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O SIGNIFICADO E OS

DESAFIOS DA PÁSCOA
O SIGNIFICADO DA PÁSCOA
Êxodo 12.1-13
O que é a Páscoa?
A chegada da Páscoa traz consigo bastante confusão. O que é
a Páscoa? Páscoa é ovo de chocolate? O símbolo da Páscoa é um
coelho? Afinal, o que se comemora na Páscoa? O que é a Páscoa?

Páscoa vem do hebraico pesach, “passar sobre”. Foi quando


Israel, após 400 anos de escravidão no Egito, foi libertado
miraculosamente por Deus e constituído como seu povo. A Páscoa
era o pacto entre Deus e Israel. Deus cuidaria do povo e Israel lhe
seria obediente. Sua instituição está em Êxodo 12.1-13:

Êxodo 12:1-13 | Disse o SENHOR a Moisés e a Arão na terra do


Egito: 2Este mês vos será o principal dos meses; será o primeiro mês
do ano. 3Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez deste
mês, cada um tomará para si um cordeiro, segundo a casa dos pais,
um cordeiro para cada família. 4Mas, se a família for pequena para
um cordeiro, então, convidará ele o seu vizinho mais próximo,
conforme o número das almas; conforme o que cada um puder
comer, por aí calculareis quantos bastem para o cordeiro. 5O cordeiro
será sem defeito, macho de um ano; podereis tomar um cordeiro ou
um cabrito; 6e o guardareis até ao décimo quarto dia deste mês, e
todo o ajuntamento da congregação de Israel o imolará no crepúsculo
da tarde. 7Tomarão do sangue e o porão em ambas as ombreiras e
na verga da porta, nas casas em que o comerem; 8naquela noite,
comerão a carne assada no fogo; com pães asmos e ervas amargas
a comerão. 9Não comereis do animal nada cru, nem cozido em água,
porém assado ao fogo: a cabeça, as pernas e a fressura. 10Nada
deixareis dele até pela manhã; o que, porém, ficar até pela manhã,
queimá-lo-eis. 11Desta maneira o comereis: lombos cingidos,
sandálias nos pés e cajado na mão; comê-lo-eis à pressa; é a Páscoa
do SENHOR. 12Porque, naquela noite, passarei pela terra do Egito e
ferirei na terra do Egito todos os primogênitos, desde os homens até
aos animais; executarei juízo sobre todos os deuses do Egito. Eu sou
o SENHOR. 13O sangue vos será por sinal nas casas em que
estiverdes; quando eu vir o sangue, passarei por vós, e não haverá
entre vós praga destruidora, quando eu ferir a terra do Egito.

Neste texto, observa-se pelo menos três aspectos: o cordeiro,


o participante e o sangue do cordeiro. Procederemos da seguinte
maneira: sobrevoaremos os três aspectos separadamente, em
seguida ajuntaremos suas partes e, por fim, comparando com a
pessoa de Jesus, buscaremos entender um pouco mais sobre o
significado cristão da Páscoa. Afinal, a Páscoa judaica era também
uma profecia factual, que se cumpriu em Cristo.
1. O cordeiro
Deveria ser sem defeito e macho de um ano (v. 5), pois com
um ano o cordeiro já estaria adulto. Tratava-se de um símbolo de
Cristo — “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (Jo
1.29), que começou seu ministério aos 30 anos (quando o hebreu
alcançava a plenitude física) e foi sem pecado. Veja o que Pedro
narrou sobre o sangue do Cordeiro:
1 Pedro 1.18-19 | Sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis,
como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil
procedimento que vossos pais vos legaram, 19mas pelo precioso
sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de
Cristo.

O cordeiro deveria ser comido com pães ázimos (isto é: sem


fermento, que era símbolo da corrupção — o fermento não era
químico, era comida azeda ajuntada à comida boa para fermentá-la),
e com ervas amargas(símbolo da amargura da escravidão),
conforme o v. 8.
O cordeiro deveria ser inteiramente comido. O que sobrasse,
seria queimado (v. 10). Um símbolo do sacrifício de Cristo, totalmente
consumido em favor da humanidade. Por isso que Paulo chamou
Jesus de “nossa páscoa”, como lemos em 1Coríntios:
1 Coríntios 5.7-8 | Lançai fora o velho fermento, para que sejais nova
massa, como sois, de fato, sem fermento. Pois também Cristo, nosso
Cordeiro pascal, foi imolado. 8Por isso, celebremos a festa não com
o velho fermento, nem com o fermento da maldade e da malícia, e
sim com os asmos da sinceridade e da verdade.

