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O Financiamento da
02 Seguridade Social
02.1 – Introdução
Regime Contributivo:
A fruição das prestações da Previdência Social é condicionada ao pagamento de contribuições
sociais, ou seja, o recolhimento das contribuições é condição indispensável para o acesso às
prestações. Na saúde e na assistência social não há necessidade de contribuição específica dos
beneficiados.
Legislação:
O art. 195 da Constituição Federal dispõe sobre as regras gerais do financiamento da seguridade
social, estipulando as fontes de recursos por meio dos quais é mantido o sistema de seguridade social.
Os principais instrumentos normativos infraconstitucionais sobre o financiamento da Seguridade
Social são a Lei n° 8.212, de 24 de julho de 1991, que dispõe sobre a organização da Seguridade
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Social e institui o respectivo plano de custeio e o Decreto n° 3.048, de 6 de maio de 1999
(Regulamento da Previdência Social).
CONSTITUIÇÃO Art. 195 - A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta,
FEDERAL nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
LEI 8.212/91 Art. 10 - A Seguridade Social será financiada por toda sociedade, de forma direta e indireta, nos
termos do Art. 195 da Constituição Federal e desta Lei, mediante recursos provenientes da
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de contribuições sociais.
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garantindo-se a cada uma delas - previdência, saúde e assistência social - a gestão dos seus
respectivos recursos (CF, art. 195, § 2º).
Há, entretanto, situações que excepcionam esta regra geral, nas quais o produto obtido, ou já tem
destino pré-determinado, ou tem sua utilização vedada para determinadas finalidades. São as
seguintes:
Cinqüenta por cento do total dos prêmios arrecadados pelas companhias seguradoras que
mantêm seguro obrigatório de danos pessoais causados por veículos automotores terrestres:
este percentual dos prêmios deverá ser repassado ao Sistema Único de Saúde (SUS), onde ele será
aplicado no financiamento da assistência médico-hospitalar dos segurados vitimados por acidentes
desta natureza.
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02.2 – A Contribuição dos Entes Públicos
Noções Gerais
Contribuição da União:
O custeio da seguridade social é financiado também pelo Estado, que destina parcela de seu
orçamento para tal finalidade. A União participa do financiamento da seguridade social mediante
recursos adicionais de seu orçamento fiscal, fixados obrigatoriamente na lei orçamentária anual.
Estes recursos se encontram no orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e
órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações
instituídos e mantidos pelo Poder Público e é assegurada a destinação de recursos, além do
pagamento dos encargos previdenciários, para as ações de saúde e assistência social.
A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos órgãos
responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e
prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de
seus recursos.
Cobertura de Insuficiências:
O déficit do sistema de financiamento que atinge os segurados deve ser coberto com recursos do
Tesouro Nacional, pois além dos recursos previstos no orçamento, a União é responsável pela
cobertura de eventuais insuficiências financeiras oriundas do pagamento dos benefícios de prestação
continuada da previdência social.
Vale lembrar que a União não será responsável por eventual déficit financeiro
da seguridade social, apenas deverá complementar a insuficiência quando os
recursos são necessários para o pagamento dos benefícios de prestação
continuada da previdência, como pensões ou aposentadorias.
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02.3 – As Contribuições Sociais
Regras Gerais
Noções Iniciais:
Além dos recursos dos Entes Públicos, outra forma de financiamento é através das contribuições
sociais. Constituem contribuições sociais:
! as das empresas, recaindo sobre a remuneração paga ou creditada aos segurados e demais
pessoas físicas a seu serviço, mesmo sem vínculo empregatício;
! as dos empregadores domésticos;
! as dos trabalhadores, incidindo sobre o respectivo salário-de-contribuição;
! as das associações desportivas;
! as incidentes sobre a receita bruta proveniente da comercialização da produção rural;
! as das empresas, incidentes sobre a receita ou o faturamento e o lucro;
! as incidentes sobre a receita de concursos de prognósticos (loterias).
! as incidentes sobre a importação de bens e serviços.
