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Agnes Rocha Barbosa 2


Willians Dos Santos Silva 3



 

Este artigo foi elaborado a partir da necessidade de aprofundar o


conhecimento sobre o Programa de Aquisição de Alimentos Compra Direta
Local da Agricultura Familiar (PAA ± Compra Direta), criado em 2005 pelo
Instituto de Desenvolvimento Rural do Estado do Tocantins (Ruraltins), por
meio de convênio entre o Governo Federal, através do Ministério de
Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), e o Governo do Estado do
Tocantins.
Para tal, se faz indispensável entender o Programa, a relação entre os
atores e seus processos, de modo que seja evidenciado o alcance, ou não, dos
objetivos do Programa. Tendo como externalidade o limite de tempo e recursos
dos pesquisadores, não será possível um estudo aprofundado em todo o
Estado do Tocantins. Por isso, adotou-se como processo metodológico o
Estudo de Caso de um município onde serão levantados dados técnicos e
comunitários, para realização de diagnóstico seguido de sugestões quais
viabilizem a reprodução dos aspectos positivos e minoração dos aspectos
negativos.

„      Agricultura Familiar; Aquisição de Alimentos; Ava liação de


Políticas Públicas

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Analisar o processo de implementação do PAA ± Compra Direta no


município escolhido devassando soluções plausíveis para majorar as
potencialidades do programa local e servir como referência aos demais
municípios.

1.1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

' Identificar os principais articuladores do desempenho do Programa no


município;
' Constatar as principais mudanças no programa de aquisição de
alimentos ao longo dos cinco anos;
' Verificar o cumprimento das atribuições dos órgãos responsáveis;
' Evidenciar brechas no procedimento de compra e distribuição dos
alimentos.

   

Esta pesquisa de natureza bá sica com abordagem qualitativa visa


elucidar aspectos que propiciem maior desenvoltura ao PAA ± Compra Direta,
através de Estudo de Caso, permitindo o amplo e detalhado conhecimento do
programa local. Também, quantitativa por conta da adoção do processo de
escolha do município. Tendo como externalidade o limite de tempo e recursos
dos pesquisadores, não será possív el um estudo aprofundado em todo o
Estado do Tocantins.
A pesquisa se dará em tres etapas: levantamento de dados técnicos
gerais; escolha do município; e, estudo de caso. Na primeira etapa serão
recolhidas informações sobre o Programa no Tocantins (excetuando -se Palmas
e Araguaína) e realizadas entrevistas despadronizadas com os responsáveis
pelos órgãos responsáveis pela execução do Programa. Com o mínim o de
informações gerais, transpõe-se para a segunda etapa, que é a escolha do
município, partindo para a etapa seguinte que se concretiza n o estudo de caso
do município escolhido, onde serão levantados dados técnicos (entrevistas e
documentos) e comunitários (aplicação de questionários de múltipla escolha),
para realização de diagnóstico , seguido de sugestões quais viabilizem a
referenciação dos aspectos positivos e minoração dos aspectos negativos.

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3.1. PAA - COMPRA DIRETA LOCAL DA AGRICULTURA FAMILIARU

O programa é executado pelo Ruraltins, por meio de convênio entre o


MDS e o Governo do Estado, tendo como interveniente a Secretaria do
Trabalho e Desenvolvimento Social (SETAS) e o apoio das prefeituras
municipais. O Ruraltins adquire os produtos alimentícios da Agricultura Familiar
no valor máximo de R$ 4.500,00 (quatro mil e quinhentos reais) por produtor
por ano, e destina-os aos beneficiários dos programas sociais locais e famílias
carentes cadastradas na prefeitura. A SETAS atua identificando as
necessidades das entidades e famílias care ntes.
O programa veio para garantir a comercialização do excedente da
produção do agricultor (a) familiar que geralmente enfrenta grandes
dificuldades para escoar sua produção e ao mesmo tempo contribui para a
fixação do homem no campo. Os resultados apontam em todos os municípios
beneficiados, melhoria de vida do homem rural e minoração da desnutrição das
pessoas atendidas pelas entidades sociais cadastradas no programa.

