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AULA 14
Máquina Síncrona
1) Introdução
Como foi visto nas aulas anteriores, a máquina síncrona é o elemento fundamental do
sistema em estudos de estabilidade, desta forma convém fazer uma revisão das
diversas formas de representar a máquina no sistema.
Neste capítulo vai-se representar a máquina por uma equação diferencial do tipo:
Eq. 1 x& = [ A ] x + [ B ] u
Eq. 2 v = ± ri ± λ&
Ivan Camargo 1
Estabilidade de Sistemas de Potência
A maior dificuldade no estudos das máquinas elétricas vem do fato que o fluxo
concatenado depende da posição do rotor, desta forma, as equações que descrevem as
tensões nos enrolamentos se tornam equações diferenciais com coeficientes periódicos
o que faz com que não exista solução analítica para o mesmo.
Para simplificar as equações da máquina diversas transformações lineares foram
propostas, a mais conhecida e mais utilizada é a transformada de Park que será
analisada neste capítulo.
2) Transformada de Park
A transformada de Park é definida como uma relação entre os enrolamentos reais do
estator da máquina e três enrolamentos fictícios chamados direto (índice d), em
quadratura (índice q) e homopolar (índice 0). Esta transformação provoca uma rotação
nos enrolamentos fictícios de forma a acoplá-los ao rotor, fazendo com que as
equações diferenciais que definem as tensões nos enrolamentos da máquina passem a
ter coeficientes constantes. Tem-se então por definição:
onde
1 1 1
2 2 2
2 2π 2π
Eq. 4 [P] = cos θ cos( θ − ) cos( θ + )
3 3 3
2π 2π
sen θ sen( θ −
3
) sen( θ +
3
)
v 0 dq = [ P ] v abc
Eq. 5
λ0 dq = [ P ] λ abc
Ivan Camargo 2
Estabilidade de Sistemas de Potência
1
cos θ sen θ
2
2 1 2π 2π
Eq. 6 [ P ] −1 = cos( θ − ) sen( θ − )
3 2 3 3
1 2π 2π
cos( θ + ) sen( θ + )
2 3 3
Desta forma os valores das correntes, tensões e fluxos nos enrolamentos reais podem
ser obtidos dos valores fictícios por:
i abc = [ P ] −1 i 0 dq
Eq. 7 v abc = [ P ] −1 v 0 dq
λ abc = [ P ] −1 λ0 dq
Tanto na referência “abc” quanto na referência “0dq” o valor da potência é dado pelo
produto do valor instantâneo da tensão pela corrente em cada enrolamento.
3) As Equações do Fluxo
Como foi dito, a máquina simplificada pode ser representada por seis enrolamentos
magneticamente acoplados. Todas as considerações a respeito do enrolamento real
como número de pólos, enrolamentos distribuídos, efeito das ranhuras, etc... podem
ser levados em consideração ajustando estes seis enrolamentos simplificados por meio
de fatores de correção. As equações dos fluxos dos seis enrolamentos acoplados, cujos
índices foram definidos acima são:
Ivan Camargo 3
Estabilidade de Sistemas de Potência
Esta matriz de indutância pode ser dividida em quatro submatrizes. Uma submatriz
própria do estator, uma do rotor e duas mútuas entre estator e rotor. As únicas
indutâncias que independem da posição do rotor são, obviamente, as da submatriz
própria do rotor. Utilizando a mesma notação da referência [1], pode-se definir cada
termo desta submatriz por:
LFF = LF
LDD = LD
LQQ = LQ
Eq. 11
LFD = LDF = M R
LFQ = LQF = 0
LDQ = LQD = 0
d a
θ
2π/3
c b
Ivan Camargo 4
Estabilidade de Sistemas de Potência
Onde θ é, por definição, a distância angular entre o eixo magnético da fase “a” e o
eixo direto do rotor representado pelo índice “d”. A indutância é, portanto, função do
dobro da velocidade de rotação do rotor em relação ao estator. É, fisicamente, fácil
obter esta expressão lembrando que a indutância própria de uma bobina é
proporcional ao quadrado do número de espiras e à permeância do circuito magnético.
A permeância do circuito magnético “visto” pelo enrolamento da fase “a” depende da
posição do rotor mas independe da polaridade do rotor. Da mesma forma, para os
outros enrolamentos do estator, obtém-se a indutância própria usando a defasagem de
2π/3 do eixo magnético de “a” em relação ao eixo magnético de “b” e “c”. Então:
Lbb = Ls + Lm cos 2( θ − 2π / 3 )
Eq. 13
Lcc = Ls + Lm cos 2( θ + 2π / 3 )
Lab = − M s − Lm cos 2( θ + π / 6 )
Eq. 14 Lbc = − M s − Lm cos 2( θ − π / 2 )
Lac = − M s − Lm cos 2( θ + 5π / 6 )
LbF = M F cos( θ − 2π / 3 )
Eq. 16
LcF = M F cos( θ + 2π / 3 )
Ivan Camargo 5
Estabilidade de Sistemas de Potência
LaD = M D cos θ
LbD = M D cos(θ − 2π / 3)
LcD = M D cos(θ + 2π / 3)
Eq. 17
LaQ = M Q senθ
LbQ = M Q sen(θ − 2π / 3)
LcQ = M Q sen(θ + 2π / 3)
Com isto, todas as indutâncias ficam definidas. A matriz de indutância é uma função
da posição angular θ que, por sua vez, é função do tempo. Voltando à Eq. 2, é fácil
observar que a derivada no tempo do fluxo concatenado será dada pela regra da
cadeia:
Ou
λ odq iodq
Eq. 21 λ = [ L( Park )] i
FDQ FDQ
Ivan Camargo 6
Estabilidade de Sistemas de Potência
sofre alteração é a matriz própria do rotor uma vez que é pré e pós multiplicada pela
matriz unidade.
LF MR 0
Eq. 22 [ LRR ] = M R LD 0
0 0 LQ
L0 0 0
Eq. 23 −1
[ P ][ Lee ][ P ] = 0 Ld 0
0 0 Lq
Onde
3
Ld = L s + M s + Lm
2
3
Eq. 24 Lq = L s + M s − L m
2
L0 = Ls − 2 M s
Onde k = 3 / 2 .
A simplificação na matriz de indutância é impressionante. Inicialmente, observa-se
que ela ficou constante. Desta forma, a derivada do vetor fluxo concatenado com as
novas bobinas fictícias fica:
Fazendo com que os coeficientes das equações diferenciais passem a ser constantes,
permitindo, assim, em alguns casos, a resolução analítica das equações da máquina.
Outra simplificação importante é o desacoplamento da equação homopolar. A
primeira equação da matriz, com o índice “0” é completamente independente das
Ivan Camargo 7
Estabilidade de Sistemas de Potência
Eq. 27 i a + ib + i c = 0
Nesta situação a equação homopolar pode ser desprezada e o sistema inicial de ordem
6 passa a ser de ordem 5.
Uma outra simplificação importante, esta devido à escolha da matriz de transformação
de Park, é que a matriz de indutância continua simétrica. Todo sistema real (ou físico)
tem matriz de indutância simétrica e é interessante que este sistema, mesmo sendo
fictício, mantenha características reais.
4) Equações de Tensão
As equações de tensão podem ser colocadas, na forma matricial, como se segue:
O sinal negativo leva em consideração que a máquina síncrona está atuando como
gerador, ou seja, as correntes são consideradas positivas quando estão “saindo” dos
enrolamentos da máquina.
