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Abstract—The use of Photovoltaic (PV) energy is increasing sombras causadas por objetos, árvores, construções, ou impre-
and the high penetration of PV in the power grid creates several visíveis, devido à poeira, sujeira, excrementos de pássaros e
challenges. The main challenge consists in reducing power losses salinidade, entre outros fatores [7], [8]. Outras perdas são rel-
in conversion. The main losses are those caused by total and
partial shading, mismatch losses, ohmic loss, and temperature. ativas aos componentes eletrônicos do sistema, cabos (perdas
In this occasion, Power Optimizer for Photovoltaic Systems ôhmicas), temperatura, incompatibilidade elétrica (mismatch)
(POPS) have recently appeared, which aim at increasing the e degradação dos módulos [6].
energy conversion of the PV system. Thus, this work presents the Soluções para perdas em sistemas FV causadas por som-
POPS and performs simulations with PV*SOL software verifying breamento ou mismatch são largamente estudadas na liter-
the gain provided under different conditions. As a result, in
the best case, Optimization Performance (Op ) reached 10.84% atura [9]. Tais soluções abrangem diferentes configurações
(SolarEdge) in Sete Lagoas-MG and 7.17% (Tigo) in Curitiba- de arranjos FV [10], topologias de conversores [9], técnicas
PR. Therefore, POPS may be a solution for improving energy de rastreamento do ponto de máxima potência (Maximum
conversion of the PV system, mainly due to the ongoing reduction Power Point Tracking - MPPT) específicas para situações
in the cost of power electronics. de sombreamento parcial [11] e arquiteturas de sistemas FV
Index Terms—Power optimizer, POPS, photovoltaic systems, [12][13]. Dentre as arquiteturas de sistemas FV encontra-se a
losses. utilização de otimizador de potência para sistemas FV (Power
Optimizer for Photovoltaic Systems - POPS), que consiste em
um conversor de corrente contínua alocado a cada um ou dois
I. I NTRODUÇÃO módulos fotovoltaicos.
O grupo das energias renováveis, a Energia Solar Foto- Como contribuição para a literatura, este artigo apresenta
N voltaica (ESFV) segue como uma das mais promissoras
para o futuro [1] devido às diversas vantagens favoráveis ao
como POPS podem atuar em diferentes locais, verificando
seu funcionamento e seu comportamento em um sistema
meio ambiente [2] e à tendência na redução de custos de FV residencial em comparação com outras arquiteturas, além
equipamentos para sistemas fotovoltaicos nos próximos anos de apresentar um resumo das vantagens e desvantagens em
[3]. Esse cenário promissor e políticas públicas permitiram que relação a outras arquiteturas FV, fornecendo um material para
houvesse avanço crescente da Geração Distribuída (GD) no consulta sobre essa nova tecnologia. Este estudo é importante
Brasil, possibilitando que maiores investimentos fossem feitos pois trabalhos como [14], [15], [16], [17], [18], [19], apre-
em sistemas que contemplam ESFV [4]. sentam a parte eletrônica do POPS com foco no estudo dos
A ESFV é obtida por meio do processo de conversão direta conversores ou resumo da arquitetura, e trabalhos como [20],
da luz solar em energia elétrica. A corrente elétrica gerada [21] apresentam possíveis controles para funcionamento de
nesse processo percorre dispositivos de controle e conversão, POPS, sem realizar uma análise macroscópica, considerando
para atender um banco de baterias (sistemas isolados - Off- a aplicação do POPS em um sistema FV e comparando difer-
Grid) ou, na maioria dos casos, ser transferida diretamente entes locais, situações e arquiteturas, algo que é importante
para rede elétrica (Sistemas Fotovoltaicos Conectados à Rede para avaliar a viabilidade e definir quando é interessante
elétrica (SFCR) - On-Grid) [5]. utilizar POPS em sistemas FV.
Porém, em um sistema Fotovoltaico (FV) durante a conver- Com o desafio de reduzir as perdas em um sistema FV,
são de energia, ocorrem diversas perdas [6] que mudam de aumentando a conversão de energia, este trabalho apresenta um
acordo com a localidade e a configuração do sistema. Entre estudo sobre POPS, utilizando o software PV*SOL [22] em
tais perdas, destacam-se as perdas por sombreamento total ou diferentes condições e locais. O PV*SOL é composto por um
parcial, que geralmente ocorrem de modo previsível, devido às conjunto de algoritmos e uma base de dados meteorológicos,
possibilitando retratar as variáveis que influenciam um sistema
J. L. de S. Silva, University of Campinas (UNICAMP), Campinas, São FV ao longo do ano simulado, como sombreamento, movimen-
Paulo, Brasil, e-mail: jlucas.souzasilva@gmail.com. tação do Sol ao longo do dia, irradiância, temperatura, perdas
H. S. Moreira, University of Campinas (UNICAMP), Campinas, São Paulo, nos componentes, perdas por mismatch, entre outros aspectos.
