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Direito Civil III

Contrato

Conceito: “Mútuo consenso sobre um objeto” Ulpiano. “Negócio jurídico bilateral ou


plurilateral que visa à criação, modificação ou extinção de direitos e deveres com conteúdo
patrimonial” (conceito clássico) Flávio Tartuce.

 CONSENSO – Acordo. Vontades (agente capaz). Incapacidade: fática (pródigo), física


(Shaolim), mental ou etária (menor). Salvo a etária, incapacidade não se presume. No
caso da incapacidade absoluta, a sentença de interdição possui efeitos ex tunc –
declarativos.
 MÚTIPLO – Mais de uma vontade, não de uma pessoa. Vontade é diferente de pessoa.
 OBJETO – Obrigação de dar, fazer ou não fazer.
 Lícito – Não proibido, não podendo contrariar o ordenamento jurídico, a boa-fé, a
sua função social e econômica e os bons costumes – Direito Civil; prescrito em lei –
Direito Administrativo.
 Possível – Realizável, do ponto de vista fático. Ex.: ir à João Pessoa em 30min.
 OBJETIVO – Criação, modificação ou extinção de direitos e deveres.
 FORMA – A validade do negócio jurídico depende da forma do contrato – PRESCRITA
OU NÃO DEFESA EM LEI.
 Se não seguir a forma, o contrato é nulo.
 Forma
 Escrita
 Instrumento particular
 Escritura pública
 Verbal
 A doação verbal apenas não é nula quando versar sobre bens móveis de pequeno
valor (até dez salários mínimos) constar de tradição incontinente, isto é, de
entrega imediata.
 A testemunha só serve para provar contratos de até 10 salários mínimos
 Forma prescrita – Obrigatoriedade de Escritura Pública na hora de contratar que
importa em solenidade. Ou seja, o contrato assim é formal e solene (somente o
oficial do cartório de registro de títulos e documentos pode fazê-la)
 “A escritura pública é simplesmente uma forma escrita e solene de contrato, por
meio do qual o comprador e o donatário se tornam POSSUIDORES da coisa imóvel
adquirida. Eles só se tornam PROPRIETÁRIOS quando fazem o registro da escritura
no cartório de registro de imóveis” (art. 1227)
 Forma
 Ad valitatem – como requisito de validade – nulidade
 Ad probationem – como prova de existência – liberdade de forma
 NATUREZA JURÍDICA DO CONTRATO
 Espécie de negócio jurídico
 Todo contrato tem por objeto uma obrigação (de dar, fazer ou não fazer)

