Turma: 305 1/1/2010 Gilberto Freyre (1900-1987) Sociólogo e escritor brasileiro, autor do celebre Casa Grande e Senzala (1993), primeiro volume do seu extenso estudo sobre o processo de formação cultural e a riqueza da sociedade brasileira pela grande mistura de raças existentes nos pais ensaísta de estilo fino e elegante , interprete profundo e original do fenômeno cultural , foi um nacionalista convicto. Participou do I Congresso Brasileiro de Regionalismo (1926), que divulgou o Manifesto Regionalista, um protesto contra a importação de manifestações culturais europeia preconizadas pelo movimento modernista. Obras: ►Casa Grande & Senzala1933. ►Guia Pratico, Histórico e Sentimental da Cidade do Recife 1934. ►Sobrados e Mocambos 1936. ►Nordeste: Aspectos da Influencia da Cana Sobre a Vida e Paisagem..., 1937 ►Assucar 1939. ►Olinda 1939 ►O Mundo que o Português criou 1940. ►A Historia de um Engenheiro Frances no Brasil 1941 ►Problemas brasileiros de Antropologia 1943 ►Sociologia 1945. ►Interpretação do Brasil 1947. ►Ingleses no Brasil 1948. ►Ordem e Progresso 1957 ►O Recife Sim, Recife Não 1960. ►Vida Social no Brasil em meados do Século XIX 1964. ►Brasis, Brasil e Brasília 1968. ►O brasileiro entre outros hispânicos 1975. ►Homens, Engenharia e rumos Sociais 1987. Caio Prado Junior Politico e historiador brasileiro nascido em São Paulo, um dos maiores intelectuais brasileiros e que desenvolveu obras essenciais para a compreensão do processo de formação histórica do Brasil, além de se destacar com ativista politico. Desde sua mocidade atuo com grande destaque na conjuntura politica nacional; era contrario as ideias do partido Republicano Paulista, que defendia os proprietários de fazendas cultivadores de café e dominadores do quadro politico nacional desde o momento que em que foi proclamado a República. Um dos primeiros membros a se filiar ao Partido Democrático que surgiu 1926 para lutar contras as ideias do Partido Republicano Paulista. Caio Prado, entretanto veio a se desencantar com as ideias do seu partido e do novo poder supremo do Estado, o que levou em 1931, a migrar para o Partido Comunista levando-o a trabalhar no intuito de construir e preparar seus alicerces políticos contiguo a classe operaria Quando viajava para países industrializados procurava observar a condição de vida e de cultura do campesino ou proletário do pais em que estava com a realidade vivida no Brasil. Veio a falecer em 1990 em decorrência de saúde originarias de um aneurisma na artéria aorta. Obras: ► Evolução Política do Brasil 1933. ► URSS: Um novo mundo 1934. ► Formação do Brasil Contemporâneo 1942. ► História Econômica do Brasil 1945. ► Dialética do Conhecimento 1952. ► Diretrizes para uma Política Econômica 1954. ► Esboço dos Fundamentos da Teoria Econômica 1957. ► Introdução à Lógica Dialética 1959. ► O Mundo do Socialismo 1962. ► A Revolução Brasileira 1966 . ► História e Desenvolvimento 1968. ► O Estruturalismo de Lévi-Strauss ► A Questão Agrária no Brasil 1979. ► A Cidade de São Paulo 1983. Florestan Fernandes Em 1941, ingressou na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, formando-se em ciências sociais. Iniciou sua carreira docente em 1945, como assistente do professor Fernando de Azevedo, na cadeira de Sociologia II. Na Escola Livre de Sociologia e Política, obteve o título de mestre com a dissertação A organização social dos Tupinambá. Em 1951, defendeu, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, a tese de doutoramento A função social da guerra na sociedade tupinambá , posteriormente consagrado como clássico da etnologia brasileira, que explora com maestria o método funcionalista. Uma linha de trabalho característica dos anos 50 foi o estudo das perspectivas teórico-metodológicas da sociologia. Seus ensaios mais importantes acerca da fundamentação da sociologia como ciência serão, posteriormente, reunidos no livro Fundamentos empíricos da explicação sociológica. Seu comprometimento intelectual com o desenvolvimento da ciência no Brasil, entendido como requisito básico para a inserção do país na civilização moderna, cientifica e tecnológica, situa sua marcante atuação na Campanha de Defesa da Escola Pública, em finais da década, em prol do ensino público, laico e gratuito enquanto direito fundamental do cidadão do mundo moderno. Durante o período, foi assistente catedrático, livre docente e professor titular na cadeira de Sociologia I, substituindo o sociólogo e professor francês Roger Bastide em caráter interino ate 1964, ano em que se efetivou na