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ANALISE DE CONTEÚDO

Esse material está didaticamente elaborado com o intuito de abrir um processo de


ensino-aprendizagem sobre Análise de Conteúdo no campo da saúde, em especial, da
Enfermagem. A construção teórica aqui descrita tem por base o livro Análise de Conteúdo,
de Laurence Bardin. Para falar sobre o tema principal, consideramos importante enfatizar a
leitura e a pesquisa qualitativa como interdependentes da temática Análise de Conteúdo.

LEITURA
 A unidade de leitura e suas diretrizes
 Análise e interpretação de textos científicos - LOGICIDADE

 Atitudes errôneas do leitor (?) de textos científicos


– Desânimo, desencanto,
– juízo de valor depreciativo
- DIFICULDADES = inércia mental

Leitura
 COMUNICAÇÃO
– texto linguagem e estilo
– intercomunicação de 02 ou + consciências
 EMISSOR – autor
 MENSAGEM – texto
 RECEPTOR – leitor
– Pensar, assimilar, personalizar - DECODIFICAÇÃO

Diretrizes para boa leitura


 Delimitação da unidade de leitura
– Setor, capítulo, seção ...
 Extensão da unidade de leitura
– Proporcionalidade, acessibilidade e familiaridade do leitor
 Estudo da unidade de leitura
– Contínuo
– Evitar intervalos de tempo longos.
Análise textual

 Abordagem preparatória da leitura


– Pré-análise
 Leitura compreensiva do texto
– Visão panorâmica
– Idéias, estilo e métodos do autor
– QUEM É O AUTOR? SUAS OBRAS?
 Levantamento do vocabulário
– Conceitos, termos – ELIMINAR AMBIGUIDADES

Análise textual

 TEXTOS OBSCUROS – esclarecer


– Dicionários, livros, manuais, periódicos
 ESCLARECIMENTO DO TEXTO
– Leitura prazerosa
– Ampliação do conhecimento
– Clareza
 ESQUEMATIZAÇÃO
– Visão conjunta da unidade
– Organização e estruturação redacional

Análise temática

 Compreensão da mensagem global da unidade – QUESTIONAR O TEXTO


– Do que fala o texto? – TEMA / ASSUNTO
– Qual o problema formulado / problematização a ser resolvida?
– O que fala o autor sobre o tema, sua posição, idéia defende e o que quer
demonstrar?
– IDÉIA CENTRAL – TESE
– Base para RESUMO e ROTEIRO DE LEITURA
– Organograma lógico

Análise interpretativa

 Interpretação das idéias do autor


 Tomada de posição do leitor
 Leitura de entrelinhas
– Pressupostos teóricos, filosóficos
 Juízo crítico – avaliação
– Amadurecimento intelectual
 PROBLEMATIZAÇÃO
– Levantamento das questões explícitas e implícitas no texto para discussão e
reflexão
 SÍNTESE PESSOAL – olhar do leitor.

PRESSUPOSTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA QUALITATIVA

MÉTODOS:
Clínico
Histórico
Antropológico
Ecológico
Social
Interacionista
CONTEXTUALIZAÇÃO

Com base na frase: a descrição fenomenológica do ser-no-mundo é obtida pelo estudo


científico do comportamento sócio-eco-cultural humano, escreva:
a) Como a Análise de Conteúdo pode apropriar-se dos métodos supracitados?

DINAMICIDADE: PESQUISA E ANÁLISE DE CONTEÚDO

Realidade e Sujeito
MUNDO OBJETIVO E SUBJETIVO

ANÁLISE DE CONTEÚDO: TEORIA POLISSÊMICA


Exploratória
Descritiva
Explicativa
INTERPRETATIVA - MÚLTIPLOS SIGNIFICADOS E RELAÇÕES

ORIENTAÇÕES FILOSÓFICAS E PESQUISA QUALITATIVA

Fenomenologia
Imersão no cotidiano para desvelar os fenômenos e o sentido das impressões ocultas

Dialética
O processo do conhecimento dá-se pela relação sujeito-objeto, com valorização
contraditória dos fatos observados e a ação criativa do sujeito.

