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HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS EM EXECUÇÃO FISCAL: DIÁLOGO


COM O CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
ALICE SANTOS VELOSO NEVES: Advogada,
graduada em 2002/02 pela Pontifícia
Universidade Católica de Goiás. Especialista
em Direito Civil pela Universidade Federal de
Goiás. Aluna especial do Programa de Pós-
Graduação em Direito e Políticas Públicas -
PPGDP, nível Mestrado Profissional, da
Universidade Federal de Goiás. Assessora

Boletim Conteúdo Jurídico n. 855 de 26/05/2018 (ano X) ISSN - 1984-0454


jurídica da Agência Goiana de Regulação,
Controle e Fiscalização de Serviços Públicos.

RESUMO: O presente artigo aborda nuances fixação dos honorários


advocatícios para a Fazenda Pública em processos de execução fiscal e
aponta a possibilidade de utilização do diálogo das fontes com o
ordenamento processual civilista, impondo-se a aplicação do art. 827 do
CPC nas execuções fiscais, com o arbítrio dos honorários advocatícios da
Fazenda Pública no ato do despacho da exordial no patamar de 10% (dez
por cento), os quais podem ser 5majorados, na forma do art. 85 do CPC.
Palavras-chave: Honorários sucumbenciais; diálogo das fontes; lei de
execução fiscal; Código de Processo Civil; Transparência.

1. Introdução
A Lei nº 6.830/80 dispõe sobre a execução fiscal, isto é, a
execução judicial para a cobrança da Dívida Ativa da União, dos Estados,
do Distrito Federal, dos Municípios e respectivas autarquias, sendo
utilizado esta lei para reger este microssistema e, subsidiariamente, o
Código de Processo Civil, nos termos do art. 1º da Lei de Execução Fiscal.
A satisfação dos créditos fazendários são regulados pela Lei de
Execução Fiscal (LEF). A execução fiscal é instruída pelo título executivo
extrajudicial denominado Certidão de Dívida Ativa (CDA), como dispõe o
art. 784, inciso IX do CPC/2015.
A Dívida Ativa da Fazenda Pública pode ser tributária ou não
tributária quando formada por multas, por exemplo, nos termos estipulados
pela Lei nº 4.320/1964 que estatui normas gerais de direito financeiro para
elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados,
dos Municípios e do Distrito Federal.

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A partir de processo administrativo que foi processado com


ampla defesa e contraditório pleno, via administrativa, confirmando-se o
débito tributário ou não tributário do devedor para com a Fazenda Pública,
esta inscreve este débito do devedor e emite uma certidão para a cobrança
de seu crédito, denominado Certidão de Dívida Ativa (CDA). Após há o
ajuizamento da ação executiva, que por existir procedimento próprio é
denominado execução fiscal, seguindo o disposto na exígua Lei nº
6.830/80.
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Como descrito no art. 1º da LEF as regras processuais gerais do


Código de Processo Civil poderão ser utilizadas no rito da execução fiscal,
desde que não incompatíveis com as normas reguladoras do procedimento
especial. É este o determinado em legislação e o entendimento de um
grande leque de doutrinadores.
Nesse compasso o que seria óbvio, que é a aplicação da regra
geral da execução disposta no Código de Processo Civil, por vezes não
ocorre na prática, não sendo, por exemplo estipulado os honorários
advocatícios em 10% (dez por cento) na forma estipulada pelo art. 827 do
CPC.
2. Súmulas dos Tribunais Superiores
A respeito do assunto de honorários advocatícios
existem algumas súmulas dos tribunais superiores que abordam
alguns aspectos. Nesse sentido, colaciono abaixo súmulas
destacadas do Superior Tribunal de Justiça, do Supremo Tribunal
Federal e uma súmula vinculante do STF, respectivamente:

Súmula nº 14 do STJ: “Arbitrados os honorários


advocatícios em percentual sobre o valor da causa, a
correção monetária incide a partir do respectivo
ajuizamento”.
Súmula nº 105 do STJ: “Na ação de mandado
de segurança não se admite condenação em
honorários advocatícios”.
Súmula nº 110 do STJ: “Isenção do pagamento
de honorários advocatícios, nas ações acidentarias, e
restrita ao segurado”

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Súmula nº 111 do STJ: “Os honorários


advocatícios, nas ações previdenciárias, não incidem
sobre as prestações vencidas após a sentença”.
Súmula nº 131 do STJ: “nas ações de
desapropriação incluem-se no calculo da verba
advocatícia as parcelas relativas aos juros
compensatórios e moratórios, devidamente
corrigidas”.
Súmula nº 141 do STJ: “Os honorários de

