigo anterior, o juiz determinará que se confira a
§ 2º Esses atos serão feitos na presença também de
assinatura constante do novo título com a da folha
funcionários de estabelecimento especializado de
individual de votação ou do requerimento de inscrição.
amparo e proteção de cegos, conhecedor do sistema
"Braille", que subscreverá, com o Escrivão ou § 3º Deferido o pedido, o título será enviado ao juiz da
funcionário designado, o seguinte declaração a ser Zona que remeteu o requerimento, caso o eleitor haja
lançada no modelo de requerimento; "Atestamos que a solicitado essa providência, ou ficará em cartório
presente fórmula bem como a folha individual de aguardando que o interessado o procure.
votação e vias do título foram subscritas pelo próprio,
§ 4º O pedido de segunda-via formulado nos termos
em nossa presença".
deste artigo só poderá ser recebido até 60 (sessenta)
Art. 50. O juiz eleitoral providenciará para que se dias antes do pleito.
proceda ao alistamento nas próprias sedes dos
Art. 54. O requerimento de segunda-via, em qualquer
estabelecimentos de proteção aos cegos, marcando
das hipóteses, deverá ser assinado sobre selos federais,
previamente, dia e hora para tal fim, podendo se
correspondentes a 2% (dois por cento) do salário-
inscrever na zona eleitoral correspondente todos os
mínimo da zona eleitoral de inscrição.
cegos do município.
Parágrafo único. Somente será expedida segunda-via a
§ 1º Os eleitores inscritos em tais condições deverão ser
eleitor que estiver quite com a Justiça Eleitoral,
localizados em uma mesma seção da respectiva zona.
exigindo-se, para o que foi multado e ainda não liquidou
§ 2º Se no alistamento realizado pela forma prevista nos a dívida, o prévio pagamento, através de sêlo federal
artigos anteriores, o número de eleitores não alcançar o inutilizado nos autos.
mínimo exigido, este se completará com a inclusão de
CAPÍTULO II
outros ainda que não sejam cegos.
Da Transferência
Art. 51. (Revogado).
Art. 55. Em caso de mudança de domicílio, cabe ao
CAPÍTULO I
eleitor requerer ao juiz do novo domicílio sua
Da Segunda Via transferência, juntando o título anterior.

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§ 1º A transferência só será admitida satisfeitas as Art. 58. Expedido o nôvo título o juiz comunicará a
seguintes exigências: transferência ao Tribunal Regional competente, no
prazo de 10 (dez) dias, enviando-lhe o título eleitoral, se
I - entrada do requerimento no cartório eleitoral do
houver, ou documento a que se refere o § 1º do artigo
novo domicílio até 100 (cem) dias antes da data da
56.
eleição.
§ 1º Na mesma data comunicará ao juiz da zona de
II - transcorrência de pelo menos 1 (um) ano da inscrição
origem a concessão da transferência e requisitará a
primitiva;
"fôlha individual de votação".
III - residência mínima de 3 (três) meses no novo
§ 2º Na nova folha individual de votação ficará
domicílio, atestada pela autoridade policial ou provada
consignado, na coluna destinada a "anotações", que a
por outros meios convincentes.
inscrição foi obtida por transferência, e, de acôrdo com
§ 2º O disposto nos nºs II e III, do parágrafo anterior, não os elementos constantes do título primitivo, qual o
se aplica quando se tratar de transferência de título ultimo pleito em que o eleitor transferido votou. Essa
eleitoral de servidor público civil, militar, autárquico, ou anotação constará também, de seu título.
de membro de sua família, por motivo de remoção ou
§ 3º O processo de transferência só será arquivado após
transferência. (Redação dada pela Lei nº 4.961, de
o recebimento da fôlha individual de votação da Zona
1966)
de origem, que dêle ficará constando, devidamente
Art. 56. No caso de perda ou extravio do título anterior inutilizada, mediante aposição de carimbo a tinta
declarado esse fato na petição de transferência, o juiz vermelha.
do novo domicílio, como ato preliminar, requisitará, por
§ 4º No caso de transferência de município ou distrito
telegrama, a confirmação do alegado à Zona Eleitoral
dentro da mesma zona, deferido o pedido, o juiz
onde o requerente se achava inscrito.
determinará a transposição da fôlha individual de
§ 1º O Juiz do antigo domicílio, no prazo de 5 (cinco) votação para a pasta correspondente ao novo domicílio,
dias, responderá por ofício ou telegrama, esclarecendo a anotação de mudança no título eleitoral e comunicará
se o interessado é realmente eleitor, se a inscrição está ao Tribunal Regional para a necessária averbação na
em vigor, e, ainda, qual o número e a data da inscrição ficha do eleitor.
respectiva.
Art. 59. Na Zona de origem, recebida do juiz do nôvo
§ 2º A informação mencionada no parágrafo anterior, domicílio a comunicação de transferência, o juiz tomará
suprirá a falta do título extraviado, ou perdido, para o as seguintes providencias:
efeito da transferência, devendo fazer parte integrante
I - determinará o cancelamento da inscrição do
do processo.
transferido e a remessa dentro de três dias, da fôlha
Art. 57. O requerimento de transferência de domicílio individual de votação ao juiz requisitante;
eleitoral será imediatamente publicado na imprensa
II - ordenará a retirada do fichário da segunda parte do
oficial na Capital, e em cartório nas demais localidades,
título;
podendo os interessados impugná-lo no prazo de dez
dias. (Redação dada pela Lei nº 4.961, de 1966) III - comunicará o cancelamento ao Tribunal Regional a
que estiver subordinado, que fará a devida anotação na
§ 1º Certificado o cumprimento do disposto neste artigo
ficha de seus arquivos;
o pedido deverá ser desde logo decidido, devendo o
despacho do juiz ser publicado pela mesma IV - se o eleitor havia assinado ficha de registro de
forma. (Redação dada pela Lei nº 4.961, de 1966) partido, comunicará ao juiz do novo domicílio e, ainda,
ao Tribunal Regional, se a transferência foi concedida
§ 2º Poderá recorrer para o Tribunal Regional Eleitoral,
para outro Estado.
no prazo de 3 (três) dias, o eleitor que pediu a
transferência, sendo-lhe a mesma negada, ou qualquer Art. 60. O eleitor transferido não poderá votar no nôvo
delegado de partido, quando o pedido for deferido. domicílio eleitoral em eleição suplementar à que tiver
sido realizada antes de sua transferência.
§ 3º Dentro de 5 (cinco) dias, o Tribunal Regional
Eleitoral decidirá do recurso interposto nos têrmos do Art. 61. Somente será concedida transferência ao eleitor
parágrafo anterior. que estiver quite com a Justiça Eleitoral.
§ 4º Só será expedido o nôvo título decorridos os prazos § 1º Se o requerente não instruir o pedido de
previstos neste artigo e respectivos parágrafos. transferência com o título anterior, o juiz do nôvo
domicílio, ao solicitar informação ao da zona de origem,

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indagará se o eleitor está quite com a Justiça Eleitoral, Do Encerramento do Alistamento


ou não o estando, qual a importância da multa imposta
Art. 67. Nenhum requerimento de inscrição eleitoral ou
e não paga.
de transferência será recebido dentro dos 100 (cem)
§ 2º Instruído o pedido com o título, e verificado que o dias anteriores à data da eleição.
eleitor não votou em eleição anterior, o juiz do nôvo
Art. 68. Em audiência pública, que se realizará às 14
domicílio solicitará informações sôbre o valor da multa
(quatorze) horas do 69 (sexagésimo nono) dia anterior à
arbitrada na zona de origem, salvo se o eleitor não
eleição, o juiz eleitoral declarará encerrada a inscrição
quiser aguardar a resposta, hipótese em que pagará o
de eleitores na respectiva zona e proclamará o número
máximo previsto.
dos inscritos até as 18 (dezoito) horas do dia anterior, o
§ 3º O pagamento da multa, em qualquer das hipóteses que comunicará incontinente ao Tribunal Regional
dos parágrafos anteriores, será comunicado ao juízo de Eleitoral, por telegrama, e fará público em edital,
origem para as necessárias anotações. imediatamente afixado no lugar próprio do juízo e
divulgado pela imprensa, onde houver, declarando nele
CAPÍTULO III
o nome do último eleitor inscrito e o número do
Dos Preparadores respectivo título, fornecendo aos diretórios municipais
dos partidos cópia autêntica desse edital.
Art. 62. (Revogado).
§ 1º Na mesma data será encerrada a transferência de
Art. 63. (Revogado).
eleitores, devendo constar do telegrama do juiz eleitoral
Art. 64. (Revogado). ao Tribunal Regional Eleitoral, do edital e da cópia dêste
fornecida aos diretórios municipais dos partidos e da
Art. 65. (Revogado).
publicação da imprensa, os nomes dos 10 (dez) últimos
CAPÍTULO IV eleitores, cujos processos de transferência estejam
definitivamente ultimados e o número dos respectivos
Dos Delegados de Partido Perante o Alistamento
títulos eleitorais.
Art. 66. É licito aos partidos políticos, por seus
§ 2º O despacho de pedido de inscrição, transferência,
delegados:
ou segunda via, proferido após esgotado o prazo legal,
I - acompanhar os processos de inscrição; sujeita o juiz eleitoral às penas do Art. 291.
II - promover a exclusão de qualquer eleitor inscrito Art. 69. Os títulos eleitorais resultantes dos pedidos de
ilegalmente e assumir a defesa do eleitor cuja exclusão inscrição ou de transferência serão entregues até 30
esteja sendo promovida; (trinta) dias antes da eleição.
III - examinar, sem perturbação do serviço e em Parágrafo único. A segunda via poderá ser entregue ao
presença dos servidores designados, os documentos eleitor até a véspera do pleito.
relativos ao alistamento eleitoral, podendo dêles tirar
Art. 70. O alistamento reabrir-se-á em cada zona, logo
cópias ou fotocópias.
que estejam concluídos os trabalhos da sua junta
§ 1º Perante o juízo eleitoral, cada partido poderá eleitoral.
nomear 3 (três) delegados.
TÍTULO II
§ 2º Perante os preparadores, cada partido poderá
Do Cancelamento e da Exclusão
nomear até 2 (dois) delegados, que assistam e fiscalizem
os seus atos. Art. 71. São causas de cancelamento:
§ 3º Os delegados a que se refere êste artigo serão I - a infração dos artigos. 5º e 42;
registrados perante os juizes eleitorais, a requerimento
II - a suspensão ou perda dos direitos políticos;
do presidente do Diretório Municipal.
III - a pluralidade de inscrição;
§ 4º O delegado credenciado junto ao Tribunal Regional
Eleitoral poderá representar o partido junto a qualquer IV - o falecimento do eleitor;
juízo ou preparador do Estado, assim como o delegado
V - deixar de votar em 3 (três) eleições
credenciado perante o Tribunal Superior Eleitoral
consecutivas. (Redação dada pela Lei nº 7.663, de
poderá representar o partido perante qualquer Tribunal
27.5.1988)
Regional, juízo ou preparador.
§ 1º A ocorrência de qualquer das causas enumeradas
CAPÍTULO V
neste artigo acarretará a exclusão do eleitor, que

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poderá ser promovida ex officio , a requerimento de IV - na mais antiga.


delegado de partido ou de qualquer eleitor.
Art. 76. Qualquer irregularidade determinante de
§ 2º No caso de ser algum cidadão maior de 18 (dezoito) exclusão será comunicada por escrito e por iniciativa de
anos privado temporária ou definitivamente dos qualquer interessado ao juiz eleitoral, que observará o
direitos políticos, a autoridade que impuser essa pena processo estabelecido no artigo seguinte.
providenciará para que o fato seja comunicado ao juiz
Art. 77. O juiz eleitoral processará a exclusão pela forma
eleitoral ou ao Tribunal Regional da circunscrição em
seguinte:
que residir o réu.
I - mandará autuar a petição ou representação com os
§ 3º Os oficiais de Registro Civil, sob as penas do Art.
documentos que a instruírem:
293, enviarão, até o dia 15 (quinze) de cada mês, ao juiz
eleitoral da zona em que oficiarem, comunicação dos II - fará publicar edital com prazo de 10 (dez) dias para
óbitos de cidadãos alistáveis, ocorridos no mês anterior, ciência dos interessados, que poderão contestar dentro
para cancelamento das inscrições. de 5 (cinco) dias;
§ 4º Quando houver denúncia fundamentada de fraude III - concederá dilação probatória de 5 (cinco) a 10 (dez)
no alistamento de uma zona ou município, o Tribunal dias, se requerida;
Regional poderá determinar a realização de correição e,
IV - decidirá no prazo de 5 (cinco) dias.
provada a fraude em proporção comprometedora,
ordenará a revisão do eleitorado obedecidas as Art. 78. Determinado, por sentença, o cancelamento, o
Instruções do Tribunal Superior e as recomendações cartório tomará as seguintes providências:
que, subsidiariamente, baixar, com o cancelamento de
I - retirará, da respectiva pasta, a fôlha de votação,
ofício das inscrições correspondentes aos títulos que
registrará a ocorrência no local próprio para
não forem apresentados à revisão. (Incluído pela Lei
"Anotações"e juntá-la-á ao processo de cancelamento;
nº 4.961, de 4.5.1966)
II - registrará a ocorrência na coluna de "observações"
Art. 72. Durante o processo e até a exclusão pode o
do livro de inscrição;
eleitor votar validamente.
III - excluirá dos fichários as respectivas fichas,
Parágrafo único. Tratando-se de inscrições contra as
colecionando-as à parte;
quais hajam sido interpostos recursos das decisões que
as deferiram, desde que tais recursos venham a ser IV - anotará, de forma sistemática, os claros abertos na
providos pelo Tribunal Regional ou Tribunal Superior, pasta de votação para o oportuno preenchimento dos
serão nulos os votos se o seu número fôr suficiente para mesmos;
alterar qualquer representação partidária ou
V - comunicará o cancelamento ao Tribunal Regional
classificação de candidato eleito pelo princípio
para anotação no seu fichário.
maioritário.
Art. 79. No caso de exclusão por falecimento, tratando-
Art. 73. No caso de exclusão, a defesa pode ser feita pelo
se de caso notório, serão dispensadas as formalidades
interessado, por outro eleitor ou por delegado de
previstas nos nºs. II e III do artigo 77.
partido.
Art. 80. Da decisão do juiz eleitoral caberá recurso no
Art. 74. A exclusão será mandada processar "ex officio"
prazo de 3 (três) dias, para o Tribunal Regional,
pelo juiz eleitoral, sempre que tiver conhecimento de
interposto pelo excluendo ou por delegado de partido.
alguma das causas do cancelamento.
Art. 81. Cessada a causa do cancelamento, poderá o
Art. 75. O Tribunal Regional, tomando conhecimento
interessado requerer novamente a sua qualificação e
através de seu fichário, da inscrição do mesmo eleitor
inscrição.
em mais de uma zona sob sua jurisdição, comunicará o
fato ao juiz competente para o cancelamento, que de PARTE QUARTA
preferência deverá recair:
Das Eleições
I - na inscrição que não corresponda ao domicílio
TÍTULO I
eleitoral;
Do Sistema Eleitoral
II - naquela cujo título não haja sido entregue ao eleitor;
Art. 82. O sufrágio e universal e direto; o voto,
III - naquela cujo título não haja sido utilizado para o obrigatório e secreto.
exercício do voto na última eleição;

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Art. 83. Na eleição direta para o Senado Federal, para § 2º Nos Territórios far-se-á o registro do candidato a
Prefeito e Vice-Prefeito, adotar-se-á o princípio deputado com o do suplente.
majoritário. (Redação dada pela Lei nº 6.534, de
Art. 92. (Revogado).
26.5.1978)
Art. 93. O prazo de entrada em cartório ou na Secretaria
Art. 84. A eleição para a Câmara dos Deputados,
do Tribunal, conforme o caso, de requerimento de
Assembléias Legislativas e Câmaras Municipais,
registro de candidato a cargo eletivo terminará,
obedecerá ao princípio da representação proporcional
improrrogavelmente, às dezenove horas do dia 15 de
na forma desta lei.
agosto do ano em que se realizarem as
Art. 85. A eleição para deputados federais, senadores e eleições. (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015)
suplentes, presidente e vice-presidente da República,
§ 1º Até vinte dias antes da data das eleições, todos os
governadores, vice-governadores e deputados
requerimentos, inclusive os que tiverem sido
estaduais far-se-á, simultâneamente, em todo o País.
impugnados, devem estar julgados pelas instâncias
Art. 86. Nas eleições presidenciais, a circunscrição serão ordinárias, e publicadas as decisões a eles
País; nas eleições federais e estaduais, o Estado; e nas relativas. (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015)
municipais, o respectivo município.
§ 2º As convenções partidárias para a escolha dos
CAPÍTULO I candidatos serão realizadas, no máximo, até 5 de agosto
do ano em que se realizarem as eleições. (Redação
Do Registro dos Candidatos
dada pela Lei nº 13.165, de 2015)
Art. 87. Somente podem concorrer às eleições
§ 3º Nesse caso, se se tratar de eleição municipal, o juiz
candidatos registrados por partidos.
eleitoral deverá apresentar a sentença no prazo de 2
Parágrafo único. Nenhum registro será admitido fora do (dois) dias, podendo o recorrente, nos 2 (dois) dias
período de 6 (seis) meses antes da eleição. seguintes, aditar as razões do recurso; no caso de
registro feito perante o Tribunal, se o relator não
Art. 88. Não é permitido registro de candidato embora
apresentar o acórdão no prazo de 2 (dois) dias, será
para cargos diferentes, por mais de uma circunscrição
designado outro relator, na ordem da votação, o qual
ou para mais de um cargo na mesma circunscrição.
deverá lavrar o acórdão do prazo de 3 (três) dias,
Parágrafo único. Nas eleições realizadas pelo sistema podendo o recorrente, nesse mesmo prazo, aditar as
proporcional o candidato deverá ser filiado ao partido, suas razões.
na circunscrição em que concorrer, pelo tempo que fôr
Art. 94.O registro pode ser promovido por delegado de
fixado nos respectivos estatutos.
partido, autorizado em documento autêntico, inclusive
Art. 89. Serão registrados: telegrama de quem responda pela direção partidária e
sempre com assinatura reconhecida por tabelião.
I - no Tribunal Superior Eleitoral os candidatos a
presidente e vice-presidente da República; § 1º O requerimento de registro deverá ser instruído:
II - nos Tribunais Regionais Eleitorais os candidatos a I - com a cópia autêntica da ata da convenção que
senador, deputado federal, governador e vice- houver feito a escolha do candidato, a qual deverá ser
governador e deputado estadual; conferida com o original na Secretaria do Tribunal ou no
cartório eleitoral;
III - nos Juízos Eleitorais os candidatos a vereador,
prefeito e vice-prefeito e juiz de paz. II - com autorização do candidato, em documento com
a assinatura reconhecida por tabelião;
Art. 90. Somente poderão inscrever candidatos os
partidos que possuam diretório devidamente registrado III - com certidão fornecida pelo cartório eleitoral da
na circunscrição em que se realizar a eleição. zona de inscrição, em que conste que o registrando é
eleitor;
Art. 91. O registro de candidatos a presidente e vice-
presidente, governador e vice-governador, ou prefeito IV - com prova de filiação partidária, salvo para os
e vice-prefeito, far-se-á sempre em chapa única e candidatos a presidente e vice-presidente, senador e
indivisível, ainda que resulte a indicação de aliança de respectivo suplente, governador e vice-governador,
partidos. prefeito e vice-prefeito;
§ 1º O registro de candidatos a senador far-se-á com o V - com fôlha-corrida fornecida pelos cartórios
do suplente partidário. competentes, para que se verifique se o candidato está
no gozo dos direitos políticos (Art. 132, III, e 135 da

Estratégia Carreira Jurídica 145


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Constituição Federal); (Redação dada pela Lei nº III - o militar não excluído e que vier a ser eleito será, no
4.961, de 4.5.1966) ato da diplomação, transferido para a reserva ou
reformado. (Vide Lei nº 6.880, de 9.12.80)
VI - com declaração de bens, de que constem a origem
e as mutações patrimoniais. Parágrafo único. O Juízo ou Tribunal que deferir o
registro de militar candidato a cargo eletivo comunicará
§ 2º A autorização do candidato pode ser dirigida
imediatamente a decisão à autoridade a que o mesmo
diretamente ao órgão ou juiz competente para o
estiver subordinado, cabendo igual obrigação ao
registro.
partido, quando lançar a candidatura.
Art. 95. O candidato poderá ser registrado sem o
Art. 99. Nas eleições majoritárias poderá qualquer
prenome, ou com o nome abreviado, desde que a
partido registrar na mesma circunscrição candidato já
supressão não estabeleça dúvida quanto à sua
por outro registrado, desde que o outro partido e o
identidade.
candidato o consintam por escrito até 10 (dez) dias
Art. 96. Será negado o registro a candidato que, pública antes da eleição, observadas as formalidades do Art. 94.
ou ostensivamente faça parte, ou seja adepto de partido
Parágrafo único. A falta de consentimento expresso
político cujo registro tenha sido cassado com
acarretará a anulação do registro promovido, podendo
fundamento no artigo 141, § 13, da Constituição
o partido prejudicado requerê-la ou recorrer da
Federal.
resolução que ordenar o registro.
Art. 97. Protocolado o requerimento de registro, o
Art. 100. Nas eleições realizadas pelo sistema
presidente do Tribunal ou o juiz eleitoral, no caso de
proporcional, o Tribunal Superior Eleitoral, até 6 (seis)
eleição municipal ou distrital, fará publicar
meses antes do pleito, reservará para cada Partido, por
imediatamente edital para ciência dos interessados.
sorteio, em sessão realizada com a presença dos
§ 1º O edital será publicado na Imprensa Oficial, nas Delegados de Partido, uma série de números a partir de
capitais, e afixado em cartório, no local de costume, nas 100 (cem). (Redação dada pela Lei nº 7.015, de
demais zonas. 16.7.1982)
§ 2º Do pedido de registro caberá, no prazo de 2 (dois)
dias, a contar da publicação ou afixação do edital,
§ 1º A sessão a que se refere o caput deste artigo será
impugnação articulada por parte de candidato ou de
anunciada aos Partidos com antecedência mínima de 5
partido político.
(cinco) dias. (Redação dada pela Lei nº 7.015, de
§ 3º Poderá, também, qualquer eleitor, com 16.7.1982)
fundamento em inelegibilidade ou incompatibilidade do
§ 2º As convenções partidárias para escolha dos
candidato ou na incidência dêste no artigo 96 impugnar
candidatos sortearão, por sua vez, em cada Estado e
o pedido de registro, dentro do mesmo prazo,
município, os números que devam corresponder a cada
oferecendo prova do alegado.
candidato. (Redação dada pela Lei nº 7.015, de
§ 4º Havendo impugnação, o partido requerente do 16.7.1982)
registro terá vista dos autos, por 2 (dois) dias, para falar
§ 3º Nas eleições para Deputado Federal, se o número
sôbre a mesma, feita a respectiva intimação na forma
de Partidos não for superior a 9 (nove), a cada um
do § 1º.
corresponderá obrigatoriamente uma centena,
Art. 98. Os militares alistáveis são elegíveis, atendidas as devendo a numeração dos candidatos ser sorteada a
seguintes condições: partir da unidade, para que ao primeiro candidato do
primeiro Partido corresponda o número 101 (cento e
I - o militar que tiver menos de 5 (cinco) anos de serviço,
um), ao do segundo Partido 201 (duzentos e um), e
será, ao se candidatar a cargo eletivo, excluído do
assim sucessivamente. (Redação dada pela Lei nº
serviço ativo;
7.015, de 16.7.1982)
II - o militar em atividade com 5 (cinco) ou mais anos de
§ 4º Concorrendo 10 (dez) ou mais Partidos, a cada um
serviço ao se candidatar a cargo eletivo, será afastado,
corresponderá uma centena a partir de 1.101 (um mil
temporariamente, do serviço ativo, como agregado,
cento e um), de maneira que a todos os candidatos
para tratar de interesse particular; (Vide Constituição
sejam atribuídos sempre 4 (quatro) algarismos,
art. 14, § 8º, I)
suprimindo-se a numeração correspondente à série
2.001 (dois mil e um) a 2.100 (dois mil e cem), para
reiniciá-la em 2.101 (dois mil cento e um), a partir do

Estratégia Carreira Jurídica 146


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décimo Partido. (Redação dada pela Lei nº 7.015, de I - uso de cédulas oficiais em todas as eleições, de
16.7.1982) acôrdo com modêlo aprovado pelo Tribunal Superior;
§ 5º Na mesma sessão, o Tribunal Superior Eleitoral II - isolamento do eleitor em cabine indevassável para o
sorteará as séries correspondentes aos Deputados só efeito de assinalar na cédula o candidato de sua
Estaduais e Vereadores, observando, no que couber, as escolha e, em seguida, fechá-la;
normas constantes dos parágrafos anteriores, e de
III - verificação da autenticidade da cédula oficial à vista
maneira que a todos os candidatos sejam atribuídos
das rubricas;
sempre número de 4 (quatro) algarismos. (Redação
dada pela Lei nº 7.015, de 16.7.1982) IV - emprego de urna que assegure a inviolabilidade do
sufrágio e seja suficientemente ampla para que não se
Art. 101. Pode qualquer candidato requerer, em petição
acumulem as cédulas na ordem que forem introduzidas.
com firma reconhecida, o cancelamento do registro do
seu nome. (Redação dada pela Lei nº 6.553, de CAPÍTULO III
19.8.1978)
Da Cédula Oficial
§ 1º Desse fato, o presidente do Tribunal ou o juiz,
Art. 104. As cédulas oficiais serão confeccionadas e
conforme o caso, dará ciência imediata ao partido que
distribuídas exclusivamente pela Justiça Eleitoral,
tenha feito a inscrição, ao qual ficará ressalvado o
devendo ser impressas em papel branco, opaco e pouco
direito de substituir por outro o nome cancelado,
absorvente. A impressão será em tinta preta, com tipos
observadas tôdas as formalidades exigidas para o
uniformes de letra.
registro e desde que o nôvo pedido seja apresentado
até 60 (sessenta) dias antes do pleito. § 1º Os nomes dos candidatos para as eleições
majoritárias devem figurar na ordem determinada por
§ 2º Nas eleições majoritárias, se o candidato vier a
sorteio.
falecer ou renunciar dentro do período de 60 (sessenta)
dias mencionados no parágrafo anterior, o partido § 2º O sorteio será realizado após o deferimento do
poderá substitui-lo; se o registro do nôvo candidato último pedido de registro, em audiência presidida pelo
estiver deferido até 30 (trinta) dias antes do pleito serão juiz ou presidente do Tribunal, na presença dos
utilizadas as já impressas, computando-se para o nôvo candidatos e delegados de partido.
candidato os votos dados ao anteriormente registrado.
§ 3º A realização da audiência será anunciada com 3
§3º Considerar-se-á nulo o voto dado ao candidato que (três) dias de antecedência, no mesmo dia em que fôr
haja pedido o cancelamento de sua inscrição salvo na deferido o último pedido de registro, devendo os
hipótese prevista no parágrafo anterior, in fine. delegados de partido ser intimados por ofício sob
protocolo.
§ 4º Nas eleições proporcionais, ocorrendo a hipótese
prevista neste artigo, ao substituto será atribuído o § 4º Havendo substituição de candidatos após o sorteio,
número anteriormente dado ao candidato cujo registro o nome do novo candidato deverá figurar na cédula na
foi cancelado. seguinte ordem:
§ 5º Em caso de morte, renúncia, inelegibilidade e I - se forem apenas 2 (dois), em último lugar;
preenchimento de vagas existentes nas respectivas
II - se forem 3 (três), em segundo lugar;
chapas, tanto em eleições proporcionais quanto
majoritárias, as substituições e indicações se III - se forem mais de 3 (três), em penúltimo lugar;
processarão pelas Comissões
IV - se permanecer apenas 1 (um) candidato e forem
Executivas. (Incluído pela Lei nº 6.553, de
substituídos 2 (dois) ou mais, aquele ficará em primeiro
19.8.1978)
lugar, sendo realizado nôvo sorteio em relação aos
Art. 102. Os registros efetuados pelo Tribunal Superior demais.
serão imediatamente comunicados aos Tribunais
§ 5º Para as eleições realizadas pelo sistema
Regionais e por estes aos juizes eleitorais.
proporcional a cédula conterá espaço para que o eleitor
CAPÍTULO II escreva o nome ou o número do candidato de sua
preferência e indique a sigla do partido. (Vide Ato
Do Voto Secreto
Complementar nº 20, de 1966)
Art. 103. O sigilo do voto é assegurado mediante as
§ 6º As cédulas oficiais serão confeccionadas de maneira
seguintes providências:
tal que, dobradas, resguardem o sigilo do voto, sem que
seja necessário o emprego de cola para fechá-las.

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CAPÍTULO IV I - dividir-se-á o número de votos válidos atribuídos a


cada partido ou coligação pelo número de lugares
Da Representação Proporcional
definido para o partido pelo cálculo do quociente
Art. 105 - Fica facultado a 2 (dois) ou mais Partidos partidário do art. 107, mais um, cabendo ao partido ou
coligarem-se para o registro de candidatos comuns a coligação que apresentar a maior média um dos lugares
deputado federal, deputado estadual e a preencher, desde que tenha candidato que atenda à
vereador. (Redação dada pela Lei nº 7.454, de exigência de votação nominal mínima; (Redação
30.12.1985) dada pela Lei nº 13.165, de 2015)
§ 1º - A deliberação sobre coligação caberá à Convenção II - repetir-se-á a operação para cada um dos lugares a
Regional de cada Partido, quando se tratar de eleição preencher; (Redação dada pela Lei nº 13.165, de
para a Câmara dos Deputados e Assembléias 2015)
Legislativas, e à Convenção Municipal, quando se tratar
III - quando não houver mais partidos ou coligações com
de eleição para a Câmara de Vereadores, e será
candidatos que atendam às duas exigências do inciso I,
aprovada mediante a votação favorável da maioria,
as cadeiras serão distribuídas aos partidos que
presentes 2/3 (dois terços) dos convencionais,
apresentem as maiores médias. (Redação dada
estabelecendo-se, na mesma oportunidade, o número
pela Lei nº 13.165, de 2015)
de candidatos que caberá a cada Partido. (Incluído
pela Lei nº 7.454, de 30.12.1985) § 1º O preenchimento dos lugares com que cada
partido ou coligação for contemplado far-se-á segundo
§ 2º - Cada Partido indicará em Convenção os seus
a ordem de votação recebida por seus
candidatos e o registro será promovido em conjunto
candidatos. (Redação dada pela Lei nº 13.165, de
pela Coligação. (Incluído pela Lei nº 7.454, de
2015)
30.12.1985)
§ 2º Poderão concorrer à distribuição dos lugares todos
Art. 106. Determina-se o quociente eleitoral dividindo-
os partidos e coligações que participaram do
se o número de votos válidos apurados pelo de lugares
pleito. (Redação dada pela Lei nº 13.488, de 2017)
a preencher em cada circunscrição eleitoral, desprezada
a fração se igual ou inferior a meio, equivalente a um, se Art. 110. Em caso de empate, haver-se-á por eleito o
superior. candidato mais idoso.
Art. 107 - Determina-se para cada Partido ou coligação Art. 111 - Se nenhum Partido ou coligação alcançar o
o quociente partidário, dividindo-se pelo quociente quociente eleitoral, considerar-se-ão eleitos, até serem
eleitoral o número de votos válidos dados sob a mesma preenchidos todos os lugares, os candidatos mais
legenda ou coligação de legendas, desprezada a votados. (Redação dada pela Lei nº 7.454, de
fração. (Redação dada pela Lei nº 7.454, de 30.12.1985)
30.12.1985)
Art.112. Considerar-se-ão suplentes da representação
Art. 108. Estarão eleitos, entre os candidatos partidária:
registrados por um partido ou coligação que tenham
I - os mais votados sob a mesma legenda e não eleitos
obtido votos em número igual ou superior a 10% (dez
efetivos das listas dos respectivos partidos;
por cento) do quociente eleitoral, tantos quantos o
respectivo quociente partidário indicar, na ordem da II - em caso de empate na votação, na ordem
votação nominal que cada um tenha decrescente da idade.
recebido. (Redação dada pela Lei nº 13.165, de
Parágrafo único. Na definição dos suplentes da
2015)
representação partidária, não há exigência de votação
Parágrafo único. Os lugares não preenchidos em razão nominal mínima prevista pelo art. 108. (Incluído pela
da exigência de votação nominal mínima a que se refere Lei nº 13.165, de 2015)
o caput serão distribuídos de acordo com as regras do
Art. 113. Na ocorrência de vaga, não havendo suplente
art. 109. (Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015)
para preenchê-la, far-se-á eleição, salvo se faltarem
Art. 109. Os lugares não preenchidos com a aplicação menos de nove meses para findar o período de
dos quocientes partidários e em razão da exigência de mandato.
votação nominal mínima a que se refere o art. 108 serão
TÍTULO II
distribuídos de acordo com as seguintes
regras:(Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015) Dos Atos Preparatórios da Votação

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Art. 114. Até 70 (setenta) dias antes da data marcada um suplente, nomeados pelo juiz eleitoral sessenta dias
para a eleição, todos os que requererem inscrição como antes da eleição, em audiência pública, anunciado pelo
eleitor, ou transferência, já devem estar devidamente menos com cinco dias de antecedência. (Redação dada
qualificados e os respectivos títulos prontos para a pela Lei nº 4.961, de 4.5.1966)
entrega, se deferidos pelo juiz eleitoral.
§ 1º Não podem ser nomeados presidentes e mesários:
Parágrafo único. Será punido nos têrmos do art. 293 o
I - os candidatos e seus parentes ainda que por
juiz eleitoral, o escrivão eleitoral, o preparador ou o
afinidade, até o segundo grau, inclusive, e bem assim o
funcionário responsável pela transgressão do
cônjuge;
preceituado neste artigo ou pela não entrega do título
pronto ao eleitor que o procurar. II - os membros de diretórios de partidos desde que
exerça função executiva;
Art. 115. O s juizes eleitorais, sob pena de
responsabilidade comunicarão ao Tribunal Regional, até III - as autoridades e agentes policiais, bem como os
30 (trinta) dias antes de cada eleição, o número de funcionários no desempenho de cargos de confiança do
eleitores alistados. Executivo;
Art. 116. A Justiça Eleitoral fará ampla divulgação IV - os que pertencerem ao serviço eleitoral.
através dos comunicados transmitidos em obediência
§ 2º Os mesários serão nomeados, de preferência entre
ao disposto no Art. 250 § 5º pelo rádio e televisão, bem
os eleitores da própria seção, e, dentre estes, os
assim por meio de cartazes afixados em lugares
diplomados em escola superior, os professores e os
públicos, dos nomes dos candidatos registrados, com
serventuários da Justiça.
indicação do partido a que pertençam, bem como do
número sob que foram inscritos, no caso dos candidatos § 3º O juiz eleitoral mandará publicar no jornal oficial,
a deputado e a vereador. onde houver, e, não havendo, em cartório, as
nomeações que tiver feito, e intimará os mesários
CAPÍTULO I
através dessa publicação, para constituírem as mesas no
Das Seções Eleitorais dia e lugares designados, às 7 horas.
Art. 117. As seções eleitorais, organizadas à medida em § 4º Os motivos justos que tiverem os nomeados para
que forem sendo deferidos os pedidos de inscrição, não recusar a nomeação, e que ficarão a livre apreciação do
terão mais de 400 (quatrocentos) eleitores nas capitais juiz eleitoral, somente poderão ser alegados até 5
e de 300 (trezentos) nas demais localidades, nem menos (cinco) dias a contar da nomeação, salvo se sobrevindos
de 50 (cinqüenta) eleitores. depois desse prazo.
§ 1º Em casos excepcionais, devidamente justificados, o § 5º Os nomeados que não declararem a existência de
Tribunal Regional poderá autorizar que sejam qualquer dos impedimentos referidos no § 1º incorrem
ultrapassados os índices previstos neste artigo desde na pena estabelecida pelo Art. 310.
que essa providência venha facilitar o exercício do voto,
Art. 121. Da nomeação da mesa receptora qualquer
aproximando o eleitor do local designado para a
partido poderá reclamar ao juiz eleitoral, no prazo de 2
votação.
(dois) dias, a contar da audiência, devendo a decisão ser
§ 2º Se em seção destinada aos cegos, o número de proferida em igual prazo.
eleitores não alcançar o mínimo exigido êste se
§ 1º Da decisão do juiz eleitoral caberá recurso para o
completará com outros, ainda que não sejam cegos.
Tribunal Regional, interposto dentro de 3 (três) dias,
Art. 118. Os juizes eleitorais organizarão relação de devendo, dentro de igual prazo, ser resolvido.
eleitores de cada seção a qual será remetida aos
§ 2º Se o vício da constituição da mesa resultar da
presidentes das mesas receptoras para facilitação do
incompatibilidade prevista no nº I, do § 1º, do Art. 120,
processo de votação.
e o registro do candidato fôr posterior à nomeação do
CAPÍTULO II mesário, o prazo para reclamação será contado da
publicação dos nomes dos candidatos registrados. Se
Das Mesas Receptoras
resultar de qualquer das proibições dos nºs II, III e IV, e
Art. 119. A cada seção eleitoral corresponde uma mesa em virtude de fato superveniente, o prazo se contará do
receptora de votos. ato da nomeação ou eleição.
Art. 120. Constituem a mesa receptora um presidente,
um primeiro e um segundo mesários, dois secretários e

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§ 3º O partido que não houver reclamado contra a respectiva seção votar na seção mais próxima, sob a
composição da mesa não poderá argüir sob esse jurisdição do mesmo juiz, recolhendo-se os seus votos à
fundamento, a nulidade da seção respectiva. urna da seção em que deveriam votar, a qual será
transportada para aquela em que tiverem de votar.
Art. 122. Os juizes deverão instruir os mesários sôbre o
processo da eleição, em reuniões para esse fim § 1º As assinaturas dos eleitores serão recolhidas nas
convocadas com a necessária antecedência. fôlhas de votação da seção a que pertencerem, as quais,
juntamente com as cédulas oficiais e o material
Art. 123. Os mesários substituirão o presidente, de
restante, acompanharão a urna.
modo que haja sempre quem responda pessoalmente
pela ordem e regularidade do processo eleitoral, e § 2º O transporte da urna e dos documentos da seção
assinarão a ata da eleição. será providenciado pelo presidente da mesa, mesário
ou secretário que comparecer, ou pelo próprio juiz, ou
§ 1º O presidente deve estar presente ao ato de
pessoa que êle designar para esse fim, acompanhando-
abertura e de encerramento da eleição, salvo força
a os fiscais que o desejarem.
maior, comunicando o impedimento aos mesários e
secretários pelo menos 24 (vinte e quatro) horas antes Art. 126. Se no dia designado para o pleito deixarem de
da abertura dos trabalhos, ou imediatamente, se o se reunir tôdas as mesas de um município, o presidente
impedimento se der dentro desse prazo ou no curso da do Tribunal Regional determinará dia para se realizar o
eleição. mesmo, instaurando-se inquérito para a apuração das
causas da irregularidade e punição dos responsáveis.
§ 2º Não comparecendo o presidente até as sete horas
e trinta minutos, assumirá a presidência o primeiro Parágrafo único. Essa eleição deverá ser marcada
mesário e, na sua falta ou impedimento, o segundo dentro de 15 (quinze) dias, pelo menos, para se realizar
mesário, um dos secretários ou o suplente. no prazo máximo de 30 (trinta) dias.
§ 3º Poderá o presidente, ou membro da mesa que Art. 127. Compete ao presidente da mesa receptora, e,
assumir a presidência, nomear ad hoc, dentre os em sua falta, a quem o substituir:
eleitores presentes e obedecidas as prescrições do § 1º,
I - receber os votos dos eleitores;
do Art. 120, os que forem necessários para completar a
mesa. II - decidir imediatamente tôdas as dificuldades ou
dúvidas que ocorrerem;
Art. 124. O membro da mesa receptora que não
comparecer no local, em dia e hora determinados para III - manter a ordem, para o que disporá de força pública
a realização de eleição, sem justa causa apresentada ao necessária;
juiz eleitoral até 30 (trinta) dias após, incorrerá na multa
IV - comunicar ao juiz eleitoral, que providenciará
de 50% (cinqüenta por cento) a 1 (um) salário-mínimo
imediatamente as ocorrências cuja solução deste
vigente na zona eleitoral cobrada mediante sêlo federal
dependerem;
inutilizado no requerimento em que fôr solicitado o
arbitramento ou através de executivo fiscal. V - remeter à Junta Eleitoral todos os papéis que tiverem
sido utilizados durante a recepção dos votos;
§ 1º Se o arbitramento e pagamento da multa não fôr
requerido pelo mesário faltoso, a multa será arbitrada e VI - autenticar, com a sua rubrica, as cédulas oficiais e
cobrada na forma prevista no artigo 367. numerá-las nos têrmos das Instruções do Tribunal
Superior Eleitoral;
§ 2º Se o faltoso fôr servidor público ou autárquico, a
pena será de suspensão até 15 (quinze) dias. VII - assinar as fórmulas de observações dos fiscais ou
delegados de partido, sôbre as votações;
§ 3º As penas previstas neste artigo serão aplicadas em
dôbro se a mesa receptora deixar de funcionar por culpa VIII - fiscalizar a distribuição das senhas e, verificando
dos faltosos. que não estão sendo distribuídas segundo a sua ordem
numérica, recolher as de numeração intercalada, acaso
§ 4º Será também aplicada em dôbro observado o
retidas, as quais não se poderão mais distribuir.
disposto nos §§ 1º e 2º, a pena ao membro da mesa que
abandonar os trabalhos no decurso da votação sem IX - anotar o não comparecimento do eleitor no verso da
justa causa apresentada ao juiz até 3 (três) dias após a fôlha individual de votação. (Incluído pela Lei nº
ocorrência. 4.961, de 4.5.1966)
Art. 125. Não se reunindo, por qualquer motivo, a mesa Art. 128. Compete aos secretários:
receptora, poderão os eleitores pertencentes à

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I - distribuir aos eleitores as senhas de entrada § 6º Se a credencial apresentada ao presidente da mesa


previamente rubricadas ou carimbadas segundo a receptora não estiver autenticada na forma do § 4º, o
respectiva ordem numérica; fiscal poderá funcionar perante a mesa, mas o seu voto
não será admitido, a não ser na seção em que o seu
II - lavrar a ata da eleição;
nome estiver incluído.
III - cumprir as demais obrigações que lhes forem
§ 7º O fiscal de cada partido poderá ser substituído por
atribuídas em instruções.
outro no curso dos trabalhos eleitorais.
Parágrafo único. As atribuições mencionadas no n.º 1
Art. 132. Pelas mesas receptoras serão admitidos a
serão exercidas por um dos secretários e os constantes
fiscalizar a votação, formular protestos e fazer
dos nºs. II e III pelo outro.
impugnações, inclusive sôbre a identidade do eleitor, os
Art. 129. Nas eleições proporcionais os presidentes das candidatos registrados, os delegados e os fiscais dos
mesas receptoras deverão zelar pela preservação das partidos.
listas de candidatos afixadas dentro das cabinas
TÍTULO III
indevassáveis tomando imediatas providências para a
colocação de nova lista no caso de inutilização total ou Do Material Para a Votação
parcial.
Art. 133. Os juizes eleitorais enviarão ao presidente de
Parágrafo único. O eleitor que inutilizar ou arrebatar as cada mesa receptora, pelo menos 72 (setenta e duas)
listas afixadas nas cabinas indevassáveis ou nos edifícios horas antes da eleição, o seguinte material.
onde funcionarem mesas receptoras, incorrerá nas
I - relação dos eleitores da seção que poderá ser
penas do artigo 297.
dispensada, no todo ou em parte, pelo respectivo
Art. 130. Nos estabelecimentos de internação coletiva Tribunal Regional Eleitoral em decisão fundamentada e
de hansenianos os membros das mesas receptoras aprovada pelo Tribunal Superior Eleitoral. (Redação
serão escolhidos de preferência entre os médicos e dada pela Lei nº 6.055, de 17.6.1974)
funcionários sadios do próprio estabelecimento.
II - relações dos partidos e dos candidatos registrados,
CAPÍTULO III as quais deverão ser afixadas no recinto das seções
eleitorais em lugar visível, e dentro das cabinas
Da Fiscalização Perante as Mesas Receptoras
indevassáveis as relações de candidatos a eleições
Art. 131. Cada partido poderá nomear 2 (dois) proporcionais;
delegados em cada município e 2 (dois) fiscais junto a
III - as fôlhas individuais de votação dos eleitores da
cada mesa receptora, funcionando um de cada vez.
seção, devidamente acondicionadas;
§ 1º Quando o município abranger mais de uma zona
IV - uma fôlha de votação para os eleitores de outras
eleitoral cada partido poderá nomear 2 (dois) delegados
seções, devidamente rubricada;
junto a cada uma delas.
V - uma urna vazia, vedada pelo juiz eleitoral, com tiras
§ 2º A escolha de fiscal e delegado de partido não
de papel ou pano forte;
poderá recair em quem, por nomeação do juiz eleitoral,
já faça parte da mesa receptora. VI - sobrecartas maiores para os votos impugnados ou
sôbre os quais haja dúvida; (Renumerado do
§ 3º As credenciais expedidas pelos partidos, para os
Inciso VII pela Lei nº 4.961, de 4.5.1966)
fiscais, deverão ser visadas pelo juiz eleitoral.
VII - cédulas oficiais; (Renumerado do Inciso VIII
§ 4º Para esse fim, o delegado do partido encaminhará
pela Lei nº 4.961, de 4.5.1966)
as credenciais ao Cartório, juntamente com os títulos
eleitorais dos fiscais credenciados, para que, verificado VIII - sobrecartas especiais para remessa à Junta
pelo escrivão que as inscrições correspondentes as Eleitoral dos documentos relativos à
títulos estão em vigor e se referem aos nomeados, eleição; (Renumerado do Inciso IX pela Lei nº 4.961,
carimbe as credenciais e as apresente ao juiz para o de 4.5.1966)
visto.
IX - senhas para serem distribuídas aos
§ 5º As credenciais que não forem encaminhadas ao eleitores; (Renumerado do Inciso X pela Lei nº 4.961,
Cartório pelos delegados de partido, para os fins do de 4.5.1966)
parágrafo anterior, poderão ser apresentadas pelos
próprios fiscais para a obtenção do visto do juiz
eleitoral.

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X - tinta, canetas, penas, lápis e papel, necessários aos a indicação da rua, número e qualquer outro elemento
trabalhos; (Renumerado do Inciso XI pela Lei nº que facilite a localização pelo eleitor.
4.961, de 4.5.1966)
§ 2º Dar-se-á preferência aos edifícios públicos,
XI - fôlhas apropriadas para impugnação e fôlhas para recorrendo-se aos particulares se faltarem aqueles em
observação de fiscais de partidos; (Renumerado do número e condições adequadas.
Inciso XII pela Lei nº 4.961, de 4.5.1966)
§ 3º A propriedade particular será obrigatória e
XII - modêlo da ata a ser lavrada pela mesa gratuitamente cedida para esse fim.
receptora; (Renumerado do Inciso XIII pela Lei nº
§ 4º É expressamente vedado uso de propriedade
4.961, de 4.5.1966)
pertencente a candidato, membro do diretório de
XIII - material necessário para vedar, após a votação, a partido, delegado de partido ou autoridade policial,
fenda da urna; (Renumerado do Inciso XIV pela Lei nº bem como dos respectivos cônjuges e parentes,
4.961, de 4.5.1966) consangüíneos ou afins, até o 2º grau, inclusive.
XIV - um exemplar das Instruções do Tribunal Superior § 5º Não poderão ser localizadas seções eleitorais em
Eleitoral; (Renumerado do Inciso XV pela Lei nº fazenda sítio ou qualquer propriedade rural privada,
4.961, de 4.5.1966) mesmo existindo no local prédio público, incorrendo o
juiz nas penas do Art. 312, em caso de
XV - material necessário à contagem dos votos quando
infringência. (Redação dada pela Lei nº 4.961, de
autorizada; (Renumerado do Inciso XVI pela Lei nº
4.5.1966)
4.961, de 4.5.1966)
§ 6º Os Tribunais Regionais, nas capitais, e os juizes
XVI - outro qualquer material que o Tribunal Regional
eleitorais, nas demais zonas, farão ampla divulgação da
julgue necessário ao regular funcionamento da
localização das seções.
mesa. (Renumerado do Inciso XVII pela Lei nº 4.961,
de 4.5.1966) § 6º-A. Os Tribunais Regionais Eleitorais deverão, a cada
eleição, expedir instruções aos Juízes Eleitorais para
§ 1º O material de que trata êste artigo deverá ser
orientá-los na escolha dos locais de votação, de maneira
remetido por protocolo ou pelo correio acompanhado
a garantir acessibilidade para o eleitor com deficiência
de uma relação ao pé da qual o destinatário declarará o
ou com mobilidade reduzida, inclusive em seu entorno
que recebeu e como o recebeu, e aporá sua assinatura.
e nos sistemas de transporte que lhe dão
§ 2º Os presidentes da mesa que não tiverem recebido acesso. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de
até 48 (quarenta e oito) horas antes do pleito o referido 2015) (Vigência)
material deverão diligenciar para o seu recebimento.
§ 6ºB (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.226, de 15
§ 3º O juiz eleitoral, em dia e hora previamente de maio de 2001)
designados em presença dos fiscais e delegados dos
§ 7º Da designação dos lugares de votação poderá
partidos, verificará, antes de fechar e lacrar as urnas, se
qualquer partido reclamar ao juiz eleitoral, dentro de
estas estão completamente vazias; fechadas, enviará
três dias a contar da publicação, devendo a decisão ser
uma das chaves, se houver, ao presidente da Junta
proferida dentro de quarenta e oito horas. (Incluído
Eleitoral e a da fenda, também se houver, ao presidente
pela Lei nº 4.961, de 4.5.1966)
da mesa receptora, juntamente com a urna.
§ 8º Da decisão do juiz eleitoral caberá recurso para o
Art. 134. Nos estabelecimentos de internação coletiva
Tribunal Regional, interposto dentro de três dias,
para hansenianos serão sempre utilizadas urnas de lona.
devendo no mesmo prazo, ser resolvido. (Incluído pela
TÍTULO IV Lei nº 4.961, de 4.5.1966)
Da Votação § 9º Esgotados os prazos referidos nos §§ 7º e 8º deste
artigo, não mais poderá ser alegada, no processo
CAPÍTULO I
eleitoral, a proibição contida em seu §
Dos Lugares da Votação 5º. (Incluído pela Lei nº 6.336, de 1º.6.1976)
Art. 135. Funcionarão as mesas receptoras nos lugares Art. 136. Deverão ser instaladas seções nas vilas e
designados pelos juizes eleitorais 60 (sessenta) dias povoados, assim como nos estabelecimentos de
antes da eleição, publicando-se a designação. internação coletiva, inclusive para cegos e nos
leprosários onde haja, pelo menos, 50 (cinqüenta)
§ 1º A publicação deverá conter a seção com a
eleitores.
numeração ordinal e local em que deverá funcionar com

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Parágrafo único. A mesa receptora designada para recolher os votos, bem como se estão presentes os
qualquer dos estabelecimentos de internação coletiva fiscais de partido.
deverá funcionar em local indicado pelo respectivo
Art. 143. As 8 (oito) horas, supridas as deficiências
diretório mesmo critério será adotado para os
declarará o presidente iniciados os trabalhos,
estabelecimentos especializados para proteção dos
procedendo-se em seguida à votação, que começará
cegos.
pelos candidatos e eleitores presentes.
Art.137. Até 10 (dez) dias antes da eleição, pelo menos,
§ 1º Os membros da mesa e os fiscais de partido
comunicarão os juizes eleitorais aos chefes das
deverão votar no correr da votação, depois que tiverem
repartições públicas e aos proprietários, arrendatários
votado os eleitores que já se encontravam presentes no
ou administradores das propriedades particulares a
momento da abertura dos trabalhos, ou no
resolução de que serão os respectivos edifícios, ou parte
encerramento da votação. (Renumerado do
dêles, utilizados para pronunciamento das mesas
parágrafo único pela Lei nº 4.961, de 4.5.1966)
receptoras.
§ 2º Observada a prioridade assegurada aos candidatos,
Art. 138. No local destinado a votação, a mesa ficará em
têm preferência para votar o juiz eleitoral da zona, seus
recinto separado do público; ao lado haverá uma cabina
auxiliares de serviço, os eleitores de idade avançada os
indevassável onde os eleitores, à medida que
enfermos e as mulheres grávidas. (Incluído pela Lei nº
comparecerem, possam assinalar a sua preferência na
4.961, de 4.5.1966)
cédula.
Art. 144. O recebimento dos votos começará às 8 (oito)e
Parágrafo único. O juiz eleitoral providenciará para que
terminará, salvo o disposto no Art. 153, às 17
nós edifícios escolhidos sejam feitas as necessárias
(dezessete) horas.
adaptações.
Art. 145. O presidente, mesários, secretários, suplentes
CAPÍTULO II
e os delegados e fiscais de partido votarão, perante as
Da Polícia dos Trabalhos Eleitorais mesas em que servirem, sendo que os delegados e
fiscais, desde que a credencial esteja visada na forma do
Art. 139. Ao presidente da mesa receptora e ao juiz
artigo 131, § 3º; quando eleitores de outras seções, seus
eleitoral cabe a polícia dos trabalhos eleitorais.
votos serão tomados em separado. (Redação dada
Art. 140. Somente podem permanecer no recinto da pela Lei nº 4.961, de 4.5.1966) (Vide Lei nº 7.332,
mesa receptora os seus membros, os candidatos, um de 1º.7.1985)
fiscal, um delegado de cada partido e, durante o tempo
Parágrafo único. Com as cautelas constantes do ar. 147,
necessário à votação, o eleitor.
§ 2º, poderão ainda votar fora da respectiva
§ 1º O presidente da mesa, que é, durante os trabalhos, seção: (Renumerado do parágrafo 2º pela Lei nº
a autoridade superior, fará retirar do recinto ou do 4.961, de 4.5.1966) (Vide Lei nº 7.332, de
edifício quem não guardar a ordem e compostura 1º.7.1985)
devidas e estiver praticando qualquer ato atentatório da
I - o juiz eleitoral, em qualquer seção da zona sob sua
liberdade eleitoral.
jurisdição, salvo em eleições municipais, nas quais
§ 2º Nenhuma autoridade estranha a mesa poderá poderá votar em qualquer seção do município em que
intervir, sob pretexto algum, em seu funcionamento, fôr eleitor; (Renumerado do parágrafo 2º pela Lei nº
salvo o juiz eleitoral. 4.961, de 4.5.1966
Art. 141. A força armada conservar-se-á a cem metros II - o Presidente da República, o qual poderá votar em
da seção eleitoral e não poderá aproximar-se do lugar qualquer seção, eleitoral do país, nas eleições
da votação, ou dêle penetrar, sem ordem do presidente presidenciais; em qualquer seção do Estado em que fôr
da mesa. eleitor nas eleições para governador, vice-governador,
senador, deputado federal e estadual; em qualquer
CAPÍTULO III
seção do município em que estiver inscrito, nas eleições
Do Início da Votação para prefeito, vice-prefeito e vereador; (Renumerado
do parágrafo 2º pela Lei nº 4.961, de 4.5.1966
Art. 142. No dia marcado para a eleição, às 7 (sete)
horas, o presidente da mesa receptora os mesários e os III - os candidatos à Presidência da República, em
secretários verificarão se no lugar designado estão em qualquer seção eleitoral do país, nas eleições
orem o material remetido pelo juiz e a urna destinada a presidenciais, e, em qualquer seção do Estado em que
forem eleitores, nas eleições de âmbito

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estadual; (Renumerado do parágrafo 2º pela Lei nº IV - pelo número anotado no verso da senha, o
4.961, de 4.5.1966 presidente, ou mesário, localizará a fôlha individual de
votação, que será confrontada com o título e poderá
IV - os governadores, vice-governadores, senadores,
também ser examinada por fiscal ou delegado de
deputados federais e estaduais, em qualquer seção do
partido;
Estado, nas eleições de âmbito nacional e estadual; em
qualquer seção do município de que sejam eleitores, nas V - achando-se em ordem o título e a fôlha individual e
eleições municipais; (Renumerado do parágrafo 2º pela não havendo dúvida sôbre a identidade do eleitor, o
Lei nº 4.961, de 4.5.1966 presidente da mesa o convidará a lançar sua assinatura
no verso da fôlha individual de votação; em seguida
V - os candidatos a governador, vice-governador,
entregar-lhe-á a cédula única rubricada no ato pelo
senador, deputado federal e estadual, em qualquer
presidente e mesários e numerada de acôrdo com as
seção do Estado de que sejam eleitores, nas eleições de
Instruções do Tribunal Superior instruindo-o sôbre a
âmbito nacional e estadual; (Renumerado do
forma de dobrá-la, fazendo-o passar a cabina
parágrafo 2º pela Lei nº 4.961, de 4.5.1966
indevassável, cuja porta ou cortina será encerrada em
VI - os prefeitos, vice-prefeitos e vereadores, em seguida;
qualquer seção de município que representarem, desde
VI - o eleitor será admitido a votar, ainda que deixe de
que eleitores do Estado, sendo que, no caso de eleições
exibir no ato da votação o seu título, desde que seja
municipais, nelas somente poderão votar se inscritos no
inscrito na seção e conste da respectiva pasta a sua fôlha
município; (Renumerado do parágrafo 2º pela Lei nº
individual de votação; nesse caso, a prova de ter votado
4.961, de 4.5.1966
será feita mediante certidão que obterá
VII - os candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador, posteriormente, no juízo competente;
em qualquer seção de município, desde que dêle sejam
VII - no caso da omissão da fôlha individual na respectiva
eleitores; (Renumerado do parágrafo 2º pela Lei nº
pasta verificada no ato da votação, será o eleitor, ainda,
4.961, de 4.5.1966
admitido a votar, desde que exiba o seu título eleitoral
VIII - os militares, removidos ou transferidos dentro do e dêle conste que o portador é inscrito na seção, sendo
período de 6 (seis) meses antes do pleito, poderão votar o seu voto, nesta hipótese, tomando em separado e
nas eleições para presidente e vice-presidente da colhida sua assinatura na fôlha de votação modêlo 2
República na localidade em que estiverem (dois). Como ato preliminar da apuração do voto,
servindo. (Renumerado do parágrafo 2º pela Lei nº averiguar-se-á se se trata de eleitor em condições de
4.961, de 4.5.1966 votar, inclusive se realmente pertence à seção;
IX - os policiais militares em serviço. (Incluído pela VIII - verificada a ocorrência de que trata o número
Lei nº 9.504, de 9.5.1995) anterior, a Junta Eleitoral, antes de encerrar os seus
trabalhos, apurará a causa da omissão. Se tiver havido
CAPÍTULO IV
culpa ou dolo, será aplicada ao responsável, na primeira
Do Ato de Votar hipótese, a multa de até 2 (dois) salários-mínimos, e, na
segunda, a de suspensão até 30 (trinta) dias;
Art. 146. Observar-se-á na votação o seguinte:
IX - na cabina indevassável, onde não poderá
I - o eleitor receberá, ao apresentar-se na seção, e antes
permanecer mais de um minuto, o eleitor indicará os
de penetrar no recinto da mesa, uma senha numerada,
candidatos de sua preferência e dobrará a cédula oficial,
que o secretário rubricará, no momento, depois de
observadas as seguintes normas:
verificar pela relação dos eleitores da seção, que o seu
nome constada respectiva pasta; a) assinalando com uma cruz, ou de modo que torne
expressa a sua intenção, o quadrilátero correspondente
II - no verso da senha o secretário anotará o número de
ao candidato majoritário de sua preferência;
ordem da fôlha individual da pasta, número esse que
constará da relação enviada pelo cartório à mesa b) escrevendo o nome, o prenome, ou o número do
receptora; candidato de sua preferência nas eleições
proporcionais. (Redação dada pela Lei nº 7.434,
III - admitido a penetrar no recinto da mesa, segundo a
de 19.12.1985)
ordem numérica das senhas, o eleitor apresentará ao
presidente seu título, o qual poderá ser examinado por c) escrevendo apenas a sigla do partido de sua
fiscal ou delegado de partido, entregando, no mesmo preferência, se pretender votar só na
ato, a senha; legenda; (Revogado pela Lei nº 6.989, de

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5.5.1982) (Vide restabelecimento Lei nº 7.332, de III - determinará ao eleitor que feche a sobrecarta
1º.7.1985) branca e a deposite na urna;
X - ao sair da cabina o eleitor depositará na urna a IV - anotará a impugnação na ata.
cédula;
§3º O voto em separado, por qualquer motivo, será
XI - ao depositar a cédula na urna o eleitor deverá fazê- sempre tomado na forma prevista no parágrafo
lo de maneira a mostrar a parte rubricada à mesa e aos anterior.
fiscais de partido, para que verifiquem sem nela tocar,
Art. 148. O eleitor somente poderá votar na seção
se não foi substituída;
eleitoral em que estiver incluído o seu nome.
XII - se a cédula oficial não fôr a mesmo, será o eleitor
§ 1º Essa exigência somente poderá ser dispensada nos
convidado a voltar à cabina indevessável e a trazer seu
casos previstos no Art. 145 e seus parágrafos.
voto na cédula que recebeu; senão quiser tornar à
cabina ser-lhe-á recusado a ocorrência na ata e ficando § 2º Aos eleitores mencionados no Art. 145 não será
o eleitor retido pela mesa, e à sua disposição, até o permitido votar sem a exibição do título, e nas fôlhas de
término da votação ou a devolução da cédula oficial já votação modêlo 2 (dois), nas quais lançarão suas
rubricada e numerada; assinaturas, serão sempre anotadas na coluna própria
as seções mecionadas nos título retidos.
XIII - se o eleitor, ao receber a cédula ou ao recolher-se
à cabia de votação, verificar que a cédula se acha § 3º Quando se tratar de candidato, o presidente da
estragada ou, de qualquer modo, viciada ou assinalada mesa receptora verificará, previamente, se o nome
ou se êle próprio, por imprudência, imprevidência ou figura na relação enviada à seção, e quando se tratar de
ignorância, a inutilizar, estragar ou assinalar fiscal de partido, se a credencial está devidamente
erradamente, poderá pedir uma outra ao presidente da visada pelo juiz eleitoral.
seção eleitoral, restituíndo, porém, a primeira, a qual
Art. 149. Não será admitido recurso contra a votação, se
será imediatamente inutilizada à vista dos presentes e
não tiver havido impugnação perante a mesa receptora,
sem quebra do sigilo do que o eleitor haja nela
no ato da votação, contra as nulidades argüidas.
assinalado;
Art. 150. O eleitor cego poderá:
XIV - introduzida a sobrecarta na urna, o presidente da
mesa devolverá o título ao eleitor, depois de datá-lo e I - assinar a fôlha individual de votação em letras do
assiná-lo; em seguida rubricará, no local próprio, a fôlha alfabeto comum ou do sistema Braille;
individual de votação.
II - assinalar a cédula oficial, utilizando também
Art. 147. O presidente da mesa dispensará especial qualquer sistema;
atenção à identidade de cada eleitor admitido a votar
III - usar qualquer elemento mecânico que trouxer
Existindo dúvida a respeito, deverá exigir-lhe a exibição
consigo, ou lhe fôr fornecido pela mesa, e que lhe
da respectiva carteira, e, na falta desta, interrogá-lo
possibilite exercer o direito de voto
sôbre os dados constantes do título, ou da fôlha
individual de votação, confrontando a assinatura do Art. 152. Poderão ser utilizadas máquinas de votar, a
mesmo com a feita na sua presença pelo eleitor, e critério e mediante regulamentação do Tribunal
mencionando na ata a dúvida suscitada. Superior Eleitoral.
§ 1º A impugnação à identidade do eleitor, formulada CAPÍTULO V
pelos membros da mesa, fiscais, delegados, candidatos
Do Encerramento da Votação
ou qualquer eleitor, será apresentada verbalmente ou
por escrito, antes de ser o mesmo admitido a votar. Art. 153. Às 17 (dezessete) horas, o presidente fará
entregar as senhas a todos os eleitores presentes e, em
§ 2º Se persistir a dúvida ou fôr mantida a impugnação,
seguida, os convidará, em voz alta, a entregar à mesa
tomará o presidente da mesa as seguintes providências:
seus títulos, para que sejam admitidos a votar.
I - escreverá numa sobrecarta branca o seguinte:
arágrafo único. A votação continuará na ordem
"Impugnado por "F";
numérica das senhas e o título será devolvido ao eleitor,
II - entregará ao eleitor a sobrecarta branca, para que logo que tenha votado.
êle, na presença da mesa e dos fiscais, nela coloque a
Art. 154. Terminada a votação e declarado o seu
cédula oficial que assinalou, assim como o seu título, a
encerramento elo presidente, tomará estes as seguintes
fôlha de impugnação e qualquer outro documento
providências:
oferecido pelo impugnante;

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I - vedará a fenda de introdução da cédula na urna, de VI - entregará a urna e os documentos do ato eleitoral
modo a cobri-la inteiramente com tiras de papel ou ao presidente da Junta ou à agência do Correio mais
pano forte, rubricadas pelo presidente e mesários e, próxima, ou a outra vizinha que ofereça melhores
facultativamente, pelos fiscais presentes, separará condições de segurança e expedição, sob recibo em
todas as folhas de votação correspondentes aos triplicata com a indicação de hora, devendo aqueles
eleitores faltosos e fará constar, no verso de cada uma documentos ser encerrados em sobrecartas rubricadas
delas na parte destinada à assinatura do eleitor, a falta por êle e pelos fiscais que o quiserem;
verificada, por meio de breve registro, que autenticará
VII - comunicará em ofício, ou impresso próprio, ao juiz
com a sua assinatura. (Redação dada pela Lei nº
eleitoral da zona a realização da eleição, o número de
4.961, de 4.5.1966)
eleitores que votaram e a remessa da urna e dos
II - encerrará, com a sua assinatura, a fôlha de votação documentos à Junta Eleitoral;
modêlo 2 (dois), que poderá ser também assinada pelos
VIII - enviará em sobrecarta fechada uma das vias do
fiscais;
recibo do Correio à Junta Eleitoral e a outra ao Tribunal
III - mandará lavra, por um dos secretários, a ata da Regional.
eleição, preenchendo o modêlo fornecido pela Justiça
§ 1º Os Tribunais Regionais poderão prescrever outros
Eleitoral, para que conste:
meios de vedação das urnas.
a) os nomes dos membros da mesa que hajam
§ 2º No Distrito Federal e nas capitais dos Estados
comparecido, inclusive o suplente;
poderão os Tribunais Regionais determinar normas
b) as substituições e nomeações feitas; diversas para a entrega de urnas e papéis eleitorais, com
as cautelas destinadas a evitar violação ou extravio.
c) os nomes dos fiscais que hajam comparecido e dos
que se retiraram durante a votação; Art. 155. O presidente da Junta Eleitoral e as agências
do Correio tomarão as providências necessárias para o
d) a causa, se houver, do retardamento para o começo
recebimento da urna e dos documentos referidos no
da votação;
artigo anterior.
e) o número, por extenso, dos eleitores da seção que
§1º Os fiscais e delegados de partidos têm direito de
compareceram e votaram e o número dos que deixaram
vigiar e acompanhar a urna desde o momento da
de comparecer;
eleição, durante a permanência nas agências do Correio
f) o número, por extenso, de eleitores de outras seções e até a entrega à Junta Eleitoral.
que hajam votado e cujos votos hajam sido recolhidos
§ 2º A urna ficará permanentemente à vista dos
ao invólucro especial;
interessados e sob a guarda de pessoa designada pelo
g) o motivo de não haverem votado alguns dos eleitores presidente da Junta Eleitoral.
que compareceram;
Art. 156. Até as 12 (doze) horas do dia seguinte à
h) os protestos e as impugnações apresentados pelos realização da eleição, o juiz eleitoral é obrigado, sob
fiscais, assim como as decisões sôbre eles proferidas, pena de responsabilidade e multa de 1 (um) a 2 (dois)
tudo em seu inteiro teor; salários-mínimos, a comunicar ao Tribunal Regional, e
aos delegados de partido perante êle credenciados, o
i) a razão de interrupção da votação, se tiver havido, e o
número de eleitores que votaram em cada uma das
tempo de interrupção;
seções da zona sob sua jurisdição, bem como o total de
j) a ressalva das rasuras, emendas e entrelinhas votantes da zona.
porventura existentes nas folhas de votação e na ata, ou
§ 1º Se houver retardamento nas medidas referidas no
a declaração de não existirem;
Art. 154, o juiz eleitoral, assim que receba o ofício
IV - mandará, em caso de insuficiência de espaço no constante desse dispositivo, nº VII, fará a comunicação
modêlo destinado ao preenchimento, prosseguir a ata constante dêste artigo.
em outra fôlha devidamente rubricada por êle, mesários
§ 2º Essa comunicação será feita por via postal, em
e fiscais que o desejarem, mencionado esse fato na
ofícios registrados de que o juiz eleitoral guardará cópia
própria ata;
no arquivo da zona, acompanhada do recibo do Correio.
V - assinará a ata com os demais membros da mesa,
§ 3º Qualquer candidato, delegado ou fiscal de partido
secretários e fiscais que quiserem;
poderá obter, por certidão, o teor da comunicação a que

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se refere êste artigo, sendo defeso ao juiz eleitoral mínimos, aplicada pelo Tribunal Regional. (Incluído
recusá-la ou procrastinar a sua entrega ao requerente. pela Lei nº 4.961, de 4.5.1966)
TÍTULO V Art. 160. Havendo conveniência, em razão do número
de urnas a apurar, a Junta poderá subdividir-se em
Da Apuração
turmas, até o limite de 5 (cinco), todas presididas por
CAPÍTULO I algum dos seus componentes.
Dos Órgãos Apuradores Parágrafo único. As dúvidas que forem levantadas em
cada turma serão decididas por maioria de votos dos
Art. 158. A apuração compete:
membros da Junta.
I - às Juntas Eleitorais quanto às eleições realizadas na
Art. 161. Cada partido poderá credenciar perante as
zona sob sua jurisdição;
Juntas até 3 (três) fiscais, que se revezem na fiscalização
II - aos Tribunais Regionais a referente às eleições para dos trabalhos.
governador, vice-governador, senador, deputado
§ 1º Em caso de divisão da Junta em turmas, cada
federal e estadual, de acôrdo com os resultados parciais
partido poderá credenciar até 3 (três) fiscais para cada
enviados pelas Junta Eleitorais;
turma.
III - ao Tribunal Superior Eleitoral nas eleições para
§ 2º Não será permitida, na Junta ou turma, a atuação
presidente e vice-presidente da República , pelos
de mais de 1 (um) fiscal de cada partido.
resultados parciais remetidos pelos Tribunais Regionais.
Art. 162. Cada partido poderá credenciar mais de 1 (um)
CAPÍTULO II
delegado perante a Junta, mas no decorrer da apuração
Da Apuração nas Juntas só funcionará 1 (um) de cada vez.
Seção I Art. 163. Iniciada a apuração da urna, não será a mesma
interrompida, devendo ser concluída.
Disposições Preliminares
Parágrafo único. Em caso de interrupção por motivo de
Art. 159. A apuração começará no dia seguinte ao das
força maior, as cédulas e as folhas de apuração serão
eleições e, salvo motivo justificado, deverá terminar
recolhidas à urna e esta fechada e lacrada, o que
dentro de 10 (dez) dias.
constará da ata.
§ 1º Iniciada a apuração, os trabalhos não serão
Art. 164. É vedado às Juntas Eleitorais a divulgação, por
interrompidos aos sábados, domingos e dias feriados,
qualquer meio, de expressões, frases ou desenhos
devendo a Junta funcionar das 8 (oito) às 18 (dezoito)
estranhos ao pleito, apostos ou contidos nas cédulas.
horas, pelo menos.
§ 1º Aos membros, escrutinadores e auxiliares das
§ 2º Em caso de impossibilidade de observância do
Juntas que infringirem o disposto neste artigo será
prazo previsto neste artigo, o fato deverá ser
aplicada a multa de 1 (um) a 2 (dois) salários-mínimos
imediatamente justificado perante o Tribunal Regional,
vigentes na Zona Eleitoral, cobrados através de
mencionando-se as horas ou dias necessários para o
executivo fiscal ou da inutilização de sêlos federais no
adiamento que não poderá exceder a cinco
processo em que fôr arbitrada a multa.
dias. (Redação dada pela Lei nº 4.961, de 4.5.1966)
§ 2º Será considerada dívida líquida e certa, para efeito
§ 3º Esgotado o prazo e a prorrogação estipulada neste
de cobrança, a que fôr arbitrada pelo Tribunal Regional
artigo ou não tendo havido em tempo hábil o pedido de
e inscrita em livro próprio na Secretaria desse órgão.
prorrogação, a respectiva Junta Eleitoral perde a
competência para prosseguir na apuração devendo o Seção II
seu presidente remeter, imediatamente ao Tribunal
Da Abertura da Urna
Regional, todo o material relativo à
votação. (Incluído pela Lei nº 4.961, de 4.5.1966) Art. 165. Antes de abrir cada urna a Junta verificará:
§ 4º Ocorrendo a hipótese prevista no parágrafo I - se há indício de violação da urna;
anterior, competirá ao Tribunal Regional fazer a
II - se a mesa receptora se constituiu legalmente;
apuração. (Incluído pela Lei nº 4.961, de 4.5.1966)
III - se as folhas individuais de votação e as folhas
§ 5º Os membros da Junta Eleitoral responsáveis pela
modêlo 2 (dois) são autênticas;
inobservância injustificada dos prazos fixados neste
artigo estarão sujeitos à multa de dois a dez salários-

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IV - se a eleição se realizou no dia, hora e local definitiva em caso afirmativo, ou na forma do parágrafo
designados e se a votação não foi encerrada antes das anterior, se resolver pela nulidade da votação.
17 (dezessete) horas;
§ 5º A junta deixará de apurar os votos de urna que não
V - se foram infringidas as condições que resguardam o estiver acompanhada dos documentos legais e lavrará
sigilo do voto; têrmo relativo ao fato, remetendo-a, com cópia da sua
decisão, ao Tribunal Regional.
VI - se a seção eleitoral foi localizada com infração ao
disposto nos §§ 4º e 5º do Art. 135; Art. 166. Aberta a urna, a Junta verificará se o número
de cédulas oficiais corresponde ao de
VII - se foi recusada, sem fundamento legal, a
votantes. (Redação dada pela Lei nº 4.961, de
fiscalização de partidos aos atos eleitorais;
4.5.1966)
VIII - se votou eleitor excluído do alistamento, sem ser o
§ 1º A incoincidência entre o número de votantes e o de
seu voto tomado em separado;
cédulas oficiais encontradas na urna não constituirá
IX - se votou eleitor de outra seção, a não ser nos casos motivo de nulidade da votação, desde que não resulte
expressamente admitidos; de fraude comprovada. (Redação dada pela Lei nº
4.961, de 4.5.1966)
X - se houve demora na entrega da urna e dos
documentos conforme determina o nº VI, do Art. 154. § 2º Se a Junta entender que a incoincidência resulta de
fraude, anulará a votação, fará a apuração em separado
XI - se consta nas folhas individuais de votação dos
e recorrerá de ofício para o Tribunal Regional.
eleitores faltosos o devido registro de sua
falta. (Incluído pela Lei nº 4.961, de 4.5.1966) Art. 167. Resolvida a apuração da urna, deverá a Junta
inicialmente:
§ 1º Se houver indício de violação da urna, proceder-se-
á da seguinte forma: I - examinar as sobrecartas brancas contidas na urna,
anulando os votos referentes aos eleitores que não
I - antes da apuração, o presidente da Junta indicará
podiam votar; (Redação dada pela Lei nº 4.961, de
pessoa idônea para servir como perito e examinar a
4.5.1966)
urna com assistência do representante do Ministério
Público; II - misturar as cédulas oficiais dos que podiam votar
com as demais existentes na urna. (Redação dada
II - se o perito concluir pela existência de violação e o
pela Lei nº 4.961, de 4.5.1966)
seu parecer fôr aceito pela Junta, o presidente desta
comunicará a ocorrência ao Tribunal Regional, para as Art. 168. As questões relativas à existência de rasuras,
providências de lei; emendas e entrelinhas nas folhas de votação e na ata da
eleição, somente poderão ser suscitadas na fase
III - se o perito e o representante do Ministério Público
correspondente à abertura das urnas.
concluírem pela inexistência de violação, far-se-á a
apuração; Seção III
IV - se apenas o representante do Ministério Público Das Impugnações e dos Recursos
entender que a urna foi violada, a Junta decidirá,
Art. 169. À medida que os votos forem sendo apurados,
podendo aquêle, se a decisão não fôr unânime, recorrer
poderão os fiscais e delegados de partido, assim como
imediatamente para o Tribunal Regional;
os candidatos, apresentar impugnações que serão
V - não poderão servir de peritos os referidos no Art. 36, decididas de plano pela Junta.
§ 3º, nºs. I a IV.
§ 1º As Juntas decidirão por maioria de votos as
§ 2º s impugnações fundadas em violação da urna impugnações.
somente poderão ser apresentadas até a abertura
§ 2º De suas decisões cabe recurso imediato, interposto
desta.
verbalmente ou por escrito, que deverá ser
§ 3º Verificado qualquer dos casos dos nºs. II, III, IV e V fundamentado no prazo de 48 (quarenta e oito) horas
do artigo, a Junta anulará a votação, fará a apuração dos para que tenha seguimento.
votos em separado e recorrerá de ofício para o Tribunal
§ 3º O recurso, quando ocorrerem eleições simultâneas,
Regional.
indicará expressamente eleição a que se refere.
§ 4º Nos casos dos números VI, VII, VIII, IX e X, a Junta
§ 4º Os recursos serão instruídos de ofício, com certidão
decidirá se a votação é válida, procedendo à apuração
da decisão recorrida; se interpostos verbalmente,

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constará também da certidão o trecho correspondente parágrafo único para § 3º pela Lei nº 4.961, de
do boletim. (Redação dada pela Lei nº 4.961, de 4.5.1966) e renumerado do § 3º pela Lei nº 6.055, de
4.5.1966) 17.6.1974)
Art. 170. As impugnações quanto à identidade do Art. 175. Serão nulas as cédulas: I - que não
eleitor, apresentadas no ato da votação, serão corresponderem ao modelo oficial; (Vide Lei nº
resolvidas pelo confronto da assinatura tomada no 7.332, de 1º.7.1985)
verso da folha individual de votação com a existente no
I - que não corresponderem ao modêlo oficial;
anverso; se o eleitor votou em separado, no caso de
omissão da folha individual na respectiva pasta, II - que não estiverem devidamente autenticadas;
confrontando-se a assinatura da folha modêlo 2 (dois)
III - que contiverem expressões, frases ou sinais que
com a do título eleitoral.
possam identificar o voto.
Art. 171 Não será admitido recurso contra a apuração,
§ 1º Serão nulos os votos, em cada eleição majoritária:
se não tiver havido impugnação perante a Junta, no ato
apuração, contra as nulidades argüidas. I - quando forem assinalados os nomes de dois ou mais
candidatos para o mesmo cargo;
Art. 172. Sempre que houver recurso fundado em
contagem errônea de votos, vícios de cédulas ou de II - quando a assinalação estiver colocada fora do
sobrecartas para votos em separado, deverão as quadrilátero próprio, desde que torne duvidosa a
cédulas ser conservadas em invólucro lacrado, que manifestação da vontade do eleitor.
acompanhará o recurso e deverá ser rubricado pelo juiz
§ 2º Serão nulos os votos, em cada eleição pelo sistema
eleitoral, pelo recorrente e pelos delegados de partido
proporcional: (Renumerado do § 3º pela Lei nº
que o desejarem. (Redação dada pela Lei nº 4.961,
4.961, de 4 5.66)
de 4.5.1966)
I - quando o candidato não fôr indicado, através do
Seção IV
nome ou do número, com clareza suficiente para
Da Contagem dos Votos distinguí-lo de outro candidato ao mesmo cargo, mas de
outro partido, e o eleitor não indicar a
Art. 173. Resolvidas as impugnações a Junta passará a
legenda; (Renumerado do § 3º pela Lei nº 4.961, de
apurar os votos.
4 5.66)
Parágrafo único. Na apuração, poderá ser utilizado
II - se o eleitor escrever o nome de mais de um candidato
sistema eletrônico, a critério do Tribunal Superior
ao mesmo cargo, pertencentes a partidos diversos, ou,
Eleitoral e na forma por ele estabelecida. (Incluído
indicando apenas os números, o fizer também de
pela Lei nº 6.978, de 19.1.1982)
candidatos de partidos diferentes; (Renumerado do
Art. 174. As cédulas oficiais, à medida em que forem § 3º pela Lei nº 4.961, de 4 5.66)
sendo abertas, serão examinadas e lidas em voz alta por
III - se o eleitor, não manifestando preferência por
um dos componentes da Junta.
candidato, ou o fazendo de modo que não se possa
§ 1º Após fazer a declaração dos votos em branco e identificar o de sua preferência, escrever duas ou mais
antes de ser anunciado o seguinte, será aposto na legendas diferentes no espaço relativo à mesma
cédula, no lugar correspondente à indicação do voto, eleição. (Renumerado do § 3º pela Lei nº 4.961, de 4
um carimbo com a expressão "em branco", além da 5.66)
rubrica do presidente da turma. (Redação dada pela
§ 3º Serão nulos, para todos os efeitos, os votos dados
Lei nº 6.055, de 17.6.1974)
a candidatos inelegíveis ou não
§ 2º O mesmo processo será adaptado para o voto registrados. : (Renumerado do § 4º pela Lei nº 4.961,
nulo. (Incluído pela Lei nº 6.055, de 17.6.1974) de 4 5.66)
§ 3º Não poderá ser iniciada a apuração dos votos da § 4º O disposto no parágrafo anterior não se aplica
urna subsequente sob as penas do Art. 345, sem que os quando a decisão de inelegibilidade ou de
votos em branco da anterior estejam todos registrados cancelamento de registro for proferida após a realização
pela forma referida no § 1º. (Incluído como § 2º pela da eleição a que concorreu o candidato alcançado pela
Lei nº 4.961, de 4.5.1966 e renumerado do § 2º pela Lei sentença, caso em que os votos serão contados para o
nº 6.055, de 17.6.1974) partido pelo qual tiver sido feito o seu
registro. (Incluído pela Lei nº 7.179, de 19.12.1983)
§ 4º As questões relativas às cédulas somente poderão
ser suscitadas nessa oportunidade. (Renumerado do

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Art. 176. Contar-se-á o voto apenas para a legenda, nas prefeito e juiz de paz entender-se-á dado ao respectivo
eleições pelo sistema proporcional: (Redação dada vice ou suplente.
pela Lei nº 8.037, de 1990)
Art. 179. Concluída a contagem dos votos a Junta ou
I - se o eleitor escrever apenas a sigla partidária, não turma deverá:
indicando o candidato de sua preferência; (Redação
I - transcrever nos mapas referentes à urna a votação
dada pela Lei nº 8.037, de 1990)
apurada;
II - se o eleitor escrever o nome de mais de um candidato
II - expedir boletim contendo o resultado da respectiva
do mesmo Partido; (Redação dada pela Lei nº 8.037,
seção, no qual serão consignados o número de votantes,
de 1990)
a votação individual de cada candidato, os votos de cada
III - se o eleitor, escrevendo apenas os números, indicar legenda partidária, os votos nulos e os em branco, bem
mais de um candidato do mesmo Partido; (Redação como recursos, se houver.
dada pela Lei nº 8.037, de 1990)
§ 1º Os mapas, em todas as suas folhas, e os boletins de
IV - se o eleitor não indicar o candidato através do nome apuração, serão assinados pelo presidente e membros
ou do número com clareza suficiente para distingui-lo da Junta e pelos fiscais de partido que o desejarem.
de outro candidato do mesmo Partido. (Redação
§ 2º O boletim a que se refere e êste artigo obedecerá a
dada pela Lei nº 8.037, de 1990)
modêlo aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral,
Art. 177. Na contagem dos votos para as eleições podendo porém, na sua falta, ser substituído por
realizadas pelo sistema proporcional observar-se-ão, qualquer outro expedido por Tribunal Regional ou pela
ainda, as seguintes normas: (Redação dada pela Lei própria Junta Eleitoral.
nº 8.037, de 1990)
§ 3º Um dos exemplares do boletim de apuração será
I - a inversão, omissão ou erro de grafia do nome ou imediatamente afixado na sede da Junta, em local que
prenome não invalidará o voto, desde que seja possível possa ser copiado por qualquer pessoa.
a identificação do candidato; (Redação dada pela Lei
§ 4º Cópia autenticada do boletim de apuração será
nº 8.037, de 1990)
entregue a cada partido, por intermédio do delegado ou
II - se o eleitor escrever o nome de um candidato e o fiscal presente, mediante recibo.
número correspondente a outro da mesma legenda ou
§ 5º O boletim de apuração ou sua cópia autenticada
não, contar-se-á o voto para o candidato cujo nome foi
com a assinatura do juiz e pelo menos de um dos
escrito, bem como para a legenda a que
membros da Junta, podendo ser apresentado ao
pertence; (Redação dada pela Lei nº 8.037, de 1990)
Tribunal Regional, nas eleições federais e estaduais,
III - se o eleitor escrever o nome ou o número de um sempre que o número de votos constantes dos mapas
candidato e a legenda de outro Partido, contar-se-á o recebidos pela Comissão Apuradora não coincidir com
voto para o candidato cujo nome ou número foi os nele consignados.
escrito; (Redação dada pela Lei nº 8.037, de 1990)
§ 6º O partido ou candidato poderá apresentar o
IV - se o eleitor escrever o nome ou o número de um boletim na oportunidade concedida pelo Art. 200,
candidato a Deputado Federal na parte da cédula quando terá vista do relatório da Comissão Apuradora,
referente a Deputado Estadual ou vice-versa, o voto ou antes, se durante os trabalhos da Comissão tiver
será contado para o candidato cujo nome ou número foi conhecimento da incoincidência de qualquer resultado.
escrito; (Redação dada pela Lei nº 8.037, de 1990)
§ 7º Apresentado o boletim, será aberta vista aos
V - se o eleitor escrever o nome ou o número de demais partidos, pelo prazo de 2 (dois) dias, os quais
candidatos em espaço da cédula que não seja o somente poderão contestar o erro indicado com a
correspondente ao cargo para o qual o candidato foi apresentação de boletim da mesma urna, revestido das
registrado, será o voto computado para o candidato e mesmas formalidades.
respectiva legenda, conforme o registro. (Incluído
§ 8º Se o boletim apresentado na contestação consignar
pela Lei nº 8.037, de 1990)
outro resultado, coincidente ou não com o que figurar
Art. 178. O voto dado ao candidato a Presidente da no mapa enviado pela Junta, a urna será requisitada e
República entender-se-á dado também ao candidato a recontada pelo próprio Tribunal Regional, em sessão.
vice-presidente, assim como o dado aos candidatos a
§ 9º A não expedição do boletim imediatamente após a
governador, senador, deputado federal nos territórios,
apuração de cada urna e antes de se passa à

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subsequente, sob qualquer pretexto, constitui o crime § 1º Essa remessa será feita em invólucros fechado,
previsto no Art. 313. lacrado e rubricado pelos membros da Junta, delegados
e fiscais de Partido, por via postal ou sob protocolo,
Art. 180. O disposto no artigo anterior e em todos os
conforme fôr mais rápida e segura a chegada ao
seus parágrafos aplica-se às eleições municipais,
destino. (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº
observadas somente as seguintes alterações:
4.961, de 4.5.1966)
I - o boletim de apuração poderá ser apresentado à
§ 2º Se a remessa dos papéis eleitorais de que trata êste
Junta até 3 (três) dia depois de totalizados os resultados,
artigo não se verificar no prazo nele estabelecido os
devendo os partidos ser cientificados, através de seus
membros da Junta estarão sujeitos à multa
delegados, da data em que começará a correr êsse
correspondente à metade do salário-mínimo regional
prazo;
por dia de retardamento. (Incluído pela Lei nº 4.961,
II - apresentado o boletim será observado o disposto nos de 4.5.1966)
§§ 7º e 8º do artigo anterior, devendo a recontagem ser
§ 3º Decorridos quinze dias sem que o Tribunal Regional
procedida pela própria Junta.
tenha recebido os papéis referidos neste artigo ou
Art. 181. Salvo nos casos mencionados nos artigos comunicação de sua expedição, determinará ao
anteriores, a recontagem de votos só poderá ser Corregedor Regional ou Juiz Eleitoral mais próximo que
deferida pelos Tribunais Regionais, em recurso os faça apreender e enviar imediatamente,
interposto imediatamente após a apuração de cada transferindo-se para o Tribunal Regional a competência
urna. para decidir sôbre os mesmos. (Incluído pela Lei nº
4.961, de 4.5.1966)
Parágrafo único. Em nenhuma outra hipótese poderá a
Junta determinar a reabertura de urnas já apuradas Art. 185. Sessenta dias após o trânsito em julgado da
para recontagem de votos. diplomação de todos os candidatos, eleitos nos pleitos
eleitorais realizados simultaneamente e prévia
Art. 182. Os títulos dos eleitores estranhos à seção serão
publicação de edital de convocação, as cédulas serão
separados, para remessa, depois de terminados os
retiradas das urnas e imediatamente incineradas, na
trabalhos da Junta, ao juiz eleitoral da zona nêles
presença do Juiz Eleitoral e em ato público, vedado a
mencionadas, a fim de que seja anotado na fôlha
qualquer pessoa inclusive ao Juiz, o seu exame na
individual de votação o voto dado em outra seção.
ocasião da incineração. (Redação dada pela Lei nº
Parágrafo único. Se, ao ser feita a anotação, no 6.055, de 17.6.1974)
confronto do título com a fôlha individual, se verificar
Parágrafo único. Poderá ainda a Justiça Eleitoral,
incoincidência ou outro indício de fraude, serão
tomadas as medidas necessárias à garantia do sigilo,
autuados tais documentos e o juiz determinará as
autorizar a reciclagem industrial das cédulas, em
providências necessárias para apuração do fato e
proveito do ensino público de primeiro grau ou de
conseqüentes medidas legais.
instituições beneficentes. (Incluído pela Lei nº 7.977,
Art. 183. Concluída a apuração, e antes de se passar à de 27.12.1989)
subsequente, as cédulas serão recolhidas à urna, sendo
Art. 186. Com relação às eleições municipais e distritais,
esta fechada e lacrada, não podendo ser reaberta senão
uma vez terminada a apuração de todas as urnas, a
depois de transitada em julgado a diplomação, salvo nos
Junta resolverá as dúvidas não decididas, verificará o
casos de recontagem de votos.
total dos votos apurados, inclusive os votos em branco,
Parágrafo único. O descumprimento do disposto no determinará o quociente eleitoral e os quocientes
presente artigo, sob qualquer pretexto, constitui o partidários e proclamará os candidatos eleitos.
crime eleitoral previsto no Art. 314.
§ 1º O presidente da Junta fará lavrar, por um dos
Art. 184. Terminada a apuração, a Junta remeterá ao secretários, a ata geral concernente às eleições
Tribunal Regional no prazo de vinte e quatro horas, referidas neste artigo, da qual constará o seguinte:
todos os papéis eleitorais referentes às eleições
I - as seções apuradas e o número de votos apurados em
estaduais ou federais, acompanhados dos documentos
cada urna;
referentes à apuração, juntamente com a ata geral dos
seus trabalhos, na qual serão consignadas as votações II - as seções anuladas, os motivos por que foram e o
apuradas para cada legenda e candidato e os votos não número de votos não apurados;
apurados com a declaração dos motivos porque o não
III- as seções onde não houve eleição e os motivos;
foram. (Redação dada pela Lei nº 4.961, de 4.5.1966)

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IV - as impugnações feitas, a solução que lhes foi dada e forma determinada para as demais, das zonas em que a
os recursos interpostos; contagem não foi autorizada.
V - a votação de cada legenda na eleição para vereador; Art. 191. Terminada a votação, o presidente da mesa
tomará as providências mencionadas nas alíneas II, III,
VI - o quociente eleitoral e os quocientes partidários;
IV e V do Art. 154.
VII - a votação dos candidatos a vereador, incluídos em
Art. 192. Lavrada e assinada ata, o presidente da mesa,
cada lista registrada, na ordem da votação recebida;
na presença dos demais membros, fiscais e delegados
VIII - a votação dos candidatos a prefeito, vice-prefeito do partido, abrirá a urna e o invólucro e verificará se o
e a juiz de paz, na ordem da votação recebida. número de cédulas oficiais coincide com o de votantes.
§ 2º Cópia da ata geral da eleição municipal, § 1º Se não houver coincidência entre o número de
devidamente autenticada pelo juiz, será enviada ao votantes e o de cédulas oficiais encontradas na urna e
Tribunal Regional e ao Tribunal Superior Eleitoral. no invólucro a mesa receptora não fará a contagem dos
votos.
Art. 187. Verificando a Junta Apuradora que os votos das
seções anuladas e daquelas cujos eleitores foram § 2º Ocorrendo a hipótese prevista no parágrafo
impedidos de votar, poderão alterar a representação de anterior, o presidente da mesa determinará que as
qualquer partido ou classificação de candidato eleito cédulas e as sobrecartas sejam novamente recolhidas a
pelo princípio majoritário, nas eleições municipais, fará urna e ao invólucro, os quais serão fechados e lacrados,
imediata comunicação do fato ao Tribunal Regional, que procedendo, em seguida, na forma recomendada pelas
marcará, se fôr o caso, dia para a renovação da votação alíneas VI, VII e VIII e do Art. 54.
naquelas seções.
Art. 193. Havendo coincidência entre o número de
§ 1º Nas eleições suplementares municipais observar- cédulas e o de votantes deverá a mesa, inicialmente,
se-á, no que couber, o disposto no Art. 201. misturar as cédulas contidas nas sobrecartas brancas,
da urna e do invólucro, com as demais.
§ 2º Essas eleições serão realizadas perante novas
mesas receptoras, nomeadas pelo juiz eleitoral, e § 1º Em seguida proceder-se-á à abertura das cédulas e
apuradas pela própria Junta que, considerando os contagem dos votos, observando-se o disposto nos
anteriores e os novos resultados, confirmará ou artigos. 169 e seguintes, no que couber.
invalidará os diplomas que houver expedido.
§ 2º Terminada a contagem dos votos será lavrada ata
§ 3º Havendo renovação de eleições para os cargos de resumida, de acôrdo com modelo aprovado pelo
prefeito e vice-prefeito, os diplomas somente serão Tribunal Superior e da qual constarão apenas as
expedidos depois de apuradas as eleições impugnações acaso apresentadas, figurando os
suplementares. resultados no boletim que se incorporará à ata, e do
qual se dará cópia aos fiscais dos partidos.
§ 4º Nas eleições suplementares, quando ser referirem
a mandatos de representação proporcional, a votação e Art. 194. Após a lavratura da ata, que deverá ser
a apuração far-se-ão exclusivamente para as legendas assinada pelos membros da mesa e fiscais e delegados
registradas. de partido, as cédulas e as sobrecartas serão recolhidas
à urna, sendo esta fechada, lacrada e entregue ao juiz
Seção V
eleitoral pelo presidente da mesa ou por um dos
Da Contagem dos Votos Pela Mesa Receptora mesários, mediante recibo.
Art. 188. O Tribunal Superior Eleitoral poderá autorizar § 1º O juiz eleitoral poderá, havendo possibilidade,
a contagem de votos pelas mesas receptoras, nos designar funcionários para recolher as urnas e demais
Estados em que o Tribunal Regional indicar as zonas ou documentos nos próprios locais da votação ou instalar
seções em que esse sistema deva ser adotado. postos e locais diversos para o seu recebimento.
Art. 189. Os mesários das seções em que fôr efetuada a § 2º Os fiscais e delegados de partido podem vigiar e
contagem dos votos serão nomeados escrutinadores da acompanhar a urna desde o momento da eleição,
junta. durante a permanência nos postos arrecadadores e até
a entrega à Junta.
Art. 190. Não será efetuada a contagem dos votos pela
mesa se esta não se julgar suficientemente garantida, Art. 195. Recebida a urna e documentos, a Junta deverá:
ou se qualquer eleitor houver votado sob impugnação,
I - examinar a sua regularidade, inclusive quanto ao
devendo a mesa, em um ou outro caso, proceder na
funcionamento normal da seção;

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II - rever o boletim de contagem de votos da mesa feriados, de acôrdo com o horário previamente
receptora, a fim de verificar se está aritmeticamente publicado, devendo terminar 30 (trinta) dias depois da
certo, fazendo dêle constar que, conferido, nenhum eleição.
erro foi encontrado;
§ 1º Ocorrendo motivos relevantes, expostos com a
III - abrir a urna e conferir os votos sempre que a necessária antecedência, o Tribunal Superior poderá
contagem da mesa receptora não permitir o conceder prorrogação desse prazo, uma só vez e por
fechamento dos resultados; quinze dias. (Renumerado do parágrafo único e
alterado pela Lei nº 4.961, de 4.5.1966)
IV - proceder à apuração se da ata da eleição constar
impugnação de fiscal, delegado, candidato ou membro § 2º Se o Tribunal Regional não terminar a apuração no
da própria mesa em relação ao resultado de contagem prazo legal, seus membros estarão sujeitos à multa
dos votos; correspondente à metade do salário-mínimo regional
por dia de retardamento. (Incluído pela Lei nº 4.961,
V - resolver todas as impugnações constantes da ata da
de 4.5.1966)
eleição;
Art. 199. Antes de iniciar a apuração o Tribunal Regional
VI - praticar todos os atos previstos na competência das
constituirá com 3 (três) de seus membros, presidida por
Juntas Eleitorais.
um destes, uma Comissão Apuradora.
Art. 196. De acôrdo com as instruções recebidas a Junta
§ 1º O Presidente da Comissão designará um
Apuradora poderá reunir os membros das mesas
funcionário do Tribunal para servir de secretário e para
receptoras e demais componentes da Junta em local
auxiliarem os seus trabalhos, tantos outros quantos
amplo e adequado no dia seguinte ao da eleição, em
julgar necessários.
horário previamente fixado, e a proceder à apuração na
forma estabelecida nos artigos. 159 e seguintes, de uma § 2º De cada sessão da Comissão Apuradora será lavrada
só vez ou em duas ou mais etapas. ata resumida.
Parágrafo único. Nesse caso cada partido poderá § 3º A Comissão Apuradora fará publicar no órgão
credenciar um fiscal para acompanhar a apuração de oficial, diariamente, um boletim com a indicação dos
cada urna, realizando-se esta sob a supervisão do juiz e trabalhos realizados e do número de votos atribuídos a
dos demais membros da Junta, aos quais caberá decidir, cada candidato.
em cada caso, as impugnações e demais incidentes
§ 4º Os trabalhos da Comissão Apuradora poderão ser
verificados durante os trabalhos.
acompanhados por delegados dos partidos
CAPÍTULO III interessados, sem que, entretanto, neles intervenha
com protestos, impugnações ou recursos.
Da Apuração nos Tribunais Regionais
§ 5º Ao final dos trabalhos, a Comissão Apuradora
Art. 197. Na apuração, compete ao Tribunal Regional.
apresentará ao Tribunal Regional os mapas gerais da
I - resolver as dúvidas não decididas e os recursos apuração e um relatório, que mencione:
interpostos sôbre as eleições federais e estaduais e
I - o número de votos válidos e anulados em cada Junta
apurar as votações que haja validado em grau de
Eleitoral, relativos a cada eleição;
recurso;
II - as seções apuradas e os votos nulos e anulados de
II - verificar o total dos votos apurados entre os quais se
cada uma;
incluem os em branco;
III - as seções anuladas, os motivos por que o foram e o
III - Determinar os quocientes, eleitoral e partidário,
número de votos anulados ou não apurados;
bem como a distribuição das sobras;
IV - as seções onde não houve eleição e os motivos;
IV - proclamar os eleitos e expedir os respectivos
diplomas; V - as impugnações apresentadas às Juntas e como
foram resolvidas por elas, assim como os recursos que
V - fazer a apuração parcial das eleições para Presidente
tenham sido interposto:
e Vice-presidente da República.
VI - a votação de cada partido;
Art. 198. A apuração pelo Tribunal Regional começará
no dia seguinte ao em que receber os primeiros VII - a votação de cada candidato;
resultados parciais das Juntas e prosseguirá sem
VIII - o quociente eleitoral;
interrupção, inclusive nos sábados, domingos e

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IX - os quocientes partidários; Tribunal Regional designará os juizes presidentes das


respectivas mesas receptoras.
X- a distribuição das sobras.
V - as eleições realizar-se-ão nos mesmos locais
Art. 200. O relatório a que se refere o artigo anterior
anteriormente designados, servindo os mesários e
ficará na Secretaria do Tribunal, pelo prazo de 3 (três)
secretários que pelo juiz forem nomeados, com a
dias, para exame dos partidos e candidatos
antecedência de, pelo menos, cinco dias, salvo se a
interessados, que poderão examinar também os
anulação fôr decretada por infração dos §§ 4º e 5º do
documentos em que êle se baseou.
Art. 135;
§ 1º Terminado o prazo supra, os partidos poderão
VI - as eleições assim realizadas serãoapuradas pelo
apresentar as suas reclamações, dentro de 2 (dois) dias,
Tribunal Regional.
sendo estas submetidas a parecer da Comissão
Apuradora que, no prazo de 3 (três) dias, apresentará Art. 202. Da reunião do Tribunal Regional será lavrada
aditamento ao relatório com a proposta das ata geral, assinada pelos seus membros e da qual
modificações que julgar procedentes, ou com a constarão:
justificação da improcedência das
I - as seções apuradas e o número de votos apurados em
argüições. (Renumerado do parágrafo único pela Lei
cada uma;
nº 4.961, de 4.5.1966)
II - as seções anuladas, as razões por que o foram e o
§ 2º O Tribunal Regional, antes de aprovar o relatório da
número de votos não apurados;
Comissão Apuradora e, em três dias improrrogáveis,
julgará as impugnações e as reclamações não providas III - as seções onde não tenha havido eleição e os
pela Comissão Apuradora, e, se as deferir, voltará o motivos;
relatório à Comissão para que sejam feitas as alterações
IV - as impugnações apresentadas às juntas eleitorais e
resultantes da decisão. (Incluído pela Lei nº 4.961, de
como foram resolvidas;
4.5.1966)
V - as seções em que se vai realizar ou renovar a eleição;
Art. 201. De posse do relatório referido no artigo
anterior, reunir-se-á o Tribunal, no dia seguinte, para o VI - a votação obtida pelos partidos;
conhecimento do total dos votos apurados, e, em
VII - o quociente eleitoral e o partidário;
seguida, se verificar que os votos das seções anuladas e
daquelas cujos eleitores foram impedidos de votar, VIII - os nomes dos votados na ordem decrescente dos
poderão alterar a representação de candidato eleito votos;
pelo princípio majoritário, ordenará a realização de
IX - os nomes dos eleitos;
novas eleições.
X - os nomes dos suplentes, na ordem em que devem
Parágrafo único. As novas eleições obedecerão às
substituir ou suceder.
seguintes normas:
§ 1º Na mesma sessão o Tribunal Regional proclamará
I - o Presidente do Tribunal fixará, imediatamente, a
os eleitos e os respectivos suplentes e marcará a data
data, para que se realizem dentro de 15 (quinze) dias,
para a expedição solene dos diplomas em sessão
no mínimo, e de 30 (trinta) dias no máximo, a contar do
pública, salvo quanto a governador e vice-governador,
despacho que a fixar, desde que não tenha havido
se ocorrer a hipótese prevista na Emenda Constitucional
recurso contra a anulação das seções;
nº 13.
II - somente serão admitidos a votar os eleitores da
§ 2º O vice-governador e o suplente de senador,
seção, que hajam comparecido a eleição anulada, e os
considerar-se-ão eleitos em virtude da eleição do
de outras seções que ali houverem votado;
governador e do senador com os quais se candidatarem.
III - nos casos de coação que haja impedido o
§ 3º Os candidatos a governador e vice-governador
comparecimento dos eleitores às urnas, no de
somente serão diplomados depois de realizadas as
encerramento da votação antes da hora legal, e quando
eleições suplementares referentes a esses cargos.
a votação tiver sido realizada em dia, hora e lugar
diferentes dos designados, poderão votar todos os § 4º Um traslado da ata da sessão, autenticado com a
eleitores da seção e somente estes; assinatura de todos os membros do Tribunal que
assinaram a ata original, será remetida ao Presidente do
IV - nas zonas onde apenas uma seção fôr anulada, o juiz
Tribunal Superior.
eleitoral respectivo presidirá a mesa receptora; se
houver mais de uma seção anulada, o presidente do

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§ 5º O Tribunal Regional comunicará o resultado da aguardando, porém, a chegada da cópia autêntica da


eleição ao Senado Federal, Câmara dos Deputados e ata para encerrar a totalização referente a cada zona;
Assembléia Legislativa.
VIII - no caso de extravio de mapa o juiz eleitoral
Art. 203. Sempre que forem realizadas eleições de providenciará a remessa de 2a.via, preenchida à vista
âmbito estadual juntamente com eleições para dos delegados de partido especialmente convocados
presidente e vice-presidente da República, o Tribunal para esse fim e pelos resultados constantes do boletim
Regional desdobrará os seus trabalhos de apuração, de apuração que deverá ficar arquivado no Juízo.
fazendo tanto para aquelas como para esta, uma ata
CAPÍTULO IV
geral.
Da Apuração no Tribunal Superior
§ 1º A Comissão Apuradora deverá, também, apresentar
relatórios distintos, um dos quais referente apenas às Art. 205. O Tribunal Superior fará a apuração geral das
eleições presidenciais. eleições para presidente e vice-presidente da República
pelos resultados verificados pelos Tribunais Regionais
§ 2º Concluídos os trabalhos da apuração o Tribunal
em cada Estado.
Regional remeterá ao Tribunal Superior os resultados
parciais das eleições para presidente e vice-presidente Art. 206. Antes da realização da eleição o Presidente do
da República, acompanhados de todos os papéis que lhe Tribunal sorteará, dentre os juizes, o relator de cada
digam respeito. grupo de Estados, ao qual serão distribuídos todos os
recursos e documentos da eleição referentes ao
Art. 204. O Tribunal Regional julgando conveniente,
respectivo grupo.
poderá determinar que a totalização dos resultados de
cada urna seja realizada pela própria Comissão Art. 207. Recebidos os resultados de cada Estado, e
Apuradora. julgados os recursos interpostos das decisões dos
Tribunais Regionais, o relator terá o prazo de 5 (cinco)
Parágrafo único. Ocorrendo essa hipótese serão
dias para apresentar seu relatório, com as conclusões
observadas as seguintes regras:
seguintes:
I - a decisão do Tribunal será comunicada, até 30 (trinta)
I - os totais dos votos válidos e nulos do Estado;
dias antes da eleição aos juizes eleitorais, aos diretórios
dos partidos e ao Tribunal Superior; II - os votos apurados pelo Tribunal Regional que devem
ser anulados;
II - iniciada a apuração os juizes eleitorais remeterão ao
Tribunal Regional, diariamente, sob registro postal ou III - os votos anulados pelo Tribunal Regional que devem
por portador, os mapas de todas as urnas apuradas no ser computados como válidos;
dia;
IV - a votação de cada candidato;
III - os mapas serão acompanhados de ofício sucinto,
V - o resumo das decisões do Tribunal Regional sobre as
que esclareça apenas a que seções correspondem e
dúvidas e impugnações, bem como dos recursos que
quantas ainda faltam para completar a apuração da
hajam sido interpostos para o Tribunal Superior, com as
zona;
respectivas decisões e indicação das implicações sôbre
IV - havendo sido interposto recurso em relação a urna os resultados.
correspondente aos mapas enviados, o juiz fará constar
Art. 208. O relatório referente a cada Estado ficará na
do ofício, em seguida à indicação da seção, entre
Secretaria do Tribunal, pelo prazo de dois dias, para
parênteses, apenas esse esclarecimento - "houve
exame dos partidos e candidatos interessados, que
recurso";
poderão examinar também os documentos em que êle
V - a ata final da junta não mencionará, no seu texto, a se baseou e apresentar alegações ou documentos sôbre
votação obtida pelos partidos e candidatos, a qual ficará o relatório, no prazo de 2 (dois) dias.
constando dos boletins de apuração do Juízo, que dela
Parágrafo único. Findo esse prazo serão os autos
ficarão fazendo parte integrante;
conclusos ao relator, que, dentro em 2 (dois) dias, os
VI - cópia autenticada da ata, assinada por todos os que apresentará a julgamento, que será previamente
assinaram o original, será enviada ao Tribunal Regional anunciado.
na forma prevista no art. 184;
Art. 209. Na sessão designada será o feito chamado a
VII - a Comissão Apuradora, à medida em que fôr julgamento de preferência a qualquer outro processo.
recebendo os mapas, passará a totalizar os votos,

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§ 1º Se o relatório tiver sido impugnado, os partidos recebido a respectiva comunicação do Presidente do


interessados poderão, no prazo de 15 (quinze) minutos, Tribunal Superior Eleitoral, reunir-se-á em sessão
sustentar oralmente as suas conclusões. pública para se manifestar sôbre o candidato mais
votado, que será considerado eleito se, em escrutínio
§ 2º Se do julgamento resultarem alterações na
secreto, obtiver metade mais um dos votos dos seus
apuração efetuada pelo Tribunal Regional, o acórdão
membros.
determinará que a Secretaria, dentro em 5 (cinco) dias,
levante as fôlhas de apuração parcial das seções cujos § 1º Se não ocorrer a maioria absoluta referida no caput
resultados tiverem sido alterados, bem como o mapa dêste artigo, renovar-se-á, até 30 (trinta) dias depois, a
geral da respectiva circunscrição, de acôrdo com as eleição em todo país, à qual concorrerão os dois
alterações decorrentes do julgado, devendo o mapa, candidatos mais votados, cujos registros estarão
após o visto do relator, ser publicado na Secretaria. automaticamente revalidados.
§ 3º A esse mapa admitir-se-á, dentro em 48 (quarenta § 2º No caso de renúncia ou morte, concorrerá à eleição
e oito) horas de sua publicação, impugnação fundada prevista no parágrafo anterior o substituto registrado
em erro de conta ou de cálculo, decorrente da própria pelo mesmo partido político ou coligação partidária.
sentença.
Art. 214. O presidente e o vice-presidente da República
Art. 210. Os mapas gerais de todas as circunscrições com tomarão posse a 15 (quinze) de março, em sessão do
as impugnações, se houver, e a folha de apuração final Congresso Nacional.
levantada pela secretaria, serão autuados e distribuídos
Parágrafo único. No caso do § 1º do artigo anterior, a
a um relator geral, designado pelo Presidente.
posse realizar-se-á dentro de 15 (quinze) dias a contar
Parágrafo único. Recebidos os autos, após a audiência da proclamação do resultado da segunda eleição,
do Procurador Geral, o relator, dentro de 48 (quarenta expirando, porém, o mandato a 15 (quinze) de março do
e oito) horas, resolverá as impugnações relativas aos quarto ano.
erros de conta ou de cálculo, mandando fazer as
CAPÍTULO V
correções, se fôr o caso, e apresentará, a seguir, o
relatório final com os nomes dos candidatos que Dos Diplomas
deverão ser proclamados eleitos e os dos demais
Art. 215. Os candidatos eleitos, assim como os
candidatos, na ordem decrescente das votações.
suplentes, receberão diploma assinado pelo Presidente
Art. 211. Aprovada em sessão especial a apuração geral, do Tribunal Regional ou da Junta Eleitoral, conforme o
o Presidente anunciará a votação dos candidatos, caso.
proclamando a seguir eleito presidente da República o
Parágrafo único. Do diploma deverá constar o nome do
candidato, mais votado que tiver obtido maioria
candidato, a indicação da legenda sob a qual concorreu,
absoluta de votos, excluídos, para a apuração desta, os
o cargo para o qual foi eleito ou a sua classificação como
em branco e os nulos.
suplente, e, facultativamente, outros dados a critério do
Art. 212. Verificando que os votos das seções anuladas juiz ou do Tribunal.
e daquelas cujos eleitores foram impedidos de votar,
Art. 216. Enquanto o Tribunal Superior não decidir o
em todo o país, poderão alterar a classificação de
recurso interposto contra a expedição do diploma,
candidato, ordenará o Tribunal Superior a realização de
poderá o diplomado exercer o mandato em toda a sua
novas eleições.
plenitude.
§ 1º Essas eleições serão marcadas desde logo pelo
Art. 217. Apuradas as eleições suplementares o juiz ou
Presidente do Tribunal Superior e terão lugar no
o Tribunal reverá a apuração anterior, confirmando ou
primeiro domingo ou feriado que ocorrer após o 15º
invalidando os diplomas que houver expedido.
(décimo quinto) dia a contar da data do despacho,
devendo ser observado o disposto nos números II a VI Parágrafo único. No caso de provimento, após a
do parágrafo único do Art. 201. diplomação, de recurso contra o registro de candidato
ou de recurso parcial, será também revista a apuração
§ 2º Os candidatos a presidente e vice-presidente da
anterior, para confirmação ou invalidação de diplomas,
República somente serão diplomados depois de
observado o disposto no § 3º do Art. 261.
realizadas as eleições suplementares referentes a esses
cargos. Art. 218. O presidente de Junta ou de Tribunal que
diplomar militar candidato a cargo eletivo, comunicará
Art. 213. Não se verificando a maioria absoluta, o
imediatamente a diplomação à autoridade a que o
Congresso Nacional, dentro de quinze dias após haver
mesmo estiver subordinado, para os fins do Art. 98.

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CAPÍTULO VI Art. 223. A nulidade de qualquer ato, não decretada de


ofício pela Junta, só poderá ser argüida quando de sua
Das Nulidades da Votação
prática, não mais podendo ser alegada, salvo se a
Art. 219. Na aplicação da lei eleitoral o juiz atenderá argüição se basear em motivo superveniente ou de
sempre aos fins e resultados a que ela se dirige, ordem constitucional.
abstendo-se de pronunciar nulidades sem
§ 1º Se a nulidade ocorrer em fase na qual não possa ser
demonstração de prejuízo.
alegada no ato, poderá ser argüida na primeira
Parágrafo único. A declaração de nulidade não poderá oportunidade que para tanto se apresente.
ser requerida pela parte que lhe deu causa nem a ela
§ 2º Se se basear em motivo superveniente deverá ser
aproveitar.
alegada imediatamente, assim que se tornar conhecida,
Art. 220. É nula a votação: podendo as razões do recurso ser aditadas no prazo de
2 (dois) dias.
I - quando feita perante mesa não nomeada pelo juiz
eleitoral, ou constituída com ofensa à letra da lei; § 3º A nulidade de qualquer ato, baseada em motivo de
ordem constitucional, não poderá ser conhecida em
II - quando efetuada em folhas de votação falsas;
recurso interposto fora do prazo. Perdido o prazo numa
III - quando realizada em dia, hora, ou local diferentes fase própria, só em outra que se apresentar poderá ser
do designado ou encerrada antes das 17 horas; argüida.(Redação dada pela Lei nº 4.961, de 4.5.1966)
IV - quando preterida formalidade essencial do sigilo dos Art. 224. Se a nulidade atingir a mais de metade dos
sufrágios. votos do país nas eleições presidenciais, do Estado nas
eleições federais e estaduais ou do município nas
V - quando a seção eleitoral tiver sido localizada com
eleições municipais, julgar-se-ão prejudicadas as demais
infração do disposto nos §§ 4º e 5º do art.
votações e o Tribunal marcará dia para nova eleição
135. (Incluído pela Lei nº 4.961, de 4.5.1966)
dentro do prazo de 20 (vinte) a 40 (quarenta) dias.
Parágrafo único. A nulidade será pronunciada quando o
§ 1º Se o Tribunal Regional na área de sua competência,
órgão apurador conhecer do ato ou dos seus efeitos e o
deixar de cumprir o disposto neste artigo, o Procurador
encontrar provada, não lhe sendo lícito supri-la, ainda
Regional levará o fato ao conhecimento do Procurador
que haja consenso das partes.
Geral, que providenciará junto ao Tribunal Superior para
Art. 221. É anulável a votação: que seja marcada imediatamente nova eleição.
I - quando houver extravio de documento reputado § 2º Ocorrendo qualquer dos casos previstos neste
essencial; (Renumerado do inciso II pela Lei nº 4.961, capítulo o Ministério Público promoverá,
de 4.5.1966) imediatamente a punição dos culpados.
II - quando fôr negado ou sofrer restrição o direito de § 3º A decisão da Justiça Eleitoral que importe o
fiscalizar, e o fato constar da ata ou de protesto indeferimento do registro, a cassação do diploma ou a
interposto, por escrito, no momento: (Renumerado perda do mandato de candidato eleito em pleito
do inciso III pela Lei nº 4.961, de 4.5.1966) majoritário acarreta, após o trânsito em julgado, a
realização de novas eleições, independentemente do
III - quando votar, sem as cautelas do Art. 147, §
número de votos anulados. (Incluído pela Lei nº
2º. (Renumerado do inciso IV pela Lei nº 4.961, de
13.165, de 2015) (Vide ADIN Nº 5.525)
4.5.1966)
§ 4º A eleição a que se refere o § 3º correrá a expensas
a) eleitor excluído por sentença não cumprida por
da Justiça Eleitoral e será: (Incluído pela Lei nº
ocasião da remessa das folhas individuais de votação à
13.165, de 2015) (Vide ADIN Nº 5.525)
mesa, desde que haja oportuna reclamação de partido;
I - indireta, se a vacância do cargo ocorrer a menos de
b) eleitor de outra seção, salvo a hipótese do Art. 145;
seis meses do final do mandato; (Incluído pela Lei nº
c) alguém com falsa identidade em lugar do eleitor 13.165, de 2015) (Vide ADIN Nº 5.525)
chamado.
II - direta, nos demais casos. (Incluído pela Lei nº
Art. 222. É também anulável a votação, quando viciada 13.165, de 2015) (Vide ADIN Nº 5.525)
de falsidade, fraude, coação, uso de meios de que trata
CAPÍTULO VII
o Art. 237, ou emprego de processo de propaganda ou
captação de sufrágios vedado por lei. Do Voto no Exterior

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Art. 225. Nas eleições para presidente e vice-presidente Art. 230. Todos os eleitores que votarem no exterior
da República poderá votar o eleitor que se encontrar no terão os seus títulos apreendidos pela mesa receptora.
exterior.
Parágrafo único. A todo eleitor que votar no exterior
§ 1º Para esse fim serão organizadas seções eleitorais, será concedido comprovante para a comunicação legal
nas sedes das Embaixadas e Consulados Gerais. ao juiz eleitoral de sua zona.
§ 2º Sendo necessário instalar duas ou mais seções Art. 231. Todo aquele que, estando obrigado a votar,
poderá ser utilizado local em que funcione serviço do não o fizer, fica sujeito, além das penalidades previstas
governo brasileiro. para o eleitor que não vota no território nacional, à
proibição de requerer qualquer documento perante a
Art. 226. Para que se organize uma seção eleitoral no
repartição diplomática a que estiver subordinado,
exterior é necessário que na circunscrição sob a
enquanto não se justificar.
jurisdição da Missão Diplomática ou do Consulado Geral
haja um mínimo de 30 (trinta) eleitores inscritos. Art. 232. Todo o processo eleitoral realizado no
estrangeiro fica diretamente subordinado ao Tribunal
Parágrafo único. Quando o número de eleitores não
Regional do Distrito Federal.
atingir o mínimo previsto no parágrafo anterior, os
eleitores poderão votar na mesa receptora mais Art. 233. O Tribunal Superior Eleitoral e o Ministério das
próxima, desde que localizada no mesmo país, de Relações Exteriores baixarão as instruções necessárias e
acôrdo com a comunicação que lhes fôr feita. adotarão as medidas adequadas para o voto no exterior.
Art. 227. As mesas receptoras serão organizadas pelo Art. 233-A. Aos eleitores em trânsito no território
Tribunal Regional do Distrito Federal mediante proposta nacional é assegurado o direito de votar para Presidente
dos chefes de Missão e cônsules gerais, que ficarão da República, Governador, Senador, Deputado Federal,
investidos, no que fôr aplicável, da funções Deputado Estadual e Deputado Distrital em urnas
administrativas de juiz eleitoral. especialmente instaladas nas capitais e nos Municípios
com mais de cem mil eleitores. (Redação dada pela
Parágrafo único. Será aplicável às mesas receptoras o
Lei nº 13.165, de 2015)
processo de composição e fiscalização partidária
vigente para as que funcionam no território nacional. § 1º O exercício do direito previsto neste artigo sujeita-
se à observância das regras seguintes: (Incluído pela
Art. 228. Até 30 (trinta) dias antes da realização da
Lei nº 13.165, de 2015)
eleição todos os brasileiros eleitores, residentes no
estrangeiro, comunicarão à sede da Missão diplomática I - para votar em trânsito, o eleitor deverá habilitar-se
ou ao consulado geral, em carta, telegrama ou qualquer perante a Justiça Eleitoral no período de até quarenta e
outra via, a sua condição de eleitor e sua residência. cinco dias da data marcada para a eleição, indicando o
local em que pretende votar; (Incluído pela Lei nº
§ 1º Com a relação dessas comunicações e com os dados
13.165, de 2015)
do registro consular, serão organizadas as folhas de
votação, e notificados os eleitores da hora e local da II - aos eleitores que se encontrarem fora da unidade da
votação. Federação de seu domicílio eleitoral somente é
assegurado o direito à habilitação para votar em
§ 2º No dia da eleição só serão admitidos a votar os que
trânsito nas eleições para Presidente da
constem da folha de votação e os passageiros e
República; (Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015)
tripulantes de navios e aviões de guerra e mercantes
que, no dia, estejam na sede das sessões eleitorais. III - os eleitores que se encontrarem em trânsito dentro
da unidade da Federação de seu domicílio eleitoral
Art. 229. Encerrada a votação, as urnas serão enviadas
poderão votar nas eleições para Presidente da
pelos cônsules gerais às sedes das Missões
República, Governador, Senador, Deputado Federal,
Diplomáticas. Estas as remeterão, pela mala
Deputado Estadual e Deputado Distrital. (Incluído
diplomática, ao Ministério das Relações Exteriores, que
pela Lei nº 13.165, de 2015)
delas fará entrega ao Tribunal Regional Eleitoral do
Distrito Federal, a quem competirá a apuração dos § 2º Os membros das Forças Armadas, os integrantes
votos e julgamento das dúvidas e recursos que hajam dos órgãos de segurança pública a que se refere o art.
sido interpostos. 144 da Constituição Federal, bem como os integrantes
das guardas municipais mencionados no § 8º do mesmo
Parágrafo único. Todo o serviço de transporte do
art. 144, poderão votar em trânsito se estiverem em
material eleitoral será feito por via aérea.
serviço por ocasião das eleições. (Incluído pela Lei nº
13.165, de 2015)

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§ 3º As chefias ou comandos dos órgãos a que nenhum servidor público. Inclusive de autarquia, de
estiverem subordinados os eleitores mencionados no § entidade paraestatal e de sociedade de economia mista,
2º enviarão obrigatoriamente à Justiça Eleitoral, em até será lícito negar ou retardar ato de ofício tendente a
quarenta e cinco dias da data das eleições, a listagem esse fim.
dos que estarão em serviço no dia da eleição com
§ 2º Qualquer eleitor ou partido político poderá se
indicação das seções eleitorais de origem e
dirigir ao Corregedor Geral ou Regional, relatando fatos
destino. (Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015)
e indicando provas, e pedir abertura de investigação
§ 4º Os eleitores mencionados no § 2º, uma vez para apurar uso indevido do poder econômico, desvio
habilitados na forma do § 3º, serão cadastrados e ou abuso do poder de autoridade, em benefício de
votarão nas seções eleitorais indicadas nas listagens candidato ou de partido político.
mencionadas no § 3º independentemente do número
§ 3º O Corregedor, verificada a seriedade da denúncia
de eleitores do Município. (Incluído pela Lei nº
procederá ou mandará proceder a investigações,
13.165, de 2015)
regendo-se estas, no que lhes fôr aplicável, pela Lei nº
PARTE QUINTA 1.579 de 18 de março de 1952.
Disposições Várias Art. 238. É proibida, durante o ato eleitoral, a presença
de força pública no edifício em que funcionar mesa
TÍTULO I
receptora, ou nas imediações, observado o disposto no
Das Garantias Eleitorais Art. 141.
Art. 234. Ninguém poderá impedir ou embaraçar o Art. 239. Aos partidos políticos é assegurada a
exercício do sufrágio. prioridade postal durante os 60 (sessenta) dias
anteriores à realização das eleições, para remessa de
Art. 235. O juiz eleitoral, ou o presidente da mesa
material de propaganda de seus candidatos registrados.
receptora, pode expedir salvo-conduto com a
cominação de prisão por desobediência até 5 (cinco) TÍTULO II
dias, em favor do eleitor que sofrer violência, moral ou
Da Propaganda Partidária
física, na sua liberdade de votar, ou pelo fato de haver
votado. Art. 240. A propaganda de candidatos a cargos eletivos
somente é permitida após o dia 15 de agosto do ano da
Parágrafo único. A medida será válida para o período
eleição. (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015)
compreendido entre 72 (setenta e duas) horas antes até
48 (quarenta e oito) horas depois do pleito. Parágrafo único. É vedada, desde quarenta e oito horas
antes até vinte e quatro horas depois da eleição,
Art. 236. Nenhuma autoridade poderá, desde 5 (cinco)
qualquer propaganda política mediante radiodifusão,
dias antes e até 48 (quarenta e oito) horas depois do
televisão, comícios ou reuniões públicas.
encerramento da eleição, prender ou deter qualquer
eleitor, salvo em flagrante delito ou em virtude de Art. 241. Toda propaganda eleitoral será realizada sob a
sentença criminal condenatória por crime inafiançável, responsabilidade dos partidos e por eles paga,
ou, ainda, por desrespeito a salvo-conduto. imputando-lhes solidariedade nos excessos praticados
pelos seus candidatos e adeptos.
§ 1º Os membros das mesas receptoras e os fiscais de
partido, durante o exercício de suas funções, não Parágrafo único. A solidariedade prevista neste artigo é
poderão ser detidos ou presos, salvo o caso de flagrante restrita aos candidatos e aos respectivos partidos, não
delito; da mesma garantia gozarão os candidatos desde alcançando outros partidos, mesmo quando integrantes
15 (quinze) dias antes da eleição. de uma mesma coligação. (Incluído pela Lei nº 12.891,
de 2013)
§ 2º Ocorrendo qualquer prisão o preso será
imediatamente conduzido à presença do juiz Art. 242. A propaganda, qualquer que seja a sua forma
competente que, se verificar a ilegalidade da detenção, ou modalidade, mencionará sempre a legenda
a relaxará e promoverá a responsabilidade do coator. partidária e só poderá ser feita em língua nacional, não
devendo empregar meios publicitários destinados a
Art. 237. A interferência do poder econômico e o desvio
criar, artificialmente, na opinião pública, estados
ou abuso do poder de autoridade, em desfavor da
mentais, emocionais ou passionais. (Redação dada
liberdade do voto, serão coibidos e punidos.
pela Lei nº 7.476, de 15.5.1986)
§ 1º O eleitor é parte legítima para denunciar os
Art. 243. Não será tolerada propaganda:
culpados e promover-lhes a responsabilidade, e a

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I - de guerra, de processos violentos para subverter o II - instalar e fazer funcionar, normalmente, das
regime, a ordem política e social ou de preconceitos de quatorze às vinte e duas horas, nos três meses que
raça ou de classes; antecederem as eleições, alto-falantes, ou
amplificadores de voz, nos locais referidos, assim como
II - que provoque animosidade entre as forças armadas
em veículos seus, ou à sua disposição, em território
ou contra elas, ou delas contra as classes e instituições
nacional, com observância da legislação comum.
civis;
Parágrafo único. Os meios de propaganda a que se
III - de incitamento de atentado contra pessoa ou bens;
refere o nº II dêste artigo não serão permitidos, a menos
IV - de instigação à desobediência coletiva ao de 500 metros:
cumprimento da lei de ordem pública;
I - das sedes do Executivo Federal, dos Estados,
V - que implique em oferecimento, promessa ou Territórios e respectivas Prefeituras Municipais;
solicitação de dinheiro, dádiva, rifa, sorteio ou
II - das Câmaras Legislativas Federais, Estaduais e
vantagem de qualquer natureza;
Municipais;
VI - que perturbe o sossego público, com algazarra ou
III - dos Tribunais Judiciais;
abusos de instrumentos sonoros ou sinais acústicos;
IV - dos hospitais e casas de saúde;
VII - por meio de impressos ou de objeto que pessoa
inexperiente ou rústica possa confundir com moeda; V - das escolas, bibliotecas públicas, igrejas e teatros,
quando em funcionamento;
VIII - que prejudique a higiene e a estética urbana ou
contravenha a posturas municiais ou a outra qualquer VI - dos quartéis e outros estabelecimentos militares.
restrição de direito;
Art. 245. A realização de qualquer ato de propaganda
IX - que caluniar, difamar ou injuriar quaisquer pessoas, partidária ou eleitoral, em recinto aberto, não depende
bem como órgãos ou entidades que exerçam de licença da polícia.
autoridade pública.
§ 1º Quando o ato de propaganda tiver de realizar-se em
§ 1º O ofendido por calúnia, difamação ou injúria, sem lugar designado para a celebração de comício, na forma
prejuízo e independentemente da ação penal do disposto no art. 3º da Lei nº 1.207, de 25 de outubro
competente, poderá demandar, no Juízo Civil a de 1950, deverá ser feita comunicação à autoridade
reparação do dano moral respondendo por êste o policial, pelo menos 24 (vinte e quatro) horas antes de
ofensor e, solidariamente, o partido político dêste, sua realização.
quando responsável por ação ou omissão a quem que
§ 2º Não havendo local anteriormente fixado para a
favorecido pelo crime, haja de qualquer modo
celebração de comício, ou sendo impossível ou difícil
contribuído para êle. (Incluído pela Lei nº 4.961,
nele realizar-se o ato de propaganda eleitoral, ou
de 4.5.1966)
havendo pedido para designação de outro local, a
§ 2º No que couber aplicar-se-ão na reparação do dano comunicação a que se refere o parágrafo anterior será
moral, referido no parágrafo anterior, os artigos. 81 a 88 feita, no mínimo, com antecedência, de 72 (setenta e
da Lei nº 4.117, de 27 de agôsto de 1962. (Incluído duas) horas, devendo a autoridade policial, em qualquer
pela Lei nº 4.961, de 4.5.1966) desses casos, nas 24 (vinte e quatro) horas seguintes,
designar local amplo e de fácil acesso, de modo que não
§ 3º É assegurado o direito de resposta a quem fôr,
impossibilite ou frustre a reunião.
injuriado difamado ou caluniado através da imprensa
rádio, televisão, ou alto-falante, aplicando-se, no que § 3º Aos órgãos da Justiça Eleitoral compete julgar das
couber, os artigos. 90 e 96 da Lei nº 4.117, de 27 de reclamações sôbre a localização dos comícios e
agôsto de 1962. (Incluído pela Lei nº 4.961, de providências sôbre a distribuição eqüitativa dos locais
4.5.1966) aos partidos.
Art. 244. É assegurado aos partidos políticos registrados Art. 246. (Revogado).
o direito de, independentemente de licença da
Art. 247. (Revogado).
autoridade pública e do pagamento de qualquer
contribuição: At. 248. Ninguém poderá impedir a propaganda
eleitoral, nem inutilizar, alterar ou perturbar os meios
I - fazer inscrever, na fachada de suas sedes e
lícitos nela empregados.
dependências, o nome que os designe, pela forma que
melhor lhes parecer;

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Art. 249. O direito de propaganda não importa restrição será recebido pelo Tribunal competente com efeito
ao poder de polícia quando êste deva ser exercído em suspensivo. (Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015)
benefício da ordem pública.
§ 3º O Tribunal dará preferência ao recurso sobre
Art. 250. (Revogado). quaisquer outros processos, ressalvados os de habeas
corpus e de mandado de segurança. (Incluído pela Lei
Art. 251. No período destinado à propaganda eleitoral
nº 13.165, de 2015)
gratuita não prevalecerão quaisquer contratos ou
ajustes firmados pelas empresas que possam burlar ou Art. 258. Sempre que a lei não fixar prazo especial, o
tornar inexeqüível qualquer dispositivo dêste Código ou recurso deverá ser interposto em três dias da publicação
das instruções baixadas pelo Tribunal Superior Eleitoral. do ato, resolução ou despacho.
Art. 252. (Revogado). Art. 259. São preclusivos os prazos para interposição de
recurso, salvo quando neste se discutir matéria
Art. 253. (Revogado).
constitucional.
Art. 254. (Revogado).
Parágrafo único. O recurso em que se discutir matéria
Art. 255. Nos 15 (quinze) dias anteriores ao pleito é constitucional não poderá ser interposto fora do prazo.
proibida a divulgação, por qualquer forma, de Perdido o prazo numa fase própria, só em outra que se
resultados de prévias ou testes pré-eleitorais. apresentar poderá ser interposto.
Art. 256. As autoridades administrativas federais, Art. 260. A distribuição do primeiro recurso que chegar
estaduais e municipais proporcionarão aos partidos, em ao Tribunal Regional ou Tribunal Superior, previnirá a
igualdade de condições, as facilidades permitidas para a competência do relator para todos os demais casos do
respectiva propaganda. mesmo município ou Estado.
§ 1º No período da campanha eleitoral, Art. 261. Os recursos parciais, entre os quais não se
independentemente do critério de prioridade, os incluem os que versarem matéria referente ao registro
serviços telefônicos, oficiais ou concedidos, farão de candidatos, interpostos para os Tribunais Regionais
instalar, na sede dos diretórios devidamente no caso de eleições municipais, e para o Tribunal
registrados, telefones necessários, mediante Superior no caso de eleições estaduais ou federais,
requerimento do respectivo presidente e pagamento serão julgados à medida que derem entrada nas
das taxas devidas. (Incluído pela Lei nº 4.961, de respectivas Secretarias.
4.5.1966)
§ 1º Havendo dois ou mais recursos parciais de um
§ 2º O Tribunal Superior Eleitoral baixará as instruções mesmo município ou Estado, ou se todos, inclusive os
necessárias ao cumprimento do disposto no parágrafo de diplomação já estiverem no Tribunal Regional ou no
anterior fixado as condições a serem Tribunal Superior, serão eles julgados seguidamente,
observadas. (Incluído pela Lei nº 4.961, de 4.5.1966) em uma ou mais sessões.
TÍTULO III § 2º As decisões com os esclarecimentos necessários ao
cumprimento, serão comunicadas de uma só vez ao juiz
Dos Recursos
eleitoral ou ao presidente do Tribunal Regional.
CAPÍTULO I
§ 3º Se os recursos de um mesmo município ou Estado
Disposições Preliminares deram entrada em datas diversas, sendo julgados
separadamente, o juiz eleitoral ou o presidente do
Art. 257. Os recursos eleitorais não terão efeito
Tribunal Regional, aguardará a comunicação de todas as
suspensivo.
decisões para cumpri-las, salvo se o julgamento dos
§ 1º A execução de qualquer acórdão será feita demais importar em alteração do resultado do pleito
imediatamente, através de comunicação por ofício, que não tenha relação com o recurso já julgado.
telegrama, ou, em casos especiais, a critério do
§ 4º Em todos os recursos, no despacho que determinar
presidente do Tribunal, através de cópia do
a remessa dos autos à instância superior, o juízo "a quo"
acórdão. (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015)
esclarecerá quais os ainda em fase de processamento e,
§ 2º O recurso ordinário interposto contra decisão no último, quais os anteriormente remetidos.
proferida por juiz eleitoral ou por Tribunal Regional
§ 5º Ao se realizar a diplomação, se ainda houver
Eleitoral que resulte em cassação de registro,
recurso pendente de decisão em outra instância, será
afastamento do titular ou perda de mandato eletivo

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consignado que os resultados poderão sofrer alterações Art. 267. Recebida a petição, mandará o juiz intimar o
decorrentes desse julgamento. recorrido para ciência do recurso, abrindo-se-lhe vista
dos autos a fim de, em prazo igual ao estabelecido para
§ 6º Realizada a diplomação, e decorrido o prazo para
a sua interposição, oferecer razões, acompanhadas ou
recurso, o juiz ou presidente do Tribunal Regional
não de novos documentos.
comunicará à instância superior se foi ou não interposto
recurso. § 1º A intimação se fará pela publicação da notícia da
vista no jornal que publicar o expediente da Justiça
Art. 262. O recurso contra expedição de diploma caberá
Eleitoral, onde houver, e nos demais lugares,
somente nos casos de inelegibilidade superveniente ou
pessoalmente pelo escrivão, independente de iniciativa
de natureza constitucional e de falta de condição de
do recorrente.
elegibilidade. (Redação dada pela Lei nº 12.891, de
2013) § 2º Onde houver jornal oficial, se a publicação não
ocorrer no prazo de 3 (três) dias, a intimação se fará
I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.891, de
pessoalmente ou na forma prevista no parágrafo
2013)
seguinte.
II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.891, de
§ 3º Nas zonas em que se fizer intimação pessoal, se não
2013)
fôr encontrado o recorrido dentro de 48 (quarenta e
III - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.891, de oito) horas, a intimação se fará por edital afixado no
2013) fórum, no local de costume.
IV - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.891, de § 4º Todas as citações e intimações serão feitas na
2013) forma estabelecida neste artigo.
Art. 263. No julgamento de um mesmo pleito eleitoral, § 5º Se o recorrido juntar novos documentos, terá o
as decisões anteriores sôbre questões de direito recorrente vista dos autos por 48 (quarenta e oito)
constituem prejulgados para os demais casos, salvo se horas para falar sôbre os mesmos, contado o prazo na
contra a tese votarem dois terços dos membros do forma dêste artigo.
Tribunal.
§ 6º Findos os prazos a que se referem os parágrafos
Art. 264. Para os Tribunais Regionais e para o Tribunal anteriores, o juiz eleitoral fará, dentro de 48 (quarenta
Superior caberá, dentro de 3 (três) dias, recurso dos e oito) horas, subir os autos ao Tribunal Regional com a
atos, resoluções ou despachos dos respectivos sua resposta e os documentos em que se fundar, sujeito
presidentes. à multa de dez por cento do salário-mínimo regional por
dia de retardamento, salvo se entender de reformar a
CAPÍTULO II
sua decisão. (Redação dada pela Lei nº 4.961, de
Dos Recursos Perante as Juntas e Juízos Eleitorais 4.5.1966)
Art. 265. Dos atos, resoluções ou despachos dos juizes § 7º Se o juiz reformar a decisão recorrida, poderá o
ou juntas eleitorais caberá recurso para o Tribunal recorrido, dentro de 3 (três) dias, requerer suba o
Regional. recurso como se por êle interposto.
Parágrafo único. Os recursos das decisões das Juntas CAPÍTULO III
serão processados na forma estabelecida pelos artigos.
Dos Recursos nos Tribunais Regionais
169 e seguintes.
Art. 268. No Tribunal Regional nenhuma alegação
Art. 266. O recurso independerá de têrmo e será
escrita ou nenhum documento poderá ser oferecido por
interposto por petição devidamente fundamentada,
qualquer das partes, salvo o disposto no art.
dirigida ao juiz eleitoral e acompanhada, se o entender
270. (Redação dada pela Lei nº 4.961, de 4.5.1966)
o recorrente, de novos documentos.
Art. 269. Os recursos serão distribuídos a um relator em
Parágrafo único. Se o recorrente se reportar a coação,
24 (vinte e quatro) horas e na ordem rigorosa da
fraude, uso de meios de que trata o art. 237 ou emprego
antigüidade dos respectivos membros, esta última
de processo de propaganda ou captação de sufrágios
exigência sob pena de nulidade de qualquer ato ou
vedado por lei, dependentes de prova a ser
decisão do relator ou do Tribunal.
determinada pelo Tribunal, bastar-lhe-á indicar os
meios a elas conducentes. (Incluído pela Lei nº 4.961, § 1º Feita a distribuição, a Secretaria do Tribunal abrirá
de 4.5.1966) vista dos autos à Procuradoria Regional, que deverá
emitir parecer no prazo de 5 (cinco) dias.

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§ 2º Se a Procuradoria não emitir parecer no prazo Parágrafo único. Quando se tratar de julgamento de
fixado, poderá a parte interessada requerer a inclusão recursos contra a expedição de diploma, cada parte terá
do processo na pauta, devendo o Procurador, nesse vinte minutos para sustentação oral.
caso, proferir parecer oral na assentada do julgamento.
Art. 273. Realizado o julgamento, o relator, se vitorioso,
Art. 270. Se o recurso versar sôbre coação, fraude, uso ou o relator designado para redigir o acórdão,
de meios de que trata o Art. 237, ou emprego de apresentará a redação dêste, o mais tardar, dentro em
processo de propaganda ou captação de sufrágios 5 (cinco) dias.
vedado por lei dependente de prova indicada pelas
§ 1º O acórdão conterá uma síntese das questões
partes ao interpô-lo ou ao impugná-lo, o relator no
debatidas e decididas.
Tribunal Regional deferi-la-á em vinte e quatro horas da
conclusão, realizado-se ela no prazo improrrogável de § 2º Sem prejuízo do disposto no parágrafo anterior, se
cinco dias. (Redação dada pela Lei nº 4.961, de o Tribunal dispuser de serviço taquigráfico, serão juntas
4.5.1966) ao processo as notas respectivas.
§ 1º Admitir-se-ão como meios de prova para Art. 274. O acórdão, devidamente assinado, será
apreciação pelo Tribunal as justificações e as perícias publicado, valendo como tal a inserção da sua conclusão
processadas perante o juiz eleitoral da zona, com no órgão oficial.
citação dos partidos que concorreram ao pleito e do
§1º Se o órgão oficial não publicar o acórdão no prazo
representante do Ministério Público. (Incluído pela Lei
de 3 (três) dias, as partes serão intimadas pessoalmente
nº 4.961, de 4.5.1966)
e, se não forem encontradas no prazo de 48 (quarenta
§ 2º Indeferindo o relator a prova , serão os autos, a e oito) horas, a intimação se fará por edital afixado no
requerimento do interessado, nas vinte e quatro horas Tribunal, no local de costume.
seguintes, presentes à primeira sessão do Tribunal, que
§ 2º O disposto no parágrafo anterior aplicar-se-á a
deliberará a respeito. (Incluído pela Lei nº 4.961, de
todos os casos de citação ou intimação.
4.5.1966)
Art. 275. São admissíveis embargos de declaração nas
§ 3º Protocoladas as diligências probatórias, ou com a
hipóteses previstas no Código de Processo
juntada das justificações ou diligências, a Secretaria do
Civil. (Redação dada pela Lei nº 13.105, de
Tribunal abrirá, sem demora, vista dos autos, por vinte
2015) (Vigência)
e quatro horas, seguidamente, ao recorrente e ao
recorrido para dizerem a respeito. (Incluído pela Lei nº § 1º Os embargos de declaração serão opostos no prazo
4.961, de 4.5.1966) de 3 (três) dias, contado da data de publicação da
decisão embargada, em petição dirigida ao juiz ou
§ 4º Findo o prazo acima, serão os autos conclusos ao
relator, com a indicação do ponto que lhes deu
relator. (Incluído pela Lei nº 4.961, de 4.5.1966)
causa. (Redação dada pela Lei nº 13.105, de
Art. 271. O relator devolverá os autos à Secretaria no 2015) (Vigência)
prazo improrrogável de 8 (oito) dias para, nas 24 (vinte
§ 2º Os embargos de declaração não estão sujeitos a
e quatro) horas seguintes, ser o caso incluído na pauta
preparo. (Redação dada pela Lei nº 13.105, de
de julgamento do Tribunal.
2015) (Vigência)
§ 1º Tratando-se de recurso contra a expedição de
§ 3º O juiz julgará os embargos em 5 (cinco)
diploma, os autos, uma vez devolvidos pelo relator,
dias. (Redação dada pela Lei nº 13.105, de
serão conclusos ao juiz imediato em antigüidade como
2015) (Vigência)
revisor, o qual deverá devolvê-los em 4 (quatro) dias.
§ 4º Nos tribunais: (Redação dada pela Lei nº 13.105,
§ 2º As pautas serão organizadas com um número de
de 2015) (Vigência)
processos que possam ser realmente julgados,
obedecendo-se rigorosamente a ordem da devolução I - o relator apresentará os embargos em mesa na sessão
dos mesmos à Secretaria pelo Relator, ou Revisor, nos subsequente, proferindo voto; (Incluído pela Lei
recursos contra a expedição de diploma, ressalvadas as nº 13.105, de 2015) (Vigência)
preferências determinadas pelo regimento do Tribunal.
II - não havendo julgamento na sessão referida no inciso
Art. 272. Na sessão do julgamento, uma vez feito o I, será o recurso incluído em pauta; (Incluído pela
relatório pelo relator, cada uma das partes poderá, no Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência)
prazo improrrogável de dez minutos , sustentar
oralmente as suas conclusões.

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III - vencido o relator, outro será designado para lavrar (quarenta e oito) horas seguintes e os autos conclusos
o acórdão. (Incluído pela Lei nº 13.105, de ao presidente dentro de 24 (vinte e quatro) horas.
2015) (Vigência)
§ 1º O presidente, dentro em 48 (quarenta e oito) horas
§ 5º Os embargos de declaração interrompem o prazo do recebimento dos autos conclusos, proferirá
para a interposição de recurso. (Incluído pela Lei nº despacho fundamentado, admitindo ou não o recurso.
13.105, de 2015)(Vigência)
§ 2º Admitido o recurso, será aberta vista dos autos ao
§ 6º Quando manifestamente protelatórios os recorrido para que, no mesmo prazo, apresente as suas
embargos de declaração, o juiz ou o tribunal, em decisão razões.
fundamentada, condenará o embargante a pagar ao
§ 3º Em seguida serão os autos conclusos ao presidente,
embargado multa não excedente a 2 (dois) salários-
que mandará remetê-los ao Tribunal Superior.
mínimos. (Incluído pela Lei nº 13.105, de
2015) (Vigência) Art. 279. Denegado o recurso especial, o recorrente
poderá interpor, dentro em 3 (três) dias, agravo de
§ 7º Na reiteração de embargos de declaração
instrumento.
manifestamente protelatórios, a multa será elevada a
até 10 (dez) salários-mínimos. (Incluído pela Lei § 1º O agravo de instrumento será interposto por
nº 13.105, de 2015) (Vigência) petiçao que conterá:
Art. 276. As decisões dos Tribunais Regionais são I - a exposição do fato e do direito;
terminativas, salvo os casos seguintes em que cabe
II - as razões do pedido de reforma da decisão;
recurso para o Tribunal Superior:
III - a indicação das peças do processo que devem ser
I - especial:
trasladadas.
a) quando forem proferidas contra expressa disposição
§ 2º Serão obrigatoriamente trasladadas a decisão
de lei;
recorrida e a certidão da intimação.
b) quando ocorrer divergência na interpretação de lei
§ 3º Deferida a formação do agravo, será intimado o
entre dois ou mais tribunais eleitorais.
recorrido para, no prazo de 3 (três) dias, apresentar as
II - ordinário: suas razões e indicar as peças dos autos que serão
também trasladadas.
a) quando versarem sôbre expedição de diplomas nas
eleições federais e estaduais; § 4º Concluída a formação do instrumento o presidente
do Tribunal determinará a remessa dos autos ao
b) quando denegarem habeas corpus ou mandado de
Tribunal Superior, podendo, ainda, ordenar a extração e
segurança.
a juntada de peças não indicadas pelas partes.
§ 1º É de 3 (três) dias o prazo para a interposição do
§ 5º O presidente do Tribunal não poderá negar
recurso, contado da publicação da decisão nos casos dos
seguimento ao agravo, ainda que interposto fora do
nº I, letras a e b e II, letra b e da sessão da diplomação
prazo legal.
no caso do nº II, letra a.
§ 6º Se o agravo de instrumento não fôr conhecido,
§ 2º Sempre que o Tribunal Regional determinar a
porque interposto fora do prazo legal, o Tribunal
realização de novas eleições, o prazo para a interposição
Superior imporá ao recorrente multa correspondente a
dos recursos, no caso do nº II, a, contar-se-á da sessão
valor do maior salário-mínimo vigente no país, multa
em que, feita a apuração das sessões renovadas, fôr
essa que será inscrita e cobrada na forma prevista no
proclamado o resultado das eleições suplementares.
art. 367.
Art. 277. Interposto recurso ordinário contra decisão do
§ 7º Se o Tribunal Regional dispuser de aparelhamento
Tribunal Regional, o presidente poderá, na própria
próprio, o instrumento deverá ser formado com
petição, mandar abrir vista ao recorrido para que, no
fotocópias ou processos semelhantes, pagas as
mesmo prazo, ofereça as suas razões.
despesas, pelo preço do custo, pelas partes, em relação
Parágrafo único. Juntadas as razões do recorrido, serão às peças que indicarem.
os autos remetidos ao Tribunal Superior.
CAPÍTULO IV
Art. 278. Interposto recurso especial contra decisão do
Dos Recursos no Tribunal Superior
Tribunal Regional, a petição será juntada nas 48

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Art. 280. Aplicam-se ao Tribunal Superior as disposições Art. 284. Sempre que êste Código não indicar o grau
dos artigos. 268, 269, 270, 271 (caput), 272, 273, 274 e mínimo, entende-se que será ele de quinze dias para a
275. pena de detenção e de um ano para a de reclusão.
Art. 281. São irrecorríveis as decisões do Tribunal Art. 285. Quando a lei determina a agravação ou
Superior, salvo as que declararem a invalidade de lei ou atenuação da pena sem mencionar o "quantum", deve
ato contrário à Constituição Federal e as denegatórias o juiz fixá-lo entre um quinto e um terço, guardados os
de "habeas corpus"ou mandado de segurança, das quais limites da pena cominada ao crime.
caberá recurso ordinário para o Supremo Tribunal
Art. 286. A pena de multa consiste no pagamento ao
Federal, interposto no prazo de 3 (três) dias.
Tesouro Nacional, de uma soma de dinheiro, que é
§ 1º Juntada a petição nas 48 (quarenta e oito) horas fixada em dias-multa. Seu montante é, no mínimo, 1
seguintes, os autos serão conclusos ao presidente do (um) dia-multa e, no máximo, 300 (trezentos) dias-
Tribunal, que, no mesmo prazo, proferirá despacho multa.
fundamentado, admitindo ou não o recurso.
§ 1º O montante do dia-multa é fixado segundo o
§ 2º Admitido o recurso será aberta vista dos autos ao prudente arbítrio do juiz, devendo êste ter em conta as
recorrido para que, dentro de 3 (três) dias, apresente as condições pessoais e econômicas do condenado, mas
suas razões. não pode ser inferior ao salário-mínimo diário da região,
nem superior ao valor de um salário-mínimo mensal.
§ 3º Findo esse prazo os autos serão remetidos ao
Supremo Tribunal Federal. § 2º A multa pode ser aumentada até o triplo, embora
não possa exceder o máximo genérico caput, se o juiz
Art. 282. Denegado recurso, o recorrente poderá
considerar que, em virtude da situação econômica do
interpor, dentro de 3 (três) dias, agravo de instrumento,
condenado, é ineficaz a cominada, ainda que no
observado o disposto no Art. 279 e seus parágrafos,
máximo, ao crime de que se trate.
aplicada a multa a que se refere o § 6º pelo Supremo
Tribunal Federal. Art. 287. Aplicam-se aos fatos incriminados nesta lei as
regras gerais do Código Penal.
TÍTULO IV
Art. 288. Nos crimes eleitorais cometidos por meio da
Disposições Penais
imprensa, do rádio ou da televisão, aplicam-se
CAPÍTULO I exclusivamente as normas dêste Código e as remissões
a outra lei nele contempladas.
Disposições Preliminares
CAPÍTULO II
Art. 283. Para os efeitos penais são considerados
membros e funcionários da Justiça Eleitoral: Dos Crimes Eleitorais
I - os magistrados que, mesmo não exercendo funções Art. 289. Inscrever-se fraudulentamente eleitor:
eleitorais, estejam presidindo Juntas Apuradoras ou se
Pena - Reclusão até cinco anos e pagamento de cinco a
encontrem no exercício de outra função por designação
15 dias-multa.
de Tribunal Eleitoral;
Art. 290 Induzir alguém a se inscrever eleitor com
II - Os cidadãos que temporariamente integram órgãos
infração de qualquer dispositivo dêste Código.
da Justiça Eleitoral;
Pena - Reclusão até 2 anos e pagamento de 15 a 30 dias-
III - Os cidadãos que hajam sido nomeados para as
multa.
mesas receptoras ou Juntas Apuradoras;
Art. 291. Efetuar o juiz, fraudulentamente, a inscrição de
IV - Os funcionários requisitados pela Justiça Eleitoral.
alistando.
§ 1º Considera-se funcionário público, para os efeitos
Pena - Reclusão até 5 anos e pagamento de cinco a
penais, além dos indicados no presente artigo, quem,
quinze dias-multa.
embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce
cargo, emprego ou função pública. Art. 292. Negar ou retardar a autoridade judiciária, sem
fundamento legal, a inscrição requerida:
§ 2º Equipara-se a funcionário público quem exerce
cargo, emprego ou função em entidade paraestatal ou Pena - Pagamento de 30 a 60 dias-multa.
em sociedade de economia mista.
Art. 293. Perturbar ou impedir de qualquer forma o
alistamento:

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Pena - Detenção de 15 dias a seis meses ou pagamento Pena - reclusão de quatro (4) a seis (6) anos e
de 30 a 60 dias-multa. pagamento de 200 a 300 dias-multa. ((Redação
dada pelo Decreto-Lei nº 1.064, de 24.10.1969)
Art. 294. (Revogado).
Art. 303. Majorar os preços de utilidades e serviços
Art. 295. Reter título eleitoral contra a vontade do
necessários à realização de eleições, tais como
eleitor:
transporte e alimentação de eleitores, impressão,
Pena - Detenção até dois meses ou pagamento de 30 a publicidade e divulgação de matéria eleitoral.
60 dias-multa.
Pena - pagamento de 250 a 300 dias-multa.
Art. 296. Promover desordem que prejudique os
Art. 304. Ocultar, sonegar açambarcar ou recusar no dia
trabalhos eleitorais;
da eleição o fornecimento, normalmente a todos, de
Pena - Detenção até dois meses e pagamento de 60 a 90 utilidades, alimentação e meios de transporte, ou
dias-multa. conceder exclusividade dos mesmos a determinado
partido ou candidato:
Art. 297. Impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio:
Pena - pagamento de 250 a 300 dias-multa.
Pena - Detenção até seis meses e pagamento de 60 a
100 dias-multa. Art. 305. Intervir autoridade estranha à mesa receptora,
salvo o juiz eleitoral, no seu funcionamento sob
Art. 298. Prender ou deter eleitor, membro de mesa
qualquer pretexto:
receptora, fiscal, delegado de partido ou candidato, com
violação do disposto no Art. 236: Pena - detenção até seis meses e pagamento de 60 a 90
dias-multa.
Pena - Reclusão até quatro anos.
Art. 306. Não observar a ordem em que os eleitores
Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber,
devem ser chamados a votar:
para si ou para outrem, dinheiro, dádiva, ou qualquer
outra vantagem, para obter ou dar voto e para Pena - pagamento de 15 a 30 dias-multa.
conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta
Art. 307. Fornecer ao eleitor cédula oficial já assinalada
não seja aceita:
ou por qualquer forma marcada:
Pena - reclusão até quatro anos e pagamento de cinco a
Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15
quinze dias-multa.
dias-multa.
Art. 300. Valer-se o servidor público da sua autoridade
Art. 308. Rubricar e fornecer a cédula oficial em outra
para coagir alguém a votar ou não votar em
oportunidade que não a de entrega da mesma ao
determinado candidato ou partido:
eleitor.
Pena - detenção até seis meses e pagamento de 60 a 100
Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 60 a 90
dias-multa.
dias-multa.
Parágrafo único. Se o agente é membro ou funcionário
Art. 309. Votar ou tentar votar mais de uma vez, ou em
da Justiça Eleitoral e comete o crime prevalecendo-se
lugar de outrem:
do cargo a pena é agravada.
Pena - reclusão até três anos.
Art. 301. Usar de violência ou grave ameaça para coagir
alguém a votar, ou não votar, em determinado Art. 310. Praticar, ou permitir membro da mesa
candidato ou partido, ainda que os fins visados não receptora que seja praticada, qualquer irregularidade
sejam conseguidos: que determine a anulação de votação, salvo no caso do
Art. 311:
Pena - reclusão até quatro anos e pagamento de cinco a
quinze dias-multa. Pena - detenção até seis meses ou pagamento de 90 a
120 dias-multa.
Art. 302. Promover, no dia da eleição, com o fim de
impedir, embaraçar ou fraudar o exercício do voto a Art. 311. Votar em seção eleitoral em que não está
concentração de eleitores, sob qualquer forma, inscrito, salvo nos casos expressamente previstos, e
inclusive o fornecimento gratuito de alimento e permitir, o presidente da mesa receptora, que o voto
transporte coletivo: (Redação dada pelo seja admitido:
Decreto-Lei nº 1.064, de 24.10.1969)

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Pena - detenção até um mês ou pagamento de 5 a 15 Art. 319. Subscrever o eleitor mais de uma ficha de
dias-multa para o eleitor e de 20 a 30 dias-multa para o registro de um ou mais partidos:
presidente da mesa.
Pena - detenção até 1 mês ou pagamento de 10 a 30
Art. 312. Violar ou tentar violar o sigilo do voto: dias-multa.
Pena - detenção até dois anos. Art. 320. Inscrever-se o eleitor, simultaneamente, em
dois ou mais partidos:
Art. 313. Deixar o juiz e os membros da Junta de expedir
o boletim de apuração imediatamente após a apuração Pena - pagamento de 10 a 20 dias-multa.
de cada urna e antes de passar à subseqüente, sob
Art. 321. Colher a assinatura do eleitor em mais de uma
qualquer pretexto e ainda que dispensada a expedição
ficha de registro de partido:
pelos fiscais, delegados ou candidatos presentes:
Pena - detenção até dois meses ou pagamento de 20 a
Pena - pagamento de 90 a 120 dias-multa.
40 dias-multa.
Parágrafo único. Nas seções eleitorais em que a
Art. 322. (Revogado).
contagem fôr procedida pela mesa receptora incorrerão
na mesma pena o presidente e os mesários que não Art. 323. Divulgar, na propaganda, fatos que sabe
expedirem imediatamente o respectivo boletim. inveridicos, em relação a partidos ou candidatos e
capazes de exercerem influência perante o eleitorado:
Art. 314. Deixar o juiz e os membros da Junta de
recolher as cédulas apuradas na respectiva urna, fechá- Pena - detenção de dois meses a um ano, ou pagamento
la e lacrá-la, assim que terminar a apuração de cada de 120 a 150 dias-multa.
seção e antes de passar à subseqüente, sob qualquer
Parágrafo único. A pena é agravada se o crime é
pretexto e ainda que dispensada a providencia pelos
cometido pela imprensa, rádio ou televisão.
fiscais, delegados ou candidatos presentes:
Art. 324. Caluniar alguém, na propaganda eleitoral, ou
Pena - detenção até dois meses ou pagamento de 90 a
visando fins de propaganda, imputando-lhe falsamente
120 dias-multa.
fato definido como crime:
Parágrafo único. Nas seções eleitorais em que a
Pena - detenção de seis meses a dois anos, e pagamento
contagem dos votos fôr procedida pela mesa receptora
de 10 a 40 dias-multa.
incorrerão na mesma pena o presidente e os mesários
que não fecharem e lacrarem a urna após a contagem. § 1° Nas mesmas penas incorre quem, sabendo falsa a
imputação, a propala ou divulga.
Art. 315. Alterar nos mapas ou nos boletins de apuração
a votação obtida por qualquer candidato ou lançar § 2º A prova da verdade do fato imputado exclui o
nesses documentos votação que não corresponda às crime, mas não é admitida:
cédulas apuradas:
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação
Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 privada, o ofendido, não foi condenado por sentença
dias-multa. irrecorrível;
Art. 316. Não receber ou não mencionar nas atas da II - se o fato é imputado ao Presidente da República ou
eleição ou da apuração os protestos devidamente chefe de governo estrangeiro;
formulados ou deixar de remetê-los à instância
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o
superior:
ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível.
Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15
Art. 325. Difamar alguém, na propaganda eleitoral, ou
dias-multa.
visando a fins de propaganda, imputando-lhe fato
Art. 317. Violar ou tentar violar o sigilo da urna ou dos ofensivo à sua reputação:
invólucros.
Pena - detenção de três meses a um ano, e pagamento
Pena - reclusão de três a cinco anos. de 5 a 30 dias-multa.
Art. 318. Efetuar a mesa receptora a contagem dos Parágrafo único. A exceção da verdade somente se
votos da urna quando qualquer eleitor houver votado admite se ofendido é funcionário público e a ofensa é
sob impugnação (art. 190): relativa ao exercício de suas funções.
Pena - detenção até um mês ou pagamento de 30 a 60
dias-multa.

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Art. 326. Injuriar alguém, na propaganda eleitoral, ou Art. 335. Fazer propaganda, qualquer que seja a sua
visando a fins de propaganda, ofendendo-lhe a forma, em língua estrangeira:
dignidade ou o decôro:
Pena - detenção de três a seis meses e pagamento de 30
Pena - detenção até seis meses, ou pagamento de 30 a a 60 dias-multa.
60 dias-multa.
Parágrafo único. Além da pena cominada, a infração ao
§ 1º O juiz pode deixar de aplicar a pena: presente artigo importa na apreensão e perda do
material utilizado na propaganda.
I - se o ofendido, de forma reprovável, provocou
diretamente a injúria; Art. 336. Na sentença que julgar ação penal pela
infração de qualquer dos artigos. 322, 323, 324, 325,
II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra
326,328, 329, 331, 332, 333, 334 e 335, deve o juiz
injúria.
verificar, de acôrdo com o seu livre convencionamento,
§ 2º Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, se diretório local do partido, por qualquer dos seus
que, por sua natureza ou meio empregado, se membros, concorreu para a prática de delito, ou dela se
considerem aviltantes: beneficiou conscientemente.
Pena - detenção de três meses a um ano e pagamento Parágrafo único. Nesse caso, imporá o juiz ao diretório
de 5 a 20 dias-multa, além das penas correspondentes à responsável pena de suspensão de sua atividade
violência prevista no Código Penal. eleitoral por prazo de 6 a 12 meses, agravada até o
dôbro nas reincidências.
Art. 327. As penas cominadas nos artigos. 324, 325 e
326, aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes Art. 337. Participar, o estrangeiro ou brasileiro que não
é cometido: estiver no gôzo dos seus direitos políticos, de atividades
partidárias inclusive comícios e atos de propaganda em
I - contra o Presidente da República ou chefe de governo
recintos fechados ou abertos:
estrangeiro;
Pena - detenção até seis meses e pagamento de 90 a 120
II - contra funcionário público, em razão de suas
dias-multa.
funções;
Parágrafo único. Na mesma pena incorrerá o
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que
responsável pelas emissoras de rádio ou televisão que
facilite a divulgação da ofensa.
autorizar transmissões de que participem os
Art. 328. (Revogado). mencionados neste artigo, bem como o diretor de jornal
que lhes divulgar os pronunciamentos.
Art. 329. (Revogado).
Art. 338. Não assegurar o funcionário postal a
Art. 330. Nos casos dos artigos. 328 e 329 se o agente
prioridade prevista no Art. 239:
repara o dano antes da sentença final, o juiz pode
reduzir a pena. Pena - Pagamento de 30 a 60 dias-multa.
Art. 331. Inutilizar, alterar ou perturbar meio de Art. 339 - Destruir, suprimir ou ocultar urna contendo
propaganda devidamente empregado: votos, ou documentos relativos à eleição:
Pena - detenção até seis meses ou pagamento de 90 a Pena - reclusão de dois a seis anos e pagamento de 5 a
120 dias-multa. 15 dias-multa.
Art. 332. Impedir o exercício de propaganda: Parágrafo único. Se o agente é membro ou funcionário
da Justiça Eleitoral e comete o crime prevalecendo-se
Pena - detenção até seis meses e pagamento de 30 a 60
do cargo, a pena é agravada.
dias-multa.
Art. 340. Fabricar, mandar fabricar, adquirir, fornecer,
Art. 333. (Revogado).
ainda que gratuitamente, subtrair ou guardar urnas,
Art. 334. Utilizar organização comercial de vendas, objetos, mapas, cédulas ou papéis de uso exclusivo da
distribuição de mercadorias, prêmios e sorteios para Justiça Eleitoral:
propaganda ou aliciamento de eleitores:
Pena - reclusão até três anos e pagamento de 3 a 15
Pena - detenção de seis meses a um ano e cassação do dias-multa.
registro se o responsável fôr candidato.

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Parágrafo único. Se o agente é membro ou funcionário Pena - reclusão de dois a seis anos e pagamento de 15 a
da Justiça Eleitoral e comete o crime prevalecendo-se 30 dias-multa.
do cargo, a pena é agravada.
§ 1º Se o agente é funcionário público e comete o crime
Art. 341. Retardar a publicação ou não publicar, o prevalecendo-se do cargo, a pena é agravada.
diretor ou qualquer outro funcionário de órgão oficial
§ 2º Para os efeitos penais, equipara-se a documento
federal, estadual, ou municipal, as decisões, citações ou
público o emanado de entidade paraestatal inclusive
intimações da Justiça Eleitoral:
Fundação do Estado.
Pena - detenção até um mês ou pagamento de 30 a 60
Art. 349. Falsificar, no todo ou em parte, documento
dias-multa.
particular ou alterar documento particular verdadeiro,
Art. 342. Não apresentar o órgão do Ministério Público, para fins eleitorais:
no prazo legal, denúncia ou deixar de promover a
Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 3 a 10
execução de sentença condenatória:
dias-multa.
Pena - detenção até dois meses ou pagamento de 60 a
Art. 350. Omitir, em documento público ou particular,
90 dias-multa.
declaração que dêle devia constar, ou nele inserir ou
Art. 343. Não cumprir o juiz o disposto no § 3º do Art. fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser
357: escrita, para fins eleitorais:
Pena - detenção até dois meses ou pagamento de 60 a Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15
90 dias-multa. dias-multa, se o documento é público, e reclusão até
três anos e pagamento de 3 a 10 dias-multa se o
Art. 344. Recusar ou abandonar o serviço eleitoral sem
documento é particular.
justa causa:
Parágrafo único. Se o agente da falsidade documental é
Pena - detenção até dois meses ou pagamento de 90 a
funcionário público e comete o crime prevalecendo-se
120 dias-multa.
do cargo ou se a falsificação ou alteração é de
Art. 345. Não cumprir a autoridade judiciária, ou assentamentos de registro civil, a pena é agravada.
qualquer funcionário dos órgãos da Justiça Eleitoral, nos
Art. 351. Equipara-se a documento (348,349 e 350) para
prazos legais, os deveres impostos por êste Código, se a
os efeitos penais, a fotografia, o filme cinematográfico,
infração não estiver sujeita a outra
o disco fonográfico ou fita de ditafone a que se
penalidade: (Redação dada pela Lei nº 4.961, de
incorpore declaração ou imagem destinada à prova de
4.5.1966)
fato juridicamente relevante.
Pena - pagamento de trinta a noventa dias-
Art. 352. Reconhecer, como verdadeira, no exercício da
multa. (Redação dada pela Lei nº 4.961, de 4.5.1966)
função pública, firma ou letra que o não seja, para fins
Art. 346. Violar o disposto no Art. 377: eleitorais:
Pena - detenção até seis meses e pagamento de 30 a 60 Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15
dias-multa. dias-multa se o documento é público, e reclusão até três
anos e pagamento de 3 a 10 dias-multa se o documento
Parágrafo único. Incorrerão na pena, além da
é particular.
autoridade responsável, os servidores que prestarem
serviços e os candidatos, membros ou diretores de Art. 353. Fazer uso de qualquer dos documentos
partido que derem causa à infração. falsificados ou alterados, a que se referem os artigos.
348 a 352:
Art. 347. Recusar alguém cumprimento ou obediência a
diligências, ordens ou instruções da Justiça Eleitoral ou Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.
opor embaraços à sua execução:
Art. 354. Obter, para uso próprio ou de outrem,
Pena - detenção de três meses a um ano e pagamento documento público ou particular, material ou
de 10 a 20 dias-multa. ideologicamente falso para fins eleitorais:
Art. 348. Falsificar, no todo ou em parte, documento Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.
público, ou alterar documento público verdadeiro, para
Art. 354-A. Apropriar-se o candidato, o administrador
fins eleitorais:
financeiro da campanha, ou quem de fato exerça essa
função, de bens, recursos ou valores destinados ao

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financiamento eleitoral, em proveito próprio ou Art. 358. A denúncia, será rejeitada quando:
alheio: (Incluído pela Lei nº 13.488, de 2017)
I - o fato narrado evidentemente não constituir crime;
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e
II - já estiver extinta a punibilidade, pela prescrição ou
multa. (Incluído pela Lei nº 13.488, de 2017)
outra causa;
CAPÍTULO III
III - fôr manifesta a ilegitimidade da parte ou faltar
Do Processo das Infrações condição exigida pela lei para o exercício da ação penal.
Art. 355. As infrações penais definidas neste Código são Parágrafo único. Nos casos do número III, a rejeição da
de ação pública. denúncia não obstará ao exercício da ação penal, desde
que promovida por parte legítima ou satisfeita a
Art. 356. Todo cidadão que tiver conhecimento de
condição.
infração penal dêste Código deverá comunicá-la ao juiz
eleitoral da zona onde a mesma se verificou. Art. 359. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e
hora para o depoimento pessoal do acusado,
§ 1º Quando a comunicação fôr verbal, mandará a
ordenando a citação deste e a notificação do Ministério
autoridade judicial reduzi-la a têrmo, assinado pelo
Público. (Redação dada pela Lei nº 10.732, de
apresentante e por duas testemunhas, e a remeterá ao
5.9.2003)
órgão do Ministério Público local, que procederá na
forma dêste Código. Parágrafo único. O réu ou seu defensor terá o prazo de
10 (dez) dias para oferecer alegações escritas e arrolar
§ 2º Se o Ministério Público julgar necessários maiores
testemunhas. (Incluído pela Lei nº 10.732, de
esclarecimentos e documentos complementares ou
5.9.2003)
outros elementos de convicção, deverá requisitá-los
diretamente de quaisquer autoridades ou funcionários Art. 360. Ouvidas as testemunhas da acusação e da
que possam fornecê-los. defesa e praticadas as diligências requeridas pelo
Ministério Público e deferidas ou ordenadas pelo juiz,
Art. 357. Verificada a infração penal, o Ministério
abrir-se-á o prazo de 5 (cinco) dias a cada uma das
Público oferecerá a denúncia dentro do prazo de 10
partes - acusação e defesa - para alegações finais.
(dez) dias.
Art. 361. Decorrido esse prazo, e conclusos os autos ao
§ 1º Se o órgão do Ministério Público, ao invés de
juiz dentro de quarenta e oito horas, terá o mesmo 10
apresentar a denúncia, requerer o arquivamento da
(dez) dias para proferir a sentença.
comunicação, o juiz, no caso de considerar
improcedentes as razões invocadas, fará remessa da Art. 362. Das decisões finais de condenação ou
comunicação ao Procurador Regional, e êste oferecerá absolvição cabe recurso para o Tribunal Regional, a ser
a denúncia, designará outro Promotor para oferecê-la, interposto no prazo de 10 (dez) dias.
ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só
Art. 363. Se a decisão do Tribunal Regional fôr
então estará o juiz obrigado a atender.
condenatória, baixarão imediatamente os autos à
§ 2º A denúncia conterá a exposição do fato criminoso instância inferior para a execução da sentença, que será
com todas as suas circunstâncias, a qualificação do feita no prazo de 5 (cinco) dias, contados da data da
acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa vista ao Ministério Público.
identificá-lo, a classificação do crime e, quando
Parágrafo único. Se o órgão do Ministério Público deixar
necessário, o rol das testemunhas.
de promover a execução da sentença serão aplicadas as
§ 3º Se o órgão do Ministério Público não oferecer a normas constantes dos parágrafos 3º, 4º e 5º do Art.
denúncia no prazo legal representará contra êle a 357.
autoridade judiciária, sem prejuízo da apuração da
Art. 364. No processo e julgamento dos crimes eleitorais
responsabilidade penal.
e dos comuns que lhes forem conexos, assim como nos
§ 4º Ocorrendo a hipótese prevista no parágrafo recursos e na execução, que lhes digam respeito,
anterior o juiz solicitará ao Procurador Regional a aplicar-se-á, como lei subsidiária ou supletiva, o Código
designação de outro promotor, que, no mesmo prazo, de Processo Penal.
oferecerá a denúncia.
TÍTULO V
§ 5º Qualquer eleitor poderá provocar a representação
Disposições Gerais e Transitórias
contra o órgão do Ministério Público se o juiz, no prazo
de 10 (dez) dias, não agir de ofício.

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Art. 365. O serviço eleitoral prefere a qualquer outro, é § 2º A multa pode ser aumentada até dez vezes, se o
obrigatório e não interrompe o interstício de promoção juiz, ou Tribunal considerar que, em virtude da situação
dos funcionários para êle requisitados. econômica do infrator, é ineficaz, embora aplicada no
máximo. (Incluído pela Lei nº 4.961, de 4.5.1966)
Art. 366. Os funcionários de qualquer órgão da Justiça
Eleitoral não poderão pertencer a diretório de partido § 3º O alistando, ou o eleitor, que comprovar
político ou exercer qualquer atividade partidária, sob devidamente o seu estado de pobreza, ficará isento do
pena de demissão. pagamento de multa. (Incluído pela Lei nº 4.961, de
4.5.1966)
Art. 367. A imposição e a cobrança de qualquer multa,
salvo no caso das condenações criminais, obedecerão às § 4º Fica autorizado o Tesouro Nacional a emitir sêlos,
seguintes normas: sob a designação "Selo Eleitoral", destinados ao
pagamento de emolumentos, custas, despesas e multas,
I - No arbitramento será levada em conta a condição
tanto as administrativas como as penais, devidas à
econômica do eleitor;
Justiça Eleitoral. (Incluído pela Lei nº 4.961, de
II - Arbitrada a multa, de ofício ou a requerimento do 4.5.1966)
eleitor, o pagamento será feito através de selo federal
§ 5º Os pagamentos de multas poderão ser feitos
inutilizado no próprio requerimento ou no respectivo
através de guias de recolhimento, se a Justiça Eleitoral
processo;
não dispuser de sêlo eleitoral em quantidade suficiente
III - Se o eleitor não satisfizer o pagamento no prazo de para atender aos interessados. (Incluído pela Lei nº
30 (trinta) dias, será considerada dívida líquida e certa, 4.961, de 4.5.1966)
para efeito de cobrança mediante executivo fiscal, a que
Art. 368. Os atos requeridos ou propostos em tempo
fôr inscrita em livro próprio no Cartório Eleitoral;
oportuno, mesmo que não sejam apreciados no prazo
IV - A cobrança judicial da dívida será feita por ação legal, não prejudicarão aos interessados.
executiva na forma prevista para a cobrança da dívida
Art. 368-A. A prova testemunhal singular, quando
ativa da Fazenda Pública, correndo a ação perante os
exclusiva, não será aceita nos processos que possam
juízos eleitorais;
levar à perda do mandato. (Incluído pela Lei nº
V - Nas Capitais e nas comarcas onde houver mais de um 13.165, de 2015)
Promotor de Justiça, a cobrança da dívida far-se-á por
Art. 369. O Governo da União fornecerá, para ser
intermédio do que for designado pelo Procurador
distribuído por intermédio dos Tribunais Regionais, todo
Regional Eleitoral;
o material destinado ao alistamento eleitoral e às
VI - Os recursos cabíveis, nos processos para cobrança eleições.
da dívida decorrente de multa, serão interpostos para a
Art. 370. As transmissões de natureza eleitoral, feitas
instância superior da Justiça Eleitoral;
por autoridades e repartições competentes, gozam de
VII - Em nenhum caso haverá recurso de ofício; franquia postal, telegráfica, telefônica, radiotelegráfica
ou radiotelefônica, em linhas oficiais ou nas que sejam
VIII - As custas, nos Estados, Distrito Federal e Territórios
obrigadas a serviço oficial.
serão cobradas nos termos dos respectivos Regimentos
de Custas; Art. 371. As repartições públicas são obrigadas, no prazo
máximo de 10 (dez) dias, a fornecer às autoridades, aos
IX - Os juízes eleitorais comunicarão aos Tribunais
representantes de partidos ou a qualquer alistando as
Regionais, trimestralmente, a importância total das
informações e certidões que solicitarem relativas à
multas impostas, nesse período e quanto foi arrecadado
matéria eleitoral, desde que os interessados
através de pagamentos feitos na forma dos números II
manifestem especificamente as razões e os fins do
e III;
pedido.
X - Idêntica comunicação será feita pelos Tribunais
Art. 372. Os tabeliães não poderão deixar de reconhecer
Regionais ao Tribunal Superior.
nos documentos necessários à instrução dos
§ 1º As multas aplicadas pelos Tribunais Eleitorais serão requerimentos e recursos eleitorais, as firmas de
consideradas líquidas e certas, para efeito de cobrança pessoas de seu conhecimento, ou das que se
mediante executivo fiscal desde que inscritas em livro apresentarem com 2 (dois) abonadores conhecidos.
próprio na Secretaria do Tribunal competente.(Incluído
Ar. 373. São isentos de sêlo os requerimentos e todos os
pela Lei nº 4.961, de 4.5.1966)
papéis destinados a fins eleitorais e é gratuito o

Estratégia Carreira Jurídica 181


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reconhecimento de firma pelos tabeliães, para os Art. 379. Serão considerados de relevância os serviços
mesmos fins. prestados pelos mesários e componentes das Juntas
Apuradoras.
Parágrafo único. Nos processos -crimes e nos executivos
fiscais referente a cobrança de multas serão pagas § 1º Tratando-se de servidor público, em caso de
custas nos têrmos do Regimento de Custas de cada promoção a prova de haver prestado tais serviços será
Estado, sendo as devidas à União pagas através de sêlos levada em consideração para efeito de desempate,
federais inutilizados nos autos. depois de observados os critérios já previstos em leis ou
regulamentos.
Art. 374. Os membros dos tribunais eleitorais, os juizes
eleitorais e os servidores públicos requisitados para os § 2º Persistindo o empate de que trata o parágrafo
órgãos da Justiça Eleitoral, que, em virtude de suas anterior, terá preferência, para a promoção, o
funções nos mencionados órgãos não tiverem as férias funcionário que tenha servido maior número de vezes.
que lhes couberem, poderão gozá-las no ano seguinte ,
§ 3º O disposto neste artigo não se aplica aos membros
acumuladas ou não. (Redação dada pela Lei nº
ou servidores de Justiça Eleitoral.
4.961, de 4.5.1966)
Art. 380. Será feriado nacional o dia em que se
Art. 375. Nas áreas contestadas, enquanto não forem
realizarem eleições de data fixada pela Constituição
fixados definitivamente os limites interestaduais, far-se-
Federal; nos demais casos, serão as eleições marcadas
ão as eleições sob a jurisdição do Tribunal Regional da
para um domingo ou dia já considerado feriado por lei
circunscrição eleitoral em que, do ponto de vista da
anterior.
administração judiciária estadual, estejam elas
incluídas. Art. 381. Esta lei não altera a situação das candidaturas
a Presidente ou Vice-Presidente da República e a
Art. 376. A proposta orçametária da Justiça Eleitoral
Governador ou Vice-Governador de Estado, desde que
será anualmente elaborada pelo Tribunal Superior, de
resultantes de convenções partidárias regulares e já
acôrdo com as propostas parciais que lhe forem
registradas ou em processo de registro, salvo a
remetidas pelos Tribunais Regionais, e dentro das
ocorrência de outros motivos de ordem legal ou
normas legais vigentes.
constitucional que as prejudiquem.
Parágrafo único. Os pedidos de créditos adicionais que
Parágrafo único. Se o registro requerido se referir
se fizerem necessários ao bom andamento dos serviços
isoladamente a Presidente ou a Vice-Presidente da
eleitorais, durante o exercício serão encaminhados em
República e a Governador ou Vice-Governador de
relação trimestral à Câmara dos Deputados, por
Estado, a validade respectiva dependerá de
intermédio do Tribunal Superior.
complementação da chapa conjunta na firma e nos
Art. 377. O serviço de qualquer repartição, federal, prazos previstos neste Código (Constituição, art. 81,
estadual, municipal, autarquia, fundação do Estado, com a redação dada pela Emenda Constitucional nº 9).
sociedade de economia mista, entidade mantida ou
Art. 382. Êste Código entrará em vigor 30 dias após a sua
subvencionada pelo poder público, ou que realiza
publicação.
contrato com êste, inclusive o respectivo prédio e suas
dependências não poderá ser utilizado para beneficiar Art. 383. Revogam-se as disposições em contrário.
partido ou organização de caráter político.
Brasília, 15 de julho de 1965. 144º da Independência
Parágrafo único. O disposto neste artigo será tornado e 77º da República
efetivo, a qualquer tempo, pelo órgão competente da
H. CASTELLO BRANCO
Justiça Eleitoral, conforme o âmbito nacional, regional
Milton Soares Campos
ou municipal do órgão infrator mediante representação
fundamentada partidário, ou de qualquer eleitor.
Art. 378. O Tribunal Superior organizará, mediante
LEI Nº 4.898/1965
proposta do Corregedor Geral, os serviços da
Regula o Direito de Representação e o processo de
Corregedoria, designando para desempenhá-los
Responsabilidade Administrativa Civil e Penal, nos
funcionários efetivos do seu quadro e transformando o
casos de abuso de autoridade.
cargo de um dêles, diplomado em direito e de conduta
moral irrepreensível, no de Escrivão da Corregedoria O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o
símbolo PJ - 1, a cuja nomeação serão inerentes, assim Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
na Secretaria como nas diligências, as atribuições de Lei:
titular de ofício de Justiça.

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Art. 1º O direito de representação e o processo de f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial


responsabilidade administrativa civil e penal, contra as carceragem, custas, emolumentos ou qualquer outra
autoridades que, no exercício de suas funções, despesa, desde que a cobrança não tenha apoio em lei,
cometerem abusos, são regulados pela presente lei. quer quanto à espécie quer quanto ao seu valor;
Art. 2º O direito de representação será exercido por g) recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial
meio de petição: recibo de importância recebida a título de carceragem,
custas, emolumentos ou de qualquer outra despesa;
a) dirigida à autoridade superior que tiver competência
legal para aplicar, à autoridade civil ou militar culpada, h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa
a respectiva sanção; natural ou jurídica, quando praticado com abuso ou
desvio de poder ou sem competência legal;
b) dirigida ao órgão do Ministério Público que tiver
competência para iniciar processo-crime contra a i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena
autoridade culpada. ou de medida de segurança, deixando de expedir em
tempo oportuno ou de cumprir imediatamente ordem
Parágrafo único. A representação será feita em duas vias
de liberdade. (Incluído pela Lei nº 7.960, de
e conterá a exposição do fato constitutivo do abuso de
21/12/89)
autoridade, com todas as suas circunstâncias, a
qualificação do acusado e o rol de testemunhas, no Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta
máximo de três, se as houver. lei, quem exerce cargo, emprego ou função pública, de
natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer
sem remuneração.
atentado:
Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à
a) à liberdade de locomoção;
sanção administrativa civil e penal.
b) à inviolabilidade do domicílio;
§ 1º A sanção administrativa será aplicada de acordo
c) ao sigilo da correspondência; com a gravidade do abuso cometido e consistirá em:
d) à liberdade de consciência e de crença; a) advertência;
e) ao livre exercício do culto religioso; b) repreensão;
f) à liberdade de associação; c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de
cinco a cento e oitenta dias, com perda de vencimentos
g) aos direitos e garantias legais assegurados ao
e vantagens;
exercício do voto;
d) destituição de função;
h) ao direito de reunião;
e) demissão;
i) à incolumidade física do indivíduo;
f) demissão, a bem do serviço público.
j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício
profissional. (Incluído pela Lei nº 6.657,de § 2º A sanção civil, caso não seja possível fixar o valor do
05/06/79) dano, consistirá no pagamento de uma indenização de
quinhentos a dez mil cruzeiros.
Art. 4º Constitui também abuso de autoridade:
§ 3º A sanção penal será aplicada de acordo com as
a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade
regras dos artigos 42 a 56 do Código Penal e consistirá
individual, sem as formalidades legais ou com abuso de
em:
poder;
a) multa de cem a cinco mil cruzeiros;
b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a
vexame ou a constrangimento não autorizado em lei; b) detenção por dez dias a seis meses;
c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de
competente a prisão ou detenção de qualquer pessoa; qualquer outra função pública por prazo até três anos.
d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou § 4º As penas previstas no parágrafo anterior poderão
detenção ilegal que lhe seja comunicada; ser aplicadas autônoma ou cumulativamente.
e) levar à prisão e nela deter quem quer que se § 5º Quando o abuso for cometido por agente de
proponha a prestar fiança, permitida em lei; autoridade policial, civil ou militar, de qualquer

Estratégia Carreira Jurídica 183


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categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou b) requerer ao Juiz, até setenta e duas horas antes da
acessória, de não poder o acusado exercer funções de audiência de instrução e julgamento, a designação de
natureza policial ou militar no município da culpa, por um perito para fazer as verificações necessárias.
prazo de um a cinco anos.
§ 1º O perito ou as testemunhas farão o seu relatório e
Art. 7º recebida a representação em que for solicitada a prestarão seus depoimentos verbalmente, ou o
aplicação de sanção administrativa, a autoridade civil ou apresentarão por escrito, querendo, na audiência de
militar competente determinará a instauração de instrução e julgamento.
inquérito para apurar o fato.
§ 2º No caso previsto na letra a deste artigo a
§ 1º O inquérito administrativo obedecerá às normas representação poderá conter a indicação de mais duas
estabelecidas nas leis municipais, estaduais ou federais, testemunhas.
civis ou militares, que estabeleçam o respectivo
Art. 15. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de
processo.
apresentar a denúncia requerer o arquivamento da
§ 2º não existindo no município no Estado ou na representação, o Juiz, no caso de considerar
legislação militar normas reguladoras do inquérito improcedentes as razões invocadas, fará remessa da
administrativo serão aplicadas supletivamente, as representação ao Procurador-Geral e este oferecerá a
disposições dos arts. 219 a 225 da Lei nº 1.711, de 28 de denúncia, ou designará outro órgão do Ministério
outubro de 1952 (Estatuto dos Funcionários Públicos Público para oferecê-la ou insistirá no arquivamento, ao
Civis da União). qual só então deverá o Juiz atender.
§ 3º O processo administrativo não poderá ser Art. 16. Se o órgão do Ministério Público não oferecer a
sobrestado para o fim de aguardar a decisão da ação denúncia no prazo fixado nesta lei, será admitida ação
penal ou civil. privada. O órgão do Ministério Público poderá, porém,
aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia
Art. 8º A sanção aplicada será anotada na ficha funcional
substitutiva e intervir em todos os termos do processo,
da autoridade civil ou militar.
interpor recursos e, a todo tempo, no caso de
Art. 9º Simultaneamente com a representação dirigida negligência do querelante, retomar a ação como parte
à autoridade administrativa ou independentemente principal.
dela, poderá ser promovida pela vítima do abuso, a
Art. 17. Recebidos os autos, o Juiz, dentro do prazo de
responsabilidade civil ou penal ou ambas, da autoridade
quarenta e oito horas, proferirá despacho, recebendo
culpada.
ou rejeitando a denúncia.
Art. 10. Vetado
§ 1º No despacho em que receber a denúncia, o Juiz
Art. 11. À ação civil serão aplicáveis as normas do Código designará, desde logo, dia e hora para a audiência de
de Processo Civil. instrução e julgamento, que deverá ser realizada,
improrrogavelmente. dentro de cinco dias.
Art. 12. A ação penal será iniciada, independentemente
de inquérito policial ou justificação por denúncia do § 2º A citação do réu para se ver processar, até
Ministério Público, instruída com a representação da julgamento final e para comparecer à audiência de
vítima do abuso. instrução e julgamento, será feita por mandado sucinto
que, será acompanhado da segunda via da
Art. 13. Apresentada ao Ministério Público a
representação e da denúncia.
representação da vítima, aquele, no prazo de quarenta
e oito horas, denunciará o réu, desde que o fato narrado Art. 18. As testemunhas de acusação e defesa poderão
constitua abuso de autoridade, e requererá ao Juiz a sua ser apresentada em juízo, independentemente de
citação, e, bem assim, a designação de audiência de intimação.
instrução e julgamento.
Parágrafo único. Não serão deferidos pedidos de
§ 1º A denúncia do Ministério Público será apresentada precatória para a audiência ou a intimação de
em duas vias. testemunhas ou, salvo o caso previsto no artigo 14, letra
"b", requerimentos para a realização de diligências,
Art. 14. Se a ato ou fato constitutivo do abuso de
perícias ou exames, a não ser que o Juiz, em despacho
autoridade houver deixado vestígios o ofendido ou o
motivado, considere indispensáveis tais providências.
acusado poderá:
Art. 19. A hora marcada, o Juiz mandará que o porteiro
a) promover a comprovação da existência de tais
dos auditórios ou o oficial de justiça declare aberta a
vestígios, por meio de duas testemunhas qualificadas;
audiência, apregoando em seguida o réu, as

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testemunhas, o perito, o representante do Ministério Brasília, 9 de dezembro de 1965; 144º da Independência


Público ou o advogado que tenha subscrito a queixa e o e 77º da República.
advogado ou defensor do réu.
H. CASTELLO BRANCO
Parágrafo único. A audiência somente deixará de
Juracy Magalhães
realizar-se se ausente o Juiz.
Este texto não substitui o publicado no DOU de
Art. 20. Se até meia hora depois da hora marcada o Juiz
13.12.1965
não houver comparecido, os presentes poderão retirar-
se, devendo o ocorrido constar do livro de termos de
audiência. LEI Nº 6.766/79
Art. 21. A audiência de instrução e julgamento será
Dispõe sobre o Parcelamento do Solo Urbano e dá
pública, se contrariamente não dispuser o Juiz, e
outras Providências.
realizar-se-á em dia útil, entre dez (10) e dezoito (18)
horas, na sede do Juízo ou, excepcionalmente, no local O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o
que o Juiz designar. CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono a
seguinte Lei:
Art. 22. Aberta a audiência o Juiz fará a qualificação e o
interrogatório do réu, se estiver presente. Art. 1º. O parcelamento do solo para fins urbanos será
regido por esta Lei.
Parágrafo único. Não comparecendo o réu nem seu
advogado, o Juiz nomeará imediatamente defensor Parágrafo único - Os Estados, o Distrito Federal e os
para funcionar na audiência e nos ulteriores termos do Municípios poderão estabelecer normas
processo. complementares relativas ao parcelamento do solo
municipal para adequar o previsto nesta Lei às
Art. 23. Depois de ouvidas as testemunhas e o perito, o
peculiaridades regionais e locais.
Juiz dará a palavra sucessivamente, ao Ministério
Público ou ao advogado que houver subscrito a queixa CAPÍTULO I
e ao advogado ou defensor do réu, pelo prazo de quinze
Disposições Preliminares
minutos para cada um, prorrogável por mais dez (10), a
critério do Juiz. Art. 2º. O parcelamento do solo urbano poderá ser feito
mediante loteamento ou desmembramento,
Art. 24. Encerrado o debate, o Juiz proferirá
observadas as disposições desta Lei e as das legislações
imediatamente a sentença.
estaduais e municipais pertinentes.
Art. 25. Do ocorrido na audiência o escrivão lavrará no
§ 1º Considera-se loteamento a subdivisão de gleba em
livro próprio, ditado pelo Juiz, termo que conterá, em
lotes destinados a edificação, com abertura de novas
resumo, os depoimentos e as alegações da acusação e
vias de circulação, de logradouros públicos ou
da defesa, os requerimentos e, por extenso, os
prolongamento, modificação ou ampliação das vias
despachos e a sentença.
existentes.
Art. 26. Subscreverão o termo o Juiz, o representante do
§ 2º Considera-se desmembramento a subdivisão de
Ministério Público ou o advogado que houver subscrito
gleba em lotes destinados a edificação, com
a queixa, o advogado ou defensor do réu e o escrivão.
aproveitamento do sistema viário existente, desde que
Art. 27. Nas comarcas onde os meios de transporte não implique na abertura de novas vias e logradouros
forem difíceis e não permitirem a observância dos públicos, nem no prolongamento, modificação ou
prazos fixados nesta lei, o juiz poderá aumentá-las, ampliação dos já existentes.
sempre motivadamente, até o dobro.
§ 3º (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.785, de 1999)
Art. 28. Nos casos omissos, serão aplicáveis as normas
§ 4º Considera-se lote o terreno servido de infra-
do Código de Processo Penal, sempre que compatíveis
estrutura básica cujas dimensões atendam aos índices
com o sistema de instrução e julgamento regulado por
urbanísticos definidos pelo plano diretor ou lei
esta lei.
municipal para a zona em que se situe. (Incluído pela
Parágrafo único. Das decisões, despachos e sentenças, Lei nº 9.785, de 1999)
caberão os recursos e apelações previstas no Código de
§ 5º A infra-estrutura básica dos parcelamentos é
Processo Penal.
constituída pelos equipamentos urbanos de
Art. 29. Revogam-se as disposições em contrário. escoamento das águas pluviais, iluminação pública,

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esgotamento sanitário, abastecimento de água potável, V - em áreas de preservação ecológica ou naquelas onde
energia elétrica pública e domiciliar e vias de circulação. a poluição impeça condições sanitárias suportáveis, até
(Redação dada pela Lei nº 11.445, de 2007). (Vigência) a sua correção.
§ 6º A infra-estrutura básica dos parcelamentos CAPÍTULO II
situados nas zonas habitacionais declaradas por lei
Dos Requisitos Urbanísticos para Loteamento
como de interesse social (ZHIS) consistirá, no mínimo,
de: (Incluído pela Lei nº 9.785, de 1999) Art. 4º. Os loteamentos deverão atender, pelo menos,
aos seguintes requisitos:
I - vias de circulação; (Incluído pela Lei nº 9.785, de
1999) I - as áreas destinadas a sistemas de circulação, a
implantação de equipamento urbano e comunitário,
II - escoamento das águas pluviais; (Incluído pela Lei nº
bem como a espaços livres de uso público, serão
9.785, de 1999)
proporcionais à densidade de ocupação prevista pelo
III - rede para o abastecimento de água potável; e plano diretor ou aprovada por lei municipal para a zona
(Incluído pela Lei nº 9.785, de 1999) em que se situem. (Redação dada pela Lei nº 9.785, de
1999)
IV - soluções para o esgotamento sanitário e para a
energia elétrica domiciliar. (Incluído pela Lei nº 9.785, II - os lotes terão área mínima de 125m² (cento e vinte e
de 1999) cinco metros quadrados) e frente mínima de 5 (cinco)
metros, salvo quando o loteamento se destinar a
§ 7º O lote poderá ser constituído sob a forma de
urbanização específica ou edificação de conjuntos
imóvel autônomo ou de unidade imobiliária integrante
habitacionais de interesse social, previamente
de condomínio de lotes. (Incluído pela Lei nº 13.465,
aprovados pelos órgãos públicos competentes;
de 2017)
III - ao longo das águas correntes e dormentes e das
§ 8º Constitui loteamento de acesso controlado a
faixas de domínio público das rodovias e ferrovias, será
modalidade de loteamento, definida nos termos do §
obrigatória a reserva de uma faixa não-edificável de 15
1º deste artigo, cujo controle de acesso será
(quinze) metros de cada lado, salvo maiores exigências
regulamentado por ato do poder público Municipal,
da legislação específica; (Redação dada pela Lei nº
sendo vedado o impedimento de acesso a pedestres ou
10.932, de 2004)
a condutores de veículos, não residentes, devidamente
identificados ou cadastrados. (Incluído pela Lei nº IV - as vias de loteamento deverão articular-se com as
13.465, de 2017) vias adjacentes oficiais, existentes ou projetadas, e
harmonizar-se com a topografia local.
Art. 3º Somente será admitido o parcelamento do solo
para fins urbanos em zonas urbanas, de expansão § 1º A legislação municipal definirá, para cada zona em
urbana ou de urbanização específica, assim definidas que se divida o território do Município, os usos
pelo plano diretor ou aprovadas por lei permitidos e os índices urbanísticos de parcelamento e
municipal. (Redação dada pela Lei nº 9.785, de 1999) ocupação do solo, que incluirão, obrigatoriamente, as
áreas mínimas e máximas de lotes e os coeficientes
Parágrafo único - Não será permitido o parcelamento do
máximos de aproveitamento. (Redação dada pela Lei
solo:
nº 9.785, de 1999)
I - em terrenos alagadiços e sujeitos a inundações, antes
§ 2º - Consideram-se comunitários os equipamentos
de tomadas as providências para assegurar o
públicos de educação, cultura, saúde, lazer e similares.
escoamento das águas;
§ 3º Se necessária, a reserva de faixa não-edificável
Il - em terrenos que tenham sido aterrados com material
vinculada a dutovias será exigida no âmbito do
nocivo à saúde pública, sem que sejam previamente
respectivo licenciamento ambiental, observados
saneados;
critérios e parâmetros que garantam a segurança da
III - em terrenos com declividade igual ou superior a 30% população e a proteção do meio ambiente, conforme
(trinta por cento), salvo se atendidas exigências estabelecido nas normas técnicas
específicas das autoridades competentes; pertinentes. (Incluído pela Lei nº 10.932, de 2004)
IV - em terrenos onde as condições geológicas não § 4º No caso de lotes integrantes de condomínio de
aconselham a edificação; lotes, poderão ser instituídas limitações administrativas
e direitos reais sobre coisa alheia em benefício do poder
público, da população em geral e da proteção da

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paisagem urbana, tais como servidões de passagem, IV - as faixas sanitárias do terreno necessárias ao
usufrutos e restrições à construção de muros. (Incluído escoamento das águas pluviais e as faixas não
pela Lei nº 13.465, de 2017) edificáveis;
Art. 5º. O Poder Público competente poderá V - a zona ou zonas de uso predominante da área, com
complementarmente exigir, em cada loteamento, a indicação dos usos compatíveis.
reserva de faixa non aedificandi destinada a
Parágrafo único. As diretrizes expedidas vigorarão pelo
equipamentos urbanos.
prazo máximo de quatro anos. (Redação dada pela Lei
Parágrafo único - Consideram-se urbanos os nº 9.785, de 1999)
equipamentos públicos de abastecimento de água,
Art. 8º Os Municípios com menos de cinqüenta mil
serviços de esgostos, energia elétrica, coletas de águas
habitantes e aqueles cujo plano diretor contiver
pluviais, rede telefônica e gás canalizado.
diretrizes de urbanização para a zona em que se situe o
CAPÍTULO III parcelamento poderão dispensar, por lei, a fase de
fixação de diretrizes previstas nos arts. 6º e 7º desta Lei.
Do Projeto de Loteamento
(Redação dada pela Lei nº 9.785, de 1999)
Art. 6º. Antes da elaboração do projeto de loteamento,
Art. 9º Orientado pelo traçado e diretrizes oficiais,
o interessado deverá solicitar à Prefeitura Municipal, ou
quando houver, o projeto, contendo desenhos,
ao Distrito Federal quando for o caso, que defina as
memorial descritivo e cronograma de execução das
diretrizes para o uso do solo, traçado dos lotes, do
obras com duração máxima de quatro anos, será
sistema viário, dos espaços livres e das áreas reservadas
apresentado à Prefeitura Municipal, ou ao Distrito
para equipamento urbano e comunitário,
Federal, quando for o caso, acompanhado de certidão
apresentando, para este fim, requerimento e planta do
atualizada da matrícula da gleba, expedida pelo Cartório
imóvel contendo, pelo menos:
de Registro de Imóveis competente, de certidão
I - as divisas da gleba a ser loteada; negativa de tributos municipais e do competente
instrumento de garantia, ressalvado o disposto no §
II - as curvas de nível à distância adequada, quando
4º do art. 18. (Redação dada pela Lei nº 9.785, de 1999)
exigidas por lei estadual ou municipal;
§ 1º - Os desenhos conterão pelo menos:
III - a localização dos cursos d’água, bosques e
construções existentes; I - a subdivisão das quadras em lotes, com as respectivas
dimensões e numeração;
IV - a indicação dos arruamentos contíguos a todo o
perímetro, a localização das vias de comunicação, das Il - o sistema de vias com a respectiva hierarquia;
áreas livres, dos equipamentos urbanos e comunitários
III - as dimensões lineares e angulares do projeto, com
existentes no local ou em suas adjacências, com as
raios, cordas, arcos, pontos de tangência e ângulos
respectivas distâncias da área a ser loteada;
centrais das vias;
V - o tipo de uso predominante a que o loteamento se
IV - os perfis longitudinais e transversais de todas as vias
destina;
de circulação e praças;
VI - as caracteristicas, dimensões e localização das zonas
V - a indicação dos marcos de alinhamento e
de uso contíguas.
nivelamento localizados nos ângulos de curvas e vias
Art. 7º. A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal projetadas;
quando for o caso, indicará, nas plantas apresentadas
VI - a indicação em planta e perfis de todas as linhas de
junto com o requerimento, de acordo com as diretrizes
escoamento das águas pluviais.
de planejamento estadual e municipal:
§ 2º - O memorial descritivo deverá conter,
I - as ruas ou estradas existentes ou projetada, que
obrigatoriamente, pelo menos:
compõem o sistema viário da cidade e do município,
relacionadas com o loteamento pretendido e a serem I - a descrição sucinta do loteamento, com as suas
respeitadas; características e a fixação da zona ou zonas de uso
predominante;
II - o traçado básico do sistema viário principal;
II - as condições urbanísticas do loteamento e as
III - a localização aproximada dos terrenos destinados a
limitações que incidem sobre os lotes e suas
equipamento urbano e comunitário e das áreas livres de
construções, além daquelas constantes das diretrizes
uso público;
fixadas;

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III - a indicação das áreas públicas que passarão ao e 7º desta Lei, salvo a exceção prevista no artigo
domínio do município no ato de registro do loteamento; seguinte.
IV - a enumeração dos equipamentos urbanos, 1º O projeto aprovado deverá ser executado no prazo
comunitários e dos serviços públicos ou de utilidade constante do cronograma de execução, sob pena de
pública, já existentes no loteamento e adjacências. caducidade da aprovação. (Incluído pela Lei nº
12.608, de 2012)
§ 3º Caso se constate, a qualquer tempo, que a certidão
da matrícula apresentada como atual não tem mais § 2º Nos Municípios inseridos no cadastro nacional de
correspondência com os registros e averbações municípios com áreas suscetíveis à ocorrência de
cartorárias do tempo da sua apresentação, além das deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas
conseqüências penais cabíveis, serão consideradas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos, a
insubsistentes tanto as diretrizes expedidas aprovação do projeto de que trata o caput ficará
anteriormente, quanto as aprovações vinculada ao atendimento dos requisitos constantes da
conseqüentes. (Incluído pela Lei nº 9.785, de 1999) carta geotécnica de aptidão à urbanização. (Incluído
pela Lei nº 12.608, de 2012) (Vigência)
CAPÍTULO IV
§ 3º É vedada a aprovação de projeto de loteamento e
Do Projeto de Desmembramento
desmembramento em áreas de risco definidas como
Art. 10. Para a aprovação de projeto de não edificáveis, no plano diretor ou em legislação dele
desmembramento, o interessado apresentará derivada. (Incluído pela Lei nº 12.608, de 2012)
requerimento à Prefeitura Municipal, ou ao Distrito
Art. 13. Aos Estados caberá disciplinar a aprovação pelos
Federal quando for o caso, acompanhado de certidão
Municípios de loteamentos e desmembramentos nas
atualizada da matrícula da gleba, expedida pelo Cartório
seguintes condições: (Redação dada pela Lei nº 9.785,
de Registro de Imóveis competente, ressalvado o
de 1999)
disposto no § 4º do art. 18, e de planta do imóvel a ser
desmembrado contendo: (Redação dada pela Lei nº I - quando localizados em áreas de interesse especial,
9.785, de 1999) tais como as de proteção aos mananciais ou ao
patrimônio cultural, histórico, paisagístico e
I - a indicação das vias existentes e dos loteamentos
arqueológico, assim definidas por legislação estadual ou
próximos;
federal;
II - a indicação do tipo de uso predominante no local;
Il - quando o loteamento ou desmembramento
III - a indicação da divisão de lotes pretendida na área. localizar-se em área limítrofe do município, ou que
pertença a mais de um município, nas regiões
Art. 11. Aplicam-se ao desmembramento, no que
metropolitanas ou em aglomerações urbanas, definidas
couber, as disposições urbanísticas vigentes para as
em lei estadual ou federal;
regiões em que se situem ou, na ausência destas, as
disposições urbanísticas para os III - quando o loteamento abranger área superior a
loteamentos. (Redação dada pela Lei nº 9.785, de 1.000.000 m².
1999)
Parágrafo único - No caso de loteamento ou
Parágrafo único - O Município, ou o Distrito Federal desmembramento localizado em área de município
quando for o caso, fixará os requisitos exigíveis para a integrante de região metropolitana, o exame e a
aprovação de desmembramento de lotes decorrentes anuência prévia à aprovação do projeto caberão à
de loteamento cuja destinação da área pública tenha autoridade metropolitana.
sido inferior à mínima prevista no § 1º do art. 4º desta
Art. 14. Os Estados definirão, por decreto, as áreas de
Lei.
proteção especial, previstas no inciso I do artigo
CAPÍTULO V anterior.
Da Aprovação do Projeto de Loteamento e Art. 15. Os Estados estabelecerão, por decreto, as
Desmembramento normas a que deverão submeter-se os projetos de
loteamento e desmembramento nas áreas previstas no
Art. 12. O projeto de loteamento e desmembramento
art. 13, observadas as disposições desta Lei.
deverá ser aprovado pela Prefeitura Municipal, ou pelo
Distrito Federal quando for o caso, a quem compete Parágrafo único - Na regulamentação das normas
também a fixação das diretrizes a que aludem os arts. 6º previstas neste artigo, o Estado procurará atender às
exigências urbanísticas do planejamento municipal.

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Art. 16. A lei municipal definirá os prazos para que um b) de ações pessoais relativas ao loteador, pelo período
projeto de parcelamento apresentado seja aprovado ou de 10 (dez) anos;
rejeitado e para que as obras executadas sejam aceitas
c) de ônus reais relativos ao imóvel;
ou recusadas. (Redação dada pela Lei nº 9.785, de
1999) d) de ações penais contra o loteador, pelo período de 10
(dez) anos.
§ 1º Transcorridos os prazos sem a manifestação do
Poder Público, o projeto será considerado rejeitado ou V - cópia do ato de aprovação do loteamento e
as obras recusadas, assegurada a indenização por comprovante do termo de verificação pela Prefeitura
eventuais danos derivados da omissão. (Incluído pela Lei Municipal ou pelo Distrito Federal, da execução das
nº 9.785, de 1999) obras exigidas por legislação municipal, que incluirão,
no mínimo, a execução das vias de circulação do
§ 2º Nos Municípios cuja legislação for omissa, os prazos
loteamento, demarcação dos lotes, quadras e
serão de noventa dias para a aprovação ou rejeição e de
logradouros e das obras de escoamento das águas
sessenta dias para a aceitação ou recusa fundamentada
pluviais ou da aprovação de um cronograma, com a
das obras de urbanização. (Incluído pela Lei nº 9.785,
duração máxima de quatro anos, acompanhado de
de 1999)
competente instrumento de garantia para a execução
Art. 17. Os espaços livres de uso comum, as vias e das obras; (Redação dada pela Lei nº 9.785, de 1999)
praças, as áreas destinadas a edifícios públicos e outros
VI - exemplar do contrato padrão de promessa de
equipamentos urbanos, constantes do projeto e do
venda, ou de cessão ou de promessa de cessão, do qual
memorial descritivo, não poderão ter sua destinação
constarão obrigatoriamente as indicações previstas no
alterada pelo loteador, desde a aprovação do
art. 26 desta Lei;
loteamento, salvo as hipóteses de caducidade da licença
ou desistência do loteador, sendo, neste caso, VII - declaração do cônjuge do requerente de que
observadas as exigências do art. 23 desta Lei. consente no registro do loteamento.
CAPÍTULO VI § 1º - Os períodos referidos nos incisos III, alínea b e IV,
alíneas a, e d, tomarão por base a data do pedido de
Do Registro do Loteamento e Desmembramento
registro do loteamento, devendo todas elas serem
Art. 18. Aprovado o projeto de loteamento ou de extraídas em nome daqueles que, nos mencionados
desmembramento, o loteador deverá submetê-lo ao períodos, tenham sido titulares de direitos reais sobre o
registro imobiliário dentro de 180 (cento e oitenta) dias, imóvel.
sob pena de caducidade da aprovação, acompanhado
§ 2º - A existência de protestos, de ações pessoais ou de
dos seguintes documentos:
ações penais, exceto as referentes a crime contra o
I - título de propriedade do imóvel ou certidão da patrimônio e contra a administração, não impedirá o
matrícula, ressalvado o disposto nos §§ 4º e registro do loteamento se o requerente comprovar que
5º; (Redação dada pela Lei nº 9.785, de 1999) esses protestos ou ações não poderão prejudicar os
adquirentes dos lotes. Se o Oficial do Registro de
II - histórico dos títulos de propriedade do imóvel,
Imóveis julgar insuficiente a comprovação feita,
abrangendo os últimos 20 (vintes anos), acompanhados
suscitará a dúvida perante o juiz competente.
dos respectivos comprovantes;
§ 3º - A declaração a que se refere o inciso VII deste
III - certidões negativas:
artigo não dispensará o consentimento do declarante
a) de tributos federais, estaduais e municipais para os atos de alienação ou promessa de alienação de
incidentes sobre o imóvel; lotes, ou de direitos a eles relativos, que venham a ser
praticados pelo seu cônjuge.
b) de ações reais referentes ao imóvel, pelo período de
10 (dez) anos; § 4º O título de propriedade será dispensado quando se
tratar de parcelamento popular, destinado às classes de
c) de ações penais com respeito ao crime contra o
menor renda, em imóvel declarado de utilidade pública,
patrimônio e contra a Administração Pública.
com processo de desapropriação judicial em curso e
IV - certidões: imissão provisória na posse, desde que promovido pela
União, Estados, Distrito Federal, Municípios ou suas
a) dos cartórios de protestos de títulos, em nome do
entidades delegadas, autorizadas por lei a implantar
loteador, pelo período de 10 (dez) anos;
projetos de habitação. (Incluído pela Lei nº 9.785, de
1999)

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§ 5º No caso de que trata o § 4º, o pedido de registro do Art. 21. Quando a área loteada estiver situada em mais
parcelamento, além dos documentos mencionados nos de uma circunscrição imobiliária, o registro será
incisos V e VI deste artigo, será instruído com cópias requerido primeiramente perante aquela em que
autênticas da decisão que tenha concedido a imissão estiver localizada a maior parte da área loteada.
provisória na posse, do decreto de desapropriação, do Procedido o registro nessa circunscrição, o interessado
comprovante de sua publicação na imprensa oficial e, requererá, sucessivamente, o registro do loteamento
quando formulado por entidades delegadas, da lei de em cada uma das demais, comprovando perante cada
criação e de seus atos constitutivos. (Incluído pela Lei qual o registro efetuado na anterior, até que o
nº 9.785, de 1999) loteamento seja registrado em todas. Denegado
registro em qualquer das circunscrições, essa decisão
Art. 19. Examinada a documentação e encontrada em
será comunicada, pelo Oficial do Registro de Imóveis, às
ordem, o Oficial do Registro de Imóveis encaminhará
demais para efeito de cancelamento dos registros
comunicação à Prefeitura e fará publicar, em resumo e
feitos, salvo se ocorrer a hipótese prevista no § 4º deste
com pequeno desenho de localização da área, edital do
artigo.
pedido de registro em 3 (três) dias consecutivos,
podendo este ser impugnado no prazo de 15 (quinze) § 1º Nenhum lote poderá situar-se em mais de uma
dias contados da data da última publicação. circunscrição.
§ 1º - Findo o prazo sem impugnação, será feito § 2º - É defeso ao interessado processar
imediatamente o registro. Se houver impugnação de simultaneamente, perante diferentes circunscrições,
terceiros, o Oficial do Registro de Imóveis intimará o pedidos de registro do mesmo loteamento, sendo nulos
requerente e a Prefeitura Municipal, ou o Distrito os atos praticados com infração a esta norma.
Federal quando for o caso, para que sobre ela se
§ 3º - Enquanto não procedidos todos os registros de
manifestem no prazo de 5 cinco) dias, sob pena de
que trata este artigo, considerar-se-á o loteamento
arquivamento do processo. Com tais manifestações o
como não registrado para os efeitos desta Lei.
processo será enviado ao juiz competente para decisão.
§ 4º - O indeferimento do registro do loteamento em
§ 2º - Ouvido o Ministério Público no prazo de 5 (cinco)
uma circunscrição não determinará o cancelamento do
dias, o juiz decidirá de plano ou após instrução sumária,
registro procedido em outra, se o motivo do
devendo remeter ao interessado as vias ordinárias caso
indeferimento naquela não se estender à área situada
a matéria exija maior indagação.
sob a competência desta, e desde que o interessado
§ 3º - Nas capitais, a publicação do edital se fará requeira a manutenção do registro obtido, submetido o
no Diário Oficial do Estado e num dos jornais de remanescente do loteamento a uma aprovação prévia
circulação diária. Nos demais municípios, a publicação perante a Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal
se fará apenas num dos jornais locais, se houver, ou, não quando for o caso.
havendo, em jornal da região.
Art. 22. Desde a data de registro do loteamento, passam
§ 4º - O Oficial do Registro de Imóveis que efetuar o a integrar o domínio do Município as vias e praças, os
registro em desacordo com as exigências desta Lei ficará espaços livres e as áreas destinadas a edifícios públicos
sujeito a multa equivalente a 10 (dez) vezes os e outros equipamentos urbanos, constantes do projeto
emolumentos regimentais fixados para o registro, na e do memorial descritivo.
época em que for aplicada a penalidade pelo juiz
Parágrafo único. Na hipótese de parcelamento do solo
corregedor do cartório, sem prejuízo das sanções penais
implantado e não registrado, o Município poderá
e administrativas cabíveis.
requerer, por meio da apresentação de planta de
§ 5º - Registrado o loteamento, o Oficial de Registro parcelamento elaborada pelo loteador ou aprovada
comunicará, por certidão, o seu registro à Prefeitura. pelo Município e de declaração de que o parcelamento
se encontra implantado, o registro das áreas destinadas
Art. 20. O registro do loteamento será feito, por extrato,
a uso público, que passarão dessa forma a integrar o seu
no livro próprio.
domínio. (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011)
Parágrafo único - No Registro de Imóveis far-se-á o
Art. 23. O registro do loteamento só poderá ser
registro do loteamento, com uma indicação para cada
cancelado:
lote, a averbação das alterações, a abertura de ruas e
praças e as áreas destinadas a espaços livres ou a I - por decisão judicial;
equipamentos urbanos.

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II - a requerimento do loteador, com anuência da IV - preço, prazo, forma e local de pagamento bem como
Prefeitura, ou do Distrito Federal quando for o caso, a importância do sinal;
enquanto nenhum lote houver sido objeto de contrato;
V - taxa de juros incidentes sobre o débito em aberto e
III - a requerimento conjunto do loteador e de todos os sobre as prestações vencidas e não pagas, bem como a
adquirentes de lotes, com anuência da Prefeitura, ou do cláusula penal, nunca excedente a 10% (dez por cento)
Distrito Federal quando for o caso, e do Estado. do débito e só exigível nos casos de intervenção judicial
ou de mora superior a 3 (três) meses;
§ 1º - A Prefeitura e o Estado só poderão se opor ao
cancelamento se disto resultar inconveniente VI - indicação sobre a quem incumbe o pagamento dos
comprovado para o desenvolvimento urbano ou se já se impostos e taxas incidentes sobre o lote
tiver realizado qualquer melhoramento na área loteada compromissado;
ou adjacências.
VII - declaração das restrições urbanísticas
§ 2º - Nas hipóteses dos incisos Il e III, o Oficial do convencionais do loteamento, supletivas da legislação
Registro de Imóveis fará publicar, em resumo, edital do pertinente.
pedido de cancelamento, podendo este ser impugnado
§ 1º O contrato deverá ser firmado em 3 (três) vias ou
no prazo de 30 (trinta) dias contados da data da última
extraídas em 3 (três) traslados, sendo um para cada
publicação. Findo esse prazo, com ou sem impugnação,
parte e o terceiro para arquivo no registro imobiliário,
o processo será remetido ao juiz competente para
após o registro e anotações devidas.
homologação do pedido de cancelamento, ouvido o
Ministério Público. § 2º Quando o contrato houver sido firmado por
procurador de qualquer das partes, será obrigatório o
§ 3º - A homologação de que trata o parágrafo anterior
arquivamento da procuração no registro imobiliário.
será precedida de vistoria judicial destinada a
comprovar a inexistência de adquirentes instalados na § 3º Admite-se, nos parcelamentos populares, a cessão
área loteada. da posse em que estiverem provisoriamente imitidas a
União, Estados, Distrito Federal, Municípios e suas
Art. 24. O processo de loteamento e os contratos de
entidades delegadas, o que poderá ocorrer por
depositados em Cartório poderão ser examinados por
instrumento particular, ao qual se atribui, para todos os
qualquer pessoa, a qualquer tempo,
fins de direito, caráter de escritura pública, não se
independentemente do pagamento de custas ou
aplicando a disposição do inciso II do art. 134 do Código
emolumentos, ainda que a título de busca.
Civil. (Incluído pela Lei nº 9.785, de 1999)
CAPÍTULO VII
§ 4º A cessão da posse referida no § 3º, cumpridas as
Dos Contratos obrigações do cessionário, constitui crédito contra o
expropriante, de aceitação obrigatória em garantia de
Art. 25. São irretratáveis os compromissos de compra e
contratos de financiamentos habitacionais. (Incluído
venda, cessões e promessas de cessão, os que atribuam
pela Lei nº 9.785, de 1999)
direito a adjudicação compulsória e, estando
registrados, confiram direito real oponível a terceiros. § 5º Com o registro da sentença que, em processo de
desapropriação, fixar o valor da indenização, a posse
Art. 26. Os compromissos de compra e venda, as cessões
referida no § 3º converter-se-á em propriedade e a sua
ou promessas de cessão poderão ser feitos por escritura
cessão, em compromisso de compra e venda ou venda
pública ou por instrumento particular, de acordo com o
e compra, conforme haja obrigações a cumprir ou
modelo depositado na forma do inciso VI do art. 18 e
estejam elas cumpridas, circunstância que,
conterão, pelo menos, as seguintes indicações:
demonstradas ao Registro de Imóveis, serão averbadas
I - nome, registro civil, cadastro fiscal no Ministério da na matrícula relativa ao lote. (Incluído pela Lei nº 9.785,
Fazenda, nacionalidade, estado civil e residência dos de 1999)
contratantes;
§ 6º Os compromissos de compra e venda, as cessões e
II - denominação e situação do loteamento, número e as promessas de cessão valerão como título para o
data da inscrição; registro da propriedade do lote adquirido, quando
acompanhados da respectiva prova de quitação.
III - descrição do lote ou dos lotes que forem objeto de
(Incluído pela Lei nº 9.785, de 1999)
compromissos, confrontações, área e outras
características; Art. 26-A. Os contratos de compra e venda, cessão ou
promessa de cessão de loteamento devem ser iniciados
por quadro-resumo, que deverá conter, além das

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indicações constantes do art. 26 desta Lei: (Incluído contrato e saneamento da omissão, findo o qual, essa
pela Lei nº 13.786, de 2018) omissão, se não sanada, caracterizará justa causa para
rescisão contratual por parte do adquirente. (Incluído
I - o preço total a ser pago pelo imóvel; (Incluído pela
pela Lei nº 13.786, de 2018)
Lei nº 13.786, de 2018)
§ 2º A efetivação das consequências do desfazimento
II - o valor referente à corretagem, suas condições de
do contrato, mencionadas no inciso V do caput deste
pagamento e a identificação precisa de seu beneficiário;
artigo, dependerá de anuência prévia e específica do
(Incluído pela Lei nº 13.786, de 2018)
adquirente a seu respeito, mediante assinatura junto a
III - a forma de pagamento do preço, com indicação clara essas cláusulas, que deverão ser redigidas conforme o
dos valores e vencimentos das parcelas; (Incluído pela disposto no § 4º do art. 54 da Lei nº 8.078, de 11 de
Lei nº 13.786, de 2018) setembro de 1990 (Código de Defesa do Consumidor).
(Incluído pela Lei nº 13.786, de 2018)
IV - os índices de correção monetária aplicáveis ao
contrato e, quando houver pluralidade de índices, o Art. 27. Se aquele que se obrigou a concluir contrato de
período de aplicação de cada um; (Incluído pela Lei nº promessa de venda ou de cessão não cumprir a
13.786, de 2018) obrigação, o credor poderá notificar o devedor para
outorga do contrato ou oferecimento de impugnação no
V - as consequências do desfazimento do contrato, seja
prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de proceder-se ao
mediante distrato, seja por meio de resolução
registro de pré-contrato, passando as relações entre as
contratual motivada por inadimplemento de obrigação
partes a serem regidas pelo contrato-padrão.
do adquirente ou do loteador, com destaque negritado
para as penalidades aplicáveis e para os prazos para § 1º Para fins deste artigo, terão o mesmo valor de pré-
devolução de valores ao adquirente; (Incluído pela Lei contrato a promessa de cessão, a proposta de compra,
nº 13.786, de 2018) a reserva de lote ou qualquer, outro instrumento, do
qual conste a manifestação da vontade das partes, a
VI - as taxas de juros eventualmente aplicadas, se
indicação do lote, o preço e modo de pagamento, e a
mensais ou anuais, se nominais ou efetivas, o seu
promessa de contratar.
período de incidência e o sistema de
amortização; (Incluído pela Lei nº 13.786, de 2018) § 2º O registro de que trata este artigo não será
procedido se a parte que o requereu não comprovar
VII - as informações acerca da possibilidade do exercício,
haver cumprido a sua prestação, nem a oferecer na
por parte do adquirente do imóvel, do direito de
forma devida, salvo se ainda não exigível.
arrependimento previsto no art. 49 da Lei nº 8.078, de
11 de setembro de 1990 (Código de Defesa do § 3º Havendo impugnação daquele que se
Consumidor), em todos os contratos firmados em comprometeu a concluir o contrato, observar-se-á o
estandes de vendas e fora da sede do loteador ou do disposto nos arts. 639 e 640 do Código de Processo Civil.
estabelecimento comercial; (Incluído pela Lei nº
Art. 28. Qualquer alteração ou cancelamento parcial do
13.786, de 2018)
loteamento registrado dependerá de acordo entre o
VIII - o prazo para quitação das obrigações pelo loteador e os adquirentes de lotes atingidos pela
adquirente após a obtenção do termo de vistoria de alteração, bem como da aprovação pela Prefeitura
obras; (Incluído pela Lei nº 13.786, de 2018) Municipal, ou do Distrito Federal quando for o caso,
devendo ser depositada no Registro de Imóveis, em
IX - informações acerca dos ônus que recaiam sobre o
complemento ao projeto original com a devida
imóvel; (Incluído pela Lei nº 13.786, de 2018)
averbação.
X - o número do registro do loteamento ou do
Art. 29. Aquele que adquirir a propriedade loteada
desmembramento, a matrícula do imóvel e a
mediante ato inter vivos, ou por sucessão causa mortis,
identificação do cartório de registro de imóveis
sucederá o transmitente em todos os seus direitos e
competente; (Incluído pela Lei nº 13.786, de 2018)
obrigações, ficando obrigado a respeitar os
XI - o termo final para a execução do projeto referido no compromissos de compra e venda ou as promessas de
§ 1º do art. 12 desta Lei e a data do protocolo do pedido cessão, em todas as suas cláusulas, sendo nula qualquer
de emissão do termo de vistoria de obras. (Incluído disposição em contrário, ressalvado o direito do
pela Lei nº 13.786, de 2018) herdeiro ou legatário de renunciar à herança ou ao
legado.
§ 1º Identificada a ausência de quaisquer das
informações previstas no caput deste artigo, será Art. 30. A sentença declaratória de falência ou da
concedido prazo de 30 (trinta) dias para aditamento do insolvência de qualquer das partes não rescindirá os

Estratégia Carreira Jurídica 192


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contratos de compromisso de compra e venda ou de desconto de 10% (dez por cento) do valor atualizado d
promessa de cessão que tenham por objeto a área o contrato; (Incluído pela Lei nº 13.786, de 2018)
loteada ou lotes da mesma. Se a falência ou insolvência
III - os encargos moratórios relativos às prestações
for do proprietário da área loteada ou do titular de
pagas em atraso pelo adquirente; (Incluído pela Lei nº
direito sobre ela, incumbirá ao síndico ou ao
13.786, de 2018)
administrador dar cumprimento aos referidos
contratos; se do adquirente do lote, seus direitos serão IV - os débitos de impostos sobre a propriedade predial
levados à praça. e territorial urbana, contribuições condominiais,
associativas ou outras de igual natureza que sejam a
Art. 31. O contrato particular pode ser transferido por
estas equiparadas e tarifas vinculadas ao lote, bem
simples trespasse, lançado no verso das vias em poder
como tributos, custas e emolumentos incidentes sobre
das partes, ou por instrumento em separado,
a restituição e/ou rescisão; (Incluído pela Lei nº 13.786,
declarando-se o número do registro do loteamento, o
de 2018)
valor da cessão e a qualificação do cessionário, para o
devido registro. V - a comissão de corretagem, desde que integrada ao
preço do lote. (Incluído pela Lei nº 13.786, de 2018)
§ 1º A cessão independe da anuência do loteador mas,
em relação a este, seus efeitos só se produzem depois § 1º O pagamento da restituição ocorrerá em até 12
de cientificado, por escrito, pelas partes ou quando (doze) parcelas mensais, com início após o seguinte
registrada a cessão. prazo de carência: (Incluído pela Lei nº 13.786, de
2018)
§ 2º - Uma vez registrada a cessão, feita sem anuência
do loteador, o Oficial do Registro dar-lhe-á ciência, por I - em loteamentos com obras em andamento: no prazo
escrito, dentro de 10 (dez) dias. máximo de 180 (cento e oitenta) dias após o prazo
previsto em contrato para conclusão das
Art. 32. Vencida e não paga a prestação, o contrato será
obras; (Incluído pela Lei nº 13.786, de 2018)
considerado rescindido 30 (trinta) dias depois de
constituído em mora o devedor. II - em loteamentos com obras concluídas: no prazo
máximo de 12 (doze) meses após a formalização da
§ 1º Para os fins deste artigo o devedor-adquirente será
rescisão contratual. (Incluído pela Lei nº 13.786, de
intimado, a requerimento do credor, pelo Oficial do
2018)
Registro de Imóveis, a satisfazer as prestações vencidas
e as que se vencerem até a data do pagamento, os juros § 2º Somente será efetuado registro do contrato de
convencionados e as custas de intimação. nova venda se for comprovado o início da restituição do
valor pago pelo vendedor ao titular do registro
§ 2º Purgada a mora, convalescerá o contrato.
cancelado na forma e condições pactuadas no distrato,
§ 3º - Com a certidão de não haver sido feito o dispensada essa comprovação nos casos em que o
pagamento em cartório, o vendedor requererá ao adquirente não for localizado ou não tiver se
Oficial do Registro o cancelamento da averbação. manifestado, nos termos do art. 32 desta Lei. (Incluído
pela Lei nº 13.786, de 2018)
Art. 32-A. Em caso de resolução contratual por fato
imputado ao adquirente, respeitado o disposto no § 2º § 3º O procedimento previsto neste artigo não se aplica
deste artigo, deverão ser restituídos os valores pagos aos contratos e escrituras de compra e venda de lote
por ele, atualizados com base no índice sob a modalidade de alienação fiduciária nos termos
contratualmente estabelecido para a correção da Lei n° 9.514, de 20 de novembro de 1997. (Incluído
monetária das parcelas do preço do imóvel, podendo pela Lei nº 13.786, de 2018)
ser descontados dos valores pagos os seguintes itens:
Art. 33. Se o credor das prestações se recusar recebê-las
(Incluído pela Lei nº 13.786, de 2018)
ou furtar-se ao seu recebimento, será constituído em
I - os valores correspondentes à eventual fruição do mora mediante notificação do Oficial do Registro de
imóvel, até o equivalente a 0,75% (setenta e cinco Imóveis para vir receber as importâncias depositadas
centésimos por cento) sobre o valor atualizado do pelo devedor no próprio Registro de Imóveis.
contrato, cujo prazo será contado a partir da data da Decorridos 15 (quinze) dias após o recebimento da
transmissão da posse do imóvel ao adquirente até sua intimação, considerar-se-á efetuado o pagamento, a
restituição ao loteador; (Incluído pela Lei nº 13.786, menos que o credor impugne o depósito e, alegando
de 2018) inadimplemento do devedor, requeira a intimação
deste para os fins do disposto no art. 32 desta Lei.
II - o montante devido por cláusula penal e despesas
administrativas, inclusive arras ou sinal, limitado a um

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Art. 34. Em qualquer caso de rescisão por Art. 36-A. As atividades desenvolvidas pelas
inadimplemento do adquirente, as benfeitorias associações de proprietários de imóveis, titulares de
necessárias ou úteis por ele levadas a efeito no imóvel direitos ou moradores em loteamentos ou
deverão ser indenizadas, sendo de nenhum efeito empreendimentos assemelhados, desde que não
qualquer disposição contratual em contrário. tenham fins lucrativos, bem como pelas entidades civis
organizadas em função da solidariedade de interesses
§ 1º Não serão indenizadas as benfeitorias feitas em
coletivos desse público com o objetivo de
desconformidade com o contrato ou com a
administração, conservação, manutenção, disciplina de
lei. (Redação dada pela Lei nº 13.786, de 2018)
utilização e convivência, visando à valorização dos
§ 2º No prazo de 60 (sessenta) dias, contado da imóveis que compõem o empreendimento, tendo em
constituição em mora, fica o loteador, na hipótese vista a sua natureza jurídica, vinculam-se, por critérios
do caput deste artigo, obrigado a alienar o imóvel de afinidade, similitude e conexão, à atividade de
mediante leilão judicial ou extrajudicial, nos termos administração de imóveis. (Incluído pela Lei nº
da Lei nº 9.514, de 20 de novembro de 1997. (Incluído 13.465, de 2017)
pela Lei nº 13.786, de 2018)
Parágrafo único. A administração de imóveis na forma
Art. 35. Se ocorrer o cancelamento do registro por do caput deste artigo sujeita seus titulares à
inadimplemento do contrato, e tiver sido realizado o normatização e à disciplina constantes de seus atos
pagamento de mais de 1/3 (um terço) do preço constitutivos, cotizando-se na forma desses atos para
ajustado, o oficial do registro de imóveis mencionará suportar a consecução dos seus objetivos. (Incluído
esse fato e a quantia paga no ato do cancelamento, e pela Lei nº 13.465, de 2017)
somente será efetuado novo registro relativo ao mesmo
CAPÍTULO VIII
lote, mediante apresentação do distrato assinado pelas
partes e a comprovação do pagamento da parcela única Disposições Gerais
ou da primeira parcela do montante a ser restituído ao
Art. 37. É vedado vender ou prometer vender parcela de
adquirente, na forma do art. 32-A desta Lei, ao titular do
loteamento ou desmembramento não registrado.
registro cancelado, ou mediante depósito em dinheiro à
sua disposição no registro de imóveis. (Redação dada Art. 38. Verificado que o loteamento ou
pela Lei nº 13.786, de 2018) desmembramento não se acha registrado ou
regularmente executado ou notificado pela Prefeitura
§ 1º Ocorrendo o depósito a que se refere este artigo, o
Municipal, ou pelo Distrito Federal quando for o caso,
Oficial do Registro de Imóveis intimará o interessado
deverá o adquirente do lote suspender o pagamento
para vir recebê-lo no prazo de 10 (dez) dias, sob pena de
das prestações restantes e notificar o loteador para
ser devolvido ao depositante.
suprir a falta.
§ 2º No caso de não se encontrado o interessado, o
§ 1º Ocorrendo a suspensão do pagamento das
Oficial do Registro de Imóveis depositará quantia em
prestações restantes, na forma do caput deste artigo, o
estabelecimento de crédito, segundo a ordem prevista
adquirente efetuará o depósito das prestações devidas
no inciso I do art. 666 do Código de Processo Civil, em
junto ao Registro de Imóveis competente, que as
conta com incidência de juros e correção monetária.
depositará em estabelecimento de crédito, segundo a
§ 3º A obrigação de comprovação prévia de pagamento ordem prevista no inciso I do art. 666 do Código de
da parcela única ou da primeira parcela como condição Processo Civil, em conta com incidência de juros e
para efetivação de novo registro, prevista correção monetária, cuja movimentação dependerá de
no caput deste artigo, poderá ser dispensada se as prévia autorização judicial.
partes convencionarem de modo diverso e de forma
§ 2º A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal
expressa no documento de distrato por elas assinado.
quando for o caso, ou o Ministério Público, poderá
(Incluído pela Lei nº 13.786, de 2018)
promover a notificação ao loteador prevista
Art. 36. O registro do compromisso, cessão ou promessa no caput deste artigo.
de cessão só poderá ser cancelado:
§ 3º Regularizado o loteamento pelo loteador, este
I - por decisão judicial; promoverá judicialmente a autorização para levantar as
prestações depositadas, com os acréscimos de correção
II - a requerimento conjunto das partes contratantes;
monetária e juros, sendo necessária a citação da
III - quando houver rescisão comprovada do contrato. Prefeitura, ou do Distrito Federal quando for o caso,
para integrar o processo judicial aqui previsto, bem
como audiência do Ministério Público.

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§ 4º Após o reconhecimento judicial de regularidade do § 5º A regularização de um parcelamento pela


loteamento, o loteador notificará os adquirentes dos Prefeitura Municipal, ou Distrito Federal, quando for o
lotes, por intermédio do Registro de Imóveis caso, não poderá contrariar o disposto nos arts. 3º e
competente, para que passem a pagar diretamente as 4º desta Lei, ressalvado o disposto no § 1º desse
prestações restantes, a contar da data da notificação. último. (Incluído pela Lei nº 9.785, de 1999)
§ 5º No caso de o loteador deixar de atender à Art. 41. Regularizado o loteamento ou
notificação até o vencimento do prazo contratual, ou desmembramento pela Prefeitura Municipal, ou pelo
quando o loteamento ou desmembramento for Distrito Federal quando for o caso, o adquirente do lote,
regularizado pela Prefeitura Municipal, ou pelo Distrito comprovando o depósito de todas as prestações do
Federal quando for o caso, nos termos do art. 40 desta preço avençado, poderá obter o registro, de
Lei, o loteador não poderá, a qualquer titulo, exigir o propriedade do lote adquirido, valendo para tanto o
recebimento das prestações depositadas. compromisso de venda e compra devidamente firmado.
Art.39. Será nula de pleno direito a cláusula de rescisão Art. 42. Nas desapropriações não serão considerados
de contrato por inadimplemento do adquirente, quando como loteados ou loteáveis, para fins de indenização, os
o loteamento não estiver regularmente inscrito. terrenos ainda não vendidos ou compromissados,
objeto de loteamento ou desmembramento não
Art. 40. A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal
registrado.
quando for o caso, se desatendida pelo loteador a
notificação, poderá regularizar loteamento ou Art. 43. Ocorrendo a execução de loteamento não
desmembramento não autorizado ou executado sem aprovado, a destinação de áreas públicas exigidas no
observância das determinações do ato administrativo inciso I do art. 4º desta Lei não se poderá alterar sem
de licença, para evitar lesão aos seus padrões de prejuízo da aplicação das sanções administrativas, civis
desenvolvimento urbano e na defesa dos direitos dos e criminais previstas.
adquirentes de lotes.
Parágrafo único. Neste caso, o loteador ressarcirá a
§ 1º A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal Prefeitura Municipal ou o Distrito Federal quando for o
quando for o caso, que promover a regularização, na caso, em pecúnia ou em área equivalente, no dobro da
forma deste artigo, obterá judicialmente o diferença entre o total das áreas públicas exigidas e as
levantamento das prestações depositadas, com os efetivamente destinadas. (Incluído pela Lei nº 9.785, de
respectivos acréscimos de correção monetária e juros, 1999)
nos termos do § 1º do art. 38 desta Lei, a título de
Art. 44. O Município, o Distrito Federal e o Estado
ressarcimento das importâncias despendidas com
poderão expropriar áreas urbanas ou de expansão
equipamentos urbanos ou expropriações necessárias
urbana para reloteamento, demolição, reconstrução e
para regularizar o loteamento ou desmembramento.
incorporação, ressalvada a preferência dos
§ 2º As importâncias despendidas pela Prefeitura expropriados para a aquisição de novas unidades.
Municipal, ou pelo Distrito Federal quando for o caso,
Art. 45. O loteador, ainda que já tenha vendido todos os
para regularizar o loteamento ou desmembramento,
lotes, ou os vizinhos, são partes legítimas para promover
caso não sejam integralmente ressarcidas conforme o
ação destinada a impedir construção em desacordo com
disposto no parágrafo anterior, serão exigidas na parte
restrições legais ou contratuais.
faltante do loteador, aplicando-se o disposto no art. 47
desta Lei. Art. 46. O loteador não poderá fundamentar qualquer
ação ou defesa na presente Lei sem apresentação dos
§ 3º No caso de o loteador não cumprir o estabelecido
registros e contratos a que ela se refere.
no parágrafo anterior, a Prefeitura Municipal, ou o
Distrito Federal quando for o caso, poderá receber as Art. 47. Se o loteador integrar grupo econômico ou
prestações dos adquirentes, até o valor devido. financeiro, qualquer pessoa física ou jurídica desse
grupo, beneficiária de qualquer forma do loteamento
§ 4º A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal
ou desmembramento irregular, será solidariamente
quando for o caso, para assegurar a regularização do
responsável pelos prejuízos por ele causados aos
loteamento ou desmembramento, bem como o
compradores de lotes e ao Poder Público.
ressarcimento integral de importâncias despendidas, ou
a despender, poderá promover judicialmente os Art. 48. O foro competente para os procedimentos
procedimentos cautelares necessários aos fins judiciais previstos nesta Lei será o da comarca da
colimados. situação do lote.

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Art. 49. As intimações e notificações previstas nesta Lei Pena: Reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa de
deverão ser feitas pessoalmente ao intimado ou 10 (dez) a 100 (cem) vezes o maior salário mínimo
notificado, que assinará o comprovante do vigente no País.
recebimento, e poderão igualmente ser promovidas por
Art. 51. Quem, de qualquer modo, concorra para a
meio dos Cartórios de Registro de Títulos e Documentos
prática dos crimes previstos no artigo anterior desta Lei
da Comarca da situação do imóvel ou do domicílio de
incide nas penas a estes cominadas, considerados em
quem deva recebê-las.
especial os atos praticados na qualidade de mandatário
§ 1º Se o destinatário se recusar a dar recibo ou se furtar de loteador, diretor ou gerente de sociedade.
ao recebimento, ou se for desconhecido o seu
Parágrafo único. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.785,
paradeiro, o funcionário incumbido da diligência
de 1999)
informará esta circunstância ao Oficial competente que
a certificará, sob sua responsabilidade. Art. 52. Registrar loteamento ou desmembramento não
aprovado pelos órgãos competentes, registrar o
§ 2º Certificada a ocorrência dos fatos mencionados no
compromisso de compra e venda, a cessão ou promessa
parágrafo anterior, a intimação ou notificação será feita
de cessão de direitos, ou efetuar registro de contrato de
por edital na forma desta Lei, começando o prazo a
venda de loteamento ou desmembramento não
correr 10 (dez) dias após a última publicação.
registrado.
CAPÍTULO IX
Pena: Detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa de 5
Disposições Penais (cinco) a 50 (cinqüenta) vezes o maior salário mínimo
vigente no País, sem prejuízo das sanções
Art. 50. Constitui crime contra a Administração Pública.
administrativas cabíveis.
I - dar início, de qualquer modo, ou efetuar loteamento
CAPÍTULO X
ou desmembramento do solo para fins urbanos, sem
autorização do órgão público competente, ou em Disposições Finais
desacordo com as disposições desta Lei ou das normas
Art. 53. Todas as alterações de uso do solo rural para fins
pertinentes do Distrito Federal, Estados e Municipíos;
urbanos dependerão de prévia audiência do Instituto
II - dar início, de qualquer modo, ou efetuar loteamento Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA, do
ou desmembramento do solo para fins urbanos sem Órgão Metropolitano, se houver, onde se localiza o
observância das determinações constantes do ato Município, e da aprovação da Prefeitura municipal, ou
administrativo de licença; do Distrito Federal quando for o caso, segundo as
exigências da legislação pertinente.
III - fazer ou veicular em proposta, contrato, prospecto
ou comunicação ao público ou a interessados, Art. 53-A. São considerados de interesse público os
afirmação falsa sobre a legalidade de loteamento ou parcelamentos vinculados a planos ou programas
desmembramento do solo para fins urbanos, ou ocultar habitacionais de iniciativa das Prefeituras Municipais e
fraudulentamente fato a ele relativo. do Distrito Federal, ou entidades autorizadas por lei, em
especial as regularizações de parcelamentos e de
Pena: Reclusão, de 1(um) a 4 (quatro) anos, e multa de
assentamentos. (Incluído pela Lei nº 9.785, de 1999)
5 (cinco) a 50 (cinqüenta) vezes o maior salário mínimo
vigente no País. Parágrafo único. Às ações e intervenções de que trata
este artigo não será exigível documentação que não seja
Parágrafo único - O crime definido neste artigo é
a mínima necessária e indispensável aos registros no
qualificado, se cometido.
cartório competente, inclusive sob a forma de certidões,
I - por meio de venda, promessa de venda, reserva de vedadas as exigências e as sanções pertinentes aos
lote ou quaisquer outros instrumentos que manifestem particulares, especialmente aquelas que visem garantir
a intenção de vender lote em loteamento ou a realização de obras e serviços, ou que visem prevenir
desmembramento não registrado no Registro de questões de domínio de glebas, que se presumirão
Imóveis competente. asseguradas pelo Poder Público respectivo. (Incluído
pela Lei nº 9.785, de 1999)
II - com inexistência de título legítimo de propriedade do
imóvel loteado ou desmembrado, ressalvado o disposto Art. 54. Esta Lei entrará em vigor na data de sua
no art. 18, §§ 4º e 5º, desta Lei, ou com omissão publicação.
fraudulenta de fato a ele relativo, se o fato não
Art. 55. Revogam-se as disposições em contrário.
constituir crime mais grave. (Redação dada pela Lei nº
9.785, de 1999)

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Brasília, em 19 de dezembro de 1979; 158º da ou preso provisório. (Redação dada pela Lei
lndependência e 91º da República. nº 10.792, de 2003)
JOÃO FIGUEIREDO Art. 7º A Comissão Técnica de Classificação, existente
em cada estabelecimento, será presidida pelo diretor e
Petrônio Portella
composta, no mínimo, por 2 (dois) chefes de serviço, 1
Angelo Amaury Stábile (um) psiquiatra, 1 (um) psicólogo e 1 (um) assistente
social, quando se tratar de condenado à pena privativa
Mário David Andreazza
de liberdade.

LEI Nº 7.210/1984 Parágrafo único. Nos demais casos a Comissão atuará


junto ao Juízo da Execução e será integrada por fiscais
do serviço social.
Institui a Lei de Execução Penal.
Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena privativa
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o
de liberdade, em regime fechado, será submetido a
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
exame criminológico para a obtenção dos elementos
Lei:
necessários a uma adequada classificação e com vistas
TÍTULO I à individualização da execução.
Do Objeto e da Aplicação da Lei de Execução Penal Parágrafo único. Ao exame de que trata este artigo
poderá ser submetido o condenado ao cumprimento da
Art. 1º A execução penal tem por objetivo efetivar as
pena privativa de liberdade em regime semi-aberto.
disposições de sentença ou decisão criminal e
proporcionar condições para a harmônica integração Art. 9º A Comissão, no exame para a obtenção de dados
social do condenado e do internado. reveladores da personalidade, observando a ética
profissional e tendo sempre presentes peças ou
Art. 2º A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da
informações do processo, poderá:
Justiça ordinária, em todo o Território Nacional, será
exercida, no processo de execução, na conformidade I - entrevistar pessoas;
desta Lei e do Código de Processo Penal.
II - requisitar, de repartições ou estabelecimentos
Parágrafo único. Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao privados, dados e informações a respeito do
preso provisório e ao condenado pela Justiça Eleitoral condenado;
ou Militar, quando recolhido a estabelecimento sujeito
III - realizar outras diligências e exames necessários.
à jurisdição ordinária.
Art. 9º-A. Os condenados por crime praticado,
Art. 3º Ao condenado e ao internado serão assegurados
dolosamente, com violência de natureza grave contra
todos os direitos não atingidos pela sentença ou pela lei.
pessoa, ou por qualquer dos crimes previstos no art.
Parágrafo único. Não haverá qualquer distinção de 1º da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990, serão
natureza racial, social, religiosa ou política. submetidos, obrigatoriamente, à identificação do perfil
genético, mediante extração de DNA - ácido
Art. 4º O Estado deverá recorrer à cooperação da
desoxirribonucleico, por técnica adequada e
comunidade nas atividades de execução da pena e da
indolor. (Incluído pela Lei nº 12.654, de
medida de segurança.
2012)
TÍTULO II
§ 1º A identificação do perfil genético será armazenada
Do Condenado e do Internado em banco de dados sigiloso, conforme regulamento a
ser expedido pelo Poder Executivo. (Incluído
CAPÍTULO I
pela Lei nº 12.654, de 2012)
Da Classificação
§ 2º A autoridade policial, federal ou estadual, poderá
Art. 5º Os condenados serão classificados, segundo os requerer ao juiz competente, no caso de inquérito
seus antecedentes e personalidade, para orientar a instaurado, o acesso ao banco de dados de identificação
individualização da execução penal. de perfil genético. (Incluído pela Lei nº
Art. 6º A classificação será feita por Comissão Técnica de 12.654, de 2012)
Classificação que elaborará o programa individualizador CAPÍTULO II
da pena privativa de liberdade adequada ao condenado
Da Assistência

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Seção I Art. 16. As Unidades da Federação deverão ter serviços


de assistência jurídica, integral e gratuita, pela
Disposições Gerais
Defensoria Pública, dentro e fora dos estabelecimentos
Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do penais. (Redação dada pela Lei nº 12.313, de
Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o 2010).
retorno à convivência em sociedade.
§ 1º As Unidades da Federação deverão prestar auxílio
Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso. estrutural, pessoal e material à Defensoria Pública, no
exercício de suas funções, dentro e fora dos
Art. 11. A assistência será:
estabelecimentos penais. (Incluído pela Lei
I - material; nº 12.313, de 2010).
II - à saúde; § 2º Em todos os estabelecimentos penais, haverá local
apropriado destinado ao atendimento pelo Defensor
III -jurídica;
Público. (Incluído pela Lei nº 12.313, de
IV - educacional; 2010).
V - social; § 3º Fora dos estabelecimentos penais, serão
implementados Núcleos Especializados da Defensoria
VI - religiosa.
Pública para a prestação de assistência jurídica integral
Seção II e gratuita aos réus, sentenciados em liberdade, egressos
e seus familiares, sem recursos financeiros para
Da Assistência Material
constituir advogado. (Incluído pela Lei nº
Art. 12. A assistência material ao preso e ao internado 12.313, de 2010).
consistirá no fornecimento de alimentação, vestuário e
Seção V
instalações higiênicas.
Da Assistência Educacional
Art. 13. O estabelecimento disporá de instalações e
serviços que atendam aos presos nas suas necessidades Art. 17. A assistência educacional compreenderá a
pessoais, além de locais destinados à venda de produtos instrução escolar e a formação profissional do preso e
e objetos permitidos e não fornecidos pela do internado.
Administração.
Art. 18. O ensino de 1º grau será obrigatório,
Seção III integrando-se no sistema escolar da Unidade
Federativa.
Da Assistência à Saúde
Art. 18-A. O ensino médio, regular ou supletivo, com
Art. 14. A assistência à saúde do preso e do internado
formação geral ou educação profissional de nível médio,
de caráter preventivo e curativo, compreenderá
será implantado nos presídios, em obediência ao
atendimento médico, farmacêutico e odontológico.
preceito constitucional de sua
§ 1º (Vetado). universalização. (Incluído pela Lei nº 13.163, de
2015)
§ 2º Quando o estabelecimento penal não estiver
aparelhado para prover a assistência médica necessária, § 1º O ensino ministrado aos presos e presas integrar-
esta será prestada em outro local, mediante autorização se-á ao sistema estadual e municipal de ensino e será
da direção do estabelecimento. mantido, administrativa e financeiramente, com o apoio
§ 3º Será assegurado acompanhamento médico à da União, não só com os recursos destinados à
mulher, principalmente no pré-natal e no pós-parto, educação, mas pelo sistema estadual de justiça ou
extensivo ao recém-nascido. (Incluído pela administração penitenciária. (Incluído
Lei nº 11.942, de 2009) pela Lei nº 13.163, de 2015)

Seção IV § 2º Os sistemas de ensino oferecerão aos presos e às


presas cursos supletivos de educação de jovens e
Da Assistência Jurídica adultos. (Incluído pela Lei nº 13.163, de
Art. 15. A assistência jurídica é destinada aos presos e 2015)
aos internados sem recursos financeiros para constituir § 3º A União, os Estados, os Municípios e o Distrito
advogado. Federal incluirão em seus programas de educação à
distância e de utilização de novas tecnologias de ensino,

Estratégia Carreira Jurídica 198


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o atendimento aos presos e às presas. 7.627 (Incluído V - promover a orientação do assistido, na fase final do
pela Lei nº 13.163, de 2015) cumprimento da pena, e do liberando, de modo a
facilitar o seu retorno à liberdade;
Art. 19. O ensino profissional será ministrado em nível
de iniciação ou de aperfeiçoamento técnico. VI - providenciar a obtenção de documentos, dos
benefícios da Previdência Social e do seguro por
Parágrafo único. A mulher condenada terá ensino
acidente no trabalho;
profissional adequado à sua condição.
VII - orientar e amparar, quando necessário, a família do
Art. 20. As atividades educacionais podem ser objeto de
preso, do internado e da vítima.
convênio com entidades públicas ou particulares, que
instalem escolas ou ofereçam cursos especializados. Seção VII
Art. 21. Em atendimento às condições locais, dotar-se-á Da Assistência Religiosa
cada estabelecimento de uma biblioteca, para uso de
Art. 24. A assistência religiosa, com liberdade de culto,
todas as categorias de reclusos, provida de livros
será prestada aos presos e aos internados, permitindo-
instrutivos, recreativos e didáticos.
se-lhes a participação nos serviços organizados no
Art. 21-A. O censo penitenciário deverá estabelecimento penal, bem como a posse de livros de
apurar: (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015) instrução religiosa.
I - o nível de escolaridade dos presos e das § 1º No estabelecimento haverá local apropriado para
presas; (Incluído pela Lei nº 13.163, de os cultos religiosos.
2015)
§ 2º Nenhum preso ou internado poderá ser obrigado a
II - a existência de cursos nos níveis fundamental e participar de atividade religiosa.
médio e o número de presos e presas
Seção VIII
atendidos; (Incluído pela Lei nº 13.163, de
2015) Da Assistência ao Egresso
III - a implementação de cursos profissionais em nível de Art. 25. A assistência ao egresso consiste:
iniciação ou aperfeiçoamento técnico e o número de
I - na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em
presos e presas atendidos; (Incluído pela
liberdade;
Lei nº 13.163, de 2015)
II - na concessão, se necessário, de alojamento e
IV - a existência de bibliotecas e as condições de seu
alimentação, em estabelecimento adequado, pelo prazo
acervo; (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
de 2 (dois) meses.
V - outros dados relevantes para o aprimoramento
Parágrafo único. O prazo estabelecido no inciso II
educacional de presos e presas. (Incluído
poderá ser prorrogado uma única vez, comprovado, por
pela Lei nº 13.163, de 2015)
declaração do assistente social, o empenho na obtenção
Seção VI de emprego.
Da Assistência Social Art. 26. Considera-se egresso para os efeitos desta Lei:
Art. 22. A assistência social tem por finalidade amparar I - o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a
o preso e o internado e prepará-los para o retorno à contar da saída do estabelecimento;
liberdade.
II - o liberado condicional, durante o período de prova.
Art. 23. Incumbe ao serviço de assistência social:
Art. 27.O serviço de assistência social colaborará com o
I - conhecer os resultados dos diagnósticos ou exames; egresso para a obtenção de trabalho.
II - relatar, por escrito, ao Diretor do estabelecimento, CAPÍTULO III
os problemas e as dificuldades enfrentadas pelo
Do Trabalho
assistido;
Seção I
III - acompanhar o resultado das permissões de saídas e
das saídas temporárias; Disposições Gerais
IV - promover, no estabelecimento, pelos meios Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social e
disponíveis, a recreação; condição de dignidade humana, terá finalidade
educativa e produtiva.

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§ 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de Parágrafo único. Poderá ser atribuído horário especial
trabalho as precauções relativas à segurança e à higiene. de trabalho aos presos designados para os serviços de
conservação e manutenção do estabelecimento penal.
§ 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime da
Consolidação das Leis do Trabalho. Art. 34. O trabalho poderá ser gerenciado por fundação,
ou empresa pública, com autonomia administrativa, e
Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, mediante
terá por objetivo a formação profissional do condenado.
prévia tabela, não podendo ser inferior a 3/4 (três
quartos) do salário mínimo. § 1º. Nessa hipótese, incumbirá à entidade gerenciadora
promover e supervisionar a produção, com critérios e
§ 1° O produto da remuneração pelo trabalho deverá
métodos empresariais, encarregar-se de sua
atender:
comercialização, bem como suportar despesas,
a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde inclusive pagamento de remuneração
que determinados judicialmente e não reparados por adequada. (Renumerado pela Lei nº 10.792,
outros meios; de 2003)
b) à assistência à família; § 2º Os governos federal, estadual e municipal poderão
celebrar convênio com a iniciativa privada, para
c) a pequenas despesas pessoais;
implantação de oficinas de trabalho referentes a setores
d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas de apoio dos presídios. (Incluído pela Lei
com a manutenção do condenado, em proporção a ser nº 10.792, de 2003)
fixada e sem prejuízo da destinação prevista nas letras
Art. 35. Os órgãos da Administração Direta ou Indireta
anteriores.
da União, Estados, Territórios, Distrito Federal e dos
§ 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será Municípios adquirirão, com dispensa de concorrência
depositada a parte restante para constituição do pública, os bens ou produtos do trabalho prisional,
pecúlio, em Caderneta de Poupança, que será entregue sempre que não for possível ou recomendável realizar-
ao condenado quando posto em liberdade. se a venda a particulares.
Art. 30. As tarefas executadas como prestação de Parágrafo único. Todas as importâncias arrecadadas
serviço à comunidade não serão remuneradas. com as vendas reverterão em favor da fundação ou
empresa pública a que alude o artigo anterior ou, na sua
Seção II
falta, do estabelecimento penal.
Do Trabalho Interno
Seção III
Art. 31. O condenado à pena privativa de liberdade está
Do Trabalho Externo
obrigado ao trabalho na medida de suas aptidões e
capacidade. Art. 36. O trabalho externo será admissível para os
presos em regime fechado somente em serviço ou obras
Parágrafo único. Para o preso provisório, o trabalho não
públicas realizadas por órgãos da Administração Direta
é obrigatório e só poderá ser executado no interior do
ou Indireta, ou entidades privadas, desde que tomadas
estabelecimento.
as cautelas contra a fuga e em favor da disciplina.
Art. 32. Na atribuição do trabalho deverão ser levadas
§ 1º O limite máximo do número de presos será de 10%
em conta a habilitação, a condição pessoal e as
(dez por cento) do total de empregados na obra.
necessidades futuras do preso, bem como as
oportunidades oferecidas pelo mercado. § 2º Caberá ao órgão da administração, à entidade ou à
empresa empreiteira a remuneração desse trabalho.
§ 1º Deverá ser limitado, tanto quanto possível, o
artesanato sem expressão econômica, salvo nas regiões § 3º A prestação de trabalho à entidade privada
de turismo. depende do consentimento expresso do preso.
§ 2º Os maiores de 60 (sessenta) anos poderão solicitar Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser
ocupação adequada à sua idade. autorizada pela direção do estabelecimento, dependerá
de aptidão, disciplina e responsabilidade, além do
§ 3º Os doentes ou deficientes físicos somente
cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena.
exercerão atividades apropriadas ao seu estado.
Parágrafo único. Revogar-se-á a autorização de trabalho
Art. 33. A jornada normal de trabalho não será inferior
externo ao preso que vier a praticar fato definido como
a 6 (seis) nem superior a 8 (oito) horas, com descanso
crime, for punido por falta grave, ou tiver
nos domingos e feriados.

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comportamento contrário aos requisitos estabelecidos VI - exercício das atividades profissionais, intelectuais,
neste artigo. artísticas e desportivas anteriores, desde que
compatíveis com a execução da pena;
CAPÍTULO IV
VII - assistência material, à saúde, jurídica, educacional,
Dos Deveres, dos Direitos e da Disciplina
social e religiosa;
Seção I
VIII - proteção contra qualquer forma de
Dos Deveres sensacionalismo;
Art. 38. Cumpre ao condenado, além das obrigações IX - entrevista pessoal e reservada com o advogado;
legais inerentes ao seu estado, submeter-se às normas
X - visita do cônjuge, da companheira, de parentes e
de execução da pena.
amigos em dias determinados;
Art. 39. Constituem deveres do condenado:
XI - chamamento nominal;
I - comportamento disciplinado e cumprimento fiel da
XII - igualdade de tratamento salvo quanto às exigências
sentença;
da individualização da pena;
II - obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa
XIII - audiência especial com o diretor do
com quem deva relacionar-se;
estabelecimento;
III - urbanidade e respeito no trato com os demais
XIV - representação e petição a qualquer autoridade, em
condenados;
defesa de direito;
IV - conduta oposta aos movimentos individuais ou
XV - contato com o mundo exterior por meio de
coletivos de fuga ou de subversão à ordem ou à
correspondência escrita, da leitura e de outros meios de
disciplina;
informação que não comprometam a moral e os bons
V - execução do trabalho, das tarefas e das ordens costumes.
recebidas;
XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anualmente,
VI - submissão à sanção disciplinar imposta; sob pena da responsabilidade da autoridade judiciária
competente. (Incluído pela Lei nº 10.713, de
VII - indenização à vitima ou aos seus sucessores;
2003)
VIII - indenização ao Estado, quando possível, das
Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V, X e
despesas realizadas com a sua manutenção, mediante
XV poderão ser suspensos ou restringidos mediante ato
desconto proporcional da remuneração do trabalho;
motivado do diretor do estabelecimento.
IX - higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento;
Art. 42 - Aplica-se ao preso provisório e ao submetido à
X - conservação dos objetos de uso pessoal. medida de segurança, no que couber, o disposto nesta
Seção.
Parágrafo único. Aplica-se ao preso provisório, no que
couber, o disposto neste artigo. Art. 43 - É garantida a liberdade de contratar médico de
confiança pessoal do internado ou do submetido a
Seção II
tratamento ambulatorial, por seus familiares ou
Dos Direitos dependentes, a fim de orientar e acompanhar o
tratamento.
Art. 40 - Impõe-se a todas as autoridades o respeito à
integridade física e moral dos condenados e dos presos Parágrafo único. As divergências entre o médico oficial
provisórios. e o particular serão resolvidas pelo Juiz da execução.
Art. 41 - Constituem direitos do preso: Seção III
I - alimentação suficiente e vestuário; Da Disciplina
II - atribuição de trabalho e sua remuneração; Subseção I
III - Previdência Social; Disposições Gerais
IV - constituição de pecúlio; Art. 44. A disciplina consiste na colaboração com a
ordem, na obediência às determinações das
V - proporcionalidade na distribuição do tempo para o
trabalho, o descanso e a recreação;

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autoridades e seus agentes e no desempenho do VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho
trabalho. telefônico, de rádio ou similar, que permita a
comunicação com outros presos ou com o ambiente
Parágrafo único. Estão sujeitos à disciplina o condenado
externo. (Incluído pela Lei nº 11.466, de
à pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos e
2007)
o preso provisório.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no
Art. 45. Não haverá falta nem sanção disciplinar sem
que couber, ao preso provisório.
expressa e anterior previsão legal ou regulamentar.
Art. 51. Comete falta grave o condenado à pena
§ 1º As sanções não poderão colocar em perigo a
restritiva de direitos que:
integridade física e moral do condenado.
I - descumprir, injustificadamente, a restrição imposta;
§ 2º É vedado o emprego de cela escura.
II - retardar, injustificadamente, o cumprimento da
§ 3º São vedadas as sanções coletivas.
obrigação imposta;
Art. 46. O condenado ou denunciado, no início da
III - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do
execução da pena ou da prisão, será cientificado das
artigo 39, desta Lei.
normas disciplinares.
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso
Art. 47. O poder disciplinar, na execução da pena
constitui falta grave e, quando ocasione subversão da
privativa de liberdade, será exercido pela autoridade
ordem ou disciplina internas, sujeita o preso provisório,
administrativa conforme as disposições
ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime
regulamentares.
disciplinar diferenciado, com as seguintes
Art. 48. Na execução das penas restritivas de direitos, o características: (Redação dada pela Lei nº
poder disciplinar será exercido pela autoridade 10.792, de 2003)
administrativa a que estiver sujeito o condenado.
I - duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem
Parágrafo único. Nas faltas graves, a autoridade prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de
representará ao Juiz da execução para os fins dos artigos mesma espécie, até o limite de um sexto da pena
118, inciso I, 125, 127, 181, §§ 1º, letra d, e 2º desta Lei. aplicada; (Incluído pela Lei nº 10.792, de
2003)
Subseção II
II - recolhimento em cela
Das Faltas Disciplinares
individual; (Incluído pela Lei nº 10.792, de
Art. 49. As faltas disciplinares classificam-se em leves, 2003)
médias e graves. A legislação local especificará as leves
III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as
e médias, bem assim as respectivas sanções.
crianças, com duração de duas
Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a sanção horas; (Incluído pela Lei nº 10.792, de
correspondente à falta consumada. 2003)
Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena IV - o preso terá direito à saída da cela por 2 horas diárias
privativa de liberdade que: para banho de sol. (Incluído pela Lei nº
10.792, de 2003)
I - incitar ou participar de movimento para subverter a
ordem ou a disciplina; § 1º O regime disciplinar diferenciado também poderá
abrigar presos provisórios ou condenados, nacionais ou
II - fugir;
estrangeiros, que apresentem alto risco para a ordem e
III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de a segurança do estabelecimento penal ou da
ofender a integridade física de outrem; sociedade. (Incluído pela Lei nº 10.792, de
2003)
IV - provocar acidente de trabalho;
§ 2º Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar
V - descumprir, no regime aberto, as condições
diferenciado o preso provisório ou o condenado sob o
impostas;
qual recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou
VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do participação, a qualquer título, em organizações
artigo 39, desta Lei. criminosas, quadrilha ou bando. (Incluído
pela Lei nº 10.792, de 2003)

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Subseção III Parágrafo único. Nas faltas graves, aplicam-se as


sanções previstas nos incisos III a V do art. 53 desta
Das Sanções e das Recompensas
Lei. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de
Art. 53. Constituem sanções disciplinares: 2003)
I - advertência verbal; Art. 58. O isolamento, a suspensão e a restrição de
direitos não poderão exceder a trinta dias, ressalvada a
II - repreensão;
hipótese do regime disciplinar
III - suspensão ou restrição de direitos (artigo 41, diferenciado. (Redação dada pela Lei nº
parágrafo único); 10.792, de 2003)
IV - isolamento na própria cela, ou em local adequado, Parágrafo único. O isolamento será sempre comunicado
nos estabelecimentos que possuam alojamento ao Juiz da execução.
coletivo, observado o disposto no artigo 88 desta Lei.
Subseção V
V - inclusão no regime disciplinar
Do Procedimento Disciplinar
diferenciado. (Incluído pela Lei nº 10.792,
de 2003) Art. 59. Praticada a falta disciplinar, deverá ser
instaurado o procedimento para sua apuração,
Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. 53 serão
conforme regulamento, assegurado o direito de defesa.
aplicadas por ato motivado do diretor do
estabelecimento e a do inciso V, por prévio e Parágrafo único. A decisão será motivada.
fundamentado despacho do juiz
Art. 60. A autoridade administrativa poderá decretar o
competente. (Redação dada pela Lei nº
isolamento preventivo do faltoso pelo prazo de até dez
10.792, de 2003)
dias. A inclusão do preso no regime disciplinar
§ 1º A autorização para a inclusão do preso em regime diferenciado, no interesse da disciplina e da averiguação
disciplinar dependerá de requerimento circunstanciado do fato, dependerá de despacho do juiz
elaborado pelo diretor do estabelecimento ou outra competente. (Redação dada pela Lei nº
autoridade administrativa. (Incluído pela 10.792, de 2003)
Lei nº 10.792, de 2003)
Parágrafo único. O tempo de isolamento ou inclusão
§ 2º A decisão judicial sobre inclusão de preso em preventiva no regime disciplinar diferenciado será
regime disciplinar será precedida de manifestação do computado no período de cumprimento da sanção
Ministério Público e da defesa e prolatada no prazo disciplinar. (Redação dada pela Lei nº
máximo de quinze dias. (Incluído pela Lei 10.792, de 2003)
nº 10.792, de 2003)
TÍTULO III
Art. 55. As recompensas têm em vista o bom
Dos Órgãos da Execução Penal
comportamento reconhecido em favor do condenado,
de sua colaboração com a disciplina e de sua dedicação CAPÍTULO I
ao trabalho.
Disposições Gerais
Art. 56. São recompensas:
Art. 61. São órgãos da execução penal:
I - o elogio;
I - o Conselho Nacional de Política Criminal e
II - a concessão de regalias. Penitenciária;
Parágrafo único. A legislação local e os regulamentos II - o Juízo da Execução;
estabelecerão a natureza e a forma de concessão de
III - o Ministério Público;
regalias.
IV - o Conselho Penitenciário;
Subseção IV
V - os Departamentos Penitenciários;
Da Aplicação das Sanções
VI - o Patronato;
Art. 57. Na aplicação das sanções disciplinares, levar-se-
ão em conta a natureza, os motivos, as circunstâncias e VII - o Conselho da Comunidade.
as conseqüências do fato, bem como a pessoa do faltoso
VIII - a Defensoria Pública. (Incluído pela Lei
e seu tempo de prisão. (Redação dada pela
nº 12.313, de 2010).
Lei nº 10.792, de 2003)

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CAPÍTULO II X - representar à autoridade competente para a


interdição, no todo ou em parte, de estabelecimento
Do Conselho Nacional de Política Criminal e
penal.
Penitenciária
CAPÍTULO III
Art. 62. O Conselho Nacional de Política Criminal e
Penitenciária, com sede na Capital da República, é Do Juízo da Execução
subordinado ao Ministério da Justiça.
Art. 65. A execução penal competirá ao Juiz indicado na
Art. 63. O Conselho Nacional de Política Criminal e lei local de organização judiciária e, na sua ausência, ao
Penitenciária será integrado por 13 (treze) membros da sentença.
designados através de ato do Ministério da Justiça,
Art. 66. Compete ao Juiz da execução:
dentre professores e profissionais da área do Direito
Penal, Processual Penal, Penitenciário e ciências I - aplicar aos casos julgados lei posterior que de
correlatas, bem como por representantes da qualquer modo favorecer o condenado;
comunidade e dos Ministérios da área social.
II - declarar extinta a punibilidade;
Parágrafo único. O mandato dos membros do Conselho
III - decidir sobre:
terá duração de 2 (dois) anos, renovado 1/3 (um terço)
em cada ano. a) soma ou unificação de penas;
Art. 64. Ao Conselho Nacional de Política Criminal e b) progressão ou regressão nos regimes;
Penitenciária, no exercício de suas atividades, em
c) detração e remição da pena;
âmbito federal ou estadual, incumbe:
d) suspensão condicional da pena;
I - propor diretrizes da política criminal quanto à
prevenção do delito, administração da Justiça Criminal e) livramento condicional;
e execução das penas e das medidas de segurança;
f) incidentes da execução.
II - contribuir na elaboração de planos nacionais de
IV - autorizar saídas temporárias;
desenvolvimento, sugerindo as metas e prioridades da
política criminal e penitenciária; V - determinar:
III - promover a avaliação periódica do sistema criminal a) a forma de cumprimento da pena restritiva de
para a sua adequação às necessidades do País; direitos e fiscalizar sua execução;
IV - estimular e promover a pesquisa criminológica; b) a conversão da pena restritiva de direitos e de multa
em privativa de liberdade;
V - elaborar programa nacional penitenciário de
formação e aperfeiçoamento do servidor; c) a conversão da pena privativa de liberdade em
restritiva de direitos;
VI - estabelecer regras sobre a arquitetura e construção
de estabelecimentos penais e casas de albergados; d) a aplicação da medida de segurança, bem como a
substituição da pena por medida de segurança;
VII - estabelecer os critérios para a elaboração da
estatística criminal; e) a revogação da medida de segurança;
VIII - inspecionar e fiscalizar os estabelecimentos penais, f) a desinternação e o restabelecimento da situação
bem assim informar-se, mediante relatórios do anterior;
Conselho Penitenciário, requisições, visitas ou outros
g) o cumprimento de pena ou medida de segurança em
meios, acerca do desenvolvimento da execução penal
outra comarca;
nos Estados, Territórios e Distrito Federal, propondo às
autoridades dela incumbida as medidas necessárias ao h) a remoção do condenado na hipótese prevista no §
seu aprimoramento; 1º, do artigo 86, desta Lei.
IX - representar ao Juiz da execução ou à autoridade i) (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
administrativa para instauração de sindicância ou VI - zelar pelo correto cumprimento da pena e da
procedimento administrativo, em caso de violação das medida de segurança;
normas referentes à execução penal;
VII - inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos
penais, tomando providências para o adequado

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funcionamento e promovendo, quando for o caso, a comunidade. A legislação federal e estadual regulará o
apuração de responsabilidade; seu funcionamento.
VIII - interditar, no todo ou em parte, estabelecimento § 2º O mandato dos membros do Conselho
penal que estiver funcionando em condições Penitenciário terá a duração de 4 (quatro) anos.
inadequadas ou com infringência aos dispositivos desta
Art. 70. Incumbe ao Conselho Penitenciário:
Lei;
I - emitir parecer sobre indulto e comutação de pena,
IX - compor e instalar o Conselho da Comunidade.
excetuada a hipótese de pedido de indulto com base no
X – emitir anualmente atestado de pena a estado de saúde do preso; (Redação dada
cumprir. (Incluído pela Lei nº 10.713, de 2003) pela Lei nº 10.792, de 2003)
CAPÍTULO IV II - inspecionar os estabelecimentos e serviços penais;
Do Ministério Público III - apresentar, no 1º (primeiro) trimestre de cada ano,
ao Conselho Nacional de Política Criminal e
Art. 67. O Ministério Público fiscalizará a execução da
Penitenciária, relatório dos trabalhos efetuados no
pena e da medida de segurança, oficiando no processo
exercício anterior;
executivo e nos incidentes da execução.
IV - supervisionar os patronatos, bem como a assistência
Art. 68. Incumbe, ainda, ao Ministério Público:
aos egressos.
I - fiscalizar a regularidade formal das guias de
CAPÍTULO VI
recolhimento e de internamento;
Dos Departamentos Penitenciários
II - requerer:
Seção I
a) todas as providências necessárias ao
desenvolvimento do processo executivo; Do Departamento Penitenciário Nacional
b) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de Art. 71. O Departamento Penitenciário Nacional,
execução; subordinado ao Ministério da Justiça, é órgão executivo
da Política Penitenciária Nacional e de apoio
c) a aplicação de medida de segurança, bem como a
administrativo e financeiro do Conselho Nacional de
substituição da pena por medida de segurança;
Política Criminal e Penitenciária.
d) a revogação da medida de segurança;
Art. 72. São atribuições do Departamento Penitenciário
e) a conversão de penas, a progressão ou regressão nos Nacional:
regimes e a revogação da suspensão condicional da
I - acompanhar a fiel aplicação das normas de execução
pena e do livramento condicional;
penal em todo o Território Nacional;
f) a internação, a desinternação e o restabelecimento da
II - inspecionar e fiscalizar periodicamente os
situação anterior.
estabelecimentos e serviços penais;
III - interpor recursos de decisões proferidas pela
III - assistir tecnicamente as Unidades Federativas na
autoridade judiciária, durante a execução.
implementação dos princípios e regras estabelecidos
Parágrafo único. O órgão do Ministério Público visitará nesta Lei;
mensalmente os estabelecimentos penais, registrando
IV - colaborar com as Unidades Federativas mediante
a sua presença em livro próprio.
convênios, na implantação de estabelecimentos e
CAPÍTULO V serviços penais;
Do Conselho Penitenciário V - colaborar com as Unidades Federativas para a
realização de cursos de formação de pessoal
Art. 69. O Conselho Penitenciário é órgão consultivo e
penitenciário e de ensino profissionalizante do
fiscalizador da execução da pena.
condenado e do internado.
§ 1º O Conselho será integrado por membros nomeados
VI – estabelecer, mediante convênios com as unidades
pelo Governador do Estado, do Distrito Federal e dos
federativas, o cadastro nacional das vagas existentes em
Territórios, dentre professores e profissionais da área
estabelecimentos locais destinadas ao cumprimento de
do Direito Penal, Processual Penal, Penitenciário e
penas privativas de liberdade aplicadas pela justiça de
ciências correlatas, bem como por representantes da
outra unidade federativa, em especial para presos

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sujeitos a regime disciplinar. (Incluído pela Lei Parágrafo único. O diretor deverá residir no
nº 10.792, de 2003) estabelecimento, ou nas proximidades, e dedicará
tempo integral à sua função.
VII - acompanhar a execução da pena das mulheres
beneficiadas pela progressão especial de que trata o § Art. 76. O Quadro do Pessoal Penitenciário será
3º do art. 112 desta Lei, monitorando sua integração organizado em diferentes categorias funcionais,
social e a ocorrência de reincidência, específica ou não, segundo as necessidades do serviço, com especificação
mediante a realização de avaliações periódicas e de de atribuições relativas às funções de direção, chefia e
estatísticas criminais. (Incluído pela Lei nº assessoramento do estabelecimento e às demais
13.769, de 2018) funções.
§ 1º Incumbem também ao Departamento a Art. 77. A escolha do pessoal administrativo,
coordenação e supervisão dos estabelecimentos penais especializado, de instrução técnica e de vigilância
e de internamento federais. (Redação dada atenderá a vocação, preparação profissional e
pela Lei nº 13.769, de 2018) antecedentes pessoais do candidato.
§ 2º Os resultados obtidos por meio do monitoramento § 1° O ingresso do pessoal penitenciário, bem como a
e das avaliações periódicas previstas no inciso VII progressão ou a ascensão funcional dependerão de
do caput deste artigo serão utilizados para, em função cursos específicos de formação, procedendo-se à
da efetividade da progressão especial para a reciclagem periódica dos servidores em exercício.
ressocialização das mulheres de que trata o § 3º do art.
§ 2º No estabelecimento para mulheres somente se
112 desta Lei, avaliar eventual desnecessidade do
permitirá o trabalho de pessoal do sexo feminino, salvo
regime fechado de cumprimento de pena para essas
quando se tratar de pessoal técnico especializado.
mulheres nos casos de crimes cometidos sem violência
ou grave ameaça. (Incluído pela Lei nº 13.769, CAPÍTULO VII
de 2018)
Do Patronato
Seção II
Art. 78. O Patronato público ou particular destina-se a
Do Departamento Penitenciário Local prestar assistência aos albergados e aos egressos (artigo
26).
Art. 73. A legislação local poderá criar Departamento
Penitenciário ou órgão similar, com as atribuições que Art. 79. Incumbe também ao Patronato:
estabelecer.
I - orientar os condenados à pena restritiva de direitos;
Art. 74. O Departamento Penitenciário local, ou órgão
II - fiscalizar o cumprimento das penas de prestação de
similar, tem por finalidade supervisionar e coordenar os
serviço à comunidade e de limitação de fim de semana;
estabelecimentos penais da Unidade da Federação a
que pertencer. III - colaborar na fiscalização do cumprimento das
condições da suspensão e do livramento condicional.
Parágrafo único. Os órgãos referidos no caput deste
artigo realizarão o acompanhamento de que trata o CAPÍTULO VIII
inciso VII do caput do art. 72 desta Lei e encaminharão
Do Conselho da Comunidade
ao Departamento Penitenciário Nacional os resultados
obtidos. (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018) Art. 80. Haverá, em cada comarca, um Conselho da
Comunidade composto, no mínimo, por 1 (um)
Seção III
representante de associação comercial ou industrial, 1
Da Direção e do Pessoal dos Estabelecimentos Penais (um) advogado indicado pela Seção da Ordem dos
Advogados do Brasil, 1 (um) Defensor Público indicado
Art. 75. O ocupante do cargo de diretor de
pelo Defensor Público Geral e 1 (um) assistente social
estabelecimento deverá satisfazer os seguintes
escolhido pela Delegacia Seccional do Conselho
requisitos:
Nacional de Assistentes Sociais. (Redação
I - ser portador de diploma de nível superior de Direito, dada pela Lei nº 12.313, de 2010).
ou Psicologia, ou Ciências Sociais, ou Pedagogia, ou
Parágrafo único. Na falta da representação prevista
Serviços Sociais;
neste artigo, ficará a critério do Juiz da execução a
II - possuir experiência administrativa na área; escolha dos integrantes do Conselho.
III - ter idoneidade moral e reconhecida aptidão para o Art. 81. Incumbe ao Conselho da Comunidade:
desempenho da função.

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I - visitar, pelo menos mensalmente, os condicional, a comutação de pena e o


estabelecimentos penais existentes na comarca; indulto; (Incluído pela Lei nº 12.313, de
2010).
II - entrevistar presos;
i) a autorização de saídas
III - apresentar relatórios mensais ao Juiz da execução e
temporárias; (Incluído pela Lei nº 12.313, de
ao Conselho Penitenciário;
2010).
IV - diligenciar a obtenção de recursos materiais e
j) a internação, a desinternação e o restabelecimento da
humanos para melhor assistência ao preso ou
situação anterior; (Incluído pela Lei nº
internado, em harmonia com a direção do
12.313, de 2010).
estabelecimento.
k) o cumprimento de pena ou medida de segurança em
CAPÍTULO IX
outra comarca; (Incluído pela Lei nº 12.313,
Da Defensoria Pública de 2010).
(Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
l) a remoção do condenado na hipótese prevista no §
Art. 81-A. A Defensoria Pública velará pela regular 1º do art. 86 desta Lei; (Incluído pela Lei nº
execução da pena e da medida de segurança, oficiando, 12.313, de 2010).
no processo executivo e nos incidentes da execução,
II - requerer a emissão anual do atestado de pena a
para a defesa dos necessitados em todos os graus e
cumprir; (Incluído pela Lei nº 12.313, de
instâncias, de forma individual e
2010).
coletiva. (Incluído pela Lei nº 12.313, de
2010). III - interpor recursos de decisões proferidas pela
autoridade judiciária ou administrativa durante a
Art. 81-B. Incumbe, ainda, à Defensoria
execução; (Incluído pela Lei nº 12.313, de
Pública: (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
2010).
I - requerer: (Incluído pela Lei nº 12.313, de
IV - representar ao Juiz da execução ou à autoridade
2010).
administrativa para instauração de sindicância ou
a) todas as providências necessárias ao procedimento administrativo em caso de violação das
desenvolvimento do processo normas referentes à execução
executivo; (Incluído pela Lei nº 12.313, de penal; (Incluído pela Lei nº 12.313, de
2010). 2010).
b) a aplicação aos casos julgados de lei posterior que de V - visitar os estabelecimentos penais, tomando
qualquer modo favorecer o providências para o adequado funcionamento, e
condenado; (Incluído pela Lei nº 12.313, requerer, quando for o caso, a apuração de
de 2010). responsabilidade; (Incluído pela Lei nº
12.313, de 2010).
c) a declaração de extinção da
punibilidade; (Incluído pela Lei nº 12.313, VI - requerer à autoridade competente a interdição, no
de 2010). todo ou em parte, de estabelecimento
penal. (Incluído pela Lei nº 12.313, de
d) a unificação de penas; (Incluído pela Lei
2010).
nº 12.313, de 2010).
Parágrafo único. O órgão da Defensoria Pública visitará
e) a detração e remição da pena; (Incluído
periodicamente os estabelecimentos penais,
pela Lei nº 12.313, de 2010).
registrando a sua presença em livro
f) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de próprio. (Incluído pela Lei nº 12.313, de
execução; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
2010).
TÍTULO IV
g) a aplicação de medida de segurança e sua revogação,
Dos Estabelecimentos Penais
bem como a substituição da pena por medida de
segurança; (Incluído pela Lei nº 12.313, de CAPÍTULO I
2010).
Disposições Gerais
h) a conversão de penas, a progressão nos regimes, a
suspensão condicional da pena, o livramento

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Art. 82. Os estabelecimentos penais destinam-se ao II - serviços relacionados à execução de trabalho pelo
condenado, ao submetido à medida de segurança, ao preso. (Incluído pela Lei nº 13.190, de
preso provisório e ao egresso. 2015).
§ 1° A mulher e o maior de sessenta anos, § 1º A execução indireta será realizada sob supervisão
separadamente, serão recolhidos a estabelecimento e fiscalização do poder público. (Incluído
próprio e adequado à sua condição pela Lei nº 13.190, de 2015).
pessoal. (Redação dada pela Lei nº 9.460,
§ 2º Os serviços relacionados neste artigo poderão
de 1997)
compreender o fornecimento de materiais,
§ 2º - O mesmo conjunto arquitetônico poderá abrigar equipamentos, máquinas e
estabelecimentos de destinação diversa desde que profissionais. (Incluído pela Lei nº 13.190, de
devidamente isolados. 2015).
Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua Art. 83-B. São indelegáveis as funções de direção, chefia
natureza, deverá contar em suas dependências com e coordenação no âmbito do sistema penal, bem como
áreas e serviços destinados a dar assistência, educação, todas as atividades que exijam o exercício do poder de
trabalho, recreação e prática esportiva. polícia, e notadamente: (Incluído pela Lei nº
13.190, de 2015).
§ 1º Haverá instalação destinada a estágio de
estudantes universitários. (Renumerado I - classificação de condenados; (Incluído
pela Lei nº 9.046, de 1995) pela Lei nº 13.190, de 2015).
§ 2º Os estabelecimentos penais destinados a mulheres II - aplicação de sanções
serão dotados de berçário, onde as condenadas possam disciplinares; (Incluído pela Lei nº 13.190,
cuidar de seus filhos, inclusive amamentá-los, no de 2015).
mínimo, até 6 (seis) meses de
III - controle de rebeliões; (Incluído pela Lei
idade. (Redação dada pela Lei nº 11.942, de
nº 13.190, de 2015).
2009)
IV - transporte de presos para órgãos do Poder
§ 3º Os estabelecimentos de que trata o § 2º deste
Judiciário, hospitais e outros locais externos aos
artigo deverão possuir, exclusivamente, agentes do
estabelecimentos penais. (Incluído pela
sexo feminino na segurança de suas dependências
Lei nº 13.190, de 2015).
internas. (Incluído pela Lei nº 12.121, de
2009). Art. 84. O preso provisório ficará separado do
condenado por sentença transitada em julgado.
§ 4º Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos
do ensino básico e § 1º Os presos provisórios ficarão separados de acordo
profissionalizante. (Incluído pela Lei nº com os seguintes critérios: (Redação dada
12.245, de 2010) pela Lei nº 13.167, de 2015)
§ 5º Haverá instalação destinada à Defensoria I - acusados pela prática de crimes hediondos ou
Pública. (Incluído pela Lei nº 12.313, de equiparados; (Incluído pela Lei nº 13.167, de
2010). 2015)
Art. 83-A. Poderão ser objeto de execução indireta as II - acusados pela prática de crimes cometidos com
atividades materiais acessórias, instrumentais ou violência ou grave ameaça à pessoa; (Incluído pela Lei
complementares desenvolvidas em estabelecimentos nº 13.167, de 2015)
penais, e notadamente: (Incluído pela Lei
III - acusados pela prática de outros crimes ou
nº 13.190, de 2015).
contravenções diversos dos apontados nos incisos I e
I - serviços de conservação, limpeza, informática, II. (Incluído pela Lei nº 13.167, de 2015)
copeiragem, portaria, recepção, reprografia,
§ 2° O preso que, ao tempo do fato, era funcionário da
telecomunicações, lavanderia e manutenção de
Administração da Justiça Criminal ficará em
prédios, instalações e equipamentos internos e
dependência separada.
externos; (Incluído pela Lei nº 13.190, de
2015). § 3º Os presos condenados ficarão separados de acordo
com os seguintes critérios: (Incluído pela Lei
nº 13.167, de 2015)

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I - condenados pela prática de crimes hediondos ou Art. 87. A penitenciária destina-se ao condenado à pena
equiparados; (Incluído pela Lei nº 13.167, de de reclusão, em regime fechado.
2015)
Parágrafo único. A União Federal, os Estados, o Distrito
II - reincidentes condenados pela prática de crimes Federal e os Territórios poderão construir Penitenciárias
cometidos com violência ou grave ameaça à destinadas, exclusivamente, aos presos provisórios e
pessoa; (Incluído pela Lei nº 13.167, de condenados que estejam em regime fechado, sujeitos
2015) ao regime disciplinar diferenciado, nos termos do art. 52
desta Lei. (Incluído pela Lei nº 10.792, de
III - primários condenados pela prática de crimes
2003)
cometidos com violência ou grave ameaça à
pessoa; (Incluído pela Lei nº 13.167, de Art. 88. O condenado será alojado em cela individual
2015) que conterá dormitório, aparelho sanitário e lavatório.
IV - demais condenados pela prática de outros crimes ou Parágrafo único. São requisitos básicos da unidade
contravenções em situação diversa das previstas nos celular:
incisos I, II e III. (Incluído pela Lei nº 13.167,
a) salubridade do ambiente pela concorrência dos
de 2015)
fatores de aeração, insolação e condicionamento
§ 4º O preso que tiver sua integridade física, moral ou térmico adequado à existência humana;
psicológica ameaçada pela convivência com os demais
b) área mínima de 6,00m2 (seis metros quadrados).
presos ficará segregado em local
próprio. (Incluído pela Lei nº 13.167, de 2015) Art. 89. Além dos requisitos referidos no art. 88, a
penitenciária de mulheres será dotada de seção para
Art. 85. O estabelecimento penal deverá ter lotação
gestante e parturiente e de creche para abrigar crianças
compatível com a sua estrutura e finalidade.
maiores de 6 (seis) meses e menores de 7 (sete) anos,
Parágrafo único. O Conselho Nacional de Política com a finalidade de assistir a criança desamparada cuja
Criminal e Penitenciária determinará o limite máximo de responsável estiver presa. (Redação dada pela
capacidade do estabelecimento, atendendo a sua Lei nº 11.942, de 2009)
natureza e peculiaridades.
Parágrafo único. São requisitos básicos da seção e da
Art. 86. As penas privativas de liberdade aplicadas pela creche referidas neste artigo: (Incluído pela
Justiça de uma Unidade Federativa podem ser Lei nº 11.942, de 2009)
executadas em outra unidade, em estabelecimento
I – atendimento por pessoal qualificado, de acordo com
local ou da União.
as diretrizes adotadas pela legislação educacional e em
§ 1º A União Federal poderá construir estabelecimento unidades autônomas; e (Incluído pela Lei
penal em local distante da condenação para recolher os nº 11.942, de 2009)
condenados, quando a medida se justifique no interesse
II – horário de funcionamento que garanta a melhor
da segurança pública ou do próprio
assistência à criança e à sua
condenado. (Redação dada pela Lei nº
responsável. (Incluído pela Lei nº 11.942, de
10.792, de 2003)
2009)
§ 2° Conforme a natureza do estabelecimento, nele
Art. 90. A penitenciária de homens será construída, em
poderão trabalhar os liberados ou egressos que se
local afastado do centro urbano, à distância que não
dediquem a obras públicas ou ao aproveitamento de
restrinja a visitação.
terras ociosas.
CAPÍTULO III
§ 3º Caberá ao juiz competente, a requerimento da
autoridade administrativa definir o estabelecimento Da Colônia Agrícola, Industrial ou Similar
prisional adequado para abrigar o preso provisório ou
Art. 91. A Colônia Agrícola, Industrial ou Similar destina-
condenado, em atenção ao regime e aos requisitos
se ao cumprimento da pena em regime semi-aberto.
estabelecidos. (Incluído pela Lei nº 10.792,
de 2003) Art. 92. O condenado poderá ser alojado em
compartimento coletivo, observados os requisitos da
CAPÍTULO II
letra a, do parágrafo único, do artigo 88, desta Lei.
Da Penitenciária
Parágrafo único. São também requisitos básicos das
dependências coletivas:

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a) a seleção adequada dos presos; Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico ou em


outro local com dependência médica adequada.
b) o limite de capacidade máxima que atenda os
objetivos de individualização da pena. CAPÍTULO VII
CAPÍTULO IV Da Cadeia Pública
Da Casa do Albergado Art. 102. A cadeia pública destina-se ao recolhimento de
presos provisórios.
Art. 93. A Casa do Albergado destina-se ao cumprimento
de pena privativa de liberdade, em regime aberto, e da Art. 103. Cada comarca terá, pelo menos 1 (uma) cadeia
pena de limitação de fim de semana. pública a fim de resguardar o interesse da
Administração da Justiça Criminal e a permanência do
Art. 94. O prédio deverá situar-se em centro urbano,
preso em local próximo ao seu meio social e familiar.
separado dos demais estabelecimentos, e caracterizar-
se pela ausência de obstáculos físicos contra a fuga. Art. 104. O estabelecimento de que trata este Capítulo
será instalado próximo de centro urbano, observando-
Art. 95. Em cada região haverá, pelo menos, uma Casa
se na construção as exigências mínimas referidas no
do Albergado, a qual deverá conter, além dos aposentos
artigo 88 e seu parágrafo único desta Lei.
para acomodar os presos, local adequado para cursos e
palestras. TÍTULO V
Parágrafo único. O estabelecimento terá instalações Da Execução das Penas em Espécie
para os serviços de fiscalização e orientação dos
CAPÍTULO I
condenados.
Das Penas Privativas de Liberdade
CAPÍTULO V
Seção I
Do Centro de Observação
Disposições Gerais
Art. 96. No Centro de Observação realizar-se-ão os
exames gerais e o criminológico, cujos resultados serão Art. 105. Transitando em julgado a sentença que aplicar
encaminhados à Comissão Técnica de Classificação. pena privativa de liberdade, se o réu estiver ou vier a ser
preso, o Juiz ordenará a expedição de guia de
Parágrafo único. No Centro poderão ser realizadas
recolhimento para a execução.
pesquisas criminológicas.
Art. 106. A guia de recolhimento, extraída pelo escrivão,
Art. 97. O Centro de Observação será instalado em
que a rubricará em todas as folhas e a assinará com o
unidade autônoma ou em anexo a estabelecimento
Juiz, será remetida à autoridade administrativa
penal.
incumbida da execução e conterá:
Art. 98. Os exames poderão ser realizados pela
I - o nome do condenado;
Comissão Técnica de Classificação, na falta do Centro de
Observação. II - a sua qualificação civil e o número do registro geral
no órgão oficial de identificação;
CAPÍTULO VI
III - o inteiro teor da denúncia e da sentença
Do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico
condenatória, bem como certidão do trânsito em
Art. 99. O Hospital de Custódia e Tratamento julgado;
Psiquiátrico destina-se aos inimputáveis e semi-
IV - a informação sobre os antecedentes e o grau de
imputáveis referidos no artigo 26 e seu parágrafo único
instrução;
do Código Penal.
V - a data da terminação da pena;
Parágrafo único. Aplica-se ao hospital, no que couber, o
disposto no parágrafo único, do artigo 88, desta Lei. VI - outras peças do processo reputadas indispensáveis
ao adequado tratamento penitenciário.
Art. 100. O exame psiquiátrico e os demais exames
necessários ao tratamento são obrigatórios para todos § 1º Ao Ministério Público se dará ciência da guia de
os internados. recolhimento.
Art. 101. O tratamento ambulatorial, previsto no artigo § 2º A guia de recolhimento será retificada sempre que
97, segunda parte, do Código Penal, será realizado no sobrevier modificação quanto ao início da execução ou
ao tempo de duração da pena.

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§ 3° Se o condenado, ao tempo do fato, era funcionário § 2º Idêntico procedimento será adotado na concessão
da Administração da Justiça Criminal, far-se-á, na guia, de livramento condicional, indulto e comutação de
menção dessa circunstância, para fins do disposto no § penas, respeitados os prazos previstos nas normas
2°, do artigo 84, desta Lei. vigentes. (Incluído pela Lei nº 10.792, de
2003)
Art. 107. Ninguém será recolhido, para cumprimento de
pena privativa de liberdade, sem a guia expedida pela § 3º No caso de mulher gestante ou que for mãe ou
autoridade judiciária. responsável por crianças ou pessoas com deficiência, os
requisitos para progressão de regime são,
§ 1° A autoridade administrativa incumbida da execução
cumulativamente: (Incluído pela Lei nº
passará recibo da guia de recolhimento para juntá-la aos
13.769, de 2018)
autos do processo, e dará ciência dos seus termos ao
condenado. I - não ter cometido crime com violência ou grave
ameaça a pessoa; (Incluído pela Lei nº 13.769,
§ 2º As guias de recolhimento serão registradas em livro
de 2018)
especial, segundo a ordem cronológica do recebimento,
e anexadas ao prontuário do condenado, aditando-se, II - não ter cometido o crime contra seu filho ou
no curso da execução, o cálculo das remições e de dependente; (Incluído pela Lei nº 13.769, de
outras retificações posteriores. 2018)
Art. 108. O condenado a quem sobrevier doença mental III - ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) da pena no
será internado em Hospital de Custódia e Tratamento regime anterior; (Incluído pela Lei nº 13.769,
Psiquiátrico. de 2018)
Art. 109. Cumprida ou extinta a pena, o condenado será IV - ser primária e ter bom comportamento carcerário,
posto em liberdade, mediante alvará do Juiz, se por comprovado pelo diretor do
outro motivo não estiver preso. estabelecimento; (Incluído pela Lei nº 13.769,
de 2018)
Seção II
V - não ter integrado organização
Dos Regimes
criminosa. (Incluído pela Lei nº 13.769, de
Art. 110. O Juiz, na sentença, estabelecerá o regime no 2018)
qual o condenado iniciará o cumprimento da pena
§ 4º O cometimento de novo crime doloso ou falta
privativa de liberdade, observado o disposto no artigo
grave implicará a revogação do benefício previsto no §
33 e seus parágrafos do Código Penal.
3º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.769, de
Art. 111. Quando houver condenação por mais de um 2018)
crime, no mesmo processo ou em processos distintos, a
Art. 113. O ingresso do condenado em regime aberto
determinação do regime de cumprimento será feita
supõe a aceitação de seu programa e das condições
pelo resultado da soma ou unificação das penas,
impostas pelo Juiz.
observada, quando for o caso, a detração ou remição.
Art. 114. Somente poderá ingressar no regime aberto o
Parágrafo único. Sobrevindo condenação no curso da
condenado que:
execução, somar-se-á a pena ao restante da que está
sendo cumprida, para determinação do regime. I - estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de
fazê-lo imediatamente;
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada
em forma progressiva com a transferência para regime II - apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo
menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o resultado dos exames a que foi submetido, fundados
preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no indícios de que irá ajustar-se, com autodisciplina e senso
regime anterior e ostentar bom comportamento de responsabilidade, ao novo regime.
carcerário, comprovado pelo diretor do
Parágrafo único. Poderão ser dispensadas do trabalho
estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a
as pessoas referidas no artigo 117 desta Lei.
progressão. (Redação dada pela Lei nº
10.792, de 2003) Art. 115. O Juiz poderá estabelecer condições especiais
para a concessão de regime aberto, sem prejuízo das
§ 1º A decisão será sempre motivada e precedida de
seguintes condições gerais e obrigatórias:
manifestação do Ministério Público e do
defensor. (Redação dada pela Lei nº 10.792, I - permanecer no local que for designado, durante o
de 2003) repouso e nos dias de folga;

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II - sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados; I - falecimento ou doença grave do cônjuge,
companheira, ascendente, descendente ou irmão;
III - não se ausentar da cidade onde reside, sem
autorização judicial; II - necessidade de tratamento médico (parágrafo único
do artigo 14).
IV - comparecer a Juízo, para informar e justificar as suas
atividades, quando for determinado. Parágrafo único. A permissão de saída será concedida
pelo diretor do estabelecimento onde se encontra o
Art. 116. O Juiz poderá modificar as condições
preso.
estabelecidas, de ofício, a requerimento do Ministério
Público, da autoridade administrativa ou do condenado, Art. 121. A permanência do preso fora do
desde que as circunstâncias assim o recomendem. estabelecimento terá a duração necessária à finalidade
da saída.
Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do
beneficiário de regime aberto em residência particular Subseção II
quando se tratar de:
Da Saída Temporária
I - condenado maior de 70 (setenta) anos;
Art. 122. Os condenados que cumprem pena em regime
II - condenado acometido de doença grave; semi-aberto poderão obter autorização para saída
temporária do estabelecimento, sem vigilância direta,
III - condenada com filho menor ou deficiente físico ou
nos seguintes casos:
mental;
I - visita à família;
IV - condenada gestante.
II - freqüência a curso supletivo profissionalizante, bem
Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade
como de instrução do 2º grau ou superior, na Comarca
ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência
do Juízo da Execução;
para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o
condenado: III - participação em atividades que concorram para o
retorno ao convívio social.
I - praticar fato definido como crime doloso ou falta
grave; Parágrafo único. A ausência de vigilância direta não
impede a utilização de equipamento de monitoração
II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena,
eletrônica pelo condenado, quando assim determinar o
somada ao restante da pena em execução, torne
juiz da execução. (Incluído pela Lei nº 12.258,
incabível o regime (artigo 111).
de 2010)
§ 1° O condenado será transferido do regime aberto se,
Art. 123. A autorização será concedida por ato motivado
além das hipóteses referidas nos incisos anteriores,
do Juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a
frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a
administração penitenciária e dependerá da satisfação
multa cumulativamente imposta.
dos seguintes requisitos:
§ 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior,
I - comportamento adequado;
deverá ser ouvido previamente o condenado.
II - cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, se
Art. 119. A legislação local poderá estabelecer normas
o condenado for primário, e 1/4 (um quarto), se
complementares para o cumprimento da pena privativa
reincidente;
de liberdade em regime aberto (artigo 36, § 1º, do
Código Penal). III - compatibilidade do benefício com os objetivos da
pena.
Seção III
Art. 124. A autorização será concedida por prazo não
Das Autorizações de Saída
superior a 7 (sete) dias, podendo ser renovada por mais
Subseção I 4 (quatro) vezes durante o ano.
Da Permissão de Saída § 1º Ao conceder a saída temporária, o juiz imporá ao
beneficiário as seguintes condições, entre outras que
Art. 120. Os condenados que cumprem pena em regime
entender compatíveis com as circunstâncias do caso e a
fechado ou semi-aberto e os presos provisórios poderão
situação pessoal do condenado: (Incluído
obter permissão para sair do estabelecimento,
pela Lei nº 12.258, de 2010)
mediante escolta, quando ocorrer um dos seguintes
fatos:

Estratégia Carreira Jurídica 212


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I - fornecimento do endereço onde reside a família a ser § 2º As atividades de estudo a que se refere o § 1º deste
visitada ou onde poderá ser encontrado durante o gozo artigo poderão ser desenvolvidas de forma presencial
do benefício; (Incluído pela Lei nº 12.258, de ou por metodologia de ensino a distância e deverão ser
2010) certificadas pelas autoridades educacionais
competentes dos cursos
II - recolhimento à residência visitada, no período
frequentados. (Redação dada pela Lei nº
noturno; (Incluído pela Lei nº 12.258, de
12.433, de 2011)
2010)
§ 3º Para fins de cumulação dos casos de remição, as
III - proibição de frequentar bares, casas noturnas e
horas diárias de trabalho e de estudo serão definidas de
estabelecimentos congêneres. (Incluído pela Lei nº
forma a se compatibilizarem. (Redação dada
12.258, de 2010)
pela Lei nº 12.433, de 2011)
§ 2º Quando se tratar de frequência a curso
§ 4º O preso impossibilitado, por acidente, de
profissionalizante, de instrução de ensino médio ou
prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará a
superior, o tempo de saída será o necessário para o
beneficiar-se com a remição .(Incluído pela Lei
cumprimento das atividades
nº 12.433, de 2011)
discentes. (Renumerado do parágrafo único
pela Lei nº 12.258, de 2010) § 5º O tempo a remir em função das horas de estudo
será acrescido de 1/3 (um terço) no caso de conclusão
§ 3º Nos demais casos, as autorizações de saída
do ensino fundamental, médio ou superior durante o
somente poderão ser concedidas com prazo mínimo de
cumprimento da pena, desde que certificada pelo órgão
45 (quarenta e cinco) dias de intervalo entre uma e
competente do sistema de
outra. (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
educação. (Incluído pela Lei nº 12.433, de
Art. 125. O benefício será automaticamente revogado 2011)
quando o condenado praticar fato definido como crime
§ 6º O condenado que cumpre pena em regime aberto
doloso, for punido por falta grave, desatender as
ou semiaberto e o que usufrui liberdade condicional
condições impostas na autorização ou revelar baixo
poderão remir, pela frequência a curso de ensino
grau de aproveitamento do curso.
regular ou de educação profissional, parte do tempo de
Parágrafo único. A recuperação do direito à saída execução da pena ou do período de prova, observado o
temporária dependerá da absolvição no processo penal, disposto no inciso I do § 1º deste artigo. (Incluído
do cancelamento da punição disciplinar ou da pela Lei nº 12.433, de 2011)
demonstração do merecimento do condenado.
§ 7º O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses de
Seção IV prisão cautelar. .(Incluído pela Lei nº 12.433, de
2011)
Da Remição
§ 8º A remição será declarada pelo juiz da execução,
Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime
ouvidos o Ministério Público e a
fechado ou semiaberto poderá remir, por trabalho ou
defesa. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
por estudo, parte do tempo de execução da
pena. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar
2011). até 1/3 (um terço) do tempo remido, observado o
disposto no art. 57, recomeçando a contagem a partir
§ 1º A contagem de tempo referida no caput será feita
da data da infração disciplinar. (Redação dada
à razão de: (Redação dada pela Lei nº 12.433,
pela Lei nº 12.433, de 2011)
de 2011)
Art. 128. O tempo remido será computado como pena
I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de
cumprida, para todos os efeitos. (Redação
frequência escolar - atividade de ensino fundamental,
dada pela Lei nº 12.433, de 2011)
médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou
ainda de requalificação profissional - divididas, no Art. 129. A autoridade administrativa encaminhará
mínimo, em 3 (três) dias; (Incluído pela Lei nº mensalmente ao juízo da execução cópia do registro de
12.433, de 2011) todos os condenados que estejam trabalhando ou
estudando, com informação dos dias de trabalho ou das
II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de
horas de frequência escolar ou de atividades de ensino
trabalho. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
de cada um deles. (Redação dada pela Lei nº
12.433, de 2011)

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§ 1º O condenado autorizado a estudar fora do Art. 136. Concedido o benefício, será expedida a carta
estabelecimento penal deverá comprovar de livramento com a cópia integral da sentença em 2
mensalmente, por meio de declaração da respectiva (duas) vias, remetendo-se uma à autoridade
unidade de ensino, a frequência e o aproveitamento administrativa incumbida da execução e outra ao
escolar. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011) Conselho Penitenciário.
§ 2º Ao condenado dar-se-á a relação de seus dias Art. 137. A cerimônia do livramento condicional será
remidos. (Incluído pela Lei nº 12.433, de realizada solenemente no dia marcado pelo Presidente
2011) do Conselho Penitenciário, no estabelecimento onde
está sendo cumprida a pena, observando-se o seguinte:
Art. 130. Constitui o crime do artigo 299 do Código
Penal declarar ou atestar falsamente prestação de I - a sentença será lida ao liberando, na presença dos
serviço para fim de instruir pedido de remição. demais condenados, pelo Presidente do Conselho
Penitenciário ou membro por ele designado, ou, na
Seção V
falta, pelo Juiz;
Do Livramento Condicional
II - a autoridade administrativa chamará a atenção do
Art. 131. O livramento condicional poderá ser concedido liberando para as condições impostas na sentença de
pelo Juiz da execução, presentes os requisitos do artigo livramento;
83, incisos e parágrafo único, do Código Penal, ouvidos
III - o liberando declarará se aceita as condições.
o Ministério Público e Conselho Penitenciário.
§ 1º De tudo em livro próprio, será lavrado termo
Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especificará as
subscrito por quem presidir a cerimônia e pelo
condições a que fica subordinado o livramento.
liberando, ou alguém a seu rogo, se não souber ou não
§ 1º Serão sempre impostas ao liberado condicional as puder escrever.
obrigações seguintes:
§ 2º Cópia desse termo deverá ser remetida ao Juiz da
a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for execução.
apto para o trabalho;
Art. 138. Ao sair o liberado do estabelecimento penal,
b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação; ser-lhe-á entregue, além do saldo de seu pecúlio e do
que lhe pertencer, uma caderneta, que exibirá à
c) não mudar do território da comarca do Juízo da
autoridade judiciária ou administrativa, sempre que lhe
execução, sem prévia autorização deste.
for exigida.
§ 2° Poderão ainda ser impostas ao liberado condicional,
§ 1º A caderneta conterá:
entre outras obrigações, as seguintes:
a) a identificação do liberado;
a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e
à autoridade incumbida da observação cautelar e de b) o texto impresso do presente Capítulo;
proteção;
c) as condições impostas.
b) recolher-se à habitação em hora fixada;
§ 2º Na falta de caderneta, será entregue ao liberado um
c) não freqüentar determinados lugares. salvo-conduto, em que constem as condições do
livramento, podendo substituir-se a ficha de
d) (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
identificação ou o seu retrato pela descrição dos sinais
Art. 133. Se for permitido ao liberado residir fora da que possam identificá-lo.
comarca do Juízo da execução, remeter-se-á cópia da
§ 3º Na caderneta e no salvo-conduto deverá haver
sentença do livramento ao Juízo do lugar para onde ele
espaço para consignar-se o cumprimento das condições
se houver transferido e à autoridade incumbida da
referidas no artigo 132 desta Lei.
observação cautelar e de proteção.
Art. 139. A observação cautelar e a proteção realizadas
Art. 134. O liberado será advertido da obrigação de
por serviço social penitenciário, Patronato ou Conselho
apresentar-se imediatamente às autoridades referidas
da Comunidade terão a finalidade de:
no artigo anterior.
I - fazer observar o cumprimento das condições
Art. 135. Reformada a sentença denegatória do
especificadas na sentença concessiva do benefício;
livramento, os autos baixarão ao Juízo da execução,
para as providências cabíveis.

