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OS CAMINHOS E DESCAMINHOS DA GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA

André Luís Teixeira Carvalho1


Francinaldo Gaioso Santos2
Karoline Cunha Cantanhede3
Lourdiene Pereira dos Santos4
Salém Silva Nonato5
Solange Corrêa Santos6

RESUMO

Palavras-chaves

INTRODUÇÃO

1. PROCESSOS HISTÓRICOS DA GESTÃO DEMOCRÁTICA NO BRASIL

Os primeiros resquícios de gestão democrática iniciam-se nos anos 80/90, no


período do Brasil Imperial, apresentando uma estabilidade política, crescimento
econômico e liberdade de expressão garantida pela Constituição Federal. Neste
período, a gestão democrática confronta-se a concepção da época da ditadura, afim
de estimular os integrantes a terem a oportunidade de expressar suas habilidades e
lideranças, surgindo uma rotatividade entre um regime social autoritário e
democrático.

1 Graduado em Pedagogia pela Faculdade do Maranhão - FACAM e Pós-Graduando em Orientação,


Supervisão e Gestão Escolar pelo Centro de Avaliação, Planejamento e Educação do Maranhão -
CAPEM.
2 Graduado em Pedagogia pela Universidade Vale do Acaraú - UVA e Pós-Graduando em Orientação,

Supervisão e Gestão Escolar pelo Centro de Avaliação, Planejamento e Educação do Maranhão -


CAPEM.
3 Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal do Maranhão - UFMA e Pós-Graduanda em

Orientação, Supervisão e Gestão Escolar pelo Centro de Avaliação, Planejamento e Educação do


Maranhão - CAPEM.
4 Graduada em Pedagogia pela Faculdade Santa Fé e Pós-Graduanda em Orientação, Supervisão e

Gestão Escolar pelo Centro de Avaliação, Planejamento e Educação do Maranhão -CAPEM.


5 Graduada em Pedagogia pela Faculdade do Maranhão - FACAM e Pós-Graduanda em Orientação,

Supervisão e Gestão Escolar pelo Centro de Avaliação, Planejamento e Educação do Maranhão -


CAPEM.
6 Graduada em Pedagogia pela Universidade Vale do Acaraú - UVA e Pós-Graduanda em Orientação,

Supervisão e Gestão Escolar pelo Centro de Avaliação, Planejamento e Educação do Maranhão -


CAPEM.
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No início dos anos 90, que as discussões sobre o novo modelo de gestão nas
escolas ganharam impulsos, onde foram implementados diversos eventos como:
(fóruns, palestras, congressos, seminários e entre outros) em todo o Brasil, no sentido
de reivindicar e esclarecer o modelo desejado de gestão. Sander 2007 afirma que:

[...] o campo educacional foi alvo de permanentes pressões conjunturais,


provenientes dos processos de abertura democrática, das lutas sindicais, dos
movimentos sociais e dos primeiros influxos neoliberais da mundialização da
economia e de toda a atividade humana (SANDER, 2007, p.61).

Percebe-se avanços significativos, como as reformas educacionais dos anos


90, que com a abertura política, trouxeram debates críticos sobre a função da
educação, destacando-se a aprovação das Diretrizes e Bases da Educação Nacional
por meio da Lei de nº 9.394/96, que redirecionaram as formas de organização e
gestão, trazendo entre outras, a proposta de implementação de processos de
participação e gestão democrática nas escolas, para orientar que a gestão das
escolas deve ser efetivada por processos coletivos que envolvam a participação da
comunidade local e escolar.
No período dos anos 90, devido às mudanças nas reformas em todos os
segmentos, a escola sofreu diversas modificações, até mesmo nas suas bases,
reformulando as diretrizes políticas educacionais, orientadas pelo novo caráter
descentralizador, com seus ideais de educação igualitárias para todos, baseados de
acordo com a Constituição Federal de 1988.
Com a abertura política e a promulgação da Constituição Federal de 1988, a
gestão educacional democrática passou a se constituir como um dos princípios
orientadores dos processos educativos. Iniciando na década de 1980, período em que
o país saía de uma regime ditatorial, sendo reconhecida legalmente a partir de sua
implementação na Constituição Federal de 1988, afim de descentralizar o processo
da gestão escolar, e em seguida, é com a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) de 1996,
que se definiram as obrigações dos estabelecimentos de ensino como a elaboração e
execução da proposta pedagógica e da ampliação progressiva da autonomia
pedagógica, administrativa e de gestão financeira da escola.

A gestão escolar constitui uma dimensão e um enfoque de atuação que


objetiva promover a organização, a mobilização e a articulação de todas as
condições materiais e humanas necessárias para garantir o avanço dos
processos socioeducacionais dos estabelecimentos de ensino, orientados
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para a promoção efetiva da aprendizagem pelos alunos, de modo a torná-los


capazes de enfrentar adequadamente os desafios da sociedade globalizada
e da economia centrada no conhecimento (LUCK, 2000, p. 8).

A gestão escolar democrática é caracterizada pelo reconhecimento da necessidade


de descentralização, autonomia e participação dos envolvidos nos processos educativos,
desde a sala de aula até a gestão dos sistemas educacionais. Portanto, constitui uma
organização complexa que envolve múltiplos atores, múltiplas funções e atribuições.

1.1 Bases legais

A partir da década de 1980, os estados, os municípios e o Distrito Federal, na


forma de organizarem os seus sistemas de ensino, elaboraram leis específicas ou
criaram normas, decretos ou manuais que dispõem sobre a gestão democrática em
seus sistemas, porém isso se destacou de maneira mais emblemática a partir da Lei
de Diretrizes e Bases (LDB).
Na LDB-9394/96 o artigo 14 estabelece:

Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática de ensino


público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e
conforme os seguintes princípios:
I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto
político-pedagógico da escola;
II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou
equivalentes.

