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DIREITO CRIMINIL conseguintemente existe uma !

importanta
lacuna ein'a nossa,bibliotheca luridica.
ELEMII.NTOS i DE tDlRELTO CRIMINAL Os jurisconsiiltos astrangeiros tem 'es-
cripto muito sobre este ramo especial do
E assaz conhecida de quem estudou di- direito, e algumas obras ha delles dignas
réito driminal a falta de um livro, que ex- de recomir~endação,'entre as quaes avul-
ponha succiniarneiite, com clareza, systerns tam os -Eldmcnts de droit pdnal de Mr.
e methodo, os principios elcmentares destf Ortolan ; torem estas obras, alem de serem
direito. dotnasiadamente extensas na exposição dos
Os nossos jurisconsultos aritigos, talvez princípios, referem-se na parte positiva ao
porque, segundo as idèas do seu tempo, direito criminal da nação a qqe seu auçtor
o direito civil romano e o canonico eram pertence, e nso lpodem por isso satisfazer
os unicos dignos da aUençiio do sabio, não ás necessidades .do nosoo ensino,
se dedicaram ao esludo do direito criminal, O sr. conselheiro Anlonio Luiz de Souza.
e conseguintemente muito poucas, e estas Henriques Secco, sendo encarregado, no
Imyerfeitissimas, foram as obras que so- anno lectivo de 486l a 1863, da- regen-
bre tal objecfo deram á liiz. cin da cadeira de direito criminal nesta
O sabio Paschoal José de Mello, inspi- Universidade, conheceu a necessidade de
I

iado das modernas idèas de philosophia, fazer um qompendio, em que seexpozessem


e secundando o inipulso dado aos estudos com systema e melhodo os elementos deste
do direito na Universidade de Coirnbta pela direito, e Jogo poz a mira em satisfazel-a.
reforma do grande Marquez de Pombal, O seu fim esta quasi realisado: as ma-
publicou as suas Institutiones juds crimi- lerias mais importantes de direito criminal
raalis lwitani; porem, se esta obra tem o achaui-se. já tra~tadascom clareza. e me-
cunho do talento daquelle sabio juriscon- lhodo, e em breve sairá á Iuz publica o,
dulto, e foi muito adiante do que naquelle Compendio de direito criminal portuguezi.
teaipo se escrevia e' ensinava em Portugal, Interideu porem o seu auctor ue de con-
fbdavia hoje hão pode satisfazer ás neces-
sidades do ensino 111511. tamo de jurispsu-
1
uenieticia' eraefazer jS conheci os alguns
ias ca~itdlosda obra, e dignou-se tle es-
dpnci? . :olhei: esta Revista para a sua publicaç%o,
~ ~ i qeotão
d e nãoJ s i p$!icou entre n6s que,,boje começamos a' fazer.
mais obra alguma, em que se expozessrm : E &ver nosso agradecer-lhp',abreferen-
çom darem, systerna e tne,tSpdo os prin- ;ia. que deu a esta folfia sobr,e tantas outras
eipioslfelementgres do direito ! c~iminal,e Jue no paiz sa publicam,; a estamos sertos
de que nossos leitores lerão no devido $ 2.0
apreço este escripto por tantos titulos re-
c~tnmadavef,
I 2.. Moral

-*riCMI.IF- Eesa mesma ligeiro reflexpa p;ris~~och da


Srs, campo physinlogico ao campa p ~ ~ o h b b #~%
bustu
Tenlia sido treccouo com tal b e ~ ~ v a l e w i a , para 110s illucidur sobre que, cornqriaiito
o recemn~scidnpossua o principio das suas
ali& irnnicr+cidq?,pylp illustradissimo Redac-
çâo da Revista, qde rrie abalatiço a pedir a
publicaçao de diversas matefiam; de direito cri- I
faculdades intelkbuacã n moraes, estas so-
mente oorneçant a dcsinvolver-se mais tarde,
mirial, jb coordenndbs pklo Systemn ayrithe- i gradualwente, e yqri paam das faculdades
uiiicO rda~'ado Par' o
1 physicas, ntO que urnas e outrils nlcnnçam o
a fluo Por se,.j estado oi+diiiariode perfeii80; que porem
mim sno destinadas, HBo dq ,por isso, ,ter ca-
biniento tio Compendio de direi& criminal,
e marcha gradual e poraliela klhn 3s vezes,
suwwdeiido que ou umas o outras iiáo tdm
de c4q. elriboreçtlo me orcupo.
alcrtriçado, ou teni excedido o desinyolviinento
Romperei hoje o passo com o ~ s s u m p t oda 1
correspondente a irma Jadii epocii da vida,
Edade. ou que as mesmos se nóo acham ria reliiç8o
$3 sabido quanta atterlgiio ellq ,,merece ao
~rdi\iiria$:ha~vendo assim attirigidu umas cet to
Jeg'"ador* Como 'ma das causas p l @d t ' ' ~ ' ~ grhu
. de ~,yinvolvimeilto ue se eneuiiira
nam a iiegn~ão,ou a applica~.Bototal, ou par- nas outras.
~iak,ds 4aa8.. Verificom-se estes pbe~iumiliios ale eiitre
Op4ras assumgbss,:se Ihs sepuirãR,, os propriou irmaos, iipeznr da identidade do
Antmia Tvip.,dq Sozcqq J l ~ i w y ~ eSecco.
s sangue, edumç8~,r& ,maisl~ i r c u m ~ h w i a s .
- Àiiida mais: pelo que toco hs Faculdades in-
tq~lteetuiaage mopqes, notã-se Bs vexes que, se
#dade a iritelligezicia de certo it1ldi~iduoest8 JB des-
invalvida, n8o agyirn a raziio morol, c tio in-
.s;
í':O
verso outras vezes; mas cm verdiide muito
Pyqgress~grádual e iiicertg do homem
8 ?
mais ioramente.

be~mfi,einbriau e #&to, h e ~ oo reeern-


riUL~'Oi&t, '9' vida wtil, *papa $Ri ,pe'rcorrier suc-
cassivamente w e s periodos: o; primeb~.ain-
I Influencia da edade na irnputabilidade

k a~slrn manifesto que o homem, com*


mia, t, qsegufidal hfatt'eazcia, a, adolescencia, rando pelo ostado de não irnputabilidade, at-
a ada& ardwiira ou 3nad1~rae a 9elha'c~final4 tirige ultimomerite o estado do pletia imputa-
q n t e , qyp~lhe mcra no tumulo 4s poritas da bilidode; e que em similliante resultado 6 a
w i e f uiiqb. tempo, ou u edods que especialmente influe,
Prescindindo dos phenumerios da vidn ute- porquanto, iliiida que outras circumstanciali ou
r i m , a rniiis ligeiro r e f l e d o sobre o estado causas-o clima,, o temperamento, a educaçno,
da orgiinizaçso nos differerites espaços da vido e a irtstrucçùo- rielle participem, nctuom $0-
do homem B suBciente para nos instruir-de mente por podo merios decisivo. Morca'ella
que o d.esipvo1timarito das shas iacu3tdades alem disso um outro periodo, isto d, o estado
phihpslcm se apera gradualmente desde o FBS- medie ou da tronsiçau de um 'para outro dali
cimento- abB.lB tidride medura; de que, durarite doiEEl extremw; e por isgo 4 jh evidente quanto
esh, ti)daios &UIB P)~@QB ficam e s l a o i o ~ ~deve , atteiidide assim pelo moratista, v,om<r
~ ~ ser
ou ~offrbrnpoaictrs madifcriçbes at8 6 ~ e l h i c c pelo legiuludav,
chegada $a ~oal~iallss~ a htu~ri~nam .e alteram l?, tambem e~lualmariternarriiersto ;que wrp
l q ~ ~ 8 n i e n t ~da
; ; que asire 6 1 ~ s i i r v ~ l x i t v e q6t ~ pela absarvotiia dps casos gwaes, [ ~ m pela
w~ yiiii.,rq@a n m primeiyos tempos d a abscrvoçáo a~plicadaa um dado indjviduo, 4
exigter~cw,d ~ q i n w j d og n d u s \ m e a t e nus que licito prefixar .de anternfio us terinos certos,
se appi~rsimamda edode adulta ;e de qiie em- em que ebte ou miiitos individuos deixam c o q
fim 'nau segue elle em todis tas siins ,phazes, cartesa de ser nao impiitareis, tbrh jh alguma
e
e em todo8 UB indivíduos', a re ulariikid'e da imputábftidade, ou possuem ebta no gphu or-
sdcleasão, que sd lencariWa ,no' tempo, m d o dinario.
por i s ~ omais pecsce em uiis, b hitiis tardio E finalmente 6 ainda egualmenle munifeatu,
naiitres iilu que 4 media geral. que ttlirnputabiiidtidesomenbe pode vmificorbse
c @ k apacbidljo , h momeríto
~ e em neingfio ia tiaoti, y ela oonrrontalgèo dos c a n t r n & ~ t o r h
@$da individuo, principslmenit~ p d n corifrnn- casos j tulpados.
t*fin do seu procedimento c m o de um Iio- Somerite por isso, ('orna .pai .imvitavel, ba
mem maduro. ta dessaiiwr soibre Q ~tr,&itrio$do6 i t v i h ~ ~ ~ e â i
pelo que LOCP no ,periodo dri trtiiifiig~b, v i s h
$ 4." que a lei ri60 po,& de iiiitcmáo prwuiiuiair-se
sobre elle.
24ois oystemas eoerca della $ fíaq
Para decidir e g~aduiir,nki ob~it;iwte, a ia-
putabilidade segiindo a odade, dois camirihoi
dstto patentes. Consiste o primeiro em fixar,
! Periodos da e d a b eom respeho & oriminaI%dade

1Jeve pois o legislads~p r e f i ~ a ros seguintes


pela observapho de rniiitos caaos, o periodu cinco periodus da ednde:
at6 o qiial ia edade 6 m t i i i o .de irresponsa* i .O Periodo da infancia (oerle~ade rib
bilidudc, por fitlta abaolutv~dn memn irnpil- imputaliilitlade),
tabilidadc; att! o qual 6 desculpa, oii motivo 8.O Periodo de ~plapisiqão( h u i d a so3ireJse
de ntlenunção scrmmta; e desde o qual ella hn ou não ha imyiiitcihilidade).
aítribue ao homcm inteira imp~itobilidade. 3.P Periodo da edode aálulta oti rna9oritladt1
Consiste o segundo, em não f i ~ n rnyros, i m p ~ r f o i i ntcarte~ade imprrtabilidade).
mos em deixar 6 aprecinçilo dos tvibuatiou w 4." Periodo do madureza oii mas'or%dade
carros occorrentes, para que absolvnm, dirni- absoluta ou eulpabilida& plena.
nrinm, ou appliqoem .a pçnn ordinariii, con- 5." Periodo da uclhicc.
forme pcnsnrem do estado de resporisabilidode J h so qaB f i i l ~ kwl modo
; qiie m b e r ~ @ g i i n b
de cada individua. ligados erihre si, que o fim de um é o comepo
A o primeiro aupecto parece este systerna do oiitrn; por meio de1lo.q sapari ii lei [uma
prefeiirivel, porque aos 011io4i vendados da lei siicc~ssdiode dias que n nabur,ezu tem entlaw
c o n t ~ n p s eas ollios ~ b e r t o sdo jiiis, que pela6 detido.
prouns melhor pode nvoliinr um ponto, qiie Carece-da de fixer o primeiro, posto que
absolutomerite depende de factos icidividiiacs. nem todos os legiulndores o h ~ j a mfeitto, para
E quem corn effcito dc!icorihece~[ti] dilf-. que se aáo preeericeie o ~espeutaculo de ver
fcrença, quo pode dor-st! eiitre duas crenncns, arroatiido aos ti:ibunnes o irifante de (sete oili
uma menor de dez arinos, mos jh bustuote menos ourios, o que por força tem de s i i c c e ~
desinvoivida, a outra maior, mas tarda ria der, se fica ao arbitrio dos tribiiiiass o decidir
desinvoluyào dna suas faculdades intellertuaes, solire se ho ou nfio jti irnputahilidade elim
e r180 obstante sujeita a respoiisabitidntle esta, dedo iridi~iduo,porque Gomo yusrrlfio,da fgeb,
e liberta aqiiella pela mesma lei, no mesmo tem de a resolver em rda@n a cada caso ,esc
tempo severa e iridulgorite, mas sempre in- peciril. O anrio ate o qual mts periado deva
justa ? esteridernse, 6 vilriavel segundo 08 diot)rsm Cor
Alem disso, nao participa o mesmo systema digos: não ha perigo todavia em o abbixer
do absurdo e perigo dos periodos ititae~irihe* iim IIOUCO, porque, se o infante procede41 por
rentes ao 0ppo4;to; porqiie se a regra f i ~ nal- innocencia, n8o & prejudicado, e se Ip~ocedieu
obtnça a criança de dez atiiios e um dia. deixa rom malevolericia cumpne qm o :na@salue a
tkttayap e de dez annos menus rim dia. Vinle letra da lei. Pareod-nos par ias0 ~xcesaivo
e~%qliatio hora$, por kso a maie e u a rne,nos elevel-o atk aos dez annos perfeitos,,
M J d m de crfmine\idaclo QU irinooerioia de O segundo B m~iiodelicado, porqiie mtlrau
uiriirarihumaiio a tronsiq8o da iwseiiciii paiiri a pralienga de
' ~ l k ~ , d e q e ipremfdestas
to oonside~aefjes, so- imputebilidnde, e precisa por isso de d e w r
rhetrte o primeiro sytterna B adoptavel : por- atd o ama, em qiie a generalidade dosReso8
qiie; p&k#atblt~io possivdl r n ~ incerto s da lei, moetra que ji Ba algurnt~intel~bgericisá libem
evita os arbitbios +p~avavei~'dn oondesccaid.en- dode e subir atB o outro snne, em qw a
cia, e, o qlie pebr*, da severidade dos juizes, abeervapao dapõe de que ai derrinnolvimnta
porqrie Mo homens; moi8 iiitoter~soisdo que l 8 ainda completo; ou mdhar c o m
m o ~ n nùo
sqiielle, por- isso que partem de mFo coiihem ~ s s e n t ario estado de duvida sabre a tespow
cida, e náo como eClc, da fatr-lidade inaxoru- nabilidqda, deve ernprciientker a espripa,
rel de legislador; e sempre o#eneivoe do de- em que R questái~~ C & ~ C ddJ& Q pode leiran~
coro dias. 1qi$, morrnentt! pela7Caici6&de que. tarde.
preatjafiiaw 6 aowWlnflo .dkp i~justiqipss da^ ' B h a i +te pwbdnl wm , ~pwm~mai%ylht$
tinlheza dezaseis annos mesmo, n8o nos parece merite em prohibipaes, as destas ?ao o produ-
incorivcniente, porque nem hu o ~ e r i g oda cto d e ,combinoçães sa biiis, desirivolvidau com
pahvkn~ao,fatal da lei contra o de merios ar]- o tempo, pela .actividade do homem ; isto 4 ,
rios, pebcando por innocente, nem q occasito que as ideias do jirsto aritecrdcrn a s do util
de evasivo para o que obra com effeiiivo dis- ou dos interesses, 6 sempre iricoiilroverso que
cernirnento, provada que seja esta circurn- as leis, nõo recoriher.eiido H maioridade civil
stancio. se riiío no periodo em qiie sirppõem umas e
O terceiro periodo deve principiar desde o outras totnlrnente formadas, B porque em ver-
anno em qiie o desirivolvimento moral dos in- dade crbm que atb entóo Talha nos indivi-
dividuos 4, por via de regra, j 6 pleno. duou certa descripçao e mndiireza, que tio-
O qu;irto periodo ha de harmonizar-se com merite, mais lorde se attirige. Ora & nessa me-
a maioridade civil, começando no proprio anno sma ligeireza dos arinos, e aiiseiicie da plena
em que a lei decreta esta mesma, talvez aos noticia ou calculo da nocividarle da acção, que
vinte, ou tios vitite o um arinos. boueamos A attenua~8oproposta para o pri-
O qiiiiito emfim, qtie o legislador deve meiro dos dois periodoa.
tombem rião omittir, fazendo-o decorrer desde Nas contraveriçhes, pmvndo o diurerni-
os setenta acnos ou mesmo dos sessentn em mento, a pena deve excepcioniilrnerite appli-
diaiita, surte somente certos effeitos, alheios c ~ r - s ena totalidiide; a poiica gravidade desta
ao motivo da responsabilidade. e a pequeria importnncia daquellas iiáo soKre
procedimerito diverso.

Penas segundo os diversos periodos


E no da velhioe
Para os infantes 4 iriutil dizer que nem ha
processo iiern penas. Quanto ao irltirno periodo, ou o du velhice,
Para os ndolescentea, se o processo niostra na0 pode este importar cornsi~onenhuma at-
qiie obriiram sem disceriiimento, nau hii tarn- tentiação de penii, por [alta de imput~bilidecie;
bem lugar a peria ; mas ter8 esta cuhimerito no coiitr'srio pezará esta corn mais forço, se
s e se prova que aquelle interveiii. Deve a B possivel.
pena porem ser applicada não na totalidade, Com effeito, o homem que durante uma
mas com rima atteriuaçao tanto mriior, quanto longa vida coritrahiu o Iiíibito de bem prece-
o delinquente menos afftisrado se achar da der, e Inciios desciilynvel, se nos ultimou rno-
infancia, ou melhor deve a peria ir crescendo nieiitos detla rompe com o passado de virtiide,
pari passu dos atinos de que o periodo coiista. que era jA oomo que parte da sua personali-
Os adii~tosdevem siipportoc a qiia~itota- d ~ d e .Ilepois, riessa epoca, as ptiixões qiie po-
lidade siia peiia, porqlie, ainda assim B justo dem arrastar ao crime sõo j6 menos veIie-
que uma qualquer atteriuaçâo os beneficie, me- mentes. E por iiltimo at8 tis proprias causas
nor em todo o caso, do qiie para os adoles- e occrisiões do delicto se tortinrn menos fre-
centes. queiites.
O s de ,edade madura somente soffrerão a Se porem a culpabilidade dos velhos per-
peno ordinaria, eni toda a sua extensao. monece intacta, a pena deve ou modilicar-se,
I?, certo que nem todos os Codigou pro- ou variar-se: sornorite pela. tonsideraçtio da
cedem em conformidade da doutrina exposta, fraqucaa physica, ou extenuaçáo de forças,
em relação a estes dois ultimos periodos, pois em que elles Inboram, por forma que se pro-
que, não admittindo diflerença entre elles, op- veja 8 desejado egualdade, que iiáo haveria,
plicam a pena ordinaria a contar do começo se fosse uma mesma pena para a edade senil,
da edade adulta, fazendo ossim antecipar a como para a edade robustii ; e se atalhe que
maioridade criminal á maioridade civil. N t o rião degenere em mal maior do que o previsto
vemos ahi porem senti0 uma notavel incohe- pelo legislador, tomo succederia se ao se-
renciar tr aom effeito, ainda que se allegue, ptuagenario se appliibasse u degredo, ou tra-
para cohonostal-a, que a noticia das leis pe- balhos putilicos muito pezados. flernais com
naes 4 nlio someiite mais natural, mos mais os veltios pode haver jb meflor rigor, porque
simples, do que a dos leis civis, porque ao as pripriau reincidericias sao merios de temer.
passo que as prescripçbes daquellas se achorn A pena de morte, quando se admittisse,
com cedo gravadas no coraçRo do horriem, e parece que nunca deveria ser npplicada aos
s8bads:facil comprehensiio, consistind6 geral- velhos; hu um guwr que seja de repugnants,
em acabar com uma vida prosirna a, e&@-
rat,, sm dar fim a dias já ga~tos,e qucssi
exth~tos;e assim porecc se observo na Chiiia.
lln' velhice simples, cumpre distinguir a
ccsducitlade e a dpmencia, prolongaçno orno, e
Bs vrzes effeilo della a outra.
a A caducidade. produzindo enrrtiqriecirnento
de faculdades ititellectuaes, e qiiaai impor&
tando segunda meninice, como usa dizer-se,
nso pode deixar de ~ctriarsobre o ctilpobili-
dade, e por isso tntnbem sobre a peno,'na ra-
zBo do errfranqu~~cirnentodemonstradb. Se to-
car e imbecilidade, desapptirecc?riimesmo toda
a culpabilidade.
Da demencia falaremos iioutro parte.
(Continha).
..-
Detenção paternal
Ainda que os adolescentes, aos qoaes se
nao provou bavertlm obrddo com discerni-
mento, sejam absolvidos, todovia como os fa-
ctos yiie se Ibes.attribuem, podem drir de si
, a prova das mLs prnperisões do meiior, e es-
c l a r e c e ~Q tribunal wbre as relaçaeg oocivas
em que vive, ou a direcsão viciosa que se lhe
imprime; o sciericia acoriselhu o emprego das
medidas adaptadas a prestur-lhe a educaçto
maral, e o t r a b a i h ~profissioiia! de que qarece.
Similhalite p~ocedimenlojustifica-o arrsás,
n8o somerite a propria fofta do menor; que
por ficar impune ri30 deixa de ser sempre
falia, mas tnmbern a riegligrncia doh pais ou
tiitores, que parece estar reclamando a iriter*
venyâo da nuctoridade.
Todavia ti detettçso, a que o m ~ n o r , f ucanc
r
strangido, deve ser ministrada em estabeleci-
muntos especialmente dedicados a este mister,
e riao noi. proprios de correcção e reRres-
sso peniil, para que ella nqo parew degenerar
rm coridemna~2lo;~ e,dalcrn dissv O ~ r ? q q d ~ !
tempo: por ue for decritodg, deve ser s e m ~ i a
remias,veI, L s d e que o me(+ du seus3supe-
riorea derem forantios de um0 melliar C O ~
ducla t'ulural
I? e~cusadadizer que .~\rnilhahtedetbiiçàb,
na0 terido o caraèter da peno, mas' dblsirnpiee
d$iicipbin'a p a t t w d , nao pode constituili em
reincidetrcia oslrnenores que depois'delinyuem,

$ 9:
Con~equeiiciasgeraee e forenses da attenção
preatada 4 edqde
A! edode dos delinyueqles inponka~c.ombrgo
as seguintes eonsquenciss:
1." ppresurnpção Ifavonnvel wa delinque~t
tes Boa bbgundn período, de haverem prnte- pr6vB dep&nder'do~depdlmenfb'de'I&sdrh~nh~
dia? seM discernimenfo. tdt'arfi h sua derisao aljs"jrifite5"d.e hcio 1. ,
Por disceriiirneiito iiiteiidekus aqui, iieio Q~iiando;pr6vadoo ra.dto'dd tiaucimedto
pblqiier das faculdatles du intelligencia, mau no seis dia, riilu o for o dd heiiaridhqfu no
itt Saa* rhnisialtd f;tculdade-o ~ a z d ornbral, a dia do comnicttirneriici da crime, por sei* in-
conccpç8o do justo e do i y ' ~ $ t o ,e 'Mb' ~ i ncerto este ultimo ; ii'este od,so, por que a duvida
gera!, mas sobre o facto port~icííllrf,-0bjeht6&ia debe ser resolvidn segiindo n equidade, ciim-
accusaçiío; ou a faculdade de prever a pelta- pre reputarmdaor o delinquente.
IfSadl (ta acção segundo a I c l ~ o s i l € ~ i' z . 11 ." Ao r80 fita 'Sempre'o direito salvo de
2: h ohrigatao, que pezn sobre' b ;dccrlinL poder mostrar p e r a o t ~qilelrluer irislancia, que
ç30, deprovar que' o discerdim~~la9dt+~c6deu. ntio tirihd ao tempo do ddictp 'a 'kdadb ue
3.'' A :presum$çáú desfa'vorav'el aos delin- se 1tik:irttribuiri; ainda medrno qlrarido ai4 o- 1
qU&htesda: terveero periodu, cftie, naabbstnrite, tençii el;ttí jh emlvia da exkciiçfin, ou mesnip
G"6ni.b 'sdrhehth jutis, 6 RBO fttk'619 et jjurci j8i em1 execuc;$a, phfa o fim de obterLy uk kejti
r&

~ b h i t t ep P f i a P 6dnbbhtialio;l'bi& por agdre ttlCIkta:


'Lar#@dokardiibado. Pelo 'qiie; h$ rio sepandu " f2iLAlo tlrisundj imr>~ncie, ti obfigar?f('db
periodo a questéo 4 -a lei abibilfld, m'&s OS titiroder a e@ai?&ex oficio.
/?acios condernnath-; rieste se iriverte ella :- 13? O meiidi- dedurado nã.0 culpado jfor
a\ lei caacbsmna, mos os factos ubsolvem. falia de disdkih'imtdlo n3o fica obrigddb $o
' 4:" O dever*qrie'imperide aos j t i i r / g $e p r e l pagniiierito das despezas do processo ou cu'8-
deirem dedda aet6nçho 6 ~ v e f i g u i l ~ ~ c j 'es- i d o tas, visto que estas r s6 ,acrniern sobre con-
tudo de intelligericia e Iiberdtlde do&juuene, demtioqóo.
desdc que o lei dekivn da sua dt!dis'ão desfs- 14." Deve,? pena de r~tdliaade, no-
., ,.
vaiave1 b' p'dtiiq80 destes. mear-se curador ad litem ao menor accusado
i '8." appiicacõ~de pehas com viiltude cor1 ern juizoe.
i'eMivaLdL.pue se. deve fozar IrCo, porqlle, como i 5." A nullidnde prdveniente dub%eneficio
as Btlhdes ndolescente, e adulta saa cheias' de ds edade de um r&oliidb approraita ao$ de-
$#pe'ranças, ' estas deve a sociedade nla dei- mais 3.
tYUir; mos afaghr ~pe~ii~~dbrreci;áo, direcç80 16.@Ao menor dadb' como tkstirfilinha em
e offeiçoarneiito do &tipii.it~.lie"carae.ter dos processo crime, 1180 se defere jurarliento e
delinqurntes. '. por isso não pode ser eontado' plira pnfayèt
'sli'bre tudo iiesta elosse de kotid~'mhbdos, o numero de testimurii~asexigiido pela lebnd
'dwbd1~hbd~ie;lr_i e H411 (alitida que soineiite surnmario durl qrieraliih 4.
com ~ e I q õ o . B o smenbrcs d84lesesaiu oniios), I l T i P O protekso p'arh og udtkledceat~ddWe
ptie se patenteiam os t'eliees effeitos do sys- ser secreto, para qiie se evite 'pérdimkbtb
tema periitenciario, porque nesta edade os da' iratural pudaic, peln.astento~'ao' 8tr'phliFi-
mhus habitos nao eqtao a~breigodos,os senli- cidade.
meritos nao se achem ainda prevertidos: 6 um I h:* E toinbetrl ltdhittirhos o dtiiÍrieirFb;
tei-rdlioii@que 661 falta cultural, aiddti giie nno bsja cumplices de maior edade,
. " 8'.":,./ierf~dk,'au inxctkr, da ou t,ras"Q~k'i,ini- julgados coiijunctamnrite, e nâo o correccional,
~t~tida$;e proeedel-a respeito de toda OR cri- porque seria privar os rEos jovens de unia ga-
Gki,e,Idk]ict~,e akrnnge .&Proprias ooritra- rantia commuq, ',yp indeipriização, de iridul-
- .,
t!lrrptk,s;psrml~i~~
i,l/ I se .tas dispensam a intenção, gi.ncis, ~ i ojulgamemo i n f l h i i d dis juiren
iih1!a%~m o idisceilnimentu.
c de profissáo.
79 Nq circurnstaiicio da ednde attende-se
r 19+"De reaa u eircumtainaiar dn ednde senil
adltg&dd"ddr~eerpettaCtio do deiicto, e nRo
&+fdk$hppn~agóo da p6ria 'poie qiia. a rmZBo
ddt dtttlepavho .ou iekn$ao da mesma pena %W1 Que a ct$lrediuj&i,dafacto, a sakp-se tt $t?~a8i&
OU hdo,a edade ... 6 df .... p f e n c b d o s p 4 e g ece
die~dire! hrip~+a~a,;dielh &cam,o delicto sn- ~uEgavbqlaclo s do diyetto r ..--..dosrareqq tr&
rpeatd r l 1 t i ! : , ; , , :L
mal, deoid~u54 pistn mesmo; pelo que parese,yir em
auxilio da nosan distincçiio. (Accorrlho~dotbbupr.Tmb.
8,' A qii*iap d~ dpde &e dficidida de Jiist. d t ~16 de fever~irode 1866, D. de L., n.' 48).

que f
pelo tqibuiial, sefiiprgl uq riOo, seja eviderite
. o srçuoado 15 $r8 entqiyp*j:r.
z
2 Accor@io do 8upr. Trjh. de Just. de 12 de
de 1881, 1>!rl4 L ,n: 79; Ord., lív. B.u, n t 41.03;y
Nw,Bef. dzili.. ailtigos 2 5 9 , @~ u ~ i w~f70Qa0ilei b,l@
gja & (ç, (jQdFr;Go18i ~ ~ l t l d do
i o r(?- de jiilbo do I -:: i .
o Supr. Trfb. de h $ t : dd r2 de dí.arb
gidro ciiib(certld&d do"baptirii:l~ entic iiló's), 31 ~ C h i . d i %do
Rfskpeer6 o coribecimerito dellii aos juizes de d e ~ 2 8 6 7 , U . d e L . , ~ n . 0 7 9 . j~ t f ~ i
4 de j g l b
dlkchto;' ge p~i.ie:d;-
i i i t falta de dclrtidão, a
yqm!ip!r;a? ~gt~lpondççgda.ria ipc,cgsifio ,dg jul-
gamentq, e nâo. rio .tempo do,cammsttimetito
do, delicto, par issti mesmo qpe ,&,somenteem
plaçâo 4 polia que ella yrle a! seus effeitos.