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II - proteger o beneficiário, orientando-o na execução de Art. 146-A. (VETADO). (Incluído pela Lei
suas obrigações e auxiliando-o na obtenção de atividade nº 12.258, de 2010)
laborativa.
Art. 146-B. O juiz poderá definir a fiscalização por meio
Parágrafo único. A entidade encarregada da observação da monitoração eletrônica
cautelar e da proteção do liberado apresentará relatório quando: (Incluído pela Lei nº 12.258, de
ao Conselho Penitenciário, para efeito da representação 2010)
prevista nos artigos 143 e 144 desta Lei.
I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de
Art. 140. A revogação do livramento condicional dar-se- 2010)
á nas hipóteses previstas nos artigos 86 e 87 do Código
II - autorizar a saída temporária no regime
Penal.
semiaberto; (Incluído pela Lei nº 12.258, de
Parágrafo único. Mantido o livramento condicional, na 2010)
hipótese da revogação facultativa, o Juiz deverá advertir
III - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258,
o liberado ou agravar as condições.
de 2010)
Art. 141. Se a revogação for motivada por infração penal
IV - determinar a prisão
anterior à vigência do livramento, computar-se-á como
domiciliar; (Incluído pela Lei nº 12.258,
tempo de cumprimento da pena o período de prova,
de 2010)
sendo permitida, para a concessão de novo livramento,
a soma do tempo das 2 (duas) penas. V - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258,
de 2010)
Art. 142. No caso de revogação por outro motivo, não se
computará na pena o tempo em que esteve solto o Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela
liberado, e tampouco se concederá, em relação à Lei nº 12.258, de 2010)
mesma pena, novo livramento.
Art. 146-C. O condenado será instruído acerca dos
Art. 143. A revogação será decretada a requerimento do cuidados que deverá adotar com o equipamento
Ministério Público, mediante representação do eletrônico e dos seguintes
Conselho Penitenciário, ou, de ofício, pelo Juiz, ouvido o deveres: (Incluído pela Lei nº 12.258, de
liberado. 2010)
Art. 144. O Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério I - receber visitas do servidor responsável pela
Público, da Defensoria Pública ou mediante monitoração eletrônica, responder aos seus contatos e
representação do Conselho Penitenciário, e ouvido o cumprir suas orientações; (Incluído pela Lei
liberado, poderá modificar as condições especificadas nº 12.258, de 2010)
na sentença, devendo o respectivo ato decisório ser lido
II - abster-se de remover, de violar, de modificar, de
ao liberado por uma das autoridades ou funcionários
danificar de qualquer forma o dispositivo de
indicados no inciso I do caput do art. 137 desta Lei,
monitoração eletrônica ou de permitir que outrem o
observado o disposto nos incisos II e III e §§ 1º e 2º do
faça; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
mesmo artigo. (Redação dada pela Lei nº 12.313,
de 2010). III - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de
2010)
Art. 145. Praticada pelo liberado outra infração penal, o
Juiz poderá ordenar a sua prisão, ouvidos o Conselho Parágrafo único. A violação comprovada dos deveres
Penitenciário e o Ministério Público, suspendendo o previstos neste artigo poderá acarretar, a critério do juiz
curso do livramento condicional, cuja revogação, da execução, ouvidos o Ministério Público e a
entretanto, ficará dependendo da decisão final. defesa: (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
Art. 146. O Juiz, de ofício, a requerimento do I - a regressão do regime; (Incluído pela Lei nº
interessado, do Ministério Público ou mediante 12.258, de 2010)
representação do Conselho Penitenciário, julgará
II - a revogação da autorização de saída
extinta a pena privativa de liberdade, se expirar o prazo
temporária; (Incluído pela Lei nº 12.258, de
do livramento sem revogação.
2010)
Seção VI
III - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258,
Da Monitoração Eletrônica de 2010)
(Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

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IV - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de III - alterar a forma de execução, a fim de ajustá-la às
2010) modificações ocorridas na jornada de trabalho.
V - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de § 1º o trabalho terá a duração de 8 (oito) horas semanais
2010) e será realizado aos sábados, domingos e feriados, ou
em dias úteis, de modo a não prejudicar a jornada
VI - a revogação da prisão domiciliar; (Incluído
normal de trabalho, nos horários estabelecidos pelo
pela Lei nº 12.258, de 2010)
Juiz.
VII - advertência, por escrito, para todos os casos em
§ 2º A execução terá início a partir da data do primeiro
que o juiz da execução decida não aplicar alguma das
comparecimento.
medidas previstas nos incisos de I a VI deste
parágrafo. (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) Art. 150. A entidade beneficiada com a prestação de
serviços encaminhará mensalmente, ao Juiz da
Art. 146-D. A monitoração eletrônica poderá ser
execução, relatório circunstanciado das atividades do
revogada: (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
condenado, bem como, a qualquer tempo,
I - quando se tornar desnecessária ou comunicação sobre ausência ou falta disciplinar.
inadequada; (Incluído pela Lei nº 12.258, de
Seção III
2010)
Da Limitação de Fim de Semana
II - se o acusado ou condenado violar os deveres a que
estiver sujeito durante a sua vigência ou cometer falta Art. 151. Caberá ao Juiz da execução determinar a
grave. (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) intimação do condenado, cientificando-o do local, dias
e horário em que deverá cumprir a pena.
CAPÍTULO II
Parágrafo único. A execução terá início a partir da data
Das Penas Restritivas de Direitos
do primeiro comparecimento.
Seção I
Art. 152. Poderão ser ministrados ao condenado,
Disposições Gerais durante o tempo de permanência, cursos e palestras, ou
atribuídas atividades educativas.
Art. 147. Transitada em julgado a sentença que aplicou
a pena restritiva de direitos, o Juiz da execução, de ofício Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica
ou a requerimento do Ministério Público, promoverá a contra a mulher, o juiz poderá determinar o
execução, podendo, para tanto, requisitar, quando comparecimento obrigatório do agressor a programas
necessário, a colaboração de entidades públicas ou de recuperação e reeducação. (Incluído pela
solicitá-la a particulares. Lei nº 11.340, de 2006)
Art. 148. Em qualquer fase da execução, poderá o Juiz, Art. 153. O estabelecimento designado encaminhará,
motivadamente, alterar, a forma de cumprimento das mensalmente, ao Juiz da execução, relatório, bem assim
penas de prestação de serviços à comunidade e de comunicará, a qualquer tempo, a ausência ou falta
limitação de fim de semana, ajustando-as às condições disciplinar do condenado.
pessoais do condenado e às características do
Seção IV
estabelecimento, da entidade ou do programa
comunitário ou estatal. Da Interdição Temporária de Direitos
Seção II Art. 154. Caberá ao Juiz da execução comunicar à
autoridade competente a pena aplicada, determinada a
Da Prestação de Serviços à Comunidade
intimação do condenado.
Art. 149. Caberá ao Juiz da execução:
§ 1º Na hipótese de pena de interdição do artigo 47,
I - designar a entidade ou programa comunitário ou inciso I, do Código Penal, a autoridade deverá, em 24
estatal, devidamente credenciado ou convencionado, (vinte e quatro) horas, contadas do recebimento do
junto ao qual o condenado deverá trabalhar ofício, baixar ato, a partir do qual a execução terá seu
gratuitamente, de acordo com as suas aptidões; início.
II - determinar a intimação do condenado, cientificando- § 2º Nas hipóteses do artigo 47, incisos II e III, do Código
o da entidade, dias e horário em que deverá cumprir a Penal, o Juízo da execução determinará a apreensão dos
pena; documentos, que autorizam o exercício do direito
interditado.

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Art. 155. A autoridade deverá comunicar local da nova residência, aos quais o primeiro deverá
imediatamente ao Juiz da execução o descumprimento apresentar-se imediatamente.
da pena.
Art. 159. Quando a suspensão condicional da pena for
Parágrafo único. A comunicação prevista neste artigo concedida por Tribunal, a este caberá estabelecer as
poderá ser feita por qualquer prejudicado. condições do benefício.
CAPÍTULO III § 1º De igual modo proceder-se-á quando o Tribunal
modificar as condições estabelecidas na sentença
Da Suspensão Condicional
recorrida.
Art. 156. O Juiz poderá suspender, pelo período de 2
§ 2º O Tribunal, ao conceder a suspensão condicional da
(dois) a 4 (quatro) anos, a execução da pena privativa de
pena, poderá, todavia, conferir ao Juízo da execução a
liberdade, não superior a 2 (dois) anos, na forma
incumbência de estabelecer as condições do benefício,
prevista nos artigos 77 a 82 do Código Penal.
e, em qualquer caso, a de realizar a audiência
Art. 157. O Juiz ou Tribunal, na sentença que aplicar admonitória.
pena privativa de liberdade, na situação determinada no
Art. 160. Transitada em julgado a sentença
artigo anterior, deverá pronunciar-se, motivadamente,
condenatória, o Juiz a lerá ao condenado, em audiência,
sobre a suspensão condicional, quer a conceda, quer a
advertindo-o das conseqüências de nova infração penal
denegue.
e do descumprimento das condições impostas.
Art. 158. Concedida a suspensão, o Juiz especificará as
Art. 161. Se, intimado pessoalmente ou por edital com
condições a que fica sujeito o condenado, pelo prazo
prazo de 20 (vinte) dias, o réu não comparecer
fixado, começando este a correr da audiência prevista
injustificadamente à audiência admonitória, a
no artigo 160 desta Lei.
suspensão ficará sem efeito e será executada
§ 1° As condições serão adequadas ao fato e à situação imediatamente a pena.
pessoal do condenado, devendo ser incluída entre as
Art. 162. A revogação da suspensão condicional da pena
mesmas a de prestar serviços à comunidade, ou
e a prorrogação do período de prova dar-se-ão na forma
limitação de fim de semana, salvo hipótese do artigo 78,
do artigo 81 e respectivos parágrafos do Código Penal.
§ 2º, do Código Penal.
Art. 163. A sentença condenatória será registrada, com
§ 2º O Juiz poderá, a qualquer tempo, de ofício, a
a nota de suspensão em livro especial do Juízo a que
requerimento do Ministério Público ou mediante
couber a execução da pena.
proposta do Conselho Penitenciário, modificar as
condições e regras estabelecidas na sentença, ouvido o § 1º Revogada a suspensão ou extinta a pena, será o fato
condenado. averbado à margem do registro.
§ 3º A fiscalização do cumprimento das condições, § 2º O registro e a averbação serão sigilosos, salvo para
reguladas nos Estados, Territórios e Distrito Federal por efeito de informações requisitadas por órgão judiciário
normas supletivas, será atribuída a serviço social ou pelo Ministério Público, para instruir processo penal.
penitenciário, Patronato, Conselho da Comunidade ou
CAPÍTULO IV
instituição beneficiada com a prestação de serviços,
inspecionados pelo Conselho Penitenciário, pelo Da Pena de Multa
Ministério Público, ou ambos, devendo o Juiz da
Art. 164. Extraída certidão da sentença condenatória
execução suprir, por ato, a falta das normas supletivas.
com trânsito em julgado, que valerá como título
§ 4º O beneficiário, ao comparecer periodicamente à executivo judicial, o Ministério Público requererá, em
entidade fiscalizadora, para comprovar a observância autos apartados, a citação do condenado para, no prazo
das condições a que está sujeito, comunicará, também, de 10 (dez) dias, pagar o valor da multa ou nomear bens
a sua ocupação e os salários ou proventos de que vive. à penhora.
§ 5º A entidade fiscalizadora deverá comunicar § 1º Decorrido o prazo sem o pagamento da multa, ou o
imediatamente ao órgão de inspeção, para os fins legais, depósito da respectiva importância, proceder-se-á à
qualquer fato capaz de acarretar a revogação do penhora de tantos bens quantos bastem para garantir a
benefício, a prorrogação do prazo ou a modificação das execução.
condições.
§ 2º A nomeação de bens à penhora e a posterior
§ 6º Se for permitido ao beneficiário mudar-se, será execução seguirão o que dispuser a lei processual civil.
feita comunicação ao Juiz e à entidade fiscalizadora do

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Art. 165. Se a penhora recair em bem imóvel, os autos CAPÍTULO I


apartados serão remetidos ao Juízo Cível para
Disposições Gerais
prosseguimento.
Art. 171. Transitada em julgado a sentença que aplicar
Art. 166. Recaindo a penhora em outros bens, dar-se-á
medida de segurança, será ordenada a expedição de
prosseguimento nos termos do § 2º do artigo 164, desta
guia para a execução.
Lei.
Art. 172. Ninguém será internado em Hospital de
Art. 167. A execução da pena de multa será suspensa
Custódia e Tratamento Psiquiátrico, ou submetido a
quando sobrevier ao condenado doença mental (artigo
tratamento ambulatorial, para cumprimento de medida
52 do Código Penal).
de segurança, sem a guia expedida pela autoridade
Art. 168. O Juiz poderá determinar que a cobrança da judiciária.
multa se efetue mediante desconto no vencimento ou
Art. 173. A guia de internamento ou de tratamento
salário do condenado, nas hipóteses do artigo 50, § 1º,
ambulatorial, extraída pelo escrivão, que a rubricará em
do Código Penal, observando-se o seguinte:
todas as folhas e a subscreverá com o Juiz, será remetida
I - o limite máximo do desconto mensal será o da quarta à autoridade administrativa incumbida da execução e
parte da remuneração e o mínimo o de um décimo; conterá:
II - o desconto será feito mediante ordem do Juiz a quem I - a qualificação do agente e o número do registro geral
de direito; do órgão oficial de identificação;
III - o responsável pelo desconto será intimado a II - o inteiro teor da denúncia e da sentença que tiver
recolher mensalmente, até o dia fixado pelo Juiz, a aplicado a medida de segurança, bem como a certidão
importância determinada. do trânsito em julgado;
Art. 169. Até o término do prazo a que se refere o artigo III - a data em que terminará o prazo mínimo de
164 desta Lei, poderá o condenado requerer ao Juiz o internação, ou do tratamento ambulatorial;
pagamento da multa em prestações mensais, iguais e
IV - outras peças do processo reputadas indispensáveis
sucessivas.
ao adequado tratamento ou internamento.
§ 1° O Juiz, antes de decidir, poderá determinar
§ 1° Ao Ministério Público será dada ciência da guia de
diligências para verificar a real situação econômica do
recolhimento e de sujeição a tratamento.
condenado e, ouvido o Ministério Público, fixará o
número de prestações. § 2° A guia será retificada sempre que sobrevier
modificações quanto ao prazo de execução.
§ 2º Se o condenado for impontual ou se melhorar de
situação econômica, o Juiz, de ofício ou a requerimento Art. 174. Aplicar-se-á, na execução da medida de
do Ministério Público, revogará o benefício executando- segurança, naquilo que couber, o disposto nos artigos 8°
se a multa, na forma prevista neste Capítulo, ou e 9° desta Lei.
prosseguindo-se na execução já iniciada.
CAPÍTULO II
Art. 170. Quando a pena de multa for aplicada
Da Cessação da Periculosidade
cumulativamente com pena privativa da liberdade,
enquanto esta estiver sendo executada, poderá aquela Art. 175. A cessação da periculosidade será averiguada
ser cobrada mediante desconto na remuneração do no fim do prazo mínimo de duração da medida de
condenado (artigo 168). segurança, pelo exame das condições pessoais do
agente, observando-se o seguinte:
§ 1º Se o condenado cumprir a pena privativa de
liberdade ou obtiver livramento condicional, sem haver I - a autoridade administrativa, até 1 (um) mês antes de
resgatado a multa, far-se-á a cobrança nos termos deste expirar o prazo de duração mínima da medida, remeterá
Capítulo. ao Juiz minucioso relatório que o habilite a resolver
sobre a revogação ou permanência da medida;
§ 2º Aplicar-se-á o disposto no parágrafo anterior aos
casos em que for concedida a suspensão condicional da II - o relatório será instruído com o laudo psiquiátrico;
pena.
III - juntado aos autos o relatório ou realizadas as
TÍTULO VI diligências, serão ouvidos, sucessivamente, o Ministério
Público e o curador ou defensor, no prazo de 3 (três)
Da Execução das Medidas de Segurança
dias para cada um;

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IV - o Juiz nomeará curador ou defensor para o agente c) recusar-se, injustificadamente, a prestar o serviço que
que não o tiver; lhe foi imposto;
V - o Juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer das d) praticar falta grave;
partes, poderá determinar novas diligências, ainda que
e) sofrer condenação por outro crime à pena privativa
expirado o prazo de duração mínima da medida de
de liberdade, cuja execução não tenha sido suspensa.
segurança;
§ 2º A pena de limitação de fim de semana será
VI - ouvidas as partes ou realizadas as diligências a que
convertida quando o condenado não comparecer ao
se refere o inciso anterior, o Juiz proferirá a sua decisão,
estabelecimento designado para o cumprimento da
no prazo de 5 (cinco) dias.
pena, recusar-se a exercer a atividade determinada pelo
Art. 176. Em qualquer tempo, ainda no decorrer do Juiz ou se ocorrer qualquer das hipóteses das letras "a",
prazo mínimo de duração da medida de segurança, "d" e "e" do parágrafo anterior.
poderá o Juiz da execução, diante de requerimento
§ 3º A pena de interdição temporária de direitos será
fundamentado do Ministério Público ou do interessado,
convertida quando o condenado exercer,
seu procurador ou defensor, ordenar o exame para que
injustificadamente, o direito interditado ou se ocorrer
se verifique a cessação da periculosidade, procedendo-
qualquer das hipóteses das letras "a" e "e", do § 1º,
se nos termos do artigo anterior.
deste artigo.
Art. 177. Nos exames sucessivos para verificar-se a
Art. 182. (Revogado).
cessação da periculosidade, observar-se-á, no que lhes
for aplicável, o disposto no artigo anterior. Art. 183. Quando, no curso da execução da pena
privativa de liberdade, sobrevier doença mental ou
Art. 178. Nas hipóteses de desinternação ou de
perturbação da saúde mental, o Juiz, de ofício, a
liberação (artigo 97, § 3º, do Código Penal), aplicar-se-á
requerimento do Ministério Público, da Defensoria
o disposto nos artigos 132 e 133 desta Lei.
Pública ou da autoridade administrativa, poderá
Art. 179. Transitada em julgado a sentença, o Juiz determinar a substituição da pena por medida de
expedirá ordem para a desinternação ou a liberação. segurança. (Redação dada pela Lei nº 12.313, de
2010).
TÍTULO VII
Art. 184. O tratamento ambulatorial poderá ser
Dos Incidentes de Execução
convertido em internação se o agente revelar
CAPÍTULO I incompatibilidade com a medida.
Das Conversões Parágrafo único. Nesta hipótese, o prazo mínimo de
internação será de 1 (um) ano.
Art. 180. A pena privativa de liberdade, não superior a 2
(dois) anos, poderá ser convertida em restritiva de CAPÍTULO II
direitos, desde que:
Do Excesso ou Desvio
I - o condenado a esteja cumprindo em regime aberto;
Art. 185. Haverá excesso ou desvio de execução sempre
II - tenha sido cumprido pelo menos 1/4 (um quarto) da que algum ato for praticado além dos limites fixados na
pena; sentença, em normas legais ou regulamentares.
III - os antecedentes e a personalidade do condenado Art. 186. Podem suscitar o incidente de excesso ou
indiquem ser a conversão recomendável. desvio de execução:
Art. 181. A pena restritiva de direitos será convertida em I - o Ministério Público;
privativa de liberdade nas hipóteses e na forma
II - o Conselho Penitenciário;
do artigo 45 e seus incisos do Código Penal.
III - o sentenciado;
§ 1º A pena de prestação de serviços à comunidade será
convertida quando o condenado: IV - qualquer dos demais órgãos da execução penal.
a) não for encontrado por estar em lugar incerto e não CAPÍTULO III
sabido, ou desatender a intimação por edital;
Da Anistia e do Indulto
b) não comparecer, injustificadamente, à entidade ou
Art. 187. Concedida a anistia, o Juiz, de ofício, a
programa em que deva prestar serviço;
requerimento do interessado ou do Ministério Público,

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por proposta da autoridade administrativa ou do § 1º Sendo desnecessária a produção de prova, o Juiz


Conselho Penitenciário, declarará extinta a decidirá de plano, em igual prazo.
punibilidade.
§ 2º Entendendo indispensável a realização de prova
Art. 188. O indulto individual poderá ser provocado por pericial ou oral, o Juiz a ordenará, decidindo após a
petição do condenado, por iniciativa do Ministério produção daquela ou na audiência designada.
Público, do Conselho Penitenciário, ou da autoridade
Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá
administrativa.
recurso de agravo, sem efeito suspensivo.
Art. 189. A petição do indulto, acompanhada dos
TÍTULO IX
documentos que a instruírem, será entregue ao
Conselho Penitenciário, para a elaboração de parecer e Das Disposições Finais e Transitórias
posterior encaminhamento ao Ministério da Justiça.
Art. 198. É defesa ao integrante dos órgãos da execução
Art. 190. O Conselho Penitenciário, à vista dos autos do penal, e ao servidor, a divulgação de ocorrência que
processo e do prontuário, promoverá as diligências que perturbe a segurança e a disciplina dos
entender necessárias e fará, em relatório, a narração do estabelecimentos, bem como exponha o preso à
ilícito penal e dos fundamentos da sentença inconveniente notoriedade, durante o cumprimento da
condenatória, a exposição dos antecedentes do pena.
condenado e do procedimento deste depois da prisão,
Art. 199. O emprego de algemas será disciplinado por
emitindo seu parecer sobre o mérito do pedido e
decreto federal. (Regulamento)
esclarecendo qualquer formalidade ou circunstâncias
omitidas na petição. Art. 200. O condenado por crime político não está
obrigado ao trabalho.
Art. 191. Processada no Ministério da Justiça com
documentos e o relatório do Conselho Penitenciário, a Art. 201. Na falta de estabelecimento adequado, o
petição será submetida a despacho do Presidente da cumprimento da prisão civil e da prisão administrativa
República, a quem serão presentes os autos do processo se efetivará em seção especial da Cadeia Pública.
ou a certidão de qualquer de suas peças, se ele o
Art. 202. Cumprida ou extinta a pena, não constarão da
determinar.
folha corrida, atestados ou certidões fornecidas por
Art. 192. Concedido o indulto e anexada aos autos cópia autoridade policial ou por auxiliares da Justiça, qualquer
do decreto, o Juiz declarará extinta a pena ou ajustará a notícia ou referência à condenação, salvo para instruir
execução aos termos do decreto, no caso de processo pela prática de nova infração penal ou outros
comutação. casos expressos em lei.
Art. 193. Se o sentenciado for beneficiado por indulto Art. 203. No prazo de 6 (seis) meses, a contar da
coletivo, o Juiz, de ofício, a requerimento do publicação desta Lei, serão editadas as normas
interessado, do Ministério Público, ou por iniciativa do complementares ou regulamentares, necessárias à
Conselho Penitenciário ou da autoridade eficácia dos dispositivos não auto-aplicáveis.
administrativa, providenciará de acordo com o disposto
§ 1º Dentro do mesmo prazo deverão as Unidades
no artigo anterior.
Federativas, em convênio com o Ministério da Justiça,
TÍTULO VIII projetar a adaptação, construção e equipamento de
estabelecimentos e serviços penais previstos nesta Lei.
Do Procedimento Judicial
§ 2º Também, no mesmo prazo, deverá ser
Art. 194. O procedimento correspondente às situações
providenciada a aquisição ou desapropriação de prédios
previstas nesta Lei será judicial, desenvolvendo-se
para instalação de casas de albergados.
perante o Juízo da execução.
§ 3º O prazo a que se refere o caput deste artigo poderá
Art. 195. O procedimento judicial iniciar-se-á de ofício,
ser ampliado, por ato do Conselho Nacional de Política
a requerimento do Ministério Público, do interessado,
Criminal e Penitenciária, mediante justificada
de quem o represente, de seu cônjuge, parente ou
solicitação, instruída com os projetos de reforma ou de
descendente, mediante proposta do Conselho
construção de estabelecimentos.
Penitenciário, ou, ainda, da autoridade administrativa.
§ 4º O descumprimento injustificado dos deveres
Art. 196. A portaria ou petição será autuada ouvindo-se,
estabelecidos para as Unidades Federativas implicará na
em 3 (três) dias, o condenado e o Ministério Público,
suspensão de qualquer ajuda financeira a elas destinada
quando não figurem como requerentes da medida.

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pela União, para atender às despesas de execução das Pena - Reclusão, de 3 (três) a 12 (doze) anos, e multa.
penas e medidas de segurança.
Parágrafo único. Se a gestão é temerária:
Art. 204. Esta Lei entra em vigor concomitantemente
Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa.
com a lei de reforma da Parte Geral do Código Penal,
revogadas as disposições em contrário, especialmente Art. 5º Apropriar-se, quaisquer das pessoas
a Lei nº 3.274, de 2 de outubro de 1957. mencionadas no art. 25 desta lei, de dinheiro, título,
valor ou qualquer outro bem móvel de que tem a posse,
Brasília, 11 de julho de 1984; 163º da Independência e
ou desviá-lo em proveito próprio ou alheio:
96º da República.
Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
JOÃO FIGUEIREDO
Ibrahim Abi-Ackel Parágrafo único. Incorre na mesma pena qualquer das
pessoas mencionadas no art. 25 desta lei, que negociar
LEI Nº 7.492/1986 direito, título ou qualquer outro bem móvel ou imóvel
de que tem a posse, sem autorização de quem de
direito.
Define os crimes contra o sistema financeiro nacional,
e dá outras providências. Art. 6º Induzir ou manter em erro, sócio, investidor ou
repartição pública competente, relativamente a
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o
operação ou situação financeira, sonegando-lhe
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
informação ou prestando-a falsamente:
Art. 1º Considera-se instituição financeira, para efeito
Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
desta lei, a pessoa jurídica de direito público ou privado,
que tenha como atividade principal ou acessória, Art. 7º Emitir, oferecer ou negociar, de qualquer modo,
cumulativamente ou não, a captação, intermediação ou títulos ou valores mobiliários:
aplicação de recursos financeiros (Vetado) de terceiros,
I - falsos ou falsificados;
em moeda nacional ou estrangeira, ou a custódia,
emissão, distribuição, negociação, intermediação ou II - sem registro prévio de emissão junto à autoridade
administração de valores mobiliários. competente, em condições divergentes das constantes
do registro ou irregularmente registrados;
Parágrafo único. Equipara-se à instituição financeira:
III - sem lastro ou garantia suficientes, nos termos da
I - a pessoa jurídica que capte ou administre seguros,
legislação;
câmbio, consórcio, capitalização ou qualquer tipo de
poupança, ou recursos de terceiros; IV - sem autorização prévia da autoridade competente,
quando legalmente exigida:
II - a pessoa natural que exerça quaisquer das atividades
referidas neste artigo, ainda que de forma eventual. Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa.
DOS CRIMES CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO Art. 8º Exigir, em desacordo com a legislação (Vetado),
NACIONAL juro, comissão ou qualquer tipo de remuneração sobre
operação de crédito ou de seguro, administração de
Art. 2º Imprimir, reproduzir ou, de qualquer modo,
fundo mútuo ou fiscal ou de consórcio, serviço de
fabricar ou pôr em circulação, sem autorização escrita
corretagem ou distribuição de títulos ou valores
da sociedade emissora, certificado, cautela ou outro
mobiliários:
documento representativo de título ou valor mobiliário:
Pena - Reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa.
Art. 9º Fraudar a fiscalização ou o investidor, inserindo
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem imprime,
ou fazendo inserir, em documento comprobatório de
fabrica, divulga, distribui ou faz distribuir prospecto ou
investimento em títulos ou valores mobiliários,
material de propaganda relativo aos papéis referidos
declaração falsa ou diversa da que dele deveria constar:
neste artigo.
Pena - Reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.
Art. 3º Divulgar informação falsa ou prejudicialmente
incompleta sobre instituição financeira: Art. 10. Fazer inserir elemento falso ou omitir elemento
exigido pela legislação, em demonstrativos contábeis de
Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
instituição financeira, seguradora ou instituição
Art. 4º Gerir fraudulentamente instituição financeira: integrante do sistema de distribuição de títulos de
valores mobiliários:

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Pena - Reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. adiantamento de honorários, remuneração, salário ou
qualquer outro pagamento, nas condições referidas
Art. 11. Manter ou movimentar recurso ou valor
neste artigo;
paralelamente à contabilidade exigida pela legislação:
II - de forma disfarçada, promover a distribuição ou
Pena - Reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.
receber lucros de instituição financeira.
Art. 12. Deixar, o ex-administrador de instituição
Art. 18. Violar sigilo de operação ou de serviço prestado
financeira, de apresentar, ao interventor, liquidante, ou
por instituição financeira ou integrante do sistema de
síndico, nos prazos e condições estabelecidas em lei as
distribuição de títulos mobiliários de que tenha
informações, declarações ou documentos de sua
conhecimento, em razão de ofício:
responsabilidade:
Pena - Reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Pena - Reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 19. Obter, mediante fraude, financiamento em
Art. 13. Desviar (Vetado) bem alcançado pela
instituição financeira:
indisponibilidade legal resultante de intervenção,
liquidação extrajudicial ou falência de instituição Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
financeira.
Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um terço)
Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. se o crime é cometido em detrimento de instituição
financeira oficial ou por ela credenciada para o repasse
Parágrafo único. Na mesma pena incorra o interventor,
de financiamento.
o liquidante ou o síndico que se apropriar de bem
abrangido pelo caput deste artigo, ou desviá-lo em Art. 20. Aplicar, em finalidade diversa da prevista em lei
proveito próprio ou alheio. ou contrato, recursos provenientes de financiamento
concedido por instituição financeira oficial ou por
Art. 14. Apresentar, em liquidação extrajudicial, ou em
instituição credenciada para repassá-lo:
falência de instituição financeira, declaração de crédito
ou reclamação falsa, ou juntar a elas título falso ou Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
simulado:
Art. 21. Atribuir-se, ou atribuir a terceiro, falsa
Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa. identidade, para realização de operação de câmbio:
Parágrafo único. Na mesma pena incorre o ex- Pena - Detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
administrador ou falido que reconhecer, como
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, para o
verdadeiro, crédito que não o seja.
mesmo fim, sonega informação que devia prestar ou
Art. 15. Manifestar-se falsamente o interventor, o presta informação falsa.
liquidante ou o síndico, (Vetado) à respeito de assunto
Art. 22. Efetuar operação de câmbio não autorizada,
relativo a intervenção, liquidação extrajudicial ou
com o fim de promover evasão de divisas do País:
falência de instituição financeira:
Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, a
Art. 16. Fazer operar, sem a devida autorização, ou com
qualquer título, promove, sem autorização legal, a saída
autorização obtida mediante declaração (Vetado) falsa,
de moeda ou divisa para o exterior, ou nele mantiver
instituição financeira, inclusive de distribuição de
depósitos não declarados à repartição federal
valores mobiliários ou de câmbio:
competente.
Pena - Reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 23. Omitir, retardar ou praticar, o funcionário
Art. 17. Tomar ou receber crédito, na qualidade de público, contra disposição expressa de lei, ato de ofício
qualquer das pessoas mencionadas no art. 25, ou deferir necessário ao regular funcionamento do sistema
operações de crédito vedadas, observado o disposto no financeiro nacional, bem como a preservação dos
art. 34 da Lei no 4.595, de 31 de dezembro de 1964: interesses e valores da ordem econômico-financeira:
(Redação dada pela Lei nº 13.506, de 2017)
Pena - Reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
Art. 24. (VETADO).
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:
DA APLICAÇÃO E DO PROCEDIMENTO CRIMINAL
I - em nome próprio, como controlador ou na condição
de administrador da sociedade, conceder ou receber

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Art. 25. São penalmente responsáveis, nos termos desta Art. 30. Sem prejuízo do disposto no art. 312 do Código
lei, o controlador e os administradores de instituição de Processo Penal, aprovado pelo Decreto-lei nº 3.689,
financeira, assim considerados os diretores, gerentes de 3 de outubro de 1941, a prisão preventiva do
(Vetado). acusado da prática de crime previsto nesta lei poderá
ser decretada em razão da magnitude da lesão causada
§ 1º Equiparam-se aos administradores de instituição
(Vetado).
financeira (Vetado) o interventor, o liquidante ou o
síndico. Art. 31. Nos crimes previstos nesta lei e punidos com
pena de reclusão, o réu não poderá prestar fiança, nem
§ 2º Nos crimes previstos nesta Lei, cometidos em
apelar antes de ser recolhido à prisão, ainda que
quadrilha ou coautoria, o coautor ou partícipe que
primário e de bons antecedentes, se estiver configurada
através de confissão espontânea revelar à autoridade
situação que autoriza a prisão preventiva.
policial ou judicial toda a trama delituosa terá a sua
pena reduzida de um a dois terços. (Incluído pela Lei nº Art. 32. (VETADO).
9.080, de 19.7.1995)
§ 1º (VETADO).
Art. 26. A ação penal, nos crimes previstos nesta lei, será
§ 2º (VETADO).
promovida pelo Ministério Público Federal, perante a
Justiça Federal. § 3º (VETADO).
Parágrafo único. Sem prejuízo do disposto no art. 268 Art. 33. Na fixação da pena de multa relativa aos crimes
do Código de Processo Penal, aprovado pelo Decreto-lei previstos nesta lei, o limite a que se refere o § 1º do art.
nº 3.689, de 3 de outubro de 1941, será admitida a 49 do Código Penal, aprovado pelo Decreto-lei nº 2.848,
assistência da Comissão de Valores Mobiliários - CVM, de 7 de dezembro de.1940, pode ser estendido até o
quando o crime tiver sido praticado no âmbito de décuplo, se verificada a situação nele cogitada.
atividade sujeita à disciplina e à fiscalização dessa
Art. 34. Esta lei entra em vigor na data de sua
Autarquia, e do Banco Central do Brasil quando, fora
publicação.
daquela hipótese, houver sido cometido na órbita de
atividade sujeita à sua disciplina e fiscalização. Art. 35. Revogam-se as disposições em contrário.
Art. 27. Quando a denúncia não for intentada no prazo Brasília, 16 de junho de 1986; 165º da Independência
legal, o ofendido poderá representar ao Procurador- 98º da República.
Geral da República, para que este a ofereça, designe
JOSÉ SARNEY
outro órgão do Ministério Público para oferecê-la ou
determine o arquivamento das peças de informação Paulo Brossard
recebidas.
Art. 28. Quando, no exercício de suas atribuições legais, LEI Nº 7.716/1989
o Banco Central do Brasil ou a Comissão de Valores
Mobiliários - CVM, verificar a ocorrência de crime Define os crimes resultantes de preconceito de raça ou
previsto nesta lei, disso deverá informar ao Ministério de cor.
Público Federal, enviando-lhe os documentos
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o
necessários à comprovação do fato.
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
Parágrafo único. A conduta de que trata este artigo será Lei:
observada pelo interventor, liquidante ou síndico que,
Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes
no curso de intervenção, liquidação extrajudicial ou
resultantes de discriminação ou preconceito de raça,
falência, verificar a ocorrência de crime de que trata
cor, etnia, religião ou procedência nacional. (Redação
esta lei.
dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
Art. 29. O órgão do Ministério Público Federal, sempre
Art. 2º (Vetado).
que julgar necessário, poderá requisitar, a qualquer
autoridade, informação, documento ou diligência, Art. 3º Impedir ou obstar o acesso de alguém,
relativa à prova dos crimes previstos nesta lei. devidamente habilitado, a qualquer cargo da
Administração Direta ou Indireta, bem como das
Parágrafo único O sigilo dos serviços e operações
concessionárias de serviços públicos.
financeiras não pode ser invocado como óbice ao
atendimento da requisição prevista no caput deste Pena: reclusão de dois a cinco anos.
artigo.

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Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, por Pena: reclusão de um a três anos.
motivo de discriminação de raça, cor, etnia, religião ou
Art. 9º Impedir o acesso ou recusar atendimento em
procedência nacional, obstar a promoção funcional.
estabelecimentos esportivos, casas de diversões, ou
(Incluído pela Lei nº 12.288, de 2010) (Vigência)
clubes sociais abertos ao público.
Art. 4º Negar ou obstar emprego em empresa privada.
Pena: reclusão de um a três anos.
Pena: reclusão de dois a cinco anos.
Art. 10. Impedir o acesso ou recusar atendimento em
§ 1º Incorre na mesma pena quem, por motivo de salões de cabeleireiros, barbearias, termas ou casas de
discriminação de raça ou de cor ou práticas resultantes massagem ou estabelecimento com as mesmas
do preconceito de descendência ou origem nacional ou finalidades.
étnica: (Incluído pela Lei nº 12.288, de 2010)
Pena: reclusão de um a três anos.
(Vigência)
Art. 11. Impedir o acesso às entradas sociais em edifícios
I - deixar de conceder os equipamentos necessários ao
públicos ou residenciais e elevadores ou escada de
empregado em igualdade de condições com os demais
acesso aos mesmos:
trabalhadores; (Incluído pela Lei nº 12.288, de 2010)
(Vigência) Pena: reclusão de um a três anos.
II - impedir a ascensão funcional do empregado ou Art. 12. Impedir o acesso ou uso de transportes públicos,
obstar outra forma de benefício profissional; como aviões, navios barcas, barcos, ônibus, trens, metrô
(Incluído pela Lei nº 12.288, de 2010) (Vigência) ou qualquer outro meio de transporte concedido.
III - proporcionar ao empregado tratamento Pena: reclusão de um a três anos.
diferenciado no ambiente de trabalho, especialmente
Art. 13. Impedir ou obstar o acesso de alguém ao serviço
quanto ao salário. (Incluído pela Lei nº 12.288, de
em qualquer ramo das Forças Armadas.
2010) (Vigência)
Pena: reclusão de dois a quatro anos.
§ 2º Ficará sujeito às penas de multa e de prestação de
serviços à comunidade, incluindo atividades de Art. 14. Impedir ou obstar, por qualquer meio ou forma,
promoção da igualdade racial, quem, em anúncios ou o casamento ou convivência familiar e social.
qualquer outra forma de recrutamento de
Pena: reclusão de dois a quatro anos.
trabalhadores, exigir aspectos de aparência próprios de
raça ou etnia para emprego cujas atividades não Art. 15. (Vetado).
justifiquem essas exigências. (Incluído pela Lei nº
Art. 16. Constitui efeito da condenação a perda do cargo
12.288, de 2010) (Vigência)
ou função pública, para o servidor público, e a
Art. 5º Recusar ou impedir acesso a estabelecimento suspensão do funcionamento do estabelecimento
comercial, negando-se a servir, atender ou receber particular por prazo não superior a três meses.
cliente ou comprador.
Art. 17. (Vetado).
Pena: reclusão de um a três anos.
Art. 18. Os efeitos de que tratam os arts. 16 e 17 desta
Art. 6º Recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso Lei não são automáticos, devendo ser motivadamente
de aluno em estabelecimento de ensino público ou declarados na sentença.
privado de qualquer grau.
Art. 19. (Vetado).
Pena: reclusão de três a cinco anos.
Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou
Parágrafo único. Se o crime for praticado contra menor preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência
de dezoito anos a pena é agravada de 1/3 (um terço). nacional. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
Art. 7º Impedir o acesso ou recusar hospedagem em Pena: reclusão de um a três anos e multa.(Redação dada
hotel, pensão, estalagem, ou qualquer estabelecimento pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
similar.
§ 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular
Pena: reclusão de três a cinco anos. símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou
propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada,
Art. 8º Impedir o acesso ou recusar atendimento em
para fins de divulgação do nazismo. (Redação dada pela
restaurantes, bares, confeitarias, ou locais semelhantes
Lei nº 9.459, de 15/05/97)
abertos ao público.

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Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.(Incluído I - quando imprescindível para as investigações do
pela Lei nº 9.459, de 15/05/97) inquérito policial;
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não
cometido por intermédio dos meios de comunicação fornecer elementos necessários ao esclarecimento de
social ou publicação de qualquer natureza: (Redação sua identidade;
dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
III - quando houver fundadas razões, de acordo com
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.(Incluído qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria
pela Lei nº 9.459, de 15/05/97) ou participação do indiciado nos seguintes crimes:
§ 3º No caso do parágrafo anterior, o juiz poderá a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2º);
determinar, ouvido o Ministério Público ou a pedido
b) seqüestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus
deste, ainda antes do inquérito policial, sob pena de
§§ 1º e 2º);
desobediência: (Redação dada pela Lei nº 9.459, de
15/05/97) c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1º, 2º e 3º);
I - o recolhimento imediato ou a busca e apreensão dos d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1º e 2º);
exemplares do material respectivo;(Incluído pela Lei nº
e) extorsão mediante seqüestro (art. 159, caput, e seus
9.459, de 15/05/97)
§§ 1º, 2º e 3º);
II - a cessação das respectivas transmissões
f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art.
radiofônicas, televisivas, eletrônicas ou da publicação
223, caput, e parágrafo único); (Vide Decreto-Lei nº
por qualquer meio; (Redação dada pela Lei nº 12.735,
2.848, de 1940)
de 2012) (Vigência)
g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua
III - a interdição das respectivas mensagens ou páginas
combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único);
de informação na rede mundial de computadores.
(Vide Decreto-Lei nº 2.848, de 1940)
(Incluído pela Lei nº 12.288, de 2010) (Vigência)
h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art.
§ 4º Na hipótese do § 2º, constitui efeito da
223 caput, e parágrafo único); (Vide Decreto-Lei nº
condenação, após o trânsito em julgado da decisão, a
2.848, de 1940)
destruição do material apreendido. (Incluído pela Lei nº
9.459, de 15/05/97) i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1º);
Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua j) envenenamento de água potável ou substância
publicação. (Renumerado pela Lei nº 8.081, de alimentícia ou medicinal qualificado pela morte (art.
21.9.1990) 270, caput, combinado com art. 285);
Art. 22. Revogam-se as disposições em contrário. l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal;
(Renumerado pela Lei nº 8.081, de 21.9.1990)
m) genocídio (arts. 1º, 2º e 3º da Lei nº 2.889, de 1º de
Brasília, 5 de janeiro de 1989; 168º da Independência e outubro de 1956), em qualquer de sua formas típicas;
101º da República.
n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei nº 6.368, de 21 de
JOSÉ SARNEY outubro de 1976);
Paulo Brossard o) crimes contra o sistema financeiro (Lei nº 7.492, de
16 de junho de 1986).
Este texto não substitui o publicado no DOU de 6.1.1989
e retificada em 9.1.1989 p) crimes previstos na Lei de Terrorismo. (Incluído pela
Lei nº 13.260, de 2016)
LEI Nº 7.960/1989 Art. 2º A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em
face da representação da autoridade policial ou de
Dispõe sobre prisão temporária requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5
(cinco) dias, prorrogável por igual período em caso de
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o
extrema e comprovada necessidade.
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
Lei: § 1º Na hipótese de representação da autoridade
policial, o Juiz, antes de decidir, ouvirá o Ministério
Art. 1º Caberá prisão temporária:
Público.

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§ 2º O despacho que decretar a prisão temporária O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o
deverá ser fundamentado e prolatado dentro do prazo Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
de 24 (vinte e quatro) horas, contadas a partir do Lei:
recebimento da representação ou do requerimento.
TÍTULO I
§ 3º O Juiz poderá, de ofício, ou a requerimento do
Das Disposições Preliminares
Ministério Público e do Advogado, determinar que o
preso lhe seja apresentado, solicitar informações e Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à
esclarecimentos da autoridade policial e submetê-lo a criança e ao adolescente.
exame de corpo de delito.
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a
§ 4º Decretada a prisão temporária, expedir-se-á pessoa até doze anos de idade incompletos, e
mandado de prisão, em duas vias, uma das quais será adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.
entregue ao indiciado e servirá como nota de culpa.
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se
§ 5º A prisão somente poderá ser executada depois da excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre
expedição de mandado judicial. dezoito e vinte e um anos de idade.
§ 6º Efetuada a prisão, a autoridade policial informará o Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os
preso dos direitos previstos no art. 5º da Constituição direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem
Federal. prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei,
assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas
§ 7º Decorrido o prazo de cinco dias de detenção, o
as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o
preso deverá ser posto imediatamente em liberdade,
desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e
salvo se já tiver sido decretada sua prisão preventiva.
social, em condições de liberdade e de dignidade.
Art. 3º Os presos temporários deverão permanecer,
Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei
obrigatoriamente, separados dos demais detentos.
aplicam-se a todas as crianças e adolescentes, sem
Art. 4º O art. 4º da Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de discriminação de nascimento, situação familiar, idade,
1965, fica acrescido da alínea i, com a seguinte redação: sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença, deficiência,
condição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem,
"Art. 4º .
condição econômica, ambiente social, região e local de
i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena moradia ou outra condição que diferencie as pessoas, as
ou de medida de segurança, deixando de expedir em famílias ou a comunidade em que vivem. (incluído pela
tempo oportuno ou de cumprir imediatamente ordem Lei nº 13.257, de 2016)
de liberdade;"
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade
Art. 5º Em todas as comarcas e seções judiciárias haverá em geral e do poder público assegurar, com absoluta
um plantão permanente de vinte e quatro horas do prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à
Poder Judiciário e do Ministério Público para apreciação saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer,
dos pedidos de prisão temporária. à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito,
à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
Art. 7º Revogam-se as disposições em contrário.
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer
Brasília, 21 de dezembro de 1989; 168º da
circunstâncias;
Independência e 101º da República.
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou
JOSÉ SARNEY
de relevância pública;
J. Saulo Ramos
c) preferência na formulação e na execução das políticas
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de sociais públicas;
22.12.1989
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas
relacionadas com a proteção à infância e à juventude.
LEI Nº 8.069/1990 Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de
qualquer forma de negligência, discriminação,
Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e
exploração, violência, crueldade e opressão, punido na
dá outras providências.

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forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, § 6º A gestante e a parturiente têm direito a 1 (um)
aos seus direitos fundamentais. acompanhante de sua preferência durante o período do
pré-natal, do trabalho de parto e do pós-parto imediato.
Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta
(Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
os fins sociais a que ela se dirige, as exigências do bem
comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a § 7º A gestante deverá receber orientação sobre
condição peculiar da criança e do adolescente como aleitamento materno, alimentação complementar
pessoas em desenvolvimento. saudável e crescimento e desenvolvimento infantil, bem
como sobre formas de favorecer a criação de vínculos
TÍTULO II
afetivos e de estimular o desenvolvimento integral da
Dos Direitos Fundamentais criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
CAPÍTULO I § 8º A gestante tem direito a acompanhamento
saudável durante toda a gestação e a parto natural
Do Direito à Vida e à Saúde
cuidadoso, estabelecendo-se a aplicação de cesariana e
Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção outras intervenções cirúrgicas por motivos médicos.
à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
sociais públicas que permitam o nascimento e o
§ 9º A atenção primária à saúde fará a busca ativa da
desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições
gestante que não iniciar ou que abandonar as consultas
dignas de existência.
de pré-natal, bem como da puérpera que não
Art. 8º É assegurado a todas as mulheres o acesso aos comparecer às consultas pós-parto. (Incluído pela Lei nº
programas e às políticas de saúde da mulher e de 13.257, de 2016)
planejamento reprodutivo e, às gestantes, nutrição
§ 10. Incumbe ao poder público garantir, à gestante e à
adequada, atenção humanizada à gravidez, ao parto e
mulher com filho na primeira infância que se encontrem
ao puerpério e atendimento pré-natal, perinatal e pós-
sob custódia em unidade de privação de liberdade,
natal integral no âmbito do Sistema Único de Saúde.
ambiência que atenda às normas sanitárias e
(Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
assistenciais do Sistema Único de Saúde para o
§ 1º O atendimento pré-natal será realizado por acolhimento do filho, em articulação com o sistema de
profissionais da atenção primária. (Redação dada pela ensino competente, visando ao desenvolvimento
Lei nº 13.257, de 2016) integral da criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 2º Os profissionais de saúde de referência da gestante Art. 8º-A. Fica instituída a Semana Nacional de
garantirão sua vinculação, no último trimestre da Prevenção da Gravidez na Adolescência, a ser realizada
gestação, ao estabelecimento em que será realizado o anualmente na semana que incluir o dia 1º de fevereiro,
parto, garantido o direito de opção da mulher. (Redação com o objetivo de disseminar informações sobre
dada pela Lei nº 13.257, de 2016) medidas preventivas e educativas que contribuam para
a redução da incidência da gravidez na
§ 3º Os serviços de saúde onde o parto for realizado
adolescência. (Incluído pela Lei nº 13.798, de 2019)
assegurarão às mulheres e aos seus filhos recém-
nascidos alta hospitalar responsável e contrarreferência Parágrafo único. As ações destinadas a efetivar o
na atenção primária, bem como o acesso a outros disposto no caput deste artigo ficarão a cargo do poder
serviços e a grupos de apoio à amamentação. (Redação público, em conjunto com organizações da sociedade
dada pela Lei nº 13.257, de 2016) civil, e serão dirigidas prioritariamente ao público
adolescente. (Incluído pela Lei nº 13.798, de 2019)
§ 4º Incumbe ao poder público proporcionar assistência
psicológica à gestante e à mãe, no período pré e pós- Art. 9º O poder público, as instituições e os
natal, inclusive como forma de prevenir ou minorar as empregadores propiciarão condições adequadas ao
consequências do estado puerperal. (Incluído pela Lei aleitamento materno, inclusive aos filhos de mães
nº 12.010, de 2009) Vigência submetidas a medida privativa de liberdade.
§ 5º A assistência referida no § 4º deste artigo deverá § 1º Os profissionais das unidades primárias de saúde
ser prestada também a gestantes e mães que desenvolverão ações sistemáticas, individuais ou
manifestem interesse em entregar seus filhos para coletivas, visando ao planejamento, à implementação e
adoção, bem como a gestantes e mães que se à avaliação de ações de promoção, proteção e apoio ao
encontrem em situação de privação de liberdade. aleitamento materno e à alimentação complementar
(Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) saudável, de forma contínua. (Incluído pela Lei nº
13.257, de 2016)

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§ 2º Os serviços de unidades de terapia intensiva como para o acompanhamento que se fizer necessário.
neonatal deverão dispor de banco de leite humano ou (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
unidade de coleta de leite humano. (Incluído pela Lei nº
Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúde,
13.257, de 2016)
inclusive as unidades neonatais, de terapia intensiva e
Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de de cuidados intermediários, deverão proporcionar
atenção à saúde de gestantes, públicos e particulares, condições para a permanência em tempo integral de um
são obrigados a: dos pais ou responsável, nos casos de internação de
criança ou adolescente. (Redação dada pela Lei nº
I - manter registro das atividades desenvolvidas, através
13.257, de 2016)
de prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos;
Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de maus-
II - identificar o recém-nascido mediante o registro de
tratos contra criança ou adolescente serão
sua impressão plantar e digital e da impressão digital da
obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da
mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas pela
respectiva localidade, sem prejuízo de outras
autoridade administrativa competente;
providências legais.
III - proceder a exames visando ao diagnóstico e
Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigo
terapêutica de anormalidades no metabolismo do
físico, de tratamento cruel ou degradante e de maus-
recém-nascido, bem como prestar orientação aos pais;
tratos contra criança ou adolescente serão
IV - fornecer declaração de nascimento onde constem obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da
necessariamente as intercorrências do parto e do respectiva localidade, sem prejuízo de outras
desenvolvimento do neonato; providências legais. (Redação dada pela Lei nº 13.010,
de 2014)
V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao
neonato a permanência junto à mãe. § 1º As gestantes ou mães que manifestem interesse
em entregar seus filhos para adoção serão
VI - acompanhar a prática do processo de
obrigatoriamente encaminhadas, sem
amamentação, prestando orientações quanto à técnica
constrangimento, à Justiça da Infância e da Juventude.
adequada, enquanto a mãe permanecer na unidade
(Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
hospitalar, utilizando o corpo técnico já existente.
(Incluído pela Lei nº 13.436, de 2017) (Vigência) § 2º Os serviços de saúde em suas diferentes portas de
entrada, os serviços de assistência social em seu
Art. 11. É assegurado acesso integral às linhas de
componente especializado, o Centro de Referência
cuidado voltadas à saúde da criança e do adolescente,
Especializado de Assistência Social (Creas) e os demais
por intermédio do Sistema Único de Saúde, observado
órgãos do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e
o princípio da equidade no acesso a ações e serviços
do Adolescente deverão conferir máxima prioridade ao
para promoção, proteção e recuperação da saúde.
atendimento das crianças na faixa etária da primeira
(Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
infância com suspeita ou confirmação de violência de
§ 1º A criança e o adolescente com deficiência serão qualquer natureza, formulando projeto terapêutico
atendidos, sem discriminação ou segregação, em suas singular que inclua intervenção em rede e, se
necessidades gerais de saúde e específicas de necessário, acompanhamento domiciliar. (Incluído pela
habilitação e reabilitação. (Redação dada pela Lei nº Lei nº 13.257, de 2016)
13.257, de 2016)
Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá
§ 2º Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente, programas de assistência médica e odontológica para a
àqueles que necessitarem, medicamentos, órteses, prevenção das enfermidades que ordinariamente
próteses e outras tecnologias assistivas relativas ao afetam a população infantil, e campanhas de educação
tratamento, habilitação ou reabilitação para crianças e sanitária para pais, educadores e alunos.
adolescentes, de acordo com as linhas de cuidado
§ 1º É obrigatória a vacinação das crianças nos casos
voltadas às suas necessidades específicas. (Redação
recomendados pelas autoridades sanitárias.
dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
(Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 13.257, de
§ 3º Os profissionais que atuam no cuidado diário ou 2016)
frequente de crianças na primeira infância receberão
§ 2º O Sistema Único de Saúde promoverá a atenção à
formação específica e permanente para a detecção de
saúde bucal das crianças e das gestantes, de forma
sinais de risco para o desenvolvimento psíquico, bem
transversal, integral e intersetorial com as demais linhas

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de cuidado direcionadas à mulher e à criança. (Incluído Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser
pela Lei nº 13.257, de 2016) educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de
tratamento cruel ou degradante, como formas de
§ 3º A atenção odontológica à criança terá função
correção, disciplina, educação ou qualquer outro
educativa protetiva e será prestada, inicialmente, antes
pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família
de o bebê nascer, por meio de aconselhamento pré-
ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes públicos
natal, e, posteriormente, no sexto e no décimo segundo
executores de medidas socioeducativas ou por qualquer
anos de vida, com orientações sobre saúde bucal.
pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los
(Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
ou protegê-los. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
§ 4º A criança com necessidade de cuidados
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se:
odontológicos especiais será atendida pelo Sistema
(Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Único de Saúde. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva
§ 5º É obrigatória a aplicação a todas as crianças, nos
aplicada com o uso da força física sobre a criança ou o
seus primeiros dezoito meses de vida, de protocolo ou
adolescente que resulte em: (Incluído pela Lei nº
outro instrumento construído com a finalidade de
13.010, de 2014)
facilitar a detecção, em consulta pediátrica de
acompanhamento da criança, de risco para o seu a) sofrimento físico; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de
desenvolvimento psíquico. (Incluído pela Lei nº 13.438, 2014)
de 2017) (Vigência)
b) lesão; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
CAPÍTULO II
II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade cruel de tratamento em relação à criança ou ao
adolescente que: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à
liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas a) humilhe; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
humanas em processo de desenvolvimento e como
b) ameace gravemente; ou (Incluído pela Lei nº 13.010,
sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos
de 2014)
na Constituição e nas leis.
c) ridicularize. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes
aspectos: Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os
responsáveis, os agentes públicos executores de
I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços
medidas socioeducativas ou qualquer pessoa
comunitários, ressalvadas as restrições legais;
encarregada de cuidar de crianças e de adolescentes,
II - opinião e expressão; tratá-los, educá-los ou protegê-los que utilizarem
castigo físico ou tratamento cruel ou degradante como
III - crença e culto religioso;
formas de correção, disciplina, educação ou qualquer
IV - brincar, praticar esportes e divertir-se; outro pretexto estarão sujeitos, sem prejuízo de outras
sanções cabíveis, às seguintes medidas, que serão
V - participar da vida familiar e comunitária, sem
aplicadas de acordo com a gravidade do caso: (Incluído
discriminação;
pela Lei nº 13.010, de 2014)
VI - participar da vida política, na forma da lei;
I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário
VII - buscar refúgio, auxílio e orientação. de proteção à família; (Incluído pela Lei nº 13.010, de
2014)
Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade
da integridade física, psíquica e moral da criança e do II - encaminhamento a tratamento psicológico ou
adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da psiquiátrico; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
identidade, da autonomia, dos valores, idéias e crenças,
III - encaminhamento a cursos ou programas de
dos espaços e objetos pessoais.
orientação; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança
IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento
e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer
especializado; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
tratamento desumano, violento, aterrorizante,
vexatório ou constrangedor. V - advertência. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)

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Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo § 6o A mãe adolescente será assistida por equipe
serão aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo de especializada multidisciplinar. (Incluído pela Lei nº
outras providências legais. (Incluído pela Lei nº 13.010, 13.509, de 2017)
de 2014)
Art. 19-A. A gestante ou mãe que manifeste interesse
CAPÍTULO III em entregar seu filho para adoção, antes ou logo após o
nascimento, será encaminhada à Justiça da Infância e da
Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária
Juventude. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
Seção I
§ 1o A gestante ou mãe será ouvida pela equipe
Disposições Gerais interprofissional da Justiça da Infância e da Juventude,
que apresentará relatório à autoridade judiciária,
Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado
considerando inclusive os eventuais efeitos do estado
e educado no seio de sua família e, excepcionalmente,
gestacional e puerperal. (Incluído pela Lei nº 13.509, de
em família substituta, assegurada a convivência familiar
2017)
e comunitária, em ambiente que garanta seu
desenvolvimento integral. (Redação dada pela Lei nº § 2o De posse do relatório, a autoridade judiciária
13.257, de 2016) poderá determinar o encaminhamento da gestante ou
mãe, mediante sua expressa concordância, à rede
§ 1o Toda criança ou adolescente que estiver inserido
pública de saúde e assistência social para atendimento
em programa de acolhimento familiar ou institucional
especializado. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
terá sua situação reavaliada, no máximo, a cada 3 (três)
meses, devendo a autoridade judiciária competente, § 3o A busca à família extensa, conforme definida nos
com base em relatório elaborado por equipe termos do parágrafo único do art. 25 desta Lei,
interprofissional ou multidisciplinar, decidir de forma respeitará o prazo máximo de 90 (noventa) dias,
fundamentada pela possibilidade de reintegração prorrogável por igual período. (Incluído pela Lei nº
familiar ou pela colocação em família substituta, em 13.509, de 2017)
quaisquer das modalidades previstas no art. 28 desta
§ 4o Na hipótese de não haver a indicação do genitor e
Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
de não existir outro representante da família extensa
§ 2o A permanência da criança e do adolescente em apto a receber a guarda, a autoridade judiciária
programa de acolhimento institucional não se competente deverá decretar a extinção do poder
prolongará por mais de 18 (dezoito meses), salvo familiar e determinar a colocação da criança sob a
comprovada necessidade que atenda ao seu superior guarda provisória de quem estiver habilitado a adotá-la
interesse, devidamente fundamentada pela autoridade ou de entidade que desenvolva programa de
judiciária. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) acolhimento familiar ou institucional. (Incluído pela Lei
nº 13.509, de 2017)
§ 3o A manutenção ou a reintegração de criança ou
adolescente à sua família terá preferência em relação a § 5o Após o nascimento da criança, a vontade da mãe
qualquer outra providência, caso em que será esta ou de ambos os genitores, se houver pai registral ou pai
incluída em serviços e programas de proteção, apoio e indicado, deve ser manifestada na audiência a que se
promoção, nos termos do § 1o do art. 23, dos incisos I e refere o § 1o do art. 166 desta Lei, garantido o sigilo
IV do caput do art. 101 e dos incisos I a IV do caput do sobre a entrega. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
art. 129 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de
§ 6º Na hipótese de não comparecerem à audiência
2016)
nem o genitor nem representante da família extensa
§ 4o Será garantida a convivência da criança e do para confirmar a intenção de exercer o poder familiar
adolescente com a mãe ou o pai privado de liberdade, ou a guarda, a autoridade judiciária suspenderá o poder
por meio de visitas periódicas promovidas pelo familiar da mãe, e a criança será colocada sob a guarda
responsável ou, nas hipóteses de acolhimento provisória de quem esteja habilitado a adotá-la.
institucional, pela entidade responsável, (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
independentemente de autorização judicial. (Incluído
§ 7o Os detentores da guarda possuem o prazo de 15
pela Lei nº 12.962, de 2014)
(quinze) dias para propor a ação de adoção, contado do
§ 5o Será garantida a convivência integral da criança dia seguinte à data do término do estágio de
com a mãe adolescente que estiver em acolhimento convivência. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
institucional. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 8o Na hipótese de desistência pelos genitores -
manifestada em audiência ou perante a equipe

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interprofissional - da entrega da criança após o qualificações, proibidas quaisquer designações


nascimento, a criança será mantida com os genitores, e discriminatórias relativas à filiação.
será determinado pela Justiça da Infância e da
Art. 21. O pátrio poder poder familiar será exercido, em
Juventude o acompanhamento familiar pelo prazo de
igualdade de condições, pelo pai e pela mãe, na forma
180 (cento e oitenta) dias. (Incluído pela Lei nº 13.509,
do que dispuser a legislação civil, assegurado a qualquer
de 2017)
deles o direito de, em caso de discordância, recorrer à
§ 9o É garantido à mãe o direito ao sigilo sobre o autoridade judiciária competente para a solução da
nascimento, respeitado o disposto no art. 48 desta divergência. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010,
Lei. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) de 2009) Vigência
§ 10. Serão cadastrados para adoção recém-nascidos e Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e
crianças acolhidas não procuradas por suas famílias no educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no
prazo de 30 (trinta) dias, contado a partir do dia do interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir
acolhimento. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) as determinações judiciais.
Art. 19-B. A criança e o adolescente em programa de Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm
acolhimento institucional ou familiar poderão participar direitos iguais e deveres e responsabilidades
de programa de apadrinhamento. (Incluído pela Lei nº compartilhados no cuidado e na educação da criança,
13.509, de 2017) devendo ser resguardado o direito de transmissão
familiar de suas crenças e culturas, assegurados os
§ 1o O apadrinhamento consiste em estabelecer e
direitos da criança estabelecidos nesta Lei. (Incluído
proporcionar à criança e ao adolescente vínculos
pela Lei nº 13.257, de 2016)
externos à instituição para fins de convivência familiar e
comunitária e colaboração com o seu desenvolvimento Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não
nos aspectos social, moral, físico, cognitivo, educacional constitui motivo suficiente para a perda ou a suspensão
e financeiro. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) do pátrio poder poder familiar. (Expressão substituída
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 2º Podem ser padrinhos ou madrinhas pessoas
maiores de 18 (dezoito) anos não inscritas nos cadastros § 1o Não existindo outro motivo que por si só autorize
de adoção, desde que cumpram os requisitos exigidos a decretação da medida, a criança ou o adolescente será
pelo programa de apadrinhamento de que fazem mantido em sua família de origem, a qual deverá
parte. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) obrigatoriamente ser incluída em serviços e programas
oficiais de proteção, apoio e promoção. (Redação dada
§ 3o Pessoas jurídicas podem apadrinhar criança ou
pela Lei nº 13.257, de 2016)
adolescente a fim de colaborar para o seu
desenvolvimento. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) § 2º A condenação criminal do pai ou da mãe não
implicará a destituição do poder familiar, exceto na
§ 4o O perfil da criança ou do adolescente a ser
hipótese de condenação por crime doloso sujeito à pena
apadrinhado será definido no âmbito de cada programa
de reclusão contra outrem igualmente titular do mesmo
de apadrinhamento, com prioridade para crianças ou
poder familiar ou contra filho, filha ou outro
adolescentes com remota possibilidade de reinserção
descendente. (Redação dada pela Lei nº 13.715, de
familiar ou colocação em família adotiva. (Incluído pela
2018)
Lei nº 13.509, de 2017)
Art. 24. A perda e a suspensão do pátrio poder poder
§ 5o Os programas ou serviços de apadrinhamento
familiar serão decretadas judicialmente, em
apoiados pela Justiça da Infância e da Juventude
procedimento contraditório, nos casos previstos na
poderão ser executados por órgãos públicos ou por
legislação civil, bem como na hipótese de
organizações da sociedade civil. (Incluído pela Lei nº
descumprimento injustificado dos deveres e obrigações
13.509, de 2017)
a que alude o art. 22. (Expressão substituída pela Lei nº
§ 6o Se ocorrer violação das regras de apadrinhamento, 12.010, de 2009) Vigência
os responsáveis pelo programa e pelos serviços de
Seção II
acolhimento deverão imediatamente notificar a
autoridade judiciária competente. (Incluído pela Lei nº Da Família Natural
13.509, de 2017)
Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade
Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do formada pelos pais ou qualquer deles e seus
casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e descendentes.

Estratégia Carreira Jurídica 231


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Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou vínculos fraternais. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
ampliada aquela que se estende para além da unidade 2009) Vigência
pais e filhos ou da unidade do casal, formada por
§ 5o A colocação da criança ou adolescente em família
parentes próximos com os quais a criança ou
substituta será precedida de sua preparação gradativa e
adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e
acompanhamento posterior, realizados pela equipe
afetividade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da
Vigência
Juventude, preferencialmente com o apoio dos técnicos
Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão ser responsáveis pela execução da política municipal de
reconhecidos pelos pais, conjunta ou separadamente, garantia do direito à convivência familiar. (Incluído pela
no próprio termo de nascimento, por testamento, Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
mediante escritura ou outro documento público,
§ 6o Em se tratando de criança ou adolescente indígena
qualquer que seja a origem da filiação.
ou proveniente de comunidade remanescente de
Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o quilombo, é ainda obrigatório: (Incluído pela Lei nº
nascimento do filho ou suceder-lhe ao falecimento, se 12.010, de 2009) Vigência
deixar descendentes.
I - que sejam consideradas e respeitadas sua identidade
Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito social e cultural, os seus costumes e tradições, bem
personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo como suas instituições, desde que não sejam
ser exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem incompatíveis com os direitos fundamentais
qualquer restrição, observado o segredo de Justiça. reconhecidos por esta Lei e pela Constituição Federal;
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Seção III
II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente no
Da Família Substituta
seio de sua comunidade ou junto a membros da mesma
Subseção I etnia; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Disposições Gerais III - a intervenção e oitiva de representantes do órgão
federal responsável pela política indigenista, no caso de
Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á
crianças e adolescentes indígenas, e de antropólogos,
mediante guarda, tutela ou adoção,
perante a equipe interprofissional ou multidisciplinar
independentemente da situação jurídica da criança ou
que irá acompanhar o caso. (Incluído pela Lei nº 12.010,
adolescente, nos termos desta Lei.
de 2009) Vigência
§ 1o Sempre que possível, a criança ou o adolescente
Art. 29. Não se deferirá colocação em família substituta
será previamente ouvido por equipe interprofissional,
a pessoa que revele, por qualquer modo,
respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de
incompatibilidade com a natureza da medida ou não
compreensão sobre as implicações da medida, e terá
ofereça ambiente familiar adequado.
sua opinião devidamente considerada. (Redação dada
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 30. A colocação em família substituta não admitirá
o transferência da criança ou adolescente a terceiros ou a
§ 2 Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade,
entidades governamentais ou não-governamentais,
será necessário seu consentimento, colhido em
sem autorização judicial.
audiência. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência Art. 31. A colocação em família substituta estrangeira
o constitui medida excepcional, somente admissível na
§ 3 Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o
modalidade de adoção.
grau de parentesco e a relação de afinidade ou de
afetividade, a fim de evitar ou minorar as consequências Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável
decorrentes da medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de prestará compromisso de bem e fielmente
2009) Vigência desempenhar o encargo, mediante termo nos autos.
§ 4o Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção, Subseção II
tutela ou guarda da mesma família substituta,
Da Guarda
ressalvada a comprovada existência de risco de abuso
ou outra situação que justifique plenamente a Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência
excepcionalidade de solução diversa, procurando-se, material, moral e educacional à criança ou adolescente,
em qualquer caso, evitar o rompimento definitivo dos conferindo a seu detentor o direito de opor-se a

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terceiros, inclusive aos pais. (Vide Lei nº 12.010, de repasse de recursos para a própria família acolhedora.
2009) Vigência (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, Art. 35. A guarda poderá ser revogada a qualquer
podendo ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos tempo, mediante ato judicial fundamentado, ouvido o
procedimentos de tutela e adoção, exceto no de adoção Ministério Público.
por estrangeiros.
Subseção III
§ 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos
Da Tutela
casos de tutela e adoção, para atender a situações
peculiares ou suprir a falta eventual dos pais ou Art. 36. A tutela será deferida, nos termos da lei civil, a
responsável, podendo ser deferido o direito de pessoa de até 18 (dezoito) anos incompletos. (Redação
representação para a prática de atos determinados. dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 3º A guarda confere à criança ou adolescente a Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe a
condição de dependente, para todos os fins e efeitos de prévia decretação da perda ou suspensão do pátrio
direito, inclusive previdenciários. poder poder familiar e implica necessariamente o dever
de guarda. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de
§ 4o Salvo expressa e fundamentada determinação em
2009) Vigência
contrário, da autoridade judiciária competente, ou
quando a medida for aplicada em preparação para Art. 37. O tutor nomeado por testamento ou qualquer
adoção, o deferimento da guarda de criança ou documento autêntico, conforme previsto no parágrafo
adolescente a terceiros não impede o exercício do único do art. 1.729 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de
direito de visitas pelos pais, assim como o dever de 2002 - Código Civil, deverá, no prazo de 30 (trinta) dias
prestar alimentos, que serão objeto de regulamentação após a abertura da sucessão, ingressar com pedido
específica, a pedido do interessado ou do Ministério destinado ao controle judicial do ato, observando o
Público. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei.
(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 34. O poder público estimulará, por meio de
assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, o Parágrafo único. Na apreciação do pedido, serão
acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou observados os requisitos previstos nos arts. 28 e 29
adolescente afastado do convívio familiar. (Redação desta Lei, somente sendo deferida a tutela à pessoa
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência indicada na disposição de última vontade, se restar
comprovado que a medida é vantajosa ao tutelando e
§ 1o A inclusão da criança ou adolescente em programas
que não existe outra pessoa em melhores condições de
de acolhimento familiar terá preferência a seu
assumi-la. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
acolhimento institucional, observado, em qualquer
2009) Vigência
caso, o caráter temporário e excepcional da medida, nos
termos desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o disposto no
art. 24.
§ 2o Na hipótese do § 1o deste artigo a pessoa ou casal
cadastrado no programa de acolhimento familiar Subseção IV
poderá receber a criança ou adolescente mediante
Da Adoção
guarda, observado o disposto nos arts. 28 a 33 desta
Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se-
á segundo o disposto nesta Lei.
§ 3o A União apoiará a implementação de serviços de
acolhimento em família acolhedora como política § 1o A adoção é medida excepcional e irrevogável, à
pública, os quais deverão dispor de equipe que organize qual se deve recorrer apenas quando esgotados os
o acolhimento temporário de crianças e de recursos de manutenção da criança ou adolescente na
adolescentes em residências de famílias selecionadas, família natural ou extensa, na forma do parágrafo único
capacitadas e acompanhadas que não estejam no do art. 25 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
cadastro de adoção. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2009) Vigência
2016)
§ 2o É vedada a adoção por procuração. (Incluído pela
§ 4o Poderão ser utilizados recursos federais, estaduais, Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
distritais e municipais para a manutenção dos serviços
§ 3o Em caso de conflito entre direitos e interesses do
de acolhimento em família acolhedora, facultando-se o
adotando e de outras pessoas, inclusive seus pais

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biológicos, devem prevalecer os direitos e os interesses sentença. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
do adotando. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) 2009) Vigência
Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais
dezoito anos à data do pedido, salvo se já estiver sob a vantagens para o adotando e fundar-se em motivos
guarda ou tutela dos adotantes. legítimos.
Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado, Art. 44. Enquanto não der conta de sua administração e
com os mesmos direitos e deveres, inclusive saldar o seu alcance, não pode o tutor ou o curador
sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo com pais adotar o pupilo ou o curatelado.
e parentes, salvo os impedimentos matrimoniais.
Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais
§ 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho do ou do representante legal do adotando.
outro, mantêm-se os vínculos de filiação entre o
§ 1º. O consentimento será dispensado em relação à
adotado e o cônjuge ou concubino do adotante e os
criança ou adolescente cujos pais sejam desconhecidos
respectivos parentes.
ou tenham sido destituídos do pátrio poder poder
§ 2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado, familiar. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de
seus descendentes, o adotante, seus ascendentes, 2009) Vigência
descendentes e colaterais até o 4º grau, observada a
§ 2º. Em se tratando de adotando maior de doze anos
ordem de vocação hereditária.
de idade, será também necessário o seu consentimento.
Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos,
Art. 46. A adoção será precedida de estágio de
independentemente do estado civil. (Redação dada
convivência com a criança ou adolescente, pelo prazo
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
máximo de 90 (noventa) dias, observadas a idade da
§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do criança ou adolescente e as peculiaridades do
adotando. caso. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 2o Para adoção conjunta, é indispensável que os § 1º O estágio de convivência poderá ser dispensado se
adotantes sejam casados civilmente ou mantenham o adotando não tiver mais de um ano de idade ou se,
união estável, comprovada a estabilidade da qualquer que seja a sua idade, já estiver na companhia
família. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de do adotante durante tempo suficiente para se poder
2009) Vigência avaliar a conveniência da constituição do vínculo.
§ 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos § 1o O estágio de convivência poderá ser dispensado se
mais velho do que o adotando. o adotando já estiver sob a tutela ou guarda legal do
adotante durante tempo suficiente para que seja
§ 4o Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-
possível avaliar a conveniência da constituição do
companheiros podem adotar conjuntamente, contanto
vínculo. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)
que acordem sobre a guarda e o regime de visitas e
Vigência
desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado
na constância do período de convivência e que seja § 2o A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a
comprovada a existência de vínculos de afinidade e dispensa da realização do estágio de convivência.
afetividade com aquele não detentor da guarda, que (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
justifiquem a excepcionalidade da
§ 2o-A. O prazo máximo estabelecido no caput deste
concessão. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
artigo pode ser prorrogado por até igual período,
2009) Vigência
mediante decisão fundamentada da autoridade
§ 5o Nos casos do § 4o deste artigo, desde que judiciária. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
demonstrado efetivo benefício ao adotando, será
§ 3o Em caso de adoção por pessoa ou casal residente
assegurada a guarda compartilhada, conforme previsto
ou domiciliado fora do País, o estágio de convivência
no art. 1.584 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002
será de, no mínimo, 30 (trinta) dias e, no máximo, 45
- Código Civil. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
(quarenta e cinco) dias, prorrogável por até igual
2009) Vigência
período, uma única vez, mediante decisão
§ 6o A adoção poderá ser deferida ao adotante que, fundamentada da autoridade judiciária. (Redação dada
após inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer pela Lei nº 13.509, de 2017)
no curso do procedimento, antes de prolatada a
§ 3o-A. Ao final do prazo previsto no § 3o deste artigo,
deverá ser apresentado laudo fundamentado pela

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equipe mencionada no § 4o deste artigo, que por outros meios, garantida a sua conservação para
recomendará ou não o deferimento da adoção à consulta a qualquer tempo. (Incluído pela Lei nº 12.010,
autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 13.509, de de 2009) Vigência
2017)
§ 9º Terão prioridade de tramitação os processos de
§ 4o O estágio de convivência será acompanhado pela adoção em que o adotando for criança ou adolescente
equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância com deficiência ou com doença crônica. (Incluído pela
e da Juventude, preferencialmente com apoio dos Lei nº 12.955, de 2014)
técnicos responsáveis pela execução da política de
§ 10. O prazo máximo para conclusão da ação de
garantia do direito à convivência familiar, que
adoção será de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável
apresentarão relatório minucioso acerca da
uma única vez por igual período, mediante decisão
conveniência do deferimento da medida. (Incluído pela
fundamentada da autoridade judiciária. (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Lei nº 13.509, de 2017)
§ 5o O estágio de convivência será cumprido no
Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua origem
território nacional, preferencialmente na comarca de
biológica, bem como de obter acesso irrestrito ao
residência da criança ou adolescente, ou, a critério do
processo no qual a medida foi aplicada e seus eventuais
juiz, em cidade limítrofe, respeitada, em qualquer
incidentes, após completar 18 (dezoito) anos. (Redação
hipótese, a competência do juízo da comarca de
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
residência da criança. (Incluído pela Lei nº 13.509, de
2017) Parágrafo único. O acesso ao processo de adoção
poderá ser também deferido ao adotado menor de 18
Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença
(dezoito) anos, a seu pedido, assegurada orientação e
judicial, que será inscrita no registro civil mediante
assistência jurídica e psicológica. (Incluído pela Lei nº
mandado do qual não se fornecerá certidão.
12.010, de 2009) Vigência
§ 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes como
Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o pátrio
pais, bem como o nome de seus ascendentes.
poder poder familiar dos pais naturais. (Expressão
§ 2º O mandado judicial, que será arquivado, cancelará substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
o registro original do adotado.
Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada
§ 3o A pedido do adotante, o novo registro poderá ser comarca ou foro regional, um registro de crianças e
lavrado no Cartório do Registro Civil do Município de sua adolescentes em condições de serem adotados e outro
residência. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de de pessoas interessadas na adoção. (Vide Lei nº 12.010,
2009) Vigência de 2009) Vigência
§ 4o Nenhuma observação sobre a origem do ato § 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após prévia
poderá constar nas certidões do registro. (Redação consulta aos órgãos técnicos do juizado, ouvido o
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Ministério Público.
§ 5o A sentença conferirá ao adotado o nome do § 2º Não será deferida a inscrição se o interessado não
adotante e, a pedido de qualquer deles, poderá satisfizer os requisitos legais, ou verificada qualquer das
determinar a modificação do prenome. (Redação dada hipóteses previstas no art. 29.
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 3o A inscrição de postulantes à adoção será precedida
o
§ 6 Caso a modificação de prenome seja requerida pelo de um período de preparação psicossocial e jurídica,
adotante, é obrigatória a oitiva do adotando, observado orientado pela equipe técnica da Justiça da Infância e da
o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei. (Redação Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência responsáveis pela execução da política municipal de
garantia do direito à convivência familiar. (Incluído pela
§ 7o A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
em julgado da sentença constitutiva, exceto na hipótese
prevista no § 6o do art. 42 desta Lei, caso em que terá § 4o Sempre que possível e recomendável, a preparação
força retroativa à data do óbito. (Incluído pela Lei nº referida no § 3o deste artigo incluirá o contato com
12.010, de 2009) Vigência crianças e adolescentes em acolhimento familiar ou
institucional em condições de serem adotados, a ser
§ 8o O processo relativo à adoção assim como outros a
realizado sob a orientação, supervisão e avaliação da
ele relacionados serão mantidos em arquivo,
equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude,
admitindo-se seu armazenamento em microfilme ou
com apoio dos técnicos responsáveis pelo programa de

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acolhimento e pela execução da política municipal de previamente nos termos desta Lei quando: (Incluído
garantia do direito à convivência familiar. (Incluído pela pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
I - se tratar de pedido de adoção unilateral; (Incluído
§ 5o Serão criados e implementados cadastros pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
estaduais e nacional de crianças e adolescentes em
II - for formulada por parente com o qual a criança ou
condições de serem adotados e de pessoas ou casais
adolescente mantenha vínculos de afinidade e
habilitados à adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
afetividade; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
2009) Vigência
Vigência
§ 6o Haverá cadastros distintos para pessoas ou casais
III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda
residentes fora do País, que somente serão consultados
legal de criança maior de 3 (três) anos ou adolescente,
na inexistência de postulantes nacionais habilitados nos
desde que o lapso de tempo de convivência comprove a
cadastros mencionados no § 5o deste artigo. (Incluído
fixação de laços de afinidade e afetividade, e não seja
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
constatada a ocorrência de má-fé ou qualquer das
§ 7o As autoridades estaduais e federais em matéria de situações previstas nos arts. 237 ou 238 desta Lei.
adoção terão acesso integral aos cadastros, (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
incumbindo-lhes a troca de informações e a cooperação
§ 14. Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo, o
mútua, para melhoria do sistema. (Incluído pela Lei nº
candidato deverá comprovar, no curso do
12.010, de 2009) Vigência
procedimento, que preenche os requisitos necessários
§ 8o A autoridade judiciária providenciará, no prazo de à adoção, conforme previsto nesta Lei. (Incluído pela
48 (quarenta e oito) horas, a inscrição das crianças e Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
adolescentes em condições de serem adotados que não
§ 15. Será assegurada prioridade no cadastro a pessoas
tiveram colocação familiar na comarca de origem, e das
interessadas em adotar criança ou adolescente com
pessoas ou casais que tiveram deferida sua habilitação
deficiência, com doença crônica ou com necessidades
à adoção nos cadastros estadual e nacional referidos no
específicas de saúde, além de grupo de
§ 5o deste artigo, sob pena de responsabilidade.
irmãos. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela na
§ 9o Compete à Autoridade Central Estadual zelar pela
qual o pretendente possui residência habitual em país-
manutenção e correta alimentação dos cadastros, com
parte da Convenção de Haia, de 29 de maio de 1993,
posterior comunicação à Autoridade Central Federal
Relativa à Proteção das Crianças e à Cooperação em
Brasileira. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
Matéria de Adoção Internacional, promulgada
2009) Vigência
pelo Decreto no 3.087, de 21 junho de 1999, e deseja
§ 10. Consultados os cadastros e verificada a ausência adotar criança em outro país-parte da
de pretendentes habilitados residentes no País com Convenção. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
perfil compatível e interesse manifesto pela adoção de
§ 1o A adoção internacional de criança ou adolescente
criança ou adolescente inscrito nos cadastros
brasileiro ou domiciliado no Brasil somente terá lugar
existentes, será realizado o encaminhamento da criança
quando restar comprovado: (Redação dada pela Lei nº
ou adolescente à adoção internacional. (Redação dada
12.010, de 2009) Vigência
pela Lei nº 13.509, de 2017)
I - que a colocação em família adotiva é a solução
§ 11. Enquanto não localizada pessoa ou casal
adequada ao caso concreto; (Redação dada pela Lei nº
interessado em sua adoção, a criança ou o adolescente,
13.509, de 2017)
sempre que possível e recomendável, será colocado sob
guarda de família cadastrada em programa de II - que foram esgotadas todas as possibilidades de
acolhimento familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de colocação da criança ou adolescente em família adotiva
2009) Vigência brasileira, com a comprovação, certificada nos autos, da
inexistência de adotantes habilitados residentes no
§ 12. A alimentação do cadastro e a convocação
Brasil com perfil compatível com a criança ou
criteriosa dos postulantes à adoção serão fiscalizadas
adolescente, após consulta aos cadastros mencionados
pelo Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
nesta Lei; (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
2009) Vigência
III - que, em se tratando de adoção de adolescente, este
§ 13. Somente poderá ser deferida adoção em favor de
foi consultado, por meios adequados ao seu estágio de
candidato domiciliado no Brasil não cadastrado
desenvolvimento, e que se encontra preparado para a

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medida, mediante parecer elaborado por equipe psicossocial do postulante estrangeiro à adoção, já
interprofissional, observado o disposto nos §§ 1o e 2o do realizado no país de acolhida; (Incluída pela Lei nº
art. 28 desta Lei. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 12.010, de 2009) Vigência
2009) Vigência
VII - verificada, após estudo realizado pela Autoridade
§ 2o Os brasileiros residentes no exterior terão Central Estadual, a compatibilidade da legislação
preferência aos estrangeiros, nos casos de adoção estrangeira com a nacional, além do preenchimento por
internacional de criança ou adolescente brasileiro. parte dos postulantes à medida dos requisitos objetivos
(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência e subjetivos necessários ao seu deferimento, tanto à luz
do que dispõe esta Lei como da legislação do país de
§ 3o A adoção internacional pressupõe a intervenção
acolhida, será expedido laudo de habilitação à adoção
das Autoridades Centrais Estaduais e Federal em
internacional, que terá validade por, no máximo, 1 (um)
matéria de adoção internacional. (Redação dada pela
ano; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
VIII - de posse do laudo de habilitação, o interessado
Art. 52. A adoção internacional observará o
será autorizado a formalizar pedido de adoção perante
procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei,
o Juízo da Infância e da Juventude do local em que se
com as seguintes adaptações: (Redação dada pela Lei
encontra a criança ou adolescente, conforme indicação
nº 12.010, de 2009) Vigência
efetuada pela Autoridade Central Estadual. (Incluída
I - a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em adotar pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
criança ou adolescente brasileiro, deverá formular
§ 1o Se a legislação do país de acolhida assim o
pedido de habilitação à adoção perante a Autoridade
autorizar, admite-se que os pedidos de habilitação à
Central em matéria de adoção internacional no país de
adoção internacional sejam intermediados por
acolhida, assim entendido aquele onde está situada sua
organismos credenciados. (Incluída pela Lei nº 12.010,
residência habitual; (Incluída pela Lei nº 12.010, de
de 2009) Vigência
2009) Vigência
§ 2o Incumbe à Autoridade Central Federal Brasileira o
II - se a Autoridade Central do país de acolhida
credenciamento de organismos nacionais e estrangeiros
considerar que os solicitantes estão habilitados e aptos
encarregados de intermediar pedidos de habilitação à
para adotar, emitirá um relatório que contenha
adoção internacional, com posterior comunicação às
informações sobre a identidade, a capacidade jurídica e
Autoridades Centrais Estaduais e publicação nos órgãos
adequação dos solicitantes para adotar, sua situação
oficiais de imprensa e em sítio próprio da
pessoal, familiar e médica, seu meio social, os motivos
internet. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
que os animam e sua aptidão para assumir uma adoção
Vigência
internacional; (Incluída pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência § 3o Somente será admissível o credenciamento de
organismos que: (Incluída pela Lei nº 12.010, de
III - a Autoridade Central do país de acolhida enviará o
2009) Vigência
relatório à Autoridade Central Estadual, com cópia para
a Autoridade Central Federal Brasileira; (Incluída pela I - sejam oriundos de países que ratificaram a
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Convenção de Haia e estejam devidamente
credenciados pela Autoridade Central do país onde
IV - o relatório será instruído com toda a documentação
estiverem sediados e no país de acolhida do adotando
necessária, incluindo estudo psicossocial elaborado por
para atuar em adoção internacional no Brasil; (Incluída
equipe interprofissional habilitada e cópia autenticada
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
da legislação pertinente, acompanhada da respectiva
prova de vigência; (Incluída pela Lei nº 12.010, de II - satisfizerem as condições de integridade moral,
2009) Vigência competência profissional, experiência e
responsabilidade exigidas pelos países respectivos e
V - os documentos em língua estrangeira serão
pela Autoridade Central Federal Brasileira; (Incluída
devidamente autenticados pela autoridade consular,
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
observados os tratados e convenções internacionais, e
acompanhados da respectiva tradução, por tradutor III - forem qualificados por seus padrões éticos e sua
público juramentado; (Incluída pela Lei nº 12.010, de formação e experiência para atuar na área de adoção
2009) Vigência internacional; (Incluída pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
VI - a Autoridade Central Estadual poderá fazer
exigências e solicitar complementação sobre o estudo

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IV - cumprirem os requisitos exigidos pelo ordenamento § 6o O credenciamento de organismo nacional ou


jurídico brasileiro e pelas normas estabelecidas pela estrangeiro encarregado de intermediar pedidos de
Autoridade Central Federal Brasileira. (Incluída pela Lei adoção internacional terá validade de 2 (dois)
nº 12.010, de 2009) Vigência anos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 4o Os organismos credenciados deverão ainda: § 7o A renovação do credenciamento poderá ser
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência concedida mediante requerimento protocolado na
Autoridade Central Federal Brasileira nos 60 (sessenta)
I - perseguir unicamente fins não lucrativos, nas
dias anteriores ao término do respectivo prazo de
condições e dentro dos limites fixados pelas autoridades
validade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
competentes do país onde estiverem sediados, do país
de acolhida e pela Autoridade Central Federal § 8o Antes de transitada em julgado a decisão que
Brasileira; (Incluída pela Lei nº 12.010, de concedeu a adoção internacional, não será permitida a
2009) Vigência saída do adotando do território nacional. (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
II - ser dirigidos e administrados por pessoas
qualificadas e de reconhecida idoneidade moral, com § 9o Transitada em julgado a decisão, a autoridade
comprovada formação ou experiência para atuar na judiciária determinará a expedição de alvará com
área de adoção internacional, cadastradas pelo autorização de viagem, bem como para obtenção de
Departamento de Polícia Federal e aprovadas pela passaporte, constando, obrigatoriamente, as
Autoridade Central Federal Brasileira, mediante características da criança ou adolescente adotado,
publicação de portaria do órgão federal competente; como idade, cor, sexo, eventuais sinais ou traços
(Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência peculiares, assim como foto recente e a aposição da
impressão digital do seu polegar direito, instruindo o
III - estar submetidos à supervisão das autoridades
documento com cópia autenticada da decisão e certidão
competentes do país onde estiverem sediados e no país
de trânsito em julgado. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
de acolhida, inclusive quanto à sua composição,
2009) Vigência
funcionamento e situação financeira; (Incluída pela Lei
nº 12.010, de 2009) Vigência § 10. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá, a
qualquer momento, solicitar informações sobre a
IV - apresentar à Autoridade Central Federal Brasileira,
situação das crianças e adolescentes
a cada ano, relatório geral das atividades desenvolvidas,
adotados (Incluído pela Lei nº 12.010, de
bem como relatório de acompanhamento das adoções
2009) Vigência
internacionais efetuadas no período, cuja cópia será
encaminhada ao Departamento de Polícia Federal; § 11. A cobrança de valores por parte dos organismos
(Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência credenciados, que sejam considerados abusivos pela
Autoridade Central Federal Brasileira e que não estejam
V - enviar relatório pós-adotivo semestral para a
devidamente comprovados, é causa de seu
Autoridade Central Estadual, com cópia para a
descredenciamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
Autoridade Central Federal Brasileira, pelo período
2009) Vigência
mínimo de 2 (dois) anos. O envio do relatório será
mantido até a juntada de cópia autenticada do registro § 12. Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não podem
civil, estabelecendo a cidadania do país de acolhida para ser representados por mais de uma entidade
o adotado; (Incluída pela Lei nº 12.010, de credenciada para atuar na cooperação em adoção
2009) Vigência internacional. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
VI - tomar as medidas necessárias para garantir que os
adotantes encaminhem à Autoridade Central Federal § 13. A habilitação de postulante estrangeiro ou
Brasileira cópia da certidão de registro de nascimento domiciliado fora do Brasil terá validade máxima de 1
estrangeira e do certificado de nacionalidade tão logo (um) ano, podendo ser renovada. (Incluído pela Lei nº
lhes sejam concedidos. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 12.010, de 2009) Vigência
2009) Vigência
§ 14. É vedado o contato direto de representantes de
§ 5o A não apresentação dos relatórios referidos no § organismos de adoção, nacionais ou estrangeiros, com
4o deste artigo pelo organismo credenciado poderá dirigentes de programas de acolhimento institucional
acarretar a suspensão de seu credenciamento. (Incluído ou familiar, assim como com crianças e adolescentes em
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência condições de serem adotados, sem a devida autorização
judicial. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

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§ 15. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá § 2o Na hipótese de não reconhecimento da adoção,
limitar ou suspender a concessão de novos prevista no § 1o deste artigo, o Ministério Público
credenciamentos sempre que julgar necessário, deverá imediatamente requerer o que for de direito
mediante ato administrativo fundamentado. (Incluído para resguardar os interesses da criança ou do
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência adolescente, comunicando-se as providências à
Autoridade Central Estadual, que fará a comunicação à
Art. 52-A. É vedado, sob pena de responsabilidade e
Autoridade Central Federal Brasileira e à Autoridade
descredenciamento, o repasse de recursos
Central do país de origem. (Incluído pela Lei nº 12.010,
provenientes de organismos estrangeiros encarregados
de 2009) Vigência
de intermediar pedidos de adoção internacional a
organismos nacionais ou a pessoas físicas. (Incluído Art. 52-D. Nas adoções internacionais, quando o Brasil
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência for o país de acolhida e a adoção não tenha sido deferida
no país de origem porque a sua legislação a delega ao
Parágrafo único. Eventuais repasses somente poderão
país de acolhida, ou, ainda, na hipótese de, mesmo com
ser efetuados via Fundo dos Direitos da Criança e do
decisão, a criança ou o adolescente ser oriundo de país
Adolescente e estarão sujeitos às deliberações do
que não tenha aderido à Convenção referida, o processo
respectivo Conselho de Direitos da Criança e do
de adoção seguirá as regras da adoção nacional.
Adolescente (Incluído pela Lei nº 12.010, de
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
2009) Vigência
CAPÍTULO IV
Art. 52-B. A adoção por brasileiro residente no exterior
em país ratificante da Convenção de Haia, cujo processo Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao
de adoção tenha sido processado em conformidade Lazer
com a legislação vigente no país de residência e
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à
atendido o disposto na Alínea “c” do Artigo 17 da
educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua
referida Convenção, será automaticamente
pessoa, preparo para o exercício da cidadania e
recepcionada com o reingresso no Brasil. (Incluído pela
qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes:
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
I - igualdade de condições para o acesso e permanência
§ 1o Caso não tenha sido atendido o disposto na Alínea
na escola;
“c” do Artigo 17 da Convenção de Haia, deverá a
sentença ser homologada pelo Superior Tribunal de II - direito de ser respeitado por seus educadores;
Justiça. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo
o
§ 2 O pretendente brasileiro residente no exterior em recorrer às instâncias escolares superiores;
país não ratificante da Convenção de Haia, uma vez
IV - direito de organização e participação em entidades
reingressado no Brasil, deverá requerer a homologação
estudantis;
da sentença estrangeira pelo Superior Tribunal de
Justiça. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua
residência.
Art. 52-C. Nas adoções internacionais, quando o Brasil
for o país de acolhida, a decisão da autoridade Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter
competente do país de origem da criança ou do ciência do processo pedagógico, bem como participar
adolescente será conhecida pela Autoridade Central da definição das propostas educacionais.
Estadual que tiver processado o pedido de habilitação
Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao
dos pais adotivos, que comunicará o fato à Autoridade
adolescente:
Central Federal e determinará as providências
necessárias à expedição do Certificado de Naturalização I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive
Provisório. (Incluído pela Lei nº 12.010, de para os que a ele não tiveram acesso na idade própria;
2009) Vigência
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e
§ 1o A Autoridade Central Estadual, ouvido o Ministério gratuidade ao ensino médio;
Público, somente deixará de reconhecer os efeitos
III - atendimento educacional especializado aos
daquela decisão se restar demonstrado que a adoção é
portadores de deficiência, preferencialmente na rede
manifestamente contrária à ordem pública ou não
regular de ensino;
atende ao interesse superior da criança ou do
adolescente. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência

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IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças de Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de
zero a cinco anos de idade; (Redação dada pela Lei nº quatorze anos de idade, salvo na condição de aprendiz.
13.306, de 2016) (Vide Constituição Federal)
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é
pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de regulada por legislação especial, sem prejuízo do
cada um; disposto nesta Lei.
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação técnico-
condições do adolescente trabalhador; profissional ministrada segundo as diretrizes e bases da
legislação de educação em vigor.
VII - atendimento no ensino fundamental, através de
programas suplementares de material didático-escolar, Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá aos
transporte, alimentação e assistência à saúde. seguintes princípios:
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito I - garantia de acesso e freqüência obrigatória ao ensino
público subjetivo. regular;
§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo II - atividade compatível com o desenvolvimento do
poder público ou sua oferta irregular importa adolescente;
responsabilidade da autoridade competente.
III - horário especial para o exercício das atividades.
§ 3º Compete ao poder público recensear os educandos
Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade é
no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar,
assegurada bolsa de aprendizagem.
junto aos pais ou responsável, pela freqüência à escola.
Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze
Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de
anos, são assegurados os direitos trabalhistas e
matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de
previdenciários.
ensino.
Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é
Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino
assegurado trabalho protegido.
fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos
de: Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em
regime familiar de trabalho, aluno de escola técnica,
I - maus-tratos envolvendo seus alunos;
assistido em entidade governamental ou não-
II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, governamental, é vedado trabalho:
esgotados os recursos escolares;
I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um
III - elevados níveis de repetência. dia e as cinco horas do dia seguinte;
Art. 57. O poder público estimulará pesquisas, II - perigoso, insalubre ou penoso;
experiências e novas propostas relativas a calendário,
III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao
seriação, currículo, metodologia, didática e avaliação,
seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social;
com vistas à inserção de crianças e adolescentes
excluídos do ensino fundamental obrigatório. IV - realizado em horários e locais que não permitam a
freqüência à escola.
Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os
valores culturais, artísticos e históricos próprios do Art. 68. O programa social que tenha por base o trabalho
contexto social da criança e do adolescente, garantindo- educativo, sob responsabilidade de entidade
se a estes a liberdade da criação e o acesso às fontes de governamental ou não-governamental sem fins
cultura. lucrativos, deverá assegurar ao adolescente que dele
participe condições de capacitação para o exercício de
Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da
atividade regular remunerada.
União, estimularão e facilitarão a destinação de
recursos e espaços para programações culturais, § 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade
esportivas e de lazer voltadas para a infância e a laboral em que as exigências pedagógicas relativas ao
juventude. desenvolvimento pessoal e social do educando
prevalecem sobre o aspecto produtivo.
CAPÍTULO V
§ 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo
Do Direito à Profissionalização e à Proteção no
trabalho efetuado ou a participação na venda dos
Trabalho

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produtos de seu trabalho não desfigura o caráter criança e o adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.010, de
educativo. 2014)
Art. 69. O adolescente tem direito à profissionalização e V - a inclusão, nas políticas públicas, de ações que visem
à proteção no trabalho, observados os seguintes a garantir os direitos da criança e do adolescente, desde
aspectos, entre outros: a atenção pré-natal, e de atividades junto aos pais e
responsáveis com o objetivo de promover a informação,
I - respeito à condição peculiar de pessoa em
a reflexão, o debate e a orientação sobre alternativas ao
desenvolvimento;
uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou
II - capacitação profissional adequada ao mercado de degradante no processo educativo; (Incluído pela Lei nº
trabalho. 13.010, de 2014)
TÍTULO III VI - a promoção de espaços intersetoriais locais para a
articulação de ações e a elaboração de planos de
Da Prevenção
atuação conjunta focados nas famílias em situação de
CAPÍTULO I violência, com participação de profissionais de saúde,
de assistência social e de educação e de órgãos de
Disposições Gerais
promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e
Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de do adolescente. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
ameaça ou violação dos direitos da criança e do
Parágrafo único. As famílias com crianças e
adolescente.
adolescentes com deficiência terão prioridade de
Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os atendimento nas ações e políticas públicas de
Municípios deverão atuar de forma articulada na prevenção e proteção. (Incluído pela Lei nº 13.010, de
elaboração de políticas públicas e na execução de ações 2014)
destinadas a coibir o uso de castigo físico ou de
Art. 70-B. As entidades, públicas e privadas, que atuem
tratamento cruel ou degradante e difundir formas não
nas áreas a que se refere o art. 71, dentre outras, devem
violentas de educação de crianças e de adolescentes,
contar, em seus quadros, com pessoas capacitadas a
tendo como principais ações: (Incluído pela Lei nº
reconhecer e comunicar ao Conselho Tutelar suspeitas
13.010, de 2014)
ou casos de maus-tratos praticados contra crianças e
I - a promoção de campanhas educativas permanentes adolescentes. (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)
para a divulgação do direito da criança e do adolescente
Parágrafo único. São igualmente responsáveis pela
de serem educados e cuidados sem o uso de castigo
comunicação de que trata este artigo, as pessoas
físico ou de tratamento cruel ou degradante e dos
encarregadas, por razão de cargo, função, ofício,
instrumentos de proteção aos direitos
ministério, profissão ou ocupação, do cuidado,
humanos; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
assistência ou guarda de crianças e adolescentes,
II - a integração com os órgãos do Poder Judiciário, do punível, na forma deste Estatuto, o injustificado
Ministério Público e da Defensoria Pública, com o retardamento ou omissão, culposos ou dolosos.
Conselho Tutelar, com os Conselhos de Direitos da (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)
Criança e do Adolescente e com as entidades não
Art. 71. A criança e o adolescente têm direito a
governamentais que atuam na promoção, proteção e
informação, cultura, lazer, esportes, diversões,
defesa dos direitos da criança e do
espetáculos e produtos e serviços que respeitem sua
adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
III - a formação continuada e a capacitação dos
Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei não excluem
profissionais de saúde, educação e assistência social e
da prevenção especial outras decorrentes dos princípios
dos demais agentes que atuam na promoção, proteção
por ela adotados.
e defesa dos direitos da criança e do adolescente para o
desenvolvimento das competências necessárias à Art. 73. A inobservância das normas de prevenção
prevenção, à identificação de evidências, ao diagnóstico importará em responsabilidade da pessoa física ou
e ao enfrentamento de todas as formas de violência jurídica, nos termos desta Lei.
contra a criança e o adolescente; (Incluído pela Lei nº
CAPÍTULO II
13.010, de 2014)
Da Prevenção Especial
IV - o apoio e o incentivo às práticas de resolução
pacífica de conflitos que envolvam violência contra a Seção I

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Da informação, Cultura, Lazer, Esportes, Diversões e Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que
Espetáculos explorem comercialmente bilhar, sinuca ou congênere
ou por casas de jogos, assim entendidas as que realizem
Art. 74. O poder público, através do órgão competente,
apostas, ainda que eventualmente, cuidarão para que
regulará as diversões e espetáculos públicos,
não seja permitida a entrada e a permanência de
informando sobre a natureza deles, as faixas etárias a
crianças e adolescentes no local, afixando aviso para
que não se recomendem, locais e horários em que sua
orientação do público.
apresentação se mostre inadequada.
Seção II
Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões e
espetáculos públicos deverão afixar, em lugar visível e Dos Produtos e Serviços
de fácil acesso, à entrada do local de exibição,
Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao adolescente
informação destacada sobre a natureza do espetáculo e
de:
a faixa etária especificada no certificado de
classificação. I - armas, munições e explosivos;
Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso às II - bebidas alcoólicas;
diversões e espetáculos públicos classificados como
III - produtos cujos componentes possam causar
adequados à sua faixa etária.
dependência física ou psíquica ainda que por utilização
Parágrafo único. As crianças menores de dez anos indevida;
somente poderão ingressar e permanecer nos locais de
IV - fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles
apresentação ou exibição quando acompanhadas dos
que pelo seu reduzido potencial sejam incapazes de
pais ou responsável.
provocar qualquer dano físico em caso de utilização
Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente indevida;
exibirão, no horário recomendado para o público
V - revistas e publicações a que alude o art. 78;
infanto juvenil, programas com finalidades educativas,
artísticas, culturais e informativas. VI - bilhetes lotéricos e equivalentes.
Parágrafo único. Nenhum espetáculo será apresentado Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou
ou anunciado sem aviso de sua classificação, antes de adolescente em hotel, motel, pensão ou
sua transmissão, apresentação ou exibição. estabelecimento congênere, salvo se autorizado ou
acompanhado pelos pais ou responsável.
Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes e
funcionários de empresas que explorem a venda ou Seção III
aluguel de fitas de programação em vídeo cuidarão para
Da Autorização para Viajar
que não haja venda ou locação em desacordo com a
classificação atribuída pelo órgão competente. Art. 83. Nenhuma criança ou adolescente menor de 16
(dezesseis) anos poderá viajar para fora da comarca
Parágrafo único. As fitas a que alude este artigo deverão
onde reside desacompanhado dos pais ou dos
exibir, no invólucro, informação sobre a natureza da
responsáveis sem expressa autorização judicial.
obra e a faixa etária a que se destinam.
(Redação dada pela Lei nº 13.812, de 2019)
Art. 78. As revistas e publicações contendo material
§ 1º A autorização não será exigida quando:
impróprio ou inadequado a crianças e adolescentes
deverão ser comercializadas em embalagem lacrada, a) tratar-se de comarca contígua à da residência da
com a advertência de seu conteúdo. criança ou do adolescente menor de 16 (dezesseis)
anos, se na mesma unidade da Federação, ou incluída
Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as capas
na mesma região metropolitana; (Redação dada pela
que contenham mensagens pornográficas ou obscenas
Lei nº 13.812, de 2019)
sejam protegidas com embalagem opaca.
b) a criança ou o adolescente menor de 16 (dezesseis)
Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao público
anos estiver acompanhado: (Redação dada pela Lei nº
infanto-juvenil não poderão conter ilustrações,
13.812, de 2019)
fotografias, legendas, crônicas ou anúncios de bebidas
alcoólicas, tabaco, armas e munições, e deverão 1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau,
respeitar os valores éticos e sociais da pessoa e da comprovado documentalmente o parentesco;
família.
2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai,
mãe ou responsável.

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§ 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou necessidades específicas de saúde ou com deficiências e
responsável, conceder autorização válida por dois anos. de grupos de irmãos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a
autorização é dispensável, se a criança ou adolescente: Art. 88. São diretrizes da política de atendimento:
I - estiver acompanhado de ambos os pais ou I - municipalização do atendimento;
responsável;
II - criação de conselhos municipais, estaduais e nacional
II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado dos direitos da criança e do adolescente, órgãos
expressamente pelo outro através de documento com deliberativos e controladores das ações em todos os
firma reconhecida. níveis, assegurada a participação popular paritária por
meio de organizações representativas, segundo leis
Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial,
federal, estaduais e municipais;
nenhuma criança ou adolescente nascido em território
nacional poderá sair do País em companhia de III - criação e manutenção de programas específicos,
estrangeiro residente ou domiciliado no exterior. observada a descentralização político-administrativa;
PARTE ESPECIAL IV - manutenção de fundos nacional, estaduais e
municipais vinculados aos respectivos conselhos dos
TÍTULO I
direitos da criança e do adolescente;
Da Política de Atendimento
V - integração operacional de órgãos do Judiciário,
CAPÍTULO I Ministério Público, Defensoria, Segurança Pública e
Assistência Social, preferencialmente em um mesmo
Disposições Gerais
local, para efeito de agilização do atendimento inicial a
Art. 86. A política de atendimento dos direitos da adolescente a quem se atribua autoria de ato
criança e do adolescente far-se-á através de um infracional;
conjunto articulado de ações governamentais e não-
VI - integração operacional de órgãos do Judiciário,
governamentais, da União, dos estados, do Distrito
Ministério Público, Defensoria, Conselho Tutelar e
Federal e dos municípios.
encarregados da execução das políticas sociais básicas e
Art. 87. São linhas de ação da política de atendimento: de assistência social, para efeito de agilização do
atendimento de crianças e de adolescentes inseridos
I - políticas sociais básicas;
em programas de acolhimento familiar ou institucional,
II - serviços, programas, projetos e benefícios de com vista na sua rápida reintegração à família de origem
assistência social de garantia de proteção social e de ou, se tal solução se mostrar comprovadamente
prevenção e redução de violações de direitos, seus inviável, sua colocação em família substituta, em
agravamentos ou reincidências; (Redação dada pela Lei quaisquer das modalidades previstas no art. 28 desta
nº 13.257, de 2016) Lei; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
III - serviços especiais de prevenção e atendimento
médico e psicossocial às vítimas de negligência, maus- VII - mobilização da opinião pública para a indispensável
tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão; participação dos diversos segmentos da
sociedade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
IV - serviço de identificação e localização de pais,
2009) Vigência
responsável, crianças e adolescentes desaparecidos;
VIII - especialização e formação continuada dos
V - proteção jurídico-social por entidades de defesa dos
profissionais que trabalham nas diferentes áreas da
direitos da criança e do adolescente.
atenção à primeira infância, incluindo os conhecimentos
VI - políticas e programas destinados a prevenir ou sobre direitos da criança e sobre desenvolvimento
abreviar o período de afastamento do convívio familiar infantil; (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
e a garantir o efetivo exercício do direito à convivência
IX - formação profissional com abrangência dos diversos
familiar de crianças e adolescentes; (Incluído pela Lei nº
direitos da criança e do adolescente que favoreça a
12.010, de 2009) Vigência
intersetorialidade no atendimento da criança e do
VII - campanhas de estímulo ao acolhimento sob forma adolescente e seu desenvolvimento integral; (Incluído
de guarda de crianças e adolescentes afastados do pela Lei nº 13.257, de 2016)
convívio familiar e à adoção, especificamente inter-
racial, de crianças maiores ou de adolescentes, com

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X - realização e divulgação de pesquisas sobre art. 4o desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
desenvolvimento infantil e sobre prevenção da Vigência
violência. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 3o Os programas em execução serão reavaliados pelo
Art. 89. A função de membro do conselho nacional e dos Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
conselhos estaduais e municipais dos direitos da criança Adolescente, no máximo, a cada 2 (dois) anos,
e do adolescente é considerada de interesse público constituindo-se critérios para renovação da autorização
relevante e não será remunerada. de funcionamento: (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
CAPÍTULO II
I - o efetivo respeito às regras e princípios desta Lei, bem
Das Entidades de Atendimento
como às resoluções relativas à modalidade de
Seção I atendimento prestado expedidas pelos Conselhos de
Direitos da Criança e do Adolescente, em todos os
Disposições Gerais
níveis; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 90. As entidades de atendimento são responsáveis
II - a qualidade e eficiência do trabalho desenvolvido,
pela manutenção das próprias unidades, assim como
atestadas pelo Conselho Tutelar, pelo Ministério Público
pelo planejamento e execução de programas de
e pela Justiça da Infância e da Juventude; (Incluído pela
proteção e sócio-educativos destinados a crianças e
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
adolescentes, em regime de: (Vide)
III - em se tratando de programas de acolhimento
I - orientação e apoio sócio-familiar;
institucional ou familiar, serão considerados os índices
II - apoio sócio-educativo em meio aberto; de sucesso na reintegração familiar ou de adaptação à
família substituta, conforme o caso. (Incluído pela Lei
III - colocação familiar;
nº 12.010, de 2009) Vigência
IV - acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei
Art. 91. As entidades não-governamentais somente
nº 12.010, de 2009) Vigência
poderão funcionar depois de registradas no Conselho
V - prestação de serviços à comunidade; (Redação dada Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) qual comunicará o registro ao Conselho Tutelar e à
autoridade judiciária da respectiva localidade.
VI - liberdade assistida; (Redação dada pela Lei nº
12.594, de 2012) (Vide) § 1o Será negado o registro à entidade que: (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
VII - semiliberdade; e (Redação dada pela Lei nº 12.594,
de 2012) (Vide) a) não ofereça instalações físicas em condições
adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade e
VIII - internação. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
segurança;
(Vide)
b) não apresente plano de trabalho compatível com os
§ 1o As entidades governamentais e não
princípios desta Lei;
governamentais deverão proceder à inscrição de seus
programas, especificando os regimes de atendimento, c) esteja irregularmente constituída;
na forma definida neste artigo, no Conselho Municipal
d) tenha em seus quadros pessoas inidôneas.
dos Direitos da Criança e do Adolescente, o qual
manterá registro das inscrições e de suas alterações, do e) não se adequar ou deixar de cumprir as resoluções e
que fará comunicação ao Conselho Tutelar e à deliberações relativas à modalidade de atendimento
autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.010, de prestado expedidas pelos Conselhos de Direitos da
2009) Vigência Criança e do Adolescente, em todos os níveis. (Incluída
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 2o Os recursos destinados à implementação e
manutenção dos programas relacionados neste artigo § 2o O registro terá validade máxima de 4 (quatro) anos,
serão previstos nas dotações orçamentárias dos órgãos cabendo ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança
públicos encarregados das áreas de Educação, Saúde e e do Adolescente, periodicamente, reavaliar o
Assistência Social, dentre outros, observando-se o cabimento de sua renovação, observado o disposto no
princípio da prioridade absoluta à criança e ao § 1o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
adolescente preconizado pelo caput do art. 227 da Vigência
Constituição Federal e pelo caput e parágrafo único do

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Art. 92. As entidades que desenvolvam programas de § 5o As entidades que desenvolvem programas de
acolhimento familiar ou institucional deverão adotar os acolhimento familiar ou institucional somente poderão
seguintes princípios: (Redação dada pela Lei nº 12.010, receber recursos públicos se comprovado o
de 2009) Vigência atendimento dos princípios, exigências e finalidades
desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
I - preservação dos vínculos familiares e promoção da
Vigência
reintegração familiar; (Redação dada pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência § 6o O descumprimento das disposições desta Lei pelo
dirigente de entidade que desenvolva programas de
II - integração em família substituta, quando esgotados
acolhimento familiar ou institucional é causa de sua
os recursos de manutenção na família de origem;
destituição, sem prejuízo da apuração de sua
III - atendimento personalizado e em pequenos grupos; responsabilidade administrativa, civil e criminal.
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
IV - desenvolvimento de atividades em regime de co-
educação; § 7o Quando se tratar de criança de 0 (zero) a 3 (três)
anos em acolhimento institucional, dar-se-á especial
V - não desmembramento de grupos de irmãos;
atenção à atuação de educadores de referência estáveis
VI - evitar, sempre que possível, a transferência para e qualitativamente significativos, às rotinas específicas
outras entidades de crianças e adolescentes abrigados; e ao atendimento das necessidades básicas, incluindo as
de afeto como prioritárias. (Incluído pela Lei nº 13.257,
VII - participação na vida da comunidade local;
de 2016)
VIII - preparação gradativa para o desligamento;
Art. 93. As entidades que mantenham programa de
IX - participação de pessoas da comunidade no processo acolhimento institucional poderão, em caráter
educativo. excepcional e de urgência, acolher crianças e
adolescentes sem prévia determinação da autoridade
§ 1o O dirigente de entidade que desenvolve programa
competente, fazendo comunicação do fato em até 24
de acolhimento institucional é equiparado ao guardião,
(vinte e quatro) horas ao Juiz da Infância e da Juventude,
para todos os efeitos de direito. (Incluído pela Lei nº
sob pena de responsabilidade. (Redação dada pela Lei
12.010, de 2009) Vigência
nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 2o Os dirigentes de entidades que desenvolvem
Parágrafo único. Recebida a comunicação, a autoridade
programas de acolhimento familiar ou institucional
judiciária, ouvido o Ministério Público e se necessário
remeterão à autoridade judiciária, no máximo a cada 6
com o apoio do Conselho Tutelar local, tomará as
(seis) meses, relatório circunstanciado acerca da
medidas necessárias para promover a imediata
situação de cada criança ou adolescente acolhido e sua
reintegração familiar da criança ou do adolescente ou,
família, para fins da reavaliação prevista no § 1o do art.
se por qualquer razão não for isso possível ou
19 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
recomendável, para seu encaminhamento a programa
Vigência
de acolhimento familiar, institucional ou a família
§ 3o Os entes federados, por intermédio dos Poderes substituta, observado o disposto no § 2o do art. 101
Executivo e Judiciário, promoverão conjuntamente a desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
permanente qualificação dos profissionais que atuam Vigência
direta ou indiretamente em programas de acolhimento
Art. 94. As entidades que desenvolvem programas de
institucional e destinados à colocação familiar de
internação têm as seguintes obrigações, entre outras:
crianças e adolescentes, incluindo membros do Poder
Judiciário, Ministério Público e Conselho Tutelar. I - observar os direitos e garantias de que são titulares
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência os adolescentes;
§ 4o Salvo determinação em contrário da autoridade II - não restringir nenhum direito que não tenha sido
judiciária competente, as entidades que desenvolvem objeto de restrição na decisão de internação;
programas de acolhimento familiar ou institucional, se
III - oferecer atendimento personalizado, em pequenas
necessário com o auxílio do Conselho Tutelar e dos
unidades e grupos reduzidos;
órgãos de assistência social, estimularão o contato da
criança ou adolescente com seus pais e parentes, em IV - preservar a identidade e oferecer ambiente de
cumprimento ao disposto nos incisos I e VIII do caput respeito e dignidade ao adolescente;
deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
V - diligenciar no sentido do restabelecimento e da
2009) Vigência
preservação dos vínculos familiares;

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VI - comunicar à autoridade judiciária, periodicamente, quadros, profissionais capacitados a reconhecer e


os casos em que se mostre inviável ou impossível o reportar ao Conselho Tutelar suspeitas ou ocorrências
reatamento dos vínculos familiares; de maus-tratos. (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)
VII - oferecer instalações físicas em condições Seção II
adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade e
Da Fiscalização das Entidades
segurança e os objetos necessários à higiene pessoal;
Art. 95. As entidades governamentais e não-
VIII - oferecer vestuário e alimentação suficientes e
governamentais referidas no art. 90 serão fiscalizadas
adequados à faixa etária dos adolescentes atendidos;
pelo Judiciário, pelo Ministério Público e pelos
IX - oferecer cuidados médicos, psicológicos, Conselhos Tutelares.
odontológicos e farmacêuticos;
Art. 96. Os planos de aplicação e as prestações de contas
X - propiciar escolarização e profissionalização; serão apresentados ao estado ou ao município,
conforme a origem das dotações orçamentárias.
XI - propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer;
Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades de
XII - propiciar assistência religiosa àqueles que
atendimento que descumprirem obrigação constante
desejarem, de acordo com suas crenças;
do art. 94, sem prejuízo da responsabilidade civil e
XIII - proceder a estudo social e pessoal de cada caso; criminal de seus dirigentes ou prepostos:
XIV - reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo I - às entidades governamentais:
máximo de seis meses, dando ciência dos resultados à
a) advertência;
autoridade competente;
b) afastamento provisório de seus dirigentes;
XV - informar, periodicamente, o adolescente internado
sobre sua situação processual; c) afastamento definitivo de seus dirigentes;
XVI - comunicar às autoridades competentes todos os d) fechamento de unidade ou interdição de programa.
casos de adolescentes portadores de moléstias infecto-
II - às entidades não-governamentais:
contagiosas;
a) advertência;
XVII - fornecer comprovante de depósito dos pertences
dos adolescentes; b) suspensão total ou parcial do repasse de verbas
públicas;
XVIII - manter programas destinados ao apoio e
acompanhamento de egressos; c) interdição de unidades ou suspensão de programa;
XIX - providenciar os documentos necessários ao d) cassação do registro.
exercício da cidadania àqueles que não os tiverem;
§ 1o Em caso de reiteradas infrações cometidas por
XX - manter arquivo de anotações onde constem data e entidades de atendimento, que coloquem em risco os
circunstâncias do atendimento, nome do adolescente, direitos assegurados nesta Lei, deverá ser o fato
seus pais ou responsável, parentes, endereços, sexo, comunicado ao Ministério Público ou representado
idade, acompanhamento da sua formação, relação de perante autoridade judiciária competente para as
seus pertences e demais dados que possibilitem sua providências cabíveis, inclusive suspensão das
identificação e a individualização do atendimento. atividades ou dissolução da entidade. (Redação dada
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 1o Aplicam-se, no que couber, as obrigações
constantes deste artigo às entidades que mantêm § 2o As pessoas jurídicas de direito público e as
programas de acolhimento institucional e organizações não governamentais responderão pelos
familiar. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) danos que seus agentes causarem às crianças e aos
Vigência adolescentes, caracterizado o descumprimento dos
princípios norteadores das atividades de proteção
§ 2º No cumprimento das obrigações a que alude este
específica. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
artigo as entidades utilizarão preferencialmente os
2009) Vigência
recursos da comunidade.
TÍTULO II
Art. 94-A. As entidades, públicas ou privadas, que
abriguem ou recepcionem crianças e adolescentes, Das Medidas de Proteção
ainda que em caráter temporário, devem ter, em seus
CAPÍTULO I

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Disposições Gerais V - privacidade: a promoção dos direitos e proteção da


criança e do adolescente deve ser efetuada no respeito
Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao
pela intimidade, direito à imagem e reserva da sua vida
adolescente são aplicáveis sempre que os direitos
privada; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:
VI - intervenção precoce: a intervenção das autoridades
I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
competentes deve ser efetuada logo que a situação de
II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável; perigo seja conhecida; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
III - em razão de sua conduta.
VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser
CAPÍTULO II
exercida exclusivamente pelas autoridades e
Das Medidas Específicas de Proteção instituições cuja ação seja indispensável à efetiva
promoção dos direitos e à proteção da criança e do
Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão ser
adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como
2009) Vigência
substituídas a qualquer tempo.
VIII - proporcionalidade e atualidade: a intervenção
Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta
deve ser a necessária e adequada à situação de perigo
as necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que
em que a criança ou o adolescente se encontram no
visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e
momento em que a decisão é tomada; (Incluído pela Lei
comunitários.
nº 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. São também princípios que regem a
IX - responsabilidade parental: a intervenção deve ser
aplicação das medidas: (Incluído pela Lei nº 12.010, de
efetuada de modo que os pais assumam os seus deveres
2009) Vigência
para com a criança e o adolescente; (Incluído pela Lei
I - condição da criança e do adolescente como sujeitos nº 12.010, de 2009) Vigência
de direitos: crianças e adolescentes são os titulares dos
X - prevalência da família: na promoção de direitos e na
direitos previstos nesta e em outras Leis, bem como na
proteção da criança e do adolescente deve ser dada
Constituição Federal; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
prevalência às medidas que os mantenham ou
2009) Vigência
reintegrem na sua família natural ou extensa ou, se isso
II - proteção integral e prioritária: a interpretação e não for possível, que promovam a sua integração em
aplicação de toda e qualquer norma contida nesta Lei família adotiva; (Redação dada pela Lei nº 13.509, de
deve ser voltada à proteção integral e prioritária dos 2017)
direitos de que crianças e adolescentes são
XI - obrigatoriedade da informação: a criança e o
titulares; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
adolescente, respeitado seu estágio de
2009) Vigência
desenvolvimento e capacidade de compreensão, seus
III - responsabilidade primária e solidária do poder pais ou responsável devem ser informados dos seus
público: a plena efetivação dos direitos assegurados a direitos, dos motivos que determinaram a intervenção
crianças e a adolescentes por esta Lei e pela e da forma como esta se processa; (Incluído pela Lei nº
Constituição Federal, salvo nos casos por esta 12.010, de 2009) Vigência
expressamente ressalvados, é de responsabilidade
XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e o
primária e solidária das 3 (três) esferas de governo, sem
adolescente, em separado ou na companhia dos pais, de
prejuízo da municipalização do atendimento e da
responsável ou de pessoa por si indicada, bem como os
possibilidade da execução de programas por entidades
seus pais ou responsável, têm direito a ser ouvidos e a
não governamentais; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
participar nos atos e na definição da medida de
2009) Vigência
promoção dos direitos e de proteção, sendo sua opinião
IV - interesse superior da criança e do adolescente: a devidamente considerada pela autoridade judiciária
intervenção deve atender prioritariamente aos competente, observado o disposto nos §§ 1o e 2o do art.
interesses e direitos da criança e do adolescente, sem 28 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
prejuízo da consideração que for devida a outros 2009) Vigência
interesses legítimos no âmbito da pluralidade dos
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no
interesses presentes no caso concreto; (Incluído pela
art. 98, a autoridade competente poderá determinar,
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
dentre outras, as seguintes medidas:

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I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante II - o endereço de residência dos pais ou do responsável,
termo de responsabilidade; com pontos de referência; (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência
II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;
III - os nomes de parentes ou de terceiros interessados
III - matrícula e freqüência obrigatórias em
em tê-los sob sua guarda; (Incluído pela Lei nº 12.010,
estabelecimento oficial de ensino fundamental;
de 2009) Vigência
IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou
IV - os motivos da retirada ou da não reintegração ao
comunitários de proteção, apoio e promoção da família,
convívio familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
da criança e do adolescente; (Redação dada pela Lei nº
2009) Vigência
13.257, de 2016)
§ 4o Imediatamente após o acolhimento da criança ou
V - requisição de tratamento médico, psicológico ou
do adolescente, a entidade responsável pelo programa
psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial;
de acolhimento institucional ou familiar elaborará um
VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de plano individual de atendimento, visando à reintegração
auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e familiar, ressalvada a existência de ordem escrita e
toxicômanos; fundamentada em contrário de autoridade judiciária
competente, caso em que também deverá contemplar
VII - acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei
sua colocação em família substituta, observadas as
nº 12.010, de 2009) Vigência
regras e princípios desta Lei. (Incluído pela Lei nº
VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar; 12.010, de 2009) Vigência
(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 5o O plano individual será elaborado sob a
IX - colocação em família substituta. (Incluído pela Lei responsabilidade da equipe técnica do respectivo
nº 12.010, de 2009) Vigência programa de atendimento e levará em consideração a
opinião da criança ou do adolescente e a oitiva dos pais
§ 1o O acolhimento institucional e o acolhimento
ou do responsável. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
familiar são medidas provisórias e excepcionais,
2009) Vigência
utilizáveis como forma de transição para reintegração
familiar ou, não sendo esta possível, para colocação em § 6o Constarão do plano individual, dentre outros:
família substituta, não implicando privação de (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
liberdade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
I - os resultados da avaliação interdisciplinar; (Incluído
2009) Vigência
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 2o Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais
II - os compromissos assumidos pelos pais ou
para proteção de vítimas de violência ou abuso sexual e
responsável; e (Incluído pela Lei nº 12.010, de
das providências a que alude o art. 130 desta Lei, o
2009) Vigência
afastamento da criança ou adolescente do convívio
familiar é de competência exclusiva da autoridade III - a previsão das atividades a serem desenvolvidas com
judiciária e importará na deflagração, a pedido do a criança ou com o adolescente acolhido e seus pais ou
Ministério Público ou de quem tenha legítimo interesse, responsável, com vista na reintegração familiar ou, caso
de procedimento judicial contencioso, no qual se seja esta vedada por expressa e fundamentada
garanta aos pais ou ao responsável legal o exercício do determinação judicial, as providências a serem tomadas
contraditório e da ampla defesa. (Incluído pela Lei nº para sua colocação em família substituta, sob direta
12.010, de 2009) Vigência supervisão da autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
§ 3o Crianças e adolescentes somente poderão ser
encaminhados às instituições que executam programas § 7o O acolhimento familiar ou institucional ocorrerá no
de acolhimento institucional, governamentais ou não, local mais próximo à residência dos pais ou do
por meio de uma Guia de Acolhimento, expedida pela responsável e, como parte do processo de reintegração
autoridade judiciária, na qual obrigatoriamente familiar, sempre que identificada a necessidade, a
constará, dentre outros: (Incluído pela Lei nº 12.010, família de origem será incluída em programas oficiais de
de 2009) Vigência orientação, de apoio e de promoção social, sendo
facilitado e estimulado o contato com a criança ou com
I - sua identificação e a qualificação completa de seus
o adolescente acolhido. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
pais ou de seu responsável, se conhecidos; (Incluído
2009) Vigência
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

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§ 8o Verificada a possibilidade de reintegração familiar, feito à vista dos elementos disponíveis, mediante
o responsável pelo programa de acolhimento familiar requisição da autoridade judiciária.
ou institucional fará imediata comunicação à autoridade
§ 2º Os registros e certidões necessários à regularização
judiciária, que dará vista ao Ministério Público, pelo
de que trata este artigo são isentos de multas, custas e
prazo de 5 (cinco) dias, decidindo em igual
emolumentos, gozando de absoluta prioridade.
prazo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 3o Caso ainda não definida a paternidade,
§ 9o Em sendo constatada a impossibilidade de
será deflagrado procedimento específico destinado à
reintegração da criança ou do adolescente à família de
sua averiguação, conforme previsto pela Lei no 8.560, de
origem, após seu encaminhamento a programas oficiais
29 de dezembro de 1992. (Incluído pela Lei nº 12.010,
ou comunitários de orientação, apoio e promoção
de 2009) Vigência
social, será enviado relatório fundamentado ao
Ministério Público, no qual conste a descrição § 4o Nas hipóteses previstas no § 3o deste artigo, é
pormenorizada das providências tomadas e a expressa dispensável o ajuizamento de ação de investigação de
recomendação, subscrita pelos técnicos da entidade ou paternidade pelo Ministério Público se, após o não
responsáveis pela execução da política municipal de comparecimento ou a recusa do suposto pai em assumir
garantia do direito à convivência familiar, para a a paternidade a ele atribuída, a criança for encaminhada
destituição do poder familiar, ou destituição de tutela para adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
ou guarda. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Vigência
§ 5o Os registros e certidões necessários à inclusão, a
§ 10. Recebido o relatório, o Ministério Público terá o qualquer tempo, do nome do pai no assento de
prazo de 15 (quinze) dias para o ingresso com a ação de nascimento são isentos de multas, custas e
destituição do poder familiar, salvo se entender emolumentos, gozando de absoluta prioridade.
necessária a realização de estudos complementares ou (Incluído dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
de outras providências indispensáveis ao ajuizamento
§ 6o São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação
da demanda. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de
requerida do reconhecimento de paternidade no
2017)
assento de nascimento e a certidão correspondente.
§ 11. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca (Incluído dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
ou foro regional, um cadastro contendo informações
TÍTULO III
atualizadas sobre as crianças e adolescentes em regime
de acolhimento familiar e institucional sob sua Da Prática de Ato Infracional
responsabilidade, com informações pormenorizadas
CAPÍTULO I
sobre a situação jurídica de cada um, bem como as
providências tomadas para sua reintegração familiar ou Disposições Gerais
colocação em família substituta, em qualquer das
Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita
modalidades previstas no art. 28 desta Lei. (Incluído
como crime ou contravenção penal.
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de
§ 12. Terão acesso ao cadastro o Ministério Público, o
dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei.
Conselho Tutelar, o órgão gestor da Assistência Social e
os Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser
Adolescente e da Assistência Social, aos quais incumbe considerada a idade do adolescente à data do fato.
deliberar sobre a implementação de políticas públicas Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança
que permitam reduzir o número de crianças e
corresponderão as medidas previstas no art. 101.
adolescentes afastados do convívio familiar e abreviar o
período de permanência em programa de CAPÍTULO II
acolhimento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Dos Direitos Individuais
Vigência
Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua
Art. 102. As medidas de proteção de que trata este liberdade senão em flagrante de ato infracional ou por
Capítulo serão acompanhadas da regularização do ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária
registro civil. (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência competente.
§ 1º Verificada a inexistência de registro anterior, o
assento de nascimento da criança ou adolescente será

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Parágrafo único. O adolescente tem direito à Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a
identificação dos responsáveis pela sua apreensão, autoridade competente poderá aplicar ao adolescente
devendo ser informado acerca de seus direitos. as seguintes medidas:
Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local I - advertência;
onde se encontra recolhido serão incontinenti
II - obrigação de reparar o dano;
comunicados à autoridade judiciária competente e à
família do apreendido ou à pessoa por ele indicada. III - prestação de serviços à comunidade;
Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena IV - liberdade assistida;
de responsabilidade, a possibilidade de liberação
V - inserção em regime de semi-liberdade;
imediata.
VI - internação em estabelecimento educacional;
Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser
determinada pelo prazo máximo de quarenta e cinco VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
dias.
§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta
Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e a sua capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a
basear-se em indícios suficientes de autoria e gravidade da infração.
materialidade, demonstrada a necessidade imperiosa
§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será
da medida.
admitida a prestação de trabalho forçado.
Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será
§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou
submetido a identificação compulsória pelos órgãos
deficiência mental receberão tratamento individual e
policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de
especializado, em local adequado às suas condições.
confrontação, havendo dúvida fundada.
Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos arts.
CAPÍTULO III
99 e 100.
Das Garantias Processuais
Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos
Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua II a VI do art. 112 pressupõe a existência de provas
liberdade sem o devido processo legal. suficientes da autoria e da materialidade da infração,
ressalvada a hipótese de remissão, nos termos do art.
Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras,
127.
as seguintes garantias:
Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada
I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato
sempre que houver prova da materialidade e indícios
infracional, mediante citação ou meio equivalente;
suficientes da autoria.
II - igualdade na relação processual, podendo
Seção II
confrontar-se com vítimas e testemunhas e produzir
todas as provas necessárias à sua defesa; Da Advertência
III - defesa técnica por advogado; Art. 115. A advertência consistirá em admoestação
verbal, que será reduzida a termo e assinada.
IV - assistência judiciária gratuita e integral aos
necessitados, na forma da lei; Seção III
V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade Da Obrigação de Reparar o Dano
competente;
Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos
VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o
responsável em qualquer fase do procedimento. caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o
ressarcimento do dano, ou, por outra forma, compense
CAPÍTULO IV
o prejuízo da vítima.
Das Medidas Sócio-Educativas
Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a
Seção I medida poderá ser substituída por outra adequada.
Disposições Gerais Seção IV
Da Prestação de Serviços à Comunidade

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Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste § 2º A medida não comporta prazo determinado
na realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por aplicando-se, no que couber, as disposições relativas à
período não excedente a seis meses, junto a entidades internação.
assistenciais, hospitais, escolas e outros
Seção VII
estabelecimentos congêneres, bem como em
programas comunitários ou governamentais. Da Internação
Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as Art. 121. A internação constitui medida privativa da
aptidões do adolescente, devendo ser cumpridas liberdade, sujeita aos princípios de brevidade,
durante jornada máxima de oito horas semanais, aos excepcionalidade e respeito à condição peculiar de
sábados, domingos e feriados ou em dias úteis, de modo pessoa em desenvolvimento.
a não prejudicar a freqüência à escola ou à jornada
§ 1º Será permitida a realização de atividades externas,
normal de trabalho.
a critério da equipe técnica da entidade, salvo expressa
Seção V determinação judicial em contrário.
Da Liberdade Assistida § 2º A medida não comporta prazo determinado,
devendo sua manutenção ser reavaliada, mediante
Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que
decisão fundamentada, no máximo a cada seis meses.
se afigurar a medida mais adequada para o fim de
acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente. § 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de
internação excederá a três anos.
§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para
acompanhar o caso, a qual poderá ser recomendada por § 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo
entidade ou programa de atendimento. anterior, o adolescente deverá ser liberado, colocado
em regime de semi-liberdade ou de liberdade assistida.
§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo
de seis meses, podendo a qualquer tempo ser § 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos
prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, de idade.
ouvido o orientador, o Ministério Público e o defensor.
§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será
Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a precedida de autorização judicial, ouvido o Ministério
supervisão da autoridade competente, a realização dos Público.
seguintes encargos, entre outros:
§ 7o A determinação judicial mencionada no §
I - promover socialmente o adolescente e sua família, 1o poderá ser revista a qualquer tempo pela autoridade
fornecendo-lhes orientação e inserindo-os, se judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
necessário, em programa oficial ou comunitário de
Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada
auxílio e assistência social;
quando:
II - supervisionar a freqüência e o aproveitamento
I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave
escolar do adolescente, promovendo, inclusive, sua
ameaça ou violência a pessoa;
matrícula;
II - por reiteração no cometimento de outras infrações
III - diligenciar no sentido da profissionalização do
graves;
adolescente e de sua inserção no mercado de trabalho;
III - por descumprimento reiterado e injustificável da
IV - apresentar relatório do caso.
medida anteriormente imposta.
Seção VI
§ 1o O prazo de internação na hipótese do inciso III
Do Regime de Semi-liberdade deste artigo não poderá ser superior a 3 (três) meses,
devendo ser decretada judicialmente após o devido
Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser
processo legal. (Redação dada pela Lei nº 12.594, de
determinado desde o início, ou como forma de transição
2012) (Vide)
para o meio aberto, possibilitada a realização de
atividades externas, independentemente de § 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação,
autorização judicial. havendo outra medida adequada.
§ 1º São obrigatórias a escolarização e a Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade
profissionalização, devendo, sempre que possível, ser exclusiva para adolescentes, em local distinto daquele
utilizados os recursos existentes na comunidade. destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por

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critérios de idade, compleição física e gravidade da Da Remissão


infração.
Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para
Parágrafo único. Durante o período de internação, apuração de ato infracional, o representante do
inclusive provisória, serão obrigatórias atividades Ministério Público poderá conceder a remissão, como
pedagógicas. forma de exclusão do processo, atendendo às
circunstâncias e conseqüências do fato, ao contexto
Art. 124. São direitos do adolescente privado de
social, bem como à personalidade do adolescente e sua
liberdade, entre outros, os seguintes:
maior ou menor participação no ato infracional.
I - entrevistar-se pessoalmente com o representante do
Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão
Ministério Público;
da remissão pela autoridade judiciária importará na
II - peticionar diretamente a qualquer autoridade; suspensão ou extinção do processo.
III - avistar-se reservadamente com seu defensor; Art. 127. A remissão não implica necessariamente o
reconhecimento ou comprovação da responsabilidade,
IV - ser informado de sua situação processual, sempre
nem prevalece para efeito de antecedentes, podendo
que solicitada;
incluir eventualmente a aplicação de qualquer das
V - ser tratado com respeito e dignidade; medidas previstas em lei, exceto a colocação em regime
de semi-liberdade e a internação.
VI - permanecer internado na mesma localidade ou
naquela mais próxima ao domicílio de seus pais ou Art. 128. A medida aplicada por força da remissão
responsável; poderá ser revista judicialmente, a qualquer tempo,
mediante pedido expresso do adolescente ou de seu
VII - receber visitas, ao menos, semanalmente;
representante legal, ou do Ministério Público.
VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos;
TÍTULO IV
IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio
Das Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsável
pessoal;
Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou
X - habitar alojamento em condições adequadas de
responsável:
higiene e salubridade;
I - encaminhamento a serviços e programas oficiais ou
XI - receber escolarização e profissionalização;
comunitários de proteção, apoio e promoção da família;
XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer: (Redação dada dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
XIII - ter acesso aos meios de comunicação social; II - inclusão em programa oficial ou comunitário de
auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e
XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua crença,
toxicômanos;
e desde que assim o deseje;
III - encaminhamento a tratamento psicológico ou
XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor
psiquiátrico;
de local seguro para guardá-los, recebendo
comprovante daqueles porventura depositados em IV - encaminhamento a cursos ou programas de
poder da entidade; orientação;
XVI - receber, quando de sua desinternação, os V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e
documentos pessoais indispensáveis à vida em acompanhar sua freqüência e aproveitamento escolar;
sociedade.
VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente
§ 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade. a tratamento especializado;
§ 2º A autoridade judiciária poderá suspender VII - advertência;
temporariamente a visita, inclusive de pais ou
VIII - perda da guarda;
responsável, se existirem motivos sérios e fundados de
sua prejudicialidade aos interesses do adolescente. IX - destituição da tutela;
Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física X - suspensão ou destituição do pátrio poder poder
e mental dos internos, cabendo-lhe adotar as medidas familiar. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de
adequadas de contenção e segurança. 2009) Vigência
CAPÍTULO V

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Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas nos IV - licença-paternidade; (Incluído pela Lei nº 12.696, de
incisos IX e X deste artigo, observar-se-á o disposto nos 2012)
arts. 23 e 24.
V - gratificação natalina. (Incluído pela Lei nº 12.696, de
Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão 2012)
ou abuso sexual impostos pelos pais ou responsável, a
Parágrafo único. Constará da lei orçamentária
autoridade judiciária poderá determinar, como medida
municipal e da do Distrito Federal previsão dos recursos
cautelar, o afastamento do agressor da moradia
necessários ao funcionamento do Conselho Tutelar e à
comum.
remuneração e formação continuada dos conselheiros
Parágrafo único. Da medida cautelar constará, ainda, a tutelares. (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012)
fixação provisória dos alimentos de que necessitem a
Art. 135. O exercício efetivo da função de conselheiro
criança ou o adolescente dependentes do agressor.
constituirá serviço público relevante e estabelecerá
(Incluído pela Lei nº 12.415, de 2011
presunção de idoneidade moral. (Redação dada pela Lei
TÍTULO V nº 12.696, de 2012)
Do Conselho Tutelar CAPÍTULO II
CAPÍTULO I Das Atribuições do Conselho
Disposições Gerais Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:
Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses
autônomo, não jurisdicional, encarregado pela previstas nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas
sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da previstas no art. 101, I a VII;
criança e do adolescente, definidos nesta Lei.
II - atender e aconselhar os pais ou responsável,
Art. 132. Em cada Município e em cada Região aplicando as medidas previstas no art. 129, I a VII;
Administrativa do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1
III - promover a execução de suas decisões, podendo
(um) Conselho Tutelar como órgão integrante da
para tanto:
administração pública local, composto de 5 (cinco)
membros, escolhidos pela população local para a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde,
mandato de 4 (quatro) anos, permitida recondução por educação, serviço social, previdência, trabalho e
novos processos de escolha. (Redação dada pela Lei nº segurança;
13.824, de 2019)
b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de
Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho descumprimento injustificado de suas deliberações.
Tutelar, serão exigidos os seguintes requisitos:
IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de fato
I - reconhecida idoneidade moral; que constitua infração administrativa ou penal contra os
direitos da criança ou adolescente;
II - idade superior a vinte e um anos;
V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua
III - residir no município.
competência;
Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá sobre o local,
VI - providenciar a medida estabelecida pela autoridade
dia e horário de funcionamento do Conselho Tutelar,
judiciária, dentre as previstas no art. 101, de I a VI, para
inclusive quanto à remuneração dos respectivos
o adolescente autor de ato infracional;
membros, aos quais é assegurado o direito a: (Redação
dada pela Lei nº 12.696, de 2012) VII - expedir notificações;
I - cobertura previdenciária; (Incluído pela Lei nº 12.696, VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito de
de 2012) criança ou adolescente quando necessário;
II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de 1/3 IX - assessorar o Poder Executivo local na elaboração da
(um terço) do valor da remuneração mensal; (Incluído proposta orçamentária para planos e programas de
pela Lei nº 12.696, de 2012) atendimento dos direitos da criança e do adolescente;
III - licença-maternidade; (Incluído pela Lei nº 12.696, X - representar, em nome da pessoa e da família, contra
de 2012) a violação dos direitos previstos no art. 220, § 3º, inciso
II, da Constituição Federal;

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XI - representar ao Ministério Público para efeito das Art. 140. São impedidos de servir no mesmo Conselho
ações de perda ou suspensão do poder familiar, após marido e mulher, ascendentes e descendentes, sogro e
esgotadas as possibilidades de manutenção da criança genro ou nora, irmãos, cunhados, durante o cunhadio,
ou do adolescente junto à família natural. (Redação tio e sobrinho, padrasto ou madrasta e enteado.
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. Estende-se o impedimento do
XII - promover e incentivar, na comunidade e nos grupos conselheiro, na forma deste artigo, em relação à
profissionais, ações de divulgação e treinamento para o autoridade judiciária e ao representante do Ministério
reconhecimento de sintomas de maus-tratos em Público com atuação na Justiça da Infância e da
crianças e adolescentes. (Incluído pela Lei nº 13.046, de Juventude, em exercício na comarca, foro regional ou
2014) distrital.
Parágrafo único. Se, no exercício de suas atribuições, o
Conselho Tutelar entender necessário o afastamento do
TÍTULO VII
convívio familiar, comunicará incontinenti o fato ao
Ministério Público, prestando-lhe informações sobre os Dos Crimes e Das Infrações Administrativas
motivos de tal entendimento e as providências tomadas
CAPÍTULO I
para a orientação, o apoio e a promoção social da
família. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Dos Crimes
Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somente Seção I
poderão ser revistas pela autoridade judiciária a pedido
Disposições Gerais
de quem tenha legítimo interesse.
Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados
CAPÍTULO III
contra a criança e o adolescente, por ação ou omissão,
Da Competência sem prejuízo do disposto na legislação penal.
Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a regra de Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as
competência constante do art. 147. normas da Parte Geral do Código Penal e, quanto ao
processo, as pertinentes ao Código de Processo Penal.
CAPÍTULO IV
Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação
Da Escolha dos Conselheiros
pública incondicionada
Art. 139. O processo para a escolha dos membros do
TÍTULO VI
Conselho Tutelar será estabelecido em lei municipal e
realizado sob a responsabilidade do Conselho Municipal Do Acesso à Justiça
dos Direitos da Criança e do Adolescente, e a fiscalização
CAPÍTULO I
do Ministério Público. (Redação dada pela Lei nº 8.242,
de 12.10.1991) Disposições Gerais
§ 1º O processo de escolha dos membros do Conselho Art. 141. É garantido o acesso de toda criança ou
Tutelar ocorrerá em data unificada em todo o território adolescente à Defensoria Pública, ao Ministério Público
nacional a cada 4 (quatro) anos, no primeiro domingo e ao Poder Judiciário, por qualquer de seus órgãos.
do mês de outubro do ano subsequente ao da eleição
§ 1º. A assistência judiciária gratuita será prestada aos
presidencial. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
que dela necessitarem, através de defensor público ou
§ 2º A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no dia advogado nomeado.
10 de janeiro do ano subsequente ao processo de
§ 2º As ações judiciais da competência da Justiça da
escolha. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
Infância e da Juventude são isentas de custas e
§ 3º No processo de escolha dos membros do Conselho emolumentos, ressalvada a hipótese de litigância de
Tutelar, é vedado ao candidato doar, oferecer, má-fé.
prometer ou entregar ao eleitor bem ou vantagem
Art. 142. Os menores de dezesseis anos serão
pessoal de qualquer natureza, inclusive brindes de
representados e os maiores de dezesseis e menores de
pequeno valor. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
vinte e um anos assistidos por seus pais, tutores ou
CAPÍTULO V curadores, na forma da legislação civil ou processual.
Dos Impedimentos Parágrafo único. A autoridade judiciária dará curador
especial à criança ou adolescente, sempre que os

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interesses destes colidirem com os de seus pais ou da penalidade, a autoridade judiciária do local da sede
responsável, ou quando carecer de representação ou estadual da emissora ou rede, tendo a sentença eficácia
assistência legal ainda que eventual. para todas as transmissoras ou retransmissoras do
respectivo estado.
Art. 143. E vedada a divulgação de atos judiciais,
policiais e administrativos que digam respeito a crianças Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é
e adolescentes a que se atribua autoria de ato competente para:
infracional.
I - conhecer de representações promovidas pelo
Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito do fato não Ministério Público, para apuração de ato infracional
poderá identificar a criança ou adolescente, vedando-se atribuído a adolescente, aplicando as medidas cabíveis;
fotografia, referência a nome, apelido, filiação,
II - conceder a remissão, como forma de suspensão ou
parentesco, residência e, inclusive, iniciais do nome e
extinção do processo;
sobrenome. (Redação dada pela Lei nº 10.764, de
12.11.2003) III - conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes;
Art. 144. A expedição de cópia ou certidão de atos a que IV - conhecer de ações civis fundadas em interesses
se refere o artigo anterior somente será deferida pela individuais, difusos ou coletivos afetos à criança e ao
autoridade judiciária competente, se demonstrado o adolescente, observado o disposto no art. 209;
interesse e justificada a finalidade.
V - conhecer de ações decorrentes de irregularidades
CAPÍTULO II em entidades de atendimento, aplicando as medidas
cabíveis;
Da Justiça da Infância e da Juventude
VI - aplicar penalidades administrativas nos casos de
Seção I
infrações contra norma de proteção à criança ou
Disposições Gerais adolescente;
Art. 145. Os estados e o Distrito Federal poderão criar VII - conhecer de casos encaminhados pelo Conselho
varas especializadas e exclusivas da infância e da Tutelar, aplicando as medidas cabíveis.
juventude, cabendo ao Poder Judiciário estabelecer sua
Parágrafo único. Quando se tratar de criança ou
proporcionalidade por número de habitantes, dotá-las
adolescente nas hipóteses do art. 98, é também
de infra-estrutura e dispor sobre o atendimento,
competente a Justiça da Infância e da Juventude para o
inclusive em plantões.
fim de:
Seção II
a) conhecer de pedidos de guarda e tutela;
Do Juiz
b) conhecer de ações de destituição do pátrio
Art. 146. A autoridade a que se refere esta Lei é o Juiz poder poder familiar, perda ou modificação da tutela ou
da Infância e da Juventude, ou o juiz que exerce essa guarda; (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de
função, na forma da lei de organização judiciária local. 2009) Vigência
Art. 147. A competência será determinada: c) suprir a capacidade ou o consentimento para o
casamento;
I - pelo domicílio dos pais ou responsável;
d) conhecer de pedidos baseados em discordância
II - pelo lugar onde se encontre a criança ou
paterna ou materna, em relação ao exercício do pátrio
adolescente, à falta dos pais ou responsável.
poder poder familiar; (Expressão substituída pela Lei nº
§ 1º. Nos casos de ato infracional, será competente a 12.010, de 2009) Vigência
autoridade do lugar da ação ou omissão, observadas as
e) conceder a emancipação, nos termos da lei civil,
regras de conexão, continência e prevenção.
quando faltarem os pais;
§ 2º A execução das medidas poderá ser delegada à
f) designar curador especial em casos de apresentação
autoridade competente da residência dos pais ou
de queixa ou representação, ou de outros
responsável, ou do local onde sediar-se a entidade que
procedimentos judiciais ou extrajudiciais em que haja
abrigar a criança ou adolescente.
interesses de criança ou adolescente;
§ 3º Em caso de infração cometida através de
g) conhecer de ações de alimentos;
transmissão simultânea de rádio ou televisão, que atinja
mais de uma comarca, será competente, para aplicação

Estratégia Carreira Jurídica 255


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h) determinar o cancelamento, a retificação e o Parágrafo único. Na ausência ou insuficiência de


suprimento dos registros de nascimento e óbito. servidores públicos integrantes do Poder Judiciário
responsáveis pela realização dos estudos psicossociais
Art. 149. Compete à autoridade judiciária disciplinar,
ou de quaisquer outras espécies de avaliações técnicas
através de portaria, ou autorizar, mediante alvará:
exigidas por esta Lei ou por determinação judicial, a
I - a entrada e permanência de criança ou adolescente, autoridade judiciária poderá proceder à nomeação de
desacompanhado dos pais ou responsável, em: perito, nos termos do art. 156 da Lei no 13.105, de 16
de março de 2015 (Código de Processo Civil). (Incluído
a) estádio, ginásio e campo desportivo;
pela Lei nº 13.509, de 2017)
b) bailes ou promoções dançantes;
CAPÍTULO III
c) boate ou congêneres;
Dos Procedimentos
d) casa que explore comercialmente diversões
Seção I
eletrônicas;
Disposições Gerais
e) estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e
televisão. Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei
aplicam-se subsidiariamente as normas gerais previstas
II - a participação de criança e adolescente em:
na legislação processual pertinente.
a) espetáculos públicos e seus ensaios;
§ 1º É assegurada, sob pena de responsabilidade,
b) certames de beleza. prioridade absoluta na tramitação dos processos e
procedimentos previstos nesta Lei, assim como na
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, a autoridade
execução dos atos e diligências judiciais a eles
judiciária levará em conta, dentre outros fatores:
referentes. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
a) os princípios desta Lei; Vigência
b) as peculiaridades locais; § 2º Os prazos estabelecidos nesta Lei e aplicáveis aos
seus procedimentos são contados em dias corridos,
c) a existência de instalações adequadas;
excluído o dia do começo e incluído o dia do
d) o tipo de freqüência habitual ao local; vencimento, vedado o prazo em dobro para a Fazenda
Pública e o Ministério Público. (Incluído pela Lei nº
e) a adequação do ambiente a eventual participação ou
13.509, de 2017)
freqüência de crianças e adolescentes;
Art. 153. Se a medida judicial a ser adotada não
f) a natureza do espetáculo.
corresponder a procedimento previsto nesta ou em
§ 2º As medidas adotadas na conformidade deste artigo outra lei, a autoridade judiciária poderá investigar os
deverão ser fundamentadas, caso a caso, vedadas as fatos e ordenar de ofício as providências necessárias,
determinações de caráter geral. ouvido o Ministério Público.
Seção III Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica
para o fim de afastamento da criança ou do adolescente
Dos Serviços Auxiliares
de sua família de origem e em outros procedimentos
Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de sua necessariamente contenciosos. (Incluído pela Lei nº
proposta orçamentária, prever recursos para 12.010, de 2009) Vigência
manutenção de equipe interprofissional, destinada a
assessorar a Justiça da Infância e da Juventude. Art. 154. Aplica-se às multas o disposto no art. 214.

Art. 151. Compete à equipe interprofissional dentre Seção II


outras atribuições que lhe forem reservadas pela Da Perda e da Suspensão do Pátrio Poder Poder
legislação local, fornecer subsídios por escrito, Familiar
mediante laudos, ou verbalmente, na audiência, e bem (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)
assim desenvolver trabalhos de aconselhamento, Vigência
orientação, encaminhamento, prevenção e outros, tudo
Art. 155. O procedimento para a perda ou a suspensão
sob a imediata subordinação à autoridade judiciária,
assegurada a livre manifestação do ponto de vista do pátrio poder poder familiar terá início por
técnico. provocação do Ministério Público ou de quem tenha

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legítimo interesse. (Expressão substituída pela Lei nº em sua falta, qualquer vizinho do dia útil em que voltará
12.010, de 2009) Vigência a fim de efetuar a citação, na hora que designar, nos
termos do art. 252 e seguintes da Lei no 13.105, de 16
Art. 156. A petição inicial indicará:
de março de 2015 (Código de Processo Civil). (Incluído
I - a autoridade judiciária a que for dirigida; pela Lei nº 13.509, de 2017)
II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência do § 4o Na hipótese de os genitores encontrarem-se em
requerente e do requerido, dispensada a qualificação local incerto ou não sabido, serão citados por edital no
em se tratando de pedido formulado por representante prazo de 10 (dez) dias, em publicação única, dispensado
do Ministério Público; o envio de ofícios para a localização. (Incluído pela Lei
nº 13.509, de 2017)
III - a exposição sumária do fato e o pedido;
Art. 159. Se o requerido não tiver possibilidade de
IV - as provas que serão produzidas, oferecendo, desde
constituir advogado, sem prejuízo do próprio sustento e
logo, o rol de testemunhas e documentos.
de sua família, poderá requerer, em cartório, que lhe
Art. 157. Havendo motivo grave, poderá a autoridade seja nomeado dativo, ao qual incumbirá a apresentação
judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar a de resposta, contando-se o prazo a partir da intimação
suspensão do pátrio poder poder familiar, liminar ou do despacho de nomeação.
incidentalmente, até o julgamento definitivo da causa,
Parágrafo único. Na hipótese de requerido privado de
ficando a criança ou adolescente confiado a pessoa
liberdade, o oficial de justiça deverá perguntar, no
idônea, mediante termo de
momento da citação pessoal, se deseja que lhe seja
responsabilidade. (Expressão substituída pela Lei nº
nomeado defensor. (Incluído pela Lei nº 12.962, de
12.010, de 2009) Vigência
2014)
§ 1o Recebida a petição inicial, a autoridade judiciária
Art. 160. Sendo necessário, a autoridade judiciária
determinará, concomitantemente ao despacho de
requisitará de qualquer repartição ou órgão público a
citação e independentemente de requerimento do
apresentação de documento que interesse à causa, de
interessado, a realização de estudo social ou perícia por
ofício ou a requerimento das partes ou do Ministério
equipe interprofissional ou multidisciplinar para
Público.
comprovar a presença de uma das causas de suspensão
ou destituição do poder familiar, ressalvado o disposto Art. 161. Se não for contestado o pedido e tiver sido
no § 10 do art. 101 desta Lei, e observada a Lei concluído o estudo social ou a perícia realizada por
no 13.431, de 4 de abril de 2017. (Incluído pela Lei nº equipe interprofissional ou multidisciplinar, a
13.509, de 2017) autoridade judiciária dará vista dos autos ao Ministério
Público, por 5 (cinco) dias, salvo quando este for o
§ 2o Em sendo os pais oriundos de comunidades
requerente, e decidirá em igual prazo. (Redação dada
indígenas, é ainda obrigatória a intervenção, junto à
pela Lei nº 13.509, de 2017)
equipe interprofissional ou multidisciplinar referida no
§ 1o deste artigo, de representantes do órgão federal § 1º A autoridade judiciária, de ofício ou a
responsável pela política indigenista, observado o requerimento das partes ou do Ministério Público,
disposto no § 6o do art. 28 desta Lei. (Incluído pela Lei determinará a oitiva de testemunhas que comprovem a
nº 13.509, de 2017) presença de uma das causas de suspensão ou
destituição do poder familiar previstas nos arts. 1.637 e
Art. 158. O requerido será citado para, no prazo de dez
1.638 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código
dias, oferecer resposta escrita, indicando as provas a
Civil), ou no art. 24 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº
serem produzidas e oferecendo desde logo o rol de
13.509, de 2017)
testemunhas e documentos.
§ 2o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.509, de
§ 1o A citação será pessoal, salvo se esgotados todos os
2017)
meios para sua realização. (Incluído pela Lei nº 12.962,
de 2014) § 3o Se o pedido importar em modificação de guarda,
será obrigatória, desde que possível e razoável, a oitiva
§ 2o O requerido privado de liberdade deverá ser citado
da criança ou adolescente, respeitado seu estágio de
pessoalmente. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014)
desenvolvimento e grau de compreensão sobre as
§ 3o Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça implicações da medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
houver procurado o citando em seu domicílio ou 2009) Vigência
residência sem o encontrar, deverá, havendo suspeita
de ocultação, informar qualquer pessoa da família ou,

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§ 4º É obrigatória a oitiva dos pais sempre que eles Seção IV


forem identificados e estiverem em local conhecido,
Da Colocação em Família Substituta
ressalvados os casos de não comparecimento perante a
Justiça quando devidamente citados. (Redação dada Art. 165. São requisitos para a concessão de pedidos de
pela Lei nº 13.509, de 2017) colocação em família substituta:
§ 5o Se o pai ou a mãe estiverem privados de liberdade, I - qualificação completa do requerente e de seu
a autoridade judicial requisitará sua apresentação para eventual cônjuge, ou companheiro, com expressa
a oitiva. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014) anuência deste;
Art. 162. Apresentada a resposta, a autoridade judiciária II - indicação de eventual parentesco do requerente e de
dará vista dos autos ao Ministério Público, por cinco seu cônjuge, ou companheiro, com a criança ou
dias, salvo quando este for o requerente, designando, adolescente, especificando se tem ou não parente vivo;
desde logo, audiência de instrução e julgamento.
III - qualificação completa da criança ou adolescente e
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.509, de de seus pais, se conhecidos;
2017)
IV - indicação do cartório onde foi inscrito nascimento,
§ 2o Na audiência, presentes as partes e o Ministério anexando, se possível, uma cópia da respectiva
Público, serão ouvidas as testemunhas, colhendo-se certidão;
oralmente o parecer técnico, salvo quando apresentado
V - declaração sobre a existência de bens, direitos ou
por escrito, manifestando-se sucessivamente o
rendimentos relativos à criança ou ao adolescente.
requerente, o requerido e o Ministério Público, pelo
tempo de 20 (vinte) minutos cada um, prorrogável por Parágrafo único. Em se tratando de adoção, observar-
mais 10 (dez) minutos. (Redação dada pela Lei nº se-ão também os requisitos específicos.
13.509, de 2017)
Art. 166. Se os pais forem falecidos, tiverem sido
§ 3o A decisão será proferida na audiência, podendo a destituídos ou suspensos do poder familiar, ou
autoridade judiciária, excepcionalmente, designar data houverem aderido expressamente ao pedido de
para sua leitura no prazo máximo de 5 (cinco) colocação em família substituta, este poderá ser
dias. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) formulado diretamente em cartório, em petição
assinada pelos próprios requerentes, dispensada a
§ 4o Quando o procedimento de destituição de poder
assistência de advogado. (Redação dada pela Lei nº
familiar for iniciado pelo Ministério Público, não haverá
12.010, de 2009) Vigência
necessidade de nomeação de curador especial em favor
da criança ou adolescente. (Incluído pela Lei nº 13.509, § 1o Na hipótese de concordância dos pais, o
de 2017) juiz: (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
Art. 163. O prazo máximo para conclusão do I - na presença do Ministério Público, ouvirá as partes,
procedimento será de 120 (cento e vinte) dias, e caberá devidamente assistidas por advogado ou por defensor
ao juiz, no caso de notória inviabilidade de manutenção público, para verificar sua concordância com a adoção,
do poder familiar, dirigir esforços para preparar a no prazo máximo de 10 (dez) dias, contado da data do
criança ou o adolescente com vistas à colocação em protocolo da petição ou da entrega da criança em juízo,
família substituta. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de tomando por termo as declarações; e (Incluído pela Lei
2017) nº 13.509, de 2017)
Parágrafo único. A sentença que decretar a perda ou a II - declarará a extinção do poder familiar. (Incluído pela
suspensão do poder familiar será averbada à margem Lei nº 13.509, de 2017)
do registro de nascimento da criança ou do
§ 2o O consentimento dos titulares do poder familiar
adolescente. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
será precedido de orientações e esclarecimentos
Vigência
prestados pela equipe interprofissional da Justiça da
Seção III Infância e da Juventude, em especial, no caso de
adoção, sobre a irrevogabilidade da medida. (Incluído
Da Destituição da Tutela
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 164. Na destituição da tutela, observar-se-á o
§ 3o São garantidos a livre manifestação de vontade dos
procedimento para a remoção de tutor previsto na lei
detentores do poder familiar e o direito ao sigilo das
processual civil e, no que couber, o disposto na seção
informações. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de
anterior.
2017)

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§ 4o O consentimento prestado por escrito não terá Parágrafo único. A colocação de criança ou adolescente
validade se não for ratificado na audiência a que se sob a guarda de pessoa inscrita em programa de
refere o § 1o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº acolhimento familiar será comunicada pela autoridade
13.509, de 2017) judiciária à entidade por este responsável no prazo
máximo de 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei nº 12.010,
§ 5o O consentimento é retratável até a data da
de 2009) Vigência
realização da audiência especificada no § 1o deste
artigo, e os pais podem exercer o arrependimento no Seção V
prazo de 10 (dez) dias, contado da data de prolação da
Da Apuração de Ato Infracional Atribuído a
sentença de extinção do poder familiar. (Redação dada
Adolescente
pela Lei nº 13.509, de 2017)
Art. 171. O adolescente apreendido por força de ordem
§ 6o O consentimento somente terá valor se for dado
judicial será, desde logo, encaminhado à autoridade
após o nascimento da criança. (Incluído pela Lei nº
judiciária.
12.010, de 2009) Vigência
Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato
§ 7o A família natural e a família substituta receberão a
infracional será, desde logo, encaminhado à autoridade
devida orientação por intermédio de equipe técnica
policial competente.
interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da
Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos Parágrafo único. Havendo repartição policial
responsáveis pela execução da política municipal de especializada para atendimento de adolescente e em se
garantia do direito à convivência familiar. (Redação tratando de ato infracional praticado em co-autoria com
dada pela Lei nº 13.509, de 2017) maior, prevalecerá a atribuição da repartição
especializada, que, após as providências necessárias e
Art. 167. A autoridade judiciária, de ofício ou a
conforme o caso, encaminhará o adulto à repartição
requerimento das partes ou do Ministério Público,
policial própria.
determinará a realização de estudo social ou, se
possível, perícia por equipe interprofissional, decidindo Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional
sobre a concessão de guarda provisória, bem como, no cometido mediante violência ou grave ameaça a pessoa,
caso de adoção, sobre o estágio de convivência. a autoridade policial, sem prejuízo do disposto nos arts.
106, parágrafo único, e 107, deverá:
Parágrafo único. Deferida a concessão da guarda
provisória ou do estágio de convivência, a criança ou o I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e
adolescente será entregue ao interessado, mediante o adolescente;
termo de responsabilidade. (Incluído pela Lei nº 12.010,
II - apreender o produto e os instrumentos da infração;
de 2009) Vigência
III - requisitar os exames ou perícias necessários à
Art. 168. Apresentado o relatório social ou o laudo
comprovação da materialidade e autoria da infração.
pericial, e ouvida, sempre que possível, a criança ou o
adolescente, dar-se-á vista dos autos ao Ministério Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagrante, a
Público, pelo prazo de cinco dias, decidindo a lavratura do auto poderá ser substituída por boletim de
autoridade judiciária em igual prazo. ocorrência circunstanciada.
Art. 169. Nas hipóteses em que a destituição da tutela, Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou
a perda ou a suspensão do pátrio poder poder responsável, o adolescente será prontamente liberado
familiar constituir pressuposto lógico da medida pela autoridade policial, sob termo de compromisso e
principal de colocação em família substituta, será responsabilidade de sua apresentação ao representante
observado o procedimento contraditório previsto nas do Ministério Público, no mesmo dia ou, sendo
Seções II e III deste Capítulo. (Expressão substituída pela impossível, no primeiro dia útil imediato, exceto
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência quando, pela gravidade do ato infracional e sua
repercussão social, deva o adolescente permanecer sob
Parágrafo único. A perda ou a modificação da guarda
internação para garantia de sua segurança pessoal ou
poderá ser decretada nos mesmos autos do
manutenção da ordem pública.
procedimento, observado o disposto no art. 35.
Art. 175. Em caso de não liberação, a autoridade policial
Art. 170. Concedida a guarda ou a tutela, observar-se-á
encaminhará, desde logo, o adolescente ao
o disposto no art. 32, e, quanto à adoção, o contido no
representante do Ministério Público, juntamente com
art. 47.
cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência.

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§ 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a resumo dos fatos, os autos serão conclusos à autoridade
autoridade policial encaminhará o adolescente à judiciária para homologação.
entidade de atendimento, que fará a apresentação ao
§ 1º Homologado o arquivamento ou a remissão, a
representante do Ministério Público no prazo de vinte e
autoridade judiciária determinará, conforme o caso, o
quatro horas.
cumprimento da medida.
§ 2º Nas localidades onde não houver entidade de
§ 2º Discordando, a autoridade judiciária fará remessa
atendimento, a apresentação far-se-á pela autoridade
dos autos ao Procurador-Geral de Justiça, mediante
policial. À falta de repartição policial especializada, o
despacho fundamentado, e este oferecerá
adolescente aguardará a apresentação em dependência
representação, designará outro membro do Ministério
separada da destinada a maiores, não podendo, em
Público para apresentá-la, ou ratificará o arquivamento
qualquer hipótese, exceder o prazo referido no
ou a remissão, que só então estará a autoridade
parágrafo anterior.
judiciária obrigada a homologar.
Art. 176. Sendo o adolescente liberado, a autoridade
Art. 182. Se, por qualquer razão, o representante do
policial encaminhará imediatamente ao representante
Ministério Público não promover o arquivamento ou
do Ministério Público cópia do auto de apreensão ou
conceder a remissão, oferecerá representação à
boletim de ocorrência.
autoridade judiciária, propondo a instauração de
Art. 177. Se, afastada a hipótese de flagrante, houver procedimento para aplicação da medida sócio-
indícios de participação de adolescente na prática de educativa que se afigurar a mais adequada.
ato infracional, a autoridade policial encaminhará ao
§ 1º A representação será oferecida por petição, que
representante do Ministério Público relatório das
conterá o breve resumo dos fatos e a classificação do
investigações e demais documentos.
ato infracional e, quando necessário, o rol de
Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de ato testemunhas, podendo ser deduzida oralmente, em
infracional não poderá ser conduzido ou transportado sessão diária instalada pela autoridade judiciária.
em compartimento fechado de veículo policial, em
§ 2º A representação independe de prova pré-
condições atentatórias à sua dignidade, ou que
constituída da autoria e materialidade.
impliquem risco à sua integridade física ou mental, sob
pena de responsabilidade. Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a
conclusão do procedimento, estando o adolescente
Art. 179. Apresentado o adolescente, o representante
internado provisoriamente, será de quarenta e cinco
do Ministério Público, no mesmo dia e à vista do auto
dias.
de apreensão, boletim de ocorrência ou relatório
policial, devidamente autuados pelo cartório judicial e Art. 184. Oferecida a representação, a autoridade
com informação sobre os antecedentes do adolescente, judiciária designará audiência de apresentação do
procederá imediata e informalmente à sua oitiva e, em adolescente, decidindo, desde logo, sobre a decretação
sendo possível, de seus pais ou responsável, vítima e ou manutenção da internação, observado o disposto no
testemunhas. art. 108 e parágrafo.
Parágrafo único. Em caso de não apresentação, o § 1º O adolescente e seus pais ou responsável serão
representante do Ministério Público notificará os pais cientificados do teor da representação, e notificados a
ou responsável para apresentação do adolescente, comparecer à audiência, acompanhados de advogado.
podendo requisitar o concurso das polícias civil e militar.
§ 2º Se os pais ou responsável não forem localizados, a
Art. 180. Adotadas as providências a que alude o artigo autoridade judiciária dará curador especial ao
anterior, o representante do Ministério Público poderá: adolescente.
I - promover o arquivamento dos autos; § 3º Não sendo localizado o adolescente, a autoridade
judiciária expedirá mandado de busca e apreensão,
II - conceder a remissão;
determinando o sobrestamento do feito, até a efetiva
III - representar à autoridade judiciária para aplicação de apresentação.
medida sócio-educativa.
§ 4º Estando o adolescente internado, será requisitada
Art. 181. Promovido o arquivamento dos autos ou a sua apresentação, sem prejuízo da notificação dos pais
concedida a remissão pelo representante do Ministério ou responsável.
Público, mediante termo fundamentado, que conterá o

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Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela II - não haver prova da existência do fato;
autoridade judiciária, não poderá ser cumprida em
III - não constituir o fato ato infracional;
estabelecimento prisional.
IV - não existir prova de ter o adolescente concorrido
§ 1º Inexistindo na comarca entidade com as
para o ato infracional.
características definidas no art. 123, o adolescente
deverá ser imediatamente transferido para a localidade Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, estando o
mais próxima. adolescente internado, será imediatamente colocado
em liberdade.
§ 2º Sendo impossível a pronta transferência, o
adolescente aguardará sua remoção em repartição Art. 190. A intimação da sentença que aplicar medida de
policial, desde que em seção isolada dos adultos e com internação ou regime de semi-liberdade será feita:
instalações apropriadas, não podendo ultrapassar o
I - ao adolescente e ao seu defensor;
prazo máximo de cinco dias, sob pena de
responsabilidade. II - quando não for encontrado o adolescente, a seus
pais ou responsável, sem prejuízo do defensor.
Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus pais ou
responsável, a autoridade judiciária procederá à oitiva § 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação far-se-
dos mesmos, podendo solicitar opinião de profissional á unicamente na pessoa do defensor.
qualificado.
§ 2º Recaindo a intimação na pessoa do adolescente,
§ 1º Se a autoridade judiciária entender adequada a deverá este manifestar se deseja ou não recorrer da
remissão, ouvirá o representante do Ministério Público, sentença.
proferindo decisão.
Seção V-A
§ 2º Sendo o fato grave, passível de aplicação de medida (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
de internação ou colocação em regime de semi-
Da Infiltração de Agentes de Polícia para a
liberdade, a autoridade judiciária, verificando que o
Investigação de Crimes contra a Dignidade Sexual de
adolescente não possui advogado constituído, nomeará
Criança e de Adolescente”
defensor, designando, desde logo, audiência em
continuação, podendo determinar a realização de Art. 190-A. A infiltração de agentes de polícia na internet
diligências e estudo do caso. com o fim de investigar os crimes previstos nos arts.
240, 241, 241-A, 241-B, 241-C e 241-D desta Lei e
§ 3º O advogado constituído ou o defensor nomeado,
nos arts. 154-A, 217-A, 218, 218-A e 218-B do Decreto-
no prazo de três dias contado da audiência de
Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal),
apresentação, oferecerá defesa prévia e rol de
obedecerá às seguintes regras: (Incluído pela Lei nº
testemunhas.
13.441, de 2017)
§ 4º Na audiência em continuação, ouvidas as
I – será precedida de autorização judicial devidamente
testemunhas arroladas na representação e na defesa
circunstanciada e fundamentada, que estabelecerá os
prévia, cumpridas as diligências e juntado o relatório da
limites da infiltração para obtenção de prova, ouvido o
equipe interprofissional, será dada a palavra ao
Ministério Público; (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
representante do Ministério Público e ao defensor,
sucessivamente, pelo tempo de vinte minutos para cada II – dar-se-á mediante requerimento do Ministério
um, prorrogável por mais dez, a critério da autoridade Público ou representação de delegado de polícia e
judiciária, que em seguida proferirá decisão. conterá a demonstração de sua necessidade, o alcance
das tarefas dos policiais, os nomes ou apelidos das
Art. 187. Se o adolescente, devidamente notificado, não
pessoas investigadas e, quando possível, os dados de
comparecer, injustificadamente à audiência de
conexão ou cadastrais que permitam a identificação
apresentação, a autoridade judiciária designará nova
dessas pessoas; (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
data, determinando sua condução coercitiva.
III – não poderá exceder o prazo de 90 (noventa) dias,
Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou
sem prejuízo de eventuais renovações, desde que o
suspensão do processo, poderá ser aplicada em
total não exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja
qualquer fase do procedimento, antes da sentença.
demonstrada sua efetiva necessidade, a critério da
Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará qualquer autoridade judicial. (Incluído pela Lei nº 13.441, de
medida, desde que reconheça na sentença: 2017)
I - estar provada a inexistência do fato;

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§ 1º A autoridade judicial e o Ministério Público poderão Art. 190-E. Concluída a investigação, todos os atos
requisitar relatórios parciais da operação de infiltração eletrônicos praticados durante a operação deverão ser
antes do término do prazo de que trata o inciso II do § registrados, gravados, armazenados e encaminhados ao
1º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) juiz e ao Ministério Público, juntamente com relatório
circunstanciado. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
§ 2º Para efeitos do disposto no inciso I do § 1º deste
artigo, consideram-se: (Incluído pela Lei nº 13.441, de Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados citados
2017) no caput deste artigo serão reunidos em autos
apartados e apensados ao processo criminal
I – dados de conexão: informações referentes a hora,
juntamente com o inquérito policial, assegurando-se a
data, início, término, duração, endereço de Protocolo
preservação da identidade do agente policial infiltrado
de Internet (IP) utilizado e terminal de origem da
e a intimidade das crianças e dos adolescentes
conexão; (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
envolvidos. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
II – dados cadastrais: informações referentes a nome e
Seção VI
endereço de assinante ou de usuário registrado ou
autenticado para a conexão a quem endereço de IP, Da Apuração de Irregularidades em Entidade de
identificação de usuário ou código de acesso tenha sido Atendimento
atribuído no momento da conexão.
Art. 191. O procedimento de apuração de
§ 3º A infiltração de agentes de polícia na internet não irregularidades em entidade governamental e não-
será admitida se a prova puder ser obtida por outros governamental terá início mediante portaria da
meios. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) autoridade judiciária ou representação do Ministério
Público ou do Conselho Tutelar, onde conste,
Art. 190-B. As informações da operação de infiltração
necessariamente, resumo dos fatos.
serão encaminhadas diretamente ao juiz responsável
pela autorização da medida, que zelará por seu sigilo. Parágrafo único. Havendo motivo grave, poderá a
(Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público,
decretar liminarmente o afastamento provisório do
Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o
dirigente da entidade, mediante decisão
acesso aos autos será reservado ao juiz, ao Ministério
fundamentada.
Público e ao delegado de polícia responsável pela
operação, com o objetivo de garantir o sigilo das Art. 192. O dirigente da entidade será citado para, no
investigações. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) prazo de dez dias, oferecer resposta escrita, podendo
juntar documentos e indicar as provas a produzir.
Art. 190-C. Não comete crime o policial que oculta a sua
identidade para, por meio da internet, colher indícios de Art. 193. Apresentada ou não a resposta, e sendo
autoria e materialidade dos crimes previstos nos arts. necessário, a autoridade judiciária designará audiência
240, 241, 241-A, 241-B, 241-C e 241-D desta Lei e de instrução e julgamento, intimando as partes.
nos arts. 154-A, 217-A, 218, 218-A e 218-B do Decreto-
§ 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o
Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
Ministério Público terão cinco dias para oferecer
Penal). (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
alegações finais, decidindo a autoridade judiciária em
Parágrafo único. O agente policial infiltrado que deixar igual prazo.
de observar a estrita finalidade da investigação
§ 2º Em se tratando de afastamento provisório ou
responderá pelos excessos praticados. (Incluído pela Lei
definitivo de dirigente de entidade governamental, a
nº 13.441, de 2017)
autoridade judiciária oficiará à autoridade
Art. 190-D. Os órgãos de registro e cadastro público administrativa imediatamente superior ao afastado,
poderão incluir nos bancos de dados próprios, mediante marcando prazo para a substituição.
procedimento sigiloso e requisição da autoridade
§ 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a
judicial, as informações necessárias à efetividade da
autoridade judiciária poderá fixar prazo para a remoção
identidade fictícia criada. (Incluído pela Lei nº 13.441, de
das irregularidades verificadas. Satisfeitas as exigências,
2017)
o processo será extinto, sem julgamento de mérito.
Parágrafo único. O procedimento sigiloso de que trata
§ 4º A multa e a advertência serão impostas ao dirigente
esta Seção será numerado e tombado em livro
da entidade ou programa de atendimento.
específico. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
Seção VII

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Da Apuração de Infração Administrativa às Normas de Art. 197-A. Os postulantes à adoção, domiciliados no


Proteção à Criança e ao Adolescente Brasil, apresentarão petição inicial na qual conste:
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 194. O procedimento para imposição de penalidade
administrativa por infração às normas de proteção à I - qualificação completa; (Incluído pela Lei nº 12.010,
criança e ao adolescente terá início por representação de 2009) Vigência
do Ministério Público, ou do Conselho Tutelar, ou auto
II - dados familiares; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
de infração elaborado por servidor efetivo ou voluntário
2009) Vigência
credenciado, e assinado por duas testemunhas, se
possível. III - cópias autenticadas de certidão de nascimento ou
casamento, ou declaração relativa ao período de união
§ 1º No procedimento iniciado com o auto de infração,
estável; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
poderão ser usadas fórmulas impressas, especificando-
se a natureza e as circunstâncias da infração. IV - cópias da cédula de identidade e inscrição no
Cadastro de Pessoas Físicas; (Incluído pela Lei nº
§ 2º Sempre que possível, à verificação da infração
12.010, de 2009) Vigência
seguir-se-á a lavratura do auto, certificando-se, em caso
contrário, dos motivos do retardamento. V - comprovante de renda e domicílio; (Incluído pela Lei
nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 195. O requerido terá prazo de dez dias para
apresentação de defesa, contado da data da intimação, VI - atestados de sanidade física e mental (Incluído pela
que será feita: Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
I - pelo autuante, no próprio auto, quando este for VII - certidão de antecedentes criminais; (Incluído pela
lavrado na presença do requerido; Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
II - por oficial de justiça ou funcionário legalmente VIII - certidão negativa de distribuição cível. (Incluído
habilitado, que entregará cópia do auto ou da pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
representação ao requerido, ou a seu representante
Art. 197-B. A autoridade judiciária, no prazo de 48
legal, lavrando certidão;
(quarenta e oito) horas, dará vista dos autos ao
III - por via postal, com aviso de recebimento, se não for Ministério Público, que no prazo de 5 (cinco) dias
encontrado o requerido ou seu representante legal; poderá: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
IV - por edital, com prazo de trinta dias, se incerto ou I - apresentar quesitos a serem respondidos pela equipe
não sabido o paradeiro do requerido ou de seu interprofissional encarregada de elaborar o estudo
representante legal. técnico a que se refere o art. 197-C desta Lei; (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 196. Não sendo apresentada a defesa no prazo
legal, a autoridade judiciária dará vista dos autos do II - requerer a designação de audiência para oitiva dos
Ministério Público, por cinco dias, decidindo em igual postulantes em juízo e testemunhas; (Incluído pela Lei
prazo. nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 197. Apresentada a defesa, a autoridade judiciária III - requerer a juntada de documentos complementares
procederá na conformidade do artigo anterior, ou, e a realização de outras diligências que entender
sendo necessário, designará audiência de instrução e necessárias. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
julgamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Vigência
Art. 197-C. Intervirá no feito, obrigatoriamente, equipe
Parágrafo único. Colhida a prova oral, manifestar-se-ão interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da
sucessivamente o Ministério Público e o procurador do Juventude, que deverá elaborar estudo psicossocial,
requerido, pelo tempo de vinte minutos para cada um, que conterá subsídios que permitam aferir a capacidade
prorrogável por mais dez, a critério da autoridade e o preparo dos postulantes para o exercício de uma
judiciária, que em seguida proferirá sentença. paternidade ou maternidade responsável, à luz dos
requisitos e princípios desta Lei. (Incluído pela Lei nº
Seção VIII
12.010, de 2009) Vigência
(Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Da Habilitação de Pretendentes à Adoção § 1o É obrigatória a participação dos postulantes em
programa oferecido pela Justiça da Infância e da
Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos
responsáveis pela execução da política municipal de

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garantia do direito à convivência familiar e dos grupos § 2o A habilitação à adoção deverá ser renovada no
de apoio à adoção devidamente habilitados perante a mínimo trienalmente mediante avaliação por equipe
Justiça da Infância e da Juventude, que inclua interprofissional. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de
preparação psicológica, orientação e estímulo à adoção 2017)
inter-racial, de crianças ou de adolescentes com
§ 3o Quando o adotante candidatar-se a uma nova
deficiência, com doenças crônicas ou com necessidades
adoção, será dispensável a renovação da habilitação,
específicas de saúde, e de grupos de irmãos. (Redação
bastando a avaliação por equipe
dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
interprofissional. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 2o Sempre que possível e recomendável, a etapa
§ 4o Após 3 (três) recusas injustificadas, pelo habilitado,
obrigatória da preparação referida no § 1o deste artigo
à adoção de crianças ou adolescentes indicados dentro
incluirá o contato com crianças e adolescentes em
do perfil escolhido, haverá reavaliação da habilitação
regime de acolhimento familiar ou institucional, a ser
concedida. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
realizado sob orientação, supervisão e avaliação da
equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude e § 5o A desistência do pretendente em relação à guarda
dos grupos de apoio à adoção, com apoio dos técnicos para fins de adoção ou a devolução da criança ou do
responsáveis pelo programa de acolhimento familiar e adolescente depois do trânsito em julgado da sentença
institucional e pela execução da política municipal de de adoção importará na sua exclusão dos cadastros de
garantia do direito à convivência familiar. (Redação adoção e na vedação de renovação da habilitação, salvo
dada pela Lei nº 13.509, de 2017) decisão judicial fundamentada, sem prejuízo das demais
sanções previstas na legislação vigente. (Incluído pela
§ 3o É recomendável que as crianças e os adolescentes
Lei nº 13.509, de 2017)
acolhidos institucionalmente ou por família acolhedora
sejam preparados por equipe interprofissional antes da Art. 197-F. O prazo máximo para conclusão da
inclusão em família adotiva. (Incluído pela Lei nº habilitação à adoção será de 120 (cento e vinte) dias,
13.509, de 2017) prorrogável por igual período, mediante decisão
fundamentada da autoridade judiciária. (Incluído pela
Art. 197-D. Certificada nos autos a conclusão da
Lei nº 13.509, de 2017)
participação no programa referido no art. 197-C desta
Lei, a autoridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta e CAPÍTULO IV
oito) horas, decidirá acerca das diligências requeridas
Dos Recursos
pelo Ministério Público e determinará a juntada do
estudo psicossocial, designando, conforme o caso, Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância
audiência de instrução e julgamento. (Incluído pela Lei e da Juventude, inclusive os relativos à execução das
nº 12.010, de 2009) Vigência medidas socioeducativas, adotar-se-á o sistema recursal
da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de
Parágrafo único. Caso não sejam requeridas diligências,
Processo Civil), com as seguintes adaptações: (Redação
ou sendo essas indeferidas, a autoridade judiciária
dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
determinará a juntada do estudo psicossocial, abrindo a
seguir vista dos autos ao Ministério Público, por 5 I - os recursos serão interpostos independentemente de
(cinco) dias, decidindo em igual prazo. (Incluído pela Lei preparo;
nº 12.010, de 2009) Vigência
II - em todos os recursos, salvo nos embargos de
Art. 197-E. Deferida a habilitação, o postulante será declaração, o prazo para o Ministério Público e para a
inscrito nos cadastros referidos no art. 50 desta Lei, defesa será sempre de 10 (dez) dias; (Redação dada
sendo a sua convocação para a adoção feita de acordo pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
com ordem cronológica de habilitação e conforme a
III - os recursos terão preferência de julgamento e
disponibilidade de crianças ou adolescentes
dispensarão revisor;
adotáveis. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
Vigência VII - antes de determinar a remessa dos autos à superior
instância, no caso de apelação, ou do instrumento, no
§ 1o A ordem cronológica das habilitações somente
caso de agravo, a autoridade judiciária proferirá
poderá deixar de ser observada pela autoridade
despacho fundamentado, mantendo ou reformando a
judiciária nas hipóteses previstas no § 13 do art. 50
decisão, no prazo de cinco dias;
desta Lei, quando comprovado ser essa a melhor
solução no interesse do adotando. (Incluído pela Lei nº VIII - mantida a decisão apelada ou agravada, o escrivão
12.010, de 2009) Vigência remeterá os autos ou o instrumento à superior instância
dentro de vinte e quatro horas, independentemente de

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novo pedido do recorrente; se a reformar, a remessa II - promover e acompanhar os procedimentos relativos


dos autos dependerá de pedido expresso da parte às infrações atribuídas a adolescentes;
interessada ou do Ministério Público, no prazo de cinco
III - promover e acompanhar as ações de alimentos e os
dias, contados da intimação.
procedimentos de suspensão e destituição do pátrio
Art. 199. Contra as decisões proferidas com base no art. poder poder familiar, nomeação e remoção de tutores,
149 caberá recurso de apelação. curadores e guardiães, bem como oficiar em todos os
demais procedimentos da competência da Justiça da
Art. 199-A. A sentença que deferir a adoção produz
Infância e da Juventude; (Expressão substituída pela Lei
efeito desde logo, embora sujeita a apelação, que será
nº 12.010, de 2009) Vigência
recebida exclusivamente no efeito devolutivo, salvo se
se tratar de adoção internacional ou se houver perigo de IV - promover, de ofício ou por solicitação dos
dano irreparável ou de difícil reparação ao adotando. interessados, a especialização e a inscrição de hipoteca
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência legal e a prestação de contas dos tutores, curadores e
quaisquer administradores de bens de crianças e
Art. 199-B. A sentença que destituir ambos ou qualquer
adolescentes nas hipóteses do art. 98;
dos genitores do poder familiar fica sujeita a apelação,
que deverá ser recebida apenas no efeito V - promover o inquérito civil e a ação civil pública para
devolutivo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de a proteção dos interesses individuais, difusos ou
2009) Vigência coletivos relativos à infância e à adolescência, inclusive
os definidos no art. 220, § 3º inciso II, da Constituição
Art. 199-C. Os recursos nos procedimentos de adoção e
Federal;
de destituição de poder familiar, em face da relevância
das questões, serão processados com prioridade VI - instaurar procedimentos administrativos e, para
absoluta, devendo ser imediatamente distribuídos, instruí-los:
ficando vedado que aguardem, em qualquer situação,
a) expedir notificações para colher depoimentos ou
oportuna distribuição, e serão colocados em mesa para
esclarecimentos e, em caso de não comparecimento
julgamento sem revisão e com parecer urgente do
injustificado, requisitar condução coercitiva, inclusive
Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
pela polícia civil ou militar;
Vigência
b) requisitar informações, exames, perícias e
Art. 199-D. O relator deverá colocar o processo em
documentos de autoridades municipais, estaduais e
mesa para julgamento no prazo máximo de 60
federais, da administração direta ou indireta, bem como
(sessenta) dias, contado da sua conclusão. (Incluído
promover inspeções e diligências investigatórias;
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
c) requisitar informações e documentos a particulares e
Parágrafo único. O Ministério Público será intimado da
instituições privadas;
data do julgamento e poderá na sessão, se entender
necessário, apresentar oralmente seu VII - instaurar sindicâncias, requisitar diligências
parecer. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência investigatórias e determinar a instauração de inquérito
policial, para apuração de ilícitos ou infrações às normas
Art. 199-E. O Ministério Público poderá requerer a
de proteção à infância e à juventude;
instauração de procedimento para apuração de
responsabilidades se constatar o descumprimento das VIII - zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias
providências e do prazo previstos nos artigos legais assegurados às crianças e adolescentes,
anteriores. (Incluído pela Lei nº 12.010, de promovendo as medidas judiciais e extrajudiciais
2009) Vigência cabíveis;
CAPÍTULO V IX - impetrar mandado de segurança, de injunção e
habeas corpus, em qualquer juízo, instância ou tribunal,
Do Ministério Público
na defesa dos interesses sociais e individuais
Art. 200. As funções do Ministério Público previstas indisponíveis afetos à criança e ao adolescente;
nesta Lei serão exercidas nos termos da respectiva lei
X - representar ao juízo visando à aplicação de
orgânica.
penalidade por infrações cometidas contra as normas
Art. 201. Compete ao Ministério Público: de proteção à infância e à juventude, sem prejuízo da
promoção da responsabilidade civil e penal do infrator,
I - conceder a remissão como forma de exclusão do
quando cabível;
processo;

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XI - inspecionar as entidades públicas e particulares de Art. 205. As manifestações processuais do


atendimento e os programas de que trata esta Lei, representante do Ministério Público deverão ser
adotando de pronto as medidas administrativas ou fundamentadas.
judiciais necessárias à remoção de irregularidades
CAPÍTULO VI
porventura verificadas;
Do Advogado
XII - requisitar força policial, bem como a colaboração
dos serviços médicos, hospitalares, educacionais e de Art. 206. A criança ou o adolescente, seus pais ou
assistência social, públicos ou privados, para o responsável, e qualquer pessoa que tenha legítimo
desempenho de suas atribuições. interesse na solução da lide poderão intervir nos
procedimentos de que trata esta Lei, através de
§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações
advogado, o qual será intimado para todos os atos,
cíveis previstas neste artigo não impede a de terceiros,
pessoalmente ou por publicação oficial, respeitado o
nas mesmas hipóteses, segundo dispuserem a
segredo de justiça.
Constituição e esta Lei.
Parágrafo único. Será prestada assistência judiciária
§ 2º As atribuições constantes deste artigo não excluem
integral e gratuita àqueles que dela necessitarem.
outras, desde que compatíveis com a finalidade do
Ministério Público. Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua a
prática de ato infracional, ainda que ausente ou
§ 3º O representante do Ministério Público, no exercício
foragido, será processado sem defensor.
de suas funções, terá livre acesso a todo local onde se
encontre criança ou adolescente. § 1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-á
nomeado pelo juiz, ressalvado o direito de, a todo
§ 4º O representante do Ministério Público será
tempo, constituir outro de sua preferência.
responsável pelo uso indevido das informações e
documentos que requisitar, nas hipóteses legais de § 2º A ausência do defensor não determinará o
sigilo. adiamento de nenhum ato do processo, devendo o juiz
nomear substituto, ainda que provisoriamente, ou para
§ 5º Para o exercício da atribuição de que trata o inciso
o só efeito do ato.
VIII deste artigo, poderá o representante do Ministério
Público: § 3º Será dispensada a outorga de mandato, quando se
tratar de defensor nomeado ou, sido constituído, tiver
a) reduzir a termo as declarações do reclamante,
sido indicado por ocasião de ato formal com a presença
instaurando o competente procedimento, sob sua
da autoridade judiciária.
presidência;
CAPÍTULO VII
b) entender-se diretamente com a pessoa ou
autoridade reclamada, em dia, local e horário Da Proteção Judicial dos Interesses Individuais,
previamente notificados ou acertados; Difusos e Coletivos
c) efetuar recomendações visando à melhoria dos Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações
serviços públicos e de relevância pública afetos à criança de responsabilidade por ofensa aos direitos
e ao adolescente, fixando prazo razoável para sua assegurados à criança e ao adolescente, referentes ao
perfeita adequação. não oferecimento ou oferta irregular:
Art. 202. Nos processos e procedimentos em que não I - do ensino obrigatório;
for parte, atuará obrigatoriamente o Ministério Público
II - de atendimento educacional especializado aos
na defesa dos direitos e interesses de que cuida esta Lei,
portadores de deficiência;
hipótese em que terá vista dos autos depois das partes,
podendo juntar documentos e requerer diligências, III – de atendimento em creche e pré-escola às crianças
usando os recursos cabíveis. de zero a cinco anos de idade; (Redação dada pela Lei nº
13.306, de 2016)
Art. 203. A intimação do Ministério Público, em
qualquer caso, será feita pessoalmente. IV - de ensino noturno regular, adequado às condições
do educando;
Art. 204. A falta de intervenção do Ministério Público
acarreta a nulidade do feito, que será declarada de V - de programas suplementares de oferta de material
ofício pelo juiz ou a requerimento de qualquer didático-escolar, transporte e assistência à saúde do
interessado. educando do ensino fundamental;

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VI - de serviço de assistência social visando à proteção à § 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os


família, à maternidade, à infância e à adolescência, bem Ministérios Públicos da União e dos estados na defesa
como ao amparo às crianças e adolescentes que dele dos interesses e direitos de que cuida esta Lei.
necessitem;
§ 2º Em caso de desistência ou abandono da ação por
VII - de acesso às ações e serviços de saúde; associação legitimada, o Ministério Público ou outro
legitimado poderá assumir a titularidade ativa.
VIII - de escolarização e profissionalização dos
adolescentes privados de liberdade. Art. 211. Os órgãos públicos legitimados poderão tomar
dos interessados compromisso de ajustamento de sua
IX - de ações, serviços e programas de orientação, apoio
conduta às exigências legais, o qual terá eficácia de
e promoção social de famílias e destinados ao pleno
título executivo extrajudicial.
exercício do direito à convivência familiar por crianças e
adolescentes. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Art. 212. Para defesa dos direitos e interesses
Vigência protegidos por esta Lei, são admissíveis todas as
espécies de ações pertinentes.
X - de programas de atendimento para a execução das
medidas socioeducativas e aplicação de medidas de § 1º Aplicam-se às ações previstas neste Capítulo as
proteção. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) normas do Código de Processo Civil.
XI - de políticas e programas integrados de atendimento § 2º Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade
à criança e ao adolescente vítima ou testemunha de pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
violência. (Incluído pela Lei nº 13.431, de 2017) atribuições do poder público, que lesem direito líquido
(Vigência) e certo previsto nesta Lei, caberá ação mandamental,
que se regerá pelas normas da lei do mandado de
§ 1o As hipóteses previstas neste artigo não excluem da
segurança.
proteção judicial outros interesses individuais, difusos
ou coletivos, próprios da infância e da adolescência, Art. 213. Na ação que tenha por objeto o cumprimento
protegidos pela Constituição e pela Lei. (Renumerado de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a
do Parágrafo único pela Lei nº 11.259, de 2005) tutela específica da obrigação ou determinará
providências que assegurem o resultado prático
§ 2o A investigação do desaparecimento de crianças ou
equivalente ao do adimplemento.
adolescentes será realizada imediatamente após
notificação aos órgãos competentes, que deverão § 1º Sendo relevante o fundamento da demanda e
comunicar o fato aos portos, aeroportos, Polícia havendo justificado receio de ineficácia do provimento
Rodoviária e companhias de transporte interestaduais e final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou
internacionais, fornecendo-lhes todos os dados após justificação prévia, citando o réu.
necessários à identificação do desaparecido. (Incluído
§ 2º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou
pela Lei nº 11.259, de 2005)
na sentença, impor multa diária ao réu,
Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão independentemente de pedido do autor, se for
propostas no foro do local onde ocorreu ou deva ocorrer suficiente ou compatível com a obrigação, fixando prazo
a ação ou omissão, cujo juízo terá competência absoluta razoável para o cumprimento do preceito.
para processar a causa, ressalvadas a competência da
§ 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito em
Justiça Federal e a competência originária dos tribunais
julgado da sentença favorável ao autor, mas será devida
superiores.
desde o dia em que se houver configurado o
Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em interesses descumprimento.
coletivos ou difusos, consideram-se legitimados
Art. 214. Os valores das multas reverterão ao fundo
concorrentemente:
gerido pelo Conselho dos Direitos da Criança e do
I - o Ministério Público; Adolescente do respectivo município.
II - a União, os estados, os municípios, o Distrito Federal § 1º As multas não recolhidas até trinta dias após o
e os territórios; trânsito em julgado da decisão serão exigidas através de
execução promovida pelo Ministério Público, nos
III - as associações legalmente constituídas há pelo
mesmos autos, facultada igual iniciativa aos demais
menos um ano e que incluam entre seus fins
legitimados.
institucionais a defesa dos interesses e direitos
protegidos por esta Lei, dispensada a autorização da
assembléia, se houver prévia autorização estatutária.

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§ 2º Enquanto o fundo não for regulamentado, o fundamento para a propositura da ação cível,
dinheiro ficará depositado em estabelecimento oficial promoverá o arquivamento dos autos do inquérito civil
de crédito, em conta com correção monetária. ou das peças informativas, fazendo-o
fundamentadamente.
Art. 215. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos
recursos, para evitar dano irreparável à parte. § 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de
informação arquivados serão remetidos, sob pena de se
Art. 216. Transitada em julgado a sentença que impuser
incorrer em falta grave, no prazo de três dias, ao
condenação ao poder público, o juiz determinará a
Conselho Superior do Ministério Público.
remessa de peças à autoridade competente, para
apuração da responsabilidade civil e administrativa do § 3º Até que seja homologada ou rejeitada a promoção
agente a que se atribua a ação ou omissão. de arquivamento, em sessão do Conselho Superior do
Ministério público, poderão as associações legitimadas
Art. 217. Decorridos sessenta dias do trânsito em
apresentar razões escritas ou documentos, que serão
julgado da sentença condenatória sem que a associação
juntados aos autos do inquérito ou anexados às peças
autora lhe promova a execução, deverá fazê-lo o
de informação.
Ministério Público, facultada igual iniciativa aos demais
legitimados. § 4º A promoção de arquivamento será submetida a
exame e deliberação do Conselho Superior do
Art. 218. O juiz condenará a associação autora a pagar
Ministério Público, conforme dispuser o seu regimento.
ao réu os honorários advocatícios arbitrados na
conformidade do § 4º do art. 20 da Lei n.º 5.869, de 11 § 5º Deixando o Conselho Superior de homologar a
de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil), quando promoção de arquivamento, designará, desde logo,
reconhecer que a pretensão é manifestamente outro órgão do Ministério Público para o ajuizamento da
infundada. ação.
Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a Art. 224. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber,
associação autora e os diretores responsáveis pela as disposições da Lei n.º 7.347, de 24 de julho de 1985.
propositura da ação serão solidariamente condenados
TÍTULO VII
ao décuplo das custas, sem prejuízo de responsabilidade
por perdas e danos. Dos Crimes e Das Infrações Administrativas
Art. 219. Nas ações de que trata este Capítulo, não CAPÍTULO I
haverá adiantamento de custas, emolumentos,
Dos Crimes
honorários periciais e quaisquer outras despesas.
Seção I
Art. 220. Qualquer pessoa poderá e o servidor público
deverá provocar a iniciativa do Ministério Público, Disposições Gerais
prestando-lhe informações sobre fatos que constituam
Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados
objeto de ação civil, e indicando-lhe os elementos de
contra a criança e o adolescente, por ação ou omissão,
convicção.
sem prejuízo do disposto na legislação penal.
Art. 221. Se, no exercício de suas funções, os juízos e
Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as
tribunais tiverem conhecimento de fatos que possam
normas da Parte Geral do Código Penal e, quanto
ensejar a propositura de ação civil, remeterão peças ao
ao processo, as pertinentes ao Código de Processo
Ministério Público para as providências cabíveis.
Penal.
Art. 222. Para instruir a petição inicial, o interessado
Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação
poderá requerer às autoridades competentes as
pública incondicionada
certidões e informações que julgar necessárias, que
serão fornecidas no prazo de quinze dias. Seção II
Art. 223. O Ministério Público poderá instaurar, sob sua Dos Crimes em Espécie
presidência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer
Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente
pessoa, organismo público ou particular, certidões,
de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de
informações, exames ou perícias, no prazo que
manter registro das atividades desenvolvidas, na forma
assinalar, o qual não poderá ser inferior a dez dias úteis.
e prazo referidos no art. 10 desta Lei, bem como de
§ 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas fornecer à parturiente ou a seu responsável, por ocasião
as diligências, se convencer da inexistência de da alta médica, declaração de nascimento, onde

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constem as intercorrências do parto e do Pena - detenção de seis meses a dois anos.


desenvolvimento do neonato:
Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de
Pena - detenção de seis meses a dois anos. quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou ordem
judicial, com o fim de colocação em lar substituto:
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa.
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou
Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de
pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa:
estabelecimento de atenção à saúde de gestante de
identificar corretamente o neonato e a parturiente, por Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa.
ocasião do parto, bem como deixar de proceder aos
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem
exames referidos no art. 10 desta Lei:
oferece ou efetiva a paga ou recompensa.
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato
Parágrafo único. Se o crime é culposo: destinado ao envio de criança ou adolescente para o
exterior com inobservância das formalidades legais ou
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
com o fito de obter lucro:
Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua
Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa.
liberdade, procedendo à sua apreensão sem estar em
flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem escrita Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave
da autoridade judiciária competente: ameaça ou fraude: (Incluído pela Lei nº 10.764, de
12.11.2003)
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que
correspondente à violência.
procede à apreensão sem observância das formalidades
legais. Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar
ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito
Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela
ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente:
apreensão de criança ou adolescente de fazer imediata
(Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
comunicação à autoridade judiciária competente e à
família do apreendido ou à pessoa por ele indicada: Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
(Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita,
Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua
recruta, coage, ou de qualquer modo intermedeia a
autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a
participação de criança ou adolescente nas cenas
constrangimento:
referidas no caput deste artigo, ou ainda quem com
Pena - detenção de seis meses a dois anos. esses contracena. (Redação dada pela Lei nº 11.829, de
2008)
Art. 233. (Revogado).
§ 2º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente
Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa
comete o crime: (Redação dada pela Lei nº 11.829, de
causa, de ordenar a imediata liberação de criança ou
2008)
adolescente, tão logo tenha conhecimento da
ilegalidade da apreensão: I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto
de exercê-la; (Redação dada pela Lei nº 11.829, de
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
2008)
Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de
nesta Lei em benefício de adolescente privado de
coabitação ou de hospitalidade; ou (Redação dada pela
liberdade:
Lei nº 11.829, de 2008)
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
III – prevalecendo-se de relações de parentesco
Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade consangüíneo ou afim até o terceiro grau, ou por
judiciária, membro do Conselho Tutelar ou adoção, de tutor, curador, preceptor, empregador da
representante do Ministério Público no exercício de vítima ou de quem, a qualquer outro título, tenha
função prevista nesta Lei: autoridade sobre ela, ou com seu consentimento.
(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)

Estratégia Carreira Jurídica 269


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Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou II – membro de entidade, legalmente constituída, que
outro registro que contenha cena de sexo explícito ou inclua, entre suas finalidades institucionais, o
pornográfica envolvendo criança ou adolescente: recebimento, o processamento e o encaminhamento de
(Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) notícia dos crimes referidos neste parágrafo; (Incluído
pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
(Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) III – representante legal e funcionários responsáveis de
provedor de acesso ou serviço prestado por meio de
Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir,
rede de computadores, até o recebimento do material
distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio,
relativo à notícia feita à autoridade policial, ao
inclusive por meio de sistema de informática ou
Ministério Público ou ao Poder Judiciário. (Incluído pela
telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que
Lei nº 11.829, de 2008)
contenha cena de sexo explícito ou pornográfica
envolvendo criança ou adolescente: (Incluído pela Lei § 3º As pessoas referidas no § 2º deste artigo deverão
nº 11.829, de 2008) manter sob sigilo o material ilícito referido. (Incluído
pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) Art. 241-C. Simular a participação de criança ou
adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela
por meio de adulteração, montagem ou modificação de
Lei nº 11.829, de 2008)
fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de
I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento representação visual: (Incluído pela Lei nº 11.829, de
das fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput 2008)
deste artigo; (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
computadores às fotografias, cenas ou imagens de que
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem
trata o caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829,
vende, expõe à venda, disponibiliza, distribui, publica ou
de 2008)
divulga por qualquer meio, adquire, possui ou armazena
§ 2º As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1º o material produzido na forma do caput deste artigo.
deste artigo são puníveis quando o responsável legal (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
pela prestação do serviço, oficialmente notificado, deixa
Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por
de desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito de que trata
qualquer meio de comunicação, criança, com o fim de
o caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de
com ela praticar ato libidinoso: (Incluído pela Lei nº
2008)
11.829, de 2008)
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de
(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
registro que contenha cena de sexo explícito ou
pornográfica envolvendo criança ou adolescente: Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:
(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. I – facilita ou induz o acesso à criança de material
(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) contendo cena de sexo explícito ou pornográfica com o
fim de com ela praticar ato libidinoso; (Incluído pela Lei
§ 1º A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se
nº 11.829, de 2008)
de pequena quantidade o material a que se refere o
caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo
com o fim de induzir criança a se exibir de forma
§ 2º Não há crime se a posse ou o armazenamento tem
pornográfica ou sexualmente explícita. (Incluído pela
a finalidade de comunicar às autoridades competentes
Lei nº 11.829, de 2008)
a ocorrência das condutas descritas nos arts. 240, 241,
241-A e 241-C desta Lei, quando a comunicação for feita Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a
por: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) expressão “cena de sexo explícito ou pornográfica”
compreende qualquer situação que envolva criança ou
I – agente público no exercício de suas funções; (Incluído
adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou
pela Lei nº 11.829, de 2008)
simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma

Estratégia Carreira Jurídica 270


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criança ou adolescente para fins primordialmente do estabelecimento. (Incluído pela Lei nº 9.975, de
sexuais. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 23.6.2000)
Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor
entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente de 18 (dezoito) anos, com ele praticando infração penal
arma, munição ou explosivo: ou induzindo-o a praticá-la: (Incluído pela Lei nº 12.015,
de 2009)
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos. (Redação
dada pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003) Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído
pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 243. Vender, fornecer ainda que gratuitamente,
ministrar ou entregar, de qualquer forma, a criança ou § 1º Incorre nas penas previstas no caput deste artigo
adolescente, sem justa causa, produtos cujos quem pratica as condutas ali tipificadas utilizando-se de
componentes possam causar dependência física ou quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-
psíquica, ainda que por utilização indevida: papo da internet. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa, se o § 2º As penas previstas no caput deste artigo são
fato não constitui crime mais grave. aumentadas de um terço no caso de a infração cometida
ou induzida estar incluída no rol do art. 1º da Lei nº
Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou
8.072, de 25 de julho de 1990. (Incluído pela Lei nº
entregar, ainda que gratuitamente, de qualquer forma,
12.015, de 2009)
a criança ou a adolescente, bebida alcoólica ou, sem
justa causa, outros produtos cujos componentes CAPÍTULO II
possam causar dependência física ou psíquica: (Redação
Das Infrações Administrativas
dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por
Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa,
estabelecimento de atenção à saúde e de ensino
se o fato não constitui crime mais grave. (Redação dada
fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à
pela Lei nº 13.106, de 2015)
autoridade competente os casos de que tenha
Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de
entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente maus-tratos contra criança ou adolescente:
fogos de estampido ou de artifício, exceto aqueles que,
Pena - multa de três a vinte salários de referência,
pelo seu reduzido potencial, sejam incapazes de
aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
provocar qualquer dano físico em caso de utilização
indevida: Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de
entidade de atendimento o exercício dos direitos
Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa.
constantes nos incisos II, III, VII, VIII e XI do art. 124 desta
Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais Lei:
definidos no caput do art. 2º desta Lei, à prostituição ou
Pena - multa de três a vinte salários de referência,
à exploração sexual: (Incluído pela Lei nº 9.975, de
aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
23.6.2000)
Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem
Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além da
autorização devida, por qualquer meio de comunicação,
perda de bens e valores utilizados na prática criminosa
nome, ato ou documento de procedimento policial,
em favor do Fundo dos Direitos da Criança e do
administrativo ou judicial relativo a criança ou
Adolescente da unidade da Federação (Estado ou
adolescente a que se atribua ato infracional:
Distrito Federal) em que foi cometido o crime,
ressalvado o direito de terceiro de boa-fé. (Redação Pena - multa de três a vinte salários de referência,
dada pela Lei nº 13.440, de 2017) aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
§ 1º Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o § 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou
gerente ou o responsável pelo local em que se verifique parcialmente, fotografia de criança ou adolescente
a submissão de criança ou adolescente às práticas envolvido em ato infracional, ou qualquer ilustração que
referidas no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº lhe diga respeito ou se refira a atos que lhe sejam
9.975, de 23.6.2000) atribuídos, de forma a permitir sua identificação, direta
ou indiretamente.
§ 2º Constitui efeito obrigatório da condenação a
cassação da licença de localização e de funcionamento § 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou
emissora de rádio ou televisão, além da pena prevista

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neste artigo, a autoridade judiciária poderá determinar Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão,
a apreensão da publicação. espetáculo em horário diverso do autorizado ou sem
aviso de sua classificação:
Art. 248. (Revogado).
Pena - multa de vinte a cem salários de referência;
Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os
duplicada em caso de reincidência a autoridade
deveres inerentes ao pátrio poder poder familiar ou
judiciária poderá determinar a suspensão da
decorrente de tutela ou guarda, bem assim
programação da emissora por até dois dias.
determinação da autoridade judiciária ou Conselho
Tutelar: (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou
2009) Vigência congênere classificado pelo órgão competente como
inadequado às crianças ou adolescentes admitidos ao
Pena - multa de três a vinte salários de referência,
espetáculo:
aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
Pena - multa de vinte a cem salários de referência; na
Art. 250. Hospedar criança ou adolescente
reincidência, a autoridade poderá determinar a
desacompanhado dos pais ou responsável, ou sem
suspensão do espetáculo ou o fechamento do
autorização escrita desses ou da autoridade judiciária,
estabelecimento por até quinze dias.
em hotel, pensão, motel ou congênere: (Redação dada
pela Lei nº 12.038, de 2009). Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescente fita
de programação em vídeo, em desacordo com a
Pena – multa. (Redação dada pela Lei nº 12.038, de
classificação atribuída pelo órgão competente:
2009).
Pena - multa de três a vinte salários de referência; em
§ 1º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de
caso de reincidência, a autoridade judiciária poderá
multa, a autoridade judiciária poderá determinar o
determinar o fechamento do estabelecimento por até
fechamento do estabelecimento por até 15 (quinze)
quinze dias.
dias. (Incluído pela Lei nº 12.038, de 2009).
Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts. 78 e
§ 2º Se comprovada a reincidência em período inferior
79 desta Lei:
a 30 (trinta) dias, o estabelecimento será
definitivamente fechado e terá sua licença cassada. Pena - multa de três a vinte salários de referência,
(Incluído pela Lei nº 12.038, de 2009). duplicando-se a pena em caso de reincidência, sem
prejuízo de apreensão da revista ou publicação.
Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por
qualquer meio, com inobservância do disposto nos arts. Art. 258. Deixar o responsável pelo estabelecimento ou
83, 84 e 85 desta Lei: o empresário de observar o que dispõe esta Lei sobre o
acesso de criança ou adolescente aos locais de diversão,
Pena - multa de três a vinte salários de referência,
ou sobre sua participação no espetáculo:
aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
Pena - multa de três a vinte salários de referência; em
Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou
caso de reincidência, a autoridade judiciária poderá
espetáculo público de afixar, em lugar visível e de fácil
determinar o fechamento do estabelecimento por até
acesso, à entrada do local de exibição, informação
quinze dias.
destacada sobre a natureza da diversão ou espetáculo e
a faixa etária especificada no certificado de Art. 258-A. Deixar a autoridade competente de
classificação: providenciar a instalação e operacionalização dos
cadastros previstos no art. 50 e no § 11 do art. 101 desta
Pena - multa de três a vinte salários de referência,
Lei: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00
Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer
(três mil reais). (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
representações ou espetáculos, sem indicar os limites
Vigência
de idade a que não se recomendem:
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas a
Pena - multa de três a vinte salários de referência,
autoridade que deixa de efetuar o cadastramento de
duplicada em caso de reincidência, aplicável,
crianças e de adolescentes em condições de serem
separadamente, à casa de espetáculo e aos órgãos de
adotadas, de pessoas ou casais habilitados à adoção e
divulgação ou publicidade.
de crianças e adolescentes em regime de acolhimento
institucional ou familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência

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Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de § 1º-A. Na definição das prioridades a serem atendidas
estabelecimento de atenção à saúde de gestante de com os recursos captados pelos fundos nacional,
efetuar imediato encaminhamento à autoridade estaduais e municipais dos direitos da criança e do
judiciária de caso de que tenha conhecimento de mãe adolescente, serão consideradas as disposições do
ou gestante interessada em entregar seu filho para Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do
adoção: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência
Familiar e Comunitária e as do Plano Nacional pela
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00
Primeira Infância. (Redação dada dada pela Lei nº
(três mil reais). (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
13.257, de 2016)
Vigência
§ 2º Os conselhos nacional, estaduais e municipais dos
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o funcionário
direitos da criança e do adolescente fixarão critérios de
de programa oficial ou comunitário destinado à garantia
utilização, por meio de planos de aplicação, das
do direito à convivência familiar que deixa de efetuar a
dotações subsidiadas e demais receitas, aplicando
comunicação referida no caput deste artigo. (Incluído
necessariamente percentual para incentivo ao
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
acolhimento, sob a forma de guarda, de crianças e
Art. 258-C. Descumprir a proibição estabelecida no adolescentes e para programas de atenção integral à
inciso II do art. 81: (Redação dada pela Lei nº 13.106, de primeira infância em áreas de maior carência
2015) socioeconômica e em situações de calamidade.
(Redação dada dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
Pena - multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$
10.000,00 (dez mil reais); (Redação dada pela Lei nº § 3º O Departamento da Receita Federal, do Ministério
13.106, de 2015) da Economia, Fazenda e Planejamento, regulamentará
a comprovação das doações feitas aos fundos, nos
Medida Administrativa - interdição do estabelecimento
termos deste artigo . (Incluído pela Lei nº 8.242, de
comercial até o recolhimento da multa aplicada.
12.10.1991)
(Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
§ 4º O Ministério Público determinará em cada comarca
Disposições Finais e Transitórias
a forma de fiscalização da aplicação, pelo Fundo
Art. 259. A União, no prazo de noventa dias contados da Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, dos
publicação deste Estatuto, elaborará projeto de lei incentivos fiscais referidos neste artigo. (Incluído pela
dispondo sobre a criação ou adaptação de seus órgãos Lei nº 8.242, de 12.10.1991)
às diretrizes da política de atendimento fixadas no art.
§ 5º Observado o disposto no § 4º do art. 3º da Lei nº
88 e ao que estabelece o Título V do Livro II.
9.249, de 26 de dezembro de 1995, a dedução de que
Parágrafo único. Compete aos estados e municípios trata o inciso I do caput: (Redação dada pela Lei nº
promoverem a adaptação de seus órgãos e programas 12.594, de 2012) (Vide)
às diretrizes e princípios estabelecidos nesta Lei.
I - será considerada isoladamente, não se submetendo
Art. 260. Os contribuintes poderão efetuar doações aos a limite em conjunto com outras deduções do imposto;
Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente e (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
nacional, distrital, estaduais ou municipais,
II - não poderá ser computada como despesa
devidamente comprovadas, sendo essas integralmente
operacional na apuração do lucro real. (Incluído pela
deduzidas do imposto de renda, obedecidos os
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
seguintes limites: (Redação dada pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide) Art. 260-A. A partir do exercício de 2010, ano-
calendário de 2009, a pessoa física poderá optar pela
I - 1% (um por cento) do imposto sobre a renda devido
doação de que trata o inciso II do caput do art. 260
apurado pelas pessoas jurídicas tributadas com base no
diretamente em sua Declaração de Ajuste Anual.
lucro real; e (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012)
(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
(Vide)
§ 1º A doação de que trata o caput poderá ser deduzida
II - 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda
até os seguintes percentuais aplicados sobre o imposto
apurado pelas pessoas físicas na Declaração de Ajuste
apurado na declaração: (Incluído pela Lei nº 12.594, de
Anual, observado o disposto no art. 22 da Lei nº 9.532,
2012) (Vide)
de 10 de dezembro de 1997. (Redação dada pela Lei
nº 12.594, de 2012) (Vide) I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
(Vide)

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II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) II - do imposto devido mensalmente e no ajuste anual,
(Vide) para as pessoas jurídicas que apuram o imposto
anualmente. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
III - 3% (três por cento) a partir do exercício de 2012.
(Vide)
(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Parágrafo único. A doação deverá ser efetuada dentro
§ 2º A dedução de que trata o caput: (Incluído pela Lei
do período a que se refere a apuração do imposto.
nº 12.594, de 2012) (Vide)
(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
I - está sujeita ao limite de 6% (seis por cento) do
Art. 260-C. As doações de que trata o art. 260 desta Lei
imposto sobre a renda apurado na declaração de que
podem ser efetuadas em espécie ou em bens. (Incluído
trata o inciso II do caput do art. 260; (Incluído pela Lei
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
nº 12.594, de 2012) (Vide)
Parágrafo único. As doações efetuadas em espécie
II - não se aplica à pessoa física que: (Incluído pela Lei nº
devem ser depositadas em conta específica, em
12.594, de 2012) (Vide)
instituição financeira pública, vinculadas aos respectivos
a) utilizar o desconto simplificado; (Incluído pela Lei nº fundos de que trata o art. 260. (Incluído pela Lei nº
12.594, de 2012) (Vide) 12.594, de 2012) (Vide)
b) apresentar declaração em formulário; ou (Incluído Art. 260-D. Os órgãos responsáveis pela administração
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) das contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do
Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais
c) entregar a declaração fora do prazo; (Incluído pela Lei
devem emitir recibo em favor do doador, assinado por
nº 12.594, de 2012) (Vide)
pessoa competente e pelo presidente do Conselho
III - só se aplica às doações em espécie; e (Incluído pela correspondente, especificando: (Incluído pela Lei nº
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) 12.594, de 2012) (Vide)
IV - não exclui ou reduz outros benefícios ou deduções I - número de ordem; (Incluído pela Lei nº 12.594, de
em vigor. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) 2012) (Vide)
§ 3º O pagamento da doação deve ser efetuado até a II - nome, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e
data de vencimento da primeira quota ou quota única endereço do emitente; (Incluído pela Lei nº 12.594, de
do imposto, observadas instruções específicas da 2012) (Vide)
Secretaria da Receita Federal do Brasil. (Incluído pela Lei
III - nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do
nº 12.594, de 2012) (Vide)
doador; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
§ 4º O não pagamento da doação no prazo estabelecido
IV - data da doação e valor efetivamente recebido; e
no § 3º implica a glosa definitiva desta parcela de
(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
dedução, ficando a pessoa física obrigada ao
recolhimento da diferença de imposto devido apurado V - ano-calendário a que se refere a doação. (Incluído
na Declaração de Ajuste Anual com os acréscimos legais pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
previstos na legislação. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
§ 1º O comprovante de que trata o caput deste artigo
2012) (Vide)
pode ser emitido anualmente, desde que discrimine os
§ 5º A pessoa física poderá deduzir do imposto apurado valores doados mês a mês. (Incluído pela Lei nº 12.594,
na Declaração de Ajuste Anual as doações feitas, no de 2012) (Vide)
respectivo ano-calendário, aos fundos controlados
§ 2º No caso de doação em bens, o comprovante deve
pelos Conselhos dos Direitos da Criança e do
conter a identificação dos bens, mediante descrição em
Adolescente municipais, distrital, estaduais e nacional
campo próprio ou em relação anexa ao comprovante,
concomitantemente com a opção de que trata o caput,
informando também se houve avaliação, o nome, CPF
respeitado o limite previsto no inciso II do art. 260.
ou CNPJ e endereço dos avaliadores. (Incluído pela Lei
(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
nº 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-B. A doação de que trata o inciso I do art. 260
Art. 260-E. Na hipótese da doação em bens, o doador
poderá ser deduzida: (Incluído pela Lei nº 12.594, de
deverá: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
2012) (Vide)
I - comprovar a propriedade dos bens, mediante
I - do imposto devido no trimestre, para as pessoas
documentação hábil; (Incluído pela Lei nº 12.594, de
jurídicas que apuram o imposto trimestralmente; e
2012) (Vide)
(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

Estratégia Carreira Jurídica 274


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II - baixar os bens doados na declaração de bens e I - o calendário de suas reuniões; (Incluído pela Lei nº
direitos, quando se tratar de pessoa física, e na 12.594, de 2012) (Vide)
escrituração, no caso de pessoa jurídica; e (Incluído pela
II - as ações prioritárias para aplicação das políticas de
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
atendimento à criança e ao adolescente; (Incluído pela
III - considerar como valor dos bens doados: (Incluído Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
III - os requisitos para a apresentação de projetos a
a) para as pessoas físicas, o valor constante da última serem beneficiados com recursos dos Fundos dos
declaração do imposto de renda, desde que não exceda Direitos da Criança e do Adolescente nacional,
o valor de mercado; (Incluído pela Lei nº 12.594, de estaduais, distrital ou municipais; (Incluído pela Lei nº
2012) (Vide) 12.594, de 2012) (Vide)
b) para as pessoas jurídicas, o valor contábil dos bens. IV - a relação dos projetos aprovados em cada ano-
(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) calendário e o valor dos recursos previstos para
implementação das ações, por projeto; (Incluído pela
Parágrafo único. O preço obtido em caso de leilão não
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
será considerado na determinação do valor dos bens
doados, exceto se o leilão for determinado por V - o total dos recursos recebidos e a respectiva
autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.594, de destinação, por projeto atendido, inclusive com
2012) (Vide) cadastramento na base de dados do Sistema de
Informações sobre a Infância e a Adolescência; e
Art. 260-F. Os documentos a que se referem os arts.
(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
260-D e 260-E devem ser mantidos pelo contribuinte
por um prazo de 5 (cinco) anos para fins de VI - a avaliação dos resultados dos projetos beneficiados
comprovação da dedução perante a Receita Federal do com recursos dos Fundos dos Direitos da Criança e do
Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais.
(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-G. Os órgãos responsáveis pela administração
das contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do Art. 260-J. O Ministério Público determinará, em cada
Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais Comarca, a forma de fiscalização da aplicação dos
devem: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) incentivos fiscais referidos no art. 260 desta Lei.
(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
I - manter conta bancária específica destinada
exclusivamente a gerir os recursos do Fundo; (Incluído Parágrafo único. O descumprimento do disposto nos
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) arts. 260-G e 260-I sujeitará os infratores a responder
por ação judicial proposta pelo Ministério Público, que
II - manter controle das doações recebidas; e (Incluído
poderá atuar de ofício, a requerimento ou
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
representação de qualquer cidadão. (Incluído pela Lei
III - informar anualmente à Secretaria da Receita Federal nº 12.594, de 2012) (Vide)
do Brasil as doações recebidas mês a mês, identificando
Art. 260-K. A Secretaria de Direitos Humanos da
os seguintes dados por doador: (Incluído pela Lei nº
Presidência da República (SDH/PR) encaminhará à
12.594, de 2012) (Vide)
Secretaria da Receita Federal do Brasil, até 31 de
a) nome, CNPJ ou CPF; (Incluído pela Lei nº 12.594, de outubro de cada ano, arquivo eletrônico contendo a
2012) (Vide) relação atualizada dos Fundos dos Direitos da Criança e
do Adolescente nacional, distrital, estaduais e
b) valor doado, especificando se a doação foi em espécie
municipais, com a indicação dos respectivos números de
ou em bens. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
inscrição no CNPJ e das contas bancárias específicas
(Vide)
mantidas em instituições financeiras públicas,
Art. 260-H. Em caso de descumprimento das obrigações destinadas exclusivamente a gerir os recursos dos
previstas no art. 260-G, a Secretaria da Receita Federal Fundos. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
do Brasil dará conhecimento do fato ao Ministério
Art. 260-L. A Secretaria da Receita Federal do Brasil
Público. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
expedirá as instruções necessárias à aplicação do
Art. 260-I. Os Conselhos dos Direitos da Criança e do disposto nos arts. 260 a 260-K. (Incluído pela Lei nº
Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais 12.594, de 2012) (Vide)
divulgarão amplamente à comunidade: (Incluído pela
Art. 261. A falta dos conselhos municipais dos direitos
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
da criança e do adolescente, os registros, inscrições e

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alterações a que se referem os arts. 90, parágrafo único, federal promoverão edição popular do texto integral
e 91 desta Lei serão efetuados perante a autoridade deste Estatuto, que será posto à disposição das escolas
judiciária da comarca a que pertencer a entidade. e das entidades de atendimento e de defesa dos direitos
da criança e do adolescente.
Parágrafo único. A União fica autorizada a repassar aos
estados e municípios, e os estados aos municípios, os Art. 265-A. O poder público fará periodicamente ampla
recursos referentes aos programas e atividades divulgação dos direitos da criança e do adolescente nos
previstos nesta Lei, tão logo estejam criados os meios de comunicação social. (Redação dada dada pela
conselhos dos direitos da criança e do adolescente nos Lei nº 13.257, de 2016)
seus respectivos níveis.
Parágrafo único. A divulgação a que se refere o caput
Art. 262. Enquanto não instalados os Conselhos será veiculada em linguagem clara, compreensível e
Tutelares, as atribuições a eles conferidas serão adequada a crianças e adolescentes, especialmente às
exercidas pela autoridade judiciária. crianças com idade inferior a 6 (seis) anos. (Incluído
dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
Art. 263. O Decreto-Lei n.º 2.848, de 7 de dezembro de
1940 (Código Penal), passa a vigorar com as seguintes Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa dias após sua
alterações: publicação.
1) Art. 121 . Parágrafo único. Durante o período de vacância deverão
ser promovidas atividades e campanhas de divulgação e
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de um
esclarecimentos acerca do disposto nesta Lei.
terço, se o crime resulta de inobservância de regra
técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa Art. 267. Revogam-se as Leis n.º 4.513, de 1964, e 6.697,
de prestar imediato socorro à vítima, não procura de 10 de outubro de 1979 (Código de Menores), e as
diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para demais disposições em contrário.
evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a
Brasília, 13 de julho de 1990; 169º da Independência e
pena é aumentada de um terço, se o crime é praticado
102º da República.
contra pessoa menor de catorze anos.
FERNANDO COLLOR
2) Art. 129 .
Bernardo Cabral
§ 7º Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer
qualquer das hipóteses do art. 121, § 4º. Carlos Chiarelli
§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. Antônio Magri
121.
Margarida Procópio
3) Art. 136.
Este texto não substitui o publicado no DOU 16.7.1990
§ 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é e retificado em 27.9.1990
praticado contra pessoa menor de catorze anos.
4) Art. 213 . LEI Nº 8.072/1990
Parágrafo único. Se a ofendida é menor de catorze anos:
Dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos do art.
Pena - reclusão de quatro a dez anos. 5º, inciso XLIII, da Constituição Federal, e determina
outras providências.
5) Art. 214.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o
Parágrafo único. Se o ofendido é menor de catorze anos:
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
Pena - reclusão de três a nove anos.»
Art. 1º São considerados hediondos os seguintes crimes,
Art. 264. O art. 102 da Lei n.º 6.015, de 31 de dezembro todos tipificados no Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
de 1973, fica acrescido do seguinte item: dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou
tentados: (Redação dada pela Lei nº 8.930, de 1994)
"Art. 102 .
(Vide Lei nº 7.210, de 1984)
6º) a perda e a suspensão do pátrio poder. "
I – homicídio (art. 121), quando praticado em atividade
Art. 265. A Imprensa Nacional e demais gráficas da típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por
União, da administração direta ou indireta, inclusive um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2º,
fundações instituídas e mantidas pelo poder público

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incisos I, II, III, IV, V, VI e VII); (Redação dada pela I - anistia, graça e indulto;
Lei nº 13.142, de 2015)
II - fiança. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)
I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art.
§ 1º A pena por crime previsto neste artigo será
129, § 2º) e lesão corporal seguida de morte (art. 129, §
cumprida inicialmente em regime fechado.
3º), quando praticadas contra autoridade ou agente
(Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)
descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal,
integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de § 2º A progressão de regime, no caso dos condenados
Segurança Pública, no exercício da função ou em aos crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o
decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o
ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se
dessa condição; (Incluído pela Lei nº 13.142, de reincidente. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)
2015)
§ 3º Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá
II - latrocínio (art. 157, § 3º, in fine); (Inciso incluído fundamentadamente se o réu poderá apelar em
pela Lei nº 8.930, de 1994) liberdade. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de
2007)
III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2º);
(Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994) § 4º A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei nº
7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos
IV - extorsão mediante sequestro e na forma qualificada
neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável
(art. 159, caput, e §§ lo, 2º e 3º); (Inciso incluído
por igual período em caso de extrema e comprovada
pela Lei nº 8.930, de 1994)
necessidade. (Incluído pela Lei nº 11.464, de
V - estupro (art. 213, caput e §§ 1º e 2º); (Redação 2007)
dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 3º A União manterá estabelecimentos penais, de
VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1º, 2º, segurança máxima, destinados ao cumprimento de
3º e 4º); (Redação dada pela Lei nº 12.015, de penas impostas a condenados de alta periculosidade,
2009) cuja permanência em presídios estaduais ponha em
risco a ordem ou incolumidade pública.
VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1º).
(Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994) Art. 4º (Vetado).
VII-A – (VETADO) (Inciso incluído pela Lei nº Art. 5º Ao art. 83 do Código Penal é acrescido o seguinte
9.695, de 1998) inciso:
VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração "Art. 83. .
de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais
V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de
(art. 273, caput e § 1º, § 1º-A e § 1º-B, com a redação
condenação por crime hediondo, prática da tortura,
dada pela Lei nº 9.677, de 2 de julho de 1998).
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e
(Inciso incluído pela Lei nº 9.695, de 1998)
terrorismo, se o apenado não for reincidente específico
VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma em crimes dessa natureza."
de exploração sexual de criança ou adolescente ou de
Art. 6º Os arts. 157, § 3º; 159, caput e seus §§ 1º, 2º e
vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º).
3º; 213; 214; 223, caput e seu parágrafo único; 267,
(Incluído pela Lei nº 12.978, de 2014)
caput e 270; caput, todos do Código Penal, passam a
Parágrafo único. Consideram-se também hediondos o vigorar com a seguinte redação:
crime de genocídio previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei
"Art. 157. .
nº 2.889, de 1º de outubro de 1956, e o de posse ou
porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, previsto no § 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena
art. 16 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, é de reclusão, de cinco a quinze anos, além da multa; se
todos tentados ou consumados. (Redação dada resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem
pela Lei nº 13.497, de 2017) prejuízo da multa.
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o Art. 159. .
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o
Pena - reclusão, de oito a quinze anos.
terrorismo são insuscetíveis de: (Vide Súmula
Vinculante) § 1º .

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Pena - reclusão, de doze a vinte anos. Art. 10. O art. 35 da Lei nº 6.368, de 21 de outubro de
1976, passa a vigorar acrescido de parágrafo único, com
§ 2º .
a seguinte redação:
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.
"Art. 35. .
§ 3º .
Parágrafo único. Os prazos procedimentais deste
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. capítulo serão contados em dobro quando se tratar dos
crimes previstos nos arts. 12, 13 e 14."
Art. 213. .
Art. 11. (Vetado).
Pena - reclusão, de seis a dez anos.
Art. 12. Esta lei entra em vigor na data de sua
Art. 214. .
publicação.
Pena - reclusão, de seis a dez anos.
Art. 13. Revogam-se as disposições em contrário.
Art. 223. .
Brasília, 25 de julho de 1990; 169º da Independência e
Pena - reclusão, de oito a doze anos. 102º da República.
Parágrafo único. . FERNANDO COLLOR
Pena - reclusão, de doze a vinte e cinco anos. Bernardo Cabral
Art. 267. . Este texto não substitui o publicado no DOU de
26.7.1990
Pena - reclusão, de dez a quinze anos.
Art. 270. ..
LEI Nº 8.078/1990
Pena - reclusão, de dez a quinze anos."
Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras
Art. 7º Ao art. 159 do Código Penal fica acrescido o
providências.
seguinte parágrafo:
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o
"Art. 159. .
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
§ 4º Se o crime é cometido por quadrilha ou bando, o
TÍTULO I
co-autor que denunciá-lo à autoridade, facilitando a
Dos Direitos do Consumidor
libertação do seqüestrado, terá sua pena reduzida de
um a dois terços." CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena
prevista no art. 288 do Código Penal, quando se tratar Art. 1° O presente código estabelece normas de
de crimes hediondos, prática da tortura, tráfico ilícito de proteção e defesa do consumidor, de ordem pública e
entorpecentes e drogas afins ou terrorismo. interesse social, nos termos dos arts. 5°, inciso
XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art. 48 de
Parágrafo único. O participante e o associado que
suas Disposições Transitórias.
denunciar à autoridade o bando ou quadrilha,
possibilitando seu desmantelamento, terá a pena Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que
reduzida de um a dois terços. adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário
final.
Art. 9º As penas fixadas no art. 6º para os crimes
capitulados nos arts. 157, § 3º, 158, § 2º, 159, caput e Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a
seus §§ 1º, 2º e 3º, 213, caput e sua combinação com o coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis,
art. 223, caput e parágrafo único, 214 e sua combinação que haja intervindo nas relações de consumo.
com o art. 223, caput e parágrafo único, todos do Código
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica,
Penal, são acrescidas de metade, respeitado o limite
pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como
superior de trinta anos de reclusão, estando a vítima em
os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade
qualquer das hipóteses referidas no art. 224 também do
de produção, montagem, criação, construção,
Código Penal.
transformação, importação, exportação, distribuição ou
comercialização de produtos ou prestação de serviços.

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§ 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos;
ou imaterial.
VIII - estudo constante das modificações do mercado de
§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado consumo.
de consumo, mediante remuneração, inclusive as de
Art. 5° Para a execução da Política Nacional das Relações
natureza bancária, financeira, de crédito e securitária,
de Consumo, contará o poder público com os seguintes
salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.
instrumentos, entre outros:
CAPÍTULO II
I - manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita
Da Política Nacional de Relações de Consumo
para o consumidor carente;
Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem
II - instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do
por objetivo o atendimento das necessidades dos
Consumidor, no âmbito do Ministério Público;
consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e
segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a III - criação de delegacias de polícia especializadas no
melhoria da sua qualidade de vida, bem como a atendimento de consumidores vítimas de infrações
transparência e harmonia das relações de consumo, penais de consumo;
atendidos os seguintes princípios: (Redação dada pela
IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e
Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
Varas Especializadas para a solução de litígios de
I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor consumo;
no mercado de consumo;
V - concessão de estímulos à criação e desenvolvimento
II - ação governamental no sentido de proteger das Associações de Defesa do Consumidor.
efetivamente o consumidor:
§ 1° (Vetado).
a) por iniciativa direta;
§ 2º (Vetado).
b) por incentivos à criação e desenvolvimento de
CAPÍTULO III
associações representativas;
Dos Direitos Básicos do Consumidor
c) pela presença do Estado no mercado de consumo;
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões
I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos
adequados de qualidade, segurança, durabilidade e
provocados por práticas no fornecimento de produtos e
desempenho.
serviços considerados perigosos ou nocivos;
III - harmonização dos interesses dos participantes das
II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado
relações de consumo e compatibilização da proteção do
dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de
consumidor com a necessidade de desenvolvimento
escolha e a igualdade nas contratações;
econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os
princípios nos quais se funda a ordem econômica (art. III - a informação adequada e clara sobre os diferentes
170, da Constituição Federal), sempre com base na boa- produtos e serviços, com especificação correta de
fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e quantidade, características, composição, qualidade,
fornecedores; tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos
que apresentem; (Redação dada pela Lei nº 12.741, de
IV - educação e informação de fornecedores e
2012) Vigência
consumidores, quanto aos seus direitos e deveres, com
vistas à melhoria do mercado de consumo; IV - a proteção contra a publicidade enganosa e
abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais,
V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios
bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou
eficientes de controle de qualidade e segurança de
impostas no fornecimento de produtos e serviços;
produtos e serviços, assim como de mecanismos
alternativos de solução de conflitos de consumo; V - a modificação das cláusulas contratuais que
estabeleçam prestações desproporcionais ou sua
VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusos
revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem
praticados no mercado de consumo, inclusive a
excessivamente onerosas;
concorrência desleal e utilização indevida de inventos e
criações industriais das marcas e nomes comerciais e VI - a efetiva prevenção e reparação de danos
signos distintivos, que possam causar prejuízos aos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos;
consumidores;

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VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos o caso, sobre o risco de contaminação. (Incluído pela
com vistas à prevenção ou reparação de danos Lei nº 13.486, de 2017)
patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos,
Art. 9° O fornecedor de produtos e serviços
assegurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica
potencialmente nocivos ou perigosos à saúde ou
aos necessitados;
segurança deverá informar, de maneira ostensiva e
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive adequada, a respeito da sua nocividade ou
com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no periculosidade, sem prejuízo da adoção de outras
processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a medidas cabíveis em cada caso concreto.
alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as
Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no mercado
regras ordinárias de experiências;
de consumo produto ou serviço que sabe ou deveria
IX - (Vetado); saber apresentar alto grau de nocividade ou
periculosidade à saúde ou segurança.
X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos
em geral. § 1° O fornecedor de produtos e serviços que,
posteriormente à sua introdução no mercado de
Parágrafo único. A informação de que trata o inciso III
consumo, tiver conhecimento da periculosidade que
do caput deste artigo deve ser acessível à pessoa com
apresentem, deverá comunicar o fato imediatamente às
deficiência, observado o disposto em
autoridades competentes e aos consumidores,
regulamento. (Incluído pela Lei nº 13.146, de
mediante anúncios publicitários.
2015) (Vigência)
§ 2° Os anúncios publicitários a que se refere o
Art. 7° Os direitos previstos neste código não excluem
parágrafo anterior serão veiculados na imprensa, rádio
outros decorrentes de tratados ou convenções
e televisão, às expensas do fornecedor do produto ou
internacionais de que o Brasil seja signatário, da
serviço.
legislação interna ordinária, de regulamentos expedidos
pelas autoridades administrativas competentes, bem § 3° Sempre que tiverem conhecimento de
como dos que derivem dos princípios gerais do direito, periculosidade de produtos ou serviços à saúde ou
analogia, costumes e eqüidade. segurança dos consumidores, a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios deverão informá-los a
Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa,
respeito.
todos responderão solidariamente pela reparação dos
danos previstos nas normas de consumo. Art. 11. (Vetado).
CAPÍTULO IV Seção II
Da Qualidade de Produtos e Serviços, da Prevenção e Da Responsabilidade pelo Fato do Produto e do
da Reparação dos Danos Serviço
Seção I Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional
Da Proteção à Saúde e Segurança ou estrangeiro, e o importador respondem,
independentemente da existência de culpa, pela
Art. 8° Os produtos e serviços colocados no mercado de
reparação dos danos causados aos consumidores por
consumo não acarretarão riscos à saúde ou segurança
defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção,
dos consumidores, exceto os considerados normais e
montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou
previsíveis em decorrência de sua natureza e fruição,
acondicionamento de seus produtos, bem como por
obrigando-se os fornecedores, em qualquer hipótese, a
informações insuficientes ou inadequadas sobre sua
dar as informações necessárias e adequadas a seu
utilização e riscos.
respeito.
§ 1° O produto é defeituoso quando não oferece a
§ 1º Em se tratando de produto industrial, ao fabricante
segurança que dele legitimamente se espera, levando-
cabe prestar as informações a que se refere este artigo,
se em consideração as circunstâncias relevantes, entre
através de impressos apropriados que devam
as quais:
acompanhar o produto. (Redação dada pela Lei nº
13.486, de 2017) I - sua apresentação;
§ 2º O fornecedor deverá higienizar os equipamentos e II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
utensílios utilizados no fornecimento de produtos ou
III - a época em que foi colocado em circulação.
serviços, ou colocados à disposição do consumidor, e
informar, de maneira ostensiva e adequada, quando for

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§ 2º O produto não é considerado defeituoso pelo fato Art. 16. (Vetado).


de outro de melhor qualidade ter sido colocado no
Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos
mercado.
consumidores todas as vítimas do evento.
§ 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou
Seção III
importador só não será responsabilizado quando
Da Responsabilidade por Vício do Produto e do
provar:
Serviço
I - que não colocou o produto no mercado;
Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo
II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o duráveis ou não duráveis respondem solidariamente
defeito inexiste; pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem
impróprios ou inadequados ao consumo a que se
III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por
Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações
termos do artigo anterior, quando: constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou
mensagem publicitária, respeitadas as variações
I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o
decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor
importador não puderem ser identificados;
exigir a substituição das partes viciadas.
II - o produto for fornecido sem identificação clara do
§ 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta
seu fabricante, produtor, construtor ou importador;
dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua
III - não conservar adequadamente os produtos escolha:
perecíveis.
I - a substituição do produto por outro da mesma
Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento ao espécie, em perfeitas condições de uso;
prejudicado poderá exercer o direito de regresso contra
II - a restituição imediata da quantia paga,
os demais responsáveis, segundo sua participação na
monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais
causação do evento danoso.
perdas e danos;
Art. 14. O fornecedor de serviços responde,
III - o abatimento proporcional do preço.
independentemente da existência de culpa, pela
reparação dos danos causados aos consumidores por § 2° Poderão as partes convencionar a redução ou
defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como ampliação do prazo previsto no parágrafo anterior, não
por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua podendo ser inferior a sete nem superior a cento e
fruição e riscos. oitenta dias. Nos contratos de adesão, a cláusula de
prazo deverá ser convencionada em separado, por meio
§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a
de manifestação expressa do consumidor.
segurança que o consumidor dele pode esperar,
levando-se em consideração as circunstâncias § 3° O consumidor poderá fazer uso imediato das
relevantes, entre as quais: alternativas do § 1° deste artigo sempre que, em razão
da extensão do vício, a substituição das partes viciadas
I - o modo de seu fornecimento;
puder comprometer a qualidade ou características do
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto
esperam; essencial.
III - a época em que foi fornecido. § 4° Tendo o consumidor optado pela alternativa do
inciso I do § 1° deste artigo, e não sendo possível a
§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela adoção
substituição do bem, poderá haver substituição por
de novas técnicas.
outro de espécie, marca ou modelo diversos, mediante
§ 3° O fornecedor de serviços só não será complementação ou restituição de eventual diferença
responsabilizado quando provar: de preço, sem prejuízo do disposto nos incisos II e III do
§ 1° deste artigo.
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
§ 5° No caso de fornecimento de produtos in natura,
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
será responsável perante o consumidor o fornecedor
§ 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais imediato, exceto quando identificado claramente seu
será apurada mediante a verificação de culpa. produtor.
Art. 15. (Vetado). § 6° São impróprios ao uso e consumo:

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I - os produtos cujos prazos de validade estejam esperam, bem como aqueles que não atendam as
vencidos; normas regulamentares de prestabilidade.
II - os produtos deteriorados, alterados, adulterados, Art. 21. No fornecimento de serviços que tenham por
avariados, falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos objetivo a reparação de qualquer produto considerar-
à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em se-á implícita a obrigação do fornecedor de empregar
desacordo com as normas regulamentares de componentes de reposição originais adequados e
fabricação, distribuição ou apresentação; novos, ou que mantenham as especificações técnicas do
fabricante, salvo, quanto a estes últimos, autorização
III - os produtos que, por qualquer motivo, se revelem
em contrário do consumidor.
inadequados ao fim a que se destinam.
Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas,
Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamente
concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra
pelos vícios de quantidade do produto sempre que,
forma de empreendimento, são obrigados a fornecer
respeitadas as variações decorrentes de sua natureza,
serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos
seu conteúdo líquido for inferior às indicações
essenciais, contínuos.
constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou
de mensagem publicitária, podendo o consumidor Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou
exigir, alternativamente e à sua escolha: parcial, das obrigações referidas neste artigo, serão as
pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os
I - o abatimento proporcional do preço;
danos causados, na forma prevista neste código.
II - complementação do peso ou medida;
Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre os vícios de
III - a substituição do produto por outro da mesma qualidade por inadequação dos produtos e serviços não
espécie, marca ou modelo, sem os aludidos vícios; o exime de responsabilidade.
IV - a restituição imediata da quantia paga, Art. 24. A garantia legal de adequação do produto ou
monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais serviço independe de termo expresso, vedada a
perdas e danos. exoneração contratual do fornecedor.
§ 1° Aplica-se a este artigo o disposto no § 4° do artigo Art. 25. É vedada a estipulação contratual de cláusula
anterior. que impossibilite, exonere ou atenue a obrigação de
indenizar prevista nesta e nas seções anteriores.
§ 2° O fornecedor imediato será responsável quando
fizer a pesagem ou a medição e o instrumento utilizado § 1° Havendo mais de um responsável pela causação do
não estiver aferido segundo os padrões oficiais. dano, todos responderão solidariamente pela
reparação prevista nesta e nas seções anteriores.
Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios
de qualidade que os tornem impróprios ao consumo ou § 2° Sendo o dano causado por componente ou peça
lhes diminuam o valor, assim como por aqueles incorporada ao produto ou serviço, são responsáveis
decorrentes da disparidade com as indicações solidários seu fabricante, construtor ou importador e o
constantes da oferta ou mensagem publicitária, que realizou a incorporação.
podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua
Seção IV
escolha:
Da Decadência e da Prescrição
I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e
Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou
quando cabível;
de fácil constatação caduca em:
II - a restituição imediata da quantia paga,
I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e
monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais
de produtos não duráveis;
perdas e danos;
II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de
III - o abatimento proporcional do preço.
serviço e de produtos duráveis.
§ 1° A reexecução dos serviços poderá ser confiada a
§ 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir
terceiros devidamente capacitados, por conta e risco do
da entrega efetiva do produto ou do término da
fornecedor.
execução dos serviços.
§ 2° São impróprios os serviços que se mostrem
§ 2° Obstam a decadência:
inadequados para os fins que razoavelmente deles se

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I - a reclamação comprovadamente formulada pelo Seção II


consumidor perante o fornecedor de produtos e Da Oferta
serviços até a resposta negativa correspondente, que
Art. 30. Toda informação ou publicidade,
deve ser transmitida de forma inequívoca;
suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma
II - (Vetado). ou meio de comunicação com relação a produtos e
serviços oferecidos ou apresentados, obriga o
III - a instauração de inquérito civil, até seu
fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e
encerramento.
integra o contrato que vier a ser celebrado.
§ 3° Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial
Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou
inicia-se no momento em que ficar evidenciado o
serviços devem assegurar informações corretas, claras,
defeito.
precisas, ostensivas e em língua portuguesa sobre suas
Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à características, qualidades, quantidade, composição,
reparação pelos danos causados por fato do produto ou preço, garantia, prazos de validade e origem, entre
do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando- outros dados, bem como sobre os riscos que
se a contagem do prazo a partir do conhecimento do apresentam à saúde e segurança dos consumidores.
dano e de sua autoria.
Parágrafo único. As informações de que trata este
Parágrafo único. (Vetado). artigo, nos produtos refrigerados oferecidos ao
consumidor, serão gravadas de forma
Seção V
indelével. (Incluído pela Lei nº 11.989, de 2009)
Da Desconsideração da Personalidade Jurídica
Art. 32. Os fabricantes e importadores deverão
Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade
assegurar a oferta de componentes e peças de
jurídica da sociedade quando, em detrimento do
reposição enquanto não cessar a fabricação ou
consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder,
importação do produto.
infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos
estatutos ou contrato social. A desconsideração Parágrafo único. Cessadas a produção ou importação, a
também será efetivada quando houver falência, estado oferta deverá ser mantida por período razoável de
de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa tempo, na forma da lei.
jurídica provocados por má administração.
Art. 33. Em caso de oferta ou venda por telefone ou
§ 1° (Vetado). reembolso postal, deve constar o nome do fabricante e
endereço na embalagem, publicidade e em todos os
§ 2° As sociedades integrantes dos grupos societários e
impressos utilizados na transação comercial.
as sociedades controladas, são subsidiariamente
responsáveis pelas obrigações decorrentes deste Parágrafo único. É proibida a publicidade de bens e
código. serviços por telefone, quando a chamada for onerosa ao
consumidor que a origina. (Incluído pela Lei nº 11.800,
§ 3° As sociedades consorciadas são solidariamente
de 2008).
responsáveis pelas obrigações decorrentes deste
código. Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é
solidariamente responsável pelos atos de seus
§ 4° As sociedades coligadas só responderão por culpa.
prepostos ou representantes autônomos.
§ 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa
Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar
jurídica sempre que sua personalidade for, de alguma
cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o
forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos
consumidor poderá, alternativamente e à sua livre
causados aos consumidores.
escolha:
CAPÍTULO V
I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos
Das Práticas Comerciais
termos da oferta, apresentação ou publicidade;
Seção I
II - aceitar outro produto ou prestação de serviço
Das Disposições Gerais
equivalente;
Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte,
III - rescindir o contrato, com direito à restituição de
equiparam-se aos consumidores todas as pessoas
quantia eventualmente antecipada, monetariamente
determináveis ou não, expostas às práticas nele
atualizada, e a perdas e danos.
previstas.

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Seção III conhecimento ou condição social, para impingir-lhe


Da Publicidade seus produtos ou serviços;
Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma V - exigir do consumidor vantagem manifestamente
que o consumidor, fácil e imediatamente, a identifique excessiva;
como tal.
VI - executar serviços sem a prévia elaboração de
Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de seus orçamento e autorização expressa do consumidor,
produtos ou serviços, manterá, em seu poder, para ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores entre
informação dos legítimos interessados, os dados fáticos, as partes;
técnicos e científicos que dão sustentação à mensagem.
VII - repassar informação depreciativa, referente a ato
Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou praticado pelo consumidor no exercício de seus direitos;
abusiva.
VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer
§ 1° É enganosa qualquer modalidade de informação ou produto ou serviço em desacordo com as normas
comunicação de caráter publicitário, inteira ou expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se
parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, normas específicas não existirem, pela Associação
mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade
consumidor a respeito da natureza, características, credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia,
qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro);
quaisquer outros dados sobre produtos e serviços.
IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços,
§ 2° É abusiva, dentre outras a publicidade diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante
discriminatória de qualquer natureza, a que incite à pronto pagamento, ressalvados os casos de
violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite intermediação regulados em leis especiais; (Redação
da deficiência de julgamento e experiência da criança, dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)
desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de
X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou
induzir o consumidor a se comportar de forma
serviços.(Incluído pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)
prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança.
XI - Dispositivo incluído pela MPV nº 1.890-67, de
§ 3° Para os efeitos deste código, a publicidade é
22.10.1999, transformado em inciso XIII, quando da
enganosa por omissão quando deixar de informar sobre
conversão na Lei nº 9.870, de 23.11.1999
dado essencial do produto ou serviço.
XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de
§ 4° (Vetado).
sua obrigação ou deixar a fixação de seu termo inicial a
Art. 38. O ônus da prova da veracidade e correção da seu exclusivo critério. (Incluído pela Lei nº 9.008, de
informação ou comunicação publicitária cabe a quem as 21.3.1995)
patrocina.
XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do
Seção IV legal ou contratualmente estabelecido. (Incluído pela
Das Práticas Abusivas Lei nº 9.870, de 23.11.1999)
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou XIV - permitir o ingresso em estabelecimentos
serviços, dentre outras práticas abusivas: (Redação comerciais ou de serviços de um número maior de
dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994) consumidores que o fixado pela autoridade
administrativa como máximo. (Incluído pela Lei nº
I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço
13.425, de 2017)
ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem
como, sem justa causa, a limites quantitativos; Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos
remetidos ou entregues ao consumidor, na hipótese
II - recusar atendimento às demandas dos
prevista no inciso III, equiparam-se às amostras grátis,
consumidores, na exata medida de suas
inexistindo obrigação de pagamento.
disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade
com os usos e costumes; Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado a
entregar ao consumidor orçamento prévio
III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação
discriminando o valor da mão-de-obra, dos materiais e
prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço;
equipamentos a serem empregados, as condições de
IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do pagamento, bem como as datas de início e término dos
consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, serviços.

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§ 1º Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terá § 3° O consumidor, sempre que encontrar inexatidão
validade pelo prazo de dez dias, contado de seu nos seus dados e cadastros, poderá exigir sua imediata
recebimento pelo consumidor. correção, devendo o arquivista, no prazo de cinco dias
úteis, comunicar a alteração aos eventuais destinatários
§ 2° Uma vez aprovado pelo consumidor, o orçamento
das informações incorretas.
obriga os contraentes e somente pode ser alterado
mediante livre negociação das partes. § 4° Os bancos de dados e cadastros relativos a
consumidores, os serviços de proteção ao crédito e
§ 3° O consumidor não responde por quaisquer ônus ou
congêneres são considerados entidades de caráter
acréscimos decorrentes da contratação de serviços de
público.
terceiros não previstos no orçamento prévio.
§ 5° Consumada a prescrição relativa à cobrança de
Art. 41. No caso de fornecimento de produtos ou de
débitos do consumidor, não serão fornecidas, pelos
serviços sujeitos ao regime de controle ou de
respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito, quaisquer
tabelamento de preços, os fornecedores deverão
informações que possam impedir ou dificultar novo
respeitar os limites oficiais sob pena de não o fazendo,
acesso ao crédito junto aos fornecedores.
responderem pela restituição da quantia recebida em
excesso, monetariamente atualizada, podendo o § 6o Todas as informações de que trata o caput deste
consumidor exigir à sua escolha, o desfazimento do artigo devem ser disponibilizadas em formatos
negócio, sem prejuízo de outras sanções cabíveis. acessíveis, inclusive para a pessoa com deficiência,
mediante solicitação do consumidor. (Incluído pela Lei
Seção V
nº 13.146, de 2015) (Vigência)
Da Cobrança de Dívidas
Art. 44. Os órgãos públicos de defesa do consumidor
Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor
manterão cadastros atualizados de reclamações
inadimplente não será exposto a ridículo, nem será
fundamentadas contra fornecedores de produtos e
submetido a qualquer tipo de constrangimento ou
serviços, devendo divulgá-lo pública e anualmente. A
ameaça.
divulgação indicará se a reclamação foi atendida ou não
Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia pelo fornecedor.
indevida tem direito à repetição do indébito, por valor
§ 1° É facultado o acesso às informações lá constantes
igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de
para orientação e consulta por qualquer interessado.
correção monetária e juros legais, salvo hipótese de
engano justificável. § 2° Aplicam-se a este artigo, no que couber, as mesmas
regras enunciadas no artigo anterior e as do parágrafo
Art. 42-A. Em todos os documentos de cobrança de
único do art. 22 deste código.
débitos apresentados ao consumidor, deverão constar
o nome, o endereço e o número de inscrição no Art. 45. (Vetado).
Cadastro de Pessoas Físicas – CPF ou no Cadastro
CAPÍTULO VI
Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ do fornecedor do
Da Proteção Contratual
produto ou serviço correspondente. (Incluído pela Lei
nº 12.039, de 2009) Seção I
Disposições Gerais
Seção VI
Dos Bancos de Dados e Cadastros de Consumidores Art. 46. Os contratos que regulam as relações de
consumo não obrigarão os consumidores, se não lhes
Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art.
for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio
86, terá acesso às informações existentes em cadastros,
de seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos
fichas, registros e dados pessoais e de consumo
forem redigidos de modo a dificultar a compreensão de
arquivados sobre ele, bem como sobre as suas
seu sentido e alcance.
respectivas fontes.
Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de
§ 1° Os cadastros e dados de consumidores devem ser
maneira mais favorável ao consumidor.
objetivos, claros, verdadeiros e em linguagem de fácil
compreensão, não podendo conter informações Art. 48. As declarações de vontade constantes de
negativas referentes a período superior a cinco anos. escritos particulares, recibos e pré-contratos relativos
às relações de consumo vinculam o fornecedor,
§ 2° A abertura de cadastro, ficha, registro e dados
ensejando inclusive execução específica, nos termos do
pessoais e de consumo deverá ser comunicada por
art. 84 e parágrafos.
escrito ao consumidor, quando não solicitada por ele.

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Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o
prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de contrato, embora obrigando o consumidor;
recebimento do produto ou serviço, sempre que a
X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente,
contratação de fornecimento de produtos e serviços
variação do preço de maneira unilateral;
ocorrer fora do estabelecimento comercial,
especialmente por telefone ou a domicílio. XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato
unilateralmente, sem que igual direito seja conferido ao
Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de
consumidor;
arrependimento previsto neste artigo, os valores
eventualmente pagos, a qualquer título, durante o XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de
prazo de reflexão, serão devolvidos, de imediato, cobrança de sua obrigação, sem que igual direito lhe
monetariamente atualizados. seja conferido contra o fornecedor;
Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e XIII - autorizem o fornecedor a modificar
será conferida mediante termo escrito. unilateralmente o conteúdo ou a qualidade do contrato,
após sua celebração;
Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalente
deve ser padronizado e esclarecer, de maneira XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas
adequada em que consiste a mesma garantia, bem ambientais;
como a forma, o prazo e o lugar em que pode ser
XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção
exercitada e os ônus a cargo do consumidor, devendo
ao consumidor;
ser-lhe entregue, devidamente preenchido pelo
fornecedor, no ato do fornecimento, acompanhado de XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização
manual de instrução, de instalação e uso do produto em por benfeitorias necessárias.
linguagem didática, com ilustrações.
§ 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a
Seção II vantagem que:
Das Cláusulas Abusivas
I - ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as a que pertence;
cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de
II - restringe direitos ou obrigações fundamentais
produtos e serviços que:
inerentes à natureza do contrato, de tal modo a
I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual;
responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer
III - se mostra excessivamente onerosa para o
natureza dos produtos e serviços ou impliquem
consumidor, considerando-se a natureza e conteúdo do
renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de
contrato, o interesse das partes e outras circunstâncias
consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa
peculiares ao caso.
jurídica, a indenização poderá ser limitada, em situações
justificáveis; § 2° A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não
invalida o contrato, exceto quando de sua ausência,
II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da
apesar dos esforços de integração, decorrer ônus
quantia já paga, nos casos previstos neste código;
excessivo a qualquer das partes.
III - transfiram responsabilidades a terceiros;
§ 3° (Vetado).
IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas,
§ 4° É facultado a qualquer consumidor ou entidade que
abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem
o represente requerer ao Ministério Público que ajuíze
exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a
a competente ação para ser declarada a nulidade de
eqüidade;
cláusula contratual que contrarie o disposto neste
V - (Vetado); código ou de qualquer forma não assegure o justo
equilíbrio entre direitos e obrigações das partes.
VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo
do consumidor; Art. 52. No fornecimento de produtos ou serviços que
envolva outorga de crédito ou concessão de
VII - determinem a utilização compulsória de
financiamento ao consumidor, o fornecedor deverá,
arbitragem;
entre outros requisitos, informá-lo prévia e
VIII - imponham representante para concluir ou realizar adequadamente sobre:
outro negócio jurídico pelo consumidor;

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I - preço do produto ou serviço em moeda corrente § 3o Os contratos de adesão escritos serão redigidos em
nacional; termos claros e com caracteres ostensivos e legíveis,
cujo tamanho da fonte não será inferior ao corpo doze,
II - montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual
de modo a facilitar sua compreensão pelo
de juros;
consumidor. (Redação dada pela nº 11.785, de 2008)
III - acréscimos legalmente previstos;
§ 4° As cláusulas que implicarem limitação de direito do
IV - número e periodicidade das prestações; consumidor deverão ser redigidas com destaque,
permitindo sua imediata e fácil compreensão.
V - soma total a pagar, com e sem financiamento.
§ 5° (Vetado)
§ 1° As multas de mora decorrentes do
inadimplemento de obrigações no seu termo não CAPÍTULO VII
poderão ser superiores a dois por cento do valor da Das Sanções Administrativas
prestação. (Redação dada pela Lei nº 9.298, de (Vide Lei nº 8.656, de 1993)
1º.8.1996)
Art. 55. A União, os Estados e o Distrito Federal, em
§ 2º É assegurado ao consumidor a liquidação caráter concorrente e nas suas respectivas áreas de
antecipada do débito, total ou parcialmente, mediante atuação administrativa, baixarão normas relativas à
redução proporcional dos juros e demais acréscimos. produção, industrialização, distribuição e consumo de
produtos e serviços.
§ 3º (Vetado).
§ 1° A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Art. 53. Nos contratos de compra e venda de móveis ou
Municípios fiscalizarão e controlarão a produção,
imóveis mediante pagamento em prestações, bem
industrialização, distribuição, a publicidade de produtos
como nas alienações fiduciárias em garantia,
e serviços e o mercado de consumo, no interesse da
consideram-se nulas de pleno direito as cláusulas que
preservação da vida, da saúde, da segurança, da
estabeleçam a perda total das prestações pagas em
informação e do bem-estar do consumidor, baixando as
benefício do credor que, em razão do inadimplemento,
normas que se fizerem necessárias.
pleitear a resolução do contrato e a retomada do
produto alienado. § 2° (Vetado).
§ 1° (Vetado). § 3° Os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e
municipais com atribuições para fiscalizar e controlar o
§ 2º Nos contratos do sistema de consórcio de produtos
mercado de consumo manterão comissões
duráveis, a compensação ou a restituição das parcelas
permanentes para elaboração, revisão e atualização das
quitadas, na forma deste artigo, terá descontada, além
normas referidas no § 1°, sendo obrigatória a
da vantagem econômica auferida com a fruição, os
participação dos consumidores e fornecedores.
prejuízos que o desistente ou inadimplente causar ao
grupo. § 4° Os órgãos oficiais poderão expedir notificações aos
fornecedores para que, sob pena de desobediência,
§ 3° Os contratos de que trata o caput deste artigo serão
prestem informações sobre questões de interesse do
expressos em moeda corrente nacional.
consumidor, resguardado o segredo industrial.
Seção III
Art. 56. As infrações das normas de defesa do
Dos Contratos de Adesão
consumidor ficam sujeitas, conforme o caso, às
Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas seguintes sanções administrativas, sem prejuízo das de
tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou natureza civil, penal e das definidas em normas
estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de específicas:
produtos ou serviços, sem que o consumidor possa
I - multa;
discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo.
II - apreensão do produto;
§ 1° A inserção de cláusula no formulário não desfigura
a natureza de adesão do contrato. III - inutilização do produto;
§ 2° Nos contratos de adesão admite-se cláusula IV - cassação do registro do produto junto ao órgão
resolutória, desde que a alternativa, cabendo a escolha competente;
ao consumidor, ressalvando-se o disposto no § 2° do
V - proibição de fabricação do produto;
artigo anterior.
VI - suspensão de fornecimento de produtos ou serviço;

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VII - suspensão temporária de atividade; a cassação de licença, a interdição ou suspensão da


atividade.
VIII - revogação de concessão ou permissão de uso;
§ 3° Pendendo ação judicial na qual se discuta a
IX - cassação de licença do estabelecimento ou de
imposição de penalidade administrativa, não haverá
atividade;
reincidência até o trânsito em julgado da sentença.
X - interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de
Art. 60. A imposição de contrapropaganda será
obra ou de atividade;
cominada quando o fornecedor incorrer na prática de
XI - intervenção administrativa; publicidade enganosa ou abusiva, nos termos do art. 36
e seus parágrafos, sempre às expensas do infrator.
XII - imposição de contrapropaganda.
§ 1º A contrapropaganda será divulgada pelo
Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo serão
responsável da mesma forma, freqüência e dimensão e,
aplicadas pela autoridade administrativa, no âmbito de
preferencialmente no mesmo veículo, local, espaço e
sua atribuição, podendo ser aplicadas
horário, de forma capaz de desfazer o malefício da
cumulativamente, inclusive por medida cautelar,
publicidade enganosa ou abusiva.
antecedente ou incidente de procedimento
administrativo. § 2° (Vetado)
Art. 57. A pena de multa, graduada de acordo com a § 3° (Vetado).
gravidade da infração, a vantagem auferida e a condição
TÍTULO II
econômica do fornecedor, será aplicada mediante
procedimento administrativo, revertendo para o Fundo Das Infrações Penais
de que trata a Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985, os
Art. 61. Constituem crimes contra as relações de
valores cabíveis à União, ou para os Fundos estaduais ou
consumo previstas neste código, sem prejuízo do
municipais de proteção ao consumidor nos demais
disposto no Código Penal e leis especiais, as condutas
casos. (Redação dada pela Lei nº 8.656, de 21.5.1993)
tipificadas nos artigos seguintes.
Parágrafo único. A multa será em montante não inferior
Art. 62. (Vetado).
a duzentas e não superior a três milhões de vezes o valor
da Unidade Fiscal de Referência (Ufir), ou índice Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a
equivalente que venha a substituí-lo. (Parágrafo nocividade ou periculosidade de produtos, nas
acrescentado pela Lei nº 8.703, de 6.9.1993) embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicidade:
Art. 58. As penas de apreensão, de inutilização de Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.
produtos, de proibição de fabricação de produtos, de
§ 1° Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de
suspensão do fornecimento de produto ou serviço, de
alertar, mediante recomendações escritas ostensivas,
cassação do registro do produto e revogação da
sobre a periculosidade do serviço a ser prestado.
concessão ou permissão de uso serão aplicadas pela
administração, mediante procedimento administrativo, § 2° Se o crime é culposo:
assegurada ampla defesa, quando forem constatados
Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
vícios de quantidade ou de qualidade por inadequação
ou insegurança do produto ou serviço. Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade competente
e aos consumidores a nocividade ou periculosidade de
Art. 59. As penas de cassação de alvará de licença, de
produtos cujo conhecimento seja posterior à sua
interdição e de suspensão temporária da atividade, bem
colocação no mercado:
como a de intervenção administrativa, serão aplicadas
mediante procedimento administrativo, assegurada Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.
ampla defesa, quando o fornecedor reincidir na prática
Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem
das infrações de maior gravidade previstas neste código
deixar de retirar do mercado, imediatamente quando
e na legislação de consumo.
determinado pela autoridade competente, os produtos
§ 1° A pena de cassação da concessão será aplicada à nocivos ou perigosos, na forma deste artigo.
concessionária de serviço público, quando violar
Art. 65. Executar serviço de alto grau de periculosidade,
obrigação legal ou contratual.
contrariando determinação de autoridade competente:
§ 2° A pena de intervenção administrativa será aplicada
Pena Detenção de seis meses a dois anos e multa.
sempre que as circunstâncias de fato desaconselharem

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§ 1º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente informação
das correspondentes à lesão corporal e à morte. sobre consumidor constante de cadastro, banco de
(Redação dada pela Lei nº 13.425, de 2017) dados, fichas ou registros que sabe ou deveria saber ser
inexata:
§ 2º A prática do disposto no inciso XIV do art. 39 desta
Lei também caracteriza o crime previsto no caput deste Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
artigo. (Incluído pela Lei nº 13.425, de 2017)
Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o termo de
Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir garantia adequadamente preenchido e com
informação relevante sobre a natureza, característica, especificação clara de seu conteúdo;
qualidade, quantidade, segurança, desempenho,
Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
durabilidade, preço ou garantia de produtos ou
serviços: Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os
crimes referidos neste código, incide as penas a esses
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.
cominadas na medida de sua culpabilidade, bem como
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a o diretor, administrador ou gerente da pessoa jurídica
oferta. que promover, permitir ou por qualquer modo aprovar
o fornecimento, oferta, exposição à venda ou
§ 2º Se o crime é culposo;
manutenção em depósito de produtos ou a oferta e
Pena Detenção de um a seis meses ou multa. prestação de serviços nas condições por ele proibidas.
Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes
deveria saber ser enganosa ou abusiva: tipificados neste código:
Pena Detenção de três meses a um ano e multa. I - serem cometidos em época de grave crise econômica
ou por ocasião de calamidade;
Parágrafo único. (Vetado).
II - ocasionarem grave dano individual ou coletivo;
Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou
deveria saber ser capaz de induzir o consumidor a se III - dissimular-se a natureza ilícita do procedimento;
comportar de forma prejudicial ou perigosa a sua saúde
IV - quando cometidos:
ou segurança:
a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa:
econômico-social seja manifestamente superior à da
Parágrafo único. (Vetado). vítima;
Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de
científicos que dão base à publicidade: dezoito ou maior de sessenta anos ou de pessoas
portadoras de deficiência mental interditadas ou não;
Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
V - serem praticados em operações que envolvam
Art. 70. Empregar na reparação de produtos, peça ou
alimentos, medicamentos ou quaisquer outros
componentes de reposição usados, sem autorização do
produtos ou serviços essenciais .
consumidor:
Art. 77. A pena pecuniária prevista nesta Seção será
Pena Detenção de três meses a um ano e multa.
fixada em dias-multa, correspondente ao mínimo e ao
Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, máximo de dias de duração da pena privativa da
coação, constrangimento físico ou moral, afirmações liberdade cominada ao crime. Na individualização desta
falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro multa, o juiz observará o disposto no art. 60, §1° do
procedimento que exponha o consumidor, Código Penal.
injustificadamente, a ridículo ou interfira com seu
Art. 78. Além das penas privativas de liberdade e de
trabalho, descanso ou lazer:
multa, podem ser impostas, cumulativa ou
Pena Detenção de três meses a um ano e multa. alternadamente, observado o disposto nos arts. 44 a 47,
do Código Penal:
Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do consumidor às
informações que sobre ele constem em cadastros, I - a interdição temporária de direitos;
banco de dados, fichas e registros:
II - a publicação em órgãos de comunicação de grande
Pena Detenção de seis meses a um ano ou multa. circulação ou audiência, às expensas do condenado, de
notícia sobre os fatos e a condenação;

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III - a prestação de serviços à comunidade. jurídica, especificamente destinados à defesa dos


interesses e direitos protegidos por este código;
Art. 79. O valor da fiança, nas infrações de que trata este
código, será fixado pelo juiz, ou pela autoridade que IV - as associações legalmente constituídas há pelo
presidir o inquérito, entre cem e duzentas mil vezes o menos um ano e que incluam entre seus fins
valor do Bônus do Tesouro Nacional (BTN), ou índice institucionais a defesa dos interesses e direitos
equivalente que venha a substituí-lo. protegidos por este código, dispensada a autorização
assemblear.
Parágrafo único. Se assim recomendar a situação
econômica do indiciado ou réu, a fiança poderá ser: § 1° O requisito da pré-constituição pode ser dispensado
pelo juiz, nas ações previstas nos arts. 91 e seguintes,
a) reduzida até a metade do seu valor mínimo;
quando haja manifesto interesse social evidenciado pela
b) aumentada pelo juiz até vinte vezes. dimensão ou característica do dano, ou pela relevância
do bem jurídico a ser protegido.
Art. 80. No processo penal atinente aos crimes previstos
neste código, bem como a outros crimes e § 2° (Vetado).
contravenções que envolvam relações de consumo,
§ 3° (Vetado).
poderão intervir, como assistentes do Ministério
Público, os legitimados indicados no art. 82, inciso III e Art. 83. Para a defesa dos direitos e interesses
IV, aos quais também é facultado propor ação penal protegidos por este código são admissíveis todas as
subsidiária, se a denúncia não for oferecida no prazo espécies de ações capazes de propiciar sua adequada e
legal. efetiva tutela.
TÍTULO III Parágrafo único. (Vetado).
Da Defesa do Consumidor em Juízo
Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento
CAPÍTULO I da obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a
Disposições Gerais tutela específica da obrigação ou determinará
providências que assegurem o resultado prático
Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos
equivalente ao do adimplemento.
consumidores e das vítimas poderá ser exercida em
juízo individualmente, ou a título coletivo. § 1° A conversão da obrigação em perdas e danos
somente será admissível se por elas optar o autor ou se
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando
impossível a tutela específica ou a obtenção do
se tratar de:
resultado prático correspondente.
I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para
§ 2° A indenização por perdas e danos se fará sem
efeitos deste código, os transindividuais, de natureza
prejuízo da multa (art. 287, do Código de Processo Civil).
indivisível, de que sejam titulares pessoas
indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato; § 3° Sendo relevante o fundamento da demanda e
havendo justificado receio de ineficácia do provimento
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos,
final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou
para efeitos deste código, os transindividuais, de
após justificação prévia, citado o réu.
natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria
ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte § 4° O juiz poderá, na hipótese do § 3° ou na sentença,
contrária por uma relação jurídica base; impor multa diária ao réu, independentemente de
pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a
III - interesses ou direitos individuais homogêneos,
obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento
assim entendidos os decorrentes de origem comum.
do preceito.
Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são
§ 5° Para a tutela específica ou para a obtenção do
legitimados concorrentemente: (Redação dada pela
resultado prático equivalente, poderá o juiz determinar
Lei nº 9.008, de 21.3.1995) (Vide Lei nº 13.105, de
as medidas necessárias, tais como busca e apreensão,
2015)(Vigência)
remoção de coisas e pessoas, desfazimento de obra,
I - o Ministério Público, impedimento de atividade nociva, além de requisição de
força policial.
II - a União, os Estados, os Municípios e o Distrito
Federal; Art. 85. (Vetado).
III - as entidades e órgãos da Administração Pública, Art. 86. (Vetado).
direta ou indireta, ainda que sem personalidade

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Art. 87. Nas ações coletivas de que trata este código não Art. 95. Em caso de procedência do pedido, a
haverá adiantamento de custas, emolumentos, condenação será genérica, fixando a responsabilidade
honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem do réu pelos danos causados.
condenação da associação autora, salvo comprovada
Art. 96. (Vetado).
má-fé, em honorários de advogados, custas e despesas
processuais. Art. 97. A liquidação e a execução de sentença poderão
ser promovidas pela vítima e seus sucessores, assim
Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a
como pelos legitimados de que trata o art. 82.
associação autora e os diretores responsáveis pela
propositura da ação serão solidariamente condenados Parágrafo único. (Vetado).
em honorários advocatícios e ao décuplo das custas,
Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo
sem prejuízo da responsabilidade por perdas e danos.
promovida pelos legitimados de que trata o art. 82,
Art. 88. Na hipótese do art. 13, parágrafo único deste abrangendo as vítimas cujas indenizações já tiveram
código, a ação de regresso poderá ser ajuizada em sido fixadas em sentença de liquidação, sem prejuízo do
processo autônomo, facultada a possibilidade de ajuizamento de outras execuções. (Redação dada pela
prosseguir-se nos mesmos autos, vedada a denunciação Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
da lide.
§ 1° A execução coletiva far-se-á com base em certidão
Art. 89. (Vetado) das sentenças de liquidação, da qual deverá constar a
ocorrência ou não do trânsito em julgado.
Art. 90. Aplicam-se às ações previstas neste título as
normas do Código de Processo Civil e da Lei n° 7.347, de § 2° É competente para a execução o juízo:
24 de julho de 1985, inclusive no que respeita ao
I - da liquidação da sentença ou da ação condenatória,
inquérito civil, naquilo que não contrariar suas
no caso de execução individual;
disposições.
II - da ação condenatória, quando coletiva a execução.
CAPÍTULO II
Das Ações Coletivas Para a Defesa de Interesses Art. 99. Em caso de concurso de créditos decorrentes de
Individuais Homogêneos condenação prevista na Lei n.° 7.347, de 24 de julho de
1985 e de indenizações pelos prejuízos individuais
Art. 91. Os legitimados de que trata o art. 82 poderão
resultantes do mesmo evento danoso, estas terão
propor, em nome próprio e no interesse das vítimas ou
preferência no pagamento. (Vide Decreto nº 407, de
seus sucessores, ação civil coletiva de responsabilidade
1991)
pelos danos individualmente sofridos, de acordo com o
disposto nos artigos seguintes. (Redação dada pela Lei Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo, a
nº 9.008, de 21.3.1995) destinação da importância recolhida ao fundo criado
pela Lei n°7.347 de 24 de julho de 1985, ficará sustada
Art. 92. O Ministério Público, se não ajuizar a ação,
enquanto pendentes de decisão de segundo grau as
atuará sempre como fiscal da lei.
ações de indenização pelos danos individuais, salvo na
Parágrafo único. (Vetado). hipótese de o patrimônio do devedor ser
manifestamente suficiente para responder pela
Art. 93. Ressalvada a competência da Justiça Federal, é
integralidade das dívidas.
competente para a causa a justiça local:
Art. 100. Decorrido o prazo de um ano sem
I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o
habilitação de interessados em número compatível com
dano, quando de âmbito local;
a gravidade do dano, poderão os legitimados do art. 82
II - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito promover a liquidação e execução da indenização
Federal, para os danos de âmbito nacional ou regional, devida. (Vide Decreto nº 407, de 1991)
aplicando-se as regras do Código de Processo Civil aos
Parágrafo único. O produto da indenização devida
casos de competência concorrente.
reverterá para o fundo criado pela Lei n.° 7.347, de 24
Art. 94. Proposta a ação, será publicado edital no órgão de julho de 1985. (Vide Decreto nº 407, de 1991)
oficial, a fim de que os interessados possam intervir no
CAPÍTULO III
processo como litisconsortes, sem prejuízo de ampla
Das Ações de Responsabilidade do Fornecedor de
divulgação pelos meios de comunicação social por parte
Produtos e Serviços
dos órgãos de defesa do consumidor.
Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do
fornecedor de produtos e serviços, sem prejuízo do

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disposto nos Capítulos I e II deste título, serão § 2° Na hipótese prevista no inciso III, em caso de
observadas as seguintes normas: improcedência do pedido, os interessados que não
tiverem intervindo no processo como litisconsortes
I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor;
poderão propor ação de indenização a título individual.
II - o réu que houver contratado seguro de
§ 3° Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16,
responsabilidade poderá chamar ao processo o
combinado com o art. 13 da Lei n° 7.347, de 24 de julho
segurador, vedada a integração do contraditório pelo
de 1985, não prejudicarão as ações de indenização por
Instituto de Resseguros do Brasil. Nesta hipótese, a
danos pessoalmente sofridos, propostas
sentença que julgar procedente o pedido condenará o
individualmente ou na forma prevista neste código,
réu nos termos do art. 80 do Código de Processo Civil.
mas, se procedente o pedido, beneficiarão as vítimas e
Se o réu houver sido declarado falido, o síndico será
seus sucessores, que poderão proceder à liquidação e à
intimado a informar a existência de seguro de
execução, nos termos dos arts. 96 a 99.
responsabilidade, facultando-se, em caso afirmativo, o
ajuizamento de ação de indenização diretamente contra § 4º Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à
o segurador, vedada a denunciação da lide ao Instituto sentença penal condenatória.
de Resseguros do Brasil e dispensado o litisconsórcio
Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e
obrigatório com este.
do parágrafo único do art. 81, não induzem
Art. 102. Os legitimados a agir na forma deste código litispendência para as ações individuais, mas os efeitos
poderão propor ação visando compelir o Poder Público da coisa julgada erga omnes ou ultra partes a que
competente a proibir, em todo o território nacional, a aludem os incisos II e III do artigo anterior não
produção, divulgação distribuição ou venda, ou a beneficiarão os autores das ações individuais, se não for
determinar a alteração na composição, estrutura, requerida sua suspensão no prazo de trinta dias, a
fórmula ou acondicionamento de produto, cujo uso ou contar da ciência nos autos do ajuizamento da ação
consumo regular se revele nocivo ou perigoso à saúde coletiva.
pública e à incolumidade pessoal.
TÍTULO IV
§ 1° (Vetado). Do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor
§ 2° (Vetado) Art. 105. Integram o Sistema Nacional de Defesa do
Consumidor (SNDC), os órgãos federais, estaduais, do
CAPÍTULO IV
Distrito Federal e municipais e as entidades privadas de
Da Coisa Julgada
defesa do consumidor.
Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a
Art. 106. O Departamento Nacional de Defesa do
sentença fará coisa julgada:
Consumidor, da Secretaria Nacional de Direito
I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado Econômico (MJ), ou órgão federal que venha substituí-
improcedente por insuficiência de provas, hipótese em lo, é organismo de coordenação da política do Sistema
que qualquer legitimado poderá intentar outra ação, Nacional de Defesa do Consumidor, cabendo-lhe:
com idêntico fundamento valendo-se de nova prova, na
I - planejar, elaborar, propor, coordenar e executar a
hipótese do inciso I do parágrafo único do art. 81;
política nacional de proteção ao consumidor;
II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria
II - receber, analisar, avaliar e encaminhar consultas,
ou classe, salvo improcedência por insuficiência de
denúncias ou sugestões apresentadas por entidades
provas, nos termos do inciso anterior, quando se tratar
representativas ou pessoas jurídicas de direito público
da hipótese prevista no inciso II do parágrafo único do
ou privado;
art. 81;
III - prestar aos consumidores orientação permanente
III - erga omnes, apenas no caso de procedência do
sobre seus direitos e garantias;
pedido, para beneficiar todas as vítimas e seus
sucessores, na hipótese do inciso III do parágrafo único IV - informar, conscientizar e motivar o consumidor
do art. 81. através dos diferentes meios de comunicação;
§ 1° Os efeitos da coisa julgada previstos nos incisos I e V - solicitar à polícia judiciária a instauração de inquérito
II não prejudicarão interesses e direitos individuais dos policial para a apreciação de delito contra os
integrantes da coletividade, do grupo, categoria ou consumidores, nos termos da legislação vigente;
classe.

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VI - representar ao Ministério Público competente para Art. 110. Acrescente-se o seguinte inciso IV ao art. 1°
fins de adoção de medidas processuais no âmbito de da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985:
suas atribuições;
"IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo".
VII - levar ao conhecimento dos órgãos competentes as
Art. 111. O inciso II do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24 de
infrações de ordem administrativa que violarem os
julho de 1985, passa a ter a seguinte redação:
interesses difusos, coletivos, ou individuais dos
consumidores; "II - inclua, entre suas finalidades institucionais, a
proteção ao meio ambiente, ao consumidor, ao
VIII - solicitar o concurso de órgãos e entidades da
patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e
União, Estados, do Distrito Federal e Municípios, bem
paisagístico, ou a qualquer outro interesse difuso ou
como auxiliar a fiscalização de preços, abastecimento,
coletivo".
quantidade e segurança de bens e serviços;
Art. 112. O § 3° do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24 de julho
IX - incentivar, inclusive com recursos financeiros e
de 1985, passa a ter a seguinte redação:
outros programas especiais, a formação de entidades de
defesa do consumidor pela população e pelos órgãos "§ 3° Em caso de desistência infundada ou abandono da
públicos estaduais e municipais; ação por associação legitimada, o Ministério Público ou
outro legitimado assumirá a titularidade ativa".
X - (Vetado).
Art. 113. Acrescente-se os seguintes §§ 4°, 5° e 6° ao art.
XI - (Vetado).
5º. da Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985:
XII - (Vetado)
"§ 4.° O requisito da pré-constituição poderá ser
XIII - desenvolver outras atividades compatíveis com dispensado pelo juiz, quando haja manifesto interesse
suas finalidades. social evidenciado pela dimensão ou característica do
dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser
Parágrafo único. Para a consecução de seus objetivos, o
protegido.
Departamento Nacional de Defesa do Consumidor
poderá solicitar o concurso de órgãos e entidades de § 5.° Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre os
notória especialização técnico-científica. Ministérios Públicos da União, do Distrito Federal e dos
Estados na defesa dos interesses e direitos de que cuida
TÍTULO V
esta lei.
Da Convenção Coletiva de Consumo
§ 6° Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos
Art. 107. As entidades civis de consumidores e as
interessados compromisso de ajustamento de sua
associações de fornecedores ou sindicatos de categoria
conduta às exigências legais, mediante combinações,
econômica podem regular, por convenção escrita,
que terá eficácia de título executivo extrajudicial".
relações de consumo que tenham por objeto
estabelecer condições relativas ao preço, à qualidade, à Art. 114. O art. 15 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de
quantidade, à garantia e características de produtos e 1985, passa a ter a seguinte redação:
serviços, bem como à reclamação e composição do
"Art. 15. Decorridos sessenta dias do trânsito em
conflito de consumo.
julgado da sentença condenatória, sem que a
§ 1° A convenção tornar-se-á obrigatória a partir do associação autora lhe promova a execução, deverá fazê-
registro do instrumento no cartório de títulos e lo o Ministério Público, facultada igual iniciativa aos
documentos. demais legitimados".
§ 2° A convenção somente obrigará os filiados às Art. 115. Suprima-se o caput do art. 17 da Lei n° 7.347,
entidades signatárias. de 24 de julho de 1985, passando o parágrafo único a
constituir o caput, com a seguinte redação:
§ 3° Não se exime de cumprir a convenção o fornecedor
que se desligar da entidade em data posterior ao “Art. 17. “Art. 17. Em caso de litigância de má-fé, a
registro do instrumento. associação autora e os diretores responsáveis pela
propositura da ação serão solidariamente condenados
Art. 108. (Vetado).
em honorários advocatícios e ao décuplo das custas,
TÍTULO VI sem prejuízo da responsabilidade por perdas e danos”.
Disposições Finais
Art. 116. Dê-se a seguinte redação ao art. 18 da Lei n°
Art. 109. (Vetado). 7.347, de 24 de julho de 1985:

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"Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haverá III - falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota
adiantamento de custas, emolumentos, honorários de venda, ou qualquer outro documento relativo à
periciais e quaisquer outras despesas, nem condenação operação tributável;
da associação autora, salvo comprovada má-fé, em
IV - elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar
honorários de advogado, custas e despesas
documento que saiba ou deva saber falso ou inexato;
processuais".
V - negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório,
Art. 117. Acrescente-se à Lei n° 7.347, de 24 de julho de
nota fiscal ou documento equivalente, relativa a venda
1985, o seguinte dispositivo, renumerando-se os
de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente
seguintes:
realizada, ou fornecê-la em desacordo com a legislação.
"Art. 21. Aplicam-se à defesa dos direitos e interesses
Pena - reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
difusos, coletivos e individuais, no que for cabível, os
dispositivos do Título III da lei que instituiu o Código de Parágrafo único. A falta de atendimento da exigência da
Defesa do Consumidor". autoridade, no prazo de 10 (dez) dias, que poderá ser
convertido em horas em razão da maior ou menor
Art. 118. Este código entrará em vigor dentro de cento
complexidade da matéria ou da dificuldade quanto ao
e oitenta dias a contar de sua publicação.
atendimento da exigência, caracteriza a infração
Art. 119. Revogam-se as disposições em contrário. prevista no inciso V.
Brasília, 11 de setembro de 1990; 169° da Art. 2º Constitui crime da mesma natureza: (Vide
Independência e 102° da República. Lei nº 9.964, de 10.4.2000)
FERNANDO COLLOR I - fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre
rendas, bens ou fatos, ou empregar outra fraude, para
Bernardo Cabral
eximir-se, total ou parcialmente, de pagamento de
Zélia M. Cardoso de Mello tributo;
Ozires Silva II - deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou
de contribuição social, descontado ou cobrado, na
LEI Nº 8.137/1990 qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria
recolher aos cofres públicos;
Define crimes contra a ordem tributária, econômica e III - exigir, pagar ou receber, para si ou para o
contra as relações de consumo, e dá outras contribuinte beneficiário, qualquer percentagem sobre
providências. a parcela dedutível ou deduzida de imposto ou de
contribuição como incentivo fiscal;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: IV - deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o
estatuído, incentivo fiscal ou parcelas de imposto
CAPÍTULO I
liberadas por órgão ou entidade de desenvolvimento;
Dos Crimes Contra a Ordem Tributária
V - utilizar ou divulgar programa de processamento de
Seção I dados que permita ao sujeito passivo da obrigação
tributária possuir informação contábil diversa daquela
Dos Crimes Praticados Por Particulares
que é, por lei, fornecida à Fazenda Pública.
Art. 1º Constitui crime contra a ordem tributária
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e
multa.
qualquer acessório, mediante as seguintes condutas:
(Vide Lei nº 9.964, de 10.4.2000) Seção II
I - omitir informação, ou prestar declaração falsa às Dos Crimes Praticados Por Funcionários Públicos
autoridades fazendárias;
Art. 3º Constitui crime funcional contra a ordem
II - fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos tributária, além dos previstos no Decreto-Lei nº 2.848,
inexatos, ou omitindo operação de qualquer natureza, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal (Título XI,
em documento ou livro exigido pela lei fiscal; Capítulo I):
I - extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer
documento, de que tenha a guarda em razão da função;

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sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente, Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e multa.
acarretando pagamento indevido ou inexato de tributo (Redação dada pela Lei nº 12.529, de 2011).
ou contribuição social;
III - (Revogado). (Redação dada pela Lei nº
II - exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, 12.529, de 2011).
direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou
IV - (Revogado). (Redação dada pela Lei nº
antes de iniciar seu exercício, mas em razão dela,
12.529, de 2011).
vantagem indevida; ou aceitar promessa de tal
vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo ou V - (Revogado). (Redação dada pela Lei nº
contribuição social, ou cobrá-los parcialmente. Pena - 12.529, de 2011)
reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
VI - (Revogado). (Redação dada pela Lei nº
III - patrocinar, direta ou indiretamente, interesse 12.529, de 2011).
privado perante a administração fazendária, valendo-se
VII - (Revogado). (Redação dada pela Lei nº
da qualidade de funcionário público. Pena - reclusão, de
12.529, de 2011).
1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 5º (Revogado).
CAPÍTULO II
Art. 6º (Revogado).
Dos crimes Contra a Economia e as Relações de
Consumo Art. 7º Constitui crime contra as relações de consumo:
Art. 4º Constitui crime contra a ordem econômica: I - favorecer ou preferir, sem justa causa, comprador ou
freguês, ressalvados os sistemas de entrega ao consumo
I - abusar do poder econômico, dominando o mercado
por intermédio de distribuidores ou revendedores;
ou eliminando, total ou parcialmente, a concorrência
mediante qualquer forma de ajuste ou acordo de II - vender ou expor à venda mercadoria cuja
empresas; (Redação dada pela Lei nº 12.529, embalagem, tipo, especificação, peso ou composição
de 2011). esteja em desacordo com as prescrições legais, ou que
não corresponda à respectiva classificação oficial;
a) (Revogada). (Redação dada pela Lei nº 12.529,
de 2011). III - misturar gêneros e mercadorias de espécies
diferentes, para vendê-los ou expô-los à venda como
b) (Revogada). (Redação dada pela Lei nº 12.529,
puros; misturar gêneros e mercadorias de qualidades
de 2011).
desiguais para vendê-los ou expô-los à venda por preço
c) (Revogada). (Redação dada pela Lei nº estabelecido para os demais mais alto custo;
12.529, de 2011).
IV - fraudar preços por meio de:
d) (Revogada). (Redação dada pela Lei nº
a) alteração, sem modificação essencial ou de
12.529, de 2011).
qualidade, de elementos tais como denominação, sinal
e) (Revogada). (Redação dada pela Lei nº externo, marca, embalagem, especificação técnica,
12.529, de 2011). descrição, volume, peso, pintura ou acabamento de
bem ou serviço;
f) (Revogada). (Redação dada pela Lei nº
12.529, de 2011). b) divisão em partes de bem ou serviço, habitualmente
oferecido à venda em conjunto
II - formar acordo, convênio, ajuste ou aliança entre
ofertantes, visando: (Redação dada pela Lei c) junção de bens ou serviços, comumente oferecidos à
nº 12.529, de 2011). venda em separado;
a) à fixação artificial de preços ou quantidades vendidas d) aviso de inclusão de insumo não empregado na
ou produzidas; (Redação dada pela Lei nº produção do bem ou na prestação dos serviços;
12.529, de 2011).
V - elevar o valor cobrado nas vendas a prazo de bens
b) ao controle regionalizado do mercado por empresa ou serviços, mediante a exigência de comissão ou de
ou grupo de empresas; (Redação dada pela taxa de juros ilegais;
Lei nº 12.529, de 2011).
VI - sonegar insumos ou bens, recusando-se a vendê-los
c) ao controle, em detrimento da concorrência, de rede a quem pretenda comprá-los nas condições
de distribuição ou de fornecedores. (Redação publicamente ofertadas, ou retê-los para o fim de
dada pela Lei nº 12.529, de 2011). especulação;

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VII - induzir o consumidor ou usuário a erro, por via de Parágrafo único. Quando a venda ao consumidor for
indicação ou afirmação falsa ou enganosa sobre a efetuada por sistema de entrega ao consumo ou por
natureza, qualidade do bem ou serviço, utilizando-se de intermédio de outro em que o preço ao consumidor é
qualquer meio, inclusive a veiculação ou divulgação estabelecido ou sugerido pelo fabricante ou
publicitária; concedente, o ato por este praticado não alcança o
distribuidor ou revendedor.
VIII - destruir, inutilizar ou danificar matéria-prima ou
mercadoria, com o fim de provocar alta de preço, em Art. 12. São circunstâncias que podem agravar de 1/3
proveito próprio ou de terceiros; (um terço) até a metade as penas previstas nos arts. 1º,
2º e 4º a 7º:
IX - vender, ter em depósito para vender ou expor à
venda ou, de qualquer forma, entregar matéria-prima I - ocasionar grave dano à coletividade;
ou mercadoria, em condições impróprias ao consumo;
II - ser o crime cometido por servidor público no
Pena - detenção, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, ou multa. exercício de suas funções;
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II, III e IX III - ser o crime praticado em relação à prestação de
pune-se a modalidade culposa, reduzindo-se a pena e a serviços ou ao comércio de bens essenciais à vida ou à
detenção de 1/3 (um terço) ou a de multa à quinta saúde.
parte.
Art. 13. (Vetado).
CAPÍTULO III
Art. 14. (Revogado).
Das Multas
Art. 15. Os crimes previstos nesta lei são de ação penal
Art. 8º Nos crimes definidos nos arts. 1º a 3º desta lei, a pública, aplicando-se-lhes o disposto no art. 100 do
pena de multa será fixada entre 10 (dez) e 360 Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 -
(trezentos e sessenta) dias-multa, conforme seja Código Penal.
necessário e suficiente para reprovação e prevenção do
Art. 16. Qualquer pessoa poderá provocar a iniciativa do
crime.
Ministério Público nos crimes descritos nesta lei,
Parágrafo único. O dia-multa será fixado pelo juiz em fornecendo-lhe por escrito informações sobre o fato e a
valor não inferior a 14 (quatorze) nem superior a 200 autoria, bem como indicando o tempo, o lugar e os
(duzentos) Bônus do Tesouro Nacional BTN. elementos de convicção.
Art. 9º A pena de detenção ou reclusão poderá ser Parágrafo único. Nos crimes previstos nesta Lei,
convertida em multa de valor equivalente a: cometidos em quadrilha ou coautoria, o coautor ou
partícipe que através de confissão espontânea revelar à
I - 200.000 (duzentos mil) até 5.000.000 (cinco milhões)
autoridade policial ou judicial toda a trama delituosa
de BTN, nos crimes definidos no art. 4º;
terá a sua pena reduzida de um a dois terços.
II - 5.000 (cinco mil) até 200.000 (duzentos mil) BTN, nos (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.080, de 19.7.1995)
crimes definidos nos arts. 5º e 6º;
Art. 17. Compete ao Departamento Nacional de
III - 50.000 (cinqüenta mil) até 1.000.000 (um milhão de Abastecimento e Preços, quando e se necessário,
BTN), nos crimes definidos no art. 7º. providenciar a desapropriação de estoques, a fim de
evitar crise no mercado ou colapso no abastecimento.
Art. 10. Caso o juiz, considerado o ganho ilícito e a
situação econômica do réu, verifique a insuficiência ou Art. 18. (Revogado).
excessiva onerosidade das penas pecuniárias previstas
Art. 19. O caput do art. 172 do Decreto-Lei nº 2.848, de
nesta lei, poderá diminuí-las até a décima parte ou
7 de dezembro de 1940 - Código Penal, passa a ter a
elevá-las ao décuplo.
seguinte redação:
CAPÍTULO IV
"Art. 172. Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que
Das Disposições Gerais não corresponda à mercadoria vendida, em quantidade
ou qualidade, ou ao serviço prestado.
Art. 11. Quem, de qualquer modo, inclusive por meio de
pessoa jurídica, concorre para os crimes definidos nesta Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa".
lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida de
Art. 20. O § 1º do art. 316 do Decreto-Lei nº 2 848, de 7
sua culpabilidade.
de dezembro de 1940 Código Penal, passa a ter a
seguinte redação:

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"Art. 316. Pena: detenção, de um a cinco anos e multa.