O cordeiro simbolizava a obra de Jesus. Sua morte simbolizava


a morte de Cristo por nós. Por causa do sangue do cordeiro na
Páscoa, Deus passou por cima dos hebreus. Por causa do sangue
de Cristo, Deus passa por cima de nós e não nos condena pelo
pecado.

2. O participante
A Páscoa deveria ser celebrada em família (vv. 3-4). Israel
deveria se ver como uma comunidade e não como uma massa de
escravos. Trata-se, pois, de um símbolo da igreja, que é uma família,
a família de Deus. Cristo nos salva para vivermos na comunhão da
igreja. Não há vida cristã genuína sem comunhão com a família de
Deus, a igreja.
As pessoas deveriam comer preparadas para a viagem e
apressadamente (v. 11). Outro simbolismo: eram peregrinos. O Egito
não era o lugar deles. Eles tinham um destino, uma pátria. Da mesma
maneira, um cristão compreende que é peregrino neste mundo.
Nenhum de nós viverá para semente. Todos iremos daqui para a
Terra Prometida. A Igreja compreende que é peregrina e que tem
uma pátria melhor, como lemos:

Filipenses 3.20 | Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também
aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo
Hebreus 11.14-16 | Porque os que falam desse modo manifestam
estar procurando uma pátria. 15E, se, na verdade, se lembrassem
daquela de onde saíram, teriam oportunidade de voltar. 16Mas, agora,
aspiram a uma pátria superior, isto é, celestial. Por isso, Deus não se
envergonha deles, de ser chamado o seu Deus, porquanto lhes
preparou uma cidade.
A Páscoa judaica lembrava aos judeus que eles foram
estrangeiros no Egito e que Deus lhes dera uma terra. O cristão sabe
que é peregrino neste mundo e que Deus lhe deu uma pátria celestial:
João 14.1-6 | Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede
também em mim. 2Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim
não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. 3E, quando
eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo,
para que, onde eu estou, estejais vós também. 4E vós sabeis o
caminho para onde eu vou. 5Disse-lhe Tomé: Senhor, não sabemos
para onde vais; como saber o caminho? 6Respondeu-lhe Jesus: Eu
sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por
mim.

Somos peregrinos, em busca de uma pátria melhor, cujo


acesso é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo — i.e.,
Cristo, nosso Cordeiro pascal.

3. O sangue
O sangue era a cobertura que salvava. À meia-noite, cairia juízo
sobre o Egito, mas onde houvesse o sangue na porta, haveria
salvação e não haveria juízo (vv. 12-13). Simbolizava o sangue que
Cristo derramaria na cruz para nos livrar do poder das trevas e da
condenação eterna.
O sangue do cordeiro que foi derramado e aspergido nas portas
das casas dos judeus significava que eles estavam cobertos, Deus
passaria por cima da casa, e não a julgaria. Da mesma maneira,
quem está coberto pelo sangue de Cristo, quem crê no seu sacrifício
na cruz pelo pecador, está coberto e não será jamais julgado:
João 3.16-17 | Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu
o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas
tenha a vida eterna. 17Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo,
não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo
por ele.
O sangue do Cordeiro de Deus nos cobre do juízo divino.
Cristo é a verdadeira páscoa. Ele morreu numa semana de
Páscoa, encerrando, assim, o trato de Deus com Israel
(geopoliticamente falando); fazendo surgir outro povo: a Igreja,
povo multirracial, multiétnico e atemporal, sem geografia.

Conclusão:
Hebreus 10.19-25 | Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no
Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, 20pelo novo e vivo caminho
que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne, 21e tendo
grande sacerdote sobre a casa de Deus, 22aproximemo-nos, com
sincero coração, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado
de má consciência e lavado o corpo com água pura. 23Guardemos
firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a
promessa é fiel. 24Consideremo-nos também uns aos outros, para
nos estimularmos ao amor e às boas obras. 25Não deixemos de
congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos
admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima.

1. Aproxime-se de Deus pela fé (Hb 10.22)


O primeiro desafio é para que não se viva distante de Deus,
com máscaras de espiritualidade, fachadas ou rituais religiosos, mas
que se busque chegar e viver, pela fé, em novidade de vida, diante
de Deus:
Hebreus 10.22 | Aproximemo-nos, com sincero coração, em plena
certeza de fé, tendo o coração purificado de má consciência e lavado
o corpo com água pura.