Natureza Jurídica:
As contribuições sociais são consideradas pela maioria dos doutrinadores e pelo STF como
modalidade de tributo, distintas dos impostos, taxas e contribuições de melhoria e tendo como
principal peculiaridade a destinação de seu produto à seguridade social.
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Progressividade das Contribuições Sociais:
Conforme o § 9° do art. 195 da Constituição Federal existe a possibilidade de progressividade das
alíquotas e da base de cálculo das contribuições sociais, ou seja, podem ser estabelecidas de forma
diferenciada em função da atividade econômica ou da utilização intensiva de mão-de-obra.
Salário-de-Contribuição
Salário-de-Contribuição:
A contribuição devida pelos trabalhadores terá por base o salário-de-contribuição definido pelo
Regulamento da Previdência Social. O salário-de-contribuição é aquele sobre qual incidirão as
alíquotas de contribuição para a Previdência Social e nem sempre é igual ao salário contratual
percebido pelo segurado, pois existem certas regras para cada classe de segurado e inclusive um
limite mínimo e máximo previsto em lei.
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Parcelas Integrantes e Não-Integrantes do Salário-de-Contribuição
Integrantes Gratificação natalina (décimo terceiro salário): exceto para o cálculo
do salário-de-benefício, sendo devida a contribuição quando do
pagamento ou crédito da última parcela ou na rescisão do contrato de
trabalho.
O valor das diárias para viagens, quando excedente a 50 % da
remuneração mensal do empregado, integra o salário-de-contribuição
pelo seu valor total.
Não integrantes Os benefícios da previdência social, nos termos e limites legais;
A ajuda de custo e o adicional mensal recebidos pelo aeronauta;
A parcela in natura recebida de acordo com programa de alimentação
aprovado pelo Ministério do Trabalho e Emprego;
As férias indenizadas e respectivo adicional constitucional;
As importâncias recebidas a título de:
! indenização compensatória de 40% do montante depositado no
FGTS;
! indenização por tempo de serviço;
! indenização por despedida sem justa causa do empregado nos
contratos por prazo determinado;
! indenização do tempo de serviço do safrista;
! incentivo à demissão;
! aviso prévio indenizado;
! indenização por dispensa sem justa causa no período de 30 dias
que antecede a correção salarial;
! abono de férias;
! ganhos eventuais e abonos expressamente desvinculados do
salário;
! licença-prêmio indenizada;
! outras indenizações, desde que expressamente previstas em lei;
A parcela recebida a título de vale-transporte, na forma da legislação
própria;
A ajuda de custo, recebida exclusivamente em decorrência de mudança
de local de trabalho do empregado;
As diárias para viagens, desde que não excedam a 50% da
remuneração mensal do empregado;
A importância recebida a título de bolsa de complementação
educacional de estagiário;
A participação do empregado nos lucros ou resultados da empresa;
O abono do PIS/PASEP;
A importância paga ao empregado a título de complementação ao
valor do auxílio-doença, desde que este direito seja extensivo à
totalidade dos empregados da empresa;
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As parcelas destinadas à assistência ao trabalhador da agroindústria
canavieira
O valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica
relativo a programa de previdência complementar, aberto ou fechado,
desde que disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes,
observados, no que couber, os arts. 9º e 468 da CLT.
O valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou
odontológico, próprio da empresa ou por ela conveniado, inclusive o
reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos
ortopédicos, despesas médico-hospitalares e outras similares, desde
que a cobertura abranja a totalidade dos empregados e dirigentes da
empresa.
O valor correspondente a vestuários, equipamentos e outros acessórios
fornecidos ao empregado e utilizados no local do trabalho para
prestação dos respectivos serviços.
O ressarcimento de despesas pelo uso de veículo do empregado e o
reembolso-creche pago em conformidade com a legislação trabalhista,
observado o limite máximo de seis anos de idade, quando devidamente
comprovadas as despesas realizadas
O valor relativo a plano educacional que vise à educação básica, nos
termos do art. 21 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e a
cursos de capacitação e qualificação profissionais vinculados às
atividades desenvolvidas pela empresa, desde que não seja utilizado
em substituição de parcela salarial e que todos os empregados e
dirigentes tenham acesso ao mesmo.
