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Na centralidade deste artigo esta dois tipos de projetos distintos de construção de cidades,

dois pensamentos incompatíveis a respeito do desenvolvimento urbano e o convívio de seus


concidadãos.

Atrocaducapacaustiduplielastifeliferofugahistoriloqualubrimendimu
ltipliorganiperiodiplastipublirapareciprorustisagasimplitenavelover
avivaunivora
Cidade
“Planejar a cidade é ao mesmo tempo pensar a própria pluralidade do real e dar efetividade a
este pensamento do plural: é saber articular”

Como a cidadade é ocupada? Quais são os modos de ocupar uma cidade? Cidade pra
quem?

A Vila autódromo foi oficialmente fundada no ano de 1987 através de uma


organização interna entre os seus membros que culminou na criação de uma associação
de moradores (AMPAVA – Associação de Moradores e Pescadores da Vila
Autódromo), ela se localiza entre a Avenida Salvador Aliende ( uma importante via que
liga o bairro da Barra da Tijuca à região Norte de cidade), a lagoa de Jacarepaguá, e o
antigo autódromo Nelson Piquet – atual Parque Olímpico. Constituída por pessoas
vindas de diferentes lugares da cidade e do país, com maior ênfase da região nordeste, a
vila cresceu em um processo lento, desde os anos 70, e veio se configurando aos poucos
como um bairro – com padaria, mercado, açougue, praça, uma igreja católica... A
construção desta comunidade é mérito dos seus próprios moradores, de acordo com as
necessidades internas de seus habitantes.
A tônica do processo de constituição da vila, da afirmação e legitimação de seu
território, foram as ameaças constantes da sua própria aniquilação. O governo estadual
municipal e federal, em diferentes momentos da história, sempre declarou a
necessidade de remoção da comunidade – seja através de ameaças diretas ou de
discursos desenvolvimentistas, difundidos tanto pelos governantes locais quanto pela
mídia, incapazes de acolher as indiossincracias da vila. Um pequeno histórico sobre as
investidas contra a Vila Autódromo se faz necessário na busca de analisar dois modos
distintos de relação entre a urbe: de uma lado, um governo megalomaníaco, pressionado
pelos mais altos setores econômicos do mercado imobiliário, e do outro, o plano popular
da Vila Autódromo. (falar sobre isso na introdução)
Em 1993, o então subprefeito da região da barra da tijuca Eduardo Paes, abriu
uma ação publica oferecida pelo município no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro,
sob a alegação que a Vila Autódromo causa “ danos estéticos e ambientais” ao seu
entorno. Para além da esdrúxula alegação de um maleficio estético atribuída a uma
comunidade – o que será devidamente analisado mais a frente - ressalta-se que o
processo demorou 24 anos em processo jurídico só sendo arquivado no ano passado –
quando a comunidade já havia sido totalmente desapropriada pelo próprio proponente
do processo, Eduardo Paes , agora na condição de prefeito da cidade.
http://www4.tjrj.jus.br/consultaProcessoWebV2/consultaMov.do?v=2&numProcesso=1
993.001.078414-7&acessoIP=internet&tipoUsuario.
No ano seguinte , em 1994, em Genebra, uma liderança da Vila Autódromo
participou da 50a reunião da Comissão de Direitos Humanos da ONU. O esforço em dar
repercussão internacional a essas denúncias teve como estopim o assassinato de José
Alves de Souza, 38 conhecido como Tenório, presidente da Associação de Moradores
da Vila Autódromo. Tenório foi executado por quatro homens com dois tiros no rosto, e
era uma das principais lideranças contra a remoção na região (COSENTINO, 2015).
Segundo o “Relatório de situações de violação do Direito à Moradia Digna no Estado
do Rio de Janeiro” de Maio de 2006, realizado por uma associação de várias
copeerativas comunitárias da cidade, o assassinato foi realizado por Marco Aurélio,
coordenador na capatazia da região de Jacarepaguá, na busca de impedir Tenório de
ocupar a região. http://www.cis.puc-rio.br/cis/cedes/PDF/06agosto/anexos/relatorio-
direito-a-moradia.pdf
Em 2002, ouve a confirmação do primeiro mega-evento na cidade do Rio, o
