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SAE DIGITAL S/A

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LIVRO DO PROFESSOR
SAE DIGITAL S/A GEOGRAFIA
Curitiba 8.° ANO - LIVRO 1
2017 ENSINO FUNDAMENTAL II

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© 2017 – SAE DIGITAL S/A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor dos direitos
autorais.

FICHA CATALOGRÁFICA
S132

SAE, 8. ano : geografia. 8. ano : livro do professor : livro 1 / SAE DIGITAL S/A. - 1. ed.
- Curitiba, PR : SAE DIGITAL S/A, 2017.

84 p. : il. ; 28 cm.

ISBN 978-85-93035-69-2

1. Geografia- Estudo e ensino (Ensino fundamental). I. Sistema de Apoio ao Ensino.

A
II. Título.

CDD: 372

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  CDU: 373.3016

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Créditos capa: SPL DC/Latinstock / iurii/Shutterstock

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Disciplina Autores

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Geografia Cilé T. T. Ogg
Gustavo Felipe Olesko N
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Todos os direitos reservados.

Produção
SAE DIGITAL S/A.
R. João Domachoski, 5. CEP: 81200-150
Mossunguê – Curitiba – PR
0800 725 9797 | Site: sae.digital

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Sumário
1. SAE Digital – Sistema de Apoio ao Ensino . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . IV

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2. Ensino Fundamental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . VIII

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3. Conheça o material – SAE Digital. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . XII
4. Interações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . XVI

A
5. Pressupostos teórico-metodológicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . XVIII

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6. Programação anual de conteúdos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . XX

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1. SAE Digital – Sistema de Apoio ao Ensino
1.1 Apresentação
O SAE Digital – Sistema de Apoio ao Ensino – é a soma da articulação
das experiências acumuladas dos mais eficientes espaços de aprendiza-
gem do país com as tecnologias educacionais.
Dessa forma, o SAE Digital reafirma seu propósito de aproximar a
prática da sala de aula das principais tendências educacionais do mundo
contemporâneo, a fim de oferecer, de forma sistêmica e sistematizada,
não só a reflexão pedagógica, mas as melhores soluções tecnológicas
de ensino-aprendizagem.
Em consonância com os principais documentos que norteiam a
Educação Básica no país, o SAE traz para o espaço escolar materiais di-
dáticos da Educação Infantil ao Pré-Vestibular, que têm como princípios
a formação do caráter, o desenvolvimento de competências técnicas,

A
o favorecimento do compromisso cidadão para com o mundo e as pes-
soas e, sobretudo, o propósito de conduzir os estudantes a desenvolver

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habilidades protagonistas para uma atuação concreta e transformadora
da sociedade.

A
1.2 Princípios e valores
Caráter

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Os princípios éticos têm sido o norte de empresas inovadoras.

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Acreditamos que o cenário acelerado de mudanças e a alta compe-
titividade demandam produtividade e lucratividade, mas estamos

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conscientes, no entanto, de que a solidez e a sobrevivência das orga-
Desejamos o bem nizações estão pautadas no compromisso social e na integridade das

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do próximo, servir com negociações.
superioridade o cliente N
Competência
mais exigente.
O conjunto único de experiências e conhecimentos acumulados
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nos mais eficientes espaços de aprendizagem, forma uma teia orga-
nizacional, um sistema teórico e prático que busca a excelência em
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soluções tecnológicas para a educação.


Para isso, equipes especializadas, em constante aprimoramento,
Gostamos de fazer utilizam experiências e conhecimentos, habilidades e atitudes neces-
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o que precisa ser feito sárias para o desempenho profissional segundo os mais altos padrões
de qualidade.
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com técnica, para obter


o resultado necessário. Comprometimento
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O comprometimento dos profissionais envolvidos parece ser


elemento crucial nas novas arquiteturas organizacionais emergentes.
Vale ressaltar que o princípio do comprometimento é amplo e abrange
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o compromisso com o mundo, com a escola parceira e com seus resul-


tados, com as bases legais da educação etc.
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Realizamo-nos
profissionalmente com 1.3 Pilares pedagógicos
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os resultados da empresa Os pilares pedagógicos do SAE Digital vêm ao encontro das habili-
dades esperadas dos aprendizes, expostos a um ambiente que exige leitura
em que trabalhamos.
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plural do mundo, que se caracteriza por rápidas mudanças nos campos


científico, tecnológico e político.

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Os desafios da atualidade preveem a formação que leve em conta
a valorização das necessidades coletivas, a capacidade de interpretar as
realidades local e global, a promoção do desenvolvimento da tolerância Os pilares
e da reflexão etc. pedagógicos do SAE
Para desenvolver habilidades que atendam a tantas e tão complexas buscam a formação
necessidades, as estratégias do SAE estão fundamentadas em quatro pilares
de indivíduos com
do trabalho pedagógico: protagonismo, rigor conceitual, saberes múltiplos,
complexidade, e transformação da realidade. capacidade de promover
mudanças que levem à
melhoria de suas
Saberes
PR condições de vida
O múltiplos e
e daqueles que
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complexidade

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os cercam.
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Autonomia

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Transformação Rigor conceitual
ecimento pré
Conh

O
da realidade vio

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T
N
PRO
O
TAGONISMO
Protagonismo
C

A iniciativa pela busca do conhecimento, fundamentada pela vonta-


de do estudante em aprender além do que os livros escolares e as aulas
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são capazes de transmitir, pode ser entendida pelo “protagonismo” do Os conhecimentos


aluno no seu processo de aprendizagem. O professor continua tendo um prévios serão sempre
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papel ímpar e decisivo nos resultados, conduzindo as aulas e instigando


a aprendizagem, porém, o incentivo à busca por continuar a caminhada valorizados e, mais
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de aquisição de conhecimentos, por meios próprios ou fornecidos por que isso, utilizados
ferramentas do sistema, será constante e permitirá aos alunos ir além de ativamente como
forma mais autônoma. Essa proposta vai ao encontro do primeiro pilar
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forma de constante
do relatório da Unesco para a Educação do Século XXI, que é aprender
a conhecer.
ponto de partida
para a construção de
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Com isso, o ambiente de sala de aula como espaço de aprendizagem


quase único pode ser extrapolado. O trabalho proposto no material leva novos saberes.
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o aprendiz a ver mais sentido no que aprende, a ir além e construir novos


saberes, considerando que sugere pesquisa, aprofundamento, discussão,
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trabalho em grupo e inter-relação de conteúdo com o contexto dos


alunos (provocação).

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Rigor conceitual
Para que o protagonismo e a iniciativa na aquisição de conhecimentos
levem a resultados transformadores na vida dos aprendizes, é fundamental
observar um segundo pilar que se encontra não abaixo do primeiro, mas sim
interligado aos demais pilares. Afinal, de que adiantariam iniciativas tendo
estudantes e professores como protagonistas em busca de conhecimentos
que conceitualmente se mostrem equivocados?
Esse pilar trata da consciência de que há saberes considerados verda-
des esgotadas em questionamentos nas diferentes ciências, mas passíveis
de mudança em virtude de novas pesquisas e descobertas. Até isso ocorrer,
os estudantes precisam dominar as bases conceituais do que se sabe até o
presente; dominar o que seja confiável em termos conceituais de uma ciência
e o que seja especulação ou teoria não experimentada e comprovada, ou
seja, sem rigor conceitual.
Não raro, estudantes veem-se com dificuldades em dominar conteúdos

A
mais avançados em diferentes áreas do conhecimento (como Matemática
e Física), ou para fazer uma reflexão sociológica, por desconhecimento de

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conceitos – elaborados ou vivenciados – que norteiam os pontos de parti-
da dessas ciências. Como discutir aspectos positivos ou negativos de um

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sistema político, como o fascismo, sem antes saber seu significado? E mais,
sem conhecer diferentes conceitos, vindos de diferentes autores, como

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discernir ou quais deles refletem aquele que é o melhor e mais completo?
Como compreender um processo de degradação ambiental, provocado por

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um poluente, sem saber antes o que é poluição? É nessa concepção que o
conhecimento científico se mostra indissociável dos demais e caminha para

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a consolidação deles.
O material É preciso também elencar quais conteúdos são relevantes ao aprendiz.

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didático consistente é Com a quantidade de informações disponíveis, como identificar quais são
fundamenta-se em uma pertinentes e importantes em dado momento e quais não são? É necessário
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estabelecer critérios para isso.
cuidadosa construção
Conteúdos rigorosos, mas de baixa relevância correm o risco de ser
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conceitual e adequação meros exercícios de preciosismo metodológico ou conceitual, dedicando
metodológica. As formas grande esforço à elucidação de questões sem importância pela comunidade.
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e os mecanismos que Respeitando as bases de legislação (Lei de Diretrizes e Bases da


norteiam a realização do Educação, Diretrizes Curriculares Nacionais e demais resoluções), pode-se
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trabalho e a elaboração afirmar que os conteúdos relevantes se enquadram em três grandes critérios:
de suas conclusões são pertinências contextual, global e multidimensional.
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claros, apropriados e Quanto à pertinência contextual, observa-se no SAE grande importância


resistentes ao processo para situar informações e dados a serem estudados nos contextos temporal,
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social, regional, histórico e cultural dos aprendizes. Embora estejamos falando


de crítica franca e aberta. de um contexto rico e amplo, dadas as dimensões de nosso país, há de se
Ele gera conhecimento identificar um senso de equilíbrio para a contextualização ser praticada nas
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confiável. diferentes realidades.


A pertinência global diz respeito à noção do todo que amarra os
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conhecimentos. O exercício da indissociabilidade de diferentes áreas do


conhecimento poderá mostrar aos alunos que a soma de partes leva a um
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conjunto maior, mais complexo e mais rico do que as partes isoladas.


A pertinência multidimensional leva à escolha de conteúdos que
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permitam o diálogo entre os saberes. Há temas envolvendo as Ciências da


Natureza que conversam ativamente com a Filosofia e a Sociologia, assim

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como há temas da área da Matemática que se encontram com a Arte, a
História ou a Geografia.
Saberes múltiplos e complexidade
Os alunos são incentivados a buscar novas conexões entre os objetos
É necessário ter a
aprendidos, atrelando um ou mais conhecimentos de diferentes áreas, sensibilidade de não
revisitando o mundo com nova perspectiva sobre o tema estudado. desqualificar dado saber
Vivenciar essas novas conexões significa compreender a interde- em relação a outro, (seja
pendência dos saberes, bem como desenvolver conhecimento global, por conta de sua origem
amparado por saberes múltiplos e não estanques, passíveis de mudança.
histórica, geográfica,
Os avanços tecnológicos demandam o reconhecimento da comple-
xidade dos fatos. Dessa maneira, necessário mister pensar em modos de
étnica ou cultural).
articulação do conhecimento que coloquem em ressonância problemas Implica recepcionar
provenientes de diversas fontes ligadas à ciência, à filosofia e às artes. vários saberes
Conectar conhecimentos envolvendo História e Filosofia, aplicando- relevantes e interligá-

A
-os, por exemplo, na interpretação de um episódio de natureza política ou los para aprimorar
econômica, com rigor conceitual e clareza de ideias, é uma ação ambiciosa
a compreensão

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para quem aprende e para quem ensina. Junto a essas conexões, busca-se
o exercício da criticidade e de reflexões alinhadas aos diferentes pontos de mundo.

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de vista ligados ao objeto de estudo. Essa dimensão de pensamento com-
plexo permite aos alunos prepararem-se para etapas posteriores de suas

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caminhadas cognitivas e formativas.
Transformação da realidade

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Não menos importantes, são os questionamentos: Quais habilidades

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os alunos desenvolverão em sua caminhada escolar? Sejam quais forem,
devem ser habilidades teóricas, reflexivas, críticas e que param no campo

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do discurso? Elas avançam para a iniciativa concreta, seguindo para a to-
mada de ações que permitam pôr em prática transformadora aquilo que N
aprenderam? SpeedKingz/Shutterstock
Essa é a capacitação para a iniciativa concreta, pela
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busca de ações que levam à mudança da realidade e chegam
à transformação da sociedade.
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Isso se traduz na compreensão de como os alunos,


sendo cidadãos em estado de direito, podem proceder ou se
envolver: a) nas reivindicações junto às instituições, exigindo
O

o cumprimento de direitos por parte do poder público; b)


nas iniciativas da sociedade civil que tiveram sucesso, com
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resultados transformadores do mundo e que inspirem ações


semelhantes; c) nas ações de ONGs ou outras entidades seme-
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lhantes que mostrem resultados pertinentes ao bem comum.


A intenção é formar cidadãos ativos, críticos, autônomos e
comprometidos com a transformação da realidade.
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De forma mais pontual, identificamos objetivos edu-


cacionais e formativos derivados desses quatro princípios,
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que norteiam o SAE Digital desde a Educação Infantil até o


Ensino Médio, constituindo-se no ponto de referência da ação
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educativa em todas as áreas de conhecimento. Destacamos


os seguintes:
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• desenvolver o senso crítico, responsável e construtivo nas diferen-


tes situações sociais, utilizando o diálogo como forma de mediar
conflitos e tomar decisões coletivas;

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• utilizar as diferentes linguagens – verbal, matemática, gráfica,
plástica e corporal – como meio de relacionamento com o mundo;
A ideia é explorar • utilizar diferentes fontes de informação e recursos tecnológicos para
com os alunos como adquirir e elaborar conhecimentos;
fazer engajamento
• questionar a realidade, utilizando, para isso, pensamento lógico,
a uma causa, buscar criatividade, intuição e capacidade de análise crítica;
solução de problemas
• compreender a cidadania como participação social e política, ado-
estudados em ambiente
tando, no dia a dia, atitudes de solidariedade, cooperação e respeito
escolar e que raramente ao outro, a si mesmo e ao meio em que vive, percebendo-se inte-
foi posta em prática. grante, dependente e agente transformador do ambiente;
• desenvolver autoconhecimento e confiança em suas capacidades
afetivas, físicas, cognitivas, éticas, estéticas, de inter-relação pessoal
e inserção social;
Segundo o artigo • conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasi-

A
32 da LDB, o Ensino leiro, bem como aspectos socioculturais, de classe social, de crenças,
Fundamental tem de gênero, de etnia ou outras características individuais e sociais.

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como objetivo:
1) o desenvolvimento 2. Ensino Fundamental

A
da capacidade de O Ensino Fundamental faz parte de um dos níveis da Educação
aprender, tendo como Básica. Desde 2006, passou a ter duração de 9 anos, de acordo com a Lei

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meios básicos o pleno de Diretrizes e Bases da Educação (LDB 9.395/96), em que foram alterados

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domínio da leitura, da os artigos 29, 30, 32 e 87, por meio da Lei Ordinária 11.274/2006.
escrita e do cálculo; O Ensino Fundamental é obrigatório e atende as crianças a partir dos

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6 anos de idade. Está dividido da seguinte forma:
2) a compreensão do • anos finais – do 1.o ao 5.o ano;

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ambiente natural
• anos finais – do 6.o ao 9.o ano.
e social, do sistema N
político, da tecnologia, Além da LDB, o Ensino Fundamental é regido por documentos, como
das artes e dos valo- as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental, o Plano
O
Nacional de Educação de 2014, as resoluções do Conselho Nacional de
res em que se funda-
Educação (CNE) e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que se en-
menta a sociedade;
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contra, em 2016, ainda em processo de finalização.


3) o desenvolvimento da
capacidade de apren-
O

Em atendimento ao exposto nas Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para


dizagem, tendo em a Educação Básica e no Plano Nacional de Educação, a Secretaria de Educação
vista a aquisição de
Ã

Básica do Ministério da Educação apresenta à consulta pública o documento


preliminar à Base Nacional Comum Curricular – BNC. Este documento reúne
conhecimentos e ha- direitos e objetivos de aprendizagem relacionados às quatro áreas do conheci-
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bilidades e a formação mento – Ciências da Natureza, Ciências Humanas, Linguagens e Matemática – e


de atitudes e valores; seus respectivos componentes curriculares para todas as etapas da educação
básica.
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4) o fortalecimento dos
[..]
vínculos de família, dos
laços de solidariedade Em todas as áreas, os objetivos de aprendizagem para as diferentes etapas
P

da educação básica são propostos tendo como referência as características


humana e de tolerância dos estudantes em cada etapa da educação básica, suas experiências e con-
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recíproca em que se textos de atuação na vida social. Foram considerados, ainda, na definição
desses objetivos, os critérios de relevância e pertinência, como expresso nas
assenta a vida
Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica. Esses critérios
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social.

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se materializam, em cada componente curricular, na definição de eixos em
torno dos quais se organizam os objetivos de aprendizagem. Esses eixos têm
a função de articular tanto os componentes de uma mesma área de conheci-
mento quanto as diferentes etapas de escolarização ao longo das quais esse
componente se apresenta. Estar envolvido
[..]
nas práticas sociais
possibilita ampliação
(Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/#/site/conheca das linguagens e
TextosIntrodutorios>. Acesso em: 28 jun. 2016).
domínio cada vez maior
de diferentes padrões
2.1 SAE Digital no Ensino Fundamental
de fala e escrita.
Nos anos finais do Ensino Fundamental, o trabalho escolar deve
instigar nos alunos a curiosidade e o prazer pelas descobertas, além de
promover a aprendizagem das diferentes formas de sistematização das
informações e dos temas trabalhados. Isso porque o conhecimento ad-

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quirido já nos primeiros anos do Ensino Fundamental é essencial para o
desempenho dos alunos nas próximas fases da vida escolar.

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Os conteúdos sistematizados que compõem o Sistema SAE Digital

A
estão relacionados às seguintes áreas de conhecimento:
• Linguagens;

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• Matemática;

O
• Ciências da Natureza;
• Ciências Humanas.

R
2.1.1 Linguagens A postura do

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Para expressar ideias, pensamentos, sentimentos e intenções e es- educador deve ir além da
exposição de conteúdos,
tabelecer relações interpessoais, faz-se necessário o uso da linguagem. É
também pela linguagem que se podem construir os quadros de referências
N
reconhecendo a
culturais – concepções e ideologias, mitos, representações, conhecimento
O
científico e arte.
existência de paradoxos
e convivendo, em
C

A linguagem – oral, escrita, imagética ou corporal – faz parte da ati-


vidade discursiva, ou seja, do ato de falar, de expressar claramente ideias, muitas situações, com o
informações ou sentimentos a alguém. princípio da incerteza.
O

A linguagem possibilita ao homem a apreensão do mundo exterior, Progressivamente,


dando-lhe meios para se posicionar criticamente perante os outros, tor-
compreende-se que o
Ã

nando-o agente transformador. Dessa forma, a linguagem é compreen-


dida como a maior ferramenta da convivência humana, assim como das ideal da verdade, da
N

transformações que a educação busca. Parece difícil alcançar as mudanças neutralidade e da


necessárias para a construção de um mundo melhor sem os saberes pro-
objetividade cede lugar,
venientes da área de linguagem e sua aplicação prática.
IA

Essas são as reflexões das quais partem a seleção e a sistematização


cada vez mais, a uma
do material didático SAE Digital nessa área, que compreende: abordagem que coloca
P

• Língua Portuguesa; o observador como


• Língua Inglesa;
parte integrante do
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processo de construção
• Língua Espanhola;
do conhecimento.
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• Arte;
• Educação Física.

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2.1.2 Matemática
O trabalho desenvolvido em Matemática tem como objetivo a
compreensão e o uso dos conteúdos relevantes na resolução de desafios
e problemas; a busca pelos resultados; a prática de levantar hipóteses e
As propostas de confrontá-las, sem receio de errar.
trabalho partem sempre
do conhecimento prévio [..] A Matemática se faz presente desde cedo e durante toda a vida dos indi-
dos alunos sobre os víduos. O indivíduo está imerso num mundo de números (quantificando, me-
dindo, comparando, realizando cálculos etc.) quando realiza diversas atividades
conteúdos relevantes, do cotidiano: em casa, nas ruas, na escola [..]. Para que ele seja bem-sucedido
confrontando-o nessas atividades é necessário que o indivíduo seja numeralizado. Mas o que
significa ser numeralizado? [..] ser numeralizado significa “ser capaz de pensar
com as explicações sobre e discutir relações numéricas e espaciais utilizando as convenções da
apresentadas no nossa própria cultura” [..]. Ser numeralizado está além de resolver cálculos,
é ter uma boa compreensão e intuição sobre os números, sendo capaz de
espaço escolar. compreender as regras implícitas que envolvem os conceitos matemáticos,

A
utilizando-os nas suas prática cotidianas, nos diversos contextos e em diferentes
sistemas de comunicação e representação.

D
[..]

A
O sentido de número [..] refere-se à habilidade de lidar, de forma flexível e efi-
ciente, com números e quantidades nas situações cotidianas extraescolares. [..]

L
(BATISTA, Rosita Marina Ferreira; SILVA, Juliana Ferreira Gomes da; SPINILLO, Alina Galvão.

O
Os usos e funções dos números e medidas em situações escolares e extraescolares.
Simpósio Internacional de Pesquisa em Educação Matemática. Pernambuco, 2008.)

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Riccardo Piccinini/Shutterstock

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X| GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR

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Com base nessas reflexões, o material SAE Digital apresenta os con-
teúdos relevantes da área de Matemática, relacionados à resolução de
problemas na vida cotidiana e à aplicação desses saberes nos desafios
próprios do mundo escolar. A proposta de trabalho leva em conta a capa-
cidade intelectual, a estruturação do pensamento e o desenvolvimento
do raciocínio lógico dos alunos, reforçando que não há como desassociar
um aspecto do outro.
Dessa forma, o material SAE Digital propõe um trabalho no qual
ensinar e aprender Matemática não se limite a dar respostas, mas sim
a propor investigações, respeitar as ideias e o conhecimento prévio de
cada aluno, possibilitando o desenvolvimento da vontade de estudar os
conteúdos da área.

2.1.3 Ciências Humanas


A área das Ciências Humanas tem um objetivo maior, que é ampliar

A
a compreensão dos alunos sobre sua realidade e a das pessoas em outros
espaços e outros períodos.

D
Para tanto, essa área trabalha com a consciência de que os alunos
são agentes transformadores do seu momento histórico, do seu espaço

A
geográfico, e fazendo constantes reflexões sobre os acontecimentos na
sociedade em que vivem. Dessa forma, podem fazer escolhas e estabelecer

L
critérios para orientar suas ações de maneira mais consciente e propositiva.
No material SAE Digital, as Ciências Humanas compreendem:

O
• Geografia;

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• História;
• Filosofia.

T
• A Geografia estuda as relações entre o processo histórico que regula
a formação das sociedades humanas e o funcionamento da natureza,
por meio da leitura do espaço geográfico e da paisagem.
N
O
A História estuda os acontecimentos produzidos pelas pessoas de
diferentes lugares ao longo do tempo, proporcionando aos alunos condi-
C

ções para se compreenderem como sujeitos históricos.


A Filosofia desenvolve nos alunos a capacidade de pensar, o espírito
crítico e o gosto pela busca do conhecimento e dos saberes elaborados
O

por diferentes filósofos em períodos e locais diversos.


Ã

2.1.4 Ciências da Natureza


N

O ensino de Ciências da Natureza possibilita que diferentes explica-


ções sobre o mundo, as transformações produzidas pelo homem e os fe-
nômenos da natureza possam ser expostas, comparados e compreendidos. Explorar o
IA

O trabalho nessa área permite que o conhecimento prévio dos alunos seja conhecimento sobre
explorado e contraposto com diferentes explicações, de forma crítica, ques-
tionadora, investigativa e reflexiva. As propostas de reflexão desenvolvem como a natureza se
P

a percepção dos limites de cada conceito e a explicação dos modelos cien- comporta e a vida se
tíficos, favorecendo a construção da autonomia de pensamentos e ações. processa contribui
Ó

São características gerais do trabalho escolar com as Ciências da para o aluno orientar
Natureza: a) buscar a compreensão dos fenômenos da natureza; b) gerar
C

suas ações de forma


representações do mundo; c) descobrir e explicar fenômenos naturais; d)
organizar e sintetizar o conhecimento científico em teorias.
consciente.

GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR | XI

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3. Conheça o material – SAE Digital
3.1 Impressos
O material de cada ano está organizado em quatro volumes. Os alu-
nos recebem por bimestre um livro contendo todas as disciplinas: Língua
Portuguesa, Matemática, História, Geografia, Ciências (no 9.ο ano, Física,
Química e Biologia), Língua Inglesa, Arte e Filosofia. Além dessas, a disci-
plina Língua Espanhola, para todos os anos, é oferecida separadamente.
3.1.1 Livros – aluno
As disciplinas recebem um “tratamento” especial: são organizadas
em unidades, e estas, em capítulos.
As aberturas dos capítulos funcionam como uma provocação para os
alunos, que são convidados a apresentarem o que já sabem sobre o tema,
relacionando esse saber à leitura de imagens.

A
Em seguida, o material conduz os alunos por um caminho de leituras,
debates, relação de atividades individuais e coletivas, produções de textos

D
e experimentos. A intenção é ampliar e aprofundar conhecimentos ou, em
algumas situações, confrontar saberes e elaborar outros.

A
Em Matemática, no final de cada capítulo, após a seção “Atividades”, há
um conjunto extra de exercícios relacionados ao conteúdo trabalhado. Por

L
bimestre, esse conjunto ocupa de 12 a 16 páginas do livro de Matemática.

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XII | GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR

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As aberturas de capítulos, os conteúdos e as atividades apresentadas
estão inseridos em um projeto gráfico e pedagógico com identidade de-
finida, respeitando as necessidades de cada ano escolar. Em razão disso,
para cada ano o material tem especificidades, como tamanho de letra
diferenciado, espaço adequado por faixa etária (para o aluno registrar
sua produção), desafios cognitivos que se intensificam ano a ano, entre
outros. Essa preocupação tem como base a ideia de que, se os alunos que
frequentam o Ensino Fundamental passam por transformações ao longo
dos anos, o material tem que acompanhá-los nesse movimento.
As unidades e os capítulos programados para cada bimestre, por
disciplinas, buscam se adequar ao trabalho realizado em dez semanas de
aula, com a seguinte sugestão de distribuição:
Distribuição das aulas por disciplina
Disciplina Aulas por semana Total de aulas no bimestre
Matemática 5 50

A
Língua Portuguesa 5 50
Geografia 3 30

D
História 3 30
Ciências 3 30

A
Química (9º ano) 1 10
Física (9º ano) 1 10

L
Biologia (9º ano) 1 10

O
Artes 1 10
Língua Inglesa 2 20

R
Filosofia 1 10
Educação Física 2 20

T
Língua Espanhola 1 10

3.1.2 Livros – professor


N
O material para o professor apresenta uma organização especial,
O
também com um livro por bimestre e por disciplina.
No livro do 1.° bimestre, são expostas:
C

•• apresentação dos princípios pedagógicos do material;


•• proposta de trabalho pedagógico por disciplina;
O

•• explicação das seções do livro do professor;


•• programação anual dos conteúdos (unidades, capítulos, conteúdos
Ã

descritos, número de aulas);


O miolo do livro do professor apresenta o livro do aluno, de forma
N

reduzida. No entorno do livro do aluno, há os encaminhamentos pedagó-


gicos propostos ao professor, organizados nas seguintes seções:
IA

•• objetivos do capítulo – sempre no início de cada capítulo, deter-


minam as metas a serem alcançadas, relacionadas ao conteúdo
abordado e à expectativa de aprendizagem por parte dos alunos.
P

•• encaminhamento metodológico – orientações sugeridas, sejam em


relação ao conteúdo, ao procedimento ou à atitude para desenvolver
Ó

o trabalho;
•• dicas para ampliar o trabalho – indicações de filmes e sites, sinopses
C

e pequenos textos;
•• sugestão de atividade – indicações de tarefas para serem realizadas
em sala e aula;.

GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR | XIII

51789_MIOLO_EF17_8_GEO_L1_LP.indb 13 03/10/2016 10:43:31


• interação – nas áreas de Matemática, Ciências da Natureza e
Geografia, são apresentadas sugestões de trabalho com os livros
AIS
S PESSO Astronomia e Robótica; em Artes, são apresentadas sugestões de
DA D O
Nome:
trabalho com o livro Cultura musical.
Turma:

Pai: • resposta – gabaritos e sugestões de resposta às atividades propostas.


Mãe:
ato:

3.1.3 Agenda escolar


ra cont
ne pa
Telefo

ões:
informaç
Outras
Os alunos recebem uma agenda escolar anual no início do ano letivo.
Ela tem algumas funções importantes no contexto escolar:
Janeiro • ser um veículo de comunicação entre família e escola;
1 Dom
• ser o local de anotações diárias, por parte dos alunos, de trabalhos,
tarefas e acordos feitos em sala de aula;
A agenda escolar apresenta espaços destinados à:
• inserção dos dados pessoais do aluno;

A
Janeiro
2 Seg
• apresentação do calendário dos anos corrente e posterior;

D
• inserção do calendário escolar próprio;
• organização, por parte do aluno, de seu horário semanal de ativida-

A
des escolares e extraescolares;

L
• inserção de documento com a apresentação do regimento escolar
próprio;

O
• apresentação do Hino Nacional Brasileiro;

R
• realização de anotações diárias de alunos, pais e professores. é
destinada uma página para cada dia do ano.

T
3.2 Digital N
A experiência com os materiais didáticos do SAE Digital vai além
O
do material impresso.
Alunos e professores contam com uma versão digital dos livros,
C

disponível para lousa digital, computadores, tablets e smartphones,


na qual estão inseridos os objetos digitais. Também há atividades
propostas na Plataforma de Aprendizagem Adaptativa, na Plataforma
O

Literária e no Portal. Por fim, CDs com áudio em inglês e espanhol


acompanham os materiais.
Ã

Conheça a seguir cada um desses materiais.


N

3.2.1 Livros Digitais e objetos de aprendizagem


digital – aluno
Essa ferramenta inovadora permite visualizar animações, ampliar
IA

imagens, acompanhar slides e fixar o conteúdo por meio de diversos


exercícios. Ao todo, são 14 formas de interação disponíveis para auxiliar
P

o trabalho do professor e tornar o aprendizado mais dinâmico, sendo um


complemento para a sala de aula e para os estudos em casa. Depois de
Ó

baixados, os recursos podem ser utilizados off-line, não sendo necessária


conexão à internet.
C

XIV | GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR

51789_MIOLO_EF17_8_GEO_L1_LP.indb 14 03/10/2016 10:43:39


Nos livros impressos, um ícone com o código RA (Realidade
Aumentada) permite a visualização dos objetos digitais.
Para o ensino Ensino Fundamental – Anos Finais, são 1 260 objetos digitais
distribuídos ao longo do ano.
Eles estão disponíveis do 6.º ao 9.º ano para as disciplinas de Língua
Portuguesa, Matemática, História, Geografia, Ciências, Química, Física,
Biologia, Língua Inglesa, Arte, Filosofia, Educação Física e Língua Espanhola.
Apresentam a seguinte organização:
Objetos Digitais por capítulo
Disciplina

Língua Portuguesa 2 2 2 2

Matemática 2 2 2 2

História 2 2 2 2

A
Geografia 2 2 2 2

Ciências 2 2 2 2

D
Química 2 2 2 2

A
Física 2 2 2 2

Biologia 2 2 2 2

L
Língua Inglesa 2 2 2 2

O
Arte 2 2 2 2

R
Filosofia 1 1 1 1

Língua espanhola 1 1 1 1

T
Educação Física* 1* 1* 1* 1*

* Em Educação Física, há um Objeto Digital por bimestre


N
3.2.2 Livros Digitais e objetos de aprendizagem digital
O
– professor
C

O livro digital do professor apresenta o mesmo conteúdo do


livro digital do aluno, acrescido de orientações metodológicas. Estas
referem-se ao livro impresso quanto aos objetos digitais.
O

As orientações metodológicas para os objetos digitais referem-


-se ao conteúdo da disciplina e à forma do próprio objeto. Além
Ã

disso, oferece sugestões de como ampliar o trabalho com a atividade


proposta no objeto digital.
N

3.2.3 Plataforma de Aprendizagem Adaptativa


Essa ferramenta oferece questões e videoaulas prontas para os
IA

professores escolherem e utilizarem como apoio às suas aulas.


Trata-se de um ambiente virtual de estudos que transforma a
P

casa do aluno em uma extensão da sala de aula.


Esse espaço possibilitando ao estudante acompanhar videoaulas
Ó

de conteúdos ministrados em sala de aula e testar seus conhecimentos


por meio de questões vinculadas ao assunto que está sendo estudado.
C

O sistema permite que professor, coordenador e pais, além do próprio


aluno, acompanhem toda a evolução da aprendizagem.

GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR | XV

51789_MIOLO_EF17_8_GEO_L1_LP.indb 15 03/10/2016 10:43:40


Para o Ensino Fundamental – Anos Finais, são em média 150 videoau-
las inseridas por bimestre, divididas entre todas as disciplinas, na plataforma
digital, totalizando 600 por ano. Por bimestre, são cerca de 5 mil questões,
também divididas entre as disciplinas, vinculadas ao ambiente digital.
Para os anos finais, a Plataforma de Aprendizagem Adaptativa é ofe-
recida em todos os bimestres, para todas as disciplinas.
3.2.4 Portal SAE Digital
O Portal SAE Digital é um ambiente virtual desenvolvido para
ampliar a possibilidade de interação e troca de informação entre
educadores e escola.
São várias ferramentas de interação e conteúdo pedagógico
disponibilizadas em diferentes formatos e linguagens, entre eles:

Áudio para download e

A
acompanhamento das
Banco de provas.
aulas de Língua Inglesa
e Língua Espanhola.

D
A
Conteúdos programáticos. Material do professor.

L
Planejamento da

O
Videoaulas.
plataforma literária.

R
O portal também apresenta um ambiente de notícias educa-
cionais atualizadas constantemente. O objetivo é deixar educado-

T
res, alunos e pais sempre atualizados das mudanças que estão ocorrendo
e afetam, direta ou indiretamente, o aprendizado dos alunos.
N
4. Interações
O
4.1 Paradidáticos
C

Os materiais paradidáticos do SAE Digital atuam de forma a comple-


mentar o estudo das disciplinas. Dessa maneira, são concebidos privilegiar
O

a utilização de aspectos mais lúdicos.


Esses materiais não fazem parte do kit do SAE Digital. Se a escola julgá-
Ã

-los interessantes, devem ser adquiridos separadamente. Eles apresentam


conteúdos sobre astronomia, robótica e cultura musical.
N

Astronomia
O material Astronomia apresenta os principais conceitos referentes a
esse tema e suas aplicações, desde a Antiguidade até os dias atuais. Destaca
IA

as invenções impulsionadas pelo estudo da astronomia, bem como seu


funcionamento e sua utilização ligada a outras áreas.
P

Pode ser utilizado em diversos anos do Ensino Fundamental – Anos


Finais, pois os conceitos relativos à astronomia nele apresentados se rela-
Ó

cionam com os temas trabalhados nas disciplinas de Ciências, Geografia


e Física.
C

Composição do material:
• 10 fascículos impressos;
• 10 vídeos didáticos para aplicação com os alunos.

XVI | GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR

51789_MIOLO_EF17_8_GEO_L1_LP.indb 16 03/10/2016 10:43:43


Robótica
Utilizando exemplos do cotidiano, o material Robótica apre-
senta conceitos de física que possibilitam visualizar sua utilização e
importância na construção de máquinas e instrumentos com as mais
variadas funções. Revela, também, a questão histórica e a necessidade
que gerou a criação dessa ciência.
Pode ser utilizado em diversos anos do Ensino Fundamental – Anos
Finais, pois os conceitos relativos à Física nele apresentados se relacionam
com os temas trabalhados na disciplina Ciências.
Composição do material:
• 10 fascículos impressos;
• 10 vídeos didáticos para aplicação com os alunos.

Cultura Musical

A
O material Cultura Musical apresenta uma viagem pelo mundo da
música, delineando esse caminho desde o estímulo mais primário: o som.

D
Também são amplamente explorados temas como a percepção do som em
nosso dia a dia, sua absorção pelo organismo e sua devolução ao ambiente,

A
a história da música desde suas primeiras manifestações, a evolução dos
instrumentos musicais, os diferentes estilos e gêneros etc.

L
Esse material pode ser utilizado em diversos anos do Ensino

O
Fundamental – Anos Finais, pois os conceitos relativos à música
nele apresentados se relacionam com os temas trabalhados na

R
disciplina Arte.
Composição do material:

T
• 10 fascículos impressos;
• 3 CDs contendo trechos de músicas que exemplificam
o conteúdo estudado nos fascículos;
N
O
• 10 vídeos didáticos para aplicação com os alunos.
C
O
Ã
N
IA
P
Ó
C

GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR | XVII

51789_MIOLO_EF17_8_GEO_L1_LP.indb 17 03/10/2016 10:43:48


5. Pressupostos teórico-metodológicos –
iQoncept/Shutterstock

Geografia – anos finais do Ensino Fundamental


A concepção atual da ciência geográfica possibilita aos alunos a
compreensão de sua posição no conjunto das relações entre sociedade
e natureza: o como e o porquê das ações humanas e as consequências
desse relacionamento. Esse conjunto de relações se concretiza no
espaço geográfico, que é assim construído pelo trabalho humano ao
longo da história. Cabe à geografia o papel de explicar e compreender
o mundo por meio da leitura crítica desse espaço.
Tais considerações devem ser respeitadas pelo professor que
deseja transmitir aos alunos a perspectiva de uma forma de conheci-
mento na qual o indivíduo não se situe “do lado de fora” dos espaços
embasados pelos conhecimentos geográficos, mas sim seja agente
ativo e dinâmico de sua constituição.

A
Para o desenvolvimento dessa geografia, consideram-se os se-
guintes pressupostos:

D
•• a geografia estuda o espaço nas suas relações sociais e culturais,
por meio das quais os seres humanos se apropriam da natureza;

A
•• a análise do espaço deve enfatizar sempre, além do estudo des-

L
critivo, a dinâmica das transformações físicas e sociais, para que
o espaço não seja considerado elemento estático;

O
•• não se devem separar os fenômenos físicos dos humanos;

R
•• os estudos devem ser voltados para a análise das relações mun-
diais, uma vez que os lugares não se explicam por si mesmos;

T
•• a simples memorização de conceitos deve ceder lugar à identi-
ficação e à compreensão das relações sociais determinantes de
N
um espaço.
O
Maciej Bledowski/Shutterstock
Esses pressupostos devem permear diferentes situações de sala
de aula, como as que seguem:
C

•• ter como referência o saber que os alunos elaboram no seu dia


a dia e propiciar o estabelecimento de relações entre esse saber
e o que será aprendido;
O

•• conduzir os alunos a uma aprendizagem significativa, que só


Ã

se torna possível quando eles se defrontam com situações que


exijam investigação e trabalho;
N

•• tornar a apropriação do conhecimento um processo dinâmico a


ser construído na interação de sujeitos entre si, e entre estes e o
objeto de estudo;
IA

•• trabalhar a observação – os alunos como agentes do seu proces-


so de aprendizagem e o professor como mediador/articulador;
P

•• sistematizar os conteúdos com base nas observações dos alunos;


Ó

•• incentivar a pesquisa, tanto sobre o espaço vivenciado pelos


alunos quanto sobre os demais espaços do mundo.
C

XVIII | GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR

51789_MIOLO_EF17_8_GEO_L1_LP.indb 18 03/10/2016 10:43:53


Desse modo, optou-se por estruturar a disciplina em unidades rangizzz/Shutterstock

temáticas, para que os alunos não se deparem com informações isoladas


e desconectadas de uma preocupação metodológica. Para que isso
ocorra, o professor deverá valorizar as realidades concretas dos alunos
por meio de problematizações que conduzam a uma abordagem teórica
que se fará natural e mais compreensível.
Chega-se, dessa maneira, a uma geografia não apenas centrada
na descrição empírica das paisagens, tampouco pautada exclusiva-
mente na interpretação política e econômica do mundo, mas sim uma
Geografia que trabalhe tanto as relações socioculturais da paisagem
como os elementos físicos e biológicos que dela fazem parte.

Objetivos gerais
Espera-se que os alunos sejam capazes de:
•• identificar, analisar e avaliar o impacto das transformações natu-

A
rais, sociais, econômicas, culturais e políticas no seu lugar-mundo;

D
•• comparar e sintetizar as relações e transformações que tornam
concreta a realidade;

A
•• reconhecer nas formas concretas do espaço geográfico atual a
sua essência, ou seja, os seus processos históricos, construídos

L
em diferentes tempos;

O
•• identificar os processos contemporâneos, ou seja, o conjunto
de práticas dos diversos agentes que resultam em profundas

R
mudanças na organização e no conteúdo do espaço;
•• analisar e comparar as relações entre preservação e degradação

T
da vida no planeta;
•• conhecer os fenômenos culturais, econômicos, tecnológicos e
N
políticos que incidem sobre a natureza nas diferentes escalas:
O
local, regional, nacional e global.
C

Alexander Kirch/Shutterstock
O
Ã
N
IA
P
Ó
C

GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR | XIX

51789_MIOLO_EF17_8_GEO_L1_LP.indb 19 03/10/2016 10:43:56


6. Programação anual de conteúdos

Ano Livro Unidades Capítulos  Conteúdos Aulas

••Divisão continental
1. Divisão geográfica
••Divisão histórica dos continentes 4
e histórica
••Os oceanos
1. Diferentes formas
de dividir o mundo ••Espaço geográfico mundial
2. Regionalização ••Capitalismo e Socialismo
6
mundial ••Primeiro, segundo e terceiro mundo
••Mundo bipolar
1.º Bimestre

••Nascimento da Divisão Internacional do Trabalho


••A Primeira, a Segunda e a Nova Divisão
1. Divisão internacional
internacional do Trabalho 7
do Trabalho
••Divisão Internacional do Trabalho:
Modernidade e Colonialidade
2. Economia mundial ••Indicadores socioeconômicos
2. Diferenças sociais
••PNB, PIB, renda per capita e IDH 7
e econômicas
••Espaço globalizado

A
••Definição de Blocos Econômicos
3. Blocos econômicos ••Principais Blocos Econômicos 6
••Outros Blocos Econômicos

D
••Relevo e geologia da América Anglo-Saxônica
1. Relevo e hidrografia 7

A
3. América Anglo- ••Hidrografia da América Anglo-Saxônica
Saxônica: aspectos
físicos ••Clima da América Anglo-Saxônica

L
2. Clima e vegetação 7
••Vegetação da América Anglo-Saxônica
2.º Bimestre

O
••Diversidade regional
1. Formação territorial ••Indicadores sociais
8
4. América Anglo- e populacional ••Separatismo de Quebec

R
Saxônica: aspectos ••Questão étnica nos Estados Unidos
8.° Ano - Geografia

socioeconômicos ••Complexo industrial

T
2. Economia ••Áreas agrícolas especializadas 8
••Relações econômicas da América Anglo-Saxônica

1. Relevo e hidrografia
N
••Relevo da América Latina
••Hidrografia da América Latina
7
5. América Latina:
O
aspectos físicos
••Clima da América Latina
2. Clima e vegetação 7
3.º Bimestre

••Vegetação da América Latina


C

••Colonização e povoamento
1. Formação territorial
••Indicadores demográficos 8
6. América Latina: e populacional
••Urbanização
O

aspectos
socioeconômicos ••Diversidade econômica
2. Economia ••Industrialização tardia 8
Ã

••Produção de gêneros primários

••Relevo africano
N

1. Relevo e hidrografia 6
••Hidrografia africana
7. África: aspectos físicos
••Clima africano
2. Clima e vegetação 6
IA

••Vegetação africana

••Aspectos demográficos
1. População ••Condições de vida da população 6
4.º Bimestre

••As duas Áfricas


••Dependência econômica
Ó

2. Economia ••Atividades agrárias 6


8. África: aspectos ••Regionalização africana
socioeconômicos
C

••Somália
••Congo
••Ruanda
3. Contrastes e conflitos 6
••Sudão
••Questão islâmica
••Primavera árabe

XX | GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR

51789_MIOLO_EF17_8_GEO_L1_LP.indb 20 03/10/2016 10:43:56


SAE DIGITAL S/A

A
D
A
L
O
R
T
N
O
C
O
Ã
N
IA
P
Ó

SAE DIGITAL S/A 8.° ANO – LIVRO 1


Curitiba ENSINO FUNDAMENTAL II
C

2017

GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR |A

51789_MIOLO_EF17_8_GEO_L1_LP.indb 1 03/10/2016 10:43:59


© 2017 – SAE DIGITAL S/A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do
detentor dos direitos autorais.

FICHA CATALOGRÁFICA
S132

SAE, 8. ano : Ensino Fundamental: 8. ano : livro 1 / SAE DIGITAL S/A. - 1. ed. - Curitiba,
PR : SAE DIGITAL S/A, 2017. 

430 p. : il. ; 28 cm.               

ISBN 978-85-93035-63-0

1. Estudo e ensino (Ensino Fundamental). I. Sistema de Apoio ao Ensino. II. Título.

CDD: 372
  CDU: 373

A
D
A
Créditos capa: SPL DC/Latinstock / iurii/Shutterstock

L
O
Disciplinas Autores

R
Língua Portuguesa Fátima Maria de Santana
Regina Portela

T
Matemática José Wilson Cardoso
Márcia Martins Romeira Sakai
N
História Camila Castro de Souza
Lilian Costa Castex
O
Geografia Cilé T. T. Ogg
Gustavo Felipe Olesko
C

Ciências Iris Stern


Inglês Katherine Scott Schneider
Arte Isis Moura Tavares
O

Filosofia Damião Janiedson de Lima


Ã
N
IA
P

Todos os direitos reservados.


Ó

Produção
SAE DIGITAL S/A.
R. João Domachoski, 5. CEP: 81200-150
C

Mossunguê – Curitiba – PR
0800 725 9797 | Site: sae.digital

B| GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR

51789_MIOLO_EF17_8_GEO_L1_LP.indb 2 03/10/2016 10:44:01


A
D
A
L
O
R
T
N
SUMÁRIO GERAL
O
C

POR
O

MAT
Ã

HIS
N

GEO
IA

CIE
ING
P

ART
Ó
C

FIL

GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR |C

51789_MIOLO_EF17_8_GEO_L1_LP.indb 3 03/10/2016 10:44:03


LIVRO PLATAFORMA
ADAPTATIVA
DIGITAL

REALIDADE
AUMENTADA

Mensagens

Alice
E aí, já viram o livro digital? Como eu acesso???

A
Caê

D
É fácil. Entre em ava.portalsae.com.br

A
Alice
Ok. É só inserir o login e a senha fornecidos pela escola ?

L
Isa
Isso isso! Agora, você deve clicar em seu nome em azul e ir

O
para Livro Digital . Entre lá e instale o livro.

R
Artur
É maneiro! Tem objetos digitais em todos os capítulos.
Tem jogos, exercícios interativos , vídeos , animações...

T
Rosa
Legal! E tem RA no livro! Uau!!!
N
O
Chico
Como assim? Quero ver!!!!! Como faço??
C

Alice
Pegue o livro impresso e veja que em algumas páginas tem
O

um ícone . Ele indica que tem uma realidade aumentada.


Ã

Chico
Achei o ícone. Mas como faço ele funcionar?
N

Isa
Você tem que entrar nas lojas virtuais ( Play Store ou App Store )
para baixar o aplicativo SAE RA no smartphone ou tablet.
IA

Caê
Depois, é só acessar o aplicativo e direcionar o celular ou
P

o tablet para a página que tem o ícone.


Ó

Enviar
C

D| GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR

51789_MIOLO_EF17_8_GEO_L1_LP.indb 4 03/10/2016 10:44:22


Mensagens

Chico
Só isso? Aí já vejo a RA ?

Caê
Sim...

Caê

A
E para acessar a Plataforma de Aprendizagem Adaptativa
é o mesmo caminho!

D
Artur
O que é essa Plataforma??

A
Rosa

L
São questões presentes em um ambiente virtual e que
podemos fazer em casa, mas é preciso esperar o professor

O
avisar que elas estão disponíveis.

R
Caê
E tem vídeos sobre o conteúdo também. Vocês sabiam?

T
Se a gente errar as respostas, o vídeo abre com uma aula
particular sobre o conteúdo.
N
Alice
Noooooooossa!! Onde vejo isso?
O
C

Isa
Entre em ava.portalsae.com.br e escreva seu login e senha.
O

Artur
Ei, mas é igual ao caminho dos objetos digitais?
Ã

Isa
Isso mesmo! Só que agora você deve clicar em
N

uma disciplina e acessar o conteúdo.

Chico
IA
P

Enviar
Ó
C

GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR |E

51789_MIOLO_EF17_8_GEO_L1_LP.indb 5 03/10/2016 10:44:26


Conheça as seções, boxes e ícones do seu livro.
DISCIPLINA E AÇÃO
CONEXÃO
Esta seção propõe atividades investigativas e motivadoras
para você resolver individualmente. Este é um espaço que
apresenta texto e exercícios
que fazem a articulação entre
diversos conteúdos.

INTERAÇÃO
EM TEMPO
Quando aparecer esta seção, será proposto um trabalho em
grupo, como debate, pesquisa e elaboração de painel. É o momento de recordar uma
ideia ou fórmula já estudada.
Pode apresentar também
uma explicação ou significado

A
de um termo ou conteúdo
COMO F
FAZER apresentado no texto.

D
Esta seção aparece quando há necessidade de explicar os

A
procedimentos para realização de uma atividade.
PARA IR ALÉM

L
Aqui você encontra dicas
de leitura, músicas e/ou

O
A
ATIVIDADES vídeos para aprofundar seu
conhecimento.

R
Geralmente esta seção está no final de cada capítulo.
Seu objetivo é levá-lo a rever os conteúdos estudados.

T
PARA SABER MAIS
N Indica o momento de
DE OLHO
HO NA PROV
PROVA aprofundar ou ampliar algum
O
aspecto do conteúdo que você
É uma seção exclusiva para o 9.º ano e apresenta questões está estudando no capítulo.
C

de provas para auxiliar você a ingressar no Ensino Médio.


O

COLOCANDO EM PRÁTICA Quando aparecer este ícone, será a


Ã

hora de exercitar a oralidade com


É um espaço que apresenta exercícios os colegas de turma.
resolvidos para você compreender a
N

sua sistematização.
Este ícone indica que é o momento
IA

para ouvir os CDs de língua


DISCIPLINA E TECNOLOGIA estrangeira.
P

É um espaço que apresenta relações


entre o conteúdo que você está
Ó

estudando e as tecnologias referentes Este ícone indica que há uma


a ele. realidade aumentada que pode ser
C

acessada com o celular ou tablet.

F| GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR

51789_MIOLO_EF17_8_GEO_L1_LP.indb 6 03/10/2016 10:44:32


Geografia 8.
Livro 1 ano
Unidade 1 | Diferentes formas de dividir o mundo

Sumário
Capítulo 1 | Divisão geográfica e histórica . . . . . . . . 208
Capítulo 2 | Regionalização mundial . . . . . . . . . . . . . . 216
Unidade 2 | Economia mundial
Capítulo 1 | Divisão Internacional do Trabalho . . . . . 228
Capítulo 2 | Diferenças sociais e econômicas . . . . . . 237
Capítulo 3 | Blocos econômicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 249

A
D
A
L
O
R
T
N
O
C
O
Ã
N
IA
P

Nejron Photo/Shutterstock
Ó
C

GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR | 207

51789_MIOLO_EF17_8_GEO_L1_LP.indb 207 03/10/2016 10:44:35


Objetivos do capítulo
• compreender como as
ocorreu a formação e s formundo
rent o m

1
dos continentes; Difedividir

E
de

DA D
• analisar as divisões

UN I
continentais;
• analisar a divisão histórica
dos continentes;
• analisar a divisão
dos oceanos.

Encaminhamento

IndianSummer/Shutterstock
metodológico
Converse com os alunos
sobre o fato de todas as partes

A
do planeta serem espaços geo-
gráficos, inclusive os oceanos.

D
Neles há as rotas de navios e
fluxo de mercadorias, as plata-

A
formas de petróleo e os portos.

L
Importante ressaltar
aos alunos sobre a realidade

O
vivida pelas pessoas na Idade
Moderna. O mundo era apenas

R
o que elas conheciam e não
tinham ideia sobre a exten-

T
são do planeta nem sobre a
existência de pessoas vivendo N
em outros lugares. Portanto,
os primeiros descobrimentos
O
geraram uma surpresa muito
grande. Contudo, como foram
1. Divisão geográfica e histórica
C

os europeus que chegaram a


outras terras, deu-se a eles o O espaço geográfico mundial é complexo e diverso. Ele é formado por natureza e sociedade,
ambas representando diversas partes do globo. Constituído em sua maior parte por água, ele
nome de “descobridores”, mas
O

todo é permeado por relações humanas e naturais.