Interacionismo Simbólico

Mundo social é constituído de interações sociais simbólicas, com suas múltiplas


significações advindas de vivências das pessoas com os objetos.

Etnometodologia
Busca compreender o sentido da vida prática, das atividades e dos acontecimentos
diários das pessoas por meio da criação de rapport.

Natureza, racionalidade e importância da pesquisa qualitativa em saúde/enfermagem.

Dimensão histórica da Análise de Conteúdo.

Hermenêutica
Arte da interpretação de textos sagrados, literários
Interpretação de:
Mensagens obscuras e/ou duplo sentido
Desvelar do que está por do discurso – simbólico e polissêmico

RETÓRICA
Estudo das formas de expressão.
A propaganda

LÓGICA
Estuda o encadeamento normativo das regras e formas de raciocínios adequados.

Suécia – 1640
Pesquisa de autenticidade sobre hinos religiosos
Efeitos nefastos ou luteranos, complexidade estilística

França – 1888-1892
Pesquisa sobre expressão e tendências na linguagem
Bíblia – livro de Êxodo – classificação temática de palavras-chave

Europa – 1909-1918
Pesquisa sociológica – imigração de polacos na Europa e América
Análise de cartas, diários íntimos, relatórios oficiais e artigos de jornal

Estados Unidos
Berço da Análise de Conteúdo
Escola de Jornalismo de Colúmbia
- estudos quantitativos de jornais
- mensuração do grau de sensacionalismo dos artigos
- desencadeamento de estudos de contagem e medidas
Tamanho dos títulos, localização na página
Primeira e Segunda Guerras Mundiais
– estudos de propaganda e de investigação política.
Atitudes subversivas – nazistas.
Análise de favoritismo/desfavoritismo de países.
Analise lexical das palvras-chave.

Vultos da dimensão histórica da Análise de Conteúdo.

H. D. Lasswell
- 1915 - Análise de imprensa e de propaganda.
- 1927 – Propaganda Technique in the World war
- Political Symbol Analysis
- 1949 – The Language of Politics: Studies in Quantitative Semantics
Richard Wright
- 1947 - Análise de valor do romance autobiográfico Back Boy.
- objetivos – sexo, alimentação, amizade.
- normas – moralidade, verdade, civilização.
- pessoas – negros, brancos.
- combina análise quantitativa (estatística) e qualitativa (subjetiva).

A. L. Baldwin – 1942
- Método de investigação da personalidade.
- análise de contingência (co-ocorrência):
- associação de 2 ou + palavras ou temas.

B. Berelson 1940-1950
- “A análise de conteúdo é uma técnica de investigação que tem por finalidade a
descrição objetiva, sistemática e quantitativa do conteúdo manifesto da comunicação”

1950-1960 – Plano Epistemológico da Análise de Conteúdo


- Etnologia, História, Psiquiatria, Psicanálise, Sociologia, Psicologia, Ciência
Política
- CONCEPÇÕES:
A) Modelo instrumental – o significado está na veiculação da mensagem em relação
às circunstâncias
B) Modelo representacional – o significado está no conteúdo da mensagem, nos
itens lexicais.

1950-1960 – Plano Metodológico da Análise de Conteúdo


Analise qualitativa – presença ou ausência de características significantes do
conteúdo
Análise quantitativa – freqüência das características do conteúdo das mensagens
Pós-1960 – Modernidade e a Análise de Conteúdo
- Era digital
- 1966 – The General Inquirer: a computer approach to content analysis in
the behavioral sciences.
- apurar frequências,
- distribuição de unidades de registros,
- preparação dos textos com definição precisa das unidades de codificação,
- criação de categorias e subcategorias de análise,
- análise automatizada das informações.
- Pesquisas sobre comunicação verbal

O campo da Análise de Conteúdo.