Classificação:
A. QUANTO À TIPICAÇÃO
1. Típico. Nominado.
2. Atípico. Inominado.
B. QUANTO AOS DIREITOS E DEVERES DAS PARTES ENVOLVIDAS
1. Unilateral – Uma das partes assume exclusivamente direitos, enquanto a
outra adquire obrigaões. Ex.: doação pura e simples. Há duas vontades (a do
doador e a do donatário), mas do concurso de vontades surgem deveres
apenas para o doador; o donatário apenas auferirá vantagens. Também são
exemplos de contratos unilaterais o mútuo (empréstimo de bem fungível para
consumo) e o comodato (empréstimo de bem infungível para uso).
2. Bilateral (sinalagmático) – Dele decorrem direitos e obrigações recíprocas (ao
mesmo tempo) para os contratantes. Os contratantes são simultânea e
reciprocamente credores e devedores uns dos outros, produzindo o negócio
direitos e deveres para ambos os envolvidos, de forma proporcional. Ex.:
Compra e venda. Art. 476: Desobriga o contratante lesado pelo
descumprimento do contrato do outro contratante.
C. QUANTO AO SACRIFÍCIO PATRIMONIAL DAS PARTES
1. Oneroso – Do qual decorrem vantagens patrimoniais e/ou morais para todos
os contratantes. Ambas as partes assumem deveres obrigacionais, havendo
um direito subjetivo de exigi-lo. Há uma prestação e uma contraprestação. Ex.:
compra e venda.
2. Gratuito ou Benéfico – No qual apenas um dos contratantes aufere vantagens.
Aquele que onera somente uma das partes, proporcionando à outra uma
vantagem sem qualquer contraprestação. Ex.: Doação pura e simples, mútuo.
Obs.: Todo contrato bilateral é também oneroso, mas nem todo contrato
unilateral é gratuito (todo contrato unilateral é presumidamente gratuito), como é
o caso do contrato de mútuo de dinheiro sujeito a juros (mútuo feneratício) pelo
qual além da obrigação de restituir a quantia emprestada (contrato unilateral),
devem ser pagos os juros (contrato oneroso), e da doação onerosa.
D. QUANTO AO MOMENTO DO APERFEIÇOAMENTO DO CONTRATO
1. Consensual – Se considera celebrado no momento em que as partes decidem
acerca dos elementos essenciais do pacto. Tem aperfeiçoamento pela simples
manifestação de vontade das partes envolvidas. Ex.: Compra e venda, locação,
doação.
2. Real – Se considera celebrado no momento em que ocorre a entrega do
objeto. Apenas se aperfeiçoa com a entrega da coisa (traditio rei), de um
contratante para o outro. Ex.: Mútuo, comodato, depósito e estimatório..
Obs.: O contrato consensual é a regra no Direito brasileiro. Os contratos reais são
típicos e, portanto, só atenderão a essa classificação quando o ordenamento
jurídico o disser.
Obs.: Não se pode confundir o aperfeiçoamento do contrato (plano da validade)
com o seu cumprimento (plano da eficácia). A compra e venda gera efeitos a partir
do momento em que as partes convencionam sobre a coisa e o seu preço (art. 482
do CC). No caso da compra e venda de imóveis, o registro mantém relação com a
aquisição da propriedade do negócio decorrente, o mesmo valendo para a
tradição nos casos envolvendo bens móveis. Utilizando a Escada Ponteana, o
registro e a tradição estão no plano da eficácia desse contrato. No que concerne à
tradição, é melhor dizer que está, em regra, no plano da eficácia. Isso porque, no
caso dos contratos reais, a entrega da coisa está no plano da validade.
E. QUANTO AOS RISCOS QUE ENVOLVEM A PRESTAÇÃO
1. Comutativo – Espécie de contrato bilateral em que as obrigações das partes,
além de serem bilaterais, são também proporcionais e equivalentes. Aquele
em que as partes já sabem quais são as prestações, ou seja, essas são
conhecidas ou pré-estimadas. A compra e venda, por exemplo, é, em regra,
um contrato comutativo, pois o vendedor sabe qual o preço a ser pago e o
comprador qual é a coisa a ser entregue. Também é contrato comutativo o
contrato de locação, pois as partes sabem o que será cedido e qual o valor do
aluguel. Ex.: Compra e venda.
2. Aleatório – Tipo de contrato em torno do qual há uma incerteza ou com
relação à qualidade ou à quantidade do que vai ser entregue.
Art. 458 - um dos contratantes toma para si o risco relativo à própria existência da
coisa, sendo ajustado um determinado preço, que será devido
integralmente, mesmo que a coisa não exista no futuro, desde que não haja
dolo ou culpa da outra parte.
Art. 459 - Nesse contrato o risco, apesar de existente, é menor. Em casos tais, a
parte terá direito a todo o preço, desde que de sua parte não tenha
concorrido com culpa, ainda que a coisa venha a existir em quantidade
inferior à esperada. Mas, se a coisa não vier a existir, alienação não haverá,
e o alienante deverá devolver o preço recebido.
Art. 460 - Se for aleatório o contrato, por se referir a coisas existentes, mas