A importância recebida a título de bolsa de aprendizagem garantida ao
adolescente até quatorze anos de idade, de acordo com o disposto no
Art. 64 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990.
Os valores recebidos em decorrência da cessão de direitos autorais.
O valor da multa prevista no § 8º do Art. 477 da CLT.
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Contribuição do Empregado Urbano e Rural
A contribuição do empregado é a sua remuneração auferida, assim entendida a totalidade dos
rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o
trabalho, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos
decorrentes de reajuste salarial ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença
normativa. A contribuição do segurado empregado, inclusive o doméstico, e do trabalhador avulso é
calculada mediante a aplicação da correspondente alíquota, de forma não cumulativa, sobre o seu
salário-de-contribuição mensal.
Essas contribuições, de empregados, descontadas e retidas pelo empregador, devem ser recolhidas até
o dia 2 do mês seguinte ao da competência, prorrogando-se o prazo para o primeiro dia útil
subseqüente se o vencimento cair em dia em que não haja expediente bancário.
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Contribuição do Contribuinte Individual
O contribuinte individual corresponde ao antigo segurado empresário, trabalhador autônomo e
equiparado ao trabalhador autônomo. Atualmente a sua contribuição é um percentual fixo sobre o
salário-de-contribuição, ou seja, uma alíquota de vinte por cento sobre o respectivo salário-de-
contribuição. Para esta espécie de segurado, o salário-de-contribuição é a remuneração auferida em
uma ou mais empresas ou pelo exercício de atividade por conta própria, no transcurso do mês,
obedecidos os limites mínimo e máximo.
Na Lei 8.212/91 (art. 12, V, “a”) está especificada como contribuinte individual a
pessoa física que explora atividade agropecuária ou pesqueira. Essa espécie de
segurado contribui com valor equivalente a 2% da receita bruta proveniente da
comercialização de sua produção. Além dessa contribuição, outra é
obrigatoriamente devida: 0,1%, incidente sobre a mesma receita bruta, para
cobertura do seguro acidente do trabalho.
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Contribuição das Empresas
Noções Iniciais:
O legislador conceitua empresa como firma individual ou sociedade que assume o risco da atividade
econômica urbana ou rural, com fins lucraticos ou não, a ela equiparando-se os órgãos e as entidades
da administração pública direta, indireta e fundacional. A empresa é obrigada a recolher aos cofres da
Previdência Social diversas contribuições, que recaem sobre diferentes fatores: folha de salários,
faturamento e lucro. Além dessas contribuições, a empresa está obrigada a pagar contribuição
adicional quando tem a seu serviço empregado que tenha direito ao benefício aposentadoria especial.
Contribuição Básica:
Incide sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas, no decorrer do mês, a segurados
que lhes prestem serviços (pessoas físicas), na ordem de:
! 20 % sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas, a qualquer título, no
decorrer do mês, aos segurados contribuintes individuais que lhes prestem serviço;
A folha de pagamento do 13° salário não se confunde com a folha de pagamento do mês
de dezembro de cada ano. Por isso o legislador estipulou que sobre a folha de pagamento
do 13° salário a empresa recolherá aos cofres da Previdência Social sua contribuição
previdenciária, juntamente com a retida dos trabalhadores, destacadamente.
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! as sociedades civis;
! as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.
Contribuição a Terceiros:
A Previdência Social poderá arrecadar e fiscalizar contribuição por lei devida a terceiros, desde que
provenha de empresa, segurado, aposentado ou pensionista a ele vinculado, aplicando-se a essa
contribuição, no que couber, o disposto nesta lei. Deve receber, a este título, o equivalente a 3,5 % do
que arrecadar para terceiros. Tais contribuições incidem, apenas, sobre a remuneração paga ou
creditada aos segurados empregado e trabalhador avulso, não alcançando os demais pagamentos
efetuados pelas empresas, às pessoas físicas não-assalariadas (autônomos e equiparados, empresários,
hoje designados contribuintes individuais). São as seguintes: INCRA; SENAI; SESI; SENAC;
SESC; SENAT; SEST; SEBRAE; SENAR; SESCOOP; DPC e FUNDO AEROVIÁRIO. No caso
de Salário-Educação, a taxa de administração corresponde a 1 %.