Pod~~gqcceder qve q adolesceritie ou ,adulto


qgmrne.\tq ,o.delicto, concorrerids circumuten:
i . i : i p qttqtuantecl O U aggruvarikeri. $ rdrti de

diilida@, q u ~ na
, .primeirli hypotk~secooperam
a'edade e as circumstaiicies para produzir um?
~,pi,yrrebucqáo d'; .pcri.a; e ,riai s;egiindu,/l u -
tralizando-se, deve na appliç,aqpo da pena,
q~fpnder,se qo,,p~èdorniriiads, eíjads ali das
pièswas kjyçumptaricias, copforma os diversos
casos.
$ ,$i1 .Q,

A C L I L U L I Y ~ pruvn
I~~ :
-4.' qiip, e m rçgra, ps crimes e os deli!:tos
slg qqiri,r a r g ng,i(ift~nciq,6 rpesnio ria adp:
lescencia p
,e,,:,,~ H Çlrr.u,tr,o
; lgu. succede np nelhice ;
, & P . , , q , ~ q : ~criiues.
p~ e deIict~s,,&stesdois
p#,reinps du edade tem por causas a írnqucza
&,,falta,\ga,re!3olufBo;
4.' que o maior numero ,de crimes cotn
8uaR ~isç,ups)oncias mais cnracte;itrticqs: fem
,pprti~yiqrru$titelogur tia edade viril, isto,&
pqpjirnamente, desde os dexqeis ot8 aos trinta
e cinko annos, ao monos pelo que toca ao4
crimes que atacam a8,pessoas e a propriedqde.
(Cont$nzi@).'
DIREITO CRIBINAL
Edade
(Corifiinuadodo n.O 223, paginas 228)

Edade segundo o direito romano

No direito do povo romano cumpre di~cri-


mitiiir os periodos, em qiie a dividiram, para
bem se avalinr como pensaram da edade.
Nas tempos primitivos, esse direito, rude e
o orgãos physicasl, cha-
niatcrinl, j i ~ l ~ n n dpelos
mou i~ifansao que na4 podia fnllar ainda :
qui furi non poiest, e por isso iiem prorerir
as formulas coiisagrtidas na lei; ou como se ex-
prime Theophilo : qu9 adhuc kacta~zt, a ~ t .
his paulo sunt majorese; e impvbes 90 que
ilao era capaz de gerar, e iiem por isso de
coritrohir justas niipcies. I)epois us juriscon-
siiitos, tendo ja em atgiimn conta o elemento
iiit~llecti~al, ou melhor os diversos prhus deste,
distirigiiiram tiimbem entre o que estava mais
proximo da edade, em qiie se tiao f~lla-infanti
proximus, e o que, excedendo esta edade, oa-
mirihava para a puberdade -
puberlali proq

Nein aquelle porem, nem estes, pnefia~rris


anno certo, para cadp um desses estadias, soado
1 E jB ori hebreus<assirnprocediam, porque, fie ti-
nlmm em conta os annos, attenderam por egual a cer-
tos aiqnaes ou predioadoa phyaicos dos individuos de
um e outro sexo. Pastoret, Histdre de la legis$gtitio~>
des habreux, ehap. 18.0,N. DD.
2 Paraphrase ds insfi&das, liv. 3.0, tit. 19.0, de
int~fiE. gtipd., § 10nO
Textos ha mesmo em que se empregam as ex-
presaGe8-fari nonpotesf por ilfans, çQmo a8 expraa~
sijes-.fari p o ~ epelaa d e infada'a mqjor. hei 80.t
2 . O e 4.0, D., d e f i e i m . l$ertaldqs(40 - 6);LG 6ij.@,
3.O, D.,Ad Senat. Conss42t. Tr~bell.(36-l), que com-
MR O infante ao mudo; Lei 70.9 a Lcdi ult., $ 2.0
b., de vcrbor. iign(f. ((15-1); Lni 7.9, Cod., ad Ssnb
umwlt. Bebelk (6-49).
@d t'udd pefidia das citcurhstancias do desin- Alam disso, chnmavtim eIbs fMidti$ o p w
urilvimnto, mais ou menos precoce, o à demoi riodo q u e se estende ate OR !c dzegete aiiirrl&si
md8 de cada ixndividuo. complekos, e dezoito enttados, desda # q~irlj

Depois, tambem os juris~6ii$uttosda escda em diante somente e r a licito adv'dgat. em juiiobi


de Proculo, ou siibscrevendo & opiniã& dos phih intentar a a c f á o popular, exekcer a's trlh$&-
losophos e medicos dii antiguidade, rep~odu- t r ~ t u r a pubficas,
s e muis t a r d a tam'bm mwl
zida nos tempos modernas por CaBanis l,de q u e ~ m m i t l i rem testamento os escra.90~
uma revoluçfio organica, actuando tanto sobre Ultimamebiiile 0 pretor, p r e s c i n d i d o da eWi
o- pihysíco eamo sobre o moral do homem, se cela ou rolaffio septeiial, 'ereou outra d b t
-
óperata n cada periodo de sete annos da vida, ' tincçto a dos menores e mbioresLdü'di~iitW
&u para evitar a ilidgcencia da i n s p e q a o do e cinco alinos.
corpo, ou para cotiibir o arbitrio dos juizes, E comquanto 6s textos sobte a edade pdltii
ou mesmo p o r todas estas razòes, circumscre- , m a i o r p a r t e se refiram ao direito civil c+ BIOr
veram um primeiro periodo at8 os sete artriori, acçoes penaes de caractet. privado, e sonYèllte
no1qual contemplariam talvez o irsfunl$ e o h- alguns poucob se reportem tis accusaçóeri PW
8

i
fanti proximus~, outro at8 os doze e qua- blica-s, e estes mesmos n8o apresentem repW
krqe. seguiido, u sexo, nu qual cornprehen- ' geraes e precisas s o b r e a materio ; mesmo
dkriam o puBer[alE prosimus e o ilnpubeh, assim habilitam-nos As seguintes CO~G!US&F.
e outro d'aqui em diante para os pubcs; e Os irifniites, como 6 de crer, ernm de todo
deste ultirno ponto ao menos nos db Justi- o ponto irresponsavei~%.
riitino testimunho, q u a n d o pela primeira vez Os impuberes mandaram arr leis das Jhsa
O converteu em preceito legisliitivo, impondo T a b u a s punir pelo arbitrio do juiz 9; depois
assim. termo longa luta dos Proculeinrios alguns jurieconuultos tivefum-n'os como ainda.
e Sabiniatios, coinquanto talvez se engane, incopuzerr de punirào*; e outras sujeitaai-d'o#
quando s u p p a e privativa do sexo tnasciilirio a
inspec~aocorporea, que por acaso teria com- ~drisnumcoiiadtuissr! ut pueri usque decimum och.
preheudido ambos os sexos 3. avum, puellae us ue ad qurrtum decimum annum
liui to poiiern acreditar que para alguns aalwitur; et banc8urtnam ab Hadriano datam obmm
uvandam esse imperator noster rescripsit; siid etsi ge
effc4t.o~tio menos dotavam os jurisconsultos o tueraliter pubertas hon sic defiiiiatur, tamen pieta.
começo da plena puberdade desde o s quatorze .tis intuitu in sola cspecie alimentorum, hoe bempua
e dezoito annos, conforme o sexo 4. metatis observandum, non e ~incivi1e.i t
1 Lei l.*, tj 8.0, D., de postulmdo (8 2 ,
1Rappwta du gkysique et dra rnorak de Z'komme, Lei +a, D., de populoribus actionib~J7-28).
4,l memoire: h$uence de B'age sur lei9 idkes, et sur Lei 5.a, D., de re jwlicala (42-1).
lea afiections movales, 5s 6 . O ) 7 . O et 8.0 § 7.0, in fine, Lust., quzbus e 0 causz's rncrnumitterc
(1-6).
2 Lei 18.1, C., de jure delib. (6-30): Si infanfi Ed
...
est minori septem anni8 que aliBs nio faz differeuga 2 Gaius, Iast., liv. 3.0, tj 109.0: ({Sed quo didms
entke ser ir~fansou infatlti pro3cimus. #de pupillie, utique de eo verum est, qiii jam aliqnern,
tintellectum babet, iitim itifane et qui infanti pmd-
3 Pnk~c.Iiist., quib, mod. tuf. jinitur (1-22): qPu- inus eet, non rnultiirn rt fiirioso differt, quia h@a a+
<pllIi, puyillrtoque cutn puberes osse coeperiut, a tu- <tatis pupilli nutlurn intdlectum babent.
*tela liberantirr, Pubeiitstem autein veteres quidem 10.0 lnet., de inut. atipuE., (3-20), qU6 copia a
anon soluni ex rtnniii sod etiam ex hnbitu corporis iii texto de Gaks, com variaiitea que nLo merecem no*
amasculia aeetimari volebant. Nostra autcm mnges- tar-se.
a t a s dignum esse tastitato noatrorum temporum exis- Lei 12.q L)., ad Leg. cora. de sicariis (48-8): uIn-
atimtilis, belieputavit, quod in foemiiiis, etiam nnti- afanci vel fiirioaue; ai hominem oecideririt, Loge C&-
*quis impudicurn esse visiim eat, id est ins ectioliem rnelia non tenentur: cum siterum jnnoaentia con8iUi
f
nhabitudinia corporis, boc etitirn i n mascu os exten- ~tuatur,alterurn fati infeliaitaa 0xcuaat.i
ndere. Et ideo nostrsr aancta couetituhione promul- Lei 5.1, (5 2.p, D.,ad Leg. Apuil. (9-2): a,.. Sed
.gata, pubertetem i u masculis post decimum quar- .si infans damnum dedorit, idem orit dicandum.*
a t u m annum corngletum illico initium accipare dispo- Lei 1.1, $ 32.0, D., de &mat. Consotk. Sdlanh-&io
rsuimue; antiquitotis normam in foeininis berie posi- (29-5): ~írnpubegsci~vusvel ancilla nondum vEA po-
rtam, in suo ordiue reliiiquentes, ut post duodecim .tens, non iu eadem causa erunt; aetas euim ercryu*
canrio~compbtoa, viripotentes esse credrintur. B ationem meretur.~
Lei 3 3 . ~8, 1.0, Cod., deiao$. teet. (3-28): a... Qum
4 Lei 4Q.*, $ 1.0, D.,de d o p t , et emancip reiiim infaiitem euum non poam ingratum a~rnWe
rNon taiiium curn quis doptat, sed et cum a rogat, *sua vocari, scripeit.
cmajor case debet eo, quem sibi per adrogationern, vel
.... B

*Rer adoptiouem filium facit; et utique pleiiae puber- 3 Lois das Doxo Tnbuas, tab. 7.1, lei ~51.~: *Qui fPIw
atatis: id et deoem et octo annis eum praacbdere de- rfgem ~ r a t r oquaeaitam furtim nox pavit, ae'cuitl ve
ebet.8 ianspensus cereri nooiltor. Impubes paetoria arlii-
. Lei 14.', D., de alimanlh vel a 8 a r i k (34-1): itratu verberator, noxiatn que dupl.ione dec8rnitbir:
*Corte ai usquo ad pubertatem alimenta ralinquan-
~ ~ t u rai, , quis exemplum alimentorum, quae dudym 4 Lo L.", Cod,, de falsa moneta (8-24): e... Impw
*~iuc.riset putillis dabantiir, velit aequi: scirtt Ha- aberea varo etiam, si conaoii fuorilit, 11iu1lurn sur4ti-
REVISTA DE LEGISLACAO
jti3cápena 2; de certo estes porque, e quando v& da puberdade em diante, nao era pretexto,
0s reputavam obrando com ititelligencia; aquei- para a impunidade, tonto que nâo gozava do
Ias, porque os criam destituidos della, tultez Beriefirio da restituiçiío in ialegrtrm I, mas
pela sua proximidade da infancia: e de ' q u e que em todo o caso era motivo cara abrandar
este B o uiiico rijodo de conciliar as oppostas um pouco u pena2.
decisbes, nos db testimuriho o propriu Gaius, A pesio do dosherdsç8io pelaingratid~o,yre-
que faz declaradumerite distilicglio entre ser vista na lei, nno se applicava, quando o pu-
ou nao ser o irnpubere prosimo (í, puberdade, bere não tivesse ja dezoito atinos cornpletos3.
jli nas suas lnstilutas, 56 no seu Comrnentario Quanto h velhice, quizeram os romaiios que
ao Edicto provincial%. fosse punida mais suavementek; e nem isto
JuIgn-se porem que ao irnpubere se não admire, sabendo-se em quno grande apreço a
applicava a pono de morte talvez com exce- tiveram 6.
pç8o de um casos.
ulittis autem minar annis viginti quinque non mere-
De resto parece fora de duvida que os ro- rtur in integrum restitutionem, utiqite atrooioribus:
manos resyeitavom pouco a impuberdside nos &si quatenus iiiterdurn rniscratio aetatis ad medio.
critnes atrozesd; que a menor edade, j h se (forempoenam Judicem produxerit,i
aneant detrimentuui ; quia aetae eorum, quid vidennt Lei Tib, Cod., depaenls(9-47): *Impunitas delicti
signorat. n I rpropter aetntem non datiii*, si moda i a ea quis sit,
Lei 22.8, D., de Lege Corn. de falsis (48-10): qIm- d i r i quum crimeti, qund iritenditur, csdere potest.1

ipuberem in hoc Edictum incidere diceridum rion e&: Lei 9 . ~ , 5 2.O, D., de mi-noribw (4-4): Et pla-
i...

aquoriiam falsi crimine vix possit teneri, cum dolus .cet ir] delictis mirioribus iion subveiiiri,n
~inalusin eam atitatem non cadit u Lei 36.a, [I., ud I.P~. Jul. de adult. (48-5): ubi mi-
Lei 1 4 . l).,
~ ~de Senatuscovts.SiTartiano @9-5): d x - mar ariiiis sdulteriurn commisserit Legc Julia teiieri,
rcipiuutur Senatuscoiieulto Bilaiii~noimpuberes ser- *guoiiiam trile crirnen polit pubrrtatem incipit.i
.vi..... . et. his duntaxat iinpuberibps Seriatusconsulto Lei 37.a, 8 10.0, I)., de minoribub (4-4), (mprcgl.
aprrci creüebxt, qui tadum sub eodem tecto fuissent; Lei 20.u, pti~ic.D., de ainorili~is(4-4): d . , . Quid
aqui vero ministri v d participe8 cacdis fuibsent et Icnirn commuiie habot dsliotom cum venia aotatis?*
aejus aetatis (quamquam nondum puberis) ut rei iri-
stcllectum capere possent, his non rnagis in caede do- 2 Lei 108.a, D., de div. reg. jur. (50-17): #Ferein
~miui,quam in ulla alia caitsa parci o 0rteie.i romnibus poetiaiibus judiciiri et astati, et impruden-
Lei 3.h g 1.6, D., P i n j u d i (47-ig): #Sane sunt *tire succorritur.~
iquidam qiii facere (injuriam) non possunt, ut puta Lei 37.', $ 1 .*, D..de minovibus (4-41, (supra).
afuriosue, et impub~sqiii doli cspax noii est; namque Lei lSn, 5 32.0, D., de Se~,alaeconmEt.Silumiaao
i h i pati injuriam aolcnt, non facers, cum eriirn injuria (29-!), (aup,ru).
aex afiiectu faeientisconsi&at, oonapqueriu erit dicere, Lei 16.a, $ 3 . O , D., de poenia (48-19): I,.. I n e j u ~
ahos sive pulsarit, eive convitium dicent, ii~juriamfe- arei coiisidcr~tiorieaetatis quoque rtttio h a b ~ a t u ri.
*oisae iion videri.# A ailsccg50 de Nieolirii cte que os juriscoiisiiltos
Lei 2.1, 3 19.0, D,, . 'bonor. raptor. (47-8): .Vi bo- romanos distingiiirain acerca da edade entra delictos
anorum raptortim H C ~ I Oi11irnpuberem, qui do13 mali que violam a lei natiirr.1, e delictos que somento vio-
icripax non eat, imri dabitur.. lam a lei civil (si drticturn nnn P Z animo, sed e 3 ~ i ~ a -
renit). para o fim de aomente attcniiarern a pPna nee-
1Gaius, Xnat., 'liv. 3 O, 5 1 0 9 . O (supra). teu ultimos, ri50 rios parece fiindrrda, porque o texto
10.0Irist., de Znut. s f i ~ d .(s?rpra).
, em que pode apoiar-se, ein boa verdade, rlistiw,que so-
.o
&ti as.., D., f u ~ t i e( A - 2 ) : ilinpiiberorn ?urturn
nfacere pouse, SI jam doli eapax ait, Juliaiitis, liv. xxii
i w ~ ~et ler r Iinwr ou n8o deliclo Nienlini, I'rincipr
pl~ilrrrnp~~âques et praliqu~ede droit ptnal, X1.e quea-
~ D i g s t o r u mscripait. Itern posse cuin irnpubere diimtii tion.
.injuria agi, uia id furtuin xb impuberti fit: sed mo- Lei Ian, Cod., 8a adversus drlicttcm (2-35): qln
iduui, asse aahibendurn ait, n i m i. infantes id no11 rariminibu. quidem setitis auffingio minores nao ja
acadere: nos putarnus, cum impubere, culpae capnce avaiitur : etenim malorum mores iiifirmitas snimi
.Aquilia agi posee. Item veirum est, guod Labeo ait, (non exousat bi tamen deIicturn non ex animo sed
anec ope impuberis furto facto teneii eum.. .extra veiierit, noxia non committitrir, etiam si poe-
anae Causa pecunixe drmnum irrogetur : e t ideo mi-
2 Gaius, liv. 8.0,§ 208.0, Insto,deQurti8: KIn aumma unoribus in hae causa in iutcgram restitutionis au*
a~ciendumest, qunesitum esse, an impiibes rem ali?. .silium competit.
anam amovendo furtum faciat; pleiisque placet, quia
afurtum e s aEectu coiisistit, ita demurn obfigari eo 3 Novella 115, cap. 3.0, 13.0
.crimine impubererri, si proximus pubertati sit, et ob
tid intelliget rie de1inquere.r 4 Lei 2 . a D , deternzino moto (47-21): r... et pos-
$18,O Inet., de a61ig. qpeaae e r deZicto nasc., (4-I), isunt in tempcts, u t oujusque patiatur aetas, relpgari:
que re roduz o texto de Gaiue. iid eet, si juvenior, in lougius, si aenioi., reeisrus...~
Lei f 1 1 . a ~princ. D., de &v. reg. jrr. (50-17): cP4- Lei 6 . ~ princ.
, D., od L 9 J d poulalus (48-18):
*pillum, qui proximus puberteti ait, ciapaoem esse et ISacritegii poennm debcbit Prororiaul pro qualitate
tfurandi, et injuriae faciendae.3 apersotiarurn, pi.o que rei coriditione, et temporis et
s~etatiset sexus vel aeverius vel clementlua ata-
3 Lei 14.") D., de Xenatecacons Silania~to.(29-5), iduere:r
Lei 3.8,s 7 . O , D., de Scto Sz'laniano (29-5): ~Ignoa-
5 2.0, D., da o&l. edid.(ZI-I): .t Uode
('"21eri%3r, acitor etiarn hie, qui setate ù ~ f e c u
*Pomponiiis neque impuberern neque furiosum ca-
pibalem fraudem (poeiiam) videri ii.:iiiiai~ise .... 5 Lei 5.1, princ., U., de jure immenitatis (50 -6):
4 Lei 14,",D.,de Se~enatuscons,.i'.a i a n o (29-6) 4Semper in civitatp tioetra senectus venerabilis fuit:
v- ei 3 7 . ~$
! ~I.", D., de pninoribite (4-4): r... In de-
anam que Majores iiostri pene eundern honorem se-
*nibua>quprn rnagiatratibus tribuebant.~
E DE JIÍRISPRUDENCIA '30'9
!$ 13." lhe ssguiu, foi construida sobre o direito ro*
A jurisprudencia da velha Europa

O Codigo Wisigothico attendeu tombem


I
mano, mas presuppondo erradamente a infan-
cio ~ r o l oar ~ ~ aate
I
d a aos sete annos, e dividida
a impuberdade em dois periodos, at4 os nove
e meio onnos, oii dez e meio onnoB, conforme
h menoridade, como se deprehende de alguris
o sexo (proximus infantiae),-e destes s t t aoíc
textos e~peciaesl; com exc~pqâo porem do
doze ou qiiatorze annos (proximus pubertati;),
crime de sedomia, que quia fosse puiiido, Rem
o que ri50 tem o menor fundameoto nesse
'distincção de clnsse, riem de eiladcs.
direito, como acaba de ver-se, applicou 6%
Teve todavia a exquisíta idba de dar maior
cporas re~pectivasos textos, que vimos refe-
qprepo Ei edade viril, menor ci velhice e me-
riretn-se menos aos annos prefixados do que
noridade por ,uma estranha eschala da esti-
ao desinvoIvimento presupposto.
'maçáo do valor de cada uma desaos edades3 ! E se ella recebeu o aphorismo: Pupillus
A jurisprudencia da velha Europa, que se
, milius ~ u n i t u r .mesmo assim a concorrenbia
1

I, I?l , dcst'outro: ~VaEilo'asuppler aetatern, a arbi-


C'odjgq Wiaigothiea, liv. 2.0, tit. 1,', Lei 18.':
......... Illa omnino districtione servata, ut si ae-
i
trariedade das penas voga, e o despreza
rtatis, vei segritudinis instatitia patuerit, quae hane da edttde nos crimes atrozes, não 110s dão logar
adi~iciplinarnsiistinere non posse demoitstret, tam in poder decidir com firmeza o que ge-
aqll rivis çu,juscuuque oi dinis,.quam in laicis, iiou tarn ialyente attribeiu consideraç80 dos alinos,
. , i , , ~ i ; ~ i 8ententiam
&~~ cxstrgatiorlisinstaritia com-
ipleat judicis; sed adhibita cuiisideratioiie in aegri- ou melhor diremos, que neste particular como
4 pdina, aetate, contemptorem corrigat, ne ~ I O U ~ ~ O S a rpgra foi 0 arbitrio puro dos
'.fpss coniemptor, aut Irinprem tnaziniuin, aut dsbi-
aIitationem, v01 mortem in0urrat.r magistrados 1.
Codigo Wisigothico, liv. 12.*, tit. 3.O, Lei Il.s: Qiinnto B edadc senil, os jurisconsultori da'
i... .. ..Infantes tamen ipsi velpueri tunc erunt a
naupradictis dainpnis atque verberibus alieiii, si lime
cdode media, commentando as leis romanas,
cperfidiae doctrinani intra x annos aetatis sulte po- r ri formaram-se com 0s seus preceitos, n8o ~6
.aiti meditasse fuerint vini. Cvterurn si post exem- nurtoridade dellas, mas peja dotslrincr
aptoa decem annos quisquie illorum talia atteiidere,
qvel meditu*iprae~umpoerit,siipsrioris cotistitutionis dos P ~ e medieos*~ Os qrcaes~ susian-~ ~ ~ F
adatnpna vel verbers, ordine ~iiperiusadnotato sus- lavatn que as edades dos meninos e dos ue-
4 tineat. P
lhos se upproximam e assemelham; mesmo
o codigo wisigothico, liv, 3.0, tit. 5.0, Lei 7.', in assim exceptuavam da regra as penas de morte,
verbis:-seu de religioõis s2ve ea laicis cujuelibet ae- e pecuIiiurias, que qhsriam ferissem por eguol
tatfe, aut generis /tomo. os velhose.
3Codigo Wisigothico, li". 8.0, tit. 4.0, Lei 16.a: Sobre O anno, desde O qunl a vèlhice de-
a,.... . Xta yt ,si jugulqvprit aliqfi ipse qusdlSupee vesse ter principio, não coiicordaram porem :
ain annis vigioti, oco aolidi eomponantur: & ah hoc
suaque ad eum, qui annoa L. habuerit, unam campo- Uns a referiam aos seusenta, outros nos Letenta
.sitionem jubernus atare. A quinquaginta autem an- arrnos, mas estes ultimos podiorn talvez estri-
anis, usqueadillurn qui habet sexaginta quinqiie,cc. bar-se em um texto do direito commum 3.
rsol. componantur. Qui vero super hoc habuerit, c.
1~01.carnponantur. Qui quindecim annos habuerit,
. . .. .
iur,. sol. oomponantur.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
rEt si filiarn ~licuJIu~,autuxorem jugulavcrit, a de- $ 148."
ncimo quinto alino, usquo ad qua~lregesirnum,o c ~ .
rsol. componantur: & 8. quadragesimo usq: ad sexa- E os Codigos modernos
tgesimum, co 801. componantur. Quod ai superior an-
I
anorum numerus fuerit, o. snlidi coinponantur. A
decimo vero aut inferiua, sicut h de OsCodipovdau nii(:óes civilisadas sõo hoje
~pueriaost constitututn, inedietatem coinpositionis concordea em coiisideror a edade; appresen-
aejus, sccundum aetatis vel soxus prdinern, rsddere t,, porem d i riotaveisentre
~ si, quanto
~ ~ ~ ~ ~
craampellatur. Pro libertis autom medietatia hiijiis
acompositionis, sicut siiporius est ormpreheiisum, pro ao rlumero de periodos qije fixam : quanto
ieo qui occisua eat, in slttiefrrctione dabitur. edade exclusiva da imputebilidnde que uns
* S i aute~nservum alicujus occiderit, duos ejusdem
ameriti servos dominua %jusqui aocisus ast, in srtis- baixam ot' Os a n n O s p e Outros
ufactione recipiat. i aos quaturze; quanto h ednde da completh
O abaurdo exfilica-se nLo obstnnte, por isso que at- rnaioredade petial, que alguns fazem decoriier
tendiam A aptidilo ou prcetiino maturial, e a pena
dos homeiis livres era em geral a compenea@o.
Estenderam pois ao liomoin a theoriti materialista, 1 Muitos doutores mesmo Ih'o attribuiam e defen-
aavallo por cavall'o. diam, como pode ver-se em Gomes, de deliatis, cap. l . O ,
E quo admira! ae j4 tinham dioto eacravo por um naa61.
ou rnaie eaeravns do mesmo valor ! 1

A mesma theoria expljca o menor valor attribuido 2 Gomos, de delictis, capa 1.0,n.O 68.
egualmoiite ao a ~ x ofeminino; assim como a dti~ação
aocinl dos libertos d h a ranho do prew medio, om que a Lei S.', 5 7.0, D., de*jur. immunP, (50- 6):E.. vel
lhe computavam as vidae, coin reepeito a68 ingenrio~. rantequam aeptuagenariuri fieret.,..
dbs q m t o r a e onnos, outro8 de annw mais sem o fazerem saber ao rei; a para que ema
avwndus; e dilguns estendem atb vinte e um fim ao de menos edadr! de qviinza annos, que'
.annos I quanto a julgarem ou nBo circumstan- fere e mata onde eslb a cbrte, se não appli-
*ia menuante a msioridade pennl inferior A quem penas pecuninrias.
rnaioridads c i ~ i l ,para somente appliaor parte Do mesmo modo, e náo obstante a egual-
da pena ou jb a totalidade dells* e emfim, dade de sexo consignada na citada Ord., liv.
,qu~ntoa darem ou não cabimerita at6 certa E.", tit. 138.", princ., corroborada no cago
edade h pena d e morte e Qs penas perpetuas. especial do crime d e polypamia ria O r d , , llv,
E vsm especialmente paro ser notado que 8.*, tit. 19.', princ., as jh referidas Ord.,
na preddxagilo dos periodns se tem t8o pouco i liv. Fim0,tit. i2.O, $ I.', e tit. 36.', S; i.',
rt~edidoaos climas, q u e parece antes ha- I eximem respectitamente a viuca da pena do
ver-se caminhado oo iriverso do desjnvolvi- j confisco da mesma maneira que a orph8 me-
menh presupposto. Na Inglolersa, poiz nalu- nor de quatorze rtnnos; e as mulheres que
rnimrrte frio, sBo elles tão precoces qiiaoto com pau OU pedra ferirem, das perias pecu-
morosos noutros paizes de mais elevada tem- niarias, Ii similhança dos menores de quinze
pratura. annos.
Çom a velhice são tambem muitos Cadigos O Codigo penal de 18132 contem as ser
um pouco humanos, mormente na abstençâo i guintes disposiçaes sohre a moteria :
de certas penas I. Artigo 20.' São circumstoncias nttenuari-
g, 1Pi.O tes etc.'.
Art. 23." Não podem 9er criminosos etc.
Art. 71 ." A pena de morte n8o poderb a t ~ .
E o direito portuguea
IArt. 72." A pena de trnbiilliospublicos ctc.
Qrdenogao do reino, liv. 6,",tit. 1 3 k 0 , Art. 73." O menor de quurtorzc annos etc.
agt&eleceii as seguiiites regras: E o Projecto do Codigo penal estabelersu
q Q maior, homem ou niulher, de vinte est'outras :
qpngq sofire a pena ordinaria como se ti- Artigo 65.' S8o aitenuantes etr.
uyesse vinte e cinco anrios. Art. 70.' Narr tem etc.
a 0 maior d e dezesete anrios e pienor de Art. 72." Os menores etc.
q~inl;qq p n ~ ssoffre a pena taial, ainda que Art. 116." A poria etc.
PIfiejo Q de morte, ou diminuida, conforme Art. 1 16," A de degredo etc.
aparecer ao arbilrio dos julgadores da ma- Art. 140." 0 s delinquentes etc.
rkipi4 gom qge procederam, qualidade ou Art. 141.O O g o v ~ r n oetc.
afjmp!tzq com que achar que o Ltels'elo foi Art. 148." exxeou~f~o etc.
gçQ~mettido.
?Q p;ienor de dezesete annos compridos,
a penq 6 de morte ngo a soffre, mas terli
#outra menor, a arhitrio do julgador; se ao
adelicto não cahe pena de morte, guarda-se
ao direito communa.r
n'aqui B facil de coricluir que não fixou
p e r i o d ~ para a absoltita falta de imputabili-
deda; e somente os dois segiriiites dn trarisi-
çqp e plena imputabiIidade.
A Qrd., li.+ !i.tit. ', 12.", 5 l,", tit. 19.",
$ I,",tit. 36re9 $ I.O, coritem respectiva-
~ f i p t gdisposições especioes sobre a merior-
idade dos delinquentes, para que 6 orphã, me-
figr & qucatorze aranos, se iiAo coiifisque a
tpga onde se fabrica moeda fiils~, cessundo
entõo a presumpçfio legal do cumplicidade,
~ a admitliqdo-se
q a prova erq caritrario; para
que DO menor de uinte e cinco anrtos, casado
duas vezes, se não execute pena de morte
1 O Codigo penal da China isent8 de pena nquelle
qmn aompletnu noventa aiinos. Tiesot, Le d ~ o i 6pd-
sd, premiere partie, livre I.rr, oap. I
DIREITO CRIMINAL via o individuo a nlgurn pevdgo ma& ou me-
aos grauq se elle ousa arrostal-a.
1i:LlZiZll<N'I'OS DE Dllll4;ITO CIIlBIINAL Uuia c outita podem provir do facto de a]-
gum homem com respeito a outro homem,
O digno professor de direito erimi~.il 0, do influxo de forcas physicas nas accQea
nesta universidade, o sr. conselheiro An- h,,,,,
tonio Luiz de Souza t.Hcnriquos Secco, co- 5 2:
meçou a publicar cm o n." 222 dest.a Re- Da coacção physica: effeitos delIa
2ristu alguns capítulos do seu importante
Conapendio de direito crininal portuguez; H o exima de toda a r@
Que a c O a ~ ~phpica
sponsabilidade 6 consequencia infallivel do es-
porem circumstancias imprevistas o obi-i-
Pram ' a P ~ ~ ' ~ rial, ''''-
tado passivo, ou de mero instrumento mate-
~ s que
~ ellaÇ reduz~ ~ o homem, que obra
tada. sob o seu impulso I ; exemplos: no que impel-
Felizmente está0 removidos 0s obsta- lido por outra, ou pelo tufao, cai sobre um
culos, e hoje com satisfação comPçamos a terceiro, e faz que se despenhe no preci-
publicar o capitulo relativo á theoria da picio; no que par causa de incendio, nau-
coacção. c esperamos continuar a publicar fragio, ou molestia grave, deixou de cum-
todos os que se lhe seguem. prir com o que a lei ordenava; no que, to-
mado o braço pelo mais forte, descarrega a
bofetada no segundo pacieote; no que diriga
rir~oarnDA conc$Ão as ~náosde outro sobre os olhos da victima,
para lhe causar a cegueira
8 i." Similhante coacção porem não saIva o
Coacção physica e r~oral-Origens geraes coacto da responsabilidade, se esteve na sua
de ambas. Effeitos da primeira
mão evitar a força que o impolliu 8, e muito
A coacçso pode ser ji pliysica ou maim-ia19 Codigo Wist,, liv. c.., tit. I . o , 3,. .gi
ji moral ou inductiwa. «quis aiit casu, aut re quacumq; impulsus, vel p r a e
Diz-se coacçTio physica aguc2la gzia priva cccipitatus, in aIterum corruerit, hominem q; occi-
totajnlente ou absolutamente o homens da li- (rderil, pro homicidio, ncc darnnis nec poenis damna-
herdade 1. abilia crit. Si certo homo impiilerit alium, cujus im-
«pulsione illisus perimat alterum, si ille qui impu:
C esta es~eciede coacção que alii, ahsquc mala roliintnls hac feoaril, iuri libras
mento pode chamar-se força wiaior. cdamnum habolrit, quare Inesionem vitare negle-
Diz-se coacção moral aquella qw, dtixando (íxerit..
anteriormertteintacta a liberdade, e$p& toda- NOV. 92.", fine: a - . . Si 9.uf Ver0 ate-
«lere nzalefeco opent tulerint, si quidm manus rei
au- ccadmovorint, simulque oculos effudcrint ....a
1 Lei 2.", D.,quod metus causa (4-2): <cri$
«tem est mujoris rei impetecs, qui repelli nonpotest.)) 3 Lei 7.", $j 2.", D., ad Zeg. Ayuil. (9-2)s
29 de janeiro 4s 1876
466 REVISTA DE LBGISLAÇÃO Noo391
principalmente, se de proposito se serviu deIla Com efkito, se a presonça de motivos for-
para procurar uma desculpa ao delicto. tes, e como que indeclinaveis, não priva o
Escusado 8. lembrar egualmente que a causa homem' da proprio arbitrio, todavia somenle
$pqlsm, ddndo um ser inte1)igente e livre, lho consente que o exerça para praticar a1-
assome toda a resphsahiiidade da acçllo for- gurn extraordinario facto de abnegação, he-
gada do impellido '. roismo, ou martyrio, de certo grato a Deus,
caro 2i patria, louvado pela humaliidade, mas
De rosto, casos similhantes são rarisximos,
porque o ,malfazfijo nada ganharia em se ser- 1\30 esperado do mondo, porqiie se não corn-
vir de um' idstrumento privado ,ao actividade padece com a humana fragilidade.
propria, ou talvez reagentd; ao contrario per- Ora as leis, devendo tender a elevar o ho-
deria, jA porque no momento procararia utn mem, não podem todavia desnatural-o, e nem
'coope~ado't'forgado,e jd porque prestaria da- por isso tomar em conta factos excepcionaeç,
p$s ao. tribunal, ao menos urna testimunha mas somenle atlender ao que I: cornmum,
da sua maldade. Mas sso possiveis, mormente ou, a que importa o mesmo, devem perirnir
para preparar algum delicto de 'omissão ; por ou minorar a responsabilidade civil e tambem
exemplo; no sequestro do jurado, para quc penal do acto que 6 determinado pcla coacção
i i a i possa comparecer na casa de justiça no moral 1; ou, como diz Trebotien, o legislador
dia e hora prescripta; na embriaguez causada devo jtdgar humanatna~te das cozcsas liu-
para que o guarda abandone o posto, pois manas.
que 6 mais facil constranger para embaraçar Q 4:
doa que para ohrar. Origens especiaes della
tw 3."
Coacção moral. I? elIa procedentel A coacr,ão moral pode provir:
.. 1." do mando, ordem ou commando, por
Tem havido quem pretenda náo confundir parte de quem oxerce sobre nós alguma es-
a coacção moral com a physica, sob o pre- pecie du auctoridade ;
texto de que, se esta derime toda a lilierdade 2." do perigo imminente, por parte dequem
da acçã~,,aquella conserva-a scmpre intacta, não tem em n6s poder algum, isto 6, do di-
visto que o agente pode praticar ou omittir reito de doftsa ;
.O façtb, a despeito dos motivos que o contra- 3." de ameayas por parte do mesmo;
riarrl; e assim pensavam os philosoplios do 4." do .terror panico ;
Fortiico professando esta notrivel rnaxima : Vo- 5 . O das forças physicas da natureza, em
'tuhtd~"OoacCa sernpor es.! uolzdntns. f3 porem jogo nos pfienomenos naturaes ;
buasiicerto que esses tacs procurarão algum 6.' de motivos da situação e humanidade.
isubteriugio para salvar das subtilezas stoicas
ag consequencias legaes; e vãli bem, por- 8 5:
que jB o jurisconsulto Paulo Ihes abriu facil
caminlio 9. Commando e sua divisão
.
u ,. . Ham et si Iapsus aliquis scrvum alicnum
4 .

