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Stress

“O Stress relacionado com o trabalho ocupa o 2º lugar em termos de


queixas mais frequentes dos trabalhadores e é factor decisivo no
desenvolvimento de acidentes de trabalho. Em que circunstância(s)
podemos afirmar que um individuo esta em situação potencialmente
indutora de stresse.”

Os ambientes de trabalho estão a atravessar mudanças significativas devido à


aplicação de novas tecnologias, materiais e processos de trabalho. As alterações ao
nível da concepção, organização e gestão do trabalho podem criar novas áreas de risco
susceptíveis de gerar um maior nível de stress e, em última análise, originar uma grave
deterioração da saúde mental e física. Segundo o relatório da Agência Europeia para a
Segurança e a Saúde no Trabalho, os principais riscos psicossociais estão relacionados
com novas formas de contratos de trabalho, insegurança no emprego, intensificação
do trabalho, exigências emocionais elevadas, violência no trabalho e difícil conciliação
entre a vida profissional e a vida privada.

Jukka Takala, Director da Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho


(EU-OSHA) afirmou: “A vida profissional na Europa está a mudar a um ritmo cada vez
mais acelerado. A insegurança no emprego, a necessidade de ter vários empregos e a
intensificação do trabalho podem gerar stress profissional e colocar em risco a saúde
dos trabalhadores. É necessário monitorizar e melhorar constantemente os ambientes
de trabalho a nível psicossocial a fim de criar empregos de qualidade e assegurar o
bem-estar dos trabalhadores.”

O stress profissional é um dos maiores desafios que a Europa enfrenta no domínio da


segurança e saúde no trabalho (SST), prevendo-se o aumento do número de pessoas
afectadas por doenças relacionadas com stress provocadas ou agravadas pelo
trabalho. O stress é o segundo problema de saúde relacionado com o trabalho mais
comum na Europa.
As pessoas sofrem de stresse quando sentem que há um desequilíbrio entre as
solicitações que lhes são feitas e os recursos de que dispõem para responder a essas
solicitações.

Recursos
Trabalhos baixo stress Trabalhos activos

Trabalhos passivos Trabalhos alto stress

Exigências

Embora seja psicológico, o stresse afecta igualmente a saúde física do indivíduo.

 Entre os factores de risco mais comuns do stresse relacionado com o trabalho contam-
se a falta de controlo sobre o trabalho, solicitações inadequadas e falta de apoio por
parte dos colegas e das chefias.

O stresse é provocado por um desajustamento entre nós e o trabalho, por problemas


de relacionamento, pela presença de violência psicológica ou física no local de trabalho
ou ainda pela existência de conflitos entre o nosso papel no trabalho e fora dele.

Diferentes pessoas podem percepcionar as condições de trabalho e experienciar o


stresse de forma distinta, de tal maneira que para o indivíduo a exigência suplementar
na quantidade de trabalho pode ser interpretada como um desafio enquanto para
outro indivíduo tal situação pode ser desorganizadora. Sendo que umas pessoas
reagem melhor do que outras à pressão de muitas solicitações, não sendo possível
determinar com base exclusivamente na situação o stresse que esta pode provocar.
3.1. Stresse Favorável e Stresse Desfavorável

A distinção entre stresse favorável e stresse desfavorável depende dos resultados da


acção dos stressores e da medida em que ultrapassam ou não as capacidades de
adaptação individuais.

Considera-se que existe um nível de stresse favorável na medida em que ajuda o


indivíduo a reagir depressa perante situações de urgência, a permanecer mais alerta e
a actuar perante situações crítica, que requerem resposta rápida e eficaz.

A mobilização da capacidade realizadora do profissional e a sua orientação para


resultados são resultados muito favoráveis induzidos pelo stress.

Ultrapassando um patamar óptimo e com a aproximação de situações limite não só


não há desempenho adicional por força da sua acção como também passa a haver
interferência nos processos de pensamento (análise e tomada de decisões), nas
emoções (instabilidade emocional) e nos comportamentos, com efeitos negativos no
próprio rendimento.

As

respostas do indivíduo a situações de pressão acrescida, passam por um conjunto de


mecanismos e de etapas estruturadas da seguinte forma:
a) Reacção de alarme: Fase de activação dos mecanismos de defesa, em que o
individuo se prepara para enfrentar as questões profissionais suscitadas ou
então para as evitar. Tendo como sinais característicos a preocupação,
ansiedade e irritabilidade persistentes, insónias, dificuldade de concentração.
b) Resistência ou adaptação: Fase marcada pelo confronto continuado com a
fonte de pressão, que exige um esforço prolongado (resistência) ou que conduz
a uma progressiva habituação do profissional (adaptação) á situação de
trabalho particular, desenvolvendo formas apropriadas de lidar com a pressão
tais como a organização do tempo, trabalho extra… Enquanto na fase de
adaptação o indivíduo revela-se organizado, na fase de resistência são típicos
os comportamentos de absentismo, de atraso para o trabalho, cansaço e fadiga
sem razão aparente entre outros.
c) Exaustão: Verifica-se sempre que há colapso dos mecanismos adaptativos e o
individuo esgotou a sua capacidade de continuar a enfrentar os problemas
profissionais, quer pela sua continuidade, quer pelo facto de estar a trabalhar
no limite e ter necessidade de se afastar das situações e de restaurar a sua
energia.

Burnout é uma das consequências mais marcantes do estresse profissional,


caracterizando-se geralmente por exaustão emocional, avaliação negativa de si
mesmo, depressão e insensibilidade com relação a quase tudo e todos (até como
defesa emocional).

O esgotamento (não apenas profissional) das pessoas, causado por sua ocupação ou
actividade é uma situação cada vez mais comum.

A burnout vai além do stress, e chega ao esgotamento: a sensação de exaustão da


pessoa acometida. Sendo geralmente desenvolvida como resultado de um período de
esforço excessivo no trabalho com intervalos muito pequenos para recuperação, mas
alguns consideram que trabalhadores com determinados traços de personalidade
(especialmente de neuroses) são mais susceptíveis a adquirir a síndrome.
Para que se produza burnout, é necessário a interacção entre a percepção individual
do trabalhador ao stresse e a pressão laboral em ambiente de trabalho.

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