§ 1º Se o funcionário exige tributo ou contribuição social § 1º Incorre na mesma pena aquele que, sem
que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, autorização legal, adquirir, transportar, industrializar,
emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a tiver consigo, consumir ou comercializar produtos ou
lei não autoriza; matéria-prima, obtidos na forma prevista no caput
deste artigo.
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa".
§ 2º No crime definido neste artigo, a pena de multa
Art. 21. O art. 318 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
será fixada entre dez e trezentos e sessenta dias-multa,
dezembro de 1940 Código Penal, quanto à fixação da
conforme seja necessário e suficiente para a reprovação
pena, passa a ter a seguinte redação:
e a prevenção do crime.
"Art. 318.
§ 3º O dia-multa será fixado pelo juiz em valor não
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa". inferior a quatorze nem superior a duzentos Bônus do
Tesouro Nacional (BTN).
Art. 22. Esta lei entra em vigor na data de sua
publicação. Art. 3º (Vetado).
Art. 23. Revogam-se as disposições em contrário e, em Art. 4º Fica instituído o Sistema Nacional de Estoques de
especial, o art. 279 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de Combustíveis.
dezembro de 1940 - Código Penal.
§ 1º O Poder Executivo encaminhará ao Congresso
Brasília, 27 de dezembro de 1990; 169º da Nacional, dentro de cada exercício financeiro, o Plano
Independência e 102º da República. Anual de Estoques Estratégicos de Combustíveis para o
exercício seguinte, do qual constarão as fontes de
FERNANDO COLLOR
recursos financeiros necessários a sua manutenção.
Jarbas Passarinho
§ 2º O Poder Executivo estabelecerá, no prazo de
Zélia M. Cardoso de Mello sessenta dias as normas que regulamentarão o Sistema
Nacional de Estoques de Combustíveis e o Plano Anual
LEI Nº 8.176/1991 de Estoques Estratégicos de Combustíveis.
Art. 5º Esta lei entra em vigor cinco dias após a sua
Define crimes contra a ordem econômica e cria o publicação.
Sistema de Estoques de Combustíveis.
Art. 6º Revogam-se as disposições em contrário, em
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o especial o art. 18 da Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte 1990, restaurando-se a numeração dos artigos
Lei: do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940
Código Penal Brasileiro, alterado por aquele dispositivo.
Art. 1º Constitui crime contra a ordem econômica:
Brasília, 8 de fevereiro de 1991; 170º da Independência
I - adquirir, distribuir e revender derivados de petróleo,
e 103º da República.
gás natural e suas frações recuperáveis, álcool etílico,
hidratado carburante e demais combustíveis líquidos FERNANDO COLLOR
carburantes, em desacordo com as normas Jarbas Passarinho
estabelecidas na forma da lei; Zélia M. Cardoso de Mello
Ozires Silva
II - usar gás liqüefeito de petróleo em motores de
qualquer espécie, saunas, caldeiras e aquecimento de
piscinas, ou para fins automotivos, em desacordo com LEI Nº 8.666/1993
as normas estabelecidas na forma da lei.
Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição
Pena: detenção de um a cinco anos.
Federal, institui normas para licitações e contratos da
Art. 2º Constitui crime contra o patrimônio, na Administração Pública e dá outras providências.
modalidade de usurpacão, produzir bens ou explorar
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
matéria-prima pertencentes à União, sem autorização
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
legal ou em desacordo com as obrigações impostas pelo
Lei:
título autorizativo.
CAPÍTULO I

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Das Disposições Gerais inclusive no que se refere a moeda, modalidade e local


de pagamentos, mesmo quando envolvidos
Seção I
financiamentos de agências internacionais, ressalvado o
Dos Princípios disposto no parágrafo seguinte e no art. 3º da Lei nº
8.248, de 23 de outubro de 1991.
Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais sobre
licitações e contratos administrativos pertinentes a § 2º Em igualdade de condições, como critério de
obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, desempate, será assegurada preferência,
alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, sucessivamente, aos bens e serviços:
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. I – (Revogado).
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei,
II - produzidos no País;
além dos órgãos da administração direta, os fundos
especiais, as autarquias, as fundações públicas, as III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras.
empresas públicas, as sociedades de economia mista e IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam
demais entidades controladas direta ou indiretamente em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no
pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. País. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
Art. 2º As obras, serviços, inclusive de publicidade, V - produzidos ou prestados por empresas que
compras, alienações, concessões, permissões e locações comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista
da Administração Pública, quando contratadas com em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado
terceiros, serão necessariamente precedidas de da Previdência Social e que atendam às regras de
licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei. acessibilidade previstas na legislação. (Incluído pela Lei
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se nº 13.146, de 2015)
contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou § 3º A licitação não será sigilosa, sendo públicos e
entidades da Administração Pública e particulares, em acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo
que haja um acordo de vontades para a formação de quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva
vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja abertura.
qual for a denominação utilizada.
§ 4º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do
princípio constitucional da isonomia, a seleção da § 5º Nos processos de licitação, poderá ser estabelecida
proposta mais vantajosa para a administração e a margem de preferência para: (Redação dada pela Lei nº
promoção do desenvolvimento nacional sustentável e 13.146, de 2015)
será processada e julgada em estrita conformidade com I - produtos manufaturados e para serviços nacionais
os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, que atendam a normas técnicas brasileiras; e (Incluído
da moralidade, da igualdade, da publicidade, da pela Lei nº 13.146, de 2015)
probidade administrativa, da vinculação ao instrumento
convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são II - bens e serviços produzidos ou prestados por
correlatos. (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010) empresas que comprovem cumprimento de reserva de
cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou
§ 1º É vedado aos agentes públicos: para reabilitado da Previdência Social e que atendam às
I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de regras de acessibilidade previstas na legislação.
convocação, cláusulas ou condições que comprometam, (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)
restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo, § 6º A margem de preferência de que trata o § 5º será
inclusive nos casos de sociedades cooperativas, e estabelecida com base em estudos revistos
estabeleçam preferências ou distinções em razão da periodicamente, em prazo não superior a 5 (cinco) anos,
naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de que levem em consideração: (Incluído pela Lei nº
qualquer outra circunstância impertinente ou 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011)
irrelevante para o específico objeto do contrato, (Vide Decreto nº 7.709, de 2012) (Vide Decreto nº
ressalvado o disposto nos §§ 5º a 12 deste artigo e no 7.713, de 2012) (Vide Decreto nº 7.756, de 2012)
art. 3º da Lei nº 8.248, de 23 de outubro de 1991;
(Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010) I - geração de emprego e renda; (Incluído pela Lei nº
12.349, de 2010)
II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza
comercial, legal, trabalhista, previdenciária ou qualquer II - efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais
outra, entre empresas brasileiras e estrangeiras, e municipais; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

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III - desenvolvimento e inovação tecnológica realizados licitação poderá ser restrita a bens e serviços com
no País; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) tecnologia desenvolvida no País e produzidos de acordo
com o processo produtivo básico de que trata a Lei nº
IV - custo adicional dos produtos e serviços; e (Incluído
10.176, de 11 de janeiro de 2001. (Incluído pela Lei
pela Lei nº 12.349, de 2010)
nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011)
V - em suas revisões, análise retrospectiva de
§ 13. Será divulgada na internet, a cada exercício
resultados. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
financeiro, a relação de empresas favorecidas em
§ 7º Para os produtos manufaturados e serviços decorrência do disposto nos §§ 5º, 7º, 10, 11 e 12 deste
nacionais resultantes de desenvolvimento e inovação artigo, com indicação do volume de recursos destinados
tecnológica realizados no País, poderá ser estabelecido a cada uma delas. (Incluído pela Lei nº 12.349, de
margem de preferência adicional àquela prevista no § 2010)
5º. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide
§ 14. As preferências definidas neste artigo e nas
Decreto nº 7.546, de 2011)
demais normas de licitação e contratos devem
§ 8º As margens de preferência por produto, serviço, privilegiar o tratamento diferenciado e favorecido às
grupo de produtos ou grupo de serviços, a que se microempresas e empresas de pequeno porte na forma
referem os §§ 5º e 7º, serão definidas pelo Poder da lei. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de
Executivo federal, não podendo a soma delas 2014)
ultrapassar o montante de 25% (vinte e cinco por cento)
§ 15. As preferências dispostas neste artigo prevalecem
sobre o preço dos produtos manufaturados e serviços
sobre as demais preferências previstas na legislação
estrangeiros. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
quando estas forem aplicadas sobre produtos ou
(Vide Decreto nº 7.546, de 2011)
serviços estrangeiros. (Incluído pela Lei
§ 9º As disposições contidas nos §§ 5º e 7º deste artigo Complementar nº 147, de 2014)
não se aplicam aos bens e aos serviços cuja capacidade
Art. 4º Todos quantos participem de licitação promovida
de produção ou prestação no País seja inferior:
pelos órgãos ou entidades a que se refere o art. 1º têm
(Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto
direito público subjetivo à fiel observância do pertinente
nº 7.546, de 2011)
procedimento estabelecido nesta lei, podendo qualquer
I - à quantidade a ser adquirida ou contratada; ou cidadão acompanhar o seu desenvolvimento, desde que
(Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) não interfira de modo a perturbar ou impedir a
realização dos trabalhos.
II - ao quantitativo fixado com fundamento no § 7º do
art. 23 desta Lei, quando for o caso. (Incluído pela Lei Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto
nº 12.349, de 2010) nesta lei caracteriza ato administrativo formal, seja ele
praticado em qualquer esfera da Administração Pública.
§ 10. A margem de preferência a que se refere o § 5º
poderá ser estendida, total ou parcialmente, aos bens e Art. 5º Todos os valores, preços e custos utilizados nas
serviços originários dos Estados Partes do Mercado licitações terão como expressão monetária a moeda
Comum do Sul - Mercosul. (Incluído pela Lei nº corrente nacional, ressalvado o disposto no art. 42 desta
12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011) Lei, devendo cada unidade da Administração, no
pagamento das obrigações relativas ao fornecimento de
§ 11. Os editais de licitação para a contratação de bens,
bens, locações, realização de obras e prestação de
serviços e obras poderão, mediante prévia justificativa
serviços, obedecer, para cada fonte diferenciada de
da autoridade competente, exigir que o contratado
recursos, a estrita ordem cronológica das datas de suas
promova, em favor de órgão ou entidade integrante da
exigibilidades, salvo quando presentes relevantes
administração pública ou daqueles por ela indicados a
razões de interesse público e mediante prévia
partir de processo isonômico, medidas de compensação
justificativa da autoridade competente, devidamente
comercial, industrial, tecnológica ou acesso a condições
publicada.
vantajosas de financiamento, cumulativamente ou não,
na forma estabelecida pelo Poder Executivo federal. § 1º Os créditos a que se refere este artigo terão seus
(Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto valores corrigidos por critérios previstos no ato
nº 7.546, de 2011) convocatório e que lhes preservem o valor.
§ 12. Nas contratações destinadas à implantação, § 2º A correção de que trata o parágrafo anterior cujo
manutenção e ao aperfeiçoamento dos sistemas de pagamento será feito junto com o principal, correrá à
tecnologia de informação e comunicação, considerados conta das mesmas dotações orçamentárias que
estratégicos em ato do Poder Executivo federal, a

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atenderam aos créditos a que se referem. (Redação b) empreitada por preço unitário - quando se contrata a
dada pela Lei nº 8.883, de 1994) execução da obra ou do serviço por preço certo de
unidades determinadas;
§ 3º Observados o disposto no caput, os pagamentos
decorrentes de despesas cujos valores não ultrapassem c) (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de
o limite de que trata o inciso II do art. 24, sem prejuízo 1994)
do que dispõe seu parágrafo único, deverão ser
d) tarefa - quando se ajusta mão-de-obra para pequenos
efetuados no prazo de até 5 (cinco) dias úteis, contados
trabalhos por preço certo, com ou sem fornecimento de
da apresentação da fatura. (Incluído pela Lei nº
materiais;
9.648, de 1998)
e) empreitada integral - quando se contrata um
Art. 5º-A. As normas de licitações e contratos devem
empreendimento em sua integralidade,
privilegiar o tratamento diferenciado e favorecido às
compreendendo todas as etapas das obras, serviços e
microempresas e empresas de pequeno porte na forma
instalações necessárias, sob inteira responsabilidade da
da lei. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de
contratada até a sua entrega ao contratante em
2014)
condições de entrada em operação, atendidos os
Seção II requisitos técnicos e legais para sua utilização em
condições de segurança estrutural e operacional e com
Das Definições
as características adequadas às finalidades para que foi
Art. 6º Para os fins desta Lei, considera-se: contratada;
I - Obra - toda construção, reforma, fabricação, IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários
recuperação ou ampliação, realizada por execução e suficientes, com nível de precisão adequado, para
direta ou indireta; caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou
serviços objeto da licitação, elaborado com base nas
II - Serviço - toda atividade destinada a obter
indicações dos estudos técnicos preliminares, que
determinada utilidade de interesse para a
assegurem a viabilidade técnica e o adequado
Administração, tais como: demolição, conserto,
tratamento do impacto ambiental do empreendimento,
instalação, montagem, operação, conservação,
e que possibilite a avaliação do custo da obra e a
reparação, adaptação, manutenção, transporte, locação
definição dos métodos e do prazo de execução,
de bens, publicidade, seguro ou trabalhos técnico-
devendo conter os seguintes elementos:
profissionais;
a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a
III - Compra - toda aquisição remunerada de bens para
fornecer visão global da obra e identificar todos os seus
fornecimento de uma só vez ou parceladamente;
elementos constitutivos com clareza;
IV - Alienação - toda transferência de domínio de bens a
b) soluções técnicas globais e localizadas,
terceiros;
suficientemente detalhadas, de forma a minimizar a
V - Obras, serviços e compras de grande vulto - aquelas necessidade de reformulação ou de variantes durante
cujo valor estimado seja superior a 25 (vinte e cinco) as fases de elaboração do projeto executivo e de
vezes o limite estabelecido na alínea "c" do inciso I do realização das obras e montagem;
art. 23 desta Lei;
c) identificação dos tipos de serviços a executar e de
VI - Seguro-Garantia - o seguro que garante o fiel materiais e equipamentos a incorporar à obra, bem
cumprimento das obrigações assumidas por empresas como suas especificações que assegurem os melhores
em licitações e contratos; resultados para o empreendimento, sem frustrar o
caráter competitivo para a sua execução;
VII - Execução direta - a que é feita pelos órgãos e
entidades da Administração, pelos próprios meios; d) informações que possibilitem o estudo e a dedução
de métodos construtivos, instalações provisórias e
VIII - Execução indireta - a que o órgão ou entidade
condições organizacionais para a obra, sem frustrar o
contrata com terceiros sob qualquer dos seguintes
caráter competitivo para a sua execução;
regimes: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
e) subsídios para montagem do plano de licitação e
a) empreitada por preço global - quando se contrata a
gestão da obra, compreendendo a sua programação, a
execução da obra ou do serviço por preço certo e total;
estratégia de suprimentos, as normas de fiscalização e
outros dados necessários em cada caso;

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f) orçamento detalhado do custo global da obra, pesquisa científica e tecnológica, desenvolvimento de


fundamentado em quantitativos de serviços e tecnologia ou inovação tecnológica, discriminados em
fornecimentos propriamente avaliados; projeto de pesquisa aprovado pela instituição
contratante. (Incluído pela Lei nº 13.243, de 2016)
X - Projeto Executivo - o conjunto dos elementos
necessários e suficientes à execução completa da obra, Seção III
de acordo com as normas pertinentes da Associação Das Obras e Serviços
Brasileira de Normas Técnicas - ABNT;
Art. 7o As licitações para a execução de obras e para a
XI - Administração Pública - a administração direta e prestação de serviços obedecerão ao disposto neste
indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos artigo e, em particular, à seguinte seqüência:
Municípios, abrangendo inclusive as entidades com
I - projeto básico;
personalidade jurídica de direito privado sob controle
do poder público e das fundações por ele instituídas ou II - projeto executivo;
mantidas;
III - execução das obras e serviços.
XII - Administração - órgão, entidade ou unidade
§ 1o A execução de cada etapa será obrigatoriamente
administrativa pela qual a Administração Pública opera
precedida da conclusão e aprovação, pela autoridade
e atua concretamente;
competente, dos trabalhos relativos às etapas
XIII - Imprensa Oficial - veículo oficial de divulgação da anteriores, à exceção do projeto executivo, o qual
Administração Pública, sendo para a União o Diário poderá ser desenvolvido concomitantemente com a
Oficial da União, e, para os Estados, o Distrito Federal e execução das obras e serviços, desde que também
os Municípios, o que for definido nas respectivas leis; autorizado pela Administração.
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 2o As obras e os serviços somente poderão ser
XIV - Contratante - é o órgão ou entidade signatária do licitados quando:
instrumento contratual;
I - houver projeto básico aprovado pela autoridade
XV - Contratado - a pessoa física ou jurídica signatária de competente e disponível para exame dos interessados
contrato com a Administração Pública; em participar do processo licitatório;
XVI - Comissão - comissão, permanente ou especial, II - existir orçamento detalhado em planilhas que
criada pela Administração com a função de receber, expressem a composição de todos os seus custos
examinar e julgar todos os documentos e unitários;
procedimentos relativos às licitações e ao
III - houver previsão de recursos orçamentários que
cadastramento de licitantes.
assegurem o pagamento das obrigações decorrentes de
XVII - produtos manufaturados nacionais - produtos obras ou serviços a serem executadas no exercício
manufaturados, produzidos no território nacional de financeiro em curso, de acordo com o respectivo
acordo com o processo produtivo básico ou com as cronograma;
regras de origem estabelecidas pelo Poder Executivo
IV - o produto dela esperado estiver contemplado nas
federal; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
metas estabelecidas no Plano Plurianual de que trata
XVIII - serviços nacionais - serviços prestados no País, o art. 165 da Constituição Federal, quando for o caso.
nas condições estabelecidas pelo Poder Executivo
§ 3o É vedado incluir no objeto da licitação a obtenção
federal; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
de recursos financeiros para sua execução, qualquer
XIX - sistemas de tecnologia de informação e que seja a sua origem, exceto nos casos de
comunicação estratégicos - bens e serviços de empreendimentos executados e explorados sob o
tecnologia da informação e comunicação cuja regime de concessão, nos termos da legislação
descontinuidade provoque dano significativo à específica.
administração pública e que envolvam pelo menos um
§ 4o É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da licitação,
dos seguintes requisitos relacionados às informações
de fornecimento de materiais e serviços sem previsão
críticas: disponibilidade, confiabilidade, segurança e
de quantidades ou cujos quantitativos não
confidencialidade. (Incluído pela Lei nº 12.349, de
correspondam às previsões reais do projeto básico ou
2010)
executivo.
XX - produtos para pesquisa e desenvolvimento - bens,
§ 5o É vedada a realização de licitação cujo objeto inclua
insumos, serviços e obras necessários para atividade de
bens e serviços sem similaridade ou de marcas,

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características e especificações exclusivas, salvo nos consultor ou técnico, nas funções de fiscalização,
casos em que for tecnicamente justificável, ou ainda supervisão ou gerenciamento, exclusivamente a serviço
quando o fornecimento de tais materiais e serviços for da Administração interessada.
feito sob o regime de administração contratada,
§ 2o O disposto neste artigo não impede a licitação ou
previsto e discriminado no ato convocatório.
contratação de obra ou serviço que inclua a elaboração
§ 6o A infringência do disposto neste artigo implica a de projeto executivo como encargo do contratado ou
nulidade dos atos ou contratos realizados e a pelo preço previamente fixado pela Administração.
responsabilidade de quem lhes tenha dado causa.
§ 3o Considera-se participação indireta, para fins do
o
§ 7 Não será ainda computado como valor da obra ou disposto neste artigo, a existência de qualquer vínculo
serviço, para fins de julgamento das propostas de de natureza técnica, comercial, econômica, financeira
preços, a atualização monetária das obrigações de ou trabalhista entre o autor do projeto, pessoa física ou
pagamento, desde a data final de cada período de jurídica, e o licitante ou responsável pelos serviços,
aferição até a do respectivo pagamento, que será fornecimentos e obras, incluindo-se os fornecimentos
calculada pelos mesmos critérios estabelecidos de bens e serviços a estes necessários.
obrigatoriamente no ato convocatório.
§ 4o O disposto no parágrafo anterior aplica-se aos
o
§ 8 Qualquer cidadão poderá requerer à membros da comissão de licitação.
Administração Pública os quantitativos das obras e
Art. 10. As obras e serviços poderão ser executados nas
preços unitários de determinada obra executada.
seguintes formas: (Redação dada pela Lei nº
§ 9o O disposto neste artigo aplica-se também, no que 8.883, de 1994)
couber, aos casos de dispensa e de inexigibilidade de
I - execução direta;
licitação.
II - execução indireta, nos seguintes
Art. 8o A execução das obras e dos serviços deve
regimes: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de
programar-se, sempre, em sua totalidade, previstos
1994)
seus custos atual e final e considerados os prazos de sua
execução. a) empreitada por preço global;
Parágrafo único. É proibido o retardamento imotivado b) empreitada por preço unitário;
da execução de obra ou serviço, ou de suas parcelas, se
c) (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de
existente previsão orçamentária para sua execução
1994)
total, salvo insuficiência financeira ou comprovado
motivo de ordem técnica, justificados em despacho d) tarefa;
circunstanciado da autoridade a que se refere o art. 26
e) empreitada integral.
desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de
1994) Parágrafo único. (Vetado). (Redação dada
pela Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 9o Não poderá participar, direta ou indiretamente,
da licitação ou da execução de obra ou serviço e do Art. 11. As obras e serviços destinados aos mesmos fins
fornecimento de bens a eles necessários: terão projetos padronizados por tipos, categorias ou
classes, exceto quando o projeto-padrão não atender às
I - o autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física
condições peculiares do local ou às exigências
ou jurídica;
específicas do empreendimento.
II - empresa, isoladamente ou em consórcio,
Art. 12. Nos projetos básicos e projetos executivos de
responsável pela elaboração do projeto básico ou
obras e serviços serão considerados principalmente os
executivo ou da qual o autor do projeto seja dirigente,
seguintes requisitos: (Redação dada pela Lei
gerente, acionista ou detentor de mais de 5% (cinco por
nº 8.883, de 1994)
cento) do capital com direito a voto ou controlador,
responsável técnico ou subcontratado; I - segurança;
III - servidor ou dirigente de órgão ou entidade II - funcionalidade e adequação ao interesse público;
contratante ou responsável pela licitação.
III - economia na execução, conservação e operação;
o
§ 1 É permitida a participação do autor do projeto ou
IV - possibilidade de emprego de mão-de-obra,
da empresa a que se refere o inciso II deste artigo, na
materiais, tecnologia e matérias-primas existentes no
licitação de obra ou serviço, ou na execução, como
local para execução, conservação e operação;

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V - facilidade na execução, conservação e operação, nulidade do ato e responsabilidade de quem lhe tiver
sem prejuízo da durabilidade da obra ou do serviço; dado causa.
VI - adoção das normas técnicas, de saúde e de Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão:
segurança do trabalho adequadas; (Redação
I - atender ao princípio da padronização, que imponha
dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
compatibilidade de especificações técnicas e de
VII - impacto ambiental. desempenho, observadas, quando for o caso, as
condições de manutenção, assistência técnica e
Seção IV
garantia oferecidas;
Dos Serviços Técnicos Profissionais Especializados
II - ser processadas através de sistema de registro de
Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços
preços;
técnicos profissionais especializados os trabalhos
relativos a: III - submeter-se às condições de aquisição e pagamento
semelhantes às do setor privado;
I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos
ou executivos; IV - ser subdivididas em tantas parcelas quantas
necessárias para aproveitar as peculiaridades do
II - pareceres, perícias e avaliações em geral;
mercado, visando economicidade;
III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias
V - balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos
financeiras ou tributárias; (Redação dada
órgãos e entidades da Administração Pública.
pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 1o O registro de preços será precedido de ampla
IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras
pesquisa de mercado.
ou serviços;
§ 2o Os preços registrados serão publicados
V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou
trimestralmente para orientação da Administração, na
administrativas;
imprensa oficial.
VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
§ 3o O sistema de registro de preços será
VII - restauração de obras de arte e bens de valor regulamentado por decreto, atendidas as
histórico. peculiaridades regionais, observadas as seguintes
condições:
VIII - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de
1994) I - seleção feita mediante concorrência;
§ 1o Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, II - estipulação prévia do sistema de controle e
os contratos para a prestação de serviços técnicos atualização dos preços registrados;
profissionais especializados deverão,
III - validade do registro não superior a um ano.
preferencialmente, ser celebrados mediante a
realização de concurso, com estipulação prévia de § 4o A existência de preços registrados não obriga a
prêmio ou remuneração. Administração a firmar as contratações que deles
poderão advir, ficando-lhe facultada a utilização de
§ 2o Aos serviços técnicos previstos neste artigo aplica-
outros meios, respeitada a legislação relativa às
se, no que couber, o disposto no art. 111 desta Lei.
licitações, sendo assegurado ao beneficiário do registro
§ 3o A empresa de prestação de serviços técnicos preferência em igualdade de condições.
especializados que apresente relação de integrantes de
§ 5o O sistema de controle originado no quadro geral de
seu corpo técnico em procedimento licitatório ou como
preços, quando possível, deverá ser informatizado.
elemento de justificação de dispensa ou inexigibilidade
de licitação, ficará obrigada a garantir que os referidos § 6o Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar
integrantes realizem pessoal e diretamente os serviços preço constante do quadro geral em razão de
objeto do contrato. incompatibilidade desse com o preço vigente no
mercado.
Seção V
Das Compras § 7o Nas compras deverão ser observadas, ainda:
Art. 14. Nenhuma compra será feita sem a adequada I - a especificação completa do bem a ser adquirido sem
caracterização de seu objeto e indicação dos recursos indicação de marca;
orçamentários para seu pagamento, sob pena de

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II - a definição das unidades e das quantidades a serem f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão
adquiridas em função do consumo e utilização de direito real de uso, locação ou permissão de uso de
prováveis, cuja estimativa será obtida, sempre que bens imóveis residenciais construídos, destinados ou
possível, mediante adequadas técnicas quantitativas de efetivamente utilizados no âmbito de programas
estimação; habitacionais ou de regularização fundiária de interesse
social desenvolvidos por órgãos ou entidades da
III - as condições de guarda e armazenamento que não
administração pública; (Redação dada pela
permitam a deterioração do material.
Lei nº 11.481, de 2007)
§ 8o O recebimento de material de valor superior ao
g) procedimentos de legitimação de posse de que trata
limite estabelecido no art. 23 desta Lei, para a
o art. 29 da Lei no 6.383, de 7 de dezembro de 1976,
modalidade de convite, deverá ser confiado a uma
mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da
comissão de, no mínimo, 3 (três) membros.
Administração Pública em cuja competência legal
Art. 16. Será dada publicidade, mensalmente, em órgão inclua-se tal atribuição; (Incluído pela Lei nº
de divulgação oficial ou em quadro de avisos de amplo 11.196, de 2005)
acesso público, à relação de todas as compras feitas pela
h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento,
Administração Direta ou Indireta, de maneira a clarificar
concessão de direito real de uso, locação ou permissão
a identificação do bem comprado, seu preço unitário, a
de uso de bens imóveis de uso comercial de âmbito local
quantidade adquirida, o nome do vendedor e o valor
com área de até 250 m² (duzentos e cinqüenta metros
total da operação, podendo ser aglutinadas por itens as
quadrados) e inseridos no âmbito de programas de
compras feitas com dispensa e inexigibilidade de
regularização fundiária de interesse social
licitação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de
desenvolvidos por órgãos ou entidades da
1994)
administração pública; (Incluído pela Lei nº
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica 11.481, de 2007)
aos casos de dispensa de licitação previstos no inciso IX
i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita
do art. 24. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
ou onerosa, de terras públicas rurais da União e do
Seção VI Incra, onde incidam ocupações até o limite de que trata
Das Alienações o § 1o do art. 6o da Lei no 11.952, de 25 de junho de
2009, para fins de regularização fundiária, atendidos os
Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública,
requisitos legais; e (Redação dada pela Lei
subordinada à existência de interesse público
nº 13.465, 2017)
devidamente justificado, será precedida de avaliação e
obedecerá às seguintes normas: II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de
licitação, dispensada esta nos seguintes casos:
I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa
para órgãos da administração direta e entidades a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de
autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as interesse social, após avaliação de sua oportunidade e
entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e conveniência sócio-econômica, relativamente à escolha
de licitação na modalidade de concorrência, dispensada de outra forma de alienação;
esta nos seguintes casos:
b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou
a) dação em pagamento; entidades da Administração Pública;
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão c) venda de ações, que poderão ser negociadas em
ou entidade da administração pública, de qualquer bolsa, observada a legislação específica;
esfera de governo, ressalvado o disposto nas
d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;
alíneas f, h e i; (Redação dada pela Lei nº
11.952, de 2009) e) venda de bens produzidos ou comercializados por
órgãos ou entidades da Administração Pública, em
c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos
virtude de suas finalidades;
constantes do inciso X do art. 24 desta Lei;
f) venda de materiais e equipamentos para outros
d) investidura;
órgãos ou entidades da Administração Pública, sem
e) venda a outro órgão ou entidade da administração utilização previsível por quem deles dispõe.
pública, de qualquer esfera de
§ 1o Os imóveis doados com base na alínea "b" do inciso
governo; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)
I deste artigo, cessadas as razões que justificaram a sua

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doação, reverterão ao patrimônio da pessoa jurídica II – fica limitada a áreas de até quinze módulos fiscais,
doadora, vedada a sua alienação pelo beneficiário. desde que não exceda mil e quinhentos hectares,
vedada a dispensa de licitação para áreas superiores a
§ 2o A Administração também poderá conceder título de
esse limite; (Redação dada pela Lei nº
propriedade ou de direito real de uso de imóveis,
11.763, de 2008)
dispensada licitação, quando o uso destinar-
se: (Redação dada pela Lei nº 11.196, de III - pode ser cumulada com o quantitativo de área
2005) decorrente da figura prevista na alínea g do inciso I do
caput deste artigo, até o limite previsto no inciso II deste
I - a outro órgão ou entidade da Administração Pública,
parágrafo. (Incluído pela Lei nº 11.196, de
qualquer que seja a localização do
2005)
imóvel; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
IV – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.763, de
II - a pessoa natural que, nos termos de lei, regulamento
2008)
ou ato normativo do órgão competente, haja
implementado os requisitos mínimos de cultura, § 3o Entende-se por investidura, para os fins desta
ocupação mansa e pacífica e exploração direta sobre lei: (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
área rural, observado o limite de que trata o § 1o do art.
I - a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de
6o da Lei no 11.952, de 25 de junho de
área remanescente ou resultante de obra pública, área
2009; (Redação dada pela Lei nº 13.465,
esta que se tornar inaproveitável isoladamente, por
2017)
preço nunca inferior ao da avaliação e desde que esse
§ 2º-A. As hipóteses do inciso II do § 2o ficam não ultrapasse a 50% (cinqüenta por cento) do valor
dispensadas de autorização legislativa, porém constante da alínea "a" do inciso II do art. 23 desta
submetem-se aos seguintes lei; (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
condicionamentos: (Redação dada pela Lei nº
II - a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na
11.952, de 2009)
falta destes, ao Poder Público, de imóveis para fins
I - aplicação exclusivamente às áreas em que a detenção residenciais construídos em núcleos urbanos anexos a
por particular seja comprovadamente anterior a 1o de usinas hidrelétricas, desde que considerados
dezembro de 2004; (Incluído pela Lei nº dispensáveis na fase de operação dessas unidades e não
11.196, de 2005) integrem a categoria de bens reversíveis ao final da
concessão. (Incluído pela Lei nº 9.648,
II - submissão aos demais requisitos e impedimentos do
de 1998)
regime legal e administrativo da destinação e da
regularização fundiária de terras § 4o A doação com encargo será licitada e de seu
públicas; (Incluído pela Lei nº 11.196, de instrumento constarão, obrigatoriamente os encargos,
2005) o prazo de seu cumprimento e cláusula de reversão, sob
pena de nulidade do ato, sendo dispensada a licitação
III - vedação de concessões para hipóteses de
no caso de interesse público devidamente
exploração não-contempladas na lei agrária, nas leis de
justificado; (Redação dada pela Lei nº
destinação de terras públicas, ou nas normas legais ou
8.883, de 1994)
administrativas de zoneamento ecológico-econômico;
e (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) § 5o Na hipótese do parágrafo anterior, caso o
donatário necessite oferecer o imóvel em garantia de
IV - previsão de rescisão automática da concessão,
financiamento, a cláusula de reversão e demais
dispensada notificação, em caso de declaração de
obrigações serão garantidas por hipoteca em segundo
utilidade, ou necessidade pública ou interesse
grau em favor do doador. (Incluído pela Lei
social. (Incluído pela Lei nº 11.196, de
nº 8.883, de 1994)
2005)
§ 6o Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou
§ 2o-B. A hipótese do inciso II do § 2o deste
globalmente, em quantia não superior ao limite previsto
artigo: (Incluído pela Lei nº 11.196, de
no art. 23, inciso II, alínea "b" desta Lei, a Administração
2005)
poderá permitir o leilão. (Incluído pela Lei
I - só se aplica a imóvel situado em zona rural, não nº 8.883, de 1994)
sujeito a vedação, impedimento ou inconveniente a sua
§ 7o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 11.481,
exploração mediante atividades
de 2007)
agropecuárias; (Incluído pela Lei nº
11.196, de 2005)

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Art. 18. Na concorrência para a venda de bens imóveis, da licitação, utilizar-se de outros meios de divulgação
a fase de habilitação limitar-se-á à comprovação do para ampliar a área de competição. (Redação dada
recolhimento de quantia correspondente a 5% (cinco pela Lei nº 8.883, de 1994)
por cento) da avaliação.
§ 1º O aviso publicado conterá a indicação do local em
Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cuja que os interessados poderão ler e obter o texto integral
aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou do edital e todas as informações sobre a licitação.
de dação em pagamento, poderão ser alienados por ato
§ 2º O prazo mínimo até o recebimento das propostas
da autoridade competente, observadas as seguintes
ou da realização do evento será:
regras:
I - quarenta e cinco dias para: (Redação dada
I - avaliação dos bens alienáveis;
pela Lei nº 8.883, de 1994)
II - comprovação da necessidade ou utilidade da
a) concurso; (Incluída pela Lei nº 8.883, de
alienação;
1994)
III - adoção do procedimento licitatório, sob a
b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado
modalidade de concorrência ou
contemplar o regime de empreitada integral ou quando
leilão. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de
a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e
1994)
preço" (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)
CAPÍTULO II
II - trinta dias para: (Redação dada pela Lei nº
Da Licitação 8.883, de 1994)
Seção I a) concorrência, nos casos não especificados na alínea
"b" do inciso anterior; (Incluída pela Lei nº 8.883,
Das Modalidades, Limites e Dispensa
de 1994)
Art. 20. As licitações serão efetuadas no local onde se
b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo
situar a repartição interessada, salvo por motivo de
"melhor técnica" ou "técnica e preço"; (Incluída
interesse público, devidamente justificado.
pela Lei nº 8.883, de 1994)
Parágrafo único. O disposto neste artigo não impedirá
III - quinze dias para a tomada de preços, nos casos não
a habilitação de interessados residentes ou sediados em
especificados na alínea "b" do inciso anterior, ou leilão;
outros locais.
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das
IV - cinco dias úteis para convite. (Redação dada
concorrências, das tomadas de preços, dos concursos e
pela Lei nº 8.883, de 1994)
dos leilões, embora realizados no local da repartição
interessada, deverão ser publicados com antecedência, § 3º Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior
no mínimo, por uma vez: (Redação dada pela Lei nº serão contados a partir da última publicação do edital
8.883, de 1994) resumido ou da expedição do convite, ou ainda da
efetiva disponibilidade do edital ou do convite e
I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de
respectivos anexos, prevalecendo a data que ocorrer
licitação feita por órgão ou entidade da Administração
mais tarde. (Redação dada pela Lei nº 8.883,
Pública Federal e, ainda, quando se tratar de obras
de 1994)
financiadas parcial ou totalmente com recursos federais
ou garantidas por instituições federais; (Redação § 4º Qualquer modificação no edital exige divulgação
dada pela Lei nº 8.883, de 1994) pela mesma forma que se deu o texto original,
reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto
II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal
quando, inqüestionavelmente, a alteração não afetar a
quando se tratar, respectivamente, de licitação feita por
formulação das propostas.
órgão ou entidade da Administração Pública Estadual ou
Municipal, ou do Distrito Federal; (Redação dada Art. 22. São modalidades de licitação:
pela Lei nº 8.883, de 1994)
I - concorrência;
III - em jornal diário de grande circulação no Estado e
II - tomada de preços;
também, se houver, em jornal de circulação no
Município ou na região onde será realizada a obra, III - convite;
prestado o serviço, fornecido, alienado ou alugado o
IV - concurso;
bem, podendo ainda a Administração, conforme o vulto

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V - leilão. § 9º Na hipótese do parágrafo 2º deste artigo, a


administração somente poderá exigir do licitante não
§ 1º Concorrência é a modalidade de licitação entre
cadastrado os documentos previstos nos arts. 27 a 31,
quaisquer interessados que, na fase inicial de
que comprovem habilitação compatível com o objeto
habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos
da licitação, nos termos do edital. (Incluído pela
mínimos de qualificação exigidos no edital para
Lei nº 8.883, de 1994)
execução de seu objeto.
Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem os
§ 2º Tomada de preços é a modalidade de licitação
incisos I a III do artigo anterior serão determinadas em
entre interessados devidamente cadastrados ou que
função dos seguintes limites, tendo em vista o valor
atenderem a todas as condições exigidas para
estimado da contratação:
cadastramento até o terceiro dia anterior à data do
recebimento das propostas, observada a necessária I - para obras e serviços de engenharia:
qualificação.
a) na modalidade convite - até R$ 330.000,00 (trezentos
§ 3º Convite é a modalidade de licitação entre e trinta mil reais);
interessados do ramo pertinente ao seu objeto,
b) na modalidade tomada de preços - até R$
cadastrados ou não, escolhidos e convidados em
3.300.000,00 (três milhões e trezentos mil reais); e
número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa,
a qual afixará, em local apropriado, cópia do c) na modalidade concorrência - acima de R$
instrumento convocatório e o estenderá aos demais 3.300.000,00 (três milhões e trezentos mil reais); e
cadastrados na correspondente especialidade que
II - para compras e serviços não incluídos no inciso I:
manifestarem seu interesse com antecedência de até 24
(vinte e quatro) horas da apresentação das propostas. a) na modalidade convite - até R$ 176.000,00 (cento e
setenta e seis mil reais);
§ 4º Concurso é a modalidade de licitação entre
quaisquer interessados para escolha de trabalho b) na modalidade tomada de preços - até R$
técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de 1.430.000,00 (um milhão, quatrocentos e trinta mil
prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme reais); e
critérios constantes de edital publicado na imprensa
c) na modalidade concorrência - acima de R$
oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e
1.430.000,00 (um milhão, quatrocentos e trinta mil
cinco) dias.
reais).
§ 5º Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer
§ 1º As obras, serviços e compras efetuadas pela
interessados para a venda de bens móveis inservíveis
Administração serão divididas em tantas parcelas
para a administração ou de produtos legalmente
quantas se comprovarem técnica e economicamente
apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de
viáveis, procedendo-se à licitação com vistas ao melhor
bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o
aproveitamento dos recursos disponíveis no mercado e
maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação.
à ampliação da competitividade sem perda da economia
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
de escala. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 6º Na hipótese do § 3º deste artigo, existindo na praça
§ 2º Na execução de obras e serviços e nas compras de
mais de 3 (três) possíveis interessados, a cada novo
bens, parceladas nos termos do parágrafo anterior, a
convite, realizado para objeto idêntico ou assemelhado,
cada etapa ou conjunto de etapas da obra, serviço ou
é obrigatório o convite a, no mínimo, mais um
compra, há de corresponder licitação distinta,
interessado, enquanto existirem cadastrados não
preservada a modalidade pertinente para a execução do
convidados nas últimas licitações. (Redação
objeto em licitação. (Redação dada pela Lei nº 8.883,
dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
de 1994)
§ 7º Quando, por limitações do mercado ou manifesto
§ 3º A concorrência é a modalidade de licitação cabível,
desinteresse dos convidados, for impossível a obtenção
qualquer que seja o valor de seu objeto, tanto na
do número mínimo de licitantes exigidos no § 3º deste
compra ou alienação de bens imóveis, ressalvado o
artigo, essas circunstâncias deverão ser devidamente
disposto no art. 19, como nas concessões de direito real
justificadas no processo, sob pena de repetição do
de uso e nas licitações internacionais, admitindo-se
convite.
neste último caso, observados os limites deste artigo, a
§ 8º É vedada a criação de outras modalidades de tomada de preços, quando o órgão ou entidade dispuser
licitação ou a combinação das referidas neste artigo. de cadastro internacional de fornecedores ou o convite,

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quando não houver fornecedor do bem ou serviço no possa ser realizada de uma só vez; (Redação dada
País. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) pela Lei nº 9.648, de 1998)
§ 4º Nos casos em que couber convite, a Administração III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;
poderá utilizar a tomada de preços e, em qualquer caso,
a concorrência.
IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública,
§ 5º É vedada a utilização da modalidade "convite" ou
quando caracterizada urgência de atendimento de
"tomada de preços", conforme o caso, para parcelas de
situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer
uma mesma obra ou serviço, ou ainda para obras e
a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos
serviços da mesma natureza e no mesmo local que
e outros bens, públicos ou particulares, e somente para
possam ser realizadas conjunta e concomitantemente,
os bens necessários ao atendimento da situação
sempre que o somatório de seus valores caracterizar o
emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e
caso de "tomada de preços" ou "concorrência",
serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de
respectivamente, nos termos deste artigo, exceto para
180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos,
as parcelas de natureza específica que possam ser
contados da ocorrência da emergência ou calamidade,
executadas por pessoas ou empresas de especialidade
vedada a prorrogação dos respectivos contratos;
diversa daquela do executor da obra ou serviço.
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) V - quando não acudirem interessados à licitação
anterior e esta, justificadamente, não puder ser
§ 6º As organizações industriais da Administração
repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas,
Federal direta, em face de suas peculiaridades,
neste caso, todas as condições preestabelecidas;
obedecerão aos limites estabelecidos no inciso I deste
artigo também para suas compras e serviços em geral, VI - quando a União tiver que intervir no domínio
desde que para a aquisição de materiais aplicados econômico para regular preços ou normalizar o
exclusivamente na manutenção, reparo ou fabricação abastecimento;
de meios operacionais bélicos pertencentes à União.
VII - quando as propostas apresentadas consignarem
(Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
preços manifestamente superiores aos praticados no
§ 7º Na compra de bens de natureza divisível e desde mercado nacional, ou forem incompatíveis com os
que não haja prejuízo para o conjunto ou complexo, é fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em
permitida a cotação de quantidade inferior à que, observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei e,
demandada na licitação, com vistas a ampliação da persistindo a situação, será admitida a adjudicação
competitividade, podendo o edital fixar quantitativo direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao
mínimo para preservar a economia de escala. constante do registro de preços, ou dos serviços;
(Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) (Vide § 3º do art. 48)
§ 8º No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito
dobro dos valores mencionados no caput deste artigo público interno, de bens produzidos ou serviços
quando formado por até 3 (três) entes da Federação, e prestados por órgão ou entidade que integre a
o triplo, quando formado por maior número. (Incluído Administração Pública e que tenha sido criado para esse
pela Lei nº 11.107, de 2005) fim específico em data anterior à vigência desta Lei,
desde que o preço contratado seja compatível com o
Art. 24. É dispensável a licitação:
praticado no mercado; (Redação dada pela Lei nº
I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% 8.883, de 1994)
(dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso
IX - quando houver possibilidade de comprometimento
I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas
da segurança nacional, nos casos estabelecidos em
de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e
decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho
serviços da mesma natureza e no mesmo local que
de Defesa Nacional; (Regulamento)
possam ser realizadas conjunta e concomitantemente;
(Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao
atendimento das finalidades precípuas da
II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez
administração, cujas necessidades de instalação e
por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso II
localização condicionem a sua escolha, desde que o
do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos
preço seja compatível com o valor de mercado, segundo
nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um
avaliação prévia; (Redação dada pela Lei nº 8.883,
mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que
de 1994)

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XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou previsto na alínea "a" do inciso II do art. 23 desta Lei:
fornecimento, em conseqüência de rescisão contratual, (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
desde que atendida a ordem de classificação da licitação
XIX - para as compras de material de uso pelas Forças
anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo
Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e
licitante vencedor, inclusive quanto ao preço,
administrativo, quando houver necessidade de manter
devidamente corrigido;
a padronização requerida pela estrutura de apoio
XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros logístico dos meios navais, aéreos e terrestres,
gêneros perecíveis, no tempo necessário para a mediante parecer de comissão instituída por decreto;
realização dos processos licitatórios correspondentes, (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
realizadas diretamente com base no preço do dia;
XX - na contratação de associação de portadores de
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada
XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida idoneidade, por órgãos ou entidades da Administração
regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento
ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição de mão-de-obra, desde que o preço contratado seja
dedicada à recuperação social do preso, desde que a compatível com o praticado no mercado. (Incluído
contratada detenha inquestionável reputação ético- pela Lei nº 8.883, de 1994)
profissional e não tenha fins lucrativos; (Redação
XXI - para a aquisição ou contratação de produto para
dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
pesquisa e desenvolvimento, limitada, no caso de obras
XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de e serviços de engenharia, a 20% (vinte por cento) do
acordo internacional específico aprovado pelo valor de que trata a alínea “b” do inciso I do caput do
Congresso Nacional, quando as condições ofertadas art. 23; (Incluído pela Lei nº 13.243, de 2016)
forem manifestamente vantajosas para o Poder Público;
XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
energia elétrica e gás natural com concessionário,
XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e permissionário ou autorizado, segundo as normas da
objetos históricos, de autenticidade certificada, desde legislação específica; (Incluído pela Lei nº 9.648,
que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou de 1998)
entidade.
XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou
XVI - para a impressão dos diários oficiais, de sociedade de economia mista com suas subsidiárias e
formulários padronizados de uso da administração, e de controladas, para a aquisição ou alienação de bens,
edições técnicas oficiais, bem como para prestação de prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço
serviços de informática a pessoa jurídica de direito contratado seja compatível com o praticado no
público interno, por órgãos ou entidades que integrem mercado. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
a Administração Pública, criados para esse fim
XXIV - para a celebração de contratos de prestação de
específico; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
serviços com as organizações sociais, qualificadas no
XVII - para a aquisição de componentes ou peças de âmbito das respectivas esferas de governo, para
origem nacional ou estrangeira, necessários à atividades contempladas no contrato de gestão.
manutenção de equipamentos durante o período de (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
garantia técnica, junto ao fornecedor original desses
XXV - na contratação realizada por Instituição Científica
equipamentos, quando tal condição de exclusividade for
e Tecnológica - ICT ou por agência de fomento para a
indispensável para a vigência da garantia; (Incluído
transferência de tecnologia e para o licenciamento de
pela Lei nº 8.883, de 1994)
direito de uso ou de exploração de criação protegida.
XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o (Incluído pela Lei nº 10.973, de 2004)
abastecimento de navios, embarcações, unidades
XXVI – na celebração de contrato de programa com ente
aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quando
da Federação ou com entidade de sua administração
em estada eventual de curta duração em portos,
indireta, para a prestação de serviços públicos de forma
aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por
associada nos termos do autorizado em contrato de
motivo de movimentação operacional ou de
consórcio público ou em convênio de cooperação.
adestramento, quando a exiguidade dos prazos legais
(Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
puder comprometer a normalidade e os propósitos das
operações e desde que seu valor não exceda ao limite XXVII - na contratação da coleta, processamento e
comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis

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ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva regimental ou estatutariamente, tenha por finalidade
de lixo, efetuados por associações ou cooperativas apoiar órgão da administração pública direta, sua
formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa autarquia ou fundação em projetos de ensino, pesquisa,
renda reconhecidas pelo poder público como catadores extensão, desenvolvimento institucional, científico e
de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos tecnológico e estímulo à inovação, inclusive na gestão
compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de administrativa e financeira necessária à execução
saúde pública. (Redação dada pela Lei nº 11.445, de desses projetos, ou em parcerias que envolvam
2007). (Vigência) transferência de tecnologia de produtos estratégicos
para o Sistema Único de Saúde – SUS, nos termos do
XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços,
inciso XXXII deste artigo, e que tenha sido criada para
produzidos ou prestados no País, que envolvam,
esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei,
cumulativamente, alta complexidade tecnológica e
desde que o preço contratado seja compatível com o
defesa nacional, mediante parecer de comissão
praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº 13.204,
especialmente designada pela autoridade máxima do
de 2015)
órgão. (Incluído pela Lei nº 11.484, de 2007).
XXXV - para a construção, a ampliação, a reforma e o
XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços
aprimoramento de estabelecimentos penais, desde que
para atender aos contingentes militares das Forças
configurada situação de grave e iminente risco à
Singulares brasileiras empregadas em operações de paz
segurança pública. (Incluído pela Lei nº 13.500,
no exterior, necessariamente justificadas quanto ao
de 2017)
preço e à escolha do fornecedor ou executante e
ratificadas pelo Comandante da Força. (Incluído § 1º Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput
pela Lei nº 11.783, de 2008). deste artigo serão 20% (vinte por cento) para compras,
obras e serviços contratados por consórcios públicos,
XXX - na contratação de instituição ou organização,
sociedade de economia mista, empresa pública e por
pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a
autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei,
prestação de serviços de assistência técnica e extensão
como Agências Executivas. (Incluído pela Lei nº
rural no âmbito do Programa Nacional de Assistência
12.715, de 2012)
Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na
Reforma Agrária, instituído por lei federal. § 2º O limite temporal de criação do órgão ou entidade
(Incluído pela Lei nº 12.188, de 2.010) que integre a administração pública estabelecido no
inciso VIII do caput deste artigo não se aplica aos órgãos
XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do
ou entidades que produzem produtos estratégicos para
disposto nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei nº 10.973, de 2
o SUS, no âmbito da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de
de dezembro de 2004, observados os princípios gerais
1990, conforme elencados em ato da direção nacional
de contratação dela constantes. (Incluído pela Lei
do SUS. (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012)
nº 12.349, de 2010)
§ 3º A hipótese de dispensa prevista no inciso XXI do
XXXII - na contratação em que houver transferência de
caput, quando aplicada a obras e serviços de
tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema
engenharia, seguirá procedimentos especiais instituídos
Único de Saúde - SUS, no âmbito da Lei nº 8.080, de 19
em regulamentação específica. (Incluído pela Lei
de setembro de 1990, conforme elencados em ato da
nº 13.243, de 2016)
direção nacional do SUS, inclusive por ocasião da
aquisição destes produtos durante as etapas de § 4º Não se aplica a vedação prevista no inciso I do caput
absorção tecnológica. (Incluído pela Lei nº do art. 9º à hipótese prevista no inciso XXI do caput.
12.715, de 2012) (Incluído pela Lei nº 13.243, de 2016)
XXXIII - na contratação de entidades privadas sem fins Art. 25. É inexigível a licitação quando houver
lucrativos, para a implementação de cisternas ou outras inviabilidade de competição, em especial:
tecnologias sociais de acesso à água para consumo
I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou
humano e produção de alimentos, para beneficiar as
gêneros que só possam ser fornecidos por produtor,
famílias rurais de baixa renda atingidas pela seca ou
empresa ou representante comercial exclusivo, vedada
falta regular de água. (Incluído pela Lei nº 12.873,
a preferência de marca, devendo a comprovação de
de 2013)
exclusividade ser feita através de atestado fornecido
XXXIV - para a aquisição por pessoa jurídica de direito pelo órgão de registro do comércio do local em que se
público interno de insumos estratégicos para a saúde realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo
produzidos ou distribuídos por fundação que,

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Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa
ainda, pelas entidades equivalentes; aos quais os bens serão alocados. (Incluído pela
Lei nº 9.648, de 1998)
II - para a contratação de serviços técnicos enumerados
no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com Seção II
profissionais ou empresas de notória especialização,
Da Habilitação
vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e
divulgação; Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos
interessados, exclusivamente, documentação relativa a:
III - para contratação de profissional de qualquer setor
artístico, diretamente ou através de empresário I - habilitação jurídica;
exclusivo, desde que consagrado pela crítica
II - qualificação técnica;
especializada ou pela opinião pública.
III - qualificação econômico-financeira;
§ 1º Considera-se de notória especialização o
profissional ou empresa cujo conceito no campo de sua IV – regularidade fiscal e trabalhista; (Redação
especialidade, decorrente de desempenho anterior, dada pela Lei nº 12.440, de 2011) (Vigência)
estudos, experiências, publicações, organização,
V – cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7º
aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos
da Constituição Federal. (Incluído pela Lei
relacionados com suas atividades, permita inferir que o
nº 9.854, de 1999)
seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais
adequado à plena satisfação do objeto do contrato. Art. 28. A documentação relativa à habilitação jurídica,
conforme o caso, consistirá em:
§ 2º Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos
de dispensa, se comprovado superfaturamento, I - cédula de identidade;
respondem solidariamente pelo dano causado à
II - registro comercial, no caso de empresa individual;
Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador de serviços
e o agente público responsável, sem prejuízo de outras III - ato constitutivo, estatuto ou contrato social em
sanções legais cabíveis. vigor, devidamente registrado, em se tratando de
sociedades comerciais, e, no caso de sociedades por
Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2º e 4º do art. 17 ações, acompanhado de documentos de eleição de seus
e no inciso III e seguintes do art. 24, as situações de administradores;
inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente
justificadas, e o retardamento previsto no final do IV - inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades
parágrafo único do art. 8º desta Lei deverão ser civis, acompanhada de prova de diretoria em exercício;
comunicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade V - decreto de autorização, em se tratando de empresa
superior, para ratificação e publicação na imprensa ou sociedade estrangeira em funcionamento no País, e
oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição para a ato de registro ou autorização para funcionamento
eficácia dos atos. (Redação dada pela Lei nº 11.107, expedido pelo órgão competente, quando a atividade
de 2005) assim o exigir.
Parágrafo único. O processo de dispensa, de Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal e
inexigibilidade ou de retardamento, previsto neste trabalhista, conforme o caso, consistirá em:
artigo, será instruído, no que couber, com os seguintes (Redação dada pela Lei nº 12.440, de 2011) (Vigência)
elementos:
I - prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas
I - caracterização da situação emergencial ou calamitosa (CPF) ou no Cadastro Geral de Contribuintes (CGC);
que justifique a dispensa, quando for o caso;
II - prova de inscrição no cadastro de contribuintes
I - caracterização da situação emergencial, calamitosa estadual ou municipal, se houver, relativo ao domicílio
ou de grave e iminente risco à segurança pública que ou sede do licitante, pertinente ao seu ramo de
justifique a dispensa, quando for o caso; (Redação atividade e compatível com o objeto contratual;
dada pela Lei nº 13.500, de 2017)
III - prova de regularidade para com a Fazenda Federal,
II - razão da escolha do fornecedor ou executante; Estadual e Municipal do domicílio ou sede do licitante,
III - justificativa do preço. ou outra equivalente, na forma da lei;
IV - prova de regularidade relativa à Seguridade Social e
ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS),

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demonstrando situação regular no cumprimento dos b) (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de
encargos sociais instituídos por lei. (Redação 1994)
dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 2º As parcelas de maior relevância técnica e de valor
V – prova de inexistência de débitos inadimplidos significativo, mencionadas no parágrafo anterior, serão
perante a Justiça do Trabalho, mediante a apresentação definidas no instrumento convocatório.
de certidão negativa, nos termos do Título VII-A da (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo
§ 3º Será sempre admitida a comprovação de aptidão
Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943.
através de certidões ou atestados de obras ou serviços
(Incluído pela Lei nº 12.440, de 2011) (Vigência)
similares de complexidade tecnológica e operacional
Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica equivalente ou superior.
limitar-se-á a:
§ 4º Nas licitações para fornecimento de bens, a
I - registro ou inscrição na entidade profissional comprovação de aptidão, quando for o caso, será feita
competente; através de atestados fornecidos por pessoa jurídica de
direito público ou privado.
II - comprovação de aptidão para desempenho de
atividade pertinente e compatível em características, § 5º É vedada a exigência de comprovação de atividade
quantidades e prazos com o objeto da licitação, e ou de aptidão com limitações de tempo ou de época ou
indicação das instalações e do aparelhamento e do ainda em locais específicos, ou quaisquer outras não
pessoal técnico adequados e disponíveis para a previstas nesta Lei, que inibam a participação na
realização do objeto da licitação, bem como da licitação.
qualificação de cada um dos membros da equipe técnica
§ 6º As exigências mínimas relativas a instalações de
que se responsabilizará pelos trabalhos;
canteiros, máquinas, equipamentos e pessoal técnico
III - comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que especializado, considerados essenciais para o
recebeu os documentos, e, quando exigido, de que cumprimento do objeto da licitação, serão atendidas
tomou conhecimento de todas as informações e das mediante a apresentação de relação explícita e da
condições locais para o cumprimento das obrigações declaração formal da sua disponibilidade, sob as penas
objeto da licitação; cabíveis, vedada as exigências de propriedade e de
localização prévia.
IV - prova de atendimento de requisitos previstos em lei
especial, quando for o caso. § 7º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883,
de 1994)
§ 1º A comprovação de aptidão referida no inciso II do
"caput" deste artigo, no caso das licitações pertinentes I - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
a obras e serviços, será feita por atestados fornecidos
II - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
por pessoas jurídicas de direito público ou privado,
devidamente registrados nas entidades profissionais § 8º No caso de obras, serviços e compras de grande
competentes, limitadas as exigências a: vulto, de alta complexidade técnica, poderá a
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) Administração exigir dos licitantes a metodologia de
execução, cuja avaliação, para efeito de sua aceitação
I - capacitação técnico-profissional: comprovação do
ou não, antecederá sempre à análise dos preços e será
licitante de possuir em seu quadro permanente, na data
efetuada exclusivamente por critérios objetivos.
prevista para entrega da proposta, profissional de nível
superior ou outro devidamente reconhecido pela § 9º Entende-se por licitação de alta complexidade
entidade competente, detentor de atestado de técnica aquela que envolva alta especialização, como
responsabilidade técnica por execução de obra ou fator de extrema relevância para garantir a execução do
serviço de características semelhantes, limitadas estas objeto a ser contratado, ou que possa comprometer a
exclusivamente às parcelas de maior relevância e valor continuidade da prestação de serviços públicos
significativo do objeto da licitação, vedadas as essenciais.
exigências de quantidades mínimas ou prazos máximos;
§ 10. Os profissionais indicados pelo licitante para fins
(Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
de comprovação da capacitação técnico-operacional de
II - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de que trata o inciso I do § 1º deste artigo deverão
1994) participar da obra ou serviço objeto da licitação,
admitindo-se a substituição por profissionais de
a) (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de
experiência equivalente ou superior, desde que
1994)

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aprovada pela administração. (Incluído pela patrimônio líquido atualizado e sua capacidade de
Lei nº 8.883, de 1994) rotação.
§ 11. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, § 5º A comprovação de boa situação financeira da
de 1994) empresa será feita de forma objetiva, através do cálculo
de índices contábeis previstos no edital e devidamente
§ 12. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883,
justificados no processo administrativo da licitação que
de 1994)
tenha dado início ao certame licitatório, vedada a
Art. 31. A documentação relativa à qualificação exigência de índices e valores não usualmente adotados
econômico-financeira limitar-se-á a: para correta avaliação de situação financeira suficiente
ao cumprimento das obrigações decorrentes da
I - balanço patrimonial e demonstrações contábeis do
licitação. (Redação dada pela Lei nº 8.883,
último exercício social, já exigíveis e apresentados na
de 1994)
forma da lei, que comprovem a boa situação financeira
da empresa, vedada a sua substituição por balancetes § 6º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº
ou balanços provisórios, podendo ser atualizados por 8.883, de 1994)
índices oficiais quando encerrado há mais de 3 (três)
Art. 32. Os documentos necessários à habilitação
meses da data de apresentação da proposta;
poderão ser apresentados em original, por qualquer
II - certidão negativa de falência ou concordata expedida processo de cópia autenticada por cartório competente
pelo distribuidor da sede da pessoa jurídica, ou de ou por servidor da administração ou publicação em
execução patrimonial, expedida no domicílio da pessoa órgão da imprensa oficial. (Redação dada pela
física; Lei nº 8.883, de 1994)
III - garantia, nas mesmas modalidades e critérios § 1º A documentação de que tratam os arts. 28 a 31
previstos no "caput" e § 1º do art. 56 desta Lei, limitada desta Lei poderá ser dispensada, no todo ou em parte,
a 1% (um por cento) do valor estimado do objeto da nos casos de convite, concurso, fornecimento de bens
contratação. para pronta entrega e leilão.
§ 1º A exigência de índices limitar-se-á à demonstração § 2º O certificado de registro cadastral a que se refere
da capacidade financeira do licitante com vistas aos o § 1º do art. 36 substitui os documentos enumerados
compromissos que terá que assumir caso lhe seja nos arts. 28 a 31, quanto às informações
adjudicado o contrato, vedada a exigência de valores disponibilizadas em sistema informatizado de consulta
mínimos de faturamento anterior, índices de direta indicado no edital, obrigando-se a parte a
rentabilidade ou lucratividade. (Redação declarar, sob as penalidades legais, a superveniência de
dada pela Lei nº 8.883, de 1994) fato impeditivo da habilitação. (Redação
dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
§ 2º A Administração, nas compras para entrega futura
e na execução de obras e serviços, poderá estabelecer, § 3º A documentação referida neste artigo poderá ser
no instrumento convocatório da licitação, a exigência de substituída por registro cadastral emitido por órgão ou
capital mínimo ou de patrimônio líquido mínimo, ou entidade pública, desde que previsto no edital e o
ainda as garantias previstas no § 1º do art. 56 desta Lei, registro tenha sido feito em obediência ao disposto
como dado objetivo de comprovação da qualificação nesta Lei.
econômico-financeira dos licitantes e para efeito de
§ 4º As empresas estrangeiras que não funcionem no
garantia ao adimplemento do contrato a ser
País, tanto quanto possível, atenderão, nas licitações
ulteriormente celebrado.
internacionais, às exigências dos parágrafos anteriores
§ 3º O capital mínimo ou o valor do patrimônio líquido mediante documentos equivalentes, autenticados pelos
a que se refere o parágrafo anterior não poderá exceder respectivos consulados e traduzidos por tradutor
a 10% (dez por cento) do valor estimado da contratação, juramentado, devendo ter representação legal no Brasil
devendo a comprovação ser feita relativamente à data com poderes expressos para receber citação e
da apresentação da proposta, na forma da lei, admitida responder administrativa ou judicialmente.
a atualização para esta data através de índices oficiais.
§ 5º Não se exigirá, para a habilitação de que trata este
§ 4º Poderá ser exigida, ainda, a relação dos artigo, prévio recolhimento de taxas ou emolumentos,
compromissos assumidos pelo licitante que importem salvo os referentes a fornecimento do edital, quando
diminuição da capacidade operativa ou absorção de solicitado, com os seus elementos constitutivos,
disponibilidade financeira, calculada esta em função do limitados ao valor do custo efetivo de reprodução
gráfica da documentação fornecida.

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§ 6º O disposto no § 4º deste artigo, no § 1º do art. 33 empresa brasileira, observado o disposto no inciso II


e no § 2º do art. 55, não se aplica às licitações deste artigo.
internacionais para a aquisição de bens e serviços cujo
§ 2º O licitante vencedor fica obrigado a promover,
pagamento seja feito com o produto de financiamento
antes da celebração do contrato, a constituição e o
concedido por organismo financeiro internacional de
registro do consórcio, nos termos do compromisso
que o Brasil faça parte, ou por agência estrangeira de
referido no inciso I deste artigo.
cooperação, nem nos casos de contratação com
empresa estrangeira, para a compra de equipamentos Seção III
fabricados e entregues no exterior, desde que para este
Dos Registros Cadastrais
caso tenha havido prévia autorização do Chefe do Poder
Executivo, nem nos casos de aquisição de bens e Art. 34. Para os fins desta Lei, os órgãos e entidades da
serviços realizada por unidades administrativas com Administração Pública que realizem freqüentemente
sede no exterior. licitações manterão registros cadastrais para efeito de
habilitação, na forma regulamentar, válidos por, no
§ 7º A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 e
máximo, um ano. (Regulamento)
este artigo poderá ser dispensada, nos termos de
regulamento, no todo ou em parte, para a contratação § 1º O registro cadastral deverá ser amplamente
de produto para pesquisa e desenvolvimento, desde divulgado e deverá estar permanentemente aberto aos
que para pronta entrega ou até o valor previsto na interessados, obrigando-se a unidade por ele
alínea “a” do inciso II do caput do art. 23. responsável a proceder, no mínimo anualmente,
(Incluído pela Lei nº 13.243, de 2016) através da imprensa oficial e de jornal diário, a
Regulamento- chamamento público para a atualização dos registros
existentes e para o ingresso de novos interessados.
Art. 33. Quando permitida na licitação a participação
de empresas em consórcio, observar-se-ão as seguintes § 2º É facultado às unidades administrativas utilizarem-
normas: se de registros cadastrais de outros órgãos ou entidades
da Administração Pública.
I - comprovação do compromisso público ou particular
de constituição de consórcio, subscrito pelos Art. 35. Ao requerer inscrição no cadastro, ou
consorciados; atualização deste, a qualquer tempo, o interessado
fornecerá os elementos necessários à satisfação das
II - indicação da empresa responsável pelo consórcio
exigências do art. 27 desta Lei.
que deverá atender às condições de liderança,
obrigatoriamente fixadas no edital; Art. 36. Os inscritos serão classificados por categorias,
tendo-se em vista sua especialização, subdivididas em
III - apresentação dos documentos exigidos nos arts. 28
grupos, segundo a qualificação técnica e econômica
a 31 desta Lei por parte de cada consorciado, admitindo-
avaliada pelos elementos constantes da documentação
se, para efeito de qualificação técnica, o somatório dos
relacionada nos arts. 30 e 31 desta Lei.
quantitativos de cada consorciado, e, para efeito de
qualificação econômico-financeira, o somatório dos § 1º Aos inscritos será fornecido certificado, renovável
valores de cada consorciado, na proporção de sua sempre que atualizarem o registro.
respectiva participação, podendo a Administração
§ 2º A atuação do licitante no cumprimento de
estabelecer, para o consórcio, um acréscimo de até 30%
obrigações assumidas será anotada no respectivo
(trinta por cento) dos valores exigidos para licitante
registro cadastral.
individual, inexigível este acréscimo para os consórcios
compostos, em sua totalidade, por micro e pequenas Art. 37. A qualquer tempo poderá ser alterado,
empresas assim definidas em lei; suspenso ou cancelado o registro do inscrito que deixar
de satisfazer as exigências do art. 27 desta Lei, ou as
IV - impedimento de participação de empresa
estabelecidas para classificação cadastral.
consorciada, na mesma licitação, através de mais de um
consórcio ou isoladamente; Seção IV
V - responsabilidade solidária dos integrantes pelos atos Do Procedimento e Julgamento
praticados em consórcio, tanto na fase de licitação
Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com
quanto na de execução do contrato.
a abertura de processo administrativo, devidamente
§ 1º No consórcio de empresas brasileiras e autuado, protocolado e numerado, contendo a
estrangeiras a liderança caberá, obrigatoriamente, à autorização respectiva, a indicação sucinta de seu

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objeto e do recurso próprio para a despesa, e ao qual a trinta dias e licitações sucessivas aquelas em que,
serão juntados oportunamente: também com objetos similares, o edital subsequente
tenha uma data anterior a cento e vinte dias após o
I - edital ou convite e respectivos anexos, quando for o
término do contrato resultante da licitação
caso;
antecedente. (Redação dada pela Lei nº
II - comprovante das publicações do edital resumido, na 8.883, de 1994)
forma do art. 21 desta Lei, ou da entrega do convite;
Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de
III - ato de designação da comissão de licitação, do ordem em série anual, o nome da repartição interessada
leiloeiro administrativo ou oficial, ou do responsável e de seu setor, a modalidade, o regime de execução e o
pelo convite; tipo da licitação, a menção de que será regida por esta
Lei, o local, dia e hora para recebimento da
IV - original das propostas e dos documentos que as
documentação e proposta, bem como para início da
instruírem;
abertura dos envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o
V - atas, relatórios e deliberações da Comissão seguinte:
Julgadora;
I - objeto da licitação, em descrição sucinta e clara;
VI - pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a
II - prazo e condições para assinatura do contrato ou
licitação, dispensa ou inexigibilidade;
retirada dos instrumentos, como previsto no art. 64
VII - atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua desta Lei, para execução do contrato e para entrega do
homologação; objeto da licitação;
VIII - recursos eventualmente apresentados pelos III - sanções para o caso de inadimplemento;
licitantes e respectivas manifestações e decisões;
IV - local onde poderá ser examinado e adquirido o
IX - despacho de anulação ou de revogação da licitação, projeto básico;
quando for o caso, fundamentado
V - se há projeto executivo disponível na data da
circunstanciadamente;
publicação do edital de licitação e o local onde possa ser
X - termo de contrato ou instrumento equivalente, examinado e adquirido;
conforme o caso;
VI - condições para participação na licitação, em
XI - outros comprovantes de publicações; conformidade com os arts. 27 a 31 desta Lei, e forma de
apresentação das propostas;
XII - demais documentos relativos à licitação.
VII - critério para julgamento, com disposições claras e
Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, bem
parâmetros objetivos;
como as dos contratos, acordos, convênios ou ajustes
devem ser previamente examinadas e aprovadas por VIII - locais, horários e códigos de acesso dos meios de
assessoria jurídica da Administração. (Redação comunicação à distância em que serão fornecidos
dada pela Lei nº 8.883, de 1994) elementos, informações e esclarecimentos relativos à
licitação e às condições para atendimento das
Art. 39. Sempre que o valor estimado para uma licitação
obrigações necessárias ao cumprimento de seu objeto;
ou para um conjunto de licitações simultâneas ou
sucessivas for superior a 100 (cem) vezes o limite IX - condições equivalentes de pagamento entre
previsto no art. 23, inciso I, alínea "c" desta Lei, o empresas brasileiras e estrangeiras, no caso de
processo licitatório será iniciado, obrigatoriamente, licitações internacionais;
com uma audiência pública concedida pela autoridade
X - o critério de aceitabilidade dos preços unitário e
responsável com antecedência mínima de 15 (quinze)
global, conforme o caso, permitida a fixação de preços
dias úteis da data prevista para a publicação do edital, e
máximos e vedados a fixação de preços mínimos,
divulgada, com a antecedência mínima de 10 (dez) dias
critérios estatísticos ou faixas de variação em relação a
úteis de sua realização, pelos mesmos meios previstos
preços de referência, ressalvado o disposto nos
para a publicidade da licitação, à qual terão acesso e
parágrafos 1º e 2º do art. 48; (Redação
direito a todas as informações pertinentes e a se
dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
manifestar todos os interessados.
XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, consideram-
efetiva do custo de produção, admitida a adoção de
se licitações simultâneas aquelas com objetos similares
índices específicos ou setoriais, desde a data prevista
e com realização prevista para intervalos não superiores
para apresentação da proposta, ou do orçamento a que

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essa proposta se referir, até a data do adimplemento de IV - as especificações complementares e as normas de


cada parcela; (Redação dada pela Lei nº 8.883, execução pertinentes à licitação.
de 1994)
§ 3º Para efeito do disposto nesta Lei, considera-se
XII - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, como adimplemento da obrigação contratual a
de 1994) prestação do serviço, a realização da obra, a entrega do
bem ou de parcela destes, bem como qualquer outro
XIII - limites para pagamento de instalação e
evento contratual a cuja ocorrência esteja vinculada a
mobilização para execução de obras ou serviços que
emissão de documento de cobrança.
serão obrigatoriamente previstos em separado das
demais parcelas, etapas ou tarefas; § 4º Nas compras para entrega imediata, assim
entendidas aquelas com prazo de entrega até trinta dias
XIV - condições de pagamento, prevendo:
da data prevista para apresentação da proposta,
a) prazo de pagamento não superior a trinta dias, poderão ser dispensadas: (Incluído pela Lei nº
contado a partir da data final do período de 8.883, de 1994)
adimplemento de cada parcela; (Redação
I - o disposto no inciso XI deste artigo; (Incluído
dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
pela Lei nº 8.883, de 1994)
b) cronograma de desembolso máximo por período, em
II - a atualização financeira a que se refere a alínea "c"
conformidade com a disponibilidade de recursos
do inciso XIV deste artigo, correspondente ao período
financeiros;
compreendido entre as datas do adimplemento e a
c) critério de atualização financeira dos valores a serem prevista para o pagamento, desde que não superior a
pagos, desde a data final do período de adimplemento quinze dias. (Incluído pela Lei nº 8.883, de
de cada parcela até a data do efetivo pagamento; 1994)
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 5º A Administração Pública poderá, nos editais de
d) compensações financeiras e penalizações, por licitação para a contratação de serviços, exigir da
eventuais atrasos, e descontos, por eventuais contratada que um percentual mínimo de sua mão de
antecipações de pagamentos; obra seja oriundo ou egresso do sistema prisional, com
a finalidade de ressocialização do reeducando, na forma
e) exigência de seguros, quando for o caso;
estabelecida em regulamento. (Incluído pela Lei
XV - instruções e normas para os recursos previstos nº 13.500, de 2017)
nesta Lei;
Art. 41. A Administração não pode descumprir as
XVI - condições de recebimento do objeto da licitação; normas e condições do edital, ao qual se acha
estritamente vinculada.
XVII - outras indicações específicas ou peculiares da
licitação. § 1º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar
edital de licitação por irregularidade na aplicação desta
§ 1º O original do edital deverá ser datado, rubricado
Lei, devendo protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis
em todas as folhas e assinado pela autoridade que o
antes da data fixada para a abertura dos envelopes de
expedir, permanecendo no processo de licitação, e dele
habilitação, devendo a Administração julgar e
extraindo-se cópias integrais ou resumidas, para sua
responder à impugnação em até 3 (três) dias úteis, sem
divulgação e fornecimento aos interessados.
prejuízo da faculdade prevista no § 1º do art. 113.
§ 2º Constituem anexos do edital, dele fazendo parte
§ 2º Decairá do direito de impugnar os termos do edital
integrante:
de licitação perante a administração o licitante que não
I - o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas o fizer até o segundo dia útil que anteceder a abertura
partes, desenhos, especificações e outros dos envelopes de habilitação em concorrência, a
complementos; abertura dos envelopes com as propostas em convite,
tomada de preços ou concurso, ou a realização de leilão,
II - orçamento estimado em planilhas de quantitativos e
as falhas ou irregularidades que viciariam esse edital,
preços unitários; (Redação dada pela Lei nº
hipótese em que tal comunicação não terá efeito de
8.883, de 1994)
recurso. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de
III - a minuta do contrato a ser firmado entre a 1994)
Administração e o licitante vencedor;

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§ 3º A impugnação feita tempestivamente pelo licitante I - abertura dos envelopes contendo a documentação
não o impedirá de participar do processo licitatório até relativa à habilitação dos concorrentes, e sua
o trânsito em julgado da decisão a ela pertinente. apreciação;
§ 4º A inabilitação do licitante importa preclusão do seu II - devolução dos envelopes fechados aos concorrentes
direito de participar das fases subseqüentes. inabilitados, contendo as respectivas propostas, desde
que não tenha havido recurso ou após sua denegação;
Art. 42. Nas concorrências de âmbito internacional, o
edital deverá ajustar-se às diretrizes da política III - abertura dos envelopes contendo as propostas dos
monetária e do comércio exterior e atender às concorrentes habilitados, desde que transcorrido o
exigências dos órgãos competentes. prazo sem interposição de recurso, ou tenha havido
desistência expressa, ou após o julgamento dos recursos
§ 1º Quando for permitido ao licitante estrangeiro cotar
interpostos;
preço em moeda estrangeira, igualmente o poderá fazer
o licitante brasileiro. IV - verificação da conformidade de cada proposta com
os requisitos do edital e, conforme o caso, com os
§ 2º O pagamento feito ao licitante brasileiro
preços correntes no mercado ou fixados por órgão
eventualmente contratado em virtude da licitação de
oficial competente, ou ainda com os constantes do
que trata o parágrafo anterior será efetuado em moeda
sistema de registro de preços, os quais deverão ser
brasileira, à taxa de câmbio vigente no dia útil
devidamente registrados na ata de julgamento,
imediatamente anterior à data do efetivo pagamento.
promovendo-se a desclassificação das propostas
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
desconformes ou incompatíveis;
§ 3º As garantias de pagamento ao licitante brasileiro
V - julgamento e classificação das propostas de acordo
serão equivalentes àquelas oferecidas ao licitante
com os critérios de avaliação constantes do edital;
estrangeiro.
VI - deliberação da autoridade competente quanto à
§ 4º Para fins de julgamento da licitação, as propostas
homologação e adjudicação do objeto da licitação.
apresentadas por licitantes estrangeiros serão
acrescidas dos gravames conseqüentes dos mesmos § 1º A abertura dos envelopes contendo a
tributos que oneram exclusivamente os licitantes documentação para habilitação e as propostas será
brasileiros quanto à operação final de venda. realizada sempre em ato público previamente
designado, do qual se lavrará ata circunstanciada,
§ 5º Para a realização de obras, prestação de serviços
assinada pelos licitantes presentes e pela Comissão.
ou aquisição de bens com recursos provenientes de
financiamento ou doação oriundos de agência oficial de § 2º Todos os documentos e propostas serão rubricados
cooperação estrangeira ou organismo financeiro pelos licitantes presentes e pela Comissão.
multilateral de que o Brasil seja parte, poderão ser
§ 3º É facultada à Comissão ou autoridade superior, em
admitidas, na respectiva licitação, as condições
qualquer fase da licitação, a promoção de diligência
decorrentes de acordos, protocolos, convenções ou
destinada a esclarecer ou a complementar a instrução
tratados internacionais aprovados pelo Congresso
do processo, vedada a inclusão posterior de documento
Nacional, bem como as normas e procedimentos
ou informação que deveria constar originariamente da
daquelas entidades, inclusive quanto ao critério de
proposta.
seleção da proposta mais vantajosa para a
administração, o qual poderá contemplar, além do § 4º O disposto neste artigo aplica-se à concorrência e,
preço, outros fatores de avaliação, desde que por elas no que couber, ao concurso, ao leilão, à tomada de
exigidos para a obtenção do financiamento ou da preços e ao convite. (Redação dada pela Lei nº
doação, e que também não conflitem com o princípio do 8.883, de 1994)
julgamento objetivo e sejam objeto de despacho
§ 5º Ultrapassada a fase de habilitação dos
motivado do órgão executor do contrato, despacho esse
concorrentes (incisos I e II) e abertas as propostas (inciso
ratificado pela autoridade imediatamente superior.
III), não cabe desclassificá-los por motivo relacionado
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
com a habilitação, salvo em razão de fatos
§ 6º As cotações de todos os licitantes serão para supervenientes ou só conhecidos após o julgamento.
entrega no mesmo local de destino.
§ 6º Após a fase de habilitação, não cabe desistência de
Art. 43. A licitação será processada e julgada com proposta, salvo por motivo justo decorrente de fato
observância dos seguintes procedimentos: superveniente e aceito pela Comissão.

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Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão a classificação se fará, obrigatoriamente, por sorteio,
levará em consideração os critérios objetivos definidos em ato público, para o qual todos os licitantes serão
no edital ou convite, os quais não devem contrariar as convocados, vedado qualquer outro processo.
normas e princípios estabelecidos por esta Lei.
§ 3º No caso da licitação do tipo "menor preço", entre
§ 1º É vedada a utilização de qualquer elemento, os licitantes considerados qualificados a classificação se
critério ou fator sigiloso, secreto, subjetivo ou reservado dará pela ordem crescente dos preços propostos,
que possa ainda que indiretamente elidir o princípio da prevalecendo, no caso de empate, exclusivamente o
igualdade entre os licitantes. critério previsto no parágrafo anterior.
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 2º Não se considerará qualquer oferta de vantagem
não prevista no edital ou no convite, inclusive § 4º Para contratação de bens e serviços de informática,
financiamentos subsidiados ou a fundo perdido, nem a administração observará o disposto no art. 3º da Lei
preço ou vantagem baseada nas ofertas dos demais nº 8.248, de 23 de outubro de 1991, levando em conta
licitantes. os fatores especificados em seu parágrafo 2º e
adotando obrigatoriamento o tipo de licitação "técnica
§ 3º Não se admitirá proposta que apresente preços
e preço", permitido o emprego de outro tipo de licitação
global ou unitários simbólicos, irrisórios ou de valor
nos casos indicados em decreto do Poder Executivo.
zero, incompatíveis com os preços dos insumos e
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
salários de mercado, acrescidos dos respectivos
encargos, ainda que o ato convocatório da licitação não § 5º É vedada a utilização de outros tipos de licitação
tenha estabelecido limites mínimos, exceto quando se não previstos neste artigo.
referirem a materiais e instalações de propriedade do
§ 6º Na hipótese prevista no art. 23, § 7º, serão
próprio licitante, para os quais ele renuncie a parcela ou
selecionadas tantas propostas quantas necessárias até
à totalidade da remuneração. (Redação dada
que se atinja a quantidade demandada na licitação.
pela Lei nº 8.883, de 1994)
(Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
§ 4º O disposto no parágrafo anterior aplica-se também
Art. 46. Os tipos de licitação "melhor técnica" ou
às propostas que incluam mão-de-obra estrangeira ou
"técnica e preço" serão utilizados exclusivamente para
importações de qualquer natureza. (Redação
serviços de natureza predominantemente intelectual,
dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
em especial na elaboração de projetos, cálculos,
Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, fiscalização, supervisão e gerenciamento e de
devendo a Comissão de licitação ou o responsável pelo engenharia consultiva em geral e, em particular, para a
convite realizá-lo em conformidade com os tipos de elaboração de estudos técnicos preliminares e projetos
licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato básicos e executivos, ressalvado o disposto no § 4º do
convocatório e de acordo com os fatores artigo anterior. (Redação dada pela Lei nº
exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar 8.883, de 1994)
sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle.
§ 1º Nas licitações do tipo "melhor técnica" será
§ 1º Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de adotado o seguinte procedimento claramente
licitação, exceto na modalidade concurso: explicitado no instrumento convocatório, o qual fixará o
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) preço máximo que a Administração se propõe a pagar:
I - a de menor preço - quando o critério de seleção da I - serão abertos os envelopes contendo as propostas
proposta mais vantajosa para a Administração técnicas exclusivamente dos licitantes previamente
determinar que será vencedor o licitante que qualificados e feita então a avaliação e classificação
apresentar a proposta de acordo com as especificações destas propostas de acordo com os critérios pertinentes
do edital ou convite e ofertar o menor preço; e adequados ao objeto licitado, definidos com clareza e
objetividade no instrumento convocatório e que
II - a de melhor técnica;
considerem a capacitação e a experiência do
III - a de técnica e preço. proponente, a qualidade técnica da proposta,
compreendendo metodologia, organização, tecnologias
IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação
e recursos materiais a serem utilizados nos trabalhos, e
de bens ou concessão de direito real de uso.
a qualificação das equipes técnicas a serem mobilizadas
(Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
para a sua execução;
§ 2º No caso de empate entre duas ou mais propostas,
II - uma vez classificadas as propostas técnicas,
e após obedecido o disposto no § 2º do art. 3º desta Lei,
proceder-se-á à abertura das propostas de preço dos

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licitantes que tenham atingido a valorização mínima elementos e informações necessários para que os
estabelecida no instrumento convocatório e à licitantes possam elaborar suas propostas de preços
negociação das condições propostas, com a proponente com total e completo conhecimento do objeto da
melhor classificada, com base nos orçamentos licitação.
detalhados apresentados e respectivos preços unitários
Art. 48. Serão desclassificadas:
e tendo como referência o limite representado pela
proposta de menor preço entre os licitantes que I - as propostas que não atendam às exigências do ato
obtiveram a valorização mínima; convocatório da licitação;
III - no caso de impasse na negociação anterior, II - propostas com valor global superior ao limite
procedimento idêntico será adotado, sucessivamente, estabelecido ou com preços manifestamente
com os demais proponentes, pela ordem de inexeqüiveis, assim considerados aqueles que não
classificação, até a consecução de acordo para a venham a ter demonstrada sua viabilidade através de
contratação; documentação que comprove que os custos dos
insumos são coerentes com os de mercado e que os
IV - as propostas de preços serão devolvidas intactas aos
coeficientes de produtividade são compatíveis com a
licitantes que não forem preliminarmente habilitados
execução do objeto do contrato, condições estas
ou que não obtiverem a valorização mínima
necessariamente especificadas no ato convocatório da
estabelecida para a proposta técnica.
licitação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de
§ 2º Nas licitações do tipo "técnica e preço" será 1994)
adotado, adicionalmente ao inciso I do parágrafo
§ 1º Para os efeitos do disposto no inciso II deste artigo
anterior, o seguinte procedimento claramente
consideram-se manifestamente inexeqüíveis, no caso
explicitado no instrumento convocatório:
de licitações de menor preço para obras e serviços de
I - será feita a avaliação e a valorização das propostas de engenharia, as propostas cujos valores sejam inferiores
preços, de acordo com critérios objetivos a 70% (setenta por cento) do menor dos seguintes
preestabelecidos no instrumento convocatório; valores: (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
II - a classificação dos proponentes far-se-á de acordo a) média aritmética dos valores das propostas
com a média ponderada das valorizações das propostas superiores a 50% (cinqüenta por cento) do valor orçado
técnicas e de preço, de acordo com os pesos pela administração, ou (Incluído pela Lei nº
preestabelecidos no instrumento convocatório. 9.648, de 1998)
§ 3º Excepcionalmente, os tipos de licitação previstos b) valor orçado pela administração. (Incluído
neste artigo poderão ser adotados, por autorização pela Lei nº 9.648, de 1998)
expressa e mediante justificativa circunstanciada da
§ 2º Dos licitantes classificados na forma do parágrafo
maior autoridade da Administração promotora
anterior cujo valor global da proposta for inferior a 80%
constante do ato convocatório, para fornecimento de
(oitenta por cento) do menor valor a que se referem as
bens e execução de obras ou prestação de serviços de
alíneas "a" e "b", será exigida, para a assinatura do
grande vulto majoritariamente dependentes de
contrato, prestação de garantia adicional, dentre as
tecnologia nitidamente sofisticada e de domínio
modalidades previstas no § 1º do art. 56, igual a
restrito, atestado por autoridades técnicas de
diferença entre o valor resultante do parágrafo anterior
reconhecida qualificação, nos casos em que o objeto
e o valor da correspondente proposta.
pretendido admitir soluções alternativas e variações de
(Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
execução, com repercussões significativas sobre sua
qualidade, produtividade, rendimento e durabilidade § 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou
concretamente mensuráveis, e estas puderem ser todas as propostas forem desclassificadas, a
adotadas à livre escolha dos licitantes, na conformidade administração poderá fixar aos licitantes o prazo de oito
dos critérios objetivamente fixados no ato dias úteis para a apresentação de nova documentação
convocatório. ou de outras propostas escoimadas das causas referidas
neste artigo, facultada, no caso de convite, a redução
§ 4º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de
deste prazo para três dias úteis. (Incluído
1994)
pela Lei nº 9.648, de 1998)
Art. 47. Nas licitações para a execução de obras e
Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do
serviços, quando for adotada a modalidade de execução
procedimento somente poderá revogar a licitação por
de empreitada por preço global, a Administração deverá
razões de interesse público decorrente de fato
fornecer obrigatoriamente, junto com o edital, todos os

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superveniente devidamente comprovado, pertinente e § 5º No caso de concurso, o julgamento será feito por
suficiente para justificar tal conduta, devendo anulá-la uma comissão especial integrada por pessoas de
por ilegalidade, de ofício ou por provocação de reputação ilibada e reconhecido conhecimento da
terceiros, mediante parecer escrito e devidamente matéria em exame, servidores públicos ou não.
fundamentado.
Art. 52. O concurso a que se refere o § 4º do art. 22
§ 1º A anulação do procedimento licitatório por motivo desta Lei deve ser precedido de regulamento próprio, a
de ilegalidade não gera obrigação de indenizar, ser obtido pelos interessados no local indicado no edital.
ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59
§ 1º O regulamento deverá indicar:
desta Lei.
I - a qualificação exigida dos participantes;
§ 2º A nulidade do procedimento licitatório induz à do
contrato, ressalvado o disposto no parágrafo único do II - as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho;
art. 59 desta Lei.
III - as condições de realização do concurso e os prêmios
§ 3º No caso de desfazimento do processo licitatório, a serem concedidos.
fica assegurado o contraditório e a ampla defesa.
§ 2º Em se tratando de projeto, o vencedor deverá
§ 4º O disposto neste artigo e seus parágrafos aplica-se autorizar a Administração a executá-lo quando julgar
aos atos do procedimento de dispensa e de conveniente.
inexigibilidade de licitação.
Art. 53. O leilão pode ser cometido a leiloeiro oficial ou
Art. 50. A Administração não poderá celebrar o contrato a servidor designado pela Administração, procedendo-
com preterição da ordem de classificação das propostas se na forma da legislação pertinente.
ou com terceiros estranhos ao procedimento licitatório,
§ 1º Todo bem a ser leiloado será previamente avaliado
sob pena de nulidade.
pela Administração para fixação do preço mínimo de
Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em registro arrematação.
cadastral, a sua alteração ou cancelamento, e as
§ 2º Os bens arrematados serão pagos à vista ou no
propostas serão processadas e julgadas por comissão
percentual estabelecido no edital, não inferior a 5%
permanente ou especial de, no mínimo, 3 (três)
(cinco por cento) e, após a assinatura da respectiva ata
membros, sendo pelo menos 2 (dois) deles servidores
lavrada no local do leilão, imediatamente entregues ao
qualificados pertencentes aos quadros permanentes
arrematante, o qual se obrigará ao pagamento do
dos órgãos da Administração responsáveis pela
restante no prazo estipulado no edital de convocação,
licitação.
sob pena de perder em favor da Administração o valor
§ 1º No caso de convite, a Comissão de licitação, já recolhido.
excepcionalmente, nas pequenas unidades
§ 3º Nos leilões internacionais, o pagamento da parcela
administrativas e em face da exigüidade de pessoal
à vista poderá ser feito em até vinte e quatro horas.
disponível, poderá ser substituída por servidor
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
formalmente designado pela autoridade competente.
§ 4º O edital de leilão deve ser amplamente divulgado,
§ 2º A Comissão para julgamento dos pedidos de
principalmente no município em que se realizará.
inscrição em registro cadastral, sua alteração ou
(Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
cancelamento, será integrada por profissionais
legalmente habilitados no caso de obras, serviços ou CAPÍTULO III
aquisição de equipamentos.
Dos Contratos
§ 3º Os membros das Comissões de licitação
Seção I
responderão solidariamente por todos os atos
praticados pela Comissão, salvo se posição individual Disposições Preliminares
divergente estiver devidamente fundamentada e
Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta
registrada em ata lavrada na reunião em que tiver sido
Lei regulam-se pelas suas cláusulas e pelos preceitos de
tomada a decisão.
direito público, aplicando-se-lhes, supletivamente, os
§ 4º A investidura dos membros das Comissões princípios da teoria geral dos contratos e as disposições
permanentes não excederá a 1 (um) ano, vedada a de direito privado.
recondução da totalidade de seus membros para a
§ 1º Os contratos devem estabelecer com clareza e
mesma comissão no período subseqüente.
precisão as condições para sua execução, expressas em

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cláusulas que definam os direitos, obrigações e foro da sede da Administração para dirimir qualquer
responsabilidades das partes, em conformidade com os questão contratual, salvo o disposto no § 6º do art. 32
termos da licitação e da proposta a que se vinculam. desta Lei.
§ 2º Os contratos decorrentes de dispensa ou de § 3º No ato da liquidação da despesa, os serviços de
inexigibilidade de licitação devem atender aos termos contabilidade comunicarão, aos órgãos incumbidos da
do ato que os autorizou e da respectiva proposta. arrecadação e fiscalização de tributos da União, Estado
ou Município, as características e os valores pagos,
Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as
segundo o disposto no art. 63 da Lei nº 4.320, de 17 de
que estabeleçam:
março de 1964.
I - o objeto e seus elementos característicos;
Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada
II - o regime de execução ou a forma de fornecimento; caso, e desde que prevista no instrumento
convocatório, poderá ser exigida prestação de garantia
III - o preço e as condições de pagamento, os critérios,
nas contratações de obras, serviços e compras.
data-base e periodicidade do reajustamento de preços,
os critérios de atualização monetária entre a data do § 1º Caberá ao contratado optar por uma das seguintes
adimplemento das obrigações e a do efetivo modalidades de garantia: (Redação dada pela Lei
pagamento; nº 8.883, de 1994)
IV - os prazos de início de etapas de execução, de I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública,
conclusão, de entrega, de observação e de recebimento devendo estes ter sido emitidos sob a forma escritural,
definitivo, conforme o caso; mediante registro em sistema centralizado de
liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central
V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a
do Brasil e avaliados pelos seus valores econômicos,
indicação da classificação funcional programática e da
conforme definido pelo Ministério da Fazenda;
categoria econômica;
(Redação dada pela Lei nº 11.079, de 2004)
VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena
II - seguro-garantia; (Redação dada pela Lei nº
execução, quando exigidas;
8.883, de 1994)
VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as
III - fiança bancária. (Redação dada pela Lei nº
penalidades cabíveis e os valores das multas;
8.883, de 8.6.94)
VIII - os casos de rescisão;
§ 2º A garantia a que se refere o caput deste artigo não
IX - o reconhecimento dos direitos da Administração, excederá a cinco por cento do valor do contrato e terá
em caso de rescisão administrativa prevista no art. 77 seu valor atualizado nas mesmas condições daquele,
desta Lei; ressalvado o previsto no parágrafo 3º deste artigo.
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
X - as condições de importação, a data e a taxa de
câmbio para conversão, quando for o caso; § 3º Para obras, serviços e fornecimentos de grande
vulto envolvendo alta complexidade técnica e riscos
XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que
financeiros consideráveis, demonstrados através de
a dispensou ou a inexigiu, ao convite e à proposta do
parecer tecnicamente aprovado pela autoridade
licitante vencedor;
competente, o limite de garantia previsto no parágrafo
XII - a legislação aplicável à execução do contrato e anterior poderá ser elevado para até dez por cento do
especialmente aos casos omissos; valor do contrato. (Redação dada pela Lei nº 8.883,
de 1994)
XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda
a execução do contrato, em compatibilidade com as § 4º A garantia prestada pelo contratado será liberada
obrigações por ele assumidas, todas as condições de ou restituída após a execução do contrato e, quando em
habilitação e qualificação exigidas na licitação. dinheiro, atualizada monetariamente.
§ 1º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, § 5º Nos casos de contratos que importem na entrega
de 1994) de bens pela Administração, dos quais o contratado
ficará depositário, ao valor da garantia deverá ser
§ 2º Nos contratos celebrados pela Administração
acrescido o valor desses bens.
Pública com pessoas físicas ou jurídicas, inclusive
aquelas domiciliadas no estrangeiro, deverá constar
necessariamente cláusula que declare competente o

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Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei retardamento na execução do contrato, sem prejuízo
ficará adstrita à vigência dos respectivos créditos das sanções legais aplicáveis aos responsáveis.
orçamentários, exceto quanto aos relativos:
§ 2º Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada
I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados por escrito e previamente autorizada pela autoridade
nas metas estabelecidas no Plano Plurianual, os quais competente para celebrar o contrato.
poderão ser prorrogados se houver interesse da
§ 3º É vedado o contrato com prazo de vigência
Administração e desde que isso tenha sido previsto no
indeterminado.
ato convocatório;
§ 4º Em caráter excepcional, devidamente justificado e
II - à prestação de serviços a serem executados de forma
mediante autorização da autoridade superior, o prazo
contínua, que poderão ter a sua duração prorrogada por
de que trata o inciso II do caput deste artigo poderá ser
iguais e sucessivos períodos com vistas à obtenção de
prorrogado por até doze meses. (Incluído pela
preços e condições mais vantajosas para a
Lei nº 9.648, de 1998)
administração, limitada a sessenta meses; (Redação
dada pela Lei nº 9.648, de 1998) Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos
instituído por esta Lei confere à Administração, em
III - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de
relação a eles, a prerrogativa de:
1994)
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor
IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de
adequação às finalidades de interesse público,
programas de informática, podendo a duração
respeitados os direitos do contratado;
estender-se pelo prazo de até 48 (quarenta e oito)
meses após o início da vigência do contrato. II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos
especificados no inciso I do art. 79 desta Lei;
V - às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI
do art. 24, cujos contratos poderão ter vigência por até III - fiscalizar-lhes a execução;
120 (cento e vinte) meses, caso haja interesse da
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou
administração. (Incluído pela Lei nº 12.349, de
parcial do ajuste;
2010)
V - nos casos de serviços essenciais, ocupar
§ 1º Os prazos de início de etapas de execução, de
provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e
conclusão e de entrega admitem prorrogação, mantidas
serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese
as demais cláusulas do contrato e assegurada a
da necessidade de acautelar apuração administrativa de
manutenção de seu equilíbrio econômico-financeiro,
faltas contratuais pelo contratado, bem como na
desde que ocorra algum dos seguintes motivos,
hipótese de rescisão do contrato administrativo.
devidamente autuados em processo:
§ 1º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias
I - alteração do projeto ou especificações, pela
dos contratos administrativos não poderão ser
Administração;
alteradas sem prévia concordância do contratado.
II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível,
estranho à vontade das partes, que altere § 2º Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas
fundamentalmente as condições de execução do econômico-financeiras do contrato deverão ser revistas
contrato; para que se mantenha o equilíbrio contratual.

III - interrupção da execução do contrato ou diminuição Art. 59. A declaração de nulidade do contrato
do ritmo de trabalho por ordem e no interesse da administrativo opera retroativamente impedindo os
Administração; efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveria
produzir, além de desconstituir os já produzidos.
IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no
contrato, nos limites permitidos por esta Lei; Parágrafo único. A nulidade não exonera a
Administração do dever de indenizar o contratado pelo
V - impedimento de execução do contrato por fato ou que este houver executado até a data em que ela for
ato de terceiro reconhecido pela Administração em declarada e por outros prejuízos regularmente
documento contemporâneo à sua ocorrência; comprovados, contanto que não lhe seja imputável,
VI - omissão ou atraso de providências a cargo da promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu
Administração, inclusive quanto aos pagamentos causa.
previstos de que resulte, diretamente, impedimento ou Seção II

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Da Formalização dos Contratos demais cujo conteúdo seja regido, predominantemente,


por norma de direito privado;
Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados
nas repartições interessadas, as quais manterão arquivo II - aos contratos em que a Administração for parte
cronológico dos seus autógrafos e registro sistemático como usuária de serviço público.
do seu extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre
§ 4º É dispensável o "termo de contrato" e facultada a
imóveis, que se formalizam por instrumento lavrado em
substituição prevista neste artigo, a critério da
cartório de notas, de tudo juntando-se cópia no
Administração e independentemente de seu valor, nos
processo que lhe deu origem.
casos de compra com entrega imediata e integral dos
Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato bens adquiridos, dos quais não resultem obrigações
verbal com a Administração, salvo o de pequenas futuras, inclusive assistência técnica.
compras de pronto pagamento, assim entendidas
Art. 63. É permitido a qualquer licitante o conhecimento
aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do
dos termos do contrato e do respectivo processo
limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta
licitatório e, a qualquer interessado, a obtenção de
Lei, feitas em regime de adiantamento.
cópia autenticada, mediante o pagamento dos
Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das emolumentos devidos.
partes e os de seus representantes, a finalidade, o ato
Art. 64. A Administração convocará regularmente o
que autorizou a sua lavratura, o número do processo da
interessado para assinar o termo de contrato, aceitar ou
licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição
retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo e
dos contratantes às normas desta Lei e às cláusulas
condições estabelecidos, sob pena de decair o direito à
contratuais.
contratação, sem prejuízo das sanções previstas no art.
Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento 81 desta Lei.
de contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial,
§ 1º O prazo de convocação poderá ser prorrogado uma
que é condição indispensável para sua eficácia, será
vez, por igual período, quando solicitado pela parte
providenciada pela Administração até o quinto dia útil
durante o seu transcurso e desde que ocorra motivo
do mês seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no
justificado aceito pela Administração.
prazo de vinte dias daquela data, qualquer que seja o
seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o disposto no § 2º É facultado à Administração, quando o convocado
art. 26 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº não assinar o termo de contrato ou não aceitar ou
8.883, de 1994) retirar o instrumento equivalente no prazo e condições
estabelecidos, convocar os licitantes remanescentes, na
Art. 62. O instrumento de contrato é obrigatório nos
ordem de classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas
casos de concorrência e de tomada de preços, bem
mesmas condições propostas pelo primeiro classificado,
como nas dispensas e inexigibilidades cujos preços
inclusive quanto aos preços atualizados de
estejam compreendidos nos limites destas duas
conformidade com o ato convocatório, ou revogar a
modalidades de licitação, e facultativo nos demais em
licitação independentemente da cominação prevista no
que a Administração puder substituí-lo por outros
art. 81 desta Lei.
instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota de
empenho de despesa, autorização de compra ou ordem § 3º Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega
de execução de serviço. das propostas, sem convocação para a contratação,
ficam os licitantes liberados dos compromissos
§ 1º A minuta do futuro contrato integrará sempre o
assumidos.
edital ou ato convocatório da licitação.
Seção III
§ 2º Em "carta contrato", "nota de empenho de
despesa", "autorização de compra", "ordem de Da Alteração dos Contratos
execução de serviço" ou outros instrumentos hábeis Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser
aplica-se, no que couber, o disposto no art. 55 desta Lei. alterados, com as devidas justificativas, nos seguintes
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) casos:
§ 3º Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei I - unilateralmente pela Administração:
e demais normas gerais, no que couber:
a) quando houver modificação do projeto ou das
I - aos contratos de seguro, de financiamento, de especificações, para melhor adequação técnica aos seus
locação em que o Poder Público seja locatário, e aos objetivos;

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b) quando necessária a modificação do valor contratual § 4º No caso de supressão de obras, bens ou serviços,
em decorrência de acréscimo ou diminuição se o contratado já houver adquirido os materiais e posto
quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por no local dos trabalhos, estes deverão ser pagos pela
esta Lei; Administração pelos custos de aquisição regularmente
comprovados e monetariamente corrigidos, podendo
II - por acordo das partes:
caber indenização por outros danos eventualmente
a) quando conveniente a substituição da garantia de decorrentes da supressão, desde que regularmente
execução; comprovados.
b) quando necessária a modificação do regime de § 5º Quaisquer tributos ou encargos legais criados,
execução da obra ou serviço, bem como do modo de alterados ou extintos, bem como a superveniência de
fornecimento, em face de verificação técnica da disposições legais, quando ocorridas após a data da
inaplicabilidade dos termos contratuais originários; apresentação da proposta, de comprovada repercussão
nos preços contratados, implicarão a revisão destes
c) quando necessária a modificação da forma de
para mais ou para menos, conforme o caso.
pagamento, por imposição de circunstâncias
supervenientes, mantido o valor inicial atualizado, § 6º Em havendo alteração unilateral do contrato que
vedada a antecipação do pagamento, com relação ao aumente os encargos do contratado, a Administração
cronograma financeiro fixado, sem a correspondente deverá restabelecer, por aditamento, o equilíbrio
contraprestação de fornecimento de bens ou execução econômico-financeiro inicial.
de obra ou serviço;
§ 7º (VETADO)
d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram
§ 8º A variação do valor contratual para fazer face ao
inicialmente entre os encargos do contratado e a
reajuste de preços previsto no próprio contrato, as
retribuição da administração para a justa remuneração
atualizações, compensações ou penalizações
da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a
financeiras decorrentes das condições de pagamento
manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial
nele previstas, bem como o empenho de dotações
do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos
orçamentárias suplementares até o limite do seu valor
imprevisíveis, ou previsíveis porém de conseqüências
corrigido, não caracterizam alteração do mesmo,
incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução
podendo ser registrados por simples apostila,
do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso
dispensando a celebração de aditamento.
fortuito ou fato do príncipe, configurando álea
econômica extraordinária e extracontratual. Seção IV
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Da Execução dos Contratos
§ 1º O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas
Art. 66. O contrato deverá ser executado fielmente
condições contratuais, os acréscimos ou supressões que
pelas partes, de acordo com as cláusulas avençadas e as
se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25%
normas desta Lei, respondendo cada uma pelas
(vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do
conseqüências de sua inexecução total ou parcial.
contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou
de equipamento, até o limite de 50% (cinquenta por Art. 66-A. As empresas enquadradas no inciso V do §
cento) para os seus acréscimos. 2º e no inciso II do § 5º do art. 3º desta Lei deverão
cumprir, durante todo o período de execução do
§ 2º Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder
contrato, a reserva de cargos prevista em lei para
os limites estabelecidos no parágrafo anterior, salvo:
pessoa com deficiência ou para reabilitado da
(Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
Previdência Social, bem como as regras de
I - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) acessibilidade previstas na legislação. (Incluído
pela Lei nº 13.146, de 2015)
II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre
os contratantes. (Incluído pela Lei nº 9.648, de Parágrafo único. Cabe à administração fiscalizar o
1998) cumprimento dos requisitos de acessibilidade nos
serviços e nos ambientes de trabalho. (Incluído pela
§ 3º Se no contrato não houverem sido contemplados
Lei nº 13.146, de 2015)
preços unitários para obras ou serviços, esses serão
fixados mediante acordo entre as partes, respeitados os Art. 67. A execução do contrato deverá ser
limites estabelecidos no § 1º deste artigo. acompanhada e fiscalizada por um representante da
Administração especialmente designado, permitida a

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contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de a) provisoriamente, pelo responsável por seu
informações pertinentes a essa atribuição. acompanhamento e fiscalização, mediante termo
circunstanciado, assinado pelas partes em até 15
§ 1º O representante da Administração anotará em
(quinze) dias da comunicação escrita do contratado;
registro próprio todas as ocorrências relacionadas com
a execução do contrato, determinando o que for
necessário à regularização das faltas ou defeitos
b) definitivamente, por servidor ou comissão designada
observados.
pela autoridade competente, mediante termo
§ 2º As decisões e providências que ultrapassarem a circunstanciado, assinado pelas partes, após o decurso
competência do representante deverão ser solicitadas a do prazo de observação, ou vistoria que comprove a
seus superiores em tempo hábil para a adoção das adequação do objeto aos termos contratuais,
medidas convenientes. observado o disposto no art. 69 desta Lei;
Art. 68. O contratado deverá manter preposto, aceito II - em se tratando de compras ou de locação de
pela Administração, no local da obra ou serviço, para equipamentos:
representá-lo na execução do contrato.
a) provisoriamente, para efeito de posterior verificação
Art. 69. O contratado é obrigado a reparar, corrigir, da conformidade do material com a especificação;
remover, reconstruir ou substituir, às suas expensas, no
b) definitivamente, após a verificação da qualidade e
total ou em parte, o objeto do contrato em que se
quantidade do material e consequente aceitação.
verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes
da execução ou de materiais empregados. § 1º Nos casos de aquisição de equipamentos de grande
vulto, o recebimento far-se-á mediante termo
Art. 70. O contratado é responsável pelos danos
circunstanciado e, nos demais, mediante recibo.
causados diretamente à Administração ou a terceiros,
decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do § 2º O recebimento provisório ou definitivo não exclui
contrato, não excluindo ou reduzindo essa a responsabilidade civil pela solidez e segurança da obra
responsabilidade a fiscalização ou o acompanhamento ou do serviço, nem ético-profissional pela perfeita
pelo órgão interessado. execução do contrato, dentro dos limites estabelecidos
pela lei ou pelo contrato.
Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos
trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais § 3º O prazo a que se refere a alínea "b" do inciso I deste
resultantes da execução do contrato. artigo não poderá ser superior a 90 (noventa) dias, salvo
em casos excepcionais, devidamente justificados e
§ 1º A inadimplência do contratado, com referência aos
previstos no edital.
encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere
à Administração Pública a responsabilidade por seu § 4º Na hipótese de o termo circunstanciado ou a
pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou verificação a que se refere este artigo não serem,
restringir a regularização e o uso das obras e edificações, respectivamente, lavrado ou procedida dentro dos
inclusive perante o Registro de Imóveis. (Redação prazos fixados, reputar-se-ão como realizados, desde
dada pela Lei nº 9.032, de 1995) que comunicados à Administração nos 15 (quinze) dias
anteriores à exaustão dos mesmos.
§ 2º A Administração Pública responde solidariamente
com o contratado pelos encargos previdenciários Art. 74. Poderá ser dispensado o recebimento
resultantes da execução do contrato, nos termos do art. provisório nos seguintes casos:
31 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. (Redação
I - gêneros perecíveis e alimentação preparada;
dada pela Lei nº 9.032, de 1995)
II - serviços profissionais;
§ 3º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
III - obras e serviços de valor até o previsto no art. 23,
Art. 72. O contratado, na execução do contrato, sem
inciso II, alínea "a", desta Lei, desde que não se
prejuízo das responsabilidades contratuais e legais,
componham de aparelhos, equipamentos e instalações
poderá subcontratar partes da obra, serviço ou
sujeitos à verificação de funcionamento e
fornecimento, até o limite admitido, em cada caso, pela
produtividade.
Administração.
Parágrafo único. Nos casos deste artigo, o recebimento
Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto será
será feito mediante recibo.
recebido:
I - em se tratando de obras e serviços:

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Art. 75. Salvo disposições em contrário constantes do máxima autoridade da esfera administrativa a que está
edital, do convite ou de ato normativo, os ensaios, subordinado o contratante e exaradas no processo
testes e demais provas exigidas por normas técnicas administrativo a que se refere o contrato;
oficiais para a boa execução do objeto do contrato
XIII - a supressão, por parte da Administração, de obras,
correm por conta do contratado.
serviços ou compras, acarretando modificação do valor
Art. 76. A Administração rejeitará, no todo ou em parte, inicial do contrato além do limite permitido no § 1º do
obra, serviço ou fornecimento executado em desacordo art. 65 desta Lei;
com o contrato.
XIV - a suspensão de sua execução, por ordem escrita da
Seção V Administração, por prazo superior a 120 (cento e vinte)
dias, salvo em caso de calamidade pública, grave
Da Inexecução e da Rescisão dos Contratos
perturbação da ordem interna ou guerra, ou ainda por
Art. 77. A inexecução total ou parcial do contrato enseja repetidas suspensões que totalizem o mesmo prazo,
a sua rescisão, com as conseqüências contratuais e as independentemente do pagamento obrigatório de
previstas em lei ou regulamento. indenizações pelas sucessivas e contratualmente
imprevistas desmobilizações e mobilizações e outras
Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:
previstas, assegurado ao contratado, nesses casos, o
I - o não cumprimento de cláusulas contratuais, direito de optar pela suspensão do cumprimento das
especificações, projetos ou prazos; obrigações assumidas até que seja normalizada a
situação;
II - o cumprimento irregular de cláusulas contratuais,
especificações, projetos e prazos; XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos
pagamentos devidos pela Administração decorrentes de
III - a lentidão do seu cumprimento, levando a
obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já
Administração a comprovar a impossibilidade da
recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade
conclusão da obra, do serviço ou do fornecimento, nos
pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra,
prazos estipulados;
assegurado ao contratado o direito de optar pela
IV - o atraso injustificado no início da obra, serviço ou suspensão do cumprimento de suas obrigações até que
fornecimento; seja normalizada a situação;
V - a paralisação da obra, do serviço ou do XVI - a não liberação, por parte da Administração, de
fornecimento, sem justa causa e prévia comunicação à área, local ou objeto para execução de obra, serviço ou
Administração; fornecimento, nos prazos contratuais, bem como das
fontes de materiais naturais especificadas no projeto;
VI - a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a
associação do contratado com outrem, a cessão ou XVII - a ocorrência de caso fortuito ou de força maior,
transferência, total ou parcial, bem como a fusão, cisão regularmente comprovada, impeditiva da execução do
ou incorporação, não admitidas no edital e no contrato; contrato.
VII - o desatendimento das determinações regulares da XVIII – descumprimento do disposto no inciso V do art.
autoridade designada para acompanhar e fiscalizar a 27, sem prejuízo das sanções penais cabíveis.
sua execução, assim como as de seus superiores; (Incluído pela Lei nº 9.854, de 1999)
VIII - o cometimento reiterado de faltas na sua Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão
execução, anotadas na forma do § 1º do art. 67 desta formalmente motivados nos autos do processo,
Lei; assegurado o contraditório e a ampla defesa.
IX - a decretação de falência ou a instauração de Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser:
insolvência civil;
I - determinada por ato unilateral e escrito da
X - a dissolução da sociedade ou o falecimento do Administração, nos casos enumerados nos incisos I a XII
contratado; e XVII do artigo anterior;
XI - a alteração social ou a modificação da finalidade ou II - amigável, por acordo entre as partes, reduzida a
da estrutura da empresa, que prejudique a execução do termo no processo da licitação, desde que haja
contrato; conveniência para a Administração;
XII - razões de interesse público, de alta relevância e III - judicial, nos termos da legislação;
amplo conhecimento, justificadas e determinadas pela

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IV - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de Estado competente, ou Secretário Estadual ou
1994) Municipal, conforme o caso.
§ 1º A rescisão administrativa ou amigável deverá ser § 4º A rescisão de que trata o inciso IV do artigo anterior
precedida de autorização escrita e fundamentada da permite à Administração, a seu critério, aplicar a medida
autoridade competente. prevista no inciso I deste artigo.
§ 2º Quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII CAPÍTULO IV
a XVII do artigo anterior, sem que haja culpa do
Das Sanções Administrativas e da Tutela Judicial
contratado, será este ressarcido dos prejuízos
regularmente comprovados que houver sofrido, tendo Seção I
ainda direito a:
Disposições Gerais
I - devolução de garantia;
Art. 81. A recusa injustificada do adjudicatário em
II - pagamentos devidos pela execução do contrato até assinar o contrato, aceitar ou retirar o instrumento
a data da rescisão; equivalente, dentro do prazo estabelecido pela
Administração, caracteriza o descumprimento total da
III - pagamento do custo da desmobilização.
obrigação assumida, sujeitando-o às penalidades
§ 3º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, legalmente estabelecidas.
de 1994)
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica
§ 4º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de aos licitantes convocados nos termos do art. 64, § 2º
1994) desta Lei, que não aceitarem a contratação, nas mesmas
condições propostas pelo primeiro adjudicatário,
§ 5º Ocorrendo impedimento, paralisação ou sustação
inclusive quanto ao prazo e preço.
do contrato, o cronograma de execução será
prorrogado automaticamente por igual tempo. Art. 82. Os agentes administrativos que praticarem atos
em desacordo com os preceitos desta Lei ou visando a
Art. 80. A rescisão de que trata o inciso I do artigo
frustrar os objetivos da licitação sujeitam-se às sanções
anterior acarreta as seguintes conseqüências, sem
previstas nesta Lei e nos regulamentos próprios, sem
prejuízo das sanções previstas nesta Lei:
prejuízo das responsabilidades civil e criminal que seu
I - assunção imediata do objeto do contrato, no estado ato ensejar.
e local em que se encontrar, por ato próprio da
Art. 83. Os crimes definidos nesta Lei, ainda que
Administração;
simplesmente tentados, sujeitam os seus autores,
II - ocupação e utilização do local, instalações, quando servidores públicos, além das sanções penais, à
equipamentos, material e pessoal empregados na perda do cargo, emprego, função ou mandato eletivo.
execução do contrato, necessários à sua continuidade,
Art. 84. Considera-se servidor público, para os fins desta
na forma do inciso V do art. 58 desta Lei;
Lei, aquele que exerce, mesmo que transitoriamente ou
III - execução da garantia contratual, para ressarcimento sem remuneração, cargo, função ou emprego público.
da Administração, e dos valores das multas e
§ 1º Equipara-se a servidor público, para os fins desta
indenizações a ela devidos;
Lei, quem exerce cargo, emprego ou função em
IV - retenção dos créditos decorrentes do contrato até o entidade paraestatal, assim consideradas, além das
limite dos prejuízos causados à Administração. fundações, empresas públicas e sociedades de
economia mista, as demais entidades sob controle,
§ 1º A aplicação das medidas previstas nos incisos I e II
direto ou indireto, do Poder Público.
deste artigo fica a critério da Administração, que poderá
dar continuidade à obra ou ao serviço por execução § 2º A pena imposta será acrescida da terça parte,
direta ou indireta. quando os autores dos crimes previstos nesta Lei forem
ocupantes de cargo em comissão ou de função de
§ 2º É permitido à Administração, no caso de
confiança em órgão da Administração direta, autarquia,
concordata do contratado, manter o contrato, podendo
empresa pública, sociedade de economia mista,
assumir o controle de determinadas atividades de
fundação pública, ou outra entidade controlada direta
serviços essenciais.
ou indiretamente pelo Poder Público.
§ 3º Na hipótese do inciso II deste artigo, o ato deverá
Art. 85. As infrações penais previstas nesta Lei pertinem
ser precedido de autorização expressa do Ministro de
às licitações e aos contratos celebrados pela União,

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Estados, Distrito Federal, Municípios, e respectivas § 3º A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo é de
autarquias, empresas públicas, sociedades de economia competência exclusiva do Ministro de Estado, do
mista, fundações públicas, e quaisquer outras entidades Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso,
sob seu controle direto ou indireto. facultada a defesa do interessado no respectivo
processo, no prazo de 10 (dez) dias da abertura de vista,
Seção II
podendo a reabilitação ser requerida após 2 (dois) anos
Das Sanções Administrativas de sua aplicação. (Vide art 109 inciso III)
Art. 86. O atraso injustificado na execução do contrato Art. 88. As sanções previstas nos incisos III e IV do artigo
sujeitará o contratado à multa de mora, na forma anterior poderão também ser aplicadas às empresas ou
prevista no instrumento convocatório ou no contrato. aos profissionais que, em razão dos contratos regidos
por esta Lei:
§ 1º A multa a que alude este artigo não impede que a
Administração rescinda unilateralmente o contrato e I - tenham sofrido condenação definitiva por
aplique as outras sanções previstas nesta Lei. praticarem, por meios dolosos, fraude fiscal no
recolhimento de quaisquer tributos;
§ 2º A multa, aplicada após regular processo
administrativo, será descontada da garantia do II - tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os
respectivo contratado. objetivos da licitação;
§ 3º Se a multa for de valor superior ao valor da garantia III - demonstrem não possuir idoneidade para contratar
prestada, além da perda desta, responderá o contratado com a Administração em virtude de atos ilícitos
pela sua diferença, a qual será descontada dos praticados.
pagamentos eventualmente devidos pela
Seção III
Administração ou ainda, quando for o caso, cobrada
judicialmente. Dos Crimes e das Penas
Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Art. 89. Dispensar ou inexigir licitação fora das
Administração poderá, garantida a prévia defesa, hipóteses previstas em lei, ou deixar de observar as
aplicar ao contratado as seguintes sanções: formalidades pertinentes à dispensa ou à
inexigibilidade:
I - advertência;
Pena - detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa.
II - multa, na forma prevista no instrumento
convocatório ou no contrato; Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que,
tendo comprovadamente concorrido para a
III - suspensão temporária de participação em licitação
consumação da ilegalidade, beneficiou-se da dispensa
e impedimento de contratar com a Administração, por
ou inexigibilidade ilegal, para celebrar contrato com o
prazo não superior a 2 (dois) anos;
Poder Público.
IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar
Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste,
com a Administração Pública enquanto perdurarem os
combinação ou qualquer outro expediente, o caráter
motivos determinantes da punição ou até que seja
competitivo do procedimento licitatório, com o intuito
promovida a reabilitação perante a própria autoridade
de obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente
que aplicou a penalidade, que será concedida sempre
da adjudicação do objeto da licitação:
que o contratado ressarcir a Administração pelos
prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
sanção aplicada com base no inciso anterior.
Art. 91. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse
§ 1º Se a multa aplicada for superior ao valor da privado perante a Administração, dando causa à
garantia prestada, além da perda desta, responderá o instauração de licitação ou à celebração de contrato,
contratado pela sua diferença, que será descontada dos cuja invalidação vier a ser decretada pelo Poder
pagamentos eventualmente devidos pela Judiciário:
Administração ou cobrada judicialmente.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
§ 2º As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste multa.
artigo poderão ser aplicadas juntamente com a do inciso
Art. 92. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer
II, facultada a defesa prévia do interessado, no
modificação ou vantagem, inclusive prorrogação
respectivo processo, no prazo de 5 (cinco) dias úteis.
contratual, em favor do adjudicatário, durante a
execução dos contratos celebrados com o Poder

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Público, sem autorização em lei, no ato convocatório da Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que,
licitação ou nos respectivos instrumentos contratuais, declarado inidôneo, venha a licitar ou a contratar com a
ou, ainda, pagar fatura com preterição da ordem Administração.
cronológica de sua exigibilidade, observado o disposto
Art. 98. Obstar, impedir ou dificultar, injustamente, a
no art. 121 desta Lei: (Redação dada pela Lei nº
inscrição de qualquer interessado nos registros
8.883, de 1994)
cadastrais ou promover indevidamente a alteração,
Pena - detenção, de dois a quatro anos, e multa. suspensão ou cancelamento de registro do inscrito:
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
Parágrafo único. Incide na mesma pena o contratado multa.
que, tendo comprovadamente concorrido para a
Art. 99. A pena de multa cominada nos arts. 89 a 98
consumação da ilegalidade, obtém vantagem indevida
desta Lei consiste no pagamento de quantia fixada na
ou se beneficia, injustamente, das modificações ou
sentença e calculada em índices percentuais, cuja base
prorrogações contratuais.
corresponderá ao valor da vantagem efetivamente
Art. 93. Impedir, perturbar ou fraudar a realização de obtida ou potencialmente auferível pelo agente.
qualquer ato de procedimento licitatório:
§ 1º Os índices a que se refere este artigo não poderão
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e ser inferiores a 2% (dois por cento), nem superiores a
multa. 5% (cinco por cento) do valor do contrato licitado ou
celebrado com dispensa ou inexigibilidade de licitação.
Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em
procedimento licitatório, ou proporcionar a terceiro o § 2º O produto da arrecadação da multa reverterá,
ensejo de devassá-lo: conforme o caso, à Fazenda Federal, Distrital, Estadual
ou Municipal.
Pena - detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa.
Seção IV
Art. 95. Afastar ou procurar afastar licitante, por meio
de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de Do Processo e do Procedimento Judicial
vantagem de qualquer tipo:
Art. 100. Os crimes definidos nesta Lei são de ação
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, penal pública incondicionada, cabendo ao Ministério
além da pena correspondente à violência. Público promovê-la.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se Art. 101. Qualquer pessoa poderá provocar, para os
abstém ou desiste de licitar, em razão da vantagem efeitos desta Lei, a iniciativa do Ministério Público,
oferecida. fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e
sua autoria, bem como as circunstâncias em que se deu
Art. 96. Fraudar, em prejuízo da Fazenda Pública,
a ocorrência.
licitação instaurada para aquisição ou venda de bens ou
mercadorias, ou contrato dela decorrente: Parágrafo único. Quando a comunicação for verbal,
mandará a autoridade reduzi-la a termo, assinado pelo
I - elevando arbitrariamente os preços;
apresentante e por duas testemunhas.
II - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria
Art. 102. Quando em autos ou documentos de que
falsificada ou deteriorada;
conhecerem, os magistrados, os membros dos Tribunais
III - entregando uma mercadoria por outra; ou Conselhos de Contas ou os titulares dos órgãos
integrantes do sistema de controle interno de qualquer
IV - alterando substância, qualidade ou quantidade da
dos Poderes verificarem a existência dos crimes
mercadoria fornecida;
definidos nesta Lei, remeterão ao Ministério Público as
V - tornando, por qualquer modo, injustamente, mais cópias e os documentos necessários ao oferecimento da
onerosa a proposta ou a execução do contrato: denúncia.
Pena - detenção, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. Art. 103. Será admitida ação penal privada subsidiária
da pública, se esta não for ajuizada no prazo legal,
Art. 97. Admitir à licitação ou celebrar contrato com
aplicando-se, no que couber, o disposto nos arts. 29 e
empresa ou profissional declarado inidôneo:
30 do Código de Processo Penal.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
Art. 104. Recebida a denúncia e citado o réu, terá este
multa.
o prazo de 10 (dez) dias para apresentação de defesa

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escrita, contado da data do seu interrogatório, podendo mediante publicação na imprensa oficial, salvo para os
juntar documentos, arrolar as testemunhas que tiver, casos previstos nas alíneas "a" e "b", se presentes os
em número não superior a 5 (cinco), e indicar as demais prepostos dos licitantes no ato em que foi adotada a
provas que pretenda produzir. decisão, quando poderá ser feita por comunicação
direta aos interessados e lavrada em ata.
Art. 105. Ouvidas as testemunhas da acusação e da
defesa e praticadas as diligências instrutórias deferidas § 2º O recurso previsto nas alíneas "a" e "b" do inciso I
ou ordenadas pelo juiz, abrir-se-á, sucessivamente, o deste artigo terá efeito suspensivo, podendo a
prazo de 5 (cinco) dias a cada parte para alegações autoridade competente, motivadamente e presentes
finais. razões de interesse público, atribuir ao recurso
interposto eficácia suspensiva aos demais recursos.
Art. 106. Decorrido esse prazo, e conclusos os autos
dentro de 24 (vinte e quatro) horas, terá o juiz 10 (dez) § 3º Interposto, o recurso será comunicado aos demais
dias para proferir a sentença. licitantes, que poderão impugná-lo no prazo de 5 (cinco)
dias úteis.
Art. 107. Da sentença cabe apelação, interponível no
prazo de 5 (cinco) dias. § 4º O recurso será dirigido à autoridade superior, por
intermédio da que praticou o ato recorrido, a qual
Art. 108. No processamento e julgamento das infrações
poderá reconsiderar sua decisão, no prazo de 5 (cinco)
penais definidas nesta Lei, assim como nos recursos e
dias úteis, ou, nesse mesmo prazo, fazê-lo subir,
nas execuções que lhes digam respeito, aplicar-se-ão,
devidamente informado, devendo, neste caso, a decisão
subsidiariamente, o Código de Processo Penal e a Lei de
ser proferida dentro do prazo de 5 (cinco) dias úteis,
Execução Penal.
contado do recebimento do recurso, sob pena de
CAPÍTULO V responsabilidade.
Dos Recursos Administrativos § 5º Nenhum prazo de recurso, representação ou
pedido de reconsideração se inicia ou corre sem que os
Art. 109. Dos atos da Administração decorrentes da
autos do processo estejam com vista franqueada ao
aplicação desta Lei cabem:
interessado.
I - recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar da
§ 6º Em se tratando de licitações efetuadas na
intimação do ato ou da lavratura da ata, nos casos de:
modalidade de "carta convite" os prazos estabelecidos
a) habilitação ou inabilitação do licitante; nos incisos I e II e no parágrafo 3º deste artigo serão de
dois dias úteis. (Incluído pela Lei nº 8.883, de
b) julgamento das propostas;
1994)
c) anulação ou revogação da licitação;
CAPÍTULO VI
d) indeferimento do pedido de inscrição em registro
Disposições Finais e Transitórias
cadastral, sua alteração ou cancelamento;
Art. 110. Na contagem dos prazos estabelecidos nesta
e) rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do art.
Lei, excluir-se-á o dia do início e incluir-se-á o do
79 desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 8.883,
vencimento, e considerar-se-ão os dias consecutivos,
de 1994)
exceto quando for explicitamente disposto em
f) aplicação das penas de advertência, suspensão contrário.
temporária ou de multa;
Parágrafo único. Só se iniciam e vencem os prazos
II - representação, no prazo de 5 (cinco) dias úteis da referidos neste artigo em dia de expediente no órgão ou
intimação da decisão relacionada com o objeto da na entidade.
licitação ou do contrato, de que não caiba recurso
Art. 111. A Administração só poderá contratar, pagar,
hierárquico;
premiar ou receber projeto ou serviço técnico
III - pedido de reconsideração, de decisão de Ministro de especializado desde que o autor ceda os direitos
Estado, ou Secretário Estadual ou Municipal, conforme patrimoniais a ele relativos e a Administração possa
o caso, na hipótese do § 4º do art. 87 desta Lei, no prazo utilizá-lo de acordo com o previsto no regulamento de
de 10 (dez) dias úteis da intimação do ato. concurso ou no ajuste para sua elaboração.
§ 1º A intimação dos atos referidos no inciso I, alíneas Parágrafo único. Quando o projeto referir-se a obra
"a", "b", "c" e "e", deste artigo, excluídos os relativos a imaterial de caráter tecnológico, insuscetível de
advertência e multa de mora, e no inciso III, será feita privilégio, a cessão dos direitos incluirá o fornecimento

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de todos os dados, documentos e elementos de Art. 115. Os órgãos da Administração poderão expedir
informação pertinentes à tecnologia de concepção, normas relativas aos procedimentos operacionais a
desenvolvimento, fixação em suporte físico de qualquer serem observados na execução das licitações, no âmbito
natureza e aplicação da obra. de sua competência, observadas as disposições desta
Lei.
Art. 112. Quando o objeto do contrato interessar a mais
de uma entidade pública, caberá ao órgão contratante, Parágrafo único. As normas a que se refere este artigo,
perante a entidade interessada, responder pela sua boa após aprovação da autoridade competente, deverão ser
execução, fiscalização e pagamento. publicadas na imprensa oficial.
§ 1º Os consórcios públicos poderão realizar licitação da Art. 116. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que
qual, nos termos do edital, decorram contratos couber, aos convênios, acordos, ajustes e outros
administrativos celebrados por órgãos ou entidades dos instrumentos congêneres celebrados por órgãos e
entes da Federação consorciados. (Incluído pela entidades da Administração.
Lei nº 11.107, de 2005)
§ 1º A celebração de convênio, acordo ou ajuste pelos
§ 2º É facultado à entidade interessada o órgãos ou entidades da Administração Pública depende
acompanhamento da licitação e da execução do de prévia aprovação de competente plano de trabalho
contrato. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005) proposto pela organização interessada, o qual deverá
conter, no mínimo, as seguintes informações:
Art. 113. O controle das despesas decorrentes dos
contratos e demais instrumentos regidos por esta Lei I - identificação do objeto a ser executado;
será feito pelo Tribunal de Contas competente, na
II - metas a serem atingidas;
forma da legislação pertinente, ficando os órgãos
interessados da Administração responsáveis pela III - etapas ou fases de execução;
demonstração da legalidade e regularidade da despesa
IV - plano de aplicação dos recursos financeiros;
e execução, nos termos da Constituição e sem prejuízo
do sistema de controle interno nela previsto. V - cronograma de desembolso;
§ 1º Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou VI - previsão de início e fim da execução do objeto, bem
jurídica poderá representar ao Tribunal de Contas ou assim da conclusão das etapas ou fases programadas;
aos órgãos integrantes do sistema de controle interno
VII - se o ajuste compreender obra ou serviço de
contra irregularidades na aplicação desta Lei, para os
engenharia, comprovação de que os recursos próprios
fins do disposto neste artigo.
para complementar a execução do objeto estão
§ 2º Os Tribunais de Contas e os órgãos integrantes do devidamente assegurados, salvo se o custo total do
sistema de controle interno poderão solicitar para empreendimento recair sobre a entidade ou órgão
exame, até o dia útil imediatamente anterior à data de descentralizador.
recebimento das propostas, cópia de edital de licitação
§ 2º Assinado o convênio, a entidade ou órgão
já publicado, obrigando-se os órgãos ou entidades da
repassador dará ciência do mesmo à Assembléia
Administração interessada à adoção de medidas
Legislativa ou à Câmara Municipal respectiva.
corretivas pertinentes que, em função desse exame,
lhes forem determinadas. (Redação dada pela Lei § 3º As parcelas do convênio serão liberadas em estrita
nº 8.883, de 1994) conformidade com o plano de aplicação aprovado,
exceto nos casos a seguir, em que as mesmas ficarão
Art. 114. O sistema instituído nesta Lei não impede a
retidas até o saneamento das impropriedades
pré-qualificação de licitantes nas concorrências, a ser
ocorrentes:
procedida sempre que o objeto da licitação recomende
análise mais detida da qualificação técnica dos I - quando não tiver havido comprovação da boa e
interessados. regular aplicação da parcela anteriormente recebida, na
forma da legislação aplicável, inclusive mediante
§ 1º A adoção do procedimento de pré-qualificação será
procedimentos de fiscalização local, realizados
feita mediante proposta da autoridade competente,
periodicamente pela entidade ou órgão
aprovada pela imediatamente superior.
descentralizador dos recursos ou pelo órgão
§ 2º Na pré-qualificação serão observadas as exigências competente do sistema de controle interno da
desta Lei relativas à concorrência, à convocação dos Administração Pública;
interessados, ao procedimento e à analise da
II - quando verificado desvio de finalidade na aplicação
documentação.
dos recursos, atrasos não justificados no cumprimento

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das etapas ou fases programadas, práticas atentatórias estiverem vinculados os respectivos órgãos, sociedades
aos princípios fundamentais de Administração Pública e entidades, deverão ser publicados na imprensa oficial.
nas contratações e demais atos praticados na execução
Art. 120. Os valores fixados por esta Lei poderão ser
do convênio, ou o inadimplemento do executor com
anualmente revistos pelo Poder Executivo Federal, que
relação a outras cláusulas conveniais básicas;
os fará publicar no Diário Oficial da União, observando
III - quando o executor deixar de adotar as medidas como limite superior a variação geral dos preços do
saneadoras apontadas pelo partícipe repassador dos mercado, no período. (Redação dada pela Lei nº
recursos ou por integrantes do respectivo sistema de 9.648, de 1998)
controle interno.
Art. 121. O disposto nesta Lei não se aplica às licitações
§ 4º Os saldos de convênio, enquanto não utilizados, instauradas e aos contratos assinados anteriormente à
serão obrigatoriamente aplicados em cadernetas de sua vigência, ressalvado o disposto no art. 57, nos
poupança de instituição financeira oficial se a previsão parágrafos 1º, 2º e 8º do art. 65, no inciso XV do art. 78,
de seu uso for igual ou superior a um mês, ou em fundo bem assim o disposto no "caput" do art. 5º, com relação
de aplicação financeira de curto prazo ou operação de ao pagamento das obrigações na ordem cronológica,
mercado aberto lastreada em títulos da dívida pública, podendo esta ser observada, no prazo de noventa dias
quando a utilização dos mesmos verificar-se em prazos contados da vigência desta Lei, separadamente para as
menores que um mês. obrigações relativas aos contratos regidos por legislação
anterior à Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.
§ 5º As receitas financeiras auferidas na forma do
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
parágrafo anterior serão obrigatoriamente computadas
a crédito do convênio e aplicadas, exclusivamente, no Parágrafo único. Os contratos relativos a imóveis do
objeto de sua finalidade, devendo constar de patrimônio da União continuam a reger-se pelas
demonstrativo específico que integrará as prestações disposições do Decreto-lei nº 9.760, de 5 de setembro
de contas do ajuste. de 1946, com suas alterações, e os relativos a operações
de crédito interno ou externo celebrados pela União ou
§ 6º Quando da conclusão, denúncia, rescisão ou
a concessão de garantia do Tesouro Nacional continuam
extinção do convênio, acordo ou ajuste, os saldos
regidos pela legislação pertinente, aplicando-se esta Lei,
financeiros remanescentes, inclusive os provenientes
no que couber.
das receitas obtidas das aplicações financeiras
realizadas, serão devolvidos à entidade ou órgão Art. 122. Nas concessões de linhas aéreas, observar-se-
repassador dos recursos, no prazo improrrogável de 30 á procedimento licitatório específico, a ser estabelecido
(trinta) dias do evento, sob pena da imediata no Código Brasileiro de Aeronáutica.
instauração de tomada de contas especial do
Art. 123. Em suas licitações e contratações
responsável, providenciada pela autoridade
administrativas, as repartições sediadas no exterior
competente do órgão ou entidade titular dos recursos.
observarão as peculiaridades locais e os princípios
Art. 117. As obras, serviços, compras e alienações básicos desta Lei, na forma de regulamentação
realizados pelos órgãos dos Poderes Legislativo e específica.
Judiciário e do Tribunal de Contas regem-se pelas
Art. 124. Aplicam-se às licitações e aos contratos para
normas desta Lei, no que couber, nas três esferas
permissão ou concessão de serviços públicos os
administrativas.
dispositivos desta Lei que não conflitem com a
Art. 118. Os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e legislação específica sobre o assunto. (Redação
as entidades da administração indireta deverão adaptar dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
suas normas sobre licitações e contratos ao disposto
Parágrafo único. As exigências contidas nos incisos II a
nesta Lei.
IV do § 2º do art. 7º serão dispensadas nas licitações
Art. 119. As sociedades de economia mista, empresas e para concessão de serviços com execução prévia de
fundações públicas e demais entidades controladas obras em que não foram previstos desembolso por
direta ou indiretamente pela União e pelas entidades parte da Administração Pública concedente.
referidas no artigo anterior editarão regulamentos (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
próprios devidamente publicados, ficando sujeitas às
Art. 125. Esta Lei entra em vigor na data de sua
disposições desta Lei.
publicação. (Renumerado por força do disposto
Parágrafo único. Os regulamentos a que se refere este no art. 3º da Lei nº 8.883, de 1994)
artigo, no âmbito da Administração Pública, após
aprovados pela autoridade de nível superior a que

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Art. 126. Revogam-se as disposições em contrário, § 2º No processo judicial, o advogado contribui, na


especialmente os Decretos-leis nos 2.300, de 21 de postulação de decisão favorável ao seu constituinte, ao
novembro de 1986, 2.348, de 24 de julho de 1987, convencimento do julgador, e seus atos constituem
2.360, de 16 de setembro de 1987, a Lei nº 8.220, de 4 múnus público.
de setembro de 1991, e o art. 83 da Lei nº 5.194, de 24
§ 3º No exercício da profissão, o advogado é inviolável
de dezembro de 1966. (Renumerado por
por seus atos e manifestações, nos limites desta lei.
força do disposto no art. 3º da Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 3º O exercício da atividade de advocacia no
Brasília, 21 de junho de 1993, 172º da Independência e
território brasileiro e a denominação de advogado são
105º da República.
privativos dos inscritos na Ordem dos Advogados do
ITAMAR FRANCO Brasil (OAB),
Rubens Ricupero § 1º Exercem atividade de advocacia, sujeitando-se ao
regime desta lei, além do regime próprio a que se
Romildo Canhim
subordinem, os integrantes da Advocacia-Geral da
Este texto não substitui o publicado no DOU de União, da Procuradoria da Fazenda Nacional, da
22.6.1993, republicado em 6.7.1994 e retificado em Defensoria Pública e das Procuradorias e Consultorias
6.7.1994 Jurídicas dos Estados, do Distrito Federal, dos
Municípios e das respectivas entidades de
LEI Nº 8.906/1994 administração indireta e fundacional.
§ 2º O estagiário de advocacia, regularmente inscrito,
Dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos pode praticar os atos previstos no art. 1º, na forma do
Advogados do Brasil (OAB). regimento geral, em conjunto com advogado e sob
responsabilidade deste.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Art. 4º São nulos os atos privativos de advogado
Lei: praticados por pessoa não inscrita na OAB, sem prejuízo
das sanções civis, penais e administrativas.
TÍTULO I
Parágrafo único. São também nulos os atos praticados
Da Advocacia
por advogado impedido - no âmbito do impedimento -
CAPÍTULO I suspenso, licenciado ou que passar a exercer atividade
incompatível com a advocacia.
Da Atividade de Advocacia
Art. 5º O advogado postula, em juízo ou fora dele,
Art. 1º São atividades privativas de advocacia:
fazendo prova do mandato.
I - a postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário e
§ 1º O advogado, afirmando urgência, pode atuar sem
aos juizados especiais; (Vide ADIN 1.127-8)
procuração, obrigando-se a apresentá-la no prazo de
II - as atividades de consultoria, assessoria e direção quinze dias, prorrogável por igual período.
jurídicas.
§ 2º A procuração para o foro em geral habilita o
§ 1º Não se inclui na atividade privativa de advocacia a advogado a praticar todos os atos judiciais, em qualquer
impetração de habeas corpus em qualquer instância ou juízo ou instância, salvo os que exijam poderes
tribunal. especiais.
§ 2º Os atos e contratos constitutivos de pessoas § 3º O advogado que renunciar ao mandato continuará,
jurídicas, sob pena de nulidade, só podem ser admitidos durante os dez dias seguintes à notificação da renúncia,
a registro, nos órgãos competentes, quando visados por a representar o mandante, salvo se for substituído antes
advogados. do término desse prazo.
§ 3º É vedada a divulgação de advocacia em conjunto CAPÍTULO II
com outra atividade.
Dos Direitos do Advogado
Art. 2º O advogado é indispensável à administração da
Art. 6º Não há hierarquia nem subordinação entre
justiça.
advogados, magistrados e membros do Ministério
§ 1º No seu ministério privado, o advogado presta Público, devendo todos tratar-se com consideração e
serviço público e exerce função social. respeito recíprocos.

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Parágrafo único. As autoridades, os servidores públicos VII - permanecer sentado ou em pé e retirar-se de


e os serventuários da justiça devem dispensar ao quaisquer locais indicados no inciso anterior,
advogado, no exercício da profissão, tratamento independentemente de licença;
compatível com a dignidade da advocacia e condições
VIII - dirigir-se diretamente aos magistrados nas salas e
adequadas a seu desempenho.
gabinetes de trabalho, independentemente de horário
Art. 7º São direitos do advogado: previamente marcado ou outra condição, observando-
se a ordem de chegada;
I - exercer, com liberdade, a profissão em todo o
território nacional; X - usar da palavra, pela ordem, em qualquer juízo ou
tribunal, mediante intervenção sumária, para esclarecer
II – a inviolabilidade de seu escritório ou local de
equívoco ou dúvida surgida em relação a fatos,
trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho,
documentos ou afirmações que influam no julgamento,
de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e
bem como para replicar acusação ou censura que lhe
telemática, desde que relativas ao exercício da
forem feitas;
advocacia; (Redação dada pela Lei nº 11.767, de 2008)
XI - reclamar, verbalmente ou por escrito, perante
III - comunicar-se com seus clientes, pessoal e
qualquer juízo, tribunal ou autoridade, contra a
reservadamente, mesmo sem procuração, quando estes
inobservância de preceito de lei, regulamento ou
se acharem presos, detidos ou recolhidos em
regimento;
estabelecimentos civis ou militares, ainda que
considerados incomunicáveis; XII - falar, sentado ou em pé, em juízo, tribunal ou órgão
de deliberação coletiva da Administração Pública ou do
IV - ter a presença de representante da OAB, quando
Poder Legislativo;
preso em flagrante, por motivo ligado ao exercício da
advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob pena XIII - examinar, em qualquer órgão dos Poderes
de nulidade e, nos demais casos, a comunicação Judiciário e Legislativo, ou da Administração Pública em
expressa à seccional da OAB; geral, autos de processos findos ou em andamento,
mesmo sem procuração, quando não estiverem sujeitos
V - não ser recolhido preso, antes de sentença
a sigilo ou segredo de justiça, assegurada a obtenção de
transitada em julgado, senão em sala de Estado Maior,
cópias, com possibilidade de tomar
com instalações e comodidades condignas, assim
apontamentos; (Redação dada pela Lei nº
reconhecidas pela OAB, e, na sua falta, em prisão
13.793, de 2019)
domiciliar; (Vide ADIN 1.127-8)
XIV - examinar, em qualquer instituição responsável por
VI - ingressar livremente:
conduzir investigação, mesmo sem procuração, autos
a) nas salas de sessões dos tribunais, mesmo além dos de flagrante e de investigações de qualquer natureza,
cancelos que separam a parte reservada aos findos ou em andamento, ainda que conclusos à
magistrados; autoridade, podendo copiar peças e tomar
apontamentos, em meio físico ou
b) nas salas e dependências de audiências, secretarias,
digital; (Redação dada pela Lei nº 13.245, de
cartórios, ofícios de justiça, serviços notariais e de
2016)
registro, e, no caso de delegacias e prisões, mesmo fora
da hora de expediente e independentemente da XV - ter vista dos processos judiciais ou administrativos
presença de seus titulares; de qualquer natureza, em cartório ou na repartição
competente, ou retirá-los pelos prazos legais;
c) em qualquer edifício ou recinto em que funcione
repartição judicial ou outro serviço público onde o XVI - retirar autos de processos findos, mesmo sem
advogado deva praticar ato ou colher prova ou procuração, pelo prazo de dez dias;
informação útil ao exercício da atividade profissional,
XVII - ser publicamente desagravado, quando ofendido
dentro do expediente ou fora dele, e ser atendido,
no exercício da profissão ou em razão dela;
desde que se ache presente qualquer servidor ou
empregado; XVIII - usar os símbolos privativos da profissão de
advogado;
d) em qualquer assembléia ou reunião de que participe
ou possa participar o seu cliente, ou perante a qual este XIX - recusar-se a depor como testemunha em processo
deva comparecer, desde que munido de poderes no qual funcionou ou deva funcionar, ou sobre fato
especiais; relacionado com pessoa de quem seja ou foi advogado,
mesmo quando autorizado ou solicitado pelo

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constituinte, bem como sobre fato que constitua sigilo § 6o Presentes indícios de autoria e materialidade da
profissional; prática de crime por parte de advogado, a autoridade
judiciária competente poderá decretar a quebra da
XX - retirar-se do recinto onde se encontre aguardando
inviolabilidade de que trata o inciso II do caput deste
pregão para ato judicial, após trinta minutos do horário
artigo, em decisão motivada, expedindo mandado de
designado e ao qual ainda não tenha comparecido a
busca e apreensão, específico e pormenorizado, a ser
autoridade que deva presidir a ele, mediante
cumprido na presença de representante da OAB, sendo,
comunicação protocolizada em juízo.
em qualquer hipótese, vedada a utilização dos
XXI - assistir a seus clientes investigados durante a documentos, das mídias e dos objetos pertencentes a
apuração de infrações, sob pena de nulidade absoluta clientes do advogado averiguado, bem como dos
do respectivo interrogatório ou depoimento e, demais instrumentos de trabalho que contenham
subsequentemente, de todos os elementos informações sobre clientes. (Incluído pela Lei nº
investigatórios e probatórios dele decorrentes ou 11.767, de 2008)
derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive,
§ 7o A ressalva constante do § 6o deste artigo não se
no curso da respectiva apuração: (Incluído pela Lei
estende a clientes do advogado averiguado que estejam
nº 13.245, de 2016)
sendo formalmente investigados como seus partícipes
a) apresentar razões e quesitos; (Incluído pela Lei ou co-autores pela prática do mesmo crime que deu
nº 13.245, de 2016) causa à quebra da inviolabilidade. (Incluído pela
Lei nº 11.767, de 2008)
b) (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.245, de 2016)
§ 8o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.767, de
§ 1º Não se aplica o disposto nos incisos XV e XVI:
2008)
1) aos processos sob regime de segredo de justiça;
§ 9o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.767, de
2) quando existirem nos autos documentos originais de 2008)
difícil restauração ou ocorrer circunstância relevante
§ 10. Nos autos sujeitos a sigilo, deve o advogado
que justifique a permanência dos autos no cartório,
apresentar procuração para o exercício dos direitos de
secretaria ou repartição, reconhecida pela autoridade
que trata o inciso XIV. (Incluído pela Lei nº 13.245,
em despacho motivado, proferido de ofício, mediante
de 2016)
representação ou a requerimento da parte interessada;
§ 11. No caso previsto no inciso XIV, a autoridade
3) até o encerramento do processo, ao advogado que
competente poderá delimitar o acesso do advogado aos
houver deixado de devolver os respectivos autos no
elementos de prova relacionados a diligências em
prazo legal, e só o fizer depois de intimado.
andamento e ainda não documentados nos autos,
§ 2º O advogado tem imunidade profissional, não quando houver risco de comprometimento da
constituindo injúria, difamação ou desacato puníveis eficiência, da eficácia ou da finalidade das
qualquer manifestação de sua parte, no exercício de sua diligências. (Incluído pela Lei nº 13.245, de 2016)
atividade, em juízo ou fora dele, sem prejuízo das
§ 12. A inobservância aos direitos estabelecidos no
sanções disciplinares perante a OAB, pelos excessos que
inciso XIV, o fornecimento incompleto de autos ou o
cometer. (Vide ADIN 1.127-8)
fornecimento de autos em que houve a retirada de
§ 3º O advogado somente poderá ser preso em peças já incluídas no caderno investigativo implicará
flagrante, por motivo de exercício da profissão, em caso responsabilização criminal e funcional por abuso de
de crime inafiançável, observado o disposto no inciso IV autoridade do responsável que impedir o acesso do
deste artigo. advogado com o intuito de prejudicar o exercício da
defesa, sem prejuízo do direito subjetivo do advogado
§ 4º O Poder Judiciário e o Poder Executivo devem
de requerer acesso aos autos ao juiz
instalar, em todos os juizados, fóruns, tribunais,
competente. (Incluído pela Lei nº 13.245, de
delegacias de polícia e presídios, salas especiais
2016)
permanentes para os advogados, com uso e
controle assegurados à OAB. (Vide ADIN 1.127-8) § 13. O disposto nos incisos XIII e XIV do caput deste
artigo aplica-se integralmente a processos e a
§ 5º No caso de ofensa a inscrito na OAB, no exercício
procedimentos eletrônicos, ressalvado o disposto nos
da profissão ou de cargo ou função de órgão da OAB, o
§§ 10 e 11 deste artigo. (Incluído pela Lei nº
conselho competente deve promover o desagravo
13.793, de 2019)
público do ofendido, sem prejuízo da responsabilidade
criminal em que incorrer o infrator.

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Art. 7o-A. São direitos da advogada: (Incluído V - não exercer atividade incompatível com a advocacia;
pela Lei nº 13.363, de 2016)
VI - idoneidade moral;
I - gestante: (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016)
VII - prestar compromisso perante o conselho.
a) entrada em tribunais sem ser submetida a detectores
§ 1º O Exame da Ordem é regulamentado em
de metais e aparelhos de raios X; (Incluído pela Lei
provimento do Conselho Federal da OAB.
nº 13.363, de 2016)
§ 2º O estrangeiro ou brasileiro, quando não graduado
b) reserva de vaga em garagens dos fóruns dos
em direito no Brasil, deve fazer prova do título de
tribunais; (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016)
graduação, obtido em instituição estrangeira,
II - lactante, adotante ou que der à luz, acesso a creche, devidamente revalidado, além de atender aos demais
onde houver, ou a local adequado ao atendimento das requisitos previstos neste artigo.
necessidades do bebê; (Incluído pela Lei nº 13.363,
§ 3º A inidoneidade moral, suscitada por qualquer
de 2016)
pessoa, deve ser declarada mediante decisão que
III - gestante, lactante, adotante ou que der à luz, obtenha no mínimo dois terços dos votos de todos os
preferência na ordem das sustentações orais e das membros do conselho competente, em procedimento
audiências a serem realizadas a cada dia, mediante que observe os termos do processo disciplinar.
comprovação de sua condição; (Incluído pela Lei nº
§ 4º Não atende ao requisito de idoneidade moral
13.363, de 2016)
aquele que tiver sido condenado por crime infamante,
IV - adotante ou que der à luz, suspensão de prazos salvo reabilitação judicial.
processuais quando for a única patrona da causa, desde
Art. 9º Para inscrição como estagiário é necessário:
que haja notificação por escrito ao
cliente. (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016) I - preencher os requisitos mencionados nos incisos I, III,
o V, VI e VII do art. 8º;
§ 1 Os direitos previstos à advogada gestante ou
lactante aplicam-se enquanto perdurar, II - ter sido admitido em estágio profissional de
respectivamente, o estado gravídico ou o período de advocacia.
amamentação. (Incluído pela Lei nº 13.363, de
§ 1º O estágio profissional de advocacia, com duração
2016)
de dois anos, realizado nos últimos anos do curso
§ 2o Os direitos assegurados nos incisos II e III deste jurídico, pode ser mantido pelas respectivas instituições
artigo à advogada adotante ou que der à luz serão de ensino superior pelos Conselhos da OAB, ou por
concedidos pelo prazo previsto no art. 392 do Decreto- setores, órgãos jurídicos e escritórios de advocacia
Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943 (Consolidação das credenciados pela OAB, sendo obrigatório o estudo
Leis do Trabalho). (Incluído pela Lei nº 13.363, de deste Estatuto e do Código de Ética e Disciplina.
2016)
§ 2º A inscrição do estagiário é feita no Conselho
§ 3o O direito assegurado no inciso IV deste artigo à Seccional em cujo território se localize seu curso
advogada adotante ou que der à luz será concedido pelo jurídico.
prazo previsto no § 6o do art. 313 da Lei no 13.105, de 16
§ 3º O aluno de curso jurídico que exerça atividade
de março de 2015 (Código de Processo
incompatível com a advocacia pode freqüentar o
Civil). (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016)
estágio ministrado pela respectiva instituição de ensino
CAPÍTULO III superior, para fins de aprendizagem, vedada a inscrição
na OAB.
Da Inscrição
§ 4º O estágio profissional poderá ser cumprido por
Art. 8º Para inscrição como advogado é necessário:
bacharel em Direito que queira se inscrever na Ordem.
I - capacidade civil;
Art. 10. A inscrição principal do advogado deve ser feita
II - diploma ou certidão de graduação em direito, obtido no Conselho Seccional em cujo território pretende
em instituição de ensino oficialmente autorizada e estabelecer o seu domicílio profissional, na forma do
credenciada; regulamento geral.
III - título de eleitor e quitação do serviço militar, se § 1º Considera-se domicílio profissional a sede principal
brasileiro; da atividade de advocacia, prevalecendo, na dúvida, o
domicílio da pessoa física do advogado.
IV - aprovação em Exame de Ordem;

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§ 2º Além da principal, o advogado deve promover a Parágrafo único. É vedado anunciar ou divulgar
inscrição suplementar nos Conselhos Seccionais em qualquer atividade relacionada com o exercício da
cujos territórios passar a exercer habitualmente a advocacia ou o uso da expressão escritório de
profissão considerando-se habitualidade a intervenção advocacia, sem indicação expressa do nome e do
judicial que exceder de cinco causas por ano. número de inscrição dos advogados que o integrem ou
o número de registro da sociedade de advogados na
§ 3º No caso de mudança efetiva de domicílio
OAB.
profissional para outra unidade federativa, deve o
advogado requerer a transferência de sua inscrição para CAPÍTULO IV
o Conselho Seccional correspondente.
Da Sociedade de Advogados
§ 4º O Conselho Seccional deve suspender o pedido de
§ 1o A sociedade de advogados e a sociedade
transferência ou de inscrição suplementar, ao verificar a
unipessoal de advocacia adquirem personalidade
existência de vício ou ilegalidade na inscrição principal,
jurídica com o registro aprovado dos seus atos
contra ela representando ao Conselho Federal.
constitutivos no Conselho Seccional da OAB em cuja
Art. 11. Cancela-se a inscrição do profissional que: base territorial tiver sede. (Redação dada pela Lei
nº 13.247, de 2016)
I - assim o requerer;
§ 2o Aplica-se à sociedade de advogados e à sociedade
II - sofrer penalidade de exclusão;
unipessoal de advocacia o Código de Ética e Disciplina,
III - falecer; no que couber. (Redação dada pela Lei nº 13.247,
de 2016)
IV - passar a exercer, em caráter definitivo, atividade
incompatível com a advocacia; § 3º As procurações devem ser outorgadas
individualmente aos advogados e indicar a sociedade de
V - perder qualquer um dos requisitos necessários para
que façam parte.
inscrição.
§ 4o Nenhum advogado pode integrar mais de uma
§ 1º Ocorrendo uma das hipóteses dos incisos II, III e IV,
sociedade de advogados, constituir mais de uma
o cancelamento deve ser promovido, de ofício, pelo
sociedade unipessoal de advocacia, ou integrar,
conselho competente ou em virtude de comunicação
simultaneamente, uma sociedade de advogados e uma
por qualquer pessoa.
sociedade unipessoal de advocacia, com sede ou filial na
§ 2º Na hipótese de novo pedido de inscrição - que não mesma área territorial do respectivo Conselho
restaura o número de inscrição anterior - deve o Seccional. (Redação dada pela Lei nº 13.247, de
interessado fazer prova dos requisitos dos incisos I, V, VI 2016)
e VII do art. 8º.
§ 5o O ato de constituição de filial deve ser averbado no
§ 3º Na hipótese do inciso II deste artigo, o novo pedido registro da sociedade e arquivado no Conselho
de inscrição também deve ser acompanhado de provas Seccional onde se instalar, ficando os sócios, inclusive o
de reabilitação. titular da sociedade unipessoal de advocacia, obrigados
à inscrição suplementar. (Redação dada pela Lei
Art. 12. Licencia-se o profissional que:
nº 13.247, de 2016)
I - assim o requerer, por motivo justificado;
§ 6º Os advogados sócios de uma mesma sociedade
II - passar a exercer, em caráter temporário, atividade profissional não podem representar em juízo clientes de
incompatível com o exercício da advocacia; interesses opostos.
III - sofrer doença mental considerada curável. § 7o A sociedade unipessoal de advocacia pode resultar
da concentração por um advogado das quotas de uma
Art. 13. O documento de identidade profissional, na
sociedade de advogados, independentemente das
forma prevista no regulamento geral, é de uso
razões que motivaram tal concentração. (Incluído
obrigatório no exercício da atividade de advogado ou de
pela Lei nº 13.247, de 2016)
estagiário e constitui prova de identidade civil para
todos os fins legais. Art. 16. Não são admitidas a registro nem podem
funcionar todas as espécies de sociedades de advogados
Art. 14. É obrigatória a indicação do nome e do número
que apresentem forma ou características de sociedade
de inscrição em todos os documentos assinados pelo
empresária, que adotem denominação de fantasia, que
advogado, no exercício de sua atividade.
realizem atividades estranhas à advocacia, que incluam
como sócio ou titular de sociedade unipessoal de

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advocacia pessoa não inscrita como advogado ou externas, sendo-lhe reembolsadas as despesas feitas
totalmente proibida de advogar. (Redação dada pela com transporte, hospedagem e alimentação.
Lei nº 13.247, de 2016)
§ 2º As horas trabalhadas que excederem a jornada
§ 1º A razão social deve ter, obrigatoriamente, o nome normal são remuneradas por um adicional não inferior
de, pelo menos, um advogado responsável pela a cem por cento sobre o valor da hora normal, mesmo
sociedade, podendo permanecer o de sócio falecido, havendo contrato escrito.
desde que prevista tal possibilidade no ato constitutivo.
§ 3º As horas trabalhadas no período das vinte horas de
§ 2º O licenciamento do sócio para exercer atividade um dia até as cinco horas do dia seguinte são
incompatível com a advocacia em caráter temporário remuneradas como noturnas, acrescidas do adicional de
deve ser averbado no registro da sociedade, não vinte e cinco por cento.
alterando sua constituição.
Art. 21. Nas causas em que for parte o empregador, ou
§ 3º É proibido o registro, nos cartórios de registro civil pessoa por este representada, os honorários de
de pessoas jurídicas e nas juntas comerciais, de sucumbência são devidos aos advogados empregados.
sociedade que inclua, entre outras finalidades, a
Parágrafo único. Os honorários de sucumbência,
atividade de advocacia.
percebidos por advogado empregado de sociedade de
§ 4o A denominação da sociedade unipessoal de advogados são partilhados entre ele e a empregadora,
advocacia deve ser obrigatoriamente formada pelo na forma estabelecida em acordo.
nome do seu titular, completo ou parcial, com a
CAPÍTULO VI
expressão ‘Sociedade Individual de
Advocacia’. (Incluído pela Lei nº 13.247, de 2016) Dos Honorários Advocatícios
Art. 17. Além da sociedade, o sócio e o titular da Art. 22. A prestação de serviço profissional assegura aos
sociedade individual de advocacia respondem inscritos na OAB o direito aos honorários
subsidiária e ilimitadamente pelos danos causados aos convencionados, aos fixados por arbitramento judicial e
clientes por ação ou omissão no exercício da advocacia, aos de sucumbência.
sem prejuízo da responsabilidade disciplinar em que
§ 1º O advogado, quando indicado para patrocinar
possam incorrer. (Redação dada pela Lei nº
causa de juridicamente necessitado, no caso de
13.247, de 2016)
impossibilidade da Defensoria Pública no local da
CAPÍTULO V prestação de serviço, tem direito aos honorários fixados
pelo juiz, segundo tabela organizada pelo Conselho
Do Advogado Empregado
Seccional da OAB, e pagos pelo Estado.
Art. 18. A relação de emprego, na qualidade de
§ 2º Na falta de estipulação ou de acordo, os honorários
advogado, não retira a isenção técnica nem reduz a
são fixados por arbitramento judicial, em remuneração
independência profissional inerentes à advocacia.
compatível com o trabalho e o valor econômico da
Parágrafo único. O advogado empregado não está questão, não podendo ser inferiores aos estabelecidos
obrigado à prestação de serviços profissionais de na tabela organizada pelo Conselho Seccional da OAB.
interesse pessoal dos empregadores, fora da relação de
§ 3º Salvo estipulação em contrário, um terço dos
emprego.
honorários é devido no início do serviço, outro terço até
Art. 19. O salário mínimo profissional do advogado será a decisão de primeira instância e o restante no final.
fixado em sentença normativa, salvo se ajustado em
§ 4º Se o advogado fizer juntar aos autos o seu contrato
acordo ou convenção coletiva de trabalho.
de honorários antes de expedir-se o mandado de
Art. 20. A jornada de trabalho do advogado empregado, levantamento ou precatório, o juiz deve determinar que
no exercício da profissão, não poderá exceder a duração lhe sejam pagos diretamente, por dedução da quantia a
diária de quatro horas contínuas e a de vinte horas ser recebida pelo constituinte, salvo se este provar que
semanais, salvo acordo ou convenção coletiva ou em já os pagou.
caso de dedicação exclusiva.
§ 5º O disposto neste artigo não se aplica quando se
§ 1º Para efeitos deste artigo, considera-se como tratar de mandato outorgado por advogado para defesa
período de trabalho o tempo em que o advogado estiver em processo oriundo de ato ou omissão praticada no
à disposição do empregador, aguardando ou exercício da profissão.
executando ordens, no seu escritório ou em atividades

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§ 6º O disposto neste artigo aplica-se aos honorários Art. 26. O advogado substabelecido, com reserva de
assistenciais, compreendidos como os fixados em ações poderes, não pode cobrar honorários sem a intervenção
coletivas propostas por entidades de classe em daquele que lhe conferiu o substabelecimento.
substituição processual, sem prejuízo aos honorários
CAPÍTULO VII
convencionais. (Incluído pela Lei nº 13.725, de 2018)
Das Incompatibilidades e Impedimentos
§ 7º Os honorários convencionados com entidades de
classe para atuação em substituição processual poderão Art. 27. A incompatibilidade determina a proibição total,
prever a faculdade de indicar os beneficiários que, ao e o impedimento, a proibição parcial do exercício da
optarem por adquirir os direitos, assumirão as advocacia.
obrigações decorrentes do contrato originário a partir
Art. 28. A advocacia é incompatível, mesmo em causa
do momento em que este foi celebrado, sem a
própria, com as seguintes atividades:
necessidade de mais formalidades. (Incluído pela Lei nº
13.725, de 2018) I - chefe do Poder Executivo e membros da Mesa do
Poder Legislativo e seus substitutos legais;
Art. 23. Os honorários incluídos na condenação, por
arbitramento ou sucumbência, pertencem ao II - membros de órgãos do Poder Judiciário, do
advogado, tendo este direito autônomo para executar a Ministério Público, dos tribunais e conselhos de contas,
sentença nesta parte, podendo requerer que o dos juizados especiais, da justiça de paz, juízes
precatório, quando necessário, seja expedido em seu classistas, bem como de todos os que exerçam função
favor. de julgamento em órgãos de deliberação coletiva da
administração pública direta e indireta; (Vide ADIN
Art. 24. A decisão judicial que fixar ou arbitrar
1127-8)
honorários e o contrato escrito que os estipular são
títulos executivos e constituem crédito privilegiado na III - ocupantes de cargos ou funções de direção em
falência, concordata, concurso de credores, insolvência Órgãos da Administração Pública direta ou indireta, em
civil e liquidação extrajudicial. suas fundações e em suas empresas controladas ou
concessionárias de serviço público;
§ 1º A execução dos honorários pode ser promovida nos
mesmos autos da ação em que tenha atuado o IV - ocupantes de cargos ou funções vinculados direta
advogado, se assim lhe convier. ou indiretamente a qualquer órgão do Poder Judiciário
e os que exercem serviços notariais e de registro;
§ 2º Na hipótese de falecimento ou incapacidade civil do
advogado, os honorários de sucumbência, V - ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou
proporcionais ao trabalho realizado, são recebidos por indiretamente a atividade policial de qualquer natureza;
seus sucessores ou representantes legais.
VI - militares de qualquer natureza, na ativa;
§ 4º O acordo feito pelo cliente do advogado e a parte
VII - ocupantes de cargos ou funções que tenham
contrária, salvo aquiescência do profissional, não lhe
competência de lançamento, arrecadação ou
prejudica os honorários, quer os convencionados, quer
fiscalização de tributos e contribuições parafiscais;
os concedidos por sentença.
VIII - ocupantes de funções de direção e gerência em
Art. 25. Prescreve em cinco anos a ação de cobrança de
instituições financeiras, inclusive privadas.
honorários de advogado, contado o prazo:
§ 1º A incompatibilidade permanece mesmo que o
I - do vencimento do contrato, se houver;
ocupante do cargo ou função deixe de exercê-lo
II - do trânsito em julgado da decisão que os fixar; temporariamente.
III - da ultimação do serviço extrajudicial; § 2º Não se incluem nas hipóteses do inciso III os que
não detenham poder de decisão relevante sobre
IV - da desistência ou transação;
interesses de terceiro, a juízo do conselho competente
V - da renúncia ou revogação do mandato. da OAB, bem como a administração acadêmica
diretamente relacionada ao magistério jurídico.
Art. 25-A. Prescreve em cinco anos a ação de prestação
de contas pelas quantias recebidas pelo advogado de Art. 29. Os Procuradores Gerais, Advogados Gerais,
seu cliente, ou de terceiros por conta dele (art. 34, Defensores Gerais e dirigentes de órgãos jurídicos da
XXI). (Incluído pela Lei nº 11.902, de 2009) Administração Pública direta, indireta e fundacional são
exclusivamente legitimados para o exercício da

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advocacia vinculada à função que exerçam, durante o II - manter sociedade profissional fora das normas e
período da investidura. preceitos estabelecidos nesta lei;
Art. 30. São impedidos de exercer a advocacia: III - valer-se de agenciador de causas, mediante
participação nos honorários a receber;
I - os servidores da administração direta, indireta e
fundacional, contra a Fazenda Pública que os remunere IV - angariar ou captar causas, com ou sem a intervenção
ou à qual seja vinculada a entidade empregadora; de terceiros;
II - os membros do Poder Legislativo, em seus diferentes V - assinar qualquer escrito destinado a processo judicial
níveis, contra ou a favor das pessoas jurídicas de direito ou para fim extrajudicial que não tenha feito, ou em que
público, empresas públicas, sociedades de economia não tenha colaborado;
mista, fundações públicas, entidades paraestatais ou
VI - advogar contra literal disposição de lei, presumindo-
empresas concessionárias ou permissionárias de serviço
se a boa-fé quando fundamentado na
público.
inconstitucionalidade, na injustiça da lei ou em
Parágrafo único. Não se incluem nas hipóteses do inciso pronunciamento judicial anterior;
I os docentes dos cursos jurídicos.
VII - violar, sem justa causa, sigilo profissional;
CAPÍTULO VIII
VIII - estabelecer entendimento com a parte adversa
Da Ética do Advogado sem autorização do cliente ou ciência do advogado
contrário;
Art. 31. O advogado deve proceder de forma que o
torne merecedor de respeito e que contribua para o IX - prejudicar, por culpa grave, interesse confiado ao
prestígio da classe e da advocacia. seu patrocínio;
§ 1º O advogado, no exercício da profissão, deve manter X - acarretar, conscientemente, por ato próprio, a
independência em qualquer circunstância. anulação ou a nulidade do processo em que funcione;
§ 2º Nenhum receio de desagradar a magistrado ou a XI - abandonar a causa sem justo motivo ou antes de
qualquer autoridade, nem de incorrer em decorridos dez dias da comunicação da renúncia;
impopularidade, deve deter o advogado no exercício da
XII - recusar-se a prestar, sem justo motivo, assistência
profissão.
jurídica, quando nomeado em virtude de
Art. 32. O advogado é responsável pelos atos que, no impossibilidade da Defensoria Pública;
exercício profissional, praticar com dolo ou culpa.
XIII - fazer publicar na imprensa, desnecessária e
Parágrafo único. Em caso de lide temerária, o advogado habitualmente, alegações forenses ou relativas a causas
será solidariamente responsável com seu cliente, desde pendentes;
que coligado com este para lesar a parte contrária, o
XIV - deturpar o teor de dispositivo de lei, de citação
que será apurado em ação própria.
doutrinária ou de julgado, bem como de depoimentos,
Art. 33. O advogado obriga-se a cumprir rigorosamente documentos e alegações da parte contrária, para
os deveres consignados no Código de Ética e Disciplina. confundir o adversário ou iludir o juiz da causa;
Parágrafo único. O Código de Ética e Disciplina regula os XV - fazer, em nome do constituinte, sem autorização
deveres do advogado para com a comunidade, o cliente, escrita deste, imputação a terceiro de fato definido
o outro profissional e, ainda, a publicidade, a recusa do como crime;
patrocínio, o dever de assistência jurídica, o dever geral
XVI - deixar de cumprir, no prazo estabelecido,
de urbanidade e os respectivos procedimentos
determinação emanada do órgão ou de autoridade da
disciplinares.
Ordem, em matéria da competência desta, depois de
CAPÍTULO IX regularmente notificado;
Das Infrações e Sanções Disciplinares XVII - prestar concurso a clientes ou a terceiros para
realização de ato contrário à lei ou destinado a fraudá-
Art. 34. Constitui infração disciplinar:
la;
I - exercer a profissão, quando impedido de fazê-lo, ou
XVIII - solicitar ou receber de constituinte qualquer
facilitar, por qualquer meio, o seu exercício aos não
importância para aplicação ilícita ou desonesta;
inscritos, proibidos ou impedidos;

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XIX - receber valores, da parte contrária ou de terceiro, Parágrafo único. A censura pode ser convertida em
relacionados com o objeto do mandato, sem expressa advertência, em ofício reservado, sem registro nos
autorização do constituinte; assentamentos do inscrito, quando presente
circunstância atenuante.
XX - locupletar-se, por qualquer forma, à custa do
cliente ou da parte adversa, por si ou interposta pessoa; Art. 37. A suspensão é aplicável nos casos de:
XXI - recusar-se, injustificadamente, a prestar contas ao I - infrações definidas nos incisos XVII a XXV do art. 34;
cliente de quantias recebidas dele ou de terceiros por
II - reincidência em infração disciplinar.
conta dele;
§ 1º A suspensão acarreta ao infrator a interdição do
XXII - reter, abusivamente, ou extraviar autos recebidos
exercício profissional, em todo o território nacional,
com vista ou em confiança;
pelo prazo de trinta dias a doze meses, de acordo com
XXIII - deixar de pagar as contribuições, multas e preços os critérios de individualização previstos neste capítulo.
de serviços devidos à OAB, depois de regularmente
§ 2º Nas hipóteses dos incisos XXI e XXIII do art. 34, a
notificado a fazê-lo;
suspensão perdura até que satisfaça integralmente a
XXIV - incidir em erros reiterados que evidenciem dívida, inclusive com correção monetária.
inépcia profissional;
§ 3º Na hipótese do inciso XXIV do art. 34, a suspensão
XXV - manter conduta incompatível com a advocacia; perdura até que preste novas provas de habilitação.
XXVI - fazer falsa prova de qualquer dos requisitos para Art. 38. A exclusão é aplicável nos casos de:
inscrição na OAB;
I - aplicação, por três vezes, de suspensão;
XXVII - tornar-se moralmente inidôneo para o exercício
II - infrações definidas nos incisos XXVI a XXVIII do art.
da advocacia;
34.
XXVIII - praticar crime infamante;
Parágrafo único. Para a aplicação da sanção disciplinar
XXIX - praticar, o estagiário, ato excedente de sua de exclusão, é necessária a manifestação favorável de
habilitação. dois terços dos membros do Conselho Seccional
competente.
Parágrafo único. Inclui-se na conduta incompatível:
Art. 39. A multa, variável entre o mínimo
a) prática reiterada de jogo de azar, não autorizado por
correspondente ao valor de uma anuidade e o máximo
lei;
de seu décuplo, é aplicável cumulativamente com a
b) incontinência pública e escandalosa; censura ou suspensão, em havendo circunstâncias
agravantes.
c) embriaguez ou toxicomania habituais.
Art. 40. Na aplicação das sanções disciplinares, são
Art. 35. As sanções disciplinares consistem em:
consideradas, para fins de atenuação, as seguintes
I - censura; circunstâncias, entre outras:
II - suspensão; I - falta cometida na defesa de prerrogativa profissional;
III - exclusão; II - ausência de punição disciplinar anterior;
IV - multa. III - exercício assíduo e proficiente de mandato ou cargo
em qualquer órgão da OAB;
Parágrafo único. As sanções devem constar dos
assentamentos do inscrito, após o trânsito em julgado IV - prestação de relevantes serviços à advocacia ou à
da decisão, não podendo ser objeto de publicidade a de causa pública.
censura.
Parágrafo único. Os antecedentes profissionais do
Art. 36. A censura é aplicável nos casos de: inscrito, as atenuantes, o grau de culpa por ele revelada,
as circunstâncias e as conseqüências da infração são
I - infrações definidas nos incisos I a XVI e XXIX do art.
considerados para o fim de decidir:
34;
a) sobre a conveniência da aplicação cumulativa da
II - violação a preceito do Código de Ética e Disciplina;
multa e de outra sanção disciplinar;
III - violação a preceito desta lei, quando para a infração
não se tenha estabelecido sanção mais grave.

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b) sobre o tempo de suspensão e o valor da multa I - o Conselho Federal;


aplicáveis.
II - os Conselhos Seccionais;
Art. 41. É permitido ao que tenha sofrido qualquer
III - as Subseções;
sanção disciplinar requerer, um ano após seu
cumprimento, a reabilitação, em face de provas efetivas IV - as Caixas de Assistência dos Advogados.
de bom comportamento.
§ 1º O Conselho Federal, dotado de personalidade
Parágrafo único. Quando a sanção disciplinar resultar da jurídica própria, com sede na capital da República, é o
prática de crime, o pedido de reabilitação depende órgão supremo da OAB.
também da correspondente reabilitação criminal.
§ 2º Os Conselhos Seccionais, dotados de personalidade
Art. 42. Fica impedido de exercer o mandato o jurídica própria, têm jurisdição sobre os respectivos
profissional a quem forem aplicadas as sanções territórios dos Estados-membros, do Distrito Federal e
disciplinares de suspensão ou exclusão. dos Territórios.
Art. 43. A pretensão à punibilidade das infrações § 3º As Subseções são partes autônomas do Conselho
disciplinares prescreve em cinco anos, contados da data Seccional, na forma desta lei e de seu ato constitutivo.
da constatação oficial do fato.
§ 4º As Caixas de Assistência dos Advogados, dotadas de
§ 1º Aplica-se a prescrição a todo processo disciplinar personalidade jurídica própria, são criadas pelos
paralisado por mais de três anos, pendente de despacho Conselhos Seccionais, quando estes contarem com mais
ou julgamento, devendo ser arquivado de ofício, ou a de mil e quinhentos inscritos.
requerimento da parte interessada, sem prejuízo de
§ 5º A OAB, por constituir serviço público, goza de
serem apuradas as responsabilidades pela paralisação.
imunidade tributária total em relação a seus bens,
§ 2º A prescrição interrompe-se: rendas e serviços.
I - pela instauração de processo disciplinar ou pela § 6º Os atos conclusivos dos órgãos da OAB, salvo
notificação válida feita diretamente ao representado; quando reservados ou de administração interna, devem
ser publicados na imprensa oficial ou afixados no fórum,
II - pela decisão condenatória recorrível de qualquer
na íntegra ou em resumo. (Vide Lei nº 13.688, de
órgão julgador da OAB.
2018) (Vigência)
TÍTULO II
Art. 46. Compete à OAB fixar e cobrar, de seus inscritos,
Da Ordem dos Advogados do Brasil contribuições, preços de serviços e multas.
CAPÍTULO I Parágrafo único. Constitui título executivo extrajudicial
a certidão passada pela diretoria do Conselho
Dos Fins e da Organização
competente, relativa a crédito previsto neste artigo.
Art. 44. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), serviço
Art. 47. O pagamento da contribuição anual à OAB
público, dotada de personalidade jurídica e forma
isenta os inscritos nos seus quadros do pagamento
federativa, tem por finalidade:
obrigatório da contribuição sindical.
I - defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado
Art. 48. O cargo de conselheiro ou de membro de
democrático de direito, os direitos humanos, a justiça
diretoria de órgão da OAB é de exercício gratuito e
social, e pugnar pela boa aplicação das leis, pela rápida
obrigatório, considerado serviço público relevante,
administração da justiça e pelo aperfeiçoamento da
inclusive para fins de disponibilidade e aposentadoria.
cultura e das instituições jurídicas;
Art. 49. Os Presidentes dos Conselhos e das Subseções
II - promover, com exclusividade, a representação, a
da OAB têm legitimidade para agir, judicial e
defesa, a seleção e a disciplina dos advogados em toda
extrajudicialmente, contra qualquer pessoa que
a República Federativa do Brasil.
infringir as disposições ou os fins desta lei.
§ 1º A OAB não mantém com órgãos da Administração
Parágrafo único. As autoridades mencionadas no caput
Pública qualquer vínculo funcional ou hierárquico.
deste artigo têm, ainda, legitimidade para intervir,
§ 2º O uso da sigla OAB é privativo da Ordem dos inclusive como assistentes, nos inquéritos e processos
Advogados do Brasil. em que sejam indiciados, acusados ou ofendidos os
inscritos na OAB.
Art. 45. São órgãos da OAB:

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Art. 50. Para os fins desta lei, os Presidentes dos VI - adotar medidas para assegurar o regular
Conselhos da OAB e das Subseções podem requisitar funcionamento dos Conselhos Seccionais;
cópias de peças de autos e documentos a qualquer
VII - intervir nos Conselhos Seccionais, onde e quando
tribunal, magistrado, cartório e órgão da Administração
constatar grave violação desta lei ou do regulamento
Pública direta, indireta e fundacional. (Vide ADIN
geral;
1127-8)
VIII - cassar ou modificar, de ofício ou mediante
CAPÍTULO II
representação, qualquer ato, de órgão ou autoridade da
Do Conselho Federal OAB, contrário a esta lei, ao regulamento geral, ao
Código de Ética e Disciplina, e aos Provimentos, ouvida
Art. 51. O Conselho Federal compõe-se:
a autoridade ou o órgão em causa;
I - dos conselheiros federais, integrantes das delegações
IX - julgar, em grau de recurso, as questões decididas
de cada unidade federativa;
pelos Conselhos Seccionais, nos casos previstos neste
II - dos seus ex-presidentes, na qualidade de membros estatuto e no regulamento geral;
honorários vitalícios.
X - dispor sobre a identificação dos inscritos na OAB e
§ 1º Cada delegação é formada por três conselheiros sobre os respectivos símbolos privativos;
federais.
XI - apreciar o relatório anual e deliberar sobre o balanço
§ 2º Os ex-presidentes têm direito apenas a voz nas e as contas de sua diretoria;
sessões.
XII - homologar ou mandar suprir relatório anual, o
Art. 52. Os presidentes dos Conselhos Seccionais, nas balanço e as contas dos Conselhos Seccionais;
sessões do Conselho Federal, têm lugar reservado junto
XIII - elaborar as listas constitucionalmente previstas,
à delegação respectiva e direito somente a voz.
para o preenchimento dos cargos nos tribunais
Art. 53. O Conselho Federal tem sua estrutura e judiciários de âmbito nacional ou interestadual, com
funcionamento definidos no Regulamento Geral da advogados que estejam em pleno exercício da profissão,
OAB. vedada a inclusão de nome de membro do próprio
Conselho ou de outro órgão da OAB;
§ 1º O Presidente, nas deliberações do Conselho, tem
apenas o voto de qualidade. XIV - ajuizar ação direta de inconstitucionalidade de
normas legais e atos normativos, ação civil pública,
§ 2º O voto é tomado por delegação, e não pode ser
mandado de segurança coletivo, mandado de injunção
exercido nas matérias de interesse da unidade que
e demais ações cuja legitimação lhe seja outorgada por
represente.
lei;
§ 3o Na eleição para a escolha da Diretoria do Conselho
XV - colaborar com o aperfeiçoamento dos cursos
Federal, cada membro da delegação terá direito a 1
jurídicos, e opinar, previamente, nos pedidos
(um) voto, vedado aos membros honorários
apresentados aos órgãos competentes para criação,
vitalícios. (Incluído pela Lei nº 11.179, de 2005)
reconhecimento ou credenciamento desses cursos;
Art. 54. Compete ao Conselho Federal:
XVI - autorizar, pela maioria absoluta das delegações, a
I - dar cumprimento efetivo às finalidades da OAB; oneração ou alienação de seus bens imóveis;
II - representar, em juízo ou fora dele, os interesses XVII - participar de concursos públicos, nos casos
coletivos ou individuais dos advogados; previstos na Constituição e na lei, em todas as suas
fases, quando tiverem abrangência nacional ou
III - velar pela dignidade, independência, prerrogativas e
interestadual;
valorização da advocacia;
XVIII - resolver os casos omissos neste estatuto.
IV - representar, com exclusividade, os advogados
brasileiros nos órgãos e eventos internacionais da Parágrafo único. A intervenção referida no inciso VII
advocacia; deste artigo depende de prévia aprovação por dois
terços das delegações, garantido o amplo direito de
V - editar e alterar o Regulamento Geral, o Código de
defesa do Conselho Seccional respectivo, nomeando-se
Ética e Disciplina, e os Provimentos que julgar
diretoria provisória para o prazo que se fixar.
necessários;
Art. 55. A diretoria do Conselho Federal é composta de
um Presidente, de um Vice-Presidente, de um

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Secretário-Geral, de um Secretário-Geral Adjunto e de IV - fiscalizar a aplicação da receita, apreciar o relatório


um Tesoureiro. anual e deliberar sobre o balanço e as contas de sua
diretoria, das diretorias das Subseções e da Caixa de
§ 1º O Presidente exerce a representação nacional e
Assistência dos Advogados;
internacional da OAB, competindo-lhe convocar o
Conselho Federal, presidi-lo, representá-lo ativa e V - fixar a tabela de honorários, válida para todo o
passivamente, em juízo ou fora dele, promover-lhe a território estadual;
administração patrimonial e dar execução às suas
VI - realizar o Exame de Ordem;
decisões.
VII - decidir os pedidos de inscrição nos quadros de
§ 2º O regulamento geral define as atribuições dos
advogados e estagiários;
membros da diretoria e a ordem de substituição em
caso de vacância, licença, falta ou impedimento. VIII - manter cadastro de seus inscritos;
§ 3º Nas deliberações do Conselho Federal, os membros IX - fixar, alterar e receber contribuições obrigatórias,
da diretoria votam como membros de suas delegações, preços de serviços e multas;
cabendo ao Presidente, apenas, o voto de qualidade e o
X - participar da elaboração dos concursos públicos, em
direito de embargar a decisão, se esta não for unânime.
todas as suas fases, nos casos previstos na Constituição
CAPÍTULO III e nas leis, no âmbito do seu território;
Do Conselho Seccional XI - determinar, com exclusividade, critérios para o traje
dos advogados, no exercício profissional;
Art. 56. O Conselho Seccional compõe-se de
conselheiros em número proporcional ao de seus XII - aprovar e modificar seu orçamento anual;
inscritos, segundo critérios estabelecidos no
XIII - definir a composição e o funcionamento do
regulamento geral.
Tribunal de Ética e Disciplina, e escolher seus membros;
§ 1º São membros honorários vitalícios os seus ex-
XIV - eleger as listas, constitucionalmente previstas,
presidentes, somente com direito a voz em suas
para preenchimento dos cargos nos tribunais
sessões.
judiciários, no âmbito de sua competência e na forma
§ 2º O Presidente do Instituto dos Advogados local é do Provimento do Conselho Federal, vedada a inclusão
membro honorário, somente com direito a voz nas de membros do próprio Conselho e de qualquer órgão
sessões do Conselho. da OAB;
§ 3º Quando presentes às sessões do Conselho XV - intervir nas Subseções e na Caixa de Assistência dos
Seccional, o Presidente do Conselho Federal, os Advogados;
Conselheiros Federais integrantes da respectiva
XVI - desempenhar outras atribuições previstas no
delegação, o Presidente da Caixa de Assistência dos
regulamento geral.
Advogados e os Presidentes das Subseções, têm direito
a voz. Art. 59. A diretoria do Conselho Seccional tem
composição idêntica e atribuições equivalentes às do
Art. 57. O Conselho Seccional exerce e observa, no
Conselho Federal, na forma do regimento interno
respectivo território, as competências, vedações e
daquele.
funções atribuídas ao Conselho Federal, no que couber
e no âmbito de sua competência material e territorial, e CAPÍTULO IV
as normas gerais estabelecidas nesta lei, no
Da Subseção
regulamento geral, no Código de Ética e Disciplina, e nos
Provimentos. Art. 60. A Subseção pode ser criada pelo Conselho
Seccional, que fixa sua área territorial e seus limites de
Art. 58. Compete privativamente ao Conselho Seccional:
competência e autonomia.
I - editar seu regimento interno e resoluções;
§ 1º A área territorial da Subseção pode abranger um ou
II - criar as Subseções e a Caixa de Assistência dos mais municípios, ou parte de município, inclusive da
Advogados; capital do Estado, contando com um mínimo de quinze
advogados, nela profissionalmente domiciliados.
III - julgar, em grau de recurso, as questões decididas por
seu Presidente, por sua diretoria, pelo Tribunal de Ética § 2º A Subseção é administrada por uma diretoria, com
e Disciplina, pelas diretorias das Subseções e da Caixa de atribuições e composição equivalentes às da diretoria
Assistência dos Advogados; do Conselho Seccional.

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§ 3º Havendo mais de cem advogados, a Subseção pode § 3º Compete ao Conselho Seccional fixar contribuição
ser integrada, também, por um conselho em número de obrigatória devida por seus inscritos, destinada à
membros fixado pelo Conselho Seccional. manutenção do disposto no parágrafo anterior,
incidente sobre atos decorrentes do efetivo exercício da
§ 4º Os quantitativos referidos nos §§ 1º e 3º deste
advocacia.
artigo podem ser ampliados, na forma do regimento
interno do Conselho Seccional. § 4º A diretoria da Caixa é composta de cinco membros,
com atribuições definidas no seu regimento interno.
§ 5º Cabe ao Conselho Seccional fixar, em seu
orçamento, dotações específicas destinadas à § 5º Cabe à Caixa a metade da receita das anuidades
manutenção das Subseções. recebidas pelo Conselho Seccional, considerado o valor
resultante após as deduções regulamentares
§ 6º O Conselho Seccional, mediante o voto de dois
obrigatórias.
terços de seus membros, pode intervir nas Subseções,
onde constatar grave violação desta lei ou do regimento § 6º Em caso de extinção ou desativação da Caixa, seu
interno daquele. patrimônio se incorpora ao do Conselho Seccional
respectivo.
Art. 61. Compete à Subseção, no âmbito de seu
território: § 7º O Conselho Seccional, mediante voto de dois terços
de seus membros, pode intervir na Caixa de Assistência
I - dar cumprimento efetivo às finalidades da OAB;
dos Advogados, no caso de descumprimento de suas
II - velar pela dignidade, independência e valorização da finalidades, designando diretoria provisória, enquanto
advocacia, e fazer valer as prerrogativas do advogado; durar a intervenção.
III - representar a OAB perante os poderes constituídos; CAPÍTULO VI
IV - desempenhar as atribuições previstas no Das Eleições e dos Mandatos
regulamento geral ou por delegação de competência do
Art. 63. A eleição dos membros de todos os órgãos da
Conselho Seccional.
OAB será realizada na segunda quinzena do mês de
Parágrafo único. Ao Conselho da Subseção, quando novembro, do último ano do mandato, mediante cédula
houver, compete exercer as funções e atribuições do única e votação direta dos advogados regularmente
Conselho Seccional, na forma do regimento interno inscritos.
deste, e ainda:
§ 1º A eleição, na forma e segundo os critérios e
a) editar seu regimento interno, a ser referendado pelo procedimentos estabelecidos no regulamento geral, é
Conselho Seccional; de comparecimento obrigatório para todos os
advogados inscritos na OAB.
b) editar resoluções, no âmbito de sua competência;
§ 2º O candidato deve comprovar situação regular junto
c) instaurar e instruir processos disciplinares, para
à OAB, não ocupar cargo exonerável ad nutum, não ter
julgamento pelo Tribunal de Ética e Disciplina;
sido condenado por infração disciplinar, salvo
d) receber pedido de inscrição nos quadros de advogado reabilitação, e exercer efetivamente a profissão há mais
e estagiário, instruindo e emitindo parecer prévio, para de cinco anos.
decisão do Conselho Seccional.
Art. 64. Consideram-se eleitos os candidatos integrantes
CAPÍTULO V da chapa que obtiver a maioria dos votos válidos.
Da Caixa de Assistência dos Advogados § 1º A chapa para o Conselho Seccional deve ser
composta dos candidatos ao conselho e à sua diretoria
Art. 62. A Caixa de Assistência dos Advogados, com
e, ainda, à delegação ao Conselho Federal e à Diretoria
personalidade jurídica própria, destina-se a prestar
da Caixa de Assistência dos Advogados para eleição
assistência aos inscritos no Conselho Seccional a que se
conjunta.
vincule.
§ 2º A chapa para a Subseção deve ser composta com os
§ 1º A Caixa é criada e adquire personalidade jurídica
candidatos à diretoria, e de seu conselho quando
com a aprovação e registro de seu estatuto pelo
houver.
respectivo Conselho Seccional da OAB, na forma do
regulamento geral. Art. 65. O mandato em qualquer órgão da OAB é de três
anos, iniciando-se em primeiro de janeiro do ano
§ 2º A Caixa pode, em benefício dos advogados,
seguinte ao da eleição, salvo o Conselho Federal.
promover a seguridade complementar.

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Parágrafo único. Os conselheiros federais eleitos iniciam Art. 68. Salvo disposição em contrário, aplicam-se
seus mandatos em primeiro de fevereiro do ano subsidiariamente ao processo disciplinar as regras da
seguinte ao da eleição. legislação processual penal comum e, aos demais
processos, as regras gerais do procedimento
Art. 66. Extingue-se o mandato automaticamente, antes
administrativo comum e da legislação processual civil,
do seu término, quando:
nessa ordem.
I - ocorrer qualquer hipótese de cancelamento de
Art. 69. Todos os prazos necessários à manifestação de
inscrição ou de licenciamento do profissional;
advogados, estagiários e terceiros, nos processos em
II - o titular sofrer condenação disciplinar; geral da OAB, são de quinze dias, inclusive para
interposição de recursos.
III - o titular faltar, sem motivo justificado, a três
reuniões ordinárias consecutivas de cada órgão § 1º Nos casos de comunicação por ofício reservado, ou
deliberativo do conselho ou da diretoria da Subseção ou de notificação pessoal, o prazo se conta a partir do dia
da Caixa de Assistência dos Advogados, não podendo útil imediato ao da notificação do recebimento.
ser reconduzido no mesmo período de mandato.
§ 2º Nos casos de publicação na imprensa oficial do ato
Parágrafo único. Extinto qualquer mandato, nas ou da decisão, o prazo inicia-se no primeiro dia útil
hipóteses deste artigo, cabe ao Conselho Seccional seguinte. (Vide Lei nº 13.688, de 2018) (Vigência)
escolher o substituto, caso não haja suplente.
CAPÍTULO II
Art. 67. A eleição da Diretoria do Conselho Federal, que
Do Processo Disciplinar
tomará posse no dia 1º de fevereiro, obedecerá às
seguintes regras: Art. 70. O poder de punir disciplinarmente os inscritos
na OAB compete exclusivamente ao Conselho Seccional
I - será admitido registro, junto ao Conselho Federal, de
em cuja base territorial tenha ocorrido a infração, salvo
candidatura à presidência, desde seis meses até um mês
se a falta for cometida perante o Conselho Federal.
antes da eleição;
§ 1º Cabe ao Tribunal de Ética e Disciplina, do Conselho
II - o requerimento de registro deverá vir acompanhado
Seccional competente, julgar os processos disciplinares,
do apoiamento de, no mínimo, seis Conselhos
instruídos pelas Subseções ou por relatores do próprio
Seccionais;
conselho.
III - até um mês antes das eleições, deverá ser requerido
§ 2º A decisão condenatória irrecorrível deve ser
o registro da chapa completa, sob pena de
imediatamente comunicada ao Conselho Seccional
cancelamento da candidatura respectiva;
onde o representado tenha inscrição principal, para
IV – no dia 31 de janeiro do ano seguinte ao da eleição, constar dos respectivos assentamentos.
o Conselho Federal elegerá, em reunião presidida pelo
§ 3º O Tribunal de Ética e Disciplina do Conselho onde o
conselheiro mais antigo, por voto secreto e para
acusado tenha inscrição principal pode suspendê-lo
mandato de 3 (três) anos, sua diretoria, que tomará
preventivamente, em caso de repercussão prejudicial à
posse no dia seguinte; (Redação dada pela Lei nº
dignidade da advocacia, depois de ouvi-lo em sessão
11.179, de 2005)
especial para a qual deve ser notificado a comparecer,
V – será considerada eleita a chapa que obtiver maioria salvo se não atender à notificação. Neste caso, o
simples dos votos dos Conselheiros Federais, presente a processo disciplinar deve ser concluído no prazo
metade mais 1 (um) de seus membros. (Redação máximo de noventa dias.
dada pela Lei nº 11.179, de 2005)
Art. 71. A jurisdição disciplinar não exclui a comum e,
Parágrafo único. Com exceção do candidato a quando o fato constituir crime ou contravenção, deve
Presidente, os demais integrantes da chapa deverão ser ser comunicado às autoridades competentes.
conselheiros federais eleitos.
Art. 72. O processo disciplinar instaura-se de ofício ou
TÍTULO III mediante representação de qualquer autoridade ou
pessoa interessada.
Do Processo na OAB
§ 1º O Código de Ética e Disciplina estabelece os critérios
CAPÍTULO I
de admissibilidade da representação e os
Disposições Gerais procedimentos disciplinares.

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§ 2º O processo disciplinar tramita em sigilo, até o seu suspensão preventiva decidida pelo Tribunal de Ética e
término, só tendo acesso às suas informações as partes, Disciplina, e de cancelamento da inscrição obtida com
seus defensores e a autoridade judiciária competente. falsa prova.
Art. 73. Recebida a representação, o Presidente deve Parágrafo único. O regulamento geral disciplina o
designar relator, a quem compete a instrução do cabimento de recursos específicos, no âmbito de cada
processo e o oferecimento de parecer preliminar a ser órgão julgador.
submetido ao Tribunal de Ética e Disciplina.
TÍTULO IV
§ 1º Ao representado deve ser assegurado amplo direito
Das Disposições Gerais e Transitórias
de defesa, podendo acompanhar o processo em todos
os termos, pessoalmente ou por intermédio de Art. 78. Cabe ao Conselho Federal da OAB, por
procurador, oferecendo defesa prévia após ser deliberação de dois terços, pelo menos, das delegações,
notificado, razões finais após a instrução e defesa oral editar o regulamento geral deste estatuto, no prazo de
perante o Tribunal de Ética e Disciplina, por ocasião do seis meses, contados da publicação desta lei.
julgamento.
Art. 79. Aos servidores da OAB, aplica-se o regime
§ 2º Se, após a defesa prévia, o relator se manifestar trabalhista. (Vide ADIN 3026-4)
pelo indeferimento liminar da representação, este deve
§ 1º Aos servidores da OAB, sujeitos ao regime da Lei nº
ser decidido pelo Presidente do Conselho Seccional,
8.112, de 11 de dezembro de 1990, é concedido o
para determinar seu arquivamento.
direito de opção pelo regime trabalhista, no prazo de
§ 3º O prazo para defesa prévia pode ser prorrogado por noventa dias a partir da vigência desta lei, sendo
motivo relevante, a juízo do relator. assegurado aos optantes o pagamento de indenização,
quando da aposentadoria, correspondente a cinco
§ 4º Se o representado não for encontrado, ou for revel,
vezes o valor da última remuneração.
o Presidente do Conselho ou da Subseção deve
designar-lhe defensor dativo; § 2º Os servidores que não optarem pelo regime
trabalhista serão posicionados no quadro em extinção,
§ 5º É também permitida a revisão do processo
assegurado o direito adquirido ao regime legal anterior.
disciplinar, por erro de julgamento ou por condenação
baseada em falsa prova. Art. 80. Os Conselhos Federal e Seccionais devem
promover trienalmente as respectivas Conferências, em
Art. 74. O Conselho Seccional pode adotar as medidas
data não coincidente com o ano eleitoral, e,
administrativas e judiciais pertinentes, objetivando a
periodicamente, reunião do colégio de presidentes a
que o profissional suspenso ou excluído devolva os
eles vinculados, com finalidade consultiva.
documentos de identificação.
Art. 81. Não se aplicam aos que tenham assumido
CAPÍTULO III
originariamente o cargo de Presidente do Conselho
Dos Recursos Federal ou dos Conselhos Seccionais, até a data da
publicação desta lei, as normas contidas no Título II,
Art. 75. Cabe recurso ao Conselho Federal de todas as
acerca da composição desses Conselhos, ficando
decisões definitivas proferidas pelo Conselho Seccional,
assegurado o pleno direito de voz e voto em suas
quando não tenham sido unânimes ou, sendo
sessões.
unânimes, contrariem esta lei, decisão do Conselho
Federal ou de outro Conselho Seccional e, ainda, o Art. 82. Aplicam-se as alterações previstas nesta lei,
regulamento geral, o Código de Ética e Disciplina e os quanto a mandatos, eleições, composição e atribuições
Provimentos. dos órgãos da OAB, a partir do término do mandato dos
atuais membros, devendo os Conselhos Federal e
Parágrafo único. Além dos interessados, o Presidente do
Seccionais disciplinarem os respectivos
Conselho Seccional é legitimado a interpor o recurso
procedimentos de adaptação.
referido neste artigo.
Parágrafo único. Os mandatos dos membros dos órgãos
Art. 76. Cabe recurso ao Conselho Seccional de todas as
da OAB, eleitos na primeira eleição sob a vigência desta
decisões proferidas por seu Presidente, pelo Tribunal de
lei, e na forma do Capítulo VI do Título II, terão início no
Ética e Disciplina, ou pela diretoria da Subseção ou da
dia seguinte ao término dos atuais mandatos,
Caixa de Assistência dos Advogados.
encerrando-se em 31 de dezembro do terceiro ano do
Art. 77. Todos os recursos têm efeito suspensivo, exceto mandato e em 31 de janeiro do terceiro ano do
quando tratarem de eleições (arts. 63 e seguintes), de mandato, neste caso com relação ao Conselho Federal.

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Art. 83. Não se aplica o disposto no art. 28, inciso II, XXXIII do art. 7º da Constituição Federal. (Redação dada
desta lei, aos membros do Ministério Público que, na pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
data de promulgação da Constituição, se incluam na
Art. 2º Constituem crime as seguintes práticas
previsão do art. 29, § 3º, do seu Ato das Disposições
discriminatórias:
Constitucionais Transitórias.
I - a exigência de teste, exame, perícia, laudo, atestado,
Art. 84. O estagiário, inscrito no respectivo quadro, fica
declaração ou qualquer outro procedimento relativo à
dispensado do Exame de Ordem, desde que comprove,
esterilização ou a estado de gravidez;
em até dois anos da promulgação desta lei, o exercício
e resultado do estágio profissional ou a conclusão, com II - a adoção de quaisquer medidas, de iniciativa do
aproveitamento, do estágio de Prática Forense e empregador, que configurem;
Organização Judiciária, realizado junto à respectiva
a) indução ou instigamento à esterilização genética;
faculdade, na forma da legislação em vigor.
b) promoção do controle de natalidade, assim não
Art. 85. O Instituto dos Advogados Brasileiros e as
considerado o oferecimento de serviços e de
instituições a ele filiadas têm qualidade para promover
aconselhamento ou planejamento familiar, realizados
perante a OAB o que julgarem do interesse dos
através de instituições públicas ou privadas, submetidas
advogados em geral ou de qualquer dos seus membros.
às normas do Sistema Único de Saúde (SUS).
Art. 86. Esta lei entra em vigor na data de sua
Pena: detenção de um a dois anos e multa.
publicação.
Parágrafo único. São sujeitos ativos dos crimes a que se
Art. 87. Revogam-se as disposições em contrário,
refere este artigo:
especialmente a Lei nº 4.215, de 27 de abril de 1963,
a Lei nº 5.390, de 23 de fevereiro de 1968, o Decreto-Lei I - a pessoa física empregadora;
nº 505, de 18 de março de 1969, a Lei nº 5.681, de 20 de
II - o representante legal do empregador, como definido
julho de 1971, a Lei nº 5.842, de 6 de dezembro de 1972,
na legislação trabalhista;
a Lei nº 5.960, de 10 de dezembro de 1973, a Lei nº
6.743, de 5 de dezembro de 1979, a Lei nº 6.884, de 9 III - o dirigente, direto ou por delegação, de órgãos
de dezembro de 1980, a Lei nº 6.994, de 26 de maio de públicos e entidades das administrações públicas direta,
1982, mantidos os efeitos da Lei nº 7.346, de 22 de julho indireta e fundacional de qualquer dos Poderes da
de 1985. União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios.
Brasília, 4 de julho de 1994; 173º da Independência e
106º da República. Art. 3º Sem prejuízo do prescrito no art. 2º desta Lei e
nos dispositivos legais que tipificam os crimes
ITAMAR FRANCO
resultantes de preconceito de etnia, raça, cor ou
Alexandre de Paula Dupeyrat Martins
deficiência, as infrações ao disposto nesta Lei são
passíveis das seguintes cominações: (Redação dada pela
LEI Nº 9.029/1995 Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
I - multa administrativa de dez vezes o valor do maior
Proíbe a exigência de atestados de gravidez e
salário pago pelo empregador, elevado em cinqüenta
esterilização, e outras práticas discriminatórias, para
por cento em caso de reincidência;
efeitos admissionais ou de permanência da relação
jurídica de trabalho, e dá outras providências. II - proibição de obter empréstimo ou financiamento
junto a instituições financeiras oficiais.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Art. 4º O rompimento da relação de trabalho por ato
Lei: discriminatório, nos moldes desta Lei, além do direito à
reparação pelo dano moral, faculta ao empregado optar
Art. 1º É proibida a adoção de qualquer prática
entre: (Redação dada pela Lei nº 12.288, de
discriminatória e limitativa para efeito de acesso à
2010) (Vigência)
relação de trabalho, ou de sua manutenção, por motivo
de sexo, origem, raça, cor, estado civil, situação familiar, I - a reintegração com ressarcimento integral de todo o
deficiência, reabilitação profissional, idade, entre período de afastamento, mediante pagamento das
outros, ressalvadas, nesse caso, as hipóteses de remunerações devidas, corrigidas monetariamente e
proteção à criança e ao adolescente previstas no inciso acrescidas de juros legais; (Redação dada pela Lei nº
13.146, de 2015) (Vigência)

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II - a percepção, em dobro, da remuneração do período II - dos títulos executivos extrajudiciais, no valor de até
de afastamento, corrigida monetariamente e acrescida quarenta vezes o salário mínimo, observado o disposto
dos juros legais. no § 1º do art. 8º desta Lei.
Art. 5º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. § 2º Ficam excluídas da competência do Juizado Especial
as causas de natureza alimentar, falimentar, fiscal e de
Art. 6º Revogam-se as disposições em contrário.
interesse da Fazenda Pública, e também as relativas a
Brasília, 13 de abril de 1995; 174º da Independência e acidentes de trabalho, a resíduos e ao estado e
107º da República. capacidade das pessoas, ainda que de cunho
patrimonial.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Paulo Paiva § 3º A opção pelo procedimento previsto nesta Lei
importará em renúncia ao crédito excedente ao limite
LEI Nº 9.099/1995 estabelecido neste artigo, excetuada a hipótese de
conciliação.
Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e Art. 4º É competente, para as causas previstas nesta Lei,
dá outras providências. o Juizado do foro:
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o I - do domicílio do réu ou, a critério do autor, do local
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte onde aquele exerça atividades profissionais ou
Lei: econômicas ou mantenha estabelecimento, filial,
agência, sucursal ou escritório;
CAPÍTULO I
II - do lugar onde a obrigação deva ser satisfeita;
Disposições Gerais
III - do domicílio do autor ou do local do ato ou fato, nas
Art. 1º Os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, órgãos
ações para reparação de dano de qualquer natureza.
da Justiça Ordinária, serão criados pela União, no
Distrito Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para Parágrafo único. Em qualquer hipótese, poderá a ação
conciliação, processo, julgamento e execução, nas ser proposta no foro previsto no inciso I deste artigo.
causas de sua competência.
Seção II
Art. 2º O processo orientar-se-á pelos critérios da
Do Juiz, dos Conciliadores e dos Juízes Leigos
oralidade, simplicidade, informalidade, economia
processual e celeridade, buscando, sempre que Art. 5º O Juiz dirigirá o processo com liberdade para
possível, a conciliação ou a transação. determinar as provas a serem produzidas, para apreciá-
las e para dar especial valor às regras de experiência
Capítulo II
comum ou técnica.
Dos Juizados Especiais Cíveis
Art. 6º O Juiz adotará em cada caso a decisão que
Seção I reputar mais justa e equânime, atendendo aos fins
sociais da lei e às exigências do bem comum.
Da Competência
Art. 7º Os conciliadores e Juízes leigos são auxiliares da
Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para
Justiça, recrutados, os primeiros, preferentemente,
conciliação, processo e julgamento das causas cíveis de
entre os bacharéis em Direito, e os segundos, entre
menor complexidade, assim consideradas:
advogados com mais de cinco anos de experiência.
I - as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o
Parágrafo único. Os Juízes leigos ficarão impedidos de
salário mínimo;
exercer a advocacia perante os Juizados Especiais,
II - as enumeradas no art. 275, inciso II, do Código de enquanto no desempenho de suas funções.
Processo Civil;
Seção III
III - a ação de despejo para uso próprio;
Das Partes
IV - as ações possessórias sobre bens imóveis de valor
Art. 8º Não poderão ser partes, no processo instituído
não excedente ao fixado no inciso I deste artigo.
por esta Lei, o incapaz, o preso, as pessoas jurídicas de
§ 1º Compete ao Juizado Especial promover a execução: direito público, as empresas públicas da União, a massa
falida e o insolvente civil.
I - dos seus julgados;

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§ 1º Somente serão admitidas a propor ação perante o Seção IV


Juizado Especial: (Redação dada pela Lei nº
Dos atos processuais
12.126, de 2009)
Art. 12. Os atos processuais serão públicos e poderão
I - as pessoas físicas capazes, excluídos os cessionários
realizar-se em horário noturno, conforme dispuserem
de direito de pessoas jurídicas; (Incluído pela
as normas de organização judiciária.
Lei nº 12.126, de 2009)
Art. 12-A. Na contagem de prazo em dias, estabelecido
II - as pessoas enquadradas como
por lei ou pelo juiz, para a prática de qualquer ato
microempreendedores individuais, microempresas e
processual, inclusive para a interposição de recursos,
empresas de pequeno porte na forma da Lei
computar-se-ão somente os dias úteis. (Incluído
Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006;
pela Lei nº 13.728, de 2018)
(Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 2014)
Art. 13. Os atos processuais serão válidos sempre que
III - as pessoas jurídicas qualificadas como Organização
preencherem as finalidades para as quais forem
da Sociedade Civil de Interesse Público, nos termos da
realizados, atendidos os critérios indicados no art. 2º
Lei no 9.790, de 23 de março de 1999; (Incluído
desta Lei.
pela Lei nº 12.126, de 2009)
§ 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que
IV - as sociedades de crédito ao microempreendedor,
tenha havido prejuízo.
nos termos do art. 1o da Lei no 10.194, de 14 de
fevereiro de 2001. (Incluído pela Lei nº 12.126, de § 2º A prática de atos processuais em outras comarcas
2009) poderá ser solicitada por qualquer meio idôneo de
comunicação.
§ 2º O maior de dezoito anos poderá ser autor,
independentemente de assistência, inclusive para fins § 3º Apenas os atos considerados essenciais serão
de conciliação. registrados resumidamente, em notas manuscritas,
datilografadas, taquigrafadas ou estenotipadas. Os
Art. 9º Nas causas de valor até vinte salários mínimos,
demais atos poderão ser gravados em fita magnética ou
as partes comparecerão pessoalmente, podendo ser
equivalente, que será inutilizada após o trânsito em
assistidas por advogado; nas de valor superior, a
julgado da decisão.
assistência é obrigatória.
§ 4º As normas locais disporão sobre a conservação das
§ 1º Sendo facultativa a assistência, se uma das partes
peças do processo e demais documentos que o
comparecer assistida por advogado, ou se o réu for
instruem.
pessoa jurídica ou firma individual, terá a outra parte, se
quiser, assistência judiciária prestada por órgão Seção V
instituído junto ao Juizado Especial, na forma da lei
Do pedido
local.
Art. 14. O processo instaurar-se-á com a apresentação
§ 2º O Juiz alertará as partes da conveniência do
do pedido, escrito ou oral, à Secretaria do Juizado.
patrocínio por advogado, quando a causa o
recomendar. § 1º Do pedido constarão, de forma simples e em
linguagem acessível:
§ 3º O mandato ao advogado poderá ser verbal, salvo
quanto aos poderes especiais. I - o nome, a qualificação e o endereço das partes;
§ 4o O réu, sendo pessoa jurídica ou titular de firma II - os fatos e os fundamentos, de forma sucinta;
individual, poderá ser representado por preposto
III - o objeto e seu valor.
credenciado, munido de carta de preposição com
poderes para transigir, sem haver necessidade de § 2º É lícito formular pedido genérico quando não for
vínculo empregatício. (Redação dada pela Lei nº possível determinar, desde logo, a extensão da
12.137, de 2009) obrigação.
Art. 10. Não se admitirá, no processo, qualquer forma § 3º O pedido oral será reduzido a escrito pela Secretaria
de intervenção de terceiro nem de assistência. Admitir- do Juizado, podendo ser utilizado o sistema de fichas ou
se-á o litisconsórcio. formulários impressos.
Art. 11. O Ministério Público intervirá nos casos Art. 15. Os pedidos mencionados no art. 3º desta Lei
previstos em lei. poderão ser alternativos ou cumulados; nesta última

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hipótese, desde que conexos e a soma não ultrapasse o Seção VIII


limite fixado naquele dispositivo.
Da Conciliação e do Juízo Arbitral
Art. 16. Registrado o pedido, independentemente de
Art. 21. Aberta a sessão, o Juiz togado ou leigo
distribuição e autuação, a Secretaria do Juizado
esclarecerá as partes presentes sobre as vantagens da
designará a sessão de conciliação, a realizar-se no prazo
conciliação, mostrando-lhes os riscos e as
de quinze dias.
conseqüências do litígio, especialmente quanto ao
Art. 17. Comparecendo inicialmente ambas as partes, disposto no § 3º do art. 3º desta Lei.
instaurar-se-á, desde logo, a sessão de conciliação,
Art. 22. A conciliação será conduzida pelo Juiz togado ou
dispensados o registro prévio de pedido e a citação.
leigo ou por conciliador sob sua orientação.
Parágrafo único. Havendo pedidos contrapostos,
Parágrafo único. Obtida a conciliação, esta será reduzida
poderá ser dispensada a contestação formal e ambos
a escrito e homologada pelo Juiz togado, mediante
serão apreciados na mesma sentença.
sentença com eficácia de título executivo.
Seção VI
Art. 23. Não comparecendo o demandado, o Juiz togado
Das Citações e Intimações proferirá sentença.
Art. 18. A citação far-se-á: Art. 24. Não obtida a conciliação, as partes poderão
optar, de comum acordo, pelo juízo arbitral, na forma
I - por correspondência, com aviso de recebimento em
prevista nesta Lei.
mão própria;
§ 1º O juízo arbitral considerar-se-á instaurado,
II - tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual,
independentemente de termo de compromisso, com a
mediante entrega ao encarregado da recepção, que
escolha do árbitro pelas partes. Se este não estiver
será obrigatoriamente identificado;
presente, o Juiz convocá-lo-á e designará, de imediato,
III - sendo necessário, por oficial de justiça, a data para a audiência de instrução.
independentemente de mandado ou carta precatória.
§ 2º O árbitro será escolhido dentre os juízes leigos.
§ 1º A citação conterá cópia do pedido inicial, dia e hora
Art. 25. O árbitro conduzirá o processo com os mesmos
para comparecimento do citando e advertência de que,
critérios do Juiz, na forma dos arts. 5º e 6º desta Lei,
não comparecendo este, considerar-se-ão verdadeiras
podendo decidir por equidade.
as alegações iniciais, e será proferido julgamento, de
plano. Art. 26. Ao término da instrução, ou nos cinco dias
subsequentes, o árbitro apresentará o laudo ao Juiz
§ 2º Não se fará citação por edital.
togado para homologação por sentença irrecorrível.
§ 3º O comparecimento espontâneo suprirá a falta ou
Seção IX
nulidade da citação.
Da Instrução e Julgamento
Art. 19. As intimações serão feitas na forma prevista
para citação, ou por qualquer outro meio idôneo de Art. 27. Não instituído o juízo arbitral, proceder-se-á
comunicação. imediatamente à audiência de instrução e julgamento,
desde que não resulte prejuízo para a defesa.
§ 1º Dos atos praticados na audiência, considerar-se-ão
desde logo cientes as partes. Parágrafo único. Não sendo possível a sua realização
imediata, será a audiência designada para um dos
§ 2º As partes comunicarão ao juízo as mudanças de
quinze dias subsequentes, cientes, desde logo, as partes
endereço ocorridas no curso do processo, reputando-se
e testemunhas eventualmente presentes.
eficazes as intimações enviadas ao local anteriormente
indicado, na ausência da comunicação. Art. 28. Na audiência de instrução e julgamento serão
ouvidas as partes, colhida a prova e, em seguida,
Seção VII
proferida a sentença.
Da Revelia
Art. 29. Serão decididos de plano todos os incidentes
Art. 20. Não comparecendo o demandado à sessão de que possam interferir no regular prosseguimento da
conciliação ou à audiência de instrução e julgamento, audiência. As demais questões serão decididas na
reputar-se-ão verdadeiros os fatos alegados no pedido sentença.
inicial, salvo se o contrário resultar da convicção do Juiz.

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Parágrafo único. Sobre os documentos apresentados Art. 36. A prova oral não será reduzida a escrito,
por uma das partes, manifestar-se-á imediatamente a devendo a sentença referir, no essencial, os informes
parte contrária, sem interrupção da audiência. trazidos nos depoimentos.
Seção X Art. 37. A instrução poderá ser dirigida por Juiz leigo, sob
a supervisão de Juiz togado.
Da Resposta do Réu
Seção XII
Art. 30. A contestação, que será oral ou escrita, conterá
toda matéria de defesa, exceto argüição de suspeição Da Sentença
ou impedimento do Juiz, que se processará na forma da
Art. 38. A sentença mencionará os elementos de
legislação em vigor.
convicção do Juiz, com breve resumo dos fatos
Art. 31. Não se admitirá a reconvenção. É lícito ao réu, relevantes ocorridos em audiência, dispensado o
na contestação, formular pedido em seu favor, nos relatório.
limites do art. 3º desta Lei, desde que fundado nos
Parágrafo único. Não se admitirá sentença condenatória
mesmos fatos que constituem objeto da controvérsia.
por quantia ilíquida, ainda que genérico o pedido.
Parágrafo único. O autor poderá responder ao pedido
Art. 39. É ineficaz a sentença condenatória na parte que
do réu na própria audiência ou requerer a designação
exceder a alçada estabelecida nesta Lei.
da nova data, que será desde logo fixada, cientes todos
os presentes. Art. 40. O Juiz leigo que tiver dirigido a instrução
proferirá sua decisão e imediatamente a submeterá ao
Seção XI
Juiz togado, que poderá homologá-la, proferir outra em
Das Provas substituição ou, antes de se manifestar, determinar a
realização de atos probatórios indispensáveis.
Art. 32. Todos os meios de prova moralmente legítimos,
ainda que não especificados em lei, são hábeis para Art. 41. Da sentença, excetuada a homologatória de
provar a veracidade dos fatos alegados pelas partes. conciliação ou laudo arbitral, caberá recurso para o
próprio Juizado.
Art. 33. Todas as provas serão produzidas na audiência
de instrução e julgamento, ainda que não requeridas § 1º O recurso será julgado por uma turma composta
previamente, podendo o Juiz limitar ou excluir as que por três Juízes togados, em exercício no primeiro grau
considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias. de jurisdição, reunidos na sede do Juizado.
Art. 34. As testemunhas, até o máximo de três para cada § 2º No recurso, as partes serão obrigatoriamente
parte, comparecerão à audiência de instrução e representadas por advogado.
julgamento levadas pela parte que as tenha arrolado,
Art. 42. O recurso será interposto no prazo de dez dias,
independentemente de intimação, ou mediante esta, se
contados da ciência da sentença, por petição escrita, da
assim for requerido.
qual constarão as razões e o pedido do recorrente.
§ 1º O requerimento para intimação das testemunhas
§ 1º O preparo será feito, independentemente de
será apresentado à Secretaria no mínimo cinco dias
intimação, nas quarenta e oito horas seguintes à
antes da audiência de instrução e julgamento.
interposição, sob pena de deserção.
§ 2º Não comparecendo a testemunha intimada, o Juiz
§ 2º Após o preparo, a Secretaria intimará o recorrido
poderá determinar sua imediata condução, valendo-se,
para oferecer resposta escrita no prazo de dez dias.
se necessário, do concurso da força pública.
Art. 43. O recurso terá somente efeito devolutivo,
Art. 35. Quando a prova do fato exigir, o Juiz poderá
podendo o Juiz dar-lhe efeito suspensivo, para evitar
inquirir técnicos de sua confiança, permitida às partes a
dano irreparável para a parte.
apresentação de parecer técnico.
Art. 44. As partes poderão requerer a transcrição da
Parágrafo único. No curso da audiência, poderá o Juiz,
gravação da fita magnética a que alude o § 3º do art. 13
de ofício ou a requerimento das partes, realizar
desta Lei, correndo por conta do requerente as
inspeção em pessoas ou coisas, ou determinar que o
despesas respectivas.
faça pessoa de sua confiança, que lhe relatará
informalmente o verificado. Art. 45. As partes serão intimadas da data da sessão de
julgamento.

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Art. 46. O julgamento em segunda instância constará Art. 52. A execução da sentença processar-se-á no
apenas da ata, com a indicação suficiente do processo, próprio Juizado, aplicando-se, no que couber, o disposto
fundamentação sucinta e parte dispositiva. Se a no Código de Processo Civil, com as seguintes
sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a alterações:
súmula do julgamento servirá de acórdão.
I - as sentenças serão necessariamente líquidas,
Art. 47. (VETADO) contendo a conversão em Bônus do Tesouro Nacional -
BTN ou índice equivalente;
Seção XIII
II - os cálculos de conversão de índices, de honorários,
Dos Embargos de Declaração
de juros e de outras parcelas serão efetuados por
Art. 48. Caberão embargos de declaração contra servidor judicial;
sentença ou acórdão nos casos previstos no Código de
III - a intimação da sentença será feita, sempre que
Processo Civil. (Redação dada pela Lei nº
possível, na própria audiência em que for proferida.
13.105, de 2015) (Vigência)
Nessa intimação, o vencido será instado a cumprir a
Parágrafo único. Os erros materiais podem ser sentença tão logo ocorra seu trânsito em julgado, e
corrigidos de ofício. advertido dos efeitos do seu descumprimento (inciso V);
Art. 49. Os embargos de declaração serão interpostos IV - não cumprida voluntariamente a sentença
por escrito ou oralmente, no prazo de cinco dias, transitada em julgado, e tendo havido solicitação do
contados da ciência da decisão. interessado, que poderá ser verbal, proceder-se-á
desde logo à execução, dispensada nova citação;
Art. 50. Os embargos de declaração interrompem o
prazo para a interposição de recurso. (Redação V - nos casos de obrigação de entregar, de fazer, ou de
dada pela Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência) não fazer, o Juiz, na sentença ou na fase de execução,
cominará multa diária, arbitrada de acordo com as
Seção XIV
condições econômicas do devedor, para a hipótese de
Da Extinção do Processo Sem Julgamento do Mérito inadimplemento. Não cumprida a obrigação, o credor
poderá requerer a elevação da multa ou a
Art. 51. Extingue-se o processo, além dos casos
transformação da condenação em perdas e danos, que
previstos em lei:
o Juiz de imediato arbitrará, seguindo-se a execução por
I - quando o autor deixar de comparecer a qualquer das quantia certa, incluída a multa vencida de obrigação de
audiências do processo; dar, quando evidenciada a malícia do devedor na
execução do julgado;
II - quando inadmissível o procedimento instituído por
esta Lei ou seu prosseguimento, após a conciliação; VI - na obrigação de fazer, o Juiz pode determinar o
cumprimento por outrem, fixado o valor que o devedor
III - quando for reconhecida a incompetência territorial;
deve depositar para as despesas, sob pena de multa
IV - quando sobrevier qualquer dos impedimentos diária;
previstos no art. 8º desta Lei;
VII - na alienação forçada dos bens, o Juiz poderá
V - quando, falecido o autor, a habilitação depender de autorizar o devedor, o credor ou terceira pessoa idônea
sentença ou não se der no prazo de trinta dias; a tratar da alienação do bem penhorado, a qual se
VI - quando, falecido o réu, o autor não promover a aperfeiçoará em juízo até a data fixada para a praça ou
citação dos sucessores no prazo de trinta dias da ciência leilão. Sendo o preço inferior ao da avaliação, as partes
do fato. serão ouvidas. Se o pagamento não for à vista, será
oferecida caução idônea, nos casos de alienação de bem
§ 1º A extinção do processo independerá, em qualquer móvel, ou hipotecado o imóvel;
hipótese, de prévia intimação pessoal das partes.
VIII - é dispensada a publicação de editais em jornais,
§ 2º No caso do inciso I deste artigo, quando comprovar quando se tratar de alienação de bens de pequeno
que a ausência decorre de força maior, a parte poderá valor;
ser isentada, pelo Juiz, do pagamento das custas.
IX - o devedor poderá oferecer embargos, nos autos da
Seção XV execução, versando sobre:
Da Execução a) falta ou nulidade da citação no processo, se ele correu
à revelia;

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b) manifesto excesso de execução; III - tratar-se de execução de sentença que tenha sido
objeto de recurso improvido do devedor.
c) erro de cálculo;
Seção XVII
d) causa impeditiva, modificativa ou extintiva da
obrigação, superveniente à sentença. Disposições Finais
Art. 53. A execução de título executivo extrajudicial, no Art. 56. Instituído o Juizado Especial, serão implantadas
valor de até quarenta salários mínimos, obedecerá ao as curadorias necessárias e o serviço de assistência
disposto no Código de Processo Civil, com as judiciária.
modificações introduzidas por esta Lei.
Art. 57. O acordo extrajudicial, de qualquer natureza ou
§ 1º Efetuada a penhora, o devedor será intimado a valor, poderá ser homologado, no juízo competente,
comparecer à audiência de conciliação, quando poderá independentemente de termo, valendo a sentença
oferecer embargos (art. 52, IX), por escrito ou como título executivo judicial.
verbalmente.
Parágrafo único. Valerá como título extrajudicial o
§ 2º Na audiência, será buscado o meio mais rápido e acordo celebrado pelas partes, por instrumento escrito,
eficaz para a solução do litígio, se possível com dispensa referendado pelo órgão competente do Ministério
da alienação judicial, devendo o conciliador propor, Público.
entre outras medidas cabíveis, o pagamento do débito
Art. 58. As normas de organização judiciária local
a prazo ou a prestação, a dação em pagamento ou a
poderão estender a conciliação prevista nos arts. 22 e
imediata adjudicação do bem penhorado.
23 a causas não abrangidas por esta Lei.
§ 3º Não apresentados os embargos em audiência, ou
Art. 59. Não se admitirá ação rescisória nas causas
julgados improcedentes, qualquer das partes poderá
sujeitas ao procedimento instituído por esta Lei.
requerer ao Juiz a adoção de uma das alternativas do
parágrafo anterior. CAPÍTULO III
§ 4º Não encontrado o devedor ou inexistindo bens Dos Juizados Especiais Criminais
penhoráveis, o processo será imediatamente extinto,
Disposições Gerais
devolvendo-se os documentos ao autor.
Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes
Seção XVI
togados ou togados e leigos, tem competência para a
Das Despesas conciliação, o julgamento e a execução das infrações
penais de menor potencial ofensivo, respeitadas as
Art. 54. O acesso ao Juizado Especial independerá, em
regras de conexão e continência. (Redação
primeiro grau de jurisdição, do pagamento de custas,
dada pela Lei nº 11.313, de 2006)
taxas ou despesas.
Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o
Parágrafo único. O preparo do recurso, na forma do § 1º
juízo comum ou o tribunal do júri, decorrentes da
do art. 42 desta Lei, compreenderá todas as despesas
aplicação das regras de conexão e continência,
processuais, inclusive aquelas dispensadas em primeiro
observar-se-ão os institutos da transação penal e da
grau de jurisdição, ressalvada a hipótese de assistência
composição dos danos civis. (Incluído pela Lei
judiciária gratuita.
nº 11.313, de 2006)
Art. 55. A sentença de primeiro grau não condenará o
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor
vencido em custas e honorários de advogado,
potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as
ressalvados os casos de litigância de má-fé. Em segundo
contravenções penais e os crimes a que a lei comine
grau, o recorrente, vencido, pagará as custas e
pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou
honorários de advogado, que serão fixados entre dez
não com multa. (Redação dada pela Lei nº
por cento e vinte por cento do valor de condenação ou,
11.313, de 2006)
não havendo condenação, do valor corrigido da causa.
Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar-
Parágrafo único. Na execução não serão contadas
se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade,
custas, salvo quando:
informalidade, economia processual e celeridade,
I - reconhecida a litigância de má-fé; objetivando, sempre que possível, a reparação dos
danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena não
II - improcedentes os embargos do devedor;
privativa de liberdade. (Redação dada pela
Lei nº 13.603, de 2018)

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Seção I fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos


exames periciais necessários.
Da Competência e dos Atos Processuais
Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura
Art. 63. A competência do Juizado será determinada
do termo, for imediatamente encaminhado ao juizado
pelo lugar em que foi praticada a infração penal.
ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não se
Art. 64. Os atos processuais serão públicos e poderão imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em
realizar-se em horário noturno e em qualquer dia da caso de violência doméstica, o juiz poderá determinar,
semana, conforme dispuserem as normas de como medida de cautela, seu afastamento do lar,
organização judiciária. domicílio ou local de convivência com a vítima.
(Redação dada pela Lei nº 10.455, de 13.5.2002))
Art. 65. Os atos processuais serão válidos sempre que
preencherem as finalidades para as quais foram Art. 70. Comparecendo o autor do fato e a vítima, e não
realizados, atendidos os critérios indicados no art. 62 sendo possível a realização imediata da audiência
desta Lei. preliminar, será designada data próxima, da qual ambos
sairão cientes.
§ 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que
tenha havido prejuízo. Art. 71. Na falta do comparecimento de qualquer dos
envolvidos, a Secretaria providenciará sua intimação e,
§ 2º A prática de atos processuais em outras comarcas
se for o caso, a do responsável civil, na forma dos arts.
poderá ser solicitada por qualquer meio hábil de
67 e 68 desta Lei.
comunicação.
Art. 72. Na audiência preliminar, presente o
§ 3º Serão objeto de registro escrito exclusivamente os
representante do Ministério Público, o autor do fato e a
atos havidos por essenciais. Os atos realizados em
vítima e, se possível, o responsável civil, acompanhados
audiência de instrução e julgamento poderão ser
por seus advogados, o Juiz esclarecerá sobre a
gravados em fita magnética ou equivalente.
possibilidade da composição dos danos e da aceitação
Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio da proposta de aplicação imediata de pena não privativa
Juizado, sempre que possível, ou por mandado. de liberdade.
Parágrafo único. Não encontrado o acusado para ser Art. 73. A conciliação será conduzida pelo Juiz ou por
citado, o Juiz encaminhará as peças existentes ao Juízo conciliador sob sua orientação.
comum para adoção do procedimento previsto em lei.
Parágrafo único. Os conciliadores são auxiliares da
Art. 67. A intimação far-se-á por correspondência, com Justiça, recrutados, na forma da lei local,
aviso de recebimento pessoal ou, tratando-se de pessoa preferentemente entre bacharéis em Direito, excluídos
jurídica ou firma individual, mediante entrega ao os que exerçam funções na administração da Justiça
encarregado da recepção, que será obrigatoriamente Criminal.
identificado, ou, sendo necessário, por oficial de justiça,
Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a
independentemente de mandado ou carta precatória,
escrito e, homologada pelo Juiz mediante sentença
ou ainda por qualquer meio idôneo de comunicação.
irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no
Parágrafo único. Dos atos praticados em audiência juízo civil competente.
considerar-se-ão desde logo cientes as partes, os
Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa
interessados e defensores.
privada ou de ação penal pública condicionada à
Art. 68. Do ato de intimação do autor do fato e do representação, o acordo homologado acarreta a
mandado de citação do acusado, constará a renúncia ao direito de queixa ou representação.
necessidade de seu comparecimento acompanhado de
Art. 75. Não obtida a composição dos danos civis, será
advogado, com a advertência de que, na sua falta, ser-
dada imediatamente ao ofendido a oportunidade de
lhe-á designado defensor público.
exercer o direito de representação verbal, que será
Seção II reduzida a termo.
Da Fase Preliminar Parágrafo único. O não oferecimento da representação
na audiência preliminar não implica decadência do
Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento
direito, que poderá ser exercido no prazo previsto em
da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o
lei.
encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do

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Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de Público poderá requerer ao Juiz o encaminhamento das
crime de ação penal pública incondicionada, não sendo peças existentes, na forma do parágrafo único do art. 66
caso de arquivamento, o Ministério Público poderá desta Lei.
propor a aplicação imediata de pena restritiva de
§ 3º Na ação penal de iniciativa do ofendido poderá ser
direitos ou multas, a ser especificada na proposta.
oferecida queixa oral, cabendo ao Juiz verificar se a
§ 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única complexidade e as circunstâncias do caso determinam a
aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a metade. adoção das providências previstas no parágrafo único
do art. 66 desta Lei.
§ 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:
Art. 78. Oferecida a denúncia ou queixa, será reduzida a
I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática
termo, entregando-se cópia ao acusado, que com ela
de crime, à pena privativa de liberdade, por sentença
ficará citado e imediatamente cientificado da
definitiva;
designação de dia e hora para a audiência de instrução
II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no e julgamento, da qual também tomarão ciência o
prazo de cinco anos, pela aplicação de pena restritiva ou Ministério Público, o ofendido, o responsável civil e seus
multa, nos termos deste artigo; advogados.
III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a § 1º Se o acusado não estiver presente, será citado na
personalidade do agente, bem como os motivos e as forma dos arts. 66 e 68 desta Lei e cientificado da data
circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da da audiência de instrução e julgamento, devendo a ela
medida. trazer suas testemunhas ou apresentar requerimento
para intimação, no mínimo cinco dias antes de sua
§ 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu
realização.
defensor, será submetida à apreciação do Juiz.
§ 2º Não estando presentes o ofendido e o responsável
§ 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita
civil, serão intimados nos termos do art. 67 desta Lei
pelo autor da infração, o Juiz aplicará a pena restritiva
para comparecerem à audiência de instrução e
de direitos ou multa, que não importará em
julgamento.
reincidência, sendo registrada apenas para impedir
novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos. § 3º As testemunhas arroladas serão intimadas na forma
prevista no art. 67 desta Lei.
§ 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá
a apelação referida no art. 82 desta Lei. Art. 79. No dia e hora designados para a audiência de
instrução e julgamento, se na fase preliminar não tiver
§ 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste
havido possibilidade de tentativa de conciliação e de
artigo não constará de certidão de antecedentes
oferecimento de proposta pelo Ministério Público,
criminais, salvo para os fins previstos no mesmo
proceder-se-á nos termos dos arts. 72, 73, 74 e 75 desta
dispositivo, e não terá efeitos civis, cabendo aos
Lei.
interessados propor ação cabível no juízo cível.
Art. 80. Nenhum ato será adiado, determinando o Juiz,
Seção III
quando imprescindível, a condução coercitiva de quem
Do Procedimento Sumariíssimo deva comparecer.
Art. 77. Na ação penal de iniciativa pública, quando não Art. 81. Aberta a audiência, será dada a palavra ao
houver aplicação de pena, pela ausência do autor do defensor para responder à acusação, após o que o Juiz
fato, ou pela não ocorrência da hipótese prevista no art. receberá, ou não, a denúncia ou queixa; havendo
76 desta Lei, o Ministério Público oferecerá ao Juiz, de recebimento, serão ouvidas a vítima e as testemunhas
imediato, denúncia oral, se não houver necessidade de de acusação e defesa, interrogando-se a seguir o
diligências imprescindíveis. acusado, se presente, passando-se imediatamente aos
debates orais e à prolação da sentença.
§ 1º Para o oferecimento da denúncia, que será
elaborada com base no termo de ocorrência referido no § 1º Todas as provas serão produzidas na audiência de
art. 69 desta Lei, com dispensa do inquérito policial, instrução e julgamento, podendo o Juiz limitar ou excluir
prescindir-se-á do exame do corpo de delito quando a as que considerar excessivas, impertinentes ou
materialidade do crime estiver aferida por boletim protelatórias.
médico ou prova equivalente.
§ 2º De todo o ocorrido na audiência será lavrado termo,
§ 2º Se a complexidade ou circunstâncias do caso não assinado pelo Juiz e pelas partes, contendo breve
permitirem a formulação da denúncia, o Ministério

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resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência e a Art. 86. A execução das penas privativas de liberdade e
sentença. restritivas de direitos, ou de multa cumulada com estas,
será processada perante o órgão competente, nos
§ 3º A sentença, dispensado o relatório, mencionará os
termos da lei.
elementos de convicção do Juiz.
Seção V
Art. 82. Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e
da sentença caberá apelação, que poderá ser julgada Das Despesas Processuais
por turma composta de três Juízes em exercício no
Art. 87. Nos casos de homologação do acordo civil e
primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede do
aplicação de pena restritiva de direitos ou multa (arts.
Juizado.
74 e 76, § 4º), as despesas processuais serão reduzidas,
§ 1º A apelação será interposta no prazo de dez dias, conforme dispuser lei estadual.
contados da ciência da sentença pelo Ministério
Seção VI
Público, pelo réu e seu defensor, por petição escrita, da
qual constarão as razões e o pedido do recorrente. Disposições Finais
§ 2º O recorrido será intimado para oferecer resposta Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da
escrita no prazo de dez dias. legislação especial, dependerá de representação a ação
penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e
§ 3º As partes poderão requerer a transcrição da
lesões culposas.
gravação da fita magnética a que alude o § 3º do art. 65
desta Lei. Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for
igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta
§ 4º As partes serão intimadas da data da sessão de
Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá
julgamento pela imprensa.
propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos,
§ 5º Se a sentença for confirmada pelos próprios desde que o acusado não esteja sendo processado ou
fundamentos, a súmula do julgamento servirá de não tenha sido condenado por outro crime, presentes
acórdão. os demais requisitos que autorizariam a suspensão
condicional da pena (art. 77 do Código Penal).
Art. 83. Cabem embargos de declaração quando, em
sentença ou acórdão, houver obscuridade, contradição § 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na
ou omissão. (Redação dada pela Lei nº presença do Juiz, este, recebendo a denúncia, poderá
13.105, de 2015) (Vigência) suspender o processo, submetendo o acusado a período
de prova, sob as seguintes condições:
§ 1º Os embargos de declaração serão opostos por
escrito ou oralmente, no prazo de cinco dias, contados I - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;
da ciência da decisão.
II - proibição de freqüentar determinados lugares;
§ 2º Os embargos de declaração interrompem o prazo
III - proibição de ausentar-se da comarca onde reside,
para a interposição de recurso. (Redação
sem autorização do Juiz;
dada pela Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência)
IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo,
§ 3º Os erros materiais podem ser corrigidos de ofício.
mensalmente, para informar e justificar suas atividades.
Seção IV
§ 2º O Juiz poderá especificar outras condições a que
Da Execução fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao
fato e à situação pessoal do acusado.
Art. 84. Aplicada exclusivamente pena de multa, seu
cumprimento far-se-á mediante pagamento na § 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o
Secretaria do Juizado. beneficiário vier a ser processado por outro crime ou
não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do
Parágrafo único. Efetuado o pagamento, o Juiz declarará
dano.
extinta a punibilidade, determinando que a condenação
não fique constando dos registros criminais, exceto para § 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier
fins de requisição judicial. a ser processado, no curso do prazo, por contravenção,
ou descumprir qualquer outra condição imposta.
Art. 85. Não efetuado o pagamento de multa, será feita
a conversão em pena privativa da liberdade, ou § 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará
restritiva de direitos, nos termos previstos em lei. extinta a punibilidade.

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§ 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de Este texto não substitui o publicado no DOU de
suspensão do processo. 27.9.1995
§ 7º Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste
artigo, o processo prosseguirá em seus ulteriores LEI Nº 9.279/1996
termos.
Regula direitos e obrigações relativos à propriedade
Art. 90. As disposições desta Lei não se aplicam aos
industrial.
processos penais cuja instrução já estiver iniciada.
(Vide ADIN nº 1.719-9) O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
Art. 90-A. As disposições desta Lei não se aplicam no
Lei:
âmbito da Justiça Militar. (Artigo incluído pela Lei nº
9.839, de 27.9.1999) Art. 1º Esta Lei regula direitos e obrigações relativos à
propriedade industrial.
Art. 91. Nos casos em que esta Lei passa a exigir
representação para a propositura da ação penal pública, Art. 2º A proteção dos direitos relativos à propriedade
o ofendido ou seu representante legal será intimado industrial, considerado o seu interesse social e o
para oferecê-la no prazo de trinta dias, sob pena de desenvolvimento tecnológico e econômico do País,
decadência. efetua-se mediante:
Art. 92. Aplicam-se subsidiariamente as disposições dos I - concessão de patentes de invenção e de modelo de
Códigos Penal e de Processo Penal, no que não forem utilidade;
incompatíveis com esta Lei.
II - concessão de registro de desenho industrial;
Capítulo IV
III - concessão de registro de marca;
Disposições Finais Comuns
IV - repressão às falsas indicações geográficas; e
Art. 93. Lei Estadual disporá sobre o Sistema de Juizados
V - repressão à concorrência desleal.
Especiais Cíveis e Criminais, sua organização,
composição e competência. Art. 3º Aplica-se também o disposto nesta Lei:
Art. 94. Os serviços de cartório poderão ser prestados, e I - ao pedido de patente ou de registro proveniente do
as audiências realizadas fora da sede da Comarca, em exterior e depositado no País por quem tenha proteção
bairros ou cidades a ela pertencentes, ocupando assegurada por tratado ou convenção em vigor no
instalações de prédios públicos, de acordo com Brasil; e
audiências previamente anunciadas.
II - aos nacionais ou pessoas domiciliadas em país que
Art. 95. Os Estados, Distrito Federal e Territórios criarão assegure aos brasileiros ou pessoas domiciliadas no
e instalarão os Juizados Especiais no prazo de seis Brasil a reciprocidade de direitos iguais ou equivalentes.
meses, a contar da vigência desta Lei.
Art. 4º As disposições dos tratados em vigor no Brasil
Parágrafo único. No prazo de 6 (seis) meses, contado da são aplicáveis, em igualdade de condições, às pessoas
publicação desta Lei, serão criados e instalados os físicas e jurídicas nacionais ou domiciliadas no País.
Juizados Especiais Itinerantes, que deverão dirimir,
Art. 5º Consideram-se bens móveis, para os efeitos
prioritariamente, os conflitos existentes nas áreas rurais
legais, os direitos de propriedade industrial.
ou nos locais de menor concentração populacional.
(Redação dada pela Lei nº 12.726, de 2012) TÍTULO I
Art. 96. Esta Lei entra em vigor no prazo de sessenta dias Das Patentes
após a sua publicação.
CAPÍTULO I
Art. 97. Ficam revogadas a Lei nº 4.611, de 2 de abril de
Da Titularidade
1965 e a Lei nº 7.244, de 7 de novembro de 1984.
Art. 6º Ao autor de invenção ou modelo de utilidade
Brasília, 26 de setembro de 1995; 174º da
será assegurado o direito de obter a patente que lhe
Independência e 107º da República.
garanta a propriedade, nas condições estabelecidas
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO nesta Lei.
Nelson A. Jobim § 1º Salvo prova em contrário, presume-se o requerente
legitimado a obter a patente.

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§ 2º A patente poderá ser requerida em nome próprio, VIII - técnicas e métodos operatórios ou cirúrgicos, bem
pelos herdeiros ou sucessores do autor, pelo cessionário como métodos terapêuticos ou de diagnóstico, para
ou por aquele a quem a lei ou o contrato de trabalho ou aplicação no corpo humano ou animal; e
de prestação de serviços determinar que pertença a
IX - o todo ou parte de seres vivos naturais e materiais
titularidade.
biológicos encontrados na natureza, ou ainda que dela
§ 3º Quando se tratar de invenção ou de modelo de isolados, inclusive o genoma ou germoplasma de
utilidade realizado conjuntamente por duas ou mais qualquer ser vivo natural e os processos biológicos
pessoas, a patente poderá ser requerida por todas ou naturais.
qualquer delas, mediante nomeação e qualificação das
Art. 11. A invenção e o modelo de utilidade são
demais, para ressalva dos respectivos direitos.
considerados novos quando não compreendidos no
§ 4º O inventor será nomeado e qualificado, podendo estado da técnica.
requerer a não divulgação de sua nomeação.
§ 1º O estado da técnica é constituído por tudo aquilo
Art. 7º Se dois ou mais autores tiverem realizado a tornado acessível ao público antes da data de depósito
mesma invenção ou modelo de utilidade, de forma do pedido de patente, por descrição escrita ou oral, por
independente, o direito de obter patente será uso ou qualquer outro meio, no Brasil ou no exterior,
assegurado àquele que provar o depósito mais antigo, ressalvado o disposto nos arts. 12, 16 e 17.
independentemente das datas de invenção ou criação.
§ 2º Para fins de aferição da novidade, o conteúdo
Parágrafo único. A retirada de depósito anterior sem completo de pedido depositado no Brasil, e ainda não
produção de qualquer efeito dará prioridade ao publicado, será considerado estado da técnica a partir
depósito imediatamente posterior. da data de depósito, ou da prioridade reivindicada,
desde que venha a ser publicado, mesmo que
CAPÍTULO II
subseqüentemente.
Da Patenteabilidade
§ 3º O disposto no parágrafo anterior será aplicado ao
Seção I pedido internacional de patente depositado segundo
tratado ou convenção em vigor no Brasil, desde que haja
Das Invenções E Dos Modelos De Utilidade
processamento nacional.
Patenteáveis
Art. 12. Não será considerada como estado da técnica a
Art. 8º É patenteável a invenção que atenda aos
divulgação de invenção ou modelo de utilidade, quando
requisitos de novidade, atividade inventiva e aplicação
ocorrida durante os 12 (doze) meses que precederem a
industrial.
data de depósito ou a da prioridade do pedido de
Art. 9º É patenteável como modelo de utilidade o objeto patente, se promovida:
de uso prático, ou parte deste, suscetível de aplicação
I - pelo inventor;
industrial, que apresente nova forma ou disposição,
envolvendo ato inventivo, que resulte em melhoria II - pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial -
funcional no seu uso ou em sua fabricação. INPI, através de publicação oficial do pedido de patente
depositado sem o consentimento do inventor, baseado
Art. 10. Não se considera invenção nem modelo de
em informações deste obtidas ou em decorrência de
utilidade:
atos por ele realizados; ou
I - descobertas, teorias científicas e métodos
III - por terceiros, com base em informações obtidas
matemáticos;
direta ou indiretamente do inventor ou em decorrência
II - concepções puramente abstratas; de atos por este realizados.
III - esquemas, planos, princípios ou métodos Parágrafo único. O INPI poderá exigir do inventor
comerciais, contábeis, financeiros, educativos, declaração relativa à divulgação, acompanhada ou não
publicitários, de sorteio e de fiscalização; de provas, nas condições estabelecidas em
regulamento.
IV - as obras literárias, arquitetônicas, artísticas e
científicas ou qualquer criação estética; Art. 13. A invenção é dotada de atividade inventiva
sempre que, para um técnico no assunto, não decorra
V - programas de computador em si;
de maneira evidente ou óbvia do estado da técnica.
VI - apresentação de informações;
VII - regras de jogo;

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Art. 14. O modelo de utilidade é dotado de ato inventivo publicação deverá ser instruído com a comprovação da
sempre que, para um técnico no assunto, não decorra prioridade.
de maneira comum ou vulgar do estado da técnica.
Art. 17. O pedido de patente de invenção ou de modelo
Art. 15. A invenção e o modelo de utilidade são de utilidade depositado originalmente no Brasil, sem
considerados suscetíveis de aplicação industrial quando reivindicação de prioridade e não publicado, assegurará
possam ser utilizados ou produzidos em qualquer tipo o direito de prioridade ao pedido posterior sobre a
de indústria. mesma matéria depositado no Brasil pelo mesmo
requerente ou sucessores, dentro do prazo de 1 (um)
Seção II
ano.
Da Prioridade
§ 1º A prioridade será admitida apenas para a matéria
Art. 16. Ao pedido de patente depositado em país que revelada no pedido anterior, não se estendendo a
mantenha acordo com o Brasil, ou em organização matéria nova introduzida.
internacional, que produza efeito de depósito nacional,
§ 2º O pedido anterior ainda pendente será considerado
será assegurado direito de prioridade, nos prazos
definitivamente arquivado.
estabelecidos no acordo, não sendo o depósito
invalidado nem prejudicado por fatos ocorridos nesses § 3º O pedido de patente originário de divisão de pedido
prazos. anterior não poderá servir de base a reivindicação de
prioridade.
§ 1º A reivindicação de prioridade será feita no ato de
depósito, podendo ser suplementada dentro de 60 Seção III
(sessenta) dias por outras prioridades anteriores à data
Das Invenções e Dos Modelos de Utilidade Não
do depósito no Brasil.
Patenteáveis
§ 2º A reivindicação de prioridade será comprovada por
Art. 18. Não são patenteáveis:
documento hábil da origem, contendo número, data,
título, relatório descritivo e, se for o caso, reivindicações I - o que for contrário à moral, aos bons costumes e à
e desenhos, acompanhado de tradução simples da segurança, à ordem e à saúde públicas;
certidão de depósito ou documento equivalente,
II - as substâncias, matérias, misturas, elementos ou
contendo dados identificadores do pedido, cujo teor
produtos de qualquer espécie, bem como a modificação
será de inteira responsabilidade do depositante.
de suas propriedades físico-químicas e os respectivos
§ 3º Se não efetuada por ocasião do depósito, a processos de obtenção ou modificação, quando
comprovação deverá ocorrer em até 180 (cento e resultantes de transformação do núcleo atômico; e
oitenta) dias contados do depósito.
III - o todo ou parte dos seres vivos, exceto os
§ 4º Para os pedidos internacionais depositados em microorganismos transgênicos que atendam aos três
virtude de tratado em vigor no Brasil, a tradução requisitos de patenteabilidade - novidade, atividade
prevista no § 2º deverá ser apresentada no prazo de 60 inventiva e aplicação industrial - previstos no art. 8º e
(sessenta) dias contados da data da entrada no que não sejam mera descoberta.
processamento nacional.
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, microorganismos
§ 5º No caso de o pedido depositado no Brasil estar transgênicos são organismos, exceto o todo ou parte de
fielmente contido no documento da origem, será plantas ou de animais, que expressem, mediante
suficiente uma declaração do depositante a este intervenção humana direta em sua composição
respeito para substituir a tradução simples. genética, uma característica normalmente não
alcançável pela espécie em condições naturais.
§ 6º Tratando-se de prioridade obtida por cessão, o
documento correspondente deverá ser apresentado CAPÍTULO III
dentro de 180 (cento e oitenta) dias contados do
Do Pedido De Patente
depósito, ou, se for o caso, em até 60 (sessenta) dias da
data da entrada no processamento nacional, Seção I
dispensada a legalização consular no país de origem.
Do Depósito do Pedido
§ 7º A falta de comprovação nos prazos estabelecidos
Art. 19. O pedido de patente, nas condições
neste artigo acarretará a perda da prioridade.
estabelecidas pelo INPI, conterá:
§ 8º Em caso de pedido depositado com reivindicação
I - requerimento;
de prioridade, o requerimento para antecipação de

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II - relatório descritivo; Art. 26. O pedido de patente poderá ser dividido em dois
ou mais, de ofício ou a requerimento do depositante,
III - reivindicações;
até o final do exame, desde que o pedido dividido:
IV - desenhos, se for o caso;
I - faça referência específica ao pedido original; e
V - resumo; e
II - não exceda à matéria revelada constante do pedido
VI - comprovante do pagamento da retribuição relativa original.
ao depósito.
Parágrafo único. O requerimento de divisão em
Art. 20. Apresentado o pedido, será ele submetido a desacordo com o disposto neste artigo será arquivado.
exame formal preliminar e, se devidamente instruído,
Art. 27. Os pedidos divididos terão a data de depósito
será protocolizado, considerada a data de depósito a da
do pedido original e o benefício de prioridade deste, se
sua apresentação.
for o caso.
Art. 21. O pedido que não atender formalmente ao
Art. 28. Cada pedido dividido estará sujeito a
disposto no art. 19, mas que contiver dados relativos ao
pagamento das retribuições correspondentes.
objeto, ao depositante e ao inventor, poderá ser
entregue, mediante recibo datado, ao INPI, que Art. 29. O pedido de patente retirado ou abandonado
estabelecerá as exigências a serem cumpridas, no prazo será obrigatoriamente publicado.
de 30 (trinta) dias, sob pena de devolução ou
§ 1º O pedido de retirada deverá ser apresentado em
arquivamento da documentação.
até 16 (dezesseis) meses, contados da data do depósito
Parágrafo único. Cumpridas as exigências, o depósito ou da prioridade mais antiga.
será considerado como efetuado na data do recibo.
§ 2º A retirada de um depósito anterior sem produção
Seção II de qualquer efeito dará prioridade ao depósito
imediatamente posterior.
Das Condições do Pedido
Seção III
Art. 22. O pedido de patente de invenção terá de se
referir a uma única invenção ou a um grupo de Do Processo e do Exame do Pedido
invenções inter-relacionadas de maneira a
Art. 30. O pedido de patente será mantido em sigilo
compreenderem um único conceito inventivo.
durante 18 (dezoito) meses contados da data de
Art. 23. O pedido de patente de modelo de utilidade terá depósito ou da prioridade mais antiga, quando houver,
de se referir a um único modelo principal, que poderá após o que será publicado, à exceção do caso previsto
incluir uma pluralidade de elementos distintos, no art. 75.
adicionais ou variantes construtivas ou configurativas,
§ 1º A publicação do pedido poderá ser antecipada a
desde que mantida a unidade técnico-funcional e
requerimento do depositante.
corporal do objeto.
§ 2º Da publicação deverão constar dados
Art. 24. O relatório deverá descrever clara e
identificadores do pedido de patente, ficando cópia do
suficientemente o objeto, de modo a possibilitar sua
relatório descritivo, das reivindicações, do resumo e dos
realização por técnico no assunto e indicar, quando for
desenhos à disposição do público no INPI.
o caso, a melhor forma de execução.
§ 3º No caso previsto no parágrafo único do art. 24, o
Parágrafo único. No caso de material biológico essencial
material biológico tornar-se-á acessível ao público com
à realização prática do objeto do pedido, que não possa
a publicação de que trata este artigo.
ser descrito na forma deste artigo e que não estiver
acessível ao público, o relatório será suplementado por Art. 31. Publicado o pedido de patente e até o final do
depósito do material em instituição autorizada pelo INPI exame, será facultada a apresentação, pelos
ou indicada em acordo internacional. interessados, de documentos e informações para
subsidiarem o exame.
Art. 25. As reivindicações deverão ser fundamentadas
no relatório descritivo, caracterizando as Parágrafo único. O exame não será iniciado antes de
particularidades do pedido e definindo, de modo claro e decorridos 60 (sessenta) dias da publicação do pedido.
preciso, a matéria objeto da proteção.
Art. 32. Para melhor esclarecer ou definir o pedido de
patente, o depositante poderá efetuar alterações até o

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requerimento do exame, desde que estas se limitem à Da Concessão da Patente


matéria inicialmente revelada no pedido.
Art. 38. A patente será concedida depois de deferido o
Art. 33. O exame do pedido de patente deverá ser pedido, e comprovado o pagamento da retribuição
requerido pelo depositante ou por qualquer correspondente, expedindo-se a respectiva carta-
interessado, no prazo de 36 (trinta e seis) meses patente.
contados da data do depósito, sob pena do
§ 1º O pagamento da retribuição e respectiva
arquivamento do pedido.
comprovação deverão ser efetuados no prazo de 60
Parágrafo único. O pedido de patente poderá ser (sessenta) dias contados do deferimento.
desarquivado, se o depositante assim o requerer,
§ 2º A retribuição prevista neste artigo poderá ainda ser
dentro de 60 (sessenta) dias contados do arquivamento,
paga e comprovada dentro de 30 (trinta) dias após o
mediante pagamento de uma retribuição específica, sob
prazo previsto no parágrafo anterior,
pena de arquivamento definitivo.
independentemente de notificação, mediante
Art. 34. Requerido o exame, deverão ser apresentados, pagamento de retribuição específica, sob pena de
no prazo de 60 (sessenta) dias, sempre que solicitado, arquivamento definitivo do pedido.
sob pena de arquivamento do pedido:
§ 3º Reputa-se concedida a patente na data de
I - objeções, buscas de anterioridade e resultados de publicação do respectivo ato.
exame para concessão de pedido correspondente em
Art. 39. Da carta-patente deverão constar o número, o
outros países, quando houver reivindicação de
título e a natureza respectivos, o nome do inventor,
prioridade;
observado o disposto no § 4º do art. 6º, a qualificação e
II - documentos necessários à regularização do processo o domicílio do titular, o prazo de vigência, o relatório
e exame do pedido; e descritivo, as reivindicações e os desenhos, bem como
os dados relativos à prioridade.
III - tradução simples do documento hábil referido no §
2º do art. 16, caso esta tenha sido substituída pela Seção II
declaração prevista no § 5º do mesmo artigo.
Da Vigência da Patente
Art. 35. Por ocasião do exame técnico, será elaborado o
Art. 40. A patente de invenção vigorará pelo prazo de 20
relatório de busca e parecer relativo a:
(vinte) anos e a de modelo de utilidade pelo prazo 15
I - patenteabilidade do pedido; (quinze) anos contados da data de depósito.
II - adaptação do pedido à natureza reivindicada; Parágrafo único. O prazo de vigência não será inferior a
10 (dez) anos para a patente de invenção e a 7 (sete)
III - reformulação do pedido ou divisão; ou
anos para a patente de modelo de utilidade, a contar da
IV - exigências técnicas. data de concessão, ressalvada a hipótese de o INPI estar
impedido de proceder ao exame de mérito do pedido,
Art. 36. Quando o parecer for pela não patenteabilidade
por pendência judicial comprovada ou por motivo de
ou pelo não enquadramento do pedido na natureza
força maior.
reivindicada ou formular qualquer exigência, o
depositante será intimado para manifestar-se no prazo CAPÍTULO V
de 90 (noventa) dias.
Da Proteção Conferida Pela Patente
§ 1º Não respondida a exigência, o pedido será
Seção I
definitivamente arquivado.
Dos Direitos
§ 2º Respondida a exigência, ainda que não cumprida,
ou contestada sua formulação, e havendo ou não Art. 41. A extensão da proteção conferida pela patente
manifestação sobre a patenteabilidade ou o será determinada pelo teor das reivindicações,
enquadramento, dar-se-á prosseguimento ao exame. interpretado com base no relatório descritivo e nos
desenhos.
Art. 37. Concluído o exame, será proferida decisão,
deferindo ou indeferindo o pedido de patente. Art. 42. A patente confere ao seu titular o direito de
impedir terceiro, sem o seu consentimento, de produzir,
CAPÍTULO IV
usar, colocar à venda, vender ou importar com estes
Da Concessão E Da Vigência Da Patente propósitos:
Seção I I - produto objeto de patente;

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II - processo ou produto obtido diretamente por objeto, inclusive em relação à exploração ocorrida entre
processo patenteado. a data da publicação do pedido e a da concessão da
patente.
§ 1º Ao titular da patente é assegurado ainda o direito
de impedir que terceiros contribuam para que outros § 1º Se o infrator obteve, por qualquer meio,
pratiquem os atos referidos neste artigo. conhecimento do conteúdo do pedido depositado,
anteriormente à publicação, contar-se-á o período da
§ 2º Ocorrerá violação de direito da patente de
exploração indevida para efeito da indenização a partir
processo, a que se refere o inciso II, quando o possuidor
da data de início da exploração.
ou proprietário não comprovar, mediante
determinação judicial específica, que o seu produto foi § 2º Quando o objeto do pedido de patente se referir a
obtido por processo de fabricação diverso daquele material biológico, depositado na forma do parágrafo
protegido pela patente. único do art. 24, o direito à indenização será somente
conferido quando o material biológico se tiver tornado
Art. 43. O disposto no artigo anterior não se aplica:
acessível ao público.
I - aos atos praticados por terceiros não autorizados, em
§ 3º O direito de obter indenização por exploração
caráter privado e sem finalidade comercial, desde que
indevida, inclusive com relação ao período anterior à
não acarretem prejuízo ao interesse econômico do
concessão da patente, está limitado ao conteúdo do seu
titular da patente;
objeto, na forma do art. 41.
II - aos atos praticados por terceiros não autorizados,
Seção II
com finalidade experimental, relacionados a estudos ou
pesquisas científicas ou tecnológicas; Do Usuário Anterior
III - à preparação de medicamento de acordo com Art. 45. À pessoa de boa fé que, antes da data de
prescrição médica para casos individuais, executada por depósito ou de prioridade de pedido de patente,
profissional habilitado, bem como ao medicamento explorava seu objeto no País, será assegurado o direito
assim preparado; de continuar a exploração, sem ônus, na forma e
condição anteriores.
IV - a produto fabricado de acordo com patente de
processo ou de produto que tiver sido colocado no § 1º O direito conferido na forma deste artigo só poderá
mercado interno diretamente pelo titular da patente ou ser cedido juntamente com o negócio ou empresa, ou
com seu consentimento; parte desta que tenha direta relação com a exploração
do objeto da patente, por alienação ou arrendamento.
V - a terceiros que, no caso de patentes relacionadas
com matéria viva, utilizem, sem finalidade econômica, o § 2º O direito de que trata este artigo não será
produto patenteado como fonte inicial de variação ou assegurado a pessoa que tenha tido conhecimento do
propagação para obter outros produtos; e objeto da patente através de divulgação na forma do
art. 12, desde que o pedido tenha sido depositado no
VI - a terceiros que, no caso de patentes relacionadas
prazo de 1 (um) ano, contado da divulgação.
com matéria viva, utilizem, ponham em circulação ou
comercializem um produto patenteado que haja sido CAPÍTULO VI
introduzido licitamente no comércio pelo detentor da
Da Nulidade Da Patente
patente ou por detentor de licença, desde que o
produto patenteado não seja utilizado para Seção I
multiplicação ou propagação comercial da matéria viva
Das Disposições Gerais
em causa.
Art. 46. É nula a patente concedida contrariando as
VII - aos atos praticados por terceiros não autorizados,
disposições desta Lei.
relacionados à invenção protegida por patente,
destinados exclusivamente à produção de informações, Art. 47. A nulidade poderá não incidir sobre todas as
dados e resultados de testes, visando à obtenção do reivindicações, sendo condição para a nulidade parcial o
registro de comercialização, no Brasil ou em outro país, fato de as reivindicações subsistentes constituírem
para a exploração e comercialização do produto objeto matéria patenteável por si mesmas.
da patente, após a expiração dos prazos estipulados no
Art. 48. A nulidade da patente produzirá efeitos a partir
art. 40. (Incluído pela Lei nº 10.196, de 2001)
da data do depósito do pedido.
Art. 44. Ao titular da patente é assegurado o direito de
obter indenização pela exploração indevida de seu

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Art. 49. No caso de inobservância do disposto no art. 6º, Art. 57. A ação de nulidade de patente será ajuizada no
o inventor poderá, alternativamente, reivindicar, em foro da Justiça Federal e o INPI, quando não for autor,
ação judicial, a adjudicação da patente. intervirá no feito.
Seção II § 1º O prazo para resposta do réu titular da patente será
de 60 (sessenta) dias.
Do Processo Administrativo de Nulidade
§ 2º Transitada em julgado a decisão da ação de
Art. 50. A nulidade da patente será declarada
nulidade, o INPI publicará anotação, para ciência de
administrativamente quando:
terceiros.
I - não tiver sido atendido qualquer dos requisitos legais;
CAPÍTULO VII
II - o relatório e as reivindicações não atenderem ao
DA CESSÃO E DAS ANOTAÇÕES
disposto nos arts. 24 e 25, respectivamente;
Art. 58. O pedido de patente ou a patente, ambos de
III - o objeto da patente se estenda além do conteúdo
conteúdo indivisível, poderão ser cedidos, total ou
do pedido originalmente depositado; ou
parcialmente.
IV - no seu processamento, tiver sido omitida qualquer
Art. 59. O INPI fará as seguintes anotações:
das formalidades essenciais, indispensáveis à
concessão. I - da cessão, fazendo constar a qualificação completa
do cessionário;
Art. 51. O processo de nulidade poderá ser instaurado
de ofício ou mediante requerimento de qualquer pessoa II - de qualquer limitação ou ônus que recaia sobre o
com legítimo interesse, no prazo de 6 (seis) meses pedido ou a patente; e
contados da concessão da patente.
III - das alterações de nome, sede ou endereço do
Parágrafo único. O processo de nulidade prosseguirá depositante ou titular.
ainda que extinta a patente.
Art. 60. As anotações produzirão efeito em relação a
Art. 52. O titular será intimado para se manifestar no terceiros a partir da data de sua publicação.
prazo de 60 (sessenta) dias.
CAPÍTULO VIII
Art. 53. Havendo ou não manifestação, decorrido o
Das Licenças
prazo fixado no artigo anterior, o INPI emitirá parecer,
intimando o titular e o requerente para se manifestarem Seção I
no prazo comum de 60 (sessenta) dias.
Da Licença Voluntária
Art. 54. Decorrido o prazo fixado no artigo anterior,
Art. 61. O titular de patente ou o depositante poderá
mesmo que não apresentadas as manifestações, o
celebrar contrato de licença para exploração.
processo será decidido pelo Presidente do INPI,
encerrando-se a instância administrativa. Parágrafo único. O licenciado poderá ser investido pelo
titular de todos os poderes para agir em defesa da
Art. 55. Aplicam-se, no que couber, aos certificados de
patente.
adição, as disposições desta Seção.
Art. 62. O contrato de licença deverá ser averbado no
Seção III
INPI para que produza efeitos em relação a terceiros.
Da Ação de Nulidade
§ 1º A averbação produzirá efeitos em relação a
Art. 56. A ação de nulidade poderá ser proposta a terceiros a partir da data de sua publicação.
qualquer tempo da vigência da patente, pelo INPI ou por
§ 2º Para efeito de validade de prova de uso, o contrato
qualquer pessoa com legítimo interesse.
de licença não precisará estar averbado no INPI.
§ 1º A nulidade da patente poderá ser argüida, a
Art. 63. O aperfeiçoamento introduzido em patente
qualquer tempo, como matéria de defesa.
licenciada pertence a quem o fizer, sendo assegurado à
§ 2º O juiz poderá, preventiva ou incidentalmente, outra parte contratante o direito de preferência para
determinar a suspensão dos efeitos da patente, seu licenciamento.
atendidos os requisitos processuais próprios.
Seção II
Da Oferta de Licença

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Art. 64. O titular da patente poderá solicitar ao INPI que objeto da patente, que deverá destinar-se,
a coloque em oferta para fins de exploração. predominantemente, ao mercado interno, extinguindo-
se nesse caso a excepcionalidade prevista no inciso I do
§ 1º O INPI promoverá a publicação da oferta.
parágrafo anterior.
§ 2º Nenhum contrato de licença voluntária de caráter
§ 3º No caso de a licença compulsória ser concedida em
exclusivo será averbado no INPI sem que o titular tenha
razão de abuso de poder econômico, ao licenciado, que
desistido da oferta.
propõe fabricação local, será garantido um prazo,
§ 3º A patente sob licença voluntária, com caráter de limitado ao estabelecido no art. 74, para proceder à
exclusividade, não poderá ser objeto de oferta. importação do objeto da licença, desde que tenha sido
colocado no mercado diretamente pelo titular ou com o
§ 4º O titular poderá, a qualquer momento, antes da
seu consentimento.
expressa aceitação de seus termos pelo interessado,
desistir da oferta, não se aplicando o disposto no art. 66. § 4º No caso de importação para exploração de patente
e no caso da importação prevista no parágrafo anterior,
Art. 65. Na falta de acordo entre o titular e o licenciado,
será igualmente admitida a importação por terceiros de
as partes poderão requerer ao INPI o arbitramento da
produto fabricado de acordo com patente de processo
remuneração.
ou de produto, desde que tenha sido colocado no
§ 1º Para efeito deste artigo, o INPI observará o disposto mercado diretamente pelo titular ou com o seu
no § 4º do art. 73. consentimento.
§ 2º A remuneração poderá ser revista decorrido 1 (um) § 5º A licença compulsória de que trata o § 1º somente
ano de sua fixação. será requerida após decorridos 3 (três) anos da
concessão da patente.
Art. 66. A patente em oferta terá sua anuidade reduzida
à metade no período compreendido entre o Art. 69. A licença compulsória não será concedida se, à
oferecimento e a concessão da primeira licença, a data do requerimento, o titular:
qualquer título.
I - justificar o desuso por razões legítimas;
Art. 67. O titular da patente poderá requerer o
II - comprovar a realização de sérios e efetivos
cancelamento da licença se o licenciado não der início à
preparativos para a exploração; ou
exploração efetiva dentro de 1 (um) ano da concessão,
interromper a exploração por prazo superior a 1 (um) III - justificar a falta de fabricação ou comercialização
ano, ou, ainda, se não forem obedecidas as condições por obstáculo de ordem legal.
para a exploração.
Art. 70. A licença compulsória será ainda concedida
Seção III quando, cumulativamente, se verificarem as seguintes
hipóteses:
Da Licença Compulsória
I - ficar caracterizada situação de dependência de uma
Art. 68. O titular ficará sujeito a ter a patente licenciada
patente em relação a outra;
compulsoriamente se exercer os direitos dela
decorrentes de forma abusiva, ou por meio dela praticar II - o objeto da patente dependente constituir
abuso de poder econômico, comprovado nos termos da substancial progresso técnico em relação à patente
lei, por decisão administrativa ou judicial. anterior; e
§ 1º Ensejam, igualmente, licença compulsória: III - o titular não realizar acordo com o titular da patente
dependente para exploração da patente anterior.
I - a não exploração do objeto da patente no território
brasileiro por falta de fabricação ou fabricação § 1º Para os fins deste artigo considera-se patente
incompleta do produto, ou, ainda, a falta de uso integral dependente aquela cuja exploração depende
do processo patenteado, ressalvados os casos de obrigatoriamente da utilização do objeto de patente
inviabilidade econômica, quando será admitida a anterior.
importação; ou
§ 2º Para efeito deste artigo, uma patente de processo
II - a comercialização que não satisfizer às necessidades poderá ser considerada dependente de patente do
do mercado. produto respectivo, bem como uma patente de produto
poderá ser dependente de patente de processo.
§ 2º A licença só poderá ser requerida por pessoa com
legítimo interesse e que tenha capacidade técnica e
econômica para realizar a exploração eficiente do

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§ 3º O titular da patente licenciada na forma deste Art. 74. Salvo razões legítimas, o licenciado deverá
artigo terá direito a licença compulsória cruzada da iniciar a exploração do objeto da patente no prazo de 1
patente dependente. (um) ano da concessão da licença, admitida a
interrupção por igual prazo.
Art. 71. Nos casos de emergência nacional ou interesse
público, declarados em ato do Poder Executivo Federal, § 1º O titular poderá requerer a cassação da licença
desde que o titular da patente ou seu licenciado não quando não cumprido o disposto neste artigo.
atenda a essa necessidade, poderá ser concedida, de
§ 2º O licenciado ficará investido de todos os poderes
ofício, licença compulsória, temporária e não exclusiva,
para agir em defesa da patente.
para a exploração da patente, sem prejuízo dos direitos
do respectivo titular. (Regulamento) § 3º Após a concessão da licença compulsória, somente
será admitida a sua cessão quando realizada
Parágrafo único. O ato de concessão da licença
conjuntamente com a cessão, alienação ou
estabelecerá seu prazo de vigência e a possibilidade de
arrendamento da parte do empreendimento que a
prorrogação.
explore.
Art. 72. As licenças compulsórias serão sempre
CAPÍTULO IX
concedidas sem exclusividade, não se admitindo o
sublicenciamento. Da Patente De Interesse Da Defesa Nacional
Art. 73. O pedido de licença compulsória deverá ser Art. 75. O pedido de patente originário do Brasil cujo
formulado mediante indicação das condições oferecidas objeto interesse à defesa nacional será processado em
ao titular da patente. caráter sigiloso e não estará sujeito às publicações
previstas nesta Lei. (Regulamento)
§ 1º Apresentado o pedido de licença, o titular será
intimado para manifestar-se no prazo de 60 (sessenta) § 1º O INPI encaminhará o pedido, de imediato, ao
dias, findo o qual, sem manifestação do titular, será órgão competente do Poder Executivo para, no prazo de
considerada aceita a proposta nas condições oferecidas. 60 (sessenta) dias, manifestar-se sobre o caráter
sigiloso. Decorrido o prazo sem a manifestação do órgão
§ 2º O requerente de licença que invocar abuso de
competente, o pedido será processado normalmente.
direitos patentários ou abuso de poder econômico
deverá juntar documentação que o comprove. § 2º É vedado o depósito no exterior de pedido de
patente cujo objeto tenha sido considerado de interesse
§ 3º No caso de a licença compulsória ser requerida com
da defesa nacional, bem como qualquer divulgação do
fundamento na falta de exploração, caberá ao titular da
mesmo, salvo expressa autorização do órgão
patente comprovar a exploração.
competente.
§ 4º Havendo contestação, o INPI poderá realizar as
§ 3º A exploração e a cessão do pedido ou da patente
necessárias diligências, bem como designar comissão,
de interesse da defesa nacional estão condicionadas à
que poderá incluir especialistas não integrantes dos
prévia autorização do órgão competente, assegurada
quadros da autarquia, visando arbitrar a remuneração
indenização sempre que houver restrição dos direitos
que será paga ao titular.
do depositante ou do titular. (Vide Decreto nº 2.553,
§ 5º Os órgãos e entidades da administração pública de 1998)
direta ou indireta, federal, estadual e municipal,
CAPÍTULO X
prestarão ao INPI as informações solicitadas com o
objetivo de subsidiar o arbitramento da remuneração. Do Certificado De Adição De Invenção
§ 6º No arbitramento da remuneração, serão Art. 76. O depositante do pedido ou titular de patente
consideradas as circunstâncias de cada caso, levando-se de invenção poderá requerer, mediante pagamento de
em conta, obrigatoriamente, o valor econômico da retribuição específica, certificado de adição para
licença concedida. proteger aperfeiçoamento ou desenvolvimento
introduzido no objeto da invenção, mesmo que
§ 7º Instruído o processo, o INPI decidirá sobre a
destituído de atividade inventiva, desde que a matéria
concessão e condições da licença compulsória no prazo
se inclua no mesmo conceito inventivo.
de 60 (sessenta) dias.
§ 1º Quando tiver ocorrido a publicação do pedido
§ 8º O recurso da decisão que conceder a licença
principal, o pedido de certificado de adição será
compulsória não terá efeito suspensivo.
imediatamente publicado.

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§ 2º O exame do pedido de certificado de adição Art. 81. O titular será intimado mediante publicação
obedecerá ao disposto nos arts. 30 a 37, ressalvado o para se manifestar, no prazo de 60 (sessenta) dias,
disposto no parágrafo anterior. cabendo-lhe o ônus da prova quanto à exploração.
§ 3º O pedido de certificado de adição será indeferido Art. 82. A decisão será proferida dentro de 60 (sessenta)
se o seu objeto não apresentar o mesmo conceito dias, contados do término do prazo mencionado no
inventivo. artigo anterior.
§ 4º O depositante poderá, no prazo do recurso, Art. 83. A decisão da caducidade produzirá efeitos a
requerer a transformação do pedido de certificado de partir da data do requerimento ou da publicação da
adição em pedido de patente, beneficiando-se da data instauração de ofício do processo.
de depósito do pedido de certificado, mediante
CAPÍTULO XII
pagamento das retribuições cabíveis.
Da Retribuição Anual
Art. 77. O certificado de adição é acessório da patente,
tem a data final de vigência desta e acompanha-a para Art. 84. O depositante do pedido e o titular da patente
todos os efeitos legais. estão sujeitos ao pagamento de retribuição anual, a
partir do início do terceiro ano da data do depósito.
Parágrafo único. No processo de nulidade, o titular
poderá requerer que a matéria contida no certificado de § 1º O pagamento antecipado da retribuição anual será
adição seja analisada para se verificar a possibilidade de regulado pelo INPI.
sua subsistência, sem prejuízo do prazo de vigência da
§ 2º O pagamento deverá ser efetuado dentro dos
patente.
primeiros 3 (três) meses de cada período anual,
CAPÍTULO XI podendo, ainda, ser feito, independente de notificação,
dentro dos 6 (seis) meses subseqüentes, mediante
Da Extinção Da Patente
pagamento de retribuição adicional.
Art. 78. A patente extingue-se:
Art. 85. O disposto no artigo anterior aplica-se aos
I - pela expiração do prazo de vigência; pedidos internacionais depositados em virtude de
tratado em vigor no Brasil, devendo o pagamento das
II - pela renúncia de seu titular, ressalvado o direito de
retribuições anuais vencidas antes da data da entrada
terceiros;
no processamento nacional ser efetuado no prazo de 3
III - pela caducidade; (três) meses dessa data.
IV - pela falta de pagamento da retribuição anual, nos Art. 86. A falta de pagamento da retribuição anual, nos
prazos previstos no § 2º do art. 84 e no art. 87; e termos dos arts. 84 e 85, acarretará o arquivamento do
pedido ou a extinção da patente.
V - pela inobservância do disposto no art. 217.
Capítulo XIII
Parágrafo único. Extinta a patente, o seu objeto cai em
domínio público. Da Restauração
Art. 79. A renúncia só será admitida se não prejudicar Art. 87. O pedido de patente e a patente poderão ser
direitos de terceiros. restaurados, se o depositante ou o titular assim o
requerer, dentro de 3 (três) meses, contados da
Art. 80. Caducará a patente, de ofício ou a requerimento
notificação do arquivamento do pedido ou da extinção
de qualquer pessoa com legítimo interesse, se,
da patente, mediante pagamento de retribuição
decorridos 2 (dois) anos da concessão da primeira
específica.
licença compulsória, esse prazo não tiver sido suficiente
para prevenir ou sanar o abuso ou desuso, salvo motivos CAPÍTULO XIV
justificáveis.
Da Invenção E Do Modelo De Utilidade
§ 1º A patente caducará quando, na data do
Realizado Por Empregado Ou Prestador De Serviço
requerimento da caducidade ou da instauração de ofício
do respectivo processo, não tiver sido iniciada a Art. 88. A invenção e o modelo de utilidade pertencem
exploração. exclusivamente ao empregador quando decorrerem de
contrato de trabalho cuja execução ocorra no Brasil e
§ 2º No processo de caducidade instaurado a
que tenha por objeto a pesquisa ou a atividade
requerimento, o INPI poderá prosseguir se houver
inventiva, ou resulte esta da natureza dos serviços para
desistência do requerente.
os quais foi o empregado contratado. (Regulamento)

Estratégia Carreira Jurídica 367


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§ 1º Salvo expressa disposição contratual em contrário, Art. 93. Aplica-se o disposto neste Capítulo, no que
a retribuição pelo trabalho a que se refere este artigo couber, às entidades da Administração Pública, direta,
limita-se ao salário ajustado. indireta e fundacional, federal, estadual ou municipal.
(Regulamento)
§ 2º Salvo prova em contrário, consideram-se
desenvolvidos na vigência do contrato a invenção ou o Parágrafo único. Na hipótese do art. 88, será assegurada
modelo de utilidade, cuja patente seja requerida pelo ao inventor, na forma e condições previstas no estatuto
empregado até 1 (um) ano após a extinção do vínculo ou regimento interno da entidade a que se refere este
empregatício. artigo, premiação de parcela no valor das vantagens
auferidas com o pedido ou com a patente, a título de
Art. 89. O empregador, titular da patente, poderá
incentivo.
conceder ao empregado, autor de invento ou
aperfeiçoamento, participação nos ganhos econômicos TÍTULO II
resultantes da exploração da patente, mediante
Dos Desenhos Industriais
negociação com o interessado ou conforme disposto em
norma da empresa. (Regulamento) CAPÍTULO I
Parágrafo único. A participação referida neste artigo Da Titularidade
não se incorpora, a qualquer título, ao salário do
empregado.
Art. 94. Ao autor será assegurado o direito de obter
Art. 90. Pertencerá exclusivamente ao empregado a
registro de desenho industrial que lhe confira a
invenção ou o modelo de utilidade por ele desenvolvido,
propriedade, nas condições estabelecidas nesta Lei.
desde que desvinculado do contrato de trabalho e não
decorrente da utilização de recursos, meios, dados, Parágrafo único. Aplicam-se ao registro de desenho
materiais, instalações ou equipamentos do industrial, no que couber, as disposições dos arts. 6º e
empregador. (Regulamento) 7º.
Art. 91. A propriedade de invenção ou de modelo de CAPÍTULO II
utilidade será comum, em partes iguais, quando resultar
Da Registrabilidade
da contribuição pessoal do empregado e de recursos,
dados, meios, materiais, instalações ou equipamentos Seção I
do empregador, ressalvada expressa disposição
Dos Desenhos Industriais Registráveis
contratual em contrário. (Regulamento)
Art. 95. Considera-se desenho industrial a forma plástica
§ 1º Sendo mais de um empregado, a parte que lhes
ornamental de um objeto ou o conjunto ornamental de
couber será dividida igualmente entre todos, salvo
linhas e cores que possa ser aplicado a um produto,
ajuste em contrário.
proporcionando resultado visual novo e original na sua
§ 2º É garantido ao empregador o direito exclusivo de configuração externa e que possa servir de tipo de
licença de exploração e assegurada ao empregado a fabricação industrial.
justa remuneração.
Art. 96. O desenho industrial é considerado novo
§ 3º A exploração do objeto da patente, na falta de quando não compreendido no estado da técnica.
acordo, deverá ser iniciada pelo empregador dentro do
§ 1º O estado da técnica é constituído por tudo aquilo
prazo de 1 (um) ano, contado da data de sua concessão,
tornado acessível ao público antes da data de depósito
sob pena de passar à exclusiva propriedade do
do pedido, no Brasil ou no exterior, por uso ou qualquer
empregado a titularidade da patente, ressalvadas as
outro meio, ressalvado o disposto no § 3º deste artigo e
hipóteses de falta de exploração por razões legítimas.
no art. 99.
§ 4º No caso de cessão, qualquer dos co-titulares, em
§ 2º Para aferição unicamente da novidade, o conteúdo
igualdade de condições, poderá exercer o direito de
completo de pedido de patente ou de registro
preferência.
depositado no Brasil, e ainda não publicado, será
Art. 92. O disposto nos artigos anteriores aplica-se, no considerado como incluído no estado da técnica a partir
que couber, às relações entre o trabalhador autônomo da data de depósito, ou da prioridade reivindicada,
ou o estagiário e a empresa contratante e entre desde que venha a ser publicado, mesmo que
empresas contratantes e contratadas. (Regulamento) subseqüentemente.

Estratégia Carreira Jurídica 368


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§ 3º Não será considerado como incluído no estado da Parágrafo único. Os documentos que integram o pedido
técnica o desenho industrial cuja divulgação tenha de registro deverão ser apresentados em língua
ocorrido durante os 180 (cento e oitenta) dias que portuguesa.
precederem a data do depósito ou a da prioridade
Art. 102. Apresentado o pedido, será ele submetido a
reivindicada, se promovida nas situações previstas nos
exame formal preliminar e, se devidamente instruído,
incisos I a III do art. 12.
será protocolizado, considerada a data do depósito a da
Art. 97. O desenho industrial é considerado original sua apresentação.
quando dele resulte uma configuração visual distintiva,
Art. 103. O pedido que não atender formalmente ao
em relação a outros objetos anteriores.
disposto no art. 101, mas que contiver dados suficientes
Parágrafo único. O resultado visual original poderá ser relativos ao depositante, ao desenho industrial e ao
decorrente da combinação de elementos conhecidos. autor, poderá ser entregue, mediante recibo datado, ao
INPI, que estabelecerá as exigências a serem cumpridas,
Art. 98. Não se considera desenho industrial qualquer
em 5 (cinco) dias, sob pena de ser considerado
obra de caráter puramente artístico.
inexistente.
Seção II
Parágrafo único. Cumpridas as exigências, o depósito
Da Prioridade será considerado como efetuado na data da
apresentação do pedido.
Art. 99. Aplicam-se ao pedido de registro, no que
couber, as disposições do art. 16, exceto o prazo Seção II
previsto no seu § 3º, que será de 90 (noventa) dias.
Das Condições do Pedido
Art. 104. O pedido de registro de desenho industrial terá
Seção III que se referir a um único objeto, permitida uma
pluralidade de variações, desde que se destinem ao
Dos Desenhos Industriais Não Registráveis
mesmo propósito e guardem entre si a mesma
Art. 100. Não é registrável como desenho industrial: característica distintiva preponderante, limitado cada
pedido ao máximo de 20 (vinte) variações.
I - o que for contrário à moral e aos bons costumes ou
que ofenda a honra ou imagem de pessoas, ou atente Parágrafo único. O desenho deverá representar clara e
contra liberdade de consciência, crença, culto religioso suficientemente o objeto e suas variações, se houver, de
ou idéia e sentimentos dignos de respeito e veneração; modo a possibilitar sua reprodução por técnico no
assunto.
II - a forma necessária comum ou vulgar do objeto ou,
ainda, aquela determinada essencialmente por Art. 105. Se solicitado o sigilo na forma do § 1º do art.
considerações técnicas ou funcionais. 106, poderá o pedido ser retirado em até 90 (noventa)
dias contados da data do depósito.
CAPÍTULO III
Parágrafo único. A retirada de um depósito anterior sem
Do Pedido De Registro
produção de qualquer efeito dará prioridade ao
Seção I depósito imediatamente posterior.
Do Depósito do Pedido Seção III
Art. 101. O pedido de registro, nas condições Do Processo e do Exame do Pedido
estabelecidas pelo INPI, conterá:
Art. 106. Depositado o pedido de registro de desenho
I - requerimento; industrial e observado o disposto nos arts. 100, 101 e
104, será automaticamente publicado e
II - relatório descritivo, se for o caso;
simultaneamente concedido o registro, expedindo-se o
III - reivindicações, se for o caso; respectivo certificado.
IV - desenhos ou fotografias; § 1º A requerimento do depositante, por ocasião do
depósito, poderá ser mantido em sigilo o pedido, pelo
V - campo de aplicação do objeto; e
prazo de 180 (cento e oitenta) dias contados da data do
VI - comprovante do pagamento da retribuição relativa depósito, após o que será processado.
ao depósito.

Estratégia Carreira Jurídica 369


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§ 2º Se o depositante se beneficiar do disposto no art. § 3º do art. 96, desde que o pedido tenha sido
99, aguardar-se-á a apresentação do documento de depositado no prazo de 6 (seis) meses contados da
prioridade para o processamento do pedido. divulgação.
§ 3º Não atendido o disposto nos arts. 101 e 104, será CAPÍTULO VI
formulada exigência, que deverá ser respondida em 60
Do Exame De Mérito
(sessenta) dias, sob pena de arquivamento definitivo.
Art. 111. O titular do desenho industrial poderá
§ 4º Não atendido o disposto no art. 100, o pedido de
requerer o exame do objeto do registro, a qualquer
registro será indeferido.
tempo da vigência, quanto aos aspectos de novidade e
CAPÍTULO IV de originalidade.
Da Concessão E Da Vigência Do Registro Parágrafo único. O INPI emitirá parecer de mérito, que,
se concluir pela ausência de pelo menos um dos
Art. 107. Do certificado deverão constar o número e o
requisitos definidos nos arts. 95 a 98, servirá de
título, nome do autor - observado o disposto no § 4º do
fundamento para instauração de ofício de processo de
art. 6º, o nome, a nacionalidade e o domicílio do titular,
nulidade do registro
o prazo de vigência, os desenhos, os dados relativos à
prioridade estrangeira, e, quando houver, relatório CAPÍTULO VII
descritivo e reivindicações.
Da Nulidade Do Registro
Art. 108. O registro vigorará pelo prazo de 10 (dez) anos
Seção I
contados da data do depósito, prorrogável por 3 (três)
períodos sucessivos de 5 (cinco) anos cada. Das Disposições Gerais
§ 1º O pedido de prorrogação deverá ser formulado Art. 112. É nulo o registro concedido em desacordo com
durante o último ano de vigência do registro, instruído as disposições desta Lei.
com o comprovante do pagamento da respectiva
§ 1º A nulidade do registro produzirá efeitos a partir da
retribuição.
data do depósito do pedido.
§ 2º Se o pedido de prorrogação não tiver sido
§ 2º No caso de inobservância do disposto no art. 94, o
formulado até o termo final da vigência do registro, o
autor poderá, alternativamente, reivindicar a
titular poderá fazê-lo nos 180 (cento e oitenta) dias
adjudicação do registro.
subseqüentes, mediante o pagamento de retribuição
adicional. Seção II
CAPÍTULO V Do Processo Administrativo de Nulidade
Da Proteção Conferida Pelo Registro Art. 113. A nulidade do registro será declarada
administrativamente quando tiver sido concedido com
Art. 109. A propriedade do desenho industrial adquire-
infringência dos arts. 94 a 98.
se pelo registro validamente concedido.
§ 1º O processo de nulidade poderá ser instaurado de
Parágrafo único. Aplicam-se ao registro do desenho
ofício ou mediante requerimento de qualquer pessoa
industrial, no que couber, as disposições do art. 42 e dos
com legítimo interesse, no prazo de 5 (cinco) anos
incisos I, II e IV do art. 43.
contados da concessão do registro, ressalvada a
Art. 110. À pessoa que, de boa fé, antes da data do hipótese prevista no parágrafo único do art. 111.
depósito ou da prioridade do pedido de registro
§ 2º O requerimento ou a instauração de ofício
explorava seu objeto no País, será assegurado o direito
suspenderá os efeitos da concessão do registro se
de continuar a exploração, sem ônus, na forma e
apresentada ou publicada no prazo de 60 (sessenta) dias
condição anteriores.
da concessão.
§ 1º O direito conferido na forma deste artigo só poderá
Art. 114. O titular será intimado para se manifestar no
ser cedido juntamente com o negócio ou empresa, ou
prazo de 60 (sessenta) dias contados da data da
parte deste, que tenha direta relação com a exploração
publicação.
do objeto do registro, por alienação ou arrendamento.
Art. 115. Havendo ou não manifestação, decorrido o
§ 2º O direito de que trata este artigo não será
prazo fixado no artigo anterior, o INPI emitirá parecer,
assegurado a pessoa que tenha tido conhecimento do
intimando o titular e o requerente para se manifestarem
objeto do registro através de divulgação nos termos do
no prazo comum de 60 (sessenta) dias.

Estratégia Carreira Jurídica 370


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Art. 116. Decorrido o prazo fixado no artigo anterior, Da Registrabilidade


mesmo que não apresentadas as manifestações, o
Seção I
processo será decidido pelo Presidente do INPI,
encerrando-se a instância administrativa. Dos Sinais Registráveis Como Marca
Art. 117. O processo de nulidade prosseguirá, ainda que Art. 122. São suscetíveis de registro como marca os
extinto o registro. sinais distintivos visualmente perceptíveis, não
compreendidos nas proibições legais.
Seção III
Art. 123. Para os efeitos desta Lei, considera-se:
Da Ação de Nulidade
I - marca de produto ou serviço: aquela usada para
Art. 118. Aplicam-se à ação de nulidade de registro de
distinguir produto ou serviço de outro idêntico,
desenho industrial, no que couber, as disposições dos
semelhante ou afim, de origem diversa;
arts. 56 e 57.
II - marca de certificação: aquela usada para atestar a
CAPÍTULO VIII
conformidade de um produto ou serviço com
DA EXTINÇÃO DO REGISTRO determinadas normas ou especificações técnicas,
notadamente quanto à qualidade, natureza, material
Art. 119. O registro extingue-se:
utilizado e metodologia empregada; e
I - pela expiração do prazo de vigência;
III - marca coletiva: aquela usada para identificar
II - pela renúncia de seu titular, ressalvado o direito de produtos ou serviços provindos de membros de uma
terceiros; determinada entidade.
III - pela falta de pagamento da retribuição prevista nos Seção II
arts. 108 e 120; ou
Dos Sinais Não Registráveis Como Marca
IV - pela inobservância do disposto no art. 217.
Art. 124. Não são registráveis como marca:
CAPÍTULO IX
I - brasão, armas, medalha, bandeira, emblema,
DA RETRIBUIÇÃO QÜINQÜENAL distintivo e monumento oficiais, públicos, nacionais,
estrangeiros ou internacionais, bem como a respectiva
Art. 120. O titular do registro está sujeito ao pagamento
designação, figura ou imitação;
de retribuição qüinqüenal, a partir do segundo
qüinqüênio da data do depósito. II - letra, algarismo e data, isoladamente, salvo quando
revestidos de suficiente forma distintiva;
§ 1º O pagamento do segundo qüinqüênio será feito
durante o 5º (quinto) ano da vigência do registro. III - expressão, figura, desenho ou qualquer outro sinal
contrário à moral e aos bons costumes ou que ofenda a
§ 2º O pagamento dos demais qüinqüênios será
honra ou imagem de pessoas ou atente contra liberdade
apresentado junto com o pedido de prorrogação a que
de consciência, crença, culto religioso ou idéia e
se refere o art. 108.
sentimento dignos de respeito e veneração;
§ 3º O pagamento dos qüinqüênios poderá ainda ser
IV - designação ou sigla de entidade ou órgão público,
efetuado dentro dos 6 (seis) meses subseqüentes ao
quando não requerido o registro pela própria entidade
prazo estabelecido no parágrafo anterior, mediante
ou órgão público;
pagamento de retribuição adicional.
V - reprodução ou imitação de elemento característico
CAPÍTULO X
ou diferenciador de título de estabelecimento ou nome
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS de empresa de terceiros, suscetível de causar confusão
ou associação com estes sinais distintivos;
Art. 121. As disposições dos arts. 58 a 63 aplicam-se, no
que couber, à matéria de que trata o presente Título, VI - sinal de caráter genérico, necessário, comum, vulgar
disciplinando-se o direito do empregado ou prestador ou simplesmente descritivo, quando tiver relação com o
de serviços pelas disposições dos arts. 88 a 93. produto ou serviço a distinguir, ou aquele empregado
comumente para designar uma característica do
TÍTULO III
produto ou serviço, quanto à natureza, nacionalidade,
Das Marcas peso, valor, qualidade e época de produção ou de
prestação do serviço, salvo quando revestidos de
CAPÍTULO I
suficiente forma distintiva;

Estratégia Carreira Jurídica 371


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VII - sinal ou expressão empregada apenas como meio XXI - a forma necessária, comum ou vulgar do produto
de propaganda; ou de acondicionamento, ou, ainda, aquela que não
possa ser dissociada de efeito técnico;
VIII - cores e suas denominações, salvo se dispostas ou
combinadas de modo peculiar e distintivo; XXII - objeto que estiver protegido por registro de
desenho industrial de terceiro; e
IX - indicação geográfica, sua imitação suscetível de
causar confusão ou sinal que possa falsamente induzir XXIII - sinal que imite ou reproduza, no todo ou em
indicação geográfica; parte, marca que o requerente evidentemente não
poderia desconhecer em razão de sua atividade, cujo
X - sinal que induza a falsa indicação quanto à origem,
titular seja sediado ou domiciliado em território
procedência, natureza, qualidade ou utilidade do
nacional ou em país com o qual o Brasil mantenha
produto ou serviço a que a marca se destina;
acordo ou que assegure reciprocidade de tratamento,
XI - reprodução ou imitação de cunho oficial, se a marca se destinar a distinguir produto ou serviço
regularmente adotada para garantia de padrão de idêntico, semelhante ou afim, suscetível de causar
qualquer gênero ou natureza; confusão ou associação com aquela marca alheia.
XII - reprodução ou imitação de sinal que tenha sido Seção III
registrado como marca coletiva ou de certificação por
Marca de Alto Renome
terceiro, observado o disposto no art. 154;
Art. 125. À marca registrada no Brasil considerada de
XIII - nome, prêmio ou símbolo de evento esportivo,
alto renome será assegurada proteção especial, em
artístico, cultural, social, político, econômico ou técnico,
todos os ramos de atividade.
oficial ou oficialmente reconhecido, bem como a
imitação suscetível de criar confusão, salvo quando Seção IV
autorizados pela autoridade competente ou entidade
Marca Notoriamente Conhecida
promotora do evento;
Art. 126. A marca notoriamente conhecida em seu ramo
XIV - reprodução ou imitação de título, apólice, moeda
de atividade nos termos do art. 6º bis (I), da Convenção
e cédula da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
da União de Paris para Proteção da Propriedade
Territórios, dos Municípios, ou de país;
Industrial, goza de proteção especial,
XV - nome civil ou sua assinatura, nome de família ou independentemente de estar previamente depositada
patronímico e imagem de terceiros, salvo com ou registrada no Brasil.
consentimento do titular, herdeiros ou sucessores;
§ 1º A proteção de que trata este artigo aplica-se
XVI - pseudônimo ou apelido notoriamente conhecidos, também às marcas de serviço.
nome artístico singular ou coletivo, salvo com
§ 2º O INPI poderá indeferir de ofício pedido de registro
consentimento do titular, herdeiros ou sucessores;
de marca que reproduza ou imite, no todo ou em parte,
XVII - obra literária, artística ou científica, assim como os marca notoriamente conhecida.
títulos que estejam protegidos pelo direito autoral e
CAPÍTULO II
sejam suscetíveis de causar confusão ou associação,
salvo com consentimento do autor ou titular; PRIORIDADE
XVIII - termo técnico usado na indústria, na ciência e na Art. 127. Ao pedido de registro de marca depositado em
arte, que tenha relação com o produto ou serviço a país que mantenha acordo com o Brasil ou em
distinguir; organização internacional, que produza efeito de
depósito nacional, será assegurado direito de
XIX - reprodução ou imitação, no todo ou em parte,
prioridade, nos prazos estabelecidos no acordo, não
ainda que com acréscimo, de marca alheia registrada,
sendo o depósito invalidado nem prejudicado por fatos
para distinguir ou certificar produto ou serviço idêntico,
ocorridos nesses prazos.
semelhante ou afim, suscetível de causar confusão ou
associação com marca alheia; § 1º A reivindicação da prioridade será feita no ato de
depósito, podendo ser suplementada dentro de 60
XX - dualidade de marcas de um só titular para o mesmo
(sessenta) dias, por outras prioridades anteriores à data
produto ou serviço, salvo quando, no caso de marcas de
do depósito no Brasil.
mesma natureza, se revestirem de suficiente forma
distintiva; § 2º A reivindicação da prioridade será comprovada por
documento hábil da origem, contendo o número, a data

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e a reprodução do pedido ou do registro, acompanhado deste, que tenha direta relação com o uso da marca, por
de tradução simples, cujo teor será de inteira alienação ou arrendamento.
responsabilidade do depositante.
Seção II
§ 3º Se não efetuada por ocasião do depósito, a
Da Proteção Conferida Pelo Registro
comprovação deverá ocorrer em até 4 (quatro) meses,
contados do depósito, sob pena de perda da prioridade. Art. 130. Ao titular da marca ou ao depositante é ainda
assegurado o direito de:
§ 4º Tratando-se de prioridade obtida por cessão, o
documento correspondente deverá ser apresentado I - ceder seu registro ou pedido de registro;
junto com o próprio documento de prioridade.
II - licenciar seu uso;
CAPÍTULO III
III - zelar pela sua integridade material ou reputação.
Dos Requerentes De Registro
Art. 131. A proteção de que trata esta Lei abrange o uso
Art. 128. Podem requerer registro de marca as pessoas da marca em papéis, impressos, propaganda e
físicas ou jurídicas de direito público ou de direito documentos relativos à atividade do titular.
privado.
Art. 132. O titular da marca não poderá:
§ 1º As pessoas de direito privado só podem requerer
I - impedir que comerciantes ou distribuidores utilizem
registro de marca relativo à atividade que exerçam
sinais distintivos que lhes são próprios, juntamente com
efetiva e licitamente, de modo direto ou através de
a marca do produto, na sua promoção e
empresas que controlem direta ou indiretamente,
comercialização;
declarando, no próprio requerimento, esta condição,
sob as penas da lei. II - impedir que fabricantes de acessórios utilizem a
marca para indicar a destinação do produto, desde que
§ 2º O registro de marca coletiva só poderá ser
obedecidas as práticas leais de concorrência;
requerido por pessoa jurídica representativa de
coletividade, a qual poderá exercer atividade distinta da III - impedir a livre circulação de produto colocado no
de seus membros. mercado interno, por si ou por outrem com seu
consentimento, ressalvado o disposto nos §§ 3º e 4º do
§ 3º O registro da marca de certificação só poderá ser
art. 68; e
requerido por pessoa sem interesse comercial ou
industrial direto no produto ou serviço atestado. IV - impedir a citação da marca em discurso, obra
científica ou literária ou qualquer outra publicação,
§ 4º A reivindicação de prioridade não isenta o pedido
desde que sem conotação comercial e sem prejuízo para
da aplicação dos dispositivos constantes deste Título.
seu caráter distintivo.
CAPÍTULO IV
Capítulo V
DOS DIREITOS SOBRE A MARCA
DA VIGÊNCIA, DA CESSÃO E DAS ANOTAÇÕES
Seção I
Seção I
Aquisição
Da Vigência
Art. 129. A propriedade da marca adquire-se pelo
Art. 133. O registro da marca vigorará pelo prazo de 10
registro validamente expedido, conforme as disposições
(dez) anos, contados da data da concessão do registro,
desta Lei, sendo assegurado ao titular seu uso exclusivo
prorrogável por períodos iguais e sucessivos.
em todo o território nacional, observado quanto às
marcas coletivas e de certificação o disposto nos arts. § 1º O pedido de prorrogação deverá ser formulado
147 e 148. durante o último ano de vigência do registro, instruído
com o comprovante do pagamento da respectiva
§ 1º Toda pessoa que, de boa fé, na data da prioridade
retribuição.
ou depósito, usava no País, há pelo menos 6 (seis)
meses, marca idêntica ou semelhante, para distinguir ou § 2º Se o pedido de prorrogação não tiver sido efetuado
certificar produto ou serviço idêntico, semelhante ou até o termo final da vigência do registro, o titular poderá
afim, terá direito de precedência ao registro. fazê-lo nos 6 (seis) meses subseqüentes, mediante o
pagamento de retribuição adicional.
§ 2º O direito de precedência somente poderá ser
cedido juntamente com o negócio da empresa, ou parte § 3º A prorrogação não será concedida se não atendido
o disposto no art. 128.