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Contribuição Sobre Receita de Concursos de Prognósticos
Constitui receita da seguridade social a renda líquida dos concursos de prognósticos, excetuando-se
os valores destinados ao Programa de Crédito Educativo. Consideram-se concursos de prognósticos
todos e quaisquer concursos de sorteios de números, loterias, apostas, inclusive as realizadas em
reuniões hípicas, nos âmbitos federal, estadual, do Distrito Federal e municipal.
Noções Gerais
“Outras receitas” é o terceiro tipo de arrecadação que possui a Previdência Social e referem-se
àquelas incertas, ou seja, proveniente de acontecimentos que podem ou não ocorrer.
A companhia seguradora que mantém seguro obrigatório de danos pessoais causados por veículos
automotores de vias terrestres, deverá repassar à seguridade social 50 % do valor total do prêmio
recolhido, destinados ao SUS, para custeio da assistência médico-hospitalar dos segurados vitimados
em acidentes de trânsito.
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02.5 – Arrecadação e Cobrança das Contribuições
Competência do INSS:
O INSS - Instituto Nacional do Seguro Social é o órgão competente para:
! arrecadar e fiscalizar o recolhimento das contribuições sociais das empresas, incidentes sobre a
remuneração paga, devida ou creditada aos segurados e demais pessoas físicas a seu serviço,
mesmo sem vínculo empregatício;
! arrecadar e fiscalizar o recolhimento das contribuições sociais dos empregadores domésticos,
incidentes sobre o salário-de-contribuição dos empregados domésticos a seu serviço;
! arrecadar e fiscalizar o recolhimento das contribuições sociais dos trabalhadores, incidentes
sobre seu salário-de-contribuição;
! arrecadar e fiscalizar o recolhimento das contribuições sociais das associações desportivas que
mantém equipe de futebol profissional, incidentes sobre a receita bruta decorrente dos
espetáculos desportivos de que participem em todo território nacional em qualquer modalidade
desportiva, inclusive jogos internacionais, e de qualquer forma de patrocínio, licenciamento de
uso de marcas e símbolos, publicidade, propaganda e transmissão de espetáculos desportivos;
! arrecadar e fiscalizar o recolhimento das contribuições sociais incidentes sobre a receita bruta
proveniente da comercialização da produção rural;
! constituir seus créditos por meio dos correspondentes lançamentos e promover a respectiva
cobrança;
! aplicar sanções; e
! normatizar procedimentos relativos a arrecadação, fiscalização e cobrança das contribuições
sociais das empresas, incidentes sobre a remuneração paga, devida ou creditada aos segurados
e demais pessoas físicas a seu serviço, mesmo sem vínculo empregatício
Fiscalização do INSS:
Os Fiscais de Contribuições Previdenciárias terão livre acesso a todas as dependências ou
estabelecimentos da empresa, com vistas à verificação física dos segurados em serviço, para
confronto com os registros e documentos da empresa, podendo requisitar e apreender livros, notas
técnicas e demais documentos necessários ao perfeito desempenho de suas funções, caracterizando-se
como embaraço à fiscalização qualquer dificuldade oposta à consecução do objetivo.
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Competência da Secretaria da Receita Federal:
A Secretaria da Receita Federal é o órgão competente para:
! arrecadar e fiscalizar o recolhimento das contribuições sociais das empresas, incidentes sobre a
receita ou o faturamento e o lucro e as incidentes sobre a receita de concursos de prognósticos;
! constituir seus créditos por meio dos correspondentes lançamentos e promover respectiva
cobrança;
! aplicar sanções; e
! normatizar procedimentos relativos à arrecadação, fiscalização e cobrança das contribuições
sociais das empresas, incidentes sobre a receita ou o faturamento e o lucro e as incidentes sobre
a receita de concursos de prognósticos.