Commando, mando ou ordena, no sentido


((onere presserit, Pegasus ait, lcge Aqiiilia cum te- restricto, B a expressão da vontade ou a de-
wneti; itA demum si vel plus jrralo se oneravcril, cisão do S I ~ ~ C T fntimuda
~ ~ T , ao inferior, para
,ave1 negligontius pcr lubricurn trnnsierit.)i
que se conforme com eHa. Pelo que presup-
,<(. .. .
Lei 8.", $ 1 .O, Znfin., D., nd Leg. Aquil. (9-9):
Idem juris esl i m persona ejus! .qui impelum
acqui quo vehebatur, propter impcritlarn vel iniir-
põe elle dois homens em face e na depen-
'iailatern, retinere non potcril.~ ((Si metus coactus, adii hereditatern, puto mc here-
Co'ciigo Wlisig,; liv. 2.O, tit. lOa, ..
lei 18.4 «. ; udem effici, quia, qiiamvis, si liticrum cssel, nolluis-
.(($i tamen admonitwnz aut acgvitudo ad veniendurn usem, tamen coactug volui : sed per l'raetorem resti-
'ctautla suspenderit, aut inundalio puminum non T E - ntuendus sum, ut abstincndi mihi polesias tribuatur.$
a!::-l,srit,vet adi1u.m non obstruxerit, iia quo montes 1 Lei 1." D., guod metus causa ( 4 - 2 ) : aAit
41, uiasítztPl iudt, conspsrsio supe~fllluniuSum. quae iPraelor : Quod inclris cairsa gestum erit, ralum
-I. I I,
Rktessitas u t ~ u mevidchler wenerit, nn per excusa- anon hnbebo. Olim ita editcbetur: Quod vi metus
i{kdoneb P(È@eatur opponi, awt idoneis testibus, aul u«ve causa. Vis eaim @ebat mentio propter n#ees&
..r,;fl jiir$mento firmabit. II <<tatemimpositam, contrarPam voluntati :metus, 1%-
1 r,!!~ ?.a;'s3.", D., nd Leg. Aquil, (9-2): iistantis vel futuri periculi causa, nialatis trepida-
-&k61hdè1si quis ?Itcrius impi~lçudarnnurn dcderit, u~ctionc;sed postoa Qtracta cst vis meniio, ideo quia,
<rProculus, scrlbil, neilue euni qui impulit teneri, cqiiodcamque vi atroci fit, id metu quoque fleri vi-
aqui8 noh 'o$bldlt, nrque eiim qui irnpulsus est, i{deatur. y '
((bula'damq$do injaria uon dedit ; sccundum qtiod Codigo Wisig., liv. 5." tit. I.', lei i.*: &o-
rjn factum rtetio etit,danda, in eum qui impii1it.a cínatio, quae per vim & mclum fuerit extorta, nu14
'. Lci 81 ,+, $ ã.", D., quod metwr causa (4-2): iilam halieat firmitatemu
dencia um do outro, ou ainda mois homens na as leis iniquas; mas sa estas se sobam em
mesma siluação. op~iosiçãocom o direito e mfal uni%araa.ailb
Numa accopcão mais lata, cornprehei~dea comsigo mesmas não p o h m 4Iravar Iueta, ,a
propri~exprcsSo tfa vontade da Ici, ou me- nem por isso fazar crime da sujeitão $s euas
lhnr, o preceito do legisislador, impondo al- proprias determinações.
guina obrigaç60, ou dever, ao cidadão. Ha- $ aqui que tem verdbdeira a p g l i ç a g ~o
vêrá eritiio de um lado a lei ; cIn face e'na aphrirismo juridico : Dzwa lea, $ed !em,
dep~nrlcncia um, muitos ou todos os mem- Com effeito, misler que, dadti a $mie,-
bros da sociedndc. diide civil, haja algum pònto #fixo,e inviaria~vfll
E diaemos dependencia para significar o sobro que asserito a ordem $wlbliea, s se
direito de nlcct?dnr dc iiin latfo, o do outro lei o 11308, em n~nliurna outra prte pode
laílo a correlalivn obrigaçdo de obedecvr. ellc eilcontrar-se. Depois, ou porqjie B um
O corrirn;indo tliviile-si: em rornmarido fa- preceito geral e para futuror e ilem di~scrs'ev&&
niiliar e ciuil; e esles se subtlividem, aqiielle tido do maior numero de s~lamnidadcseintrs
em paternal, conjugal, heriZ, e tambem se- todos os actos do poder suprem@,tBm gor ~
cunrlarisineiite oro tzrtelur, 120 chefe ~ICGTU a preslimppão jzais et juro de que 4 e
cona os subordinados, aprendiam, emprega- press'tio genuioa da just;il;a, E por u.ltimp#
dos de fabricas, ou outros estahelcciinentos que o não fosse, não auctorjsaria isso ai
particulares; este em cirzl, propriamente di- a clcsobediencia da parte daquelios que,
cio, co~~~prohandcildo lodas as hierarchias do direito de peti@o e outros, podariam conse-
estado, e em ~~aililur. guir a sua rerogaçáo, guardadas as formulas
rogillares. Dasobedecor neste caso, poda ser
§ 6.O um aclo horoico, mas obedecer não ser4 mime.
Commando civil; Sujeitos c pacientes delle No commando da loi inclue-se a auctori-
sação; pelo que, o que usa do sou direito,
O commando civil podo provir: não coinrnetlc dclicto, ainda que d'ahi venha
i .' da. disposição diraclu d a lei ; mdl a alguem; mas n3o 6 este um facto do
2.O da disposição indirecia da lei, e do em verdade,
arbitrio dirocto (10s CXeeiltorCS, expresso por suando a lei prescreve pelo intermedio de
brrnulas uu ravcstido de solernnidades, que algiim funecionafio, que obripapáo da
h50 de garantir o pcniumento da mesma lei; de formolss (e una
3.' da disposiç8o iridirecta da lei, c do ar- * dcdas deve inyuestionavelmen\e a cdlaçao
bitrio directo das cxeciltorcs, sem garantias da ~ d cuja , enecuç,o so a disposiçao
de formulas ou solemnidades. 1 legal, para qtlc sr: r130 duvide da sua regula-
Alem disso pode ellc rcspeilar : ridade; o que i: particularmente applic,qvel
2." aos cidadãos em rclaçao A lei e á oucto- aos actos dos funccionarjns e tribunziesadmj-
ridade consti tuida ; nistrativos e judiciaes e das demais hierar-
2.' N S siibordinaùos Cm I'Claç~0 a08 SUpí?- eliias do obedecer-lhe e egualmente
riores, em ct!rta hierarchla. dever civico, porque nessas actos se presume
incarnada a mesma lei.
,$ 7 . O
Se porcm o cidadão varifica que o açto
C6mmando em relação aos cidadãor; não 6 rovestjclo das foimulas legaes no todo
Sempre qnc a lei irnpije directamente uma Qu em Parte, ~ o d e d ~ s o b ~ d eim~un@mea?g cer ;
obriga(iao, ha nec~,widadsde obedecer-llie ; e P" PIO : no mandado expedido em :nome
por isso em nenlruma reçpoiisabilidadc in- do magistrado e pelo 0fAcial G O ~ f N t e M C S J
c0ri.c o que com p ~ l a se conforma ; ao con- falho da assignatura de um delleis,
trario incorreria nella, se dcsatteridasse o pre- Ainda assiin, neste caso, não havendo Pe-
ceito Icgal 1. rigo ou damno, poda a prudencia gue se QIN-
Nem se creia estranho que se presiipponba deça, visto a falta da formula pode tW
poder advir algum acto reprehensive'l do cum- tiao lo5~ar na melhor boa fe, @ Por S ~ W P ~ M
piimcnto da lei; porque, comquanto esta deva ne31ig@ncia3 salvo 0 direito de ~fif3lamr COO-
reputar-se a propria sabedoria 0 justica, tKl 0 re~ponsav01 por 0llb 0 pr0W5di~e~*0
abundam infelizmente no correr das seculos teln logar~o merece de116 se lance ,t@Ifl*
Não e, segundo o i:eforido, orimhnsp de
1 Lei I fl.a, $ i
.O, 1). , Qui, et n q t t i h manumisai
~
injuria ou d~ffafameçãoa testimunha que, com-
libari nonrwnt, e1 ad LogsmAetianzSc~ilium(80-9):
(i

< r , . . . Qriod quidcm pcrqitiiin diirurn cst; çcd i l a pe1lida9 diz em juizo que a
alcx scriptn ost.i honra clos rbos nu litigantes,
11 1
C68 REVISTA DE
Em ultimo logar, se a lei prescreve, e o
magistrado $manda em nome della, por si ou
pelos sbus agentes, sem revestir a ordem de
formulas, o que somante lhe B permiktido em
casos urgentissirnos que não dão a ellas logar,
ainda assim a obediencia 6 dever do cidadãio;
por exemplo : nos serviços que dalle se exigem
no caso de flagrante delicto, fuga de criminosos,
tumulto, naufragio, inundação, incendio, outra
calamidade publica, ou qualquer accidente em
que possa psrigar a tranquilidade geral.
. N%opode porem negar-se ao cidadão o di-
reito de indagar, se a ordem vai do accordo
com o bem da sociedade, por ter em vista
occorrer a algum caso grave, ou se importa
somente algum acto de oppressáo propria ou
alheia, que o desobrigue da obediencia, re-
spondendo todavia de futuro no tribunal, se
avaliou mal o seu dever.
Tambem deste caso podem resultar pre-
juizos a terceiro ; por ,exemplo : se a aucto-
ridads manda cortar arvores, derribar edifi-
cios ou fazer saltar alguma ponte.
- (Continha).
---
DIREITO CRIMINAL mais melindrosa, não por tocar o ponto com o
T i I I ~ O ~ i I ADA COAC$ÃO
commando mililar, que a muitos se antolha
materia delicad:), porque, sendo certo que todo
(Continuado do n.O 394, paginna 468) O commando, o por isso a proprio militar,
deriva da lei, e s6 B justificado polo bem
$ 8.. da conservação da ordem social, onde a orib
Commando em relação aos subordinados gem e a razáo cle ser 6 a mesma, não pode
em certa hierarchia haver motivos differentes de decidir, pela di-
Se a lei imp5e directamente uma obriga- versidade das bierarchias, mas porque, ou fa-
ção ao inferior para com o superior, aquelie lham a voz Birixla da lei e as formulas, que
tem de curnprii-a, por egual necessidade como são inque~tiona~~elmente garantias seguras da
o cidadão. legalidade da ordem, apparecendo no logar
Se em nome da lei o superior manda pra- dellas somonte n vontade de um homem, ou
ticar um acto, em que o inferior tem de par- a obediencia e desobediencia, tão instantaneas
ticipar cim relaç8o a terceiro, ou que toca ao como a ordem, podem produzir males irre-
mesmo inferior, se a ordem esti em devida mediaveis.
forma, a obedieacia B dever; se o não est8, Cumpre por1 m notar que os males apon-
cumpre ao inferior indicar respeitosamente ao tados serãia, em relacão ao commando rnili-
superior a falta notada ; e no caso de que não tar, mais de reeeiar, jb pelos maiores peri-
seja attendido, porque o superfor lhe declara gos da oppressão oriunda da obediencia, e
por escripto que a falta não procede, ou em pelos proprios da desobediencia entre gente
todo o caso toma della a responsabilidade, ainda armada, e ji porque o ponto pode tocar eoin
deve obedecer, sea ordem não conlem manifesta o estado de guerra.
oppressão, ou damno irreparavel, isto 6, se Ainda assim, neste caso, a ob-adiencia 15. por
for de uma injzcstiça dzcuidosa e stc~~m,$avcE. via de regra devida pelo inferior ao superior,
Rlas se a ordem reiterada, mesmo assim visto que este, achando-se constituido legal-
contrai'ibr o dever especial do empregado em monto no cargo, tem Por si a PresumpÇ30 de
a d o cumprir, ou contiver oppressão ou da- que 6 legal a ordem que expede
mno proprio ou alheio, nIo fácilmenta reme-
Lei 169.", L),, da veg. jur. (50-17) : aIs da-
d i a d , pode desobedecer, sujeitando-se depois imn,im dai, qui jub& dire : ejua rem 4ulpa
i s consequencias legaes, se tiver mal inter- La,, ,i necesse sito,,
pretado a sua illegalidade. Codigo Wisig., Iiv. 6." cap. Lu,lei 9.': u ....
Se ainda, em nome da lei, o superior or- aSi vcro aiiqui ab ingenuis, cum eo {ugpestor de
dena a seus subordinados, em relaçfo a alies UCUSU), in eadeui dumo,.non ab illo jussi, neque in
~rejusobscqiiio, vzl in patrocinio consliluti, unoni-
Proprios, Ou a alg'im to'a1- tarnen v,, conscn~icntcipriesumptori iogreisi
mente despido de formulas, que garanlam a c<fucririt, iiniisquisquc eorum simili damno e1 poe-
genuidade do preceito legal, 6 então a decisão íinae srihjaceiint. Qiiod s i in patrocinio vel obsequio
19 de fevereiro do i876
498 REVISTA DE LEGI8LAqAO N.296
N3o obstanle isto, porlendo ;i ordemimporlar ' sabilidad~, qiiando a crimiizalidade da acção
comsigo uma iniquidade manifesla, çiijas corise- 4 manifesta, e não s6 assegurar a impurtidade
quencias nlo possa i ulierioririen!e atalhar-se, a um dos curnplices, mas favorecer a perpe-
3
fiesmo tornada e eçtiva a responsabilidade tração de crimes, fornecendo-lhes agenlq ir-
00 superior, hão poda deixar de adrnittir-se responsaveis.
por excepção quo o inferior fica desobrigado Por ullimo, s6 o daspotismo pode carecer
da obediencia neste e em casos similhantes. da obediencia cega dos escravos.
'
E com effeeito, emquanto ao chefe, posto Quanto ao mais, para bem se avaliar o ponto,
que tenha drreit.0 de exigir obcdiencia dos seus carece-se de attender aos factos especiaos;
subordinados, cessa este direito, desde que^ por exoaplo: a lobediencia criminosa seri
delle abusa para procurar ctimplices ao seu menos imputavel ao soldarlo, do rpo ao 06-
.proprio crime. Demais não podo ellc allu- cial, obedecendo a outro oRkIsi1.
cinar-le rio momento, ou ser um sc~lerado, O no

ou um traidor "l 8 3-
E pelo que toca aos siibordinados, por Mando parenta1
muito forto que seja o vinculo da obcdicncia, Pelo que toca aos demais commandos, estes,
nunca este pode chegar ao ponto de os conver- fhra de todos os meios da intirniílacão, nXu
ter em meros aotomatos; porc~uantou inferior, prnd~izernconstrangimento moral, que iniiiba
ainda mesmo soIdado, é antes rlisso eiclad~o,e da responsabilidade, pcirrlumh, airidn que os
tambem um ser intelligcntr: e livre, e não inferiores devam obedicncia aos si~periorcs,
pode conceber-se uma posiçáo social, iiile- e principalmente os fillios aos pais, somente
rior i do escraro, e em yuc se lhe imponha e rias cousas licitas.
a abdicaglío desses predicados 1. E realmente Acresce que a desobediencia n3o Ihes pode
não se concebe, porque, por isso mesmo que acarretar nenhum perigo, visto que tdm íricil
:se. lhe, impõe a obediencia mais cega A voz o recurso aos magistrados, que Ihes valeriam
do commandante ou chefe, se adrnilte que contra a prepotencia dos superiores.
elle o julgue como tal, e o discrimine do ou- Por outra parte o intuito de delinqilir B
tro chele, para lhe não prestar egual obe- mais manifesto nestes commandos do qus no
diencia, ,so aoaso a exigisse dclle, em sentido civil, no qual as mais das vezes o inferior
contrario. crer4 legal ou regular a ordem que se lhe di.
Alem disso desligar o iiiforior da respon- E o que digemos tanto mais procede quanto
menores forem os vinculos entre o suparior eo
apraesiimptoris retcnli, ab illo hoc facere jussi fue- inferior, como no commando heril, visto que,
urint, vel cum to hoc eos fecisso constilerit, 80111s
c<patroniis ad omnem satisfactioiicm, & pocnac & como diz Trebutien, o inferior somente se liga
adamni tcneatur ol~noxiiis.Nam illi non erunl cul- por um contraclo, e este somente pode receir
cip"iles, qui jiissa paírani videnlur esse cornplen- I em objecto licito.
«tes.p Não obslante, não pode negar-SB que deva
Codigo Wisig., liv, c.", lit. S . " , lei 12.': ....
~ D o m i n vero,
i quibirs jubeniibris, tnlc ncfas admis- 1 ter-se como circumstancia attenuante a da
cisuin est, capitali se noveriiit scpp1icioperimcndas.n ordem, para minorar a responsabilidade do
Codigo Wisig., liv. 8 . O , lil. lei 13.": «Qiiiinferior, averiguada, bem intendido, a in-
ualiena diripit, si in ipsa direytioiic, pcrcussus aut fluencia real qua teve na facto ~rirniriom,
«occisus fuerit, ille qui pcrcussit nullam caliimpnirm I por forma que não" degenere em- pretexto
apatiatur. a
Lei 6.' aSi liliertatem tihi mnnu lua imperante para salvar um verdadeiro curnplice,
I
cdomino odscripsisti, cum proporias dominum non (Continha).
<csubscripsisse, et suis literis tuam libertalern expres- d-

((sim agnovissa, ad impetrandnm lihertatem, Sena-


«tus consulli aucloritas libi obest, poena trmen falsi
cihbi remíllitur, qiioniam non polucris conlra domini
~voluntalcmv e n i r e . ~
T.ei 20ha,D.,ds oblig. et action. (44-7): «Ser-
«vus non in omnibus rebus sine poena, domino di-
wktb aitdietis, esse solet ; sicuti si dominus hominern
~occidere, aut furlum alicui faccre riervum f useis-
rset.n
«O sold8do que não dcixa de ser cidadno, e de
((estar Hgado pelas leis geraes da sociedade, deve
dgozak qiikihto possivcl das regras protectoras do di-
'ureito doidham.n Assim se expressa o Relatorio qiie
ptecede o :dechio de 26 de novembro de i868
(B, de %. fia0 273).
DIREITO DRIMIN6L por isso necessa'clade aclual d e 3 g i tima defesa,
sam que todavia se intenda qwe seja mister
~~rconrn DA co~cçho que o primeiro g o l p ~tenha sido vibrado, prr
(Continuado do 11.0 396, pagina8 498) qile'acaso podaria com ebe inutilisar-se a pro-
8

@II~I~?s~ l;
5 40." '' 'du que a aggressão não consista sb em
7.

Coacção moral pelo perigo imminente, mll:iças, ainda mesmo de morte, de que náo
n

011 dirfiito de propria defesa resulta perigo irnrninente ;


Tem logar a eoaeç3o moral pelo perigo in- 4.' de que a defesa 1-130 possa ser evitada
minente, ou o direito de defesa yropria, quhndo pela fuga 0 provocação do auxilio da auclori-
somos obi.igrdos a repeliir força a in- dade, Ou dos nossos similhantes; excepto se
jusia aggressão, que põe em perigo a nossa for soldado, no qual, tendo a seu cargo a de-
sristencia, por forma que para a preservar fesa de todos, seria a fuga verálonhosaS-
delle ha necessidade de espancar, ferir, ou
privar da vida o aggressor I. 1 Lei I Cod., quando Iiceat unitilique # h 8
.d.

judbe se uindicare (3-27): a,... Liberam resistendi


que, para que a ooacçáo proceda. se ~(cunctistribuirniií facullrtini; ut quieumque mili-
carece : «lum vel privaloriim ad agros noclurniis populrtor
I .O de que a aggress80 seja injusta, isto 6, aintraverit, aut itinera frequentata insidiis a g g r e s
que parta de particulares ou auctoridades fdra usionis obsederit, permissa ciiicumque Iicentiii, di-
do exercicio de suas funcçóes ; pois que, se (($no illico supplicio subjugetur, ac morlem quam
((minabatur, excipial, et id quod intendehat incur-
provi8r destas Icgikirno de'1as, Ou ((rat. Melius enitn estoccurrere in tempore, quam
Ihor da lei, ha necessidade de obediencia ; DOS^ exitum vindicare."
2." de que a aggressão sej2 manifesta por ' Codiqo Wisig., liv. 6.", cap. 4.", lei 6.": ~ N o n
taes aclosi importem pripjmminente, 0 uest putanda resislentis improbitas ribi violenter con-
uspicitur praesumeritis nudacia. Quicumque ergo in-
1 Lei i..', D., ad ley. aquil. (9-2) : a . ... acaute praesumpluosus, fustc vel gladio, seu quo-
unam adversus periculum naturalis ralio permjtlit ucumqiic ictu, perculere aliquem iralus voluerit,
«se defendere.>i uvel percusserit, & tiinc idem praesumptor ab eo
Lei ,a: B.,dejust. &jure (1-1): aUt vim aique uquem perculere voliiit, ita fueril percussus ut mq-
((injuriam prop~ils'cmusI Nam jure hoc evenit, ut uriatur, talis morl pro homicídio compulari non p~
uquod quisque ob t i r t g l p corporis sui fecerit, jure uterit, nec calurnniam patiatur, qui praesiimentem
r<fecisseexistimetur....» cipercusserit. Qiiia commudius erit irato viventem
s 8
Lei 4 l . O , 4.",D.. ad leg. aqu21. ( 9 - - 2 ) : rQui aresistere, quam se post obitum ulciecendum relin-
acurn aliter lueri se non possiint, damni culpam de- uqocre. IHe sane, qlii proin cdntra'quamiiliel iratue
sderint; iniioxii sunt. Vim enim v i defendere omnes neduxcrit gt~diiim,quauilibct hbn pCrcussçrit, X
rtlegcs, omniaque jura permiltunt. t) utameii solidos ei. qiicirn percutere voluit, pra prac-
Lei 1.*, $ S T . O , D., de vi et vi armata (43-1 6 ) : ccsirmptiohc sola dare cogendbs est.n
*Vim vi ropellere licere, Cassius scribit, idque jus Tertiilliano disse jíi : <tPiilchriord ~ miles
t in pu-
irnatura comparatur. Apparet autem, Inquit ex eo, agna amissus, quam in fuga salvus, malo miseran-
iarma armis repellere 1icere.n adlim, quam erubescelidum.>i R. Francis. de Me@-
26 de fevereiro de 1876
524 REVISTA De LRGJSLAÇ~CI N.o 397
5." de que a defesa, quando seja imprete- Todavia noste ponto ha a proceder com
rivel, não v i alem da necessidade que a le- mais cautelia, por forma que Se n80 auctorise
gitima, e por isso não bça um mal maior, s e o maior mal, feito ao aggressor, seinpre q u e
o nienor B silfhiente para nos preservar do o perigo irnminenle de perder a propriedade
attaqus. se não d6 effeectivamente; por exemplo: o
$ 11." ataque prapriedade irnmovel somenke b
muito diverso do ataque i mssma proprie
E defesa da liberdade e da honra propria dade, quando tiver por objecto o roubo dos
moveis que nella est30, ou ainda a offensa
Mas a aggressão pode não sb dirigir-se das pessoas que ahi vivem ; e não meiios di-
contra a segurança i~dividaal,mas tambem verso do ataque ii propriedade movel, a bolsa
contra a Zibordade e hhovzra das pessoas; a do dinheiro, que forma todo o peculio do pos-
como o direito idefesa destas i: aguafme~te suidor, lançado de futuro na rniseria, se não
certo e rsspeitavel, torna do mesmo modo reage ao ladrão desconhecido que o surpre-
irresponsavel o individuo que a emprega con- Iiende em escura sncruzilhada.
tra a aggressão Assim convir8 attender jii 4 pequenez do
8 12.O mal que sa faz, para que se não auctorise o
E defesa dos nossos similhantes repallil-o, causando gravissimo prejuixo, c j i
b
h circumstancia de ser tambem reparavel de-
E como o s , ~ o m e n ssão solidarios' na socie- pois do ataque 1,
dade, visto que por todos ha d e ser conse- $ 44:
'Yk'
g o o fim social, I: fbra do duvida que a
%e sa dos nossos similhantes nos incumbe a
nós proprios, e auctorisa por isso â repsllir
Coacção .moral pelas ameaqas de alguem

