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Aulas de

Direito

Administrativo I

Professor: Me. Gustavo Chagas

Universidade Ceuma – Cohama

7° período/Noturno

Direito CEUMA
Amanda Alves
CPD: 49886
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 1° BIMESTRE
 Aula 01 – Data: 21.02

Aula: DIREITO ADMINISTRATIVO

1. Noções Gerais
# Teoria Naturalista ou Impulso Natural: busca explicar a formação do Estado,
levando em conta o fato que o ser humano é dotado de um desejo natural de está associado
com outros, nasce com o desejo de esta associado aos demais.
“O homem é um ser social”.
Para os naturalistas, o Estado nasce a partir da união de indivíduos em comum, da
união de indivíduos levados por um desejo natural de está associado aos demais e
identificando-se com determinados indivíduos que tem um ou mais vínculos em comum.
# Teoria Contratualista: Essa teoria nega a teoria naturalista, para eles não existe o
impulso natural. Segundo eles, o Estado se forma a partir de um contrato social, a partir do
momento em que se reúnem, cada indivíduo eles deliberam, concordam, abrindo mão de
parte de suas liberdades individuais, e essa parcela de liberdade de cada individuo, elas se
agrupam formando o poder que daria origem ao Estado. O Estado nasce a partir desse poder
e assumindo esse poder para que ele seja o gestor de tudo.
A partir de 3 elementos:

Elemento Humano
(Povo/Nação)

Naturalista

Elemento Físico
Território Estado
Contratualista

Soberania (Indivisível)
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Regras (Poder Legislativo)


# Harmonia dos Poderes
(Independência)
Fazer cumprir regras (Poder
Judiciário)

Administrar (Poder
Executivo)
- Adm. Púb./ Serv. Púb.

2. Conceito
Ramo do Direito Público que regula a atividade administrativa do Estado.
Necessidades da coletividade. Ex.: órgãos, entidades, etc.
3. Fontes
# Primária: Lei
# Formal: Princípios, jurisprudência, etc.
4. Objeto
Função administrativa do Estado.
5. Princípios
# Princípio da Supremacia do interesse Público sobre o interesse Particular: Tal
princípio entende-se que, sempre que houver conflito entre um particular e um interesse
público coletivo, deve prevalecer o interesse público.

# Princípio da Indisponibilidade: A administração não possui livre disposição dos bens


e interesses públicos, uma vez que atua em nome de terceiros, a coletividade. Por
consequência, impõem limitações à alienação de bens, que só pode ocorrer nos termos
previstos em lei; à contratação de pessoal efetivo, que deve seguir a regra de concurso
público; à escolha de fornecedores para firmar contrato, que depende da realização de
licitação, e assim por diante.
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# Princípio da Continuidade: Diretamente relacionado ao serviço público, o serviço


público não pode parar. A atividade estatal de oferecer as coisas é permanente, de forma
contínua, em horário previsto, a atividade sendo mantida funcionando.
# Princípio da Especialidade: Quando o poder público cria uma entidade dessas (Ex.:
INSS), para que esta entidade assuma aquela tarefa de maneira especializada, não se
afastando de sua finalidade, para que seja prestado de maneira mais eficiente. As entidades
quando criadas, em que elas assumem um serviço, assumem de maneira a não poder se
afastar de sua finalidade (objeto). Não podendo assumir outro objeto que não seja o seu de
origem.
# Princípio da Presunção de Legitimidade: Os atos da administração presumem-se
legítimos, tem-se que a lei considera que tais ações são verdadeiras e estão legalmente
corretas, até prova em contrário. Neste caso, em regra a obrigação de provar que a
Administração Pública agiu com ilegalidade, ou abuso de poder, é de quem alega. Dizemos
então que o ônus da prova é de quem alega.

# Princípio da Razoabilidade/Proporcionalidade: (Nem sempre estão juntos) O


princípio da Razoabilidade (aceitação), trata de impor limites à discricionariedade
administrativa, ampliando o âmbito de apreciação do ato administrativo pelo poder
judiciário. Estabelece que os atos da administração pública no exercício de atos
discricionários devem atuar de forma racional, sensata e coerente (Racionalidade). O
princípio da Proporcionalidade (intensidade) serve para nortear a administração pública na
medida em que esta só poderá ter sua competência validamente exercida se tiver extensão
e intensidade proporcionais para o cumprimento da finalidade do interesse público a que
estiverem atreladas.

# Princípio da Motivação: Significa dizer que a administração pública tem a obrigação


de justificar de fato e de direito o motivo de seus atos. Este princípio apesar de não está
expressamente previsto na CF, já está amplamente reconhecido na doutrina.

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# Princípio da AUTOTUTELA: Súmula 473, STF “A administração pode anular seus próprios
atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a
apreciação judicial”.

O princípio da autotutela estabelece que a Administração Pública possua o poder de


controlar os próprios atos, anulando-os quando ilegais ou revogando-os (por motivo de
conveniência e oportunidade) quando inconvenientes ou inoportunos. Assim a
administração pública não precisa recorrer ao poder judiciário para corrigir os seus atos,
podendo fazê-lo diretamente.

Duas Condutas

REVOGAÇÃO ANULAÇÃO

# Poder de revisão baseado na # Ilegalidade;


convivência e oportunidade;
# Não é exclusiva;
# Mérito Administrativo;
# ”EX TUNC”.
# Exclusiva;

# “EX NUNC”;

# A revogação só pode ser feita por


quem praticou o ato.

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¬ Por que a anulação não vai ser exclusiva da Administração? Se o ato é ilegal, o
poder público está sendo descumprido e só quem pode interferir é o poder judiciário. O
poder judiciário também pode anular um ato administrativo.

¬ Quando o poder judiciário anula um ato da administração, isso é autotutela? Não é


autotutela.

¬ SITUAÇÃO: A portaria é um ato administrativo, e o juiz pode emitir portaria porque


ele é responsável pela administração da vara, essa portaria pode ser ilegal e se for ilegal,
pode ser anulada.

A partir dessa situação, se o próprio Juiz que emitiu a portaria anula é autotutela. Mas se for
necessário alguém entrar na justiça para anular essa portaria, já não é mais autotutela.

¬ Outra possibilidade que a administração pública tem é CONVALIDAÇÃO: existem situações


que mesmo ato tendo sido ilegal, é melhor que se mantenha essa ilegalidade, porque
revendo o prejuízo, o mesmo se torna infinitamente maior.

# Princípio da Segurança Jurídica: Visa proteger as expectativas do cidadão, ou seja, o gestor


público deve valer-se de práticas passadas e dos precedentes da administração pública, que
possibilitou e criou expectativas nos cidadãos, onde a administração pública irá buscar
alternativas para que os atos e processos sobre seu poder seja tomado através de decisões
específicas, consistentes, possibilitando a segurança e a boa-fé.

 Aula 02 – Data: 28.02

Aula: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

1. Noções Gerais
Administração (é uma palavra baseada de “está junto de que manda, está próximo”.)
é essa atividade desenvolvida pelo poder executivo, em regra, em que pese os demais
poderes utilizarem regras de autoadministração para todos os poderes, entretanto é no

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poder executivo que se terá as regras de autoadministração, com a atividade fim do poder
executivo que é Administração Pública.
O Governo é a definição das diretrizes que o Estado vai tomar. A administração é a
parte operacional, por em prática essas diretrizes.
Analogia: O Estado é o carro; Governo dono do carro; Administração motorista do
carro.

2. Objeto
- Serviços Públicos: educação, transporte, polícia, etc.
- Contenção dos Direitos Individuais: é uma contenção administrativa, que vai incidir
sobre bens e atividades. Não é contenção exercida pela policia militar. Essa contenção está
dentro do serviço público.
Há serviços públicos em si que são necessários (saúde, educação), e atividade de
contenção que é a polícia administrativa.
3. Acepção Técnico-Jurídica
A Administração Pública é a rede estatal, fornecedora de serviços públicos. É o
conjunto de atividades confiadas aos órgãos públicos, para exercício das funções
administrativas do Estado.
4. A Administração pública em sentido objetivo material
4.1 Fomento: consiste na atividade de incentivo à iniciativa privada de interesse
público, mediante incentivos fiscais, auxílios financeiros e subvenções, entre outros
instrumentos de estímulo. É promover os desenvolvimentos, melhorar as condições e
avanços.
- Auxílios Financeiros: auxilia entidades.
- Favores Fiscais: às vezes para que se atraia uma empresa, se concede um favor
fiscal, ex.: 10 anos sem pagar o INSS. Para ter um incentivo, um desenvolvimento
urbanístico, comercial e geração de emprego e renda.
- Financiamentos sobre condições especiais: ex.: Fies, não está interessado nos juros,
mas para promover o desenvolvimento, a qualidade de vida de novos acadêmicos.
- Desapropriação: ex.: desapropriar um local, uma via, para gerar uma renda para
aquele determinado local, construir um prédio público, para abrigar alguma entidade, etc.
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4.2 Serviços Públicos: por sua vez, é toda atividade concreta que a Administração
exerce, por si ou por meio de terceiros, com a finalidade de satisfazer as mais variadas
necessidades coletivas, sob regime exclusivamente ou preponderantemente de Direito
Público. (saúde, educação, segurança, transporte, etc.).
4.3 Polícias Administrativas: compreende as atividades relacionadas ao controle,
fiscalização e execução das denominadas limitações administrativas, as quais constituem
restrições e condicionamentos impostos ao exercício de direitos individuais em prol do
interesse coletivo.
4.4 Intervenção domínio econômico: No que tange as formas de atuação do
Estado no domínio econômico, tem-se dois modelos de atuação estatal: o Estado Regulador
e o Estado Executor.
Estado Regulador: O Estado agindo como Regulador, atua basicamente elaborando
normas, reprimindo o abuso do poder econômico, interferindo na iniciativa privada,
regulando preços, controlando abastecimento.

Desta forma, atuando como regulador, o Estado impõe normas e mecanismos


jurídicos de cunho preventivo e repressivo, especialmente aos particulares – responsáveis
pela mobilidade do setor econômico –, visando evitar e/ou sanar possíveis condutas
abusivas.

Neste contexto, o Estado atua no domínio econômico de forma direta, e, de fato,


como regulador; sendo responsável pelo funcionamento de mecanismos de prevenção, e de
normas de repressão às práticas que por ventura possam vir a macular a harmonia social.

Estado Executor: O Estado atuando como Executor, diferentemente de sua atuação


reguladora, onde apenas traça ditames a serem seguidos e estabelece normas a serem
cumpridas em sede de ordem econômica; atua, de fato, como exercente de atividades
econômicas. Destarte, o Estado intervém diretamente na economia, via de regra, na
qualidade de Estado Empresário, executando atividades estritamente econômicas ou
prestando serviços públicos, comprometendo-se com a atividade produtiva.

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5. Administração Pública em sentido subjetivo


Quem vai fazer? Em sentido subjetivo, quanto aos sujeitos que exercem a função
administrativa, conceitua-se Administração Pública como o conjunto de agentes, órgãos e
pessoas jurídicas aos quais é atribuído o exercício da função administrativa.
Nessa definição então contida todos os agentes públicos que desenvolvem alguma
função ligada à esfera administrativa; os entes federados (União, Estados, Distrito Federal e
Municípios) e os órgãos que os integram (a chamada Administração Direta); bem como as
entidades administrativas, que desempenham suas funções de maneira descentralizada (a
denominada Administração Indireta).
Enfim, corresponde a Administração Pública, em sentido subjetivo, a todo o
aparelhamento de que dispõe o Estado para a execução das atividades compreendidas na
função administrativa.
6. Regimes Jurídicos da Administração
6.1 Regime Jurídico-Administrativo (Público – Regra): É o conjunto de
prerrogativas e restrições a que esta sujeita a Adm. Pública que não se encontram nas
relações entre particulares > Duas características fundamentais:
- Prerrogativas: quando a relação é regida por esse regime jurídico administrativo, a
administração esta em condição de superioridade, tendo prerrogativas, então o tratamento
dado pra qualquer instituto regido pelo regime jurídico administrativo é um tratamento que
favorece o Estado. Ex.: Um bem público (tem prerrogativas, sendo impenhorável,
imprescritível, inalienável, etc.).
- Sujeições: fica sujeita a legalidade, formalidades, etc.
6.2 Regime Jurídico Misto (Privado)
Existe Regime Integralmente Privado? NÃO
Existe Regime Integralmente Público? SIM
No regime jurídico de direito privado, vigoram princípios como os da livre iniciativa e
da autonomia da vontade. As pessoas podem desenvolver qualquer atividade ou adotar
qualquer linha de conduta que não lhes seja vedada pela ordem jurídica. O particular tem
liberdade de contratar, pautando-se por preferências pessoais. A propriedade privada
investe seu titular no poder de usar, fruir e dispor do bem. As relações jurídicas dependem
do consenso entre as partes. E a responsabilidade civil, como regra, é subjetiva. Violado um
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direito na esfera privada, seu titular tem a faculdade de defendê-lo, e para tanto deverá ir a
juízo requerer a atuação do Estado no desempenho de sua função jurisdicional.