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advogado em desapropriação direta são calculados
sobre a diferença entre a indenização e a oferta,
corrigidas monetariamente”.
Súmula nº 153 do STJ: “A desistência da
execução fiscal, apos o oferecimento dos embargos,
não exime o exequente dos encargos da
sucumbência”.
Súmula nº 201 do STJ: “Os honorários
5 não podem ser fixados em salários-
advocatícios
mínimos”.
Súmula nº 306 do STJ: “Os honorários
advocatícios devem ser compensados quando houver
sucumbência recíproca, assegurado o direito
autônomo do advogado à execução do saldo sem
excluir a legitimidade da própria parte”.
Súmula nº 325 do STJ: “A remessa oficial
devolve ao Tribunal o reexame de todas as parcelas
da condenação suportadas pela Fazenda Pública,
inclusive dos honorários de advogado”.
Súmula nº 345 do STJ: “São devidos honorários
advocatícios pela Fazenda Pública nas execuções
individuais de sentença proferida em ações coletivas,
ainda que não embargadas”.
Súmula nº 421 do STJ: “Os honorários
advocatícios não são devidos à Defensoria Pública
quando ela atua contra a pessoa jurídica de direito
público à qual pertença”.

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Súmula nº 453 do STJ: “Os honorários


sucumbenciais, quando omitidos em decisão
transitada em julgado, não podem ser cobrados em
execução ou em ação própria”
Súmula nº 488 do STJ: “O § 2º do art. 6º da Lei
n. 9.469/1997, que obriga à repartição dos honorários
advocatícios, é inaplicável a acordos ou transações
celebrados em data anterior à sua vigência”.
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Súmula nº 115 do STF: “Sôbre os honorários do


advogado contratado pelo inventariante, com a
homologação do juiz, não incide o impôsto de
transmissão causa mortis.
Súmula nº 185 do STF: “Em processo de
reajustamento pecuário, não responde a União pelos
honorários do advogado do credor ou do devedor”.
Súmula nº 234 do STF: “São devidos honorários
de advogado em ação de acidente do trabalho
julgada procedente”.
Súmula nº 256 do STF: “É dispensável pedido
expresso para condenação do réu em honorários,
com fundamento nos arts. 63 ou 64 do Cód. de Proc.
Civil”.
Súmula nº 257 do STF: “São cabíveis
honorários de advogado na ação regressiva do
segurador contra o causador do dano”.
Súmula nº 378 do STF: “Na indenização por
desapropriação incluem-se honorários do advogado
do expropriado”.
Súmula nº 389 do STF: “Salvo limite legal, a
fixação de honorários de advogado, em complemento
da condenação, depende das circunstâncias da
causa, não dando lugar a recurso extraordinário”.
Súmula nº 450 do STF: “São devidos honorários
de advogado sempre que vencedor o beneficiário de
justiça gratuita”.

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Súmula nº 472 do STF: “A condenação do autor


em honorários de advogado, com fundamento no art.
64 do C. P. C., depende de reconvenção”.
Súmula nº 512 do STF: “Não cabe condenação
em honorários de advogado na ação de mandado de
segurança”.
Súmula nº 616 do STF:“É permitida a cumulação
da multa contratual com os honorários de advogado,
após o advento do Código de Processo Civil vigente.”

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Súmula nº 617 do STF:“A base de cálculo dos
honorários de advogado em desapropriação é a
diferença entre a oferta e a indenização, corrigidas
ambas monetariamente”.
Súmula nº 633 do STF: “É incabível a
condenação em verba honorária nos recursos
extraordinários interpostos em processo trabalhista,
exceto nas hipóteses previstas na Lei 5.584/70”.
5 VINCULANTE nº 47 do STF: “Os
Súmula
honorários advocatícios incluídos na condenação ou
destacados do montante principal devido ao credor
consubstanciam verba de natureza alimentar cuja
satisfação ocorrerá com a expedição de precatório ou
requisição de pequeno valor, observada ordem
especial restrita aos créditos dessa natureza”.

O intuito de expor a quantidade de súmulas existentes dos


Tribunais Superiores a respeito de honorários advocatícios é o de mostrar
o quanto o tema, por mais que já esteja disciplinado, sempre é
controvertido. E em relação a sua estipulação em face das execuções
fiscais não é diferente.

O problema posto refere-se ao fato de que por mais que haja


clareza no disposto no artigo 827 do CPC, que determina a utilização de
um percentual de dez por cento sobre o valor da causa para fixação de
honorários advocatícios, no momento em que o juiz proferir o despacho
inicial, por vezes isso não ocorre, sendo inclusive negado em algumas
situações.