em seu favor a injusta aggresslo que a elles A duas principaes ordens podemos reduzir
s e dirige, e não somenate aos nossos propin- as ameaças dirigidas a alguem, para o com-
quos, mas aos que o não szo, como B mais pollir ao delicto ; ou taes que importem pe-
conforme aos principias do Evangelho e cari- rigo da vida, e pelo menos algum grave mal
dade christã. Nisto a sociedarie sb tem a lu- physico, ou taes que consistam noutros me-
crar, porque serl mais difiail a offensa, nores males%.
quando sa saiba que tocar8 a um maior nu- Pelo que toca tis primeiras, parece que de
mero de individuos, dispostos a repellil-a. todo destroem a liberdade da acção, se o pe-
Porem o primeiro dever do defensor seri rigo imminenle não pode ser evitado pela
o de medianeiro, impondo firri d Lucta entra fuga ou auxilio estranho, vista a facilidade
ou dois, se isso 8 possivel, o reservando i que ha em converte1.a~ em vias de facto3.
auctoridade o castigo do aggiessor. Assim ser4 essencial para eximir da pepa,
que o crime soja cornmettido na presença
do ameaçador, o h w bO imperio das ameaças.
E defesa da nossa propriedade Nem B necessario, para que se produza a
immunidade, que o coacto tenha opyosto a
Mas, Sendo a propriedade um direito sa- taes ameaças toda a possivel e mais viva ra-
grado dos individuos, coma coudição indis- utiam, componere non moretur. Qod si dominus
pensavel para conseguirem o sou fim indivi- crarboris incisorem fuerit conteslalus, & poslea inci-
dual 0 social, não pode tambem deixar de asor fuerit, dum incidit, occisus, mors ejus nulla-
julgar-se legitima a sua defesa, ainda quando ((tenus requiralur.»
cause aos aggressores alguns graves males%. do 1presente Vide nota (i) da pagina 6i3, dB dolumna a,+-,
n."
doça, soc. Jesu, Viridarium utrisgue eruditionis. e Lei Cod., de transact, (2-4): (rlnte~po-
Liv. 4.", probl. XIII. usitas metus causa transactiones ratas non habcri
1 Lei i.', 5 &.O, D., ~d leg. c o m . de sicariis aEdiclo perpetuo continetuf. Nec tamen quilibet
(48-8) : ((Item Divus EIadrianus rescripsit, eum amelus ad rescindemdum ea, quae consensti termi-
aqui sluprurn sibi, vel suis per vim inferentem, oc- mata sunt, sufficit ; sed talem metum probari opor-
«ei$it, dcmiitendum.s ct~ot, qui salutis periculum, vel corporis cruciatum
Cod. Wisig., liv. 3 . O , tit. 3 . O , lei 6.': «Si quis- acon1ineat.u
apiam de raptoribus fuerit occisus, ille q u i percussit Lei 9.', Cod., de 16, qtiae wl mott4stw cama
«ad bomicidium non teneatur, quod pro defendenda (2-20): «Melum non jactationibus taritum, vel Con-
acastitate, commisfym est, i> atestationib~s,sed atrocitate facti, probari convc-
2 Codigo Wisig., liv. 8.0, tit. 2.O, lei 3.*: r ....
O t si aliquis alienam arborem inciderit pcr violen-
rtnit'.»
3 Nota antecedenle,
sistencia; porquanto, alem de que snccederã
qão lhe ser isso nassivel, accresce que o temor,
que influe ao sei1 animo para obedecer 4
apeaça, o demoveri egualrnente de lhe oppor
a minima resistencia.
Se porem estas circumstancias se não dão
para constituir a força irresistivel, ou as
ameat;as são de outra ordem, o seu valor 6
muito menor, e alB, para serem reputadas cir-
cumstancias attenuantes, carece-se de que se-
jam de natureza a abalar a firmeza ordinaria
do homem I.
A lei porem sci pode edictar quanto a ellas
alguma regra geral; pois a apreciação na
hypothese depender8 principalmente das cir-
cumstancias do facto, indole do ameaçador e
ameaçado, edade, sexo, forças respectivas, re-
lação do mal da ameaça com o mal do de-
licto imposto, affeifias do coagido para com
a paciente, e outras; e por isso mais toca.
com a consciencia dos juizes de facto.
(Conlin2ca).
-
D m I T O CBXMINAL pode deixar de pbr em risco a alheia, ou os
direitos d e terceiro ; exemplo : no que, por
TIIEORIA DA COACSÃO occasião do naufragio, obsta a que outro SO
aposse, ou ate mesmo o desapmsti da unica td-'
(Continuado do n." 397, paginas 515) boa de salvação, que somente pode prestar a
um delles ;no que se esforça em tomar o logar
$ 15: primeiro na barca, jangada, ou cabo de vai-
Coacção pelo terror paiiico vem, se a indisciplina, a bordo, Ih'o tolera;
no que, depois da reclusão de muitos dias,
N3o B trivial, mas B possivel, que o terror ou de andar erfante nos montados se v& des-
panico ou momentanao (subiilus et innnis nze- fallecer, se se não apropria do pão e fructos
tus), que acornrnekte por egual os homeos, que o acaso lhe depara, Porque a f l X ~ ~ e ~ ~
como 0s exercitos, actue tio fortemente na ]i- mheria parece natas circumstancias dever
herdade da a g ã o do indi~riduoque, privando-o desculpar 0 furto, circurnstancia$ aliis d i f b
della no instante, o impilla a commetter al- cais de se dar no estado da civilisação actual 1.
gum ou alguns factos criminosos.
Quem não v& qua tambem neste caso se $ 17.O
devem altribuir taes factos antes a pura fita-
lidade, do que a maldade, que realmente riao Coacção moral por motivos de eituação
ha?' e de humanidade
5 16." Tem esta logsr tsdais as vezes que o indi+
Coacgão por virtude da8 forgas physicas vjdll~é Por via da sit~açÜ0e m que se acha,
resultante da sua profissão, ou cir~umstância~
Tem logar a coacção moral, por virtude excepcionaes, obrigado a fazer algum mal a
das forças physicas da natureza em jogo com outro Cotn O intu.ito hurnanitara'o de lhe valer,
as acções do homem, todas as vezes que este, evitando-lhe um mal maior; exemplo : no ci-
sem comprometter a propria existencia, n%o rurgião, que Para atalhar a gangrena amputa
o braço do eliferrno; no individuo que, accu-
1 Lei 7.a, &,O, D., de furtsdict. (2-1) : uDoli
«mali autern ideo in terbis edicti fit mentio, quod 1 Decrato de Gracium, dist. L', cap. 26.", dr
*$i ,per imperitiam, vet ruaticitatem, vel ab ipso coqsecrattone: «Discipulos, cum per sogetes tran-
rpraetore jussiis, vcl casu aliquis fecerit, non te- (cseundo vellerent spicas, et ederciil, ipsius Christi
ccnetur.n civox innocentes vocat, quia coacti fome hoc fece-
.Lei ri," $ !&,O, D., dc po~n2.s(48-19): aRe- urunt,n
yfert, et in ~fljoribusdalictis, aonsullo aliquid admil- Cap, 3.' X de furtis, (V, 18) : {<Sim quis, p ~ o -
atitur, an casu : et sane in omnibus criminibus dis- c~plernecessitatem farnis, aut nuditatis furatus fuerjt
r\inctio, baeç poenam aut justam cligçre debet, aut uciharia, Vestem, vel pecus, paeniteat hebdomadas
ulemperamentum admillere,» «trcs ; et, si reddiderit, non cogatur jejun@re,#. ,.
11 de margo de 1876
dindo ao incendio, ao arrastar outro que en- I de ambos, quando um com a ordem 0 o
contra suffocado pelo fumo, na impossibilidade iutro com a obediencia qne lhe prostou offen-
de o subtrahir por outro moi10 ao perigo im- leram a lei, ou os direitos de terceiro.
qin@nte, lhfi causa alguma lesão. $ somenta desta ultima, e quanto ao su-
iordinado, que nos obcupamos aqui, e a que
ior isso miram as resolucões tomadas ; por-
Observações geraes e forenses luanto nas outras duas c na terceira, com
.elni:ão ao elielti, a responsabilidade e ccrta,
Não B altendivel senlo a coacçáo externa ; não pode ser illudida pelo principio da coa-
!
porquanto a interna, ou a que nos impõem as :ção que Itie não B appliravel, por náo poder
nossas proprias paixões, qua tcmos obrigação ar Iogar.
de dominar, B toda a nosso cargo. A lei deve dofinir os caracteres legnies da
O principio da coacção procede não só nos ~rdem, para que possa verificar-se a regula.
e~imes e delictos, mas tambem nas contra- *idade desta, mas não pode declarar os casos
vençGas, menos quando tenha Iiaviclo negli- ?m que a obediencia não B devida, pelo pe-
gencia em obviar i causa que produziu a rigo de auctorisar a desobedicncia irregular 1.
GO~G$~O. Assim, o que desobedece deve obrar a
Sendo diversa a indole das duas ordens do seli proprio risco; omqilanto cr8 que no mo-
factos, não poda adrnittir-se que as mesmas mento o pode fazer impunemente por ser a
causas, que no direito civil aiinullain os actos ~isdernnzunifc~tameníeiniyua, e O será sem-
juridicqs por coacçqo silpposla, procedam ao pre q i i e riirigiiem seja capaz de julgar della
mepos com iodo o rigor para afi'askir as po- jo rlivorso modo ; exeinplo : se sc ordsnasso
nas do delicto, pois qzc~ha mais futilidade 10 soldado quc desrarrrgasse o golpo sobre
eyn sztb$crever a zcm sacri/iczh pecuniario, do uma inriocenta criança, ou mesmo sot>i2e a
pua em pnstar-se a e-xeczbç6o de thnz crime. mullidáo pacifica, a mormente sem preceder
Corno as leis não podem prever todos os &visopara que se dispersasse.
factos de, que a coac~ãomoral pode originar- Cumpre fi defesa alleçar e provar em jriizo
se, e menos ainda avaliar.lho a importancia a escusa ou a desculpa da coacção, porque B
sspeçial, corivem que, atJtt>ridrndo-os,se ex- fiicio que se não prcsume.
primam por uma formula geral, que passa Deve o coagido dar noticia A auctoridade
comprehendel-0s a todos. E asto procedimento e ii parte offcndida rlo inal que contra vontade
preferivsl atE para não dar Iogar ao abuso, ellc fez, crn prova da sua boa fé; mgrrnente
coma succcderia, por exemplo: a respeito da se se tracta de malos graves.
fomo ou extrema miseria, sc a lei a rlccla- E talvez convenha que se erija em delicto
rasse de antemão corno desculpa do furto. suf generis uma similhante oiriiçsão, por bem
Mas isto não impede que se previriam alguns da ordem publica.
desses [actos, com rela~ão a dados crimos; A absolvição de pena nem sempre acarreta
por exemplo : a obediencia legilima ; a lcgitirna a da responsabilidade civil, que podo ter Iogar
defesa das pessoas e propriedades, pelo que não obstante a declaraçáo de irresponssbili-
toca aos actos de homicidio, ferimentos e corr- daile penal.
tusãas. 19.'
Era todo o caso, dada a omissáo da lei,
pode o tribunal attendsr 2 coacção, j i pelo
recurso das circumstancias altenuantes, j i pelc Pela citação dos diversos textos, com que
do maxiirio e minirno da pena cdictada 1. temos auctorisado a doutrina estabelecida,
$ escusado ponderar que, eni relar;ao a vêsse Corno os romanos prestaram attenç8o
todas as hypotheses do coinmando, surgem 6s diversas especies de coacção, jd a quo pro-
trez quesths de responsabilidade : do qut vem de causas purarnentfl physicas, j i a q u ~
monda, quando com a sua ordem illegal of um homem prodilz sobre outro, e tem por
fendeu a lei, ou os direitos do subordinado ' origem a defesa, as anieafas e o commando.
do inferior, quando com a sua desobedienciz
Tacham-se oomo condicões de obediancis, pelo
offendeu a lei, ou os direitos do superior; que1 toca & ordem dos magiritrados:
1 Lei 3.., D., quod matus cawa (4-2): ciMetu! f .O que clla emane do siiperior hierarcliieo ;
~autemaausa abesse videlur qui justo Liniore mor. 2 . O qiie consista srn objecto das suas funcçaes;
*fila, vsl cruaiatis corporis eonlerriius abcsl: et hoi 8 . O que contenha as formas si~bstnnciaesexigidas
Nem effectu ejus intelligitur. Sed non siificit quoll, pela lei ;
rbit terrare abducturo timuisse, sed hujus rei disv 4." que não haja lei expressa qua prohiba o acta
uquisi~io:judicl ,~llt, ordenado,
A jukhprtld@nclh da vblha europa adloptou
Bfi gBral D dirbito rbhdho, assentando as 9klils
4hearias sobre os respecti$os textos 1.
' *'OsCodiglos dos pajzos modernos t6m con-

signado o principio da coacção com mais ou


menos variantes nas suas disposições.
O nosso Codigo penal contem sobre as di.
versas materias, em que pode recair a coa-
cção, innumeras disposições que seria longo
referir.
.-----
DIREITO ORIMINAL I? certo que ha factos criminosos mais des-
culpaveis no sexo fragil 0 contravenções de
TIIEORIA DO SEXO policia, cuja immoralidade e importancia elle
não conhece t5o facilmente como o sexo forte.
fj 1.O Todavia não nos auctorisa isso a estabele-
O sexo em face da culpabilidade: a) em geral

A rnuihcr, que tem uma vida mais domes-


- I cer regras algumas geraes sobre o ponto.
Somente. no exame de cada um desses fa-
ctos, se podem indagar as causas particulares
tica do que o homem, e por isso menores e que determina& 'a menor culpabilidade rela-
menos variadas relações com o mundo ; que, tiva, assim como nos tribunaes pode esta ser
passando muitas vezes do patrio poder ao ma- apreciada respectivamente a cada inrlividuo.
rital, conserva a propria-vontade sempre sub-
missa e mais limitada a liberdade ; que não tem
as mesmas paixões, os mesmos instinctos, as
mesmas exigencias e a mesma robustez, mas b) por occasiãb do menstruo
possue maior pudor e fé religiosa mais viva ;
esta por natureza e educação menos sujeita Especial attt!nção porem merece o sexo
As tentaçúes criminosas ; comquanto haja cri- fragil, quando padece da affecção meosal,
mes que sii ou principalmente ella pode per- menstfuo ou menstruação; porquanto, ainda
que a mulher nessa propria situação seja tão
petrar ; taes como : o aborto, a stippressão
e supposição de parto, e o infanticidio.
E quando sa abalança ao crime, ao pelicto,
,e a contraven~50, succede isso numa edade
'
pura como o homem, em presença do estado
actual da physiologia e tambem rcsponsavel,
é todavia uma pessoa dbenle, ou, como diz
mais adiantada que a do homem, ainda que Michelet : ztne personne blesse'e, chaqw mois,
ella o preceda no desenvolvimento ; e alem qui souff7.e presque comtarnment et de la bles-
disto sirnilhantas faclos trazem sempre com- sure, et de ka cicabl.Êsation.
sigo o cunho das paixões que a dominam, v. Donde fica evidente que a culpabiiidade se
g., o amor, o ciume, o odio, e não a ambição lhe ha de modificar em razão da doença, se
e a cubiça, como no mesmo homem ; e apre- se julgar que pbde influir na acção crimi-
sentam o cunho do seu caracter fraco e ti- nosa.
mido : envenena, e não mata de máo armada. 1 Não obçtante o Laiitico a~simdisputiha :
Não pode todavia a lei, como bem diz Cap. 1 8 . O , vers. 19,": aAd mulierem qiiae palia-
Rossi. ter dois pesos e duas medidas nas ntur mcnstr~ia, non accedes, nec revelabis foedita-
giiesti!ies de impniabilidads, em razão do sexo eius.i
Cap. 20.O, vers. -18." :Qui coierit cum rnuliere in
dos : e 'Orn nada prova que itluxu menstruo, ei revelsverii torpitudinom ejus,
a mulher tenha, como tal, um motivo geral +saque aperuerit foniem sanguinis sui, interfi-
de justificação OU desculpa. acienlur amho de medio populi s u i , ~
18 de marpo de i876
REVISTA DE LE GISLAÇÃO N."3999
$ 3." , frer
a pona do capliveiro, que somente se
ao homem 1, Mas, contradictoria-
I applicava
C) por occasião da gravidez
1 mente, a fornicaçfio foi ahi punida umas vezes
<

1 mais rigorosamente na m u l h e r do que no. ho.


E de maior attenç8o ainda h digno o sexo fra- 1 mem, e outras vezes somente nella I 3
gil durante o estado da gravidez; porqilanto a i'arece-nos poder asseverar que, em geral,
sciencia e a experiencia provam que esta pode os romanos náo consideraram em especial o
produzir notaveis modiiicações nas Faculdades sexo fcrniniiio, pois não s6 o julgam consub-
d a mulher, mormente se o seu temperamento staiiciado com o masculino sob a denoniinação
B irritavel e melancoIico, por forma que lhe deste, mas expressamente o reputam sujeito
causa aberrações moraes, o delirio da ima- As mesmas penas 3, sem exceptuar a do con-
ginaç8o e a depravaç'ilo dB vontade. fisco, não obstilnie o favor do dote 4.
As sff6cCõès mais ordinarias da mulher gra- Todavia, por excepção, manifestaram para
vida são os odios em que, sem causa, troca com elle algurna benerolencia em casos espri-
a anterior amisade, e os appetites desorde- ciaes !m o r m e n l e nos tempos posteriores a
nados, extravagantes e irresistiveis, e, como Constaritino, já para o fim de separar nas
eonsequencia destes, talvez, a paixão do furto. prisões um do outro sexo, e ji para nlo 1an:
& certo que similhantes desvios não são c;ar tielIas as mulheres, nem ainda nos crimes
usuaes; basta porem que sejam possiveis, mais graves, senão nos mosteir*os
p'ara que a .lei os deva prevenir, e tamhem
attender, se passaram 5. realidiide, modificando ued2/icando ( 1 1-8) : uNegal lex Regia muliei~em,
uu isentando da pena, coiiforrno é total ou c(qiiae pracgnans mortua sit, humari, anteqiiam par-
cdus ei exciilaliir : qui cunlra fcceril, spem animan-
parcial, a ausencia da razão moral ou da li- utis ciim gravida perernissc videtur.))
berdade. 1 Paslorct, Rist. de E a legbl., tomo 3.7 ccap.
Mas cumpre tambem aos juizes e ao me. Ibid., cap. 26.O
dico forense separar cuidadosaniente a af- 3 Lei 7.*, i D.,de jurisd. (2- i ) : c(. ..+ Sed
.O,

fecção verdadeira da impostura, que pode cret iitrumque sexum Yraetor completus est,))
Lei 195.' pr., D., de ver&. sigfiif, (50-16) :
acaso, como por vezes t e m succedido, procu- ((Priiniintialio sernionis in sexu masculino ad utrum-
rar surprehendcr a sua boa fk. «que seuum pIcrtimqi~cp0rrigitur.u
Lei 10.', $ f .O, D . , ad Leg. Jul. de ádultbk.
( 4 8 - 5 ) : andulieros quoque, hdc caplte legis, qdtid
«dornum praebuerunt, vel yro tomperto stupro ali-
O sexo em face das penas «quid acceperunt, tenenturin 3 ,
Lei 152." D., de verborum signi/icutione: iEIo-
Se, posta de parte a qucsião da irnputabi- «minis apycllatione tam foeminam, quam masculum
ucontincri, non dubitatur.))
lidade, refieclitYios kblirs as penas a applicar Lei 3.', D., de bods danaridtoru?fa (48-90) t
i mulher, E a este r e s j ~ c i t oriiais facil decidir ~(Quiiiquclegihus dauinatae rnnlieria dos publinatur r
que alguiiias não devem ser-lhe applicaveis, ccmajestatis, vis publicae, parricidii, venificii, d e
ub por demasihdo duras, OU por menos con- usicnriis. a
5 Lei 1.a, Cod., de falsa moneta (9-94) : svi-
g r u e n t e s com o reedtb fehidil, postas ji de ctdiias aiitein ac pupillos speciaii digAdS indiitgentlk
phrle as que ella hão pode sotYrer, taes como, acredimus, ut viduae, nec ih proximo constit~itae~
as que impor+tam privaçfio de cebtos direitos; I ctdomo sua vel possessione careant, si nulla apiid
'
dd mesmo modo que, tractando da sua exe- tipsas tam gravis conscieptiae noxa resideat.~, .. ,
Lei 5." $ $.O, Cod., ad Leg. Jul. MajeafalZs
G U Ç ~ ~ Ué, &ais que manifesto que náo deve
1 (9-8) : ((Adíiiies sane corum, quolibet numero fuei
~offrercertas penas d u r a n t e o periodo da ges- trint, Falcidiam tantum ex bonis matris, sive t e d ~
taç3o 6 ein certo razoava1 espaço de tempo, ((tala. sive intestata deceçsorit, volumus pervcnirb-,
posterior a esta I, porquanto a causa do feto íiut habeant mediocrem polius filiae alimoníam,
é respeitavel g. ciqiiam intcgrum cmolumentilrn ac nomen baeredis.
~Rlitiorcnim circa eas dcbel csse sententia, quas prb
f 5." i «infirmilatc sexiis minus ausuras esse confidimiis.b
Segunda o direito judaico e romano Lei 38." $ 7.O, D., ad Leg. Jul. de alkulttwr
(48-5): cilncestiim autem, quud per iIlicitam matri-
Entre os hebreus a. mulher n ã o podia sof- cmonii conjunctionem admittilur excusari svlet seru,
~ v c laeiate, vcl elium puniendi correctione, qune
1 Vanglicrve, Prat. Jud., parte cap. &i.", ubona Fidc jntcrveiiit: utiqiie s i error allegetur; et
n.&41. Fuciliiis, si nemo reum postulavit. »
Lci 3." D., de poenis (48-19) : [(Praegnantir T,ci 6.a pr,, D., ad Leg, Jt41. pccalatus (88-ll)c
ibitltlbris cohlumendlle Hiimnatae poena differtur, asacrilegii poenain debcbil Proconsul pro qualilate
r<$fii?dNp8riak. Rgo qiiidem,, ct ne qriaestio de e i ha- ciycrsonae, proque rei cunditione, et temporis ct ae-
uhkhtur, bidio dllbrrvari, quíimdiu pracgnans cst.)) atalis, et sexus, vel severiiis vcl clcrnentius statuere.i
2 J,ci S.., D., de rnobtho infcvmàu et seprlcrd 6 Lci 3.", Cod., dc c u ~ f o d keorttea
~ (9-4)-
quanto h excepção; porquanto a Qrd., lix,
S g g u n d ~a lei wisigotita e a jurisprudencia
5.O, tit. I%.', 5 d.', exime da pena dc c a b
d a velha Europa fisco a viuva e a orph3 menor de qwatarxg
nnnos; sondo nesta parte mais rigoro$a ,do
O direito wislgotico parece ter era geral. que a Iei romana, donde descands, pmque
~onsagradoa egualdade dos sexos I. esta isentava absolutamente os iwptiherse o ora
No meio da arbitrariedade das penss em proprios pupillos sem distincção de som, e a
voga, no longo periodo desde a sociedade ro- Ord., liv. 5.O, tit. 17.", $ &.O, releva de toda8
mana atb os nossos dias, B pouco ciirial pensar as penas a mulher menor de trozs amos pelo
que a mulher encontrasse decidida protecç3o crimo de incesto.
nas leis, ou nos tribunaes; mas e possivel ad- E cnrnqoaato os nossos dois rnelbres orL
rnittir que, pelo respeito que se lhe prestava, minalistas sustentassam como rega g~ral,~ I B
desde que o christianisnio a nohilitou, pela as penas deviam ser qitigadas am razão do
ai~ctoridadede que gozavam as leis imperiacs, sexo, tão pouco fundamento lhe ano~ntrtira~m
e por isso as que favoreceram o sexo fragil, rias nossas leis, que um SOm0ht0 a pbde
e pela equidade e crescente doçura dos cos- apoiar nos textos favoraveis do djrsito r13r
tumes, se usasse para com ella de alguma muno, e o outro fez depender a sua appliaçgo
cÒmmiseraç50, mormente quando a historia do direito magestatico de perdoar, negandsi
dapõe que certas penas demasiado deras lh'as aos trib~inaes! I
não infringiam em alguns paizes cla Europa, Somelite o tribunal da inquisição parece
e ate lhe outorgavam o privilegio da restitui- ter sido tanto ou mais severa com o sexo
ção, considerada como menor, contra as confis- fragil, do que com o sexo for10 9.
sões de crimes a que não acresciam outras O nosso Codigo penal contem sobre o sexo
provas 2. estas disposições :
$ 7," aArt+ 72.' A pena de traballios publicos
Se~undoo direito portuguez Pereira e Souza, ,Classe! #os.crlmes, s q c ~ ãjta, ~
capitulo i.", $ 1 7 . O , n.O S i ,
O nosso direito parece ter seguido o ro- tit.Mel10 Freire, J d s Crirn. LU$.,liber slngularis,
i:, $ 2 5 . O
mano, quanto pois que a lei náo d i s 2 fim d i S c u ~ ,mntr(& y~ a hwelim pni(& do
tingue entre sexos, quanrlo pfie o principio judahmo por Vicente da Costa ~ a t t o s(ft. 134):
geral sobre edades, e ao contrario expressa- (c.... E no que toca $8 mulheres, nzo h6 duvida ser
mente 0s eguala em certos de]ietos 3, mnlo «proveitoso e nccessario desterralas, com os mqrjdos
t(apostatas, assi porque sendo da mesma nagno seria
1 Codigo Wisig., liv. 6.", til. 2.". lei 4." :(Prac- aimpossivcl não seguirem a ley de seos maridos,,
(tsentis Icgis superiori sententia dampnari iubemus .como porque nellas particularmente são qiais no-
«seu isganuus sit, seu servus, utriusque sexus....n ((taveis as superstições judaicas, e se ienri visto mais
Codigo Wisig., liv. 6 . O , tit. S.', lei 3." :Si mu- ciexemplos que o confirmem, morrendo em sua pmc
«lier iiigenua per aliqiinrn violcntiam aiit occiisio- rtinacia mais numero que o dos homew ; c be par
anem ingeiiuae parlum exc11sserit, aut ex hoc dcbi- cteão que como o crime de bcregia é erro de i ~ t e q -
.alitasse cognoscitur, sicut & ingcerii sspuerioris cidimento o ellas naturalmente o tenhso menos, sao
«drmpni poena mu1tectiir.n ctmuito mais sujeitas a heregias, principalmente R
Codigo Wisig., liv. c.", til. 4.', lei 1 i.? a * . .. tcestas do judaismo ; que consistem em siipersti*~
~ H o cipsiim etiam dr de ancillis praecipimus custo- (te cerimoniae a que muito são dadag; aleni de qgie
<adiri.u acomo as mulheres tenhpo menos segredo ficam pqlp
Codiga Wisig,, liv. 6,",tit. S.", lei 12.', que ccmcsma razão ser mais perjudiciaea, porque -
eguala, os sexos na pena. amunicando-se todas, mais facilmente, as que d%' o
Codigo Wisig., liv. 6 . O , til. $.O, lei 17." c(.... nmás farão cahir as outras mais depressa, e as enL
nrta ut si vir, sive mulicr sit, qui crimen parricidii asinarão. .i> ..
uadmiserit. ...o No exemplar que possuo escreveu pQr i#e
Codigo Wisig., liv. 6.", lit. $.O, lei 18.': «Si antigo e curioso leilor a geguinte nolu margiqqai
upater íilium, aut filius patrem, seu maritus uxorem, palavras- mais numero que o dos homens: n c m o
naut uror maritiim aut mater fiIiam, aut filia ma- ctsuceeãeo no auto da fd em Coámbra, no anrio de
:(trem, aut fraber fratren), aut sorar sororem, aut (r4660no qual morrerão cimo h m 8 , e t r u e me-
«soçerum gener, aut generum socer, vel niirus so- a1hei.ee.n
itcrnm, airt socrils nurum, vel quemciinq consan- Mas de longe vinha a doutrina, povo 4 de vgr dp;
nguinitate sibi praximiim, aut suogeneri copulatum Eodigo Wisig., liv, 3.', tit. Ici 3." u..,, &J
aocciderit, morte damnetlir.)~ 1 equooiam apostatieandi praeciplt'@lloflaude poiilii
codigo Wisig., liv. &.O, tit. $.O, lei ib:, nomesmo I ctirrulierum seepisuimo perpeltatui ,...n
sentido. Codigo Wisig., iiv. S.@, tit. ti.., lei 4.a: :Soi&
"slio .Claro, BenMiarwn, li.. I.' S,íiosi, aguarumdum infelioiuoi l~idiqsrumWlilia b ~ d , q &
gurst. 60.n, n." 22,
3 Ord., liv. 5 . O , tit. i?.",pr., $$ l.O e 3.'
Ibid., lir. h.@, tit. 13?, pr,, $$ 1." 2.' e 3.'
i adevotioni ndmiscere; et peimixla veq4iua;l sipipJhfp,
obansgrcrionii sibi; com voluerit, aditum rcic-
~(rake,J)