EF17_8_GEO_L1_U1_01.indd
é interessante perguntar aos Lembre que o espaço geográfico é formado por elementos fixos e outros que se alteram.
alunos: quem descobriu quem?
Ã

Existe alguma parte do planeta que não é espaço geográfico? Ao observar a imagem você con-
Convém ressaltar que os segue identificar vários continentes, não é? Mas será que eles foram sempre conhecidos pelas
pessoas?
N

novos continentes descober-


tos já estavam ocupados há GEOGRAFIA
muitos anos por milhares de
IA

povos indígenas, e estes são,


muitas vezes, ignorados como
os verdadeiros descobridores.
P
Ó
C

208 | GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR

51789_MIOLO_EF17_8_GEO_L1_LP.indb 208 03/10/2016 10:44:50


ao Novo Mundo pôs os
europeus em contato com
novos produtos, novos
Divisão continental hábitos e novas necessida-
des. A incorporação dessas
Até o final do século XV, poucos eram os povos que conheciam as populações de outros regiões à esfera de influên-
continentes. A maioria das pessoas vivia restrita à escala do lugar. Até o evento das Grandes
cia da Europa teve grande
Navegações, ninguém conhecia o espaço geográfico planetário como conhecemos hoje.
A partir de então, com as descobertas de novas terras e mares por parte dos europeus e
importância econômica,
da mundialização capitalista que se iniciava, novos espaços foram incorporados às economias política e estratégica.
europeias. O mundo passou a ser mais conhecido, explorado e mapeado economicamente e [...]”
culturalmente.
Os mapas passaram a representar áreas cada vez maiores do planeta até serem capazes de A Europa, ou parte
representar o globo terrestre como um todo. Surgia o planisfério. dela, foi beneficiária no pro-
cesso [...]. Os bônus foram

Triff/Shutterstock
variados: a consolidação
de Estados nacionais, de
dinastias, de casas e grupos

A
comerciais, ligados quase
sempre a produtos oriundos

D
das colônias, como o açúcar
de cana; de uma nova classe

A
social vinculada ao início
e ao desenvolvimento da

L
industrialização; e de um so-
fisticado sistema bancário –

O
tudo com base nas relações
ultramarinas.

R
[...]
(Disponível em: <www.

T
revistadehistoria.com.br/
secao/capa/homem-a-vista>.
N Acesso em: 15 ago. 2016.)

| Mapa-múndi de 1752.
O
Observe o mapa: será que todos os continentes eram conhecidos naquela época?
C

PARA IR ALÉM
1492 – A Conquista do Paraíso (1492: Conquest of Paradise).
O

Direção de Ridley Scott. Estados Unidos da América: Paramount


EF17_8_GEO_L1_U1_01.indd

EF17_8_GEO_L1_U1_01.indd

Pictures. 1992.
O filme conta a história de Cristóvão Colombo, famoso nave-
Ã

gador genovês que descobriu o continente americano. Esse foi um


acontecimento marcante do período das Grandes Navegações.
N

GEOGRAFIA | 209
IA

Dicas para ampliar o trabalho


P

Podemos dizer que a “descoberta” dos novos continentes foi um marco na história da
humanidade, pois promoveu grandes mudanças econômicas, sociais e culturais. O texto a
Ó

seguir, de Rodrigo Elias, mostra algumas características da importância de tal fato, podendo
ser apresentado para a turma a fim de complementar os estudos.
C

“Homem à vista
Quando o espanhol Rodrigo de Triana, marinheiro a bordo da caravela Pinta, avistou as
Bahamas às duas horas da manhã do dia 12 de outubro de 1492, estava dando início àquela
que provavelmente foi a maior transformação já ocorrida no globo. A chegada das caravelas

GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR | 209

51789_MIOLO_EF17_8_GEO_L1_LP.indb 209 03/10/2016 10:44:52


Encaminhamento
metodológico
Não existe uma definição
exata que diferencie continen- Continente
te de ilha, afinal, ambos são Continente é uma grande extensão de terras emersas limitada pelas águas de mares e
cercados por água. Para ajudar, oceanos. A distinção entre continente e ilha baseia-se na extensão. Por exemplo, a Oceania é
formada por uma enorme ilha; a Austrália, juntamente a outras ilhas menores, formam o menor
podemos dizer que continente
dos continentes.
é um conjunto de países, mas Embora bastante utilizada, a divisão em continentes apresenta algumas confusões. A Europa,
nesse caso não se aplicaria à por exemplo, sempre foi considerada um continente, embora esteja ligada à Ásia, como se fosse
Antártida. Outra característica uma península.
para ajudar na definição seria Dessa forma, alguns autores, levando em conta apenas os aspectos físicos, preferem falar
a de uma extensa massa de em Eurásia, e não em continente europeu ou asiático. No entanto, sob o ponto de vista étnico-
-cultural, a divisão Europa/Ásia existe, pois a maior parte da população europeia difere em suas
terra que pode ser percor- características físicas e culturais da população asiática.
rida sem encontrar o mar. Em geral, podemos dividir o mundo em seis continentes: América, Ásia, Europa, África,
Almeja-se que os alunos Oceania e Antártida. Observe-os no planisfério a seguir.
apresentem as inúmeras dife-

SAE DIGITAL S/A

A
renças entre os continentes e
percebam como o mundo é

D
complexo e diverso. Espera-se
que o grupo que pesquisará

A
a Antártida informe sobre o
acordo que limita as disputas

L
territoriais no continente.

O
R
T ¬
N

0
N
1:206 000 000
2 060 4 120 km
O

S
L
O
INTERAÇÃO
C

Que tal montar um painel com características físicas e culturais desses continentes?
O

Para isso, a turma deve ser organizada em seis grupos, responsáveis por pesquisar caracte-

EF17_8_GEO_L1_U1_01.indd
rísticas físicas e culturais de cada um dos continentes.
Depois da pesquisa, deve-se elaborar uma apresentação em PowerPoint explorando as
Ã

características pesquisadas.
N

210 | GEOGRAFIA
GEOGRAFIA
IA
P
Ó
C

210 | GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR

51789_MIOLO_EF17_8_GEO_L1_LP.indb 210 03/10/2016 10:45:03


primeiro europeu a atraves-
sar o círculo polar Antártico.
James Cook também des-
Divisão histórica dos continentes cobriu e mapeou muitos
Com base no critério histórico, os continentes são classificados de acordo com os diferentes grupos de ilhas.
períodos de expansão e colonização europeia pelo mundo. Em 1776, partiu em
Observe no planisfério a seguir como fica determinada classificação. busca da Passagem do
PLANISFÉRIO – DIVISÃO HISTÓRICA
Noroeste, do Pacífico para

SAE DIGITAL S/A


OCEANO GLACIAL ÁRTICO

66º32'30" Círculo Polar Ártico


o Atlântico, ao norte da
45º
América. O plano não deu
23º27'30" Trópico de Câncer

OCEANO
certo, mas Cook foi o primei-
ro europeu a visitar as ilhas
PACÍFICO
0º Equador

OCEANO OCEANO
PACÍFICO OCEANO ÍNDICO

23º27'30" Trópico de Capricórnio


ATLÂNTICO
Greenwich Sandwich (Havaí). Quando
45º retornou a esse arquipéla-
66º32'30" Círculo Polar Antártico OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
go, no caminho de volta do
180º 135º 90º 45º 0º 45º 90º 135º 180º
Ártico, foi morto por nativos

¬
1:225 000 000 N

A
1:250 000 000
Velho Mundo
Novo Mundo
00 22 250
500

Escala aproximada
45500 km
000 km
O L havaianos em 14 de fevereiro
Novíssimo Mundo Projeção de Robinson
S
de 1779.”

D
Por que os europeus classificaram o mundo em Velho Mundo, Novo Mundo e Novíssimo (Disponível em: <http://es-
cola.britannica.com.br/arti-
Mundo?
cle/481049/James-Cook>

A
Será que as pessoas que viviam nesses locais também usariam essa classificação? Acesso em: 15 ago 2016.)
Leia a explicação para ela do ponto de vista europeu:
Encaminhamento

L
Velho Mundo – é constituído pela Europa, Ásia e África. O uso do adjetivo “velho” é explica-
do pelo fato dessa porção do planeta ter sido o berço da maioria das civilizações antigas e dos metodológico
povos que conquistaram os demais continentes.

O
Novo Mundo – compreende o continente americano, por ter sido descoberto pelos euro- No contexto dos desco-
peus somente em fins do século XV, e é dividido em: brimentos, pode-se indicar

R
• América do Norte – composta por Canadá, Estados Unidos e México. um filme sobre a colonização
• América Central – constituída pela faixa de terra chamada istmo e por um conjunto de do Novíssimo Mundo, uma

T
ilhas conhecido como Caribe. É composta também por mais onze territórios. das últimas áreas a serem
• América do Sul – composta por Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, N povoadas por europeus.
Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela. É composta também por mais
seis territórios.
O título original do
O
filme é River Queen, se passa
Novíssimo Mundo – recebe essa denominação por ter sido descoberto pelo navegador e
explorador britânico James Cook. Constituído pela Austrália, Nova Zelândia e milhares de ilhas na década de 1860 durante
C

localizadas no Oceano Pacífico. a colonização britânica na


Pode ainda ser dividido em: Nova Zelândia. Conta a histó-
• Australásia (Austrália e Nova Zelândia) – ilhas que correspondem a países independentes. ria de uma mulher que vive
O

na região com sua família e


EF17_8_GEO_L1_U1_01.indd

• Melanésia – pequenas ilhas localizadas ao norte, nordeste e leste da Austrália.


EF17_8_GEO_L1_U1_01.indd

• Micronésia – ilhas muito pequenas, situadas ao norte e nordeste da Melanésia. tem seu filho levado pelos
Ã

Maori, os habitantes locais


• Polinésia – ilhas muito afastadas da Austrália.
da ilha. A partir desse evento
N

ela sai em busca de seu filho,


GEOGRAFIA
GEOGRAFIA | 211 o encontrando depois de
muitos anos de procura.
IA

Dicas para ampliar o trabalho Será possível perceber


“James Cook a sangrenta relação entre
P

as invasões europeias nos


[...]
continentes descobertos.
Ó

Em 1768, a Royal Society de Londres, uma organização de cientistas, pediu a Cook


que chefiasse a primeira expedição científica ao Oceano Pacífico. Na viagem, ele explorou
C

a Nova Zelândia e, depois, chegou à costa sudeste da Austrália em 1770. Cook deu ao
continente o nome de Nova Gales do Sul e reivindicou a posse dele para a Grã-Bretanha.
No ano seguinte, voltou para seu país natal.
Entre 1772 e 1775, Cook viajou pelo mundo no sentido oeste-leste, tentando des-
cobrir um novo continente meridional. Embora não tenha chegado à Antártica, foi o
GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR | 211

51789_MIOLO_EF17_8_GEO_L1_LP.indb 211 03/10/2016 10:45:07


Resposta
O aluno deve citar que
a “descoberta” do continente
por James Cook foi de grande CONEXÃO
importância para a época, po- Conquista nada pacífica
rém ocorreram inúmeros mas- A Oceania foi o último continente “descoberto” e colonizado pelos europeus. Com ilhas dis-
sacres da população nativa, as persas em uma fatia de oceano, da Austrália aos pequenos atóis, as histórias dos seus povos são
quais eram consideradas pelos profundamente relacionadas com o mar. Os polinésios, com suas enormes canoas, descobriram
e povoaram ilha após ilha, até chegarem às mais remotas, por volta do século X.
europeus como bárbaros. [...] Foi também pelo mar que sua história sofreu a guinada mais radical, com a chegada dos
europeus. Não foram pacíficas as relações entre esses novos conquistadores e os nativos. [...] o
Dicas para ampliar inglês James Cook, [...] na terceira viagem à região [...] chegou ao Havaí, onde estabeleceu relações
o trabalho bastante conflituosas com os nativos e acabou morto em um ritual para uma divindade local.
[...] Mas Cook colocou a Oceania no mapa-múndi dos europeus. As relações entre estes e
“Deriva Continental os nativos mudaram gradativamente. [...] Para conquistá-las, os colonos investiram em fazer os
demais europeus considerarem os nativos bárbaros, justificando recorrer aos exércitos para
O conceito de deriva combatê-los. Eles instigaram e praticaram violências, divulgaram relatos de conflitos e mortes,
e clamaram pela superioridade racial, civilizacional e política europeia.
continental – movimentos de
Na segunda metade do século XIX, tropas, principalmente britânicas, ocuparam a Oceania

A
grande proporção sobre o glo- com telégrafos, navios a vapor, rifles e canhões. Conquistaram as terras à força, cometendo
bo – existe há muito tempo. A inúmeros massacres, expulsando ou matando os nativos e abrindo caminho para a construção

D
de simulacros da metrópole do outro lado do planeta. Uma conquista que em nada lembrava
rigor, esta ideia nasceu com os o nome do oceano que circunda as ilhas do continente.
primeiros mapas do Atlântico (Disponível em: <www.revistadehistoria.com.br/secao/capa/conquista-nada-pacifica>. Acesso em: 15 ago. 2016.)

A
Sul a mostrar os contornos da Após ler um trecho sobre a “descoberta” da Oceania, quais foram as consequências imediatas
América do Sul e da África. Já de tal fato?

L
em 1620, Francis Bacon, filóso-
fo inglês, apontava o perfeito

O
encaixe entre estas duas costas
como um quebra-cabeça e

R
aventava, pela primeira vez, a
hipótese da união destes conti-

T
nentes no passado. Ao final do
século XIX, o geólogo austríaco N
Eduard Suess encaixou algu-
mas das peças do quebra-ca-
O
PARA SABER MAIS
beça e postulou que o conjun- Origem dos continentes
to dos continentes meridionais
C

Nem sempre a Terra esteve dividida em continentes. Teorias afirmam que há 200
atuais formara, certa vez, um milhões de anos, aproximadamente, todos os continentes estavam unidos como num
imenso quebra-cabeça, num bloco de terras emersas contínuas, cercado por uma massa
único continente gigante, de água. Ao grande e único continente chamou-se Pangeia (do grego pan = todo; gea =
O

chamado Terra de Gondwana terra) e ao grande oceano chamou-se Panthalassa (do grego pan = todo; thalassa =

EF17_8_GEO_L1_U1_01.indd
(ou Gondwana). oceano).
Ã

Os agentes internos do planeta levaram à fragmentação da crosta terrestre, formando


A teoria da Deriva as placas tectônicas, fragmentando o grande continente (Pangeia) e dando origem aos
Continental propriamente atuais continentes, oceanos e mares.
N

dita remonta ao início século


XX, tendo surgido a partir 212 | GEOGRAFIA
GEOGRAFIA
das ideias do alemão Alfred
IA

Wegener em 1915, um aca- De acordo com suas observações, todos os continentes poderiam ter estado juntos,
dêmico e explorador, que se no passado, como um quebra-cabeça gigante, formando um único supercontinente,
P

dedicava a estudos metereoló- que ele denominou de Pangea (do latim pan, “todo” e gea, “terra”). Posteriormente a
gicos, astrônomos, geofísicos e Pangea teria se fragmentado, dando origem aos continentes e oceanos que conhece-
Ó

paleontológicos, entre outros. mos hoje.


Wegener participou de [...]”
C

numerosas expedições para (Disponível em: <http://ufrr.br/lapa/index.php?option=com_content&view=article&id=%2093> Acesso em:


15 ago 2016.)
a gélida Groenlândia, onde
fez importantes observações
meteorológicas e geofísicas.

212 | GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR

51789_MIOLO_EF17_8_GEO_L1_LP.indb 212 03/10/2016 10:45:12


Encaminhamento
metodológico
Se julgar interessante,
leve outras informações

Temática Cartografia.
sobre os oceanos para os
alunos, como as que estão
contidas na tabela.

| Terra há 200 milhões | Terra há 180 milhões | Terra há 65 milhões de anos | Presente
de anos de anos

A configuração atual também não é definitiva, pois o processo de movimentação das placas
tectônicas continua a ocorrer. Por exemplo, a placa sul-americana, onde está localizado o Brasil,
separa-se da placa africana aproximadamente 2 cm ao ano.
A obra Origem dos Continentes e Oceanos foi escrita em 1915 por Alfred Wegener, um impor-
tante geólogo alemão.

Oceanos

A
Além dos continentes, o planeta apresenta uma grande parte líquida: as grandes massas

D
de água salgada que recobrem a superfície terrestre, conhecidas como oceanos. Para facilitar
os estudos e a localização, eles são comumente divididos:

A
Oceano Pacífico – é o mais extenso. Nele, encontram-se as mais profundas fossas subma-
rinas, como a Fossa das Marianas, com 11 033 metros, e algumas das áreas afetadas por terre-
motos, maremotos e intenso vulcanismo (Cinturão do Fogo), devido ao encontro e separação

L
de placas tectônicas.
Oceano Atlântico – o segundo maior oceano do planeta, porém, o que mais banha

O
as terras firmes. Possui uma longa cordilheira de montanhas submersas conhecida como
Dorsal Mesoatlântica. Sua maior profundidade é a Fossa de Porto Rico, com 8 380 metros de

R
profundidade.
Oceano Índico – suas águas situam-se

T
quase totalmente na região tropical do plane-
ta. Banha a África, a Ásia e a Oceania. Sua fossa
mais profunda é a de Java, na Indonésia, com N
aproximadamente 7 725 metros.
Oceano Glacial Ártico – localizado to-
O
talmente no Hemisfério Norte. Boa parte de
sua área permanece coberta por gelo, inde-
C

pendentemente da época do ano. Sua maior


profundidade é de 5 502 metros.
Oceano Glacial Antártico – localiza-se
no Hemisfério Sul, circundando totalmente o
O
EF17_8_GEO_L1_U1_01.indd

EF17_8_GEO_L1_U1_01.indd

continente Antártico. Seus limites foram esta-


belecidos pelo Tratado da Antártica em 1956.
Ã

Ele vai da costa do continente até 60° graus


de latitude sul. Sua profundidade máxima é a | Os cinco oceanos.
Fossa Sandwich, com 7 235 metros.
N

GEOGRAFIA
GEOGRAFIA | 213
IA

Área dos principais oceanos e sua relação


com as massas líquidas e com o globo terrestre
P

Porcentagem em Porcentagem em
Ó

Oceanos Área em km2 relação às massas relação ao globo


líquidas (%) terrestre (%)
C

Pacífico 165 250 000 46,48 32,39


Atlântico 82 440 000 23,18 16,15
Índico 73 440 000 20,65 14,38
Antártico 20 327 000 5,71 3,4
Ártico 14 056 000 3,98 2,35

GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR | 213

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Respostas
1. Até o final do século XV,
com as Grandes Navegações,
poucos eram os povos que ATIVIDADES
conheciam populações de
outros continentes. A maioria 1. Sobre o conhecimento relacionado ao planisfério, o que significou o período das Grandes
das pessoas vivia restrita Navegações?
à escala do lugar. Poucos
conheciam áreas maiores,
como um continente, e
ninguém conhecia o espaço
geográfico planetário como
conhecemos hoje. O mundo
passou a ser mais conhecido e
mapeado, pois nesse período 2. A Europa é um continente se levarmos em consideração:
ocorreu uma expansão da

A
a) seus aspectos de relevo, hidrografia, vegetação e clima.
economia europeia por meio b) a posição geográfica, em termos de latitude e longitude.

D
do capitalismo comercial. c) os traços culturais desenvolvidos ao longo do tempo histórico.
d) a origem dos idiomas falados.
2. C

A
3. Indique por meio do planisfério: a divisão dos continentes (inclusive as Américas) e os
3. oceanos.

L
1) América do Norte D

2) América Central 1
4
6

O
3) América do Sul
4) Europa 2 5

R
5) África A 3 B C
7
6) Ásia

T
7) Oceania
E
N
8) Antártida 8

A. Oceano Pacífico
Continentes: Oceanos:
O
B. Oceano Atlântico 1) _______________________________ A. _______________________________
C. Oceano Índico 2) _______________________________ B. _______________________________
C

D. Oceano Glacial Ártico 3) _______________________________ C. _______________________________


E. Oceano Glacial Antártico 4) _______________________________ D. _______________________________
O

5) _______________________________ E. _______________________________

EF17_8_GEO_L1_U1_01.indd
6) _______________________________
Ã

7) _______________________________
8) _______________________________
N

214 | GEOGRAFIA
GEOGRAFIA
IA
P
Ó
C

214 | GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR

51789_MIOLO_EF17_8_GEO_L1_LP.indb 214 03/10/2016 10:45:20


4. Enumere:
1) Velho Mundo
2) Novo Mundo
3) Novíssimo Mundo
( 3 ) Recebeu essa denominação por ter sido descoberto por um europeu em 1770.
( 1 ) É constituído pela Europa, por partes da Ásia e pelo norte da África.
( 2 ) Compreende o continente americano.
( 1 ) Berço da maioria das civilizações antigas e dos povos que conquistaram os demais
continentes.
( 3 ) Constituído pela Austrália, Nova Zelândia e milhares de ilhas localizadas no Oceano
Pacífico.

5. Escolha um país do Velho Mundo, do Novo Mundo ou do Novíssimo Mundo, faça uma pes-

A
quisa e cite algum fato curioso sobre ele.

D
A
6. O que é um continente? Apresente a explicação geográfica e a histórica.

L
O
R
7. Onde se encontra a Fossa das Marianas, o local mais profundo dos oceanos?
a) Oceano Índico.

T
b) Oceano Atlântico.
c) Oceano Pacífico. N
d) Oceano Ártico.
e) Oceano Antártico.
O
8. Escolha dois oceanos e apresente três informações sobre cada um.
C
O
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Ã
N

GEOGRAFIA
GEOGRAFIA | 215
IA

Respostas
P

4. As respostas estão no livro do aluno.


5. Resposta pessoal.
Ó

6. Continente é uma grande extensão de terras emersas limitadas pelas águas de mares
C

e oceanos. Distingue de ilha por causa da extensão, porém, não há uma definição exata.
7. C
8. Resposta pessoal.

GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR | 215

51789_MIOLO_EF17_8_GEO_L1_LP.indb 215 03/10/2016 10:45:22


Objetivos do capítulo
• compreender a divisão do as
espaço geográfico mundial; e s formundo
rent o m

Javen/Shutterstock
• compreender o conceito Difedividir

E
de

DA D
geográfico de região;

UN I
• analisar o modo de produ-
ção capitalista;
• analisar o modo de produ-
ção socialista;
• analisar a regionaliza-
ção mundial em Primeiro,
Segundo e Terceiro Mundo;
• analisar o conceito de
países desenvolvidos e em

A
desenvolvimento.

D
Encaminhamento
metodológico

A
Os questionamentos da
abertura do capítulo devem

L
estar presentes durante todo o
módulo. Trabalhe com os alu-

O
nos que existem várias formas
de se regionalizar um lugar, e

R
| Projeção artística do perfil urbano de Nova York.
não somente como “rico” ou

T
“pobre”.
N
O
C

2. Regionalização mundial
O

A imagem da página de abertura é uma representação artística de Nova York, uma das

EF17_8_GEO_L1_U1_02.indd
mais importantes cidades do mundo. Mas será que somente por meio da economia podemos
classificar uma sociedade como rica?
Ã
N

GEOGRAFIA
IA
P
Ó
C

216 | GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR

51789_MIOLO_EF17_8_GEO_L1_LP.indb 216 03/10/2016 10:45:33


e a regionalidade, enquanto
propriedade do “ser” regio-
nal (especialmente em sua
Dividindo o espaço geográfico mundial dimensão simbólica e vivida),
enfrentam hoje, num mundo
Você pode estar se perguntando: por que dividir o mundo em diversos blocos ou grupos? globalizado, reconfigurações
A divisão territorial não basta?
que atestam uma crescente
Podemos responder que não, e que é necessário dividir o espaço mundial de várias
maneiras por causa da sua complexidade socioeconômica e conforme a necessidade local, na-
complexidade em termos
cional ou mundial, a fim de que seja entendido em sua totalidade. do seu desenho espacial e
Por exemplo, o Brasil faz parte de três grupos diferentes, com regionalizações distintas: do entrecruzamento dos
• Grupo de países que usam o português como língua oficial. sujeitos e dimensões que as
• Mercado Comum do Sul (Mercosul), com outros países da América do Sul. constroem. A região, assim,
• BRICS, bloco formado pelo nosso país, além da Rússia, da Índia, da China e da África do deve ser vista muito mais
Sul (a sigla vem das iniciais desses países, o S vem de South África, África do Sul em inglês). dentro de um processo mu-
Para compreender melhor essa divisão, é importante saber o conceito de região. Ele foi tável de des-articulações, em
desenvolvido ainda no início do estudo da Geografia enquanto ciência, no final do século XIX. rede (num jogo nem sempre
Apresentava a ideia de que uma região era um conjunto de lugares com aspectos sociais e am- coincidente entre coesões

A
bientais muito parecidos. O geógrafo francês Paul Vidal de La Blache foi o grande precursor e
funcionais e coesões simbó-
pensador desse conceito, o qual foi utilizado desse modo durante muito tempo.
licas), do que nas formações

D
Com o passar do tempo e com as revoluções ocorridas dentro da ciência geográfica, o con-
ceito foi se modificando, até chegar aos dias atuais, em que o termo “região” é entendido como zonais integradas e bem
delimitadas com que tradi-

A
uma área delimitada com base em vários aspectos, como:
• Regiões econômicas • Regiões culturais cionalmente era trabalhada.

L
• Regiões naturais • Regiões de influência de certa cidade [...]”
(HAESBAERT, Rogério. Região,

O
regionalização e regionalida-
de: questões contemporâneas.
ANTARES, n.o 3 – jan/jun 2010.)

R
Alexander Demyanenko/Shutterstoc

T
N
valerylilas/Shutterstock

O
Região dos vinhos
do Vale do Loire
C
O
EF17_8_GEO_L1_U1_02.indd

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| Exemplo de uma regionalização em termos culturais. No mapa da França está delimitada a região vinícola do Vale do Loire. A foto
mostra parte dos vinhedos desta região.
N

GEOGRAFIA | 217
IA

Dicas para ampliar o trabalho


Para complementar o conceito de região, o professor pode analisar as diversas
P

regiões francesas, pois cada uma possui seu enfoque, desde o mais econômico até o mais
turístico. Pode-se apresentar alguns exemplos para a classe, por meio do site: <www.
Ó

france.fr/pt/empreender-e-ter-sucesso-na-franca/regioes-francesas02e4.html?page=0>.
C

Dicas para ampliar o trabalho


“Região, regionalização e regionalidade: questões contemporâneas
A região, enquanto entidade geográfica concreta, a regionalização, enquanto
processo de diferenciação e/ou de recorte do espaço em parcelas coesas ou articuladas,

GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR | 217

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Respostas
As respostas para as questões
da seção “Geografia e ação”
Diversos pensadores trabalharam e ainda trabalham com

Hans Peters/ANEFO
são pessoais, mas espera-se
o conceito de região, apesar de ele ser mais utilizado em as-
que os estudantes tracem em suntos governamentais e administrativos que na ciência
qual região geográfica estão geográfica.
e em qual região econômica e O brasileiro Milton Santos, o francês Yves Lacoste e o
cultural moram. É importante estadunidense Edward Soja se destacaram nesses estudos.
que pensem sobre o porquê
de caracterizarem a região em
que vivem de uma forma ou de | Yves Lacoste, um dos mais importantes
outra. geógrafos da atualidade.

Dicas para ampliar GEOGRAFIA E AÇÃO


o trabalho
Yves Lacoste é um O conceito e o uso do termo “regiões” está presente no nosso dia a dia, mesmo sem notar-
mos. Não só a Geografia trabalha com esse conceito e o aplica ao espaço, mas a Economia, a

A
importante geógrafo francês Sociologia, a Administração, a História e a Antropologia fazem uso dele com frequência.
formado pela Universidade de Imagine que você está inserido em alguma região do Brasil, pode ser a Norte, a Sul, a

D
Sorbonne. Fundou em 1970 a Nordeste, a Centro-Oeste ou a Sudeste; ou que você está inserido em uma região rica ou pobre;
revista Hérodote, na qual pro- ou em uma região de cultura italiana ou indígena; ou em entre várias outras regiões que per-
passam sua vida.