Pan-ameericano de 2007. O então prefeito da época César maia afirma a respeito da
região da Vila autódromo: “Há um benefício que não se mede em obras: a imagem da
cidade. Outro benefício será a recuperação de centralidades esportivas que o Rio de
Janeiro havia perdido. Esses dois aspectos têm significado econômico, por exemplo, em
relação ao turismo. (...) o Complexo Esportivo do Autódromo vai gerar a construção de
hotéis e de centros comerciais, além de funcionar como um novo pólo de lazer e
entretenimento". Nota-se desde já um forte interesse econômico nesta área que não
abarca, neste ímpeto de grandiosidade do seu discurso, os pequenos projetos
comunitários.
(Fonte : http://au17.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/132/o-pan-americano-de-2007-
ira-trazer-beneficios-ao-rio-de-22692-1.aspx)
O discurso do então prefeito Cesar Maia replica aquilo que sempre se planejou
para a região da Barra da Tijuca/Jacarepagua desde o princípio do seu crescimento
urbanístico, no anos 70. A tônica é o desejo de construção urbanista planejada e
formação de um lugar em que possa servir de epicentro dos empreendimentos da
cidade:
Através do histórico de ocupação da Barra da tijuca é possível entender a
estrutura da região, que até hoje concentra grandes glebas em domínio de
poucos proprietários. A urbanização planejada pelo Estado, que se dá a partir
de 1970 através do Plano Lucio Costa, e o investimento em infra estrutura de
acesso da inicio ao desenvolvimento da região com os primeiros grande
condomínios fechados. Neste período, aventou-se a realização da exposição
internacional de 1972m que pretendia acelerar a expansão do bairro, mas que
acabou não acontecendo. Os argumentos do beneficio de se realizar grandes
eventos da cidade seriam resgatados mais tarde no Pan-americano de 2007 e
nas Olimpíadas de 2016.
É diante desta dinâmica do Estado de reiterar um projeto especifico de cidade
na região da barra da tijuca que, desde dos anos 70 com a fracassada Expo72, tenta se
tornar vitorioso, que a comunidade da Vila Autódromo se torna um “problema” para as
intenções do governo.
Em 2009, a eleição do prefeito Eduardo Paes – amplamente sustentada pelo
setor imobiliário - aliada ao anuncio de que a sede das olímpiada de 2016 seria na
cidade do Rio de Janeiro, configura-se o cenário ideal para recomeçar as investidas do
projeto do estado em tornar a região da barra um novo polo econômico da cidade.
“Em 2 de outubro daquele mesmo ano (2009) o prefeito anunciou a meta de reduzir em
3,5% ( 1,6 milhão de metros quadrados, o equivalente a duas rocinhas) as áreas
ocupadas por favela no Rio.” https://extra.globo.com/noticias/rio/plano-estrategico-
paes-quer-reduzir-em-35-total-da-area-de-favelas-ate-2012-
207796.html#ixzz3kWxd9aCS
Importante ressaltar que entre as empresas que financiaram a campanha do
Eduardo Paes para prefeitura de 2008 e 2012 destacam-se as construtoras Cyrella e
Carvalho Hosken, ambas, predominaram no setor de construção das obras das
Olimpíadas – sendo a Carvalho Hosken um das responsáveis pelo Paque Olimpico.
Nota-se que os seus donos destas empresas ,Carlos Carvalho e Pasquale Mauro “faziam parte
de uma lista de quatro grandes proprietários que despontavam como os donos da Barra na
década de 1980 e, quase 40 anos depois, ainda mantêm latifúndios urbanos em atividade
especulativa na região”. Além disso, esses mesmos empreiteiros mantinham relação com
Eduardo Paes no período em que ele era subprefeito da barra na década de 90, período
que paes “conduziu uma violenta política de remoção de favelas em benefício dos grandes
proprietários locais”. https://br.boell.org/sites/default/files/boll_olimpiada_01_09_17.pdf
Tais fatos históricos servem aqui como instrumentos de análise e revelam uma tônica,
uma mesma melodia da qual a associação entre Governo e empresas privadas mobilizam um
projeto de cidade incompatível com as reais necessidades da população. A partir da analise
específica do projeto do Parque Olimpico, buscarei delinear as intenções deste projeto e , em
seguida, apresentarei o contraste com a proposta comunitária oriunda da vila autódromo.