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Seção II Art. 141. Da decisão que indeferir a averbação do


contrato de licença cabe recurso.
Da Cessão
CAPÍTULO VI
Art. 134. O pedido de registro e o registro poderão ser
cedidos, desde que o cessionário atenda aos requisitos Da Perda Dos Direitos
legais para requerer tal registro.
Art. 142. O registro da marca extingue-se:
Art. 135. A cessão deverá compreender todos os
I - pela expiração do prazo de vigência;
registros ou pedidos, em nome do cedente, de marcas
iguais ou semelhantes, relativas a produto ou serviço II - pela renúncia, que poderá ser total ou parcial em
idêntico, semelhante ou afim, sob pena de relação aos produtos ou serviços assinalados pela
cancelamento dos registros ou arquivamento dos marca;
pedidos não cedidos.
III - pela caducidade; ou
Seção III
IV - pela inobservância do disposto no art. 217.
Das Anotações
Art. 143 - Caducará o registro, a requerimento de
Art. 136. O INPI fará as seguintes anotações: qualquer pessoa com legítimo interesse se, decorridos 5
(cinco) anos da sua concessão, na data do
I - da cessão, fazendo constar a qualificação completa
requerimento:
do cessionário;
I - o uso da marca não tiver sido iniciado no Brasil; ou
II - de qualquer limitação ou ônus que recaia sobre o
pedido ou registro; e II - o uso da marca tiver sido interrompido por mais de 5
(cinco) anos consecutivos, ou se, no mesmo prazo, a
III - das alterações de nome, sede ou endereço do
marca tiver sido usada com modificação que implique
depositante ou titular.
alteração de seu caráter distintivo original, tal como
Art. 137. As anotações produzirão efeitos em relação a constante do certificado de registro.
terceiros a partir da data de sua publicação.
§ 1º Não ocorrerá caducidade se o titular justificar o
Art. 138. Cabe recurso da decisão que: desuso da marca por razões legítimas.
I - indeferir anotação de cessão; § 2º O titular será intimado para se manifestar no prazo
de 60 (sessenta) dias, cabendo-lhe o ônus de provar o
II - cancelar o registro ou arquivar o pedido, nos termos
uso da marca ou justificar seu desuso por razões
do art. 135.
legítimas.
Seção IV
Art. 144. O uso da marca deverá compreender produtos
Da Licença de Uso ou serviços constantes do certificado, sob pena de
caducar parcialmente o registro em relação aos não
Art. 139. O titular de registro ou o depositante de
semelhantes ou afins daqueles para os quais a marca foi
pedido de registro poderá celebrar contrato de licença
comprovadamente usada.
para uso da marca, sem prejuízo de seu direito de
exercer controle efetivo sobre as especificações, Art. 145. Não se conhecerá do requerimento de
natureza e qualidade dos respectivos produtos ou caducidade se o uso da marca tiver sido comprovado ou
serviços. justificado seu desuso em processo anterior, requerido
há menos de 5 (cinco) anos.
Parágrafo único. O licenciado poderá ser investido pelo
titular de todos os poderes para agir em defesa da Art. 146. Da decisão que declarar ou denegar a
marca, sem prejuízo dos seus próprios direitos. caducidade caberá recurso.
Art. 140. O contrato de licença deverá ser averbado no CAPÍTULO VII
INPI para que produza efeitos em relação a terceiros.
Das Marcas Coletivas e de Certificação
§ 1º A averbação produzirá efeitos em relação a
Art. 147. O pedido de registro de marca coletiva conterá
terceiros a partir da data de sua publicação.
regulamento de utilização, dispondo sobre condições e
§ 2º Para efeito de validade de prova de uso, o contrato proibições de uso da marca.
de licença não precisará estar averbado no INPI.
Parágrafo único. O regulamento de utilização, quando
não acompanhar o pedido, deverá ser protocolizado no

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prazo de 60 (sessenta) dias do depósito, sob pena de Parágrafo único. O requerimento e qualquer
arquivamento definitivo do pedido. documento que o acompanhe deverão ser
apresentados em língua portuguesa e, quando houver
Art. 148. O pedido de registro da marca de certificação
documento em língua estrangeira, sua tradução simples
conterá:
deverá ser apresentada no ato do depósito ou dentro
I - as características do produto ou serviço objeto de dos 60 (sessenta) dias subseqüentes, sob pena de não
certificação; e ser considerado o documento.
II - as medidas de controle que serão adotadas pelo Art. 156. Apresentado o pedido, será ele submetido a
titular. exame formal preliminar e, se devidamente instruído,
será protocolizado, considerada a data de depósito a da
Parágrafo único. A documentação prevista nos incisos I
sua apresentação.
e II deste artigo, quando não acompanhar o pedido,
deverá ser protocolizada no prazo de 60 (sessenta) dias, Art. 157. O pedido que não atender formalmente ao
sob pena de arquivamento definitivo do pedido. disposto no art. 155, mas que contiver dados suficientes
relativos ao depositante, sinal marcário e classe, poderá
Art. 149. Qualquer alteração no regulamento de
ser entregue, mediante recibo datado, ao INPI, que
utilização deverá ser comunicada ao INPI, mediante
estabelecerá as exigências a serem cumpridas pelo
petição protocolizada, contendo todas as condições
depositante, em 5 (cinco) dias, sob pena de ser
alteradas, sob pena de não ser considerada.
considerado inexistente.
Art. 150. O uso da marca independe de licença,
Parágrafo único. Cumpridas as exigências, o depósito
bastando sua autorização no regulamento de utilização.
será considerado como efetuado na data da
Art. 151. Além das causas de extinção estabelecidas no apresentação do pedido.
art. 142, o registro da marca coletiva e de certificação
CAPÍTULO IX
extingue-se quando:
Do Exame
I - a entidade deixar de existir; ou
Art. 158. Protocolizado, o pedido será publicado para
II - a marca for utilizada em condições outras que não
apresentação de oposição no prazo de 60 (sessenta)
aquelas previstas no regulamento de utilização.
dias.
Art. 152. Só será admitida a renúncia ao registro de
§ 1º O depositante será intimado da oposição, podendo
marca coletiva quando requerida nos termos do
se manifestar no prazo de 60 (sessenta) dias.
contrato social ou estatuto da própria entidade, ou,
ainda, conforme o regulamento de utilização. § 2º Não se conhecerá da oposição, nulidade
administrativa ou de ação de nulidade se,
Art. 153. A caducidade do registro será declarada se a
fundamentada no inciso XXIII do art. 124 ou no art. 126,
marca coletiva não for usada por mais de uma pessoa
não se comprovar, no prazo de 60 (sessenta) dias após
autorizada, observado o disposto nos arts. 143 a 146.
a interposição, o depósito do pedido de registro da
Art. 154. A marca coletiva e a de certificação que já marca na forma desta Lei.
tenham sido usadas e cujos registros tenham sido
Art. 159. Decorrido o prazo de oposição ou, se
extintos não poderão ser registradas em nome de
interposta esta, findo o prazo de manifestação, será
terceiro, antes de expirado o prazo de 5 (cinco) anos,
feito o exame, durante o qual poderão ser formuladas
contados da extinção do registro.
exigências, que deverão ser respondidas no prazo de 60
CAPÍTULO VIII (sessenta) dias.
Do Depósito § 1º Não respondida a exigência, o pedido será
definitivamente arquivado.
Art. 155. O pedido deverá referir-se a um único sinal
distintivo e, nas condições estabelecidas pelo INPI, § 2º Respondida a exigência, ainda que não cumprida,
conterá: ou contestada a sua formulação, dar-se-á
prosseguimento ao exame.
I - requerimento;
Art. 160. Concluído o exame, será proferida decisão,
II - etiquetas, quando for o caso; e
deferindo ou indeferindo o pedido de registro.
III - comprovante do pagamento da retribuição relativa
CAPÍTULO X
ao depósito.
Da Expedição Do Certificado De Registro

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Art. 161. O certificado de registro será concedido depois oitenta) dias contados da data da expedição do
de deferido o pedido e comprovado o pagamento das certificado de registro.
retribuições correspondentes.
Art. 170. O titular será intimado para se manifestar no
Art. 162. O pagamento das retribuições, e sua prazo de 60 (sessenta) dias.
comprovação, relativas à expedição do certificado de
Art. 171. Decorrido o prazo fixado no artigo anterior,
registro e ao primeiro decênio de sua vigência, deverão
mesmo que não apresentada a manifestação, o
ser efetuados no prazo de 60 (sessenta) dias contados
processo será decidido pelo Presidente do INPI,
do deferimento.
encerrando-se a instância administrativa.
Parágrafo único. A retribuição poderá ainda ser paga e
Art. 172. O processo de nulidade prosseguirá ainda que
comprovada dentro de 30 (trinta) dias após o prazo
extinto o registro.
previsto neste artigo, independentemente de
notificação, mediante o pagamento de retribuição Seção III
específica, sob pena de arquivamento definitivo do
Da Ação de Nulidade
pedido.
Art. 173. A ação de nulidade poderá ser proposta pelo
Art. 163. Reputa-se concedido o certificado de registro
INPI ou por qualquer pessoa com legítimo interesse.
na data da publicação do respectivo ato.
Parágrafo único. O juiz poderá, nos autos da ação de
Art. 164. Do certificado deverão constar a marca, o
nulidade, determinar liminarmente a suspensão dos
número e data do registro, nome, nacionalidade e
efeitos do registro e do uso da marca, atendidos os
domicílio do titular, os produtos ou serviços, as
requisitos processuais próprios.
características do registro e a prioridade estrangeira.
Art. 174. Prescreve em 5 (cinco) anos a ação para
CAPÍTULO XI
declarar a nulidade do registro, contados da data da sua
Da Nulidade Do Registro concessão.
Seção I Art. 175. A ação de nulidade do registro será ajuizada no
foro da justiça federal e o INPI, quando não for autor,
Disposições Gerais
intervirá no feito.
Art. 165. É nulo o registro que for concedido em
§ 1º O prazo para resposta do réu titular do registro será
desacordo com as disposições desta Lei.
de 60 (sessenta) dias.
Parágrafo único. A nulidade do registro poderá ser total
§ 2º Transitada em julgado a decisão da ação de
ou parcial, sendo condição para a nulidade parcial o fato
nulidade, o INPI publicará anotação, para ciência de
de a parte subsistente poder ser considerada
terceiros.
registrável.
TÍTULO IV
Art. 166. O titular de uma marca registrada em país
signatário da Convenção da União de Paris para Das Indicações Geográficas
Proteção da Propriedade Industrial poderá,
Art. 176. Constitui indicação geográfica a indicação de
alternativamente, reivindicar, através de ação judicial, a
procedência ou a denominação de origem.
adjudicação do registro, nos termos previstos no art. 6º
septies (1) daquela Convenção. Art. 177. Considera-se indicação de procedência o nome
geográfico de país, cidade, região ou localidade de seu
Art. 167. A declaração de nulidade produzirá efeito a
território, que se tenha tornado conhecido como centro
partir da data do depósito do pedido.
de extração, produção ou fabricação de determinado
Seção II produto ou de prestação de determinado serviço.
Do Processo Administrativo de Nulidade Art. 178. Considera-se denominação de origem o nome
geográfico de país, cidade, região ou localidade de seu
Art. 168. A nulidade do registro será declarada
território, que designe produto ou serviço cujas
administrativamente quando tiver sido concedida com
qualidades ou características se devam exclusiva ou
infringência do disposto nesta Lei.
essencialmente ao meio geográfico, incluídos fatores
Art. 169. O processo de nulidade poderá ser instaurado naturais e humanos.
de ofício ou mediante requerimento de qualquer pessoa
Art. 179. A proteção estender-se-á à representação
com legítimo interesse, no prazo de 180 (cento e
gráfica ou figurativa da indicação geográfica, bem como

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à representação geográfica de país, cidade, região ou um processo patenteado, desde que a aplicação final do
localidade de seu território cujo nome seja indicação componente, material ou equipamento induza,
geográfica. necessariamente, à exploração do objeto da patente.
Art. 180. Quando o nome geográfico se houver tornado Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa.
de uso comum, designando produto ou serviço, não será
Art. 186. Os crimes deste Capítulo caracterizam-se ainda
considerado indicação geográfica.
que a violação não atinja todas as reivindicações da
Art. 181. O nome geográfico que não constitua patente ou se restrinja à utilização de meios
indicação de procedência ou denominação de origem equivalentes ao objeto da patente.
poderá servir de elemento característico de marca para
CAPÍTULO II
produto ou serviço, desde que não induza falsa
procedência. Dos Crimes Contra Os Desenhos Industriais
Art. 182. O uso da indicação geográfica é restrito aos Art. 187. Fabricar, sem autorização do titular, produto
produtores e prestadores de serviço estabelecidos no que incorpore desenho industrial registrado, ou
local, exigindo-se, ainda, em relação às denominações imitação substancial que possa induzir em erro ou
de origem, o atendimento de requisitos de qualidade. confusão.
Parágrafo único. O INPI estabelecerá as condições de Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou
registro das indicações geográficas. multa.
TÍTULO V Art. 188. Comete crime contra registro de desenho
industrial quem:
Dos Crimes Contra A Propriedade Industrial
I - exporta, vende, expõe ou oferece à venda, tem em
CAPÍTULO I
estoque, oculta ou recebe, para utilização com fins
Dos Crimes Contra As Patentes econômicos, objeto que incorpore ilicitamente desenho
industrial registrado, ou imitação substancial que possa
Art. 183. Comete crime contra patente de invenção ou
induzir em erro ou confusão; ou
de modelo de utilidade quem:
II - importa produto que incorpore desenho industrial
I - fabrica produto que seja objeto de patente de
registrado no País, ou imitação substancial que possa
invenção ou de modelo de utilidade, sem autorização do
induzir em erro ou confusão, para os fins previstos no
titular; ou
inciso anterior, e que não tenha sido colocado no
II - usa meio ou processo que seja objeto de patente de mercado externo diretamente pelo titular ou com seu
invenção, sem autorização do titular. consentimento.
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa.
multa.
CAPÍTULO III
Art. 184. Comete crime contra patente de invenção ou
Dos Crimes Contra As Marcas
de modelo de utilidade quem:
Art. 189. Comete crime contra registro de marca quem:
I - exporta, vende, expõe ou oferece à venda, tem em
estoque, oculta ou recebe, para utilização com fins I - reproduz, sem autorização do titular, no todo ou em
econômicos, produto fabricado com violação de parte, marca registrada, ou imita-a de modo que possa
patente de invenção ou de modelo de utilidade, ou induzir confusão; ou
obtido por meio ou processo patenteado; ou
II - altera marca registrada de outrem já aposta em
II - importa produto que seja objeto de patente de produto colocado no mercado.
invenção ou de modelo de utilidade ou obtido por meio
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou
ou processo patenteado no País, para os fins previstos
multa.
no inciso anterior, e que não tenha sido colocado no
mercado externo diretamente pelo titular da patente ou Art. 190. Comete crime contra registro de marca quem
com seu consentimento. importa, exporta, vende, oferece ou expõe à venda,
oculta ou tem em estoque:
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa.
I - produto assinalado com marca ilicitamente
Art. 185. Fornecer componente de um produto
reproduzida ou imitada, de outrem, no todo ou em
patenteado, ou material ou equipamento para realizar
parte; ou

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II - produto de sua indústria ou comércio, contido em II - presta ou divulga, acerca de concorrente, falsa
vasilhame, recipiente ou embalagem que contenha informação, com o fim de obter vantagem;
marca legítima de outrem.
III - emprega meio fraudulento, para desviar, em
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa. proveito próprio ou alheio, clientela de outrem;
CAPÍTULO IV IV - usa expressão ou sinal de propaganda alheios, ou os
imita, de modo a criar confusão entre os produtos ou
Dos Crimes Cometidos Por Meio De Marca, Título De
estabelecimentos;
Estabelecimento E Sinal De Propaganda
V - usa, indevidamente, nome comercial, título de
Art. 191. Reproduzir ou imitar, de modo que possa
estabelecimento ou insígnia alheios ou vende, expõe ou
induzir em erro ou confusão, armas, brasões ou
oferece à venda ou tem em estoque produto com essas
distintivos oficiais nacionais, estrangeiros ou
referências;
internacionais, sem a necessária autorização, no todo
ou em parte, em marca, título de estabelecimento, VI - substitui, pelo seu próprio nome ou razão social, em
nome comercial, insígnia ou sinal de propaganda, ou produto de outrem, o nome ou razão social deste, sem
usar essas reproduções ou imitações com fins o seu consentimento;
econômicos.
VII - atribui-se, como meio de propaganda, recompensa
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa. ou distinção que não obteve;
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende VIII - vende ou expõe ou oferece à venda, em recipiente
ou expõe ou oferece à venda produtos assinalados com ou invólucro de outrem, produto adulterado ou
essas marcas. falsificado, ou dele se utiliza para negociar com produto
da mesma espécie, embora não adulterado ou
CAPÍTULO V
falsificado, se o fato não constitui crime mais grave;
Dos Crimes Contra Indicações Geográficas E Demais
IX - dá ou promete dinheiro ou outra utilidade a
Indicações
empregado de concorrente, para que o empregado,
Art. 192. Fabricar, importar, exportar, vender, expor ou faltando ao dever do emprego, lhe proporcione
oferecer à venda ou ter em estoque produto que vantagem;
apresente falsa indicação geográfica.
X - recebe dinheiro ou outra utilidade, ou aceita
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa. promessa de paga ou recompensa, para, faltando ao
dever de empregado, proporcionar vantagem a
Art. 193. Usar, em produto, recipiente, invólucro, cinta,
concorrente do empregador;
rótulo, fatura, circular, cartaz ou em outro meio de
divulgação ou propaganda, termos retificativos, tais XI - divulga, explora ou utiliza-se, sem autorização, de
como "tipo", "espécie", "gênero", "sistema", conhecimentos, informações ou dados confidenciais,
"semelhante", "sucedâneo", "idêntico", ou equivalente, utilizáveis na indústria, comércio ou prestação de
não ressalvando a verdadeira procedência do produto. serviços, excluídos aqueles que sejam de conhecimento
público ou que sejam evidentes para um técnico no
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa.
assunto, a que teve acesso mediante relação contratual
Art. 194. Usar marca, nome comercial, título de ou empregatícia, mesmo após o término do contrato;
estabelecimento, insígnia, expressão ou sinal de
XII - divulga, explora ou utiliza-se, sem autorização, de
propaganda ou qualquer outra forma que indique
conhecimentos ou informações a que se refere o inciso
procedência que não a verdadeira, ou vender ou expor
anterior, obtidos por meios ilícitos ou a que teve acesso
à venda produto com esses sinais.
mediante fraude; ou
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa.
XIII - vende, expõe ou oferece à venda produto,
CAPÍTULO VI declarando ser objeto de patente depositada, ou
concedida, ou de desenho industrial registrado, que não
Dos Crimes De Concorrência Desleal
o seja, ou menciona-o, em anúncio ou papel comercial,
Art. 195. Comete crime de concorrência desleal quem: como depositado ou patenteado, ou registrado, sem o
ser;
I - publica, por qualquer meio, falsa afirmação, em
detrimento de concorrente, com o fim de obter XIV - divulga, explora ou utiliza-se, sem autorização, de
vantagem; resultados de testes ou outros dados não divulgados,
cuja elaboração envolva esforço considerável e que

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tenham sido apresentados a entidades governamentais Art. 201. Na diligência de busca e apreensão, em crime
como condição para aprovar a comercialização de contra patente que tenha por objeto a invenção de
produtos. processo, o oficial do juízo será acompanhado por
perito, que verificará, preliminarmente, a existência do
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou
ilícito, podendo o juiz ordenar a apreensão de produtos
multa.
obtidos pelo contrafator com o emprego do processo
§ 1º Inclui-se nas hipóteses a que se referem os incisos patenteado.
XI e XII o empregador, sócio ou administrador da
Art. 202. Além das diligências preliminares de busca e
empresa, que incorrer nas tipificações estabelecidas nos
apreensão, o interessado poderá requerer:
mencionados dispositivos.
I - apreensão de marca falsificada, alterada ou imitada
§ 2º O disposto no inciso XIV não se aplica quanto à
onde for preparada ou onde quer que seja encontrada,
divulgação por órgão governamental competente para
antes de utilizada para fins criminosos; ou
autorizar a comercialização de produto, quando
necessário para proteger o público. II - destruição de marca falsificada nos volumes ou
produtos que a contiverem, antes de serem
CAPÍTULO VII
distribuídos, ainda que fiquem destruídos os envoltórios
Das Disposições Gerais ou os próprios produtos.
Art. 196. As penas de detenção previstas nos Capítulos Art. 203. Tratando-se de estabelecimentos industriais
I, II e III deste Título serão aumentadas de um terço à ou comerciais legalmente organizados e que estejam
metade se: funcionando publicamente, as diligências preliminares
limitar-se-ão à vistoria e apreensão dos produtos,
I - o agente é ou foi representante, mandatário,
quando ordenadas pelo juiz, não podendo ser
preposto, sócio ou empregado do titular da patente ou
paralisada a sua atividade licitamente exercida.
do registro, ou, ainda, do seu licenciado; ou
Art. 204. Realizada a diligência de busca e apreensão,
II - a marca alterada, reproduzida ou imitada for de alto
responderá por perdas e danos a parte que a tiver
renome, notoriamente conhecida, de certificação ou
requerido de má-fé, por espírito de emulação, mero
coletiva.
capricho ou erro grosseiro.
Art. 197. As penas de multa previstas neste Título serão
Art. 205. Poderá constituir matéria de defesa na ação
fixadas, no mínimo, em 10 (dez) e, no máximo, em 360
penal a alegação de nulidade da patente ou registro em
(trezentos e sessenta) dias-multa, de acordo com a
que a ação se fundar. A absolvição do réu, entretanto,
sistemática do Código Penal.
não importará a nulidade da patente ou do registro, que
Parágrafo único. A multa poderá ser aumentada ou só poderá ser demandada pela ação competente.
reduzida, em até 10 (dez) vezes, em face das condições
Art. 206. Na hipótese de serem reveladas, em juízo, para
pessoais do agente e da magnitude da vantagem
a defesa dos interesses de qualquer das partes,
auferida, independentemente da norma estabelecida
informações que se caracterizem como confidenciais,
no artigo anterior.
sejam segredo de indústria ou de comércio, deverá o
Art. 198. Poderão ser apreendidos, de ofício ou a juiz determinar que o processo prossiga em segredo de
requerimento do interessado, pelas autoridades justiça, vedado o uso de tais informações também à
alfandegárias, no ato de conferência, os produtos outra parte para outras finalidades.
assinalados com marcas falsificadas, alteradas ou
Art. 207. Independentemente da ação criminal, o
imitadas ou que apresentem falsa indicação de
prejudicado poderá intentar as ações cíveis que
procedência.
considerar cabíveis na forma do Código de Processo
Art. 199. Nos crimes previstos neste Título somente se Civil.
procede mediante queixa, salvo quanto ao crime do art.
Art. 208. A indenização será determinada pelos
191, em que a ação penal será pública.
benefícios que o prejudicado teria auferido se a violação
Art. 200. A ação penal e as diligências preliminares de não tivesse ocorrido.
busca e apreensão, nos crimes contra a propriedade
Art. 209. Fica ressalvado ao prejudicado o direito de
industrial, regulam-se pelo disposto no Código de
haver perdas e danos em ressarcimento de prejuízos
Processo Penal, com as modificações constantes dos
causados por atos de violação de direitos de
artigos deste Capítulo.
propriedade industrial e atos de concorrência desleal
não previstos nesta Lei, tendentes a prejudicar a

Estratégia Carreira Jurídica 379


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reputação ou os negócios alheios, a criar confusão entre § 2º Não cabe recurso da decisão que determinar o
estabelecimentos comerciais, industriais ou arquivamento definitivo de pedido de patente ou de
prestadores de serviço, ou entre os produtos e serviços registro e da que deferir pedido de patente, de
postos no comércio. certificado de adição ou de registro de marca.
§ 1º Poderá o juiz, nos autos da própria ação, para evitar § 3º Os recursos serão decididos pelo Presidente do
dano irreparável ou de difícil reparação, determinar INPI, encerrando-se a instância administrativa.
liminarmente a sustação da violação ou de ato que a
Art. 213. Os interessados serão intimados para, no prazo
enseje, antes da citação do réu, mediante, caso julgue
de 60 (sessenta) dias, oferecerem contra-razões ao
necessário, caução em dinheiro ou garantia fidejussória.
recurso.
§ 2º Nos casos de reprodução ou de imitação flagrante
Art. 214. Para fins de complementação das razões
de marca registrada, o juiz poderá determinar a
oferecidas a título de recurso, o INPI poderá formular
apreensão de todas as mercadorias, produtos, objetos,
exigências, que deverão ser cumpridas no prazo de 60
embalagens, etiquetas e outros que contenham a marca
(sessenta) dias.
falsificada ou imitada.
Parágrafo único. Decorrido o prazo do caput, será
Art. 210. Os lucros cessantes serão determinados pelo
decidido o recurso.
critério mais favorável ao prejudicado, dentre os
seguintes: Art. 215. A decisão do recurso é final e irrecorrível na
esfera administrativa.
I - os benefícios que o prejudicado teria auferido se a
violação não tivesse ocorrido; ou CAPÍTULO II
II - os benefícios que foram auferidos pelo autor da Dos Atos Das Partes
violação do direito; ou
Art. 216. Os atos previstos nesta Lei serão praticados
III - a remuneração que o autor da violação teria pago pelas partes ou por seus procuradores, devidamente
ao titular do direito violado pela concessão de uma qualificados.
licença que lhe permitisse legalmente explorar o bem.
§ 1º O instrumento de procuração, no original, traslado
TÍTULO VI ou fotocópia autenticada, deverá ser em língua
portuguesa, dispensados a legalização consular e o
Da Transferência De Tecnologia E Da Franquia
reconhecimento de firma.
Art. 211. O INPI fará o registro dos contratos que
§ 2º A procuração deverá ser apresentada em até 60
impliquem transferência de tecnologia, contratos de
(sessenta) dias contados da prática do primeiro ato da
franquia e similares para produzirem efeitos em relação
parte no processo, independente de notificação ou
a terceiros.
exigência, sob pena de arquivamento, sendo definitivo
Parágrafo único. A decisão relativa aos pedidos de o arquivamento do pedido de patente, do pedido de
registro de contratos de que trata este artigo será registro de desenho industrial e de registro de marca.
proferida no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data
Art. 217. A pessoa domiciliada no exterior deverá
do pedido de registro.
constituir e manter procurador devidamente
TÍTULO VII qualificado e domiciliado no País, com poderes para
representá-la administrativa e judicialmente, inclusive
Das Disposições Gerais
para receber citações.
CAPÍTULO I
Art. 218. Não se conhecerá da petição:
Dos Recursos
I - se apresentada fora do prazo legal; ou
Art. 212. Salvo expressa disposição em contrário, das
II - se desacompanhada do comprovante da respectiva
decisões de que trata esta Lei cabe recurso, que será
retribuição no valor vigente à data de sua apresentação.
interposto no prazo de 60 (sessenta) dias.
Art. 219. Não serão conhecidos a petição, a oposição e
§ 1º Os recursos serão recebidos nos efeitos suspensivo
o recurso, quando:
e devolutivo pleno, aplicando-se todos os dispositivos
pertinentes ao exame de primeira instância, no que I - apresentados fora do prazo previsto nesta Lei;
couber.
II - não contiverem fundamentação legal; ou

Estratégia Carreira Jurídica 380


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III - desacompanhados do comprovante do pagamento quando não fixadas em tratado ou acordo internacional
da retribuição correspondente. em vigor no Brasil.
Art. 220. O INPI aproveitará os atos das partes, sempre CAPÍTULO VII
que possível, fazendo as exigências cabíveis.
Da Retribuição
CAPÍTULO III
Art. 228. Para os serviços previstos nesta Lei será
Dos Prazos cobrada retribuição, cujo valor e processo de
recolhimento serão estabelecidos por ato do titular do
Art. 221. Os prazos estabelecidos nesta Lei são
órgão da administração pública federal a que estiver
contínuos, extinguindo-se automaticamente o direito
vinculado o INPI.
de praticar o ato, após seu decurso, salvo se a parte
provar que não o realizou por justa causa. TÍTULO VIII
§ 1º Reputa-se justa causa o evento imprevisto, alheio à Das Disposições Transitórias E Finais
vontade da parte e que a impediu de praticar o ato.
Art. 229. Aos pedidos em andamento serão aplicadas as
§ 2º Reconhecida a justa causa, a parte praticará o ato disposições desta Lei, exceto quanto à patenteabilidade
no prazo que lhe for concedido pelo INPI. dos pedidos depositados até 31 de dezembro de 1994,
cujo objeto de proteção sejam substâncias, matérias ou
Art. 222. No cômputo dos prazos, exclui-se o dia do
produtos obtidos por meios ou processos químicos ou
começo e inclui-se o do vencimento.
substâncias, matérias, misturas ou produtos
Art. 223. Os prazos somente começam a correr a partir alimentícios, químico-farmacêuticos e medicamentos
do primeiro dia útil após a intimação, que será feita de qualquer espécie, bem como os respectivos
mediante publicação no órgão oficial do INPI. processos de obtenção ou modificação e cujos
depositantes não tenham exercido a faculdade prevista
Art. 224. Não havendo expressa estipulação nesta Lei, o
nos arts. 230 e 231 desta Lei, os quais serão
prazo para a prática do ato será de 60 (sessenta) dias.
considerados indeferidos, para todos os efeitos,
CAPÍTULO IV devendo o INPI publicar a comunicação dos aludidos
indeferimentos. (Redação dada pela Lei nº 10.196,
Da Prescrição
de 2001)
Art. 225. Prescreve em 5 (cinco) anos a ação para
Parágrafo único. Aos pedidos relativos a produtos
reparação de dano causado ao direito de propriedade
farmacêuticos e produtos químicos para a agricultura,
industrial.
que tenham sido depositados entre 1o de janeiro de
CAPÍTULO V 1995 e 14 de maio de 1997, aplicam-se os critérios de
patenteabilidade desta Lei, na data efetiva do depósito
Dos Atos Do Inpi
do pedido no Brasil ou da prioridade, se houver,
Art. 226. Os atos do INPI nos processos administrativos assegurando-se a proteção a partir da data da
referentes à propriedade industrial só produzem efeitos concessão da patente, pelo prazo remanescente a
a partir da sua publicação no respectivo órgão oficial, contar do dia do depósito no Brasil, limitado ao prazo
ressalvados: previsto no caput do art. 40. (Incluído pela Lei nº
10.196, de 2001)
I - os que expressamente independerem de notificação
ou publicação por força do disposto nesta Lei; Art. 229-A. Consideram-se indeferidos os pedidos de
II - as decisões administrativas, quando feita notificação patentes de processo apresentados entre 1o de janeiro
por via postal ou por ciência dada ao interessado no de 1995 e 14 de maio de 1997, aos quais o art. 9o, alínea
processo; e "c", da Lei no 5.772, de 21 de dezembro de 1971, não
conferia proteção, devendo o INPI publicar a
III - os pareceres e despachos internos que não comunicação dos aludidos indeferimentos. (Incluído
necessitem ser do conhecimento das partes. pela Lei nº 10.196, de 2001)
CAPÍTULO VI Art. 229-B. Os pedidos de patentes de produto
das classificações apresentados entre 1o de janeiro de 1995 e 14 de maio
de 1997, aos quais o art. 9o, alíneas "b" e "c", da Lei no
Art. 227. As classificações relativas às matérias dos 5.772, de 1971, não conferia proteção e cujos
Títulos I, II e III desta Lei serão estabelecidas pelo INPI, depositantes não tenham exercido a faculdade prevista
nos arts. 230 e 231, serão decididos até 31 de dezembro

Estratégia Carreira Jurídica 381


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de 2004, em conformidade com esta Lei. (Incluído § 6º Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber,
pela Lei nº 10.196, de 2001) ao pedido depositado e à patente concedida com base
neste artigo.
Art. 229-C. A concessão de patentes para produtos e
processos farmacêuticos dependerá da prévia anuência Art. 231. Poderá ser depositado pedido de patente
da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. relativo às matérias de que trata o artigo anterior, por
(Incluído pela Lei nº 10.196, de 2001) nacional ou pessoa domiciliada no País, ficando
assegurada a data de divulgação do invento, desde que
Art. 230. Poderá ser depositado pedido de patente
seu objeto não tenha sido colocado em qualquer
relativo às substâncias, matérias ou produtos obtidos
mercado, por iniciativa direta do titular ou por terceiro
por meios ou processos químicos e as substâncias,
com seu consentimento, nem tenham sido realizados,
matérias, misturas ou produtos alimentícios, químico-
por terceiros, no País, sérios e efetivos preparativos
farmacêuticos e medicamentos de qualquer espécie,
para a exploração do objeto do pedido.
bem como os respectivos processos de obtenção ou
modificação, por quem tenha proteção garantida em § 1º O depósito deverá ser feito dentro do prazo de 1
tratado ou convenção em vigor no Brasil, ficando (um) ano contado da publicação desta Lei.
assegurada a data do primeiro depósito no exterior,
§ 2º O pedido de patente depositado com base neste
desde que seu objeto não tenha sido colocado em
artigo será processado nos termos desta Lei.
qualquer mercado, por iniciativa direta do titular ou por
terceiro com seu consentimento, nem tenham sido § 3º Fica assegurado à patente concedida com base
realizados, por terceiros, no País, sérios e efetivos neste artigo o prazo remanescente de proteção de 20
preparativos para a exploração do objeto do pedido ou (vinte) anos contado da data da divulgação do invento,
da patente. a partir do depósito no Brasil.
§ 1º O depósito deverá ser feito dentro do prazo de 1 § 4º O depositante que tiver pedido de patente em
(um) ano contado da publicação desta Lei, e deverá andamento, relativo às matérias de que trata o artigo
indicar a data do primeiro depósito no exterior. anterior, poderá apresentar novo pedido, no prazo e
condições estabelecidos neste artigo, juntando prova de
§ 2º O pedido de patente depositado com base neste
desistência do pedido em andamento.
artigo será automaticamente publicado, sendo
facultado a qualquer interessado manifestar-se, no Art. 232. A produção ou utilização, nos termos da
prazo de 90 (noventa) dias, quanto ao atendimento do legislação anterior, de substâncias, matérias ou
disposto no caput deste artigo. produtos obtidos por meios ou processos químicos e as
substâncias, matérias, misturas ou produtos
§ 3º Respeitados os arts. 10 e 18 desta Lei, e uma vez
alimentícios, químico-farmacêuticos e medicamentos
atendidas as condições estabelecidas neste artigo e
de qualquer espécie, bem como os respectivos
comprovada a concessão da patente no país onde foi
processos de obtenção ou modificação, mesmo que
depositado o primeiro pedido, será concedida a patente
protegidos por patente de produto ou processo em
no Brasil, tal como concedida no país de origem.
outro país, de conformidade com tratado ou convenção
§ 4º Fica assegurado à patente concedida com base em vigor no Brasil, poderão continuar, nas mesmas
neste artigo o prazo remanescente de proteção no país condições anteriores à aprovação desta Lei.
onde foi depositado o primeiro pedido, contado da data
§ 1º Não será admitida qualquer cobrança retroativa ou
do depósito no Brasil e limitado ao prazo previsto no art.
futura, de qualquer valor, a qualquer título, relativa a
40, não se aplicando o disposto no seu parágrafo único.
produtos produzidos ou processos utilizados no Brasil
§ 5º O depositante que tiver pedido de patente em em conformidade com este artigo.
andamento, relativo às substâncias, matérias ou
§ 2º Não será igualmente admitida cobrança nos termos
produtos obtidos por meios ou processos químicos e as
do parágrafo anterior, caso, no período anterior à
substâncias, matérias, misturas ou produtos
entrada em vigência desta Lei, tenham sido realizados
alimentícios, químico-farmacêuticos e medicamentos
investimentos significativos para a exploração de
de qualquer espécie, bem como os respectivos
produto ou de processo referidos neste artigo, mesmo
processos de obtenção ou modificação, poderá
que protegidos por patente de produto ou de processo
apresentar novo pedido, no prazo e condições
em outro país.
estabelecidos neste artigo, juntando prova de
desistência do pedido em andamento. Art. 233. Os pedidos de registro de expressão e sinal de
propaganda e de declaração de notoriedade serão
definitivamente arquivados e os registros e declaração

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permanecerão em vigor pelo prazo de vigência restante, Art. 241. Fica o Poder Judiciário autorizado a criar juízos
não podendo ser prorrogados. especiais para dirimir questões relativas à propriedade
intelectual.
Art. 234. Fica assegurada ao depositante a garantia de
prioridade de que trata o art. 7º da Lei nº 5.772, de 21 Art. 242. O Poder Executivo submeterá ao Congresso
de dezembro de 1971, até o término do prazo em curso. Nacional projeto de lei destinado a promover, sempre
que necessário, a harmonização desta Lei com a política
Art. 235. É assegurado o prazo em curso concedido na
para propriedade industrial adotada pelos demais
vigência da Lei nº 5.772, de 21 de dezembro de 1971.
países integrantes do MERCOSUL.
Art. 236. O pedido de patente de modelo ou de desenho
Art. 243. Esta Lei entra em vigor na data de sua
industrial depositado na vigência da Lei nº 5.772, de 21
publicação quanto às matérias disciplinadas nos arts.
de dezembro de 1971., será automaticamente
230, 231, 232 e 239, e 1 (um) ano após sua publicação
denominado pedido de registro de desenho industrial,
quanto aos demais artigos.
considerando-se, para todos os efeitos legais, a
publicação já feita. Art. 244. Revogam-se a Lei nº 5.772, de 21 de dezembro
de 1971, a Lei nº 6.348, de 7 de julho de 1976, os arts.
Parágrafo único. Nos pedidos adaptados serão
187 a 196 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
considerados os pagamentos para efeito de cálculo de
1940, os arts. 169 a 189 do Decreto-Lei nº 7.903, de 27
retribuição qüinqüenal devida.
de agosto de 1945, e as demais disposições em
Art. 237. Aos pedidos de patente de modelo ou de contrário.
desenho industrial que tiverem sido objeto de exame na
Brasília, 14 de maio de 1996; 175º da Independência e
forma da Lei nº 5.772, de 21 de dezembro de 1971., não
108º da República.
se aplicará o disposto no art. 111.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Art. 238. Os recursos interpostos na vigência da Lei nº
5.772, de 21 de dezembro de 1971., serão decididos na Nelson A. Jobim
forma nela prevista.
Sebastião do Rego Barros Neto
Art. 239. Fica o Poder Executivo autorizado a promover
Pedro Malan
as necessárias transformações no INPI, para assegurar à
Autarquia autonomia financeira e administrativa, Francisco Dornelles
podendo esta:
José Israel Vargas
I - contratar pessoal técnico e administrativo mediante
Este texto não substitui o publicado no DOU de
concurso público;
15.5.1996
II - fixar tabela de salários para os seus funcionários,
sujeita à aprovação do Ministério a que estiver
vinculado o INPI; e
LEI Nº 9.296/1996
III - dispor sobre a estrutura básica e regimento interno, Regulamenta o inciso XII, parte final, do art. 5º da
que serão aprovados pelo Ministério a que estiver Constituição Federal.
vinculado o INPI.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
Parágrafo único. As despesas resultantes da aplicação Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
deste artigo correrão por conta de recursos próprios do Lei:
INPI.
Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de
Art. 240. O art. 2º da Lei nº 5.648, de 11 de dezembro qualquer natureza, para prova em investigação criminal
de 1970, passa a ter a seguinte redação: e em instrução processual penal, observará o disposto
nesta Lei e dependerá de ordem do juiz competente da
"Art. 2º O INPI tem por finalidade principal executar, no
ação principal, sob segredo de justiça.
âmbito nacional, as normas que regulam a propriedade
industrial, tendo em vista a sua função social, Parágrafo único. O disposto nesta Lei aplica-se à
econômica, jurídica e técnica, bem como pronunciar-se interceptação do fluxo de comunicações em sistemas de
quanto à conveniência de assinatura, ratificação e informática e telemática.
denúncia de convenções, tratados, convênios e acordos
Art. 2º Não será admitida a interceptação de
sobre propriedade industrial."
comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das
seguintes hipóteses:

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I - não houver indícios razoáveis da autoria ou serviços e técnicos especializados às concessionárias de


participação em infração penal; serviço público.
II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis; Art. 8º A interceptação de comunicação telefônica, de
qualquer natureza, ocorrerá em autos apartados,
III - o fato investigado constituir infração penal punida,
apensados aos autos do inquérito policial ou do
no máximo, com pena de detenção.
processo criminal, preservando-se o sigilo das
Parágrafo único. Em qualquer hipótese deve ser descrita diligências, gravações e transcrições respectivas.
com clareza a situação objeto da investigação, inclusive
Parágrafo único. A apensação somente poderá ser
com a indicação e qualificação dos investigados, salvo
realizada imediatamente antes do relatório da
impossibilidade manifesta, devidamente justificada.
autoridade, quando se tratar de inquérito policial
Art. 3º A interceptação das comunicações telefônicas (Código de Processo Penal, art.10, § 1º) ou na conclusão
poderá ser determinada pelo juiz, de ofício ou a do processo ao juiz para o despacho decorrente do
requerimento: disposto nos arts. 407, 502 ou 538 do Código de
Processo Penal.
I - da autoridade policial, na investigação criminal;
Art. 9º A gravação que não interessar à prova será
II - do representante do Ministério Público, na
inutilizada por decisão judicial, durante o inquérito, a
investigação criminal e na instrução processual penal.
instrução processual ou após esta, em virtude de
Art. 4º O pedido de interceptação de comunicação requerimento do Ministério Público ou da parte
telefônica conterá a demonstração de que a sua interessada.
realização é necessária à apuração de infração penal,
Parágrafo único. O incidente de inutilização será
com indicação dos meios a serem empregados.
assistido pelo Ministério Público, sendo facultada a
§ 1º Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o presença do acusado ou de seu representante legal.
pedido seja formulado verbalmente, desde que estejam
Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de
presentes os pressupostos que autorizem a
comunicações telefônicas, de informática ou
interceptação, caso em que a concessão será
telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem
condicionada à sua redução a termo.
autorização judicial ou com objetivos não autorizados
§ 2º O juiz, no prazo máximo de vinte e quatro horas, em lei.
decidirá sobre o pedido.
Pena: reclusão, de dois a quatro anos, e multa.
Art. 5º A decisão será fundamentada, sob pena de
Art. 11. Esta Lei entra em vigor na data de sua
nulidade, indicando também a forma de execução da
publicação.
diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze
dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a Art. 12. Revogam-se as disposições em contrário.
indispensabilidade do meio de prova.
Brasília, 24 de julho de 1996; 175º da Independência e
Art. 6º Deferido o pedido, a autoridade policial 108º da República.
conduzirá os procedimentos de interceptação, dando
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
ciência ao Ministério Público, que poderá acompanhar a
sua realização. Nelson A. Jobim
§ 1º No caso de a diligência possibilitar a gravação da
comunicação interceptada, será determinada a sua LEI Nº 9.434/1997
transcrição.
Dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do
§ 2º Cumprida a diligência, a autoridade policial
corpo humano para fins de transplante e tratamento e
encaminhará o resultado da interceptação ao juiz,
dá outras providências.
acompanhado de auto circunstanciado, que deverá
conter o resumo das operações realizadas. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
§ 3º Recebidos esses elementos, o juiz determinará a
Lei:
providência do art. 8º , ciente o Ministério Público.
CAPÍTULO I
Art. 7º Para os procedimentos de interceptação de que
trata esta Lei, a autoridade policial poderá requisitar Das Disposições Gerais

Estratégia Carreira Jurídica 384


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Art. 1º A disposição gratuita de tecidos, órgãos e partes Art. 4o A retirada de tecidos, órgãos e partes do corpo
do corpo humano, em vida ou post mortem, para fins de de pessoas falecidas para transplantes ou outra
transplante e tratamento, é permitida na forma desta finalidade terapêutica, dependerá da autorização do
Lei. cônjuge ou parente, maior de idade, obedecida a linha
sucessória, reta ou colateral, até o segundo grau
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, não estão
inclusive, firmada em documento subscrito por duas
compreendidos entre os tecidos a que se refere este
testemunhas presentes à verificação da morte.
artigo o sangue, o esperma e o óvulo.
(Redação dada pela Lei nº 10.211, de 23.3.2001)
Art. 2º A realização de transplante ou enxertos de
Parágrafo único. (VETADO) (Incluído pela Lei nº
tecidos, órgãos ou partes do corpo humano só poderá
10.211, de 23.3.2001)
ser realizada por estabelecimento de saúde, público ou
privado, e por equipes médico-cirúrgicas de remoção e § 1º (Revogado pela Lei nº 10.211, de 23.3.2001)
transplante previamente autorizados pelo órgão de
§ 2º (Revogado pela Lei nº 10.211, de 23.3.2001)
gestão nacional do Sistema Único de Saúde.
§ 3º (Revogado pela Lei nº 10.211, de 23.3.2001)
Parágrafo único. A realização de transplantes ou
enxertos de tecidos, órgãos e partes do corpo humano § 4º (Revogado pela Lei nº 10.211, de 23.3.2001)
só poderá ser autorizada após a realização, no doador,
§ 5º . (Revogado pela Lei nº 10.211, de 23.3.2001)
de todos os testes de triagem para diagnóstico de
infecção e infestação exigidos em normas Art. 5º A remoção post mortem de tecidos, órgãos ou
regulamentares expedidas pelo Ministério da Saúde. partes do corpo de pessoa juridicamente incapaz
(Redação dada pela Lei nº 10.211, de 23.3.2001) poderá ser feita desde que permitida expressamente
por ambos os pais, ou por seus responsáveis legais.
CAPÍTULO II
Art. 6º É vedada a remoção post mortem de tecidos,
Da Disposição Post Mortem De Tecidos,
órgãos ou partes do corpo de pessoas não identificadas.
Órgãos E Partes Do Corpo Humano Para Fins De
Art. 7º (VETADO)
Transplante.
Parágrafo único. No caso de morte sem assistência
Art. 3º A retirada post mortem de tecidos, órgãos ou
médica, de óbito em decorrência de causa mal definida
partes do corpo humano destinados a transplante ou
ou de outras situações nas quais houver indicação de
tratamento deverá ser precedida de diagnóstico de
verificação da causa médica da morte, a remoção de
morte encefálica, constatada e registrada por dois
tecidos, órgãos ou partes de cadáver para fins de
médicos não participantes das equipes de remoção e
transplante ou terapêutica somente poderá ser
transplante, mediante a utilização de critérios clínicos e
realizada após a autorização do patologista do serviço
tecnológicos definidos por resolução do Conselho
de verificação de óbito responsável pela investigação e
Federal de Medicina.
citada em relatório de necrópsia.
§ 1º Os prontuários médicos, contendo os resultados ou
Art. 8o Após a retirada de tecidos, órgãos e partes, o
os laudos dos exames referentes aos diagnósticos de
cadáver será imediatamente necropsiado, se verificada
morte encefálica e cópias dos documentos de que
a hipótese do parágrafo único do art. 7o, e, em qualquer
tratam os arts. 2º, parágrafo único; 4º e seus parágrafos;
caso, condignamente recomposto para ser entregue,
5º; 7º; 9º, §§ 2º, 4º, 6º e 8º, e 10, quando couber, e
em seguida, aos parentes do morto ou seus
detalhando os atos cirúrgicos relativos aos transplantes
responsáveis legais para sepultamento. (Redação
e enxertos, serão mantidos nos arquivos das instituições
dada pela Lei nº 10.211, de 23.3.2001)
referidas no art. 2º por um período mínimo de cinco
anos. CAPÍTULO III
§ 2º Às instituições referidas no art. 2º enviarão Da Disposição De Tecidos, Órgãos E Partes Do Corpo
anualmente um relatório contendo os nomes dos Humano Vivo Para Fins De Transplante Ou
pacientes receptores ao órgão gestor estadual do Tratamento
Sistema único de Saúde.
Art. 9o É permitida à pessoa juridicamente capaz dispor
§ 3º Será admitida a presença de médico de confiança gratuitamente de tecidos, órgãos e partes do próprio
da família do falecido no ato da comprovação e corpo vivo, para fins terapêuticos ou para transplantes
atestação da morte encefálica. em cônjuge ou parentes consangüíneos até o quarto
grau, inclusive, na forma do § 4o deste artigo, ou em
qualquer outra pessoa, mediante autorização judicial,

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dispensada esta em relação à medula óssea. § 1o Nos casos em que o receptor seja juridicamente
(Redação dada pela Lei nº 10.211, de 23.3.2001) incapaz ou cujas condições de saúde impeçam ou
comprometam a manifestação válida da sua vontade, o
§ 1º (VETADO)
consentimento de que trata este artigo será dado por
§ 2º (VETADO) um de seus pais ou responsáveis legais. (Incluído
pela Lei nº 10.211, de 23.3.2001)
§ 3º Só é permitida a doação referida neste artigo
quando se tratar de órgãos duplos, de partes de órgãos, § 2o A inscrição em lista única de espera não confere ao
tecidos ou partes do corpo cuja retirada não impeça o pretenso receptor ou à sua família direito subjetivo a
organismo do doador de continuar vivendo sem risco indenização, se o transplante não se realizar em
para a sua integridade e não represente grave decorrência de alteração do estado de órgãos, tecidos e
comprometimento de suas aptidões vitais e saúde partes, que lhe seriam destinados, provocado por
mental e não cause mutilação ou deformação acidente ou incidente em seu transporte. (Incluído
inaceitável, e corresponda a uma necessidade pela Lei nº 10.211, de 23.3.2001)
terapêutica comprovadamente indispensável à pessoa
Parágrafo único. Nos casos em que o receptor seja
receptora.
juridicamente incapaz ou cujas condições de saúde
§ 4º O doador deverá autorizar, preferencialmente por impeçam ou comprometam a manifestação válida de
escrito e diante de testemunhas, especificamente o sua vontade, o consentimento de que trata este artigo
tecido, órgão ou parte do corpo objeto da retirada. será dado por um de seus pais ou responsáveis legais.
§ 5º A doação poderá ser revogada pelo doador ou pelos Art. 11. É proibida a veiculação, através de qualquer
responsáveis legais a qualquer momento antes de sua meio de comunicação social de anúncio que configure:
concretização.
a) publicidade de estabelecimentos autorizados a
§ 6º O indivíduo juridicamente incapaz, com realizar transplantes e enxertos, relativa a estas
compatibilidade imunológica comprovada, poderá fazer atividades;
doação nos casos de transplante de medula óssea,
b) apelo público no sentido da doação de tecido, órgão
desde que haja consentimento de ambos os pais ou seus
ou parte do corpo humano para pessoa determinada
responsáveis legais e autorização judicial e o ato não
identificada ou não, ressalvado o disposto no parágrafo
oferecer risco para a sua saúde.
único;
§ 7º É vedado à gestante dispor de tecidos, órgãos ou
c) apelo público para a arrecadação de fundos para o
partes de seu corpo vivo, exceto quando se tratar de
financiamento de transplante ou enxerto em beneficio
doação de tecido para ser utilizado em transplante de
de particulares.
medula óssea e o ato não oferecer risco à sua saúde ou
ao feto. Parágrafo único. Os órgãos de gestão nacional, regional
e local do Sistema único de Saúde realizarão
§ 8º O auto-transplante depende apenas do
periodicamente, através dos meios adequados de
consentimento do próprio indivíduo, registrado em seu
comunicação social, campanhas de esclarecimento
prontuário médico ou, se ele for juridicamente incapaz,
público dos benefícios esperados a partir da vigência
de um de seus pais ou responsáveis legais.
desta Lei e de estímulo à doação de órgãos.
Art. 9o-A É garantido a toda mulher o acesso a
Art. 12. (VETADO)
informações sobre as possibilidades e os benefícios da
doação voluntária de sangue do cordão umbilical e Art. 13. É obrigatório, para todos os estabelecimentos
placentário durante o período de consultas pré-natais e de saúde notificar, às centrais de notificação, captação
no momento da realização do parto. (Incluído pela e distribuição de órgãos da unidade federada onde
Lei nº 11.633, de 2007). ocorrer, o diagnóstico de morte encefálica feito em
pacientes por eles atendidos.
CAPITULO IV
Parágrafo único. Após a notificação prevista no caput
Das Disposições Complementares
deste artigo, os estabelecimentos de saúde não
Art. 10. O transplante ou enxerto só se fará com o autorizados a retirar tecidos, órgãos ou partes do corpo
consentimento expresso do receptor, assim inscrito em humano destinados a transplante ou tratamento
lista única de espera, após aconselhamento sobre a deverão permitir a imediata remoção do paciente ou
excepcionalidade e os riscos do procedimento. franquear suas instalações e fornecer o apoio
(Redação dada pela Lei nº 10.211, de 23.3.2001) operacional necessário às equipes médico-cirúrgicas de
remoção e transplante, hipótese em que serão

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ressarcidos na forma da lei. (Incluído pela Lei nº Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem
11.521, de 2007) promove, intermedeia, facilita ou aufere qualquer
vantagem com a transação.
CAPÍTULO V
Art. 16. Realizar transplante ou enxerto utilizando
Das Sanções Penais E Admimstrativas
tecidos, órgãos ou partes do corpo humano de que se
SEÇÃO I tem ciência terem sido obtidos em desacordo com os
dispositivos desta Lei:
Dos Crimes
Pena - reclusão, de um a seis anos, e multa, de 150 a 300
Art. 14. Remover tecidos, órgãos ou partes do corpo de
dias-multa.
pessoa ou cadáver, em desacordo com as disposições
desta Lei: Art. 17 Recolher, transportar, guardar ou distribuir
partes do corpo humano de que se tem ciência terem
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, de 100 a
sido obtidos em desacordo com os dispositivos desta
360 dias-multa.
Lei:
§ 1.º Se o crime é cometido mediante paga ou promessa
Pena - reclusão, de seis meses a dois anos, e multa, de
de recompensa ou por outro motivo torpe:
100 a 250 dias-multa.
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa, de 100 a
Art. 18. Realizar transplante ou enxerto em desacordo
150 dias-multa.
com o disposto no art. 10 desta Lei e seu parágrafo
§ 2.º Se o crime é praticado em pessoa viva, e resulta único:
para o ofendido:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
I - incapacidade para as ocupações habituais, por mais
Art. 19. Deixar de recompor cadáver, devolvendo-lhe
de trinta dias;
aspecto condigno, para sepultamento ou deixar de
II - perigo de vida; entregar ou retardar sua entrega aos familiares ou
interessados:
III - debilidade permanente de membro, sentido ou
função; Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
IV - aceleração de parto: Art. 20. Publicar anúncio ou apelo público em desacordo
com o disposto no art. 11:
Pena - reclusão, de três a dez anos, e multa, de 100 a
200 dias-multa Pena - multa, de 100 a 200 dias-multa.
§ 3.º Se o crime é praticado em pessoa viva e resulta Seção II
para o ofendido:
Das Sanções Administrativas
I - Incapacidade para o trabalho;
Art. 21. No caso dos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16
II - Enfermidade incurável ; e 17, o estabelecimento de saúde e as equipes médico-
cirúrgicas envolvidas poderão ser desautorizadas
III - perda ou inutilização de membro, sentido ou função;
temporária ou permanentemente pelas autoridades
IV - deformidade permanente; competentes.
V - aborto: § 1.º Se a instituição é particular, a autoridade
competente poderá multá-la em 200 a 360 dias-multa e,
Pena - reclusão, de quatro a doze anos, e multa, de 150
em caso de reincidência, poderá ter suas atividades
a 300 dias-multa.
suspensas temporária ou definitivamente, sem direito a
§ 4.º Se o crime é praticado em pessoa viva e resulta qualquer indenização ou compensação por
morte: investimentos realizados.
Pena - reclusão, de oito a vinte anos, e multa de 200 a § 2.º Se a instituição é particular, é proibida de
360 dias-multa. estabelecer contratos ou convênios com entidades
públicas, bem como se beneficiar de créditos oriundos
Art. 15. Comprar ou vender tecidos, órgãos ou partes do
de instituições governamentais ou daquelas em que o
corpo humano:
Estado é acionista, pelo prazo de cinco anos.
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa, de 200 a
Art. 22. As instituições que deixarem de manter em
360 dias-multa.
arquivo relatórios dos transplantes realizados,

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conforme o disposto no art. 3.º § 1.º, ou que não II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou
enviarem os relatórios mencionados no art. 3.º, § 2.º ao autoridade, com emprego de violência ou grave
órgão de gestão estadual do Sistema único de Saúde, ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como
estão sujeitas a multa, de 100 a 200 dias-multa. forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter
preventivo.
§ 1º Incorre na mesma pena o estabelecimento de
saúde que deixar de fazer as notificações previstas no Pena - reclusão, de dois a oito anos.
art. 13 desta Lei ou proibir, dificultar ou atrasar as
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa
hipóteses definidas em seu parágrafo único.
presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento
(Redação dada pela Lei nº 11.521, de 2007)
físico ou mental, por intermédio da prática de ato não
§ 2.º Em caso de reincidência, além de multa, o órgão previsto em lei ou não resultante de medida legal.
de gestão estadual do Sistema Único de Saúde poderá
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas,
determinar a desautorização temporária ou
quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre
permanente da instituição.
na pena de detenção de um a quatro anos.
Art. 23. Sujeita-se às penas do art. 59 da Lei n.º 4.117,
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou
de 27 de agosto de 1962, a empresa de comunicação
gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos;
social que veicular anúncio em desacordo com o
se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.
disposto no art. 11.
§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:
CAPÍTULO VI
I - se o crime é cometido por agente público;
Das Disposições Finais
II – se o crime é cometido contra criança, gestante,
Art. 24. (VETADO)
portador de deficiência, adolescente ou maior de 60
Art. 25. Revogam-se as disposições em contrário, (sessenta) anos; (Redação dada pela Lei nº 10.741, de
particularmente a Lei n.º 8.489, de 18 de novembro de 2003)
1992, e Decreto n.º 879, de 22 de julho de 1993.
III - se o crime é cometido mediante seqüestro.
Brasília,4 de fevereiro de 1997; 176.º da Independência
§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função
e 109.º da República.
ou emprego público e a interdição para seu exercício
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO pelo dobro do prazo da pena aplicada.
Nelson A. Jobim § 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de
graça ou anistia.
Carlos César de Albuquerque
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a
Este texto não substitui o publicado no DOU de 5.2.1997
hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em
regime fechado.
LEI Nº 9.455/1997 Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o
crime não tenha sido cometido em território nacional,
Define os crimes de tortura e dá outras providências.
sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o em local sob jurisdição brasileira.
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Lei:
Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069, de 13 de
Art. 1º Constitui crime de tortura:
julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente.
I - constranger alguém com emprego de violência ou
Brasília, 7 de abril de 1997; 176º da Independência e
grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou
109º da República.
mental:
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
a) com o fim de obter informação, declaração ou
Nelson A. Jobim
confissão da vítima ou de terceira pessoa;
b) para provocar ação ou omissão de natureza
criminosa;
LEI Nº 9.503/1997
c) em razão de discriminação racial ou religiosa; Institui o Código de Trânsito Brasileiro.

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O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o CAPÍTULO II


Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
Do Sistema Nacional de Trânsito
Lei:
Seção I
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Disposições Preliminares
Art. 5º O Sistema Nacional de Trânsito é o conjunto de
Art. 1º O trânsito de qualquer natureza nas vias
órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito
terrestres do território nacional, abertas à circulação,
Federal e dos Municípios que tem por finalidade o
rege-se por este Código.
exercício das atividades de planejamento,
§ 1º Considera-se trânsito a utilização das vias por administração, normatização, pesquisa, registro e
pessoas, veículos e animais, isolados ou em grupos, licenciamento de veículos, formação, habilitação e
conduzidos ou não, para fins de circulação, parada, reciclagem de condutores, educação, engenharia,
estacionamento e operação de carga ou descarga. operação do sistema viário, policiamento, fiscalização,
julgamento de infrações e de recursos e aplicação de
§ 2º O trânsito, em condições seguras, é um direito de
penalidades.
todos e dever dos órgãos e entidades componentes do
Sistema Nacional de Trânsito, a estes cabendo, no Art. 6º São objetivos básicos do Sistema Nacional de
âmbito das respectivas competências, adotar as Trânsito:
medidas destinadas a assegurar esse direito.
I - estabelecer diretrizes da Política Nacional de Trânsito,
§ 3º Os órgãos e entidades componentes do Sistema com vistas à segurança, à fluidez, ao conforto, à defesa
Nacional de Trânsito respondem, no âmbito das ambiental e à educação para o trânsito, e fiscalizar seu
respectivas competências, objetivamente, por danos cumprimento;
causados aos cidadãos em virtude de ação, omissão ou
II - fixar, mediante normas e procedimentos, a
erro na execução e manutenção de programas, projetos
padronização de critérios técnicos, financeiros e
e serviços que garantam o exercício do direito do
administrativos para a execução das atividades de
trânsito seguro.
trânsito;
§ 4º (VETADO)
III - estabelecer a sistemática de fluxos permanentes de
§ 5º Os órgãos e entidades de trânsito pertencentes ao informações entre os seus diversos órgãos e entidades,
Sistema Nacional de Trânsito darão prioridade em suas a fim de facilitar o processo decisório e a integração do
ações à defesa da vida, nela incluída a preservação da Sistema.
saúde e do meio-ambiente.
Seção II
Art. 2º São vias terrestres urbanas e rurais as ruas, as
Da Composição e da Competência do Sistema
avenidas, os logradouros, os caminhos, as passagens, as
Nacional de Trânsito
estradas e as rodovias, que terão seu uso
regulamentado pelo órgão ou entidade com Art. 7º Compõem o Sistema Nacional de Trânsito os
circunscrição sobre elas, de acordo com as seguintes órgãos e entidades:
peculiaridades locais e as circunstâncias especiais.
I - o Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN,
Parágrafo único. Para os efeitos deste Código, são coordenador do Sistema e órgão máximo normativo e
consideradas vias terrestres as praias abertas à consultivo;
circulação pública, as vias internas pertencentes aos
II - os Conselhos Estaduais de Trânsito - CETRAN e o
condomínios constituídos por unidades autônomas e as
Conselho de Trânsito do Distrito Federal -
vias e áreas de estacionamento de estabelecimentos
CONTRANDIFE, órgãos normativos, consultivos e
privados de uso coletivo. (Redação dada pela Lei nº
coordenadores;
13.146, de 2015) (Vigência)
III - os órgãos e entidades executivos de trânsito da
Art. 3º As disposições deste Código são aplicáveis a
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
qualquer veículo, bem como aos proprietários,
Municípios;
condutores dos veículos nacionais ou estrangeiros e às
pessoas nele expressamente mencionadas. IV - os órgãos e entidades executivos rodoviários da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Art. 4º Os conceitos e definições estabelecidos para os
Municípios;
efeitos deste Código são os constantes do Anexo I.
V - a Polícia Rodoviária Federal;

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VI - as Polícias Militares dos Estados e do Distrito XI - (VETADO)


Federal; e
XII - (VETADO)
VII - as Juntas Administrativas de Recursos de Infrações
XIII - (VETADO)
- JARI.
XIV - (VETADO)
Art. 7º-A. A autoridade portuária ou a entidade
concessionária de porto organizado poderá celebrar XV - (VETADO)
convênios com os órgãos previstos no art. 7º, com a
XVI - (VETADO)
interveniência dos Municípios e Estados, juridicamente
interessados, para o fim específico de facilitar a XVII - (VETADO)
autuação por descumprimento da legislação de trânsito.
XVIII - (VETADO)
(Incluído pela Lei nº 12.058, de 2009)
XIX - (VETADO)
§ 1º O convênio valerá para toda a área física do porto
organizado, inclusive, nas áreas dos terminais XX - um representante do ministério ou órgão
alfandegados, nas estações de transbordo, nas coordenador máximo do Sistema Nacional de Trânsito;
instalações portuárias públicas de pequeno porte e nos
XXI - (VETADO)
respectivos estacionamentos ou vias de trânsito
internas. (Incluído pela Lei nº 12.058, de 2009) XXII - um representante do Ministério da Saúde.
(Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)
§ 2º (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.058, de 2009)
XXIII - 1 (um) representante do Ministério da Justiça.
§ 3º (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.058, de 2009)
(Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008)
Art. 8º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
XXIV - 1 (um) representante do Ministério do
organizarão os respectivos órgãos e entidades
Desenvolvimento, Indústria e Comércio
executivos de trânsito e executivos rodoviários,
Exterior; (Incluído pela Lei nº 12.865, de 2013)
estabelecendo os limites circunscricionais de suas
atuações. XXV - 1 (um) representante da Agência Nacional de
Transportes Terrestres (ANTT). (Incluído pela Lei nº
Art. 9º O Presidente da República designará o ministério
12.865, de 2013)
ou órgão da Presidência responsável pela coordenação
máxima do Sistema Nacional de Trânsito, ao qual estará § 1º (VETADO)
vinculado o CONTRAN e subordinado o órgão máximo
§ 2º (VETADO)
executivo de trânsito da União.
§ 3º (VETADO)
Art. 10. O Conselho Nacional de Trânsito - Contran terá
sede no Distrito Federal. (Redação dada pela Medida § 4º O Contran será composto pelos seguintes
Provisória nº 882, de 2019) Ministros de Estado: (Incluído pela Medida Provisória nº
882, de 2019)
I - (VETADO)
I - da Infraestrutura, que o presidirá; (Incluído pela
II - (VETADO)
Medida Provisória nº 882, de 2019)
III - um representante do Ministério da Ciência e
II - da Justiça e Segurança Pública; (Incluído pela Medida
Tecnologia;
Provisória nº 882, de 2019)
IV - um representante do Ministério da Educação e do
III - da Defesa; (Incluído pela Medida Provisória nº 882,
Desporto;
de 2019)
V - um representante do Ministério do Exército; IV - das Relações Exteriores;(Incluído pela Medida
VI - um representante do Ministério do Meio Ambiente Provisória nº 882, de 2019)
e da Amazônia Legal; V - da Economia; (Incluído pela Medida Provisória nº
VII - um representante do Ministério dos Transportes; 882, de 2019)
VIII - (VETADO) VI - da Educação;(Incluído pela Medida Provisória nº
882, de 2019)
IX - (VETADO)
VII - da Saúde; (Incluído pela Medida Provisória nº 882,
X - (VETADO)
de 2019)

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VIII - da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações; X - normatizar os procedimentos sobre a aprendizagem,


e (Incluído pela Medida Provisória nº 882, de 2019) habilitação, expedição de documentos de condutores, e
registro e licenciamento de veículos;
IX - do Meio Ambiente. (Incluído pela Medida Provisória
nº882, de 2019) XI - aprovar, complementar ou alterar os dispositivos de
sinalização e os dispositivos e equipamentos de trânsito;
§ 5º Em seus impedimentos e suas ausências, os
Ministros de Estado poderão ser representados por XII - (Revogado pela Medida Provisória nº 882, 2019)
servidor de nível hierárquico igual ou superior ao nível 6
XIII - avocar, para análise e soluções, processos sobre
do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS
conflitos de competência ou circunscrição, ou, quando
ou, no caso do Ministério da Defesa, alternativamente,
necessário, unificar as decisões administrativas; e
por oficial-general. (Incluído pela Medida Provisória nº
882, de 2019) XIV - dirimir conflitos sobre circunscrição e competência
de trânsito no âmbito da União, dos Estados e do
§ 6º Compete ao dirigente do órgão máximo executivo
Distrito Federal.
de trânsito da União a que se refere o 9º atuar como
Secretário-Executivo do Contran. (Incluído pela Medida XV - normatizar o processo de formação do candidato à
Provisória nº 882, de 2019) obtenção da Carteira Nacional de Habilitação,
estabelecendo seu conteúdo didático-pedagógico,
§ 7º O quórum de votação e de aprovação no Contran
carga horária, avaliações, exames, execução e
é o de maioria absoluta. (Incluído pela Medida
fiscalização. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)
Provisória nº 882, de 2019)
(Vigência)
Art. 10-A. Serão convidados a participar das reuniões do
Art. 13. As Câmaras Temáticas, órgãos técnicos
Contran, sem direito a voto, representantes de órgãos e
vinculados ao CONTRAN, são integradas por
entidades setoriais responsáveis pelas propostas ou
especialistas e têm como objetivo estudar e oferecer
matérias em exame pelo Conselho. (Incluído pela
sugestões e embasamento técnico sobre assuntos
Medida Provisória nº 882, de 2019)
específicos para decisões daquele colegiado.
Art. 11. (VETADO)
§ 1º Cada Câmara é constituída por especialistas
Art. 12. Compete ao CONTRAN: representantes de órgãos e entidades executivos da
União, dos Estados, ou do Distrito Federal e dos
I - estabelecer as normas regulamentares referidas
Municípios, em igual número, pertencentes ao Sistema
neste Código e as diretrizes da Política Nacional de
Nacional de Trânsito, além de especialistas
Trânsito;
representantes dos diversos segmentos da sociedade
II - coordenar os órgãos do Sistema Nacional de Trânsito, relacionados com o trânsito, todos indicados segundo
objetivando a integração de suas atividades; regimento específico definido pelo CONTRAN e
designados pelo ministro ou dirigente coordenador
III - (VETADO)
máximo do Sistema Nacional de Trânsito.
IV - criar Câmaras Temáticas;
§ 2º Os segmentos da sociedade, relacionados no
V - estabelecer seu regimento interno e as diretrizes parágrafo anterior, serão representados por pessoa
para o funcionamento dos CETRAN e CONTRANDIFE; jurídica e devem atender aos requisitos estabelecidos
pelo CONTRAN.
VI - estabelecer as diretrizes do regimento das JARI;
§ 3º Os coordenadores das Câmaras Temáticas serão
VII - zelar pela uniformidade e cumprimento das normas
eleitos pelos respectivos membros.
contidas neste Código e nas resoluções
complementares; § 4º (VETADO)
VIII - estabelecer e normatizar os procedimentos para a I - (VETADO)
aplicação das multas por infrações, a arrecadação e o
II - (VETADO)
repasse dos valores arrecadados; (Redação dada
pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) III - (VETADO)
IX - responder às consultas que lhe forem formuladas, IV - (VETADO)
relativas à aplicação da legislação de trânsito;
Art. 14. Compete aos Conselhos Estaduais de Trânsito -
CETRAN e ao Conselho de Trânsito do Distrito Federal -
CONTRANDIFE:

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I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de § 3º O mandato dos membros do CETRAN e do


trânsito, no âmbito das respectivas atribuições; CONTRANDIFE é de dois anos, admitida a recondução.
II - elaborar normas no âmbito das respectivas Art. 16. Junto a cada órgão ou entidade executivos de
competências; trânsito ou rodoviário funcionarão Juntas
Administrativas de Recursos de Infrações - JARI, órgãos
III - responder a consultas relativas à aplicação da
colegiados responsáveis pelo julgamento dos recursos
legislação e dos procedimentos normativos de trânsito;
interpostos contra penalidades por eles impostas.
IV - estimular e orientar a execução de campanhas
Parágrafo único. As JARI têm regimento próprio,
educativas de trânsito;
observado o disposto no inciso VI do art. 12, e apoio
V - julgar os recursos interpostos contra decisões: administrativo e financeiro do órgão ou entidade junto
ao qual funcionem.
a) das JARI;
Art. 17. Compete às JARI:
b) dos órgãos e entidades executivos estaduais, nos
casos de inaptidão permanente constatados nos I - julgar os recursos interpostos pelos infratores;
exames de aptidão física, mental ou psicológica;
II - solicitar aos órgãos e entidades executivos de
VI - indicar um representante para compor a comissão trânsito e executivos rodoviários informações
examinadora de candidatos portadores de deficiência complementares relativas aos recursos, objetivando
física à habilitação para conduzir veículos automotores; uma melhor análise da situação recorrida;
VII - (VETADO) III - encaminhar aos órgãos e entidades executivos de
trânsito e executivos rodoviários informações sobre
VIII - acompanhar e coordenar as atividades de
problemas observados nas autuações e apontados em
administração, educação, engenharia, fiscalização,
recursos, e que se repitam sistematicamente.
policiamento ostensivo de trânsito, formação de
condutores, registro e licenciamento de veículos, Art. 18. (VETADO)
articulando os órgãos do Sistema no Estado,
Art. 19. Compete ao órgão máximo executivo de
reportando-se ao CONTRAN;
trânsito da União:
IX - dirimir conflitos sobre circunscrição e competência
I - cumprir e fazer cumprir a legislação de trânsito e a
de trânsito no âmbito dos Municípios; e
execução das normas e diretrizes estabelecidas pelo
X - informar o CONTRAN sobre o cumprimento das CONTRAN, no âmbito de suas atribuições;
exigências definidas nos §§ 1º e 2º do art. 333.
II - proceder à supervisão, à coordenação, à correição
XI - designar, em caso de recursos deferidos e na dos órgãos delegados, ao controle e à fiscalização da
hipótese de reavaliação dos exames, junta especial de execução da Política Nacional de Trânsito e do Programa
saúde para examinar os candidatos à habilitação para Nacional de Trânsito;
conduzir veículos automotores. (Incluído pela Lei nº
III - articular-se com os órgãos dos Sistemas Nacionais
9.602, de 1998)
de Trânsito, de Transporte e de Segurança Pública,
Parágrafo único. Dos casos previstos no inciso V, objetivando o combate à violência no trânsito,
julgados pelo órgão, não cabe recurso na esfera promovendo, coordenando e executando o controle de
administrativa. ações para a preservação do ordenamento e da
segurança do trânsito;
Art. 15. Os presidentes dos CETRAN e do CONTRANDIFE
são nomeados pelos Governadores dos Estados e do IV - apurar, prevenir e reprimir a prática de atos de
Distrito Federal, respectivamente, e deverão ter improbidade contra a fé pública, o patrimônio, ou a
reconhecida experiência em matéria de trânsito. administração pública ou privada, referentes à
segurança do trânsito;
§ 1º Os membros dos CETRAN e do CONTRANDIFE são
nomeados pelos Governadores dos Estados e do Distrito V - supervisionar a implantação de projetos e programas
Federal, respectivamente. relacionados com a engenharia, educação,
administração, policiamento e fiscalização do trânsito e
§ 2º Os membros do CETRAN e do CONTRANDIFE
outros, visando à uniformidade de procedimento;
deverão ser pessoas de reconhecida experiência em
trânsito. VI - estabelecer procedimentos sobre a aprendizagem e
habilitação de condutores de veículos, a expedição de

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documentos de condutores, de registro e licenciamento mediante delegação aos órgãos executivos dos Estados
de veículos; e do Distrito Federal ou a entidade habilitada para esse
fim pelo poder público federal; (Redação dada pela
VII - expedir a Permissão para Dirigir, a Carteira Nacional
lei nº 13.258, de 2016)
de Habilitação, os Certificados de Registro e o de
Licenciamento Anual mediante delegação aos órgãos XXI - promover a realização periódica de reuniões
executivos dos Estados e do Distrito Federal; regionais e congressos nacionais de trânsito, bem como
propor a representação do Brasil em congressos ou
VIII - organizar e manter o Registro Nacional de Carteiras
reuniões internacionais;
de Habilitação - RENACH;
XXII - propor acordos de cooperação com organismos
IX - organizar e manter o Registro Nacional de Veículos
internacionais, com vistas ao aperfeiçoamento das
Automotores - RENAVAM;
ações inerentes à segurança e educação de trânsito;
X - organizar a estatística geral de trânsito no território
XXIII - elaborar projetos e programas de formação,
nacional, definindo os dados a serem fornecidos pelos
treinamento e especialização do pessoal encarregado
demais órgãos e promover sua divulgação;
da execução das atividades de engenharia, educação,
XI - estabelecer modelo padrão de coleta de policiamento ostensivo, fiscalização, operação e
informações sobre as ocorrências de acidentes de administração de trânsito, propondo medidas que
trânsito e as estatísticas do trânsito; estimulem a pesquisa científica e o ensino técnico-
profissional de interesse do trânsito, e promovendo a
XII - administrar fundo de âmbito nacional destinado à
sua realização;
segurança e à educação de trânsito;
XXIV - opinar sobre assuntos relacionados ao trânsito
XIII - coordenar a administração do registro das
interestadual e internacional;
infrações de trânsito, da pontuação e das penalidades
aplicadas no prontuário do infrator, da arrecadação de XXV - elaborar e submeter à aprovação do CONTRAN as
multas e do repasse de que trata o § 1º do art. 320; normas e requisitos de segurança veicular para
(Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) fabricação e montagem de veículos, consoante sua
destinação;
XIV - fornecer aos órgãos e entidades do Sistema
Nacional de Trânsito informações sobre registros de XXVI - estabelecer procedimentos para a concessão do
veículos e de condutores, mantendo o fluxo código marca-modelo dos veículos para efeito de
permanente de informações com os demais órgãos do registro, emplacamento e licenciamento;
Sistema;
XXVII - instruir os recursos interpostos das decisões do
XV - promover, em conjunto com os órgãos CONTRAN, ao ministro ou dirigente coordenador
competentes do Ministério da Educação e do Desporto, máximo do Sistema Nacional de Trânsito;
de acordo com as diretrizes do CONTRAN, a elaboração
XXVIII - estudar os casos omissos na legislação de
e a implementação de programas de educação de
trânsito e submetê-los, com proposta de solução, ao
trânsito nos estabelecimentos de ensino;
Ministério ou órgão coordenador máximo do Sistema
XVI - elaborar e distribuir conteúdos programáticos para Nacional de Trânsito;
a educação de trânsito;
XXIX - prestar suporte técnico, jurídico, administrativo e
XVII - promover a divulgação de trabalhos técnicos financeiro ao CONTRAN.
sobre o trânsito;
XXX - organizar e manter o Registro Nacional de
XVIII - elaborar, juntamente com os demais órgãos e Infrações de Trânsito (Renainf). (Incluído pela Lei
entidades do Sistema Nacional de Trânsito, e submeter nº 13.281, de 2016) (Vigência)
à aprovação do CONTRAN, a complementação ou
§ 1º Comprovada, por meio de sindicância, a deficiência
alteração da sinalização e dos dispositivos e
técnica ou administrativa ou a prática constante de atos
equipamentos de trânsito;
de improbidade contra a fé pública, contra o patrimônio
XIX - organizar, elaborar, complementar e alterar os ou contra a administração pública, o órgão executivo de
manuais e normas de projetos de implementação da trânsito da União, mediante aprovação do CONTRAN,
sinalização, dos dispositivos e equipamentos de trânsito assumirá diretamente ou por delegação, a execução
aprovados pelo CONTRAN; total ou parcial das atividades do órgão executivo de
trânsito estadual que tenha motivado a investigação,
XX – expedir a permissão internacional para conduzir
até que as irregularidades sejam sanadas.
veículo e o certificado de passagem nas alfândegas

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§ 2º O regimento interno do órgão executivo de trânsito à simplificação e à celeridade das transferências de


da União disporá sobre sua estrutura organizacional e veículos e de prontuários de condutores de uma para
seu funcionamento. outra unidade da Federação;
§ 3º Os órgãos e entidades executivos de trânsito e XI - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído
executivos rodoviários da União, dos Estados, do produzidos pelos veículos automotores ou pela sua
Distrito Federal e dos Municípios fornecerão, carga, de acordo com o estabelecido no art. 66, além de
obrigatoriamente, mês a mês, os dados estatísticos para dar apoio, quando solicitado, às ações específicas dos
os fins previstos no inciso X. órgãos ambientais.
§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.281, de Art. 21. Compete aos órgãos e entidades executivos
2016) (Vigência) rodoviários da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, no âmbito de sua circunscrição:
Art. 20. Compete à Polícia Rodoviária Federal, no âmbito
das rodovias e estradas federais: I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de
trânsito, no âmbito de suas atribuições;
I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de
trânsito, no âmbito de suas atribuições; II - planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito
de veículos, de pedestres e de animais, e promover o
II - realizar o patrulhamento ostensivo, executando
desenvolvimento da circulação e da segurança de
operações relacionadas com a segurança pública, com o
ciclistas;
objetivo de preservar a ordem, incolumidade das
pessoas, o patrimônio da União e o de terceiros; III - implantar, manter e operar o sistema de sinalização,
os dispositivos e os equipamentos de controle viário;
III - aplicar e arrecadar as multas impostas por infrações
de trânsito, as medidas administrativas decorrentes e os IV - coletar dados e elaborar estudos sobre os acidentes
valores provenientes de estada e remoção de veículos, de trânsito e suas causas;
objetos, animais e escolta de veículos de cargas
V - estabelecer, em conjunto com os órgãos de
superdimensionadas ou perigosas;
policiamento ostensivo de trânsito, as respectivas
IV - efetuar levantamento dos locais de acidentes de diretrizes para o policiamento ostensivo de trânsito;
trânsito e dos serviços de atendimento, socorro e
VI - executar a fiscalização de trânsito, autuar, aplicar as
salvamento de vítimas;
penalidades de advertência, por escrito, e ainda as
V - credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e adotar multas e medidas administrativas cabíveis, notificando
medidas de segurança relativas aos serviços de remoção os infratores e arrecadando as multas que aplicar;
de veículos, escolta e transporte de carga indivisível;
VII - arrecadar valores provenientes de estada e
VI - assegurar a livre circulação nas rodovias federais, remoção de veículos e objetos, e escolta de veículos de
podendo solicitar ao órgão rodoviário a adoção de cargas superdimensionadas ou perigosas;
medidas emergenciais, e zelar pelo cumprimento das
VIII - fiscalizar, autuar, aplicar as penalidades e medidas
normas legais relativas ao direito de vizinhança,
administrativas cabíveis, relativas a infrações por
promovendo a interdição de construções e instalações
excesso de peso, dimensões e lotação dos veículos, bem
não autorizadas;
como notificar e arrecadar as multas que aplicar;
VII - coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre
IX - fiscalizar o cumprimento da norma contida no art.
acidentes de trânsito e suas causas, adotando ou
95, aplicando as penalidades e arrecadando as multas
indicando medidas operacionais preventivas e
nele previstas;
encaminhando-os ao órgão rodoviário federal;
X - implementar as medidas da Política Nacional de
VIII - implementar as medidas da Política Nacional de
Trânsito e do Programa Nacional de Trânsito;
Segurança e Educação de Trânsito;
XI - promover e participar de projetos e programas de
IX - promover e participar de projetos e programas de
educação e segurança, de acordo com as diretrizes
educação e segurança, de acordo com as diretrizes
estabelecidas pelo CONTRAN;
estabelecidas pelo CONTRAN;
XII - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema
X - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema
Nacional de Trânsito para fins de arrecadação e
Nacional de Trânsito para fins de arrecadação e
compensação de multas impostas na área de sua
compensação de multas impostas na área de sua
competência, com vistas à unificação do licenciamento,
competência, com vistas à unificação do licenciamento,
à simplificação e à celeridade das transferências de

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veículos e de prontuários de condutores de uma para X - credenciar órgãos ou entidades para a execução de
outra unidade da Federação; atividades previstas na legislação de trânsito, na forma
estabelecida em norma do CONTRAN;
XIII - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído
produzidos pelos veículos automotores ou pela sua XI - implementar as medidas da Política Nacional de
carga, de acordo com o estabelecido no art. 66, além de Trânsito e do Programa Nacional de Trânsito;
dar apoio às ações específicas dos órgãos ambientais
XII - promover e participar de projetos e programas de
locais, quando solicitado;
educação e segurança de trânsito de acordo com as
XIV - vistoriar veículos que necessitem de autorização diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN;
especial para transitar e estabelecer os requisitos
XIII - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema
técnicos a serem observados para a circulação desses
Nacional de Trânsito para fins de arrecadação e
veículos.
compensação de multas impostas na área de sua
Parágrafo único. (VETADO) competência, com vistas à unificação do licenciamento,
à simplificação e à celeridade das transferências de
Art. 22. Compete aos órgãos ou entidades executivos de
veículos e de prontuários de condutores de uma para
trânsito dos Estados e do Distrito Federal, no âmbito de
outra unidade da Federação;
sua circunscrição:
XIV - fornecer, aos órgãos e entidades executivos de
I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de
trânsito e executivos rodoviários municipais, os dados
trânsito, no âmbito das respectivas atribuições;
cadastrais dos veículos registrados e dos condutores
II - realizar, fiscalizar e controlar o processo de habilitados, para fins de imposição e notificação de
formação, aperfeiçoamento, reciclagem e suspensão de penalidades e de arrecadação de multas nas áreas de
condutores, expedir e cassar Licença de Aprendizagem, suas competências;
Permissão para Dirigir e Carteira Nacional de
XV - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído
Habilitação, mediante delegação do órgão federal
produzidos pelos veículos automotores ou pela sua
competente;
carga, de acordo com o estabelecido no art. 66, além de
III - vistoriar, inspecionar quanto às condições de dar apoio, quando solicitado, às ações específicas dos
segurança veicular, registrar, emplacar, selar a placa, e órgãos ambientais locais;
licenciar veículos, expedindo o Certificado de Registro e
XVI - articular-se com os demais órgãos do Sistema
o Licenciamento Anual, mediante delegação do órgão
Nacional de Trânsito no Estado, sob coordenação do
federal competente;
respectivo CETRAN.
IV - estabelecer, em conjunto com as Polícias Militares,
Art. 23. Compete às Polícias Militares dos Estados e do
as diretrizes para o policiamento ostensivo de trânsito;
Distrito Federal:
V - executar a fiscalização de trânsito, autuar e aplicar as
I - (VETADO)
medidas administrativas cabíveis pelas infrações
previstas neste Código, excetuadas aquelas II - (VETADO)
relacionadas nos incisos VI e VIII do art. 24, no exercício
III - executar a fiscalização de trânsito, quando e
regular do Poder de Polícia de Trânsito;
conforme convênio firmado, como agente do órgão ou
VI - aplicar as penalidades por infrações previstas neste entidade executivos de trânsito ou executivos
Código, com exceção daquelas relacionadas nos incisos rodoviários, concomitantemente com os demais
VII e VIII do art. 24, notificando os infratores e agentes credenciados;
arrecadando as multas que aplicar;
IV - (VETADO)
VII - arrecadar valores provenientes de estada e
V - (VETADO)
remoção de veículos e objetos;
VI - (VETADO)
VIII - comunicar ao órgão executivo de trânsito da União
a suspensão e a cassação do direito de dirigir e o VII - (VETADO)
recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação;
Parágrafo único. (VETADO)
IX - coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre
Art. 24. Compete aos órgãos e entidades executivos de
acidentes de trânsito e suas causas;
trânsito dos Municípios, no âmbito de sua circunscrição:
(Redação dada pela Lei nº 13.154, de 2015)

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I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de veículos e de prontuários dos condutores de uma para
trânsito, no âmbito de suas atribuições; outra unidade da Federação;
II - planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito XIV - implantar as medidas da Política Nacional de
de veículos, de pedestres e de animais, e promover o Trânsito e do Programa Nacional de Trânsito;
desenvolvimento da circulação e da segurança de
XV - promover e participar de projetos e programas de
ciclistas;
educação e segurança de trânsito de acordo com as
III - implantar, manter e operar o sistema de sinalização, diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN;
os dispositivos e os equipamentos de controle viário;
XVI - planejar e implantar medidas para redução da
IV - coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre circulação de veículos e reorientação do tráfego, com o
os acidentes de trânsito e suas causas; objetivo de diminuir a emissão global de poluentes;
V - estabelecer, em conjunto com os órgãos de polícia XVII - registrar e licenciar, na forma da legislação,
ostensiva de trânsito, as diretrizes para o policiamento veículos de tração e propulsão humana e de tração
ostensivo de trânsito; animal, fiscalizando, autuando, aplicando penalidades e
arrecadando multas decorrentes de infrações; (Redação
VI - executar a fiscalização de trânsito em vias terrestres,
dada pela Lei nº 13.154, de 2015)
edificações de uso público e edificações privadas de uso
coletivo, autuar e aplicar as medidas administrativas XVIII - conceder autorização para conduzir veículos de
cabíveis e as penalidades de advertência por escrito e propulsão humana e de tração animal;
multa, por infrações de circulação, estacionamento e
XIX - articular-se com os demais órgãos do Sistema
parada previstas neste Código, no exercício regular do
Nacional de Trânsito no Estado, sob coordenação do
poder de polícia de trânsito, notificando os infratores e
respectivo CETRAN;
arrecadando as multas que aplicar, exercendo iguais
atribuições no âmbito de edificações privadas de uso XX - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído
coletivo, somente para infrações de uso de vagas produzidos pelos veículos automotores ou pela sua
reservadas em estacionamentos; (Redação dada carga, de acordo com o estabelecido no art. 66, além de
pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) dar apoio às ações específicas de órgão ambiental local,
quando solicitado;
VII - aplicar as penalidades de advertência por escrito e
multa, por infrações de circulação, estacionamento e XXI - vistoriar veículos que necessitem de autorização
parada previstas neste Código, notificando os infratores especial para transitar e estabelecer os requisitos
e arrecadando as multas que aplicar; técnicos a serem observados para a circulação desses
veículos.
VIII - fiscalizar, autuar e aplicar as penalidades e medidas
administrativas cabíveis relativas a infrações por § 1º As competências relativas a órgão ou entidade
excesso de peso, dimensões e lotação dos veículos, bem municipal serão exercidas no Distrito Federal por seu
como notificar e arrecadar as multas que aplicar; órgão ou entidade executivos de trânsito.
IX - fiscalizar o cumprimento da norma contida no art. § 2º Para exercer as competências estabelecidas neste
95, aplicando as penalidades e arrecadando as multas artigo, os Municípios deverão integrar-se ao Sistema
nele previstas; Nacional de Trânsito, conforme previsto no art. 333
deste Código.
X - implantar, manter e operar sistema de
estacionamento rotativo pago nas vias; Art. 25. Os órgãos e entidades executivos do Sistema
Nacional de Trânsito poderão celebrar convênio
XI - arrecadar valores provenientes de estada e remoção
delegando as atividades previstas neste Código, com
de veículos e objetos, e escolta de veículos de cargas
vistas à maior eficiência e à segurança para os usuários
superdimensionadas ou perigosas;
da via.
XII - credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e adotar
Parágrafo único. Os órgãos e entidades de trânsito
medidas de segurança relativas aos serviços de remoção
poderão prestar serviços de capacitação técnica,
de veículos, escolta e transporte de carga indivisível;
assessoria e monitoramento das atividades relativas ao
XIII - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema trânsito durante prazo a ser estabelecido entre as
Nacional de Trânsito para fins de arrecadação e partes, com ressarcimento dos custos apropriados.
compensação de multas impostas na área de sua
CAPÍTULO III
competência, com vistas à unificação do licenciamento,
à simplificação e à celeridade das transferências de Das Normas Gerais de Circulação e Conduta

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Art. 26. Os usuários das vias terrestres devem: VI - os veículos precedidos de batedores terão
prioridade de passagem, respeitadas as demais normas
I - abster-se de todo ato que possa constituir perigo ou
de circulação;
obstáculo para o trânsito de veículos, de pessoas ou de
animais, ou ainda causar danos a propriedades públicas VII - os veículos destinados a socorro de incêndio e
ou privadas; salvamento, os de polícia, os de fiscalização e operação
de trânsito e as ambulâncias, além de prioridade de
II - abster-se de obstruir o trânsito ou torná-lo perigoso,
trânsito, gozam de livre circulação, estacionamento e
atirando, depositando ou abandonando na via objetos
parada, quando em serviço de urgência e devidamente
ou substâncias, ou nela criando qualquer outro
identificados por dispositivos regulamentares de alarme
obstáculo.
sonoro e iluminação vermelha intermitente, observadas
Art. 27. Antes de colocar o veículo em circulação nas vias as seguintes disposições:
públicas, o condutor deverá verificar a existência e as
a) quando os dispositivos estiverem acionados,
boas condições de funcionamento dos equipamentos
indicando a proximidade dos veículos, todos os
de uso obrigatório, bem como assegurar-se da
condutores deverão deixar livre a passagem pela faixa
existência de combustível suficiente para chegar ao
da esquerda, indo para a direita da via e parando, se
local de destino.
necessário;
Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter
b) os pedestres, ao ouvir o alarme sonoro, deverão
domínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e
aguardar no passeio, só atravessando a via quando o
cuidados indispensáveis à segurança do trânsito.
veículo já tiver passado pelo local;
Art. 29. O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas
c) o uso de dispositivos de alarme sonoro e de
à circulação obedecerá às seguintes normas:
iluminação vermelha intermitente só poderá ocorrer
I - a circulação far-se-á pelo lado direito da via, quando da efetiva prestação de serviço de urgência;
admitindo-se as exceções devidamente sinalizadas;
d) a prioridade de passagem na via e no cruzamento
II - o condutor deverá guardar distância de segurança deverá se dar com velocidade reduzida e com os devidos
lateral e frontal entre o seu e os demais veículos, bem cuidados de segurança, obedecidas as demais normas
como em relação ao bordo da pista, considerando-se, deste Código;
no momento, a velocidade e as condições do local, da
VIII - os veículos prestadores de serviços de utilidade
circulação, do veículo e as condições climáticas;
pública, quando em atendimento na via, gozam de livre
III - quando veículos, transitando por fluxos que se parada e estacionamento no local da prestação de
cruzem, se aproximarem de local não sinalizado, terá serviço, desde que devidamente sinalizados, devendo
preferência de passagem: estar identificados na forma estabelecida pelo
CONTRAN;
a) no caso de apenas um fluxo ser proveniente de
rodovia, aquele que estiver circulando por ela; IX - a ultrapassagem de outro veículo em movimento
deverá ser feita pela esquerda, obedecida a sinalização
b) no caso de rotatória, aquele que estiver circulando
regulamentar e as demais normas estabelecidas neste
por ela;
Código, exceto quando o veículo a ser ultrapassado
c) nos demais casos, o que vier pela direita do condutor; estiver sinalizando o propósito de entrar à esquerda;
IV - quando uma pista de rolamento comportar várias X - todo condutor deverá, antes de efetuar uma
faixas de circulação no mesmo sentido, são as da direita ultrapassagem, certificar-se de que:
destinadas ao deslocamento dos veículos mais lentos e
a) nenhum condutor que venha atrás haja começado
de maior porte, quando não houver faixa especial a eles
uma manobra para ultrapassá-lo;
destinada, e as da esquerda, destinadas à
ultrapassagem e ao deslocamento dos veículos de maior b) quem o precede na mesma faixa de trânsito não haja
velocidade; indicado o propósito de ultrapassar um terceiro;
V - o trânsito de veículos sobre passeios, calçadas e nos c) a faixa de trânsito que vai tomar esteja livre numa
acostamentos, só poderá ocorrer para que se adentre extensão suficiente para que sua manobra não ponha
ou se saia dos imóveis ou áreas especiais de em perigo ou obstrua o trânsito que venha em sentido
estacionamento; contrário;
XI - todo condutor ao efetuar a ultrapassagem deverá:

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a) indicar com antecedência a manobra pretendida, Art. 33. Nas interseções e suas proximidades, o
acionando a luz indicadora de direção do veículo ou por condutor não poderá efetuar ultrapassagem.
meio de gesto convencional de braço;
Art. 34. O condutor que queira executar uma manobra
b) afastar-se do usuário ou usuários aos quais deverá certificar-se de que pode executá-la sem perigo
ultrapassa, de tal forma que deixe livre uma distância para os demais usuários da via que o seguem, precedem
lateral de segurança; ou vão cruzar com ele, considerando sua posição, sua
direção e sua velocidade.
c) retomar, após a efetivação da manobra, a faixa de
trânsito de origem, acionando a luz indicadora de Art. 35. Antes de iniciar qualquer manobra que implique
direção do veículo ou fazendo gesto convencional de um deslocamento lateral, o condutor deverá indicar seu
braço, adotando os cuidados necessários para não pôr propósito de forma clara e com a devida antecedência,
em perigo ou obstruir o trânsito dos veículos que por meio da luz indicadora de direção de seu veículo, ou
ultrapassou; fazendo gesto convencional de braço.
XII - os veículos que se deslocam sobre trilhos terão Parágrafo único. Entende-se por deslocamento lateral a
preferência de passagem sobre os demais, respeitadas transposição de faixas, movimentos de conversão à
as normas de circulação. direita, à esquerda e retornos.
XIII - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.281, de Art. 36. O condutor que for ingressar numa via,
2016) (Vigência) procedente de um lote lindeiro a essa via, deverá dar
preferência aos veículos e pedestres que por ela
§ 1º As normas de ultrapassagem previstas nas alíneas a
estejam transitando.
e b do inciso X e a e b do inciso XI aplicam-se à
transposição de faixas, que pode ser realizada tanto Art. 37. Nas vias providas de acostamento, a conversão
pela faixa da esquerda como pela da direita. à esquerda e a operação de retorno deverão ser feitas
nos locais apropriados e, onde estes não existirem, o
§ 2º Respeitadas as normas de circulação e conduta
condutor deverá aguardar no acostamento, à direita,
estabelecidas neste artigo, em ordem decrescente, os
para cruzar a pista com segurança.
veículos de maior porte serão sempre responsáveis pela
segurança dos menores, os motorizados pelos não Art. 38. Antes de entrar à direita ou à esquerda, em
motorizados e, juntos, pela incolumidade dos outra via ou em lotes lindeiros, o condutor deverá:
pedestres.
I - ao sair da via pelo lado direito, aproximar-se o
Art. 30. Todo condutor, ao perceber que outro que o máximo possível do bordo direito da pista e executar
segue tem o propósito de ultrapassá-lo, deverá: sua manobra no menor espaço possível;
I - se estiver circulando pela faixa da esquerda, deslocar- II - ao sair da via pelo lado esquerdo, aproximar-se o
se para a faixa da direita, sem acelerar a marcha; máximo possível de seu eixo ou da linha divisória da
pista, quando houver, caso se trate de uma pista com
II - se estiver circulando pelas demais faixas, manter-se
circulação nos dois sentidos, ou do bordo esquerdo,
naquela na qual está circulando, sem acelerar a marcha.
tratando-se de uma pista de um só sentido.
Parágrafo único. Os veículos mais lentos, quando em
Parágrafo único. Durante a manobra de mudança de
fila, deverão manter distância suficiente entre si para
direção, o condutor deverá ceder passagem aos
permitir que veículos que os ultrapassem possam se
pedestres e ciclistas, aos veículos que transitem em
intercalar na fila com segurança.
sentido contrário pela pista da via da qual vai sair,
Art. 31. O condutor que tenha o propósito de respeitadas as normas de preferência de passagem.
ultrapassar um veículo de transporte coletivo que esteja
Art. 39. Nas vias urbanas, a operação de retorno deverá
parado, efetuando embarque ou desembarque de
ser feita nos locais para isto determinados, quer por
passageiros, deverá reduzir a velocidade, dirigindo com
meio de sinalização, quer pela existência de locais
atenção redobrada ou parar o veículo com vistas à
apropriados, ou, ainda, em outros locais que ofereçam
segurança dos pedestres.
condições de segurança e fluidez, observadas as
Art. 32. O condutor não poderá ultrapassar veículos em características da via, do veículo, das condições
vias com duplo sentido de direção e pista única, nos meteorológicas e da movimentação de pedestres e
trechos em curvas e em aclives sem visibilidade ciclistas.
suficiente, nas passagens de nível, nas pontes e viadutos
Art. 40. O uso de luzes em veículo obedecerá às
e nas travessias de pedestres, exceto quando houver
seguintes determinações:
sinalização permitindo a ultrapassagem.

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I - o condutor manterá acesos os faróis do veículo, I - não obstruir a marcha normal dos demais veículos em
utilizando luz baixa, durante a noite e durante o dia nos circulação sem causa justificada, transitando a uma
túneis providos de iluminação pública e nas rodovias; velocidade anormalmente reduzida;
(Redação dada pela Lei nº 13.290, de 2016) (Vigência)
II - sempre que quiser diminuir a velocidade de seu
II - nas vias não iluminadas o condutor deve usar luz alta, veículo deverá antes certificar-se de que pode fazê-lo
exceto ao cruzar com outro veículo ou ao segui-lo; sem risco nem inconvenientes para os outros
condutores, a não ser que haja perigo iminente;
III - a troca de luz baixa e alta, de forma intermitente e
por curto período de tempo, com o objetivo de advertir III - indicar, de forma clara, com a antecedência
outros motoristas, só poderá ser utilizada para indicar a necessária e a sinalização devida, a manobra de redução
intenção de ultrapassar o veículo que segue à frente ou de velocidade.
para indicar a existência de risco à segurança para os
Art. 44. Ao aproximar-se de qualquer tipo de
veículos que circulam no sentido contrário;
cruzamento, o condutor do veículo deve demonstrar
IV - o condutor manterá acesas pelo menos as luzes de prudência especial, transitando em velocidade
posição do veículo quando sob chuva forte, neblina ou moderada, de forma que possa deter seu veículo com
cerração; segurança para dar passagem a pedestre e a veículos
que tenham o direito de preferência.
V - O condutor utilizará o pisca-alerta nas seguintes
situações: Art. 45. Mesmo que a indicação luminosa do semáforo
lhe seja favorável, nenhum condutor pode entrar em
a) em imobilizações ou situações de emergência;
uma interseção se houver possibilidade de ser obrigado
b) quando a regulamentação da via assim o determinar; a imobilizar o veículo na área do cruzamento,
obstruindo ou impedindo a passagem do trânsito
VI - durante a noite, em circulação, o condutor manterá
transversal.
acesa a luz de placa;
Art. 46. Sempre que for necessária a imobilização
VII - o condutor manterá acesas, à noite, as luzes de
temporária de um veículo no leito viário, em situação de
posição quando o veículo estiver parado para fins de
emergência, deverá ser providenciada a imediata
embarque ou desembarque de passageiros e carga ou
sinalização de advertência, na forma estabelecida pelo
descarga de mercadorias.
CONTRAN.
Parágrafo único. Os veículos de transporte coletivo
Art. 47. Quando proibido o estacionamento na via, a
regular de passageiros, quando circularem em faixas
parada deverá restringir-se ao tempo indispensável
próprias a eles destinadas, e os ciclos motorizados
para embarque ou desembarque de passageiros, desde
deverão utilizar-se de farol de luz baixa durante o dia e
que não interrompa ou perturbe o fluxo de veículos ou
a noite.
a locomoção de pedestres.
Art. 41. O condutor de veículo só poderá fazer uso de
Parágrafo único. A operação de carga ou descarga será
buzina, desde que em toque breve, nas seguintes
regulamentada pelo órgão ou entidade com
situações:
circunscrição sobre a via e é considerada
I - para fazer as advertências necessárias a fim de evitar estacionamento.
acidentes;
Art. 48. Nas paradas, operações de carga ou descarga e
II - fora das áreas urbanas, quando for conveniente nos estacionamentos, o veículo deverá ser posicionado
advertir a um condutor que se tem o propósito de no sentido do fluxo, paralelo ao bordo da pista de
ultrapassá-lo. rolamento e junto à guia da calçada (meio-fio),
admitidas as exceções devidamente sinalizadas.
Art. 42. Nenhum condutor deverá frear bruscamente
seu veículo, salvo por razões de segurança. § 1º Nas vias providas de acostamento, os veículos
parados, estacionados ou em operação de carga ou
Art. 43. Ao regular a velocidade, o condutor deverá
descarga deverão estar situados fora da pista de
observar constantemente as condições físicas da via, do
rolamento.
veículo e da carga, as condições meteorológicas e a
intensidade do trânsito, obedecendo aos limites § 2º O estacionamento dos veículos motorizados de
máximos de velocidade estabelecidos para a via, além duas rodas será feito em posição perpendicular à guia
de: da calçada (meio-fio) e junto a ela, salvo quando houver
sinalização que determine outra condição.

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§ 3º O estacionamento dos veículos sem abandono do II - em carro lateral acoplado aos veículos ou em assento
condutor poderá ser feito somente nos locais previstos suplementar atrás do condutor;
neste Código ou naqueles regulamentados por
III - usando vestuário de proteção, de acordo com as
sinalização específica.
especificações do CONTRAN.
Art. 49. O condutor e os passageiros não deverão abrir
Art. 56. (VETADO)
a porta do veículo, deixá-la aberta ou descer do veículo
sem antes se certificarem de que isso não constitui Art. 57. Os ciclomotores devem ser conduzidos pela
perigo para eles e para outros usuários da via. direita da pista de rolamento, preferencialmente no
centro da faixa mais à direita ou no bordo direito da
Parágrafo único. O embarque e o desembarque devem
pista sempre que não houver acostamento ou faixa
ocorrer sempre do lado da calçada, exceto para o
própria a eles destinada, proibida a sua circulação nas
condutor.
vias de trânsito rápido e sobre as calçadas das vias
Art. 50. O uso de faixas laterais de domínio e das áreas urbanas.
adjacentes às estradas e rodovias obedecerá às
Parágrafo único. Quando uma via comportar duas ou
condições de segurança do trânsito estabelecidas pelo
mais faixas de trânsito e a da direita for destinada ao uso
órgão ou entidade com circunscrição sobre a via.
exclusivo de outro tipo de veículo, os ciclomotores
Art. 51. Nas vias internas pertencentes a condomínios deverão circular pela faixa adjacente à da direita.
constituídos por unidades autônomas, a sinalização de
Art. 58. Nas vias urbanas e nas rurais de pista dupla, a
regulamentação da via será implantada e mantida às
circulação de bicicletas deverá ocorrer, quando não
expensas do condomínio, após aprovação dos projetos
houver ciclovia, ciclofaixa, ou acostamento, ou quando
pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre a via.
não for possível a utilização destes, nos bordos da pista
Art. 52. Os veículos de tração animal serão conduzidos de rolamento, no mesmo sentido de circulação
pela direita da pista, junto à guia da calçada (meio-fio) regulamentado para a via, com preferência sobre os
ou acostamento, sempre que não houver faixa especial veículos automotores.
a eles destinada, devendo seus condutores obedecer,
Parágrafo único. A autoridade de trânsito com
no que couber, às normas de circulação previstas neste
circunscrição sobre a via poderá autorizar a circulação
Código e às que vierem a ser fixadas pelo órgão ou
de bicicletas no sentido contrário ao fluxo dos veículos
entidade com circunscrição sobre a via.
automotores, desde que dotado o trecho com ciclofaixa.
Art. 53. Os animais isolados ou em grupos só podem
Art. 59. Desde que autorizado e devidamente sinalizado
circular nas vias quando conduzidos por um guia,
pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre a via,
observado o seguinte:
será permitida a circulação de bicicletas nos passeios.
I - para facilitar os deslocamentos, os rebanhos deverão
Art. 60. As vias abertas à circulação, de acordo com sua
ser divididos em grupos de tamanho moderado e
utilização, classificam-se em:
separados uns dos outros por espaços suficientes para
não obstruir o trânsito; I - vias urbanas:
II - os animais que circularem pela pista de rolamento a) via de trânsito rápido;
deverão ser mantidos junto ao bordo da pista.
b) via arterial;
Art. 54. Os condutores de motocicletas, motonetas e
c) via coletora;
ciclomotores só poderão circular nas vias:
d) via local;
I - utilizando capacete de segurança, com viseira ou
óculos protetores; II - vias rurais:
II - segurando o guidom com as duas mãos; a) rodovias;
III - usando vestuário de proteção, de acordo com as b) estradas.
especificações do CONTRAN.
Art. 61. A velocidade máxima permitida para a via será
Art. 55. Os passageiros de motocicletas, motonetas e indicada por meio de sinalização, obedecidas suas
ciclomotores só poderão ser transportados: características técnicas e as condições de trânsito.
I - utilizando capacete de segurança; § 1º Onde não existir sinalização regulamentadora, a
velocidade máxima será de:

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I - nas vias urbanas: Art. 67. As provas ou competições desportivas, inclusive


seus ensaios, em via aberta à circulação, só poderão ser
a) oitenta quilômetros por hora, nas vias de trânsito
realizadas mediante prévia permissão da autoridade de
rápido:
trânsito com circunscrição sobre a via e dependerão de:
b) sessenta quilômetros por hora, nas vias arteriais;
I - autorização expressa da respectiva confederação
c) quarenta quilômetros por hora, nas vias coletoras; desportiva ou de entidades estaduais a ela filiadas;
d) trinta quilômetros por hora, nas vias locais; II - caução ou fiança para cobrir possíveis danos
materiais à via;
II - nas vias rurais:
III - contrato de seguro contra riscos e acidentes em
a) nas rodovias de pista dupla: (Redação dada pela
favor de terceiros;
Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
IV - prévio recolhimento do valor correspondente aos
1. 110 km/h (cento e dez quilômetros por hora) para
custos operacionais em que o órgão ou entidade
automóveis, camionetas e motocicletas; (Redação
permissionária incorrerá.
dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
Parágrafo único. A autoridade com circunscrição sobre
2. 90 km/h (noventa quilômetros por hora) para os
a via arbitrará os valores mínimos da caução ou fiança e
demais veículos; (Redação dada pela Lei nº 13.281,
do contrato de seguro.
de 2016) (Vigência)
CAPÍTULO III-A
3. (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.281, de
2016) (Vigência) (Incluído Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência)
b) nas rodovias de pista simples: (Redação dada Da Condução de Veículos por Motoristas Profissionais
pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 67-A. O disposto neste Capítulo aplica-se aos
1. 100 km/h (cem quilômetros por hora) para motoristas profissionais: (Redação dada pela Lei nº
automóveis, camionetas e motocicletas; (Incluído 13.103, de 2015) (Vigência)
pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
I - de transporte rodoviário coletivo de passageiros;
2. 90 km/h (noventa quilômetros por hora) para os (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
demais veículos; (Incluído pela Lei nº 13.281, de
II - de transporte rodoviário de cargas. (Incluído pela Lei
2016) (Vigência)
nº 13.103, de 2015) (Vigência)
c) nas estradas: 60 km/h (sessenta quilômetros por
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.103, de
hora). (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)
2015) (Vigência)
(Vigência)
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.103,
§ 2º O órgão ou entidade de trânsito ou rodoviário com
de 2015) (Vigência)
circunscrição sobre a via poderá regulamentar, por meio
de sinalização, velocidades superiores ou inferiores § 3º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.103, de
àquelas estabelecidas no parágrafo anterior. 2015) (Vigência)
Art. 62. A velocidade mínima não poderá ser inferior à § 4º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.103, de
metade da velocidade máxima estabelecida, 2015) (Vigência)
respeitadas as condições operacionais de trânsito e da
§ 5º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.103, de
via.
2015) (Vigência)
Art. 63. (VETADO)
§ 6º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.103, de
Art. 64. As crianças com idade inferior a dez anos devem 2015) (Vigência)
ser transportadas nos bancos traseiros, salvo exceções
§ 7º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.103, de
regulamentadas pelo CONTRAN.
2015) (Vigência)
Art. 65. É obrigatório o uso do cinto de segurança para
§ 8º (VETADO). (Incluído Lei nº 12.619, de 2012)
condutor e passageiros em todas as vias do território
(Vigência)
nacional, salvo em situações regulamentadas pelo
CONTRAN. Art 67-B. VETADO). (Incluído Lei nº 12.619, de 2012)
(Vigência)
Art. 66. (VETADO)

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Art. 67-C. É vedado ao motorista profissional dirigir por subcontratado, que conduza veículo referido no caput
mais de 5 (cinco) horas e meia ininterruptas veículos de sem a observância do disposto no § 6º. (Incluído pela
transporte rodoviário coletivo de passageiros ou de Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
transporte rodoviário de cargas. (Redação dada pela Lei
Art. 67-D. (VETADO). (Incluído Lei nº 12.619, de
nº 13.103, de 2015) (Vigência)
2012) (Vigência)
§ 1º Serão observados 30 (trinta) minutos para descanso
Art. 67-E. O motorista profissional é responsável por
dentro de cada 6 (seis) horas na condução de veículo de
controlar e registrar o tempo de condução estipulado no
transporte de carga, sendo facultado o seu
art. 67-C, com vistas à sua estrita observância. (Incluído
fracionamento e o do tempo de direção desde que não
pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
ultrapassadas 5 (cinco) horas e meia contínuas no
exercício da condução. (Incluído pela Lei nº 13.103, § 1º A não observância dos períodos de descanso
de 2015) (Vigência) estabelecidos no art. 67-C sujeitará o motorista
profissional às penalidades daí decorrentes, previstas
§ 1º-A. Serão observados 30 (trinta) minutos para
neste Código. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015)
descanso a cada 4 (quatro) horas na condução de
(Vigência)
veículo rodoviário de passageiros, sendo facultado o seu
fracionamento e o do tempo de direção. (Incluído pela § 2º O tempo de direção será controlado mediante
Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência) registrador instantâneo inalterável de velocidade e
tempo e, ou por meio de anotação em diário de bordo,
§ 2º Em situações excepcionais de inobservância
ou papeleta ou ficha de trabalho externo, ou por meios
justificada do tempo de direção, devidamente
eletrônicos instalados no veículo, conforme norma do
registradas, o tempo de direção poderá ser elevado pelo
Contran. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015)
período necessário para que o condutor, o veículo e a
(Vigência)
carga cheguem a um lugar que ofereça a segurança e o
atendimento demandados, desde que não haja § 3º O equipamento eletrônico ou registrador deverá
comprometimento da segurança rodoviária. (Incluído funcionar de forma independente de qualquer
pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência) interferência do condutor, quanto aos dados
registrados. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015)
§ 3º O condutor é obrigado, dentro do período de 24
(Vigência)
(vinte e quatro) horas, a observar o mínimo de 11 (onze)
horas de descanso, que podem ser fracionadas, § 4º A guarda, a preservação e a exatidão das
usufruídas no veículo e coincidir com os intervalos informações contidas no equipamento registrador
mencionados no § 1º, observadas no primeiro período instantâneo inalterável de velocidade e de tempo são de
8 (oito) horas ininterruptas de descanso. (Incluído pela responsabilidade do condutor. (Incluído pela Lei nº
Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência) 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 4º Entende-se como tempo de direção ou de CAPÍTULO IV
condução apenas o período em que o condutor estiver
Dos Pedestres e Condutores de Veículos Não
efetivamente ao volante, em curso entre a origem e o
Motorizados
destino. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015)
(Vigência) Art. 68. É assegurada ao pedestre a utilização dos
passeios ou passagens apropriadas das vias urbanas e
§ 5º Entende-se como início de viagem a partida do
dos acostamentos das vias rurais para circulação,
veículo na ida ou no retorno, com ou sem carga,
podendo a autoridade competente permitir a utilização
considerando-se como sua continuação as partidas nos
de parte da calçada para outros fins, desde que não seja
dias subsequentes até o destino. (Incluído pela Lei nº
prejudicial ao fluxo de pedestres.
13.103, de 2015) (Vigência)
§ 1º O ciclista desmontado empurrando a bicicleta
§ 6º O condutor somente iniciará uma viagem após o
equipara-se ao pedestre em direitos e deveres.
cumprimento integral do intervalo de descanso previsto
no § 3º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.103, de § 2º Nas áreas urbanas, quando não houver passeios ou
2015) (Vigência) quando não for possível a utilização destes, a circulação
de pedestres na pista de rolamento será feita com
§ 7º Nenhum transportador de cargas ou coletivo de
prioridade sobre os veículos, pelos bordos da pista, em
passageiros, embarcador, consignatário de cargas,
fila única, exceto em locais proibidos pela sinalização e
operador de terminais de carga, operador de transporte
nas situações em que a segurança ficar comprometida.
multimodal de cargas ou agente de cargas ordenará a
qualquer motorista a seu serviço, ainda que

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§ 3º Nas vias rurais, quando não houver acostamento ou Parágrafo único. Nos locais em que houver sinalização
quando não for possível a utilização dele, a circulação de semafórica de controle de passagem será dada
pedestres, na pista de rolamento, será feita com preferência aos pedestres que não tenham concluído a
prioridade sobre os veículos, pelos bordos da pista, em travessia, mesmo em caso de mudança do semáforo
fila única, em sentido contrário ao deslocamento de liberando a passagem dos veículos.
veículos, exceto em locais proibidos pela sinalização e
Art. 71. O órgão ou entidade com circunscrição sobre a
nas situações em que a segurança ficar comprometida.
via manterá, obrigatoriamente, as faixas e passagens de
§ 4º (VETADO) pedestres em boas condições de visibilidade, higiene,
segurança e sinalização.
§ 5º Nos trechos urbanos de vias rurais e nas obras de
arte a serem construídas, deverá ser previsto passeio CAPÍTULO V
destinado à circulação dos pedestres, que não deverão,
Do Cidadão
nessas condições, usar o acostamento.
Art. 72. Todo cidadão ou entidade civil tem o direito de
§ 6º Onde houver obstrução da calçada ou da passagem
solicitar, por escrito, aos órgãos ou entidades do
para pedestres, o órgão ou entidade com circunscrição
Sistema Nacional de Trânsito, sinalização, fiscalização e
sobre a via deverá assegurar a devida sinalização e
implantação de equipamentos de segurança, bem como
proteção para circulação de pedestres.
sugerir alterações em normas, legislação e outros
Art. 69. Para cruzar a pista de rolamento o pedestre assuntos pertinentes a este Código.
tomará precauções de segurança, levando em conta,
Art. 73. Os órgãos ou entidades pertencentes ao
principalmente, a visibilidade, a distância e a velocidade
Sistema Nacional de Trânsito têm o dever de analisar as
dos veículos, utilizando sempre as faixas ou passagens a
solicitações e responder, por escrito, dentro de prazos
ele destinadas sempre que estas existirem numa
mínimos, sobre a possibilidade ou não de atendimento,
distância de até cinqüenta metros dele, observadas as
esclarecendo ou justificando a análise efetuada, e, se
seguintes disposições:
pertinente, informando ao solicitante quando tal evento
I - onde não houver faixa ou passagem, o cruzamento da ocorrerá.
via deverá ser feito em sentido perpendicular ao de seu
Parágrafo único. As campanhas de trânsito devem
eixo;
esclarecer quais as atribuições dos órgãos e entidades
II - para atravessar uma passagem sinalizada para pertencentes ao Sistema Nacional de Trânsito e como
pedestres ou delimitada por marcas sobre a pista: proceder a tais solicitações.
a) onde houver foco de pedestres, obedecer às CAPÍTULO VI
indicações das luzes;
Da Educação Para o Trânsito
b) onde não houver foco de pedestres, aguardar que o
Art. 74. A educação para o trânsito é direito de todos e
semáforo ou o agente de trânsito interrompa o fluxo de
constitui dever prioritário para os componentes do
veículos;
Sistema Nacional de Trânsito.
III - nas interseções e em suas proximidades, onde não
§ 1º É obrigatória a existência de coordenação
existam faixas de travessia, os pedestres devem
educacional em cada órgão ou entidade componente do
atravessar a via na continuação da calçada, observadas
Sistema Nacional de Trânsito.
as seguintes normas:
§ 2º Os órgãos ou entidades executivos de trânsito
a) não deverão adentrar na pista sem antes se certificar
deverão promover, dentro de sua estrutura
de que podem fazê-lo sem obstruir o trânsito de
organizacional ou mediante convênio, o funcionamento
veículos;
de Escolas Públicas de Trânsito, nos moldes e padrões
b) uma vez iniciada a travessia de uma pista, os estabelecidos pelo CONTRAN.
pedestres não deverão aumentar o seu percurso,
Art. 75. O CONTRAN estabelecerá, anualmente, os
demorar-se ou parar sobre ela sem necessidade.
temas e os cronogramas das campanhas de âmbito
Art. 70. Os pedestres que estiverem atravessando a via nacional que deverão ser promovidas por todos os
sobre as faixas delimitadas para esse fim terão órgãos ou entidades do Sistema Nacional de Trânsito,
prioridade de passagem, exceto nos locais com em especial nos períodos referentes às férias escolares,
sinalização semafórica, onde deverão ser respeitadas as feriados prolongados e à Semana Nacional de Trânsito.
disposições deste Código.

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§ 1º Os órgãos ou entidades do Sistema Nacional de Art. 77-B. Toda peça publicitária destinada à divulgação
Trânsito deverão promover outras campanhas no ou promoção, nos meios de comunicação social, de
âmbito de sua circunscrição e de acordo com as produto oriundo da indústria automobilística ou afim,
peculiaridades locais. incluirá, obrigatoriamente, mensagem educativa de
trânsito a ser conjuntamente veiculada. (Incluído pela
§ 2º As campanhas de que trata este artigo são de
Lei nº 12.006, de 2009).
caráter permanente, e os serviços de rádio e difusão
sonora de sons e imagens explorados pelo poder público § 1º Para os efeitos dos arts. 77-A a 77-E, consideram-
são obrigados a difundi-las gratuitamente, com a se produtos oriundos da indústria automobilística ou
freqüência recomendada pelos órgãos competentes do afins: (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
Sistema Nacional de Trânsito.
I – os veículos rodoviários automotores de qualquer
Art. 76. A educação para o trânsito será promovida na espécie, incluídos os de passageiros e os de carga;
pré-escola e nas escolas de 1º, 2º e 3º graus, por meio (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
de planejamento e ações coordenadas entre os órgãos
II – os componentes, as peças e os acessórios utilizados
e entidades do Sistema Nacional de Trânsito e de
nos veículos mencionados no inciso I. (Incluído pela Lei
Educação, da União, dos Estados, do Distrito Federal e
nº 12.006, de 2009).
dos Municípios, nas respectivas áreas de atuação.
§ 2º O disposto no caput deste artigo aplica-se à
Parágrafo único. Para a finalidade prevista neste artigo,
propaganda de natureza comercial, veiculada por
o Ministério da Educação e do Desporto, mediante
iniciativa do fabricante do produto, em qualquer das
proposta do CONTRAN e do Conselho de Reitores das
seguintes modalidades: (Incluído pela Lei nº 12.006, de
Universidades Brasileiras, diretamente ou mediante
2009).
convênio, promoverá:
I – rádio; (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
I - a adoção, em todos os níveis de ensino, de um
currículo interdisciplinar com conteúdo programático II – televisão; (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
sobre segurança de trânsito;
III – jornal; (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
II - a adoção de conteúdos relativos à educação para o
IV – revista; (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
trânsito nas escolas de formação para o magistério e o
treinamento de professores e multiplicadores; V – outdoor. (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
III - a criação de corpos técnicos interprofissionais para § 3º Para efeito do disposto no § 2º, equiparam-se ao
levantamento e análise de dados estatísticos relativos fabricante o montador, o encarroçador, o importador e
ao trânsito; o revendedor autorizado dos veículos e demais
produtos discriminados no § 1º deste artigo. (Incluído
IV - a elaboração de planos de redução de acidentes de
pela Lei nº 12.006, de 2009).
trânsito junto aos núcleos interdisciplinares
universitários de trânsito, com vistas à integração Art. 77-C. Quando se tratar de publicidade veiculada em
universidades-sociedade na área de trânsito. outdoor instalado à margem de rodovia, dentro ou fora
da respectiva faixa de domínio, a obrigação prevista no
Art. 77. No âmbito da educação para o trânsito caberá
art. 77-B estende-se à propaganda de qualquer tipo de
ao Ministério da Saúde, mediante proposta do
produto e anunciante, inclusive àquela de caráter
CONTRAN, estabelecer campanha nacional
institucional ou eleitoral. (Incluído pela Lei nº 12.006, de
esclarecendo condutas a serem seguidas nos primeiros
2009).
socorros em caso de acidente de trânsito.
Art. 77-D. O Conselho Nacional de Trânsito (Contran)
Parágrafo único. As campanhas terão caráter
especificará o conteúdo e o padrão de apresentação das
permanente por intermédio do Sistema Único de Saúde
mensagens, bem como os procedimentos envolvidos na
- SUS, sendo intensificadas nos períodos e na forma
respectiva veiculação, em conformidade com as
estabelecidos no art. 76.
diretrizes fixadas para as campanhas educativas de
Art. 77-A. São assegurados aos órgãos ou entidades trânsito a que se refere o art. 75. (Incluído pela Lei nº
componentes do Sistema Nacional de Trânsito os 12.006, de 2009).
mecanismos instituídos nos arts. 77-B a 77-E para a
Art. 77-E. A veiculação de publicidade feita em
veiculação de mensagens educativas de trânsito em
desacordo com as condições fixadas nos arts. 77-A a 77-
todo o território nacional, em caráter suplementar às
D constitui infração punível com as seguintes sanções:
campanhas previstas nos arts. 75 e 77. (Incluído pela Lei
(Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
nº 12.006, de 2009).

Estratégia Carreira Jurídica 404


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I – advertência por escrito; (Incluído pela Lei nº 12.006, § 2º O CONTRAN poderá autorizar, em caráter
de 2009). experimental e por período prefixado, a utilização de
sinalização não prevista neste Código.
II – suspensão, nos veículos de divulgação da
publicidade, de qualquer outra propaganda do produto, § 3º A responsabilidade pela instalação da sinalização
pelo prazo de até 60 (sessenta) dias; (Incluído pela Lei nas vias internas pertencentes aos condomínios
nº 12.006, de 2009). constituídos por unidades autônomas e nas vias e áreas
de estacionamento de estabelecimentos privados de
III - multa de R$ 1.627,00 (mil, seiscentos e vinte e sete
uso coletivo é de seu proprietário. (Incluído pela Lei
reais) a R$ 8.135,00 (oito mil, cento e trinta e cinco
nº 13.281, de 2016) (Vigência)
reais), cobrada do dobro até o quíntuplo em caso de
reincidência. (Redação dada pela Lei nº 13.281, de Art. 81. Nas vias públicas e nos imóveis é proibido
2016) (Vigência) colocar luzes, publicidade, inscrições, vegetação e
mobiliário que possam gerar confusão, interferir na
§ 1º As sanções serão aplicadas isolada ou
visibilidade da sinalização e comprometer a segurança
cumulativamente, conforme dispuser o regulamento.
do trânsito.
(Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
Art. 82. É proibido afixar sobre a sinalização de trânsito
§ 2º Sem prejuízo do disposto no caput deste artigo,
e respectivos suportes, ou junto a ambos, qualquer tipo
qualquer infração acarretará a imediata suspensão da
de publicidade, inscrições, legendas e símbolos que não
veiculação da peça publicitária até que sejam cumpridas
se relacionem com a mensagem da sinalização.
as exigências fixadas nos arts. 77-A a 77-D. (Incluído pela
Lei nº 12.006, de 2009). Art. 83. A afixação de publicidade ou de quaisquer
legendas ou símbolos ao longo das vias condiciona-se à
Art. 78. Os Ministérios da Saúde, da Educação e do
prévia aprovação do órgão ou entidade com
Desporto, do Trabalho, dos Transportes e da Justiça, por
circunscrição sobre a via.
intermédio do CONTRAN, desenvolverão e
implementarão programas destinados à prevenção de Art. 84. O órgão ou entidade de trânsito com
acidentes. circunscrição sobre a via poderá retirar ou determinar a
imediata retirada de qualquer elemento que prejudique
Parágrafo único. O percentual de dez por cento do total
a visibilidade da sinalização viária e a segurança do
dos valores arrecadados destinados à Previdência
trânsito, com ônus para quem o tenha colocado.
Social, do Prêmio do Seguro Obrigatório de Danos
Pessoais causados por Veículos Automotores de Via Art. 85. Os locais destinados pelo órgão ou entidade de
Terrestre - DPVAT, de que trata a Lei nº 6.194, de 19 de trânsito com circunscrição sobre a via à travessia de
dezembro de 1974, serão repassados mensalmente ao pedestres deverão ser sinalizados com faixas pintadas
Coordenador do Sistema Nacional de Trânsito para ou demarcadas no leito da via.
aplicação exclusiva em programas de que trata este
Art. 86. Os locais destinados a postos de gasolina,
artigo.
oficinas, estacionamentos ou garagens de uso coletivo
Art. 79. Os órgãos e entidades executivos de trânsito deverão ter suas entradas e saídas devidamente
poderão firmar convênio com os órgãos de educação da identificadas, na forma regulamentada pelo CONTRAN.
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Art. 86-A. As vagas de estacionamento regulamentado
Municípios, objetivando o cumprimento das obrigações
de que trata o inciso XVII do art. 181 desta Lei deverão
estabelecidas neste capítulo.
ser sinalizadas com as respectivas placas indicativas de
CAPÍTULO VII destinação e com placas informando os dados sobre a
infração por estacionamento indevido. (Incluído pela
Da Sinalização de Trânsito
Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
Art. 80. Sempre que necessário, será colocada ao longo
Art. 87. Os sinais de trânsito classificam-se em:
da via, sinalização prevista neste Código e em legislação
complementar, destinada a condutores e pedestres, I - verticais;
vedada a utilização de qualquer outra.
II - horizontais;
§ 1º A sinalização será colocada em posição e condições
III - dispositivos de sinalização auxiliar;
que a tornem perfeitamente visível e legível durante o
dia e a noite, em distância compatível com a segurança IV - luminosos;
do trânsito, conforme normas e especificações do
V - sonoros;
CONTRAN.

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VI - gestos do agente de trânsito e do condutor. Parágrafo único. É proibida a utilização das ondulações
transversais e de sonorizadores como redutores de
Art. 88. Nenhuma via pavimentada poderá ser entregue
velocidade, salvo em casos especiais definidos pelo
após sua construção, ou reaberta ao trânsito após a
órgão ou entidade competente, nos padrões e critérios
realização de obras ou de manutenção, enquanto não
estabelecidos pelo CONTRAN.
estiver devidamente sinalizada, vertical e
horizontalmente, de forma a garantir as condições Art. 95. Nenhuma obra ou evento que possa perturbar
adequadas de segurança na circulação. ou interromper a livre circulação de veículos e
pedestres, ou colocar em risco sua segurança, será
Parágrafo único. Nas vias ou trechos de vias em obras
iniciada sem permissão prévia do órgão ou entidade de
deverá ser afixada sinalização específica e adequada.
trânsito com circunscrição sobre a via.
Art. 89. A sinalização terá a seguinte ordem de
§ 1º A obrigação de sinalizar é do responsável pela
prevalência:
execução ou manutenção da obra ou do evento.
I - as ordens do agente de trânsito sobre as normas de
§ 2º Salvo em casos de emergência, a autoridade de
circulação e outros sinais;
trânsito com circunscrição sobre a via avisará a
II - as indicações do semáforo sobre os demais sinais; comunidade, por intermédio dos meios de comunicação
social, com quarenta e oito horas de antecedência, de
III - as indicações dos sinais sobre as demais normas de
qualquer interdição da via, indicando-se os caminhos
trânsito.
alternativos a serem utilizados.
Art. 90. Não serão aplicadas as sanções previstas neste
§ 3º O descumprimento do disposto neste artigo será
Código por inobservância à sinalização quando esta for
punido com multa de R$ 81,35 (oitenta e um reais e
insuficiente ou incorreta.
trinta e cinco centavos) a R$ 488,10 (quatrocentos e
§ 1º O órgão ou entidade de trânsito com circunscrição oitenta e oito reais e dez centavos),
sobre a via é responsável pela implantação da independentemente das cominações cíveis e penais
sinalização, respondendo pela sua falta, insuficiência ou cabíveis, além de multa diária no mesmo valor até a
incorreta colocação. regularização da situação, a partir do prazo final
concedido pela autoridade de trânsito, levando-se em
§ 2º O CONTRAN editará normas complementares no
consideração a dimensão da obra ou do evento e o
que se refere à interpretação, colocação e uso da
prejuízo causado ao trânsito. (Redação pela Lei nº
sinalização.
13.281, de 2016) (Vigência)
CAPÍTULO VIII
§ 4º Ao servidor público responsável pela inobservância
Da Engenharia de Tráfego, da Operação, da de qualquer das normas previstas neste e nos arts. 93 e
Fiscalização e do Policiamento Ostensivo de Trânsito 94, a autoridade de trânsito aplicará multa diária na
base de cinqüenta por cento do dia de vencimento ou
Art. 91. O CONTRAN estabelecerá as normas e
remuneração devida enquanto permanecer a
regulamentos a serem adotados em todo o território
irregularidade.
nacional quando da implementação das soluções
adotadas pela Engenharia de Tráfego, assim como CAPÍTULO IX
padrões a serem praticados por todos os órgãos e
Dos Veículos
entidades do Sistema Nacional de Trânsito.
Seção I
Art. 92. (VETADO)
Disposições Gerais
Art. 93. Nenhum projeto de edificação que possa
transformar-se em pólo atrativo de trânsito poderá ser Art. 96. Os veículos classificam-se em:
aprovado sem prévia anuência do órgão ou entidade
I - quanto à tração:
com circunscrição sobre a via e sem que do projeto
conste área para estacionamento e indicação das vias de a) automotor;
acesso adequadas.
b) elétrico;
Art. 94. Qualquer obstáculo à livre circulação e à
c) de propulsão humana;
segurança de veículos e pedestres, tanto na via quanto
na calçada, caso não possa ser retirado, deve ser devida d) de tração animal;
e imediatamente sinalizado.
e) reboque ou semi-reboque;

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II - quanto à espécie: a) oficial;


a) de passageiros: b) de representação diplomática, de repartições
consulares de carreira ou organismos internacionais
1 - bicicleta;
acreditados junto ao Governo brasileiro;
2 - ciclomotor;
c) particular;
3 - motoneta;
d) de aluguel;
4 - motocicleta;
e) de aprendizagem.
5 - triciclo;
Art. 97. As características dos veículos, suas
6 - quadriciclo; especificações básicas, configuração e condições
essenciais para registro, licenciamento e circulação
7 - automóvel;
serão estabelecidas pelo CONTRAN, em função de suas
8 - microônibus; aplicações.
9 - ônibus; Art. 98. Nenhum proprietário ou responsável poderá,
sem prévia autorização da autoridade competente,
10 - bonde;
fazer ou ordenar que sejam feitas no veículo
11 - reboque ou semi-reboque; modificações de suas características de fábrica.
12 - charrete; Parágrafo único. Os veículos e motores novos ou usados
que sofrerem alterações ou conversões são obrigados a
b) de carga:
atender aos mesmos limites e exigências de emissão de
1 - motoneta; poluentes e ruído previstos pelos órgãos ambientais
competentes e pelo CONTRAN, cabendo à entidade
2 - motocicleta;
executora das modificações e ao proprietário do veículo
3 - triciclo; a responsabilidade pelo cumprimento das exigências.
4 - quadriciclo; Art. 99. Somente poderá transitar pelas vias terrestres o
5 - caminhonete; veículo cujo peso e dimensões atenderem aos limites
estabelecidos pelo CONTRAN.
6 - caminhão;
§ 1º O excesso de peso será aferido por equipamento de
7 - reboque ou semi-reboque; pesagem ou pela verificação de documento fiscal, na
8 - carroça; forma estabelecida pelo CONTRAN.

9 - carro-de-mão; § 2º Será tolerado um percentual sobre os limites de


peso bruto total e peso bruto transmitido por eixo de
c) misto: veículos à superfície das vias, quando aferido por
1 - camioneta; equipamento, na forma estabelecida pelo CONTRAN.

2 - utilitário; § 3º Os equipamentos fixos ou móveis utilizados na


pesagem de veículos serão aferidos de acordo com a
3 - outros; metodologia e na periodicidade estabelecidas pelo
d) de competição; CONTRAN, ouvido o órgão ou entidade de metrologia
legal.
e) de tração:
Art. 100. Nenhum veículo ou combinação de veículos
1 - caminhão-trator; poderá transitar com lotação de passageiros, com peso
2 - trator de rodas; bruto total, ou com peso bruto total combinado com
peso por eixo, superior ao fixado pelo fabricante, nem
3 - trator de esteiras; ultrapassar a capacidade máxima de tração da unidade
4 - trator misto; tratora.

f) especial; § 1º Os veículos de transporte coletivo de passageiros


poderão ser dotados de pneus extralargos. (Incluído
g) de coleção; pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
III - quanto à categoria:

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§ 2º O Contran regulamentará o uso de pneus sistemas e componentes abrangidos pela legislação de


extralargos para os demais veículos. (Incluído pela segurança veicular.
Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 104. Os veículos em circulação terão suas condições
§ 3º É permitida a fabricação de veículos de transporte de segurança, de controle de emissão de gases
de passageiros de até 15 m (quinze metros) de poluentes e de ruído avaliadas mediante inspeção, que
comprimento na configuração de chassi 8x2. será obrigatória, na forma e periodicidade estabelecidas
(Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) pelo CONTRAN para os itens de segurança e pelo
CONAMA para emissão de gases poluentes e ruído.
Art. 101. Ao veículo ou combinação de veículos utilizado
no transporte de carga indivisível, que não se enquadre § 1º (VETADO)
nos limites de peso e dimensões estabelecidos pelo
§ 2º (VETADO)
CONTRAN, poderá ser concedida, pela autoridade com
circunscrição sobre a via, autorização especial de § 3º (VETADO)
trânsito, com prazo certo, válida para cada viagem,
§ 4º (VETADO)
atendidas as medidas de segurança consideradas
necessárias. § 5º Será aplicada a medida administrativa de retenção
aos veículos reprovados na inspeção de segurança e na
§ 1º A autorização será concedida mediante
de emissão de gases poluentes e ruído.
requerimento que especificará as características do
veículo ou combinação de veículos e de carga, o § 6º Estarão isentos da inspeção de que trata o caput,
percurso, a data e o horário do deslocamento inicial. durante 3 (três) anos a partir do primeiro licenciamento,
os veículos novos classificados na categoria particular,
§ 2º A autorização não exime o beneficiário da
com capacidade para até 7 (sete) passageiros, desde
responsabilidade por eventuais danos que o veículo ou
que mantenham suas características originais de fábrica
a combinação de veículos causar à via ou a terceiros.
e não se envolvam em acidente de trânsito com danos
§ 3º Aos guindastes autopropelidos ou sobre caminhões de média ou grande monta. (Incluído pela Lei nº
poderá ser concedida, pela autoridade com 13.281, de 2016) (Vigência)
circunscrição sobre a via, autorização especial de
§ 7º Para os demais veículos novos, o período de que
trânsito, com prazo de seis meses, atendidas as medidas
trata o § 6º será de 2 (dois) anos, desde que mantenham
de segurança consideradas necessárias.
suas características originais de fábrica e não se
Art. 102. O veículo de carga deverá estar devidamente envolvam em acidente de trânsito com danos de média
equipado quando transitar, de modo a evitar o ou grande monta. (Incluído pela Lei nº 13.281, de
derramamento da carga sobre a via. 2016) (Vigência)
Parágrafo único. O CONTRAN fixará os requisitos Art. 105. São equipamentos obrigatórios dos veículos,
mínimos e a forma de proteção das cargas de que trata entre outros a serem estabelecidos pelo CONTRAN:
este artigo, de acordo com a sua natureza.
I - cinto de segurança, conforme regulamentação
Seção II específica do CONTRAN, com exceção dos veículos
destinados ao transporte de passageiros em percursos
Da Segurança dos Veículos
em que seja permitido viajar em pé;
Art. 103. O veículo só poderá transitar pela via quando
II - para os veículos de transporte e de condução escolar,
atendidos os requisitos e condições de segurança
os de transporte de passageiros com mais de dez lugares
estabelecidos neste Código e em normas do CONTRAN.
e os de carga com peso bruto total superior a quatro mil,
§ 1º Os fabricantes, os importadores, os montadores e quinhentos e trinta e seis quilogramas, equipamento
os encarroçadores de veículos deverão emitir registrador instantâneo inalterável de velocidade e
certificado de segurança, indispensável ao tempo;
cadastramento no RENAVAM, nas condições
III - encosto de cabeça, para todos os tipos de veículos
estabelecidas pelo CONTRAN.
automotores, segundo normas estabelecidas pelo
§ 2º O CONTRAN deverá especificar os procedimentos e CONTRAN;
a periodicidade para que os fabricantes, os
IV - (VETADO)
importadores, os montadores e os encarroçadores
comprovem o atendimento aos requisitos de segurança V - dispositivo destinado ao controle de emissão de
veicular, devendo, para isso, manter disponíveis a gases poluentes e de ruído, segundo normas
qualquer tempo os resultados dos testes e ensaios dos estabelecidas pelo CONTRAN.

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VI - para as bicicletas, a campainha, sinalização noturna Art. 108. Onde não houver linha regular de ônibus, a
dianteira, traseira, lateral e nos pedais, e espelho autoridade com circunscrição sobre a via poderá
retrovisor do lado esquerdo. autorizar, a título precário, o transporte de passageiros
em veículo de carga ou misto, desde que obedecidas as
VII - equipamento suplementar de retenção - air bag
condições de segurança estabelecidas neste Código e
frontal para o condutor e o passageiro do banco
pelo CONTRAN.
dianteiro. (Incluído pela Lei nº 11.910, de 2009)
Parágrafo único. A autorização citada no caput não
§ 1º O CONTRAN disciplinará o uso dos equipamentos
poderá exceder a doze meses, prazo a partir do qual a
obrigatórios dos veículos e determinará suas
autoridade pública responsável deverá implantar o
especificações técnicas.
serviço regular de transporte coletivo de passageiros,
§ 2º Nenhum veículo poderá transitar com em conformidade com a legislação pertinente e com os
equipamento ou acessório proibido, sendo o infrator dispositivos deste Código. (Incluído pela Lei nº 9.602,
sujeito às penalidades e medidas administrativas de 1998)
previstas neste Código.
Art. 109. O transporte de carga em veículos destinados
§ 3º Os fabricantes, os importadores, os montadores, os ao transporte de passageiros só pode ser realizado de
encarroçadores de veículos e os revendedores devem acordo com as normas estabelecidas pelo CONTRAN.
comercializar os seus veículos com os equipamentos
Art. 110. O veículo que tiver alterada qualquer de suas
obrigatórios definidos neste artigo, e com os demais
características para competição ou finalidade análoga
estabelecidos pelo CONTRAN.
só poderá circular nas vias públicas com licença especial
§ 4º O CONTRAN estabelecerá o prazo para o da autoridade de trânsito, em itinerário e horário
atendimento do disposto neste artigo. fixados.
§ 5º A exigência estabelecida no inciso VII do caput Art. 111. É vedado, nas áreas envidraçadas do veículo:
deste artigo será progressivamente incorporada aos
I - (VETADO)
novos projetos de automóveis e dos veículos deles
derivados, fabricados, importados, montados ou II - o uso de cortinas, persianas fechadas ou similares
encarroçados, a partir do 1º (primeiro) ano após a nos veículos em movimento, salvo nos que possuam
definição pelo Contran das especificações técnicas espelhos retrovisores em ambos os lados.
pertinentes e do respectivo cronograma de implantação
III - aposição de inscrições, películas refletivas ou não,
e a partir do 5º (quinto) ano, após esta definição, para
painéis decorativos ou pinturas, quando comprometer
os demais automóveis zero quilômetro de modelos ou
a segurança do veículo, na forma de regulamentação do
projetos já existentes e veículos deles derivados.
CONTRAN. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)
(Incluído pela Lei nº 11.910, de 2009)
Parágrafo único. É proibido o uso de inscrição de caráter
§ 6º A exigência estabelecida no inciso VII do caput
publicitário ou qualquer outra que possa desviar a
deste artigo não se aplica aos veículos destinados à
atenção dos condutores em toda a extensão do pára-
exportação. (Incluído pela Lei nº 11.910, de 2009)
brisa e da traseira dos veículos, salvo se não colocar em
Art. 106. No caso de fabricação artesanal ou de risco a segurança do trânsito.
modificação de veículo ou, ainda, quando ocorrer
Art. 112. (Revogado).
substituição de equipamento de segurança especificado
pelo fabricante, será exigido, para licenciamento e Art. 113. Os importadores, as montadoras, as
registro, certificado de segurança expedido por encarroçadoras e fabricantes de veículos e autopeças
instituição técnica credenciada por órgão ou entidade são responsáveis civil e criminalmente por danos
de metrologia legal, conforme norma elaborada pelo causados aos usuários, a terceiros, e ao meio ambiente,
CONTRAN. decorrentes de falhas oriundas de projetos e da
qualidade dos materiais e equipamentos utilizados na
Art. 107. Os veículos de aluguel, destinados ao
sua fabricação.
transporte individual ou coletivo de passageiros,
deverão satisfazer, além das exigências previstas neste Seção III
Código, às condições técnicas e aos requisitos de
Da Identificação do Veículo
segurança, higiene e conforto estabelecidos pelo poder
competente para autorizar, permitir ou conceder a Art. 114. O veículo será identificado obrigatoriamente
exploração dessa atividade. por caracteres gravados no chassi ou no monobloco,

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reproduzidos em outras partes, conforme dispuser o a executar trabalhos agrícolas, desde que facultados a
CONTRAN. transitar em via pública, são sujeitos ao registro único,
sem ônus, em cadastro específico do Ministério da
§ 1º A gravação será realizada pelo fabricante ou
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, acessível aos
montador, de modo a identificar o veículo, seu
componentes do Sistema Nacional de Trânsito.
fabricante e as suas características, além do ano de
(Redação dada pela Lei nº 13.154, de 2015) (Vide)
fabricação, que não poderá ser alterado.
§ 5º O disposto neste artigo não se aplica aos veículos
§ 2º As regravações, quando necessárias, dependerão
de uso bélico.
de prévia autorização da autoridade executiva de
trânsito e somente serão processadas por § 6º Os veículos de duas ou três rodas são dispensados
estabelecimento por ela credenciado, mediante a da placa dianteira.
comprovação de propriedade do veículo, mantida a
§ 7º Excepcionalmente, mediante autorização
mesma identificação anterior, inclusive o ano de
específica e fundamentada das respectivas
fabricação.
corregedorias e com a devida comunicação aos órgãos
§ 3º Nenhum proprietário poderá, sem prévia de trânsito competentes, os veículos utilizados por
permissão da autoridade executiva de trânsito, fazer, ou membros do Poder Judiciário e do Ministério Público
ordenar que se faça, modificações da identificação de que exerçam competência ou atribuição criminal
seu veículo. poderão temporariamente ter placas especiais, de
forma a impedir a identificação de seus usuários
Art. 115. O veículo será identificado externamente por
específicos, na forma de regulamento a ser emitido,
meio de placas dianteira e traseira, sendo esta lacrada
conjuntamente, pelo Conselho Nacional de Justiça - CNJ,
em sua estrutura, obedecidas as especificações e
pelo Conselho Nacional do Ministério Público - CNMP e
modelos estabelecidos pelo CONTRAN.
pelo Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN.
§ 1º Os caracteres das placas serão individualizados para (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
cada veículo e o acompanharão até a baixa do registro,
§ 8º Os veículos artesanais utilizados para trabalho
sendo vedado seu reaproveitamento.
agrícola (jericos), para efeito do registro de que trata o
§ 2º As placas com as cores verde e amarela da Bandeira § 4º-A, ficam dispensados da exigência prevista no art.
Nacional serão usadas somente pelos veículos de 106. (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015)
representação pessoal do Presidente e do Vice-
§ 9º As placas que possuírem tecnologia que permita a
Presidente da República, dos Presidentes do Senado
identificação do veículo ao qual estão atreladas são
Federal e da Câmara dos Deputados, do Presidente e
dispensadas da utilização do lacre previsto no caput, na
dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, dos
forma a ser regulamentada pelo Contran. (Incluído
Ministros de Estado, do Advogado-Geral da União e do
pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
Procurador-Geral da República.
Art. 116. Os veículos de propriedade da União, dos
§ 3º Os veículos de representação dos Presidentes dos
Estados e do Distrito Federal, devidamente registrados
Tribunais Federais, dos Governadores, Prefeitos,
e licenciados, somente quando estritamente usados em
Secretários Estaduais e Municipais, dos Presidentes das
serviço reservado de caráter policial, poderão usar
Assembléias Legislativas, das Câmaras Municipais, dos
placas particulares, obedecidos os critérios e limites
Presidentes dos Tribunais Estaduais e do Distrito
estabelecidos pela legislação que regulamenta o uso de
Federal, e do respectivo chefe do Ministério Público e
veículo oficial.
ainda dos Oficiais Generais das Forças Armadas terão
placas especiais, de acordo com os modelos Art. 117. Os veículos de transporte de carga e os
estabelecidos pelo CONTRAN. coletivos de passageiros deverão conter, em local
facilmente visível, a inscrição indicativa de sua tara, do
§ 4º Os aparelhos automotores destinados a puxar ou a
peso bruto total (PBT), do peso bruto total combinado
arrastar maquinaria de qualquer natureza ou a executar
(PBTC) ou capacidade máxima de tração (CMT) e de sua
trabalhos de construção ou de pavimentação são
lotação, vedado o uso em desacordo com sua
sujeitos ao registro na repartição competente, se
classificação.
transitarem em via pública, dispensados o
licenciamento e o emplacamento. (Redação dada CAPÍTULO X
pela Lei nº 13.154, de 2015) (Vide)
Dos Veículos em Circulação Internacional
§ 4º-A. Os tratores e demais aparelhos automotores
Art. 118. A circulação de veículo no território nacional,
destinados a puxar ou a arrastar maquinaria agrícola ou
independentemente de sua origem, em trânsito entre o

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Brasil e os países com os quais exista acordo ou tratado I - nota fiscal fornecida pelo fabricante ou revendedor,
internacional, reger-se-á pelas disposições deste ou documento equivalente expedido por autoridade
Código, pelas convenções e acordos internacionais competente;
ratificados.
II - documento fornecido pelo Ministério das Relações
Art. 119. As repartições aduaneiras e os órgãos de Exteriores, quando se tratar de veículo importado por
controle de fronteira comunicarão diretamente ao membro de missões diplomáticas, de repartições
RENAVAM a entrada e saída temporária ou definitiva de consulares de carreira, de representações de
veículos. organismos internacionais e de seus integrantes.
§ 1º Os veículos licenciados no exterior não poderão Art. 123. Será obrigatória a expedição de novo
sair do território nacional sem o prévio pagamento ou o Certificado de Registro de Veículo quando:
depósito, judicial ou administrativo, dos valores
I - for transferida a propriedade;
correspondentes às infrações de trânsito cometidas e ao
ressarcimento de danos que tiverem causado ao II - o proprietário mudar o Município de domicílio ou
patrimônio público ou de particulares, residência;
independentemente da fase do processo administrativo
III - for alterada qualquer característica do veículo;
ou judicial envolvendo a questão. (Incluído pela Lei
nº 13.281, de 2016) (Vigência) IV - houver mudança de categoria.
§ 2º Os veículos que saírem do território nacional sem § 1º No caso de transferência de propriedade, o prazo
o cumprimento do disposto no § 1º e que para o proprietário adotar as providências necessárias à
posteriormente forem flagrados tentando ingressar ou efetivação da expedição do novo Certificado de Registro
já em circulação no território nacional serão retidos até de Veículo é de trinta dias, sendo que nos demais casos
a regularização da situação. (Incluído pela Lei nº as providências deverão ser imediatas.
13.281, de 2016) (Vigência)
§ 2º No caso de transferência de domicílio ou residência
CAPÍTULO XI no mesmo Município, o proprietário comunicará o novo
endereço num prazo de trinta dias e aguardará o novo
Do Registro de Veículos
licenciamento para alterar o Certificado de
Art. 120. Todo veículo automotor, elétrico, articulado, Licenciamento Anual.
reboque ou semi-reboque, deve ser registrado perante
§ 3º A expedição do novo certificado será comunicada
o órgão executivo de trânsito do Estado ou do Distrito
ao órgão executivo de trânsito que expediu o anterior e
Federal, no Município de domicílio ou residência de seu
ao RENAVAM.
proprietário, na forma da lei.
Art. 124. Para a expedição do novo Certificado de
§ 1º Os órgãos executivos de trânsito dos Estados e do
Registro de Veículo serão exigidos os seguintes
Distrito Federal somente registrarão veículos oficiais de
documentos:
propriedade da administração direta, da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de I - Certificado de Registro de Veículo anterior;
qualquer um dos poderes, com indicação expressa, por
II - Certificado de Licenciamento Anual;
pintura nas portas, do nome, sigla ou logotipo do órgão
ou entidade em cujo nome o veículo será registrado, III - comprovante de transferência de propriedade,
excetuando-se os veículos de representação e os quando for o caso, conforme modelo e normas
previstos no art. 116. estabelecidas pelo CONTRAN;
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica ao veículo de IV - Certificado de Segurança Veicular e de emissão de
uso bélico. poluentes e ruído, quando houver adaptação ou
alteração de características do veículo;
Art. 121. Registrado o veículo, expedir-se-á o Certificado
de Registro de Veículo - CRV de acordo com os modelos V - comprovante de procedência e justificativa da
e especificações estabelecidos pelo CONTRAN, propriedade dos componentes e agregados adaptados
contendo as características e condições de ou montados no veículo, quando houver alteração das
invulnerabilidade à falsificação e à adulteração. características originais de fábrica;
Art. 122. Para a expedição do Certificado de Registro de VI - autorização do Ministério das Relações Exteriores,
Veículo o órgão executivo de trânsito consultará o no caso de veículo da categoria de missões
cadastro do RENAVAM e exigirá do proprietário os diplomáticas, de repartições consulares de carreira, de
seguintes documentos:

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representações de organismos internacionais e de seus Art. 128. Não será expedido novo Certificado de
integrantes; Registro de Veículo enquanto houver débitos fiscais e de
multas de trânsito e ambientais, vinculadas ao veículo,
VII - certidão negativa de roubo ou furto de veículo,
independentemente da responsabilidade pelas
expedida no Município do registro anterior, que poderá
infrações cometidas.
ser substituída por informação do RENAVAM;
Art. 129. O registro e o licenciamento dos veículos de
VIII - comprovante de quitação de débitos relativos a
propulsão humana e dos veículos de tração animal
tributos, encargos e multas de trânsito vinculados ao
obedecerão à regulamentação estabelecida em
veículo, independentemente da responsabilidade pelas
legislação municipal do domicílio ou residência de seus
infrações cometidas;
proprietários. (Redação dada pela Lei nº 13.154, de
IX - (Revogado). 2015)
X - comprovante relativo ao cumprimento do disposto Art. 129-A. O registro dos tratores e demais aparelhos
no art. 98, quando houver alteração nas características automotores destinados a puxar ou a arrastar
originais do veículo que afetem a emissão de poluentes maquinaria agrícola ou a executar trabalhos agrícolas
e ruído; será efetuado, sem ônus, pelo Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, diretamente ou mediante
XI - comprovante de aprovação de inspeção veicular e
convênio. (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015)
de poluentes e ruído, quando for o caso, conforme
regulamentações do CONTRAN e do CONAMA. CAPÍTULO XII
Art. 125. As informações sobre o chassi, o monobloco, Do Licenciamento
os agregados e as características originais do veículo
Art. 130. Todo veículo automotor, elétrico, articulado,
deverão ser prestadas ao RENAVAM:
reboque ou semi-reboque, para transitar na via, deverá
I - pelo fabricante ou montadora, antes da ser licenciado anualmente pelo órgão executivo de
comercialização, no caso de veículo nacional; trânsito do Estado, ou do Distrito Federal, onde estiver
registrado o veículo.
II - pelo órgão alfandegário, no caso de veículo
importado por pessoa física; § 1º O disposto neste artigo não se aplica a veículo de
uso bélico.
III - pelo importador, no caso de veículo importado por
pessoa jurídica. § 2º No caso de transferência de residência ou domicílio,
é válido, durante o exercício, o licenciamento de origem.
Parágrafo único. As informações recebidas pelo
RENAVAM serão repassadas ao órgão executivo de Art. 131. O Certificado de Licenciamento Anual será
trânsito responsável pelo registro, devendo este expedido ao veículo licenciado, vinculado ao Certificado
comunicar ao RENAVAM, tão logo seja o veículo de Registro, no modelo e especificações estabelecidos
registrado. pelo CONTRAN.
Art. 126. O proprietário de veículo irrecuperável, ou § 1º O primeiro licenciamento será feito
destinado à desmontagem, deverá requerer a baixa do simultaneamente ao registro.
registro, no prazo e forma estabelecidos pelo Contran,
§ 2º O veículo somente será considerado licenciado
vedada a remontagem do veículo sobre o mesmo chassi
estando quitados os débitos relativos a tributos,
de forma a manter o registro anterior. (Redação
encargos e multas de trânsito e ambientais, vinculados
dada pela Lei nº 12.977, de 2014) (Vigência)
ao veículo, independentemente da responsabilidade
Parágrafo único. A obrigação de que trata este artigo é pelas infrações cometidas.
da companhia seguradora ou do adquirente do veículo
§ 3º Ao licenciar o veículo, o proprietário deverá
destinado à desmontagem, quando estes sucederem ao
comprovar sua aprovação nas inspeções de segurança
proprietário.
veicular e de controle de emissões de gases poluentes e
Art. 127. O órgão executivo de trânsito competente só de ruído, conforme disposto no art. 104.
efetuará a baixa do registro após prévia consulta ao
Art. 132. Os veículos novos não estão sujeitos ao
cadastro do RENAVAM.
licenciamento e terão sua circulação regulada pelo
Parágrafo único. Efetuada a baixa do registro, deverá ser CONTRAN durante o trajeto entre a fábrica e o
esta comunicada, de imediato, ao RENAVAM. Município de destino.

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§ 1º O disposto neste artigo aplica-se, igualmente, aos V - lanternas de luz branca, fosca ou amarela dispostas
veículos importados, durante o trajeto entre a nas extremidades da parte superior dianteira e
alfândega ou entreposto alfandegário e o Município de lanternas de luz vermelha dispostas na extremidade
destino. (Renumerado do parágrafo único pela Lei superior da parte traseira;
nº 13.103, de 2015) (Vigência)
VI - cintos de segurança em número igual à lotação;
Art. 133. É obrigatório o porte do Certificado de
VII - outros requisitos e equipamentos obrigatórios
Licenciamento Anual.
estabelecidos pelo CONTRAN.
Parágrafo único. O porte será dispensado quando, no
Art. 137. A autorização a que se refere o artigo anterior
momento da fiscalização, for possível ter acesso ao
deverá ser afixada na parte interna do veículo, em local
devido sistema informatizado para verificar se o veículo
visível, com inscrição da lotação permitida, sendo
está licenciado. (Incluído pela Lei nº 13.281, de
vedada a condução de escolares em número superior à
2016) (Vigência)
capacidade estabelecida pelo fabricante.
Art. 134. No caso de transferência de propriedade, o
Art. 138. O condutor de veículo destinado à condução
proprietário antigo deverá encaminhar ao órgão
de escolares deve satisfazer os seguintes requisitos:
executivo de trânsito do Estado dentro de um prazo de
trinta dias, cópia autenticada do comprovante de I - ter idade superior a vinte e um anos;
transferência de propriedade, devidamente assinado e
II - ser habilitado na categoria D;
datado, sob pena de ter que se responsabilizar
solidariamente pelas penalidades impostas e suas III - (VETADO)
reincidências até a data da comunicação.
IV - não ter cometido nenhuma infração grave ou
Parágrafo único. O comprovante de transferência de gravíssima, ou ser reincidente em infrações médias
propriedade de que trata o caput poderá ser substituído durante os doze últimos meses;
por documento eletrônico, na forma regulamentada
V - ser aprovado em curso especializado, nos termos da
pelo Contran. (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015)
regulamentação do CONTRAN.
Art. 135. Os veículos de aluguel, destinados ao
Art. 139. O disposto neste Capítulo não exclui a
transporte individual ou coletivo de passageiros de
competência municipal de aplicar as exigências
linhas regulares ou empregados em qualquer serviço
previstas em seus regulamentos, para o transporte de
remunerado, para registro, licenciamento e respectivo
escolares.
emplacamento de característica comercial, deverão
estar devidamente autorizados pelo poder público CAPÍTULO XIII-A
concedente.
Da Condução de Moto-Frete
CAPÍTULO XIII
(Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009)
Da Condução de Escolares
Art. 139-A. As motocicletas e motonetas destinadas ao
Art. 136. Os veículos especialmente destinados à transporte remunerado de mercadorias – moto-frete –
condução coletiva de escolares somente poderão somente poderão circular nas vias com autorização
circular nas vias com autorização emitida pelo órgão ou emitida pelo órgão ou entidade executivo de trânsito
entidade executivos de trânsito dos Estados e do dos Estados e do Distrito Federal, exigindo-se, para
Distrito Federal, exigindo-se, para tanto: tanto: (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009)
I - registro como veículo de passageiros; I – registro como veículo da categoria de aluguel;
(Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009)
II - inspeção semestral para verificação dos
equipamentos obrigatórios e de segurança; II – instalação de protetor de motor mata-cachorro,
fixado no chassi do veículo, destinado a proteger o
III - pintura de faixa horizontal na cor amarela, com
motor e a perna do condutor em caso de tombamento,
quarenta centímetros de largura, à meia altura, em toda
nos termos de regulamentação do Conselho Nacional de
a extensão das partes laterais e traseira da carroçaria,
Trânsito – Contran; (Incluído pela Lei nº 12.009, de
com o dístico ESCOLAR, em preto, sendo que, em caso
2009)
de veículo de carroçaria pintada na cor amarela, as cores
aqui indicadas devem ser invertidas; III – instalação de aparador de linha antena corta-pipas,
nos termos de regulamentação do Contran; (Incluído
IV - equipamento registrador instantâneo inalterável de
pela Lei nº 12.009, de 2009)
velocidade e tempo;

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IV – inspeção semestral para verificação dos I - Categoria A - condutor de veículo motorizado de duas
equipamentos obrigatórios e de segurança. (Incluído ou três rodas, com ou sem carro lateral;
pela Lei nº 12.009, de 2009)
II - Categoria B - condutor de veículo motorizado, não
§ 1º A instalação ou incorporação de dispositivos para abrangido pela categoria A, cujo peso bruto total não
transporte de cargas deve estar de acordo com a exceda a três mil e quinhentos quilogramas e cuja
regulamentação do Contran. (Incluído pela Lei nº lotação não exceda a oito lugares, excluído o do
12.009, de 2009) motorista;
§ 2º É proibido o transporte de combustíveis, produtos III - Categoria C - condutor de veículo motorizado
inflamáveis ou tóxicos e de galões nos veículos de que utilizado em transporte de carga, cujo peso bruto total
trata este artigo, com exceção do gás de cozinha e de exceda a três mil e quinhentos quilogramas;
galões contendo água mineral, desde que com o auxílio
IV - Categoria D - condutor de veículo motorizado
de side-car, nos termos de regulamentação do Contran.
utilizado no transporte de passageiros, cuja lotação
(Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009)
exceda a oito lugares, excluído o do motorista;
Art. 139-B. O disposto neste Capítulo não exclui a
V - Categoria E - condutor de combinação de veículos em
competência municipal ou estadual de aplicar as
que a unidade tratora se enquadre nas categorias B, C
exigências previstas em seus regulamentos para as
ou D e cuja unidade acoplada, reboque, semirreboque,
atividades de moto-frete no âmbito de suas
trailer ou articulada tenha 6.000 kg (seis mil
circunscrições. (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009)
quilogramas) ou mais de peso bruto total, ou cuja
CAPÍTULO XIV lotação exceda a 8 (oito) lugares. (Redação dada pela
Lei nº 12.452, de 2011)
Da Habilitação
§ 1º Para habilitar-se na categoria C, o condutor deverá
Art. 140. A habilitação para conduzir veículo automotor
estar habilitado no mínimo há um ano na categoria B e
e elétrico será apurada por meio de exames que
não ter cometido nenhuma infração grave ou
deverão ser realizados junto ao órgão ou entidade
gravíssima, ou ser reincidente em infrações médias,
executivos do Estado ou do Distrito Federal, do
durante os últimos doze meses.
domicílio ou residência do candidato, ou na sede
estadual ou distrital do próprio órgão, devendo o § 2º São os condutores da categoria B autorizados a
condutor preencher os seguintes requisitos: conduzir veículo automotor da espécie motor-casa,
definida nos termos do Anexo I deste Código, cujo peso
I - ser penalmente imputável;
não exceda a 6.000 kg (seis mil quilogramas), ou cuja
II - saber ler e escrever; lotação não exceda a 8 (oito) lugares, excluído o do
motorista. (Incluído pela Lei nº 12.452, de 2011)
III - possuir Carteira de Identidade ou equivalente.
§ 3º Aplica-se o disposto no inciso V ao condutor da
Parágrafo único. As informações do candidato à
combinação de veículos com mais de uma unidade
habilitação serão cadastradas no RENACH.
tracionada, independentemente da capacidade de
Art. 141. O processo de habilitação, as normas relativas tração ou do peso bruto total. (Renumerado pela Lei
à aprendizagem para conduzir veículos automotores e nº 12.452, de 2011)
elétricos e à autorização para conduzir ciclomotores
Art. 144. O trator de roda, o trator de esteira, o trator
serão regulamentados pelo CONTRAN.
misto ou o equipamento automotor destinado à
§ 1º A autorização para conduzir veículos de propulsão movimentação de cargas ou execução de trabalho
humana e de tração animal ficará a cargo dos agrícola, de terraplenagem, de construção ou de
Municípios. pavimentação só podem ser conduzidos na via pública
por condutor habilitado nas categorias C, D ou E.
§ 2º (VETADO)
Parágrafo único. O trator de roda e os equipamentos
Art. 142. O reconhecimento de habilitação obtida em
automotores destinados a executar trabalhos agrícolas
outro país está subordinado às condições estabelecidas
poderão ser conduzidos em via pública também por
em convenções e acordos internacionais e às normas do
condutor habilitado na categoria B. (Redação dada
CONTRAN.
pela Lei nº 13.097, de 2015)
Art. 143. Os candidatos poderão habilitar-se nas
Art. 145. Para habilitar-se nas categorias D e E ou para
categorias de A a E, obedecida a seguinte gradação:
conduzir veículo de transporte coletivo de passageiros,

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de escolares, de emergência ou de produto perigoso, o no local de residência ou domicílio do examinado.


candidato deverá preencher os seguintes requisitos: (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)
I - ser maior de vinte e um anos; § 3º O exame previsto no § 2º incluirá avaliação
psicológica preliminar e complementar sempre que a
II - estar habilitado:
ele se submeter o condutor que exerce atividade
a) no mínimo há dois anos na categoria B, ou no mínimo remunerada ao veículo, incluindo-se esta avaliação para
há um ano na categoria C, quando pretender habilitar- os demais candidatos apenas no exame referente à
se na categoria D; e primeira habilitação. (Redação dada pela Lei nº
10.350, de 2001)
b) no mínimo há um ano na categoria C, quando
pretender habilitar-se na categoria E; § 4º Quando houver indícios de deficiência física,
mental, ou de progressividade de doença que possa
III - não ter cometido nenhuma infração grave ou
diminuir a capacidade para conduzir o veículo, o prazo
gravíssima ou ser reincidente em infrações médias
previsto no § 2º poderá ser diminuído por proposta do
durante os últimos doze meses;
perito examinador. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)
IV - ser aprovado em curso especializado e em curso de
§ 5º O condutor que exerce atividade remunerada ao
treinamento de prática veicular em situação de risco,
veículo terá essa informação incluída na sua Carteira
nos termos da normatização do CONTRAN.
Nacional de Habilitação, conforme especificações do
Parágrafo único. A participação em curso especializado Conselho Nacional de Trânsito – Contran. (Incluído pela
previsto no inciso IV independe da observância do Lei nº 10.350, de 2001)
disposto no inciso III. (Incluído pela Lei nº 12.619, de
Art. 147-A. Ao candidato com deficiência auditiva é
2012) (Vigência)
assegurada acessibilidade de comunicação, mediante
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015) emprego de tecnologias assistivas ou de ajudas técnicas
em todas as etapas do processo de habilitação.
Art. 145-A. Além do disposto no art. 145, para conduzir
(Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
ambulâncias, o candidato deverá comprovar
treinamento especializado e reciclagem em cursos § 1º O material didático audiovisual utilizado em aulas
específicos a cada 5 (cinco) anos, nos termos da teóricas dos cursos que precedem os exames previstos
normatização do Contran. (Incluído pela Lei nº no art. 147 desta Lei deve ser acessível, por meio de
12.998, de 2014) subtitulação com legenda oculta associada à tradução
simultânea em Libras. (Incluído pela Lei nº 13.146,
Art. 146. Para conduzir veículos de outra categoria o
de 2015) (Vigência)
condutor deverá realizar exames complementares
exigidos para habilitação na categoria pretendida. § 2º É assegurado também ao candidato com
deficiência auditiva requerer, no ato de sua inscrição, os
Art. 147. O candidato à habilitação deverá submeter-se
serviços de intérprete da Libras, para acompanhamento
a exames realizados pelo órgão executivo de trânsito, na
em aulas práticas e teóricas. (Incluído pela Lei nº
seguinte ordem:
13.146, de 2015) (Vigência)
I - de aptidão física e mental;
Art. 148. Os exames de habilitação, exceto os de direção
II - (VETADO) veicular, poderão ser aplicados por entidades públicas
ou privadas credenciadas pelo órgão executivo de
III - escrito, sobre legislação de trânsito;
trânsito dos Estados e do Distrito Federal, de acordo
IV - de noções de primeiros socorros, conforme com as normas estabelecidas pelo CONTRAN.
regulamentação do CONTRAN;
§ 1º A formação de condutores deverá incluir,
V - de direção veicular, realizado na via pública, em obrigatoriamente, curso de direção defensiva e de
veículo da categoria para a qual estiver habilitando-se. conceitos básicos de proteção ao meio ambiente
relacionados com o trânsito.
§ 1º Os resultados dos exames e a identificação dos
respectivos examinadores serão registrados no § 2º Ao candidato aprovado será conferida Permissão
RENACH. (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº para Dirigir, com validade de um ano.
9.602, de 1998)
§ 3º A Carteira Nacional de Habilitação será conferida ao
§ 2º O exame de aptidão física e mental será preliminar condutor no término de um ano, desde que o mesmo
e renovável a cada cinco anos, ou a cada três anos para não tenha cometido nenhuma infração de natureza
condutores com mais de sessenta e cinco anos de idade,

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grave ou gravíssima ou seja reincidente em infração da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada
média. pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943.
(Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 4º A não obtenção da Carteira Nacional de Habilitação,
tendo em vista a incapacidade de atendimento do § 7º O exame será realizado, em regime de livre
disposto no parágrafo anterior, obriga o candidato a concorrência, pelos laboratórios credenciados pelo
reiniciar todo o processo de habilitação. Departamento Nacional de Trânsito - DENATRAN, nos
termos das normas do Contran, vedado aos entes
§ 5º O Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN poderá
públicos: (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015)
dispensar os tripulantes de aeronaves que
(Vigência)
apresentarem o cartão de saúde expedido pelas Forças
Armadas ou pelo Departamento de Aeronáutica Civil, I - fixar preços para os exames; (Incluído pela Lei nº
respectivamente, da prestação do exame de aptidão 13.103, de 2015) (Vigência)
física e mental. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)
II - limitar o número de empresas ou o número de locais
Art. 148-A. Os condutores das categorias C, D e E em que a atividade pode ser exercida; e (Incluído
deverão submeter-se a exames toxicológicos para a pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
habilitação e renovação da Carteira Nacional de
III - estabelecer regras de exclusividade territorial.
Habilitação. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015)
(Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
(Vigência)
Art. 149. (VETADO)
§ 1º O exame de que trata este artigo buscará aferir o
consumo de substâncias psicoativas que, Art. 150. Ao renovar os exames previstos no artigo
comprovadamente, comprometam a capacidade de anterior, o condutor que não tenha curso de direção
direção e deverá ter janela de detecção mínima de 90 defensiva e primeiros socorros deverá a eles ser
(noventa) dias, nos termos das normas do Contran. submetido, conforme normatização do CONTRAN.
(Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
Parágrafo único. A empresa que utiliza condutores
§ 2º Os condutores das categorias C, D e E com Carteira contratados para operar a sua frota de veículos é
Nacional de Habilitação com validade de 5 (cinco) anos obrigada a fornecer curso de direção defensiva,
deverão fazer o exame previsto no § 1º no prazo de 2 primeiros socorros e outros conforme normatização do
(dois) anos e 6 (seis) meses a contar da realização do CONTRAN.
disposto no caput. (Incluído pela Lei nº 13.103, de
Art. 151. No caso de reprovação no exame escrito sobre
2015) (Vigência)
legislação de trânsito ou de direção veicular, o
§ 3º Os condutores das categorias C, D e E com Carteira candidato só poderá repetir o exame depois de
Nacional de Habilitação com validade de 3 (três) anos decorridos quinze dias da divulgação do resultado.
deverão fazer o exame previsto no § 1º no prazo de 1
Art. 152. O exame de direção veicular será realizado
(um) ano e 6 (seis) meses a contar da realização do
perante comissão integrada por 3 (três) membros
disposto no caput. (Incluído pela Lei nº 13.103, de
designados pelo dirigente do órgão executivo local de
2015) (Vigência)
trânsito. (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016)
§ 4º É garantido o direito de contraprova e de recurso (Vigência)
administrativo no caso de resultado positivo para o
§ 1º Na comissão de exame de direção veicular, pelo
exame de que trata o caput, nos termos das normas do
menos um membro deverá ser habilitado na categoria
Contran. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015)
igual ou superior à pretendida pelo candidato.
(Vigência)
§ 2º Os militares das Forças Armadas e os policiais e
§ 5º A reprovação no exame previsto neste artigo terá
bombeiros dos órgãos de segurança pública da União,
como consequência a suspensão do direito de dirigir
dos Estados e do Distrito Federal que possuírem curso
pelo período de 3 (três) meses, condicionado o
de formação de condutor ministrado em suas
levantamento da suspensão ao resultado negativo em
corporações serão dispensados, para a concessão do
novo exame, e vedada a aplicação de outras
documento de habilitação, dos exames aos quais se
penalidades, ainda que acessórias. (Incluído pela
houverem submetido com aprovação naquele curso,
Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
desde que neles sejam observadas as normas
§ 6º O resultado do exame somente será divulgado para estabelecidas pelo Contran. (Redação dada pela Lei
o interessado e não poderá ser utilizado para fins nº 13.281, de 2016) (Vigência)
estranhos ao disposto neste artigo ou no § 6º do art. 168

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§ 3º O militar, o policial ou o bombeiro militar § 1º Além do aprendiz e do instrutor, o veículo utilizado


interessado na dispensa de que trata o § 2º instruirá seu na aprendizagem poderá conduzir apenas mais um
requerimento com ofício do comandante, chefe ou acompanhante. (Renumerado do parágrafo único
diretor da unidade administrativa onde prestar serviço, pela Lei nº 12.217, de 2010).
do qual constarão o número do registro de
§ 2º Parte da aprendizagem será obrigatoriamente
identificação, naturalidade, nome, filiação, idade e
realizada durante a noite, cabendo ao CONTRAN fixar-
categoria em que se habilitou a conduzir, acompanhado
lhe a carga horária mínima correspondente.
de cópia das atas dos exames prestados. (Redação
(Incluído pela Lei nº 12.217, de 2010).
dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 159. A Carteira Nacional de Habilitação, expedida
§ 4º (VETADO)
em modelo único e de acordo com as especificações do
Art. 153. O candidato habilitado terá em seu prontuário CONTRAN, atendidos os pré-requisitos estabelecidos
a identificação de seus instrutores e examinadores, que neste Código, conterá fotografia, identificação e CPF do
serão passíveis de punição conforme regulamentação a condutor, terá fé pública e equivalerá a documento de
ser estabelecida pelo CONTRAN. identidade em todo o território nacional.
Parágrafo único. As penalidades aplicadas aos § 1º É obrigatório o porte da Permissão para Dirigir ou
instrutores e examinadores serão de advertência, da Carteira Nacional de Habilitação quando o condutor
suspensão e cancelamento da autorização para o estiver à direção do veículo.
exercício da atividade, conforme a falta cometida.
§ 2º (VETADO)
Art. 154. Os veículos destinados à formação de
§ 3º A emissão de nova via da Carteira Nacional de
condutores serão identificados por uma faixa amarela,
Habilitação será regulamentada pelo CONTRAN.
de vinte centímetros de largura, pintada ao longo da
carroçaria, à meia altura, com a inscrição AUTO-ESCOLA § 4º (VETADO)
na cor preta.
§ 5º A Carteira Nacional de Habilitação e a Permissão
Parágrafo único. No veículo eventualmente utilizado para Dirigir somente terão validade para a condução de
para aprendizagem, quando autorizado para servir a veículo quando apresentada em original.
esse fim, deverá ser afixada ao longo de sua carroçaria,
§ 6º A identificação da Carteira Nacional de Habilitação
à meia altura, faixa branca removível, de vinte
expedida e a da autoridade expedidora serão
centímetros de largura, com a inscrição AUTO-ESCOLA
registradas no RENACH.
na cor preta.
§ 7º A cada condutor corresponderá um único registro
Art. 155. A formação de condutor de veículo automotor
no RENACH, agregando-se neste todas as informações.
e elétrico será realizada por instrutor autorizado pelo
órgão executivo de trânsito dos Estados ou do Distrito § 8º A renovação da validade da Carteira Nacional de
Federal, pertencente ou não à entidade credenciada. Habilitação ou a emissão de uma nova via somente será
realizada após quitação de débitos constantes do
Parágrafo único. Ao aprendiz será expedida autorização
prontuário do condutor.
para aprendizagem, de acordo com a regulamentação
do CONTRAN, após aprovação nos exames de aptidão § 9º (VETADO)
física, mental, de primeiros socorros e sobre legislação
§ 10. A validade da Carteira Nacional de Habilitação está
de trânsito. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)
condicionada ao prazo de vigência do exame de aptidão
Art. 156. O CONTRAN regulamentará o credenciamento física e mental. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)
para prestação de serviço pelas auto-escolas e outras
§ 11. A Carteira Nacional de Habilitação, expedida na
entidades destinadas à formação de condutores e às
vigência do Código anterior, será substituída por ocasião
exigências necessárias para o exercício das atividades de
do vencimento do prazo para revalidação do exame de
instrutor e examinador.
aptidão física e mental, ressalvados os casos especiais
Art. 157. (VETADO) previstos nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.602, de
1998)
Art. 158. A aprendizagem só poderá realizar-se: (Vide Lei
nº 12.217, de 2010) Vigência Art. 160. O condutor condenado por delito de trânsito
deverá ser submetido a novos exames para que possa
I - nos termos, horários e locais estabelecidos pelo órgão
voltar a dirigir, de acordo com as normas estabelecidas
executivo de trânsito;
pelo CONTRAN, independentemente do
II - acompanhado o aprendiz por instrutor autorizado.

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reconhecimento da prescrição, em face da pena III - com Carteira Nacional de Habilitação ou Permissão
concretizada na sentença. para Dirigir de categoria diferente da do veículo que
esteja conduzindo: (Redação dada pela Lei nº
§ 1º Em caso de acidente grave, o condutor nele
13.281, de 2016) (Vigência)
envolvido poderá ser submetido aos exames exigidos
neste artigo, a juízo da autoridade executiva estadual de Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº
trânsito, assegurada ampla defesa ao condutor. 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 2º No caso do parágrafo anterior, a autoridade Penalidade - multa (duas vezes); (Redação dada
executiva estadual de trânsito poderá apreender o pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
documento de habilitação do condutor até a sua
Medida administrativa - retenção do veículo até a
aprovação nos exames realizados.
apresentação de condutor habilitado; (Redação
CAPÍTULO XV dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
Das Infrações IV - (VETADO)
Art. 161. Constitui infração de trânsito a inobservância V - com validade da Carteira Nacional de Habilitação
de qualquer preceito deste Código, da legislação vencida há mais de trinta dias:
complementar ou das resoluções do CONTRAN, sendo o
Infração - gravíssima;
infrator sujeito às penalidades e medidas
administrativas indicadas em cada artigo, além das Penalidade - multa;
punições previstas no Capítulo XIX.
Medida administrativa - recolhimento da Carteira
Parágrafo único. As infrações cometidas em relação às Nacional de Habilitação e retenção do veículo até a
resoluções do CONTRAN terão suas penalidades e apresentação de condutor habilitado;
medidas administrativas definidas nas próprias
VI - sem usar lentes corretoras de visão, aparelho
resoluções.
auxiliar de audição, de prótese física ou as adaptações
Art. 162. Dirigir veículo: do veículo impostas por ocasião da concessão ou da
renovação da licença para conduzir:
I - sem possuir Carteira Nacional de Habilitação,
Permissão para Dirigir ou Autorização para Conduzir Infração - gravíssima;
Ciclomotor: (Redação dada pela Lei nº 13.281, de
Penalidade - multa;
2016) (Vigência)
Medida administrativa - retenção do veículo até o
Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº
saneamento da irregularidade ou apresentação de
13.281, de 2016) (Vigência)
condutor habilitado.
Penalidade - multa (três vezes); (Redação dada pela
Art. 163. Entregar a direção do veículo a pessoa nas
Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
condições previstas no artigo anterior:
Medida administrativa - retenção do veículo até a
Infração - as mesmas previstas no artigo anterior;
apresentação de condutor habilitado; (Incluído pela
Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) Penalidade - as mesmas previstas no artigo anterior;
II - com Carteira Nacional de Habilitação, Permissão para Medida administrativa - a mesma prevista no inciso III
Dirigir ou Autorização para Conduzir Ciclomotor cassada do artigo anterior.
ou com suspensão do direito de dirigir: (Redação
Art. 164. Permitir que pessoa nas condições referidas
dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
nos incisos do art. 162 tome posse do veículo automotor
Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº e passe a conduzi-lo na via:
13.281, de 2016) (Vigência)
Infração - as mesmas previstas nos incisos do art. 162;
Penalidade - multa (três vezes); (Redação dada pela
Penalidade - as mesmas previstas no art. 162;
Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
Medida administrativa - a mesma prevista no inciso III
Medida administrativa - recolhimento do documento de
do art. 162.
habilitação e retenção do veículo até a apresentação de
condutor habilitado; (Incluído pela Lei nº 13.281, Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de
de 2016) (Vigência) qualquer outra substância psicoativa que determine

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dependência: (Redação dada pela Lei nº 11.705, de Art. 168. Transportar crianças em veículo automotor
2008) sem observância das normas de segurança especiais
estabelecidas neste Código:
Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº 11.705,
de 2008) Infração - gravíssima;
Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de Penalidade - multa;
dirigir por 12 (doze) meses. (Redação dada pela Lei
Medida administrativa - retenção do veículo até que a
nº 12.760, de 2012)
irregularidade seja sanada.
Medida administrativa - recolhimento do documento de
Art. 169. Dirigir sem atenção ou sem os cuidados
habilitação e retenção do veículo, observado o disposto
indispensáveis à segurança:
no § 4º do art. 270 da Lei nº 9.503, de 23 de setembro
de 1997 - do Código de Trânsito Brasileiro. (Redação Infração - leve;
dada pela Lei nº 12.760, de 2012)
Penalidade - multa.
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no
Art. 170. Dirigir ameaçando os pedestres que estejam
caput em caso de reincidência no período de até 12
atravessando a via pública, ou os demais veículos:
(doze) meses. (Redação dada pela Lei nº 12.760, de
2012) Infração - gravíssima;
Art. 165-A. Recusar-se a ser submetido a teste, exame Penalidade - multa e suspensão do direito de dirigir;
clínico, perícia ou outro procedimento que permita
Medida administrativa - retenção do veículo e
certificar influência de álcool ou outra substância
recolhimento do documento de habilitação.
psicoativa, na forma estabelecida pelo art. 277:
(Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) Art. 171. Usar o veículo para arremessar, sobre os
pedestres ou veículos, água ou detritos:
Infração - gravíssima; (Incluído pela Lei nº 13.281,
de 2016) (Vigência) Infração - média;
Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de Penalidade - multa.
dirigir por 12 (doze) meses; (Incluído pela Lei nº
Art. 172. Atirar do veículo ou abandonar na via objetos
13.281, de 2016) (Vigência)
ou substâncias:
Medida administrativa - recolhimento do documento de
Infração - média;
habilitação e retenção do veículo, observado o disposto
no § 4º do art. 270. (Incluído pela Lei nº 13.281, de Penalidade - multa.
2016) (Vigência)
Art. 173. Disputar corrida: (Redação dada pela Lei
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no nº 12.971, de 2014) (Vigência)
caput em caso de reincidência no período de até 12
Infração - gravíssima;
(doze) meses (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)
(Vigência) Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito de
dirigir e apreensão do veículo; (Redação dada pela
Art. 166. Confiar ou entregar a direção de veículo a
Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
pessoa que, mesmo habilitada, por seu estado físico ou
psíquico, não estiver em condições de dirigi-lo com Medida administrativa - recolhimento do documento de
segurança: habilitação e remoção do veículo.
Infração - gravíssima; Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no
caput em caso de reincidência no período de 12 (doze)
Penalidade - multa. meses da infração anterior. (Incluído pela Lei nº
Art. 167. Deixar o condutor ou passageiro de usar o cinto 12.971, de 2014) (Vigência)
de segurança, conforme previsto no art. 65: Art. 174. Promover, na via, competição, eventos
Infração - grave; organizados, exibição e demonstração de perícia em
manobra de veículo, ou deles participar, como
Penalidade - multa;
condutor, sem permissão da autoridade de trânsito com
Medida administrativa - retenção do veículo até circunscrição sobre a via: (Redação dada pela Lei nº
colocação do cinto pelo infrator. 12.971, de 2014) (Vigência)

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Infração - gravíssima; Medida administrativa - recolhimento do documento de


habilitação.
Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito de
dirigir e apreensão do veículo; (Redação dada pela Art. 177. Deixar o condutor de prestar socorro à vítima
Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência) de acidente de trânsito quando solicitado pela
autoridade e seus agentes:
Medida administrativa - recolhimento do documento de
habilitação e remoção do veículo. Infração - grave;
§ 1º As penalidades são aplicáveis aos promotores e Penalidade - multa.
aos condutores participantes. (Incluído pela Lei nº
Art. 178. Deixar o condutor, envolvido em acidente sem
12.971, de 2014) (Vigência)
vítima, de adotar providências para remover o veículo
§ 2º Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em do local, quando necessária tal medida para assegurar a
caso de reincidência no período de 12 (doze) meses da segurança e a fluidez do trânsito:
infração anterior. (Incluído pela Lei nº 12.971, de
Infração - média;
2014) (Vigência)
Penalidade - multa.
Art. 175. Utilizar-se de veículo para demonstrar ou
exibir manobra perigosa, mediante arrancada brusca, Art. 179. Fazer ou deixar que se faça reparo em veículo
derrapagem ou frenagem com deslizamento ou na via pública, salvo nos casos de impedimento absoluto
arrastamento de pneus: (Redação dada pela Lei nº de sua remoção e em que o veículo esteja devidamente
12.971, de 2014) (Vigência) sinalizado:
Infração - gravíssima; I - em pista de rolamento de rodovias e vias de trânsito
rápido:
Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito de
dirigir e apreensão do veículo; (Redação dada pela Infração - grave;
Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
Penalidade - multa;
Medida administrativa - recolhimento do documento de
Medida administrativa - remoção do veículo;
habilitação e remoção do veículo.
II - nas demais vias:
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no
caput em caso de reincidência no período de 12 (doze) Infração - leve;
meses da infração anterior. (Incluído pela Lei nº
Penalidade - multa.
12.971, de 2014) (Vigência)
Art. 180. Ter seu veículo imobilizado na via por falta de
Art. 176. Deixar o condutor envolvido em acidente com
combustível:
vítima:
Infração - média;
I - de prestar ou providenciar socorro à vítima, podendo
fazê-lo; Penalidade - multa;
II - de adotar providências, podendo fazê-lo, no sentido Medida administrativa - remoção do veículo.
de evitar perigo para o trânsito no local;
Art. 181. Estacionar o veículo:
III - de preservar o local, de forma a facilitar os trabalhos
I - nas esquinas e a menos de cinco metros do bordo do
da polícia e da perícia;
alinhamento da via transversal:
IV - de adotar providências para remover o veículo do
Infração - média;
local, quando determinadas por policial ou agente da
autoridade de trânsito; Penalidade - multa;
V - de identificar-se ao policial e de lhe prestar Medida administrativa - remoção do veículo;
informações necessárias à confecção do boletim de II - afastado da guia da calçada (meio-fio) de cinqüenta
ocorrência: centímetros a um metro:
Infração - gravíssima;
Infração - leve;
Penalidade - multa (cinco vezes) e suspensão do direito
Penalidade - multa;
de dirigir;
Medida administrativa - remoção do veículo;

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III - afastado da guia da calçada (meio-fio) a mais de um Infração - média;


metro:
Penalidade - multa;
Infração - grave;
Medida administrativa - remoção do veículo;
Penalidade - multa;
XI - ao lado de outro veículo em fila dupla:
Medida administrativa - remoção do veículo;
Infração - grave;
IV - em desacordo com as posições estabelecidas neste
Penalidade - multa;
Código:
Medida administrativa - remoção do veículo;
Infração - média;
XII - na área de cruzamento de vias, prejudicando a
Penalidade - multa;
circulação de veículos e pedestres:
Medida administrativa - remoção do veículo;
Infração - grave;
V - na pista de rolamento das estradas, das rodovias, das
Penalidade - multa;
vias de trânsito rápido e das vias dotadas de
acostamento: Medida administrativa - remoção do veículo;
Infração - gravíssima; XIII - onde houver sinalização horizontal delimitadora de
ponto de embarque ou desembarque de passageiros de
Penalidade - multa;
transporte coletivo ou, na inexistência desta sinalização,
Medida administrativa - remoção do veículo; no intervalo compreendido entre dez metros antes e
depois do marco do ponto:
VI - junto ou sobre hidrantes de incêndio, registro de
água ou tampas de poços de visita de galerias Infração - média;
subterrâneas, desde que devidamente identificados,
Penalidade - multa;
conforme especificação do CONTRAN:
Medida administrativa - remoção do veículo;
Infração - média;
XIV - nos viadutos, pontes e túneis:
Penalidade - multa;
Infração - grave;
Medida administrativa - remoção do veículo;
Penalidade - multa;
VII - nos acostamentos, salvo motivo de força maior:
Medida administrativa - remoção do veículo;
Infração - leve;
XV - na contramão de direção:
Penalidade - multa;
Infração - média;
Medida administrativa - remoção do veículo;
Penalidade - multa;
VIII - no passeio ou sobre faixa destinada a pedestre,
sobre ciclovia ou ciclofaixa, bem como nas ilhas, XVI - em aclive ou declive, não estando devidamente
refúgios, ao lado ou sobre canteiros centrais, divisores freado e sem calço de segurança, quando se tratar de
de pista de rolamento, marcas de canalização, veículo com peso bruto total superior a três mil e
gramados ou jardim público: quinhentos quilogramas:
Infração - grave; Infração - grave;
Penalidade - multa; Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo; Medida administrativa - remoção do veículo;
IX - onde houver guia de calçada (meio-fio) rebaixada XVII - em desacordo com as condições regulamentadas
destinada à entrada ou saída de veículos: especificamente pela sinalização (placa -
Estacionamento Regulamentado):
Infração - média;
Infração - grave; (Redação dada pela Lei nº 13.146,
Penalidade - multa;
de 2015) (Vigência)
Medida administrativa - remoção do veículo;
Penalidade - multa;
X - impedindo a movimentação de outro veículo:

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Medida administrativa - remoção do veículo; Penalidade - multa;


XVIII - em locais e horários proibidos especificamente V - na pista de rolamento das estradas, das rodovias, das
pela sinalização (placa - Proibido Estacionar): vias de trânsito rápido e das demais vias dotadas de
acostamento:
Infração - média;
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
VI - no passeio ou sobre faixa destinada a pedestres, nas
XIX - em locais e horários de estacionamento e parada
ilhas, refúgios, canteiros centrais e divisores de pista de
proibidos pela sinalização (placa - Proibido Parar e
rolamento e marcas de canalização:
Estacionar):
Infração - leve;
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Penalidade - multa;
VII - na área de cruzamento de vias, prejudicando a
Medida administrativa - remoção do veículo.
circulação de veículos e pedestres:
XX - nas vagas reservadas às pessoas com deficiência ou
Infração - média;
idosos, sem credencial que comprove tal condição:
(Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) Penalidade - multa;
Infração - gravíssima; (Incluído pela Lei nº 13.281, VIII - nos viadutos, pontes e túneis:
de 2016) (Vigência)
Infração - média;
Penalidade - multa; (Incluído pela Lei nº 13.281, de
Penalidade - multa;
2016) (Vigência)
IX - na contramão de direção:
Medida administrativa - remoção do veículo.
(Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) Infração - média;
§ 1º Nos casos previstos neste artigo, a autoridade de Penalidade - multa;
trânsito aplicará a penalidade preferencialmente após a
X - em local e horário proibidos especificamente pela
remoção do veículo.
sinalização (placa - Proibido Parar):
§ 2º No caso previsto no inciso XVI é proibido abandonar
Infração - média;
o calço de segurança na via.
Penalidade - multa.
Art. 182. Parar o veículo:
Art. 183. Parar o veículo sobre a faixa de pedestres na
I - nas esquinas e a menos de cinco metros do bordo do
mudança de sinal luminoso:
alinhamento da via transversal:
Infração - média;
Infração - média;
Penalidade - multa.
Penalidade - multa;
Art. 184. Transitar com o veículo:
II - afastado da guia da calçada (meio-fio) de cinqüenta
centímetros a um metro: I - na faixa ou pista da direita, regulamentada como de
circulação exclusiva para determinado tipo de veículo,
Infração - leve;
exceto para acesso a imóveis lindeiros ou conversões à
Penalidade - multa; direita:
III - afastado da guia da calçada (meio-fio) a mais de um Infração - leve;
metro:
Penalidade - multa;
Infração - média;
II - na faixa ou pista da esquerda regulamentada como
Penalidade - multa; de circulação exclusiva para determinado tipo de
veículo:
IV - em desacordo com as posições estabelecidas neste
Código: Infração - grave;
Infração - leve; Penalidade - multa.

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III - na faixa ou via de trânsito exclusivo, regulamentada trânsito e às ambulâncias, quando em serviço de
com circulação destinada aos veículos de transporte urgência e devidamente identificados por dispositivos
público coletivo de passageiros, salvo casos de força regulamentados de alarme sonoro e iluminação
maior e com autorização do poder público competente: vermelha intermitentes:
(Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015)
Infração - gravíssima;
Infração - gravíssima; (Incluído pela Lei nº 13.154,
Penalidade - multa.
de 2015)
Art. 190. Seguir veículo em serviço de urgência, estando
Penalidade - multa e apreensão do veículo; (Incluído
este com prioridade de passagem devidamente
pela Lei nº 13.154, de 2015)
identificada por dispositivos regulamentares de alarme
Medida Administrativa - remoção do veículo. sonoro e iluminação vermelha intermitentes:
(Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015)
Infração - grave;
Art. 185. Quando o veículo estiver em movimento,
Penalidade - multa.
deixar de conservá-lo:
Art. 191. Forçar passagem entre veículos que,
I - na faixa a ele destinada pela sinalização de
transitando em sentidos opostos, estejam na iminência
regulamentação, exceto em situações de emergência;
de passar um pelo outro ao realizar operação de
II - nas faixas da direita, os veículos lentos e de maior ultrapassagem:
porte:
Infração - gravíssima;
Infração - média;
Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de
Penalidade - multa. dirigir. (Redação dada pela Lei nº 12.971, de 2014)
(Vigência)
Art. 186. Transitar pela contramão de direção em:
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no
I - vias com duplo sentido de circulação, exceto para
caput em caso de reincidência no período de até 12
ultrapassar outro veículo e apenas pelo tempo
(doze) meses da infração anterior. (Incluído pela Lei
necessário, respeitada a preferência do veículo que
nº 12.971, de 2014) (Vigência)
transitar em sentido contrário:
Art. 192. Deixar de guardar distância de segurança
Infração - grave;
lateral e frontal entre o seu veículo e os demais, bem
Penalidade - multa; como em relação ao bordo da pista, considerando-se,
no momento, a velocidade, as condições climáticas do
II - vias com sinalização de regulamentação de sentido
local da circulação e do veículo:
único de circulação:
Infração - grave;
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa.
Penalidade - multa.
Art. 193. Transitar com o veículo em calçadas, passeios,
Art. 187. Transitar em locais e horários não permitidos
passarelas, ciclovias, ciclofaixas, ilhas, refúgios,
pela regulamentação estabelecida pela autoridade
ajardinamentos, canteiros centrais e divisores de pista
competente:
de rolamento, acostamentos, marcas de canalização,
I - para todos os tipos de veículos: gramados e jardins públicos:
Infração - média; Infração - gravíssima;
Penalidade - multa; Penalidade - multa (três vezes).
Art. 188. Transitar ao lado de outro veículo, Art. 194. Transitar em marcha à ré, salvo na distância
interrompendo ou perturbando o trânsito: necessária a pequenas manobras e de forma a não
causar riscos à segurança:
Infração - média;
Infração - grave;
Penalidade - multa.
Penalidade - multa.
Art. 189. Deixar de dar passagem aos veículos
precedidos de batedores, de socorro de incêndio e Art. 195. Desobedecer às ordens emanadas da
salvamento, de polícia, de operação e fiscalização de autoridade competente de trânsito ou de seus agentes:

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Infração - grave; Art. 203. Ultrapassar pela contramão outro veículo:


Penalidade - multa. I - nas curvas, aclives e declives, sem visibilidade
suficiente;
Art. 196. Deixar de indicar com antecedência, mediante
gesto regulamentar de braço ou luz indicadora de II - nas faixas de pedestre;
direção do veículo, o início da marcha, a realização da
III - nas pontes, viadutos ou túneis;
manobra de parar o veículo, a mudança de direção ou
de faixa de circulação: IV - parado em fila junto a sinais luminosos, porteiras,
cancelas, cruzamentos ou qualquer outro impedimento
Infração - grave;
à livre circulação;
Penalidade - multa.
V - onde houver marcação viária longitudinal de divisão
Art. 197. Deixar de deslocar, com antecedência, o de fluxos opostos do tipo linha dupla contínua ou
veículo para a faixa mais à esquerda ou mais à direita, simples contínua amarela:
dentro da respectiva mão de direção, quando for
Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº
manobrar para um desses lados:
12.971, de 2014) (Vigência)
Infração - média;
Penalidade - multa (cinco vezes). (Redação dada pela Lei
Penalidade - multa. nº 12.971, de 2014) (Vigência)
Art. 198. Deixar de dar passagem pela esquerda, quando Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no
solicitado: caput em caso de reincidência no período de até 12
(doze) meses da infração anterior. (Incluído pela Lei
Infração - média;
nº 12.971, de 2014) (Vigência)
Penalidade - multa.
Art. 204. Deixar de parar o veículo no acostamento à
Art. 199. Ultrapassar pela direita, salvo quando o veículo direita, para aguardar a oportunidade de cruzar a pista
da frente estiver colocado na faixa apropriada e der sinal ou entrar à esquerda, onde não houver local apropriado
de que vai entrar à esquerda: para operação de retorno:
Infração - média; Infração - grave;
Penalidade - multa. Penalidade - multa.
Art. 200. Ultrapassar pela direita veículo de transporte Art. 205. Ultrapassar veículo em movimento que integre
coletivo ou de escolares, parado para embarque ou cortejo, préstito, desfile e formações militares, salvo
desembarque de passageiros, salvo quando houver com autorização da autoridade de trânsito ou de seus
refúgio de segurança para o pedestre: agentes:
Infração - gravíssima; Infração - leve;
Penalidade - multa. Penalidade - multa.
Art. 201. Deixar de guardar a distância lateral de um Art. 206. Executar operação de retorno:
metro e cinqüenta centímetros ao passar ou ultrapassar
I - em locais proibidos pela sinalização;
bicicleta:
II - nas curvas, aclives, declives, pontes, viadutos e
Infração - média;
túneis;
Penalidade - multa.
III - passando por cima de calçada, passeio, ilhas,
Art. 202. Ultrapassar outro veículo: ajardinamento ou canteiros de divisões de pista de
rolamento, refúgios e faixas de pedestres e nas de
I - pelo acostamento;
veículos não motorizados;
II - em interseções e passagens de nível;
IV - nas interseções, entrando na contramão de direção
Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº da via transversal;
12.971, de 2014) (Vigência)
V - com prejuízo da livre circulação ou da segurança,
Penalidade - multa (cinco vezes). (Redação dada pela ainda que em locais permitidos:
Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
Infração - gravíssima;

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Penalidade - multa. Art. 214. Deixar de dar preferência de passagem a


pedestre e a veículo não motorizado:
Art. 207. Executar operação de conversão à direita ou à
esquerda em locais proibidos pela sinalização: I - que se encontre na faixa a ele destinada;
Infração - grave; II - que não haja concluído a travessia mesmo que ocorra
sinal verde para o veículo;
Penalidade - multa.
III - portadores de deficiência física, crianças, idosos e
Art. 208. Avançar o sinal vermelho do semáforo ou o de
gestantes:
parada obrigatória:
Infração - gravíssima;
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa.
Penalidade - multa.
IV - quando houver iniciado a travessia mesmo que não
Art. 209. Transpor, sem autorização, bloqueio viário
haja sinalização a ele destinada;
com ou sem sinalização ou dispositivos auxiliares, deixar
de adentrar às áreas destinadas à pesagem de veículos V - que esteja atravessando a via transversal para onde
ou evadir-se para não efetuar o pagamento do pedágio: se dirige o veículo:
Infração - grave; Infração - grave;
Penalidade - multa. Penalidade - multa.
Art. 210. Transpor, sem autorização, bloqueio viário Art. 215. Deixar de dar preferência de passagem:
policial:
I - em interseção não sinalizada:
Infração - gravíssima;
a) a veículo que estiver circulando por rodovia ou
Penalidade - multa, apreensão do veículo e suspensão rotatória;
do direito de dirigir;
b) a veículo que vier da direita;
Medida administrativa - remoção do veículo e
II - nas interseções com sinalização de regulamentação
recolhimento do documento de habilitação.
de Dê a Preferência:
Art. 211. Ultrapassar veículos em fila, parados em razão
Infração - grave;
de sinal luminoso, cancela, bloqueio viário parcial ou
qualquer outro obstáculo, com exceção dos veículos Penalidade - multa.
não motorizados:
Art. 216. Entrar ou sair de áreas lindeiras sem estar
Infração - grave; adequadamente posicionado para ingresso na via e sem
as precauções com a segurança de pedestres e de
Penalidade - multa.
outros veículos:
Art. 212. Deixar de parar o veículo antes de transpor
Infração - média;
linha férrea:
Penalidade - multa.
Infração - gravíssima;
Art. 217. Entrar ou sair de fila de veículos estacionados
Penalidade - multa.
sem dar preferência de passagem a pedestres e a outros
Art. 213. Deixar de parar o veículo sempre que a veículos:
respectiva marcha for interceptada:
Infração - média;
I - por agrupamento de pessoas, como préstitos,
Penalidade - multa.
passeatas, desfiles e outros:
Art. 218. Transitar em velocidade superior à máxima
Infração - gravíssima;
permitida para o local, medida por instrumento ou
Penalidade - multa. equipamento hábil, em rodovias, vias de trânsito rápido,
vias arteriais e demais vias: (Redação dada pela Lei nº
II - por agrupamento de veículos, como cortejos,
11.334, de 2006)
formações militares e outros:
I - quando a velocidade for superior à máxima em até
Infração - grave;
20% (vinte por cento): (Redação dada pela Lei nº
Penalidade - multa. 11.334, de 2006)

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Infração - média; (Redação dada pela Lei nº 11.334, VIII - sob chuva, neblina, cerração ou ventos fortes;
de 2006)
IX - quando houver má visibilidade;
Penalidade - multa; (Redação dada pela Lei nº 11.334,
X - quando o pavimento se apresentar escorregadio,
de 2006)
defeituoso ou avariado;
II - quando a velocidade for superior à máxima em mais
XI - à aproximação de animais na pista;
de 20% (vinte por cento) até 50% (cinqüenta por cento):
(Redação dada pela Lei nº 11.334, de 2006) XII - em declive;
Infração - grave; (Redação dada pela Lei nº 11.334, de XIII - ao ultrapassar ciclista:
2006)
Infração - grave;
Penalidade - multa; (Redação dada pela Lei nº 11.334,
Penalidade - multa;
de 2006)
XIV - nas proximidades de escolas, hospitais, estações de
III - quando a velocidade for superior à máxima em mais
embarque e desembarque de passageiros ou onde haja
de 50% (cinqüenta por cento): (Incluído pela Lei nº
intensa movimentação de pedestres:
11.334, de 2006)
Infração - gravíssima;
Infração - gravíssima; (Incluído pela Lei nº 11.334, de
2006) Penalidade - multa.
Penalidade - multa [3 (três) vezes], suspensão imediata Art. 221. Portar no veículo placas de identificação em
do direito de dirigir e apreensão do documento de desacordo com as especificações e modelos
habilitação. (Incluído pela Lei nº 11.334, de 2006) estabelecidos pelo CONTRAN:
Art. 219. Transitar com o veículo em velocidade inferior Infração - média;
à metade da velocidade máxima estabelecida para a via,
Penalidade - multa;
retardando ou obstruindo o trânsito, a menos que as
condições de tráfego e meteorológicas não o permitam, Medida administrativa - retenção do veículo para
salvo se estiver na faixa da direita: regularização e apreensão das placas irregulares.
Infração - média; Parágrafo único. Incide na mesma penalidade aquele
que confecciona, distribui ou coloca, em veículo próprio
Penalidade - multa.
ou de terceiros, placas de identificação não autorizadas
Art. 220. Deixar de reduzir a velocidade do veículo de pela regulamentação.
forma compatível com a segurança do trânsito:
Art. 222. Deixar de manter ligado, nas situações de
I - quando se aproximar de passeatas, aglomerações, atendimento de emergência, o sistema de iluminação
cortejos, préstitos e desfiles: vermelha intermitente dos veículos de polícia, de
socorro de incêndio e salvamento, de fiscalização de
Infração - gravíssima;
trânsito e das ambulâncias, ainda que parados:
Penalidade - multa;
Infração - média;
II - nos locais onde o trânsito esteja sendo controlado
Penalidade - multa.
pelo agente da autoridade de trânsito, mediante sinais
sonoros ou gestos; Art. 223. Transitar com o farol desregulado ou com o
facho de luz alta de forma a perturbar a visão de outro
III - ao aproximar-se da guia da calçada (meio-fio) ou
condutor:
acostamento;
Infração - grave;
IV - ao aproximar-se de ou passar por interseção não
sinalizada; Penalidade - multa;
V - nas vias rurais cuja faixa de domínio não esteja Medida administrativa - retenção do veículo para
cercada; regularização.
VI - nos trechos em curva de pequeno raio; Art. 224. Fazer uso do facho de luz alta dos faróis em vias
providas de iluminação pública:
VII - ao aproximar-se de locais sinalizados com
advertência de obras ou trabalhadores na pista; Infração - leve;

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Penalidade - multa. I - com o lacre, a inscrição do chassi, o selo, a placa ou


qualquer outro elemento de identificação do veículo
Art. 225. Deixar de sinalizar a via, de forma a prevenir os
violado ou falsificado;
demais condutores e, à noite, não manter acesas as
luzes externas ou omitir-se quanto a providências II - transportando passageiros em compartimento de
necessárias para tornar visível o local, quando: carga, salvo por motivo de força maior, com permissão
da autoridade competente e na forma estabelecida pelo
I - tiver de remover o veículo da pista de rolamento ou
CONTRAN;
permanecer no acostamento;
III - com dispositivo anti-radar;
II - a carga for derramada sobre a via e não puder ser
retirada imediatamente: IV - sem qualquer uma das placas de identificação;
Infração - grave; V - que não esteja registrado e devidamente licenciado;
Penalidade - multa. VI - com qualquer uma das placas de identificação sem
condições de legibilidade e visibilidade:
Art. 226. Deixar de retirar todo e qualquer objeto que
tenha sido utilizado para sinalização temporária da via: Infração - gravíssima;
Infração - média; Penalidade - multa e apreensão do veículo;
Penalidade - multa. Medida administrativa - remoção do veículo;
Art. 227. Usar buzina: VII - com a cor ou característica alterada;
I - em situação que não a de simples toque breve como VIII - sem ter sido submetido à inspeção de segurança
advertência ao pedestre ou a condutores de outros veicular, quando obrigatória;
veículos;
IX - sem equipamento obrigatório ou estando este
II - prolongada e sucessivamente a qualquer pretexto; ineficiente ou inoperante;
III - entre as vinte e duas e as seis horas; X - com equipamento obrigatório em desacordo com o
estabelecido pelo CONTRAN;
IV - em locais e horários proibidos pela sinalização;
XI - com descarga livre ou silenciador de motor de
V - em desacordo com os padrões e freqüências
explosão defeituoso, deficiente ou inoperante;
estabelecidas pelo CONTRAN:
XII - com equipamento ou acessório proibido;
Infração - leve;
XIII - com o equipamento do sistema de iluminação e de
Penalidade - multa.
sinalização alterados;
Art. 228. Usar no veículo equipamento com som em
XIV - com registrador instantâneo inalterável de
volume ou freqüência que não sejam autorizados pelo
velocidade e tempo viciado ou defeituoso, quando
CONTRAN:
houver exigência desse aparelho;
Infração - grave;
XV - com inscrições, adesivos, legendas e símbolos de
Penalidade - multa; caráter publicitário afixados ou pintados no pára-brisa e
em toda a extensão da parte traseira do veículo,
Medida administrativa - retenção do veículo para
excetuadas as hipóteses previstas neste Código;
regularização.
XVI - com vidros total ou parcialmente cobertos por
Art. 229. Usar indevidamente no veículo aparelho de
películas refletivas ou não, painéis decorativos ou
alarme ou que produza sons e ruído que perturbem o
pinturas;
sossego público, em desacordo com normas fixadas
pelo CONTRAN: XVII - com cortinas ou persianas fechadas, não
autorizadas pela legislação;
Infração - média;
XVIII - em mau estado de conservação, comprometendo
Penalidade - multa e apreensão do veículo;
a segurança, ou reprovado na avaliação de inspeção de
Medida administrativa - remoção do veículo. segurança e de emissão de poluentes e ruído, prevista
no art. 104;
Art. 230. Conduzir o veículo:
XIX - sem acionar o limpador de pára-brisa sob chuva:

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Infração - grave; Infração - gravíssima;


Penalidade - multa; Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo para Medida administrativa - retenção do veículo para
regularização; regularização;
XX - sem portar a autorização para condução de III - produzindo fumaça, gases ou partículas em níveis
escolares, na forma estabelecida no art. 136: superiores aos fixados pelo CONTRAN;
Infração - grave; IV - com suas dimensões ou de sua carga superiores aos
limites estabelecidos legalmente ou pela sinalização,
Penalidade - multa e apreensão do veículo;
sem autorização:
XXI - de carga, com falta de inscrição da tara e demais
Infração - grave;
inscrições previstas neste Código;
Penalidade - multa;
XXII - com defeito no sistema de iluminação, de
sinalização ou com lâmpadas queimadas: Medida administrativa - retenção do veículo para
regularização;
Infração - média;
V - com excesso de peso, admitido percentual de
Penalidade - multa.
tolerância quando aferido por equipamento, na forma a
XXIII - em desacordo com as condições estabelecidas no ser estabelecida pelo CONTRAN:
art. 67-C, relativamente ao tempo de permanência do
Infração - média;
condutor ao volante e aos intervalos para descanso,
quando se tratar de veículo de transporte de carga ou Penalidade - multa acrescida a cada duzentos
coletivo de passageiros: (Redação dada pela Lei nº quilogramas ou fração de excesso de peso apurado,
13.103, de 2015) (Vigência) constante na seguinte tabela:
Infração - média; (Redação dada pela Lei nº 13.103, de a) até 600 kg (seiscentos quilogramas) - R$ 5,32 (cinco
2015) (Vigência) reais e trinta e dois centavos); (Redação dada pela
Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
Penalidade - multa; (Redação dada pela Lei nº 13.103,
de 2015) (Vigência) b) de 601 (seiscentos e um) a 800 kg (oitocentos
quilogramas) - R$ 10,64 (dez reais e sessenta e quatro
Medida administrativa - retenção do veículo para
centavos); (Redação dada pela Lei nº 13.281, de
cumprimento do tempo de descanso aplicável.
2016) (Vigência)
(Redação dada pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
c) de 801 (oitocentos e um) a 1.000 kg (mil quilogramas)
XXIV- (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.619, de
- R$ 21,28 (vinte e um reais e vinte e oito centavos);
2012) (Vigência)
(Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 1º Se o condutor cometeu infração igual nos últimos
d) de 1.001 (mil e um) a 3.000 kg (três mil quilogramas)
12 (doze) meses, será convertida, automaticamente, a
- R$ 31,92 (trinta e um reais e noventa e dois centavos);
penalidade disposta no inciso XXIII em infração grave.
(Redação dada pela Lei nº 13. 281, de 2016) (Vigência)
(Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
e) de 3.001 (três mil e um) a 5.000 kg (cinco mil
§ 2º Em se tratando de condutor estrangeiro, a
quilogramas) - R$ 42,56 (quarenta e dois reais e
liberação do veículo fica condicionada ao pagamento ou
cinquenta e seis centavos); (Redação dada pela Lei
ao depósito, judicial ou administrativo, da multa.
nº 13.281, de 2016) (Vigência)
(Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
f) acima de 5.001 kg (cinco mil e um quilogramas) - R$
Art. 231. Transitar com o veículo:
53,20 (cinquenta e três reais e vinte centavos);
I - danificando a via, suas instalações e equipamentos; (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
II - derramando, lançando ou arrastando sobre a via: Medida administrativa - retenção do veículo e
transbordo da carga excedente;
a) carga que esteja transportando;
'VI - em desacordo com a autorização especial, expedida
b) combustível ou lubrificante que esteja utilizando;
pela autoridade competente para transitar com
c) qualquer objeto que possa acarretar risco de dimensões excedentes, ou quando a mesma estiver
acidente: vencida:

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Infração - grave; Art. 234. Falsificar ou adulterar documento de


habilitação e de identificação do veículo:
Penalidade - multa e apreensão do veículo;
Infração - gravíssima;
Medida administrativa - remoção do veículo;
Penalidade - multa e apreensão do veículo;
VII - com lotação excedente;
Medida administrativa - remoção do veículo.
VIII - efetuando transporte remunerado de pessoas ou
bens, quando não for licenciado para esse fim, salvo Art. 235. Conduzir pessoas, animais ou carga nas partes
casos de força maior ou com permissão da autoridade externas do veículo, salvo nos casos devidamente
competente: autorizados:
Infração - média; Infração - grave;
Penalidade - multa; Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo; Medida administrativa - retenção do veículo para
transbordo.
IX - desligado ou desengrenado, em declive:
Art. 236. Rebocar outro veículo com cabo flexível ou
Infração - média;
corda, salvo em casos de emergência:
Penalidade - multa;
Infração - média;
Medida administrativa - retenção do veículo;
Penalidade - multa.
X - excedendo a capacidade máxima de tração:
Art. 237. Transitar com o veículo em desacordo com as
Infração - de média a gravíssima, a depender da relação especificações, e com falta de inscrição e simbologia
entre o excesso de peso apurado e a capacidade máxima necessárias à sua identificação, quando exigidas pela
de tração, a ser regulamentada pelo CONTRAN; legislação:
Penalidade - multa; Infração - grave;
Medida Administrativa - retenção do veículo e Penalidade - multa;
transbordo de carga excedente.
Medida administrativa - retenção do veículo para
Parágrafo único. Sem prejuízo das multas previstas nos regularização.
incisos V e X, o veículo que transitar com excesso de
Art. 238. Recusar-se a entregar à autoridade de trânsito
peso ou excedendo à capacidade máxima de tração, não
ou a seus agentes, mediante recibo, os documentos de
computado o percentual tolerado na forma do disposto
habilitação, de registro, de licenciamento de veículo e
na legislação, somente poderá continuar viagem após
outros exigidos por lei, para averiguação de sua
descarregar o que exceder, segundo critérios
autenticidade:
estabelecidos na referida legislação complementar.
Infração - gravíssima;
Art. 232. Conduzir veículo sem os documentos de porte
obrigatório referidos neste Código: Penalidade - multa e apreensão do veículo;
Infração - leve; Medida administrativa - remoção do veículo.
Penalidade - multa; Art. 239. Retirar do local veículo legalmente retido para
regularização, sem permissão da autoridade
Medida administrativa - retenção do veículo até a
competente ou de seus agentes:
apresentação do documento.
Infração - gravíssima;
Art. 233. Deixar de efetuar o registro de veículo no prazo
de trinta dias, junto ao órgão executivo de trânsito, Penalidade - multa e apreensão do veículo;
ocorridas as hipóteses previstas no art. 123:
Medida administrativa - remoção do veículo.
Infração - grave;
Art. 240. Deixar o responsável de promover a baixa do
Penalidade - multa; registro de veículo irrecuperável ou definitivamente
desmontado:
Medida administrativa - retenção do veículo para
regularização. Infração - grave;

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Penalidade - multa; do art. 139-A desta Lei; (Incluído pela Lei nº 12.009,
de 2009)
Medida administrativa - Recolhimento do Certificado de
Registro e do Certificado de Licenciamento Anual. IX – efetuando transporte remunerado de mercadorias
em desacordo com o previsto no art. 139-A desta Lei ou
Art. 241. Deixar de atualizar o cadastro de registro do
com as normas que regem a atividade profissional dos
veículo ou de habilitação do condutor:
mototaxistas: (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009)
Infração - leve;
Infração – grave; (Incluído pela Lei nº 12.009, de
Penalidade - multa. 2009)
Art. 242. Fazer falsa declaração de domicílio para fins de Penalidade – multa; (Incluído pela Lei nº 12.009, de
registro, licenciamento ou habilitação: 2009)
Infração - gravíssima; Medida administrativa – apreensão do veículo para
regularização. (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009)
Penalidade - multa.
§ 1º Para ciclos aplica-se o disposto nos incisos III, VII e
Art. 243. Deixar a empresa seguradora de comunicar ao
VIII, além de:
órgão executivo de trânsito competente a ocorrência de
perda total do veículo e de lhe devolver as respectivas a) conduzir passageiro fora da garupa ou do assento
placas e documentos: especial a ele destinado;
Infração - grave; b) transitar em vias de trânsito rápido ou rodovias, salvo
onde houver acostamento ou faixas de rolamento
Penalidade - multa;
próprias;
Medida administrativa - Recolhimento das placas e dos
c) transportar crianças que não tenham, nas
documentos.
circunstâncias, condições de cuidar de sua própria
Art. 244. Conduzir motocicleta, motoneta e ciclomotor: segurança.
I - sem usar capacete de segurança com viseira ou óculos § 2º Aplica-se aos ciclomotores o disposto na alínea b do
de proteção e vestuário de acordo com as normas e parágrafo anterior:
especificações aprovadas pelo CONTRAN;
Infração - média;
II - transportando passageiro sem o capacete de
Penalidade - multa.
segurança, na forma estabelecida no inciso anterior, ou
fora do assento suplementar colocado atrás do § 3º A restrição imposta pelo inciso VI do caput deste
condutor ou em carro lateral; artigo não se aplica às motocicletas e motonetas que
tracionem semi-reboques especialmente projetados
III - fazendo malabarismo ou equilibrando-se apenas em
para esse fim e devidamente homologados pelo órgão
uma roda;
competente. (Incluído pela Lei nº 10.517, de 2002)
IV - com os faróis apagados;
Art. 245. Utilizar a via para depósito de mercadorias,
V - transportando criança menor de sete anos ou que materiais ou equipamentos, sem autorização do órgão
não tenha, nas circunstâncias, condições de cuidar de ou entidade de trânsito com circunscrição sobre a via:
sua própria segurança:
Infração - grave;
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa;
Penalidade - multa e suspensão do direito de dirigir;
Medida administrativa - remoção da mercadoria ou do
Medida administrativa - Recolhimento do documento material.
de habilitação;
Parágrafo único. A penalidade e a medida
VI - rebocando outro veículo; administrativa incidirão sobre a pessoa física ou jurídica
responsável.
VII - sem segurar o guidom com ambas as mãos, salvo
eventualmente para indicação de manobras; Art. 246. Deixar de sinalizar qualquer obstáculo à livre
circulação, à segurança de veículo e pedestres, tanto no
VIII – transportando carga incompatível com suas
leito da via terrestre como na calçada, ou obstaculizar a
especificações ou em desacordo com o previsto no § 2º
via indevidamente:

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Infração - gravíssima; I - o pisca-alerta, exceto em imobilizações ou situações


de emergência;
Penalidade - multa, agravada em até cinco vezes, a
critério da autoridade de trânsito, conforme o risco à II - baixa e alta de forma intermitente, exceto nas
segurança. seguintes situações:
Parágrafo único. A penalidade será aplicada à pessoa a) a curtos intervalos, quando for conveniente advertir
física ou jurídica responsável pela obstrução, devendo a a outro condutor que se tem o propósito de ultrapassá-
autoridade com circunscrição sobre a via providenciar a lo;
sinalização de emergência, às expensas do responsável,
b) em imobilizações ou situação de emergência, como
ou, se possível, promover a desobstrução.
advertência, utilizando pisca-alerta;
Art. 247. Deixar de conduzir pelo bordo da pista de
c) quando a sinalização de regulamentação da via
rolamento, em fila única, os veículos de tração ou
determinar o uso do pisca-alerta:
propulsão humana e os de tração animal, sempre que
não houver acostamento ou faixa a eles destinados: Infração - média;
Infração - média; Penalidade - multa.
Penalidade - multa. Art. 252. Dirigir o veículo:
Art. 248. Transportar em veículo destinado ao I - com o braço do lado de fora;
transporte de passageiros carga excedente em
II - transportando pessoas, animais ou volume à sua
desacordo com o estabelecido no art. 109:
esquerda ou entre os braços e pernas;
Infração - grave;
III - com incapacidade física ou mental temporária que
Penalidade - multa; comprometa a segurança do trânsito;
Medida administrativa - retenção para o transbordo. IV - usando calçado que não se firme nos pés ou que
comprometa a utilização dos pedais;
Art. 249. Deixar de manter acesas, à noite, as luzes de
posição, quando o veículo estiver parado, para fins de V - com apenas uma das mãos, exceto quando deva
embarque ou desembarque de passageiros e carga ou fazer sinais regulamentares de braço, mudar a marcha
descarga de mercadorias: do veículo, ou acionar equipamentos e acessórios do
veículo;
Infração - média;
VI - utilizando-se de fones nos ouvidos conectados a
Penalidade - multa.
aparelhagem sonora ou de telefone celular;
Art. 250. Quando o veículo estiver em movimento:
Infração - média;
I - deixar de manter acesa a luz baixa:
Penalidade - multa.
a) durante a noite;
VII - realizando a cobrança de tarifa com o veículo em
b) de dia, nos túneis providos de iluminação pública e movimento: (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015)
nas rodovias; (Redação dada pela Lei nº 13.290, de
Infração - média; (Incluído pela Lei nº 13.154, de
2016) (Vigência)
2015)
c) de dia e de noite, tratando-se de veículo de transporte
Penalidade - multa. (Incluído pela Lei nº 13.154, de
coletivo de passageiros, circulando em faixas ou pistas a
2015)
eles destinadas;
Parágrafo único. A hipótese prevista no inciso V
d) de dia e de noite, tratando-se de ciclomotores;
caracterizar-se-á como infração gravíssima no caso de o
II - deixar de manter acesas pelo menos as luzes de condutor estar segurando ou manuseando telefone
posição sob chuva forte, neblina ou cerração; celular. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)
(Vigência)
III - deixar de manter a placa traseira iluminada, à noite;
Art. 253. Bloquear a via com veículo:
Infração - média;
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa.
Penalidade - multa e apreensão do veículo;
Art. 251. Utilizar as luzes do veículo:

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Medida administrativa - remoção do veículo. § 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.281, de


2016)
Art. 253-A. Usar qualquer veículo para,
deliberadamente, interromper, restringir ou perturbar a § 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.281, de
circulação na via sem autorização do órgão ou entidade 2016)
de trânsito com circunscrição sobre ela: (Incluído pela
Art. 255. Conduzir bicicleta em passeios onde não seja
Lei nº 13. 281, de 2016)
permitida a circulação desta, ou de forma agressiva, em
Infração - gravíssima; (Incluído pela Lei nº 13.281, desacordo com o disposto no parágrafo único do art. 59:
de 2016)
Infração - média;
Penalidade - multa (vinte vezes) e suspensão do direito
Penalidade - multa;
de dirigir por 12 (doze) meses; (Incluído pela Lei nº
13.281, de 2016) Medida administrativa - remoção da bicicleta, mediante
recibo para o pagamento da multa.
Medida administrativa - remoção do veículo.
(Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) CAPÍTULO XVI
§ 1º Aplica-se a multa agravada em 60 (sessenta) vezes Das Penalidades
aos organizadores da conduta prevista no caput.
Art. 256. A autoridade de trânsito, na esfera das
(Incluído pela Lei nº 13. 281, de 2016)
competências estabelecidas neste Código e dentro de
§ 2º Aplica-se em dobro a multa em caso de sua circunscrição, deverá aplicar, às infrações nele
reincidência no período de 12 (doze) meses. previstas, as seguintes penalidades:
(Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)
I - advertência por escrito;
§ 3º As penalidades são aplicáveis a pessoas físicas ou
II - multa;
jurídicas que incorram na infração, devendo a
autoridade com circunscrição sobre a via restabelecer III - suspensão do direito de dirigir;
de imediato, se possível, as condições de normalidade
IV - (Revogado).
para a circulação na via. (Incluído pela Lei nº 13.281,
de 2016) V - cassação da Carteira Nacional de Habilitação;
Art. 254. É proibido ao pedestre: VI - cassação da Permissão para Dirigir;
I - permanecer ou andar nas pistas de rolamento, exceto VII - freqüência obrigatória em curso de reciclagem.
para cruzá-las onde for permitido;
§ 1º A aplicação das penalidades previstas neste Código
II - cruzar pistas de rolamento nos viadutos, pontes, ou não elide as punições originárias de ilícitos penais
túneis, salvo onde exista permissão; decorrentes de crimes de trânsito, conforme
disposições de lei.
III - atravessar a via dentro das áreas de cruzamento,
salvo quando houver sinalização para esse fim; § 2º (VETADO)
IV - utilizar-se da via em agrupamentos capazes de § 3º A imposição da penalidade será comunicada aos
perturbar o trânsito, ou para a prática de qualquer órgãos ou entidades executivos de trânsito
folguedo, esporte, desfiles e similares, salvo em casos responsáveis pelo licenciamento do veículo e
especiais e com a devida licença da autoridade habilitação do condutor.
competente;
Art. 257. As penalidades serão impostas ao condutor, ao
V - andar fora da faixa própria, passarela, passagem proprietário do veículo, ao embarcador e ao
aérea ou subterrânea; transportador, salvo os casos de descumprimento de
obrigações e deveres impostos a pessoas físicas ou
VI - desobedecer à sinalização de trânsito específica;
jurídicas expressamente mencionados neste Código.
Infração - leve;
§ 1º Aos proprietários e condutores de veículos serão
Penalidade - multa, em 50% (cinqüenta por cento) do impostas concomitantemente as penalidades de que
valor da infração de natureza leve. trata este Código toda vez que houver responsabilidade
solidária em infração dos preceitos que lhes couber
VII - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)
observar, respondendo cada um de per si pela falta em
§ 1º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.281, de comum que lhes for atribuída.
2016)

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§ 2º Ao proprietário caberá sempre a responsabilidade I - quando houver transferência de propriedade do


pela infração referente à prévia regularização e veículo; (Incluído pela Lei nº 13.495, 2017) (Vigência)
preenchimento das formalidades e condições exigidas
II - mediante requerimento próprio ou do proprietário
para o trânsito do veículo na via terrestre, conservação
do veículo; (Incluído pela Lei nº 13.495, 2017)
e inalterabilidade de suas características, componentes,
(Vigência)
agregados, habilitação legal e compatível de seus
condutores, quando esta for exigida, e outras III - a partir da indicação de outro principal condutor.
disposições que deva observar. (Incluído pela Lei nº 13.495, 2017) (Vigência)
§ 3º Ao condutor caberá a responsabilidade pelas Art. 258. As infrações punidas com multa classificam-se,
infrações decorrentes de atos praticados na direção do de acordo com sua gravidade, em quatro categorias:
veículo.
I - infração de natureza gravíssima, punida com multa no
§ 4º O embarcador é responsável pela infração relativa valor de R$ 293,47 (duzentos e noventa e três reais e
ao transporte de carga com excesso de peso nos eixos quarenta e sete centavos); (Redação dada pela Lei
ou no peso bruto total, quando simultaneamente for o nº 13.281, de 2016) (Vigência)
único remetente da carga e o peso declarado na nota
II - infração de natureza grave, punida com multa no
fiscal, fatura ou manifesto for inferior àquele aferido.
valor de R$ 195,23 (cento e noventa e cinco reais e vinte
§ 5º O transportador é o responsável pela infração e três centavos); (Redação dada pela Lei nº 13.281,
relativa ao transporte de carga com excesso de peso nos de 2016) (Vigência)
eixos ou quando a carga proveniente de mais de um
III - infração de natureza média, punida com multa no
embarcador ultrapassar o peso bruto total.
valor de R$ 130,16 (cento e trinta reais e dezesseis
§ 6º O transportador e o embarcador são centavos); (Redação dada pela Lei nº 13.281, de
solidariamente responsáveis pela infração relativa ao 2016) (Vigência)
excesso de peso bruto total, se o peso declarado na nota
IV - infração de natureza leve, punida com multa no
fiscal, fatura ou manifesto for superior ao limite legal.
valor de R$ 88,38 (oitenta e oito reais e trinta e oito
§ 7º Não sendo imediata a identificação do infrator, o centavos). (Redação dada pela Lei nº 13.281, de
principal condutor ou o proprietário do veículo terá 2016) (Vigência)
quinze dias de prazo, após a notificação da autuação,
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.281,
para apresentá-lo, na forma em que dispuser o
de 2016) (Vigência)
Conselho Nacional de Trânsito (Contran), ao fim do qual,
não o fazendo, será considerado responsável pela § 2º Quando se tratar de multa agravada, o fator
infração o principal condutor ou, em sua ausência, o multiplicador ou índice adicional específico é o previsto
proprietário do veículo. (Redação dada pela Lei nº neste Código.
13.495, 2017) (Vigência)
§ 3º (VETADO)
§ 8º Após o prazo previsto no parágrafo anterior, não
§ 4º (VETADO)
havendo identificação do infrator e sendo o veículo de
propriedade de pessoa jurídica, será lavrada nova multa Art. 259. A cada infração cometida são computados os
ao proprietário do veículo, mantida a originada pela seguintes números de pontos:
infração, cujo valor é o da multa multiplicada pelo
I - gravíssima - sete pontos;
número de infrações iguais cometidas no período de
doze meses. II - grave - cinco pontos;
§ 9º O fato de o infrator ser pessoa jurídica não o exime III - média - quatro pontos;
do disposto no § 3º do art. 258 e no art. 259. IV - leve - três pontos.
§ 10. O proprietário poderá indicar ao órgão executivo
§ 1º (VETADO)
de trânsito o principal condutor do veículo, o qual, após
aceitar a indicação, terá seu nome inscrito em campo § 2º (VETADO)
próprio do cadastro do veículo no Renavam. (Incluído § 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.619, de 2012)
pela Lei nº 13.495, 2017) (Vigência) (Vigência)
§ 11. O principal condutor será excluído do Renavam: § 4º Ao condutor identificado no ato da infração será
(Incluído pela Lei nº 13.495, 2017) (Vigência) atribuída pontuação pelas infrações de sua
responsabilidade, nos termos previstos no § 3º do art.

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257, excetuando-se aquelas praticadas por passageiros II - no caso do inciso II do caput: de 2 (dois) a 8 (oito)
usuários do serviço de transporte rodoviário de meses, exceto para as infrações com prazo descrito no
passageiros em viagens de longa distância transitando dispositivo infracional, e, no caso de reincidência no
em rodovias com a utilização de ônibus, em linhas período de 12 (doze) meses, de 8 (oito) a 18 (dezoito)
regulares intermunicipal, interestadual, internacional e meses, respeitado o disposto no inciso II do art. 263.
aquelas em viagem de longa distância por fretamento e (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
turismo ou de qualquer modalidade, excetuadas as
§ 2º Quando ocorrer a suspensão do direito de dirigir, a
situações regulamentadas pelo Contran a teor do art. 65
Carteira Nacional de Habilitação será devolvida a seu
da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 - Código de
titular imediatamente após cumprida a penalidade e o
Trânsito Brasileiro. (Incluído pela Lei nº 13.103, de
curso de reciclagem.
2015) (Vigência)
§ 3º A imposição da penalidade de suspensão do direito
Art. 260. As multas serão impostas e arrecadadas pelo
de dirigir elimina os 20 (vinte) pontos computados para
órgão ou entidade de trânsito com circunscrição sobre
fins de contagem subsequente. (Incluído pela Lei nº
a via onde haja ocorrido a infração, de acordo com a
12.547, de 2011)
competência estabelecida neste Código.
§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.619, de
§ 1º As multas decorrentes de infração cometida em
2012) (Vigência)
unidade da Federação diversa da do licenciamento do
veículo serão arrecadadas e compensadas na forma § 5º O condutor que exerce atividade remunerada em
estabelecida pelo CONTRAN. veículo, habilitado na categoria C, D ou E, poderá optar
por participar de curso preventivo de reciclagem
§ 2º As multas decorrentes de infração cometida em
sempre que, no período de 1 (um) ano, atingir 14
unidade da Federação diversa daquela do licenciamento
(quatorze) pontos, conforme regulamentação do
do veículo poderão ser comunicadas ao órgão ou
Contran. (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016)
entidade responsável pelo seu licenciamento, que
(Vigência)
providenciará a notificação.
§ 6º Concluído o curso de reciclagem previsto no § 5º, o
§ 3º (Revogado).
condutor terá eliminados os pontos que lhe tiverem sido
§ 4º Quando a infração for cometida com veículo atribuídos, para fins de contagem subsequente.
licenciado no exterior, em trânsito no território (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015)
nacional, a multa respectiva deverá ser paga antes de
§ 7º O motorista que optar pelo curso previsto no § 5º
sua saída do País, respeitado o princípio de
não poderá fazer nova opção no período de 12 (doze)
reciprocidade.
meses. (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016)
Art. 261. A penalidade de suspensão do direito de dirigir (Vigência)
será imposta nos seguintes casos: (Redação dada
§ 8º A pessoa jurídica concessionária ou permissionária
pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
de serviço público tem o direito de ser informada dos
I - sempre que o infrator atingir a contagem de 20 (vinte) pontos atribuídos, na forma do art. 259, aos motoristas
pontos, no período de 12 (doze) meses, conforme a que integrem seu quadro funcional, exercendo
pontuação prevista no art. 259; (Incluído pela Lei atividade remunerada ao volante, na forma que
nº 13.281, de 2016) (Vigência) dispuser o Contran. (Incluído pela Lei nº 13.154, de
2015)
II - por transgressão às normas estabelecidas neste
Código, cujas infrações preveem, de forma específica, a § 9º Incorrerá na infração prevista no inciso II do art.
penalidade de suspensão do direito de dirigir. 162 o condutor que, notificado da penalidade de que
(Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) trata este artigo, dirigir veículo automotor em via
pública. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)
§ 1º Os prazos para aplicação da penalidade de
(Vigência)
suspensão do direito de dirigir são os seguintes:
(Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) § 10. O processo de suspensão do direito de dirigir
referente ao inciso II do caput deste artigo deverá ser
I - no caso do inciso I do caput: de 6 (seis) meses a 1 (um)
instaurado concomitantemente com o processo de
ano e, no caso de reincidência no período de 12 (doze)
aplicação da penalidade de multa. (Incluído pela Lei
meses, de 8 (oito) meses a 2 (dois) anos; (Incluído
nº 13.281, de 2016) (Vigência)
pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)

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§ 11. O Contran regulamentará as disposições deste II - quando suspenso do direito de dirigir;


artigo. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)
III - quando se envolver em acidente grave para o qual
(Vigência)
haja contribuído, independentemente de processo
Art. 263. A cassação do documento de habilitação dar- judicial;
se-á:
IV - quando condenado judicialmente por delito de
I - quando, suspenso o direito de dirigir, o infrator trânsito;
conduzir qualquer veículo;
V - a qualquer tempo, se for constatado que o condutor
II - no caso de reincidência, no prazo de doze meses, das está colocando em risco a segurança do trânsito;
infrações previstas no inciso III do art. 162 e nos arts.
VI - em outras situações a serem definidas pelo
163, 164, 165, 173, 174 e 175;
CONTRAN.
III - quando condenado judicialmente por delito de
CAPÍTULO XVII
trânsito, observado o disposto no art. 160.
Das Medidas Administrativas
§ 1º Constatada, em processo administrativo, a
irregularidade na expedição do documento de Art. 269. A autoridade de trânsito ou seus agentes, na
habilitação, a autoridade expedidora promoverá o seu esfera das competências estabelecidas neste Código e
cancelamento. dentro de sua circunscrição, deverá adotar as seguintes
medidas administrativas:
§ 2º Decorridos dois anos da cassação da Carteira
Nacional de Habilitação, o infrator poderá requerer sua I - retenção do veículo;
reabilitação, submetendo-se a todos os exames
II - remoção do veículo;
necessários à habilitação, na forma estabelecida pelo
CONTRAN. III - recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação;
Art. 264. (VETADO) IV - recolhimento da Permissão para Dirigir;
Art. 265. As penalidades de suspensão do direito de V - recolhimento do Certificado de Registro;
dirigir e de cassação do documento de habilitação serão
VI - recolhimento do Certificado de Licenciamento
aplicadas por decisão fundamentada da autoridade de
Anual;
trânsito competente, em processo administrativo,
assegurado ao infrator amplo direito de defesa. VII - (VETADO)
Art. 266. Quando o infrator cometer, simultaneamente, VIII - transbordo do excesso de carga;
duas ou mais infrações, ser-lhe-ão aplicadas,
IX - realização de teste de dosagem de alcoolemia ou
cumulativamente, as respectivas penalidades.
perícia de substância entorpecente ou que determine
Art. 267. Poderá ser imposta a penalidade de dependência física ou psíquica;
advertência por escrito à infração de natureza leve ou
X - recolhimento de animais que se encontrem soltos
média, passível de ser punida com multa, não sendo
nas vias e na faixa de domínio das vias de circulação,
reincidente o infrator, na mesma infração, nos últimos
restituindo-os aos seus proprietários, após o pagamento
doze meses, quando a autoridade, considerando o
de multas e encargos devidos.
prontuário do infrator, entender esta providência como
mais educativa. XI - realização de exames de aptidão física, mental, de
legislação, de prática de primeiros socorros e de direção
§ 1º A aplicação da advertência por escrito não elide o
veicular. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)
acréscimo do valor da multa prevista no § 3º do art. 258,
imposta por infração posteriormente cometida. § 1º A ordem, o consentimento, a fiscalização, as
medidas administrativas e coercitivas adotadas pelas
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se igualmente aos
autoridades de trânsito e seus agentes terão por
pedestres, podendo a multa ser transformada na
objetivo prioritário a proteção à vida e à incolumidade
participação do infrator em cursos de segurança viária,
física da pessoa.
a critério da autoridade de trânsito.
§ 2º As medidas administrativas previstas neste artigo
Art. 268. O infrator será submetido a curso de
não elidem a aplicação das penalidades impostas por
reciclagem, na forma estabelecida pelo CONTRAN:
infrações estabelecidas neste Código, possuindo caráter
I - quando, sendo contumaz, for necessário à sua complementar a estas.
reeducação;

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§ 3º São documentos de habilitação a Carteira Nacional encargos previstos na legislação específica. (Incluído
de Habilitação e a Permissão para Dirigir. pela Lei nº 13.160, de 2015)
§ 4º Aplica-se aos animais recolhidos na forma do inciso § 2º A liberação do veículo removido é condicionada ao
X o disposto nos arts. 271 e 328, no que couber. reparo de qualquer componente ou equipamento
obrigatório que não esteja em perfeito estado de
Art. 270. O veículo poderá ser retido nos casos
funcionamento. (Incluído pela Lei nº 13.160, de
expressos neste Código.
2015)
§ 1º Quando a irregularidade puder ser sanada no local
§ 3º Se o reparo referido no § 2º demandar providência
da infração, o veículo será liberado tão logo seja
que não possa ser tomada no depósito, a autoridade
regularizada a situação.
responsável pela remoção liberará o veículo para
§ 2º Não sendo possível sanar a falha no local da reparo, na forma transportada, mediante autorização,
infração, o veículo, desde que ofereça condições de assinalando prazo para reapresentação. (Redação
segurança para circulação, poderá ser liberado e dada pela Lei nº 13. 281, de 2016)
entregue a condutor regularmente habilitado, mediante
§ 4º Os serviços de remoção, depósito e guarda de
recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual,
veículo poderão ser realizados por órgão público,
contra apresentação de recibo, assinalando-se prazo
diretamente, ou por particular contratado por licitação
razoável ao condutor para regularizar a situação, para o
pública, sendo o proprietário do veículo o responsável
que se considerará, desde logo, notificado. (Redação
pelo pagamento dos custos desses serviços.
dada pela Lei nº 13.160, de 2015)
(Redação dada pela Lei nº 13. 281, de 2016)
§ 3º O Certificado de Licenciamento Anual será
§ 5º O proprietário ou o condutor deverá ser notificado,
devolvido ao condutor no órgão ou entidade
no ato de remoção do veículo, sobre as providências
aplicadores das medidas administrativas, tão logo o
necessárias à sua restituição e sobre o disposto no art.
veículo seja apresentado à autoridade devidamente
328, conforme regulamentação do CONTRAN.
regularizado.
(Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
§ 4º Não se apresentando condutor habilitado no local
§ 6º Caso o proprietário ou o condutor não esteja
da infração, o veículo será removido a depósito,
presente no momento da remoção do veículo, a
aplicando-se neste caso o disposto no art. 271.
autoridade de trânsito, no prazo de 10 (dez) dias
(Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
contado da data da remoção, deverá expedir ao
§ 5º A critério do agente, não se dará a retenção proprietário a notificação prevista no § 5º, por remessa
imediata, quando se tratar de veículo de transporte postal ou por outro meio tecnológico hábil que assegure
coletivo transportando passageiros ou veículo a sua ciência, e, caso reste frustrada, a notificação
transportando produto perigoso ou perecível, desde poderá ser feita por edital. (Redação dada pela Lei
que ofereça condições de segurança para circulação em nº 13.281, de 2016)
via pública.
§ 7º A notificação devolvida por desatualização do
§ 6º Não efetuada a regularização no prazo a que se endereço do proprietário do veículo ou por recusa desse
refere o § 2º, será feito registro de restrição de recebê-la será considerada recebida para todos os
administrativa no Renavam por órgão ou entidade efeitos (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
executivo de trânsito dos Estados e do Distrito Federal,
§ 8º Em caso de veículo licenciado no exterior, a
que será retirada após comprovada a regularização.
notificação será feita por edital. (Incluído pela Lei nº
(Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
13.160, de 2015)
§ 7º O descumprimento das obrigações estabelecidas
§ 9º Não caberá remoção nos casos em que a
no § 2º resultará em recolhimento do veículo ao
irregularidade puder ser sanada no local da infração.
depósito, aplicando-se, nesse caso, o disposto no art.
(Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
271. (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
§ 10. O pagamento das despesas de remoção e estada
Art. 271. O veículo será removido, nos casos previstos
será correspondente ao período integral, contado em
neste Código, para o depósito fixado pelo órgão ou
dias, em que efetivamente o veículo permanecer em
entidade competente, com circunscrição sobre a via.
depósito, limitado ao prazo de 6 (seis) meses.
§ 1º A restituição do veículo removido só ocorrerá (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)
mediante prévio pagamento de multas, taxas e
§ 11. Os custos dos serviços de remoção e estada
despesas com remoção e estada, além de outros
prestados por particulares poderão ser pagos pelo

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proprietário diretamente ao contratado. (Incluído metrológica. (Redação dada pela Lei nº 12.760, de
pela Lei nº 13.281, de 2016) 2012)
§ 12. O disposto no § 11 não afasta a possibilidade de o Art. 277. O condutor de veículo automotor envolvido
respectivo ente da Federação estabelecer a cobrança em acidente de trânsito ou que for alvo de fiscalização
por meio de taxa instituída em lei. (Incluído pela Lei de trânsito poderá ser submetido a teste, exame clínico,
nº 13.281, de 2016) perícia ou outro procedimento que, por meios técnicos
ou científicos, na forma disciplinada pelo Contran,
§ 13. No caso de o proprietário do veículo objeto do
permita certificar influência de álcool ou outra
recolhimento comprovar, administrativa ou
substância psicoativa que determine dependência.
judicialmente, que o recolhimento foi indevido ou que
(Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012)
houve abuso no período de retenção em depósito, é da
responsabilidade do ente público a devolução das § 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.760,
quantias pagas por força deste artigo, segundo os de 2012)
mesmos critérios da devolução de multas indevidas.
§ 2º A infração prevista no art. 165 também poderá ser
(Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)
caracterizada mediante imagem, vídeo, constatação de
Art. 272. O recolhimento da Carteira Nacional de sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo
Habilitação e da Permissão para Dirigir dar-se-á Contran, alteração da capacidade psicomotora ou
mediante recibo, além dos casos previstos neste Código, produção de quaisquer outras provas em direito
quando houver suspeita de sua inautenticidade ou admitidas. (Redação dada pela Lei nº 12.760, de
adulteração. 2012)
Art. 273. O recolhimento do Certificado de Registro dar- § 3º Serão aplicadas as penalidades e medidas
se-á mediante recibo, além dos casos previstos neste administrativas estabelecidas no art. 165-A deste
Código, quando: Código ao condutor que se recusar a se submeter a
qualquer dos procedimentos previstos no caput deste
I - houver suspeita de inautenticidade ou adulteração;
artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016)
II - se, alienado o veículo, não for transferida sua (Vigência)
propriedade no prazo de trinta dias.
Art. 278. Ao condutor que se evadir da fiscalização, não
Art. 274. O recolhimento do Certificado de submetendo veículo à pesagem obrigatória nos pontos
Licenciamento Anual dar-se-á mediante recibo, além de pesagem, fixos ou móveis, será aplicada a penalidade
dos casos previstos neste Código, quando: prevista no art. 209, além da obrigação de retornar ao
ponto de evasão para fim de pesagem obrigatória.
I - houver suspeita de inautenticidade ou adulteração;
Parágrafo único. No caso de fuga do condutor à ação
II - se o prazo de licenciamento estiver vencido;
policial, a apreensão do veículo dar-se-á tão logo seja
III - no caso de retenção do veículo, se a irregularidade localizado, aplicando-se, além das penalidades em que
não puder ser sanada no local. incorre, as estabelecidas no art. 210.
Art. 275. O transbordo da carga com peso excedente é Art. 278-A. O condutor que se utilize de veículo para a
condição para que o veículo possa prosseguir viagem e prática do crime de receptação, descaminho,
será efetuado às expensas do proprietário do veículo, contrabando, previstos nos arts. 180, 334 e 334-A do
sem prejuízo da multa aplicável. Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
Penal), condenado por um desses crimes em decisão
Parágrafo único. Não sendo possível desde logo atender
judicial transitada em julgado, terá cassado seu
ao disposto neste artigo, o veículo será recolhido ao
documento de habilitação ou será proibido de obter a
depósito, sendo liberado após sanada a irregularidade e
habilitação para dirigir veículo automotor pelo prazo de
pagas as despesas de remoção e estada.
5 (cinco) anos. (Incluído pela Lei nº 13.804, de 2019)
Art. 276. Qualquer concentração de álcool por litro de
§ 1º O condutor condenado poderá requerer sua
sangue ou por litro de ar alveolar sujeita o condutor às
reabilitação, submetendo-se a todos os exames
penalidades previstas no art. 165. (Redação dada
necessários à habilitação, na forma deste Código.
pela Lei nº 12.760, de 2012)
(Incluído pela Lei nº 13.804, de 2019)
Parágrafo único. O Contran disciplinará as margens de
§ 2º No caso do condutor preso em flagrante na prática
tolerância quando a infração for apurada por meio de
dos crimes de que trata o caput deste artigo, poderá o
aparelho de medição, observada a legislação
juiz, em qualquer fase da investigação ou da ação penal,

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se houver necessidade para a garantia da ordem Seção II


pública, como medida cautelar, de ofício, ou a
Do Julgamento das Autuações e Penalidades
requerimento do Ministério Público ou ainda mediante
representação da autoridade policial, decretar, em Art. 281. A autoridade de trânsito, na esfera da
decisão motivada, a suspensão da permissão ou da competência estabelecida neste Código e dentro de sua
habilitação para dirigir veículo automotor, ou a circunscrição, julgará a consistência do auto de infração
proibição de sua obtenção. (Incluído pela Lei nº e aplicará a penalidade cabível.
13.804, de 2019)
Parágrafo único. O auto de infração será arquivado e seu
Art. 279. Em caso de acidente com vítima, envolvendo registro julgado insubsistente:
veículo equipado com registrador instantâneo de
I - se considerado inconsistente ou irregular;
velocidade e tempo, somente o perito oficial
encarregado do levantamento pericial poderá retirar o II - se, no prazo máximo de trinta dias, não for expedida
disco ou unidade armazenadora do registro. a notificação da autuação. (Redação dada pela Lei
nº 9.602, de 1998)
CAPÍTULO XVIII
Art. 282. Aplicada a penalidade, será expedida
Do Processo Administrativo
notificação ao proprietário do veículo ou ao infrator, por
Seção I remessa postal ou por qualquer outro meio tecnológico
hábil, que assegure a ciência da imposição da
Da Autuação
penalidade.
Art. 280. Ocorrendo infração prevista na legislação de
§ 1º A notificação devolvida por desatualização do
trânsito, lavrar-se-á auto de infração, do qual constará:
endereço do proprietário do veículo será considerada
I - tipificação da infração; válida para todos os efeitos.
II - local, data e hora do cometimento da infração; § 2º A notificação a pessoal de missões diplomáticas, de
repartições consulares de carreira e de representações
III - caracteres da placa de identificação do veículo, sua
de organismos internacionais e de seus integrantes será
marca e espécie, e outros elementos julgados
remetida ao Ministério das Relações Exteriores para as
necessários à sua identificação;
providências cabíveis e cobrança dos valores, no caso de
IV - o prontuário do condutor, sempre que possível; multa.
V - identificação do órgão ou entidade e da autoridade § 3º Sempre que a penalidade de multa for imposta a
ou agente autuador ou equipamento que comprovar a condutor, à exceção daquela de que trata o § 1º do art.
infração; 259, a notificação será encaminhada ao proprietário do
veículo, responsável pelo seu pagamento.
VI - assinatura do infrator, sempre que possível, valendo
esta como notificação do cometimento da infração. § 4º Da notificação deverá constar a data do término do
prazo para apresentação de recurso pelo responsável
§ 1º (VETADO)
pela infração, que não será inferior a trinta dias
§ 2º A infração deverá ser comprovada por declaração contados da data da notificação da penalidade.
da autoridade ou do agente da autoridade de trânsito, (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)
por aparelho eletrônico ou por equipamento
§ 5º No caso de penalidade de multa, a data
audiovisual, reações químicas ou qualquer outro meio
estabelecida no parágrafo anterior será a data para o
tecnologicamente disponível, previamente
recolhimento de seu valor. (Incluído pela Lei nº 9.602,
regulamentado pelo CONTRAN.
de 1998)
§ 3º Não sendo possível a autuação em flagrante, o
Art. 282-A. O proprietário do veículo ou o condutor
agente de trânsito relatará o fato à autoridade no
autuado poderá optar por ser notificado por meio
próprio auto de infração, informando os dados a
eletrônico se o órgão do Sistema Nacional de Trânsito
respeito do veículo, além dos constantes nos incisos I, II
responsável pela autuação oferecer essa opção.
e III, para o procedimento previsto no artigo seguinte.
(Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 4º O agente da autoridade de trânsito competente
§ 1º O proprietário ou o condutor autuado que optar
para lavrar o auto de infração poderá ser servidor civil,
pela notificação por meio eletrônico deverá manter seu
estatutário ou celetista ou, ainda, policial militar
cadastro atualizado no órgão executivo de trânsito do
designado pela autoridade de trânsito com jurisdição
sobre a via no âmbito de sua competência.

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Estado ou do Distrito Federal. (Incluído pela Lei nº § 2º A autoridade que impôs a penalidade remeterá o
13.281, de 2016) (Vigência) recurso ao órgão julgador, dentro dos dez dias úteis
subsequentes à sua apresentação, e, se o entender
§ 2º Na hipótese de notificação por meio eletrônico, o
intempestivo, assinalará o fato no despacho de
proprietário ou o condutor autuado será considerado
encaminhamento.
notificado 30 (trinta) dias após a inclusão da informação
no sistema eletrônico. (Incluído pela Lei nº 13.281, § 3º Se, por motivo de força maior, o recurso não for
de 2016) (Vigência) julgado dentro do prazo previsto neste artigo, a
autoridade que impôs a penalidade, de ofício, ou por
§ 3º O sistema previsto no caput será certificado
solicitação do recorrente, poderá conceder-lhe efeito
digitalmente, atendidos os requisitos de autenticidade,
suspensivo.
integridade, validade jurídica e interoperabilidade da
Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil). Art. 286. O recurso contra a imposição de multa poderá
(Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) ser interposto no prazo legal, sem o recolhimento do
seu valor.
Art. 283. (VETADO)
§ 1º No caso de não provimento do recurso, aplicar-se-
Art. 284. O pagamento da multa poderá ser efetuado
á o estabelecido no parágrafo único do art. 284.
até a data do vencimento expressa na notificação, por
oitenta por cento do seu valor. § 2º Se o infrator recolher o valor da multa e apresentar
recurso, se julgada improcedente a penalidade, ser-lhe-
§ 1º Caso o infrator opte pelo sistema de notificação
á devolvida a importância paga, atualizada em UFIR ou
eletrônica, se disponível, conforme regulamentação do
por índice legal de correção dos débitos fiscais.
Contran, e opte por não apresentar defesa prévia nem
recurso, reconhecendo o cometimento da infração, Art. 287. Se a infração for cometida em localidade
poderá efetuar o pagamento da multa por 60% diversa daquela do licenciamento do veículo, o recurso
(sessenta por cento) do seu valor, em qualquer fase do poderá ser apresentado junto ao órgão ou entidade de
processo, até o vencimento da multa. (Incluído pela trânsito da residência ou domicílio do infrator.
Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
Parágrafo único. A autoridade de trânsito que receber o
§ 2º O recolhimento do valor da multa não implica recurso deverá remetê-lo, de pronto, à autoridade que
renúncia ao questionamento administrativo, que pode impôs a penalidade acompanhado das cópias dos
ser realizado a qualquer momento, respeitado o prontuários necessários ao julgamento.
disposto no § 1º. (Incluído pela Lei nº 13.281, de
Art. 288. Das decisões da JARI cabe recurso a ser
2016) (Vigência)
interposto, na forma do artigo seguinte, no prazo de
§ 3º Não incidirá cobrança moratória e não poderá ser trinta dias contado da publicação ou da notificação da
aplicada qualquer restrição, inclusive para fins de decisão.
licenciamento e transferência, enquanto não for
§ 1º O recurso será interposto, da decisão do não
encerrada a instância administrativa de julgamento de
provimento, pelo responsável pela infração, e da
infrações e penalidades. (Incluído pela Lei nº 13.281,
decisão de provimento, pela autoridade que impôs a
de 2016) (Vigência)
penalidade.
§ 4º Encerrada a instância administrativa de julgamento
Art. 289. O recurso de que trata o artigo anterior será
de infrações e penalidades, a multa não paga até o
apreciado no prazo de trinta dias:
vencimento será acrescida de juros de mora
equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de I - tratando-se de penalidade imposta pelo órgão ou
Liquidação e de Custódia (Selic) para títulos federais entidade de trânsito da União:
acumulada mensalmente, calculados a partir do mês
a) em caso de suspensão do direito de dirigir por mais
subsequente ao da consolidação até o mês anterior ao
de seis meses, cassação do documento de habilitação
do pagamento, e de 1% (um por cento) relativamente
ou penalidade por infrações gravíssimas, pelo
ao mês em que o pagamento estiver sendo efetuado.
CONTRAN;
(Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
b) nos demais casos, por colegiado especial integrado
Art. 285. O recurso previsto no art. 283 será interposto
pelo Coordenador-Geral da JARI, pelo Presidente da
perante a autoridade que impôs a penalidade, a qual
Junta que apreciou o recurso e por mais um Presidente
remetê-lo-á à JARI, que deverá julgá-lo em até trinta
de Junta;
dias.
§ 1º O recurso não terá efeito suspensivo.

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II - tratando-se de penalidade imposta por órgão ou III - transitando em velocidade superior à máxima
entidade de trânsito estadual, municipal ou do Distrito permitida para a via em 50 km/h (cinqüenta quilômetros
Federal, pelos CETRAN E CONTRANDIFE, por hora). (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008)
respectivamente.
§ 2º Nas hipóteses previstas no § 1º deste artigo, deverá
Parágrafo único. No caso da alínea b do inciso I, quando ser instaurado inquérito policial para a investigação da
houver apenas uma JARI, o recurso será julgado por seus infração penal. (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008)
próprios membros.
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.546, de 2017)
Art. 290. Implicam encerramento da instância (Vigência)
administrativa de julgamento de infrações e
§ 4º O juiz fixará a pena-base segundo as diretrizes
penalidades: (Redação dada pela Lei nº 13.281, de
previstas no art. 59 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
2016) (Vigência)
dezembro de 1940 (Código Penal), dando especial
I - o julgamento do recurso de que tratam os arts. 288 e atenção à culpabilidade do agente e às circunstâncias e
289; (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) consequências do crime. (Incluído pela Lei nº 13.546,
(Vigência) de 2017) (Vigência)
II - a não interposição do recurso no prazo legal; e Art. 292. A suspensão ou a proibição de se obter a
(Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) permissão ou a habilitação para dirigir veículo
automotor pode ser imposta isolada ou
III - o pagamento da multa, com reconhecimento da
cumulativamente com outras penalidades. (Redação
infração e requerimento de encerramento do processo
dada pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
na fase em que se encontra, sem apresentação de
defesa ou recurso. (Incluído pela Lei nº 13.281, de Art. 293. A penalidade de suspensão ou de proibição de
2016) (Vigência) se obter a permissão ou a habilitação, para dirigir
veículo automotor, tem a duração de dois meses a cinco
Parágrafo único. Esgotados os recursos, as penalidades
anos.
aplicadas nos termos deste Código serão cadastradas no
RENACH. § 1º Transitada em julgado a sentença condenatória, o
réu será intimado a entregar à autoridade judiciária, em
CAPÍTULO XIX
quarenta e oito horas, a Permissão para Dirigir ou a
Dos Crimes de Trânsito Carteira de Habilitação.
Seção I § 2º A penalidade de suspensão ou de proibição de se
obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo
Disposições Gerais
automotor não se inicia enquanto o sentenciado, por
Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veículos efeito de condenação penal, estiver recolhido a
automotores, previstos neste Código, aplicam-se as estabelecimento prisional.
normas gerais do Código Penal e do Código de Processo
Art. 294. Em qualquer fase da investigação ou da ação
Penal, se este Capítulo não dispuser de modo diverso,
penal, havendo necessidade para a garantia da ordem
bem como a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995,
pública, poderá o juiz, como medida cautelar, de ofício,
no que couber.
ou a requerimento do Ministério Público ou ainda
§ 1º Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal mediante representação da autoridade policial,
culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei nº 9.099, decretar, em decisão motivada, a suspensão da
de 26 de setembro de 1995, exceto se o agente estiver: permissão ou da habilitação para dirigir veículo
(Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 11.705, de automotor, ou a proibição de sua obtenção.
2008)
Parágrafo único. Da decisão que decretar a suspensão
I - sob a influência de álcool ou qualquer outra ou a medida cautelar, ou da que indeferir o
substância psicoativa que determine dependência; requerimento do Ministério Público, caberá recurso em
(Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008) sentido estrito, sem efeito suspensivo.
II - participando, em via pública, de corrida, disputa ou Art. 295. A suspensão para dirigir veículo automotor ou
competição automobilística, de exibição ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação será
demonstração de perícia em manobra de veículo sempre comunicada pela autoridade judiciária ao
automotor, não autorizada pela autoridade Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, e ao órgão
competente; (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008) de trânsito do Estado em que o indiciado ou réu for
domiciliado ou residente.

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Art. 296. Se o réu for reincidente na prática de crime Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de
previsto neste Código, o juiz aplicará a penalidade de veículo automotor:
suspensão da permissão ou habilitação para dirigir
Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou
veículo automotor, sem prejuízo das demais sanções
proibição de se obter a permissão ou a habilitação para
penais cabíveis. (Redação dada pela Lei nº 11.705, de
dirigir veículo automotor.
2008)
§ 1º No homicídio culposo cometido na direção de
Art. 297. A penalidade de multa reparatória consiste no
veículo automotor, a pena é aumentada de 1/3 (um
pagamento, mediante depósito judicial em favor da
terço) à metade, se o agente: (Incluído pela Lei nº
vítima, ou seus sucessores, de quantia calculada com
12.971, de 2014) (Vigência)
base no disposto no § 1º do art. 49 do Código Penal,
sempre que houver prejuízo material resultante do I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de
crime. Habilitação; (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014)
(Vigência)
§ 1º A multa reparatória não poderá ser superior ao
valor do prejuízo demonstrado no processo. II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada;
(Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
§ 2º Aplica-se à multa reparatória o disposto nos arts.
50 a 52 do Código Penal. III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo
sem risco pessoal, à vítima do acidente; (Incluído
§ 3º Na indenização civil do dano, o valor da multa
pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
reparatória será descontado.
IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver
Art. 298. São circunstâncias que sempre agravam as
conduzindo veículo de transporte de passageiros.
penalidades dos crimes de trânsito ter o condutor do
(Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
veículo cometido a infração:
§ 3º Se o agente conduz veículo automotor sob a
I - com dano potencial para duas ou mais pessoas ou
influência de álcool ou de qualquer outra substância
com grande risco de grave dano patrimonial a terceiros;
psicoativa que determine dependência: (Incluído pela
II - utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou Lei nº 13.546, de 2017) (Vigência)
adulteradas;
Penas - reclusão, de cinco a oito anos, e suspensão ou
III - sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de proibição do direito de se obter a permissão ou a
Habilitação; habilitação para dirigir veículo automotor. (Incluído
pela Lei nº 13.546, de 2017) (Vigência)
IV - com Permissão para Dirigir ou Carteira de
Habilitação de categoria diferente da do veículo; Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de
veículo automotor:
V - quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados
especiais com o transporte de passageiros ou de carga; Penas - detenção, de seis meses a dois anos e suspensão
ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação
VI - utilizando veículo em que tenham sido adulterados
para dirigir veículo automotor.
equipamentos ou características que afetem a sua
segurança ou o seu funcionamento de acordo com os § 1º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) à metade, se
limites de velocidade prescritos nas especificações do ocorrer qualquer das hipóteses do § 1º do art. 302.
fabricante; (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 13.546, de
2017) (Vigência)
VII - sobre faixa de trânsito temporária ou
permanentemente destinada a pedestres. § 2º A pena privativa de liberdade é de reclusão de dois
a cinco anos, sem prejuízo das outras penas previstas
Art. 299. (VETADO)
neste artigo, se o agente conduz o veículo com
Art. 300. (VETADO) capacidade psicomotora alterada em razão da
influência de álcool ou de outra substância psicoativa
Art. 301. Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes
que determine dependência, e se do crime resultar
de trânsito de que resulte vítima, não se imporá a prisão
lesão corporal de natureza grave ou gravíssima.
em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e
(Incluído pela Lei nº 13.546, de 2017) (Vigência)
integral socorro àquela.
Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do
Seção II
acidente, de prestar imediato socorro à vítima, ou, não
Dos Crimes em Espécie

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podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de estabelecido no § 1º do art. 293, a Permissão para Dirigir
solicitar auxílio da autoridade pública: ou a Carteira de Habilitação.
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se Art. 308. Participar, na direção de veículo automotor,
o fato não constituir elemento de crime mais grave. em via pública, de corrida, disputa ou competição
automobilística ou ainda de exibição ou demonstração
Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo
de perícia em manobra de veículo automotor, não
o condutor do veículo, ainda que a sua omissão seja
autorizada pela autoridade competente, gerando
suprida por terceiros ou que se trate de vítima com
situação de risco à incolumidade pública ou privada:
morte instantânea ou com ferimentos leves.
(Redação dada pela Lei nº 13.546, de 2017) (Vigência)
Art. 305. Afastar-se o condutor do veículo do local do
Penas - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, multa
acidente, para fugir à responsabilidade penal ou civil
e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a
que lhe possa ser atribuída:
habilitação para dirigir veículo automotor. (Redação
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. dada pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade § 1º Se da prática do crime previsto no caput resultar
psicomotora alterada em razão da influência de álcool lesão corporal de natureza grave, e as circunstâncias
ou de outra substância psicoativa que determine demonstrarem que o agente não quis o resultado nem
dependência: (Redação dada pela Lei nº 12.760, de assumiu o risco de produzi-lo, a pena privativa de
2012) liberdade é de reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, sem
prejuízo das outras penas previstas neste artigo.
Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e
(Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a
habilitação para dirigir veículo automotor. § 2º Se da prática do crime previsto no caput resultar
morte, e as circunstâncias demonstrarem que o agente
§ 1º As condutas previstas no caput serão constatadas
não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo,
por: (Incluído pela Lei nº 12.760, de 2012)
a pena privativa de liberdade é de reclusão de 5 (cinco)
I - concentração igual ou superior a 6 decigramas de a 10 (dez) anos, sem prejuízo das outras penas previstas
álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,3 neste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014)
miligrama de álcool por litro de ar alveolar; ou (Incluído (Vigência)
pela Lei nº 12.760, de 2012)
Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem
II - sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação ou, ainda,
Contran, alteração da capacidade psicomotora. se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano:
(Incluído pela Lei nº 12.760, de 2012)
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
§ 2º A verificação do disposto neste artigo poderá ser
Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a direção de
obtida mediante teste de alcoolemia ou toxicológico,
veículo automotor a pessoa não habilitada, com
exame clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou
habilitação cassada ou com o direito de dirigir suspenso,
outros meios de prova em direito admitidos, observado
ou, ainda, a quem, por seu estado de saúde, física ou
o direito à contraprova. (Redação dada pela Lei nº
mental, ou por embriaguez, não esteja em condições de
12.971, de 2014) (Vigência)
conduzi-lo com segurança:
§ 3º O Contran disporá sobre a equivalência entre os
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
distintos testes de alcoolemia ou toxicológicos para
efeito de caracterização do crime tipificado neste artigo. Art. 310-A. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.619, de
(Redação dada pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência) 2012) (Vigência)
Art. 307. Violar a suspensão ou a proibição de se obter Art. 311. Trafegar em velocidade incompatível com a
a permissão ou a habilitação para dirigir veículo segurança nas proximidades de escolas, hospitais,
automotor imposta com fundamento neste Código: estações de embarque e desembarque de passageiros,
logradouros estreitos, ou onde haja grande
Penas - detenção, de seis meses a um ano e multa, com
movimentação ou concentração de pessoas, gerando
nova imposição adicional de idêntico prazo de
perigo de dano:
suspensão ou de proibição.
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre o
condenado que deixa de entregar, no prazo Art. 312. Inovar artificiosamente, em caso de acidente
automobilístico com vítima, na pendência do respectivo

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procedimento policial preparatório, inquérito policial ou duzentos e quarenta dias contado da publicação,
processo penal, o estado de lugar, de coisa ou de estabelecer o currículo com conteúdo programático
pessoa, a fim de induzir a erro o agente policial, o perito, relativo à segurança e à educação de trânsito, a fim de
ou juiz: atender o disposto neste Código.
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. Art. 316. O prazo de notificação previsto no inciso II do
parágrafo único do art. 281 só entrará em vigor após
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo, ainda
duzentos e quarenta dias contados da publicação desta
que não iniciados, quando da inovação, o procedimento
Lei.
preparatório, o inquérito ou o processo aos quais se
refere. Art. 317. Os órgãos e entidades de trânsito concederão
prazo de até um ano para a adaptação dos veículos de
Art. 312-A. Para os crimes relacionados nos arts. 302 a
condução de escolares e de aprendizagem às normas do
312 deste Código, nas situações em que o juiz aplicar a
inciso III do art. 136 e art. 154, respectivamente.
substituição de pena privativa de liberdade por pena
restritiva de direitos, esta deverá ser de prestação de Art. 318. (VETADO)
serviço à comunidade ou a entidades públicas, em uma
Art. 319. Enquanto não forem baixadas novas normas
das seguintes atividades: (Incluído pela Lei nº
pelo CONTRAN, continua em vigor o disposto no art. 92
13.281, de 2016) (Vigência)
do Regulamento do Código Nacional de Trânsito -
I - trabalho, aos fins de semana, em equipes de resgate Decreto nº 62.127, de 16 de janeiro de 1968.
dos corpos de bombeiros e em outras unidades móveis
Art. 319-A. Os valores de multas constantes deste
especializadas no atendimento a vítimas de trânsito;
Código poderão ser corrigidos monetariamente pelo
(Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
Contran, respeitado o limite da variação do Índice
II - trabalho em unidades de pronto-socorro de hospitais Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no
da rede pública que recebem vítimas de acidente de exercício anterior. (Incluído pela Lei nº 13.281, de
trânsito e politraumatizados; (Incluído pela Lei nº 2016) (Vigência)
13.281, de 2016) (Vigência)
Parágrafo único. Os novos valores decorrentes do
III - trabalho em clínicas ou instituições especializadas na disposto no caput serão divulgados pelo Contran com,
recuperação de acidentados de trânsito; (Incluído no mínimo, 90 (noventa) dias de antecedência de sua
pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) aplicação. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)
(Vigência)
IV - outras atividades relacionadas ao resgate,
atendimento e recuperação de vítimas de acidentes de Art. 320. A receita arrecadada com a cobrança das
trânsito. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) multas de trânsito será aplicada, exclusivamente, em
(Vigência) sinalização, engenharia de tráfego, de campo,
policiamento, fiscalização e educação de trânsito.
CAPÍTULO XX
§ 1º O percentual de cinco por cento do valor das
Disposições Finais e Transitórias
multas de trânsito arrecadadas será depositado,
Art. 313. O Poder Executivo promoverá a nomeação dos mensalmente, na conta de fundo de âmbito nacional
membros do CONTRAN no prazo de sessenta dias da destinado à segurança e educação de trânsito.
publicação deste Código. (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 314. O CONTRAN tem o prazo de duzentos e § 2º O órgão responsável deverá publicar, anualmente,
quarenta dias a partir da publicação deste Código para na rede mundial de computadores (internet), dados
expedir as resoluções necessárias à sua melhor sobre a receita arrecadada com a cobrança de multas de
execução, bem como revisar todas as resoluções trânsito e sua destinação. (Incluído pela Lei nº
anteriores à sua publicação, dando prioridade àquelas 13.281, de 2016) (Vigência)
que visam a diminuir o número de acidentes e a
Art. 320-A. Os órgãos e as entidades do Sistema
assegurar a proteção de pedestres.
Nacional de Trânsito poderão integrar-se para a
Parágrafo único. As resoluções do CONTRAN, existentes ampliação e o aprimoramento da fiscalização de
até a data de publicação deste Código, continuam em trânsito, inclusive por meio do compartilhamento da
vigor naquilo em que não conflitem com ele. receita arrecadada com a cobrança das multas de
trânsito. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)
Art. 315. O Ministério da Educação e do Desporto,
mediante proposta do CONTRAN, deverá, no prazo de Art. 321. (VETADO)

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Art. 322. (VETADO) municipais. (Incluído pela Lei nº 13.614, de 2018)


(Vigência)
Art. 323. O CONTRAN, em cento e oitenta dias, fixará a
metodologia de aferição de peso de veículos, § 1º O objetivo geral do estabelecimento de metas é,
estabelecendo percentuais de tolerância, sendo ao final do prazo de dez anos, reduzir à metade, no
durante este período suspensa a vigência das mínimo, o índice nacional de mortos por grupo de
penalidades previstas no inciso V do art. 231, aplicando- veículos e o índice nacional de mortos por grupo de
se a penalidade de vinte UFIR por duzentos quilogramas habitantes, relativamente aos índices apurados no ano
ou fração de excesso. da entrada em vigor da lei que cria o Plano Nacional de
Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans).
Parágrafo único. Os limites de tolerância a que se refere
(Incluído pela Lei nº 13.614, de 2018) (Vigência)
este artigo, até a sua fixação pelo CONTRAN, são
aqueles estabelecidos pela Lei nº 7.408, de 25 de § 2º As metas expressam a diferença a menor, em base
novembro de 1985. percentual, entre os índices mais recentes, oficialmente
apurados, e os índices que se pretende alcançar.
Art. 324. (VETADO)
(Incluído pela Lei nº 13.614, de 2018) (Vigência)
Art. 325. As repartições de trânsito conservarão por, no
§ 3º A decisão que fixar as metas anuais estabelecerá
mínimo, 5 (cinco) anos os documentos relativos à
as respectivas margens de tolerância. (Incluído pela
habilitação de condutores, ao registro e ao
Lei nº 13.614, de 2018) (Vigência)
licenciamento de veículos e aos autos de infração de
trânsito. (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) § 4º As metas serão fixadas pelo Contran para cada um
(Vigência) dos Estados da Federação e para o Distrito Federal,
mediante propostas fundamentadas dos Cetran, do
§ 1º Os documentos previstos no caput poderão ser
Contrandife e do Departamento de Polícia Rodoviária
gerados e tramitados eletronicamente, bem como
Federal, no âmbito das respectivas circunscrições.
arquivados e armazenados em meio digital, desde que
(Incluído pela Lei nº 13.614, de 2018) (Vigência)
assegurada a autenticidade, a fidedignidade, a
confiabilidade e a segurança das informações, e serão § 5º Antes de submeterem as propostas ao Contran, os
válidos para todos os efeitos legais, sendo dispensada, Cetran, o Contrandife e o Departamento de Polícia
nesse caso, a sua guarda física. (Incluído pela Lei nº Rodoviária Federal realizarão consulta ou audiência
13.281, de 2016) (Vigência) pública para manifestação da sociedade sobre as metas
a serem propostas. (Incluído pela Lei nº 13.614, de
§ 2º O Contran regulamentará a geração, a tramitação,
2018) (Vigência)
o arquivamento, o armazenamento e a eliminação de
documentos eletrônicos e físicos gerados em § 6º As propostas dos Cetran, do Contrandife e do
decorrência da aplicação das disposições deste Código. Departamento de Polícia Rodoviária Federal serão
(Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) encaminhadas ao Contran até o dia 1º de agosto de cada
ano, acompanhadas de relatório analítico a respeito do
§ 3º Na hipótese prevista nos §§ 1º e 2º, o sistema
cumprimento das metas fixadas para o ano anterior e de
deverá ser certificado digitalmente, atendidos os
exposição de ações, projetos ou programas, com os
requisitos de autenticidade, integridade, validade
respectivos orçamentos, por meio dos quais se
jurídica e interoperabilidade da Infraestrutura de
pretende cumprir as metas propostas para o ano
Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil). (Incluído pela
seguinte. (Incluído pela Lei nº 13.614, de 2018)
Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
(Vigência)
Art. 326. A Semana Nacional de Trânsito será
§ 7º As metas fixadas serão divulgadas em setembro,
comemorada anualmente no período compreendido
durante a Semana Nacional de Trânsito, assim como o
entre 18 e 25 de setembro.
desempenho, absoluto e relativo, de cada Estado e do
Art. 326-A. A atuação dos integrantes do Sistema Distrito Federal no cumprimento das metas vigentes no
Nacional de Trânsito, no que se refere à política de ano anterior, detalhados os dados levantados e as ações
segurança no trânsito, deverá voltar-se prioritariamente realizadas por vias federais, estaduais e municipais,
para o cumprimento de metas anuais de redução de devendo tais informações permanecer à disposição do
índice de mortos por grupo de veículos e de índice de público na rede mundial de computadores, em sítio
mortos por grupo de habitantes, ambos apurados por eletrônico do órgão máximo executivo de trânsito da
Estado e por ano, detalhando-se os dados levantados e União. (Incluído pela Lei nº 13.614, de 2018)
as ações realizadas por vias federais, estaduais e (Vigência)

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§ 8º O Contran, ouvidos o Departamento de Polícia também durante a Semana Nacional de Trânsito:


Rodoviária Federal e demais órgãos do Sistema Nacional (Incluído pela Lei nº 13.614, de 2018) (Vigência)
de Trânsito, definirá as fórmulas para apuração dos
I - duas classificações ordenadas dos Estados e do
índices de que trata este artigo, assim como a
Distrito Federal, uma referente ao ano analisado e outra
metodologia para a coleta e o tratamento dos dados
que considere a evolução do desempenho dos Estados
estatísticos necessários para a composição dos termos
e do Distrito Federal desde o início das análises;
das fórmulas. (Incluído pela Lei nº 13.614, de 2018)
(Incluído pela Lei nº 13.614, de 2018) (Vigência)
(Vigência)
II - relatório a respeito do cumprimento do objetivo
§ 9º Os dados estatísticos coletados em cada Estado e
geral do estabelecimento de metas previsto no § 1º
no Distrito Federal serão tratados e consolidados pelo
deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.614, de 2018)
respectivo órgão ou entidade executivos de trânsito,
(Vigência)
que os repassará ao órgão máximo executivo de trânsito
da União até o dia 1º de março, por meio do sistema de Art. 327. A partir da publicação deste Código, somente
registro nacional de acidentes e estatísticas de trânsito. poderão ser fabricados e licenciados veículos que
(Incluído pela Lei nº 13.614, de 2018) (Vigência) obedeçam aos limites de peso e dimensões fixados na
forma desta Lei, ressalvados os que vierem a ser
§ 10. Os dados estatísticos sujeitos à consolidação pelo
regulamentados pelo CONTRAN.
órgão ou entidade executivos de trânsito do Estado ou
do Distrito Federal compreendem os coletados naquela Parágrafo único. (VETADO)
circunscrição: (Incluído pela Lei nº 13.614, de 2018)
Art. 328. O veículo apreendido ou removido a qualquer
(Vigência)
título e não reclamado por seu proprietário dentro do
I - pela Polícia Rodoviária Federal e pelo órgão executivo prazo de sessenta dias, contado da data de
rodoviário da União; (Incluído pela Lei nº 13.614, de recolhimento, será avaliado e levado a leilão, a ser
2018) (Vigência) realizado preferencialmente por meio eletrônico.
(Redação dada pela Lei nº 13.160, de 2015)
II - pela Polícia Militar e pelo órgão ou entidade
executivos rodoviários do Estado ou do Distrito Federal; § 1º Publicado o edital do leilão, a preparação poderá
(Incluído pela Lei nº 13.614, de 2018) (Vigência) ser iniciada após trinta dias, contados da data de
recolhimento do veículo, o qual será classificado em
III - pelos órgãos ou entidades executivos rodoviários e
duas categorias: (Incluído pela Lei nº 13.160, de
pelos órgãos ou entidades executivos de trânsito dos
2015)
Municípios. (Incluído pela Lei nº 13.614, de 2018)
(Vigência) I – conservado, quando apresenta condições de
segurança para trafegar; e (Incluído pela Lei nº
§ 11. O cálculo dos índices, para cada Estado e para o
13.160, de 2015)
Distrito Federal, será feito pelo órgão máximo executivo
de trânsito da União, ouvidos o Departamento de Polícia II – sucata, quando não está apto a trafegar.
Rodoviária Federal e demais órgãos do Sistema Nacional (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
de Trânsito. (Incluído pela Lei nº 13.614, de 2018)
§ 2º Se não houver oferta igual ou superior ao valor da
(Vigência)
avaliação, o lote será incluído no leilão seguinte, quando
§ 12. Os índices serão divulgados oficialmente até o dia será arrematado pelo maior lance, desde que por valor
31 de março de cada ano. (Incluído pela Lei nº 13.614, não inferior a cinquenta por cento do avaliado.
de 2018) (Vigência) (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
§ 13. Com base em índices parciais, apurados no § 3º Mesmo classificado como conservado, o veículo
decorrer do ano, o Contran, os Cetran e o Contrandife que for levado a leilão por duas vezes e não for
poderão recomendar aos integrantes do Sistema arrematado será leiloado como sucata. (Incluído
Nacional de Trânsito alterações nas ações, projetos e pela Lei nº 13.160, de 2015)
programas em desenvolvimento ou previstos, com o fim
§ 4º É vedado o retorno do veículo leiloado como sucata
de atingir as metas fixadas para cada um dos Estados e
à circulação. (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
para o Distrito Federal. (Incluído pela Lei nº 13.614,
de 2018) (Vigência) § 5º A cobrança das despesas com estada no depósito
será limitada ao prazo de seis meses. (Incluído pela
§ 14. A partir da análise de desempenho a que se refere
Lei nº 13.160, de 2015)
o § 7º deste artigo, o Contran elaborará e divulgará,

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§ 6º Os valores arrecadados em leilão deverão ser proprietário, devendo ser expedida notificação a ele, no
utilizados para custeio da realização do leilão, dividindo- máximo em trinta dias após a realização do leilão, para
se os custos entre os veículos arrematados, o levantamento do valor no prazo de cinco anos, após
proporcionalmente ao valor da arrematação, e os quais o valor será transferido, definitivamente, para
destinando-se os valores remanescentes, na seguinte o fundo a que se refere o parágrafo único do art. 320.
ordem, para: (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015) (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
I – as despesas com remoção e estada; (Incluído § 13. Aplica-se o disposto neste artigo, no que couber,
pela Lei nº 13.160, de 2015) ao animal recolhido, a qualquer título, e não reclamado
por seu proprietário no prazo de sessenta dias, a contar
II – os tributos vinculados ao veículo, na forma do § 10;
da data de recolhimento, conforme regulamentação do
(Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
CONTRAN. (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
III – os credores trabalhistas, tributários e titulares de
§ 14. Se identificada a existência de restrição policial ou
crédito com garantia real, segundo a ordem de
judicial sobre o prontuário do veículo, a autoridade
preferência estabelecida no art. 186 da Lei nº 5.172, de
responsável pela restrição será notificada para a
25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional);
retirada do bem do depósito, mediante a quitação das
(Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
despesas com remoção e estada, ou para a autorização
IV – as multas devidas ao órgão ou à entidade do leilão nos termos deste artigo. (Redação dada
responsável pelo leilão; (Incluído pela Lei nº 13.160, pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
de 2015)
§ 15. Se no prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da
V – as demais multas devidas aos órgãos integrantes do notificação de que trata o § 14, não houver
Sistema Nacional de Trânsito, segundo a ordem manifestação da autoridade responsável pela restrição
cronológica; e (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015) judicial ou policial, estará o órgão de trânsito autorizado
a promover o leilão do veículo nos termos deste artigo.
VI – os demais créditos, segundo a ordem de preferência
(Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
legal. (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
§ 16. Os veículos, sucatas e materiais inservíveis de bens
§ 7º Sendo insuficiente o valor arrecadado para quitar
automotores que se encontrarem nos depósitos há mais
os débitos incidentes sobre o veículo, a situação será
de 1 (um) ano poderão ser destinados à reciclagem,
comunicada aos credores. (Incluído pela Lei nº
independentemente da existência de restrições sobre o
13.160, de 2015)
veículo. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)
§ 8º Os órgãos públicos responsáveis serão (Vigência)
comunicados do leilão previamente para que
§ 17. O procedimento de hasta pública na hipótese do
formalizem a desvinculação dos ônus incidentes sobre o
§ 16 será realizado por lote de tonelagem de material
veículo no prazo máximo de dez dias. (Incluído pela
ferroso, observando-se, no que couber, o disposto neste
Lei nº 13.160, de 2015)
artigo, condicionando-se a entrega do material
§ 9º Os débitos incidentes sobre o veículo antes da arrematado aos procedimentos necessários à
alienação administrativa ficam dele automaticamente descaracterização total do bem e à destinação exclusiva,
desvinculados, sem prejuízo da cobrança contra o ambientalmente adequada, à reciclagem siderúrgica,
proprietário anterior. (Incluído pela Lei nº 13.160, vedado qualquer aproveitamento de peças e partes.
de 2015) (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 10. Aplica-se o disposto no § 9º inclusive ao débito § 18. Os veículos sinistrados irrecuperáveis queimados,
relativo a tributo cujo fato gerador seja a propriedade, adulterados ou estrangeiros, bem como aqueles sem
o domínio útil, a posse, a circulação ou o licenciamento possibilidade de regularização perante o órgão de
de veículo. (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015) trânsito, serão destinados à reciclagem,
independentemente do período em que estejam em
§ 11. Na hipótese de o antigo proprietário reaver o
depósito, respeitado o prazo previsto no caput deste
veículo, por qualquer meio, os débitos serão novamente
artigo, sempre que a autoridade responsável pelo leilão
vinculados ao bem, aplicando-se, nesse caso, o disposto
julgar ser essa a medida apropriada. (Incluído pela
nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 271. (Incluído pela Lei nº
Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
13.160, de 2015)
Art. 329. Os condutores dos veículos de que tratam os
§ 12. Quitados os débitos, o saldo remanescente será
arts. 135 e 136, para exercerem suas atividades,
depositado em conta específica do órgão responsável
deverão apresentar, previamente, certidão negativa do
pela realização do leilão e ficará à disposição do antigo

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registro de distribuição criminal relativamente aos Seção II do Capítulo XVIII deste Código, o julgamento
crimes de homicídio, roubo, estupro e corrupção de dos recursos ficará a cargo dos órgãos ora existentes.
menores, renovável a cada cinco anos, junto ao órgão
Art. 332. Os órgãos e entidades integrantes do Sistema
responsável pela respectiva concessão ou autorização.
Nacional de Trânsito proporcionarão aos membros do
Art. 330. Os estabelecimentos onde se executem CONTRAN, CETRAN e CONTRANDIFE, em serviço, todas
reformas ou recuperação de veículos e os que as facilidades para o cumprimento de sua missão,
comprem, vendam ou desmontem veículos, usados ou fornecendo-lhes as informações que solicitarem,
não, são obrigados a possuir livros de registro de seu permitindo-lhes inspecionar a execução de quaisquer
movimento de entrada e saída e de uso de placas de serviços e deverão atender prontamente suas
experiência, conforme modelos aprovados e rubricados requisições.
pelos órgãos de trânsito.
Art. 333. O CONTRAN estabelecerá, em até cento e vinte
§ 1º Os livros indicarão: dias após a nomeação de seus membros, as disposições
previstas nos arts. 91 e 92, que terão de ser atendidas
I - data de entrada do veículo no estabelecimento;
pelos órgãos e entidades executivos de trânsito e
II - nome, endereço e identidade do proprietário ou executivos rodoviários para exercerem suas
vendedor; competências.
III - data da saída ou baixa, nos casos de desmontagem; § 1º Os órgãos e entidades de trânsito já existentes
terão prazo de um ano, após a edição das normas, para
IV - nome, endereço e identidade do comprador;
se adequarem às novas disposições estabelecidas pelo
V - características do veículo constantes do seu CONTRAN, conforme disposto neste artigo.
certificado de registro;
§ 2º Os órgãos e entidades de trânsito a serem criados
VI - número da placa de experiência. exercerão as competências previstas neste Código em
cumprimento às exigências estabelecidas pelo
§ 2º Os livros terão suas páginas numeradas
CONTRAN, conforme disposto neste artigo,
tipograficamente e serão encadernados ou em folhas
acompanhados pelo respectivo CETRAN, se órgão ou
soltas, sendo que, no primeiro caso, conterão termo de
entidade municipal, ou CONTRAN, se órgão ou entidade
abertura e encerramento lavrados pelo proprietário e
estadual, do Distrito Federal ou da União, passando a
rubricados pela repartição de trânsito, enquanto, no
integrar o Sistema Nacional de Trânsito.
segundo, todas as folhas serão autenticadas pela
repartição de trânsito. Art. 334. As ondulações transversais existentes deverão
ser homologadas pelo órgão ou entidade competente
§ 3º A entrada e a saída de veículos nos
no prazo de um ano, a partir da publicação deste Código,
estabelecimentos referidos neste artigo registrar-se-ão
devendo ser retiradas em caso contrário.
no mesmo dia em que se verificarem assinaladas,
inclusive, as horas a elas correspondentes, podendo os Art. 335. (VETADO)
veículos irregulares lá encontrados ou suas sucatas ser
Art. 336. Aplicam-se os sinais de trânsito previstos no
apreendidos ou retidos para sua completa
Anexo II até a aprovação pelo CONTRAN, no prazo de
regularização.
trezentos e sessenta dias da publicação desta Lei, após
§ 4º As autoridades de trânsito e as autoridades policiais a manifestação da Câmara Temática de Engenharia, de
terão acesso aos livros sempre que o solicitarem, não Vias e Veículos e obedecidos os padrões internacionais.
podendo, entretanto, retirá-los do estabelecimento.
Art. 337. Os CETRAN terão suporte técnico e financeiro
§ 5º A falta de escrituração dos livros, o atraso, a fraude dos Estados e Municípios que os compõem e, o
ao realizá-lo e a recusa de sua exibição serão punidas CONTRANDIFE, do Distrito Federal.
com a multa prevista para as infrações gravíssimas,
Art. 338. As montadoras, encarroçadoras, os
independente das demais cominações legais cabíveis.
importadores e fabricantes, ao comerciarem veículos
§ 6º Os livros previstos neste artigo poderão ser automotores de qualquer categoria e ciclos, são
substituídos por sistema eletrônico, na forma obrigados a fornecer, no ato da comercialização do
regulamentada pelo Contran. (Incluído pela Lei nº respectivo veículo, manual contendo normas de
13.154, de 2015) circulação, infrações, penalidades, direção defensiva,
primeiros socorros e Anexos do Código de Trânsito
Art. 331. Até a nomeação e posse dos membros que
Brasileiro.
passarão a integrar os colegiados destinados ao
julgamento dos recursos administrativos previstos na

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Art. 339. Fica o Poder Executivo autorizado a abrir AUTORIDADE DE TRÂNSITO - dirigente máximo de órgão
crédito especial no valor de R$ 264.954,00 (duzentos e ou entidade executivo integrante do Sistema Nacional
sessenta e quatro mil, novecentos e cinqüenta e quatro de Trânsito ou pessoa por ele expressamente
reais), em favor do ministério ou órgão a que couber a credenciada.
coordenação máxima do Sistema Nacional de Trânsito,
BALANÇO TRASEIRO - distância entre o plano vertical
para atender as despesas decorrentes da implantação
passando pelos centros das rodas traseiras extremas e o
deste Código.
ponto mais recuado do veículo, considerando-se todos
Art. 340. Este Código entra em vigor cento e vinte dias os elementos rigidamente fixados ao mesmo.
após a data de sua publicação.
BICICLETA - veículo de propulsão humana, dotado de
Art. 341. Ficam revogadas as Leis nºs 5.108, de 21 de duas rodas, não sendo, para efeito deste Código, similar
setembro de 1966, 5.693, de 16 de agosto de 1971, à motocicleta, motoneta e ciclomotor.
5.820, de 10 de novembro de 1972, 6.124, de 25 de
BICICLETÁRIO - local, na via ou fora dela, destinado ao
outubro de 1974, 6.308, de 15 de dezembro de 1975,
estacionamento de bicicletas.
6.369, de 27 de outubro de 1976, 6.731, de 4 de
dezembro de 1979, 7.031, de 20 de setembro de 1982, BONDE - veículo de propulsão elétrica que se move
7.052, de 02 de dezembro de 1982, 8.102, de 10 de sobre trilhos.
dezembro de 1990, os arts. 1º a 6º e 11 do Decreto-lei
BORDO DA PISTA - margem da pista, podendo ser
nº 237, de 28 de fevereiro de 1967, e os Decretos-leis
demarcada por linhas longitudinais de bordo que
nºs 584, de 16 de maio de 1969, 912, de 2 de outubro
delineiam a parte da via destinada à circulação de
de 1969, e 2.448, de 21 de julho de 1988.
veículos.
Brasília, 23 de setembro de 1997; 176º da
CALÇADA - parte da via, normalmente segregada e em
Independência e 109º da República.
nível diferente, não destinada à circulação de veículos,
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO reservada ao trânsito de pedestres e, quando possível,
à implantação de mobiliário urbano, sinalização,
Iris Rezende
vegetação e outros fins.
Eliseu Padilha
CAMINHÃO-TRATOR - veículo automotor destinado a
Este texto não substitui o publicado no DOU de tracionar ou arrastar outro.
24.9.1997 e retificado em 25.9.1997
CAMINHONETE - veículo destinado ao transporte de
ANEXO I carga com peso bruto total de até três mil e quinhentos
quilogramas.
Dos Conceitos e Definições
CAMIONETA - veículo misto destinado ao transporte de
Para efeito deste Código adotam-se as seguintes
passageiros e carga no mesmo compartimento.
definições:
CANTEIRO CENTRAL - obstáculo físico construído como
ACOSTAMENTO - parte da via diferenciada da pista de
separador de duas pistas de rolamento, eventualmente
rolamento destinada à parada ou estacionamento de
substituído por marcas viárias (canteiro fictício).
veículos, em caso de emergência, e à circulação de
pedestres e bicicletas, quando não houver local CAPACIDADE MÁXIMA DE TRAÇÃO - máximo peso que a
apropriado para esse fim. unidade de tração é capaz de tracionar, indicado pelo
fabricante, baseado em condições sobre suas limitações
AGENTE DA AUTORIDADE DE TRÂNSITO - pessoa, civil ou
de geração e multiplicação de momento de força e
policial militar, credenciada pela autoridade de trânsito
resistência dos elementos que compõem a transmissão.
para o exercício das atividades de fiscalização,
operação, policiamento ostensivo de trânsito ou CARREATA - deslocamento em fila na via de veículos
patrulhamento. automotores em sinal de regozijo, de reivindicação, de
protesto cívico ou de uma classe.
AR ALVEOLAR - ar expirado pela boca de um indivíduo,
originário dos alvéolos pulmonares. (Incluído pela Lei nº CARRO DE MÃO - veículo de propulsão humana utilizado
12.760, de 2012) no transporte de pequenas cargas.
AUTOMÓVEL - veículo automotor destinado ao CARROÇA - veículo de tração animal destinado ao
transporte de passageiros, com capacidade para até transporte de carga.
oito pessoas, exclusive o condutor.

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CATADIÓPTRICO - dispositivo de reflexão e refração da FOCO DE PEDESTRES - indicação luminosa de permissão


luz utilizado na sinalização de vias e veículos (olho-de- ou impedimento de locomoção na faixa apropriada.
gato).
FREIO DE ESTACIONAMENTO - dispositivo destinado a
CHARRETE - veículo de tração animal destinado ao manter o veículo imóvel na ausência do condutor ou, no
transporte de pessoas. caso de um reboque, se este se encontra desengatado.
CICLO - veículo de pelo menos duas rodas a propulsão FREIO DE SEGURANÇA OU MOTOR - dispositivo
humana. destinado a diminuir a marcha do veículo no caso de
falha do freio de serviço.
CICLOFAIXA - parte da pista de rolamento destinada à
circulação exclusiva de ciclos, delimitada por sinalização FREIO DE SERVIÇO - dispositivo destinado a provocar a
específica. diminuição da marcha do veículo ou pará-lo.
CICLOMOTOR - veículo de duas ou três rodas, provido GESTOS DE AGENTES - movimentos convencionais de
de um motor de combustão interna, cuja cilindrada não braço, adotados exclusivamente pelos agentes de
exceda a cinqüenta centímetros cúbicos (3,05 polegadas autoridades de trânsito nas vias, para orientar, indicar o
cúbicas) e cuja velocidade máxima de fabricação não direito de passagem dos veículos ou pedestres ou emitir
exceda a cinqüenta quilômetros por hora. ordens, sobrepondo-se ou completando outra
sinalização ou norma constante deste Código.
CICLOVIA - pista própria destinada à circulação de ciclos,
separada fisicamente do tráfego comum. GESTOS DE CONDUTORES - movimentos convencionais
de braço, adotados exclusivamente pelos condutores,
CONVERSÃO - movimento em ângulo, à esquerda ou à
para orientar ou indicar que vão efetuar uma manobra
direita, de mudança da direção original do veículo.
de mudança de direção, redução brusca de velocidade
CRUZAMENTO - interseção de duas vias em nível. ou parada.
DISPOSITIVO DE SEGURANÇA - qualquer elemento que ILHA - obstáculo físico, colocado na pista de rolamento,
tenha a função específica de proporcionar maior destinado à ordenação dos fluxos de trânsito em uma
segurança ao usuário da via, alertando-o sobre interseção.
situações de perigo que possam colocar em risco sua
INFRAÇÃO - inobservância a qualquer preceito da
integridade física e dos demais usuários da via, ou
legislação de trânsito, às normas emanadas do Código
danificar seriamente o veículo.
de Trânsito, do Conselho Nacional de Trânsito e a
ESTACIONAMENTO - imobilização de veículos por regulamentação estabelecida pelo órgão ou entidade
tempo superior ao necessário para embarque ou executiva do trânsito.
desembarque de passageiros.
INTERSEÇÃO - todo cruzamento em nível,
ESTRADA - via rural não pavimentada. entroncamento ou bifurcação, incluindo as áreas
formadas por tais cruzamentos, entroncamentos ou
ETILÔMETRO - aparelho destinado à medição do teor
bifurcações.
alcoólico no ar alveolar. (Incluído pela Lei nº 12.760,
de 2012) INTERRUPÇÃO DE MARCHA - imobilização do veículo
para atender circunstância momentânea do trânsito.
FAIXAS DE DOMÍNIO - superfície lindeira às vias rurais,
delimitada por lei específica e sob responsabilidade do LICENCIAMENTO - procedimento anual, relativo a
órgão ou entidade de trânsito competente com obrigações do proprietário de veículo, comprovado por
circunscrição sobre a via. meio de documento específico (Certificado de
Licenciamento Anual).
FAIXAS DE TRÂNSITO - qualquer uma das áreas
longitudinais em que a pista pode ser subdividida, LOGRADOURO PÚBLICO - espaço livre destinado pela
sinalizada ou não por marcas viárias longitudinais, que municipalidade à circulação, parada ou estacionamento
tenham uma largura suficiente para permitir a de veículos, ou à circulação de pedestres, tais como
circulação de veículos automotores. calçada, parques, áreas de lazer, calçadões.
FISCALIZAÇÃO - ato de controlar o cumprimento das LOTAÇÃO - carga útil máxima, incluindo condutor e
normas estabelecidas na legislação de trânsito, por passageiros, que o veículo transporta, expressa em
meio do poder de polícia administrativa de trânsito, no quilogramas para os veículos de carga, ou número de
âmbito de circunscrição dos órgãos e entidades pessoas, para os veículos de passageiros.
executivos de trânsito e de acordo com as competências
definidas neste Código.

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LOTE LINDEIRO - aquele situado ao longo das vias OPERAÇÃO DE CARGA E DESCARGA - imobilização do
urbanas ou rurais e que com elas se limita. veículo, pelo tempo estritamente necessário ao
carregamento ou descarregamento de animais ou
LUZ ALTA - facho de luz do veículo destinado a iluminar
carga, na forma disciplinada pelo órgão ou entidade
a via até uma grande distância do veículo.
executivo de trânsito competente com circunscrição
LUZ BAIXA - facho de luz do veículo destinada a iluminar sobre a via.
a via diante do veículo, sem ocasionar ofuscamento ou
OPERAÇÃO DE TRÂNSITO - monitoramento técnico
incômodo injustificáveis aos condutores e outros
baseado nos conceitos de Engenharia de Tráfego, das
usuários da via que venham em sentido contrário.
condições de fluidez, de estacionamento e parada na
LUZ DE FREIO - luz do veículo destinada a indicar aos via, de forma a reduzir as interferências tais como
demais usuários da via, que se encontram atrás do veículos quebrados, acidentados, estacionados
veículo, que o condutor está aplicando o freio de irregularmente atrapalhando o trânsito, prestando
serviço. socorros imediatos e informações aos pedestres e
condutores.
LUZ INDICADORA DE DIREÇÃO (pisca-pisca) - luz do
veículo destinada a indicar aos demais usuários da via PARADA - imobilização do veículo com a finalidade e
que o condutor tem o propósito de mudar de direção pelo tempo estritamente necessário para efetuar
para a direita ou para a esquerda. embarque ou desembarque de passageiros.
LUZ DE MARCHA À RÉ - luz do veículo destinada a PASSAGEM DE NÍVEL - todo cruzamento de nível entre
iluminar atrás do veículo e advertir aos demais usuários uma via e uma linha férrea ou trilho de bonde com pista
da via que o veículo está efetuando ou a ponto de própria.
efetuar uma manobra de marcha à ré.
PASSAGEM POR OUTRO VEÍCULO - movimento de
LUZ DE NEBLINA - luz do veículo destinada a aumentar a passagem à frente de outro veículo que se desloca no
iluminação da via em caso de neblina, chuva forte ou mesmo sentido, em menor velocidade, mas em faixas
nuvens de pó. distintas da via.
LUZ DE POSIÇÃO (lanterna) - luz do veículo destinada a PASSAGEM SUBTERRÂNEA - obra de arte destinada à
indicar a presença e a largura do veículo. transposição de vias, em desnível subterrâneo, e ao uso
de pedestres ou veículos.
MANOBRA - movimento executado pelo condutor para
alterar a posição em que o veículo está no momento em PASSARELA - obra de arte destinada à transposição de
relação à via. vias, em desnível aéreo, e ao uso de pedestres.
MARCAS VIÁRIAS - conjunto de sinais constituídos de PASSEIO - parte da calçada ou da pista de rolamento,
linhas, marcações, símbolos ou legendas, em tipos e neste último caso, separada por pintura ou elemento
cores diversas, apostos ao pavimento da via. físico separador, livre de interferências, destinada à
circulação exclusiva de pedestres e, excepcionalmente,
MICROÔNIBUS - veículo automotor de transporte
de ciclistas.
coletivo com capacidade para até vinte passageiros.
PATRULHAMENTO - função exercida pela Polícia
MOTOCICLETA - veículo automotor de duas rodas, com
Rodoviária Federal com o objetivo de garantir
ou sem side-car, dirigido por condutor em posição
obediência às normas de trânsito, assegurando a livre
montada.
circulação e evitando acidentes.
MOTONETA - veículo automotor de duas rodas, dirigido
PERÍMETRO URBANO - limite entre área urbana e área
por condutor em posição sentada.
rural.
MOTOR-CASA (MOTOR-HOME) - veículo automotor cuja
PESO BRUTO TOTAL - peso máximo que o veículo
carroçaria seja fechada e destinada a alojamento,
transmite ao pavimento, constituído da soma da tara
escritório, comércio ou finalidades análogas.
mais a lotação.
NOITE - período do dia compreendido entre o pôr-do-
PESO BRUTO TOTAL COMBINADO - peso máximo
sol e o nascer do sol.
transmitido ao pavimento pela combinação de um
ÔNIBUS - veículo automotor de transporte coletivo com caminhão-trator mais seu semi-reboque ou do
capacidade para mais de vinte passageiros, ainda que, caminhão mais o seu reboque ou reboques.
em virtude de adaptações com vista à maior
PISCA-ALERTA - luz intermitente do veículo, utilizada em
comodidade destes, transporte número menor.
caráter de advertência, destinada a indicar aos demais

Estratégia Carreira Jurídica 450


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usuários da via que o veículo está imobilizado ou em SONS POR APITO - sinais sonoros, emitidos
situação de emergência. exclusivamente pelos agentes da autoridade de trânsito
nas vias, para orientar ou indicar o direito de passagem
PISTA - parte da via normalmente utilizada para a
dos veículos ou pedestres, sobrepondo-se ou
circulação de veículos, identificada por elementos
completando sinalização existente no local ou norma
separadores ou por diferença de nível em relação às
estabelecida neste Código.
calçadas, ilhas ou aos canteiros centrais.
TARA - peso próprio do veículo, acrescido dos pesos da
PLACAS - elementos colocados na posição vertical,
carroçaria e equipamento, do combustível, das
fixados ao lado ou suspensos sobre a pista, transmitindo
ferramentas e acessórios, da roda sobressalente, do
mensagens de caráter permanente e, eventualmente,
extintor de incêndio e do fluido de arrefecimento,
variáveis, mediante símbolo ou legendas pré-
expresso em quilogramas.
reconhecidas e legalmente instituídas como sinais de
trânsito. TRAILER - reboque ou semi-reboque tipo casa, com
duas, quatro, ou seis rodas, acoplado ou adaptado à
POLICIAMENTO OSTENSIVO DE TRÂNSITO - função
traseira de automóvel ou camionete, utilizado em geral
exercida pelas Polícias Militares com o objetivo de
em atividades turísticas como alojamento, ou para
prevenir e reprimir atos relacionados com a segurança
atividades comerciais.
pública e de garantir obediência às normas relativas à
segurança de trânsito, assegurando a livre circulação e TRÂNSITO - movimentação e imobilização de veículos,
evitando acidentes. pessoas e animais nas vias terrestres.
PONTE - obra de construção civil destinada a ligar TRANSPOSIÇÃO DE FAIXAS - passagem de um veículo de
margens opostas de uma superfície líquida qualquer. uma faixa demarcada para outra.
REBOQUE - veículo destinado a ser engatado atrás de TRATOR - veículo automotor construído para realizar
um veículo automotor. trabalho agrícola, de construção e pavimentação e
tracionar outros veículos e equipamentos.
REGULAMENTAÇÃO DA VIA - implantação de sinalização
de regulamentação pelo órgão ou entidade competente ULTRAPASSAGEM - movimento de passar à frente de
com circunscrição sobre a via, definindo, entre outros, outro veículo que se desloca no mesmo sentido, em
sentido de direção, tipo de estacionamento, horários e menor velocidade e na mesma faixa de tráfego,
dias. necessitando sair e retornar à faixa de origem.
REFÚGIO - parte da via, devidamente sinalizada e UTILITÁRIO - veículo misto caracterizado pela
protegida, destinada ao uso de pedestres durante a versatilidade do seu uso, inclusive fora de estrada.
travessia da mesma.
VEÍCULO ARTICULADO - combinação de veículos
RENACH - Registro Nacional de Condutores Habilitados. acoplados, sendo um deles automotor.
RENAVAM - Registro Nacional de Veículos Automotores. VEÍCULO AUTOMOTOR - todo veículo a motor de
propulsão que circule por seus próprios meios, e que
RETORNO - movimento de inversão total de sentido da
serve normalmente para o transporte viário de pessoas
direção original de veículos.
e coisas, ou para a tração viária de veículos utilizados
RODOVIA - via rural pavimentada. para o transporte de pessoas e coisas. O termo
compreende os veículos conectados a uma linha elétrica
SEMI-REBOQUE - veículo de um ou mais eixos que se
e que não circulam sobre trilhos (ônibus elétrico).
apóia na sua unidade tratora ou é a ela ligado por meio
de articulação. VEÍCULO DE CARGA - veículo destinado ao transporte de
carga, podendo transportar dois passageiros, exclusive
SINAIS DE TRÂNSITO - elementos de sinalização viária
o condutor.
que se utilizam de placas, marcas viárias, equipamentos
de controle luminosos, dispositivos auxiliares, apitos e VEÍCULO DE COLEÇÃO - aquele que, mesmo tendo sido
gestos, destinados exclusivamente a ordenar ou dirigir fabricado há mais de trinta anos, conserva suas
o trânsito dos veículos e pedestres. características originais de fabricação e possui valor
histórico próprio.
SINALIZAÇÃO - conjunto de sinais de trânsito e
dispositivos de segurança colocados na via pública com VEÍCULO CONJUGADO - combinação de veículos, sendo
o objetivo de garantir sua utilização adequada, o primeiro um veículo automotor e os demais reboques
possibilitando melhor fluidez no trânsito e maior ou equipamentos de trabalho agrícola, construção,
segurança dos veículos e pedestres que nela circulam. terraplenagem ou pavimentação.

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VEÍCULO DE GRANDE PORTE - veículo automotor Disposições Gerais


destinado ao transporte de carga com peso bruto total
Art. 1º (VETADO)
máximo superior a dez mil quilogramas e de
passageiros, superior a vinte passageiros. Art. 2º Quem, de qualquer forma, concorre para a
prática dos crimes previstos nesta Lei, incide nas penas
VEÍCULO DE PASSAGEIROS - veículo destinado ao
a estes cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem
transporte de pessoas e suas bagagens.
como o diretor, o administrador, o membro de conselho
VEÍCULO MISTO - veículo automotor destinado ao e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou
transporte simultâneo de carga e passageiro. mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da
conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a sua
VIA - superfície por onde transitam veículos, pessoas e
prática, quando podia agir para evitá-la.
animais, compreendendo a pista, a calçada, o
acostamento, ilha e canteiro central. Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas
administrativa, civil e penalmente conforme o disposto
VIA DE TRÂNSITO RÁPIDO - aquela caracterizada por
nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por
acessos especiais com trânsito livre, sem interseções em
decisão de seu representante legal ou contratual, ou de
nível, sem acessibilidade direta aos lotes lindeiros e sem
seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua
travessia de pedestres em nível.
entidade.
VIA ARTERIAL - aquela caracterizada por interseções em
Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas
nível, geralmente controlada por semáforo, com
jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, co-
acessibilidade aos lotes lindeiros e às vias secundárias e
autoras ou partícipes do mesmo fato.
locais, possibilitando o trânsito entre as regiões da
cidade. Art. 4º Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica
sempre que sua personalidade for obstáculo ao
VIA COLETORA - aquela destinada a coletar e distribuir
ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do
o trânsito que tenha necessidade de entrar ou sair das
meio ambiente.
vias de trânsito rápido ou arteriais, possibilitando o
trânsito dentro das regiões da cidade. Art. 5º (VETADO)
VIA LOCAL - aquela caracterizada por interseções em CAPÍTULO II
nível não semaforizadas, destinada apenas ao acesso
Da Aplicação da Pena
local ou a áreas restritas.
Art. 6º Para imposição e gradação da penalidade, a
VIA RURAL - estradas e rodovias.
autoridade competente observará:
VIA URBANA - ruas, avenidas, vielas, ou caminhos e
I - a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da
similares abertos à circulação pública, situados na área
infração e suas conseqüências para a saúde pública e
urbana, caracterizados principalmente por possuírem
para o meio ambiente;
imóveis edificados ao longo de sua extensão.
II - os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento
VIAS E ÁREAS DE PEDESTRES - vias ou conjunto de vias
da legislação de interesse ambiental;
destinadas à circulação prioritária de pedestres.
III - a situação econômica do infrator, no caso de multa.
VIADUTO - obra de construção civil destinada a transpor
uma depressão de terreno ou servir de passagem Art. 7º As penas restritivas de direitos são autônomas e
superior. substituem as privativas de liberdade quando:
I - tratar-se de crime culposo ou for aplicada a pena
LEI Nº 9.605/1998 privativa de liberdade inferior a quatro anos;
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e
Dispõe sobre as sanções penais e administrativas
a personalidade do condenado, bem como os motivos e
derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio
as circunstâncias do crime indicarem que a substituição
ambiente, e dá outras providências.
seja suficiente para efeitos de reprovação e prevenção
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o do crime.
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
Parágrafo único. As penas restritivas de direitos a que se
Lei:
refere este artigo terão a mesma duração da pena
CAPÍTULO I privativa de liberdade substituída.

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Art. 8º As penas restritivas de direito são: II - ter o agente cometido a infração:


I - prestação de serviços à comunidade; a) para obter vantagem pecuniária;
II - interdição temporária de direitos; b) coagindo outrem para a execução material da
infração;
III - suspensão parcial ou total de atividades;
c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a
IV - prestação pecuniária;
saúde pública ou o meio ambiente;
V - recolhimento domiciliar.
d) concorrendo para danos à propriedade alheia;
Art. 9º A prestação de serviços à comunidade consiste
e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas
na atribuição ao condenado de tarefas gratuitas junto a
sujeitas, por ato do Poder Público, a regime especial de
parques e jardins públicos e unidades de conservação,
uso;
e, no caso de dano da coisa particular, pública ou
tombada, na restauração desta, se possível. f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos
humanos;
Art. 10. As penas de interdição temporária de direito são
a proibição de o condenado contratar com o Poder g) em período de defeso à fauna;
Público, de receber incentivos fiscais ou quaisquer
h) em domingos ou feriados;
outros benefícios, bem como de participar de licitações,
pelo prazo de cinco anos, no caso de crimes dolosos, e i) à noite;
de três anos, no de crimes culposos.
j) em épocas de seca ou inundações;
Art. 11. A suspensão de atividades será aplicada quando
l) no interior do espaço territorial especialmente
estas não estiverem obedecendo às prescrições legais.
protegido;
Art. 12. A prestação pecuniária consiste no pagamento
m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou
em dinheiro à vítima ou à entidade pública ou privada
captura de animais;
com fim social, de importância, fixada pelo juiz, não
inferior a um salário mínimo nem superior a trezentos e n) mediante fraude ou abuso de confiança;
sessenta salários mínimos. O valor pago será deduzido
o) mediante abuso do direito de licença, permissão ou
do montante de eventual reparação civil a que for
autorização ambiental;
condenado o infrator.
p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou
Art. 13. O recolhimento domiciliar baseia-se na
parcialmente, por verbas públicas ou beneficiada por
autodisciplina e senso de responsabilidade do
incentivos fiscais;
condenado, que deverá, sem vigilância, trabalhar,
freqüentar curso ou exercer atividade autorizada, q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios
permanecendo recolhido nos dias e horários de folga oficiais das autoridades competentes;
em residência ou em qualquer local destinado a sua
r) facilitada por funcionário público no exercício de suas
moradia habitual, conforme estabelecido na sentença
funções.
condenatória.
Art. 16. Nos crimes previstos nesta Lei, a suspensão
Art. 14. São circunstâncias que atenuam a pena:
condicional da pena pode ser aplicada nos casos de
I - baixo grau de instrução ou escolaridade do agente; condenação a pena privativa de liberdade não superior
a três anos.
II - arrependimento do infrator, manifestado pela
espontânea reparação do dano, ou limitação Art. 17. A verificação da reparação a que se refere o § 2º
significativa da degradação ambiental causada; do art. 78 do Código Penal será feita mediante laudo de
reparação do dano ambiental, e as condições a serem
III - comunicação prévia pelo agente do perigo iminente
impostas pelo juiz deverão relacionar-se com a proteção
de degradação ambiental;
ao meio ambiente.
IV - colaboração com os agentes encarregados da
Art. 18. A multa será calculada segundo os critérios do
vigilância e do controle ambiental.
Código Penal; se revelar-se ineficaz, ainda que aplicada
Art. 15. São circunstâncias que agravam a pena, quando no valor máximo, poderá ser aumentada até três vezes,
não constituem ou qualificam o crime: tendo em vista o valor da vantagem econômica
auferida.
I - reincidência nos crimes de natureza ambiental;

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Art. 19. A perícia de constatação do dano ambiental, III - manutenção de espaços públicos;
sempre que possível, fixará o montante do prejuízo
IV - contribuições a entidades ambientais ou culturais
causado para efeitos de prestação de fiança e cálculo de
públicas.
multa.
Art. 24. A pessoa jurídica constituída ou utilizada,
Parágrafo único. A perícia produzida no inquérito civil
preponderantemente, com o fim de permitir, facilitar ou
ou no juízo cível poderá ser aproveitada no processo
ocultar a prática de crime definido nesta Lei terá
penal, instaurando-se o contraditório.
decretada sua liquidação forçada, seu patrimônio será
Art. 20. A sentença penal condenatória, sempre que considerado instrumento do crime e como tal perdido
possível, fixará o valor mínimo para reparação dos em favor do Fundo Penitenciário Nacional.
danos causados pela infração, considerando os
CAPÍTULO III
prejuízos sofridos pelo ofendido ou pelo meio
ambiente. Da Apreensão do Produto e do Instrumento de
Infração Administrativa ou de Crime
Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença
condenatória, a execução poderá efetuar-se pelo valor Art. 25. Verificada a infração, serão apreendidos seus
fixado nos termos do caput, sem prejuízo da liquidação produtos e instrumentos, lavrando-se os respectivos
para apuração do dano efetivamente sofrido. autos.
Art. 21. As penas aplicáveis isolada, cumulativa ou § 1º Os animais serão prioritariamente libertados em
alternativamente às pessoas jurídicas, de acordo com o seu habitat ou, sendo tal medida inviável ou não
disposto no art. 3º, são: recomendável por questões sanitárias, entregues a
jardins zoológicos, fundações ou entidades
I - multa;
assemelhadas, para guarda e cuidados sob a
II - restritivas de direitos; responsabilidade de técnicos habilitados. (Redação
dada pela Lei nº 13.052, de 2014)
III - prestação de serviços à comunidade.
§ 2º Até que os animais sejam entregues às instituições
Art. 22. As penas restritivas de direitos da pessoa
mencionadas no § 1º deste artigo, o órgão autuante
jurídica são:
zelará para que eles sejam mantidos em condições
I - suspensão parcial ou total de atividades; adequadas de acondicionamento e transporte que
garantam o seu bem-estar físico. (Redação dada pela
II - interdição temporária de estabelecimento, obra ou
Lei nº 13.052, de 2014)
atividade;
§ 3º Tratando-se de produtos perecíveis ou madeiras,
III - proibição de contratar com o Poder Público, bem
serão estes avaliados e doados a instituições científicas,
como dele obter subsídios, subvenções ou doações.
hospitalares, penais e outras com fins beneficentes.
§ 1º A suspensão de atividades será aplicada quando (Renumerando do §2º para §3º pela Lei nº 13.052, de
estas não estiverem obedecendo às disposições legais 2014)
ou regulamentares, relativas à proteção do meio
§ 4º Os produtos e subprodutos da fauna não perecíveis
ambiente.
serão destruídos ou doados a instituições científicas,
§ 2º A interdição será aplicada quando o culturais ou educacionais. (Renumerando do §3º para
estabelecimento, obra ou atividade estiver funcionando §4º pela Lei nº 13.052, de 2014)
sem a devida autorização, ou em desacordo com a
§ 5º Os instrumentos utilizados na prática da infração
concedida, ou com violação de disposição legal ou
serão vendidos, garantida a sua descaracterização por
regulamentar.
meio da reciclagem. (Renumerando do §4º para §5º
§ 3º A proibição de contratar com o Poder Público e dele pela Lei nº 13.052, de 2014)
obter subsídios, subvenções ou doações não poderá
CAPÍTULO IV
exceder o prazo de dez anos.
Da Ação e do Processo Penal
Art. 23. A prestação de serviços à comunidade pela
pessoa jurídica consistirá em: Art. 26. Nas infrações penais previstas nesta Lei, a ação
penal é pública incondicionada.
I - custeio de programas e de projetos ambientais;
Parágrafo único. (VETADO)
II - execução de obras de recuperação de áreas
degradadas;

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Art. 27. Nos crimes ambientais de menor potencial I - quem impede a procriação da fauna, sem licença,
ofensivo, a proposta de aplicação imediata de pena autorização ou em desacordo com a obtida;
restritiva de direitos ou multa, prevista no art. 76 da Lei
II - quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo ou
nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, somente poderá
criadouro natural;
ser formulada desde que tenha havido a prévia
composição do dano ambiental, de que trata o art. 74 III - quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire,
da mesma lei, salvo em caso de comprovada guarda, tem em cativeiro ou depósito, utiliza ou
impossibilidade. transporta ovos, larvas ou espécimes da fauna silvestre,
nativa ou em rota migratória, bem como produtos e
Art. 28. As disposições do art. 89 da Lei nº 9.099, de 26
objetos dela oriundos, provenientes de criadouros não
de setembro de 1995, aplicam-se aos crimes de menor
autorizados ou sem a devida permissão, licença ou
potencial ofensivo definidos nesta Lei, com as seguintes
autorização da autoridade competente.
modificações:
§ 2º No caso de guarda doméstica de espécie silvestre
I - a declaração de extinção de punibilidade, de que trata
não considerada ameaçada de extinção, pode o juiz,
o § 5° do artigo referido no caput, dependerá de laudo
considerando as circunstâncias, deixar de aplicar a pena.
de constatação de reparação do dano ambiental,
ressalvada a impossibilidade prevista no inciso I do § 1° § 3° São espécimes da fauna silvestre todos aqueles
do mesmo artigo; pertencentes às espécies nativas, migratórias e
quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que tenham
II - na hipótese de o laudo de constatação comprovar
todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos
não ter sido completa a reparação, o prazo de
limites do território brasileiro, ou águas jurisdicionais
suspensão do processo será prorrogado, até o período
brasileiras.
máximo previsto no artigo referido no caput, acrescido
de mais um ano, com suspensão do prazo da prescrição; § 4º A pena é aumentada de metade, se o crime é
praticado:
III - no período de prorrogação, não se aplicarão as
condições dos incisos II, III e IV do § 1° do artigo I - contra espécie rara ou considerada ameaçada de
mencionado no caput; extinção, ainda que somente no local da infração;
IV - findo o prazo de prorrogação, proceder-se-á à II - em período proibido à caça;
lavratura de novo laudo de constatação de reparação do
III - durante a noite;
dano ambiental, podendo, conforme seu resultado, ser
novamente prorrogado o período de suspensão, até o IV - com abuso de licença;
máximo previsto no inciso II deste artigo, observado o
V - em unidade de conservação;
disposto no inciso III;
VI - com emprego de métodos ou instrumentos capazes
V - esgotado o prazo máximo de prorrogação, a
de provocar destruição em massa.
declaração de extinção de punibilidade dependerá de
laudo de constatação que comprove ter o acusado § 5º A pena é aumentada até o triplo, se o crime decorre
tomado as providências necessárias à reparação do exercício de caça profissional.
integral do dano.
§ 6º As disposições deste artigo não se aplicam aos atos
CAPÍTULO V de pesca.
Dos Crimes Contra o Meio Ambiente Art. 30. Exportar para o exterior peles e couros de
anfíbios e répteis em bruto, sem a autorização da
Seção I
autoridade ambiental competente:
Dos Crimes contra a Fauna
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar
Art. 31. Introduzir espécime animal no País, sem parecer
espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota
técnico oficial favorável e licença expedida por
migratória, sem a devida permissão, licença ou
autoridade competente:
autorização da autoridade competente, ou em
desacordo com a obtida: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Pena - detenção de seis meses a um ano, e multa. Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou
mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados,
§ 1º Incorre nas mesmas penas:
nativos ou exóticos:

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Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. suscetíveis ou não de aproveitamento econômico,
ressalvadas as espécies ameaçadas de extinção,
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência
constantes nas listas oficiais da fauna e da flora.
dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins
didáticos ou científicos, quando existirem recursos Art. 37. Não é crime o abate de animal, quando
alternativos. realizado:
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se I - em estado de necessidade, para saciar a fome do
ocorre morte do animal. agente ou de sua família;
Art. 33. Provocar, pela emissão de efluentes ou II - para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação
carreamento de materiais, o perecimento de espécimes predatória ou destruidora de animais, desde que legal e
da fauna aquática existentes em rios, lagos, açudes, expressamente autorizado pela autoridade
lagoas, baías ou águas jurisdicionais brasileiras: competente;
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas III – (VETADO)
cumulativamente.
IV - por ser nocivo o animal, desde que assim
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas: caracterizado pelo órgão competente.
I - quem causa degradação em viveiros, açudes ou Seção II
estações de aqüicultura de domínio público;
Dos Crimes contra a Flora
II - quem explora campos naturais de invertebrados
Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de
aquáticos e algas, sem licença, permissão ou
preservação permanente, mesmo que em formação, ou
autorização da autoridade competente;
utilizá-la com infringência das normas de proteção:
III - quem fundeia embarcações ou lança detritos de
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas
qualquer natureza sobre bancos de moluscos ou corais,
as penas cumulativamente.
devidamente demarcados em carta náutica.
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será
Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja proibida
reduzida à metade.
ou em lugares interditados por órgão competente:
Art. 38-A. Destruir ou danificar vegetação primária ou
Pena - detenção de um ano a três anos ou multa, ou
secundária, em estágio avançado ou médio de
ambas as penas cumulativamente.
regeneração, do Bioma Mata Atlântica, ou utilizá-la com
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem: infringência das normas de proteção: (Incluído pela
Lei nº 11.428, de 2006).
I - pesca espécies que devam ser preservadas ou
espécimes com tamanhos inferiores aos permitidos; Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, ou multa, ou
ambas as penas cumulativamente. (Incluído pela Lei
II - pesca quantidades superiores às permitidas, ou
nº 11.428, de 2006).
mediante a utilização de aparelhos, petrechos, técnicas
e métodos não permitidos; Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será
reduzida à metade. (Incluído pela Lei nº 11.428, de
III - transporta, comercializa, beneficia ou industrializa
2006).
espécimes provenientes da coleta, apanha e pesca
proibidas. Art. 39. Cortar árvores em floresta considerada de
preservação permanente, sem permissão da autoridade
Art. 35. Pescar mediante a utilização de:
competente:
I - explosivos ou substâncias que, em contato com a
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas
água, produzam efeito semelhante;
as penas cumulativamente.
II - substâncias tóxicas, ou outro meio proibido pela
Art. 40. Causar dano direto ou indireto às Unidades de
autoridade competente:
Conservação e às áreas de que trata o art. 27 do Decreto
Pena - reclusão de um ano a cinco anos. nº 99.274, de 6 de junho de 1990, independentemente
de sua localização:
Art. 36. Para os efeitos desta Lei, considera-se pesca
todo ato tendente a retirar, extrair, coletar, apanhar, Pena - reclusão, de um a cinco anos.
apreender ou capturar espécimes dos grupos dos
§ 1º Entende-se por Unidades de Conservação de
peixes, crustáceos, moluscos e vegetais hidróbios,
Proteção Integral as Estações Ecológicas, as Reservas

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Biológicas, os Parques Nacionais, os Monumentos Pena - reclusão, de um a dois anos, e multa.