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3. Teoria do Diálogo das Fontes

A conhecida teoria do diálogo das fontes, desenvolvida na


Alemanha por Erik Jayme, professor da Universidade de Heidelberg, e
difundida no Brasil pela notável Claudia Lima Marques, da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, explica a complementação entre as normas
supostamente pertencentes a ramos jurídicos distintos ou que poderiam
supor alguma exclusão via regra de hermenêutica jurídica.
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A incidência principal da teoria do diálogo das fontes no Brasil


ocorre da interação do Código de Defesa do Consumidor e o Código Civil
de 2002, principalmente em matérias como responsabilidade civil e Direito
Contratual, com fundamento no art. 7º do CDC.

Observa-se que quando há incertezas geradas pela existência


de várias fontes normativas indaga-se quais continuam válidas nos
tradicionais princípios utilizados pelo Direito para solucionar aparentes
antinomias.

O art. 7º da Lei nº 8.079/90 fixa o chamado diálogo das fontes,


segundo o qual sempre que uma lei garantir algum direito para o
consumidor, ela poderá se somar ao microssitema do CDC, incorporando-
se na tutela especial e tendo a mesma preferência no trato da relação de
consumo.

O professor Flávio Tartuce ensina que a teoria do diálogo das


fontes surge para substituir e superar os critérios clássicos de solução das
antinomias jurídicas (hierárquico, especialidade e cronológico). Realmente,
esse será o seu papel no futuro.

De forma semelhante a aplicação do diálogo das fontes entre o


Código de Defesa do Consumidor e o Código Civil ou outras leis, para
superação das eventuais antinominias aparentes existentes entre o CDC
ou legislação de cunho geral e legislações específicas podemos também
aplicar este método para integrar o Código de Processo Civil atual e a Lei
de Execução Fiscal.

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A aplicação deste método é possível, pois além da existência de


abertura legislativa, o novo Código de Processo Civil é composto por
princípios que dão margem a melhor interpretação. A aplicação conjunta
de duas normas ao mesmo tempo a ao mesmo caso concreto contribui
para maior efetividade na aplicação dos diplomas legais.

O microssistema de execução fiscal existe para que possibilite o


recebimento de receitas das fazenda pública, consiste em uma execução
de título executivo fiscal promovida pela própria fazenda pública nacional,

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estadual ou municipal, a recuperar seu crédito público.

É forçoso pensar que os benefícios do atual código de processo


civil devem ser aplicados à execução fiscal, eis que os créditos fiscais
devem ter pelo menos as mesmas garantias das demais execuções.

Nesse sentido, apesar da lei de execução fiscal ser mais


específica deve ser aplicado a lei geral processualista posterior.

Sobre o assunto, a5 jurisprudência do Superior Tribunal de


Justiça já aplicou a teoria do diálogo das fontes em face das execuções
fiscais, quando reconheceu a penhora online, prevista na lei geral do CPC
às execuções fiscais, a qual se pode verificar em trechos da ementa abaixo
colacionados:

RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE


CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543-C, DO CPC.
PROCESSO JUDICIAL TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO
FISCAL. PENHORA ELETRÔNICA. SISTEMA
BACEN-JUD. ESGOTAMENTO DAS VIAS
ORDINÁRIAS PARA A LOCALIZAÇÃO DE BENS
PASSÍVEIS DE PENHORA. ARTIGO 11, DA LEI
6.830/80. ARTIGO 185-A, DO CTN. CÓDIGO DE
PROCESSO CIVIL. INOVAÇÃO INTRODUZIDA
PELA LEI 11.382/2006. ARTIGOS 655, I, E 655-A,
DO CPC. INTERPRETAÇÃO SISTEMÁTICA DAS
LEIS. TEORIA DO DIÁLOGO DAS FONTES.
APLICAÇÃO IMEDIATA DA LEI DE ÍNDOLE
PROCESSUAL.
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(…)

2. A execução judicial para a cobrança da Dívida


Ativa da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Municípios e respectivas autarquias é regida pela Lei
6.830/80 e, subsidiariamente, pelo Código de
Processo Civil.
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3. A Lei 6.830/80, em seu artigo 9º, determina


que, em garantia da execução, o executado poderá,
entre outros, nomear bens à penhora, observada a
ordem prevista no artigo 11, na qual o “dinheiro"
exsurge com primazia.

4. Por seu turno, o artigo 655, do CPC, em sua


redação primitiva, dispunha que incumbia ao
devedor, ao fazer a nomeação de bens, observar a
ordem de penhora, cujo inciso I fazia referência
genérica a "dinheiro".