7. Princípios da Adm. Pública


Art. 37, CF. Nenhum vale mais que o outro, mas no caso concreto pode ser que um venha a
ter mais valor que o outro.
7.1 Legalidade: (1° aula) A adm. pública só pode praticar as condutas autorizadas
em lei.
7.2 Impessoalidade: Não agir para o interesse pessoal, mas para um interesse
público coletivo. Desse modo, é possível um tratamento privilegiado desde que ele venha
expressamente previsto em lei e esteja em conformidade com o interesse da sociedade.
7.3 Moralidade: Juízo de moralidade, de ética. O senso de moralidade formado de
acordo com cada indivíduo. Análise do caso concreto, sendo subjetivo, em um ponto de vista
da administração Pública e não do servidor. Esse princípio tem a junção de Legalidade com
Finalidade, resultando em Moralidade. Ou seja, o administrador deve trabalhar com bases
éticas na administração, lembrando que não pode ser limitada na distinção de bem ou mal.
Não se deve visar apenas esses dois aspectos, adicionando a ideia de que o fim é sempre
será o bem comum. A legalidade e finalidade devem andar juntas na conduta de qualquer
servidor público, para o alcance da moralidade.
Referenciais como o Código de Ética, a Lei 8.429/92 - Lei de Improbidade
Administrativa, etc.
Dois tipos de Moralidade:
# Simples: Quando um servidor não tem um grande poder de decisão, não é gestor
de dinheiro, não manda em ninguém. Algo que não tem um potencial lesivo prejudicial, é
ínfimo.
Ex.: Fazer um favor para um amigo e mudar a ordem de um processo, colocando esse
processo na frente dos outros.
# Qualificada: Exerce um cargo alto, lida com “milhões”, manda e desmanda. Tem um
poder devastador, sendo o potencial lesivo infinitamente maior.

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7.4 Publicidade: A administração pública tem que mostrar dando conhecimento à


sociedade. Pois por meio da publicidade se pode efetivar o controle, não só do próprio
administrador, como da sociedade e os órgãos de controle dessa administração. Na
Publicidade, o gerenciamento deve ser feito de forma legal, não oculta. A publicação dos
assuntos é importante para a fiscalização, o que contribui para ambos os lados, tanto para o
administrador quanto para o público. Porém, a publicidade não pode ser usada de forma
errada, para a propaganda pessoal, e, sim, para haver um verdadeiro controle social.
Exceções necessárias: Ex.: Em uma licitação pública, 99% é público e 1% é sigiloso,
esse 1% faz toda lógica na prática de apresentação de propostas, assim as empresas não
ficam sabendo dos valores das propostas das outras empresas.
Outro exemplo, uma pessoa que é contratada da inteligência, não é publicado em
edital, ou pessoas da segurança nacional, etc.
7.5 Eficiência: O administrador tem o dever de fazer uma boa gestão. É o que esse
princípio afirma. O representante deve trazer as melhores saídas, sob a legalidade da lei,
bem como mais efetiva. Com esse princípio, o administrador obtém a resposta do interesse
público e o Estado possui maior eficácia na elaboração de suas ações. Esse princípio
anteriormente não estava previsto na Constituição e foi inserido após a Emenda
Constitucional nº 19/98, relativo à Reforma Administrativa do Estado. Foi instituída uma
avaliação periódica de rendimento/desempenho e produção do funcionário. Serve como
instrumento de insuficiência de rendimento.

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 Aula 03 – Data: 07.03


Aula: FORMAS E MEIOS DE PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS

Quadro esquemático da aula

(1) Serviço Público


>Art. 175, CF
Usuário
 Serv. Centralizado
ESTADO  Adm. Direta
 Titularidade Primária

(2.1) Serv. Púb. – Passa p/ 3° Serv. Púb.

*SERV. PÚB.*  Autarquias


 Serv. Descentralizado  Fund. Públicas Usuário
 Adm. Indireta  Soc. Econ. Mista
 Titularidade Secundária  Emp. Públicas
 Por LEI
 Desc. por Outorga
 Definitividade

(2.2) Serv. Público Serv. Público


Usuário
 Concessionários
 Serv. Descentralizado
 Permissionários
 Transf. Execução Completa
 Desc. por Delegação
 Por Contrato (Obs.: Autorização)
 Transitoriedade/Provisoriedade

Art. 175, CF - Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou
permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu
contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou
permissão;
II - os direitos dos usuários;
III - política tarifária;
IV - a obrigação de manter serviço adequado.
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1. Serviço Centralizado (Regra)

Compete ao poder Público o prestação de serviço público. Pelo que disciplina o art.
175, CF, o Estado através do serviço Público presta serviços ao usuário. O serviço público que
o Estado oferece está “centralizado”. Não tem intermédio de ninguém.
Quem tá administrando o serviço? O Estado, diretamente.
A ADMINISTRAÇÃO É DIRETA, o próprio Estado está administrando o serviço que é
dele.
Ocorre também a TITULARIDADE PRIMÁRIA, a origem, o titular originário é o Estado.
Quem está oferecendo o serviço, tendo a obrigação constitucional originária de fazer.
Ex.: A segurança pública, polícia civil, militar, todos são servidores públicos do Estado.
2. Serviço Descentralizado
2.1 Por Outorga: O serviço Público sai do “centro”, porque o Estado passa para um terceiro
para poder chegar e colocar a disposição do usuário.
Quem são esses terceiros? Autarquias, Fundações. Públicas, Sociedades de
Economia Mista, Empresas Públicas.
Se o serviço saiu do Estado e foi para terceiros, ocorreu uma descentralização,
chama-se serviço descentralizado.
Originariamente é do Estado, de maneira que, caso aconteça algum problema, se as
sociedades forem extintas e sobrar alguma coisa de prejuízo, o Estado terá que suportar. Vai
ocorrer de o Estado continuar administrando esse serviço, mas essa administração estará
relacionada às entidades, estabelecendo controle sobre elas, sabendo se elas estão
produzindo resultados, quem vai está diretamente ligadas aos serviços são essas entidades.
O Estado estará administrando de forma INDIRETA.
EX.: Quem leva o serviço da previdência social é o INSS (autarquia).
Essas entidades são como “filhos” do Estado, só nascem se o Estado quiser. O Estado
precisa pedir ao Poder Legislativo para que elas sejam criadas.
O Estado quer que essas determinadas atividades sejam passadas para alguém que
fique especializado/voltado em determinada função. Dotando essas entidades de autonomia
administrativa. Passando uma TITULARIDADE SECUNDÁRIA.

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Por que titularidade secundária? Tem autonomia administrativa, determinam como


vão fazer suas atividades.
Ocorre POR LEI, no caso da autarquia a lei cria direta a entidade, nas outras três a lei
só autoriza a criação (art. 37, XIX, CF - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a
instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último

caso, definir as áreas de sua atuação).

Chame-se essa forma de DESCENTRALIZAÇÃO POR OUTORGA, é o mesmo que


administração indireta. Essas entidades elas integram a administração pública.
Como acontece por lei, a existência dessas entidades tem caráter de DEFINITIVIDADE.
São criadas para durar de forma definitiva, enquanto tiverem atendendo as suas finalidades,
mas isso não quer dizer que elas não possam ser extintas.
2.2 Por Delegação: Vai acontecer quando a Administração Pública ela faz a
TRANSFERÊNCIA DA EXECUÇÃO COMPLETA de um serviço para um terceiro. Não passa mais
a titularidade, e sim a execução.
Também irá se chamar de SERVIÇO DESCENTRALIZADO.
Esse serviço será passado para os Concessionários e Permissionários (são empresas
particulares/privadas que participam de uma licitação e ganham para prestar serviços
públicos). Ex.: Cemar, Transporte coletivo, Telefonia, etc.
Os Concessionários e Permissionários não integram a administração pública, nem
direta ou indiretamente.
Essa descentralização vai se consubstanciar na transferência da execução.
Faz-se uma licitação para contratar uma empresa que vai só executar o serviço
público.
Qual a diferença entre 2.1 e 2.2? A por outorga tem titularidade e autonomia
administrativa, ou seja, elas definem como vão fazer. Por delegação, não definem nada, só
recebem a execução.
Chama-se DESCENTRALIZAÇÃO POR DELEGAÇÃO, sai do Estado, passa para os
Concessionários e Permissionários que executam os serviços/atividades por completo.
São feitos através de CONTRATO.
Como é por contrato, todo contrato tem um prazo para acabar, tendo assim caráter
de TRANSITORIEDADE/PROVISORIEDADE.

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 Aula 04 – Data: 14.03

3. Serviço Desconcentrado
Técnica administrativa de divisão de atribuições. Cada órgão assume uma tarefa,
dentro da mesma estrutura, dentro do mesmo organismo.
A mesma entidade, o mesmo organismo e dentro dele as pessoas executando uma
parcela/uma parte da tarefa. Mera técnica administrativa de distribuição interna de
competências mediante criação de órgãos públicos. Pressupõe a existência de apenas uma
pessoa, pois os órgãos não possuem personalidade jurídica própria.

Ocorre desconcentração administrativa quando uma pessoa política ou uma entidade


da administração indireta distribui competências no âmbito de sua própria estrutura a fim
de tornar mais ágil e eficiente a prestação dos serviços.

COMPARATIVO:

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Aula: ADMINISTRAÇÃO INDIRETA / POR OUTORGA


1. Autarquias
1.1 Noções Gerais: São entidades da adm. Indireta que estão mais ligadas ao Estado.
Se pega um determinado serviço e titulariza uma autarquia pra ficar voltada especificamente
para esse serviço, uma autarquia especializada, alguém voltado especificamente para aquela
atividade.
Ex: INSS (previdência social), o INSS não pode assumir outra atividade que não seja a
sua.
As autarquias tem total autonomia administrativa plena. Mas isso não significa que
no final não vai prestar conta de seus resultados.
A administração indireta vai querer saber dos resultados que foram feitos, tendo um
controle sobre essas atividades. Existe uma vinculação, não representa uma subordinação.
Mas existe uma subordinação financeira, que a Administração repassa para as
Autarquias.
1.2 Conceito: São entes autônomos, dotados de personalidade jurídica do direito
público interno, com patrimônio próprio de atribuições estatais específicas. Titulares de
atividade do interesse público.
1.3 Características:
 Criadas por lei específicas: Art. 37, XIX, CF: “somente por lei específica poderá ser
criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de

fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação”. (em
regra) – Obs. ¹: Fundações Públicas.
 Organizadas por decreto: para ela funcionar, algumas questões devem ser
resolvidas na prática, a lei não vai entrar em detalhe do funcionamento, como vai ser
determinada como ela vai funcionar é o próprio poder Executivo, e o chefe do poder
executivo vai criar decretos, como complemento dessa lei. A lei estabelece regras
gerais, o decreto específica melhor a lei.
 Autonomia Administrativa: Liberdade para administrar e gerir o
funcionamento da entidade.
 Atos e Contratos são administrativos: regidos pelo direito público, pressupõe
prerrogativas e sujeições.
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1.4 Responsabilidade: (Vista por dois aspectos), a responsabilidade da administração


direta pela autarquia, tem responsabilidade, tem capacidade, autonomia administrativa
dela, mas se eventualmente chegar ao ponto de ser aniquilada por completo, por uma
dívida. Há uma responsabilidade subsidiária, assume o remanescente, por prejuízos
causados e não suportadas pela autarquia.

A outra perspectiva é com relação aos servidores (as autarquias), segue a regra
estabelecida pelo art. 37, §6, CF: “As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa”.

A responsabilidade perante terceiros é objetiva (independe de culpa). Responde


objetivamente.

A administração pública vai ter que pagar por ex. 10.000 para uma pessoa “x”, por
conta da conduta do servidor que gerou prejuízo, entra-se com uma AÇÃO REGRESSIVA
contra esse servidor (princípio da indisponibilidade). A administração pública vai cobrar
10.000 desse servidor. Quando ela for cobrar desse servidor, a responsabilidade vai ser
subjetiva, ou seja, a administração tem que comprovar dolo ou culpa desse servidor.