L
$48 REVISTA DE LEGISLAÇAU
an3o poder8 em caso algum ser applicada tis '
arnulhores, aos menores de dazesetci annos,
Naos maiores de sessenta annos, s aos que
ativerern tal infermidade, que náo possam
uservir aos trabalhos publicos, sendo esta in-
cf6rrnidade competentemente provada.
: c $ unico. Quando taes pessoas commette-
((rem um crime, que pela lei tem a pena de
utrabalhos publicos, ou que, tendo sido con-
ademnadas a esta pena, chegarem iedade do
asessenta aonos ou ao estado de enfermidade
aincompativel com a mesma pena, deverá
uella ser substituida pela de prisão com tra-
abalho ou sem elle.
aArt. 92.O Nas mulheres gravidas não se
aexecutarfo as penas corporaes, excegto a
opena de prisão correccional, senão passado
«uin maz depois de terminado o estado de
agravidoz. u
Imagem da cumplicidade
TREORIA DA CUMPLICIDADE
A seguinte imagem nos fard conhecer ao
g i." mesmo tempo a irnportancia da cumplicidade
no deIicto, e a solução lega1 na applicaç30
Ile£inlgão de cumplicidade e sua etymologia da pena.
Com effeito, assim como na concepç30, na
Diz-se cumplicidade, no sentido lato ou publicação e na representação de um drama
phiIalogico, a pat.ticipaçiio de d d s ou mais qualquer, tomam parte individuos diversos,
agentes ,no mesmo dklicto, ou a coe%istcncla e mormente nesta ultima são numerosas os
de dois OU vnais agentes de zcm mesmo delicto; actores que sobre a scena desempenham o pa-
e tamhem o vinculo moral, que liga entre si pel que a cada um pertence, tocando a uns
os agentes de zcrn mesmo delicto, e por isso os as partes principaes ou primeiras, e as se-
deve unir .no sofrimento da pena. cundarias ou acçessorias a outros; e com-
No sentido stricto porem toma se pela par- quanto todos caminhem ao mesmo fim, não
ticipação secundaria ou auxiliar dos agentes podem todos ser nivelados pela mesma cra-
do dclicto, em contraposição Q participação veira ; assim no drama, ou na tragedia do
principal de outro ou outros agentes. crime, que se pode decompor em muitos actos,
Náo tiveram os romanos termo corrcspon- e desde logo nestes trez principaes- a resolu-
dente ao substantivo ce~mplicidade,e por isso ção, a preparaçãop a execução do delicto-po-
exprimiam a id8a por meio de periphrases; de haver actores ou agentes para cada um
possuirara todavia o adjectivo con~plexpara rlelles, para dois, ou todos trez, e nelles ou
designar o czcmplice (isto e, particips sce- em qualquer delles tomar quinhao maior Tlu
teris), do qual as linguas modernas derivaram menor.
o substantivo, que soa quasi do mesmo modo 8 3."
em todas as liguas de origem latina 1.
Condições da cumplicidade e sua diyis$io
1 De i-eslo o adjectivo compl#x 6 termb composto
dos d~is~sirnples: c r m (preposição) e plemus, parli-
cipio do verbo plecto, qiie tem as scgiiintee signifi-
I Duas $50 pois as eondi@es da enrnplicidade:
cacões: ferir, casliguv e atar, 1ecm; o qual por sua (vinculo matet-ial); aquella para exprimir a ligação
vez se deriva dos dois verbos gregos x ~ i ~ alar, w , li- entre os individuas d e l i n q u e n t ~ s/v%ncetlomoral). E
g a r , e irxr,~=w',ou ~ ~ T T ferir,
Q , e os consiilistnncia. ' coin cffcilo tão appropriadamenle, quanto 6 cum-
Assim importando os dois termos, tanto o de cum- plicidade, por uma riotdvel cpjpcidepcia resume em
plicidade, como o de conneaão, se attendurnios á sua si as trm idèas d e tiggdr, ferir, f a a v ~ a f e, css$-
raiz, a idèn de ligacão entre duas cousas ou obje- gar e ser castigado, BofPw o mal. insiauarido assim
ctos (ligado com); todavia a sciencia consagroii csla em o nogso espirito que aquellies que 'o delicto jus-
para designar a ligação entre os factos crjminoscs ctou devem ser unidos' no castigo.
25 de mar90 de 1876
864 hEiVzSTA DE LEGISLA ÇAO M." 406
a unidade do delicto e a clunlidad~dos agen- moraes para dcecrminar o criminoso 2. Mas,
tes; o que todavia n5o implica que possa ha- pois que é difficil de conceber que o que
ver plvralidade de agen tas, o tamhem &ta- forriece planos seja alheio i resolução a que
lidade o u . ~ l t ~ r a $ i d de
u d dsli,ctos+
~ ellcs miram, tornam-se os termos moral e in-
Assim a cumplicidade divide-se em : tc12cctuaZ geralmente como synonimos, e im-
4." simples, qual 6 a da primeira hypo- portando ambos a cooperai;ão somente moral.
these, e composta, quando se verifica a ul- A participação moral e physica consiste
tima, porque pqde ella então decompor-se em na prestação de actos physicos, OU materiaes,
tantas cumplicidades simpiices, qoantos são preparatorios, constilutivos ou auxiliares do
os delictos da qu8 os mesmos agentes partici- deliclo; e comquanto s e Ihes chame vulgar-
param ;, mente participação physicu ou materiai, i3
S." de associação anterior ou expressa e isso apenas por contraposição i somente moral,
.de associaçã~instantanea o11 kaeita, segundo e não porque ella excIua o elemento da morn-
antecedeu o delicto, ou foi somente por oc- kidclde, a intelligencia e liberdade do partiai-
casião do delicio que todos os delinquerites pante, porque, qiiahdo tal hypothase se dh,
,tornaram nelle parte. Posla de lado, j i se como nos delicios perpetrados pela criança
vê, a natureza do delicto, a primeira è mais a pelo louco, a participaçlo e~cl.tlsa'aamonte
grave, como indicadora de resolução mais ro- physzèa ou maferia1 destes não importa ra-
Bectida, e até de premeditação; sponsabilidade penal ;
3 . O g ~ r a l ,quando todos estes collaboraram 6 . O do participaçiio principal ou .cecunda-
em ~odosos actos do delicto, desde a resolu- ria, ou dz4plicada, segiindo a parte maior ou
ção até final execução, e tal será a de uma mcnor que O agente tonia na porpetração do
quadrilha organizada ; e parcial, se os actos delicta, isto 8, conforme coopercq nos actos
constitutivos ou accessorios do delicto foram constitulivos, ou s6 nos accessorios e auxi-
por todos distribuidos; e esta 6 a mais vulgar; liares do delicto, ou em uns e outros ao me-
4,' positiva, quando consista em factos ; smo tempo;
negatihb, se somente em omissões, a qual é 7." curnplicidadtl real, que resulta do b-
mais rara, e esta cotnrrictteria o guarda de ctos de cooperação efiectiva ; presarnida, que
4~ estibolocimento, que para facilitar o furto provem da actos que demonstram assoei$çáo
ou roubo deixasse de fechar as portas dellc. com os criminosos, tal 6 a que so deduz do
A negativa, havendo dolo, mas sem inlenç50 acolhimento que se Ihes, presta ; e especlLtl ou
criminosa, pode affeectar particulzrmente os posterior, que deriva da factos posleriores ao
que têm aucmidade para impedir o delicto, delicto. As duas ullirnas especies porem per-
e qualidade paira dissuadir ilclle, ou obriga- tericeni propriamente 5 adharencia.
96.0 Joga1 para o denunciar, c não o impedem,
nem dissuadem, uern denunciam 1;
5." d e pa~iicipaçhworud somente, 0 de
participaçúo moral cphysica ao mesrno tempo.
CumpIicidade como elemento do delicto
Tem aquella cabimento sen4pre que algucrn ou como clrcumstancla~aggravante
toma parte n,o dclicto, empregando somente
os meios intellectuaes e moraes -o coaselho, Delictos sxistorn nosquaas a cumplicidade
a persuasão, ou outros, abstendo-se tudavia é ou elemento constitlitivo delles, ou ao me-
dos factos rnatqriaes coiistitutivos ou auxilia- nos circumstancia acgravaule; noutros ter-
, res delle ; e se subdiride em wiorul propria-
mente dicta e em intellectual, consistindo csta
mos, ou o delicto não existe, ou não 6 aggra-
vaclo, se nIo houver dualidade oii y~luralidade
na simples preslação do projecto, de planos do agentes, tàes como, os de assuada, se-
e instraccóes sobro a e x e c u ~ ~doo crime; e dição e outros.
aquella propriahente no emprego dos meios Cumpra, a respeito dellas, discriminar com
cuidado, j i se o caso pende ds numero dater-
1 ]Cei 44.', Q I.", D:, ad Leg. Aguil. (9-2): minado ou indeterminado de agentes, jB se
uQpòties sciente domino, serviis v~ilnerat, vel oc- num e noutro caso entram em linha de conta
(rcidit, Aquilia domibum teneri, dubium non est.» os cumplices qtle cooperam por qualquer
. Lei48.",pr., b., adLeg.'Rquil. (9-2): ascien- modo, ou< sourerite os que sqo verdadeira-
ttiatn hid pro patienlia accipibliis, ut qui prohibere
apotuit, Leneatiit., si hon Fecetit.~ mente autores matoriaes.
Lei 1,09.', D.; de reg. ju?. (60-17) : c<Nullum
ucrimen patitof 'h, qui non prohibet, cum prohibkre 1 O Codigo penal no artigo 436.Wmihisti.a exem-
amon potest.~ plo desta cumplicidade.
Mas este duplicado exame somente pode
fazer-se, conft.ontando o f ~ c t oou factos com
a. lei que os iacrimina l+
(Conthha).
DIREITO CRIMINAL a classiricaç30 de dois grdus geralmente ado-
ptada, ainda assirn não são accordes os sabios
THEORIA DA CUhIPI.ICIDADE e I~gisladoresna designação dos que tem por
auctores e por çumplices propriamente taes.
(Contiiiuado do n . O 400, paginaa 563) Mas por isso mesmo deve a lei estabelecer
somente os principios geraes reguladores, dei-
8 5: xando sempre aos tribunaes o completar a
Cump@cesem geral e adherentes. Auctores.
apreciação da cumplicidade, como questão de
Cumplices propriamente dictos. Sua definição. facto, que tambem è.
E com effeito, entre os proprios'cumplices
Os agentes collectivos ou mukipliccs do de uma mesma categoria, &ml?nte negar'& que
delicto dizem-se co-auctores por cumplicidade, a culpabiiidade não B diversa quem n8o re-
ou melhor cumplices no sentido lato ; e os flectir, que 6 de homens e não de abstracções
que, não cooperando, todavia em certo modo que ha effectivamente a julgar.
tomam sobro si a responsabilidade do delicto,
adherenles. $ 6..
Mas da diversa participação dos primeiros
no delicto resulta a necessidade de fazer-se Auctores-chefes
distincção entre elles; assim uns são chama-
dos delinquentes imfnediatos, princÊpa,es cum- Dizem-se auctores-chefes aquelles que tdm
@ices, ou melhor, auctores do de1iclo;uwjros a parte nobre ou sublime na resoluç%ge exe-
cumplica accessortos, cumplices secundarios, cução do delicto. *
azcxiliares do delicto, ou antes, cumplicespro- Com effeito, posto que os auctores intel-
priamente taes. lectual e material, por isso mesmo que o sáo,
Dizem-se auctores os que são a causa pri- hajam tocado a meta da responsabilidade or-
maria, gerndora ou eficiente do delilicto; cum- dinaria, podem As vezes occorrer circumstan-
plices propriamente taes os que prestam quaE cias que determinem, se 6 possivel, a eleva-
quer auxilio, não indispensawl á perpelraçüo ção da medida da mesma responsabilidade,
do delicto. quanto a algum ou alguns delles, permane-
De resto, B f6ra de duvida que os grius da cendo intacta, ou abaixando-se atb a que cabe
participaçáo no delicto podem dar occasião a aos outros co-auctores, por motivos de bem
uma c~assificaçáomais singularisada dos cum- inteiidida equidade.
plicps, como, por exemplo, a de trez grius de Tem isto logar na resolução sempre que
Tissot : cumplices p.re'neipaes, secun.darios e algum predomina por foriria que quasi ar-
accasovios; ou a dos Codigos allemães, tam- rasta comsigo os demais; e na esecução,
bem de lrez griius : auctores, ctimplices e quando a algum compete a direcçá.0 superior
faictores; , e que admittindo por siwplicidade dos actos do delicto, direcç3o alids necessarh
8 de abril de 1876
para imprimir movimento 0 unidade nos actos 4 ." Auctoridade ou poder (corn~i~andoou
da pluralidade dos cumplices. ordew) ;
l$m diversos del?ictos t:econhecem as leis 2.VViolencias ou ameaças (coacção vzo-
@,nqes eeta bqencipl 4stindo qnt~eOB di- ral);
Versos ancdores delks jl 3 . 9 d v a s ou pro?;clessM (fia~gdato);
4.' Meios Iraudulentos, ar ti ficios, ernbus-
$ 7.O tea (dolo) ;
5.' Conselho acompanhado de planos, apon-
Especies de auctores lamentos e instrucções (consiki2cm veslitum
ql~alibca'um, ou instruclie;um dos Doiiiores,
os s"ctore3 330 lambem <lo dlja espsejir, em6'~ l Inssliga~ão
~ o s i ao ç ~coflsilhfi
o
ou
nuh[?fi);
6xcita~So dos sentimena
qGi&r intc.ecrudou prococadm 6 o que,
raBSaIy&J~ap adbarindo 3 resoliieão do dtati- tgs de ou trem ;
cto, o faz praticar por outro ; e rnateria.1, pliy- 7.9esignação precisa do dehrto (provo-
sico ou immedbdo, somente em contraposição, caçáo ao publico).
4 agupllq que, abraçando livremente a resolu- Verifica-se o primeiro modo todas 3s ve-
@O do, primeiro, a dB A execuç3o, ou lama zes qlie aquelle que d& a ordem tem direito
parte immediata nesta, de modo que B physica- de mandar; alihs, ha somon ta simples con-
mente a causa productora do delicto. selho 1.
e misier que os do auckor V ~ r i f i c a -0~segundo,
~ quando por viokn-
&risi sejam di~ectammlaproducfmcs do de- "as Ou ameaças se condran@ a15qt m ao de-
licto; basta que sejam necessarios ;i execu- licto.
~ ã o :pelo que tanto val vibrar o golpe, como Verifica-se o terceiro sempre que qurilqiicr
os braeos da vioijma%;entrar dentro Commelte a outro a ~ X P C U Ç ~do O delielo por
da casa para a roubar, como ter segurado a dinheiro, promessas, ou algum outro lucro,
escada, arrombado a poria, conduzido a luz, Por lorrna quai lagar da orde2np desequal-
ou acarretado os objectos do roubo. Todavia, dade de condiçdes ei obediencia do primeiro
nesla aso, os auctores porlehl classificar-se modo, ha aqui contraeto entrc egtiac$, e preço
em pucbres de pnnie{ro despndo gr&, fitxad0 ao crime* Nem obsta se falte 6s
e isto mesmo 6 applicavel aos cumplices. promessas, urna vez que ellas hajam deter-
O aucbor intelloctual e material, concor- minado o delicto.
rendo junctamente, dizemaseco uttctorts; epi- Verifica-se o quarto, q u a ~ d aso impcllt: ai-
theto que quaJmsni8 po& applicir-se aos $6 gucm ao delicio, faze~do-lhe doloeamerite
intellectuaes e aos sb materiaes; e tarnbeni acreditsr, ou que os moios são inirocenlee, ou
se dizem com-delinquentes, dt~sigriaçãoqu B do Y ue meritorio o resultado, abusandq,assim
mesmo modo quadra a todos as auctorss e da sua boa f4, ignoraaeia, ou fraqueza intd-
curnplices, de per si, ou conjunctos. lectual.
Verifica-se o quinto, quando algwem pqr:
suade outro ao deBcto, empragaride toda a
8 8.O efficacia possive!, 0 ainda subminiskraado pla-
bodos de ser auctor intelbctual. Medianeiro nos,
I sem o que bcerto que esle não perpa-
traria a maldade%.
Mas, em regra, o simple~.cansellio não B
E porque o auctor intellectual não pode 1 punido 3.
em caso algum deixar de ser causa determi- Verifica-se o sexto no caso em qpe qual-
nante (10 deliclo, n%oB si~fficienteque o tenha quer iocita ao delictu a ouirgm que jtl para
simplesmente suggerido ou acoiisolhad'o ao iisso se achava prediposlo, ou iocita a causar
auctor rnatorial; e misler que haja actuado
no animo destts, para delle obter a sxecuç3o Lci 3'7." $ l . O , D., ad Leg. Aqtsil. (9-2);
do crime, por algum destes modos : ((Liher homo, si jussu altcrius miipü injuriam, de-
(idit, aclio tegis Aquiliae ciim eo esl, qui jussit, si
1 Ord., liv. S.", lit* B.", $ IS.", verbis: prin- ((modo jris imperandi hahuit ; yuod si non habtiitb
cipal tratado^ dssse conselho, e confederação. (iciim eo agendum est, quE Feci1.n
Codigo penal, artigos i73.", 177.*, 180.", $ 1 .O, Lei 1:. $ S.*, D., ds servo cqrruplo i I t-3).
1i89,". ap.',$ 1 .O, 877.", $ unico, P82.0pr., 983.a Insl., $ i i .O, de obllgot,, quae e& klict&(k- t 1.
pr,, é$$'' I,ei 36." pr., D.,de furtfs (47-2).
I.ei, $! I . O , O., ad Leg. Aguil. (0-2): Lei 50.a, $ 2.O, o,, de furlis (47-2).
uSi allus Onqíl, hlius intcremit, is qui teiiuil qoasi L e i I'.', $ S.", D., b s a ~ c. o ~ .($1-33.
ucausrim rnortis praebuit, io hclum aciiane tenet uy. i Lci 16,; pr., L)., dep0e~i.s(88-19).
mal aqueHes que n3o tem ainda, ou se aoharn i dois auctoras intdlectual e material, á que
privados tlo uso da razão; ou mesmo os entes 'I alguns t6m dado partiorilar aNenç9io. na hypo-
irracionaes 1. Ihese do mandato, é. um auxiliar como quat
Vurifica se o setiirio ernfim, se alguem ou Ii quer outro, que deve ser corrsidehdo, j i au*
alguns incitam as massas d desordem e ao cior, já simplesmente cumplice, cdnforme as
crime por meio de discursos verbaes, escri- circumstancias que nclle se derem.
ptos afixados (pasquins), ou impressos ou
outros meios, furtando-se todavia a tomar 8 9.O
parte directa nos resultados da sedição.
e da essénrcia da provbcação q l i ~se dirija a CoroHarios
um crima detarminado; ou melhor, para que Deduz-se d'aqui :
geja verdadeiramente ctiminosa, carece-se de 1." que, dada a cumplicidade, podem am-
que p~ocedade uin modo directo, por exem- bos ou todos os curnpltces ser egualmente
plo: instigando B lançar o fogo A casa, 4 flo- aiictores, e nenhum cumplice propriarnerite
resla, a invadir o domicilio do cidadão; por- lal, ou secundario;
que, se o provocador não i! responsavel pelo 2 . O que, ainda que seja mister, para haver
facto material, em que náo toma parte senão qualquer de reputar-se auclar, o ser causa
pela resúlzlçcso que lhe partence, sem justiça eficiente do delicto, sem a qual este $e não
seria .inculpado num facto que não resolveu ; seguiria, não irnptica isso qde$iatervenhaoutra
e para que seja punivel, ao menos com a pena causa eficiente, egualmetile ribdkdsatfti para
ordinaria, B Inisler quc! os delictos provoca- a perpetraç5o do mesmo delicto, quer seja
dos teriliam sido levados A execuc;ão. tambem intellectual, quer material, porque ao
Assim a provocação em geral para fazar mal, cot~traria s6 poderia haver dm ductor por
a excitaçâo de odiosos sentimentos, a insti- cada delicto, e Bcaria sem effeito a distincçãb
gação ds más paixões, ou não devem ser entre auctores, ou somente serviria para
punidas, ou somerite o poderão ser como de- dar a cada delicto um sdctor singdlar de a d h
Iictos sui generu, ou, quando muito, como im- classe ;
portando cumplicidade, so se provar tiaverem 3." que são iodos auctoros tainberti, quandb
de algum modo influido no ariimo do executor dois ou mais perpetram actos, causas efficien-
do crime2. tes do delicto, cada qual por si somente, islo
Na provorag"a ao publico não se empre- 6, sem que a primeika c$recesse da sogunda
gam meios suasorios sobre um certo ou certos para surtir o pleno effeito, ou vice-versa;
individuos, mas sobre as massas, e isto i: suffi- por exemplo : mandando dois separadamehtb
ciente papa constituir criminalidade, pois que ao executor que commetta O crime; dispa-
de um lado as m6s de povo são mais impres- rando dois as espingarilas sobre a victima, e
sionaveis do que os individuos, visto que causando ambos ferimentos morfaes, ou s6.o
sempre ha nellas algucm propenso a deixcir- primeiro, ou s6 o segundo
se seduzir, sondo em seguida facil a com-
';
4." que outro tanto se verifica ainda nb
miinica~ãodo movimento aos demais, o por caso em que os referidos trrrneni parte no
oukro lado o impulso dada i? tanto mais peri- mesmo acto, resoluendo todos e executando
goso n ~ l l a sdo que nos individuos, quanto è todos; por exemplo,: Iim pohda a,espingarda
apoiado na união das forças. B cara, e desfechando-a outro; ou melhat,
E a~tasponsabiiidade serl ainda maior, se segurahdb a'mbds a espingarda, e ambos con-
I! possivel, quando se abusar de um meio de correndo a desfechal-a ; e n$o importa ao caso
civilisação -a imprensa periodica, para o con- que assim procedam por mero capricho, ou
verter em instrumento do crime. por necessidade imperiosa 2.
O inlernaediaria ou medianeiro entre os 5,' que não pode haver auciores, 0 n a
1 $ingular exemplo do insligador com cumplico lambem cumplices, sei130 por 'factos atitei'io-
irradional, ou melhor sem ciimplice, nos presta o res ao delicto, e pelos de exeoução;
Codigo Wisig., liv. S.", tit. 4 . O , lei Ig.", no que
açula o cão contra alguem, por forma que se lhe Lei Til.', pr., D., ad Leg. Aquil. (9-e) :
,..
causa a deiiltaçiáo, ou ainda a liiorte : «. nam si uOccidisse dicitur vrilgo quidem qui mortis causam
eeum (çrncm) ad iniioccntG forsitan injuriandlim iii- itquolibet podo ptaebi\it..,.»
iicitaverit, tanquam s i ipse vulnus intulerit iuxta le- 2 Lci 51." iin Fne, D., ad Leg. Apuil. (9-2):
ages cornponbrei non moreLi1r.u c(Cum plures trabem alienam- furandi caii$a sustdle-
@ A T,ei Boia, g Lo, V., de f m t i d (47-l), ter. arint, quam sing01"i forre no? possent, futti aMiohi!
nando ruspongrvel pelo furto, não s6 o que !aconse- ctomnes leperi existimantur ; quamvis subtili ratipne
)lia que se Fça, m q s tambem o que aconselha, Pni- udid Poslt' heiuiidm eoi'liih 'teneri : qriia rueminem
plaitIciarurn &men causa, destoa deste principio: avcrum sit eam stistuli'sle.»
6.O e que por isso os não pode haver por :
faclos posteriores ; por exemplo : recebendo
ou iaslrumentos do crime; occiiltan(10 os ohje-
ctos ~oubados,v. g., o cadaver; assegiiranrlo
a evasão dos criminosos ;
7." que se podo porem ser auctor por fa-
cbs materialmanle posteriores, se a promessa
de os praticar foi anterior e deterrninaliva do
delicto, porque, tornando-os então coevos dalle,
valem como taes.
(Continha).
DIREITO CRIMINAL mero para impor As victimas ou aos que pos-
sam soccorrel-as, são auctoras I;por exemplo:
TIIEORIA DA CURCPLICIDADP os que vigiam nas avenidas, ou vão avisar.0~
criminosos de que a auctoridade se apprq-
(Continiiado do n.0 401, paginas 580) xima.
$ 44."
8 10:
Cumplices propriamente taes
Deve assim ter-se por assentado :
A cumplicidade 0ffer0~0paior nUiner0 de 4.0 , cumplicidade
variantes, e pode dar-se em todas .as peri- todas as phases do delicto, sem ercep~]lo;
,jarãe em

pecias do delicto, 2.' que, sendo muitos e variados os actos


Na resolução* são pois cum~liceslodos do ,,pliridade, a lei não pode nem enume-
aquelles que, a provocar, nem a fazer ral-os todos, nem avaliar-lhes de antemáo a
tomar, w n c o r r e r a a todavia para que se importancis ; pelo que cumpre que, definin.
piasse por 8xemp1o : prorncttendo um auxi- d 0 - o ~por uma forma geral, deixe a spreci+,
qualquer ; occultar 0 delinquente, PerPe- ção mpecial delles ao juizo esclareoi<lo dos
trado o deliclo; assegurar-lhe a evasão, a im- tribunaes;
punidade ; fazer desapparecer OS vestigios Para 3.0 pode haver cumplices
a accusaçao ; occnltar, vender os objectos rou- siores, ou factos d e cumplioidids,
baèos, s m que comtudo simlIhanl8 Pmmesa i prindpaes e materia@$, decIarados
fosse determinativa do crime. criminosos pela lei (sociecs delicti non intelli-
Nos actos prepamtorios. Todos os que hou- $ilrrr$ine auuore delicii),.
verem ministrado apontamentos e instrucçães
para ajudar a execupão ; transportarem o exe- ' L" unica* $ 2 a 0 $ Cod** de raPtu virgifium
(9-13) : ~Poenasautem quas praediximus, id est
cutor 4 loc~tlidade;fornecerem meios de trans- et bonorum amibsionis, non tancum adver-
porte, Casa ou lagar, onde possa aguardar o as,, raptores, sed etiarn contra eos, qui hos comi-
momento do' delicto ; traQ;es para o disfarce, ntati in ipsa invasione ct rapina fuerint, constitui-
armas, mudiçóas, instrumentos e materias crmus....n
$ i.',I., de o b l i q ~ t .Q M U e 8@ ddkt0 (4-1);.
uteis ou necessarias execiição ; derem signal Enumeram-se diuwsos por arur pode con-
ou advertencia do favonvel ao de- correr para o furto, e se lhe applicam as respecti-
signio criminoso. vas penas.
Na e~eczcçüo, Todos os que. cooperarem O Codigo Wisig., liv. $.O, tit. .i.",lei pune
nesta, praticando quaesquer factos com que esles taos : *et Opines qui CUm e0 ~eneiixit,vei ~ l l i
«id fecerint,)) com respeito ao crime de assuqda,
auxiliom os auctores ; comtanto que sejam ncnos ou alb do 0 chefe,
p~esentesno h g a r do crime, Porque, se o fo- n 10s OU escravos alheios, porque. se fossem proyr o~~
rem, ainda que não seja senão fazendo nu- \ ficavam i~puncs.
r
sjoi.

i!de abril de 1876


S.' que um mesmo agerito pode praticar liclo possa ser perpetrado, violando-se assim o
todos os actos de cumplicidade na si~ccessáo principio da solidariedade defensiva da socie-
do crima, ou somente alguns, y~rtencendoos dade, e se pretende, ou fazer assegurar as
d $ 3 a i ~ ti respo~sfibilidadede outros agerilcs ; 17antagens do delicto, ou alcançar a inripuni-
€ido que uminaes&o .agente,pode, com r?- dado' du delinqu'enta, 'e erh todbs os casos il-
speito a determinado crime, ser siinultanea- luílir a acção das leis, com justiça os punem
mente auctor e cumplice; estas, se não todos, parte, algumas vezes,
8." que, comquanto a parlicipação por actos se não sempre, ou como delictos sui generis, ou
moraes sejatsampre. dolusa, pode todavia rtão pela relação que tBrn com os delictos princi-
o ser a participação por factos materiaas; por paes, copnexa como entre si elles slo; pois
exemplo : se alguem, interrogado, iridicou de qlle a ellas impende o direito e o dever de
bw-fé.arno~iida..daviclima, ou emprestnii a c3stigar todos qiiantoi obstam tk suas sas-
espingarda; crendo servir fi caga ou á guarda; cções,, e não merios de corrigirt 06, rniius, eos-
pelo que; nestes e em similhantes factos de si times.
Znnocentes, 4 mister que. se prove a scicncia da Seráo pois adlieranto~do delicto :
appIicaç5o criminosa, pois que não i! prpsii- Os que, pnrlenila sem 'perigo aiixiliar e
m-vd~--a fim-de que pmceda ~tcumpliaidadti; defender o oíiendido, no momeiito da i n h -
7 . O que, yuanto ao seu caracter, a cum- cção, ou chamar em seu auxilio a aucloridade
plicidade, oujIrnelhor, os factos que a censki- ou OS cidadQos, deixam de o fazer ;
tilcm, não têrn criminalidacie prnpria, mas Os qile, podendo sem perigo prender o
sip,erriprcstada ao Iriclo ou iaclos principaes agerite em flagrante dclicto, e entregal-o 3
do dclicto; o qua importa dizer que o gidu auctnridade, o não fazem ;
de: criminaIidade intritisaca do* factos de cum- Os que, sendo requeridss competentemente
plicidadc deve ser fi8aclo pela natureza dp fn- para auxiliar a prisão do agente, se recusam
cto principal, pois que deste hesmo clla G dc- sem escusa Icgi tima ;
rivada ; Os que, sendo obrigados em nzão da sua
8." que, dados porem os factos ~iriricipal profissão, emprego, arte ou oficio a fazer
e accessorio, se fixa (logo para os agontcs rc- qualquer exame ou declaração a rcspailo de
spectivos a responsabilidade ?*cal,sem que a alguma infracção, alteram ou oacultam a ver- -
de um deoertila da do dlitrb; pois que a respon- dade do facto, ou as circuq$qcias que po-
Srrbitidadb, do$ cizmplices i! prnpria b nlio sub- derem aggravsl-o ;
sidiarla, 'Vlsto qiie em materia de crime niio Os que, podendo partie$ar B auctoridade a
ha garantes ; ' inrracção de que tiverem corihoei~qento,o não
'Oqa 'e )emfim que E8iribem ri30 têm uma si- Fazem ;
gnifidçio. deterininada ; pelo qile podem irirli'f- Os que alteram, qudaln, ou dèsfazem ,os
feiirn temen te ligar-se a irifrac~õesdc natcirexa vestigios deixados pala inIracqáo, , impossibi-
divepsa ; por exemplo : a vigia ou ~syreitaque litando a forixiayão do c o r ~ od s Selicto do
pode favorecer um assassinio, uui roubo, um fddlo permanente ;
attenlado ao pudor, ou oiitro crime. Os que prestam, ayxilio ao aggqte para se
evadir, procuram inutilisar a praya da irifta-
ci;ão, occultar au des~ryiros instrumentos au
objectos 'desta para, fhe assegurar a impuni-
dade ou proveito do facto, urna ues que não
Abstrahindo das dias especies de cumpli- haja accordo aqterigr ;
aidade, ka todavia diversos actos de omissão Ob que procuram irnp,edir por qualquer
I ~ Oflagrante delicto, de omissão e commiss30,
modo, ou enervar a eficacia da jusiriga, ep
perpetr,id~este, Ror peio dos qiiaes o deliri- desçobrir o agente ;
quQntepode occasioaar .ou concorrer mais ou Os que occultam o criminosa;, ,
menos ilirectarnenie para que, ou o dslicto so Os que lhe forriecem passaporte cam nqme
oahsumine, ou dcpois não seja punido,' fahp ou suppos,to ;
' Cri~skituem"bstes actoS tirnp terceira espc-
Os que prcstsm. falsas dcc)ar.açõec á aaqcto-
cih de' cumpiicz'dade, chamada cumplfcidad~ ridade, ou juram Falsa para o sairar;
por pdhermcia. Os ,que escoridern o qaqaver, $a viçk@a~.
+~+tCurnprehende~se facilmcnts qiio simiibant es Projecto do Codigo penal, artigo 5 1 . O
fdltüb 'b8iq 1.i~.ln~id, ieqortar participaçáo no Jfi sc v& do que fica referido, qiie á adbereh-
'd%jfç,t~''14);;
<
11:' $, ~ ; Y G C U F ~;Omas, ,sçn4o ccrtQ, cia pertence a cumplicidade, dieta de pdrtidpa&a
que por'mcio delies se d i occasi3o: a,,que o de- posterior, effitenséua, in#irr6tal ou EqeciaE. [pois pun
Bivres, partidparidcr numa ac@o immra! e
prohibida pela lei, teiato basta parazquet rn
Base da da cumplicidade spondam perante e ~ t a .
O facto da associação entrs os criminoao$
Que os cugplices devem todos ser pui~idos expresso ou ainda mesmo tacitd, cano nos de*
nâo entra em questio : causas intejligenles 0 lictos repentinos, rráo arltera~tbdavlãebase @o&+
todos estes tetmos 6 designada em conl~aposiçãoh mum da penalidade, comquanto coadjuve' esta,
verdadeira ou real cumplicidadd), mas somente etn porque, dando a medida do vinculo anbre os
ditas de siias trea fhrmas. associados, conduz d dernonstaaftío de vi~culo,
Cobi effeito fizeram os antigos orirninalistas con- ou ligação de cada um delles aom 01 facto ai-
sistir esta na approvaçlio ppsterior do delicto (rati- rninoso, do qual somente depois demrre a tw
haBiliu), na ~ e c e ~ l a ç ãe ooccultngão ; e fundando-se,
quanto âquella, nas sponsabilidade por cada um dellas,. Assim n\n
" Lei 1 $ i&.*, D., de v i et ai armala (43-16):
.I, o actus deliqtcendi, que estI na ed@cupãodo
aged erl si, quud aliusi dejecit, ratum habuero; sunt crime e não na associação I, B sampve a base
icqui putant secvndum Sabinupi e1 Casçiiim, qui ra- para a punição, ainda dada ai cumphcidaide,
utiha.bitionem mandato comparant, me videri deje-
cccisse, Inlcrdictoqus isto teneri ; e1 hoc verum cst, A assorriagão pode, B verida&@, iifiportar
arectius enim dtcitbr, ib dialeficio ratihabitioncm comsigo alguma penalidade, mas sameak
unibndalo comparari. 0 como crime sui gonsris.
Lei 552.*, D., de d h , rcgul. @r. (tio-.-17): S 4."
~(Dejicitet qui m a n d a t . ~$ 2.Duln maleficio rotiha-
ubitio mandato comparatirr.n
não escrupuTisaram em acarretar para a mrteria pe-
nal uns textos que 96 legislavam em matefia civil, Alvitres sobre a puniplo da cumplicidade
ou melhor, k e r c a do inlerdiato u?edeai.
Dão soffre haje disciissáo, que nzo é ponirel o
individuo somente porque ostenta a sua irnmorali- Mas como proceder a respeito dos com-
dade, regozijando-se, ou approvando o delicto que deliquentes?
odttem perpetrou, ou ainda gratifichndo o delin- Igualal-os por forma @e, sendo um o de-
quente.
Alem de que deviam altender a que, pelo mesmo licto e urna a pena, seja esta distribuida em
direito romano, nem sempre, ao mciios, a ratifica- quinhões eguaes, um para cada qual delles?
$0 sortia 0 9 effcitos peIioes, pois nâo era cIIa siiffl- Não ; porque decretal-o assim seda iliudir
cikrltd a filder ihfatne o marido que ignorava as con- a lei penal, pelo dolo a que nlo deira~iiamos
diçGes da rnulhcr com quem casou, nÃo ob~tanteha-
ver ratificado o consorcio, como se vâ da criminosos de recorrer, convocandu muitos
Lei 13.', pr., D,, de hu qui notant inf. (3-2): para o delicto, a fim de tornar a pena divi*
aQuid ergo si non diicere (sit) passus, sed postea- dida um mal supportavei a todos; b que mais
sqiiam duxit, ratum habucrit : ut puta, initio igno- procede nos delictos que exigem pfuralidade
etavit taleni esae, postea scit? Noti notabitur. Ptae- de delinquentes, visto que nestes, indepen-
utor enim ad initium duptiarum se relu1it.n
Quanto á receptacão e oacultacão que os romanos dentemente do dolo, dividida a peBa, seria
parece terem comprehendido sob iirn só e mesmo ineficaz a lei.
termo - rec tdtor, como se deprehende das Igualal-os ainda por nwa forma; a firil de
Lei 1.., 8.. Jti reaeptatorihur (11-I 6): Fessi- que a cada uni deiies se applique solidaria-
umum genus est reaeptatorurn, sine qiiibus nemo
dqtere dip potest. l$t praecipitur, uL parindo pu- mentestoda a pena,' porque 4 um expediente
uniastur atque lairones. in pari causa hahendi sunt, do facil execução, pois que dispensa o exame
+ia cuni apprehcndere lairones posscnt, pecunia dos diversos grduu de parlicipaç%o, e aleiri
iraccepte, vel subreptarum parte, dcmisetant.» disso, e talvez por isso mesmo, recomrnen-
kd 2.') D.,de ~ucepta€ovtB% (48-4): aEos, apnd dado jh pela auctoridade de notaveis legisla-
oquoi adfinis, vel CQgnatwslatro oonservalus est, na-.
«que &solvendas, neque peuere admodum punien- ções ? 9
dos; eon m i m par est eoruui delictum et eorutu qui
unihil ad se pertinentes Iatrones recipiunt.~ 1 Lei 47.a, D,, ad I&. Cmn. de sicarib et w-
não estão porem no mesma csro pelas raiaes ex- wpciiu (48-8) : &Sirira I)ereuasus homo perierit,
poriles. «ictus uniuiciijusque in hoaeallectorum contemplari
Seja dioto de passagem, q i i s assim como a antiga <topofet,a
jurispriidencia distribuiu a reaeplaçãp dos romanos Pot isra bem acauteta D Codlgb WisigothPto
-
nos dois delictos receptaçâo propriamente tu1 c - qiie a pena de 300 açoiks f pbr cada um dos Euh-
A U C C U ~ ~ Q ÇC,
~ O consagrando aqticlfa para o faclo de ....
plices, no liv. 3.", lit. a,', lei 4.', iaverbis: a tre-
de pFoCiitar ssseguvat os p ~ o v d t o sdo furto au rou- ncentenis insuper singuii flagelloruh ktiblis qerbe-
be, e esta para o faclo de se [irucutsr proteger a pes- erentiir ;» c no liv. 3.O, tit. 3.", lei 17.', in verbis:
soa do delinquente; do mesmo modo os modernos
tbm estendido a mesma occuttnção ath comprehen-
....
a singuli e 6 r m Qcntena fla@2lla suscipiant r* e
do rnlsmo modo no liv. 1'2.', lit. B.O, lii $2.: d . . . d
dereni hella não poiicos dos factos, qiie hoje enh- aHaec soilicet dnmpna vel verbera slbguiafim rinus-
iBentmes *co@oldeadhc~iicia, , ((quisque pefc4piati: viddlicet um iile gtti n u p i b
Yarnbern não ;.porquanto t i4.O seria injusto
oastigap m m p@nA,uniforme actos fiecessa-,
riarnenlo diversos pela immoralidade { e pelo
damnorrl 2,." seria tambem irnpolitico, porqiic
teilderia a facilitar a execução do crime, ciijos
aobos $30 declarados egiialmente criminosos ;
quando, ao. contrario, b de esperar que, gra-
duados elles, elpunidos diversamente, o crime
se ~nãaconsumme, estaliulecída a desaveric;a
entre os associados, cada um dos quaes re-
jeitars o.lance8mais arriscado ; e se a Ipi,
conszcrnmado o crime, procura a desintellr-
gencia entre os criminosos, beneficiando os
que descobrem o trama, e mais util e moral
que assim proceda para prevenir os clelictos;
3iQe ultimamente seria tambr:m impi*iiderike,
porque*não contaria ,com a benevolencia dos
tribunaes, preferirido não punir, para não dar
logar a uma pena que a conscieiicia pnbliea
acoimasse de iniqua.
Applicar tantas pelias qualitos os crimino-
sos, e cada uma dellas graduada pelo deliclo
destes ?
Ds certo, como passa a ver-se.

