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Matilde Chaicomo
1° Ano
Pós Laboral
Universidade Pedagógica
Maputo
2018
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Matilde Chaicomo
Universidade Pedagógica
Maputo
2018
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Índice
1. Introdução.................................................................................................................. 4
3. Bibliografia.............................................................................................................. 18
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1. Introdução
O trabalho é pertencente a cadeira de Correntes Contemporâneas da Educação, onde o
mesmo visa resumir a obra intitulada: História da Pedagogia. Onde a materialização do
mesmo recorreu-se as técnicas de resumo.
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2. HISTÓRIA DA PEDAGOGIA
2.1.CARACTERÍSTICAS DA EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA
A contemporaneidade é também a época das massas, da manifestação delas como
protagonistas da história, trazendo também suas próprias conotações de rebeldia, de
superficialidade, de hedonismo, de espirito antiaristocrático, e encetando uma profunda
tensão entre massas e elite que podemos reconhecer como uma das grandes infraestruturas
da história contemporânea. De facto, as massas “se rebelam” (como sublinha Ortega e
Gasset), para afirmar-se para apropriar-se do poder ou para condiciona-lo, ivadem assim
a vida social, inundando-a com seu espirito utilitário e consumista, desprovido de
qualquer espiritualidade verdadeira. Mas, para elas, a elite serve de contracanto: a elite
do poder, as elites da cultura, além das do dinheiro (que não se afastam muito – pelo tipo
de consciência e de cultura da massa), que reelaboram um papel para as próprias elites,
como vanguarda e como guia, mas também como continuidade da tradição, que freia e
supera a iconoclastia das massas e da sua cultura. Assim, a contemporaneidade produz
massas, mas também os mecanismos para o seu controle, desde as ideologias ate as
associações, a propaganda, o uso do tempo livre, os meios de comunicação: e neste
binómio dinâmico de massificação e de regulamentação das massas se exprime uma das
características mais profundas, mas constantes do tempo presente.
exercido pelo rei, dentro de um estado que era património do soberano, controlado por
uma burocracia centralizada), pelo pluralismo (de sujeitos sociais, de tradições, de
interesses, de programas políticos etc), pelas tensões que a atravessam etc, implica uma
retomada cada vez mais central da educação, também em relação a época moderna.
2.2.EDUCAÇÃO E IDEOLOGIA
O papel social cada vez mais central que marcou a pedagogia na época contemporânea e
que emerge da sua posição como mediadores a nos processos sociais plurais e muitas
vezes opostos, descentralizados etc, como já dissemos, que caracterizam esta época,
manifestou-se antes de tudo como uma estrita dependência da ideologia, dos projectos de
domínio, organização e transformação do mundo social, expressos pelas diversas classes
sociais, pelos grupos culturais etc. Dependência de um lado, mas também construtividade
do outro, já que realmente a pedagogia/educação se coloca como um momento no interior
das ideologias, como uma etapa da sua fenomenologia, e vem a depender destas,
recebendo conotações teóricas (orientação de valor, modelos de formação etc) e
colocações praticas (estratégias e táticas, operantes no tecido social e nos processos
individuais de formação e instrução), porém, também é produtora (reprodutora) e divulga
de ideologia: melhor ainda – foi dito por Althusser, o filósofo marxista francês, é o lugar
da difusão social da ideologia, mediante, em particular, a instituição escolar e sua acção
prolongada, que investe todos os sujeitos sociais. Se a sociedade moderna tem
necessidade de ideologia e do jogo complexo das ideologias para garantir-se no seu
pluralismo dinâmico sem perder em coesão e em organicidade, para garantir ao mesmo
tempo liberdade de sujeitos, grupos, castas, classes, povos etc, e domínio orgânico sobre
eles, então a dimensão pedagógica se torna não só central, mas também carregada desta
vontade de coesão, de unificação social, mediante o papel de socialização que ela vem
concretamente exercer e assumir como sua própria tarefa. Toda a pedagogia, por um lado,
e a educação, por outro, na época contemporânea, é caracterizada por essa forte embioso
com a ideologia.
O duplo processo de ideologização sofrido pela pedagogia teve como afeito também
colocar no centro da reflexão sobre a educação a relação complexa, também ambígua e
tensional, dismorfica e dialéctica, entre educação e sociedade, entre pedagogia e
sociedade, entre escola e sociedade, que atravessou de maneira central, como aspecto
tipificante, toda a teorização pedagógica dos últimos dois seculos, afirmando-se em
particular com o marxismo, com o instrumentalismo pragmático Deweyano e as reflexões
sociológicas sobre a educação e o saber.
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pedagógico nas suas várias formas; mas que atingiu também a literatura, o cinema, a
publicidade (pense-se em Pascoli, Morante, e também nos filmes de Comencini).
