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CURSO DE DIREITO

DIREITO INTEGRADO CIVIL I


Prof. Rodrigo da Costa Ratto Cavalheiro

AULA 7
BIBLIOGRAFIA:
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro: teoria geral das obrigações. São Paulo:
Saraiva.
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: teoria geral das obrigações e teoria geral dos contratos.
São Paulo: Atlas.
DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro: teoria geral das obrigações. São Paulo:
Saraiva.

DIREITO DAS OBRIGAÇÕES

CÓDIGO CIVIL

LEI N° 10.406, DE 10.01.2002

VIGENTE

DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES


PARTE ESPECIAL
LIVRO I
TÍTULO I – DAS MODALIDADES DAS OBRIGAÇÕES
TÍTULO II – DA TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES
TÍTULO III – DO ADIMPLEMENTO E EXTINÇÃO DAS
OBRIGAÇÕES
TÍTULO IV – DO INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES
TÍTULO V – DOS CONTRATOS EM GERAL
TÍTULO VI – DAS VÁRIAS ESPÉCIES DE CONTRATO
TÍTULO VII – DOS ATOS UNILATERAIS
TÍTULO VIII – DOS TÍTULOS DE CRÉDITO
TÍTULO IX – DA RESPONSABILIDADE CIVIL
TÍTULO X – DAS PREFERÊNCIAS E PRIVILÉGIOS
CREDITÓRIOS

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* 187 ARTIGOS
SOMENTE SOBRE O DIREITO DAS OBRIGAÇÕES.

ASSIM DISPOSTOS:

TÍTULO I – DAS MODALIDADES DAS OBRIGAÇÕES


TÍTULO II – DA TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES
TÍTULO III – DO ADIMPLEMENTO E EXTINÇÃO DAS
OBRIGAÇÕES
TÍTULO IV – DO INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES
título V – dos contratos em geral
título VI – das várias espécies de contrato
título VII – dos atos unilaterais
título VIII – dos títulos de crédito
título IX – da responsabilidade civil
título X – das preferências e privilégios creditórios
* DIREITO DOS OBRIGAÇÕES. CONCEITO. Trata-se do complexo de
normas que regem as relações jurídicas de ordem patrimonial, tendo como
objeto a prestação de um sujeito em proveito de outro. (MHD)
* CARACTERÍSTICAS:

a) PESSOAIS: TEM POR OBJETO UMA PRESTAÇÃO PESSOAL, isto


é, o credor tem o direito de exigir determinada ação ou omissão do
devedor, podendo recorrer ao Poder Judiciário para garantir este
cumprimento, evitando-se o confronto pessoal, o DESFORÇO DOS
PRÓPRIOS SUJEITOS PARA RESOLUÇÃO DA OBRIGAÇÃO.
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b) RELATIVOS: VINCULAM TÃO SOMENTE OS SUJEITOS DA


RELAÇÃO (devedor e credor). Ao contrário, os Direitos Reais,
ABSOLUTOS, vinculam a todos, sendo oponíveis erga omnes;
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c) sujeitos a uma PRESTAÇÃO POSITIVA ou NEGATIVA, pois exigem


que o devedor exerça algum comportamento reconhecendo o direito do
credor de reclamá-lo.
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d) TRANSITÓRIOS: não se perpetuam, como se verá mais a frente,


extinguem-se pelo PAGAMENTO (direto e indiretos) e SEM
PAGAMENTO (caso fortuito, força maior, prescrição, decadência e
implemento de condição resolutiva).
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e) PATRIMONIAIS: todas as relações jurídicas obrigacionais podem ser


convertidas em pecúnia, sendo assim que nenhuma terá caráter não
patrimonial.
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* SEGUEM AS PRINCIPAIS DISTINÇÕES ENTRE DIREITO


PESSOAL OBRIGACIONAL (DO) E DIREITO REAL (DR):

a) QUANTO AO OBJETO:

 DO = é a prestação do devedor para o credor.

 DIR. REAL = é a própria coisa corpórea ou incorpórea.


MAS NÃO SE FALA EM COISAS NO DIR. OBRIGACIONAL?

RESP.: SIM, MAS COMO OBJETO DA PRESTAÇÃO TÃO SOMENTE.