A
punha demonstrar o caráter
Os governos traçam regiões para administrar melhor os fluxos de pessoas, capital e investi-
político da Geografia. Lançou mentos. Essa organização é importante porque existem regiões que precisam de mais assistência

L
o livro A geografia – isso serve, que outras.
em primeiro lugar, para fazer a Com base nessas reflexões, responda às questões a seguir.

O
guerra, uma das obras pio- 1. Em qual região brasileira você mora?
neiras de um dos ramos da

R
Geografia, a crítica.
2. Como você classificaria economicamente sua região? Como chegou a essa conclusão?
Além de Yves Lacoste,

T
o professor pode apresentar
para a turma um outro geógra- N
fo importante, Milton Santos. 3. Sua região tem alguma característica cultural marcante, como parques para recreação e
Este, brasileiro nascido no lazer, teatros, cinemas, bares etc.?
O
interior da Bahia, foi autor de
diversos livros, sendo o único
C

brasileiro a receber o Prêmio 4. Sua região é marcada por algum grupo étnico predominante? Qual?
Vautrin Lud em Geografia, o
O

equivalente ao Prêmio Nobel.

EF17_8_GEO_L1_U1_02.indd
Para saber um pouco
Ã

mais sobre esse importante


geógrafo, segue o link de uma
N

entrevista contando um pouco


218 | GEOGRAFIA
de sua história. GEOGRAFIA
(<www.youtube.com/
IA

watch?v=jzUIHAAilSM>.)
P
Ó
C

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capitalista deu origem ao
capital e às demais institui-
ções econômicas fundamen-
O capitalismo tais do sistema – o mercado,
É o sistema socioeconômico em que os meios de produção (terra, fábrica, dinheiro etc.) são
o trabalho assalariado, os
de propriedade particular ou privada. lucros, e o desenvolvimento
O sistema capitalista possui algumas características: econômico. No plano cientí-
• a sociedade é dividida em classes sociais; fico e tecnológico, é o tempo
• a maior parte das empresas e indústrias é da iniciativa privada; da transformação de uma so-
• a economia é a de mercado, ou seja, faz-se uso da lei da oferta e da procura; ciedade agrícola letrada em
uma sociedade industrial. No
• o elemento central da economia é o capital, dinheiro investido no processo produtivo,
objetivando lucro. Diferencia-se do dinheiro que se destina à satisfação das necessidades plano social, é o momento
pessoais. de duas novas classes sociais:
a burguesia e a classe traba-
A evolução do capitalismo
lhadora. No plano político,
O sistema capitalista nasceu das transformações pelas quais passou a Europa feudal (século a revolução capitalista deu
XIII). O fundamento da riqueza deixou paulatinamente de ser a terra, e a economia de mercado
origem às nações e ao Estado

A
começou a estruturar-se com base no trabalho artesanal.
A partir do século XV, as relações mercantis ampliaram-se geograficamente com as Grandes
moderno, e, somando a esses
dois fenômenos um territó-

D
Navegações e a inserção de novas terras no sistema capitalista de produção. Desenvolveu-se,
então, a fase do chamado capitalismo comercial: o ciclo de reprodução do capital estava alicer- rio, ao Estado-nação.
çado, principalmente, na circulação e distribuição de mercadorias realizadas entre as metrópoles

A
e as colônias. Nesse período, inaugurou-se a Divisão Internacional do Trabalho, caracterizada
[...]
pela produção de matérias-primas nas colônias em troca de manufaturas das metrópoles. A revolução capitalista

L
O mercantilismo, doutrina econômica e política do capitalismo comercial, criou as bases transformou o mundo de
de uma nova geografia europeia e mundial. Ele também fortaleceu a unificação territorial a partir forma completa e definitiva.

O
de um governo centralizado, dando origem aos Estados Nacionais europeus. Tais Estados forta-
leceram-se e acumularam riquezas com o protecionismo de seus mercados internos e com o
Paul Valéry, escrevendo em
comércio. Com isso, ampliaram-se as relações espaciais, baseadas na escravização e comercia- 1945, percebeu essa imensa

R
lização de pessoas escravizadas e na exploração colonial. Nessa época, a riqueza e o poder de mudança que ele define pela
um país eram medidos pela quantidade de metais preciosos (ouro e prata) que possuíam. Esse oposição entre um mundo

T
princípio ficou conhecido como metalismo.
desordenado de floresci-
Everett Historical/Shutterstock

O mercantilismo foi funda-


mental para o desenvolvimento
N mentos e impulsos e um
do capitalismo, pois permitiu, mundo bem determinado,
como resultado do comércio alta- interligado e finito (que é o
O
mente lucrativo e pela exploração da modernidade).
das colônias, grande acúmulo de
C

capitais. [...]”
Mas o sistema capitalista só (Disponível em: <http://biblioteca
se consolidou no século XVIII, com digital.fgv.br/dspace/bitstream/
handle/10438/8081/TD+278+-
O

a substituição da manufatura pe-


EF17_8_GEO_L1_U1_02.indd

+Luiz+Carlos+Bresser+Pereira.
EF17_8_GEO_L1_U1_02.indd

las máquinas a vapor, iniciada nas pdf;jsessionid=F8A3AF8E846A


indústrias têxteis da Inglaterra. A
Ã

F23ECA00915907BB1270?
mecanização imprimiu um novo sequence=1>.
ritmo à produção de mercadorias. | A invenção do tear mecanizado, no final do século XVIII, alavancou a Revolução Acesso em: 16 ago. 2016.)
N

Industrial na Inglaterra. Esses teares de energia foram as primeiras máquinas a


produzir em grande quantidade, beneficiando o sistema capitalista.
GEOGRAFIA
GEOGRAFIA | 219
IA

Dicas para ampliar o trabalho


P

Esse é um tema que gera muita discussão, principalmente por se tratar do sistema
socioeconômico preponderante no mundo e ser cheio de controvérsias. Para resumir o
Ó

que é o capitalismo, segue um link do YouTube com uma explicação bastante interativa:
• <www.youtube.com/watch?v=8R4H53fu1fo>.
C

“As duas fases da história e as fases do capitalismo


A revolução capitalista é a transformação fundamental da história humana depois
do surgimento da agricultura e da passagem das sociedades nômades para as sedentá-
rias e a formação das primeiras civilizações ou impérios. No plano econômico, a revolução

GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR | 219

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Dicas para ampliar
o trabalho
Assim como o capitalis-
mo, o socialismo também gera
OOsocialismo
socialismo
muita discussão. Era o sistema É Éum
umsistema
sistemapolítico-econômico
político-econômicono noqual
qualnão
nãodeve
deveocorrer
ocorrer aa propriedade
propriedade privada
privada dos
dos
meios de produção.
meios de produção.
político-econômico para fazer
OOsistema
sistemasocialista
socialistatem
temalgumas
algumascaracterísticas;
características;
frente ao modelo que explora-
• •a asociedade
sociedadeé écoletivizada;
coletivizada;
va a população e concentrava
• •ososmeios
meiosdedeprodução
produção(terra,
(terra,máquinas,
máquinas,plantações,
plantações,animais,
animais,capital
capital etc.)
etc.) pertencem
pertencem ao
ao
a riqueza nas mãos de poucos, Estado;
Estado;
isso é o que afirmavam os líde-
• •a aeconomia
economiaé éplanificada,
planificada,ououseja,
seja,segue
segueum
umplanejamento
planejamento previamente
previamente estabelecido
estabelecido
res da revolução e posterior- para
paraalguns
algunsanos;
anos;
mente os estudiosos defenso-
• •busca-se
busca-sea aeliminação
eliminaçãodasdasdesigualdades
desigualdadessociais.
sociais.
res do regime.
É um sistema cheio de AAteoria
teoriasocialista
socialista

Dmitro2009/Shutterstock
Dmitro2009/Shutterstock
antagonismo. Nos endereços a Segundo
Segundoessa essateoria,
teoria,sósópor
pormeio
meiodo dosocialismo
socialismoéépossível
possível
seguir está disponível um do- eliminar
eliminara aexploração
exploraçãodo dohomem
homempelopelohomem.
homem.OOobjetivo
objetivodos
dos

A
socialistas
socialistasnão
nãoé éo olucro,
lucro,mas
masoobem-estar
bem-estarde detoda
todaaasociedade,
sociedade,
cumentário sobre a ascensão e estendendo
estendendoa atodostodosoodireito
direitoààsaúde,
saúde,ààeducação
educaçãoeeao aotrabalho.
trabalho.
queda do regime socialista.

D
OOprojeto
projeto de uma sociedade socialista foi uma reaçãode
de uma sociedade socialista foi uma reação de
Parte 1 <www.youtube. pensadores
pensadores e intelectuais
e intelectuaisaosaosproblemas
problemassociais
sociaisproduzidos
produzidospelo
pelo
desenvolvimento
desenvolvimentodo docapitalismo,
capitalismo,aapartir
partirda
daRevolução Industrial. | | Selo
RevoluçãoIndustrial.

A
com/watch?v=5kcjH-b7a1E>. Selo de
de 1941
1941 com
com imagem
imagem dede fazenda
fazenda
OOprimeiro
primeiropaís paísa aadotar
adotaroosocialismo
socialismofoi foiaaRússia,
Rússia,em
em coletiva
coletiva na
na antiga
antiga União
União das
das Repúblicas
Repúblicas
Parte 2 <www.youtube. 1917.No
1917. Nofinal
finaldede1922,
1922,formou-se,
formou-se,aapartir
partirdododomínio
domíniorusso,
russo,
Socialistas
SocialistasSoviéticas
Soviéticas(URSS).
(URSS).

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com/watch?v=yDo7fYm37QE>. a aUnião
UniãodasdasRepúblicas
RepúblicasSocialistas
SocialistasSoviéticas
Soviéticas(também
(tambémconhecida
conhecidapor porURSS),
URSS), com com aa unificação
unificação
Parte 3 <www.youtube. dadaUcrânia,
Ucrânia,Bielorrússia,
Bielorrússia,osospaíses
paísesda
daregião
regiãododoCáucaso
Cáucasoeeoutras
outrasoito
oitorepúblicas
repúblicas soviéticas.
soviéticas.

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com/watch?v=TDpCjkQh81s>.
| Oficiaisdodoexército
| Oficiais

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exércitorusso
russoprestam
prestam

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juramento
juramento dedefidelidade
fidelidadeà àRevolução
Revolução
dede Outubro
Outubro dede1917,
1917,quequederrubou
derruboua a

T
autocracia e deu início à União Soviéti-
autocracia e deu início à União Soviéti-
ca,ca,
queque prevaleceu
prevaleceu atéaté o ano
o ano dede1991.
1991.

Everett
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C
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EF17_8_GEO_L1_U1_02.indd
Ã
N

220 | GEOGRAFIA
GEOGRAFIA
IA
P
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C

220 | GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR

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Dicas para ampliar
o trabalho
Primeiro, Segundo e Terceiro Mundo “Constante ameaça

Com a Revolução Russa, em 1917, o mun- O mundo respirou

Coconutter1/Shutterstock
do passou a ter, além dos capitalistas, países aliviado no Natal de 1991,
socialistas de fato. quando Mikhail Gorbachev
Após a Segunda Guerra Mundial (1939- renunciava ao governo
1945), os blocos de países socialistas e capi- da União Soviética (URSS),
talistas passaram a viver intensos conflitos
pondo fim a mais de 74 anos
e disputas ideológicas, surgindo assim “dois
mundos”: dos países capitalistas, EUA e seus de comunismo na Rússia.
aliados versus URSS com os países socialistas Achava-se que, por fim, o ris-
aliados. co de um holocausto nuclear
Esse período ficou conhecido como havia acabado.
Guerra Fria, pois não ocorreu de fato uma guer-
Duas décadas depois,
ra entre esses “dois mundos”, mas uma guerra
tecnológica e uma corrida armamentista. A in- o perigo se faz presente

A
tenção era decidir quem seria a nova potência e ameaçador. Se por um
econômica no cenário mundial. lado, países como o Brasil e

D
a África do Sul aderiram ao
| Ilustração representando o período da Guerra Fria, quan- Tratado de Não Proliferação

A
do os EUA e a URSS lutavam pela hegemonia política e
econômica do cenário global. de Armas Nucleares, por
outro, a fechada Coreia do

L
PARA SABER MAIS Norte o abandonou em 2003.
O Irã, signatário do Tratado

O
Da euforia democrática à Guerra Fria
desde 1968, vê aumentarem
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, Estados Unidos, União Soviética e seus aliados euro-
as suspeitas sobre a natureza

R
peus tinham inúmeras razões para celebrar a paz. No entanto, no mesmo ano, o ataque nuclear
dos EUA ao Japão já antecipava as disputas em torno do domínio mundial que viria no pós-guerra. de seu programa nuclear [...].
O cenário mudou rapidamente e a euforia deu lugar à tensão e ao crescente conflito entre EUA Israel mantém sob sigilo seu

T
e União Soviética. Era a chamada Guerra Fria, denominação que indicava a suposta ausência de
confronto militar direto entre as duas superpotências. Nos anos seguintes, o embate se intensificou: programa atômico, havendo
a Alemanha foi dividida em Ocidental e Oriental; os Estados Unidos expandiram sua influência
na Europa Ocidental por meio do Plano Marshall de reconstrução; e a União Soviética respondeu
N relatos de que já possuiria
centenas de ogivas. Na Ásia
com a criação do Conselho para Assistência Econômica Mútua (Comecom), no Leste Europeu. Em
O
1949, os russos já dominavam a tecnologia nuclear, e o conflito chegou ao auge com a Guerra da continua a mini Guerra Fria
Coreia (1950-1953). Em termos ideológicos, a Guerra Fria deu origem ao mito do “mundo ocidental, entre Índia e Paquistão,
C

cristão e livre” – representado principalmente pelos EUA – que se defendia do “perigo comunista” que vem desde a década
representado pela União Soviética.
A América Latina foi especialmente afetada por essa ideologia. Em 1947, o Partido Comunista
de 1970, quando ambos
foi proibido no Brasil, na Argentina e no Chile. Inúmeras organizações e movimentos populares realizaram seus primeiros
O

socialistas, nacionalistas ou meramente progressistas eram tratados como comunistas, e, portanto, testes nucleares. Já os velhos
EF17_8_GEO_L1_U1_02.indd

EF17_8_GEO_L1_U1_02.indd

perseguidos e reprimidos. Nesse contexto, organizações de extrema direita, como o integralismo,


voltaram à ativa, legitimando-se em nome do anticomunismo. rivais, Rússia e EUA, por
Ã

(Disponível em: <www.revistadehistoria.com.br/secao/conteudo-complementar/ meio do acordo START, em


da-euforia-democratica-a-guerra-fria> Acesso em: 16 ago 2016.)
2010, reduziram um terço da
N

quantidade de suas armas


GEOGRAFIA
GEOGRAFIA | 221 nucleares. Hoje, sabe-se que
apenas nove países possuem
IA

bombas atômicas [...].”


Encaminhamento metodológico (Disponível em <www.
revistadehistoria.com.br/secao/
P

artigos/constante-ameaca>.
Amplie a discussão do assunto com os alunos. Explique a eles que com a desinte- Acesso em: 16 ago. 2016.)
Ó

gração do Segundo Mundo, que quase desapareceu, restando poucos países socialistas,
a classificação em três mundos não é mais usada, pois dentro da classificação de Primeiro
C

e Segundo Mundos (termo não mais utilizado) é possível encontrar países pobres, e entre
os denominados de Terceiro Mundo, há grandes contrastes socioeconômicos. Então,
desse modo, deveríamos falar em quarto, quinto e sexto mundos.

GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR | 221

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Dicas para ampliar
o trabalho
“A noite da queda do
Alguns países não se aliaram aos EUA nem à URSS. No ano de 1955, em Bandung (Indonésia),
Muro de Berlim, 9 de no- houve uma conferência dessas nações não aliadas, em sua grande maioria ex-colônias asiáticas
vembro de 1989, teve cenas e africanas, todos países pobres. Esse grupo ficou conhecido como “Terceiro Mundo”, termo que
estranhas: foi generalizado para todos os países pobres.
O Brasil, por exemplo, não participou da conferência de Bandung; porém, por ser pobre
Vi uma velhinha usando
para os padrões econômicos do período, foi chamado de “país do Terceiro Mundo”. O critério
um sobretudo de lã diretamen- utilizado para classificar o Primeiro Mundo e o Segundo Mundo foi o modo de produção (capi-
te sobre a camisola – pouca talista ou socialista).
roupa para uma noite fria de • Primeiro Mundo: países capitalistas desenvolvidos, também chamados de “países do
outono. Perguntei por que a Norte” ou “países centrais”.
pressa? • Segundo Mundo: países socialistas, de economia planificada.
Ela tinha medo de que • Terceiro Mundo: países capitalistas subdesenvolvidos, atrasados social e economicamen-
tudo acabaria de repente. te em função de suas relações comerciais desfavoráveis com países do Primeiro Mundo.
Normalmente exportavam seus produtos (em geral matérias-primas) a baixo custo e
Chorando, disse que seu sonho
importavam produtos industrializados e tecnologia a um custo elevado, agravando um
era colocar o pé na ‘minha

A
quadro de pronunciada desigualdade social.
outra Alemanha’”

SAE DIGITAL S/A


PRIMEIRO, SEGUNDO E TERCEIRO MUNDO

D
(José Arbex Jr. Folha de S.Paulo, 9
nov. 1990.) OCEANO GLACIAL ÁRTICO
66º32'30" Círculo Polar Ártico
UNIÃO SOVIÉTICA

A
“A queda do Muro foi EUROPA
OCIDENTAL
EUROPA
ORIENTAL $
45º
ESTADOS *
#
mais um episódio das revolu- UNIDOS
#
0 CHINA #JAPÃO
*
$

L
ções de 1989. Aconteceu em 23º27'30" Trópico de Câncer

OCEANO
meio a imensas demonstra- ÁFRICA PACÍFICO

O
0º Equador

ções populares, que começa- AMÉRICA


LATINA
OCEANO
ÍNDICO
OCEANO
ram nas cidades de Leipzig e 23º27'30" Trópico de Capricórnio ATLÂNTICO

R
Greenwich
OCEANIA
Dresden e chegaram a Berlim OCEANO
PACÍFICO
45º
Leste. Quando o muro caiu,

T
todos sabiam que tinha aca- 66º32'30" Círculo Polar Antártico OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO

bado a ditadura na República 180º 135º 90º 45º 0º N45º 90º 135º 180º

Democrática Alemã (RDA),

¬
Mundo capitalista 0 Principal
# polo político-militar e
econômico capitalista
N

mas ninguém sabia que a RDA Mundo socialista *


# Centros secundários do capitalismo
1:270 000
1:270 000 000000
O
0 0 22700
700 55400
400km km
O L
já estava acabando, antes da Periferia do capitalismo
Áreas satelizadas
$ Principal polo político-militar e
econômico socialista
Escala aproximada
Escalade
Projeção aproximada
Robinson
Projeção de Robinson
queda do muro. [...] pelo socialismo $ Centro secundário do socialismo
C

O ano 1990 conheceu a O socialismo, que surgiu como uma alternativa ao capitalismo, acabou fracassando nas
desagregação econômica com- mãos de governos ruins. Dentre os principais problemas destacam-se: contradições internas,
O

pleta da Alemanha Oriental, incapacidade de produção e de competitividade, além de governos autoritários.

EF17_8_GEO_L1_U1_02.indd
fator que acelerou a reunifi- Com a queda do Muro de Berlim em 1989, chegou ao fim o período da Guerra Fria. Em
1991, ocorreu a desintegração da União Soviética (URSS), iniciado pela independência de suas
Ã

cação. Em julho entrou em


repúblicas. Assim, a Europa se redesenhou, países foram se desmembrando e novas fronteiras
vigor o tratado de unificação foram surgindo.
N

monetária que transformava


o marco ocidental na moeda 222 | GEOGRAFIA
comum das duas Alemanhas.
IA

A reunificação era, nitida- a reunificação. Menos de um ano depois da queda do Muro, ressurgia a velha potência
mente, uma anexação. da Europa central.”
P

(MAGNOLI, Demétrio. O mundo contemporâneo: relações internacionais [1945 - 2000]. São Paulo: Moderna,
Por outro lado, depois de 1997, p. 112-113.)
alguns meses de suspense, a
Ó

União Soviética aceitou a par-


ticipação da nova Alemanha
C

unificada na OTAN, removen-


do os obstáculos externos para

222 | GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR

51789_MIOLO_EF17_8_GEO_L1_LP.indb 222 03/10/2016 10:45:50


INTERAÇÃO

Que tal fazer uma pesquisa sobre a realidade de um país durante a Guerra Fria? Reúna-se
com colegas e, após a escolha do país, pesquisem:
• se fazia parte do Primeiro, do Segundo ou do Terceiro Mundo, de acordo com a divisão
estudada;
• o continente onde se localiza;
• quais eram as suas características econômicas.
Após a pesquisa, produzam um texto no caderno com as informações obtidas e preparem-se
para um debate com os colegas, enfocando:
• os dados do país pesquisado;
• uma nova reflexão: é somente a economia de um país que deve ser levada em conta para
classificá-lo? Ou a cultura, o modo de ser e viver também deveriam entrar em questão?

A
Formação do conceito

D
econômico de Norte e Sul

A
Um dos principais critérios para se traçar a linha imaginária que divide o mundo rico (Norte)
do mundo pobre (Sul) é o grau de desenvolvimento socioeconômico alcançado.

L
Observe, no mapa a seguir, que a linha entre o Norte e o Sul é tênue e tortuosa. Quando, no
continente americano, ela vai da fronteira entre o México e os EUA, na Ásia torna-se imprecisa,

O
uma vez que a Rússia apresenta características de um país em desenvolvimento. Na Oceania, a
linha contorna a Austrália e a Nova Zelândia, deixando esses países na porção Norte socioeco-

R
nômico, apesar de estarem localizados no Hemisfério Sul.
PLANISFÉRIO – DIVISÃO SOCIOECONÔMICA (NORTE E SUL)
SAE DIGITAL S/A

T
OCEANO GLACIAL ÁRTICO

66º32'30" Círculo Polar Ártico

45º
N
23º27'30" Trópico de Câncer
O
OCEANO
PACÍFICO
0º Equador
OCEANO OCEANO
C

PACÍFICO OCEANO ÍNDICO


ATLÂNTICO
23º27'30" Trópico de Capricórnio
Greenwich

45º
O
EF17_8_GEO_L1_U1_02.indd

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66º32'30" Círculo Polar Antártico OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO

180º 135º 90º 45º 0º 45º 90º 135º 180º

¬
Ã

N
Países desenvolvidos (Norte) 1:313 000 000
0 3 130 6 260 km
Países subdesenvolvidos (Sul) O L
Escala aproximada
N

Projeção de Robinson
S

GEOGRAFIA | 223
IA

Encaminhamento metodológico
P

Na seção “Interação”, aproveite a pesquisa e o debate para introduzir o conceito que


virá a seguir, o de desenvolvimento. Trabalhe com os alunos sobre o fato de o desenvol-
Ó

vimento apenas ser considerado do ponto de vista econômico, deixando de lado outros
fatores, como o social e o cultural. Mostre que o conceito de desenvolvimento é recente,
C

ou seja, não é natural, como pode parecer.

GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR | 223

51789_MIOLO_EF17_8_GEO_L1_LP.indb 223 03/10/2016 10:45:54


Encaminhamento
metodológico
Explique aos alunos que
Essa classificação não é a divisão geográfica, pura e simples, em dois hemisférios: Norte e
os conceitos de desenvolvidos Sul. De um modo geral, pode-se dizer que os países do Norte são aqueles de economia bastante
e em vias de desenvolvimento desenvolvida, industrializados e capitalistas. O Sul é representado por aqueles países considera-
foram elaborados, original- dos em desenvolvimento e periféricos; isto é, aqueles que não estão no “centro”, impulsionando
as economias mundiais.
mente, em função da industria- A ex-URSS era classificada como uma economia forte, apesar de seu regime socialista. Mas,
lização. Até a década de 1930, com a queda do regime, aos poucos adentrou no mundo em desenvolvimento e hoje, grande
países desenvolvidos eram parte dos países que a compunha, não apresenta mais a força que possuía.
aqueles cuja economia estava A divisão de natureza socioeconômica revela um quadro de conflito Norte X Sul, e não mais
Leste X Oeste, ou seja, um mundo dividido entre pobres e ricos. Mesmo que a disparidade entre
fundamentada na produção os países desenvolvidos e em desenvolvimento já existisse desde a Guerra Fria, a partir do final
industrial, e nações em vias de dela abriu-se caminho para que a contradição entre eles se tornasse mais visível e direta.
desenvolvimento, aquelas em
que a economia se assentava Países desenvolvidos do Norte
em uma base primária (extra- Os países do Norte apresentam, de maneira geral, as seguintes características:
tivismo, agricultura e pecuá- • predominância das atividades econômicas industriais (setor secundário), de serviços e

A
ria). Depois disso, a paisagem do comércio (setor terciário);
econômica global sofreu • agricultura praticada com técnicas modernas e um elevado índice de modernização, com

D
emprego de um número reduzido de mão de obra.
grandes transformações. A
• pequena parcela da População Economicamente Ativa (PEA) dedica-se ao setor primário;
desconcentração geográfica

A
• grande maioria da população desses países possui boas condições de saúde, educação,
da indústria e a consequente moradia e alimentação, além de apresentar elevada esperança de vida, geralmente acima
industrialização de inúmeras dos 75 anos (83 no Japão, 82 na Noruega);

L
áreas da periferia do mundo • índices de mortalidade infantil muito reduzidos, inferiores a 6%;
capitalista e socialista (ex- • presença de importantes centros financeiros e tecnológicos;

O
-URSS, China, Leste Europeu) • elevados investimentos em ciência e tecnologia;
levaram fábricas para outros • analfabetismo praticamente inexistente;

R
países do mundo. • elevado Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

T
Amplie a discussão Apesar dessas características, existe

Tupungato/Shutterstock
também nesses países do Norte grande
mostrando aos alunos que contingente de imigrantes, que nem N
esse processo histórico não sempre conseguem ascender social-
eliminou a distinção entre os mente. Você consegue se lembrar das
O
seleções europeias na Copa do Mundo?
níveis de desenvolvimento A presença de argelinos na seleção
das economias nacionais. Pelo francesa, turcos na alemã, nigerianos na
C

contrário, o espaço mundial da inglesa e de ganeses na italiana é bem


marcante. Eles imigraram em busca de
indústria, complexo e hete-
serviços que os europeus não queriam
rogêneo, reflete profundas mais fazer , especialmente entre os anos
O

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desigualdades tecnológicas, de 1970-1990. Muitos imigrantes sofrem
preconceito e escancaram as diferenças
até mesmo entre os países
Ã

integrantes do bloco Norte.


sociais que existem nesses países. | Imigrantes vendendo produtos falsificados nas ruas de Roma, Itália.
N

224 | GEOGRAFIA
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224 | GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR

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para educar a população e
reciclar os trabalhadores.
Dicas para ampliar
Países em vias de desenvolvimento do Sul o trabalho

vitmark/Shutterstock
Os países do Sul apresentam, de maneira “O que faz o BRICS?
geral, as seguintes características:
• a agricultura, principal atividade eco- Desde a sua criação, o
nômica na maioria deles, é rudimentar, BRICS tem expandido suas
apresentando baixa produtividade, atividades em duas princi-
ou então se dá de forma especulativa
pais vertentes: (i) a coorde-
(antigas plantations), com empresas de
países ricos explorando de forma direta nação em reuniões e orga-
ou indireta grandes áreas agrícolas nismos internacionais; e (ii) a
monocultoras voltadas ao mercado construção de uma agenda
internacional; | Agricultores em Puno, no Peru. Apesar de ser um país em de cooperação multissetorial
desenvolvimento, note a placa de energia solar na propriedade.
• industrialização recente ou pratica- entre seus membros.
mente inexistente em alguns deles;
Com relação à coorde-
• uma minoria da população desfruta de boas condições de vida;

A
nação dos BRICS em foros e
• falta de infraestrutura sanitária;
organismos internacionais,
• baixos índices nos indicadores socioeconômicos;

D
o mecanismo privilegia a
• índices elevados de analfabetismo, fome e mortalidade infantil; esfera da governança eco-

A
• alta concentração de renda e da posse da terra (latifúndios); nômico-financeira e tam-
• presença de dívida externa; bém a governança política.