Brasil, e-mail: moreirahugos@gmail.com.
D. B. Mesquita, University of Campinas (UNICAMP), Campinas, São O trabalho foi organizado da seguinte forma: a seção II
Paulo, Brasil, e-mail: mesquita.b.daniel@gmail.com. apresenta o POPS e seu funcionamento; a seção III mostra a
M. G. V. Reis, University of Campinas (UNICAMP), Campinas, São Paulo, descrição das simulações realizadas; a seção IV mostra resulta-
Brasil, e-mail: marcosreis_9@yahoo.com.br.
M. G. Villalva, University of Campinas (UNICAMP), Campinas, São Paulo, dos obtidos e comentários sobre o desempenho observado nas
Brasil, e-mail: marcelo@fee.unicamp.br. simulações; a seção V apresenta as conclusões do trabalho.
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Fig. 3. Arquitetura modular com POPS em série. diferença é que o custo dos sistemas baseados em otimizadores
consegue ser ligeiramente menor. Os otimizadores são mais
simples e possuem menos componentes do que os microinver-
Com a evolução da eletrônica de potência surgiram arquite-
sores. Para sistemas de grande potência, com muitos módulos,
turas modulares [34] que empregam vários estágios CC/CC,
os otimizadores são mais vantajosos sob a óptica econômica.
distribuídos entre os módulos e conectados em série ou par-
alelo, juntamente com um estágio de saída CC/CA. É nesse
tipo de arquitetura que se encaixam os otimizadores. III. D ESCRIÇÃO DAS SIMULAÇÕES
A Figura 3 apresenta a arquitetura modular com
otimizadores em série, formando strings nas quais os módulos Para verificar o ganho proporcionado pelo uso de
não são conectados diretamente entre si. O ponto de máxima otimizadores foram feitas diferentes simulações com o
potência é encontrado para cada módulo FV individualmente, software PV*SOL 2018. Inicialmente, escolheram-se cinco
com sistemas de MPPT existentes em cada um dos estágios cidades do Brasil: Belém-PA (Latitude -1.45502 e Longitude
CC/CC, e as tensões de saída (V0i ) nos capacitores de cada -48.5024) por ser considerado um dos melhores locais para
estágio (C0i ) são somadas e entregues com um valor total implantação de sistemas FV no Brasil [36]; Sete Lagoas-MG
constante ao capacitor de entrada do inversor CC/CA. (Latitude -19.4679 e Longitude -44.2477), pois o estado de
As vantagens da arquitetura modular são, principalmente, Minas Gerais é o que mais possui instalações de GD no Brasil
a facilidade na manutenção de módulos FV, pois permite a [4]; Curitiba-PR (Latitude -25.4284 e Longitude -49.2733)
isolação do módulo FV defeituoso, sem prejudicar toda a devido ao baixo índice de irradiação solar comparado a outras
geração do sistema FV e o uso de MPPT individual para cidades do Brasil, grande quantidade de nuvens e clima frio;
cada módulo. Os sistemas modulares empregam um elevado Campinas-SP (Latitude -22.9064 e Longitude -47.0616), por
número de componentes devido aos vários estágios de con- ser a cidade onde foram realizados os presentes estudos; e
versão existentes. As perdas de conversão desses componentes Paulo Afonso-BA (Latitude -9.41097 e Longitude -38.2358)
são compensadas pelo ganho de geração proporcionado pelos devido aos bons índices solarimétricos do estado da Bahia
otimizadores (sobretudo pela existência de MPPT individual- [37] e potencialidades do local para instalação.