3.2. OBJETIVO DO PAA ± COMPRA DIRETA

O Programa Compra Direta Local da Agricultura Familiar tem como


objetivo apoiar, estimular e fomentar iniciativas de produção, comercialização e
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consumo de alimentos bem como, contribuir para a garantia do acesso ao
alimento em quantidade, qualidade e regularidade adequadas, gerando renda,
promovendo a inclusão social da parcela da população sob risco social. Isso
ocorre por meio da compra e doação simultânea de alimentos provindos da
Agricultura Familiar.
Os objetivos específicos se definem no cumprimento dos seguintes
quesitos: garantir o direito humano à alimentação para pessoas que vivem em
situação de vulnerabilidade social e \ou de insegurança alimentar e nutricional;
direcionar os produtos adquiridos para os programas sociais; garantir a
aquisição dos produtos da Agricultura Familiar, quilombolas, ribeirinhos e dos
assentados da reforma agrária; fortalecer a agricultura familiar e gerar trabalho
e renda no campo; e, garantir o escoamento da produção da agricultura familiar
com remuneração justa.

3.3. PÚBLICO ALVO DO PAA ± COMPRA DIRETA

O público alvo é formado por famílias de agricultores e assentados da


reforma agrária, organizados em grupos formais ou informais, enquadrados nos
grupos A e D do PRONAF. Os produtos adquiridos são entregue às entidades
sociais e beneficentes que disponibilizam os alimen tos para segmentos da
população com insuficiência de consumo alimentar.
O critério de seleção dos produtores se dá após a divulgação do
programa no município, os produtores interessados e que atenderem ao perfil
estabelecido se inscrevem junto às Unidades Locais de Execução de Serviços
do Ruraltins, identificando a sua produção e capacidade de oferta. Os
produtores são selecionados em função da demanda dos produtos pelas
entidades sociais e programas.
Os consumidores são selecionados quando se enquadram em
programas e entidades sociais que atendem crianças, idosos, nutrizes e
deficientes físicos e que possuam cozinha que permita a preparar e servir a
alimentação no próprio local. Atendidas as condições supracitadas são
selecionadas as entidades que desenvolvam trabalhos publicamente
reconhecidos de atendimento a populações em situação de risco social e \ou de
insegurança alimentar. Seguido das entidades que componham rede sócio -
assistencial local, preferencialmente carente de recursos e alimentos. Como
também, que aceitem as normas do programa, inclusive no que se refere ao
controle social, à higiene na manipulação de alimentos, a participação no
levantamento da demanda dos produtos, nas reuniões e ações de capacitação,
de monitoramento e de avaliação.

3.4. ATRIBUIÇÃO DOS ATORES

1. RURALTINS ± proponente e executor:


' Executar e coordenar o programa;
' Adquirir os produtos;
' Prestar assistência técnica e extensão rural;
' Prestar contas junto ao convenente;
' Operacionalizar, fiscalizar e monitorar o programa;
' Liquidar os produtos adquiridos junto aos produtores rurais;
' Divulgar o programa por meio de veículos de comunicação, seminários e
encontros regionais;
' Verificar in loco o volume e qualidade da produção das propriedades
rurais.

2. SETAS ± interveniente:
' Identificar, monitorar e avaliar os serviços oferecidos pelas entidades
sociais beneficiárias, bem como, oferecer auxílio e orientação às
entidades sociais quanto à operacionalização do programa;
' Auxiliar no levantamento da demanda alimentar das entidades sociais;
' Apoiar a implantação e a gestão dos Conselhos Municipais de
Segurança Alimentar ± CONSEA;
' Realizar seminários e treinamento que envolvam os integrantes das
entidades sociais com vista a oportunizar informações sobre o
melhoramento dos hábitos alimentares;
' Elaborar e enviar relatórios mensalmente ao órgão executor do
programa.

3. PREFEITURAS
' As prefeituras participam por meio de Termo de Adesão, onde sua
contrapartida é apoiar no transporte, na distribuição dos produtos dos
agricultores familiares, além de auxiliar n a seleção dos beneficiários
consumidores;
' Disponibilizar espaço físico para implantação do ponto de coleta e
distribuição dos produtos adquiridos;
' Disponibilizar servidor para auxiliar no recebimento, conferência dos
produtos e entrega as entidades benefic iárias.