L
• baixo investimento em ciência e tecnologia; Na primeira, a agenda do
• parcela significativa da população trabalhando no setor primário; BRICS confere prioridade à

O
• intensa e desordenada urbanização. coordenação no âmbito do
G-20, incluindo a reforma

R
Países emergentes do FMI. Na vertente política,
São países em desenvolvimento que apresentam elevado crescimento econômico, com investi-
o BRICS defende a reforma

T
mentos na indústria, em infraestrutura urbana, das Nações Unidas e de seu
michal812/Shutterstock

na capacidade de exportações, em tecnologia NConselho de Segurança,


e em educação. São características socioeco- de forma a melhorar a sua
nômicas que diferenciam esses países das
representatividade, em
O
demais economias periféricas.
Entre eles, destacam-se os países que prol da democratização da
compõem o grupo do BRICS. Outros paí- governança internacional.
C

ses que estão em ascensão são: México, Em paralelo, os BRICS apro-


Indonésia, Nigéria e Turquia.
fundam seu diálogo sobre
Para os grandes investidores, esse gru-
O

po representa um atraente mercado consu- | Mapa representando a localização dos países do BRICS.
as principais questões da
EF17_8_GEO_L1_U1_02.indd

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midor, devido ao volume de sua população, agenda internacional.


Ã

matéria prima e de sua infraestrutura urbana. Apesar disso, são países que oferecem grandes Cinco anos após a
riscos, se for considerada sua instabilidade econômica ou política. Outra característica existente
nesses países são os grandes contrastes socioeconômicos.
primeira Cúpula, em 2009,
N

as atividades intra-BRICS
GEOGRAFIA | 225 já abrangem cerca de 30
áreas, como agricultura,
IA

ciência e tecnologia, cultura,


Encaminhamento metodológico espaço exterior, think tanks,
P

Amplie a discussão com os alunos, mostrando que os países do Sul, com o objetivo governança e segurança da
de construir uma imagem atraente aos investidores, tentam se adequar aos padrões da Internet, previdência social,
Ó

economia global. Para isso, têm sempre em vista os critérios utilizados internacionalmen- propriedade intelectual, saú-
te por quem pretende selecionar um país que deseja receber investimentos: cultura com- de, turismo, entre outras.
C

patível com o desenvolvimento capitalista; governo que administra bem os seus gastos; [...].”
disponibilidade de recursos para crescer sem inflação e sem depender excessivamente de (Disponível em: <www.
itamaraty.gov.br/pt-BR/politica-
recursos externos; estímulo às empresas nacionais para aprimorarem sua produção; custo externa/mecanismos-inter-
da mão de obra adequado à competição internacional; e existência de investimentos regionais/3672-brics>. Acesso
em: 16 ago 2016.)

GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR | 225

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Respostas
1. B
2. No sistema capitalista,
os meios de produção são ATIVIDADES
propriedade particular ou
privada. A sociedade é dividida 1. Durante o século XVI, as monarquias da Europa tinham um objetivo em comum: acumular
em classes sociais, a economia metais preciosos. Para isso, adotaram medidas de proteção às atividades produtivas, dimi-
é a de mercado, que se utiliza nuindo as importações de mercadorias. Essa era uma realidade típica do:
da lei da oferta e procura. a) socialismo.
No sistema socialista não deve b) mercantilismo.
ocorrer a propriedade privada c) livre-cambismo.
dos meios de produção, a d) neoliberalismo.
sociedade é coletivizada e os 2. Diferencie o sistema capitalista do socialista.
meios de produção pertencem
ao Estado.
3. B

A
4. 3, 1, 2.

D
5. Países capitalistas
desenvolvidos.

A
Países socialistas.
3. Em relação aos sistemas econômicos capitalismo e socialismo, não é correto afirmar:
Países subdesenvolvidos ou
a) A economia capitalista está sempre voltada à venda de produtos e serviços, isto é, para

L
em vias de desenvolvimento. o mercado.
b) Países como o Brasil e os Estados Unidos já possuíram uma economia planificada.

O
c) Apenas no século XX foram instalados governos socialistas.
d) O princípio básico do capitalismo é a propriedade privada dos meios de produção.

R
4. Relacione as colunas de acordo com a classificação existente durante a Guerra Fria.
( 1 ) Países pertencentes ao Primeiro Mundo.

T
( 2 ) Países que já foram considerados pertencentes ao Segundo Mundo.
( 3 ) Países pertencentes ao Terceiro Mundo. N
( ) Bolívia, Serra Leoa, Venezuela e Colômbia.
( ) EUA, França, Inglaterra e Itália.
O
( ) Cuba, ex-URSS e Coreia do Norte.
5. Complete o quadro com as características dos países:
C

Grupo de países no
Características
período da Guerra Fria
O

Primeiro Mundo

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Segundo Mundo
Ã

Terceiro Mundo
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9. Um dos principais
critérios para se traçar a
linha imaginária que divide
6. Leia o texto a seguir e depois responda ao que segue. o mundo rico (Norte) do
Quem foi responsável pela Guerra Fria? mundo pobre (Sul) é o
Como o debate sobre essa questão foi durante longo tempo uma partida de tênis entre grau de desenvolvimento
os que punham a culpa apenas na União Soviética e os dissidentes (sobretudo, deve-se dizer, socioeconômico alcançado.
americanos) que culparam basicamente os Estados Unidos, é tentador juntarmo-nos aos
mediadores históricos que a atribuem ao medo mútuo do confronto que aumentou até os
“dois campos armados começaram a mobilizar-se sob suas bandeiras opostas”.
(HOBSBAWM, Eric. A Era dos Extremos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 233.)

Vocês aprenderam que os anos 1945 (fim da Segunda Guerra Mundial) e 1989 (queda do
Muro de Berlim) marcaram os limites do período da Guerra Fria.
Com base no texto acima, escreva um pequeno texto sobre as implicações da Guerra Fria
na geopolítica mundial.

A
D
7. O mundo hoje apresenta mudanças decorrentes do processo de globalização, acentuando

A
o desequilíbrio entre países centrais e periféricos. Considerando as grandes transformações
que ocorreram entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento, preencha as lacunas

L
abaixo com as opções 1 ou 2.
( 1 ) Países desenvolvidos ( 2 ) Países em desenvolvimento

O
( ) Presença de mercados mais dinâmicos.
( ) Capacidade de financiamento e competência tecnológica.

R
( ) Políticas de industrialização subordinadas aos interesses do capital.
( ) Indústrias mais dependentes, vinculando a produção local às redes transnacionais.

T
( ) Grandes centros de decisão e poder de intervenção.
8. Explique por que se diz que a linha que separa o mundo rico (Norte) do mundo pobre (Sul) N
é tênue e tortuosa.
O
C

9. Justifique o fato da Austrália e da Nova Zelândia, países localizados no Hemisfério Sul, per-
tencerem ao dito Norte rico.
O
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Ã
N

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GEOGRAFIA | 227
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Respostas
6. As duas grandes potências (EUA e ex-URSS) exerceram forte influência sobre os demais
P

países, que se uniram a um ou outro, dando origem ao mundo bipolar, que regionalizava
o mundo de acordo com sua ideologia econômica e, como tratado no texto, o medo de
Ó

confronto era mútuo.


7. 1, 1, 2, 2, 1.
C

8. Porque ela leva em questão o desenvolvimento socioeconômico, fazendo


a comparação entre os países de alto grau de desenvolvimento, capitalistas e
industrializados, e os países em desenvolvimento e periféricos.

GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR | 227

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Objetivos do capítulo
• compreender como surgiu
a Divisão Internacional do ia
nom

David Orcea/Shutterstock
Trabalho; c o
E ndial
mu

E
DA D
• analisar as diferentes fases

UN I
da Divisão Internacional do
Trabalho.

Encaminhamento
metodológico
É importante provocar
nos alunos uma reflexão sobre
a divisão do trabalho: desde
quando ela ocorre? Com qual
objetivo? Nos dias atuais, com

A
tantos trabalhadores informais
(sem carteira assinada ou de-

D
senvolvendo trabalhos autô-
nomos), como fica a discussão

A
sobre a divisão do trabalho?

L
O
R
| Operário cortando chapa de metal.

T
N
O
C

1. Divisão Internacional do Trabalho


Como ocorre a divisão do trabalho na sociedade em que você vive? Todas as pessoas fazem
O

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as mesmas atividades ? Recebem salários semelhantes pelas atividades que desenvolvem? Por
que alguns ganham muito mais que outros em serviçoes semelhantes? Quando essa divisão
Ã

começou e qual seus impactos em nossa vida social e em nossa cultura?


N

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O que é a Divisão Internacional do Trabalho
Segundo Paul Singer, um importante economista brasileiro:
“A Divisão Internacional do Trabalho é um conceito derivado do de Divisão Social do Trabalho,
pelo qual se designa a especialização produtiva e o intercâmbio consequente entre unidades
econômicas, sejam estas empresas ou indivíduos. Na Divisão Internacional do Trabalho (DIT),
as unidades são países ou nações, supondo-se que estas também se especializam na produção
de determinadas mercadorias destinadas à troca entre elas, ou seja, ao comércio internacional”.
(SINGER, Paul, 1976, p.1)

Pode-se estudar a DIT em três períodos históricos diferentes: Período Colonial; Revolução
Industrial e Pós-Guerra Fria.

Primeira Divisão Internacional do Trabalho


Esta divisão começou com as grandes navegações expansionistas europeias pelo mundo,
entre os séculos XV e XVI. O capitalismo encontrava-se em sua fase inicial, chamada de capita-

A
lismo comercial, o qual era caracterizado pela manufatura, isto é, produção manual.
Nesse período, os territórios colonizados eram forçados a entregar para a metrópole toda a

D
matéria-prima necessária para a produção da manufatura, como: minerais, especiarias, madei-
ras, mão de obra escravizada, entre outros. As metrópoles eram responsáveis pela produção e
exportação dos produtos manufaturados.

A
Portanto, no Período Colonial ocorreu a primeira Divisão Internacional do Trabalho, quando
a colônia era responsável pela captação de matérias-primas, para sua metrópole. Esta iria ma-

L
nufaturá-las e vendê-las para outros países e também para sua própria colonia. Com isso, ganhava
riquezas que alavancariam ainda mais sua economia.

O
Mauro Guanandi/ CC BY 2.0
PARA SABER MAIS

R
T
Uma matéria-prima encontrada no
Brasil pelos colonizadores portugueses N
foi o pau-brasil. Era abundante na re-
gião da Mata Atlântica, sendo utilizada
O
para obtenção de sua madeira e o
tingimento de tecidos. Apresentava
particular importância para a indústria
C

têxtil europeia, que passava por um pe-


ríodo de crescimento. Assim, Portugal
adquiriu alta lucratividade com a ma-
nufatura desta matéria-prima.
O
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| Na foto, uma espécie de pau-brasil, árvore ameaçada de


extinção devido ao intenso extrativismo realizado pelos
N

portugueses.

GEOGRAFIA | 229
IA

Dicas para ampliar o trabalho


P

Para conhecer um pouco mais sobre o pau-brasil, segue um vídeo da Fundação


Nacional do Pau-Brasil demonstrando a importância desse símbolo nacional.
Ó

• <http://viajeaqui.abril.com.br/materias/cap-vii-video>.
C

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Sugestão de atividade
É interessante realizar um
debate com os alunos sobre
as diferenças entre o trabalho A Segunda Divisão Internacional do Trabalho
realizado nos países periféricos A segunda fase está atrelada ao capitalismo industrial, que teve início no século XVIII.
e nos países centrais nesse Através da Primeira e da Segunda Revolução Industrial, em um primeiro momento, a
período. Você pode partir do Inglaterra, por ter sido pioneira nesse processo, transforma-se imediatamente na oficina do
mundo por um período considerável.
seguinte questionamento: um
A combinação entre o poder militar já existente e as formas superiores de produção indus-
país da periferia produz, por trial, naquela oportunidade, possibilitou à Inglaterra assumir uma posição de hegemonia na
exemplo, algodão e vende por economia mundial. Além disso, o governo desse país incentivou e obrigou grandes massas de
um valor “X” para o país indus- camponeses a irem para cidade, retirando suas terras por meio de diversas leis.

Everett Historical/Shutterstock
trializado. Esse país manufatu-
ra o algodão e produz roupas,
as quais são revendidas para o
país que produziu o algodão,
só que o valor agora equivale

A
a “3X”. Essa diferença é muito
grande? O que acontece com a

D
riqueza do país periférico? E do
país central? Como fica a possi-

A
bilidade dos países periféricos
se modernizarem?

L
O resultado do debate
pode ser transformado em um

O
texto coletivo.

R
T
| Fábrica de algodão nas proximidades de Preston, Inglaterra, 1835. A construção possuía 660 janelas, 7 andares e juntamente com
seu moinho chegava a aproximadamente 145 metros de altura. N
O processo que levou os moradores do campo para os centros urbanos na Inglaterra do
século XIX parece não ter sido tão natural, o que você acha?
O
A diferença entre os produtos manufaturados dos centros urbanos e os produtos pri-
mários da periferia demarcou essa fase da Divisão Internacional do Trabalho.
C

Enquanto o setor agrícola era o grande empregador nos países periféricos, o setor urbano,
especialmente a indústria, destacava-se no emprego da maior parte da mão de obra nas eco-
nomias centrais.
Esta segunda fase da DIT se estendeu por um longo período e chegou até a Segunda Guerra
O

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Mundial. Porém, é possível encontrar reflexos desse período na atualidade. A hierarquização
do trabalho imposta por essa fase contribuiu para a manutenção de enormes diferenças de po-
Ã

tencialidades do desenvolvimento de muitos países. Mesmo países em desenvolvimento, que


passaram a exportar mais produtos mecânicos que matérias-primas, não conseguem reverter
a posição de submissão.
N

230 | GEOGRAFIA
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grande pensador dessa
teoria é o sociólogo e ex-pre-
sidente do Brasil, Fernando
O Brasil é um exemplo. O país é um grande exportador de equipamentos industriais de
Henrique Cardoso.
alta tecnologia, mas continua muito dependente das exportações do setor primário, como a
produção de soja. Veja a seguir os cinco principais produtos da exportação brasileira registrado Dicas para ampliar
no primeiro semestre de 2016.
Exportação brasileira – principais produtos
o trabalho
Como complemento
Janeiro-Julho (2016)
Produtos pode-se visitar o site do
R$ bilhões
1. Soja mesmo triturada 16.316.489.718 Ministério da Indústria,
2. Minérios de ferro e seus concentrados 6.499.555.429 Comércio Exterior e Serviços
3. Óleos brutos de petróleo 4.941.484.501 e analisar os diversos gráficos
4. Açúcar de cana, em bruto 4.012.109.771 sobre a balança comercial
5. Carne de frango congelada, fresca ou
refrigerada incluindo miúdos
3.466.726.518 brasileira. Com esses dados é
Fonte: Secretaria do Comércio Exterior possível fazer a relação entre
a Divisão Internacional do
AFNR/Shutterstock

Trabalho no caso brasileiro.

A
Disponível em: <www.mdic.
gov.br/index.php/comercio-

D
exterior/estatisticas-
de-comercio-exterior/

A
Paulo Fridman/Pulsar Imagens
balanca-comercial-brasileira-
mensal>.

L
| O Brasil é o maior ex-
portador de soja no

O
mercado mundial. Na
foto, colheita de soja no
estado do Mato Grosso.

R
| O Brasil também é reconhecido como exportador de mer-

T
cadorias de alta tecnologia. Na foto, linha de produção da
Embraer em São José dos Campos (SP).
N
INTERAÇÃO
O
Que tal aprofundar sua compreensão sobre esses dois aspectos da economia brasileira: a
C

exportação de matéria-prima e de produtos industrializados.


Reúna-se com alguns colegas e busquem dois exemplos de cada aspecto. Produza um
trabalho com imagens e informações e prepare-se para fazer uma apresentação dinâmica em
O

sala de aula, preferencialmente com o uso de computadores que mostrem essas atividades
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econômicas na atualidade.
Ã

Por fim, o professor irá organizar um debate a partir da seguinte questão: a teoria de que o
Brasil é um país economicamente dependente dos países mais ricos é aplicável? E outros países,
como os BRICS, também teriam sua situação aplicada à ideia de dependência econômica?
N

GEOGRAFIA
GEOGRAFIA | 231
IA

Encaminhamento metodológico
P

As respostas vão variar na seção “Interação”, mas cabe a você conversar com os
alunos sobre como a teoria da dependência ainda é forte, apesar de alguns governos, em
Ó

especial os BRICS, mostrarem resultados que vão contra essa lógica.


C

A teoria da dependência econômica é originária de alguns pensadores dos próprios


países periféricos, em especial os que faziam parte da CEPAL (Comissão Econômica para
América Latina e Caribe, da ONU), dos quais se destaca o brasileiro Celso Furtado. Outro

GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR | 231

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Encaminhamento
metodológico
É interessante mostrar
aos alunos que essa industriali- A Nova Divisão Internacional do Trabalho
zação tardia atendeu a inte- Esta divisão compreende a terceira fase, na qual o capitalismo financeiro predomina, pro-
resses específicos da própria cesso iniciado a partir da segunda metade do século XX.
economia dos países desenvol- A nova DIT impõe condição de que os países em desenvolvimento sejam responsáveis pelo
fornecimento da matéria-prima e também dos produtos industrializados. Dessa forma, os países
vidos, que instalaram filiais de desenvolvidos podem se ocupar com a produção de novas tecnologias e investimentos. Portanto,
suas empresas em países em essas nações acabam por deter as tecnologias, transformando-as em sua verdadeira economia.
desenvolvimento porque apre- Alguns países em desenvolvimento tornam-se industrializados. Esse processo ocorreu a
sentavam melhores condições partir de um “transbordamento das economias ricas”, ou seja, da expansão das linhas de produ-
ção existentes nos países desenvolvidos, por meio das multinacionais.
em termos de infraestrutura
Aproveitando-se da existência de um período de relativa estabilidade tecnológica e de um
(ferrovias, rodovias, portos,
contexto de bipolaridade nas relações internacionais, alguns países africanos (como a África do
energia etc.) e potencialida- Sul), latino-americanos (Brasil, México, Argentina, Venezuela e Chile) e do Leste Asiático (Coreia
des na questão de mercado do Sul, Cingapura e Taiwan) avançaram na implantação de sistemas industriais.
interno e externo, mão de obra O Brasil e Coreia do Sul foram os países que mais se destacaram dentro da estratégia de

A
farta e barata etc. alcançar uma etapa mais avançada de industrialização, sendo o primeiro sustentado pelo maior
aproveitamento do mercado interno, com forte apoio de empresas multinacionais, e o segundo
Além desses fatores, os apoiado no mercado externo, tendo como base grandes empresas nacionais.

D
países em desenvolvimento A industrialização, porém, ocorreu de forma tardia:
recebem capitais (emprésti- • a partir da década de 1960 no México, Brasil, Argentina, Chile, África do Sul, Índia, e em

A
mos), tecnologia e fábricas dos alguns países do Sudeste Asiático, como em Taiwan, Coreia do Sul, Cingapura.
países desenvolvidos e man- • a partir da década de 1980 na China, Tailândia, Indonésia, Malásia, entre outros.

L
dam para estes o capital, em Essa nova situação criou uma Nova Divisão Internacional do Trabalho, em que alguns
forma de royalties (pagamento países em desenvolvimento, além de produzirem matérias-primas, transformaram-se em pro-

O
dutores e exportadores de produtos industrializados.
pelo uso de patentes e tecno-

R
logia) e pagamento das dívidas

BartlomiejMagierowski/Shutterstock
contraídas (dívida externa). As

T
fábricas produzem nos paí-
ses periféricos, fazem lucro e N
enviam as remessas para suas
sedes.
O
Dicas para ampliar
o trabalho
C

“O exemplo da Coreia do Sul


O

Um país essencialmen-

EF17_8_GEO_L1_U2_01.indd
te agrário listado entre os
| Apesar da industrialização tardia, a China é hoje uma das principais economias do mundo. Na
Ã

mais pobres do mundo, com


foto, linha de produção de câmeras digitais em Shenzhen, China.
infraestrutura praticamente
N

inexistente, poucos recursos


naturais e povo sem instrução, 232 | GEOGRAFIA
GEOGRAFIA
com taxa de desemprego de
IA

25% da população em idade US$ 490 e expectativa de vida de 39 anos. Aquele relato, na verdade, não é obra de fic-
de trabalho, renda per capita ção, mas da real situação da Coreia do Sul na década de 1950, um lugar então sem luz e
P

anual de menos de US$ 100 e sem túnel, mas que hoje, por improvável que possa parecer, é uma das sociedades mais
exportações de meros US$ 20 desenvolvidas do mundo. Como pôde um país de economia precária se transformar em
Ó

milhões. Essa descrição parece tão pouco tempo numa das nações mais ricas e igualitárias do planeta, com renda per
não ter correspondência com capita superior US$ 25 mil e sede de grandes empresas globais fabricantes de produtos
C

a realidade, considerando que de alta tecnologia?


a nação mais pobre do mundo, [...].”
na atualidade, é Serra Leoa, na (Disponível em: <www.sescsp.org.br/online/artigo/compartilhar/7992_
O+EXEMPLO+DA+COREIA+DO+SUL>. Acesso em: 17 ago. 2016.)
África, com renda per capita de

232 | GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR

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países centrais, por possuí-
rem avançando desenvolvi-
mento econômico e indus-
Divisão Internacional do Trabalho: trial, conseguiam dominar
suas colônias de diversas
modernidade e colonialidade maneiras, seja através da
As teorias sobre a Divisão Internacional do Trabalho, por vezes, acabam por passar a ideia economia, ou até mesmo
de que alguns países exploram os outros e nada mais. Essas teorias deixam de lado as pessoas. culturalmente, com isso, ele-
Você acha que a relação de trabalho sob o ponto de vista das relações internacionais é o va-se o grau de dependência
único aspecto a ser observado? O que mais você reconhece nas relações de trabalho que dos países periféricos peran-
podem ser importantes?
te os centrais.
Dois pontos importantes podem ser observados para que as discussões sobre a DIT se
ampliem: de um lado, os interesses de países ou empresas que têm o objetivo de lucrar sobre
outros, e do outro, os interesses das pessoas que querem garantir o seu bem-estar e qualidade
de vida e trabalho.
Alguns países, para garantir seu crescimento e estabilidade econômica, acabam por im-
plementar políticas que levam à exploração de outros. A maior parte dos países ricos acaba em
vantagem pelo fato de terem sido pioneiros no processo de industrialização.

A
As indústrias não surgiram na Inglaterra por acaso. Segundo uma corrente do pensamento
geográfico chamada de Vertente Descolonial, a riqueza dos países europeus e mais tarde dos

D
EUA só foi alcançada graças a uma dupla face que existiu, e ainda existe, no mundo: a ideia de
que a modernidade só foi, e é, possível graças à colonialidade.
Ou seja, por meio da exploração das colônias, os países colonizadores conseguiram acumular

A
capital o bastante para realizar sua revolução industrial e transformar as estruturas do trabalho
e da economia mundial.

L
GEOGRAFIA E AÇÃO

O
Observe a imagem.

R
Everett Historical/Shutterstock

Produza um texto

T
no caderno com base na
imagem e nas reflexões N
propostas a seguir: por
que soldados de paí-
ses africanos lutariam
O
pela França na Primeira
Guerra Mundial? Que
C

relação você encontra


entre esse fato e a forma
como os países coloniza-
dores impuseram sua for-
O
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ça econômica aos países


colonizados?
| Na foto, tropas francesas na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), formadas por
Ã

soldados provenientes das colônias africanas da França.


N

GEOGRAFIA
GEOGRAFIA | 233
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Dicas para ampliar o trabalho


P

Enrique Dussel, Carlos Walter Porto-Gonçalves, Raul Zibechi, Franz Fannon, Walther
Mignolo, Catherine Walsh são vitais para entender a ideia da vertente descolonial. Seus
Ó

estudos são importantes para a Geografia, pois mostram como alguns locais do espaço
geográfico mundial acabam sendo beneficiados em detrimento de outros.
C

Encaminhamento metodológico
Na seção “Geografia e ação”, a ideia é que os alunos tenham em mente que o
processo de colonização foi mais vantajoso para as metrópoles que para as colônias. Os

GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR | 233

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Dicas para ampliar
o trabalho
“Dia do Trabalho na Europa De outro lado, temos as pessoas que trabalham, nos diferentes países, sejam eles ricos
tem protestos contra ou pobres. Historicamente, esses trabalhadores questionaram e resistiram a essa organização
austeridade econômica mundial.
No século XIX, no interior dos países ricos e industrializados, surgiram teorias que ques-
Trabalhadores atingidos tionavam a forma como o trabalho estava sendo organizado. Entre os teóricos do período se
pela perda de poder aqui- destacaram Karl Marx, com sua ideia de que os trabalhadores deveriam ser os donos de sua força
de trabalho, e Mikahail Bakunin, que trouxe à tona a ideia de uma sociedade anarquista, onde
sitivo e pelo desemprego todos trabalhariam e os valores seriam iguais.
recorde realizaram protestos Essas vertentes do pensamento, junto a outras, continuam a permear as discussões sobre
por toda a Europa na quar- a Divisão Internacional do Trabalho. Isso mostra que os diferentes pontos de vista sobre como
ta-feira, feriado do Dia do se organiza a questão do trabalho na atualidade é constante, e acarreta, com certa frequência,
protestos e até mesmo conflitos.
Trabalho, na esperança de
convencer os governos da

ANADMAN BVBA/Shutterstock
zona do euro a abrandarem
as políticas de austeridade e

A
adotarem mais medidas de
estímulo ao crescimento.