ANÁLISE DE CONTEÚDO

- é um conjunto de técnicas de análise das comunicações


- uma técnica de investigação que através de uma descrição objetiva, sistemática e
quantitativa do conteúdo manifesto das comunicações, tem por finalidade a interpretação
destas comunicações (Berelson).
- Um conjunto de técnicas de análise das comunicações, visando obter, por procedimentos
sistemáticos e objetivos de descrição de conteúdos de mensagens, indicadores
(quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições
de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens.

Objetivos da Análise de Conteúdo

1 - Superação da incerteza
- validação da leitura com possibilidade de generalização
O que eu na mensagem é efetivamente o que lá está contido?
2 – Enriquecimento da leitura
- exaustividade produtora de pertinência científica.

DESEJO DE RIGOR E NECESSIDADE DE DESCOBRIR

- Ir nas entrelinhas e além das aparências para VERIFICAÇÃO PRUDENTE e


INTERPRETAÇÃO BRILAHNTE
FUNCÕES DA ANÁLISE DE CONTEÚDO

1 – Heurística
- enriquece a tentativa exploratória.
- aumenta a propensão à descoberta.
2 – Administradora da prova
- formulação de questões norteadoras da pesquisa:
- confirmar ou refutar

PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

O que analisar na área da saúde/enfermagem?

A) Em grupo, liste possibilidades de investigações na área da saúde/enfermagem,


confrontando-as com os objetivos e funções da analise de conteúdo.

“Tudo o que é dito ou escrito é susceptível de ser submetido a uma análise de conteúdo”
(P. Henry e S. Moscovici, 1968)

O MÉTODO
DESCRIÇÃO ANALÍTICA DO MÉTODO DE ANÁLISE DE CONTEÚDO

ORGANIZAÇÃO DA ANÁLISE

- Procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição dos conteúdos das mensagens


- ANALISE DOS SIGNIFICADOS
- Regras de análise: estão descritas em 03 pólos de análise:
Pólos cronológicos: pré-análise, exploração do material e tratamento dos resultados
e interpretação.

POLO I - FASE DE PRÉ-ANÁLISE - Período de organização do material a ser


investigado. Constitui na leitura flutuante dos documentos colhidos nas entrevistas e nas
observações livres de cenários, sob a orientação das regras de exaustividade,
representatividade, homogeneidade e pertinência, para a constituição do corpus, que é
composto por todos os documentos selecionados para análise durante o período de tempo
estabelecido para a coleta de informações, como - falas de informantes-chave, relatórios,
regimentos, normas e rotinas, registros, ofícios - todos observados criteriosamente pelo
investigador, com total consentimento dos sujeitos da pesquisa.
REGRA DE EXAUSTIVIDADE: refere-se à deferência de todos os componentes
constitutivos do corpus. BARDIN (1977) descreve essa regra, detendo-se no fato de que o
ato de exaurir significa não deixar fora da pesquisa qualquer um de seus elementos, sejam
quais forem as razões.
REGRA DA REPRESENTATIVIDADE: na conformidade dessa regra, o
procedimento amostral da investigação é representativo ao inferir com rigor o universo de
investigação. BARDIN (1977) leciona que, no caso da amostra ser uma parte representativa
do universo, os resultados obtidos para a amostra serão generalizados ao todo,
compreendendo que o todo tem como inferência a realidade empírica pesquisada.
REGRA DE HOMOGENEIDADE: essa regulamentação prescreve que a
documentação esteja sujeita aos critérios definidos de escolha (BARDIN, 1977) sem
fugacidade. Considerando que as regras se interrelacionam, a homogeneidade pretendida
decorre do direcionamento da pesquisa para o cumprimento dos critérios de seleção da
amostra.
REGRA DE PERTINÊNCIA: para essa fase, a fonte documental corresponde
adequadamente ao objetivo suscitado pela análise (BARDIN, 1977), ou seja, esteja
concernente com o que se propõem o estudo, desvelar imagens empíricas da realidade da
comunicação.
Ressalta-se que antes da fase de exploração do o material, conforme o modelo de
Bardin, há uma fase intermediária, denominada fase de preparação do material, durante a
qual ocorre a reunião de todo material para tratar das informações coletadas (gravações,
observações etc), com vistas à preparação formalizada dos textos. Faz-se necessário
esclarecer que as observações têm um cunho enriquecedor quando da análise dos textos,
considerando que estas também expressam com fidedignidade outros cenários de
comunicação.
POLO II - FASE DE EXPLORAÇÃO DO MATERIAL - constitui-se a partir da
construção das operações de codificação, considerando-se os recortes dos textos em
unidades de registros (semânticas: temas; lingüísticas: palavras e frases), a escolha das
regras de contagem e a classificação e agregação das informações em categorias
simbólicas. BARDIN (1977) define codificação como a transformação, por meio de recorte,
agregação e enumeração, com base em regras precisas sobre as informações textuais,
representativas das características do conteúdo. Para o termo categorização, ela diz tratar-se
de uma operação classificatória de elementos agrupados por uma mesma taxonomia.
POLO III - TRATAMENTO DOS RESULTADOS E INTERPRETAÇÃO -
nessa fase, os resultados recebem um tratamento analítico, para que se tornem significantes
e válidos (BARDIN, 1977). Em termos operacionais, as informações são organizadas em
forma de categorias de análise empíricas, abstraídas de meios de comunicação e
enriquecidas, muitas vezes, com observações livres dos cenários.