O Projeto da Parque Olimpico e a relação com a Vila Autódromo

Os fatos transparecem um modo de gestão de cidade vinculados a interesses de um


determinado setor, a dita parceria “publico-privada” , tão exaltada pelos lideres de
governo, se revela , nos altos jurídicos e nas enxurradas de manchetes de jornais do
período pós-olimpíadas, como um “conluio publico-privado”. O poder do Estado deixa
de agir em beneficio da população para servir a um projeto elitizado de cidade,
contudo, necessita preservar na superfície desta ato os modos democráticos de
governabilidade. O diálogo entre governo e governados, fundamental na construção de
uma política sadia, se verifica como sofismo, uma falácia que esconde as reais
intenções, já previamente decididas as “portas fechadas”. ) É essa falaciosa escuta do
Estado para com a comunidade da Vila Autodromo que revela, o caráter totalitário por
ele exercido, a supressão do fazer político e o surgimento daquilo que podemos chamar
de “politicagem”.
Jacques Rancière fala de uma necessária racionalidade política em que :
(...)o próprio da racionalidade política é que as deduções jamais se dão em
linha reta, elas são sempre tortuosas. A política, em ultima instancia, repousa
sobre um único princípio, a igualdade. Só que este princípio só tem efeito por
um desvio ou uma torção específica: O dissenso, ou seja, a ruptura nas
normas sensíveis da comunidade.

A politica seria então uma construção entre os seus participante, ela é


horizontal na medida em que acolhe os modos singulares de “configuração do sensível”,
abrindo um espaço de debate, de disputa– é na ação perpetua de romper com as normas
preestabelecidas, debater horizontalmente as idiossincrasias entre os comuns, produzir
consensos momentâneos para encaminhamentos práticos e ainda assim, a qualquer
momento, fazer com que esses acordos sejam rompidos. Podemos pensar que , uma
política sadia é aquela que está sempre em movimento, nunca para: se alastra, produz
crises, soluções temporárias e novas crises. No projeto da Comunidade da Vila
Autódromo, que será analisado mais adiante, esse fazer político se torna evidente.
Por outro lado, os modos de ação do governo em relação a comunidade da Vila
Autódromo, de acordo com essa tônica na história que aqui foi mostrada, se revelam
unilaterais, esvaziados de politica , evidenciando o totalitarismo do Estado:
A História é compreendida, no sentido mais textual, como um fluxo da
história. A diferença entre esse difundido pensamento ideológico e as formas
totalitárias de Estado é que estas descobriram os meios políticos para
encaixar os homens no fluxo da História de tal maneira a ele ser
compreendido, em relação à ‘liberdade’, ao fluxo livre‘ dela, exclusivamente
como não podendo obstruir esse fluxo, ao contrário, tornando-se um
momento de sua aceleração. Os meios pelos quais isso acontece são um
processo externo de coação do terror e a pressão exercida por dentro do
pensamento ideológico, ou seja, um pensamento que, bem no sentido do
fluxo da História, também vem junto no íntimo, por assim dizer. Esse
desenvolvimento totalitário é, sem dúvida, o passo decisivo no caminho da
abolição da liberdade.

Hanna Arendt afirma o Estado totalitário como aquele que desloca o cidadão,
através da coerção e da preção, do seu agir político para dentro do fluxo da história,
este, carregado por um pensamento ideológico heterodoxo, de uma normatização da
produção de “sensível”. O estado totalitário destrói a política e, consequentemente, o
direito de escolha, de luta e de disputa do ser cidadão. Se um projeto olímpico,
]
A ideologia ataca a política, na medida em que constrói
Venda de uma ideia, um projeto, promessas, são atitudes deste estado totalitário.
Esse estado totalitário se utiliza dos meios de coerção

Mas qual é o argumento do governo?


Mostrar as imagens.

para que, futuramente, esses sejam rompidos.


e
ela acolhe as singularidades promove um espaço para a “configuração do sensível”.
Neste sentido, a relação entre governo e governados

“Não há título para governar. O poder não pertence ao nascimento ou a


sabedoria, a riqueza ou a antiguidade. Não pertence a Ninguém. Nenhuma propriedade
específica distingue os que tem vocação para governar dos que tem vocação para ser
governados.” Sendo assim, politica ( em contraponto à politicagem) assumiria uma
horizontalidade qua acolhia

Se politica presume

“A racionalidade da política é a de um mundo comum

A vila autódromo

de reiteração dos velhos impérios econômicos, é uma espécie de coronelismo que


visa sustentar as mesmas famílias atravessando gerações ( alguns donos de empresas
estavam presente, por exemplo, na construção de Brasilia, enriquecendo seus impérios).

A Vila Autódromo, neste sentido, é um obstáculo que impede os projetos de


poder dos empresários ilegalmente associados ao governo. O Falar da palestra do Jorge
bittar para mediar, ele como um anunciante no trágico. Impossibilidade de negociar com
o projeto de poder, e de fazer política.
]
Video Eduardo paes 1 minuto
]
Eis a tónica, a melodia que se repete o projeto de atualização do velho.