3.5. PROCEDIMENTO DE COMPRA

Os técnicos do Ruraltins comparecem às propriedades rurais para


verificar a quantidade e a qualidade da produção existente e informá -los dos
preços que serão pagos pelos seus produtos, que tem como parâmetro a
tabela da CONAB. O agricultor familiar interessado preenche uma propos ta de
participação dando prosseguimento à venda. Ao possuir a nota fiscal emitida
na coletoria estadual, o agricultor é informado no Ruraltins em qual entidade
serão entregues os seus produtos.
Os produtos são entregues pelo produtor na sede da entidade
beneficiada, onde o responsável pela entidade analisará a quantidade e
qualidade dos produtos ofertados. Diante do aceite, atestará o Termo de
Recebimento e encaminhará ao Ruraltins para efetuar o pagamento. Em caso
das condições mínimas não serem atendidos do produto, o responsável pela
entidade não os receberá, comunicando imediatamente o fato ao coordenados
do programa.
Após o recebimento dos produtos pela entidade beneficiária, o agente do
Ruraltins encaminhará ao Escritório Central todos os documentos exigidos na
comercialização, onde serão analisados e encaminhados qual para pagamento,
que será efetuado em até 30 dias da entrega dos documentos no Escritório
Central, diretamente na conta bancária do produtor, indicada na proposta de
participação.

   


Inicialmente, realizou-se a seleção, dentre os 137 municípios atendidos
pelo Ruraltins, dos municípios que atenderam de modo significativo cada um
dos quesitos: valor das aquisições; quantidade de agricultores familiares;
quantidade de entidades; e, pessoas beneficiadas. Por meio dos indicadores
quantificados em valores absolutos obtiveram-se valores relativos, quais
ordenaram os municípios, classificando -os segundo o seu grau de importância
(Ver Quadro 01).

Quadro 01. Escolha do município segundo Índice Geral de Desempenho de Agosto à Setembro
de 2010.

VALOR DAS Nº DE Nº DE Nº DE


 AQUISIÇÕES AGRICULT. ENTIDADE PESSOAS
 
(R$) FAMILIAR S BENEFIC. BENEFIC.
V.A. V.R. V.A. V.R. V.A. V.R. V.A. V.R.
APARECIDA DO RIO
NEGRO 48.964,60 0,13 18 0,06 4 0,03 816 0,03 0,24
ARAGUATINS 8.920,03 0,02 2 0,01 10 0,07 5679 0,18 0,28
CARRASCO BONITO 8.956,55 0,02 3 0,01 6 0,04 4545 0,14 0,22
ESPERANTINA 1.462,30 0,00 1 0,00 21 0,16 4382 0,14 0,30
FORMOSO DO
ARAGUAIA 34.266,95 0,09 36 0,12 6 0,04 943 0,03 0,28
GURUPI 26.532,05 0,07 34 0,11 10 0,07 4213 0,13 0,39
NOVA OLINDA 45.318,91 0,12 35 0,12 6 0,04 958 0,03 0,31
NOVO ACORDO 13.085,20 0,03 7 0,02 15 0,11 1187 0,04 0,21
PINDORAMA 400,60 0,00 1 0,00 12 0,09 1626 0,05 0,15
PONTE ALTA DO
TOCANTINS 35.952,11 0,09 26 0,09 16 0,12 1247 0,04 0,34
PORTO ALEGRE 44.781,85 0,12 11 0,04 11 0,08 1240 0,04 0,28
TAGUATINGA 50.100,74 0,13 38 0,13 12 0,09 4494 0,14 0,49
TAIPAS 60.051,80 0,16 88 0,29 5 0,04 493 0,02 0,50
Fonte: Autores (2010) e Ruraltins (2010).
Ob.: V.A.: Valor absoluto e V.R.: Valor Relativo

O município de Taipas ± TO obteve maior índice de desempenho dentre


os municípios selecionados, isto se deu por que este município apresentou o
maior número de agricultores e, por conseqüência, o maior valor das
aquisições do Estado, que inclusive superou os baixos índices de entidades e
pessoas beneficiadas. Pelos índices apontados revelando tamanha contradição
é que se optou por este município como sede do estudo de caso. 


  

Será realizado como etapa seguinte à esta apresentada e ainda não


realizou-se a visita ° 

e atividades concernentes à ela. Portanto, ainda não
foram realizadas considerações sobre o estudo de caso do PAA ± Compra
Direta Local em Taipas ± TO.

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