ENTÃO,

DIR. OBRIGACIONAL = OBJETO = PRESTAÇÃO = OBJETO =


COISA

DIR. REAL = OBJETO = COISA


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b) QUANTO AO SUJEITO DE DIREITO:

 DO = DUALIDADE DE SUJEITO = ATIVO OU CREDOR E


PASSIVO OU DEVEDOR.

 DR = UM SUJEITO APENAS, O ATIVO. E A INFLEXÃO DIRETA


DESTE SOBRE A COISA.
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c) QUANTO À AÇÃO: em havendo violação de direitos:

 DO = AÇÃO PESSOAL (A em face de B).

 DR = AÇÃO REAL (A em face de quem detiver a coisa = DIREITO


DE SEQUELA).
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d) QUANTO AO LIMITE:

 DO = ILIMITADO, podendo ser objeto da livre convenção das partes


= CONTRATOS INOMINADOS.

 DR = LIMITADOS e regulados expressamente por normas jurídicas


(NUMERUS CLAUSUS). Aos Direitos Reais são impostos tipos legais
já previstos em legislação própria, não se podendo criá-los ao prazer
de cada qual.
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e) QUANTO AO MODO DE GOZAR OS DIREITOS:

 DO = SEMPRE HÁ O “INTERMEDIÁRIO” ou aquele que está


obrigado a uma prestação.

EXEMPLO: numa compra e venda, é necessário que haja um vendedor


disposto a entregar a coisa para um devedor, que lhe pagará um preço
e, assim, poderá tê-la como sua, após a devida transcrição no Cartório
competente.

 DR = FRUIÇÃO DIRETA SOBRE A COISA


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f) QUANTO À EXTINÇÃO:

 DO = EXTINÇÃO DO DIREITO PELA INÉRCIA DO SUJEITO.

EX.: PRESCRIÇÃO.

 DR = O SUJEITO PODE QUEDAR-SE INERTE QUE AINDA


MANTÉM O DIREITO SOBRE A COISA, ATÉ a constituição de
situação contrária em proveito de outro titular.

EX.: USUCAPIÃO.
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g) QUANTO À SEQUELA:

 DO = DE EFICÁCIA RELATIVA = o credor somente pode exigir o


cumprimento da prestação do devedor. HÁ EXCEÇÕES?
SOLIDARIEDADE NA FIANÇA?

 DR = DE EFICÁCIA ABSOLUTA = É POSSÍVEL SEGUIR O SEU


OBJETO ONDE ESTIVER.
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h) QUANTO AO ABANDONO:

 DO = NÃO HÁ COMO ABANDONÁ-LO.

 DR = É ABANDONÁVEL, desde que seu titular não queira mais


arcar com os ônus que lhe recaem.

EX.: SERVIDÃO DE PASSAGEM.


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i) QUANTO À POSSE:

 Posse = é a exteriorização do domínio

 SÓ É SUSCETÍVEL AO DIR. REAL


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k) QUANTO AO DIREITO DE PREFERÊNCIA: TAMBÉM SÓ SE


REFERE AO DIR. REAL = é o poder atribuído ao titular de afastar todos
os direitos incompatíveis com o seu.

EXEMPLO: o imóvel X tem 3 donos, portanto quando qualquer deles


quiser vender sua parte deve oferecê-la primeiramente aos demais
condôminos, para que estes exerçam o seu direito de preferência e assim
possa se tornar o único dono.
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DIREITO DAS OBRIGAÇÕES + DIREITOS REAIS

CATEGORIAS JURÍDICAS HÍBRIDAS.

OBRIGAÇÕES PROPTER REM, ÔNUS REAIS E


OBRIGAÇÕES COM EFICÁCIA REAL
1) OBRIGAÇÕES PROPTER REM

CONCEITO. Ocorre quando o titular de um direito real, pela condição


que atravessa, passa a ter que satisfazer alguma prestação.

EXEMPLO: A, B e C são proprietário, em condomínio e em parte iguais,


do imóvel X. Assim, devem, conjuntamente, concorrer para as despesas de
sua conservação (art. 1.315 do CC). Desta forma, A, B e C são proprietário
do imóvel X (DIREITO REAL) e estão obrigados para com as despesas
correspondentes (DIREITO DAS OBRIGAÇÕES).