5. Entrementes, em 06 de dezembro de 2006,


sobreveio a Lei 11.382, que alterou o artigo 655 e
inseriu o artigo 655-A ao Código de Processo Civil,
verbis:

"Art. 655. A penhora observará,


preferencialmente, a seguinte ordem:

I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou


aplicação em instituição

financeira;

II - veículos de via terrestre;

III - bens móveis em geral;

IV - bens imóveis;

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V - navios e aeronaves;

VI - ações e quotas de sociedades empresárias;

VII - percentual do faturamento de empresa


devedora;

VIII - pedras e metais preciosos;

IX - títulos da dívida pública da União, Estados e

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Distrito Federal

com cotação em mercado;

X - títulos e valores mobiliários com cotação em


mercado;

XI - outros direitos.

5
(...)

Art. 655-A. Para possibilitar a penhora de


dinheiro em depósito ou aplicação financeira, o juiz, a
requerimento do exeqüente, requisitará à autoridade
supervisora do sistema bancário, preferencialmente
por meio eletrônico, informações sobre a existência
de ativos em nome do executado, podendo no
mesmo ato determinar sua indisponibilidade, até o
valor indicado na execução.

§ 1o As informações limitar-se-ão à existência ou


não de depósito ou aplicação até o valor indicado na
execução.

(...)"

6. Deveras, antes da vigência da Lei


11.382/2006, encontravam-se consolidados, no
Superior Tribunal de Justiça, os entendimentos

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jurisprudenciais no sentido da relativização da ordem


legal de penhora prevista nos artigos 11, da Lei de
Execução Fiscal, e 655, do CPC (EDcl nos EREsp
819.052/RS, Rel. Ministro Humberto Martins,
Primeira Seção, julgado em 08.08.2007, DJ
20.08.2007; e EREsp 662.349/RJ, Rel. Ministro José
Delgado, Rel. p/ Acórdão Ministra Eliana Calmon,
Primeira Seção, julgado em 10.05.2006, DJ
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09.10.2006), e de que o bloqueio eletrônico de


depósitos ou aplicações financeiras (mediante a
expedição de ofício à Receita Federal e ao BACEN)
pressupunha o esgotamento, pelo exeqüente, de
todos os meios de obtenção de informações sobre o
executado e seus bens e que as diligências
restassem infrutíferas (REsp 144.823/PR, Rel.
Ministro José Delgado, Primeira Turma, julgado em
02.10.1997, DJ 17.11.1997; AgRg no Ag 202.783/PR,
Rel. Ministro Carlos Alberto Menezes Direito,
Terceira Turma, julgado em 17.12.1998, DJ
22.03.1999; AgRg no REsp 644.456/SC, Rel. Ministro
José Delgado, Rel. p/ Acórdão Ministro Teori Albino
Zavascki, Primeira Turma, julgado em 15.02.2005,
DJ 04.04.2005; REsp 771.838/SP, Rel. Ministro
Castro Meira, Segunda Turma, julgado em
13.09.2005, DJ 03.10.2005; e REsp 796.485/PR, Rel.
Ministro Castro Meira, Segunda Turma, julgado em
02.02.2006, DJ 13.03.2006).

7. A introdução do artigo 185-A no Código


Tributário Nacional, promovida pela Lei
Complementar 118, de 9 de fevereiro de 2005,
corroborou a tese da necessidade de exaurimento
das diligências conducentes à localização de bens
passíveis de penhora antes da decretação da
indisponibilidade de bens e direitos do devedor
executado, verbis:

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"Art. 185-A. Na hipótese de o devedor tributário,


devidamente citado, não pagar nem apresentar bens
à penhora no prazo legal e não forem encontrados
bens penhoráveis, o juiz determinará a
indisponibilidade de seus bens e direitos,
comunicando a decisão, preferencialmente por meio
eletrônico, aos órgãos e entidades que promovem
registros de transferência de bens, especialmente ao
registro público de imóveis e às autoridades

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supervisoras do mercado bancário e do mercado de
capitais, a fim de que, no âmbito de suas atribuições,
façam cumprir a ordem judicial.

§ 1o A indisponibilidade de que trata o caput


deste artigo limitar-se-á ao valor total exigível,
devendo o juiz determinar o imediato levantamento
da indisponibilidade dos bens ou valores que
excederem5 esse limite.

§ 2o Os órgãos e entidades aos quais se fizer a


comunicação de que trata o caput deste artigo
enviarão imediatamente ao juízo a relação
discriminada dos bens e direitos cuja
indisponibilidade houverem promovido."