2. O QUE É GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA?

Na escola, princípios democráticos e de participação coletiva surgem


respaldados pela nova Constituição Federal em seu, já mencionado, artigo 206 (Inciso
VI), e, mais tarde, na Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional, que,
marcada por sua flexibilidade, defende a gestão democrática dentro do ambiente
escolar como um princípio básico para o bom funcionamento do ensino público
brasileiro.
A principal premissa da gestão escolar democrática é a de ofertar
oportunidades de aprendizagem e experiências na área da Educação, partindo da
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necessidade individual de cada aluno, desenvolvendo um ambiente específico para


que estes superem seus desafios individuais e coletivos (BRASIL, MEC, 2007).
Partindo dessa visão, Araújo (2009, p. 20) define a gestão escolar
democrática como:

[...] forma de possibilitar que todos os seres envolvidos na instituição possam


exercer com maior assertividade sua cidadania, se relacionar melhor e
alcançar a liberdade de expressão, por que cada um dos envolvidos carrega
em si um conhecimento, que é único e que pode ser somado ao do seu colega
e, no caso, por se tratar de escola, aos alunos. Essa troca faz com que a cada
dia os envolvidos incorporem mais conhecimentos, sejam eles formais ou
informais, tornando-os mais responsáveis, autônomos e criativos.

Esta forma de gestão contribui para o desenvolvimento da cidadania


emancipada, quando quatro elementos são necessários para sua efetividade
(BRASIL/MEC, 2007). São eles: participação, pluralismo, autonomia e transparência:
a) Participação - é quando os projetos são construídos pela mediação da
coletividade, oferecendo a todos os participantes a oportunidade de desenvolver de
forma conjunta ações que visam à melhoria da educação;
b) Pluralismo - quando há o reconhecimento da presença das diversidades e dos
diferentes interesses daqueles que fazem parte da escola;
c) Autonomia - é a descentralização do poder, onde a escola pode se adequar às
reais necessidades da comunidade na qual se encontra inserida, onde o seu Projeto
Político Pedagógico – PPP - é construído de forma coletiva, visando à emancipação
e à transformação social;
d) Transparência - é o retrato da dimensão política da escola, mostrando que esta
é um espaço público que se encontra aberto à diversidade e às opiniões daqueles que
participam da estrutura da escola.
Estes quatro elementos são os pilares básicos da gestão democrática,
evidenciando que devem ser focados na prática social da educação, sempre na
perspectiva de posturas e culturas efetivamente democráticas.

2.1 Papel do gestor democrático

Em síntese, pode-se entender que a gestão democrática é um processo


político no qual as pessoas que atuam na e sobre a escola identificam problemas,
discutem estratégias, planejam situações de aprendizado e desenvolvimento dos
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alunos, encaminham, acompanham as práticas realizadas, controlam os resultados e


avaliam o conjunto das ações voltadas ao andamento da própria escola.
E para isso, o papel do gestor assume um fator de extrema relevância tanto
para o sucesso quanto para o fracasso das práticas de participação coletiva dentro do
ambiente escolar, pois como líder reconhecido da instituição, é imprescindível que
este seja capaz de articular e mobilizar saberes para conduzir e administrar as
relações escolares de forma que todos conheçam suas funções e encontrem a
possibilidade de atuar efetivamente na dinâmica da escola. Tendo sempre em mente,
que a gestão democrática demanda muitas transformações e desafios que devem ser
enfrentados coletivamente.
Fazendo uma comparação entre um gestor escolar e um diretor de uma
empresa, observa-se que é mais simples quando a matéria prima é um produto ou um
material, pois de uma forma ou outra pode ser trocado ou eliminado, mas quando
nossa matéria prima é o ser humano, o fato de apenas pensar em eliminar ou trocar
não é possível. Por isso, é necessário acreditar que as ações do gestor têm como
objetivo um caráter transformador e educativo, que tenha por missão buscar
conhecimentos e esquematizar relações para que os objetivos sejam alcançados
coletivamente.
Para isso, defende-se que além de gerir e administrar é preciso saber liderar,
ou seja, como afirma Martins (2010, p.311 apud THOMAZELLI E MARIOTINI, 2014,
p. 229), é preciso acreditar e agregar equipes, trabalhar o diálogo e conseguir
revolucionar o espaço escolar para que, criando meios de participação, as decisões
sejam discutidas e colocadas em prática com a força de um grupo que pensa de
acordo com a realidade na qual se encontra.
Somente desta forma é que a gestão da escola será efetivada a partir dos
princípios de que a formação de um cidadão consciente, crítico e ativo na sociedade
a qual pertence, são as prioridades da escola no século XXI.

3. OS AVANÇOS E DESAFIOS DA GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA


ESCOLAR

CONCLUSÃO
6

OS CAMINHOS E DESCAMINHOS DA GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA


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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARAÚJO, Maria Cristina Munhoz. Gestão escolar. Curitiba: IESDE, 2009.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei 9.394/96, de 20 de


dezembro de 1996. Brasília: 1996. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm>. Acesso em: 31 de out. de
2019.

BRASIL, Ministério da Educação. Gestão democrática nos sistemas e na escola.


Brasília: Universidade de Brasília, 2007.

SANDER, Benno. Administração da Educação no Brasil: genealogia do


conhecimento. Brasília: Liber Livro, 2007.

THOMAZELLI, Viviane Garcia; MARIOTINI, Sérgio Donizete. Perspectivas de uma


gestão escolar democrática. Cadernos de Educação: Ensino e Sociedade,
Bebedouro-SP, 1 (1): 219-232, 2014.

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