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O órgão gestor de mão-de-obra é responsável pelo pagamento da remuneração ao
trabalhador avulso, pela elaboração de folha de pagamento, pelo preenchimento e entrega
da Guia de Recolhimento do FGTS, Informações à Previdência Social e pelo
recolhimento das contribuições, incidentes sobre a remuneração paga ou creditada.
Obrigações Acessórias:
Além da obrigação principal de arrecadar e recolher as contribuições, as empresas possuem certas
obrigações acessórias estabelecidas pela legislação:
! preparar folha de pagamento da remuneração paga, devida ou creditada a todos os segurados a
seu serviço;
! lançar mensalmente em títulos próprios de sua contabilidade, de forma discriminada, os fatos
geradores de todas as contribuições, o montante das quantias descontadas, as contribuições da
empresa e os totais recolhidos;
! prestar ao INSS e à SRF todas as informações cadastrais, financeiras e contábeis de interesse
dos mesmos, na forma por eles estabelecida, bem como os esclarecimentos necessários à
fiscalização;
! informar mensalmente ao INSS, por intermédio da Guia de Recolhimento do FGTS e
Informações à Previdência Social, na forma por ele estabelecida, dados cadastrais, todos os
fatos geradores de contribuição previdenciária e outras informações de interesse daquele
Instituto;
! encaminhar ao sindicato representativo da categoria profissional mais numerosa entre seus
empregados, até o dia dez de cada mês, cópia da Guia da Previdência Social relativamente à
competência anterior; e
! afixar cópia da Guia da Previdência Social, relativamente à competência anterior, durante o
período de um mês, no quadro de horário.
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CONSTITUIÇÃO Art. 195 - ...........................................................................................................................................
FEDERAL
§ 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de
assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.
Exigências:
A entidade beneficente de assistência social está imune às contribuições de 15% ou 20% da empresa
e da relativa a acidente do trabalho desde que atenda, cumulativamente, aos seguintes requisitos:
! seja reconhecida como de utilidade pública federal e estadual ou do Distrito Federal ou
municipal;
! seja portadora do Certificado e do Registro de Entidade de Fins Filantrópicos, fornecido pelo
Conselho Nacional de Assistência Social, renovado a cada três anos;
! promova, gratuitamente e em caráter exclusivo, a assistência social beneficente a pessoas
carentes, em especial a crianças, adolescentes, idosos e portadores de deficiência;
! não percebam seus diretores, conselheiros, sócios, instituidores ou benfeitores, remuneração e
não usufruam vantagens ou benefícios a qualquer título;
! aplique integralmente o eventual resultado operacional na manutenção e desenvolvimento de
seus objetivos institucionais apresentando, anualmente ao órgão do INSS competente, relatório
circunstanciado de suas atividades.
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! distribuir bonificação ou dividendo a acionista;
! dar ou atribuir cota ou participação nos lucros a sócio-cotista, diretor ou outro membro de
órgão dirigente, fiscal ou consultivo, ainda que a título de adiantamento.
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Limites da Anistia e Remissão das Contribuições Sociais:
O art. 195, § 11, por sua vez, veda a concessão de anistia e remissão das contribuições sociais (1) a
cargo do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada incidente sobre a folha de salários e
demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados a pessoa física que lhe preste serviço, e (2) das
contribuições a cargo do trabalhador e demais segurados da previdência social, em montante superior
ao fixado em lei complementar. Esta norma é de eficácia limitada, ou seja, tem sua eficácia
condicionada à edição da lei complementar referida no dispositivo, antes do que não deflagra seus
efeitos jurídicos.
Perceba-se que mesmo após sua edição poderá ser concedida remissão ou anistia destas
contribuições, já que a lei complementar apenas estabelecerá um limite para estes favores fiscais. Às
demais contribuições sociais não é extensivo este dispositivo.
Prescrição e Decadência
Noções Iniciais:
A decadência é o direito de o sujeito ativo constituir o crédito tributário com o lançamento em certo
período de tempo. A prescrição corresponde à perda do direito de ação para a cobrança do crédito
tributário se decorrido um lapso de tempo, contado da data de sua constituição definitiva.