expostas a risco, assumido pelo adquirente, terá igualmente direito o
alienante a todo o preço, posto que a coisa já não existisse, em parte, ou de
todo, no dia do contrato. A alienação aleatória a que se refere o artigo
antecedente poderá ser anulada como dolosa pelo prejudicado, se provar
que o outro contratante não ignorava a consumação do risco, a que no
contrato se considerava exposta a coisa. “No dia do contrato” = “No dia do
cumprimento do contrato”.
F. QUANTO À PRESENÇA DE FORMALIDADES OU SOLENIDADES
1. Formal – aquele que exige qualquer formalidade, caso da forma escrita.
Exemplo: O contrato de fiança deve ser celebrado por escrito (art. 819 do CC).
Se não obedecer à forma é nulo. Nulidade absoluta é imprescritível e
insanável.
2. Informal – Figura contratual com relação a qual as partes são livres para
escolher a forma pela qual desejam contratar. não exige qualquer formalidade,
constituindo regra geral pelo sistema civil brasileiro, pelo que consta do art.
107 do CC, que consagra o princípio da liberdade das formas. Exemplo:
prestação de serviço.
G. QUANTO À PESSOALIDADE
1. Pessoal, personalíssimo ou intuitu personae – Materializa uma obrigação
infungível, de modo que a obrigação contratada somente pode ser cumprida
pelo devedor. Aqueles em que a pessoa do contratante é elemento
determinante de sua conclusão. Tal contrato não pode ser transmitido por ato
inter vivos ou mortis causa, ou seja, pelo falecimento da parte. Exemplo:
contrato de fiança, uma vez que a condição de fiador não se transmite aos
herdeiros, mas somente as obrigações vencidas e não pagas enquanto era
vivo o fiador e até os limites da herança. Ex.: Empréstimo consignado.
2. Impessoal – Tem por objeto uma obrigação fungível. Por isso, a obrigação
contratada, quando não for cumprida voluntariamente pelo devedor, poderá sê-
la mediante determinação judicial, realizado por um terceiro, às custas do
devedor. Aquele em que a pessoa do contratante não é juridicamente
relevante para a conclusão do negócio. Exemplo: compra e venda, hipótese
em que a causa do contrato está relacionada com a transmissão do domínio.
Obs.: Em caso de morte, transmite-se a obrigação impessoal para o espólio
(conjunto de bens e dívidas do falecido/Ente jurídico despersonalizado com
capacidade processual).
H. QUANTO A NEGOCIAÇÃO DO CONTEÚDO PELAS PARTES
1. De Adesão – Tipo de contrato em que o princípio da igualdade é violado, de
modo que uma das partes, por ser mais forte economicamente, impõe as
condições contratuais ao outro contratante. In dúbio pro aderente (Art. 423).
Nulidade de cláusulas que suprimam direito resultante da natureza do
negócio.
2. Paritário ou negociado - Aquele em que o conteúdo é plenamente discutido
entre as partes, o que constitui raridade no atual momento contratual.
I. QUANTO À INDEPENDÊNCIA CONTRATUAL
1. Principal ou independente - Existe por si só, não havendo qualquer relação de
dependência em relação ao outro pacto. Como exemplo, pode ser citado o
contrato de locação de imóvel urbano, regido pela Lei 8.245/1991.
2. Acessório - aquele cuja validade depende de um outro negócio, o contrato
principal. O exemplo típico é o contrato de fiança, que depende de outro,
como, por exemplo, de um contrato de locação de imóvel urbano. Diante do
princípio da gravitação jurídica, pelo qual o acessório segue o principal, tudo o
que ocorre no contrato principal repercute no acessório. Desse modo, sendo
nulo o contrato principal, nulo será o acessório; sendo anulável o principal o
mesmo ocorrerá com o acessório; ocorrendo prescrição da dívida do contrato
principal, o contrato acessório estará extinto; e assim sucessivamente.
Todavia, deve ficar claro que o que ocorre no contrato acessório não repercute
no principal. Assim sendo, a nulidade do contrato acessório não gera a
nulidade do contrato principal; a anulabilidade do contrato acessório não gera
a nulidade relativa do principal e assim de forma sucessiva.
J. QUANTO AO MOMENTO DO CUMPRIMENTO
1. Instantâneo ou de execução imediata - Aquele que tem aperfeiçoamento e
cumprimento de imediato, caso de uma compra e venda à vista.
2. De execução diferida - tem o cumprimento previsto de uma vez só no futuro.
Exemplo: compra e venda pactuada com pagamento por cheque pré ou pós-
datado.
3. De execução continuada ou de trato sucessivo - Tem o cumprimento previsto
de forma sucessiva ou periódica no tempo. É o caso de uma compra e venda
cujo pagamento deva ser feito por meio de boleto bancário, com
periodicidade mensal, quinzenal, bimestral, trimestral ou qualquer outra
forma sucessiva. Exemplos: locação e financiamentos em geral.