cátedra, com a tese A integração do negro na sociedade de classes. Como o titulo da obra permite entrever, o período caracteriza-se pelo estudo da inserção da sociedade nacional na civilização moderna, em um programa de pesquisa voltado para o desenvolvimento de uma sociologia brasileira. Nesse âmbito, orientou dezenas de dissertações e teses acerca dos processos de industrialização e mudança social no país e teorizou os dilemas do subdesenvolvimento capitalista. Inicialmente no bojo dos debates em torno das reformas de base e, posteriormente, após o golpe de Estado, nos termos da reforma universitária coordenada pelos militares, produziu diagnósticos substanciais sobre a situação educacional e a questão da universidade pública, identificando os obstáculos históricos e sociais ao desenvolvimento da ciência e da cultura na sociedade brasileira inserida na periferia do capitalismo monopolista. Aposentado compulsoriamente pela ditadura militar em 1969, foiVisiting Scholar na Universidade de Columbia, professor titular na Universidade de Toronto e Visiting Professor na Universidade de Yale e, a partir de 1978, professor na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Em 1975, veio a público a obra A revolução burguesa no Brasil , que renova radicalmente concepções tradicionais e contemporâneas da burguesia e do desenvolvimento do capitalismo no país, em uma análise tecida com diferentes perspectivas teóricas da sociologia, que faz dialogar problemas formulados em tom weberiano com interpretações alinhadas a dialética marxista. No inicio de 1979, retornou a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, agora reformada, para um curso de férias sobre a experiência socialista em Cuba, a convite dos estudantes do Centro Acadêmico de Ciências Sociais. Em suas analises sobre o socialismo, apropriou-se de variadas perspectivas do marxismo clássico e moderno, forjando uma concepção teórico-prática que se diferencia a um só tempo do dogmatismo teórico e da prática de concessões da esquerda. Em 1986 e em 1990, foi eleito deputado federal pelo Partido dos Trabalhadores. Tendo colaborado com a Folha de S. Paulo desde a década de 40, passou, em junho de 1989, a ter uma coluna semanal nesse jornal. O nome de Florestan Fernandes esta obrigatoriamente associado à pesquisa sociológica no Brasil e na América Latina. Sociólogo e professor universitário, com mais de cinqüenta obras publicadas, ele transformou o pensamento social no pais e estabeleceu um novo estilo de investigação sociológica, marcado pelo rigor analítico e crítico, e um novo padrão de atuação intelectual. A Sociologia de Florestan Fernandes A SOCIOLOGIA DE FLORESTAN FERNANDES inaugura uma nova época na história da Sociologia brasileira. Não só descortina novos horizontes para a reflexão teórica e a interpretação da realidade social, como permite reler criticamente muito do que tem sido a Sociologia brasileira passada e recente.A partir desse diálogo com uns e outros, a Sociologia de Florestan Fernandes inaugura uma nova interpretação do Brasil, um novo estilo de pensar o passado e o presente. No âmbito da teoria sociológica, Florestan Fernandes realizou uma obra fundamental. Dialogou com as principais correntes de pensamento do passado e presente, desde Spencer, Comte, Marx, Durkheim e Weber até Mannheim, Parsons, Merton e Marcuse, entre outros. Além de realizar um balanço crítico de diferentes contribuições teóricas de uns e outros, formulou contribuições originais, abrindo novas possibilidades de reflexão. Uma parte importante da sociologia de Florestan Fernandes concentra-se na pesquisa e interpretação das condições e possibilidades das transformações sociais. A revolução social é um dos seus temas mais freqüentes. Florestan Fernandes é o fundador da sociologia crítica no Brasil. Toda a sua produção intelectual está impregnada de um estilo de reflexão que questiona a realidade social e o pensamento. As suas contribuições sobre as relações raciais entre negros e brancos, por exemplo, estão atravessadas pelo empenho de interrogar a dinâmica da realidade social, desvendar as tendências desta e, ao mesmo tempo, discutir as interpretações prevalecentes. No mesmo sentido, as duas reflexões sobre os problemas da indução na sociologia avaliam cada uma e todas as teorias, os métodos e as técnicas de pesquisa e explicação, da mesma maneira que oferecem novas contribuições para o conhecimento das condições lógicas e históricas de reconstrução da realidade. O mesmo se pode dizer dos seus trabalhos sobre teoria