Decadência:
A decadência importa no direito de constituir o crédito, de formalizá-lo, o que ocorre com o
lançamento. A conseqüência é a exigibilidade do crédito. Se não há constituição, não poderá existir a
exigência. Conforme o art. 45 da Lei 8.212/91, o direito da Seguridade Social apurar e constituir seus
créditos extingue-se após 10 anos contados:
! do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o crédito poderia ter sido constituído;
! da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, a
constituição de crédito anteriormente efetuada.
Prescrição:
O direito de ação de cobrar os créditos devidos à Seguridade Social prescreve em 10 anos (art. 46 da
Lei 8.212/91). O direito de ação (action nata) do INSS nasce com a constituição do crédito
previdenciário pelo lançamento. A partir da constituição do crédito previdenciário, tem o INSS 10
anos para cobrar a exação não recolhida. A prescrição se interrompe:
! pela citação pessoal feita ao devedor;
! pelo protesto judicial;
! por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
! por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito
pelo devedor.
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02.6 – Crimes Previdenciários
Noções Gerais
Noções Iniciais:
A Lei 9.983/2000 veio acrescentar dispositivos ao Código Penal para tipificar os crimes contra a
Previdência Social, tais como a apropriação indébita e a sonegação da contribuição previdenciária,
bem como estabeleceu penas em que passarão a incorrer os infratores da norma legal. Esta Lei
revogou quase inteiramente o art. 95 da Lei n° 8.212, de 24.07.1991. Com isso a administração do
INSS passou a dispor de instrumentos mais adequados para o combate à sonegação e à fraude. Os
quatro crimes clássicos contra a Previdência Social são: apropriação indébita, sonegação, falsidade
documental e estelionato. A Lei n° 9.983/2000 cuidou dos três primeiros. O último continua previsto
no Código Penal também como um crime comum.
I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à previdência social que
tenha sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do público;
II – recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integrado despesas contábeis
ou custos relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços;
III – pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores já tiverem sido
reembolsados à empresa pela previdência social.
§ 3º - É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for
primário e de bons antecedentes, desde que:
I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, o pagamento
da contribuição social previdenciária, inclusive acessórios; ou
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele
estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o
ajuizamento de suas execuções fiscais.
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Sonegação de Contribuição Previdenciária:
Consiste em suprimir (impedir que apareça, esconder ou omitir completamente o fato gerador) ou
reduzir (ocultar parcialmente o fato gerado ou os montantes da operação, diminuir a base de cálculo)
contribuição social devida à Previdência Social, através da omissão, nas folhas de pagamento,
registros contábeis ou quaisquer outros documentos, de segurado ou do valor a ele efetivamente pago
ou dele descontado, bem como de receita ou lucro auferidos ou qualquer outro fato gerador. Crime
que se apura mediante ação penal pública incondicionada.
§ 2º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for
primário e de bons antecedentes, desde que:
I – (vetado)
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele
estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o
ajuizamento de suas execuções fiscais.
§ 3º Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de pagamento mensal não ultrapassa R$
1.510,00 (um mil, quinhentos e dez reais), o juiz poderá reduzir a pena de um terço até a metade
ou aplicar apenas a de multa.
§ 4º O valor a que se refere o parágrafo anterior será reajustado nas mesmas datas e nos mesmos
índices do reajuste dos benefícios da previdência social.
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Questões de Concursos
III – as contribuições das empresas são impostos, por não serem elas seguradas do sistema.
Responda:
( ) a) Todas as assertivas estão corretas.
( ) b) Somente a assertiva I está incorreta.
( ) c) Somente as assertivas II e IV estão corretas.
( ) d) Somente a assertiva IV está incorreta.
( ) e) Todas as assertivas estão incorretas.
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04 - As contribuições sociais, dada a sua especial destinação, para o custeio da Seguridade
Social:
( ) a) poderão ser exigidas tanto de pessoas físicas quanto de pessoas jurídicas, no mesmo
exercício financeiro em que publicada a lei que as instituir ou majorar;
( ) b) não estão sujeitas nem ao princípio da anterioridade nem ao da anualidade;
( ) c) estão sujeitas ao princípio da anualidade, mas não ao da anterioridade;
( ) d) não poderão ser objeto de anistia ou remissão;
( ) e) poderão ser objeto de anistia, remissão e até mesmo de pagamento parcelado, mas
somente através de lei complementar de iniciativa do Presidente da República.