1.5 Controle: Não se confunde com ausência de autonomia. O que é o controle? Se o


que está sendo feito está gerando resultados. Como vai saber desse resultado? Através do
Tribunal de Contas, Avaliação do tribunal de contas (são formas de controle). Temos
também o controle da Administração Pública, contração de servidores, de computadores,
etc. Temos o controle da sociedade, pelo Ministério Público, etc.

1.6 Patrimônio: Formado a partir da transferência que administração pública faz. A


administração indireta quando cria, tem que dotar essa autarquia de patrimônio necessário
para funcionar, um prédio, montar uma estrutura. Tendo um patrimônio próprio, tendo
autonomia desse patrimônio. São BENS PÚBLICOS (inalienáveis, impenhoráveis,
imprescritíveis).

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1.7 Regime de Pessoal: Pessoas jurídicas de direito público, sendo esse regime
ESTATUTÁRIO, existem dois regimes de pessoal: o regime ESTATUTÁRIO – em regra (relação
entre o servidor e a administração), regida por uma lei específica chamada de Estatuto, no
âmbito federal temos a lei 8.112/90 (Estatuto do Servidor Público Federal), se for estadual,
lei 6.107/94 (Estatuto do Servidor Público Maranhão), se for municipal, 4.615/2006 (Lei dos
Servidores Públicos de São Luís). Tudo será regido por um estatuto.

1.8 Privilégios: As autarquias terão os mesmos privilégios que o Estado tem. Ex.:
Prazo processual diferenciado, execução fiscal dos seus créditos, imunidade tributária,
impenhorabilidade dos bens, etc.

1.9 Tipos de Autarquia:

- Econômicas: Não se pode ter uma autarquia que explore a atividade econômica,
mas posso ter uma que incentive/ajude/auxilie a atividade. Que dá auxilio, suporte técnico
para que determinada atividade econômica desenvolva.

- De crédito: O objetivo é dá o suporte financeiro, não visando o lucro, mas que a


atividade econômica desenvolvida cresça. Auxilio financeiro para que haja desenvolvimento.

- De previdência: Autarquias criadas, que são responsáveis para gerir a previdência.

- Profissionais ou Corporativas: São autarquias de conselho de classe, CREA, CRM, etc.


A OAB é uma autarquia em regime específico.

- Educacionais: Voltadas ao ensino, universidades públicas, ex.: UEMA.


Obs. ²: Fundações Públicas

1.10 Autarquias em Regime Especial: Temos algumas autarquias que tem um regime
diferenciado, especial. Ex.: OAB, Banco Central, etc.
1.10.1 Agências Reguladoras: Nasceram através dos processos de privatizações, se
tinham entidades que eram estatais, empresas que estavam no domínio do Estado. Mas o
Estado passou a vender essas empresas, assim passam a ser privadas. E contrata essa
mesma pessoa que comprou pra continuar prestando o serviço. Só que vai mudar a
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categoria (concessionários) Ex.: Telefonias. Mas o Estado estabelece as regras. As autarquias


ficam especializadas na regulamentação, dotadas assim de mais poderes.
- Características: Poder Normativo (as matérias que elas vão regulamentar estão em
resoluções), Mais autonomia financeira (independe do dinheiro que essas autarquias
recebem, ex. quando a OI recebe uma multa, de 2 milhões, na hora que a OI paga esse
dinheiro, “coloca no bolso”, esse dinheiro não vai para o cofre da administração indireta,
recebem e gastam da forma que quiserem), Mais autonomia administrativa (os dirigentes
dessas agências, são nomeados para mandado fixo, ninguém tira, tem estabilidade no
período daquele mandado).
1.10.2 Agências Executivas: é uma autarquia comum, ou então uma fundação
pública, que celebra um acordo de gestão, que já vem desempenhando o seu papel, mas que
a administração pública quer dá um gás. Uma autarquia que já existe, mas que celebra um
contrato onde a administração pública estabelece metas para serem atingidas e melhorarem
os seus serviços, em contra partida, dando mais poderes, mas tendo mais responsabilidades.
E que poderes são esses?
- Características: Poder Normativo (uma vez qualificada com esse poder executivo,
recebe poder normativo, tendo autonomia para deliberar questões no âmbito que ela
regulamenta), Maior autonomia financeira (diferente das agências reguladoras, é a
impossibilidade de seu orçamento sofrer cortes, porque como o dinheiro que vai para as
autarquias é a administração que dá, mas se essa autarquia tiver qualificada como agência
executiva, dentro dela não podem sofrer contingenciamentos), Maior autonomia
administrativa (estão na possibilidade da administração pública estabelecer metas aos seus
servidores, bonificações, porque quando se tem uma agência executiva, estabelece
bonificações para o alcance de metas).

Obs: Contingenciamentos, ou seja, o governo não interfere nas agências.

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 Aula 05 – Data: 21.03

Aula: ADMINISTRAÇÃO INDIRETA - CONT.


2. Fundações Públicas
2.1 Noções Gerais
Quando se fala em fundação, temos que saber da onde são originárias as entidades.
Temos as fundações como sendo na essência pessoa jurídica de direito privado.
Fundação é um patrimônio pré-constituído de alguém que resolve abrir mão desse
patrimônio e a partir dele constituir uma entidade.
Essa entidade não vai ter finalidade lucrativa, vai atuar em determinados
seguimentos de caráter social, temos fundações do âmbito da assistência, cultura, meio
ambiente, etc. De modo que qualquer pessoa pode constituir uma fundação, desde que
queira abrir mão de seu patrimônio e a partir desse patrimônio se institua essa fundação.
A fundação é uma figura eminentemente do direito privado, nasce do Código Civil. A
partir do momento que determinada pessoa cria uma fundação, esse patrimônio não passa a
ser mais dele. Ganha personalidade jurídica própria, não tendo mais esse patrimônio na sua
livre disposição.
O poder público também institui fundações, no que o poder público estiver
envolvido nada vai ter integralmente o regime jurídico privado, vai haver a mescla, entre o
poder publico e privado (misto).

Fund. Púb. De Direito PRIVADO

(pessoa jurídica de direito privado)

FUNDAÇÕES PÚBLICAS
Fund. Púb. De Direito PÚBLICO = AUTARQUIA

(pessoa jurídica de direito público)

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No primeiro momento, o Estado institui fundações, mas respeitando as suas origens,


tem-se o surgimento das Fundações Públicas. Passa a ter o regime jurídico misto. Sendo
assim, Fundações Públicas de direito Privado. Mas em algum momento, esses regimes
(público e privado) vão entrar em choque entre as realidades.
O Estado passou a conferir fundações públicas e dota-las de personalidade jurídica de
direito privado. Ou seja, transformou uma entidade que é eminentemente privada, em uma
entidade pública. E nesse segundo momento quando o poder público faz isso, ele dá origem
a uma terceira espécie de fundação, as Fundações Públicas de Direito Público, vão ser
pessoas jurídicas de direito público. Quando o poder público criou essas fundações e deu a
elas personalidade, ele criou uma nova espécie de AUTARQUIA. São conhecidas como
autarquias fundacionais ou fundações autárquicas, porque são fundações que tem
personalidade jurídica de direito publico, igual uma autarquia.
(Aula anterior) Obs.¹: Quando se tratar de uma Fundação Pública de direito público, a
lei não vai só autorizar, porque todas as pessoas jurídicas de direito público devem ser
criadas por lei. Tem o regramento semelhante ao das autarquias.
(Aula anterior) Obs.²: A maioria das autarquias educacionais, como por exemplo, a
UFMA, foi transformada em fundações públicas de direito público.
Qual o objetivo do Poder Público transformar essas Fundações Públicas de direito
público? Duas situações: Uma autarquia é pautada no princípio da especialização dos fins,
ficando especializada em uma determinada área, as universidades são entidades que tem
um leque de atividades exercidas. Sendo autarquia fica bitolada, mas quando se coloca uma
fundação, a própria natureza te dá uma mobilidade maior, o objetivo dela é alcançar o
interesse publico, mas na sua esfera atuando em vários segmentos sociais. Entidades com
uma flexibilidade maior.
As fundações podem receber doações.
2.2 Conceito: Uma massa patrimonial dotada de personalidade jurídica de direito
público ou privado, instituídas pelo Estado para o desempenho de atividades sociais de
interesse coletivo.
2.3 Características
- Ausência de finalidade lucrativa: característica básica. Ter ausência de finalidade
lucrativa, não significa dizer que ela não pode ter renda. Quando se fala em lucro, se fala em
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superávit para ser dividido entre os sócios, esse lucro é voltado para o investimento da
Fundação;
- São criadas/autorizadas por lei: (criadas) direito púb., (autorizadas) direito privado;
- Tem autonomia administrativa;
- Possui patrimônio próprio;
- Possui orçamento próprio;
- Atos de contratos são administrativos.

2.4 Natureza Jurídica: Direito Público é aquele que tem por finalidade o Estado. Ao
contrário, no Direito Privado, o fim é o indivíduo.
2.5 Tipos:
A – Fund. Púb. De Direito Público
B – Fund. Púb. De Direito Privado
2.6 Objeto:
A – Fund. Púb. De Direito Público: “Quem pode mais, pode menos”. Não tem objeto
específico, é amplo.
B – Fund. Púb. De Direito Privado: Se vinculam ao art. 62, CC (Taxativo).
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de
bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência.
I - assistência social;
II - cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
III - educação;
IV - saúde;
V - segurança alimentar e nutricional;
VI - defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável;
VII - pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão,
produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos;
VIII - promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos;
IX - atividades religiosas;
X - (VETADO).

2.7 Criação e Extinção:


A – Fund. Púb. De Direito Público: Por lei, a mesma pode vir e extinguir.
B – Fund. Púb. De Direito Privado: Poder Executivo autoriza, dá baixa nos cartórios
(para criar e extinguir).
2.8 Regime Jurídico:
A – Fund. Púb. De Direito Público: Público, regime jurídico administrativo.

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B – Fund. Púb. De Direito Privado: Integralmente misto.


2.9 Prerrogativas:
A – Fund. Púb. De Direito Público: Prazos processuais diferenciados,
impenhorabilidade dos bens, execução fiscal dos créditos, imunidade tributária, prescrição
das dívidas, tudo o que está relacionado às autarquias.
B – Fund. Púb. De Direito Privado: Só vão ter imunidade tributária, não tem tantas
prerrogativas.
2.10 Patrimônio:
A – Fund. Púb. De Direito Público: São bens públicos, impenhoráveis, imprescritíveis,
inalienáveis, etc.
B – Fund. Púb. De Direito Privado: A quem defenda por serem originariamente
público, seus bens são públicos. E o contrário, eram bens públicos, agora são particulares.
A grande questão de ser considerado um patrimônio público é o fato de ter um
regime jurídico público.
Os bens de uma Fundação de direito Privado, são bens particulares, mas podem
receber o tratamento de um bem público.
Qual a diferença? Sendo totalmente público se torna absoluto, tendo o tratamento
de bem público, mesmo sem serventia, ele se torna impenhorável, não pode ser usucapido,
etc.
2.11 Regime de Pessoal:
A – Fund. Púb. De Direito Público: Estatutário.
B – Fund. Púb. De Direito Privado: Celetista (como o regime é misto, tem que fazer
concurso, não pode acumular cargos, etc.).
2.12 Controle:
2.12.1 Institucional – (a própria administração pública vai fazer o controle da
Fundação) vai ser administrativo, financeiro e político. (Controle Finalístico: o que vai ser
analisado é com o objetivo que essa fundação atinja sua finalidade).
2.12.2 Ministério Público – Controle Finalístico
A – Fund. Púb. De Direito Público: tem como ser 100% efetivo (na prática não é
assim), as regras são de direito público, por ser público, ela tem o alcance e o domínio de
tudo. (prerrogativas e sujeições).
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B – Fund. Púb. De Direito Privado: A atuação do MP aqui é imprescindível, sendo o


regime jurídico misto, na parte que for público, o poder público, pode fazer um controle
100% eficaz, só que na parte que for privado, o poder público por mais ele faça com 100% de
perfeição, mas não vai alcançar tudo, por uma parte ser de direito privado.
2.12.3 Judicial – As ações ordinárias, mandado de segurança, etc.

2.13 Responsabilidade: É abrangente. Art. 37, §6, CF: “§ 6º As pessoas jurídicas de direito

público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa”.

 Aula 06 – Data: 28.03

Aula: ADMINISTRAÇÃO INDIRETA - CONT.