8. Nada obstante, a partir da vigência da Lei


11.382/2006, os depósitos e as aplicações em
instituições financeiras passaram a ser considerados
bens preferenciais na ordem da penhora,
equiparando-se a dinheiro em espécie (artigo 655, I,
do CPC), tornando-se prescindível o exaurimento de
diligências extrajudiciais a fim de se autorizar a
penhora on line (artigo 655-A, do CPC).

9. A antinomia aparente entre o artigo 185-A, do


CTN (que cuida da decretação de indisponibilidade
de bens e direitos do devedor executado) e os artigos

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655 e 655-A, do CPC (penhora de dinheiro em


depósito ou aplicação financeira) é superada com a
aplicação da Teoria pós-moderna do Dialógo das
Fontes, idealizada pelo alemão Erik Jayme e
aplicada, no Brasil, pela primeira vez, por Cláudia
Lima Marques, a fim de preservar a coexistência
entre o Código de Defesa do Consumidor e o novo
Código Civil.
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10. Com efeito, consoante a Teoria do Diálogo


das Fontes, as normas gerais mais benéficas
supervenientes preferem à norma especial
(concebida para conferir tratamento privilegiado a
determinada categoria), a fim de preservar a
coerência do sistema normativo.

11. Deveras, a ratio essendi do artigo 185-A, do


CTN, é erigir hipótese de privilégio do crédito
tributário, não se revelando coerente "colocar o
credor privado em situação melhor que o credor
público, principalmente no que diz respeito à
cobrança do crédito tributário, que deriva do dever
fundamental de pagar tributos (artigos 145 e
seguintes da Constituição Federal de 1988)" (Resp
1.074.228/MG, Rel. Ministro Mauro Campbell
Marques, Segunda Turma, julgado em 07.10.2008,
DJe 05.11.2008).

12. Assim, a interpretação sistemática dos


artigos 185-A, do CTN, com os artigos 11, da Lei
6.830/80 e 655 e 655-A, do CPC, autoriza a penhora
eletrônica de depósitos ou aplicações financeiras
independentemente do exaurimento de diligências
extrajudiciais por parte do exeqüente.

13. À luz da regra de direito intertemporal que


preconiza a aplicação imediata da lei nova de índole
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processual, infere-se a existência de dois regimes


normativos no que concerne à penhora eletrônica de
dinheiro em depósito ou aplicação financeira:

(i) período anterior à égide da Lei 11.382, de 6


de dezembro de 2006 (que obedeceu a vacatio legis
de 45 dias após a publicação), no qual a utilização do
Sistema BACEN-JUD pressupunha a demonstração
de que o exeqüente não lograra êxito em suas

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tentativas de obter as informações sobre o executado
e seus bens; e

(ii) período posterior à vacatio legis da Lei


11.382/2006 (21.01.2007), a partir do qual se revela
prescindível o exaurimento de diligências
extrajudiciais a fim de se autorizar a penhora
eletrônica de depósitos ou aplicações financeiras.
5
14. In casu, a decisão proferida pelo Juízo
Singular em 30.01.2008 determinou, com base no
poder geral de cautela, o "arresto prévio” (mediante
bloqueio eletrônico pelo sistema BACENJUD) dos
valores existentes em contas bancárias da empresa
executada e dos co-responsáveis (até o limite do
valor exeqüendo), sob o fundamento de que "nos
processos de execução fiscal que tramitam nesta
vara, tradicionalmente, os executados têm se
desfeito de bens e valores depositados em
instituições bancárias após o recebimento da carta
da citação".

(…)

19. Recurso especial fazendário provido,


declarando-se a legalidade da ordem judicial que
importou no bloqueio liminar dos depósitos e
aplicações financeiras constantes das contas
bancárias dos executados. Acórdão submetido ao
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regime do artigo 543-C, do CPC, e da Resolução STJ


08/2008.

O procurador da Fazenda Nacional Arthur Cesar de Moura


Pereira explana que a Lei de Execução Fiscal recebe influência direta do
NCPC, podendo ser aplicada a Teoria do Diálogo das Fontes. Inspira que
tal método funcione como verdadeira chave interpretativa do atual Código
de Processo Civil, no sentido de que sirva ao intérprete para definir qual a
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norma aplicável diante de aparentes antinomias existentes entre a nova


legislação, de cunho geral, e as leis específicas protetivas.

4. Verba honorária na execução fiscal

Observação deve ser realizada em relação as Execuções


Fiscais da União, visto que trata de forma diferente, vez que já estipulado
em lei, sendo sua verba honorária já está embutida em um encargo de
20% sobre o valor da Certidão de Dívida Ativa - CDA, nos termos do
Decreto-lei nº 1.025/69 e do Decreto-lei nº 1.645/78, o que posteriormente
foi estendido à dívida ativa das autarquias e fundações federais pela Lei nº
10.522/02, art. 37-A, § 1º.