2.4.MITOS DA EDUCAÇÃO
Na época contemporânea afirmou-se e cresceu o mito da educação. Em razão justamente
de sua centralidade politica e social, a educação foi vista como o factor-chave do
desenvolvimento social, como o fulcro da evolução da sociedade no seu conjunto, como
o lugar em que se vem estabelecer o intercâmbio social além de sua coesão. A educação
colocou-se como substituta da politica, como via para operar a construção do homem
moderno (individuo e cidadão ao mesmo tempo, autónomo e socializado) e para realizar
uma sociedade orgânica, mas na liberdade, mediante livre colaboração de todos. Do
seculo XVII até hoje, o mito da educação impôs-se no centro da elaboração cultural,
segundo muitas perspectivas, mas confirmado (por mais de dois séculos) na sua presença
e na sua função.
Com o iluminismo, foi o Rousseau, por exemplo – a via para reorganizar a sociedade e,
ao mesmo tempo para por o homem (com a sua natureza, com os seus direitos) no centro
dela, restaurando uma verdadeira e profunda simbiose entre homem e sociedade. No
século XIX, delinearam-se grandes opções desse mito: a democracia (a maneira de
Dewey), que vê a educação como o baricentro de toda a vida social e a mola de seu
desenvolvimento; a socialista (a maneira de Marx), que sublinha a politicidade da
educação e a sua dependência das classes em ascensão, mantendo assim uma função-
chave na renovação social; a totalitária (a maneira de Hegel ou de Comte), que poe a
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No século XX, enfim, esses diversos modelos encarnaram-se historicamente, dando lugar
a uma dialéctica complexa que levou, porém, a um gradual enfraquecimento do mito da
educação, que se revelou também nos seus conteúdos mistificadores e autoritários.
Mistificadores, porque existem limites para a acção educativa, objectivos e subjectivos;
ela portanto, não pode tudo. Autoritários, porque tal centralidade da educação implica a
valorização da convergência e da massificação. Entretanto, o mito foi constante e
poderoso, alimentou reflexões teóricas e soluções praticas, invadiu diversas ideologias e
deu enfase a educação como estrutura e tarefa central da vida social, da acção histórica e
politica.
2.5.INSTRUÇÃO E TRABALHO
A época contemporânea propôs também – em pedagogia – uma face a face mas explícito
e radical entre instrução e trabalho, que se afirmaram como momentos centrais da acção
pedagógica e da projeção educativa. A instrução afirmou-se como direito universal e
como tarefa social. O trabalho é bem verdade que se impos como dever social, mas, antes
ainda, como actividade especifica do homem. As duas frentes se interligaram, mas
dialecticamente, dando lugar a uma serie de problemas que resultam típicos da
contemporaneidade.
Ora foi o trabalho que se afirmou como elemento primário da formação ora isso ocorreu
com a instrução, mas sempre se sublinhou uma estreita simbiose entre os dois elementos
numa sociedade articulada e complexa, produtivamente avançada como a actual, onde os
perfis formativos também devem assumir maior flexibilidade e possíveis alternativas,
mesmo caracterizando-se segundo princípios relativamente unitários (que recuperem
tanto o trabalho intelectual como o manual). Essa face a face não era ignorado pela
pedagogia dos séculos anteriores ao XVIII, mas só na contemporaneidade é que ele se
tornou um problema estrutural e urgente.
pedagogia do século XIX e as politicas escolares das nações mais avançadas, que ocupa
o centro da reflexão sociológica sobre a educação de Mark a Comte e Webber, os quais
teorizam – de várias maneiras – a finalidade profissional da instrução, que é, afinal, o
momento crucial da educação.
Tratou-se de actualizar a escola por organização e gestão, por programas, por modelos
culturais a uma sociedade nova que se configurava como produtiva, pluralista, aberta.
Toda uma serie de reestruturações que a e escola sofreu no curso dos últimos dois séculos
mostra esta lei de adequação a sociedade que a atravessa, tornando-a cada vez uma
instituição central da vida social, a qual são delegadas tarefas de reprodução e de
transmissão, mas também de seleção, isto é, de duplo filtro entre passado e futuro, entre
conservação e mudança.
A escola tornou-se obrigatória pelo menos em certos graus e ordens, gratuita ou quase,
estatal com algumas exceções, mas que não chegam anular o papel de controlo por parte
do Estado sobre todos os tipos de escola: são três aspectos que a colocam na sociedade
atribuindo-lhe um papel essencial. Existe ainda o outro aspecto da diferenciação interna,
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dos muitos tipos de escola, que vem cobrir outra exigência: de reprodução da divisão do
trabalho e de reconstrução de classes e grupos sociais.
A obrigação escolar foi uma característica central da legislação dos estados modernos, a
começar do século XVIII. Obrigação de frequência para todos os cidadãos, pelo menos
no nível de escola popular, para atingir justamente aquelas qualidades típicas do cidadão
moderno: sentir-se em parte de um estado, reconhecer suas leis, realizar a sua defesa ou
a sua prosperidade. A escola elementar dá elementos cognitivos, mas também sociais:
instrui socializando.
O princípio da obrigatoriedade escolar tem uma complexa actuação nos vários estados
europeus, entre os quais a Itália, embora omita os problemas económicos e sociais que
devem ser resolvidos preliminarmente para tornar operante tal princípio; que amplia
apenas com a extensão da escola obrigatória até 14 ano, mas que espera ainda para ser
posteriormente estendido ao 16 ano – e tornado realmente operativo em todas as partes
do país, e pode ser considerado um princípio ainda incompleto.