D
Milhares de pessoas
saíram às ruas de Madri,

A
ocupando totalmente a
Gran Via, importante ave-

L
nida comercial da cidade.
Os manifestantes levavam

O
bandeiras e cartazes com | Sindicalistas marcham contra as medidas de austeridade econômicas impostas pela
União Europeia em Bruxelas, Bélgica, 2014.
dizeres como “a austeridade

R
arruína e mata” ou “reformas

Gerry Boughan/Shutterstock
são roubo”.

T
[...].” N
(Disponível em: <www.
gazetadopovo.com.br/mundo/
dia-do-trabalho-na-europa-tem-
O
protestos-contra-austeridade-
ety409i0zxmgrppt6vd2etx72>.
Acesso em: 17 ago. 2016.)
C
O

EF17_8_GEO_L1_U2_01.indd
| Protestos em Los Angeles, Estados Unidos, em 2011.
Ã

Você já deve ter visto, nos meios de comunicação, situações semelhantes às mostradas nas
imagens, não é? Por que manifestações desse tipo ocorrem em todo o mundo?
N

234 | GEOGRAFIA
GEOGRAFIA
IA
P
Ó
C

234 | GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR

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4. V, V, F, V.
5. Na década de 1960,
a industrialização tardia
ATIVIDADES
ocorreu em países como
Brasil, México, Chile, África
do Sul, Taiwan, Cingapura e
1. Por “Divisão Internacional do Trabalho” entende-se:
Coreia do Sul.
a) A produção industrial de tudo o que um país necessita para o seu desenvolvimento.
b) A autonomia entre os países exportadores de matérias-primas e os exportadores de
Já na década de 1980, China,
produtos industrializados. Tailândia, Indonésia, Malásia,
c) A especialização dos países na produção de determinadas mercadorias destinadas ao entre outros.
mercado internacional. 6. Com a instalação de
d) A necessidade de circulação de mercadorias. empresas transnacionais
2. O que mudou com a Nova DIT? nesses países, a produção
de certas mercadorias
torna-se mais baratas,
acarretando também
certo desenvolvimento

A
3. Como a Inglaterra transformou-se na “grande oficina do mundo” ao longo do século XIX? econômico.

D
A
4. Assinale verdadeiro (V) ou falso (F):
( ) A Divisão Internacional do Trabalho (DIT) significa a especialização dos países na

L
produção de determinados bens, destinados ao mercado internacional.
( ) O mercado internacional tem se beneficiado muito, nos últimos anos, com a criação de

O
“mercados comuns”, estabelecidos entre grupos de nações.
( ) As nações dos países em desenvolvimento têm priorizado a produção de alimentos

R
básicos para o consumo interno, em detrimento da produção comercial voltada para
a exportação.

T
( ) As empresas transnacionais representam o grande veículo de internacionalização da
economia.
5. Cite países que sofreram, no século XX, a chamada industrialização tardia.
N
O
C

6. A Nova DIT vem favorecendo a industrialização dos países em desenvolvimento? Explique.


O
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EF17_8_GEO_L1_U2_01.indd

Ã
N

GEOGRAFIA
GEOGRAFIA | 235
IA

Respostas
P

1. C
2. Alguns países em desenvolvimento tornaram-se industrializados, recebendo
Ó

consideráveis linhas de produção das economias desenvolvidas através das


multinacionais.
C

3. A Inglaterra já possuía o poder militar que, aliado às formas superiores de produção


industrial e ao incentivo de grandes massas de camponeses a irem para as cidades
possibilitaram essa hegemonia.

GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR | 235

51789_MIOLO_EF17_8_GEO_L1_LP.indb 235 03/10/2016 10:46:36


Respostas
7. Essa industrialização é
historicamente recente e
depende, em grande parte, do 7. Cite duas características básicas da industrialização dos países em desenvolvimento.
capital estrangeiro.
8. C
9. Resposta pessoal.
8. As letras A e B, na representação esquemá- Nova Divisão Internacional do Trabalho
tica da Nova DIT poderiam ser substituídas, produtos primários A
respectivamente, por: produtos industrializados
capitais: juros, royalties e lucrosos
a) metrópoles e colônias.
GLOBALIZAÇÃO
b) países desenvolvidos e países subdesen-
volvidos industrializados. Nova DIT produtos industrializados
(em geral de tecnologia superior)
c) países em desenvolvimento e países desen- capitais: empréstimos, investimentos
volvidos. B produtivos e especulativos, tecnologia
d) países desenvolvidos e países em desen- (SENE, E. de; MOREIRA, J.C. Geografia Geral e do
Brasil. São Paulo: Scipione, 1998. p. 42. Adaptado.)
volvimento não industrializados.

A
e) países periféricos e países centrais.
9. Observe o quadro a seguir e produza um texto sobre o que é a DIT e por quais modificações

D
passou ao longo do tempo.
As três fases da DIT

A
1. Capitalismo comercial – Séculos XV e XVI
Colônias Metrópoles

L
Extração de produtos primários, Produção e exportação de
trabalho escravo e especiarias. produtos manufaturados.

O
2. Capitalismo industrial – Séculos XVII, XVIII e XIX

R
Colônias e/ou países subdesenvolvidos Metrópoles e/ou países desenvolvidos
Fornecimento de matéria-prima e produtos Transformação da matéria-prima
primários (agrícolas e minerais). em produtos industrializados.

T
3. Capitalismo financeiro - Século XX em diante
Países em desenvolvimento
N Países desenvolvidos
Produtos industrializados e matéria-prima. Produtos industrializados, alta
O
tecnologia e investimentos.
C
O

EF17_8_GEO_L1_U2_01.indd
Ã
N

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P
Ó
C

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Encaminhamento
metodológico
ia
nom É evidente a existên-

2
o

Celso Diniz/Shutterstock
c
E dial cia das diferenças sociais e
mun
E
DA D

econômicas entre os paí-


UN I

ses. Durante o decorrer do


capítulo, será trabalhado
alguns indicadores socioe-
conômicos que evidenciam
essas diferenças. O professor
sempre pode dizer que não
é interessante generalizar
esses dados, pois existem
países com baixo grau de de-
senvolvimento econômico,
mas que apresentam índices

A
de países desenvolvidos.

D
| Bairro do Morumbi, em São Paulo (SP).
| Bairro do Morumbi, em São Paulo

A
L
O
R
T
N
O
C

2. Diferenças sociais e econômicas


O

Por que a imagem reflete diferenças sociais e econômicas tão acentuadas? Quais são as cau-
EF17_8_GEO_L1_U2_02.indd

sas dessas diferenças? Há, em sua cidade, locais que evidenciam esse contraste socioeconômico?
Ã
N
IA

Objetivos do capítulo
P

• analisar os indicadores socioeconômicos;


Ó

• compreender como ocorre o Índice de Desenvolvimento Econômico;


C

• analisar o processo de globalização;


• analisar os níveis de integração dos blocos econômicos.

GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR | 237

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Dicas para ampliar
o trabalho
Para ampliar o conhe-
cimento sobre índices so- Indicadores socioeconômicos
cioeconômicos, vale a pena
Analisar as diferenças socioeconômicas e culturais da atualidade é um desafio que serve
navegar pelo site das Nações para compreensão do mundo em que vivemos. Essa análise é feita sobre os índices socioeconô-
Unidas. Nele, é possível ter micos e com eles é possível comparar a realidade de muitos países e refletir criticamente sobre
as diversas desigualdades no mundo.
conhecimento sobre as ações
Além dos fatores socioeconômicos, sabemos que os fatores culturais levam as sociedades
desenvolvidas pela instituição a definir diferentes comportamentos, conferindo-lhes uma identidade própria. As diferenças
e seus diversos trabalhos rea- verificadas nesses comportamentos acabam por estabelecer as fronteiras culturais, reunindo
lizados, principalmente para aqueles que falam a mesma língua, apresentam a mesma religião, vestuário, hábitos alimenta-
res, entre outros. Consequentemente, essas pessoas se distinguem daquelas que têm práticas
diminuir as diferenças sociais e crenças distintas.
entre os países. E você? Vive num mundo de contrastes? Quais padrões culturais fazem parte da sua vida?
• <http://nacoesunidas. O mundo atual apresenta muitas contradições e diferenças. Estas podem ser verificadas
ao compararmos os aspectos culturais, a organização social e a econômica dos mais de 200
org/>. países existentes.

A
Para entendermos as diferenças e as desigualdades socioeconômicas, podemos fazer uso
de vários dados, chamados indicadores econômicos. Os mais utilizados para comparação entre
os países são:

D
• Produto Nacional Bruto (PNB);
• Produto Interno Bruto (PIB);

A
• Renda per capita;
• Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

L
PNB, PIB e a Renda per capita

O
O Produto Nacional Bruto (PNB) é a soma de todas as riquezas produzidas por um país em

R
determinado período, dentro de seu território ou até mesmo fora dele. Portanto, empresas com
fábricas em outros países também acrescentam ao indicador.

T
O dinheiro entra no país na forma de exportação, empréstimos, aplicações etc., e sai por
N
meio do pagamento de importação, remessa de lucros das empresas transnacionais, pagamento
de parcelas da dívida externa etc.
O
O Produto Interno Bruto (PIB) é a soma de todos os valores dos bens e serviços produzidos
durante um ano no interior do território de um país, tanto por grupos nacionais como pelas
C

transnacionais.
Tanto o PNB como o PIB são valores que só assumem sentido quando divididos pelo número
de habitantes do país. Assim, teremos PNB/per capita e PIB/per capita.
O

EF17_8_GEO_L1_U2_02.indd
A renda per capita é um dos indicadores sociais de um país. Ela representa a soma das
riquezas em período de tempo determinado e divide pelo número total de habitantes. É um
Ã

indicador bastante discutível por não conseguir traduzir a realidade social e econômica de um
país, pois, alguns países podem possuir elevada renda per capita, mas apresentarem problemas
em sua distribuição, sendo concentrada em uma pequena parcela da população.
N

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P
Ó
C

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Vejamos algumas comparações, relacionadas aos indicadores citados:

País Renda per capita (em dólares)


Estados Unidos 55,8 mil dólares
Alemanha 46,9 mil dólares
França 41,2 mil dólares
Brasil 15,6 mil dólares
Índia 6,2 mil dólares
Somália 400 dólares

(Fonte: The Word Factbook, 2015.)

Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)


A partir de 1990, a Organização das Nações Unidas (ONU)

A
País IDH
criou esse indicador com a finalidade de minimizar os possí-
veis erros apresentados pelo uso da renda per capita. O IDH Noruega 0,944
varia de 0 até 1 e o seu cálculo sintetiza os seguintes dados:

D
Estados Unidos 0,915
• a longevidade (medida pela expectativa de vida);
Argentina 0,836
• os conhecimentos (medidos pela taxa de analfa-

A
Brasil 0,755
betismo e pela duração média de escolarização);
China 0,727
• e a economia (medida pela renda per capita).

L
Angola 0,532
O desenvolvimento humano é considerado elevado
quando o índice é superior a 0,8; médio, quando se situa entre Etiópia 0,442

O
0,8 e 0,5; e baixo, quando é inferior a 0,5. Observe os dados
Níger 0,348
referentes a alguns países.
(Fonte: Relatório do Desenvolvimento

R
Humano, 2015.)
demidoff/Shutterstock

Monkey Business Images/Shutterst

T
N
O
C

| À esquerda, uma sala de aula com crianças de diferentes idades em Jinka, Etiópia. À direita, temos sala de aula nos EUA.
O
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Observe que há diferenças em relação ao número de alunos e aos equipamentos da sala de aula.
Ã

Qual relação esses fatos têm com o IDH desses dois países?
N

GEOGRAFIA | 239
IA

Encaminhamento metodológico
P

Trabalhe com os dados apresentados no item sobre IDH, mostrando como é neces-
sário o investimento do Estado para melhorar alguns deles. Converse sobre a forma como
Ó

a iniciativa privada também pode auxiliar nos processos de mudança da sociedade.


C

GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR | 239

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Dicas para ampliar
o trabalho
“Visando a Alta
Qualidade e a Preservação da Expectativa de vida
Saúde e dos Serviços Médicos Trata-se do número de anos que

Jack.Q/Shutterstock
um recém-nascido espera-se viver,
A assistência médica sis-
considerando os recursos de um
tematizada no Japão se iniciou país. Devemos ressaltar que uma
com a introdução da medici- criança que nasce em boas condi-
na chinesa no século VI. Essa ções de saúde, higiene, alimentação
e moradia possivelmente terá alta
tradição médica gerou muitos longevidade.
especialistas notáveis até o pe- Considerando uma criança que
ríodo da restauração Meiji em nasça em um país extremamente
pobre, sem as mínimas condições de
1868. Naquele tempo a medi-
higiene e de alimentação, sua saúde
cina ocidental era promovida ficará comprometida, refletindo
como uma política nacional, o numa expectativa de vida baixa.
que levou ao desenvolvimento | O Japão destaca-se como o país que mais investe na terceira idade, obtendo Também são responsáveis por
a maior expectativa de vida no cenário mundial. grande número de mortes os proble-
do sistema médico moderno

A
mas relacionados à gestação ou ao parto, como tétano neonatal, septicemia e Aids. A imensa maioria
japonês. O rápido crescimento desses óbitos poderia ser evitada com medidas públicas simples, como planejamento familiar, acom-
econômico do pós-guerra pos- panhamento pré-natal, melhoria da nutrição e vacinação.

D
sibilitou uma notória melhoria
do padrão de vida e, ao mesmo GEOGRAFIA E AÇÃO

A
tempo, promoveu o progresso
em todos os aspectos do siste- Observe a tabela a seguir e compare a expectativa de vida em alguns países. Depois, res-

L
ma público de saúde. ponda ao que se pede.
[...]

O
País Esperança de vida (anos)
Os pilares dos serviços
Japão 83
médicos no Japão, conheci-

R
do como “sistema público e Noruega 82
universal de saúde”, estão no Alemanha 81

T
fato de que todos os cidadãos Argentina 76
japoneses estão inscritos no China
N 76
sistema e, ainda, todos têm Brasil 75
direito ao “sistema de acesso
O
Angola 52
livre”, que permite aos pacien-
Moçambique 51
tes escolher os locais de aten-
C

Serra Leoa 51
dimento de sua preferência. O
sistema que provê assistência (Fonte: Relatório do Desenvolvimento Humano, 2015.)
médica foi elaborado com
O

EF17_8_GEO_L1_U2_02.indd
essas duas chaves para que
todos, independentemente de
Ã

onde vivam, possam ter asse-


gurado o direito de receber os
N

serviços médicos. Esforços têm


240 | GEOGRAFIA
sido feitos para introduzir, de GEOGRAFIA
maneira experimental, novos
IA

serviços médicos para aqueles


que vivem em locais remotos,
P

como em regiões montanho-


sas, para que todos possam
Ó

receber serviços médicos via


internet ou por meio de outras
C

tecnologias de comunicação.
[...].”
(Disponível em: <www.
br.emb-japan.go.jp/cultura/
sistemadesaude.html>. Acesso em:
17 ago 2016.)

240 | GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR

51789_MIOLO_EF17_8_GEO_L1_LP.indb 240 03/10/2016 10:46:59


Encaminhamento
metodológico
1. De acordo com esses dados, qual país apresenta o maior índice de expectativa de vida? É importante levar para
Qual apresenta o menor? os alunos exemplos de paí-
ses como o Brasil e os demais
países dos BRICS, os quais
estão aumentando os inves-
2. Que relação existe entre esses dados e a situação econômica dos países que você citou na
questão anterior?
timentos em educação. Essa
mudança poderá levá-los a
se tornarem possíveis novas
potências mundiais.
Estudos indicam que a
3. Sobre o índice de expectativa de vida é correto afirmar que: educação – particularmente
a) quanto maior a expectativa de vida, mais problemas econômicos são enfrentados pelo das mulheres – é mais im-
país. portante para a redução da
b) quanto maior a expectativa de vida, melhores condições econômicas são oportunizadas taxa de mortalidade infantil

A
no país. que o aumento da renda e o
Justifique a sua escolha. saneamento.

D
Na África Subsaariana,

A
países como Botsuana,
Quênia e Namíbia possuem

L
alto nível de escolaridade
Alfabetização entre as mulheres e o reflexo

thomas koch/Shutterstock

O
Em nenhuma época da história, disso são as menores taxas
um percentual tão grande de habi-
de mortalidade infantil entre
tantes do planeta teve acesso à edu-

R
cação como atualmente. No entanto, os países dessa região. A
países em desenvolvimento ainda educação também é consi-

T
enfrentam o desafio de erradicar o
analfabetismo e aumentar a esco-
derada um dos meios mais
laridade média de seus habitantes. N eficazes para a prevenção da
Segundo dados da ONU, em Aids.
um relatório de 2015 destinado à
O
Educação, à Ciência e à Cultura, há
121 milhões de crianças e adoles-
centes (de 6 a 15 anos) no mundo,
| Crianças sírias em campo de refugiados na Turquia, 2011.
C

que se encontram fora da escola.


O relatório mostra também que as crianças mais afetadas pela falta de acesso à educação são
aquelas que vivem em áreas de conflito, as que trabalham e as que enfrentam discriminação baseada
O

em etnia, gênero ou deficiência.


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A pobreza, contudo, é o maior vilão da educação, diz o estudo. Na Nigéria, por exemplo, dois terços
das crianças em áreas mais pobres não vão à escola. E 90% delas provavelmente nunca o farão. Os
Ã

índices mais elevados de crianças fora da escola são encontrados na Eritreia e na Libéria, onde 66% e
59% das crianças, respectivamente, não frequentam a escola primária.
N

GEOGRAFIA
GEOGRAFIA | 241
IA

Respostas
P

1. O Japão apresenta o maior índice de expectativa de vida, enquanto Serra Leoa e


Moçambique os mais baixos.
Ó

2. O Japão é um país rico e faz um grande investimento em educação e saúde. Serra


Leoa e Moçambique são países pobres, que enfrentam grandes problemas econômicos e
C

sociais com pouco investimento em educação e saúde.


3. Resposta B. A justificativa é pessoal, porém espera-se que o aluno explique que
as melhores condições econômicas possibilitam uma vida de melhor qualidade e,
consequentemente, a ampliação do índice de expectativa de vida.

GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR | 241

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Dicas para ampliar
o trabalho
“Globalização, integração e Enquanto isso, os países desenvolvidos enfrentam problemas típicos dos sistemas educa-
o estado cionais consolidados: necessidade de melhorar a formação e a remuneração dos professores,
aperfeiçoar a avaliação do sistema educacional e reformar os currículos e as metodologias de
[...] ensino.
A taxa de analfabetismo é medida entre pessoas com 15 anos de idade ou mais e, como vi-
O termo globalização mos, o analfabetismo está em declínio, quase erradicado nos países desenvolvidos. É importante
gera intenso debate quanto ao salientar que o aumento do nível educacional tem efeito positivo e importante na melhoria de
seu significado e suas carac- outros itens, como proteção ambiental e saúde.
terísticas centrais. Em meio a
essa acalorada discussão, no O espaço globalizado
entanto, foi possível chegar a Não podemos considerar a globalização como um acontecimento recente. Historicamente,
alguns consensos e um de- poderíamos citar outros períodos globalizantes:
les refere-se ao fato de que, • Império Romano – Por meio da expansão militar, o Estado romano expandiu seu domínio
apesar da globalização ser nos séculos que se seguiram à reorganização política efetuada pelo primeiro imperador,
César Augusto.
um fenômeno mundial, seus

A
impactos são locais e regionais, • Grandes Descobertas – A expansão marítima propiciou o surgimento do período conhe-
cido por esse nome, ocorrido entre os séculos XIV e XV, no qual se desvendaram novas
impulsionando mudanças que terras e culturas.

D
se desenvolvem de diferentes • Século XIX – A colonização europeia dos continentes africano e asiático, logo após as
formas e com intensidade va- Guerras Napoleônicas, bem como os tratados de livre-comércio entre França e Inglaterra,

A
riada. Como resultado, a nova permitiram a expansão econômica e cultural desses países.
ordem internacional marcada No período atual, em apenas duas gerações o mundo ficou muito diferente. As pessoas

L
pela globalização gera dis- que completaram 50 anos em 2007 nasceram no auge do Sputnik1, o primeiro satélite artificial
do mundo. Ele era uma pequena bola de metal, dotada de um transmissor de rádio, que os
tintos comportamentos nos

O
soviéticos colocaram na órbita terrestre pela primeira vez, em decorrência da corrida espacial.
Estados.

Everett Historical/Shutterstock
R
[...].”
(Disponível em: <www.scielo.br/
pdf/ln/n71/04.pdf>. Acesso em: 17

T
ago. 2016.)
N
O
C
O

EF17_8_GEO_L1_U2_02.indd
| O satélite artificial Sputnik 1 foi lançado em órbita em 4 de outubro de 1957, pela antiga União
Ã

Soviética.
N

242 | GEOGRAFIA
GEOGRAFIA
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P
Ó
C

242 | GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR

51789_MIOLO_EF17_8_GEO_L1_LP.indb 242 03/10/2016 10:47:05


se torna uma realidade no
mundo globalizado.
Dicas para ampliar
PARA SABER MAIS o trabalho
Naquela época, um computador pesava 30 toneladas e era chamado de cérebro eletrônico. Curioso,
não? Hoje temos celulares que processam um número infinitamente maior de informação e que são,
“Cultura e globalização
até certo ponto, acessíveis para uma boa parte da população.
O espaço geográfico
Os aviões a jato eram uma novidade nos países mais avançados, e a distância entre eles, um obs-
táculo difícil de transpor. O Brasil não conhecia o hambúrguer, não tinha indústrias automobilísticas encontra-se repleto de ele-
nem supermercados. A capital federal ficava no Rio de Janeiro, pois a fundação de Brasília ocorreu em mentos próprios do processo
21 de abril de 1960.
de globalização, como as
antenas de TV e celular, os
Globalização e a questão econômica meios de transporte cada vez
mais modernizados, os cabos
Sob o aspecto econômico, a globalização significa a integração dos mercados em nível
mundial no sentido de que um produto, independentemente de sua origem, possa ser ofe-
de fibra óptica, as redes (que
recido com as mesmas características de fabricação, para o consumo em qualquer parte do nem sempre são visíveis, mas
globo terrestre. Com isso, as modificações no espaço geográfico mundial são gigantescas, pois, se fazem presentes no espa-

A
auxiliadas pelas facilidades na comunicação e nos transportes, as transnacionais instalam suas ço), entre outros elementos.
fábricas em qualquer lugar do mundo onde existam as melhores vantagens fiscais, mão de
Isso também aconte-

D
obra e matérias-primas baratas.
Essa tendência leva a uma transferência de empregos dos países mais ricos em que se pa- ce com a cultura. O espaço
gam altos salários e oferecem inúmeros benefícios – para as nações industriais emergentes. O geográfico constrói suas

A
resultado desse processo é que, atualmente, grande parte dos produtos não tem mais naciona- bases em inúmeros campos
lidade definida. Um automóvel originalmente produzido nos Estados Unidos pode conter peças
e configurações (economia,

L
fabricadas no Japão, ter sido projetado na Alemanha, montado no Brasil e vendido no Canadá.
Você acha que a globalização pode também “padronizar”usos e costumes? Quer dizer, política, sociedade, educa-

O
será que as pessoas, nos mais diferentes lugares do mundo e de diversas culturas, podem ção), de modo que a cultura
passar a produzir e consumir os mesmos produtos? encontra-se plenamente in-

R
Alguns pensadores dizem que a globalização anda de mãos dadas com a multicultu- serida nesse contexto. Assim,
ralidade, que seria a capacidade do capitalismo absorver o que lhe interessa em uma cultura observam-se as transfor-
(a comida mexicana, o samba brasileiro, o vinho francês, o sushi japonês) e retirar todo o seu

T
significado cultural, transformando-a em uma mercadoria qualquer, que somente remete ao mações das paisagens que
lucro. N variam do natural ao cultural,
carregando ambientes cons-
Ken Wolter/Shutterstock

titutivos de todas as socie-


O
dades capitalistas, mas com
elementos culturais locais
C

ou regionais, que denotam a


singularidade dos lugares.
Mas como podemos
O
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compreender o comporta-
mento e as transformações
Ã

da cultura na era da globali-


zação? Como elas se expres-
N

| Loja de uma rede de fast food mexicana na Califórnia, EUA. GEOGRAFIA sam em um espaço social
GEOGRAFIA | 243
cada vez mais interligado
IA

com o global? É possível


Encaminhamento metodológico dizer que estamos passan-
do por uma padronização
P

Se julgar adequado, comente com os alunos que os fluxos de capitais e pessoas mu- cultural?
daram. Fábricas mudaram de países, fluxos de capital saem dos mais pobres para os mais
Ó

[...].”
ricos. Dessa forma, a mão de obra é cada vez mais necessária nos países ditos pobres para
(Disponível em: <http://
poder manter as altas taxas de lucro dos mais ricos. mundoeducacao.bol.uol.
C

com.br/geografia/cultura-
Discuta com os alunos se é possível associar a globalização à presença de um mes- globalizacao.htm>. Acesso em:
mo produto em qualquer lugar do mundo. Mostre que, provavelmente, isso não é possí- 17 ago. 2016.)

vel, porque, em um sentido mais concreto, ela pressupõe a padronização dos produtos
(um tênis Nike, um Big Mac, aparelhos eletrônicos Mitsubishi, uma Coca-Cola). E isso não

GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR | 243

51789_MIOLO_EF17_8_GEO_L1_LP.indb 243 03/10/2016 10:47:06


Encaminhamento
metodológico
É interessante provocar
a discussão sobre globaliza-
O termo globalização é muito complexo e suas definições são várias. Alguns acreditam
ção mostrando aos alunos que a globalização define uma nova era da história humana e pode designar muitas coisas ao
os dois lados da moeda. Um mesmo tempo, como:
bom exemplo é lembrar como • a interligação acelerada dos mercados nacionais por meio das bolsas de valores de todo
o mundo, do comércio ou dos transportes;
temos acesso a mais bens
de consumo, mas provocar a • o processamento, a difusão e a transmissão de informações em tempo real (TV, telefonia,
computadores e redes, mídia escrita);
reflexão sobre quais os custos
• a conexão de culturas.
sociais disso. De modo geral, o
outro lado mostra como os ri-
Até que ponto você ou sua família percebem que vivem em uma sociedade globalizada?
cos enriquecem cada vez mais
Há pontos positivos para a vida de vocês? Quais? E pontos negativos? Quais?
e como crises globais acabam
De modo geral, algumas características definem a globalização como um todo. As
por colocar países inteiros em principais são: o mercado, o consumo e o acesso a bens culturais.
dificuldades financeiras, como Sob o aspecto do consumidor, pode significar conforto e interesse econômico, porque per-

A
a que o Brasil vem passando mite-lhe obter produtos de qualidade a preços diferenciados, mas também significa a exclusão
desde 2014. desses produtos para os menos favorecidos economicamente.