PLANO DE ORGANIZAÇÃO E ANÁLISE

PÓLO I PRÉ-ANÁLISE

LEITURA FLUTUANTE

REGRAS exaustividade - representatividade- homogeneidade-

CORPUS

PREPARAÇÃO DO MATERIAL

PÓLO II EXPLORAÇÃO DO MATERIAL

RECORTE, CATEGORIZAÇÃO E CODIFICAÇÃO

PÓLO III TRATAMENTO DAS INFORMAÇÕES


INTERPRETAÇÃO

Operações Estatísticas
SÍNTESE E SELEÇÃO DOS RESULTADOS NATUREZAS
NATUREZAS EMPÍRICAS DA
TEÓRICAS DA REALIDADE
COMUNICAÇÃO INVESTIGADA
INFERÊNCIAS

INTERPRETAÇÃO

Outras orientações Utilização dos


para uma nova análise resultados de análise
para fins teóricos

CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE COMUNICAÇÃO

- número de informantes:
- 01 pessoa (monólogo)
- natureza dos códigos e do suporte da mensagem

DOMÍNIOS POSSÍVEIS DA APLICAÇÃO DA ANÁLISE DE CONTEÚDO

Uma pessoa Comunicação Comunicação de


Código e suporte (monólogo) dual Grupo restrito Massas
(diálogo)
LINGUÍSTICO Agendas, diários, Cartas, respostas a Ordens de serviço, Jornais, revistas,
registros. questionários, comunicações livros, anúncios,
Escrito trabalhos escritas. cartazes, panfletos,
acadêmicos. boletim
informativo
Exposições,
Verbalização de Entrevistas e Discussões, discursos, rádio,
Oral pessoas. conversas. entrevistas, televisão, cinema,
conversas, discos.
reuniões.

ICÔNICO (sinais, Sonhos, foto. Comunicação por Toda comunicação


grafismos, imagem entre duas icônica em Sinais de trânsito,
imagens, pessoas, respostas pequeno grupo. cinema, pintura,
fotografias, filmes a testes projetivos. cartazes, outdoor,
etc). televisão.

OUTROS Manifestações Comunicação não- Comunicação não- Meio físico e


CÓDIGOS pessoais normais verbal com destino verbal com destino simbólico,
SEMIÓTICOS ou patológicas, a outrem a outrem sinalização de
(Tudo que não é comunicação não- unidade de saúde.
lingüístico e é verbal, objetos.
emissor de
significado)

CODIFICAÇÃO

É o tratamento dispensado ao material coletado. É o processo pelo qual ocorre


transformação dos dados brutos, por meio de regras, em uma sistemática de recorte,
agregação em unidades, as quais permitem a descrição exata das características pertinentes
do conteúdo.