Vício Redibitório –
 Conceito - “Defeito oculto, que escapa ao exame do homem comum, existente na
coisa móvel ou imóvel ao tempo da tradição, e manifestada após ela, que torna a coisa
imprópria para o uso ou diminui seu valor” Washington de Barros Monteiro. (Art. 441)
 REQUISITOS:
 Defeito oculto
 Existir ao tempo da tradição
 Manifestação após a tradição
 Consequências
 Imprestável para uso
 Diminuição do valor
 Contrato comutativo
 Direitos do adquirente (Art. 442)
 Enjeitar a coisa, redibindo (extinguindo) o contrato através de ação redibitória ou
de Extinção, promovendo a volta ao status quo anter. A coisa será devolvida, bem
como o pagamento.
 Reclamar abatimento através de ação quanti minoris ou de abatimento.
 Esses direitos propiciam que se evite o enriquecimento ilícito por parte do
vendedor.
 Animus do alienante (Art. 443)
 Alienante de boa-fé – Restituição do valor pago mais despesas do contrato
 Alienante de má-fé – Restituição do valor pago mais despesas do contrato mais
perdas e danos
 Prazo decadencial (Arts. 445 e 446)
Obs.: Na decadência, perde-se o direito propriamente dito, enquanto na prescrição,
prede-se o direito de ação, sem se perder, todavia, a pretensão subjetiva. O que se
perde é a pretensão material – objetiva.
 REGRA GERAL
 Adquirente que não está na posse da coisa
 MÓVEL – 30 dias
 IMÓVEL – 1 ano
 Adquirente que está na posse da coisa (Ex.: Adquirente compra apartamento
que já estava alugado a ele)
 MÓVEL – 15 dias
 IMÓVEL – 6 meses
 Nos casos de vício que pode ser percebido imediatamente (art. 445, caput, do CC) –
O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no
prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da
entrega efetiva. Porém, se já estava na posse do bem, o prazo conta-se da
alienação da coisa, reduzido à metade (15 dias para móvel e seis meses para
imóvel). Cite-se como exemplo da última regra o caso de um locatário que adquire
o bem, havendo uma tradição ficta (traditio brevi manu – possuía em nome alheio,
agora possui em nome próprio).
 Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde (art. 445, §
1.º, do CC) – O prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o
prazo máximo de cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de um
ano, para os imóveis.
 Sendo assim, findo o prazo de garantia convencional ou não exercendo o
adquirente o direito no prazo de 30 dias fixado no art. 446 do CC, iniciam-se os
prazos legais previstos no art. 445 do CC.
Obs.: Quando não há relação de consumo e o caso envolve um vício redibitório, aplica-se o
Código Civil.

