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5 AMPLIFICADORES

Nesta experiência analisaremos os Experiência 1:


amplificadores escalares, circuitos linea- Amplificador Não Inversor.
res que modificam apenas a amplitude do
sinal. No amplificador não inversor o sinal de
excitação é aplicado na entrada não in-
Todos os amplificadores, não inversor, versora do amp op. Isto significa que o
inversor e diferencial, e outros que deri- sinal de saída tem a mesma polaridade
vam destes, buffer e somador, contém que o sinal de entrada.
apenas resistores no circuito de reali-
mentação. As principais características deste am-
plificador são:
Algumas características do desempe-
nho destes amplificadores são comuns a
• Alta resistência de entrada.
todos e dependem da taxa de realimen-
• Baixa resistência de saída.
tação B=e-/Vo.
• Ganho de tensão igual ou maior que
1.
Ri
B=
Ri + Rf Formulário

Vio Vo R f
Vos = Av = = +1
B Vi Ri
ro
Rout = Rin = (1 + AB).ri // 2.ricm
(1 + AB)
Diagrama Esquemático
BW = B.GBP
Rf=10k
Lista de Material
Ri=10k
Semicondutores -
2...741C
2...1N914 ou 1N4148 10k
+
1...1N758A (Zener 10V; 400mW) 2k
Resistores 1/4W, 5%
1....470, 1k, 2k, 20k, 200k,
2...1M
4...10k
4...100k Figura 1: Amplificador Não Inversor
Capacitor de poliester metalizado
1...100nF Etapa 1- Ajustes iniciais
Potenciômetro ou trimpot
1...10k Todos comandos do osciloscópio na
1...4,7k posição calibrado.

REDES - SENSORES Rev. Ciro J. Egoavil


Experiências com Amplificadores Operacionais - Amplificadores 2

CH1=50mV/DIV-DC, POS. CENTRAL. Experiência 2:


CH2=50mV/DIV-DC, POS. CENTRAL.
TIME BASE=: 1ms/DIV. Buffer
TRIGGER:CH1,NORMAL,SLOPE+;
• Gerador de funções: Um caso particular do amplificador não
Seno, 100mVpp, 250Hz. inversor é o amplificador de ganho unitá-
rio, conhecido como BUFFER. Consiste
Ao ajustar o gerador de funções, atra- em fazer Rf=0Ω e Ri=∞, resultando em
vés do CH1 do osciloscópio; observare- Av=(1+Rf/Ri)=1.
mos 2 ciclos e meio e a amplitude ocu-
pando 2 DIV pico a pico como mostra a A grande utilidade deste amplificador
Figura 2. de ganho unitário, é fazer o casamento
de impedância. A resistência de entrada
Etapa 2- Inicie a montagem com do circuito é maior que a resistência de
RL=2k, Ri=10k, Rf=10k. e Rb=10k. entrada intrínseca do amp op.

Observando o sinal de saída através


CH2
de CH2, a amplitude deste sinal será o -
dobro do sinal de saída. CH1 S

+
Trig -50 mV CH1 2k
1M

Figura 3- Buffer

Etapa 1- Montar o circuito da Figura 3


com a chave S fechada.

Etapa 2- ajustes
50mV 50mV 1ms SAVE
• Gerador de funções:
Figura 2- Oscilograma do Amplificador SENO, 8Vpico a pico, 250Hz
Não Inversor
• Osciloscópio:
Tabela 1: Amplificador Não Inversor
CH1=1V/DIV;DC; POS CENTRAL
Ri=10kΩ Vi=100mVpp
CH2=1V/DIV;DC; POS CENTRAL
teórico medido BASE DE TEMPO = 1ms/DIV
Rf Vopp Av BW Vopp Av BW
10k 0.2 2 500 Etapa 3- Resistência de entrada
20k 0.3 3 333
Para medir a resistência de entrada do
100k 1.1 11 90.9
buffer adicionamos uma resistência de
200k 2.1 21 47.6 1MΩ em série com o circuito e verifica-
1M 10.1 101 9.90 remos a atenuação provocada por este
Ω Vpp - kHz Vpp - kHz resistor. Para maior precisão na leitura,
ocuparemos toda tela do oscilosópio. O
sinal de saída deve ser igual ao sinal de
entrada e deve ocupar toda tela (8V pico
a pico).