Qualidade das penas

Mas primeiramente v~jEimosyuaes devem


qer as penas.
, Estd visto que, sendo ecm e o mesmo o de-
licto, identicas dovem ser as penas, estabelo-
cendo,se por isso a gratluação do castigo Pntre
os auctores e cuinplices, n30 na qzcalidade
dellas, mas na sua quantidade.
Somente por exccpçãn pode adrniltir-se que
se appliquem penas diversas, quando a me-
sma não for susceptivel de toda a proporcionali-
dade de que se !ia mister; o11 quando, já a
cumplicidade, jli a adhcrcncia sejam, aquella
muito tenue, esta tenue e negativa, por forma
que lhes não seja adequada a pena idenlica.
(Continha).
--- - -- --
DiREITO CRIMINAL no auctor intellectual l , no conselho e nas ou-
tras hypotheses, am que o mesma auctar ti-ver
THEOBIA DA CUMPLICIDADE brado debaixo de alguma forte pressão, que
não actuou sobre o auctor material, nas uw8,
P
pela maldade superior, maior responsabi idade
a este toca por sem duvida.
Deste modo pode dizer-se que a penalidade
Penalidade dos auctores, ahsoluta e relativa: nos dos auctores entre si occupa os dois extremos.
meios e nos dehotoa accessorios; e das cum- o infer~ore o superior de uma escala, eqpi-
plices librando-se, quando se encontram, diminuindo
A pena dos auctores, ou seja o intellectual nuns e augmpntando noutros, ao passo q w ~
ou o material, deve, por via de regra, ser a cada um delles se affasta do ponto primrtivo.
ondina~ia,do delicto, como se um só agente Cada uma das especies de auctoria moral,
o per,pa~rasse,l.Appl~oar uma pena menor a oy intellcctual podo tambem em rela.ção a si
qjgvrn delles, sob pretoxdo8de que aquells s6 propria ser mais ou menos grave ; pois qqe
foi causabindirecta do delicto, lsto 0, sb ha a provocaçao de longa data é de certo mais
nellt: a criminalidade subjeçtz~n~ e qbo a obje- imrnoral do que a que se faz num mom,entp
ctzva, e, de que neste cessou em parta a im- de despeito e colora.
moralidade p e l ~impulso estranho, seria lwar De resto os limites do maximum e do mib
em coma dquelle a hyprocrrsia ou cobacdia nzmum das penas darão logar a distinguir en-
e,m 1-150se atrever directamerite B maldade, e tre os auotores de primeiro e segundo gráu.
a 'este a desculpa dp ser o segundo numa re- Quanto i responsabilidade dos auetores in-,
sollicãa que livremente apropriou. tellectuaes nos meios empregadasl ecriw
Mas, se esta e a regra, pode razoavelmente açcessorios, cornmettido>spelo aiictor. mater~a],~,
admttir-so que soffra modiíicaçfies, para que e este um ponto que tem sido digcutido caq,
a5. vezes deva ser maior a pena que affecte ap,plicação restricta ao mandato, rnag cumpre.
1 vns ds qqo a que affecte a outros dos au. decidir, ostendendo-o a todas as especies de,
ctores. Com effeitto, se rio mandato as condi. auctoria intellsctual, quando possam ter nestas
@e$, dos. co-auctores sq nos antolham tãc cabimento.
ue a responsabilidadejpossa dum-SE Se, empregando o auctor material meios
cguaes* 4
entre to os eqirilibrada na maior parte dos diversos daquelles que lhe foram indjcados, o
casos, outro tarito se, ri50 verifica no com. delicto permaneceu o mesmo, tal como o homi-
mando, onde o principal quinh%o de respon. cidio com arma branca e não com arma, de,
sabilidaile (juando não B toda) toca de certc fogo, a responsabilidade aflecta o auctor~ia-
tollectual ; se porem o deljcto se oonverka
1 Codig~Wisig , liv. 7.O, bit 2 . O , lei 7.'. uNor nou&ro,o excesso nos meios e ao delicta nãq,
c(sp!urn I I I ~ , q u i furtuq feccrit, sed etiam quicun- o pode alcançar; como se se tiver q u q ~ i 4 ~
(iquc conç~iuafuerit, vel furtim ablata semens siisLe-
aperit, in numero furantirim habeslur & simili vin- um furto, e se perpetrasse um roubo, porque
«dictne suhinccat.» E tambem as Ias 8 a e 9.'
. ....
Codigo Wisxp+, 1 ~ !?,.O, tltA 2.O, lei 2.. a Cadigo Wisig., Iiv. 6.*, tk. LO,
le1~i2,'.ub,.,
(tfta inmen ut unusqiiisque earum in convcntu pu- «Et quoniam consilio quisque, vel jussu homicidium
ci.blicequinguhginra flegeIla suscipiat.)i Vide Iiv. 8.0, ufaciendurn insistens, noxior judicendus est, quam
Cit lei 3.a ...
uille qui homicrdlum opere. peqetcavil. a,
$6respoade pof aduelle, salva & aaggrav,u$áo, Nel'll se diga+que n $actor irrtellee@aI e o
por t02' dado occasiãe ao dbltctb mais grave cumplfce dbrnm ]i loda a o o o p e r a ~ % possi-
~
com a prcupria provocaçtio a s menor deliclo+ tel, pols que a psoposa~cfeito ao auctor mate-
Quanto aos crirn6s accebsorlos, sB elles na] O o~pnandatoem qae se converte, qu;ind~
erdm 'faceis de prever, cnrriu, resu.!t'taclcis posb acceite por este, e o propria a.ii#ilio', Sãn @em+
siveis e prova'vens db crime prouo'cado, por jire actos preparatonos, ou lalvez de resolzc-
exemplo. a morto, por ~ b i l ode um grave ção apenas, que s6 rotfestem o valor moral e
ferimenfo que sahaente se teve eih vlatst, deve lega2 da imputabilidade, quando o crime con-
em boa rat% se? por el,les punido o alictor sumrhado deixa ver a ClÍação oa a ligação em
intellectual. que COMelles estl,
Se porem o crime acresaiih estata fhra da Elevar a delictos s~c8gener;~ a çoopera~Sp
previslo liurnana, v. g., a \ iolhçrio que acomt do aactoi: intellectual e p o s ~ i ~ tmas l , paroco:
panhou o rapto da virg~rn,não cabe ao au- nos 1 ~ de~criminalidade, 0 sorpcnte justifi~;ido
ctor intellecludl responsabilidade directa no em crimes gravissimos.
segundo crime 1, mas dove ser-lhes circumstan- Esta vis@ que qpsse pnuprio caso, acceile
cia aggravante da psna do crime pro~oredu2. a pccipssrção, o maoda[ario daveria ser tamr
Havendo diversidade de meios e dclicto bem punido,
-ãccessono ao mesma tempo, cada hypothese Se o auctor material rejeita a proposta do
deuq ser julgada sepa.radamenta com appii- auctor intellqctual, e posteriorrqonte a dB 4
oaqáo dos mesmos principias. execuçãg sem ter prsvenido este da sua accei-
Se porem, nern nos mcios, nem nos crimes t.açáo, cama podo succedqr, aindalmesmo dplo-
na& ia de commwm com a provoctqãa, esta sarnente, para que s6 elle aufira os lucros d~
desapparece para dar' logar 5 cumplicidade, crimeo não chegou a constitiiir-se o ~ a n d a t q ~
s# a victiwa 6 sempre a mesma. e fica inten&do que aquelle obrou por suq
Quanto aos ouniplic~s, esta dicEo ol bas- gropria conta, salva a pena de cumplicrdadq
tante para se conhecer qu9o difficil' 4 prover para este, como causa oficasional do dslictp
a geaalidade ;, deve esta I~&Iobstante coofor- perpetrado.
mar-se com ;i cnaportamoa o numero dos actos Se porem o auclor iptellectual e Q cuw~
qve goo$iriucrp a cumplicidadg; ser esgqcial- plice, grrependidos, reti'raram um a provo-
rqenlg ai,tend,ida pela lei, emquanto ao&cnimsa cação e Q outro o anxllio, em tempo conve~
B actos mais, gr,aues, B d.~ixaltrd rttcla rigre- niente, e o auctor material aipdq assim 4
~i,aqãodos tsibunaas, pelos qua são de some. o crime h execução, a responsabilidade 13 96
nos irnporldncia. deste, porque os vinculoa da cumphcidide
E pode at8 succeder que a culpabilidade com os demais esta0 rotos ; excepto se a lei
dos aumplices $6~3,tão pmca, que sem in- julgar que dcvei pun~ra accmiio dada a~
cop~snien@posBa a ju6liça pocial deixar de delicto, se se provar que sem a provooação
pu iii1-w. o criminoso n%o teria deile cogitado.
$ 17.0 Se porem a q e e l l ~somente
, retiraram a sua
Penagdade dos cumplices não sendo pxecirtado o pal~ticipaçãofbra de tempo, por forma que o
deiicto; e, seadoi-o, sem actieitagão e com re adClOr materia'l, n%0 ten&o podido ser pretfe-
vogagao dfi propoatai e dada tentativa oh crlriie nido, executou o deIicto, a responsabilidade
frustab~
redi sobre todns, p.orqa8 não pode leuan-se
Pode bem sucwder que, resolvido o crirhe conta umaflependim~nto,ja Porque, wndo
pelo auctoy inlelleçtual, fornegdos os meios tardio* n30 P ~ au ~ e Por- ~ ' ~ ~
pelo ournplice e abrapada a r e s o l u ~ 5daqoelle
~ 949 pode ser h~procrita,o somente no liituito
nelb aultor material, este. arrependido oii por de escarnecer da lei*
alQam mo&, contrariado, o não db eaecuçsa Todavia, se o auctor lnt@llectua]e O CUlXly
H$V~.PB Mgar i imgosicão de penas? plice podbrem provar o seu arrependimento,
NGJO$6 qerto ; porque estas n80 dependem C que SOil3efle Causas inveriCiv€!is'produllir$mb
&J facto da,associação, mas di> crime subse- que "80 podessem reumr a tempo a soa coo-
quente. peração, a pei3a deve ser minoriida, porqug
a ocaurrenaia e bastante atten#uante;
h bet 89."; pr!, D.,d e f f t m b (47-2)~ iQiii in- Quanto h tentativa, sempre que B puniv&,
w l a e c w a Jrnuam affi.e$~~t~ wamvis per O quantg ao delicto frlietadb, d o admitlo dq-
E i vim ma-
.1pEc;a iolunt'as et propositum d'elinquontis di$lin- vida wB O a ~ ç t ~iPibd~e6tUSl
((riias rca amutla a~&. PDU L ~ P E ~ Ufwtl r e O CllmpliGQ
~gult:P
2 O.$d., liu. &iq,tit. 39.0,$v.9 ! s e p m a sort* d~
po henefioio da lei.
maler~al, na pena Ioga1 Q
O cumplice que faz com que falhe a tonta- Justifica ambos estes arbitrios j i a repu-
tiva do auctor material deve ser irresponsa- gnancia da na t oreza h u m a n a pelas punições
vel, cornquanlo este ultimo o não seja, visto em massa, que recordam as proscripções
qiie por facto estranho f o ~obrigado a slis- de Sylla e as da revolução Franceza, e jB a
pender a execução do delicto. consideração da natureza peculiar de laes de-
IIG~OS, oriundos n3o da preversidade, mas
das virtudes c ~ v i c a stalvez, que aspiram a um
melhor futuro nas instituições dos (povos, 4s
Pena no cago de multiplicidade de delinquentes vezes precoce, outras amadurecido, mas con-
Se ha delictos que somente um individuo trariado pela acção de maus governos.
pode perpetrar, ou alguns poucos individuos. Deriva-se d'abi a razão d a s amnistias ou
outros podem dar+se que de necessidade exi- perdões gubiicos. (Cont5nhaI.
gem dezenas. centenas, milhares de cumpli-
ces; sao os que miram a alterar a ordem e
tranquilidade publica, ou as leis fundamen-
taes do pau, a sedição, a rebellião, isto 6, os
crimes quasi polititos e os polititos.
Se a justiça absoluta quer que a punição
comprehenda lodos os delinquentes, a justiça
social ou a prudencia politica dicta brandura.
E se nos tempos que jB vão ha muito, co-
~ l h e c i d o s pela crueldade dos castigos, se não
fez total alarde d a s penas, porque sabemos
que a cada passo, por exemplo, quintavam
ou dizimavam os soldados d e um regimento
sublevado 1, procedimento diverso não pode ter
a nossa edade, domada jã de longa data pela
suavidade d a civilisaç%o moderna.
Assim nem se punem todos os d e l ~ n q ù e n -
tes, n e m jiS. se usa applicar Squelles que se
castigam uma inutil severidade.
i Esleve a decimação em grande Uso na antigui-
dade, isto 4, castigar iim por cada dez, tirado á
sorte do meio das legiões; e lhe chamavam os ro-
-
manos legimes deciznare, e hs Ie$iões - decrmacae.
Cicero pm GEusnko assim se expressa. uStalue-
arunt ila majores noslri. ut si a rniitlis esse1 flogi-
utiurn rei militaris admissum, sortitiono in quosdam
uanimadvertcrelur ; ut metus videlicel ad omnes,
upoena ad paucos perveniret.u E mais abaixo cha-
ma a este processo uSorlirr ad poenam »
Tito Livro, IIV. 2 O, diz tan~bem.ctCaetera multi-
aludo, sorte decimus quisquam ad supplicium 1ecti.n
B pozeram por obra similhante castigo Appio
Cleudio, segundo Dionysio de Haiicdrnasso, Crasso,
segundo Plutarcho, Julio Cesar não uma sb vez, se-
g~ndoAppiano,e ainda mais alguns, segundo oiitros.
Mas a dccimayão não se exerceu somente sobre
a proprza rnr1icia mas arada sobre as hostes ini-
migas.
Sylla, entrando vencedor em Athenas, decimou
para o ultimo supplicio qudntos reconheceu como
adversarios, segundo attesta Pausanias, tiv. 1,O
Camhyses, rei dos Persas, na expedicão contra
os Eihíopes, decimou as suas cohurtes, não j á em cas-
tigo, mas para sublrahir-se h dura fome que as per-
segue.
Suppõe-se lambem que o psiilmo 67.", v 18.0 SI
dormzatis inter medto8 cleros. OU znter medias sorte#,
se refere a simi1bante especie de castigo. P,Fran-
cis de Mendo~a,soc- Jeau, Verzdartuni utrzusgeie
#rudtllones, 11v. 8.5 cap. 2 . O
DIREITO ORIEtINAL vertcr em parricidio para os de~cendentos,
conservada todavia a natureza propsia quanto
TIIRORIA DA CUMPLICI~ADE aos qùo o não são: a qualidade de funccio-
nario publico, no aime de falsidade, a coberto
(Coritiiiuudo do n." 417> ppainus 4) das proprias funcçõ.ee, e na de concussãri os
;I

quaes perdem u ~ parte a da gua9gravidade,


5 19.' quarito aos cooperadores despidos de Su~a~Des

I
publicas ;
Pmal~dades,aadas cixcumstancian attenuantes, 4.u dltermlh8,. OU menor
e agaravantes
bilidade de alguns agentes, eomquapto o de-
Aproveitam as circumstancias attenuantes, licto permaneb irilaclo ~ a i dtodo; elles; qner
e prejudicam as aggravantes, a todos os com- as mesma$ circumstancias sejam co.eva8 com
delinquentes, aiiqlores e curnplices, para que O I d~liclo, exemplo : a menoridade de yns ;
ou se Ihes minore ou se lhes elove a pqna 7 ' a rei~çidsncianoutros; quer derivadas da factos
Cumpre distiqgujr entile circumstanci~s.mo- posteriores ao dalicto , exemplo ; o apram-
L

daes, mmeriaea 011 zwtrzlasecgs 0 circurnstan- bamento da casa da victima, perpetrado so-
cias pessaaes ou ex~~tnsecas ao delicto. mente por alguns, depois do homicidici, as
As g~imeiras,podem :, declarações feitas i justiça por outros so-
4 ." alterar a natureza do delicto, isto b, ,mente.
transfarmd-o em delicto de natureza diversa Na primeira .hypothese, as: circum$tancias,
daquolla, ~ u j aseaa se nao f h a o influxo del- convertendo-se em elementos do delicto, não
Ias ; exempio : no furto, que se traduz em podem ser objecto de questão, porque B as-
roubo se algum dos ladrões pergetra violen- s8s manifesto que do actus deltngucundi se
cia ou arrombamento ; ha de derrvar a responsabilidade de todos os
ouerar .qug, não obstante permanecer cumplices.
intacta a natureza delrct.0, este seja, não Na segunda -,hypothese,tem de afirmar-se
J$ 'um delicto sippleg, mas um, delicto ag- a mesma solupo, porque, ainda que as cir-
gravado ou attenuado em si mesmo ; exern- cumstancias sa não transformem em eI'enlen-
plo : as circumstancias de premeditaçl'io, Irli- tos do delicto, incorporqm-se todavia nclle
çBo 04 aleivosia, armas, pro\oca@jo e oulras. para lhe elevar ou diminuir a impoptancia
As se8undas podem,: real, e B a delrcto o ponto de partida de onds
3." fazler que o delicto na ,suh apreciação ha de decorrer a responsabilidade dos com-
mortal e lep;al se desdobre em dois para os delinquentes. Alem disso qualquer 4 mais ou
diversas agentes, porque, quanto 8 alglins del- menos crirnirioso, segando for,mars ou hepos
les, ellab proprias se convertem lam elementos grave o facto a que se assoeiii.
db del~cto; exemplo : a qualidade de descen- $ de notar que muitas vexes ~umpiioe
10

dente, no cride de kom~cidió,que. o Paz con- do crime póde estar na ignorancia das air-
6 de maio de i870
cumstancias que o aggravam ; mas nada deve como accessorios dos que os antecederam.
isso influrr para que não soffra as consequen- ou como delictos especiaes, B f6ra de duvida
oiaç dellas, ainda que um pouco mais branda- qiie nunoa podem julgar-se da mesma grari-
dieats, ~ k t dque náo pdde hegar-$e que si- dade que elles ; e por iaso a peda devis sdr
btlk~atbfgh(lrbficii4 deve oxekcíer Hl ou qual tão modificada, qilabla 8 a distancia que os
influencia na apreciaçso do elemento moral. separa, tendo não obstante em vista o vinculo
Na terceira hypothese ha a considerar os da connextio.
dois crimes diversos para cada um dos agen- E se ao legislador B dado aggravar um
tes, de modo que, se, por exemplo, dm B pouco mais a pena, quando os mesmos deli-
parricida, não passa o outro de simples homr- cta são notaveis pela frequencia e habito, e
cida. alem disso tarnbem determinados pela cubiça
NBm val o alegar que este se associou a de lucros 1, excepcionalrnenle deve, oii rnti~lifi-
um CrPrne niiiis grave, em relação a algum sal-li ou remittil-a totalmente, quando: 4.0 o
dos com-definquentes, porquanto, alem de que ddicto anterior B ignorado pelo adh~rente;
pode ignorbr a cihcumslancia que assim o de- 2 . O quando guasi 1180haja conri.ex$o, ou com
termina, acresce que seria absurdo punir mais os deliclos passados, ou com os possiveis de
%ravementeulü cumplice, pela razão da maior futuro; 3 . O quando o adherenta obra desinte-
gravidade que aflecta outro cumplice, d q que ressadamente ; 4." quando este 15 proximo pa-
seria punido se elle proprio sbmente perpe- rente dos agentos do crime antecedente; isto
trara o deliclo I. 6, quando nos adherentes preponderam os sen-
#Naquartk hypolhess B facil o decidir que timentos da generosidade, da compaixão, e
Bs oircam~taucins,sendo passúaes, nBo podem muito mais ainda os vinculos do sangue.
hprowltat. 8 prejildicar senão a'qrielles a quem Qaem se n2Io revoltaria contra o pai e filho,
tocam, porquanto 8eria iniquo fazer respoh- os conjugas e irmãos, que um ao outro se não
sauel por qilaliqiier facto sqheile que o h30 prestassem gakal,hado? E as leis interessam
pi.e,ticbu, e absurdo usar de brsndrlra para em rião quebrar estes sa~radosdeveres mo-
601h qaenh a IrB0 mereco. raes, mais fortes que a8 suas proprias san-
Proceder de outro modo seria ainda án- cções l
~iullaras justas insultos do legigllddor, ao abrir
ti porta h tiemonsbra~ãbda verdade dos factos $ 5011".
B A pr~pot~ionalidadedas penas, e por isso lkep'ara$ão
lervht~dciem cotita ai3 declareçóas doe cumplí-
0% ab alle8etõbs de c@cÇaùi e oabrbs des- N3iu prokede da tepara@ii8 a regra
cfilpa9, que $5 ~ r o ~ e d e mnuns cflm~lices~d, graduacão da pena, fidrtjrlo aquellti, aidtlh
porque dão a medida dr crimioalidado do ou- 400 o mal material probda & toddd, cada
tros. um a deu6 in bo11:dL~~Bd paClkrlkB Bo
Esta vigio que, adoptado 0 nosso alvitre ,to; frcanido popern salvo ab *B&lidq~edtb qtni~
Brn ~.eidqáoas citcutastaricias pessoaes oa e&- satisfez 0 direito de haver de cada Uril dos
trinsacas, estamos dispensados de e~amímar od[fog a qoota partg r ~ ~ p cB.~ l ~ ~ a
$8 b bMumli deHas someinte da9 hucto- cdfi &dito, sem a sb],i-Jafid&db r&fpfida
reis sobte os mmphoes, on sobe tambem dos- somsote SB daria logar â qde à &li&
ta atb 8qheU~. qtlenb crirninosd) as~befasS0a si gerrt~mim
ravel, phra heer 1rtepar;reel b daunb &ir-
g 2o.O sado, mas dar-se-ia o r'epugdante e$t)kCid-
Pdnalidade dos adbqrenteti