Evicção
 Conceito – Garantia que decorre da celebração de contratos onerosos, e não depende
de cláusula expressa em contrato, mediante a qual o alienante fica obrigado a restituir
ao adquirente aquilo que dele recebeu, caso o adquirente perca a coisa em razão de
decisão judicial definitiva ou sentença administrativa porque a adquiriu de quem não
era dono dela. A evicção pode ser conceituada como sendo a perda da coisa diante de
uma decisão judicial ou de um ato administrativo que a atribui a um terceiro. Quanto
aos efeitos da perda, a evicção pode ser total ou parcial (arts. 447 a 457 do CC).

Alienante

Adquirente (evicto) Real proprietário


 A evicção consiste na garantia de ressarcimento do adquirente
 Após sentença judicial definitiva
 Finalidade: evitar o enriquecimento ilícito
 Requisitos
 Garantia contratual (contrato oneroso)
 Não necessita de cláusula expressa
 Decorre da celebração de contrato oneroso
 Aquisição de coisa de quem não é dono
 Perda por sentença judicial definitiva ou decisão administrativa
 Aquisição também em hasta pública (venda de bens). (leilão – bem móvel – ou
praça – imóvel)
 Consequências econômicas
Havendo cláusula expressa de exclusão de garantia
 – Cláusula expressa de exclusão da garantia + conhecimento do risco da evicção
pelo evicto = isenção de toda e qualquer responsabilidade por parte do alienante.
 – Cláusula expressa de exclusão da garantia – ciência específica desse risco por
parte do adquirente = responsabilidade do alienante apenas pelo preço pago pelo
adquirente pela coisa evicta.
 – Cláusula expressa de exclusão da garantia, sem que o adquirente haja assumido
o risco da evicção de que foi informado = direito deste de reaver o preço que
desembolsou.

Não havendo cláusula expressa de exclusão de garantia (cláusula de non praestaenda


evictione), a responsabilidade do alienante será plena, pelo que poderá o evicto
pleitear do alienante, EM CASOS DE EVICÇÃO TOTAL:

1. A restituição integral do preço pago. Para tanto, se deve levar em conta o valor da
coisa à época em que se perdeu, evitando-se o enriquecimento sem causa (art. 450,
parágrafo único, do CC).

2. A indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir ao evictor ou terceiro.

3. A indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente


resultarem da evicção (danos emergentes, despesas de escritura e registro e lucros
cessantes, nos termos dos arts. 402 a 404 do CC; além de danos imateriais ou
morais).

4. As custas judiciais e os honorários advocatícios do advogado por ele constituído.

5. Indenização pelas benfeitorias necessárias e úteis não abonadas ao evicto pelo


evictor (art.453 do CC). Porém, se as benfeitorias abonadas ao que sofreu a evicção
tiverem sido feitas pelo alienante, o valor destas deverá ser levado em conta na
restituição devida (art. 454 do CC).

6. O Art. 451 determina que a deterioração da coisa não é motivo justificador para
excluir a responsabilidade do alienante, salvo quando essa deterioração for
provocada de maneira dolosa pelo adquirente. Se o adquirente tiver auferido
vantagens das deteriorações, e não tiver sido condenado a indenizá-las, o valor das
vantagens será deduzido da quantia que lhe houver de dar o alienante (Art. 452).

 Exclusão da responsabilidade pela evicção


 Cláusula expressa (cláusula de non praestaenda evictione ou cláusula de
irresponsabilidade pela evicção)
 Informação dos riscos ao adquirente
 Assunção dos riscos por parte do adquirente
 Tipos de evicção
Total - Extinção ou
indenização
Evicção
Considerável relativa à parte
perdida
Parcial
- Indenização
Não considerável (menos relativa à parte
da metade) perdida
 Como alegar a evicção? (Art. 456)
 Através da denunciação à lide realizada pelo evicto com relação ao
alienante, instrumento que possui a capacidade de trazer ao processo alguém que
nele deverá responder.
 Na sistemática do CPC anterior, a denunciação à lide era a via obrigatória para que
o evicto reclamasse a indenização decorrente da evicção. Caso ele não
denunciasse, ocorreria a preclusão de toda e qualquer possibilidade de reclamar
indenização posterior por ação autônoma. No NCPC, a denunciação à lide deixou
de ser obrigatória (art. 125, I), de modo que o adquirente poderá reclamar
indenização pela evicção ou através de denunciação à lide ou por meio de ação
autônoma.