izado) em relação à arquitetura convencional de sistemas FV. Nos estudos foi estabelecida a utilização de um cenário de-
sconsiderado o sombreamento e, posteriormente, o incluindo,
como mostrado na Figura 4. Ambos os cenários foram apli-
C. Comparação Entre Inversor de String, Microinversores e cados a um sistema FV, sem e com o uso de otimizadores,
Otimizadores nas cinco cidades escolhidas. O sistema FV foi simulado em
A Tabela I é apresentada com o intuito de comparar as uma aplicação urbana típica, na qual há normalmente sombras
principais características dos inversores de string, microinver- que não podem ser evitadas, causadas por construções, árvores
sores e otimizadores. É interessante observar as diferenças para e outros obstáculos próximos. O sistema FV estudado é
determinar qual arquitetura será utilizada em cada sistema composto por 16 módulos FV de 270 Wp da BYD (270P6C-
FV projetado, sobretudo com respeito a microinversores e 30), totalizando 4,32 kWp. Foram utilizados nos estudos os
otimizadores. otimizadores SolarEdge P320-NA [38] e Tigo TS4-R-O [39].
Comparando a utilização de inversores de string, microin- Os otimizadores da SolarEdge [38] têm a peculiaridade
versores e POPS, uma pesquisa realizada na Califórnia (EUA) de somente funcionar com inversores da mesma empresa,
[35] apontou que o crescimento no número de instalações de buscando garantir melhor compatibilidade, monitoramento e
sistemas com microinversores e otimizadores cresce de forma custo. A otimização do SolarEdge é baseada em MPPT. Já o
lenta, mas há uma tendência de redução de custo de tais Tigo [39] utiliza uma tecnologia própria de impedância equiv-
dispositivos. Assim, no futuro otimizadores poderão se tornar alente, prometendo otimizar o sistema FV de forma diferente
comuns em todas as instalações devido às vantagens propor- dos seus concorrentes. Outro destaque dos otimizadores da
cionadas. Entre otimizadores e microinversores, a principal Tigo é a possibilidade de funcionar com qualquer inversor de
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TABELA I
C OMPARAÇÃO ENTRE INVERSORES DE string, MICROINVERSORES E POPS, ADAPTADO DE [35]
Funcionamento Uma string ou várias são Geralmente um ou dois módu- Geralmente um ou dois módu-
conectadas a um inversor los FV são conectados a um los FV são conectados a um
microinversor POPS
Sombreamento Parcial Impacta todo o conjunto de Impacta somente os módulos Impacta somente os módulos
módulos se houver mais de sombreados sombreados
uma string paralelada
Desempenho com sombras Baixo Mais eficiente Mais eficiente
Desempenho com módulos Baixo Alto Médio
FV em diferentes inclinações
(telhados irregulares)
Monitoramento individual de Não é possível Possível dependendo do fabri- Possível dependendo do fabri-
módulos FV e verificação de cante e modelo cante e modelo
problemas
Redução de Mismatch Não Sim Sim
Número de componentes Padrão Elevado Elevado
eletrônicos
Segurança na instalação Padrão Alta Alta
Isolação do Sistema em caso Não é possível Possível Possível
de manutenção
Custo Baixo Alto Médio
string, dentro das especificações. Assim, foi necessário escol- Geração Real (kW h) em um ano
Pr = (2)
her dois inversores para as simulações. Para o sistema sem Geração N ominal (kW h) em um ano
sombreamento e com o Tigo foi utilizado o inversor de string (Y f_otimizado × 100)
Ingecon Sun 4,6 TL e para o SolarEdge o inversor SE4000H. A Op = − 100 (3)
Y f_sem_otimizar
Tabela 2 apresenta a lista completa de componentes simulados.
IV. R ESULTADOS E D ISCUSSÕES
TABELA II Os resultados das simulações são apresentados nas tabelas
C OMPONENTES UTILIZADOS NA SIMULAÇÃO
III a VII, sendo separadas por cidade, considerando os indi-
cadores comentados anteriormente.