D
Do ponto de vista social, a globalização apresenta sinais de ser cada vez menos inclusiva e
Se julgar pertinente, am- homogênea, aumentando a polarização entre países e pessoas quanto à distribuição de riqueza,
plie a discussão com algumas renda, emprego e acesso à educação.

A
informações sobre o processo Na prática, exige menores custos de produção, porém, maior tecnologia. A mão de obra
de globalização e as conse- menos qualificada é descartada e isso prejudica principalmente os países em desenvolvimento.

L
Eles perdem com a desvalorização das matérias-primas que exportam e com o atraso tecnológico,
quências para as sociedades e acabam, muitas vezes, servindo apenas para produzirem produtos para os países mais ricos.
mais pobres. O geógrafo brasi-

O
leiro Milton Santos, um crítico

Nataliya Hora/Shutterstock
R
ácido da globalização, dizia
que ela auxiliava na retirada de

T
dinheiro dos mais pobres pelos
mais ricos, só que em escala N
global.
A globalização não
O
beneficia a todos de maneira
uniforme. Uns ganham muito,
C

outros ganham menos, outros


perdem.
O

Em relatórios da

EF17_8_GEO_L1_U2_02.indd
Organização das Nações
| Fábrica da Volkswagen na República Tcheca, país que tem mão de obra mais barata que a Alemanha. Por isso a localização
Ã

Unidas, há indícios de que a estratégica de suas fábricas, ainda que a maior parte das remessas de lucros siga para a matriz, em Wolfsburgo, Alemanha.
globalização está concentran-
N

do renda. Os países pobres


ficam mais pobres, e os países 244 | GEOGRAFIA
GEOGRAFIA
ricos, mais ricos.
IA

Os motivos para tal


acontecimento são vários, por as empresas se viam obrigadas a melhorar o salário de seus trabalhadores para que eles
pudessem consumir, hoje isso se modifica. Utilizam trabalhadores de uma localidade
P

exemplo a redução das tarifas


de importação que benefi- que não “precisa” consumir o que é ali produzido. Por exemplo, uma marca de tênis
não tem interesse que seus produtos sejam consumidos pelas pessoas que vivem no
Ó

cia muito mais os produtos


exportados pelos mais ricos e local onde são produzidos.
C

os subsídios que estes dão aos


seus produtos agrícolas, invia-
bilizando as exportações dos
mais pobres. Ou seja, se antes

244 | GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR

51789_MIOLO_EF17_8_GEO_L1_LP.indb 244 03/10/2016 10:47:09


Dicas para ampliar
o trabalho
Para conhecer um pou-
CONEXÃO co mais sobre Milton Santos,
O mundo tal como nos fazem crer: a globalização como fábula sua história e sua obra, pode-
[...] Fala-se, por exemplo, em aldeia global para fazer crer que a difusão instantânea de notícias -se indicar o acesso ao site:
realmente informa as pessoas. A partir desse mito e do encurtamento das distâncias – para aqueles <http://miltonsantos.com.
que realmente podem viajar – também se difunde a noção de tempo e espaço contraídos. É como se br/site/>
o mundo se houvesse tornado, para todos, ao alcance da mão. Um mercado avassalador dito global
é apresentado como capaz de homogeneizar o planeta quando, na verdade, as diferenças locais são
aprofundadas. Há uma busca de uniformidade, ao serviço dos atores hegemônicos, mas o mundo se
torna menos unido, tornando mais distante o sonho de uma cidadania verdadeiramente universal.
Enquanto isso, o culto ao consumo é estimulado.
Fala-se, igualmente, com insistência, na morte do Estado, mas o que estamos vendo é seu forta-
lecimento para atender aos reclamos da finança e de outros grandes interesses internacionais, em
detrimento dos cuidados com as populações cuja vida se torna mais difícil.
[...]
O mundo como pode ser: uma outra globalização

A
Todavia, podemos pensar na construção de um outro mundo, mediante uma globalização mais
humana. As bases materiais do período atual são, entre outras, a unicidade da técnica, a convergência

D
dos momentos e o conhecimento do planeta. É nessas bases técnicas que o grande capital se apoia
para construir a globalização perversa de que falamos acima. Mas, essas mesmas bases técnicas po-
derão servir a outros objetivos, se forem postas a serviço de outros fundamentos sociais e políticos.

A
(SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. São Paulo: Record, 2000. p. 18 – 20.)

1. A globalização é a integração das relações econômicas, dos sistemas de informação, dos

L
meios de transporte e das culturas. Mas será que o resultado dessa integração pode ser aces-
sado por todos? Ou será que depende dos recursos financeiros próprios de cada indivíduo?

O
R
T
2. De acordo com Milton Santos, todos os indivíduos poderiam se inserir neste mundo globa-
N
lizado. Como isso seria possível?
O
C
O
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EF17_8_GEO_L1_U2_02.indd

Ã
N

GEOGRAFIA
GEOGRAFIA | 245
IA

Respostas
P

1. Os resultados não podem ser acessados por todos, já que exigem recursos financeiros
próprios. O próprio Estado, que deveria estar ao lado dos menos favorecidos, acaba
Ó

por apoiar os grandes investidores e seus interesses internacionais, em detrimento dos


cuidados com as populações cuja vida se torna mais difícil.
C

2. Isso seria possível se as mesmas bases técnicas que sustentam a globalização que
Milton Santos chama de perversa pudessem servir a outros objetivos. Ou seja, se elas
fossem postas a serviço de outros fundamentos sociais e políticos.

GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR | 245

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Os polos de poder na economia globalizada
A Nova Ordem Mundial apresenta-se hoje sob a forma de multipolaridade, isto é, a antiga
bipolaridade, representada pelos Estados Unidos e a ex-União Soviética foi substituída por blocos
econômicos regionais, deixando poucos países de fora dessa lógica.
Estreitamente ligadas à economia globalizada que toma conta do mundo, essas associações
de países têm como objetivos principais a busca de lucro e a acumulação de capitais. O poderio
dos Estados na Nova Ordem Mundial é medido pelo capital, índices de competitividade, avanço
tecnológico, qualificação da mão de obra. Os países que mais se encaixam nesse perfil na atua-
lidade são os Estados Unidos, Japão e Alemanha.
Existem diferentes tipos de blocos econômicos:
• Mercado comum – o exemplo desse tipo é a União Europeia (UE), que busca padroni-
zar as legislações, a suspensão de barreiras alfandegárias internas e a padronização das
tarifas de comércio exterior. Há livre circulação de pessoas, serviços e capitais entre os
países-membros.

Botond Horvath/Shutterstock

A
D
A
L
O
R
T
| A sede do Parlamento Europeu é a instituição parlamentar da União Europeia, está localizada em
Estrasburgo, França. N
• União aduaneira – busca abolir as tarifas alfandegárias, abrindo os mercados internos
aos países-membros e regulamenta o comércio externo, definindo uma Tarifa Externa
O
Comum (TEC). Um exemplo desse bloco é o Mercado Comum do Sul, o Mercosul.
• Zonas de livre-comércio – busca a redução ou a eliminação das barreiras alfandegárias
C

internas que incidem sobre a troca de mercadorias entre os países-membros como no


caso da Comunidade Andina.
• União econômica e monetária – encaixam-se nesse bloco os países da União Europeia,
O

UE, que adotaram o Euro como moeda única e que estipularam um limite máximo de

EF17_8_GEO_L1_U2_02.indd
inflação e déficit público.
Ã
N

246 | GEOGRAFIA
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IA
P
Ó
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246 | GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR

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O Euro (€) é a moeda oficial de 19 dos 28 países da UE (dados do ano de 2015). Esses países,
que constituem a chamada Área do Euro ou Zona Euro, são os seguintes: Alemanha; Áustria;
Bélgica; Chipre; Eslováquia; Eslovênia; Espanha; Estônia; Finlândia; França; Grécia; Irlanda; Itália;
Letônia; Lituânia; Luxemburgo; Malta; Países Baixos e Portugal.

PARA SABER MAIS


E isso tudo com o espaço geográfico?
Todas essas mudanças nas características das pessoas, que vivem mais, trabalham mais, estão mais
dependentes do capital e estão mais interligadas graças à globalização, causam impacto no espaço
geográfico.
O tempo é praticamen-

Alexander Kirch/Shutterstock
te superado, visto que
muita coisa é conseguida
instantaneamente. Por

A
exemplo, seus pais podem
fazer pagamentos bancá-

D
rios pelo celular, você pode
mandar uma mensagem
para um amigo que mora

A
muito longe etc.
Porém, o espaço ainda
é importante. As coisas

L
não aparecem instanta-
neamente em nossa frente. Elas são feitas em algum lugar, por alguém.

O
Ainda que espaços não explorem espaços, e sim pessoas explorem pessoas, a globalização nos
traz a sensação de que somos grandes consumidores, de que tudo ao nosso redor começa a ficar
padronizado e ligado ao dinheiro, não é mesmo?

R
T
ATIVIDADES

1. Quais os indicadores econômicos mais utilizados para comparar a situação socioeconômica


N
entre os países?
O
C

2. O que é IDH e quais são os dados utilizados para o seu cálculo?


O
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Ã
N

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IA

Respostas
P

1. Os indicadores socioeconômicos mais utilizados para comparar a situação dos países


são: o Produto Nacional Bruto (PNB), O Produto Interno Bruto (PIB), a renda per capita e o
Ó

Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).


2. IDH significa Índice de Desenvolvimento Humano e varia de 0 a 1. O seu cálculo
C

sintetiza os seguintes dados: a longevidade, medida pela expectativa de vida; os


conhecimentos medidos pela taxa de analfabetismo e pela duração média de
escolarização; e o nível de vida, medido pelo poder de compra real.

GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR | 247

51789_MIOLO_EF17_8_GEO_L1_LP.indb 247 03/10/2016 10:47:16


Respostas
3. Infecções respiratórias,
diarreias, sarampo e malária.
Também são responsáveis por 3. Uma das consequências do baixo IDH é a mortalidade infantil. Cite alguns problemas rela-
cionados a ela.
grande número de mortes
os problemas relacionados à
gestação ou ao parto, como
tétano neonatal, septicemia e
Aids.
4. Quais são os exemplos que caracterizam a baixa expectativa de vida de um país?
4. A falta de recursos de
um país, como a falta de
saneamento básico, de
higiene, de alimentação, de
moradia adequada etc.
5. Sobre o processo de globalização que o mundo vem experimentando, a alternativa falsa é:
5. A a) A globalização é um processo de humanização, uma vez que rompe com as fronteiras
dos Estados, permitindo livre circulação de mercadorias e mão de obra.
6. Dentre as características

A
b) O processo de globalização tem propiciado um crescimento do mercado de produtos
positivas, podemos destacar dos países, como Cingapura, Taiwan, Hong Kong e Tailândia, apontados como modelos
a intensificação dos fluxos de agressividade econômica.

D
de capitais, mercadorias, c) A globalização, em linhas gerais, é um processo em que o produtor vai comprar a maté-
tecnologias e informações. Já ria-prima onde ela é mais barata, vendendo-a para qualquer mercado.

A
entre as negativas, destaca-se d) O mundo globalizado tem vivenciado processos de privatização, fruto de uma opção
o aumento das disparidades ideológica pelo neoliberalismo, justificada em uma impossibilidade de os governos fa-
zerem investimentos, que tem redundado em uma diminuição do poder de intervenção

L
socioeconômicas intra e inter-
do Estado na economia.
regionais do desemprego
6. Com base na afirmação abaixo, aponte uma característica positiva e outra negativa desse

O
estrutural e dos desequilíbrios processo em relação ao Brasil.
ambientais. “O processo de globalização econômica e financeira envolve, de diferentes formas,

R
7. vários países”.

a) É o dinheiro que os

T
governos investem na
economia de seus países N
com o objetivo de baratear
7. A Organização Mundial do Comércio (OMC), criada em 1995, procura promover e regular o
a produção, de modo que
O
comércio entre as nações. Tem como objetivo supervisionar acordos comerciais, criar fórum
o preço do produto final para negociações comerciais multilaterais e resolver disputas comerciais entre países.
fique abaixo dos preços dos O grande nó nas negociações para baixar as barreiras ao comércio no mundo hoje é a agri-
C

produtos importados. Com cultura. Os governos dos países ricos praticam subsídios agrícolas em seus países.
isso deixam de comprar de a) O que você entende por subsídios agrícolas?
outros países, prestigiando os
O

EF17_8_GEO_L1_U2_02.indd
produtos nacionais. b) De que forma esses subsídios prejudicam a economia dos países em desenvolvimento?
b) Esses países deixam
Ã

de exportar aos países


desenvolvidos, perdendo
N

mercados e divisas.
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IA
P
Ó
C

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Nesse sentido, glo-
balização e integração
ia constituem-se em aspectos
nom

2
c o centrais do funcionamento
E dial

cherezoff/Shutterstock
mun
E

da economia mundial nos


DA D

dias de hoje. A globalização,


UN I

por referir-se, de um modo


geral, ao aprofundamento
do caráter internacional dos
processos econômicos; e a
integração por remeter à
tendência de surgimento de
espaços de relações privile-
giadas entre países.
Assim, a economia
globalizada apresenta-se

A
como um intenso mosaico
mundial do qual fazem parte

D
blocos de economias nacio-
nais que ostentam diferentes

A
graus de fluidez interna nos
movimentos de bens e pes-

L
soas, mercadorias e fatores
produtivos.

O
[...]
Segundo os Diplomatas

R
Sérgio Abreu e Lima
Florêncio e Ernesto Henrique

T
Fraga Araújo, o processo
Nde integração econômica
refere-se a “um conjunto de
O
medidas de caráter econô-
mico que tem por objetivo
C

promover a aproximação e a
3. Blocos econômicos união entre as economias de
A Terra é dividia em diversos países e atualmente eles se unem em diferentes blocos econô- dois ou mais países”.
O
EF17_8_GEO_L1_U2_03.indd

micos para consolidar e desenvolver suas economias neste mundo global. Será que é possível [...].”
não fazer parte desses blocos e enfrentar os desafios da economia individualmente? (Disponível em: <www.camara.
Ã

leg.br/mercosul/blocos/introd.
htm>. Acesso em: 17 ago. 2016.)
N
IA

Objetivos do capítulo
P

• analisar os diferentes blocos econômicos existentes;


• compreender suas funções no cenário global.
Ó

Dicas para ampliar o trabalho


C

“Globalização e integração
Neste final de século, o capitalismo apresenta uma dinâmica da acumulação forte-
mente internacionalizada tanto sob a forma de capital produtivo quanto financeiro ou
comercial.

GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR | 249

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Encaminhamento
metodológico
Para o trabalho com o
mapa “Blocos econômicos”
Blocos econômicos
é interessante levar para a Os blocos econômicos são acordos internacionais entre países com proximidades socioe-
sala de aula um mapa-múndi. conômicas e também muitas vezes culturais. Esses países têm o objetivo de fortalecer suas
Dessa forma, os alunos pode- economias, por meio de apoio mútuo, como a redução ou isenção de impostos ou de tarifas
alfandegárias, para que haja maior circulação de capital entre os que formam determinado
rão identificar os países mem- bloco econômico. Pretendem, assim, ampliar as relações comerciais, sociais e políticas de seus
bros de cada bloco e como eles países-membros, para que possam estar inseridos fortemente na economia globalizada.
estão espalhados pelo planeta. A criação de blocos econômicos é uma tendência da atual fase do capitalismo na qual esta-
mos inseridos. Sem a integração econômica entre os países, algumas nações menos desenvolvidas
economicamente dificilmente conseguiriam lutar por melhores acordos que lhes favorecessem.
Os acordos podem ocorrer em âmbito mundial, intermediados pela Organização Mundial do
Comércio (OMC) – organização criada com a finalidade de supervisionar e liberalizar o comércio
mundial – ou regional, definidos entre os blocos econômicos.
Existem diversos blocos econômicos espalhados pelo mundo, com diferentes níveis de
integração.

A
Observe o mapa a seguir que mostra os principais blocos econômicos existentes no espaço
geográfico mundial.

D SAE DIGITAL S/A


PLANISFÉRIO – BLOCOS ECONÔMICOS

A
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
66º32'30" Círculo Polar Ártico

L
45º

O
23º27'30" Trópico de Câncer

OCEANO
PACÍFICO

R
0º Equador
OCEANO
OCEANO ÍNDICO

23º27'30" Trópico de Capricórnio ATLÂNTICO

T
Greenwich

OCEANO
PACÍFICO
45º N
66º32'30" Círculo Polar Antártico OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
O
180º 135º 90º 45º 0º 45º 90º 135º 180º

¬
Blocos econômicos 1:313600
1:375 000 000
000 N
C

UNIÃO EUROPEIA ASEAN 7512 km km


00 33756
130 6 260
NAFTA SADC O L

MERCOSUL MCCA Escala aproximada


Projeção de Robinson
APEC CAN S
O

EF17_8_GEO_L1_U2_03.indd
Ã
N

250 | GEOGRAFIA
GEOGRAFIA
IA
P
Ó
C

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União Europeia
A União Europeia teve origem no Mercado Comum Europeu (MCE), criado em 1957 com
o Tratado de Roma e transformado em Comunidade Econômica Europeia (CEE) em 1967.
Finalmente, por meio do Tratado de Maastricht, de 1992, tornou-se o organismo que hoje agrega
28 países.
Nos termos desses tratados, os Estados-membros delegam parte de sua soberania nacio-
nal a instituições comuns, que representam tanto os interesses nacionais como os interesses
comunitários. Até 2005, os países que pertenciam à União Europeia eram Alemanha, Áustria,
Bélgica, Chipre, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia,
Hungria, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos, Polônia, Portugal,
Reino Unido, República Checa e Suécia.
Em janeiro de 2007, mais dois países da Europa Oriental, a Bulgária e a Romênia, aderiram à
União Europeia, elevando o número de estados-membros para 27. Em 2013, a Croácia tornou-se
o 28.º membro do bloco.
Portanto, a União Europeia é o maior bloco econômico do mundo, conhecido pela livre -circulação
de bens, pessoas e mercadorias e pela adoção de uma moeda oficial: o Euro. Ela é utilizada somente

A
na chamada Zona do Euro, por 19 dos 28 países da UE. São eles: Alemanha, Áustria, Bélgica, Chipre,
Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia,

D
Luxemburgo, Malta, Países Baixos e Portugal.

SAE DIGITAL S/A


UNIÃO EUROPEIA

A
ISLÂNDIA

FINLÂNDIA

L
SUÉCIA
ESTÔNIA

O
MAR
DO LETÔNIA MAR
NORTE R DE
MATICO LITUÂNIA ARAL
DINAMARCA L

R
IRLANDA REINO
50º
UNIDO PAÍSES
BAIXOS POLÔNIA
ALEMANHA
BÉLGICA MAR

T
REP. CÁSPIO
TCHECA ESLOVÁQUIA
LUXEMBURGO
OCEANO
ATLÂNTICO ÁUSTRIA HUNGRIA
Greenwich

FRANÇA
ESLOVÊNIA
CROÁCIA
SÉRVIA
ROMÊNIA MAR NEGRO
N
-HERZEGOVINA

BULGÁRIA
BÓSNIA-

KOSOVO
MONTENEGRO

O
L

ITÁLIA MACEDÔNIA
ALBÂNIA

TURQUIA
A
TUG

ESPANHA
POR

GRÉCIA
C

MAR MEDITERRÂNEO CHIPRE

¬
0º 20º 40º

Ano de adesão (nº. de países) N


1:54 000 000
1957 (6) 2004 (25) 0 1:45540
000 0001 080 km
1973 (9) 2007 (27) 0 450 900 km
O

O L
EF17_8_GEO_L1_U2_03.indd
EF17_8_GEO_L1_U2_03.indd

1981 (10) 2013 (28) Escala aproximada


1986 (12) Em negociação Projeção Cônica de Lambert
1995 (15) Candidatos S
Ã
N

GEOGRAFIA
GEOGRAFIA | 251
IA

Dicas para ampliar o trabalho


P

Para maiores informações sobre a União Europeia basta acessar o seu site oficial:
• <http://europa.eu/index_pt.htm>5.
Ó
C

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Dicas para ampliar
o trabalho
“Brexit: professor ex- Em 2011, a União Europeia começou a enfrentar uma grande crise econômica, devido ao
plica quais são os impactos endividamento público elevado, especialmente na Grécia, em Portugal, na Espanha, na Itália e
da saída do Reino Unido da na Irlanda.
União Europeia Essa crise re-

ANADMAN BVBA/Shutterstock
sultou em fuga de
[...] capitais de investi-
O Reino Unido é o pri- dores, escassez de
crédito, aumento do
meiro país a sair da União desemprego e revol-
Europeia, mas esse processo tas populares por
pode demorar dois anos, de causa da redução
de gastos públicos e
acordo com o Tratado de
da queda do PIB dos
Lisboa. Após o resultado do países membros.
referendo, a libra caiu para o Consequentemente,
nível mais baixo em relação ao a crise econômica
da União Europeia
dólar desde 1985. Mark Carney,

A
interferiu em toda |
do Banco da Inglaterra, prome- Protesto contra a política de austeridade da União Europeia com os serviços públicos. Bruxelas,
a economia global, Bélgica, abril de 2014.
teu liquidez necessária às insti-

D
até mesmo no Brasil.
tuições para que a crise política No dia 23 de junho de 2016, em uma votação histórica, foi aprovado em referendo o “Brexit”,
termo em inglês em referência a saída das nações do Reino Unido da União Europeia. Segundo

A
que começa agora, com a saída
especialistas, o resultado resultará em consequências econômicas, com prejuízo maior para os
de David Cameron, não afete a britânicos.

L
economia.”
(Disponível em: <www.ebc.com.
br/noticias/internacional/2016/06/

O
brexit-professor-explica-quais-sao- Reino Unido decide deixar a União Europeia em referendo
os-impactos-da-saida-do-reino>.
Acesso em: 17 ago. 2016.) Em decisão histórica, que tem potencial para mudar o rumo da geopolítica mundial pe-

R
las próximas décadas, os britânicos decidiram em referendo deixar a União Europeia (UE).
A opção de “sair” venceu a de permanecer no bloco europeu por mais de 1,2 milhão
de votos de diferença [...].

T
A vitória da “Brexit” derrubou as Bolsas na Ásia e os mercados futuros da Europa e
dos Estados Unidos antes mesmo de o resultado oficial ser divulgado. A libra esterlina,
N
moeda do Reino Unido, despencou e chegou a atingir o menor valor frente ao dólar
em 31 anos. No Japão, a Bolsa de Tóquio desabou quase 8%.
O referendo derrubou também o primeiro-ministro britânico, David Cameron. “Os
O
britânicos votaram pela saída e sua vontade deve ser respeitada”, afirmou o premiê,
que deve deixar o cargo em outubro. Ele ponderou que o país precisa de uma nova
C

liderança para levar a decisão adiante. “A negociação deve começar com um novo
primeiro-ministro”.
[...]
(Disponível em: <http://g1.globo.com/mundo/noticia/2016/06/reino-unido-decide-
O

EF17_8_GEO_L1_U2_03.indd
deixar-uniao-europeia-em-referendo.html>. Acesso em: 17 de ago. 2016.)
Ã
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NAFTA
O Acordo de Livre Comércio da América do Norte
(NAFTA) iniciou-se em 1988, quando se criou uma zona
ANADMAN BVBA/Shutterstock

de livre-comércio entre Estados Unidos e Canadá. Em


1993, foi assinada a adesão do México ao bloco, e em
1.º de janeiro de 1994 entrou em vigor com todos os
membros.
O objetivo desse bloco é eliminar as barreiras
alfandegárias entre os três países e consolidar o co-
mércio regional norte-americano em um prazo de 15
| Símbolo do Nafta anos. Esse acordo tem características especiais, já que
visa exclusivamente a eliminação de barreiras alfandegárias, não pretendendo criar instituições
comunitárias supranacionais e não pretendendo também a unificação do câmbio.
O Canadá e os Estados Unidos apresentam características econômicas semelhantes, en-
quanto o México entra no bloco de uma forma distinta, pois seu grau de desenvolvimento é
bastante inferior ao dos dois outros países. O Produto Interno Bruto (PIB) do México é conside-

A
ravelmente pequeno em relação aos outros integrantes do acordo. Entre Canadá e Estados
Unidos, as relações não foram modificadas em função do acordo de 1988 já existente.

D
No vizinho do sul, os Estados Unidos veem a possibilidade de ampliar o seu comércio para
a população e expandir as suas indústrias.

A
O acordo não prevê

Patrick Poendl/Shutterstock
a livre circulação da mão
de obra mexicana para os

L
Estados Unidos, pois dessa
forma, o mercado interno

O
de trabalho fica protegi-
do. Há, é bem verdade, um
tratamento diferenciado

R
para profissionais mexicanos
especializados, o que não

T
ocorre para a mão de obra
desqualificada.
Alguns movimentos
de oposição têm ocorrido
N
dentro dos Estados Unidos,
O
principalmente por parte dos
sindicalistas, que estão preo-
cupados com o perigo da
C

transferência de indústrias
do país para o México, em
busca de baixos padrões de
O

regulamentação ambiental,
EF17_8_GEO_L1_U2_03.indd
EF17_8_GEO_L1_U2_03.indd

social e trabalhista e de mão


de obra, cerca de dez vezes
| Fronteira EUA–México. Os fluxos de capital são permitidos, mas o de pessoas é ex-
Ã

mais barata.
tremamente controlado.
N

GEOGRAFIA
GEOGRAFIA | 253
IA

Dicas para ampliar o trabalho


P

Para maiores informações sobre o NAFTA, pode-se olhar o seu site oficial. Está em
inglês, mas não é um empecilho para coletar informações e dados oficiais.
Ó

• <www.naftanow.org/default_en.asp>.
C

GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR | 253

51789_MIOLO_EF17_8_GEO_L1_LP.indb 253 03/10/2016 10:47:42


Encaminhamento
metodológico
No debate, é importante Apesar de os defensores do NAFTA terem argumentado que o acordo criaria milhares de
mostrar aos alunos que alguns novos empregos, com o aumento das exportações dos EUA para o México, segundo analistas
econômicos, ocorreu o oposto: as exportações dos EUA para o México diminuíram, mas não
países, aqueles que têm pa- de modo tão rápido quanto as exportações mexicanas para os EUA. Por outro lado, entre
peis-chave nos grandes blocos 1990 e 1999, a circulação de mercadorias na região (EUA, México e Canadá) cresceu 156%, o
econômicos, possivelmente que fez com que o México figurasse entre as 15 maiores economias do mundo, após a crise
que sofreu em 1994.
apresentam apenas benefícios,
Um estudo publicado pelo Economic Policy Institute (EPI) demonstra que o aumento de
como EUA e Alemanha. Os postos de trabalho no México

Paul Laragy/Shutterstock
demais países, como Portugal, ocorreu nas empresas (localiza-
Grécia e México, podem apre- das nas zonas de fronteira) ape-
lidadas de “maquiladoras”, que
sentar somente pontos nega- importam peças e componentes
tivos. Interfira na escolha do de suas matrizes estrangeiras
para que os produtos sejam
país a ser pesquisado por cada montados por trabalhadores que
equipe, para que o debate ganham menor remuneração em
fique mais rico. Entre os países comparação àqueles que traba-

A
lham nas matrizes. Assim, o pro-
devem estar tanto aqueles duto final manufaturado será
“chave” quanto os demais. exportado para o país de origem

D
da empresa ou para outros paí-
Dicas para ampliar ses em que o produto for
o trabalho | solicitado.