Qul consideremos os delictos de adherencia


I
cu!d db conte'fnpTAkmo$ n i ín&gendia à; vi-
criina, a lado db Ii'ribiaosa qu&d o~ul~!dlb:
E b fiivdt- da rbparat8id & de ia1 orddrii
que deve estrl prefetir d qtiiae$guei+patlad fl4
if i o obdtanla? Mf. Trbbdien, t?okirt8 dEm. de
$v& &i&., Mr. O~tblUb', Elení. dd droh pehud, 1 Lei i,', D , , de pdcqtizlbf'ib~8(47-1 6): (iPesc
o 1466,Rauler, DroEt crtmnarnel, i i 9 , e otilros asimum genus est receptatodum, sitie quibus fiemo
$quemidpislão diversa, e podom auctorisal-a com rlatere diu potest: E1 praecipitur, ut ,peaindc.pu-
o pr,o.prio,aireito rornario, ua rmianrur arque iatrones. In pari causa habenai siinr,
Lei 66, D.; de &ege 'Ponap~ade pawicldiia ccqara cuin ~ppreheiidkrelattoiies posdent, pdmfih
(48-'Bjd wUtkrítn qhi otcidlr'iint paretite's, an kihth &bdcepta, +e1 subrel)to~uiiiparte, d&iHi&er&t-6
aconscii poena pkfPltildib adfiuihhtur, 4uaeri pdtest? hei g.', Gud., a& Lsg. JuE+ de v, (9.+iS1)- aCriL
iiEt sit Maecianusr etiani conscios eadem poena ad- amen iios dissimile est rapere, ctt ei qui napui5, rar
*fiçieeflasa non ~ O ~ U P prirrici? s ; proinde conscii, « p t a q Uep3, scientem deliclytq, 8ervare.a
I
i
aetiam extranei eadem poena a Bciendi s u n t . ~ Modigo pen&I, afti$ó 10Kd
0 beneficio da immunidado ~riminal,conce-
dido pela lei ao auctor ou a alguns' dos cumpii~
ces, fundado sm motivos especiaes, não pode
aproveitar aos outros cumplices. Pelo que
aidda qus a lei não p.engiga o suicida, devem
ser ippnidos os cumplices; e postoque náo cas-
tigue o conjuge e filhos pelos furtos feitos ao
o ~ t r oconjuge ou aos pais, com justiça nao
p,oupa os atranhos, participantes nD delicto 1.
Mas comprehenderfi o beneficio todos os
rrumplicss, quando o fim delle sem isso não
pode çonseguir-se, como no caso de adulte-
rio, porque perdoada a mulher, perdoados
qi~tãovirlualmante os cirmylices della,
Curnpr.e que os tribuaaes não deixem sur-
prahender a sua boq f6 com falsas declarações
de cumplicidade, pois que ha scelerados que.
na esperança ,de melhorar a sua posição ou
allrviar a sua culpabilidade, não hesitam em
procurar çompanheiros de infortunio com o
auxilio 'da calumnia 9.
e fdra de duvida que os tribunaes de um
dado paiz nao podem canhec~r da cumplici-
dade verificada nelles sobro crimes perpetra-
dos no estrangeiro, nem da cumplicidade vei.1-
~ a d ana estrangeiro sobre crimes perpetrados
nesse paiz, ebcepto se, o curqplice for seu
nacional: Cumpre porem que o direito inter-
nacional procure prover de remedio.
(Oontintla),
< > I ,9 \ . m . n !
D I R ~ T OCRIMINAL E foi fundada, tanto nestes, que se repor-
tam ao verdadeiro direito peiial. como em nu-
THEORIA DA CUMPLICIDADE t r o ~ ,que, referindo-se 4s acções e penas pri-
vadas. ella faz servir aos seus iniuiios, que a
(Contriiiindo do n 418, pagines 20)
O jnrisprudencia da velha Europa assentou a
doutrina da cumplicidade, classificaricio-a desta
8 23.' forma : cumplicidade pelo commarido (jwsu),
pelo mandato (marldato), pelo concerto (con-
Historia geral sczentia), pelo consellio (suadendo), pela ajuda
As antigas IegislaçG~sapresentam sobie o e auxiiio (ope et corlszlzo); e ate a de factos
castigo da cumplicidade trez graus de pro- posteriores, pela ratificação (ralihabuionc), e
gresso: umds, como a de Atfiends, applicam pela receptação (de receptatombtls), que com-
a mesma pena aos autores principaes e aos prehende a receptação propriamente dicta e
cuniplices; outras, como a de Moyses, dirnl- 1 a occullação.
nuem a pena para todos eiles, porque inten-
que* embora a culpabi'idade diff'- cilro, dolo ma10 consilium i n h m crlt, qlio q i ~ i ma-
igiatrabs populi rarnani, q u n e inipcnurn poteala-
s
rente, 0s mais clilpados devprn aprOveilar-se utenive habel, occidntur , quove 4ui9 contra rem-
do bcnericir, dos de menor culpa ; outras em cipiiblicam arma ferdl, quique hosiibiis populi romani
fim. como a de Roma. distinguem entre 0s ununcium, Iitcrasve miserit, srgnum dcderit, fece-
auciores e eumplicsg ; e s$o as que ~ujubentur
r i r v edolo malu qiro hostcs pcrpi111rornani consilio
advcrsiis rempublicam; quivc mrlitcs sol-
procederam com maior sabedoria alititaverrtve, concllaverll, q i ~ o~cdltio,lumultus~e
Contemplou com efieito a lepistação romana uadvcrçus remoublicam fiat D
a cumplicidade sob muitas dis diversas f6r- I Lei 10.', B', cod.. <tMajcsl,iti:,criniine accusari
mas que e]la pode manifestar-se, como ((Potest,C U J U ~oPe, consilzo. dolo nanlo,provznota, vcl
crczvzlas hostzbuo prodrla cst.»
se pode de betantes fragmentos La fj:, D., a d icg J k l . adulta (48-5) "Qui
gesto e do Codig0 e. ((dorniirn suam, ut s l u.~ r u m- .adiiltcriiimve cum aliena
imatrcfamiiias; vei cum masculo iieret. S C Z C P prae-
~~
1 Tissot, liv 1 O, cap. 9 . O «bucrit, vel quaestiirn cx adiillorio iixoris siiae fe-
2 Lei l.*, D., ad leg Jul maj. (45-4) <(Por- acerit cujiiscumque si1 c~imdilionis,quasi aduilcr
~ x ~ m i iractilyzo
m crimen esl, qiiod majesta~isdi- «puni~ur.i)
ucitiir. 1.O Majcstatis autcm crimen iliud cst, qiiod 1.ei tSba, D . , cod * <(bi#iccveri)a Icgis, no quu
c(adv6rsiis populiim rornanum. vc1 advcrsus sociiri- uposlhac stuprulii, adl~lfe*.zuri facilo sczons dolo malo,
nlalem ejus comm~titur quo lcnclrir 1s cujus opera ccet d d eum, qur sziszt, ct ad eiim, qui çliiprum, te1
adolo mo10 consrlilirn inilum erii, quo obsides in-
ccjussii principis inteyciderent ; quo armati homines
ocum Lelis, lapidibusvc in Urbe sitil, Conveniantve
Lcz 3 \ ,
riadulterium rnliilit, peiiiiicnt.>i
, ad Eegorn CorneEoaa de sicarzw
(48-8) c(Ejilsdpm Icgis Curneliae de sicariis et
~adversus rernpublicam, lùcave oct."pcnt,r, \.I;] ~ u c n ~ f icapte
~ i s quidlo, q i ~ vericnurn
i iiecarrdi ho-
utempla; quove coct~isconventusve fial, hominesve {crninis causa fcccril, vcl vendiderit, vel hrliuerit,
uad seditioncm convoccnliir : cujusve opera, consz- c~plectitiir.Ej 1 O Ejusddni Legis pocna ndficitur, qul
13 de maio de 1876
38 PEVISYA DEI, LEGI~W~~C) N."49
De resto, pelo que toca B penalidade, com- dos de lesa majestade, não s6 no ponto da
quanto os antigos criminalistas admittissem penalidade, mas egualmcnle no da iacrimi-
distincção entre os parkicipaqtes do delicto, e nação dos factos lrilgados coastitutivos da
a propria arbitrariedade das penas facultasse aumpliciclade.
entre elles a graduaçso, todavia os textos ie- As leis dos gadbs âdaptarah tarnbm o
gaes eram de um rigor extremo, sempre que principio da punrç3o egual para agentes prtn-
se occupavam de crimes atrozes, e mormente cipaes a secundarios. mas iiem sempre o
guardaram, porque muitas vezes consigna-
ain pubiicum mala medicamenta ucnd;dcr;t, vel ho- ram penas deseguaes para os diversos cum-
uminis necandi causa habuerit » plices.
Lei i B ;D , cod aNihil interest occidat quis,
~ m s a u s a r n r n o ~ tpraebeat.
is .
$1.". Maiidator caedis 24.O
upra homicida habetur. n
Lei 6.', D., de lege Pompeaa de pa~rzcld8s
(48-9), uUtrum qui occiderunt parentes, an cliam
r c o n ~ h ,poena parrlcldii adficiantur, quaeri potesl?
I Jurisprudencla e direito gortuguex

fi quasi certo que em Portiigal pre~ale-


rEt ait Maecianus, etiam consctos eadem poena ad-
cfi~rendos, non solum parricidas; proinde consou ceram os dictames da jurisprudencia euro-
aeliam entranei eadem poena adficiendi srid 11 pea, applicando-se as perias com a devida
Lei 7.@,D ,eod ((Si sciente crrdilore, ad sceliio gradiiai$ão, de culpabilidade ; todavia nos dois
<rcommrllend~impecunia si[ siihmiritstrala (ulpiita s; cnmes d'e rresiscencia a de fuga de presos
iiad vencni mali comparationcm, vel etiam ut latroni-
ctl)iis, adgressorlbils qlle darctiir q u i patrem inter- sustentava Ferreira a egualdade das penas
uficcrenl) parricidii poena tencbilur qui qiinesierit para ciimplices de diversa participação 1.
<ipeciinism, quique coruni ita crediderint, aiit a quo Quanto ao crime de lesa majestade, a cum-
aila caverunt. n plicidade por ajuda, conseEhi, favor, confe-
I.ei Ie,', D ., do paenzs (48- 19): (rGut facta pu- deração, azo e conuentznaento soffria as penas
(rniunLur, ut furta, cacdesqiie, arrt dicta, ut convi-
ctcia, et znfidae advocationes; aut scripla, li\ falsa ordinarias do delictoQ.
aet Edmosi libclli: aut co~stlia.ut con~iirationesc1 E pelo que toca h cumplicidade por causa
~Iatronumconscientia quosque alaas suadsndo gzc- de receptacão, ainda acoliertada com o titulo
aezsse, scelerts est aPistar 11 de compra, era a pena a mesma, como se o
Lei ?.O, Cod , de paganzs, et sacrqfnzs, et teniplilc
.
(1-l i ) (i.... Conscii autem criminis, ac ministri delinquenke houvesse furtado 3.
Ilsacrificiorum eandem pocil3ni, quae in illiim fuc- Hole o Codigo penall de accordo com os
cirit irrogata, sustineanl u t hac legis noslrae scvc- demais da Europa, não somente contempla a
«rilatc pertcrriti, mctu poedae dcsinant sacrificia in- cumplicidade entre as suas disposiçõ~sgeraeq
((terdicta celchrare >i mas expressamente a previne nas rnultiplieesr
Lei Fi 5 Cod , dc accusalzonibtts (9-2) : rtNun
aideo minus criuiiiic, S I ~ Eatroc~lim~ n ] ~ r ~ a rjudi-
um formas della,, com reapeilo a d~fferenteec ~ i +
*cio tcnctur, is, qui in justam acciisationem incidit, me4 singulares.
((qul3 dlc11 alitim se hrijusmodi facti mandatorem Seria longa, e porventura fastidiosa, a ta-,
cthabuisse. Namqiie Hoc casu, praclcr principalem refa de reproduzir neste logar as suas innu-
icreum, mandatorcm qiioque ex sua persona conve-
«niri posse igiiotum non e s t . ~ meras disposições sobre o assumpto.
Lei i,', D.. de rec~ptatovzbus(47-18) : aPcssi-
(trnurn gencis est receptalorum, slne qulbus nem0
«Iatere diu potest Et praecipittir, ul pcrinde pu-
wnianlurr atque latrones, In pari causa habendi sunt,
aquia cum apprcbcnderc latrones possent, pecunia
iaccepta, vel subreplorum parte, demiserunl B
Lei i.",Cod., de hzs qur ktrones wel alizsciimG
nzbus rcos occultarcrant ( 9 - 3 9 ) . «EOSqui securn 1 Prateca Crwnznal, tomo 1.O, tratado 2.', capi-
cialleni criniinls rcos orrultando eum camle socia- tiilo L.* .... (te dizemos que todo aguelle ou aqiied-
urunt par ipsos, et reos pocna expcctel ; et latro- cdes, que a qualquer criminoso lhe der algum con-
«ncs quisquis scicns susceperil, et eos offerre judi- uselho ou ajuda para fazerem a tal resistencia, in-
acibus supersederil, supplicio corporali, aut dispen- «correm nas mesmas penas, como se propriemcnre
udio facultalum, pro quaiitate personae ct jiidicis afossem os mesmos crimin~sos,q.iie resistissem.. .i
uaeslimat~onepl€ctctur. n uE se co~firmaisto, porque QB que obrigptn, sut-
Lei 2 ",Cod., cod uSi qui lalrones, scu aliis cn- ((correm e aconselham aos presos edearteradbs para
ciminibus obnoxii in Dossessionc degunt sei1 latitant . ufugirem da cadeia, ficam obrigadas 1w mesmas pe-
adbminus possesstonis si pracslo est, nut procura- mas, que os laes presos mcreciam.,..n
ulorcs si dominus al)cSt, scu primates posçcssionis O melhor 6 quc, se Bs laes penas herccidhs fosstM
tiiiltro eos nfferani aut si scicnles ~ O 6ponle
L nos as do crime principal, ainda o caso podia ser moia
afecerint, convenianlur rr civili oficio, ut tradãnt grave.
~provincialijridicio eos q i i i reqiiiruntiir sub exa- W r d . . lh. 8." tit. 8.". 59 I O, 4,0,5:: 6.0
ccm'ine judidis' a%oCndhs, e1 poenas post documenta e 23.O
acongtlias subil~rbs~&.*
50 REVISTA DE LEGISLAçhB fi.. 420
funccionario publico no exercicio de suas fun- que é delicto simples ; mas 6 j4 delicto maior
cções, ou por qualquer uuwo a cloern no exer- o zcso d a t e s e daquallas I.
cicio de funcções for confiado segredo, a qual Pode neste caso acontecer que o vendedor
ao mesmo tempo importa injuria ou diffama- delinquente, n3o relsndb esos e medidas fal-
ção de alguem I. B
sas, os v4 procurar a qbatquer parte no tno-
3." Accurnulasão de debcto composto, qual rnenco em qtie usa dellas, a l e ~porem estatue
é o que consta dc dois ou m x s factos cdm- sob a presumpção de que o mesmo vendedor
tzcos ou qa~asizdenkicos (se alguns são corn- usa delles, por isso que os tem A mão no
pletos e outros incompletos), materialmente seu estabelecimento de venda, e somente ahi
distinctos uns dos outros, comquanto perpe- os conserva para delles usar.
trados em acto continuo, cada um dos quaes 7." Real, formal ou rnaterzal (que B a
B suficiente para constituir par si delicto, verdadeira accumulação), quando ha murtos
sendo todavia todos elles ligados entre si pela factos, constituindo cada um delles separada
unidade de coneeliç30, resoluçáo e fim, a qual e distinctamente iim delicto. Esu pode sub-
faz com que constibuam um sd delicto; exem- dividir-se em accurnulação de dzvenos ou
plo : duns contusaes, dozs ferimsntos, uma dos mesmos delictos, pelo genero ou pela cs-
contusão e um ferirnento. peae.
4.,a Suacessl ca ou conttnztn, quando se dão Em condusão. Na pnmetra a segunda es-
deiictos continuas ou successn os, quaes s3o pecie da accumulação ha um s6 facto o mui-
os perpetrados no mesmo logar, e contra a tas apreciações.
mesma viçtipla, somente separados pelo terri- Na tercewa, quarta, quznta e sezta muitos
po ;, exemplo: o furto de alguqs litros de factos e uma s6 apreciação.
trigo de certo cekrro, Simanhã novo furto, e Na set:ima emfim muitos factos o muitas
assim successrvqmente. apreciações.
.5," Accumulaç~ode dekto com.ple~o,qual 5 3."
4 a que pode decompor-se em dois au-mais
faGos distinctos, não zdentzcos, subordinados
ao, mesmo pnnsariiento, cada um dos quaes
I I Qual e a mais grave?
Se a accumulagão dos mesmos delictos peiIn
constitue dslicto por si sbmenle, mas um so especze (furto e furto), se a dos mesmos pelo
delles é geralmente incrrminado pela lei, pois genero (furto, roubo e moeda falsa), se a de
que domina pelo scti caracter todos os outros; dtversos (furto 0 ferimentos) 6 mais grave,
exemplo ; a sedzçâo, c a rebellzão, a que an- parece-nos ponto assis delicado: mas, em re-
d a p inhe~entes : o uso e powe de armas; a gra, decidiriamos que ba menos gravidade na
des~b~edtencta;a resfstencou; as tzolencras e primeira, e mais na ultima, porque a impu-
tngurzas ~u~rl'ra as azccloridndcs constrtutdas; nidade que assentou sobre um dado delicto
o lsvantarnento de dznheikos dos cofres pu- concorre a determinar o delinquente antes
bkcos. 6 repetiç30 do mesmo, do que 6 perpetraçso
6." Accuroulação de deiicto absorvente, o de diverso.
qual se da sempre que a lei pune certo facto g e:
com certa pena, ciim outra e outra, cada vez Penas
mais grave, se acresce ao primeiro outro e
outro facto; exemplo: na critno de corre- Quanto 6 punição da accumulação ideal,
spondencia prohitiitla com paiz inimigo, o qual nenhuma duvida pode offerecer-se : se o cri-
é delicto de somccos giavidade. Porem se a me B materiajmente um somente, ma deve
correspondencia ccntem iriformaçHo prejudr- ser a pena, mas, ]a se v&, maior do qiie cada
ci,aJ a nós ou a~iro\eita\el ao inimrgo, B já uma das que corresponderiam As duas trans-
maior o delicto ; e e grakissimo, se o fim gressões em separado, porque ha de recair
dei a 6 ajudar o mesmo lnlmgo 2. sobre ambas ellas A, lei assim o deve ter
1 s iezes o belo primilivarnente punido
p ~ d e desapparecei.; mas a lei presume-o Çodigo penal, artigo 4 4 R . O , n 3." e $ 2,"
sempre ; excmplo : na retenção do falsos pe- 2 Lei 5 ", P , de quaeatoonrbzkr (48-i8) * s8i
~tgiiis viduam vel ali1 nuptqm copnnlam, ciim qu3
sos e falsas medidas em lojas cle commercio, ~nuptiascont~aherenon pptest, corruperit, in insu-
ulnm deportandus cst ; guia duplex crimen e81 et
41 D., do znju.rzas ct fumosts llbelzs (47-10), cinaesium, quia c~gnntamvioiavit contr? fas; e t

a c ~ ã opara desaggravar agiiellc.


.
sem emb,argo de que a esle devg a lei conceder a cIadulterinrn vei slupyiim adjungit disiiiqiie hriç
cicasu servi m persona domini tor~usnturu
i Codigo pqnal, arligo 290 O, pr., $$ 1.O e 2 . O Vkde a l e i cltada qm a no14 (i)da pagina 19,
2 Codlgo penal, artigos 143." e 1 4 5 , O columna do presente '.n
successiva. aiiida que os factos ou cri-
prsvfieltlo, ou yuoielo com p,qila espçcial, ou
aggravando a pena ordin~riacorrespondente I mesNasejam repetidos, todavia o vinculo @oral
6 n~ji<irdas inir.ic~Tiesinoi'acs, considerando que os concatena. fazendo os considerar camo
a outra conio ctrcumstaiicia aggravante. Mas, um h 6 crime, exige qiie arna $6 pene se Ilias
se não tiver piwenido, resta somente o meio aplllque 1 ; salva :i aggravaião, qiiando 4 lei
de applicar a yeila da irifracção moral cara- inLt>~iclaque dele levar pm cririta O numero
cterisacla pela lei, ou da mais grave dellas, dos mcsmris factos, ou a dvraytio do t~mpo,
se ambas ou torlas tivcrem sido previstas sem pelo qual elles se prolongaram, vlsto que r&
respe~to4 accumulação, podendo em ambos velam a pertinacia do crirrilrioso.
0s casos aggravar-se a pena aanda, se a lei Na accilmulaçto do delicto complexo ha a
dèr margem a eonsidorar a Outra rnfracção applicar somente a peria orclinaria do delxcto
como ciraumstancia aggravante. predominante, visto qtie todos os debiqis n8d
Na accumalação da delicto d e effaito do- podem deixar de considerar-se actos prepai-
brada ha a proceder como na accurnulação rator~ospara chegar ate elfc.
real, salva a ~onilignamodificação, se >e pio- l\lIas, se algum ou alguns clelles brem dis-
vai. que não era da intenção do criminoso o pcnsawis para obier o crime predomjnanle,
offender mais do que uma victima. Mas pode certo 6 qiie hão de rcputar-se c~rclimstancias
a lei excepc~onalmente irnpbr duas penas,, aggraixntes do delic,to principal, para deter-
qi1and.o assim o exija o d~saggravodas duas minar a aggrataçzo da pena deste.
victinias 1. E sc, alem de n(lo serem necessarios p m
A pena da accu~mul~~ção do dolicio com- o comrnettimento do crime predominante,
posto dele scr a ordinaria do mesmo delicto importarem por si mesmos crime inais grave
penpetrado simplesrnsnte, rslo e, sem o cor- do que elle, assumem o logar desse mesmo
tejo dos diversos actos identicos. crime, porquanto o crime menos grave 08s
Mas, se entre e s t ~ suns são mais graves, ou pode obli~t~~rar o mais grave, sem que d'a;hi
pela propria natureza, ou pelos resultadas que resulte quo o criminoso coniolasse para o da-
podem prodrizrr, certo 6 que a pena lia .cle Iicto composto, a fim de fi~zerescurecer a pena
ser a ooriiespmdente a esses actos mais gra- do crirne srmpl~s. Demais de\@ent3o appki-
ves car se a poria respectiva, aggravadabem paz%
A l m disso, independentemente da gravi- dos demais crimes concomrtantes, considera-
dade relativa, deve a pena ordinaria aggra- dos para o effcito como eirciimstancias agpp
var-se, sempre que a multzplzcação dos actos ventes.
identicos rnostr ar matar perversidade do cri- Na accurniilar;ão d e crime iibsorvenle a pet)a
rninos~O ; exemplo : no que descarrega golpes dele ser calculada para cada um dos ~;rdm
repetidos na vlotime inerme, na que não ,oppõe da suçcessiva criminalidado, tendo em vista a
resistewia, od na que se aCba prostrada por irriportancia dos actos que se vão agglome-
terra ; ou quando pelo seu numero desmo- rando paro a constiti~ir.
d ~ d ae dz~raçãopod6r dar logar a algum re- Pelo que desilo que a lei os prev8 e pune
sulta,do mais ou menos funesto, exemplo : siiccessivamente lia 0 applicar a pena nello
nas pancadas, que repelidas podem produzir edtctrirla para cada um delles, porque ha a
a maceraçso e atrophiamentb de algum mem- prpsarnpção fundada de qna assim a mediu
bro a. jíi. 'lendo cm attet~çao os actog ahsorsidos
1 Codigo penal, artigo 290 pr.,
O, I e 2.O
pelo crime que 6 predominanio.
2 CoadigoWisig., Iiv. 6 O, trt Ici
.$.O, nSi in-
Emquanto porem d prinição dn acciimu-
ugcnuus ingcniiiirn guolibet ictu in capile pcrcus- IsçTio r ~ a l ,que 6 a que niais interessa, nlo
~~scril,pro Iivore dpl solidos v. pro ciile rrrpln soll- B iinanimn o ppnqnr clos criminalistas : pnr-
rdos X, pro plriga U 8 q : ad ossiini, sdidos XX, pi;o quarito ilris, inclinados 20 rigor demasiado
uosso frocto, solidos C s da jristiqa absoluta, preteridem que o cri@-
3 Codigo \Wisig. , liv. G.", tit. 4.0,lci 3." c( ,.,
ulngenutis sane, si servum aliediim fustc, aiit fla- noso sofTra ta.qtas peiias cluantos os deljclos ;
~gello,vel quolibet tctii indignans pwcusserit, u t outros, excessivametite benevolos, conkenlagi-
usangais & livor appareat, per singulas perc Yssiones se com qiie somentc tetiha a maior pena, isto
~rs~ngulos solidos domino servi pcrsolvnt. ...w 4, a cori+e~pondcnteao maior delicto ; outros
4 Codigo Wisig., liv. (;.O, lit. &.O, lei 3 a (i ..
ciTamen si ingcniiiis serviirn alicnum innocentcrn dic «siirnninrn, pcr singiilos d ~ c sac iioctcs isdem inge-
aac nocte in ctisioaia deiinucrir, !c1 ab alio fecerit (cnt~tlsscr'il domino coarriis c x s o l v a i . ~
udclineri, pro imo dio tres solidos, & pro lina nocto .
Lei 9," pr D , de furlb (47-2) «Gi, qiii
*~siuiiliterIres s o l l d ~ sdomino qcrvi r o m p o n a t , & si n f i i r l i action~m hrtict, asriidua contrcci~tiottefiiffa
cipcr plpres ilies i d scrviis ah ingcniio innocciis uiion m a p s Ciirli ottfo nascr potcsl. nc i d id qitf-
«pcrtrilisso convjncitur, candem lrium solidorrim citlcin, 111 qiiod crcvissel poslea rcs st1brcpta.b
*
omfim, occupando o logar medio, opinam que tando de futuro as reincidencias, comquanto
se lhe applique uma só pena sim, mas a seja um pouco 8e difficil execuçáo.
maior, aggravada todavia na razIo dos mais (C~~tit~Qa).
crime$
Só este ultimo alvitre nos paroce justo.
Com effftsito, quanto ao primeiro, e em
re];iFão h sociedade, .como reconhecer nella o
direito a applicar de um s6 jacto todas as
penas de que se descuidou em tempo conve-
niente, com a vantagem talvez de que pane
dellas tivesse tornado desnecessarid a outra
parte? Depois nem a segurança publica, nem
o exemplo podem exigir o mais, se ainda $0
não fez cxperiencia do menos, que talvez
veaha a ser sufficiente. Por fim, crrrnes es-
uecidos no momento pela auctoridade não
! evem ter produzido grande alarma, 0 quasi
comeqaram a repousar h sombra da prescri-
pção.
Em relaçso ao delinquente, seria ~mpossi-
vel demonstrar que a sua culpabilidade, cor-
respondente A massa de todos os crimes, fosse
eguai i culpabrlidade resultante destes, toma-
dos singularmenie ; e alem disso fòra absurdo
inflingir-lhe uma serie de penas, que pode-
riam acaso dar de si o converter por delictos
insignificanles a prisão em carcere pei'petuo,
B assim as mais.
Sobre o segando parecer, basta ponderar
que não satisfaz 6 justiça, punindo um $6 de-
licto, posto que seja o maior, visto qlie es-
quece bdos os mais; nem tambem i segu-
ranc;a publica, porque irnporta, commetkido
um primeiro dellcto, dar ao criminoso carta
branca para se arever a todos os mais de
egual ou inferior gravidade, vlsto que sabe que
tem de ficar impunes, Eempre que não receie
ou se não lembre de que os ultimos poderão
,dosportar a justiça, adormecida sobre os pri-
MelroS.
Portanto si> pode ler cabimento o segundo
alvitre, quando haja impossibilidade de appli-
car duas penas, porque uma absorve ou é
incompativel com a outra, ou da aggravar a
applicada, como succede com a pena de morte
e com as de prisão e desterro, impostas no
seu maximd gr8u de tempo e rigor.
S6 o terceiro :illitre evita os escolhos re-
fekidos, tendo equitativamente em conta a pu-
'riicão de todos os crimes perpetrados, e evi-
1 Todos estes trez alvitres têm sido adoplados
nos diversos Codigos, e o mais 6 que alguris Codi-
gos h ~ que
, têm adoptado ora um ora outro dos me-
smos alvitres, cqnforme a gravidade das infraccões
accumuladas. (Vide fielatpt~zodo senado ,rtallano na
Gazeta da assocaação dos adbogados de Lzrboa, n "
22 do $4." anno, paginas 3 5 i .
DWITO OBIDãIsAL 2.O o serem praticados no mesmo^ ou em
differentes tempos (ainda que neste ultimo
THEORIA DA ACCUM~!~~A!@OOU P L U R A L ~ A D E caso se introtnetta algum outro 36 julgado ,
DE ~ 8 ~ 1 g l . o ~ comtanto que lhe nãa obsta a preseripç3o ;
3 . O o serem praticados rio mesmo ou em
1'
(Contjniaado do u.* 420, pagiws 52) dlversos logares, excepto se a jurisdicçLo do
paiz os não comprehenda a todos. Mas, se ha
15 . O tractado que obrigi~eQ extradicção, deve vi-
Aggravação das penas gorar a regra geral, quer os delictos hajam
de ser julgad~ssuccessivamente pelos tribu-
Talvez convibsse definir que a pena, tendo naes dos drversos paizes, quer um dalles tome
minimo e maximo, nunca possa baixar do conhecimento de todos os delictos pela pro-
grhu medi0 ; mas, sendo fixa, pode aggravar-se rogação de jurisdicção, como B mais 'expe-
em $1 mesma, sel B disso susceptivel, substi- dito, e deve por isso estar de antemãio provi-
tu4ips8, se o nxo h, pela de categoria irnme- denciado nos pactos mternae~onaes%
diata, ou addioionar-se com alguma supple- 4.' o haverem de ser julgados con~unctac
mentar. mente e peb mesmo tribunal, o que B mais
Em todo o aaso a aggrawaçzo deve marchar regular, ou submetlidos a juizos diversos;
na )proyorçaodo sumero dos delictos accumu- 5.' o terem sido julgados separadamente,
lados. e applicada a cada qual sua pena, por se
5 0," ignorar s o réo não confessar a anter-ior con-
Reparação demnação, poisqua devem rever-se as senten-
1 Os antigos doutores admiltiam que a prescri-
Sobre a repaTaÇ30 b lncOOtrOver80 que s0 yção nãu obstava, porque, se o 3uiz não podia C*-
deve tantas vezes, quantos os delictos que a nhecer doa dellclos prescriptos prmctpalatw, conhe-
Cla C$mtudov"dmter Para 0 fim de a pena
provocam, porque as razoes que a determi- do nao prescripto l Porem conlradictoriamente sus-
riam permanecem as mt?SmAS. tentavam outros que o Juiz, que conhecia do crime

Iperpetrado na sua jurisdicÇão, não t)odia aggravar


a pena em razão dos crimes eomrnettidas em diversa

I
?'
jirisdic~ão(Gomes, 'Varzae Rc$oEutrones, de delwtzs,
B r t e ~ ã ado pnoripio da ao~*rndapii~ cayillilo h.@, n.* 8 . O ) .
2 O contrario dispõe o tratado pari a etttadi-
E posque a razão de deoidir perWanec@ q ã o de marinheiros dosertores entre Pbrtugsl e a
sempre intacta, a accumuiaçao oomprehende Suecia e Noruega do 17 de dezembro de 1863, ar-
todos os c d ~ k0s debctos; 0 por não lhe 41";e o outro )entre os mesmos palies para a
extradicção de criminosos, tambem de I 7 de dezem-
obsta : bro de 1863, artigo 4 O, approvados pelas diia$car-
2.0 o gerem de ~ I V B ~ S OUl% mesma na- tas regias de 1 i de maio de 1865, e como estes ou-
tureza (pela aipecz.s ou genwo) ; I tros mais.
27 de maio de 1876
66 REVISTA DE LEGISLAÇÃO N."B i
ças e modificar-se pelo princrpio da accumu- Q ainda quando seja necessario prorogar
.O

laç8o ; a jl3r~rlicçãr)e competencia, piird abranger os


6.O o serem-lhe applicavsis penas da me- delictos cammettido~em logar diverso, ou os
sma ou diversa natureza. pertenccbtes a faro differente ;
2.' ainda que os crimes terrhim sido ac-
5 8.O cusados em processos separados, em cujo caso
Limitação 6 mister jdhctdl-os todos ao processo do crime
rnais grave, e dada egual gravidade ao que
A accumralação poreili não deve ter logar. primeiro foi instaur'ado ;
1.O nas contravenfles dt? policia, porquanto 8.' ainda que os cnmes sejam uns de pro-
nem haverra punição suficiente, se as penas cesso ordinario e outros de processo correc-
se nZo accurnulasssrn, porque, mormente em cional 1.
ponto de pi'o.fissões commerciaes e industriaes, Incotado o processo, e descoberto mvo
o contraventor porleria ainda assim lucrar sof- crime, deve tomar-se coi~hecimentodé am%o&
frendo uma 96 penh, mesmo aggravada, e deste sobreestando-se por isso nos termos do pro-
modo faria da contravenção uma causa de espe- cesso, quanto ao primerro, ate q u concluidas ~
cu2açEo e'bencficzo; e nem as penas que lties as diligencias, quanto ão segundo, possam am-
correspondem por minimas podem, accumu- bos segurr a mesma marcha. E isto mesmo
ladas, chegar, por via de regra, á somma des- cumpre que se faça, ainda quando a lei manda
mesurada ; appl~cara pena mais grave somenle, porque
I 2 , O t mos crimes e rias delkctos quo Ia lei ex- não 6 possivaky di%cm$30-+ avabar a natu-
ipreSBa oli Bacitarnenle OkCepIiila, por rnoti~os rexa do novo crime; e convem atk saber, se
sspciaes, 'da regra da acculliu1ar;loc ha ~omplrctis, ou o h ~
gonnexesi.
a,* nos crimw e delietoe em que h lei Se JA tiouvcr senlen@ 001idemnatoria, tenha
lãmanda egiialmente acdurniilar as penas, qiiando ou não passado em julgado, deve, em regra,
id novo crimo B posterior aos pnmaarw aotm instdurarkse aultno processo p ~ l onovo crime,
db proc~sbo; o i face de ambos applicar se uma pena com-
&.""nos cridies e delicto~punidos com mnm a todos os delidos;
Ipeb

mas peauniarias somente. oti com estas o ou. E esta podfi ser 4 mesma que jd estava
brds diversas, porque, em ralaç3~Iqoellas, decretada na primeira sentença, se o juiz ou
proúede o prlncicpio da accumuiaçBo, uma o tribunal intende <que ambos os crimas ou
vez que o patrimonio do delinquente possa tbdos a a30 exigem maior, &orrneato a l t f l b
solvel-as, e por isso não poderão siibst.iturr-sç! dendo h prrsfio soffrida palo d o , au .se a do
por prisão bu outra pena ; primeiro cri& alhoirvet. a do seguvda Q1
5 "os crimes e deliolos a cujas penas Mas, não tendo tiraosi:tado em julgado a pri+
estio ligadas pena's accessorias; etn razão dos meira condemna~ão,B mais ouria! juligar n u l l ~
orzwes cu delictns, porquanto, neste caso, o processo. para ser instaurado de novo pelas
ainda que se n60 soff~lia pena prrncrpal de dois ou mais orirneh porquanto a dswr@são
uni delicto, soffrc-sa a accessoria junotahente de ambos e todos melhor pode esalaroa~rs
com a pona principal do outro delicto. verdade 3.
Porem, se as penas accessurias são irifli- Finalmente, quaiqwc que seja o tribunal
gidas em razão dm pmas pdfictpaes, tta aomo que primeiro tomou conhecimento de um fa-
consequencia dellas, vigora a rcgra da não cto criminoso, intende-se ser em ult'imo caso
accumulação, para que cesse a pena accesso- s6 competente, para o conhecimento de todos
ria, quando a principal não B ápplloada. os crimes descobertos e rescisão das senten-
ças ,proferidas, aquelle ao quai toca >ojulga-
19." mento do mais grave.
Accusados perante um tribunal privilegiado
Consequencias fordxises
1 Nov. llef. Jud., artigos i033 O , 1099." e i 1 7 3 . O
Qud os dclictos accumulados devem ser Decreto de 1'8 de Pcwwm de 18W, a*(* 5 O

processados conjunctamentd e idra de contro- Accordãos do Supr. Trib. de Just. de 30 de maio


versia ; o q,u0 procede : de f8Pi (D.do O., n:'iBl)r 6 de 2'0 lds daneiro
der .L876 t(D. do Q,, n.* i&),
L 4 falta da juncigão d~s~pnoaclssos, podieYido1lu+ ,Accordãosdo supremo aapselbo de justiça mi7
fluir da, ilcÈUãQda crilisa, 6 por isso null'idade inba- litar de I 2 de juilbo de 1869 ( D . do G.,n." 144,
nave], deguhdo O artigo 13 ii.314.D da lei de i 8 e de 26 de julho de 1;872 (D. do 6..n.* 188).
de julho de 1856 (accordão do gapr. Trib. de Just. Accordão do Supr. Trib. de Joit. de Ide~no-
de 8 de maio de 1868 no D. de L.,n . O 149). vembro dc 18755(DI do @,. dboBqôj.
ou exeepciowal divwsos crimes, porque' al- Inte~po!+to mewso, e diecl-arada toukio o
$um d'elles lhe pertence, deciarada i'rripi*oit~e-processo em parte, s em parte subsiatante
dente a aarusaçao por esse, reverte a aacã- pelo rtnblanal supericar, &v,% dedarar, se
sapo pelos demais para o tribunal cornmwn 1, a pana apglicada em 11." insi.ancia, comprRi.
Ab401~1doO rko pelo crwe que determina henslva todos OS delictos, subsiste no todo
o psqces@ ordina~io,e por isso a jurrsdic:ão ou somente em parte I.
do tribunal, conhece este, nãí~obstante, do
criiiie de policia correccional pela proroga da
- -
(Con'ontiwtta).