Naturais e os Refúgios de Vida Silvestre. (Redação
Art. 46. Receber ou adquirir, para fins comerciais ou
dada pela Lei nº 9.985, de 2000)
industriais, madeira, lenha, carvão e outros produtos de
§ 2º A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas origem vegetal, sem exigir a exibição de licença do
de extinção no interior das Unidades de Conservação de vendedor, outorgada pela autoridade competente, e
Proteção Integral será considerada circunstância sem munir-se da via que deverá acompanhar o produto
agravante para a fixação da pena. (Redação dada até final beneficiamento:
pela Lei nº 9.985, de 2000)
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
§ 3º Se o crime for culposo, a pena será reduzida à
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem
metade.
vende, expõe à venda, tem em depósito, transporta ou
Art. 40-A. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.985, de guarda madeira, lenha, carvão e outros produtos de
2000) origem vegetal, sem licença válida para todo o tempo da
viagem ou do armazenamento, outorgada pela
§ 1º Entende-se por Unidades de Conservação de Uso
autoridade competente.
Sustentável as Áreas de Proteção Ambiental, as Áreas de
Relevante Interesse Ecológico, as Florestas Nacionais, as Art. 47. (VETADO)
Reservas Extrativistas, as Reservas de Fauna, as
Art. 48. Impedir ou dificultar a regeneração natural de
Reservas de Desenvolvimento Sustentável e as Reservas
florestas e demais formas de vegetação:
Particulares do Patrimônio Natural. (Incluído pela Lei
nº 9.985, de 2000) Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
§ 2º A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas Art. 49. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por
de extinção no interior das Unidades de Conservação de qualquer modo ou meio, plantas de ornamentação de
Uso Sustentável será considerada circunstância logradouros públicos ou em propriedade privada alheia:
agravante para a fixação da pena. (Incluído pela Lei
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, ou
nº 9.985, de 2000)
ambas as penas cumulativamente.
§ 3º Se o crime for culposo, a pena será reduzida à
Parágrafo único. No crime culposo, a pena é de um a seis
metade. (Incluído pela Lei nº 9.985, de 2000)
meses, ou multa.
Art. 41. Provocar incêndio em mata ou floresta:
Art. 50. Destruir ou danificar florestas nativas ou
Pena - reclusão, de dois a quatro anos, e multa. plantadas ou vegetação fixadora de dunas, protetora de
mangues, objeto de especial preservação:
Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de
detenção de seis meses a um ano, e multa. Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Art. 42. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões Art. 50-A. Desmatar, explorar economicamente ou
que possam provocar incêndios nas florestas e demais degradar floresta, plantada ou nativa, em terras de
formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer domínio público ou devolutas, sem autorização do
tipo de assentamento humano: órgão competente: (Incluído pela Lei nº 11.284, de
2006)
Pena - detenção de um a três anos ou multa, ou ambas
as penas cumulativamente. Pena - reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa.
(Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)
Art. 43. (VETADO)
§ 1º Não é crime a conduta praticada quando necessária
Art. 44. Extrair de florestas de domínio público ou
à subsistência imediata pessoal do agente ou de sua
consideradas de preservação permanente, sem prévia
família. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)
autorização, pedra, areia, cal ou qualquer espécie de
minerais: § 2º Se a área explorada for superior a 1.000 ha (mil
hectares), a pena será aumentada de 1 (um) ano por
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
milhar de hectare. (Incluído pela Lei nº 11.284, de
Art. 45. Cortar ou transformar em carvão madeira de lei, 2006)
assim classificada por ato do Poder Público, para fins
Art. 51. Comercializar motosserra ou utilizá-la em
industriais, energéticos ou para qualquer outra
florestas e nas demais formas de vegetação, sem licença
exploração, econômica ou não, em desacordo com as
ou registro da autoridade competente:
determinações legais:

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Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. § 3º Incorre nas mesmas penas previstas no parágrafo
anterior quem deixar de adotar, quando assim o exigir a
Art. 52. Penetrar em Unidades de Conservação
autoridade competente, medidas de precaução em caso
conduzindo substâncias ou instrumentos próprios para
de risco de dano ambiental grave ou irreversível.
caça ou para exploração de produtos ou subprodutos
florestais, sem licença da autoridade competente: Art. 55. Executar pesquisa, lavra ou extração de recursos
minerais sem a competente autorização, permissão,
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
concessão ou licença, ou em desacordo com a obtida:
Art. 53. Nos crimes previstos nesta Seção, a pena é
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
aumentada de um sexto a um terço se:
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem deixa
I - do fato resulta a diminuição de águas naturais, a
de recuperar a área pesquisada ou explorada, nos
erosão do solo ou a modificação do regime climático;
termos da autorização, permissão, licença, concessão
II - o crime é cometido: ou determinação do órgão competente.
a) no período de queda das sementes; Art. 56. Produzir, processar, embalar, importar,
exportar, comercializar, fornecer, transportar,
b) no período de formação de vegetações;
armazenar, guardar, ter em depósito ou usar produto
c) contra espécies raras ou ameaçadas de extinção, ou substância tóxica, perigosa ou nociva à saúde
ainda que a ameaça ocorra somente no local da humana ou ao meio ambiente, em desacordo com as
infração; exigências estabelecidas em leis ou nos seus
regulamentos:
d) em época de seca ou inundação;
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
e) durante a noite, em domingo ou feriado.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: (Redação
Seção III
dada pela Lei nº 12.305, de 2010)
Da Poluição e outros Crimes Ambientais
I - abandona os produtos ou substâncias referidos no
Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis caput ou os utiliza em desacordo com as normas
tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde ambientais ou de segurança; (Incluído pela Lei nº
humana, ou que provoquem a mortandade de animais 12.305, de 2010)
ou a destruição significativa da flora:
II - manipula, acondiciona, armazena, coleta, transporta,
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. reutiliza, recicla ou dá destinação final a resíduos
perigosos de forma diversa da estabelecida em lei ou
§ 1º Se o crime é culposo:
regulamento. (Incluído pela Lei nº 12.305, de 2010)
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
§ 2º Se o produto ou a substância for nuclear ou
§ 2º Se o crime: radioativa, a pena é aumentada de um sexto a um terço.
I - tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a § 3º Se o crime é culposo:
ocupação humana;
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
II - causar poluição atmosférica que provoque a retirada,
Art. 57. (VETADO)
ainda que momentânea, dos habitantes das áreas
afetadas, ou que cause danos diretos à saúde da Art. 58. Nos crimes dolosos previstos nesta Seção, as
população; penas serão aumentadas:
III - causar poluição hídrica que torne necessária a I - de um sexto a um terço, se resulta dano irreversível à
interrupção do abastecimento público de água de uma flora ou ao meio ambiente em geral;
comunidade;
II - de um terço até a metade, se resulta lesão corporal
IV - dificultar ou impedir o uso público das praias; de natureza grave em outrem;
V - ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos III - até o dobro, se resultar a morte de outrem.
ou gasosos, ou detritos, óleos ou substâncias oleosas,
Parágrafo único. As penalidades previstas neste artigo
em desacordo com as exigências estabelecidas em leis
somente serão aplicadas se do fato não resultar crime
ou regulamentos:
mais grave.
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
Art. 59. (VETADO)

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Art. 60. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer ou histórico, a pena é de 6 (seis) meses a 1 (um) ano de
funcionar, em qualquer parte do território nacional, detenção e multa. (Renumerado do parágrafo único
estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente pela Lei nº 12.408, de 2011)
poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos
§ 2º Não constitui crime a prática de grafite realizada
ambientais competentes, ou contrariando as normas
com o objetivo de valorizar o patrimônio público ou
legais e regulamentares pertinentes:
privado mediante manifestação artística, desde que
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa, ou consentida pelo proprietário e, quando couber, pelo
ambas as penas cumulativamente. locatário ou arrendatário do bem privado e, no caso de
bem público, com a autorização do órgão competente e
Art. 61. Disseminar doença ou praga ou espécies que
a observância das posturas municipais e das normas
possam causar dano à agricultura, à pecuária, à fauna, à
editadas pelos órgãos governamentais responsáveis
flora ou aos ecossistemas:
pela preservação e conservação do patrimônio histórico
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. e artístico nacional. (Incluído pela Lei nº 12.408, de
2011)
Seção IV
Seção V
Dos Crimes contra o Ordenamento Urbano e o
Patrimônio Cultural Dos Crimes contra a Administração Ambiental
Art. 62. Destruir, inutilizar ou deteriorar: Art. 66. Fazer o funcionário público afirmação falsa ou
enganosa, omitir a verdade, sonegar informações ou
I - bem especialmente protegido por lei, ato
dados técnico-científicos em procedimentos de
administrativo ou decisão judicial;
autorização ou de licenciamento ambiental:
II - arquivo, registro, museu, biblioteca, pinacoteca,
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
instalação científica ou similar protegido por lei, ato
administrativo ou decisão judicial: Art. 67. Conceder o funcionário público licença,
autorização ou permissão em desacordo com as normas
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
ambientais, para as atividades, obras ou serviços cuja
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena é de seis realização depende de ato autorizativo do Poder
meses a um ano de detenção, sem prejuízo da multa. Público:
Art. 63. Alterar o aspecto ou estrutura de edificação ou Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
local especialmente protegido por lei, ato
Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de três
administrativo ou decisão judicial, em razão de seu valor
meses a um ano de detenção, sem prejuízo da multa.
paisagístico, ecológico, turístico, artístico, histórico,
cultural, religioso, arqueológico, etnográfico ou Art. 68. Deixar, aquele que tiver o dever legal ou
monumental, sem autorização da autoridade contratual de fazê-lo, de cumprir obrigação de relevante
competente ou em desacordo com a concedida: interesse ambiental:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Art. 64. Promover construção em solo não edificável, ou Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de três
no seu entorno, assim considerado em razão de seu meses a um ano, sem prejuízo da multa.
valor paisagístico, ecológico, artístico, turístico,
Art. 69. Obstar ou dificultar a ação fiscalizadora do
histórico, cultural, religioso, arqueológico, etnográfico
Poder Público no trato de questões ambientais:
ou monumental, sem autorização da autoridade
competente ou em desacordo com a concedida: Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. Art. 69-A. Elaborar ou apresentar, no licenciamento,
concessão florestal ou qualquer outro procedimento
Art. 65. Pichar ou por outro meio conspurcar edificação
administrativo, estudo, laudo ou relatório ambiental
ou monumento urbano: (Redação dada pela Lei nº
total ou parcialmente falso ou enganoso, inclusive por
12.408, de 2011)
omissão: (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
(Redação dada pela Lei nº 12.408, de 2011)
(Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)
§ 1º Se o ato for realizado em monumento ou coisa
§ 1º Se o crime é culposo: (Incluído pela Lei nº 11.284,
tombada em virtude do seu valor artístico, arqueológico
de 2006)

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Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos. (Incluído Art. 72. As infrações administrativas são punidas com as
pela Lei nº 11.284, de 2006) seguintes sanções, observado o disposto no art. 6º:
§ 2º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois I - advertência;
terços), se há dano significativo ao meio ambiente, em
II - multa simples;
decorrência do uso da informação falsa, incompleta ou
enganosa. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) III - multa diária;
CAPÍTULO VI IV - apreensão dos animais, produtos e subprodutos da
fauna e flora, instrumentos, petrechos, equipamentos
Da Infração Administrativa
ou veículos de qualquer natureza utilizados na infração;
Art. 70. Considera-se infração administrativa ambiental
V - destruição ou inutilização do produto;
toda ação ou omissão que viole as regras jurídicas de
uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio VI - suspensão de venda e fabricação do produto;
ambiente.
VII - embargo de obra ou atividade;
§ 1º São autoridades competentes para lavrar auto de
VIII - demolição de obra;
infração ambiental e instaurar processo administrativo
os funcionários de órgãos ambientais integrantes do IX - suspensão parcial ou total de atividades;
Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA,
X – (VETADO)
designados para as atividades de fiscalização, bem como
os agentes das Capitanias dos Portos, do Ministério da XI - restritiva de direitos.
Marinha.
§ 1º Se o infrator cometer, simultaneamente, duas ou
§ 2º Qualquer pessoa, constatando infração ambiental, mais infrações, ser-lhe-ão aplicadas, cumulativamente,
poderá dirigir representação às autoridades as sanções a elas cominadas.
relacionadas no parágrafo anterior, para efeito do
§ 2º A advertência será aplicada pela inobservância das
exercício do seu poder de polícia.
disposições desta Lei e da legislação em vigor, ou de
§ 3º A autoridade ambiental que tiver conhecimento de preceitos regulamentares, sem prejuízo das demais
infração ambiental é obrigada a promover a sua sanções previstas neste artigo.
apuração imediata, mediante processo administrativo
§ 3º A multa simples será aplicada sempre que o agente,
próprio, sob pena de co-responsabilidade.
por negligência ou dolo:
§ 4º As infrações ambientais são apuradas em processo
I - advertido por irregularidades que tenham sido
administrativo próprio, assegurado o direito de ampla
praticadas, deixar de saná-las, no prazo assinalado por
defesa e o contraditório, observadas as disposições
órgão competente do SISNAMA ou pela Capitania dos
desta Lei.
Portos, do Ministério da Marinha;
Art. 71. O processo administrativo para apuração de
II - opuser embaraço à fiscalização dos órgãos do
infração ambiental deve observar os seguintes prazos
SISNAMA ou da Capitania dos Portos, do Ministério da
máximos:
Marinha.
I - vinte dias para o infrator oferecer defesa ou
§ 4° A multa simples pode ser convertida em serviços de
impugnação contra o auto de infração, contados da data
preservação, melhoria e recuperação da qualidade do
da ciência da autuação;
meio ambiente.
II - trinta dias para a autoridade competente julgar o
§ 5º A multa diária será aplicada sempre que o
auto de infração, contados da data da sua lavratura,
cometimento da infração se prolongar no tempo.
apresentada ou não a defesa ou impugnação;
§ 6º A apreensão e destruição referidas nos incisos IV e
III - vinte dias para o infrator recorrer da decisão
V do caput obedecerão ao disposto no art. 25 desta Lei.
condenatória à instância superior do Sistema Nacional
do Meio Ambiente - SISNAMA, ou à Diretoria de Portos § 7º As sanções indicadas nos incisos VI a IX
e Costas, do Ministério da Marinha, de acordo com o do caput serão aplicadas quando o produto, a obra, a
tipo de autuação; atividade ou o estabelecimento não estiverem
obedecendo às prescrições legais ou regulamentares.
IV – cinco dias para o pagamento de multa, contados da
data do recebimento da notificação. § 8º As sanções restritivas de direito são:
I - suspensão de registro, licença ou autorização;

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II - cancelamento de registro, licença ou autorização; § 2º A solicitação deverá conter:


III - perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais; I - o nome e a qualificação da autoridade solicitante;
IV - perda ou suspensão da participação em linhas de II - o objeto e o motivo de sua formulação;
financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito;
III - a descrição sumária do procedimento em curso no
V - proibição de contratar com a Administração Pública, país solicitante;
pelo período de até três anos.
IV - a especificação da assistência solicitada;
Art. 73. Os valores arrecadados em pagamento de
V - a documentação indispensável ao seu
multas por infração ambiental serão revertidos ao
esclarecimento, quando for o caso.
Fundo Nacional do Meio Ambiente, criado pela Lei nº
7.797, de 10 de julho de 1989, Fundo Naval, criado Art. 78. Para a consecução dos fins visados nesta Lei e
pelo Decreto nº 20.923, de 8 de janeiro de 1932, fundos especialmente para a reciprocidade da cooperação
estaduais ou municipais de meio ambiente, ou internacional, deve ser mantido sistema de
correlatos, conforme dispuser o órgão arrecadador. comunicações apto a facilitar o intercâmbio rápido e
seguro de informações com órgãos de outros países.
Art. 74. A multa terá por base a unidade, hectare, metro
cúbico, quilograma ou outra medida pertinente, de CAPÍTULO VIII
acordo com o objeto jurídico lesado.
Disposições Finais
Art. 75. O valor da multa de que trata este Capítulo será
Art. 79. Aplicam-se subsidiariamente a esta Lei as
fixado no regulamento desta Lei e corrigido
disposições do Código Penal e do Código de Processo
periodicamente, com base nos índices estabelecidos na
Penal.
legislação pertinente, sendo o mínimo de R$ 50,00
(cinqüenta reais) e o máximo de R$ 50.000.000,00 Art. 79-A. Para o cumprimento do disposto nesta Lei, os
(cinqüenta milhões de reais). órgãos ambientais integrantes do SISNAMA,
responsáveis pela execução de programas e projetos e
Art. 76. O pagamento de multa imposta pelos Estados,
pelo controle e fiscalização dos estabelecimentos e das
Municípios, Distrito Federal ou Territórios substitui a
atividades suscetíveis de degradarem a qualidade
multa federal na mesma hipótese de incidência.
ambiental, ficam autorizados a celebrar, com força de
CAPÍTULO VII título executivo extrajudicial, termo de compromisso
com pessoas físicas ou jurídicas responsáveis pela
Da Cooperação Internacional Para a Preservação do
construção, instalação, ampliação e funcionamento de
Meio Ambiente
estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos
Art. 77. Resguardados a soberania nacional, a ordem ambientais, considerados efetiva ou potencialmente
pública e os bons costumes, o Governo brasileiro poluidores. (Redação dada pela Medida Provisória
prestará, no que concerne ao meio ambiente, a nº 2.163-41, de 2001)
necessária cooperação a outro país, sem qualquer ônus,
§ 1º O termo de compromisso a que se refere este
quando solicitado para:
artigo destinar-se-á, exclusivamente, a permitir que as
I - produção de prova; pessoas físicas e jurídicas mencionadas
no caput possam promover as necessárias correções de
II - exame de objetos e lugares;
suas atividades, para o atendimento das exigências
III - informações sobre pessoas e coisas; impostas pelas autoridades ambientais competentes,
sendo obrigatório que o respectivo instrumento
IV - presença temporária da pessoa presa, cujas
disponha sobre: (Redação dada pela Medida
declarações tenham relevância para a decisão de uma
Provisória nº 2.163-41, de 2001)
causa;
I - o nome, a qualificação e o endereço das partes
V - outras formas de assistência permitidas pela
compromissadas e dos respectivos representantes
legislação em vigor ou pelos tratados de que o Brasil seja
legais; (Redação dada pela Medida Provisória nº
parte.
2.163-41, de 2001)
§ 1° A solicitação de que trata este artigo será dirigida
II - o prazo de vigência do compromisso, que, em função
ao Ministério da Justiça, que a remeterá, quando
da complexidade das obrigações nele fixadas, poderá
necessário, ao órgão judiciário competente para decidir
variar entre o mínimo de noventa dias e o máximo de
a seu respeito, ou a encaminhará à autoridade capaz de
três anos, com possibilidade de prorrogação por igual
atendê-la.

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período; (Redação dada pela Medida Provisória nº § 6º O termo de compromisso deverá ser firmado em
2.163-41, de 2001) até noventa dias, contados da protocolização do
requerimento. (Incluído pela Medida Provisória nº
III - a descrição detalhada de seu objeto, o valor do
2.163-41, de 2001)
investimento previsto e o cronograma físico de
execução e de implantação das obras e serviços § 7º O requerimento de celebração do termo de
exigidos, com metas trimestrais a serem compromisso deverá conter as informações necessárias
atingidas; (Redação dada pela Medida Provisória nº à verificação da sua viabilidade técnica e jurídica, sob
2.163-41, de 2001) pena de indeferimento do plano. (Incluído pela
Medida Provisória nº 2.163-41, de 2001)
IV - as multas que podem ser aplicadas à pessoa física
ou jurídica compromissada e os casos de rescisão, em § 8º Sob pena de ineficácia, os termos de compromisso
decorrência do não-cumprimento das obrigações nele deverão ser publicados no órgão oficial competente,
pactuadas; (Redação dada pela Medida Provisória mediante extrato. (Incluído pela Medida Provisória
nº 2.163-41, de 2001) nº 2.163-41, de 2001)
V - o valor da multa de que trata o inciso IV não poderá Art. 80. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no
ser superior ao valor do investimento prazo de noventa dias a contar de sua publicação.
previsto; (Redação dada pela Medida Provisória nº
Art. 81. (VETADO)
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Art. 82. Revogam-se as disposições em contrário.
VI - o foro competente para dirimir litígios entre as
partes. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.163-41, Brasília, 12 de fevereiro de 1998; 177º da Independência
de 2001) e 110º da República.
§ 2º No tocante aos empreendimentos em curso até o FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
dia 30 de março de 1998, envolvendo construção,
Gustavo Krause
instalação, ampliação e funcionamento de
estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos Este texto não substitui o publicado no DOU de
ambientais, considerados efetiva ou potencialmente 13.2.1998 e retificado em 17.2.1998
poluidores, a assinatura do termo de compromisso
deverá ser requerida pelas pessoas físicas e jurídicas
interessadas, até o dia 31 de dezembro de 1998,
LEI Nº 9.609/1998
mediante requerimento escrito protocolizado junto aos
Dispõe sobre a proteção da propriedade intelectual de
órgãos competentes do SISNAMA, devendo ser firmado
programa de computador, sua comercialização no País,
pelo dirigente máximo do
e dá outras providências.
estabelecimento. (Redação dada pela Medida
Provisória nº 2.163-41, de 2001) O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
§ 3º Da data da protocolização do requerimento
Lei:
previsto no § 2º e enquanto perdurar a vigência do
correspondente termo de compromisso, ficarão CAPÍTULO I
suspensas, em relação aos fatos que deram causa à
Das Disposições Gerais
celebração do instrumento, a aplicação de sanções
administrativas contra a pessoa física ou jurídica que o Art. 1º Programa de computador é a expressão de um
houver firmado. (Redação dada pela Medida conjunto organizado de instruções em linguagem
Provisória nº 2.163-41, de 2001) natural ou codificada, contida em suporte físico de
qualquer natureza, de emprego necessário em
§ 4º A celebração do termo de compromisso de que
máquinas automáticas de tratamento da informação,
trata este artigo não impede a execução de eventuais
dispositivos, instrumentos ou equipamentos
multas aplicadas antes da protocolização do
periféricos, baseados em técnica digital ou análoga,
requerimento. (Redação dada pela Medida
para fazê-los funcionar de modo e para fins
Provisória nº 2.163-41, de 2001)
determinados.
§ 5º Considera-se rescindido de pleno direito o termo
CAPÍTULO II
de compromisso, quando descumprida qualquer de
suas cláusulas, ressalvado o caso fortuito ou de força Da Proteção Aos Direitos De Autor E Do Registro
maior. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.163-41,
de 2001)

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Art. 2º O regime de proteção à propriedade intelectual § 2º As informações referidas no inciso III do parágrafo
de programa de computador é o conferido às obras anterior são de caráter sigiloso, não podendo ser
literárias pela legislação de direitos autorais e conexos reveladas, salvo por ordem judicial ou a requerimento
vigentes no País, observado o disposto nesta Lei. do próprio titular.
§ 1º Não se aplicam ao programa de computador as Art. 4º Salvo estipulação em contrário, pertencerão
disposições relativas aos direitos morais, ressalvado, a exclusivamente ao empregador, contratante de serviços
qualquer tempo, o direito do autor de reivindicar a ou órgão público, os direitos relativos ao programa de
paternidade do programa de computador e o direito do computador, desenvolvido e elaborado durante a
autor de opor-se a alterações não-autorizadas, quando vigência de contrato ou de vínculo estatutário,
estas impliquem deformação, mutilação ou outra expressamente destinado à pesquisa e
modificação do programa de computador, que desenvolvimento, ou em que a atividade do empregado,
prejudiquem a sua honra ou a sua reputação. contratado de serviço ou servidor seja prevista, ou
ainda, que decorra da própria natureza dos encargos
§ 2º Fica assegurada a tutela dos direitos relativos a
concernentes a esses vínculos.
programa de computador pelo prazo de cinqüenta anos,
contados a partir de 1º de janeiro do ano subseqüente § 1º Ressalvado ajuste em contrário, a compensação do
ao da sua publicação ou, na ausência desta, da sua trabalho ou serviço prestado limitar-se-á à remuneração
criação. ou ao salário convencionado.
§ 3º A proteção aos direitos de que trata esta Lei § 2º Pertencerão, com exclusividade, ao empregado,
independe de registro. contratado de serviço ou servidor os direitos
concernentes a programa de computador gerado sem
§ 4º Os direitos atribuídos por esta Lei ficam
relação com o contrato de trabalho, prestação de
assegurados aos estrangeiros domiciliados no exterior,
serviços ou vínculo estatutário, e sem a utilização de
desde que o país de origem do programa conceda, aos
recursos, informações tecnológicas, segredos
brasileiros e estrangeiros domiciliados no Brasil, direitos
industriais e de negócios, materiais, instalações ou
equivalentes.
equipamentos do empregador, da empresa ou entidade
§ 5º Inclui-se dentre os direitos assegurados por esta Lei com a qual o empregador mantenha contrato de
e pela legislação de direitos autorais e conexos vigentes prestação de serviços ou assemelhados, do contratante
no País aquele direito exclusivo de autorizar ou proibir de serviços ou órgão público.
o aluguel comercial, não sendo esse direito exaurível
§ 3º O tratamento previsto neste artigo será aplicado
pela venda, licença ou outra forma de transferência da
nos casos em que o programa de computador for
cópia do programa.
desenvolvido por bolsistas, estagiários e assemelhados.
§ 6º O disposto no parágrafo anterior não se aplica aos
Art. 5º Os direitos sobre as derivações autorizadas pelo
casos em que o programa em si não seja objeto
titular dos direitos de programa de computador,
essencial do aluguel.
inclusive sua exploração econômica, pertencerão à
Art. 3º Os programas de computador poderão, a critério pessoa autorizada que as fizer, salvo estipulação
do titular, ser registrados em órgão ou entidade a ser contratual em contrário.
designado por ato do Poder Executivo, por iniciativa do
Art. 6º Não constituem ofensa aos direitos do titular de
Ministério responsável pela política de ciência e
programa de computador:
tecnologia. (Regulamento)
I - a reprodução, em um só exemplar, de cópia
§ 1º O pedido de registro estabelecido neste artigo
legitimamente adquirida, desde que se destine à cópia
deverá conter, pelo menos, as seguintes informações:
de salvaguarda ou armazenamento eletrônico, hipótese
I - os dados referentes ao autor do programa de em que o exemplar original servirá de salvaguarda;
computador e ao titular, se distinto do autor, sejam
II - a citação parcial do programa, para fins didáticos,
pessoas físicas ou jurídicas;
desde que identificados o programa e o titular dos
II - a identificação e descrição funcional do programa de direitos respectivos;
computador; e
III - a ocorrência de semelhança de programa a outro,
III - os trechos do programa e outros dados que se preexistente, quando se der por força das
considerar suficientes para identificá-lo e caracterizar características funcionais de sua aplicação, da
sua originalidade, ressalvando-se os direitos de observância de preceitos normativos e técnicos, ou de
terceiros e a responsabilidade do Governo. limitação de forma alternativa para a sua expressão;

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IV - a integração de um programa, mantendo-se suas II - eximam qualquer dos contratantes das


características essenciais, a um sistema aplicativo ou responsabilidades por eventuais ações de terceiros,
operacional, tecnicamente indispensável às decorrentes de vícios, defeitos ou violação de direitos
necessidades do usuário, desde que para o uso exclusivo de autor.
de quem a promoveu.
§ 2º O remetente do correspondente valor em moeda
CAPÍTULO III estrangeira, em pagamento da remuneração de que se
trata, conservará em seu poder, pelo prazo de cinco
Das Garantias Aos Usuários De Programa De
anos, todos os documentos necessários à comprovação
Computador
da licitude das remessas e da sua conformidade ao
Art. 7º O contrato de licença de uso de programa de caput deste artigo.
computador, o documento fiscal correspondente, os
Art. 11. Nos casos de transferência de tecnologia de
suportes físicos do programa ou as respectivas
programa de computador, o Instituto Nacional da
embalagens deverão consignar, de forma facilmente
Propriedade Industrial fará o registro dos respectivos
legível pelo usuário, o prazo de validade técnica da
contratos, para que produzam efeitos em relação a
versão comercializada.
terceiros.
Art. 8º Aquele que comercializar programa de
Parágrafo único. Para o registro de que trata este artigo,
computador, quer seja titular dos direitos do programa,
é obrigatória a entrega, por parte do fornecedor ao
quer seja titular dos direitos de comercialização, fica
receptor de tecnologia, da documentação completa, em
obrigado, no território nacional, durante o prazo de
especial do código-fonte comentado, memorial
validade técnica da respectiva versão, a assegurar aos
descritivo, especificações funcionais internas,
respectivos usuários a prestação de serviços técnicos
diagramas, fluxogramas e outros dados técnicos
complementares relativos ao adequado funcionamento
necessários à absorção da tecnologia.
do programa, consideradas as suas especificações.
CAPÍTULO V
Parágrafo único. A obrigação persistirá no caso de
retirada de circulação comercial do programa de Das Infrações E Das Penalidades
computador durante o prazo de validade, salvo justa
Art. 12. Violar direitos de autor de programa de
indenização de eventuais prejuízos causados a terceiros.
computador:
CAPÍTULO IV
Pena - Detenção de seis meses a dois anos ou multa.
Dos Contratos De Licença De Uso, De Comercialização
§ 1º Se a violação consistir na reprodução, por qualquer
E De Transferência De Tecnologia meio, de programa de computador, no todo ou em
parte, para fins de comércio, sem autorização expressa
Art. 9º O uso de programa de computador no País será
do autor ou de quem o represente:
objeto de contrato de licença.
Pena - Reclusão de um a quatro anos e multa.
Parágrafo único. Na hipótese de eventual inexistência
do contrato referido no caput deste artigo, o § 2º Na mesma pena do parágrafo anterior incorre
documento fiscal relativo à aquisição ou licenciamento quem vende, expõe à venda, introduz no País, adquire,
de cópia servirá para comprovação da regularidade do oculta ou tem em depósito, para fins de comércio,
seu uso. original ou cópia de programa de computador,
produzido com violação de direito autoral.
Art. 10. Os atos e contratos de licença de direitos de
comercialização referentes a programas de computador § 3º Nos crimes previstos neste artigo, somente se
de origem externa deverão fixar, quanto aos tributos e procede mediante queixa, salvo:
encargos exigíveis, a responsabilidade pelos respectivos
I - quando praticados em prejuízo de entidade de direito
pagamentos e estabelecerão a remuneração do titular
público, autarquia, empresa pública, sociedade de
dos direitos de programa de computador residente ou
economia mista ou fundação instituída pelo poder
domiciliado no exterior.
público;
§ 1º Serão nulas as cláusulas que:
II - quando, em decorrência de ato delituoso, resultar
I - limitem a produção, a distribuição ou a sonegação fiscal, perda de arrecadação tributária ou
comercialização, em violação às disposições normativas prática de quaisquer dos crimes contra a ordem
em vigor; tributária ou contra as relações de consumo.

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§ 4º No caso do inciso II do parágrafo anterior, a José Israel Vargas


exigibilidade do tributo, ou contribuição social e
Este texto não substitui o publicado no DOU de
qualquer acessório, processar-se-á independentemente
20.2.1998 e retificado no DOU de 25.2.1998
de representação.
Art. 13. A ação penal e as diligências preliminares de
busca e apreensão, nos casos de violação de direito de
LEI Nº 9.610/1998
autor de programa de computador, serão precedidas de
Altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos
vistoria, podendo o juiz ordenar a apreensão das cópias
autorais e dá outras providências.
produzidas ou comercializadas com violação de direito
de autor, suas versões e derivações, em poder do O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o
infrator ou de quem as esteja expondo, mantendo em Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
depósito, reproduzindo ou comercializando. Lei:
Art. 14. Independentemente da ação penal, o TÍTULO I
prejudicado poderá intentar ação para proibir ao
Disposições Preliminares
infrator a prática do ato incriminado, com cominação de
pena pecuniária para o caso de transgressão do Art. 1º Esta Lei regula os direitos autorais, entendendo-
preceito. se sob esta denominação os direitos de autor e os que
lhes são conexos.
§ 1º A ação de abstenção de prática de ato poderá ser
cumulada com a de perdas e danos pelos prejuízos Art. 2º Os estrangeiros domiciliados no exterior gozarão
decorrentes da infração. da proteção assegurada nos acordos, convenções e
tratados em vigor no Brasil.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto nesta Lei aos
§ 2º Independentemente de ação cautelar preparatória,
nacionais ou pessoas domiciliadas em país que assegure
o juiz poderá conceder medida liminar proibindo ao
aos brasileiros ou pessoas domiciliadas no Brasil a
infrator a prática do ato incriminado, nos termos deste
reciprocidade na proteção aos direitos autorais ou
artigo.
equivalentes.
§ 3º Nos procedimentos cíveis, as medidas cautelares de
Art. 3º Os direitos autorais reputam-se, para os efeitos
busca e apreensão observarão o disposto no artigo
legais, bens móveis.
anterior.
Art. 4º Interpretam-se restritivamente os negócios
§ 4º Na hipótese de serem apresentadas, em juízo, para
jurídicos sobre os direitos autorais.
a defesa dos interesses de qualquer das partes,
informações que se caracterizem como confidenciais, Art. 5º Para os efeitos desta Lei, considera-se:
deverá o juiz determinar que o processo prossiga em
I - publicação - o oferecimento de obra literária, artística
segredo de justiça, vedado o uso de tais informações
ou científica ao conhecimento do público, com o
também à outra parte para outras finalidades.
consentimento do autor, ou de qualquer outro titular de
§ 5º Será responsabilizado por perdas e danos aquele direito de autor, por qualquer forma ou processo;
que requerer e promover as medidas previstas neste e
II - transmissão ou emissão - a difusão de sons ou de
nos arts. 12 e 13, agindo de má-fé ou por espírito de
sons e imagens, por meio de ondas radioelétricas; sinais
emulação, capricho ou erro grosseiro, nos termos dos
de satélite; fio, cabo ou outro condutor; meios óticos ou
arts. 16, 17 e 18 do Código de Processo Civil.
qualquer outro processo eletromagnético;
CAPÍTULO VI
III - retransmissão - a emissão simultânea da
Disposições Finais transmissão de uma empresa por outra;
Art. 15. Esta Lei entra em vigor na data de sua IV - distribuição - a colocação à disposição do público do
publicação. original ou cópia de obras literárias, artísticas ou
científicas, interpretações ou execuções fixadas e
Art. 16. Fica revogada a Lei nº 7.646, de 18 de dezembro
fonogramas, mediante a venda, locação ou qualquer
de 1987.
outra forma de transferência de propriedade ou posse;
Brasília, 19 de fevereiro de 1998; 177º da Independência
V - comunicação ao público - ato mediante o qual a obra
e 110º da República.
é colocada ao alcance do público, por qualquer meio ou
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

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procedimento e que não consista na distribuição de decodificação sejam oferecidos ao público pelo
exemplares; organismo de radiodifusão ou com seu consentimento;
VI - reprodução - a cópia de um ou vários exemplares de XIII - artistas intérpretes ou executantes - todos os
uma obra literária, artística ou científica ou de um atores, cantores, músicos, bailarinos ou outras pessoas
fonograma, de qualquer forma tangível, incluindo que representem um papel, cantem, recitem,
qualquer armazenamento permanente ou temporário declamem, interpretem ou executem em qualquer
por meios eletrônicos ou qualquer outro meio de forma obras literárias ou artísticas ou expressões do
fixação que venha a ser desenvolvido; folclore.
VII - contrafação - a reprodução não autorizada; XIV - titular originário - o autor de obra intelectual, o
intérprete, o executante, o produtor fonográfico e as
VIII - obra:
empresas de radiodifusão. (Incluído pela Lei nº 12.853,
a) em co-autoria - quando é criada em comum, por dois de 2013)
ou mais autores;
Art. 6º Não serão de domínio da União, dos Estados, do
b) anônima - quando não se indica o nome do autor, por Distrito Federal ou dos Municípios as obras por eles
sua vontade ou por ser desconhecido; simplesmente subvencionadas.
c) pseudônima - quando o autor se oculta sob nome TÍTULO II
suposto;
Das Obras Intelectuais
d) inédita - a que não haja sido objeto de publicação;
CAPÍTULO I
e) póstuma - a que se publique após a morte do autor;
Das Obras Protegidas
f) originária - a criação primígena;
Art. 7º São obras intelectuais protegidas as criações do
g) derivada - a que, constituindo criação intelectual espírito, expressas por qualquer meio ou fixadas em
nova, resulta da transformação de obra originária; qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou
que se invente no futuro, tais como:
h) coletiva - a criada por iniciativa, organização e
responsabilidade de uma pessoa física ou jurídica, que a I - os textos de obras literárias, artísticas ou científicas;
publica sob seu nome ou marca e que é constituída pela
II - as conferências, alocuções, sermões e outras obras
participação de diferentes autores, cujas contribuições
da mesma natureza;
se fundem numa criação autônoma;
III - as obras dramáticas e dramático-musicais;
i) audiovisual - a que resulta da fixação de imagens com
ou sem som, que tenha a finalidade de criar, por meio IV - as obras coreográficas e pantomímicas, cuja
de sua reprodução, a impressão de movimento, execução cênica se fixe por escrito ou por outra
independentemente dos processos de sua captação, do qualquer forma;
suporte usado inicial ou posteriormente para fixá-lo,
V - as composições musicais, tenham ou não letra;
bem como dos meios utilizados para sua veiculação;
VI - as obras audiovisuais, sonorizadas ou não, inclusive
IX - fonograma - toda fixação de sons de uma execução
as cinematográficas;
ou interpretação ou de outros sons, ou de uma
representação de sons que não seja uma fixação VII - as obras fotográficas e as produzidas por qualquer
incluída em uma obra audiovisual; processo análogo ao da fotografia;
X - editor - a pessoa física ou jurídica à qual se atribui o VIII - as obras de desenho, pintura, gravura, escultura,
direito exclusivo de reprodução da obra e o dever de litografia e arte cinética;
divulgá-la, nos limites previstos no contrato de edição;
IX - as ilustrações, cartas geográficas e outras obras da
XI - produtor - a pessoa física ou jurídica que toma a mesma natureza;
iniciativa e tem a responsabilidade econômica da
X - os projetos, esboços e obras plásticas concernentes
primeira fixação do fonograma ou da obra audiovisual,
à geografia, engenharia, topografia, arquitetura,
qualquer que seja a natureza do suporte utilizado;
paisagismo, cenografia e ciência;
XII - radiodifusão - a transmissão sem fio, inclusive por
XI - as adaptações, traduções e outras transformações
satélites, de sons ou imagens e sons ou das
de obras originais, apresentadas como criação
representações desses, para recepção ao público e a
intelectual nova;
transmissão de sinais codificados, quando os meios de

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XII - os programas de computador; Art. 11. Autor é a pessoa física criadora de obra literária,
artística ou científica.
XIII - as coletâneas ou compilações, antologias,
enciclopédias, dicionários, bases de dados e outras Parágrafo único. A proteção concedida ao autor poderá
obras, que, por sua seleção, organização ou disposição aplicar-se às pessoas jurídicas nos casos previstos nesta
de seu conteúdo, constituam uma criação intelectual. Lei.
§ 1º Os programas de computador são objeto de Art. 12. Para se identificar como autor, poderá o criador
legislação específica, observadas as disposições desta da obra literária, artística ou científica usar de seu nome
Lei que lhes sejam aplicáveis. civil, completo ou abreviado até por suas iniciais, de
pseudônimo ou qualquer outro sinal convencional.
§ 2º A proteção concedida no inciso XIII não abarca os
dados ou materiais em si mesmos e se entende sem Art. 13. Considera-se autor da obra intelectual, não
prejuízo de quaisquer direitos autorais que subsistam a havendo prova em contrário, aquele que, por uma das
respeito dos dados ou materiais contidos nas obras. modalidades de identificação referidas no artigo
anterior, tiver, em conformidade com o uso, indicada ou
§ 3º No domínio das ciências, a proteção recairá sobre a
anunciada essa qualidade na sua utilização.
forma literária ou artística, não abrangendo o seu
conteúdo científico ou técnico, sem prejuízo dos direitos Art. 14. É titular de direitos de autor quem adapta,
que protegem os demais campos da propriedade traduz, arranja ou orquestra obra caída no domínio
imaterial. público, não podendo opor-se a outra adaptação,
arranjo, orquestração ou tradução, salvo se for cópia da
Art. 8º Não são objeto de proteção como direitos
sua.
autorais de que trata esta Lei:
Art. 15. A co-autoria da obra é atribuída àqueles em cujo
I - as idéias, procedimentos normativos, sistemas,
nome, pseudônimo ou sinal convencional for utilizada.
métodos, projetos ou conceitos matemáticos como tais;
§ 1º Não se considera co-autor quem simplesmente
II - os esquemas, planos ou regras para realizar atos
auxiliou o autor na produção da obra literária, artística
mentais, jogos ou negócios;
ou científica, revendo-a, atualizando-a, bem como
III - os formulários em branco para serem preenchidos fiscalizando ou dirigindo sua edição ou apresentação
por qualquer tipo de informação, científica ou não, e por qualquer meio.
suas instruções;
§ 2º Ao co-autor, cuja contribuição possa ser utilizada
IV - os textos de tratados ou convenções, leis, decretos, separadamente, são asseguradas todas as faculdades
regulamentos, decisões judiciais e demais atos oficiais; inerentes à sua criação como obra individual, vedada,
porém, a utilização que possa acarretar prejuízo à
V - as informações de uso comum tais como calendários,
exploração da obra comum.
agendas, cadastros ou legendas;
Art. 16. São co-autores da obra audiovisual o autor do
VI - os nomes e títulos isolados;
assunto ou argumento literário, musical ou lítero-
VII - o aproveitamento industrial ou comercial das idéias musical e o diretor.
contidas nas obras.
Parágrafo único. Consideram-se co-autores de
Art. 9º À cópia de obra de arte plástica feita pelo próprio desenhos animados os que criam os desenhos utilizados
autor é assegurada a mesma proteção de que goza o na obra audiovisual.
original.
Art. 17. É assegurada a proteção às participações
Art. 10. A proteção à obra intelectual abrange o seu individuais em obras coletivas.
título, se original e inconfundível com o de obra do
§ 1º Qualquer dos participantes, no exercício de seus
mesmo gênero, divulgada anteriormente por outro
direitos morais, poderá proibir que se indique ou
autor.
anuncie seu nome na obra coletiva, sem prejuízo do
Parágrafo único. O título de publicações periódicas, direito de haver a remuneração contratada.
inclusive jornais, é protegido até um ano após a saída do
§ 2º Cabe ao organizador a titularidade dos direitos
seu último número, salvo se forem anuais, caso em que
patrimoniais sobre o conjunto da obra coletiva.
esse prazo se elevará a dois anos.
§ 3º O contrato com o organizador especificará a
CAPÍTULO II
contribuição do participante, o prazo para entrega ou
Da Autoria das Obras Intelectuais

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realização, a remuneração e demais condições para sua VII - o de ter acesso a exemplar único e raro da obra,
execução. quando se encontre legitimamente em poder de
outrem, para o fim de, por meio de processo fotográfico
CAPÍTULO III
ou assemelhado, ou audiovisual, preservar sua
Do Registro das Obras Intelectuais memória, de forma que cause o menor inconveniente
possível a seu detentor, que, em todo caso, será
Art. 18. A proteção aos direitos de que trata esta Lei
indenizado de qualquer dano ou prejuízo que lhe seja
independe de registro.
causado.
Art. 19. É facultado ao autor registrar a sua obra no
§ 1º Por morte do autor, transmitem-se a seus
órgão público definido no caput e no § 1º do art. 17 da
sucessores os direitos a que se referem os incisos I a IV.
Lei nº 5.988, de 14 de dezembro de 1973.
§ 2º Compete ao Estado a defesa da integridade e
Art. 20. Para os serviços de registro previstos nesta Lei
autoria da obra caída em domínio público.
será cobrada retribuição, cujo valor e processo de
recolhimento serão estabelecidos por ato do titular do § 3º Nos casos dos incisos V e VI, ressalvam-se as prévias
órgão da administração pública federal a que estiver indenizações a terceiros, quando couberem.
vinculado o registro das obras intelectuais.
Art. 25. Cabe exclusivamente ao diretor o exercício dos
Art. 21. Os serviços de registro de que trata esta Lei direitos morais sobre a obra audiovisual.
serão organizados conforme preceitua o § 2º do art. 17
Art. 26. O autor poderá repudiar a autoria de projeto
da Lei nº 5.988, de 14 de dezembro de 1973.
arquitetônico alterado sem o seu consentimento
TÍTULO III durante a execução ou após a conclusão da construção.
Dos Direitos do Autor Parágrafo único. O proprietário da construção responde
pelos danos que causar ao autor sempre que, após o
CAPÍTULO I
repúdio, der como sendo daquele a autoria do projeto
Disposições Preliminares repudiado.
Art. 22. Pertencem ao autor os direitos morais e Art. 27. Os direitos morais do autor são inalienáveis e
patrimoniais sobre a obra que criou. irrenunciáveis.
Art. 23. Os co-autores da obra intelectual exercerão, de CAPÍTULO III
comum acordo, os seus direitos, salvo convenção em
Dos Direitos Patrimoniais do Autor e de sua Duração
contrário.
Art. 28. Cabe ao autor o direito exclusivo de utilizar, fruir
CAPÍTULO II
e dispor da obra literária, artística ou científica.
Dos Direitos Morais do Autor
Art. 29. Depende de autorização prévia e expressa do
Art. 24. São direitos morais do autor: autor a utilização da obra, por quaisquer modalidades,
tais como:
I - o de reivindicar, a qualquer tempo, a autoria da obra;
I - a reprodução parcial ou integral;
II - o de ter seu nome, pseudônimo ou sinal
convencional indicado ou anunciado, como sendo o do II - a edição;
autor, na utilização de sua obra;
III - a adaptação, o arranjo musical e quaisquer outras
III - o de conservar a obra inédita; transformações;
IV - o de assegurar a integridade da obra, opondo-se a IV - a tradução para qualquer idioma;
quaisquer modificações ou à prática de atos que, de
V - a inclusão em fonograma ou produção audiovisual;
qualquer forma, possam prejudicá-la ou atingi-lo, como
autor, em sua reputação ou honra; VI - a distribuição, quando não intrínseca ao contrato
firmado pelo autor com terceiros para uso ou
V - o de modificar a obra, antes ou depois de utilizada;
exploração da obra;
VI - o de retirar de circulação a obra ou de suspender
VII - a distribuição para oferta de obras ou produções
qualquer forma de utilização já autorizada, quando a
mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer
circulação ou utilização implicarem afronta à sua
outro sistema que permita ao usuário realizar a seleção
reputação e imagem;
da obra ou produção para percebê-la em um tempo e
lugar previamente determinados por quem formula a

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demanda, e nos casos em que o acesso às obras ou Art. 32. Quando uma obra feita em regime de co-autoria
produções se faça por qualquer sistema que importe em não for divisível, nenhum dos co-autores, sob pena de
pagamento pelo usuário; responder por perdas e danos, poderá, sem
consentimento dos demais, publicá-la ou autorizar-lhe a
VIII - a utilização, direta ou indireta, da obra literária,
publicação, salvo na coleção de suas obras completas.
artística ou científica, mediante:
§ 1º Havendo divergência, os co-autores decidirão por
a) representação, recitação ou declamação;
maioria.
b) execução musical;
§ 2º Ao co-autor dissidente é assegurado o direito de
c) emprego de alto-falante ou de sistemas análogos; não contribuir para as despesas de publicação,
renunciando a sua parte nos lucros, e o de vedar que se
d) radiodifusão sonora ou televisiva;
inscreva seu nome na obra.
e) captação de transmissão de radiodifusão em locais de
§ 3º Cada co-autor pode, individualmente, sem
freqüência coletiva;
aquiescência dos outros, registrar a obra e defender os
f) sonorização ambiental; próprios direitos contra terceiros.
g) a exibição audiovisual, cinematográfica ou por Art. 33. Ninguém pode reproduzir obra que não
processo assemelhado; pertença ao domínio público, a pretexto de anotá-la,
comentá-la ou melhorá-la, sem permissão do autor.
h) emprego de satélites artificiais;
Parágrafo único. Os comentários ou anotações poderão
i) emprego de sistemas óticos, fios telefônicos ou não,
ser publicados separadamente.
cabos de qualquer tipo e meios de comunicação
similares que venham a ser adotados; Art. 34. As cartas missivas, cuja publicação está
condicionada à permissão do autor, poderão ser
j) exposição de obras de artes plásticas e figurativas;
juntadas como documento de prova em processos
IX - a inclusão em base de dados, o armazenamento em administrativos e judiciais.
computador, a microfilmagem e as demais formas de
Art. 35. Quando o autor, em virtude de revisão, tiver
arquivamento do gênero;
dado à obra versão definitiva, não poderão seus
X - quaisquer outras modalidades de utilização sucessores reproduzir versões anteriores.
existentes ou que venham a ser inventadas.
Art. 36. O direito de utilização econômica dos escritos
Art. 30. No exercício do direito de reprodução, o titular publicados pela imprensa, diária ou periódica, com
dos direitos autorais poderá colocar à disposição do exceção dos assinados ou que apresentem sinal de
público a obra, na forma, local e pelo tempo que reserva, pertence ao editor, salvo convenção em
desejar, a título oneroso ou gratuito. contrário.
§ 1º O direito de exclusividade de reprodução não será Parágrafo único. A autorização para utilização
aplicável quando ela for temporária e apenas tiver o econômica de artigos assinados, para publicação em
propósito de tornar a obra, fonograma ou interpretação diários e periódicos, não produz efeito além do prazo da
perceptível em meio eletrônico ou quando for de periodicidade acrescido de vinte dias, a contar de sua
natureza transitória e incidental, desde que ocorra no publicação, findo o qual recobra o autor o seu direito.
curso do uso devidamente autorizado da obra, pelo
Art. 37. A aquisição do original de uma obra, ou de
titular.
exemplar, não confere ao adquirente qualquer dos
§ 2º Em qualquer modalidade de reprodução, a direitos patrimoniais do autor, salvo convenção em
quantidade de exemplares será informada e controlada, contrário entre as partes e os casos previstos nesta Lei.
cabendo a quem reproduzir a obra a responsabilidade
Art. 38. O autor tem o direito, irrenunciável e
de manter os registros que permitam, ao autor, a
inalienável, de perceber, no mínimo, cinco por cento
fiscalização do aproveitamento econômico da
sobre o aumento do preço eventualmente verificável
exploração.
em cada revenda de obra de arte ou manuscrito, sendo
Art. 31. As diversas modalidades de utilização de obras originais, que houver alienado.
literárias, artísticas ou científicas ou de fonogramas são
Parágrafo único. Caso o autor não perceba o seu direito
independentes entre si, e a autorização concedida pelo
de seqüência no ato da revenda, o vendedor é
autor, ou pelo produtor, respectivamente, não se
considerado depositário da quantia a ele devida, salvo
estende a quaisquer das demais.

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se a operação for realizada por leiloeiro, quando será a) na imprensa diária ou periódica, de notícia ou de
este o depositário. artigo informativo, publicado em diários ou periódicos,
com a menção do nome do autor, se assinados, e da
Art. 39. Os direitos patrimoniais do autor, excetuados os
publicação de onde foram transcritos;
rendimentos resultantes de sua exploração, não se
comunicam, salvo pacto antenupcial em contrário. b) em diários ou periódicos, de discursos pronunciados
em reuniões públicas de qualquer natureza;
Art. 40. Tratando-se de obra anônima ou pseudônima,
caberá a quem publicá-la o exercício dos direitos c) de retratos, ou de outra forma de representação da
patrimoniais do autor. imagem, feitos sob encomenda, quando realizada pelo
proprietário do objeto encomendado, não havendo a
Parágrafo único. O autor que se der a conhecer assumirá
oposição da pessoa neles representada ou de seus
o exercício dos direitos patrimoniais, ressalvados os
herdeiros;
direitos adquiridos por terceiros.
d) de obras literárias, artísticas ou científicas, para uso
Art. 41. Os direitos patrimoniais do autor perduram por
exclusivo de deficientes visuais, sempre que a
setenta anos contados de 1° de janeiro do ano
reprodução, sem fins comerciais, seja feita mediante o
subseqüente ao de seu falecimento, obedecida a ordem
sistema Braille ou outro procedimento em qualquer
sucessória da lei civil.
suporte para esses destinatários;
Parágrafo único. Aplica-se às obras póstumas o prazo de
II - a reprodução, em um só exemplar de pequenos
proteção a que alude o caput deste artigo.
trechos, para uso privado do copista, desde que feita
Art. 42. Quando a obra literária, artística ou científica por este, sem intuito de lucro;
realizada em co-autoria for indivisível, o prazo previsto
III - a citação em livros, jornais, revistas ou qualquer
no artigo anterior será contado da morte do último dos
outro meio de comunicação, de passagens de qualquer
co-autores sobreviventes.
obra, para fins de estudo, crítica ou polêmica, na medida
Parágrafo único. Acrescer-se-ão aos dos sobreviventes justificada para o fim a atingir, indicando-se o nome do
os direitos do co-autor que falecer sem sucessores. autor e a origem da obra;
Art. 43. Será de setenta anos o prazo de proteção aos IV - o apanhado de lições em estabelecimentos de
direitos patrimoniais sobre as obras anônimas ou ensino por aqueles a quem elas se dirigem, vedada sua
pseudônimas, contado de 1° de janeiro do ano publicação, integral ou parcial, sem autorização prévia e
imediatamente posterior ao da primeira publicação. expressa de quem as ministrou;
Parágrafo único. Aplicar-se-á o disposto no art. 41 e seu V - a utilização de obras literárias, artísticas ou
parágrafo único, sempre que o autor se der a conhecer científicas, fonogramas e transmissão de rádio e
antes do termo do prazo previsto no caput deste artigo. televisão em estabelecimentos comerciais,
exclusivamente para demonstração à clientela, desde
Art. 44. O prazo de proteção aos direitos patrimoniais
que esses estabelecimentos comercializem os suportes
sobre obras audiovisuais e fotográficas será de setenta
ou equipamentos que permitam a sua utilização;
anos, a contar de 1° de janeiro do ano subseqüente ao
de sua divulgação. VI - a representação teatral e a execução musical,
quando realizadas no recesso familiar ou, para fins
Art. 45. Além das obras em relação às quais decorreu o
exclusivamente didáticos, nos estabelecimentos de
prazo de proteção aos direitos patrimoniais, pertencem
ensino, não havendo em qualquer caso intuito de lucro;
ao domínio público:
VII - a utilização de obras literárias, artísticas ou
I - as de autores falecidos que não tenham deixado
científicas para produzir prova judiciária ou
sucessores;
administrativa;
II - as de autor desconhecido, ressalvada a proteção
VIII - a reprodução, em quaisquer obras, de pequenos
legal aos conhecimentos étnicos e tradicionais.
trechos de obras preexistentes, de qualquer natureza,
CAPÍTULO IV ou de obra integral, quando de artes plásticas, sempre
que a reprodução em si não seja o objetivo principal da
Das Limitações aos Direitos Autorais
obra nova e que não prejudique a exploração normal da
Art. 46. Não constitui ofensa aos direitos autorais: obra reproduzida nem cause um prejuízo injustificado
aos legítimos interesses dos autores.
I - a reprodução:

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Art. 47. São livres as paráfrases e paródias que não Art. 52. A omissão do nome do autor, ou de co-autor, na
forem verdadeiras reproduções da obra originária nem divulgação da obra não presume o anonimato ou a
lhe implicarem descrédito. cessão de seus direitos.
Art. 48. As obras situadas permanentemente em TÍTULO IV
logradouros públicos podem ser representadas
Da Utilização de Obras Intelectuais e dos Fonogramas
livremente, por meio de pinturas, desenhos, fotografias
e procedimentos audiovisuais. CAPÍTULO I
CAPÍTULO V Da Edição
Da Transferência dos Direitos de Autor Art. 53. Mediante contrato de edição, o editor,
obrigando-se a reproduzir e a divulgar a obra literária,
Art. 49. Os direitos de autor poderão ser total ou
artística ou científica, fica autorizado, em caráter de
parcialmente transferidos a terceiros, por ele ou por
exclusividade, a publicá-la e a explorá-la pelo prazo e
seus sucessores, a título universal ou singular,
nas condições pactuadas com o autor.
pessoalmente ou por meio de representantes com
poderes especiais, por meio de licenciamento, Parágrafo único. Em cada exemplar da obra o editor
concessão, cessão ou por outros meios admitidos em mencionará:
Direito, obedecidas as seguintes limitações:
I - o título da obra e seu autor;
I - a transmissão total compreende todos os direitos de
II - no caso de tradução, o título original e o nome do
autor, salvo os de natureza moral e os expressamente
tradutor;
excluídos por lei;
III - o ano de publicação;
II - somente se admitirá transmissão total e definitiva
dos direitos mediante estipulação contratual escrita; IV - o seu nome ou marca que o identifique.
III - na hipótese de não haver estipulação contratual Art. 54. Pelo mesmo contrato pode o autor obrigar-se à
escrita, o prazo máximo será de cinco anos; feitura de obra literária, artística ou científica em cuja
publicação e divulgação se empenha o editor.
IV - a cessão será válida unicamente para o país em que
se firmou o contrato, salvo estipulação em contrário; Art. 55. Em caso de falecimento ou de impedimento do
autor para concluir a obra, o editor poderá:
V - a cessão só se operará para modalidades de
utilização já existentes à data do contrato; I - considerar resolvido o contrato, mesmo que tenha
sido entregue parte considerável da obra;
VI - não havendo especificações quanto à modalidade
de utilização, o contrato será interpretado II - editar a obra, sendo autônoma, mediante
restritivamente, entendendo-se como limitada apenas a pagamento proporcional do preço;
uma que seja aquela indispensável ao cumprimento da
III - mandar que outro a termine, desde que consintam
finalidade do contrato.
os sucessores e seja o fato indicado na edição.
Art. 50. A cessão total ou parcial dos direitos de autor,
Parágrafo único. É vedada a publicação parcial, se o
que se fará sempre por escrito, presume-se onerosa.
autor manifestou a vontade de só publicá-la por inteiro
§ 1º Poderá a cessão ser averbada à margem do registro ou se assim o decidirem seus sucessores.
a que se refere o art. 19 desta Lei, ou, não estando a
Art. 56. Entende-se que o contrato versa apenas sobre
obra registrada, poderá o instrumento ser registrado em
uma edição, se não houver cláusula expressa em
Cartório de Títulos e Documentos.
contrário.
§ 2º Constarão do instrumento de cessão como
Parágrafo único. No silêncio do contrato, considera-se
elementos essenciais seu objeto e as condições de
que cada edição se constitui de três mil exemplares.
exercício do direito quanto a tempo, lugar e preço.
Art. 57. O preço da retribuição será arbitrado, com base
Art. 51. A cessão dos direitos de autor sobre obras
nos usos e costumes, sempre que no contrato não a
futuras abrangerá, no máximo, o período de cinco anos.
tiver estipulado expressamente o autor.
Parágrafo único. O prazo será reduzido a cinco anos
Art. 58. Se os originais forem entregues em desacordo
sempre que indeterminado ou superior, diminuindo-se,
com o ajustado e o editor não os recusar nos trinta dias
na devida proporção, o preço estipulado.
seguintes ao do recebimento, ter-se-ão por aceitas as
alterações introduzidas pelo autor.

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Art. 59. Quaisquer que sejam as condições do contrato, Art. 68. Sem prévia e expressa autorização do autor ou
o editor é obrigado a facultar ao autor o exame da titular, não poderão ser utilizadas obras teatrais,
escrituração na parte que lhe corresponde, bem como a composições musicais ou lítero-musicais e fonogramas,
informá-lo sobre o estado da edição. em representações e execuções públicas.
Art. 60. Ao editor compete fixar o preço da venda, sem, § 1º Considera-se representação pública a utilização de
todavia, poder elevá-lo a ponto de embaraçar a obras teatrais no gênero drama, tragédia, comédia,
circulação da obra. ópera, opereta, balé, pantomimas e assemelhadas,
musicadas ou não, mediante a participação de artistas,
Art. 61. O editor será obrigado a prestar contas mensais
remunerados ou não, em locais de freqüência coletiva
ao autor sempre que a retribuição deste estiver
ou pela radiodifusão, transmissão e exibição
condicionada à venda da obra, salvo se prazo diferente
cinematográfica.
houver sido convencionado.
§ 2º Considera-se execução pública a utilização de
Art. 62. A obra deverá ser editada em dois anos da
composições musicais ou lítero-musicais, mediante a
celebração do contrato, salvo prazo diverso estipulado
participação de artistas, remunerados ou não, ou a
em convenção.
utilização de fonogramas e obras audiovisuais, em locais
Parágrafo único. Não havendo edição da obra no prazo de freqüência coletiva, por quaisquer processos,
legal ou contratual, poderá ser rescindido o contrato, inclusive a radiodifusão ou transmissão por qualquer
respondendo o editor por danos causados. modalidade, e a exibição cinematográfica.
Art. 63. Enquanto não se esgotarem as edições a que § 3º Consideram-se locais de freqüência coletiva os
tiver direito o editor, não poderá o autor dispor de sua teatros, cinemas, salões de baile ou concertos, boates,
obra, cabendo ao editor o ônus da prova. bares, clubes ou associações de qualquer natureza,
lojas, estabelecimentos comerciais e industriais,
§ 1º Na vigência do contrato de edição, assiste ao editor
estádios, circos, feiras, restaurantes, hotéis, motéis,
o direito de exigir que se retire de circulação edição da
clínicas, hospitais, órgãos públicos da administração
mesma obra feita por outrem.
direta ou indireta, fundacionais e estatais, meios de
§ 2º Considera-se esgotada a edição quando restarem transporte de passageiros terrestre, marítimo, fluvial ou
em estoque, em poder do editor, exemplares em aéreo, ou onde quer que se representem, executem ou
número inferior a dez por cento do total da edição. transmitam obras literárias, artísticas ou científicas.
Art. 64. Somente decorrido um ano de lançamento da § 4º Previamente à realização da execução pública, o
edição, o editor poderá vender, como saldo, os empresário deverá apresentar ao escritório central,
exemplares restantes, desde que o autor seja notificado previsto no art. 99, a comprovação dos recolhimentos
de que, no prazo de trinta dias, terá prioridade na relativos aos direitos autorais.
aquisição dos referidos exemplares pelo preço de saldo.
§ 5º Quando a remuneração depender da freqüência do
Art. 65. Esgotada a edição, e o editor, com direito a público, poderá o empresário, por convênio com o
outra, não a publicar, poderá o autor notificá-lo a que o escritório central, pagar o preço após a realização da
faça em certo prazo, sob pena de perder aquele direito, execução pública.
além de responder por danos.
§ 6º O empresário entregará ao escritório central,
Art. 66. O autor tem o direito de fazer, nas edições imediatamente após a execução pública ou
sucessivas de suas obras, as emendas e alterações que transmissão, relação completa das obras e fonogramas
bem lhe aprouver. utilizados, indicando os nomes dos respectivos autores,
artistas e produtores.
Parágrafo único. O editor poderá opor-se às alterações
que lhe prejudiquem os interesses, ofendam sua § 6º O usuário entregará à entidade responsável pela
reputação ou aumentem sua responsabilidade. arrecadação dos direitos relativos à execução ou
exibição pública, imediatamente após o ato de
Art. 67. Se, em virtude de sua natureza, for
comunicação ao público, relação completa das obras e
imprescindível a atualização da obra em novas edições,
fonogramas utilizados, e a tornará pública e de livre
o editor, negando-se o autor a fazê-la, dela poderá
acesso, juntamente com os valores pagos, em seu sítio
encarregar outrem, mencionando o fato na edição.
eletrônico ou, em não havendo este, no local da
CAPÍTULO II comunicação e em sua sede. (Redação dada pela Lei nº
12.853, de 2013)
Da Comunicação ao Público

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§ 7º As empresas cinematográficas e de radiodifusão materializa, transmite o direito de expô-la, mas não


manterão à imediata disposição dos interessados, cópia transmite ao adquirente o direito de reproduzi-la.
autêntica dos contratos, ajustes ou acordos, individuais
Art. 78. A autorização para reproduzir obra de arte
ou coletivos, autorizando e disciplinando a
plástica, por qualquer processo, deve se fazer por
remuneração por execução pública das obras musicais e
escrito e se presume onerosa.
fonogramas contidas em seus programas ou obras
audiovisuais. CAPÍTULO IV
§ 8º Para as empresas mencionadas no § 7º, o prazo Da Utilização da Obra Fotográfica
para cumprimento do disposto no § 6º será até o
Art. 79. O autor de obra fotográfica tem direito a
décimo dia útil de cada mês, relativamente à relação
reproduzi-la e colocá-la à venda, observadas as
completa das obras e fonogramas utilizados no mês
restrições à exposição, reprodução e venda de retratos,
anterior. (Incluído pela Lei nº 12.853, de 2013)
e sem prejuízo dos direitos de autor sobre a obra
Art. 69. O autor, observados os usos locais, notificará o fotografada, se de artes plásticas protegidas.
empresário do prazo para a representação ou execução,
§ 1º A fotografia, quando utilizada por terceiros,
salvo prévia estipulação convencional.
indicará de forma legível o nome do seu autor.
Art. 70. Ao autor assiste o direito de opor-se à
§ 2º É vedada a reprodução de obra fotográfica que não
representação ou execução que não seja
esteja em absoluta consonância com o original, salvo
suficientemente ensaiada, bem como fiscalizá-la, tendo,
prévia autorização do autor.
para isso, livre acesso durante as representações ou
execuções, no local onde se realizam. CAPÍTULO V
Art. 71. O autor da obra não pode alterar-lhe a Da Utilização de Fonograma
substância, sem acordo com o empresário que a faz
Art. 80. Ao publicar o fonograma, o produtor
representar.
mencionará em cada exemplar:
Art. 72. O empresário, sem licença do autor, não pode
I - o título da obra incluída e seu autor;
entregar a obra a pessoa estranha à representação ou à
execução. II - o nome ou pseudônimo do intérprete;
Art. 73. Os principais intérpretes e os diretores de III - o ano de publicação;
orquestras ou coro, escolhidos de comum acordo pelo
IV - o seu nome ou marca que o identifique.
autor e pelo produtor, não podem ser substituídos por
ordem deste, sem que aquele consinta. CAPÍTULO VI
Art. 74. O autor de obra teatral, ao autorizar a sua Da Utilização da Obra Audiovisual
tradução ou adaptação, poderá fixar prazo para
Art. 81. A autorização do autor e do intérprete de obra
utilização dela em representações públicas.
literária, artística ou científica para produção
Parágrafo único. Após o decurso do prazo a que se audiovisual implica, salvo disposição em contrário,
refere este artigo, não poderá opor-se o tradutor ou consentimento para sua utilização econômica.
adaptador à utilização de outra tradução ou adaptação
§ 1º A exclusividade da autorização depende de cláusula
autorizada, salvo se for cópia da sua.
expressa e cessa dez anos após a celebração do
Art. 75. Autorizada a representação de obra teatral feita contrato.
em co-autoria, não poderá qualquer dos co-autores § 2º Em cada cópia da obra audiovisual, mencionará o
revogar a autorização dada, provocando a suspensão da produtor:
temporada contratualmente ajustada.
I - o título da obra audiovisual;
Art. 76. É impenhorável a parte do produto dos
espetáculos reservada ao autor e aos artistas. II - os nomes ou pseudônimos do diretor e dos demais
co-autores;
CAPÍTULO III
III - o título da obra adaptada e seu autor, se for o caso;
Da Utilização da Obra de Arte Plástica
IV - os artistas intérpretes;
Art. 77. Salvo convenção em contrário, o autor de obra
de arte plástica, ao alienar o objeto em que ela se V - o ano de publicação;
VI - o seu nome ou marca que o identifique.

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VII - o nome dos dubladores. (Incluído pela Lei nº III - a distribuição do original ou cópias da base de dados
12.091, de 2009) ou a sua comunicação ao público;
Art. 82. O contrato de produção audiovisual deve IV - a reprodução, distribuição ou comunicação ao
estabelecer: público dos resultados das operações mencionadas no
inciso II deste artigo.
I - a remuneração devida pelo produtor aos co-autores
da obra e aos artistas intérpretes e executantes, bem CAPÍTULO VIII
como o tempo, lugar e forma de pagamento;
Da Utilização da Obra Coletiva
II - o prazo de conclusão da obra;
Art. 88. Ao publicar a obra coletiva, o organizador
III - a responsabilidade do produtor para com os co- mencionará em cada exemplar:
autores, artistas intérpretes ou executantes, no caso de
I - o título da obra;
co-produção.
II - a relação de todos os participantes, em ordem
Art. 83. O participante da produção da obra audiovisual
alfabética, se outra não houver sido convencionada;
que interromper, temporária ou definitivamente, sua
atuação, não poderá opor-se a que esta seja utilizada na III - o ano de publicação;
obra nem a que terceiro o substitua, resguardados os
IV - o seu nome ou marca que o identifique.
direitos que adquiriu quanto à parte já executada.
Parágrafo único. Para valer-se do disposto no § 1º do
Art. 84. Caso a remuneração dos co-autores da obra
art. 17, deverá o participante notificar o organizador,
audiovisual dependa dos rendimentos de sua utilização
por escrito, até a entrega de sua participação.
econômica, o produtor lhes prestará contas
semestralmente, se outro prazo não houver sido TÍTULO V
pactuado.
Dos Direitos Conexos
Art. 85. Não havendo disposição em contrário, poderão
CAPÍTULO I
os co-autores da obra audiovisual utilizar-se, em gênero
diverso, da parte que constitua sua contribuição Disposições Preliminares
pessoal.
Art. 89. As normas relativas aos direitos de autor
Parágrafo único. Se o produtor não concluir a obra aplicam-se, no que couber, aos direitos dos artistas
audiovisual no prazo ajustado ou não iniciar sua intérpretes ou executantes, dos produtores
exploração dentro de dois anos, a contar de sua fonográficos e das empresas de radiodifusão.
conclusão, a utilização a que se refere este artigo será
Parágrafo único. A proteção desta Lei aos direitos
livre.
previstos neste artigo deixa intactas e não afeta as
Art. 86. Os direitos autorais de execução musical garantias asseguradas aos autores das obras literárias,
relativos a obras musicais, lítero-musicais e fonogramas artísticas ou científicas.
incluídos em obras audiovisuais serão devidos aos seus
CAPÍTULO II
titulares pelos responsáveis dos locais ou
estabelecimentos a que alude o § 3º do art. 68 desta Lei, Dos Direitos dos Artistas Intérpretes ou Executantes
que as exibirem, ou pelas emissoras de televisão que as
Art. 90. Tem o artista intérprete ou executante o direito
transmitirem.
exclusivo de, a título oneroso ou gratuito, autorizar ou
CAPÍTULO VII proibir:
Da Utilização de Bases de Dados I - a fixação de suas interpretações ou execuções;
Art. 87. O titular do direito patrimonial sobre uma base II - a reprodução, a execução pública e a locação das
de dados terá o direito exclusivo, a respeito da forma de suas interpretações ou execuções fixadas;
expressão da estrutura da referida base, de autorizar ou
III - a radiodifusão das suas interpretações ou
proibir:
execuções, fixadas ou não;
I - sua reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou
IV - a colocação à disposição do público de suas
processo;
interpretações ou execuções, de maneira que qualquer
II - sua tradução, adaptação, reordenação ou qualquer pessoa a elas possa ter acesso, no tempo e no lugar que
outra modificação; individualmente escolherem;

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V - qualquer outra modalidade de utilização de suas Dos Direitos das Empresas de Radiodifusão
interpretações ou execuções.
Art. 95. Cabe às empresas de radiodifusão o direito
§ 1º Quando na interpretação ou na execução exclusivo de autorizar ou proibir a retransmissão,
participarem vários artistas, seus direitos serão fixação e reprodução de suas emissões, bem como a
exercidos pelo diretor do conjunto. comunicação ao público, pela televisão, em locais de
freqüência coletiva, sem prejuízo dos direitos dos
§ 2º A proteção aos artistas intérpretes ou executantes
titulares de bens intelectuais incluídos na programação.
estende-se à reprodução da voz e imagem, quando
associadas às suas atuações. CAPÍTULO V
Art. 91. As empresas de radiodifusão poderão realizar Da Duração dos Direitos Conexos
fixações de interpretação ou execução de artistas que as
Art. 96. É de setenta anos o prazo de proteção aos
tenham permitido para utilização em determinado
direitos conexos, contados a partir de 1º de janeiro do
número de emissões, facultada sua conservação em
ano subseqüente à fixação, para os fonogramas; à
arquivo público.
transmissão, para as emissões das empresas de
Parágrafo único. A reutilização subseqüente da fixação, radiodifusão; e à execução e representação pública,
no País ou no exterior, somente será lícita mediante para os demais casos.
autorização escrita dos titulares de bens intelectuais
TÍTULO VI
incluídos no programa, devida uma remuneração
adicional aos titulares para cada nova utilização. Das Associações de Titulares de Direitos de Autor e
dos que lhes são Conexos
Art. 92. Aos intérpretes cabem os direitos morais de
integridade e paternidade de suas interpretações, Art. 97. Para o exercício e defesa de seus direitos,
inclusive depois da cessão dos direitos patrimoniais, podem os autores e os titulares de direitos conexos
sem prejuízo da redução, compactação, edição ou associar-se sem intuito de lucro.
dublagem da obra de que tenham participado, sob a
§ 1º As associações reguladas por este artigo exercem
responsabilidade do produtor, que não poderá
atividade de interesse público, por determinação desta
desfigurar a interpretação do artista.
Lei, devendo atender a sua função social. (Redação
Parágrafo único. O falecimento de qualquer participante dada pela Lei nº 12.853, de 2013)
de obra audiovisual, concluída ou não, não obsta sua
§ 2º É vedado pertencer, simultaneamente, a mais de
exibição e aproveitamento econômico, nem exige
uma associação para a gestão coletiva de direitos da
autorização adicional, sendo a remuneração prevista
mesma natureza. (Redação dada pela Lei nº 12.853, de
para o falecido, nos termos do contrato e da lei,
2013)
efetuada a favor do espólio ou dos sucessores.
§ 3º Pode o titular transferir-se, a qualquer momento,
CAPÍTULO III
para outra associação, devendo comunicar o fato, por
Dos Direitos dos Produtores Fonográficos escrito, à associação de origem. (Redação dada pela Lei
nº 12.853, de 2013)
Art. 93. O produtor de fonogramas tem o direito
exclusivo de, a título oneroso ou gratuito, autorizar-lhes § 4º As associações com sede no exterior far-se-ão
ou proibir-lhes: representar, no País, por associações nacionais
constituídas na forma prevista nesta Lei. (Incluído pela
I - a reprodução direta ou indireta, total ou parcial;
Lei nº 12.853, de 2013)
II - a distribuição por meio da venda ou locação de
§ 5º Apenas os titulares originários de direitos de autor
exemplares da reprodução;
ou de direitos conexos filiados diretamente às
III - a comunicação ao público por meio da execução associações nacionais poderão votar ou ser votados nas
pública, inclusive pela radiodifusão; associações reguladas por este artigo. (Incluído pela Lei
nº 12.853, de 2013)
IV - (VETADO)
§ 6º Apenas os titulares originários de direitos de autor
V - quaisquer outras modalidades de utilização,
ou de direitos conexos, nacionais ou estrangeiros
existentes ou que venham a ser inventadas.
domiciliados no Brasil, filiados diretamente às
Art. 94. (Revogado). associações nacionais poderão assumir cargos de
direção nas associações reguladas por este artigo.
CAPÍTULO IV
(Incluído pela Lei nº 12.853, de 2013)

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Art. 98. Com o ato de filiação, as associações de que disposto em regulamento. (Incluído pela Lei nº 12.853,
trata o art. 97 tornam-se mandatárias de seus de 2013)
associados para a prática de todos os atos necessários à
§ 9º As associações deverão disponibilizar sistema de
defesa judicial ou extrajudicial de seus direitos autorais,
informação para comunicação periódica, pelo usuário,
bem como para o exercício da atividade de cobrança
da totalidade das obras e fonogramas utilizados, bem
desses direitos. (Redação dada pela Lei nº 12.853, de
como para acompanhamento, pelos titulares de
2013)
direitos, dos valores arrecadados e
§ 1º O exercício da atividade de cobrança citada no distribuídos. (Incluído pela Lei nº 12.853, de 2013)
caput somente será lícito para as associações que
§ 10. Os créditos e valores não identificados deverão
obtiverem habilitação em órgão da Administração
permanecer retidos e à disposição dos titulares pelo
Pública Federal, nos termos do art. 98-A. (Incluído pela
período de 5 (cinco) anos, devendo ser distribuídos à
Lei nº 12.853, de 2013)
medida da sua identificação. (Incluído pela Lei nº
§ 2º As associações deverão adotar os princípios da 12.853, de 2013)
isonomia, eficiência e transparência na cobrança pela
§ 11. Findo o período de 5 (cinco) anos previsto no § 10
utilização de qualquer obra ou fonograma. (Incluído
sem que tenha ocorrido a identificação dos créditos e
pela Lei nº 12.853, de 2013)
valores retidos, estes serão distribuídos aos titulares de
§ 3º Caberá às associações, no interesse dos seus direitos de autor e de direitos conexos dentro da mesma
associados, estabelecer os preços pela utilização de seus rubrica em que foram arrecadados e na proporção de
repertórios, considerando a razoabilidade, a boa-fé e os suas respectivas arrecadações durante o período da
usos do local de utilização das obras. (Incluído pela Lei retenção daqueles créditos e valores, sendo vedada a
nº 12.853, de 2013) sua destinação para outro fim. (Incluído pela Lei nº
12.853, de 2013)
§ 4º A cobrança será sempre proporcional ao grau de
utilização das obras e fonogramas pelos usuários, § 12. A taxa de administração praticada pelas
considerando a importância da execução pública no associações no exercício da cobrança e distribuição de
exercício de suas atividades, e as particularidades de direitos autorais deverá ser proporcional ao custo
cada segmento, conforme disposto no regulamento efetivo de suas operações, considerando as
desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.853, de 2013) peculiaridades de cada uma delas. (Incluído pela Lei nº
12.853, de 2013)
§ 5º As associações deverão tratar seus associados de
forma equitativa, sendo vedado o tratamento desigual. § 13. Os dirigentes das associações serão eleitos para
(Incluído pela Lei nº 12.853, de 2013) mandato de 3 (três) anos, permitida uma única
recondução precedida de nova eleição. (Incluído pela
§ 6º As associações deverão manter um cadastro
Lei nº 12.853, de 2013)
centralizado de todos os contratos, declarações ou
documentos de qualquer natureza que comprovem a § 14. Os dirigentes das associações atuarão diretamente
autoria e a titularidade das obras e dos fonogramas, em sua gestão, por meio de voto pessoal, sendo vedado
bem como as participações individuais em cada obra e que atuem representados por terceiros. (Incluído pela
em cada fonograma, prevenindo o falseamento de Lei nº 12.853, de 2013)
dados e fraudes e promovendo a desambiguação de
§ 15. Os titulares de direitos autorais poderão praticar
títulos similares de obras. (Incluído pela Lei nº 12.853,
pessoalmente os atos referidos no caput e no § 3º deste
de 2013)
artigo, mediante comunicação à associação a que
§ 7º As informações mencionadas no § 6º são de estiverem filiados, com até 48 (quarenta e oito) horas
interesse público e o acesso a elas deverá ser de antecedência da sua prática. (Incluído pela Lei nº
disponibilizado por meio eletrônico a qualquer 12.853, de 2013)
interessado, de forma gratuita, permitindose ainda ao
§ 16. As associações, por decisão do seu órgão máximo
Ministério da Cultura o acesso contínuo e integral a tais
de deliberação e conforme previsto em seus estatutos,
informações. (Incluído pela Lei nº 12.853, de 2013)
poderão destinar até 20% (vinte por cento) da
§ 8º Mediante comunicação do interessado e totalidade ou de parte dos recursos oriundos de suas
preservada a ampla defesa e o direito ao contraditório, atividades para ações de natureza cultural e social que
o Ministério da Cultura poderá, no caso de beneficiem seus associados de forma coletiva. (Incluído
inconsistência nas informações mencionadas no § 6º pela Lei nº 12.853, de 2013)
deste artigo, determinar sua retificação e demais
medidas necessárias à sua regularização, conforme

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Art. 98-A. O exercício da atividade de cobrança de que bonificações e outras modalidades de remuneração e
trata o art. 98 dependerá de habilitação prévia em órgão premiação, com valores atualizados; (Incluído pela Lei
da Administração Pública Federal, conforme disposto nº 12.853, de 2013)
em regulamento, cujo processo administrativo
III - outras informações estipuladas em regulamento por
observará: (Incluído pela Lei nº 12.853, de 2013)
órgão da Administração Pública Federal, como as que
I - o cumprimento, pelos estatutos da entidade demonstrem o cumprimento das obrigações
solicitante, dos requisitos estabelecidos na legislação internacionais contratuais da entidade solicitante que
para sua constituição; (Incluído pela Lei nº 12.853, de possam ensejar questionamento ao Estado Brasileiro no
2013) âmbito dos acordos internacionais dos quais é parte.
(Incluído pela Lei nº 12.853, de 2013)
II - a demonstração de que a entidade solicitante reúne
as condições necessárias para assegurar uma § 1º Os documentos e informações a que se referem os
administração eficaz e transparente dos direitos a ela incisos II e III do caput deste artigo deverão ser
confiados e significativa representatividade de obras e apresentados anualmente ao Ministério da
titulares cadastrados, mediante comprovação dos Cultura. (Incluído pela Lei nº 12.853, de 2013)
seguintes documentos e informações: (Incluído pela Lei
§ 2º A habilitação de que trata o § 1º do art. 98 é um ato
nº 12.853, de 2013)
de qualificação vinculado ao cumprimento dos
a) cadastros das obras e titulares que representam; requisitos instituídos por esta Lei e por seu regulamento
(Incluído pela Lei nº 12.853, de 2013) e não precisará ser renovada periodicamente, mas
poderá ser anulada mediante decisão proferida em
b) contratos e convênios mantidos com usuários de
processo administrativo ou judicial, quando verificado
obras de seus repertórios, quando aplicável; (Incluído
que a associação não atende ao disposto nesta Lei,
pela Lei nº 12.853, de 2013)
assegurados sempre o contraditório e ampla defesa,
c) estatutos e respectivas alterações; (Incluído pela Lei bem como a comunicação do fato ao Ministério Público.
nº 12.853, de 2013) (Incluído pela Lei nº 12.853, de 2013)
d) atas das assembleias ordinárias ou extraordinárias; § 3º A anulação da habilitação a que se refere o § 1º do
(Incluído pela Lei nº 12.853, de 2013) art. 98 levará em consideração a gravidade e a
relevância das irregularidades identificadas, a boa-fé do
e) acordos de representação recíproca com entidades
infrator e a reincidência nas irregularidades, conforme
congêneres estrangeiras, quando existentes; (Incluído
disposto em regulamento, e somente se efetivará após
pela Lei nº 12.853, de 2013)
a aplicação de advertência, quando se concederá prazo
f) relatório anual de suas atividades, quando aplicável; razoável para atendimento das exigências apontadas
(Incluído pela Lei nº 12.853, de 2013) pela autoridade competente. (Incluído pela Lei nº
12.853, de 2013)
g) demonstrações contábeis anuais, quando
aplicável; (Incluído pela Lei nº 12.853, de 2013) § 4º A ausência de uma associação que seja mandatária
de determinada categoria de titulares em função da
h) demonstração de que as taxas de administração são
aplicação do § 2º deste artigo não isenta os usuários das
proporcionais aos custos de cobrança e distribuição
obrigações previstas no art. 68, que deverão ser
para cada tipo de utilização, quando aplicável; (Incluído
quitadas em relação ao período compreendido entre o
pela Lei nº 12.853, de 2013)
indeferimento do pedido de habilitação, a anulação ou
i) relatório anual de auditoria externa de suas contas, o cancelamento da habilitação e a obtenção de nova
desde que a entidade funcione há mais de 1 (um) ano e habilitação ou constituição de entidade sucessora nos
que a auditoria seja demandada pela maioria de seus termos deste artigo, ficando a entidade sucessora
associados ou por sindicato ou associação profissional, responsável pela fixação dos valores dos direitos
nos termos do art. 100; (Incluído pela Lei nº 12.853, de autorais ou conexos em relação ao período
2013) compreendido entre o indeferimento do pedido de
habilitação ou sua anulação e a obtenção de nova
j) detalhamento do modelo de governança da
habilitação pela entidade sucessora. (Incluído pela Lei
associação, incluindo estrutura de representação
nº 12.853, de 2013)
isonômica dos associados; (Incluído pela Lei nº 12.853,
de 2013) § 5º A associação cuja habilitação, nos termos deste
artigo, seja anulada, inexistente ou pendente de
k) plano de cargos e salários, incluindo valor das
apreciação pela autoridade competente, ou apresente
remunerações dos dirigentes, gratificações,
qualquer outra forma de irregularidade, não poderá

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utilizar tais fatos como impedimento para distribuição VII - garantir ao usuário o acesso às informações
de eventuais valores já arrecadados, sob pena de referentes às utilizações por ele realizadas. (Incluído
responsabilização direta de seus dirigentes nos termos pela Lei nº 12.853, de 2013)
do art. 100-A, sem prejuízo das sanções penais cabíveis.
Parágrafo único. As informações contidas nos incisos I e
(Incluído pela Lei nº 12.853, de 2013)
II devem ser atualizadas periodicamente, em intervalo
§ 6º As associações de gestão coletiva de direitos nunca superior a 6 (seis) meses. (Incluído pela Lei nº
autorais deverão manter atualizados e disponíveis aos 12.853, de 2013)
associados os documentos e as informações previstos
Art. 98-C. As associações de gestão coletiva de direitos
nos incisos II e III deste artigo. (Incluído pela Lei nº
autorais deverão prestar contas dos valores devidos, em
12.853, de 2013)
caráter regular e de modo direto, aos seus associados.
Art. 98-B. As associações de gestão coletiva de direitos (Incluído pela Lei nº 12.853, de 2013)
autorais, no desempenho de suas funções, deverão:
§ 1º O direito à prestação de contas poderá ser exercido
(Incluído pela Lei nº 12.853, de 2013)
diretamente pelo associado. (Incluído pela Lei nº
I - dar publicidade e transparência, por meio de sítios 12.853, de 2013)
eletrônicos próprios, às formas de cálculo e critérios de
§ 2º Se as contas não forem prestadas na forma do § 1º,
cobrança, discriminando, dentre outras informações, o
o pedido do associado poderá ser encaminhado ao
tipo de usuário, tempo e lugar de utilização, bem como
Ministério da Cultura que, após sua apreciação, poderá
os critérios de distribuição dos valores dos direitos
determinar a prestação de contas pela associação, na
autorais arrecadados, incluídas as planilhas e demais
forma do regulamento. (Incluído pela Lei nº 12.853, de
registros de utilização das obras e fonogramas
2013)
fornecidas pelos usuários, excetuando os valores
distribuídos aos titulares individualmente; (Incluído pela Art. 99. A arrecadação e distribuição dos direitos
Lei nº 12.853, de 2013) relativos à execução pública de obras musicais e
literomusicais e de fonogramas será feita por meio das
II - dar publicidade e transparência, por meio de sítios
associações de gestão coletiva criadas para este fim por
eletrônicos próprios, aos estatutos, aos regulamentos
seus titulares, as quais deverão unificar a cobrança em
de arrecadação e distribuição, às atas de suas reuniões
um único escritório central para arrecadação e
deliberativas e aos cadastros das obras e titulares que
distribuição, que funcionará como ente arrecadador
representam, bem como ao montante arrecadado e
com personalidade jurídica própria e observará os §§ 1º
distribuído e aos créditos eventualmente arrecadados e
a 12 do art. 98 e os arts. 98-A, 98-B, 98-C, 99-B, 100, 100-
não distribuídos, sua origem e o motivo da sua retenção;
A e 100-B. (Redação dada pela Lei nº 12.853, de 2013)
(Incluído pela Lei nº 12.853, de 2013)
§ 1º O ente arrecadador organizado na forma prevista
III - buscar eficiência operacional, dentre outros meios,
no caput não terá finalidade de lucro e será dirigido e
pela redução de seus custos administrativos e dos
administrado por meio do voto unitário de cada
prazos de distribuição dos valores aos titulares de
associação que o integra. (Redação dada pela Lei nº
direitos; (Incluído pela Lei nº 12.853, de 2013)
12.853, de 2013)
IV - oferecer aos titulares de direitos os meios técnicos
§ 2º O ente arrecadador e as associações a que se refere
para que possam acessar o balanço dos seus créditos da
este Título atuarão em juízo e fora dele em seus próprios
forma mais eficiente dentro do estado da
nomes como substitutos processuais dos titulares a eles
técnica; (Incluído pela Lei nº 12.853, de 2013)
vinculados. (Redação dada pela Lei nº 12.853, de 2013)
V - aperfeiçoar seus sistemas para apuração cada vez
§ 3º O recolhimento de quaisquer valores pelo ente
mais acurada das execuções públicas realizadas e
arrecadador somente se fará por depósito bancário.
publicar anualmente seus métodos de verificação,
(Redação dada pela Lei nº 12.853, de 2013)
amostragem e aferição; (Incluído pela Lei nº 12.853, de
2013) § 4º A parcela destinada à distribuição aos autores e
demais titulares de direitos não poderá, em um ano da
VI - garantir aos associados o acesso às informações
data de publicação desta Lei, ser inferior a 77,5%
referentes às obras sobre as quais sejam titulares de
(setenta e sete inteiros e cinco décimos por cento) dos
direitos e às execuções aferidas para cada uma delas,
valores arrecadados, aumentando-se tal parcela à razão
abstendo-se de firmar contratos, convênios ou pactos
de 2,5% a.a. (dois inteiros e cinco décimos por cento ao
com cláusula de confidencialidade; (Incluído pela Lei nº
ano), até que, em 4 (quatro) anos da data de publicação
12.853, de 2013)
desta Lei, ela não seja inferior a 85% (oitenta e cinco por

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cento) dos valores arrecadados. (Redação dada pela Lei expensas, após notificação, com 8 (oito) dias de
nº 12.853, de 2013) antecedência, fiscalizar, por intermédio de auditor
independente, a exatidão das contas prestadas por essa
§ 5º O ente arrecadador poderá manter fiscais, aos
associação autoral a seus representados. (Redação
quais é vedado receber do usuário numerário a
dada pela Lei nº 12.853, de 2013)
qualquer título. (Redação dada pela Lei nº 12.853, de
2013) Art. 100-A. Os dirigentes das associações de gestão
coletiva de direitos autorais respondem solidariamente,
§ 6º A inobservância da norma do § 5º tornará o faltoso
com seus bens particulares, por desvio de finalidade ou
inabilitado à função de fiscal, sem prejuízo da
quanto ao inadimplemento das obrigações para com os
comunicação do fato ao Ministério Público e da
associados, por dolo ou culpa. (Incluído pela Lei nº
aplicação das sanções civis e penais cabíveis. (Incluído
12.853, de 2013)
pela Lei nº 12.853, de 2013)
Art. 100-B. Os litígios entre usuários e titulares de
§ 7º Cabe ao ente arrecadador e às associações de
direitos autorais ou seus mandatários, em relação à falta
gestão coletiva zelar pela continuidade da arrecadação
de pagamento, aos critérios de cobrança, às formas de
e, no caso de perda da habilitação por alguma
oferecimento de repertório e aos valores de
associação, cabe a ela cooperar para que a transição
arrecadação, e entre titulares e suas associações, em
entre associações seja realizada sem qualquer prejuízo
relação aos valores e critérios de distribuição, poderão
aos titulares, transferindo-se todas as informações
ser objeto da atuação de órgão da Administração
necessárias ao processo de arrecadação e distribuição
Pública Federal para a resolução de conflitos por meio
de direitos. (Incluído pela Lei nº 12.853, de 2013)
de mediação ou arbitragem, na forma do regulamento,
§ 8º Sem prejuízo do disposto no § 3º do art. 98, as sem prejuízo da apreciação pelo Poder Judiciário e pelos
associações devem estabelecer e unificar o preço de órgãos do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência,
seus repertórios junto ao ente arrecadador para a sua quando cabível. (Incluído pela Lei nº 12.853, de 2013)
cobrança, atuando este como mandatário das
TÍTULO VII
associações que o integram. (Incluído pela Lei nº 12.853,
de 2013) Das Sanções às Violações dos Direitos Autorais
§ 9º O ente arrecadador cobrará do usuário de forma CAPÍTULO I
unificada, e se encarregará da devida distribuição da
Disposição Preliminar
arrecadação às associações, observado o disposto nesta
Lei, especialmente os critérios estabelecidos nos §§ 3º e Art. 101. As sanções civis de que trata este Capítulo
4º do art. 98. (Incluído pela Lei nº 12.853, de 2013) aplicam-se sem prejuízo das penas cabíveis.
Art. 99-A. O ente arrecadador de que trata o caput do Capítulo II
art. 99 deverá admitir em seus quadros, além das
Das Sanções Civis
associações que o constituíram, as associações de
titulares de direitos autorais que tenham pertinência Art. 102. O titular cuja obra seja fraudulentamente
com sua área de atuação e estejam habilitadas em órgão reproduzida, divulgada ou de qualquer forma utilizada,
da Administração Pública Federal na forma do art. 98-A. poderá requerer a apreensão dos exemplares
(Incluído pela Lei nº 12.853, de 2013) reproduzidos ou a suspensão da divulgação, sem
prejuízo da indenização cabível.
Parágrafo único. As deliberações quanto aos critérios de
distribuição dos recursos arrecadados serão tomadas Art. 103. Quem editar obra literária, artística ou
por meio do voto unitário de cada associação que científica, sem autorização do titular, perderá para este
integre o ente arrecadador. (Incluído pela Lei nº 12.853, os exemplares que se apreenderem e pagar-lhe-á o
de 2013) preço dos que tiver vendido.
Art. 99-B. As associações referidas neste Título estão Parágrafo único. Não se conhecendo o número de
sujeitas às regras concorrenciais definidas em legislação exemplares que constituem a edição fraudulenta,
específica que trate da prevenção e repressão às pagará o transgressor o valor de três mil exemplares,
infrações contra a ordem econômica. (Incluído pela Lei além dos apreendidos.
nº 12.853, de 2013)
Art. 104. Quem vender, expuser a venda, ocultar,
Art. 100. O sindicato ou associação profissional que adquirir, distribuir, tiver em depósito ou utilizar obra ou
congregue filiados de uma associação de gestão coletiva fonograma reproduzidos com fraude, com a finalidade
de direitos autorais poderá, 1 (uma) vez por ano, às suas de vender, obter ganho, vantagem, proveito, lucro

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direto ou indireto, para si ou para outrem, será morais, está obrigado a divulgar-lhes a identidade da
solidariamente responsável com o contrafator, nos seguinte forma:
termos dos artigos precedentes, respondendo como
I - tratando-se de empresa de radiodifusão, no mesmo
contrafatores o importador e o distribuidor em caso de
horário em que tiver ocorrido a infração, por três dias
reprodução no exterior.
consecutivos;
Art. 105. A transmissão e a retransmissão, por qualquer
II - tratando-se de publicação gráfica ou fonográfica,
meio ou processo, e a comunicação ao público de obras
mediante inclusão de errata nos exemplares ainda não
artísticas, literárias e científicas, de interpretações e de
distribuídos, sem prejuízo de comunicação, com
fonogramas, realizadas mediante violação aos direitos
destaque, por três vezes consecutivas em jornal de
de seus titulares, deverão ser imediatamente suspensas
grande circulação, dos domicílios do autor, do
ou interrompidas pela autoridade judicial competente,
intérprete e do editor ou produtor;
sem prejuízo da multa diária pelo descumprimento e
das demais indenizações cabíveis, independentemente III - tratando-se de outra forma de utilização, por
das sanções penais aplicáveis; caso se comprove que o intermédio da imprensa, na forma a que se refere o
infrator é reincidente na violação aos direitos dos inciso anterior.
titulares de direitos de autor e conexos, o valor da multa
Art. 109. A execução pública feita em desacordo com os
poderá ser aumentado até o dobro.
arts. 68, 97, 98 e 99 desta Lei sujeitará os responsáveis
Art. 106. A sentença condenatória poderá determinar a a multa de vinte vezes o valor que deveria ser
destruição de todos os exemplares ilícitos, bem como as originariamente pago.
matrizes, moldes, negativos e demais elementos
Art. 109-A. A falta de prestação ou a prestação de
utilizados para praticar o ilícito civil, assim como a perda
informações falsas no cumprimento do disposto no § 6º
de máquinas, equipamentos e insumos destinados a tal
do art. 68 e no § 9º do art. 98 sujeitará os responsáveis,
fim ou, servindo eles unicamente para o fim ilícito, sua
por determinação da autoridade competente e nos
destruição.
termos do regulamento desta Lei, a multa de 10 (dez) a
Art. 107. Independentemente da perda dos 30% (trinta por cento) do valor que deveria ser
equipamentos utilizados, responderá por perdas e originariamente pago, sem prejuízo das perdas e danos.
danos, nunca inferiores ao valor que resultaria da (Incluído pela Lei nº 12.853, de 2013)
aplicação do disposto no art. 103 e seu parágrafo único,
Parágrafo único. Aplicam-se as regras da legislação civil
quem:
quanto ao inadimplemento das obrigações no caso de
I - alterar, suprimir, modificar ou inutilizar, de qualquer descumprimento, pelos usuários, dos seus deveres
maneira, dispositivos técnicos introduzidos nos legais e contratuais junto às associações referidas neste
exemplares das obras e produções protegidas para Título. (Incluído pela Lei nº 12.853, de 2013)
evitar ou restringir sua cópia;
Art. 110. Pela violação de direitos autorais nos
II - alterar, suprimir ou inutilizar, de qualquer maneira, espetáculos e audições públicas, realizados nos locais ou
os sinais codificados destinados a restringir a estabelecimentos a que alude o art. 68, seus
comunicação ao público de obras, produções ou proprietários, diretores, gerentes, empresários e
emissões protegidas ou a evitar a sua cópia; arrendatários respondem solidariamente com os
organizadores dos espetáculos.
III - suprimir ou alterar, sem autorização, qualquer
informação sobre a gestão de direitos; CAPÍTULO III
IV - distribuir, importar para distribuição, emitir, Da Prescrição da Ação
comunicar ou puser à disposição do público, sem
Art. 111. (VETADO)
autorização, obras, interpretações ou execuções,
exemplares de interpretações fixadas em fonogramas e TÍTULO VIII
emissões, sabendo que a informação sobre a gestão de
Disposições Finais e Transitórias
direitos, sinais codificados e dispositivos técnicos foram
suprimidos ou alterados sem autorização. Art. 112. Se uma obra, em conseqüência de ter expirado
o prazo de proteção que lhe era anteriormente
Art. 108. Quem, na utilização, por qualquer modalidade,
reconhecido pelo § 2º do art. 42 da Lei nº 5.988, de 14
de obra intelectual, deixar de indicar ou de anunciar,
de dezembro de 1973, caiu no domínio público, não terá
como tal, o nome, pseudônimo ou sinal convencional do
o prazo de proteção dos direitos patrimoniais ampliado
autor e do intérprete, além de responder por danos
por força do art. 41 desta Lei.

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Art. 113. Os fonogramas, os livros e as obras V - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de
audiovisuais sujeitar-se-ão a selos ou sinais de 2012)
identificação sob a responsabilidade do produtor,
VI - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de
distribuidor ou importador, sem ônus para o
2012)
consumidor, com o fim de atestar o cumprimento das
normas legais vigentes, conforme dispuser o VII - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de
regulamento. (Regulamento) (Regulamento) 2012)
Art. 114. Esta Lei entra em vigor cento e vinte dias após VIII - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.683, de
sua publicação. 2012)
Art. 115. Ficam revogados os arts. 649 a 673 e 1.346 a Pena: reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e
1.362 do Código Civil e as Leis nºs 4.944, de 6 de abril de multa. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
1966; 5.988, de 14 de dezembro de 1973, excetuando-
§ 1º Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou
se o art. 17 e seus §§ 1º e 2º; 6.800, de 25 de junho de
dissimular a utilização de bens, direitos ou valores
1980; 7.123, de 12 de setembro de 1983; 9.045, de 18
provenientes de infração penal: (Redação dada pela Lei
de maio de 1995, e demais disposições em contrário,
nº 12.683, de 2012)
mantidos em vigor as Leis nºs 6.533, de 24 de maio de
1978 e 6.615, de 16 de dezembro de 1978. I - os converte em ativos lícitos;
Brasília, 19 de fevereiro de 1998; 177º da Independência II - os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em
e 110º da República. garantia, guarda, tem em depósito, movimenta ou
transfere;
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Francisco Weffort III - importa ou exporta bens com valores não
correspondentes aos verdadeiros.
LEI Nº 9.613/1998 § 2º Incorre, ainda, na mesma pena quem: (Redação
dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
Dispõe sobre os crimes de "lavagem" ou ocultação de
I - utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens,
bens, direitos e valores; a prevenção da utilização do
direitos ou valores provenientes de infração
sistema financeiro para os ilícitos previstos nesta Lei;
penal; (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
cria o Conselho de Controle de Atividades Financeiras -
COAF, e dá outras providências. II - participa de grupo, associação ou escritório tendo
conhecimento de que sua atividade principal ou
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o
secundária é dirigida à prática de crimes previstos nesta
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
Lei.
Lei:
§ 3º A tentativa é punida nos termos do parágrafo único
CAPÍTULO I
do art. 14 do Código Penal.
Dos Crimes de "Lavagem" ou Ocultação de Bens,
§ 4º A pena será aumentada de um a dois terços, se os
Direitos e Valores
crimes definidos nesta Lei forem cometidos de forma
Art. 1º Ocultar ou dissimular a natureza, origem, reiterada ou por intermédio de organização
localização, disposição, movimentação ou propriedade criminosa. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou
§ 5º A pena poderá ser reduzida de um a dois terços e
indiretamente, de infração penal. (Redação dada pela
ser cumprida em regime aberto ou semiaberto,
Lei nº 12.683, de 2012)
facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la,
I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de a qualquer tempo, por pena restritiva de direitos, se o
2012) autor, coautor ou partícipe colaborar espontaneamente
com as autoridades, prestando esclarecimentos que
II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de
conduzam à apuração das infrações penais, à
2012)
identificação dos autores, coautores e partícipes, ou à
III - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de localização dos bens, direitos ou valores objeto do
2012) crime. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
IV - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de CAPÍTULO II
2012)
Disposições Processuais Especiais

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Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos § 2º O juiz determinará a liberação total ou parcial dos
nesta Lei: bens, direitos e valores quando comprovada a licitude
de sua origem, mantendo-se a constrição dos bens,
I – obedecem às disposições relativas ao procedimento
direitos e valores necessários e suficientes à reparação
comum dos crimes punidos com reclusão, da
dos danos e ao pagamento de prestações pecuniárias,
competência do juiz singular;
multas e custas decorrentes da infração
II - independem do processo e julgamento das infrações penal. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
penais antecedentes, ainda que praticados em outro
§ 3º Nenhum pedido de liberação será conhecido sem
país, cabendo ao juiz competente para os crimes
o comparecimento pessoal do acusado ou de interposta
previstos nesta Lei a decisão sobre a unidade de
pessoa a que se refere o caput deste artigo, podendo o
processo e julgamento; (Redação dada pela Lei nº
juiz determinar a prática de atos necessários à
12.683, de 2012)
conservação de bens, direitos ou valores, sem prejuízo
III - são da competência da Justiça Federal: do disposto no § 1º. (Redação dada pela Lei nº 12.683,
de 2012)
a) quando praticados contra o sistema financeiro e a
ordem econômico-financeira, ou em detrimento de § 4º Poderão ser decretadas medidas assecuratórias
bens, serviços ou interesses da União, ou de suas sobre bens, direitos ou valores para reparação do dano
entidades autárquicas ou empresas públicas; decorrente da infração penal antecedente ou da
prevista nesta Lei ou para pagamento de prestação
b) quando a infração penal antecedente for de
pecuniária, multa e custas. (Redação dada pela Lei nº
competência da Justiça Federal. (Redação dada pela
12.683, de 2012)
Lei nº 12.683, de 2012)
Art. 4º-A. A alienação antecipada para preservação de
§ 1º A denúncia será instruída com indícios suficientes
valor de bens sob constrição será decretada pelo juiz, de
da existência da infração penal antecedente, sendo
ofício, a requerimento do Ministério Público ou por
puníveis os fatos previstos nesta Lei, ainda que
solicitação da parte interessada, mediante petição
desconhecido ou isento de pena o autor, ou extinta a
autônoma, que será autuada em apartado e cujos autos
punibilidade da infração penal antecedente. (Redação
terão tramitação em separado em relação ao processo
dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
principal. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 2º No processo por crime previsto nesta Lei, não se
§ 1º O requerimento de alienação deverá conter a
aplica o disposto no art. 366 do Decreto-Lei nº 3.689, de
relação de todos os demais bens, com a descrição e a
3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal),
especificação de cada um deles, e informações sobre
devendo o acusado que não comparecer nem constituir
quem os detém e local onde se encontram. (Incluído
advogado ser citado por edital, prosseguindo o feito até
pela Lei nº 12.683, de 2012)
o julgamento, com a nomeação de defensor
dativo. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) § 2º O juiz determinará a avaliação dos bens, nos autos
apartados, e intimará o Ministério Público. (Incluído
Art. 3º (Revogado pela Lei nº 12.683, de 2012)
pela Lei nº 12.683, de 2012)
Art. 4º O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério
§ 3º Feita a avaliação e dirimidas eventuais divergências
Público ou mediante representação do delegado de
sobre o respectivo laudo, o juiz, por sentença,
polícia, ouvido o Ministério Público em 24 (vinte e
homologará o valor atribuído aos bens e determinará
quatro) horas, havendo indícios suficientes de infração
sejam alienados em leilão ou pregão, preferencialmente
penal, poderá decretar medidas assecuratórias de bens,
eletrônico, por valor não inferior a 75% (setenta e cinco
direitos ou valores do investigado ou acusado, ou
por cento) da avaliação. (Incluído pela Lei nº 12.683, de
existentes em nome de interpostas pessoas, que sejam
2012)
instrumento, produto ou proveito dos crimes previstos
nesta Lei ou das infrações penais § 4º Realizado o leilão, a quantia apurada será
antecedentes. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de depositada em conta judicial remunerada, adotando-se
2012) a seguinte disciplina: (Incluído pela Lei nº 12.683, de
2012)
§ 1º Proceder-se-á à alienação antecipada para
preservação do valor dos bens sempre que estiverem I - nos processos de competência da Justiça Federal e da
sujeitos a qualquer grau de deterioração ou Justiça do Distrito Federal: (Incluído pela Lei nº 12.683,
depreciação, ou quando houver dificuldade para sua de 2012)
manutenção. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de
2012)

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a) os depósitos serão efetuados na Caixa Econômica § 8º Feito o depósito a que se refere o § 4º deste artigo,
Federal ou em instituição financeira pública, mediante os autos da alienação serão apensados aos do processo
documento adequado para essa finalidade; (Incluída principal. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 9º Terão apenas efeito devolutivo os recursos
b) os depósitos serão repassados pela Caixa Econômica interpostos contra as decisões proferidas no curso do
Federal ou por outra instituição financeira pública para procedimento previsto neste artigo. (Incluído pela Lei
a Conta Única do Tesouro Nacional, nº 12.683, de 2012)
independentemente de qualquer formalidade, no prazo
§ 10. Sobrevindo o trânsito em julgado de sentença
de 24 (vinte e quatro) horas; e (Incluída pela Lei nº
penal condenatória, o juiz decretará, em favor,
12.683, de 2012)
conforme o caso, da União ou do Estado: (Incluído pela
c) os valores devolvidos pela Caixa Econômica Federal Lei nº 12.683, de 2012)
ou por instituição financeira pública serão debitados à
I - a perda dos valores depositados na conta
Conta Única do Tesouro Nacional, em subconta de
remunerada e da fiança; (Incluído pela Lei nº 12.683, de
restituição; (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
2012)
II - nos processos de competência da Justiça dos
II - a perda dos bens não alienados antecipadamente e
Estados: (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
daqueles aos quais não foi dada destinação prévia;
a) os depósitos serão efetuados em instituição e (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
financeira designada em lei, preferencialmente pública,
III - a perda dos bens não reclamados no prazo de 90
de cada Estado ou, na sua ausência, em instituição
(noventa) dias após o trânsito em julgado da sentença
financeira pública da União; (Incluída pela Lei nº
condenatória, ressalvado o direito de lesado ou terceiro
12.683, de 2012)
de boa-fé. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
b) os depósitos serão repassados para a conta única de
§ 11. Os bens a que se referem os incisos II e III do § 10
cada Estado, na forma da respectiva
deste artigo serão adjudicados ou levados a leilão,
legislação. (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
depositando-se o saldo na conta única do respectivo
§ 5º Mediante ordem da autoridade judicial, o valor do ente. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
depósito, após o trânsito em julgado da sentença
§ 12. O juiz determinará ao registro público competente
proferida na ação penal, será: (Incluído pela Lei nº
que emita documento de habilitação à circulação e
12.683, de 2012)
utilização dos bens colocados sob o uso e custódia das
I - em caso de sentença condenatória, nos processos de entidades a que se refere o caput deste
competência da Justiça Federal e da Justiça do Distrito artigo. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
Federal, incorporado definitivamente ao patrimônio da
§ 13. Os recursos decorrentes da alienação antecipada
União, e, nos processos de competência da Justiça
de bens, direitos e valores oriundos do crime de tráfico
Estadual, incorporado ao patrimônio do Estado
ilícito de drogas e que tenham sido objeto de
respectivo; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
dissimulação e ocultação nos termos desta Lei
II - em caso de sentença absolutória extintiva de permanecem submetidos à disciplina definida em lei
punibilidade, colocado à disposição do réu pela específica. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
instituição financeira, acrescido da remuneração da
Art. 4º-B. A ordem de prisão de pessoas ou as medidas
conta judicial. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
assecuratórias de bens, direitos ou valores poderão ser
§ 6º A instituição financeira depositária manterá suspensas pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando
controle dos valores depositados ou a sua execução imediata puder comprometer as
devolvidos. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) investigações. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 7º Serão deduzidos da quantia apurada no leilão Art. 5º Quando as circunstâncias o aconselharem, o juiz,
todos os tributos e multas incidentes sobre o bem ouvido o Ministério Público, nomeará pessoa física ou
alienado, sem prejuízo de iniciativas que, no âmbito da jurídica qualificada para a administração dos bens,
competência de cada ente da Federação, venham a direitos ou valores sujeitos a medidas assecuratórias,
desonerar bens sob constrição judicial daqueles mediante termo de compromisso. (Redação dada pela
ônus. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) Lei nº 12.683, de 2012)
Art. 6º A pessoa responsável pela administração dos
bens: (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)

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I - fará jus a uma remuneração, fixada pelo juiz, que será autoridade estrangeira competente, medidas
satisfeita com o produto dos bens objeto da assecuratórias sobre bens, direitos ou valores oriundos
administração; de crimes descritos no art. 1º praticados no
estrangeiro. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de
II - prestará, por determinação judicial, informações
2012)
periódicas da situação dos bens sob sua administração,
bem como explicações e detalhamentos sobre § 1º Aplica-se o disposto neste artigo,
investimentos e reinvestimentos realizados. independentemente de tratado ou convenção
internacional, quando o governo do país da autoridade
Parágrafo único. Os atos relativos à administração dos
solicitante prometer reciprocidade ao Brasil.
bens sujeitos a medidas assecuratórias serão levados ao
conhecimento do Ministério Público, que requererá o § 2º Na falta de tratado ou convenção, os bens, direitos
que entender cabível. (Redação dada pela Lei nº ou valores privados sujeitos a medidas assecuratórias
12.683, de 2012) por solicitação de autoridade estrangeira competente
ou os recursos provenientes da sua alienação serão
CAPÍTULO III
repartidos entre o Estado requerente e o Brasil, na
Dos Efeitos da Condenação proporção de metade, ressalvado o direito do lesado ou
de terceiro de boa-fé. (Redação dada pela Lei nº 12.683,
Art. 7º São efeitos da condenação, além dos previstos
de 2012)
no Código Penal:
CAPÍTULO V
I - a perda, em favor da União - e dos Estados, nos casos
(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
de competência da Justiça Estadual -, de todos os bens,
direitos e valores relacionados, direta ou indiretamente, Das Pessoas Sujeitas ao Mecanismo de Controle
à prática dos crimes previstos nesta Lei, inclusive (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
aqueles utilizados para prestar a fiança, ressalvado o
Art. 9º Sujeitam-se às obrigações referidas nos arts. 10
direito do lesado ou de terceiro de boa-fé; (Redação
e 11 as pessoas físicas e jurídicas que tenham, em
dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
caráter permanente ou eventual, como atividade
II - a interdição do exercício de cargo ou função pública principal ou acessória, cumulativamente ou não:
de qualquer natureza e de diretor, de membro de (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
conselho de administração ou de gerência das pessoas
I - a captação, intermediação e aplicação de recursos
jurídicas referidas no art. 9º, pelo dobro do tempo da
financeiros de terceiros, em moeda nacional ou
pena privativa de liberdade aplicada.
estrangeira;
§ 1º A União e os Estados, no âmbito de suas
II – a compra e venda de moeda estrangeira ou ouro
competências, regulamentarão a forma de destinação
como ativo financeiro ou instrumento cambial;
dos bens, direitos e valores cuja perda houver sido
declarada, assegurada, quanto aos processos de III - a custódia, emissão, distribuição, liqüidação,
competência da Justiça Federal, a sua utilização pelos negociação, intermediação ou administração de títulos
órgãos federais encarregados da prevenção, do ou valores mobiliários.
combate, da ação penal e do julgamento dos crimes
Parágrafo único. Sujeitam-se às mesmas obrigações:
previstos nesta Lei, e, quanto aos processos de
competência da Justiça Estadual, a preferência dos I – as bolsas de valores, as bolsas de mercadorias ou
órgãos locais com idêntica função. (Incluído pela Lei nº futuros e os sistemas de negociação do mercado de
12.683, de 2012) balcão organizado; (Redação dada pela Lei nº
12.683, de 2012)
§ 2º Os instrumentos do crime sem valor econômico
cuja perda em favor da União ou do Estado for II - as seguradoras, as corretoras de seguros e as
decretada serão inutilizados ou doados a museu entidades de previdência complementar ou de
criminal ou a entidade pública, se houver interesse na capitalização;
sua conservação. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
III - as administradoras de cartões de credenciamento
CAPÍTULO IV ou cartões de crédito, bem como as administradoras de
consórcios para aquisição de bens ou serviços;
Dos Bens, Direitos ou Valores Oriundos de Crimes
Praticados no Estrangeiro IV - as administradoras ou empresas que se utilizem de
cartão ou qualquer outro meio eletrônico, magnético ou
Art. 8º O juiz determinará, na hipótese de existência de
equivalente, que permita a transferência de fundos;
tratado ou convenção internacional e por solicitação de

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V - as empresas de arrendamento mercantil (leasing), as d) de criação, exploração ou gestão de sociedades de


empresas de fomento comercial (factoring) e as qualquer natureza, fundações, fundos fiduciários ou
Empresas Simples de Crédito estruturas análogas; (Incluída pela Lei nº 12.683, de
(ESC); (Redação dada pela Lei 2012)
Complementar nº 167, de 2019)
e) financeiras, societárias ou imobiliárias; e (Incluída
VI - as sociedades que efetuem distribuição de dinheiro pela Lei nº 12.683, de 2012)
ou quaisquer bens móveis, imóveis, mercadorias,
f) de alienação ou aquisição de direitos sobre contratos
serviços, ou, ainda, concedam descontos na sua
relacionados a atividades desportivas ou artísticas
aquisição, mediante sorteio ou método assemelhado;
profissionais; (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
VII - as filiais ou representações de entes estrangeiros
XV - pessoas físicas ou jurídicas que atuem na
que exerçam no Brasil qualquer das atividades listadas
promoção, intermediação, comercialização,
neste artigo, ainda que de forma eventual;
agenciamento ou negociação de direitos de
VIII - as demais entidades cujo funcionamento dependa transferência de atletas, artistas ou feiras, exposições
de autorização de órgão regulador dos mercados ou eventos similares; (Incluído pela Lei nº 12.683, de
financeiro, de câmbio, de capitais e de seguros; 2012)
IX - as pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou XVI - as empresas de transporte e guarda de
estrangeiras, que operem no Brasil como agentes, valores; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
dirigentes, procuradoras, comissionárias ou por
XVII - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem
qualquer forma representem interesses de ente
bens de alto valor de origem rural ou animal ou
estrangeiro que exerça qualquer das atividades
intermedeiem a sua comercialização; e (Incluído pela
referidas neste artigo;
Lei nº 12.683, de 2012)
X - as pessoas físicas ou jurídicas que exerçam atividades
XVIII - as dependências no exterior das entidades
de promoção imobiliária ou compra e venda de
mencionadas neste artigo, por meio de sua matriz no
imóveis; (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
Brasil, relativamente a residentes no País. (Incluído pela
XI - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem Lei nº 12.683, de 2012)
jóias, pedras e metais preciosos, objetos de arte e
CAPÍTULO VI
antigüidades.
Da Identificação dos Clientes e Manutenção de
XII - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem
Registros
bens de luxo ou de alto valor, intermedeiem a sua
comercialização ou exerçam atividades que envolvam Art. 10. As pessoas referidas no art. 9º:
grande volume de recursos em espécie; (Redação dada
I - identificarão seus clientes e manterão cadastro
pela Lei nº 12.683, de 2012)
atualizado, nos termos de instruções emanadas das
XIII - as juntas comerciais e os registros autoridades competentes;
públicos; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
II - manterão registro de toda transação em moeda
XIV - as pessoas físicas ou jurídicas que prestem, mesmo nacional ou estrangeira, títulos e valores mobiliários,
que eventualmente, serviços de assessoria, consultoria, títulos de crédito, metais, ou qualquer ativo passível de
contadoria, auditoria, aconselhamento ou assistência, ser convertido em dinheiro, que ultrapassar limite
de qualquer natureza, em operações : (Incluído fixado pela autoridade competente e nos termos de
pela Lei nº 12.683, de 2012) instruções por esta expedidas;
a) de compra e venda de imóveis, estabelecimentos III - deverão adotar políticas, procedimentos e controles
comerciais ou industriais ou participações societárias de internos, compatíveis com seu porte e volume de
qualquer natureza; (Incluída pela Lei nº 12.683, de operações, que lhes permitam atender ao disposto
2012) neste artigo e no art. 11, na forma disciplinada pelos
órgãos competentes; (Redação dada pela Lei nº 12.683,
b) de gestão de fundos, valores mobiliários ou outros
de 2012)
ativos; (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
IV - deverão cadastrar-se e manter seu cadastro
c) de abertura ou gestão de contas bancárias, de
atualizado no órgão regulador ou fiscalizador e, na falta
poupança, investimento ou de valores
deste, no Conselho de Controle de Atividades
mobiliários; (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)

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Financeiras (Coaf), na forma e condições por eles periodicidade, forma e condições por eles
estabelecidas; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) estabelecidas, a não ocorrência de propostas,
transações ou operações passíveis de serem
V - deverão atender às requisições formuladas pelo Coaf
comunicadas nos termos do inciso II. (Incluído pela Lei
na periodicidade, forma e condições por ele
nº 12.683, de 2012)
estabelecidas, cabendo-lhe preservar, nos termos da lei,
o sigilo das informações prestadas. (Incluído pela Lei nº § 1º As autoridades competentes, nas instruções
12.683, de 2012) referidas no inciso I deste artigo, elaborarão relação de
operações que, por suas características, no que se
§ 1º Na hipótese de o cliente constituir-se em pessoa
refere às partes envolvidas, valores, forma de
jurídica, a identificação referida no inciso I deste artigo
realização, instrumentos utilizados, ou pela falta de
deverá abranger as pessoas físicas autorizadas a
fundamento econômico ou legal, possam configurar a
representá-la, bem como seus proprietários.
hipótese nele prevista.
§ 2º Os cadastros e registros referidos nos incisos I e II
§ 2º As comunicações de boa-fé, feitas na forma prevista
deste artigo deverão ser conservados durante o período
neste artigo, não acarretarão responsabilidade civil ou
mínimo de cinco anos a partir do encerramento da
administrativa.
conta ou da conclusão da transação, prazo este que
poderá ser ampliado pela autoridade competente. § 3º O Coaf disponibilizará as comunicações recebidas
com base no inciso II do caput aos respectivos órgãos
§ 3º O registro referido no inciso II deste artigo será
responsáveis pela regulação ou fiscalização das pessoas
efetuado também quando a pessoa física ou jurídica,
a que se refere o art. 9º. (Redação dada pela Lei nº
seus entes ligados, houver realizado, em um mesmo
12.683, de 2012)
mês-calendário, operações com uma mesma pessoa,
conglomerado ou grupo que, em seu conjunto, Art. 11-A. As transferências internacionais e os saques
ultrapassem o limite fixado pela autoridade em espécie deverão ser previamente comunicados à
competente. instituição financeira, nos termos, limites, prazos e
condições fixados pelo Banco Central do Brasil. (Incluído
Art. 10-A. O Banco Central manterá registro centralizado
pela Lei nº 12.683, de 2012)
formando o cadastro geral de correntistas e clientes de
instituições financeiras, bem como de seus CAPÍTULO VIII
procuradores. (Incluído pela Lei nº 10.701, de 2003)
Da Responsabilidade Administrativa
CAPÍTULO VII
Art. 12. Às pessoas referidas no art. 9º, bem como aos
Da Comunicação de Operações Financeiras administradores das pessoas jurídicas, que deixem de
cumprir as obrigações previstas nos arts. 10 e 11 serão
Art. 11. As pessoas referidas no art. 9º:
aplicadas, cumulativamente ou não, pelas autoridades
I - dispensarão especial atenção às operações que, nos competentes, as seguintes sanções:
termos de instruções emanadas das autoridades
I - advertência;
competentes, possam constituir-se em sérios indícios
dos crimes previstos nesta Lei, ou com eles relacionar- II - multa pecuniária variável não superior: (Redação
se; dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
II - deverão comunicar ao Coaf, abstendo-se de dar a) ao dobro do valor da operação; (Incluída pela Lei nº
ciência de tal ato a qualquer pessoa, inclusive àquela à 12.683, de 2012)
qual se refira a informação, no prazo de 24 (vinte e
b) ao dobro do lucro real obtido ou que
quatro) horas, a proposta ou realização: (Redação dada
presumivelmente seria obtido pela realização da
pela Lei nº 12.683, de 2012)
operação; ou (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
a) de todas as transações referidas no inciso II do art. 10,
c) ao valor de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de
acompanhadas da identificação de que trata o inciso I
reais); (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
do mencionado artigo; e (Redação dada pela Lei nº
12.683, de 2012) III - inabilitação temporária, pelo prazo de até dez anos,
para o exercício do cargo de administrador das pessoas
b) das operações referidas no inciso I; (Redação dada
jurídicas referidas no art. 9º;
pela Lei nº 12.683, de 2012)
IV - cassação ou suspensão da autorização para o
III - deverão comunicar ao órgão regulador ou
exercício de atividade, operação ou
fiscalizador da sua atividade ou, na sua falta, ao Coaf, na

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funcionamento. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de § 2º O COAF deverá, ainda, coordenar e propor
2012) mecanismos de cooperação e de troca de informações
que viabilizem ações rápidas e eficientes no combate à
§ 1º A pena de advertência será aplicada por
ocultação ou dissimulação de bens, direitos e valores.
irregularidade no cumprimento das instruções referidas
nos incisos I e II do art. 10. § 3º O COAF poderá requerer aos órgãos da
Administração Pública as informações cadastrais
§ 2º A multa será aplicada sempre que as pessoas
bancárias e financeiras de pessoas envolvidas em
referidas no art. 9º, por culpa ou dolo: (Redação dada
atividades suspeitas. (Incluído pela Lei nº 10.701, de
pela Lei nº 12.683, de 2012)
2003)
I – deixarem de sanar as irregularidades objeto de
Art. 15. O COAF comunicará às autoridades
advertência, no prazo assinalado pela autoridade
competentes para a instauração dos procedimentos
competente;
cabíveis, quando concluir pela existência de crimes
II - não cumprirem o disposto nos incisos I a IV do art. previstos nesta Lei, de fundados indícios de sua prática,
10; (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) ou de qualquer outro ilícito.
III - deixarem de atender, no prazo estabelecido, a Art. 16. O COAF será composto por servidores públicos
requisição formulada nos termos do inciso V do art. de reputação ilibada e reconhecida competência,
10; (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) designados em ato do Ministro de Estado da Justiça e
Segurança Pública, dentre os integrantes do quadro de
IV - descumprirem a vedação ou deixarem de fazer a
pessoal efetivo do Banco Central do Brasil, da Comissão
comunicação a que se refere o art. 11.
de Valores Mobiliários, da Superintendência de Seguros
§ 3º A inabilitação temporária será aplicada quando Privados do Ministério da Economia, da Procuradoria-
forem verificadas infrações graves quanto ao Geral da Fazenda Nacional do Ministério da Economia,
cumprimento das obrigações constantes desta Lei ou da Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil do
quando ocorrer reincidência específica, devidamente Ministério da Economia, da Agência Brasileira de
caracterizada em transgressões anteriormente punidas Inteligência do Gabinete de Segurança Institucional da
com multa. Presidência da República, do Ministério das Relações
Exteriores, do Ministério da Justiça e Segurança Pública,
§ 4º A cassação da autorização será aplicada nos casos
da Polícia Federal do Ministério da Justiça e Segurança
de reincidência específica de infrações anteriormente
Pública, da Superintendência Nacional de Previdência
punidas com a pena prevista no inciso III do caput deste
Complementar do Ministério da Economia e da
artigo.
Controladoria-Geral da União, indicados pelos
Art. 13. O procedimento para a aplicação das sanções respectivos Ministros de Estado. (Redação dada pela
previstas neste Capítulo será regulado por decreto, Medida Provisória nº 870, de 2019)
assegurados o contraditório e a ampla defesa.
§ 1º O Presidente do COAF será indicado pelo Ministro
CAPÍTULO IX de Estado da Justiça e Segurança Pública e nomeado
pelo Presidente da República. (Redação dada pela
Do Conselho de Controle de Atividades Financeiras
Medida Provisória nº 870, de 2019)
Art. 14. Fica criado, no âmbito do Ministério da Justiça
§ 2º Caberá recurso das decisões do Coaf relativas às
e Segurança Pública, o Conselho de Controle de
aplicações de penas administrativas ao Conselho de
Atividades Financeiras - COAF, com a finalidade de
Recursos do Sistema Financeiro Nacional. (Redação
disciplinar, aplicar penas administrativas, receber,
dada pela Lei nº 13.506, de 2017)
examinar e identificar as ocorrências suspeitas de
atividades ilícitas previstas nesta Lei, sem prejuízo da Art. 17. O COAF terá organização e funcionamento
competência de outros órgãos e entidades. (Redação definidos em estatuto aprovado por decreto do Poder
dada pela Medida Provisória nº 870, de 2019) Executivo.
§ 1º As instruções referidas no art. 10 destinadas às CAPÍTULO X
pessoas mencionadas no art. 9º, para as quais não exista (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
órgão próprio fiscalizador ou regulador, serão expedidas
Disposições Gerais
pelo COAF, competindo-lhe, para esses casos, a
(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
definição das pessoas abrangidas e a aplicação das
sanções enumeradas no art. 12. Art. 17-A. Aplicam-se, subsidiariamente, as disposições
do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941

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(Código de Processo Penal), no que não forem O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o
incompatíveis com esta Lei. (Incluído pela Lei nº Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
12.683, de 2012) Lei:
Art. 17-B. A autoridade policial e o Ministério Público CAPÍTULO I
terão acesso, exclusivamente, aos dados cadastrais do
Da Proteção Especial a Vítimas e a Testemunhas
investigado que informam qualificação pessoal, filiação
e endereço, independentemente de autorização Art. 1º As medidas de proteção requeridas por vítimas
judicial, mantidos pela Justiça Eleitoral, pelas empresas ou por testemunhas de crimes que estejam coagidas ou
telefônicas, pelas instituições financeiras, pelos expostas a grave ameaça em razão de colaborarem com
provedores de internet e pelas administradoras de a investigação ou processo criminal serão prestadas
cartão de crédito. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) pela União, pelos Estados e pelo Distrito Federal, no
âmbito das respectivas competências, na forma de
Art. 17-C. Os encaminhamentos das instituições
programas especiais organizados com base nas
financeiras e tributárias em resposta às ordens judiciais
disposições desta Lei.
de quebra ou transferência de sigilo deverão ser,
sempre que determinado, em meio informático, e § 1º A União, os Estados e o Distrito Federal poderão
apresentados em arquivos que possibilitem a migração celebrar convênios, acordos, ajustes ou termos de
de informações para os autos do processo sem parceria entre si ou com entidades não-governamentais
redigitação. (Incluído pela Lei nº 12.683, de objetivando a realização dos programas.
2012)
§ 2º A supervisão e a fiscalização dos convênios,
Art. 17-D. Em caso de indiciamento de servidor público, acordos, ajustes e termos de parceria de interesse da
este será afastado, sem prejuízo de remuneração e União ficarão a cargo do órgão do Ministério da Justiça
demais direitos previstos em lei, até que o juiz com atribuições para a execução da política de direitos
competente autorize, em decisão fundamentada, o seu humanos.
retorno. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
Art. 2º A proteção concedida pelos programas e as
Art. 17-E. A Secretaria da Receita Federal do Brasil medidas dela decorrentes levarão em conta a gravidade
conservará os dados fiscais dos contribuintes pelo prazo da coação ou da ameaça à integridade física ou
mínimo de 5 (cinco) anos, contado a partir do início do psicológica, a dificuldade de preveni-las ou reprimi-las
exercício seguinte ao da declaração de renda respectiva pelos meios convencionais e a sua importância para a
ou ao do pagamento do tributo. (Incluído pela Lei nº produção da prova.
12.683, de 2012)
§ 1º A proteção poderá ser dirigida ou estendida ao
Art. 18. Esta Lei entra em vigor na data de sua cônjuge ou companheiro, ascendentes, descendentes e
publicação. dependentes que tenham convivência habitual com a
vítima ou testemunha, conforme o especificamente
Brasília, 3 de março de 1998; 177º da Independência e
necessário em cada caso.
110º da República.
§ 2º Estão excluídos da proteção os indivíduos cuja
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
personalidade ou conduta seja incompatível com as
Iris Rezende
restrições de comportamento exigidas pelo programa,
Luiz Felipe Lampreia
os condenados que estejam cumprindo pena e os
Pedro Malan
indiciados ou acusados sob prisão cautelar em qualquer
de suas modalidades. Tal exclusão não trará prejuízo a
LEI Nº 9.807/1999 eventual prestação de medidas de preservação da
integridade física desses indivíduos por parte dos órgãos
Estabelece normas para a organização e a manutenção de segurança pública.
de programas especiais de proteção a vítimas e a
§ 3º O ingresso no programa, as restrições de segurança
testemunhas ameaçadas, institui o Programa Federal
e demais medidas por ele adotadas terão sempre a
de Assistência a Vítimas e a Testemunhas Ameaçadas
anuência da pessoa protegida, ou de seu representante
e dispõe sobre a proteção de acusados ou condenados
legal
que tenham voluntariamente prestado efetiva
colaboração à investigação policial e ao processo § 4º Após ingressar no programa, o protegido ficará
criminal. obrigado ao cumprimento das normas por ele
prescritas.

Estratégia Carreira Jurídica 488


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§ 5º As medidas e providências relacionadas com os provisoriamente sob a custódia de órgão policial, pelo
programas serão adotadas, executadas e mantidas em órgão executor, no aguardo de decisão do conselho
sigilo pelos protegidos e pelos agentes envolvidos em deliberativo, com comunicação imediata a seus
sua execução. membros e ao Ministério Público.
Art. 3º Toda admissão no programa ou exclusão dele Art. 6º O conselho deliberativo decidirá sobre:
será precedida de consulta ao Ministério Público sobre
I - o ingresso do protegido no programa ou a sua
o disposto no art. 2º e deverá ser subseqüentemente
exclusão;
comunicada à autoridade policial ou ao juiz
competente. II - as providências necessárias ao cumprimento do
programa.
Art. 4º Cada programa será dirigido por um conselho
deliberativo em cuja composição haverá representantes Parágrafo único. As deliberações do conselho serão
do Ministério Público, do Poder Judiciário e de órgãos tomadas por maioria absoluta de seus membros e sua
públicos e privados relacionados com a segurança execução ficará sujeita à disponibilidade orçamentária.
pública e a defesa dos direitos humanos.
Art. 7º Os programas compreendem, dentre outras, as
§ 1º A execução das atividades necessárias ao programa seguintes medidas, aplicáveis isolada ou
ficará a cargo de um dos órgãos representados no cumulativamente em benefício da pessoa protegida,
conselho deliberativo, devendo os agentes dela segundo a gravidade e as circunstâncias de cada caso:
incumbidos ter formação e capacitação profissional
I - segurança na residência, incluindo o controle de
compatíveis com suas tarefas.
telecomunicações;
§ 2º Os órgãos policiais prestarão a colaboração e o
II - escolta e segurança nos deslocamentos da
apoio necessários à execução de cada programa.
residência, inclusive para fins de trabalho ou para a
Art. 5º A solicitação objetivando ingresso no programa prestação de depoimentos;
poderá ser encaminhada ao órgão executor:
III - transferência de residência ou acomodação
I - pelo interessado; provisória em local compatível com a proteção;
II - por representante do Ministério Público; IV - preservação da identidade, imagem e dados
pessoais;
III - pela autoridade policial que conduz a investigação
criminal; V - ajuda financeira mensal para prover as despesas
necessárias à subsistência individual ou familiar, no caso
IV - pelo juiz competente para a instrução do processo
de a pessoa protegida estar impossibilitada de
criminal;
desenvolver trabalho regular ou de inexistência de
V - por órgãos públicos e entidades com atribuições de qualquer fonte de renda;
defesa dos direitos humanos.
VI - suspensão temporária das atividades funcionais,
§ 1º A solicitação será instruída com a qualificação da sem prejuízo dos respectivos vencimentos ou
pessoa a ser protegida e com informações sobre a sua vantagens, quando servidor público ou militar;
vida pregressa, o fato delituoso e a coação ou ameaça
VII - apoio e assistência social, médica e psicológica;
que a motiva.
VIII - sigilo em relação aos atos praticados em virtude da
§ 2º Para fins de instrução do pedido, o órgão executor
proteção concedida;
poderá solicitar, com a aquiescência do interessado:
IX - apoio do órgão executor do programa para o
I - documentos ou informações comprobatórios de sua
cumprimento de obrigações civis e administrativas que
identidade, estado civil, situação profissional,
exijam o comparecimento pessoal.
patrimônio e grau de instrução, e da pendência de
obrigações civis, administrativas, fiscais, financeiras ou Parágrafo único. A ajuda financeira mensal terá um teto
penais; fixado pelo conselho deliberativo no início de cada
exercício financeiro.
II - exames ou pareceres técnicos sobre a sua
personalidade, estado físico ou psicológico. Art. 8º Quando entender necessário, poderá o conselho
deliberativo solicitar ao Ministério Público que requeira
§ 3º Em caso de urgência e levando em consideração a
ao juiz a concessão de medidas cautelares direta ou
procedência, gravidade e a iminência da coação ou
indiretamente relacionadas com a eficácia da proteção.
ameaça, a vítima ou testemunha poderá ser colocada

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Art. 9º Em casos excepcionais e considerando as Art. 11. A proteção oferecida pelo programa terá a
características e gravidade da coação ou ameaça, duração máxima de dois anos.
poderá o conselho deliberativo encaminhar
Parágrafo único. Em circunstâncias excepcionais,
requerimento da pessoa protegida ao juiz competente
perdurando os motivos que autorizam a admissão, a
para registros públicos objetivando a alteração de nome
permanência poderá ser prorrogada.
completo.
Art. 12. Fica instituído, no âmbito do órgão do Ministério
§ 1º A alteração de nome completo poderá estender-se
da Justiça com atribuições para a execução da política
às pessoas mencionadas no § 1º do art. 2º desta Lei,
de direitos humanos, o Programa Federal de Assistência
inclusive aos filhos menores, e será precedida das
a Vítimas e a Testemunhas Ameaçadas, a ser
providências necessárias ao resguardo de direitos de
regulamentado por decreto do Poder Executivo.
terceiros.
(Regulamento)
§ 2º O requerimento será sempre fundamentado e o juiz
CAPÍTULO II
ouvirá previamente o Ministério Público,
determinando, em seguida, que o procedimento tenha Da Proteção Aos Réus Colaboradores
rito sumaríssimo e corra em segredo de justiça.
Art. 13. Poderá o juiz, de ofício ou a requerimento das
§ 3º Concedida a alteração pretendida, o juiz partes, conceder o perdão judicial e a conseqüente
determinará na sentença, observando o sigilo extinção da punibilidade ao acusado que, sendo
indispensável à proteção do interessado: primário, tenha colaborado efetiva e voluntariamente
com a investigação e o processo criminal, desde que
I - a averbação no registro original de nascimento da
dessa colaboração tenha resultado:
menção de que houve alteração de nome completo em
conformidade com o estabelecido nesta Lei, com I - a identificação dos demais co-autores ou partícipes
expressa referência à sentença autorizatória e ao juiz da ação criminosa;
que a exarou e sem a aposição do nome alterado;
II - a localização da vítima com a sua integridade física
II - a determinação aos órgãos competentes para o preservada;
fornecimento dos documentos decorrentes da
III - a recuperação total ou parcial do produto do crime.
alteração;
Parágrafo único. A concessão do perdão judicial levará
III - a remessa da sentença ao órgão nacional
em conta a personalidade do beneficiado e a natureza,
competente para o registro único de identificação civil,
circunstâncias, gravidade e repercussão social do fato
cujo procedimento obedecerá às necessárias restrições
criminoso.
de sigilo.
Art. 14. O indiciado ou acusado que colaborar
§ 4º O conselho deliberativo, resguardado o sigilo das
voluntariamente com a investigação policial e o
informações, manterá controle sobre a localização do
processo criminal na identificação dos demais co-
protegido cujo nome tenha sido alterado.
autores ou partícipes do crime, na localização da vítima
§ 5º Cessada a coação ou ameaça que deu causa à com vida e na recuperação total ou parcial do produto
alteração, ficará facultado ao protegido solicitar ao juiz do crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de
competente o retorno à situação anterior, com a um a dois terços.
alteração para o nome original, em petição que será
Art. 15. Serão aplicadas em benefício do colaborador, na
encaminhada pelo conselho deliberativo e terá
prisão ou fora dela, medidas especiais de segurança e
manifestação prévia do Ministério Público.
proteção a sua integridade física, considerando ameaça
Art. 10. A exclusão da pessoa protegida de programa de ou coação eventual ou efetiva.
proteção a vítimas e a testemunhas poderá ocorrer a
§ 1º Estando sob prisão temporária, preventiva ou em
qualquer tempo:
decorrência de flagrante delito, o colaborador será
I - por solicitação do próprio interessado; custodiado em dependência separada dos demais
presos.
II - por decisão do conselho deliberativo, em
conseqüência de: § 2º Durante a instrução criminal, poderá o juiz
competente determinar em favor do colaborador
a) cessação dos motivos que ensejaram a proteção;
qualquer das medidas previstas no art. 8º desta Lei.
b) conduta incompatível do protegido.
§ 3º No caso de cumprimento da pena em regime
fechado, poderá o juiz criminal determinar medidas

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especiais que proporcionem a segurança do o possível prejuízo que a oitiva antecipada traria para a
colaborador em relação aos demais apenados. instrução criminal. (Incluído pela Lei nº 12.483, de 2011)
Disposições Gerais Art. 20. As despesas decorrentes da aplicação desta Lei,
pela União, correrão à conta de dotação consignada no
Art. 16. O art. 57 da Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de
orçamento.
1973, fica acrescido do seguinte § 7º:
Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua
"§ 7º Quando a alteração de nome for concedida em
publicação.
razão de fundada coação ou ameaça decorrente de
colaboração com a apuração de crime, o juiz Brasília, 13 de julho de 1999; 178º da Independência e
competente determinará que haja a averbação no 111º da República.
registro de origem de menção da existência de sentença
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
concessiva da alteração, sem a averbação do nome
alterado, que somente poderá ser procedida mediante Renan Calheiros
determinação posterior, que levará em consideração a
Este texto não substitui o publicado no DOU de
cessação da coação ou ameaça que deu causa à
14.7.1999
alteração."
Art. 17. O parágrafo único do art. 58 da Lei nº 6.015, de
31 de dezembro de 1973, com a redação dada pela Lei
LEI Nº 10.671/2003
no 9.708, de 18 de novembro de 1998, passa a ter a
Dispõe sobre o Estatuto de Defesa do Torcedor e dá
seguinte redação:
outras providências
"Parágrafo único. A substituição do prenome será ainda
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
admitida em razão de fundada coação ou ameaça
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
decorrente da colaboração com a apuração de crime,
Lei:
por determinação, em sentença, de juiz competente,
ouvido o Ministério Público." (NR) CAPÍTULO I
Art. 18. O art. 18 da Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de Disposições Gerais
1973, passa a ter a seguinte redação:
Art. 1º Este Estatuto estabelece normas de proteção e
"Art. 18. Ressalvado o disposto nos arts. 45, 57, § 7º, e defesa do torcedor.
95, parágrafo único, a certidão será lavrada
Art. 1º-A. A prevenção da violência nos esportes é de
independentemente de despacho judicial, devendo
responsabilidade do poder público, das confederações,
mencionar o livro de registro ou o documento arquivado
federações, ligas, clubes, associações ou entidades
no cartório." (NR)
esportivas, entidades recreativas e associações de
Art. 19. A União poderá utilizar estabelecimentos torcedores, inclusive de seus respectivos dirigentes,
especialmente destinados ao cumprimento de pena de bem como daqueles que, de qualquer forma,
condenados que tenham prévia e voluntariamente promovem, organizam, coordenam ou participam dos
prestado a colaboração de que trata esta Lei. eventos esportivos. (Incluído pela Lei nº 12.299, de
2010).
Parágrafo único. Para fins de utilização desses
estabelecimentos, poderá a União celebrar convênios Art. 2º Torcedor é toda pessoa que aprecie, apóie ou se
com os Estados e o Distrito Federal. associe a qualquer entidade de prática desportiva do
País e acompanhe a prática de determinada modalidade
Art. 19-A. Terão prioridade na tramitação o inquérito e
esportiva.
o processo criminal em que figure indiciado, acusado,
vítima ou réu colaboradores, vítima ou testemunha Parágrafo único. Salvo prova em contrário, presumem-
protegidas pelos programas de que trata esta Lei. se a apreciação, o apoio ou o acompanhamento de que
(Incluído pela Lei nº 12.483, de 2011) trata o caput deste artigo.
Parágrafo único. Qualquer que seja o rito processual Art. 2º-A. Considera-se torcida organizada, para os
criminal, o juiz, após a citação, tomará antecipadamente efeitos desta Lei, a pessoa jurídica de direito privado ou
o depoimento das pessoas incluídas nos programas de existente de fato, que se organize para o fim de torcer e
proteção previstos nesta Lei, devendo justificar a apoiar entidade de prática esportiva de qualquer
eventual impossibilidade de fazê-lo no caso concreto ou natureza ou modalidade. (Incluído pela Lei nº 12.299, de
2010).

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Parágrafo único. A torcida organizada deverá manter III - o nome e as formas de contato do Ouvidor da
cadastro atualizado de seus associados ou membros, o Competição de que trata o art. 6º; (Incluído pela Lei
qual deverá conter, pelo menos, as seguintes nº 12.299, de 2010).
informações: (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
IV - os borderôs completos das partidas; (Incluído
I - nome completo; (Incluído pela Lei nº 12.299, de pela Lei nº 12.299, de 2010).
2010).
V - a escalação dos árbitros imediatamente após sua
II - fotografia; (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010). definição; e (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
III - filiação; (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010). VI - a relação dos nomes dos torcedores impedidos de
comparecer ao local do evento desportivo. (Incluído
IV - número do registro civil; (Incluído pela Lei nº
pela Lei nº 12.299, de 2010).
12.299, de 2010).
§ 2º Os dados contidos nos itens V e VI também deverão
V - número do CPF; (Incluído pela Lei nº 12.299, de
ser afixados ostensivamente em local visível, em
2010).
caracteres facilmente legíveis, do lado externo de todas
VI - data de nascimento; (Incluído pela Lei nº 12.299, as entradas do local onde se realiza o evento esportivo.
de 2010). (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
VII - estado civil; (Incluído pela Lei nº 12.299, de § 3º O juiz deve comunicar às entidades de que trata
2010). o caput decisão judicial ou aceitação de proposta de
transação penal ou suspensão do processo que implique
VIII - profissão; (Incluído pela Lei nº 12.299, de
o impedimento do torcedor de frequentar estádios
2010).
desportivos. (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
IX - endereço completo; e (Incluído pela Lei nº
Art. 6º A entidade responsável pela organização da
12.299, de 2010).
competição, previamente ao seu início, designará o
X - escolaridade. (Incluído pela Lei nº 12.299, de Ouvidor da Competição, fornecendo-lhe os meios de
2010). comunicação necessários ao amplo acesso dos
torcedores.
Art. 3º Para todos os efeitos legais, equiparam-se a
fornecedor, nos termos da Lei nº 8.078, de 11 de § 1º São deveres do Ouvidor da Competição recolher as
setembro de 1990, a entidade responsável pela sugestões, propostas e reclamações que receber dos
organização da competição, bem como a entidade de torcedores, examiná-las e propor à respectiva entidade
prática desportiva detentora do mando de jogo. medidas necessárias ao aperfeiçoamento da
competição e ao benefício do torcedor.
Art. 4º (VETADO)
§ 2º É assegurado ao torcedor:
CAPÍTULO II
I - o amplo acesso ao Ouvidor da Competição, mediante
Da Transparência na Organização
comunicação postal ou mensagem eletrônica; e
Art. 5º São asseguradas ao torcedor a publicidade e
II - o direito de receber do Ouvidor da Competição as
transparência na organização das competições
respostas às sugestões, propostas e reclamações, que
administradas pelas entidades de administração do
encaminhou, no prazo de trinta dias.
desporto, bem como pelas ligas de que trata o art. 20 da
Lei nº 9.615, de 24 de março de 1998. § 3º Na hipótese de que trata o inciso II do § 2º, o
Ouvidor da Competição utilizará, prioritariamente, o
§ 1º As entidades de que trata o caput farão publicar na
mesmo meio de comunicação utilizado pelo torcedor
internet, em sítio da entidade responsável pela
para o encaminhamento de sua mensagem.
organização do evento: (Incluído pela Lei nº 12.299, de
2010). § 4º O sítio da internet em que forem publicadas as
informações de que trata o § 1º do art. 5º conterá,
I - a íntegra do regulamento da
também, as manifestações e propostas do Ouvidor da
competição; (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
Competição. (Redação dada pela Lei nº 12.299, de
II - as tabelas da competição, contendo as partidas que 2010).
serão realizadas, com especificação de sua data, local e
§ 5º A função de Ouvidor da Competição poderá ser
horário; (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
remunerada pelas entidades de prática desportiva
participantes da competição.

Estratégia Carreira Jurídica 492


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Art. 7º É direito do torcedor a divulgação, durante a II - após dois anos de vigência do mesmo regulamento,
realização da partida, da renda obtida pelo pagamento observado o procedimento de que trata este artigo.
de ingressos e do número de espectadores pagantes e
§ 6º A competição que vier a substituir outra, segundo
não-pagantes, por intermédio dos serviços de som e
o novo calendário anual de eventos oficiais apresentado
imagem instalados no estádio em que se realiza a
para o ano subseqüente, deverá ter âmbito territorial
partida, pela entidade responsável pela organização da
diverso da competição a ser substituída.
competição.
Art. 10. É direito do torcedor que a participação das
Art. 8º As competições de atletas profissionais de que
entidades de prática desportiva em competições
participem entidades integrantes da organização
organizadas pelas entidades de que trata o art. 5º seja
desportiva do País deverão ser promovidas de acordo
exclusivamente em virtude de critério técnico
com calendário anual de eventos oficiais que:
previamente definido.
I - garanta às entidades de prática desportiva
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, considera-se
participação em competições durante pelo menos dez
critério técnico a habilitação de entidade de prática
meses do ano;
desportiva em razão de: (Redação dada pela Lei nº
II - adote, em pelo menos uma competição de âmbito 13.155, de 2015)
nacional, sistema de disputa em que as equipes
I - colocação obtida em competição anterior;
participantes conheçam, previamente ao seu início, a
e (Incluído pela Lei nº 13.155, de 2015)
quantidade de partidas que disputarão, bem como seus
adversários. II - cumprimento dos seguintes requisitos: (Incluído
pela Lei nº 13.155, de 2015)
CAPÍTULO III
a) regularidade fiscal, atestada por meio de
Do Regulamento da Competição
apresentação de Certidão Negativa de Débitos relativos
Art. 9º É direito do torcedor que o regulamento, as a Créditos Tributários Federais e à Dívida Ativa da União
tabelas da competição e o nome do Ouvidor da - CND; (Incluído pela Lei nº 13.155, de 2015)
Competição sejam divulgados até 60 (sessenta) dias
b) apresentação de certificado de regularidade do
antes de seu início, na forma do § 1º do art.
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS; e
5º. (Redação dada pela Lei nº 12.299, de 2010).
(Incluído pela Lei nº 13.155, de 2015)
§ 1º Nos dez dias subseqüentes à divulgação de que
c) comprovação de pagamento dos vencimentos
trata o caput, qualquer interessado poderá manifestar-
acertados em contratos de trabalho e dos contratos de
se sobre o regulamento diretamente ao Ouvidor da
imagem dos atletas. (Incluído pela Lei nº 13.155, de
Competição.
2015)
§ 2º O Ouvidor da Competição elaborará, em setenta e
§ 2º Fica vedada a adoção de qualquer outro critério,
duas horas, relatório contendo as principais propostas e
especialmente o convite, observado o disposto no art.
sugestões encaminhadas.
89 da Lei nº 9.615, de 24 de março de 1998.
§ 3º Após o exame do relatório, a entidade responsável
§ 3º Em campeonatos ou torneios regulares com mais
pela organização da competição decidirá, em quarenta
de uma divisão, serão observados o princípio do acesso
e oito horas, motivadamente, sobre a conveniência da
e do descenso e as seguintes determinações, sem
aceitação das propostas e sugestões relatadas.
prejuízo da perda de pontos, na forma do regulamento:
§ 4º O regulamento definitivo da competição será (Redação dada pela Lei nº 13.155, de 2015)
divulgado, na forma do § 1º do art. 5º, 45 (quarenta e
I - a entidade de prática desportiva que não cumprir
cinco) dias antes de seu início. (Redação dada pela
todos os requisitos estabelecidos no inciso II do §
Lei nº 12.299, de 2010).
1º deste artigo participará da divisão imediatamente
§ 5º É vedado proceder alterações no regulamento da inferior à que se encontra classificada; (Incluído pela Lei
competição desde sua divulgação definitiva, salvo nas nº 13.155, de 2015)
hipóteses de:
II - a vaga desocupada pela entidade de prática
I - apresentação de novo calendário anual de eventos desportiva rebaixada nos termos do inciso I deste
oficiais para o ano subseqüente, desde que aprovado parágrafo será ocupada por entidade de prática
pelo Conselho Nacional do Esporte – CNE; desportiva participante da divisão que receberá a
entidade rebaixada nos termos do inciso I deste
parágrafo, obedecida a ordem de classificação do

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campeonato do ano anterior e desde que cumpridos os Art. 12. A entidade responsável pela organização da
requisitos exigidos no inciso II do § 1º deste competição dará publicidade à súmula e aos relatórios
artigo. (Incluído pela Lei nº 13.155, de 2015) da partida no sítio de que trata o § 1º do art. 5º até as
14 (quatorze) horas do 3º (terceiro) dia útil subsequente
§ 4º Serão desconsideradas as partidas disputadas pela
ao da realização da partida. (Redação dada pela Lei nº
entidade de prática desportiva que não tenham
12.299, de 2010).
atendido ao critério técnico previamente definido,
inclusive para efeito de pontuação na competição. CAPÍTULO IV
§ 5º A comprovação da regularidade fiscal de que trata Da Segurança do Torcedor Partícipe do Evento
a alínea a do inciso II do § 1º deste artigo poderá ser Esportivo
feita mediante a apresentação de Certidão Positiva com
Art. 13. O torcedor tem direito a segurança nos locais
Efeitos de Negativa de Débitos relativos a Créditos
onde são realizados os eventos esportivos antes,
Tributários Federais e à Dívida Ativa da União -
durante e após a realização das partidas. (Vigência)
CPEND. (Incluído pela Lei nº 13.155, de 2015)
Parágrafo único. Será assegurado acessibilidade ao
§ 6º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.155, de 2015)
torcedor portador de deficiência ou com mobilidade
§ 7º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.155, de reduzida.
2015)
Art. 13-A. São condições de acesso e permanência do
§ 8º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.155, de torcedor no recinto esportivo, sem prejuízo de outras
2015) condições previstas em lei: (Incluído pela Lei nº 12.299,
de 2010).
Art. 11. É direito do torcedor que o árbitro e seus
auxiliares entreguem, em até quatro horas contadas do I - estar na posse de ingresso válido; (Incluído pela Lei nº
término da partida, a súmula e os relatórios da partida 12.299, de 2010).
ao representante da entidade responsável pela
II - não portar objetos, bebidas ou substâncias proibidas
organização da competição.
ou suscetíveis de gerar ou possibilitar a prática de atos
§ 1º Em casos excepcionais, de grave tumulto ou de violência; (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
necessidade de laudo médico, os relatórios da partida
III - consentir com a revista pessoal de prevenção e
poderão ser complementados em até vinte e quatro
segurança; (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
horas após o seu término.
IV - não portar ou ostentar cartazes, bandeiras, símbolos
§ 2º A súmula e os relatórios da partida serão
ou outros sinais com mensagens ofensivas, inclusive de
elaborados em três vias, de igual teor e forma,
caráter racista ou xenófobo; (Incluído pela Lei nº
devidamente assinadas pelo árbitro, auxiliares e pelo
12.299, de 2010).
representante da entidade responsável pela
organização da competição. V - não entoar cânticos discriminatórios, racistas ou
xenófobos; (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
§ 3º A primeira via será acondicionada em envelope
lacrado e ficará na posse de representante da entidade VI - não arremessar objetos, de qualquer natureza, no
responsável pela organização da competição, que a interior do recinto esportivo; (Incluído pela Lei nº
encaminhará ao setor competente da respectiva 12.299, de 2010).
entidade até as treze horas do primeiro dia útil
VII - não portar ou utilizar fogos de artifício ou quaisquer
subseqüente.
outros engenhos pirotécnicos ou produtores de efeitos
§ 4º O lacre de que trata o § 3º será assinado pelo análogos; (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
árbitro e seus auxiliares.
VIII - não incitar e não praticar atos de violência no
§ 5º A segunda via ficará na posse do árbitro da partida, estádio, qualquer que seja a sua natureza; e (Incluído
servindo-lhe como recibo. pela Lei nº 12.299, de 2010).
§ 6º A terceira via ficará na posse do representante da IX - não invadir e não incitar a invasão, de qualquer
entidade responsável pela organização da competição, forma, da área restrita aos competidores. (Incluído pela
que a encaminhará ao Ouvidor da Competição até as Lei nº 12.299, de 2010).
treze horas do primeiro dia útil subseqüente, para
X - não utilizar bandeiras, inclusive com mastro de
imediata divulgação.
bambu ou similares, para outros fins que não o da

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manifestação festiva e amigável. (Incluído pela Lei nº I - confirmar, com até quarenta e oito horas de
12.663, de 2012). antecedência, o horário e o local da realização das
partidas em que a definição das equipes dependa de
Parágrafo único. O não cumprimento das condições
resultado anterior;
estabelecidas neste artigo implicará a impossibilidade
de ingresso do torcedor ao recinto esportivo, ou, se for II - contratar seguro de acidentes pessoais, tendo como
o caso, o seu afastamento imediato do recinto, sem beneficiário o torcedor portador de ingresso, válido a
prejuízo de outras sanções administrativas, civis ou partir do momento em que ingressar no estádio;
penais eventualmente cabíveis.(Incluído pela Lei nº
III – disponibilizar um médico e dois enfermeiros-padrão
12.299, de 2010).
para cada dez mil torcedores presentes à partida;
Art. 14. Sem prejuízo do disposto nos arts. 12 a 14 da Lei
IV – disponibilizar uma ambulância para cada dez mil
nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, a
torcedores presentes à partida; e
responsabilidade pela segurança do torcedor em evento
esportivo é da entidade de prática desportiva detentora V – comunicar previamente à autoridade de saúde a
do mando de jogo e de seus dirigentes, que deverão: realização do evento.
I – solicitar ao Poder Público competente a presença de Art. 17. É direito do torcedor a implementação de
agentes públicos de segurança, devidamente planos de ação referentes a segurança, transporte e
identificados, responsáveis pela segurança dos contingências que possam ocorrer durante a realização
torcedores dentro e fora dos estádios e demais locais de de eventos esportivos.
realização de eventos esportivos;
§ 1º Os planos de ação de que trata o caput serão
II - informar imediatamente após a decisão acerca da elaborados pela entidade responsável pela organização
realização da partida, dentre outros, aos órgãos da competição, com a participação das entidades de
públicos de segurança, transporte e higiene, os dados prática desportiva que a disputarão e dos órgãos
necessários à segurança da partida, especialmente: responsáveis pela segurança pública, transporte e
demais contingências que possam ocorrer, das
a) o local;
localidades em que se realizarão as partidas da
b) o horário de abertura do estádio; competição. (Redação dada pela Lei nº 12.299, de
2010).
c) a capacidade de público do estádio; e
§ 2º Planos de ação especiais poderão ser apresentados
d) a expectativa de público;
em relação a eventos esportivos com excepcional
III - colocar à disposição do torcedor orientadores e expectativa de público.
serviço de atendimento para que aquele encaminhe
§ 3º Os planos de ação serão divulgados no sítio
suas reclamações no momento da partida, em local:
dedicado à competição de que trata o parágrafo único
a) amplamente divulgado e de fácil acesso; e do art. 5º no mesmo prazo de publicação do
regulamento definitivo da competição.
b) situado no estádio.
Art. 18. Os estádios com capacidade superior a 10.000
§ 1º É dever da entidade de prática desportiva
(dez mil) pessoas deverão manter central técnica de
detentora do mando de jogo solucionar imediatamente,
informações, com infraestrutura suficiente para
sempre que possível, as reclamações dirigidas ao serviço
viabilizar o monitoramento por imagem do público
de atendimento referido no inciso III, bem como
presente. (Redação dada pela Lei nº 12.299, de 2010).
reportá-las ao Ouvidor da Competição e, nos casos
relacionados à violação de direitos e interesses de Art. 19. As entidades responsáveis pela organização da
consumidores, aos órgãos de defesa e proteção do competição, bem como seus dirigentes respondem
consumidor. solidariamente com as entidades de que trata o art. 15
e seus dirigentes, independentemente da existência de
Art. 15. O detentor do mando de jogo será uma das
culpa, pelos prejuízos causados a torcedor que
entidades de prática desportiva envolvidas na partida,
decorram de falhas de segurança nos estádios ou da
de acordo com os critérios definidos no regulamento da
inobservância do disposto neste capítulo.
competição.
CAPÍTULO V
Art. 16. É dever da entidade responsável pela
organização da competição: Dos Ingressos

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Art. 20. É direito do torcedor partícipe que os ingressos Art. 23. A entidade responsável pela organização da
para as partidas integrantes de competições competição apresentará ao Ministério Público dos
profissionais sejam colocados à venda até setenta e Estados e do Distrito Federal, previamente à sua
duas horas antes do início da partida correspondente. realização, os laudos técnicos expedidos pelos órgãos e
autoridades competentes pela vistoria das condições de
§ 1º O prazo referido no caput será de quarenta e oito
segurança dos estádios a serem utilizados na
horas nas partidas em que:
competição. (Regulamento)
I - as equipes sejam definidas a partir de jogos
§ 1º Os laudos atestarão a real capacidade de público
eliminatórios; e
dos estádios, bem como suas condições de segurança.
II - a realização não seja possível prever com
§ 2º Perderá o mando de jogo por, no mínimo, seis
antecedência de quatro dias.
meses, sem prejuízo das demais sanções cabíveis, a
§ 2º A venda deverá ser realizada por sistema que entidade de prática desportiva detentora do mando do
assegure a sua agilidade e amplo acesso à informação. jogo em que:
§ 3º É assegurado ao torcedor partícipe o fornecimento I - tenha sido colocado à venda número de ingressos
de comprovante de pagamento, logo após a aquisição maior do que a capacidade de público do estádio; ou
dos ingressos.
II - tenham entrado pessoas em número maior do que a
§ 4º Não será exigida, em qualquer hipótese, a capacidade de público do estádio.
devolução do comprovante de que trata o § 3º.
III - tenham sido disponibilizados portões de acesso ao
§ 5º Nas partidas que compõem as competições de estádio em número inferior ao recomendado pela
âmbito nacional ou regional de primeira e segunda autoridade pública. (Incluído pela Lei nº 12.299, de
divisão, a venda de ingressos será realizada em, pelo 2010).
menos, cinco postos de venda localizados em distritos
Art. 24. É direito do torcedor partícipe que conste no
diferentes da cidade.
ingresso o preço pago por ele.
Art. 21. A entidade detentora do mando de jogo
§ 1º Os valores estampados nos ingressos destinados a
implementará, na organização da emissão e venda de
um mesmo setor do estádio não poderão ser diferentes
ingressos, sistema de segurança contra falsificações,
entre si, nem daqueles divulgados antes da partida pela
fraudes e outras práticas que contribuam para a evasão
entidade detentora do mando de jogo.
da receita decorrente do evento esportivo.
§ 2º O disposto no § 1º não se aplica aos casos de venda
Art. 22. São direitos do torcedor partícipe: (Vigência)
antecipada de carnê para um conjunto de, no mínimo,
I - que todos os ingressos emitidos sejam numerados; e três partidas de uma mesma equipe, bem como na
venda de ingresso com redução de preço decorrente de
II - ocupar o local correspondente ao número constante
previsão legal.
do ingresso.
Art. 25. O controle e a fiscalização do acesso do público
§ 1º O disposto no inciso II não se aplica aos locais já
ao estádio com capacidade para mais de 10.000 (dez
existentes para assistência em pé, nas competições que
mil) pessoas deverão contar com meio de
o permitirem, limitando-se, nesses locais, o número de
monitoramento por imagem das catracas, sem prejuízo
pessoas, de acordo com critérios de saúde, segurança e
do disposto no art. 18 desta Lei. (Redação dada pela Lei
bem-estar.
nº 12.299, de 2010).
§ 2º A emissão de ingressos e o acesso ao estádio nas
CAPÍTULO VI
primeira e segunda divisões da principal competição
nacional e nas partidas finais das competições Do Transporte
eliminatórias de âmbito nacional deverão ser realizados
Art. 26. Em relação ao transporte de torcedores para
por meio de sistema eletrônico que viabilize a
eventos esportivos, fica assegurado ao torcedor
fiscalização e o controle da quantidade de público e do
partícipe:
movimento financeiro da partida. (Redação dada
pela Lei nº 12.299, de 2010). I - o acesso a transporte seguro e organizado;
§ 3º O disposto no § 2º não se aplica aos eventos II - a ampla divulgação das providências tomadas em
esportivos realizados em estádios com capacidade relação ao acesso ao local da partida, seja em transporte
inferior a 10.000 (dez mil) pessoas. (Redação dada pela público ou privado; e
Lei nº 12.299, de 2010).

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III - a organização das imediações do estádio em que Parágrafo único. A remuneração do árbitro e de seus
será disputada a partida, bem como suas entradas e auxiliares será de responsabilidade da entidade de
saídas, de modo a viabilizar, sempre que possível, o administração do desporto ou da liga organizadora do
acesso seguro e rápido ao evento, na entrada, e aos evento esportivo.
meios de transporte, na saída.
Art. 31. A entidade detentora do mando do jogo e seus
Art. 27. A entidade responsável pela organização da dirigentes deverão convocar os agentes públicos de
competição e a entidade de prática desportiva segurança visando a garantia da integridade física do
detentora do mando de jogo solicitarão formalmente, árbitro e de seus auxiliares.
direto ou mediante convênio, ao Poder Público
Art. 31-A. É dever das entidades de administração do
competente:
desporto contratar seguro de vida e acidentes pessoais,
I - serviços de estacionamento para uso por torcedores tendo como beneficiária a equipe de arbitragem,
partícipes durante a realização de eventos esportivos, quando exclusivamente no exercício dessa
assegurando a estes acesso a serviço organizado de atividade. (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
transporte para o estádio, ainda que oneroso; e
Art. 32. É direito do torcedor que os árbitros de cada
II - meio de transporte, ainda que oneroso, para partida sejam escolhidos mediante sorteio, dentre
condução de idosos, crianças e pessoas portadoras de aqueles previamente selecionados, ou audiência pública
deficiência física aos estádios, partindo de locais de fácil transmitida ao vivo pela rede mundial de
acesso, previamente determinados. computadores, sob pena de nulidade. (Redação dada
pela Lei nº 13.155, de 2015)
Parágrafo único. O cumprimento do disposto neste
artigo fica dispensado na hipótese de evento esportivo § 1º O sorteio ou audiência pública serão realizados no
realizado em estádio com capacidade inferior a 10.000 mínimo quarenta e oito horas antes de cada rodada, em
(dez mil) pessoas. (Redação dada pela Lei nº 12.299, de local e data previamente definidos. (Redação dada
2010). pela Lei nº 13.155, de 2015)
CAPÍTULO VII § 2º O sorteio será aberto ao público, garantida sua
ampla divulgação.
Da Alimentação e da Higiene
CAPÍTULO IX
Art. 28. O torcedor partícipe tem direito à higiene e à
qualidade das instalações físicas dos estádios e dos Da Relação Com a Entidade de Prática Desportiva
produtos alimentícios vendidos no local.
Art. 33. Sem prejuízo do disposto nesta Lei, cada
§ 1º O Poder Público, por meio de seus órgãos de entidade de prática desportiva fará publicar documento
vigilância sanitária, verificará o cumprimento do que contemple as diretrizes básicas de seu
disposto neste artigo, na forma da legislação em vigor. relacionamento com os torcedores, disciplinando,
obrigatoriamente: (Vigência)
§ 2º É vedado impor preços excessivos ou aumentar
sem justa causa os preços dos produtos alimentícios I - o acesso ao estádio e aos locais de venda dos
comercializados no local de realização do evento ingressos;
esportivo.
II - mecanismos de transparência financeira da entidade,
Art. 29. É direito do torcedor partícipe que os estádios inclusive com disposições relativas à realização de
possuam sanitários em número compatível com sua auditorias independentes, observado o disposto no art.
capacidade de público, em plenas condições de limpeza 46-A da Lei nº 9.615, de 24 de março de 1998; e
e funcionamento.
III - a comunicação entre o torcedor e a entidade de
Parágrafo único. Os laudos de que trata o art. 23 prática desportiva.
deverão aferir o número de sanitários em condições de
Parágrafo único. A comunicação entre o torcedor e a
uso e emitir parecer sobre a sua compatibilidade com a
entidade de prática desportiva de que trata o inciso III
capacidade de público do estádio.
do caput poderá, dentre outras medidas, ocorrer
CAPÍTULO VIII mediante:
Da Relação com a Arbitragem Esportiva I - a instalação de uma ouvidoria estável;
Art. 30. É direito do torcedor que a arbitragem das II - a constituição de um órgão consultivo formado por
competições desportivas seja independente, imparcial, torcedores não-sócios; ou
previamente remunerada e isenta de pressões.

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III - reconhecimento da figura do sócio-torcedor, com § 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os


direitos mais restritos que os dos demais sócios. Municípios poderão instituir, no âmbito de suas
competências, multas em razão do descumprimento do
CAPÍTULO X
disposto nesta Lei, observado o valor mínimo de R$
Da Relação Com a Justiça Desportiva 100,00 (cem reais) e o valor máximo de R$ 2.000.000,00
(dois milhões de reais). (Redação dada pela Lei nº
Art. 34. É direito do torcedor que os órgãos da Justiça
13.155, de 2015)
Desportiva, no exercício de suas funções, observem os
princípios da impessoalidade, da moralidade, da § 3º A instauração do processo apuratório acarretará
celeridade, da publicidade e da independência. adoção cautelar do afastamento compulsório dos
dirigentes e demais pessoas que, de forma direta ou
Art. 35. As decisões proferidas pelos órgãos da Justiça
indiretamente, puderem interferir prejudicialmente na
Desportiva devem ser, em qualquer hipótese,
completa elucidação dos fatos, além da suspensão dos
motivadas e ter a mesma publicidade que as decisões
repasses de verbas públicas, até a decisão final.
dos tribunais federais.
Art. 38. (VETADO)
§ 1º Não correm em segredo de justiça os processos em
curso perante a Justiça Desportiva. Art. 39. (Revogado).
§ 2º As decisões de que trata o caput serão Art. 39-A. A torcida organizada que, em evento
disponibilizadas no sítio de que trata o § 1º do art. 5º. esportivo, promover tumulto; praticar ou incitar a
(Redação dada pela Lei nº 12.299, de 2010). violência; ou invadir local restrito aos competidores,
árbitros, fiscais, dirigentes, organizadores ou jornalistas
Art. 36. São nulas as decisões proferidas que não
será impedida, assim como seus associados ou
observarem o disposto nos arts. 34 e 35.
membros, de comparecer a eventos esportivos pelo
CAPÍTULO XI prazo de até 3 (três) anos. (Incluído pela Lei nº 12.299,
de 2010).
Das Penalidades
Art. 39-B. A torcida organizada responde civilmente, de
Art. 37. Sem prejuízo das demais sanções cabíveis, a
forma objetiva e solidária, pelos danos causados por
entidade de administração do desporto, a liga ou a
qualquer dos seus associados ou membros no local do
entidade de prática desportiva que violar ou de
evento esportivo, em suas imediações ou no trajeto de
qualquer forma concorrer para a violação do disposto
ida e volta para o evento. (Incluído pela Lei nº 12.299,
nesta Lei, observado o devido processo legal, incidirá
de 2010).
nas seguintes sanções:
Art. 40. A defesa dos interesses e direitos dos torcedores
I – destituição de seus dirigentes, na hipótese de
em juízo observará, no que couber, a mesma disciplina
violação das regras de que tratam os Capítulos II, IV e V
da defesa dos consumidores em juízo de que trata
desta Lei;
o Título III da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990.
II - suspensão por seis meses dos seus dirigentes, por
Art. 41. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
violação dos dispositivos desta Lei não referidos no
Municípios promoverão a defesa do torcedor, e, com a
inciso I;
finalidade de fiscalizar o cumprimento do disposto nesta
III - impedimento de gozar de qualquer benefício fiscal Lei, poderão:
em âmbito federal; e
I - constituir órgão especializado de defesa do torcedor;
IV - suspensão por seis meses dos repasses de recursos ou
públicos federais da administração direta e indireta,
II - atribuir a promoção e defesa do torcedor aos órgãos
sem prejuízo do disposto no art. 18 da Lei nº 9.615, de
de defesa do consumidor.
24 de março de 1998.
Art. 41-A. Os juizados do torcedor, órgãos da Justiça
§ 1º Os dirigentes de que tratam os incisos I e II
Ordinária com competência cível e criminal, poderão ser
do caput deste artigo serão sempre:
criados pelos Estados e pelo Distrito Federal para o
I - o presidente da entidade, ou aquele que lhe faça as processo, o julgamento e a execução das causas
vezes; e decorrentes das atividades reguladas nesta Lei.
(Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
II - o dirigente que praticou a infração, ainda que por
omissão. CAPÍTULO XI-A

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Dos Crimes Art. 41-C. Solicitar ou aceitar, para si ou para outrem,


(Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010). vantagem ou promessa de vantagem patrimonial ou
não patrimonial para qualquer ato ou omissão
Art. 41-B. Promover tumulto, praticar ou incitar a
destinado a alterar ou falsear o resultado de competição
violência, ou invadir local restrito aos competidores em
esportiva ou evento a ela associado: (Redação dada
eventos esportivos: (Incluído pela Lei nº 12.299, de
pela Lei nº 13.155, de 2015)
2010).
Pena - reclusão de 2 (dois) a 6 (seis) anos e
Pena - reclusão de 1 (um) a 2 (dois) anos e multa.
multa. (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
(Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
Art. 41-D. Dar ou prometer vantagem patrimonial ou
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas o torcedor que:
não patrimonial com o fim de alterar ou falsear o
(Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
resultado de uma competição desportiva ou evento a
I - promover tumulto, praticar ou incitar a violência num ela associado: (Redação dada pela Lei nº 13.155, de
raio de 5.000 (cinco mil) metros ao redor do local de 2015)
realização do evento esportivo, ou durante o trajeto de
Pena - reclusão de 2 (dois) a 6 (seis) anos e multa.
ida e volta do local da realização do evento; (Incluído
(Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
pela Lei nº 12.299, de 2010).
Art. 41-E. Fraudar, por qualquer meio, ou contribuir
II - portar, deter ou transportar, no interior do estádio,
para que se fraude, de qualquer forma, o resultado de
em suas imediações ou no seu trajeto, em dia de
competição esportiva ou evento a ela associado:
realização de evento esportivo, quaisquer instrumentos
(Redação dada pela Lei nº 13.155, de 2015)
que possam servir para a prática de violência. (Incluído
pela Lei nº 12.299, de 2010). Pena - reclusão de 2 (dois) a 6 (seis) anos e multa.
(Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
§ 2º Na sentença penal condenatória, o juiz deverá
converter a pena de reclusão em pena impeditiva de Art. 41-F. Vender ingressos de evento esportivo, por
comparecimento às proximidades do estádio, bem preço superior ao estampado no bilhete: (Incluído pela
como a qualquer local em que se realize evento Lei nº 12.299, de 2010).
esportivo, pelo prazo de 3 (três) meses a 3 (três) anos,
Pena - reclusão de 1 (um) a 2 (dois) anos e multa.
de acordo com a gravidade da conduta, na hipótese de
(Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
o agente ser primário, ter bons antecedentes e não ter
sido punido anteriormente pela prática de condutas Art. 41-G. Fornecer, desviar ou facilitar a distribuição de
previstas neste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.299, ingressos para venda por preço superior ao estampado
de 2010). no bilhete: (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
§ 3º A pena impeditiva de comparecimento às Pena - reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa.
proximidades do estádio, bem como a qualquer local em (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
que se realize evento esportivo, converter-se-á em
Parágrafo único. A pena será aumentada de 1/3 (um
privativa de liberdade quando ocorrer o
terço) até a metade se o agente for servidor público,
descumprimento injustificado da restrição imposta.
dirigente ou funcionário de entidade de prática
(Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
desportiva, entidade responsável pela organização da
§ 4º Na conversão de pena prevista no § 2º, a sentença competição, empresa contratada para o processo de
deverá determinar, ainda, a obrigatoriedade emissão, distribuição e venda de ingressos ou torcida
suplementar de o agente permanecer em organizada e se utilizar desta condição para os fins
estabelecimento indicado pelo juiz, no período previstos neste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.299, de
compreendido entre as 2 (duas) horas antecedentes e 2010).
as 2 (duas) horas posteriores à realização de partidas de
CAPÍTULO XII
entidade de prática desportiva ou de competição
determinada. (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010). Disposições Finais e Transitórias
§ 5º Na hipótese de o representante do Ministério Art. 42. O Conselho Nacional de Esportes – CNE
Público propor aplicação da pena restritiva de direito promoverá, no prazo de seis meses, contado da
prevista no art. 76 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro publicação desta Lei, a adequação do Código de Justiça
de 1995, o juiz aplicará a sanção prevista no § 2º. Desportiva ao disposto na Lei nº 9.615, de 24 de março
(Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010). de 1998, nesta Lei e em seus respectivos regulamentos.

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Art. 43. Esta Lei aplica-se apenas ao desporto III – destinação privilegiada de recursos públicos nas
profissional. áreas relacionadas com a proteção ao idoso;
Art. 44. O disposto no parágrafo único do art. 13, e nos IV – viabilização de formas alternativas de participação,
arts. 18, 22, 25 e 33 entrará em vigor após seis meses ocupação e convívio do idoso com as demais gerações;
da publicação desta Lei.
V – priorização do atendimento do idoso por sua própria
Art. 45. Esta Lei entra em vigor na data de sua família, em detrimento do atendimento asilar, exceto
publicação. dos que não a possuam ou careçam de condições de
manutenção da própria sobrevivência;
Brasília, 15 de maio de 2003; 182º da Independência e
115º da República. VI – capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas
áreas de geriatria e gerontologia e na prestação de
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
serviços aos idosos;
Agnelo Santos Queiroz Filho
Álvaro Augusto Ribeiro Costa VII – estabelecimento de mecanismos que favoreçam a
divulgação de informações de caráter educativo sobre
LEI Nº 10.741/2003 os aspectos biopsicossociais de envelhecimento;
VIII – garantia de acesso à rede de serviços de saúde e
Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras de assistência social locais.
providências.
IX – prioridade no recebimento da restituição do
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Imposto de Renda. (Incluído pela Lei nº 11.765,
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte de 2008).
Lei:
§ 2º Dentre os idosos, é assegurada prioridade especial
TÍTULO I aos maiores de oitenta anos, atendendo-se suas
necessidades sempre preferencialmente em relação aos
Disposições Preliminares
demais idosos. (Incluído pela Lei nº 13.466, de
Art. 1º É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a 2017)
regular os direitos assegurados às pessoas com idade
Art. 4º Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de
igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
negligência, discriminação, violência, crueldade ou
Art. 2º O idoso goza de todos os direitos fundamentais opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou
inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção omissão, será punido na forma da lei.
integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por
§ 1º É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos
lei ou por outros meios, todas as oportunidades e
direitos do idoso.
facilidades, para preservação de sua saúde física e
mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, § 2º As obrigações previstas nesta Lei não excluem da
espiritual e social, em condições de liberdade e prevenção outras decorrentes dos princípios por ela
dignidade. adotados.
Art. 3º É obrigação da família, da comunidade, da Art. 5º A inobservância das normas de prevenção
sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com importará em responsabilidade à pessoa física ou
absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à jurídica nos termos da lei.
saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte,
Art. 6º Todo cidadão tem o dever de comunicar à
ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à
autoridade competente qualquer forma de violação a
dignidade, ao respeito e à convivência familiar e
esta Lei que tenha testemunhado ou de que tenha
comunitária.
conhecimento.
§ 1º A garantia de prioridade compreende:
Art. 7º Os Conselhos Nacional, Estaduais, do Distrito
(Redação dada pela Lei nº 13.466, de 2017)
Federal e Municipais do Idoso, previstos na Lei nº 8.842,
I – atendimento preferencial imediato e individualizado de 4 de janeiro de 1994, zelarão pelo cumprimento dos
junto aos órgãos públicos e privados prestadores de direitos do idoso, definidos nesta Lei.
serviços à população;
TÍTULO II
II – preferência na formulação e na execução de políticas
Dos Direitos Fundamentais
sociais públicas específicas;
CAPÍTULO I

Estratégia Carreira Jurídica 500


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Do Direito à Vida Art. 14. Se o idoso ou seus familiares não possuírem


condições econômicas de prover o seu sustento, impõe-
Art. 8º O envelhecimento é um direito personalíssimo e
se ao Poder Público esse provimento, no âmbito da
a sua proteção um direito social, nos termos desta Lei e
assistência social.
da legislação vigente.
CAPÍTULO IV
Art. 9º É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a
proteção à vida e à saúde, mediante efetivação de Do Direito à Saúde
políticas sociais públicas que permitam um
Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do
envelhecimento saudável e em condições de dignidade.
idoso, por intermédio do Sistema Único de Saúde – SUS,
CAPÍTULO II garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em
conjunto articulado e contínuo das ações e serviços,
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade
para a prevenção, promoção, proteção e recuperação
Art. 10. É obrigação do Estado e da sociedade, assegurar da saúde, incluindo a atenção especial às doenças que
à pessoa idosa a liberdade, o respeito e a dignidade, afetam preferencialmente os idosos.
como pessoa humana e sujeito de direitos civis,
§ 1º A prevenção e a manutenção da saúde do idoso
políticos, individuais e sociais, garantidos na
serão efetivadas por meio de:
Constituição e nas leis.
I – cadastramento da população idosa em base
§ 1º O direito à liberdade compreende, entre outros, os
territorial;
seguintes aspectos:
II – atendimento geriátrico e gerontológico em
I – faculdade de ir, vir e estar nos logradouros públicos
ambulatórios;
e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais;
III – unidades geriátricas de referência, com pessoal
II – opinião e expressão;
especializado nas áreas de geriatria e gerontologia
III – crença e culto religioso; social;
IV – prática de esportes e de diversões; IV – atendimento domiciliar, incluindo a internação,
para a população que dele necessitar e esteja
V – participação na vida familiar e comunitária;
impossibilitada de se locomover, inclusive para idosos
VI – participação na vida política, na forma da lei; abrigados e acolhidos por instituições públicas,
filantrópicas ou sem fins lucrativos e eventualmente
VII – faculdade de buscar refúgio, auxílio e orientação.
conveniadas com o Poder Público, nos meios urbano e
§ 2º O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da rural;
integridade física, psíquica e moral, abrangendo a
V – reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia,
preservação da imagem, da identidade, da autonomia,
para redução das seqüelas decorrentes do agravo da
de valores, idéias e crenças, dos espaços e dos objetos
saúde.
pessoais.
§ 2º Incumbe ao Poder Público fornecer aos idosos,
§ 3º É dever de todos zelar pela dignidade do idoso,
gratuitamente, medicamentos, especialmente os de uso
colocando-o a salvo de qualquer tratamento desumano,
continuado, assim como próteses, órteses e outros
violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.
recursos relativos ao tratamento, habilitação ou
CAPÍTULO III reabilitação.
Dos Alimentos § 3º É vedada a discriminação do idoso nos planos de
saúde pela cobrança de valores diferenciados em razão
Art. 11. Os alimentos serão prestados ao idoso na forma
da idade.
da lei civil.
§ 4º Os idosos portadores de deficiência ou com
Art. 12. A obrigação alimentar é solidária, podendo o
limitação incapacitante terão atendimento
idoso optar entre os prestadores.
especializado, nos termos da lei.
Art. 13. As transações relativas a alimentos poderão ser
§ 5º É vedado exigir o comparecimento do idoso
celebradas perante o Promotor de Justiça ou Defensor
enfermo perante os órgãos públicos, hipótese na qual
Público, que as referendará, e passarão a ter efeito de
será admitido o seguinte procedimento: (Incluído
título executivo extrajudicial nos termos da lei
pela Lei nº 12.896, de 2013)
processual civil. (Redação dada pela Lei nº 11.737,
de 2008)

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I - quando de interesse do poder público, o agente Art. 19. Os casos de suspeita ou confirmação de
promoverá o contato necessário com o idoso em sua violência praticada contra idosos serão objeto de
residência; ou (Incluído pela Lei nº 12.896, de 2013) notificação compulsória pelos serviços de saúde
públicos e privados à autoridade sanitária, bem como
II - quando de interesse do próprio idoso, este se fará
serão obrigatoriamente comunicados por eles a
representar por procurador legalmente constituído.
quaisquer dos seguintes órgãos: (Redação dada
(Incluído pela Lei nº 12.896, de 2013)
pela Lei nº 12.461, de 2011)
§ 6º É assegurado ao idoso enfermo o atendimento
I – autoridade policial;
domiciliar pela perícia médica do Instituto Nacional do
Seguro Social - INSS, pelo serviço público de saúde ou II – Ministério Público;
pelo serviço privado de saúde, contratado ou
III – Conselho Municipal do Idoso;
conveniado, que integre o Sistema Único de Saúde -
SUS, para expedição do laudo de saúde necessário ao IV – Conselho Estadual do Idoso;
exercício de seus direitos sociais e de isenção tributária.
V – Conselho Nacional do Idoso.
(Incluído pela Lei nº 12.896, de 2013)
§ 1º Para os efeitos desta Lei, considera-se violência
§ 7º Em todo atendimento de saúde, os maiores de
contra o idoso qualquer ação ou omissão praticada em
oitenta anos terão preferência especial sobre os demais
local público ou privado que lhe cause morte, dano ou
idosos, exceto em caso de emergência. (Incluído pela
sofrimento físico ou psicológico. (Incluído pela Lei
Lei nº 13.466, de 2017).
nº 12.461, de 2011)
Art. 16. Ao idoso internado ou em observação é
§ 2º Aplica-se, no que couber, à notificação compulsória
assegurado o direito a acompanhante, devendo o órgão
prevista no caput deste artigo, o disposto na Lei nº
de saúde proporcionar as condições adequadas para a
6.259, de 30 de outubro de 1975. (Incluído pela Lei
sua permanência em tempo integral, segundo o critério
nº 12.461, de 2011)
médico.
CAPÍTULO V
Parágrafo único. Caberá ao profissional de saúde
responsável pelo tratamento conceder autorização para Da Educação, Cultura, Esporte e Lazer
o acompanhamento do idoso ou, no caso de
Art. 20. O idoso tem direito a educação, cultura,
impossibilidade, justificá-la por escrito.
esporte, lazer, diversões, espetáculos, produtos e
Art. 17. Ao idoso que esteja no domínio de suas serviços que respeitem sua peculiar condição de idade.
faculdades mentais é assegurado o direito de optar pelo
Art. 21. O Poder Público criará oportunidades de acesso
tratamento de saúde que lhe for reputado mais
do idoso à educação, adequando currículos,
favorável.
metodologias e material didático aos programas
Parágrafo único. Não estando o idoso em condições de educacionais a ele destinados.
proceder à opção, esta será feita:
§ 1º Os cursos especiais para idosos incluirão conteúdo
I – pelo curador, quando o idoso for interditado; relativo às técnicas de comunicação, computação e
demais avanços tecnológicos, para sua integração à vida
II – pelos familiares, quando o idoso não tiver curador
moderna.
ou este não puder ser contactado em tempo hábil;
§ 2º Os idosos participarão das comemorações de
III – pelo médico, quando ocorrer iminente risco de vida
caráter cívico ou cultural, para transmissão de
e não houver tempo hábil para consulta a curador ou
conhecimentos e vivências às demais gerações, no
familiar;
sentido da preservação da memória e da identidade
IV – pelo próprio médico, quando não houver curador culturais.
ou familiar conhecido, caso em que deverá comunicar o
Art. 22. Nos currículos mínimos dos diversos níveis de
fato ao Ministério Público.
ensino formal serão inseridos conteúdos voltados ao
Art. 18. As instituições de saúde devem atender aos processo de envelhecimento, ao respeito e à valorização
critérios mínimos para o atendimento às necessidades do idoso, de forma a eliminar o preconceito e a produzir
do idoso, promovendo o treinamento e a capacitação conhecimentos sobre a matéria.
dos profissionais, assim como orientação a cuidadores
Art. 23. A participação dos idosos em atividades
familiares e grupos de auto-ajuda.
culturais e de lazer será proporcionada mediante
descontos de pelo menos 50% (cinqüenta por cento)

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nos ingressos para eventos artísticos, culturais, real dos salários sobre os quais incidiram contribuição,
esportivos e de lazer, bem como o acesso preferencial nos termos da legislação vigente.
aos respectivos locais.
Parágrafo único. Os valores dos benefícios em
Art. 24. Os meios de comunicação manterão espaços ou manutenção serão reajustados na mesma data de
horários especiais voltados aos idosos, com finalidade reajuste do salário-mínimo, pro rata, de acordo com
informativa, educativa, artística e cultural, e ao público suas respectivas datas de início ou do seu último
sobre o processo de envelhecimento. reajustamento, com base em percentual definido em
regulamento, observados os critérios estabelecidos pela
Art. 25. As instituições de educação superior ofertarão
Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991.
às pessoas idosas, na perspectiva da educação ao longo
da vida, cursos e programas de extensão, presenciais ou Art. 30. A perda da condição de segurado não será
a distância, constituídos por atividades formais e não considerada para a concessão da aposentadoria por
formais. (Redação dada pela lei nº 13.535, de 2017) idade, desde que a pessoa conte com, no mínimo, o
tempo de contribuição correspondente ao exigido para
Parágrafo único. O poder público apoiará a criação de
efeito de carência na data de requerimento do
universidade aberta para as pessoas idosas e incentivará
benefício.
a publicação de livros e periódicos, de conteúdo e
padrão editorial adequados ao idoso, que facilitem a Parágrafo único. O cálculo do valor do benefício previsto
leitura, considerada a natural redução da capacidade no caput observará o disposto no caput e § 2º do art. 3º
visual. (Incluído pela lei nº 13.535, de 2017) da Lei nº 9.876, de 26 de novembro de 1999, ou, não
havendo salários-de-contribuição recolhidos a partir da
CAPÍTULO VI
competência de julho de 1994, o disposto no art. 35 da
Da Profissionalização e do Trabalho Lei nº 8.213, de 1991.
Art. 26. O idoso tem direito ao exercício de atividade Art. 31. O pagamento de parcelas relativas a benefícios,
profissional, respeitadas suas condições físicas, efetuado com atraso por responsabilidade da
intelectuais e psíquicas. Previdência Social, será atualizado pelo mesmo índice
utilizado para os reajustamentos dos benefícios do
Art. 27. Na admissão do idoso em qualquer trabalho ou
Regime Geral de Previdência Social, verificado no
emprego, é vedada a discriminação e a fixação de limite
período compreendido entre o mês que deveria ter sido
máximo de idade, inclusive para concursos, ressalvados
pago e o mês do efetivo pagamento.
os casos em que a natureza do cargo o exigir.
Art. 32. O Dia Mundial do Trabalho, 1º de Maio, é a data-
Parágrafo único. O primeiro critério de desempate em
base dos aposentados e pensionistas.
concurso público será a idade, dando-se preferência ao
de idade mais elevada. CAPÍTULO VIII
Art. 28. O Poder Público criará e estimulará programas Da Assistência Social
de:
Art. 33. A assistência social aos idosos será prestada, de
I – profissionalização especializada para os idosos, forma articulada, conforme os princípios e diretrizes
aproveitando seus potenciais e habilidades para previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, na
atividades regulares e remuneradas; Política Nacional do Idoso, no Sistema Único de Saúde e
demais normas pertinentes.
II – preparação dos trabalhadores para a aposentadoria,
com antecedência mínima de 1 (um) ano, por meio de Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco)
estímulo a novos projetos sociais, conforme seus anos, que não possuam meios para prover sua
interesses, e de esclarecimento sobre os direitos sociais subsistência, nem de tê-la provida por sua família, é
e de cidadania; assegurado o benefício mensal de 1 (um) salário-
mínimo, nos termos da Lei Orgânica da Assistência
III – estímulo às empresas privadas para admissão de
Social – Loas. (Vide Decreto nº 6.214, de 2007)
idosos ao trabalho.
Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer
CAPÍTULO VII
membro da família nos termos do caput não será
Da Previdência Social computado para os fins do cálculo da renda familiar per
capita a que se refere a Loas.
Art. 29. Os benefícios de aposentadoria e pensão do
Regime Geral da Previdência Social observarão, na sua
concessão, critérios de cálculo que preservem o valor

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Art. 35. Todas as entidades de longa permanência, ou III – eliminação de barreiras arquitetônicas e
casa-lar, são obrigadas a firmar contrato de prestação urbanísticas, para garantia de acessibilidade ao idoso;
de serviços com a pessoa idosa abrigada.
IV – critérios de financiamento compatíveis com os
§ 1º No caso de entidades filantrópicas, ou casa-lar, é rendimentos de aposentadoria e pensão.
facultada a cobrança de participação do idoso no
Parágrafo único. As unidades residenciais reservadas
custeio da entidade.
para atendimento a idosos devem situar-se,
§ 2º O Conselho Municipal do Idoso ou o Conselho preferencialmente, no pavimento térreo. (Incluído
Municipal da Assistência Social estabelecerá a forma de pela Lei nº 12.419, de 2011)
participação prevista no § 1º, que não poderá exceder a
CAPÍTULO X
70% (setenta por cento) de qualquer benefício
previdenciário ou de assistência social percebido pelo Do Transporte
idoso.
Art. 39. Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica
§ 3º Se a pessoa idosa for incapaz, caberá a seu assegurada a gratuidade dos transportes coletivos
representante legal firmar o contrato a que se refere o públicos urbanos e semi-urbanos, exceto nos serviços
caput deste artigo. seletivos e especiais, quando prestados paralelamente
aos serviços regulares.
Art. 36. O acolhimento de idosos em situação de risco
social, por adulto ou núcleo familiar, caracteriza a § 1º Para ter acesso à gratuidade, basta que o idoso
dependência econômica, para os efeitos legais. apresente qualquer documento pessoal que faça prova
(Vigência) de sua idade.
CAPÍTULO IX § 2º Nos veículos de transporte coletivo de que trata
este artigo, serão reservados 10% (dez por cento) dos
Da Habitação
assentos para os idosos, devidamente identificados com
Art. 37. O idoso tem direito a moradia digna, no seio da a placa de reservado preferencialmente para idosos.
família natural ou substituta, ou desacompanhado de
§ 3º No caso das pessoas compreendidas na faixa etária
seus familiares, quando assim o desejar, ou, ainda, em
entre 60 (sessenta) e 65 (sessenta e cinco) anos, ficará a
instituição pública ou privada.
critério da legislação local dispor sobre as condições
§ 1º A assistência integral na modalidade de entidade de para exercício da gratuidade nos meios de transporte
longa permanência será prestada quando verificada previstos no caput deste artigo.
inexistência de grupo familiar, casa-lar, abandono ou
Art. 40. No sistema de transporte coletivo interestadual
carência de recursos financeiros próprios ou da família.
observar-se-á, nos termos da legislação específica:
§ 2º Toda instituição dedicada ao atendimento ao idoso (Regulamento) (Vide Decreto nº 5.934, de 2006)
fica obrigada a manter identificação externa visível, sob
I – a reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para
pena de interdição, além de atender toda a legislação
idosos com renda igual ou inferior a 2 (dois) salários-
pertinente.
mínimos;
§ 3º As instituições que abrigarem idosos são obrigadas
II – desconto de 50% (cinqüenta por cento), no mínimo,
a manter padrões de habitação compatíveis com as
no valor das passagens, para os idosos que excederem
necessidades deles, bem como provê-los com
as vagas gratuitas, com renda igual ou inferior a 2 (dois)
alimentação regular e higiene indispensáveis às normas
salários-mínimos.
sanitárias e com estas condizentes, sob as penas da lei.
Parágrafo único. Caberá aos órgãos competentes definir
Art. 38. Nos programas habitacionais, públicos ou
os mecanismos e os critérios para o exercício dos
subsidiados com recursos públicos, o idoso goza de
direitos previstos nos incisos I e II.
prioridade na aquisição de imóvel para moradia própria,
observado o seguinte: Art. 41. É assegurada a reserva, para os idosos, nos
termos da lei local, de 5% (cinco por cento) das vagas
I - reserva de pelo menos 3% (três por cento) das
nos estacionamentos públicos e privados, as quais
unidades habitacionais residenciais para atendimento
deverão ser posicionadas de forma a garantir a melhor
aos idosos; (Redação dada pela Lei nº 12.418, de
comodidade ao idoso.
2011)
Art. 42. São asseguradas a prioridade e a segurança do
II – implantação de equipamentos urbanos
idoso nos procedimentos de embarque e desembarque
comunitários voltados ao idoso;

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nos veículos do sistema de transporte coletivo. Art. 47. São linhas de ação da política de atendimento:
(Redação dada pela Lei nº 12.899, de 2013)
I – políticas sociais básicas, previstas na Lei nº 8.842, de
TÍTULO III 4 de janeiro de 1994;
Das Medidas de Proteção II – políticas e programas de assistência social, em
caráter supletivo, para aqueles que necessitarem;
CAPÍTULO I
III – serviços especiais de prevenção e atendimento às
Das Disposições Gerais
vítimas de negligência, maus-tratos, exploração, abuso,
Art. 43. As medidas de proteção ao idoso são aplicáveis crueldade e opressão;
sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem
IV – serviço de identificação e localização de parentes
ameaçados ou violados:
ou responsáveis por idosos abandonados em hospitais e
I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado; instituições de longa permanência;
II – por falta, omissão ou abuso da família, curador ou V – proteção jurídico-social por entidades de defesa dos
entidade de atendimento; direitos dos idosos;
III – em razão de sua condição pessoal. VI – mobilização da opinião pública no sentido da
participação dos diversos segmentos da sociedade no
CAPÍTULO II
atendimento do idoso.
Das Medidas Específicas de Proteção
CAPÍTULO II
Art. 44. As medidas de proteção ao idoso previstas nesta
Das Entidades de Atendimento ao Idoso
Lei poderão ser aplicadas, isolada ou cumulativamente,
e levarão em conta os fins sociais a que se destinam e o Art. 48. As entidades de atendimento são responsáveis
fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários. pela manutenção das próprias unidades, observadas as
normas de planejamento e execução emanadas do
Art. 45. Verificada qualquer das hipóteses previstas no
órgão competente da Política Nacional do Idoso,
art. 43, o Ministério Público ou o Poder Judiciário, a
conforme a Lei nº 8.842, de 1994.
requerimento daquele, poderá determinar, dentre
outras, as seguintes medidas: Parágrafo único. As entidades governamentais e não-
governamentais de assistência ao idoso ficam sujeitas à
I – encaminhamento à família ou curador, mediante
inscrição de seus programas, junto ao órgão
termo de responsabilidade;
competente da Vigilância Sanitária e Conselho
II – orientação, apoio e acompanhamento temporários; Municipal da Pessoa Idosa, e em sua falta, junto ao
Conselho Estadual ou Nacional da Pessoa Idosa,
III – requisição para tratamento de sua saúde, em
especificando os regimes de atendimento, observados
regime ambulatorial, hospitalar ou domiciliar;
os seguintes requisitos:
IV – inclusão em programa oficial ou comunitário de
I – oferecer instalações físicas em condições adequadas
auxílio, orientação e tratamento a usuários
de habitabilidade, higiene, salubridade e segurança;
dependentes de drogas lícitas ou ilícitas, ao próprio
idoso ou à pessoa de sua convivência que lhe cause II – apresentar objetivos estatutários e plano de
perturbação; trabalho compatíveis com os princípios desta Lei;
V – abrigo em entidade; III – estar regularmente constituída;
VI – abrigo temporário. IV – demonstrar a idoneidade de seus dirigentes.
TÍTULO IV Art. 49. As entidades que desenvolvam programas de
institucionalização de longa permanência adotarão os
Da Política de Atendimento ao Idoso
seguintes princípios:
CAPÍTULO I
I – preservação dos vínculos familiares;
Disposições Gerais
II – atendimento personalizado e em pequenos grupos;
Art. 46. A política de atendimento ao idoso far-se-á por
III – manutenção do idoso na mesma instituição, salvo
meio do conjunto articulado de ações governamentais e
em caso de força maior;
não-governamentais da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios.

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IV – participação do idoso nas atividades comunitárias, suas alterações, se houver, e demais dados que
de caráter interno e externo; possibilitem sua identificação e a individualização do
atendimento;
V – observância dos direitos e garantias dos idosos;
XVI – comunicar ao Ministério Público, para as
VI – preservação da identidade do idoso e oferecimento
providências cabíveis, a situação de abandono moral ou
de ambiente de respeito e dignidade.
material por parte dos familiares;
Parágrafo único. O dirigente de instituição prestadora
XVII – manter no quadro de pessoal profissionais com
de atendimento ao idoso responderá civil e
formação específica.
criminalmente pelos atos que praticar em detrimento
do idoso, sem prejuízo das sanções administrativas. Art. 51. As instituições filantrópicas ou sem fins
lucrativos prestadoras de serviço ao idoso terão direito
Art. 50. Constituem obrigações das entidades de
à assistência judiciária gratuita.
atendimento:
CAPÍTULO III
I – celebrar contrato escrito de prestação de serviço com
o idoso, especificando o tipo de atendimento, as Da Fiscalização das Entidades de Atendimento
obrigações da entidade e prestações decorrentes do
Art. 52. As entidades governamentais e não-
contrato, com os respectivos preços, se for o caso;
governamentais de atendimento ao idoso serão
II – observar os direitos e as garantias de que são fiscalizadas pelos Conselhos do Idoso, Ministério
titulares os idosos; Público, Vigilância Sanitária e outros previstos em lei.
III – fornecer vestuário adequado, se for pública, e Art. 53. O art. 7º da Lei nº 8.842, de 1994, passa a vigorar
alimentação suficiente; com a seguinte redação:
IV – oferecer instalações físicas em condições "Art. 7º Compete aos Conselhos de que trata o art. 6º
adequadas de habitabilidade; desta Lei a supervisão, o acompanhamento, a
fiscalização e a avaliação da política nacional do idoso,
V – oferecer atendimento personalizado;
no âmbito das respectivas instâncias político-
VI – diligenciar no sentido da preservação dos vínculos administrativas." (NR)
familiares;
Art. 54. Será dada publicidade das prestações de contas
VII – oferecer acomodações apropriadas para dos recursos públicos e privados recebidos pelas
recebimento de visitas; entidades de atendimento.
VIII – proporcionar cuidados à saúde, conforme a Art. 55. As entidades de atendimento que
necessidade do idoso; descumprirem as determinações desta Lei ficarão
sujeitas, sem prejuízo da responsabilidade civil e
IX – promover atividades educacionais, esportivas,
criminal de seus dirigentes ou prepostos, às seguintes
culturais e de lazer;
penalidades, observado o devido processo legal:
X – propiciar assistência religiosa àqueles que
I – as entidades governamentais:
desejarem, de acordo com suas crenças;
a) advertência;
XI – proceder a estudo social e pessoal de cada caso;
b) afastamento provisório de seus dirigentes;
XII – comunicar à autoridade competente de saúde toda
ocorrência de idoso portador de doenças infecto- c) afastamento definitivo de seus dirigentes;
contagiosas;
d) fechamento de unidade ou interdição de programa;
XIII – providenciar ou solicitar que o Ministério Público
II – as entidades não-governamentais:
requisite os documentos necessários ao exercício da
cidadania àqueles que não os tiverem, na forma da lei; a) advertência;
XIV – fornecer comprovante de depósito dos bens b) multa;
móveis que receberem dos idosos;
c) suspensão parcial ou total do repasse de verbas
XV – manter arquivo de anotações onde constem data e públicas;
circunstâncias do atendimento, nome do idoso,
d) interdição de unidade ou suspensão de programa;
responsável, parentes, endereços, cidade, relação de
seus pertences, bem como o valor de contribuições, e

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e) proibição de atendimento a idosos a bem do interesse Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$
público. 1.000,00 (um mil reais) e multa civil a ser estipulada pelo
juiz, conforme o dano sofrido pelo idoso.
§ 1º Havendo danos aos idosos abrigados ou qualquer
tipo de fraude em relação ao programa, caberá o CAPÍTULO V
afastamento provisório dos dirigentes ou a interdição
Da Apuração Administrativa de Infração às Normas de
da unidade e a suspensão do programa.
Proteção ao Idoso
§ 2º A suspensão parcial ou total do repasse de verbas
Art. 59. Os valores monetários expressos no Capítulo IV
públicas ocorrerá quando verificada a má aplicação ou
serão atualizados anualmente, na forma da lei.
desvio de finalidade dos recursos.
Art. 60. O procedimento para a imposição de penalidade
§ 3º Na ocorrência de infração por entidade de
administrativa por infração às normas de proteção ao
atendimento, que coloque em risco os direitos
idoso terá início com requisição do Ministério Público ou
assegurados nesta Lei, será o fato comunicado ao
auto de infração elaborado por servidor efetivo e
Ministério Público, para as providências cabíveis,
assinado, se possível, por duas testemunhas.
inclusive para promover a suspensão das atividades ou
dissolução da entidade, com a proibição de § 1º No procedimento iniciado com o auto de infração
atendimento a idosos a bem do interesse público, sem poderão ser usadas fórmulas impressas, especificando-
prejuízo das providências a serem tomadas pela se a natureza e as circunstâncias da infração.
Vigilância Sanitária.
§ 2º Sempre que possível, à verificação da infração
§ 4º Na aplicação das penalidades, serão consideradas a seguir-se-á a lavratura do auto, ou este será lavrado
natureza e a gravidade da infração cometida, os danos dentro de 24 (vinte e quatro) horas, por motivo
que dela provierem para o idoso, as circunstâncias justificado.
agravantes ou atenuantes e os antecedentes da
Art. 61. O autuado terá prazo de 10 (dez) dias para a
entidade.
apresentação da defesa, contado da data da intimação,
CAPÍTULO IV que será feita:
Das Infrações Administrativas I – pelo autuante, no instrumento de autuação, quando
for lavrado na presença do infrator;
Art. 56. Deixar a entidade de atendimento de cumprir as
determinações do art. 50 desta Lei: II – por via postal, com aviso de recebimento.
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ Art. 62. Havendo risco para a vida ou à saúde do idoso,
3.000,00 (três mil reais), se o fato não for caracterizado a autoridade competente aplicará à entidade de
como crime, podendo haver a interdição do atendimento as sanções regulamentares, sem prejuízo
estabelecimento até que sejam cumpridas as exigências da iniciativa e das providências que vierem a ser
legais. adotadas pelo Ministério Público ou pelas demais
instituições legitimadas para a fiscalização.
Parágrafo único. No caso de interdição do
estabelecimento de longa permanência, os idosos Art. 63. Nos casos em que não houver risco para a vida
abrigados serão transferidos para outra instituição, a ou a saúde da pessoa idosa abrigada, a autoridade
expensas do estabelecimento interditado, enquanto competente aplicará à entidade de atendimento as
durar a interdição. sanções regulamentares, sem prejuízo da iniciativa e das
providências que vierem a ser adotadas pelo Ministério
Art. 57. Deixar o profissional de saúde ou o responsável
Público ou pelas demais instituições legitimadas para a
por estabelecimento de saúde ou instituição de longa
fiscalização.
permanência de comunicar à autoridade competente os
casos de crimes contra idoso de que tiver CAPÍTULO VI
conhecimento:
Da Apuração Judicial de Irregularidades em Entidade
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ de Atendimento
3.000,00 (três mil reais), aplicada em dobro no caso de
Art. 64. Aplicam-se, subsidiariamente, ao procedimento
reincidência.
administrativo de que trata este Capítulo as disposições
Art. 58. Deixar de cumprir as determinações desta Lei das Leis nos 6.437, de 20 de agosto de 1977, e 9.784, de
sobre a prioridade no atendimento ao idoso: 29 de janeiro de 1999.

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Art. 65. O procedimento de apuração de irregularidade diligências judiciais em que figure como parte ou
em entidade governamental e não-governamental de interveniente pessoa com idade igual ou superior a 60
atendimento ao idoso terá início mediante petição (sessenta) anos, em qualquer instância.
fundamentada de pessoa interessada ou iniciativa do
§ 1º O interessado na obtenção da prioridade a que
Ministério Público.
alude este artigo, fazendo prova de sua idade, requererá
Art. 66. Havendo motivo grave, poderá a autoridade o benefício à autoridade judiciária competente para
judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar decidir o feito, que determinará as providências a serem
liminarmente o afastamento provisório do dirigente da cumpridas, anotando-se essa circunstância em local
entidade ou outras medidas que julgar adequadas, para visível nos autos do processo.
evitar lesão aos direitos do idoso, mediante decisão
§ 2º A prioridade não cessará com a morte do
fundamentada.
beneficiado, estendendo-se em favor do cônjuge
Art. 67. O dirigente da entidade será citado para, no supérstite, companheiro ou companheira, com união
prazo de 10 (dez) dias, oferecer resposta escrita, estável, maior de 60 (sessenta) anos.
podendo juntar documentos e indicar as provas a
§ 3º A prioridade se estende aos processos e
produzir.
procedimentos na Administração Pública, empresas
Art. 68. Apresentada a defesa, o juiz procederá na prestadoras de serviços públicos e instituições
conformidade do art. 69 ou, se necessário, designará financeiras, ao atendimento preferencial junto à
audiência de instrução e julgamento, deliberando sobre Defensoria Publica da União, dos Estados e do Distrito
a necessidade de produção de outras provas. Federal em relação aos Serviços de Assistência
Judiciária.
§ 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o
Ministério Público terão 5 (cinco) dias para oferecer § 4º Para o atendimento prioritário será garantido ao
alegações finais, decidindo a autoridade judiciária em idoso o fácil acesso aos assentos e caixas, identificados
igual prazo. com a destinação a idosos em local visível e caracteres
legíveis.
§ 2º Em se tratando de afastamento provisório ou
definitivo de dirigente de entidade governamental, a § 5º Dentre os processos de idosos, dar-se-á prioridade
autoridade judiciária oficiará a autoridade especial aos maiores de oitenta anos. (Incluído pela Lei
administrativa imediatamente superior ao afastado, nº 13.466, de 2017).
fixando-lhe prazo de 24 (vinte e quatro) horas para
CAPÍTULO II
proceder à substituição.
Do Ministério Público
§ 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a
autoridade judiciária poderá fixar prazo para a remoção Art. 72. (VETADO)
das irregularidades verificadas. Satisfeitas as exigências,
Art. 73. As funções do Ministério Público, previstas
o processo será extinto, sem julgamento do mérito.
nesta Lei, serão exercidas nos termos da respectiva Lei
§ 4º A multa e a advertência serão impostas ao dirigente Orgânica.
da entidade ou ao responsável pelo programa de
Art. 74. Compete ao Ministério Público:
atendimento.
I – instaurar o inquérito civil e a ação civil pública para a
TÍTULO V
proteção dos direitos e interesses difusos ou coletivos,
Do Acesso à Justiça individuais indisponíveis e individuais homogêneos do
idoso;
CAPÍTULO I
II – promover e acompanhar as ações de alimentos, de
Disposições Gerais
interdição total ou parcial, de designação de curador
Art. 69. Aplica-se, subsidiariamente, às disposições especial, em circunstâncias que justifiquem a medida e
deste Capítulo, o procedimento sumário previsto no oficiar em todos os feitos em que se discutam os direitos
Código de Processo Civil, naquilo que não contrarie os de idosos em condições de risco;
prazos previstos nesta Lei.
III – atuar como substituto processual do idoso em
Art. 70. O Poder Público poderá criar varas situação de risco, conforme o disposto no art. 43 desta
especializadas e exclusivas do idoso. Lei;
Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos
processos e procedimentos e na execução dos atos e

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IV – promover a revogação de instrumento procuratório Art. 76. A intimação do Ministério Público, em qualquer
do idoso, nas hipóteses previstas no art. 43 desta Lei, caso, será feita pessoalmente.
quando necessário ou o interesse público justificar;
Art. 77. A falta de intervenção do Ministério Público
V – instaurar procedimento administrativo e, para acarreta a nulidade do feito, que será declarada de
instruí-lo: ofício pelo juiz ou a requerimento de qualquer
interessado.
a) expedir notificações, colher depoimentos ou
esclarecimentos e, em caso de não comparecimento CAPÍTULO III
injustificado da pessoa notificada, requisitar condução
Da Proteção Judicial dos Interesses Difusos, Coletivos
coercitiva, inclusive pela Polícia Civil ou Militar;
e Individuais Indisponíveis ou Homogêneos
b) requisitar informações, exames, perícias e
Art. 78. As manifestações processuais do representante
documentos de autoridades municipais, estaduais e
do Ministério Público deverão ser fundamentadas.
federais, da administração direta e indireta, bem como
promover inspeções e diligências investigatórias; Art. 79. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações
de responsabilidade por ofensa aos direitos
c) requisitar informações e documentos particulares de
assegurados ao idoso, referentes à omissão ou ao
instituições privadas;
oferecimento insatisfatório de:
VI – instaurar sindicâncias, requisitar diligências
I – acesso às ações e serviços de saúde;
investigatórias e a instauração de inquérito policial, para
a apuração de ilícitos ou infrações às normas de II – atendimento especializado ao idoso portador de
proteção ao idoso; deficiência ou com limitação incapacitante;
VII – zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias III – atendimento especializado ao idoso portador de
legais assegurados ao idoso, promovendo as medidas doença infecto-contagiosa;
judiciais e extrajudiciais cabíveis;
IV – serviço de assistência social visando ao amparo do
VIII – inspecionar as entidades públicas e particulares de idoso.
atendimento e os programas de que trata esta Lei,
Parágrafo único. As hipóteses previstas neste artigo não
adotando de pronto as medidas administrativas ou
excluem da proteção judicial outros interesses difusos,
judiciais necessárias à remoção de irregularidades
coletivos, individuais indisponíveis ou homogêneos,
porventura verificadas;
próprios do idoso, protegidos em lei.
IX – requisitar força policial, bem como a colaboração
Art. 80. As ações previstas neste Capítulo serão
dos serviços de saúde, educacionais e de assistência
propostas no foro do domicílio do idoso, cujo juízo terá
social, públicos, para o desempenho de suas
competência absoluta para processar a causa,
atribuições;
ressalvadas as competências da Justiça Federal e a
X – referendar transações envolvendo interesses e competência originária dos Tribunais Superiores.
direitos dos idosos previstos nesta Lei.
Art. 81. Para as ações cíveis fundadas em interesses
§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações difusos, coletivos, individuais indisponíveis ou
cíveis previstas neste artigo não impede a de terceiros, homogêneos, consideram-se legitimados,
nas mesmas hipóteses, segundo dispuser a lei. concorrentemente:
§ 2º As atribuições constantes deste artigo não excluem I – o Ministério Público;
outras, desde que compatíveis com a finalidade e
II – a União, os Estados, o Distrito Federal e os
atribuições do Ministério Público.
Municípios;
§ 3º O representante do Ministério Público, no exercício
III – a Ordem dos Advogados do Brasil;
de suas funções, terá livre acesso a toda entidade de
atendimento ao idoso. IV – as associações legalmente constituídas há pelo
menos 1 (um) ano e que incluam entre os fins
Art. 75. Nos processos e procedimentos em que não for
institucionais a defesa dos interesses e direitos da
parte, atuará obrigatoriamente o Ministério Público na
pessoa idosa, dispensada a autorização da assembléia,
defesa dos direitos e interesses de que cuida esta Lei,
se houver prévia autorização estatutária.
hipóteses em que terá vista dos autos depois das partes,
podendo juntar documentos, requerer diligências e
produção de outras provas, usando os recursos cabíveis.

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§ 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os apuração da responsabilidade civil e administrativa do


Ministérios Públicos da União e dos Estados na defesa agente a que se atribua a ação ou omissão.
dos interesses e direitos de que cuida esta Lei.
Art. 87. Decorridos 60 (sessenta) dias do trânsito em
§ 2º Em caso de desistência ou abandono da ação por julgado da sentença condenatória favorável ao idoso
associação legitimada, o Ministério Público ou outro sem que o autor lhe promova a execução, deverá fazê-
legitimado deverá assumir a titularidade ativa. lo o Ministério Público, facultada, igual iniciativa aos
demais legitimados, como assistentes ou assumindo o
Art. 82. Para defesa dos interesses e direitos protegidos
pólo ativo, em caso de inércia desse órgão.
por esta Lei, são admissíveis todas as espécies de ação
pertinentes. Art. 88. Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá
adiantamento de custas, emolumentos, honorários
Parágrafo único. Contra atos ilegais ou abusivos de
periciais e quaisquer outras despesas.
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no
exercício de atribuições de Poder Público, que lesem Parágrafo único. Não se imporá sucumbência ao
direito líquido e certo previsto nesta Lei, caberá ação Ministério Público.
mandamental, que se regerá pelas normas da lei do
Art. 89. Qualquer pessoa poderá, e o servidor deverá,
mandado de segurança.
provocar a iniciativa do Ministério Público, prestando-
Art. 83. Na ação que tenha por objeto o cumprimento lhe informações sobre os fatos que constituam objeto
de obrigação de fazer ou não-fazer, o juiz concederá a de ação civil e indicando-lhe os elementos de convicção.
tutela específica da obrigação ou determinará
Art. 90. Os agentes públicos em geral, os juízes e
providências que assegurem o resultado prático
tribunais, no exercício de suas funções, quando tiverem
equivalente ao adimplemento.
conhecimento de fatos que possam configurar crime de
§ 1º Sendo relevante o fundamento da demanda e ação pública contra idoso ou ensejar a propositura de
havendo justificado receio de ineficácia do provimento ação para sua defesa, devem encaminhar as peças
final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou pertinentes ao Ministério Público, para as providências
após justificação prévia, na forma do art. 273 do Código cabíveis.
de Processo Civil.
Art. 91. Para instruir a petição inicial, o interessado
§ 2º O juiz poderá, na hipótese do § 1º ou na sentença, poderá requerer às autoridades competentes as
impor multa diária ao réu, independentemente do certidões e informações que julgar necessárias, que
pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a serão fornecidas no prazo de 10 (dez) dias.
obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento
Art. 92. O Ministério Público poderá instaurar sob sua
do preceito.
presidência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer
§ 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito em pessoa, organismo público ou particular, certidões,
julgado da sentença favorável ao autor, mas será devida informações, exames ou perícias, no prazo que
desde o dia em que se houver configurado. assinalar, o qual não poderá ser inferior a 10 (dez) dias.
Art. 84. Os valores das multas previstas nesta Lei § 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas
reverterão ao Fundo do Idoso, onde houver, ou na falta as diligências, se convencer da inexistência de
deste, ao Fundo Municipal de Assistência Social, ficando fundamento para a propositura da ação civil ou de peças
vinculados ao atendimento ao idoso. informativas, determinará o seu arquivamento,
fazendo-o fundamentadamente.
Parágrafo único. As multas não recolhidas até 30 (trinta)
dias após o trânsito em julgado da decisão serão § 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de
exigidas por meio de execução promovida pelo informação arquivados serão remetidos, sob pena de se
Ministério Público, nos mesmos autos, facultada igual incorrer em falta grave, no prazo de 3 (três) dias, ao
iniciativa aos demais legitimados em caso de inércia Conselho Superior do Ministério Público ou à Câmara de
daquele. Coordenação e Revisão do Ministério Público.
Art. 85. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos § 3º Até que seja homologado ou rejeitado o
recursos, para evitar dano irreparável à parte. arquivamento, pelo Conselho Superior do Ministério
Público ou por Câmara de Coordenação e Revisão do
Art. 86. Transitada em julgado a sentença que impuser
Ministério Público, as associações legitimadas poderão
condenação ao Poder Público, o juiz determinará a
apresentar razões escritas ou documentos, que serão
remessa de peças à autoridade competente, para
juntados ou anexados às peças de informação.

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§ 4º Deixando o Conselho Superior ou a Câmara de ou não prover suas necessidades básicas, quando
Coordenação e Revisão do Ministério Público de obrigado por lei ou mandado:
homologar a promoção de arquivamento, será
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos e
designado outro membro do Ministério Público para o
multa.
ajuizamento da ação.
Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou
TÍTULO VI
psíquica, do idoso, submetendo-o a condições
Dos Crimes desumanas ou degradantes ou privando-o de alimentos
e cuidados indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo,
CAPÍTULO I
ou sujeitando-o a trabalho excessivo ou inadequado:
Disposições Gerais
Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e multa.
Art. 93. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as
§ 1º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
disposições da Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985.
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
Art. 94. Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena
máxima privativa de liberdade não ultrapasse 4 (quatro) § 2º Se resulta a morte:
anos, aplica-se o procedimento previsto na Lei nº 9.099,
Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
de 26 de setembro de 1995, e, subsidiariamente, no que
couber, as disposições do Código Penal e do Código de Art. 100. Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis)
Processo Penal. (Vide ADI 3.096-5 - STF) meses a 1 (um) ano e multa:
CAPÍTULO II I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público
por motivo de idade;
Dos Crimes em Espécie
II – negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou
Art. 95. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal
trabalho;
pública incondicionada, não se lhes aplicando os arts.
181 e 182 do Código Penal. III – recusar, retardar ou dificultar atendimento ou
deixar de prestar assistência à saúde, sem justa causa, a
Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou
pessoa idosa;
dificultando seu acesso a operações bancárias, aos
meios de transporte, ao direito de contratar ou por IV – deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo
qualquer outro meio ou instrumento necessário ao motivo, a execução de ordem judicial expedida na ação
exercício da cidadania, por motivo de idade: civil a que alude esta Lei;
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. V – recusar, retardar ou omitir dados técnicos
indispensáveis à propositura da ação civil objeto desta
§ 1º Na mesma pena incorre quem desdenhar,
Lei, quando requisitados pelo Ministério Público.
humilhar, menosprezar ou discriminar pessoa idosa, por
qualquer motivo. Art. 101. Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem
justo motivo, a execução de ordem judicial expedida nas
§ 2º A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se a
ações em que for parte ou interveniente o idoso:
vítima se encontrar sob os cuidados ou responsabilidade
do agente. Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Art. 97. Deixar de prestar assistência ao idoso, quando Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos,
possível fazê-lo sem risco pessoal, em situação de pensão ou qualquer outro rendimento do idoso, dando-
iminente perigo, ou recusar, retardar ou dificultar sua lhes aplicação diversa da de sua finalidade:
assistência à saúde, sem justa causa, ou não pedir,
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa.
nesses casos, o socorro de autoridade pública:
Art. 103. Negar o acolhimento ou a permanência do
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
idoso, como abrigado, por recusa deste em outorgar
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da procuração à entidade de atendimento:
omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
triplicada, se resulta a morte.
Art. 104. Reter o cartão magnético de conta bancária
Art. 98. Abandonar o idoso em hospitais, casas de
relativa a benefícios, proventos ou pensão do idoso,
saúde, entidades de longa permanência, ou congêneres,
bem como qualquer outro documento com objetivo de
assegurar recebimento ou ressarcimento de dívida:

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Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e § 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos
multa. referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a
condição de pessoa idosa ou portadora de
Art. 105. Exibir ou veicular, por qualquer meio de
deficiência:”(NR)
comunicação, informações ou imagens depreciativas ou
injuriosas à pessoa do idoso: "Art. 141.
Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa. IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou
portadora de deficiência, exceto no caso de injúria."
Art. 106. Induzir pessoa idosa sem discernimento de
(NR)
seus atos a outorgar procuração para fins de
administração de bens ou deles dispor livremente: "Art. 148. .
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. § 1º.
Art. 107. Coagir, de qualquer modo, o idoso a doar, I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge do
contratar, testar ou outorgar procuração: agente ou maior de 60 (sessenta) anos." (NR)
Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. "Art. 159.
Art. 108. Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa § 1º Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro)
sem discernimento de seus atos, sem a devida horas, se o seqüestrado é menor de 18 (dezoito) ou
representação legal: maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido
por bando ou quadrilha." (NR)
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
"Art. 183.
TÍTULO VII
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade
Disposições Finais e Transitórias
igual ou superior a 60 (sessenta) anos." (NR)
Art. 109. Impedir ou embaraçar ato do representante do
"Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a
Ministério Público ou de qualquer outro agente
subsistência do cônjuge, ou de filho menor de 18
fiscalizador:
(dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. ascendente inválido ou maior de 60 (sessenta) anos, não
lhes proporcionando os recursos necessários ou
Art. 110. O Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
faltando ao pagamento de pensão alimentícia
1940, Código Penal, passa a vigorar com as seguintes
judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar,
alterações:
sem justa causa, de socorrer descendente ou
"Art. 61. ascendente, gravemente enfermo:" (NR)
II - . Art. 111. O O art. 21 do Decreto-Lei nº 3.688, de 3 de
outubro de 1941, Lei das Contravenções Penais, passa a
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo
vigorar acrescido do seguinte parágrafo único:
ou mulher grávida;" (NR)
"Art. 21.
"Art. 121.
Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço)
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3
até a metade se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos."
(um terço), se o crime resulta de inobservância de regra
(NR)
técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa
de prestar imediato socorro à vítima, não procura Art. 112. O inciso II do § 4º do art. 1º da Lei nº 9.455, de
diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para 7 de abril de 1997, passa a vigorar com a seguinte
evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a redação:
pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é
"Art. 1º .
praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou
maior de 60 (sessenta) anos." (NR) § 4º .
"Art. 133. II – se o crime é cometido contra criança, gestante,
portador de deficiência, adolescente ou maior de 60
§ 3º
(sessenta) anos;” (NR)
III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos." (NR)
"Art. 140.

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Art. 113. O inciso III do art. 18 da Lei nº 6.368, de 21 de


outubro de 1976, passa a vigorar com a seguinte LEI Nº 10.826/2003
redação:
Dispõe sobre registro, posse e comercialização de
"Art. 18.
armas de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de
III – se qualquer deles decorrer de associação ou visar a Armas – Sinarm, define crimes e dá outras
menores de 21 (vinte e um) anos ou a pessoa com idade providências.
igual ou superior a 60 (sessenta) anos ou a quem tenha,
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
por qualquer causa, diminuída ou suprimida a
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
capacidade de discernimento ou de
Lei:
autodeterminação:" (NR)
CAPÍTULO I
Art. 114. O art 1º da Lei nº 10.048, de 8 de novembro de
2000, passa a vigorar com a seguinte redação: Do Sistema Nacional de Armas
"Art. 1º As pessoas portadoras de deficiência, os idosos Art. 1º O Sistema Nacional de Armas – Sinarm, instituído
com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, as no Ministério da Justiça, no âmbito da Polícia Federal,
gestantes, as lactantes e as pessoas acompanhadas por tem circunscrição em todo o território nacional.
crianças de colo terão atendimento prioritário, nos
Art. 2º Ao Sinarm compete:
termos desta Lei." (NR)
I – identificar as características e a propriedade de
Art. 115. O Orçamento da Seguridade Social destinará
armas de fogo, mediante cadastro;
ao Fundo Nacional de Assistência Social, até que o
Fundo Nacional do Idoso seja criado, os recursos II – cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas
necessários, em cada exercício financeiro, para e vendidas no País;
aplicação em programas e ações relativos ao idoso.
III – cadastrar as autorizações de porte de arma de fogo
Art. 116. Serão incluídos nos censos demográficos dados e as renovações expedidas pela Polícia Federal;
relativos à população idosa do País.
IV – cadastrar as transferências de propriedade,
Art. 117. O Poder Executivo encaminhará ao Congresso extravio, furto, roubo e outras ocorrências suscetíveis
Nacional projeto de lei revendo os critérios de de alterar os dados cadastrais, inclusive as decorrentes
concessão do Benefício de Prestação Continuada de fechamento de empresas de segurança privada e de
previsto na Lei Orgânica da Assistência Social, de forma transporte de valores;
a garantir que o acesso ao direito seja condizente com o
V – identificar as modificações que alterem as
estágio de desenvolvimento sócio-econômico
características ou o funcionamento de arma de fogo;
alcançado pelo País.
VI – integrar no cadastro os acervos policiais já
Art. 118. Esta Lei entra em vigor decorridos 90 (noventa)
existentes;
dias da sua publicação, ressalvado o disposto no caput
do art. 36, que vigorará a partir de 1º de janeiro de 2004. VII – cadastrar as apreensões de armas de fogo, inclusive
as vinculadas a procedimentos policiais e judiciais;
Brasília, 1º de outubro de 2003; 182º da Independência
e 115º da República. VIII – cadastrar os armeiros em atividade no País, bem
como conceder licença para exercer a atividade;
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
IX – cadastrar mediante registro os produtores,
Márcio Thomaz Bastos
atacadistas, varejistas, exportadores e importadores
Antonio Palocci Filho autorizados de armas de fogo, acessórios e munições;
Rubem Fonseca Filho X – cadastrar a identificação do cano da arma, as
características das impressões de raiamento e de
Humberto Sérgio Costa LIma
microestriamento de projétil disparado, conforme
Guido Mantega marcação e testes obrigatoriamente realizados pelo
fabricante;
Ricardo José Ribeiro Berzoini
XI – informar às Secretarias de Segurança Pública dos
Benedita Souza da Silva Sampaio
Estados e do Distrito Federal os registros e autorizações
Álvaro Augusto Ribeiro Costa de porte de armas de fogo nos respectivos territórios,
bem como manter o cadastro atualizado para consulta.

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Parágrafo único. As disposições deste artigo não fundamentação, no prazo de 30 (trinta) dias úteis, a
alcançam as armas de fogo das Forças Armadas e contar da data do requerimento do interessado.
Auxiliares, bem como as demais que constem dos seus
§ 7º O registro precário a que se refere o § 4º prescinde
registros próprios.
do cumprimento dos requisitos dos incisos I, II e III deste
CAPÍTULO II artigo.
Do Registro § 8º Estará dispensado das exigências constantes do
inciso III do caput deste artigo, na forma do
Art. 3º É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão
regulamento, o interessado em adquirir arma de fogo
competente.
de uso permitido que comprove estar autorizado a
Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão portar arma com as mesmas características daquela a
registradas no Comando do Exército, na forma do ser adquirida. (Incluído pela Lei nº 11.706, de
regulamento desta Lei. 2008)
Art. 4º Para adquirir arma de fogo de uso permitido o Art. 5º O certificado de Registro de Arma de Fogo, com
interessado deverá, além de declarar a efetiva validade em todo o território nacional, autoriza o seu
necessidade, atender aos seguintes requisitos: proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no
interior de sua residência ou domicílio, ou dependência
I - comprovação de idoneidade, com a apresentação de
desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que
certidões negativas de antecedentes criminais
seja ele o titular ou o responsável legal pelo
fornecidas pela Justiça Federal, Estadual, Militar e
estabelecimento ou empresa. (Redação dada
Eleitoral e de não estar respondendo a inquérito policial
pela Lei nº 10.884, de 2004)
ou a processo criminal, que poderão ser fornecidas por
meios eletrônicos; (Redação dada pela Lei § 1º O certificado de registro de arma de fogo será
nº 11.706, de 2008) expedido pela Polícia Federal e será precedido de
autorização do Sinarm.
II – apresentação de documento comprobatório de
ocupação lícita e de residência certa; § 2º Os requisitos de que tratam os incisos I, II e III do
art. 4º deverão ser comprovados periodicamente, em
III – comprovação de capacidade técnica e de aptidão
período não inferior a 3 (três) anos, na conformidade do
psicológica para o manuseio de arma de fogo, atestadas
estabelecido no regulamento desta Lei, para a
na forma disposta no regulamento desta Lei.
renovação do Certificado de Registro de Arma de Fogo.
§ 1º O Sinarm expedirá autorização de compra de arma
§ 3º O proprietário de arma de fogo com certificados de
de fogo após atendidos os requisitos anteriormente
registro de propriedade expedido por órgão estadual ou
estabelecidos, em nome do requerente e para a arma
do Distrito Federal até a data da publicação desta Lei
indicada, sendo intransferível esta autorização.
que não optar pela entrega espontânea prevista no art.
§ 2º A aquisição de munição somente poderá ser feita 32 desta Lei deverá renová-lo mediante o pertinente
no calibre correspondente à arma registrada e na registro federal, até o dia 31 de dezembro de 2008, ante
quantidade estabelecida no regulamento desta Lei. a apresentação de documento de identificação pessoal
(Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) e comprovante de residência fixa, ficando dispensado
do pagamento de taxas e do cumprimento das demais
§ 3º A empresa que comercializar arma de fogo em
exigências constantes dos incisos I a III do caput do art.
território nacional é obrigada a comunicar a venda à
4º desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706,
autoridade competente, como também a manter banco
de 2008) (Prorrogação de prazo)
de dados com todas as características da arma e cópia
dos documentos previstos neste artigo. § 4º Para fins do cumprimento do disposto no § 3º deste
artigo, o proprietário de arma de fogo poderá obter, no
§ 4º A empresa que comercializa armas de fogo,
Departamento de Polícia Federal, certificado de registro
acessórios e munições responde legalmente por essas
provisório, expedido na rede mundial de computadores
mercadorias, ficando registradas como de sua
- internet, na forma do regulamento e obedecidos os
propriedade enquanto não forem vendidas.
procedimentos a seguir: (Redação dada pela Lei
§ 5º A comercialização de armas de fogo, acessórios e nº 11.706, de 2008)
munições entre pessoas físicas somente será efetivada
I - emissão de certificado de registro provisório pela
mediante autorização do Sinarm.
internet, com validade inicial de 90 (noventa) dias; e
§ 6º A expedição da autorização a que se refere o § 1º (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
será concedida, ou recusada com a devida

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II - revalidação pela unidade do Departamento de Polícia seus quadros pessoais que efetivamente estejam no
Federal do certificado de registro provisório pelo prazo exercício de funções de segurança, na forma de
que estimar como necessário para a emissão definitiva regulamento a ser emitido pelo Conselho Nacional de
do certificado de registro de propriedade. Justiça - CNJ e pelo Conselho Nacional do Ministério
(Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) Público - CNMP. (Incluído pela Lei nº
12.694, de 2012)
CAPÍTULO III
§ 1º As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI do
Do Porte
caput deste artigo terão direito de portar arma de fogo
Art. 6º É proibido o porte de arma de fogo em todo o de propriedade particular ou fornecida pela respectiva
território nacional, salvo para os casos previstos em corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, nos
legislação própria e para: termos do regulamento desta Lei, com validade em
âmbito nacional para aquelas constantes dos incisos I, II,
I – os integrantes das Forças Armadas;
V e VI. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de
II - os integrantes de órgãos referidos nos incisos I, II, III, 2008)
IV e V do caput do art. 144 da Constituição Federal e os
§ 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes e
da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP);
guardas prisionais poderão portar arma de fogo de
(Redação dada pela Lei nº 13.500, de 2017)
propriedade particular ou fornecida pela respectiva
III – os integrantes das guardas municipais das capitais corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, desde
dos Estados e dos Municípios com mais de 500.000 que estejam: (Incluído pela Lei nº 12.993,
(quinhentos mil) habitantes, nas condições de 2014)
estabelecidas no regulamento desta Lei; (Vide
I - submetidos a regime de dedicação exclusiva;
ADIN 5538) (Vide ADIN 5948)
(Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)
IV - os integrantes das guardas municipais dos
II - sujeitos à formação funcional, nos termos do
Municípios com mais de 50.000 (cinqüenta mil) e menos
regulamento; e (Incluído pela Lei nº 12.993,
de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, quando em
de 2014)
serviço; (Redação dada pela Lei nº 10.867, de
2004) (Vide ADIN 5538) (Vide ADIN 5948) III - subordinados a mecanismos de fiscalização e de
controle interno. (Incluído pela Lei nº 12.993,
V – os agentes operacionais da Agência Brasileira de
de 2014)
Inteligência e os agentes do Departamento de
Segurança do Gabinete de Segurança Institucional da § 1º-C. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.993,
Presidência da República; de 2014)
VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. § 2º A autorização para o porte de arma de fogo aos
51, IV, e no art. 52, XIII, da Constituição Federal; integrantes das instituições descritas nos incisos V, VI,
VII e X do caput deste artigo está condicionada à
VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e
comprovação do requisito a que se refere o inciso III do
guardas prisionais, os integrantes das escoltas de presos
caput do art. 4º desta Lei nas condições estabelecidas
e as guardas portuárias;
no regulamento desta Lei. (Redação dada
VIII – as empresas de segurança privada e de transporte pela Lei nº 11.706, de 2008)
de valores constituídas, nos termos desta Lei;
§ 3º A autorização para o porte de arma de fogo das
IX – para os integrantes das entidades de desporto guardas municipais está condicionada à formação
legalmente constituídas, cujas atividades esportivas funcional de seus integrantes em estabelecimentos de
demandem o uso de armas de fogo, na forma do ensino de atividade policial, à existência de mecanismos
regulamento desta Lei, observando-se, no que couber, de fiscalização e de controle interno, nas condições
a legislação ambiental. estabelecidas no regulamento desta Lei, observada a
supervisão do Ministério da Justiça. (Redação
X - integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita
dada pela Lei nº 10.884, de 2004)
Federal do Brasil e de Auditoria-Fiscal do Trabalho,
cargos de Auditor-Fiscal e Analista Tributário. § 4º Os integrantes das Forças Armadas, das polícias
(Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007) federais e estaduais e do Distrito Federal, bem como os
militares dos Estados e do Distrito Federal, ao
XI - os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. 92
exercerem o direito descrito no art. 4º, ficam
da Constituição Federal e os Ministérios Públicos da
dispensados do cumprimento do disposto nos incisos I,
União e dos Estados, para uso exclusivo de servidores de

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II e III do mesmo artigo, na forma do regulamento desta § 2º A empresa de segurança e de transporte de valores
Lei. deverá apresentar documentação comprobatória do
preenchimento dos requisitos constantes do art. 4º
§ 5º Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25
desta Lei quanto aos empregados que portarão arma de
(vinte e cinco) anos que comprovem depender do
fogo.
emprego de arma de fogo para prover sua subsistência
alimentar familiar será concedido pela Polícia Federal o § 3º A listagem dos empregados das empresas referidas
porte de arma de fogo, na categoria caçador para neste artigo deverá ser atualizada semestralmente
subsistência, de uma arma de uso permitido, de tiro junto ao Sinarm.
simples, com 1 (um) ou 2 (dois) canos, de alma lisa e de
Art. 7º-A. As armas de fogo utilizadas pelos servidores
calibre igual ou inferior a 16 (dezesseis), desde que o
das instituições descritas no inciso XI do art. 6º serão de
interessado comprove a efetiva necessidade em
propriedade, responsabilidade e guarda das respectivas
requerimento ao qual deverão ser anexados os
instituições, somente podendo ser utilizadas quando
seguintes documentos: (Redação dada pela Lei
em serviço, devendo estas observar as condições de uso
nº 11.706, de 2008)
e de armazenagem estabelecidas pelo órgão
I - documento de identificação pessoal; (Incluído competente, sendo o certificado de registro e a
pela Lei nº 11.706, de 2008) autorização de porte expedidos pela Polícia Federal em
nome da instituição. (Incluído pela Lei nº
II - comprovante de residência em área rural; e
12.694, de 2012)
(Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 1º A autorização para o porte de arma de fogo de que
III - atestado de bons antecedentes. (Incluído
trata este artigo independe do pagamento de taxa.
pela Lei nº 11.706, de 2008)
(Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
§ 6º O caçador para subsistência que der outro uso à
§ 2º O presidente do tribunal ou o chefe do Ministério
sua arma de fogo, independentemente de outras
Público designará os servidores de seus quadros
tipificações penais, responderá, conforme o caso, por
pessoais no exercício de funções de segurança que
porte ilegal ou por disparo de arma de fogo de uso
poderão portar arma de fogo, respeitado o limite
permitido. (Redação dada pela Lei nº 11.706,
máximo de 50% (cinquenta por cento) do número de
de 2008)
servidores que exerçam funções de segurança.
§ 7º Aos integrantes das guardas municipais dos (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
Municípios que integram regiões metropolitanas será
§ 3º O porte de arma pelos servidores das instituições
autorizado porte de arma de fogo, quando em serviço.
de que trata este artigo fica condicionado à
(Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
apresentação de documentação comprobatória do
Art. 7º As armas de fogo utilizadas pelos empregados preenchimento dos requisitos constantes do art. 4º
das empresas de segurança privada e de transporte de desta Lei, bem como à formação funcional em
valores, constituídas na forma da lei, serão de estabelecimentos de ensino de atividade policial e à
propriedade, responsabilidade e guarda das respectivas existência de mecanismos de fiscalização e de controle
empresas, somente podendo ser utilizadas quando em interno, nas condições estabelecidas no regulamento
serviço, devendo essas observar as condições de uso e desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.694, de
de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, 2012)
sendo o certificado de registro e a autorização de porte
§ 4º A listagem dos servidores das instituições de que
expedidos pela Polícia Federal em nome da empresa.
trata este artigo deverá ser atualizada semestralmente
§ 1º O proprietário ou diretor responsável de empresa no Sinarm. (Incluído pela Lei nº 12.694, de
de segurança privada e de transporte de valores 2012)
responderá pelo crime previsto no parágrafo único do
§ 5º As instituições de que trata este artigo são
art. 13 desta Lei, sem prejuízo das demais sanções
obrigadas a registrar ocorrência policial e a comunicar à
administrativas e civis, se deixar de registrar ocorrência
Polícia Federal eventual perda, furto, roubo ou outras
policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto,
formas de extravio de armas de fogo, acessórios e
roubo ou outras formas de extravio de armas de fogo,
munições que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24
acessórios e munições que estejam sob sua guarda, nas
(vinte e quatro) horas depois de ocorrido o fato.
primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois de ocorrido o
(Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
fato.
Art. 8º As armas de fogo utilizadas em entidades
desportivas legalmente constituídas devem obedecer às

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condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo Federal e do Comando do Exército, no âmbito de suas
órgão competente, respondendo o possuidor ou o respectivas responsabilidades.
autorizado a portar a arma pela sua guarda na forma do
§ 2º São isentas do pagamento das taxas previstas neste
regulamento desta Lei.
artigo as pessoas e as instituições a que se referem os
Art. 9º Compete ao Ministério da Justiça a autorização incisos I a VII e X e o § 5º do art. 6º desta Lei.
do porte de arma para os responsáveis pela segurança (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
de cidadãos estrangeiros em visita ou sediados no Brasil
Art. 11-A. O Ministério da Justiça disciplinará a forma e
e, ao Comando do Exército, nos termos do regulamento
as condições do credenciamento de profissionais pela
desta Lei, o registro e a concessão de porte de trânsito
Polícia Federal para comprovação da aptidão
de arma de fogo para colecionadores, atiradores e
psicológica e da capacidade técnica para o manuseio de
caçadores e de representantes estrangeiros em
arma de fogo. (Incluído pela Lei nº 11.706, de
competição internacional oficial de tiro realizada no
2008)
território nacional.
§ 1º Na comprovação da aptidão psicológica, o valor
Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo de
cobrado pelo psicólogo não poderá exceder ao valor
uso permitido, em todo o território nacional, é de
médio dos honorários profissionais para realização de
competência da Polícia Federal e somente será
avaliação psicológica constante do item 1.16 da tabela
concedida após autorização do Sinarm.
do Conselho Federal de Psicologia. (Incluído pela
§ 1º A autorização prevista neste artigo poderá ser Lei nº 11.706, de 2008)
concedida com eficácia temporária e territorial limitada,
§ 2º Na comprovação da capacidade técnica, o valor
nos termos de atos regulamentares, e dependerá de o
cobrado pelo instrutor de armamento e tiro não poderá
requerente:
exceder R$ 80,00 (oitenta reais), acrescido do custo da
I – demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício munição. (Incluído pela Lei nº 11.706, de
de atividade profissional de risco ou de ameaça à sua 2008)
integridade física;
§ 3º A cobrança de valores superiores aos previstos nos
II – atender às exigências previstas no art. 4º desta Lei; §§ 1º e 2º deste artigo implicará o descredenciamento
do profissional pela Polícia Federal. (Incluído
III – apresentar documentação de propriedade de arma
pela Lei nº 11.706, de 2008)
de fogo, bem como o seu devido registro no órgão
competente. CAPÍTULO IV
§ 2º A autorização de porte de arma de fogo, prevista Dos Crimes e das Penas
neste artigo, perderá automaticamente sua eficácia
Posse irregular de arma de fogo de uso permitido
caso o portador dela seja detido ou abordado em estado
de embriaguez ou sob efeito de substâncias químicas ou Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo,
alucinógenas. acessório ou munição, de uso permitido, em desacordo
com determinação legal ou regulamentar, no interior de
Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas, nos valores
sua residência ou dependência desta, ou, ainda no seu
constantes do Anexo desta Lei, pela prestação de
local de trabalho, desde que seja o titular ou o
serviços relativos:
responsável legal do estabelecimento ou empresa:
I – ao registro de arma de fogo;
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
II – à renovação de registro de arma de fogo;
Omissão de cautela
III – à expedição de segunda via de registro de arma de
Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para
fogo;
impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa
IV – à expedição de porte federal de arma de fogo; portadora de deficiência mental se apodere de arma de
fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua
V – à renovação de porte de arma de fogo;
propriedade:
VI – à expedição de segunda via de porte federal de
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.
arma de fogo.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o
§ 1º Os valores arrecadados destinam-se ao custeio e à
proprietário ou diretor responsável de empresa de
manutenção das atividades do Sinarm, da Polícia
segurança e transporte de valores que deixarem de
registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia

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Federal perda, furto, roubo ou outras formas de V – vender, entregar ou fornecer, ainda que
extravio de arma de fogo, acessório ou munição que gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou
estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) explosivo a criança ou adolescente; e
horas depois de ocorrido o fato.
VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização
Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido legal, ou adulterar, de qualquer forma, munição ou
explosivo.
Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em
depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, Comércio ilegal de arma de fogo
emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou
Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir,
ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso
ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar,
permitido, sem autorização e em desacordo com
adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma
determinação legal ou regulamentar:
utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. atividade comercial ou industrial, arma de fogo,
acessório ou munição, sem autorização ou em
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é
desacordo com determinação legal ou regulamentar:
inafiançável, salvo quando a arma de fogo estiver
registrada em nome do agente. (Vide Adin 3.112- Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
1)
Parágrafo único. Equipara-se à atividade comercial ou
Disparo de arma de fogo industrial, para efeito deste artigo, qualquer forma de
prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular
Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em
ou clandestino, inclusive o exercido em residência.
lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública
ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha Tráfico internacional de arma de fogo
como finalidade a prática de outro crime:
Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. do território nacional, a qualquer título, de arma de
fogo, acessório ou munição, sem autorização da
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é
autoridade competente:
inafiançável. (Vide Adin 3.112-1)
Pena – reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito
Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer,
aumentada da metade se a arma de fogo, acessório ou
receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que
munição forem de uso proibido ou restrito.
gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter
sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e
munição de uso proibido ou restrito, sem autorização e 18, a pena é aumentada da metade se forem praticados
em desacordo com determinação legal ou por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts.
regulamentar: 6º, 7º e 8º desta Lei.
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são
insuscetíveis de liberdade provisória. (Vide Adin
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:
3.112-1)
I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer
CAPÍTULO V
sinal de identificação de arma de fogo ou artefato;
Disposições Gerais
II – modificar as características de arma de fogo, de
forma a torná-la equivalente a arma de fogo de uso Art. 22. O Ministério da Justiça poderá celebrar
proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de convênios com os Estados e o Distrito Federal para o
qualquer modo induzir a erro autoridade policial, perito cumprimento do disposto nesta Lei.
ou juiz;
Art. 23. A classificação legal, técnica e geral bem como
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato a definição das armas de fogo e demais produtos
explosivo ou incendiário, sem autorização ou em controlados, de usos proibidos, restritos, permitidos ou
desacordo com determinação legal ou regulamentar; obsoletos e de valor histórico serão disciplinadas em ato
do chefe do Poder Executivo Federal, mediante
IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer
proposta do Comando do Exército. (Redação
arma de fogo com numeração, marca ou qualquer outro
dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado;

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§ 1º Todas as munições comercializadas no País deverão beneficiada. (Incluído pela Lei nº 11.706, de
estar acondicionadas em embalagens com sistema de 2008)
código de barras, gravado na caixa, visando possibilitar
§ 3º O transporte das armas de fogo doadas será de
a identificação do fabricante e do adquirente, entre
responsabilidade da instituição beneficiada, que
outras informações definidas pelo regulamento desta
procederá ao seu cadastramento no Sinarm ou no
Lei.
Sigma. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 2º Para os órgãos referidos no art. 6º, somente serão
§ 4º (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.706,
expedidas autorizações de compra de munição com
de 2008)
identificação do lote e do adquirente no culote dos
projéteis, na forma do regulamento desta Lei. § 5º O Poder Judiciário instituirá instrumentos para o
encaminhamento ao Sinarm ou ao Sigma, conforme se
§ 3º As armas de fogo fabricadas a partir de 1 (um) ano
trate de arma de uso permitido ou de uso restrito,
da data de publicação desta Lei conterão dispositivo
semestralmente, da relação de armas acauteladas em
intrínseco de segurança e de identificação, gravado no
juízo, mencionando suas características e o local onde
corpo da arma, definido pelo regulamento desta Lei,
se encontram. (Incluído pela Lei nº 11.706, de
exclusive para os órgãos previstos no art. 6º.
2008)
§ 4º As instituições de ensino policial e as guardas
Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a
municipais referidas nos incisos III e IV do caput do art.
comercialização e a importação de brinquedos, réplicas
6º desta Lei e no seu § 7º poderão adquirir insumos e
e simulacros de armas de fogo, que com estas se possam
máquinas de recarga de munição para o fim exclusivo de
confundir.
suprimento de suas atividades, mediante autorização
concedida nos termos definidos em regulamento. Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as réplicas e
(Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) os simulacros destinados à instrução, ao adestramento,
ou à coleção de usuário autorizado, nas condições
Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se refere o art.
fixadas pelo Comando do Exército.
2º desta Lei, compete ao Comando do Exército autorizar
e fiscalizar a produção, exportação, importação, Art. 27. Caberá ao Comando do Exército autorizar,
desembaraço alfandegário e o comércio de armas de excepcionalmente, a aquisição de armas de fogo de uso
fogo e demais produtos controlados, inclusive o registro restrito.
e o porte de trânsito de arma de fogo de colecionadores,
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às
atiradores e caçadores.
aquisições dos Comandos Militares.
Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após a
Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos
elaboração do laudo pericial e sua juntada aos autos,
adquirir arma de fogo, ressalvados os integrantes das
quando não mais interessarem à persecução penal
entidades constantes dos incisos I, II, III, V, VI, VII e X do
serão encaminhadas pelo juiz competente ao Comando
caput do art. 6º desta Lei. (Redação dada pela
do Exército, no prazo máximo de 48 (quarenta e oito)
Lei nº 11.706, de 2008)
horas, para destruição ou doação aos órgãos de
segurança pública ou às Forças Armadas, na forma do Art. 29. As autorizações de porte de armas de fogo já
regulamento desta Lei. (Redação dada pela Lei concedidas expirar-se-ão 90 (noventa) dias após a
nº 11.706, de 2008) publicação desta Lei. (Vide Lei nº 10.884, de
2004)
§ 1º As armas de fogo encaminhadas ao Comando do
Exército que receberem parecer favorável à doação, Parágrafo único. O detentor de autorização com prazo
obedecidos o padrão e a dotação de cada Força Armada de validade superior a 90 (noventa) dias poderá renová-
ou órgão de segurança pública, atendidos os critérios de la, perante a Polícia Federal, nas condições dos arts. 4º,
prioridade estabelecidos pelo Ministério da Justiça e 6º e 10 desta Lei, no prazo de 90 (noventa) dias após sua
ouvido o Comando do Exército, serão arroladas em publicação, sem ônus para o requerente.
relatório reservado trimestral a ser encaminhado
Art. 30. Os possuidores e proprietários de arma de fogo
àquelas instituições, abrindo-se-lhes prazo para
de uso permitido ainda não registrada deverão solicitar
manifestação de interesse. (Incluído pela Lei
seu registro até o dia 31 de dezembro de 2008,
nº 11.706, de 2008)
mediante apresentação de documento de identificação
§ 2º O Comando do Exército encaminhará a relação das pessoal e comprovante de residência fixa,
armas a serem doadas ao juiz competente, que acompanhados de nota fiscal de compra ou
determinará o seu perdimento em favor da instituição comprovação da origem lícita da posse, pelos meios de

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prova admitidos em direito, ou declaração firmada na Art. 35. É proibida a comercialização de arma de fogo e
qual constem as características da arma e a sua munição em todo o território nacional, salvo para as
condição de proprietário, ficando este dispensado do entidades previstas no art. 6º desta Lei.
pagamento de taxas e do cumprimento das demais
§ 1º Este dispositivo, para entrar em vigor, dependerá
exigências constantes dos incisos I a III do caput do art.
de aprovação mediante referendo popular, a ser
4º desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706,
realizado em outubro de 2005.
de 2008) (Prorrogação de prazo)
§ 2º Em caso de aprovação do referendo popular, o
Parágrafo único. Para fins do cumprimento do disposto
disposto neste artigo entrará em vigor na data de
no caput deste artigo, o proprietário de arma de fogo
publicação de seu resultado pelo Tribunal Superior
poderá obter, no Departamento de Polícia Federal,
Eleitoral.
certificado de registro provisório, expedido na forma do
§ 4º do art. 5º desta Lei. (Incluído pela Lei nº Art. 36. É revogada a Lei nº 9.437, de 20 de fevereiro de
11.706, de 2008) 1997.
Art. 31. Os possuidores e proprietários de armas de fogo Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua
adquiridas regularmente poderão, a qualquer tempo, publicação.
entregá-las à Polícia Federal, mediante recibo e
Brasília, 22 de dezembro de 2003; 182º da
indenização, nos termos do regulamento desta Lei.
Independência e 115º da República.
Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma de fogo
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
poderão entregá-la, espontaneamente, mediante
recibo, e, presumindo-se de boa-fé, serão indenizados, Márcio Thomaz Bastos
na forma do regulamento, ficando extinta a punibilidade
José Viegas Filho
de eventual posse irregular da referida arma.
(Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) Marina Silva
Art. 33. Será aplicada multa de R$ 100.000,00 (cem mil Este texto não substitui o publicado no DOU de
reais) a R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), conforme 23.12.2003
especificar o regulamento desta Lei:
I – à empresa de transporte aéreo, rodoviário,
ANEXO
ferroviário, marítimo, fluvial ou lacustre que
deliberadamente, por qualquer meio, faça, promova, (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
facilite ou permita o transporte de arma ou munição
Tabela De Taxas
sem a devida autorização ou com inobservância das
normas de segurança;
ATO ADMINISTRATIVO R$
II – à empresa de produção ou comércio de armamentos
que realize publicidade para venda, estimulando o uso I - Registro de arma de fogo:
indiscriminado de armas de fogo, exceto nas
publicações especializadas. Gratuito
Art. 34. Os promotores de eventos em locais fechados, - até 31 de dezembro de 2008
(art. 30)
com aglomeração superior a 1000 (um mil) pessoas,
adotarão, sob pena de responsabilidade, as
- a partir de 1º de janeiro de 2009 60,00
providências necessárias para evitar o ingresso de
pessoas armadas, ressalvados os eventos garantidos
pelo inciso VI do art. 5º da Constituição Federal. II - Renovação do certificado de
registro de arma de fogo:
Parágrafo único. As empresas responsáveis pela
prestação dos serviços de transporte internacional e Gratuito
interestadual de passageiros adotarão as providências
necessárias para evitar o embarque de passageiros - até 31 de dezembro de 2008 (art. 5º,
armados. § 3º)
CAPÍTULO VI
- a partir de 1º de janeiro de 2009 60,00
Disposições Finais

Estratégia Carreira Jurídica 520


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II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa


III - Registro de arma de de crédito, consórcio, entidade de previdência
fogo para empresa de segurança complementar, sociedade operadora de plano de
60,00
privada e de transporte de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade
valores de capitalização e outras entidades legalmente
equiparadas às anteriores.
IV - Renovação do certificado de Art. 3º É competente para homologar o plano de
registro de arma de fogo para recuperação extrajudicial, deferir a recuperação judicial
empresa de segurança privada e ou decretar a falência o juízo do local do principal
de transporte de valores: estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que
tenha sede fora do Brasil.
- até 30 de junho de 2008 30,00
Art. 4º (VETADO)
- de 1º de julho de 2008 a 31 de CAPÍTULO II
45,00
outubro de 2008 Disposições Comuns à Recuperação Judicial e à
Falência
- a partir de 1º de novembro de
60,00 Seção I
2008
Disposições Gerais
V - Expedição de porte de arma Art. 5º Não são exigíveis do devedor, na recuperação
1.000,00
de fogo judicial ou na falência:

VI - Renovação de porte de arma I – as obrigações a título gratuito;


1.000,00
de fogo II – as despesas que os credores fizerem para tomar
parte na recuperação judicial ou na falência, salvo as
VII - Expedição de segunda via de custas judiciais decorrentes de litígio com o devedor.
certificado de registro de arma de 60,00 Art. 6º A decretação da falência ou o deferimento do
fogo processamento da recuperação judicial suspende o
curso da prescrição e de todas as ações e execuções em
VIII - Expedição de segunda via de face do devedor, inclusive aquelas dos credores
60,00
porte de arma de fogo particulares do sócio solidário.
§ 1º Terá prosseguimento no juízo no qual estiver se
LEI Nº 11.101/2005 processando a ação que demandar quantia ilíquida.
§ 2º É permitido pleitear, perante o administrador
Regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a judicial, habilitação, exclusão ou modificação de
falência do empresário e da sociedade empresária. créditos derivados da relação de trabalho, mas as ações
de natureza trabalhista, inclusive as impugnações a que
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
se refere o art. 8º desta Lei, serão processadas perante
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
a justiça especializada até a apuração do respectivo
Lei:
crédito, que será inscrito no quadro-geral de credores
CAPÍTULO I pelo valor determinado em sentença.
Disposições Preliminares § 3º O juiz competente para as ações referidas nos §§
1º e 2º deste artigo poderá determinar a reserva da
Art. 1º Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a
importância que estimar devida na recuperação judicial
recuperação extrajudicial e a falência do empresário e
ou na falência, e, uma vez reconhecido líquido o direito,
da sociedade empresária, doravante referidos
será o crédito incluído na classe própria.
simplesmente como devedor.
§ 4º Na recuperação judicial, a suspensão de que trata
Art. 2º Esta Lei não se aplica a:
o caput deste artigo em hipótese nenhuma excederá o
I – empresa pública e sociedade de economia mista; prazo improrrogável de 180 (cento e oitenta) dias
contado do deferimento do processamento da
recuperação, restabelecendo-se, após o decurso do

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prazo, o direito dos credores de iniciar ou continuar suas qualquer credor, o devedor ou seus sócios ou o
ações e execuções, independentemente de Ministério Público podem apresentar ao juiz
pronunciamento judicial. impugnação contra a relação de credores, apontando a
ausência de qualquer crédito ou manifestando-se
§ 5º Aplica-se o disposto no § 2º deste artigo à
contra a legitimidade, importância ou classificação de
recuperação judicial durante o período de suspensão de
crédito relacionado.
que trata o § 4º deste artigo, mas, após o fim da
suspensão, as execuções trabalhistas poderão ser Parágrafo único. Autuada em separado, a impugnação
normalmente concluídas, ainda que o crédito já esteja será processada nos termos dos arts. 13 a 15 desta Lei.
inscrito no quadro-geral de credores.
Art. 9º A habilitação de crédito realizada pelo credor nos
§ 6º Independentemente da verificação periódica termos do art. 7º, § 1º, desta Lei deverá conter:
perante os cartórios de distribuição, as ações que
I – o nome, o endereço do credor e o endereço em que
venham a ser propostas contra o devedor deverão ser
receberá comunicação de qualquer ato do processo;
comunicadas ao juízo da falência ou da recuperação
judicial: II – o valor do crédito, atualizado até a data da
decretação da falência ou do pedido de recuperação
I – pelo juiz competente, quando do recebimento da
judicial, sua origem e classificação;
petição inicial;
III – os documentos comprobatórios do crédito e a
II – pelo devedor, imediatamente após a citação.
indicação das demais provas a serem produzidas;
§ 7º As execuções de natureza fiscal não são suspensas
IV – a indicação da garantia prestada pelo devedor, se
pelo deferimento da recuperação judicial, ressalvada a
houver, e o respectivo instrumento;
concessão de parcelamento nos termos do Código
Tributário Nacional e da legislação ordinária específica. V – a especificação do objeto da garantia que estiver na
posse do credor.
§ 8º A distribuição do pedido de falência ou de
recuperação judicial previne a jurisdição para qualquer Parágrafo único. Os títulos e documentos que legitimam
outro pedido de recuperação judicial ou de falência, os créditos deverão ser exibidos no original ou por
relativo ao mesmo devedor. cópias autenticadas se estiverem juntados em outro
processo.
Seção II
Art. 10. Não observado o prazo estipulado no art. 7º, §
Da Verificação e da Habilitação de Créditos
1º, desta Lei, as habilitações de crédito serão recebidas
Art. 7º A verificação dos créditos será realizada pelo como retardatárias.
administrador judicial, com base nos livros contábeis e
§ 1º Na recuperação judicial, os titulares de créditos
documentos comerciais e fiscais do devedor e nos
retardatários, excetuados os titulares de créditos
documentos que lhe forem apresentados pelos
derivados da relação de trabalho, não terão direito a
credores, podendo contar com o auxílio de profissionais
voto nas deliberações da assembléia-geral de credores.
ou empresas especializadas.
§ 2º Aplica-se o disposto no § 1º deste artigo ao
§ 1º Publicado o edital previsto no art. 52, § 1º, ou no
processo de falência, salvo se, na data da realização da
parágrafo único do art. 99 desta Lei, os credores terão o
assembléia-geral, já houver sido homologado o quadro-
prazo de 15 (quinze) dias para apresentar ao
geral de credores contendo o crédito retardatário.
administrador judicial suas habilitações ou suas
divergências quanto aos créditos relacionados. § 3º Na falência, os créditos retardatários perderão o
direito a rateios eventualmente realizados e ficarão
§ 2º O administrador judicial, com base nas informações
sujeitos ao pagamento de custas, não se computando os
e documentos colhidos na forma do caput e do §
acessórios compreendidos entre o término do prazo e a
1º deste artigo, fará publicar edital contendo a relação
data do pedido de habilitação.
de credores no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias,
contado do fim do prazo do § 1º deste artigo, devendo § 4º Na hipótese prevista no § 3º deste artigo, o credor
indicar o local, o horário e o prazo comum em que as poderá requerer a reserva de valor para satisfação de
pessoas indicadas no art. 8º desta Lei terão acesso aos seu crédito.
documentos que fundamentaram a elaboração dessa
§ 5º As habilitações de crédito retardatárias, se
relação.
apresentadas antes da homologação do quadro-geral de
Art. 8º No prazo de 10 (dez) dias, contado da publicação credores, serão recebidas como impugnação e
da relação referida no art. 7º, § 2º, desta Lei, o Comitê, processadas na forma dos arts. 13 a 15 desta Lei.

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§ 6º Após a homologação do quadro-geral de credores, IV – determinará as provas a serem produzidas,


aqueles que não habilitaram seu crédito poderão, designando audiência de instrução e julgamento, se
observado, no que couber, o procedimento ordinário necessário.
previsto no Código de Processo Civil, requerer ao juízo
Art. 16. O juiz determinará, para fins de rateio, a reserva
da falência ou da recuperação judicial a retificação do
de valor para satisfação do crédito impugnado.
quadro-geral para inclusão do respectivo crédito.
Parágrafo único. Sendo parcial, a impugnação não
Art. 11. Os credores cujos créditos forem impugnados
impedirá o pagamento da parte incontroversa.
serão intimados para contestar a impugnação, no prazo
de 5 (cinco) dias, juntando os documentos que tiverem Art. 17. Da decisão judicial sobre a impugnação caberá
e indicando outras provas que reputem necessárias. agravo.
Art. 12. Transcorrido o prazo do art. 11 desta Lei, o Parágrafo único. Recebido o agravo, o relator poderá
devedor e o Comitê, se houver, serão intimados pelo juiz conceder efeito suspensivo à decisão que reconhece o
para se manifestar sobre ela no prazo comum de 5 crédito ou determinar a inscrição ou modificação do seu
(cinco) dias. valor ou classificação no quadro-geral de credores, para
fins de exercício de direito de voto em assembléia-geral.
Parágrafo único. Findo o prazo a que se refere
o caput deste artigo, o administrador judicial será Art. 18. O administrador judicial será responsável pela
intimado pelo juiz para emitir parecer no prazo de 5 consolidação do quadro-geral de credores, a ser
(cinco) dias, devendo juntar à sua manifestação o laudo homologado pelo juiz, com base na relação dos credores
elaborado pelo profissional ou empresa especializada, a que se refere o art. 7º, § 2º, desta Lei e nas decisões
se for o caso, e todas as informações existentes nos proferidas nas impugnações oferecidas.
livros fiscais e demais documentos do devedor acerca
Parágrafo único. O quadro-geral, assinado pelo juiz e
do crédito, constante ou não da relação de credores,
pelo administrador judicial, mencionará a importância e
objeto da impugnação.
a classificação de cada crédito na data do requerimento
Art. 13. A impugnação será dirigida ao juiz por meio de da recuperação judicial ou da decretação da falência,
petição, instruída com os documentos que tiver o será juntado aos autos e publicado no órgão oficial, no
impugnante, o qual indicará as provas consideradas prazo de 5 (cinco) dias, contado da data da sentença que
necessárias. houver julgado as impugnações.
Parágrafo único. Cada impugnação será autuada em Art. 19. O administrador judicial, o Comitê, qualquer
separado, com os documentos a ela relativos, mas terão credor ou o representante do Ministério Público
uma só autuação as diversas impugnações versando poderá, até o encerramento da recuperação judicial ou
sobre o mesmo crédito. da falência, observado, no que couber, o procedimento
ordinário previsto no Código de Processo Civil, pedir a
Art. 14. Caso não haja impugnações, o juiz homologará,
exclusão, outra classificação ou a retificação de
como quadro-geral de credores, a relação dos credores
qualquer crédito, nos casos de descoberta de falsidade,
constante do edital de que trata o art. 7º, § 2º, desta Lei,
dolo, simulação, fraude, erro essencial ou, ainda,
dispensada a publicação de que trata o art. 18 desta Lei.
documentos ignorados na época do julgamento do
Art. 15. Transcorridos os prazos previstos nos arts. 11 e crédito ou da inclusão no quadro-geral de credores.
12 desta Lei, os autos de impugnação serão conclusos
§ 1º A ação prevista neste artigo será proposta
ao juiz, que:
exclusivamente perante o juízo da recuperação judicial
I – determinará a inclusão no quadro-geral de credores ou da falência ou, nas hipóteses previstas no art. 6º, §§
das habilitações de créditos não impugnadas, no valor 1º e 2º, desta Lei, perante o juízo que tenha
constante da relação referida no § 2º do art. 7º desta originariamente reconhecido o crédito.
Lei;
§ 2º Proposta a ação de que trata este artigo, o
II – julgará as impugnações que entender pagamento ao titular do crédito por ela atingido
suficientemente esclarecidas pelas alegações e provas somente poderá ser realizado mediante a prestação de
apresentadas pelas partes, mencionando, de cada caução no mesmo valor do crédito questionado.
crédito, o valor e a classificação;
Art. 20. As habilitações dos credores particulares do
III – fixará, em cada uma das restantes impugnações, os sócio ilimitadamente responsável processar-se-ão de
aspectos controvertidos e decidirá as questões acordo com as disposições desta Seção.
processuais pendentes;
Seção III

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Do Administrador Judicial e do Comitê de Credores c) apresentar ao juiz, para juntada aos autos, relatório
mensal das atividades do devedor;
Art. 21. O administrador judicial será profissional
idôneo, preferencialmente advogado, economista, d) apresentar o relatório sobre a execução do plano de
administrador de empresas ou contador, ou pessoa recuperação, de que trata o inciso III do caput do art. 63
jurídica especializada. desta Lei;
Parágrafo único. Se o administrador judicial nomeado III – na falência:
for pessoa jurídica, declarar-se-á, no termo de que trata
a) avisar, pelo órgão oficial, o lugar e hora em que,
o art. 33 desta Lei, o nome de profissional responsável
diariamente, os credores terão à sua disposição os livros
pela condução do processo de falência ou de
e documentos do falido;
recuperação judicial, que não poderá ser substituído
sem autorização do juiz. b) examinar a escrituração do devedor;
Art. 22. Ao administrador judicial compete, sob a c) relacionar os processos e assumir a representação
fiscalização do juiz e do Comitê, além de outros deveres judicial da massa falida;
que esta Lei lhe impõe:
d) receber e abrir a correspondência dirigida ao
I – na recuperação judicial e na falência: devedor, entregando a ele o que não for assunto de
interesse da massa;
a) enviar correspondência aos credores constantes na
relação de que trata o inciso III do caput do art. 51, o e) apresentar, no prazo de 40 (quarenta) dias, contado
inciso III do caput do art. 99 ou o inciso II do caput do da assinatura do termo de compromisso, prorrogável
art. 105 desta Lei, comunicando a data do pedido de por igual período, relatório sobre as causas e
recuperação judicial ou da decretação da falência, a circunstâncias que conduziram à situação de falência,
natureza, o valor e a classificação dada ao crédito; no qual apontará a responsabilidade civil e penal dos
envolvidos, observado o disposto no art. 186 desta Lei;
b) fornecer, com presteza, todas as informações pedidas
pelos credores interessados; f) arrecadar os bens e documentos do devedor e
elaborar o auto de arrecadação, nos termos dos arts.
c) dar extratos dos livros do devedor, que merecerão fé
108 e 110 desta Lei;
de ofício, a fim de servirem de fundamento nas
habilitações e impugnações de créditos; g) avaliar os bens arrecadados;
d) exigir dos credores, do devedor ou seus h) contratar avaliadores, de preferência oficiais,
administradores quaisquer informações; mediante autorização judicial, para a avaliação dos bens
caso entenda não ter condições técnicas para a tarefa;
e) elaborar a relação de credores de que trata o § 2º do
art. 7º desta Lei; i) praticar os atos necessários à realização do ativo e ao
pagamento dos credores;
f) consolidar o quadro-geral de credores nos termos do
art. 18 desta Lei; j) requerer ao juiz a venda antecipada de bens
perecíveis, deterioráveis ou sujeitos a considerável
g) requerer ao juiz convocação da assembléia-geral de
desvalorização ou de conservação arriscada ou
credores nos casos previstos nesta Lei ou quando
dispendiosa, nos termos do art. 113 desta Lei;
entender necessária sua ouvida para a tomada de
decisões; l) praticar todos os atos conservatórios de direitos e
ações, diligenciar a cobrança de dívidas e dar a
h) contratar, mediante autorização judicial,
respectiva quitação;
profissionais ou empresas especializadas para, quando
necessário, auxiliá-lo no exercício de suas funções; m) remir, em benefício da massa e mediante
autorização judicial, bens apenhados, penhorados ou
i) manifestar-se nos casos previstos nesta Lei;
legalmente retidos;
II – na recuperação judicial:
n) representar a massa falida em juízo, contratando, se
a) fiscalizar as atividades do devedor e o cumprimento necessário, advogado, cujos honorários serão
do plano de recuperação judicial; previamente ajustados e aprovados pelo Comitê de
Credores;
b) requerer a falência no caso de descumprimento de
obrigação assumida no plano de recuperação; o) requerer todas as medidas e diligências que forem
necessárias para o cumprimento desta Lei, a proteção
da massa ou a eficiência da administração;

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p) apresentar ao juiz para juntada aos autos, até o recuperação judicial ou do valor de venda dos bens na
10º (décimo) dia do mês seguinte ao vencido, conta falência.
demonstrativa da administração, que especifique com
§ 2º Será reservado 40% (quarenta por cento) do
clareza a receita e a despesa;
montante devido ao administrador judicial para
q) entregar ao seu substituto todos os bens e pagamento após atendimento do previsto nos arts. 154
documentos da massa em seu poder, sob pena de e 155 desta Lei.
responsabilidade;
§ 3º O administrador judicial substituído será
r) prestar contas ao final do processo, quando for remunerado proporcionalmente ao trabalho realizado,
substituído, destituído ou renunciar ao cargo. salvo se renunciar sem relevante razão ou for destituído
de suas funções por desídia, culpa, dolo ou
§ 1º As remunerações dos auxiliares do administrador
descumprimento das obrigações fixadas nesta Lei,
judicial serão fixadas pelo juiz, que considerará a
hipóteses em que não terá direito à remuneração.
complexidade dos trabalhos a serem executados e os
valores praticados no mercado para o desempenho de § 4º Também não terá direito a remuneração o
atividades semelhantes. administrador que tiver suas contas desaprovadas.
§ 2º Na hipótese da alínea d do inciso I do caput deste § 5º A remuneração do administrador judicial fica
artigo, se houver recusa, o juiz, a requerimento do reduzida ao limite de 2% (dois por cento), no caso de
administrador judicial, intimará aquelas pessoas para microempresas e empresas de pequeno
que compareçam à sede do juízo, sob pena de porte. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de
desobediência, oportunidade em que as interrogará na 2014)
presença do administrador judicial, tomando seus
Art. 25. Caberá ao devedor ou à massa falida arcar com
depoimentos por escrito.
as despesas relativas à remuneração do administrador
§ 3º Na falência, o administrador judicial não poderá, judicial e das pessoas eventualmente contratadas para
sem autorização judicial, após ouvidos o Comitê e o auxiliá-lo.
devedor no prazo comum de 2 (dois) dias, transigir
Art. 26. O Comitê de Credores será constituído por
sobre obrigações e direitos da massa falida e conceder
deliberação de qualquer das classes de credores na
abatimento de dívidas, ainda que sejam consideradas
assembléia-geral e terá a seguinte composição:
de difícil recebimento.
I – 1 (um) representante indicado pela classe de
§ 4º Se o relatório de que trata a alínea e do inciso III
credores trabalhistas, com 2 (dois) suplentes;
do caput deste artigo apontar responsabilidade penal
de qualquer dos envolvidos, o Ministério Público será II – 1 (um) representante indicado pela classe de
intimado para tomar conhecimento de seu teor. credores com direitos reais de garantia ou privilégios
especiais, com 2 (dois) suplentes;
Art. 23. O administrador judicial que não apresentar, no
prazo estabelecido, suas contas ou qualquer dos III – 1 (um) representante indicado pela classe de
relatórios previstos nesta Lei será intimado credores quirografários e com privilégios gerais, com 2
pessoalmente a fazê-lo no prazo de 5 (cinco) dias, sob (dois) suplentes.
pena de desobediência.
IV - 1 (um) representante indicado pela classe de
Parágrafo único. Decorrido o prazo do caput deste credores representantes de microempresas e empresas
artigo, o juiz destituirá o administrador judicial e de pequeno porte, com 2 (dois)
nomeará substituto para elaborar relatórios ou suplentes. (Incluído pela Lei Complementar nº 147,
organizar as contas, explicitando as responsabilidades de 2014)
de seu antecessor.
§ 1º A falta de indicação de representante por quaisquer
Art. 24. O juiz fixará o valor e a forma de pagamento da das classes não prejudicará a constituição do Comitê,
remuneração do administrador judicial, observados a que poderá funcionar com número inferior ao previsto
capacidade de pagamento do devedor, o grau de no caput deste artigo.
complexidade do trabalho e os valores praticados no
§ 2º O juiz determinará, mediante requerimento
mercado para o desempenho de atividades
subscrito por credores que representem a maioria dos
semelhantes.
créditos de uma classe, independentemente da
§ 1º Em qualquer hipótese, o total pago ao realização de assembléia:
administrador judicial não excederá 5% (cinco por
cento) do valor devido aos credores submetidos à

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I – a nomeação do representante e dos suplentes da ato previsto nesta Lei, se devidamente comprovadas e
respectiva classe ainda não representada no Comitê; ou com a autorização do juiz, serão ressarcidas atendendo
às disponibilidades de caixa.
II – a substituição do representante ou dos suplentes da
respectiva classe. Art. 30. Não poderá integrar o Comitê ou exercer as
funções de administrador judicial quem, nos últimos 5
§ 3º Caberá aos próprios membros do Comitê indicar,
(cinco) anos, no exercício do cargo de administrador
entre eles, quem irá presidi-lo.
judicial ou de membro do Comitê em falência ou
Art. 27. O Comitê de Credores terá as seguintes recuperação judicial anterior, foi destituído, deixou de
atribuições, além de outras previstas nesta Lei: prestar contas dentro dos prazos legais ou teve a
prestação de contas desaprovada.
I – na recuperação judicial e na falência:
§ 1º Ficará também impedido de integrar o Comitê ou
a) fiscalizar as atividades e examinar as contas do
exercer a função de administrador judicial quem tiver
administrador judicial;
relação de parentesco ou afinidade até o 3º (terceiro)
b) zelar pelo bom andamento do processo e pelo grau com o devedor, seus administradores,
cumprimento da lei; controladores ou representantes legais ou deles for
amigo, inimigo ou dependente.
c) comunicar ao juiz, caso detecte violação dos direitos
ou prejuízo aos interesses dos credores; § 2º O devedor, qualquer credor ou o Ministério Público
poderá requerer ao juiz a substituição do administrador
d) apurar e emitir parecer sobre quaisquer reclamações
judicial ou dos membros do Comitê nomeados em
dos interessados;
desobediência aos preceitos desta Lei.
e) requerer ao juiz a convocação da assembléia-geral de
§ 3º O juiz decidirá, no prazo de 24 (vinte e quatro)
credores;
horas, sobre o requerimento do § 2º deste artigo.
f) manifestar-se nas hipóteses previstas nesta Lei;
Art. 31. O juiz, de ofício ou a requerimento
II – na recuperação judicial: fundamentado de qualquer interessado, poderá
determinar a destituição do administrador judicial ou de
a) fiscalizar a administração das atividades do devedor,
quaisquer dos membros do Comitê de Credores quando
apresentando, a cada 30 (trinta) dias, relatório de sua
verificar desobediência aos preceitos desta Lei,
situação;
descumprimento de deveres, omissão, negligência ou
b) fiscalizar a execução do plano de recuperação judicial; prática de ato lesivo às atividades do devedor ou a
terceiros.
c) submeter à autorização do juiz, quando ocorrer o
afastamento do devedor nas hipóteses previstas nesta § 1º No ato de destituição, o juiz nomeará novo
Lei, a alienação de bens do ativo permanente, a administrador judicial ou convocará os suplentes para
constituição de ônus reais e outras garantias, bem como recompor o Comitê.
atos de endividamento necessários à continuação da
§ 2º Na falência, o administrador judicial substituído
atividade empresarial durante o período que antecede
prestará contas no prazo de 10 (dez) dias, nos termos
a aprovação do plano de recuperação judicial.
dos §§ 1º a 6º do art. 154 desta Lei.
§ 1º As decisões do Comitê, tomadas por maioria, serão
Art. 32. O administrador judicial e os membros do
consignadas em livro de atas, rubricado pelo juízo, que
Comitê responderão pelos prejuízos causados à massa
ficará à disposição do administrador judicial, dos
falida, ao devedor ou aos credores por dolo ou culpa,
credores e do devedor.
devendo o dissidente em deliberação do Comitê
§ 2º Caso não seja possível a obtenção de maioria em consignar sua discordância em ata para eximir-se da
deliberação do Comitê, o impasse será resolvido pelo responsabilidade.
administrador judicial ou, na incompatibilidade deste,
Art. 33. O administrador judicial e os membros do
pelo juiz.
Comitê de Credores, logo que nomeados, serão
Art. 28. Não havendo Comitê de Credores, caberá ao intimados pessoalmente para, em 48 (quarenta e oito)
administrador judicial ou, na incompatibilidade deste, horas, assinar, na sede do juízo, o termo de
ao juiz exercer suas atribuições. compromisso de bem e fielmente desempenhar o cargo
Art. 29. Os membros do Comitê não terão sua e assumir todas as responsabilidades a ele inerentes.
remuneração custeada pelo devedor ou pela massa
falida, mas as despesas realizadas para a realização de

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Art. 34. Não assinado o termo de compromisso no prazo § 2º Além dos casos expressamente previstos nesta Lei,
previsto no art. 33 desta Lei, o juiz nomeará outro credores que representem no mínimo 25% (vinte e
administrador judicial. cinco por cento) do valor total dos créditos de uma
determinada classe poderão requerer ao juiz a
Seção IV
convocação de assembléia-geral.
Da Assembléia-Geral de Credores
§ 3º As despesas com a convocação e a realização da
Art. 35. A assembléia-geral de credores terá por assembléia-geral correm por conta do devedor ou da
atribuições deliberar sobre: massa falida, salvo se convocada em virtude de
requerimento do Comitê de Credores ou na hipótese do
I – na recuperação judicial:
§ 2º deste artigo.
a) aprovação, rejeição ou modificação do plano de
Art. 37. A assembléia será presidida pelo administrador
recuperação judicial apresentado pelo devedor;
judicial, que designará 1 (um) secretário dentre os
b) a constituição do Comitê de Credores, a escolha de credores presentes.
seus membros e sua substituição;
§ 1º Nas deliberações sobre o afastamento do
c) (VETADO) administrador judicial ou em outras em que haja
incompatibilidade deste, a assembléia será presidida
d) o pedido de desistência do devedor, nos termos do §
pelo credor presente que seja titular do maior crédito.
4º do art. 52 desta Lei;
§ 2º A assembléia instalar-se-á, em 1a (primeira)
e) o nome do gestor judicial, quando do afastamento do
convocação, com a presença de credores titulares de
devedor;
mais da metade dos créditos de cada classe,
f) qualquer outra matéria que possa afetar os interesses computados pelo valor, e, em 2a (segunda) convocação,
dos credores; com qualquer número.
II – na falência: § 3º Para participar da assembléia, cada credor deverá
assinar a lista de presença, que será encerrada no
a) (VETADO)
momento da instalação.
b) a constituição do Comitê de Credores, a escolha de
§ 4º O credor poderá ser representado na assembléia-
seus membros e sua substituição;
geral por mandatário ou representante legal, desde que
c) a adoção de outras modalidades de realização do entregue ao administrador judicial, até 24 (vinte e
ativo, na forma do art. 145 desta Lei; quatro) horas antes da data prevista no aviso de
convocação, documento hábil que comprove seus
d) qualquer outra matéria que possa afetar os interesses
poderes ou a indicação das folhas dos autos do processo
dos credores.
em que se encontre o documento.
Art. 36. A assembléia-geral de credores será convocada
§ 5º Os sindicatos de trabalhadores poderão
pelo juiz por edital publicado no órgão oficial e em
representar seus associados titulares de créditos
jornais de grande circulação nas localidades da sede e
derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de
filiais, com antecedência mínima de 15 (quinze) dias, o
acidente de trabalho que não comparecerem,
qual conterá:
pessoalmente ou por procurador, à assembléia.
I – local, data e hora da assembléia em 1a (primeira) e
em 2a (segunda) convocação, não podendo esta ser § 6º Para exercer a prerrogativa prevista no § 5º deste
realizada menos de 5 (cinco) dias depois da artigo, o sindicato deverá:
1a (primeira); I – apresentar ao administrador judicial, até 10 (dez) dias
II – a ordem do dia; antes da assembléia, a relação dos associados que
pretende representar, e o trabalhador que conste da
III – local onde os credores poderão, se for o caso, obter relação de mais de um sindicato deverá esclarecer, até
cópia do plano de recuperação judicial a ser submetido 24 (vinte e quatro) horas antes da assembléia, qual
à deliberação da assembléia. sindicato o representa, sob pena de não ser
§ 1º Cópia do aviso de convocação da assembléia deverá representado em assembléia por nenhum deles; e
ser afixada de forma ostensiva na sede e filiais do II – (VETADO)
devedor.
§ 7º Do ocorrido na assembléia, lavrar-se-á ata que
conterá o nome dos presentes e as assinaturas do

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presidente, do devedor e de 2 (dois) membros de cada III – titulares de créditos quirografários, com privilégio
uma das classes votantes, e que será entregue ao juiz, especial, com privilégio geral ou subordinados.
juntamente com a lista de presença, no prazo de 48
IV - titulares de créditos enquadrados como
(quarenta e oito) horas.
microempresa ou empresa de pequeno
Art. 38. O voto do credor será proporcional ao valor de porte. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de
seu crédito, ressalvado, nas deliberações sobre o plano 2014)
de recuperação judicial, o disposto no § 2º do art. 45
§ 1º Os titulares de créditos derivados da legislação do
desta Lei.
trabalho votam com a classe prevista no inciso I
Parágrafo único. Na recuperação judicial, para fins do caput deste artigo com o total de seu crédito,
exclusivos de votação em assembléia-geral, o crédito independentemente do valor.
em moeda estrangeira será convertido para moeda
§ 2º Os titulares de créditos com garantia real votam
nacional pelo câmbio da véspera da data de realização
com a classe prevista no inciso II do caput deste artigo
da assembléia.
até o limite do valor do bem gravado e com a classe
Art. 39. Terão direito a voto na assembléia-geral as prevista no inciso III do caput deste artigo pelo restante
pessoas arroladas no quadro-geral de credores ou, na do valor de seu crédito.
sua falta, na relação de credores apresentada pelo
Art. 42. Considerar-se-á aprovada a proposta que
administrador judicial na forma do art. 7º, § 2º, desta
obtiver votos favoráveis de credores que representem
Lei, ou, ainda, na falta desta, na relação apresentada
mais da metade do valor total dos créditos presentes à
pelo próprio devedor nos termos dos arts. 51, incisos III
assembléia-geral, exceto nas deliberações sobre o plano
e IV do caput, 99, inciso III do caput, ou 105, inciso II
de recuperação judicial nos termos da alínea a do inciso
do caput, desta Lei, acrescidas, em qualquer caso, das
I do caput do art. 35 desta Lei, a composição do Comitê
que estejam habilitadas na data da realização da
de Credores ou forma alternativa de realização do ativo
assembléia ou que tenham créditos admitidos ou
nos termos do art. 145 desta Lei.
alterados por decisão judicial, inclusive as que tenham
obtido reserva de importâncias, observado o disposto Art. 43. Os sócios do devedor, bem como as sociedades
nos §§ 1º e 2º do art. 10 desta Lei. coligadas, controladoras, controladas ou as que tenham
sócio ou acionista com participação superior a 10% (dez
§ 1º Não terão direito a voto e não serão considerados
por cento) do capital social do devedor ou em que o
para fins de verificação do quorum de instalação e de
devedor ou algum de seus sócios detenham
deliberação os titulares de créditos excetuados na
participação superior a 10% (dez por cento) do capital
forma dos §§ 3º e 4º do art. 49 desta Lei.
social, poderão participar da assembléia-geral de
§ 2º As deliberações da assembléia-geral não serão credores, sem ter direito a voto e não serão
invalidadas em razão de posterior decisão judicial considerados para fins de verificação do quorum de
acerca da existência, quantificação ou classificação de instalação e de deliberação.
créditos.
Parágrafo único. O disposto neste artigo também se
§ 3º No caso de posterior invalidação de deliberação da aplica ao cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim,
assembléia, ficam resguardados os direitos de terceiros colateral até o 2º (segundo) grau, ascendente ou
de boa-fé, respondendo os credores que aprovarem a descendente do devedor, de administrador, do sócio
deliberação pelos prejuízos comprovados causados por controlador, de membro dos conselhos consultivo, fiscal
dolo ou culpa. ou semelhantes da sociedade devedora e à sociedade
em que quaisquer dessas pessoas exerçam essas
Art. 40. Não será deferido provimento liminar, de
funções.
caráter cautelar ou antecipatório dos efeitos da tutela,
para a suspensão ou adiamento da assembléia-geral de Art. 44. Na escolha dos representantes de cada classe
credores em razão de pendência de discussão acerca da no Comitê de Credores, somente os respectivos
existência, da quantificação ou da classificação de membros poderão votar.
créditos.
Art. 45. Nas deliberações sobre o plano de recuperação
Art. 41. A assembléia-geral será composta pelas judicial, todas as classes de credores referidas no art. 41
seguintes classes de credores: desta Lei deverão aprovar a proposta.
I – titulares de créditos derivados da legislação do § 1º Em cada uma das classes referidas nos incisos II e III
trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho; do art. 41 desta Lei, a proposta deverá ser aprovada por
credores que representem mais da metade do valor
II – titulares de créditos com garantia real;

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total dos créditos presentes à assembléia e, IV – não ter sido condenado ou não ter, como
cumulativamente, pela maioria simples dos credores administrador ou sócio controlador, pessoa condenada
presentes. por qualquer dos crimes previstos nesta Lei.
§ 2º Na classe prevista no inciso I do art. 41 desta Lei, a § 1º A recuperação judicial também poderá ser
proposta deverá ser aprovada pela maioria simples dos requerida pelo cônjuge sobrevivente, herdeiros do
credores presentes, independentemente do valor de devedor, inventariante ou sócio
seu crédito. remanescente. (Renumerado pela Lei nº 12.873, de
2013)
§ 2º Nas classes previstas nos incisos I e IV do art. 41
desta Lei, a proposta deverá ser aprovada pela maioria § 2º Tratando-se de exercício de atividade rural por
simples dos credores presentes, independentemente pessoa jurídica, admite-se a comprovação do prazo
do valor de seu crédito. (Redação dada pela Lei estabelecido no caput deste artigo por meio da
Complementar nº 147, de 2014) Declaração de Informações Econômico-fiscais da Pessoa
Jurídica - DIPJ que tenha sido entregue
§ 3º O credor não terá direito a voto e não será
tempestivamente. (Incluído pela Lei nº 12.873, de
considerado para fins de verificação de quorum de
2013)
deliberação se o plano de recuperação judicial não
alterar o valor ou as condições originais de pagamento Art. 49. Estão sujeitos à recuperação judicial todos os
de seu crédito. créditos existentes na data do pedido, ainda que não
vencidos.
Art. 46. A aprovação de forma alternativa de realização
do ativo na falência, prevista no art. 145 desta Lei, § 1º Os credores do devedor em recuperação judicial
dependerá do voto favorável de credores que conservam seus direitos e privilégios contra os
representem 2/3 (dois terços) dos créditos presentes à coobrigados, fiadores e obrigados de regresso.
assembléia.
§ 2º As obrigações anteriores à recuperação judicial
CAPÍTULO III observarão as condições originalmente contratadas ou
definidas em lei, inclusive no que diz respeito aos
Da Recuperação Judicial
encargos, salvo se de modo diverso ficar estabelecido
Seção I no plano de recuperação judicial.
Disposições Gerais § 3º Tratando-se de credor titular da posição de
proprietário fiduciário de bens móveis ou imóveis, de
Art. 47. A recuperação judicial tem por objetivo
arrendador mercantil, de proprietário ou promitente
viabilizar a superação da situação de crise econômico-
vendedor de imóvel cujos respectivos contratos
financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção
contenham cláusula de irrevogabilidade ou
da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e
irretratabilidade, inclusive em incorporações
dos interesses dos credores, promovendo, assim, a
imobiliárias, ou de proprietário em contrato de venda
preservação da empresa, sua função social e o estímulo
com reserva de domínio, seu crédito não se submeterá
à atividade econômica.
aos efeitos da recuperação judicial e prevalecerão os
Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor direitos de propriedade sobre a coisa e as condições
que, no momento do pedido, exerça regularmente suas contratuais, observada a legislação respectiva, não se
atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos permitindo, contudo, durante o prazo de suspensão a
seguintes requisitos, cumulativamente: que se refere o § 4º do art. 6º desta Lei, a venda ou a
retirada do estabelecimento do devedor dos bens de
I – não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas,
capital essenciais a sua atividade empresarial.
por sentença transitada em julgado, as
responsabilidades daí decorrentes; § 4º Não se sujeitará aos efeitos da recuperação judicial
a importância a que se refere o inciso II do art. 86 desta
II – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido
Lei.
concessão de recuperação judicial;
§ 5º Tratando-se de crédito garantido por penhor sobre
III - não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido
títulos de crédito, direitos creditórios, aplicações
concessão de recuperação judicial com base no plano
financeiras ou valores mobiliários, poderão ser
especial de que trata a Seção V deste
substituídas ou renovadas as garantias liquidadas ou
Capítulo; (Redação dada pela Lei Complementar
vencidas durante a recuperação judicial e, enquanto
nº 147, de 2014)
não renovadas ou substituídas, o valor eventualmente
recebido em pagamento das garantias permanecerá em

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conta vinculada durante o período de suspensão de que § 2º Nos créditos em moeda estrangeira, a variação
trata o § 4º do art. 6º desta Lei. cambial será conservada como parâmetro de indexação
da correspondente obrigação e só poderá ser afastada
Art. 50. Constituem meios de recuperação judicial,
se o credor titular do respectivo crédito aprovar
observada a legislação pertinente a cada caso, dentre
expressamente previsão diversa no plano de
outros:
recuperação judicial.
I – concessão de prazos e condições especiais para
Seção II
pagamento das obrigações vencidas ou vincendas;
Do Pedido e do Processamento da Recuperação
II – cisão, incorporação, fusão ou transformação de
Judicial
sociedade, constituição de subsidiária integral, ou
cessão de cotas ou ações, respeitados os direitos dos Art. 51. A petição inicial de recuperação judicial será
sócios, nos termos da legislação vigente; instruída com:
III – alteração do controle societário; I – a exposição das causas concretas da situação
patrimonial do devedor e das razões da crise
IV – substituição total ou parcial dos administradores do
econômico-financeira;
devedor ou modificação de seus órgãos administrativos;
II – as demonstrações contábeis relativas aos 3 (três)
V – concessão aos credores de direito de eleição em
últimos exercícios sociais e as levantadas especialmente
separado de administradores e de poder de veto em
para instruir o pedido, confeccionadas com estrita
relação às matérias que o plano especificar;
observância da legislação societária aplicável e
VI – aumento de capital social; compostas obrigatoriamente de:
VII – trespasse ou arrendamento de estabelecimento, a) balanço patrimonial;
inclusive à sociedade constituída pelos próprios
b) demonstração de resultados acumulados;
empregados;
c) demonstração do resultado desde o último exercício
VIII – redução salarial, compensação de horários e
social;
redução da jornada, mediante acordo ou convenção
coletiva; d) relatório gerencial de fluxo de caixa e de sua
projeção;
IX – dação em pagamento ou novação de dívidas do
passivo, com ou sem constituição de garantia própria ou III – a relação nominal completa dos credores, inclusive
de terceiro; aqueles por obrigação de fazer ou de dar, com a
indicação do endereço de cada um, a natureza, a
X – constituição de sociedade de credores;
classificação e o valor atualizado do crédito,
XI – venda parcial dos bens; discriminando sua origem, o regime dos respectivos
vencimentos e a indicação dos registros contábeis de
XII – equalização de encargos financeiros relativos a
cada transação pendente;
débitos de qualquer natureza, tendo como termo inicial
a data da distribuição do pedido de recuperação judicial, IV – a relação integral dos empregados, em que constem
aplicando-se inclusive aos contratos de crédito rural, as respectivas funções, salários, indenizações e outras
sem prejuízo do disposto em legislação específica; parcelas a que têm direito, com o correspondente mês
de competência, e a discriminação dos valores
XIII – usufruto da empresa;
pendentes de pagamento;
XIV – administração compartilhada;
V – certidão de regularidade do devedor no Registro
XV – emissão de valores mobiliários; Público de Empresas, o ato constitutivo atualizado e as
atas de nomeação dos atuais administradores;
XVI – constituição de sociedade de propósito específico
para adjudicar, em pagamento dos créditos, os ativos do VI – a relação dos bens particulares dos sócios
devedor. controladores e dos administradores do devedor;
§ 1º Na alienação de bem objeto de garantia real, a VII – os extratos atualizados das contas bancárias do
supressão da garantia ou sua substituição somente devedor e de suas eventuais aplicações financeiras de
serão admitidas mediante aprovação expressa do qualquer modalidade, inclusive em fundos de
credor titular da respectiva garantia. investimento ou em bolsas de valores, emitidos pelas
respectivas instituições financeiras;

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VIII – certidões dos cartórios de protestos situados na II – a relação nominal de credores, em que se discrimine
comarca do domicílio ou sede do devedor e naquelas o valor atualizado e a classificação de cada crédito;
onde possui filial;
III – a advertência acerca dos prazos para habilitação dos
IX – a relação, subscrita pelo devedor, de todas as ações créditos, na forma do art. 7º, § 1º, desta Lei, e para que
judiciais em que este figure como parte, inclusive as de os credores apresentem objeção ao plano de
natureza trabalhista, com a estimativa dos respectivos recuperação judicial apresentado pelo devedor nos
valores demandados. termos do art. 55 desta Lei.
§ 1º Os documentos de escrituração contábil e demais § 2º Deferido o processamento da recuperação judicial,
relatórios auxiliares, na forma e no suporte previstos em os credores poderão, a qualquer tempo, requerer a
lei, permanecerão à disposição do juízo, do convocação de assembléia-geral para a constituição do
administrador judicial e, mediante autorização judicial, Comitê de Credores ou substituição de seus membros,
de qualquer interessado. observado o disposto no § 2º do art. 36 desta Lei.
§ 2º Com relação à exigência prevista no inciso II § 3º No caso do inciso III do caput deste artigo, caberá
do caput deste artigo, as microempresas e empresas de ao devedor comunicar a suspensão aos juízos
pequeno porte poderão apresentar livros e escrituração competentes.
contábil simplificados nos termos da legislação
§ 4º O devedor não poderá desistir do pedido de
específica.
recuperação judicial após o deferimento de seu
§ 3º O juiz poderá determinar o depósito em cartório processamento, salvo se obtiver aprovação da
dos documentos a que se referem os §§ 1º e 2º deste desistência na assembléia-geral de credores.
artigo ou de cópia destes.
Seção III
Art. 52. Estando em termos a documentação exigida no
Do Plano de Recuperação Judicial
art. 51 desta Lei, o juiz deferirá o processamento da
recuperação judicial e, no mesmo ato: Art. 53. O plano de recuperação será apresentado pelo
devedor em juízo no prazo improrrogável de 60
I – nomeará o administrador judicial, observado o
(sessenta) dias da publicação da decisão que deferir o
disposto no art. 21 desta Lei;
processamento da recuperação judicial, sob pena de
II – determinará a dispensa da apresentação de convolação em falência, e deverá conter:
certidões negativas para que o devedor exerça suas
I – discriminação pormenorizada dos meios de
atividades, exceto para contratação com o Poder
recuperação a ser empregados, conforme o art. 50
Público ou para recebimento de benefícios ou
desta Lei, e seu resumo;
incentivos fiscais ou creditícios, observando o disposto
no art. 69 desta Lei; II – demonstração de sua viabilidade econômica; e
III – ordenará a suspensão de todas as ações ou III – laudo econômico-financeiro e de avaliação dos bens
execuções contra o devedor, na forma do art. 6º desta e ativos do devedor, subscrito por profissional
Lei, permanecendo os respectivos autos no juízo onde legalmente habilitado ou empresa especializada.
se processam, ressalvadas as ações previstas nos §§ 1º,
Parágrafo único. O juiz ordenará a publicação de edital
2º e 7º do art. 6º desta Lei e as relativas a créditos
contendo aviso aos credores sobre o recebimento do
excetuados na forma dos §§ 3º e 4ºdo art. 49 desta Lei;
plano de recuperação e fixando o prazo para a
IV – determinará ao devedor a apresentação de contas manifestação de eventuais objeções, observado o art.
demonstrativas mensais enquanto perdurar a 55 desta Lei.
recuperação judicial, sob pena de destituição de seus
Art. 54. O plano de recuperação judicial não poderá
administradores;
prever prazo superior a 1 (um) ano para pagamento dos
V – ordenará a intimação do Ministério Público e a créditos derivados da legislação do trabalho ou
comunicação por carta às Fazendas Públicas Federal e decorrentes de acidentes de trabalho vencidos até a
de todos os Estados e Municípios em que o devedor data do pedido de recuperação judicial.
tiver estabelecimento.
Parágrafo único. O plano não poderá, ainda, prever
§ 1º O juiz ordenará a expedição de edital, para prazo superior a 30 (trinta) dias para o pagamento, até
publicação no órgão oficial, que conterá: o limite de 5 (cinco) salários-mínimos por trabalhador,
dos créditos de natureza estritamente salarial vencidos
I – o resumo do pedido do devedor e da decisão que
defere o processamento da recuperação judicial;

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nos 3 (três) meses anteriores ao pedido de recuperação I – o voto favorável de credores que representem mais
judicial. da metade do valor de todos os créditos presentes à
assembléia, independentemente de classes;
Seção IV
II – a aprovação de 2 (duas) das classes de credores nos
Do Procedimento de Recuperação Judicial
termos do art. 45 desta Lei ou, caso haja somente 2
Art. 55. Qualquer credor poderá manifestar ao juiz sua (duas) classes com credores votantes, a aprovação de
objeção ao plano de recuperação judicial no prazo de 30 pelo menos 1 (uma) delas;
(trinta) dias contado da publicação da relação de
III – na classe que o houver rejeitado, o voto favorável
credores de que trata o § 2º do art. 7º desta Lei.
de mais de 1/3 (um terço) dos credores, computados na
Parágrafo único. Caso, na data da publicação da relação forma dos §§ 1º e 2º do art. 45 desta Lei.
de que trata o caput deste artigo, não tenha sido
§ 2º A recuperação judicial somente poderá ser
publicado o aviso previsto no art. 53, parágrafo único,
concedida com base no § 1º deste artigo se o plano não
desta Lei, contar-se-á da publicação deste o prazo para
implicar tratamento diferenciado entre os credores da
as objeções.
classe que o houver rejeitado.
Art. 56. Havendo objeção de qualquer credor ao plano
Art. 59. O plano de recuperação judicial implica novação
de recuperação judicial, o juiz convocará a assembléia-
dos créditos anteriores ao pedido, e obriga o devedor e
geral de credores para deliberar sobre o plano de
todos os credores a ele sujeitos, sem prejuízo das
recuperação.
garantias, observado o disposto no § 1º do art. 50 desta
§ 1º A data designada para a realização da assembléia- Lei.
geral não excederá 150 (cento e cinqüenta) dias
§ 1º A decisão judicial que conceder a recuperação
contados do deferimento do processamento da
judicial constituirá título executivo judicial, nos termos
recuperação judicial.
do art. 584, inciso III, do caput da Lei nº 5.869, de 11 de
§ 2º A assembléia-geral que aprovar o plano de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.
recuperação judicial poderá indicar os membros do
§ 2º Contra a decisão que conceder a recuperação
Comitê de Credores, na forma do art. 26 desta Lei, se já
judicial caberá agravo, que poderá ser interposto por
não estiver constituído.
qualquer credor e pelo Ministério Público.
§ 3º O plano de recuperação judicial poderá sofrer
Art. 60. Se o plano de recuperação judicial aprovado
alterações na assembléia-geral, desde que haja
envolver alienação judicial de filiais ou de unidades
expressa concordância do devedor e em termos que não
produtivas isoladas do devedor, o juiz ordenará a sua
impliquem diminuição dos direitos exclusivamente dos
realização, observado o disposto no art. 142 desta Lei.
credores ausentes.
Parágrafo único. O objeto da alienação estará livre de
§ 4º Rejeitado o plano de recuperação pela assembléia-
qualquer ônus e não haverá sucessão do arrematante
geral de credores, o juiz decretará a falência do devedor.
nas obrigações do devedor, inclusive as de natureza
Art. 57. Após a juntada aos autos do plano aprovado tributária, observado o disposto no § 1º do art. 141
pela assembléia-geral de credores ou decorrido o prazo desta Lei.
previsto no art. 55 desta Lei sem objeção de credores, o
Art. 61. Proferida a decisão prevista no art. 58 desta Lei,
devedor apresentará certidões negativas de débitos
o devedor permanecerá em recuperação judicial até
tributários nos termos dos arts. 151, 205, 206 da Lei nº
que se cumpram todas as obrigações previstas no plano
5.172, de 25 de outubro de 1966- Código Tributário
que se vencerem até 2 (dois) anos depois da concessão
Nacional.
da recuperação judicial.
Art. 58. Cumpridas as exigências desta Lei, o juiz
§ 1º Durante o período estabelecido no caput deste
concederá a recuperação judicial do devedor cujo plano
artigo, o descumprimento de qualquer obrigação
não tenha sofrido objeção de credor nos termos do art.
prevista no plano acarretará a convolação da
55 desta Lei ou tenha sido aprovado pela assembléia-
recuperação em falência, nos termos do art. 73 desta
geral de credores na forma do art. 45 desta Lei.
Lei.
§ 1º O juiz poderá conceder a recuperação judicial com
§ 2º Decretada a falência, os credores terão
base em plano que não obteve aprovação na forma do
reconstituídos seus direitos e garantias nas condições
art. 45 desta Lei, desde que, na mesma assembléia,
originalmente contratadas, deduzidos os valores
tenha obtido, de forma cumulativa:

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eventualmente pagos e ressalvados os atos validamente c) descapitalizar injustificadamente a empresa ou


praticados no âmbito da recuperação judicial. realizar operações prejudiciais ao seu funcionamento
regular;
Art. 62. Após o período previsto no art. 61 desta Lei, no
caso de descumprimento de qualquer obrigação d) simular ou omitir créditos ao apresentar a relação de
prevista no plano de recuperação judicial, qualquer que trata o inciso III do caput do art. 51 desta Lei, sem
credor poderá requerer a execução específica ou a relevante razão de direito ou amparo de decisão
falência com base no art. 94 desta Lei. judicial;
Art. 63. Cumpridas as obrigações vencidas no prazo V – negar-se a prestar informações solicitadas pelo
previsto no caput do art. 61 desta Lei, o juiz decretará administrador judicial ou pelos demais membros do
por sentença o encerramento da recuperação judicial e Comitê;
determinará:
VI – tiver seu afastamento previsto no plano de
I – o pagamento do saldo de honorários ao recuperação judicial.
administrador judicial, somente podendo efetuar a
Parágrafo único. Verificada qualquer das hipóteses
quitação dessas obrigações mediante prestação de
do caput deste artigo, o juiz destituirá o administrador,
contas, no prazo de 30 (trinta) dias, e aprovação do
que será substituído na forma prevista nos atos
relatório previsto no inciso III do caput deste artigo;
constitutivos do devedor ou do plano de recuperação
II – a apuração do saldo das custas judiciais a serem judicial.
recolhidas;
Art. 65. Quando do afastamento do devedor, nas
III – a apresentação de relatório circunstanciado do hipóteses previstas no art. 64 desta Lei, o juiz convocará
administrador judicial, no prazo máximo de 15 (quinze) a assembléia-geral de credores para deliberar sobre o
dias, versando sobre a execução do plano de nome do gestor judicial que assumirá a administração
recuperação pelo devedor; das atividades do devedor, aplicando-se-lhe, no que
couber, todas as normas sobre deveres, impedimentos
IV – a dissolução do Comitê de Credores e a exoneração
e remuneração do administrador judicial.
do administrador judicial;
§ 1º O administrador judicial exercerá as funções de
V – a comunicação ao Registro Público de Empresas para
gestor enquanto a assembléia-geral não deliberar sobre
as providências cabíveis.
a escolha deste.
Art. 64. Durante o procedimento de recuperação
§ 2º Na hipótese de o gestor indicado pela assembléia-
judicial, o devedor ou seus administradores serão
geral de credores recusar ou estar impedido de aceitar
mantidos na condução da atividade empresarial, sob
o encargo para gerir os negócios do devedor, o juiz
fiscalização do Comitê, se houver, e do administrador
convocará, no prazo de 72 (setenta e duas) horas,
judicial, salvo se qualquer deles:
contado da recusa ou da declaração do impedimento
I – houver sido condenado em sentença penal transitada nos autos, nova assembléia-geral, aplicado o disposto
em julgado por crime cometido em recuperação judicial no § 1º deste artigo.
ou falência anteriores ou por crime contra o patrimônio,
Art. 66. Após a distribuição do pedido de recuperação
a economia popular ou a ordem econômica previstos na
judicial, o devedor não poderá alienar ou onerar bens
legislação vigente;
ou direitos de seu ativo permanente, salvo evidente
II – houver indícios veementes de ter cometido crime utilidade reconhecida pelo juiz, depois de ouvido o
previsto nesta Lei; Comitê, com exceção daqueles previamente
relacionados no plano de recuperação judicial.
III – houver agido com dolo, simulação ou fraude contra
os interesses de seus credores; Art. 67. Os créditos decorrentes de obrigações
contraídas pelo devedor durante a recuperação judicial,
IV – houver praticado qualquer das seguintes condutas:
inclusive aqueles relativos a despesas com fornecedores
a) efetuar gastos pessoais manifestamente excessivos de bens ou serviços e contratos de mútuo, serão
em relação a sua situação patrimonial; considerados extraconcursais, em caso de decretação
de falência, respeitada, no que couber, a ordem
b) efetuar despesas injustificáveis por sua natureza ou
estabelecida no art. 83 desta Lei.
vulto, em relação ao capital ou gênero do negócio, ao
movimento das operações e a outras circunstâncias Parágrafo único. Os créditos quirografários sujeitos à
análogas; recuperação judicial pertencentes a fornecedores de
bens ou serviços que continuarem a provê-los

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normalmente após o pedido de recuperação judicial de abatimento do valor das dívidas; (Redação dada
terão privilégio geral de recebimento em caso de pela Lei Complementar nº 147, de 2014)
decretação de falência, no limite do valor dos bens ou
III – preverá o pagamento da 1a (primeira) parcela no
serviços fornecidos durante o período da recuperação.
prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da
Art. 68. As Fazendas Públicas e o Instituto Nacional do distribuição do pedido de recuperação judicial;
Seguro Social – INSS poderão deferir, nos termos da
IV – estabelecerá a necessidade de autorização do juiz,
legislação específica, parcelamento de seus créditos, em
após ouvido o administrador judicial e o Comitê de
sede de recuperação judicial, de acordo com os
Credores, para o devedor aumentar despesas ou
parâmetros estabelecidos na Lei nº 5.172, de 25 de
contratar empregados.
outubro de 1966 - Código Tributário Nacional.
Parágrafo único. O pedido de recuperação judicial com
Parágrafo único. As microempresas e empresas de
base em plano especial não acarreta a suspensão do
pequeno porte farão jus a prazos 20% (vinte por cento)
curso da prescrição nem das ações e execuções por
superiores àqueles regularmente concedidos às demais
créditos não abrangidos pelo plano.
empresas. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de
2014) Art. 72. Caso o devedor de que trata o art. 70 desta Lei
opte pelo pedido de recuperação judicial com base no
Art. 69. Em todos os atos, contratos e documentos
plano especial disciplinado nesta Seção, não será
firmados pelo devedor sujeito ao procedimento de
convocada assembléia-geral de credores para deliberar
recuperação judicial deverá ser acrescida, após o nome
sobre o plano, e o juiz concederá a recuperação judicial
empresarial, a expressão "em Recuperação Judicial".
se atendidas as demais exigências desta Lei.
Parágrafo único. O juiz determinará ao Registro Público
Parágrafo único. O juiz também julgará improcedente
de Empresas a anotação da recuperação judicial no
o pedido de recuperação judicial e decretará a falência
registro correspondente.
do devedor se houver objeções, nos termos do art. 55,
Seção V de credores titulares de mais da metade de qualquer
uma das classes de créditos previstos no art. 83,
Do Plano de Recuperação Judicial para
computados na forma do art. 45, todos desta
Microempresas e Empresas de Pequeno Porte
Lei. (Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de
Art. 70. As pessoas de que trata o art. 1º desta Lei e que 2014)
se incluam nos conceitos de microempresa ou empresa
CAPÍTULO IV
de pequeno porte, nos termos da legislação vigente,
sujeitam-se às normas deste Capítulo. Da Convolação da Recuperação Judicial em Falência
§ 1º As microempresas e as empresas de pequeno Art. 73. O juiz decretará a falência durante o processo
porte, conforme definidas em lei, poderão apresentar de recuperação judicial:
plano especial de recuperação judicial, desde que
I – por deliberação da assembléia-geral de credores, na
afirmem sua intenção de fazê-lo na petição inicial de
forma do art. 42 desta Lei;
que trata o art. 51 desta Lei.
II – pela não apresentação, pelo devedor, do plano de
§ 2º Os credores não atingidos pelo plano especial não
recuperação no prazo do art. 53 desta Lei;
terão seus créditos habilitados na recuperação judicial.
III – quando houver sido rejeitado o plano de
Art. 71. O plano especial de recuperação judicial será
recuperação, nos termos do § 4º do art. 56 desta Lei;
apresentado no prazo previsto no art. 53 desta Lei e
limitar-se á às seguintes condições: IV – por descumprimento de qualquer obrigação
assumida no plano de recuperação, na forma do § 1º do
I - abrangerá todos os créditos existentes na data do
art. 61 desta Lei.
pedido, ainda que não vencidos, excetuados os
decorrentes de repasse de recursos oficiais, os fiscais e Parágrafo único. O disposto neste artigo não impede a
os previstos nos §§ 3º e 4º do art. 49; (Redação dada decretação da falência por inadimplemento de
pela Lei Complementar nº 147, de 2014) obrigação não sujeita à recuperação judicial, nos termos
dos incisos I ou II do caput do art. 94 desta Lei, ou por
II - preverá parcelamento em até 36 (trinta e seis)
prática de ato previsto no inciso III do caput do art. 94
parcelas mensais, iguais e sucessivas, acrescidas de
desta Lei.
juros equivalentes à taxa Sistema Especial de Liquidação
e de Custódia - SELIC, podendo conter ainda a proposta Art. 74. Na convolação da recuperação em falência, os
atos de administração, endividamento, oneração ou

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alienação praticados durante a recuperação judicial sociedade falida e, por isso, deverão ser citados para
presumem-se válidos, desde que realizados na forma apresentar contestação, se assim o desejarem.
desta Lei.
§ 1º O disposto no caput deste artigo aplica-se ao sócio
CAPÍTULO V que tenha se retirado voluntariamente ou que tenha
sido excluído da sociedade, há menos de 2 (dois) anos,
Da Falência
quanto às dívidas existentes na data do arquivamento
Seção I da alteração do contrato, no caso de não terem sido
solvidas até a data da decretação da falência.
Disposições Gerais
§ 2º As sociedades falidas serão representadas na
Art. 75. A falência, ao promover o afastamento do
falência por seus administradores ou liquidantes, os
devedor de suas atividades, visa a preservar e otimizar
quais terão os mesmos direitos e, sob as mesmas penas,
a utilização produtiva dos bens, ativos e recursos
ficarão sujeitos às obrigações que cabem ao falido.
produtivos, inclusive os intangíveis, da empresa.
Art. 82. A responsabilidade pessoal dos sócios de
Parágrafo único. O processo de falência atenderá aos
responsabilidade limitada, dos controladores e dos
princípios da celeridade e da economia processual.
administradores da sociedade falida, estabelecida nas
Art. 76. O juízo da falência é indivisível e competente respectivas leis, será apurada no próprio juízo da
para conhecer todas as ações sobre bens, interesses e falência, independentemente da realização do ativo e
negócios do falido, ressalvadas as causas trabalhistas, da prova da sua insuficiência para cobrir o passivo,
fiscais e aquelas não reguladas nesta Lei em que o falido observado o procedimento ordinário previsto no Código
figurar como autor ou litisconsorte ativo. de Processo Civil.
Parágrafo único. Todas as ações, inclusive as excetuadas § 1º Prescreverá em 2 (dois) anos, contados do trânsito
no caput deste artigo, terão prosseguimento com o em julgado da sentença de encerramento da falência, a
administrador judicial, que deverá ser intimado para ação de responsabilização prevista no caput deste
representar a massa falida, sob pena de nulidade do artigo.
processo.
§ 2º O juiz poderá, de ofício ou mediante requerimento
Art. 77. A decretação da falência determina o das partes interessadas, ordenar a indisponibilidade de
vencimento antecipado das dívidas do devedor e dos bens particulares dos réus, em quantidade compatível
sócios ilimitada e solidariamente responsáveis, com o com o dano provocado, até o julgamento da ação de
abatimento proporcional dos juros, e converte todos os responsabilização.
créditos em moeda estrangeira para a moeda do País,
Seção II
pelo câmbio do dia da decisão judicial, para todos os
efeitos desta Lei. Da Classificação dos Créditos
Art. 78. Os pedidos de falência estão sujeitos a Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece
distribuição obrigatória, respeitada a ordem de à seguinte ordem:
apresentação.
I – os créditos derivados da legislação do trabalho,
Parágrafo único. As ações que devam ser propostas no limitados a 150 (cento e cinqüenta) salários-mínimos
juízo da falência estão sujeitas a distribuição por por credor, e os decorrentes de acidentes de trabalho;
dependência.
II - créditos com garantia real até o limite do valor do
Art. 79. Os processos de falência e os seus incidentes bem gravado;
preferem a todos os outros na ordem dos feitos, em
III – créditos tributários, independentemente da sua
qualquer instância.
natureza e tempo de constituição, excetuadas as multas
Art. 80. Considerar-se-ão habilitados os créditos tributárias;
remanescentes da recuperação judicial, quando
IV – créditos com privilégio especial, a saber:
definitivamente incluídos no quadro-geral de credores,
tendo prosseguimento as habilitações que estejam em a) os previstos no art. 964 da Lei nº 10.406, de 10 de
curso. janeiro de 2002;
Art. 81. A decisão que decreta a falência da sociedade b) os assim definidos em outras leis civis e comerciais,
com sócios ilimitadamente responsáveis também salvo disposição contrária desta Lei;
acarreta a falência destes, que ficam sujeitos aos
mesmos efeitos jurídicos produzidos em relação à

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c) aqueles a cujos titulares a lei confira o direito de trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho
retenção sobre a coisa dada em garantia; relativos a serviços prestados após a decretação da
falência;
d) aqueles em favor dos microempreendedores
individuais e das microempresas e empresas de II – quantias fornecidas à massa pelos credores;
pequeno porte de que trata a Lei Complementar nº 123,
III – despesas com arrecadação, administração,
de 14 de dezembro de 2006 (Incluído pela Lei
realização do ativo e distribuição do seu produto, bem
Complementar nº 147, de 2014)
como custas do processo de falência;
V – créditos com privilégio geral, a saber:
IV – custas judiciais relativas às ações e execuções em
a) os previstos no art. 965 da Lei nº 10.406, de 10 de que a massa falida tenha sido vencida;
janeiro de 2002;
V – obrigações resultantes de atos jurídicos válidos
b) os previstos no parágrafo único do art. 67 desta Lei; praticados durante a recuperação judicial, nos termos
do art. 67 desta Lei, ou após a decretação da falência, e
c) os assim definidos em outras leis civis e comerciais,
tributos relativos a fatos geradores ocorridos após a
salvo disposição contrária desta Lei;
decretação da falência, respeitada a ordem estabelecida
VI – créditos quirografários, a saber: no art. 83 desta Lei.
a) aqueles não previstos nos demais incisos deste artigo; Seção III
b) os saldos dos créditos não cobertos pelo produto da Do Pedido de Restituição
alienação dos bens vinculados ao seu pagamento;
Art. 85. O proprietário de bem arrecadado no processo
c) os saldos dos créditos derivados da legislação do de falência ou que se encontre em poder do devedor na
trabalho que excederem o limite estabelecido no inciso data da decretação da falência poderá pedir sua
I do caput deste artigo; restituição.
VII – as multas contratuais e as penas pecuniárias por Parágrafo único. Também pode ser pedida a restituição
infração das leis penais ou administrativas, inclusive as de coisa vendida a crédito e entregue ao devedor nos 15
multas tributárias; (quinze) dias anteriores ao requerimento de sua
falência, se ainda não alienada.
VIII – créditos subordinados, a saber:
Art. 86. Proceder-se-á à restituição em dinheiro:
a) os assim previstos em lei ou em contrato;
I – se a coisa não mais existir ao tempo do pedido de
b) os créditos dos sócios e dos administradores sem
restituição, hipótese em que o requerente receberá o
vínculo empregatício.
valor da avaliação do bem, ou, no caso de ter ocorrido
§ 1º Para os fins do inciso II do caput deste artigo, será sua venda, o respectivo preço, em ambos os casos no
considerado como valor do bem objeto de garantia real valor atualizado;
a importância efetivamente arrecadada com sua venda,
II – da importância entregue ao devedor, em moeda
ou, no caso de alienação em bloco, o valor de avaliação
corrente nacional, decorrente de adiantamento a
do bem individualmente considerado.
contrato de câmbio para exportação, na forma do art.
§ 2º Não são oponíveis à massa os valores decorrentes 75, §§ 3º e 4º, da Lei nº 4.728, de 14 de julho de 1965,
de direito de sócio ao recebimento de sua parcela do desde que o prazo total da operação, inclusive eventuais
capital social na liquidação da sociedade. prorrogações, não exceda o previsto nas normas
específicas da autoridade competente;
§ 3º As cláusulas penais dos contratos unilaterais não
serão atendidas se as obrigações neles estipuladas se III – dos valores entregues ao devedor pelo contratante
vencerem em virtude da falência. de boa-fé na hipótese de revogação ou ineficácia do
contrato, conforme disposto no art. 136 desta Lei.
§ 4º Os créditos trabalhistas cedidos a terceiros serão
considerados quirografários. Parágrafo único. As restituições de que trata este artigo
somente serão efetuadas após o pagamento previsto no
Art. 84. Serão considerados créditos extraconcursais e
art. 151 desta Lei.
serão pagos com precedência sobre os mencionados no
art. 83 desta Lei, na ordem a seguir, os relativos a: Art. 87. O pedido de restituição deverá ser
fundamentado e descreverá a coisa reclamada.
I – remunerações devidas ao administrador judicial e
seus auxiliares, e créditos derivados da legislação do

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§ 1º O juiz mandará autuar em separado o o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data


requerimento com os documentos que o instruírem e do pedido de falência;
determinará a intimação do falido, do Comitê, dos
II – executado por qualquer quantia líquida, não paga,
credores e do administrador judicial para que, no prazo
não deposita e não nomeia à penhora bens suficientes
sucessivo de 5 (cinco) dias, se manifestem, valendo
dentro do prazo legal;
como contestação a manifestação contrária à
restituição. III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer
parte de plano de recuperação judicial:
§ 2º Contestado o pedido e deferidas as provas
porventura requeridas, o juiz designará audiência de a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou
instrução e julgamento, se necessária. lança mão de meio ruinoso ou fraudulento para realizar
pagamentos;
§ 3º Não havendo provas a realizar, os autos serão
conclusos para sentença. b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o
objetivo de retardar pagamentos ou fraudar credores,
Art. 88. A sentença que reconhecer o direito do
negócio simulado ou alienação de parte ou da
requerente determinará a entrega da coisa no prazo de
totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não;
48 (quarenta e oito) horas.
c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não,
Parágrafo único. Caso não haja contestação, a massa
sem o consentimento de todos os credores e sem ficar
não será condenada ao pagamento de honorários
com bens suficientes para solver seu passivo;
advocatícios.
d) simula a transferência de seu principal
Art. 89. A sentença que negar a restituição, quando for
estabelecimento com o objetivo de burlar a legislação
o caso, incluirá o requerente no quadro-geral de
ou a fiscalização ou para prejudicar credor;
credores, na classificação que lhe couber, na forma
desta Lei. e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída
anteriormente sem ficar com bens livres e
Art. 90. Da sentença que julgar o pedido de restituição
desembaraçados suficientes para saldar seu passivo;
caberá apelação sem efeito suspensivo.
f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com
Parágrafo único. O autor do pedido de restituição que
recursos suficientes para pagar os credores, abandona
pretender receber o bem ou a quantia reclamada antes
estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio,
do trânsito em julgado da sentença prestará caução.
do local de sua sede ou de seu principal
Art. 91. O pedido de restituição suspende a estabelecimento;
disponibilidade da coisa até o trânsito em julgado.
g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação
Parágrafo único. Quando diversos requerentes assumida no plano de recuperação judicial.
houverem de ser satisfeitos em dinheiro e não existir
§ 1º Credores podem reunir-se em litisconsórcio a fim
saldo suficiente para o pagamento integral, far-se-á
de perfazer o limite mínimo para o pedido de falência
rateio proporcional entre eles.
com base no inciso I do caput deste artigo.
Art. 92. O requerente que tiver obtido êxito no seu
§ 2º Ainda que líquidos, não legitimam o pedido de
pedido ressarcirá a massa falida ou a quem tiver
falência os créditos que nela não se possam reclamar.
suportado as despesas de conservação da coisa
reclamada. § 3º Na hipótese do inciso I do caput deste artigo, o
pedido de falência será instruído com os títulos
Art. 93. Nos casos em que não couber pedido de
executivos na forma do parágrafo único do art. 9º desta
restituição, fica resguardado o direito dos credores de
Lei, acompanhados, em qualquer caso, dos respectivos
propor embargos de terceiros, observada a legislação
instrumentos de protesto para fim falimentar nos
processual civil.
termos da legislação específica.
Seção IV
§ 4º Na hipótese do inciso II do caput deste artigo, o
Do Procedimento para a Decretação da Falência pedido de falência será instruído com certidão expedida
pelo juízo em que se processa a execução.
Art. 94. Será decretada a falência do devedor que:
§ 5º Na hipótese do inciso III do caput deste artigo, o
I – sem relevante razão de direito, não paga, no
pedido de falência descreverá os fatos que a
vencimento, obrigação líquida materializada em título
caracterizam, juntando-se as provas que houver e
ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse
especificando-se as que serão produzidas.