A
Empresa maquiladora de motores no México.

Os principais problemas a serem ainda enfrentados pelo NAFTA são:


“Os blocos econômi-

L
• empregos e salários;
cos e o emprego: o caso das
maquiladoras • diferenças econômicas e políticas;

O
• meio ambiente;
[...]
• reciprocidade nos tratados;

R
Maquiladoras – são
• nível de desenvolvimento;
empresas que importam
• dois dos países (México e EUA) são antagônicos pela história e cultura.

T
peças e componentes de suas
matrizes estrangeiras para N
que os produtos (como carros, INTERAÇÃO
computadores, aparelhos de
O
som) sejam manufaturados Reúna-se em equipe para fazer uma pesquisa sobre os países-membros da União Europeia
(montados) – em geral, por ou do NAFTA.
C

Escolham um dos países e encontrem dados que mostrem o que aconteceu a ele após a
trabalhadores que ganham um implementação do bloco econômico no qual está inserido: sua economia cresceu? A sociedade
salário inferior ao daqueles que se beneficiou? Houve crescimento do IDH? Aumentou o nível de escolaridade? Aumentou a
trabalham nas matrizes – para expectativa de vida?
O

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depois exportar o produto Em seguida, façam um debate em classe discutindo os benefícios que o país pesquisado
apresentou e se houve pontos negativos nesse processo.
final para o país de origem da
Ã

empresa ou para outros países


em que o produto seja compe-
N

titivo. Elas existem no México 254 | GEOGRAFIA


GEOGRAFIA
desde 1965, mas ganharam
IA

um impulso com a eliminação


das alíquotas de importação e Operação da Indústria Maquiladora serviu de novo impulso, e já são mais de 3 mil
a partir do Nafta, implantado empresas do gênero instaladas no México. As maquiladoras são na maioria dos setores
P

no começo de 1994, e no final de eletroeletrônicos (Cânon, Casio, Kodak, Ericsson, Hewlett Packard, IBM, Motorola,
daquele ano já somavam mais General Eletric, Philips, Samsung, Sanyo, Sony) e automotivo (BMW, Ford, General
Ó

de 2 mil empresas, que a prin- Motors, Honda).


cípio se instalaram na fronteira
C

[...].”
com os Estados Unidos, mas (Disponível em: <www.comciencia.br/200405/reportagens/06.shtml> Acesso em: 17 de ago. 2016.)
depois se espalharam por todo
o território mexicano. Em 1998,
o Decreto para a Fomentação

254 | GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR

51789_MIOLO_EF17_8_GEO_L1_LP.indb 254 03/10/2016 10:47:47


intercâmbio com outros
parceiros comerciais. [...].
O aperfeiçoamento
Mercosul
Mercosul da União Aduaneira é um
Em1991,
Em 1991,foifoiassinado
assinadoooTratado
Tratadode deAssunção,
Assunção, dos objetivos basilares do
quecriou
que criouooMercado
MercadoComumComumdo doSulSul(Mercosul),
(Mercosul), MERCOSUL. Como passo
compostopor
composto porquatro
quatropaíses: Brasil,Argentina,
países:Brasil, Argentina,
importante nessa direção,
UruguaieeParaguai.
Uruguai Paraguai.Em Venezuelafoi
2012,aaVenezuela
Em2012, foi
aceitano
aceita nobloco.
bloco.Além
Alémdestes,
destes,háhátambém
tambémos ospaíses
países os Estados Partes concluí-
associados,que
associados, queparticipam
participamdasdasreuniões,
reuniões,masmasnão
não ram, em 2010, as negocia-
têmpoder
têm poderde devoto.
voto.São
Sãoeles:
eles:Colômbia,
Colômbia,Equador,
Equador,
Peru,Chile,
Peru, Chile,Guiana
GuianaeeSuriname.
Suriname.
ções para a conformação
Alémdesses,
Além desses,ooMéxico
Méxicoparticipa
participaapenas
apenascomo
como do Código Aduaneiro do
membroobservador,
membro observador,poispoispara
parafazer
fazerparte
partedo
dobloco,
bloco, MERCOSUL.
éépreciso
precisoestar
estarprimeiramente
primeiramenteassociado ALADI | |Símbolo
associadoààALADI
(AssociaçãoLatino-Americana
(Associação Latino-Americanade deIntegração).
Integração).
Símbolodo
doMercosul.
Mercosul. Na última década, o
AAconfiguração
configuraçãoatual
atualdo
doMercosul
Mercosulcomo
comounião
uniãoaduaneira
aduaneira(livre-comércio,
(livre-comércio,interzona
interzonaeepolítica
política MERCOSUL demonstrou
comercialcomum),
comercial comum),foi foiformalizada
formalizadano noProtocolo
ProtocolodedeOuro
OuroPreto,
Preto,assinado
assinadopelos
pelosquatro
quatropaíses
países particular capacidade de
formadoresdo
formadores dobloco
blocoememdezembro
dezembrode de1994.
1994.OOProtocolo
Protocoloreconhece
reconheceaapersonalidade
personalidadejurídica
jurídica
aprimoramento institucional.
dedireito
de direitointernacional
internacionaldo dobloco,
bloco,atribuindo-lhe,
atribuindo-lhe,assim,
assim,competência
competênciapara paranegociar,
negociar,ememnome
nome

A
próprio,acordos
próprio, acordoscom comterceiros
terceirospaíses,
países,grupos
gruposdedepaíses
paíseseeorganismos
organismosinternacionais.
internacionais. Entre os inúmeros avan-
OOProtocolo
Protocolode deOuro
OuroPreto
Pretodefiniu
definiuasascaracterísticas
característicasinstitucionais
institucionaisbásicas
básicasdo
dobloco:
bloco: ços, vale registrar a criação

D
órgãosdecisórios
••órgãos decisóriosde decaráter
caráterintergovernamental;
intergovernamental; do Tribunal Permanente
sistemade
••sistema deconsenso
consensoentre
entreos
osmembros
membrospara
paratomada
tomadade
dedecisões;
decisões; de Revisão (2002), do

A
sistemade
••sistema dearbítrio
arbítriopara
parasolucionar
solucionarproblemas.
problemas. Parlamento do MERCOSUL
OOacordo
acordopreviu
previuaacirculação
circulaçãodedebens,
bens,capitais
capitaiseeserviços
serviçosaapartir
partirde
de1995,
1995,definindo,
definindo,assim,
assim, (2005), do Instituto Social

L
osprimeiros
os primeiroscontornos
contornosda daUnião
UniãoAduaneira,
Aduaneira,entrando
entrandoem emvigor,
vigor,em em1.°
1.°de
dejaneiro
janeirodaquele
daqueleano
ano do MERCOSUL (2007), do
aaTarifa
TarifaExterna
ExternaComum
Comum(TEC).
(TEC).Assim,
Assim,ficaram
ficaramisentas
isentasdedetarifas
tarifasdedeimportação
importação90% 90%das
dasmerca-
merca- Instituto de Políticas Públicas

O
doriasdos
dorias dospaíses
paísescomponentes.
componentes.No Nofinal
finalde
de2002,
2002,ocorreu
ocorreuaalivre
livrecirculação
circulaçãode depessoas,
pessoas,inclusive
inclusive
paraos
para osmembros
membrosassociados.
associados.
de Direitos Humanos (2009),
bem como a aprovação do

R
| |Usina
UsinaHidrelétrica
HidrelétricadedeItaipu,
Itaipu,localizada
localizadananafronteira
fronteiraentre
entreBrasil
Brasile eParaguai.
Paraguai. Plano Estratégico de Ação
Social do MERCOSUL (2010)

T
Iuliia Timofeeva/Shutterstock
Iuliia Timofeeva/Shutterstock

e o estabelecimento do
N cargo de Alto Representante-
Geral do MERCOSUL (2010).
O
[...].”
(Disponível em: <www.
mercosul.gov.br/saiba-mais-
C

sobre-o-mercosul>. Acesso em:


17 ago. 2016.)
O
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Ã
N

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IA

Dicas para ampliar o trabalho


P

“O Mercosul
[...]
Ó

A configuração atual do MERCOSUL encontra seu marco institucional no Protocolo


de Ouro Preto, assinado em dezembro de 1994. O Protocolo reconhece a personalida-
C

de jurídica de direito internacional do bloco, atribuindo-lhe, assim, competência para


negociar, em nome próprio, acordos com terceiros países, grupos de países e organismos
internacionais. O MERCOSUL caracteriza-se, ademais, pelo regionalismo aberto, ou seja,
tem por objetivo não só o aumento do comércio intrazona, mas também o estímulo ao

GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR | 255

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Encaminhamento
metodológico
Se julgar pertinente, O rápido progresso obtido pelos países do Mercosul não se resume apenas aos países
proponha uma discussão com componentes e, nesse sentido, deve ser interpretado à luz do princípio de regionalismo aber-
os alunos sobre o fato de o to defendido por seus fundadores. Sua integração regional não representa uma ação isolada,
visto que pretende constituir-se como resultado natural e necessário de um longo processo de
Brasil, em alguns casos, ser aproximação entre os países da América do Sul.
conhecido por explorar seus Hoje, pode-se considerar essa união aduaneira como um dos polos de atração de negócios
vizinhos sul-americanos, como do mundo, além de ser a quarta economia mundial e a principal reserva de recursos naturais
a Alemanha é acusada de fazer do planeta.
na União Europeia e os EUA em No setor energético, suas reservas, especialmente os minérios e as hidrelétricas, são muito
importantes. Apresenta uma rede de comunicações bastante desenvolvida, que está gradati-
relação ao México, na NAFTA,
vamente crescendo e unindo os países-membros.
pois o Brasil tem um papel de

Nestor Galina/CC BY 2.0


destaque na América do Sul
e pode acabar tomando uma
atitude imperialista em relação
aos seus vizinhos.

A
D
A
L
| Yacimientos Petrolíferos Fiscales, ou simplesmente YPF, uma importante indústria argentina do setor energético, dedicada ao
refino, exploração e venda de petróleo e gás natural.

O
APEC

R
Criada em 1989, essa associação adquiriu caráter de bloco econômico quatro anos depois
na Conferência de Seatle (EUA). Em 1994, os países-membros se comprometeram a transformar

T
a região do Pacífico em área de livre-comércio de suas mercadorias da seguinte forma: até 2010,
para as economias desenvolvidas; até 2020, para as nações em desenvolvimento. Outro de seus
objetivos é impulsionar o sentido de comunidade na região. N
O
C
O

EF17_8_GEO_L1_U2_03.indd
Ã

| Símbolo da Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (APEC).


N

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Compõe-se de 20 países da orla do Pacífico e mais Hong-Kong, que atualmente é uma
região administrativa especial da China. Esses países têm, entre si, uma grande desigualdade
econômica e, em função disso, é prevista a superação de diversos problemas até que o bloco
possa atuar plenamente.
Com sede em Cingapura, as nações da APEC respondem hoje por quase 50% das exportações
mundiais. Um aspecto estratégico dessa aliança é o fato de aproximar a economia estadunidense
dos demais países do Pacífico, contrabalançando o peso de Japão e China, as duas grandes potên-
cias da região.
Esse bloco, passou por um desenvolvimento econômico muito dinâmico e intenso, princi-
palmente nas últimas duas décadas, ocasionando um grande impacto na economia mundial.
A APEC é hoje um fórum de cooperação econômica que coordena e facilita o crescimento
interdependente da Ásia e do Pacífico, de forma a sustentar o crescimento da região. Associado
à proposta de desenvolver a economia, está o objetivo de transformar as relações entre os mem-
bros, envolvendo países importantes no cenário internacional como os EUA,o Japão e a China.
Ungsuk K. Park, um estudioso dessas associações, afirma que a diferença entre a APEC e a
União Europeia (UE) é que, nesta última, buscou-se integrar economicamente os países para

A
evitar conflitos mili-
tares, enquanto que,

Goversno do Chile/CC BY 2.0


na primeira, a busca

D
de concentração de
esforços comuns no

A
crescimento da eco-
nomia vai gerar uma
estabilidade tal que

L
irá superar as dife-
renças políticas e

O
sociais dos países-
-membros. Para ele,
portanto, a coopera-

R
ção e o equilíbrio
das relações na re-
| Líderes dos países-membros da APEC em encontro realizado em Vladvostok, Rússia, 2012.

T
gião dependem de existirem tolerâncias, garantindo aos países-membros da APEC autonomia
em outras áreas não prioritárias.
De qualquer forma, é difícil deixar de lado as disputas entre dois grandes líderes do bloco,
EUA e Japão, e a ligação que outro membro forte, a Austrália, está estabelecendo com o Japão.
N
Este, carente de matéria-prima, principalmente de minérios e combustíveis fósseis, vê no vizinho
O
australiano um grande apoio ao seu desenvolvimento.
C

GEOGRAFIA E AÇÃO

Que tal organizar as informações sobre os diferentes blocos econômicos estudados até aqui?
O
EF17_8_GEO_L1_U2_03.indd
EF17_8_GEO_L1_U2_03.indd

Para isso, leia novamente os textos para preencher a tabela da próxima página.
Ã
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GEOGRAFIA
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Bloco
Países integrantes Data da fundação Objetivos
econômico
Alemanha, Áustria, Bélgica, Teve origem no Mercado Livre circulação de bens, pessoas e
Chipre, Dinamarca, Eslo- Comum Europeu (MCE), mercadorias. Adoção de uma moeda
váquia, Eslovênia, Espanha, em 1957. Foi transformado oficial: o Euro.
Estônia, Finlândia, França, em Comunidade Econômica
Grécia, Hungria, Irlanda, Europeia (CEE) em 1967.
Itália, Letônia, Lituânia, Em 1992 foi transformada
União Europeia Luxemburgo, Malta, Países em UE.
Baixos, Polônia, Portugal,
Reino Unido, República
Checa, Suécia, Bulgária,
Romênia e Croácia.

Estados Unidos, Canadá Iniciou-se em 1988 quando Eliminar as barreiras alfandegárias


e México. se criou uma zona de livre- entre os três países e consolidar o
-comércio entre Estados comércio regional norte-americano
Unidos e Canadá. Em 1993 em um prazo de 15 anos. Esse acordo

A
foi assinado, com a adesão tem características especiais, já que
do México, e entrou em visa exclusivamente à eliminação de
NAFTA vigor em 1.ο de janeiro de barreiras alfandegárias, não preten-

D
1994. dendo criar instituições comunitárias
supranacionais e não pretendendo
também a unificação do câmbio.

A
L
Brasil, Argentina, Uruguai Em 1991, foi assinado o O acordo previu a circulação de bens,
e Paraguai e em 2012, a Tratado de Assunção, que capitais e serviços, a partir de 1995,

O
Venezuela foi aceita no deu origem ao Mercosul. definindo, assim, os primeiros con-
bloco. Além desses países, tornos da União Aduaneira, entrando
há também os países as- em vigor, em 1.° de janeiro, a Tarifa

R
sociados, que participam Externa Comum (TEC). Assim, ficaram
Mercosul das reuniões, mas não têm isentas de tarifas de importação 90%
poder de voto. São eles: das mercadorias dos países compo-

T
Colômbia, Equador, Peru, nentes. No final de 2002, ocorreu a
Chile, Guiana e o Suriname. livre circulação de pessoas, inclusive
N para os membros associados.

Austrália, Brunei, Canadá, Criada em 1989. Adquiriu Transformar a região do Pacífico


O
Chile, China, Hong Kong, caráter de bloco econômi- em área de livre-comércio de suas
Indonésia, Japão, Coreia co quatro anos depois, na mercadorias da seguinte forma: até
do Sul, Malásia, México, Conferência de Seatle (EUA). 2010, para as economias desenvol-
C

Nova Zelândia, Papua vidas; e até 2020, para as nações em


Nova Guiné, Peru, Filipinas, desenvolvimento. Outro de seus
APEC Rússia, Singapura, Taiwan, objetivos é impulsionar o sentido de
Tailândia, Estados Unidos comunidade na região.
O

EF17_8_GEO_L1_U2_03.indd
e Vietnã.
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Dentre os países inte-
grantes, a mais importante
economia é a da África do
Outros blocos econômicos Sul, sendo que as restantes
são muito frágeis e depen-
Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) dentes. Segundo estudiosos,
A Associação de Nações do Sudeste a integração regional dos

OPgrapher/Shutterstock
Asiático foi criada em 8 de agosto de 1967, países africanos é a melhor
pela Declaração de Bangkok. Os países que via para o desenvolvimen-
compõem a ASEAN são: Indonésia, Malásia,
Camboja, Laos, Filipinas, Cingapura, Myanmar,
to rápido e sustentável do
Vietnã, Brunei e Tailândia. continente.
A declaração do ASEAN indica que os ob-
jetivos da associação são:
• acelerar o crescimento econômico, o
progresso social e o desenvolvimento | Bandeiras dos países-membros do ASEAN.
cultural na região, com os esforços da
junção, no espírito da igualdade e parceria;

A
• promover a paz e a estabilidade regionais, com o respeito à justiça no relacionamento
entre os países da região e no cumprimento dos princípios da carta. Em 1995, os membros
do ASEAN reafirmaram que “a paz cooperativa e a prosperidade compartilhada serão os

D
objetivos fundamentais do bloco.”

A
Comunidade da África Meridional para o Desenvolvimento (SADC)
A conferência de fundação da Coordenação do

L
Desenvolvimento do Sul da África (SADC) ocorreu em
17 de agosto de 1981, em Maseru (Botsuana), com o

O
objetivo de reduzir a dependência econômica dos seus
membros.
A SADC é o mais importante organismo comercial

R
da África e tem 14 países-membros: Angola, Botsuana,
República Democrática do Congo, Lesoto, Malauí, Ilhas | Símbolo da SADC.

T
Madagascar, Maurício, Moçambique, Namíbia, Ilhas
Seychelles, África do Sul, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbábue.
N
tusharkoley/Shutterstock

O
C
O
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| Vista de Joanesburgo, África do Sul, a principal cidade do bloco


sul-africano.
N

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Encaminhamento metodológico
P

Em 1992, a SADC foi transformada em Comunidade de Desenvolvimento da África


Ó

Meridional, ainda com o principal objetivo de promover a integração econômica da re-


gião. Tal objetivo faz com que os países integrantes estejam cientes do compromisso que
C

assumiram de estabelecer progressivamente uma comunidade para o desenvolvimento,


dentro da qual os direitos aduaneiros e outros encargos de efeito equivalente serão gra-
dualmente reduzidos e eventualmente eliminados.

GEOGRAFIA | LIVRO DO PROFESSOR | 259

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Encaminhamento
metodológico
A ALADI passou por um Mercado Comum Centro-Americano de Integração (MCCA)
período problemático na eco-
Esse bloco foi criado em 13 de dezembro de 1960 pelo Tratado Geral de Integração Centro-
nomia do bloco, na década de Americano. Os países fundadores foram: Nicarágua, Guatemala e El Salvador. Em 1962, Honduras
1980, razão pela qual toda a uniu-se ao bloco e, em 1963, o bloco teve a adesão da Costa Rica. O Panamá é um membro
América Latina enfrentou crises associado ao MCCA.
de dívida externa, o que levou Pelo Protocolo da Guatemala, os países-membros devem instituir uma zona de livre-comér-
os países-membros a adotarem cio, uma união aduaneira e também a integração financeira e monetária na região.
políticas protecionistas, prejudi- Associação Latino-Americana de Integração (ALADI)
cando o organismo. Foi criada em 1980 com o objetivo de renovar o processo de
A Comunidade dos Estados integração latino-americano que havia sido iniciado pelo tratado de
Montevidéu de 1960, quando foi criada a Associação Latino-Americana
Independentes, a CEI, que reúne
de Livre Comércio (ALALC), que fracassou. Os países-membros são:
os países da Ex-URSS ainda Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai, Bolívia, Colômbia, Equador, Peru,
existe, porém funciona mais | Símbolo da ALADI. Venezuela, Chile, México e Cuba.
como um tratado que benefi- Seu objetivo é criar um mercado comum latino-americano, a longo

A
cia a Rússia do que um bloco prazo e de maneira gradual, mediante a concessão de preferências tarifárias regionais e acordos
bilaterais e de alcance parcial.
econômico.

D
As crises econômicas e Comunidade Andina (CAN)

A
bélicas desse país com diver- Fundado em 1969, inicialmente com a denominação de Pacto
sos outros membros, como Andino, hoje é chamado de Comunidade Andina (CAN). Ela tem o
objetivo de alcançar uma economia mais equilibrada que promova o

L
a Geórgia, o Azerbaijão, o desenvolvimento humano.
Cazaquistão e a Ucrânia (que é Seus membros são: Bolívia, Colômbia, Equador e Peru. Os países asso-
| Símbolo da CAN.

O
um participante, não um mem- ciados são: Chile, Argentina, Brasil, Paraguai e o Uruguai, além da Espanha
bro), marcaram o bloco com como um país observador.

R
uma crise permanente. Os principais objetivos da Comunidade Andina são:
• promover o desenvolvimento equilibrado e harmonioso dos países-membros, em con-
dições de equidade, por meio da integração e da cooperação econômica e social;

T
• acelerar o crescimento e trabalho de geração de emprego para os habitantes dos
países-membros;
N
• facilitar a participação dos países-membros no processo de integração regional, para a
formação gradual de um mercado comum latino-americano;
O
• reduzir a vulnerabilidade externa e melhorar a posição dos países-membros no contexto
econômico internacional;
C

• fortalecer a solidariedade sub-regional e reduzir as diferenças de desenvolvimento entre


os países-membros;
O

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• fornecer uma melhoria constante na qualidade de vida dos habitantes da sub-região.
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2. É o maior bloco
econômico existente
no espaço geográfico,
conhecido pela livre-
ATIVIDADES
circulação de bens, pessoas
e mercadorias e pela
1. O que são blocos econômicos? E qual é a sua importância para os países-membros?
adoção de uma moeda
oficial. Atualmente fazem
parte dele 28 países.
3. Não, o Euro é uma
moeda oficial desse
bloco econômico e não
uma moeda única, pois
somente é utilizada na
2. O que é a União Europeia? Quantos países fazem parte deste grupo?
chamada Zona Euro, por
19 dos 28 países da UE. São

A
eles: Alemanha; Áustria;
Bélgica; Chipre; Eslováquia;

D
Eslovênia; Espanha; Estônia;
Finlândia; França; Grécia;

A
3. O Euro é uma moeda única da União Europeia? Isto é, ela é utilizada por todos os
países-membros? Irlanda; Itália; Letônia;
Lituânia; Luxemburgo; Malta;

L
Países Baixos e Portugal.

O
4. É o Acordo de Livre
Comércio da América do

R
Norte entre Estados Unidos,
4. O que é o NAFTA? E qual seu objetivo?
Canadá e México. O objetivo

T
desse bloco é eliminar as
barreiras alfandegárias
N entre os três países e
O
consolidar o comércio
regional norte-americano.
5. Cite alguns problemas a serem enfrentados pelo NAFTA.
C

5.
• A questão ambiental.
O
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• Diferenças econômicas e
políticas.
Ã

• México e EUA são antagô-


N

nicos em relação à história


GEOGRAFIA
GEOGRAFIA | 261 e à cultura.
• Nível de
IA

desenvolvimento.
Respostas
• Reciprocidade dos
P

1. Os blocos econômicos são acordos internacionais entre países com tratados.


proximidades socioeconômicas e culturais, que se apoiam mutuamente por
Ó

meio da redução ou isenção de impostos ou de tarifas alfandegárias, para


que haja maior circulação de capital entre os países que os formam.
C

A importância dessa união é de elevar a economia dos países-membros,


o que irá se refletir no PIB e consequentemente no IDH.

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Respostas
6. B
7. São empresas que importam 6. Considere as afirmações sobre o NAFTA, e marque a alternativa correta.
peças e componentes de suas a) A criação do bloco ocorreu ainda na década de 1970, como forma de neutralizar a
Guerra Fria.
matrizes estrangeiras para que
b) O bloco representou uma estratégia norte-americana para reduzir a imigração mexicana.
os produtos sejam montados
c) O bloco, liderado pelos Estados Unidos, tem outros dois integrantes com características
por trabalhadores que ganham econômicas semelhantes.
menor remuneração em 7. O que é uma empresa maquiladora? E onde surgiu?
relação àqueles que trabalham
nas matrizes. Estas empresas
surgiram no México.
8. O Mercosul reúne cinco
países: Brasil, Argentina,
8. Quais são os países que compõem o bloco econômico do Mercosul? E também quais são
Uruguai, Paraguai e Venezuela.
os países associados? E o país observador?
Os países associados são:

A
Colômbia, Equador, Peru,
Chile, Guiana e o Suriname.

D
E o México participa apenas
como membro observador.

A
9. É um bloco econômico que 9. Apresente algumas características da APEC.

L
corresponde a quase 50%
das exportações mundiais.

O
Tem como finalidade
promover o desenvolvimento

R
econômico da região e
diminuir as disparidades

T
entre os países-membros. 10. Quais são os elementos que podem auxiliar em uma identificação dos blocos econômicos
considerados e classificados como “mais fortes e mais fracos”?
N
10. Os grupos mais fortes são
aqueles com maior Produto
O
Interno Bruto (PIB) e os
mais fracos com menor PIB.
C

Os mais fortes apresentam


melhor qualidade de vida de
suas populações; Índice de
O

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Desenvolvimento Humano
(IDH) elevado e renda per
Ã

capita também elevada.


N

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Referências
1492 – A Conquista do Paraíso. Direção: Ridley Scott. Estados Unidos da América: Paramount Pictures, 1992.
HOBSBAWM, Eric. A Era dos Extremos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 233.
ARBEX Jr, José. Folha de S.Paulo, 9 nov. 1990.
MAGNOLI, Demétrio. O Mundo Contemporâneo: Relações internacionais (1945-2000). São Paulo: Moderna, 1997, p.
112-113.
SANTOS, Milton. Por uma Outra Globalização: do pensamento único à consciência universal. São Paulo: Record,
2000. p. 18-20.

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