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RECEPÇÃO E

EDUCAÇÃO PARA
OS MEIOS
AULA 1
Prof. Dra. Marina Magalhães
QUIZZ: PALAVRAS-CHAVE

RECEPÇÃO EDUCAÇÃO MEIOS


RECEPÇÃO E EDUCAÇÃO
PARA OS MEIOS
EMENTA

• Recepção e comunicação: retrospecto histórico e epistemológico.

• Processo de emissão e recepção de mensagem no contexto midiático contemporâneo.

• Pensamento crítico-reflexivo e analítico.

• Crítica de mídia: as vertentes de análise crítica dos media.

• O processo de educação para a mídia.

• Observatórios de mídia: origem, conceitos e práticas de monitoramento midiático no


Brasil.
RECEPÇÃO E EDUCAÇÃO
PARA OS MEIOS
OBJETIVO DA DISCIPLINA

Contribuir para o desenvolvimento de uma formação crítico-reflexiva e analítica do


alunado frente ao processo midiático e:

• Promover o estudo acerca da educação para a mídia por meio de uma prática de
leitura dialética e crítica;

• Fomentar discussões acerca da relação entre comunicação, recepção, cultura e poder;

• Instrumentalizar o educando para exercícios de pesquisa analítica e de


monitoramento da mídia.
RECEPÇÃO E EDUCAÇÃO
PARA OS MEIOS
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

• Unidade I (estudos da Teoria da Recepção)


O pensamento crítico-reflexivo e a crítica para a comunicação. O processo de recepção
na perspectiva da educação para a mídia. Recepção e comunicação: um panorama geral
dos estudos internacionais e latino-americanos da audiência.
• Unidade II (Educação para a mídia)
Educação para a mídia: pressupostos para a construção da crítica da mídia. Dispositivos
sociais de crítica midiática. Estudo de casos: análise de estudos críticos de mídia.
• Unidade III (Práticas de monitoramento da mídia)
Observatório e monitoramento de meios: da teoria à prática. Oficina de leitura e análise
crítica da mídia.
RECEPÇÃO E EDUCAÇÃO
PARA OS MEIOS
METODOLOGIA DE TRABALHO

• Estratégias de ensino: aulas expositivo-dialogadas; Leitura e discussão de textos;


Seminários temáticos.

• Recursos técnico-pedagógicos: as aulas serão ministradas com o uso de data-show,


TV e DVD e computadores.

• Avaliação: a disciplina obedecerá a um processo de avaliação contínuo que inclui:

Presença e participação nas atividades de leituras discursivas em sala de aula;

Realização de seminário;

Atividade de pesquisa sobre a recepção dos media.


RECEPÇÃO E EDUCAÇÃO
PARA OS MEIOS
BIBLIOGRAFIA BÁSICA

BELTRÃO, Luiz. A imprensa informativa. São Paulo: FolcoMasucci,1991

BRAGA, José Luiz. A sociedade enfrenta sua mídia: dispositivos sociais de crítica midiática. São Paulo, Paulus, 2006.

CITELLI, Adilson Odair. Educomunicação: construindo uma nova área do conhecimento. São Paulo: 2011.

ESCOSTEGUY, Ana Carolina e JACKS, Nilda. Comunicação e Recepção. São Paulo:2005.

GUARESCHI, Pedrinho & BIZ, Oswaldo. Mídia, Educação e Cidadania – Tudo o que você deve saber sobre mídia.
Petrópolis, Vozes, 2005.

GOMEZ, Guilherme Orozco. Professores e meios de comunicação: desafios e estereótipos. In: Revista Comunicação e
Educação. SãoPaulo:CCA/ECA/USP:Editora Moderna, 2006.

PENTEADO, Heloísa Dupas (org). Pedagogia da Comunicação: teorias e práticas. São Paulo: Cortez Editora, 1998.

SETTON, Maria das Graças. Mídia e Educação. São Paulo: Contexto, 2010.

SOUSA, Mauro Wilton (org).Recepção mediática e espaço público. São Paulo: Paulinas, 2006.
INTRODUÇÃO À TEORIA DA
RECEPÇÃO
• Tem origem na crítica literária alemã, em
1960, a partir das contribuições do escritor
e crítico literário Hans Robert Jauss

• Em sua estética da recepção, Jauss tinha


como foco o efeito produzido pela obra nos
leitores, meta principal daquele que produz
a obra e da obra em si

• Logo se expandiu para diversos campos de


estudo, sobretudo na Alemanha e nos
Estados Unidos, voltando a análise do fato
artístico ou cultural para o receptor
INTRODUÇÃO À TEORIA DA
RECEPÇÃO
• Antes do debate sobre a experiência
estética, os estudos das artes voltavam-se
sobre essas questões: a polaridade entre a
arte e a natureza; a relação entre forma e
conteúdo; forma e significação; imitação e
criação.
• Jauss (1979) aborda a necessidade de
debater a práxis (a experiência estética),
“de importância decisiva em toda a arte
manifestada como atividade produtora,
receptiva e comunicativa” (p.67), para além
da história das obras e dos seus autores
• “Passou-se a considerar apenas o lado
produtivo da experiência estética,
raramente o receptivo e quase nunca o
comunicativo” (Jauss, 1979, p. 68).
INTRODUÇÃO À TEORIA DA
RECEPÇÃO
• Em outras palavras, os estudos das artes
centravam-se na tradição das obras, o lugar de
uma obra de arte em seu tempo, sua
originalidade em comparação com as fontes e as
obras antecessoras, função ideológica, etc.

• A experiência daqueles que, na atividade


produtiva, receptiva e comunicativa,
desenvolveram a prática histórica e social parecia
não importar.