Registre-se, oportunamente, que tal encargo federal constituía


receita pública e que somente a partir de 1º de agosto de 2016, nos termos
do art. 30 da Lei federal nº 13.327/16, os advogados integrantes da
Advocacia-Geral da União passaram a receber parte desse encargo a título
de honorários advocatícios decorrentes das Execuções Fiscais.

Essa sistemática das Execuções Fiscais federais, porém, não se


aplicam às Execuções Fiscais da Fazenda Pública estadual e municipal, a
não ser que haja lei especificando situação semelhante às execuções
fiscais da união.

Sem adentrar-se nos registros históricos dos honorários


advocatícios desde o Império Romano até o Código Processual Brasileiro
de 1939, é correto dizer-se que tal verba destina-se a remunerar o
advogado por seus serviços, dividindo-se em honorários contratuais –
aqueles ajustados entre o cliente e seu advogado - e honorários de

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sucumbência – aqueles pagos pela parte que perder a demanda ao


advogado da parte vencedora, além daqueles fixados no despacho inicial
das execuções.

Especificamente nas Execuções, o CPC de 1973, no Título II –


Das diversas espécies de execução, Capítulo IV- Da execução por quantia
certa contra devedor solvente, art. 652-A, assim dispunha:
Art. 652-A. Ao despachar a inicial, o juiz fixará,
de plano, os honorários de advogado a serem pagos

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pelo executado (art. 20, § 4o). (Incluído pela Lei nº
11.382, de 2006).
Parágrafo único. No caso de integral pagamento
no prazo de 3 (três) dias, a verba honorária será
reduzida pela metade. (Incluído pela Lei nº 11.382, de
2006).

E o art. 20, §§ 3 e 4º, do CPC de 1973, tinha a seguinte


redação: 5
Art. 20. A sentença condenará o vencido a pagar
ao vencedor as despesas que antecipou e os
honorários advocatícios. Esta verba honorária será
devida, também, nos casos em que o advogado
funcionar em causa própria. (Redação dada pela Lei
nº 6.355, de 1976)
(...)
§ 3º Os honorários serão fixados entre o mínimo
de dez por cento (10%) e o máximo de vinte por cento
(20%) sobre o valor da condenação, atendidos:
(Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1.10.1973)
a) o grau de zelo do profissional; (Redação dada
pela Lei nº 5.925, de 1.10.1973)
b) o lugar de prestação do serviço; (Redação
dada pela Lei nº 5.925, de 1.10.1973)
c) a natureza e importância da causa, o trabalho
realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu
serviço. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de
1.10.1973)

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§ 4º Nas causas de pequeno valor, nas de valor


inestimável, naquelas em que não houver
condenação ou for vencida a Fazenda Pública, e nas
execuções, embargadas ou não, os honorários serão
fixados consoante apreciação eqüitativa do juiz,
atendidas as normas das alíneas a, b e c do
parágrafo anterior. (Redação dada pela Lei nº 8.952,
de 13.12.1994)
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Portanto, no regime do CPC de 1973, para as execuções por


quantia certa contra devedor solvente, o juiz, ao despachar a inicial,
deveria fixar, de plano, os honorários advocatícios a serem pagos pelo
executado em valores consoante apreciação equitativa do juiz atendidos o
grau de zelo do profissional, o lugar de prestação do serviço e a natureza e
importância da causa, o trabalho realizado pelo advogado e o tempo
exigido para o seu serviço, independentemente de embargos.

O CPC de 2015 regulamenta os honorários advocatícios nas


execuções por quantia certa contra devedor solvente de forma similar,
agora estabelecendo um percentual fixo de 10%, que pode ser reduzido
pela metade caso haja pronto pagamento e pode ser majorado quando
rejeitados os embargos à execução ou ao final do procedimento executivo
levando-se em conta o trabalho do advogado do exequente.

Confira-se a redação do art. 827 do vigente CPC:


Art. 827. Ao despachar a inicial, o juiz fixará, de
plano, os honorários advocatícios de dez por cento, a
serem pagos pelo executado.
§ 1º No caso de integral pagamento no prazo de
3 (três) dias, o valor dos honorários advocatícios será
reduzido pela metade.
§ 2º O valor dos honorários poderá ser elevado
até vinte por cento, quando rejeitados os embargos à
execução, podendo a majoração, caso não opostos
os embargos, ocorrer ao final do procedimento
executivo, levando-se em conta o trabalho realizado
pelo advogado do exequente.
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Ou seja, tanto no regime do CPC de 1973 quanto no vigente


CPC os honorários na execução por quantia certa contra devedor solvente
deveriam ser fixados no despacho inicial independentemente da
interposição e julgamento de embargos.