O vetor de tensão do rotor é conhecido uma vez que os enrolamentos amortecedores
estão em curto-circuito e a tensão no enrolamento de campo é dada por vF. Portanto:
− v F
Eq. 29 [ v FDQ ] = 0
0
P 0 v abc v0 dq
Eq. 30 0 U v = v
FDQ FDQ
Ivan Camargo 8
Estabilidade de Sistemas de Potência
P 0 Rabc 0 P −1 0 P 0 iabc
0 U 0 =
RFDQ 0 U 0 U i FDQ
Eq. 31
PRabc P −1 0 i0 dq Rabc 0 i0 dq
=
0 RFDQ i FDQ 0 RFDQ i FDQ
P 0 λ&abc Pλ&abc
Eq. 32 0 U λ& = λ&
FDQ FDQ
Como
Eq. 33 Pλ abc = λ0 dq
Portanto:
0 0 0 λ0 0
Eq. 36 P& P λ0 dq
−1
= ω 0 0 − 1 λ d = − ωλ q
0 1 0 λ q ωλ d
λodq iodq
Eq. 38 λ = [ L( Park )] i
FDQ FDQ
Ivan Camargo 9
Estabilidade de Sistemas de Potência
λ&odq i&odq
Eq. 39 & = [ L( Park )] &
λ FDQ i FDQ
vd r 0 0 ωLq ωkM Q id
− v 0 rF 0 0 0 i
F F
0 = − 0 0 rD 0 0 i D −
vq − ωLd − ωkM F − ωkM D r 0 iq
0 0 0 0 0 rQ i Q
Eq. 40
Ld kM F kM D 0 0 i&d
kM
F LF MR 0 0 i&F
− kM D M R LD 0 0 i&D
0 0 0 Lq kM Q i&q
0
0 0 kM Q LQ i&Q
Ou
Ivan Camargo 10
Estabilidade de Sistemas de Potência
AULA 15
1) Introdução
As equações da máquina síncrona são, normalmente, dadas em valores por unidade ou
valores pu já que existe uma grande diferença numérica entre os valores absolutos de
corrente e tensão nos diferentes enrolamentos da máquina. As tensões nos
enrolamentos do estator são, normalmente, da ordem de kV enquanto que a tensão no
enrolamento de campo é da ordem de algumas centenas de volts.
Outro motivo para o uso freqüente dos valores em pu vem do fato que os fabricantes
das máquinas síncronas fornecem os dados dos seus equipamentos em pu.
Evidentemente, as bases escolhidas para normalizar as grandezas de uma máquina
devem levar em consideração os dados dos fabricantes.
EXEMPLO 1
Simplificar as equações de tensão e o circuito equivalente de duas bobinas acopladas
através de uma escolha razoável das grandezas de base.
Solução
O circuito equivalente de duas bobinas acopladas é mostrado na Figura 1.
Ivan Camargo 11
Estabilidade de Sistemas de Potência
Ivan Camargo 12
Estabilidade de Sistemas de Potência
Outras grandezas podem ser derivadas, mas para este exemplo específico estas são
suficientes.
Para o enrolamento secundário também é possível escolher três grandezas quaisquer
como base, no entanto, para que o acoplamento não perca o seu sentido físico, é
importante que as bases de potência e de tempo sejam as mesmas que as do
enrolamento primário. Desta forma, entrando uma potência de 1 pu no primário de um
transformador ideal, a potência de saída também será 1 pu. O mesmo se aplica para o
tempo. Portanto:
Desta forma, com três grandezas de base do secundário definidas, todas as outras
podem ser derivadas. Por exemplo:
SB SB N
Eq. 5 V2 B = = = V1 B 2
I 2 B N 1 I 1B / N 2 N1
N2
V1B
V2 B t B N1 N
L2 B = = t B = L1B ( 2 ) 2
I 2B N 1 I 1B / N 2 N1
L11 = l 1 + Lm1
Eq. 6
L 22 = l 2 + Lm 2
Ivan Camargo 13
Estabilidade de Sistemas de Potência
N 12
L m1 =
ℜ mag
N 22
Eq. 7 Lm 2 =
ℜ mag
N1N2
L12 =
ℜ mag
Colocando estas equações em pu, ou seja, dividindo-se os dois lados pela tensão de
base e considerando que o valor real das correntes é igual ao seu valor em pu
multiplicado pela base, com o índice “u” representando as grandezas em pu, tem-se:
v1 r ( L +l1 ) d L d
v1u = = 1 ( i1u I 1B ) + m1 ( i1u I 1B ) + 12 ( i 2u I 2 B )
V1 B V1 B V1 B dt u t B V1B dt u t B
Eq. 9
v2 r L d L +l2 d
v 2u = = 2 ( i 2u I 2 B ) + 12 ( i 1u I 1B ) + m 2 ( i 2u I 2 B )
V2 B V2 B V 2 B dt u t B V2 B dt u t B
Note que nesta equação até o tempo está em pu. Definindo a impedância mútua de
base como:
V 2 B t B V1 B t B
Eq. 10 L12 B = L 21 B = =
I 1B I 2B
Ivan Camargo 14
Estabilidade de Sistemas de Potência
A equação de tensão, reescrita em pu, sem o índice “u” para simplificar a notação fica
idêntica à equação com seus valores reais:
L m1 N 12 I
L m1u = = . 1B = M
L1 B ℜ mag V1B t B
Lm 2 N 22 I 2B N 22 ( N 1 / N 2 )I 1 B
Eq. 13 Lm 2u = = . = . =M
L 2 B ℜ mag V 2 B t B ℜ mag ( N 2 / N 1 )V1B t B
L12 N N I N N I 1B
L12 u = = 1 2 . 1B = 1 2 . =M
L12 B ℜ mag V 2 B t B ℜ mag ( N 2 / N 1 )V1 B t B
Cujo circuito equivalente pode ser representado pelo “T” equivalente mostrado na
Figura 2.
Ivan Camargo 15
Estabilidade de Sistemas de Potência
Este circuito é claramente mais simples que aquele mostrado na Figura 1. Além disto,
o número de parâmetros necessários para resolver este sistema é bem menor. No
anterior era necessário o conhecimento dos valores das duas indutâncias de dispersão,
da magnetização do enrolamento 1, magnetização do enrolamento 2 e da mútua. Neste
circuito simplificado estas três últimas indutâncias têm um único valor numérico fácil
de calcular.
Da mesma forma que para o enrolamento primário do exemplo anterior, escolha das
bases para o enrolamento do estator é arbitrária. Usando as bases escolhidas na
referência [1], tem-se:
Com estes três valores definidos, todas as outras grandezas de base do estator são
derivadas diretamente, por exemplo:
IB = SB/VB;
tB = 1/ωB;
λB = VB/ωB;
RB = VB/IB;
LB = VB/IBωB, etc...
Esta escolha de base do estator não é uma escolha usual. Basta lembrar que os dados
de placa de um gerador trifásico fornecem a potência aparente trifásica da máquina e a
tensão de linha (rms). A forma mais usual de escolha de base para normalizar as
equações da máquina é a seguinte (usando um asterisco para diferenciar da base que
se está utilizando):
Ivan Camargo 16
Estabilidade de Sistemas de Potência
Nota-se que com esta escolha de base “tradicional” a relação entre tensão, corrente e
potência de base não é satisfeita, ou seja:
3
Eq. 15 SB * = VB * I B *
2
VB * 2VB
Eq. 16 ZB * = = = ZB
IB * 2 IB
v a = 2Vsen(θ + α )
Eq. 17 v b = 2Vsen(θ + α − 2π / 3) V
v c = 2Vsen(θ + α + 2π / 3)
v 0 0
Eq. 18 v d = 3Vsenα V
v q 3V cos α
Usando o índice “u” para referenciar as grandezas em pu, pode-se colocar o valor
instantâneo da tensão no enrolamento fictício “d” em pu da seguinte forma:
vd V
Eq. 19 v du = = 3 senα = 3Vu senα pu
VB VB
Ivan Camargo 17
Estabilidade de Sistemas de Potência
Da mesma forma:
Observa-se que aparece um fator igual a raiz de três relacionando o valor rms da
tensão real (abc) e a tensão fictícia (0dq). Este mesmo fator aparece também na
corrente.