Aproxime-se de Deus pela fé: sem hesitação, frequentemente,


intimamente. Aproxime-se de Deus “com um coração sincero”:
honesto, genuíno, comprometido, dependente, sem engano, e tenha
“plena convicção de fé”, pois Deus não te lançará fora. Não há o que
nos exclua, pois o pecado já foi tratado pelo sangue do Cordeiro.
Aproxime-se com coração e conduta purificados, aspergidos, lavados
com água pura (o sangue de Jesus).
A consciência culpada pelo pecado é definitivamente tratada
pelo que Cristo conquistou para nós através de sua morte e
ressurreição.
Ezequiel 36.25-27 | Então, aspergirei água pura sobre vós, e ficareis
purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos
ídolos vos purificarei. 26Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós
espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração
de carne. 27Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos
meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis.

Aproxime-se de Deus pela fé. Em Cristo, não há mais


separação ou distância. Aproxime-se com convicção de fé. Em
Cristo, não há porque duvidar. Aproxime-se com coração (motivação)
e corpo (maneira de viver) purificados. Em Cristo, não há mais
defeito. Foi-nos aberto o caminho para Deus.
2. Apegue-se à esperança para viver (Hb 10.23)
Além da distância, da dúvida e do defeito causados pelo
pecado, o sangue de Jesus trata de nosso desencorajamento ou
desânimo, quando buscamos viver diante de Deus. Ou seja: uma vez
diante de Deus, não há mais espaço para se vacilar na fé e querer
voltar atrás para as sombras do Antigo Testamento. Mas, como?
Como permanecer fiel diante de Deus quando tudo e todos
conspiram contra nós, forçando-nos a desistir, a retroceder?
Hebreus 10.23 | Guardemos firme a confissão da esperança, sem
vacilar, pois quem fez a promessa é fiel.

Esperança. Apegar-se com firmeza à esperança que


professamos, pois Deus é fiel e nos conduzirá até o final:
Romanos 8.28-30 | Sabemos que todas as coisas cooperam para o
bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados
segundo o seu propósito. 29Porquanto aos que de antemão
conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem
de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.
30
E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que
chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses
também glorificou.
Apegue-se à esperança. Deus prometeu nunca nos deixar e
nunca nos abandonar (Hb 13.5). Ele é fiel por amor do seu nome e
nos levará ao céu. Ele não pode mentir.
Portanto: aproxime-se de Deus pela fé; apegue-se à esperança para
viver; e mais…

3. Aplique-se a amar o próximo (Hb 10.24-25)


Estamos vivendo nos últimos dias. O dia do Senhor se
aproxima. Não é momento, portanto, (aliás, nunca foi), de se viver
distante de Deus. Não é hora para se duvidar de sua graça e amor.
Não podemos nos dar ao luxo de desanimar. Portanto, precisamos
nos aplicar a amar uns aos outros.

Hebreus 10.24-25 | Consideremo-nos também uns aos outros, para


nos estimularmos ao amor e às boas obras. 25Não deixemos de
congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos
admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima.

Precisamos nos esforçar para nos incentivarmos ao amor e às


boas obras. Isso só é possível no contexto da igreja local. Sem
incentivo mútuo nós corremos risco de perder o amor e as boas
obras. Principalmente quando vemos que o fim se aproxima.
É impossível viver a vida cristã sozinhos. Precisamos uns dos
outros. Devemos nos reunir intencional e regularmente (no templo e
de casa em casa), despertando-nos e encorajando-nos mutuamente.
Aplique-se a amar.
Os desafios da Páscoa
Pois bem, eis o que é a Páscoa: em Cristo nós temos acesso à
presença de Deus; Cristo é o nosso advogado diante de Deus; Deus
mesmo nos conduziu e nos manterá em sua presença para sempre.
Portanto, eis os desafios da Páscoa:
1. Aproxime-se de Deus pela fé em Cristo
2. Apegue-se à esperança para viver a vida cristã
3. Aplique-se a amar o próximo, incentivando-o a perseverar
Você está distante de Deus? Arrependa-se e creia em Cristo.
Está pensando em desistir da caminhada? Alimente a sua esperança
em Cristo.
Anda sozinho(a) pelo caminho? Junte-se à comunhão fortalecedora
da igreja.

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