3. Empresas Estatais ou Governamentais
3.1 Noções Gerais
Quando se fala em Empresa, logo temos em mente a exploração do trabalhador, a
busca do lucro, atividade de livre iniciativa, concorrência, etc. Então quando pensamos em
Empresa e em Estado, parece que são coisas que não combinam.
Um dos motivos que leva a Administração Pública (Estado), instituir Estatais é a
exploração do serviço, geração de lucros.

Serviço Público (ESTADO) Atividade Econômica (PARTICULAR)


Itaú =
Santander =
Bradesco =
Bando do Brasil (Empresa Estatal) –
Explora atv. econômica

CAEMA (Prestadora de Serv. Público)

Essa exploração de uma atividade econômica é tipicamente do particular.


Não se pode ter um órgão público para exercer uma atividade econômica, mas
Estado cria uma Estatal, porque através dela ele pode fazer parte dessa atividade econômica
(fazer parte do lado direito).

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Ex: Banco do Brasil, Petrobras, etc.


Quando o Estado cria essa estatal, sabendo que, se economia vai mal, os outros
bancos vão sentir, vai diminuir a lucratividade e o BB vai servir como termômetro para que o
Estado tenha a exata dimensão do que está acontecendo.
Portanto, o Estado age com Regulador e Executor, sentindo na pele o ônus e o bônus.
O Estado só pode agir diretamente nas estatais, que são empresas.
O Estado intervém pela versatilidade ou no domínio econômico, explorando ou
regulando.
3.2 Conceito
São pessoas jurídicas de direito privado, cuja criação é autorizada por lei (específica),
com patrimônio público ou misto, instituídas pelo Estado para prestação/exploração de
serviço público ou para execução de atividade econômica de natureza privada.
3.3 Personalidade
Pessoa Jurídica de Direito Privado (Misto)
3.4 Espécies
- Empresas Públicas
- Sociedades de Economia Mista
3.5 Classificação quanto ao objeto
O que vai definir o regramento que essa Estatal vai ter não é quem ela é, e sim o
objeto que ela vai assumir.
NÃO FAÇA A SEGUINTE RELAÇÃO – Empresa pública presta serviços públicos /
Sociedade de Economia mista que explora a atividade econômica. (Está errado)
Temos empresa pública que presta serviços públicos que é o correio e tenho empresa
pública exploradora de atividade econômica, ex. Caixa.
Temos também sociedade de economia mista, prestadora de serviço público, ex.
Caema, e economia mista que explora a atividade econômica, ex. Banco do Brasil.
Não relacione o adjetivo pública a sua personalidade.
Lei. 13.303/16 – Lei das Estatais
Art. 3° - Empresa pública: entidade dotada de personalidade jurídica de direito
privado, com criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social
é integralmente detido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios.
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Art. 4° - Sociedade de economia mista: entidade dotada de personalidade jurídica de


direito privado, com criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima,
cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito
Federal, aos Municípios ou a entidade da administração indireta.
É uma sociedade anônima, o poder público detém a maior parte do capital.
Economia mista porque o capital dela majoritariamente do poder público, mas tem
particular também (misto), diferente da empresa pública que seu capital está integralmente
nas mãos do Estado, DF, etc.
3.5.1 Prestadores de Serviço Público: Não é prestar de graça, é explorar, lucratividade
com esse serviço.
O que é necessário para ter uma prestadora de serviço público? Elas são criadas para
satisfação de necessidades mais imediatas da coletividade, para atuar em uma área que é de
necessidade premente da sociedade.
Ex. Abastecimento de água (CAEMA)
3.5.2 Exploradoras de Atividade Econômica: Para serem criadas, precisam
demonstrar relevante interesse coletivo e imperativo de segurança nacional.
Art. 2°, § 1o A constituição de empresa pública ou de sociedade de economia mista dependerá de prévia
autorização legal que indique, de forma clara, relevante interesse coletivo ou imperativo de segurança nacional, nos termos
do caput do art. 173 da Constituição Federal.

O que é relevante interesse coletivo? Devemos ter uma perspectiva como um todo, é
algo que se projete em nível de Estado.
E o que seria imperativo de segurança nacional? A segurança nacional não se limita a
perspectiva territorial, mas na perspectiva econômica, regular a economia para evitar
descompassos, porque a economia é um dos pilares de sustentação do Estado.
3.6 Competência para Instituição
Em tese, qualquer das entidades federadas (União, Estado, Município) detém
competência para instituir Estatais.
Materialmente o município vai ter essa limitação, de não ter condições de justificar
uma Estatal exploradora. As prestadoras, todos tem condição justificar.

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3.7 Forma de Criação


Lei específica que autorize depois o poder Executivo com o contrato social, registro,
junta comercial, CNPJ, etc. (Direito Empresarial)
¬ Qual a diferença de uma empresa (particular) e uma empresa Estatal? Em uma
empresa Estatal o Estado precisa de uma lei específica que autorize ele a criar.
3.8 Patrimônio
Independe de ser uma Empresa Pública ou uma Sociedade de Economia Mista,
quando se tratar de uma prestadora de serviço público, ex. Caema (a forma dela é de
empresa, mas a mesma está explorando um serviço público), o tratamento que ela vai ter vai
ser um pouco diferente pelo objeto que ela assume.
¬ Os bens da Caema são bens particulares ou bens públicos? São bens particulares.
Não se pode penhorar “certos bens”, porque a sociedade pode sofrer com o
fornecimento desse serviço público (mas de qualquer forma, esses bens jamais serão bens
públicos). Esse “certo bem”, se por um acaso vier a não ter mais serventia e não prejudicar
no fornecimento do serviço público, ai sim ele pode ser penhorado, porque não vai interferir
na continuidade do serviço.
Essa observação só cabe as Estatais prestadoras, as exploradoras não tem “colher de
chá”.
3.9 Falência
Para as Prestadoras, por fornecerem serviço público, o Estado (Poder Público)
sempre investe. Para as Exploradoras, se vier a entrar em regime de falência, vai falir e o
Estado não vai intervir.
3.10 Licitações e Contratos
No que diz respeito à atividade fim (explorar), ou o serviço ou a atividade econômica
não tem que ter licitação.
A Licitação é uma lei que estabelece as regras de como o poder público vai contratar.
Ex. o Banco do Brasil não precisa de um procedimento licitatório para fazer um
empréstimo, por ser sua atividade fim de exploração. Mas por ex. se o BB quiser construir
uma nova sede, nesse caso é obrigado a licitar, comprar computadores, comprar ar
condicionado, vai contratar uma empresa de vigilância, isso tudo tem que licitar por ser uma
atividade meio.
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3.11 Administração
É colegiada. O conselho é formado por Sociedade Civil, Representante da Adm. e
Representante dos Acionistas minoritários. (O termo colegiado diz respeito à forma de
gestão na qual a direção é compartilhada por um conjunto de pessoas com igual autoridade,
que reunidas, decidem. No órgão colegiado inexiste a decisão de somente um membro).
Art. 16. Sem prejuízo do disposto nesta Lei, o administrador de empresa pública e de sociedade de economia
mista é submetido às normas previstas na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976.
Parágrafo único. Consideram-se administradores da empresa pública e da sociedade de economia mista os
membros do Conselho de Administração e da diretoria.

3.12 Regime de Pessoal


É Celetista (como o regime não é integralmente privado tem que fazer concurso
público, não pode acumular cargos, etc.).
3.13 Controle
A administração pública faz um controle sobre a atividade delas.

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 2° BIMESTRE
 Aula 7 – Data: 25/04
AULA: PODERES ADMINISTRATIVOS

1. Noções gerais
Quando um “indivíduo” ocupa um cargo público, em que com esse cargo ele vai
desempenhar determinadas tarefas, recebe da lei a prerrogativa de exercê-las, cada qual
dentro do seu cargo, recebendo uma parcela dessas tarefas (desconcentração).
Poderes administrativos não podem ser confundidos com Poderes Políticos (Poderes
estruturais do Estado).
Então, quando se fala em poderes administrativos, devemos pensar nas ferramentas
que o administrador terá em mãos para que ele possa colocar essa “máquina” para
funcionar. São poderes instrumentais que servem como ferramentas por meio dos quais, o
agente público ao executar sua tarefa vai permitir que o Estado realize os seus serviços
públicos.
2. Conceito
Conjunto de prerrogativas que a ordem jurídica confere aos agentes públicos, que
permitem que o Estado alcance seus fins.
3. Classificação
3.1 Quanto à liberdade da Administração
3.1.1 Vinculado: agir de acordo como a lei determina.
Ex: Licença para construir
Quando o administrador não tem margem para escolher ou pensar, mas se o que
está sendo colocado para ele, está de acordo com a lei.
É necessário que em algum momento o administrador tenha uma liberdade de
escolha, adequando a situação a uma realidade que ele vai estar adiante.
3.1.2 Discricionário: Já vem ser a margem de liberdade dada ao agente, sendo
vinculada. E quando vai ser discricionário? A lei que vai dizer “agora eu deixo você agir com
liberdade”.

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NÃO confundir discricionário com o arbitrário, o agir discricionário é agir com


proporcionalidade, dentro da legalidade, razoabilidade, etc. Por que geralmente é feita essa
relação com arbitrário? Pelo fato de que, quando me é dado à possibilidade de agir de
acordo com as minhas convicções, com juízo de valor, acaba que pode haver a possiblidade
de se cometer arbitrariedades.
É pautada por um juízo de conveniência e oportunidade (mérito administrativo).
Em tese o poder judiciário não vai interferir.
E quando ele vai interferir? Quando o mérito administrativo tiver viciado, quando
contiver alguma ilegalidade. O mérito é intocável? Sim, desde que não contenha nenhum
vício.
- Características: liberdade de escolha, incide no motivo ou objeto, liberdade de
acordo com o que a lei estabelece permitindo ou dando margem de escolha, quando
permite que se faça uma analise, boa-fé, etc.
- Méritos administrativos: a discricionariedade está relacionada com o juízo de
conveniência e oportunidade, a menos que tenha ilegalidade, e isso ocorrerá uma
intervenção.
- Limites: como não tem a lei para dizer, o poder discricionário vai ser limitado aos
princípios da proporcionalidade e razoabilidade.

3.2 Quanto ao ordenamento


3.2.1 Hierárquico: Está ligada a subordinação, onde você distribui atribuições, em
que quem está em cima, manda em quem está em abaixo. Isso para permite que se tenha a
atividade sendo executada.
- Objeto: 1) Ordenar; 2) Coordenar; 3) Controlar; 4) Corrigir.
- Prerrogativas: 1) Delegar atribuições (é a possibilidade de o agente público passar
alguma atribuição que é dele para outrem, mas não é passar qualquer atribuição); 2) Avocar
atribuições (retomar atribuição); 3) Dá ordens; 4) Fiscalizar; 5) Rever.
- Limites: São atribuições privativas, cada esfera de poder ela vai retendo consigo
certas atribuições que não podem ser passadas para ninguém.

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3.3 Quanto à punição dos que se vinculam


3.3.1 Disciplinar: é a faculdade que a administração pública tem de punir
internamente aqueles que com ela estão vinculados.
- Noções Gerais: Quando o indivíduo viola uma regra, fazendo com que haja um
desequilíbrio nessa rotina administrativa. Decorre da responsabilidade (compromisso que
ele tem com a execução).
Em regra são servidores, poder disciplinar de punição.
Sanções como: advertência, suspensão, demissão, destituição, cassação de
aposentadoria, etc.
Perspectiva Interna: pune seus próprios servidores.
Perspectiva Externa: quando pune quem se vincula a administração mas não integra
a administração pública. Ex: Um contratado.
- Poder Disciplinar # Poder Punitivo do Estado:
O poder disciplinar é totalmente diferente do poder punitivo do Estado.
No poder disciplinar se quer a cassação, punição, advertência, não tem nada haver
com prisão (pautada nas condutas).

3.4 Quanto à finalidade normativa


3.4.1 Regulamentar: Se manifesta através de decretos. Que decretos? Decretos de
execução que tem por finalidade explicar como um comando legal será posto em prática.
- Noções Gerais: O decreto vai explicar como a lei vai ser posta em execução.
Ex: A lei do Pregão visa à aquisição de bens e serviços comuns (cadeira, computador,
mesa, etc.), como a lei não especifica, temos os decretos de execução que facilitam tal
entendimento.
- Decretos de Execução: é um ato do poder executivo que visa regulamentar a lei, ou
seja, que coloca a lei em execução.
- Decretos Autônomos: Art. 84, inciso XI, alínea a e b, da CF.
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
VI - dispor, mediante decreto, sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem
criação ou extinção de órgãos públicos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001.