Como parte do fluxo concatena todos os outros enrolamentos neste eixo magnético,
pode-se dividir este fluxo em fluxo de dispersão (índice φ) e de magnetização (índice
m). Da mesma forma, pode-se subdividir a indutância própria em magnetização e
dispersão na forma descrita na equação 21 acima.
Ld = Lmd + l d
LF = LmF + l F
Eq. 22 LD = LmD + l D H
Lq = Lmq + l q
LQ = LmQ + l Q
Ivan Camargo 18
Estabilidade de Sistemas de Potência
λ md = L md I B = kM F I FB = kM D I DB
Eq. 23 λ mF = kM F I B = L mF I FB = M R I DB Wb
λ mD = kM D I B = M R I FB = L mD I DB
λ mq = L mq I B = kM Q I QB
Eq. 24 Wb
λ mQ = kM Q I B = L mQ I QB
VFB I kM F N F
= B = = = kF
VB I FB Lmd N
VDB I kM D N D
Eq. 25 = B = = = kD
VB I DB Lmd N
VQB IB kM Q N Q
= = = = kQ
VB I QB Lmd N
É interessante notar que o fator kF é o único que pode ser obtido a partir dos dados da
máquina, especificamente a partir da curva de magnetização. As constantes kD e kQ
normalmente não são conhecidas. Isto não atrapalha em nada a análise da máquina. De
fato, os valores das correntes nos enrolamentos amortecedores só apresentam interesse
em pu.
Ivan Camargo 19
Estabilidade de Sistemas de Potência
A escolha da base do rotor implica, como foi visto, que, em pu, as mútuas e as
indutâncias de magnetização são iguais. Definindo:
L md
Eq. 26 L mdu = = L AD
LB
Então:
kM F
kM Fu = = L AD
L B L FB
kM D
kM Du = = L AD
L B L DB
Eq. 27
MR
M Ru = = L AD
L FB L DB
LmF
LmFu = = L AD
L B L FB
Lmq
Lmqu = = L AQ
LB
Eq. 28
kM Q
kM Qu = = L AQ
L B LQB
Com esta definição, as equações de tensão da máquina síncrona podem ser reescritas
como se segue:
vd r 0 0 ωLq ωL AQ id
− v 0 rF 0 0 0 i
F F
0 = − 0 0 rD 0 0 i D −
vq − ωLd − ωL AD − ωL AD r 0 iq
0 0 0 0 0 rQ iQ
Eq. 29
Ld L AD L AD 0 0 i&d
L
AD LF L AD 0 0 i&F
− L AD L AD LD 0 0 i&D
0 0 0 Lq L AQ i&q
0
0 0 L AQ LQ i&Q
Ivan Camargo 20
Estabilidade de Sistemas de Potência
Estas cinco equações podem também ser descritas por dois circuitos “T” equivalente:
um para o eixo direto e o outro para o eixo em quadratura. A componente de tensão
proporcional à velocidade é representada como uma fonte controlada de tensão em
função do fluxo do outro eixo.
Ivan Camargo 21
Estabilidade de Sistemas de Potência
Ivan Camargo 22
Estabilidade de Sistemas de Potência
AULA 16
Esta equação pode ser colocada em termos das tensões e correntes nos enrolamentos
fictícios de Park, e, como foi visto, com a escolha feita da matriz de transformação de
Park, a potência é invariante, ou seja, em qualquer uma das duas referências ela tem o
mesmo valor numérico. Aplicando a transformação tem-se:
v d = − rid − λ&d − ωλ q
Eq. 3 V ou pu
v q = − ri q − λ&q + ωλ d
∂p
Eq. 5 Te = = iq λ d − id λ q Nm ou pu
∂ω
Ivan Camargo 23
Estabilidade de Sistemas de Potência
2H
Eq. 6 ω& = Tau
ωR
2H d
Eq. 7 ω u ω B = Tau
ωR dt u t B
Como
1
Eq. 8 ωB = =ωR
tB
Então
Chamando de
Eq. 10 τ j = 2 Hω R
Tmu Teu′
Eq. 11 ω& u = −
τj τj
id
i
F
Eq. 12 [
Teu = Ld i q L AD i q L AD i q − Lq i d ]
− L AQ i d i D
iq
i Q
Ivan Camargo 24
Estabilidade de Sistemas de Potência
Te
Teu′ =
S 3B / ω B
Eq. 13
Te
Teu =
SB /ωB
Como
Como
Eq. 16 δ& = ω
Eq. 17
0 0
i&d id
& 0 0
i F i
0 0 − L−1 v
F
i&D − L−1 ( R + ωN )
& iD
0 0
iq = i
q +
i& 0 0
Q − Ld i q iQ T
− L AD i q − L AD i q Lq i d − L AQ i d
ω& 0 0 ω mu
δ& 3τ j 3τ j 3τ j 3τ j 3τ j δ j
τ
0
0 0 0 0 1 0 0
Observa-se que a representação detalhada da máquina síncrona aumenta a
complexidade do problema de estabilidade. A equação 17, além de ser não linear, de
ordem 7, tem ainda um outro problema. Os valores da matriz característica não são os
dados usuais dos fabricantes. No próximo item vai-se relacionar os dados do
fabricante (reatâncias e constantes de tempo) com os valores da equação 17. Em
seguida, vai-se considerar algumas simplificações no tratamento das equações da
máquina.
Ivan Camargo 25
Estabilidade de Sistemas de Potência
AULA 17
1) Indutâncias
Aplicando-se uma tensão trifásica e equilibrada nos enrolamentos do estator de uma
máquina síncrona:
cos θ
Eq. 1 v abc = 2V cos( θ − 2π / 3 )u( t )
cos( θ + 2π / 3 )
Onde u(t) é a função degrau unitário e V é o valor “rms” da tensão de fase, então,
usando a transformada de Park:
0
Eq. 2 v0 dq = 3Vu( t )
0
Observa-se que aplicar uma tensão trifásica equilibrada nos enrolamentos do estator
equivale a aplicar um degrau de tensão no enrolamento fictício “d”. Considerando os
enrolamentos do rotor curto-circuitados, os fluxos nos enrolamentos “F” e “D” não
podem se alterar instantaneamente.
Eq. 3 λ F ( 0+ ) = λ D ( 0+ ) = 0
λd = Ld id + kM F i F + kM D i D
Eq. 4 λ F = kM F id + LF i F + M R i D = 0
λ D = kM D id + M R i F + LD i D = 0
Nesta condição, pode-se eliminar as correntes do rotor e se obter uma relação entre o
fluxo concatenado com o enrolamento “d” e a corrente neste mesmo enrolamento.
( kM F ) 2 L D + L F ( kM D ) 2 − 2 kM F kM D M R
Eq. 5 λ d = { Ld − }i d
L F L D − M R2
Ivan Camargo 26
Estabilidade de Sistemas de Potência
Eq. 6 λ d = L" d i d
Em pu lembrando que:
Eq. 7 kM F = kM D = M R = L AD
LD + LF − 2 L AD
Eq. 8 L" d = Ld −
LF LD
−1
L2AD
kM F
Eq. 9 iF = − id
LF
Portanto:
( kM F )2
Eq. 10 λ d = { Ld − }i d
LF
A indutância transitória é definida como sendo aquela relação entre fluxo concatenado
e corrente do enrolamento “d” quando o fluxo ainda não variou no enrolamento “F” e
a corrente no enrolamento “D” já foi a zero.