Componente Quantidades Modelo
Módulo fotovoltaico 16 BYD 270P6C-30
Inversor padrão 1 Ingecon Sun 4,6 TL TABELA III
Inversor para SolarEdge 1 SE4000H S IMULAÇÕES PARA CIDADE DE B ELÉM -PA
Otimizador Tigo 16 TS4-R-O
Otimizador SolarEdge 16 P320-NA
Cenário Otimizador Yf Pr Op
Sem POPS 1.370,44 kWh/kWp 84,10 % -
Depois da realização das simulações, buscando entender Sem sombras SolarEdge 1.433,18 kWh/kWp 88,00 % 4,58 %
os resultados, observou-se a norma IEC 61724-1 [40] e Tigo 1.398,70 kWh/kWp 85,80 % 2,06 %
Sem POPS 1.156,39 kWh/kWp 72,20 % -
consideraram-se os seguintes indicadores de desempenho: Com sombras SolarEdge 1.245,29 kWh/kWp 77,70 % 7,69 %
rendimento final (Yf ), que é a relação entre a energia produzida Tigo 1.213,33 kWh/kWp 75,70 % 4,92 %
na saída CA e a potência nominal do sistema FV [41]); coe-
ficiente de rendimento (Pr ) ou performance ratio, obtido pela
relação entre a geração de energia real do sistema e a geração TABELA IV
S IMULAÇÕES PARA CIDADE DE S ETE L AGOAS -MG
nominal em um ano [42]; desempenho de otimização (Op ),
calculado pela comparação do Yf em um determinado sistema
Cenário Otimizador Yf Pr Op
com e sem otimizador. Dessa forma, é possível estabelecer
o ganho obtido com a adição do otimizador a um SFCR. Sem POPS 1.430,02 kWh/kWp 85,70 % -
Sem sombras SolarEdge 1.496,03 kWh/kWp 89,70 % 4,62 %
As equações utilizadas para os cálculos dos indicadores são Tigo 1.459,42 kWh/kWp 87,50 % 2,06 %
apresentadas a seguir. Sem POPS 1.092,07 kWh/kWp 67,10 % -
Com sombras SolarEdge 1.210,50 kWh/kWp 74,30 % 10,84 %
Geração Real (kW h) em um ano Tigo 1.168,47 kWh/kWp 71,80 % 7,00 %
Yf = (1)
P otência Instalada (kW p)
DE SILVA ET AL: STUDY OF POWER OPTIMIZERS FOR GRID-CONNECTED 131
6000
Sem POPS
TABELA VI SolarEdge
S IMULAÇÕES PARA CIDADE DE C AMPINAS -SP Tigo
5000
Cenário Otimizador Yf Pr Op
4000
Sem POPS 1.431,44 kWh/kWp 85,40 % -
Energia (kWh)
Sem sombras SolarEdge 1.496,95 kWh/kWp 89,30 % 4,58 %
Tigo 1.460,93 kWh/kWp 87,20 % 2,06 % 3000
Sem POPS 1.097,53 kWh/kWp 67,00 % -
Com sombras SolarEdge 1.216,41 kWh/kWp 74,30 % 10,83 %
Tigo 1.175,90 kWh/kWp 71,80 % 7,14 % 2000
1000
TABELA VII
S IMULAÇÕES PARA CIDADE DE PAULO A FONSO -BA
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Ano
Cenário Otimizador Yf Pr Op
Sem POPS 1.412,68 kWh/kWp 84,60 % -
Sem sombras SolarEdge 1.477,59 kWh/kWp 88,50 % 4,60 % Fig. 5. Geração de energia ao longo prazo do projeto para região de Belém-
Tigo 1.441,67 kWh/kWp 86,40 % 2,05 % PA, considerando o sombreamento.
Sem POPS 1.103,51 kWh/kWp 66,90 % -
Com sombras SolarEdge 1.214,17 kWh/kWp 73,60 % 10,03 %
Tigo 1.174,37 kWh/kWp 71,10 % 6,42 %
6000
Sem POPS
SolarEdge
Tigo
5000
O melhor desempenho de otimização (Op ) com sombrea-
mento, foi obtido para a cidade de Sete Lagoas-MG, quando
considerado o sistema da SolarEdge, e Curitiba-PR quando 4000
Energia (kWh)
V. C ONCLUSÃO
6000
Sem POPS Este trabalho contribuiu com informações sobre
SolarEdge
Tigo
otimizadores de potência para sistemas fotovoltaicos
5000
conectados à rede. O artigo mostrou como os POPS podem
atuar em diferentes locais, verificando o seu comportamento
4000 em um sistema FV urbano em comparação com outras
Energia (kWh)
2000
AGRADECIMENTOS
1000
Este trabalho foi apoiado pelas agências CNPq, CAPES
e FAPESP (2016/08645-9) e pela empresa CPFL (Pro-
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 jeto ANEEL-PA3032), sendo realizado no Laboratório de
Ano
Eletrônica de Potência (LEPO) da Faculdade de Engenharia
Elétrica e de Computação da Unicamp (FEEC). Os autores
Fig. 8. Geração de energia ao longo prazo do projeto para região de
Campinas-SP, considerando o sombreamento.
agradecem aos revisores da IEEE LATAM pelas contribuições.
R EFERÊNCIAS
6000
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5000
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