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Excepcionalmente, nas hipóteses do artigo 84, o Poder Executivo pode dispor de


decretos autônomos.
Observação: Essas matérias (alínea a e b) são chamadas de Reserva da
Administração, que a Constituição reservou para a administração pública disciplinar direto,
sem precisar de uma lei.
O poder regulamentar sofre também controle de constitucionalidade do Poder
Legislativo e Judicial.
3.5 Quanto à Contenção dos Direitos Individuais
3.5.1 Poder de Polícia (Administração Pública em sentido objetivo)
- Noções Gerais: É a faculdade da administração pública de estabelecer limites as
liberdades individuais. Por exemplo, conceder uma licença para dirigir, mas esse que possui
a licença não pode agir de acordo com os seus preceitos, ou seja, não podendo prejudicar
ninguém.
Ex: Trânsito, Secretaria de Urbanismo, Vigilância Sanitária, etc. (Detêm o poder de
polícia).
- Polícia Administrativa # Polícia Judiciária e de Manutenção da Ordem:
A primeira incide sobre o uso e gozo de bens, exercício de atividades, etc.
A segunda incide sobre o indivíduo.
- Finalidade: Conter o interesse de cada um, para ter o bem estar de todos.
- Atributos: 1) Discricionariedade (decide quando vai agir, o momento em que vai
agir); 2) Coercibilidade (as medidas são cogentes); 3) Autoexecutoriedade (é a possibilidade
que tem a Administração de, com seus próprios meios, executar suas decisões, sem precisar
de autorização prévia do Poder Judiciário).
- Limites: Razoabilidade/Proporcionalidade, os próprios interesses individuais que são
objetos de contenção, são também objetos de limitação (limite na força).
- Alvarás: Ato do poder administrativo que expressa o poder de polícia.
o Licença: é ato vinculado, ex. licença para construir, para dirigir, etc.
Pode ser revogada? Nunca, se é vinculada, não há margem de discricionariedade logo não
tem conveniência e oportunidade de uma licença. O que pode acontecer com a licença? 1º
Pode ser anulada (ex. concedeu a licença, mas não observou a lei) ou 2º Pode ser cassada

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(quando é emitida normalmente, mas o destinatário da licença, ao executar, ele faz de


maneira diferente daquilo que estava obrigado).
o Autorização: é ato discricionário, sendo autorizada ou não, considerando o
juízo de conveniência e oportunidade, podendo ser revogada ou anulada.

 Aula 8 – Data: 02/05


AULA: PODERES E DEVERES DO ADMINISTRADOR PÚBLICO
1. Noções Gerais
Quando se fala que o administrador público tem poderes, refere-se ao que ele tem
que executar, ou seja, é permitido a ele um direito de exercer atribuições daquele cargo.
Acontece que quando você ocupa um cargo, você não recebe só poderes, esses
poderes na verdade configuram uma face de uma moeda, e na outra face vamos ter os
deveres, tendo assim obrigações de execução desse cargo.
Quando se assume um cargo, você assume não só com a prerrogativa de agir, mas
também com a obrigação de agir.
O poder de agir é sempre fixado/estabelecido em lei.
São guiados pela moralidade administrativa e são atributos do cargo.
2. Poder – Dever de Agir
- Eficiência: Esse poder – dever tem que ser feito com eficiência, ou seja, fazer a coisa
certa.
- Prestar Contas: Dos atos que estão sendo feitos, por ex. “está aqui o resultado”.
- Probidade: Com honestidade, com integridade, etc. (já foi falado).

3. Uso do Poder
A regra geral é você usar o poder, para que você possa executar as atribuições do
cargo, usar as prerrogativas que se tem. Por exemplo, um professor pode tirar um aluno de
sala se estiver atrapalhando a aula, ou mudar de lugar em dia de prova.

4. Abuso do Poder
O problema é o “abuso” desse poder, temos 3 condutas:

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- Excesso de Poder: É quando se age fazendo parte do que você não está autorizado
por lei a fazer. Por exemplo, um professor pedir para um aluno mudar de lugar dentro de
sala é aceitável, mas estando fora de sala, “na praça de alimentação”, ele não pode pedir
para que esses alunos se retirem de seus lugares.
- Desvio de Finalidade: Pode agir dentro do seu limite, mas a finalidade é só uma
atender o interesse público. Se esse “agir” for voltado a prejudicar, a ajudar ou em
favorecimento próprio, essa conduta é pautada em abuso de poder, sobre a forma “desvio
de finalidade”. Por exemplo, um professor faz uma prova difícil para prejudicar alguém.
- Omissão: Cada indivíduo exerce uma parcela de atribuição, quando cada um faz sua
parte, você tem um serviço sendo executado, mas se alguém não faz isso irá atrapalhar.
Por exemplo, o cara que não liga o ar condicionado, sendo que outra pessoa poderia
está fazendo o seu serviço, travando assim a atribuição, e não permitindo que ninguém
venha executar em seu lugar.

AULA: ATO ADMINISTRATIVO

1. Noções Gerais
O ato administrativo é uma espécie de ato jurídico, temos os atos que tem reflexo no
mundo do direito, e temos os atos administrativos.
Nem todo ato que a administração pública pratica é ato administrativo, para que esse
ato seja considerado um ato administrativo, ele tem que está regido pelo direito público,
assim como tem que está sujeito ao regime jurídico administrativo (prerrogativas e
sujeições).
Existem atos que a administração pública pratica sem prerrogativas, por exemplo, os
atos do direito privado praticado pela administração (permuta), ou quando loca um imóvel.
Então podemos dizer que, todo ato que a administração pública pratica, é um ato da
administração. Dentre tantos atos praticados, existem os atos que ela pratica sobre o regime
jurídico público, que são os atos administrativos, ou seja, todo ato administrativo é ato da
administração, mas nem todo ato da administração é ato administrativo.
Todo ato administrativo é ato da administração? SIM!
Todo ato da administração é ato administrativo? NÃO!

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Ato da administração é mais amplo, envolve todo e qualquer ato que a administração
pública pratique.
2. Conceito
É toda declaração de vontade do Estado ou de quem o represente sujeito ao regime
jurídico público ou administrativo, que produz efeitos jurídicos imediatos e de acordo com a
lei e que estão passíveis de controle judicial.
3. Elementos ou Pressupostos
- Competência: Está diretamente relacionada à atribuição legal, é a possibilidade de
agir. Dentro dos poderes concedidos por lei. Está relacionada de diversas maneiras, como
por ex. competência em razão da matéria, do lugar, ao sujeito, do grau de hierarquia, dos
gestores, etc. Sempre lembrando que a competência ela é inderrogável, ou seja, não se pode
não executar algumas atribuições, não tendo essa prerrogativa.
Ex: Um professor não pode fizer que vai dar aula, mas não vai aplicar prova.
A competência ela é delegável (atribuir uma função), não confundir com derrogação
(é quando não quer abrir mão).
Ex: Pedir para um aluno anotar a aula no quadro é aceitável, mas dizer para aluno dar
aula não pode, por ser uma atribuição exclusiva e privativa.
Ou seja, delegar atribuições periféricas, e não delegar atribuições exclusivas. E da
mesma forma que pode delegar, pode avocar atribuições.
- Forma: A lei sempre exige a forma, tudo documentado e escrito.
- Finalidade: É sempre o interesse público, não podendo agir com outra finalidade.
Quando se fala em finalidade, se faz a seguinte pergunta: PARA QUE?
Finalidade é o resultado que se quer alcançar, então quando um ato é praticado, é
nesse intuito, “o que eu quero?”.
Então, o Estado “tá fazendo isso”? PARA QUE? QUAL O RESULTADO QUE ELE QUER
ALCANÇAR.
- Motivo: É o POR QUE? É a situação fática.
Qual é o fato, o motivo, os fundamentos que estão levando a administração pública a
praticar aquele ato?!
Então a finalidade tem que ter uma relação com o motivo.
(Obs: Teoria dos Motivos Determinantes – Quem determina é o motivo)
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- Objeto: É - O QUE?
O que tem que ser feito para que seja alcançada tal finalidade?!
NÃO CONFUNDIR:

Motivo (problema) vem antes do objeto, com base no motivo, teremos o objeto
(solução), e com isso se alcança uma finalidade.
O objeto está no centro.
Motivo, objeto e finalidade tem uma relação estreita e quem vai definir é o Motivo
que vem primeiro. (Obs.: Teoria dos Motivos Determinantes – Quem determina é o motivo).
Ex. Construir uma escola nova, melhorar a merenda escolar, que os “meninos” não
estão indo para a escola (Motivo/Objeto), atrair para que as crianças permaneçam indo para
a escola (Finalidade).

Vinculados  Competência
 Forma
 Finalidade
Sempre são vinculados (Competência/Forma/Finalidade), mas quando houver
autorização legal para o administrador agir com discricionariedade, ela incidirá no motivo
e/ou no objeto, ou seja, não quer dizer que o motivo e o objeto são sempre discricionários,
podem ser vinculados também, e a discricionariedade pode ser em um ou só no outro ou
ainda nos dois.
Ex. Nomear alguém para um cargo de comissão (o objeto está vinculado). Qual é o
objeto? Ocupar um cargo, mas por se tratar de um cargo de comissão, o motivo da escolha
não precisa ser dito (é faculdade que a lei dá).
Existem situações que a regra é que tudo já esteja vinculado, então quando ocorre
discricionariedade é no motivo ou objeto.

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4. Classificação
4.1 Quanto aos destinatários
- Gerais: Também chamados de atos normativos, são atos que disciplinam a situação
em abstrato, uma situação que vai atingir todo mundo, sem distinção.
Ex: Um ato que regula o horário de funcionamento de um órgão público (portaria).
- Individuais: É aquele ato que produz efeitos no caso concreto, uma situação
específica, tendo destinatário certo.
Ex: Uma nomeação é individual.
Um ato individual tem destinatário certo, não querendo dizer que seja um
destinatário, por ex. uma comissão de licitação, são várias pessoas. Mesmo que tenha mais
de uma pessoa, continua sendo individual, pois o mesmo é no sentindo de que é uma
situação específica.

4.2 Quanto ao alcance


- Internos: São aqueles que só produzem efeitos dentro da própria administração
pública.
Ex: A partir de qual momento inicia uma licitação? Quando há necessidade de
contratar um determinado serviço do setor que está precisando (interno). E depois que é
publicado o edital, tornando-se público é que se tornará Externo.
- Externos: Atos que vinculam os terceiros que estão fora da administração e os que
estão na administração pública também, porque a partir do momento da publicação do
edital, ficam assim obrigados a seguir o edital, como os terceiros que venham a se interessar
pela licitação serão guiados por ele.

4.3 Quanto às prerrogativas com que atua a administração


- De império: Quando a administração pública manda, quando ela age com a suas
prerrogativas.
Ex: Atos do Poder de Polícia.
- De gestão: São atos da administração, apenas.
Ex: Atos de direito privado praticados pela administração, não há coercibilidade, são
atos negociáveis.
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- De expediente: São atos da rotina interna da administração pública, não tem


prerrogativas, não tem poder de decisão, atos de mero impulsionamento dos papéis.
Ex: Encaminha-se o processo para acessória jurídica (despacho).

4.4 Quando à formação da vontade – Leva-se aqui em consideração a quantidade dos


órgãos que se envolvem na pratica do ato.

- Simples: É um ato que parte de um órgão só.

Ato simples (um único órgão)

Vejamos, vamos imaginar que este órgão seja composto de 3 (três) pessoas
(comissão de licitação), baixou uma portaria, é um ato de que tipo? Continua sendo simples,
é um órgão só. Se conta pela quantidade de órgão e não pela quantidade de pessoas que
integram o órgão, seja ele um órgão simples ou colegiado.

- Complexo
Órgão 1:

Ato Complexo
Órgão 2:

Esses 2 (dois) órgãos eles se juntam e dessa junção nasce um ato chamado de ato
complexo. Gerando um ato só.
Por exemplo, no site da receita federal, ao emitir uma certidão negativa, a mesma
consta o seguinte: Certidão conjunta negativa da Receita Federal (órgão 1) e da Procuradoria
da Fazenda Nacional (órgão 2), ou seja, uma certidão conjunta, proveniente da junção de
dados que se encontram nesses dois órgãos.
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- Composto:
Órgão 1:
Senado
Ato
Aprovação

Órgão 2: Ratificado/Aprovado

Ato

Presidência

Exemplo, como se nomeia um ministro do Supremo Tribunal Federal? O Presidente


da República. Depois que nomeia resolve? Não. O provimento de qualquer cargo se dá com
a posse e não com a nomeação.
Após isso o Senado pratica outro ato, com a aprovação do ministro.
Logo, temos um ato praticado por um órgão que é a presidência, nomeando o
Ministro, e temos outro ato que é a aprovação, praticado por outro órgão que é o Senado.
Então o Ato Composto, temos dois órgãos, dois atos, mas um ato fica dependendo da
ratificação/aprovação que vem de outro ato.