Eq. 11 λ d = L' d id
Em pu:
L2AD
Eq. 12 L' d = Ld −
LF
Depois de decorrido algum tempo, as correntes nos enrolamentos “F” e “D” vão a
zero, ou seja, a relação entre o fluxo e a corrente no enrolamento “d” será dada pela
sua indutância própria (Ld).
Eq. 13 λ d = Ld i d
Ivan Camargo 27
Estabilidade de Sistemas de Potência
senθ
Eq. 14 v abc = 2V sen( θ − 2π / 3 )u( t )
sen( θ + 2π / 3 )
0
Eq. 15 v0 dq
= 0
3Vu( t )
Eq. 16 λQ = ( kM Q )iq + LQ iQ = 0
Portanto:
kM Q
Eq. 17 iQ = − iq
LQ
( kM Q ) 2
Eq. 18 λ q = Lq iq + kM Q iQ = { Lq − }iq
LQ
Eq. 19 λ q = L" q i q
Ivan Camargo 28
Estabilidade de Sistemas de Potência
X d = ωLd
X ' d = ωL' d
Eq. 20 X " d = ωL" d
X q = ωLq
X " q = ωL" q
2) Constantes de Tempo
Aplicando-se um degrau de tensão no enrolamento de campo (F) com os enrolamentos
do estator em aberto tem-se:
v F ( t ) = V F u( t )
Eq. 21
i d = iq = 0
VF u( t ) = rF i F + λ&F
Eq. 22
0 = r i + λ&
D D D
rF i F + LF i&F + M R i&D = 0
Eq. 23 M
i&F = − R i&D
LF
M R2 &
Eq. 24 rD i D + ( LD − )i D = 0
LF
Ivan Camargo 29
Estabilidade de Sistemas de Potência
M R2
LD −
LF
Eq. 25 T" d 0 = [s]
rD
Eq. 26 rF i F + LF i&F = 0
LF
Eq. 27 T' d 0 = [s]
rF
L" d
Eq. 28 T " d = T" d 0 .
L' d
L' d
Eq. 29 T' d = T' d 0 .
Ld
LQ
Eq. 30 T" q0 =
rQ
L" q
Eq. 31 T" q = T" q 0 .
Lq
Ivan Camargo 30
Estabilidade de Sistemas de Potência
Existe ainda uma outra constante de tempo relacionada com o decaimento exponencial
de uma corrente contínua no estator. Esta constante de tempo aparece claramente na
simulação de curto-circuito trifásicos nas máquinas e é chamada de Ta.
L2
Eq. 32 Ta =
r
L" d + L" q
Eq. 33 L2 =
2
Exemplo
Calcular a matriz de indutância e a matriz de resistência (em pu) da máquina de
Tucuruí usando os seus dados de placa.
São dados:
Potência trifásica nominal: S3B = 350 MVA;
Tensão de linha nominal: VL = 13,8 kV;
Freqüência: f = 60 Hz;
Fator de Potência: fp = 0,95
Corrente Nominal: IN = 14,6 kA
Os valores das reatâncias em pu são os seguintes:
Xd = 0,8;
Xq = 0,61;
X’d = 0,25;
X”d = 0,19;
X”q = 0,185;
Xa = 0,14;
Onde Xa corresponde à reatância de dispersão da máquina. São dadas também as
seguintes constantes de tempo:
Ta = 0,172 s;
T’d0 = 5,64 s;
T”d0 = 0,0995 s;
T”q0 = 0,251 s;
Ivan Camargo 31
Estabilidade de Sistemas de Potência
Solução
Como foi dito, em pu os valores das reatâncias e das indutâncias são iguais.
As constantes de tempo de curto circuito são dadas por:
L' d
T' d = T' d 0 . = 1,7625 [s]
Ld
L" d
T " d = T" d 0 . = 0,0756 [s]
L' d
L" q
T" q = T" q0 . = 0,0761 [s]
Lq
L AQ = Lq − l = X q − X a = 0 ,47
Eq. 34 LF = L AD + l F
L2AD
Eq. 35 L' d = Ld −
LF
L' d −l d
Eq. 36 l F = L AD { }
Ld − L' d
L2AD
Eq. 37 LF = = 0 ,792
Ld − L' d
LD + LF − 2 L AD
Eq. 38 L" d = Ld −
LF LD
−1
L2AD
Ivan Camargo 32
Estabilidade de Sistemas de Potência
1
Eq. 39 L" d = l d +
1 / L AD +1/ lD +1/ lF
Portanto:
Neste exemplo:
l D = 0 ,0917
LD = 0 ,7517
L2AQ
Eq. 41 LQ = = 0 ,519
Lq − L" q
LF
Eq. 42 rF =
T' d 0
LD − L2AD / LF
Eq. 43 rD =
T" d 0
LQ
Eq. 44 rQ =
T" q0
É importante notar que as constantes de tempo são dadas em segundos, portanto, para
calcular as resistências é preciso dividir a constante de tempo pelo tempo de base ou
multiplicar por ωB.
T' d 0
Eq. 45 T ' d 0 ( pu ) = = ω B T' d 0
tB
Ivan Camargo 33
Estabilidade de Sistemas de Potência
Ivan Camargo 34
Estabilidade de Sistemas de Potência
0 0 0 lq laq
0 0 0 laq lkq];
mat2 = inv(matind);
mat1 =
0.0029 0 0 0.6100 0.4700
0 0.0004 0 0 0
0 0 0.0054 0 0
-0.8000 -0.6600 -0.6600 0.0029 0
0 0 0 0 0.0055
matind =
0.8000 0.6600 0.6600 0 0
0.6600 0.7920 0.6600 0 0
0.6600 0.6600 0.7517 0 0
0 0 0 0.6100 0.4700
0 0 0 0.4700 0.5198
mat2 =
5.2632 -1.9936 -2.8708 0 0
-1.9936 5.4613 -3.0448 0 0
-2.8708 -3.0448 6.5246 0 0
0 0 0 5.4054 -4.8879
0 0 0 -4.8879 6.3438
A matriz que relaciona o vetor derivada da corrente com a corrente é dada por:
É dada por:
Exemplo 1
Usando a Figura 1, determinar a indutância subtransitória L”d.
Ivan Camargo 35
Estabilidade de Sistemas de Potência
Solução
Da definição, sabe-se que esta indutância é a relação entre o fluxo concatenado com
“d” com a corrente em “d” com os outros enrolamentos em curto circuito e
desprezando o efeito das resistências. Então:
Eq. 48 L" d = l + ( L AD // l F // l D )
Portanto:
1
Eq. 49 L" d = l d +
1 / L AD +1/ lD +1/ lF
Exemplo 2
Obter a constante subtransitória de eixo direto em cirtuito aberto (T”d0) observando o
circuito equivalente da figura 1.
Solução
Voltando à definição desta constante de tempo, tem-se que ela representa o
decaimento exponencial de uma corrente no enrolamento “D” quando id = 0 (em
Ivan Camargo 36
Estabilidade de Sistemas de Potência
Leq
T" d 0 =
Eq. 50 rD
Leq = l D + ( L AD // l F )
M R2
LD −
LF
Eq. 51 T" d 0 =
rD
Ivan Camargo 37
Estabilidade de Sistemas de Potência
AULA 18
1) Introdução
A representação detalhada da máquina síncrona consiste na solução das sete equações
diferenciais não-lineares cujas entradas são a tensão de campo vF e o conjugado
mecânico Tm.