Princípios do Direito Contratual

 Princípios do Estado Liberal


 Autonomia da vontade
“Consiste na norma jurídica que confere às partes liberdade ampla para decidirem
quando, com quem e como contratar” Paulo Nader
 Obrigatoriedade (Pacto sunt servanda)
“Norma jurídica que atribui coercibilidade às disposições pactuadas pelas partes”
Paulo Nader
 Relatividade subjetiva
“Norma jurídica que torna obrigatórias as disposições contratuais apenas entre os
contratantes” Paulo Nader
 Princípios do Estado Democrático (Funcionam como freio aos princípios do Estado
Liberal e protegem o cidadão)
 Função social do contrato
“Norma jurídica que limita a autonomia da
vontade e determina que a Considerável (metade ou liberdade de
contratar das partes deve ser mais) exercida em
compatibilização com o interesse social” (Art. 421)
 Limita a autonomia da vontade. A minha liberdade de contratar deve ser
exercida nos limites do interesse social.
 Equivalência material
“Norma jurídica que mitiga os efeitos do princípio da obrigatoriedade e autoriza às
partes a modificarem as condições inicialmente pactuadas quando houver
imprevisão contratual” (Arts. 478 e 479)
 Contrato de execução continuada ou diferida – o oposto de contrato
instantâneo, no qual, assim que há a sua celebração, já cumpre-se.
 Desequilíbrio das obrigações pactuadas.
 Acontecimentos extraordinários ou impossíveis.
 Boa-fé objetiva
“Norma jurídica que determina que as partes deverão levar em conta, tanto na
hora de celebrar o contrato, quanto no momento de cumprido, os usos sociais”
 Usos sociais – aquilo que é usual, comum, habitual, praticado na sociedade. Se
incorpora como pressuposto de interpretação e cumprimento do contrato.