Em relação à Lei de Execução Fiscal (Lei nº 6.830/80), nem no


seu art. 8º ou em outro de seus dispositivos são mencionados honorários
advocatícios.

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Entretanto, o art. 1º da Lei nº 6.830/80 determina a aplicação
subsidiária do Código de Processo Civil às execuções fiscais, o mesmo
fazendo o art. 771 do CPC vigente, o que significa que em caso de vácuos
ou lacunas na Lei de Execução Fiscal aplica-se o CPC.

E, em relação ao assunto honorários advocatícios, como a Lei nº


6.830/80 deles não trata, aplica-se subsidiariamente e pela teoria do
diálogo das fontes às execuções fiscais o art. 827 do CPC, ou seja, ao
despachar a inicial deve o magistrado fixar, de plano, o percentual de 10%
5
de honorários que serão reduzidos pela metade em caso de integral
pagamento no prazo legal.

Também a doutrina de referência atualizada entende que nas


Execuções Fiscais deve o magistrado fixar o percentual de 10% de
honorários, conforme transcrições seguintes:
Nesse ponto, revela-se oportuno assinalar que
nas execuções fiscais movidas pelas Fazendas
Públicas Estadual ou Municipal, ou mesmo por
alguma de suas autarquias ou fundações, o despacho
do juiz que deferir a inicial deverá arbitrar também o
percentual de honorários, visto que estes não estão
incluídos na Certidão de Dívida Ativa (CDA) que
subsidia a execução desses entes.[1]
Através do despacho inicial, deve haver ainda
fixação provisória dos honorários advocatícios de dez
por cento, de maneira que eventuais atos de penhora
já deverão levar em consideração o respectivo
montante. Haverá ainda a redução do montante dos

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honorários, caso o executado venha a pagar a dívida


no prazo assinalado, que é de cinco dias, por força da
previsão contida no art. 827 do CPC/15, que se aplica
à execução fiscal diante da ausência de norma
específica.[2]

Nesses termos, o despacho inicial das Ações de Execução


Fiscal ajuizadas pela Fazenda Pública, essencialmente as estaduais e
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municipais (administração direta, autarquias e fundações), quando


legislação não dispuser de forma contrária, deve, de plano, fixar os
honorários advocatícios de dez por cento, a serem pagos pelo executado,
verba que será reduzida pela metade em caso de integral pagamento no
prazo legal, conforme art. 827, § 1º, do CPC, aplicável subsidiariamente à
Lei nº 6.830/80 por força de seu art. 1º e por força do art. 771 do CPC.

Portanto, inconcebível o argumento de que os honorários


advocatícios serão fixados ao final da Execução Fiscal em razão do
princípio da causalidade e da Lei de Execução Fiscal e, já que não foram
fixados no despacho inicial, devem ser fixados imediatamente, nos termos
da legislação de regência já mencionada.

5. Conclusão

Este artigo tem por objetivo analisar a teoria conhecida como


Diálogo das Fontes, em contraste com o advento do Novo Código de
Processo Civil, de forma a definir se aquela nova Lei se aplica a outras leis
de caráter especial protetivo, com lastro na Constituição Federal.
A Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 instituiu o atual Código
de Processo Civil (CPC) e trouxe parâmetros de fixação de honorários
advocatícios estipulados em seu artigo 85. Em se tratando de execução, o
artigo 827 do CPC determina a fixação de 10% (dez por cento) de
honorários advocatícios no despacho inicial, com o intuito de possibilitar
maior transparência ao possibilitar o conhecimento do real valor a ser pago
pelo executado. Se a parte executada efetuar o pagamento assim que
receber a citação (no prazo de três dias) terá um benefício de redução a
metade, nos termos do parágrafo primeiro do artigo 827 do CPC. O novo

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código processualista impõe uma série de princípios e este artigo apenas


demostra mais um deles.
Nesse sentido, entende-se que há obrigação de melhor informar
o devedor, princípio exposto no Código de Defesa do Consumidor, que
também recebeu privilégio na regra processualista atual em relação à
execução, a qual deve ser perfeitamente aplicada nas execuções fiscais.
Assim, ao se permitir maior transparência pelo prévio
conhecimento do valor a ser pago do débito em execução fiscal, com o
valor já incluído os honorários advocatícios, denota-se que em nome do

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pragmatismo jurídico que deve permear as novas atitudes dos operadores
do direito, possibilita-se a real celeridade e efetividade processual.