Os valores de vF e Tm podem ser dados com maior ou menor sofisticação mas, como
foi visto, a forma mais simplificada de representação consiste na inclusão de uma
equação diferencial com um ganho e uma constante de tempo para cada uma destas
entradas. Desta forma, tem-se pelo menos nove equações diferenciais representando
cada máquina.
Em estudos de estabilidade é usual representar com bastante detalhe as máquinas
próximas ao defeito (ou à perturbação) e com menor detalhe as máquinas mais
afastadas.
Neste item vai-se analisar os modelos simplificados mais usados. Recomenda-se a
leitura da referência [15] (Young) para um estudo mais aprofundado.
2) Modelo E’q
O modelo E’q consiste em desprezar o efeito das correntes nos enrolamentos
amortecedores. Desprezar estas correntes no modelo da máquina é muito simples,
basta fazer iD = iQ = 0.
Exemplo
Considerando os dados da máquina de Tucuruí, representar o comportamento da
máquina usando o modelo E’q.
Solução
Voltando ao exemplo anterior e fazendo iD = iQ = 0, tem-se:
Ivan Camargo 38
Estabilidade de Sistemas de Potência
d
va = − ( M F i F cos θ )
Eq. 2 dt
v a = ω R M F i F senθ
ωRM F
Eq. 3 E= iF
2
Eq. 4 3E = ω R kM F i F [V]
Eq. 5 3E = L AD i F [pu]
Eq. 6 λ F = LF iF
Define-se:
L AD
Eq. 7 3E q′ = λF [pu]
LF
Define-se também:
Ivan Camargo 39
Estabilidade de Sistemas de Potência
L AD
Eq. 8 3E FD = vF [pu]
rF
Eq. 9 v F = rF i F + λ& F
LF L AD &
Eq. 10 E FD = L AD i F + λF
rF LF
1
Eq. 11 E& q′ = ( E FD − E )
Td′0
v d = − ri d − ωλ q − λ&d
Eq. 12
v q = −ri q + ωλ d − λ&q
1
Eq. 13 iq = λq
Lq
Substituindo em 12:
r
Eq. 14 λ&q = − λq + ωλ d − v q
Lq
Para obter a corrente em função do fluxo no eixo direto é um pouco mais complicado
uma vez que se trata da inversão de uma matriz de ordem dois.
−1
i d Ld L AD λ d
Eq. 15 i = L
F AD L F λ F
Ivan Camargo 40
Estabilidade de Sistemas de Potência
id 1 LF − L AD λ d
Eq. 16 i = − L
2
F Ld L F − L AD AD Ld λ F
L2AD
Eq. 17 L' d = Ld −
LF
Obtém-se:
1 L 1 1
Eq. 18 id = λ d − AD λ F = λd − E'q
L' d L' d L F L' d L' d
L AD Ld L Ld
Eq. 19 iF = − λd + λ F = − AD λ d + E'q
L' d L F L' d L F L' d L F L' d L AD
r r
Eq. 20 λ&d = − λd + E ' q −ωλ q − v d
L' d L' d
Ld L − L' d 1
Eq. 21 E& ' q = − E'q + d λd + E FD
L' d T ' d 0 L' d T ' d 0 T 'd0
Ld Ld − L ' d
− 0 E FD
E& ' q L' d T ' d 0 L' d T ' d 0 E 'q T '
& r r d 0
Eq. 22 λd = L' − − ω λd + − vd
L' d
λ&q d
r λq − vq
0 ω −
Lq
Exemplo
Calcular os coeficientes da matriz do modelo E’q, usando os dados da máquina de
Tucuruí.
Ivan Camargo 41
Estabilidade de Sistemas de Potência
Solução
São dados: Ld = 0,8 pu; L’d = 0,25 pu, r = 0,0029 pu; Lq = 0,61 e T’d0 = 5,64 s.
Tem que colocar a constante de tempo em pu:
T’d0u = ωB T’d0 = 2126,28 pu
Então:
Observa-se que o sistema continua não linear e que as relações entre as grandezas
envolvidas foram simplificadas.
As entradas para a solução deste sistema são as características da rede dadas pelas
tensões vd e vq, a tensão de campo (EFD) e o conjugado mecânico (Tm), este último na
equação mecânica que não foi representada. O conjugado elétrico é obtido da
definição substituindo os valores de id e iq previamente calculados.
1 1 L λ
Eq. 24 Te = λ q λ d ( − ) + ( AD F )λ q
Lq L ' d L' d L F
3) Modelo E”
A variação do fluxo nas equações de tensão é desprezada. Além disto, supõe-se que
L”d = L”q. Todos os efeitos do campo e das correntes nos enrolamentos amortecedores
são considerados.
Define-se fluxo subtransitório como:
Ivan Camargo 42
Estabilidade de Sistemas de Potência
Eq. 29 v d = − ri d − ωλ q
Eq. 30 v q = − riq + ωλ d
Pode-se usar uma notação fasorial para representar estas duas equações em um
circuito equivalente relacionando as tensões vd e vq à tensão terminal va. Definindo:
I a = I q + jI d
Eq. 33 Va = Vq + jVd
E " = E"q + jE"d
Ivan Camargo 43
Estabilidade de Sistemas de Potência
1 1
Eq. 35 e&" d = − e" d − ( x q − x" q )i q
T "q 0 T "q0
1
Eq. 36 E& ' q = ( E FD − E )
T 'd 0
1 1 1
Eq. 37 λ& D = 3E ' q − λD + ( x ' d − x l )i d
T "d 0 T "d 0 T "d 0
4)Modelo “dois-eixos”
Neste modelo os efeitos subtransitórios são desprezados. Considera-se que a variação
do fluxo nas equações de tensão é desprezível e que as correntes nos enrolamentos
amortecedores também podem ser desprezadas. No entanto considera-se que exista
um enrolamento no rotor tanto no eixo direto quanto no eixo em quadratura. Esta
representação é boa para máquinas de pólos lisos onde existe uma influência
significativa de correntes no rotor que podem ser representadas por este enrolamento
fictício.
O número de equações diferenciais é reduzido para dois, uma vez que quatro equações
foram desconsideradas e foi adicionado um circuito no rotor. A representação deste
modelo é muito parecida com a do modelo anterior. Definindo fluxo transitório no
eixo direto e em quadratura:
Ivan Camargo 44
Estabilidade de Sistemas de Potência
1
Eq. 46 E& ' q = ( E FD − E )
T 'd 0
Que já foi deduzida. A segunda é obtida da variação do fluxo no enrolamento que foi
acrescentado no eixo em quadratura, ou seja numa equação do tipo:
Eq. 47 0 = rQ iQ + λ&Q
1
Eq. 48 E& ' d = {− E ' d −( x q − x' q ) I q }
T 'q0
Ivan Camargo 45
Estabilidade de Sistemas de Potência
5) Modelo “um-eixo”
A simplificação que leva ao modelo um-eixo é óbvia. Usando o modelo anterior e
eliminando o efeito das correntes parasitas no eixo em quadratura, em outras palavras,
eliminando a equação 48, tem-se o modelo “um-eixo”.