sociológica. A perspectiva crítica está presente em toda a sua produção intelectual, incluindo obviamente o ensino, a conferência, o debate público. Questiona Assim, alcança sempre algo novo, outro patamar, horizonte. Vai além do que está dado como estabelecido, explicado. Ao submeter o real e o pensado à reflexão crítica, descortina as diversidades, desigualdades e antagonismos, apanhando as diferentes perspectivas dos grupos e classes compreendidos pela situação. As mais notáveis propostas teóricas da sociologia são avaliadas, questionadas e recriadas, tendo em conta a compreensão das suas contribuições para apanhar os andamentos da realidade social. Na obra de Florestan Fernandes encontra-se uma contribuição básica para a teoria sociológica: retira e desenvolve o conteúdo crítico da sociologia clássica e moderna. Foram as próprias condições sociais, nas quais emergiram as ciências sociais, que as levaram a defrontar as diversidades, desigualdades e antagonismos. As possibilidades de reflexão crítica abertas por Comte, Spencer, Durkheim, Weber, Sombart, Tönnies, Mannheim, Merton e outros – possibilidades às vezes moderadas – são levadas adiante nos escritos teóricos e históricos de Florestan Fernandes. Há uma rica e complexa arquitetura na sociologia de Florestan Fernandes. Compreende os passos fundamentais, em termos lógicos, da teoria da explicação e da metodologia da pesquisa. Vai desde as formas de explanação, caracterizadas como descritiva e interpretativa, até às técnicas de pesquisa. Naturalmente essa ampla problemática envolve sempre um diálogo com os clássicos e modernos, inclusive do pensamento marxista. A reflexão de Florestan Fernandes sobre os fundamentos lógicos e históricos da explicação sociológica inspira-se nessa perspectiva crítica; constrói-se com ela. É claro que as contribuições teóricas dos clássicos tiveram desenvolvimentos diversos, às vezes notáveis. Além disso, têm surgido outras e novas propostas teóricas: fenomenologia, existencialismo, estruturalismo, estrutural-funcionalismo, hiperempirismo dialético, teorias de alcance médio, teorias sistêmicas e assim por diante. Mas talvez seja possível afirmar que todas as mais notáveis contribuições teóricas posteriores aos clássicos guardam algum, ou muito, compromisso com eles. Nesse sentido é que se pode dizer que a sociologia de Florestan Fernandes sintetiza as contribuições de cinco fontes. Algumas das principais características da sua produção intelectual expressam um diálogo com essas fontes. Naturalmente elas se revelam de modo diferenciado, menos aqui, mais ali. Não são igual e homogeneamente visíveis em cada monografia, ensaio, livro, artigo, aula, conferência, debate. Mas mostram-se plenas no todo, quando examinamos o conjunto da produção intelectual de Florestan Fernandes. Em síntese, a sociologia brasileira está amplamente marcada pela obra de Florestan Fernandes, de tal maneira que está presente na formação dessa sociologia em dois modos particularmente notáveis. Primeiro, entra de maneira decisiva na construção da sociologia como um sistema de pensar a realidade social. O seu compromisso com as exigências lógicas e teóricas da reflexão científica representa uma contribuição básica, no sentido do amadurecimento da sociologia. As próprias controvérsias que esse padrão intelectual suscita revelam que a sociologia brasileira ultrapassa uma fase de timidez metodológica e teórica, ingressando em uma etapa em que todas as implicações teóricas e históricas desse sistema de pensar a realidade social são assumidas no cotidiano de ensino e pesquisa. Muito do que vinha sendo ensaiado de maneira episódica, aqui e acolá, adquire maior sistemática, outro ímpeto. Simultaneamente, as pesquisas realizadas e suscitadas por Florestan Fernandes, bem como por sua influência, abrem novos horizontes para a reflexão sobre a sociedade e a história. Segundo, cria um novo estilo de pensamento na sociologia brasileira. A sociologia crítica, compreendendo teoria e história, sintetiza um estilo de pensar a realidade social. Ao resgatar o ponto de vista crítico da sociologia clássica e moderna, com base nos ensinamentos do marxismo, e recuperar o ponto de vista crítico oferecido pelas condições de vida e trabalho dos oprimidos da cidade e do campo, a obra de Florestan Fernandes cria e estabelece um novo estilo de pensamento. Assim, a sociologia brasileira adquire outra dimensão, alcança outro horizonte. É a partir desse horizonte que se torna possível voltar às raízes pretéritas, presentes; descortinar o futuro.