ORGANIZAÇÃO DA CODIFICAÇÃO

RECORTE – escolha das unidades


ENUMERAÇÃO – escolha das regras de contagem
CLASSIFICAÇÃO e AGREGAÇÃO – escolha das categorias

Como recortar o texto – OBSERVAR OS OBJETIVOS DA PESQUISA

UNIDADE DE REGISTRO

É a unidade de significação a codificar e corresponde ao segmento do conteúdo da


mensagem.

UNIDADES FORMAIS DE REGISTRO


- palavra – termo significativo.
- tema – uma afirmação acerca de um assunto – sentido
- estudos de motivação, atitudes, crenças, valores, tendências...
- objeto ou referente – divisões de um hospital.
- personagem – ator social (atributos pessoais – idade, traços do caráter,
profissional).
- acontecimento – relatos recortados em unidades de ação (artigos de
jornais/revistas, filmes).
- documento – unidade de gênero documental.

INTERCESSÃO DA UNIDADE DE REGISTRO

UNIDADES PERCEPTÍVEIS – palavra, frase, documento material, personagem físico.


UNIDADES SEMÂNTICAS – temas, acontecimentos, indivíduos.

UNIDADE DE CONTEXTO ou CATEGORIAL

- Mais ampla que a unidade de registro e visa compreender a significação dos itens
obtidos (presente/ausente) através da racionalização de números e percentagem que conduz
ao MÉTODO DAS CATEGORIAS DE ANÁLISE.

CATEGORIAS DE ANÁLISE – são rubricas (categorias) que permitem a classificação


dos elementos de significação da mensagem. É um método taxonômico ordenador.

REGRAS DE ENUMERAÇÃO

É o modo de contagem dos elementos das unidades registradas pra verificação de presença
ou ausência.

Freqüência = medida de aparição da unidade de registro.

Intensidade = variações semânticas ou formais de uma unidade de registro.

Direção = descreve os pólos direcionais (favorável/desfavorável, positivo/negativo,


sadio/doente).

Ordem = aparição da unidade de registro seqüenciada.

Co-ocorrência = presença simultânea de duas ou mais unidades de registros numa unidade


de contexto.

INTENCIONALIDADE INFERENCIAL DA ANÁLISE DE CONTEÚDO


- Inferência – operação lógica pela qual se admite uma proposição em virtude da
sua ligação com outras proposições já aceitas como verdadeiras.
- deduzir de maneira lógica a mensagens emitidas.
- Analista de conteúdo – arqueólogo, desbravador, detetive.
- trabalha com vestígios; índices.

Como problematizar por meio de inferências:


O que conduziu a este enunciado? Causas e antecedentes da mensagem.
Quais as conseqüências do enunciado? Possíveis efeitos.

CATEGORIZAÇÃO

É uma operação de classificação de elementos constitutivos de um conjunto, por


diferenciação e, sequencialmente, por reagrupamento segundo o gênero (analogia), com
critérios previamente definidos.
Buscar o que os elementos têm em comum.

Categorias = rubricas = classes

Critérios de categorização
- semântico – temas, frases.
- sintático – verbos, adjetivos.
- lexical – categorias de palavras segundo o seu sentido.
- expressivo – categorias que classificam perturbações da linguagem.

ETAPAS DA CATEGORIZAÇÃO

INVENTÁRIO – isolar os elementos.


CLASSIFICAÇÃO – repetir os elementos de forma organizada.

BOAS CATEGORIAS

EXCLUSÃO MÚTUA – o elemento existe apenas em uma divisão, isto é, numa categoria.
HOMOGENEIDADE – princípio único de governabilidade organizativa.
PERTINÊNCIA – pertinens = diz respeito a, correspondência.
OBJETIVIDADE e FIDELIDADE – constituição de uma mesma grelha de codificação,
mesmo quando submetidas a diferentes unidades de análises.

TRATAMENTO INFORMÁTICO DE ANÁLISE DE CONTEÚDO

Todos os softwares para pesquisa qualitativa (hiperresearch, ethnograph).


AS TÉCNICAS
ANÁLISE CATEGORIAL

São operações de divisão do texto em unidades, em categorias segundo reagrupamentos


analógicos.