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Experiências com Amplificadores Operacionais - Amplificadores 3

Abrindo a chave S, a tensão de saída acharemos Rin=1MΩ. Este valor corres-


pico a pico deveria diminuir devido à ponde ao valor da resistência de entrada
queda de tensão em Rs. Quanto menor do osciloscópio e não do buffer. (Se esti-
for a resistência de entrada do circuito, véssemos utilizando ponta de prova ate-
maior será a queda de tensão e, conse- nuadora x10 encontraremos Rin=10MΩ).
quentemente, menor será a tensão de
saída. Podemos calcular a resistência de Esta experiência mostrou que em cir-
entrada medindo as tensões de entrada e cuitos de alta impedância é necessário o
de saída do buffer. emprego de um buffer uma vez que a re-
sistência de entrada do osciloscópio, ou
Rs multímetro, pode alterar o comporta-
Rin = . mento do circuito.
Vipp
−1
Vopp
Experiência 3
Provavelmente estaremos observando Amplificador Inversor.
nenhuma atenuação, ou seja, Vopp≅Vipp.
Isto significa que Rin>>Rs, ou Rin>>1MΩ. Utilizando os mesmos componentes e
Em um ensaio mais aprimorado encon- o mesmo circuito do amplificador não in-
tramos Rin≅80MΩ. versor, construiremos o amplificador in-
versor. conforme o diagrama esquemáti-
co da Figura 4. A diferença está no ter-
Infelizmente, esta elevadíssima resis-
minal onde o sinal de excitação será apli-
tência de entrada não pode ser aprovei-
cado. O sinal de entrada será aplicado na
tada plenamente devido ao off set provo-
entrada inversora através de Ri.
cado por Ib+ ao circular através de Rs.
Você deve ter notado que a tensão de
Rf=10k
saída, observada através de CH2, está
deslocada para baixo. Você perceberá
Ri=10k
este deslocamento fechando e abrindo a -
chave S.
10k
Alem disso, tem o efeito da capacitân- +
2k
cia de entrada. Esta capacitância pode
ser estimada se determinarmos a fre-
quencia de corte. Aumente a frequencia Figura- 4- Amplificador Inversor
até que a amplitude do sinal de saída
atenue 3dB (5,6 DIV pico a pico). As principais características do amplifi-
cador inversor são:
Cin=1 / (2 π fc.R)
• Inversão de polaridade.
Etapa 4- Medição incorreta
• Resistência de entrada definida por um
resistor.
Voltar a frequencia para 250Hz e mu-
• Amp op trabalha sem tensão de modo
dar CH2 para e+ (pino 2 do amp op).
comum (e-=e+=0).
• Possibilidade de instalar diodos Zener
O sinal observado por CH2 caiu pela
para limitar sinal de saída.
metade, aproximadamente 4Vpico a pico.
Se aplicarmos a Equação de Rin acima, • Ganho de tensão pode ser ajustado
desde ZERO.

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Experiências com Amplificadores Operacionais - Amplificadores 4

Vo Rf A largura de banda não é um valor


Av = =− muito preciso porque depende do GBP
Vi Ri do amp op.
Rin = Ri
Experiência 4
A precisão deste amplificador será de Somador.
±10%, uma vez que utilizamos resistores
de ±5%. No pior caso teríamos Rf+5% e O amplificador somador inversor é um
Ri-5%, ou Rf-5% e Ri+5%, resultando amplificador de múltiplas entradas onde
cada entrada (n) possui ganho de tensão
Rf  0 ,95 1,05  Av(n) e resistência de entrada Rin(n)
Av = −  a 
Ri  1,05 0,95 
Rf Rf
Av = − (0 ,904 a 1,105) AV(n) = −
Ri ( n )
Ri
Av = Av( nominal ) ± 10% Rin( n ) = Ri ( n )
Vio
Etapa 1- Inicie a montagem com off set =
BΣdc
Ri=Rf=Rb=10kΩ e complete a tabela 5.2.
BW = BΣac + dc .GBP
1
BΣ =
Trig -45 mV CH1

1 + ∑ Av( n )

OBS: Quanto maior for o número de


entradas "utilizadas" maior será o erro dc
(off set) e menor será a resposta em fre-
qüência (BW). Devemos distinguir BΣdc e
BΣac

50mV 50mV 1ms SAVE Para demonstrar a grande utilidade do


amplificador de múltiplas entradas, ne-
Figura 4- Formas de Onda no Amplificador cessitaremos de dois geradores de fun-
Inversor. ções. Mas como isso é difícil, criaremos o
nosso próprio gerador de onda quadrada.
Tabela 5-2: Amplificador Inversor
Ri=10kΩ Vi=100mVpp O amp op A1, é um multivibrador que
teórico medido gera onda quadrada com amplitude igual
Rf Vopp Av BW Vopp Av BW a Vsat.
10k 0,1 -1 500k
20k 0,2 -2 333k O amplificador somador A2, possui du-
100k 1,0 -10 90,9k as entradas (poderia ter mais). Na entra-
200k 2.0 -20 47,6k
da de 30kΩ, que apresenta ganho -
Rf/Ri1=-1/3, será aplicada a onda qua-
1M 10 -100 9,9k
drada. A outra entrada, de 10kΩ que
Ω V -- Hz V -- Hz possui ganho unitário, será aplicada uma
onda triangular de 250Hz e 5Vpp.