O estado impõe um modelo, uso da força, imposição de um consenso,


O que hoje entendemos por governo constitucional, não importa se de natureza
monárquica ou republicana, é, em essência, um governo controlado pelos governados,
restringido em suas competências de poder e em sua aplicação de força. É indiscutível que
a restrição e controle ocorrem em nome da liberdade, tanto da sociedade como do
indivíduo; trata-se de estabelecer limites, os mais amplos possíveis e necessários, para o
espaço estatal do governar, a fim de possibilitar a liberdade fora de seu espaço. Portanto,
não se trata, em todo caso, de possibilitar a liberdade de agir e de atuar politicamente;
ambos continuam sendo prerrogativa do governo e dos políticos profissionais que se
oferecem ao povo como seus representantes no sistema de partidos, para representar
seus interesses dentro do Estado e, se for o caso, contra o Estado.

E Aqui sobre o coluiu do prefeito que fere aqueilo que fala der ser politico
Essa contradição manifesta-se da maneira mais palpável porque sempre foi prerrogativa
da política exigir, em certas circunstâncias, o sacrifício da vida dos homens que nela
participam. Só que, é claro, essa exigência deve ser entendida no sentido de exigir-se do
indivíduo que sacrifique sua vida para o processo de vida da sociedade;

Mas onde a força, que é um fenômeno do indivíduo ou da minoria, liga-se ao poder, que
só é possível entre muitos, surge um aumento monstruoso do potencial de força — por
sua vez, provocado pelo poder de um espaço organizado, mas que depois, como todo
potencial de força, aumenta e se desenvolve às custas do poder.

ambas responsáveis por (construtora do parque Olímpico) e


Em 2015, um ano antes das Olimpíadas, a vila Autódromo já não mais existia.

Subtítulo – O velho vestido de novo.


O projeto de cidade reiterado está em coluio com o setor privado. Tais empresas
como.... território privado

O estado que guarda a liberdade e ao mesmo tempo exclui


2009 – estopin de uma gestão neo liberal no rio de janeiro- eleição de Eduardon paes
sustentada pelo setor imobiliário, aliança entre as esferas fedarai e a escolha do rio como
cidade sede das olimpíadas de 2016 . A partir de 2009, a gestão neoliberal do Rio de Janeiro
chega ao seu ápice, com uma mudança de cenário caracterizada por alguns elementos: a
eleição de Eduardo Paes, figura pública sustentada essencialmente pelo setor imobiliário e da
construção civil12, a aliança entre as esferas federais, estaduais e municipais, que, aliás, foi um
importante slogan de sua campanha, permitindo que fossem girados recursos federais para o
projeto de cidade em curso, e a escolha do Rio de Janeiro como sede das Olimpíadas de 2016

https://oglobo.globo.com/rio/moradores-pedem-para-sair-da-vila-autodromo-1-10607952

https://www1.folha.uol.com.br/esporte/olimpiada-no-rio/2016/03/1747798-apos-derrubar-
quase-toda-vila-autodromo-prefeitura-exibe-plano.shtml

https://extra.globo.com/noticias/rio/plano-estrategico-paes-quer-reduzir-em-35-total-da-
area-de-favelas-ate-2012-207796.html#ixzz3kWxd9aCS

Finalizar falando que o histórico fornece chaves para compreender a visão, a quem
serve, o modelo de cidade pelo estado.
Falar de campos de disputa, disputa pelo sensível.

César Maia
prefeito do Rio de Janeiro
Em 1997,

1998 - Além da outorga do termo de concessão de uso em 1998 para os moradores


que ocupavam a localidade à época, a Lei Complementar n° 74 de 14 de Janeiro de 2005123,
durante o tramite da ação judicial acima referida, dentre outras determinações, declarou a
área como Área de Especial Interesse Social (AEIS), excluindo a faixa marginal de proteção
ambiental da Lagoa de Jacarepaguá e o Projeto de Alinhamento da Avenida Embaixador
Aberlado Bueno (vide art. 9).
Rio de Janeiro, cidade “maravilhosa”. Dia 2 de novembro de 2008 a cidade foi escolhida como
a sede da copa do mundo e das olimpieda, um acontecimento muito comemorado não só
pelas autoridades , mas por toda a população. Grandes in

A Vila Autódromo é uma comunidade na cidade do Rio de Janeiro cuja

2007 – pan-americano

2014- copa do mundo

2016 - Olimpíada

Fundação vila autódromo 1987

Desmandos

Geografia da cidade

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