• “A experiência relacionada com a arte não pode


ser privilégio de especialistas” (Jauss, 1979, p.
69), tampouco a experiência estética se inicia
pela reconstrução da intenção do seu autor.
INTRODUÇÃO À TEORIA DA
RECEPÇÃO
• “A experiência primária de uma obra de
arte realiza-se na sintonia com
(Einstellung auf) seu efeito estético, isto
é, na compreensão fruidora e na fruição
compreensiva. Uma interpretação que
ignorasse essa experiência estética
primeira seria própria da presunção do
filólogo que cultivasse o engano de supor
que o texto fora feito, não para o leitor,
mas sim, especialmente, para ser
interpretado” (Jauss, 1979, p. 69).
INTRODUÇÃO À TEORIA DA
RECEPÇÃO
• Para Jauss (1979), a dupla tarefa da
hermenêutica literária seria diferenciar os dois
modos de recepção:
a) aclarar o processo atual em que se concretizam
o efeito e o significado do texto para o leitor
contemporâneo;
b) reconstruir o processo histórico pelo qual o
texto é sempre recebido e interpretado,
diferentemente, por leitores de tempos
diversos.
“A aplicação, portanto, deve ter por finalidade
comparar o efeito atual de uma obra de arte com o
desenvolvimento histórico de sua experiência e
formar o juízo estético, com base nas duas
instâncias de efeito e percepção” (Jauss, 1979,
p.70).
INTRODUÇÃO À TEORIA DA
RECEPÇÃO
• Para superar os impasses da interpretação que apenas
servia a si mesma, Jauss (1979) propôs uma teoria que
desse conta das dinâmicas de produção e recepção, e
da relação dinâmica entre autor, obra e público,
utilizando-se da hermenêutica da pergunta-resposta.

• Para a análise da experiência do leitor de um tempo


histórico determinado, apontava ser preciso estabelecer
a comunicação entre os dois lados da relação texto e
leitor.

• Entre o efeito (momento condicionado pelo texto) e a


recepção (momento condicionado pelo destinatário),
para a concretização do sentido como duplo horizonte:
o interno ao literário (obra) e o mundivivencial (trazido
pelo leitor).
INTRODUÇÃO À TEORIA DA
RECEPÇÃO
• “Isso é necessário a fim de se discernir como a
expectativa e a experiência se encadeiam e para
se saber se, nisso, se produz um momento de
nova significação. No entanto, o horizonte da
expectativa interna ao texto é menos
problemático, pois derivável do próprio texto, do
que o horizonte de expectativa social, que não é
tematizado como contexto de um mundo histórico”
(Jauss, 1979, p. 73).
• “(...) é pouco apropriado esperar-se um
esclarecimento total sobre o comportamento dos
leitores pelas análises fundadas em classes e
camadas, bem como procurar na literatura da
moda, a literatura trivial e de consumo, a mais
rigorosa expressão das relações econômicas e os
interesses disfarçados de poder” (Jauss, 1979, p.
73).
INTRODUÇÃO À TEORIA DA
RECEPÇÃO
O CARÁTER COMUNICATIVO DA ARTE

• “(...) a hermenêutica literária tem por tarefa interpretar a


relação de tensão entre texto e atualidade como um processo,
no qual o diálogo entre autor, leitor e novo autor refaz a
distância temporal entre pergunta e resposta, entre resposta
original, pergunta atual e nova solução, concretizando-se o
sentido sempre doutro modo e, por isso, sempre mais rico”
(Jauss, 1979, p. 79).

• “É só de modo parcial que a necessidade estética é


manipulável, pois a produção e a reprodução da arte, mesmo
sob as condições da sociedade industrial, não consegue
determinar a recepção: a recepção da arte não é apenas um
consumo passivo, mas sim uma atividade estética, pendente
da aprovação e da recusa, e, por isso, em grande parte não
sujeita ao planejamento mercadológico” (Jauss, 1979, p. 80).
INTRODUÇÃO À TEORIA DA
RECEPÇÃO
O CARÁTER COMUNICATIVO DA ARTE

• Em sua crítica à maquinaria da indústria cultural e seus


efeitos, Adorno sustentava que a arte de uma elite cultural
cada vez melhor, diante da multidão crescente de
consumidores da indústria cultural não teria mais salvação.

• O teórico apontava o contraste entre um arte de


vanguarda, apenas voltada para a reflexão e uma
produção dos mass media apenas voltada para o consumo
e manutenção do status quo.

• Jauss (1979), por outro lado, afirma que a experiência


estética não se distingue apenas do lado de sua
produtividade, como “criação através da liberdade”, mas
do lado de sua receptividade, como “aceitação em
liberdade”.
INTRODUÇÃO À TEORIA DA
RECEPÇÃO
O CARÁTER COMUNICATIVO DA ARTE

• A experiência estética se concretiza quando a


obra estabelece um processo de comunicação
com o leitor, possibilitando uma identificação.

• Tal experiência está vinculada à necessidade


do ser humano de transcender os limites da
realidade.

• Não se trata de uma experiência pragmática,


que se esgota em suas funções. Faz com que
exista uma interação entre o leitor e o texto.
QUIZZ: PALAVRAS-CHAVE

RECEPÇÃO EDUCAÇÃO MEIOS


mundo informação arte
participação transmissão mídia de massa
sentido aprendizagem efeitos
BIBLIOGRAFIA
JAUSS, Hans Robert. “A estética da recepção: colocações
gerais”. In: JAUSS, Hans Robert; ISER, Wolfgang; COSTA
LIMA, Luiz (Org. e Trad.). A literatura e o leitor: textos
de Estética da Recepção. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1979, pp. 67-84.

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