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Experiências com Amplificadores Operacionais - Amplificadores 5

100k

100nF
-
Ri2=30k Rf=10k
V2
A1
10k
+ Ri1=10k
V1 -
R 20k Vo
A2
nR
+
2k

Figura 5- Amplificador Somador

Etapa 1- Ajustes recerá na saída do somador sobreposta à


onda retangular.
• Osciloscópio:
CH1=5V/DIV; DC; POS.SUPERIOR Diminuir a freqüência do GF para me-
CH2=5V/DIV; DC; POS INFERIOR nos que 1Hz. A onda quadrada é deslo-
BASE DE TEMPO= 2mS/DIV. cada para cima e para baixo. O somador
MODO=CHOPPER.
TRIGGER=CH2, AUTO, SLOPE+, pode ser utilizado para ajustar o nível dc
de um sinal.
• Gerador de funções: (GF)
TRIANGULAR; 5Vpp; 250Hz. Etapa 2- Batimento (opcional)

Etapa 2- Variar um pouco a freqüência Substituir o gerador de onda qua-


do gerador de funções de forma a sincro- drada (V2) por um gerador de onda se-
nizar com a onda quadrada. noidal de 1kHz e 10V de pico. Mudar a
forma de onda do gerador de funções V1
Trig -6.5 V CH2
para senoidal de 1kHz e com amplitude
ajustável.

Ajustando corretamente a base de


tempo do osciloscópio, podemos medir a
freqüência do “batimento” que é exata-
mente a diferença de freqüência entre os
dois sinais.

Este circuito é muito utilizado nos sis-


temas de controle industrial para detec-
5V 5V 2ms SAVE
ção de erro. Em uma das entradas é apli-
cado o sinal de Referência para ser
Figura 6- Sinal de Saída do Somador. "comparado" com o sinal de realimenta-
ção (Feed back) aplicado na outra entra-
Se diminuirmos o sinal do GF, observa- da. Outra aplicação deste circuito é o
remos apenas a onda quadrada com am- misturador de áudio usado em karaoke.
plitude de 5Vp. Aumentando gradativa-
mente a onda triangular do GF, ela apa-

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Experiências com Amplificadores Operacionais - Amplificadores 6

Experiência 5 O circuito apresentado na Figura 7 foi


Amplificador Diferencial projetado para medir apenas a diferença
de temperatura entre os dois sensores
O amplificador diferencial é muito útil D1 e D2.
para medir (ou amplificar) sinais flutuan-
tes, principalmente em circuitos tipo Para corrente de polarização de 1mA,
ponte. Ele pode ser utilizado também a queda de tensão no diodo é 600mV e
como amplificador inversor e como não varia com a temperatura na taxa de
inversor. 2mV/ºC. Como o amplificador diferencial
apresenta ganho de 100 ( ou 40dB), a
Formulário sensibilidade deste sistema será
200mV/°C.
Ri = R1 = R
O sistema de balanceamento da ponte,
R f = R2 = m. R potenciômetro P1 em conjunto com o re-
Vo sistor KR*, é utilizado para o ajuste de
Av = =m zero.
(V2 − V1 )
Rin = Ri Etapa 1

Diagrama esquemático • Ajuste P1 até zerar a tensão de saída


mR=1M • Aqueça D1, com o dedo por exemplo,
e mantenha D2 na temperatura ambi-
V1 R=10k ente.
-
Vo Como a queda de tensão no diodo di-
V2 R=10k
minui com o aumento da temperatura, V1
+
diminuirá. Consequentemente (V2-V1)
será positivo. A tensão de saída será po-
mR=1M
sitiva e devera variar entre 1 e 2V, o que
corresponde uma diferença de tempera-
+15V tura entre o dedo e o ambiente de 5 a
-+15V 10ºC.