MAIS EXEMPLOS DE OBRIGAÇÕES PROPTER REM NA


LEGISLAÇÃO.

a) art. 1.315, caput: “O condômino é obrigado, na proporção de sua parte,


a concorrer para as despesas de conservação ou divisão da coisa, e a
suportar os ônus a que estiver sujeita.”

b) Lei n° 4.591/64, art. 10: as obrigações dos proprietários de apartamento


de edifícios em condomínio, de não alterar a forma externa da fachada ou
de não decorar as partes e esquadrias externas com tonalidades ou cores
diversas das empregadas no conjunto da edificação etc.

c) art. 1.297, parágrafo 1°: “Os intervalos, muros, cercas e ao tapumes


divisórios, tais como sebes vivas, cercas de arame ou de madeira, valas ou
banquetas, presumem-se, até prova em contrário, pertencer a ambos os
proprietários confinantes, sendo estes obrigados, de conformidade com os
costumes da localidade, a concorrer, em partes iguais, para as despesas de
sua construção e conservação.”

d) do art. 1.277 ao art. 1.313: as obrigações atinentes aos Direitos de


Vizinhança.
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* CARACTERÍSTICAS DAS OBRIGAÇÕES PROPTER REM:

a) vinculação a um Direito Real, ou seja, há tal obrigação em razão de ser


proprietário ou possuidor de uma coisa;
b) possibilidade de exoneração do devedor pelo abandono do direito real,
renunciando o direito sobre a coisa.

* EXEMPLO: se A abandona o imóvel de que é proprietário no edifício em


condomínio, não tem mais, logicamente, que arcar com as despesas para
sua conservação, na proporção de sua parte.

c) transmissibilidade por meio de negócios jurídicos, recaindo a obrigação


sobre o adquirente.

EXEMPLO: se A adquire o imóvel X de um edifício em condomínio por


contrato de compra e venda ou por transmissão causa mortis, recebe junto
a obrigação de conservar a coisa na proporção de sua parte.

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* NATUREZA JURÍDICA DAS OBRIGAÇÕES PROPTER REM:

* Não se trata de OBLIGATIO nem de JUS IN RE.

* Trata-se de instituto que fica entre o Direito das Obrigações e os Direitos


Reais.

* Assim, TRATA-SE DE UM DIREITO MISTO.

* Não é puramente um Direito Real, pois a prestação é uma obrigação de


fazer, e nem é puramente um Direito Obrigacional, pois seu titular pode
perseguir a coisa onde ela estiver, e não somente contra o devedor.

* É OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA MISTA: acessória porque a obrigação


está vinculada a um Direito Real e mista porque fundem-se ambos direitos,
não se podendo concebê-los separadamente.
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2) ÔNUS REAIS

CONCEITO. São aquelas obrigações que limitam a fruição e a disposição


da propriedade, são direitos sobre coisas alheias, podendo ser cobrados
contra todos.

* DIFERENÇA ENTRE ÔNUS REAIS E OBRIGAÇÕES PROPTER


REM = pois nestas o devedor responde tão somente pelo débito atual, pela
prestação constituída durante sua relação com a coisa, e nunca em relação
às anteriores e posteriores.

EXS.:

OBRIG. PROPTER REM = A recebe a doação do imóvel X, de um edifício


em condomínio. Desta forma, não arcara com despesas gastas para sua
conservação anteriores a esta doação e nem as posteriores.

ÔNUS REAIS = A adquire um imóvel sujeito a uma SERVIDÃO DE


PASSAGEM. Assim, deverá obedecê-la,tendo que arcar com isso.

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3) OBRIGAÇÕES COM EFICÁCIA REAL

CONCEITO. São aquelas que, sem perder seu caráter de direito a uma
prestação, transmitem-se e são oponíveis a terceiros que adquiram direitos
sobre determinados bens.

* EX.: Para que A, locatário do imóvel X, esteja obrigado a respeitar o


contrato de locação mesmo depois que o imóvel X foi alienado a terceira
pessoa, deve este contrato estar registrado no COMPETENTE
REGISTRO PÚBLICO. = EXCEÇÃO À RELATIVIDADE DO
DIR.OBRIGACIONAL, QUE VINCULA SOMENTE DEVEDOR E
CREDOR. (art 576).

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