4.5 Quanto aos efeitos


- Constitutivos/Extintivos/Modificativos: Constitutivos – quando se cria uma nova
situação jurídica, ela nasce. Por exemplo, quando nomeia um servidor. / Extintivos – quando
morre/acaba/põe fim a uma relação jurídica. Por exemplo, a demissão de um servidor. /
Modificativos – quando altero uma situação jurídica. Por exemplo, mudar o servidor de uma
comissão de licitação e pôr ele em uma comissão de processo administrativo.
- Declaratórios: São aqueles que já tratam uma situação jurídica existente.
Por ex. uma certidão do tempo de trabalho em um lugar.
- Enunciativos: São aqueles onde quem os pratica emite uma opinião, um juízo de
valor. Por ex. quando se é assessor jurídico, se emite muito parecer, sendo esse um ato
enunciativo. Não é um ato que vincula, ninguém está obrigado a seguir esse parecer.

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4.6 Quanto à liberdade da administração


- Vinculados: Agir de acordo como a lei determina.
- Discricionários: A lei concede uma margem de liberdade ao agente, sendo
vinculada. E quando vai ser discricionário? A lei que vai dizer “agora eu deixo você agir com
liberdade”.

5. Atributos do Ato Administrativo


- Presunção de legitimidade: presume-se que os atos da adm. pública são legítimos;
- Imperatividade: imposição (já foi falado);
- Autoexecutoriedade: (já foi falado).

 Aula 9 – Data: 16/05


AULA: LICITAÇÕES (LEI 8.666/93)
1. Noções Gerais
A licitação é um procedimento de seleção da melhor contratação, acontece muito no
nosso dia a dia, por exemplo, comprar algo em um lugar mais barato, você faz pesquisas,
para reunir aquele que melhor atenda suas necessidades.
A administração quando vai contratar, tem que deixar registrado, observando os
princípios e a lei dá o passo a passo de como vai proceder, para ter a melhor contratação.
Analogia: O código de processo civil tem previsto alguns ritos, como o sumário,
ordinário, etc.
Assim é a licitação, é o “código de processo contratual”, ou seja, as regras
procedimentais para que você contrate.
Existe duas situações: Dispensa de licitação e inexigibilidade de licitação
(procedimentos estabelecidos pela lei). Não existe contratação sem a prévia observância da
lei.
A dispensa e a inexigibilidade de licitação devem ser observadas pela lei.
2. Conceito
É o procedimento por meio do qual a administração pública seleciona a proposta
mais vantajosa para a contratação do seu interesse.

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3. Finalidade
Dupla: 1 – Garantir a contratação mais vantajosa;
2 – Garantir a paridade entre os interessados (tratados com igualdade).
4. Objeto
São as contratações de modo geral, compras, alienações, obras, fornecimento,
serviço, permissão, concessão, vocação, etc...
5. Princípios
- Princípio do Procedimento Formal: é um procedimento porque a lei estabeleceu,
seguir o que a lei diz, além do aspecto formal, no sentido documental também, que tudo
tem que ser documentado.
- Princípio da Publicidade: é a obrigação que a administração pública tem de dar
satisfação de tudo.
No âmbito da licitação é uma ferramenta que vai ser ao mesmo tempo necessária no
que diz respeito a sua utilização, como também a não utilização.
A licitação é pautada na disputa, o que vai permitir a vantajosidade da contratação é
a disputa entre os interessados, quanto mais pessoas estiverem presentes, maior será a
disputa entre os interessados, logo maior a chance da contratação, uma garantia de
efetividade no procedimento.
Assim como a publicidade garante a efetividade para atrair as pessoas, também está
interligado com outro princípio.
- Princípio do Sigilo na Apresentação das Propostas: A licitação tem várias fases,
como a apresentação das propostas, nesse momento para que o procedimento tenha
efetividade, as propostas tem que ser sigilosa, ou seja, ninguém pode saber quanto o outro
está oferecendo.
Em regra, na fase da proposta, os indivíduos no dia da sessão, estarão munidos de
dois envelopes, um contendo a habilitação (documentos) e o outro a proposta (valores).
- Princípio da Igualdade entre os Licitantes: Está dentro das finalidades. (Lei
complementar 123/2006 dá um tratamento diferenciado para certos segmentos de
empresa, tratando assim os iguais com iguais e os desiguais na medida de sua desigualdade).

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Empresa de pequeno porte ou Microempresa (ninguém contrata sem irregularidade


fiscal, essas empresas tem um tratamento diferenciado em poder participar da fase de
proposta, mas na hora de contratar devem se regularizar, sendo assim não ofendendo o
principio da igualdade entre os licitantes).
Pelo princípio da igualdade entre os licitantes, a Administração Pública deve conduzir
a licitação de maneira impessoal, sem prejudicar ou privilegiar nenhum licitante. Desde que
preencham os requisitos exigidos, todos os que tiverem interesse em participar da disputa
devem ser tratados com isonomia.

- Princípio do Julgamento Objetivo: as regras da licitação são estabelecidas no edital,


devendo ser objetivas. Esse princípio exige que ao confeccionar um edital, fixam-se as regras
de maneira mais objetiva possível, para evitar discricionariedade, ou seja, critérios que
acabe deixando nas mãos do administrador para está realizando procedimento. Sendo assim
dificultando que ele ajude, ou favoreça, ou prejudique, ou elimine quem não deve etc.
- Princípio da Vinculação ao instrumento convocatório: vai iniciar a fase externa, vai
iniciar também a publicidade com a vinculação desse instrumento convocatório, tendo dois
tipos: o EDITAL (publicação) e o CONVITE (manda um convite para os interessados).
- Princípio da Probidade Administrativa: apesar de já termos conhecimento de tal
principio, no aspecto da licitação, esse princípio é levado de maneira mais intensa, preciso
que o gestor seja probo, honesto. (Art. 9, 10,11 e 12 LIA 8.429/92)
- Princípio da Eficiência: No sentindo do procedimento ser eficiente e no âmbito da
contratação.
- Princípio Motivação: Explicar os fundamentos de fato e de direito que estão sendo
levados a prática de, por exemplo, contratar tal empresa ou eliminar uma empresa, ou seja,
tudo que ser fundamentado, motivado, para não ter nada discricionário no procedimento
licitatório.
- Princípio da Adjudicação Compulsória: O procedimento após tal empresa ganhar,
vai ser homologado, após isso, vai-se adjudicar, isso quer dizer que se a administração
pública for realmente contratar o serviço de tal empresa, tem que ser com a empresa, por
ex. “E”, vai contratar a empresa pública obrigatoriamente.
Em regra, a empresa ganhou a licitação é porque quer contratar o serviço, então vai
acontecer à contratação.

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Mas é possível, em situações de extrema necessidade acontecer de ter que deixar de


contratar a empresa.
Por exemplo, um hospital onde pessoas estão passando fome, o governador
suspende a contratação de uma empresa que iria tocar no carnaval, para poder ajudar o
hospital. Ou seja, justifica deixar de contratar empresa tal, para ajudar as pessoas do
hospital que estão passando por necessidades.
A adjudicação compulsória ela não obriga a administração pública a contratar, só
obriga a contratar o vencedor se ela realmente for contratar.
E quem venceu tem a expectativa de direito, se ao contratar, tem que ser a empresa.
Ou seja, digamos que o Governador resolva a situação do hospital e queira
novamente contratar uma banda para tocar no carnaval, nesse caso tem que ser a empresa
“E” que ganhou a licitação e criou a expectativa em ser contratada, não podendo o
Governador contratar outra empresa.

6. Modalidades
É o procedimento.
Art. 22. São modalidades de licitação:
I - concorrência;
II - tomada de preços;
III - convite;
IV - concurso;
V - leilão.
Pregão (Lei 10.520/02)

Observação: Não confundir MODALIDADE (concorrência, tomada de preços, convite,


concurso, leilão, pregão) com os TIPOS – critérios de julgamento desses procedimentos
(menor preço, melhor técnica, técnica e preço e maior lance ou oferta).
6.1 Concorrência: é a mais ampla, modalidade destinada as contratações grandes,
mais rigorosa, burocrática, mais cara, mais demorada, cheia de exigências.
Feita por edital.
Art. 22, §1º - Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na
fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação
exigidos no edital para execução de seu objeto.

- Características

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# Universalidade: a concorrência tem que abranger o universo maior de interessados


possível, é uma licitação que não vai restringir a participação de ninguém.
O que é não restringir a participação de ninguém? A administração pública tem um
registro cadastral (banco de dados onde as empresas interessadas vão se cadastrar). A
pessoa que vai querer contratar com adm. pública tem que reunir 3 características:
regularidade jurídica, econômica e fiscal.
Quanto mais interessados alcançar, maiores as chances de reduzir o valor da
contratação.
Então nessa modalidade não se exige cadastro.
# Ampla Publicidade: quanto mais abrangente for a publicidade, mais se tem a
chance de ter interessados, garantidora da universalidade.
# Habilitação Preliminar: a concorrência não vai filtrar ninguém, entretanto, quando
começar o procedimento a primeira coisa que se vai fazer é verificar a habilitação preliminar
(acontece porque como não se exige cadastro prévio, agora não se pode permitir que o
procedimento siga com eventuais empresas que não tem a mínima condição, ou seja, não
reúnem o básico que é a regularidade fiscal, jurídica e econômica).
# Julgamento por comissão: quer dizer que tem que ser pelo menos três, um órgão
colegiado que conduzirá a concorrência.
- Cabimento:
Ela vai ser utilizada quando tiver o valor e a indicação legal, ou seja, quando a lei já
diz de cara quando vai ser usada, por ex. na Lei de Concessões e Permissões 8.987/95.
Quando ao valor, temos dois objetos:

Modalidade Engenharia Outros (demais contratações)


Concorrência Acima de 1 milhão e meio Acima de 650.000,00

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 Aula 10 – Data: 23/05


AULA: CONTINUAÇÃO LICITAÇÕES

6.2 Tomada de Preços: é destinada a contratações de médio porte, para a lei são as
obras de engenharia que não superem R$ 1.500.000,00 (um milhão e meio) ou as demais
que não superem R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil).
Feita por edital.
Art. 22, §2º - Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados devidamente
cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia
anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação.
§ 9o Na hipótese do parágrafo 2o deste artigo, a administração somente poderá exigir do licitante
não cadastrado os documentos previstos nos arts. 27 a 31, que comprovem habilitação compatível
com o objeto da licitação, nos termos do edital.

Na concorrência não exige habilitação preliminar, mas a tomada de preço ela exige
que a empresa esteja previamente cadastrada. Ou a empresa já está cadastrada com o
certificado de registro cadastral ou se a empresa não tiver cadastrada, mas a mesma tendo
preenchido as regras/condições, a lei permite que a empresa faça o cadastro até 3 dias antes
da data do recebimento das propostas, desde que reúna as condições.
E esses dias antes da data para a apresentação da proposta o interessado tem que
apresentar a documentação.

6.3 Convite: é a modalidade mais simples, destinada a contratação de pequeno porte.


Para efeito da lei as obras de engenharia que não ultrapassem R$ 150.000,00 (cento e
cinquenta mil) e as demais até R$ 80.000,00 (oitenta mil).
O convite não tem edital, tem um convite, ou seja, a administração pública vai
convidar algumas empresas, no mínimo três para que elas compareçam na data e hora
marcada para estarem licitando uma obra ou fornecimento de algo, dependendo do valor.

Art. 22, §3º - Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu
objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade
administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá

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aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com
antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas.
§ 6o Na hipótese do § 3o deste artigo, existindo na praça mais de 3 (três) possíveis interessados, a
cada novo convite, realizado para objeto idêntico ou assemelhado, é obrigatório o convite a, no
mínimo, mais um interessado, enquanto existirem cadastrados não convidados nas últimas licitações.
§ 7o Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinteresse dos convidados, for impossível a
obtenção do número mínimo de licitantes exigidos no § 3o deste artigo, essas circunstâncias deverão
ser devidamente justificadas no processo, sob pena de repetição do convite.