05 - As empresas em débito com a Seguridade Social não poderão praticar os seguintes atos de
gestão:
( ) a) assembléias de acionistas, sem a presença de representante legal do INSS;
( ) b) distribuição de bonificações ou dividendos a acionistas;
( ) c) aumento ou redução do capital social;
( ) d) participação em licitações sem autorização do INSS;
( ) e) fusão ou incorporação.
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08 - O financiamento da Seguridade Social é de responsabilidade:
( ) a) dos empregadores, empregados e da União Federal;
( ) b) dos trabalhadores em geral e dos empregadores;
( ) c) da União Federal, dos empregados das empresas privadas e públicas, desde que
celetistas, e das empresas;
( ) d) de toda sociedade, de forma direta e indireta, mediante recursos da União, dos
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das contribuições sociais.
10 - Ficam isentas das contribuições sociais as entidades beneficentes de assistência social que
preencham pelo menos um dos seguintes requisitos, além de outros exigidos em lei:
( ) a) apliquem pelo menos 50% do eventual resultado operacional, na manutenção e
desenvolvimento de seus objetivos operacionais;
( ) b) sejam reconhecidas como de utilidade pública pela União, Estados, Distrito Federal e
Municípios;
( ) c) sejam portadoras de certificado de filantropia fornecido pela Prefeitura do município
em que sediadas;
( ) d) não estejam em débito com a Seguridade Social;
( ) e) estejam cadastradas, como entidades assistenciais, no órgão competente do Ministério
do Bem-Estar Social.
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12 - Em relação às contribuições sociais, podemos afirmar que:
( ) a) São isentas da contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de
assistência social que comprovem, exclusivamente, a inexistência de fins lucrativos.
( ) b) A contribuição social devida pela empresa sobre a folha de salários e demais
rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe
preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício, e a contribuição social do
trabalhador e dos demais segurados da previdência social, estão vinculados,
exclusivamente, ao pagamento de benefícios do regime geral de previdência social.
( ) c) A contribuição social do trabalhador autônomo incide sobre o valor total do
rendimento auferido no mês, em decorrência da falta de contribuição do empregador.
( ) d) A contribuição social do produtor rural equivale a percentual incidente sobre a sua
produção, em substituição à contribuição incidente sobre a folha de salários, inclusive
do empregado.
( ) e) Os órgãos públicos federais são imunes à incidência da contribuição social sobre a
folha de pagamento e demais rendimentos do trabalho.
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15 - Constitui norma reguladora da apuração, constituição e cobrança dos créditos da
Seguridade Social:
( ) a) Extingue-se em 15 anos o direito de apurar os créditos.
( ) b) Extingue-se em 20 anos o direito de cobrar os créditos, se estes estiverem
regularmente constituídos.
( ) c) São idênticos, e fixados em 10 anos, a contar da data da respectiva apuração, os prazos
para a constituição e a cobrança dos créditos.
( ) d) Extingue-se em 5 anos o direito de apurar e constituir os créditos.
( ) e) Prescreve em 10 anos o direito de cobrar os créditos regularmente constituídos.
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19 - A contribuição previdenciária do empregador doméstico corresponde a:
( ) a) 8% do piso nacional de salários;
( ) b) 8% do salário mínimo;
( ) c) 8% da remuneração registrada na Carteira de Trabalho e Previdência Social;
( ) d) 12% do salário mínimo;
( ) e) 12% sobre o salário-de-contribuição do empregado doméstico.
Gabarito
01.D 02.E 03.B 04.A 05.B 06.C 07.C 08.D 09.C 10.B
11.B 12.E 13.B 14.D 15.E 16.C 17.D 18.A 19.E 20.B
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Bibliografia
Direito Previdenciário
02 – O Financiamento da Seguridade Social
Atualizada em 10.08.2004
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