REFERÊNCIAS

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Disponível em: Acesso em: 15 jun. 2017.

_________. Lei nº 6.830, de 22 de setembro de 1980. Disponível em: .


5
Acesso em: 19 maio 2018.

_________. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Disponível em: .


Acesso em: 21 maio 2018.

________. STJ. Processo REsp 1272827 / PE Relator(a) Ministro


MAURO CAMPBELL MARQUES (1141) Data do Julgamento 22/05/2013
Data da Publicação/Fonte DJe 31/05/2013 RDTAPET vol. 38 p. 227 RTFP
vol. 114 p. 373.

CHIMENTI, Ricardo Cunha; ABRÃO, Carlos Henrique; ÁLVARES,


Manoel; BOTTESINI, Maury Ângelo; FERNANDES, Odmir. Lei de
execução fiscal comentada e anotada: lei 6.830, de 22.09.1980: doutrina,
prática, jurisprudência. 5 ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais,
2008, p.37.

CHURI, Augusto Newton. Execução Fiscal Aplicada: análise


pragmática do processo de execução fiscal/ Coordenador João Aurino de
Melo Filho, Augusto Newton Chucri – 6. ed. rev. Ampl e atual. - Salvador:
JusPODIVM, 2017.

65
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MARQUES, Cláudia Lima. Superação das antinomias pelo Diálogo


das Fontes: o modelo brasileiro de coexistência entre o Código de Defesa
do Consumidor e o Código Civil de 2002. Revista da Escola Superior
da Magistratura de Sergipe: Aracaju, SE, v. 7, p. 15-54, 2004.

FERREIRA FILHO, Marcílio da Silva; DE LIMA, Rodrigo


Medeiros. Execução fiscal: teoria, prática e atuação fazendária, 2ª ed., Belo
Horizonte: Fórum, 2017, p. 132.
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PEREIRA, Arthur César de Moura. O diálogo das fontes como chave

interpretativa do NCPC em relação a leis protetivas. Capturado em: <

https://jus.com.br/artigos/47469/o-dialogo-das-fontes-como-chave-

interpretativa-do-ncpc-em-relacao-a-leis-protetivas>, datado de 21 maio

2018.
NOTA:

[1]In Execução Fiscal Aplicada: análise pragmática do processo de


execução fiscal, Coordenador João Aurino de Melo Filho, Augusto Newton
Chucri, 5ª ed., Salvador: JusPODIVM, 2016, p. 234.

[2]Execução fiscal: teoria, prática e atuação fazendária, Marcílio da


Silva Ferreira Filho, Rodrigo Medeiros de Lima (Coord.), 2ª ed., Belo
Horizonte: Fórum, 2017, p. 132.

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ÔNUS DA PROVA: DISTRIBUIÇÃO ENTRE DEMANDANTES PARA


DEMONSTRAÇÃO DE SUAS ALEGAÇÕES NO PROCESSO JUDICIAL
PRISCILA FERNANDES DA SILVA PAÇO:
Graduada em Direito pela UFRJ. Especialista
em Direito Processual Civil pela UCAM-RJ.
Servidora pública federal.

RESUMO: O presente artigo destaca as principais características do ônus


da prova, estabelecendo distinções entre a distribuição legal, inversão e
carga dinâmica probatória.

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PALAVRAS-CHAVE: Ônus da prova. Carga dinâmica. Inversão do ônus.
Direito probatório.

SUMÁRIO: 1. Introdução 2. Ônus da prova 2.1. Distribuição do ônus da


prova 2.2. Inversão do ônus 3. Teoria da distribuição dinâmica do ônus da
prova 4. Conclusão 5. Referências Bibliográficas.

1. Introdução

O devido processo legal, previsto no artigo 5º, inciso LIV da


Constituição Federal (CF), é uma das garantias mais importantes de um
Estado Democrático de Direito, tendo em vista a inevitabilidade de conflitos
no convívio social e a necessidade de se recorrer a um órgão imparcial
capaz de proferir uma decisão que traduza um resultado jurídico confiável
a partir de um método justo.

Na busca da solução desses conflitos, um dos envolvidos no conflito


suscita a atuação jurisdicional do Estado, solicitando que seja proferida
uma decisão favorável a seus interesses. No entanto, independente de o
resultado ser favorável ou não, para se garantir a justiça da decisão a ser
proferida, importa ao Estado-Juiz, adotar uma metodologia efetiva, através
da qual será necessário oportunizar que demandante e demandado
tenham a possibilidade de fazer prova de suas alegações.

O direito à prova, embora não seja uma garantia explícita do texto


constitucional, é uma decorrência lógica do principio do devido processo

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