Além de mandar o convite para a empresa fornecedora daquilo que se pretende


contratar, também irá ser publicizado, ou seja, pegar o convite e o fixar em um jornal ou algo
do tipo, dando publicidade a ele.
No convite mesmo aquela empresa que não foi convidada pode participar desde que
manifeste seu interesse com 24h de antecedência.
Não pode convidar sempre as mesmas empresas.
6.4 Concurso: é a modalidade licitatória para seleção de um trabalho intelectual.
Quando se realiza um concurso, se quer adquirir a ideia do individuo. É estabelecido um
prêmio, por exemplo, para quem fizer uma escultura (trabalho artístico) ou melhor projeto
(trabalho técnico).
Por exemplo, um projeto para urbanização para o estacionamento de uma
Faculdade.
Feito por edital onde nele colocará as regras de como vai querer.
Após apresentação dos projetos, escolhe-se um e finaliza o processo licitatório.
Fixa-se um prêmio para melhor trabalho/projeto, com isso esse projeto fica
fraqueado a quem comprou para usá-lo da forma como bem entender.
Art. 22, § 4o - Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para
escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou
remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial
com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.

6.5 Leilão: é a modalidade licitatória para alienação de bens.


Quais os bens podem ser alienados? Os bens inservíveis para a administração e bens
legalmente apreendidos.
Feito por Edital.
Art. 22, § 5o - Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda
de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou

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penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance,
igual ou superior ao valor da avaliação.

6.6 Pregão (LEI 10.520/2002):


Feito por edital.
É a modalidade mais eficiente.
1º o Pregão não tem limite de valor, quando se utiliza? Qualquer valor que seja a
licitação.
E quando não pode usá-lo? Para bens e serviços técnicos. Por quê? Porque o pregão
é para bens e serviços comuns. Sempre vai ter que ser MENOR PREÇO (TIPO).
Por exemplo, uma contratação de 2 milhões de reais para borracha, lápis, apontador
etc. Qual modalidade se utiliza? Pode ser utilizada a Concorrência ou Pregão.
O pregão além de ser mais rápido e eficiente, ele minimiza a presença de fraudes.
Outra vantagem do pregão é a inversão de valores.
O pregão iniciou presencial, evoluiu e ganhou uma forma eletrônica.
A lei que institui o Pregão é a Lei n.º 10.520 de 17 de julho de 2002, modalidade de
licitação que é aberta para todo o público, inclusive via internet, onde qualquer cidadão
interessado pode acompanhar o processo licitatório em curso, os valores de cada lance
efetuado, o vencedor e até a duração da disputa. Isso aumenta a transparência e o controle
social.
O Pregão Eletrônico trata-se de uma das formas de realização da modalidade
licitatória de pregão, apresentando as regras básicas do Pregão Presencial, com
procedimentos específicos, caracterizando-se especialmente pela ausência da “presença
física” do pregoeiro e dos demais licitantes, uma vez que toda interação é feita por meio de
sistema eletrônico de comunicação pela Internet, possuindo como importante atributo a
potencialização de agilidade aos processos licitatórios, minimizando custos para a
Administração Pública, estando cada vez mais consolidado como principal forma de
contratação do Governo Federal.
A primeira fase é a publicação do aviso do edital no Diário oficial da União e em jornal
de grande circulação, estabelecendo os critérios para a participação no certame. A segunda
fase é de julgamento e classificação das propostas, que é feito pelo critério do menor preço.
Nessa fase, é possível combinar proposta escrita com lances verbais, algo não possível em
outras modalidades licitatórias. A terceira fase é a habilitação do vencedor, que ocorre após
a classificação das propostas. A quarta fase é a de adjudicação ao vencedor, feita logo após
os possíveis recursos impetrados. E, por fim, a quinta fase é a de homologação do
procedimento pela autoridade competente, onde o vencedor será convocado para assinar o
contrato, no prazo previsto no artigo 64, Parágrafo 3º, da Lei 8666/93.
Bens e serviços comuns são produtos cuja escolha pode ser feita tão somente com
base nos preços ofertados, tendo em vista que os mesmo são comparáveis entre si e não

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necessitarem de avaliação minuciosa. São exemplos de bens comuns: canetas, lápis,


borrachas, papéis, mesas, cadeiras, veículos, aparelhos de ar refrigerado, etc. E de
execução de serviços: confecção de chaves, manutenção de veículos, colocação de piso,
troca de azulejos, pintura de paredes, etc.

O pregão tem uma desvantagem, como é pra bens e serviços comum, não pode ter
nenhum critério técnico, por ser mais barato, pode receber da empresa algo que não presta,
como por exemplo, na contratação de pinceis para uma escola, ser fornecidos pinceis de
uma qualidade inferior da esperada.

Lei Modalidades Forma Tipo Engenharia Outros


Concorrência Edital Depende da Acima de R$ Acima de R$ 650.000,00
Situação 1.500.000,00
Tomada de Preços Edital Depende da Até R$ Até R$ 650.000,00
Situação 1.500.000,00
8.666/93

Convite Convite Depende da Até R$ 150.000,00 Até 80.000,00


Situação
Concurso Edital Geralmente Seleção de um trabalho intelectual, adquirir a ideia do
individuo.
é Melhor
Técnica
Leilão Edital Maior lance  Bens inservíveis para a administração
ou oferta  Bens legalmente apreendidos
10.520/02 Pregão Edital Menor  Bens e serviços comuns
preço  Duas formas: Presencial e Eletrônico

Observação (IMPORTANTE): Uma modalidade maior pode ser usada no lugar da


menor, mas a menor não pode ser usada no lugar da maior. Por exemplo, uma obra de
engenharia de 100 mil pode ser usada na concorrência, na tomada de preços e no convite.
Mas o convite, não pode ser usado na concorrência.

7. Dispensa de Licitação
Não é dispensar a lei, é um procedimento. Devem ser observadas as hipóteses da lei,
além disso, se tem o procedimento para realizar a dispensa.
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Então se pode dizer que os casos de licitação dispensada são hipóteses de ato
vinculado e os casos de licitação dispensável são hipóteses de atos discricionários.
A licitação dispensável se tem muitas hipóteses previstas do art. 24 da Lei de
Licitações, veremos aqui as mais comuns:
1º Emergência, situações de grave perturbação da ordem, calamidade pública, essas
situações vão permitir que se faça uma situação de dispensa, pela rapidez do procedimento.
Por isso que se chama, contratação direta por dispensa de licitação, ou seja, a
contratação vai acontecer sem usar nenhuma das modalidades.
Mas um procedimento deve ser observado, o recolhimento de três propostas no
mínimo para escolher a mais barata para fazer a contratação.
2º Locação de bens é também uma hipótese de dispensa. Ela acontece quando um
imóvel tiver características singulares.
3º Os casos de licitação deserta ou frustrada. Deserta (não apareceu ninguém) e
Frustrada (quando aparecem interessados, mas nenhum deles reúne condições).
Quando isso acontece não autoriza de imediato usar o procedimento de dispensa,
porque por ex. se não aparecer nenhum interessado, algum problema existe ou algo no
edital está errado. Nesse caso, se deve repetir o procedimento ou rever para identificar
eventuais falhas que estejam acuando os interessados ou que estejam desclassificando os
interessados.
4º Situação mais comum de dispensa, leva em consideração os valores e a lei fixa em
10% do limite do convite. Então também são casos de dispensa as contratações cujo valor,
ou seja, se a contratação for até R$ 15.000,00 ou até R$ 8.000,00, temos a dispensa de
licitação.
Recapitulando... Dispensa não tem nada haver com modalidade, só que um dos casos
que a lei prevê como dispensa também é por causa de valor. E qual é o valor? 15 e 8 mil. E
da onde a lei tirou isso? A lei usou como referência o convite só nessa hipótese. Então o
legislador tomou como base 10% do limite do convite, para dizer “esse valor é tão pequeno
que ele é só 10% do convite que irei fazer um procedimento mais rápido de dispensa de
licitação”. Dispensa e o convite são independentes um do outro. No que eles têm uma
identidade? Quando o legislador pensou em fixar um caso de dispensa considerando valores,
considerou o convite ao menor, então tem que ser 10% do menor que é o convite.
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Obs.: Lembrando que DISPENSA DE LICITAÇÃO NÃO É MODALIDADE.


Obs.: A administração pública é obrigada a licitar, sendo obrigada a observar esses
limites, encaixar a contratação de acordo com a modalidade. Um detalhe, se tivermos um
contrato de fornecimento cujo valor seja 8 mil, o que vai se utilizar??? Pode-se se usar todas
as modalidades, a lei diz “acima de 1 milhão e meio é obrigado a fazer concorrência”. A
concorrência não tem valor. Portando, sempre pode se utilizar o maior no lugar do menor,
mas não pode usar o menor no lugar do maior. Sendo assim, se o valor for 8 mil pode ser
concorrência? Pode. Pode usar o convite? Sim. Tomada de preço? Sim. A vedação vai ser de
8 mil em não poder usar a concorrência, porque é desproporcional.
Quando a lei cria as modalidades ela divide as contratações em grande porte, médio
e pequeno. Por ter mais cuidado e rigor nas contratações de grande porte, por exemplo, em
comprar uma casa e uma caneta, no que vai se ter mais cuidados? Na casa, claro.
Na concorrência vai estabelecer critérios mais rigorosos, ou seja, para filtrar e
participar só quem realmente tiver condições de executar o objeto do contrato.
Um exemplo de dispensa, permuta de imóveis, art. 17 da Lei.
Concluindo
MAIOR no lugar do Menor =
Menor no lugar do MAIOR = VEDAÇÃO
Obs.: O rol é TAXATIVO, estão estabelecidos em lei.

8. Inexigibilidade de Licitação
As situações de inexigibilidade o rol é EXEMPLIFICATIVO e se encontra no art. 25 da
Lei.
Principais hipóteses de inexigibilidade:
1º Trabalho técnico, profissionais técnicos... Por exemplo, em uma situação inusitada
e precisa-se contratar um jurista de renome de uma determinada área, então nesse caso se
usa o procedimento de inexigibilidade, porque é um profissional renomado, em que justifica
contratá-lo.
2º Contratação de artistas, por exemplo, um cantor, uma atriz, que empreste sua
imagem, geralmente em campanhas publicitárias.

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3º Sempre que for inviável a competição, sendo assim será o rol exemplificativo
porque não se sabe quando vai se deparar com situações que não poderão estabelecer
disputa.
E a lei dá um exemplo, ou seja, quando tem um produtor, revendedor, fabricante
exclusivo e é só ele. Vai fazer o que? Ou é ele ou é nada. Não tem como ter disputa. Nesse
caso temos a exclusividade.
Obs.: Como se identifica que a empresa é exclusiva? Basicamente será analisado o
valor da contratação e se esse valor estiver dentro do limite da concorrência, esse individuo
tem que ser o último fornecedor, fabricante ou vendedor em todo território. Se por outro
lado o valor dessa contratação girar em torno dos valores estabelecidos para a tomada de
preço, ele tem que ser o único no registro cadastral.
Entretanto, se o valor dessa contratação de encaixar no limite do convite, ele tem
que ser único na praça, ou seja, no município e se o valor desse bem fornecimento/serviço
está dentro do limite do convite, ele é exclusivo se ele for o único na localidade.
Como é que ele é exclusivo? Sendo único no registro cadastral.
Aferir a exclusividade leva-se em conta o valor da contratação e saber em qual
modalidade se encaixaria se fosse possível licitar uma modalidade.

9. Tipos de Licitação
9.1 Menor Preço – O pregão sem vai ser de menor preço;
9.2 Melhor Técnica – Critério de julgamento;
9.3 Técnica e Preço – Pode-se conjugar os dois critérios;
9.4 Maior Lance ou Oferta – É exclusivo do leilão.
Obs.: Não confundir o pregão que tem uma fase de lances, e o leilão que também
tem uma fase de lance e do tipo maior lance, agora o pregão é do tipo menor preço. Lance é
uma fase e não um tipo, no pregão lance é uma fase da licitação.
E o melhor lance no Pregão vai ser o MENOR PREÇO.
Já no Leilão não é só uma fase, mas um tipo de licitação de MAIOR LANCE OU
OFERTA.