Entretanto, foi uma característica central da escola contemporânea, que colocou a serviço
da nação e a investiu de um papel emacipativo, delineando-a como um dos factores da
renovação social (pela alfabetização das massas, por uma aculturação que saía do âmbito
do falclone e do religioso).
Será que se trata de uma característica positiva ou negativa, que marcaria uma escola a
deriva ou uma instituição imersa numa sociedade em transformação. Um pouco as duas
coisas, Tratou-se de uma vontade de acertar as contas com a tradição ilustre da escola
moderna e da sua cultura, para torna-la mais ágil e adaptada a sociedades de massa e
democráticas e mais em sintonia com a cultura critica da contemporaneidade, que veio
redescontando muitos – se não todos – princípios da cultura ocidental e da sua tradição.
Mas tratou-se também de se reconciliar escola e sociedade, em particular com uma
sociedade em transformação, de modo a tornar cada vez mais móvel a escola; sob pena
de torna-la (as vezes) incerta e submetida a contínuas mudanças, que porém – como já
destacava Gabelli no passado século, nascem de uma mudança de fundo da instituição
escolar, doravante toda imersa nos processos de modernização.
A escola contemporânea, tao entrelaçada com o político, tao imerso no social, corre o
risco também de ser submetida a uma espécie de duplo regime teórico, de duplo ideal ou
modelo: de instituição técnica e profissionalizante, que age, como destaca Luhmam, qual
um subsistema social, que no sistema da sociedade desenvolve um papel essencial e
constante de reprodução da força de trabalho e da selecção; de instituição formativa e
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São duas finalidades e duas funções que a escola contemporânea enterlaça sem conseguir
harmonizara-las e que constituem no seu dualismo um dos elementos de problematicidade
mais radical da escola contemporânea (ao lado daquele – paralelo – da oposição entre
ideologização e autonomia, da dependência do politico e da autonomia formativa e
critica).
Com tudo isso, porém, a escola assumiu um papel cada vez mais determinante na vida
social e na organização política contemporânea, um papel de rearticulação e de
fortalecimento da vida colectiva. Trata-se de uma centralidade que se ampliou com as
transformações ocorridas na família e no estado, além da sociedade civil, ligava também
a necessidade de dar vida aquele homem – cidadão que é, de certo modo, a meta e o
desafio do mundo moderno e que só pode nascer dentro de um lugar em que o social e o
cultural, o político e o espiritual convivam, nem que seja dinamicamente, num equilíbrio
precário e aberto, mas que evidencia sua centralidade.
a história, e também com o sujeito (do qual pretende iluminar os processos formativos e
as metas atingir).
Todavia, esse modelo hermenêutico crítico do saber pedagógico que relaciona as praxis
e teoria, historia e método, ciência e filosofia, que é considerado, por muitos, um modelo
mais maduro e que nos remete uma imagem do saber educativo dinâmica, complexa e
orgânica, poderia ser (será) apenas uma etapa na rica transformação contemporânea da
pedagogia, ainda que importante e central.
uma pesquisa educativa em estreito contacto com as ciências, aberta a continuas revisões
e reprogramações.
E por uma filosofia que não é herdeira da metafisica, de carácter especulativo (fundativo
e abstrato), porém empírico e critico, próximo da experiencia e capaz de analisá-la, de
investi-la de duvidas, de submete-la a quesitos, segundo um iter radical, que aspira a
tornar-se cada vez mais radical.
É certo, porém, que, entre antimetafisica, entre ciências da educação, entre a elaboração
filosófico – critica e de ideologização, o saber pedagógico foi mudando de feição. Tornou-
se um saber não linear e bastante complexo no seu próprio interior, dotado de estatuto
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logico plural e, portanto, instável e também incerto, controlável por meio de processos
múltiplos e não unívocos: um saber cuja organicidade deve ser conquistada passo a passo,
que deve ser mantida aberta e sub judice: portanto, um saber difícil e por isso também
atravessado por dogmatismos de retorno, ou metafísicos ou tecnológicos, que tendem a
emancipa-lo desta condição de problematicidade endêmica, de precaridade, mas assim
fazendo acabam por reduzir sua riqueza/complexidade e por traí-lo na sua essência
moderna: saber aberto sobre as praxis formativas e capaz de ilumina-las criticamente, sem
ir a procura de objectivos fur ewig ou eternos e de certezas ne varientur.
Viver essa precaridade, essa descontinuidade interna é difícil e não é isso, de facto, que
esse saber faz, mas o faz também sem muita angústia e com bons resultados de eficiência
reflexiva e operativa. E é isso que vem fazendo com ousadia e com equilíbrio há mais de
trinta anos, isto é, pelo menos desde quando teve inicio aquela revolução que caracterizou
como saber – limite das ciências humanas (teórico + técnico + político) e como um saber
forte da sociedade contemporânea.
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3. Bibliografia
História da Pedagogia.