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Art. 95. Dentro do prazo de contestação, o devedor Parágrafo único. Nos pedidos baseados nos incisos I e II
poderá pleitear sua recuperação judicial. do caput do art. 94 desta Lei, o devedor poderá, no
prazo da contestação, depositar o valor correspondente
Art. 96. A falência requerida com base no art. 94, inciso
ao total do crédito, acrescido de correção monetária,
I do caput, desta Lei, não será decretada se o requerido
juros e honorários advocatícios, hipótese em que a
provar:
falência não será decretada e, caso julgado procedente
I – falsidade de título; o pedido de falência, o juiz ordenará o levantamento do
valor pelo autor.
II – prescrição;
Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor,
III – nulidade de obrigação ou de título;
dentre outras determinações:
IV – pagamento da dívida;
I – conterá a síntese do pedido, a identificação do falido
V – qualquer outro fato que extinga ou suspenda e os nomes dos que forem a esse tempo seus
obrigação ou não legitime a cobrança de título; administradores;
VI – vício em protesto ou em seu instrumento; II – fixará o termo legal da falência, sem poder retrotraí-
lo por mais de 90 (noventa) dias contados do pedido de
VII – apresentação de pedido de recuperação judicial no
falência, do pedido de recuperação judicial ou do
prazo da contestação, observados os requisitos do art.
1º (primeiro) protesto por falta de pagamento,
51 desta Lei;
excluindo-se, para esta finalidade, os protestos que
VIII – cessação das atividades empresariais mais de 2 tenham sido cancelados;
(dois) anos antes do pedido de falência, comprovada
III – ordenará ao falido que apresente, no prazo máximo
por documento hábil do Registro Público de Empresas,
de 5 (cinco) dias, relação nominal dos credores,
o qual não prevalecerá contra prova de exercício
indicando endereço, importância, natureza e
posterior ao ato registrado.
classificação dos respectivos créditos, se esta já não se
§ 1º Não será decretada a falência de sociedade encontrar nos autos, sob pena de desobediência;
anônima após liquidado e partilhado seu ativo nem do
IV – explicitará o prazo para as habilitações de crédito,
espólio após 1 (um) ano da morte do devedor.
observado o disposto no § 1º do art. 7º desta Lei;
§ 2º As defesas previstas nos incisos I a VI
V – ordenará a suspensão de todas as ações ou
do caput deste artigo não obstam a decretação de
execuções contra o falido, ressalvadas as hipóteses
falência se, ao final, restarem obrigações não atingidas
previstas nos §§ 1º e 2º do art. 6º desta Lei;
pelas defesas em montante que supere o limite previsto
naquele dispositivo. VI – proibirá a prática de qualquer ato de disposição ou
oneração de bens do falido, submetendo-os
Art. 97. Podem requerer a falência do devedor:
preliminarmente à autorização judicial e do Comitê, se
I – o próprio devedor, na forma do disposto nos arts. 105 houver, ressalvados os bens cuja venda faça parte das
a 107 desta Lei; atividades normais do devedor se autorizada a
continuação provisória nos termos do inciso XI
II – o cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do
do caput deste artigo;
devedor ou o inventariante;
VII – determinará as diligências necessárias para
III – o cotista ou o acionista do devedor na forma da lei
salvaguardar os interesses das partes envolvidas,
ou do ato constitutivo da sociedade;
podendo ordenar a prisão preventiva do falido ou de
IV – qualquer credor. seus administradores quando requerida com
§ 1º O credor empresário apresentará certidão do fundamento em provas da prática de crime definido
Registro Público de Empresas que comprove a nesta Lei;
regularidade de suas atividades. VIII – ordenará ao Registro Público de Empresas que
proceda à anotação da falência no registro do devedor,
§ 2º O credor que não tiver domicílio no Brasil deverá
para que conste a expressão "Falido", a data da
prestar caução relativa às custas e ao pagamento da
decretação da falência e a inabilitação de que trata o art.
indenização de que trata o art. 101 desta Lei.
102 desta Lei;
Art. 98. Citado, o devedor poderá apresentar
contestação no prazo de 10 (dez) dias. IX – nomeará o administrador judicial, que
desempenhará suas funções na forma do inciso III

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do caput do art. 22 desta Lei sem prejuízo do disposto Parágrafo único. O falido poderá, contudo, fiscalizar a
na alínea a do inciso II do caput do art. 35 desta Lei; administração da falência, requerer as providências
necessárias para a conservação de seus direitos ou dos
X – determinará a expedição de ofícios aos órgãos e
bens arrecadados e intervir nos processos em que a
repartições públicas e outras entidades para que
massa falida seja parte ou interessada, requerendo o
informem a existência de bens e direitos do falido;
que for de direito e interpondo os recursos cabíveis.
XI – pronunciar-se-á a respeito da continuação
Art. 104. A decretação da falência impõe ao falido os
provisória das atividades do falido com o administrador
seguintes deveres:
judicial ou da lacração dos estabelecimentos, observado
o disposto no art. 109 desta Lei; I – assinar nos autos, desde que intimado da decisão,
termo de comparecimento, com a indicação do nome,
XII – determinará, quando entender conveniente, a
nacionalidade, estado civil, endereço completo do
convocação da assembléia-geral de credores para a
domicílio, devendo ainda declarar, para constar do dito
constituição de Comitê de Credores, podendo ainda
termo:
autorizar a manutenção do Comitê eventualmente em
funcionamento na recuperação judicial quando da a) as causas determinantes da sua falência, quando
decretação da falência; requerida pelos credores;
XIII – ordenará a intimação do Ministério Público e a b) tratando-se de sociedade, os nomes e endereços de
comunicação por carta às Fazendas Públicas Federal e todos os sócios, acionistas controladores, diretores ou
de todos os Estados e Municípios em que o devedor administradores, apresentando o contrato ou estatuto
tiver estabelecimento, para que tomem conhecimento social e a prova do respectivo registro, bem como suas
da falência. alterações;
Parágrafo único. O juiz ordenará a publicação de edital c) o nome do contador encarregado da escrituração dos
contendo a íntegra da decisão que decreta a falência e livros obrigatórios;
a relação de credores.
d) os mandatos que porventura tenha outorgado,
Art. 100. Da decisão que decreta a falência cabe agravo, indicando seu objeto, nome e endereço do mandatário;
e da sentença que julga a improcedência do pedido cabe
e) seus bens imóveis e os móveis que não se encontram
apelação.
no estabelecimento;
Art. 101. Quem por dolo requerer a falência de outrem
f) se faz parte de outras sociedades, exibindo respectivo
será condenado, na sentença que julgar improcedente
contrato;
o pedido, a indenizar o devedor, apurando-se as perdas
e danos em liquidação de sentença. g) suas contas bancárias, aplicações, títulos em
cobrança e processos em andamento em que for autor
§ 1º Havendo mais de 1 (um) autor do pedido de
ou réu;
falência, serão solidariamente responsáveis aqueles que
se conduziram na forma prevista no caput deste artigo. II – depositar em cartório, no ato de assinatura do termo
de comparecimento, os seus livros obrigatórios, a fim de
§ 2º Por ação própria, o terceiro prejudicado também
serem entregues ao administrador judicial, depois de
pode reclamar indenização dos responsáveis.
encerrados por termos assinados pelo juiz;
Seção V
III – não se ausentar do lugar onde se processa a falência
Da Inabilitação Empresarial, dos Direitos e Deveres do sem motivo justo e comunicação expressa ao juiz, e sem
Falido deixar procurador bastante, sob as penas cominadas na
lei;
Art. 102. O falido fica inabilitado para exercer qualquer
atividade empresarial a partir da decretação da falência IV – comparecer a todos os atos da falência, podendo
e até a sentença que extingue suas obrigações, ser representado por procurador, quando não for
respeitado o disposto no § 1º do art. 181 desta Lei. indispensável sua presença;
Parágrafo único. Findo o período de inabilitação, o falido V – entregar, sem demora, todos os bens, livros, papéis
poderá requerer ao juiz da falência que proceda à e documentos ao administrador judicial, indicando-lhe,
respectiva anotação em seu registro. para serem arrecadados, os bens que porventura tenha
em poder de terceiros;
Art. 103. Desde a decretação da falência ou do
seqüestro, o devedor perde o direito de administrar os
seus bens ou deles dispor.

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VI – prestar as informações reclamadas pelo juiz, V – os livros obrigatórios e documentos contábeis que
administrador judicial, credor ou Ministério Público lhe forem exigidos por lei;
sobre circunstâncias e fatos que interessem à falência;
VI – relação de seus administradores nos últimos 5
VII – auxiliar o administrador judicial com zelo e (cinco) anos, com os respectivos endereços, suas
presteza; funções e participação societária.
VIII – examinar as habilitações de crédito apresentadas; Art. 106. Não estando o pedido regularmente instruído,
o juiz determinará que seja emendado.
IX – assistir ao levantamento, à verificação do balanço e
ao exame dos livros; Art. 107. A sentença que decretar a falência do devedor
observará a forma do art. 99 desta Lei.
X – manifestar-se sempre que for determinado pelo juiz;
Parágrafo único. Decretada a falência, aplicam-se
XI – apresentar, no prazo fixado pelo juiz, a relação de
integralmente os dispositivos relativos à falência
seus credores;
requerida pelas pessoas referidas nos incisos II a IV
XII – examinar e dar parecer sobre as contas do do caput do art. 97 desta Lei.
administrador judicial.
Seção VII
Parágrafo único. Faltando ao cumprimento de
Da Arrecadação e da Custódia dos Bens
quaisquer dos deveres que esta Lei lhe impõe, após
intimado pelo juiz a fazê-lo, responderá o falido por Art. 108. Ato contínuo à assinatura do termo de
crime de desobediência. compromisso, o administrador judicial efetuará a
arrecadação dos bens e documentos e a avaliação dos
Seção VI
bens, separadamente ou em bloco, no local em que se
Da Falência Requerida pelo Próprio Devedor encontrem, requerendo ao juiz, para esses fins, as
medidas necessárias.
Art. 105. O devedor em crise econômico-financeira que
julgue não atender aos requisitos para pleitear sua § 1º Os bens arrecadados ficarão sob a guarda do
recuperação judicial deverá requerer ao juízo sua administrador judicial ou de pessoa por ele escolhida,
falência, expondo as razões da impossibilidade de sob responsabilidade daquele, podendo o falido ou
prosseguimento da atividade empresarial, qualquer de seus representantes ser nomeado
acompanhadas dos seguintes documentos: depositário dos bens.
I – demonstrações contábeis referentes aos 3 (três) § 2º O falido poderá acompanhar a arrecadação e a
últimos exercícios sociais e as levantadas especialmente avaliação.
para instruir o pedido, confeccionadas com estrita
§ 3º O produto dos bens penhorados ou por outra forma
observância da legislação societária aplicável e
apreendidos entrará para a massa, cumprindo ao juiz
compostas obrigatoriamente de:
deprecar, a requerimento do administrador judicial, às
a) balanço patrimonial; autoridades competentes, determinando sua entrega.
b) demonstração de resultados acumulados; § 4º Não serão arrecadados os bens absolutamente
impenhoráveis.
c) demonstração do resultado desde o último exercício
social; § 5º Ainda que haja avaliação em bloco, o bem objeto
de garantia real será também avaliado separadamente,
d) relatório do fluxo de caixa;
para os fins do § 1º do art. 83 desta Lei.
II – relação nominal dos credores, indicando endereço,
Art. 109. O estabelecimento será lacrado sempre que
importância, natureza e classificação dos respectivos
houver risco para a execução da etapa de arrecadação
créditos;
ou para a preservação dos bens da massa falida ou dos
III – relação dos bens e direitos que compõem o ativo, interesses dos credores.
com a respectiva estimativa de valor e documentos
Art. 110. O auto de arrecadação, composto pelo
comprobatórios de propriedade;
inventário e pelo respectivo laudo de avaliação dos
IV – prova da condição de empresário, contrato social bens, será assinado pelo administrador judicial, pelo
ou estatuto em vigor ou, se não houver, a indicação de falido ou seus representantes e por outras pessoas que
todos os sócios, seus endereços e a relação de seus bens auxiliarem ou presenciarem o ato.
pessoais;

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§ 1º Não sendo possível a avaliação dos bens no ato da § 1º O contrato disposto no caput deste artigo não gera
arrecadação, o administrador judicial requererá ao juiz direito de preferência na compra e não pode importar
a concessão de prazo para apresentação do laudo de disposição total ou parcial dos bens.
avaliação, que não poderá exceder 30 (trinta) dias,
§ 2º O bem objeto da contratação poderá ser alienado a
contados da apresentação do auto de arrecadação.
qualquer tempo, independentemente do prazo
§ 2º Serão referidos no inventário: contratado, rescindindo-se, sem direito a multa, o
contrato realizado, salvo se houver anuência do
I – os livros obrigatórios e os auxiliares ou facultativos
adquirente.
do devedor, designando-se o estado em que se acham,
número e denominação de cada um, páginas Seção VIII
escrituradas, data do início da escrituração e do último
Dos Efeitos da Decretação da Falência sobre as
lançamento, e se os livros obrigatórios estão revestidos
Obrigações do Devedor
das formalidades legais;
Art. 115. A decretação da falência sujeita todos os
II – dinheiro, papéis, títulos de crédito, documentos e
credores, que somente poderão exercer os seus direitos
outros bens da massa falida;
sobre os bens do falido e do sócio ilimitadamente
III – os bens da massa falida em poder de terceiro, a responsável na forma que esta Lei prescrever.
título de guarda, depósito, penhor ou retenção;
Art. 116. A decretação da falência suspende:
IV – os bens indicados como propriedade de terceiros
I – o exercício do direito de retenção sobre os bens
ou reclamados por estes, mencionando-se essa
sujeitos à arrecadação, os quais deverão ser entregues
circunstância.
ao administrador judicial;
§ 3º Quando possível, os bens referidos no § 2º deste
II – o exercício do direito de retirada ou de recebimento
artigo serão individualizados.
do valor de suas quotas ou ações, por parte dos sócios
§ 4º Em relação aos bens imóveis, o administrador da sociedade falida.
judicial, no prazo de 15 (quinze) dias após a sua
Art. 117. Os contratos bilaterais não se resolvem pela
arrecadação, exibirá as certidões de registro, extraídas
falência e podem ser cumpridos pelo administrador
posteriormente à decretação da falência, com todas as
judicial se o cumprimento reduzir ou evitar o aumento
indicações que nele constarem.
do passivo da massa falida ou for necessário à
Art. 111. O juiz poderá autorizar os credores, de forma manutenção e preservação de seus ativos, mediante
individual ou coletiva, em razão dos custos e no autorização do Comitê.
interesse da massa falida, a adquirir ou adjudicar, de
§ 1º O contratante pode interpelar o administrador
imediato, os bens arrecadados, pelo valor da avaliação,
judicial, no prazo de até 90 (noventa) dias, contado da
atendida a regra de classificação e preferência entre
assinatura do termo de sua nomeação, para que, dentro
eles, ouvido o Comitê.
de 10 (dez) dias, declare se cumpre ou não o contrato.
Art. 112. Os bens arrecadados poderão ser removidos,
§ 2º A declaração negativa ou o silêncio do
desde que haja necessidade de sua melhor guarda e
administrador judicial confere ao contraente o direito à
conservação, hipótese em que permanecerão em
indenização, cujo valor, apurado em processo ordinário,
depósito sob responsabilidade do administrador
constituirá crédito quirografário.
judicial, mediante compromisso.
Art. 118. O administrador judicial, mediante autorização
Art. 113. Os bens perecíveis, deterioráveis, sujeitos à
do Comitê, poderá dar cumprimento a contrato
considerável desvalorização ou que sejam de
unilateral se esse fato reduzir ou evitar o aumento do
conservação arriscada ou dispendiosa, poderão ser
passivo da massa falida ou for necessário à manutenção
vendidos antecipadamente, após a arrecadação e a
e preservação de seus ativos, realizando o pagamento
avaliação, mediante autorização judicial, ouvidos o
da prestação pela qual está obrigada.
Comitê e o falido no prazo de 48 (quarenta e oito) horas.
Art. 119. Nas relações contratuais a seguir mencionadas
Art. 114. O administrador judicial poderá alugar ou
prevalecerão as seguintes regras:
celebrar outro contrato referente aos bens da massa
falida, com o objetivo de produzir renda para a massa I – o vendedor não pode obstar a entrega das coisas
falida, mediante autorização do Comitê. expedidas ao devedor e ainda em trânsito, se o
comprador, antes do requerimento da falência, as tiver
revendido, sem fraude, à vista das faturas e

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conhecimentos de transporte, entregues ou remetidos § 1º O mandato conferido para representação judicial


pelo vendedor; do devedor continua em vigor até que seja
expressamente revogado pelo administrador judicial.
II – se o devedor vendeu coisas compostas e o
administrador judicial resolver não continuar a § 2º Para o falido, cessa o mandato ou comissão que
execução do contrato, poderá o comprador pôr à houver recebido antes da falência, salvo os que versem
disposição da massa falida as coisas já recebidas, sobre matéria estranha à atividade empresarial.
pedindo perdas e danos;
Art. 121. As contas correntes com o devedor
III – não tendo o devedor entregue coisa móvel ou consideram-se encerradas no momento de decretação
prestado serviço que vendera ou contratara a da falência, verificando-se o respectivo saldo.
prestações, e resolvendo o administrador judicial não
Art. 122. Compensam-se, com preferência sobre todos
executar o contrato, o crédito relativo ao valor pago
os demais credores, as dívidas do devedor vencidas até
será habilitado na classe própria;
o dia da decretação da falência, provenha o vencimento
IV – o administrador judicial, ouvido o Comitê, restituirá da sentença de falência ou não, obedecidos os
a coisa móvel comprada pelo devedor com reserva de requisitos da legislação civil.
domínio do vendedor se resolver não continuar a
Parágrafo único. Não se compensam:
execução do contrato, exigindo a devolução, nos termos
do contrato, dos valores pagos; I – os créditos transferidos após a decretação da
falência, salvo em caso de sucessão por fusão,
V – tratando-se de coisas vendidas a termo, que tenham
incorporação, cisão ou morte; ou
cotação em bolsa ou mercado, e não se executando o
contrato pela efetiva entrega daquelas e pagamento do II – os créditos, ainda que vencidos anteriormente,
preço, prestar-se-á a diferença entre a cotação do dia do transferidos quando já conhecido o estado de crise
contrato e a da época da liquidação em bolsa ou econômico-financeira do devedor ou cuja transferência
mercado; se operou com fraude ou dolo.
VI – na promessa de compra e venda de imóveis, aplicar- Art. 123. Se o falido fizer parte de alguma sociedade
se-á a legislação respectiva; como sócio comanditário ou cotista, para a massa falida
entrarão somente os haveres que na sociedade ele
VII – a falência do locador não resolve o contrato de
possuir e forem apurados na forma estabelecida no
locação e, na falência do locatário, o administrador
contrato ou estatuto social.
judicial pode, a qualquer tempo, denunciar o contrato;
§ 1º Se o contrato ou o estatuto social nada disciplinar a
VIII – caso haja acordo para compensação e liquidação
respeito, a apuração far-se-á judicialmente, salvo se, por
de obrigações no âmbito do sistema financeiro nacional,
lei, pelo contrato ou estatuto, a sociedade tiver de
nos termos da legislação vigente, a parte não falida
liquidar-se, caso em que os haveres do falido, somente
poderá considerar o contrato vencido
após o pagamento de todo o passivo da sociedade,
antecipadamente, hipótese em que será liquidado na
entrarão para a massa falida.
forma estabelecida em regulamento, admitindo-se a
compensação de eventual crédito que venha a ser § 2º Nos casos de condomínio indivisível de que
apurado em favor do falido com créditos detidos pelo participe o falido, o bem será vendido e deduzir-se-á do
contratante; valor arrecadado o que for devido aos demais
condôminos, facultada a estes a compra da quota-parte
IX – os patrimônios de afetação, constituídos para
do falido nos termos da melhor proposta obtida.
cumprimento de destinação específica, obedecerão ao
disposto na legislação respectiva, permanecendo seus Art. 124. Contra a massa falida não são exigíveis juros
bens, direitos e obrigações separados dos do falido até vencidos após a decretação da falência, previstos em lei
o advento do respectivo termo ou até o cumprimento ou em contrato, se o ativo apurado não bastar para o
de sua finalidade, ocasião em que o administrador pagamento dos credores subordinados.
judicial arrecadará o saldo a favor da massa falida ou
Parágrafo único. Excetuam-se desta disposição os juros
inscreverá na classe própria o crédito que contra ela
das debêntures e dos créditos com garantia real, mas
remanescer.
por eles responde, exclusivamente, o produto dos bens
Art. 120. O mandato conferido pelo devedor, antes da que constituem a garantia.
falência, para a realização de negócios, cessará seus
Art. 125. Na falência do espólio, ficará suspenso o
efeitos com a decretação da falência, cabendo ao
processo de inventário, cabendo ao administrador
mandatário prestar contas de sua gestão.

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judicial a realização de atos pendentes em relação aos III – a constituição de direito real de garantia, inclusive a
direitos e obrigações da massa falida. retenção, dentro do termo legal, tratando-se de dívida
contraída anteriormente; se os bens dados em hipoteca
Art. 126. Nas relações patrimoniais não reguladas
forem objeto de outras posteriores, a massa falida
expressamente nesta Lei, o juiz decidirá o caso
receberá a parte que devia caber ao credor da hipoteca
atendendo à unidade, à universalidade do concurso e à
revogada;
igualdade de tratamento dos credores, observado o
disposto no art. 75 desta Lei. IV – a prática de atos a título gratuito, desde 2 (dois)
anos antes da decretação da falência;
Art. 127. O credor de coobrigados solidários cujas
falências sejam decretadas tem o direito de concorrer, V – a renúncia à herança ou a legado, até 2 (dois) anos
em cada uma delas, pela totalidade do seu crédito, até antes da decretação da falência;
recebê-lo por inteiro, quando então comunicará ao
VI – a venda ou transferência de estabelecimento feita
juízo.
sem o consentimento expresso ou o pagamento de
§ 1º O disposto no caput deste artigo não se aplica ao todos os credores, a esse tempo existentes, não tendo
falido cujas obrigações tenham sido extintas por restado ao devedor bens suficientes para solver o seu
sentença, na forma do art. 159 desta Lei. passivo, salvo se, no prazo de 30 (trinta) dias, não
houver oposição dos credores, após serem
§ 2º Se o credor ficar integralmente pago por uma ou
devidamente notificados, judicialmente ou pelo oficial
por diversas massas coobrigadas, as que pagaram terão
do registro de títulos e documentos;
direito regressivo contra as demais, em proporção à
parte que pagaram e àquela que cada uma tinha a seu VII – os registros de direitos reais e de transferência de
cargo. propriedade entre vivos, por título oneroso ou gratuito,
ou a averbação relativa a imóveis realizados após a
§ 3º Se a soma dos valores pagos ao credor em todas as
decretação da falência, salvo se tiver havido prenotação
massas coobrigadas exceder o total do crédito, o valor
anterior.
será devolvido às massas na proporção estabelecida no
§ 2º deste artigo. Parágrafo único. A ineficácia poderá ser declarada de
ofício pelo juiz, alegada em defesa ou pleiteada
§ 4º Se os coobrigados eram garantes uns dos outros, o
mediante ação própria ou incidentalmente no curso do
excesso de que trata o § 3º deste artigo pertencerá,
processo.
conforme a ordem das obrigações, às massas dos
coobrigados que tiverem o direito de ser garantidas. Art. 130. São revogáveis os atos praticados com a
intenção de prejudicar credores, provando-se o conluio
Art. 128. Os coobrigados solventes e os garantes do
fraudulento entre o devedor e o terceiro que com ele
devedor ou dos sócios ilimitadamente responsáveis
contratar e o efetivo prejuízo sofrido pela massa falida.
podem habilitar o crédito correspondente às quantias
pagas ou devidas, se o credor não se habilitar no prazo Art. 131. Nenhum dos atos referidos nos incisos I a III e
legal. VI do art. 129 desta Lei que tenham sido previstos e
realizados na forma definida no plano de recuperação
Seção IX
judicial será declarado ineficaz ou revogado.
Da Ineficácia e da Revogação de Atos Praticados antes
Art. 132. A ação revocatória, de que trata o art. 130
da Falência
desta Lei, deverá ser proposta pelo administrador
Art. 129. São ineficazes em relação à massa falida, tenha judicial, por qualquer credor ou pelo Ministério Público
ou não o contratante conhecimento do estado de crise no prazo de 3 (três) anos contado da decretação da
econômico-financeira do devedor, seja ou não intenção falência.
deste fraudar credores:
Art. 133. A ação revocatória pode ser promovida:
I – o pagamento de dívidas não vencidas realizado pelo
I – contra todos os que figuraram no ato ou que por
devedor dentro do termo legal, por qualquer meio
efeito dele foram pagos, garantidos ou beneficiados;
extintivo do direito de crédito, ainda que pelo desconto
do próprio título; II – contra os terceiros adquirentes, se tiveram
conhecimento, ao se criar o direito, da intenção do
II – o pagamento de dívidas vencidas e exigíveis
devedor de prejudicar os credores;
realizado dentro do termo legal, por qualquer forma
que não seja a prevista pelo contrato; III – contra os herdeiros ou legatários das pessoas
indicadas nos incisos I e II do caput deste artigo.

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Art. 134. A ação revocatória correrá perante o juízo da § 1º Se convier à realização do ativo, ou em razão de
falência e obedecerá ao procedimento ordinário oportunidade, podem ser adotadas mais de uma forma
previsto na Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - de alienação.
Código de Processo Civil.
§ 2º A realização do ativo terá início
Art. 135. A sentença que julgar procedente a ação independentemente da formação do quadro-geral de
revocatória determinará o retorno dos bens à massa credores.
falida em espécie, com todos os acessórios, ou o valor
§ 3º A alienação da empresa terá por objeto o conjunto
de mercado, acrescidos das perdas e danos.
de determinados bens necessários à operação rentável
Parágrafo único. Da sentença cabe apelação. da unidade de produção, que poderá compreender a
transferência de contratos específicos.
Art. 136. Reconhecida a ineficácia ou julgada
procedente a ação revocatória, as partes retornarão ao § 4º Nas transmissões de bens alienados na forma deste
estado anterior, e o contratante de boa-fé terá direito à artigo que dependam de registro público, a este servirá
restituição dos bens ou valores entregues ao devedor. como título aquisitivo suficiente o mandado judicial
respectivo.
§ 1º Na hipótese de securitização de créditos do
devedor, não será declarada a ineficácia ou revogado o Art. 141. Na alienação conjunta ou separada de ativos,
ato de cessão em prejuízo dos direitos dos portadores inclusive da empresa ou de suas filiais, promovida sob
de valores mobiliários emitidos pelo securitizador. qualquer das modalidades de que trata este artigo:
§ 2º É garantido ao terceiro de boa-fé, a qualquer I – todos os credores, observada a ordem de preferência
tempo, propor ação por perdas e danos contra o definida no art. 83 desta Lei, sub-rogam-se no produto
devedor ou seus garantes. da realização do ativo;
Art. 137. O juiz poderá, a requerimento do autor da ação II – o objeto da alienação estará livre de qualquer ônus
revocatória, ordenar, como medida preventiva, na e não haverá sucessão do arrematante nas obrigações
forma da lei processual civil, o seqüestro dos bens do devedor, inclusive as de natureza tributária, as
retirados do patrimônio do devedor que estejam em derivadas da legislação do trabalho e as decorrentes de
poder de terceiros. acidentes de trabalho.
Art. 138. O ato pode ser declarado ineficaz ou revogado, § 1º O disposto no inciso II do caput deste artigo não se
ainda que praticado com base em decisão judicial, aplica quando o arrematante for:
observado o disposto no art. 131 desta Lei.
I – sócio da sociedade falida, ou sociedade controlada
Parágrafo único. Revogado o ato ou declarada sua pelo falido;
ineficácia, ficará rescindida a sentença que o motivou.
II – parente, em linha reta ou colateral até o 4º (quarto)
Seção X grau, consangüíneo ou afim, do falido ou de sócio da
sociedade falida; ou
Da Realização do Ativo
III – identificado como agente do falido com o objetivo
Art. 139. Logo após a arrecadação dos bens, com a
de fraudar a sucessão.
juntada do respectivo auto ao processo de falência, será
iniciada a realização do ativo. § 2º Empregados do devedor contratados pelo
arrematante serão admitidos mediante novos contratos
Art. 140. A alienação dos bens será realizada de uma das
de trabalho e o arrematante não responde por
seguintes formas, observada a seguinte ordem de
obrigações decorrentes do contrato anterior.
preferência:
Art. 142. O juiz, ouvido o administrador judicial e
I – alienação da empresa, com a venda de seus
atendendo à orientação do Comitê, se houver, ordenará
estabelecimentos em bloco;
que se proceda à alienação do ativo em uma das
II – alienação da empresa, com a venda de suas filiais ou seguintes modalidades:
unidades produtivas isoladamente;
I – leilão, por lances orais;
III – alienação em bloco dos bens que integram cada um
II – propostas fechadas;
dos estabelecimentos do devedor;
III – pregão.
IV – alienação dos bens individualmente considerados.
§ 1º A realização da alienação em quaisquer das
modalidades de que trata este artigo será antecedida

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por publicação de anúncio em jornal de ampla as improcedentes, ordenará a entrega dos bens ao
circulação, com 15 (quinze) dias de antecedência, em se arrematante, respeitadas as condições estabelecidas no
tratando de bens móveis, e com 30 (trinta) dias na edital.
alienação da empresa ou de bens imóveis, facultada a
Art. 144. Havendo motivos justificados, o juiz poderá
divulgação por outros meios que contribuam para o
autorizar, mediante requerimento fundamentado do
amplo conhecimento da venda.
administrador judicial ou do Comitê, modalidades de
§ 2º A alienação dar-se-á pelo maior valor oferecido, alienação judicial diversas das previstas no art. 142
ainda que seja inferior ao valor de avaliação. desta Lei.
§ 3º No leilão por lances orais, aplicam-se, no que Art. 145. O juiz homologará qualquer outra modalidade
couber, as regras da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de de realização do ativo, desde que aprovada pela
1973 - Código de Processo Civil. assembléia-geral de credores, inclusive com a
constituição de sociedade de credores ou dos
§ 4º A alienação por propostas fechadas ocorrerá
empregados do próprio devedor, com a participação, se
mediante a entrega, em cartório e sob recibo, de
necessária, dos atuais sócios ou de terceiros.
envelopes lacrados, a serem abertos pelo juiz, no dia,
hora e local designados no edital, lavrando o escrivão o § 1º Aplica-se à sociedade mencionada neste artigo o
auto respectivo, assinado pelos presentes, e juntando as disposto no art. 141 desta Lei.
propostas aos autos da falência.
§ 2º No caso de constituição de sociedade formada por
§ 5º A venda por pregão constitui modalidade híbrida empregados do próprio devedor, estes poderão utilizar
das anteriores, comportando 2 (duas) fases: créditos derivados da legislação do trabalho para a
aquisição ou arrendamento da empresa.
I – recebimento de propostas, na forma do § 3º deste
artigo; § 3º Não sendo aprovada pela assembléia-geral a
proposta alternativa para a realização do ativo, caberá
II – leilão por lances orais, de que participarão somente
ao juiz decidir a forma que será adotada, levando em
aqueles que apresentarem propostas não inferiores a
conta a manifestação do administrador judicial e do
90% (noventa por cento) da maior proposta ofertada, na
Comitê.
forma do § 2º deste artigo.
Art. 146. Em qualquer modalidade de realização do
§ 6º A venda por pregão respeitará as seguintes regras:
ativo adotada, fica a massa falida dispensada da
I – recebidas e abertas as propostas na forma do § apresentação de certidões negativas.
5º deste artigo, o juiz ordenará a notificação dos
Art. 147. As quantias recebidas a qualquer título serão
ofertantes, cujas propostas atendam ao requisito de seu
imediatamente depositadas em conta remunerada de
inciso II, para comparecer ao leilão;
instituição financeira, atendidos os requisitos da lei ou
II – o valor de abertura do leilão será o da proposta das normas de organização judiciária.
recebida do maior ofertante presente, considerando-se
Art. 148. O administrador judicial fará constar do
esse valor como lance, ao qual ele fica obrigado;
relatório de que trata a alínea p do inciso III do art. 22 os
III – caso não compareça ao leilão o ofertante da maior valores eventualmente recebidos no mês vencido,
proposta e não seja dado lance igual ou superior ao explicitando a forma de distribuição dos recursos entre
valor por ele ofertado, fica obrigado a prestar a os credores, observado o disposto no art. 149 desta Lei.
diferença verificada, constituindo a respectiva certidão
Seção XI
do juízo título executivo para a cobrança dos valores
pelo administrador judicial. Do Pagamento aos Credores
§ 7º Em qualquer modalidade de alienação, o Ministério Art. 149. Realizadas as restituições, pagos os créditos
Público será intimado pessoalmente, sob pena de extraconcursais, na forma do art. 84 desta Lei, e
nulidade. consolidado o quadro-geral de credores, as
importâncias recebidas com a realização do ativo serão
Art. 143. Em qualquer das modalidades de alienação
destinadas ao pagamento dos credores, atendendo à
referidas no art. 142 desta Lei, poderão ser
classificação prevista no art. 83 desta Lei, respeitados os
apresentadas impugnações por quaisquer credores,
demais dispositivos desta Lei e as decisões judiciais que
pelo devedor ou pelo Ministério Público, no prazo de 48
determinam reserva de importâncias.
(quarenta e oito) horas da arrematação, hipótese em
que os autos serão conclusos ao juiz, que, no prazo de 5 § 1º Havendo reserva de importâncias, os valores a ela
(cinco) dias, decidirá sobre as impugnações e, julgando- relativos ficarão depositados até o julgamento definitivo

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do crédito e, no caso de não ser este finalmente § 5º A sentença que rejeitar as contas do administrador
reconhecido, no todo ou em parte, os recursos judicial fixará suas responsabilidades, poderá
depositados serão objeto de rateio suplementar entre determinar a indisponibilidade ou o seqüestro de bens
os credores remanescentes. e servirá como título executivo para indenização da
massa.
§ 2º Os credores que não procederem, no prazo fixado
pelo juiz, ao levantamento dos valores que lhes § 6º Da sentença cabe apelação.
couberam em rateio serão intimados a fazê-lo no prazo
Art. 155. Julgadas as contas do administrador judicial,
de 60 (sessenta) dias, após o qual os recursos serão
ele apresentará o relatório final da falência no prazo de
objeto de rateio suplementar entre os credores
10 (dez) dias, indicando o valor do ativo e o do produto
remanescentes.
de sua realização, o valor do passivo e o dos pagamentos
Art. 150. As despesas cujo pagamento antecipado seja feitos aos credores, e especificará justificadamente as
indispensável à administração da falência, inclusive na responsabilidades com que continuará o falido.
hipótese de continuação provisória das atividades
Art. 156. Apresentado o relatório final, o juiz encerrará
previstas no inciso XI do caput do art. 99 desta Lei, serão
a falência por sentença.
pagas pelo administrador judicial com os recursos
disponíveis em caixa. Parágrafo único. A sentença de encerramento será
publicada por edital e dela caberá apelação.
Art. 151. Os créditos trabalhistas de natureza
estritamente salarial vencidos nos 3 (três) meses Art. 157. O prazo prescricional relativo às obrigações do
anteriores à decretação da falência, até o limite de 5 falido recomeça a correr a partir do dia em que transitar
(cinco) salários-mínimos por trabalhador, serão pagos em julgado a sentença do encerramento da falência.
tão logo haja disponibilidade em caixa.
Art. 158. Extingue as obrigações do falido:
Art. 152. Os credores restituirão em dobro as quantias
I – o pagamento de todos os créditos;
recebidas, acrescidas dos juros legais, se ficar
evidenciado dolo ou má-fé na constituição do crédito ou II – o pagamento, depois de realizado todo o ativo, de
da garantia. mais de 50% (cinqüenta por cento) dos créditos
quirografários, sendo facultado ao falido o depósito da
Art. 153. Pagos todos os credores, o saldo, se houver,
quantia necessária para atingir essa porcentagem se
será entregue ao falido.
para tanto não bastou a integral liquidação do ativo;
Seção XII
III – o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contado do
Do Encerramento da Falência e da Extinção das encerramento da falência, se o falido não tiver sido
Obrigações do Falido condenado por prática de crime previsto nesta Lei;
Art. 154. Concluída a realização de todo o ativo, e IV – o decurso do prazo de 10 (dez) anos, contado do
distribuído o produto entre os credores, o encerramento da falência, se o falido tiver sido
administrador judicial apresentará suas contas ao juiz condenado por prática de crime previsto nesta Lei.
no prazo de 30 (trinta) dias.
Art. 159. Configurada qualquer das hipóteses do art. 158
§ 1º As contas, acompanhadas dos documentos desta Lei, o falido poderá requerer ao juízo da falência
comprobatórios, serão prestadas em autos apartados que suas obrigações sejam declaradas extintas por
que, ao final, serão apensados aos autos da falência. sentença.
§ 2º O juiz ordenará a publicação de aviso de que as § 1º O requerimento será autuado em apartado com os
contas foram entregues e se encontram à disposição respectivos documentos e publicado por edital no órgão
dos interessados, que poderão impugná-las no prazo de oficial e em jornal de grande circulação.
10 (dez) dias.
§ 2º No prazo de 30 (trinta) dias contado da publicação
§ 3º Decorrido o prazo do aviso e realizadas as do edital, qualquer credor pode opor-se ao pedido do
diligências necessárias à apuração dos fatos, o juiz falido.
intimará o Ministério Público para manifestar-se no
§ 3º Findo o prazo, o juiz, em 5 (cinco) dias, proferirá
prazo de 5 (cinco) dias, findo o qual o administrador
sentença e, se o requerimento for anterior ao
judicial será ouvido se houver impugnação ou parecer
encerramento da falência, declarará extintas as
contrário do Ministério Público.
obrigações na sentença de encerramento.
§ 4º Cumpridas as providências previstas nos §§ 2º e
3º deste artigo, o juiz julgará as contas por sentença.

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§ 4º A sentença que declarar extintas as obrigações será Art. 163. O devedor poderá, também, requerer a
comunicada a todas as pessoas e entidades informadas homologação de plano de recuperação extrajudicial que
da decretação da falência. obriga a todos os credores por ele abrangidos, desde
que assinado por credores que representem mais de 3/5
§ 5º Da sentença cabe apelação.
(três quintos) de todos os créditos de cada espécie por
§ 6º Após o trânsito em julgado, os autos serão ele abrangidos.
apensados aos da falência.
§ 1º O plano poderá abranger a totalidade de uma ou
Art. 160. Verificada a prescrição ou extintas as mais espécies de créditos previstos no art. 83, incisos II,
obrigações nos termos desta Lei, o sócio de IV, V, VI e VIII do caput, desta Lei, ou grupo de credores
responsabilidade ilimitada também poderá requerer de mesma natureza e sujeito a semelhantes condições
que seja declarada por sentença a extinção de suas de pagamento, e, uma vez homologado, obriga a todos
obrigações na falência. os credores das espécies por ele abrangidas,
exclusivamente em relação aos créditos constituídos até
CAPÍTULO VI
a data do pedido de homologação.
Da Recuperação Extrajudicial
§ 2º Não serão considerados para fins de apuração do
Art. 161. O devedor que preencher os requisitos do art. percentual previsto no caput deste artigo os créditos
48 desta Lei poderá propor e negociar com credores não incluídos no plano de recuperação extrajudicial, os
plano de recuperação extrajudicial. quais não poderão ter seu valor ou condições originais
de pagamento alteradas.
§ 1º Não se aplica o disposto neste Capítulo a titulares
de créditos de natureza tributária, derivados da § 3º Para fins exclusivos de apuração do percentual
legislação do trabalho ou decorrentes de acidente de previsto no caput deste artigo:
trabalho, assim como àqueles previstos nos arts. 49, §
I – o crédito em moeda estrangeira será convertido para
3º, e 86, inciso II do caput, desta Lei.
moeda nacional pelo câmbio da véspera da data de
§ 2º O plano não poderá contemplar o pagamento assinatura do plano; e
antecipado de dívidas nem tratamento desfavorável aos
II – não serão computados os créditos detidos pelas
credores que a ele não estejam sujeitos.
pessoas relacionadas no art. 43 deste artigo.
§ 3º O devedor não poderá requerer a homologação de
§ 4º Na alienação de bem objeto de garantia real, a
plano extrajudicial, se estiver pendente pedido de
supressão da garantia ou sua substituição somente
recuperação judicial ou se houver obtido recuperação
serão admitidas mediante a aprovação expressa do
judicial ou homologação de outro plano de recuperação
credor titular da respectiva garantia.
extrajudicial há menos de 2 (dois) anos.
§ 5º Nos créditos em moeda estrangeira, a variação
§ 4º O pedido de homologação do plano de recuperação
cambial só poderá ser afastada se o credor titular do
extrajudicial não acarretará suspensão de direitos,
respectivo crédito aprovar expressamente previsão
ações ou execuções, nem a impossibilidade do pedido
diversa no plano de recuperação extrajudicial.
de decretação de falência pelos credores não sujeitos ao
plano de recuperação extrajudicial. § 6º Para a homologação do plano de que trata este
artigo, além dos documentos previstos no caput do art.
§ 5º Após a distribuição do pedido de homologação, os
162 desta Lei, o devedor deverá juntar:
credores não poderão desistir da adesão ao plano, salvo
com a anuência expressa dos demais signatários. I – exposição da situação patrimonial do devedor;
§ 6º A sentença de homologação do plano de II – as demonstrações contábeis relativas ao último
recuperação extrajudicial constituirá título executivo exercício social e as levantadas especialmente para
judicial, nos termos do art. 584, inciso III do caput, da Lei instruir o pedido, na forma do inciso II do caput do art.
nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo 51 desta Lei; e
Civil.
III – os documentos que comprovem os poderes dos
Art. 162. O devedor poderá requerer a homologação em subscritores para novar ou transigir, relação nominal
juízo do plano de recuperação extrajudicial, juntando completa dos credores, com a indicação do endereço de
sua justificativa e o documento que contenha seus cada um, a natureza, a classificação e o valor atualizado
termos e condições, com as assinaturas dos credores do crédito, discriminando sua origem, o regime dos
que a ele aderiram. respectivos vencimentos e a indicação dos registros
contábeis de cada transação pendente.

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Art. 164. Recebido o pedido de homologação do plano que exclusivamente em relação à modificação do valor
de recuperação extrajudicial previsto nos arts. 162 e 163 ou da forma de pagamento dos credores signatários.
desta Lei, o juiz ordenará a publicação de edital no órgão
§ 2º Na hipótese do § 1º deste artigo, caso o plano seja
oficial e em jornal de grande circulação nacional ou das
posteriormente rejeitado pelo juiz, devolve-se aos
localidades da sede e das filiais do devedor, convocando
credores signatários o direito de exigir seus créditos nas
todos os credores do devedor para apresentação de
condições originais, deduzidos os valores efetivamente
suas impugnações ao plano de recuperação
pagos.
extrajudicial, observado o § 3º deste artigo.
Art. 166. Se o plano de recuperação extrajudicial
§ 1º No prazo do edital, deverá o devedor comprovar o
homologado envolver alienação judicial de filiais ou de
envio de carta a todos os credores sujeitos ao plano,
unidades produtivas isoladas do devedor, o juiz
domiciliados ou sediados no país, informando a
ordenará a sua realização, observado, no que couber, o
distribuição do pedido, as condições do plano e prazo
disposto no art. 142 desta Lei.
para impugnação.
Art. 167. O disposto neste Capítulo não implica
§ 2º Os credores terão prazo de 30 (trinta) dias, contado
impossibilidade de realização de outras modalidades de
da publicação do edital, para impugnarem o plano,
acordo privado entre o devedor e seus credores.
juntando a prova de seu crédito.
CAPÍTULO VII
§ 3º Para opor-se, em sua manifestação, à homologação
do plano, os credores somente poderão alegar: Disposições Penais
I – não preenchimento do percentual mínimo previsto Seção I
no caput do art. 163 desta Lei;
Dos Crimes em Espécie
II – prática de qualquer dos atos previstos no inciso III
Fraude a Credores
do art. 94 ou do art. 130 desta Lei, ou descumprimento
de requisito previsto nesta Lei; Art. 168. Praticar, antes ou depois da sentença que
decretar a falência, conceder a recuperação judicial ou
III – descumprimento de qualquer outra exigência legal.
homologar a recuperação extrajudicial, ato fraudulento
§ 4º Sendo apresentada impugnação, será aberto prazo de que resulte ou possa resultar prejuízo aos credores,
de 5 (cinco) dias para que o devedor sobre ela se com o fim de obter ou assegurar vantagem indevida
manifeste. para si ou para outrem.
§ 5º Decorrido o prazo do § 4º deste artigo, os autos Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
serão conclusos imediatamente ao juiz para apreciação
Aumento da pena
de eventuais impugnações e decidirá, no prazo de 5
(cinco) dias, acerca do plano de recuperação § 1º A pena aumenta-se de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um
extrajudicial, homologando-o por sentença se entender terço), se o agente:
que não implica prática de atos previstos no art. 130
I – elabora escrituração contábil ou balanço com dados
desta Lei e que não há outras irregularidades que
inexatos;
recomendem sua rejeição.
II – omite, na escrituração contábil ou no balanço,
§ 6º Havendo prova de simulação de créditos ou vício de
lançamento que deles deveria constar, ou altera
representação dos credores que subscreverem o plano,
escrituração ou balanço verdadeiros;
a sua homologação será indeferida.
III – destrói, apaga ou corrompe dados contábeis ou
§ 7º Da sentença cabe apelação sem efeito suspensivo.
negociais armazenados em computador ou sistema
§ 8º Na hipótese de não homologação do plano o informatizado;
devedor poderá, cumpridas as formalidades, apresentar
IV – simula a composição do capital social;
novo pedido de homologação de plano de recuperação
extrajudicial. V – destrói, oculta ou inutiliza, total ou parcialmente, os
documentos de escrituração contábil obrigatórios.
Art. 165. O plano de recuperação extrajudicial produz
efeitos após sua homologação judicial. Contabilidade paralela
§ 1º É lícito, contudo, que o plano estabeleça a § 2º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até metade
produção de efeitos anteriores à homologação, desde se o devedor manteve ou movimentou recursos ou

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valores paralelamente à contabilidade exigida pela Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre o credor
legislação. que, em conluio, possa beneficiar-se de ato previsto
no caput deste artigo.
Concurso de pessoas
Desvio, ocultação ou apropriação de bens
§ 3º Nas mesmas penas incidem os contadores, técnicos
contábeis, auditores e outros profissionais que, de Art. 173. Apropriar-se, desviar ou ocultar bens
qualquer modo, concorrerem para as condutas pertencentes ao devedor sob recuperação judicial ou à
criminosas descritas neste artigo, na medida de sua massa falida, inclusive por meio da aquisição por
culpabilidade. interposta pessoa:
Redução ou substituição da pena Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 4º Tratando-se de falência de microempresa ou de Aquisição, recebimento ou uso ilegal de bens
empresa de pequeno porte, e não se constatando
Art. 174. Adquirir, receber, usar, ilicitamente, bem que
prática habitual de condutas fraudulentas por parte do
sabe pertencer à massa falida ou influir para que
falido, poderá o juiz reduzir a pena de reclusão de 1/3
terceiro, de boa-fé, o adquira, receba ou use:
(um terço) a 2/3 (dois terços) ou substituí-la pelas penas
restritivas de direitos, pelas de perda de bens e valores Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
ou pelas de prestação de serviços à comunidade ou a
Habilitação ilegal de crédito
entidades públicas.
Art. 175. Apresentar, em falência, recuperação judicial
Violação de sigilo empresarial
ou recuperação extrajudicial, relação de créditos,
Art. 169. Violar, explorar ou divulgar, sem justa causa, habilitação de créditos ou reclamação falsas, ou juntar a
sigilo empresarial ou dados confidenciais sobre elas título falso ou simulado:
operações ou serviços, contribuindo para a condução do
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
devedor a estado de inviabilidade econômica ou
financeira: Exercício ilegal de atividade
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. Art. 176. Exercer atividade para a qual foi inabilitado ou
incapacitado por decisão judicial, nos termos desta Lei:
Divulgação de informações falsas
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 170. Divulgar ou propalar, por qualquer meio,
informação falsa sobre devedor em recuperação Violação de impedimento
judicial, com o fim de levá-lo à falência ou de obter
Art. 177. Adquirir o juiz, o representante do Ministério
vantagem:
Público, o administrador judicial, o gestor judicial, o
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. perito, o avaliador, o escrivão, o oficial de justiça ou o
leiloeiro, por si ou por interposta pessoa, bens de massa
Indução a erro
falida ou de devedor em recuperação judicial, ou, em
Art. 171. Sonegar ou omitir informações ou prestar relação a estes, entrar em alguma especulação de lucro,
informações falsas no processo de falência, de quando tenham atuado nos respectivos processos:
recuperação judicial ou de recuperação extrajudicial,
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
com o fim de induzir a erro o juiz, o Ministério Público,
os credores, a assembléia-geral de credores, o Comitê Omissão dos documentos contábeis obrigatórios
ou o administrador judicial:
Art. 178. Deixar de elaborar, escriturar ou autenticar,
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. antes ou depois da sentença que decretar a falência,
conceder a recuperação judicial ou homologar o plano
Favorecimento de credores
de recuperação extrajudicial, os documentos de
Art. 172. Praticar, antes ou depois da sentença que escrituração contábil obrigatórios:
decretar a falência, conceder a recuperação judicial ou
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa, se
homologar plano de recuperação extrajudicial, ato de
o fato não constitui crime mais grave.
disposição ou oneração patrimonial ou gerador de
obrigação, destinado a favorecer um ou mais credores Seção II
em prejuízo dos demais:
Disposições Comuns
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

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Art. 179. Na falência, na recuperação judicial e na Art. 184. Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal
recuperação extrajudicial de sociedades, os seus sócios, pública incondicionada.
diretores, gerentes, administradores e conselheiros, de
Parágrafo único. Decorrido o prazo a que se refere o art.
fato ou de direito, bem como o administrador judicial,
187, § 1º, sem que o representante do Ministério
equiparam-se ao devedor ou falido para todos os efeitos
Público ofereça denúncia, qualquer credor habilitado ou
penais decorrentes desta Lei, na medida de sua
o administrador judicial poderá oferecer ação penal
culpabilidade.
privada subsidiária da pública, observado o prazo
Art. 180. A sentença que decreta a falência, concede a decadencial de 6 (seis) meses.
recuperação judicial ou concede a recuperação
Art. 185. Recebida a denúncia ou a queixa, observar-se-
extrajudicial de que trata o art. 163 desta Lei é condição
á o rito previsto nos arts. 531 a 540 do Decreto-Lei nº
objetiva de punibilidade das infrações penais descritas
3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo
nesta Lei.
Penal.
Art. 181. São efeitos da condenação por crime previsto
Art. 186. No relatório previsto na alínea e do inciso III
nesta Lei:
do caput do art. 22 desta Lei, o administrador judicial
I – a inabilitação para o exercício de atividade apresentará ao juiz da falência exposição
empresarial; circunstanciada, considerando as causas da falência, o
procedimento do devedor, antes e depois da sentença,
II – o impedimento para o exercício de cargo ou função
e outras informações detalhadas a respeito da conduta
em conselho de administração, diretoria ou gerência
do devedor e de outros responsáveis, se houver, por
das sociedades sujeitas a esta Lei;
atos que possam constituir crime relacionado com a
III – a impossibilidade de gerir empresa por mandato ou recuperação judicial ou com a falência, ou outro delito
por gestão de negócio. conexo a estes.
§ 1º Os efeitos de que trata este artigo não são Parágrafo único. A exposição circunstanciada será
automáticos, devendo ser motivadamente declarados instruída com laudo do contador encarregado do exame
na sentença, e perdurarão até 5 (cinco) anos após a da escrituração do devedor.
extinção da punibilidade, podendo, contudo, cessar
Art. 187. Intimado da sentença que decreta a falência ou
antes pela reabilitação penal.
concede a recuperação judicial, o Ministério Público,
§ 2º Transitada em julgado a sentença penal verificando a ocorrência de qualquer crime previsto
condenatória, será notificado o Registro Público de nesta Lei, promoverá imediatamente a competente
Empresas para que tome as medidas necessárias para ação penal ou, se entender necessário, requisitará a
impedir novo registro em nome dos inabilitados. abertura de inquérito policial.
Art. 182. A prescrição dos crimes previstos nesta Lei § 1º O prazo para oferecimento da denúncia regula-se
reger-se-á pelas disposições do Decreto-Lei nº 2.848, de pelo art. 46 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de
7 de dezembro de 1940 - Código Penal, começando a 1941 - Código de Processo Penal, salvo se o Ministério
correr do dia da decretação da falência, da concessão da Público, estando o réu solto ou afiançado, decidir
recuperação judicial ou da homologação do plano de aguardar a apresentação da exposição circunstanciada
recuperação extrajudicial. de que trata o art. 186 desta Lei, devendo, em seguida,
oferecer a denúncia em 15 (quinze) dias.
Parágrafo único. A decretação da falência do devedor
interrompe a prescrição cuja contagem tenha iniciado § 2º Em qualquer fase processual, surgindo indícios da
com a concessão da recuperação judicial ou com a prática dos crimes previstos nesta Lei, o juiz da falência
homologação do plano de recuperação extrajudicial. ou da recuperação judicial ou da recuperação
extrajudicial cientificará o Ministério Público.
Seção III
Art. 188. Aplicam-se subsidiariamente as disposições do
Do Procedimento Penal
Código de Processo Penal, no que não forem
Art. 183. Compete ao juiz criminal da jurisdição onde incompatíveis com esta Lei.
tenha sido decretada a falência, concedida a
CAPÍTULO VIII
recuperação judicial ou homologado o plano de
recuperação extrajudicial, conhecer da ação penal pelos Disposições Finais e Transitórias
crimes previstos nesta Lei.

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Art. 189. Aplica-se a Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de Art. 193. O disposto nesta Lei não afeta as obrigações
1973 - Código de Processo Civil, no que couber, aos assumidas no âmbito das câmaras ou prestadoras de
procedimentos previstos nesta Lei. serviços de compensação e de liquidação financeira,
que serão ultimadas e liquidadas pela câmara ou
Art. 190. Todas as vezes que esta Lei se referir a devedor
prestador de serviços, na forma de seus regulamentos.
ou falido, compreender-se-á que a disposição também
se aplica aos sócios ilimitadamente responsáveis. Art. 194. O produto da realização das garantias
prestadas pelo participante das câmaras ou prestadores
Art. 191. Ressalvadas as disposições específicas desta
de serviços de compensação e de liquidação financeira
Lei, as publicações ordenadas serão feitas
submetidos aos regimes de que trata esta Lei, assim
preferencialmente na imprensa oficial e, se o devedor
como os títulos, valores mobiliários e quaisquer outros
ou a massa falida comportar, em jornal ou revista de
de seus ativos objetos de compensação ou liquidação
circulação regional ou nacional, bem como em
serão destinados à liquidação das obrigações assumidas
quaisquer outros periódicos que circulem em todo o
no âmbito das câmaras ou prestadoras de serviços.
país.
Art. 195. A decretação da falência das concessionárias
Parágrafo único. As publicações ordenadas nesta Lei
de serviços públicos implica extinção da concessão, na
conterão a epígrafe "recuperação judicial de",
forma da lei.
"recuperação extrajudicial de" ou "falência de".
Art. 196. Os Registros Públicos de Empresas manterão
Art. 192. Esta Lei não se aplica aos processos de falência
banco de dados público e gratuito, disponível na rede
ou de concordata ajuizados anteriormente ao início de
mundial de computadores, contendo a relação de todos
sua vigência, que serão concluídos nos termos
os devedores falidos ou em recuperação judicial.
do Decreto-Lei nº 7.661, de 21 de junho de 1945.
Parágrafo único. Os Registros Públicos de Empresas
§ 1º Fica vedada a concessão de concordata suspensiva
deverão promover a integração de seus bancos de
nos processos de falência em curso, podendo ser
dados em âmbito nacional.
promovida a alienação dos bens da massa falida assim
que concluída sua arrecadação, independentemente da Art. 197. Enquanto não forem aprovadas as respectivas
formação do quadro-geral de credores e da conclusão leis específicas, esta Lei aplica-se subsidiariamente, no
do inquérito judicial. que couber, aos regimes previstos no Decreto-Lei nº 73,
de 21 de novembro de 1966, na Lei nº 6.024, de 13 de
§ 2º A existência de pedido de concordata anterior à
março de 1974, no Decreto-Lei nº 2.321, de 25 de
vigência desta Lei não obsta o pedido de recuperação
fevereiro de 1987, e na Lei no9.514, de 20 de novembro
judicial pelo devedor que não houver descumprido
de 1997.
obrigação no âmbito da concordata, vedado, contudo, o
pedido baseado no plano especial de recuperação Art. 198. Os devedores proibidos de requerer
judicial para microempresas e empresas de pequeno concordata nos termos da legislação específica em vigor
porte a que se refere a Seção V do Capítulo III desta Lei. na data da publicação desta Lei ficam proibidos de
requerer recuperação judicial ou extrajudicial nos
§ 3º No caso do § 2º deste artigo, se deferido o
termos desta Lei.
processamento da recuperação judicial, o processo de
concordata será extinto e os créditos submetidos à Art. 199. Não se aplica o disposto no art. 198 desta Lei
concordata serão inscritos por seu valor original na às sociedades a que se refere o art. 187 da Lei nº 7.565,
recuperação judicial, deduzidas as parcelas pagas pelo de 19 de dezembro de 1986.
concordatário.
§ 1º Na recuperação judicial e na falência das
§ 4º Esta Lei aplica-se às falências decretadas em sua sociedades de que trata o caput deste artigo, em
vigência resultantes de convolação de concordatas ou nenhuma hipótese ficará suspenso o exercício de
de pedidos de falência anteriores, às quais se aplica, até direitos derivados de contratos de locação,
a decretação, o Decreto-Lei nº 7.661, de 21 de junho de arrendamento mercantil ou de qualquer outra
1945, observado, na decisão que decretar a falência, o modalidade de arrendamento de aeronaves ou de suas
disposto no art. 99 desta Lei. partes. (Renumerado do parágrafo único com nova
redação pela Lei nº 11.196, de 2005)
§ 5º O juiz poderá autorizar a locação ou arrendamento
de bens imóveis ou móveis a fim de evitar a sua § 2º Os créditos decorrentes dos contratos
deterioração, cujos resultados reverterão em favor da mencionados no § 1º deste artigo não se submeterão
massa.(incluído pela Lei nº 11.127, de 2005) aos efeitos da recuperação judicial ou extrajudicial,
prevalecendo os direitos de propriedade sobre a coisa e

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as condições contratuais, não se lhes aplicando a § 1º Para os fins desta Lei, considera-se atividade de
ressalva contida na parte final do § 3º do art. 49 desta pesquisa a realizada em laboratório, regime de
Lei. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) contenção ou campo, como parte do processo de
obtenção de OGM e seus derivados ou de avaliação da
§ 3º Na hipótese de falência das sociedades de que trata
biossegurança de OGM e seus derivados, o que engloba,
o caput deste artigo, prevalecerão os direitos de
no âmbito experimental, a construção, o cultivo, a
propriedade sobre a coisa relativos a contratos de
manipulação, o transporte, a transferência, a
locação, de arrendamento mercantil ou de qualquer
importação, a exportação, o armazenamento, a
outra modalidade de arrendamento de aeronaves ou de
liberação no meio ambiente e o descarte de OGM e seus
suas partes. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
derivados.
Art. 200. Ressalvado o disposto no art. 192 desta Lei,
§ 2º Para os fins desta Lei, considera-se atividade de uso
ficam revogados o Decreto-Lei nº 7.661, de 21 de junho
comercial de OGM e seus derivados a que não se
de 1945, e os arts. 503 a 512 do Decreto-Lei nº 3.689, de
enquadra como atividade de pesquisa, e que trata do
3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal.
cultivo, da produção, da manipulação, do transporte, da
Art. 201. Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias transferência, da comercialização, da importação, da
após sua publicação. exportação, do armazenamento, do consumo, da
liberação e do descarte de OGM e seus derivados para
Brasília, 9 de fevereiro de 2005; 184º da Independência
fins comerciais.
e 117º da República.
Art. 2º As atividades e projetos que envolvam OGM e
LEI Nº 11.105/2005 seus derivados, relacionados ao ensino com
manipulação de organismos vivos, à pesquisa científica,
ao desenvolvimento tecnológico e à produção industrial
Regulamenta os incisos II, IV e V do § 1º do art. 225 da
ficam restritos ao âmbito de entidades de direito
Constituição Federal, estabelece normas de segurança
público ou privado, que serão responsáveis pela
e mecanismos de fiscalização de atividades que
obediência aos preceitos desta Lei e de sua
envolvam organismos geneticamente modificados –
regulamentação, bem como pelas eventuais
OGM e seus derivados, cria o Conselho Nacional de
conseqüências ou efeitos advindos de seu
Biossegurança – CNBS, reestrutura a Comissão Técnica
descumprimento.
Nacional de Biossegurança – CTNBio, dispõe sobre a
Política Nacional de Biossegurança – PNB, revoga a Lei § 1º Para os fins desta Lei, consideram-se atividades e
nº 8.974, de 5 de janeiro de 1995, e a Medida projetos no âmbito de entidade os conduzidos em
Provisória nº 2.191-9, de 23 de agosto de 2001, e os instalações próprias ou sob a responsabilidade
arts. 5º , 6º , 7º , 8º , 9º , 10 e 16 da Lei nº 10.814, de 15 administrativa, técnica ou científica da entidade.
de dezembro de 2003, e dá outras providências.
§ 2º As atividades e projetos de que trata este artigo são
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o vedados a pessoas físicas em atuação autônoma e
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte independente, ainda que mantenham vínculo
Lei: empregatício ou qualquer outro com pessoas jurídicas.
CAPÍTULO I § 3º Os interessados em realizar atividade prevista nesta
Lei deverão requerer autorização à Comissão Técnica
Disposições Preliminares E Gerais
Nacional de Biossegurança – CTNBio, que se
Art. 1º Esta Lei estabelece normas de segurança e manifestará no prazo fixado em regulamento.
mecanismos de fiscalização sobre a construção, o
§ 4º As organizações públicas e privadas, nacionais,
cultivo, a produção, a manipulação, o transporte, a
estrangeiras ou internacionais, financiadoras ou
transferência, a importação, a exportação, o
patrocinadoras de atividades ou de projetos referidos
armazenamento, a pesquisa, a comercialização, o
no caput deste artigo devem exigir a apresentação de
consumo, a liberação no meio ambiente e o descarte de
Certificado de Qualidade em Biossegurança, emitido
organismos geneticamente modificados – OGM e seus
pela CTNBio, sob pena de se tornarem co-responsáveis
derivados, tendo como diretrizes o estímulo ao avanço
pelos eventuais efeitos decorrentes do
científico na área de biossegurança e biotecnologia, a
descumprimento desta Lei ou de sua regulamentação.
proteção à vida e à saúde humana, animal e vegetal, e a
observância do princípio da precaução para a proteção Art. 3º Para os efeitos desta Lei, considera-se:
do meio ambiente.

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I – organismo: toda entidade biológica capaz de meio de processos biológicos e que não contenha OGM,
reproduzir ou transferir material genético, inclusive proteína heteróloga ou ADN recombinante.
vírus e outras classes que venham a ser conhecidas;
Art. 4º Esta Lei não se aplica quando a modificação
II – ácido desoxirribonucléico - ADN, ácido ribonucléico genética for obtida por meio das seguintes técnicas,
- ARN: material genético que contém informações desde que não impliquem a utilização de OGM como
determinantes dos caracteres hereditários receptor ou doador:
transmissíveis à descendência;
I – mutagênese;
III – moléculas de ADN/ARN recombinante: as moléculas
II – formação e utilização de células somáticas de
manipuladas fora das células vivas mediante a
hibridoma animal;
modificação de segmentos de ADN/ARN natural ou
sintético e que possam multiplicar-se em uma célula III – fusão celular, inclusive a de protoplasma, de células
viva, ou ainda as moléculas de ADN/ARN resultantes vegetais, que possa ser produzida mediante métodos
dessa multiplicação; consideram-se também os tradicionais de cultivo;
segmentos de ADN/ARN sintéticos equivalentes aos de
IV – autoclonagem de organismos não-patogênicos que
ADN/ARN natural;
se processe de maneira natural.
IV – engenharia genética: atividade de produção e
Art. 5º É permitida, para fins de pesquisa e terapia, a
manipulação de moléculas de ADN/ARN recombinante;
utilização de células-tronco embrionárias obtidas de
V – organismo geneticamente modificado - OGM: embriões humanos produzidos por fertilização in vitro e
organismo cujo material genético – ADN/ARN tenha não utilizados no respectivo procedimento, atendidas as
sido modificado por qualquer técnica de engenharia seguintes condições:
genética;
I – sejam embriões inviáveis; ou
VI – derivado de OGM: produto obtido de OGM e que
II – sejam embriões congelados há 3 (três) anos ou mais,
não possua capacidade autônoma de replicação ou que
na data da publicação desta Lei, ou que, já congelados
não contenha forma viável de OGM;
na data da publicação desta Lei, depois de completarem
VII – célula germinal humana: célula-mãe responsável 3 (três) anos, contados a partir da data de
pela formação de gametas presentes nas glândulas congelamento.
sexuais femininas e masculinas e suas descendentes
§ 1º Em qualquer caso, é necessário o consentimento
diretas em qualquer grau de ploidia;
dos genitores.
VIII – clonagem: processo de reprodução assexuada,
§ 2º Instituições de pesquisa e serviços de saúde que
produzida artificialmente, baseada em um único
realizem pesquisa ou terapia com células-tronco
patrimônio genético, com ou sem utilização de técnicas
embrionárias humanas deverão submeter seus projetos
de engenharia genética;
à apreciação e aprovação dos respectivos comitês de
IX – clonagem para fins reprodutivos: clonagem com a ética em pesquisa.
finalidade de obtenção de um indivíduo;
§ 3º É vedada a comercialização do material biológico a
X – clonagem terapêutica: clonagem com a finalidade de que se refere este artigo e sua prática implica o crime
produção de células-tronco embrionárias para tipificado no art. 15 da Lei nº 9.434, de 4 de fevereiro de
utilização terapêutica; 1997.
XI – células-tronco embrionárias: células de embrião Art. 6º Fica proibido:
que apresentam a capacidade de se transformar em
I – implementação de projeto relativo a OGM sem a
células de qualquer tecido de um organismo.
manutenção de registro de seu acompanhamento
§ 1º Não se inclui na categoria de OGM o resultante de individual;
técnicas que impliquem a introdução direta, num
II – engenharia genética em organismo vivo ou o manejo
organismo, de material hereditário, desde que não
in vitro de ADN/ARN natural ou recombinante, realizado
envolvam a utilização de moléculas de ADN/ARN
em desacordo com as normas previstas nesta Lei;
recombinante ou OGM, inclusive fecundação in vitro,
conjugação, transdução, transformação, indução III – engenharia genética em célula germinal humana,
poliplóide e qualquer outro processo natural. zigoto humano e embrião humano;
§ 2º Não se inclui na categoria de derivado de OGM a IV – clonagem humana;
substância pura, quimicamente definida, obtida por

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V – destruição ou descarte no meio ambiente de OGM e implementação da Política Nacional de Biossegurança –


seus derivados em desacordo com as normas PNB.
estabelecidas pela CTNBio, pelos órgãos e entidades de
§ 1º Compete ao CNBS:
registro e fiscalização, referidos no art. 16 desta Lei, e as
constantes desta Lei e de sua regulamentação; I – fixar princípios e diretrizes para a ação administrativa
dos órgãos e entidades federais com competências
VI – liberação no meio ambiente de OGM ou seus
sobre a matéria;
derivados, no âmbito de atividades de pesquisa, sem a
decisão técnica favorável da CTNBio e, nos casos de II – analisar, a pedido da CTNBio, quanto aos aspectos
liberação comercial, sem o parecer técnico favorável da da conveniência e oportunidade socioeconômicas e do
CTNBio, ou sem o licenciamento do órgão ou entidade interesse nacional, os pedidos de liberação para uso
ambiental responsável, quando a CTNBio considerar a comercial de OGM e seus derivados
atividade como potencialmente causadora de
III – avocar e decidir, em última e definitiva instância,
degradação ambiental, ou sem a aprovação do Conselho
com base em manifestação da CTNBio e, quando julgar
Nacional de Biossegurança – CNBS, quando o processo
necessário, dos órgãos e entidades referidos no art. 16
tenha sido por ele avocado, na forma desta Lei e de sua
desta Lei, no âmbito de suas competências, sobre os
regulamentação;
processos relativos a atividades que envolvam o uso
VII – a utilização, a comercialização, o registro, o comercial de OGM e seus derivados;
patenteamento e o licenciamento de tecnologias
IV – (VETADO)
genéticas de restrição do uso.
§ 2º (VETADO)
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, entende-se
por tecnologias genéticas de restrição do uso qualquer § 3º Sempre que o CNBS deliberar favoravelmente à
processo de intervenção humana para geração ou realização da atividade analisada, encaminhará sua
multiplicação de plantas geneticamente modificadas manifestação aos órgãos e entidades de registro e
para produzir estruturas reprodutivas estéreis, bem fiscalização referidos no art. 16 desta Lei.
como qualquer forma de manipulação genética que vise
§ 4º Sempre que o CNBS deliberar contrariamente à
à ativação ou desativação de genes relacionados à
atividade analisada, encaminhará sua manifestação à
fertilidade das plantas por indutores químicos externos.
CTNBio para informação ao requerente.
Art. 7º São obrigatórias:
Art. 9º O CNBS é composto pelos seguintes membros:
I – a investigação de acidentes ocorridos no curso de
I – Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência
pesquisas e projetos na área de engenharia genética e o
da República, que o presidirá;
envio de relatório respectivo à autoridade competente
no prazo máximo de 5 (cinco) dias a contar da data do II – Ministro de Estado da Ciência e Tecnologia;
evento;
III – Ministro de Estado do Desenvolvimento Agrário;
II – a notificação imediata à CTNBio e às autoridades da
IV – Ministro de Estado da Agricultura, Pecuária e
saúde pública, da defesa agropecuária e do meio
Abastecimento;
ambiente sobre acidente que possa provocar a
disseminação de OGM e seus derivados; V – Ministro de Estado da Justiça;
III – a adoção de meios necessários para plenamente VI – Ministro de Estado da Saúde;
informar à CTNBio, às autoridades da saúde pública, do VII – Ministro de Estado do Meio Ambiente;
meio ambiente, da defesa agropecuária, à coletividade
e aos demais empregados da instituição ou empresa VIII – Ministro de Estado do Desenvolvimento, Indústria
sobre os riscos a que possam estar submetidos, bem e Comércio Exterior;
como os procedimentos a serem tomados no caso de IX – Ministro de Estado das Relações Exteriores;
acidentes com OGM.
X – Ministro de Estado da Defesa;
CAPÍTULO II
XI – Secretário Especial de Aqüicultura e Pesca da
Do Conselho Nacional de Biossegurança – CNBS Presidência da República.
Art. 8º Fica criado o Conselho Nacional de § 1º O CNBS reunir-se-á sempre que convocado pelo
Biossegurança – CNBS, vinculado à Presidência da Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da
República, órgão de assessoramento superior do
Presidente da República para a formulação e

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República, ou mediante provocação da maioria de seus II – um representante de cada um dos seguintes órgãos,
membros. indicados pelos respectivos titulares:
§ 2º (VETADO) a) Ministério da Ciência e Tecnologia;
§ 3º Poderão ser convidados a participar das reuniões, b) Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento;
em caráter excepcional, representantes do setor
c) Ministério da Saúde;
público e de entidades da sociedade civil.
d) Ministério do Meio Ambiente;
§ 4º O CNBS contará com uma Secretaria-Executiva,
vinculada à Casa Civil da Presidência da República. e) Ministério do Desenvolvimento Agrário;
§ 5º A reunião do CNBS poderá ser instalada com a f) Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
presença de 6 (seis) de seus membros e as decisões Exterior;
serão tomadas com votos favoráveis da maioria
g) Ministério da Defesa;
absoluta.
h) Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da
CAPÍTULO III
Presidência da República;
Da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança –
i) Ministério das Relações Exteriores;
CTNBio
III – um especialista em defesa do consumidor, indicado
Art. 10. A CTNBio, integrante do Ministério da Ciência e
pelo Ministro da Justiça;
Tecnologia, é instância colegiada multidisciplinar de
caráter consultivo e deliberativo, para prestar apoio IV – um especialista na área de saúde, indicado pelo
técnico e de assessoramento ao Governo Federal na Ministro da Saúde;
formulação, atualização e implementação da PNB de
V – um especialista em meio ambiente, indicado pelo
OGM e seus derivados, bem como no estabelecimento
Ministro do Meio Ambiente;
de normas técnicas de segurança e de pareceres
técnicos referentes à autorização para atividades que VI – um especialista em biotecnologia, indicado pelo
envolvam pesquisa e uso comercial de OGM e seus Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento;
derivados, com base na avaliação de seu risco
VII – um especialista em agricultura familiar, indicado
zoofitossanitário, à saúde humana e ao meio ambiente.
pelo Ministro do Desenvolvimento Agrário;
Parágrafo único. A CTNBio deverá acompanhar o
VIII – um especialista em saúde do trabalhador, indicado
desenvolvimento e o progresso técnico e científico nas
pelo Ministro do Trabalho e Emprego.
áreas de biossegurança, biotecnologia, bioética e afins,
com o objetivo de aumentar sua capacitação para a § 1º Os especialistas de que trata o inciso I do caput
proteção da saúde humana, dos animais e das plantas e deste artigo serão escolhidos a partir de lista tríplice,
do meio ambiente. elaborada com a participação das sociedades científicas,
conforme disposto em regulamento.
Art. 11. A CTNBio, composta de membros titulares e
suplentes, designados pelo Ministro de Estado da § 2º Os especialistas de que tratam os incisos III a VIII do
Ciência e Tecnologia, será constituída por 27 (vinte e caput deste artigo serão escolhidos a partir de lista
sete) cidadãos brasileiros de reconhecida competência tríplice, elaborada pelas organizações da sociedade civil,
técnica, de notória atuação e saber científicos, com grau conforme disposto em regulamento.
acadêmico de doutor e com destacada atividade § 3º Cada membro efetivo terá um suplente, que
profissional nas áreas de biossegurança, biotecnologia, participará dos trabalhos na ausência do titular.
biologia, saúde humana e animal ou meio ambiente,
sendo: § 4º Os membros da CTNBio terão mandato de 2 (dois)
anos, renovável por até mais 2 (dois) períodos
I – 12 (doze) especialistas de notório saber científico e
consecutivos.
técnico, em efetivo exercício profissional, sendo:
§ 5º O presidente da CTNBio será designado, entre seus
a) 3 (três) da área de saúde humana;
membros, pelo Ministro da Ciência e Tecnologia para
b) 3 (três) da área animal; um mandato de 2 (dois) anos, renovável por igual
período.
c) 3 (três) da área vegetal;
§ 6º Os membros da CTNBio devem pautar a sua
d) 3 (três) da área de meio ambiente;
atuação pela observância estrita dos conceitos ético-

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profissionais, sendo vedado participar do julgamento de IV – proceder à análise da avaliação de risco, caso a caso,
questões com as quais tenham algum envolvimento de relativamente a atividades e projetos que envolvam
ordem profissional ou pessoal, sob pena de perda de OGM e seus derivados;
mandato, na forma do regulamento.
V – estabelecer os mecanismos de funcionamento das
§ 7º A reunião da CTNBio poderá ser instalada com a Comissões Internas de Biossegurança – CIBio, no âmbito
presença de 14 (catorze) de seus membros, incluído de cada instituição que se dedique ao ensino, à pesquisa
pelo menos um representante de cada uma das áreas científica, ao desenvolvimento tecnológico e à produção
referidas no inciso I do caput deste artigo. industrial que envolvam OGM ou seus derivados;
§ 8º (VETADO) VI – estabelecer requisitos relativos à biossegurança
para autorização de funcionamento de laboratório,
§ 8º-A As decisões da CTNBio serão tomadas com votos
instituição ou empresa que desenvolverá atividades
favoráveis da maioria absoluta de seus membros.
relacionadas a OGM e seus derivados;
(Incluído pela Lei nº 11.460, de 2007)
VII – relacionar-se com instituições voltadas para a
§ 9º Órgãos e entidades integrantes da administração
biossegurança de OGM e seus derivados, em âmbito
pública federal poderão solicitar participação nas
nacional e internacional;
reuniões da CTNBio para tratar de assuntos de seu
especial interesse, sem direito a voto. VIII – autorizar, cadastrar e acompanhar as atividades de
pesquisa com OGM ou derivado de OGM, nos termos da
§ 10. Poderão ser convidados a participar das reuniões,
legislação em vigor;
em caráter excepcional, representantes da comunidade
científica e do setor público e entidades da sociedade IX – autorizar a importação de OGM e seus derivados
civil, sem direito a voto. para atividade de pesquisa;
Art. 12. O funcionamento da CTNBio será definido pelo X – prestar apoio técnico consultivo e de
regulamento desta Lei. assessoramento ao CNBS na formulação da PNB de
OGM e seus derivados;
§ 1º A CTNBio contará com uma Secretaria-Executiva e
cabe ao Ministério da Ciência e Tecnologia prestar-lhe o XI – emitir Certificado de Qualidade em Biossegurança –
apoio técnico e administrativo. CQB para o desenvolvimento de atividades com OGM e
seus derivados em laboratório, instituição ou empresa e
§ 2º (VETADO )
enviar cópia do processo aos órgãos de registro e
Art. 13. A CTNBio constituirá subcomissões setoriais fiscalização referidos no art. 16 desta Lei;
permanentes na área de saúde humana, na área animal,
XII – emitir decisão técnica, caso a caso, sobre a
na área vegetal e na área ambiental, e poderá constituir
biossegurança de OGM e seus derivados no âmbito das
subcomissões extraordinárias, para análise prévia dos
atividades de pesquisa e de uso comercial de OGM e
temas a serem submetidos ao plenário da Comissão.
seus derivados, inclusive a classificação quanto ao grau
§ 1º Tanto os membros titulares quanto os suplentes de risco e nível de biossegurança exigido, bem como
participarão das subcomissões setoriais e caberá a medidas de segurança exigidas e restrições ao uso;
todos a distribuição dos processos para análise.
XIII – definir o nível de biossegurança a ser aplicado ao
§ 2º O funcionamento e a coordenação dos trabalhos OGM e seus usos, e os respectivos procedimentos e
nas subcomissões setoriais e extraordinárias serão medidas de segurança quanto ao seu uso, conforme as
definidos no regimento interno da CTNBio. normas estabelecidas na regulamentação desta Lei,
bem como quanto aos seus derivados;
Art. 14. Compete à CTNBio:
XIV – classificar os OGM segundo a classe de risco,
I – estabelecer normas para as pesquisas com OGM e
observados os critérios estabelecidos no regulamento
derivados de OGM;
desta Lei;
II – estabelecer normas relativamente às atividades e
XV – acompanhar o desenvolvimento e o progresso
aos projetos relacionados a OGM e seus derivados;
técnico-científico na biossegurança de OGM e seus
III – estabelecer, no âmbito de suas competências, derivados;
critérios de avaliação e monitoramento de risco de OGM
XVI – emitir resoluções, de natureza normativa, sobre as
e seus derivados;
matérias de sua competência;

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XVII – apoiar tecnicamente os órgãos competentes no § 4º A decisão técnica da CTNBio deverá conter resumo
processo de prevenção e investigação de acidentes e de de sua fundamentação técnica, explicitar as medidas de
enfermidades, verificados no curso dos projetos e das segurança e restrições ao uso do OGM e seus derivados
atividades com técnicas de ADN/ARN recombinante; e considerar as particularidades das diferentes regiões
do País, com o objetivo de orientar e subsidiar os órgãos
e entidades de registro e fiscalização, referidos no art.
XVIII – apoiar tecnicamente os órgãos e entidades de 16 desta Lei, no exercício de suas atribuições.
registro e fiscalização, referidos no art. 16 desta Lei, no
§ 5º Não se submeterá a análise e emissão de parecer
exercício de suas atividades relacionadas a OGM e seus
técnico da CTNBio o derivado cujo OGM já tenha sido
derivados;
por ela aprovado.
XIX – divulgar no Diário Oficial da União, previamente à
§ 6º As pessoas físicas ou jurídicas envolvidas em
análise, os extratos dos pleitos e, posteriormente, dos
qualquer das fases do processo de produção agrícola,
pareceres dos processos que lhe forem submetidos,
comercialização ou transporte de produto
bem como dar ampla publicidade no Sistema de
geneticamente modificado que tenham obtido a
Informações em Biossegurança – SIB a sua agenda,
liberação para uso comercial estão dispensadas de
processos em trâmite, relatórios anuais, atas das
apresentação do CQB e constituição de CIBio, salvo
reuniões e demais informações sobre suas atividades,
decisão em contrário da CTNBio.
excluídas as informações sigilosas, de interesse
comercial, apontadas pelo proponente e assim Art. 15. A CTNBio poderá realizar audiências públicas,
consideradas pela CTNBio; garantida participação da sociedade civil, na forma do
regulamento.
XX – identificar atividades e produtos decorrentes do
uso de OGM e seus derivados potencialmente Parágrafo único. Em casos de liberação comercial,
causadores de degradação do meio ambiente ou que audiência pública poderá ser requerida por partes
possam causar riscos à saúde humana; interessadas, incluindo-se entre estas organizações da
sociedade civil que comprovem interesse relacionado à
XXI – reavaliar suas decisões técnicas por solicitação de
matéria, na forma do regulamento.
seus membros ou por recurso dos órgãos e entidades de
registro e fiscalização, fundamentado em fatos ou CAPÍTULO IV
conhecimentos científicos novos, que sejam relevantes
Dos órgãos e entidades de registro e fiscalização
quanto à biossegurança do OGM ou derivado, na forma
desta Lei e seu regulamento; Art. 16. Caberá aos órgãos e entidades de registro e
fiscalização do Ministério da Saúde, do Ministério da
XXII – propor a realização de pesquisas e estudos
Agricultura, Pecuária e Abastecimento e do Ministério
científicos no campo da biossegurança de OGM e seus
do Meio Ambiente, e da Secretaria Especial de
derivados;
Aqüicultura e Pesca da Presidência da República entre
XXIII – apresentar proposta de regimento interno ao outras atribuições, no campo de suas competências,
Ministro da Ciência e Tecnologia. observadas a decisão técnica da CTNBio, as deliberações
do CNBS e os mecanismos estabelecidos nesta Lei e na
§ 1º Quanto aos aspectos de biossegurança do OGM e
sua regulamentação:
seus derivados, a decisão técnica da CTNBio vincula os
demais órgãos e entidades da administração. I – fiscalizar as atividades de pesquisa de OGM e seus
derivados;
§ 2º Nos casos de uso comercial, dentre outros aspectos
técnicos de sua análise, os órgãos de registro e II – registrar e fiscalizar a liberação comercial de OGM e
fiscalização, no exercício de suas atribuições em caso de seus derivados;
solicitação pela CTNBio, observarão, quanto aos
aspectos de biossegurança do OGM e seus derivados, a
decisão técnica da CTNBio. III – emitir autorização para a importação de OGM e
seus derivados para uso comercial;
§ 3º Em caso de decisão técnica favorável sobre a
biossegurança no âmbito da atividade de pesquisa, a IV – manter atualizado no SIB o cadastro das instituições
CTNBio remeterá o processo respectivo aos órgãos e e responsáveis técnicos que realizam atividades e
entidades referidos no art. 16 desta Lei, para o exercício projetos relacionados a OGM e seus derivados;
de suas atribuições.
V – tornar públicos, inclusive no SIB, os registros e
autorizações concedidas;

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VI – aplicar as penalidades de que trata esta Lei; § 6º As autorizações e registros de que trata este artigo
estarão vinculados à decisão técnica da CTNBio
VII – subsidiar a CTNBio na definição de quesitos de
correspondente, sendo vedadas exigências técnicas que
avaliação de biossegurança de OGM e seus derivados.
extrapolem as condições estabelecidas naquela decisão,
§ 1º Após manifestação favorável da CTNBio, ou do nos aspectos relacionados à biossegurança.
CNBS, em caso de avocação ou recurso, caberá, em
§ 7º Em caso de divergência quanto à decisão técnica da
decorrência de análise específica e decisão pertinente:
CTNBio sobre a liberação comercial de OGM e
I – ao Ministério da Agricultura, Pecuária e derivados, os órgãos e entidades de registro e
Abastecimento emitir as autorizações e registros e fiscalização, no âmbito de suas competências, poderão
fiscalizar produtos e atividades que utilizem OGM e seus apresentar recurso ao CNBS, no prazo de até 30 (trinta)
derivados destinados a uso animal, na agricultura, dias, a contar da data de publicação da decisão técnica
pecuária, agroindústria e áreas afins, de acordo com a da CTNBio.
legislação em vigor e segundo o regulamento desta Lei;
CAPÍTULO V
II – ao órgão competente do Ministério da Saúde emitir
Da Comissão Interna de Biossegurança – CIBio
as autorizações e registros e fiscalizar produtos e
atividades com OGM e seus derivados destinados a uso Art. 17. Toda instituição que utilizar técnicas e métodos
humano, farmacológico, domissanitário e áreas afins, de de engenharia genética ou realizar pesquisas com OGM
acordo com a legislação em vigor e segundo o e seus derivados deverá criar uma Comissão Interna de
regulamento desta Lei; Biossegurança - CIBio, além de indicar um técnico
principal responsável para cada projeto específico.
III – ao órgão competente do Ministério do Meio
Ambiente emitir as autorizações e registros e fiscalizar Art. 18. Compete à CIBio, no âmbito da instituição onde
produtos e atividades que envolvam OGM e seus constituída:
derivados a serem liberados nos ecossistemas naturais,
I – manter informados os trabalhadores e demais
de acordo com a legislação em vigor e segundo o
membros da coletividade, quando suscetíveis de serem
regulamento desta Lei, bem como o licenciamento, nos
afetados pela atividade, sobre as questões relacionadas
casos em que a CTNBio deliberar, na forma desta Lei,
com a saúde e a segurança, bem como sobre os
que o OGM é potencialmente causador de significativa
procedimentos em caso de acidentes;
degradação do meio ambiente;
II – estabelecer programas preventivos e de inspeção
IV – à Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da
para garantir o funcionamento das instalações sob sua
Presidência da República emitir as autorizações e
responsabilidade, dentro dos padrões e normas de
registros de produtos e atividades com OGM e seus
biossegurança, definidos pela CTNBio na
derivados destinados ao uso na pesca e aqüicultura, de
regulamentação desta Lei;
acordo com a legislação em vigor e segundo esta Lei e
seu regulamento. III – encaminhar à CTNBio os documentos cuja relação
será estabelecida na regulamentação desta Lei, para
§ 2º Somente se aplicam as disposições dos incisos I e II
efeito de análise, registro ou autorização do órgão
do art. 8º e do caput do art. 10 da Lei nº 6.938, de 31 de
competente, quando couber;
agosto de 1981, nos casos em que a CTNBio deliberar
que o OGM é potencialmente causador de significativa IV – manter registro do acompanhamento individual de
degradação do meio ambiente. cada atividade ou projeto em desenvolvimento que
envolvam OGM ou seus derivados;
§ 3º A CTNBio delibera, em última e definitiva instância,
sobre os casos em que a atividade é potencial ou V – notificar à CTNBio, aos órgãos e entidades de
efetivamente causadora de degradação ambiental, bem registro e fiscalização, referidos no art. 16 desta Lei, e às
como sobre a necessidade do licenciamento ambiental. entidades de trabalhadores o resultado de avaliações de
risco a que estão submetidas as pessoas expostas, bem
§ 4º A emissão dos registros, das autorizações e do
como qualquer acidente ou incidente que possa
licenciamento ambiental referidos nesta Lei deverá
provocar a disseminação de agente biológico;
ocorrer no prazo máximo de 120 (cento e vinte) dias.
VI – investigar a ocorrência de acidentes e as
§ 5º A contagem do prazo previsto no § 4º deste artigo
enfermidades possivelmente relacionados a OGM e
será suspensa, por até 180 (cento e oitenta) dias,
seus derivados e notificar suas conclusões e
durante a elaboração, pelo requerente, dos estudos ou
providências à CTNBio.
esclarecimentos necessários.
CAPÍTULO VI

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Do Sistema de Informações em Biossegurança – SIB XI – intervenção no estabelecimento;


Art. 19. Fica criado, no âmbito do Ministério da Ciência XII – proibição de contratar com a administração
e Tecnologia, o Sistema de Informações em pública, por período de até 5 (cinco) anos.
Biossegurança – SIB, destinado à gestão das
Art. 22. Compete aos órgãos e entidades de registro e
informações decorrentes das atividades de análise,
fiscalização, referidos no art. 16 desta Lei, definir
autorização, registro, monitoramento e
critérios, valores e aplicar multas de R$ 2.000,00 (dois
acompanhamento das atividades que envolvam OGM e
mil reais) a R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos
seus derivados.
mil reais), proporcionalmente à gravidade da infração.
§ 1º As disposições dos atos legais, regulamentares e
§ 1º As multas poderão ser aplicadas cumulativamente
administrativos que alterem, complementem ou
com as demais sanções previstas neste artigo.
produzam efeitos sobre a legislação de biossegurança
de OGM e seus derivados deverão ser divulgadas no SIB § 2º No caso de reincidência, a multa será aplicada em
concomitantemente com a entrada em vigor desses dobro.
atos.
§ 3º No caso de infração continuada, caracterizada pela
§ 2º Os órgãos e entidades de registro e fiscalização, permanência da ação ou omissão inicialmente punida,
referidos no art. 16 desta Lei, deverão alimentar o SIB será a respectiva penalidade aplicada diariamente até
com as informações relativas às atividades de que trata cessar sua causa, sem prejuízo da paralisação imediata
esta Lei, processadas no âmbito de sua competência. da atividade ou da interdição do laboratório ou da
instituição ou empresa responsável.
CAPÍTULO VII
Art. 23. As multas previstas nesta Lei serão aplicadas
Da Responsabilidade Civil e Administrativa
pelos órgãos e entidades de registro e fiscalização dos
Art. 20. Sem prejuízo da aplicação das penas previstas Ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,
nesta Lei, os responsáveis pelos danos ao meio da Saúde, do Meio Ambiente e da Secretaria Especial de
ambiente e a terceiros responderão, solidariamente, Aqüicultura e Pesca da Presidência da República,
por sua indenização ou reparação integral, referidos no art. 16 desta Lei, de acordo com suas
independentemente da existência de culpa. respectivas competências.
Art. 21. Considera-se infração administrativa toda ação § 1º Os recursos arrecadados com a aplicação de multas
ou omissão que viole as normas previstas nesta Lei e serão destinados aos órgãos e entidades de registro e
demais disposições legais pertinentes. fiscalização, referidos no art. 16 desta Lei, que aplicarem
a multa.
Parágrafo único. As infrações administrativas serão
punidas na forma estabelecida no regulamento desta § 2º Os órgãos e entidades fiscalizadores da
Lei, independentemente das medidas cautelares de administração pública federal poderão celebrar
apreensão de produtos, suspensão de venda de produto convênios com os Estados, Distrito Federal e
e embargos de atividades, com as seguintes sanções: Municípios, para a execução de serviços relacionados à
atividade de fiscalização prevista nesta Lei e poderão
I – advertência;
repassar-lhes parcela da receita obtida com a aplicação
II – multa; de multas.
III – apreensão de OGM e seus derivados; § 3º A autoridade fiscalizadora encaminhará cópia do
auto de infração à CTNBio.
IV – suspensão da venda de OGM e seus derivados;
§ 4º Quando a infração constituir crime ou
V – embargo da atividade;
contravenção, ou lesão à Fazenda Pública ou ao
VI – interdição parcial ou total do estabelecimento, consumidor, a autoridade fiscalizadora representará
atividade ou empreendimento; junto ao órgão competente para apuração das
responsabilidades administrativa e penal.
VII – suspensão de registro, licença ou autorização;
CAPÍTULO VIII
VIII – cancelamento de registro, licença ou autorização;
Dos Crimes e das Penas
IX – perda ou restrição de incentivo e benefício fiscal
concedidos pelo governo; Art. 24. Utilizar embrião humano em desacordo com o
que dispõe o art. 5º desta Lei:
X – perda ou suspensão da participação em linha de
financiamento em estabelecimento oficial de crédito; Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

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Art. 25. Praticar engenharia genética em célula germinal contrariarem o disposto nesta Lei, os atos normativos
humana, zigoto humano ou embrião humano: emitidos ao amparo da Lei nº 8.974, de 5 de janeiro de
1995.
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 33. As instituições que desenvolverem atividades
Art. 26. Realizar clonagem humana:
reguladas por esta Lei na data de sua publicação
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. deverão adequar-se as suas disposições no prazo de 120
(cento e vinte) dias, contado da publicação do decreto
Art. 27. Liberar ou descartar OGM no meio ambiente,
que a regulamentar.
em desacordo com as normas estabelecidas pela
CTNBio e pelos órgãos e entidades de registro e Art. 34. Ficam convalidados e tornam-se permanentes
fiscalização: os registros provisórios concedidos sob a égide da Lei nº
10.814, de 15 de dezembro de 2003.
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 35. Ficam autorizadas a produção e a
§ 1º (VETADO)
comercialização de sementes de cultivares de soja
§ 2º Agrava-se a pena: geneticamente modificadas tolerantes a glifosato
registradas no Registro Nacional de Cultivares - RNC do
I – de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço), se resultar dano
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
à propriedade alheia;
Art. 36. Fica autorizado o plantio de grãos de soja
II – de 1/3 (um terço) até a metade, se resultar dano ao
geneticamente modificada tolerante a glifosato,
meio ambiente;
reservados pelos produtores rurais para uso próprio, na
III – da metade até 2/3 (dois terços), se resultar lesão safra 2004/2005, sendo vedada a comercialização da
corporal de natureza grave em outrem; produção como semente. (Vide Decreto nº 5.534, de
2005)
IV – de 2/3 (dois terços) até o dobro, se resultar a morte
de outrem. Parágrafo único. O Poder Executivo poderá prorrogar a
autorização de que trata o caput deste artigo.
Art. 28. Utilizar, comercializar, registrar, patentear e
licenciar tecnologias genéticas de restrição do uso: Art. 37. A descrição do Código 20 do Anexo VIII da Lei nº
6.938, de 31 de agosto de 1981, acrescido pela Lei nº
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
10.165, de 27 de dezembro de 2000, passa a vigorar com
Art. 29. Produzir, armazenar, transportar, comercializar, a seguinte redação:
importar ou exportar OGM ou seus derivados, sem
autorização ou em desacordo com as normas Código Categoria Descrição Pp/gu
estabelecidas pela CTNBio e pelos órgãos e entidades de
registro e fiscalização: Silvicultura;
Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa. exploração
econômica da
CAPÍTULO IX madeira ou lenha e
Disposições Finais e Transitórias subprodutos
florestais;
Art. 30. Os OGM que tenham obtido decisão técnica da importação ou
CTNBio favorável a sua liberação comercial até a exportação da fauna
entrada em vigor desta Lei poderão ser registrados e e flora nativas
comercializados, salvo manifestação contrária do CNBS, Uso de brasileiras; atividade
no prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da data da 20 Recursos de criação e Médio
publicação desta Lei. Naturais exploração
Art. 31. A CTNBio e os órgãos e entidades de registro e econômica de fauna
fiscalização, referidos no art. 16 desta Lei, deverão rever exótica e de fauna
suas deliberações de caráter normativo, no prazo de silvestre; utilização
120 (cento e vinte) dias, a fim de promover sua do patrimônio
adequação às disposições desta Lei. genético natural;
exploração de
Art. 32. Permanecem em vigor os Certificados de recursos aquáticos
Qualidade em Biossegurança, comunicados e decisões vivos; introdução de
técnicas já emitidos pela CTNBio, bem como, no que não espécies exóticas,

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exceto para Roberto Rodrigues


melhoramento
Humberto Sérgio Costa Lima
genético vegetal e
uso na agricultura; Luiz Fernando Furlan
introdução de
Patrus Ananias
espécies
geneticamente Eduardo Campos
modificadas Marina Silva
previamente
identificadas pela Miguel Soldatelli Rossetto
CTNBio como José Dirceu de Oliveira e Silva
potencialmente
causadoras de Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de
significativa 28.3.2005.
degradação do meio
ambiente; uso da LEI Nº 11.340/2006
diversidade biológica
pela biotecnologia Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e
em atividades familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226
previamente da Constituição Federal, da Convenção sobre a
identificadas pela Eliminação de Todas as Formas de Discriminação
CTNBio como contra as Mulheres e da Convenção Interamericana
potencialmente para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a
causadoras de Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de
significativa Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera
degradação do meio o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de
ambiente. Execução Penal; e dá outras providências.

Art. 38. (VETADO) O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o


Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
Art. 39. Não se aplica aos OGM e seus derivados o Lei:
disposto na Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989, e suas
alterações, exceto para os casos em que eles sejam TÍTULO I
desenvolvidos para servir de matéria-prima para a Disposições Preliminares
produção de agrotóxicos.
Art. 1º Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a
Art. 40. Os alimentos e ingredientes alimentares violência doméstica e familiar contra a mulher, nos
destinados ao consumo humano ou animal que termos do § 8º do art. 226 da Constituição Federal, da
contenham ou sejam produzidos a partir de OGM ou Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de
derivados deverão conter informação nesse sentido em Violência contra a Mulher, da Convenção
seus rótulos, conforme regulamento. Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a
Art. 41. Esta Lei entra em vigor na data de sua Violência contra a Mulher e de outros tratados
publicação. internacionais ratificados pela República Federativa do
Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência
Art. 42. Revogam-se a Lei nº 8.974, de 5 de janeiro de Doméstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece
1995, a Medida Provisória nº 2.191-9, de 23 de agosto medidas de assistência e proteção às mulheres em
de 2001, e os arts. 5º , 6º , 7º , 8º , 9º , 10 e 16 da Lei nº situação de violência doméstica e familiar.
10.814, de 15 de dezembro de 2003.
Art. 2º Toda mulher, independentemente de classe,
Brasília, 24 de março de 2005; 184º da Independência e raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível
117º da República. educacional, idade e religião, goza dos direitos
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe
asseguradas as oportunidades e facilidades para viver
Márcio Thomaz Bastos sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu
Celso Luiz Nunes Amorim aperfeiçoamento moral, intelectual e social.

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Art. 3º Serão asseguradas às mulheres as condições Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar
para o exercício efetivo dos direitos à vida, à segurança, contra a mulher, entre outras:
à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à
I - a violência física, entendida como qualquer conduta
moradia, ao acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, ao
que ofenda sua integridade ou saúde corporal;
trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao
respeito e à convivência familiar e comunitária. II - a violência psicológica, entendida como qualquer
conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da
§ 1º O poder público desenvolverá políticas que visem
auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno
garantir os direitos humanos das mulheres no âmbito
desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar
das relações domésticas e familiares no sentido de
suas ações, comportamentos, crenças e decisões,
resguardá-las de toda forma de negligência,
mediante ameaça, constrangimento, humilhação,
discriminação, exploração, violência, crueldade e
manipulação, isolamento, vigilância constante,
opressão.
perseguição contumaz, insulto, chantagem,
§ 2º Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e
as condições necessárias para o efetivo exercício dos vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à
direitos enunciados no caput. saúde psicológica e à autodeterminação;
Art. 4º Na interpretação desta Lei, serão considerados III - a violência sexual, entendida como qualquer
os fins sociais a que ela se destina e, especialmente, as conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a
condições peculiares das mulheres em situação de participar de relação sexual não desejada, mediante
violência doméstica e familiar. intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a
induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo,
TÍTULO II
a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer
Da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à
gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação,
CAPÍTULO I
chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou
Disposições Gerais anule o exercício de seus direitos sexuais e
reprodutivos;
Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência
doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer
omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, conduta que configure retenção, subtração, destruição
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou parcial ou total de seus objetos, instrumentos de
patrimonial: (Vide Lei complementar nº 150, de 2015) trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos
ou recursos econômicos, incluindo os destinados a
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida
satisfazer suas necessidades;
como o espaço de convívio permanente de pessoas,
com ou sem vínculo familiar, inclusive as V - a violência moral, entendida como qualquer conduta
esporadicamente agregadas; que configure calúnia, difamação ou injúria.
II - no âmbito da família, compreendida como a TÍTULO III
comunidade formada por indivíduos que são ou se
Da Assistência à Mulher em Situação de Violência
consideram aparentados, unidos por laços naturais, por
Doméstica e Familiar
afinidade ou por vontade expressa;
CAPÍTULO I
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o
agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, Das Medidas Integradas de Prevenção
independentemente de coabitação.
Art. 8º A política pública que visa coibir a violência
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste doméstica e familiar contra a mulher far-se-á por meio
artigo independem de orientação sexual. de um conjunto articulado de ações da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e de ações
Art. 6º A violência doméstica e familiar contra a mulher
não-governamentais, tendo por diretrizes:
constitui uma das formas de violação dos direitos
humanos. I - a integração operacional do Poder Judiciário, do
Ministério Público e da Defensoria Pública com as áreas
CAPÍTULO II
de segurança pública, assistência social, saúde,
Das Formas de Violência Doméstica e Familiar Contra educação, trabalho e habitação;
a Mulher

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II - a promoção de estudos e pesquisas, estatísticas e outras normas e políticas públicas de proteção, e


outras informações relevantes, com a perspectiva de emergencialmente quando for o caso.
gênero e de raça ou etnia, concernentes às causas, às
§ 1º O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da
conseqüências e à freqüência da violência doméstica e
mulher em situação de violência doméstica e familiar no
familiar contra a mulher, para a sistematização de
cadastro de programas assistenciais do governo federal,
dados, a serem unificados nacionalmente, e a avaliação
estadual e municipal.
periódica dos resultados das medidas adotadas;
§ 2º O juiz assegurará à mulher em situação de violência
III - o respeito, nos meios de comunicação social, dos
doméstica e familiar, para preservar sua integridade
valores éticos e sociais da pessoa e da família, de forma
física e psicológica:
a coibir os papéis estereotipados que legitimem ou
exacerbem a violência doméstica e familiar, de acordo I - acesso prioritário à remoção quando servidora
com o estabelecido no inciso III do art. 1º, no inciso IV pública, integrante da administração direta ou indireta;
do art. 3º e no inciso IV do art. 221 da Constituição
II - manutenção do vínculo trabalhista, quando
Federal;
necessário o afastamento do local de trabalho, por até
IV - a implementação de atendimento policial seis meses.
especializado para as mulheres, em particular nas
§ 3º A assistência à mulher em situação de violência
Delegacias de Atendimento à Mulher;
doméstica e familiar compreenderá o acesso aos
V - a promoção e a realização de campanhas educativas benefícios decorrentes do desenvolvimento científico e
de prevenção da violência doméstica e familiar contra a tecnológico, incluindo os serviços de contracepção de
mulher, voltadas ao público escolar e à sociedade em emergência, a profilaxia das Doenças Sexualmente
geral, e a difusão desta Lei e dos instrumentos de Transmissíveis (DST) e da Síndrome da Imunodeficiência
proteção aos direitos humanos das mulheres; Adquirida (AIDS) e outros procedimentos médicos
necessários e cabíveis nos casos de violência sexual.
VI - a celebração de convênios, protocolos, ajustes,
termos ou outros instrumentos de promoção de CAPÍTULO III
parceria entre órgãos governamentais ou entre estes e
Do Atendimento Pela Autoridade Policial
entidades não-governamentais, tendo por objetivo a
implementação de programas de erradicação da Art. 10. Na hipótese da iminência ou da prática de
violência doméstica e familiar contra a mulher; violência doméstica e familiar contra a mulher, a
autoridade policial que tomar conhecimento da
VII - a capacitação permanente das Polícias Civil e
ocorrência adotará, de imediato, as providências legais
Militar, da Guarda Municipal, do Corpo de Bombeiros e
cabíveis.
dos profissionais pertencentes aos órgãos e às áreas
enunciados no inciso I quanto às questões de gênero e Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput deste
de raça ou etnia; artigo ao descumprimento de medida protetiva de
urgência deferida.
VIII - a promoção de programas educacionais que
disseminem valores éticos de irrestrito respeito à Art. 10-A. É direito da mulher em situação de violência
dignidade da pessoa humana com a perspectiva de doméstica e familiar o atendimento policial e pericial
gênero e de raça ou etnia; especializado, ininterrupto e prestado por servidores -
preferencialmente do sexo feminino - previamente
IX - o destaque, nos currículos escolares de todos os
capacitados. (Incluíd pela Lei nº 13.505, de 2017)
níveis de ensino, para os conteúdos relativos aos
direitos humanos, à eqüidade de gênero e de raça ou § 1º A inquirição de mulher em situação de violência
etnia e ao problema da violência doméstica e familiar doméstica e familiar ou de testemunha de violência
contra a mulher. doméstica, quando se tratar de crime contra a mulher,
obedecerá às seguintes diretrizes: (Incluído pela Lei nº
CAPÍTULO II
13.505, de 2017)
Da Assistência à Mulher em Situação de Violência
I - salvaguarda da integridade física, psíquica e
Doméstica e Familiar
emocional da depoente, considerada a sua condição
Art. 9º A assistência à mulher em situação de violência peculiar de pessoa em situação de violência doméstica
doméstica e familiar será prestada de forma articulada e familiar; (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
e conforme os princípios e as diretrizes previstos na Lei
II - garantia de que, em nenhuma hipótese, a mulher em
Orgânica da Assistência Social, no Sistema Único de
situação de violência doméstica e familiar, familiares e
Saúde, no Sistema Único de Segurança Pública, entre

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testemunhas terão contato direto com investigados ou I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e
suspeitos e pessoas a eles relacionadas; (Incluído pela tomar a representação a termo, se apresentada;
Lei nº 13.505, de 2017)
II - colher todas as provas que servirem para o
III - não revitimização da depoente, evitando sucessivas esclarecimento do fato e de suas circunstâncias;
inquirições sobre o mesmo fato nos âmbitos criminal,
III - remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas,
cível e administrativo, bem como questionamentos
expediente apartado ao juiz com o pedido da ofendida,
sobre a vida privada. (Incluído pela Lei nº 13.505, de
para a concessão de medidas protetivas de urgência;
2017)
IV - determinar que se proceda ao exame de corpo de
§ 2º Na inquirição de mulher em situação de violência
delito da ofendida e requisitar outros exames periciais
doméstica e familiar ou de testemunha de delitos de
necessários;
que trata esta Lei, adotar-se-á, preferencialmente, o
seguinte procedimento: (Incluído pela Lei nº 13.505, de V - ouvir o agressor e as testemunhas;
2017)
VI - ordenar a identificação do agressor e fazer juntar
I - a inquirição será feita em recinto especialmente aos autos sua folha de antecedentes criminais,
projetado para esse fim, o qual conterá os indicando a existência de mandado de prisão ou registro
equipamentos próprios e adequados à idade da mulher de outras ocorrências policiais contra ele;
em situação de violência doméstica e familiar ou
VII - remeter, no prazo legal, os autos do inquérito
testemunha e ao tipo e à gravidade da violência sofrida;
policial ao juiz e ao Ministério Público.
(Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
§ 1º O pedido da ofendida será tomado a termo pela
II - quando for o caso, a inquirição será intermediada por
autoridade policial e deverá conter:
profissional especializado em violência doméstica e
familiar designado pela autoridade judiciária ou policial; I - qualificação da ofendida e do agressor;
(Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
II - nome e idade dos dependentes;
III - o depoimento será registrado em meio eletrônico ou
III - descrição sucinta do fato e das medidas protetivas
magnético, devendo a degravação e a mídia integrar o
solicitadas pela ofendida.
inquérito. (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
§ 2º A autoridade policial deverá anexar ao documento
Art. 11. No atendimento à mulher em situação de
referido no § 1º o boletim de ocorrência e cópia de
violência doméstica e familiar, a autoridade policial
todos os documentos disponíveis em posse da ofendida.
deverá, entre outras providências:
§ 3º Serão admitidos como meios de prova os laudos ou
I - garantir proteção policial, quando necessário,
prontuários médicos fornecidos por hospitais e postos
comunicando de imediato ao Ministério Público e ao
de saúde.
Poder Judiciário;
Art. 12-A. Os Estados e o Distrito Federal, na formulação
II - encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde
de suas políticas e planos de atendimento à mulher em
e ao Instituto Médico Legal;
situação de violência doméstica e familiar, darão
III - fornecer transporte para a ofendida e seus prioridade, no âmbito da Polícia Civil, à criação de
dependentes para abrigo ou local seguro, quando Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher
houver risco de vida; (Deams), de Núcleos Investigativos de Feminicídio e de
equipes especializadas para o atendimento e a
IV - se necessário, acompanhar a ofendida para
investigação das violências graves contra a mulher.
assegurar a retirada de seus pertences do local da
ocorrência ou do domicílio familiar; Art. 12-B. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.505, de
2017)
V - informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta
Lei e os serviços disponíveis. § 1º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e § 2º (VETADO. (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
familiar contra a mulher, feito o registro da ocorrência,
§ 3º A autoridade policial poderá requisitar os serviços
deverá a autoridade policial adotar, de imediato, os
públicos necessários à defesa da mulher em situação de
seguintes procedimentos, sem prejuízo daqueles
violência doméstica e familiar e de seus dependentes.
previstos no Código de Processo Penal
(Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)

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Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou I - do seu domicílio ou de sua residência;
iminente à vida ou à integridade física da mulher em
II - do lugar do fato em que se baseou a demanda;
situação de violência doméstica e familiar, ou de seus
dependentes, o agressor será imediatamente afastado III - do domicílio do agressor.
do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida:
Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à
(Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
representação da ofendida de que trata esta Lei, só será
I - pela autoridade judicial; (Incluído pela Lei nº 13.827, admitida a renúncia à representação perante o juiz, em
de 2019) audiência especialmente designada com tal finalidade,
antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério
II - pelo delegado de polícia, quando o Município não for
Público.
sede de comarca; ou (Incluído pela Lei nº 13.827, de
2019) Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência
doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta
III - pelo policial, quando o Município não for sede de
básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a
comarca e não houver delegado disponível no momento
substituição de pena que implique o pagamento isolado
da denúncia. (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
de multa.
§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput deste
CAPÍTULO II
artigo, o juiz será comunicado no prazo máximo de 24
(vinte e quatro) horas e decidirá, em igual prazo, sobre Das Medidas Protetivas de Urgência
a manutenção ou a revogação da medida aplicada,
Seção I
devendo dar ciência ao Ministério Público
concomitantemente. (Incluído pela Lei nº 13.827, de Disposições Gerais
2019)
Art. 18. Recebido o expediente com o pedido da
§ 2º Nos casos de risco à integridade física da ofendida ofendida, caberá ao juiz, no prazo de 48 (quarenta e
ou à efetividade da medida protetiva de urgência, não oito) horas:
será concedida liberdade provisória ao preso. (Incluído
I - conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre
pela Lei nº 13.827, de 2019)
as medidas protetivas de urgência;
TÍTULO IV
II - determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão
Dos Procedimentos de assistência judiciária, quando for o caso;
CAPÍTULO I III - comunicar ao Ministério Público para que adote as
providências cabíveis.
Disposições Gerais
Art. 19. As medidas protetivas de urgência poderão ser
Art. 13. Ao processo, ao julgamento e à execução das
concedidas pelo juiz, a requerimento do Ministério
causas cíveis e criminais decorrentes da prática de
Público ou a pedido da ofendida.
violência doméstica e familiar contra a mulher aplicar-
se-ão as normas dos Códigos de Processo Penal e § 1º As medidas protetivas de urgência poderão ser
Processo Civil e da legislação específica relativa à concedidas de imediato, independentemente de
criança, ao adolescente e ao idoso que não conflitarem audiência das partes e de manifestação do Ministério
com o estabelecido nesta Lei. Público, devendo este ser prontamente comunicado.
Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar § 2º As medidas protetivas de urgência serão aplicadas
contra a Mulher, órgãos da Justiça Ordinária com isolada ou cumulativamente, e poderão ser substituídas
competência cível e criminal, poderão ser criados pela a qualquer tempo por outras de maior eficácia, sempre
União, no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos que os direitos reconhecidos nesta Lei forem
Estados, para o processo, o julgamento e a execução das ameaçados ou violados.
causas decorrentes da prática de violência doméstica e
§ 3º Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público
familiar contra a mulher.
ou a pedido da ofendida, conceder novas medidas
Parágrafo único. Os atos processuais poderão realizar- protetivas de urgência ou rever aquelas já concedidas,
se em horário noturno, conforme dispuserem as normas se entender necessário à proteção da ofendida, de seus
de organização judiciária. familiares e de seu patrimônio, ouvido o Ministério
Público.
Art. 15. É competente, por opção da ofendida, para os
processos cíveis regidos por esta Lei, o Juizado:

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Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou da § 2º Na hipótese de aplicação do inciso I, encontrando-
instrução criminal, caberá a prisão preventiva do se o agressor nas condições mencionadas no caput e
agressor, decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento incisos do art. 6º da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro
do Ministério Público ou mediante representação da de 2003, o juiz comunicará ao respectivo órgão,
autoridade policial. corporação ou instituição as medidas protetivas de
urgência concedidas e determinará a restrição do porte
Parágrafo único. O juiz poderá revogar a prisão
de armas, ficando o superior imediato do agressor
preventiva se, no curso do processo, verificar a falta de
responsável pelo cumprimento da determinação
motivo para que subsista, bem como de novo decretá-
judicial, sob pena de incorrer nos crimes de
la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
prevaricação ou de desobediência, conforme o caso.
Art. 21. A ofendida deverá ser notificada dos atos
§ 3º Para garantir a efetividade das medidas protetivas
processuais relativos ao agressor, especialmente dos
de urgência, poderá o juiz requisitar, a qualquer
pertinentes ao ingresso e à saída da prisão, sem prejuízo
momento, auxílio da força policial.
da intimação do advogado constituído ou do defensor
público. § 4º Aplica-se às hipóteses previstas neste artigo, no
que couber, o disposto no caput e nos §§ 5º e 6º do art.
Parágrafo único. A ofendida não poderá entregar
461 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de
intimação ou notificação ao agressor.
Processo Civil).
Seção II
Seção III
Das Medidas Protetivas de Urgência que Obrigam o
Das Medidas Protetivas de Urgência à Ofendida
Agressor
Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo
Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e
de outras medidas:
familiar contra a mulher, nos termos desta Lei, o juiz
poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a
ou separadamente, as seguintes medidas protetivas de programa oficial ou comunitário de proteção ou de
urgência, entre outras: atendimento;
I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, II - determinar a recondução da ofendida e a de seus
com comunicação ao órgão competente, nos termos da dependentes ao respectivo domicílio, após afastamento
Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003; do agressor;
II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência III - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem
com a ofendida; prejuízo dos direitos relativos a bens, guarda dos filhos
e alimentos;
III - proibição de determinadas condutas, entre as quais:
IV - determinar a separação de corpos.
a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das
testemunhas, fixando o limite mínimo de distância entre Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da
estes e o agressor; sociedade conjugal ou daqueles de propriedade
particular da mulher, o juiz poderá determinar,
b) contato com a ofendida, seus familiares e
liminarmente, as seguintes medidas, entre outras:
testemunhas por qualquer meio de comunicação;
I - restituição de bens indevidamente subtraídos pelo
c) frequentação de determinados lugares a fim de
agressor à ofendida;
preservar a integridade física e psicológica da ofendida;
II - proibição temporária para a celebração de atos e
IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes
contratos de compra, venda e locação de propriedade
menores, ouvida a equipe de atendimento
em comum, salvo expressa autorização judicial;
multidisciplinar ou serviço similar;
III - suspensão das procurações conferidas pela ofendida
V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios.
ao agressor;
§ 1º As medidas referidas neste artigo não impedem a
IV - prestação de caução provisória, mediante depósito
aplicação de outras previstas na legislação em vigor,
judicial, por perdas e danos materiais decorrentes da
sempre que a segurança da ofendida ou as
prática de violência doméstica e familiar contra a
circunstâncias o exigirem, devendo a providência ser
ofendida.
comunicada ao Ministério Público.

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Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao cartório deverá estar acompanhada de advogado, ressalvado o
competente para os fins previstos nos incisos II e III previsto no art. 19 desta Lei.
deste artigo.
Art. 28. É garantido a toda mulher em situação de
Seção IV violência doméstica e familiar o acesso aos serviços de
Defensoria Pública ou de Assistência Judiciária Gratuita,
(Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)
nos termos da lei, em sede policial e judicial, mediante
Do Crime de Descumprimento de Medidas Protetivas atendimento específico e humanizado.
de Urgência
TÍTULO V
Descumprimento de Medidas Protetivas de Urgência
Da Equipe de Atendimento Multidisciplinar
Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere
Art. 29. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar
medidas protetivas de urgência previstas nesta Lei:
contra a Mulher que vierem a ser criados poderão
(Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)
contar com uma equipe de atendimento
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos. multidisciplinar, a ser integrada por profissionais
(Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018) especializados nas áreas psicossocial, jurídica e de
saúde.
§ 1º A configuração do crime independe da
competência civil ou criminal do juiz que deferiu as Art. 30. Compete à equipe de atendimento
medidas. (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018) multidisciplinar, entre outras atribuições que lhe forem
reservadas pela legislação local, fornecer subsídios por
§ 2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a
escrito ao juiz, ao Ministério Público e à Defensoria
autoridade judicial poderá conceder fiança.
Pública, mediante laudos ou verbalmente em audiência,
(Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)
e desenvolver trabalhos de orientação,
§ 3º O disposto neste artigo não exclui a aplicação de encaminhamento, prevenção e outras medidas,
outras sanções cabíveis. (Incluído pela Lei nº voltados para a ofendida, o agressor e os familiares, com
13.641, de 2018) especial atenção às crianças e aos adolescentes.
CAPÍTULO III Art. 31. Quando a complexidade do caso exigir
avaliação mais aprofundada, o juiz poderá determinar a
Da Atuação do Ministério Público
manifestação de profissional especializado, mediante a
Art. 25. O Ministério Público intervirá, quando não for indicação da equipe de atendimento multidisciplinar.
parte, nas causas cíveis e criminais decorrentes da
Art. 32. O Poder Judiciário, na elaboração de sua
violência doméstica e familiar contra a mulher.
proposta orçamentária, poderá prever recursos para a
Art. 26. Caberá ao Ministério Público, sem prejuízo de criação e manutenção da equipe de atendimento
outras atribuições, nos casos de violência doméstica e multidisciplinar, nos termos da Lei de Diretrizes
familiar contra a mulher, quando necessário: Orçamentárias.
I - requisitar força policial e serviços públicos de saúde, TÍTULO VI
de educação, de assistência social e de segurança, entre
Disposições Transitórias
outros;
Art. 33. Enquanto não estruturados os Juizados de
II - fiscalizar os estabelecimentos públicos e particulares
Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, as varas
de atendimento à mulher em situação de violência
criminais acumularão as competências cível e criminal
doméstica e familiar, e adotar, de imediato, as medidas
para conhecer e julgar as causas decorrentes da prática
administrativas ou judiciais cabíveis no tocante a
de violência doméstica e familiar contra a mulher,
quaisquer irregularidades constatadas;
observadas as previsões do Título IV desta Lei,
III - cadastrar os casos de violência doméstica e familiar subsidiada pela legislação processual pertinente.
contra a mulher.
Parágrafo único. Será garantido o direito de
CAPÍTULO IV preferência, nas varas criminais, para o processo e o
julgamento das causas referidas no caput.
Da Assistência Judiciária
TÍTULO VII
Art. 27. Em todos os atos processuais, cíveis e criminais,
a mulher em situação de violência doméstica e familiar Disposições Finais

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Art. 34. A instituição dos Juizados de Violência Parágrafo único. As medidas protetivas de urgência
Doméstica e Familiar contra a Mulher poderá ser serão registradas em banco de dados mantido e
acompanhada pela implantação das curadorias regulamentado pelo Conselho Nacional de Justiça,
necessárias e do serviço de assistência judiciária. garantido o acesso do Ministério Público, da Defensoria
Pública e dos órgãos de segurança pública e de
Art. 35. A União, o Distrito Federal, os Estados e os
assistência social, com vistas à fiscalização e à
Municípios poderão criar e promover, no limite das
efetividade das medidas protetivas. (Incluído pela Lei nº
respectivas competências:
13.827, de 2019)
I - centros de atendimento integral e multidisciplinar
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
para mulheres e respectivos dependentes em situação
Municípios, no limite de suas competências e nos
de violência doméstica e familiar;
termos das respectivas leis de diretrizes orçamentárias,
II - casas-abrigos para mulheres e respectivos poderão estabelecer dotações orçamentárias
dependentes menores em situação de violência específicas, em cada exercício financeiro, para a
doméstica e familiar; implementação das medidas estabelecidas nesta Lei.
III - delegacias, núcleos de defensoria pública, serviços Art. 40. As obrigações previstas nesta Lei não excluem
de saúde e centros de perícia médico-legal outras decorrentes dos princípios por ela adotados.
especializados no atendimento à mulher em situação de
Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica
violência doméstica e familiar;
e familiar contra a mulher, independentemente da pena
IV - programas e campanhas de enfrentamento da prevista, não se aplica a Lei nº 9.099, de 26 de setembro
violência doméstica e familiar; de 1995.
V - centros de educação e de reabilitação para os Art. 42. O art. 313 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de
agressores. outubro de 1941 (Código de Processo Penal), passa a
vigorar acrescido do seguinte inciso IV:
Art. 36. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios promoverão a adaptação de seus órgãos e “Art. 313.
de seus programas às diretrizes e aos princípios desta
IV - se o crime envolver violência doméstica e familiar
Lei.
contra a mulher, nos termos da lei específica, para
Art. 37. A defesa dos interesses e direitos garantir a execução das medidas protetivas de
transindividuais previstos nesta Lei poderá ser exercida, urgência.” (NR)
concorrentemente, pelo Ministério Público e por
Art. 43. A alínea f do inciso II do art. 61 do Decreto-Lei
associação de atuação na área, regularmente
nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal),
constituída há pelo menos um ano, nos termos da
passa a vigorar com a seguinte redação:
legislação civil.
“Art. 61.
Parágrafo único. O requisito da pré-constituição poderá
ser dispensado pelo juiz quando entender que não há II - .
outra entidade com representatividade adequada para
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de
o ajuizamento da demanda coletiva.
relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade,
Art. 38. As estatísticas sobre a violência doméstica e ou com violência contra a mulher na forma da lei
familiar contra a mulher serão incluídas nas bases de específica;” (NR)
dados dos órgãos oficiais do Sistema de Justiça e
Art. 44. O art. 129 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
Segurança a fim de subsidiar o sistema nacional de
dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com
dados e informações relativo às mulheres.
as seguintes alterações:
Parágrafo único. As Secretarias de Segurança Pública
“Art. 129.
dos Estados e do Distrito Federal poderão remeter suas
informações criminais para a base de dados do § 9º Se a lesão for praticada contra ascendente,
Ministério da Justiça. descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com
quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda,
Art. 38-A. O juiz competente providenciará o registro da
prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de
medida protetiva de urgência. (Incluído pela Lei nº
coabitação ou de hospitalidade:
13.827, de 2019)
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.

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§ 11. Na hipótese do § 9º deste artigo, a pena será Nações Unidas, sobre Substâncias Psicotrópicas, de
aumentada de um terço se o crime for cometido contra 1971, a respeito de plantas de uso estritamente
pessoa portadora de deficiência.” (NR) ritualístico-religioso.
Art. 45. O art. 152 da Lei nº 7.210, de 11 de julho de Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a
1984 (Lei de Execução Penal), passa a vigorar com a cultura e a colheita dos vegetais referidos no caput
seguinte redação: deste artigo, exclusivamente para fins medicinais ou
científicos, em local e prazo predeterminados, mediante
“Art. 152.
fiscalização, respeitadas as ressalvas
Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica supramencionadas.
contra a mulher, o juiz poderá determinar o
TÍTULO II
comparecimento obrigatório do agressor a programas
de recuperação e reeducação.” (NR) Do Sistema Nacional de Políticas Públicas Sobre
Drogas
Art. 46. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco)
dias após sua publicação. Art. 3º O Sisnad tem a finalidade de articular, integrar,
organizar e coordenar as atividades relacionadas com:
Brasília, 7 de agosto de 2006; 185º da Independência
e 118º da República. I - a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção
social de usuários e dependentes de drogas;
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
II - a repressão da produção não autorizada e do tráfico
Dilma Rousseff
ilícito de drogas.

LEI Nº 11.343/2006 CAPÍTULO I


Dos Princípios e dos Objetivos do Sistema Nacional de
Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Políticas Públicas Sobre Drogas
Drogas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do
Art. 4º São princípios do Sisnad:
uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e
dependentes de drogas; estabelece normas para I - o respeito aos direitos fundamentais da pessoa
repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito humana, especialmente quanto à sua autonomia e à sua
de drogas; define crimes e dá outras providências. liberdade;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o II - o respeito à diversidade e às especificidades
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte populacionais existentes;
Lei:
III - a promoção dos valores éticos, culturais e de
TÍTULO I cidadania do povo brasileiro, reconhecendo-os como
fatores de proteção para o uso indevido de drogas e
Disposições Preliminares
outros comportamentos correlacionados;
Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas
IV - a promoção de consensos nacionais, de ampla
Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve medidas para
participação social, para o estabelecimento dos
prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social
fundamentos e estratégias do Sisnad;
de usuários e dependentes de drogas; estabelece
normas para repressão à produção não autorizada e ao V - a promoção da responsabilidade compartilhada
tráfico ilícito de drogas e define crimes. entre Estado e Sociedade, reconhecendo a importância
da participação social nas atividades do Sisnad;
Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se
como drogas as substâncias ou os produtos capazes de VI - o reconhecimento da intersetorialidade dos fatores
causar dependência, assim especificados em lei ou correlacionados com o uso indevido de drogas, com a
relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo sua produção não autorizada e o seu tráfico ilícito;
Poder Executivo da União.
VII - a integração das estratégias nacionais e
Art. 2º Ficam proibidas, em todo o território nacional, internacionais de prevenção do uso indevido, atenção e
as drogas, bem como o plantio, a cultura, a colheita e a reinserção social de usuários e dependentes de drogas
exploração de vegetais e substratos dos quais possam e de repressão à sua produção não autorizada e ao seu
ser extraídas ou produzidas drogas, ressalvada a tráfico ilícito;
hipótese de autorização legal ou regulamentar, bem
como o que estabelece a Convenção de Viena, das

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VIII - a articulação com os órgãos do Ministério Público Art. 10. (VETADO)


e dos Poderes Legislativo e Judiciário visando à
Art. 11. (VETADO)
cooperação mútua nas atividades do Sisnad;
Art. 12. (VETADO)
IX - a adoção de abordagem multidisciplinar que
reconheça a interdependência e a natureza Art. 13. (VETADO)
complementar das atividades de prevenção do uso
Art. 14. (VETADO)
indevido, atenção e reinserção social de usuários e
dependentes de drogas, repressão da produção não CAPÍTULO IV
autorizada e do tráfico ilícito de drogas;
Da Coleta, Análise e Disseminação de Informações
X - a observância do equilíbrio entre as atividades de Sobre Drogas
prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social
Art. 15. (VETADO)
de usuários e dependentes de drogas e de repressão à
sua produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito, Art. 16. As instituições com atuação nas áreas da
visando a garantir a estabilidade e o bem-estar social; atenção à saúde e da assistência social que atendam
usuários ou dependentes de drogas devem comunicar
XI - a observância às orientações e normas emanadas do
ao órgão competente do respectivo sistema municipal
Conselho Nacional Antidrogas - Conad.
de saúde os casos atendidos e os óbitos ocorridos,
Art. 5º O Sisnad tem os seguintes objetivos: preservando a identidade das pessoas, conforme
orientações emanadas da União.
I - contribuir para a inclusão social do cidadão, visando
a torná-lo menos vulnerável a assumir comportamentos Art. 17. Os dados estatísticos nacionais de repressão ao
de risco para o uso indevido de drogas, seu tráfico ilícito tráfico ilícito de drogas integrarão sistema de
e outros comportamentos correlacionados; informações do Poder Executivo.
II - promover a construção e a socialização do TÍTULO III
conhecimento sobre drogas no país;
Das Atividades de Prevenção do Uso Indevido,
III - promover a integração entre as políticas de Atenção e Reinserção Social de Usuários e
prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social Dependentes de Drogas
de usuários e dependentes de drogas e de repressão à
CAPÍTULO I
sua produção não autorizada e ao tráfico ilícito e as
políticas públicas setoriais dos órgãos do Poder Da Prevenção
Executivo da União, Distrito Federal, Estados e
Art. 18. Constituem atividades de prevenção do uso
Municípios;
indevido de drogas, para efeito desta Lei, aquelas
IV - assegurar as condições para a coordenação, a direcionadas para a redução dos fatores de
integração e a articulação das atividades de que trata o vulnerabilidade e risco e para a promoção e o
art. 3º desta Lei. fortalecimento dos fatores de proteção.
CAPÍTULO II Art. 19. As atividades de prevenção do uso indevido de
drogas devem observar os seguintes princípios e
Da Composição e da Organização do Sistema Nacional
diretrizes:
de Políticas Públicas Sobre Drogas
I - o reconhecimento do uso indevido de drogas como
Art. 6º (VETADO)
fator de interferência na qualidade de vida do indivíduo
Art. 7º A organização do Sisnad assegura a orientação e na sua relação com a comunidade à qual pertence;
central e a execução descentralizada das atividades
II - a adoção de conceitos objetivos e de fundamentação
realizadas em seu âmbito, nas esferas federal, distrital,
científica como forma de orientar as ações dos serviços
estadual e municipal e se constitui matéria definida no
públicos comunitários e privados e de evitar
regulamento desta Lei.
preconceitos e estigmatização das pessoas e dos
Art. 8º (VETADO) serviços que as atendam;
CAPÍTULO III III - o fortalecimento da autonomia e da
responsabilidade individual em relação ao uso indevido
(VETADO)
de drogas;
Art. 9º (VETADO)

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IV - o compartilhamento de responsabilidades e a qualidade de vida e à redução dos riscos e dos danos


colaboração mútua com as instituições do setor privado associados ao uso de drogas.
e com os diversos segmentos sociais, incluindo usuários
Art. 21. Constituem atividades de reinserção social do
e dependentes de drogas e respectivos familiares, por
usuário ou do dependente de drogas e respectivos
meio do estabelecimento de parcerias;
familiares, para efeito desta Lei, aquelas direcionadas
V - a adoção de estratégias preventivas diferenciadas e para sua integração ou reintegração em redes sociais.
adequadas às especificidades socioculturais das
Art. 22. As atividades de atenção e as de reinserção
diversas populações, bem como das diferentes drogas
social do usuário e do dependente de drogas e
utilizadas;
respectivos familiares devem observar os seguintes
VI - o reconhecimento do “não-uso”, do “retardamento princípios e diretrizes:
do uso” e da redução de riscos como resultados
I - respeito ao usuário e ao dependente de drogas,
desejáveis das atividades de natureza preventiva,
independentemente de quaisquer condições,
quando da definição dos objetivos a serem alcançados;
observados os direitos fundamentais da pessoa
VII - o tratamento especial dirigido às parcelas mais humana, os princípios e diretrizes do Sistema Único de
vulneráveis da população, levando em consideração as Saúde e da Política Nacional de Assistência Social;
suas necessidades específicas;
II - a adoção de estratégias diferenciadas de atenção e
VIII - a articulação entre os serviços e organizações que reinserção social do usuário e do dependente de drogas
atuam em atividades de prevenção do uso indevido de e respectivos familiares que considerem as suas
drogas e a rede de atenção a usuários e dependentes de peculiaridades socioculturais;
drogas e respectivos familiares;
III - definição de projeto terapêutico individualizado,
IX - o investimento em alternativas esportivas, culturais, orientado para a inclusão social e para a redução de
artísticas, profissionais, entre outras, como forma de riscos e de danos sociais e à saúde;
inclusão social e de melhoria da qualidade de vida;
IV - atenção ao usuário ou dependente de drogas e aos
X - o estabelecimento de políticas de formação respectivos familiares, sempre que possível, de forma
continuada na área da prevenção do uso indevido de multidisciplinar e por equipes multiprofissionais;
drogas para profissionais de educação nos 3 (três) níveis
V - observância das orientações e normas emanadas do
de ensino;
Conad;
XI - a implantação de projetos pedagógicos de
VI - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle
prevenção do uso indevido de drogas, nas instituições
social de políticas setoriais específicas.
de ensino público e privado, alinhados às Diretrizes
Curriculares Nacionais e aos conhecimentos Art. 23. As redes dos serviços de saúde da União, dos
relacionados a drogas; Estados, do Distrito Federal, dos Municípios
desenvolverão programas de atenção ao usuário e ao
XII - a observância das orientações e normas emanadas
dependente de drogas, respeitadas as diretrizes do
do Conad;
Ministério da Saúde e os princípios explicitados no art.
XIII - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle 22 desta Lei, obrigatória a previsão orçamentária
social de políticas setoriais específicas. adequada.
Parágrafo único. As atividades de prevenção do uso Art. 24. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
indevido de drogas dirigidas à criança e ao adolescente Municípios poderão conceder benefícios às instituições
deverão estar em consonância com as diretrizes privadas que desenvolverem programas de reinserção
emanadas pelo Conselho Nacional dos Direitos da no mercado de trabalho, do usuário e do dependente de
Criança e do Adolescente - Conanda. drogas encaminhados por órgão oficial.
CAPÍTULO II Art. 25. As instituições da sociedade civil, sem fins
lucrativos, com atuação nas áreas da atenção à saúde e
Das Atividades de Atenção e de Reinserção Social de
da assistência social, que atendam usuários ou
Usuários ou Dependentes de Drogas
dependentes de drogas poderão receber recursos do
Art. 20. Constituem atividades de atenção ao usuário e Funad, condicionados à sua disponibilidade
dependente de drogas e respectivos familiares, para orçamentária e financeira.
efeito desta Lei, aquelas que visem à melhoria da
Art. 26. O usuário e o dependente de drogas que, em
razão da prática de infração penal, estiverem cumprindo

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pena privativa de liberdade ou submetidos a medida de II - multa.


segurança, têm garantidos os serviços de atenção à sua
§ 7º O juiz determinará ao Poder Público que coloque à
saúde, definidos pelo respectivo sistema penitenciário.
disposição do infrator, gratuitamente, estabelecimento
CAPÍTULO III de saúde, preferencialmente ambulatorial, para
tratamento especializado.
Dos Crimes e das Penas
Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se
Art. 27. As penas previstas neste Capítulo poderão ser
refere o inciso II do § 6º do art. 28, o juiz, atendendo à
aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como
reprovabilidade da conduta, fixará o número de dias-
substituídas a qualquer tempo, ouvidos o Ministério
multa, em quantidade nunca inferior a 40 (quarenta)
Público e o defensor.
nem superior a 100 (cem), atribuindo depois a cada um,
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, segundo a capacidade econômica do agente, o valor de
transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, um trinta avos até 3 (três) vezes o valor do maior salário
drogas sem autorização ou em desacordo com mínimo.
determinação legal ou regulamentar será submetido às
Parágrafo único. Os valores decorrentes da imposição
seguintes penas:
da multa a que se refere o § 6º do art. 28 serão
I - advertência sobre os efeitos das drogas; creditados à conta do Fundo Nacional Antidrogas.
II - prestação de serviços à comunidade; Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a
execução das penas, observado, no tocante à
III - medida educativa de comparecimento a programa
interrupção do prazo, o disposto nos arts. 107 e
ou curso educativo.
seguintes do Código Penal.
§ 1º Às mesmas medidas submete-se quem, para seu
TÍTULO IV
consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas
destinadas à preparação de pequena quantidade de Da Repressão à Produção Não Autorizada e ao Tráfico
substância ou produto capaz de causar dependência Ilícito de Drogas
física ou psíquica.
CAPÍTULO I
§ 2º Para determinar se a droga destinava-se a consumo
Disposições Gerais
pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da
substância apreendida, ao local e às condições em que Art. 31. É indispensável a licença prévia da autoridade
se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e competente para produzir, extrair, fabricar,
pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do transformar, preparar, possuir, manter em depósito,
agente. importar, exportar, reexportar, remeter, transportar,
expor, oferecer, vender, comprar, trocar, ceder ou
§ 3º As penas previstas nos incisos II e III do caput deste
adquirir, para qualquer fim, drogas ou matéria-prima
artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco)
destinada à sua preparação, observadas as demais
meses.
exigências legais.
§ 4º Em caso de reincidência, as penas previstas nos
Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente
incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo
destruídas pelo delegado de polícia na forma do art. 50-
prazo máximo de 10 (dez) meses.
A, que recolherá quantidade suficiente para exame
§ 5º A prestação de serviços à comunidade será pericial, de tudo lavrando auto de levantamento das
cumprida em programas comunitários, entidades condições encontradas, com a delimitação do local,
educacionais ou assistenciais, hospitais, asseguradas as medidas necessárias para a preservação
estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem da prova. (Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014)
fins lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.961, de
prevenção do consumo ou da recuperação de usuários
2014)
e dependentes de drogas.
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.961, de
§ 6º Para garantia do cumprimento das medidas
2014)
educativas a que se refere o caput, nos incisos I, II e III,
a que injustificadamente se recuse o agente, poderá o § 3º Em caso de ser utilizada a queimada para destruir
juiz submetê-lo, sucessivamente a: a plantação, observar-se-á, além das cautelas
necessárias à proteção ao meio ambiente, o disposto no
I - admoestação verbal;
Decreto nº 2.661, de 8 de julho de 1998, no que couber,

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dispensada a autorização prévia do órgão próprio do § 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste
Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama. artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a
dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de
§ 4º As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão
direitos, desde que o agente seja primário, de bons
expropriadas, conforme o disposto no art. 243 da
antecedentes, não se dedique às atividades criminosas
Constituição Federal, de acordo com a legislação em
nem integre organização criminosa. (Vide Resolução
vigor.
nº 5, de 2012)
CAPÍTULO II
Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer,
Dos Crimes vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir,
guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente,
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar,
maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto
produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda,
destinado à fabricação, preparação, produção ou
oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo,
transformação de drogas, sem autorização ou em
guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou
desacordo com determinação legal ou regulamentar:
fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem
autorização ou em desacordo com determinação legal Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento
ou regulamentar: de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-multa.
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim
pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos
quinhentos) dias-multa. crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 desta
Lei:
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento
I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire,
de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa.
vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em
depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com artigo incorre quem se associa para a prática reiterada
determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, do crime definido no art. 36 desta Lei.
insumo ou produto químico destinado à preparação de
Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos
drogas;
crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 desta
II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou Lei:
em desacordo com determinação legal ou
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e
regulamentar, de plantas que se constituam em
pagamento de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 (quatro
matéria-prima para a preparação de drogas;
mil) dias-multa.
III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem
Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo,
a propriedade, posse, administração, guarda ou
organização ou associação destinados à prática de
vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda
qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º,
que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo
e 34 desta Lei:
com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico
ilícito de drogas. Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento
de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) dias-multa.
§ 2º Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido
de droga: (Vide ADI nº 4.274) Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas,
sem que delas necessite o paciente, ou fazê-lo em doses
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de
excessivas ou em desacordo com determinação legal ou
100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa.
regulamentar:
§ 3º Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a
pagamento de 50 (cinqüenta) a 200 (duzentos) dias-
consumirem:
multa.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e
Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao
pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e
Conselho Federal da categoria profissional a que
quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas
pertença o agente.
previstas no art. 28.

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Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do
consumo de drogas, expondo a dano potencial a produto, a personalidade e a conduta social do agente.
incolumidade de outrem:
Art. 43. Na fixação da multa a que se referem os arts.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além 33 a 39 desta Lei, o juiz, atendendo ao que dispõe o art.
da apreensão do veículo, cassação da habilitação 42 desta Lei, determinará o número de dias-multa,
respectiva ou proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo atribuindo a cada um, segundo as condições
da pena privativa de liberdade aplicada, e pagamento de econômicas dos acusados, valor não inferior a um trinta
200 (duzentos) a 400 (quatrocentos) dias-multa. avos nem superior a 5 (cinco) vezes o maior salário-
mínimo.
Parágrafo único. As penas de prisão e multa, aplicadas
cumulativamente com as demais, serão de 4 (quatro) a Parágrafo único. As multas, que em caso de concurso
6 (seis) anos e de 400 (quatrocentos) a 600 (seiscentos) de crimes serão impostas sempre cumulativamente,
dias-multa, se o veículo referido no caput deste artigo podem ser aumentadas até o décuplo se, em virtude da
for de transporte coletivo de passageiros. situação econômica do acusado, considerá-las o juiz
ineficazes, ainda que aplicadas no máximo.
Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei
são aumentadas de um sexto a dois terços, se: Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e
34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de
I - a natureza, a procedência da substância ou do
sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória,
produto apreendido e as circunstâncias do fato
vedada a conversão de suas penas em restritivas de
evidenciarem a transnacionalidade do delito;
direitos.
II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função
Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste
pública ou no desempenho de missão de educação,
artigo, dar-se-á o livramento condicional após o
poder familiar, guarda ou vigilância;
cumprimento de dois terços da pena, vedada sua
III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou concessão ao reincidente específico.
imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino
Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da
ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis,
dependência, ou sob o efeito, proveniente de caso
sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou
fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação
beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos
ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal
onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer
praticada, inteiramente incapaz de entender o caráter
natureza, de serviços de tratamento de dependentes de
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou
entendimento.
policiais ou em transportes públicos;
Parágrafo único. Quando absolver o agente,
IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave
reconhecendo, por força pericial, que este apresentava,
ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer
à época do fato previsto neste artigo, as condições
processo de intimidação difusa ou coletiva;
referidas no caput deste artigo, poderá determinar o
V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação juiz, na sentença, o seu encaminhamento para
ou entre estes e o Distrito Federal; tratamento médico adequado.
VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou Art. 46. As penas podem ser reduzidas de um terço a
adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo, dois terços se, por força das circunstâncias previstas no
diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento art. 45 desta Lei, o agente não possuía, ao tempo da
e determinação; ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo
VII - o agente financiar ou custear a prática do crime.
com esse entendimento.
Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar
Art. 47. Na sentença condenatória, o juiz, com base em
voluntariamente com a investigação policial e o
avaliação que ateste a necessidade de encaminhamento
processo criminal na identificação dos demais co-
do agente para tratamento, realizada por profissional
autores ou partícipes do crime e na recuperação total
de saúde com competência específica na forma da lei,
ou parcial do produto do crime, no caso de condenação,
determinará que a tal se proceda, observado o disposto
terá pena reduzida de um terço a dois terços.
no art. 26 desta Lei.
Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com
CAPÍTULO III
preponderância sobre o previsto no art. 59 do Código
Do Procedimento Penal

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Art. 48. O procedimento relativo aos processos por § 2º O perito que subscrever o laudo a que se refere o
crimes definidos neste Título rege-se pelo disposto § 1º deste artigo não ficará impedido de participar da
neste Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente, as elaboração do laudo definitivo.
disposições do Código de Processo Penal e da Lei de
§ 3º Recebida cópia do auto de prisão em flagrante, o
Execução Penal.
juiz, no prazo de 10 (dez) dias, certificará a regularidade
§ 1º O agente de qualquer das condutas previstas no formal do laudo de constatação e determinará a
art. 28 desta Lei, salvo se houver concurso com os destruição das drogas apreendidas, guardando-se
crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, será amostra necessária à realização do laudo definitivo.
processado e julgado na forma dos arts. 60 e seguintes (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014)
da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, que dispõe
§ 4º A destruição das drogas será executada pelo
sobre os Juizados Especiais Criminais.
delegado de polícia competente no prazo de 15 (quinze)
§ 2º Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta dias na presença do Ministério Público e da autoridade
Lei, não se imporá prisão em flagrante, devendo o autor sanitária. (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014)
do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo
§ 5º O local será vistoriado antes e depois de efetivada
competente ou, na falta deste, assumir o compromisso
a destruição das drogas referida no § 3º, sendo lavrado
de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado
auto circunstanciado pelo delegado de polícia,
e providenciando-se as requisições dos exames e
certificando-se neste a destruição total delas. (Incluído
perícias necessários.
pela Lei nº 12.961, de 2014)
§ 3º Se ausente a autoridade judicial, as providências
Art. 50-A. A destruição de drogas apreendidas sem a
previstas no § 2º deste artigo serão tomadas de
ocorrência de prisão em flagrante será feita por
imediato pela autoridade policial, no local em que se
incineração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias
encontrar, vedada a detenção do agente.
contado da data da apreensão, guardando-se amostra
§ 4º Concluídos os procedimentos de que trata o § 2º necessária à realização do laudo definitivo, aplicando-
deste artigo, o agente será submetido a exame de corpo se, no que couber, o procedimento dos §§ 3º a 5º do art.
de delito, se o requerer ou se a autoridade de polícia 50. (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014)
judiciária entender conveniente, e em seguida liberado.
Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de
§ 5º Para os fins do disposto no art. 76 da Lei nº 9.099, 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de 90
de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais (noventa) dias, quando solto.
Criminais, o Ministério Público poderá propor a
Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo
aplicação imediata de pena prevista no art. 28 desta Lei,
podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério
a ser especificada na proposta.
Público, mediante pedido justificado da autoridade de
Art. 49. Tratando-se de condutas tipificadas nos arts. polícia judiciária.
33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, sempre que
Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta
as circunstâncias o recomendem, empregará os
Lei, a autoridade de polícia judiciária, remetendo os
instrumentos protetivos de colaboradores e
autos do inquérito ao juízo:
testemunhas previstos na Lei nº 9.807, de 13 de julho de
1999. I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato,
justificando as razões que a levaram à classificação do
Seção I
delito, indicando a quantidade e natureza da substância
Da Investigação ou do produto apreendido, o local e as condições em
que se desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias
Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de
da prisão, a conduta, a qualificação e os antecedentes
polícia judiciária fará, imediatamente, comunicação ao
do agente; ou
juiz competente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado,
do qual será dada vista ao órgão do Ministério Público, II - requererá sua devolução para a realização de
em 24 (vinte e quatro) horas. diligências necessárias.
§ 1º Para efeito da lavratura do auto de prisão em Parágrafo único. A remessa dos autos far-se-á sem
flagrante e estabelecimento da materialidade do delito, prejuízo de diligências complementares:
é suficiente o laudo de constatação da natureza e
I - necessárias ou úteis à plena elucidação do fato, cujo
quantidade da droga, firmado por perito oficial ou, na
resultado deverá ser encaminhado ao juízo competente
falta deste, por pessoa idônea.

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até 3 (três) dias antes da audiência de instrução e § 2º As exceções serão processadas em apartado, nos
julgamento; termos dos arts. 95 a 113 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3
de outubro de 1941 - Código de Processo Penal.
II - necessárias ou úteis à indicação dos bens, direitos e
valores de que seja titular o agente, ou que figurem em § 3º Se a resposta não for apresentada no prazo, o juiz
seu nome, cujo resultado deverá ser encaminhado ao nomeará defensor para oferecê-la em 10 (dez) dias,
juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de concedendo-lhe vista dos autos no ato de nomeação.
instrução e julgamento.
§ 4º Apresentada a defesa, o juiz decidirá em 5 (cinco)
Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal dias.
relativa aos crimes previstos nesta Lei, são permitidos,
§ 5º Se entender imprescindível, o juiz, no prazo
além dos previstos em lei, mediante autorização judicial
máximo de 10 (dez) dias, determinará a apresentação
e ouvido o Ministério Público, os seguintes
do preso, realização de diligências, exames e perícias.
procedimentos investigatórios:
Art. 56. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora
I - a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de
para a audiência de instrução e julgamento, ordenará a
investigação, constituída pelos órgãos especializados
citação pessoal do acusado, a intimação do Ministério
pertinentes;
Público, do assistente, se for o caso, e requisitará os
II - a não-atuação policial sobre os portadores de drogas, laudos periciais.
seus precursores químicos ou outros produtos utilizados
§ 1º Tratando-se de condutas tipificadas como infração
em sua produção, que se encontrem no território
do disposto nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta
brasileiro, com a finalidade de identificar e
Lei, o juiz, ao receber a denúncia, poderá decretar o
responsabilizar maior número de integrantes de
afastamento cautelar do denunciado de suas atividades,
operações de tráfico e distribuição, sem prejuízo da
se for funcionário público, comunicando ao órgão
ação penal cabível.
respectivo.
Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste artigo, a
§ 2º A audiência a que se refere o caput deste artigo
autorização será concedida desde que sejam
será realizada dentro dos 30 (trinta) dias seguintes ao
conhecidos o itinerário provável e a identificação dos
recebimento da denúncia, salvo se determinada a
agentes do delito ou de colaboradores.
realização de avaliação para atestar dependência de
Seção II drogas, quando se realizará em 90 (noventa) dias.
Da Instrução Criminal Art. 57. Na audiência de instrução e julgamento, após o
interrogatório do acusado e a inquirição das
Art. 54. Recebidos em juízo os autos do inquérito
testemunhas, será dada a palavra, sucessivamente, ao
policial, de Comissão Parlamentar de Inquérito ou peças
representante do Ministério Público e ao defensor do
de informação, dar-se-á vista ao Ministério Público para,
acusado, para sustentação oral, pelo prazo de 20 (vinte)
no prazo de 10 (dez) dias, adotar uma das seguintes
minutos para cada um, prorrogável por mais 10 (dez), a
providências:
critério do juiz.
I - requerer o arquivamento;
Parágrafo único. Após proceder ao interrogatório, o juiz
II - requisitar as diligências que entender necessárias; indagará das partes se restou algum fato para ser
esclarecido, formulando as perguntas correspondentes
III - oferecer denúncia, arrolar até 5 (cinco) testemunhas
se o entender pertinente e relevante.
e requerer as demais provas que entender pertinentes.
Art. 58. Encerrados os debates, proferirá o juiz sentença
Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a
de imediato, ou o fará em 10 (dez) dias, ordenando que
notificação do acusado para oferecer defesa prévia, por
os autos para isso lhe sejam conclusos.
escrito, no prazo de 10 (dez) dias.
Art. 59. Nos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º,
§ 1º Na resposta, consistente em defesa preliminar e
e 34 a 37 desta Lei, o réu não poderá apelar sem
exceções, o acusado poderá argüir preliminares e
recolher-se à prisão, salvo se for primário e de bons
invocar todas as razões de defesa, oferecer documentos
antecedentes, assim reconhecido na sentença
e justificações, especificar as provas que pretende
condenatória.
produzir e, até o número de 5 (cinco), arrolar
testemunhas. CAPÍTULO IV
Da Apreensão, Arrecadação e Destinação de Bens do
Acusado

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Art. 60. O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério custódia da autoridade de polícia judiciária, excetuadas
Público ou mediante representação da autoridade de as armas, que serão recolhidas na forma de legislação
polícia judiciária, ouvido o Ministério Público, havendo específica.
indícios suficientes, poderá decretar, no curso do
§ 1º Comprovado o interesse público na utilização de
inquérito ou da ação penal, a apreensão e outras
qualquer dos bens mencionados neste artigo, a
medidas assecuratórias relacionadas aos bens móveis e
autoridade de polícia judiciária poderá deles fazer uso,
imóveis ou valores consistentes em produtos dos crimes
sob sua responsabilidade e com o objetivo de sua
previstos nesta Lei, ou que constituam proveito auferido
conservação, mediante autorização judicial, ouvido o
com sua prática, procedendo-se na forma dos arts. 125
Ministério Público.
a 144 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941
- Código de Processo Penal. § 2º Feita a apreensão a que se refere o caput deste
artigo, e tendo recaído sobre dinheiro ou cheques
§ 1º Decretadas quaisquer das medidas previstas neste
emitidos como ordem de pagamento, a autoridade de
artigo, o juiz facultará ao acusado que, no prazo de 5
polícia judiciária que presidir o inquérito deverá, de
(cinco) dias, apresente ou requeira a produção de
imediato, requerer ao juízo competente a intimação do
provas acerca da origem lícita do produto, bem ou valor
Ministério Público.
objeto da decisão.
§ 3º Intimado, o Ministério Público deverá requerer ao
§ 2º Provada a origem lícita do produto, bem ou valor,
juízo, em caráter cautelar, a conversão do numerário
o juiz decidirá pela sua liberação.
apreendido em moeda nacional, se for o caso, a
§ 3º Nenhum pedido de restituição será conhecido sem compensação dos cheques emitidos após a instrução do
o comparecimento pessoal do acusado, podendo o juiz inquérito, com cópias autênticas dos respectivos títulos,
determinar a prática de atos necessários à conservação e o depósito das correspondentes quantias em conta
de bens, direitos ou valores. judicial, juntando-se aos autos o recibo.
§ 4º A ordem de apreensão ou seqüestro de bens, § 4º Após a instauração da competente ação penal, o
direitos ou valores poderá ser suspensa pelo juiz, ouvido Ministério Público, mediante petição autônoma,
o Ministério Público, quando a sua execução imediata requererá ao juízo competente que, em caráter
possa comprometer as investigações. cautelar, proceda à alienação dos bens apreendidos,
excetuados aqueles que a União, por intermédio da
Art. 61. Não havendo prejuízo para a produção da prova
Senad, indicar para serem colocados sob uso e custódia
dos fatos e comprovado o interesse público ou social,
da autoridade de polícia judiciária, de órgãos de
ressalvado o disposto no art. 62 desta Lei, mediante
inteligência ou militares, envolvidos nas ações de
autorização do juízo competente, ouvido o Ministério
prevenção ao uso indevido de drogas e operações de
Público e cientificada a Senad, os bens apreendidos
repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito
poderão ser utilizados pelos órgãos ou pelas entidades
de drogas, exclusivamente no interesse dessas
que atuam na prevenção do uso indevido, na atenção e
atividades.
reinserção social de usuários e dependentes de drogas
e na repressão à produção não autorizada e ao tráfico § 5º Excluídos os bens que se houver indicado para os
ilícito de drogas, exclusivamente no interesse dessas fins previstos no § 4º deste artigo, o requerimento de
atividades. alienação deverá conter a relação de todos os demais
bens apreendidos, com a descrição e a especificação de
Parágrafo único. Recaindo a autorização sobre veículos,
cada um deles, e informações sobre quem os tem sob
embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará à
custódia e o local onde se encontram.
autoridade de trânsito ou ao equivalente órgão de
registro e controle a expedição de certificado provisório § 6º Requerida a alienação dos bens, a respectiva
de registro e licenciamento, em favor da instituição à petição será autuada em apartado, cujos autos terão
qual tenha deferido o uso, ficando esta livre do tramitação autônoma em relação aos da ação penal
pagamento de multas, encargos e tributos anteriores, principal.
até o trânsito em julgado da decisão que decretar o seu
§ 7º Autuado o requerimento de alienação, os autos
perdimento em favor da União.
serão conclusos ao juiz, que, verificada a presença de
Art. 62. Os veículos, embarcações, aeronaves e nexo de instrumentalidade entre o delito e os objetos
quaisquer outros meios de transporte, os maquinários, utilizados para a sua prática e risco de perda de valor
utensílios, instrumentos e objetos de qualquer econômico pelo decurso do tempo, determinará a
natureza, utilizados para a prática dos crimes definidos avaliação dos bens relacionados, cientificará a Senad e
nesta Lei, após a sua regular apreensão, ficarão sob

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intimará a União, o Ministério Público e o interessado, usuários ou dependentes e a atuação na repressão à


este, se for o caso, por edital com prazo de 5 (cinco) dias. produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas,
com vistas na liberação de equipamentos e de recursos
§ 8º Feita a avaliação e dirimidas eventuais divergências
por ela arrecadados, para a implantação e execução de
sobre o respectivo laudo, o juiz, por sentença,
programas relacionados à questão das drogas.
homologará o valor atribuído aos bens e determinará
sejam alienados em leilão. TÍTULO V
§ 9º Realizado o leilão, permanecerá depositada em Da Cooperação Internacional
conta judicial a quantia apurada, até o final da ação
Art. 65. De conformidade com os princípios da não-
penal respectiva, quando será transferida ao Funad,
intervenção em assuntos internos, da igualdade jurídica
juntamente com os valores de que trata o § 3º deste
e do respeito à integridade territorial dos Estados e às
artigo.
leis e aos regulamentos nacionais em vigor, e observado
§ 10. Terão apenas efeito devolutivo os recursos o espírito das Convenções das Nações Unidas e outros
interpostos contra as decisões proferidas no curso do instrumentos jurídicos internacionais relacionados à
procedimento previsto neste artigo. questão das drogas, de que o Brasil é parte, o governo
brasileiro prestará, quando solicitado, cooperação a
§ 11. Quanto aos bens indicados na forma do § 4º deste
outros países e organismos internacionais e, quando
artigo, recaindo a autorização sobre veículos,
necessário, deles solicitará a colaboração, nas áreas de:
embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará à
autoridade de trânsito ou ao equivalente órgão de I - intercâmbio de informações sobre legislações,
registro e controle a expedição de certificado provisório experiências, projetos e programas voltados para
de registro e licenciamento, em favor da autoridade de atividades de prevenção do uso indevido, de atenção e
polícia judiciária ou órgão aos quais tenha deferido o de reinserção social de usuários e dependentes de
uso, ficando estes livres do pagamento de multas, drogas;
encargos e tributos anteriores, até o trânsito em julgado
II - intercâmbio de inteligência policial sobre produção e
da decisão que decretar o seu perdimento em favor da
tráfico de drogas e delitos conexos, em especial o tráfico
União.
de armas, a lavagem de dinheiro e o desvio de
Art. 63. Ao proferir a sentença de mérito, o juiz decidirá precursores químicos;
sobre o perdimento do produto, bem ou valor
III - intercâmbio de informações policiais e judiciais
apreendido, seqüestrado ou declarado indisponível.
sobre produtores e traficantes de drogas e seus
§ 1º Os valores apreendidos em decorrência dos crimes precursores químicos.
tipificados nesta Lei e que não forem objeto de tutela
TÍTULO VI
cautelar, após decretado o seu perdimento em favor da
União, serão revertidos diretamente ao Funad. Disposições Finais e Transitórias
§ 2º Compete à Senad a alienação dos bens Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo único do art.
apreendidos e não leiloados em caráter cautelar, cujo 1º desta Lei, até que seja atualizada a terminologia da
perdimento já tenha sido decretado em favor da União. lista mencionada no preceito, denominam-se drogas
substâncias entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e
§ 3º A Senad poderá firmar convênios de cooperação, a
outras sob controle especial, da Portaria SVS/MS nº 344,
fim de dar imediato cumprimento ao estabelecido no §
de 12 de maio de 1998.
2º deste artigo.
Art. 67. A liberação dos recursos previstos na Lei nº
§ 4º Transitada em julgado a sentença condenatória, o
7.560, de 19 de dezembro de 1986, em favor de Estados
juiz do processo, de ofício ou a requerimento do
e do Distrito Federal, dependerá de sua adesão e
Ministério Público, remeterá à Senad relação dos bens,
respeito às diretrizes básicas contidas nos convênios
direitos e valores declarados perdidos em favor da
firmados e do fornecimento de dados necessários à
União, indicando, quanto aos bens, o local em que se
atualização do sistema previsto no art. 17 desta Lei,
encontram e a entidade ou o órgão em cujo poder
pelas respectivas polícias judiciárias.
estejam, para os fins de sua destinação nos termos da
legislação vigente. Art. 68. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios poderão criar estímulos fiscais e outros,
Art. 64. A União, por intermédio da Senad, poderá
destinados às pessoas físicas e jurídicas que colaborem
firmar convênio com os Estados, com o Distrito Federal
na prevenção do uso indevido de drogas, atenção e
e com organismos orientados para a prevenção do uso
reinserção social de usuários e dependentes e na
indevido de drogas, a atenção e a reinserção social de

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repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito e repressão do tráfico ilícito e do uso indevido de
de drogas. drogas, e com os Municípios, com o objetivo de prevenir
o uso indevido delas e de possibilitar a atenção e
Art. 69. No caso de falência ou liquidação extrajudicial
reinserção social de usuários e dependentes de drogas.
de empresas ou estabelecimentos hospitalares, de
(Redação dada pela Lei nº 12.219, de 2010)
pesquisa, de ensino, ou congêneres, assim como nos
serviços de saúde que produzirem, venderem, Art. 74. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco)
adquirirem, consumirem, prescreverem ou fornecerem dias após a sua publicação.
drogas ou de qualquer outro em que existam essas
Art. 75. Revogam-se a Lei nº 6.368, de 21 de outubro de
substâncias ou produtos, incumbe ao juízo perante o
1976, e a Lei nº 10.409, de 11 de janeiro de 2002.
qual tramite o feito:
Brasília, 23 de agosto de 2006; 185º da Independência
I - determinar, imediatamente à ciência da falência ou
e 118º da República.
liquidação, sejam lacradas suas instalações;
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
II - ordenar à autoridade sanitária competente a urgente
adoção das medidas necessárias ao recebimento e Márcio Thomaz Bastos
guarda, em depósito, das drogas arrecadadas;
Guido Mantega
III - dar ciência ao órgão do Ministério Público, para
Jorge Armando Felix
acompanhar o feito.
Este texto não substitui o publicado no DOU de
§ 1º Da licitação para alienação de substâncias ou
24.8.2006
produtos não proscritos referidos no inciso II do caput
deste artigo, só podem participar pessoas jurídicas
regularmente habilitadas na área de saúde ou de LEI Nº 12.037/2009
pesquisa científica que comprovem a destinação lícita a
ser dada ao produto a ser arrematado. Dispõe sobre a identificação criminal do civilmente
identificado, regulamentando o art. 5º, inciso LVIII, da
§ 2º Ressalvada a hipótese de que trata o § 3º deste
Constituição Federal.
artigo, o produto não arrematado será, ato contínuo à
hasta pública, destruído pela autoridade sanitária, na O VICE – PRESIDENTE DA
presença dos Conselhos Estaduais sobre Drogas e do REPÚBLICA, no exercício do cargo de PRESIDENTE
Ministério Público. DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional
decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
§ 3º Figurando entre o praceado e não arrematadas
especialidades farmacêuticas em condições de emprego Art. 1º O civilmente identificado não será submetido a
terapêutico, ficarão elas depositadas sob a guarda do identificação criminal, salvo nos casos previstos nesta
Ministério da Saúde, que as destinará à rede pública de Lei.
saúde.
Art. 2º A identificação civil é atestada por qualquer dos
Art. 70. O processo e o julgamento dos crimes previstos seguintes documentos:
nos arts. 33 a 37 desta Lei, se caracterizado ilícito
I – carteira de identidade;
transnacional, são da competência da Justiça Federal.
II – carteira de trabalho;
Parágrafo único. Os crimes praticados nos Municípios
que não sejam sede de vara federal serão processados III – carteira profissional;
e julgados na vara federal da circunscrição respectiva.
IV – passaporte;
Art. 71. (VETADO)
V – carteira de identificação funcional;
Art. 72. Encerrado o processo penal ou arquivado o
VI – outro documento público que permita a
inquérito policial, o juiz, de ofício, mediante
identificação do indiciado.
representação do delegado de polícia ou a
requerimento do Ministério Público, determinará a Parágrafo único. Para as finalidades desta Lei,
destruição das amostras guardadas para contraprova, equiparam-se aos documentos de identificação civis os
certificando isso nos autos. (Redação dada pela Lei nº documentos de identificação militares.
12.961, de 2014) Art. 3º Embora apresentado documento de
Art. 73. A União poderá estabelecer convênios com os identificação, poderá ocorrer identificação criminal
Estados e o com o Distrito Federal, visando à prevenção quando:

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I – o documento apresentar rasura ou tiver indício de nesta Lei ou em decisão judicial. (Incluído pela Lei nº
falsificação; 12.654, de 2012)
II – o documento apresentado for insuficiente para § 3º As informações obtidas a partir da coincidência de
identificar cabalmente o indiciado; perfis genéticos deverão ser consignadas em laudo
pericial firmado por perito oficial devidamente
III – o indiciado portar documentos de identidade
habilitado. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012)
distintos, com informações conflitantes entre si;
Art. 6º É vedado mencionar a identificação criminal do
IV – a identificação criminal for essencial às
indiciado em atestados de antecedentes ou em
investigações policiais, segundo despacho da
informações não destinadas ao juízo criminal, antes do
autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício
trânsito em julgado da sentença condenatória.
ou mediante representação da autoridade policial, do
Ministério Público ou da defesa; Art. 7º No caso de não oferecimento da denúncia, ou
sua rejeição, ou absolvição, é facultado ao indiciado ou
V – constar de registros policiais o uso de outros nomes
ao réu, após o arquivamento definitivo do inquérito, ou
ou diferentes qualificações;
trânsito em julgado da sentença, requerer a retirada da
VI – o estado de conservação ou a distância temporal ou identificação fotográfica do inquérito ou processo,
da localidade da expedição do documento apresentado desde que apresente provas de sua identificação civil.
impossibilite a completa identificação dos caracteres
Art. 7º-A. A exclusão dos perfis genéticos dos bancos de
essenciais.
dados ocorrerá no término do prazo estabelecido em lei
Parágrafo único. As cópias dos documentos para a prescrição do delito. (Incluído pela Lei nº 12.654,
apresentados deverão ser juntadas aos autos do de 2012)
inquérito, ou outra forma de investigação, ainda que
Art. 7º-B. A identificação do perfil genético será
consideradas insuficientes para identificar o indiciado.
armazenada em banco de dados sigiloso, conforme
Art. 4º Quando houver necessidade de identificação regulamento a ser expedido pelo Poder
criminal, a autoridade encarregada tomará as Executivo. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012)
providências necessárias para evitar o constrangimento
Art. 8º Esta Lei entra em vigor na data de sua
do identificado.
publicação.
Art. 5º A identificação criminal incluirá o processo
Art. 9º Revoga-se a Lei nº 10.054, de 7 de dezembro de
datiloscópico e o fotográfico, que serão juntados aos
2000.
autos da comunicação da prisão em flagrante, ou do
inquérito policial ou outra forma de investigação. Brasília, 1º de outubro de 2009; 188º da
Independência e 121º da República.
Parágrafo único. Na hipótese do inciso IV do art. 3º, a
identificação criminal poderá incluir a coleta de material JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA
biológico para a obtenção do perfil genético. (Incluído Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto
pela Lei nº 12.654, de 2012)
Art. 5º-A. Os dados relacionados à coleta do perfil LEI Nº 12.288/2010
genético deverão ser armazenados em banco de dados
de perfis genéticos, gerenciado por unidade oficial de Institui o Estatuto da Igualdade Racial; altera as Leis
perícia criminal. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012) nos 7.716, de 5 de janeiro de 1989, 9.029, de 13 de abril
de 1995, 7.347, de 24 de julho de 1985, e 10.778, de 24
§ 1º As informações genéticas contidas nos bancos de
de novembro de 2003.
dados de perfis genéticos não poderão revelar traços
somáticos ou comportamentais das pessoas, exceto O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o
determinação genética de gênero, consoante as normas Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
constitucionais e internacionais sobre direitos Lei:
humanos, genoma humano e dados genéticos. (Incluído
TÍTULO I
pela Lei nº 12.654, de 2012)
Disposições Preliminares
§ 2º Os dados constantes dos bancos de dados de perfis
genéticos terão caráter sigiloso, respondendo civil, Art. 1º Esta Lei institui o Estatuto da Igualdade Racial,
penal e administrativamente aquele que permitir ou destinado a garantir à população negra a efetivação da
promover sua utilização para fins diversos dos previstos igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos

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étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à social, política e cultural do País será promovida,
discriminação e às demais formas de intolerância étnica. prioritariamente, por meio de:
Parágrafo único. Para efeito deste Estatuto, considera- I - inclusão nas políticas públicas de desenvolvimento
se: econômico e social;
I - discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, II - adoção de medidas, programas e políticas de ação
exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, afirmativa;
descendência ou origem nacional ou étnica que tenha
III - modificação das estruturas institucionais do Estado
por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo
para o adequado enfrentamento e a superação das
ou exercício, em igualdade de condições, de direitos
desigualdades étnicas decorrentes do preconceito e da
humanos e liberdades fundamentais nos campos
discriminação étnica;
político, econômico, social, cultural ou em qualquer
outro campo da vida pública ou privada; IV - promoção de ajustes normativos para aperfeiçoar o
combate à discriminação étnica e às desigualdades
II - desigualdade racial: toda situação injustificada de
étnicas em todas as suas manifestações individuais,
diferenciação de acesso e fruição de bens, serviços e
institucionais e estruturais;
oportunidades, nas esferas pública e privada, em
virtude de raça, cor, descendência ou origem nacional V - eliminação dos obstáculos históricos, socioculturais
ou étnica; e institucionais que impedem a representação da
diversidade étnica nas esferas pública e privada;
III - desigualdade de gênero e raça: assimetria existente
no âmbito da sociedade que acentua a distância social VI - estímulo, apoio e fortalecimento de iniciativas
entre mulheres negras e os demais segmentos sociais; oriundas da sociedade civil direcionadas à promoção da
igualdade de oportunidades e ao combate às
IV - população negra: o conjunto de pessoas que se
desigualdades étnicas, inclusive mediante a
autodeclaram pretas e pardas, conforme o quesito cor
implementação de incentivos e critérios de
ou raça usado pela Fundação Instituto Brasileiro de
condicionamento e prioridade no acesso aos recursos
Geografia e Estatística (IBGE), ou que adotam
públicos;
autodefinição análoga;
VII - implementação de programas de ação afirmativa
V - políticas públicas: as ações, iniciativas e programas
destinados ao enfrentamento das desigualdades étnicas
adotados pelo Estado no cumprimento de suas
no tocante à educação, cultura, esporte e lazer, saúde,
atribuições institucionais;
segurança, trabalho, moradia, meios de comunicação
VI - ações afirmativas: os programas e medidas especiais de massa, financiamentos públicos, acesso à terra, à
adotados pelo Estado e pela iniciativa privada para a Justiça, e outros.
correção das desigualdades raciais e para a promoção
Parágrafo único. Os programas de ação afirmativa
da igualdade de oportunidades.
constituir-se-ão em políticas públicas destinadas a
Art. 2º É dever do Estado e da sociedade garantir a reparar as distorções e desigualdades sociais e demais
igualdade de oportunidades, reconhecendo a todo práticas discriminatórias adotadas, nas esferas pública e
cidadão brasileiro, independentemente da etnia ou da privada, durante o processo de formação social do País.
cor da pele, o direito à participação na comunidade,
Art. 5º Para a consecução dos objetivos desta Lei, é
especialmente nas atividades políticas, econômicas,
instituído o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade
empresariais, educacionais, culturais e esportivas,
Racial (Sinapir), conforme estabelecido no Título III.
defendendo sua dignidade e seus valores religiosos e
culturais. TÍTULO II
Art. 3º Além das normas constitucionais relativas aos Dos Direitos Fundamentais
princípios fundamentais, aos direitos e garantias
CAPÍTULO I
fundamentais e aos direitos sociais, econômicos e
culturais, o Estatuto da Igualdade Racial adota como Do Direito À Saúde
diretriz político-jurídica a inclusão das vítimas de
Art. 6º O direito à saúde da população negra será
desigualdade étnico-racial, a valorização da igualdade
garantido pelo poder público mediante políticas
étnica e o fortalecimento da identidade nacional
universais, sociais e econômicas destinadas à redução
brasileira.
do risco de doenças e de outros agravos.
Art. 4º A participação da população negra, em condição
de igualdade de oportunidade, na vida econômica,

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§ 1º O acesso universal e igualitário ao Sistema Único Do Direito À Educação, À Cultura, Ao Esporte E Ao


de Saúde (SUS) para promoção, proteção e recuperação Lazer
da saúde da população negra será de responsabilidade
Seção I
dos órgãos e instituições públicas federais, estaduais,
distritais e municipais, da administração direta e Disposições Gerais
indireta.
Art. 9º A população negra tem direito a participar de
§ 2º O poder público garantirá que o segmento da atividades educacionais, culturais, esportivas e de lazer
população negra vinculado aos seguros privados de adequadas a seus interesses e condições, de modo a
saúde seja tratado sem discriminação. contribuir para o patrimônio cultural de sua
comunidade e da sociedade brasileira.
Art. 7º O conjunto de ações de saúde voltadas à
população negra constitui a Política Nacional de Saúde Art. 10. Para o cumprimento do disposto no art. 9º, os
Integral da População Negra, organizada de acordo com governos federal, estaduais, distrital e municipais
as diretrizes abaixo especificadas: adotarão as seguintes providências:
I - ampliação e fortalecimento da participação de I - promoção de ações para viabilizar e ampliar o acesso
lideranças dos movimentos sociais em defesa da saúde da população negra ao ensino gratuito e às atividades
da população negra nas instâncias de participação e esportivas e de lazer;
controle social do SUS;
II - apoio à iniciativa de entidades que mantenham
II - produção de conhecimento científico e tecnológico espaço para promoção social e cultural da população
em saúde da população negra; negra;
III - desenvolvimento de processos de informação, III - desenvolvimento de campanhas educativas,
comunicação e educação para contribuir com a redução inclusive nas escolas, para que a solidariedade aos
das vulnerabilidades da população negra. membros da população negra faça parte da cultura de
toda a sociedade;
Art. 8º Constituem objetivos da Política Nacional de
Saúde Integral da População Negra: IV - implementação de políticas públicas para o
fortalecimento da juventude negra brasileira.
I - a promoção da saúde integral da população negra,
priorizando a redução das desigualdades étnicas e o Seção II
combate à discriminação nas instituições e serviços do
Da Educação
SUS;
Art. 11. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e
II - a melhoria da qualidade dos sistemas de informação
de ensino médio, públicos e privados, é obrigatório o
do SUS no que tange à coleta, ao processamento e à
estudo da história geral da África e da história da
análise dos dados desagregados por cor, etnia e gênero;
população negra no Brasil, observado o disposto na Lei
III - o fomento à realização de estudos e pesquisas sobre no 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
racismo e saúde da população negra;
§ 1º Os conteúdos referentes à história da população
IV - a inclusão do conteúdo da saúde da população negra negra no Brasil serão ministrados no âmbito de todo o
nos processos de formação e educação permanente dos currículo escolar, resgatando sua contribuição decisiva
trabalhadores da saúde; para o desenvolvimento social, econômico, político e
cultural do País.
V - a inclusão da temática saúde da população negra nos
processos de formação política das lideranças de § 2º O órgão competente do Poder Executivo
movimentos sociais para o exercício da participação e fomentará a formação inicial e continuada de
controle social no SUS. professores e a elaboração de material didático
específico para o cumprimento do disposto no caput
Parágrafo único. Os moradores das comunidades de
deste artigo.
remanescentes de quilombos serão beneficiários de
incentivos específicos para a garantia do direito à saúde, § 3º Nas datas comemorativas de caráter cívico, os
incluindo melhorias nas condições ambientais, no órgãos responsáveis pela educação incentivarão a
saneamento básico, na segurança alimentar e participação de intelectuais e representantes do
nutricional e na atenção integral à saúde. movimento negro para debater com os estudantes suas
vivências relativas ao tema em comemoração.
CAPÍTULO II

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Art. 12. Os órgãos federais, distritais e estaduais de Art. 18. É assegurado aos remanescentes das
fomento à pesquisa e à pós-graduação poderão criar comunidades dos quilombos o direito à preservação de
incentivos a pesquisas e a programas de estudo voltados seus usos, costumes, tradições e manifestos religiosos,
para temas referentes às relações étnicas, aos sob a proteção do Estado.
quilombos e às questões pertinentes à população negra.
Parágrafo único. A preservação dos documentos e dos
Art. 13. O Poder Executivo federal, por meio dos órgãos sítios detentores de reminiscências históricas dos
competentes, incentivará as instituições de ensino antigos quilombos, tombados nos termos do § 5º do art.
superior públicas e privadas, sem prejuízo da legislação 216 da Constituição Federal, receberá especial atenção
em vigor, a: do poder público.
I - resguardar os princípios da ética em pesquisa e apoiar Art. 19. O poder público incentivará a celebração das
grupos, núcleos e centros de pesquisa, nos diversos personalidades e das datas comemorativas relacionadas
programas de pós-graduação que desenvolvam à trajetória do samba e de outras manifestações
temáticas de interesse da população negra; culturais de matriz africana, bem como sua
comemoração nas instituições de ensino públicas e
II - incorporar nas matrizes curriculares dos cursos de
privadas.
formação de professores temas que incluam valores
concernentes à pluralidade étnica e cultural da Art. 20. O poder público garantirá o registro e a
sociedade brasileira; proteção da capoeira, em todas as suas modalidades,
como bem de natureza imaterial e de formação da
III - desenvolver programas de extensão universitária
identidade cultural brasileira, nos termos do art. 216 da
destinados a aproximar jovens negros de tecnologias
Constituição Federal.
avançadas, assegurado o princípio da proporcionalidade
de gênero entre os beneficiários; Parágrafo único. O poder público buscará garantir, por
meio dos atos normativos necessários, a preservação
IV - estabelecer programas de cooperação técnica, nos
dos elementos formadores tradicionais da capoeira nas
estabelecimentos de ensino públicos, privados e
suas relações internacionais.
comunitários, com as escolas de educação infantil,
ensino fundamental, ensino médio e ensino técnico, Seção IV
para a formação docente baseada em princípios de
Do Esporte e Lazer
equidade, de tolerância e de respeito às diferenças
étnicas. Art. 21. O poder público fomentará o pleno acesso da
população negra às práticas desportivas, consolidando
Art. 14. O poder público estimulará e apoiará ações
o esporte e o lazer como direitos sociais.
socioeducacionais realizadas por entidades do
movimento negro que desenvolvam atividades voltadas Art. 22. A capoeira é reconhecida como desporto de
para a inclusão social, mediante cooperação técnica, criação nacional, nos termos do art. 217 da Constituição
intercâmbios, convênios e incentivos, entre outros Federal.
mecanismos.
§ 1º A atividade de capoeirista será reconhecida em
Art. 15. O poder público adotará programas de ação todas as modalidades em que a capoeira se manifesta,
afirmativa. seja como esporte, luta, dança ou música, sendo livre o
exercício em todo o território nacional.
Art. 16. O Poder Executivo federal, por meio dos órgãos
responsáveis pelas políticas de promoção da igualdade § 2º É facultado o ensino da capoeira nas instituições
e de educação, acompanhará e avaliará os programas de públicas e privadas pelos capoeiristas e mestres
que trata esta Seção. tradicionais, pública e formalmente reconhecidos.
Seção III CAPÍTULO III
Da Cultura Do Direito à Liberdade de Consciência e de Crença e
ao Livre Exercício dos Cultos Religiosos
Art. 17. O poder público garantirá o reconhecimento
das sociedades negras, clubes e outras formas de Art. 23. É inviolável a liberdade de consciência e de
manifestação coletiva da população negra, com crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos
trajetória histórica comprovada, como patrimônio religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos
histórico e cultural, nos termos dos arts. 215 e 216 da locais de culto e a suas liturgias.
Constituição Federal.

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Art. 24. O direito à liberdade de consciência e de crença III - assegurar a participação proporcional de
e ao livre exercício dos cultos religiosos de matriz representantes das religiões de matrizes africanas, ao
africana compreende: lado da representação das demais religiões, em
comissões, conselhos, órgãos e outras instâncias de
I - a prática de cultos, a celebração de reuniões
deliberação vinculadas ao poder público.
relacionadas à religiosidade e a fundação e
manutenção, por iniciativa privada, de lugares CAPÍTULO IV
reservados para tais fins;
Do Acesso à Terra e à Moradia Adequada
II - a celebração de festividades e cerimônias de acordo
Seção I
com preceitos das respectivas religiões;
Do Acesso à Terra
III - a fundação e a manutenção, por iniciativa privada,
de instituições beneficentes ligadas às respectivas Art. 27. O poder público elaborará e implementará
convicções religiosas; políticas públicas capazes de promover o acesso da
população negra à terra e às atividades produtivas no
IV - a produção, a comercialização, a aquisição e o uso
campo.
de artigos e materiais religiosos adequados aos
costumes e às práticas fundadas na respectiva Art. 28. Para incentivar o desenvolvimento das
religiosidade, ressalvadas as condutas vedadas por atividades produtivas da população negra no campo, o
legislação específica; poder público promoverá ações para viabilizar e ampliar
o seu acesso ao financiamento agrícola.
V - a produção e a divulgação de publicações
relacionadas ao exercício e à difusão das religiões de Art. 29. Serão assegurados à população negra a
matriz africana; assistência técnica rural, a simplificação do acesso ao
crédito agrícola e o fortalecimento da infraestrutura de
VI - a coleta de contribuições financeiras de pessoas
logística para a comercialização da produção.
naturais e jurídicas de natureza privada para a
manutenção das atividades religiosas e sociais das Art. 30. O poder público promoverá a educação e a
respectivas religiões; orientação profissional agrícola para os trabalhadores
negros e as comunidades negras rurais.
VII - o acesso aos órgãos e aos meios de comunicação
para divulgação das respectivas religiões; Art. 31. Aos remanescentes das comunidades dos
quilombos que estejam ocupando suas terras é
VIII - a comunicação ao Ministério Público para abertura
reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado
de ação penal em face de atitudes e práticas de
emitir-lhes os títulos respectivos.
intolerância religiosa nos meios de comunicação e em
quaisquer outros locais. Art. 32. O Poder Executivo federal elaborará e
desenvolverá políticas públicas especiais voltadas para
Art. 25. É assegurada a assistência religiosa aos
o desenvolvimento sustentável dos remanescentes das
praticantes de religiões de matrizes africanas internados
comunidades dos quilombos, respeitando as tradições
em hospitais ou em outras instituições de internação
de proteção ambiental das comunidades
coletiva, inclusive àqueles submetidos a pena privativa
de liberdade. Art. 33. Para fins de política agrícola, os remanescentes
das comunidades dos quilombos receberão dos órgãos
Art. 26. O poder público adotará as medidas necessárias
competentes tratamento especial diferenciado,
para o combate à intolerância com as religiões de
assistência técnica e linhas especiais de financiamento
matrizes africanas e à discriminação de seus seguidores,
público, destinados à realização de suas atividades
especialmente com o objetivo de:
produtivas e de infraestrutura.
I - coibir a utilização dos meios de comunicação social
Art. 34. Os remanescentes das comunidades dos
para a difusão de proposições, imagens ou abordagens
quilombos se beneficiarão de todas as iniciativas
que exponham pessoa ou grupo ao ódio ou ao desprezo
previstas nesta e em outras leis para a promoção da
por motivos fundados na religiosidade de matrizes
igualdade étnica.
africanas;
Seção II
II - inventariar, restaurar e proteger os documentos,
obras e outros bens de valor artístico e cultural, os Da Moradia
monumentos, mananciais, flora e sítios arqueológicos
Art. 35. O poder público garantirá a implementação de
vinculados às religiões de matrizes africanas;
políticas públicas para assegurar o direito à moradia

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adequada da população negra que vive em favelas, incentivo à adoção de medidas similares nas empresas
cortiços, áreas urbanas subutilizadas, degradadas ou em e organizações privadas.
processo de degradação, a fim de reintegrá-las à
§ 1º A igualdade de oportunidades será lograda
dinâmica urbana e promover melhorias no ambiente e
mediante a adoção de políticas e programas de
na qualidade de vida.
formação profissional, de emprego e de geração de
Parágrafo único. O direito à moradia adequada, para os renda voltados para a população negra.
efeitos desta Lei, inclui não apenas o provimento
§ 2º As ações visando a promover a igualdade de
habitacional, mas também a garantia da infraestrutura
oportunidades na esfera da administração pública far-
urbana e dos equipamentos comunitários associados à
se-ão por meio de normas estabelecidas ou a serem
função habitacional, bem como a assistência técnica e
estabelecidas em legislação específica e em seus
jurídica para a construção, a reforma ou a regularização
regulamentos.
fundiária da habitação em área urbana.
§ 3º O poder público estimulará, por meio de
Art. 36. Os programas, projetos e outras ações
incentivos, a adoção de iguais medidas pelo setor
governamentais realizadas no âmbito do Sistema
privado.
Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS),
regulado pela Lei no 11.124, de 16 de junho de 2005, § 4º As ações de que trata o caput deste artigo
devem considerar as peculiaridades sociais, econômicas assegurarão o princípio da proporcionalidade de gênero
e culturais da população negra. entre os beneficiários.
Parágrafo único. Os Estados, o Distrito Federal e os § 5º Será assegurado o acesso ao crédito para a
Municípios estimularão e facilitarão a participação de pequena produção, nos meios rural e urbano, com
organizações e movimentos representativos da ações afirmativas para mulheres negras.
população negra na composição dos conselhos
§ 6º O poder público promoverá campanhas de
constituídos para fins de aplicação do Fundo Nacional
sensibilização contra a marginalização da mulher negra
de Habitação de Interesse Social (FNHIS).
no trabalho artístico e cultural.
Art. 37. Os agentes financeiros, públicos ou privados,
§ 7º O poder público promoverá ações com o objetivo
promoverão ações para viabilizar o acesso da população
de elevar a escolaridade e a qualificação profissional nos
negra aos financiamentos habitacionais.
setores da economia que contem com alto índice de
CAPÍTULO V ocupação por trabalhadores negros de baixa
escolarização.
Do Trabalho
Art. 40. O Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo
Art. 38. A implementação de políticas voltadas para a
ao Trabalhador (Codefat) formulará políticas,
inclusão da população negra no mercado de trabalho
programas e projetos voltados para a inclusão da
será de responsabilidade do poder público, observando-
população negra no mercado de trabalho e orientará a
se:
destinação de recursos para seu financiamento.
I - o instituído neste Estatuto;
II - os compromissos assumidos pelo Brasil ao ratificar a
Art. 41. As ações de emprego e renda, promovidas por
Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as
meio de financiamento para constituição e ampliação
Formas de Discriminação Racial, de 1965;
de pequenas e médias empresas e de programas de
III - os compromissos assumidos pelo Brasil ao ratificar a geração de renda, contemplarão o estímulo à promoção
Convenção no 111, de 1958, da Organização de empresários negros.
Internacional do Trabalho (OIT), que trata da
Parágrafo único. O poder público estimulará as
discriminação no emprego e na profissão;
atividades voltadas ao turismo étnico com enfoque nos
IV - os demais compromissos formalmente assumidos locais, monumentos e cidades que retratem a cultura,
pelo Brasil perante a comunidade internacional. os usos e os costumes da população negra.
Art. 39. O poder público promoverá ações que Art. 42. O Poder Executivo federal poderá implementar
assegurem a igualdade de oportunidades no mercado critérios para provimento de cargos em comissão e
de trabalho para a população negra, inclusive mediante funções de confiança destinados a ampliar a
a implementação de medidas visando à promoção da participação de negros, buscando reproduzir a estrutura
igualdade nas contratações do setor público e o da distribuição étnica nacional ou, quando for o caso,
estadual, observados os dados demográficos oficiais.

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CAPÍTULO VI Disposição Preliminar


Dos Meios De Comunicação Art. 47. É instituído o Sistema Nacional de Promoção da
Igualdade Racial (Sinapir) como forma de organização e
Art. 43. A produção veiculada pelos órgãos de
de articulação voltadas à implementação do conjunto
comunicação valorizará a herança cultural e a
de políticas e serviços destinados a superar as
participação da população negra na história do País.
desigualdades étnicas existentes no País, prestados pelo
Art. 44. Na produção de filmes e programas destinados poder público federal.
à veiculação pelas emissoras de televisão e em salas
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
cinematográficas, deverá ser adotada a prática de
poderão participar do Sinapir mediante adesão.
conferir oportunidades de emprego para atores,
figurantes e técnicos negros, sendo vedada toda e § 2º O poder público federal incentivará a sociedade e
qualquer discriminação de natureza política, ideológica, a iniciativa privada a participar do Sinapir.
étnica ou artística.
CAPÍTULO II
Parágrafo único. A exigência disposta no caput não se
Dos Objetivos
aplica aos filmes e programas que abordem
especificidades de grupos étnicos determinados. Art. 48. São objetivos do Sinapir:
Art. 45. Aplica-se à produção de peças publicitárias I - promover a igualdade étnica e o combate às
destinadas à veiculação pelas emissoras de televisão e desigualdades sociais resultantes do racismo, inclusive
em salas cinematográficas o disposto no art. 44. mediante adoção de ações afirmativas;
Art. 46. Os órgãos e entidades da administração pública II - formular políticas destinadas a combater os fatores
federal direta, autárquica ou fundacional, as empresas de marginalização e a promover a integração social da
públicas e as sociedades de economia mista federais população negra;
deverão incluir cláusulas de participação de artistas
III - descentralizar a implementação de ações
negros nos contratos de realização de filmes, programas
afirmativas pelos governos estaduais, distrital e
ou quaisquer outras peças de caráter publicitário.
municipais;
§ 1º Os órgãos e entidades de que trata este artigo
IV - articular planos, ações e mecanismos voltados à
incluirão, nas especificações para contratação de
promoção da igualdade étnica;
serviços de consultoria, conceituação, produção e
realização de filmes, programas ou peças publicitárias, a V - garantir a eficácia dos meios e dos instrumentos
obrigatoriedade da prática de iguais oportunidades de criados para a implementação das ações afirmativas e o
emprego para as pessoas relacionadas com o projeto ou cumprimento das metas a serem estabelecidas.
serviço contratado.
CAPÍTULO III
§ 2º Entende-se por prática de iguais oportunidades de
Da Organização E Competência
emprego o conjunto de medidas sistemáticas
executadas com a finalidade de garantir a diversidade Art. 49. O Poder Executivo federal elaborará plano
étnica, de sexo e de idade na equipe vinculada ao nacional de promoção da igualdade racial contendo as
projeto ou serviço contratado. metas, princípios e diretrizes para a implementação da
Política Nacional de Promoção da Igualdade Racial
§ 3º A autoridade contratante poderá, se considerar
(PNPIR).
necessário para garantir a prática de iguais
oportunidades de emprego, requerer auditoria por § 1º A elaboração, implementação, coordenação,
órgão do poder público federal. avaliação e acompanhamento da PNPIR, bem como a
organização, articulação e coordenação do Sinapir,
§ 4º A exigência disposta no caput não se aplica às
serão efetivados pelo órgão responsável pela política de
produções publicitárias quando abordarem
promoção da igualdade étnica em âmbito nacional.
especificidades de grupos étnicos determinados.
§ 2º É o Poder Executivo federal autorizado a instituir
TÍTULO III
fórum intergovernamental de promoção da igualdade
Do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial étnica, a ser coordenado pelo órgão responsável pelas
políticas de promoção da igualdade étnica, com o
(SINAPIR)
objetivo de implementar estratégias que visem à
CAPÍTULO I incorporação da política nacional de promoção da

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igualdade étnica nas ações governamentais de Estados Art. 55. Para a apreciação judicial das lesões e das
e Municípios. ameaças de lesão aos interesses da população negra
decorrentes de situações de desigualdade étnica,
§ 3º As diretrizes das políticas nacional e regional de
recorrer-se-á, entre outros instrumentos, à ação civil
promoção da igualdade étnica serão elaboradas por
pública, disciplinada na Lei no 7.347, de 24 de julho de
órgão colegiado que assegure a participação da
1985.
sociedade civil.
CAPÍTULO V
Art. 50. Os Poderes Executivos estaduais, distrital e
municipais, no âmbito das respectivas esferas de DO FINANCIAMENTO DAS INICIATIVAS DE
competência, poderão instituir conselhos de promoção PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL
da igualdade étnica, de caráter permanente e
Art. 56. Na implementação dos programas e das ações
consultivo, compostos por igual número de
constantes dos planos plurianuais e dos orçamentos
representantes de órgãos e entidades públicas e de
anuais da União, deverão ser observadas as políticas de
organizações da sociedade civil representativas da
ação afirmativa a que se refere o inciso VII do art. 4º
população negra.
desta Lei e outras políticas públicas que tenham como
Parágrafo único. O Poder Executivo priorizará o repasse objetivo promover a igualdade de oportunidades e a
dos recursos referentes aos programas e atividades inclusão social da população negra, especialmente no
previstos nesta Lei aos Estados, Distrito Federal e que tange a:
Municípios que tenham criado conselhos de promoção
I - promoção da igualdade de oportunidades em
da igualdade étnica.
educação, emprego e moradia;
CAPÍTULO IV
II - financiamento de pesquisas, nas áreas de educação,
Das Ouvidorias Permanentes E Do Acesso À Justiça E À saúde e emprego, voltadas para a melhoria da qualidade
Segurança de vida da população negra;
Art. 51. O poder público federal instituirá, na forma da III - incentivo à criação de programas e veículos de
lei e no âmbito dos Poderes Legislativo e Executivo, comunicação destinados à divulgação de matérias
Ouvidorias Permanentes em Defesa da Igualdade Racial, relacionadas aos interesses da população negra;
para receber e encaminhar denúncias de preconceito e
IV - incentivo à criação e à manutenção de
discriminação com base em etnia ou cor e acompanhar
microempresas administradas por pessoas
a implementação de medidas para a promoção da
autodeclaradas negras
igualdade.
V - iniciativas que incrementem o acesso e a
Art. 52. É assegurado às vítimas de discriminação étnica
permanência das pessoas negras na educação
o acesso aos órgãos de Ouvidoria Permanente, à
fundamental, média, técnica e superior;
Defensoria Pública, ao Ministério Público e ao Poder
Judiciário, em todas as suas instâncias, para a garantia VI - apoio a programas e projetos dos governos
do cumprimento de seus direitos. estaduais, distrital e municipais e de entidades da
sociedade civil voltados para a promoção da igualdade
Parágrafo único. O Estado assegurará atenção às
de oportunidades para a população negra;
mulheres negras em situação de violência, garantida a
assistência física, psíquica, social e jurídica. VII - apoio a iniciativas em defesa da cultura, da
memória e das tradições africanas e brasileiras.
Art. 53. O Estado adotará medidas especiais para coibir
a violência policial incidente sobre a população negra. § 1º O Poder Executivo federal é autorizado a adotar
medidas que garantam, em cada exercício, a
Parágrafo único. O Estado implementará ações de
transparência na alocação e na execução dos recursos
ressocialização e proteção da juventude negra em
necessários ao financiamento das ações previstas neste
conflito com a lei e exposta a experiências de exclusão
Estatuto, explicitando, entre outros, a proporção dos
social.
recursos orçamentários destinados aos programas de
Art. 54. O Estado adotará medidas para coibir atos de promoção da igualdade, especialmente nas áreas de
discriminação e preconceito praticados por servidores educação, saúde, emprego e renda, desenvolvimento
públicos em detrimento da população negra, agrário, habitação popular, desenvolvimento regional,
observado, no que couber, o disposto na Lei no 7.716, cultura, esporte e lazer.
de 5 de janeiro de 1989.
§ 2º Durante os 5 (cinco) primeiros anos, a contar do
exercício subsequente à publicação deste Estatuto, os

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órgãos do Poder Executivo federal que desenvolvem procedência nacional, obstar a promoção funcional.”
políticas e programas nas áreas referidas no § 1º deste (NR)
artigo discriminarão em seus orçamentos anuais a
“Art. 4º
participação nos programas de ação afirmativa referidos
no inciso VII do art. 4º desta Lei. § 1º Incorre na mesma pena quem, por motivo de
discriminação de raça ou de cor ou práticas resultantes
§ 3º O Poder Executivo é autorizado a adotar as
do preconceito de descendência ou origem nacional ou
medidas necessárias para a adequada implementação
étnica:
do disposto neste artigo, podendo estabelecer
patamares de participação crescente dos programas de I - deixar de conceder os equipamentos necessários ao
ação afirmativa nos orçamentos anuais a que se refere empregado em igualdade de condições com os demais
o § 2º deste artigo. trabalhadores;
§ 4º O órgão colegiado do Poder Executivo federal II - impedir a ascensão funcional do empregado ou
responsável pela promoção da igualdade racial obstar outra forma de benefício profissional;
acompanhará e avaliará a programação das ações
III - proporcionar ao empregado tratamento
referidas neste artigo nas propostas orçamentárias da
diferenciado no ambiente de trabalho, especialmente
União.
quanto ao salário.
Art. 57. Sem prejuízo da destinação de recursos
§ 2º Ficará sujeito às penas de multa e de prestação de
ordinários, poderão ser consignados nos orçamentos
serviços à comunidade, incluindo atividades de
fiscal e da seguridade social para financiamento das
promoção da igualdade racial, quem, em anúncios ou
ações de que trata o art. 56:
qualquer outra forma de recrutamento de
I - transferências voluntárias dos Estados, do Distrito trabalhadores, exigir aspectos de aparência próprios de
Federal e dos Municípios; raça ou etnia para emprego cujas atividades não
justifiquem essas exigências.” (NR)
II - doações voluntárias de particulares;
Art. 61. Os arts. 3º e 4º da Lei nº 9.029, de 13 de abril
III - doações de empresas privadas e organizações não
de 1995, passam a vigorar com a seguinte redação:
governamentais, nacionais ou internacionais;
“Art. 3º Sem prejuízo do prescrito no art. 2º e nos
IV - doações voluntárias de fundos nacionais ou
dispositivos legais que tipificam os crimes resultantes de
internacionais;
preconceito de etnia, raça ou cor, as infrações do
disposto nesta Lei são passíveis das seguintes
cominações:” (NR)
V - doações de Estados estrangeiros, por meio de
convênios, tratados e acordos internacionais. “Art. 4º O rompimento da relação de trabalho por ato
discriminatório, nos moldes desta Lei, além do direito à
TÍTULO IV
reparação pelo dano moral, faculta ao empregado optar
Disposições Finais entre:” (NR)
Art. 58. As medidas instituídas nesta Lei não excluem Art. 62. O art. 13 da Lei no 7.347, de 1985, passa a
outras em prol da população negra que tenham sido ou vigorar acrescido do seguinte § 2º, renumerando-se o
venham a ser adotadas no âmbito da União, dos atual parágrafo único como § 1º:
Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.
“Art. 13.
Art. 59. O Poder Executivo federal criará instrumentos
§ 1º
para aferir a eficácia social das medidas previstas nesta
Lei e efetuará seu monitoramento constante, com a § 2º Havendo acordo ou condenação com fundamento
emissão e a divulgação de relatórios periódicos, em dano causado por ato de discriminação étnica nos
inclusive pela rede mundial de computadores. termos do disposto no art. 1º desta Lei, a prestação em
dinheiro reverterá diretamente ao fundo de que trata o
Art. 60. Os arts. 3º e 4º da Lei nº 7.716, de 1989, passam
caput e será utilizada para ações de promoção da
a vigorar com a seguinte redação:
igualdade étnica, conforme definição do Conselho
“Art. 3º Nacional de Promoção da Igualdade Racial, na hipótese
de extensão nacional, ou dos Conselhos de Promoção de
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, por
Igualdade Racial estaduais ou locais, nas hipóteses de
motivo de discriminação de raça, cor, etnia, religião ou

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danos com extensão regional ou local, § 2º Durante a investigação criminal, cabe ao delegado
respectivamente.” (NR) de polícia a requisição de perícia, informações,
documentos e dados que interessem à apuração dos
Art. 63. O § 1º do art. 1º da Lei nº 10.778, de 24 de
fatos.
novembro de 2003, passa a vigorar com a seguinte
redação: § 3º (VETADO).
“Art. 1º § 4º O inquérito policial ou outro procedimento
previsto em lei em curso somente poderá ser avocado
§ 1º Para os efeitos desta Lei, entende-se por violência
ou redistribuído por superior hierárquico, mediante
contra a mulher qualquer ação ou conduta, baseada no
despacho fundamentado, por motivo de interesse
gênero, inclusive decorrente de discriminação ou
público ou nas hipóteses de inobservância dos
desigualdade étnica, que cause morte, dano ou
procedimentos previstos em regulamento da
sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto
corporação que prejudique a eficácia da investigação.
no âmbito público quanto no privado.” (NR)
§ 5º A remoção do delegado de polícia dar-se-á
Art. 64. O § 3º do art. 20 da Lei nº 7.716, de 1989, passa
somente por ato fundamentado.
a vigorar acrescido do seguinte inciso III:
§ 6º O indiciamento, privativo do delegado de polícia,
“Art. 20.
dar-se-á por ato fundamentado, mediante análise
§ 3º técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria,
materialidade e suas circunstâncias.
III - a interdição das respectivas mensagens ou páginas
de informação na rede mundial de computadores.” (NR) Art. 3º O cargo de delegado de polícia é privativo de
bacharel em Direito, devendo-lhe ser dispensado o
Art. 65. Esta Lei entra em vigor 90 (noventa) dias após
mesmo tratamento protocolar que recebem os
a data de sua publicação.
magistrados, os membros da Defensoria Pública e do
Brasília, 20 de julho de 2010; 189º da Independência e Ministério Público e os advogados.
122º da República.
Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA publicação.
Eloi Ferreira de Araújo Brasília, 20 de junho de 2013; 192º da Independência e
125º da República.
Este texto não substitui o publicado no DOU de
21.7.2010 DILMA ROUSSEFF
José Eduardo Cardozo
LEI Nº 12.830/2013. Miriam Belchior
Luís Inácio Lucena Adams
Dispõe sobre a investigação criminal conduzida pelo
delegado de polícia. LEI Nº 12.850/2013.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o
Define organização criminosa e dispõe sobre a
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
investigação criminal, os meios de obtenção da prova,
Lei:
infrações penais correlatas e o procedimento criminal;
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a investigação criminal altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
conduzida pelo delegado de polícia. 1940 (Código Penal); revoga a Lei nº 9.034, de 3 de
maio de 1995; e dá outras providências.
Art. 2º As funções de polícia judiciária e a apuração de
infrações penais exercidas pelo delegado de polícia são A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o
de natureza jurídica, essenciais e exclusivas de Estado. Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
Lei:
§ 1º Ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade
policial, cabe a condução da investigação criminal por CAPÍTULO I
meio de inquérito policial ou outro procedimento
Da Organização Criminosa
previsto em lei, que tem como objetivo a apuração das
circunstâncias, da materialidade e da autoria das Art. 1º Esta Lei define organização criminosa e dispõe
infrações penais. sobre a investigação criminal, os meios de obtenção da

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prova, infrações penais correlatas e o procedimento § 5º Se houver indícios suficientes de que o funcionário
criminal a ser aplicado. público integra organização criminosa, poderá o juiz
determinar seu afastamento cautelar do cargo,
§ 1º Considera-se organização criminosa a associação
emprego ou função, sem prejuízo da remuneração,
de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente
quando a medida se fizer necessária à investigação ou
ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda
instrução processual.
que informalmente, com objetivo de obter, direta ou
indiretamente, vantagem de qualquer natureza, § 6º A condenação com trânsito em julgado acarretará
mediante a prática de infrações penais cujas penas ao funcionário público a perda do cargo, função,
máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que emprego ou mandato eletivo e a interdição para o
sejam de caráter transnacional. exercício de função ou cargo público pelo prazo de 8
(oito) anos subsequentes ao cumprimento da pena.
§ 2º Esta Lei se aplica também:
I - às infrações penais previstas em tratado ou
convenção internacional quando, iniciada a execução no § 7º Se houver indícios de participação de policial nos
País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no crimes de que trata esta Lei, a Corregedoria de Polícia
estrangeiro, ou reciprocamente; instaurará inquérito policial e comunicará ao Ministério
Público, que designará membro para acompanhar o
II - às organizações terroristas, entendidas como aquelas
feito até a sua conclusão.
voltadas para a prática dos atos de terrorismo
legalmente definidos. (Redação dada pela lei nº 13.260, CAPÍTULO II
de 2016)
Da Investigação e dos Meios de Obtenção da Prova
Art. 2º Promover, constituir, financiar ou integrar,
Art. 3º Em qualquer fase da persecução penal, serão
pessoalmente ou por interposta pessoa, organização
permitidos, sem prejuízo de outros já previstos em lei,
criminosa:
os seguintes meios de obtenção da prova:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa, sem
I - colaboração premiada;
prejuízo das penas correspondentes às demais infrações
penais praticadas. II - captação ambiental de sinais eletromagnéticos,
ópticos ou acústicos;
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem impede ou, de
qualquer forma, embaraça a investigação de infração III - ação controlada;
penal que envolva organização criminosa.
IV - acesso a registros de ligações telefônicas e
§ 2º As penas aumentam-se até a metade se na atuação telemáticas, a dados cadastrais constantes de bancos de
da organização criminosa houver emprego de arma de dados públicos ou privados e a informações eleitorais ou
fogo. comerciais;
§ 3º A pena é agravada para quem exerce o comando, V - interceptação de comunicações telefônicas e
individual ou coletivo, da organização criminosa, ainda telemáticas, nos termos da legislação específica;
que não pratique pessoalmente atos de execução.
VI - afastamento dos sigilos financeiro, bancário e fiscal,
§ 4º A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois nos termos da legislação específica;
terços):
VII - infitração, por policiais, em atividade de
I - se há participação de criança ou adolescente; investigação, na forma do art. 11;
II - se há concurso de funcionário público, valendo-se a VIII - cooperação entre instituições e órgãos federais,
organização criminosa dessa condição para a prática de distritais, estaduais e municipais na busca de provas e
infração penal; informações de interesse da investigação ou da
instrução criminal.
III - se o produto ou proveito da infração penal destinar-
se, no todo ou em parte, ao exterior; § 1º Havendo necessidade justificada de manter sigilo
sobre a capacidade investigatória, poderá ser
IV - se a organização criminosa mantém conexão com
dispensada licitação para contratação de serviços
outras organizações criminosas independentes;
técnicos especializados, aquisição ou locação de
V - se as circunstâncias do fato evidenciarem a equipamentos destinados à polícia judiciária para o
transnacionalidade da organização. rastreamento e obtenção de provas previstas nos
incisos II e V. (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)

Estratégia Carreira Jurídica 590


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§ 2º No caso do § 1º, fica dispensada a publicação de II - for o primeiro a prestar efetiva colaboração nos
que trata o parágrafo único do art. 61 da Lei nº 8.666, termos deste artigo.
de 21 de junho de 1993, devendo ser comunicado o
§ 5º Se a colaboração for posterior à sentença, a pena
órgão de controle interno da realização da contratação.
poderá ser reduzida até a metade ou será admitida a
(Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)
progressão de regime ainda que ausentes os requisitos
Seção I objetivos
Da Colaboração Premiada § 6º O juiz não participará das negociações realizadas
entre as partes para a formalização do acordo de
Art. 4º O juiz poderá, a requerimento das partes,
colaboração, que ocorrerá entre o delegado de polícia,
conceder o perdão judicial, reduzir em até 2/3 (dois
o investigado e o defensor, com a manifestação do
terços) a pena privativa de liberdade ou substituí-la por
Ministério Público, ou, conforme o caso, entre o
restritiva de direitos daquele que tenha colaborado
Ministério Público e o investigado ou acusado e seu
efetiva e voluntariamente com a investigação e com o
defensor.
processo criminal, desde que dessa colaboração
advenha um ou mais dos seguintes resultados: § 7º Realizado o acordo na forma do § 6º, o respectivo
termo, acompanhado das declarações do colaborador e
I - a identificação dos demais coautores e partícipes da
de cópia da investigação, será remetido ao juiz para
organização criminosa e das infrações penais por eles
homologação, o qual deverá verificar sua regularidade,
praticadas;
legalidade e voluntariedade, podendo para este fim,
II - a revelação da estrutura hierárquica e da divisão de sigilosamente, ouvir o colaborador, na presença de seu
tarefas da organização criminosa defensor.
III - a prevenção de infrações penais decorrentes das § 8º O juiz poderá recusar homologação à proposta que
atividades da organização criminosa; não atender aos requisitos legais, ou adequá-la ao caso
concreto.
IV - a recuperação total ou parcial do produto ou do
proveito das infrações penais praticadas pela § 9º Depois de homologado o acordo, o colaborador
organização criminosa; poderá, sempre acompanhado pelo seu defensor, ser
ouvido pelo membro do Ministério Público ou pelo
V - a localização de eventual vítima com a sua
delegado de polícia responsável pelas investigações.
integridade física preservada.
§ 10. As partes podem retratar-se da proposta, caso em
§ 1º Em qualquer caso, a concessão do benefício levará
que as provas autoincriminatórias produzidas pelo
em conta a personalidade do colaborador, a natureza,
colaborador não poderão ser utilizadas exclusivamente
as circunstâncias, a gravidade e a repercussão social do
em seu desfavor.
fato criminoso e a eficácia da colaboração.
§ 11. A sentença apreciará os termos do acordo
§ 2º Considerando a relevância da colaboração
homologado e sua eficácia.
prestada, o Ministério Público, a qualquer tempo, e o
delegado de polícia, nos autos do inquérito policial, com § 12. Ainda que beneficiado por perdão judicial ou não
a manifestação do Ministério Público, poderão requerer denunciado, o colaborador poderá ser ouvido em juízo
ou representar ao juiz pela concessão de perdão judicial a requerimento das partes ou por iniciativa da
ao colaborador, ainda que esse benefício não tenha sido autoridade judicial.
previsto na proposta inicial, aplicando-se, no que
§ 13. Sempre que possível, o registro dos atos de
couber, o art. 28 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de
colaboração será feito pelos meios ou recursos de
outubro de 1941 (Código de Processo Penal).
gravação magnética, estenotipia, digital ou técnica
§ 3º O prazo para oferecimento de denúncia ou o similar, inclusive audiovisual, destinados a obter maior
processo, relativos ao colaborador, poderá ser suspenso fidelidade das informações.
por até 6 (seis) meses, prorrogáveis por igual período,
§ 14. Nos depoimentos que prestar, o colaborador
até que sejam cumpridas as medidas de colaboração,
renunciará, na presença de seu defensor, ao direito ao
suspendendo-se o respectivo prazo prescricional.
silêncio e estará sujeito ao compromisso legal de dizer a
§ 4º Nas mesmas hipóteses do caput, o Ministério verdade.
Público poderá deixar de oferecer denúncia se o
§ 15. Em todos os atos de negociação, confirmação e
colaborador:
execução da colaboração, o colaborador deverá estar
I - não for o líder da organização criminosa; assistido por defensor.

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§ 16. Nenhuma sentença condenatória será proferida § 3º O acordo de colaboração premiada deixa de ser
com fundamento apenas nas declarações de agente sigiloso assim que recebida a denúncia, observado o
colaborador. disposto no art. 5º.
Art. 5º São direitos do colaborador: Seção II
I - usufruir das medidas de proteção previstas na Da Ação Controlada
legislação específica
Art. 8º Consiste a ação controlada em retardar a
II - ter nome, qualificação, imagem e demais intervenção policial ou administrativa relativa à ação
informações pessoais preservados; praticada por organização criminosa ou a ela vinculada,
desde que mantida sob observação e acompanhamento
III - ser conduzido, em juízo, separadamente dos demais
para que a medida legal se concretize no momento mais
coautores e partícipes;
eficaz à formação de provas e obtenção de informações.
IV - participar das audiências sem contato visual com os
§ 1º O retardamento da intervenção policial ou
outros acusados;
administrativa será previamente comunicado ao juiz
V - não ter sua identidade revelada pelos meios de competente que, se for o caso, estabelecerá os seus
comunicação, nem ser fotografado ou filmado, sem sua limites e comunicará ao Ministério Público
prévia autorização por escrito;
§ 2º A comunicação será sigilosamente distribuída de
VI - cumprir pena em estabelecimento penal diverso dos forma a não conter informações que possam indicar a
demais corréus ou condenados. operação a ser efetuada.
Art. 6º O termo de acordo da colaboração premiada § 3º Até o encerramento da diligência, o acesso aos
deverá ser feito por escrito e conter: autos será restrito ao juiz, ao Ministério Público e ao
delegado de polícia, como forma de garantir o êxito das
I - o relato da colaboração e seus possíveis resultados;
investigações.
II - as condições da proposta do Ministério Público ou do
§ 4º Ao término da diligência, elaborar-se-á auto
delegado de polícia;
circunstanciado acerca da ação controlada.
III - a declaração de aceitação do colaborador e de seu
Art. 9º Se a ação controlada envolver transposição de
defensor;
fronteiras, o retardamento da intervenção policial ou
IV - as assinaturas do representante do Ministério administrativa somente poderá ocorrer com a
Público ou do delegado de polícia, do colaborador e de cooperação das autoridades dos países que figurem
seu defensor; como provável itinerário ou destino do investigado, de
modo a reduzir os riscos de fuga e extravio do produto,
V - a especificação das medidas de proteção ao
objeto, instrumento ou proveito do crime.
colaborador e à sua família, quando necessário.
Seção III
Art. 7º O pedido de homologação do acordo será
sigilosamente distribuído, contendo apenas Da Infiltração de Agentes
informações que não possam identificar o colaborador
Art. 10. A infiltração de agentes de polícia em tarefas de
e o seu objeto.
investigação, representada pelo delegado de polícia ou
§ 1º As informações pormenorizadas da colaboração requerida pelo Ministério Público, após manifestação
serão dirigidas diretamente ao juiz a que recair a técnica do delegado de polícia quando solicitada no
distribuição, que decidirá no prazo de 48 (quarenta e curso de inquérito policial, será precedida de
oito) horas. circunstanciada, motivada e sigilosa autorização
judicial, que estabelecerá seus limites.
§ 2º O acesso aos autos será restrito ao juiz, ao
Ministério Público e ao delegado de polícia, como forma § 1º Na hipótese de representação do delegado de
de garantir o êxito das investigações, assegurando-se ao polícia, o juiz competente, antes de decidir, ouvirá o
defensor, no interesse do representado, amplo acesso Ministério Público.
aos elementos de prova que digam respeito ao exercício
do direito de defesa, devidamente precedido de
autorização judicial, ressalvados os referentes às § 2º Será admitida a infiltração se houver indícios de
diligências em andamento. infração penal de que trata o art. 1º e se a prova não
puder ser produzida por outros meios disponíveis.

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§ 3º A infiltração será autorizada pelo prazo de até 6 III - ter seu nome, sua qualificação, sua imagem, sua voz
(seis) meses, sem prejuízo de eventuais renovações, e demais informações pessoais preservadas durante a
desde que comprovada sua necessidade. investigação e o processo criminal, salvo se houver
decisão judicial em contrário;
§ 4º Findo o prazo previsto no § 3º, o relatório
circunstanciado será apresentado ao juiz competente, IV - não ter sua identidade revelada, nem ser
que imediatamente cientificará o Ministério Público. fotografado ou filmado pelos meios de comunicação,
sem sua prévia autorização por escrito.
§ 5º No curso do inquérito policial, o delegado de polícia
poderá determinar aos seus agentes, e o Ministério Seção IV
Público poderá requisitar, a qualquer tempo, relatório
Do Acesso a Registros, Dados Cadastrais, Documentos
da atividade de infiltração.
e Informações
Art. 11. O requerimento do Ministério Público ou a
Art. 15. O delegado de polícia e o Ministério Público
representação do delegado de polícia para a infiltração
terão acesso, independentemente de autorização
de agentes conterão a demonstração da necessidade da
judicial, apenas aos dados cadastrais do investigado que
medida, o alcance das tarefas dos agentes e, quando
informem exclusivamente a qualificação pessoal, a
possível, os nomes ou apelidos das pessoas investigadas
filiação e o endereço mantidos pela Justiça Eleitoral,
e o local da infiltração.
empresas telefônicas, instituições financeiras,
Art. 12. O pedido de infiltração será sigilosamente provedores de internet e administradoras de cartão de
distribuído, de forma a não conter informações que crédito.
possam indicar a operação a ser efetivada ou identificar
Art. 16. As empresas de transporte possibilitarão, pelo
o agente que será infiltrado.
prazo de 5 (cinco) anos, acesso direto e permanente do
§ 1º As informações quanto à necessidade da operação juiz, do Ministério Público ou do delegado de polícia aos
de infiltração serão dirigidas diretamente ao juiz bancos de dados de reservas e registro de viagens.
competente, que decidirá no prazo de 24 (vinte e
Art. 17. As concessionárias de telefonia fixa ou móvel
quatro) horas, após manifestação do Ministério Público
manterão, pelo prazo de 5 (cinco) anos, à disposição das
na hipótese de representação do delegado de polícia,
autoridades mencionadas no art. 15, registros de
devendo-se adotar as medidas necessárias para o êxito
identificação dos números dos terminais de origem e de
das investigações e a segurança do agente infiltrado.
destino das ligações telefônicas internacionais,
§ 2º Os autos contendo as informações da operação de interurbanas e locais.
infiltração acompanharão a denúncia do Ministério
Seção V
Público, quando serão disponibilizados à defesa,
assegurando-se a preservação da identidade do agente. Dos Crimes Ocorridos na Investigação e na Obtenção
da Prova
§ 3º Havendo indícios seguros de que o agente
infiltrado sofre risco iminente, a operação será sustada Art. 18. Revelar a identidade, fotografar ou filmar o
mediante requisição do Ministério Público ou pelo colaborador, sem sua prévia autorização por escrito:
delegado de polícia, dando-se imediata ciência ao
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Ministério Público e à autoridade judicial
Art. 19. Imputar falsamente, sob pretexto de
Art. 13. O agente que não guardar, em sua atuação, a
colaboração com a Justiça, a prática de infração penal a
devida proporcionalidade com a finalidade da
pessoa que sabe ser inocente, ou revelar informações
investigação, responderá pelos excessos praticados.
sobre a estrutura de organização criminosa que sabe
Parágrafo único. Não é punível, no âmbito da inverídicas
infiltração, a prática de crime pelo agente infiltrado no
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
curso da investigação, quando inexigível conduta
diversa. Art. 20. Descumprir determinação de sigilo das
investigações que envolvam a ação controlada e a
Art. 14. São direitos do agente:
infiltração de agentes:
I - recusar ou fazer cessar a atuação infiltrada;
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
II - ter sua identidade alterada, aplicando-se, no que
Art. 21. Recusar ou omitir dados cadastrais, registros,
couber, o disposto no art. 9º da Lei nº 9.807, de 13 de
documentos e informações requisitadas pelo juiz,
julho de 1999, bem como usufruir das medidas de
proteção a testemunhas;

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Ministério Público ou delegado de polícia, no curso de “Art. 342 Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos,
investigação ou do processo: e multa.” (NR)
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e Art. 26. Revoga-se a Lei nº 9.034, de 3 de maio de 1995.
multa.
Art. 27. Esta Lei entra em vigor após decorridos 45
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem, de (quarenta e cinco) dias de sua publicação oficial.
forma indevida, se apossa, propala, divulga ou faz uso
Brasília, 2 de agosto de 2013; 192º da Independência e
dos dados cadastrais de que trata esta Lei.
125º da República.
CAPÍTULO III
DILMA ROUSSEFF
Disposições Finais
José Eduardo Cardozo
Art. 22. Os crimes previstos nesta Lei e as infrações
penais conexas serão apurados mediante procedimento
ordinário previsto no Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de
LEI Nº 12.852/2013
outubro de 1941 (Código de Processo Penal), observado
Institui o Estatuto da Juventude e dispõe sobre os
o disposto no parágrafo único deste artigo.
direitos dos jovens, os princípios e diretrizes das
Parágrafo único. A instrução criminal deverá ser políticas públicas de juventude e o Sistema Nacional de
encerrada em prazo razoável, o qual não poderá Juventude - SINAJUVE.
exceder a 120 (cento e vinte) dias quando o réu estiver
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o
preso, prorrogáveis em até igual período, por decisão
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
fundamentada, devidamente motivada pela
Lei:
complexidade da causa ou por fato procrastinatório
atribuível ao réu. TÍTULO I
Art. 23. O sigilo da investigação poderá ser decretado Dos Direitos e das Políticas Públicas de Juventude
pela autoridade judicial competente, para garantia da
CAPÍTULO I
celeridade e da eficácia das diligências investigatórias,
assegurando-se ao defensor, no interesse do Dos Princípios e Diretrizes das Políticas Públicas de
representado, amplo acesso aos elementos de prova Juventude
que digam respeito ao exercício do direito de defesa,
Art. 1º Esta Lei institui o Estatuto da Juventude e dispõe
devidamente precedido de autorização judicial,
sobre os direitos dos jovens, os princípios e diretrizes
ressalvados os referentes às diligências em andamento.
das políticas públicas de juventude e o Sistema Nacional
Parágrafo único. Determinado o depoimento do de Juventude - SINAJUVE.
investigado, seu defensor terá assegurada a prévia vista
§ 1º Para os efeitos desta Lei, são consideradas jovens
dos autos, ainda que classificados como sigilosos, no
as pessoas com idade entre 15 (quinze) e 29 (vinte e
prazo mínimo de 3 (três) dias que antecedem ao ato,
nove) anos de idade.
podendo ser ampliado, a critério da autoridade
responsável pela investigação. § 2º Aos adolescentes com idade entre 15 (quinze) e 18
(dezoito) anos aplica-se a Lei nº 8.069, de 13 de julho de
Art. 24. O art. 288 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente, e,
dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com
excepcionalmente, este Estatuto, quando não conflitar
a seguinte redação:
com as normas de proteção integral do adolescente.
“Associação Criminosa
Seção I
Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para
Dos Princípios
o fim específico de cometer crimes:
Art. 2º O disposto nesta Lei e as políticas públicas de
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
juventude são regidos pelos seguintes princípios:
Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a
I - promoção da autonomia e emancipação dos jovens;
associação é armada ou se houver a participação de
criança ou adolescente.” (NR) II - valorização e promoção da participação social e
política, de forma direta e por meio de suas
Art. 25. O art. 342 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
representações;
dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com
a seguinte redação:

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III - promoção da criatividade e da participação no VIII - estabelecer mecanismos que ampliem a gestão de
desenvolvimento do País; informação e produção de conhecimento sobre
juventude;
IV - reconhecimento do jovem como sujeito de direitos
universais, geracionais e singulares; IX - promover a integração internacional entre os
jovens, preferencialmente no âmbito da América Latina
V - promoção do bem-estar, da experimentação e do
e da África, e a cooperação internacional;
desenvolvimento integral do jovem;
X - garantir a integração das políticas de juventude com
VI - respeito à identidade e à diversidade individual e
os Poderes Legislativo e Judiciário, com o Ministério
coletiva da juventude;
Público e com a Defensoria Pública; e
VII - promoção da vida segura, da cultura da paz, da
XI - zelar pelos direitos dos jovens com idade entre 18
solidariedade e da não discriminação; e
(dezoito) e 29 (vinte e nove) anos privados de liberdade
VIII - valorização do diálogo e convívio do jovem com as e egressos do sistema prisional, formulando políticas de
demais gerações. educação e trabalho, incluindo estímulos à sua
reinserção social e laboral, bem como criando e
Parágrafo único. A emancipação dos jovens a que se
estimulando oportunidades de estudo e trabalho que
refere o inciso I do caput refere-se à trajetória de
favoreçam o cumprimento do regime semiaberto.
inclusão, liberdade e participação do jovem na vida em
sociedade, e não ao instituto da emancipação CAPÍTULO II
disciplinado pela Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002
Dos Direitos dos Jovens
- Código Civil.
Seção I
Seção II
Do D ireito à Cidadania, à Participação Social e Política
Diretrizes Gerais
e à Representação Juvenil
Art. 3º Os agentes públicos ou privados envolvidos com
Art. 4º O jovem tem direito à participação social e
políticas públicas de juventude devem observar as
política e na formulação, execução e avaliação das
seguintes diretrizes:
políticas públicas de juventude.
I - desenvolver a intersetorialidade das políticas
Parágrafo único. Entende-se por participação juvenil:
estruturais, programas e ações;
I - a inclusão do jovem nos espaços públicos e
II - incentivar a ampla participação juvenil em sua
comunitários a partir da sua concepção como pessoa
formulação, implementação e avaliação;
ativa, livre, responsável e digna de ocupar uma posição
III - ampliar as alternativas de inserção social do jovem, central nos processos políticos e sociais;
promovendo programas que priorizem o seu
II - o envolvimento ativo dos jovens em ações de
desenvolvimento integral e participação ativa nos
políticas públicas que tenham por objetivo o próprio
espaços decisórios;
benefício, o de suas comunidades, cidades e regiões e o
IV - proporcionar atendimento de acordo com suas do País;
especificidades perante os órgãos públicos e privados
III - a participação individual e coletiva do jovem em
prestadores de serviços à população, visando ao gozo de
ações que contemplem a defesa dos direitos da
direitos simultaneamente nos campos da saúde,
juventude ou de temas afetos aos jovens; e
educacional, político, econômico, social, cultural e
ambiental; IV - a efetiva inclusão dos jovens nos espaços públicos
de decisão com direito a voz e voto.
V - garantir meios e equipamentos públicos que
promovam o acesso à produção cultural, à prática Art. 5º A interlocução da juventude com o poder público
esportiva, à mobilidade territorial e à fruição do tempo pode realizar-se por intermédio de associações, redes,
livre; movimentos e organizações juvenis.
VI - promover o território como espaço de integração; Parágrafo único. É dever do poder público incentivar a
livre associação dos jovens.
VII - fortalecer as relações institucionais com os entes
federados e as redes de órgãos, gestores e conselhos de Art. 6º São diretrizes da interlocução institucional
juventude; juvenil:

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I - a definição de órgão governamental específico para a § 1º É assegurado aos jovens negros, indígenas e alunos
gestão das políticas públicas de juventude; oriundos da escola pública o acesso ao ensino superior
nas instituições públicas por meio de políticas
II - o incentivo à criação de conselhos de juventude em
afirmativas, nos termos da lei.
todos os entes da Federação.
§ 2º O poder público promoverá programas de
Parágrafo único. Sem prejuízo das atribuições do órgão
expansão da oferta de educação superior nas
governamental específico para a gestão das políticas
instituições públicas, de financiamento estudantil e de
públicas de juventude e dos conselhos de juventude
bolsas de estudos nas instituições privadas, em especial
com relação aos direitos previstos neste Estatuto, cabe
para jovens com deficiência, negros, indígenas e alunos
ao órgão governamental de gestão e aos conselhos dos
oriundos da escola pública.
direitos da criança e do adolescente a interlocução
institucional com adolescentes de idade entre 15 Art. 9º O jovem tem direito à educação profissional e
(quinze) e 18 (dezoito) anos. tecnológica, articulada com os diferentes níveis e
modalidades de educação, ao trabalho, à ciência e à
Seção II
tecnologia, observada a legislação vigente.
Do Direito à Educação
Art. 10. É dever do Estado assegurar ao jovem com
Art. 7º O jovem tem direito à educação de qualidade, deficiência o atendimento educacional especializado
com a garantia de educação básica, obrigatória e gratuito, preferencialmente, na rede regular de ensino.
gratuita, inclusive para os que a ela não tiveram acesso
Art. 11. O direito ao programa suplementar de
na idade adequada.
transporte escolar de que trata o art. 4º da Lei nº 9.394,
§ 1º A educação básica será ministrada em língua de 20 de dezembro de 1996, será progressivamente
portuguesa, assegurada aos jovens indígenas e de povos estendido ao jovem estudante do ensino fundamental,
e comunidades tradicionais a utilização de suas línguas do ensino médio e da educação superior, no campo e na
maternas e de processos próprios de aprendizagem. cidade.
§ 2º É dever do Estado oferecer aos jovens que não § 1º (VETADO).
concluíram a educação básica programas na
§ 2º (VETADO).
modalidade da educação de jovens e adultos, adaptados
às necessidades e especificidades da juventude, Art. 12. É garantida a participação efetiva do segmento
inclusive no período noturno, ressalvada a legislação juvenil, respeitada sua liberdade de organização, nos
educacional específica. conselhos e instâncias deliberativas de gestão
democrática das escolas e universidades.
§ 3º São assegurados aos jovens com surdez o uso e o
ensino da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS, em todas Art. 13. As escolas e as universidades deverão formular
as etapas e modalidades educacionais. e implantar medidas de democratização do acesso e
permanência, inclusive programas de assistência
§ 4º É assegurada aos jovens com deficiência a inclusão
estudantil, ação afirmativa e inclusão social para os
no ensino regular em todos os níveis e modalidades
jovens estudantes.
educacionais, incluindo o atendimento educacional
especializado, observada a acessibilidade a edificações, Seção III
transportes, espaços, mobiliários, equipamentos,
Do Direito à Profissionalização, ao Trabalho e à Renda
sistemas e meios de comunicação e assegurados os
recursos de tecnologia assistiva e adaptações Art. 14. O jovem tem direito à profissionalização, ao
necessárias a cada pessoa. trabalho e à renda, exercido em condições de liberdade,
equidade e segurança, adequadamente remunerado e
§ 5º A Política Nacional de Educação no Campo
com proteção social.
contemplará a ampliação da oferta de educação para os
jovens do campo, em todos os níveis e modalidades Art. 15. A ação do poder público na efetivação do direito
educacionais. do jovem à profissionalização, ao trabalho e à renda
contempla a adoção das seguintes medidas:
Art. 8º O jovem tem direito à educação superior, em
instituições públicas ou privadas, com variados graus de I - promoção de formas coletivas de organização para o
abrangência do saber ou especialização do trabalho, de redes de economia solidária e da livre
conhecimento, observadas as regras de acesso de cada associação;
instituição.
II - oferta de condições especiais de jornada de trabalho
por meio de:

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a) compatibilização entre os horários de trabalho e de Do Direito à Diversidade e à Igualdade


estudo;
Art. 17. O jovem tem direito à diversidade e à igualdade
b) oferta dos níveis, formas e modalidades de ensino em de direitos e de oportunidades e não será discriminado
horários que permitam a compatibilização da por motivo de:
frequência escolar com o trabalho regular;
I - etnia, raça, cor da pele, cultura, origem, idade e sexo;
III - criação de linha de crédito especial destinada aos
II - orientação sexual, idioma ou religião;
jovens empreendedores;
III - opinião, deficiência e condição social ou econômica.
IV - atuação estatal preventiva e repressiva quanto à
exploração e precarização do trabalho juvenil; Art. 18. A ação do poder público na efetivação do direito
do jovem à diversidade e à igualdade contempla a
V - adoção de políticas públicas voltadas para a
adoção das seguintes medidas:
promoção do estágio, aprendizagem e trabalho para a
juventude; I - adoção, nos âmbitos federal, estadual, municipal e do
Distrito Federal, de programas governamentais
VI - apoio ao jovem trabalhador rural na organização da
destinados a assegurar a igualdade de direitos aos
produção da agricultura familiar e dos
jovens de todas as raças e etnias, independentemente
empreendimentos familiares rurais, por meio das
de sua origem, relativamente à educação, à
seguintes ações:
profissionalização, ao trabalho e renda, à cultura, à
a) estímulo à produção e à diversificação de produtos; saúde, à segurança, à cidadania e ao acesso à justiça;
b) fomento à produção sustentável baseada na II - capacitação dos professores dos ensinos
agroecologia, nas agroindústrias familiares, na fundamental e médio para a aplicação das diretrizes
integração entre lavoura, pecuária e floresta e no curriculares nacionais no que se refere ao
extrativismo sustentável; enfrentamento de todas as formas de discriminação;
c) investimento em pesquisa de tecnologias apropriadas III - inclusão de temas sobre questões étnicas, raciais, de
à agricultura familiar e aos empreendimentos familiares deficiência, de orientação sexual, de gênero e de
rurais; violência doméstica e sexual praticada contra a mulher
na formação dos profissionais de educação, de saúde e
d) estímulo à comercialização direta da produção da
de segurança pública e dos operadores do direito;
agricultura familiar, aos empreendimentos familiares
rurais e à formação de cooperativas; IV - observância das diretrizes curriculares para a
educação indígena como forma de preservação dessa
e) garantia de projetos de infraestrutura básica de
cultura;
acesso e escoamento de produção, priorizando a
melhoria das estradas e do transporte; V - inclusão, nos conteúdos curriculares, de informações
sobre a discriminação na sociedade brasileira e sobre o
f) promoção de programas que favoreçam o acesso ao
direito de todos os grupos e indivíduos a tratamento
crédito, à terra e à assistência técnica rural;
igualitário perante a lei; e
VII - apoio ao jovem trabalhador com deficiência, por
VI - inclusão, nos conteúdos curriculares, de temas
meio das seguintes ações:
relacionados à sexualidade, respeitando a diversidade
a) estímulo à formação e à qualificação profissional em de valores e crenças.
ambiente inclusivo;
Seção V
b) oferta de condições especiais de jornada de trabalho;
Do Direito à Saúde
c) estímulo à inserção no mercado de trabalho por meio
Art. 19. O jovem tem direito à saúde e à qualidade de
da condição de aprendiz.
vida, considerando suas especificidades na dimensão da
Art. 16. O direito à profissionalização e à proteção no prevenção, promoção, proteção e recuperação da
trabalho dos adolescentes com idade entre 15 (quinze) saúde de forma integral.
e 18 (dezoito) anos de idade será regido pelo disposto
Art. 20. A política pública de atenção à saúde do jovem
na Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da
será desenvolvida em consonância com as seguintes
Criança e do Adolescente, e em leis específicas, não se
diretrizes:
aplicando o previsto nesta Seção.
Seção IV

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I - acesso universal e gratuito ao Sistema Único de Saúde Art. 22. Na consecução dos direitos culturais da
- SUS e a serviços de saúde humanizados e de qualidade, juventude, compete ao poder público:
que respeitem as especificidades do jovem;
I - garantir ao jovem a participação no processo de
II - atenção integral à saúde, com especial ênfase ao produção, reelaboração e fruição dos bens culturais;
atendimento e à prevenção dos agravos mais
II - propiciar ao jovem o acesso aos locais e eventos
prevalentes nos jovens;
culturais, mediante preços reduzidos, em âmbito
III - desenvolvimento de ações articuladas entre os nacional;
serviços de saúde e os estabelecimentos de ensino, a
III - incentivar os movimentos de jovens a desenvolver
sociedade e a família, com vistas à prevenção de
atividades artístico-culturais e ações voltadas à
agravos;
preservação do patrimônio histórico;
IV - garantia da inclusão de temas relativos ao consumo
IV - valorizar a capacidade criativa do jovem, mediante
de álcool, tabaco e outras drogas, à saúde sexual e
o desenvolvimento de programas e projetos culturais;
reprodutiva, com enfoque de gênero e dos direitos
sexuais e reprodutivos nos projetos pedagógicos dos V - propiciar ao jovem o conhecimento da diversidade
diversos níveis de ensino; cultural, regional e étnica do País;
V - reconhecimento do impacto da gravidez planejada VI - promover programas educativos e culturais voltados
ou não, sob os aspectos médico, psicológico, social e para a problemática do jovem nas emissoras de rádio e
econômico; televisão e nos demais meios de comunicação de massa;
VI - capacitação dos profissionais de saúde, em uma VII - promover a inclusão digital dos jovens, por meio do
perspectiva multiprofissional, para lidar com temas acesso às novas tecnologias da informação e
relativos à saúde sexual e reprodutiva dos jovens, comunicação
inclusive com deficiência, e ao abuso de álcool, tabaco e
VIII - assegurar ao jovem do campo o direito à produção
outras drogas pelos jovens;
e à fruição cultural e aos equipamentos públicos que
VII - habilitação dos professores e profissionais de saúde valorizem a cultura camponesa; e
e de assistência social para a identificação dos
IX - garantir ao jovem com deficiência acessibilidade e
problemas relacionados ao uso abusivo e à dependência
adaptações razoáveis.
de álcool, tabaco e outras drogas e o devido
encaminhamento aos serviços assistenciais e de saúde; Parágrafo único. A aplicação dos incisos I, III e VIII do
caput deve observar a legislação específica sobre o
VIII - valorização das parcerias com instituições da
direito à profissionalização e à proteção no trabalho dos
sociedade civil na abordagem das questões de
adolescentes.
prevenção, tratamento e reinserção social dos usuários
e dependentes de álcool, tabaco e outras drogas; Art. 23. É assegurado aos jovens de até 29 (vinte e nove)
anos pertencentes a famílias de baixa renda e aos
IX - proibição de propagandas de bebidas contendo
estudantes, na forma do regulamento, o acesso a salas
qualquer teor alcoólico com a participação de pessoa
de cinema, cineclubes, teatros, espetáculos musicais e
com menos de 18 (dezoito) anos de idade;
circenses, eventos educativos, esportivos, de lazer e
X - veiculação de campanhas educativas relativas ao entretenimento, em todo o território nacional,
álcool, ao tabaco e a outras drogas como causadores de promovidos por quaisquer entidades e realizados em
dependência; e estabelecimentos públicos ou particulares, mediante
pagamento da metade do preço do ingresso cobrado do
XI - articulação das instâncias de saúde e justiça na
público em geral. (Regulamento) (Vigência)
prevenção do uso e abuso de álcool, tabaco e outras
drogas, inclusive esteróides anabolizantes e, § 1º Terão direito ao benefício previsto no caput os
especialmente, crack . estudantes regularmente matriculados nos níveis e
modalidades de educação e ensino previstos no Título V
Seção VI
da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 - Lei de
D o Direito à Cultura Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que
comprovem sua condição de discente, mediante
Art. 21. O jovem tem direito à cultura, incluindo a livre
apresentação, no momento da aquisição do ingresso e
criação, o acesso aos bens e serviços culturais e a
na portaria do local de realização do evento, da Carteira
participação nas decisões de política cultural, à
de Identificação Estudantil - CIE.
identidade e diversidade cultural e à memória social.

Estratégia Carreira Jurídica 598


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§ 2º A CIE será expedida preferencialmente pela renda a título de doações ou patrocínios, de que trata a
Associação Nacional de Pós-Graduandos, pela União Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991, no apoio a
Nacional dos Estudantes, pela União Brasileira dos projetos culturais apresentados por entidades juvenis
Estudantes Secundaristas e por entidades estudantis legalmente constituídas há, pelo menos, 1 (um) ano.
estaduais e municipais a elas filiadas.
Seção VII
§ 3º É garantida a gratuidade na expedição da CIE para
D o Direito à Comunicação e à Liberdade de Expressão
estudantes pertencentes a famílias de baixa renda, nos
termos do regulamento. Art. 26. O jovem tem direito à comunicação e à livre
expressão, à produção de conteúdo, individual e
§ 4º As entidades mencionadas no § 2º deste artigo
colaborativo, e ao acesso às tecnologias de informação
deverão tornar disponível, para eventuais consultas
e comunicação.
pelo poder público e pelos estabelecimentos referidos
no caput , banco de dados com o nome e o número de Art. 27. A ação do poder público na efetivação do direito
registro dos estudantes portadores da Carteira de do jovem à comunicação e à liberdade de expressão
Identificação Estudantil, expedida nos termos do § 3º contempla a adoção das seguintes medidas:
deste artigo.
I - incentivar programas educativos e culturais voltados
§ 5º A CIE terá validade até o dia 31 de março do ano para os jovens nas emissoras de rádio e televisão e nos
subsequente à data de sua expedição. demais meios de comunicação de massa;
§ 6º As entidades mencionadas no § 2º deste artigo são II - promover a inclusão digital dos jovens, por meio do
obrigadas a manter o documento comprobatório do acesso às novas tecnologias de informação e
vínculo do aluno com o estabelecimento escolar, pelo comunicação;
mesmo prazo de validade da respectiva Carteira de
III - promover as redes e plataformas de comunicação
Identificação Estudantil.
dos jovens, considerando a acessibilidade para os jovens
§ 7º Caberá aos órgãos públicos competentes federais, com deficiência;
estaduais, municipais e do Distrito Federal a fiscalização
IV - incentivar a criação e manutenção de equipamentos
do cumprimento do disposto neste artigo e a aplicação
públicos voltados para a promoção do direito do jovem
das sanções cabíveis, nos termos do regulamento.
à comunicação; e
§ 8º Os benefícios previstos neste artigo não incidirão
V - garantir a acessibilidade à comunicação por meio de
sobre os eventos esportivos de que tratam as Leis nºs
tecnologias assistivas e adaptações razoáveis para os
12.663, de 5 de junho de 2012, e 12.780, de 9 de janeiro
jovens com deficiência.
de 201 3.
Seção VIII
§ 9º Considera-se de baixa renda, para os fins do
disposto no caput , a família inscrita no Cadastro Único D o Direito ao Desporto e ao Lazer
para Programas Sociais do Governo Federal - CadÚnico
Art. 28. O jovem tem direito à prática desportiva
cuja renda mensal seja de até 2 (dois) salários mínimos.
destinada a seu pleno desenvolvimento, com prioridade
§ 10. A concessão do benefício da meia-entrada de que para o desporto de participação.
trata o caput é limitada a 40% (quarenta por cento) do
Parágrafo único. O direito à prática desportiva dos
total de ingressos disponíveis para cada evento.
adolescentes deverá considerar sua condição peculiar
Art. 24. O poder público destinará, no âmbito dos de pessoa em desenvolvimento.
respectivos orçamentos, recursos financeiros para o
Art. 29. A política pública de desporto e lazer destinada
fomento dos projetos culturais destinados aos jovens e
ao jovem deverá considerar:
por eles produzidos.
I - a realização de diagnóstico e estudos estatísticos
Art. 25. Na destinação dos recursos do Fundo Nacional
oficiais acerca da educação física e dos desportos e dos
da Cultura - FNC, de que trata a Lei nº 8.313, de 23 de
equipamentos de lazer no Brasil;
dezembro de 1991, serão consideradas as necessidades
específicas dos jovens em relação à ampliação do acesso II - a adoção de lei de incentivo fiscal para o esporte, com
à cultura e à melhoria das condições para o exercício do critérios que priorizem a juventude e promovam a
protagonismo no campo da produção cultural. equidade;
Parágrafo único. As pessoas físicas ou jurídicas poderão III - a valorização do desporto e do paradesporto
optar pela aplicação de parcelas do imposto sobre a educacional;

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IV - a oferta de equipamentos comunitários que atuem no âmbito das questões ambientais e em prol do
permitam a prática desportiva, cultural e de lazer. desenvolvimento sustentável;
Art. 30. Todas as escolas deverão buscar pelo menos um II - o incentivo à participação dos jovens na elaboração
local apropriado para a prática de atividades das políticas públicas de meio ambiente;
poliesportivas.
III - a criação de programas de educação ambiental
Seção IX destinados aos jovens; e
Do Direito ao Território e à Mobilidade IV - o incentivo à participação dos jovens em projetos de
geração de trabalho e renda que visem ao
Art. 31. O jovem tem direito ao território e à mobilidade,
desenvolvimento sustentável nos âmbitos rural e
incluindo a promoção de políticas públicas de moradia,
urbano.
circulação e equipamentos públicos, no campo e na
cidade. Parágrafo único. A aplicação do disposto no inciso IV do
caput deve observar a legislação específica sobre o
Parágrafo único. Ao jovem com deficiência devem ser
direito à profissionalização e à proteção no trabalho dos
garantidas a acessibilidade e as adaptações necessárias.
adolescentes.
Art. 32. No sistema de transporte coletivo interestadual,
Seção XI
observar-se-á, nos termos da legislação específica:
(Regulamento) (Vigência) Do Direito à Segurança Pública e ao Acesso à Justiça
I - a reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para Art. 37. Todos os jovens têm direito de viver em um
jovens de baixa renda; ambiente seguro, sem violência, com garantia da sua
incolumidade física e mental, sendo-lhes asseguradas a
II - a reserva de 2 (duas) vagas por veículo com desconto
igualdade de oportunidades e facilidades para seu
de 50% (cinquenta por cento), no mínimo, no valor das
aperfeiçoamento intelectual, cultural e social.
passagens, para os jovens de baixa renda, a serem
utilizadas após esgotadas as vagas previstas no inciso I. Art. 38. As políticas de segurança pública voltadas para
os jovens deverão articular ações da União, dos Estados,
Parágrafo único. Os procedimentos e os critérios para o
do Distrito Federal e dos Municípios e ações não
exercício dos direitos previstos nos incisos I e II serão
governamentais, tendo por diretrizes:
definidos em regulamento.
I - a integração com as demais políticas voltadas à
Art. 33. A União envidará esforços, em articulação com
juventude;
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, para
promover a oferta de transporte público subsidiado II - a prevenção e enfrentamento da violência;
para os jovens, com prioridade para os jovens em
III - a promoção de estudos e pesquisas e a obtenção de
situação de pobreza e vulnerabilidade, na forma do
estatísticas e informações relevantes para subsidiar as
regulamento.
ações de segurança pública e permitir a avaliação
Seção X periódica dos impactos das políticas públicas quanto às
causas, às consequências e à frequência da violência
D o Direito à Sustentabilidade e ao Meio Ambiente
contra os jovens;
Art. 34. O jovem tem direito à sustentabilidade e ao
IV - a priorização de ações voltadas para os jovens em
meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de
situação de risco, vulnerabilidade social e egressos do
uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de
sistema penitenciário nacional;
vida, e o dever de defendê-lo e preservá-lo para a
presente e as futuras gerações. V - a promoção do acesso efetivo dos jovens à
Defensoria Pública, considerando as especificidades da
Art. 35. O Estado promoverá, em todos os níveis de
condição juvenil; e
ensino, a educação ambiental voltada para a
preservação do meio ambiente e a sustentabilidade, de VI - a promoção do efetivo acesso dos jovens com
acordo com a Política Nacional do Meio Ambiente . deficiência à justiça em igualdade de condições com as
demais pessoas, inclusive mediante a provisão de
Art. 36. Na elaboração, na execução e na avaliação de
adaptações processuais adequadas a sua idade.
políticas públicas que incorporem a dimensão
ambiental, o poder público deverá considerar: TÍTULO II
I - o estímulo e o fortalecimento de organizações, Do Sistema Nacional De Juventude
movimentos, redes e outros coletivos de juventude que

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CAPÍTULO I III - criar, desenvolver e manter programas, ações e


projetos para a execução das políticas públicas de
Do Sistema Nacional De Juventude - Sinajuve
juventude;
Art. 39. É instituído o Sistema Nacional de Juventude -
IV - convocar e realizar, em conjunto com o Conselho
SINAJUVE, cujos composição, organização, competência
Estadual de Juventude, as Conferências Estaduais de
e funcionamento serão definidos em regulamento.
Juventude, com intervalo máximo de 4 (quatro) anos;
Art. 40. O financiamento das ações e atividades
V - editar normas complementares para a organização e
realizadas no âmbito do Sinajuve será definido em
o funcionamento do Sinajuve, em âmbito estadual e
regulamento.
municipal;
CAPÍTULO II
VI - estabelecer com a União e os Municípios formas de
Das Competências colaboração para a execução das políticas públicas de
juventude; e
Art. 41. Compete à União:
I - formular e coordenar a execução da Política Nacional
de Juventude; VII - cofinanciar, com os demais entes federados, a
execução de programas, ações e projetos das políticas
II - coordenar e manter o Sinajuve;
públicas de juventude.
III - estabelecer diretrizes sobre a organização e o
Parágrafo único. Serão incluídos nos censos
funcionamento do Sinajuve;
demográficos dados relativos à população jovem do
IV - elaborar o Plano Nacional de Políticas de Juventude, País.
em parceria com os Estados, o Distrito Federal, os
Art. 43. Compete aos Municípios:
Municípios e a sociedade, em especial a juventude;
I - coordenar, em âmbito municipal, o Sinajuve;
V - convocar e realizar, em conjunto com o Conselho
Nacional de Juventude, as Conferências Nacionais de II - elaborar os respectivos planos municipais de
Juventude, com intervalo máximo de 4 (quatro) anos; juventude, em conformidade com os respectivos Planos
Nacional e Estadual, com a participação da sociedade,
VI - prestar assistência técnica e suplementação
em especial da juventude;
financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios para o desenvolvimento de seus sistemas de III - criar, desenvolver e manter programas, ações e
juventude; projetos para a execução das políticas públicas de
juventude;
VII - contribuir para a qualificação e ação em rede do
Sinajuve em todos os entes da Federação; IV - convocar e realizar, em conjunto com o Conselho
Municipal de Juventude, as Conferências Municipais de
VIII - financiar, com os demais entes federados, a
Juventude, com intervalo máximo de 4 (quatro) anos;
execução das políticas públicas de juventude;
V - editar normas complementares para a organização e
IX - estabelecer formas de colaboração com os Estados,
funcionamento do Sinajuve, em âmbito municipal;
o Distrito Federal e os Municípios para a execução das
políticas públicas de juventude; e VI - cofinanciar, com os demais entes federados, a
execução de programas, ações e projetos das políticas
X - garantir a publicidade de informações sobre repasses
públicas de juventude; e
de recursos para financiamento das políticas públicas de
juventude aos conselhos e gestores estaduais, do VII - estabelecer mecanismos de cooperação com os
Distrito Federal e municipais. Estados e a União para a execução das políticas públicas
de juventude.
Art. 42. Compete aos Estados:
Parágrafo único. Para garantir a articulação federativa
I - coordenar, em âmbito estadual, o Sinajuve;
com vistas ao efetivo cumprimento das políticas
II - elaborar os respectivos planos estaduais de públicas de juventude, os Municípios podem instituir os
juventude, em conformidade com o Plano Nacional, consórcios de que trata a Lei nº 11.107, de 6 de abril de
com a participação da sociedade, em especial da 2005, ou qualquer outro instrumento jurídico
juventude; adequado, como forma de compartilhar
responsabilidades.

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Art. 44. As competências dos Estados e Municípios são II - encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua
atribuídas, cumulativamente, ao Distrito Federal. competência;
CAPÍTULO III III - expedir notificações;
Dos Conselhos De Juventude IV - solicitar informações das autoridades públicas;
Art. 45. Os conselhos de juventude são órgãos V - assessorar o Poder Executivo local na elaboração dos
permanentes e autônomos, não jurisdicionais, planos, programas, projetos, ações e proposta
encarregados de tratar das políticas públicas de orçamentária das políticas públicas de juventude.
juventude e da garantia do exercício dos direitos do
Art. 47. Sem prejuízo das atribuições dos conselhos de
jovem, com os seguintes objetivos:
juventude com relação aos direitos previstos neste
I - auxiliar na elaboração de políticas públicas de Estatuto, cabe aos conselhos de direitos da criança e do
juventude que promovam o amplo exercício dos direitos adolescente deliberar e controlar as ações em todos os
dos jovens estabelecidos nesta Lei; níveis relativas aos adolescentes com idade entre 15
(quinze) e 18 (dezoito) anos.
II - utilizar instrumentos de forma a buscar que o Estado
garanta aos jovens o exercício dos seus direitos; Art. 48. Esta Lei entra em vigor após decorridos 180
(cento e oitenta) dias de sua publicação oficial.
III - colaborar com os órgãos da administração no
planejamento e na implementação das políticas de Brasília, 5 de agosto de 2013; 192º da Independência e
juventude; 125º da República.
IV - estudar, analisar, elaborar, discutir e propor a DILMA ROUSSEFF
celebração de instrumentos de cooperação, visando à
José Eduardo Cardozo
elaboração de programas, projetos e ações voltados
para a juventude; Antonio de Aguiar Patriota
V - promover a realização de estudos relativos à Guido Mantega
juventude, objetivando subsidiar o planejamento das
César Borges
políticas públicas de juventude;
Aloizio Mercadante
VI - estudar, analisar, elaborar, discutir e propor
políticas públicas que permitam e garantam a Manoel Dias
integração e a participação do jovem nos processos
Alexandre Rocha Santos Padilha
social, econômico, político e cultural no respectivo ente
federado; Miriam Belchior
VII - propor a criação de formas de participação da Paulo Bernardo Silva
juventude nos órgãos da administração pública;
Tereza Campello
VIII - promover e participar de seminários, cursos,
Marta Suplicy
congressos e eventos correlatos para o debate de temas
relativos à juventude; Izabella Mônica Vieira Teixeira
IX - desenvolver outras atividades relacionadas às Aldo Rebelo
políticas públicas de juventude.
Gilberto José Spier Vargas
§ 1º A lei, em âmbito federal, estadual, do Distrito
Aguinaldo Ribeiro
Federal e municipal, disporá sobre a organização, o
funcionamento e a composição dos conselhos de Gilberto Carvalho
juventude, observada a participação da sociedade civil Luís Inácio Lucena Adams
mediante critério, no mínimo, paritário com os
representantes do poder público. Luiza Helena de Bairros
§ 2º (VETADO) . Eleonora Menicucci de Oliveira
Art. 46. São atribuições dos conselhos de juventude: Maria do Rosário Nunes
I - encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que Este texto não substitui o publicado no DOU de 6.8.2013
constitua infração administrativa ou penal contra os
direitos do jovem garantidos na legislação;

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CAPÍTULO I
LEI Nº 12.984/2014 Disposições Gerais
Define o crime de discriminação dos portadores do Art. 1º É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa
vírus da imunodeficiência humana (HIV) e doentes de com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência),
aids. destinada a assegurar e a promover, em condições de
igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA: Faço saber que o
fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
inclusão social e cidadania.
Lei:
Parágrafo único. Esta Lei tem como base a Convenção
Art. 1º Constitui crime punível com reclusão, de 1 (um)
sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu
a 4 (quatro) anos, e multa, as seguintes condutas
Protocolo Facultativo, ratificados pelo Congresso
discriminatórias contra o portador do HIV e o doente de
Nacional por meio dºDecreto Legislativo nº186, de 9 de
aids, em razão da sua condição de portador ou de
julho de 2008, em conformidade com o procedimento
doente:
previsto nº§ 3ºdo art. 5ºda Constituição da República
I - recusar, procrastinar, cancelar ou segregar a inscrição Federativa do Brasil, em vigor para o Brasil, no plano
ou impedir que permaneça como aluno em creche ou jurídico externo, desde 31 de agosto de 2008, e
estabelecimento de ensino de qualquer curso ou grau, promulgados pelºDecreto nº6.949, de 25 de agosto de
público ou privado; 2009, data de início de sua vigência no plano interno.
II - negar emprego ou trabalho; Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquela que
tem impedimento de longo prazo de natureza física,
III - exonerar ou demitir de seu cargo ou emprego;
mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação
IV - segregar no ambiente de trabalho ou escolar; com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua
participação plena e efetiva na sociedade em igualdade
V - divulgar a condição do portador do HIV ou de doente
de condições com as demais pessoas.
de aids, com intuito de ofender-lhe a dignidade;
§ 1º A avaliação da deficiência, quando necessária, será
VI - recusar ou retardar atendimento de saúde.
biopsicossocial, realizada por equipe multiprofissional e
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. interdisciplinar e considerará: (Vigência)
Brasília, 2 de junho de 2014; 193º da Independência e I - os impedimentos nas funções e nas estruturas do
126º da República. corpo;
DILMA ROUSSEFF II - os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais;
José Eduardo Cardozo III - a limitação no desempenho de atividades; e
Arthur Chioro IV - a restrição de participação.
Ideli Salvatti § 2º O Poder Executivo criará instrumentos para
avaliação da deficiência.
Este texto não substitui o publicado no DOU de 3.6.2014
Art. 3º Para fins de aplicação desta Lei, consideram-se:
LEI Nº 13.146/2015 I - acessibilidade: possibilidade e condição de alcance
para utilização, com segurança e autonomia, de
Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com espaços, mobiliários, equipamentos urbanos,
Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). edificações, transportes, informação e comunicação,
inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o
outros serviços e instalações abertos ao público, de uso
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
público ou privados de uso coletivo, tanto na zona
Lei:
urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou
LIVRO I com mobilidade reduzida;
Parte Geral II - desenho universal: concepção de produtos,
ambientes, programas e serviços a serem usados por
TÍTULO I
todas as pessoas, sem necessidade de adaptação ou de
Disposições Preliminares

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projeto específico, incluindo os recursos de tecnologia condições e oportunidades com as demais pessoas,
assistiva; todos os direitos e liberdades fundamentais;
III - tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, VII - elemento de urbanização: quaisquer componentes
equipamentos, dispositivos, recursos, metodologias, de obras de urbanização, tais como os referentes a
estratégias, práticas e serviços que objetivem promover pavimentação, saneamento, encanamento para
a funcionalidade, relacionada à atividade e à esgotos, distribuição de energia elétrica e de gás,
participação da pessoa com deficiência ou com iluminação pública, serviços de comunicação,
mobilidade reduzida, visando à sua autonomia, abastecimento e distribuição de água, paisagismo e os
independência, qualidade de vida e inclusão social; que materializam as indicações do planejamento
urbanístico;
IV - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou
comportamento que limite ou impeça a participação VIII - mobiliário urbano: conjunto de objetos existentes
social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o nas vias e nos espaços públicos, superpostos ou
exercício de seus direitos à acessibilidade, à liberdade adicionados aos elementos de urbanização ou de
de movimento e de expressão, à comunicação, ao edificação, de forma que sua modificação ou seu
acesso à informação, à compreensão, à circulação com traslado não provoque alterações substanciais nesses
segurança, entre outros, classificadas em: elementos, tais como semáforos, postes de sinalização
e similares, terminais e pontos de acesso coletivo às
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos
telecomunicações, fontes de água, lixeiras, toldos,
espaços públicos e privados abertos ao público ou de
marquises, bancos, quiosques e quaisquer outros de
uso coletivo;
natureza análoga;
b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios
IX - pessoa com mobilidade reduzida: aquela que tenha,
públicos e privados;
por qualquer motivo, dificuldade de movimentação,
c) barreiras nos transportes: as existentes nos sistemas permanente ou temporária, gerando redução efetiva da
e meios de transportes; mobilidade, da flexibilidade, da coordenação motora ou
da percepção, incluindo idoso, gestante, lactante,
d) barreiras nas comunicações e na informação:
pessoa com criança de colo e obeso;
qualquer entrave, obstáculo, atitude ou
comportamento que dificulte ou impossibilite a X - residências inclusivas: unidades de oferta do Serviço
expressão ou o recebimento de mensagens e de de Acolhimento do Sistema Único de Assistência Social
informações por intermédio de sistemas de (Suas) localizadas em áreas residenciais da comunidade,
comunicação e de tecnologia da informação; com estruturas adequadas, que possam contar com
apoio psicossocial para o atendimento das necessidades
e) barreiras atitudinais: atitudes ou comportamentos
da pessoa acolhida, destinadas a jovens e adultos com
que impeçam ou prejudiquem a participação social da
deficiência, em situação de dependência, que não
pessoa com deficiência em igualdade de condições e
dispõem de condições de autossustentabilidade e com
oportunidades com as demais pessoas;
vínculos familiares fragilizados ou rompidos;
f) barreiras tecnológicas: as que dificultam ou impedem
XI - moradia para a vida independente da pessoa com
o acesso da pessoa com deficiência às tecnologias;
deficiência: moradia com estruturas adequadas capazes
V - comunicação: forma de interação dos cidadãos que de proporcionar serviços de apoio coletivos e
abrange, entre outras opções, as línguas, inclusive a individualizados que respeitem e ampliem o grau de
Língua Brasileira de Sinais (Libras), a visualização de autonomia de jovens e adultos com deficiência;
textos, o Braille, o sistema de sinalização ou de
XII - atendente pessoal: pessoa, membro ou não da
comunicação tátil, os caracteres ampliados, os
família, que, com ou sem remuneração, assiste ou
dispositivos multimídia, assim como a linguagem
presta cuidados básicos e essenciais à pessoa com
simples, escrita e oral, os sistemas auditivos e os meios
deficiência no exercício de suas atividades diárias,
de voz digitalizados e os modos, meios e formatos
excluídas as técnicas ou os procedimentos identificados
aumentativos e alternativos de comunicação, incluindo
com profissões legalmente estabelecidas;
as tecnologias da informação e das comunicações;
XIII - profissional de apoio escolar: pessoa que exerce
VI - adaptações razoáveis: adaptações, modificações e
atividades de alimentação, higiene e locomoção do
ajustes necessários e adequados que não acarretem
estudante com deficiência e atua em todas as atividades
ônus desproporcional e indevido, quando requeridos
escolares nas quais se fizer necessária, em todos os
em cada caso, a fim de assegurar que a pessoa com
níveis e modalidades de ensino, em instituições públicas
deficiência possa gozar ou exercer, em igualdade de

Estratégia Carreira Jurídica 604


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e privadas, excluídas as técnicas ou os procedimentos Parágrafo único. Se, no exercício de suas funções, os
identificados com profissões legalmente estabelecidas; juízes e os tribunais tiverem conhecimento de fatos que
caracterizem as violações previstas nesta Lei, devem
XIV - acompanhante: aquele que acompanha a pessoa
remeter peças ao Ministério Público para as
com deficiência, podendo ou não desempenhar as
providências cabíveis.
funções de atendente pessoal.
Art. 8º É dever do Estado, da sociedade e da família
CAPÍTULO II
assegurar à pessoa com deficiência, com prioridade, a
Da Igualdade e da Não Discriminação efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à
sexualidade, à paternidade e à maternidade, à
Art. 4º Toda pessoa com deficiência tem direito à
alimentação, à habitação, à educação, à
igualdade de oportunidades com as demais pessoas e
profissionalização, ao trabalho, à previdência social, à
não sofrerá nenhuma espécie de discriminação.
habilitação e à reabilitação, ao transporte, à
§ 1º Considera-se discriminação em razão da deficiência acessibilidade, à cultura, ao desporto, ao turismo, ao
toda forma de distinção, restrição ou exclusão, por ação lazer, à informação, à comunicação, aos avanços
ou omissão, que tenha o propósito ou o efeito de científicos e tecnológicos, à dignidade, ao respeito, à
prejudicar, impedir ou anular o reconhecimento ou o liberdade, à convivência familiar e comunitária, entre
exercício dos direitos e das liberdades fundamentais de outros decorrentes da Constituição Federal, da
pessoa com deficiência, incluindo a recusa de Convenção sobre os Direitos das Pessoas com
adaptações razoáveis e de fornecimento de tecnologias Deficiência e seu Protocolo Facultativo e das leis e de
assistivas. outras normas que garantam seu bem-estar pessoal,
social e econômico.
§ 2º A pessoa com deficiência não está obrigada à
fruição de benefícios decorrentes de ação afirmativa. Seção Única
º
Art. 5 A pessoa com deficiência será protegida de toda Do Atendimento Prioritário
forma de negligência, discriminação, exploração,
Art. 9º A pessoa com deficiência tem direito a receber
violência, tortura, crueldade, opressão e tratamento
atendimento prioritário, sobretudo com a finalidade de:
desumano ou degradante.
I - proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
Parágrafo único. Para os fins da proteção mencionada
nºcaput deste artigo, são considerados especialmente II - atendimento em todas as instituições e serviços de
vulneráveis a criança, o adolescente, a mulher e o idoso, atendimento ao público;
com deficiência.
III - disponibilização de recursos, tanto humanos quanto
Art. 6º A deficiência não afeta a plena capacidade civil da tecnológicos, que garantam atendimento em igualdade
pessoa, inclusive para: de condições com as demais pessoas;
I - casar-se e constituir união estável; IV - disponibilização de pontos de parada, estações e
terminais acessíveis de transporte coletivo de
II - exercer direitos sexuais e reprodutivos;
passageiros e garantia de segurança no embarque e no
III - exercer o direito de decidir sobre o número de filhos desembarque;
e de ter acesso a informações adequadas sobre
V - acesso a informações e disponibilização de recursos
reprodução e planejamento familiar;
de comunicação acessíveis;
IV - conservar sua fertilidade, sendo vedada a
VI - recebimento de restituição de imposto de renda;
esterilização compulsória;
VII - tramitação processual e procedimentos judiciais e
V - exercer o direito à família e à convivência familiar e
administrativos em que for parte ou interessada, em
comunitária; e
todos os atos e diligências.
VI - exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à
§ 1º Os direitos previstos neste artigo são extensivos ao
adoção, como adotante ou adotando, em igualdade de
acompanhante da pessoa com deficiência ou ao seu
oportunidades com as demais pessoas.
atendente pessoal, exceto quanto ao disposto nos
Art. 7º É dever de todos comunicar à autoridade incisos VI e VII deste artigo.
competente qualquer forma de ameaça ou de violação
§ 2º Nos serviços de emergência públicos e privados, a
aos direitos da pessoa com deficiência.
prioridade conferida por esta Lei é condicionada aos
protocolos de atendimento médico.

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TÍTULO II sua participação social em igualdade de condições e


oportunidades com as demais pessoas.
Dos Direitos Fundamentais
Art. 15. O processo mencionado no art. 14 desta Lei
CAPÍTULO I
baseia-se em avaliação multidisciplinar das
Do Direito à Vida necessidades, habilidades e potencialidades de cada
pessoa, observadas as seguintes diretrizes:
Art. 10. Compete ao poder público garantir a dignidade
da pessoa com deficiência ao longo de toda a vida. I - diagnóstico e intervenção precoces;
Parágrafo único. Em situações de risco, emergência ou II - adoção de medidas para compensar perda ou
estado de calamidade pública, a pessoa com deficiência limitação funcional, buscando o desenvolvimento de
será considerada vulnerável, devendo o poder público aptidões;
adotar medidas para sua proteção e segurança.
III - atuação permanente, integrada e articulada de
Art. 11. A pessoa com deficiência não poderá ser políticas públicas que possibilitem a plena participação
obrigada a se submeter a intervenção clínica ou social da pessoa com deficiência;
cirúrgica, a tratamento ou a institucionalização forçada.
IV - oferta de rede de serviços articulados, com atuação
Parágrafo único. O consentimento da pessoa com intersetorial, nos diferentes níveis de complexidade,
deficiência em situação de curatela poderá ser suprido, para atender às necessidades específicas da pessoa com
na forma da lei. deficiência;
Art. 12. O consentimento prévio, livre e esclarecido da V - prestação de serviços próximo ao domicílio da
pessoa com deficiência é indispensável para a realização pessoa com deficiência, inclusive na zona rural,
de tratamento, procedimento, hospitalização e respeitadas a organização das Redes de Atenção à
pesquisa científica. Saúde (RAS) nos territórios locais e as normas do
Sistema Único de Saúde (SUS).
§ 1º Em caso de pessoa com deficiência em situação de
curatela, deve ser assegurada sua participação, no Art. 16. Nos programas e serviços de habilitação e de
maior grau possível, para a obtenção de consentimento. reabilitação para a pessoa com deficiência, são
garantidos:
§ 2º A pesquisa científica envolvendo pessoa com
deficiência em situação de tutela ou de curatela deve I - organização, serviços, métodos, técnicas e recursos
ser realizada, em caráter excepcional, apenas quando para atender às características de cada pessoa com
houver indícios de benefício direto para sua saúde ou deficiência;
para a saúde de outras pessoas com deficiência e desde
II - acessibilidade em todos os ambientes e serviços;
que não haja outra opção de pesquisa de eficácia
comparável com participantes não tutelados ou III - tecnologia assistiva, tecnologia de reabilitação,
curatelados. materiais e equipamentos adequados e apoio técnico
profissional, de acordo com as especificidades de cada
Art. 13. A pessoa com deficiência somente será
pessoa com deficiência;
atendida sem seu consentimento prévio, livre e
esclarecido em casos de risco de morte e de emergência IV - capacitação continuada de todos os profissionais
em saúde, resguardado seu superior interesse e que participem dos programas e serviços.
adotadas as salvaguardas legais cabíveis.
Art. 17. Os serviços do SUS e do Suas deverão promover
CAPÍTULO II ações articuladas para garantir à pessoa com deficiência
e sua família a aquisição de informações, orientações e
Do Direito à Habilitação e à Reabilitação
formas de acesso às políticas públicas disponíveis, com
Art. 14. O processo de habilitação e de reabilitação é a finalidade de propiciar sua plena participação social.
um direito da pessoa com deficiência.
Parágrafo único. Os serviços de que trata ºcaput deste
Parágrafo único. O processo de habilitação e de artigo podem fornecer informações e orientações nas
reabilitação tem por objetivo o desenvolvimento de áreas de saúde, de educação, de cultura, de esporte, de
potencialidades, talentos, habilidades e aptidões físicas, lazer, de transporte, de previdência social, de
cognitivas, sensoriais, psicossociais, atitudinais, assistência social, de habitação, de trabalho, de
profissionais e artísticas que contribuam para a empreendedorismo, de acesso ao crédito, de
conquista da autonomia da pessoa com deficiência e de promoção, proteção e defesa de direitos e nas demais

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áreas que possibilitem à pessoa com deficiência exercer atenção, no atendimento à pessoa com deficiência, bem
sua cidadania. como orientação a seus atendentes pessoais;
CAPÍTULO III XI - oferta de órteses, próteses, meios auxiliares de
locomoção, medicamentos, insumos e fórmulas
Do Direito à Saúde
nutricionais, conforme as normas vigentes do Ministério
Art. 18. É assegurada atenção integral à saúde da da Saúde.
pessoa com deficiência em todos os níveis de
§ 5º As diretrizes deste artigo aplicam-se também às
complexidade, por intermédio do SUS, garantido acesso
instituições privadas que participem de forma
universal e igualitário.
complementar do SUS ou que recebam recursos
§ 1º É assegurada a participação da pessoa com públicos para sua manutenção.
deficiência na elaboração das políticas de saúde a ela
Art. 19. Compete ao SUS desenvolver ações destinadas
destinadas.
à prevenção de deficiências por causas evitáveis,
§ 2º É assegurado atendimento segundo normas éticas inclusive por meio de:
e técnicas, que regulamentarão a atuação dos
I - acompanhamento da gravidez, do parto e do
profissionais de saúde e contemplarão aspectos
puerpério, com garantia de parto humanizado e seguro;
relacionados aos direitos e às especificidades da pessoa
com deficiência, incluindo temas como sua dignidade e II - promoção de práticas alimentares adequadas e
autonomia. saudáveis, vigilância alimentar e nutricional, prevenção
e cuidado integral dos agravos relacionados à
§ 3º Aos profissionais que prestam assistência à pessoa
alimentação e nutrição da mulher e da criança;
com deficiência, especialmente em serviços de
habilitação e de reabilitação, deve ser garantida III - aprimoramento e expansão dos programas de
capacitação inicial e continuada. imunização e de triagem neonatal;
§ 4º As ações e os serviços de saúde pública destinados IV - identificação e controle da gestante de alto risco.
à pessoa com deficiência devem assegurar:
Art. 20. As operadoras de planos e seguros privados de
I - diagnóstico e intervenção precoces, realizados por saúde são obrigadas a garantir à pessoa com deficiência,
equipe multidisciplinar; no mínimo, todos os serviços e produtos ofertados aos
demais clientes.
II - serviços de habilitação e de reabilitação sempre que
necessários, para qualquer tipo de deficiência, inclusive Art. 21. Quando esgotados os meios de atenção à saúde
para a manutenção da melhor condição de saúde e da pessoa com deficiência no local de residência, será
qualidade de vida; prestado atendimento fora de domicílio, para fins de
diagnóstico e de tratamento, garantidos o transporte e
III - atendimento domiciliar multidisciplinar, tratamento
a acomodação da pessoa com deficiência e de seu
ambulatorial e internação;
acompanhante.
IV - campanhas de vacinação;
Art. 22. À pessoa com deficiência internada ou em
V - atendimento psicológico, inclusive para seus observação é assegurado o direito a acompanhante ou
familiares e atendentes pessoais; a atendente pessoal, devendo o órgão ou a instituição
de saúde proporcionar condições adequadas para sua
VI - respeito à especificidade, à identidade de gênero e
permanência em tempo integral.
à orientação sexual da pessoa com deficiência;
§ 1º Na impossibilidade de permanência do
VII - atenção sexual e reprodutiva, incluindo o direito à
acompanhante ou do atendente pessoal junto à pessoa
fertilização assistida;
com deficiência, cabe ao profissional de saúde
VIII - informação adequada e acessível à pessoa com responsável pelo tratamento justificá-la por escrito.
deficiência e a seus familiares sobre sua condição de
§ 2º Na ocorrência da impossibilidade prevista no §
saúde;
1ºdeste artigo, o órgão ou a instituição de saúde deve
IX - serviços projetados para prevenir a ocorrência e o adotar as providências cabíveis para suprir a ausência
desenvolvimento de deficiências e agravos adicionais; do acompanhante ou do atendente pessoal.
X - promoção de estratégias de capacitação permanente Art. 23. São vedadas todas as formas de discriminação
das equipes que atuam no SUS, em todos os níveis de contra a pessoa com deficiência, inclusive por meio de

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cobrança de valores diferenciados por planos e seguros participação e aprendizagem, por meio da oferta de
privados de saúde, em razão de sua condição. serviços e de recursos de acessibilidade que eliminem as
barreiras e promovam a inclusão plena;
Art. 24. É assegurado à pessoa com deficiência o acesso
aos serviços de saúde, tanto públicos como privados, e III - projeto pedagógico que institucionalize o
às informações prestadas e recebidas, por meio de atendimento educacional especializado, assim como os
recursos de tecnologia assistiva e de todas as formas de demais serviços e adaptações razoáveis, para atender às
comunicação previstas no inciso V do art. 3ºdesta Lei. características dos estudantes com deficiência e
garantir o seu pleno acesso ao currículo em condições
Art. 25. Os espaços dos serviços de saúde, tanto
de igualdade, promovendo a conquista e o exercício de
públicos quanto privados, devem assegurar o acesso da
sua autonomia;
pessoa com deficiência, em conformidade com a
legislação em vigor, mediante a remoção de barreiras, IV - oferta de educação bilíngue, em Libras como
por meio de projetos arquitetônico, de ambientação de primeira língua e na modalidade escrita da língua
interior e de comunicação que atendam às portuguesa como segunda língua, em escolas e classes
especificidades das pessoas com deficiência física, bilíngues e em escolas inclusivas;
sensorial, intelectual e mental.
V - adoção de medidas individualizadas e coletivas em
Art. 26. Os casos de suspeita ou de confirmação de ambientes que maximizem o desenvolvimento
violência praticada contra a pessoa com deficiência acadêmico e social dos estudantes com deficiência,
serão objeto de notificação compulsória pelos serviços favorecendo o acesso, a permanência, a participação e
de saúde públicos e privados à autoridade policial e ao a aprendizagem em instituições de ensino;
Ministério Público, além dos Conselhos dos Direitos da
VI - pesquisas voltadas para o desenvolvimento de
Pessoa com Deficiência.
novos métodos e técnicas pedagógicas, de materiais
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, considera-se didáticos, de equipamentos e de recursos de tecnologia
violência contra a pessoa com deficiência qualquer ação assistiva;
ou omissão, praticada em local público ou privado, que
VII - planejamento de estudo de caso, de elaboração de
lhe cause morte ou dano ou sofrimento físico ou
plano de atendimento educacional especializado, de
psicológico.
organização de recursos e serviços de acessibilidade e
CAPÍTULO IV de disponibilização e usabilidade pedagógica de
recursos de tecnologia assistiva;
Do Direito à Educação
VIII - participação dos estudantes com deficiência e de
Art. 27. A educação constitui direito da pessoa com
suas famílias nas diversas instâncias de atuação da
deficiência, assegurados sistema educacional inclusivo
comunidade escolar;
em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a
vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento IX - adoção de medidas de apoio que favoreçam o
possível de seus talentos e habilidades físicas, desenvolvimento dos aspectos linguísticos, culturais,
sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas vocacionais e profissionais, levando-se em conta o
características, interesses e necessidades de talento, a criatividade, as habilidades e os interesses do
aprendizagem. estudante com deficiência;
Parágrafo único. É dever do Estado, da família, da X - adoção de práticas pedagógicas inclusivas pelos
comunidade escolar e da sociedade assegurar educação programas de formação inicial e continuada de
de qualidade à pessoa com deficiência, colocando-a a professores e oferta de formação continuada para o
salvo de toda forma de violência, negligência e atendimento educacional especializado;
discriminação.
XI - formação e disponibilização de professores para o
Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar, atendimento educacional especializado, de tradutores e
desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar e intérpretes da Libras, de guias intérpretes e de
avaliar: profissionais de apoio;
I - sistema educacional inclusivo em todos os níveis e XII - oferta de ensino da Libras, do Sistema Braille e de
modalidades, bem como o aprendizado ao longo de uso de recursos de tecnologia assistiva, de forma a
toda a vida; ampliar habilidades funcionais dos estudantes,
promovendo sua autonomia e participação;
II - aprimoramento dos sistemas educacionais, visando
a garantir condições de acesso, permanência,

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XIII - acesso à educação superior e à educação II - disponibilização de formulário de inscrição de


profissional e tecnológica em igualdade de exames com campos específicos para que o candidato
oportunidades e condições com as demais pessoas; com deficiência informe os recursos de acessibilidade e
de tecnologia assistiva necessários para sua
XIV - inclusão em conteúdos curriculares, em cursos de
participação;
nível superior e de educação profissional técnica e
tecnológica, de temas relacionados à pessoa com III - disponibilização de provas em formatos acessíveis
deficiência nos respectivos campos de conhecimento; para atendimento às necessidades específicas do
candidato com deficiência;
XV - acesso da pessoa com deficiência, em igualdade de
condições, a jogos e a atividades recreativas, esportivas IV - disponibilização de recursos de acessibilidade e de
e de lazer, no sistema escolar; tecnologia assistiva adequados, previamente solicitados
e escolhidos pelo candidato com deficiência;
XVI - acessibilidade para todos os estudantes,
trabalhadores da educação e demais integrantes da V - dilação de tempo, conforme demanda apresentada
comunidade escolar às edificações, aos ambientes e às pelo candidato com deficiência, tanto na realização de
atividades concernentes a todas as modalidades, etapas exame para seleção quanto nas atividades acadêmicas,
e níveis de ensino; mediante prévia solicitação e comprovação da
necessidade;
XVII - oferta de profissionais de apoio escolar;
VI - adoção de critérios de avaliação das provas escritas,
XVIII - articulação intersetorial na implementação de
discursivas ou de redação que considerem a
políticas públicas.
singularidade linguística da pessoa com deficiência, no
§ 1º Às instituições privadas, de qualquer nível e domínio da modalidade escrita da língua portuguesa;
modalidade de ensino, aplica-se obrigatoriamente o
VII - tradução completa do edital e de suas retificações
disposto nos incisos I, II, III, V, VII, VIII, IX, X, XI, XII, XIII,
em Libras.
XIV, XV, XVI, XVII e XVIII dºcaput deste artigo, sendo
vedada a cobrança de valores adicionais de qualquer CAPÍTULO V
natureza em suas mensalidades, anuidades e matrículas
Do Direito à Moradia
no cumprimento dessas determinações.
Art. 31. A pessoa com deficiência tem direito à moradia
§ 2º Na disponibilização de tradutores e intérpretes da
digna, no seio da família natural ou substituta, com seu
Libras a que se refere o inciso XI dºcaput deste artigo,
cônjuge ou companheiro ou desacompanhada, ou em
deve-se observar o seguinte:
moradia para a vida independente da pessoa com
I - os tradutores e intérpretes da Libras atuantes na deficiência, ou, ainda, em residência inclusiva.
educação básica devem, no mínimo, possuir ensino
§ 1º O poder público adotará programas e ações
médio completo e certificado de proficiência na
estratégicas para apoiar a criação e a manutenção de
Libras; (Vigência)
moradia para a vida independente da pessoa com
II - os tradutores e intérpretes da Libras, quando deficiência.
direcionados à tarefa de interpretar nas salas de aula
§ 2º A proteção integral na modalidade de residência
dos cursos de graduação e pós-graduação, devem
inclusiva será prestada no âmbito do Suas à pessoa com
possuir nível superior, com habilitação,
deficiência em situação de dependência que não
prioritariamente, em Tradução e Interpretação em
disponha de condições de autossustentabilidade, com
Libras. (Vigência)
vínculos familiares fragilizados ou rompidos.
Art. 29. (VETADO).
Art. 32. Nos programas habitacionais, públicos ou
Art. 30. Nos processos seletivos para ingresso e subsidiados com recursos públicos, a pessoa com
permanência nos cursos oferecidos pelas instituições de deficiência ou o seu responsável goza de prioridade na
ensino superior e de educação profissional e aquisição de imóvel para moradia própria, observado o
tecnológica, públicas e privadas, devem ser adotadas as seguinte:
seguintes medidas:
I - reserva de, no mínimo, 3% (três por cento) das
I - atendimento preferencial à pessoa com deficiência unidades habitacionais para pessoa com deficiência;
nas dependências das Instituições de Ensino Superior
II - (VETADO);
(IES) e nos serviços;
III - em caso de edificação multifamiliar, garantia de
acessibilidade nas áreas de uso comum e nas unidades

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habitacionais no piso térreo e de acessibilidade ou de § 4º A pessoa com deficiência tem direito à participação
adaptação razoável nos demais pisos; e ao acesso a cursos, treinamentos, educação
continuada, planos de carreira, promoções,
IV - disponibilização de equipamentos urbanos
bonificações e incentivos profissionais oferecidos pelo
comunitários acessíveis;
empregador, em igualdade de oportunidades com os
V - elaboração de especificações técnicas no projeto que demais empregados.
permitam a instalação de elevadores.
§ 5º É garantida aos trabalhadores com deficiência
§ 1º O direito à prioridade, previsto nºcaput deste acessibilidade em cursos de formação e de capacitação.
artigo, será reconhecido à pessoa com deficiência
Art. 35. É finalidade primordial das políticas públicas de
beneficiária apenas uma vez.
trabalho e emprego promover e garantir condições de
§ 2º Nos programas habitacionais públicos, os critérios acesso e de permanência da pessoa com deficiência no
de financiamento devem ser compatíveis com os campo de trabalho.
rendimentos da pessoa com deficiência ou de sua
Parágrafo único. Os programas de estímulo ao
família.
empreendedorismo e ao trabalho autônomo, incluídos
§ 3º Caso não haja pessoa com deficiência interessada o cooperativismo e o associativismo, devem prever a
nas unidades habitacionais reservadas por força do participação da pessoa com deficiência e a
disposto no inciso I dºcaput deste artigo, as unidades disponibilização de linhas de crédito, quando
não utilizadas serão disponibilizadas às demais pessoas. necessárias.
Art. 33. Ao poder público compete: Seção II
I - adotar as providências necessárias para o Da Habilitação Profissional e Reabilitação Profissional
cumprimento do disposto nos arts. 31 e 32 desta Lei; e
Art. 36. O poder público deve implementar serviços e
II - divulgar, para os agentes interessados e programas completos de habilitação profissional e de
beneficiários, a política habitacional prevista nas reabilitação profissional para que a pessoa com
legislações federal, estaduais, distrital e municipais, com deficiência possa ingressar, continuar ou retornar ao
ênfase nos dispositivos sobre acessibilidade. campo do trabalho, respeitados sua livre escolha, sua
vocação e seu interesse.
CAPÍTULO VI
§ 1º Equipe multidisciplinar indicará, com base em
Do Direito ao Trabalho
critérios previstos no § 1ºdo art. 2ºdesta Lei, programa
Seção I de habilitação ou de reabilitação que possibilite à
pessoa com deficiência restaurar sua capacidade e
Disposições Gerais
habilidade profissional ou adquirir novas capacidades e
Art. 34. A pessoa com deficiência tem direito ao habilidades de trabalho.
trabalho de sua livre escolha e aceitação, em ambiente
§ 2º A habilitação profissional corresponde ao processo
acessível e inclusivo, em igualdade de oportunidades
destinado a propiciar à pessoa com deficiência aquisição
com as demais pessoas.
de conhecimentos, habilidades e aptidões para
§ 1º As pessoas jurídicas de direito público, privado ou exercício de profissão ou de ocupação, permitindo nível
de qualquer natureza são obrigadas a garantir suficiente de desenvolvimento profissional para
ambientes de trabalho acessíveis e inclusivos. ingresso no campo de trabalho.
§ 2º A pessoa com deficiência tem direito, em igualdade § 3º Os serviços de habilitação profissional, de
de oportunidades com as demais pessoas, a condições reabilitação profissional e de educação profissional
justas e favoráveis de trabalho, incluindo igual devem ser dotados de recursos necessários para
remuneração por trabalho de igual valor. atender a toda pessoa com deficiência,
independentemente de sua característica específica, a
§ 3º É vedada restrição ao trabalho da pessoa com
fim de que ela possa ser capacitada para trabalho que
deficiência e qualquer discriminação em razão de sua
lhe seja adequado e ter perspectivas de obtê-lo, de
condição, inclusive nas etapas de recrutamento,
conservá-lo e de nele progredir.
seleção, contratação, admissão, exames admissional e
periódico, permanência no emprego, ascensão § 4º Os serviços de habilitação profissional, de
profissional e reabilitação profissional, bem como reabilitação profissional e de educação profissional
exigência de aptidão plena. deverão ser oferecidos em ambientes acessíveis e
inclusivos.