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 Aula 11 – Data: 30/05


AULA: CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

1. Noções Gerais
A licitação é um procedimento que vai gerar no futuro a contratação, do ajuste
firmado entre a administração pública e um particular, para execução de uma obra, um
fornecimento, um serviço e isso vão depender da licitação.
Portando a lei de licitações vai anteceder os contratos administrativos.
Existem contratos que a administração pública celebra, só que nem todos os
contratos celebrados serão contratos administrativos. Por quê? Há infinitos contratos e a
administração pública pode fazer uso de quaisquer contratos que estão estabelecidos no
Código Civil. Ex.: Permuta, locação (contratos de natureza privada), etc.
Administratação Pública + Contratos Privado = Regime jurídico misto.
Então podemos afirmar que: Todo contrato administrativo é um contrato da
administração, mas nem todo contrato da administração vai ser um contrato administrativo.
Porque temos contratos de direito privado celebrados pela administração, por exemplo,
permuta. Então esses contratos são contratos celebrados pela administração, logo eles não
são contratos administrativos.
Um contrato administrativo vai ter uma característica que é só dele e não vai estar
presente em nenhum outro contrato. Que característica é essa? As cláusulas exorbitantes.
Observação: No art. 1º da Lei de Licitação, essa definição do artigo primeiro ela é
inadequada, faz uma referência genérica e denomina contrato administrativo. Dando a
entender que a locação é um contrato administrativo quando na verdade não é. A essência
dele é do direito privado, nasce no Direito Civil.
2. Conceito
É o ajuste firmado entre a administração pública e um particular, regulado pelo
direito público, que tem por objeto uma atividade que de alguma forma traduza o interesse
público.

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3. Características
- Formalismo: ou seja, exigências legais para que os contratos possam produzir
efeitos jurídicos válidos.
Art. 60, § único: É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, salvo o de
pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a 5%
(cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea a desta Lei, feitas em regime de
adiantamento.
Art. 61: Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus representantes, a
finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número do processo da licitação, da dispensa ou da
inexigibilidade, a sujeição dos contratantes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais.
Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus aditamentos na
imprensa oficial, que é condição indispensável para sua eficácia, será providenciada pela
Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de
vinte dias daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o disposto no
art. 26 desta Lei.

- Personalíssimo: celebrado intuitu personae. Isso ocorre, pois o preenchimento de


determinadas exigências subjetivas e objetivas é sempre decisivo para determinar a escolha
do contratado, confiança reciproca. É quando você contrata com alguém pelas
características desse alguém.
- Bilateralidade: que o contrato administrativo prevê direitos e obrigações para
ambas as partes.
- Comutatividade: que esse contrato terá prestações para as partes, ou seja,
sacrifícios financeiros, sendo recíproco e previsível, sabendo-se o que se vai gastar e ganhar.
Não se refere à existência de tais obrigações, mas sim de sua intensidade. Desta feita,
normalmente existe uma equivalência entre as obrigações das partes contratantes.
- Posição preponderante da administração: essa característica só existe no contrato
administrativo, exatamente porque é um contrato regido pelo direito público, que tem as
prerrogativas, ou seja, a administratação pública está em situação de superioridade.
Nenhum contrato do direito civil uma vontade vale mais que a outra, no contrato
administrativo a vontade da administração vale mais do que a vontade do particular, de
modo que nós só teremos essa situação nos contratos administrativos.
Cujas as
4. Espécies Principais são:
- Obras: envolve construção, ampliação, reformas;

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- Fornecimento: bens de consumo do dia a dia;


- Serviços: prestação de serviços (técnicos ou comuns);
- Concessão: de serviços públicos, obras públicas, uso de bens públicos... (que são
contratos que estudaremos de maneira mais aprofundada no próximo semestre).
- Permissão: de serviços públicos, obras públicas, uso de bens públicos, várias
possibilidades.
5. Cláusulas Exorbitantes ou de Privilégio
Contratado pela administração, o particular tem que está ciente das modificações
contratuais, tendo direito de fazer tal ato. A administração pública pode mudar
unilateralmente o contrato, pode rescindir aplicar penalidades, temos a situação de
inoponibilidade de exceção de contrato não cumprido e outras cláusulas com situações que
podem acontecer ou não dependendo do caso.
5.1 Alteração Unilateral: A administração contrata particular e no decorrer desse
contrato ela resolve mudar esse contrato e essa mudança se dá pra mais e pra menos.
A administração pública tem 25% pra mais e pra menos e utilizar isso para modificar
o contrato, de acordo com o interesse dela.
E no caso específico de reforma de edifício ou equipamento, a lei permite que esse
acréscimo ele seja até de 50% pra mais, pra menos não. Devem ser pagos da mesma forma.
Ex: Contratou para construir uma sala, mas a mesma ficou grande para uma turma de
40 pessoas. Então pediu que fizesse mais uma parede para dividir em duas. Cada parede
custou R$ 100,00, por quanto vai fazer essa quinta parede? Pelo mesmo valor (sendo
OBRIGADO a fazer).
Se o particular não quiser fazer a quinta parede vai ser considerado inadimplente,
porque descumpriu uma cláusula no contrato. E qual é a cláusula? Exorbitante, que
determina implícita em todo contrato administrativo.
O que vai acontecer? Nesse caso exemplificado, vai pagar multa, uma caução que ele
deu vai perder, créditos que ele tenha pra receber vão ficar retidos, como inadimplente
estará dando causa a rescisão do contrato e a administração ainda vai aplicar penalidade.
Lei 8.666/93 em seu art. 65, § 1º, trouxe limitações objetivas à alteração da dimensão
do objeto do contrato, tanto para acrescer quanto para suprimir, verbis: “§ 1º O
contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou
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supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por
cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou
de equipamento, até o limite de 50% (cinquenta por cento) para os seus acréscimos”.
Por que a lei dá essa possiblidade? É uma possibilidade a disposição da administração
para ela adequar a realidade dela. É um contrato que se adequa a uma margem de erro que
é comum em qualquer compra/obra, a administração tem essa possiblidade de planejar uma
coisa e isso não dar certo. Só não pode ultrapassar esse limite, ultrapassando esse limite
pode gerar uma ofensa à licitação.
Existem cláusulas no contrato que são chamadas de cláusulas do
serviço/regulamentares, não falam em dinheiro, não tem reflexo econômico, elas só tratam
da maneira como o serviço vai ser executado. Se for a alteração for qualitativa, não se
modifica a quantidade (para mudar na quantidade se usa as cláusulas econômicas,
promovendo assim o reequilíbrio econômico financeiro).

5.2 Rescisão Unilateral: Nesse caso, quem rescinde é a administração pública por
vontade e interesse dela (com justificativa).
Vai acontecer em três situações básicas:
1- Por inadimplemento contratual do contratado/particular: quando o contratado fica
inadimplente com o contrato, a administração vai ter direito a indenização logo ela vai apurar os
prejuízos obtidos, pode também ficar com a caução dada, alguns créditos ficam retidos, etc.
Lembre-se que não cumprir um contrato é inadimplemento e não cumprir com a alteração
proposta pela administração também é inadimplemento, ainda que o contrato principal tenha sido
cumprido. Por quê? Está implícito no contrato administrativo que ele aceita qualquer modificação
unilateral proposta pela administração pública.
2- Interesse da Administração:
Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:
XII - razões de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento, justificadas e
determinadas pela máxima autoridade da esfera administrativa a que está subordinado o
contratante e exaradas no processo administrativo a que se refere o contrato;
*Várias hipóteses que gerarão a rescisão do contrato.
Ela rescinde por interesse dela, então nesse caso a administração vai ter que pagar uma
indenização por prejuízos que a rescisão vai ocasionar ao particular e que ele comprove que tenha
tido.

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3- Causas mais genéricas: Também estão previstas no artigo 78 da Lei de Licitação.


Por exemplo, falência do contratado, falecimento do contratado, dissolução do
contratado, etc.
Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:
IX - a decretação de falência ou a instauração de insolvência civil;
X - a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado;

5.3 Aplicação de Penalidade: Aplicação de sanções administrativas, como por


exemplo advertência, multa, suspenção temporária, declaração de idoneidade, etc.
Fica a cargo da administração aplicar essas sanções.
A princípio não pode cumular essas sanções, só pode cumular com a multa.

Art. 80. A rescisão de que trata o inciso I do artigo anterior acarreta as seguintes conseqüências, sem
prejuízo das sanções previstas nesta Lei:
I - assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local em que se encontrar, por ato próprio
da Administração;
II - ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material e pessoal empregados na
execução do contrato, necessários à sua continuidade, na forma do inciso V do art. 58 desta Lei;
III - execução da garantia contratual, para ressarcimento da Administração, e dos valores das multas
e indenizações a ela devidos;
IV - retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos prejuízos causados à
Administração.
§ 1o A aplicação das medidas previstas nos incisos I e II deste artigo fica a critério da Administração,
que poderá dar continuidade à obra ou ao serviço por execução direta ou indireta.
§ 2o É permitido à Administração, no caso de concordata do contratado, manter o contrato,
podendo assumir o controle de determinadas atividades de serviços essenciais.
§ 3o Na hipótese do inciso II deste artigo, o ato deverá ser precedido de autorização expressa do
Ministro de Estado competente, ou Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso.
§ 4o A rescisão de que trata o inciso IV do artigo anterior permite à Administração, a seu critério,
aplicar a medida prevista no inciso I deste artigo.

5.4 Inoponibilidade de Exceção de Contrato não Cumprido: Ainda que a


administração pública esteja inadimplente, o particular é obrigado a fazer.
Inclusive se a administração pública ficar inadimplente e o particular quiser rescindir
o contrato, o particular não rescinde unilateralmente. Em que este entrará com uma ação
pra rescindir o contrato e uma das exigências para que a ação ela tenha sucesso, é que o
particular continue executando o que foi acordado no contrato.

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Se para de executar e para pra rescindir, este não terá sucesso. Porque para que você
rescinda o contrato com a administração, o contratado tem que continuar executando o
contrato mesmo a administração inadimplente.
A lei prevê a possibilidade dizendo que: “Depois de 90 dias com a inadimplência da
Administração pode pedir para a mesma deixe o particular suspender a execução”.
E se ainda sim a Administração Pública não autorizar a suspender a execução? O
Particular entra com uma ação de rescisão contratual (Em que no caminho processual são as
chamadas de tutelas, onde o Magistrado autoriza a suspenção de execução).

6. Inexecução do Contrato Administrativo


6.1 Culposa: Acontece quando o particular deu causa.
_______________________
6.2 Sem culpa: Temos situações que justificam o Particular não executar o contrato,
ou fazer de maneira diferente do que foi inicialmente contratado, sem que isso seja
atribuído a ele.
6.2.1 Fato do Príncipe: Determinação estatal geral, positiva ou negativa,
imprevista/imprevisível, que onera substancialmente a execução do contrato.
Ex: Particular contratado para fornecer apagador
O Custo para licitação é 10,00 reais. O Custo para o Particular é de 9,00, sendo o lucro
de 1,00 real. Acontece que o Presidente/Governador aumentou os impostos sobre os
produtos industrializados. Em princípio não tem nada direcionado para contrato, mas é uma
determinação estatal geral, maior geração de tributos, isso fez com que o custo do apagador
aumentasse para 12,00 reais.
A administração publica não pode impor de fornecer esse apagador pelo mesmo
preço. Então para o particular custa 13,00 reais (não pode aumentar o lucro), porque o
imposto fez com que ele aumentasse 3,00 reais (imposto). Por que o nome fato de príncipe?
Porque é o Estado.
Logo, não poderá o particular fornecer a 10,00. Ou a administração pública paga
13,00 reais ou ela rescinde o contrato e o particular não terá nenhum ônus.

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6.2.2 Fato da Administração: Ação ou omissão do poder público que incide


diretamente no contrato. Quando a administração pública é culpada, por exemplo, quando
ela não paga, ou seja, um acontecimento imputado à administração.
6.2.3 Interferências Imprevistas: Interferências materiais não cogitadas pelas partes
no momento da contratação, mas que surgem de modo surpreende e excepcional
dificultando e onerando extraordinariamente o procedimento e a conclusão do contrato.
Ex: Uma construção civil (prédio) em que foi estipulado um valor X, mas no momento
da execução da obra, ao colocar as estacas, surgiu uma rocha (circunstâncias materiais), com
isso gastou-se mais para perfuração da pedra para colocação das estacas. Com isso o valor
da obra aumentou. A administração é comunicada desse aumento e fica a cargo dela aceitar
o valor inicial e continuar a obra ou ela libera o particular.
6.2.4 Caso Fortuito e Força Maior: Caso fortuito, força da natureza ou força maior,
como por exemplo, aconteceu agora com a greve dos caminhoneiros.

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