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__________________________________Lavínia___________________________________

A arte pode ser definida como a habilidade de pôr em prática uma ideia, percepção ou
emoção, de modo único, pelo domínio da matéria de forma estética, um dos objetivos do
artista é estimular o interesse e consciência no admirador da arte. Em muitas obras de arte, os
valores estéticos e os valores éticos estão presentes, e ambos contribuem para o valor artístico
da obra. De acordo com o trabalho “A Relação entre Arte e Moral: O Moralismo moderado
de Noël Carroll” do departamento de filosofia da faculdade de Lisboa o artista deve ter algo
para dizer e adaptar esse conteúdo a uma forma. Por despertar essa consciência a arte pode
em alguns casos ser reprimida, e por isso mesmo que quando o Regime Nazista alemão
começou, livros eram queimados. Esse tipo de censura ocorreu também na época do Regime
Militar aqui no Brasil.

Inclusive, uma das maiores provas de que a arte é um meio de revolta e de expressão da
Verdade, mais do que algo para se admirar, são as músicas surgidas desde o início do MPB e
passando por toda a época do Regime. Um desses movimentos era a Tropicália.

_________________________________Beatriz__________________________________

No momento que surgiu tal corrente, o Brasil passava pelo Golpe de 64, com as censuras,
greves, movimentos estudantis e tudo que envolvia o início do Regime Militar aqui. À partir
daí, com a MPB se consolidando como o novo gênero brasileiro, os Tropicalistas surgiram.
Influenciado pelo movimento artístico concretista – de cunho racionalista, que envolve o
geometrismo extremo em sua arte, visando o preenchimento máximo de todos os espaços
possíveis. A repressão sofrida pelos artistas da época era alvo de muitas críticas nas
chamadas “canções de protesto” da MPB, utilizando metáforas para passar as mensagens em
suas letras sem que estas sejam censuradas. Outro movimento, que apareceu mais ou menos
nos mesmos anos, chamado Clube da Esquina, também tratava de temas políticos de forma
subjetiva. Sendo assim, fica claro que as críticas veladas à injustiça social, entre outros
assuntos como o imperialismo e o próprio Regime.

Falando sobre como a arte pode e muda a perspectiva popular sobre assuntos da História e
realidade, um dos maiores exemplos é como as guerras são mostradas por filmes, quadros e
outras formas de arte.

__________________________________Giovana__________________________________

A constatação de que as guerras são terríveis atos da humanidade pode parecer óbvia, mas
muitas das vezes não é dessa maneira que elas são tratadas; muitas vezes, ocorre a idealização
e retratação de forma heróica, mesmo que fundamentalmente todos os conflitos do gênero
sejam intrinsecamente sangrentos e desumanos. A pergunta que fica é: por que retratar
acontecimentos tão horríveis, que deixaram cicatrizes profundas na sociedade dessa maneira?

Bem, precisamos explicar quais funções as narrativas de guerra – digo isso num conceito
amplo, considerando inclusive as “história” contadas por quadros e outros meios artísticos
estáticos como uma narrativa estabelecida – possuem. A uma delas seria a função estética,
obviamente, pois como quaisquer outros meios artísticos que servem para causar um efeito de
apreciação estética, tais representações não seriam diferentes.

Agora, as reais peças-chave que conectam essas histórias ao assunto do trabalho seriam as
funções moral e social. A função moral, de acordo com Catharine Savage Brosman, é algo
que surge a partir do modo heróico das histórias épicas gregas, esperando criar a imagem da
guerra como um espaço de provação, um rito que transforma e “separa os homens dos
garotos”. Então, o conflito vira um ato de devoção, incentivando o patriotismo e
nacionalismo do povo. É uma oportunidade de conquistar a honra, principalmente. Citando
Michael Norman, que se alistou nos fuzileiros navais em 1967: "Eu tinha lido os jornais e
assistido notícias de televisão; as visões e sons da batalha eram irresistíveis. A História estava
se desdobrando e eu tinha um desejo de fazer parte dele, na esperança de ‘se misturar em um
dos esses grandes assuntos da terra’”.

_________________________________Luísa__________________________________

Estabelecendo isso, vamos à função social, que parte da premissa oposta da função moral.
São as narrativas que denunciam as atrocidades da guerra, com o objetivo de criar um
princípio anti-bélico entre a população. Buscam atingir esse efeito com a exposição do
público à uma violência muito gráfica e explícita, da discussão sobre traumas dos veteranos.

As funções não são excludentes, muito pelo contrário. A união das duas pode criar uma
história que, enquanto fala sobre os traumas e sofrimentos dos veteranos, passam uma
mensagem patriota de sacrifício necessário para o bem da nação.

Mas, claro, tais histórias não são de todo mal. Elas servem, assim como todas as outras obras
artísticas, para criar a famigerada catarse, que humaniza e nos permite refletir sobre
realidades diferentes da nossa. É importante ressaltar que a catarse é um dos fatores que
facilita a consolidação de quaisquer verdades que estejam sendo mostradas por uma obra.

__________________________________Bruna____________________________________

Analisando a História da humanidade, é notável que ocorreram mudanças nas verdades


representadas. Nas obras da Idade Média, da escola do Trovadorismo, a figura de Deus era
posta acima de todas as outras coisas, enquanto o Renascimento (movimento existente na
Idade Moderna) possuía uma mentalidade antropocentrista e racional, mesmo que a religião
ainda estivesse presente. Outro exemplo seria a diferença entre o Romantismo brasileiro, dos
séculos XVIII e XIX, que criou a noção de Pátria brasileira e um patriotismo idealizado; a
Pátria é vista como a Grande Mãe do povo. Se colocando como uma contraposição ao
Romantismo, o Modernismo, presente no início do século XX, encara a ideia da Pátria como
uma criança, o nacionalismo é deixado de lado em favor de criticar e apontar para as mazelas
existentes no território.

Levando-se em consideração esses aspectos, podemos constatar que a Arte é essencial para o
desenvolvimento da consciência humana, expressando-se em pinturas e outros meios
artísticos sua característica de pensar, ou absorver idéias, deixando sua própria “marca”.
Dessa forma, a Arte é um dos canais por onde podemos expressar nossa visão sensível sobre
o mundo real ou fantasiado, ora retratando acontecimentos históricos que causaram um
impacto no mundo, ora criticando algum movimento ou apresentando a nossa imaginação nas
telas. Por fim, consideramos a Arte como uma reflexão que o ser humano tem sobre o
ambiente em que vive. 

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