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§ 5º A habilitação profissional e a reabilitação ou emprego está obrigada à observância do disposto


profissional devem ocorrer articuladas com as redes nesta Lei e em outras normas de acessibilidade vigentes.
públicas e privadas, especialmente de saúde, de ensino
CAPÍTULO VII
e de assistência social, em todos os níveis e
modalidades, em entidades de formação profissional ou Do Direito à Assistência Social
diretamente com o empregador.
Art. 39. Os serviços, os programas, os projetos e os
§ 6º A habilitação profissional pode ocorrer em benefícios no âmbito da política pública de assistência
empresas por meio de prévia formalização do contrato social à pessoa com deficiência e sua família têm como
de emprego da pessoa com deficiência, que será objetivo a garantia da segurança de renda, da acolhida,
considerada para o cumprimento da reserva de vagas da habilitação e da reabilitação, do desenvolvimento da
prevista em lei, desde que por tempo determinado e autonomia e da convivência familiar e comunitária, para
concomitante com a inclusão profissional na empresa, a promoção do acesso a direitos e da plena participação
observado o disposto em regulamento. social.
§ 7º A habilitação profissional e a reabilitação § 1º A assistência social à pessoa com deficiência, nos
profissional atenderão à pessoa com deficiência. termos dºcaput deste artigo, deve envolver conjunto
articulado de serviços do âmbito da Proteção Social
Seção III
Básica e da Proteção Social Especial, ofertados pelo
Da Inclusão da Pessoa com Deficiência no Trabalho Suas, para a garantia de seguranças fundamentais no
enfrentamento de situações de vulnerabilidade e de
Art. 37. Constitui modo de inclusão da pessoa com
risco, por fragilização de vínculos e ameaça ou violação
deficiência no trabalho a colocação competitiva, em
de direitos.
igualdade de oportunidades com as demais pessoas, nos
termos da legislação trabalhista e previdenciária, na § 2º Os serviços socioassistenciais destinados à pessoa
qual devem ser atendidas as regras de acessibilidade, o com deficiência em situação de dependência deverão
fornecimento de recursos de tecnologia assistiva e a contar com cuidadores sociais para prestar-lhe cuidados
adaptação razoável no ambiente de trabalho. básicos e instrumentais.
Parágrafo único. A colocação competitiva da pessoa Art. 40. É assegurado à pessoa com deficiência que não
com deficiência pode ocorrer por meio de trabalho com possua meios para prover sua subsistência nem de tê-la
apoio, observadas as seguintes diretrizes: provida por sua família o benefício mensal de 1 (um)
salário-mínimo, nos termos da Lei nº8.742, de 7 de
I - prioridade no atendimento à pessoa com deficiência
dezembro de 1993.
com maior dificuldade de inserção no campo de
trabalho; CAPÍTULO VIII
II - provisão de suportes individualizados que atendam a Do Direito à Previdência Social
necessidades específicas da pessoa com deficiência,
Art. 41. A pessoa com deficiência segurada do Regime
inclusive a disponibilização de recursos de tecnologia
Geral de Previdência Social (RGPS) tem direito à
assistiva, de agente facilitador e de apoio no ambiente
aposentadoria nos termos da Lei Complementar nº142,
de trabalho;
de 8 de maio de 2013.
III - respeito ao perfil vocacional e ao interesse da pessoa
CAPÍTULO IX
com deficiência apoiada;
Do Direito à Cultura, ao Esporte, ao Turismo e ao
IV - oferta de aconselhamento e de apoio aos
Lazer
empregadores, com vistas à definição de estratégias de
inclusão e de superação de barreiras, inclusive Art. 42. A pessoa com deficiência tem direito à cultura,
atitudinais; ao esporte, ao turismo e ao lazer em igualdade de
oportunidades com as demais pessoas, sendo-lhe
V - realização de avaliações periódicas;
garantido o acesso:
VI - articulação intersetorial das políticas públicas;
I - a bens culturais em formato acessível;
VII - possibilidade de participação de organizações da
II - a programas de televisão, cinema, teatro e outras
sociedade civil.
atividades culturais e desportivas em formato acessível;
Art. 38. A entidade contratada para a realização de e
processo seletivo público ou privado para cargo, função

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III - a monumentos e locais de importância cultural e a § 4º Nos locais referidos nºcaput deste artigo, deve
espaços que ofereçam serviços ou eventos culturais e haver, obrigatoriamente, rotas de fuga e saídas de
esportivos. emergência acessíveis, conforme padrões das normas
de acessibilidade, a fim de permitir a saída segura da
§ 1º É vedada a recusa de oferta de obra intelectual em
pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, em
formato acessível à pessoa com deficiência, sob
caso de emergência.
qualquer argumento, inclusive sob a alegação de
proteção dos direitos de propriedade intelectual. § 5º Todos os espaços das edificações previstas
nºcaput deste artigo devem atender às normas de
§ 2º O poder público deve adotar soluções destinadas à
acessibilidade em vigor.
eliminação, à redução ou à superação de barreiras para
a promoção do acesso a todo patrimônio cultural, § 6º As salas de cinema devem oferecer, em todas as
observadas as normas de acessibilidade, ambientais e sessões, recursos de acessibilidade para a pessoa com
de proteção do patrimônio histórico e artístico nacional. deficiência. (Vigência)
Art. 43. O poder público deve promover a participação § 7º O valor do ingresso da pessoa com deficiência não
da pessoa com deficiência em atividades artísticas, poderá ser superior ao valor cobrado das demais
intelectuais, culturais, esportivas e recreativas, com pessoas.
vistas ao seu protagonismo, devendo:
Art. 45. Os hotéis, pousadas e similares devem ser
I - incentivar a provisão de instrução, de treinamento e construídos observando-se os princípios do desenho
de recursos adequados, em igualdade de oportunidades universal, além de adotar todos os meios de
com as demais pessoas; acessibilidade, conforme legislação em
vigor. (Vigência) (Reglamento)
II - assegurar acessibilidade nos locais de eventos e nos
serviços prestados por pessoa ou entidade envolvida na § 1º Os estabelecimentos já existentes deverão
organização das atividades de que trata este artigo; e disponibilizar, pelo menos, 10% (dez por cento) de seus
dormitórios acessíveis, garantida, no mínimo, 1 (uma)
III - assegurar a participação da pessoa com deficiência
unidade acessível.
em jogos e atividades recreativas, esportivas, de lazer,
culturais e artísticas, inclusive no sistema escolar, em § 2º Os dormitórios mencionados no § 1ºdeste artigo
igualdade de condições com as demais pessoas. deverão ser localizados em rotas acessíveis.
Art. 44. Nos teatros, cinemas, auditórios, estádios, CAPÍTULO X
ginásios de esporte, locais de espetáculos e de
Do Direito ao Transporte e à Mobilidade
conferências e similares, serão reservados espaços
livres e assentos para a pessoa com deficiência, de Art. 46. O direito ao transporte e à mobilidade da
acordo com a capacidade de lotação da edificação, pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida
observado o disposto em regulamento. será assegurado em igualdade de oportunidades com as
demais pessoas, por meio de identificação e de
§ 1º Os espaços e assentos a que se refere este artigo
eliminação de todos os obstáculos e barreiras ao seu
devem ser distribuídos pelo recinto em locais diversos,
acesso.
de boa visibilidade, em todos os setores, próximos aos
corredores, devidamente sinalizados, evitando-se áreas § 1º Para fins de acessibilidade aos serviços de
segregadas de público e obstrução das saídas, em transporte coletivo terrestre, aquaviário e aéreo, em
conformidade com as normas de acessibilidade. todas as jurisdições, consideram-se como integrantes
desses serviços os veículos, os terminais, as estações, os
§ 2º No caso de não haver comprovada procura pelos
pontos de parada, o sistema viário e a prestação do
assentos reservados, esses podem, excepcionalmente,
serviço.
ser ocupados por pessoas sem deficiência ou que não
tenham mobilidade reduzida, observado o disposto em § 2º São sujeitas ao cumprimento das disposições desta
regulamento. Lei, sempre que houver interação com a matéria nela
regulada, a outorga, a concessão, a permissão, a
§ 3º Os espaços e assentos a que se refere este artigo
autorização, a renovação ou a habilitação de linhas e de
devem situar-se em locais que garantam a acomodação
serviços de transporte coletivo.
de, no mínimo, 1 (um) acompanhante da pessoa com
deficiência ou com mobilidade reduzida, resguardado o § 3º Para colocação do símbolo internacional de acesso
direito de se acomodar proximamente a grupo familiar nos veículos, as empresas de transporte coletivo de
e comunitário. passageiros dependem da certificação de acessibilidade

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emitida pelo gestor público responsável pela prestação Art. 50. O poder público incentivará a fabricação de
do serviço. veículos acessíveis e a sua utilização como táxis e vans,
de forma a garantir o seu uso por todas as pessoas.
Art. 47. Em todas as áreas de estacionamento aberto ao
público, de uso público ou privado de uso coletivo e em Art. 51. As frotas de empresas de táxi devem reservar
vias públicas, devem ser reservadas vagas próximas aos 10% (dez por cento) de seus veículos acessíveis à pessoa
acessos de circulação de pedestres, devidamente com deficiência.
sinalizadas, para veículos que transportem pessoa com
§ 1º É proibida a cobrança diferenciada de tarifas ou de
deficiência com comprometimento de mobilidade,
valores adicionais pelo serviço de táxi prestado à pessoa
desde que devidamente identificados.
com deficiência.
§ 1º As vagas a que se refere ºcaput deste artigo devem
§ 2º O poder público é autorizado a instituir incentivos
equivaler a 2% (dois por cento) do total, garantida, no
fiscais com vistas a possibilitar a acessibilidade dos
mínimo, 1 (uma) vaga devidamente sinalizada e com as
veículos a que se refere ºcaput deste artigo.
especificações de desenho e traçado de acordo com as
normas técnicas vigentes de acessibilidade. Art. 52. As locadoras de veículos são obrigadas a
oferecer 1 (um) veículo adaptado para uso de pessoa
§ 2º Os veículos estacionados nas vagas reservadas
com deficiência, a cada conjunto de 20 (vinte) veículos
devem exibir, em local de ampla visibilidade, a
de sua frota.
credencial de beneficiário, a ser confeccionada e
fornecida pelos órgãos de trânsito, que disciplinarão Parágrafo único. O veículo adaptado deverá ter, no
suas características e condições de uso. mínimo, câmbio automático, direção hidráulica, vidros
elétricos e comandos manuais de freio e de embreagem.
§ 3º A utilização indevida das vagas de que trata este
artigo sujeita os infratores às sanções previstas nºinciso TÍTULO III
XX do art. 181 da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de
Da Acessibilidade
1997 (Código de Trânsito Brasileiro). (Redação
dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) CAPÍTULO I
º º
§ 4 A credencial a que se refere o § 2 deste artigo é Disposições Gerais
vinculada à pessoa com deficiência que possui
Art. 53. A acessibilidade é direito que garante à pessoa
comprometimento de mobilidade e é válida em todo o
com deficiência ou com mobilidade reduzida viver de
território nacional.
forma independente e exercer seus direitos de
Art. 48. Os veículos de transporte coletivo terrestre, cidadania e de participação social.
aquaviário e aéreo, as instalações, as estações, os
Art. 54. São sujeitas ao cumprimento das disposições
portos e os terminais em operação no País devem ser
desta Lei e de outras normas relativas à acessibilidade,
acessíveis, de forma a garantir o seu uso por todas as
sempre que houver interação com a matéria nela
pessoas.
regulada:
§ 1º Os veículos e as estruturas de que trata
I - a aprovação de projeto arquitetônico e urbanístico ou
ºcaput deste artigo devem dispor de sistema de
de comunicação e informação, a fabricação de veículos
comunicação acessível que disponibilize informações
de transporte coletivo, a prestação do respectivo
sobre todos os pontos do itinerário.
serviço e a execução de qualquer tipo de obra, quando
§ 2º São asseguradas à pessoa com deficiência tenham destinação pública ou coletiva;
prioridade e segurança nos procedimentos de
II - a outorga ou a renovação de concessão, permissão,
embarque e de desembarque nos veículos de transporte
autorização ou habilitação de qualquer natureza;
coletivo, de acordo com as normas técnicas.
III - a aprovação de financiamento de projeto com
§ 3º Para colocação do símbolo internacional de acesso
utilização de recursos públicos, por meio de renúncia ou
nos veículos, as empresas de transporte coletivo de
de incentivo fiscal, contrato, convênio ou instrumento
passageiros dependem da certificação de acessibilidade
congênere; e
emitida pelo gestor público responsável pela prestação
do serviço. IV - a concessão de aval da União para obtenção de
empréstimo e de financiamento internacionais por
Art. 49. As empresas de transporte de fretamento e de
entes públicos ou privados.
turismo, na renovação de suas frotas, são obrigadas ao
cumprimento do disposto nos arts. 46 e 48 desta Art. 55. A concepção e a implantação de projetos que
Lei. (Vigência) tratem do meio físico, de transporte, de informação e

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comunicação, inclusive de sistemas e tecnologias da e serviços, tendo como referência as normas de


informação e comunicação, e de outros serviços, acessibilidade vigentes.
equipamentos e instalações abertos ao público, de uso
Art. 58. O projeto e a construção de edificação de uso
público ou privado de uso coletivo, tanto na zona
privado multifamiliar devem atender aos preceitos de
urbana como na rural, devem atender aos princípios do
acessibilidade, na forma
desenho universal, tendo como referência as normas de
regulamentar. (Regulamento)
acessibilidade.
§ 1º As construtoras e incorporadoras responsáveis pelo
§ 1º O desenho universal será sempre tomado como
projeto e pela construção das edificações a que se
regra de caráter geral.
refere ºcaput deste artigo devem assegurar percentual
§ 2º Nas hipóteses em que comprovadamente o mínimo de suas unidades internamente acessíveis, na
desenho universal não possa ser empreendido, deve ser forma regulamentar.
adotada adaptação razoável.
§ 2º É vedada a cobrança de valores adicionais para a
º
§ 3 Caberá ao poder público promover a inclusão de aquisição de unidades internamente acessíveis a que se
conteúdos temáticos referentes ao desenho universal refere o § 1ºdeste artigo.
nas diretrizes curriculares da educação profissional e
Art. 59. Em qualquer intervenção nas vias e nos espaços
tecnológica e do ensino superior e na formação das
públicos, o poder público e as empresas concessionárias
carreiras de Estado.
responsáveis pela execução das obras e dos serviços
§ 4º Os programas, os projetos e as linhas de pesquisa a devem garantir, de forma segura, a fluidez do trânsito e
serem desenvolvidos com o apoio de organismos a livre circulação e acessibilidade das pessoas, durante
públicos de auxílio à pesquisa e de agências de fomento e após sua execução.
deverão incluir temas voltados para o desenho
Art. 60. Orientam-se, no que couber, pelas regras de
universal.
acessibilidade previstas em legislação e em normas
§ 5º Desde a etapa de concepção, as políticas públicas técnicas, observado o disposto na Lei nº10.098, de 19 de
deverão considerar a adoção do desenho universal. dezembro de 2000, nº10.257, de 10 de julho de 2001,
e nº12.587, de 3 de janeiro de 2012:
Art. 56. A construção, a reforma, a ampliação ou a
mudança de uso de edificações abertas ao público, de I - os planos diretores municipais, os planos diretores de
uso público ou privadas de uso coletivo deverão ser transporte e trânsito, os planos de mobilidade urbana e
executadas de modo a serem acessíveis. os planos de preservação de sítios históricos elaborados
ou atualizados a partir da publicação desta Lei;
§ 1º As entidades de fiscalização profissional das
atividades de Engenharia, de Arquitetura e correlatas, II - os códigos de obras, os códigos de postura, as leis de
ao anotarem a responsabilidade técnica de projetos, uso e ocupação do solo e as leis do sistema viário;
devem exigir a responsabilidade profissional declarada
III - os estudos prévios de impacto de vizinhança;
de atendimento às regras de acessibilidade previstas em
legislação e em normas técnicas pertinentes. IV - as atividades de fiscalização e a imposição de
º sanções; e
§ 2 Para a aprovação, o licenciamento ou a emissão de
certificado de projeto executivo arquitetônico, V - a legislação referente à prevenção contra incêndio e
urbanístico e de instalações e equipamentos pânico.
temporários ou permanentes e para o licenciamento ou
§ 1º A concessão e a renovação de alvará de
a emissão de certificado de conclusão de obra ou de
funcionamento para qualquer atividade são
serviço, deve ser atestado o atendimento às regras de
condicionadas à observação e à certificação das regras
acessibilidade.
de acessibilidade.
§ 3º O poder público, após certificar a acessibilidade de
§ 2º A emissão de carta de habite-se ou de habilitação
edificação ou de serviço, determinará a colocação, em
equivalente e sua renovação, quando esta tiver sido
espaços ou em locais de ampla visibilidade, do símbolo
emitida anteriormente às exigências de acessibilidade,
internacional de acesso, na forma prevista em legislação
é condicionada à observação e à certificação das regras
e em normas técnicas correlatas.
de acessibilidade.
Art. 57. As edificações públicas e privadas de uso
Art. 61. A formulação, a implementação e a
coletivo já existentes devem garantir acessibilidade à
manutenção das ações de acessibilidade atenderão às
pessoa com deficiência em todas as suas dependências
seguintes premissas básicas:

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I - eleição de prioridades, elaboração de cronograma e III - audiodescrição.


reserva de recursos para implementação das ações; e
Art. 68. O poder público deve adotar mecanismos de
II - planejamento contínuo e articulado entre os setores incentivo à produção, à edição, à difusão, à distribuição
envolvidos. e à comercialização de livros em formatos acessíveis,
inclusive em publicações da administração pública ou
Art. 62. É assegurado à pessoa com deficiência,
financiadas com recursos públicos, com vistas a garantir
mediante solicitação, o recebimento de contas, boletos,
à pessoa com deficiência o direito de acesso à leitura, à
recibos, extratos e cobranças de tributos em formato
informação e à comunicação.
acessível.
§ 1º Nos editais de compras de livros, inclusive para o
CAPÍTULO II
abastecimento ou a atualização de acervos de
Do Acesso à Informação e à Comunicação bibliotecas em todos os níveis e modalidades de
educação e de bibliotecas públicas, o poder público
Art. 63. É obrigatória a acessibilidade nos sítios da
deverá adotar cláusulas de impedimento à participação
internet mantidos por empresas com sede ou
de editoras que não ofertem sua produção também em
representação comercial no País ou por órgãos de
formatos acessíveis.
governo, para uso da pessoa com deficiência,
garantindo-lhe acesso às informações disponíveis, § 2º Consideram-se formatos acessíveis os arquivos
conforme as melhores práticas e diretrizes de digitais que possam ser reconhecidos e acessados
acessibilidade adotadas internacionalmente. por softwares leitores de telas ou outras tecnologias
assistivas que vierem a substituí-los, permitindo leitura
§ 1º Os sítios devem conter símbolo de acessibilidade
com voz sintetizada, ampliação de caracteres,
em destaque.
diferentes contrastes e impressão em Braille.
§ 2º Telecentros comunitários que receberem recursos
§ 3º O poder público deve estimular e apoiar a
públicos federais para seu custeio ou sua instalação
adaptação e a produção de artigos científicos em
e lan houses devem possuir equipamentos e instalações
formato acessível, inclusive em Libras.
acessíveis.
Art. 69. O poder público deve assegurar a
§ 3º Os telecentros e as lan houses de que trata o §
disponibilidade de informações corretas e claras sobre
2ºdeste artigo devem garantir, no mínimo, 10% (dez por
os diferentes produtos e serviços ofertados, por
cento) de seus computadores com recursos de
quaisquer meios de comunicação empregados, inclusive
acessibilidade para pessoa com deficiência visual, sendo
em ambiente virtual, contendo a especificação correta
assegurado pelo menos 1 (um) equipamento, quando o
de quantidade, qualidade, características, composição e
resultado percentual for inferior a 1 (um).
preço, bem como sobre os eventuais riscos à saúde e à
Art. 64. A acessibilidade nos sítios da internet de que segurança do consumidor com deficiência, em caso de
trata o art. 63 desta Lei deve ser observada para sua utilização, aplicando-se, no que couber, os arts. 30 a
obtenção do financiamento de que trata o inciso III do 41 da Lei nº8.078, de 11 de setembro de 1990.
art. 54 desta Lei.
§ 1º Os canais de comercialização virtual e os anúncios
Art. 65. As empresas prestadoras de serviços de publicitários veiculados na imprensa escrita, na
telecomunicações deverão garantir pleno acesso à internet, no rádio, na televisão e nos demais veículos de
pessoa com deficiência, conforme regulamentação comunicação abertos ou por assinatura devem
específica. disponibilizar, conforme a compatibilidade do meio, os
recursos de acessibilidade de que trata o art. 67 desta
Art. 66. Cabe ao poder público incentivar a oferta de
Lei, a expensas do fornecedor do produto ou do serviço,
aparelhos de telefonia fixa e móvel celular com
sem prejuízo da observância do disposto nos arts. 36 a
acessibilidade que, entre outras tecnologias assistivas,
38 da Lei nº8.078, de 11 de setembro de 1990.
possuam possibilidade de indicação e de ampliação
sonoras de todas as operações e funções disponíveis. § 2º Os fornecedores devem disponibilizar, mediante
solicitação, exemplares de bulas, prospectos, textos ou
Art. 67. Os serviços de radiodifusão de sons e imagens
qualquer outro tipo de material de divulgação em
devem permitir o uso dos seguintes recursos, entre
formato acessível.
outros:
Art. 70. As instituições promotoras de congressos,
I - subtitulação por meio de legenda oculta;
seminários, oficinas e demais eventos de natureza
II - janela com intérprete da Libras; científico-cultural devem oferecer à pessoa com

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deficiência, no mínimo, os recursos de tecnologia de medidas deverão ser avaliados, pelo menos, a cada 2
assistiva previstos no art. 67 desta Lei. (dois) anos.
Art. 71. Os congressos, os seminários, as oficinas e os CAPÍTULO IV
demais eventos de natureza científico-cultural
Do Direito à Participação na Vida Pública e Política
promovidos ou financiados pelo poder público devem
garantir as condições de acessibilidade e os recursos de Art. 76. O poder público deve garantir à pessoa com
tecnologia assistiva. deficiência todos os direitos políticos e a oportunidade
de exercê-los em igualdade de condições com as demais
Art. 72. Os programas, as linhas de pesquisa e os
pessoas.
projetos a serem desenvolvidos com o apoio de
agências de financiamento e de órgãos e entidades § 1º À pessoa com deficiência será assegurado o direito
integrantes da administração pública que atuem no de votar e de ser votada, inclusive por meio das
auxílio à pesquisa devem contemplar temas voltados à seguintes ações:
tecnologia assistiva.
I - garantia de que os procedimentos, as instalações, os
Art. 73. Caberá ao poder público, diretamente ou em materiais e os equipamentos para votação sejam
parceria com organizações da sociedade civil, promover apropriados, acessíveis a todas as pessoas e de fácil
a capacitação de tradutores e intérpretes da Libras, de compreensão e uso, sendo vedada a instalação de
guias intérpretes e de profissionais habilitados em seções eleitorais exclusivas para a pessoa com
Braille, audiodescrição, estenotipia e legendagem. deficiência;
CAPÍTULO III II - incentivo à pessoa com deficiência a candidatar-se e
a desempenhar quaisquer funções públicas em todos os
Da Tecnologia Assistiva
níveis de governo, inclusive por meio do uso de novas
Art. 74. É garantido à pessoa com deficiência acesso a tecnologias assistivas, quando apropriado;
produtos, recursos, estratégias, práticas, processos,
III - garantia de que os pronunciamentos oficiais, a
métodos e serviços de tecnologia assistiva que
propaganda eleitoral obrigatória e os debates
maximizem sua autonomia, mobilidade pessoal e
transmitidos pelas emissoras de televisão possuam,
qualidade de vida.
pelo menos, os recursos elencados no art. 67 desta Lei;
Art. 75. O poder público desenvolverá plano específico
IV - garantia do livre exercício do direito ao voto e, para
de medidas, a ser renovado em cada período de 4
tanto, sempre que necessário e a seu pedido, permissão
(quatro) anos, com a finalidade de:
para que a pessoa com deficiência seja auxiliada na
I - facilitar o acesso a crédito especializado, inclusive votação por pessoa de sua escolha.
com oferta de linhas de crédito subsidiadas, específicas
§ 2º O poder público promoverá a participação da
para aquisição de tecnologia assistiva;
pessoa com deficiência, inclusive quando
II - agilizar, simplificar e priorizar procedimentos de institucionalizada, na condução das questões públicas,
importação de tecnologia assistiva, especialmente as sem discriminação e em igualdade de oportunidades,
questões atinentes a procedimentos alfandegários e observado o seguinte:
sanitários;
I - participação em organizações não governamentais
III - criar mecanismos de fomento à pesquisa e à relacionadas à vida pública e à política do País e em
produção nacional de tecnologia assistiva, inclusive por atividades e administração de partidos políticos;
meio de concessão de linhas de crédito subsidiado e de
II - formação de organizações para representar a pessoa
parcerias com institutos de pesquisa oficiais;
com deficiência em todos os níveis;
IV - eliminar ou reduzir a tributação da cadeia produtiva
III - participação da pessoa com deficiência em
e de importação de tecnologia assistiva;
organizações que a representem.
V - facilitar e agilizar o processo de inclusão de novos
TÍTULO IV
recursos de tecnologia assistiva no rol de produtos
distribuídos no âmbito do SUS e por outros órgãos Da Ciência e Tecnologia
governamentais.
Art. 77. O poder público deve fomentar o
Parágrafo único. Para fazer cumprir o disposto neste desenvolvimento científico, a pesquisa e a inovação e a
artigo, os procedimentos constantes do plano específico capacitação tecnológicas, voltados à melhoria da

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qualidade de vida e ao trabalho da pessoa com deve capacitar os membros e os servidores que atuam
deficiência e sua inclusão social. no Poder Judiciário, no Ministério Público, na
Defensoria Pública, nos órgãos de segurança pública e
§ 1º O fomento pelo poder público deve priorizar a
no sistema penitenciário quanto aos direitos da pessoa
geração de conhecimentos e técnicas que visem à
com deficiência.
prevenção e ao tratamento de deficiências e ao
desenvolvimento de tecnologias assistiva e social. § 2º Devem ser assegurados à pessoa com deficiência
submetida a medida restritiva de liberdade todos os
§ 2º A acessibilidade e as tecnologias assistiva e social
direitos e garantias a que fazem jus os apenados sem
devem ser fomentadas mediante a criação de cursos de
deficiência, garantida a acessibilidade.
pós-graduação, a formação de recursos humanos e a
inclusão do tema nas diretrizes de áreas do § 3º A Defensoria Pública e o Ministério Público tomarão
conhecimento. as medidas necessárias à garantia dos direitos previstos
nesta Lei.
§ 3º Deve ser fomentada a capacitação tecnológica de
instituições públicas e privadas para o desenvolvimento Art. 80. Devem ser oferecidos todos os recursos de
de tecnologias assistiva e social que sejam voltadas para tecnologia assistiva disponíveis para que a pessoa com
melhoria da funcionalidade e da participação social da deficiência tenha garantido o acesso à justiça, sempre
pessoa com deficiência. que figure em um dos polos da ação ou atue como
testemunha, partícipe da lide posta em juízo, advogado,
§ 4º As medidas previstas neste artigo devem ser
defensor público, magistrado ou membro do Ministério
reavaliadas periodicamente pelo poder público, com
Público.
vistas ao seu aperfeiçoamento.
Parágrafo único. A pessoa com deficiência tem
Art. 78. Devem ser estimulados a pesquisa, o
garantido o acesso ao conteúdo de todos os atos
desenvolvimento, a inovação e a difusão de tecnologias
processuais de seu interesse, inclusive no exercício da
voltadas para ampliar o acesso da pessoa com
advocacia.
deficiência às tecnologias da informação e comunicação
e às tecnologias sociais. Art. 81. Os direitos da pessoa com deficiência serão
garantidos por ocasião da aplicação de sanções penais.
Parágrafo único. Serão estimulados, em especial:
Art. 82. (VETADO).
I - o emprego de tecnologias da informação e
comunicação como instrumento de superação de Art. 83. Os serviços notariais e de registro não podem
limitações funcionais e de barreiras à comunicação, à negar ou criar óbices ou condições diferenciadas à
informação, à educação e ao entretenimento da pessoa prestação de seus serviços em razão de deficiência do
com deficiência; solicitante, devendo reconhecer sua capacidade legal
plena, garantida a acessibilidade.
II - a adoção de soluções e a difusão de normas que
visem a ampliar a acessibilidade da pessoa com Parágrafo único. O descumprimento do disposto
deficiência à computação e aos sítios da internet, em nºcaput deste artigo constitui discriminação em razão
especial aos serviços de governo eletrônico. de deficiência.
LIVRO II CAPÍTULO II
Parte Especial Do Reconhecimento Igual Perante a Lei
TÍTULO I Art. 84. A pessoa com deficiência tem assegurado o
direito ao exercício de sua capacidade legal em
Do Acesso à Justiça
igualdade de condições com as demais pessoas.
CAPÍTULO I
§ 1º Quando necessário, a pessoa com deficiência será
Disposições Gerais submetida à curatela, conforme a lei.
Art. 79. O poder público deve assegurar o acesso da § 2º É facultado à pessoa com deficiência a adoção de
pessoa com deficiência à justiça, em igualdade de processo de tomada de decisão apoiada.
oportunidades com as demais pessoas, garantindo,
§ 3º A definição de curatela de pessoa com deficiência
sempre que requeridos, adaptações e recursos de
constitui medida protetiva extraordinária, proporcional
tecnologia assistiva.
às necessidades e às circunstâncias de cada caso, e
§ 1º A fim de garantir a atuação da pessoa com durará o menor tempo possível.
deficiência em todo o processo judicial, o poder público

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§ 4º Os curadores são obrigados a prestar, anualmente, § 4º Na hipótese do § 2ºdeste artigo, constitui efeito da
contas de sua administração ao juiz, apresentando o condenação, após o trânsito em julgado da decisão, a
balanço do respectivo ano. destruição do material apreendido.
Art. 85. A curatela afetará tão somente os atos Art. 89. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos,
relacionados aos direitos de natureza patrimonial e pensão, benefícios, remuneração ou qualquer outro
negocial. rendimento de pessoa com deficiência:
§ 1º A definição da curatela não alcança o direito ao Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
próprio corpo, à sexualidade, ao matrimônio, à
Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço)
privacidade, à educação, à saúde, ao trabalho e ao voto.
se o crime é cometido:
§ 2º A curatela constitui medida extraordinária,
I - por tutor, curador, síndico, liquidatário,
devendo constar da sentença as razões e motivações de
inventariante, testamenteiro ou depositário judicial; ou
sua definição, preservados os interesses do curatelado.
II - por aquele que se apropriou em razão de ofício ou de
§ 3º No caso de pessoa em situação de
profissão.
institucionalização, ao nomear curador, o juiz deve dar
preferência a pessoa que tenha vínculo de natureza Art. 90. Abandonar pessoa com deficiência em
familiar, afetiva ou comunitária com o curatelado. hospitais, casas de saúde, entidades de abrigamento ou
congêneres:
Art. 86. Para emissão de documentos oficiais, não será
exigida a situação de curatela da pessoa com Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e
deficiência. multa.
Art. 87. Em casos de relevância e urgência e a fim de Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem não
proteger os interesses da pessoa com deficiência em prover as necessidades básicas de pessoa com
situação de curatela, será lícito ao juiz, ouvido o deficiência quando obrigado por lei ou mandado.
Ministério Público, de oficio ou a requerimento do
Art. 91. Reter ou utilizar cartão magnético, qualquer
interessado, nomear, desde logo, curador provisório, o
meio eletrônico ou documento de pessoa com
qual estará sujeito, no que couber, às disposições
deficiência destinados ao recebimento de benefícios,
dºCódigo de Processo Civil.
proventos, pensões ou remuneração ou à realização de
TÍTULO II operações financeiras, com o fim de obter vantagem
indevida para si ou para outrem:
Dos Crimes e das Infrações Administrativas
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
Art. 88. Praticar, induzir ou incitar discriminação de
multa.
pessoa em razão de sua deficiência:
Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
se o crime é cometido por tutor ou curador.
§ 1º Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se a vítima
TÍTULO III
encontrar-se sob cuidado e responsabilidade do agente.
Disposições Finais e Transitórias
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos nºcaput deste
artigo é cometido por intermédio de meios de Art. 92. É criado o Cadastro Nacional de Inclusão da
comunicação social ou de publicação de qualquer Pessoa com Deficiência (Cadastro-Inclusão), registro
natureza: público eletrônico com a finalidade de coletar,
processar, sistematizar e disseminar informações
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
georreferenciadas que permitam a identificação e a
§ 3º Na hipótese do § 2ºdeste artigo, o juiz poderá caracterização socioeconômica da pessoa com
determinar, ouvido o Ministério Público ou a pedido deficiência, bem como das barreiras que impedem a
deste, ainda antes do inquérito policial, sob pena de realização de seus direitos.
desobediência:
§ 1º O Cadastro-Inclusão será administrado pelo Poder
I - recolhimento ou busca e apreensão dos exemplares Executivo federal e constituído por base de dados,
do material discriminatório; instrumentos, procedimentos e sistemas eletrônicos.
II - interdição das respectivas mensagens ou páginas de § 2º Os dados constituintes do Cadastro-Inclusão serão
informação na internet. obtidos pela integração dos sistemas de informação e
da base de dados de todas as políticas públicas

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relacionadas aos direitos da pessoa com deficiência, I - quando for de interesse do poder público, o agente
bem como por informações coletadas, inclusive em promoverá o contato necessário com a pessoa com
censos nacionais e nas demais pesquisas realizadas no deficiência em sua residência;
País, de acordo com os parâmetros estabelecidos pela
II - quando for de interesse da pessoa com deficiência,
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com
ela apresentará solicitação de atendimento domiciliar
Deficiência e seu Protocolo Facultativo.
ou fará representar-se por procurador constituído para
§ 3º Para coleta, transmissão e sistematização de dados, essa finalidade.
é facultada a celebração de convênios, acordos, termos
Parágrafo único. É assegurado à pessoa com deficiência
de parceria ou contratos com instituições públicas e
atendimento domiciliar pela perícia médica e social do
privadas, observados os requisitos e procedimentos
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), pelo serviço
previstos em legislação específica.
público de saúde ou pelo serviço privado de saúde,
§ 4º Para assegurar a confidencialidade, a privacidade e contratado ou conveniado, que integre o SUS e pelas
as liberdades fundamentais da pessoa com deficiência e entidades da rede socioassistencial integrantes do Suas,
os princípios éticos que regem a utilização de quando seu deslocamento, em razão de sua limitação
informações, devem ser observadas as salvaguardas funcional e de condições de acessibilidade, imponha-lhe
estabelecidas em lei. ônus desproporcional e indevido.
§ 5º Os dados do Cadastro-Inclusão somente poderão Art. 96. O § 6o-A do art. 135 da Lei nº4.737, de 15 de
ser utilizados para as seguintes finalidades: julho de 1965 (Código Eleitoral), passa a vigorar com a
seguinte redação:
I - formulação, gestão, monitoramento e avaliação das
políticas públicas para a pessoa com deficiência e para “Art. 135.
identificar as barreiras que impedem a realização de
§ 6o-A. Os Tribunais Regionais Eleitorais deverão, a cada
seus direitos;
eleição, expedir instruções aos Juízes Eleitorais para
II - realização de estudos e pesquisas. orientá-los na escolha dos locais de votação, de maneira
a garantir acessibilidade para o eleitor com deficiência
§ 6º As informações a que se refere este artigo devem
ou com mobilidade reduzida, inclusive em seu entorno
ser disseminadas em formatos acessíveis.
e nos sistemas de transporte que lhe dão acesso.” (NR)
Art. 93. Na realização de inspeções e de auditorias pelos
Art. 97. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
órgãos de controle interno e externo, deve ser
aprovada pelo Decreto-Lei nº5.452, de 1ºde maio de
observado o cumprimento da legislação relativa à
1943, passa a vigorar com as seguintes alterações:
pessoa com deficiência e das normas de acessibilidade
vigentes. “Art. 428.
Art. 94. Terá direito a auxílio-inclusão, nos termos da § 6º Para os fins do contrato de aprendizagem, a
lei, a pessoa com deficiência moderada ou grave que: comprovação da escolaridade de aprendiz com
deficiência deve considerar, sobretudo, as habilidades e
I - receba o benefício de prestação continuada previsto
competências relacionadas com a profissionalização.
nºart. 20 da Lei nº8.742, de 7 de dezembro de 1993, e
que passe a exercer atividade remunerada que a § 8º Para o aprendiz com deficiência com 18 (dezoito)
enquadre como segurado obrigatório do RGPS; anos ou mais, a validade do contrato de aprendizagem
pressupõe anotação na CTPS e matrícula e frequência
II - tenha recebido, nos últimos 5 (cinco) anos, o
em programa de aprendizagem desenvolvido sob
benefício de prestação continuada previsto nºart. 20 da
orientação de entidade qualificada em formação
Lei nº8.742, de 7 de dezembro de 1993, e que exerça
técnico-profissional metódica.” (NR)
atividade remunerada que a enquadre como segurado
obrigatório do RGPS. “Art. 433.
Art. 95. É vedado exigir o comparecimento de pessoa I - desempenho insuficiente ou inadaptação do
com deficiência perante os órgãos públicos quando seu aprendiz, salvo para o aprendiz com deficiência quando
deslocamento, em razão de sua limitação funcional e de desprovido de recursos de acessibilidade, de
condições de acessibilidade, imponha-lhe ônus tecnologias assistivas e de apoio necessário ao
desproporcional e indevido, hipótese na qual serão desempenho de suas atividades; ” (NR)
observados os seguintes procedimentos:
Art. 98. A Lei nº7.853, de 24 de outubro de 1989, passa
a vigorar com as seguintes alterações:

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“Art. 3º As medidas judiciais destinadas à proteção de “Art. 20.


interesses coletivos, difusos, individuais homogêneos e
XVIII - quando o trabalhador com deficiência, por
individuais indisponíveis da pessoa com deficiência
prescrição, necessite adquirir órtese ou prótese para
poderão ser propostas pelo Ministério Público, pela
promoção de acessibilidade e de inclusão social. ” (NR)
Defensoria Pública, pela União, pelos Estados, pelos
Municípios, pelo Distrito Federal, por associação Art. 100. A Lei nº8.078, de 11 de setembro de 1990
constituída há mais de 1 (um) ano, nos termos da lei (Código de Defesa do Consumidor), passa a vigorar com
civil, por autarquia, por empresa pública e por fundação as seguintes alterações:
ou sociedade de economia mista que inclua, entre suas
“Art. 6º .
finalidades institucionais, a proteção dos interesses e a
promoção de direitos da pessoa com deficiência. ” (NR) Parágrafo único. A informação de que trata o inciso III
dºcaput deste artigo deve ser acessível à pessoa com
“Art. 8º Constitui crime punível com reclusão de 2 (dois)
deficiência, observado o disposto em regulamento.”
a 5 (cinco) anos e multa:
(NR)
I - recusar, cobrar valores adicionais, suspender,
“Art. 43.
procrastinar, cancelar ou fazer cessar inscrição de aluno
em estabelecimento de ensino de qualquer curso ou § 6º Todas as informações de que trata ºcaput deste
grau, público ou privado, em razão de sua deficiência; artigo devem ser disponibilizadas em formatos
acessíveis, inclusive para a pessoa com deficiência,
II - obstar inscrição em concurso público ou acesso de
mediante solicitação do consumidor.” (NR)
alguém a qualquer cargo ou emprego público, em razão
de sua deficiência; Art. 101. A Lei nº8.213, de 24 de julho de 1991, passa a
vigorar com as seguintes alterações:
III - negar ou obstar emprego, trabalho ou promoção à
pessoa em razão de sua deficiência; “Art. 16.
IV - recusar, retardar ou dificultar internação ou deixar I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho
de prestar assistência médico-hospitalar e ambulatorial não emancipado, de qualquer condição, menor de 21
à pessoa com deficiência; (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência
intelectual ou mental ou deficiência grave;
V - deixar de cumprir, retardar ou frustrar execução de
ordem judicial expedida na ação civil a que alude esta III - o irmão não emancipado, de qualquer condição,
Lei; menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha
deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; ”
VI - recusar, retardar ou omitir dados técnicos
(NR)
indispensáveis à propositura da ação civil pública objeto
desta Lei, quando requisitados. “Art. 77.
º
§ 1 Se o crime for praticado contra pessoa com § 2º .
deficiência menor de 18 (dezoito) anos, a pena é
II - para o filho, a pessoa a ele equiparada ou o irmão, de
agravada em 1/3 (um terço).
ambos os sexos, pela emancipação ou ao completar 21
§ 2º A pena pela adoção deliberada de critérios (vinte e um) anos de idade, salvo se for inválido ou tiver
subjetivos para indeferimento de inscrição, de deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave;
aprovação e de cumprimento de estágio probatório em
§ 4º (VETADO).” (NR)
concursos públicos não exclui a responsabilidade
patrimonial pessoal do administrador público pelos “Art. 93. (VETADO):
danos causados.
I - (VETADO);
º
§ 3 Incorre nas mesmas penas quem impede ou
II - (VETADO);
dificulta o ingresso de pessoa com deficiência em planos
privados de assistência à saúde, inclusive com cobrança III - (VETADO);
de valores diferenciados.
IV - (VETADO);
§ 4º Se o crime for praticado em atendimento de
V - (VETADO).
urgência e emergência, a pena é agravada em 1/3 (um
terço).” (NR) § 1º A dispensa de pessoa com deficiência ou de
beneficiário reabilitado da Previdência Social ao final de
Art. 99. O art. 20 da Lei nº8.036, de 11 de maio de 1990, contrato por prazo determinado de mais de 90
passa a vigorar acrescido do seguinte inciso XVIII:

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(noventa) dias e a dispensa imotivada em contrato por § 5º Nos processos de licitação, poderá ser estabelecida
prazo indeterminado somente poderão ocorrer após a margem de preferência para:
contratação de outro trabalhador com deficiência ou
I - produtos manufaturados e para serviços nacionais
beneficiário reabilitado da Previdência Social.
que atendam a normas técnicas brasileiras; e
§ 2º Ao Ministério do Trabalho e Emprego incumbe
II - bens e serviços produzidos ou prestados por
estabelecer a sistemática de fiscalização, bem como
empresas que comprovem cumprimento de reserva de
gerar dados e estatísticas sobre o total de empregados
cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou
e as vagas preenchidas por pessoas com deficiência e
para reabilitado da Previdência Social e que atendam às
por beneficiários reabilitados da Previdência Social,
regras de acessibilidade previstas na legislação. ” (NR)
fornecendo-os, quando solicitados, aos sindicatos, às
entidades representativas dos empregados ou aos “Art. 66-A. As empresas enquadradas no inciso V do §
cidadãos interessados. 2ºe no inciso II do § 5ºdo art. 3ºdesta Lei deverão
cumprir, durante todo o período de execução do
§ 3º Para a reserva de cargos será considerada somente
contrato, a reserva de cargos prevista em lei para
a contratação direta de pessoa com deficiência, excluído
pessoa com deficiência ou para reabilitado da
o aprendiz com deficiência de que trata a Consolidação
Previdência Social, bem como as regras de
das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei
acessibilidade previstas na legislação.
nº5.452, de 1ºde maio de 1943.
Parágrafo único. Cabe à administração fiscalizar o
§ 4º (VETADO).” (NR)
cumprimento dos requisitos de acessibilidade nos
“Art. 110-A. No ato de requerimento de benefícios serviços e nos ambientes de trabalho.”
operacionalizados pelo INSS, não será exigida
Art. 105. O art. 20 da Lei nº8.742, de 7 de dezembro de
apresentação de termo de curatela de titular ou de
1993, passa a vigorar com as seguintes alterações:
beneficiário com deficiência, observados os
procedimentos a serem estabelecidos em “Art. 20.
regulamento.”
§ 2º Para efeito de concessão do benefício de prestação
º º
Art. 102. O art. 2 da Lei n 8.313, de 23 de dezembro de continuada, considera-se pessoa com deficiência aquela
1991, passa a vigorar acrescido do seguinte § 3o: que tem impedimento de longo prazo de natureza física,
mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação
“Art. 2º .
com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua
§ 3º Os incentivos criados por esta Lei somente serão participação plena e efetiva na sociedade em igualdade
concedidos a projetos culturais que forem de condições com as demais pessoas.
disponibilizados, sempre que tecnicamente possível,
§ 9º Os rendimentos decorrentes de estágio
também em formato acessível à pessoa com deficiência,
supervisionado e de aprendizagem não serão
observado o disposto em regulamento.” (NR)
computados para os fins de cálculo da renda familiar per
Art. 103. O art. 11 da Lei nº8.429, de 2 de junho de 1992, capita a que se refere o § 3ºdeste artigo.
passa a vigorar acrescido do seguinte inciso IX:
§ 11. Para concessão do benefício de que trata
“Art. 11. ºcaput deste artigo, poderão ser utilizados outros
elementos probatórios da condição de miserabilidade
IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de
do grupo familiar e da situação de vulnerabilidade,
acessibilidade previstos na legislação.” (NR)
conforme regulamento.” (NR)
Art. 104. A Lei nº8.666, de 21 de junho de 1993, passa a
Art. 106. (VETADO).
vigorar com as seguintes alterações:
Art. 107. A Lei nº9.029, de 13 de abril de 1995, passa a
“Art. 3º .
vigorar com as seguintes alterações:
§ 2º .
“Art. 1º É proibida a adoção de qualquer prática
V - produzidos ou prestados por empresas que discriminatória e limitativa para efeito de acesso à
comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista relação de trabalho, ou de sua manutenção, por motivo
em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado de sexo, origem, raça, cor, estado civil, situação familiar,
da Previdência Social e que atendam às regras de deficiência, reabilitação profissional, idade, entre
acessibilidade previstas na legislação. outros, ressalvadas, nesse caso, as hipóteses de
proteção à criança e ao adolescente previstas nºinciso
XXXIII do art. 7ºda Constituição Federal.” (NR)

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“Art. 3º Sem prejuízo do prescrito no art. 2ºdesta Lei e “Art. 181.


nos dispositivos legais que tipificam os crimes
XVII - .
resultantes de preconceito de etnia, raça, cor ou
deficiência, as infrações ao disposto nesta Lei são Infração - grave; ” (NR)
passíveis das seguintes cominações: .” (NR)
Art. 110. O inciso VI e o § 1ºdo art. 56 da Lei nº9.615, de
“Art. 4º
24 de março de 1998, passam a vigorar com a seguinte
redação:
I - a reintegração com ressarcimento integral de todo o
período de afastamento, mediante pagamento das “Art. 56.
remunerações devidas, corrigidas monetariamente e
VI - 2,7% (dois inteiros e sete décimos por cento) da
acrescidas de juros legais; ” (NR)
arrecadação bruta dos concursos de prognósticos e
Art. 108. O art. 35 da Lei nº9.250, de 26 de dezembro de loterias federais e similares cuja realização estiver
1995, passa a vigorar acrescido do seguinte § 5o: sujeita a autorização federal, deduzindo-se esse valor
do montante destinado aos prêmios;
“Art. 35.
§ 1º Do total de recursos financeiros resultantes do
§ 5º Sem prejuízo do disposto nºinciso IX do parágrafo
percentual de que trata o inciso VI dºcaput, 62,96%
único do art. 3ºda Lei nº10.741, de 1ºde outubro de
(sessenta e dois inteiros e noventa e seis centésimos por
2003, a pessoa com deficiência, ou o contribuinte que
cento) serão destinados ao Comitê Olímpico Brasileiro
tenha dependente nessa condição, tem preferência na
(COB) e 37,04% (trinta e sete inteiros e quatro
restituição referida no inciso III do art. 4ºe na alínea
centésimos por cento) ao Comitê Paralímpico Brasileiro
“c” do inciso II do art. 8o.” (NR)
(CPB), devendo ser observado, em ambos os casos, o
Art. 109. A Lei nº9.503, de 23 de setembro de 1997 conjunto de normas aplicáveis à celebração de
(Código de Trânsito Brasileiro), passa a vigorar com as convênios pela União. ” (NR)
seguintes alterações:
Art. 111. O art. 1ºda Lei nº10.048, de 8 de novembro de
º
“Art. 2 . 2000, passa a vigorar com a seguinte redação:
Parágrafo único. Para os efeitos deste Código, são “Art. 1º As pessoas com deficiência, os idosos com idade
consideradas vias terrestres as praias abertas à igual ou superior a 60 (sessenta) anos, as gestantes, as
circulação pública, as vias internas pertencentes aos lactantes, as pessoas com crianças de colo e os obesos
condomínios constituídos por unidades autônomas e as terão atendimento prioritário, nos termos desta Lei.”
vias e áreas de estacionamento de estabelecimentos (NR)
privados de uso coletivo.” (NR)
Art. 112. A Lei nº10.098, de 19 de dezembro de 2000,
“Art. 86-A. As vagas de estacionamento regulamentado passa a vigorar com as seguintes alterações:
de que trata o inciso XVII do art. 181 desta Lei deverão
“Art. 2º .
ser sinalizadas com as respectivas placas indicativas de
destinação e com placas informando os dados sobre a I - acessibilidade: possibilidade e condição de alcance
infração por estacionamento indevido.” para utilização, com segurança e autonomia, de
espaços, mobiliários, equipamentos urbanos,
“Art. 147-A. Ao candidato com deficiência auditiva é
edificações, transportes, informação e comunicação,
assegurada acessibilidade de comunicação, mediante
inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de
emprego de tecnologias assistivas ou de ajudas técnicas
outros serviços e instalações abertos ao público, de uso
em todas as etapas do processo de habilitação.
público ou privados de uso coletivo, tanto na zona
§ 1º O material didático audiovisual utilizado em aulas urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou
teóricas dos cursos que precedem os exames previstos com mobilidade reduzida;
no art. 147 desta Lei deve ser acessível, por meio de
II - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou
subtitulação com legenda oculta associada à tradução
comportamento que limite ou impeça a participação
simultânea em Libras.
social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o
§ 2º É assegurado também ao candidato com deficiência exercício de seus direitos à acessibilidade, à liberdade
auditiva requerer, no ato de sua inscrição, os serviços de de movimento e de expressão, à comunicação, ao
intérprete da Libras, para acompanhamento em aulas acesso à informação, à compreensão, à circulação com
práticas e teóricas.” segurança, entre outros, classificadas em:
“Art. 154. (VETADO).”

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a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos participação da pessoa com deficiência ou com
espaços públicos e privados abertos ao público ou de mobilidade reduzida, visando à sua autonomia,
uso coletivo; independência, qualidade de vida e inclusão social;
b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios IX - comunicação: forma de interação dos cidadãos que
públicos e privados; abrange, entre outras opções, as línguas, inclusive a
Língua Brasileira de Sinais (Libras), a visualização de
c) barreiras nos transportes: as existentes nos sistemas
textos, o Braille, o sistema de sinalização ou de
e meios de transportes;
comunicação tátil, os caracteres ampliados, os
d) barreiras nas comunicações e na informação: dispositivos multimídia, assim como a linguagem
qualquer entrave, obstáculo, atitude ou simples, escrita e oral, os sistemas auditivos e os meios
comportamento que dificulte ou impossibilite a de voz digitalizados e os modos, meios e formatos
expressão ou o recebimento de mensagens e de aumentativos e alternativos de comunicação, incluindo
informações por intermédio de sistemas de as tecnologias da informação e das comunicações;
comunicação e de tecnologia da informação;
X - desenho universal: concepção de produtos,
III - pessoa com deficiência: aquela que tem ambientes, programas e serviços a serem usados por
impedimento de longo prazo de natureza física, mental, todas as pessoas, sem necessidade de adaptação ou de
intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma projeto específico, incluindo os recursos de tecnologia
ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena assistiva.” (NR)
e efetiva na sociedade em igualdade de condições com
“Art. 3º O planejamento e a urbanização das vias
as demais pessoas;
públicas, dos parques e dos demais espaços de uso
IV - pessoa com mobilidade reduzida: aquela que tenha, público deverão ser concebidos e executados de forma
por qualquer motivo, dificuldade de movimentação, a torná-los acessíveis para todas as pessoas, inclusive
permanente ou temporária, gerando redução efetiva da para aquelas com deficiência ou com mobilidade
mobilidade, da flexibilidade, da coordenação motora ou reduzida.
da percepção, incluindo idoso, gestante, lactante,
Parágrafo único. O passeio público, elemento
pessoa com criança de colo e obeso;
obrigatório de urbanização e parte da via pública,
V - acompanhante: aquele que acompanha a pessoa normalmente segregado e em nível diferente, destina-
com deficiência, podendo ou não desempenhar as se somente à circulação de pedestres e, quando
funções de atendente pessoal; possível, à implantação de mobiliário urbano e de
vegetação.” (NR)
VI - elemento de urbanização: quaisquer componentes
de obras de urbanização, tais como os referentes a “Art. 9º .
pavimentação, saneamento, encanamento para
Parágrafo único. Os semáforos para pedestres
esgotos, distribuição de energia elétrica e de gás,
instalados em vias públicas de grande circulação, ou que
iluminação pública, serviços de comunicação,
deem acesso aos serviços de reabilitação, devem
abastecimento e distribuição de água, paisagismo e os
obrigatoriamente estar equipados com mecanismo que
que materializam as indicações do planejamento
emita sinal sonoro suave para orientação do pedestre.”
urbanístico;
(NR)
VII - mobiliário urbano: conjunto de objetos existentes
“Art. 10-A. A instalação de qualquer mobiliário urbano
nas vias e nos espaços públicos, superpostos ou
em área de circulação comum para pedestre que
adicionados aos elementos de urbanização ou de
ofereça risco de acidente à pessoa com deficiência
edificação, de forma que sua modificação ou seu
deverá ser indicada mediante sinalização tátil de alerta
traslado não provoque alterações substanciais nesses
no piso, de acordo com as normas técnicas pertinentes.”
elementos, tais como semáforos, postes de sinalização
e similares, terminais e pontos de acesso coletivo às “Art. 12-A. Os centros comerciais e os
telecomunicações, fontes de água, lixeiras, toldos, estabelecimentos congêneres devem fornecer carros e
marquises, bancos, quiosques e quaisquer outros de cadeiras de rodas, motorizados ou não, para o
natureza análoga; atendimento da pessoa com deficiência ou com
mobilidade reduzida.”
VIII - tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos,
equipamentos, dispositivos, recursos, metodologias, Art. 113. A Lei nº10.257, de 10 de julho de 2001
estratégias, práticas e serviços que objetivem promover (Estatuto da Cidade), passa a vigorar com as seguintes
a funcionalidade, relacionada à atividade e à alterações:

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“Art. 3º. § 2º A pessoa com deficiência poderá testemunhar em


igualdade de condições com as demais pessoas, sendo-
III - promover, por iniciativa própria e em conjunto com
lhe assegurados todos os recursos de tecnologia
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
assistiva.” (NR)
programas de construção de moradias e melhoria das
condições habitacionais, de saneamento básico, das “Art. 1.518. Até a celebração do casamento podem os
calçadas, dos passeios públicos, do mobiliário urbano e pais ou tutores revogar a autorização.” (NR)
dos demais espaços de uso público;
“Art. 1.548.
IV - instituir diretrizes para desenvolvimento urbano,
I - (Revogado); ” (NR)
inclusive habitação, saneamento básico, transporte e
mobilidade urbana, que incluam regras de “Art. 1.550.
acessibilidade aos locais de uso público; ” (NR)
§ 1º.
“Art. 41.
§ 2º A pessoa com deficiência mental ou intelectual em
º
§ 3 As cidades de que trata ºcaput deste artigo devem idade núbia poderá contrair matrimônio, expressando
elaborar plano de rotas acessíveis, compatível com o sua vontade diretamente ou por meio de seu
plano diretor no qual está inserido, que disponha sobre responsável ou curador.” (NR)
os passeios públicos a serem implantados ou
“Art. 1.557.
reformados pelo poder público, com vistas a garantir
acessibilidade da pessoa com deficiência ou com III - a ignorância, anterior ao casamento, de defeito
mobilidade reduzida a todas as rotas e vias existentes, físico irremediável que não caracterize deficiência ou de
inclusive as que concentrem os focos geradores de moléstia grave e transmissível, por contágio ou por
maior circulação de pedestres, como os órgãos públicos herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro
e os locais de prestação de serviços públicos e privados cônjuge ou de sua descendência;
de saúde, educação, assistência social, esporte, cultura,
IV - (Revogado).” (NR)
correios e telégrafos, bancos, entre outros, sempre que
possível de maneira integrada com os sistemas de “Art. 1.767.
transporte coletivo de passageiros.” (NR)
I - aqueles que, por causa transitória ou permanente,
Art. 114. A Lei nº10.406, de 10 de janeiro de 2002 não puderem exprimir sua vontade;
(Código Civil), passa a vigorar com as seguintes
II - (Revogado);
alterações:
III - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
“Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer
pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 IV - (Revogado); ” (NR)
(dezesseis) anos.
“Art. 1.768. O processo que define os termos da
I - (Revogado); curatela deve ser promovido:
II - (Revogado); IV - pela própria pessoa.” (NR)
III - (Revogado).” (NR) “Art. 1.769. O Ministério Público somente promoverá o
processo que define os termos da curatela:
“Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à
maneira de os exercer: I - nos casos de deficiência mental ou intelectual;
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; III - se, existindo, forem menores ou incapazes as
pessoas mencionadas no inciso II.” (NR)
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente,
não puderem exprimir sua vontade; “Art. 1.771. Antes de se pronunciar acerca dos termos
da curatela, o juiz, que deverá ser assistido por equipe
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será
multidisciplinar, entrevistará pessoalmente o
regulada por legislação especial.” (NR)
interditando.” (NR)
“Art. 228.
“Art. 1.772. O juiz determinará, segundo as
II - (Revogado); potencialidades da pessoa, os limites da curatela,
circunscritos às restrições constantes do art. 1.782, e
III - (Revogado);
indicará curador.
§ 1º .

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Parágrafo único. Para a escolha do curador, o juiz levará § 4º A decisão tomada por pessoa apoiada terá validade
em conta a vontade e as preferências do interditando, a e efeitos sobre terceiros, sem restrições, desde que
ausência de conflito de interesses e de influência esteja inserida nos limites do apoio acordado.
indevida, a proporcionalidade e a adequação às
§ 5º Terceiro com quem a pessoa apoiada mantenha
circunstâncias da pessoa.” (NR)
relação negocial pode solicitar que os apoiadores
“Art. 1.775-A. Na nomeação de curador para a pessoa contra-assinem o contrato ou acordo, especificando,
com deficiência, o juiz poderá estabelecer curatela por escrito, sua função em relação ao apoiado.
compartilhada a mais de uma pessoa.”
§ 6º Em caso de negócio jurídico que possa trazer risco
“Art. 1.777. As pessoas referidas no inciso I do art. ou prejuízo relevante, havendo divergência de opiniões
1.767 receberão todo o apoio necessário para ter entre a pessoa apoiada e um dos apoiadores, deverá o
preservado o direito à convivência familiar e juiz, ouvido o Ministério Público, decidir sobre a
comunitária, sendo evitado o seu recolhimento em questão.
estabelecimento que os afaste desse convívio.” (NR)
§ 7º Se o apoiador agir com negligência, exercer pressão
Art. 115. ºTítulo IV do Livro IV da Parte Especial da Lei indevida ou não adimplir as obrigações assumidas,
nº10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), passa poderá a pessoa apoiada ou qualquer pessoa apresentar
a vigorar com a seguinte redação: denúncia ao Ministério Público ou ao juiz.
“TÍTULO IV § 8º Se procedente a denúncia, o juiz destituirá o
apoiador e nomeará, ouvida a pessoa apoiada e se for
Da Tutela, da Curatela e da Tomada de Decisão
de seu interesse, outra pessoa para prestação de apoio.
Apoiada”
§ 9º A pessoa apoiada pode, a qualquer tempo, solicitar
Art. 116. ºTítulo IV do Livro IV da Parte Especial da Lei
o término de acordo firmado em processo de tomada de
nº10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), passa
decisão apoiada.
a vigorar acrescido do seguinte Capítulo III:
§ 10. O apoiador pode solicitar ao juiz a exclusão de sua
“CAPÍTULO III
participação do processo de tomada de decisão
Da Tomada de Decisão Apoiada apoiada, sendo seu desligamento condicionado à
manifestação do juiz sobre a matéria.
Art. 1.783-A. A tomada de decisão apoiada é o processo
pelo qual a pessoa com deficiência elege pelo menos 2 § 11. Aplicam-se à tomada de decisão apoiada, no que
(duas) pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos couber, as disposições referentes à prestação de contas
e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio na na curatela.”
tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-
Art. 117. O art. 1ºda Lei nº11.126, de 27 de junho de
lhes os elementos e informações necessários para que
2005, passa a vigorar com a seguinte redação:
possa exercer sua capacidade.
“Art. 1º É assegurado à pessoa com deficiência visual
§ 1º Para formular pedido de tomada de decisão
acompanhada de cão-guia o direito de ingressar e de
apoiada, a pessoa com deficiência e os apoiadores
permanecer com o animal em todos os meios de
devem apresentar termo em que constem os limites do
transporte e em estabelecimentos abertos ao público,
apoio a ser oferecido e os compromissos dos
de uso público e privados de uso coletivo, desde que
apoiadores, inclusive o prazo de vigência do acordo e o
observadas as condições impostas por esta Lei.
respeito à vontade, aos direitos e aos interesses da
pessoa que devem apoiar. § 2º O disposto nºcaput deste artigo aplica-se a todas as
modalidades e jurisdições do serviço de transporte
§ 2º O pedido de tomada de decisão apoiada será
coletivo de passageiros, inclusive em esfera
requerido pela pessoa a ser apoiada, com indicação
internacional com origem no território brasileiro.” (NR)
expressa das pessoas aptas a prestarem o apoio previsto
nºcaput deste artigo. Art. 118. O inciso IV do art. 46 da Lei nº11.904, de 14 de
janeiro de 2009, passa a vigorar acrescido da seguinte
§ 3º Antes de se pronunciar sobre o pedido de tomada
alínea “k”:
de decisão apoiada, o juiz, assistido por equipe
multidisciplinar, após oitiva do Ministério Público, “Art. 46.
ouvirá pessoalmente o requerente e as pessoas que lhe
IV - .
prestarão apoio.
k) de acessibilidade a todas as pessoas. ” (NR)

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Art. 119. A Lei nº12.587, de 3 de janeiro de 2012, passa III - os incisos II e III do art. 228 da Lei nº10.406, de 10 de
a vigorar acrescida do seguinte art. 12-B: janeiro de 2002 (Código Civil);
“Art. 12-B. Na outorga de exploração de serviço de táxi, IV - ºinciso I do art. 1.548 da Lei nº10.406, de 10 de
reservar-se-ão 10% (dez por cento) das vagas para janeiro de 2002 (Código Civil);
condutores com deficiência.
V - ºinciso IV do art. 1.557 da Lei nº10.406, de 10 de
º
§ 1 Para concorrer às vagas reservadas na forma janeiro de 2002 (Código Civil);
dºcaput deste artigo, o condutor com deficiência
VI - os incisos II e IV do art. 1.767 da Lei nº10.406, de 10
deverá observar os seguintes requisitos quanto ao
de janeiro de 2002 (Código Civil);
veículo utilizado:
VII - os arts. 1.776 e 1.780 da Lei nº10.406, de 10 de
I - ser de sua propriedade e por ele conduzido; e
janeiro de 2002 (Código Civil).
II - estar adaptado às suas necessidades, nos termos da
Art. 124. º§ 1ºdo art. 2ºdesta Lei deverá entrar em vigor
legislação vigente.
em até 2 (dois) anos, contados da entrada em vigor
§ 2º No caso de não preenchimento das vagas na forma desta Lei.
estabelecida nºcaput deste artigo, as remanescentes
Art. 125. Devem ser observados os prazos a seguir
devem ser disponibilizadas para os demais
discriminados, a partir da entrada em vigor desta Lei,
concorrentes.”
para o cumprimento dos seguintes dispositivos:
Art. 120. Cabe aos órgãos competentes, em cada esfera
I - incisos I e II do § 2ºdo art. 28, 48 (quarenta e oito)
de governo, a elaboração de relatórios circunstanciados
meses;
sobre o cumprimento dos prazos estabelecidos por
força das Leis nº10.048, de 8 de novembro de 2000, II - § 6ºdo art. 44, 48 (quarenta e oito) meses;
e nº10.098, de 19 de dezembro de 2000, bem como o
III - art. 45, 24 (vinte e quatro) meses;
seu encaminhamento ao Ministério Público e aos órgãos
de regulação para adoção das providências cabíveis. IV - art. 49, 48 (quarenta e oito) meses.
Parágrafo único. Os relatórios a que se refere Art. 126. Prorroga-se até 31 de dezembro de 2021 a
ºcaput deste artigo deverão ser apresentados no prazo vigência da Lei nº8.989, de 24 de fevereiro de 1995.
de 1 (um) ano a contar da entrada em vigor desta Lei.
Art. 127. Esta Lei entra em vigor após decorridos 180
Art. 121. Os direitos, os prazos e as obrigações previstos (cento e oitenta) dias de sua publicação oficial.
nesta Lei não excluem os já estabelecidos em outras
Brasília, 6 de julho de 2015; 194ºda Independência e
legislações, inclusive em pactos, tratados, convenções e
127ºda República.
declarações internacionais aprovados e promulgados
pelo Congresso Nacional, e devem ser aplicados em DILMA ROUSSEF
conformidade com as demais normas internas e acordos Marivaldo de Castro Pereira
internacionais vinculantes sobre a matéria. Joaquim Vieira Ferreira Levy
Renato Janine Ribeiro
Parágrafo único. Prevalecerá a norma mais benéfica à
Armando Monteiro
pessoa com deficiência.
Nelson Barbosa
Art. 122. Regulamento disporá sobre a adequação do Gilberto Kassab
disposto nesta Lei ao tratamento diferenciado, Luis Inácio Lucena Adams
simplificado e favorecido a ser dispensado às Gilberto José Spier Vargas
microempresas e às empresas de pequeno porte, Guilherme Afif Domingos
previsto nº§ 3ºdo art. 1ºda Lei Complementar nº123, de
Este texto não substitui o publicado no DOU de 7.7.2015
14 de dezembro de 2006.
Art. 123. Revogam-se
dispositivos: (Vigência)
os seguintes LEI Nº 13.257/2016
I - ºinciso II do § 2ºdo art. 1ºda Lei nº9.008, de 21 de Dispõe sobre as políticas públicas para a primeira
março de 1995; infância e altera a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990
(Estatuto da Criança e do Adolescente), o Decreto-Lei
II - os incisos I, II e III do art. 3ºda Lei nº10.406, de 10 de
nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo
janeiro de 2002 (Código Civil);
Penal), a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de

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1943, a Lei nº 11.770, de 9 de setembro de 2008, e a Lei promoção da justiça social, da equidade e da inclusão
nº 12.662, de 5 de junho de 2012. sem discriminação da criança;
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, Faço saber que o V - articular as dimensões ética, humanista e política da
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte criança cidadã com as evidências científicas e a prática
Lei: profissional no atendimento da primeira infância;
Art. 1º Esta Lei estabelece princípios e diretrizes para a VI - adotar abordagem participativa, envolvendo a
formulação e a implementação de políticas públicas sociedade, por meio de suas organizações
para a primeira infância em atenção à especificidade e à representativas, os profissionais, os pais e as crianças,
relevância dos primeiros anos de vida no no aprimoramento da qualidade das ações e na garantia
desenvolvimento infantil e no desenvolvimento do ser da oferta dos serviços;
humano, em consonância com os princípios e diretrizes
VII - articular as ações setoriais com vistas ao
da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da
atendimento integral e integrado;
Criança e do Adolescente) ; altera a Lei nº 8.069, de 13
de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente); VIII - descentralizar as ações entre os entes da
altera os arts. 6º, 185, 304 e 318 do Decreto-Lei nº Federação;
3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo
IX - promover a formação da cultura de proteção e
Penal) ; acrescenta incisos ao art. 473 da Consolidação
promoção da criança, com apoio dos meios de
das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº
comunicação social.
5.452, de 1º de maio de 1943 ; altera os arts. 1º, 3º, 4º
e 5º da Lei nº 11.770, de 9 de setembro de 2008 ; e Parágrafo único. A participação da criança na
acrescenta parágrafos ao art. 5º da Lei nº 12.662, de 5 formulação das políticas e das ações que lhe dizem
de junho de 2012 . respeito tem o objetivo de promover sua inclusão social
como cidadã e dar-se-á de acordo com a especificidade
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, considera-se primeira
de sua idade, devendo ser realizada por profissionais
infância o período que abrange os primeiros 6 (seis)
qualificados em processos de escuta adequados às
anos completos ou 72 (setenta e dois) meses de vida da
diferentes formas de expressão infantil.
criança.
Art. 5º Constituem áreas prioritárias para as políticas
Art. 3º A prioridade absoluta em assegurar os direitos da
públicas para a primeira infância a saúde, a alimentação
criança, do adolescente e do jovem, nos termos do art.
e a nutrição, a educação infantil, a convivência familiar
227 da Constituição Federal e do art. 4º da Lei nº 8.069,
e comunitária, a assistência social à família da criança, a
de 13 de julho de 1990 , implica o dever do Estado de
cultura, o brincar e o lazer, o espaço e o meio ambiente,
estabelecer políticas, planos, programas e serviços para
bem como a proteção contra toda forma de violência e
a primeira infância que atendam às especificidades
de pressão consumista, a prevenção de acidentes e a
dessa faixa etária, visando a garantir seu
adoção de medidas que evitem a exposição precoce à
desenvolvimento integral.
comunicação mercadológica.
Art. 4º As políticas públicas voltadas ao atendimento
Art. 6º A Política Nacional Integrada para a primeira
dos direitos da criança na primeira infância serão
infância será formulada e implementada mediante
elaboradas e executadas de forma a:
abordagem e coordenação intersetorial que articule as
I - atender ao interesse superior da criança e à sua diversas políticas setoriais a partir de uma visão
condição de sujeito de direitos e de cidadã; abrangente de todos os direitos da criança na primeira
infância.
II - incluir a participação da criança na definição das
ações que lhe digam respeito, em conformidade com Art. 7º A União, os Estados, o Distrito Federal e os
suas características etárias e de desenvolvimento; Municípios poderão instituir, nos respectivos âmbitos,
comitê intersetorial de políticas públicas para a primeira
III - respeitar a individualidade e os ritmos de
infância com a finalidade de assegurar a articulação das
desenvolvimento das crianças e valorizar a diversidade
ações voltadas à proteção e à promoção dos direitos da
da infância brasileira, assim como as diferenças entre as
criança, garantida a participação social por meio dos
crianças em seus contextos sociais e culturais;
conselhos de direitos.
IV - reduzir as desigualdades no acesso aos bens e
§ 1º Caberá ao Poder Executivo no âmbito da União, dos
serviços que atendam aos direitos da criança na
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios indicar o
primeira infância, priorizando o investimento público na
órgão responsável pela coordenação do comitê
intersetorial previsto no caput deste artigo.

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§ 2º O órgão indicado pela União nos termos do § 1º sobre os valores aplicados pelos demais entes da
deste artigo manterá permanente articulação com as Federação.
instâncias de coordenação das ações estaduais, distrital
Art. 12. A sociedade participa solidariamente com a
e municipais de atenção à criança na primeira infância,
família e o Estado da proteção e da promoção da criança
visando à complementaridade das ações e ao
na primeira infância, nos termos do caput e do § 7º do
cumprimento do dever do Estado na garantia dos
art. 227 , combinado com o inciso II do art. 204 da
direitos da criança.
Constituição Federal , entre outras formas:
Art. 8º O pleno atendimento dos direitos da criança na
I - formulando políticas e controlando ações, por meio
primeira infância constitui objetivo comum de todos os
de organizações representativas;
entes da Federação, segundo as respectivas
competências constitucionais e legais, a ser alcançado II - integrando conselhos, de forma paritária com
em regime de colaboração entre a União, os Estados, o representantes governamentais, com funções de
Distrito Federal e os Municípios. planejamento, acompanhamento, controle social e
avaliação;
Parágrafo único. A União buscará a adesão dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios à abordagem multi III - executando ações diretamente ou em parceria com
e intersetorial no atendimento dos direitos da criança o poder público;
na primeira infância e oferecerá assistência técnica na
IV - desenvolvendo programas, projetos e ações
elaboração de planos estaduais, distrital e municipais
compreendidos no conceito de responsabilidade social
para a primeira infância que articulem os diferentes
e de investimento social privado;
setores.
V - criando, apoiando e participando de redes de
Art. 9º As políticas para a primeira infância serão
proteção e cuidado à criança nas comunidades;
articuladas com as instituições de formação
profissional, visando à adequação dos cursos às VI - promovendo ou participando de campanhas e ações
características e necessidades das crianças e à formação que visem a aprofundar a consciência social sobre o
de profissionais qualificados, para possibilitar a significado da primeira infância no desenvolvimento do
expansão com qualidade dos diversos serviços. ser humano.
Art. 10. Os profissionais que atuam nos diferentes Art. 13. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
ambientes de execução das políticas e programas Municípios apoiarão a participação das famílias em
destinados à criança na primeira infância terão acesso redes de proteção e cuidado da criança em seus
garantido e prioritário à qualificação, sob a forma de contextos sociofamiliar e comunitário visando, entre
especialização e atualização, em programas que outros objetivos, à formação e ao fortalecimento dos
contemplem, entre outros temas, a especificidade da vínculos familiares e comunitários, com prioridade aos
primeira infância, a estratégia da intersetorialidade na contextos que apresentem riscos ao desenvolvimento
promoção do desenvolvimento integral e a prevenção e da criança.
a proteção contra toda forma de violência contra a
Art. 14. As políticas e programas governamentais de
criança.
apoio às famílias, incluindo as visitas domiciliares e os
Art. 11. As políticas públicas terão, necessariamente, programas de promoção da paternidade e maternidade
componentes de monitoramento e coleta sistemática responsáveis, buscarão a articulação das áreas de
de dados, avaliação periódica dos elementos que saúde, nutrição, educação, assistência social, cultura,
constituem a oferta dos serviços à criança e divulgação trabalho, habitação, meio ambiente e direitos humanos,
dos seus resultados. entre outras, com vistas ao desenvolvimento integral da
criança.
§ 1º A União manterá instrumento individual de registro
unificado de dados do crescimento e desenvolvimento § 1º Os programas que se destinam ao fortalecimento
da criança, assim como sistema informatizado, que da família no exercício de sua função de cuidado e
inclua as redes pública e privada de saúde, para educação de seus filhos na primeira infância
atendimento ao disposto neste artigo. promoverão atividades centradas na criança, focadas na
família e baseadas na comunidade.
§ 2º A União informará à sociedade a soma dos recursos
aplicados anualmente no conjunto dos programas e § 2º As famílias identificadas nas redes de saúde,
serviços para a primeira infância e o percentual que os educação e assistência social e nos órgãos do Sistema de
valores representam em relação ao respectivo Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente que
orçamento realizado, bem como colherá informações se encontrem em situação de vulnerabilidade e de risco

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ou com direitos violados para exercer seu papel Art. 18. O art. 3º da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990
protetivo de cuidado e educação da criança na primeira (Estatuto da Criança e do Adolescente) , passa a vigorar
infância, bem como as que têm crianças com acrescido do seguinte parágrafo único:
indicadores de risco ou deficiência, terão prioridade nas
“Art. 3º
políticas sociais públicas.
Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei
§ 3º As gestantes e as famílias com crianças na primeira
aplicam-se a todas as crianças e adolescentes, sem
infância deverão receber orientação e formação sobre
discriminação de nascimento, situação familiar, idade,
maternidade e paternidade responsáveis, aleitamento
sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença, deficiência,
materno, alimentação complementar saudável,
condição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem,
crescimento e desenvolvimento infantil integral,
condição econômica, ambiente social, região e local de
prevenção de acidentes e educação sem uso de castigos
moradia ou outra condição que diferencie as pessoas, as
físicos, nos termos da Lei nº 13.010, de 26 de junho de
famílias ou a comunidade em que vivem.” (NR)
2014 , com o intuito de favorecer a formação e a
consolidação de vínculos afetivos e estimular o Art. 19. O art. 8º da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990
desenvolvimento integral na primeira infância. , passa a vigorar com a seguinte redação:
§ 4º A oferta de programas e de ações de visita “ Art. 8º É assegurado a todas as mulheres o acesso aos
domiciliar e de outras modalidades que estimulem o programas e às políticas de saúde da mulher e de
desenvolvimento integral na primeira infância será planejamento reprodutivo e, às gestantes, nutrição
considerada estratégia de atuação sempre que adequada, atenção humanizada à gravidez, ao parto e
respaldada pelas políticas públicas sociais e avaliada ao puerpério e atendimento pré-natal, perinatal e pós-
pela equipe profissional responsável. natal integral no âmbito do Sistema Único de Saúde.
§ 5º Os programas de visita domiciliar voltados ao § 1º O atendimento pré-natal será realizado por
cuidado e educação na primeira infância deverão contar profissionais da atenção primária.
com profissionais qualificados, apoiados por medidas
§ 2º Os profissionais de saúde de referência da gestante
que assegurem sua permanência e formação
garantirão sua vinculação, no último trimestre da
continuada.
gestação, ao estabelecimento em que será realizado o
Art. 15. As políticas públicas criarão condições e meios parto, garantido o direito de opção da mulher.
para que, desde a primeira infância, a criança tenha
§ 3º Os serviços de saúde onde o parto for realizado
acesso à produção cultural e seja reconhecida como
assegurarão às mulheres e aos seus filhos recém-
produtora de cultura.
nascidos alta hospitalar responsável e contrarreferência
Art. 16. A expansão da educação infantil deverá ser feita na atenção primária, bem como o acesso a outros
de maneira a assegurar a qualidade da oferta, com serviços e a grupos de apoio à amamentação.
instalações e equipamentos que obedeçam a padrões
§ 5º A assistência referida no § 4º deste artigo deverá
de infraestrutura estabelecidos pelo Ministério da
ser prestada também a gestantes e mães que
Educação, com profissionais qualificados conforme
manifestem interesse em entregar seus filhos para
dispõe a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei
adoção, bem como a gestantes e mães que se
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) , e com
encontrem em situação de privação de liberdade.
currículo e materiais pedagógicos adequados à proposta
pedagógica. § 6º A gestante e a parturiente têm direito a 1 (um)
acompanhante de sua preferência durante o período do
Parágrafo único. A expansão da educação infantil das
pré-natal, do trabalho de parto e do pós-parto imediato.
crianças de 0 (zero) a 3 (três) anos de idade, no
cumprimento da meta do Plano Nacional de Educação, § 7º A gestante deverá receber orientação sobre
atenderá aos critérios definidos no território nacional aleitamento materno, alimentação complementar
pelo competente sistema de ensino, em articulação com saudável e crescimento e desenvolvimento infantil, bem
as demais políticas sociais. como sobre formas de favorecer a criação de vínculos
afetivos e de estimular o desenvolvimento integral da
Art. 17. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
criança.
Municípios deverão organizar e estimular a criação de
espaços lúdicos que propiciem o bem-estar, o brincar e § 8º A gestante tem direito a acompanhamento
o exercício da criatividade em locais públicos e privados saudável durante toda a gestação e a parto natural
onde haja circulação de crianças, bem como a fruição de cuidadoso, estabelecendo-se a aplicação de cesariana e
ambientes livres e seguros em suas comunidades. outras intervenções cirúrgicas por motivos médicos.

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§ 9º A atenção primária à saúde fará a busca ativa da “ Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúde,
gestante que não iniciar ou que abandonar as consultas inclusive as unidades neonatais, de terapia intensiva e
de pré-natal, bem como da puérpera que não de cuidados intermediários, deverão proporcionar
comparecer às consultas pós-parto. condições para a permanência em tempo integral de um
dos pais ou responsável, nos casos de internação de
§ 10. Incumbe ao poder público garantir, à gestante e à
criança ou adolescente.” (NR)
mulher com filho na primeira infância que se encontrem
sob custódia em unidade de privação de liberdade, Art. 23. O art. 13 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990
ambiência que atenda às normas sanitárias e , passa a vigorar acrescido do seguinte § 2º, numerando-
assistenciais do Sistema Único de Saúde para o se o atual parágrafo único como § 1º :
acolhimento do filho, em articulação com o sistema de
“Art. 13.
ensino competente, visando ao desenvolvimento
integral da criança.” (NR) § 1º As gestantes ou mães que manifestem interesse em
entregar seus filhos para adoção serão
Art. 20. O art. 9º da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990
obrigatoriamente encaminhadas, sem
, passa a vigorar acrescido dos seguintes §§ 1º e 2º :
constrangimento, à Justiça da Infância e da Juventude.
“Art. 9º
§ 2º Os serviços de saúde em suas diferentes portas de
§ 1º Os profissionais das unidades primárias de saúde entrada, os serviços de assistência social em seu
desenvolverão ações sistemáticas, individuais ou componente especializado, o Centro de Referência
coletivas, visando ao planejamento, à implementação e Especializado de Assistência Social (Creas) e os demais
à avaliação de ações de promoção, proteção e apoio ao órgãos do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e
aleitamento materno e à alimentação complementar do Adolescente deverão conferir máxima prioridade ao
saudável, de forma contínua. atendimento das crianças na faixa etária da primeira
infância com suspeita ou confirmação de violência de
§ 2º Os serviços de unidades de terapia intensiva
qualquer natureza, formulando projeto terapêutico
neonatal deverão dispor de banco de leite humano ou
singular que inclua intervenção em rede e, se
unidade de coleta de leite humano.” (NR)
necessário, acompanhamento domiciliar.” (NR)
Art. 21. O art. 11 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990
Art. 24. O art. 14 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990
, passa a vigorar com a seguinte redação:
, passa a vigorar acrescido dos seguintes §§ 2º, 3º e 4º,
“ Art. 11. É assegurado acesso integral às linhas de numerando-se o atual parágrafo único como § 1º :
cuidado voltadas à saúde da criança e do adolescente,
“Art. 14.
por intermédio do Sistema Único de Saúde, observado
o princípio da equidade no acesso a ações e serviços § 1º
para promoção, proteção e recuperação da saúde.
§ 2º O Sistema Único de Saúde promoverá a atenção à
§ 1º A criança e o adolescente com deficiência serão saúde bucal das crianças e das gestantes, de forma
atendidos, sem discriminação ou segregação, em suas transversal, integral e intersetorial com as demais linhas
necessidades gerais de saúde e específicas de de cuidado direcionadas à mulher e à criança.
habilitação e reabilitação.
§ 3º A atenção odontológica à criança terá função
§ 2º Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente, educativa protetiva e será prestada, inicialmente, antes
àqueles que necessitarem, medicamentos, órteses, de o bebê nascer, por meio de aconselhamento pré-
próteses e outras tecnologias assistivas relativas ao natal, e, posteriormente, no sexto e no décimo segundo
tratamento, habilitação ou reabilitação para crianças e anos de vida, com orientações sobre saúde bucal.
adolescentes, de acordo com as linhas de cuidado
§ 4º A criança com necessidade de cuidados
voltadas às suas necessidades específicas.
odontológicos especiais será atendida pelo Sistema
§ 3º Os profissionais que atuam no cuidado diário ou Único de Saúde.” (NR)
frequente de crianças na primeira infância receberão
Art. 25. O art. 19 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990
formação específica e permanente para a detecção de
, passa a vigorar com a seguinte redação:
sinais de risco para o desenvolvimento psíquico, bem
como para o acompanhamento que se fizer necessário.” “ Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado
(NR) e educado no seio de sua família e, excepcionalmente,
em família substituta, assegurada a convivência familiar
Art. 22. O art. 12 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990
e comunitária, em ambiente que garanta seu
, passa a vigorar com a seguinte redação:
desenvolvimento integral.

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§ 3º A manutenção ou a reintegração de criança ou Art. 30. O art. 88 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990
adolescente à sua família terá preferência em relação a , passa a vigorar acrescido dos seguintes incisos VIII, IX e
qualquer outra providência, caso em que será esta X:
incluída em serviços e programas de proteção, apoio e
“Art. 88.
promoção, nos termos do § 1º do art. 23, dos incisos I e
IV do caput do art. 101 e dos incisos I a IV do caput do VIII - especialização e formação continuada dos
art. 129 desta Lei.” (NR) profissionais que trabalham nas diferentes áreas da
atenção à primeira infância, incluindo os conhecimentos
Art. 26. O art. 22 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990
sobre direitos da criança e sobre desenvolvimento
, passa a vigorar acrescido do seguinte parágrafo único:
infantil;
“Art. 22.
IX - formação profissional com abrangência dos diversos
Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm direitos da criança e do adolescente que favoreça a
direitos iguais e deveres e responsabilidades intersetorialidade no atendimento da criança e do
compartilhados no cuidado e na educação da criança, adolescente e seu desenvolvimento integral;
devendo ser resguardado o direito de transmissão
X - realização e divulgação de pesquisas sobre
familiar de suas crenças e culturas, assegurados os
desenvolvimento infantil e sobre prevenção da
direitos da criança estabelecidos nesta Lei.” (NR)
violência.” (NR)
Art. 27. O § 1º do art. 23 da Lei nº 8.069, de 13 de julho
Art. 31. O art. 92 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990
de 1990 , passa a vigorar com a seguinte redação:
, passa a vigorar acrescido do seguinte § 7º :
“Art. 23.
“Art. 92.
§ 1º Não existindo outro motivo que por si só autorize a
§ 7º Quando se tratar de criança de 0 (zero) a 3 (três)
decretação da medida, a criança ou o adolescente será
anos em acolhimento institucional, dar-se-á especial
mantido em sua família de origem, a qual deverá
atenção à atuação de educadores de referência estáveis
obrigatoriamente ser incluída em serviços e programas
e qualitativamente significativos, às rotinas específicas
oficiais de proteção, apoio e promoção.” (NR)
e ao atendimento das necessidades básicas, incluindo as
Art. 28. O art. 34 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 de afeto como prioritárias.” (NR)
, passa a vigorar acrescido dos seguintes §§ 3º e 4º :
Art. 32. O inciso IV do caput do art. 101 da Lei nº 8.069,
“Art. 34. de 13 de julho de 1990 , passa a vigorar com a seguinte
redação:
§ 3º A União apoiará a implementação de serviços de
acolhimento em família acolhedora como política “Art. 101.
pública, os quais deverão dispor de equipe que organize
IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou
o acolhimento temporário de crianças e de
comunitários de proteção, apoio e promoção da família,
adolescentes em residências de famílias selecionadas,
da criança e do adolescente;” (NR)
capacitadas e acompanhadas que não estejam no
cadastro de adoção. Art. 33. O art. 102 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990
, passa a vigorar acrescido dos seguintes §§ 5º e 6º :
§ 4º Poderão ser utilizados recursos federais, estaduais,
distritais e municipais para a manutenção dos serviços “Art. 102.
de acolhimento em família acolhedora, facultando-se o
§ 5º Os registros e certidões necessários à inclusão, a
repasse de recursos para a própria família acolhedora.”
qualquer tempo, do nome do pai no assento de
(NR)
nascimento são isentos de multas, custas e
Art. 29. O inciso II do art. 87 da Lei nº 8.069, de 13 de emolumentos, gozando de absoluta prioridade.
julho de 1990 , passa a vigorar com a seguinte redação:
§ 6º São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação
“Art. 87. requerida do reconhecimento de paternidade no
assento de nascimento e a certidão correspondente.”
II - serviços, programas, projetos e benefícios de
(NR)
assistência social de garantia de proteção social e de
prevenção e redução de violações de direitos, seus Art. 34. O inciso I do art. 129 da Lei nº 8.069, de 13 de
agravamentos ou reincidências;” (NR) julho de 1990 , passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 129.

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I - encaminhamento a serviços e programas oficiais ou I - por 60 (sessenta) dias a duração da licença-


comunitários de proteção, apoio e promoção da maternidade prevista no inciso XVIII do caput do art. 7º
família;” (NR) da Constituição Federal ;
Art. 35. Os §§ 1º -A e 2º do art. 260 da Lei nº 8.069, de II - por 15 (quinze) dias a duração da licença-
13 de julho de 1990 , passam a vigorar com a seguinte paternidade, nos termos desta Lei, além dos 5 (cinco)
redação: dias estabelecidos no § 1º do art. 10 do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias .
“Art. 260.
§ 1º A prorrogação de que trata este artigo:
§ 1º -A. Na definição das prioridades a serem atendidas
com os recursos captados pelos fundos nacional, I - será garantida à empregada da pessoa jurídica que
estaduais e municipais dos direitos da criança e do aderir ao Programa, desde que a empregada a requeira
adolescente, serão consideradas as disposições do até o final do primeiro mês após o parto, e será
Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do concedida imediatamente após a fruição da licença-
Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência maternidade de que trata o inciso XVIII do caput do art.
Familiar e Comunitária e as do Plano Nacional pela 7º da Constituição Federal ;
Primeira Infância.
II - será garantida ao empregado da pessoa jurídica que
§ 2º Os conselhos nacional, estaduais e municipais dos aderir ao Programa, desde que o empregado a requeira
direitos da criança e do adolescente fixarão critérios de no prazo de 2 (dois) dias úteis após o parto e comprove
utilização, por meio de planos de aplicação, das participação em programa ou atividade de orientação
dotações subsidiadas e demais receitas, aplicando sobre paternidade responsável.
necessariamente percentual para incentivo ao
§ 2º A prorrogação será garantida, na mesma
acolhimento, sob a forma de guarda, de crianças e
proporção, à empregada e ao empregado que adotar ou
adolescentes e para programas de atenção integral à
obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança.”
primeira infância em áreas de maior carência
(NR)
socioeconômica e em situações de calamidade.” (NR)
“ Art. 3º Durante o período de prorrogação da licença-
Art. 36. A Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 , passa a
maternidade e da licença-paternidade:
vigorar acrescida do seguinte art. 265-A:
I - a empregada terá direito à remuneração integral, nos
“ Art. 265-A. O poder público fará periodicamente
mesmos moldes devidos no período de percepção do
ampla divulgação dos direitos da criança e do
salário-maternidade pago pelo Regime Geral de
adolescente nos meios de comunicação social.
Previdência Social (RGPS);
Parágrafo único. A divulgação a que se refere o caput
II - o empregado terá direito à remuneração integral.”
será veiculada em linguagem clara, compreensível e
(NR)
adequada a crianças e adolescentes, especialmente às
crianças com idade inferior a 6 (seis) anos.” “ Art. 4º No período de prorrogação da licença-
maternidade e da licença-paternidade de que trata esta
Art. 37. O art. 473 da Consolidação das Leis do Trabalho
Lei, a empregada e o empregado não poderão exercer
(CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de
nenhuma atividade remunerada, e a criança deverá ser
maio de 1943 , passa a vigorar acrescido dos seguintes
mantida sob seus cuidados.
incisos X e XI:
Parágrafo único. Em caso de descumprimento do
“Art. 473.
disposto no caput deste artigo, a empregada e o
X - até 2 (dois) dias para acompanhar consultas médicas empregado perderão o direito à prorrogação.” (NR)
e exames complementares durante o período de
“ Art. 5º A pessoa jurídica tributada com base no lucro
gravidez de sua esposa ou companheira;
real poderá deduzir do imposto devido, em cada
XI - por 1 (um) dia por ano para acompanhar filho de até período de apuração, o total da remuneração integral
6 (seis) anos em consulta médica.” (NR) da empregada e do empregado pago nos dias de
prorrogação de sua licença-maternidade e de sua
Art. 38. Os arts. 1º, 3º, 4º e 5º da Lei nº 11.770, de 9 de
licença-paternidade, vedada a dedução como despesa
setembro de 2008 , passam a vigorar com as seguintes
operacional.” (NR)
alterações: (Produção de efeito)
Art. 39. O Poder Executivo, com vistas ao cumprimento
“ Art. 1º É instituído o Programa Empresa Cidadã,
do disposto no inciso II do caput do art. 5º e nos arts. 12
destinado a prorrogar:
e 14 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000

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, estimará o montante da renúncia fiscal decorrente do federativas que aderirem ao sistema interligado
disposto no art. 38 desta Lei e o incluirá no previsto em regramento do Conselho Nacional de
demonstrativo a que se refere o § 6º do art. 165 da Justiça (CNJ).” (NR)
Constituição Federal , que acompanhará o projeto de lei
Art. 43. Esta Lei entra em vigor na data de sua
orçamentária cuja apresentação se der após decorridos
publicação.
60 (sessenta) dias da publicação desta Lei. (Produção de
efeito) Brasília, 8 de março de 2016; 195º da Independência e
128º da República.
Art. 40. Os arts. 38 e 39 desta Lei produzem efeitos a
partir do primeiro dia do exercício subsequente àquele DILMA ROUSSEFF
em que for implementado o disposto no art. 39.
Nelson Barbosa
Art. 41. Os arts. 6º, 185, 304 e 318 do Decreto-Lei nº
Aloizio Mercadante
3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo
Penal) , passam a vigorar com as seguintes alterações: Marcelo Costa e Castro
“Art. 6º Tereza Campello
X - colher informações sobre a existência de filhos, Nilma Lino Gomes
respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o
Este texto não substitui o publicado no DOU de 9.3.2016
nome e o contato de eventual responsável pelos
cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.” (NR)
“Art. 185.
LEI Nº 13.260/2016
§ 10. Do interrogatório deverá constar a informação Regulamenta o disposto no inciso XLIII do art. 5º da
sobre a existência de filhos, respectivas idades e se Constituição Federal, disciplinando o terrorismo,
possuem alguma deficiência e o nome e o contato de tratando de disposições investigatórias e processuais e
eventual responsável pelos cuidados dos filhos, reformulando o conceito de organização terrorista; e
indicado pela pessoa presa.” (NR) altera as Leis nos 7.960, de 21 de dezembro de 1989, e
12.850, de 2 de agosto de 2013.
“Art. 304.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o
§ 4º Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
constar a informação sobre a existência de filhos,
Lei:
respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o
nome e o contato de eventual responsável pelos Art. 1º Esta Lei regulamenta o disposto no inciso XLIII do
cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.” (NR) art. 5º da Constituição Federal, disciplinando o
terrorismo, tratando de disposições investigatórias e
“Art. 318.
processuais e reformulando o conceito de organização
IV - gestante; terrorista.
V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade Art. 2º O terrorismo consiste na prática por um ou mais
incompletos; indivíduos dos atos previstos neste artigo, por razões de
xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor,
VI - homem, caso seja o único responsável pelos
etnia e religião, quando cometidos com a finalidade de
cuidados do filho de até 12 (doze) anos de idade
provocar terror social ou generalizado, expondo a
incompletos.” (NR)
perigo pessoa, patrimônio, a paz pública ou a
Art. 42. O art. 5º da Lei nº 12.662, de 5 de junho de 2012 incolumidade pública.
, passa a vigorar acrescido dos seguintes §§ 3º e 4º :
§ 1º São atos de terrorismo:
“Art. 5º
I - usar ou ameaçar usar, transportar, guardar, portar ou
§ 3º O sistema previsto no caput deverá assegurar a trazer consigo explosivos, gases tóxicos, venenos,
interoperabilidade com o Sistema Nacional de conteúdos biológicos, químicos, nucleares ou outros
Informações de Registro Civil (Sirc). meios capazes de causar danos ou promover destruição
em massa;
§ 4º Os estabelecimentos de saúde públicos e privados
que realizam partos terão prazo de 1 (um) ano para se II – (VETADO);
interligarem, mediante sistema informatizado, às
III - (VETADO);
serventias de registro civil existentes nas unidades

Estratégia Carreira Jurídica 633


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IV - sabotar o funcionamento ou apoderar-se, com Art. 6º Receber, prover, oferecer, obter, guardar,
violência, grave ameaça a pessoa ou servindo-se de manter em depósito, solicitar, investir, de qualquer
mecanismos cibernéticos, do controle total ou parcial, modo, direta ou indiretamente, recursos, ativos, bens,
ainda que de modo temporário, de meio de direitos, valores ou serviços de qualquer natureza, para
comunicação ou de transporte, de portos, aeroportos, o planejamento, a preparação ou a execução dos crimes
estações ferroviárias ou rodoviárias, hospitais, casas de previstos nesta Lei:
saúde, escolas, estádios esportivos, instalações públicas
Pena - reclusão, de quinze a trinta anos.
ou locais onde funcionem serviços públicos essenciais,
instalações de geração ou transmissão de energia, Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem oferecer
instalações militares, instalações de exploração, refino e ou receber, obtiver, guardar, mantiver em depósito,
processamento de petróleo e gás e instituições solicitar, investir ou de qualquer modo contribuir para a
bancárias e sua rede de atendimento; obtenção de ativo, bem ou recurso financeiro, com a
finalidade de financiar, total ou parcialmente, pessoa,
V - atentar contra a vida ou a integridade física de
grupo de pessoas, associação, entidade, organização
pessoa:
criminosa que tenha como atividade principal ou
Pena - reclusão, de doze a trinta anos, além das sanções secundária, mesmo em caráter eventual, a prática dos
correspondentes à ameaça ou à violência. crimes previstos nesta Lei.
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica à conduta Art. 7º Salvo quando for elementar da prática de
individual ou coletiva de pessoas em manifestações qualquer crime previsto nesta Lei, se de algum deles
políticas, movimentos sociais, sindicais, religiosos, de resultar lesão corporal grave, aumenta-se a pena de um
classe ou de categoria profissional, direcionados por terço, se resultar morte, aumenta-se a pena da metade.
propósitos sociais ou reivindicatórios, visando a
Art. 8º (VETADO).
contestar, criticar, protestar ou apoiar, com o objetivo
de defender direitos, garantias e liberdades Art. 9º (VETADO).
constitucionais, sem prejuízo da tipificação penal
Art. 10. Mesmo antes de iniciada a execução do crime
contida em lei.
de terrorismo, na hipótese do art. 5º desta Lei, aplicam-
Art. 3º Promover, constituir, integrar ou prestar auxílio, se as disposições do art. 15 do Decreto-Lei nº 2.848, de
pessoalmente ou por interposta pessoa, a organização 7 de dezembro de 1940 - Código Penal.
terrorista:
Art. 11. Para todos os efeitos legais, considera-se que
Pena - reclusão, de cinco a oito anos, e multa. os crimes previstos nesta Lei são praticados contra o
interesse da União, cabendo à Polícia Federal a
§ 1º (VETADO).
investigação criminal, em sede de inquérito policial, e à
§ 2º (VETADO). Justiça Federal o seu processamento e julgamento, nos
termos do inciso IV do art. 109 da Constituição Federal.
Art. 4º (VETADO).
Parágrafo único. (VETADO).
Art. 5º Realizar atos preparatórios de terrorismo com o
propósito inequívoco de consumar tal delito: Art. 12. O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério
Público ou mediante representação do delegado de
Pena - a correspondente ao delito consumado,
polícia, ouvido o Ministério Público em vinte e quatro
diminuída de um quarto até a metade.
horas, havendo indícios suficientes de crime previsto
§ lo Incorre nas mesmas penas o agente que, com o nesta Lei, poderá decretar, no curso da investigação ou
propósito de praticar atos de terrorismo: da ação penal, medidas assecuratórias de bens, direitos
ou valores do investigado ou acusado, ou existentes em
I - recrutar, organizar, transportar ou municiar
nome de interpostas pessoas, que sejam instrumento,
indivíduos que viajem para país distinto daquele de sua
produto ou proveito dos crimes previstos nesta Lei.
residência ou nacionalidade; ou
§ 1º Proceder-se-á à alienação antecipada para
II - fornecer ou receber treinamento em país distinto
preservação do valor dos bens sempre que estiverem
daquele de sua residência ou nacionalidade.
sujeitos a qualquer grau de deterioração ou
§ 2º Nas hipóteses do § 1º, quando a conduta não depreciação, ou quando houver dificuldade para sua
envolver treinamento ou viagem para país distinto manutenção.
daquele de sua residência ou nacionalidade, a pena será
§ 2º O juiz determinará a liberação, total ou parcial, dos
a correspondente ao delito consumado, diminuída de
bens, direitos e valores quando comprovada a licitude
metade a dois terços.

Estratégia Carreira Jurídica 634


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de sua origem e destinação, mantendo-se a constrição Art. 16. Aplicam-se as disposições da Lei nº 12.850, de
dos bens, direitos e valores necessários e suficientes à 2 agosto de 2013, para a investigação, processo e
reparação dos danos e ao pagamento de prestações julgamento dos crimes previstos nesta Lei.
pecuniárias, multas e custas decorrentes da infração
Art. 17. Aplicam-se as disposições da Lei nº 8.072, de 25
penal.
de julho de 1990, aos crimes previstos nesta Lei.
§ 3º Nenhum pedido de liberação será conhecido sem o
Art. 18. O inciso III do art. 1º da Lei nº 7.960, de 21 de
comparecimento pessoal do acusado ou de interposta
dezembro de 1989, passa a vigorar acrescido da
pessoa a que se refere o caput deste artigo, podendo o
seguinte alínea p:
juiz determinar a prática de atos necessários à
conservação de bens, direitos ou valores, sem prejuízo “Art. lo
do disposto no § 1º.
III -
§ 4º Poderão ser decretadas medidas assecuratórias
p) crimes previstos na Lei de Terrorismo.” (NR)
sobre bens, direitos ou valores para reparação do dano
decorrente da infração penal antecedente ou da Art. 19. O art. 1º da Lei nº 12.850, de 2 de agosto de
prevista nesta Lei ou para pagamento de prestação 2013, passa a vigorar com a seguinte alteração:
pecuniária, multa e custas.
“Art. 1º
Art. 13. Quando as circunstâncias o aconselharem, o
§ 2º
juiz, ouvido o Ministério Público, nomeará pessoa física
ou jurídica qualificada para a administração dos bens, II - às organizações terroristas, entendidas como
direitos ou valores sujeitos a medidas assecuratórias, aquelas voltadas para a prática dos atos de terrorismo
mediante termo de compromisso. legalmente definidos.” (NR)
Art. 14. A pessoa responsável pela administração dos Art. 20. Esta Lei entra em vigor na data de sua
bens: publicação.
I - fará jus a uma remuneração, fixada pelo juiz, que será Brasília, 16 de março de 2016; 195º da Independência e
satisfeita preferencialmente com o produto dos bens 128º da República.
objeto da administração;
DILMA ROUSSEFF
II - prestará, por determinação judicial, informações Wellington César Lima e Silva
periódicas da situação dos bens sob sua administração, Nelson Barbosa
bem como explicações e detalhamentos sobre
Nilma Lino Gomes
investimentos e reinvestimentos realizados.
Parágrafo único. Os atos relativos à administração dos
bens serão levados ao conhecimento do Ministério
LEI Nº 13.445/2017
Público, que requererá o que entender cabível.
Institui a Lei de Migração.
Art. 15. O juiz determinará, na hipótese de existência de
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o
tratado ou convenção internacional e por solicitação de
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
autoridade estrangeira competente, medidas
Lei:
assecuratórias sobre bens, direitos ou valores oriundos
de crimes descritos nesta Lei praticados no estrangeiro. CAPÍTULO I
§ 1º Aplica-se o disposto neste artigo, Disposições Preliminares
independentemente de tratado ou convenção Seção I
internacional, quando houver reciprocidade do governo
do país da autoridade solicitante. Disposições Gerais
§ 2º Na falta de tratado ou convenção, os bens, direitos Art. 1º Esta Lei dispõe sobre os direitos e os deveres do
ou valores sujeitos a medidas assecuratórias por migrante e do visitante, regula a sua entrada e estada
solicitação de autoridade estrangeira competente ou os no País e estabelece princípios e diretrizes para as
recursos provenientes da sua alienação serão repartidos políticas públicas para o emigrante.
entre o Estado requerente e o Brasil, na proporção de § 1º Para os fins desta Lei, considera-se:
metade, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de
boa-fé. I - (VETADO);

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II - imigrante: pessoa nacional de outro país ou apátrida X - inclusão social, laboral e produtiva do migrante por
que trabalha ou reside e se estabelece temporária ou meio de políticas públicas;
definitivamente no Brasil;
XI - acesso igualitário e livre do migrante a serviços,
III - emigrante: brasileiro que se estabelece temporária programas e benefícios sociais, bens públicos,
ou definitivamente no exterior; educação, assistência jurídica integral pública, trabalho,
moradia, serviço bancário e seguridade social;
IV - residente fronteiriço: pessoa nacional de país
limítrofe ou apátrida que conserva a sua residência XII - promoção e difusão de direitos, liberdades,
habitual em município fronteiriço de país vizinho; garantias e obrigações do migrante;
V - visitante: pessoa nacional de outro país ou apátrida XIII - diálogo social na formulação, na execução e na
que vem ao Brasil para estadas de curta duração, sem avaliação de políticas migratórias e promoção da
pretensão de se estabelecer temporária ou participação cidadã do migrante;
definitivamente no território nacional;
XIV - fortalecimento da integração econômica, política,
VI - apátrida: pessoa que não seja considerada como social e cultural dos povos da América Latina, mediante
nacional por nenhum Estado, segundo a sua legislação, constituição de espaços de cidadania e de livre
nos termos da Convenção sobre o Estatuto dos circulação de pessoas;
Apátridas, de 1954, promulgada pelo Decreto nº 4.246,
XV - cooperação internacional com Estados de origem,
de 22 de maio de 2002 , ou assim reconhecida pelo
de trânsito e de destino de movimentos migratórios, a
Estado brasileiro.
fim de garantir efetiva proteção aos direitos humanos
§ 2º (VETADO). do migrante;
Art. 2º Esta Lei não prejudica a aplicação de normas XVI - integração e desenvolvimento das regiões de
internas e internacionais específicas sobre refugiados, fronteira e articulação de políticas públicas regionais
asilados, agentes e pessoal diplomático ou consular, capazes de garantir efetividade aos direitos do residente
funcionários de organização internacional e seus fronteiriço;
familiares.
XVII - proteção integral e atenção ao superior interesse
Seção II da criança e do adolescente migrante;
Dos Princípios e das Garantias XVIII - observância ao disposto em tratado;
Art. 3º A política migratória brasileira rege-se pelos XIX - proteção ao brasileiro no exterior;
seguintes princípios e diretrizes:
XX - migração e desenvolvimento humano no local de
I - universalidade, indivisibilidade e interdependência origem, como direitos inalienáveis de todas as pessoas;
dos direitos humanos;
XXI - promoção do reconhecimento acadêmico e do
II - repúdio e prevenção à xenofobia, ao racismo e a exercício profissional no Brasil, nos termos da lei; e
quaisquer formas de discriminação
XXII - repúdio a práticas de expulsão ou de deportação
III - não criminalização da migração; coletivas.
IV - não discriminação em razão dos critérios ou dos Art. 4º Ao migrante é garantida no território nacional,
procedimentos pelos quais a pessoa foi admitida em em condição de igualdade com os nacionais, a
território nacional; inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, bem como são
V - promoção de entrada regular e de regularização
assegurados:
documental;
I - direitos e liberdades civis, sociais, culturais e
VI - acolhida humanitária;
econômicos;
VII - desenvolvimento econômico, turístico, social,
II - direito à liberdade de circulação em território
cultural, esportivo, científico e tecnológico do Brasil;
nacional;
VIII - garantia do direito à reunião familiar;
III - direito à reunião familiar do migrante com seu
IX - igualdade de tratamento e de oportunidade ao cônjuge ou companheiro e seus filhos, familiares e
migrante e a seus familiares; dependentes;

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IV - medidas de proteção a vítimas e testemunhas de § 4º (VETADO).


crimes e de violações de direitos;
CAPÍTULO II
V - direito de transferir recursos decorrentes de sua
Da Situação Documental Do Migrante E Do Visitante
renda e economias pessoais a outro país, observada a
legislação aplicável; Seção I
VI - direito de reunião para fins pacíficos; Dos Documentos de Viagem
VII - direito de associação, inclusive sindical, para fins Art. 5º São documentos de viagem:
lícitos;
I - passaporte;
VIII - acesso a serviços públicos de saúde e de assistência
II - laissez-passer ;
social e à previdência social, nos termos da lei, sem
discriminação em razão da nacionalidade e da condição III - autorização de retorno;
migratória;
IV - salvo-conduto;
IX - amplo acesso à justiça e à assistência jurídica
V - carteira de identidade de marítimo;
integral gratuita aos que comprovarem insuficiência de
recursos; VI - carteira de matrícula consular;
X - direito à educação pública, vedada a discriminação VII - documento de identidade civil ou documento
em razão da nacionalidade e da condição migratória; estrangeiro equivalente, quando admitidos em tratado;
XI - garantia de cumprimento de obrigações legais e VIII - certificado de membro de tripulação de transporte
contratuais trabalhistas e de aplicação das normas de aéreo; e
proteção ao trabalhador, sem discriminação em razão
IX - outros que vierem a ser reconhecidos pelo Estado
da nacionalidade e da condição migratória;
brasileiro em regulamento.
XII - isenção das taxas de que trata esta Lei, mediante
§ 1º Os documentos previstos nos incisos I, II, III, IV, V,
declaração de hipossuficiência econômica, na forma de
VI e IX, quando emitidos pelo Estado brasileiro, são de
regulamento;
propriedade da União, cabendo a seu titular a posse
XIII - direito de acesso à informação e garantia de direta e o uso regular.
confidencialidade quanto aos dados pessoais do
§ 2º As condições para a concessão dos documentos de
migrante, nos termos da Lei nº 12.527, de 18 de
que trata o § 1º serão previstas em regulamento.
novembro de 2011 ;
Seção II
XIV - direito a abertura de conta bancária;
Dos Vistos
Subseção I
XV - direito de sair, de permanecer e de reingressar em
território nacional, mesmo enquanto pendente pedido Disposições Gerais
de autorização de residência, de prorrogação de estada
Art. 6º O visto é o documento que dá a seu titular
ou de transformação de visto em autorização de
expectativa de ingresso em território nacional.
residência; e
Parágrafo único. (VETADO).
XVI - direito do imigrante de ser informado sobre as
garantias que lhe são asseguradas para fins de Art. 7º O visto será concedido por embaixadas,
regularização migratória. consulados-gerais, consulados, vice-consulados e,
quando habilitados pelo órgão competente do Poder
§ 1º Os direitos e as garantias previstos nesta Lei serão Executivo, por escritórios comerciais e de representação
exercidos em observância ao disposto na Constituição do Brasil no exterior.
Federal, independentemente da situação migratória,
observado o disposto no § 4º deste artigo, e não Parágrafo único. Excepcionalmente, os vistos
excluem outros decorrentes de tratado de que o Brasil diplomático, oficial e de cortesia poderão ser
seja parte. concedidos no Brasil.
§ 2º (VETADO). Art. 8º Poderão ser cobrados taxas e emolumentos
consulares pelo processamento do visto.
§ 3º (VETADO).
Art. 9º Regulamento disporá sobre:

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I - requisitos de concessão de visto, bem como de sua duração, sem intenção de estabelecer residência, nos
simplificação, inclusive por reciprocidade; seguintes casos:
II - prazo de validade do visto e sua forma de contagem; I - turismo;
III - prazo máximo para a primeira entrada e para a II - negócios;
estada do imigrante e do visitante no País;
III - trânsito;
IV - hipóteses e condições de dispensa recíproca ou
IV - atividades artísticas ou desportivas; e
unilateral de visto e de taxas e emolumentos consulares
por seu processamento; e V - outras hipóteses definidas em regulamento.
V - solicitação e emissão de visto por meio eletrônico. § 1º É vedado ao beneficiário de visto de visita exercer
atividade remunerada no Brasil.
Parágrafo único. A simplificação e a dispensa recíproca
de visto ou de cobrança de taxas e emolumentos § 2º O beneficiário de visto de visita poderá receber
consulares por seu processamento poderão ser pagamento do governo, de empregador brasileiro ou de
definidas por comunicação diplomática. entidade privada a título de diária, ajuda de custo,
cachê, pró-labore ou outras despesas com a viagem,
Art. 10. Não se concederá visto:
bem como concorrer a prêmios, inclusive em dinheiro,
I - a quem não preencher os requisitos para o tipo de em competições desportivas ou em concursos artísticos
visto pleiteado; ou culturais.
II - a quem comprovadamente ocultar condição
impeditiva de concessão de visto ou de ingresso no País;
§ 3º O visto de visita não será exigido em caso de escala
ou
ou conexão em território nacional, desde que o visitante
III - a menor de 18 (dezoito) anos desacompanhado ou não deixe a área de trânsito internacional.
sem autorização de viagem por escrito dos responsáveis
Subseção IV
legais ou de autoridade competente.
Do Visto Temporário
Art. 11. Poderá ser denegado visto a quem se enquadrar
em pelo menos um dos casos de impedimento definidos Art. 14. O visto temporário poderá ser concedido ao
nos incisos I, II, III, IV e IX do art. 45. imigrante que venha ao Brasil com o intuito de
estabelecer residência por tempo determinado e que se
Parágrafo único. A pessoa que tiver visto brasileiro
enquadre em pelo menos uma das seguintes hipóteses:
denegado será impedida de ingressar no País enquanto
permanecerem as condições que ensejaram a I - o visto temporário tenha como finalidade:
denegação.
a) pesquisa, ensino ou extensão acadêmica
Subseção II
b) tratamento de saúde;
Dos Tipos de Visto
c) acolhida humanitária;
Art. 12. Ao solicitante que pretenda ingressar ou
d) estudo;
permanecer em território nacional poderá ser
concedido visto: e) trabalho;
I - de visita; f) férias-trabalho;
II - temporário; g) prática de atividade religiosa ou serviço voluntário;
III - diplomático; h) realização de investimento ou de atividade com
relevância econômica, social, científica, tecnológica ou
IV - oficial;
cultural;
V - de cortesia.
i) reunião familiar;
Subseção III
j) atividades artísticas ou desportivas com contrato por
Do Visto de Visita prazo determinado;
Art. 13. O visto de visita poderá ser concedido ao II - o imigrante seja beneficiário de tratado em matéria
visitante que venha ao Brasil para estada de curta de vistos;

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III - outras hipóteses definidas em regulamento. com potencial para geração de empregos ou de renda
no País.
§ 1º O visto temporário para pesquisa, ensino ou
extensão acadêmica poderá ser concedido ao imigrante § 10. (VETADO).
com ou sem vínculo empregatício com a instituição de
Subseção V
pesquisa ou de ensino brasileira, exigida, na hipótese de
vínculo, a comprovação de formação superior Dos Vistos Diplomático, Oficial e de Cortesia
compatível ou equivalente reconhecimento científico.
Art. 15. Os vistos diplomático, oficial e de cortesia serão
concedidos, prorrogados ou dispensados na forma
§ 2º O visto temporário para tratamento de saúde desta Lei e de regulamento.
poderá ser concedido ao imigrante e a seu
Parágrafo único. Os vistos diplomático e oficial poderão
acompanhante, desde que o imigrante comprove
ser transformados em autorização de residência, o que
possuir meios de subsistência suficientes.
importará cessação de todas as prerrogativas,
§ 3º O visto temporário para acolhida humanitária privilégios e imunidades decorrentes do respectivo
poderá ser concedido ao apátrida ou ao nacional de visto.
qualquer país em situação de grave ou iminente
Art. 16. Os vistos diplomático e oficial poderão ser
instabilidade institucional, de conflito armado, de
concedidos a autoridades e funcionários estrangeiros
calamidade de grande proporção, de desastre
que viajem ao Brasil em missão oficial de caráter
ambiental ou de grave violação de direitos humanos ou
transitório ou permanente, representando Estado
de direito internacional humanitário, ou em outras
estrangeiro ou organismo internacional reconhecido.
hipóteses, na forma de regulamento.
§ 1º Não se aplica ao titular dos vistos referidos no caput
§ 4º O visto temporário para estudo poderá ser
o disposto na legislação trabalhista brasileira.
concedido ao imigrante que pretenda vir ao Brasil para
frequentar curso regular ou realizar estágio ou § 2º Os vistos diplomático e oficial poderão ser
intercâmbio de estudo ou de pesquisa. estendidos aos dependentes das autoridades referidas
no caput.
§ 5º Observadas as hipóteses previstas em
regulamento, o visto temporário para trabalho poderá Art. 17. O titular de visto diplomático ou oficial somente
ser concedido ao imigrante que venha exercer atividade poderá ser remunerado por Estado estrangeiro ou
laboral, com ou sem vínculo empregatício no Brasil, organismo internacional, ressalvado o disposto em
desde que comprove oferta de trabalho formalizada por tratado que contenha cláusula específica sobre o
pessoa jurídica em atividade no País, dispensada esta assunto
exigência se o imigrante comprovar titulação em curso
Parágrafo único. O dependente de titular de visto
de ensino superior ou equivalente.
diplomático ou oficial poderá exercer atividade
§ 6º O visto temporário para férias-trabalho poderá ser remunerada no Brasil, sob o amparo da legislação
concedido ao imigrante maior de 16 (dezesseis) anos trabalhista brasileira, desde que seja nacional de país
que seja nacional de país que conceda idêntico benefício que assegure reciprocidade de tratamento ao nacional
ao nacional brasileiro, em termos definidos por brasileiro, por comunicação diplomática.
comunicação diplomática
Art. 18. O empregado particular titular de visto de
§ 7º Não se exigirá do marítimo que ingressar no Brasil cortesia somente poderá exercer atividade remunerada
em viagem de longo curso ou em cruzeiros marítimos para o titular de visto diplomático, oficial ou de cortesia
pela costa brasileira o visto temporário de que trata a ao qual esteja vinculado, sob o amparo da legislação
alínea “e” do inciso I do caput , bastando a apresentação trabalhista brasileira.
da carteira internacional de marítimo, nos termos de
Parágrafo único. O titular de visto diplomático, oficial ou
regulamento.
de cortesia será responsável pela saída de seu
§ 8º É reconhecida ao imigrante a quem se tenha empregado do território nacional.
concedido visto temporário para trabalho a
Seção III
possibilidade de modificação do local de exercício de
sua atividade laboral. Do Registro e da Identificação Civil do Imigrante e dos
Detentores de Vistos Diplomático, Oficial e de
§ 9º O visto para realização de investimento poderá ser
Cortesia
concedido ao imigrante que aporte recursos em projeto

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Art. 19. O registro consiste na identificação civil por Art. 25. O documento de residente fronteiriço será
dados biográficos e biométricos, e é obrigatório a todo cancelado, a qualquer tempo, se o titular:
imigrante detentor de visto temporário ou de
I - tiver fraudado documento ou utilizado documento
autorização de residência
falso para obtê-lo;
§ 1º O registro gerará número único de identificação
II - obtiver outra condição migratória;
que garantirá o pleno exercício dos atos da vida civil.
III - sofrer condenação penal; ou
§ 2º O documento de identidade do imigrante será
expedido com base no número único de identificação. IV - exercer direito fora dos limites previstos na
autorização.
§ 3º Enquanto não for expedida identificação civil, o
documento comprobatório de que o imigrante a Seção II
solicitou à autoridade competente garantirá ao titular o
Da Proteção do Apátrida e da Redução da Apatridia
acesso aos direitos disciplinados nesta Lei.
Art. 26. Regulamento disporá sobre instituto protetivo
Art. 20. A identificação civil de solicitante de refúgio, de
especial do apátrida, consolidado em processo
asilo, de reconhecimento de apatridia e de acolhimento
simplificado de naturalização.
humanitário poderá ser realizada com a apresentação
dos documentos de que o imigrante dispuser. § 1º O processo de que trata o caput será iniciado tão
logo seja reconhecida a situação de apatridia.
Art. 21. Os documentos de identidade emitidos até a
data de publicação desta Lei continuarão válidos até sua § 2º Durante a tramitação do processo de
total substituição. reconhecimento da condição de apátrida, incidem todas
as garantias e mecanismos protetivos e de facilitação da
Art. 22. A identificação civil, o documento de identidade
inclusão social relativos à Convenção sobre o Estatuto
e as formas de gestão da base cadastral dos detentores
dos Apátridas de 1954, promulgada pelo Decreto nº
de vistos diplomático, oficial e de cortesia atenderão a
4.246, de 22 de maio de 2002 , à Convenção relativa ao
disposições específicas previstas em regulamento.
Estatuto dos Refugiados, promulgada pelo Decreto nº
CAPÍTULO III 50.215, de 28 de janeiro de 1961 , e à Lei nº 9.474, de
22 de julho de 1997 .
Da Condição Jurídica Do Migrante E Do Visitante
§ 3º Aplicam-se ao apátrida residente todos os direitos
atribuídos ao migrante relacionados no art. 4º.
Seção I
§ 4º O reconhecimento da condição de apátrida
Do Residente Fronteiriço assegura os direitos e garantias previstos na Convenção
sobre o Estatuto dos Apátridas, de 1954, promulgada
Art. 23. A fim de facilitar a sua livre circulação, poderá
pelo Decreto nº 4.246, de 22 de maio de 2002 , bem
ser concedida ao residente fronteiriço, mediante
como outros direitos e garantias reconhecidos pelo
requerimento, autorização para a realização de atos da
Brasil.
vida civil.
§ 5º O processo de reconhecimento da condição de
Parágrafo único. Condições específicas poderão ser
apátrida tem como objetivo verificar se o solicitante é
estabelecidas em regulamento ou tratado.
considerado nacional pela legislação de algum Estado e
Art. 24. A autorização referida no caput do art. 23 poderá considerar informações, documentos e
indicará o Município fronteiriço no qual o residente declarações prestadas pelo próprio solicitante e por
estará autorizado a exercer os direitos a ele atribuídos órgãos e organismos nacionais e internacionais.
por esta Lei.
§ 6º Reconhecida a condição de apátrida, nos termos do
§ 1º O residente fronteiriço detentor da autorização inciso VI do § 1º do art. 1º, o solicitante será consultado
gozará das garantias e dos direitos assegurados pelo sobre o desejo de adquirir a nacionalidade brasileira.
regime geral de migração desta Lei, conforme
§ 7º Caso o apátrida opte pela naturalização, a decisão
especificado em regulamento.
sobre o reconhecimento será encaminhada ao órgão
§ 2º O espaço geográfico de abrangência e de validade competente do Poder Executivo para publicação dos
da autorização será especificado no documento de atos necessários à efetivação da naturalização no prazo
residente fronteiriço. de 30 (trinta) dias, observado o art. 65.

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§ 8º O apátrida reconhecido que não opte pela e) trabalho;


naturalização imediata terá a autorização de residência
f) férias-trabalho;
outorgada em caráter definitivo.
g) prática de atividade religiosa ou serviço voluntário;
§ 9º Caberá recurso contra decisão negativa de
reconhecimento da condição de apátrida. h) realização de investimento ou de atividade com
relevância econômica, social, científica, tecnológica ou
§ 10. Subsistindo a denegação do reconhecimento da
cultural;
condição de apátrida, é vedada a devolução do
indivíduo para país onde sua vida, integridade pessoal i) reunião familiar;
ou liberdade estejam em risco.
II - a pessoa:
§ 11. Será reconhecido o direito de reunião familiar a
a) seja beneficiária de tratado em matéria de residência
partir do reconhecimento da condição de apátrida.
e livre circulação;
§ 12. Implica perda da proteção conferida por esta Lei:
b) seja detentora de oferta de trabalho;
I - a renúncia;
c) já tenha possuído a nacionalidade brasileira e não
II - a prova da falsidade dos fundamentos invocados deseje ou não reúna os requisitos para readquiri-la;
para o reconhecimento da condição de apátrida; ou
d) (VETADO);
III - a existência de fatos que, se fossem conhecidos por
e) seja beneficiária de refúgio, de asilo ou de proteção
ocasião do reconhecimento, teriam ensejado decisão
ao apátrida;
negativa.
f) seja menor nacional de outro país ou apátrida,
Seção III
desacompanhado ou abandonado, que se encontre nas
Do Asilado fronteiras brasileiras ou em território nacional;
Art. 27. O asilo político, que constitui ato discricionário g) tenha sido vítima de tráfico de pessoas, de trabalho
do Estado, poderá ser diplomático ou territorial e será escravo ou de violação de direito agravada por sua
outorgado como instrumento de proteção à pessoa. condição migratória;
Parágrafo único. Regulamento disporá sobre as h) esteja em liberdade provisória ou em cumprimento
condições para a concessão e a manutenção de asilo. de pena no Brasil;
Art. 28. Não se concederá asilo a quem tenha cometido III - outras hipóteses definidas em regulamento.
crime de genocídio, crime contra a humanidade, crime
§ 1º Não se concederá a autorização de residência a
de guerra ou crime de agressão, nos termos do Estatuto
pessoa condenada criminalmente no Brasil ou no
de Roma do Tribunal Penal Internacional, de 1998,
exterior por sentença transitada em julgado, desde que
promulgado pelo Decreto nº 4.388, de 25 de setembro
a conduta esteja tipificada na legislação penal brasileira,
de 2002 .
ressalvados os casos em que:
Art. 29. A saída do asilado do País sem prévia
I - a conduta caracterize infração de menor potencial
comunicação implica renúncia ao asilo.
ofensivo;
Seção IV
II - (VETADO); ou
Da Autorização de Residência
III - a pessoa se enquadre nas hipóteses previstas nas
Art. 30. A residência poderá ser autorizada, mediante alíneas “b”, “c” e “i” do inciso I e na alínea “a” do inciso
registro, ao imigrante, ao residente fronteiriço ou ao II do caput deste artigo.
visitante que se enquadre em uma das seguintes
§ 2º O disposto no § 1º não obsta progressão de regime
hipóteses:
de cumprimento de pena, nos termos da Lei nº 7.210,
I - a residência tenha como finalidade: de 11 de julho de 1984 , ficando a pessoa autorizada a
trabalhar quando assim exigido pelo novo regime de
a) pesquisa, ensino ou extensão acadêmica;
cumprimento de pena.
b) tratamento de saúde;
§ 3º Nos procedimentos conducentes ao cancelamento
c) acolhida humanitária; de autorização de residência e no recurso contra a
negativa de concessão de autorização de residência
d) estudo;
devem ser respeitados o contraditório e a ampla defesa.

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Art. 31. Os prazos e o procedimento da autorização de III - ascendente, descendente até o segundo grau ou
residência de que trata o art. 30 serão dispostos em irmão de brasileiro ou de imigrante beneficiário de
regulamento, observado o disposto nesta Lei. autorização de residência; ou
§ 1º Será facilitada a autorização de residência nas IV - que tenha brasileiro sob sua tutela ou guarda.
hipóteses das alíneas “a” e “e” do inciso I do art. 30
Parágrafo único. (VETADO).
desta Lei, devendo a deliberação sobre a autorização
ocorrer em prazo não superior a 60 (sessenta) dias, a CAPÍTULO IV
contar de sua solicitação.
Da Entrada E Da Saída Do Território Nacional
§ 2º Nova autorização de residência poderá ser
Seção I
concedida, nos termos do art. 30, mediante
requerimento. Da Fiscalização Marítima, Aeroportuária e de
Fronteira
§ 3º O requerimento de nova autorização de residência
após o vencimento do prazo da autorização anterior Art. 38. As funções de polícia marítima, aeroportuária e
implicará aplicação da sanção prevista no inciso II do art. de fronteira serão realizadas pela Polícia Federal nos
109. pontos de entrada e de saída do território nacional.
§ 4º O solicitante de refúgio, de asilo ou de proteção ao Parágrafo único. É dispensável a fiscalização de
apátrida fará jus a autorização provisória de residência passageiro, tripulante e estafe de navio em passagem
até a obtenção de resposta ao seu pedido. inocente, exceto quando houver necessidade de
descida de pessoa a terra ou de subida a bordo do navio.
§ 5º Poderá ser concedida autorização de residência
independentemente da situação migratória. Art. 39. O viajante deverá permanecer em área de
fiscalização até que seu documento de viagem tenha
Art. 32. Poderão ser cobradas taxas pela autorização de
sido verificado, salvo os casos previstos em lei.
residência.
Art. 40. Poderá ser autorizada a admissão excepcional
Art. 33. Regulamento disporá sobre a perda e o
no País de pessoa que se encontre em uma das
cancelamento da autorização de residência em razão de
seguintes condições, desde que esteja de posse de
fraude ou de ocultação de condição impeditiva de
documento de viagem válido:
concessão de visto, de ingresso ou de permanência no
País, observado procedimento administrativo que I - não possua visto;
garanta o contraditório e a ampla defesa.
II - seja titular de visto emitido com erro ou omissão;
Art. 34. Poderá ser negada autorização de residência
III - tenha perdido a condição de residente por ter
com fundamento nas hipóteses previstas nos incisos I,
permanecido ausente do País na forma especificada em
II, III, IV e IX do art. 45.
regulamento e detenha as condições objetivas para a
Art. 35. A posse ou a propriedade de bem no Brasil não concessão de nova autorização de residência;
confere o direito de obter visto ou autorização de
IV - (VETADO); ou
residência em território nacional, sem prejuízo do
disposto sobre visto para realização de investimento. V - seja criança ou adolescente desacompanhado de
responsável legal e sem autorização expressa para viajar
Art. 36. O visto de visita ou de cortesia poderá ser
desacompanhado, independentemente do documento
transformado em autorização de residência, mediante
de viagem que portar, hipótese em que haverá imediato
requerimento e registro, desde que satisfeitos os
encaminhamento ao Conselho Tutelar ou, em caso de
requisitos previstos em regulamento.
necessidade, a instituição indicada pela autoridade
Seção V competente.
Da Reunião Familiar Parágrafo único. Regulamento poderá dispor sobre
outras hipóteses excepcionais de admissão, observados
Art. 37. O visto ou a autorização de residência para fins
os princípios e as diretrizes desta Lei.
de reunião familiar será concedido ao imigrante:
Art. 41. A entrada condicional, em território nacional, de
I - cônjuge ou companheiro, sem discriminação alguma;
pessoa que não preencha os requisitos de admissão
II - filho de imigrante beneficiário de autorização de poderá ser autorizada mediante a assinatura, pelo
residência, ou que tenha filho brasileiro ou imigrante transportador ou por seu agente, de termo de
beneficiário de autorização de residência; compromisso de custear as despesas com a

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permanência e com as providências para a repatriação Parágrafo único. Ninguém será impedido de ingressar
do viajante. no País por motivo de raça, religião, nacionalidade,
pertinência a grupo social ou opinião política.
Art. 42. O tripulante ou o passageiro que, por motivo de
força maior, for obrigado a interromper a viagem em CAPÍTULO V
território nacional poderá ter seu desembarque
Das Medidas de Retirada Compulsória
permitido mediante termo de responsabilidade pelas
despesas decorrentes do transbordo. Seção I
Art. 43. A autoridade responsável pela fiscalização Disposições Gerais
contribuirá para a aplicação de medidas sanitárias em
Art. 46. A aplicação deste Capítulo observará o disposto
consonância com o Regulamento Sanitário
na Lei nº 9.474, de 22 de julho de 1997 , e nas
Internacional e com outras disposições pertinentes
disposições legais, tratados, instrumentos e
Seção II mecanismos que tratem da proteção aos apátridas ou
de outras situações humanitárias.
Do Impedimento de Ingresso
Art. 47. A repatriação, a deportação e a expulsão serão
Art. 44. (VETADO).
feitas para o país de nacionalidade ou de procedência
Art. 45. Poderá ser impedida de ingressar no País, após do migrante ou do visitante, ou para outro que o aceite,
entrevista individual e mediante ato fundamentado, a em observância aos tratados dos quais o Brasil seja
pessoa: parte.
I - anteriormente expulsa do País, enquanto os efeitos Art. 48. Nos casos de deportação ou expulsão, o chefe
da expulsão vigorarem; da unidade da Polícia Federal poderá representar
perante o juízo federal, respeitados, nos procedimentos
II - condenada ou respondendo a processo por ato de
judiciais, os direitos à ampla defesa e ao devido
terrorismo ou por crime de genocídio, crime contra a
processo legal.
humanidade, crime de guerra ou crime de agressão, nos
termos definidos pelo Estatuto de Roma do Tribunal Seção II
Penal Internacional, de 1998, promulgado pelo Decreto
Da Repatriação
nº 4.388, de 25 de setembro de 2002 ;
Art. 49. A repatriação consiste em medida
III - condenada ou respondendo a processo em outro
administrativa de devolução de pessoa em situação de
país por crime doloso passível de extradição segundo a
impedimento ao país de procedência ou de
lei brasileira;
nacionalidade.
IV - que tenha o nome incluído em lista de restrições por
§ 1º Será feita imediata comunicação do ato
ordem judicial ou por compromisso assumido pelo Brasil
fundamentado de repatriação à empresa
perante organismo internacional;
transportadora e à autoridade consular do país de
V - que apresente documento de viagem que: procedência ou de nacionalidade do migrante ou do
visitante, ou a quem o representa.
a) não seja válido para o Brasil;
§ 2º A Defensoria Pública da União será notificada,
b) esteja com o prazo de validade vencido; ou
preferencialmente por via eletrônica, no caso do § 4º
c) esteja com rasura ou indício de falsificação; deste artigo ou quando a repatriação imediata não seja
possível.
VI - que não apresente documento de viagem ou
documento de identidade, quando admitido; § 3º Condições específicas de repatriação podem ser
definidas por regulamento ou tratado, observados os
VII - cuja razão da viagem não seja condizente com o
princípios e as garantias previstos nesta Lei.
visto ou com o motivo alegado para a isenção de visto;
§ 4º Não será aplicada medida de repatriação à pessoa
VIII - que tenha, comprovadamente, fraudado
em situação de refúgio ou de apatridia, de fato ou de
documentação ou prestado informação falsa por
direito, ao menor de 18 (dezoito) anos
ocasião da solicitação de visto; ou
desacompanhado ou separado de sua família, exceto
IX - que tenha praticado ato contrário aos princípios e nos casos em que se demonstrar favorável para a
objetivos dispostos na Constituição Federal. garantia de seus direitos ou para a reintegração a sua
família de origem, ou a quem necessite de acolhimento
humanitário, nem, em qualquer caso, medida de

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devolução para país ou região que possa apresentar Seção IV


risco à vida, à integridade pessoal ou à liberdade da
Da Expulsão
pessoa.
Art. 54. A expulsão consiste em medida administrativa
§ 5º (VETADO).
de retirada compulsória de migrante ou visitante do
Seção III território nacional, conjugada com o impedimento de
reingresso por prazo determinado.
Da Deportação
§ 1º Poderá dar causa à expulsão a condenação com
Art. 50. A deportação é medida decorrente de
sentença transitada em julgado relativa à prática de:
procedimento administrativo que consiste na retirada
compulsória de pessoa que se encontre em situação I - crime de genocídio, crime contra a humanidade,
migratória irregular em território nacional. crime de guerra ou crime de agressão, nos termos
definidos pelo Estatuto de Roma do Tribunal Penal
§ 1º A deportação será precedida de notificação pessoal
Internacional, de 1998, promulgado pelo Decreto nº
ao deportando, da qual constem, expressamente, as
4.388, de 25 de setembro de 2002 ; ou
irregularidades verificadas e prazo para a regularização
não inferior a 60 (sessenta) dias, podendo ser II - crime comum doloso passível de pena privativa de
prorrogado, por igual período, por despacho liberdade, consideradas a gravidade e as possibilidades
fundamentado e mediante compromisso de a pessoa de ressocialização em território nacional.
manter atualizadas suas informações domiciliares.
§ 2º Caberá à autoridade competente resolver sobre a
§ 2º A notificação prevista no § 1º não impede a livre expulsão, a duração do impedimento de reingresso e a
circulação em território nacional, devendo o suspensão ou a revogação dos efeitos da expulsão,
deportando informar seu domicílio e suas atividades. observado o disposto nesta Lei.
§ 3º Vencido o prazo do § 1º sem que se regularize a § 3º O processamento da expulsão em caso de crime
situação migratória, a deportação poderá ser comum não prejudicará a progressão de regime, o
executada. cumprimento da pena, a suspensão condicional do
processo, a comutação da pena ou a concessão de pena
§ 4º A deportação não exclui eventuais direitos
alternativa, de indulto coletivo ou individual, de anistia
adquiridos em relações contratuais ou decorrentes da
ou de quaisquer benefícios concedidos em igualdade de
lei brasileira.
condições ao nacional brasileiro.
§ 5º A saída voluntária de pessoa notificada para deixar
§ 4º O prazo de vigência da medida de impedimento
o País equivale ao cumprimento da notificação de
vinculada aos efeitos da expulsão será proporcional ao
deportação para todos os fins.
prazo total da pena aplicada e nunca será superior ao
§ 6º O prazo previsto no § 1º poderá ser reduzido nos dobro de seu tempo.
casos que se enquadrem no inciso IX do art. 45.
Art. 55. Não se procederá à expulsão quando:
Art. 51. Os procedimentos conducentes à deportação
I - a medida configurar extradição inadmitida pela
devem respeitar o contraditório e a ampla defesa e a
legislação brasileira;
garantia de recurso com efeito suspensivo.
II - o expulsando:
§ 1º A Defensoria Pública da União deverá ser
notificada, preferencialmente por meio eletrônico, para a) tiver filho brasileiro que esteja sob sua guarda ou
prestação de assistência ao deportando em todos os dependência econômica ou socioafetiva ou tiver pessoa
procedimentos administrativos de deportação. brasileira sob sua tutela;
§ 2º A ausência de manifestação da Defensoria Pública b) tiver cônjuge ou companheiro residente no Brasil,
da União, desde que prévia e devidamente notificada, sem discriminação alguma, reconhecido judicial ou
não impedirá a efetivação da medida de deportação legalmente;
Art. 52. Em se tratando de apátrida, o procedimento de c) tiver ingressado no Brasil até os 12 (doze) anos de
deportação dependerá de prévia autorização da idade, residindo desde então no País;
autoridade competente.
d) for pessoa com mais de 70 (setenta) anos que resida
Art. 53. Não se procederá à deportação se a medida no País há mais de 10 (dez) anos, considerados a
configurar extradição não admitida pela legislação gravidade e o fundamento da expulsão; ou
brasileira.
e) (VETADO).

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Art. 56. Regulamento definirá procedimentos para relativos à opção de nacionalidade, conforme
apresentação e processamento de pedidos de regulamento.
suspensão e de revogação dos efeitos das medidas de
Seção II
expulsão e de impedimento de ingresso e permanência
em território nacional. Das Condições da Naturalização
Art. 57. Regulamento disporá sobre condições especiais Art. 64. A naturalização pode ser:
de autorização de residência para viabilizar medidas de
I - ordinária;
ressocialização a migrante e a visitante em
cumprimento de penas aplicadas ou executadas em II - extraordinária;
território nacional.
III - especial; ou
Art. 58. No processo de expulsão serão garantidos o
IV - provisória.
contraditório e a ampla defesa.
Art. 65. Será concedida a naturalização ordinária àquele
§ 1º A Defensoria Pública da União será notificada da
que preencher as seguintes condições:
instauração de processo de expulsão, se não houver
defensor constituído. I - ter capacidade civil, segundo a lei brasileira;
§ 2º Caberá pedido de reconsideração da decisão sobre II - ter residência em território nacional, pelo prazo
a expulsão no prazo de 10 (dez) dias, a contar da mínimo de 4 (quatro) anos;
notificação pessoal do expulsando.
III - comunicar-se em língua portuguesa, consideradas as
Art. 59. Será considerada regular a situação migratória condições do naturalizando; e
do expulsando cujo processo esteja pendente de
IV - não possuir condenação penal ou estiver
decisão, nas condições previstas no art. 55.
reabilitado, nos termos da lei.
Art. 60. A existência de processo de expulsão não
Art. 66. O prazo de residência fixado no inciso II do caput
impede a saída voluntária do expulsando do País.
do art. 65 será reduzido para, no mínimo, 1 (um) ano se
Seção V o naturalizando preencher quaisquer das seguintes
condições:
Das Vedações
I - (VETADO);
Art. 61. Não se procederá à repatriação, à deportação
ou à expulsão coletivas. II - ter filho brasileiro;
Parágrafo único. Entende-se por repatriação, III - ter cônjuge ou companheiro brasileiro e não estar
deportação ou expulsão coletiva aquela que não dele separado legalmente ou de fato no momento de
individualiza a situação migratória irregular de cada concessão da naturalização;
pessoa.
IV - (VETADO);
Art. 62. Não se procederá à repatriação, à deportação
V - haver prestado ou poder prestar serviço relevante ao
ou à expulsão de nenhum indivíduo quando subsistirem
Brasil; ou
razões para acreditar que a medida poderá colocar em
risco a vida ou a integridade pessoal. VI - recomendar-se por sua capacidade profissional,
científica ou artística.
CAPÍTULO VI
Parágrafo único. O preenchimento das condições
Da Opção de Nacionalidade e da Naturalização
previstas nos incisos V e VI do caput será avaliado na
Seção I forma disposta em regulamento.
Da Opção de Nacionalidade Art. 67. A naturalização extraordinária será concedida a
pessoa de qualquer nacionalidade fixada no Brasil há
Art. 63. O filho de pai ou de mãe brasileiro nascido no
mais de 15 (quinze) anos ininterruptos e sem
exterior e que não tenha sido registrado em repartição
condenação penal, desde que requeira a nacionalidade
consular poderá, a qualquer tempo, promover ação de
brasileira.
opção de nacionalidade.
Art. 68. A naturalização especial poderá ser concedida
Parágrafo único. O órgão de registro deve informar
ao estrangeiro que se encontre em uma das seguintes
periodicamente à autoridade competente os dados
situações:

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I - seja cônjuge ou companheiro, há mais de 5 (cinco) Parágrafo único. O risco de geração de situação de
anos, de integrante do Serviço Exterior Brasileiro em apatridia será levado em consideração antes da
atividade ou de pessoa a serviço do Estado brasileiro no efetivação da perda da nacionalidade.
exterior; ou
Seção V
II - seja ou tenha sido empregado em missão
Da Reaquisição da Nacionalidade
diplomática ou em repartição consular do Brasil por
mais de 10 (dez) anos ininterruptos. Art. 76. O brasileiro que, em razão do previsto no inciso
II do § 4º do art. 12 da Constituição Federal , houver
Art. 69. São requisitos para a concessão da naturalização
perdido a nacionalidade, uma vez cessada a causa,
especial:
poderá readquiri-la ou ter o ato que declarou a perda
I - ter capacidade civil, segundo a lei brasileira; revogado, na forma definida pelo órgão competente do
Poder Executivo.
II - comunicar-se em língua portuguesa, consideradas as
condições do naturalizando; e CAPÍTULO VII
III - não possuir condenação penal ou estiver reabilitado, Do Emigrante
nos termos da lei.
Seção I
Art. 70. A naturalização provisória poderá ser concedida
Das Políticas Públicas para os Emigrantes
ao migrante criança ou adolescente que tenha fixado
residência em território nacional antes de completar 10 Art. 77. As políticas públicas para os emigrantes
(dez) anos de idade e deverá ser requerida por observarão os seguintes princípios e diretrizes:
intermédio de seu representante legal.
I - proteção e prestação de assistência consular por meio
Parágrafo único. A naturalização prevista no caput será das representações do Brasil no exterior;
convertida em definitiva se o naturalizando
II - promoção de condições de vida digna, por meio,
expressamente assim o requerer no prazo de 2 (dois)
entre outros, da facilitação do registro consular e da
anos após atingir a maioridade.
prestação de serviços consulares relativos às áreas de
Art. 71. O pedido de naturalização será apresentado e educação, saúde, trabalho, previdência social e cultura;
processado na forma prevista pelo órgão competente
III - promoção de estudos e pesquisas sobre os
do Poder Executivo, sendo cabível recurso em caso de
emigrantes e as comunidades de brasileiros no exterior,
denegação.
a fim de subsidiar a formulação de políticas públicas;
§ 1º No curso do processo de naturalização, o
IV - atuação diplomática, nos âmbitos bilateral, regional
naturalizando poderá requerer a tradução ou a
e multilateral, em defesa dos direitos do emigrante
adaptação de seu nome à língua portuguesa.
brasileiro, conforme o direito internacional
§ 2º Será mantido cadastro com o nome traduzido ou
V - ação governamental integrada, com a participação
adaptado associado ao nome anterior.
de órgãos do governo com atuação nas áreas temáticas
Art. 72. No prazo de até 1 (um) ano após a concessão da mencionadas nos incisos I, II, III e IV, visando a assistir as
naturalização, deverá o naturalizado comparecer comunidades brasileiras no exterior; e
perante a Justiça Eleitoral para o devido cadastramento.
VI - esforço permanente de desburocratização,
Seção III atualização e modernização do sistema de atendimento,
com o objetivo de aprimorar a assistência ao emigrante.
Dos Efeitos da Naturalização
Seção II
Art. 73. A naturalização produz efeitos após a publicação
no Diário Oficial do ato de naturalização. Dos Direitos do Emigrante
Art. 74. (VETADO). Art. 78. Todo emigrante que decida retornar ao Brasil
com ânimo de residência poderá introduzir no País, com
Seção IV
isenção de direitos de importação e de taxas
Da Perda da Nacionalidade aduaneiras, os bens novos ou usados que um viajante,
em compatibilidade com as circunstâncias de sua
Art. 75. O naturalizado perderá a nacionalidade em
viagem, puder destinar para seu uso ou consumo
razão de condenação transitada em julgado por
pessoal e profissional, sempre que, por sua quantidade,
atividade nociva ao interesse nacional, nos termos do
natureza ou variedade, não permitam presumir
inciso I do § 4º do art. 12 da Constituição Federal .

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importação ou exportação com fins comerciais ou VII - o fato constituir crime político ou de opinião;
industriais.
VIII - o extraditando tiver de responder, no Estado
Art. 79. Em caso de ameaça à paz social e à ordem requerente, perante tribunal ou juízo de exceção; ou
pública por grave ou iminente instabilidade institucional
IX - o extraditando for beneficiário de refúgio, nos
ou de calamidade de grande proporção na natureza,
termos da Lei nº 9.474, de 22 de julho de 1997 , ou de
deverá ser prestada especial assistência ao emigrante
asilo territorial.
pelas representações brasileiras no exterior.
§ 1º A previsão constante do inciso VII do caput não
Art. 80. O tripulante brasileiro contratado por
impedirá a extradição quando o fato constituir,
embarcação ou armadora estrangeira, de cabotagem ou
principalmente, infração à lei penal comum ou quando
a longo curso e com sede ou filial no Brasil, que explore
o crime comum, conexo ao delito político, constituir o
economicamente o mar territorial e a costa brasileira
fato principal.
terá direito a seguro a cargo do contratante, válido para
todo o período da contratação, conforme o disposto no § 2º Caberá à autoridade judiciária competente a
Registro de Embarcações Brasileiras (REB), contra apreciação do caráter da infração.
acidente de trabalho, invalidez total ou parcial e morte,
§ 3º Para determinação da incidência do disposto no
sem prejuízo de benefícios de apólice mais favorável
inciso I, será observada, nos casos de aquisição de outra
vigente no exterior.
nacionalidade por naturalização, a anterioridade do fato
CAPÍTULO VIII gerador da extradição.
Das Medidas De Cooperação § 4º O Supremo Tribunal Federal poderá deixar de
considerar crime político o atentado contra chefe de
Seção I
Estado ou quaisquer autoridades, bem como crime
Da Extradição contra a humanidade, crime de guerra, crime de
genocídio e terrorismo.
Art. 81. A extradição é a medida de cooperação
internacional entre o Estado brasileiro e outro Estado § 5º Admite-se a extradição de brasileiro naturalizado,
pela qual se concede ou solicita a entrega de pessoa nas hipóteses previstas na Constituição Federal.
sobre quem recaia condenação criminal definitiva ou
Art. 83. São condições para concessão da extradição:
para fins de instrução de processo penal em curso.
I - ter sido o crime cometido no território do Estado
§ 1º A extradição será requerida por via diplomática ou
requerente ou serem aplicáveis ao extraditando as leis
pelas autoridades centrais designadas para esse fim.
penais desse Estado; e
§ 2º A extradição e sua rotina de comunicação serão
II - estar o extraditando respondendo a processo
realizadas pelo órgão competente do Poder Executivo
investigatório ou a processo penal ou ter sido
em coordenação com as autoridades judiciárias e
condenado pelas autoridades judiciárias do Estado
policiais competentes.
requerente a pena privativa de liberdade.
Art. 82. Não se concederá a extradição quando:
Art. 84. Em caso de urgência, o Estado interessado na
I - o indivíduo cuja extradição é solicitada ao Brasil for extradição poderá, previamente ou conjuntamente com
brasileiro nato; a formalização do pedido extradicional, requerer, por
via diplomática ou por meio de autoridade central do
II - o fato que motivar o pedido não for considerado
Poder Executivo, prisão cautelar com o objetivo de
crime no Brasil ou no Estado requerente;
assegurar a executoriedade da medida de extradição
III - o Brasil for competente, segundo suas leis, para que, após exame da presença dos pressupostos formais
julgar o crime imputado ao extraditando; de admissibilidade exigidos nesta Lei ou em tratado,
deverá representar à autoridade judicial competente,
IV - a lei brasileira impuser ao crime pena de prisão
ouvido previamente o Ministério Público Federal.
inferior a 2 (dois) anos;
§ 1º O pedido de prisão cautelar deverá conter
V - o extraditando estiver respondendo a processo ou já
informação sobre o crime cometido e deverá ser
houver sido condenado ou absolvido no Brasil pelo
fundamentado, podendo ser apresentado por correio,
mesmo fato em que se fundar o pedido;
fax, mensagem eletrônica ou qualquer outro meio que
VI - a punibilidade estiver extinta pela prescrição, assegure a comunicação por escrito.
segundo a lei brasileira ou a do Estado requerente;

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§ 2º O pedido de prisão cautelar poderá ser transmitido do documento de viagem ou outras medidas cautelares
à autoridade competente para extradição no Brasil por necessárias, até o julgamento da extradição ou a
meio de canal estabelecido com o ponto focal da entrega do extraditando, se pertinente, considerando a
Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) situação administrativa migratória, os antecedentes do
no País, devidamente instruído com a documentação extraditando e as circunstâncias do caso.
comprobatória da existência de ordem de prisão
Art. 87. O extraditando poderá entregar-se
proferida por Estado estrangeiro, e, em caso de
voluntariamente ao Estado requerente, desde que o
ausência de tratado, com a promessa de reciprocidade
declare expressamente, esteja assistido por advogado e
recebida por via diplomática.
seja advertido de que tem direito ao processo judicial de
§ 3º Efetivada a prisão do extraditando, o pedido de extradição e à proteção que tal direito encerra, caso em
extradição será encaminhado à autoridade judiciária que o pedido será decidido pelo Supremo Tribunal
competente. Federal.
§ 4º Na ausência de disposição específica em tratado, o Art. 88. Todo pedido que possa originar processo de
Estado estrangeiro deverá formalizar o pedido de extradição em face de Estado estrangeiro deverá ser
extradição no prazo de 60 (sessenta) dias, contado da encaminhado ao órgão competente do Poder Executivo
data em que tiver sido cientificado da prisão do diretamente pelo órgão do Poder Judiciário responsável
extraditando. pela decisão ou pelo processo penal que a fundamenta.
§ 5º Caso o pedido de extradição não seja apresentado § 1º Compete a órgão do Poder Executivo o papel de
no prazo previsto no § 4º, o extraditando deverá ser orientação, de informação e de avaliação dos elementos
posto em liberdade, não se admitindo novo pedido de formais de admissibilidade dos processos preparatórios
prisão cautelar pelo mesmo fato sem que a extradição para encaminhamento ao Estado requerido.
tenha sido devidamente requerida.
§ 2º Compete aos órgãos do sistema de Justiça
§ 6º A prisão cautelar poderá ser prorrogada até o vinculados ao processo penal gerador de pedido de
julgamento final da autoridade judiciária competente extradição a apresentação de todos os documentos,
quanto à legalidade do pedido de extradição. manifestações e demais elementos necessários para o
processamento do pedido, inclusive suas traduções
Art. 85. Quando mais de um Estado requerer a
oficiais.
extradição da mesma pessoa, pelo mesmo fato, terá
preferência o pedido daquele em cujo território a § 3º O pedido deverá ser instruído com cópia autêntica
infração foi cometida. ou com o original da sentença condenatória ou da
decisão penal proferida, conterá indicações precisas
§ 1º Em caso de crimes diversos, terá preferência,
sobre o local, a data, a natureza e as circunstâncias do
sucessivamente:
fato criminoso e a identidade do extraditando e será
I - o Estado requerente em cujo território tenha sido acompanhado de cópia dos textos legais sobre o crime,
cometido o crime mais grave, segundo a lei brasileira; a competência, a pena e a prescrição.
II - o Estado que em primeiro lugar tenha pedido a § 4º O encaminhamento do pedido de extradição ao
entrega do extraditando, se a gravidade dos crimes for órgão competente do Poder Executivo confere
idêntica; autenticidade aos documentos.
III - o Estado de origem, ou, em sua falta, o domiciliar do Art. 89. O pedido de extradição originado de Estado
extraditando, se os pedidos forem simultâneos. estrangeiro será recebido pelo órgão competente do
Poder Executivo e, após exame da presença dos
§ 2º Nos casos não previstos nesta Lei, o órgão
pressupostos formais de admissibilidade exigidos nesta
competente do Poder Executivo decidirá sobre a
Lei ou em tratado, encaminhado à autoridade judiciária
preferência do pedido, priorizando o Estado requerente
competente.
que mantiver tratado de extradição com o Brasil.
Parágrafo único. Não preenchidos os pressupostos
§ 3º Havendo tratado com algum dos Estados
referidos no caput , o pedido será arquivado mediante
requerentes, prevalecerão suas normas no que diz
decisão fundamentada, sem prejuízo da possibilidade
respeito à preferência de que trata este artigo.
de renovação do pedido, devidamente instruído, uma
Art. 86. O Supremo Tribunal Federal, ouvido o vez superado o óbice apontado.
Ministério Público, poderá autorizar prisão albergue ou
Art. 90. Nenhuma extradição será concedida sem prévio
domiciliar ou determinar que o extraditando responda
pronunciamento do Supremo Tribunal Federal sobre
ao processo de extradição em liberdade, com retenção

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sua legalidade e procedência, não cabendo recurso da Art. 96. Não será efetivada a entrega do extraditando
decisão. sem que o Estado requerente assuma o compromisso
de:
Art. 91. Ao receber o pedido, o relator designará dia e
hora para o interrogatório do extraditando e, conforme I - não submeter o extraditando a prisão ou processo por
o caso, nomear-lhe-á curador ou advogado, se não o fato anterior ao pedido de extradição;
tiver.
II - computar o tempo da prisão que, no Brasil, foi
§ 1º A defesa, a ser apresentada no prazo de 10 (dez) imposta por força da extradição;
dias contado da data do interrogatório, versará sobre a
III - comutar a pena corporal, perpétua ou de morte em
identidade da pessoa reclamada, defeito de forma de
pena privativa de liberdade, respeitado o limite máximo
documento apresentado ou ilegalidade da extradição.
de cumprimento de 30 (trinta) anos;
§ 2º Não estando o processo devidamente instruído, o
IV - não entregar o extraditando, sem consentimento do
Tribunal, a requerimento do órgão do Ministério Público
Brasil, a outro Estado que o reclame;
Federal correspondente, poderá converter o
julgamento em diligência para suprir a falta. V - não considerar qualquer motivo político para agravar
a pena; e
§ 3º Para suprir a falta referida no § 2º, o Ministério
Público Federal terá prazo improrrogável de 60 VI - não submeter o extraditando a tortura ou a outros
(sessenta) dias, após o qual o pedido será julgado tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou
independentemente da diligência. degradantes.
§ 4º O prazo referido no § 3º será contado da data de Art. 97. A entrega do extraditando, de acordo com as leis
notificação à missão diplomática do Estado requerente. brasileiras e respeitado o direito de terceiro, será feita
com os objetos e instrumentos do crime encontrados
Art. 92. Julgada procedente a extradição e autorizada a
em seu poder.
entrega pelo órgão competente do Poder Executivo,
será o ato comunicado por via diplomática ao Estado Parágrafo único. Os objetos e instrumentos referidos
requerente, que, no prazo de 60 (sessenta) dias da neste artigo poderão ser entregues
comunicação, deverá retirar o extraditando do território independentemente da entrega do extraditando.
nacional.
Art. 98. O extraditando que, depois de entregue ao
Art. 93. Se o Estado requerente não retirar o Estado requerente, escapar à ação da Justiça e homiziar-
extraditando do território nacional no prazo previsto no se no Brasil, ou por ele transitar, será detido mediante
art. 92, será ele posto em liberdade, sem prejuízo de pedido feito diretamente por via diplomática ou pela
outras medidas aplicáveis. Interpol e novamente entregue, sem outras
formalidades.
Art. 94. Negada a extradição em fase judicial, não se
admitirá novo pedido baseado no mesmo fato. Art. 99. Salvo motivo de ordem pública, poderá ser
permitido, pelo órgão competente do Poder Executivo,
Art. 95. Quando o extraditando estiver sendo
o trânsito no território nacional de pessoa extraditada
processado ou tiver sido condenado, no Brasil, por
por Estado estrangeiro, bem como o da respectiva
crime punível com pena privativa de liberdade, a
guarda, mediante apresentação de documento
extradição será executada somente depois da conclusão
comprobatório de concessão da medida.
do processo ou do cumprimento da pena, ressalvadas as
hipóteses de liberação antecipada pelo Poder Judiciário Seção II
e de determinação da transferência da pessoa
Da Transferência de Execução da Pena
condenada.
Art. 100. Nas hipóteses em que couber solicitação de
§ 1º A entrega do extraditando será igualmente adiada
extradição executória, a autoridade competente poderá
se a efetivação da medida puser em risco sua vida em
solicitar ou autorizar a transferência de execução da
virtude de enfermidade grave comprovada por laudo
pena, desde que observado o princípio do non bis in
médico oficial.
idem .
§ 2º Quando o extraditando estiver sendo processado
Parágrafo único. Sem prejuízo do disposto no Decreto-
ou tiver sido condenado, no Brasil, por infração de
Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal) ,
menor potencial ofensivo, a entrega poderá ser
a transferência de execução da pena será possível
imediatamente efetivada.
quando preenchidos os seguintes requisitos:

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I - o condenado em território estrangeiro for nacional ou no território da outra parte que justifique a
tiver residência habitual ou vínculo pessoal no Brasil; transferência;
II - a sentença tiver transitado em julgado; II - a sentença tiver transitado em julgado;
III - a duração da condenação a cumprir ou que restar III - a duração da condenação a cumprir ou que restar
para cumprir for de, pelo menos, 1 (um) ano, na data de para cumprir for de, pelo menos, 1 (um) ano, na data de
apresentação do pedido ao Estado da condenação; apresentação do pedido ao Estado da condenação;
IV - o fato que originou a condenação constituir infração IV - o fato que originou a condenação constituir infração
penal perante a lei de ambas as partes; e penal perante a lei de ambos os Estados;
V - houver tratado ou promessa de reciprocidade. V - houver manifestação de vontade do condenado ou,
quando for o caso, de seu representante; e
Art. 101. O pedido de transferência de execução da pena
de Estado estrangeiro será requerido por via VI - houver concordância de ambos os Estados.
diplomática ou por via de autoridades centrais.
Art. 105. A forma do pedido de transferência de pessoa
§ 1º O pedido será recebido pelo órgão competente do condenada e seu processamento serão definidos em
Poder Executivo e, após exame da presença dos regulamento.
pressupostos formais de admissibilidade exigidos nesta
§ 1º Nos casos previstos nesta Seção, a execução penal
Lei ou em tratado, encaminhado ao Superior Tribunal de
será de competência da Justiça Federal.
Justiça para decisão quanto à homologação.
§ 2º Não se procederá à transferência quando
§ 2º Não preenchidos os pressupostos referidos no § 1º,
inadmitida a extradição.
o pedido será arquivado mediante decisão
fundamentada, sem prejuízo da possibilidade de § 3º (VETADO).
renovação do pedido, devidamente instruído, uma vez
CAPÍTULO IX
superado o óbice apontado.
Das Infrações e das Penalidades Administrativas
Art. 102. A forma do pedido de transferência de
execução da pena e seu processamento serão definidos Art. 106. Regulamento disporá sobre o procedimento de
em regulamento. apuração das infrações administrativas e seu
processamento e sobre a fixação e a atualização das
Parágrafo único. Nos casos previstos nesta Seção, a
multas, em observância ao disposto nesta Lei.
execução penal será de competência da Justiça Federal.
Art. 107. As infrações administrativas previstas neste
Seção III
Capítulo serão apuradas em processo administrativo
Da Transferência de Pessoa Condenada próprio, assegurados o contraditório e a ampla defesa e
observadas as disposições desta Lei.
Art. 103. A transferência de pessoa condenada poderá
ser concedida quando o pedido se fundamentar em § 1º O cometimento simultâneo de duas ou mais
tratado ou houver promessa de reciprocidade. infrações importará cumulação das sanções cabíveis,
respeitados os limites estabelecidos nos incisos V e VI
§ 1º O condenado no território nacional poderá ser
do art. 108.
transferido para seu país de nacionalidade ou país em
que tiver residência habitual ou vínculo pessoal, desde § 2º A multa atribuída por dia de atraso ou por excesso
que expresse interesse nesse sentido, a fim de cumprir de permanência poderá ser convertida em redução
pena a ele imposta pelo Estado brasileiro por sentença equivalente do período de autorização de estada para o
transitada em julgado. visto de visita, em caso de nova entrada no País.
§ 2º A transferência de pessoa condenada no Brasil Art. 108. O valor das multas tratadas neste Capítulo
pode ser concedida juntamente com a aplicação de considerará:
medida de impedimento de reingresso em território
I - as hipóteses individualizadas nesta Lei;
nacional, na forma de regulamento.
II - a condição econômica do infrator, a reincidência e a
Art. 104. A transferência de pessoa condenada será
gravidade da infração;
possível quando preenchidos os seguintes requisitos:
III - a atualização periódica conforme estabelecido em
I - o condenado no território de uma das partes for
regulamento;
nacional ou tiver residência habitual ou vínculo pessoal

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IV - o valor mínimo individualizável de R$ 100,00 (cem situação de hipossuficiência do migrante ou do


reais); visitante.
V - o valor mínimo de R$ 100,00 (cem reais) e o máximo CAPÍTULO X
de R$ 10.000,00 (dez mil reais) para infrações cometidas
Disposições Finais e Transitórias
por pessoa física;
Art. 111. Esta Lei não prejudica direitos e obrigações
VI - o valor mínimo de R$ 1.000,00 (mil reais) e o máximo
estabelecidos por tratados vigentes no Brasil e que
de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) para infrações
sejam mais benéficos ao migrante e ao visitante, em
cometidas por pessoa jurídica, por ato infracional.
particular os tratados firmados no âmbito do Mercosul.
Art. 109. Constitui infração, sujeitando o infrator às
Art. 112. As autoridades brasileiras serão tolerantes
seguintes sanções:
quanto ao uso do idioma do residente fronteiriço e do
I - entrar em território nacional sem estar autorizado: imigrante quando eles se dirigirem a órgãos ou
repartições públicas para reclamar ou reivindicar os
Sanção: deportação, caso não saia do País ou não
direitos decorrentes desta Lei.
regularize a situação migratória no prazo fixado;
Art. 113. As taxas e emolumentos consulares são fixados
II - permanecer em território nacional depois de
em conformidade com a tabela anexa a esta Lei.
esgotado o prazo legal da documentação migratória:
§ 1º Os valores das taxas e emolumentos consulares
Sanção: multa por dia de excesso e deportação, caso
poderão ser ajustados pelo órgão competente da
não saia do País ou não regularize a situação migratória
administração pública federal, de forma a preservar o
no prazo fixado;
interesse nacional ou a assegurar a reciprocidade de
III - deixar de se registrar, dentro do prazo de 90 tratamento.
(noventa) dias do ingresso no País, quando for
§ 2º Não serão cobrados emolumentos consulares pela
obrigatória a identificação civil:
concessão de:
Sanção: multa;
I - vistos diplomáticos, oficiais e de cortesia; e
IV - deixar o imigrante de se registrar, para efeito de
II - vistos em passaportes diplomáticos, oficiais ou de
autorização de residência, dentro do prazo de 30 (trinta)
serviço, ou equivalentes, mediante reciprocidade de
dias, quando orientado a fazê-lo pelo órgão
tratamento a titulares de documento de viagem similar
competente:
brasileiro.
Sanção: multa por dia de atraso;
§ 3º Não serão cobrados taxas e emolumentos
V - transportar para o Brasil pessoa que esteja sem consulares pela concessão de vistos ou para a obtenção
documentação migratória regular: de documentos para regularização migratória aos
integrantes de grupos vulneráveis e indivíduos em
Sanção: multa por pessoa transportada;
condição de hipossuficiência econômica.
VI - deixar a empresa transportadora de atender a
§ 4º (VETADO).
compromisso de manutenção da estada ou de
promoção da saída do território nacional de quem tenha Art. 114. Regulamento poderá estabelecer competência
sido autorizado a ingresso condicional no Brasil por não para órgãos do Poder Executivo disciplinarem aspectos
possuir a devida documentação migratória: específicos desta Lei.
Sanção: multa;
VII - furtar-se ao controle migratório, na entrada ou Art. 115. O Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
saída do território nacional: 1940 (Código Penal) , passa a vigorar acrescido do
seguinte art. 232-A:
Sanção: multa.
“ Promoção de migração ilegal
Art. 110. As penalidades aplicadas serão objeto de
pedido de reconsideração e de recurso, nos termos de Art. 232-A. Promover, por qualquer meio, com o fim de
regulamento. obter vantagem econômica, a entrada ilegal de
estrangeiro em território nacional ou de brasileiro em
Parágrafo único. Serão respeitados o contraditório, a
país estrangeiro:
ampla defesa e a garantia de recurso, assim como a
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

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§ 1º Na mesma pena incorre quem promover, por Art. 123. Ninguém será privado de sua liberdade por
qualquer meio, com o fim de obter vantagem razões migratórias, exceto nos casos previstos nesta Lei.
econômica, a saída de estrangeiro do território nacional
Art. 124. Revogam-se:
para ingressar ilegalmente em país estrangeiro.
I - a Lei nº 818, de 18 de setembro de 1949 ; e
§ 2º A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um
terço) se: II - a Lei nº 6.815, de 19 de agosto de 1980 (Estatuto do
Estrangeiro) .
I - o crime é cometido com violência; ou
Art. 125. Esta Lei entra em vigor após decorridos 180
II - a vítima é submetida a condição desumana ou
(cento e oitenta) dias de sua publicação oficial.
degradante.
Brasília, 24 de maio de 2017; 196º da Independência e
§ 3º A pena prevista para o crime será aplicada sem
129º da República.
prejuízo das correspondentes às infrações conexas.”
MICHEL TEMER
Art. 116. (VETADO).
Osmar Serraglio
Art. 117. O documento conhecido por Registro Nacional
de Estrangeiro passa a ser denominado Registro Aloysio Nunes Ferreira Filho
Nacional Migratório.
Henrique Meirelles
Art. 118. (VETADO).
Eliseu Padilha
Art. 119. O visto emitido até a data de entrada em vigor
Sergio Westphalen Etchegoyen26/05/2017
desta Lei poderá ser utilizado até a data prevista de
expiração de sua validade, podendo ser transformado Grace Maria Fernandes Mendonça
ou ter seu prazo de estada prorrogado, nos termos de
Este texto não substitui o publicado no DOU de
regulamento.
25.5.2017
Art. 120. A Política Nacional de Migrações, Refúgio e
ANEXO
Apatridia terá a finalidade de coordenar e articular
ações setoriais implementadas pelo Poder Executivo Tabela de Taxas e Emolumentos Consulares (art.113)
federal em regime de cooperação com os Estados, o
Disponível em:
Distrito Federal e os Municípios, com participação de
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
organizações da sociedade civil, organismos
2018/2017/lei/l13445.htm
internacionais e entidades privadas, conforme
regulamento.
§ 1º Ato normativo do Poder Executivo federal poderá
DIREITO CONSTITUCIONAL
definir os objetivos, a organização e a estratégia de
coordenação da Política Nacional de Migrações, Refúgio
e Apatridia.
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA
§ 2º Ato normativo do Poder Executivo federal poderá FEDERATIVA DO BRASIL / 1988
estabelecer planos nacionais e outros instrumentos
para a efetivação dos objetivos desta Lei e a PREÂMBULO
coordenação entre órgãos e colegiados setoriais. Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em
§ 3º Com vistas à formulação de políticas públicas, Assembleia Nacional Constituinte para instituir um
deverá ser produzida informação quantitativa e Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício
qualitativa, de forma sistemática, sobre os migrantes, dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a
com a criação de banco de dados. segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a
igualdade e a justiça como valores supremos de uma
Art. 121. Na aplicação desta Lei, devem ser observadas sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos,
as disposições da Lei nº 9.474, de 22 de julho de 1997 , fundada na harmonia social e comprometida, na ordem
nas situações que envolvam refugiados e solicitantes de interna e internacional, com a solução pacífica das
refúgio. controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a
Art. 122. A aplicação desta Lei não impede o tratamento seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO
mais favorável assegurado por tratado em que a BRASIL.
República Federativa do Brasil seja parte. TÍTULO I

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Dos Princípios Fundamentais formação de uma comunidade latino-americana de


nações.
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela
união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito TÍTULO II
Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito
Dos Direitos e Garantias Fundamentais
e tem como fundamentos:
CAPÍTULO I
I - a soberania;
Dos Direitos E Deveres Individuais e Coletivos
II - a cidadania
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
III - a dignidade da pessoa humana;
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
V - o pluralismo político.
propriedade, nos termos seguintes:
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o
I - homens e mulheres são iguais em direitos e
exerce por meio de representantes eleitos ou
obrigações, nos termos desta Constituição;
diretamente, nos termos desta Constituição.
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
Art. 2º São Poderes da União, independentes e
alguma coisa senão em virtude de lei;
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o
Judiciário. III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento
desumano ou degradante;
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República
Federativa do Brasil: IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo
vedado o anonimato;
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao
II - garantir o desenvolvimento nacional;
agravo, além da indenização por dano material, moral
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as ou à imagem;
desigualdades sociais e regionais;
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença,
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de
de discriminação. culto e a suas liturgias;
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de
relações internacionais pelos seguintes princípios: assistência religiosa nas entidades civis e militares de
internação coletiva;
I - independência nacional;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de
II - prevalência dos direitos humanos;
crença religiosa ou de convicção filosófica ou política,
III - autodeterminação dos povos; salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a
todos imposta e recusar-se a cumprir prestação
IV - não-intervenção;
alternativa, fixada em lei;
V - igualdade entre os Estados;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística,
VI - defesa da paz; científica e de comunicação, independentemente de
censura ou licença;
VII - solução pacífica dos conflitos;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
e a imagem das pessoas, assegurado o direito a
IX - cooperação entre os povos para o progresso da indenização pelo dano material ou moral decorrente de
humanidade; sua violação;
X - concessão de asilo político. XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela
podendo penetrar sem consentimento do morador,
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil
salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para
buscará a integração econômica, política, social e
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação
cultural dos povos da América Latina, visando à
judicial;

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XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios
comunicações telegráficas, de dados e das de financiar o seu desenvolvimento;
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de
ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei
utilização, publicação ou reprodução de suas obras,
estabelecer para fins de investigação criminal ou
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
instrução processual penal;
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou
profissão, atendidas as qualificações profissionais que a a) a proteção às participações individuais em obras
lei estabelecer; coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas,
inclusive nas atividades desportivas;
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e
resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao b) o direito de fiscalização do aproveitamento
exercício profissional; econômico das obras que criarem ou de que
participarem aos criadores, aos intérpretes e às
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo
respectivas representações sindicais e associativas;
de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei,
nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos
industriais privilégio temporário para sua utilização,
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas,
bem como proteção às criações industriais, à
em locais abertos ao público, independentemente de
propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a
autorização, desde que não frustrem outra reunião
outros signos distintivos, tendo em vista o interesse
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo
social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do
apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
País;
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos,
XXX - é garantido o direito de herança;
vedada a de caráter paramilitar;
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de
País será regulada pela lei brasileira em benefício do
cooperativas independem de autorização, sendo
cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes
vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus";
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do
dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão
consumidor;
judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em
julgado; XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos
informações de seu interesse particular, ou de interesse
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei,
permanecer associado;
sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo
XXI - as entidades associativas, quando expressamente sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do
autorizadas, têm legitimidade para representar seus Estado;
filiados judicial ou extrajudicialmente;
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente
XXII - é garantido o direito de propriedade; do pagamento de taxas:
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa
de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para
desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou b) a obtenção de certidões em repartições públicas,
por interesse social, mediante justa e prévia indenização para defesa de direitos e esclarecimento de situações de
em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta interesse pessoal;
Constituição;
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade Judiciário lesão ou ameaça a direito;
competente poderá usar de propriedade particular,
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato
assegurada ao proprietário indenização ulterior, se
jurídico perfeito e a coisa julgada;
houver dano;
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em
lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a
de penhora para pagamento de débitos decorrentes de organização que lhe der a lei, assegurados:

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a) a plenitude de defesa; XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos


distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e
b) o sigilo das votações;
o sexo do apenado;
c) a soberania dos veredictos;
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos física e moral;
contra a vida;
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem possam permanecer com seus filhos durante o período
pena sem prévia cominação legal; de amamentação;
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o
réu; naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes
da naturalização, ou de comprovado envolvimento em
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma
direitos e liberdades fundamentais;
da lei;
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por
imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da
crime político ou de opinião;
lei;
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e
pela autoridade competente;
insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens
terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por sem o devido processo legal;
eles respondendo os mandantes, os executores e os
LV - aos litigantes, em processo judicial ou
que, podendo evitá-los, se omitirem;
administrativo, e aos acusados em geral são
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação assegurados o contraditório e ampla defesa, com os
de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem meios e recursos a ela inerentes;
constitucional e o Estado Democrático;
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, por meios ilícitos;
podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito
do perdimento de bens ser, nos termos da lei,
em julgado de sentença penal condenatória;
estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até
o limite do valor do patrimônio transferido; LVIII - o civilmente identificado não será submetido a
identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará,
lei;
entre outras, as seguintes:
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação
a) privação ou restrição da liberdade;
pública, se esta não for intentada no prazo legal;
b) perda de bens;
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos
c) multa; processuais quando a defesa da intimidade ou o
interesse social o exigirem;
d) prestação social alternativa;
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou
e) suspensão ou interdição de direitos;
por ordem escrita e fundamentada de autoridade
XLVII - não haverá penas: judiciária competente, salvo nos casos de transgressão
militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos
termos do art. 84, XIX; LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se
encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
b) de caráter perpétuo;
competente e à família do preso ou à pessoa por ele
c) de trabalhos forçados; indicada;
d) de banimento; LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os
quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a
e) cruéis;
assistência da família e de advogado;

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LXIV - o preso tem direito à identificação dos comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus
responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório da sucumbência;
policial;
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela gratuita aos que comprovarem insuficiência de
autoridade judiciária; recursos;
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro
quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo
fiança; fixado na sentença;
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres,
responsável pelo inadimplemento voluntário e na forma da lei: (Vide Lei nº 7.844, de 1989)
inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário
a) o registro civil de nascimento;
infiel;
b) a certidão de óbito;
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que
alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência LXXVII - são gratuitas as ações de habeas
ou coação em sua liberdade de locomoção, por corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos
ilegalidade ou abuso de poder; necessários ao exercício da cidadania.
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são
proteger direito líquido e certo, não amparado assegurados a razoável duração do processo e os meios
por habeas corpus ou habeas data, quando o que garantam a celeridade de sua tramitação. (Incluído
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias
exercício de atribuições do Poder Público;
fundamentais têm aplicação imediata.
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição
impetrado por:
não excluem outros decorrentes do regime e dos
a) partido político com representação no Congresso princípios por ela adotados, ou dos tratados
Nacional; internacionais em que a República Federativa do Brasil
seja parte.
b) organização sindical, entidade de classe ou
associação legalmente constituída e em funcionamento § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre
há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa
seus membros ou associados; do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos
dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que
às emendas constitucionais. (Incluído pela Emenda
a falta de norma regulamentadora torne inviável o
Constitucional nº 45, de 2004)
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal
cidadania; Internacional a cuja criação tenha manifestado
adesão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
LXXII - conceder-se-á habeas data:
2004)
a) para assegurar o conhecimento de informações
CAPÍTULO II
relativas à pessoa do impetrante, constantes de
registros ou bancos de dados de entidades Dos Direitos Sociais
governamentais ou de caráter público;
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a
b) para a retificação de dados, quando não se prefira alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o
fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
maternidade e à infância, a assistência aos
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor
desamparados, na forma desta Constituição. (Redação
ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio
dada pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015)
público ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais,
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo além de outros que visem à melhoria de sua condição
social:

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I - relação de emprego protegida contra despedida XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do
arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei salário, com a duração de cento e vinte dias;
complementar, que preverá indenização
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
compensatória, dentre outros direitos;
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher,
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego
mediante incentivos específicos, nos termos da lei;
involuntário;
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço,
III - fundo de garantia do tempo de serviço;
sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;
IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio
unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais
de normas de saúde, higiene e segurança;
básicas e às de sua família com moradia, alimentação,
educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e XXIII - adicional de remuneração para as atividades
previdência social, com reajustes periódicos que lhe penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;
preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua
XXIV - aposentadoria;
vinculação para qualquer fim;
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes
V - piso salarial proporcional à extensão e à
desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em
complexidade do trabalho;
creches e pré-escolas; (Redação dada pela Emenda
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em Constitucional nº 53, de 2006)
convenção ou acordo coletivo;
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para coletivos de trabalho;
os que percebem remuneração variável;
XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do
integral ou no valor da aposentadoria;
empregador, sem excluir a indenização a que este está
IX – remuneração do trabalho noturno superior à do obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
diurno;
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco
crime sua retenção dolosa; anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite
de dois anos após a extinção do contrato de
XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada
trabalho; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
da remuneração, e, excepcionalmente, participação na
28, de 25/05/2000)
gestão da empresa, conforme definido em lei;
a) (Revogada).
XII - salário-família pago em razão do dependente do
trabalhador de baixa renda nos termos da lei; (Redação b) (Revogada).
dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito funções e de critério de admissão por motivo de sexo,
horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a idade, cor ou estado civil;
compensação de horários e a redução da jornada,
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a
mediante acordo ou convenção coletiva de
salário e critérios de admissão do trabalhador portador
trabalho; (vide Decreto-Lei nº 5.452, de 1943)
de deficiência;
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual,
turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação
técnico e intelectual ou entre os profissionais
coletiva;
respectivos;
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou
aos domingos;
insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, a menores de dezesseis anos, salvo na condição de
no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal; (Vide aprendiz, a partir de quatorze anos; (Redação dada pela
Del 5.452, art. 59 § 1º) Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo
menos, um terço a mais do que o salário normal;

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XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos
vínculo empregatício permanente e o trabalhador trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-
avulso. lo e sobre os interesses que devam por meio dele
defender.
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos
trabalhadores domésticos os direitos previstos nos § 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e
incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, disporá sobre o atendimento das necessidades
XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as inadiáveis da comunidade.
condições estabelecidas em lei e observada a
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às
simplificação do cumprimento das obrigações
penas da lei.
tributárias, principais e acessórias, decorrentes da
relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e
nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em
integração à previdência social. (Redação dada pela que seus interesses profissionais ou previdenciários
Emenda Constitucional nº 72, de 2013) sejam objeto de discussão e deliberação.
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados,
observado o seguinte: é assegurada a eleição de um representante destes com
a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a
direto com os empregadores.
fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão
competente, vedadas ao Poder Público a interferência e CAPÍTULO III
a intervenção na organização sindical;
Da Nacionalidade
II - é vedada a criação de mais de uma organização
Art. 12. São brasileiros:
sindical, em qualquer grau, representativa de categoria
profissional ou econômica, na mesma base territorial, I - natos:
que será definida pelos trabalhadores ou empregadores
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda
interessados, não podendo ser inferior à área de um
que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam
Município;
a serviço de seu país;
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe
coletivos ou individuais da categoria, inclusive em
brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da
questões judiciais ou administrativas;
República Federativa do Brasil;
IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe
tratando de categoria profissional, será descontada em
brasileira, desde que sejam registrados em repartição
folha, para custeio do sistema confederativo da
brasileira competente ou venham a residir na República
representação sindical respectiva, independentemente
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo,
da contribuição prevista em lei;
depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se brasileira; (Redação dada pela Emenda Constitucional
filiado a sindicato; nº 54, de 2007)
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas II - naturalizados:
negociações coletivas de trabalho;
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser brasileira, exigidas aos originários de países de língua
votado nas organizações sindicais; portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto
e idoneidade moral;
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a
partir do registro da candidatura a cargo de direção ou b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade,
representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, residentes na República Federativa do Brasil há mais de
até um ano após o final do mandato, salvo se cometer quinze anos ininterruptos e sem condenação penal,
falta grave nos termos da lei. desde que requeiram a nacionalidade brasileira.
(Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se
nº 3, de 1994)
à organização de sindicatos rurais e de colônias de
pescadores, atendidas as condições que a lei § 1º Aos portugueses com residência permanente no
estabelecer. País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros,

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serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo III - iniciativa popular.


os casos previstos nesta Constituição. (Redação dada
§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são:
pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre
brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos II - facultativos para:
previstos nesta Constituição.
a) os analfabetos;
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
b) os maiores de setenta anos;
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os
III - de Presidente do Senado Federal; estrangeiros e, durante o período do serviço militar
obrigatório, os conscritos.
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:
V - da carreira diplomática;
I - a nacionalidade brasileira;
VI - de oficial das Forças Armadas.
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
VII - de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 23, de 1999) III - o alistamento eleitoral;
§ 4º Será declarada a perda da nacionalidade do IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
brasileiro que:
V - a filiação partidária;
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença
VI - a idade mínima de:
judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse
nacional; a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente
da República e Senador;
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos
casos: (Redação dada pela Emenda Constitucional de b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de
Revisão nº 3, de 1994) Estado e do Distrito Federal;
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado
lei estrangeira; (Incluído pela Emenda Constitucional de Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de
Revisão nº 3, de 1994) paz;
b) de imposição de naturalização, pela norma d) dezoito anos para Vereador.
estrangeira, ao brasileiro residente em estado
§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
estrangeiro, como condição para permanência em seu
território ou para o exercício de direitos civis; (Incluído § 5º O Presidente da República, os Governadores de
pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os
houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da
poderão ser reeleitos para um único período
República Federativa do Brasil.
subsequente. (Redação dada pela Emenda
§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a Constitucional nº 16, de 1997)
bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais.
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios República, os Governadores de Estado e do Distrito
poderão ter símbolos próprios. Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos
mandatos até seis meses antes do pleito.
CAPÍTULO IV
§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular,
Dos Direitos Políticos
o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio segundo grau ou por adoção, do Presidente da
universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual República, de Governador de Estado ou Território, do
para todos, e, nos termos da lei, mediante: Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja
substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito,
I - plebiscito;
salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à
II - referendo; reeleição.

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§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes I - caráter nacional;


condições:
II - proibição de recebimento de recursos financeiros de
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a
afastar-se da atividade; estes;
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
pela autoridade superior e, se eleito, passará
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
automaticamente, no ato da diplomação, para a
inatividade. § 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para
definir sua estrutura interna e estabelecer regras sobre
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de
escolha, formação e duração de seus órgãos
inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de
permanentes e provisórios e sobre sua organização e
proteger a probidade administrativa, a moralidade para
funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o
exercício de mandato considerada vida pregressa do
regime de suas coligações nas eleições majoritárias,
candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições
vedada a sua celebração nas eleições proporcionais,
contra a influência do poder econômico ou o abuso do
sem obrigatoriedade de vinculação entre as
exercício de função, cargo ou emprego na
candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou
administração direta ou indireta. (Redação dada pela
municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas
Emenda Constitucional de Revisão nº 4, de 1994)
de disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada pela
§ 10 O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da
§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem
diplomação, instruída a ação com provas de abuso do
personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão
poder econômico, corrupção ou fraude.
seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.
§ 11 A ação de impugnação de mandato tramitará em
§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo
segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da
partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na
lei, se temerária ou de manifesta má-fé.
forma da lei, os partidos políticos que
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja alternativamente: (Redação dada pela Emenda
perda ou suspensão só se dará nos casos de: Constitucional nº 97, de 2017)
I - cancelamento da naturalização por sentença I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos
transitada em julgado; Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos votos
válidos, distribuídos em pelo menos um terço das
II - incapacidade civil absoluta;
unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois por
III - condenação criminal transitada em julgado, cento) dos votos válidos em cada uma delas;
enquanto durarem seus efeitos; ou (Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de
2017)
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou
prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados
Federais distribuídos em pelo menos um terço das
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, §
unidades da Federação. (Incluído pela Emenda
4º.
Constitucional nº 97, de 2017)
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em
§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de
vigor na data de sua publicação, não se aplicando à
organização paramilitar.
eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 4, de § 5º Ao eleito por partido que não preencher os
1993) requisitos previstos no § 3º deste artigo é assegurado o
mandato e facultada a filiação, sem perda do mandato,
CAPÍTULO V
a outro partido que os tenha atingido, não sendo essa
Dos Partidos Políticos filiação considerada para fins de distribuição dos
recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção
tempo de rádio e de televisão. (Incluído pela Emenda
de partidos políticos, resguardados a soberania
Constitucional nº 97, de 2017)
nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os
direitos fundamentais da pessoa humana e observados TÍTULO III
os seguintes preceitos:
Da Organização do Estado

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CAPÍTULO I estendam a território estrangeiro ou dele provenham,


bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;
Da Organização Político-Administrativa
IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com
Art. 18. A organização político-administrativa da
outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e
República Federativa do Brasil compreende a União, os
as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos
de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço
autônomos, nos termos desta Constituição.
público e a unidade ambiental federal, e as referidas no
§ 1º Brasília é a Capital Federal. art. 26, II; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
46, de 2005)
§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua
criação, transformação em Estado ou reintegração ao V - os recursos naturais da plataforma continental e da
Estado de origem serão reguladas em lei complementar. zona econômica exclusiva;
§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, VI - o mar territorial;
subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;
outros, ou formarem novos Estados ou Territórios
Federais, mediante aprovação da população VIII - os potenciais de energia hidráulica;
diretamente interessada, através de plebiscito, e do
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
Congresso Nacional, por lei complementar.
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios
§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o
arqueológicos e pré-históricos;
desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei
estadual, dentro do período determinado por Lei XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
Complementar Federal, e dependerão de consulta
§ 1º É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao
prévia, mediante plebiscito, às populações dos
Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da
Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de
administração direta da União, participação no
Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na
resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de
forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional
recursos hídricos para fins de geração de energia
nº 15, de 1996)
elétrica e de outros recursos minerais no respectivo
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito território, plataforma continental, mar territorial ou
Federal e aos Municípios: zona econômica exclusiva, ou compensação financeira
por essa exploração.
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-
los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com § 2º A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de
eles ou seus representantes relações de dependência ou largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada
aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de como faixa de fronteira, é considerada fundamental
interesse público; para defesa do território nacional, e sua ocupação e
utilização serão reguladas em lei.
II - recusar fé aos documentos públicos;
Art. 21. Compete à União:
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências
entre si. I - manter relações com Estados estrangeiros e
participar de organizações internacionais;
CAPÍTULO II
II - declarar a guerra e celebrar a paz;
Da União
III - assegurar a defesa nacional;
Art. 20. São bens da União:
IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar,
I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem
que forças estrangeiras transitem pelo território
a ser atribuídos;
nacional ou nele permaneçam temporariamente;
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das
V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a
fronteiras, das fortificações e construções militares, das
intervenção federal;
vias federais de comunicação e à preservação
ambiental, definidas em lei; VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de
material bélico;
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em
terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um VII - emitir moeda;
Estado, sirvam de limites com outros países, ou se

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VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar XVII - conceder anistia;


as operações de natureza financeira, especialmente as
XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra
de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de
as calamidades públicas, especialmente as secas e as
seguros e de previdência privada;
inundações;
IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de
XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de
ordenação do território e de desenvolvimento
recursos hídricos e definir critérios de outorga de
econômico e social;
direitos de seu uso; (Regulamento)
X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano,
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, inclusive habitação, saneamento básico e transportes
concessão ou permissão, os serviços de urbanos;
telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre
XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema
a organização dos serviços, a criação de um órgão
nacional de viação;
regulador e outros aspectos institucionais; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95:) XXII - executar os serviços de polícia marítima,
aeroportuária e de fronteiras; (Redação dada pela
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização,
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
concessão ou permissão:
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e
qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a
imagens; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento,
8, de 15/08/95:)
a industrialização e o comércio de minérios nucleares e
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o seus derivados, atendidos os seguintes princípios e
aproveitamento energético dos cursos de água, em condições:
articulação com os Estados onde se situam os potenciais
a) toda atividade nuclear em território nacional
hidroenergéticos;
somente será admitida para fins pacíficos e mediante
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aprovação do Congresso Nacional;
aeroportuária;
b) sob regime de permissão, são autorizadas a
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário comercialização e a utilização de radioisótopos para a
entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais;
transponham os limites de Estado ou Território; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de
2006)
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e
internacional de passageiros; c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção,
comercialização e utilização de radioisótopos de meia-
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
vida igual ou inferior a duas horas; (Redação dada pela
XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Emenda Constitucional nº 49, de 2006)
Público do Distrito Federal e dos Territórios e a
d) a responsabilidade civil por danos nucleares
Defensoria Pública dos Territórios; (Redação dada pela
independe da existência de culpa; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 69, de 2012) (Produção de
Emenda Constitucional nº 49, de 2006)
efeito)
XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do
XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e
trabalho;
o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem
como prestar assistência financeira ao Distrito Federal XXV - estabelecer as áreas e as condições para o
para a execução de serviços públicos, por meio de fundo exercício da atividade de garimpagem, em forma
próprio; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº associativa.
19, de 1998)
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
XV - organizar e manter os serviços oficiais de
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral,
estatística, geografia, geologia e cartografia de âmbito
agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;
nacional;
II - desapropriação;
XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de
diversões públicas e de programas de rádio e televisão; III - requisições civis e militares, em caso de iminente
perigo e em tempo de guerra;

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IV - águas, energia, informática, telecomunicações e art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de
radiodifusão; economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
V - serviço postal;
1998)
VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias
XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa
dos metais;
marítima, defesa civil e mobilização nacional;
VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência
XXIX - propaganda comercial.
de valores;
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os
VIII - comércio exterior e interestadual;
Estados a legislar sobre questões específicas das
IX - diretrizes da política nacional de transportes; matérias relacionadas neste artigo.
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, Art. 23. É competência comum da União, dos Estados,
marítima, aérea e aeroespacial; do Distrito Federal e dos Municípios:
XI - trânsito e transporte; I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das
instituições democráticas e conservar o patrimônio
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e
público;
metalurgia;
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e
XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização;
garantia das pessoas portadoras de deficiência;
XIV - populações indígenas;
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de
XV - emigração e imigração, entrada, extradição e valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as
expulsão de estrangeiros; paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
XVI - organização do sistema nacional de emprego e IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização
condições para o exercício de profissões; de obras de arte e de outros bens de valor histórico,
artístico ou cultural;
XVII - organização judiciária, do Ministério Público do
Distrito Federal e dos Territórios e da Defensoria Pública V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à
dos Territórios, bem como organização administrativa educação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e à
destes; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº inovação; (Redação dada pela Emenda Constitucional
69, de 2012) (Produção de efeito) nº 85, de 2015)
XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em
geologia nacionais; qualquer de suas formas;
XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
poupança popular;
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o
XX - sistemas de consórcios e sorteios; abastecimento alimentar;
XXI - normas gerais de organização, efetivos, material IX - promover programas de construção de moradias e a
bélico, garantias, convocação e mobilização das polícias melhoria das condições habitacionais e de saneamento
militares e corpos de bombeiros militares; básico;
XXII - competência da polícia federal e das polícias X - combater as causas da pobreza e os fatores de
rodoviária e ferroviária federais; marginalização, promovendo a integração social dos
setores desfavorecidos;
XXIII - seguridade social;
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de
XXIV - diretrizes e bases da educação nacional;
direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e
XXV - registros públicos; minerais em seus territórios;
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza; XII - estabelecer e implantar política de educação para a
segurança do trânsito.
XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em
todas as modalidades, para as administrações públicas Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas
diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito
Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do

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desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. § 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for
2006) contrário.
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito CAPÍTULO III
Federal legislar concorrentemente sobre:
Dos Estados Federados
I - direito tributário, financeiro, penitenciário,
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas
econômico e urbanístico;
Constituições e leis que adotarem, observados os
II - orçamento; princípios desta Constituição.
III - juntas comerciais; § 1º São reservadas aos Estados as competências que
não lhes sejam vedadas por esta Constituição.
IV - custas dos serviços forenses;
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou
V - produção e consumo;
mediante concessão, os serviços locais de gás
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida
natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, provisória para a sua regulamentação. (Redação dada
proteção do meio ambiente e controle da poluição; pela Emenda Constitucional nº 5, de 1995)
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, § 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar,
turístico e paisagístico; instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas
e microrregiões, constituídas por agrupamentos de
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao
municípios limítrofes, para integrar a organização, o
consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético,
planejamento e a execução de funções públicas de
histórico, turístico e paisagístico;
interesse comum.
IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência,
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:
tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e inovação;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes,
2015) emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na
forma da lei, as decorrentes de obras da União;
X - criação, funcionamento e processo do juizado de
pequenas causas; II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que
estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob
XI - procedimentos em matéria processual;
domínio da União, Municípios ou terceiros;
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
XIII - assistência jurídica e Defensoria pública;
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da
XIV - proteção e integração social das pessoas União.
portadoras de deficiência;
Art. 27. O número de Deputados à Assembleia
XV - proteção à infância e à juventude; Legislativa corresponderá ao triplo da representação do
Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número
XVI - organização, garantias, direitos e deveres das
de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem
polícias civis.
os Deputados Federais acima de doze.
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a
§ 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados
competência da União limitar-se-á a estabelecer
Estaduais, aplicando- sê-lhes as regras desta
normas gerais.
Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade,
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas imunidades, remuneração, perda de mandato, licença,
gerais não exclui a competência suplementar dos impedimentos e incorporação às Forças Armadas.
Estados.
§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os lei de iniciativa da Assembleia Legislativa, na razão de,
Estados exercerão a competência legislativa plena, para no máximo, setenta e cinco por cento daquele
atender a suas peculiaridades. estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais,
observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150,
II, 153, III, e 153, § 2º, I. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

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§ 3º Compete às Assembleias Legislativas dispor sobre a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000
seu regimento interno, polícia e serviços administrativos (quinze mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda
de sua secretaria, e prover os respectivos cargos. Constitucional nº 58, de 2009)
§ 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de
legislativo estadual. 15.000 (quinze mil) habitantes e de até 30.000 (trinta
mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda
Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador
Constitucional nº 58, de 2009)
de Estado, para mandato de quatro anos, realizar-se-á
no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de
no último domingo de outubro, em segundo turno, se 30.000 (trinta mil) habitantes e de até 50.000 (cinquenta
houver, do ano anterior ao do término do mandato de mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda
seus antecessores, e a posse ocorrerá em primeiro de Constitucional nº 58, de 2009)
janeiro do ano subsequente, observado, quanto ao
d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de
mais, o disposto no art. 77. (Redação dada pela Emenda
50.000 (cinquenta mil) habitantes e de até 80.000
Constitucional nº 16, de1997)
(oitenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda
§ 1º Perderá o mandato o Governador que assumir Constitucional nº 58, de 2009)
outro cargo ou função na administração pública direta
e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais
ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso
de 80.000 (oitenta mil) habitantes e de até 120.000
público e observado o disposto no art. 38, I, IV e V.
(cento e vinte mil) habitantes; (Incluída pela Emenda
(Renumerado do parágrafo único, pela Emenda
Constitucional nº 58, de 2009)
Constitucional nº 19, de 1998)
f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de
§ 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e
120.000 (cento e vinte mil) habitantes e de até 160.000
dos Secretários de Estado serão fixados por lei de
(cento sessenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda
iniciativa da Assembleia Legislativa, observado o que
Constitucional nº 58, de 2009)
dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, §
2º, I. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais
1998) de 160.000 (cento e sessenta mil) habitantes e de até
300.000 (trezentos mil) habitantes; (Incluída pela
CAPÍTULO IV
Emenda Constitucional nº 58, de 2009)
Dos Municípios
h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada de 300.000 (trezentos mil) habitantes e de até 450.000
em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes; (Incluída
aprovada por dois terços dos membros da Câmara pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)
Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios
i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais
estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do
de 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes e
respectivo Estado e os seguintes preceitos:
de até 600.000 (seiscentos mil) habitantes; (Incluída
I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)
Vereadores, para mandato de quatro anos, mediante
j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais
pleito direto e simultâneo realizado em todo o País;
de 600.000 (seiscentos mil) habitantes e de até 750.000
II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no (setecentos cinquenta mil) habitantes; (Incluída pela
primeiro domingo de outubro do ano anterior ao Emenda Constitucional nº 58, de 2009)
término do mandato dos que devam suceder, aplicadas
k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais
as regras do art. 77, no caso de Municípios com mais de
de 750.000 (setecentos e cinquenta mil) habitantes e de
duzentos mil eleitores; (Redação dada pela Emenda
até 900.000 (novecentos mil) habitantes; (Incluída pela
Constitucional nº 16, de1997)
Emenda Constitucional nº 58, de 2009)
III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de
l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais
janeiro do ano subsequente ao da eleição;
de 900.000 (novecentos mil) habitantes e de até
IV - para a composição das Câmaras Municipais, será 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes;
observado o limite máximo de: (Redação dada pela (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)
Emenda Constitucional nº 58, de 2009) (Produção de
m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais
efeito) (Vide ADIN 4307)
de 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes e

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de até 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes; x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de
(Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009) mais de 8.000.000 (oito milhões) de habitantes;
(Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)
n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de
mais de 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos
habitantes e de até 1.350.000 (um milhão e trezentos e Secretários Municipais fixados por lei de iniciativa da
cinquenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Câmara Municipal, observado o que dispõem os arts. 37,
Constitucional nº 58, de 2009) XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada
pela Emenda constitucional nº 19, de 1998)
o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de
1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil) VI - o subsídio dos Vereadores será fixado pelas
habitantes e de até 1.500.000 (um milhão e quinhentos respectivas Câmaras Municipais em cada legislatura
mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº para a subsequente, observado o que dispõe esta
58, de 2009) Constituição, observados os critérios estabelecidos na
respectiva Lei Orgânica e os seguintes limites máximos:
p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 25, de
de 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes e
2000)
de até 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil)
habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio
de 2009) máximo dos Vereadores corresponderá a vinte por
cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído
q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de
pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
mais de 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil)
habitantes e de até 2.400.000 (dois milhões e b) em Municípios de dez mil e um a cinquenta mil
quatrocentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
Constitucional nº 58, de 2009) corresponderá a trinta por cento do subsídio dos
Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda
r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de
Constitucional nº 25, de 2000)
mais de 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil)
habitantes e de até 3.000.000 (três milhões) de c) em Municípios de cinquenta mil e um a cem mil
habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
de 2009) corresponderá a quarenta por cento do subsídio dos
Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda
s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de
Constitucional nº 25, de 2000)
mais de 3.000.000 (três milhões) de habitantes e de até
4.000.000 (quatro milhões) de habitantes; (Incluída pela d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil
Emenda Constitucional nº 58, de 2009) habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
corresponderá a cinquenta por cento do subsídio dos
t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de
Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda
mais de 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes e de
Constitucional nº 25, de 2000)
até 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes; (Incluída
pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009) e) em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos
mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de
corresponderá a sessenta por cento do subsídio dos
mais de 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes e de
Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda
até 6.000.000 (seis milhões) de habitantes; (Incluída
Constitucional nº 25, de 2000)
pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)
f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes,
v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de
o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a
mais de 6.000.000 (seis milhões) de habitantes e de até
setenta e cinco por cento do subsídio dos Deputados
7.000.000 (sete milhões) de habitantes; (Incluída pela
Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25,
Emenda Constitucional nº 58, de 2009)
de 2000)
w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de
VII - o total da despesa com a remuneração dos
mais de 7.000.000 (sete milhões) de habitantes e de até
Vereadores não poderá ultrapassar o montante de cinco
8.000.000 (oito milhões) de habitantes; e (Incluída pela
por cento da receita do Município; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 58, de 2009)
Emenda Constitucional nº 1, de 1992)
VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões,
palavras e votos no exercício do mandato e na

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circunscrição do Município; (Renumerado do inciso VI, habitantes; (Redação dada pela Emenda Constituição
pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992) Constitucional nº 58, de 2009)
IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da V - 4% (quatro por cento) para Municípios com
vereança, similares, no que couber, ao disposto nesta população entre 3.000.001 (três milhões e um) e
Constituição para os membros do Congresso Nacional e 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; (Incluído pela
na Constituição do respectivo Estado para os membros Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
da Assembléia Legislativa; (Renumerado do inciso VII,
VI - 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para
pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)
Municípios com população acima de 8.000.001 (oito
X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça; milhões e um) habitantes. (Incluído pela Emenda
(Renumerado do inciso VIII, pela Emenda Constitucional Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
nº 1, de 1992)
§ 1º A Câmara Municipal não gastará mais de setenta
XI - organização das funções legislativas e fiscalizadoras por cento de sua receita com folha de pagamento,
da Câmara Municipal; (Renumerado do inciso IX, pela incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores.
Emenda Constitucional nº 1, de 1992) (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
XII - cooperação das associações representativas no § 2º Constitui crime de responsabilidade do Prefeito
planejamento municipal; (Renumerado do inciso X, pela Municipal: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25,
Emenda Constitucional nº 1, de 1992) de 2000)
XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse I - efetuar repasse que supere os limites definidos neste
específico do Município, da cidade ou de bairros, artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de
através de manifestação de, pelo menos, cinco por 2000)
cento do eleitorado; (Renumerado do inciso XI, pela
II - não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou
Emenda Constitucional nº 1, de 1992)
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos do art.
III - enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na
28, parágrafo único. (Renumerado do inciso XII, pela
Lei Orçamentária. (Incluído pela Emenda Constitucional
Emenda Constitucional nº 1, de 1992)
nº 25, de 2000)
Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo
§ 3º Constitui crime de responsabilidade do Presidente
Municipal, incluídos os subsídios dos Vereadores e
da Câmara Municipal o desrespeito ao § 1o deste artigo.
excluídos os gastos com inativos, não poderá
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
ultrapassar os seguintes percentuais, relativos ao
somatório da receita tributária e das transferências Art. 30. Compete aos Municípios:
previstas no § 5º do art. 153 e nos arts. 158 e 159,
I - legislar sobre assuntos de interesse local;
efetivamente realizado no exercício anterior: (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000) II - suplementar a legislação federal e a estadual no que
couber;
I - 7% (sete por cento) para Municípios com população
de até 100.000 (cem mil) habitantes; (Redação dada III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência,
pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da
2009) (Produção de efeito) obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes
nos prazos fixados em lei;
II - 6% (seis por cento) para Municípios com população
entre 100.000 (cem mil) e 300.000 (trezentos mil) IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a
habitantes; (Redação dada pela Emenda Constituição legislação estadual;
Constitucional nº 58, de 2009)
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de
III - 5% (cinco por cento) para Municípios com população concessão ou permissão, os serviços públicos de
entre 300.001 (trezentos mil e um) e 500.000 interesse local, incluído o de transporte coletivo, que
(quinhentos mil) habitantes; (Redação dada pela tem caráter essencial;
Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da
IV - 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento) União e do Estado, programas de educação infantil e de
para Municípios com população entre 500.001 ensino fundamental; (Redação dada pela Emenda
(quinhentos mil e um) e 3.000.000 (três milhões) de Constitucional nº 53, de 2006)

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VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da § 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo
União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da do Distrito Federal, das polícias civil e militar e do corpo
população; de bombeiros militar.
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento Seção II
territorial, mediante planejamento e controle do uso,
Dos Territórios
do parcelamento e da ocupação do solo urbano;
Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-
e judiciária dos Territórios
cultural local, observada a legislação e a ação
fiscalizadora federal e estadual. § 1º Os Territórios poderão ser divididos em Municípios,
aos quais se aplicará, no que couber, o disposto no
Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo
Capítulo IV deste Título.
Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo,
e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo § 2º As contas do Governo do Território serão
Municipal, na forma da lei. submetidas ao Congresso Nacional, com parecer prévio
do Tribunal de Contas da União.
§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será
exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos § 3º Nos Territórios Federais com mais de cem mil
Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais habitantes, além do Governador nomeado na forma
de Contas dos Municípios, onde houver. desta Constituição, haverá órgãos judiciários de
primeira e segunda instância, membros do Ministério
§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente
Público e defensores públicos federais; a lei disporá
sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar,
sobre as eleições para a Câmara Territorial e sua
só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos
competência deliberativa.
membros da Câmara Municipal.
CAPÍTULO VII
§ 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta
dias, anualmente, à disposição de qualquer Da Administração Pública
contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá
Seção I
questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei.
Disposições Gerais
§ 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou
órgãos de Contas Municipais. Art. 37. A administração pública direta e indireta de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
CAPÍTULO V
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
Do Distrito Federal e dos Territórios legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela
Seção I
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Do Distrito Federal
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em aos brasileiros que preencham os requisitos
Municípios, reger- se-á por lei orgânica, votada em dois estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na
turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada forma da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional
por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, nº 19, de 1998)
atendidos os princípios estabelecidos nesta
II - a investidura em cargo ou emprego público depende
Constituição.
de aprovação prévia em concurso público de provas ou
§ 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências de provas e títulos, de acordo com a natureza e a
legislativas reservadas aos Estados e Municípios. complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista
em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em
§ 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador,
comissão declarado em lei de livre nomeação e
observadas as regras do art. 77, e dos Deputados
exoneração; (Redação dada pela Emenda Constitucional
Distritais coincidirá com a dos Governadores e
nº 19, de 1998)
Deputados Estaduais, para mandato de igual duração.
III - o prazo de validade do concurso público será de até
§ 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa
dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;
aplica-se o disposto no art. 27.
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de
convocação, aquele aprovado em concurso público de

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provas ou de provas e títulos será convocado com XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e
prioridade sobre novos concursados para assumir cargo do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos
ou emprego, na carreira; pagos pelo Poder Executivo;
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer
por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos espécies remuneratórias para o efeito de remuneração
em comissão, a serem preenchidos por servidores de de pessoal do serviço público; (Redação dada pela
carreira nos casos, condições e percentuais mínimos Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor
direção, chefia e assessoramento; (Redação dada pela
público não serão computados nem acumulados para
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
fins de concessão de acréscimos ulteriores; (Redação
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
associação sindical;
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado
limites definidos em lei específica; (Redação dada pela o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts.
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos
públicos para as pessoas portadoras de deficiência e XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos
definirá os critérios de sua admissão; públicos, exceto, quando houver compatibilidade de
horários, observado em qualquer caso o disposto no
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo
inciso XI:
determinado para atender a necessidade temporária de
excepcional interesse público; a) a de dois cargos de professor; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio
de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser b) a de um cargo de professor com outro técnico ou
fixados ou alterados por lei específica, observada a científico; (Redação dada pela Emenda Constitucional
iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão nº 19, de 1998)
geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de
c) a de dois cargos ou empregos privativos de
índices; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
profissionais de saúde, com profissões
19, de 1998)
regulamentadas; (Redação dada pela Emenda
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de Constitucional nº 34, de 2001)
cargos, funções e empregos públicos da administração
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e
direta, autárquica e fundacional, dos membros de
funções e abrange autarquias, fundações, empresas
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
públicas, sociedades de economia mista, suas
Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato
subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou
eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos,
indiretamente, pelo poder público; (Redação dada pela
pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
cumulativamente ou não, incluídas as vantagens
pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão XVIII - a administração fazendária e seus servidores
exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e
Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, jurisdição, precedência sobre os demais setores
nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e administrativos, na forma da lei;
no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no
XIX – somente por lei específica poderá ser criada
âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados
autarquia e autorizada a instituição de empresa pública,
Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o
de sociedade de economia mista e de fundação,
subsidio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça,
cabendo à lei complementar, neste último caso, definir
limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos
as áreas de sua atuação; (Redação dada pela Emenda
por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros
Constitucional nº 19, de 1998)
do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder
Judiciário, aplicável este limite aos membros do XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a
Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores criação de subsidiárias das entidades mencionadas no
Públicos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº inciso anterior, assim como a participação de qualquer
41, 19.12.2003) delas em empresa privada;

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XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as § 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para
obras, serviços, compras e alienações serão contratados ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não,
mediante processo de licitação pública que assegure que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as
igualdade de condições a todos os concorrentes, com respectivas ações de ressarcimento.
cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento,
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de
mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos
direito privado prestadoras de serviços públicos
da lei, o qual somente permitirá as exigências de
responderão pelos danos que seus agentes, nessa
qualificação técnica e econômica indispensáveis à
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito
garantia do cumprimento das obrigações.
de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou
XXII - as administrações tributárias da União, dos culpa.
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao
essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por
ocupante de cargo ou emprego da administração direta
servidores de carreiras específicas, terão recursos
e indireta que possibilite o acesso a informações
prioritários para a realização de suas atividades e
privilegiadas. (Redação dada pela Emenda
atuarão de forma integrada, inclusive com o
Constitucional nº 19, de 1998)
compartilhamento de cadastros e de informações
fiscais, na forma da lei ou convênio. (Incluído pela § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) dos órgãos e entidades da administração direta e
indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços
firmado entre seus administradores e o poder público,
e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter
que tenha por objeto a fixação de metas de
educativo, informativo ou de orientação social, dela não
desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei
podendo constar nomes, símbolos ou imagens que
dispor sobre:
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou
servidores públicos. I - o prazo de duração do contrato;
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III II - os controles e critérios de avaliação de desempenho,
implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
responsável, nos termos da lei.
III - a remuneração do pessoal."
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas
usuário na administração pública direta e indireta,
públicas e às sociedades de economia mista, e suas
regulando especialmente: (Redação dada pela Emenda
subsidiárias, que receberem recursos da União, dos
Constitucional nº 19, de 1998)
Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em
públicos em geral, asseguradas a manutenção de geral. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
serviços de atendimento ao usuário e a avaliação de 1998)
periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços;
§ 10 É vedada a percepção simultânea de proventos de
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e
1998)
142 com a remuneração de cargo, emprego ou função
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma
informações sobre atos de governo, observado o desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em
disposto no art. 5º, X e XXXIII; (Redação dada pela comissão declarados em lei de livre nomeação e
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) exoneração. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
20, de 1998)
III - a disciplina da representação contra o exercício
negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na § 11 Não serão computadas, para efeito dos limites
administração pública. (Redação dada pela Emenda remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste
Constitucional nº 19, de 1998) artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em
lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de
§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão
2005)
a suspensão dos direitos políticos, a perda da função
pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento § 12 Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste
ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal
prejuízo da ação penal cabível. fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas
Constituições e Lei Orgânica, como limite único, o

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subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo carreira; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e 1998)
cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos
II - os requisitos para a investidura; (Incluído pela
Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos
Deputados Estaduais e Distritais e dos III - as peculiaridades dos cargos. (Incluído pela Emenda
Vereadores. (Incluído pela Emenda Constitucional nº Constitucional nº 19, de 1998)
47, de 2005)
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, escolas de governo para a formação e o
autárquica e fundacional, no exercício de mandato aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-
eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: (Redação se a participação nos cursos um dos requisitos para a
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração
de convênios ou contratos entre os entes
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou
federados. (Redação dada pela Emenda Constitucional
distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou
nº 19, de 1998)
função;
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do
o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII,
cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar
XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer
pela sua remuneração;
requisitos diferenciados de admissão quando a natureza
III - investido no mandato de Vereador, havendo do cargo o exigir. (Incluído pela Emenda Constitucional
compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de nº 19, de 1998)
seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato
remuneração do cargo eletivo, e, não havendo
eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários
compatibilidade, será aplicada a norma do inciso
Estaduais e Municipais serão remunerados
anterior;
exclusivamente por subsídio fixado em parcela única,
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional,
exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será abono, prêmio, verba de representação ou outra
contado para todos os efeitos legais, exceto para espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o
promoção por merecimento; disposto no art. 37, X e XI. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998) (Incluído pela Emenda
V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de
Constitucional nº 19, de 1998)
afastamento, os valores serão determinados como se no
exercício estivesse. § 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior
Seção II
e a menor remuneração dos servidores públicos,
Dos Servidores Públicos obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, XI.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de
1998) § 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário
publicarão anualmente os valores do subsídio e da
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
remuneração dos cargos e empregos públicos. (Incluído
Municípios instituirão conselho de política de
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
administração e remuneração de pessoal, integrado por
servidores designados pelos respectivos § 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Poderes. (Redação dada pela Emenda Municípios disciplinará a aplicação de recursos
Constitucional nº 19, de 1998) (Vide ADIN nº 2.135- orçamentários provenientes da economia com despesas
4) correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para
aplicação no desenvolvimento de programas de
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais
qualidade e produtividade, treinamento e
componentes do sistema remuneratório
desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e
observará: (Redação dada pela Emenda Constitucional
racionalização do serviço público, inclusive sob a forma
nº 19, de 1998)
de adicional ou prêmio de produtividade. (Incluído pela
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
complexidade dos cargos componentes de cada

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§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados § 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por
em carreira poderá ser fixada nos termos do § ocasião da sua concessão, serão consideradas as
4º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) remunerações utilizadas como base para as
contribuições do servidor aos regimes de previdência de
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da
que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei.
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41,
Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é
19.12.2003)
assegurado regime de previdência de caráter
contributivo e solidário, mediante contribuição do § 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios
respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos diferenciados para a concessão de aposentadoria aos
e dos pensionistas, observados critérios que preservem abrangidos pelo regime de que trata este artigo,
o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste ressalvados, nos termos definidos em leis
artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº complementares, os casos de servidores: (Redação
41, 19.12.2003) dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de I - portadores de deficiência; (Incluído pela Emenda
previdência de que trata este artigo serão aposentados, Constitucional nº 47, de 2005)
calculados os seus proventos a partir dos valores fixados
II - que exerçam atividades de risco; (Incluído pela
na forma dos §§ 3º e 17: (Redação dada pela Emenda
Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
Constitucional nº 41, 19.12.2003)
III - cujas atividades sejam exercidas sob condições
I - por invalidez permanente, sendo os proventos
especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade
proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se
física. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de
decorrente de acidente em serviço, moléstia
2005)
profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável,
na forma da lei; (Redação dada pela Emenda § 5º Os requisitos de idade e de tempo de contribuição
Constitucional nº 41, 19.12.2003) serão reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto
no § 1º, III, "a", para o professor que comprove
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao
exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções
tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade,
de magistério na educação infantil e no ensino
ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de
fundamental e médio. (Redação dada pela Emenda
lei complementar; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 15/12/98)
Constitucional nº 88, de 2015)
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos
III - voluntariamente, desde que cumprido tempo
cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é
mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço
vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à
público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a
conta do regime de previdência previsto neste artigo.
aposentadoria, observadas as seguintes condições:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
15/12/98)
15/12/98)
§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de
pensão por morte, que será igual: (Redação dada pela
contribuição, se homem, e cinquenta e cinco anos de
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
idade e trinta de contribuição, se mulher; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor
falecido, até o limite máximo estabelecido para os
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta
benefícios do regime geral de previdência social de que
anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais
trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da
ao tempo de contribuição. (Redação dada pela Emenda
parcela excedente a este limite, caso aposentado à data
Constitucional nº 20, de 15/12/98)
do óbito (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41,
§ 2º Os proventos de aposentadoria e as pensões, por 19.12.2003)
ocasião de sua concessão, não poderão exceder a
II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor
remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo
no cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o
em que se deu a aposentadoria ou que serviu de
limite máximo estabelecido para os benefícios do
referência para a concessão da pensão. (Redação dada
regime geral de previdência social de que trata o art.
pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
201, acrescido de setenta por cento da parcela
excedente a este limite, caso em atividade na data do

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óbito. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, complementar, de natureza pública, que oferecerão aos
19.12.2003) respectivos participantes planos de benefícios somente
na modalidade de contribuição definida. (Redação dada
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para
pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real,
conforme critérios estabelecidos em lei. (Redação dada § 16 Somente mediante sua prévia e expressa opção, o
pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor
que tiver ingressado no serviço público até a data da
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual ou
publicação do ato de instituição do correspondente
municipal será contado para efeito de aposentadoria e
regime de previdência complementar. (Incluído pela
o tempo de serviço correspondente para efeito de
Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
disponibilidade. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 20, de 15/12/98) § 17 Todos os valores de remuneração considerados
para o cálculo do benefício previsto no § 3° serão
§ 10 A lei não poderá estabelecer qualquer forma de
devidamente atualizados, na forma da lei. (Incluído pela
contagem de tempo de contribuição fictício. (Incluído
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 18 Incidirá contribuição sobre os proventos de
§ 11 Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total
aposentadorias e pensões concedidas pelo regime de
dos proventos de inatividade, inclusive quando
que trata este artigo que superem o limite máximo
decorrentes da acumulação de cargos ou empregos
estabelecido para os benefícios do regime geral de
públicos, bem como de outras atividades sujeitas a
previdência social de que trata o art. 201, com
contribuição para o regime geral de previdência social,
percentual igual ao estabelecido para os servidores
e ao montante resultante da adição de proventos de
titulares de cargos efetivos. (Incluído pela Emenda
inatividade com remuneração de cargo acumulável na
Constitucional nº 41, 19.12.2003)
forma desta Constituição, cargo em comissão declarado
em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo § 19 O servidor de que trata este artigo que tenha
eletivo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de completado as exigências para aposentadoria
15/12/98) voluntária estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por
permanecer em atividade fará jus a um abono de
§ 12 Além do disposto neste artigo, o regime de
permanência equivalente ao valor da sua contribuição
previdência dos servidores públicos titulares de cargo
previdenciária até completar as exigências para
efetivo observará, no que couber, os requisitos e
aposentadoria compulsória contidas no § 1º, II. (Incluído
critérios fixados para o regime geral de previdência
pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de
15/12/98) § 20 Fica vedada a existência de mais de um regime
próprio de previdência social para os servidores
§ 13 Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em
titulares de cargos efetivos, e de mais de uma unidade
comissão declarado em lei de livre nomeação e
gestora do respectivo regime em cada ente estatal,
exoneração bem como de outro cargo temporário ou de
ressalvado o disposto no art. 142, § 3º, X. (Incluído pela
emprego público, aplica-se o regime geral de
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
previdência social. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 20, de 15/12/98) § 21 A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá
apenas sobre as parcelas de proventos de
§ 14 A União, os Estados, o Distrito Federal e os
aposentadoria e de pensão que superem o dobro do
Municípios, desde que instituam regime de previdência
limite máximo estabelecido para os benefícios do
complementar para os seus respectivos servidores
regime geral de previdência social de que trata o art.
titulares de cargo efetivo, poderão fixar, para o valor das
201 desta Constituição, quando o beneficiário, na forma
aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo
da lei, for portador de doença incapacitante. (Incluído
regime de que trata este artigo, o limite máximo
pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
estabelecido para os benefícios do regime geral de
previdência social de que trata o art. 201. (Incluído pela Art. 41 São estáveis após três anos de efetivo exercício
Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) os servidores nomeados para cargo de provimento
efetivo em virtude de concurso público. (Redação dada
§ 15 O regime de previdência complementar de que
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
trata o § 14 será instituído por lei de iniciativa do
respectivo Poder Executivo, observado o disposto no § 1º O servidor público estável só perderá o
art. 202 e seus parágrafos, no que couber, por cargo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
intermédio de entidades fechadas de previdência 19, de 1998)

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I - em virtude de sentença judicial transitada em (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41,
julgado; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 19.12.2003)
1998)
Seção IV
II - mediante processo administrativo em que lhe seja
Das Regiões
assegurada ampla defesa; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998) Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá
articular sua ação em um mesmo complexo
III - mediante procedimento de avaliação periódica de
geoeconômico e social, visando a seu desenvolvimento
desempenho, na forma de lei complementar,
e à redução das desigualdades regionais.
assegurada ampla defesa. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998) § 1º - Lei complementar disporá sobre:
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do I - as condições para integração de regiões em
servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual desenvolvimento;
ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de
II - a composição dos organismos regionais que
origem, sem direito a indenização, aproveitado em
executarão, na forma da lei, os planos regionais,
outro cargo ou posto em disponibilidade com
integrantes dos planos nacionais de desenvolvimento
remuneração proporcional ao tempo de serviço.
econômico e social, aprovados juntamente com estes.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998) § 2º - Os incentivos regionais compreenderão, além de
outros, na forma da lei:
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade,
o servidor estável ficará em disponibilidade, com I - igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de
remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu custos e preços de responsabilidade do Poder Público;
adequado aproveitamento em outro cargo. (Redação
II - juros favorecidos para financiamento de atividades
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
prioritárias;
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é
III - isenções, reduções ou diferimento temporário de
obrigatória a avaliação especial de desempenho por
tributos federais devidos por pessoas físicas ou
comissão instituída para essa finalidade. (Incluído pela
jurídicas;
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
IV - prioridade para o aproveitamento econômico e
Seção III
social dos rios e das massas de água represadas ou
Dos Militares dos Estados, do Distrito Federal e dos represáveis nas regiões de baixa renda, sujeitas a secas
Territórios periódicas.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de § 3º - Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a União
1998) incentivará a recuperação de terras áridas e cooperará
com os pequenos e médios proprietários rurais para o
Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de
estabelecimento, em suas glebas, de fontes de água e
Bombeiros Militares, instituições organizadas com base
de pequena irrigação.
na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do
Distrito Federal e dos Territórios. (Redação dada pela TÍTULO IV
Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
Da Organização Dos Poderes
§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de
Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado
2014)
em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e
do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica CAPÍTULO I
dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X,
Do Poder Legislativo
sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos
respectivos governadores. (Redação dada pela Emenda Seção I
Constitucional nº 20, de 15/12/98)
Do Congresso Nacional
§ 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso
Distrito Federal e dos Territórios aplica-se o que for Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e
fixado em lei específica do respectivo ente estatal. do Senado Federal.

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Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento de


quatro anos. áreas de Territórios ou Estados, ouvidas as respectivas
Assembléias Legislativas;
Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de
representantes do povo, eleitos, pelo sistema VII - transferência temporária da sede do Governo
proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Federal;
Distrito Federal.
VIII - concessão de anistia;
§ 1º O número total de Deputados, bem como a
IX - organização administrativa, judiciária, do Ministério
representação por Estado e pelo Distrito Federal, será
Público e da Defensoria Pública da União e dos
estabelecido por lei complementar, proporcionalmente
Territórios e organização judiciária e do Ministério
à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no
Público do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda
ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas
Constitucional nº 69, de 2012) (Produção de efeito)
unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de
setenta Deputados. X – criação, transformação e extinção de cargos,
empregos e funções públicas, observado o que
§ 2º Cada Território elegerá quatro Deputados.
estabelece o art. 84, VI, b; (Redação dada pela Emenda
Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes Constitucional nº 32, de 2001)
dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o
XI – criação e extinção de Ministérios e órgãos da
princípio majoritário.
administração pública; (Redação dada pela Emenda
§ 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Constitucional nº 32, de 2001)
Senadores, com mandato de oito anos.
XII - telecomunicações e radiodifusão;
§ 2º A representação de cada Estado e do Distrito
XIII - matéria financeira, cambial e monetária,
Federal será renovada de quatro em quatro anos,
instituições financeiras e suas operações;
alternadamente, por um e dois terços.
XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da
§ 3º Cada Senador será eleito com dois suplentes.
dívida mobiliária federal.
Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as
XV - fixação do subsídio dos Ministros do Supremo
deliberações de cada Casa e de suas Comissões serão
Tribunal Federal, observado o que dispõem os arts. 39,
tomadas por maioria dos votos, presente a maioria
§ 4º; 150, II; 153, III; e 153, § 2º, I. (Redação dada pela
absoluta de seus membros.
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
Seção II
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso
DAS ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL Nacional:
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou
Presidente da República, não exigida esta para o atos internacionais que acarretem encargos ou
especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as compromissos gravosos ao patrimônio nacional;
matérias de competência da União, especialmente
II - autorizar o Presidente da República a declarar
sobre:
guerra, a celebrar a paz, a permitir que forças
I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele
rendas; permaneçam temporariamente, ressalvados os casos
previstos em lei complementar;
II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias,
orçamento anual, operações de crédito, dívida pública e III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da
emissões de curso forçado; República a se ausentarem do País, quando a ausência
exceder a quinze dias;
III - fixação e modificação do efetivo das Forças
Armadas; IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal,
autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma
IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais
dessas medidas;
de desenvolvimento;
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que
V - limites do território nacional, espaço aéreo e
exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de
marítimo e bens do domínio da União;
delegação legislativa;
VI - mudar temporariamente sua sede;

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VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais pessoas referidas no caput deste artigo, importando em
e os Senadores, observado o que dispõem os arts. 37, crime de responsabilidade a recusa, ou o não -
XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada atendimento, no prazo de trinta dias, bem como a
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) prestação de informações falsas. (Redação dada pela
Emenda Constitucional de Revisão nº 2, de 1994)
VIII - fixar os subsídios do Presidente e do Vice-
Presidente da República e dos Ministros de Estado, Seção III
observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150,
Da Câmara dos Deputados
II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998) Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos
Deputados:
IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo
Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a I - autorizar, por dois terços de seus membros, a
execução dos planos de governo; instauração de processo contra o Presidente e o Vice-
Presidente da República e os Ministros de Estado;
X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer
de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os II - proceder à tomada de contas do Presidente da
da administração indireta; República, quando não apresentadas ao Congresso
Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da
XI - zelar pela preservação de sua competência
sessão legislativa;
legislativa em face da atribuição normativa dos outros
Poderes; III - elaborar seu regimento interno;
XII - apreciar os atos de concessão e renovação de IV – dispor sobre sua organização, funcionamento,
concessão de emissoras de rádio e televisão; polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos,
empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei
XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal de
para fixação da respectiva remuneração, observados os
Contas da União;
parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes
XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a orçamentárias; (Redação dada pela Emenda
atividades nucleares; Constitucional nº 19, de 1998)
XV - autorizar referendo e convocar plebiscito; V - eleger membros do Conselho da República, nos
termos do art. 89, VII.
XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e o
aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e Seção IV
lavra de riquezas minerais;
Do Senado Federal
XVII - aprovar, previamente, a alienação ou concessão
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
de terras públicas com área superior a dois mil e
quinhentos hectares. I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da
República nos crimes de responsabilidade, bem como os
Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou
Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do
qualquer de suas Comissões, poderão convocar
Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma
Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos
natureza conexos com aqueles; (Redação dada pela
diretamente subordinados à Presidência da República
Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99)
para prestarem, pessoalmente, informações sobre
assunto previamente determinado, importando crime II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal
de responsabilidade a ausência sem justificação Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e
adequada. (Redação dada pela Emenda Constitucional do Conselho Nacional do Ministério Público, o
de Revisão nº 2, de 1994) Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da
União nos crimes de responsabilidade; (Redação dada
§ 1º Os Ministros de Estado poderão comparecer ao
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Senado Federal, à Câmara dos Deputados, ou a qualquer
de suas Comissões, por sua iniciativa e mediante III - aprovar previamente, por voto secreto, após
entendimentos com a Mesa respectiva, para expor argüição pública, a escolha de:
assunto de relevância de seu Ministério.
a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta
§ 2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Constituição;
Federal poderão encaminhar pedidos escritos de
b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados
informações a Ministros de Estado ou a qualquer das
pelo Presidente da República;

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c) Governador de Território; Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II,
funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal
d) Presidente e diretores do banco central;
Federal, limitando-se a condenação, que somente será
e) Procurador-Geral da República; proferida por dois terços dos votos do Senado Federal,
à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para
f) titulares de outros cargos que a lei determinar;
o exercício de função pública, sem prejuízo das demais
IV - aprovar previamente, por voto secreto, após sanções judiciais cabíveis.
argüição em sessão secreta, a escolha dos chefes de
Seção V
missão diplomática de caráter permanente;
Dos Deputados e dos Senadores
V - autorizar operações externas de natureza financeira,
de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil
dos Territórios e dos Municípios; e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras
e votos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
VI - fixar, por proposta do Presidente da República,
35, de 2001)
limites globais para o montante da dívida consolidada
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos § 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do
Municípios; diploma, serão submetidos a julgamento perante o
Supremo Tribunal Federal. (Redação dada pela Emenda
VII - dispor sobre limites globais e condições para as
Constitucional nº 35, de 2001)
operações de crédito externo e interno da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas § 2º Desde a expedição do diploma, os membros do
autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em
Público federal; flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos
serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa
VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão
respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus
de garantia da União em operações de crédito externo
membros, resolva sobre a prisão. (Redação dada pela
e interno;
Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
IX - estabelecer limites globais e condições para o
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou
montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito
Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o
Federal e dos Municípios;
Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa
X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei respectiva, que, por iniciativa de partido político nela
declarada inconstitucional por decisão definitiva do representado e pelo voto da maioria de seus membros,
Supremo Tribunal Federal; poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de
XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a
2001)
exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da
República antes do término de seu mandato; § 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa
respectiva no prazo improrrogável de quarenta e cinco
XII - elaborar seu regimento interno;
dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. (Redação
XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos,
§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição,
empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei
enquanto durar o mandato. (Redação dada pela
para fixação da respectiva remuneração, observados os
Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes
orçamentárias; (Redação dada pela Emenda § 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a
Constitucional nº 19, de 1998) testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas
em razão do exercício do mandato, nem sobre as
XIV - eleger membros do Conselho da República, nos
pessoas que lhes confiaram ou deles receberam
termos do art. 89, VII.
informações. (Redação dada pela Emenda
XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Constitucional nº 35, de 2001)
Tributário Nacional, em sua estrutura e seus
§ 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e
componentes, e o desempenho das administrações
Senadores, embora militares e ainda que em tempo de
tributárias da União, dos Estados e do Distrito Federal e
guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva.
dos Municípios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de
42, de 19.12.2003)
2001)

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§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores § 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato
subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo
suspensas mediante o voto de dois terços dos membros Senado Federal, por maioria absoluta, mediante
da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do provocação da respectiva Mesa ou de partido político
recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis representado no Congresso Nacional, assegurada ampla
com a execução da medida. (Incluído pela Emenda defesa. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
Constitucional nº 35, de 2001) 76, de 2013)
Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão: § 3º - Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será
declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou
I - desde a expedição do diploma:
mediante provocação de qualquer de seus membros, ou
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de de partido político representado no Congresso
direito público, autarquia, empresa pública, sociedade Nacional, assegurada ampla defesa.
de economia mista ou empresa concessionária de
§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo
serviço público, salvo quando o contrato obedecer a
que vise ou possa levar à perda do mandato, nos termos
cláusulas uniformes;
deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego deliberações finais de que tratam os §§ 2º e 3º. (Incluído
remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis "ad pela Emenda Constitucional de Revisão nº 6, de 1994)
nutum", nas entidades constantes da alínea anterior;
Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou
II - desde a posse: Senador:
a) ser proprietários, controladores ou diretores de I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador
empresa que goze de favor decorrente de contrato com de Território, Secretário de Estado, do Distrito Federal,
pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de
função remunerada; missão diplomática temporária;
b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad II - licenciado pela respectiva Casa por motivo de
nutum", nas entidades referidas no inciso I, "a"; doença, ou para tratar, sem remuneração, de interesse
particular, desde que, neste caso, o afastamento não
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer
ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa.
das entidades a que se refere o inciso I, "a";
§ 1º O suplente será convocado nos casos de vaga, de
d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público
investidura em funções previstas neste artigo ou de
eletivo.
licença superior a cento e vinte dias.
Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:
§ 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á
I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no eleição para preenchê-la se faltarem mais de quinze
artigo anterior; meses para o término do mandato.
II - cujo procedimento for declarado incompatível com o § 3º Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador
decoro parlamentar; poderá optar pela remuneração do mandato.
III - que deixar de comparecer, em cada sessão Seção VI
legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa
Das Reuniões
a que pertencer, salvo licença ou missão por esta
autorizada; Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente,
na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de
IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
1º de agosto a 22 de dezembro. (Redação dada pela
V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos Emenda Constitucional nº 50, de 2006)
previstos nesta Constituição;
§ 1º As reuniões marcadas para essas datas serão
VI - que sofrer condenação criminal em sentença transferidas para o primeiro dia útil subseqüente,
transitada em julgado. quando recaírem em sábados, domingos ou feriados.
§ 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além § 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a
dos casos definidos no regimento interno, o abuso das aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias.
prerrogativas asseguradas a membro do Congresso
Nacional ou a percepção de vantagens indevidas.

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§ 3º Além de outros casos previstos nesta Constituição, Das Comissões


a Câmara dos Deputados e o Senado Federal reunir-se-
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão
ão em sessão conjunta para:
comissões permanentes e temporárias, constituídas na
I - inaugurar a sessão legislativa; forma e com as atribuições previstas no respectivo
regimento ou no ato de que resultar sua criação.
II - elaborar o regimento comum e regular a criação de
serviços comuns às duas Casas; § 1º Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é
assegurada, tanto quanto possível, a representação
III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-
proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares
Presidente da República;
que participam da respectiva Casa.
IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar.
§ 2º Às comissões, em razão da matéria de sua
§ 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões competência, cabe:
preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro
I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma
ano da legislatura, para a posse de seus membros e
do regimento, a competência do Plenário, salvo se
eleição das respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois)
houver recurso de um décimo dos membros da Casa;
anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na
eleição imediatamente subseqüente. (Redação dada II - realizar audiências públicas com entidades da
pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006) sociedade civil;
§ 5º A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo III - convocar Ministros de Estado para prestar
Presidente do Senado Federal, e os demais cargos serão informações sobre assuntos inerentes a suas
exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos atribuições;
equivalentes na Câmara dos Deputados e no Senado
IV - receber petições, reclamações, representações ou
Federal.
queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das
§ 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional autoridades ou entidades públicas;
far-se-á: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou
50, de 2006)
cidadão;
I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de
VI - apreciar programas de obras, planos nacionais,
decretação de estado de defesa ou de intervenção
regionais e setoriais de desenvolvimento e sobre eles
federal, de pedido de autorização para a decretação de
emitir parecer.
estado de sítio e para o compromisso e a posse do
Presidente e do Vice-Presidente da República; § 3º As comissões parlamentares de inquérito, que
terão poderes de investigação próprios das autoridades
II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da
judiciais, além de outros previstos nos regimentos das
Câmara dos Deputados e do Senado Federal ou a
respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos
requerimento da maioria dos membros de ambas as
Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou
Casas, em caso de urgência ou interesse público
separadamente, mediante requerimento de um terço
relevante, em todas as hipóteses deste inciso com a
de seus membros, para a apuração de fato determinado
aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas
e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso,
do Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda
encaminhadas ao Ministério Público, para que promova
Constitucional nº 50, de 2006)
a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
§ 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso
§ 4º Durante o recesso, haverá uma Comissão
Nacional somente deliberará sobre a matéria para a
representativa do Congresso Nacional, eleita por suas
qual foi convocado, ressalvada a hipótese do § 8º deste
Casas na última sessão ordinária do período legislativo,
artigo, vedado o pagamento de parcela indenizatória,
com atribuições definidas no regimento comum, cuja
em razão da convocação. (Redação dada pela Emenda
composição reproduzirá, quanto possível, a
Constitucional nº 50, de 2006)
proporcionalidade da representação partidária.
§ 8º Havendo medidas provisórias em vigor na data de
Seção VIII
convocação extraordinária do Congresso Nacional,
serão elas automaticamente incluídas na pauta da DO PROCESSO LEGISLATIVO
convocação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
Subseção I
32, de 2001)
Disposição Geral
Seção VII

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Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias
de: cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos
Deputados, do Senado Federal ou do Congresso
I - emendas à Constituição;
Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo
II - leis complementares; Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao
Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma
III - leis ordinárias;
e nos casos previstos nesta Constituição.
IV - leis delegadas;
§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da
V - medidas provisórias; República as leis que:
VI - decretos legislativos; I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;
VII - resoluções. II - disponham sobre:
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na
elaboração, redação, alteração e consolidação das leis. administração direta e autárquica ou aumento de sua
remuneração;
Subseção II
b) organização administrativa e judiciária, matéria
Da Emenda à Constituição
tributária e orçamentária, serviços públicos e pessoal da
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante administração dos Territórios;
proposta:
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos jurídico, provimento de cargos, estabilidade e
Deputados ou do Senado Federal; aposentadoria; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 18, de 1998)
II - do Presidente da República;
d) organização do Ministério Público e da Defensoria
III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das
Pública da União, bem como normas gerais para a
unidades da Federação, manifestando-se, cada uma
organização do Ministério Público e da Defensoria
delas, pela maioria relativa de seus membros.
Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos
§ 1º A Constituição não poderá ser emendada na Territórios;
vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da
de estado de sítio.
administração pública, observado o disposto no art. 84,
§ 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do VI; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de
Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se 2001)
aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos
f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico,
dos respectivos membros.
provimento de cargos, promoções, estabilidade,
§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas remuneração, reforma e transferência para a reserva.
Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, (Incluída pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
com o respectivo número de ordem.
§ 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei
emenda tendente a abolir: subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado
nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com
I - a forma federativa de Estado;
não menos de três décimos por cento dos eleitores de
II - o voto direto, secreto, universal e periódico; cada um deles.
III - a separação dos Poderes; Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente
IV - os direitos e garantias individuais. da República poderá adotar medidas provisórias, com
força de lei, devendo submetê-las de imediato ao
§ 5º A matéria constante de proposta de emenda Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda
rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto Constitucional nº 32, de 2001)
de nova proposta na mesma sessão legislativa.
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre
Subseção III matéria: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de
Das Leis 2001)

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I – relativa a: (Incluído pela Emenda Constitucional nº entrará em regime de urgência, subseqüentemente, em


32, de 2001) cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando
sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos
demais deliberações legislativas da Casa em que estiver
políticos e direito eleitoral; (Incluído pela Emenda
tramitando. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32,
Constitucional nº 32, de 2001)
de 2001)
b) direito penal, processual penal e processual civil;
§ 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
vigência de medida provisória que, no prazo de sessenta
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério dias, contado de sua publicação, não tiver a sua votação
Público, a carreira e a garantia de seus membros; encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, § 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada
orçamento e créditos adicionais e suplementares, na Câmara dos Deputados. (Incluído pela Emenda
ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; (Incluído pela Constitucional nº 32, de 2001)
Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§ 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores
II – que vise a detenção ou seqüestro de bens, de examinar as medidas provisórias e sobre elas emitir
poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro; parecer, antes de serem apreciadas, em sessão
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) separada, pelo plenário de cada uma das Casas do
Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda
III – reservada a lei complementar; (Incluído pela
Constitucional nº 32, de 2001)
Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa,
IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo
de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que
Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do
tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo.
Presidente da República. (Incluído pela Emenda
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
Constitucional nº 32, de 2001)
§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou
§ 3º até sessenta dias após a rejeição ou perda de
majoração de impostos, exceto os previstos nos arts.
eficácia de medida provisória, as relações jurídicas
153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício
constituídas e decorrentes de atos praticados durante
financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até
sua vigência conservar-se-ão por ela regidas. (Incluído
o último dia daquele em que foi editada.(Incluído pela
pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§ 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o
§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos
texto original da medida provisória, esta manter-se-á
§§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a edição, se não
integralmente em vigor até que seja sancionado ou
forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias,
vetado o projeto. (Incluído pela Emenda Constitucional
prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual
nº 32, de 2001)
período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por
decreto legislativo, as relações jurídicas delas Art. 63. Não será admitido aumento da despesa
decorrentes. (Incluído pela Emenda Constitucional nº prevista:
32, de 2001)
I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da
§ 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da República, ressalvado o disposto no art. 166, § 3º e § 4º;
publicação da medida provisória, suspendendo-se
II - nos projetos sobre organização dos serviços
durante os períodos de recesso do Congresso
administrativos da Câmara dos Deputados, do Senado
Nacional.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de
Federal, dos Tribunais Federais e do Ministério Público.
2001)
Art. 64. A discussão e votação dos projetos de lei de
§ 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso
iniciativa do Presidente da República, do Supremo
Nacional sobre o mérito das medidas provisórias
Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores terão início
dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus
na Câmara dos Deputados.
pressupostos constitucionais. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001) § 1º O Presidente da República poderá solicitar urgência
para apreciação de projetos de sua iniciativa.
§ 6º Se a medida provisória não for apreciada em até
quarenta e cinco dias contados de sua publicação,

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§ 2º Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o § 3º e § 5º, o Presidente do Senado a promulgará, e, se
Senado Federal não se manifestarem sobre a este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-
proposição, cada qual sucessivamente, em até quarenta Presidente do Senado fazê-lo.
e cinco dias, sobrestar-se-ão todas as demais
Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado
deliberações legislativas da respectiva Casa, com
somente poderá constituir objeto de novo projeto, na
exceção das que tenham prazo constitucional
mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria
determinado, até que se ultime a votação. (Redação
absoluta dos membros de qualquer das Casas do
dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
Congresso Nacional.
§ 3º A apreciação das emendas do Senado Federal pela
Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo
Câmara dos Deputados far-se-á no prazo de dez dias,
Presidente da República, que deverá solicitar a
observado quanto ao mais o disposto no parágrafo
delegação ao Congresso Nacional.
anterior.
§ 1º Não serão objeto de delegação os atos de
§ 4º Os prazos do § 2º não correm nos períodos de
competência exclusiva do Congresso Nacional, os de
recesso do Congresso Nacional, nem se aplicam aos
competência privativa da Câmara dos Deputados ou do
projetos de código.
Senado Federal, a matéria reservada à lei
Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será complementar, nem a legislação sobre:
revisto pela outra, em um só turno de discussão e
I - organização do Poder Judiciário e do Ministério
votação, e enviado à sanção ou promulgação, se a Casa
Público, a carreira e a garantia de seus membros;
revisora o aprovar, ou arquivado, se o rejeitar.
II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais,
Parágrafo único. Sendo o projeto emendado, voltará à
políticos e eleitorais;
Casa iniciadora.
III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e
Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação
orçamentos.
enviará o projeto de lei ao Presidente da República, que,
aquiescendo, o sancionará. § 2º A delegação ao Presidente da República terá a
forma de resolução do Congresso Nacional, que
§ 1º - Se o Presidente da República considerar o projeto,
especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício.
no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao
interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no § 3º Se a resolução determinar a apreciação do projeto
prazo de quinze dias úteis, contados da data do pelo Congresso Nacional, este a fará em votação única,
recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito vedada qualquer emenda.
horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos do
Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por
veto.
maioria absoluta.
§ 2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de
Seção IX
artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea.
Da Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária
§ 3º Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do
Presidente da República importará sanção. Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial da União e das entidades da
§ 4º O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro
administração direta e indireta, quanto à legalidade,
de trinta dias a contar de seu recebimento, só podendo
legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções
ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos
e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso
Deputados e Senadores. (Redação dada pela Emenda
Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de
Constitucional nº 76, de 2013)
controle interno de cada Poder.
§ 5º Se o veto não for mantido, será o projeto enviado,
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física
para promulgação, ao Presidente da República.
ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade,
§ 6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e
§ 4º, o veto será colocado na ordem do dia da sessão valores públicos ou pelos quais a União responda, ou
imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua que, em nome desta, assuma obrigações de natureza
votação final. (Redação dada pela Emenda pecuniária. (Redação dada pela Emenda Constitucional
Constitucional nº 32, de 2001) nº 19, de 1998)
§ 7º Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e
oito horas pelo Presidente da República, nos casos dos

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Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as
Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de providências necessárias ao exato cumprimento da lei,
Contas da União, ao qual compete: se verificada ilegalidade;
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo X - sustar, se não atendido, a execução do ato
Presidente da República, mediante parecer prévio que impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos
deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu Deputados e ao Senado Federal;
recebimento;
XI - representar ao Poder competente sobre
II - julgar as contas dos administradores e demais irregularidades ou abusos apurados.
responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da
§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será
administração direta e indireta, incluídas as fundações e
adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que
sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público
solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas
federal, e as contas daqueles que derem causa a perda,
cabíveis.
extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo
ao erário público; § 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no
prazo de noventa dias, não efetivar as medidas previstas
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos
no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.
de admissão de pessoal, a qualquer título, na
administração direta e indireta, incluídas as fundações § 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação
instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as de débito ou multa terão eficácia de título executivo.
nomeações para cargo de provimento em comissão,
§ 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional,
bem como a das concessões de aposentadorias,
trimestral e anualmente, relatório de suas atividades.
reformas e pensões, ressalvadas as melhorias
posteriores que não alterem o fundamento legal do ato Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o
concessório; art. 166, §1º, diante de indícios de despesas não
autorizadas, ainda que sob a forma de investimentos
IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos
não programados ou de subsídios não aprovados,
Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou
poderá solicitar à autoridade governamental
de inquérito, inspeções e auditorias de natureza
responsável que, no prazo de cinco dias, preste os
contábil, financeira, orçamentária, operacional e
esclarecimentos necessários.
patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes
Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades § 1º Não prestados os esclarecimentos, ou considerados
referidas no inciso II; estes insuficientes, a Comissão solicitará ao Tribunal
pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo
V - fiscalizar as contas nacionais das empresas
de trinta dias.
supranacionais de cujo capital social a União participe,
de forma direta ou indireta, nos termos do tratado § 2º Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a
constitutivo; Comissão, se julgar que o gasto possa causar dano
irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá
VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos
ao Congresso Nacional sua sustação.
repassados pela União mediante convênio, acordo,
ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por
Distrito Federal ou a Município; nove Ministros, tem sede no Distrito Federal, quadro
próprio de pessoal e jurisdição em todo o território
VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso
nacional, exercendo, no que couber, as atribuições
Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer
previstas no art. 96.
das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e § 1º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão
sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas; nomeados dentre brasileiros que satisfaçam os
seguintes requisitos:
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de
despesa ou irregularidade de contas, as sanções I - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco
previstas em lei, que estabelecerá, entre outras anos de idade;
cominações, multa proporcional ao dano causado ao
II - idoneidade moral e reputação ilibada;
erário;
III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis,
econômicos e financeiros ou de administração pública;

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IV - mais de dez anos de exercício de função ou de fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do
efetiva atividade profissional que exija os Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos
conhecimentos mencionados no inciso anterior. de Contas dos Municípios.
§ 2º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão
escolhidos: sobre os Tribunais de Contas respectivos, que serão
integrados por sete Conselheiros.
I - um terço pelo Presidente da República, com
aprovação do Senado Federal, sendo dois CAPÍTULO II
alternadamente dentre auditores e membros do
Do Poder Executivo
Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista
tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de Seção I
antigüidade e merecimento;
Do Presidente e do Vice-Presidente da República
II - dois terços pelo Congresso Nacional.
Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da
§ 3° Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão República, auxiliado pelos Ministros de Estado.
as mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos,
Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da
vencimentos e vantagens dos Ministros do Superior
República realizar-se-á, simultaneamente, no primeiro
Tribunal de Justiça, aplicando-se-lhes, quanto à
domingo de outubro, em primeiro turno, e no último
aposentadoria e pensão, as normas constantes do art.
domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do
40. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
ano anterior ao do término do mandato presidencial
1998)
vigente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
§ 4º O auditor, quando em substituição a Ministro, terá 16, de 1997)
as mesmas garantias e impedimentos do titular e,
§ 1º A eleição do Presidente da República importará a
quando no exercício das demais atribuições da
do Vice-Presidente com ele registrado.
judicatura, as de juiz de Tribunal Regional Federal.
§ 2º Será considerado eleito Presidente o candidato
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário
que, registrado por partido político, obtiver a maioria
manterão, de forma integrada, sistema de controle
absoluta de votos, não computados os em branco e os
interno com a finalidade de:
nulos.
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano
§ 3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na
plurianual, a execução dos programas de governo e dos
primeira votação, far-se-á nova eleição em até vinte dias
orçamentos da União;
após a proclamação do resultado, concorrendo os dois
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, candidatos mais votados e considerando-se eleito
quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, aquele que obtiver a maioria dos votos válidos.
financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da
§ 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer
administração federal, bem como da aplicação de
morte, desistência ou impedimento legal de candidato,
recursos públicos por entidades de direito privado;
convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e votação.
garantias, bem como dos direitos e haveres da União;
§ 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores,
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão remanescer, em segundo lugar, mais de um candidato
institucional. com a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso.
§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República
conhecimento de qualquer irregularidade ou tomarão posse em sessão do Congresso Nacional,
ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da prestando o compromisso de manter, defender e
União, sob pena de responsabilidade solidária. cumprir a Constituição, observar as leis, promover o
bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a
§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou
integridade e a independência do Brasil.
sindicato é parte legítima para, na forma da lei,
denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada
Tribunal de Contas da União. para a posse, o Presidente ou o Vice-Presidente, salvo
motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este
Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-
será declarado vago.
se, no que couber, à organização, composição e

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Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de criação ou extinção de órgãos públicos; (Incluída pela
impedimento, e suceder- lhe-á, no de vaga, o Vice- Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
Presidente.
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando
Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além vagos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de
de outras atribuições que lhe forem conferidas por lei 2001)
complementar, auxiliará o Presidente, sempre que por
VII - manter relações com Estados estrangeiros e
ele convocado para missões especiais.
acreditar seus representantes diplomáticos;
Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do
VIII - celebrar tratados, convenções e atos
Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos,
internacionais, sujeitos a referendo do Congresso
serão sucessivamente chamados ao exercício da
Nacional;
Presidência o Presidente da Câmara dos Deputados, o
do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal. IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice- X - decretar e executar a intervenção federal;
Presidente da República, far-se-á eleição noventa dias
XI - remeter mensagem e plano de governo ao
depois de aberta a última vaga.
Congresso Nacional por ocasião da abertura da sessão
§ 1º - Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do legislativa, expondo a situação do País e solicitando as
período presidencial, a eleição para ambos os cargos providências que julgar necessárias;
será feita trinta dias depois da última vaga, pelo
XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência,
Congresso Nacional, na forma da lei.
se necessário, dos órgãos instituídos em lei;
§ 2º - Em qualquer dos casos, os eleitos deverão
XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas,
completar o período de seus antecessores.
nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da
Art. 82. O mandato do Presidente da República é de Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-
quatro anos e terá início em primeiro de janeiro do ano los para os cargos que lhes são privativos; (Redação
seguinte ao da sua eleição. (Redação dada pela Emenda dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99)
Constitucional nº 16, de 1997)
XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os
Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais
não poderão, sem licença do Congresso Nacional, Superiores, os Governadores de Territórios, o
ausentar-se do País por período superior a quinze dias, Procurador-Geral da República, o presidente e os
sob pena de perda do cargo. diretores do banco central e outros servidores, quando
determinado em lei;
Seção II
XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os
Das Atribuições do Presidente da República
Ministros do Tribunal de Contas da União;
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da
XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta
República:
Constituição, e o Advogado-Geral da União;
I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;
XVII - nomear membros do Conselho da República, nos
II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a termos do art. 89, VII;
direção superior da administração federal;
XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos Conselho de Defesa Nacional;
previstos nesta Constituição;
XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira,
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por
como expedir decretos e regulamentos para sua fiel ele, quando ocorrida no intervalo das sessões
execução; legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou
parcialmente, a mobilização nacional;
V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do
VI – dispor, mediante decreto, sobre: (Redação dada
Congresso Nacional;
pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;
a) organização e funcionamento da administração
federal, quando não implicar aumento de despesa nem

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XXII - permitir, nos casos previstos em lei § 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções:
complementar, que forças estrangeiras transitem pelo
I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia
território nacional ou nele permaneçam
ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal;
temporariamente;
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual,
do processo pelo Senado Federal.
o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as
propostas de orçamento previstos nesta Constituição; § 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o
julgamento não estiver concluído, cessará o
XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional,
afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular
dentro de sessenta dias após a abertura da sessão
prosseguimento do processo.
legislativa, as contas referentes ao exercício anterior;
§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória,
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na
nas infrações comuns, o Presidente da República não
forma da lei;
estará sujeito a prisão.
XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos
§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu
termos do art. 62;
mandato, não pode ser responsabilizado por atos
XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta estranhos ao exercício de suas funções.
Constituição.
Seção IV
Parágrafo único. O Presidente da República poderá
Dos Ministros de Estado
delegar as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e
XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre
Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral brasileiros maiores de vinte e um anos e no exercício dos
da União, que observarão os limites traçados nas direitos políticos.
respectivas delegações.
Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além
Seção III de outras atribuições estabelecidas nesta Constituição e
na lei:
Da Responsabilidade do Presidente da República
I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos
Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do
órgãos e entidades da administração federal na área de
Presidente da República que atentem contra a
sua competência e referendar os atos e decretos
Constituição Federal e, especialmente, contra:
assinados pelo Presidente da República;
I - a existência da União;
II - expedir instruções para a execução das leis, decretos
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder e regulamentos;
Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes
III - apresentar ao Presidente da República relatório
constitucionais das unidades da Federação;
anual de sua gestão no Ministério;
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e
IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe
sociais;
forem outorgadas ou delegadas pelo Presidente da
IV - a segurança interna do País; República.
V - a probidade na administração; Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de
Ministérios e órgãos da administração pública. (Redação
VI - a lei orçamentária;
dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
Seção V
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei
Do Conselho da República e do Conselho de Defesa
especial, que estabelecerá as normas de processo e
Nacional
julgamento.
Subseção I
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da
República, por dois terços da Câmara dos Deputados, Do Conselho da República
será ele submetido a julgamento perante o Supremo
Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de
Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou
consulta do Presidente da República, e dele participam:
perante o Senado Federal, nos crimes de
responsabilidade. I - o Vice-Presidente da República;

Estratégia Carreira Jurídica 686


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II - o Presidente da Câmara dos Deputados; I - opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de


celebração da paz, nos termos desta Constituição;
III - o Presidente do Senado Federal;
II - opinar sobre a decretação do estado de defesa, do
IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos
estado de sítio e da intervenção federal;
Deputados;
III - propor os critérios e condições de utilização de áreas
V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal;
indispensáveis à segurança do território nacional e
VI - o Ministro da Justiça; opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de
fronteira e nas relacionadas com a preservação e a
VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta
exploração dos recursos naturais de qualquer tipo;
e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo
Presidente da República, dois eleitos pelo Senado IV - estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento
Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos de iniciativas necessárias a garantir a independência
com mandato de três anos, vedada a recondução. nacional e a defesa do Estado democrático.
Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar- § 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do
se sobre: Conselho de Defesa Nacional.
I - intervenção federal, estado de defesa e estado de CAPÍTULO III
sítio;
Do Poder Judiciário
II - as questões relevantes para a estabilidade das
Seção I
instituições democráticas.
Disposições Gerais
§ 1º O Presidente da República poderá convocar
Ministro de Estado para participar da reunião do Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:
Conselho, quando constar da pauta questão relacionada
I - o Supremo Tribunal Federal;
com o respectivo Ministério.
I-A o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela
§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Conselho da República.
II - o Superior Tribunal de Justiça;
Subseção II
II-A - o Tribunal Superior do Trabalho; (Incluído
Do Conselho de Defesa Nacional
pela Emenda Constitucional nº 92, de 2016)
Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
consulta do Presidente da República nos assuntos
relacionados com a soberania nacional e a defesa do IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;
Estado democrático, e dele participam como membros
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;
natos:
VI - os Tribunais e Juízes Militares;
I - o Vice-Presidente da República;
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito
II - o Presidente da Câmara dos Deputados;
Federal e Territórios.
III - o Presidente do Senado Federal;
§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional
IV - o Ministro da Justiça; de Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na Capital
Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
V - o Ministro de Estado da Defesa; (Redação dada pela
2004)
Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais
VI - o Ministro das Relações Exteriores;
Superiores têm jurisdição em todo o território nacional.
VII - o Ministro do Planejamento. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VIII - os Comandantes da Marinha, do Exército e da Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo
Aeronáutica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da
23, de 1999) Magistratura, observados os seguintes princípios:
§ 1º Compete ao Conselho de Defesa Nacional: I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz
substituto, mediante concurso público de provas e
títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do

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Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel em estadual, conforme as respectivas categorias da


direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e estrutura judiciária nacional, não podendo a diferença
obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de entre uma e outra ser superior a dez por cento ou
classificação; (Redação dada pela Emenda inferior a cinco por cento, nem exceder a noventa e
Constitucional nº 45, de 2004) cinco por cento do subsídio mensal dos Ministros dos
Tribunais Superiores, obedecido, em qualquer caso, o
II - promoção de entrância para entrância,
disposto nos arts. 37, XI, e 39, § 4º; (Redação dada pela
alternadamente, por antiguidade e merecimento,
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
atendidas as seguintes normas:
VI - a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus
a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três
dependentes observarão o disposto no art. 40;
vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista de
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
merecimento;
1998)
b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de
VII o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo
exercício na respectiva entrância e integrar o juiz a
autorização do tribunal; (Redação dada pela Emenda
primeira quinta parte da lista de antiguidade desta,
Constitucional nº 45, de 2004)
salvo se não houver com tais requisitos quem aceite o
lugar vago; VIII o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria
do magistrado, por interesse público, fundar-se-á em
c) aferição do merecimento conforme o desempenho e
decisão por voto da maioria absoluta do respectivo
pelos critérios objetivos de produtividade e presteza no
tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada
exercício da jurisdição e pela frequência e
ampla defesa; (Redação dada pela Emenda
aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de
Constitucional nº 45, de 2004)
aperfeiçoamento; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004) VIII-A a remoção a pedido ou a permuta de magistrados
de comarca de igual entrância atenderá, no que couber,
d) na apuração de antiguidade, o tribunal somente
ao disposto nas alíneas a , b , c e e do inciso II; (Incluído
poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
fundamentado de dois terços de seus membros,
conforme procedimento próprio, e assegurada ampla IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário
defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação; serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em
2004) determinados atos, às próprias partes e a seus
advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a
e) não será promovido o juiz que, injustificadamente,
preservação do direito à intimidade do interessado no
retiver autos em seu poder além do prazo legal, não
sigilo não prejudique o interesse público à informação;
podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de
ou decisão; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45,
2004)
de 2004)
X as decisões administrativas dos tribunais serão
III o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por
motivadas e em sessão pública, sendo as disciplinares
antiguidade e merecimento, alternadamente, apurados
tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus
na última ou única entrância; (Redação dada pela
membros; (Redação dada pela Emenda Constitucional
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
nº 45, de 2004)
IV previsão de cursos oficiais de preparação,
XI nos tribunais com número superior a vinte e cinco
aperfeiçoamento e promoção de magistrados,
julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com
constituindo etapa obrigatória do processo de
o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco
vitaliciamento a participação em curso oficial ou
membros, para o exercício das atribuições
reconhecido por escola nacional de formação e
administrativas e jurisdicionais delegadas da
aperfeiçoamento de magistrados; (Redação dada pela
competência do tribunal pleno, provendo-se metade
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
das vagas por antigüidade e a outra metade por eleição
V - o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores pelo tribunal pleno; (Redação dada pela Emenda
corresponderá a noventa e cinco por cento do subsídio Constitucional nº 45, de 2004)
mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal
XII a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo
Federal e os subsídios dos demais magistrados serão
vedado férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo
fixados em lei e escalonados, em nível federal e
grau, funcionando, nos dias em que não houver

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expediente forense normal, juízes em plantão V exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se
permanente; (Incluído pela Emenda Constitucional nº afastou, antes de decorridos três anos do afastamento
45, de 2004) do cargo por aposentadoria ou exoneração. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
XIII o número de juízes na unidade jurisdicional será
proporcional à efetiva demanda judicial e à respectiva Art. 96. Compete privativamente:
população; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45,
I - aos tribunais:
de 2004)
a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus
XIV os servidores receberão delegação para a prática de
regimentos internos, com observância das normas de
atos de administração e atos de mero expediente sem
processo e das garantias processuais das partes,
caráter decisório; (Incluído pela Emenda Constitucional
dispondo sobre a competência e o funcionamento dos
nº 45, de 2004)
respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos;
XV a distribuição de processos será imediata, em todos
b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os
os graus de jurisdição. (Incluído pela Emenda
dos juízos que lhes forem vinculados, velando pelo
Constitucional nº 45, de 2004)
exercício da atividade correicional respectiva;
Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais
c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os
Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito
cargos de juiz de carreira da respectiva jurisdição;
Federal e Territórios será composto de membros, do
Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e d) propor a criação de novas varas judiciárias;
de advogados de notório saber jurídico e de reputação
e) prover, por concurso público de provas, ou de provas
ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade
e títulos, obedecido o disposto no art. 169, parágrafo
profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de
único, os cargos necessários à administração da Justiça,
representação das respectivas classes.
exceto os de confiança assim definidos em lei;
Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal
f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus
formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo,
membros e aos juízes e servidores que lhes forem
que, nos vinte dias subsequentes, escolherá um de seus
imediatamente vinculados;
integrantes para nomeação.
II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:
Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169:
após dois anos de exercício, dependendo a perda do
a) a alteração do número de membros dos tribunais
cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que
inferiores;
o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de
sentença judicial transitada em julgado; b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos
seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse
vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus
público, na forma do art. 93, VIII;
membros e dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores,
III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto onde houver; (Redação dada pela Emenda
nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, Constitucional nº 41, 19.12.2003)
I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;
1998)
d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;
Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou
do Distrito Federal e Territórios, bem como os membros
função, salvo uma de magistério;
do Ministério Público, nos crimes comuns e de
II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça
participação em processo; Eleitoral.
III - dedicar-se à atividade político-partidária. Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus
membros ou dos membros do respectivo órgão especial
IV receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou
poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de
contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou
lei ou ato normativo do Poder Público.
privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

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Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e limites estipulados na forma do § 1º, o Poder Executivo
os Estados criarão: procederá aos ajustes necessários para fins de
consolidação da proposta orçamentária anual. (Incluído
I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
togados e leigos, competentes para a conciliação, o
julgamento e a execução de causas cíveis de menor § 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não
complexidade e infrações penais de menor potencial poderá haver a realização de despesas ou a assunção de
ofensivo, mediante os procedimentos oral e obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na
sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente
a transação e o julgamento de recursos por turmas de autorizadas, mediante a abertura de créditos
juízes de primeiro grau; suplementares ou especiais. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
II - justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos
eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas
mandato de quatro anos e competência para, na forma Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em
da lei, celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente
face de impugnação apresentada, o processo de na ordem cronológica de apresentação dos precatórios
habilitação e exercer atribuições conciliatórias, sem e à conta dos créditos respectivos, proibida a
caráter jurisdicional, além de outras previstas na designação de casos ou de pessoas nas dotações
legislação. orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para
este fim. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados
62, de 2009). (Vide Emenda Constitucional nº 62, de
especiais no âmbito da Justiça Federal. (Renumerado
2009)
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem
§ 2º As custas e emolumentos serão destinados
aqueles decorrentes de salários, vencimentos,
exclusivamente ao custeio dos serviços afetos às
proventos, pensões e suas complementações,
atividades específicas da Justiça. (Incluído pela Emenda
benefícios previdenciários e indenizações por morte ou
Constitucional nº 45, de 2004)
por invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em
Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia virtude de sentença judicial transitada em julgado, e
administrativa e financeira. serão pagos com preferência sobre todos os demais
débitos, exceto sobre aqueles referidos no § 2º deste
§ 1º Os tribunais elaborarão suas propostas
artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
orçamentárias dentro dos limites estipulados
62, de 2009).
conjuntamente com os demais Poderes na lei de
diretrizes orçamentárias. § 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares,
originários ou por sucessão hereditária, tenham 60
§ 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros
(sessenta) anos de idade, ou sejam portadores de
tribunais interessados, compete:
doença grave, ou pessoas com deficiência, assim
I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo definidos na forma da lei, serão pagos com preferência
Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, com a sobre todos os demais débitos, até o valor equivalente
aprovação dos respectivos tribunais; ao triplo fixado em lei para os fins do disposto no § 3º
deste artigo, admitido o fracionamento para essa
II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e
finalidade, sendo que o restante será pago na ordem
Territórios, aos Presidentes dos Tribunais de Justiça,
cronológica de apresentação do precatório. (Redação
com a aprovação dos respectivos tribunais.
dada pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016)
§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem
§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à
as respectivas propostas orçamentárias dentro do prazo
expedição de precatórios não se aplica aos pagamentos
estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder
de obrigações definidas em leis como de pequeno valor
Executivo considerará, para fins de consolidação da
que as Fazendas referidas devam fazer em virtude de
proposta orçamentária anual, os valores aprovados na
sentença judicial transitada em julgado. (Redação dada
lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os
pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
limites estipulados na forma do § 1º deste artigo.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) § 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser
fixados, por leis próprias, valores distintos às entidades
§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este
de direito público, segundo as diferentes capacidades
artigo forem encaminhadas em desacordo com os
econômicas, sendo o mínimo igual ao valor do maior

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benefício do regime geral de previdência social. § 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de lei da entidade federativa devedora, a entrega de
2009). créditos em precatórios para compra de imóveis
públicos do respectivo ente federado. (Incluído pela
§ 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das
Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
entidades de direito público, de verba necessária ao
pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças § 12. A partir da promulgação desta Emenda
transitadas em julgado, constantes de precatórios Constitucional, a atualização de valores de requisitórios,
judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o após sua expedição, até o efetivo pagamento,
pagamento até o final do exercício seguinte, quando independentemente de sua natureza, será feita pelo
terão seus valores atualizados monetariamente. índice oficial de remuneração básica da caderneta de
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de poupança, e, para fins de compensação da mora,
2009). incidirão juros simples no mesmo percentual de juros
incidentes sobre a caderneta de poupança, ficando
§ 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos
excluída a incidência de juros compensatórios. (Incluído
serão consignados diretamente ao Poder Judiciário,
pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
cabendo ao Presidente do Tribunal que proferir a
decisão exequenda determinar o pagamento integral e § 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus
autorizar, a requerimento do credor e exclusivamente créditos em precatórios a terceiros,
para os casos de preterimento de seu direito de independentemente da concordância do devedor, não
precedência ou de não alocação orçamentária do valor se aplicando ao cessionário o disposto nos §§ 2º e 3º.
necessário à satisfação do seu débito, o sequestro da (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
quantia respectiva. (Redação dada pela Emenda
§ 14. A cessão de precatórios somente produzirá efeitos
Constitucional nº 62, de 2009).
após comunicação, por meio de petição protocolizada,
§ 7º O Presidente do Tribunal competente que, por ato ao tribunal de origem e à entidade devedora. (Incluído
comissivo ou omissivo, retardar ou tentar frustrar a pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
liquidação regular de precatórios incorrerá em crime de
§ 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei
responsabilidade e responderá, também, perante o
complementar a esta Constituição Federal poderá
Conselho Nacional de Justiça. (Incluído pela Emenda
estabelecer regime especial para pagamento de crédito
Constitucional nº 62, de 2009).
de precatórios de Estados, Distrito Federal e Municípios,
§ 8º É vedada a expedição de precatórios dispondo sobre vinculações à receita corrente líquida e
complementares ou suplementares de valor pago, bem forma e prazo de liquidação. (Incluído pela Emenda
como o fracionamento, repartição ou quebra do valor Constitucional nº 62, de 2009).
da execução para fins de enquadramento de parcela do
§ 16. A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União
total ao que dispõe o § 3º deste artigo. (Incluído pela
poderá assumir débitos, oriundos de precatórios, de
Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
Estados, Distrito Federal e Municípios, refinanciando-os
§ 9º No momento da expedição dos precatórios, diretamente. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
independentemente de regulamentação, deles deverá 62, de 2009)
ser abatido, a título de compensação, valor
§ 17. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
correspondente aos débitos líquidos e certos, inscritos
Municípios aferirão mensalmente, em base anual, o
ou não em dívida ativa e constituídos contra o credor
comprometimento de suas respectivas receitas
original pela Fazenda Pública devedora, incluídas
correntes líquidas com o pagamento de precatórios e
parcelas vincendas de parcelamentos, ressalvados
obrigações de pequeno valor. (Incluído pela Emenda
aqueles cuja execução esteja suspensa em virtude de
Constitucional nº 94, de 2016)
contestação administrativa ou judicial. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 62, de 2009). § 18. Entende-se como receita corrente líquida, para os
fins de que trata o § 17, o somatório das receitas
§ 10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal
tributárias, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de
solicitará à Fazenda Pública devedora, para resposta em
contribuições e de serviços, de transferências correntes
até 30 (trinta) dias, sob pena de perda do direito de
e outras receitas correntes, incluindo as oriundas do §
abatimento, informação sobre os débitos que
1º do art. 20 da Constituição Federal, verificado no
preencham as condições estabelecidas no § 9º, para os
período compreendido pelo segundo mês
fins nele previstos. (Incluído pela Emenda Constitucional
imediatamente anterior ao de referência e os 11 (onze)
nº 62, de 2009).
meses precedentes, excluídas as duplicidades, e

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deduzidas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de
94, de 2016) idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada.
I - na União, as parcelas entregues aos Estados, ao Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal
Distrito Federal e aos Municípios por determinação Federal serão nomeados pelo Presidente da República,
constitucional; (Incluído pela Emenda Constitucional depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do
nº 94, de 2016) Senado Federal.
II - nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal,
por determinação constitucional; (Incluído pela precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
Emenda Constitucional nº 94, de 2016)
I - processar e julgar, originariamente:
III - na União, nos Estados, no Distrito Federal e nos
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato
Municípios, a contribuição dos servidores para custeio
normativo federal ou estadual e a ação declaratória de
de seu sistema de previdência e assistência social e as
constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;
receitas provenientes da compensação financeira
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de
referida no § 9º do art. 201 da Constituição Federal.
1993)
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016)
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da
§ 19. Caso o montante total de débitos decorrentes de
República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso
condenações judiciais em precatórios e obrigações de
Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral
pequeno valor, em período de 12 (doze) meses,
da República;
ultrapasse a média do comprometimento percentual da
receita corrente líquida nos 5 (cinco) anos c) nas infrações penais comuns e nos crimes de
imediatamente anteriores, a parcela que exceder esse responsabilidade, os Ministros de Estado e os
percentual poderá ser financiada, excetuada dos limites Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica,
de endividamento de que tratam os incisos VI e VII do ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos
art. 52 da Constituição Federal e de quaisquer outros Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União
limites de endividamento previstos, não se aplicando a e os chefes de missão diplomática de caráter
esse financiamento a vedação de vinculação de receita permanente; (Redação dada pela Emenda
prevista no inciso IV do art. 167 da Constituição Federal. Constitucional nº 23, de 1999)
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016)
d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das
§ 20. Caso haja precatório com valor superior a 15% pessoas referidas nas alíneas anteriores; o mandado de
(quinze por cento) do montante dos precatórios segurança e o habeas data contra atos do Presidente da
apresentados nos termos do § 5º deste artigo, 15% República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do
(quinze por cento) do valor deste precatório serão Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do
pagos até o final do exercício seguinte e o restante em Procurador-Geral da República e do próprio Supremo
parcelas iguais nos cinco exercícios subsequentes, Tribunal Federal;
acrescidas de juros de mora e correção monetária, ou
e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo
mediante acordos diretos, perante Juízos Auxiliares de
internacional e a União, o Estado, o Distrito Federal ou
Conciliação de Precatórios, com redução máxima de
o Território;
40% (quarenta por cento) do valor do crédito
atualizado, desde que em relação ao crédito não penda f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a
recurso ou defesa judicial e que sejam observados os União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros,
requisitos definidos na regulamentação editada pelo inclusive as respectivas entidades da administração
ente federado. (Incluído pela Emenda Constitucional indireta;
nº 94, de 2016)
g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;
§§ 1º a 3º (Revogados pela Emenda Constitucional
h) (Revogado pela Emenda Constitucional nº 45, de
nº 45, de 2004)
2004)
Seção II
i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL Superior ou quando o coator ou o paciente for
autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos
Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de
diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal,
onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de
ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma

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única instância; (Redação dada pela Emenda § 1º A arguição de descumprimento de preceito


Constitucional nº 22, de 1999) fundamental, decorrente desta Constituição, será
apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da
j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;
lei. (Transformado do parágrafo único em § 1º pela
l) a reclamação para a preservação de sua competência Emenda Constitucional nº 3, de 17/03/93)
e garantia da autoridade de suas decisões;
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo
m) a execução de sentença nas causas de sua Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de
competência originária, facultada a delegação de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de
atribuições para a prática de atos processuais; constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e
efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do
n) a ação em que todos os membros da magistratura
Poder Judiciário e à administração pública direta e
sejam direta ou indiretamente interessados, e aquela
indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.
em que mais da metade dos membros do tribunal de
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de
origem estejam impedidos ou sejam direta ou
2004)
indiretamente interessados;
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá
o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal
demonstrar a repercussão geral das questões
de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais
constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a
Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal;
fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso,
p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois
inconstitucionalidade; terços de seus membros. (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
q) o mandado de injunção, quando a elaboração da
norma regulamentadora for atribuição do Presidente da Art. 103. Podem propor a ação direta de
República, do Congresso Nacional, da Câmara dos inconstitucionalidade e a ação declaratória de
Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma constitucionalidade: (Redação dada pela Emenda
dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da Constitucional nº 45, de 2004)
União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio
I - o Presidente da República;
Supremo Tribunal Federal;
II - a Mesa do Senado Federal;
r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e
contra o Conselho Nacional do Ministério Público; III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
(Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
IV a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara
II - julgar, em recurso ordinário: Legislativa do Distrito Federal; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas
data e o mandado de injunção decididos em única V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de
decisão; 2004)
b) o crime político; VI - o Procurador-Geral da República;
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do
decididas em única ou última instância, quando a Brasil;
decisão recorrida:
VIII - partido político com representação no Congresso
a) contrariar dispositivo desta Constituição; Nacional;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei IX - confederação sindical ou entidade de classe de
federal; âmbito nacional.
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado § 1º O Procurador-Geral da República deverá ser
em face desta Constituição. previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade
e em todos os processos de competência do Supremo
d) julgar válida lei local contestada em face de lei
Tribunal Federal.
federal. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004) § 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de
medida para tornar efetiva norma constitucional, será
dada ciência ao Poder competente para a adoção das

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providências necessárias e, em se tratando de órgão III - um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho,


administrativo, para fazê-lo em trinta dias. indicado pelo respectivo tribunal; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
§ 3º Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a
inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato IV - um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado
normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da pelo Supremo Tribunal Federal; (Incluído pela Emenda
União, que defenderá o ato ou texto impugnado. Constitucional nº 45, de 2004)
§ 4º (Revogado pela Emenda Constitucional nº 45, de V - um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal
2004) Federal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de
ofício ou por provocação, mediante decisão de dois VI - um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo
terços dos seus membros, após reiteradas decisões Superior Tribunal de Justiça; (Incluído pela Emenda
sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a Constitucional nº 45, de 2004)
partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito
VII - um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de
vinculante em relação aos demais órgãos do Poder
Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
Judiciário e à administração pública direta e indireta,
2004)
nas esferas federal, estadual e municipal, bem como
proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma VIII - um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado
estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda pelo Tribunal Superior do Trabalho; (Incluído pela
Constitucional nº 45, de 2004) Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a IX - um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior
interpretação e a eficácia de normas determinadas, do Trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos 45, de 2004)
judiciários ou entre esses e a administração pública que
X - um membro do Ministério Público da União, indicado
acarrete grave insegurança jurídica e relevante
pelo Procurador-Geral da República; (Incluído pela
multiplicação de processos sobre questão idêntica.
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
XI - um membro do Ministério Público estadual,
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei,
escolhido pelo Procurador-Geral da República dentre os
a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula
nomes indicados pelo órgão competente de cada
poderá ser provocada por aqueles que podem propor a
instituição estadual; (Incluído pela Emenda
ação direta de inconstitucionalidade.(Incluído pela
Constitucional nº 45, de 2004)
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
XII - dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que
Ordem dos Advogados do Brasil; (Incluído pela Emenda
contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a
Constitucional nº 45, de 2004)
aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal
que, julgando-a procedente, anulará o ato XIII - dois cidadãos, de notável saber jurídico e
administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos
e determinará que outra seja proferida com ou sem a Deputados e outro pelo Senado Federal. (Incluído pela
aplicação da súmula, conforme o caso. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do
Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se Supremo Tribunal Federal e, nas suas ausências e
de 15 (quinze) membros com mandato de 2 (dois) anos, impedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo
admitida 1 (uma) recondução, sendo: (Redação dada Tribunal Federal. (Redação dada pela Emenda
pela Emenda Constitucional nº 61, de 2009) Constitucional nº 61, de 2009)
I - o Presidente do Supremo Tribunal Federal; (Redação § 2º Os demais membros do Conselho serão nomeados
dada pela Emenda Constitucional nº 61, de 2009) pelo Presidente da República, depois de aprovada a
escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.
II - um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 61, de
pelo respectivo tribunal; (Incluído pela Emenda
2009)
Constitucional nº 45, de 2004)
§ 3º Não efetuadas, no prazo legal, as indicações
previstas neste artigo, caberá a escolha ao Supremo

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Tribunal Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional por ocasião da abertura da sessão legislativa. (Incluído
nº 45, de 2004) pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação § 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá
administrativa e financeira do Poder Judiciário e do a função de Ministro-Corregedor e ficará excluído da
cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, distribuição de processos no Tribunal, competindo-lhe,
cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem além das atribuições que lhe forem conferidas pelo
conferidas pelo Estatuto da Magistratura: (Incluído pela Estatuto da Magistratura, as seguintes: (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo I - receber as reclamações e denúncias, de qualquer
cumprimento do Estatuto da Magistratura, podendo interessado, relativas aos magistrados e aos serviços
expedir atos regulamentares, no âmbito de sua judiciários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45,
competência, ou recomendar providências; (Incluído de 2004)
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II - exercer funções executivas do Conselho, de inspeção
II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício e de correição geral; (Incluído pela Emenda
ou mediante provocação, a legalidade dos atos Constitucional nº 45, de 2004)
administrativos praticados por membros ou órgãos do
III - requisitar e designar magistrados, delegando-lhes
Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou
atribuições, e requisitar servidores de juízos ou
fixar prazo para que se adotem as providências
tribunais, inclusive nos Estados, Distrito Federal e
necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo
Territórios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45,
da competência do Tribunal de Contas da União;
de 2004)
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 6º Junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral da
III - receber e conhecer das reclamações contra
República e o Presidente do Conselho Federal da Ordem
membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra
dos Advogados do Brasil. (Incluído pela Emenda
seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores
Constitucional nº 45, de 2004)
de serviços notariais e de registro que atuem por
delegação do poder público ou oficializados, sem § 7º A União, inclusive no Distrito Federal e nos
prejuízo da competência disciplinar e correicional dos Territórios, criará ouvidorias de justiça, competentes
tribunais, podendo avocar processos disciplinares em para receber reclamações e denúncias de qualquer
curso e determinar a remoção, a disponibilidade ou a interessado contra membros ou órgãos do Poder
aposentadoria com subsídios ou proventos Judiciário, ou contra seus serviços auxiliares,
proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras representando diretamente ao Conselho Nacional de
sanções administrativas, assegurada ampla defesa; Justiça. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 2004)
IV - representar ao Ministério Público, no caso de crime Seção III
contra a administração pública ou de abuso de
DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
autoridade; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45,
de 2004) Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de,
no mínimo, trinta e três Ministros.
V - rever, de ofício ou mediante provocação, os
processos disciplinares de juízes e membros de tribunais Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de
julgados há menos de um ano; (Incluído pela Emenda Justiça serão nomeados pelo Presidente da República,
Constitucional nº 45, de 2004) dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de
sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e
VI - elaborar semestralmente relatório estatístico sobre
reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela
processos e sentenças prolatadas, por unidade da
maioria absoluta do Senado Federal, sendo: (Redação
Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário;
dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais
VII - elaborar relatório anual, propondo as providências
Federais e um terço dentre desembargadores dos
que julgar necessárias, sobre a situação do Poder
Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice
Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual
elaborada pelo próprio Tribunal;
deve integrar mensagem do Presidente do Supremo
Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e
membros do Ministério Público Federal, Estadual, do

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Distrito Federal e Territórios, alternadamente, indicados a) os habeas corpus decididos em única ou última
na forma do art. 94. instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos
tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios,
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
quando a decisão for denegatória;
I - processar e julgar, originariamente:
b) os mandados de segurança decididos em única
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos
do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios,
os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos quando denegatória a decisão;
Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais
c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou
de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos
organismo internacional, de um lado, e, do outro,
Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais
Município ou pessoa residente ou domiciliada no País;
Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou
Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em
Público da União que oficiem perante tribunais; única ou última instância, pelos Tribunais Regionais
Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito
b) os mandados de segurança e os habeas data contra
Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:
ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da
Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes
Tribunal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº vigência;
23, de 1999)
b) julgar válido ato de governo local contestado em face
c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for de lei federal; (Redação dada pela Emenda
qualquer das pessoas mencionadas na alínea "a", ou Constitucional nº 45, de 2004)
quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição,
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe
Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do
haja atribuído outro tribunal.
Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência
da Justiça Eleitoral; (Redação dada pela Emenda Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal
Constitucional nº 23, de 1999) de Justiça: (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004)
d) os conflitos de competência entre quaisquer
tribunais, ressalvado o disposto no art. 102, I, "o", bem I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de
como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre Magistrados, cabendo-lhe, dentre outras funções,
juízes vinculados a tribunais diversos; regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e
promoção na carreira; (Incluído pela Emenda
e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus
Constitucional nº 45, de 2004)
julgados;
II - o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer,
f) a reclamação para a preservação de sua competência
na forma da lei, a supervisão administrativa e
e garantia da autoridade de suas decisões;
orçamentária da Justiça Federal de primeiro e segundo
g) os conflitos de atribuições entre autoridades graus, como órgão central do sistema e com poderes
administrativas e judiciárias da União, ou entre correicionais, cujas decisões terão caráter vinculante.
autoridades judiciárias de um Estado e administrativas (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
de outro ou do Distrito Federal, ou entre as deste e da
Seção IV
União;
DOS TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS E DOS JUÍZES
h) o mandado de injunção, quando a elaboração da
FEDERAIS
norma regulamentadora for atribuição de órgão,
entidade ou autoridade federal, da administração direta Art. 106. São órgãos da Justiça Federal:
ou indireta, excetuados os casos de competência do
I - os Tribunais Regionais Federais;
Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça
Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da II - os Juízes Federais.
Justiça Federal;
Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível,
concessão de exequatur às cartas rogatórias; (Incluída na respectiva região e nomeados pelo Presidente da
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) República dentre brasileiros com mais de trinta e menos
de sessenta e cinco anos, sendo:
II - julgar, em recurso ordinário:

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I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo
de efetiva atividade profissional e membros do internacional e Município ou pessoa domiciliada ou
Ministério Público Federal com mais de dez anos de residente no País;
carreira;
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União
II - os demais, mediante promoção de juízes federais com Estado estrangeiro ou organismo internacional;
com mais de cinco anos de exercício, por antigüidade e
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas
merecimento, alternadamente.
em detrimento de bens, serviços ou interesse da União
§ 1º A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas,
dos Tribunais Regionais Federais e determinará sua excluídas as contravenções e ressalvada a competência
jurisdição e sede. (Renumerado do parágrafo único, pela da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
V - os crimes previstos em tratado ou convenção
§ 2º Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça internacional, quando, iniciada a execução no País, o
itinerante, com a realização de audiências e demais resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro,
funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais ou reciprocamente;
da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos
V-A as causas relativas a direitos humanos a que se
públicos e comunitários. (Incluído pela Emenda
refere o § 5º deste artigo; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
Constitucional nº 45, de 2004)
§ 3º Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos
descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais,
casos determinados por lei, contra o sistema financeiro
a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à
e a ordem econômico-financeira;
justiça em todas as fases do processo. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) VII - os habeas corpus, em matéria criminal de sua
competência ou quando o constrangimento provier de
Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:
autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos
I - processar e julgar, originariamente: a outra jurisdição;
a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos VIII - os mandados de segurança e os habeas data contra
os da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes ato de autoridade federal, excetuados os casos de
comuns e de responsabilidade, e os membros do competência dos tribunais federais;
Ministério Público da União, ressalvada a competência
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou
da Justiça Eleitoral;
aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar;
b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de
seus ou dos juízes federais da região;
estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o
c) os mandados de segurança e os habeas data contra "exequatur", e de sentença estrangeira, após a
ato do próprio Tribunal ou de juiz federal; homologação, as causas referentes à nacionalidade,
inclusive a respectiva opção, e à naturalização;
d) os habeas corpus, quando a autoridade coatora for
juiz federal; XI - a disputa sobre direitos indígenas.
e) os conflitos de competência entre juízes federais § 1º As causas em que a União for autora serão aforadas
vinculados ao Tribunal; na seção judiciária onde tiver domicílio a outra parte.
II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos § 2º As causas intentadas contra a União poderão ser
juízes federais e pelos juízes estaduais no exercício da aforadas na seção judiciária em que for domiciliado o
competência federal da área de sua jurisdição. autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que
deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa,
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
ou, ainda, no Distrito Federal.
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou
§ 3º Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no
empresa pública federal forem interessadas na
foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, as
condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes,
causas em que forem parte instituição de previdência
exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as
social e segurado, sempre que a comarca não seja sede
sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
de vara do juízo federal, e, se verificada essa condição,

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a lei poderá permitir que outras causas sejam também II - os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do
processadas e julgadas pela justiça estadual. Trabalho, oriundos da magistratura da carreira,
indicados pelo próprio Tribunal Superior. (Incluído
§ 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
cabível será sempre para o Tribunal Regional Federal na
área de jurisdição do juiz de primeiro grau. § 1º A lei disporá sobre a competência do Tribunal
Superior do Trabalho. (Incluído pela Emenda
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos
Constitucional nº 45, de 2004)
humanos, o Procurador-Geral da República, com a
finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações § 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do
decorrentes de tratados internacionais de direitos Trabalho: (Incluído pela Emenda Constitucional nº
humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, 45, de 2004)
perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase
I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de
do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de
Magistrados do Trabalho, cabendo-lhe, dentre outras
competência para a Justiça Federal. (Incluído pela
funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
e promoção na carreira; (Incluído pela Emenda
Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Federal, Constitucional nº 45, de 2004)
constituirá uma seção judiciária que terá por sede a
II - o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-
respectiva Capital, e varas localizadas segundo o
lhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa,
estabelecido em lei.
orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do
Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e Trabalho de primeiro e segundo graus, como órgão
as atribuições cometidas aos juízes federais caberão aos central do sistema, cujas decisões terão efeito
juízes da justiça local, na forma da lei. vinculante. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)
Seção V
§ 3º Compete ao Tribunal Superior do Trabalho
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 92, de
processar e julgar, originariamente, a reclamação para a
2016)
preservação de sua competência e garantia da
Do Tribunal Superior do Trabalho, dos Tribunais autoridade de suas decisões. (Incluído pela Emenda
Regionais Constitucional nº 92, de 2016)
do Trabalho e dos Juízes do Trabalho Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho,
podendo, nas comarcas não abrangidas por sua
Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho:
jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso
I - o Tribunal Superior do Trabalho; para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de
II - os Tribunais Regionais do Trabalho;
2004)
III - Juizes do Trabalho. (Redação dada pela Emenda
Art. 113. A lei disporá sobre a constituição, investidura,
Constitucional nº 24, de 1999)
jurisdição, competência, garantias e condições de
§§ 1º a 3º (Revogados pela Emenda Constitucional exercício dos órgãos da Justiça do Trabalho.
nº 45, de 2004) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 24, de
1999)
Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-
á de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e
com mais de trinta e cinco anos e menos de sessenta e julgar: (Redação dada pela Emenda Constitucional
cinco anos, de notável saber jurídico e reputação nº 45, de 2004)
ilibada, nomeados pelo Presidente da República após
I - as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos
aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal,
os entes de direito público externo e da administração
sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional
pública direta e indireta da União, dos Estados, do
nº 92, de 2016)
Distrito Federal e dos Municípios; (Incluído pela
I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
de efetiva atividade profissional e membros do
II - as ações que envolvam exercício do direito de greve;
Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
efetivo exercício, observado o disposto no art. 94;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Estratégia Carreira Jurídica 698


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III - as ações sobre representação sindical, entre I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos
sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre de efetiva atividade profissional e membros do
sindicatos e empregadores; (Incluído pela Emenda Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de
Constitucional nº 45, de 2004) efetivo exercício, observado o disposto no art. 94;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de
IV - os mandados de segurança, habeas corpus e habeas
2004)
data , quando o ato questionado envolver matéria
sujeita à sua jurisdição; (Incluído pela Emenda II - os demais, mediante promoção de juízes do trabalho
Constitucional nº 45, de 2004) por antiguidade e merecimento, alternadamente.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de
V - os conflitos de competência entre órgãos com
2004)
jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102,
I, o; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de § 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a
2004) justiça itinerante, com a realização de audiências e
demais funções de atividade jurisdicional, nos limites
VI as ações de indenização por dano moral ou
territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de
patrimonial, decorrentes da relação de trabalho;
equipamentos públicos e comunitários. (Incluído
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VII - as ações relativas às penalidades administrativas
§ 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão
impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização
funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras
das relações de trabalho; (Incluído pela Emenda
regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do
Constitucional nº 45, de 2004)
jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo.
VIII - a execução, de ofício, das contribuições sociais (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
previstas no art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos legais,
Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será
decorrentes das sentenças que proferir; (Incluído
exercida por um juiz singular. (Redação dada pela
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Emenda Constitucional nº 24, de 1999)
IX - outras controvérsias decorrentes da relação de
Parágrafo único. (Revogado).
trabalho, na forma da lei. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004) Art. 117. e Parágrafo único. (Revogados)
§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão Seção VI
eleger árbitros.
Dos Tribunais e Juízes Eleitorais
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação
Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:
coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de
comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza I - o Tribunal Superior Eleitoral;
econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o
II - os Tribunais Regionais Eleitorais;
conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de
proteção ao trabalho, bem como as convencionadas III - os Juízes Eleitorais;
anteriormente. (Redação dada pela Emenda
IV - as Juntas Eleitorais.
Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com
mínimo, de sete membros, escolhidos:
possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério
Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, I - mediante eleição, pelo voto secreto:
competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito.
a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de
Federal;
2004)
b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal
Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-
de Justiça;
se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando
possível, na respectiva região, e nomeados pelo II - por nomeação do Presidente da República, dois
Presidente da República dentre brasileiros com mais de juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e
trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo: idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de Federal.
2004)

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Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de
seu Presidente e o Vice-Presidente dentre os Ministros mandatos eletivos federais ou estaduais;
do Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor Eleitoral
V - denegarem habeas corpus, mandado de segurança,
dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça.
habeas data ou mandado de injunção.
Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na
Seção VII
Capital de cada Estado e no Distrito Federal.
Dos Tribunais e Juízes Militares
§ 1º - Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:
Art. 122. São órgãos da Justiça Militar:
I - mediante eleição, pelo voto secreto:
I - o Superior Tribunal Militar;
a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal
de Justiça; II - os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei.
b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de
pelo Tribunal de Justiça; quinze Ministros vitalícios, nomeados pelo Presidente
da República, depois de aprovada a indicação pelo
II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na
Senado Federal, sendo três dentre oficiais-generais da
Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, não
Marinha, quatro dentre oficiais-generais do Exército,
havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso,
três dentre oficiais-generais da Aeronáutica, todos da
pelo Tribunal Regional Federal respectivo;
ativa e do posto mais elevado da carreira, e cinco dentre
III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois civis.
juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e
Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo
idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.
Presidente da República dentre brasileiros maiores de
§ 2º - O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu trinta e cinco anos, sendo:
Presidente e o Vice-Presidente- dentre os
I - três dentre advogados de notório saber jurídico e
desembargadores.
conduta ilibada, com mais de dez anos de efetiva
Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização atividade profissional;
e competência dos tribunais, dos juízes de direito e das
II - dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e
juntas eleitorais.
membros do Ministério Público da Justiça Militar.
§ 1º Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os
Art. 124. à Justiça Militar compete processar e julgar os
integrantes das juntas eleitorais, no exercício de suas
crimes militares definidos em lei.
funções, e no que lhes for aplicável, gozarão de plenas
garantias e serão inamovíveis. Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o
funcionamento e a competência da Justiça Militar.
§ 2º Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo
justificado, servirão por dois anos, no mínimo, e nunca Seção VIII
por mais de dois biênios consecutivos, sendo os
Dos Tribunais e Juízes dos Estados
substitutos escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo
processo, em número igual para cada categoria. Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados
os princípios estabelecidos nesta Constituição.
§ 3º São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior
Eleitoral, salvo as que contrariarem esta Constituição e § 1º A competência dos tribunais será definida na
as denegatórias de habeas corpus ou mandado de Constituição do Estado, sendo a lei de organização
segurança. judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça.
§ 4º Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais § 2º Cabe aos Estados a instituição de representação de
somente caberá recurso quando: inconstitucionalidade de leis ou atos normativos
estaduais ou municipais em face da Constituição
I - forem proferidas contra disposição expressa desta
Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a
Constituição ou de lei;
um único órgão.
II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois
§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do
ou mais tribunais eleitorais;
Tribunal de Justiça, a Justiça Militar estadual,
III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e
diplomas nas eleições federais ou estaduais; pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo
próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça

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Militar nos Estados em que o efetivo militar seja § 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia
superior a vinte mil integrantes. (Redação dada pela funcional e administrativa, podendo, observado o
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a
criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares,
§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e
provendo-os por concurso público de provas ou de
julgar os militares dos Estados, nos crimes militares
provas e títulos, a política remuneratória e os planos de
definidos em lei e as ações judiciais contra atos
carreira; a lei disporá sobre sua organização e
disciplinares militares, ressalvada a competência do júri
funcionamento. (Redação dada pela Emenda
quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal
Constitucional nº 19, de 1998)
competente decidir sobre a perda do posto e da patente
dos oficiais e da graduação das praças. (Redação dada § 3º O Ministério Público elaborará sua proposta
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de
diretrizes orçamentárias.
§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar
processar e julgar, singularmente, os crimes militares § 4º Se o Ministério Público não encaminhar a
cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos respectiva proposta orçamentária dentro do prazo
disciplinares militares, cabendo ao Conselho de Justiça, estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder
sob a presidência de juiz de direito, processar e julgar os Executivo considerará, para fins de consolidação da
demais crimes militares. (Incluído pela Emenda proposta orçamentária anual, os valores aprovados na
Constitucional nº 45, de 2004) lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os
limites estipulados na forma do § 3º. (Incluído pela
§ 6º O Tribunal de Justiça poderá funcionar
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais,
a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à § 5º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo
justiça em todas as fases do processo. (Incluído pela for encaminhada em desacordo com os limites
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) estipulados na forma do § 3º, o Poder Executivo
procederá aos ajustes necessários para fins de
§ 7º O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante,
consolidação da proposta orçamentária anual. (Incluído
com a realização de audiências e demais funções da
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
atividade jurisdicional, nos limites territoriais da
respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos § 6º Durante a execução orçamentária do exercício, não
públicos e comunitários. (Incluído pela Emenda poderá haver a realização de despesas ou a assunção de
Constitucional nº 45, de 2004) obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na
lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente
Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de
autorizadas, mediante a abertura de créditos
Justiça proporá a criação de varas especializadas, com
suplementares ou especiais. (Incluído pela Emenda
competência exclusiva para questões agrárias. (Redação
Constitucional nº 45, de 2004)
dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 128. O Ministério Público abrange:
Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente
prestação jurisdicional, o juiz far-se-á presente no local I - o Ministério Público da União, que compreende:
do litígio.
a) o Ministério Público Federal;
CAPÍTULO IV
b) o Ministério Público do Trabalho;
Das Funções Essenciais à Justiça
c) o Ministério Público Militar;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de
d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;
2014)
II - os Ministérios Públicos dos Estados.
Seção I
§ 1º O Ministério Público da União tem por chefe o
Do Ministério Público
Procurador-Geral da República, nomeado pelo
Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, Presidente da República dentre integrantes da carreira,
essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo- maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação de seu
lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático nome pela maioria absoluta dos membros do Senado
e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. Federal, para mandato de dois anos, permitida a
recondução.
§ 1º São princípios institucionais do Ministério Público a
unidade, a indivisibilidade e a independência funcional.

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§ 2º A destituição do Procurador-Geral da República, § 6º Aplica-se aos membros do Ministério Público o


por iniciativa do Presidente da República, deverá ser disposto no art. 95, parágrafo único, V. (Incluído pela
precedida de autorização da maioria absoluta do Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Senado Federal.
Art. 129. São funções institucionais do Ministério
§ 3º Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Público:
Federal e Territórios formarão lista tríplice dentre
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na
integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para
forma da lei;
escolha de seu Procurador-Geral, que será nomeado
pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos
anos, permitida uma recondução. serviços de relevância pública aos direitos assegurados
nesta Constituição, promovendo as medidas
§ 4º Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito
necessárias a sua garantia;
Federal e Territórios poderão ser destituídos por
deliberação da maioria absoluta do Poder Legislativo, na III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para
forma da lei complementar respectiva. a proteção do patrimônio público e social, do meio
ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
§ 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja
iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores- IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou
Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o representação para fins de intervenção da União e dos
estatuto de cada Ministério Público, observadas, Estados, nos casos previstos nesta Constituição;
relativamente a seus membros:
V - defender judicialmente os direitos e interesses das
I - as seguintes garantias: populações indígenas;
a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não VI - expedir notificações nos procedimentos
podendo perder o cargo senão por sentença judicial administrativos de sua competência, requisitando
transitada em julgado; informações e documentos para instruí-los, na forma da
lei complementar respectiva;
b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse
público, mediante decisão do órgão colegiado VII - exercer o controle externo da atividade policial, na
competente do Ministério Público, pelo voto da maioria forma da lei complementar mencionada no artigo
absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa; anterior;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de
VIII - requisitar diligências investigatórias e a
2004)
instauração de inquérito policial, indicados os
c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. fundamentos jurídicos de suas manifestações
39, § 4º, e ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, processuais;
II, 153, III, 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda
IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas,
Constitucional nº 19, de 1998)
desde que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe
II - as seguintes vedações: vedada a representação judicial e a consultoria jurídica
de entidades públicas.
a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto,
honorários, percentagens ou custas processuais; § 1º A legitimação do Ministério Público para as ações
civis previstas neste artigo não impede a de terceiros,
b) exercer a advocacia;
nas mesmas hipóteses, segundo o disposto nesta
c) participar de sociedade comercial, na forma da lei; Constituição e na lei.
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer § 2º As funções do Ministério Público só podem ser
outra função pública, salvo uma de magistério; exercidas por integrantes da carreira, que deverão
residir na comarca da respectiva lotação, salvo
e) exercer atividade político-partidária; (Redação dada
autorização do chefe da instituição. (Redação dada pela
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou
§ 3º O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-
contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou
á mediante concurso público de provas e títulos,
privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei.
assegurada a participação da Ordem dos Advogados do
(Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Brasil em sua realização, exigindo-se do bacharel em
direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e

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observando-se, nas nomeações, a ordem de adotem as providências necessárias ao exato


classificação. (Redação dada pela Emenda cumprimento da lei, sem prejuízo da competência dos
Constitucional nº 45, de 2004) Tribunais de Contas;
§ 4º Aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o III receber e conhecer das reclamações contra membros
disposto no art. 93. (Redação dada pela Emenda ou órgãos do Ministério Público da União ou dos
Constitucional nº 45, de 2004) Estados, inclusive contra seus serviços auxiliares, sem
prejuízo da competência disciplinar e correicional da
§ 5º A distribuição de processos no Ministério Público
instituição, podendo avocar processos disciplinares em
será imediata. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
curso, determinar a remoção, a disponibilidade ou a
45, de 2004)
aposentadoria com subsídios ou proventos
Art. 130. Aos membros do Ministério Público junto aos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras
Tribunais de Contas aplicam-se as disposições desta sanções administrativas, assegurada ampla defesa;
seção pertinentes a direitos, vedações e forma de
IV rever, de ofício ou mediante provocação, os
investidura.
processos disciplinares de membros do Ministério
Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Público Público da União ou dos Estados julgados há menos de
compõe-se de quatorze membros nomeados pelo um ano;
Presidente da República, depois de aprovada a escolha
V elaborar relatório anual, propondo as providências
pela maioria absoluta do Senado Federal, para um
que julgar necessárias sobre a situação do Ministério
mandato de dois anos, admitida uma recondução,
Público no País e as atividades do Conselho, o qual deve
sendo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
integrar a mensagem prevista no art. 84, XI.
2004)
§ 3º O Conselho escolherá, em votação secreta, um
I o Procurador-Geral da República, que o preside;
Corregedor nacional, dentre os membros do Ministério
II quatro membros do Ministério Público da União, Público que o integram, vedada a recondução,
assegurada a representação de cada uma de suas competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem
carreiras; conferidas pela lei, as seguintes:
III três membros do Ministério Público dos Estados; I receber reclamações e denúncias, de qualquer
interessado, relativas aos membros do Ministério
IV dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal
Público e dos seus serviços auxiliares;
Federal e outro pelo Superior Tribunal de Justiça;
II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção
V dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da
e correição geral;
Ordem dos Advogados do Brasil;
III requisitar e designar membros do Ministério Público,
VI dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação
delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores de
ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e
órgãos do Ministério Público.
outro pelo Senado Federal.
§ 4º O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos
§ 1º Os membros do Conselho oriundos do Ministério
Advogados do Brasil oficiará junto ao Conselho.
Público serão indicados pelos respectivos Ministérios
Públicos, na forma da lei. § 5º Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do
Ministério Público, competentes para receber
§ 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério
reclamações e denúncias de qualquer interessado
Público o controle da atuação administrativa e
contra membros ou órgãos do Ministério Público,
financeira do Ministério Público e do cumprimento dos
inclusive contra seus serviços auxiliares, representando
deveres funcionais de seus membros, cabendo lhe:
diretamente ao Conselho Nacional do Ministério
I zelar pela autonomia funcional e administrativa do Público.
Ministério Público, podendo expedir atos
Seção II
regulamentares, no âmbito de sua competência, ou
recomendar providências; Da Advocacia Pública
II zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
ou mediante provocação, a legalidade dos atos 1998)
administrativos praticados por membros ou órgãos do
Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que,
Ministério Público da União e dos Estados, podendo
diretamente ou através de órgão vinculado, representa
desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se

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a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta
termos da lei complementar que dispuser sobre sua Constituição Federal. (Redação dada pela Emenda
organização e funcionamento, as atividades de Constitucional nº 80, de 2014)
consultoria e assessoramento jurídico do Poder
§ 1º Lei complementar organizará a Defensoria Pública
Executivo.
da União e do Distrito Federal e dos Territórios e
§ 1º A Advocacia-Geral da União tem por chefe o prescreverá normas gerais para sua organização nos
Advogado-Geral da União, de livre nomeação pelo Estados, em cargos de carreira, providos, na classe
Presidente da República dentre cidadãos maiores de inicial, mediante concurso público de provas e títulos,
trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação assegurada a seus integrantes a garantia da
ilibada. inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora
das atribuições institucionais. (Renumerado do
§ 2º O ingresso nas classes iniciais das carreiras da
parágrafo único pela Emenda Constitucional nº 45, de
instituição de que trata este artigo far-se-á mediante
2004)
concurso público de provas e títulos.
§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas
§ 3º Na execução da dívida ativa de natureza tributária,
autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de
a representação da União cabe à Procuradoria-Geral da
sua proposta orçamentária dentro dos limites
Fazenda Nacional, observado o disposto em lei.
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e
Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito subordinação ao disposto no art. 99, § 2º. (Incluído pela
Federal, organizados em carreira, na qual o ingresso Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
dependerá de concurso público de provas e títulos, com
§ 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públicas
a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em
da União e do Distrito Federal. (Incluído pela Emenda
todas as suas fases, exercerão a representação judicial e
Constitucional nº 74, de 2013)
a consultoria jurídica das respectivas unidades
federadas. (Redação dada pela Emenda Constitucional § 4º São princípios institucionais da Defensoria Pública
nº 19, de 1998) a unidade, a indivisibilidade e a independência
funcional, aplicando-se também, no que couber, o
Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste
disposto no art. 93 e no inciso II do art. 96 desta
artigo é assegurada estabilidade após três anos de
Constituição Federal. (Incluído pela Emenda
efetivo exercício, mediante avaliação de desempenho
Constitucional nº 80, de 2014)
perante os órgãos próprios, após relatório
circunstanciado das corregedorias. (Redação dada pela Art. 135. Os servidores integrantes das carreiras
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) disciplinadas nas Seções II e III deste Capítulo serão
remunerados na forma do art. 39, § 4º. (Redação dada
Seção III
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Da Advocacia
TÍTULO V
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de
Da Defesa do Estado e Das Instituições Democráticas
2014)
CAPÍTULO I
Art. 133. O advogado é indispensável à administração da
justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações Do Estado de Defesa e do Estado de Sítio
no exercício da profissão, nos limites da lei.
Seção I
SEÇÃO IV
Do Estado De Defesa
Da Defensoria Pública
Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional,
2014) decretar estado de defesa para preservar ou
prontamente restabelecer, em locais restritos e
Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente,
determinados, a ordem pública ou a paz social
essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-
ameaçadas por grave e iminente instabilidade
lhe, como expressão e instrumento do regime
institucional ou atingidas por calamidades de grandes
democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica,
proporções na natureza.
a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos
os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais § 1º O decreto que instituir o estado de defesa
e coletivos, de forma integral e gratuita, aos determinará o tempo de sua duração, especificará as

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áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e I - comoção grave de repercussão nacional ou
limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de
as seguintes: medida tomada durante o estado de defesa;
I - restrições aos direitos de: II - declaração de estado de guerra ou resposta a
agressão armada estrangeira.
a) reunião, ainda que exercida no seio das associações;
Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar
b) sigilo de correspondência;
autorização para decretar o estado de sítio ou sua
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica; prorrogação, relatará os motivos determinantes do
pedido, devendo o Congresso Nacional decidir por
II - ocupação e uso temporário de bens e serviços
maioria absoluta.
públicos, na hipótese de calamidade pública,
respondendo a União pelos danos e custos decorrentes. Art. 138. O decreto do estado de sítio indicará sua
duração, as normas necessárias a sua execução e as
§ 2º O tempo de duração do estado de defesa não será
garantias constitucionais que ficarão suspensas, e,
superior a trinta dias, podendo ser prorrogado uma vez,
depois de publicado, o Presidente da República
por igual período, se persistirem as razões que
designará o executor das medidas específicas e as áreas
justificaram a sua decretação.
abrangidas.
§ 3º Na vigência do estado de defesa:
§ 1º - O estado de sítio, no caso do art. 137, I, não poderá
I - a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo ser decretado por mais de trinta dias, nem prorrogado,
executor da medida, será por este comunicada de cada vez, por prazo superior; no do inciso II, poderá
imediatamente ao juiz competente, que a relaxará, se ser decretado por todo o tempo que perdurar a guerra
não for legal, facultado ao preso requerer exame de ou a agressão armada estrangeira.
corpo de delito à autoridade policial;
§ 2º - Solicitada autorização para decretar o estado de
II - a comunicação será acompanhada de declaração, sítio durante o recesso parlamentar, o Presidente do
pela autoridade, do estado físico e mental do detido no Senado Federal, de imediato, convocará
momento de sua autuação; extraordinariamente o Congresso Nacional para se
reunir dentro de cinco dias, a fim de apreciar o ato.
III - a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá
ser superior a dez dias, salvo quando autorizada pelo § 3º - O Congresso Nacional permanecerá em
Poder Judiciário; funcionamento até o término das medidas coercitivas.
IV - é vedada a incomunicabilidade do preso. Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com
fundamento no art. 137, I, só poderão ser tomadas
§ 4º Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação,
contra as pessoas as seguintes medidas:
o Presidente da República, dentro de vinte e quatro
horas, submeterá o ato com a respectiva justificação ao I - obrigação de permanência em localidade
Congresso Nacional, que decidirá por maioria absoluta. determinada;
§ 5º Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será II - detenção em edifício não destinado a acusados ou
convocado, extraordinariamente, no prazo de cinco condenados por crimes comuns;
dias.
III - restrições relativas à inviolabilidade da
§ 6º O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro correspondência, ao sigilo das comunicações, à
de dez dias contados de seu recebimento, devendo prestação de informações e à liberdade de imprensa,
continuar funcionando enquanto vigorar o estado de radiodifusão e televisão, na forma da lei;
defesa.
IV - suspensão da liberdade de reunião;
§ 7º Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado
V - busca e apreensão em domicílio;
de defesa.
VI - intervenção nas empresas de serviços públicos;
Seção II
VII - requisição de bens.
Do Estado De Sítio
Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III
Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o
a difusão de pronunciamentos de parlamentares
Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional,
efetuados em suas Casas Legislativas, desde que
solicitar ao Congresso Nacional autorização para
liberada pela respectiva Mesa.
decretar o estado de sítio nos casos de:

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Seção III III - o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar
posse em cargo, emprego ou função pública civil
Disposições Gerais
temporária, não eletiva, ainda que da administração
Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os indireta, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso
líderes partidários, designará Comissão composta de XVI, alínea "c", ficará agregado ao respectivo quadro e
cinco de seus membros para acompanhar e fiscalizar a somente poderá, enquanto permanecer nessa situação,
execução das medidas referentes ao estado de defesa e ser promovido por antiguidade, contando-se-lhe o
ao estado de sítio. tempo de serviço apenas para aquela promoção e
transferência para a reserva, sendo depois de dois anos
Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o estado de
de afastamento, contínuos ou não, transferido para a
sítio, cessarão também seus efeitos, sem prejuízo da
reserva, nos termos da lei; (Redação dada pela Emenda
responsabilidade pelos ilícitos cometidos por seus
Constitucional nº 77, de 2014)
executores ou agentes.
IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve;
Parágrafo único. Logo que cesse o estado de defesa ou
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
o estado de sítio, as medidas aplicadas em sua vigência
serão relatadas pelo Presidente da República, em V - o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar
mensagem ao Congresso Nacional, com especificação e filiado a partidos políticos; (Incluído pela Emenda
justificação das providências adotadas, com relação Constitucional nº 18, de 1998)
nominal dos atingidos e indicação das restrições
VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado
aplicadas.
indigno do oficialato ou com ele incompatível, por
CAPÍTULO II decisão de tribunal militar de caráter permanente, em
tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de
Das Forças Armadas
guerra; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de
Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, 1998)
pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições
VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar a
nacionais permanentes e regulares, organizadas com
pena privativa de liberdade superior a dois anos, por
base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade
sentença transitada em julgado, será submetido ao
suprema do Presidente da República, e destinam-se à
julgamento previsto no inciso anterior; (Incluído pela
defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais
Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
VIII - aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos
§ 1º Lei complementar estabelecerá as normas gerais a
VIII, XII, XVII, XVIII, XIX e XXV, e no art. 37, incisos XI, XIII,
serem adotadas na organização, no preparo e no
XIV e XV, bem como, na forma da lei e com prevalência
emprego das Forças Armadas.
da atividade militar, no art. 37, inciso XVI, alínea "c";
§ 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 77, de
disciplinares militares. 2014)
§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados IX - (Revogado).
militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser
X - a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os
fixadas em lei, as seguintes disposições: (Incluído pela
limites de idade, a estabilidade e outras condições de
Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
transferência do militar para a inatividade, os direitos,
I - as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a os deveres, a remuneração, as prerrogativas e outras
elas inerentes, são conferidas pelo Presidente da situações especiais dos militares, consideradas as
República e asseguradas em plenitude aos oficiais da peculiaridades de suas atividades, inclusive aquelas
ativa, da reserva ou reformados, sendo-lhes privativos cumpridas por força de compromissos internacionais e
os títulos e postos militares e, juntamente com os de guerra. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18,
demais membros, o uso dos uniformes das Forças de 1998)
Armadas; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18,
Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos termos da
de 1998)
lei.
II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou
§ 1º Às Forças Armadas compete, na forma da lei,
emprego público civil permanente, ressalvada a
atribuir serviço alternativo aos que, em tempo de paz,
hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea "c", será
após alistados, alegarem imperativo de consciência,
transferido para a reserva, nos termos da lei; (Redação
entendendo-se como tal o decorrente de crença
dada pela Emenda Constitucional nº 77, de 2014)

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religiosa e de convicção filosófica ou política, para se § 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia
eximirem de atividades de caráter essencialmente de carreira, incumbem, ressalvada a competência da
militar. (Regulamento) União, as funções de polícia judiciária e a apuração de
infrações penais, exceto as militares.
§ 2º As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do
serviço militar obrigatório em tempo de paz, sujeitos, § 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a
porém, a outros encargos que a lei lhes atribuir. preservação da ordem pública; aos corpos de
(Regulamento) bombeiros militares, além das atribuições definidas em
lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil.
CAPÍTULO III
§ 6º As polícias militares e corpos de bombeiros
Da Segurança Pública
militares, forças auxiliares e reserva do Exército,
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos
responsabilidade de todos, é exercida para a Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos
preservação da ordem pública e da incolumidade das Territórios.
pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento
I - polícia federal; dos órgãos responsáveis pela segurança pública, de
maneira a garantir a eficiência de suas atividades.
II - polícia rodoviária federal;
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas
III - polícia ferroviária federal;
municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços
IV - polícias civis; e instalações, conforme dispuser a lei.
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares. § 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes
dos órgãos relacionados neste artigo será fixada na
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão
forma do § 4º do art. 39. (Incluído pela Emenda
permanente, organizado e mantido pela União e
Constitucional nº 19, de 1998)
estruturado em carreira, destina-se a:" (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) § 10. A segurança viária, exercida para a preservação da
ordem pública e da incolumidade das pessoas e do seu
I - apurar infrações penais contra a ordem política e
patrimônio nas vias públicas: (Incluído pela Emenda
social ou em detrimento de bens, serviços e interesses
Constitucional nº 82, de 2014)
da União ou de suas entidades autárquicas e empresas
públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de
repercussão interestadual ou internacional e exija trânsito, além de outras atividades previstas em lei, que
repressão uniforme, segundo se dispuser em lei; assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana
eficiente; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82,
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes
de 2014)
e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem
prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal
nas respectivas áreas de competência; e dos Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades
executivos e seus agentes de trânsito, estruturados em
III - exercer as funções de polícia marítima,
Carreira, na forma da lei. (Incluído pela Emenda
aeroportuária e de fronteiras; (Redação dada pela
Constitucional nº 82, de 2014)
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
TÍTULO VIII
IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia
judiciária da União. Da Ordem Social
§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, CAPÍTULO I
organizado e mantido pela União e estruturado em
Disposição Geral
carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento
ostensivo das rodovias federais. (Redação dada pela Art. 193. A ordem social tem como base o primado do
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais.
§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, CAPÍTULO II
organizado e mantido pela União e estruturado em
Da Seguridade Social
carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento
ostensivo das ferrovias federais. (Redação dada pela Seção I
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

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Disposições Gerais IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou


de quem a lei a ele equiparar. (Incluído pela Emenda
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e
da sociedade, destinadas a assegurar os direitos § 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos
relativos à saúde, à previdência e à assistência social. Municípios destinadas à seguridade social constarão
dos respectivos orçamentos, não integrando o
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos
orçamento da União.
da lei, organizar a seguridade social, com base nos
seguintes objetivos: § 2º A proposta de orçamento da seguridade social será
elaborada de forma integrada pelos órgãos
I - universalidade da cobertura e do atendimento;
responsáveis pela saúde, previdência social e assistência
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e social, tendo em vista as metas e prioridades
serviços às populações urbanas e rurais; estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias,
assegurada a cada área a gestão de seus recursos.
III - seletividade e distributividade na prestação dos
benefícios e serviços; § 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da
seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;
contratar com o Poder Público nem dele receber
V - equidade na forma de participação no custeio; benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.
VI - diversidade da base de financiamento; § 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a
garantir a manutenção ou expansão da seguridade
VII - caráter democrático e descentralizado da
social, obedecido o disposto no art. 154, I.
administração, mediante gestão quadripartite, com
participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos § 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social
aposentados e do Governo nos órgãos colegiados. poderá ser criado, majorado ou estendido sem a
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de correspondente fonte de custeio total.
1998)
§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da
sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, data da publicação da lei que as houver instituído ou
mediante recursos provenientes dos orçamentos da modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150,
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos III, "b".
Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela as entidades beneficentes de assistência social que
equiparada na forma da lei, incidentes sobre: (Redação atendam às exigências estabelecidas em lei.
dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos
pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de
que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo economia familiar, sem empregados permanentes,
empregatício; (Incluído pela Emenda Constitucional nº contribuirão para a seguridade social mediante a
20, de 1998) aplicação de uma alíquota sobre o resultado da
comercialização da produção e farão jus aos benefícios
b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda
nos termos da lei. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)
Constitucional nº 20, de 1998)
c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20,
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do
de 1998)
caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de
II - do trabalhador e dos demais segurados da cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica,
previdência social, não incidindo contribuição sobre da utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da
aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral empresa ou da condição estrutural do mercado de
de previdência social de que trata o art. 201; (Redação trabalho. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 47, de 2005)
III - sobre a receita de concursos de prognósticos. § 10. A lei definirá os critérios de transferência de
recursos para o sistema único de saúde e ações de
assistência social da União para os Estados, o Distrito

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Federal e os Municípios, e dos Estados para os VII - garantia de padrão de qualidade.


Municípios, observada a respectiva contrapartida de
VIII - piso salarial profissional nacional para os
recursos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de
profissionais da educação escolar pública, nos termos
1998)
de lei federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
§ 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das 53, de 2006)
contribuições sociais de que tratam os incisos I, a, e II
Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de
deste artigo, para débitos em montante superior ao
trabalhadores considerados profissionais da educação
fixado em lei complementar. (Incluído pela Emenda
básica e sobre a fixação de prazo para a elaboração ou
Constitucional nº 20, de 1998)
adequação de seus planos de carreira, no âmbito da
§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
para os quais as contribuições incidentes na forma dos Municípios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53,
incisos I, b; e IV do caput, serão não-cumulativas. de 2006)
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de
Art. 207. As universidades gozam de autonomia
19.12.2003)
didático-científica, administrativa e de gestão financeira
§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese e patrimonial, e obedecerão ao princípio de
de substituição gradual, total ou parcial, da contribuição indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.
incidente na forma do inciso I, a, pela incidente sobre a
§ 1º É facultado às universidades admitir professores,
receita ou o faturamento. (Incluído pela Emenda
técnicos e cientistas estrangeiros, na forma da lei.
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 11, de 1996)
CAPÍTULO III
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se às instituições de
Da Educação, Da Cultura e do Desporto pesquisa científica e tecnológica. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 11, de 1996)
Seção I
Art. 208. O dever do Estado com a educação será
Da Educação
efetivado mediante a garantia de:
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro)
e da família, será promovida e incentivada com a
aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive
colaboração da sociedade, visando ao pleno
sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o
acesso na idade própria; (Redação dada pela Emenda
exercício da cidadania e sua qualificação para o
Constitucional nº 59, de 2009) (Vide Emenda
trabalho.
Constitucional nº 59, de 2009)
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos
II - progressiva universalização do ensino médio
seguintes princípios:
gratuito; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
I - igualdade de condições para o acesso e permanência 14, de 1996)
na escola;
III - atendimento educacional especializado aos
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar portadores de deficiência, preferencialmente na rede
o pensamento, a arte e o saber; regular de ensino;
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às
coexistência de instituições públicas e privadas de crianças até 5 (cinco) anos de idade; (Redação dada pela
ensino; Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da
oficiais; pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de
cada um;
V - valorização dos profissionais da educação escolar,
garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às
ingresso exclusivamente por concurso público de provas condições do educando;
e títulos, aos das redes públicas; (Redação dada pela
VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da
Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
educação básica, por meio de programas suplementares
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da de material didático escolar, transporte, alimentação e
lei;

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assistência à saúde. (Redação dada pela Emenda universalização do ensino obrigatório. (Redação dada
Constitucional nº 59, de 2009) pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009)
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito § 5º A educação básica pública atenderá
público subjetivo. prioritariamente ao ensino regular. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
§ 2º O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo
Poder Público, ou sua oferta irregular, importa Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de
responsabilidade da autoridade competente. dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante
§ 3º Compete ao Poder Público recensear os educandos
de impostos, compreendida a proveniente de
no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar,
transferências, na manutenção e desenvolvimento do
junto aos pais ou responsáveis, pela freqüência à escola.
ensino.
Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas
§ 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida
as seguintes condições:
pela União aos Estados, ao Distrito Federal e aos
I - cumprimento das normas gerais da educação Municípios, ou pelos Estados aos respectivos
nacional; Municípios, não é considerada, para efeito do cálculo
previsto neste artigo, receita do governo que a
II - autorização e avaliação de qualidade pelo Poder
transferir.
Público.
§ 2º Para efeito do cumprimento do disposto no "caput"
Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o
deste artigo, serão considerados os sistemas de ensino
ensino fundamental, de maneira a assegurar formação
federal, estadual e municipal e os recursos aplicados na
básica comum e respeito aos valores culturais e
forma do art. 213.
artísticos, nacionais e regionais.
§ 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará
§ 1º O ensino religioso, de matrícula facultativa,
prioridade ao atendimento das necessidades do ensino
constituirá disciplina dos horários normais das escolas
obrigatório, no que se refere a universalização, garantia
públicas de ensino fundamental.
de padrão de qualidade e equidade, nos termos do
§ 2º O ensino fundamental regular será ministrado em plano nacional de educação. (Redação dada pela
língua portuguesa, assegurada às comunidades Emenda Constitucional nº 59, de 2009)
indígenas também a utilização de suas línguas maternas
§ 4º Os programas suplementares de alimentação e
e processos próprios de aprendizagem.
assistência à saúde previstos no art. 208, VII, serão
Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os financiados com recursos provenientes de contribuições
Municípios organizarão em regime de colaboração seus sociais e outros recursos orçamentários.
sistemas de ensino.
§ 5º A educação básica pública terá como fonte
§ 1º A União organizará o sistema federal de ensino e o adicional de financiamento a contribuição social do
dos Territórios, financiará as instituições de ensino salário-educação, recolhida pelas empresas na forma da
públicas federais e exercerá, em matéria educacional, lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de
função redistributiva e supletiva, de forma a garantir 2006)
equalização de oportunidades educacionais e padrão
§ 6º As cotas estaduais e municipais da arrecadação da
mínimo de qualidade do ensino mediante assistência
contribuição social do salário-educação serão
técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e
distribuídas proporcionalmente ao número de alunos
aos Municípios; (Redação dada pela Emenda
matriculados na educação básica nas respectivas redes
Constitucional nº 14, de 1996)
públicas de ensino. (Incluído pela Emenda
§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino Constitucional nº 53, de 2006)
fundamental e na educação infantil. (Redação dada pela
Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às
Emenda Constitucional nº 14, de 1996)
escolas públicas, podendo ser dirigidos a escolas
§ 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão comunitárias, confessionais ou filantrópicas, definidas
prioritariamente no ensino fundamental e médio. em lei, que:
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)
I - comprovem finalidade não-lucrativa e apliquem seus
§ 4º Na organização de seus sistemas de ensino, a União, excedentes financeiros em educação;
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios definirão
formas de colaboração, de modo a assegurar a

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II - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra 2º A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas
escola comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao de alta significação para os diferentes segmentos
Poder Público, no caso de encerramento de suas étnicos nacionais.
atividades.
3º A lei estabelecerá o Plano Nacional de Cultura, de
§ 1º - Os recursos de que trata este artigo poderão ser duração plurianual, visando ao desenvolvimento
destinados a bolsas de estudo para o ensino cultural do País e à integração das ações do poder
fundamental e médio, na forma da lei, para os que público que conduzem à: (Incluído pela Emenda
demonstrarem insuficiência de recursos, quando Constitucional nº 48, de 2005)
houver falta de vagas e cursos regulares da rede pública
I defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro;
na localidade da residência do educando, ficando o
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 48, de 2005)
Poder Público obrigado a investir prioritariamente na
expansão de sua rede na localidade. II produção, promoção e difusão de bens culturais;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 48, de 2005)
§ 2º As atividades de pesquisa, de extensão e de
estímulo e fomento à inovação realizadas por III formação de pessoal qualificado para a gestão da
universidades e/ou por instituições de educação cultura em suas múltiplas dimensões; (Incluído pela
profissional e tecnológica poderão receber apoio Emenda Constitucional nº 48, de 2005)
financeiro do Poder Público. (Redação dada pela
IV democratização do acesso aos bens de cultura;
Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 48, de 2005)
Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de
V valorização da diversidade étnica e regional. (Incluído
educação, de duração decenal, com o objetivo de
pela Emenda Constitucional nº 48, de 2005)
articular o sistema nacional de educação em regime de
colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os
estratégias de implementação para assegurar a bens de natureza material e imaterial, tomados
manutenção e desenvolvimento do ensino em seus individualmente ou em conjunto, portadores de
diversos níveis, etapas e modalidades por meio de ações referência à identidade, à ação, à memória dos
integradas dos poderes públicos das diferentes esferas diferentes grupos formadores da sociedade brasileira,
federativas que conduzam a: (Redação dada pela nos quais se incluem:
Emenda Constitucional nº 59, de 2009)
I - as formas de expressão;
I - erradicação do analfabetismo;
II - os modos de criar, fazer e viver;
II - universalização do atendimento escolar;
III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
III - melhoria da qualidade do ensino;
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais
IV - formação para o trabalho; espaços destinados às manifestações artístico-culturais;
V - promoção humanística, científica e tecnológica do V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico,
País. paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico,
ecológico e científico.
VI - estabelecimento de meta de aplicação de recursos
públicos em educação como proporção do produto § 1º O Poder Público, com a colaboração da
interno bruto. (Incluído pela Emenda Constitucional nº comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio
59, de 2009) cultural brasileiro, por meio de inventários, registros,
vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras
Seção II
formas de acautelamento e preservação.
Da Cultura
§ 2º Cabem à administração pública, na forma da lei, a
Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício gestão da documentação governamental e as
dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura providências para franquear sua consulta a quantos dela
nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a necessitem.
difusão das manifestações culturais.
§ 3º A lei estabelecerá incentivos para a produção e o
§ 1º O Estado protegerá as manifestações das culturas conhecimento de bens e valores culturais.
populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de outros
§ 4º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão
grupos participantes do processo civilizatório nacional.
punidos, na forma da lei.