Formação do contrato

 Proposta, policitação ou oblação


 Conceito de proposta
“Ato jurídico por meio do qual alguém manifesta a sua intenção de contratar com
outrem”. A fase de proposta, denominada fase de oferta formalizada, policitação ou
oblação, constitui a manifestação da vontade de contratar, por uma das partes, que
solicita a concordância da outra. Trata-se de uma declaração unilateral de vontade
receptícia, ou seja, que só produz efeitos ao ser recebida pela outra parte. Conforme o
art. 427 do CC, a proposta vincula o proponente, gerando o dever de celebrar o
contrato definitivo sob pena de responsabilização pelas perdas e danos que o caso
concreto demonstrar. Esse caráter receptício é mantido se a promessa for direcionada
ao público, conforme enuncia o art. 429 do CC, hipótese em que o oblato é
determinável, não determinado. Também nessa hipótese, a proposta vincula aquele
que a formulou quando encerrar os requisitos essenciais do contrato, salvo se o
contrário resultar das circunstâncias ou dos usos. Em complemento, é possível revogar
a oferta ao público, pela mesma via da divulgação, desde que ressalvada esta
faculdade na oferta realizada, isto é, desde que respeitado o dever de informar a outra
parte (art. 429, parágrafo único, do CC). Como exemplo de hipótese de oferta ao
público, cite-se a comum e contemporânea oferta de venda feita pela internet.
 Requisitos
 Clareza
 Específica quanto aos elementos do futuro contrato
 A uma pessoa determinada
 Tipos
 Entre presentes
 Há a possibilidade de aceite imediato
 Entre ausentes
 Não há a possibilidade de aceite imediato. Ex.: Email, mensagens whatsapp
e facebook (off).
 Importância jurídica (Art. 427)
 O proponente não pode voltar atrás. Torna-se obrigatória e irrevogável em
geral. Exceções:
 Quando a proposta deixa de ser obrigatória?
 Deixa de ser obrigatória a proposta, se, feita sem prazo a pessoa presente, não
foi imediatamente aceita (art. 428, I). Esse mesmo dispositivo enuncia que
deve ser considerada entre presentes a proposta feita por telefone ou outro
meio semelhante, podendo nesse dispositivo se enquadrar o contrato
eletrônico celebrado entre presentes (v.g., por videoconferência digital ou pelo
Skype). A categoria jurídica em questão é denominada pela doutrina como
contrato com declaração consecutiva.43
 Não será obrigatória a proposta se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver
decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do
proponente (art. 428, II, do CC). Trata-se do contrato com declarações
intervaladas.44 O tempo suficiente é um conceito legal indeterminado
denominado como prazo moral, deve ser analisado caso a caso pelo juiz, de
acordo com a boa-fé, os usos e costumes do local e das partes (art. 113 do CC).
 Não será obrigatória a proposta se, feita a pessoa ausente, não tiver sido
expedida a resposta dentro do prazo dado pelo proponente (art. 428, III, do
CC).
 Por fim, não obriga a proposta, se antes dela ou juntamente com ela, chegar
ao conhecimento da outra parte – o oblato – a retratação do proponente (art.
428, IV, do CC).
 Oferta ao público (Art. 429)
 É incerta
 Nem sempre é clara (Ex.: perfume francês a partir de R$ 100,00)
 Objetivo propagandista
 Se torna obrigatória, assim como a proposta, quando for clara
 Exceções dessa equivalência: “Enquanto durar o estoque”
 Aceitação
“Consiste no ato jurídico por meio do qual o aceitante ou oblato concorda com a
proposta que lhe foi dirigida”
 Importância – No momento em que o aceitante aceita, considera-se celebrado o
contrato.
 Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações,
importará nova proposta.
 Em complemento à norma, o art. 430 do CC dispõe que, se a aceitação, por
circunstância imprevista, chegar tarde ao conhecimento do proponente, este
comunicará o fato imediatamente ao aceitante, sob pena de responder por
perdas e danos.
 “A formação dos contratos realizados entre pessoas ausentes, por meio
eletrônico, completa-se com a recepção da aceitação pelo proponente”.
 Para terminar o estudo desta fase, anote-se que, segundo o art. 435 da atual
codificação, “--á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto”. Eventualmente,
e por uma questão lógica, caso haja contraproposta, o local do contrato deve ser
reputado onde essa última foi formulada.

Contrato preliminar (Arts. 462 e 463)

 Conceito
“Espécie de negócio jurídico por meio do qual as partes contratantes ajustam entre si a
obrigação de celebrar um contrato definitivo posteriormente”
 Possui a finalidade de prometer a futura celebração de um contrato definitivo
 Requisitos
 Art. 462 – Ser claro quanto aos elementos essenciais do futuro contrato
 Exceto quanto à forma. Ex.: Apartamento com valor superior a trinta salários
mínimos – dispensa de Escritura pública.
 Art. 463 – Registro – Deve estar na forma ESCRITA (unanimidade doutrinária),
embora não haja unanimidade na doutrina quanto à necessidade de ser
registrado. O registro gera oponibilidade erga omnes, não sendo condição de
validade, mas de eficácia.
 Tipos
 Unilateral (Art. 466)
“Tipo de contrato preliminar em que apenas uma das partes (credor) pode exigir a
celebração do contrato definitivo”
 Bilateral (Art. 463)
“Tipo de contrato em que todos os contratantes envolvidos podem exigir a
celebração do contrato definitivo. Ele é retratável quando possui cláusula de
arrependimento; irretratável, quando não. A cláusula de arrependimento dá ao
contratante o direito de desistir da celebração do contrato definitivo”
 Direitos decorrentes
 Art. 464 - Esgotado o prazo, poderá o juiz, a pedido do interessado, suprir a
vontade da parte inadimplente, conferindo caráter definitivo ao contrato
preliminar, salvo se a isto se opuser a natureza da obrigação. Isto será feito
através da ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA.
 Art. 465 - Se o estipulante não der execução ao contrato preliminar, poderá a
outra parte considerá-lo desfeito, e pedir perdas e danos.

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