Neste modelo, evidentemente, os efeitos subtransitórios são ignorados (supõe-se que
iD = iQ = 0) e não se considera a variação do fluxo nas equações de tensão. Com a
eliminação de quatro equações diferenciais, a máquina passa a ser descrita por apenas
uma – a relação entre tensão e fluxo de campo que, como foi visto nos outros
modelos, pode ser colocada na forma que se segue:
1
Eq. 49 E& ' q = ( E FD − E )
T 'd 0
1 L
Eq. 50 id = λ d − AD λ F
L' d L' d L F
L AD
Eq. 51 L' d i d = ( L d i d + L AD i F ) − λF
LF
v d = −ri d − ωλ q
Eq. 54
E' d = −ωλ' q = −ω ( λ q − L' q i q )
Portanto:
Ivan Camargo 46
Estabilidade de Sistemas de Potência
Eq. 56 Te = λ d i q − λ q i d
Ou
Eq. 57 Te = ( Ld i d + L AD i F )i q − L q i q i d
Como
Então
1
Eq. 60 E& ' q = ( E FD − E )
T 'd 0
1
Eq. 61 ω& = ( T m − Te )
τj
Eq. 62 δ& = ω
As entradas deste modelo são a tensão de campo (EFD ou vF) o conjugado mecânico
(Tm) e as correntes nas bobinas “d” e “q” que dependem das condições da rede. As
saídas são: o fluxo no enrolamento de campo (E’q) a velocidade (ω) e a posição (δ).
6) Modelo Clássico
Ivan Camargo 47
Estabilidade de Sistemas de Potência
Uma outra simplificação considerada neste modelo é supor que E’q = E’ são iguais, ou
seja que a componente de fluxo no eixo em quadratura, que da origem a tensão E’d
pode ser desprezada.
Ivan Camargo 48
Estabilidade de Sistemas de Potência
AULA 19
Eq. 1 v a = v a∞ + R e i a + Le i&a
cos( ω R t + α )
Eq. 4 v abc∞ = 2V∞ cos( ω R t + α − 120o )
cos( ω R t + α + 120o )
Ivan Camargo 49
Estabilidade de Sistemas de Potência
Eq. 5 θ = ω Rt + δ + π / 2
0
Eq. 6 v0 dq∞ = Pv abc∞ = 3V∞ − sen( δ − α )
cos( δ − α )
0 0
Eq. 8 v0 dq = 3V∞ − sen(δ − α ) + Re i0 dq + Le i&0 dq − ωLe − i q
cos(δ − α ) i d
Onde
K = 3V∞
Eq. 10
γ = δ −α
Ivan Camargo 50
Estabilidade de Sistemas de Potência
R̂ = r + Re
Eq. 11 L̂ d = L d + Le
L̂ q = L q + Le
Pode-se incorporar estes valores aos valores de resistência e indutâncias nos eixos
direto e em quadratura. A equação da máquina fica:
− K sen γ
−v
F
Eq. 12 − L̂i& = ( R̂ + ωN̂ )i + 0
K cos γ
0
i&d
0 0
i d
& 0 0
i F iF
i&D − L̂−1 ( R̂ + ωN̂ ) 0 0
& iD
0 0
iq = iq +
i& 0 0
Q − Ld i q iQ
− L AD i q − L AD i q Lq i d − L AQ i d
ω& 0 0 ω
δ& 3τ j 3τ j 3τ j 3τ j 3τ j
δ
0 0 0 0 0 1 0
− K sen γ
− vF
− L̂−1 0 0
K cos γ
+
0
Tmu
0 1 0
τj
0 1
Eq. 13 0
Ivan Camargo 51
Estabilidade de Sistemas de Potência
Eq. 15 i D = iQ = 0
vF
Eq. 16 iF =
rF
v d = −ri d − ωL q i q
Eq. 17
v q = − ri q + ωLd i d + ωkM F i F
Conhecendo-se as tensões dadas pela Eq. 17 a tensão nos terminais da máquina será
calculada pela transformada inversa de Park.
Lembrando que
θ = ωt + δ + π / 2
x d = ωL d
Eq. 19
x q = ωL q
3 E = ωkM F i F
Então
Ivan Camargo 52
Estabilidade de Sistemas de Potência
v a = 2 / 3 { −( ri d + x q i q ) cos( ωt + δ + π / 2 ) +
Eq. 20
( −ri q + x d i d + 3 E ) cos( ωt + δ )}
Eq. 21 A = Ae jα
Eq. 22 a( t ) = 2 A cos( ωt + α )
id iq iq
V a = −r{ ∠( δ + π / 2 ) + ∠δ } − x q ∠( δ + π / 2 )
3 3 3
Eq. 23
id
+ xd ∠δ + E∠δ
3
É interessante definir
id
Id =
3
Eq. 24
iq
Iq =
3
Usando o eixo “q” como referência fasorial o fasor de corrente I a tem duas
Eq. 26 I a = ( I q + jI d )e jδ
Da mesma forma, como a tensão interna E está em fase com o mesmo eixo “q”, então:
E = E∠δ
Eq. 27 I q = I q ∠δ
I d = jI d ∠δ
Eq. 28 E = V a + rI a + jx q I q + jx d I d
Ivan Camargo 53
Estabilidade de Sistemas de Potência
Eq. 29 E qa = V a + rI a + jx q I a
É fácil mostrar que E qa está em fase com o eixo “q”. Voltando à equação 28 e
E = V a + rI a + jx q I q + jx q I d − jx q I d + jx d I d
Eq. 30
E = E qa + j( x d − x q )I d
Ivan Camargo 54
Estabilidade de Sistemas de Potência
Exemplo 1
Uma máquina alimenta a sua carga nominal com fator de potência 0,85 indutivo. A
sua tensão terminal é igual a 1 pu. Determinar as condições de regime permanente
desta máquina e o valor da tensão no barramento infinito.
Solução
Usando os dados da máquina de Tucuruí, ou seja:
Ld = 0,8 pu; L’d = 0,25 pu, r = 0,0029 pu; Lq = 0,61 e T’d0 = 5,64 s.
Sabendo-se também que:
Va = 1; Re = 0,02; Xe = 0,40; S = 1pu (potência nominal)
O módulo da corrente de saída da máquina é dada por:
Ia = S / Va = 1pu
A fase é dada pelo arco cujo coseno é igual a 0,85. Tomando a tensão terminal como
referência fasorial:
I a = 1∠ − 31,79
E qa = V a + rI a + jx q I a
E qa = 1∠0 + ( 0 ,0029 + j0 ,61 ).1∠ − 31,79
E qa = 1∠0 + 0 ,61∠89 ,72.1∠ − 31,79
E qa = 1 + 0 ,32 + j0 ,517 = 1,42∠21,32
Ivan Camargo 55
Estabilidade de Sistemas de Potência
3E 3 .1,5719
iF = = = 4 ,1253 [pu]
L AD 0 ,66
Finalmente, a tensão no barramento infinito é dada por:
V∞ = V a − ( Re + jX e )I a
V∞ = 1 − ( 0 ,02 + j0 ,40 )1∠ − 31,8
V∞ = 0 ,7722 − j0 ,3294 = 0 ,8395∠ − 23 ,10
Em muitos problemas é mais fácil colocar a tensão no barramento infinito como
referência, para isto basta somar 23,1 graus a todos os ângulos previamente
calculados.
Exemplo 2
Repita o exemplo anterior supondo que a tensão conhecida seja a do barramento
infinito (1/0o ) e que a potência ativa e reativa conhecidas sejam as da saída da
máquina (1+j0,52) pu.
Solução
Neste exemplo o carregamento da máquina é bem maior que do exemplo anterior.