Estratégia Carreira Jurídica 711


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§ 5º Ficam tombados todos os documentos e os sítios VII - transversalidade das políticas culturais; Incluído
detentores de reminiscências históricas dos antigos pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012
quilombos.
VIII - autonomia dos entes federados e das instituições
§ 6º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal da sociedade civil; Incluído pela Emenda Constitucional
vincular a fundo estadual de fomento à cultura até cinco nº 71, de 2012
décimos por cento de sua receita tributária líquida, para
IX - transparência e compartilhamento das informações;
o financiamento de programas e projetos culturais,
Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012
vedada a aplicação desses recursos no pagamento de:
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de X - democratização dos processos decisórios com
19.12.2003) participação e controle social; Incluído pela Emenda
Constitucional nº 71, de 2012
I - despesas com pessoal e encargos sociais; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) XI - descentralização articulada e pactuada da gestão,
dos recursos e das ações; Incluído pela Emenda
II - serviço da dívida; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 71, de 2012
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
XII - ampliação progressiva dos recursos contidos nos
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada
orçamentos públicos para a cultura. Incluído pela
diretamente aos investimentos ou ações apoiados.
Emenda Constitucional nº 71, de 2012
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003) § 2º Constitui a estrutura do Sistema Nacional de
Cultura, nas respectivas esferas da Federação: Incluído
Art. 216-A. O Sistema Nacional de Cultura, organizado
pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012
em regime de colaboração, de forma descentralizada e
participativa, institui um processo de gestão e I - órgãos gestores da cultura; Incluído pela Emenda
promoção conjunta de políticas públicas de cultura, Constitucional nº 71, de 2012
democráticas e permanentes, pactuadas entre os entes
II - conselhos de política cultural; Incluído pela Emenda
da Federação e a sociedade, tendo por objetivo
Constitucional nº 71, de 2012
promover o desenvolvimento humano, social e
econômico com pleno exercício dos direitos culturais. III - conferências de cultura; Incluído pela Emenda
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012) Constitucional nº 71, de 2012
§ 1º O Sistema Nacional de Cultura fundamenta-se na IV - comissões intergestores; Incluído pela Emenda
política nacional de cultura e nas suas diretrizes, Constitucional nº 71, de 2012
estabelecidas no Plano Nacional de Cultura, e rege-se
V - planos de cultura; Incluído pela Emenda
pelos seguintes princípios: Incluído pela Emenda
Constitucional nº 71, de 2012
Constitucional nº 71, de 2012
VI - sistemas de financiamento à cultura; Incluído pela
I - diversidade das expressões culturais; Incluído pela
Emenda Constitucional nº 71, de 2012
Emenda Constitucional nº 71, de 2012
VII - sistemas de informações e indicadores culturais;
II - universalização do acesso aos bens e serviços
Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012
culturais; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de
2012 VIII - programas de formação na área da cultura; e
Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012
III - fomento à produção, difusão e circulação de
conhecimento e bens culturais; Incluído pela Emenda IX - sistemas setoriais de cultura. Incluído pela Emenda
Constitucional nº 71, de 2012 Constitucional nº 71, de 2012
IV - cooperação entre os entes federados, os agentes § 3º Lei federal disporá sobre a regulamentação do
públicos e privados atuantes na área cultural; Incluído Sistema Nacional de Cultura, bem como de sua
pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012 articulação com os demais sistemas nacionais ou
políticas setoriais de governo. Incluído pela Emenda
V - integração e interação na execução das políticas,
Constitucional nº 71, de 2012
programas, projetos e ações desenvolvidas; Incluído
pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012 § 4º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
organizarão seus respectivos sistemas de cultura em leis
VI - complementaridade nos papéis dos agentes
próprias. Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de
culturais; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de
2012
2012

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Seção III propaganda de produtos, práticas e serviços que


possam ser nocivos à saúde e ao meio ambiente.
Do Desporto
§ 4º A propaganda comercial de tabaco, bebidas
Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas
alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos e terapias estará
desportivas formais e não-formais, como direito de cada
sujeita a restrições legais, nos termos do inciso II do
um, observados:
parágrafo anterior, e conterá, sempre que necessário,
I - a autonomia das entidades desportivas dirigentes e advertência sobre os malefícios decorrentes de seu uso.
associações, quanto a sua organização e
§ 5º Os meios de comunicação social não podem, direta
funcionamento;
ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou
II - a destinação de recursos públicos para a promoção oligopólio.
prioritária do desporto educacional e, em casos
§ 6º A publicação de veículo impresso de comunicação
específicos, para a do desporto de alto rendimento;
independe de licença de autoridade.
III - o tratamento diferenciado para o desporto
Art. 221. A produção e a programação das emissoras de
profissional e o não- profissional;
rádio e televisão atenderão aos seguintes princípios:
IV - a proteção e o incentivo às manifestações
I - preferência a finalidades educativas, artísticas,
desportivas de criação nacional.
culturais e informativas;
§ 1º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à
II - promoção da cultura nacional e regional e estímulo à
disciplina e às competições desportivas após
produção independente que objetive sua divulgação;
esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva,
regulada em lei. III - regionalização da produção cultural, artística e
jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei;
§ 2º A justiça desportiva terá o prazo máximo de
sessenta dias, contados da instauração do processo, IV - respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da
para proferir decisão final. família.
§ 3º O Poder Público incentivará o lazer, como forma de Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de
promoção social. radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de
brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos,
CAPÍTULO V
ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis
Da Comunicação Social brasileiras e que tenham sede no País. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002)
Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a
expressão e a informação, sob qualquer forma, § 1º Em qualquer caso, pelo menos setenta por cento
processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, do capital total e do capital votante das empresas
observado o disposto nesta Constituição. jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e
imagens deverá pertencer, direta ou indiretamente, a
§ 1º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa
brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos,
constituir embaraço à plena liberdade de informação
que exercerão obrigatoriamente a gestão das atividades
jornalística em qualquer veículo de comunicação social,
e estabelecerão o conteúdo da programação. (Redação
observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV.
dada pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002)
§ 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza
§ 2º A responsabilidade editorial e as atividades de
política, ideológica e artística.
seleção e direção da programação veiculada são
§ 3º Compete à lei federal: privativas de brasileiros natos ou naturalizados há mais
de dez anos, em qualquer meio de comunicação social.
I - regular as diversões e espetáculos públicos, cabendo
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 36, de
ao Poder Público informar sobre a natureza deles, as
2002)
faixas etárias a que não se recomendem, locais e
horários em que sua apresentação se mostre § 3º Os meios de comunicação social eletrônica,
inadequada; independentemente da tecnologia utilizada para a
prestação do serviço, deverão observar os princípios
II - estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e
enunciados no art. 221, na forma de lei específica, que
à família a possibilidade de se defenderem de
também garantirá a prioridade de profissionais
programas ou programações de rádio e televisão que
brasileiros na execução de produções nacionais.
contrariem o disposto no art. 221, bem como da
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002)

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§ 4º Lei disciplinará a participação de capital estrangeiro protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas
nas empresas de que trata o § 1º. (Incluído pela Emenda somente através de lei, vedada qualquer utilização que
Constitucional nº 36, de 2002) comprometa a integridade dos atributos que
justifiquem sua proteção; (Regulamento)
§ 5º As alterações de controle societário das empresas
de que trata o § 1º serão comunicadas ao Congresso IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou
Nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 36, atividade potencialmente causadora de significativa
de 2002) degradação do meio ambiente, estudo prévio de
impacto ambiental, a que se dará publicidade;
Art. 223. Compete ao Poder Executivo outorgar e
(Regulamento)
renovar concessão, permissão e autorização para o
serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens, V - controlar a produção, a comercialização e o emprego
observado o princípio da complementaridade dos de técnicas, métodos e substâncias que comportem
sistemas privado, público e estatal. risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;
(Regulamento)
§ 1º O Congresso Nacional apreciará o ato no prazo do
art. 64, § 2º e § 4º, a contar do recebimento da VI - promover a educação ambiental em todos os níveis
mensagem. de ensino e a conscientização pública para a
preservação do meio ambiente;
§ 2º A não renovação da concessão ou permissão
dependerá de aprovação de, no mínimo, dois quintos do VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei,
Congresso Nacional, em votação nominal. as práticas que coloquem em risco sua função ecológica,
provoquem a extinção de espécies ou submetam os
§ 3º O ato de outorga ou renovação somente produzirá
animais a crueldade. (Regulamento)
efeitos legais após deliberação do Congresso Nacional,
na forma dos parágrafos anteriores. § 2º Aquele que explorar recursos minerais fica
obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de
§ 4º O cancelamento da concessão ou permissão, antes
acordo com solução técnica exigida pelo órgão público
de vencido o prazo, depende de decisão judicial.
competente, na forma da lei.
§ 5º O prazo da concessão ou permissão será de dez
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao
anos para as emissoras de rádio e de quinze para as de
meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas
televisão.
ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,
Art. 224. Para os efeitos do disposto neste capítulo, o independentemente da obrigação de reparar os danos
Congresso Nacional instituirá, como seu órgão auxiliar, causados.
o Conselho de Comunicação Social, na forma da lei.
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a
CAPÍTULO VI Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona
Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-
Do Meio Ambiente
á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do uso dos recursos naturais.
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se
§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou
ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo
arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias,
e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão
ao Poder Público:
ter sua localização definida em lei federal, sem o que
I - preservar e restaurar os processos ecológicos não poderão ser instaladas.
essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e
§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do
ecossistemas; (Regulamento)
§ 1º deste artigo, não se consideram cruéis as práticas
II - preservar a diversidade e a integridade do desportivas que utilizem animais, desde que sejam
patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215
dedicadas à pesquisa e manipulação de material desta Constituição Federal, registradas como bem de
genético; (Regulamento) natureza imaterial integrante do patrimônio cultural
brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços
específica que assegure o bem-estar dos animais
territoriais e seus componentes a serem especialmente

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envolvidos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 96, obedecendo aos seguintes preceitos: (Redação dada
de 2017) Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)
CAPÍTULO VII I - aplicação de percentual dos recursos públicos
destinados à saúde na assistência materno-infantil;
Da Família, da Criança, do Adolescente, do Jovem e do
Idoso II - criação de programas de prevenção e atendimento
especializado para as pessoas portadoras de deficiência
(Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de
física, sensorial ou mental, bem como de integração
2010)
social do adolescente e do jovem portador de
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e a
proteção do Estado. convivência, e a facilitação do acesso aos bens e serviços
coletivos, com a eliminação de obstáculos
§ 1º O casamento é civil e gratuita a celebração.
arquitetônicos e de todas as formas de discriminação.
§ 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de
da lei. 2010)
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a § 2º A lei disporá sobre normas de construção dos
união estável entre o homem e a mulher como entidade logradouros e dos edifícios de uso público e de
familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim de
casamento. garantir acesso adequado às pessoas portadoras de
deficiência.
§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a
comunidade formada por qualquer dos pais e seus § 3º O direito a proteção especial abrangerá os
descendentes. seguintes aspectos:
§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade I - idade mínima de quatorze anos para admissão ao
conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela trabalho, observado o disposto no art. 7º, XXXIII;
mulher.
II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas;
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio.
III - garantia de acesso do trabalhador adolescente e
(Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 66, de
jovem à escola; (Redação dada Pela Emenda
2010)
Constitucional nº 65, de 2010)
§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa
IV - garantia de pleno e formal conhecimento da
humana e da paternidade responsável, o planejamento
atribuição de ato infracional, igualdade na relação
familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado
processual e defesa técnica por profissional habilitado,
propiciar recursos educacionais e científicos para o
segundo dispuser a legislação tutelar específica;
exercício desse direito, vedada qualquer forma
coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas. V - obediência aos princípios de brevidade,
excepcionalidade e respeito à condição peculiar de
§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na
pessoa em desenvolvimento, quando da aplicação de
pessoa de cada um dos que a integram, criando
qualquer medida privativa da liberdade;
mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas
relações. VI - estímulo do Poder Público, através de assistência
jurídica, incentivos fiscais e subsídios, nos termos da lei,
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado
ao acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou
assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com
adolescente órfão ou abandonado;
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, VII - programas de prevenção e atendimento
à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à especializado à criança, ao adolescente e ao jovem
convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a dependente de entorpecentes e drogas afins. (Redação
salvo de toda forma de negligência, discriminação, dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)
exploração, violência, crueldade e opressão. (Redação
§ 4º A lei punirá severamente o abuso, a violência e a
dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)
exploração sexual da criança e do adolescente.
§ 1º O Estado promoverá programas de assistência
§ 5º A adoção será assistida pelo Poder Público, na
integral à saúde da criança, do adolescente e do jovem,
forma da lei, que estabelecerá casos e condições de sua
admitida a participação de entidades não
efetivação por parte de estrangeiros.
governamentais, mediante políticas específicas e

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§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, § 3º O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos
ou por adoção, terão os mesmos direitos e os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das
qualificações, proibidas quaisquer designações riquezas minerais em terras indígenas só podem ser
discriminatórias relativas à filiação. efetivados com autorização do Congresso Nacional,
ouvidas as comunidades afetadas, ficando-lhes
§ 7º No atendimento dos direitos da criança e do
assegurada participação nos resultados da lavra, na
adolescente levar-se- á em consideração o disposto no
forma da lei.
art. 204.
§ 4º As terras de que trata este artigo são inalienáveis e
§ 8º A lei estabelecerá: (Incluído Pela Emenda
indisponíveis, e os direitos sobre elas, imprescritíveis.
Constitucional nº 65, de 2010)
§ 5º É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas
I - o estatuto da juventude, destinado a regular os
terras, salvo, "ad referendum" do Congresso Nacional,
direitos dos jovens; (Incluído Pela Emenda
em caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco
Constitucional nº 65, de 2010)
sua população, ou no interesse da soberania do País,
II - o plano nacional de juventude, de duração decenal, após deliberação do Congresso Nacional, garantido, em
visando à articulação das várias esferas do poder qualquer hipótese, o retorno imediato logo que cesse o
público para a execução de políticas públicas. (Incluído risco.
Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)
§ 6º São nulos e extintos, não produzindo efeitos
Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de jurídicos, os atos que tenham por objeto a ocupação, o
dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial. domínio e a posse das terras a que se refere este artigo,
ou a exploração das riquezas naturais do solo, dos rios e
Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar
dos lagos nelas existentes, ressalvado relevante
os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de
interesse público da União, segundo o que dispuser lei
ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou
complementar, não gerando a nulidade e a extinção
enfermidade.
direito a indenização ou a ações contra a União, salvo,
Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever na forma da lei, quanto às benfeitorias derivadas da
de amparar as pessoas idosas, assegurando sua ocupação de boa fé.
participação na comunidade, defendendo sua dignidade
§ 7º Não se aplica às terras indígenas o disposto no art.
e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida.
174, § 3º e § 4º.
§ 1º Os programas de amparo aos idosos serão
Art. 232. Os índios, suas comunidades e organizações
executados preferencialmente em seus lares.
são partes legítimas para ingressar em juízo em defesa
§ 2º Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a de seus direitos e interesses, intervindo o Ministério
gratuidade dos transportes coletivos urbanos. Público em todos os atos do processo.
CAPÍTULO VIII
Dos Índios
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE SÃO
Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização
PAULO / 1989
social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os
direitos originários sobre as terras que tradicionalmente PREÂMBULO
ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e O Povo Paulista, invocando a proteção de Deus, e
fazer respeitar todos os seus bens. inspirado nos princípios constitucionais da República e
§ 1º São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios no ideal de a todos assegurar justiça e bem-estar,
as por eles habitadas em caráter permanente, as decreta e promulga, por seus representantes, a
utilizadas para suas atividades produtivas, as CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO.
imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais TÍTULO I
necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua
reprodução física e cultural, segundo seus usos, Dos Fundamentos do Estado
costumes e tradições. Artigo 1º - O Estado de São Paulo, integrante da
§ 2º As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios República Federativa do Brasil, exerce as competências
destinam-se a sua posse permanente, cabendo-lhes o que não lhe são vedadas pela Constituição Federal.
usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos Artigo 2º - A lei estabelecerá procedimentos judiciários
lagos nelas existentes. abreviados e de custos reduzidos para as ações cujo

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objeto principal seja a salvaguarda dos direitos e preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, para a posse
liberdades fundamentais. de seus membros e eleição da Mesa. (NR)
Artigo 3º - O Estado prestará assistência jurídica integral - § 2º com redação dada pela Emenda Constitucional n°
e gratuita aos que declararem insuficiência de recursos. 47, de 14/03/2019.
Artigo 4º - Nos procedimentos administrativos, §3º - As reuniões marcadas para as datas fixadas no § 1º
qualquer que seja o objeto, observar-se-ão, entre serão transferidas para o primeiro dia útil subsequente,
outros requisitos de validade, a igualdade entre os quando recaírem em sábado, domingo ou feriado.
administrados e o devido processo legal, especialmente
§4º - A sessão legislativa não será interrompida sem
quanto à exigência da publicidade, do contraditório, da
aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias
ampla defesa e do despacho ou decisão motivados.
e sem deliberação sobre o projeto de lei do orçamento
TÍTULO II e sobre as contas prestadas pelo Governador,
referentes ao exercício anterior. (NR)
Da Organização dos Poderes
- § 4º com redação dada pela Emenda Constitucional nº
CAPÍTULO I
5, de 18/12/1998.
Disposições Preliminares
§5º - A convocação extraordinária da Assembleia
Artigo 5º - São Poderes do Estado, independentes e Legislativa far-se-á:
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o
1 - pelo Presidente, nos seguintes casos:
Judiciário.
a) decretação de estado de sítio ou de estado de defesa
§1º - É vedado a qualquer dos Poderes delegar
que atinja todo ou parte do território estadual;
atribuições.
b) intervenção no Estado ou em Município;
§2º - O cidadão, investido na função de um dos Poderes,
não poderá exercer a de outro, salvo as exceções c) recebimento dos autos de prisão de Deputado, na
previstas nesta Constituição. hipótese de crime inafiançável.
Artigo 6º - O Município de São Paulo é a Capital do 2 - pela maioria absoluta dos membros da Assembleia
Estado. Legislativa ou pelo Governador, em caso de urgência ou
interesse público relevante.
Artigo 7º - São símbolos do Estado a bandeira, o brasão
de armas e o hino. §6º - Na sessão legislativa extraordinária, a Assembleia
Legislativa somente deliberará sobre a matéria para a
Artigo 8º - Além dos indicados no artigo 26 da
qual foi convocada, vedado o pagamento de parcela
Constituição Federal, incluem-se entre os bens do
indenizatória de valor superior ao subsídio mensal. (NR)
Estado os terrenos reservados às margens dos rios e
lagos do seu domínio. - § 6º com redação dada pela Emenda Constitucional nº
21, de 14/02/2006.
CAPÍTULO II
Artigo 10 - A Assembleia Legislativa funcionará em
Do Poder Legislativo
sessões públicas, presente, nas sessões deliberativas,
SEÇÃO I pelo menos um quarto de seus membros e, nas sessões
exclusivamente de debates, pelo menos um oitavo de
Da Organização do Poder Legislativo
seus membros. (NR)
Artigo 9º - O Poder Legislativo é exercido pela
- Artigo 10, "caput", com redação dada pela Emenda
Assembleia Legislativa, constituída de Deputados,
Constitucional nº 36, de 17/05/2012.
eleitos e investidos na forma da legislação federal, para
uma legislatura de quatro anos. §1º - Salvo disposição constitucional em contrário, as
deliberações da Assembleia Legislativa e de suas
§1º - A Assembleia Legislativa reunir-se-á, em sessão
Comissões serão tomadas por maioria de votos,
legislativa anual, independentemente de convocação,
presente a maioria absoluta de seus membros.
de 1º de fevereiro a 30 de junho e de 1º de agosto a 15
de dezembro. §2º - O voto será público. (NR)
- § 2º com redação dada pela Emenda Constitucional nº
12, de 28/06/2001.
§ 2º - No primeiro ano da legislatura, a Assembleia
Legislativa reunir-se-á, da mesma forma, em sessões

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Artigo 11 - Os membros da Mesa e seus substitutos 9 - tomar o depoimento de autoridade e solicitar o de


serão eleitos para um mandato de dois anos. cidadão;
§1º - A eleição far-se-á, em primeiro escrutínio, pela 10 - fiscalizar e apreciar programas de obras, planos
maioria absoluta da Assembleia Legislativa. estaduais, regionais e setoriais de desenvolvimento e,
sobre eles, emitir parecer;
§2º - É vedada a recondução para o mesmo cargo na
eleição imediatamente subsequente. 11 - convocar representantes de empresa resultante de
sociedade desestatizada e representantes de empresa
Artigo 12 - Na constituição da Mesa e das Comissões
prestadora de serviço público concedido ou permitido,
assegurar-se-á, tanto quanto possível, a representação
para prestar informações sobre assuntos de sua área de
proporcional dos partidos políticos com assento na
competência, previamente determinados, no prazo de
Assembleia Legislativa.
30 (trinta) dias, sujeitando-se, pelo não
Artigo 13 - A Assembleia Legislativa terá Comissões comparecimento sem adequada justificação, às penas
permanentes e temporárias, na forma e com as da lei. (NR)
atribuições previstas no Regimento Interno.
- Item 11 acrescentado pela Emenda Constitucional nº
§1º - Às comissões, em razão da matéria de sua 10, de 20/02/2001.
competência, cabe:
§2º - As comissões parlamentares de inquérito, que
1 - discutir e votar projetos de lei que dispensarem, na terão poderes de investigação próprios das autoridades
forma do Regimento Interno, a competência do judiciais, além de outros previstos no Regimento
Plenário, salvo se houver, para decisão deste, Interno, serão criadas mediante requerimento de um
requerimento de um décimo dos membros da terço dos membros da Assembleia Legislativa, para
Assembleia Legislativa; apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo
suas conclusões, quando for o caso, encaminhadas aos
2 - convocar Secretário de Estado, sem prejuízo do
órgãos competentes do Estado para que promovam a
disposto no artigo 52-A, para prestar pessoalmente, no
responsabilidade civil e criminal de quem de direito.
prazo de 30 (trinta) dias, informações sobre assunto
previamente determinado, importando crime de §3º - O Regimento Interno disporá sobre a competência
responsabilidade a ausência sem justificação adequada; da Comissão representativa da Assembleia Legislativa
(NR) que funcionará durante o recesso, quando não houver
convocação extraordinária.
- Item 2 com redação dada pela Emenda Constitucional
nº 27, de 15/06/2009. §4º - Aplicam-se ao Conselho de Defesa das
Prerrogativas Parlamentares da Assembleia Legislativa
3 - convocar dirigentes de autarquias, empresas
as competências previstas nos itens 2, 3, 7 e 11 do § 1º
públicas, sociedades de economia mista e fundações
deste artigo, para apuração de fatos e informações
instituídas ou mantidas pelo Poder Público, para prestar
estritamente afetos à inobservância ou infringência das
informações sobre assuntos de área de sua
prerrogativas das Deputadas e Deputados. (NR)
competência, previamente determinados, no prazo de
trinta dias, sujeitando-se, pelo não comparecimento - § 4º acrescentado pela Emenda Constitucional nº 42,
sem justificação adequada, às penas da lei; de 15/10/2015.
4 - convocar o Procurador-Geral de Justiça, o SEÇÃO II
Procurador-Geral do Estado e o Defensor Público-Geral,
Dos Deputados
para prestar informações a respeito de assuntos
previamente fixados, relacionados com a respectiva Artigo 14 - Os Deputados são invioláveis, civil e
área; penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e
votos. (NR)
5 - acompanhar a execução orçamentária;
- Artigo 14, "caput", com redação dada pela Emenda
6 - realizar audiências públicas dentro ou fora da sede
Constitucional nº 14, de 12/03/2002.
do Poder Legislativo;
§1º - Os Deputados, desde a expedição do diploma,
7 - receber petições, reclamações, representações ou
serão submetidos a julgamento perante o Tribunal de
queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das
Justiça. (NR)
autoridades ou entidades públicas;
- § 1º com redação dada pela Emenda Constitucional nº
8 - velar pela completa adequação dos atos do Poder
21, de 14/02/2006.
Executivo que regulamentem dispositivos legais;

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§2º - Desde a expedição do diploma, os membros da §10 - No caso de inviolabilidade por quaisquer opiniões,
Assembleia Legislativa não poderão ser presos, salvo em palavras, votos e manifestações verbais ou escritas de
flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos deputado em razão de sua atividade parlamentar,
serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à impende-se o arquivamento de inquérito policial e o
Assembleia Legislativa, para que, pelo voto da maioria imediato não-conhecimento de ação civil ou penal
de seus membros, resolva sobre a prisão. (NR) promovida com inobservância deste direito do Poder
Legislativo, independentemente de prévia comunicação
§3º - Recebida a denúncia contra Deputado, por crime
ao deputado ou à Assembleia Legislativa. (NR)
ocorrido após a diplomação, o Tribunal de Justiça dará
ciência à Assembleia Legislativa que, por iniciativa de §11 - Salvo as hipóteses do § 10, os procedimentos
partido político nela representado e pelo voto da investigatórios e as suas diligências de caráter
maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, instrutório somente serão promovidos perante o
sustar o andamento da ação. (NR) Tribunal de Justiça, e sob seu controle, a quem caberá
ordenar toda e qualquer providência necessária à
§4º - O pedido de sustação será apreciado pela
obtenção de dados probatórios para demonstração de
Assembleia Legislativa no prazo improrrogável de
alegado delito de deputado. (NR)
quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa
Diretora. (NR) - §§ 10 e 11 acrescentados pela Emenda Constitucional
nº 15, de 15/05/2002.
§5º - A sustação do processo suspende a prescrição,
enquanto durar o mandato. (NR) Artigo 15 - Os Deputados não poderão:
§6º - Os Deputados não serão obrigados a testemunhar I - desde a expedição do diploma:
sobre informações recebidas ou prestadas em razão do
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de
exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes
direito público, autarquia, empresa pública, sociedade
confiaram ou deles receberam informações. (NR)
de economia mista ou empresa concessionária de
§7º - A incorporação às Forças Armadas de Deputados, serviço público, salvo quando o contrato obedecer a
embora militares e ainda que em tempo de guerra, cláusulas uniformes;
dependerá de prévia licença da Assembléia Legislativa.
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego
(NR)
remunerado, incluindo os de que sejam demissíveis “ad
§8º - As imunidades de Deputados subsistirão durante o nutum”, nas entidades constantes da alínea anterior;
estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o
II - desde a posse:
voto de dois terços dos membros da Assembléia
Legislativa, nos casos de atos praticados fora do recinto a) ser proprietários, controladores ou diretores de
dessa Casa, que sejam incompatíveis com a execução da empresa que goze de favor decorrente de contrato com
medida. (NR) pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer
função remunerada;
- §§ 2º ao 8º com redação dada pela Emenda
Constitucional nº 14, de 12/03/2002. b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis “ad
nutum”, nas entidades referidas na alínea “a” do inciso
§9º - O Deputado ou a Deputada, sempre que
I;
representando uma das Comissões Permanentes,
Comissões Parlamentares de Inquérito ou a Assembleia c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer
Legislativa, neste último caso mediante deliberação do das entidades a que se refere a alínea “a” do inciso I;
Plenário, terá livre acesso às repartições públicas,
d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato eletivo
podendo diligenciar pessoalmente junto aos órgãos da
federal, estadual ou municipal.
administração direta e indireta e agências reguladoras,
sujeitando-se os respectivos responsáveis às sanções Artigo 16 - Perderá o mandato o Deputado:
civis, administrativas e penais previstas em lei, na
I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no
hipótese de recusa ou omissão. (NR)
artigo anterior;
- § 9º com redação dada pela Emenda Constitucional nº
II - cujo procedimento for declarado incompatível com o
31, de 21/10/2009.
decoro parlamentar;
§9º-A - Suprimido.
III - que deixar de comparecer, em cada sessão
- § 9º-A suprimido pela Emenda Constitucional nº 31, de legislativa, à terça-parte das sessões ordinárias, salvo
21/10/2009.

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licença ou missão autorizada pela Assembleia §3º - Na hipótese do inciso I deste artigo, o Deputado
Legislativa; poderá optar pelo subsídio fixado aos parlamentares
estaduais. (NR)
IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
- § 3º com redação dada pela Emenda Constitucional nº
V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos
21, de 14/02/2006.
previstos na Constituição Federal;
Artigo 18 - O subsídio dos Deputados Estaduais será
VI - que sofrer condenação criminal em sentença
fixado por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa, na
transitada em julgado. (NR)
razão de, no máximo, setenta e cinco por cento daquele
- A expressão "nos crimes apenados com reclusão, estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais,
atentatórios ao decoro parlamentar", acrescentada ao observado o que dispõem os artigos 39, § 4º, 57, § 7º,
inciso VI pela Emenda Constitucional nº 18, de 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I, da Constituição Federal.
30/03/2004, foi declarada inconstitucional pelo (NR)
Supremo Tribunal Federal nos autos da ADI nº
- Artigo 18, "caput", com redação dada pela Emenda
3200/2004, julgada em 22/05/2014.
Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
§1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além
Parágrafo único - Os Deputados farão declaração
dos casos definidos no Regimento Interno, o abuso das
pública de bens, no ato da posse e no término do
prerrogativas asseguradas ao Deputado ou a percepção
mandato.
de vantagens indevidas.
SEÇÃO III
§2º - Nos casos dos incisos I, II e VI deste artigo, a perda
do mandato será decidida pela Assembleia Legislativa, Das Atribuições do Poder Legislativo
por votação nominal e maioria absoluta, mediante
Artigo 19 - Compete à Assembleia Legislativa, com a
provocação da Mesa ou de partido político
sanção do Governador, dispor sobre todas as matérias
representado no Legislativo, assegurada ampla defesa.
de competência do Estado, ressalvadas as especificadas
(NR)
no artigo 20, e especialmente sobre:
- § 2º com redação dada pela Emenda Constitucional nº
I - sistema tributário estadual, instituição de impostos,
11, de 28/06/2001.
taxas, contribuições de melhoria e contribuição social;
§3º - Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será
II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias,
declarada pela Mesa, de ofício ou mediante provocação
orçamento anual, operações de crédito, dívida pública e
de qualquer dos membros da Assembleia Legislativa ou
empréstimos externos, a qualquer título, pelo Poder
de partido político nela representado, assegurada
Executivo;
ampla defesa.
III - criação, transformação e extinção de cargos,
Artigo 17 - Não perderá o mandato o Deputado:
empregos e funções públicas, observado o que
I - investido na função de Ministro de Estado, estabelece o artigo 47, XIX, “b”; (NR)
Governador de Território, Secretário de Estado, do
- Inciso III com redação dada pela Emenda
Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital
Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
ou Chefe de Missão Diplomática temporária;
IV - autorização para a alienação de bens imóveis do
II - licenciado pela Assembleia Legislativa por motivo de
Estado ou a cessão de direitos reais a eles relativos, bem
doença ou para tratar, sem subsídio, de interesse
como o recebimento, pelo Estado, de doações com
particular, desde que, neste caso, o afastamento não
encargo, não se considerando como tal a simples
ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa. (NR)
destinação específica do bem;
- Inciso II com redação dada pela Emenda Constitucional
V - autorização para cessão ou para concessão de uso de
nº 21, de 14/02/2006.
bens imóveis do Estado para particulares, dispensado o
§1º - O Suplente será convocado, nos casos de vaga, consentimento nos casos de permissão e autorização de
com a investidura nas funções previstas neste artigo ou uso, outorgada a título precário, para atendimento de
de licença superior a cento e vinte dias. sua destinação específica;
§2º - Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á VI - criação e extinção de Secretarias de Estado e órgãos
eleição, se faltarem mais de quinze meses para o da administração pública; (NR)
término do mandato.

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- Inciso VI com redação dada pela Emenda XI - escolher dois terços dos membros do Tribunal de
Constitucional nº 21, de 14/02/2006. Contas do Estado, após arguição em sessão pública;
VII - bens do domínio do Estado e proteção do XII - aprovar previamente, após argüição em sessão
patrimônio público; pública, a escolha dos titulares dos cargos de
Conselheiros do Tribunal de Contas, indicados pelo
VIII - organização administrativa, judiciária, do
Governador do Estado; (NR)
Ministério Público, da Defensoria Pública e da
Procuradoria Geral do Estado; - Inciso XII com redação dada pela Emenda
Constitucional nº 12, de 28/06/2001.
IX - normas de direito financeiro.
XIII - suspender, no todo ou em parte, a execução de lei
Artigo 20 - Compete, exclusivamente, à Assembleia
ou ato normativo declarado inconstitucional em decisão
Legislativa:
irrecorrível do Tribunal de Justiça;
I - eleger a Mesa e constituir as Comissões;
XIV - convocar Secretários de Estado, dirigentes,
II - elaborar seu Regimento Interno; diretores e Superintendentes de órgãos da
administração pública indireta e fundacional e Reitores
III - dispor sobre a organização de sua Secretaria,
das universidades públicas estaduais para prestar,
funcionamento, polícia, criação, transformação ou
pessoalmente, informações sobre assuntos
extinção dos cargos, empregos e funções de seus
previamente determinados, no prazo de trinta dias,
serviços e a iniciativa de lei para fixação da respectiva
importando crime de responsabilidade a ausência sem
remuneração, observados os parâmetros estabelecidos
justificativa; (NR)
na lei de diretrizes orçamentárias; (NR)
- Inciso XIV com redação dada pela Emenda
- Inciso III com redação dada pela Emenda
Constitucional nº 9, de 19/05/2000.
Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
- Inciso XIV ver STF - ADI nº 5289/2015.
IV - dar posse ao Governador e ao Vice-Governador
eleitos e conceder-lhes licença para ausentar-se do XV - convocar o Procurador-Geral de Justiça, o
Estado, por mais de quinze dias; Procurador-Geral do Estado e o Defensor Público- Geral,
para prestar informações sobre assuntos previamente
V - apresentar projeto de lei para fixar, para cada
determinados, no prazo de trinta dias, sujeitando-se às
exercício financeiro, os subsídios do Governador, do
penas da lei, na ausência sem justificativa;
Vice-Governador, dos Secretários de Estado e dos
Deputados Estaduais; (NR) XVI - requisitar informações dos Secretários de Estado,
dirigentes, diretores e superintendentes de órgãos da
- Inciso V com redação dada pela Emenda Constitucional
administração pública indireta e fundacional, do
nº 20, de 08/04/2005.
Procurador-Geral de Justiça, dos Reitores das
VI - tomar e julgar, anualmente, as contas prestadas pela universidades públicas estaduais e dos diretores de
Mesa da Assembleia Legislativa, pelo Governador e pelo Agência Reguladora sobre assunto relacionado com sua
Presidente do Tribunal de Justiça, respectivamente, do pasta ou instituição, importando crime de
Poder Legislativo, do Poder Executivo e do Poder responsabilidade não só a recusa ou o não atendimento,
Judiciário, e apreciar os relatórios sobre a execução dos no prazo de trinta dias, bem como o fornecimento de
Planos de Governo; informações falsas; (NR)
VII - decidir, quando for o caso, sobre intervenção - Inciso XVI com redação dada pela Emenda
estadual em Município; Constitucional nº 24, de 23/01/2008.
VIII - autorizar o Governador a efetuar ou contrair - Inciso XVI ver STF - ADI nº 4052/2008 e nº 5289/2015.
empréstimos, salvo com Município do Estado, suas
XVII - declarar a perda do mandato do Governador;
entidades descentralizadas e órgãos ou entidades
federais; XVIII - autorizar referendo e convocar plebiscito, exceto
nos casos previstos nesta Constituição;
IX - sustar os atos normativos do Poder Executivo que
exorbitem do poder regulamentar; XIX - autorizar ou aprovar convênios, acordos ou
contratos de que resultem para o Estado encargos não
X - fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo,
previstos na lei orçamentária;
inclusive os da administração descentralizada;
XX - mudar temporariamente sua sede;

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XXI - zelar pela preservação de sua competência §3º - A emenda à Constituição será promulgada pela
legislativa em face da atribuição normativa de outros Mesa da Assembleia Legislativa, com o respectivo
Poderes; número de ordem.
XXII - solicitar intervenção federal, se necessário, para §4º - A matéria constante de proposta de emenda
assegurar o livre exercício de suas funções; rejeitada não poderá ser objeto de nova proposta na
mesma sessão legislativa.
XXIII - destituir o Procurador-Geral de Justiça, por
deliberação da maioria absoluta de seus membros; Artigo 23 - As leis complementares serão aprovadas pela
maioria absoluta dos membros da Assembleia
XXIV - solicitar ao Governador, na forma do Regimento
Legislativa, observados os demais termos da votação
Interno, informações sobre atos de sua competência
das leis ordinárias.
privativa, bem como ao Presidente do Tribunal de
Justiça, informações de natureza eminentemente Parágrafo único - Para os fins deste artigo, consideram-
administrativa; se complementares:
- Inciso XXIV com redação dada pela Emenda 1 - a Lei de Organização Judiciária;
Constitucional nº 41, de 17/09/2015.
2 - a Lei Orgânica do Ministério Público;
XXV - receber a denúncia e promover o respectivo
3 - a Lei Orgânica da Procuradoria Geral do Estado;
processo, no caso de crime de responsabilidade do
Governador do Estado; 4 - a Lei Orgânica da Defensoria Pública;
XXVI - apreciar, anualmente, as contas do Tribunal de 5 - a Lei Orgânica da Polícia Civil;
Contas.
6 - a Lei Orgânica da Polícia Militar;
SEÇÃO IV
7 - a Lei Orgânica do Tribunal de Contas;
Do Processo Legislativo
8 - a Lei Orgânica das Entidades Descentralizadas;
Artigo 21 - O processo legislativo compreende a
9 - a Lei Orgânica do Fisco Estadual;
elaboração de:
10 - os Estatutos dos Servidores Civis e dos Militares;
I - emenda à Constituição;
11 - o Código de Educação;
II - lei complementar;
12 - o Código de Saúde;
III - lei ordinária;
13 - o Código de Saneamento Básico;
IV - decreto legislativo;
14 - o Código de Proteção ao Meio Ambiente;
V - resolução.
15 - o Código Estadual de Proteção contra Incêndios e
Artigo 22 - A Constituição poderá ser emendada
Emergências;
mediante proposta:
16 - a Lei sobre Normas Técnicas de Elaboração
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Assembleia
Legislativa;
Legislativa;
17 - a Lei que institui regiões metropolitanas,
II - do Governador do Estado;
aglomerações urbanas e microrregiões;
III - de mais de um terço das Câmaras Municipais do
18 - a Lei que impuser requisitos para a criação, a
Estado, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria
incorporação, a fusão e o desmembramento de
relativa de seus membros;
Municípios ou para a sua classificação como estância de
IV - de cidadãos, mediante iniciativa popular assinada, qualquer natureza.
no mínimo, por um por cento dos eleitores.
Artigo 24 - A iniciativa das leis complementares e
§1º - A Constituição não poderá ser emendada na ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da
vigência de estado de defesa ou de estado de sítio. Assembleia Legislativa, ao Governador do Estado, ao
Tribunal de Justiça, ao Procurador-Geral de Justiça e aos
§2º - A proposta será discutida e votada em dois turnos,
cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta
considerando-se aprovada quando obtiver, em ambas
Constituição.
as votações, o voto favorável de três quintos dos
membros da Assembleia Legislativa.

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§1º - Compete, exclusivamente, à Assembleia §3º - O exercício direto da soberania popular realizar-se-
Legislativa a iniciativa das leis que disponham sobre: á da seguinte forma:
1 - criação, incorporação, fusão e desmembramento de 1 - a iniciativa popular pode ser exercida pela
Municípios; (NR) apresentação de projeto de lei subscrito por, no
mínimo, cinco décimos de unidade por cento do
2 - regras de criação, organização e supressão de
eleitorado do Estado, assegurada a defesa do projeto,
distritos nos Municípios. (NR)
por representante dos respectivos responsáveis,
- Itens 1 e 2 com redação dada pela Emenda perante as Comissões pelas quais tramitar;
Constitucional nº 2, de 21/02/1995.
2 - um por cento do eleitorado do Estado poderá
3 - subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos requerer à Assembleia Legislativa a realização de
Secretários de Estado, observado o que dispõem os referendo sobre lei;
artigos 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I, da
3 - as questões relevantes aos destinos do Estado
Constituição Federal. (NR)
poderão ser submetidas a plebiscito, quando pelo
- Item 3 acrescentado pela Emenda Constitucional nº 21, menos um por cento do eleitorado o requerer ao
de 14/02/2006. Tribunal Regional Eleitoral, ouvida a Assembleia
Legislativa;
4 - declaração de utilidade pública de entidades de
direito privado. (NR) 4 - o eleitorado referido nos itens anteriores deverá
estar distribuído em, pelo menos, cinco dentre os
- Item 4 acrescentado pela Emenda Constitucional nº 24,
quinze maiores Municípios com não menos que dois
de 23/01/2008.
décimos de unidade por cento de eleitores em cada um
- Item 4 ver STF - ADI nº 4052/2008. deles;
§2º - Compete, exclusivamente, ao Governador do 5 - não serão suscetíveis de iniciativa popular matérias
Estado a iniciativa das leis que disponham sobre: de iniciativa exclusiva, definidas nesta Constituição;
1 - criação e extinção de cargos, funções ou empregos 6 - o Tribunal Regional Eleitoral, observada a legislação
públicos na administração direta e autárquica, bem federal pertinente, providenciará a consulta popular
como a fixação da respectiva remuneração; prevista nos itens 2 e 3, no prazo de sessenta dias.
2 - criação e extinção das Secretarias de Estado e órgãos §4º - Compete, exclusivamente, ao Tribunal de Justiça a
da administração pública, observado o disposto no iniciativa das leis que disponham sobre:
artigo 47, XIX; (NR)
1 - criação e extinção de cargos e a remuneração dos
- Item 2 com redação dada pela Emenda Constitucional seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem
nº 21, de 14/02/2006. vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus
membros e dos juízes, incluído o Tribunal de Justiça
3 - organização da Procuradoria Geral do Estado e da
Militar; (NR)
Defensoria Pública do Estado, observadas as normas
gerais da União; - Item 1 com redação dada pela Emenda Constitucional
nº 21, de 14/02/2006.
4 - servidores públicos do Estado, seu regime jurídico,
provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria; 2 - organização e divisão judiciárias, bem como criação,
(NR) alteração ou supressão de ofícios e cartórios judiciários.
5 - militares, seu regime jurídico, provimento de cargos, §5º - Não será admitido o aumento da despesa prevista:
promoções, estabilidade, remuneração, reforma e
1 - nos projetos de iniciativa exclusiva do Governador,
transferência para inatividade, bem como fixação ou
ressalvado o disposto no artigo 174, §§ 1º e 2º;
alteração do efetivo da Polícia Militar; (NR)
2 - nos projetos sobre organização dos serviços
- Itens 4 e 5 com redação dada pela Emenda
administrativos da Assembleia Legislativa, do Poder
Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
Judiciário e do Ministério Público.
6 - criação, alteração ou supressão de cartórios notariais
§ 6º - A atribuição de denominação de próprio público
e de registros públicos.
dar-se-á concorrentemente pela Assembleia Legislativa
- Item 6 ver STF - ADI nº 4223/2009. e Governador do Estado, na forma de legislação
competente a cada um, atendidas as regras da
legislação específica. (NR)

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- § 6º acrescentado pela Emenda Constitucional nº 43, considerando-se aprovada quando obtiver o voto
de 10/11/2016. favorável da maioria absoluta de seus membros.
- Em 29/08/2018, o Tribunal de Justiça do Estado de São §6º - Esgotado, sem deliberação, o prazo estabelecido
Paulo, nos autos da Ação Direta de no § 5º, o veto será incluído na ordem do dia da sessão
Inconstitucionalidade nº 2073870-54.2017.8.26.0000, imediata, até sua votação final. (NR)
julgou improcedente a ADI e revogou a liminar que
- § 6º com redação dada pela Emenda Constitucional nº
suspendeu os efeitos da EC nº 43/2016.
22, de 25/05/2006.
Artigo 25 - Nenhum projeto de lei que implique a criação
§7º - Se o veto for rejeitado, será o projeto enviado para
ou o aumento de despesa pública será sancionado sem
promulgação, ao Governador.
que dele conste a indicação dos recursos disponíveis,
próprios para atender aos novos encargos. §8º - Se, na hipótese do § 7º, a lei não for promulgada
dentro de quarenta e oito horas pelo Governador, o
Parágrafo único - O disposto neste artigo não se aplica a
Presidente da Assembleia Legislativa promulgará e, se
créditos extraordinários.
este não o fizer, em igual prazo, caberá ao Primeiro Vice-
Artigo 26 - O Governador poderá solicitar que os Presidente fazê-lo.
projetos de sua iniciativa tramitem em regime de
Artigo 29 - A matéria constante de projeto de lei
urgência.
rejeitado somente poderá ser renovada, na mesma
Parágrafo único - Se a Assembléia Legislativa não sessão legislativa, mediante proposta da maioria
deliberar em até quarenta e cinco dias, o projeto será absoluta dos membros da Assembleia Legislativa. (NR)
incluído na ordem do dia até que se ultime sua votação.
- A expressão “Ressalvados os projetos de iniciativa
(NR)
exclusiva”, que iniciava o dispositivo, foi declarada
- Parágrafo único com redação dada pela Emenda inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal nos
Constitucional nº 22, de 25/05/2006. autos da ADI nº 1546/1996, julgada em 03/12/1998.
Artigo 27 - O Regimento Interno da Assembleia SEÇÃO V
Legislativa disciplinará os casos de decreto legislativo e
Da Procuradoria da Assembleia Legislativa
de resolução cuja elaboração, redação, alteração e
consolidação serão feitas com observância das mesmas Artigo 30 - À Procuradoria da Assembleia Legislativa
normas técnicas relativas às leis. compete exercer a representação judicial, a consultoria
e o assessoramento técnico-jurídico do Poder
Artigo 28 - Aprovado o projeto de lei, na forma
Legislativo.
regimental, será ele enviado ao Governador que,
aquiescendo, o sancionará e promulgará. Parágrafo único - Lei de iniciativa da Mesa da
Assembleia Legislativa organizará a Procuradoria da
§1º - Se o Governador julgar o projeto, no todo ou em
Assembleia Legislativa, observados os princípios e
parte, inconstitucional ou contrário ao interesse
regras pertinentes da Constituição Federal e desta
público, veta-lo-á, total ou parcialmente, dentro de
Constituição, disciplinará sua competência e disporá
quinze dias úteis, contados da data do recebimento,
sobre o ingresso na classe inicial, mediante concurso
comunicando, dentro de quarenta e oito horas, ao
público de provas e títulos.
Presidente da Assembleia Legislativa, o motivo do veto.
SEÇÃO VI
§2º - O veto parcial deverá abranger, por inteiro, o
artigo, o parágrafo, o inciso, o item ou alínea. Do Tribunal de Contas
§3º - Sendo negada a sanção, as razões do veto serão Artigo 31 - O Tribunal de Contas do Estado, integrado
comunicadas ao Presidente da Assembleia Legislativa e por sete Conselheiros, tem sede na Capital do Estado,
publicadas se em época de recesso parlamentar. quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o
território estadual, exercendo, no que couber, as
§4º - Decorrido o prazo, em silêncio, considerar-se-á
atribuições previstas no artigo 96 da Constituição
sancionado o projeto, sendo obrigatória a sua
Federal.
promulgação pelo Presidente da Assembleia Legislativa
no prazo de dez dias. §1º - Os Conselheiros do Tribunal serão nomeados
dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes
§5º - A Assembleia Legislativa deliberará sobre a
requisitos:
matéria vetada, em único turno de votação e discussão,
no prazo de trinta dias de seu recebimento,

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1 - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco Parágrafo único - Prestará contas qualquer pessoa física
anos de idade; ou jurídica, de direito público ou de direito privado que
utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre
2 - idoneidade moral e reputação ilibada;
dinheiro, bens e valores públicos ou pelos quais o Estado
3 - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, responda, ou que, em nome deste, assuma obrigações
econômicos e financeiros ou de administração pública; de natureza pecuniária.
4 - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva Artigo 33 - O controle externo, a cargo da Assembleia
atividade profissional que exija conhecimentos Legislativa, será exercido com auxílio do Tribunal de
mencionados no item anterior. Contas do Estado, ao qual compete:
§2º - Os Conselheiros do Tribunal serão escolhidos na I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo
seguinte ordem, sucessivamente: (NR) Governador do Estado, mediante parecer prévio que
deverá ser elaborado em sessenta dias, a contar do seu
1 - dois terços pela Assembleia Legislativa; (NR)
recebimento;
2 - um terço pelo Governador do Estado, com aprovação
II - julgar as contas dos administradores e demais
pela Assembleia Legislativa, observadas as regras
responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da
contidas no inciso I do § 2º do artigo 73 da Constituição
administração direta e autarquias, empresas públicas e
Federal. (NR)
sociedades de economia mista, incluídas as fundações
- § 2º com redação dada pela Emenda Constitucional nº instituídas ou mantidas pelo Poder Público estadual, e
33, de 01/11/2011. as contas daqueles que derem perda, extravio ou outra
irregularidade de que resulte prejuízo ao erário;
§3º - Os Conselheiros terão as mesmas garantias,
prerrogativas, impedimentos e subsídios dos III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos
Desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado, de admissão de pessoal, a qualquer título, na
aplicando-se-lhes, quanto à aposentadoria e pensão, as administração direta e autarquias, empresas públicas e
normas constantes do artigo 40 da Constituição Federal empresas de economia mista, incluídas as fundações
e do artigo 126 desta Constituição. (NR) instituídas ou mantidas pelo Poder Público, excetuadas
as nomeações para cargo de provimento em comissão,
- § 3º com redação dada pela Emenda Constitucional nº
bem como a das concessões de aposentadorias,
21, de 14/02/2006.
reformas e pensões, ressalvadas as melhorias
§4º - Os Conselheiros, nas suas faltas e impedimentos, posteriores que não alterem o fundamento legal do ato
serão substituídos na forma determinada em lei, depois concessório;
de aprovados os substitutos, pela Assembleia
IV - avaliar a execução das metas previstas no plano
Legislativa.
plurianual, nas diretrizes orçamentárias e no orçamento
§5º - Os Substitutos de Conselheiros, quando no efetivo anual;
exercício da substituição, terão as mesmas garantias e
V - realizar, por iniciativa própria, da Assembleia
impedimentos do titular.
Legislativa, de comissão técnica ou de inquérito,
§6º - Os Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado inspeções e auditoria de natureza contábil, financeira,
farão declaração pública de bens, no ato da posse e no orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades
término do exercício do cargo. administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e
Judiciário, do Ministério Público e demais entidades
SEÇÃO VII
referidas no inciso II;
Da Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária
VI - fiscalizar as aplicações estaduais em empresas de
Artigo 32 - A fiscalização contábil, financeira, cujo capital social o Estado participe de forma direta ou
orçamentária, operacional e patrimonial do Estado, das indireta, nos termos do respectivo ato constitutivo;
entidades da administração direta e indireta e das
VII - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos
fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público,
repassados ao Estado e pelo Estado, mediante
quanto à legalidade, legitimidade, economicidade,
convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos
aplicação de subvenções e renúncia de receitas, será
congêneres;
exercida pela Assembleia Legislativa, mediante controle
externo, e pelo sistema de controle interno de cada VIII - prestar as informações solicitadas pela Assembleia
Poder. Legislativa ou por comissão técnica sobre a fiscalização
contábil, financeira, orçamentária, operacional e

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patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções Artigo 35 - Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário
realizadas; manterão, de forma integrada, sistema de controle
interno com a finalidade de:
IX - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de
despesa ou irregularidade de contas, as sanções I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano
previstas em lei, que estabelecerá, entre outras plurianual, a execução dos programas de governo e dos
cominações, multa proporcional ao dano causado ao orçamentos do Estado;
erário;
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados
X - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as quanto à eficácia e eficiência da gestão orçamentária,
providências necessárias ao exato cumprimento da lei, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da
se verificada a ilegalidade; administração estadual, bem como da aplicação de
recursos públicos por entidades de direito privado;
XI - sustar, se não atendido, a execução do ato
impugnado, comunicando a decisão à Assembleia III - exercer o controle sobre o deferimento de
Legislativa; vantagens e a forma de calcular qualquer parcela
integrante do subsídio, vencimento ou salário de seus
XII - representar ao Poder competente sobre
membros ou servidores; (NR)
irregularidades ou abusos apurados;
- Inciso III com redação dada pela Emenda
XIII - emitir parecer sobre a prestação anual de contas
Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
da administração financeira dos Municípios, exceto a
dos que tiverem Tribunal próprio; IV - exercer o controle das operações de crédito, avais e
garantias, bem como dos direitos e haveres do Estado;
XIV - comunicar à Assembleia Legislativa qualquer
irregularidade verificada nas contas ou na gestão V - apoiar o controle externo, no exercício de sua missão
públicas, enviando-lhe cópia dos respectivos institucional.
documentos.
§1º - Os responsáveis pelo controle interno, ao
§1º - No caso de contrato, o ato de sustação será tomarem conhecimento de qualquer irregularidade,
adotado diretamente pela Assembleia Legislativa que ilegalidade, ou ofensa aos princípios do artigo 37 da
solicitará, de imediato, ao Poder Executivo, as medidas Constituição Federal, dela darão ciência ao Tribunal de
cabíveis. Contas do Estado, sob pena de responsabilidade
solidária.
§2º - Se a Assembleia Legislativa ou o Poder Executivo,
no prazo de noventa dias, não efetivar as medidas §2º - Qualquer cidadão, partido político, associação ou
previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a entidade sindical é parte legítima para, na forma da lei,
respeito. denunciar irregularidades ao Tribunal de Contas ou à
Assembleia Legislativa.
§3º - O Tribunal encaminhará à Assembleia Legislativa,
trimestral e anualmente, relatório de suas atividades. Artigo 36 - O Tribunal de Contas prestará suas contas,
anualmente, à Assembleia Legislativa, no prazo de
Artigo 34 - A Comissão a que se refere o artigo 33, inciso
sessenta dias, a contar da abertura da sessão legislativa.
V, diante de indícios de despesas não autorizadas, ainda
que sob a forma de investimentos não programados ou CAPÍTULO III
de subsídios não aprovados, poderá solicitar à
Do Poder Executivo
autoridade governamental responsável que, no prazo
de cinco dias, preste os esclarecimentos necessários. SEÇÃO I
§1º - Não prestados os esclarecimentos, ou Do Governador e Vice-Governador do Estado
considerados esses, insuficientes, a Comissão solicitará
Artigo 37 - O Poder Executivo é exercido pelo
ao Tribunal pronunciamento conclusivo sobre a
Governador do Estado, eleito para um mandato de
matéria, no prazo de trinta dias.
quatro anos, podendo ser reeleito para um único
§2º - Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a período subsequente, na forma estabelecida na
Comissão, se julgar que o gasto possa causar dano Constituição Federal. (NR)
irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá
- Artigo 37 com redação dada pela Emenda
à Assembleia Legislativa sua sustação.
Constitucional nº 21, de 14/02/2006.

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Artigo 38 - Substituirá o Governador, no caso de Artigo 45 - O Governador deverá residir na Capital do


impedimento, e suceder-lhe-á, no de vaga, o Vice- Estado.
Governador.
Artigo 46 - O Governador e o Vice-Governador deverão,
Parágrafo único - O Vice-Governador, além de outras no ato da posse e no término do mandato, fazer
atribuições que lhe forem conferidas por lei declaração pública de bens.
complementar, auxiliará o Governador, sempre que por
SEÇÃO II
ele convocado para missões especiais.
Das Atribuições do Governador
Artigo 39 - A eleição do Governador e do Vice-
Governador realizar-se-á no primeiro domingo de Artigo 47 - Compete privativamente ao Governador,
outubro, em primeiro turno, e no último domingo de além de outras atribuições previstas nesta Constituição:
outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior
I - representar o Estado nas suas relações jurídicas,
ao do término do mandato de seus antecessores, e a
políticas e administrativas;
posse ocorrerá em primeiro de janeiro do ano
subsequente, observado, quanto ao mais, o disposto no II - exercer, com o auxílio dos Secretários de Estado, a
artigo 77 da Constituição Federal. (NR) direção superior da administração estadual;
- Artigo 39 com redação dada pela Emenda III - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem
Constitucional nº 21, de 14/02/2006. como, no prazo nelas estabelecido, não inferior a trinta
nem superior a cento e oitenta dias, expedir decretos e
Artigo 40 - Em caso de impedimento do Governador e
regulamentos para sua fiel execução, ressalvados os
do Vice-Governador, ou vacância dos respectivos
casos em que, nesse prazo, houver interposição de ação
cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da
direta de inconstitucionalidade contra a lei publicada;
Governança o Presidente da Assembleia Legislativa e o
(NR)
Presidente do Tribunal de Justiça.
- Inciso III com redação dada pela Emenda
Artigo 41 - Vagando os cargos de Governador e Vice-
Constitucional nº 24, de 23/01/2008.
Governador, far-se-á eleição noventa dias depois de
aberta a última vaga. - Inciso III ver STF - ADI nº 4052/2008.
§1º - Ocorrendo a vacância no último ano do período
governamental, aplica-se o disposto no artigo anterior.
IV - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
§2º - Em qualquer dos casos, os sucessores deverão
V - prover os cargos públicos do Estado, com as
completar o período de governo restante.
restrições da Constituição Federal e desta Constituição,
Artigo 42 - Perderá o mandato o Governador que na forma pela qual a lei estabelecer;
assumir outro cargo ou função na administração pública
VI - nomear e exonerar livremente os Secretários de
direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de
Estado;
concurso público e observado o disposto no artigo 38, I,
IV e V, da Constituição Federal. VII - nomear e exonerar os dirigentes de autarquias,
observadas as condições estabelecidas nesta
Artigo 43 - O Governador e o Vice-Governador tomarão
Constituição;
posse perante a Assembleia Legislativa, prestando
compromisso de cumprir e fazer cumprir a Constituição VIII - decretar e fazer executar intervenção nos
Federal e a do Estado e de observar as leis. Municípios, na forma da Constituição Federal e desta
Constituição;
Parágrafo único - Se, decorridos dez dias da data fixada
para a posse, o Governador ou o Vice-Governador, salvo IX - prestar contas da administração do Estado à
motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este Assembleia Legislativa, na forma desta Constituição;
será declarado vago.
X - apresentar à Assembleia Legislativa, na sua sessão
Artigo 44 - O Governador e o Vice-Governador não inaugural, mensagem sobre a situação do Estado,
poderão, sem licença da Assembleia Legislativa, solicitando medidas de interesse do Governo;
ausentar-se do Estado por período superior a quinze
XI - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos
dias, sob pena de perda do cargo.
previstos nesta Constituição;
Parágrafo único - O pedido de licença, amplamente
motivado, indicará, especialmente, as razões da viagem,
o roteiro e a previsão de gastos.

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XII - fixar ou alterar, por decreto, os quadros, submetido a julgamento perante o Superior Tribunal de
vencimentos e vantagens do pessoal das fundações Justiça, nas infrações penais comuns. (NR)
instituídas ou mantidas pelo Estado, nos termos da lei;
- A expressão “ou, nos crimes de responsabilidade,
XIII - indicar diretores de sociedade de economia mista perante Tribunal Especial”, que encerrava o dispositivo,
e empresas públicas; foi declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal
Federal nos autos da ADI nº 2220/2000, julgada em
XIV - praticar os demais atos de administração, nos
16/11/2011.
limites da competência do Executivo;
§1º - Declarado inconstitucional, em controle
XV - subscrever ou adquirir ações, realizar ou aumentar
concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal.
capital, desde que haja recursos hábeis, de sociedade de
economia mista ou de empresa pública, bem como §2º - Declarado inconstitucional, em controle
dispor, a qualquer título, no todo ou em parte, de ações concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal.
ou capital que tenha subscrito, adquirido, realizado ou
- §§ 1º e 2º foram declarados inconstitucionais pelo
aumentado, mediante autorização da Assembleia
Supremo Tribunal Federal nos autos da ADI nº
Legislativa;
2220/2000, julgada em 16/11/2011.
XVI - delegar, por decreto, a autoridade do Executivo,
§3º - O Governador ficará suspenso de suas funções:
funções administrativas que não sejam de sua exclusiva
competência; 1 - nas infrações penais comuns, recebida a denúncia ou
queixa-crime pelo Superior Tribunal de Justiça;
XVII - enviar à Assembleia Legislativa projetos de lei
relativos ao plano plurianual, diretrizes orçamentárias, 2 - Declarado inconstitucional, em controle
orçamento anual, dívida pública e operações de crédito; concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal.
XVIII - enviar à Assembleia Legislativa projeto de lei - Item 2 do § 3º foi declarado inconstitucional pelo
sobre o regime de concessão ou permissão de serviços Supremo Tribunal Federal nos autos da ADI nº
públicos; 2220/2000, julgada em 16/11/2011.
XIX - dispor, mediante decreto, sobre: (NR) §4º - Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o
julgamento não estiver concluído, cessará o
a) organização e funcionamento da administração
afastamento do Governador, sem prejuízo do
estadual, quando não implicar aumento de despesa,
prosseguimento do processo.
nem criação ou extinção de órgãos públicos; (NR)
§5º - Declarado inconstitucional, em controle
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando
concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal.
vagos. (NR)
§6º - Declarado inconstitucional, em controle
- Inciso XIX acrescentado pela Emenda Constitucional nº
concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal.
21, de 14/02/2006.
- §§ 5º e 6º foram declarados inconstitucionais pelo
Parágrafo único - A representação a que se refere o
Supremo Tribunal Federal nos autos da ADI nº
inciso I poderá ser delegada por lei, de iniciativa do
1021/1994, julgada em 19/10/1995.
Governador, a outra autoridade.
Artigo 50 - Declarado inconstitucional, em controle
SEÇÃO III
concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal.
Da Responsabilidade do Governador
- Artigo 50 foi declarado inconstitucional pelo Supremo
Artigo 48 - Declarado inconstitucional, em controle Tribunal Federal nos autos da ADI nº 2220/2000, julgada
concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal. em 16/11/2011.
Parágrafo único - Declarado inconstitucional, em SEÇÃO IV
controle concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal.
Dos Secretários de Estado
- Artigo 48 e seu parágrafo único foram declarados
Artigo 51 - Os Secretários de Estado serão escolhidos
inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal nos
entre brasileiros maiores de vinte e um anos e no
autos da ADI nº 2220/2000, julgada em 16/11/2011.
exercício dos direitos políticos.
Artigo 49 - Admitida a acusação contra o Governador,
Artigo 52 - Os Secretários de Estado, auxiliares diretos e
por dois terços da Assembleia Legislativa, será ele
da confiança do Governador, serão responsáveis pelos
atos que praticarem ou referendarem no exercício do

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cargo, bem como por retardar ou deixar de praticar, Paulo, incumbe, respectivamente, aos próprios Reitores
indevidamente, ato de ofício. (NR) e ao Presidente, efetivar, anualmente e no que couber,
o disposto no "caput" deste artigo. (NR)
- Artigo 52 com redação dada pela Emenda
Constitucional nº 24, de 23/01/2008. - § 4º acrescentado pela Emenda Constitucional nº 37,
de 05/12/2012.
§1º - Os Secretários de Estado responderão, no prazo
estabelecido pelo inciso XVI do artigo 20, os Artigo 53 - Os Secretários farão declaração pública de
requerimentos de informação formulados por bens, no ato da posse e no término do exercício do
Deputados e encaminhados pelo Presidente da cargo, e terão os mesmos impedimentos estabelecidos
Assembleia após apreciação da Mesa, reputando-se não nesta Constituição para os Deputados, enquanto
praticado o ato de seu ofício sempre que a resposta for permanecerem em suas funções.
elaborada em desrespeito ao parlamentar ou ao Poder
CAPÍTULO IV
Legislativo, ou que deixar de referir-se especificamente
a cada questionamento feito. (NR) Do Poder Judiciário
§2º - Para os fins do disposto no § 1º deste artigo, os SEÇÃO I
Secretários de Estado respondem pelos atos dos
Disposições Gerais
dirigentes, diretores e superintendentes de órgãos da
administração pública direta, indireta e fundacional a Artigo 54 - São órgãos do Poder Judiciário do Estado:
eles diretamente subordinados ou vinculados. (NR) (NR)
§3º - Aos diretores de Agência Reguladora aplica-se o I - o Tribunal de Justiça; (NR)
disposto no § 1º deste artigo. (NR)
II - o Tribunal de Justiça Militar; (NR)
- §§ 1º ao 3º acrescentados pela Emenda Constitucional
III - os Tribunais do Júri; (NR)
nº 24, de 23/01/2008.
IV - as Turmas de Recursos; (NR)
- Artigo 52, "caput", e parágrafos ver STF - ADI nº
4052/2008. V - os Juízes de Direito; (NR)
Artigo 52-A - Caberá a cada Secretário de Estado, VI - as Auditorias Militares; (NR)
semestralmente, comparecer perante a Comissão
VII - os Juizados Especiais; (NR)
Permanente da Assembleia Legislativa a que estejam
afetas as atribuições de sua Pasta, para prestação de VIII - os Juizados de Pequenas Causas. (NR)
contas do andamento da gestão, bem como demonstrar
- Artigo 54 com redação dada pela Emenda
e avaliar o desenvolvimento de ações, programas e
Constitucional nº 8, de 20/05/1999.
metas da Secretaria correspondente. (NR)
Artigo 55 - Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia
§1º - Aplica-se o disposto no "caput" deste artigo aos
financeira e administrativa.
Diretores de Agências Reguladoras. (NR)
Parágrafo único - São assegurados, na forma do artigo
§2º - Aplicam-se aos procedimentos previstos neste
99 da Constituição Federal, ao Poder Judiciário, recursos
artigo, no que couber, aqueles já disciplinados em
suficientes para manutenção, expansão e
Regimento Interno do Poder Legislativo. (NR)
aperfeiçoamento de suas atividades jurisdicionais,
- Artigo 52-A acrescentado pela Emenda Constitucional visando ao acesso de todos à Justiça.
nº 27 de 15/06/2009. Artigo 56 - Dentro dos limites estipulados
§3º - O comparecimento do Secretário de Estado, com a conjuntamente com os demais Poderes na lei de
finalidade de apresentar, quadrimestralmente, perante diretrizes orçamentárias, o Tribunal de Justiça, pelo seu
Comissão Permanente do Poder Legislativo, a Órgão Especial, elaborará proposta orçamentária do
demonstração e a avaliação do cumprimento das metas Poder Judiciário, encaminhando-a, por intermédio de
fiscais por parte do Poder Executivo suprirá a seu Presidente, ao Poder Executivo, para inclusão no
obrigatoriedade constante do "caput" deste artigo. (NR) projeto de lei orçamentária. (NR)
- § 3º com redação dada pela Emenda Constitucional nº - Artigo 56 com redação dada pela Emenda
31, de 21/10/2009. Constitucional nº 8, de 20/05/1999.
§4º - No caso das Universidades Públicas Estaduais e da Artigo 57 - À exceção dos créditos de natureza
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São alimentícia, os pagamentos devidos pela Fazenda

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Estadual ou Municipal e correspondentes autarquias, - §§ 5º ao 7º acrescentados pela Emenda Constitucional


em virtude de sentença judiciária, far-se-ão nº 21, de 14/02/2006.
exclusivamente na ordem cronológica de apresentação
Artigo 58 - Ao Tribunal de Justiça, mediante ato de seu
de precatórios e à conta dos respectivos créditos,
Presidente, compete nomear, promover, remover,
proibida a designação de casos ou pessoas nas dotações
aposentar e colocar em disponibilidade os juízes de sua
orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para
Jurisdição, ressalvado o disposto no artigo 62,
esse fim.
exercendo, pelos seus órgãos competentes, as demais
§1º - É obrigatória a inclusão, no orçamento das atribuições previstas nesta Constituição. (NR)
entidades de direito público, de verba necessária ao
- Artigo 58 com redação dada pela Emenda
pagamento de seus débitos oriundos de sentenças
Constitucional nº 8, de 20/05/1999.
transitadas em julgado, constantes de precatórios
judiciários, apresentados até 1º de julho, fazendo-se o Parágrafo único - Caberá ainda ao Presidente do
pagamento até o final do exercício seguinte, quando Tribunal de Justiça, observadas as disponibilidades
terão seus valores atualizados monetariamente. (NR) orçamentárias, indeferir as férias de quaisquer de seus
membros por necessidade de serviço, ou determinar a
§2º - As dotações orçamentárias e os créditos abertos
reassunção imediata de magistrado no exercício de seu
serão consignados diretamente ao Poder Judiciário,
cargo, cabendo a este, nas hipóteses aqui previstas, o
cabendo ao Presidente do Tribunal de Justiça proferir a
direito à correspondente indenização das férias no mês
decisão exequenda e determinar o pagamento segundo
subsequente ao indeferimento, ou a anotação para
as possibilidades do depósito, e autorizar, a
gozo oportuno, a requerimento do interessado. (NR)
requerimento do credor, e exclusivamente para o caso
de preterimento de seu direito de precedência, o - Parágrafo único acrescentado pela Emenda
sequestro da quantia necessária à satisfação do débito. Constitucional nº 32, de 09/12/2009.
(NR)
- Parágrafo único ver STF - ADI nº 4438/2010.
§3º - Os débitos de natureza alimentícia compreendem
Artigo 59 - A Magistratura é estruturada em carreira,
aqueles decorrentes de salários, vencimentos,
observados os princípios, garantias, prerrogativas e
proventos, pensões e suas complementações,
vedações estabelecidas na Constituição Federal, nesta
benefícios previdenciários e indenizações por morte ou
Constituição e no Estatuto da Magistratura.
invalidez, fundadas na responsabilidade civil, em virtude
de sentença transitada em julgado. (NR) Parágrafo único - O benefício da pensão por morte deve
obedecer o princípio do artigo 40, § 7º, da Constituição
§4º - O disposto no "caput" deste artigo, relativamente
Federal. (NR)
à expedição dos precatórios, não se aplica aos
pagamentos de obrigações definidas em lei como de - Parágrafo único com redação dada pela Emenda
pequeno valor que a Fazenda Estadual ou Municipal Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
deva fazer em virtude de sentença judicial transitada em
Artigo 60 - No Tribunal de Justiça haverá um Órgão
julgado. (NR)
Especial, com vinte e cinco Desembargadores, para o
- §§ 1º ao 4º com redação dada pela Emenda exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais
Constitucional nº 21, de 14/02/2006. de competência do Tribunal Pleno, inclusive para
uniformizar a jurisprudência divergente entre suas
§5º - São vedados a expedição de precatório
Seções e entre estas e o Plenário.
complementar ou suplementar de valor pago, bem
como fracionamento, repartição ou quebra do valor da Artigo 61 - O acesso dos Desembargadores ao Órgão
execução, a fim de que seu pagamento não se faça, em Especial, respeitadas a situação existente e a
parte, na forma estabelecida no § 4º deste artigo e, em representação do quinto constitucional, dar-se-á pelos
parte, mediante expedição de precatório. (NR) critérios de antiguidade e eleição, alternadamente.
§6º - A lei poderá fixar valores distintos para o fim
previsto no § 4º deste artigo, segundo as diferentes
Parágrafo único - Pelo primeiro critério, a vaga será
capacidades das entidades de direito público. (NR)
preenchida pelo Desembargador mais antigo, salvo
§7º - Incorrerá em crime de responsabilidade o recusa oportunamente manifestada. Pelo segundo,
Presidente do Tribunal de Justiça se, por ato comissivo serão elegíveis pelo Tribunal Pleno. (NR)
ou omissivo, retardar ou tentar frustrar a liquidação
- Parágrafo único com redação dada pela Emenda
regular de precatório. (NR)
Constitucional nº 21, de 14/02/2006.

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Artigo 62 - O Presidente e o 1º Vice-Presidente do - Artigo 64 com redação dada pela Emenda


Tribunal de Justiça e o Corregedor Geral da Justiça, Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
eleitos, a cada biênio, pela totalidade dos
Artigo 65 - Aos órgãos do Poder Judiciário do Estado
Desembargadores, dentre os integrantes do órgão
competem a administração e uso dos imóveis e
especial, comporão o Conselho Superior da
instalações forenses, podendo ser autorizada parte
Magistratura. (NR)
desse uso a órgãos diversos, no interesse do serviço
- Artigo 62, "caput", teve sua redação alterada pela judiciário, como dispuser o Tribunal de Justiça,
Emenda Constitucional nº 7, de 11/03/1999, que asseguradas salas privativas, condignas e permanentes
posteriormente foi declarada inconstitucional pelo aos advogados e membros do Ministério Público e da
Supremo Tribunal Federal nos autos da ADI nº Defensoria Pública, sob a administração das respectivas
2012/1999, julgada em 27/10/2011, permanecendo a entidades.
redação original.
Artigo 66 - Os processos cíveis já findos em que houver
- O dispositivo encontra-se com eficácia suspensa por acordo ou satisfação total da pretensão não constarão
força de medida cautelar deferida pelo Supremo das certidões expedidas pelos Cartórios dos
Tribunal Federal nos autos da ADI nº 3976/2007, em Distribuidores, salvo se houver autorização da
14/11/2007. autoridade judicial competente.
§1º - Haverá um Vice-Corregedor-Geral da Justiça, para Parágrafo único - As certidões relativas aos atos de que
desempenhar funções, em caráter itinerante, em todo o cuida este artigo serão expedidas com isenção de custos
território do Estado. e emolumentos, quando se trate de interessado que
declare insuficiência de recursos.
§2º - Cada Seção do Tribunal de Justiça será presidida
por um Vice-Presidente. Artigo 67 - As comarcas do Estado serão classificadas em
entrâncias, nos termos da Lei de Organização Judiciária.
Artigo 63 - Um quinto dos lugares dos Tribunais de
Justiça e de Justiça Militar será composto de advogados Artigo 68 - O ingresso na atividade notarial e registral,
e de membros do Ministério Público, de notório saber tanto de titular como de preposto, depende de
jurídico e reputação ilibada, com mais de dez anos de concurso público de provas e títulos, não se permitindo
efetiva atividade profissional ou na carreira, indicados que qualquer serventia fique vaga sem abertura de
em lista sêxtupla, pela Seção Estadual da Ordem dos concurso por mais de seis meses.
Advogados do Brasil ou pelo Ministério Público,
Parágrafo único - Compete ao Poder Judiciário a
conforme a classe a que pertencer o cargo a ser provido.
realização do concurso de que trata este artigo,
(NR)
observadas as normas da legislação estadual vigente.
Parágrafo único - Dentre os nomes indicados, o Órgão
SEÇÃO II
Especial do Tribunal de Justiça formará lista tríplice,
encaminhando-a ao Governador do Estado que, nos Da Competência do Tribunal de Justiça (NR)
vinte dias subsequentes, escolherá um de seus
- Seção II com redação dada pela Emenda Constitucional
integrantes para o cargo e o nomeará. (NR)
nº 21, de 14/02/2006.
- Artigo 63 com redação dada pela Emenda
Artigo 69 - Compete privativamente ao Tribunal de
Constitucional nº 25, de 12/05/2008.
Justiça: (NR)
- A expressão “depois de aprovada a escolha pela
- Artigo 69, "caput", com redação dada pela Emenda
maioria absoluta da Assembleia Legislativa”, que
Constitucional nº 8, de 20/05/1999.
encerra o parágrafo único do artigo 63, foi declarada
inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal nos I - pela totalidade de seus membros, eleger os órgãos
autos da ADI nº 4150/2008, julgada em 25/02/2015. diretivos, na forma de seu regimento interno; (NR)
Artigo 64 - As decisões administrativas dos Tribunais de - Inciso I com redação dada pela Emenda Constitucional
segundo grau serão motivadas e tomadas em sessão nº 21, de 14/02/2006.
pública, sendo as de caráter disciplinar tomadas por
II - pelos seus órgãos específicos:
voto da maioria absoluta dos membros do Tribunal de
Justiça, ou de seu Órgão Especial, salvo nos casos de a) elaborar seu regimento interno, com observância das
remoção, disponibilidade e aposentadoria de normas de processo e das garantias processuais das
magistrado, por interesse público, que dependerão de partes, dispondo sobre a competência e o
voto de dois terços, assegurada ampla defesa. (NR)

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funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e Artigo 72 - A Lei de Organização Judiciária poderá criar
administrativos; (NR) cargos de Juiz de Direito Substituto em Segundo Grau, a
serem classificados em quadro próprio, na mais elevada
- Alínea “a” com redação dada pela Emenda
entrância do primeiro grau e providos mediante
Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
concurso de remoção.
b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares,
§1º - A designação será feita pelo Tribunal de Justiça
velando pelo exercício da respectiva atividade
para substituir seus membros ou nele auxiliar, quando o
correcional;
acúmulo de feitos evidenciar a necessidade de sua
c) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus atuação. (NR)
membros, e aos servidores que lhes forem
- § 1º com redação dada pela Emenda Constitucional nº
subordinados;
21, de 14/02/2006.
d) prover, por concurso público de provas, ou provas e
§2º - Em nenhuma hipótese haverá redistribuição ou
títulos, ressalvado o disposto no parágrafo único do
passagem de processos, salvo para o voto do revisor.
artigo 169 da Constituição Federal, os cargos de
servidores que integram seus quadros, exceto os de SEÇÃO III
confiança, assim definidos em lei, que serão providos
Do Tribunal de Justiça
livremente.
Artigo 73 - O Tribunal de Justiça, órgão superior do
Artigo 70 - Compete privativamente ao Tribunal de
Poder Judiciário do Estado, com jurisdição em todo o
Justiça, por deliberação de seu Órgão Especial, propor à
seu território e sede na Capital, compõe-se de
Assembleia Legislativa, observado o disposto no artigo
Desembargadores em número que a lei fixar, providos
169 da Constituição Federal:
pelos critérios de antiguidade e de merecimento, em
I - a alteração do número de seus membros e dos conformidade com o disposto nos artigos 58 e 63 deste
membros do Tribunal de Justiça Militar; (NR) Capítulo.
II - a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos Parágrafo único - O Tribunal de Justiça exercerá, em
seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem matéria administrativa de interesse geral do Poder
vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus Judiciário, direção e disciplina da Justiça do Estado.
membros e dos juízes, incluído o Tribunal de Justiça
Artigo 74 - Compete ao Tribunal de Justiça, além das
Militar; (NR)
atribuições previstas nesta Constituição, processar e
III - a criação ou a extinção do Tribunal de Justiça Militar; julgar originariamente:
(NR)
I - nas infrações penais comuns, o Vice-Governador, os
- Incisos I ao III com redação dada pela Emenda Secretários de Estado, os Deputados Estaduais, o
Constitucional nº 21, de 14/02/2006. Procurador-Geral de Justiça, o Procurador-Geral do
Estado, o Defensor Público-Geral e os Prefeitos
IV - a alteração da organização e da divisão judiciária.
Municipais;
Artigo 71 - Revogado.
II - nas infrações penais comuns e nos crimes de
- Artigo 71 revogado pela Emenda Constitucional nº 21, responsabilidade, os juízes do Tribunal de Justiça
de 14/02/2006. Militar, os juízes de Direito e os juízes de Direito do juízo
militar, os membros do Ministério Público, exceto o
Artigo 71-A - O Tribunal de Justiça poderá funcionar de
Procurador-Geral de Justiça, o Delegado-Geral da Polícia
forma descentralizada, constituindo Câmaras regionais,
Civil e o Comandante-Geral da Polícia Militar; (NR)
a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à
justiça em todas as fases do processo. (NR) - Inciso II com redação dada pela Emenda Constitucional
nº 21, de 14/02/2006.
Parágrafo único - O Tribunal de Justiça instalará a justiça
itinerante, com a realização de audiências e demais III - os mandados de segurança e os “habeas data”
funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais contra atos do Governador, da Mesa e da Presidência da
da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos Assembleia, do próprio Tribunal ou de algum de seus
públicos e comunitários. (NR) membros, dos Presidentes dos Tribunais de Contas do
Estado e do Município de São Paulo, do Procurador-
- Artigo 71-A acrescentado pela Emenda Constitucional
Geral de Justiça, do Prefeito e do Presidente da Câmara
nº 21, de 14/02/2006.
Municipal da Capital;

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IV - os “habeas corpus”, nos processos cujos recursos Justiça Militar ou dos órgãos recursais dos Juizados
forem de sua competência ou quando o coator ou Especiais. (NR)
paciente for autoridade diretamente sujeita a sua
- § 2º com redação dada pela Emenda Constitucional nº
jurisdição, ressalvada a competência do Tribunal de
21, de 14/02/2006.
Justiça Militar, nos processos cujos recursos forem de
sua competência; Artigo 77 - Compete, ademais, ao Tribunal de Justiça,
por seus órgãos específicos, exercer controle sobre atos
V - os mandados de injunção, quando a inexistência de
e serviços auxiliares da justiça, abrangidos os notariais e
norma regulamentadora estadual ou municipal, de
os de registro.
qualquer dos Poderes, inclusive da administração
indireta, torne inviável o exercício de direitos SEÇÃO IV
assegurados nesta Constituição;
Revogada
VI - a representação de inconstitucionalidade de lei ou
- Seção IV revogada pela Emenda Constitucional nº 21,
ato normativo estadual ou municipal, contestados em
de 14/02/2006.
face desta Constituição, o pedido de intervenção em
Município e ação de inconstitucionalidade por omissão, Artigo 78 - Revogado.
em face de preceito desta Constituição;
- Artigo 78 revogado pela Emenda Constitucional nº 21,
VII - as ações rescisórias de seus julgados e as revisões de 14/02/2006.
criminais nos processos de sua competência;
Artigo 79 - Revogado.
VIII - Revogado.
- Artigo 79 revogado pela Emenda Constitucional nº 21,
- Inciso VIII revogado pela Emenda Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
de 14/02/2006.
SEÇÃO V
IX - os conflitos de atribuição entre as autoridades
Da Justiça Militar do Estado (NR)
administrativas e judiciárias do Estado;
- Seção V com redação dada pela Emenda Constitucional
X - a reclamação para garantia da autoridade de suas
nº 21, de 14/02/2006.
decisões;
Artigo 79-A - A Justiça Militar do Estado será constituída,
XI - a representação de inconstitucionalidade de lei ou
em primeiro grau, pelos juízes de Direito e pelos
ato normativo municipal, contestados em face da
Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo Tribunal
Constituição. (NR)
de Justiça Militar. (NR)
- A expressão “Federal”, que encerrava o inciso XI, foi
- Artigo 79-A acrescentado pela Emenda Constitucional
julgada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal
nº 21, de 14/02/2006.
nos autos da ADI nº 347/1990, julgada em 20/09/2006.
Artigo 79-B - Compete à Justiça Militar estadual
Artigo 75 - Compete, também, ao Tribunal de Justiça:
processar e julgar os militares do Estado, nos crimes
I - provocar a intervenção da União no Estado para militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos
garantir o livre exercício do Poder Judiciário, nos termos disciplinares militares, ressalvada a competência do júri
desta Constituição e da Constituição Federal; quando a vítima for civil, cabendo ainda decidir sobre a
perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação
II - requisitar a intervenção do Estado em Município, nas
das praças. (NR)
hipóteses previstas em lei.
- Artigo 79-B acrescentado pela Emenda Constitucional
Artigo 76 - Compete, outrossim, ao Tribunal de Justiça,
nº 21, de 14/02/2006.
processar e julgar, originariamente ou em grau de
recurso, as demais causas que lhe forem atribuídas por Artigo 80 - O Tribunal de Justiça Militar do Estado, com
lei complementar. jurisdição em todo o território estadual e com sede na
Capital, compor-se-á de sete juízes, divididos em duas
§1º - Cabe-lhe, também, a execução de sentença nas
câmaras, nomeados em conformidade com as normas
causas de sua competência originária, facultada, em
da Seção I deste Capítulo, exceto o disposto no artigo
qualquer fase do processo, a delegação de atribuições.
60, e respeitado o artigo 94 da Constituição Federal,
§2º - Cabe-lhe, ainda, processar e julgar os recursos sendo quatro militares Coronéis da ativa da Polícia
relativos às causas que a lei especificar, entre aquelas Militar do Estado e três civis.
não reservadas à competência privativa do Tribunal de

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Artigo 81 - Compete ao Tribunal de Justiça Militar lei federal e, no que couber, a Lei de Organização
processar e julgar: Judiciária.
I - originariamente, o Chefe da Casa Militar, o SEÇÃO VII
Comandante-Geral da Polícia Militar, nos crimes
Das Turmas de Recursos
militares definidos em lei, os mandados de segurança e
os “habeas corpus”, nos processos cujos recursos forem Artigo 84 - As Turmas de Recursos são formadas por
de sua competência ou quando o coator ou coagido juízes de direito titulares da mais elevada entrância de
estiverem diretamente sujeitos a sua jurisdição e às Primeiro Grau, na Capital ou no Interior, observada a
revisões criminais de seus julgados e das Auditorias sua sede, nos termos da resolução do Tribunal de
Militares; Justiça, que designará seus integrantes, os quais
poderão ser dispensados, quando necessário, do serviço
II - em grau de recurso, os policiais militares, nos crimes
de suas varas.
militares definidos em lei, observado o disposto no
artigo 79-B. (NR) §1º - As Turmas de Recursos constituem-se em órgão de
segunda instância, cuja competência é vinculada aos
- Inciso II com redação dada pela Emenda Constitucional
Juizados Especiais e de Pequenas Causas.
nº 21, de 14/02/2006.
§2º - A designação prevista neste artigo deverá ocorrer
§1º - Compete ainda ao Tribunal exercer a correição
antes da distribuição dos processos de competência da
geral sobre as atividades de Polícia Judiciária Militar,
Turma de Recursos.
bem como decidir sobre a perda do posto e da patente
dos Oficiais e da graduação das praças. SEÇÃO VIII
§2º - Compete aos juízes de Direito do juízo militar Dos Juízes de Direito
processar e julgar, singularmente, os crimes militares
Artigo 85 - Os juízes de Direito integram a carreira da
cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos
Magistratura e exercem a jurisdição comum estadual de
disciplinares militares, cabendo ao Conselho de Justiça,
primeiro grau, nas comarcas e juízos, segundo a
sob a presidência do juiz de Direito, processar e julgar
competência determinada por lei.
os demais crimes militares. (NR)
Artigo 86 - O Tribunal de Justiça, através de seu Órgão
§3º - Os serviços de correição permanente sobre as
Especial, designará juízes de entrância especial com
atividades de Polícia Judiciária Militar e do Presídio
competência exclusiva para questões agrárias.
Militar serão realizados pelo juiz de Direito do juízo
militar designado pelo Tribunal. (NR) §1º - A designação prevista neste artigo só pode ser
revogada a pedido do juiz ou por deliberação da maioria
- §§ 2º e 3º com redação dada pela Emenda
absoluta do órgão especial.
Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
§2º - No exercício dessa jurisdição, o juiz deverá, sempre
Artigo 82 - Os juízes do Tribunal de Justiça Militar e os
que necessário à eficiente prestação jurisdicional,
juízes de Direito do juízo militar gozam dos mesmos
deslocar-se até o local do litígio.
direitos, vantagens e subsídios e sujeitam-se às mesmas
proibições dos Desembargadores do Tribunal de Justiça §3º - O Tribunal de Justiça organizará a infraestrutura
e dos juízes de Direito, respectivamente. (NR) humana e material necessária ao exercício dessa
atividade jurisdicional.
Parágrafo único - Os juízes de Direito do juízo militar
serão promovidos ao Tribunal de Justiça Militar nas SEÇÃO IX
vagas de juízes civis, observado o disposto nos artigos
Dos Juizados Especiais e dos Juizados de Pequenas
93, III e 94 da Constituição Federal. (NR)
Causas
- Artigo 82 com redação dada pela Emenda
Artigo 87 - Os Juizados Especiais das Causas Cíveis de
Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
Menor Complexidade e das Infrações Penais de Menor
SEÇÃO VI Potencial Ofensivo terão sua composição e competência
definidas em lei, obedecidos os princípios previstos no
Dos Tribunais do Júri
artigo 98, I, da Constituição Federal.
Artigo 83 - Os Tribunais do Júri têm as competências e
Artigo 88 - A lei disporá sobre a criação, funcionamento
garantias previstas no artigo 5º, XXXVIII da Constituição
e processo dos Juizados de Pequenas Causas a que se
Federal. Sua organização obedecerá ao que dispuser a
refere o artigo 24, X, da Constituição Federal.

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SEÇÃO X decisão será comunicada ao Poder competente para a


adoção das providências necessárias à prática do ato
Da Justiça de Paz
que lhe compete ou início do processo legislativo, e, em
Artigo 89 - A Justiça de Paz compõe-se de cidadãos se tratando de órgão administrativo, para a sua ação em
remunerados, eleitos pelo voto direto, universal e trinta dias, sob pena de responsabilidade.
secreto, com mandato de quatro anos, e tem
§5º - Somente pelo voto da maioria absoluta de seus
competência para, na forma da lei, celebrar
membros ou de seu órgão especial poderá o Tribunal de
casamentos, verificar, de ofício ou em face de
Justiça declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato
impugnação apresentada, o processo de habilitação e
normativo estadual ou municipal, como objeto de ação
exercer atribuições conciliatórias, sem caráter
direta.
jurisdicional, além de outras previstas na legislação.
§6º - Nas declarações incidentais, a decisão dos
SEÇÃO XI
Tribunais dar-se-á pelo órgão jurisdicional colegiado
Da Declaração de Inconstitucionalidade e da Ação competente para exame da matéria.
Direta de Inconstitucionalidade
CAPÍTULO V
Artigo 90 - São partes legítimas para propor ação de
Das Funções Essenciais à Justiça
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estaduais
ou municipais, contestados em face desta Constituição SEÇÃO I
ou por omissão de medida necessária para tornar
Do Ministério Público
efetiva norma ou princípio desta Constituição, no
âmbito de seu interesse: Artigo 91 - O Ministério Público é instituição
permanente, essencial à função jurisdicional do Estado,
I - o Governador do Estado e a Mesa da Assembleia
incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime
Legislativa;
democrático e dos interesses sociais e individuais
II - o Prefeito e a Mesa da Câmara Municipal; indisponíveis.
III - o Procurador-Geral de Justiça; Parágrafo único - São princípios institucionais do
Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a
IV - o Conselho da Seção Estadual da Ordem dos
independência funcional.
Advogados do Brasil;
Artigo 92 - Ao Ministério Público é assegurada
V - as entidades sindicais ou de classe, de atuação
autonomia administrativa e funcional, cabendo-lhe, na
estadual ou municipal, demonstrando seu interesse
forma de sua lei complementar:
jurídico no caso;
I - praticar atos próprios de gestão;
VI - os partidos políticos com representação na
Assembleia Legislativa, ou, em se tratando de lei ou ato II - praticar atos e decidir sobre a situação funcional do
normativo municipais, na respectiva Câmara. pessoal ativo e inativo da carreira e dos serviços
auxiliares, organizados em quadros próprios;
§1º - O Procurador-Geral de Justiça será sempre ouvido
nas ações diretas de inconstitucionalidade. III - adquirir bens e serviços e efetuar a respectiva
contabilização;
§2º - Quando o Tribunal apreciar a
inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato IV- propor à Assembleia Legislativa a criação e a extinção
normativo, citará, previamente, o Procurador-Geral do de seus cargos e serviços auxiliares, bem como a fixação
Estado, a quem caberá defender, no que couber, o ato dos subsídios de seus membros, observados os
ou o texto impugnado. parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes
orçamentárias e no artigo 169 da Constituição Federal;
§3º - Declarado inconstitucional, em controle difuso,
(NR)
pelo Supremo Tribunal Federal.
- Inciso IV com redação dada pela Emenda
- § 3º foi declarado inconstitucional pelo Supremo
Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
Tribunal Federal nos autos do Recurso Extraordinário nº
199293/1996, julgado em 19/05/2004, e teve a sua V - prover os cargos iniciais de carreira e dos serviços
execução suspensa pela Resolução nº 46/2005, de auxiliares, bem como nos casos de promoção, remoção
28/06/2005, do Senado Federal. e demais formas de provimento derivado;
§4º - Declarada a inconstitucionalidade por omissão de VI - organizar suas secretarias e os serviços auxiliares das
medida para tornar efetiva norma desta Constituição, a Promotorias de Justiça;

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VII - compor os órgãos da Administração Superior; Procurador de Justiça, aplicando-se, por assemelhação,
o disposto no artigo 93, III, da Constituição Federal;
VIII - elaborar seus regimentos internos;
c) subsídios fixados com diferença não excedente a dez
IX - exercer outras competências dela decorrentes.
por cento de uma para outra entrância, e da entrância
§1º - O Ministério Público instalará as Promotorias de mais elevada para o cargo de Procurador-Geral de
Justiça e serviços auxiliares em prédios sob sua Justiça, cujo subsídio, em espécie, a qualquer título, não
administração. poderá ultrapassar o teto fixado nos artigos 37, XI, da
Constituição Federal e 115, XII, desta Constituição; (NR)
§2º - As decisões do Ministério Público, fundadas em
sua autonomia funcional e administrativa, obedecidas d) aposentadoria, observado o disposto no artigo 40 da
as formalidades legais, têm eficácia plena e Constituição Federal e no artigo 126 desta Constituição;
executoriedade imediata, ressalvada a competência (NR)
constitucional dos Poderes do Estado.
e) o benefício da pensão por morte deve obedecer o
Artigo 93 - O Ministério Público elaborará sua proposta princípio do artigo 40, § 7º, da Constituição Federal;
orçamentária dentro dos limites estabelecidos na Lei de (NR)
Diretrizes Orçamentárias, encaminhando-a, por
- Alíneas “c” a “e” com redação dada pela Emenda
intermédio do Procurador-Geral de Justiça, ao Poder
Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
Executivo, para inclusão no projeto de lei orçamentária.
II - elaboração de lista tríplice, entre integrantes da
§1º - Os recursos correspondentes às dotações
carreira, para escolha do Procurador-Geral de Justiça
orçamentárias próprias e globais do Ministério Público
pelo Governador do Estado, para mandato de dois anos,
serão entregues, na forma do artigo 171, sem
permitida uma recondução;
vinculação a qualquer tipo de despesa.
III - destituição do Procurador-Geral de Justiça por
§2º - Os recursos próprios, não originários do Tesouro
deliberação da maioria absoluta da Assembleia
Estadual, serão utilizados em programas vinculados aos
Legislativa; (NR)
fins da Instituição, vedada outra destinação.
- Inciso III com redação dada pela Emenda
§3º - A fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
Constitucional nº 12, de 28/06/2001.
operacional e patrimonial do Ministério Público, quanto
à legalidade, legitimidade e economicidade, aplicação IV - controle externo da atividade policial;
de dotações e recursos próprios e renúncia de receitas,
V - procedimentos administrativos de sua competência;
será exercida pela Assembleia Legislativa, mediante
controle externo, e pelo sistema de controle interno VI - regime jurídico dos membros do Ministério Público,
estabelecido na sua lei complementar e, no que couber, integrantes de quadro especial, que oficiam junto aos
no artigo 35 desta Constituição. Tribunais de Contas;
Artigo 94 - Lei complementar, cuja iniciativa é facultada VII - demais matérias necessárias ao cumprimento de
ao Procurador-Geral de Justiça, disporá sobre: seus fins institucionais.
I - normas específicas de organização, atribuições e §1º - Decorrido o prazo previsto em lei, sem nomeação
Estatuto do Ministério Público, observados, entre do Procurador-Geral de Justiça, será investido no cargo
outros, os seguintes princípios: o integrante mais votado da lista tríplice prevista no
inciso II deste artigo.
a) ingresso na carreira mediante concurso público de
provas e títulos, assegurada a participação da Ordem §2º - O Procurador-Geral de Justiça fará declaração
dos Advogados do Brasil em sua realização, exigindo-se, pública de bens, no ato da posse e no término do
do bacharel em direito, no mínimo, três anos de mandato.
atividade jurídica e observando-se, nas nomeações, a
Artigo 95 - Os membros do Ministério Público têm as
ordem de classificação; (NR)
seguintes garantias:
- Alínea “a” com redação dada pela Emenda
I - vitaliciedade, após dois anos de exercício, não
Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
podendo perder o cargo senão por sentença judicial
b) promoção voluntária, por antiguidade e transitada em julgado;
merecimento, alternadamente, de entrância a
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse
entrância, e da entrância mais elevada para o cargo de
público, mediante decisão do órgão colegiado
competente do Ministério Público, pelo voto da maioria

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absoluta de seus membros, assegurada a ampla defesa; serão encaminhadas a quem de direito, e respondidas
(NR) no prazo improrrogável de trinta dias.
III - irredutibilidade de subsídio, observado, quanto à Parágrafo único - Para promover o inquérito civil e os
remuneração, o disposto na Constituição Federal. (NR) procedimentos administrativos de sua competência, o
Ministério Público poderá, nos termos de sua lei
- Incisos II e III com redação dada pela Emenda
complementar:
Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
1 - requisitar dos órgãos da administração direta ou
Parágrafo único - O ato de remoção e de disponibilidade
indireta, os meios necessários à sua conclusão;
de membro do Ministério Público, por interesse público,
fundar-se-á em decisão por voto de dois terços do órgão 2 - propor à autoridade administrativa competente a
colegiado competente, assegurada ampla defesa. instauração de sindicância para a apuração de falta
disciplinar ou ilícito administrativo.
Artigo 96 - Os membros do Ministério Público sujeitam-
se, entre outras, às seguintes proibições: SEÇÃO II
I - receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, Da Procuradoria Geral do Estado
honorários, percentagens ou custas processuais;
Artigo 98 - A Procuradoria Geral do Estado é instituição
II - exercer a advocacia; de natureza permanente, essencial à administração da
justiça e à Administração Pública Estadual, vinculada
III - participar de sociedade comercial, na forma da lei;
diretamente ao Governador, responsável pela
IV - exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer advocacia do Estado, sendo orientada pelos princípios
outra função pública, salvo uma de magistério, se da legalidade e da indisponibilidade do interesse
houver compatibilidade de horário; público. (NR)
V - exercer atividade político-partidária; (NR) - Artigo 98, "caput", com redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 14/04/2004.
- Inciso V com redação dada pela Emenda Constitucional
nº 21, de 14/02/2006. §1º - Lei orgânica da Procuradoria Geral do Estado
disciplinará sua competência e a dos órgãos que a
VI - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou
compõem e disporá sobre o regime jurídico dos
contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou
integrantes da carreira de Procurador do Estado,
privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; (NR)
respeitado o disposto nos artigos 132 e 135 da
VII - exercer a advocacia no juízo ou tribunal perante o Constituição Federal. (NR)
qual atuava, antes de decorridos três anos do
§2º - Os Procuradores do Estado, organizados em
afastamento do cargo por aposentadoria ou
carreira, na qual o ingresso dependerá de concurso
exoneração. (NR)
público de provas e títulos, com a participação da
- Incisos VI e VII acrescentados pela Emenda Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas fases,
Constitucional nº 21, de 14/02/2006. exercerão a representação judicial e a consultoria
jurídica na forma do "caput" deste artigo. (NR)
Artigo 97 - Incumbe ao Ministério Público, além de
outras funções: §3º - Aos procuradores referidos neste artigo é
assegurada estabilidade após três anos de efetivo
I - exercer a fiscalização dos estabelecimentos prisionais
exercício, mediante avaliação de desempenho perante
e dos que abriguem idosos, menores, incapazes ou
os órgãos próprios, após relatório circunstanciado das
portadores de deficiências, sem prejuízo da correição
corregedorias. (NR)
judicial;
- §§ 1º ao 3º com redação dada pela Emenda
II - deliberar sobre sua participação em organismos
Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
estatais de defesa do meio ambiente, do consumidor,
de política penal e penitenciária e outros afetos a sua Artigo 99 - São funções institucionais da Procuradoria
área de atuação; Geral do Estado:
III - receber petições, reclamações, representações ou I - representar judicial e extrajudicialmente o Estado e
queixas de qualquer pessoa ou entidade representativa suas autarquias, inclusive as de regime especial, exceto
de classe, por desrespeito aos direitos assegurados na as universidades públicas estaduais; (NR)
Constituição Federal e nesta Constituição, as quais
II - exercer as atividades de consultoria e
assessoramento jurídico do Poder Executivo e das

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entidades autárquicas a que se refere o inciso anterior; centralizada ou descentralizada, e das fundações por ele
(NR) instituídas ou mantidas. (NR)
- Incisos I e II com redação dada pela Emenda Parágrafo único - As atividades de representação
Constitucional nº 19, de 14/04/2004. judicial, consultoria e assessoramento jurídico das
universidades públicas estaduais poderão ser realizadas
III - representar a Fazenda do Estado perante o Tribunal
ou supervisionadas, total ou parcialmente, pela
de Contas;
Procuradoria Geral do Estado, na forma a ser
IV - exercer as funções de consultoria jurídica e de estabelecida em convênio. (NR)
fiscalização da Junta Comercial do Estado;
- Artigo 101 com redação dada pela Emenda
V - prestar assessoramento jurídico e técnico-legislativo Constitucional nº 19, de 14/04/2004.
ao Governador do Estado; (NR)
Artigo 102 - As autoridades e servidores da
- Inciso V com redação dada pela Emenda Constitucional Administração Estadual ficam obrigados a atender às
nº 19, de 14/04/2004. requisições de certidões, informações, autos de
processo administrativo, documentos e diligências
VI - promover a inscrição, o controle e a cobrança da
formuladas pela Procuradoria Geral do Estado, na forma
dívida ativa estadual;
da lei.
VII - propor ação civil pública representando o Estado;
SEÇÃO III
VIII - prestar assistência jurídica aos Municípios, na
Da Defensoria Pública
forma da lei;
Artigo 103 - À Defensoria Pública, instituição essencial à
IX - realizar procedimentos administrativos, inclusive
função jurisdicional do Estado, compete a orientação
disciplinares, não regulados por lei especial; (NR)
jurídica e a defesa dos necessitados, em todos os graus.
- Inciso IX com redação dada pela Emenda
§1º - Lei Orgânica disporá sobre a estrutura,
Constitucional nº 19, de 14/04/2004.
funcionamento e competência da Defensoria Pública,
X - exercer outras funções que lhe forem conferidas por observado o disposto na Constituição Federal e nas
lei. normas gerais prescritas por lei complementar federal.
(NR)
Artigo 100 - A direção superior da Procuradoria Geral do
Estado compete ao Procurador-Geral do Estado, §2º - À Defensoria Pública é assegurada autonomia
responsável pela orientação jurídica e administrativa da funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta
instituição, ao Conselho da Procuradoria Geral do orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de
Estado e à Corregedoria-Geral do Estado, na forma da diretrizes orçamentárias e subordinação ao disposto no
respectiva Lei Orgânica. artigo 99, § 2º, da Constituição Federal. (NR)
Parágrafo único - O Procurador-Geral do Estado será - §§ 1º e 2º com redação dada pela Emenda
nomeado pelo Governador, em comissão, entre os Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
Procuradores que integram a carreira e terá tratamento,
SEÇÃO IV
prerrogativas e representação de Secretário de Estado,
devendo apresentar declaração pública de bens, no ato Da Advocacia
da posse e de sua exoneração. (NR)
Artigo 104 - O advogado é indispensável à administração
- Parágrafo único com redação dada pela Emenda da justiça e, nos termos da lei, inviolável por seus atos e
Constitucional nº 19, de 14/04/2004. manifestações, no exercício da profissão.
- Parágrafo único foi objeto da ADI nº 2581/2001, Parágrafo único - É obrigatório o patrocínio das partes
perante o Supremo Tribunal Federal, tendo sido a ação por advogados, em qualquer juízo ou tribunal, inclusive
julgada improcedente em 16/08/2007, portanto nos juizados de menores, nos juizados previstos nos
reconhecida a constitucionalidade do dispositivo. incisos VIII e IX do artigo 54 e junto às turmas de
recursos, ressalvadas as exceções legais.
Artigo 101 - Vinculam-se à Procuradoria Geral do
Estado, para fins de atuação uniforme e coordenada, os Artigo 105 - O Poder Executivo manterá, no sistema
órgãos jurídicos das universidades públicas estaduais, prisional e nos distritos policiais, instalações destinadas
das empresas públicas, das sociedades de economia ao contato privado do advogado com o cliente preso.
mista sob controle do Estado, pela sua Administração

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Artigo 106 - Os membros do Poder Judiciário, as Justiça, Procurador-Geral do Estado, Defensor Público-
autoridades e os servidores do Estado zelarão para que Geral, Superintendentes e Diretores de órgãos da
os direitos e prerrogativas dos advogados sejam administração pública indireta, fundacional, de agências
respeitados, sob pena de responsabilização na forma da reguladoras e autarquias, Delegado-Geral de Polícia,
lei. Reitores das universidades públicas estaduais e ainda
para todos os cargos de livre provimento dos poderes
Artigo 107 - O advogado que não seja defensor público,
Executivo, Legislativo e Judiciário do Estado. (NR)
quando nomeado para defender autor ou réu pobre,
terá os honorários fixados pelo juiz, na forma que a lei - Artigo 111-A acrescentado pela Emenda Constitucional
estabelecer. nº 34, de 21/03/2012.
Artigo 108 - As atividades correicionais nos Cartórios Artigo 112 - As leis e atos administrativos externos
Judiciais contarão, necessariamente, com a presença de deverão ser publicados no órgão oficial do Estado, para
um representante da Ordem dos Advogados do Brasil, que produzam os seus efeitos regulares. A publicação
Seção de São Paulo. dos atos não normativos poderá ser resumida.
Artigo 109 - Para efeito do disposto no artigo 3º desta Artigo 113 - A lei deverá fixar prazos para a prática dos
Constituição, o Poder Executivo manterá quadros fixos atos administrativos e estabelecer recursos adequados
de defensores públicos em cada juizado e, quando à sua revisão, indicando seus efeitos e forma de
necessário, advogados designados pela Ordem dos processamento.
Advogados do Brasil - SP, mediante convênio.
Artigo 114 - A administração é obrigada a fornecer a
- O Supremo Tribunal Federal conferiu interpretação qualquer cidadão, para a defesa de seus direitos e
conforme a Constituição ao artigo 109 nos autos da ADI esclarecimentos de situações de seu interesse pessoal,
nº 4163/2008, julgada em 29/02/2012. no prazo máximo de dez dias úteis, certidão de atos,
contratos, decisões ou pareceres, sob pena de
SEÇÃO V
responsabilidade da autoridade ou servidor que negar
Do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da ou retardar a sua expedição. No mesmo prazo deverá
Pessoa Humana atender às requisições judiciais, se outro não for fixado
pela autoridade judiciária.
Artigo 110 - O Conselho Estadual de Defesa dos Direitos
da Pessoa Humana será criado por lei com a finalidade Artigo 115 - Para a organização da administração pública
de investigar as violações de direitos humanos no direta e indireta, inclusive as fundações instituídas ou
território do Estado, de encaminhar as denúncias a mantidas por qualquer dos Poderes do Estado, é
quem de direito e de propor soluções gerais a esses obrigatório o cumprimento das seguintes normas:
problemas.
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis
TÍTULO III aos brasileiros que preenchem os requisitos
estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na
Da Organização do Estado
forma da lei; (NR)
CAPÍTULO I
- Inciso I com redação dada pela Emenda Constitucional
Da Administração Pública nº 21, de 14/02/2006.
SEÇÃO I II - a investidura em cargo ou emprego público depende
de aprovação prévia, em concurso público de provas ou
Disposições Gerais
de provas e títulos, ressalvadas as nomeações para
Artigo 111 - A administração pública direta, indireta ou cargo em comissão, declarado em lei, de livre nomeação
fundacional, de qualquer dos Poderes do Estado, e exoneração;
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
III - o prazo de validade do concurso público será de até
moralidade, publicidade, razoabilidade, finalidade,
dois anos, prorrogável uma vez, por igual período. A
motivação, interesse público e eficiência. (NR)
nomeação do candidato aprovado obedecerá à ordem
- Artigo 111 com redação dada pela Emenda de classificação;
Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de
Artigo 111-A - É vedada a nomeação de pessoas que se convocação, o aprovado em concurso público de provas
enquadram nas condições de inelegibilidade nos termos ou de provas e títulos será convocado com prioridade
da legislação federal para os cargos de Secretário de sobre novos concursados para assumir cargo ou
Estado, Secretário-Adjunto, Procurador-Geral de emprego, na carreira;

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V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário,


por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos aplicável este limite aos membros do Ministério Público,
em comissão, a serem preenchidos por servidores de aos Procuradores e aos Defensores Públicos; (NR)
carreira nos casos, condições e percentuais mínimos
- Inciso XII com redação dada pela Emenda
previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de
Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
direção, chefia e assessoramento; (NR)
- Emenda Constitucional n° 46, de 08/06/2018,
- Inciso V com redação dada pela Emenda Constitucional
declarada inconstitucional pelo Tribunal de Justiça de
nº 21, de 14/02/2006.
São Paulo, nos autos da ADI 2116917-
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre 44.2018.8.26.0000, com efeito ex tunc, julgada em 31
associação sindical, obedecido o disposto no artigo 8º de outubro de 2018.
da Constituição Federal;
XIII - até que se atinja o limite a que se refere o inciso
VII - o servidor e empregado público gozarão de anterior, é vedada a redução de salários que implique a
estabilidade no cargo ou emprego desde o registro de supressão das vantagens de caráter individual,
sua candidatura para o exercício de cargo de adquiridas em razão de tempo de serviço, previstas no
representação sindical ou no caso previsto no inciso artigo 129 desta Constituição. Atingido o referido limite,
XXIII deste artigo, até um ano após o término do a redução se aplicará independentemente da natureza
mandato, se eleito, salvo se cometer falta grave definida das vantagens auferidas pelo servidor;
em lei;
XIV - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e
VIII - o direito de greve será exercido nos termos e nos do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos
limites definidos em lei específica; (NR) pagos pelo Poder Executivo;
- Inciso VIII com redação dada pela Emenda XV - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer
Constitucional nº 21, de 14/02/2006. espécies remuneratórias para o efeito de remuneração
de pessoal do serviço público, observado o disposto na
IX - a lei reservará percentual dos cargos e empregos
Constituição Federal; (NR)
públicos para os portadores de deficiências, garantindo
as adaptações necessárias para a sua participação nos - Inciso XV com redação dada pela Emenda
concursos públicos e definirá os critérios de sua Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
admissão;
XVI - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor
X - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo público não serão computados nem acumulados para
determinado, para atender a necessidade temporária fins de concessão de acréscimos ulteriores sob o mesmo
de excepcional interesse público; título ou idêntico fundamento;
XI - a revisão geral anual da remuneração dos servidores XVII - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de
públicos, sem distinção de índices entre servidores cargos e empregos públicos são irredutíveis, observado
públicos civis e militares, far-se-á sempre na mesma o disposto na Constituição Federal; (NR)
data e por lei específica, observada a iniciativa privativa
- Inciso XVII com redação dada pela Emenda
em cada caso; (NR)
Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
- Inciso XI com redação dada pela Emenda
XVIII - é vedada a acumulação remunerada de cargos
Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
públicos, exceto quando houver compatibilidade de
XII - em conformidade com o artigo 37, XI, da horários:
Constituição Federal, a remuneração e o subsídio dos
a) de dois cargos de professor;
ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da
administração direta, autárquica e fundacional, os b) de um cargo de professor com outro técnico ou
proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, científico;
percebidos cumulativamente ou não, incluídas as
c) a de dois cargos ou empregos privativos de
vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não
profissionais de saúde, com profissões regulamentadas;
poderão exceder o subsídio mensal do Governador no
(NR)
âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados
Estaduais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio - Alínea “c” com redação dada pela Emenda
dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do
subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo

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XIX - a proibição de acumular estende-se a empregos e trabalho ou doença do trabalho será garantida a
funções e abrange autarquias, fundações, empresas transferência para locais ou atividades compatíveis com
públicas, sociedades de economia mista, suas sua situação;
subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou
XXVII - é vedada a estipulação de limite de idade para
indiretamente, pelo Poder Público; (NR)
ingresso por concurso público na administração direta,
- Inciso XIX com redação dada pela Emenda empresa pública, sociedade de economia mista,
Constitucional nº 21, de 14/02/2006. autarquia e fundações instituídas ou mantidas pelo
Poder Público, respeitando-se apenas o limite
XX - a administração fazendária e seus agentes fiscais de
constitucional para aposentadoria compulsória;
rendas, aos quais compete exercer, privativamente, a
fiscalização de tributos estaduais, terão, dentro de suas XXVIII - os recursos provenientes dos descontos
áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os compulsórios dos servidores públicos, bem como a
demais setores administrativos, na forma da lei; contrapartida do Estado, destinados à formação de
fundo próprio de previdência, deverão ser postos,
XX-A - a administração tributária, atividade essencial ao
mensalmente, à disposição da entidade estadual
funcionamento do Estado, exercida por servidores de
responsável pela prestação do benefício, na forma que
carreiras específicas, terá recursos prioritários para a
a lei dispuser;
realização de suas atividades e atuará de forma
integrada com as administrações tributárias da União, XXIX - a administração pública direta e indireta, as
de outros Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, universidades públicas e as entidades de pesquisa
inclusive com o compartilhamento de cadastros e de técnica e científica oficiais ou subvencionadas pelo
informações fiscais, na forma da lei ou convênio; (NR) Estado prestarão ao Ministério Público o apoio
especializado ao desempenho das funções da Curadoria
- Inciso XX-A acrescentado pela Emenda Constitucional
de Proteção de Acidentes do Trabalho, da Curadoria de
nº 21, de 14/02/2006.
Defesa do Meio Ambiente e de outros interesses
XXI - a criação, transformação, fusão, cisão, coletivos e difusos.
incorporação, privatização ou extinção das sociedades
§1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços
de economia mista, autarquias, fundações e empresas
e campanhas da administração pública direta, indireta,
públicas depende de prévia aprovação da Assembleia
fundações e órgãos controlados pelo Poder Público
Legislativa;
deverá ter caráter educacional, informativo e de
XXII - depende de autorização legislativa, em cada caso, orientação social, dela não podendo constar nomes,
a criação de subsidiárias das entidades mencionadas no símbolos e imagens que caracterizem promoção pessoal
inciso anterior, assim como a participação de qualquer de autoridades ou servidores públicos.
delas em empresa privada;
§2º - É vedada ao Poder Público, direta ou
XXIII - fica instituída a obrigatoriedade de um Diretor indiretamente, a publicidade de qualquer natureza fora
Representante e de um Conselho de Representantes, do território do Estado, para fins de propaganda
eleitos pelos servidores e empregados públicos, nas governamental, exceto às empresas que enfrentam
autarquias, sociedades de economia mista e fundações concorrência de mercado e divulgação destinada a
instituídas ou mantidas pelo Poder Público, cabendo à promover o turismo estadual. (NR)
lei definir os limites de sua competência e atuação;
- § 2º com redação dada pela Emenda Constitucional nº
XXIV - é obrigatória a declaração pública de bens, antes 29 de 21/10/2009.
da posse e depois do desligamento, de todo o dirigente
§3º - A inobservância do disposto nos incisos II, III e IV
de empresa pública, sociedade de economia mista,
deste artigo implicará a nulidade do ato e a punição da
autarquia e fundação instituída ou mantida pelo Poder
autoridade responsável, nos termos da lei.
Público;
§4º - As pessoas jurídicas de direito público e as de
XXV - os órgãos da administração direta e indireta ficam
direito privado, prestadoras de serviços públicos,
obrigados a constituir Comissão Interna de Prevenção
responderão pelos danos que seus agentes, nessa
de Acidentes - CIPA - e, quando assim o exigirem suas
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito
atividades, Comissão de Controle Ambiental, visando à
de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou
proteção da vida, do meio ambiente e das condições de
culpa.
trabalho dos seus servidores, na forma da lei;
§5º - As entidades da administração direta e indireta,
XXVI - ao servidor público que tiver sua capacidade de
inclusive fundações instituídas ou mantidas pelo Poder
trabalho reduzida em decorrência de acidente de

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Público, o Ministério Público, bem como os Poderes executados e do respectivo projeto técnico completo,
Legislativo e Judiciário, publicarão, até o dia trinta de que permita a definição precisa de seu objeto e previsão
abril de cada ano, seu quadro de cargos e funções, de recursos orçamentários, sob pena de invalidade da
preenchidos e vagos, referentes ao exercício anterior. licitação.
§6º - É vedada a percepção simultânea de proventos de Parágrafo único - Na elaboração do projeto mencionado
aposentadoria decorrentes dos artigos 40, 42 e 142 da neste artigo, deverão ser atendidas as exigências de
Constituição Federal e dos artigos 126 e 138 desta proteção do patrimônio histórico-cultural e do meio
Constituição com a remuneração de cargo, emprego ou ambiente, observando-se o disposto no § 2º do artigo
função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na 192 desta Constituição.
forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos
Artigo 119 - Os serviços concedidos ou permitidos
em comissão declarados em lei de livre nomeação e
ficarão sempre sujeitos à regulamentação e fiscalização
exoneração. (NR)
do Poder Público e poderão ser retomados quando não
§7º - Não serão computadas, para efeito dos limites atendam satisfatoriamente aos seus fins ou às
remuneratórios de que trata o inciso XII do "caput" condições do contrato.
deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório
Parágrafo único - Os serviços de que trata este artigo
previstas em lei. (NR)
não serão subsidiados pelo Poder Público, em qualquer
§8º - Para os fins do disposto no inciso XII deste artigo e medida, quando prestados por particulares.
no inciso XI do artigo 37 da Constituição Federal, poderá
Artigo 120 - Os serviços públicos serão remunerados por
ser fixado no âmbito do Estado, mediante emenda à
tarifa previamente fixada pelo órgão executivo
presente Constituição, como limite único, o subsídio
competente, na forma que a lei estabelecer.
mensal dos Desembargadores do Tribunal de Justiça,
limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos Artigo 121 - Órgãos competentes publicarão, com a
por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo periodicidade necessária, os preços médios de mercado
Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste de bens e serviços, os quais servirão de base para as
parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais. (NR) licitações realizadas pela administração direta e
indireta, inclusive fundações instituídas ou mantidas
- §§ 6º ao 8º acrescentados pela Emenda Constitucional
pelo Poder Público.
nº 21, de 14/02/2006.
Artigo 122 - Os serviços públicos, de natureza industrial
Artigo 116 - Os vencimentos, vantagens ou qualquer
ou domiciliar, serão prestados aos usuários por
parcela remuneratória, pagos com atraso, deverão ser
métodos que visem à melhor qualidade e maior
corrigidos monetariamente, de acordo com os índices
eficiência e à modicidade das tarifas.
oficiais aplicáveis à espécie.
Parágrafo único - Cabe ao Estado explorar diretamente,
SEÇÃO II
ou mediante concessão, na forma da lei, os serviços de
Das Obras, Serviços Públicos, Compras e Alienações gás canalizado em seu território, incluído o
fornecimento direto a partir de gasodutos de
Artigo 117 - Ressalvados os casos especificados na
transporte, de maneira a atender às necessidades dos
legislação, as obras, serviços, compras e alienações
setores industrial, domiciliar, comercial, automotivo e
serão contratados mediante processo de licitação
outros. (NR)
pública, que assegure igualdade de condições a todos os
concorrentes, com cláusulas que estabeleçam - Parágrafo único com redação dada pela Emenda
obrigações de pagamento, mantidas as condições Constitucional nº 6, de 18/12/1998.
efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente
Artigo 123 - Revogado.
permitirá as exigências de qualificação técnica e
econômica indispensáveis à garantia do cumprimento - Artigo 123 revogado pela Emenda Constitucional nº 21,
das obrigações. de 14/02/2006.
Parágrafo único - É vedada à administração pública CAPÍTULO II
direta e indireta, inclusive fundações instituídas ou
Dos Servidores Públicos do Estado
mantidas pelo Poder Público, a contratação de serviços
e obras de empresas que não atendam às normas SEÇÃO I
relativas à saúde e segurança no trabalho.
Dos Servidores Públicos Civis
Artigo 118 - As licitações de obras e serviços públicos
deverão ser precedidas da indicação do local onde serão

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Artigo 124 - Os servidores da administração pública 1 - por invalidez permanente, sendo os proventos
direta, das autarquias e das fundações instituídas ou proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se
mantidas pelo Poder Público terão regime jurídico único decorrente de acidente em serviço, moléstia
e planos de carreira. profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável,
na forma da lei; (NR)
§1º - A lei assegurará aos servidores da administração
direta isonomia de vencimentos para cargos de 2 - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com
atribuições iguais ou assemelhados do mesmo Poder, proventos proporcionais ao tempo de contribuição;
ou entre servidores dos Poderes Legislativo, Executivo e (NR)
Judiciário, ressalvadas as vantagens de caráter
3 - voluntariamente, desde que cumprido tempo
individual e as relativas à natureza ou ao local de
mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço
trabalho.
público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a
§2º - No caso do parágrafo anterior, não haverá aposentadoria, observadas as seguintes condições: (NR)
alteração nos vencimentos dos demais cargos da
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de
carreira a que pertence aquele cujos vencimentos foram
contribuição, se homem, e cinquenta e cinco anos de
alterados por força da isonomia.
idade e trinta de contribuição, se mulher; (NR)
§3º - Aplica-se aos servidores a que se refere o "caput"
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta
deste artigo e disposto no artigo 7º, IV, VI, VII, VIII, IX,
anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais
XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII, XXIII e XXX da
ao tempo de contribuição. (NR)
Constituição Federal.
§2º - Os proventos de aposentadoria e as pensões, por
§4º - Lei estadual poderá estabelecer a relação entre a
ocasião de sua concessão, não poderão exceder a
maior e a menor remuneração dos servidores públicos,
remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo
obedecido, em qualquer caso, o disposto no artigo 37,
em que se deu a aposentadoria ou que serviu de
XI, da Constituição Federal e no artigo 115, XII, desta
referência para a concessão da pensão. (NR)
Constituição. (NR)
- § 4º acrescentado pela Emenda Constitucional nº 21,
de 14/02/2006. §3º - Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por
ocasião da sua concessão, serão consideradas as
Artigo 125 - O exercício do mandato eletivo por servidor
remunerações utilizadas como base para as
público far-se-á com observância do artigo 38 da
contribuições do servidor aos regimes de previdência de
Constituição Federal.
que tratam este artigo e o artigo 201 da Constituição
§1º - Fica assegurado ao servidor público, eleito para Federal, na forma da lei. (NR)
ocupar cargo em sindicato de categoria, o direito de
§4º - É vedada a adoção de requisitos e critérios
afastar-se de suas funções, durante o tempo em que
diferenciados para a concessão de aposentadoria aos
durar o mandato, recebendo seus vencimentos e
abrangidos pelo regime de que trata este artigo,
vantagens, nos termos da lei.
ressalvados, nos termos definidos em leis
§2º - O tempo de mandato eletivo será computado para complementares, os casos de servidores: (NR)
fins de aposentadoria especial.
1 - portadores de deficiência; (NR)
Artigo 126 - Aos servidores titulares de cargos efetivos
2 - que exerçam atividades de risco; (NR)
do Estado, incluídas suas autarquias e fundações, é
assegurado regime de previdência de caráter 3 - cujas atividades sejam exercidas sob condições
contributivo e solidário, mediante contribuição do especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade
respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos física. (NR)
e dos pensionistas, observados critérios que preservem
§5º - Os requisitos de idade e de tempo de contribuição
o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste
serão reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto
artigo. (NR)
no § 1º, 3, “a”, para o professor que comprove
- Artigo 126, "caput", com redação dada pela Emenda exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções
Constitucional nº 21, de 14/02/2006. de magistério na educação infantil e no ensino
fundamental e médio. (NR)
§1º - Os servidores abrangidos pelo regime de
previdência de que trata este artigo serão aposentados: - §§ 1º ao 5º com redação dada pela Emenda
(NR) Constitucional nº 21, de 14/02/2006.

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§6º - Declarado inconstitucional, em controle empregos públicos, bem como de outras atividades
concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal. sujeitas a contribuição para o regime geral de
previdência social, e ao montante resultante da adição
- § 6º foi declarado inconstitucional pelo Supremo
de proventos de inatividade com remuneração de cargo
Tribunal Federal nos autos da ADI nº 755/1992, julgada
acumulável na forma desta Constituição, cargo em
em 01/07/1996.
comissão declarado em lei de livre nomeação e
§6º-A - Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos exoneração, e de cargo eletivo. (NR)
cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é
§12 - Aém do disposto neste artigo, o regime de
vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à
previdência dos servidores públicos titulares de cargo
conta do regime de previdência previsto neste artigo.
efetivo observará, no que couber, os requisitos e
(NR)
critérios fixados para o regime geral de previdência
- § 6º-A acrescentado pela Emenda Constitucional nº 21, social. (NR)
de 14/02/2006.
§13 - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo
§7º - Lei disporá sobre a concessão do benefício de em comissão declarado em lei de livre nomeação e
pensão por morte, que será igual: (NR) exoneração bem como de outro cargo temporário ou de
emprego público, aplica-se o regime geral de
1 - ao valor da totalidade dos proventos do servidor
previdência social. (NR)
falecido, até o limite máximo estabelecido para os
benefícios do regime geral de previdência social de que §14 - O Estado, desde que institua regime de
trata o artigo 201 da Constituição Federal, acrescido de previdência complementar para os seus respectivos
setenta por cento da parcela excedente a este limite, servidores titulares de cargo efetivo, poderá fixar, para
caso aposentado à data do óbito; ou (NR) o valor das aposentadorias e pensões a serem
concedidas pelo regime de que trata este artigo, o limite
2 - ao valor da totalidade da remuneração do servidor
máximo estabelecido para os benefícios do regime geral
no cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o
de previdência social de que trata o artigo 201 da
limite máximo estabelecido para os benefícios do
Constituição Federal. (NR)
regime geral de previdência social de que trata o artigo
201 da Constituição Federal, acrescido de setenta por §15 - O regime de previdência complementar de que
cento da parcela excedente a este limite, caso em trata o § 14 será instituído por lei de iniciativa do
atividade na data do óbito. (NR) respectivo Poder Executivo, observado o disposto no
artigo 202 e seus parágrafos, da Constituição Federal, no
- § 7º com redação dada pela Emenda Constitucional nº
que couber, por intermédio de entidades fechadas de
21, de 14/02/2006.
previdência complementar, de natureza pública, que
§8º - Declarado inconstitucional, em controle oferecerão aos respectivos participantes planos de
concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal. benefícios somente na modalidade de contribuição
definida. (NR)
- § 8º acrescentado pela Emenda Constitucional nº 1, de
20/12/1990, foi declarado inconstitucional pelo §16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o
Supremo Tribunal Federal nos autos da ADI nº disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor
582/1991, julgada em 17/06/1999. que tiver ingressado no serviço público até a data da
publicação do ato de instituição do correspondente
§8º-A - É assegurado o reajustamento dos benefícios
regime de previdência complementar. (NR)
para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor
real, conforme critérios estabelecidos em lei. (NR) §17 - Todos os valores de remuneração considerados
para o cálculo do benefício previsto no §3° serão
§9º - O tempo de contribuição federal, estadual ou
devidamente atualizados, na forma da lei. (NR)
municipal será contado para efeito de aposentadoria e
o tempo de serviço correspondente para efeito de §18 - Incidirá contribuição sobre os proventos de
disponibilidade. (NR) aposentadorias e pensões concedidas pelo regime de
que trata este artigo que superem o limite máximo
§10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de
estabelecido para os benefícios do regime geral de
contagem de tempo de contribuição fictício. (NR)
previdência social de que trata o artigo 201 da
§11 - Aplica-se o limite fixado no artigo 115, XII, desta Constituição Federal, com percentual igual ao
Constituição e do artigo 37, XI, da Constituição Federal estabelecido para os servidores titulares de cargos
à soma total dos proventos de inatividade, inclusive efetivos. (NR)
quando decorrentes da acumulação de cargos ou

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§19 - O servidor de que trata este artigo que tenha Artigo 131 - O Estado responsabilizará os seus
completado as exigências para aposentadoria servidores por alcance e outros danos causados à
voluntária estabelecidas no § 1º, 3, “a”, e que opte por administração, ou por pagamentos efetuados em
permanecer em atividade fará jus a um abono de desacordo com as normas legais, sujeitando-os ao
permanência equivalente ao valor da sua contribuição sequestro e perdimento dos bens, nos termos da lei.
previdenciária até completar as exigências para
Artigo 132 - Os servidores titulares de cargos efetivos do
aposentadoria compulsória contidas no § 1º, 2. (NR)
Estado, incluídas suas autarquias e fundações, desde
§20 - Fica vedada a existência de mais de um regime que tenham completado cinco anos de efetivo exercício,
próprio de previdência social para os servidores terão computado, para efeito de aposentadoria, nos
titulares de cargos efetivos, e de mais de uma unidade termos da lei, o tempo de contribuição ao regime geral
gestora do respectivo regime em cada ente estatal, de previdência social decorrente de atividade de
ressalvado o disposto no artigo 142, § 3º, X, da natureza privada, rural ou urbana, hipótese em que os
Constituição Federal. (NR) diversos sistemas de previdência social se compensarão
financeiramente, segundo os critérios estabelecidos em
§21 - A contribuição prevista no § 18 deste artigo
lei. (NR)
incidirá apenas sobre as parcelas de proventos de
aposentadoria e de pensão que superem o dobro do - Artigo 132 com redação dada pela Emenda
limite máximo estabelecido para os benefícios do Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
regime geral de previdência social de que trata o artigo
Artigo 133 - O servidor, com mais de cinco anos de
201 da Constituição Federal, quando o beneficiário, na
efetivo exercício, que tenha exercido ou venha a exercer
forma da lei, for portador de doença incapacitante. (NR)
cargo ou função que lhe proporcione remuneração
§22 - O servidor, após noventa dias decorridos da superior à do cargo de que seja titular, ou função para a
apresentação do pedido de aposentadoria voluntária, qual foi admitido, incorporará um décimo dessa
instruído com prova de ter cumprido os requisitos diferença, por ano, até o limite de dez décimos.
necessários à obtenção do direito, poderá cessar o
- A expressão “a qualquer título”, que integrava o
exercício da função pública, independentemente de
dispositivo, foi declarada inconstitucional pelo Supremo
qualquer formalidade. (NR)
Tribunal Federal nos autos do Recurso Extraordinário nº
- §§ 8º-A ao 22 acrescentados pela Emenda 219934/1997, julgado em 13/10/2004, e teve a sua
Constitucional nº 21, de 14/02/2006. execução suspensa pela Resolução nº 51/2005, de
13/07/2005, do Senado Federal.
Artigo 127 - Aplica-se aos servidores públicos estaduais,
para efeito de estabilidade, o disposto no artigo 41 da Artigo 134 - O servidor, durante o exercício do mandato
Constituição Federal. de vereador, será inamovível.
Artigo 128 - As vantagens de qualquer natureza só Artigo 135 - Ao servidor público titular de cargo efetivo
poderão ser instituídas por lei e quando atendam do Estado será contado, como efetivo exercício, para
efetivamente ao interesse público e às exigências do efeito de aposentadoria e disponibilidade, o tempo de
serviço. contribuição decorrente de serviço prestado em
cartório não oficializado, mediante certidão expedida
Artigo 129 - Ao servidor público estadual é assegurado
pela Corregedoria-Geral da Justiça. (NR)
o percebimento do adicional por tempo de serviço,
concedido no mínimo por quinquênio, e vedada a sua - Artigo 135 com redação dada pela Emenda
limitação, bem como a sexta-parte dos vencimentos Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
integrais, concedida aos vinte anos de efetivo exercício,
Artigo 136 - O servidor público civil demitido por ato
que se incorporarão aos vencimentos para todos os
administrativo, se absolvido pela Justiça, na ação
efeitos, observado o disposto no artigo 115, XVI, desta
referente ao ato que deu causa à demissão, será
Constituição.
reintegrado ao serviço público, com todos os direitos
Artigo 130 - Ao servidor será assegurado o direito de adquiridos.
remoção para igual cargo ou função, no lugar de
Artigo 137 - A lei assegurará à servidora gestante
residência do cônjuge, se este também for servidor e
mudança de função, nos casos em que for
houver vaga, nos termos da lei.
recomendado, sem prejuízo de seus vencimentos ou
Parágrafo único - O disposto neste artigo aplica-se salários e demais vantagens do cargo ou função-
também ao servidor cônjuge de titular de mandato atividade.
eletivo estadual ou municipal.
SEÇÃO II

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Dos Servidores Públicos Militares funções de polícia judiciária e a apuração de infrações


penais, exceto as militares.
Artigo 138 - São servidores públicos militares estaduais
os integrantes da Polícia Militar do Estado. §1º - O Delegado-Geral da Polícia Civil, integrante da
última classe da carreira, será nomeado pelo
§1º - Aplica-se, no que couber, aos servidores a que se
Governador do Estado e deverá fazer declaração pública
refere este artigo, o disposto no artigo 42 da
de bens no ato da posse e da sua exoneração.
Constituição Federal.
§2º - No desempenho da atividade de polícia judiciária,
§2º - Naquilo que não colidir com a legislação específica,
instrumental à propositura de ações penais, a Polícia
aplica-se aos servidores mencionados neste artigo o
Civil exerce atribuição essencial à função jurisdicional do
disposto na seção anterior.
Estado e à defesa da ordem jurídica. (NR)
§3º - O servidor público militar demitido por ato
§3º - Aos Delegados de Polícia é assegurada
administrativo, se absolvido pela Justiça, na ação
independência funcional pela livre convicção nos atos
referente ao ato que deu causa à demissão, será
de polícia judiciária. (NR)
reintegrado à Corporação com todos os direitos
restabelecidos. §4º - O ingresso na carreira de Delegado de Polícia
dependerá de concurso público de provas e títulos,
§4º - O oficial da Polícia Militar só perderá o posto e a
assegurada a participação da Ordem dos Advogados do
patente se for julgado indigno do Oficialato ou com ele
Brasil em todas as suas fases, exigindo-se do bacharel
incompatível, por decisão do Tribunal de Justiça Militar
em direito, no mínimo, dois anos de atividades jurídicas,
do Estado.
observando-se, nas nomeações, a ordem de
§5º - O oficial condenado na Justiça comum ou militar à classificação. (NR)
pena privativa de liberdade superior a dois anos, por
§5º - A exigência de tempo de atividade jurídica será
sentença transitada em julgado, será submetido ao
dispensada para os que contarem com, no mínimo, dois
julgamento previsto no parágrafo anterior.
anos de efetivo exercício em cargo de natureza policial-
§6º - O direito do servidor militar de ser transferido para civil, anteriormente à publicação do edital de concurso.
a reserva ou ser reformado será assegurado, ainda que (NR)
respondendo a inquérito ou processo em qualquer
- §§ 2º ao 5º com redação dada pela Emenda
jurisdição, nos casos previstos em lei específica.
Constitucional nº 35, de 03/04/2012.
CAPÍTULO III
§6º - A remoção de integrante da carreira de delegado
Da Segurança Pública de polícia somente poderá ocorrer mediante pedido do
interessado ou manifestação favorável do Colegiado
SEÇÃO I
Superior da Polícia Civil, nos termos da lei. (NR)
Disposições Gerais
§7º - Lei Orgânica e Estatuto disciplinarão a organização,
Artigo 139 - A Segurança Pública, dever do Estado, o funcionamento, os direitos, deveres, vantagens e
direito e responsabilidade de todos, é exercida para a regime de trabalho da Polícia Civil e de seus integrantes,
preservação da ordem pública e incolumidade das servidores especiais, assegurado na estruturação das
pessoas e do patrimônio. carreiras o mesmo tratamento dispensado, para efeito
de escalonamento e promoção, aos delegados de
§1º - O Estado manterá a Segurança Pública por meio de
polícia, respeitadas as leis federais concernentes. (NR)
sua polícia, subordinada ao Governador do Estado.
§8º - Lei específica definirá a organização,
§2º - A polícia do Estado será integrada pela Polícia Civil,
funcionamento e atribuições da Superintendência da
Polícia Militar e Corpo de Bombeiros.
Polícia Técnico-Científica, que será dirigida,
§3º - A Polícia Militar, integrada pelo Corpo de alternadamente, por perito criminal e médico legista,
Bombeiros é força auxiliar, reserva do Exército. sendo integrada pelos seguintes órgãos: (NR)
SEÇÃO II I - Instituto de Criminalística; (NR)
Da Polícia Civil II - Instituto Médico Legal. (NR)
Artigo 140 - À Polícia Civil, órgão permanente, dirigida - §§ 3º, 4º e 5º renumerados para §§ 6º, 7º e 8º pela
por delegados de polícia de carreira, bacharéis em Emenda Constitucional nº 35, de 03/04/2012.
Direito, incumbe, ressalvada a competência da União, as
- Artigo 140, § 8º, ver STF - ADI nº 2861/2003.

Estratégia Carreira Jurídica 746


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SEÇÃO III Artigo 145 - A criação, a fusão, a incorporação e o


desmembramento de Municípios far-se-ão por lei
Da Polícia Militar
estadual, dentro do período determinado por lei
Artigo 141 - À Polícia Militar, órgão permanente, complementar federal, e dependerão de consulta
incumbe, além das atribuições definidas em lei, a polícia prévia, mediante plebiscito, às populações dos
ostensiva e a preservação da ordem pública. Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de
Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na
§1º - O Comandante-Geral da Polícia Militar será
forma da lei, nos termos do artigo 18, § 4º, da
nomeado pelo Governador do Estado dentre oficiais da
Constituição Federal. (NR)
ativa, ocupantes do último posto do Quadro de Oficiais
Policiais Militares, conforme dispuser a lei, devendo - Artigo 145, "caput", com redação dada pela Emenda
fazer declaração pública de bens no ato da posse e de Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
sua exoneração.
Parágrafo único - O território dos Municípios poderá ser
§2º - Lei Orgânica e Estatuto disciplinarão a organização, dividido em distritos, mediante lei municipal, atendidos
o funcionamento, direitos, deveres, vantagens e regime os requisitos previstos em lei complementar, garantida
de trabalho da Polícia Militar e de seus integrantes, a participação popular.
servidores militares estaduais, respeitadas as leis
Artigo 145-A - A alteração da denominação de
federais concernentes.
Municípios, quando não resultar do disposto no artigo
§3º - A criação e manutenção da Casa Militar e 145, far-se-á por lei estadual e dependerá de consulta
Assessorias Militares somente poderão ser efetivadas prévia, mediante plebiscito, à população do respectivo
nos termos em que a lei estabelecer. Município. (NR)
§4º - O Chefe da Casa Militar será escolhido pelo §1º - O plebiscito será realizado pelo Tribunal Regional
Governador do Estado entre oficiais da ativa, ocupantes Eleitoral, mediante solicitação da Câmara Municipal,
do último posto do Quadro de Oficiais Policiais Militares. instruída com representação subscrita por, no mínimo,
1% (um por cento) dos eleitores domiciliados no
Artigo 142 - Ao Corpo de Bombeiros, além das
respectivo Município e informação do órgão técnico
atribuições definidas em lei, incumbe a execução de
competente sobre a inexistência de topônimo correlato
atividades de defesa civil, tendo seu quadro próprio e
no Estado ou em outra unidade da Federação. (NR)
funcionamento definidos na legislação prevista no §2º
do artigo anterior. §2º - Caso o resultado do plebiscito seja favorável à
alteração proposta, o Tribunal Regional Eleitoral o
SEÇÃO IV
encaminhará à Assembleia Legislativa para a elaboração
Da Política Penitenciária da lei estadual mencionada no "caput". (NR)
Artigo 143 - A legislação penitenciária estadual - Artigo 145-A acrescentado pela Emenda Constitucional
assegurará o respeito às regras mínimas da Organização nº 30, de 21/10/2009.
das Nações Unidas para o tratamento de reclusos, a
Artigo 146 - A classificação de Municípios Turísticos,
defesa técnica nas infrações disciplinares e definirá a
assim considerados as Estâncias e os Municípios de
composição e competência do Conselho Estadual de
Interesse Turístico, far-se-á por lei estadual e dependerá
Política Penitenciária.
da observância de condições e requisitos mínimos
TÍTULO IV estabelecidos em lei complementar e da manifestação
do órgão técnico competente. (NR)
Dos Municípios e Regiões
§1º - O Poder Executivo deverá encaminhar à
CAPÍTULO I
Assembleia Legislativa, a cada três anos, projeto de Lei
Dos Municípios Revisional dos Municípios Turísticos, a ser disciplinado
na lei complementar prevista no ‘caput’ deste artigo.
SEÇÃO I
(NR)
Disposições Gerais
§2º - O Estado manterá, na forma que a lei estabelecer,
Artigo 144 - Os Municípios, com autonomia política, um Fundo de Melhoria dos Municípios Turísticos, com o
legislativa, administrativa e financeira se auto- objetivo de desenvolver programas de melhoria e
organizarão por Lei Orgânica, atendidos os princípios preservação ambiental, urbanização, serviços e
estabelecidos na Constituição Federal e nesta equipamentos turísticos. (NR)
Constituição.

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§3º - O Fundo de Melhoria dos Municípios Turísticos §3º - No caso do inciso IV, dispensada a apreciação pela
terá dotação orçamentária anual correspondente a 11% Assembleia Legislativa, o decreto limitar-se-á a
(onze por cento) da totalidade da arrecadação dos suspender a execução do ato impugnado, se esta
impostos municipais das Estâncias no exercício medida bastar ao restabelecimento da normalidade,
imediatamente anterior, limitada ao valor inicial da comunicando o Governador do Estado seus efeitos ao
última dotação atualizado pela variação anual nominal Presidente do Tribunal de Justiça.
da receita de impostos estaduais estimada na
§4º - Cessados os motivos da intervenção, as
subsequente proposta orçamentária. (NR)
autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão,
§4º - Os critérios para a distribuição, transferência e salvo impedimento legal, sem prejuízo da apuração
aplicação dos recursos do Fundo de Melhoria dos administrativa, civil ou criminal decorrente de seus atos.
Municípios Turísticos serão estabelecidos em lei,
§5º - O interventor prestará contas de seus atos ao
garantida a destinação de 20% (vinte por cento) para os
Governador do Estado e aos órgãos de fiscalização a que
Municípios de Interesse Turístico. (NR)
estão sujeitas as autoridades afastadas.
- Artigo 146 com redação dada pela Emenda
SEÇÃO III
Constitucional nº 40, de 09/04/2015.
Da Fiscalização Contábil, Financeira, Orçamentária,
Artigo 147 - Os Municípios poderão, por meio de lei
Operacional e Patrimonial
municipal, constituir guarda municipal, destinada à
proteção de seus bens, serviços e instalações, Artigo 150 - A fiscalização contábil, financeira,
obedecidos os preceitos da lei federal. orçamentária, operacional e patrimonial do Município e
de todas as entidades da administração direta e
Artigo 148 - Lei estadual estabelecerá condições que
indireta, quanto à legalidade, legitimidade,
facilitem e estimulem a criação de Corpos de Bombeiros
economicidade, finalidade, motivação, moralidade,
Voluntários nos Municípios respeitada a legislação
publicidade e interesse público, aplicação de
federal.
subvenções e renúncia de receitas, será exercida pela
SEÇÃO II Câmara Municipal, mediante controle externo, e pelos
sistemas de controle interno de cada Poder, na forma
Da Intervenção
da respectiva lei orgânica, em conformidade com o
Artigo 149 - O Estado não intervirá no Município, salvo disposto no artigo 31 da Constituição Federal.
quando:
Artigo 151 - O Tribunal de Contas do Município de São
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por Paulo será composto por cinco Conselheiros e
dois anos consecutivos, a dívida fundada; obedecerá, no que couber, aos princípios da
Constituição Federal e desta Constituição.
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
Parágrafo único - Aplicam-se aos Conselheiros do
III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita
Tribunal de Contas do Município de São Paulo as normas
municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino
pertinentes aos Conselheiros do Tribunal de Contas do
e nas ações e serviços públicos de saúde; (NR)
Estado.
- Inciso III com redação dada pela Emenda
- Artigo 151, "caput", e parágrafo único ver STF - ADI nº
Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
346/1990 e nº 4776/2012.
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a
CAPÍTULO II
representação para a observância de princípios
constantes nesta Constituição, ou para prover a Da Organização Regional
execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.
SEÇÃO I
§1º - O decreto de intervenção, que especificará a
Dos Objetivos, Diretrizes e Prioridades
amplitude, prazo e condições de execução e, se couber,
nomeará o interventor, será submetido à apreciação da Artigo 152 - A organização regional do Estado tem por
Assembleia Legislativa, no prazo de vinte e quatro objetivo promover:
horas.
I - o planejamento regional para o desenvolvimento
§2º - Estando a Assembleia Legislativa em recesso, far- sócio-econômico e melhoria da qualidade de vida;
se-á convocação extraordinária, no mesmo prazo de
II - a cooperação dos diferentes níveis de governo,
vinte e quatro horas, para apreciar a Mensagem do
mediante a descentralização, articulação e integração
Governador do Estado.

Estratégia Carreira Jurídica 748


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de seus órgãos e entidades da administração direta e como disporá sobre a organização, a articulação, a
indireta com atuação na região, visando ao máximo coordenação e, conforme o caso, a fusão de entidades
aproveitamento dos recursos públicos a ela destinados; ou órgãos públicos atuantes na região, assegurada,
nestes e naquele, a participação paritária do conjunto
III - a utilização racional do território, dos recursos
dos Municípios, com relação ao Estado.
naturais, culturais e a proteção do meio ambiente,
mediante o controle da implantação dos §1º - Em regiões metropolitanas, o conselho a que alude
empreendimentos públicos e privados na região; o “caput” deste artigo integrará entidade pública de
caráter territorial, vinculando-se a ele os respectivos
IV - a integração do planejamento e da execução de
órgãos de direção e execução, bem como as entidades
funções públicas de interesse comum aos entes públicos
regionais e setoriais executoras das funções públicas de
atuantes na região;
interesse comum, no que respeita ao planejamento e às
V - a redução das desigualdades sociais e regionais. medidas para sua implementação.
Parágrafo único - O Poder Executivo coordenará e §2º - É assegurada, nos termos da lei complementar, a
compatibilizará os planos e sistemas de caráter regional. participação da população no processo de
planejamento e tomada de decisões, bem como na
SEÇÃO II
fiscalização da realização de serviços ou funções
Das Entidades Regionais públicas em nível regional.
Artigo 153 - O território estadual poderá ser dividido, §3º - A participação dos municípios nos conselhos
total ou parcialmente, em unidades regionais deliberativos e normativos regionais, previstos no
constituídas por agrupamentos de Municípios “caput” deste artigo, será disciplinada em lei
limítrofes, mediante lei complementar, para integrar a complementar.
organização, o planejamento e a execução de funções
Artigo 155 - Os Municípios deverão compatibilizar, no
públicas de interesse comum, atendidas as respectivas
que couber, seus planos, programas, orçamentos,
peculiaridades.
investimentos e ações às metas, diretrizes e objetivos
§1º - Considera-se região metropolitana o agrupamento estabelecidos nos planos e programas estaduais,
de Municípios limítrofes que assuma destacada regionais e setoriais de desenvolvimento econômico-
expressão nacional, em razão de elevada densidade social e de ordenação territorial, quando
demográfica, significativa conurbação e de funções expressamente estabelecidos pelo conselho a que se
urbanas e regionais com alto grau de diversidade, refere o artigo 154.
especialização e integração sócio-econômica, exigindo
Parágrafo único - O Estado, no que couber,
planejamento integrado e ação conjunta permanente
compatibilizará os planos e programas estaduais,
dos entes públicos nela atuantes.
regionais e setoriais de desenvolvimento, com o plano
§2º - Considera-se aglomeração urbana o agrupamento diretor dos Municípios e as prioridades da população
de Municípios limítrofes que apresente relação de local.
integração funcional de natureza econômico-social e
Artigo 156 - Os planos plurianuais do Estado
urbanização contínua entre dois ou mais Municípios ou
estabelecerão, de forma regionalizada, as diretrizes,
manifesta tendência nesse sentido, que exija
objetivos e metas da Administração Estadual.
planejamento integrado e recomende ação coordenada
dos entes públicos nela atuantes. Artigo 157 - O Estado e os Municípios destinarão
recursos financeiros específicos, nos respectivos planos
§3º - Considera-se microrregião o agrupamento de
plurianuais e orçamentos, para o desenvolvimento de
Municípios limítrofes que apresente, entre si, relações
funções públicas de interesse comum, observado o
de interação funcional de natureza físico-territorial,
disposto no artigo 174 desta Constituição.
econômico-social e administrativa, exigindo
planejamento integrado com vistas a criar condições Artigo 158 - Em região metropolitana ou aglomeração
adequadas para o desenvolvimento e integração urbana, o planejamento do transporte coletivo de
regional. caráter regional será efetuado pelo Estado, em conjunto
com os municípios integrantes das respectivas
Artigo 154 - Visando a promover o planejamento
entidades regionais.
regional, a organização e execução das funções públicas
de interesse comum, o Estado criará, mediante lei Parágrafo único - Caberá ao Estado a operação do
complementar, para cada unidade regional, um transporte coletivo de caráter regional, diretamente ou
conselho de caráter normativo e deliberativo, bem mediante concessão ou permissão.

Estratégia Carreira Jurídica 749


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TÍTULO V SEÇÃO II
Da Tributação, das Finanças e dos Orçamentos Das Limitações do Poder de Tributar
CAPÍTULO I Artigo 163 - Sem prejuízo de outras garantias
asseguradas ao contribuinte, é vedado ao Estado:
Do Sistema Tributário Estadual
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
SEÇÃO I
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que
Dos Princípios Gerais
se encontrem em situação equivalente, proibida
Artigo 159 - A receita pública será constituída por qualquer distinção em razão de ocupação profissional
tributos, preços e outros ingressos. ou função por eles exercida, independentemente da
denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou
Parágrafo único - Os preços públicos serão fixados pelo
direitos;
Executivo, observadas as normas gerais de Direito
Financeiro e as leis atinentes à espécie. III - cobrar tributos:
Artigo 160 - Compete ao Estado instituir: a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início
da vigência da lei que os houver instituído ou
I - os impostos previstos nesta Constituição e outros que
aumentado;
venham a ser de sua competência;
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido
II - taxas em razão do exercício do poder de polícia, ou
publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos
de sua atribuição, específicos e divisíveis, prestados ao c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja
contribuinte, ou postos a sua disposição; sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou,
observado o disposto na alínea “b”; (NR)
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras
públicas; - Alínea “c” acrescentada pela Emenda Constitucional nº
21, de 14/02/2006.
IV - contribuição, cobrada de seus servidores, para o
custeio, em benefício destes, do regime previdenciário IV - utilizar tributo com efeito de confisco;
e de assistência social, na forma do artigo 149, § 1º, da
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou
Constituição Federal. (NR)
bens, por meio de tributo, ressalvada a cobrança de
- Inciso IV com redação dada pela Emenda pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder
Constitucional nº 21, de 14/02/2006. Público Estadual;
§1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter VI - instituir impostos sobre:
pessoal e serão graduados segundo a capacidade
a) patrimônio, renda ou serviços, da União, dos Estados,
econômica do contribuinte, facultado à administração
do Distrito Federal e dos Municípios;
tributária, especialmente para conferir efetividade a
esses objetivos, identificar, respeitados os direitos b) templos de qualquer culto;
individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos,
rendimentos e as atividades econômicas do
inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos
contribuinte.
trabalhadores, das instituições de educação e de
§2º - As taxas não poderão ter base de cálculo própria assistência social sem fins lucrativos, atendidos os
de impostos. requisitos de lei;
Artigo 161 - O Estado proporá e defenderá a isenção de d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua
impostos sobre produtos componentes da cesta básica. impressão;
Parágrafo único - Observadas as restrições da legislação VII - respeitado o disposto no artigo 150 da Constituição
federal, a lei definirá, para efeito de redução ou isenção Federal, bem assim na legislação complementar
da carga tributária, os produtos que integrarão a cesta específica, instituir tributo que não seja uniforme em
básica, para atendimento da população de baixa renda. todo o território estadual, ou que implique distinção ou
preferência em relação a Município em detrimento de
Artigo 162 - O Estado coordenará e unificará serviços de
outro, admitida a concessão de incentivos fiscais
fiscalização e arrecadação de tributos, bem como
destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento
poderá delegar à União, a outros Estados e Municípios,
sócio-econômico entre as diferentes regiões do Estado;
e deles receber encargos de administração tributária.

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VIII - instituir isenções de tributos da competência dos - § 8º acrescentado pela Emenda Constitucional nº 21,
Municípios. de 14/02/2006.
§1º - A proibição do inciso VI, “a”, é extensiva às Artigo 164 - É vedada a cobrança de taxas:
autarquias e às fundações instituídas ou mantidas pelo
I - pelo exercício do direito de petição ao Poder Público
Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda
em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de
e aos serviços, vinculados aos seus fins essenciais ou
poder;
deles decorrentes.
II - para a obtenção de certidões em repartições
§2º - As proibições do inciso VI, “a”, e do parágrafo
públicas, para defesa de direitos e esclarecimentos de
anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos
interesse pessoal.
serviços, relacionados com exploração de atividades
econômicas regidas pelas normas aplicáveis a SEÇÃO III
empreendimentos privados, ou em que haja
Dos Impostos do Estado
contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas
pelo usuário. Artigo 165 - Compete ao Estado instituir:
§3º - A contribuição de que trata o artigo 160, IV, só I - impostos sobre:
poderá ser exigida após decorridos noventa dias da
a) transmissão “causa mortis” e doação de quaisquer
publicação da lei que a houver instituído ou modificado,
bens ou direitos;
não se lhe aplicando o disposto no inciso III, "b", deste
artigo. b) operações relativas à circulação de mercadorias e
sobre prestações de serviços de transporte
§4º - As proibições expressas no inciso VI, alíneas “b” e
interestadual, intermunicipal e de comunicação, ainda
“c”, compreendem somente o patrimônio, a renda e os
que as operações e as prestações se iniciem no exterior;
serviços, relacionados com as finalidades essenciais das
entidades nelas mencionadas. c) propriedade de veículos automotores;
§5º - A lei determinará medidas para que os II - adicional de até cinco por cento do que for pago à
consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos União por pessoas físicas ou jurídicas domiciliadas no
que incidam sobre mercadorias e serviços. território do Estado de São Paulo, a título do imposto
previsto no artigo 153, III, da Constituição Federal,
§6º - Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de
incidentes sobre lucros, ganhos e rendimentos de
cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou
capital.
remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições,
só poderão ser concedidos mediante lei estadual §1º - O imposto previsto no inciso I, “a”:
específica, que regule exclusivamente as matérias acima
1 - incide sobre:
enumeradas ou o correspondente tributo ou
contribuição, sem prejuízo do disposto no artigo 155, § a) bens imóveis situados neste Estado e direitos a eles
2º, XII, “g”, da Constituição Federal. (NR) relativos;
- § 6º com redação dada pela Emenda Constitucional nº b) bens móveis, títulos e créditos, cujo inventário ou
21, de 14/02/2006. arrolamento for processado neste Estado;
§7º - Para os efeitos do inciso V, não se compreende c) bens móveis, títulos e créditos, cujo doador estiver
como limitação ao tráfego de bens a apreensão de domiciliado neste Estado;
mercadorias, quando desacompanhadas de 2 - terá suas alíquotas limitadas aos percentuais
documentação fiscal idônea, hipótese em que ficarão máximos fixados pelo Senado Federal.
retidas até a comprovação da legitimidade de sua posse
pelo proprietário. §2º - O imposto previsto no inciso I, “b”, atenderá ao
seguinte:
- § 7º foi objeto da ADI nº 395/1990, perante o Supremo
Tribunal Federal, tendo sido a ação julgada 1 - será não cumulativo, compensando-se o que for
improcedente em 17/05/2007, portanto reconhecida a devido em cada operação relativa à circulação de
constitucionalidade do dispositivo. mercadorias ou prestação de serviços com o montante
cobrado nas anteriores pelo mesmo ou em outro Estado
§8º - A vedação do inciso III, “c”, não se aplica à fixação ou pelo Distrito Federal;
da base de cálculo do imposto previsto no artigo 165, I,
“c”. (NR) 2 - a isenção ou não incidência, salvo determinação em
contrário da legislação:

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a) não implicará crédito para compensação com o d) nas prestações de serviço de comunicação nas
montante devido nas operações ou prestações modalidades de radiodifusão sonora e de sons e
seguintes; imagens de recepção livre e gratuita; (NR)
b) acarretará a anulação do crédito relativo às - Alínea “d” acrescentada pela Emenda Constitucional
operações anteriores; nº 21, de 14/02/2006.
3 - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das 9 - não compreenderá, em sua base de cálculo, o
mercadorias e dos serviços; montante do imposto sobre produtos industrializados,
quando a operação, realizada entre contribuintes e
4 - terá as suas alíquotas fixadas nos termos do artigo
relativa a produto destinado à industrialização ou à
155, § 2º, IV, V e VI, da Constituição Federal;
comercialização, configure fato gerador dos dois
5 - em relação às operações e prestações que destinem impostos;
bens e serviços a consumidor final localizado em outro
§3º - O produto das multas provenientes do adicional do
Estado, adotar-se-á:
imposto de renda será aplicado obrigatoriamente na
a) a alíquota interestadual, quando o destinatário for construção de casas populares.
contribuinte do imposto;
§4º - O imposto previsto no inciso I, “c”: (NR)
b) a alíquota interna, quando o destinatário não for
1 - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal;
contribuinte dele;
(NR)
6 - na hipótese da alínea “a” do item anterior, caberá a
2 - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo
este Estado, quando nele estiver localizado o
e utilização. (NR)
destinatário, o imposto correspondente à diferença
entre a alíquota interna e a interestadual; - § 4º acrescentado pela Emenda Constitucional nº 21,
de 14/02/2006.
7 - incidirá também:
Artigo 166 - Lei de iniciativa do Poder Executivo isentará
a) sobre a entrada de bem ou mercadoria importados
do imposto as transmissões “causa mortis” de imóvel de
do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que não
pequeno valor, utilizado como residência do
seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que
beneficiário da herança.
seja a sua finalidade, assim como o serviço prestado no
exterior, cabendo o imposto a este Estado, quando nele Parágrafo único - A lei a que se refere o “caput” deste
estiver situado o estabelecimento destinatário da artigo estabelecerá as bases do valor referido, de
mercadoria, bem ou serviço; (NR) conformidade com os índices oficiais fixados pelo
Governo Federal.
- Alínea “a” com redação dada pela Emenda
Constitucional nº 21, de 14/02/2006. SEÇÃO IV
b) sobre o valor total da operação, quando mercadorias Da Repartição das Receitas Tributárias
forem fornecidas com serviços não compreendidos na
Artigo 167 - O Estado destinará aos Municípios:
competência tributária dos Municípios;
I - cinquenta por cento do produto da arrecadação do
8 - não incidirá:
imposto sobre a propriedade de veículos automotores
a) sobre operações que destinem mercadorias para o licenciados em seus respectivos territórios;
exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários
II - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação
no exterior, assegurada a manutenção e o
do imposto sobre operações relativas à circulação de
aproveitamento do montante do imposto cobrado nas
mercadorias e sobre prestação de serviços de
operações e prestações anteriores; (NR)
transporte interestadual e intermunicipal e de
- Alínea “a” com redação dada pela Emenda comunicação;
Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
III - vinte e cinco por cento dos recursos que receber nos
b) sobre operações que destinem a outros Estados termos do artigo 159, II, da Constituição Federal;
petróleo, incluindo lubrificantes, combustíveis líquidos
IV - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação
e gasosos dele derivados e energia elétrica;
da contribuição de intervenção no domínio econômico
c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no artigo 153, § que couber ao Estado, nos termos do § 4º do artigo 159
5º, da Constituição Federal; da Constituição Federal e na forma da lei a que se refere
o inciso III do mesmo artigo. (NR)

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- Inciso IV acrescentado pela Emenda Constitucional nº Artigo 170 - O Poder Executivo publicará e enviará ao
21, de 14/02/2006. Legislativo, até trinta dias após o encerramento de cada
bimestre, relatório resumido da execução
§1º - As parcelas de receita pertencentes aos
orçamentária.
Municípios, mencionadas no inciso II, serão creditadas
conforme os seguintes critérios: §1º - Até dez dias antes do encerramento do prazo de
que trata este artigo, as autoridades nele referidas
1 - três quartos, no mínimo, na proporção do valor
remeterão ao Poder Executivo as informações
adicionado nas operações relativas à circulação de
necessárias.
mercadorias e nas prestações de serviços, realizadas em
seus territórios; §2º - Os Poderes Judiciário e Legislativo, bem como o
Tribunal de Contas e o Ministério Público, publicarão
2 - até um quarto, de acordo com o que dispuser lei
seus relatórios, nos termos deste artigo.
estadual.
Artigo 171 - Os recursos correspondentes às dotações
§2º - As parcelas de receita pertencentes aos Municípios
orçamentárias, compreendidos os créditos
mencionados no inciso III serão creditadas conforme os
suplementares e especiais, destinados aos órgãos dos
critérios estabelecidos no §1º.
Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público e
§3º - Cabe à lei dispor sobre o acompanhamento, pelos da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia
beneficiários, do cálculo das quotas e da liberação das 20 de cada mês, em duodécimos, na forma da lei
participações previstas neste artigo. complementar a que se refere o artigo 165, § 9º, da
Constituição Federal. (NR)
Artigo 168 - É vedada a retenção ou qualquer restrição
à entrega e ao emprego dos recursos atribuídos nesta - Artigo 171 com redação dada pela Emenda
seção aos Municípios, neles compreendidos adicionais e Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
acréscimos relativos a impostos.
Artigo 172 - Os recursos financeiros, provenientes da
exploração de gás natural, que couberem ao Estado por
força do disposto no § 1º do artigo 20 da Constituição
Parágrafo único - A proibição contida no “caput” não
Federal, serão aplicados preferencialmente na
impede o Estado de condicionar a entrega de recursos
construção, desenvolvimento e manutenção do sistema
ao pagamento de seus créditos, inclusive de suas
estadual de gás canalizado.
autarquias, e ao cumprimento do disposto no artigo
198, § 2º, III, e § 3º, da Constituição Federal. (NR) Artigo 173 - São agentes financeiros do Tesouro
Estadual os hoje denominados Banco do Estado de São
- Parágrafo único com redação dada pela Emenda
Paulo S/A e Caixa Econômica do Estado de São Paulo
Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
S/A.
CAPÍTULO II
CAPÍTULO III
Das Finanças
Dos Orçamentos
Artigo 169 - A despesa de pessoal ativo e inativo ficará
Artigo 174 - Leis de iniciativa do Poder Executivo
sujeita aos limites estabelecidos na lei complementar a
estabelecerão, com observância dos preceitos
que se refere o artigo 169 da Constituição Federal.
correspondentes da Constituição Federal:
Parágrafo único - A concessão de qualquer vantagem ou
I - o plano plurianual;
aumento de remuneração, a criação de cargos ou a
alteração de estrutura de carreiras, bem como a II - as diretrizes orçamentárias;
admissão de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e
III - os orçamentos anuais.
entidades da administração direta ou indireta, inclusive
fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público, §1º - A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá
só poderão ser feitas: as diretrizes, objetivos e metas da administração pública
estadual para as despesas de capital e outras delas
1 - se houver prévia dotação orçamentária suficiente
decorrentes e para as relativas aos programas de
para atender às projeções de despesa de pessoal e aos
duração continuada.
acréscimos dela decorrentes;
§2º - A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as
2 - se houver autorização específica na lei de diretrizes
metas e prioridades da administração pública estadual,
orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas e as
incluindo as despesas de capital para o exercício
sociedades de economia mista.
financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei

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orçamentária anual, disporá sobre as alterações na 1 - até 15 de agosto do primeiro ano do mandato do
legislação tributária e estabelecerá a política de Governador eleito, o projeto de lei dispondo sobre o
aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. plano plurianual; (NR)
§3º - Os planos e programas estaduais previstos nesta 2 - até 30 de abril, anualmente, o projeto de lei de
Constituição serão elaborados em consonância com o diretrizes orçamentárias; e (NR)
plano plurianual.
3 - até 30 de setembro, de cada ano, o projeto de lei da
§4º - A lei orçamentária anual compreenderá: proposta orçamentária para o exercício subsequente.
(NR)
1 - o orçamento fiscal referente aos Poderes do Estado,
seus fundos, órgãos e entidades da administração direta - § 9º com redação dada pela Emenda Constitucional nº
e indireta, inclusive fundações instituídas ou mantidas 24, de 23/01/2008.
pelo Poder Público;
Artigo 175 - Os projetos de lei relativos ao plano
2 - o orçamento de investimentos das empresas em que plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento
o Estado, direta ou indiretamente, detenha a maioria do anual e aos créditos adicionais, bem como suas
capital social com direito a voto; emendas, serão apreciados pela Assembleia Legislativa.
3 - o orçamento de seguridade social, abrangendo todas § 1º - As emendas ao projeto de lei do orçamento anual
as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração ou aos projetos que o modifiquem serão admitidas
direta e indireta, bem como os fundos e fundações desde que:
instituídas ou mantidas pelo Poder Público;
1 - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei
4 - o orçamento da verba necessária ao pagamento de de diretrizes orçamentárias;
débitos oriundos de sentenças transitadas em julgado,
2 - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas
constantes dos precatórios judiciais apresentados até 1º
os provenientes de anulação de despesa, excluídas as
de julho, a serem consignados diretamente ao Poder
que incidam sobre:
Judiciário, ressalvados os créditos de natureza
alimentícia e as obrigações definidas em lei como de a) dotações para pessoal e seus encargos;
pequeno valor. (NR)
b) serviço da dívida;
- Item 4 acrescentado pela Emenda Constitucional nº 21,
c) transferências tributárias constitucionais para
de 14/02/2006.
Municípios.
§5º - A matéria do projeto das leis a que se refere o
3 - sejam relacionadas:
"caput" deste artigo será organizada e compatibilizada
em todos os seus aspectos setoriais e regionais pelo a) com correção de erros ou omissões;
órgão central de planejamento do Estado.
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.
§6º - O projeto de lei orçamentária será acompanhado
§2º - As emendas ao projeto de lei de diretrizes
de demonstrativo dos efeitos decorrentes de isenções,
orçamentárias não poderão ser aprovadas quando
anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza
incompatíveis com o plano plurianual.
financeira, tributária e creditícia.
§3º - O Governador poderá enviar mensagem ao
§7º - Os orçamentos previstos no §4º, itens 1 e 2, deste
Legislativo para propor modificações nos projetos a que
artigo, compatibilizados com o plano plurianual, terão,
se refere este artigo, enquanto não iniciada, na
entre suas funções, a de reduzir desigualdades inter-
Comissão competente, a votação da parte cuja
regionais.
alteração é proposta.
§8º - A lei orçamentária anual não conterá dispositivo
§4º - Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo,
estranho à previsão da receita e à fixação da despesa,
no que não contrariar o disposto nesta seção, as demais
não se incluindo na proibição a autorização para
normas relativas ao processo legislativo.
abertura de créditos suplementares e contratação de
operações de crédito, ainda que por antecipação de §5º - Os recursos que, em decorrência de veto, emenda
receita, nos termos da lei. ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual,
ficarem sem despesas correspondentes, poderão ser
§9º - O Governador enviará à Assembleia Legislativa:
utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais
(NR)
ou suplementares, com prévia e específica autorização
legislativa.

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§ 6º - As emendas individuais ao projeto de lei V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem


orçamentária serão de 0,3% (três décimos por cento) da prévia autorização legislativa e sem indicação dos
receita corrente líquida prevista no projeto recursos correspondentes;
encaminhado pelo Poder Executivo, sendo que a
VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência
metade do percentual a ser estabelecido será destinada
de recursos de uma categoria de programação para
a ações e serviços públicos de saúde. (NR)
outra ou de um órgão para outro, sem prévia
§ 7º - A execução do montante destinado a ações e autorização legislativa;
serviços públicos de saúde previsto no § 6º deste artigo,
VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;
inclusive custeio, será computada para fins do
cumprimento do item 1 do parágrafo único do artigo VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica,
222, vedada a destinação para pagamento de pessoal ou de recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade social
encargos sociais. (NR) para suprir necessidade ou cobrir “déficit” de empresas,
fundações e fundos, inclusive dos mencionados no
§ 8º - É obrigatória a execução orçamentária e financeira
artigo 165, §5º, da Constituição Federal.
das programações a que se refere o § 6º deste artigo,
em montante de 0,3% (três décimos por cento) da IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem
receita corrente líquida realizada no exercício anterior, prévia autorização legislativa.
conforme os critérios definidos na lei de diretrizes
§1º - Nenhum investimento cuja execução ultrapasse
orçamentárias. (NR)
um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia
§ 9º - Os restos a pagar poderão ser considerados para inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a
fins de cumprimento da execução financeira prevista no inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.
§ 8º deste artigo, em montante estabelecido na lei de
§2º - Os créditos especiais e extraordinários terão
diretrizes orçamentárias. (NR)
vigência no exercício financeiro em que forem
§ 10 - Se for verificado que a reestimativa da receita e autorizados, salvo se o ato de autorização for
da despesa poderá resultar no não cumprimento da promulgado nos últimos quatro meses daquele
meta de resultado fiscal estabelecida na lei de diretrizes exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus
orçamentárias, o montante previsto no § 8º deste artigo saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício
poderá ser reduzido em até a mesma proporção da financeiro subsequente.
limitação incidente sobre o conjunto das despesas
TÍTULO VI
discricionárias. (NR)
Da Ordem Econômica
- §§ 6º a 10 acrescentados pela Emenda Constitucional
nº 45, de 18/12/2017, produzindo efeitos a partir da CAPÍTULO I
execução orçamentária do exercício financeiro
Dos Princípios Gerais da Atividade Econômica
subsequente.
Artigo 177 - O Estado estimulará a descentralização
Artigo 176 - São vedados:
geográfica das atividades de produção de bens e
I - o início de programas, projetos e atividades não serviços, visando ao desenvolvimento equilibrado das
incluídos na lei orçamentária anual; regiões.
II - a realização de despesas ou assunção de obrigações Artigo 178 - O Estado dispensará às microempresas, às
diretas que excedam os créditos orçamentários ou empresas de pequeno porte constituídas sob as leis
adicionais; brasileiras e que tenham sede e administração no país,
aos micro e pequenos produtores rurais, assim
III - a realização de operações de crédito que excedam o
definidos em lei, tratamento jurídico diferenciado,
montante das despesas de capital, ressalvadas as
visando a incentivá-los pela simplificação de suas
autorizadas mediante créditos suplementares ou
obrigações administrativas, tributárias e creditícias, ou
especiais com fim preciso, aprovados pelo Poder
pela eliminação ou redução destas, por meio de lei. (NR)
Legislativo, por maioria absoluta;
- Artigo 178, "caput", com redação dada pela Emenda
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo
Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
ou despesa, ressalvadas as permissões previstas no
artigo 167, IV, da Constituição Federal e a destinação de Parágrafo único - As microempresas e empresas de
recursos para a pesquisa científica e tecnológica, pequeno porte constituem categorias econômicas
conforme dispõe o artigo 218, §5º, da Constituição diferenciadas apenas quanto às atividades industriais,
Federal;

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comerciais, de prestação de serviços e de produção contenham equipamentos públicos já implantados nas


rural a que se destinam. proximidades das áreas objeto de compensação. (NR)
Artigo 179 - A lei apoiará e estimulará o cooperativismo - § 1º acrescentado pela Emenda Constitucional nº 23,
e outras formas de associativismo. de 31/01/2007.
CAPÍTULO II §2º - A compensação de que trata o parágrafo anterior
poderá ser dispensada, por ato fundamentado da
Do Desenvolvimento Urbano
autoridade municipal competente, desde que nas
Artigo 180 - No estabelecimento de diretrizes e normas proximidades da área pública cuja destinação será
relativas ao desenvolvimento urbano, o Estado e os alterada existam outras áreas públicas que atendam as
Municípios assegurarão: necessidades da população. (NR)
I - o pleno desenvolvimento das funções sociais da - § 2º com redação dada pela Emenda Constitucional nº
cidade e a garantia do bem-estar de seus habitantes; 26, de 15/12/2008.
II - a participação das respectivas entidades §3º - A exceção contemplada na alínea ‘c’ do inciso VII
comunitárias no estudo, encaminhamento e solução deste artigo será permitida desde que a situação das
dos problemas, planos, programas e projetos que lhes áreas públicas objeto de alteração da destinação esteja
sejam concernentes; consolidada até dezembro de 2004, e mediante a devida
compensação ao Poder Executivo Municipal, conforme
III - a preservação, proteção e recuperação do meio
diretrizes estabelecidas em lei municipal específica.
ambiente urbano e cultural;
(NR)
IV - a criação e manutenção de áreas de especial
- § 3º acrescentado pela Emenda Constitucional nº 26,
interesse histórico, urbanístico, ambiental, turístico e de
de 15/12/2008.
utilização pública;
Artigo 181 - Lei municipal estabelecerá em
V - a observância das normas urbanísticas, de
conformidade com as diretrizes do plano diretor,
segurança, higiene e qualidade de vida;
normas sobre zoneamento, loteamento, parcelamento,
VI - a restrição à utilização de áreas de riscos geológicos; uso e ocupação do solo, índices urbanísticos, proteção
ambiental e demais limitações administrativas
VII - as áreas definidas em projetos de loteamento como
pertinentes.
áreas verdes ou institucionais não poderão ter sua
destinação, fim e objetivos originariamente alterados, §1º - Os planos diretores, obrigatórios a todos os
exceto quando a alteração da destinação tiver como Municípios, deverão considerar a totalidade de seu
finalidade a regularização de: (NR) território municipal.
a) loteamentos, cujas áreas verdes ou institucionais §2º - Os Municípios observarão, quando for o caso, os
estejam total ou parcialmente ocupadas por núcleos parâmetros urbanísticos de interesse regional, fixados
habitacionais de interesse social destinados à população em lei estadual, prevalecendo, quando houver conflito,
de baixa renda, e cuja situação esteja consolidada ou a norma de caráter mais restritivo, respeitadas as
seja de difícil reversão; (NR) respectivas autonomias.
b) equipamentos públicos implantados com uso diverso §3º - Os Municípios estabelecerão, observadas as
da destinação, fim e objetivos originariamente previstos diretrizes fixadas para as regiões metropolitanas,
quando da aprovação do loteamento; (NR) microrregiões e aglomerações urbanas, critérios para
regularização e urbanização, assentamentos e
c) imóveis ocupados por organizações religiosas para
loteamentos irregulares.
suas atividades finalísticas. (NR)
§4º - É vedado aos Municípios, nas suas legislações
- Inciso VII com redação dada pela Emenda
edilícias, a exigência de apresentação da planta interna
Constitucional nº 26, de 15/12/2008.
para edificações unifamiliares. No caso de reformas, é
§1º - As exceções contempladas nas alíneas “a” e “b” do vedado a exigência de qualquer tipo de autorização
inciso VII deste artigo serão admitidas desde que a administrativa e apresentação da planta interna para
situação das áreas objeto de regularização esteja todas as edificações residenciais, desde que assistidas
consolidada até dezembro de 2004, e mediante a por profissionais habilitados. (NR)
realização de compensação, que se dará com a
- § 4º acrescentado pela Emenda Constitucional nº 16,
disponibilização de outras áreas livres ou que
de 25/11/2002.

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Artigo 182 - Incumbe ao Estado e aos Municípios objetivando incentivar a produção de alimentos básicos
promover programas de construção de moradias e da horticultura.
populares, de melhoria das condições habitacionais e de
§1º - Para a consecução dos objetivos assinalados neste
saneamento básico.
artigo, o Estado organizará sistema integrado de órgãos
Artigo 183 - Ao Estado, em consonância com seus públicos e promoverá a elaboração e execução de
objetivos de desenvolvimento econômico e social, cabe planos de desenvolvimento agropecuários, agrários e
estabelecer, mediante lei, diretrizes para localização e fundiários.
integração das atividades industriais, considerando os
§2º - O Estado, mediante lei, criará um Conselho de
aspectos ambientais, locacionais, sociais, econômicos e
Desenvolvimento Rural, com objetivo de propor
estratégicos, e atendendo ao melhor aproveitamento
diretrizes à sua política agrícola, garantida a
das condições naturais urbanas e de organização
participação de representantes da comunidade agrícola,
especial.
tecnológica e agronômica, organismos governamentais,
Parágrafo único - Competem aos Municípios, de acordo de setores empresariais e de trabalhadores.
com as respectivas diretrizes de desenvolvimento
Artigo 185 - O Estado compatibilizará a sua ação na área
urbano, a criação e a regulamentação de zonas
agrícola e agrária para garantir as diretrizes e metas do
industriais, obedecidos os critérios estabelecidos pelo
Programa Nacional de Reforma Agrária.
Estado, mediante lei, e respeitadas as normas
relacionadas ao uso e ocupação do solo e ao meio Artigo 186 - A ação dos órgãos oficiais atenderá, de
ambiente urbano e natural. forma preferencial, aos imóveis que cumpram a função
social da propriedade, e especialmente aos mini e
CAPÍTULO III
pequenos produtores rurais e aos beneficiários de
Da Política Agrícola, Agrária e Fundiária projeto de reforma agrária.
Artigo 184 - Caberá ao Estado, com a cooperação dos Artigo 187 - A concessão real de uso de terras públicas
Municípios: far-se-á por meio de contrato, onde constarão,
obrigatoriamente, além de outras que forem
I - orientar o desenvolvimento rural, mediante
estabelecidas pelas partes, cláusulas definidoras:
zoneamento agrícola inclusive;
I - da exploração das terras, de modo direto, pessoal ou
II - propiciar o aumento da produção e da produtividade,
familiar, para cultivo ou qualquer outro tipo de
bem como a ocupação estável do campo;
exploração que atenda ao plano público de política
III - manter estrutura de assistência técnica e extensão agrária, sob pena de reversão ao concedente;
rural;
II - da obrigatoriedade de residência dos beneficiários na
IV - orientar a utilização racional de recursos naturais de localidade de situação das terras;
forma sustentada, compatível com a preservação do
III - da indivisibilidade e da intransferibilidade das terras,
meio ambiente, especialmente quanto à proteção e
a qualquer título, sem autorização expressa e prévia do
conservação do solo e da água;
concedente;
V - manter um sistema de defesa sanitária animal e
IV - da manutenção das reservas florestais obrigatórias
vegetal;
e observância das restrições ambientais do uso do
VI - criar sistema de inspeção e fiscalização de insumos imóvel, nos termos da lei.
agropecuários;
Artigo 188 - O Estado apoiará e estimulará o
VII - criar sistema de inspeção, fiscalização, cooperativismo e o associativismo como instrumento de
normatização, padronização e classificação de produtos desenvolvimento sócio-econômico, bem como
de origem animal e vegetal; estimulará formas de produção, consumo, serviços,
créditos e educação co-associadas, em especial nos
VIII - manter e incentivar a pesquisa agropecuária;
assentamentos para fins de reforma agrária.
IX - criar programas especiais para fornecimento de
Artigo 189 - Caberá ao Poder Público, na forma da lei,
energia, de forma favorecida, com o objetivo de
organizar o abastecimento alimentar, assegurando
amparar e estimular a irrigação;
condições para a produção e distribuição de alimentos
X - criar programas específicos de crédito, de forma básicos.
favorecida, para custeio e aquisição de insumos,

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Artigo 190 - Declarado inconstitucional, em controle equilíbrio ecológico e a melhoria da qualidade


concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal. ambiental, prevenindo a degradação em todas as suas
formas e impedindo ou mitigando impactos ambientais
- Artigo 190 foi declarado inconstitucional pelo Supremo
negativos e recuperando o meio ambiente degradado;
Tribunal Federal nos autos da ADI nº 403/1990, julgada
em 01/07/2002. III - definir, implantar e administrar espaços territoriais
e seus componentes representativos de todos os
CAPÍTULO IV
ecossistemas originais a serem protegidos, sendo a
Do Meio Ambiente, dos Recursos Naturais e do alteração e supressão, incluindo os já existentes,
Saneamento permitidas somente por lei;
SEÇÃO I IV - realizar periodicamente auditorias nos sistemas de
controle de poluição e de atividades potencialmente
Do Meio Ambiente
poluidoras;
Artigo 191 - O Estado e os Municípios providenciarão,
V - informar a população sobre os níveis de poluição, a
com a participação da coletividade, a preservação,
qualidade do meio ambiente, as situações de risco de
conservação, defesa, recuperação e melhoria do meio
acidentes, a presença de substâncias potencialmente
ambiente natural, artificial e do trabalho, atendidas as
nocivas à saúde, na água potável e nos alimentos, bem
peculiaridades regionais e locais e em harmonia com o
como os resultados das monitoragens e auditorias a que
desenvolvimento social e econômico.
se refere o inciso IV deste artigo;
Artigo 192 - A execução de obras, atividades, processos
VI - incentivar a pesquisa, o desenvolvimento e a
produtivos e empreendimentos e a exploração de
capacitação tecnológica para a resolução dos problemas
recursos naturais de qualquer espécie, quer pelo setor
ambientais e promover a informação sobre essas
público, quer pelo privado, serão admitidas se houver
questões;
resguardo do meio ambiente ecologicamente
equilibrado. VII - estimular e incentivar a pesquisa, o
desenvolvimento e a utilização de fontes de energias
§1º - A outorga de licença ambiental, por órgão ou
alternativas, não poluentes, bem como de tecnologias
entidade governamental competente, integrante de
brandas e materiais poupadores de energia;
sistema unificado para esse efeito, será feita com
observância dos critérios gerais fixados em lei, além de VIII - fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e
normas e padrões estabelecidos pelo Poder Público e manipulação genética;
em conformidade com o planejamento e zoneamento
IX - preservar e restaurar os processos ecológicos
ambientais.
essenciais das espécies e dos ecossistemas;
§2º - A licença ambiental, renovável na forma da lei,
X - proteger a flora e a fauna, nesta compreendidos
para a execução e a exploração mencionadas no “caput”
todos os animais silvestres, exóticos e domésticos,
deste artigo, quando potencialmente causadoras de
vedadas as práticas que coloquem em risco sua função
significativa degradação do meio ambiente, será sempre
ecológica e que provoquem extinção de espécies ou
precedida, conforme critérios que a legislação
submetam os animais à crueldade, fiscalizando a
especificar, da aprovação do Estudo Prévio de Impacto
extração, produção, criação, métodos de abate,
Ambiental e respectivo relatório a que se dará prévia
transporte, comercialização e consumo de seus
publicidade, garantida a realização de audiências
espécimes e subprodutos;
públicas.
XI - controlar e fiscalizar a produção, armazenamento,
Artigo 193 - O Estado, mediante lei, criará um sistema
transporte, comercialização, utilização e destino final de
de administração da qualidade ambiental, proteção,
substâncias, bem como o uso de técnicas, métodos e
controle e desenvolvimento do meio ambiente e uso
instalações que comportem risco efetivo ou potencial
adequado dos recursos naturais, para organizar,
para a qualidade de vida e meio ambiente, incluindo o
coordenar e integrar as ações de órgãos e entidades da
de trabalho;
administração pública direta e indireta, assegurada a
participação da coletividade, com o fim de: XII - promover a captação e orientar a aplicação de
recursos financeiros destinados ao desenvolvimento de
I - propor uma política estadual de proteção ao meio
todas as atividades relacionadas com a proteção e
ambiente;
conservação do meio ambiente;
II - adotar medidas, nas diferentes áreas de ação pública
e junto ao setor privado, para manter e promover o

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XIII - disciplinar a restrição à participação em acordo com a solução técnica exigida pelo órgão público
concorrências públicas e ao acesso a benefícios fiscais e competente, na forma da lei.
créditos oficiais às pessoas físicas e jurídicas
Parágrafo único - É obrigatória, na forma da lei, a
condenadas por atos de degradação do meio ambiente;
recuperação, pelo responsável, da vegetação adequada
XIV - promover medidas judiciais e administrativas de nas áreas protegidas, sem prejuízo das demais sanções
responsabilização dos causadores de poluição ou de cabíveis.
degradação ambiental;
Artigo 195 - As condutas e atividades lesivas ao meio
XV - promover a educação ambiental e a ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou
conscientização pública para a preservação, jurídicas, a sanções penais e administrativas, com
conservação e recuperação do meio ambiente; aplicação de multas diárias e progressivas no caso de
continuidade da infração ou reincidência, incluídas a
XVI - promover e manter o inventário e o mapeamento
redução do nível de atividade e a interdição,
da cobertura vegetal nativa, visando à adoção de
independentemente da obrigação dos infratores de
medidas especiais de proteção, bem como promover o
reparação aos danos causados.
reflorestamento, em especial, às margens de rios e
lagos, visando à sua perenidade; Parágrafo único - O sistema de proteção e
desenvolvimento do meio ambiente será integrado pela
XVII - estimular e contribuir para a recuperação da
Polícia Militar, mediante suas unidades de policiamento
vegetação em áreas urbanas, com plantio de árvores,
florestal e de mananciais, incumbidas da prevenção e
preferencialmente frutíferas, objetivando
repressão das infrações cometidas contra o meio
especialmente a consecução de índices mínimos de
ambiente, sem prejuízo dos corpos de fiscalização dos
cobertura vegetal;
demais órgãos especializados.
XVIII - incentivar e auxiliar tecnicamente as associações
Artigo 196 - A Mata Atlântica, a Serra do Mar, a Zona
de proteção ao meio ambiente constituídas na forma da
Costeira, o Complexo Estuarino Lagunar entre Iguape e
lei, respeitando a sua autonomia e independência de
Cananeia, os Vales dos Rios Paraíba, Ribeira, Tietê e
atuação;
Paranapanema e as unidades de conservação do Estado,
XIX - instituir programas especiais mediante a são espaços territoriais especialmente protegidos e sua
integração de todos os seus órgãos, incluindo os de utilização far-se-á na forma da lei, dependendo de
crédito, objetivando incentivar os proprietários rurais a prévia autorização e dentro de condições que
executarem as práticas de conservação do solo e da assegurem a preservação do meio ambiente.
água, de preservação e reposição das matas ciliares e
Artigo 197 - São áreas de proteção permanente:
replantio de espécies nativas;
I - os manguezais;
XX - controlar e fiscalizar obras, atividades, processos
produtivos e empreendimentos que, direta ou II - as nascentes, os mananciais e matas ciliares;
indiretamente, possam causar degradação do meio
III - as áreas que abriguem exemplares raros da fauna e
ambiente, adotando medidas preventivas ou corretivas
da flora, bem como aquelas que sirvam como local de
e aplicando as sanções administrativas pertinentes;
pouso ou reprodução de migratórios;
XXI - realizar o planejamento e o zoneamento
IV - as áreas estuarinas;
ambientais, considerando as características regionais e
locais, e articular os respectivos planos, programas e V - as paisagens notáveis;
ações;
VI - as cavidades naturais subterrâneas.
Parágrafo único - O sistema mencionado no “caput”
Artigo 198 - O Estado estabelecerá, mediante lei, os
deste artigo será coordenado por órgão da
espaços definidos no inciso V do artigo anterior, a serem
administração direta que será integrado por:
implantados como especialmente protegidos, bem
a) Conselho Estadual do Meio Ambiente, órgão como as restrições ao uso e ocupação desses espaços,
normativo e recursal, cujas atribuições e composição considerando os seguintes princípios:
serão definidas em lei;
I - preservação e proteção da integridade de amostras
b) órgãos executivos incumbidos da realização das de toda a diversidade de ecossistemas;
atividades de desenvolvimento ambiental.
II - proteção do processo evolutivo das espécies;
Artigo 194 - Aquele que explorar recursos naturais fica
III - preservação e proteção dos recursos naturais.
obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de

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Artigo 199 - O Poder Público estimulará a criação e VI - a gestão descentralizada, participativa e integrada
manutenção de unidades privadas de conservação. em relação aos demais recursos naturais e às
peculiaridades da respectiva bacia hidrográfica;
Artigo 200 - O Poder Público Estadual, mediante lei,
criará mecanismos de compensação financeira para VII - o desenvolvimento do transporte hidroviário e seu
Municípios que sofrerem restrições por força de aproveitamento econômico.
instituição de espaços territoriais especialmente
Artigo 206 - As águas subterrâneas, reservas
protegidos pelo Estado.
estratégicas para o desenvolvimento econômico-social
Artigo 201 - O Estado apoiará a formação de consórcios e valiosas para o suprimento de água às populações,
entre os Municípios, objetivando a solução de deverão ter programa permanente de conservação e
problemas comuns relativos à proteção ambiental, em proteção contra poluição e superexplotação, com
particular à preservação dos recursos hídricos e ao uso diretrizes em lei.
equilibrado dos recursos naturais.
Artigo 207 - O Poder Público, mediante mecanismos
Artigo 202 - As áreas declaradas de utilidade pública, próprios, definidos em lei, contribuirá para o
para fins de desapropriação, objetivando a implantação desenvolvimento dos Municípios em cujos territórios se
de unidades de conservação ambiental, serão localizarem reservatórios hídricos e naqueles que
consideradas espaços territoriais especialmente recebam o impacto deles.
protegidos, não sendo nelas permitidas atividades que
Artigo 208 - Fica vedado o lançamento de efluentes e
degradem o meio ambiente ou que, por qualquer
esgotos urbanos e industriais, sem o devido tratamento,
forma, possam comprometer a integridade das
em qualquer corpo de água.
condições ambientais que motivaram a expropriação.
Artigo 209 - O Estado adotará medidas para controle da
Artigo 203 - São indisponíveis as terras devolutas
erosão, estabelecendo-se normas de conservação do
estaduais, apuradas em ações discriminatórias e
solo em áreas agrícolas e urbanas.
arrecadadas pelo Poder Público, inseridas em unidades
de preservação ou necessárias à proteção dos Artigo 210 - Para proteger e conservar as águas e
ecossistemas naturais. prevenir seus efeitos adversos, o Estado incentivará a
adoção, pelos Municípios, de medidas no sentido:
Artigo 204 - Fica proibida a caça, sob qualquer pretexto,
em todo o Estado. I - da instituição de áreas de preservação das águas
utilizáveis para abastecimento às populações e da
- Artigo 204 ver STF - ADI nº 350/1990.
implantação, conservação e recuperação de matas
SEÇÃO II ciliares;
Dos Recursos Hídricos II - do zoneamento de áreas inundáveis, com restrições
a usos incompatíveis nas sujeitas a inundações
Artigo 205 - O Estado instituirá, por lei, sistema
frequentes e da manutenção da capacidade de
integrado de gerenciamento dos recursos hídricos,
infiltração do solo;
congregando órgãos estaduais e municipais e a
sociedade civil, e assegurará meios financeiros e III - da implantação de sistemas de alerta e defesa civil,
institucionais para: para garantir a segurança e a saúde públicas, quando de
eventos hidrológicos indesejáveis;
I - a utilização racional das águas superficiais e
subterrâneas e sua prioridade para abastecimento às IV - do condicionamento, à aprovação prévia por
populações; organismos estaduais de controle ambiental e de gestão
de recursos hídricos, na forma da lei, dos atos de
II - o aproveitamento múltiplo dos recursos hídricos e o
outorga de direitos que possam influir na qualidade ou
rateio dos custos das respectivas obras, na forma da lei;
quantidade das águas superficiais e subterrâneas;
III - a proteção das águas contra ações que possam
V - da instituição de programas permanentes de
comprometer o seu uso atual e futuro;
racionalização do uso das águas destinadas ao
IV - a defesa contra eventos críticos, que ofereçam abastecimento público e industrial e à irrigação, assim
riscos à saúde e segurança públicas e prejuízos como de combate às inundações e à erosão.
econômicos ou sociais;
Parágrafo único - A lei estabelecerá incentivos para os
V - a celebração de convênios com os Municípios, para Municípios que aplicarem, prioritariamente, o produto
a gestão, por estes, das águas de interesse da participação no resultado da exploração dos
exclusivamente local; potenciais energéticos em seu território, ou da

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compensação financeira, nas ações previstas neste III - proporcionar o atendimento técnico nas aplicações
artigo e no tratamento de águas residuárias. do conhecimento geológico às necessidades das
Prefeituras do Estado;
Artigo 211 - Para garantir as ações previstas no artigo
205, a utilização dos recursos hídricos será cobrada IV - fomentar as atividades de mineração, de interesse
segundo as peculiaridades de cada bacia hidrográfica, sócio-econômico-financeiro para o Estado, em
na forma da lei, e o produto aplicado nos serviços e particular de cooperativas, pequenos e médios
obras referidos no item 1, do parágrafo único, deste mineradores, assegurando o suprimento de recursos
artigo. minerais necessários ao atendimento da agricultura, da
indústria de transformação e da construção civil do
Parágrafo único - O produto da participação do Estado
Estado, de maneira estável e harmônica com as demais
no resultado da exploração de potenciais
formas de ocupação do solo e atendimento à legislação
hidroenergéticos em seu território, ou da compensação
ambiental;
financeira, será aplicado, prioritariamente:
V - executar e incentivar o desenvolvimento tecnológico
1 - em serviços e obras hidráulicas e de saneamento de
aplicado à pesquisa, exploração racional e
interesse comum, previstos nos planos estaduais de
beneficiamento de recursos minerais.
recursos hídricos e de saneamento básico;
SEÇÃO IV
2 - na compensação, na forma da lei, aos Municípios
afetados por inundações decorrentes de reservatórios Do Saneamento
de água implantados pelo Estado, ou que tenham
Artigo 215 - A lei estabelecerá a política das ações e
restrições ao seu desenvolvimento em razão de leis de
obras de saneamento básico no Estado, respeitando os
proteção de mananciais.
seguintes princípios:
Artigo 212 - Na articulação com a União, quando da
I - criação e desenvolvimento de mecanismos
exploração dos serviços e instalações de energia
institucionais e financeiros, destinados a assegurar os
elétrica, e do aproveitamento energético dos cursos de
benefícios do saneamento à totalidade da população;
água em seu território, o Estado levará em conta os usos
múltiplos e o controle das águas, a drenagem, a correta II - prestação de assistência técnica e financeira aos
utilização das várzeas, a flora e a fauna aquáticas e a Municípios, para o desenvolvimento dos seus serviços;
preservação do meio ambiente.
III - orientação técnica para os programas visando ao
Artigo 213 - A proteção da quantidade e da qualidade tratamento de despejos urbanos e industriais e de
das águas será obrigatoriamente levada em conta resíduos sólidos, e fomento à implantação de soluções
quando da elaboração de normas legais relativas a comuns, mediante planos regionais de ação integrada.
florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza,
Artigo 216 - O Estado instituirá, por lei, plano plurianual
defesa do solo e demais recursos naturais e ao meio
de saneamento estabelecendo as diretrizes e os
ambiente.
programas para as ações nesse campo.
SEÇÃO III
§1º - O plano, objeto deste artigo deverá respeitar as
Dos Recursos Minerais peculiaridades regionais e locais e as características das
bacias hidrográficas e dos respectivos recursos hídricos.
Artigo 214 - Compete ao Estado:
§2º - O Estado assegurará condições para a correta
I - elaborar e propor o planejamento estratégico do
operação, necessária ampliação e eficiente
conhecimento geológico de seu território, executando
administração dos serviços de saneamento básico
programa permanente de levantamentos geológicos
prestados por concessionária sob seu controle
básicos, no atendimento de necessidades do
acionário.
desenvolvimento econômico e social, em conformidade
com a política estadual do meio ambiente; §3º - As ações de saneamento deverão prever a
utilização racional da água, do solo e do ar, de modo
II - aplicar o conhecimento geológico ao planejamento
compatível com a preservação e melhoria da qualidade
regional, às questões ambientais, de erosão do solo, de
da saúde pública e do meio ambiente e com a eficiência
estabilidade de encostas, de construção de obras civis e
dos serviços públicos de saneamento.
à pesquisa e exploração de recursos minerais e de água
subterrânea; TÍTULO VII
Da Ordem Social

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CAPÍTULO I tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem


fins lucrativos.
Disposição Geral
§5º - As pessoas físicas e as pessoas jurídicas de direito
Artigo 217 - Ao Estado cumpre assegurar o bem-estar
privado, quando participarem do sistema único de
social, garantindo o pleno acesso aos bens e serviços
saúde, ficam sujeitas às suas diretrizes e às normas
essenciais ao desenvolvimento individual e coletivo.
administrativas incidentes sobre o objeto de convênio
CAPÍTULO II ou de contrato.
Da Seguridade Social §6º - É vedada a destinação de recursos públicos para
auxílio ou subvenções às instituições privadas com fins
SEÇÃO I
lucrativos.
Disposição Geral
Artigo 221 - Os Conselhos Estaduais e Municipais de
Artigo 218 - O Estado garantirá, em seu território, o Saúde, que terão sua composição, organização e
planejamento e desenvolvimento de ações que competência fixadas em lei, garantem a participação de
viabilizem, no âmbito de sua competência, os princípios representantes da comunidade, em especial, dos
de seguridade social previstos nos artigos 194 e 195 da trabalhadores, entidades e prestadores de serviços da
Constituição Federal. área de saúde, além do Poder Público, na elaboração e
controle das políticas de saúde, bem como na
SEÇÃO II
formulação, fiscalização e acompanhamento do sistema
Da Saúde único de saúde.
Artigo 219 - A saúde é direito de todos e dever do Artigo 222 - As ações e os serviços de saúde executados
Estado. e desenvolvidos pelos órgãos e instituições públicas
estaduais e municipais, da administração direta,
Parágrafo único - Os Poderes Públicos Estadual e
indireta e fundacional, constituem o sistema único de
Municipal garantirão o direito à saúde mediante:
saúde, nos termos da Constituição Federal, que se
1 - políticas sociais, econômicas e ambientais que visem organizará ao nível do Estado, de acordo com as
ao bem-estar físico, mental e social do indivíduo e da seguintes diretrizes e bases:
coletividade e à redução do risco de doenças e outros
I - descentralização com direção única no âmbito
agravos;
estadual e no de cada Município, sob a direção de um
2 - acesso universal e igualitário às ações e ao serviço de profissional de saúde;
saúde, em todos os níveis;
II - municipalização dos recursos, serviços e ações de
3 - direito à obtenção de informações e esclarecimentos saúde, com estabelecimento em lei dos critérios de
de interesse da saúde individual e coletiva, assim como repasse das verbas oriundas das esferas federal e
as atividades desenvolvidas pelo sistema; estadual;
4 - atendimento integral do indivíduo, abrangendo a III - integração das ações e serviços com base na
promoção, preservação e recuperação de sua saúde. regionalização e hierarquização do atendimento
individual e coletivo, adequado às diversas realidades
Artigo 220 - As ações e os serviços de saúde são de
epidemiológicas;
relevância pública, cabendo ao Poder Público dispor,
nos termos da lei, sobre sua regulamentação, IV - universalização da assistência de igual qualidade
fiscalização e controle. com instalação e acesso a todos os níveis, dos serviços
§1º - As ações e os serviços de preservação da saúde de saúde à população urbana e rural;
abrangem o ambiente natural, os locais públicos e de V - gratuidade dos serviços prestados, vedada a
trabalho. cobrança de despesas e taxas sob qualquer título.
§2º - As ações e serviços de saúde serão realizados, Parágrafo único - O Poder Público Estadual e os
preferencialmente, de forma direta, pelo Poder Público Municípios aplicarão, anualmente, em ações e serviços
ou através de terceiros, e pela iniciativa privada. públicos de saúde recursos mínimos derivados da
aplicação de percentuais calculados sobre: (NR)
§3º - A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
§4º - A participação do setor privado no sistema único 1 - no caso do Estado, o produto da arrecadação dos
de saúde efetivar-se-á segundo suas diretrizes, impostos a que se refere o artigo 165 da Constituição
Estadual e dos recursos de que tratam os artigos 157 e
mediante convênio ou contrato de direito público,

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159, I, “a”, e II, da Constituição Federal, deduzidas as VII - a participação no controle e fiscalização da
parcelas que forem transferidas aos Municípios; (NR) produção, armazenamento, transporte, guarda e
utilização de substâncias de produtos psicoativos,
2 - no caso dos Municípios, o produto da arrecadação
tóxicos e teratogênicos;
dos impostos a que se refere o artigo 156 da
Constituição Federal e dos recursos de que tratam os VIII - a adoção de política de recursos humanos em
artigos 158, I e II, e 159, I, “b”, da Constituição Federal e saúde e na capacitação, formação e valorização de
artigo 167 da Constituição Estadual. (NR) profissionais da área, no sentido de propiciar melhor
adequação às necessidades específicas do Estado e de
- Parágrafo único acrescentado pela Emenda
suas regiões e ainda àqueles segmentos da população
Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
cujas particularidades requerem atenção especial, de
Artigo 223 - Compete ao sistema único de saúde, nos forma a aprimorar a prestação de assistência integral;
termos da lei, além de outras atribuições:
IX - a implantação de atendimento integral aos
I - a assistência integral à saúde, respeitadas as portadores de deficiências, de caráter regionalizado,
necessidades específicas de todos os segmentos da descentralizado e hierarquizado em níveis de
população; complexidade crescente, abrangendo desde a atenção
primária, secundária e terciária de saúde, até o
II - a identificação e o controle dos fatores
fornecimento de todos os equipamentos necessários à
determinantes e condicionantes da saúde individual e
sua integração social;
coletiva, mediante, especialmente, ações referentes à:
X - a garantia do direito à auto-regulação da fertilidade
a) vigilância sanitária;
como livre decisão do homem, da mulher ou do casal,
b) vigilância epidemiológica; tanto para exercer a procriação como para evitá-la,
provendo por meios educacionais, científicos e
c) saúde do trabalhador;
assistenciais para assegurá-lo, vedada qualquer forma
d) saúde do idoso; coercitiva ou de indução por parte de instituições
públicas ou privadas;
e) saúde da mulher;
XI - a revisão do Código Sanitário Estadual a cada cinco
f) saúde da criança e do adolescente;
anos;
g) saúde dos portadores de deficiências;
XII - a fiscalização e controle do equipamento e
III - a implementação dos planos estaduais de saúde e aparelhagem utilizados no sistema de saúde, na forma
de alimentação e nutrição, em termos de prioridades e da lei.
estratégias regionais, em consonância com os Planos
Artigo 224 - Cabe à rede pública de saúde, pelo seu
Nacionais;
corpo clínico especializado, prestar o atendimento
IV - a participação na formulação da política e na médico para a prática do aborto nos casos excludentes
execução das ações de saneamento básico; de antijuridicidade, previstos na legislação penal.
V - a organização, fiscalização e controle da produção e Artigo 225 - O Estado criará banco de órgãos, tecidos e
distribuição dos componentes farmacêuticos básicos, substâncias humanas.
medicamentos, produtos químicos, biotecnológicos,
§1º - A lei disporá sobre as condições e requisitos que
imunobiológicos, hemoderivados e outros de interesse
facilitem a remoção de órgão, tecidos e substâncias
para a saúde, facilitando à população o acesso a eles;
humanas, para fins de transplante, obedecendo-se à
VI - a colaboração na proteção do meio ambiente, ordem cronológica da lista de receptores e respeitando-
incluindo do trabalho, atuando em relação ao processo se, rigorosamente, as urgências médicas, pesquisa e
produtivo para garantir: tratamento bem como, a coleta, processamento e
transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado
a) o acesso dos trabalhadores às informações referentes
todo tipo de comercialização.
a atividades que comportem riscos à saúde e a métodos
de controle, bem como aos resultados das avaliações §2º - A notificação, em caráter de emergência, em todos
realizadas; os casos de morte encefálica comprovada, tanto para
b) a adoção de medidas preventivas de acidentes e de hospital público, como para a rede privada, nos limites
doenças do trabalho; do Estado, é obrigatória.
§3º - Cabe ao Poder Público providenciar recursos e
condições para receber as notificações que deverão ser

Estratégia Carreira Jurídica 763


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feitas em caráter de emergência, para atender ao organizadas, elaboradas, executadas e acompanhadas


disposto nos §§1º e 2º. com base nos seguintes princípios:
Artigo 226 - É vedada a nomeação ou designação, para I - participação da comunidade;
cargo ou função de chefia ou assessoramento na área
II - descentralização administrativa, respeitada a
de Saúde, em qualquer nível, de pessoa que participe de
legislação federal, cabendo a coordenação e execução
direção, gerência ou administração de entidades que
de programas às esferas estadual e municipal,
mantenham contratos ou convênios com o sistema
considerados os Municípios e as comunidades como
único de saúde, a nível estadual, ou sejam por ele
instâncias básicas para o atendimento e realização dos
credenciadas.
programas;
Artigo 227 - O Estado incentivará e auxiliará os Órgãos
III - integração das ações dos órgãos e entidades da
Públicos e entidades filantrópicas de estudos, pesquisa
administração em geral, compatibilizando programas e
e combate ao câncer, constituídos na forma da lei,
recursos e evitando a duplicidade de atendimento entre
respeitando a sua autonomia e independência de
as esferas estadual e municipal.
atuação científica.
Parágrafo único - É facultado ao Poder Público vincular
Artigo 228 - O Estado regulamentará, em seu território,
a programa de apoio à inclusão e promoção social até
todo processo de coleta e percurso de sangue.
cinco décimos por cento de sua receita tributária,
Artigo 229 - Compete à autoridade estadual, de ofício vedada a aplicação desses recursos no pagamento de:
ou mediante denúncia de risco à saúde, proceder à (NR)
avaliação das fontes de risco no ambiente de trabalho e
1 - despesas com pessoal e encargos sociais; (NR)
determinar a adoção das devidas providências para que
cessem os motivos que lhe deram causa. 2 - serviço da dívida; (NR)
§1º - Ao sindicato de trabalhadores, ou a representante 3 - qualquer outra despesa corrente não vinculada
que designar, é garantido requerer a interdição de diretamente aos investimentos ou ações apoiados. (NR)
máquina, de setor de serviço ou de todo o ambiente de
- Parágrafo único acrescentado pela Emenda
trabalho, quando houver exposição a risco iminente
Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
para a vida ou a saúde dos empregados.
Artigo 233 - As ações governamentais e os programas de
§2º - Em condições de risco grave ou iminente no local
assistência social, pela sua natureza emergencial e
de trabalho, será lícito ao empregado interromper suas
compensatória, não deverão prevalecer sobre a
atividades, sem prejuízo de quaisquer direitos, até a
formulação e aplicação de políticas sociais básicas nas
eliminação do risco.
áreas de saúde, educação, abastecimento, transporte e
§3º - O Estado atuará para garantir a saúde e a alimentação.
segurança dos empregados nos ambientes de trabalho.
Artigo 234 - O Estado subvencionará os programas
§4º - É assegurada a cooperação dos sindicatos de desenvolvidos pelas entidades assistenciais
trabalhadores nas ações de vigilância sanitária filantrópicas e sem fins lucrativos, com especial atenção
desenvolvidas no local de trabalho. às que se dediquem à assistência aos portadores de
deficiências, conforme critérios definidos em lei, desde
Artigo 230 - O Estado garantirá o funcionamento de
que cumpridas as exigências de fins dos serviços de
unidades terapêuticas para recuperação de usuários de
assistência social a serem prestados.
substâncias que geram dependência física ou psíquica,
resguardado o direito de livre adesão dos pacientes, Parágrafo único - Compete ao Estado a fiscalização dos
salvo ordem judicial. serviços prestados pelas entidades citadas no “caput”
deste artigo.
Artigo 231 - Assegurar-se-á ao paciente, internado em
hospitais da rede pública ou privada, a faculdade de ser Artigo 235 - Revogado.
assistido, religiosa e espiritualmente, por ministro de
- Artigo 235 revogado pela Emenda Constitucional nº 44,
culto religioso.
de 18/12/2017.
SEÇÃO III
Artigo 236 - O Estado criará o Conselho Estadual de
Da Promoção Social Promoção Social, cuja composição, funções e
regulamentos serão definidos em lei.
Artigo 232 - As ações do Poder Público, por meio de
programas e projetos na área de promoção social, serão CAPÍTULO III

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Da Educação, da Cultura e dos Esportes e Lazer com deficiência ou com mobilidade reduzida, mediante
a supressão de barreiras e obstáculos nos espaços e
SEÇÃO I
mobiliários. (NR)
Da Educação
- § 4º acrescentado pela Emenda Constitucional nº 39,
Artigo 237 - A educação, ministrada com base nos de 27/01/2014.
princípios estabelecidos no artigo 205 e seguintes da
Artigo 240 - Os Municípios responsabilizar-se-ão
Constituição Federal e inspirada nos princípios de
prioritariamente pelo ensino fundamental, inclusive
liberdade e solidariedade humana, tem por fim:
para os que a ele não tiveram acesso na idade própria,
I - a compreensão dos direitos e deveres da pessoa e pré-escolar, só podendo atuar nos níveis mais
humana, do cidadão, do Estado, da família e dos demais elevados quando a demanda naqueles níveis estiver
grupos que compõem a comunidade; plena e satisfatoriamente atendida, do ponto de vista
qualitativo e quantitativo.
II - o respeito à dignidade e às liberdades fundamentais
da pessoa humana; Artigo 241 - O Plano Estadual de Educação, estabelecido
em lei, é de responsabilidade do Poder Público Estadual,
III - o fortalecimento da unidade nacional e da
tendo sua elaboração coordenada pelo Executivo,
solidariedade internacional;
consultados os órgãos descentralizados do Sistema
IV - o desenvolvimento integral da personalidade Estadual de Ensino, a comunidade educacional, e
humana e a sua participação na obra do bem comum; considerados os diagnósticos e necessidades apontados
nos Planos Municipais de Educação.
V - o preparo do indivíduo e da sociedade para o
domínio dos conhecimentos científicos e tecnológicos Artigo 242 - O Conselho Estadual de Educação é órgão
que lhes permitam utilizar as possibilidades e vencer as normativo, consultivo e deliberativo do sistema de
dificuldades do meio, preservando-o; ensino do Estado de São Paulo, com suas atribuições,
organização e composição definidas em lei.
VI - a preservação, difusão e expansão do patrimônio
cultural; Artigo 243 - Os critérios para criação de Conselhos
Regionais e Municipais de Educação, sua composição e
VII - a condenação a qualquer tratamento desigual por
atribuições, bem como as normas para seu
motivo de convicção filosófica, política ou religiosa, bem
funcionamento, serão estabelecidos e regulamentados
como a quaisquer preconceitos de classe, raça ou sexo;
por lei.
VIII - o desenvolvimento da capacidade de elaboração e
Artigo 244 - O ensino religioso, de matrícula facultativa,
reflexão crítica da realidade.
constituirá disciplina dos horários normais das escolas
Artigo 238 - A lei organizará o Sistema de Ensino do públicas de ensino fundamental.
Estado de São Paulo, levando em conta o princípio da
Artigo 245 - Nos três níveis de ensino, será estimulada a
descentralização.
prática de esportes individuais e coletivos, como
Artigo 239 - O Poder Público organizará o Sistema complemento à formação integral do indivíduo.
Estadual de Ensino, abrangendo todos os níveis e
Parágrafo Único - A prática referida no “caput”, sempre
modalidades, incluindo a especial, estabelecendo
que possível, será levada em conta em face das
normas gerais de funcionamento para as escolas
necessidades dos portadores de deficiências.
públicas estaduais e municipais, bem como para as
particulares. Artigo 246 - É vedada a cessão de uso de próprios
públicos estaduais, para o funcionamento de
§1º - Os Municípios organizarão, igualmente, seus
estabelecimentos de ensino privado de qualquer
sistemas de ensino.
natureza.
§2º - O Poder Público oferecerá atendimento
Artigo 247 - A educação da criança de zero a seis anos,
especializado aos portadores de deficiências,
integrada ao sistema de ensino, respeitará as
preferencialmente na rede regular de ensino.
características próprias dessa faixa etária.
§3º - As escolas particulares estarão sujeitas à
Artigo 248 - O órgão próprio de educação do Estado será
fiscalização, controle e avaliação, na forma da lei.
responsável pela definição de normas, autorização de
§4° - O Poder Público adequará as escolas e tomará as funcionamento, supervisão e fiscalização das creches e
medidas necessárias quando da construção de novos pré-escolas públicas e privadas no Estado.
prédios, visando promover a acessibilidade das pessoas

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Parágrafo único - Aos Municípios, cujos sistemas de Artigo 251 - A lei assegurará a valorização dos
ensino estejam organizados, será delegada profissionais de ensino, mediante fixação de planos de
competência para autorizar o funcionamento e carreira para o magistério público, com piso salarial
supervisionar as instituições de educação das crianças profissional, carga horária compatível com o exercício
de zero a seis anos de idade. das funções e ingresso exclusivamente por concurso
público de provas e títulos.
Artigo 249 - O ensino fundamental, com oito anos de
duração é obrigatório para todas as crianças, a partir dos Artigo 252 - O Estado manterá seu próprio sistema de
sete anos de idade, visando a propiciar formação básica ensino superior, articulado com os demais níveis.
e comum indispensável a todos.
Parágrafo único - O sistema de ensino superior do
§1º - É dever do Poder Público o provimento, em todo o Estado de São Paulo incluirá universidades e outros
território paulista, de vagas em número suficiente para estabelecimentos.
atender à demanda do ensino fundamental obrigatório
Artigo 253 - A organização do sistema de ensino
e gratuito.
superior do Estado será orientada para a ampliação do
§2º - A atuação da administração pública estadual no número de vagas oferecidas no ensino público diurno e
ensino público fundamental dar-se-á por meio de rede noturno, respeitadas as condições para a manutenção
própria ou em cooperação técnica e financeira com os da qualidade de ensino e do desenvolvimento da
Municípios, nos termos do artigo 30, VI, da Constituição pesquisa.
Federal, assegurando a existência de escolas com corpo
Parágrafo único - As universidades públicas estaduais
técnico qualificado e elevado padrão de qualidade,
deverão manter cursos noturnos que, no conjunto de
devendo ser definidas com os Municípios formas de
suas unidades, correspondam a um terço pelo menos,
colaboração, de modo a assegurar a universalização do
do total das vagas por elas oferecidas.
ensino obrigatório. (NR)
Artigo 254 - A autonomia da universidade será exercida,
- § 2º com redação dada pela Emenda Constitucional nº
respeitando, nos termos do seu estatuto, a necessária
21, de 14/02/2006.
democratização do ensino e a responsabilidade pública
§3º - O ensino fundamental público e gratuito será da instituição, observados os seguintes princípios:
também garantido aos jovens e adultos que, na idade
I - utilização dos recursos de forma a ampliar o
própria, a ele não tiveram acesso, e terá organização
atendimento à demanda social, tanto mediante cursos
adequada às características dos alunos.
regulares, quanto atividades de extensão;
§4º - Caberá ao Poder Público prover o ensino
II - representação e participação de todos os segmentos
fundamental diurno e noturno, regular e supletivo,
da comunidade interna nos órgãos decisórios e na
adequado às condições de vida do educando que já
escolha de dirigentes, na forma de seus estatutos.
tenha ingressado no mercado de trabalho.
§1º - A lei criará formas de participação da sociedade,
§5º - É permitida a matrícula no ensino fundamental, a
por meio de instâncias públicas externas à universidade,
partir dos seis anos de idade, desde que plenamente
na avaliação do desempenho da gestão dos recursos.
atendida a demanda das crianças de sete anos de idade.
(NR)
Artigo 250 - O Poder Público responsabilizar-se-á pela
- Parágrafo único transformado em § 1º pela Emenda
manutenção e expansão do ensino médio, público e
Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
gratuito, inclusive para os jovens e adultos que, na idade
própria, a ele não tiveram acesso, tomando §2º - É facultado às universidades admitir professores,
providências para universalizá-lo. técnicos e cientistas estrangeiros, na forma da lei. (NR)
§1º - O Estado proverá o atendimento do ensino médio §3º - O disposto neste artigo aplica-se às instituições de
em curso diurno e noturno, regular e supletivo, aos pesquisa científica e tecnológica. (NR)
jovens e adultos, especialmente trabalhadores, de
- §§ 2º e 3º acrescentados pela Emenda Constitucional
forma compatível com suas condições de vida.
nº 21, de 14/02/2006.
§2º - Além de outras modalidades que a lei vier a
Artigo 255 - O Estado aplicará, anualmente, na
estabelecer no ensino médio, fica assegurada a
manutenção e no desenvolvimento do ensino público,
especificidade do curso de formação do magistério para
no mínimo, trinta por cento da receita resultante de
a pré-escola e das quatro primeiras séries do ensino
impostos, incluindo recursos provenientes de
fundamental, inclusive com formação de docentes para
transferências.
atuarem na educação de portadores de deficiências.

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Parágrafo único - A lei definirá as despesas que se Artigo 262 - O Poder Público incentivará a livre
caracterizem como manutenção e desenvolvimento do manifestação cultural mediante:
ensino.
I - criação, manutenção e abertura de espaços públicos
Artigo 256 - O Estado e os Municípios publicarão, até devidamente equipados e capazes de garantir a
trinta dias após o encerramento de cada trimestre, produção, divulgação e apresentação das
informações completas sobre receitas arrecadadas e manifestações culturais e artísticas;
transferências de recursos destinados à educação,
II - desenvolvimento de intercâmbio cultural e artístico
nesse período e discriminadas por nível de ensino.
com os Municípios, integração de programas culturais e
Artigo 257 - A distribuição dos recursos públicos apoio à instalação de casas de cultura e de bibliotecas
assegurará prioridade ao atendimento das necessidades públicas;
do ensino fundamental.
III - acesso aos acervos das bibliotecas, museus, arquivos
Parágrafo único - Parcela dos recursos públicos e congêneres;
destinados à educação deverá ser utilizada em
IV - promoção do aperfeiçoamento e valorização dos
programas integrados de aperfeiçoamento e
profissionais da cultura;
atualização para os educadores em exercício no ensino
público. V - planejamento e gestão do conjunto das ações,
garantida a participação de representantes da
Artigo 258 - O Poder Público poderá, mediante
comunidade;
convênio, destinar parcela dos recursos de que trata o
artigo 255 a instituições filantrópicas, definidas em lei, VI - compromisso do Estado de resguardar e defender a
para a manutenção e o desenvolvimento de integridade, pluralidade, independência e autenticidade
atendimento educacional, especializado e gratuito a das culturas brasileiras, em seu território;
educandos portadores de necessidades especiais. (NR)
VII - cumprimento, por parte do Estado, de uma política
- Artigo 258 com redação dada pela Emenda cultural não intervencionista, visando à participação de
Constitucional nº 13, de 04/12/2001. todos na vida cultural;
SEÇÃO II VIII - preservação dos documentos, obras e demais
registros de valor histórico ou científico.
Da Cultura
Artigo 263 - A lei estimulará, mediante mecanismos
Artigo 259 - O Estado garantirá a todos o pleno exercício
específicos, os empreendimentos privados que se
dos direitos culturais e o acesso às fontes da cultura, e
voltem à preservação e à restauração do patrimônio
apoiará e incentivará a valorização e a difusão de suas
cultural do Estado, bem como incentivará os
manifestações.
proprietários de bens culturais tombados, que atendam
Artigo 260 - Constituem patrimônio cultural estadual os às recomendações de preservação do patrimônio
bens de natureza material e imaterial, tomados cultural.
individualmente ou em conjunto, portadores de
Artigo 263-A - É facultado ao Poder Público vincular a
referências à identidade, à ação e à memória dos
fundo estadual de fomento à cultura até cinco décimos
diferentes grupos formadores da sociedade nos quais se
por cento de sua receita tributária líquida, para o
incluem:
financiamento de programas e projetos culturais,
I - as formas de expressão; vedada a aplicação desses recursos no pagamento de:
(NR)
II - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
I - despesas com pessoal e encargos sociais; (NR)
III - as obras, objetos, documentos, edificações e demais
espaços destinados às manifestações artístico-culturais; II - serviço da dívida; (NR)
IV - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, III - qualquer outra despesa corrente não vinculada
paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, diretamente aos investimentos ou ações apoiados. (NR)
ecológico e científico.
- Artigo 263-A acrescentado pela Emenda Constitucional
Artigo 261 - O Poder Público pesquisará, identificará, nº 21, de 14/02/2006.
protegerá e valorizará o patrimônio cultural paulista,
SEÇÃO III
através do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico,
Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Dos Esportes e Lazer
Paulo - CONDEPHAAT, na forma que a lei estabelecer.

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Artigo 264 - O Estado apoiará e incentivará as práticas §1º - A política a ser definida pelo Conselho Estadual de
esportivas formais e não formais, como direito de todos. Ciência e Tecnologia deverá orientar-se pelas seguintes
diretrizes:
Artigo 265 - O Poder Público apoiará e incentivará o
lazer como forma de integração social. 1 - desenvolvimento do sistema produtivo estadual;
Artigo 266 - As ações do Poder Público e a destinação de 2 - aproveitamento racional dos recursos naturais,
recursos orçamentários para o setor darão prioridade: preservação e recuperação do meio ambiente;
I - ao esporte educacional, ao esporte comunitário e, na 3 - aperfeiçoamento das atividades dos órgãos e
forma da lei, ao esporte de alto rendimento; entidades responsáveis pela pesquisa científica e
tecnológica;
II - ao lazer popular;
4 - garantia de acesso da população aos benefícios do
III - à construção e manutenção de espaços
desenvolvimento científico e tecnológico;
devidamente equipados para as práticas esportivas e o
lazer; 5 - atenção especial às empresas nacionais,
notadamente às médias, pequenas e microempresas.
IV - à promoção, estímulo e orientação à prática e
difusão da Educação Física; §2º - A estrutura, organização, composição e
competência desse Conselho serão definidas em lei.
V - à adequação dos locais já existentes e previsão de
medidas necessárias quando da construção de novos Artigo 270 - O Poder Público apoiará e estimulará,
espaços, tendo em vista a prática de esportes e mediante mecanismos definidos em lei, instituições e
atividades de lazer por parte dos portadores de empresas que invistam em pesquisa e criação de
deficiências, idosos e gestantes, de maneira integrada tecnologia, observado o disposto no artigo 218, § 4º, da
aos demais cidadãos. Constituição Federal.
Parágrafo único - O Poder Público estimulará e apoiará Artigo 271 - O Estado destinará o mínimo de um por
as entidades e associações da comunidade dedicadas às cento de sua receita tributária à Fundação de Amparo à
práticas esportivas. Pesquisa do Estado de São Paulo, como renda de sua
privativa administração, para aplicação em
Artigo 267 - O Poder Público incrementará a prática
desenvolvimento científico e tecnológico.
esportiva às crianças, aos idosos e aos portadores de
deficiências. Parágrafo único - A dotação fixada no “caput”, excluída
a parcela de transferência aos Municípios, de acordo
CAPÍTULO IV
com o artigo 158, IV, da Constituição Federal, será
Da Ciência e Tecnologia transferida mensalmente, devendo o percentual ser
calculado sobre a arrecadação do mês de referência e
Artigo 268 - O Estado promoverá e incentivará o
ser pago no mês subsequente.
desenvolvimento científico, a pesquisa e a capacitação
tecnológica. Artigo 272 - O patrimônio físico, cultural e científico dos
museus, institutos e centros de pesquisa da
§1º - A pesquisa científica receberá tratamento
administração direta, indireta e fundacional são
prioritário do Estado, diretamente ou por meio de seus
inalienáveis e intransferíveis, sem audiência da
agentes financiadores de fomento, tendo em vista o
comunidade científica e aprovação prévia do Poder
bem público e o progresso da ciência.
Legislativo.
§2º - A pesquisa tecnológica voltar-se-á
Parágrafo único - O disposto neste artigo não se aplica à
preponderantemente para a solução dos problemas
doação de equipamentos e insumos para a pesquisa,
sociais e ambientais e para o desenvolvimento do
quando feita por entidade pública de fomento ao ensino
sistema produtivo, procurando harmonizá-lo com os
e à pesquisa científica e tecnológica, para outra
direitos fundamentais e sociais dos cidadãos.
entidade pública da área de ensino e pesquisa em
Artigo 269 - O Estado manterá Conselho Estadual de ciência e tecnologia.
Ciência e Tecnologia com o objetivo de formular,
CAPÍTULO V
acompanhar, avaliar e reformular a política estadual
científica e tecnológica e coordenar os diferentes Da Comunicação Social
programas de pesquisa.
Artigo 273 - A ação do Estado, no campo da
comunicação, fundar-se-á sobre os seguintes princípios:

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I - democratização do acesso às informações; - Artigo 277, "caput", com redação dada pela Emenda
Constitucional nº 38 de 16/10/2013.
II - pluralismo e multiplicidade das fontes de
informação; Parágrafo único - O direito à proteção especial,
conforme a lei, abrangerá, entre outros, os seguintes
III - visão pedagógica da comunicação dos órgãos e
aspectos:
entidades públicas.
1 - garantia à criança e ao adolescente de conhecimento
Artigo 274 - Os órgãos de comunicação social
formal do ato infracional que lhe seja atribuído, de
pertencentes ao Estado, as fundações instituídas ou
igualdade na relação processual, representação legal,
mantidas pelo Poder Público ou a quaisquer entidades
acompanhamento psicológico e social e defesa técnica
sujeitas, direta ou indiretamente, ao seu controle
por profissionais habilitados;
econômico, serão utilizados de modo a assegurar a
possibilidade de expressão e confronto das diversas 2 - obrigação de empresas e instituições, que recebam
correntes de opinião. do Estado recursos financeiros para a realização de
programas, projetos e atividades culturais,
CAPÍTULO VI
educacionais, de lazer e outros afins, de preverem o
Da Defesa do Consumidor acesso e a participação de portadores de deficiências.
Artigo 275 - O Estado promoverá a defesa do Artigo 278 - O Poder Público promoverá programas
consumidor mediante adoção de política especiais, admitindo a participação de entidades não
governamental própria e de medidas de orientação e governamentais e tendo como propósito:
fiscalização, definidas em lei.
I - assistência social e material às famílias de baixa renda
Parágrafo único - A lei definirá também os direitos dos egressos de hospitais psiquiátricos do Estado, até
básicos dos consumidores e os mecanismos de estímulo sua reintegração na sociedade;
à auto-organização da defesa do consumidor, de
II - concessão de incentivo às empresas para adequação
assistência judiciária e policial especializada e de
de seus equipamentos, instalações e rotinas de trabalho
controle de qualidade dos serviços públicos.
aos portadores de deficiências;
Artigo 276 - O Sistema Estadual de Defesa do
III - garantia às pessoas idosas de condições de vida
Consumidor, integrado por órgãos públicos das áreas de
apropriadas, frequência e participação em todos os
saúde, alimentação, abastecimento, assistência
equipamentos, serviços e programas culturais,
judiciária, crédito, habitação, segurança e educação,
educacionais, esportivos, recreativos e de lazer,
com atribuições de tutela e promoção dos
defendendo sua dignidade e visando à sua integração à
consumidores de bens e serviços, terá como órgão
sociedade;
consultivo e deliberativo o Conselho Estadual de Defesa
do Consumidor, com atribuições e composição definidas IV - integração social de portadores de deficiências,
em lei. mediante treinamento para o trabalho, convivência e
facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos;
CAPÍTULO VII
V - criação e manutenção de serviços de prevenção,
Da Proteção Especial
orientação, recebimento e encaminhamento de
SEÇÃO I denúncias referentes à violência;
Da Família, da Criança, do Adolescente, do Jovem, do VI - instalação e manutenção de núcleos de
Idoso e dos Portadores de Deficiências (NR) atendimento especial e casas destinadas ao
acolhimento provisório de crianças, adolescentes,
- Seção I com redação dada pela Emenda Constitucional
idosos, portadores de deficiências e vítimas de
nº 38 de 16/10/2013.
violência, incluindo a criação de serviços jurídicos de
Artigo 277 - Cabe ao Poder Público, bem como à família, apoio às vítimas, integrados a atendimento psicológico
assegurar à criança, ao adolescente, ao jovem, ao idoso e social;
e aos portadores de deficiências, com absoluta
VII - nos internamentos de crianças com até doze anos
prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à
nos hospitais vinculados aos órgãos da administração
educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
direta ou indireta, é assegurada a permanência da mãe,
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência
também nas enfermarias, na forma da lei;
familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de
toda forma de negligência, discriminação, exploração, VIII - prestação de orientação e informação sobre a
violência, crueldade e agressão. (NR) sexualidade humana e conceitos básicos da instituição

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da família, sempre que possível, de forma integrada aos §3º - O Estado protegerá as terras, as tradições, usos e
conteúdos curriculares do ensino fundamental e médio; costumes dos grupos indígenas integrantes do
patrimônio cultural e ambiental estadual.
IX - criação e manutenção de serviços e programas de
prevenção e orientação contra entorpecentes, álcool e Artigo 283 - A lei disporá sobre formas de proteção do
drogas afins, bem como de encaminhamento de meio ambiente nas áreas contíguas às reservas e áreas
denúncias e atendimento especializado, referentes à tradicionalmente ocupadas por grupos indígenas,
criança, ao adolescente, ao adulto e ao idoso observado o disposto no artigo 231 da Constituição
dependentes. Federal.
Artigo 279 - Os Poderes Públicos estadual e municipal TÍTULO VIII
assegurarão condições de prevenção de deficiências,
Disposições Constitucionais Gerais
com prioridade para a assistência pré-natal e à infância,
bem como integração social de portadores de Artigo 284 - O Estado comemorará, anualmente, no
deficiências, mediante treinamento para o trabalho e período de 3 a 9 de julho, a Revolução Constitucionalista
para a convivência, mediante: de 1932.
I - criação de centros profissionalizantes para Artigo 285 - Fica assegurado a todos livre e amplo acesso
treinamento, habilitação e reabilitação profissional de às praias do litoral paulista
portadores de deficiências, oferecendo os meios
§1º - Sempre que, de qualquer forma, for impedido ou
adequados para esse fim aos que não tenham condições
dificultado esse acesso, o Ministério Público tomará
de frequentar a rede regular de ensino;
imediata providência para a garantia desse direito.
II - implantação de sistema “Braille” em
§2º - O Estado poderá utilizar-se da desapropriação para
estabelecimentos da rede oficial de ensino, em cidade
abertura de acesso a que se refere o “caput”.
pólo regional, de forma a atender às necessidades
educacionais e sociais dos portadores de deficiências. Artigo 286 - Fica assegurada a criação de creches nos
presídios femininos e, às mães presidiárias, a adequada
Parágrafo único - As empresas que adaptarem seus
assistência aos seus filhos durante o período de
equipamentos para o trabalho de portadores de
amamentação.
deficiências poderão receber incentivos, na forma da lei.
Artigo 287 - Declarado inconstitucional, em controle
Artigo 280 - É assegurado, na forma da lei, aos
concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal.
portadores de deficiências e aos idosos, acesso
adequado aos logradouros e edifícios de uso público, Parágrafo único - Declarado inconstitucional, em
bem como aos veículos de transporte coletivo urbano. controle concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal.
Artigo 281 - O Estado propiciará, por meio de - Artigo 287 e seu parágrafo único foram declarados
financiamentos, aos portadores de deficiências, a inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal nos
aquisição dos equipamentos que se destinam a uso autos da ADI nº 326/1990, julgada em 13/10/1994.
pessoal e que permitam a correção, diminuição e
Artigo 288 - É assegurada a participação dos servidores
superação de suas limitações, segundo condições a
públicos nos colegiados e diretorias dos órgãos públicos
serem estabelecidas em lei.
em que seus interesses profissionais, de assistência
SEÇÃO II médica e previdenciários sejam objeto de discussão e
deliberação, na forma da lei.
Dos Índios
Artigo 289 - O Estado criará crédito educativo, por meio
Artigo 282 - O Estado fará respeitar os direitos, bens
de suas entidades financeiras, para favorecer os
materiais, crenças, tradições e todas as demais
estudantes de baixa renda, na forma que dispuser a lei.
garantias conferidas aos índios na Constituição Federal.
Artigo 290 - Toda e qualquer pensão paga pelo Estado,
§1º - Compete ao Ministério Público a defesa judicial
a qualquer título, não poderá ser de valor inferior ao do
dos direitos e interesses das populações indígenas, bem
salário mínimo vigente no País.
como intervir em todos os atos do processo em que os
índios sejam partes. Artigo 291 - Todos terão o direito de, em caso de
condenação criminal, obter das repartições policiais e
§2º - A Defensoria Pública prestará assistência jurídica
judiciais competentes, após reabilitação, bem como no
aos índios do Estado, suas comunidades e organizações.
caso de inquéritos policiais arquivados, certidões e
informações de folha corrida, sem menção aos

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antecedentes, salvo em caso de requisição judicial, do - Paragráfo único com redação dada pela Emenda
Ministério Público, ou para fins de concurso público. Constitucional nº 3, de 11/11/1996.
Parágrafo único - Observar-se-á o disposto neste artigo Artigo 1º-A - Os Deputados integrantes da legislatura
quando o interesse for de terceiros. iniciada em 15 de março de 2019 exercerão seus
mandatos até 14 de março de 2023.
Artigo 292 - O Poder Executivo elaborará plano de
desenvolvimento orgânico e integrado, com a Parágrafo único - A legislatura subsequente começará
participação dos Municípios interessados, abrangendo em 15 de março de 2023, e se encerrará em 31 de
toda a zona costeira do Estado. janeiro de 2027, iniciando-se a imediatamente
posterior, assim como as que se seguirão a ela, em 1º de
Artigo 293 - Os Municípios atendidos pela Companhia
fevereiro, nos termos do § 2º do artigo 9º desta
de Saneamento Básico do Estado de São Paulo poderão
Constituição.” (NR)
criar e organizar seus serviços autônomos de água e
esgoto. - Artigo 1°-A acrescentado pela Emenda Constitucional
n° 47, de 14/03/2019.
Parágrafo único - Declarado inconstitucional, em
controle concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal. Artigo 2º - O atual Governador do Estado, empossado
em 15 de março de 1987, exercerá seu mandato até 15
- Paragráfo único foi declarado inconstitucional pelo
de março de 1991, data em que tomará posse o
Supremo Tribunal Federal nos autos da ADI nº
Governador eleito para o período seguinte.
1746/1997, julgada em 18/09/2014.
Parágrafo único - O Governador eleito para o período
Artigo 294 - Fica assegurada a participação da sociedade
seguinte ao atual exercerá seu mandato até 1º de
civil nos conselhos estaduais previstos nesta
janeiro de 1995.
Constituição, com composição e competência definidas
em lei. Artigo 3º - A revisão constitucional será iniciada
imediatamente após o término da prevista no artigo 3º
Artigo 295 - O Estado manterá um sistema unificado
do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da
visando à localização, informação e referências de
Constituição Federal e aprovada pelo voto da maioria
pessoas desaparecidas.
absoluta dos membros da Assembleia Legislativa.
Artigo 296 - É vedada a concessão de incentivos e
Artigo 4º - O Regimento Interno da Assembleia
isenções fiscais às empresas que comprovadamente não
Legislativa estabelecerá normas procedimentais com
atendam às normas de preservação ambiental e às
rito especial e sumaríssimo, com o fim de adequar esta
relativas à saúde e à segurança do trabalho.
Constituição ou suas leis complementares à legislação
Artigo 297 - São também aplicáveis no Estado, no que federal.
couber, os artigos das Emendas à Constituição Federal
Artigo 5º - A Capital do Estado poderá ser transferida
que não integram o corpo do texto constitucional, bem
mediante lei, desde que estudos técnicos demonstrem
como as alterações efetuadas no texto da Constituição
a conveniência dessa mudança e após plebiscito, com
Federal que causem implicações no âmbito estadual,
resultado favorável, pelo eleitorado do Estado.
ainda que não contempladas expressamente pela
Constituição do Estado. (NR) Artigo 6º - Até 28 de junho de 1990, as empresas
públicas, sociedades de economia mista e as fundações
- Artigo 297 acrescentado pela Emenda Constitucional
instituídas ou mantidas pelo Poder Público estadual
nº 21, de 14/02/2006.
incorporarão aos seus estatutos as normas desta
Constituição que digam respeito às suas atividades e
serviços.
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
Artigo 7º - As quatro primeiras vagas de Conselheiros do
Artigo 1º - Os Deputados integrantes da atual
Tribunal de Contas do Estado, ocorridas a partir da data
legislatura, iniciada em 15 de março de 1987, exercerão
da publicação desta Constituição, serão preenchidas na
seus mandatos até 15 de março de 1991, data em que
conformidade do disposto no artigo 31, § 2º, item 2,
se iniciará a legislatura seguinte.
desta Constituição.
Parágrafo único - Os Deputados eleitos para a legislatura
Parágrafo único - Após o preenchimento das vagas, na
seguinte à atual exercerão seus mandatos até 14 de
forma prevista neste artigo, serão obedecidos o critério
março de 1995. (NR)
e a ordem fixados pelo artigo 31, §§ 1º e 2º, desta
Constituição.

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- O Supremo Tribunal Federal conferiu interpretação direitos e deveres, garantias e prerrogativas, proibições
conforme a Constituição ao parágrafo único do artigo 7º e impedimentos dos Procuradores do Estado. (NR)
do ADCT nos autos da ADI nº 374/1990, julgada em
- Artigo 11-A acrescentado pela Emenda Constitucional
22/03/2012.
nº 19, de 14/04/2004.
Artigo 8º - Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário,
Artigo 12 - Os créditos a que se refere o artigo 57, §§ 3º
no prazo de cento e oitenta dias, proporão uma forma
e 4º, bem como os saldos devedores dos precatórios
de integração dos seus controles internos em
judiciários, incluindo-se o remanescente de juros e
conformidade com o artigo 35 desta Constituição.
correção monetária pendentes de pagamento na data
Artigo 9º - Enquanto não forem criados os serviços da promulgação desta Constituição, serão pagos em
auxiliares a que se refere o artigo 92, IV, desta moeda corrente com atualização até a data do efetivo
Constituição, o Ministério Público terá assegurados, em depósito, da seguinte forma:
caráter temporário, os meios necessários ao
I - no exercício de 1990, serão pagos os precatórios
desempenho das funções a que se refere o artigo 97.
judiciários protocolados até 01/07/83;
Artigo 10 - Dentro de cento e oitenta dias, a contar da
II - no exercício de 1991, os protocolados no período de
promulgação desta Constituição, o Poder Executivo
02/07/83 a 01/07/85;
encaminhará à Assembleia Legislativa o projeto de Lei
Orgânica a que se refere o artigo 103, parágrafo único. III - no exercício de 1992, os protocolados no período de
Enquanto não entrar em funcionamento a Defensoria 02/07/85 a 01/07/87;
Pública, suas atribuições poderão ser exercidas pela
IV - no exercício de 1993, os protocolados no período de
Procuradoria de Assistência Judiciária da Procuradoria
02/07/87 a 01/07/89;
Geral do Estado ou por advogados contratados ou
conveniados com o Poder Público. V - no exercício de 1994, os protocolados no período de
02/07/89 a 01/07/91;
Artigo 11 - Aos procuradores do Estado, no prazo de
sessenta dias da promulgação da Lei Orgânica da VI - no exercício de 1995, os protocolados no período de
Defensoria Pública, será facultada opção, de forma 02/07/91 a 01/07/93;
irretratável, pela permanência no quadro da
VII - no exercício de 1996, os protocolados no período
Procuradoria Geral do Estado, ou no quadro de carreira
de 02/07/93 a 01/07/94;
de Defensor Público, garantidas as vantagens, níveis e
proibições. VIII - no exercício de 1997, os protocolados no período
de 02/07/94 a 01/07/96.
Artigo 11-A - A assunção das funções dos órgãos
jurídicos das autarquias, inclusive as de regime especial, §1º - Os precatórios judiciários referentes aos créditos
pela Procuradoria Geral do Estado fica condicionada à de natureza não alimentar, sujeitos ao preceito
adequação da estrutura organizacional desta, sem estabelecido no artigo 33 do Ato das Disposições
prejuízo da possibilidade de imediata designação de Constitucionais Transitórias da Constituição Federal
Procuradores do Estado para a execução de tarefas estão excluídos da forma de pagamento disposta neste
específicas do interesse das entidades autárquicas, por artigo.
ato do Procurador-Geral do Estado, mediante prévia
§2º - A forma de pagamento a que se refere este artigo
solicitação do respectivo Superintendente. (NR)
não desobriga as entidades a efetuarem o pagamento
§1º - Os cargos e as funções-atividades de Procurador na forma do artigo 100 da Constituição Federal e artigo
de Autarquia, inclusive as de regime especial, exceto as 57, §§ 1º e 2º, desta Constituição.
universidades públicas estaduais, ficarão extintos, na
Artigo 12-A - Ressalvados os créditos definidos em lei
vacância, na forma a ser estabelecida em lei, assegurado
como de pequeno valor, os de natureza alimentícia, os
aos seus atuais titulares e ocupantes o exercício das
de que trata o artigo 33 do Ato das Disposições
atribuições respectivas, bem como a ascensão
Constitucionais Transitórias da Constituição Federal e
funcional, nos termos da legislação em vigor. (NR)
suas complementações e os que já tiverem os seus
§2º - Enquanto não efetivada por completo a assunção respectivos recursos liberados ou depositados em juízo,
dos órgãos jurídicos das autarquias pela Procuradoria os precatórios pendentes na data de promulgação da
Geral do Estado, a eles continuará aplicável o disposto Emenda à Constituição Federal nº 30, de 13 de
no artigo 101, “caput”, desta Constituição, setembro de 2000, e os que decorram de ações iniciais
permanecendo os Procuradores de Autarquia que os ajuizadas até 31 de dezembro de 1999 serão liquidados
integram sujeitos às disposições legais atinentes a pelo seu valor real, em moeda corrente, acrescido dos

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juros legais, em prestações anuais, iguais e sucessivas, conferidos aos juízes de paz de que tratam os artigos 98,
no prazo máximo de dez anos, permitida a cessão de II, da Constituição Federal, artigo 30 do Ato das
créditos. (NR) Disposições Constitucionais Transitórias e artigo 89
desta Constituição.
§1º - É permitida a decomposição de parcelas, a critério
do credor. (NR) Artigo 17 - Lei a ser editada no prazo de quatro meses
após a promulgação desta Constituição, disporá sobre
§2º - As prestações anuais a que se refere o "caput"
normas para criação dos cartórios extra-judiciais,
deste artigo terão, se não liquidadas até o final do
levando-se em consideração sua distribuição
exercício a que se referem, poder liberatório do
geográfica, a densidade populacional e a demanda do
pagamento de tributos da entidade devedora. (NR)
serviço.
§3º - O prazo referido no "caput" deste artigo fica
- Artigo 17 ver ADI nº 4223/2009.
reduzido para dois anos, nos casos de precatórios
judiciais originários de desapropriação de imóvel §1º - O Poder Executivo providenciará no sentido de
residencial do credor, desde que comprovadamente que, no prazo de seis meses após a publicação da lei
único à época da imissão na posse. (NR) mencionada no “caput” deste artigo, seja dado
cumprimento a ela, instalando-se os cartórios.
§4º - O Presidente do Tribunal competente deverá,
vencido o prazo ou em caso de omissão no orçamento, §2º - Os cartórios extrajudiciais localizar-se-ão,
ou preterição ao direito de precedência, a requerimento obrigatoriamente, na circunscrição onde tenham
do credor, requisitar ou determinar o sequestro de atribuições.
recursos financeiros da entidade executada, suficientes
Artigo 18 - Os servidores civis da administração direta,
à satisfação da prestação. (NR)
autárquica e das fundações instituídas ou mantidas pelo
- Artigo 12-A acrescentado pela Emenda Constitucional Poder Público em exercício na data da promulgação
nº 21, de 14/02/2006. desta Constituição, que não tenham sido admitidos na
forma regulada pelo artigo 37 da Constituição Federal,
Artigo 13 - O Tribunal de Justiça, no prazo de cento e
são considerados estáveis no serviço público, desde que
oitenta dias contados da promulgação desta
contassem, em 5 de outubro de 1988, cinco anos
Constituição, encaminhará projeto de lei fixando a
continuados, em serviço.
forma e os termos para criação de Tribunais de Alçada
Regionais, a que se refere o artigo 71. §1º - O tempo de serviço dos servidores referidos neste
artigo será contado como título, quando se submeterem
Artigo 14 - A competência das Turmas de Recursos a que
a concurso para fins de efetivação, na forma da lei.
se refere o artigo 84 entrará em vigor à medida que
forem designados seus juízes. Tais designações terão §2º - O disposto neste artigo não se aplica aos
seu início dentro de seis meses, pela Comarca da ocupantes de cargos, funções e empregos de confiança
Capital. ou em comissão, nem aos que a lei declare de livre
exoneração, cujo tempo de serviço não será computado
Artigo 15 - O Tribunal de Justiça, dentro do prazo de
para os fins do "caput" deste artigo, exceto se se tratar
noventa dias, após a promulgação desta Constituição,
de servidor.
encaminhará projeto de lei à Assembleia Legislativa,
dispondo sobre a organização, competência e instalação §3º - O disposto neste artigo não se aplica aos
dos Juizados Especiais a que se refere o artigo 87. professores de nível superior, nos termos da lei.
§1º - São mantidos os Juizados Especiais de Pequenas §4º - Para os integrantes das carreiras docentes do
Causas criados com base na Lei Federal nº 7.244, de 7 magistério público estadual não se considera, para os
de novembro de 1984, e na Lei Estadual nº 5.143, de 28 fins previstos no “caput”, a interrupção ou
de maio de 1986, bem como suas instâncias recursais. descontinuidade de exercício por prazo igual ou inferior
a noventa dias, exceto nos casos de dispensa ou
§2º - O projeto a que se refere o “caput” deste artigo
exoneração solicitadas pelo servidor.
deverá prever a instalação, na Capital, de Juizados
Especiais em número suficiente e localização adequada Artigo 19 - Para os efeitos do disposto no artigo 133, é
ao atendimento da população dos bairros periféricos. assegurado ao servidor o cômputo de tempo de
exercício anterior à data da promulgação desta
Artigo 16 - Até a elaboração da lei que criar e organizar
Constituição.
a Justiça de Paz, ficam mantidos os atuais juízes e
suplentes de juiz de casamentos, até a posse de novos Artigo 20 - O pagamento do adicional por tempo de
titulares, assegurando-lhes os direitos e atribuições serviço e da sexta parte, na forma prevista no artigo 129,

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será devido a partir do primeiro dia do mês seguinte ao anteriormente à data da promulgação desta
da publicação desta Constituição, vedada sua Constituição, corresponderão, no mínimo, àqueles
acumulação com vantagem já percebida por esses atribuídos ao cargo ou função de cujo exercício
títulos. decorreu a transformação.
Artigo 21 - Dentro de cento e oitenta dias, proceder-se- Parágrafo único - Aplica-se aos proventos dos
á à revisão dos direitos dos servidores públicos inativos aposentados o disposto no “caput” do presente artigo.
e pensionistas e à atualização dos proventos e pensões
Artigo 27 - Aplica-se o disposto no artigo 8º e seus
a eles devidos, a fim de ajustá-los ao disposto no artigo
parágrafos do Ato das Disposições Constitucionais
126, § 4º, desta Constituição e ao que dispõe a
Transitórias da Constituição Federal aos servidores
Constituição Federal, retroagindo seus efeitos a 5 de
públicos civis da administração direta, autárquica,
outubro de 1988.
fundacional e aos empregados das empresas públicas
Artigo 22 - Os atuais Supervisores de Ensino do Quadro ou sociedade de economia mista, sob controle estatal.
do Magistério, aposentados, que exerciam cargos ou
Artigo 28 - Será contado para todos os fins, como de
funções idênticas às do antigo Inspetor de Ensino
efetivo exercício, na carreira em que se encontrem, o
Médio, sob a égide da Lei nº 9.717, de 31 de janeiro de
tempo de serviço dos ex-integrantes das carreiras da
1967 ou do Decreto nº 49.532, de 26 de abril de 1968,
antiga Guarda Civil, Força Pública, Polícia Marítima,
em regime especial de trabalho ou de dedicação
Aérea e de Fronteiras e outras carreiras policiais
exclusiva, terão assegurado o direito à contagem do
extintas.
período exercido, para fim de incorporação.
Artigo 29 - Fica assegurada promoção na inatividade aos
Artigo 23 - Aos servidores extranumerários estáveis do
ex-integrantes da Força Pública, Guarda Civil, Polícia
Estado, ficam asseguradas todas as vantagens
Marítima, Aérea e de Fronteiras que se encontravam no
pecuniárias concedidas aos que, exercendo idênticas
serviço ativo em 9 de abril de 1970, hoje na ativa ou
funções, foram beneficiados pelas disposições da
inatividade, vinculados às Polícias Civil e Militar,
Constituição Federal de 1967.
mediante requerimento feito até noventa dias após
Artigo 24 - Os exercentes da função-atividade de promulgada esta Constituição que não tenham sido
Orientador Trabalhista e Orientador Trabalhista contemplados, de maneira isonômica, pelo artigo
Encarregado, originários do quadro da Secretaria de seguinte e pelas Leis nº 418/85, 4.794/85, 5.455/86 e
Relações do Trabalho, os Assistentes de Atendimento 6.471/89.
Jurídico da Fundação Estadual de Amparo ao
Artigo 30 - Aos integrantes inativos da Polícia Militar do
Trabalhador Preso, bem como os servidores públicos
Estado, a partir de 15 de março de 1968, em virtude de
que sejam advogados e que prestam serviços na
invalidez, a pedido, após trinta anos ou mais de serviço,
Procuradoria de Assistência Judiciária da Procuradoria
ou por haver atingido a idade limite para permanência
Geral do Estado, serão aproveitados na Defensoria
no serviço ativo e que não foram beneficiados por lei
Pública, desde que estáveis em 5 de outubro de 1988.
posterior àquela data, fica assegurado, a partir da
Parágrafo único - Os servidores referidos no “caput” promulgação desta Constituição, o apostilamento do
deste artigo serão aproveitados em função-atividade ou título ao posto ou graduação imediatamente superior
cargo idêntico ou correlato ao que exerciam ao que possuíam quando da transferência para a
anteriormente. inatividade, com vencimentos e vantagens integrais,
observando-se o disposto no artigo 40, §§ 4º e 5º, da
Artigo 25 - Ao servidor ocupante de cargo em comissão
Constituição Federal, inclusive.
ou designado para responder pelas atribuições de cargo
vago retribuído mediante “pro-labore”, ou em Parágrafo único - Os componentes da extinta Força
substituição de Direção, Chefia ou Encarregatura, com Pública do Estado, que em 8 de abril de 1970 se
direito à aposentadoria, que contar, no mínimo cinco encontravam em atividade na graduação de
anos contínuos ou dez intercalados em cargo de subtenente, terão seus títulos apostilados no posto
provimento dessa natureza, fica assegurada a superior ao que se encontram na data da promulgação
aposentadoria com proventos correspondentes ao desta Constituição, restringindo-se o benefício
cargo que tiver exercido ou que estiver exercendo, exclusivamente aos segundos-tenentes.
desde que esteja em efetivo exercício há pelo menos um
Artigo 31 - O concurso público, prorrogado uma vez, por
ano, na data da promulgação desta Constituição.
período inferior ao prazo de validade previsto no edital
Artigo 26 - Os vencimentos do servidor público estadual de convocação, e em vigor em 5 de outubro de 1988,
que teve transformado o seu cargo ou função terá automaticamente ajustado o período de sua

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validade, de acordo com os termos do inciso III do artigo §4º - As eleições para Prefeito, Vice-Prefeito e
37 da Constituição Federal. Vereadores serão designadas dentro de noventa dias, a
partir da publicação da lei emancipadora, salvo se
Artigo 32 - As normas de prevenção de acidentes e
faltarem menos de dois anos para as eleições municipais
doenças do trabalho integrarão, obrigatoriamente, o
gerais, hipótese em que serão realizadas com estas.
Código Sanitário do Estado, sendo o seu
descumprimento passível das correspondentes sanções §5º - O término do primeiro mandato dar-se-á em 31 de
administrativas. dezembro de 1992.
Artigo 33 - O Poder Público promoverá, no prazo de três Artigo 35 - Com a finalidade de regularizar-se a situação
anos, a identificação prévia de áreas e o ajuizamento de imobiliária do Município de Barão de Antonina, fica o
ações discriminatórias, visando a separar as terras Estado autorizado a conceder títulos de legitimação de
devolutas das particulares, e manterá cadastro posse, comprovada, administrativamente, apenas a
atualizado dos seus recursos fundiários. morada permanente, por si ou sucessores, pelo prazo
de dez anos, aos ocupantes das terras devolutas
Artigo 34 - Até que lei complementar disponha sobre a
localizadas naquele Município, bem como para a própria
matéria, na forma do artigo 145 desta Constituição, a
Prefeitura Municipal, comprovada para esta, apenas, a
criação de Municípios fica condicionada à observância
efetiva ocupação, relativamente aos imóveis, áreas e
dos seguintes requisitos:
logradouros públicos.
I - população mínima de dois mil e quinhentos
Artigo 36 - O Estado criará, na forma da lei, por prazo
habitantes e eleitorado não inferior a dez por cento da
não inferior a dez anos, os Fundos de Desenvolvimento
população;
Econômico e Social do Vale do Ribeira e do Pontal do
II - centro urbano já constituído, com um mínimo de Paranapanema.
duzentas casas;
Artigo 37 - Os fundos existentes na data da promulgação
III - a área da nova unidade municipal deve ser distrito desta Constituição extinguir-se-ão, se não forem
ou subdistrito há mais de três anos e ter condições ratificados pela Assembleia Legislativa no prazo de um
apropriadas para a instalação da Prefeitura e da Câmara ano.
Municipal;
Artigo 38 - Os conselhos, fundos, entidades e órgãos
IV - a área deve apresentar solução de continuidade de previstos nesta Constituição, não existentes na data da
pelo menos cinco quilômetros, entre o seu perímetro sua promulgação, serão criados mediante lei de
urbano e a do Município de origem, excetuando-se, iniciativa do Poder Executivo, que terá o prazo de cento
neste caso, os distritos e subdistritos integrantes de e oitenta dias para remeter à Assembleia Legislativa o
áreas metropolitanas; projeto. No mesmo prazo, remeterá os projetos de
adaptação dos já existentes e que dependam de lei para
V - a área não pode interromper a continuidade
esse fim.
territorial do Município de origem;
Artigo 39 - Até a entrada em vigor da lei complementar
VI - o nome do novo Município não pode repetir outro
a que se refere o artigo 165, § 9º da Constituição
já existente no País, bem como conter a designação de
Federal, serão obedecidas as seguintes normas:
datas e nomes de pessoas vivas.
I - o projeto de lei de diretrizes orçamentárias do Estado
§1º - Ressalvadas as Regiões Metropolitanas, a área da
será encaminhado até oito meses antes do
nova unidade municipal independe de ser distrito ou
encerramento do exercício financeiro e devolvido para
subdistrito quando pertencer a mais de um Município,
sanção até o encerramento do primeiro período da
preservada a continuidade territorial.
sessão legislativa;
§2º - O desmembramento de Município ou Municípios,
II - o projeto de lei orçamentária anual do Estado será
para a criação de nova unidade municipal, não lhes
encaminhado até três meses antes do encerramento do
poderá acarretar a perda dos requisitos estabelecidos
exercício financeiro e devolvido para sanção até o
neste artigo.
encerramento da sessão legislativa.
§3º - Somente será considerada aprovada a
Artigo 40 - Enquanto não forem disciplinados por lei o
emancipação quando o resultado favorável do
plano plurianual e as diretrizes orçamentárias, não se
plebiscito obtiver a maioria dos votos válidos, tendo
aplica à lei de orçamento o disposto no artigo 175, § 1º,
votado a maioria absoluta dos eleitores.
item 1, desta Constituição.

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Artigo 41 - Declarado inconstitucional, em controle analfabetismo e universalizar o ensino fundamental,


concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal. com qualidade satisfatória.
- Artigo 41 foi declarado inconstitucional pelo Supremo Artigo 50 - Até o ano 2000, bienalmente, o Estado e os
Tribunal Federal nos autos da ADI nº 403/1990, julgada Municípios promoverão e publicarão censos que
em 01/07/2002. aferirão os índices de analfabetismo e sua relação com
a universalização do ensino fundamental, de
Artigo 42 - O Estado, no exercício da competência
conformidade com o preceito estabelecido no artigo 60,
prevista no artigo 24, incisos VI, VII e VIII, da
do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da
Constituição Federal, no que couber, elaborará,
Constituição Federal.
atendendo suas peculiaridades, o Código de Proteção
ao Meio Ambiente, no prazo de cento e oitenta dias. Artigo 51 - No prazo de cento e vinte dias, a contar da
promulgação desta Constituição, o Poder Público
Artigo 43 - Fica o Poder Público, no prazo de dois anos,
estadual deverá definir a situação escolar dos alunos
obrigado a iniciar obras de adequação, atendendo ao
matriculados em escolas de 1º e 2º graus da rede
disposto no artigo 205 desta Constituição.
particular que, nos últimos cinco anos, tiveram suas
Artigo 44 - Ficam mantidas as unidades de conservação atividades suspensas ou encerradas por desrespeito a
atualmente existentes, promovendo o Estado a sua disposições legais, obedecida a legislação aplicável à
demarcação, regularização dominial e efetiva espécie.
implantação no prazo de cinco anos, consignando nos
Artigo 52 - Nos termos do artigo 253 desta Constituição
próximos orçamentos as verbas para tanto necessárias.
e do artigo 60, parágrafo único do Ato das Disposições
Artigo 45 - O Poder Público, dentro de cento e oitenta Constitucionais Transitórias da Constituição Federal, o
dias demarcará as áreas urbanizadas na Serra do Mar, Poder Público Estadual implantará ensino superior
com vistas a definir as responsabilidades do Estado e público e gratuito nas regiões de maior densidade
dos Municípios, em que se enquadram essas áreas, a fim populacional, no prazo de até três anos, estendendo as
de assegurar a preservação do meio ambiente e ao unidades das universidades públicas estaduais e
disposto no artigo 12, § 2º, do Ato das Disposições diversificando os cursos de acordo com as necessidades
Constitucionais Transitórias da Constituição Federal. sócio-econômicas dessas regiões.
Artigo 46 - No prazo de três anos, a contar da Parágrafo único - A expansão do ensino superior público
promulgação desta Constituição, ficam os Poderes a que se refere o “caput” poderá ser viabilizada na
Públicos Estadual e Municipal obrigados a tomar criação de universidades estaduais, garantido o padrão
medidas eficazes para impedir o bombeamento de de qualidade.
águas servidas, dejetos e de outras substâncias
Artigo 53 - O disposto no parágrafo único do artigo 253
poluentes para a represa Billings.
deverá ser implantado no prazo de dois anos.
Parágrafo único - Qualquer que seja a solução a ser
Artigo 54 - A lei, no prazo de cento e oitenta dias após a
adotada, fica o Estado obrigado a consultar
promulgação do Código do Consumidor, a que se refere
permanentemente os Poderes Públicos dos Municípios
o artigo 48 do Ato das Disposições Constitucionais
afetados.
Transitórias da Constituição Federal, estabelecerá
Artigo 47 - O Poder Executivo implantará no prazo de normas para proteção ao consumidor.
um ano, a contar da data da promulgação desta
Artigo 55 - A lei disporá sobre a adaptação dos
Constituição, na Secretaria de Estado da Saúde, banco
logradouros públicos, dos edifícios de uso público e dos
de órgãos, tecidos e substâncias humanas.
veículos de transporte coletivo, a fim de garantir acesso
Artigo 48 - A Assembleia Legislativa, no prazo de um adequado aos portadores de deficiências.
ano, contado da promulgação desta Constituição,
Artigo 56 - No prazo de cinco anos, a contar da
elaborará lei complementar específica, disciplinando o
promulgação desta Constituição, os sistemas de ensino
Sistema Previdenciário do Estado.
municipal e estadual tomarão todas as providências
Artigo 49 - Nos dez primeiros anos da promulgação necessárias à efetivação dos dispositivos nela previstos,
desta Constituição, o Poder Público desenvolverá relativos à formação e reabilitação dos portadores de
esforços, com a mobilização de todos os setores deficiências, em especial e quanto aos recursos
organizados da sociedade e com a aplicação de, pelo financeiros, humanos, técnicos e materiais.
menos, cinquenta por cento dos recursos a que se
Parágrafo único - Os sistemas mencionados neste artigo,
refere o artigo 255 desta Constituição, para eliminar o
no mesmo prazo, igualmente, garantirão recursos

Estratégia Carreira Jurídica 776


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financeiros, humanos, técnicos e materiais, destinados Circulação de Mercadorias e sobre Operações de


a campanhas educativas de prevenção de deficiências. Serviço de Transporte Interestadual e Intermunicipal e
de Comunicação - ICMS, ou do imposto que vier a
Artigo 57 - Aos participantes ativos da Revolução
substituí-lo, sobre produtos e serviços supérfluos
Constitucionalista de 1932 serão assegurados os
definidos em lei complementar federal; (NR)
seguintes direitos:
2 - dotações orçamentárias; (NR)
I - pensão especial, sendo inacumulável com quaisquer
rendimentos recebidos dos cofres públicos, exceto os 3 - doações, de qualquer natureza, de pessoas físicas ou
benefícios previdenciários, ressalvado o direito de jurídicas do País ou do exterior; (NR)
opção;
4 - outras doações, de qualquer natureza, a serem
II - em caso de morte, pensão à viúva, companheira ou definidas da regulamentação do próprio fundo. (NR)
dependente, na forma do inciso anterior.
§2º - Para o financiamento do Fundo poderá ser
Parágrafo único - A concessão da pensão especial a que instituído um adicional de até dois pontos percentuais
se refere o inciso I, substitui, para todos os efeitos legais, na alíquota do Imposto sobre Operações Relativas à
qualquer outra pensão já concedida aos ex- Circulação de Mercadorias e sobre Serviços de
combatentes. Transporte Interestadual e Intermunicipal e de
Comunicação - ICMS incidente sobre produtos e
Artigo 58 - Salvo disposições em contrário, os Poderes
serviços supérfluos e nas condições definidas em lei
Legislativo, Executivo e Judiciário deverão propor os
complementar federal, não se aplicando, sobre este
projetos que objetivam dar cumprimento às
percentual, o disposto no artigo 158, IV, da Constituição
determinações desta Constituição, bem como, no que
Federal. (NR)
couber, da Constituição Federal, até a data de 28 de
junho de 1990, para apreciação pela Assembleia §3º - O Fundo previsto neste artigo terá Conselho
Legislativa. Consultivo e de Acompanhamento que conte com a
participação da sociedade civil, nos termos da lei. (NR)
Artigo 59 - A Imprensa Oficial do Estado promoverá a
edição do texto integral desta Constituição que, - Artigo 61 acrescentado pela Emenda Constitucional nº
gratuitamente, será colocado à disposição de todos os 21, de 14/02/2006.
interessados.
Artigo 62 - Na ausência da lei complementar a que se
Artigo 60 - O Estado entregará aos Municípios vinte e refere o artigo 198, § 3º, da Constituição Federal, deverá
cinco por cento do montante de recursos recebidos da ser observado para o cumprimento do parágrafo único
União com base no artigo 91 do Ato das Disposições do artigo 222 da Constituição Estadual o disposto no
Constitucionais Transitórias da Constituição Federal, artigo 77 do Ato das Disposições Constitucionais
respeitando-se, ainda, o disposto nos §§ 2º a 4º do Transitórias da Constituição Federal. (NR)
mesmo artigo. (NR)
- Artigo 62 acrescentado pela Emenda Constitucional nº
- Artigo 60 acrescentado pela Emenda Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
21, de 14/02/2006.
Sala das Sessões da Assembleia Legislativa, na Cidade de
Artigo 61 - Fica instituído, para vigorar até o ano de São Paulo, em 5 de outubro de 1989, 436º da fundação
2010, no âmbito do Poder Executivo Estadual, o Fundo de São Paulo.
de Combate e Erradicação da Pobreza, a ser regulado
por lei complementar com o objetivo de proporcionar
aos residentes no Estado de São Paulo o acesso a níveis DIREITOS HUMANOS
dignos de sobrevivência, cujos recursos serão aplicados
em ações complementares de nutrição, habitação,
educação, saúde, reforço de renda familiar e outros DECRETO Nº 7.030/2009
programas de relevante interesse social voltados para a
melhoria da qualidade de vida. (NR) Promulga a Convenção de Viena sobre o Direito dos
Tratados, concluída em 23 de maio de 1969, com
§1º - Compõem o Fundo de Combate e Erradicação da reserva aos Artigos 25 e 66
Pobreza: (NR)
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição
1 - a parcela do produto da arrecadação correspondente que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e
a um adicional de até dois pontos percentuais da
alíquota do Imposto sobre Operações Relativas à O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que
lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e

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Considerando que o Congresso Nacional aprovou, por Justiça e do respeito às obrigações decorrentes dos
meio do Decreto Legislativo no 496, de 17 de julho de tratados,
2009, a Convenção de Viena sobre o Direito dos
Conscientes dos princípios de Direito Internacional
Tratados, concluída em 23 de maio de 1969, com
incorporados na Carta das Nações Unidas, tais como os
reserva aos Artigos 25 e 66;
princípios da igualdade de direitos e da
Considerando que o Governo brasileiro depositou o autodeterminação dos povos, da igualdade soberana e
instrumento de ratificação da referida Convenção junto da independência de todos os Estados, da não-
ao Secretário-Geral das Nações Unidas em 25 de intervenção nos assuntos internos dos Estados, da
setembro de 2009; proibição da ameaça ou do emprego da força e do
respeito universal e observância dos direitos humanos e
DECRETA:
das liberdades fundamentais para todos,
Art. 1o A Convenção de Viena sobre o Direito dos
Acreditando que a codificação e o desenvolvimento
Tratados, concluída em 23 de maio de 1969, com
progressivo do direito dos tratados alcançados na
reserva aos Artigos 25 e 66, apensa por cópia ao
presente Convenção promoverão os propósitos das
presente Decreto, será executada e cumprida tão
Nações Unidas enunciados na Carta, que são a
inteiramente como nela se contém.
manutenção da paz e da segurança internacionais, o
Art. 2o São sujeitos à aprovação do Congresso Nacional desenvolvimento das relações amistosas e a consecução
quaisquer atos que possam resultar em revisão da da cooperação entre as nações,
referida Convenção ou que acarretem encargos ou
Afirmando que as regras do Direito Internacional
compromissos gravosos ao patrimônio nacional, nos
consuetudinário continuarão a reger as questões não
termos do art. 49, inciso I, da Constituição.
reguladas pelas disposições da presente Convenção,
Art. 3o Este Decreto entra em vigor na data de sua
Convieram no seguinte:
publicação.
PARTE I
Brasília, 14 de dezembro de 2009; 188o da
Independência e 121o da República. Introdução
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Artigo 1
Antonio de Aguiar Patriota Âmbito da Presente Convenção
Este texto não substitui o publicado no DOU de A presente Convenção aplica-se aos tratados entre
15.12.2009 Estados.
CONVENÇÃO DE VIENA SOBRE O DIREITO DOS Artigo 2
TRATADOS
Expressões Empregadas
Os Estados Partes na presente Convenção,
1. Para os fins da presente Convenção:
Considerando o papel fundamental dos tratados na
a)“tratado” significa um acordo internacional concluído
história das relações internacionais,
por escrito entre Estados e regido pelo Direito
Reconhecendo a importância cada vez maior dos Internacional, quer conste de um instrumento único,
tratados como fonte do Direito Internacional e como quer de dois ou mais instrumentos conexos, qualquer
meio de desenvolver a cooperação pacífica entre as que seja sua denominação específica;
nações, quaisquer que sejam seus sistemas
b)“ratificação”, “aceitação”, “aprovação” e “adesão”
constitucionais e sociais,
significam, conforme o caso, o ato internacional assim
Constatando que os princípios do livre consentimento e denominado pelo qual um Estado estabelece no plano
da boa fé e a regra pacta sunt servanda são internacional o seu consentimento em obrigar-se por
universalmente reconhecidos, um tratado;
Afirmando que as controvérsias relativas aos tratados, c)“plenos poderes” significa um documento expedido
tais como outras controvérsias internacionais, devem pela autoridade competente de um Estado e pelo qual
ser solucionadas por meios pacíficos e de conformidade são designadas uma ou várias pessoas para representar
com os princípios da Justiça e do Direito Internacional, o Estado na negociação, adoção ou autenticação do
texto de um tratado, para manifestar o consentimento
Recordando a determinação dos povos das Nações
Unidas de criar condições necessárias à manutenção da

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do Estado em obrigar-se por um tratado ou para praticar Sem prejuízo da aplicação de quaisquer regras
qualquer outro ato relativo a um tratado; enunciadas na presente Convenção a que os tratados
estariam sujeitos em virtude do Direito Internacional,
d)“reserva” significa uma declaração unilateral,
independentemente da Convenção, esta somente se
qualquer que seja a sua redação ou denominação, feita
aplicará aos tratados concluídos por Estados após sua
por um Estado ao assinar, ratificar, aceitar ou aprovar
entrada em vigor em relação a esses Estados.
um tratado, ou a ele aderir, com o objetivo de excluir ou
modificar o efeito jurídico de certas disposições do Artigo 5
tratado em sua aplicação a esse Estado;
Tratados Constitutivos de Organizações Internacionais e
e)“Estado negociador” significa um Estado que Tratados
participou na elaboração e na adoção do texto do
Adotados no Âmbito de uma Organização Internacional
tratado;
A presente Convenção aplica-se a todo tratado que seja
f)“Estado contratante” significa um Estado que
o instrumento constitutivo de uma organização
consentiu em se obrigar pelo tratado, tenha ou não o
internacional e a todo tratado adotado no âmbito de
tratado entrado em vigor;
uma organização internacional, sem prejuízo de
g)“parte” significa um Estado que consentiu em se quaisquer normas relevantes da organização.
obrigar pelo tratado e em relação ao qual este esteja em
PARTE II
vigor;
Conclusão e Entrada em Vigor de Tratados
h)“terceiro Estado” significa um Estado que não é parte
no tratado; SEÇÃO 1
i)“organização internacional” significa uma organização Conclusão de Tratados
intergovernamental.
Artigo 6
2. As disposições do parágrafo 1 relativas às expressões
Capacidade dos Estados para Concluir Tratados
empregadas na presente Convenção não prejudicam o
emprego dessas expressões, nem os significados que Todo Estado tem capacidade para concluir tratados.
lhes possam ser dados na legislação interna de qualquer
Artigo 7
Estado.
Plenos Poderes
Artigo 3
1. Uma pessoa é considerada representante de um
Acordos Internacionais Excluídos do Âmbito da Presente
Estado para a adoção ou autenticação do texto de um
Convenção
tratado ou para expressar o consentimento do Estado
O fato de a presente Convenção não se aplicar a acordos em obrigar-se por um tratado se:
internacionais concluídos entre Estados e outros
a)apresentar plenos poderes apropriados; ou
sujeitos de Direito Internacional, ou entre estes outros
sujeitos de Direito Internacional, ou a acordos b)a prática dos Estados interessados ou outras
internacionais que não sejam concluídos por escrito, circunstâncias indicarem que a intenção do Estado era
não prejudicará: considerar essa pessoa seu representante para esses
fins e dispensar os plenos poderes.
a)a eficácia jurídica desses acordos;
2. Em virtude de suas funções e independentemente da
apresentação de plenos poderes, são considerados
b)a aplicação a esses acordos de quaisquer regras representantes do seu Estado:
enunciadas na presente Convenção às quais estariam
a)os Chefes de Estado, os Chefes de Governo e os
sujeitos em virtude do Direito Internacional,
Ministros das Relações Exteriores, para a realização de
independentemente da Convenção;
todos os atos relativos à conclusão de um tratado;
c)a aplicação da Convenção às relações entre Estados,
b)os Chefes de missão diplomática, para a adoção do
reguladas em acordos internacionais em que sejam
texto de um tratado entre o Estado acreditante e o
igualmente partes outros sujeitos de Direito
Estado junto ao qual estão acreditados;
Internacional.
c)os representantes acreditados pelos Estados perante
Artigo 4
uma conferência ou organização internacional ou um de
Irretroatividade da Presente Convenção

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seus órgãos, para a adoção do texto de um tratado em a)quando o tratado dispõe que a assinatura terá esse
tal conferência, organização ou órgão. efeito;
Artigo 8 b)quando se estabeleça, de outra forma, que os Estados
negociadores acordaram em dar à assinatura esse
Confirmação Posterior de um Ato Praticado sem
efeito; ou
Autorização
c)quando a intenção do Estado interessado em dar esse
Um ato relativo à conclusão de um tratado praticado
efeito à assinatura decorra dos plenos poderes de seu
por uma pessoa que, nos termos do artigo 7, não pode
representante ou tenha sido manifestada durante a
ser considerada representante de um Estado para esse
negociação.
fim não produz efeitos jurídicos, a não ser que seja
confirmado, posteriormente, por esse Estado. 2. Para os efeitos do parágrafo 1:
Artigo 9 a)a rubrica de um texto tem o valor de assinatura do
tratado, quando ficar estabelecido que os Estados
Adoção do Texto
negociadores nisso concordaram;
1. A adoção do texto do tratado efetua-se pelo
b)a assinatura ad referendum de um tratado pelo
consentimento de todos os Estados que participam da
representante de um Estado, quando confirmada por
sua elaboração, exceto quando se aplica o disposto no
esse Estado, vale como assinatura definitiva do tratado.
parágrafo 2.
Artigo 13
2. A adoção do texto de um tratado numa conferência
internacional efetua-se pela maioria de dois terços dos Consentimento em Obrigar-se por um Tratado
Estados presentes e votantes, salvo se esses Estados, Manifestado pela
pela mesma maioria, decidirem aplicar uma regra
Troca dos seus Instrumentos Constitutivos
diversa.
O consentimento dos Estados em se obrigarem por um
Artigo 10
tratado, constituído por instrumentos trocados entre
Autenticação do Texto eles, manifesta-se por essa troca:
O texto de um tratado é considerado autêntico e a)quando os instrumentos estabeleçam que a troca
definitivo: produzirá esse efeito; ou
a)mediante o processo previsto no texto ou acordado b)quando fique estabelecido, por outra forma, que
pelos Estados que participam da sua elaboração; ou esses Estados acordaram em que a troca dos
instrumentos produziria esse efeito.
b)na ausência de tal processo, pela assinatura,
assinatura ad referendum ou rubrica, pelos Artigo 14
representantes desses Estados, do texto do tratado ou
Consentimento em Obrigar-se por um Tratado
da Ata Final da Conferência que incorporar o referido
Manifestado pela
texto.
Ratificação, Aceitação ou Aprovação
Artigo 11
1. O consentimento de um Estado em obrigar-se por um
Meios de Manifestar Consentimento em Obrigar-se por
tratado manifesta-se pela ratificação:
um Tratado
a)quando o tratado disponha que esse consentimento
O consentimento de um Estado em obrigar-se por um
se manifeste pela ratificação;
tratado pode manifestar-se pela assinatura, troca dos
instrumentos constitutivos do tratado, ratificação, b)quando, por outra forma, se estabeleça que os
aceitação, aprovação ou adesão, ou por quaisquer Estados negociadores acordaram em que a ratificação
outros meios, se assim acordado. seja exigida;
Artigo 12 c)quando o representante do Estado tenha assinado o
tratado sujeito a ratificação; ou
Consentimento em Obrigar-se por um Tratado
Manifestado pela Assinatura d)quando a intenção do Estado de assinar o tratado sob
reserva de ratificação decorra dos plenos poderes de
1. O consentimento de um Estado em obrigar-se por um
seu representante ou tenha sido manifestada durante a
tratado manifesta-se pela assinatura do representante
negociação.
desse Estado:

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2. O consentimento de um Estado em obrigar-se por um a)tiver assinado ou trocado instrumentos constitutivos


tratado manifesta-se pela aceitação ou aprovação em do tratado, sob reserva de ratificação, aceitação ou
condições análogas às aplicáveis à ratificação. aprovação, enquanto não tiver manifestado sua
intenção de não se tornar parte no tratado; ou
Artigo 15
b)tiver expressado seu consentimento em obrigar-se
Consentimento em Obrigar-se por um Tratado
pelo tratado no período que precede a entrada em vigor
Manifestado pela Adesão
do tratado e com a condição de esta não ser
O consentimento de um Estado em obrigar-se por um indevidamente retardada.
tratado manifesta-se pela adesão:
SEÇÃO 2
a)quando esse tratado disponha que tal consentimento
Reservas
pode ser manifestado, por esse Estado, pela adesão;.
Artigo 19
b)quando, por outra forma, se estabeleça que os
Estados negociadores acordaram em que tal Formulação de Reservas
consentimento pode ser manifestado, por esse Estado,
Um Estado pode, ao assinar, ratificar, aceitar ou aprovar
pela adesão; ou
um tratado, ou a ele aderir, formular uma reserva, a não
c)quando todas as partes acordaram posteriormente ser que:
em que tal consentimento pode ser manifestado, por
a)a reserva seja proibida pelo tratado;
esse Estado, pela adesão.
b)o tratado disponha que só possam ser formuladas
Artigo 16
determinadas reservas, entre as quais não figure a
Troca ou Depósito dos Instrumentos de Ratificação, reserva em questão; ou
Aceitação, Aprovação ou Adesão
c)nos casos não previstos nas alíneas a e b, a reserva seja
A não ser que o tratado disponha diversamente, os incompatível com o objeto e a finalidade do tratado.
instrumentos de ratificação, aceitação, aprovação ou
Artigo 20
adesão estabelecem o consentimento de um Estado em
obrigar-se por um tratado por ocasião: Aceitação de Reservas e Objeções às Reservas
a)da sua troca entre os Estados contratantes; 1. Uma reserva expressamente autorizada por um
tratado não requer qualquer aceitação posterior pelos
b)do seu depósito junto ao depositário; ou
outros Estados contratantes, a não ser que o tratado
c)da sua notificação aos Estados contratantes ou ao assim disponha.
depositário, se assim for convencíonado.
2. Quando se infere do número limitado dos Estados
Artigo 17 negociadores, assim como do objeto e da finalidade do
tratado, que a aplicação do tratado na íntegra entre
Consentimento em Obrigar-se por Parte de um Tratado
todas as partes é condição essencial para o
e Escolha entre Disposições Diferentes
consentimento de cada uma delas em obrigar-se pelo
1. Sem prejuízo do disposto nos artigos 19 a 23, o tratado, uma reserva requer a aceitação de todas as
consentimento de um Estado em obrigar-se por parte partes.
de um tratado só produz efeito se o tratado o permitir
3. Quando o tratado é um ato constitutivo de uma
ou se outros Estados contratantes nisso acordarem.
organização internacional, a reserva exige a aceitação
2. O consentimento de um Estado em obrigar-se por um do órgão competente da organização, a não ser que o
tratado que permite a escolha entre disposições tratado disponha diversamente.
diferentes só produz efeito se as disposições a que se
4. Nos casos não previstos nos parágrafos precedentes
refere o consentimento forem claramente indicadas.
e a menos que o tratado disponha de outra forma:
Artigo 18
a)a aceitação de uma reserva por outro Estado
Obrigação de Não Frustrar o Objeto e Finalidade de um contratante torna o Estado autor da reserva parte no
Tratado antes de sua Entrada em Vigor tratado em relação àquele outro Estado, se o tratado
está em vigor ou quando entrar em vigor para esses
Um Estado é obrigado a abster-se da prática de atos que
Estados;
frustrariam o objeto e a finalidade de um tratado,
quando:

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b)a objeção feita a uma reserva por outro Estado a)a retirada de uma reserva só produzirá efeito em
contratante não impede que o tratado entre em vigor relação a outro Estado contratante quando este Estado
entre o Estado que formulou a objeção e o Estado autor receber a correspondente notificação;
da reserva, a não ser que uma intenção contrária tenha
b)a retirada de uma objeção a uma reserva só produzirá
sido expressamente manifestada pelo Estado que
efeito quando o Estado que formulou a reserva receber
formulou a objeção;
notificação dessa retirada.
c)um ato que manifestar o consentimento de um Estado
Artigo 23
em obrigar-se por um tratado e que contiver uma
reserva produzirá efeito logo que pelo menos outro Processo Relativo às Reservas
Estado contratante aceitar a reserva.
1. A reserva, a aceitação expressa de uma reserva e a
5. Para os fins dos parágrafos 2 e 4, e a não ser que o objeção a uma reserva devem ser formuladas por
tratado disponha diversamente, uma reserva é tida escrito e comunicadas aos Estados contratantes e aos
como aceita por um Estado se este não formulou outros Estados que tenham o direito de se tornar partes
objeção à reserva quer no decurso do prazo de doze no tratado.
meses que se seguir à data em que recebeu a
2. Uma reserva formulada quando da assinatura do
notificação, quer na data em que manifestou o seu
tratado sob reserva de ratificação, aceitação ou
consentimento em obrigar-se pelo tratado, se esta for
aprovação, deve ser formalmente confirmada pelo
posterior.
Estado que a formulou no momento em que manifestar
Artigo 21 o seu consentimento em obrigar-se pelo tratado. Nesse
caso, a reserva considerar-se-á feita na data de sua
Efeitos Jurídicos das Reservas e das Objeções às
confirmação.
Reservas
3. Uma aceitação expressa de uma reserva, ou objeção
1. Uma reserva estabelecida em relação a outra parte,
a uma reserva, feita antes da confirmação da reserva
de conformidade com os artigos 19, 20 e 23:
não requer confirmação.
a)modifica para o autor da reserva, em suas relações
4. A retirada de uma reserva ou de uma objeção a uma
com a outra parte, as disposições do tratado sobre as
reserva deve ser formulada por escrito.
quais incide a reserva, na medida prevista por esta; e
SEÇÃO 3
b)modifica essas disposições, na mesma medida,
quanto a essa outra parte, em suas relações com o Entrada em Vigor dos Tratados e Aplicação Provisória
Estado autor da reserva.
Artigo 2
2. A reserva não modifica as disposições do tratado
Entrada em vigor
quanto às demais partes no tratado em suas relações
inter se. 1. Um tratado entra em vigor na forma e na data
previstas no tratado ou acordadas pelos Estados
3. Quando um Estado que formulou objeção a uma
negociadores.
reserva não se opôs à entrada em vigor do tratado entre
ele próprio e o Estado autor da reserva, as disposições a 2. Na ausência de tal disposição ou acordo, um tratado
que se refere a reserva não se aplicam entre os dois entra em vigor tão logo o consentimento em obrigar-se
Estados, na medida prevista pela reserva. pelo tratado seja manifestado por todos os Estados
negociadores.
Artigo 22
3. Quando o consentimento de um Estado em obrigar-
Retirada de Reservas e de Objeções às Reservas
se por um tratado for manifestado após sua entrada em
1. A não ser que o tratado disponha de outra forma, uma vigor, o tratado entrará em vigor em relação a esse
reserva pode ser retirada a qualquer momento, sem que Estado nessa data, a não ser que o tratado disponha de
o consentimento do Estado que a aceitou seja outra forma.
necessário para sua retirada.
4. Aplicam-se desde o momento da adoção do texto de
2. A não ser que o tratado disponha de outra forma, uma um tratado as disposições relativas à autenticação de
objeção a uma reserva pode ser retirada a qualquer seu texto, à manifestação do consentimento dos
momento. Estados em obrigarem-se pelo tratado, à maneira ou à
data de sua entrada em vigor, às reservas, às funções de
3. A não ser que o tratado disponha ou fique acordado
de outra forma:

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depositário e aos outros assuntos que surjam tratado obriga cada uma da partes em relação a todo o
necessariamente antes da entrada em vigor do tratado. seu território
Artigo 25 Artigo 30
Aplicação Provisória Aplicação de Tratados Sucessivos sobre o Mesmo
Assunto
1. Um tratado ou uma parte do tratado aplica-se
provisoriamente enquanto não entra em vigor, se: 1. Sem prejuízo das disposições do artigo 103 da Carta
das Nações Unidas, os direitos e obrigações dos Estados
a)o próprio tratado assim dispuser; ou
partes em tratados sucessivos sobre o mesmo assunto
b)os Estados negociadores assim acordarem por outra serão determinados de conformidade com os
forma. parágrafos seguintes.
2. A não ser que o tratado disponha ou os Estados 2. Quando um tratado estipular que está subordinado a
negociadores acordem de outra forma, a aplicação um tratado anterior ou posterior ou que não deve ser
provisória de um tratado ou parte de um tratado, em considerado incompatível com esse outro tratado, as
relação a um Estado, termina se esse Estado notificar disposições deste último prevalecerão.
aos outros Estados, entre os quais o tratado é aplicado
3. Quando todas as partes no tratado anterior são
provisoriamente, sua intenção de não se tornar parte no
igualmente partes no tratado posterior, sem que o
tratado.
tratado anterior tenha cessado de vigorar ou sem que a
PARTE III sua aplicação tenha sido suspensa nos termos do artigo
59, o tratado anterior só se aplica na medida em que as
Observância, Aplicação e Interpretação de Tratados
suas disposições sejam compatíveis com as do tratado
SEÇÃO 1 posterior.
Observância de Tratados 4. Quando as partes no tratado posterior não incluem
todas a partes no tratado anterior:
Artigo 26
a)nas relações entre os Estados partes nos dois tratados,
Pacta sunt servanda
aplica-se o disposto no parágrafo 3;
Todo tratado em vigor obriga as partes e deve ser
b)nas relações entre um Estado parte nos dois tratados
cumprido por elas de boa fé.
e um Estado parte apenas em um desses tratados, o
Artigo 27 tratado em que os dois Estados são partes rege os seus
direitos e obrigações recíprocos.
Direito Interno e Observância de Tratados
5. O parágrafo 4 aplica-se sem prejuízo do artigo 41, ou
Uma parte não pode invocar as disposições de seu
de qualquer questão relativa à extinção ou suspensão
direito interno para justificar o inadimplemento de um
da execução de um tratado nos termos do artigo 60 ou
tratado. Esta regra não prejudica o artigo 46.
de qualquer questão de responsabilidade que possa
SEÇÃO 2 surgir para um Estado da conclusão ou da aplicação de
um tratado cujas disposições sejam incompatíveis com
Aplicação de Tratados
suas obrigações em relação a outro Estado nos termos
Artigo 28 de outro tratado.
Irretroatividade de Tratados SEÇÃO 3
A não ser que uma intenção diferente se evidencie do Interpretação de Tratados
tratado, ou seja estabelecida de outra forma, suas
disposições não obrigam uma parte em relação a um ato
ou fato anterior ou a uma situação que deixou de existir Artigo 31
antes da entrada em vigor do tratado, em relação a essa
Regra Geral de Interpretação
parte.
1. Um tratado deve ser interpretado de boa fé segundo
Artigo 29
o sentido comum atribuível aos termos do tratado em
Aplicação Territorial de Tratados seu contexto e à luz de seu objetivo e finalidade.
A não ser que uma intenção diferente se evidencie do
tratado, ou seja estabelecida de outra forma, um

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2. Para os fins de interpretação de um tratado, o 4. Salvo o caso em que um determinado texto prevalece
contexto compreenderá, além do texto, seu preâmbulo nos termos do parágrafo 1, quando a comparação dos
e anexos: textos autênticos revela uma diferença de sentido que a
aplicação dos artigos 31 e 32 não elimina, adotar-se-á o
a)qualquer acordo relativo ao tratado e feito entre
sentido que, tendo em conta o objeto e a finalidade do
todas as partes em conexão com a conclusão do tratado;
tratado, melhor conciliar os textos.
b)qualquer instrumento estabelecido por uma ou várias
SEÇÃO 4
partes em conexão com a conclusão do tratado e aceito
pelas outras partes como instrumento relativo ao Tratados e Terceiros Estados
tratado.
Artigo 34
3. Serão levados em consideração, juntamente com o
Regra Geral com Relação a Terceiros Estados
contexto:
Um tratado não cria obrigações nem direitos para um
a)qualquer acordo posterior entre as partes relativo à
terceiro Estado sem o seu consentimento.
interpretação do tratado ou à aplicação de suas
disposições; Artigo 35
b)qualquer prática seguida posteriormente na aplicação Tratados que Criam Obrigações para Terceiros Estados
do tratado, pela qual se estabeleça o acordo das partes
Uma obrigação nasce para um terceiro Estado de uma
relativo à sua interpretação;
disposição de um tratado se as partes no tratado
c)quaisquer regras pertinentes de Direito Internacional tiverem a intenção de criar a obrigação por meio dessa
aplicáveis às relações entre as partes. disposição e o terceiro Estado aceitar expressamente,
por escrito, essa obrigação.
4. Um termo será entendido em sentido especial se
estiver estabelecido que essa era a intenção das partes. Artigo 36
Artigo 32 Tratados que Criam Direitos para Terceiros Estados
Meios Suplementares de Interpretação 1. Um direito nasce para um terceiro Estado de uma
disposição de um tratado se as partes no tratado
Pode-se recorrer a meios suplementares de
tiverem a intenção de conferir, por meio dessa
interpretação, inclusive aos trabalhos preparatórios do
disposição, esse direito quer a um terceiro Estado, quer
tratado e às circunstâncias de sua conclusão, a fim de
a um grupo de Estados a que pertença, quer a todos os
confirmar o sentido resultante da aplicação do artigo 31
Estados, e o terceiro Estado nisso consentir. Presume-se
ou de determinar o sentido quando a interpretação, de
o seu consentimento até indicação em contrário, a
conformidade com o artigo 31:
menos que o tratado disponha diversamente.
a)deixa o sentido ambíguo ou obscuro; ou
2. Um Estado que exerce um direito nos termos do
b)conduz a um resultado que é manifestamente parágrafo 1 deve respeitar, para o exercício desse
absurdo ou desarrazoado. direito, as condições previstas no tratado ou
estabelecidas de acordo com o tratado.
Artigo 33
Artigo 37
Interpretação de Tratados Autenticados em Duas ou
Mais Línguas Revogação ou Modificação de Obrigações ou Direitos de
Terceiros Estados
1. Quando um tratado foi autenticado em duas ou mais
línguas, seu texto faz igualmente fé em cada uma delas, 1. Qualquer obrigação que tiver nascido para um
a não ser que o tratado disponha ou as partes terceiro Estado nos termos do artigo 35 só poderá ser
concordem que, em caso de divergência, prevaleça um revogada ou modificada com o consentimento das
texto determinado. partes no tratado e do terceiro Estado, salvo se ficar
estabelecido que elas haviam acordado diversamente.
2. Uma versão do tratado em língua diversa daquelas
em que o texto foi autenticado só será considerada 2. Qualquer direito que tiver nascido para um terceiro
texto autêntico se o tratado o previr ou as partes nisso Estado nos termos do artigo 36 não poderá ser revogado
concordarem. ou modificado pelas partes, se ficar estabelecido ter
havido a intenção de que o direito não fosse revogável
3. Presume-se que os termos do tratado têm o mesmo
ou sujeito a modificação sem o consentimento do
sentido nos diversos textos autênticos.
terceiro Estado.

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Artigo 38 Acordos para Modificar Tratados Multilaterais somente


entre Algumas Partes
Regras de um Tratado Tornadas Obrigatórias para
Terceiros Estados por 1. Duas ou mais partes num tratado multilateral podem
concluir um acordo para modificar o tratado, somente
Força do Costume Internacional
entre si, desde que:
Nada nos artigos 34 a 37 impede que uma regra prevista
a)a possibilidade de tal modificação seja prevista no
em um tratado se torne obrigatória para terceiros
tratado; ou
Estados como regra consuetudinária de Direito
Internacional, reconhecida como tal. b)a modificação em questão não seja proibida pelo
tratado; e
PARTE IV
i)não prejudique o gozo pelas outras partes dos direitos
Emenda e Modificação de Tratados
provenientes do tratado nem o cumprimento de suas
Artigo 39 obrigações
Regra Geral Relativa à Emenda de Tratados ii)não diga respeito a uma disposição cuja derrogação
seja incompatível com a execução efetiva do objeto e da
Um tratado poderá ser emendado por acordo entre as
finalidade do tratado em seu conjunto.
partes. As regras estabelecidas na parte II aplicar-se-ão
a tal acordo, salvo na medida em que o tratado dispuser 2. A não ser que, no caso previsto na alínea a do
diversamente. parágrafo 1, o tratado disponha de outra forma, as
partes em questão notificarão às outras partes sua
Artigo 40
intenção de concluir o acordo e as modificações que
Emenda de Tratados Multilaterais este introduz no tratado.
1. A não ser que o tratado disponha diversamente, a PARTE V
emenda de tratados multilaterais reger-se-á pelos
Nulidade, Extinção e Suspensão da Execução de
parágrafos seguintes.
Tratados
2. Qualquer proposta para emendar um tratado
SEÇÃO 1
multilateral entre todas as partes deverá ser notificada
a todos os Estados contratantes, cada um dos quais terá Disposições Gerais
o direito de participar:
Artigo 42
a)na decisão quanto à ação a ser tomada sobre essa
Validade e Vigência de Tratados
proposta;
1. A validade de um tratado ou do consentimento de um
b)na negociação e conclusão de qualquer acordo para a
Estado em obrigar-se por um tratado só pode ser
emenda do tratado.
contestada mediante a aplicação da presente
3. Todo Estado que possa ser parte no tratado poderá Convenção.
igualmente ser parte no tratado emendado.
2. A extinção de um tratado, sua denúncia ou a retirada
4. O acordo de emenda não vincula os Estados que já de uma das partes só poderá ocorrer em virtude da
são partes no tratado e que não se tornaram partes no aplicação das disposições do tratado ou da presente
acordo de emenda; em relação a esses Estados, aplicar- Convenção. A mesma regra aplica-se à suspensão da
se-á o artigo 30, parágrafo 4 (b). execução de um tratado.
5. Qualquer Estado que se torne parte no tratado após Artigo 43
a entrada em vigor do acordo de emenda será
Obrigações Impostas pelo Direito Internacional,
considerado, a menos que manifeste intenção
diferente: Independentemente de um Tratado
a)parte no tratado emendado; e A nulidade de um tratado, sua extinção ou denúncia, a
retirada de uma das partes ou a suspensão da execução
b)parte no tratado não emendado em relação às partes
de um tratado em conseqüência da aplicação da
no tratado não vinculadas pelo acordo de emenda.
presente Convenção ou das disposições do tratado não
Artigo 41 prejudicarão, de nenhum modo, o dever de um Estado
de cumprir qualquer obrigação enunciada no tratado à

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qual estaria ele sujeito em virtude do Direito permanece em vigor ou continua em execução,
Internacional, independentemente do tratado. conforme o caso.
Artigo 44 SEÇÃO 2
Divisibilidade das Disposições de um Tratado Nulidade de Tratados
1. O direito de uma parte, previsto num tratado ou Artigo 46
decorrente do artigo 56, de denunciar, retirar-se ou
Disposições do Direito Interno sobre Competência para
suspender a execução do tratado, só pode ser exercido
Concluir Tratados
em relação à totalidade do tratado, a menos que este
disponha ou as partes acordem diversamente. 1. Um Estado não pode invocar o fato de que seu
consentimento em obrigar-se por um tratado foi
2. Uma causa de nulidade, de extinção, de retirada de
expresso em violação de uma disposição de seu direito
uma das partes ou de suspensão de execução de um
interno sobre competência para concluir tratados, a não
tratado, reconhecida na presente Convenção, só pode
ser que essa violação fosse manifesta e dissesse respeito
ser alegada em relação à totalidade do tratado, salvo
a uma norma de seu direito interno de importância
nas condições previstas nos parágrafos seguintes ou no
fundamental.
artigo 60.
2. Uma violação é manifesta se for objetivamente
3. Se a causa diz respeito apenas a determinadas
evidente para qualquer Estado que proceda, na matéria,
cláusulas, só pode ser alegada em relação a essas
de conformidade com a prática normal e de boa fé.
cláusulas e desde que:
Artigo 47
a)essas cláusulas sejam separáveis do resto do tratado
no que concerne a sua aplicação; Restrições Específicas ao Poder de Manifestar o
Consentimento de um Estado
b)resulte do tratado ou fique estabelecido de outra
forma que a aceitação dessas cláusulas não constituía Se o poder conferido a um representante de manifestar
para a outra parte, ou para as outras partes no tratado, o consentimento de um Estado em obrigar-se por um
uma base essencial do seu consentimento em obrigar- determinado tratado tiver sido objeto de restrição
se pelo tratado em seu conjunto; e específica, o fato de o representante não respeitar a
restrição não pode ser invocado como invalidando o
c)não seja injusto continuar a executar o resto do
consentimento expresso, a não ser que a restrição tenha
tratado.
sido notificada aos outros Estados negociadores antes
4. Nos casos previstos nos artigos 49 e 50, o Estado que da manifestação do consentimento.
tem o direito de alegar o dolo ou a corrupção pode fazê-
Artigo 48
lo em relação à totalidade do tratado ou, nos termos do
parágrafo 3, somente às determinadas cláusulas. Erro
5. Nos casos previstos nos artigos 51, 52 e 53 a divisão 1. Um Estado pode invocar erro no tratado como tendo
das disposições de um tratado não é permitida. invalidado o seu consentimento em obrigar-se pelo
tratado se o erro se referir a um fato ou situação que
Artigo 45
esse Estado supunha existir no momento em que o
Perda do Direito de Invocar Causa de Nulidade,Extinção, tratado foi concluído e que constituía uma base
Retirada essencial de seu consentimento em obrigar-se pelo
tratado.
ou Suspensão da Execução de um Tratado
2. O parágrafo 1 não se aplica se o referido Estado
Um Estado não pode mais invocar uma causa de
contribui para tal erro pela sua conduta ou se as
nulidade, de extinção, de retirada ou de suspensão da
circunstâncias foram tais que o Estado devia ter-se
execução de um tratado, com base nos artigos 46 a 50
apercebido da possibilidade de erro.
ou nos artigos 60 e 62, se, depois de haver tomado
conhecimento dos fatos, esse Estado: 3. Um erro relativo à redação do texto de um tratado
não prejudicará sua validade; neste caso, aplicar-se-á o
a)tiver aceito, expressamente, que o tratado é válido,
artigo 79.
permanece em vigor ou continua em execução
conforme o caso, ou Artigo 49
b)em virtude de sua conduta, deva ser considerado Dolo
como tendo concordado em que o tratado é válido,

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Se um Estado foi levado a concluir um tratado pela a)de conformidade com as disposições do tratado; ou
conduta fraudulenta de outro Estado negociador, o
b)a qualquer momento, pelo consentimento de todas as
Estado pode invocar a fraude como tendo invalidado o
partes, após consulta com os outros Estados
seu consentimento em obrigar-se pelo tratado.
contratantes.
Artigo 50
Artigo 55
Corrupção de Representante de um Estado
Redução das Partes num Tratado Multilateral aquém do
Se a manifestação do consentimento de um Estado em Número Necessário
obrigar-se por um tratado foi obtida por meio da
para sua Entrada em Vigor
corrupção de seu representante, pela ação direta ou
indireta de outro Estado negociador, o Estado pode A não ser que o tratado disponha diversamente, um
alegar tal corrupção como tendo invalidado o seu tratado multilateral não se extingue pelo simples fato de
consentimento em obrigar-se pelo tratado. que o número de partes ficou aquém do número
necessário para sua entrada em vigor.
Artigo 51
Artigo 56
Coação de Representante de um Estado
Denúncia, ou Retirada, de um Tratado que não Contém
Não produzirá qualquer efeito jurídico a manifestação
Disposições
do consentimento de um Estado em obrigar-se por um
tratado que tenha sido obtida pela coação de seu sobre Extinção, Denúncia ou Retirada
representante, por meio de atos ou ameaças dirigidas
1. Um tratado que não contém disposição relativa à sua
contra ele.
extinção, e que não prevê denúncia ou retirada, não é
Artigo 52 suscetível de denúncia ou retirada, a não ser que:
Coação de um Estado pela Ameaça ou Emprego da Força a)se estabeleça terem as partes tencionado admitir a
possibilidade da denúncia ou retirada; ou
É nulo um tratado cuja conclusão foi obtida pela ameaça
ou o emprego da força em violação dos princípios de b)um direito de denúncia ou retirada possa ser deduzido
Direito Internacional incorporados na Carta das Nações da natureza do tratado.
Unidas.
2. Uma parte deverá notificar, com pelo menos doze
Artigo 53 meses de antecedência, a sua intenção de denunciar ou
de se retirar de um tratado, nos termos do parágrafo 1.
Tratado em Conflito com uma Norma Imperativa de
Direito Artigo 57
Internacional Geral (jus cogens) Suspensão da Execução de um Tratado em Virtude de
suas
É nulo um tratado que, no momento de sua conclusão,
conflite com uma norma imperativa de Direito Disposições ou pelo Consentimento das Partes
Internacional geral. Para os fins da presente Convenção,
A execução de um tratado em relação a todas as partes
uma norma imperativa de Direito Internacional geral é
ou a uma parte determinada pode ser suspensa:
uma norma aceita e reconhecida pela comunidade
internacional dos Estados como um todo, como norma a)de conformidade com as disposições do tratado; ou
da qual nenhuma derrogação é permitida e que só pode
b)a qualquer momento, pelo consentimento de todas as
ser modificada por norma ulterior de Direito
partes, após consulta com os outros Estados
Internacional geral da mesma natureza.
contratantes
SEÇÃO 3
Artigo 58
Extinção e Suspensão da Execução de Tratados
Suspensão da Execução de Tratado Multilateral por
Artigo 54 Acordo apenas entre Algumas da Partes
Extinção ou Retirada de um Tratado em Virtude de suas 1. Duas ou mais partes num tratado multilateral podem
concluir um acordo para suspender temporariamente, e
Disposições ou por consentimento das Partes
somente entre si, a execução das disposições de um
A extinção de um tratado ou a retirada de uma das tratado se:
partes pode ter lugar:

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a)a possibilidade de tal suspensão estiver prevista pelo b)uma parte especialmente prejudicada pela violação a
tratado; ou invocá-la como causa para suspender a execução do
tratado, no todo ou em parte, nas relações entre ela e o
b)essa suspensão não for proibida pelo tratado e:
Estado faltoso;
i)não prejudicar o gozo, pelas outras partes, dos seus
c)qualquer parte que não seja o Estado faltoso a invocar
direitos decorrentes do tratado nem o cumprimento de
a violação como causa para suspender a execução do
suas obrigações
tratado, no todo ou em parte, no que lhe diga respeito,
ii)não for incompatível com o objeto e a finalidade do se o tratado for de tal natureza que uma violação
tratado. substancial de suas disposições por parte modifique
radicalmente a situação de cada uma das partes quanto
2. Salvo se, num caso previsto no parágrafo 1 (a), o
ao cumprimento posterior de suas obrigações
tratado dispuser diversamente, as partes em questão
decorrentes do tratado.
notificarão às outras partes sua intenção de concluir o
acordo e as disposições do tratado cuja execução 3. Uma violação substancial de um tratado, para os fins
pretendem suspender. deste artigo, consiste:
Artigo 59 a)numa rejeição do tratado não sancionada pela
presente Convenção; ou
Extinção ou Suspensão da Execução de um Tratado em
Virtude da b)na violação de uma disposição essencial para a
consecução do objeto ou da finalidade do tratado.
Conclusão de um Tratado Posterior
4. Os parágrafos anteriores não prejudicam qualquer
1. Considerar-se-á extinto um tratado se todas as suas
disposição do tratado aplicável em caso de violação.
partes concluírem um tratado posterior sobre o mesmo
assunto e: 5. Os parágrafos 1 a 3 não se aplicam às disposições
sobre a proteção da pessoa humana contidas em
a)resultar do tratado posterior, ou ficar estabelecido
tratados de caráter humanitário, especialmente às
por outra forma, que a intenção das partes foi regular o
disposições que proíbem qualquer forma de represália
assunto por este tratado; ou
contra pessoas protegidas por tais tratados.
b)as disposições do tratado posterior forem de tal modo
Artigo 61
incompatíveis com as do anterior, que os dois tratados
não possam ser aplicados ao mesmo tempo. Impossibilidade Superveniente de Cumprimento
2. Considera-se apenas suspensa a execução do tratado 1. Uma parte pode invocar a impossibilidade de cumprir
anterior se se depreender do tratado posterior, ou ficar um tratado como causa para extinguir o tratado ou dele
estabelecido de outra forma, que essa era a intenção retirar-se, se esta possibilidade resultar da destruição
das partes. ou do desaparecimento definitivo de um objeto
indispensável ao cumprimento do tratado. Se a
Artigo 60
impossibilidade for temporária, pode ser invocada
Extinção ou Suspensão da Execução de um somente como causa para suspender a execução do
tratado.
Tratado em Conseqüência de sua Violação
2. A impossibilidade de cumprimento não pode ser
1. Uma violação substancial de um tratado bilateral por
invocada por uma das partes como causa para extinguir
uma das partes autoriza a outra parte a invocar a
um tratado, dele retirar-se, ou suspender a execução do
violação como causa de extinção ou suspensão da
mesmo, se a impossibilidade resultar de uma violação,
execução de tratado, no todo ou em parte.
por essa parte, quer de uma obrigação decorrente do
2. Uma violação substancial de um tratado multilateral tratado, quer de qualquer outra obrigação internacional
por uma das partes autoriza: em relação a qualquer outra parte no tratado.
a)as outras partes, por consentimento unânime, a Artigo 62
suspenderem a execução do tratado

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