470 Etapa 2
1k

• Aqueça D2 e mantenha D1 na tempe-


R*=10k R*=10k ratura ambiente.
P1=10k

V2 V1 A tensão de saída será negativa uma


K.R*=100k D2 D1 vez que V2 ficará menor que V1. Como o
Z=10V
diodo é do mesmo tipo, a tensão de saí-
da deverá variar entre 1 e 2V como na
etapa anterior.
1k

Podemos inverter a polaridade da ten-


-15V
são de saída simplesmente invertendo as
Figura 7- Amplificador Diferencial entradas V1 e V2 do amplificador .

EFEI - IEE/DON Kazuo Nakashima


Experiências com Amplificadores Operacionais - Amplificadores 7

Experiência 6 O método padrão utiliza um potenciô-


Amplificador de Ganho Ajustável metro de 4,7kΩ em série com um resistor
de 470Ω instalado na saída do amp op,
Sabemos que o ganho dos amplifica- proporcionando uma faixa de ajuste de
dores depende apenas da relação entre 11:1.
duas resistências.
A faixa de ganho é determinado ape-
Para construir um amplificador de ga- nas pelo resistor de realimentação Rf: a)
nho ajustável bastaria substituir uma das 1,0kΩ b) 10kΩ e c) 100kΩ.
resistências por potenciômetro.
Rf=1k
Esta solução no entanto, nos obrigaria
Ri=10k
manter potenciômetros de vários valores -
V1
em estoque para atender cada projeto, Vo
contrariando a tendência atual de padro- 0
nização e minimização do estoques (em +
Rp=4k7
outras palavras, evitar dinheiro parado).
Rb=10k
10
A solução que será apresentada em
seguida é adotada pela maioria dos fabri- Ro=470
cantes de equipamentos e, curiosamente,
pouco mencionado nos livros didáticos.
Para maiores detalhes consulte “Ajuste de
Span e Zero”. Figura 9- Método padrão de ajuste

Para demonstrar a grande utilidade do Com este método precisaremos ter em


método utilizado, construiremos três am- estoque apenas resistores, muito mais
plificadores diferentes com faixa de fácil e barato do que manter potenciôme-
ajuste do ganho numa relação de 10:1: a) tros. Além desta grande vantagem, evi-
0,1...1; b) 1...10 e c) 10...100. A resistên- tamos a utilização de valores altos de re-
cia de entrada foi definida como 10kΩ. sistência. Valores altos de resistência são
mais susceptíveis à ruídos e interferên-
Rf cias.
0 10
Etapa 1
Ri
-
• Montar o circuito conforme o diagrama
Rb esquemático da Figura 9 com
+
2k Rf=1,0kΩ.
• Ajustar o gerador de funções em trian-
gular ou senoidal, 100Hz, 1V de pico
(2Vpp).
Figura 8- Método convencional • Ajustar o potenciômetro na posição
“10” e medir o ganho máximo desta
O método convencional nos obrigaria a faixa.
utilizar três valores de potenciômetro no • Ajustar o potenciômetro na posição “0”,
lugar de Rf: a) 10kΩ b) 100kΩ e c).1MΩ. medir a tensão de saída e calcular o
ganho mínimo desta faixa.

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Av max= [] Etapa 4

Av min= [] • Substitua Ro para 10kΩ e repita a ex-


periência. A faixa de ajuste será de
Avmax/Avmin= [] aproximadamente 1,47:1.

Etapa 2 Av max= []

Substituir Rf para 10 kΩ e repetir a ex- Av min= []


periência.
Avmax/Avmin= []
Av max= []
Observações finais:
Av min= []
O potenciômetro de 4,7kΩ é muito uti-
Avmax/Avmin= [] lizado no circuito de ajuste porquê pro-
porciona baixa resistência equivalente do
Etapa 3 divisor de saída (span) sem sobrecarre-
gar muito o amp op.
Substituir Rf para 100kΩ e diminuir a
Podemos considerar este circuito com
tensão de entrada para 200mVpp. Repe-
dois atenuadores (divisores resistivos)
tir a experiência.
em cascata como mostra a figura 10.
Av max= []
- Vo
Av min= []
+
Avmax/Avmin= [] RS

R P
Observamos que a faixa de ajuste é de α Vo
aproximadamente 11:1, exatamente a
relação [(Rp/Ro)+1]:1. Nos casos onde Rf
Rf>>Rspan, esta relação é satisfatoria-
RO
mente precisa; somente para o caso de e-
Rf=1kΩ esta relação deixa de ser preci-
Ri
sa.

Figura 10- Atenuadores em cascata

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