ANÁLISE DE AVALIAÇÃO

São mensurações de atitudes de um locutor quanto aos objetos por ele falado.
As atitudes são caracterizadas pela intensidade e direção.

Evaluative Assertion Analysis (EAA) = Análise de Asserção Avaliativa de Osgood (1959).


Semelhante à análise de conteúdo temática – divisão do texto em unidades de significação.

Fases da técnica de análise de avaliação

1 - Os componentes dos enunciados avaliativos


- Objetos de Atitude – OA - pessoas, grupos, idéias, coisas, acontecimentos ...
- Termos Avaliativos com Significação Comum (SC) – devem ser anotados
diferentemente, pois qualificam os objetos da atitude (predicados, adjetivos, verbos).

2 – PRIMEIRA ETAPA
- Identificação e extração dos Objetos de Atitude (OA):
- leitura, referenciamento e recenseamento dos objetos de atitude.
3 – SEGUNDA ETAPA
- Normalização dos enunciados.
- edição dos textos com vista à preparação da codificação.
4 – TERCEIRA ETAPA
- codificação.

ANÁLISE DA ENUNCIAÇÃO

Apóia-se numa concepção da comunicação como processo e não como dado.


Usa a entrevista não-diretiva, isto é, centrada na pessoa, constituindo um processo empático
entre pesquisador-entrevistado, todavia com pré-formação mínima (direcionalidade para os
objetivos da pesquisa). Trata-se de:
Autonomia
Unidade de coerência
Originalidade
Singularidade
Discurso dinâmico

ANÁLISE DA EXPRESSÃO

PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM

PRIMEIRO MOVIMENTO

Neste último exercício deste encontro você vai exercer um novo papel, o de pesquisado. As
pesquisas ora apresentadas a você estão assim idealizadas:
TÍTULO: percepção de docentes de uma universidade pública do Rio de Janeiro sobre
Análise de Conteúdo.
OBJETIVO GERAL: desvelar o pensamento docente sobre o conjunto de técnicas de
análise de conteúdo.

QUESTIONÁRIO
1 – Fale ou escreva sobre o que é Análise de Conteúdo para você?
2 – Como usar e o que usar da Análise de Conteúdo na sua vida profissional?
3 – O que você considera importante saber sobre Análise de Conteúdo?

SEGUNDO MOVIMENTO

Primeiramente aplique a regra de leitura (textual, analítica e interpretativa), ou seja, leia e


releia o texto, ele é seu objeto de pesquisa, logo deve ser bastante explorado por você.
Agora, com base no texto que o seu colega escreveu. Construa uma grelha de análise, na
qual deverá constar: CATEGORIAS E SUBCATEGORIAS.

TERCEIRO MOVIMENTO

É hora de apresentar o produto aprendido. Vamos lá!


Depois de apresentado todos podem contribuir com a aprendizagem. Agora são vocês!

QUARTO MOVIMENTO

Acabou? Não! Vamos fazer uma avaliação do facilitador, do material e uma auto-avaliação.

BIBLIOGRAFIA

Bardin, Laurence. Análise de conteúdo. 3.ed. Lisboa: Edições 70, 2004.


Chizzoti, Antonio. Pesquisas em ciências humanas e sociais. São Paulo: Cortez, 1998.
Conselho de Organizações Internacionais de Ciências Médicas. Diretrizes éticas
internacionais para pesquisa biomédica em seres humanos. São Paulo: Loyola, 2004.
Leininger, Madeleine M. Qualitative research methods in nursing. Philadelphia: W.B.
Saunders Company, 1985.
MINAYO, M. C. de S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São
Paulo: HUCITEC; Rio de Janeiro; ABRASCO, 1992.
Rodrigues, Maria Socorro Pereira; Leopardi, Maria Tereza. O método de análise de
conteúdo: uma versão para enfermeiros. Fortaleza: FCPC, 1999.
TURATO, E. R. Tratado da metodologia da pesquisa clínico-qualitativa. Petrópolis:
Vozes, 2003.

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