Rigorosamente, quando se conhece a tensão em um barramento e a potência no outro
é preciso desenvolver um processo iterativo (como do fluxo de carga) para o cálculo
da tensão terminal da máquina. No entanto, uma boa aproximação é considerar que as
perdas ativas na linha sejam iguais ao valor da resistência (é o mesmo que supor que a
corrente seja igual a 1 pu) e que as perdas reativas sejam iguais a reatância. Neste caso
a potência absorvida pelo barramento infinito é dada por:
S ∞ = 0 ,98 + j0 ,12 [pu]
S ∞ * 0 ,98 − j0 ,12
Ia = = = 0 ,98∠ − 6 ,98
V∞ 1
V a = V∞ + ( Re + jX e )I a
V a = 1 + ( 0 ,02 + j0 ,4 ).0 ,98∠ − 6 ,98
V a = 1,0671 + j0 ,3867 = 1,1350∠19 ,92
Ivan Camargo 56
Estabilidade de Sistemas de Potência
E qa = V a + rI a + jx q I a
E qa = 1,1350∠19 ,92 + ( 0 ,0029 + j0 ,61 ).0 ,98∠ − 6 ,98
E qa = 1,1426 + j0 ,9797 = 1,5051∠40 ,61
Ivan Camargo 57
Estabilidade de Sistemas de Potência
AULA 20
1) Introdução
Nas aulas anteriores foram analisadas as formas de simplificar as equações da
máquina síncrona e de se representar o sistema em um caso particular da máquina
contra um barramento infinito. Observou-se que, mesmo com todas as simplificações,
o sistema de equações diferenciais que descreve a máquina e o seu movimento
permanece um sistema não linear.
Nesta aula vai-se analisar o funcionamento da máquina síncrona em regime transitório
em torno de um determinado ponto de funcionamento, linearizando as equações, já
simplificadas da máquina, para estudar principalmente o efeito dinâmico do sistema
de excitação.
As simplificações consideradas neste modelo são as seguintes:
• considera-se que a máquina esteja ligada a um barramento infinito, ou seja, a
representação da carga (ou do sistema) é a mais simples possível;
• representa-se a máquina síncrona pelo seu modelo E’q, a representação da máquina
é a mais simples dentre aquelas que permite a análise do sistema de excitação.
Em relação à segunda simplificação, cabe lembrar que a representação da máquina por
este modelo pressupõe as seguintes hipóteses:
• efeito subtransitório desprezado (iD = iQ = 0);
• saturação desprezada;
• o termo da tensão devido à variação do fluxo é considerado pequeno se comparado
com o termo de velocidade ( λ& d << ωλ q ; λ& q << ωλ d );
v F = rF i F + λ& F
Eq. 1 v d = −ωλ q = −ωLq i q
v q = ωλ d = ωLd i d + ωkM F i F
Ivan Camargo 58
Estabilidade de Sistemas de Potência
A equação de tensão no enrolamento de campo, como já foi visto, pode ser colocada
em função das definições das tensões refletidas no estator, ou seja:
ω R kM F
Eq. 2 E q′ = λF
3 LF
ω R kM F
Eq. 3 E FD = vF
3rF
ω R kM F
Eq. 4 E= iF
3
1
Eq. 5 E& q′ = ( E FD − E )
Td′0
Esta equação, nesta forma, não é conveniente para este modelo uma vez que introduz
(ou não elimina) a corrente de campo. Para isto, usando a definição do fluxo
concatenado com o enrolamento de campo, tem-se:
λF kM F
Eq. 6 iF = − id
LF LF
L AD L2AD
Eq. 7 L AD i F = λF − id
LF LF
L2AD
Eq. 8 Ld − L' d =
LF
Ivan Camargo 59
Estabilidade de Sistemas de Potência
ωkM F λ F kM F
Eq. 10 sTd′0 E q′ = E FD − ( − id )
3 LF LF
Eq. 11 ( 1 + sTd′0 )E q′ = E FD + ( x d − x ′d )I d
Eq. 12 E FD = ( 1 + sTd′0 )E q′ − ( x d − x ′d )I d
As equações das tensões nos enrolamentos fictícios do estator podem também ser
colocadas em função das correntes, considerando as máquinas ligadas a um
barramento infinito, conforme hipótese de base. Da equação 1 e lembrando as
equações deduzidas na aula passada, vem:
0 = − Re i q∆ + ( x d + X e )i d∆ + 3 E + 3V∞ sen( δ 0 − α )δ ∆
Eq. 15
0 = − Re i d∆ − ( x q + X e )i q∆ + 3V∞ cos( δ 0 − α )δ ∆
Matricialmente:
Ivan Camargo 60
Estabilidade de Sistemas de Potência
Onde:
1
Eq. 20 KI =
Re2 + ( x q + X e )( x' d + X e )
Eq. 22 [
K 3 = 1 + K I ( x d − x' d )( x q + X e ) ]−1
K3
Eq. 24 E' q∆ = { E FD∆ − K 4 δ ∆ }
( 1 + K 3 T' d 0 s )
Esta equação foi apresentada na primeira parte do curso sem dedução. A dedução,
mesmo sendo muito simples, exige o conhecimento do modelo simplificado da
máquina.
A constante K3 depende da característica da rede e independe das condições iniciais.
Já a constante K4 terá um determinado valor para cada condição inicial. O valor de K4
está relacionado com a variação da tensão interna em função do ângulo da máquina –
o chamado efeito desmagnetizante.
É possível fazer uma dedução semelhante para os outros parâmetros que definem as
equações da máquina em uma determinada situação de operação.
O conjugado elétrico será dado por:
1
Eq. 25 Te = ( v d i d + v q i q ) = Vd I d + Vq I q
3
Ivan Camargo 61
Estabilidade de Sistemas de Potência
Linearizando, lembrando que as não linearidades, neste caso, se devem ao produto das
variáveis:
Lembrando que:
E qa = E + ( x d − x q )I d
Eq. 28
E = E' q −( x d − x' d )I d
Vem:
Agrupando os termos:
Onde
Eq. 33 K 2 = K I {I q 0 [ Re2 + ( x q + X e ) 2 ] + E qa 0 Re }
1 2
Eq. 34 Vt 2 = ( v d + v q2 ) = V d2 + V q2
3
Linearizando:
Ivan Camargo 62
Estabilidade de Sistemas de Potência
Vd 0 Vq0
Eq. 35 Vt∆ = V d∆ + V q∆
Vt 0 Vt 0
Vd 0 Vq0
Eq. 36 Vt∆ = − x q I q∆ + ( x' d I d∆ + E' q∆ )
Vt 0 Vt 0
Eq. 37
Vt∆ = {( K I V∞ x' d V q0 / Vt 0 )[ Re cos( δ 0 − α ) − ( x q + X e ) sen( δ 0 − α )] −
− ( K I V∞ x qV d 0 / Vt 0 )[( x' d + X e ) cos( δ 0 − α ) + Re sen( δ 0 − α )]}δ ∆ +
+ {( V q 0 / Vt 0 )[ 1 − K I x' d ( x q + X e )] − ( V d 0 / Vt 0 )K I x q Re }E' q∆
Ou
Eq. 39
K 5 = {( K I V∞ x' d V q0 / Vt 0 )[ Re cos( δ 0 − α ) − ( x q + X e ) sen( δ 0 − α )] −
− ( K I V∞ x qVd 0 / Vt 0 )[( x' d + X e ) cos( δ 0 − α ) + Re sen( δ 0 − α )]}
Eq. 40 K 6 = {( Vq 0 / Vt 0 )[ 1 − K I x' d ( x q + X e )] − ( V d 0 / Vt 0 )K I x q Re }
K3
Eq. 41 E' q∆ = { E FD∆ − K 4 δ ∆ }
( 1 + K 3 T' d 0 s )
Ivan Camargo 63
Estabilidade de Sistemas de Potência
Como foi visto, todas as constantes (menos K3) dependem das condições iniciais do
problema.
Exemplo 1
Calcular as constantes K para o exemplo 1 do regime permanente
Solução
Foi elaborado um programa para cálculo das constantes no Matlab.
%Entrada de dados Tucurui
xd = 0.8;
xq = 0.61;
x1d = 0.25;
x2d = 0.19;
x2q = 0.185;
xa = 0.14;
ta = 0.172;
t1do = 5.64;
freq = 60;
omega = 2 * pi * freq;
%Valores Externos
xe = 0.4; re = 0.0;
P = 0.1; Q = 0.0; Vinf = 1.0;
%calculo das matrizes da maquina
ld = xd;
lq = xq;
lad = xd - xa;
laq = xq - xa;
df = 1/((1/(x1d-xa))-(1/lad));
lf = df + lad;
%resistencia
l2 = (x2d+x2q)/2;
ra = l2/(omega*ta);ra = 0;
rf = lf/(omega*t1do);
%Cálculo da constante K3
KI=1/(ra^2+(xq+xe)*(x1d+xe));
K3=1/(1+KI*(xd-x1d)*(xq+xe));
%Cálculo da corrente
[Ith,Ir]=cart2pol(P/Vinf,-Q/Vinf);
%Cálculo da tensão terminal Vt
[Zeth,Zer]=cart2pol(re,xe);
[auxre,auxim]=pol2cart((Ith+Zeth),(Ir*Zer));
[Vtth,Vtr]=cart2pol((Vinf+auxre),auxim);
%Cálculo da tensão interna da máquina Eqa
[Zqth,Zqr]=cart2pol((ra+re),(xq+xe));
[auxre,auxim]=pol2cart((Ith+Zqth),(Ir*Zqr));
[Eqath,Eqar]=cart2pol((Vinf+auxre),auxim);
%Cálculo da constante K4
K4=Vinf*KI*(xd-x1d)*((xq+xe)*sin(Eqath)-re*cos(Eqath));
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Estabilidade de Sistemas de Potência
%Decomposição da corrente em Id e Iq
Iq = Ir*cos(Eqath-Ith);
Id = Ir*sin(Eqath-Ith);
%Cálculo da constante K1
K1 = KI*Vinf*(Eqar*(re*sin(Eqath)+(x1d+xe)*cos(Eqath)));
K1 = K1+KI*Vinf*(Iq*(xq-x1d)*((xq+xe)*sin(Eqath)-re*cos(Eqath)));
%Cálculo da constante K2
K2 = KI*(Iq*(re^2+(xq+xe)^2)+Eqar);
%Decomposição da tensão em Vd e Vq
Vq = Vtr*cos(Eqath-Vtth);
Vd = Vtr*sin(Eqath-Vtth);
%Cálculo da constante K5
K5 =(KI*Vinf*x1d*Vq/Vtr)*(re*cos(Eqath)-(xq+xe)*sin(Eqath));
K5 = K5 - (KI*Vinf*xq*Vd/Vtr)*((x1d+xe)*cos(Eqath)+re*sin(Eqath));
%Cálculo da constante K6
K6 = (Vq/Vtr)*(1-KI*x1d*(xq+xe))-(Vd/Vtr)*KI*xq*re;
Os resultados são:
K1 = 1,0962
K2 = 3,3759
K3 = 0,5417
K4 = 0,5295
K5 = -0,3536
K6 = 0,5612
Exemplo 2
Repetir o procedimento para o outro exemplo do regime permanente
Solução
Usando o mesmo programa mudando os dados de entrada obtém-se:
K1 = 1,3970
K2 = 3,3324
K3 = 0,5417
K4 = 0,5402
K5 = -0,3959
K6 = 0,5689
Observação importante: o programa não foi testado. Os resultados podem não estar
corretos.
É interessante notar que as constantes variam com a carga. Para sistemas carregados a
constante K5 pode tomar valores negativos.
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Estabilidade de Sistemas de Potência
Exemplo 3
Simular o comportamento do ganho da excitação quando K5 é menor que zero.
Ivan Camargo 66
Estabilidade de Sistemas de Potência
AULA 21
Como foi visto, a excitação da máquina faz com que o módulo da tensão interna da
máquina varie com o aumento da tensão de campo (ou da corrente, ou ainda do fluxo).
O primeiro exemplo que será analisado será o efeito deste aumento da tensão interna
supondo a máquina em regime permanente operando com tensão terminal constante e
potência ativa constante.
Exemplo 1
Considere um gerador funcionando em regime permanente com tensão terminal igual
a 1 pu alimentando uma carga com fator de potência indutivo. Assuma que a excitação
tenha sido aumentada sem alterar a potência mecânica. Avaliar o novo ponto de
funcionamento da máquina nesta condição.
Solução
O diagrama fasorial da máquina nesta condição é óbvio.
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Estabilidade de Sistemas de Potência
Ou
VE E
Eq. 2 P= sen δ = sen δ
x x
k1 = I cos φ
Eq. 3
k 2 = E sen δ
δ '< δ
Eq. 4
φ '> φ
Como não podia deixar de ser, com o aumento da excitação, em regime permanente, a
máquina passa a gerar mais potência reativa.
Neste curso a análise deve ser em regime transitório. Deve-se, inicialmente, fazer uma
distinção entre o problema transitório (relacionado às grandes perturbações) do
problema dinâmico (relacionado às pequenas perturbações).
Ivan Camargo 68
Estabilidade de Sistemas de Potência
VtV∞
Eq. 5 Pe = sen δ
x
Exemplo 2
Considere o sistema mostrado na Figura 1 abaixo:
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E1E2
Eq. 6 Pe = sen(δ 1 + δ 2 )
x1 + x2
E1 = (1 + jI ) = 1 + I 2 e jδ / 2
Eq. 7
E2 = (1 − jI ) = 1 + I 2 e − jδ / 2
e jδ / 2 + e − jδ / 2
Eq. 8 E1 + E2 = 2 = 2 1 + I 2 ( ) = 2 1 + I 2 cos(δ / 2)
2
1
Eq. 9 E1 = E2 = 1 + I 2 =
cos(δ / 2)
Ivan Camargo 70
Estabilidade de Sistemas de Potência
E1Vt sen(δ / 2)
Eq. 10 P= sen(δ / 2) = = tan(δ / 2)
x1 cos(δ / 2)
3
P (Ecte)
2
P
P (Vcte)
1
0
0 50 100 150
delta
Exemplo 3
Supondo que o regulador (ideal) seja instalado na máquina, ou seja que a tensão
terminal permaneça constante, avaliar a variação da potência em função do ângulo.
Solução
O circuito equivalente é o mesmo.
O diagrama fasorial é mostrado na Figura 6.
Ivan Camargo 71
Estabilidade de Sistemas de Potência
δ = δ1 + δ 2
Eq. 11 φ = δ2 / 2
E2 = Vt = 1
Vt E 2
P= senδ 2 = senδ 2
x2
Vt E1
Eq. 12 P= senδ 1 = E1 senδ 1
x1
E1 E 2 E
P= senδ = 1 senδ
x1 + x 2 2
Vt − E2 1 − 1 / − δ 2
I = = = (− j ){1 − (cos δ 2 − j sen δ 2 )}
jx2 j
Eq. 13 I = sen 2 δ 2 + 1 − 2 cos δ 2 + cos 2 δ 2 = 2(1 − cos δ 2 )
I = 2 sen φ = 2 sen(δ 2 / 2)
Portanto
Ivan Camargo 72
Estabilidade de Sistemas de Potência
sen δ 2
Eq. 15 tan δ 1 =
2 − cos δ 2
3,5
3
2,5
corrente (pu)
2 potência (pu)
1,5 delta 1 (rad)
1 delta (rad)
0,5 E1 (pu)
0
-0,5 0 1 2 3 4
A potência máxima transferida é igual a 1 pu, no entanto o ângulo onde ela ocorre não
é mais 90o. Traçando o gráfico Pxδ tem-se a Figura 8.
1,2
1
0,8
P (pu)
0,6
0,4
0,2
0
0 1 2 3
delta (rad)
Ivan Camargo 73