jurisdicção.
Pelo que o tribunai dos jurados B compe-
tente para decidir dos pontos &e fato, quanto
ao proprlo cr'lme de policia correccional 2.
Dada a accurnula~%o,não somente r, accu-
saclor, mas tambem o julx devem discrirninqr
cada um dos crimes sobre si, e esta decldir,
se s accusaç80 ptoc d e em tgdos ou someote
em parte, e nas, em ,que não procede, de-
ci'arat. sa assim o julga por n%o s&r o facto
criwinoso,, OU por nào sc achar provado
quanto PO ,rBo, por causa da cmpetencia dos
rqcurms qaa purtem dqr* em um ou oatro
caso 8.
E pbkqub, t a h h importa que a lqoe,rc,laa
pronunci'a considerem os drversos crimes ~so-
I.ab.moate, como que considerem os merios
gra+es eircnrnstancias aggrâvarrtes do crime
dentre ~ u e smais ,grave, ainda que p e s a
segunda hyp~thesanão seja provado o crime
prinapal, bem po4e haver condemnaçag pe-
los crimes, considerados circurnataricias ag-
gravantes, se algum OU alguns de,stes forap
provados ao r60 l .
fi npllo o processo em que a accissaçáo
reciii sobre diversos crimes, e o tribunal sp-
rqeake jplga ds algum dolles6.
Atousado Q r40 por dois factos, se o jury
j@ga um de1,les rião provada, e da senterrça
absolutoria nesta parte se ri20 toterpõe o ).e-
qUi;$a competente, a appeilabo da sevtença
~~condernnatoriap e l ~outro faclo provado. p30
pode kdwr reviver o processo pelo primeiro
facto 6.
1 Aecw~dXosdo supremo aonseIho de jusbiça i i -
litar do 85 ao mato de 8869 (a. ds L, n.' 134),
e 4e 8 de agosto de 1878 ( D do G., n.' 188).
Doutrina contraria seguiu a lledaccão desta Re-
vasta em o n ' 96, paginas Tq9.
3 Accordão do Supr. THB. db Just. dc 8 de Ia-
Peiro de 18'13 ( b .dd @ , ILP 4B).
O accordão nega&iv.ode revista doSiipr Tribhde
Just de 21 & janelro de 1875, na Gweta da asso-
ciacáo dos advogadns de fislon dc f 8f 5-76,3."dnno,
h.O 18, decide o conttario, sem que sc pdssa atihar
t a a i ti razão,
6 Ac~prdãasdo suppems conselho de justrça mi-
litar de 26 de novembro de i872 ( D . do G n o .
99b), e de 20 de jbiiho de 44874 (ilits) ( D . dó G.,
mdYk31.
c ~lcCord~a do Suppic 9iiib. de kst. de 3 de de&
%mfbrode 1872 ( B . do G., n." 289).
accumulação das a c f l ~ s o que, ainda que
parpça o mesmo, B todavia j i um pouco di-
TWEORIA DA ACCUMULAÇXO OU PLURALIDADE verso ; outros tendem a excliiir a accumula-
DE DELICTOS cão dessas acçõa" e alguns abb parecem
assentar na applicação de uma s6 pena 8, com
(Continuado do n.O 421, paginail 67)
1 Lei 27 ', pr., D . , ud Iogem Aqual. (0-9)
wSi servus servurn alienum subripuerit, et occiderit,
«Jiilidnus et Cclsus scribunt e1 furti et damni inju-
Historia geral criac competere acti0nern.n
Lei 60 ', D,,de oólzg. et actiontb. (44-7) :
Os judeus duplicavam ao menos a pena de r<Niiiiqtiam actiones pocnales de eadem yecunia
açoites, no caso de dois crimes commettidos rcconcurrentes, alia aliam c0nsumit.n
pelo mesmo auctor, ou de ser o mesmo crime Lei i 30 a, D , de dzvwsra ~ c g u lJ U P (50-17)
~Nunqiiarnactiones, praesertim poonales, de eadcm
commettido pela segunda kez I. «re conciirrentes alia aliam coosumi1.u
Diz-se que os alhenienses haviam proscripto J,er 11 $ 2 O , D , de servo corrupto í11-3).
,
.@,

a accumulação das penas afflictivas e das pe- Lei 2 6 a, D,, eodern.


cunlarias $. Lei 1:, - 22 O, D , de tbtel. ct rationbb. Wslruh.
Náo 6 bem liquido o pensar dos juriscon- (27-3). 2 $ i o D . eodam.
sultos e legisladores romanos sobre n ap- Lei O,

Lei 25 \ D de anjurits sl famoor? Irbellts


pllcação das penas, dada a accumulação de lk7-40\.
,-- --
deiictos, ou melhor, 6 quasi certo que eiles t e i p ~ i . ~D, , de oblzg. st actzontbus {44-7):
não ehagapam a assentar systema definido ~ C u mex uno delicto plures nascuntur acliones, ~ccut.
~ t arbores furtim caesae dicuntur, omni-
~ c i e n cum
neste ponto. ctbus experiri permilti, post magnas variotatcs ob-
Se temos um fragmento explicito em ad-
rnitlir a accumulação das penas 3, e alguns a L,, geL,PCI"C , o.,ad leg JUE.de adub. (48-5).
$ i .O, Inst., nqpradrupcspauperrem fmsse (8-9).
Pastoret, Hastozre de la Eegklation. tomo 4 . O , r Leis 34." c 63 ", , do oblzg. et aclzanzb*~
,
1
paginas 1.50. (44-7)
TISSO~,Ce drmt p k a l , tomo i.", parte 1." ,c* 6 \ 4 O", nautas, cnupones (4-9).
livro 1.O, capitulo 7 . O 3 Lei 2gda,$ 10 '+ X). , de poenes (88-i9).
3 Lei 2 5 .r.. Y., de prmvnt%r deltctis (47-2). Lei i.', $ 5 O. D,, nzhI rnnovart inlcrp. appell.
«Niimquam plura delicta concurrentia hciunt, iit (49-7 ,
aullius impunilas deliir neque enim deliclum oh 1,ei $ 2.", D.,dc remrktarl (49-16): aqui
ualiud delictum minuit poenam. $ 1 Qui igikiir ctdescrtioni aliild crimen adjungil, gravius punicn-
«hominem subripuit, et occidit. qiiia subripitit, sdus est, et s i Furlum faclum sit, veluti alia deser-
tfurti , quia occidlt, Aqiiilla teneliir , wqiie altera ulio hdbebitur. ul si plagiuni fd~lurn,vel adgrcssura,
«hnriim notionum alteram consumit.r <c,ibigortiis,\?c1 qiiid similc accesscrit i,
Foi sobre este fragmento que Godofredo architc- Estcs lcxltis, e iniiibcni n Lci 7 . O , .
I O, D de
ttou o aphorismo * Stngutis delzztw szngulae pocnae ncciisateon~bus( 4 8 - L I . 9 5 0 os qiie vrrdadcrraaicnle
imponuniur, sac u t altera aller(tn~nwt consumat. Iractdm rla acciirniilr~doroul,
10 de junho de i g i 6
REVISTA DE LEGISLAGAC)
quanto m a i s grave do que a ardinaria 1. Alem ' rem absorwt. Mas geralmente só se fazia obra
disso pelo menos parto dos textos, que parece por aquelle, sendó esta applicado aos casos em
favorecerem a acrumulaç30 das penas, refe- qli0 havra incompatibiltdade de penas, ou pela
rem-se aos delictos particulares, s náo a o s natureza proprla dellas, ou por virtude dou
crimes yublioos perseguidos nos publica fi- costumes do tempo. Alem de que superior a
dema; e sobrctudo as penas e as acções, cuja elles estava o arbitrio d o s juizss, ou para os
duplicação admiktem, visavam a condernnações desprezar a ambos, ou para, quando honestos,
pecuniarias em favor d o autor, ou B inde- temperarem o rrgur de um pela brandura do
mnisação do damno; o qlie l o d o concorro outro.
para se não p o d a r formar um juizo seguro. Criminalistas houve porem no correr dos
E não deve isto a d m i r a r por diversos mo- tempos, quil sustenlaram a justiça da amplia-
tivos, j6 porque os romanos (como a antiga çlo da regra da absorpção das porias, sobre-
jurisprudencia euiapea) muicas vezes coniun- tudo em Allemanlia, onde llies favoreceu os
diam a 8ccnrnulação com a reincidencia, ou intentos uma disposiç3o da lei carolina I.
n ã o as distingiiiam" JIB porque nem a questão Mas B philosophia do seculo xviir estava
da cornpetencia, nos processos a intenlar, che- reservado o fazer triumphar definitivamente
gararn elles a definir claramenta 3, e ]a em- similhante doutrina; e com efferto, na Austria
fimporque a ,propria arbitrariedade das penas primeiramente, e logo depors em França, foi
f a t ~ adispensavel que tomassem a peito a de- ella convertida em preceito legal*.
cisão d a materia.
O direico canonico não nos parece que der- 5 1i.O
rema mais luz sobre a materia, a despeito d o Historis especial e direito patrio
fragmenta que parece inclinar 4 absorpção
das penisi,; porquanto outro se lhe oppije k dificil prefixar qual lenha sido a senda
que as duplica, ss $ qua não deve intender-se que, na falta de lei, seguiu a jurlsprudencia
antes da reincidenela 6. em Portugal. Suppomas todavia que, ine11-
A j u a s p u d e n c l a da vailia Europa admitliu r~ando-sePara a doutrina em voga na Europa,
con~u~ct~amento as dois oppnstos apliorismos : ou dWlicava as Pena% ou, a ~ ~ l i c a n duma
o 86,
Szngutts dckzctzs, de.; e : Mojor poena mzno- a aggravava ~ e s m e s u r a d a m e n l e
A3 reformas do vrocesso iudieial vrerarn

se referem á accumuinuão ideal, a saber a


Lei 9
II
1. N&o mcltemos cm linha de conta os taxtos que decidir entre n6s o pinto de penalidade do me-
smo modo que succedeu am França, porquanto
;Cod,, de accksat ct znscrzpt (48 - a), o a determinaram :
Lei 5 a, D,,do guaestwn~bzis (48-1 8 ) , 1.O aue.' se o r 4 0 for uinvenaclo dc muiios
se 8 que a primeira se não refere antes ao crime crzmes, sonzente 1

lhe será zmposta a pena


composto, ou ao complexo, ou talvez ao de effeito
dobrado, do mesmo modo qlie a 1.ei 4.1 ",D., do ntazor 4 ;
t n p r . ot f m o s . Ztbcll.], porque, occiipando-se dc 2 . 9 que; se d u r a n t e a discussão da causa
pontos especiaes, não rcsolvem a questão da vcrda- o r40 apparecer culpado d e oatro c r i m e pu-
deira accumulacão, que 6 a q u e nos interessa blico, ainda n f o proscripto, por slle se pro-
* Lei f8:@, $ IO.", D., de pocnzs (48-1 91, in
-
verbo saepzus. i Codigo criminal de Carlos v (de 1530 -1532)
A Lei 7.a, $ b.", D , de accusal. &8.-2}, au- artigo 1 6 3 . O
otorisa processos diversos s o r cada crime.; 3 Lei 2 Codigo penal de Joseph 11 de Austria (de 1 de
i .', B . O , D , n?Rd Qramtiarltnterposela appellal, janeiro de 1787), artigo Loy du 99 Sept.
(69-i'), presirppõo iim s6 tribunal para todos, e i 7 9 I h ti~iilv7 O, artrgo 40.",Code des dhlits e t des
claramente a Lct 9 \ Coo., do accusat et anscrapt. peincs dti 3 brumaire, a n IV, titulo 7.', artigo 4.46.';
148-9). Code de inslruction crimiiielle, artigo 366."
A boa ft! porem pede que se diga q ~ dc~ s t e stex- Barbosa, Astoma ct loca cornmunta j e r ~ t s , verbo
10s poruco resullar o seguinte. -deloclum; Gomes, Vawae res.oluttonea, de del6-
1 .O que os processos eram successivos. e não um C ~ W ,capiLiilo I.",n.* 5 . O
só, quando os sriwes eram perprclrados emjurisdi- Porem 15 para nós duvidoso, se estes reinicolas (se
cções diversas ; B que o segundo lambem é portuguez) fallam da ac-
2," que, excepto cste caso, um s6 j u i z conhecia cummulação, ou da reincidencia, ou se se refevem
de todos os crimes, mas cm processos separados. promiscuamente a ambos, par não Iigdrcm verda-
Picam assim harmonisados os te.rlos que pri- deira importancia c o n d m ~ a ç ã o que , B a que real-
meira VJSta parecem coalradictorios mente as distingue, e par isso deve aduar sobre aii
4 Dec~etode Graciano, can. disl. 81 divrrses penas. Nem isso adm,ra, porque o propria
.... 1)icit enim Scrip~ura.Non sindicaliit Dominus e não menos illustrado Pereira e Souza não formou
abis in idpsum.n idea exacta dos crimes concor~sntes((Clrrs~sados c d -
Capitulo i O, X, depoenis* "Ea quae frequen~i mw, capitulo i.", $ ii.",n." 1.2.O).
cpraevaricatione iterantur, Frequenti septenlia con- Ref. Jud. de 1637, 3.A parte, artigo 30Tea, e
rdernnentm.a MQV,Rel. Ilid., artigo 1173.O
d e r & de novo contra o rbo, se tiver sido
drl8pronunciado ou absolvido; mas, habendo
&do oond@maado, somente se procederi no
0 1 0 em que a pena do novo crime haja de
sariwarw, oessando entretanto a execuçáo da
pnmeira 1.
0 Codigo penal alterou estas disposi@ies,
porgiranto estatue :
4." que, por via de regra, nlo tem logar
a aííisumiilaç30 das penas, excepto quando a
lei ordena accumulação, ou as penas forem
pouoiwia$ ;
s 2." que somente por isso se applrcartl a
pena msis grave, decretada na lei, aggracnn-
do-se, segundo as regra.s geraes, em attençüo
ú ctrr;umstancia da accumulação dos crimes :
e delle parece deduzir-se
3.O que este ultimo preceito vigora ainda
mesmo nos casos em que os crimes hajam de
ser julgados separadamente, ou porque fossem
descoberlos durante a discussão (se B que
então o ulterior processo não ha de abranger
a ambos), ou porque o fossem jB depo~sda
condemnaç80 h.
DIRJ3ITO ORIMINAL necs, fbra ds duvida, r'esponsahI em re-
'
gra 1.
THEOgIA DA EBBIEDBDE E AFFICCÇÕES Mas, para bem se agaliar o onto, tutnpre
S~ILIJANTGS
- -
distinguir curdadosrimente os !L ors fact.os o
do delicto. e o da brnbri'aguez,depois vepifi-
J 1." cat., quanto a esta, qual o grúu de intelligeIi-
Opiniões extremas A vardadeira aa e liberdade, com que, apesar della, o indí-
Absolver o ebrio de toda a imputac$o, sob V ~ ~ Uobrou
O ; depois ainda inquirir etnquabto
o pretexto de que se não fichava, occa- foi causa de achar nexso estado ; o qqe
silão do dekcto, no goso das suas faculdades Se Consegue fac~lmente, separando-se u&s
btallectqaes (visto que a &riedade é uma das 0 ~ t r diverhas
8~ especias de ebriedade,
especio de loucura, ainda que passageira,
porque se exlingue ao cabo de doze a quinze 2' ;
horas), ou sujeital-o Ii responsabilidade ordi- Espeoies de ebrreflade
naria, com o fundamento de que B auctor a
um tempo de duas m4s actões- a da embria- *
ebr~edadbpode ser :
guez, ,e -a do crime con(igqaente, de qu~, 4 PT@&~& (Procurada), OU impreiiista
1'

B B B ~mafia
O da causa,, B causa do effolto, e Palf SroczcraJa) :e
de que em fim 8 4 praticou, dorlnh a eb&- f la) mPrevl5id t ~ casual, jl
v o l u f i t ~ rou
o delioto que resolven antes della, B ji Porque a l ~ u e hi
h causa della, com I@ofaR-
contrariar a verdade dos factos, 18 deduzir ela, ou msmo vontade do ebrio, jb
orque'este, sem o cogitaí; se ehb~iagoqot~ cou
cQiisgqeeaçias' que Os mesmos ,&bstandir, cojos e l i t a s ignorava, oo com
aornportam.
O homem, que pode voluntariqmonte 001- OS vapores exhalados de outras em ferrmnta-
locar-se no astodo de ebriedade, durante esta Que ou manipulava, ou estavam no lagar
er~etmro àdicto cgm mais pu rneoos intel "de trabalhava : 8
igsnoia 8 liberdade, a filo ignora alem disto
que B ella um facto reprehensivel, e que o
b)
2.''
4 ~0luniarhIh ~ b i n < dOU a~cidehiol.
çoonipjeta OU «icomplUa.
podo impelllr a dxcessos depl6raveiu i,perrna- 3-"~tfl92or ao ~roj@cto ou reisalu~2odo
~deliblb,ou ndo posterior, isto h, coseia ou si-
' $apto Agost~nhpdizia. qEbrida8 est bla0dy3 'mulmnea da rbsa]w$jo e ekeeuq&, de])e,
aDqomon, dulce venenum, suave peccatum, quam,
'aqui hebetb se ípsum noh habet, quam, pui fncit, jfi se deha Ver que a ebriedhilo prevista
,apeccatum tron Paclt, sed t o m 4st. peccatum 8 b sen)p~!p~ p~slerior;n%o ddssirn a b n t e , y í b l a ,
' Affonsa, rei de Arsgão, dizia
uebrietatis fiIios esse, u
Pedra' IW (hippico de Ibaraea, Collscia@Mornl
de Apofiddgh&, lrv.~B." paggioas 19 e 28,
I
o furor e a lu- que Ó pode 8ert OU delxar de o sari-301-o-i;
ruria eram qlho9 do vinho: ukurorem ot libidinem 80, resohido D deliçto, o delinqom
(
i Noa fdutt iinin rnl rman$bn)lhq rorun, guf
se sn-

vznoabersr sesnt, (S.Chrgsoslomo, Hom. 8 . a i n U ~ & , ~ ,


1 de julho de i876
$30 RevnsaA DE LEGISLAÇAO N.O 495
trega d ebriedade, e durante ella faz a mal- mais ou menos viva torna-se o homem au-
dade, sem ter todavia o proposito de a appro- daz e temerario, e coniqiianto perca entiio
veitar para similhante effeito; mas deixara de em parte a lembrança. não perde nem a ra-
sel-o, $0 a bbriedqdg, resoluç3o e execução são zão, nem a consciencia de si proprio, I? este,
Tactos tndos coeeos 00 coexistentes no mosrno o estado de excZtaç3o que aprovdtbm os
periodo. grandes scelerados, como os grandes capi-
§ 3." ti'ies- No terceiro periodo de arrebarament~~s~
mais ou menos violentos, perde o homem todo
Ebriedade incompleta o temor de Dsus e da lei, e leva a audacia
e a impudencia ao excesso ; e posto que não
A &riodade incompleta merecesobre tudo conserve j$ senão poucas idèas, liga ainda
pa~iiculareuirlado ; porque, afirmando a a i s - entre si as [liia lhe restam : 6 neste ahh
tencia d a r2230 1n0ral. em maior Ou menor que, transposto o dipe (io temor do ~&p,
$rfh querem alguns que Reja 0 iinico criterio que no coragari do homem separa o h
para avaliar da responsabilidatle. mal, elle deixa a descoberto os vicios, que
a Por isso mister aitender aos seus quatro principalmente o caraelerisam, o orgulho, a
diversos periodos principaes, insolencia, a ferocidade. No quarto p~riado
Com efiilo, o vlsho e os damais licor. Wpi- ,emfim, Quo pmernzrnlar pui b r b f , ou do
ntuosos, comquapto produzam a perturba-i extremo faro,-, 00 do completo mbmtsci-
$50 das faculdades m r a e s do homem, acom" m m t , o homem como que dasapparece sob
ganhada da Ijlta de firmeza das faculdades figaia humana.
locomotoras (porque sempre a dosordem des- Estamos agora jã habilitados a julgar, com
tas corresponde dague'1as)7 ate que prob&i]idade & beerlo, dcarca dos diversos
estado da 'pitia0 Ou plena ~ r ~ s t n d Oem s que osraoiercs, com
a e a 'oconiOci' tOta'mentO se suspen- tar-se, e do valor4m qug
r &pieijade
devo
oslen-
aiirlbiiipse.lhe,
dem i todalvia estes resultados succedem-se
pouco a pouco ; e, ora caminham com mais
ou menos presteza, ora che am ou náo ao
' $ a:
iade f
onto final, coniòrme a qda idade e qiiaod-
da bebida, consbtuiç~pparlicuèr do in- b ~ a dos deeldir $obre a Pena e a i e ~ p a 9 5 0
dividuo, clima em que se vive, e outras cir-
cumstancias jd de menos peso I. A ebriedade prevista, como B um meio jd de
Assim, no primeiro periodo observa-se uma obstar ao deaco~oçoamentofia resrrluç3ãla, j4 de
ezcitaçáo ddce, alegre, saudavel e moderada, adr~uirlresforço na Pep~etragãodo crimb, @O
que augmenta o que chamamos vztae, nos jldn proclirar uma desculpa podterior, nlobobli-
torna mais promptos para a acção, facilita o tera em eousa alguma a r e s p o n s ~ b i ~ i d ~ d e , ~ n e i
uso da lingua, e, nos faz mais coafiados e ge- ~ I ~ s mcom o respeito 69 ornQsBe8, a' q*e dabia
nerosos 9. No segundo peribdo -de exal~n$ão l@gsr0 estado de plena Proslraçfio ;Por &@M-
plo : # oguarda do cofre, que, para dlar a c ~ s i b
1 Os licores espiritubsos não prodiizem todos ao arrombam@n$o, e affasbr 8s gugpeltas
eg~taeseRelto$, 0 no mesmo tmpo fiem eguaes cumgliiida& cem ,os ~oubad;~r&,se a i ~ e ~ e
qultado~ de futuro na economia humana Q wattho
hna>ea, fatal r a sj~tewqi ~ e r ~ produz
~ s ~ tremoreg,
. de Pro~u6iioBmbriaBad~.
pri~ioda Iiolua, e conrubõei ; os wihm ~ t p v m o a s Eistomtendcm~sque p ~ ~ e~ihdP d ~ quanb
,
depressa sobeai ao cerebro, porem 8 fugitiva a sua falhe o crime premeditado, mas YB petpeve
ac$ão8;*a ctdra pose embriagar mais rapidamente Ho
,que ,o vlrhb, rem todos 6s cksos produz vos orrgBDs
digestivos um effcito deletereo, que muitas vezes similliante embriague$, pode a'tb sus-
origiaa tumores dp eatomaqri ; a ceroe.a produx uma tentar-se, que deve aggravar a pena, w at-
embriaguez ~esadae eslupida, mas na0 obsta a que testar a exrstent~ada premeditaç%o.
os qiie a ella se entregam, eflgor'dem, iiu passo que
as bebedores de aghardsnte caminham suavemente A tmpre~tsta, incomp.Eeba;, ipo~unta~ae
e sem o senkirem para a sepul.tura, o obsalilhb~ a habttzlal dá loaar a uma riena menor alie a
aguawtente de mnia e o tarech, mais perigosor do ordEharia do ci.he, calculada ja
que a aguardente, produzem uma embrraguez, para
irdus
9s
a s s h dizer, instadtaneq e fulminante Jorda'l do Ja iirtel~igencia 0 liberdade, com que ss tiver
~o~om~wdoo: nn.Ohg'l~Q B
d'e 9 de nlaio de i $e)!
Q &ia o philosopho AnAbharbls:> <tPtimam rn O MIU
obrado,, ;lar wbrs a culpa da estada, e jd sobre
habxto adqui~ido.
mmsa oratenam pePtrnere a0 rillm, aewnhm adj A <mprgmsia,;ncowleta, e,01an.taflae ac.
~hilarilatem,tertiam ad voluplalern, quartam ad in-
asaniim:w ~&4ioodpAoemora& p ~ l opsdre Jbão de ~ ' 4 ~ ' 1' menor penam porque
~ ~acanse'ha
$aiir&, subsiste o elemento 80 viao coatisahido.
A irnpr~t.@t~c~ incompleta ,e .ca$wa;l d e t s r ~
qbp ppeoa ainda menor. porque o ehno náo'
foi liv,re em se achar naquella situação.
4 iqgrevista, completa, aokuntarza e hubz-
tua1 não pode acarretar respoiisabilidade pelo
facto criminoso (facto que 6 tão material,
como o de esmagar a criança, vergando ao
proprro peso), por isso que ao tempo da acção
o ebria estb de todo privado da r a ~ ã omoral;
mas determina uma certa pena, calculada jB
sobre a culpa que ha em se collocar no es-
tado ds ,embc~aguez,e ji sohre D vicio con-
wahido.
A mpreensta, campleta, voJwatav#a e ac-
clden~àlaconselha pena inferior, pela Bistan-
çia ,qsé ha egtre o acta vicioso e o hahito
desse acta
A ,rmprm'ua,,completa e casual exime de
toda a pena, sendo certo qne nem houve ar-
bitrio na situação do ebrio, ne,m inteliigepcia '
ei1libeMade30 tempo da acção.
&mquqnto 4 poslerior, serido preulsta, regula
o que sobre esy so disse. Sendp imprevista e
posterror a resolupáo do delic[o, sa por um lado,
ha a lançar em conta ao ebrio a ciesc,autela
çsm que ss de~xouembriagar, ha a attender
por outra parte a que talvez não dbsse* A exe-
çugão .a resolução anterior, se se n3o achasse
con~tituido no estado da ebnedade. E esta
qpnpiqqração deve prevalecer (excepto se #e
,povar 9 premeditação), para que haja com
q]ls ,q\g.ump lsqidade. Mas, se B çpeva çom a
ss~{g%o a s~ecuçãodo ddicto, deve a pesa
sar ainda bqis modifiçada.
esoumdb advertir que sempre que so-
mente se castiga a oulpa, como ha dois ele-
msntos em luta, o facto da ebriedade, que,
ctondu~indo ao facto crimiqoso, pede aggra-
va@o da pena, correspondente irnmdralir
dad& do yioio, e o merimo facto criminoso,
qush,,psnpetrado na occdão, em qpe não
aubshtai~@tode qu em parte a razão moral,
amtisslha eacinsa!nu mod16cação da pena cor-
rapondsnte, se o crime B grave, deve pre-
ponderar mais a 'modifica~30do que a aggra-
v a ç h ; e, ao iriverso, se B leve, e mormente
da classg daquelleg, que são ordinario apana-
gio da bebedlce 1.
A reparaç5o deve-se sompre, ai@damesmo
onde 1130 cabe pena.
(C0;tthiLa).

1 Pica assim demohslrada ser absurdo parecer


dos. arltigos ccilidiinalibtas, qiie não perlloavarn ao
pbnipt r& de gwdee sriaies.
,
1
DlRXITO CIRIMINAL p.onde prin@ipalmante dl, clima, em que se
VlV0.
THEOPIA DA EBBIEDADE E AFFI-CÇÕBS E pelo que tota aos tribunaes, cumpre
SIMILIIANTES tambem que evitem dojs ssco:alhos-o de corp
fundir o estado de ebriedade com a alienaçso
(Coiitiuiiado do ti.^ 425, p&g~nas
131) mental, porqpanto, na fb daMr. E~quirol,mui-
tas vezes o abuso dos licores. espirituosos e
f 5.O O eb.riedade são os prims~rnssynaptsmus, OU
Observagães naekhpr, os spptamas maas salaentes de urna
bucurta em começo, loucura esp.c.cial 9110 os
Nao deve o Iegislador, ainda qae n5o ne- medicas allemães chamam dppso~afilai-9
guo A ebriedade o ser causa de escusa ou o de deixar-se surprehender pela impostura;
dusculpa do delicto, detlaral-o assim no seu pois qiis 6 moi10 facil e at8 triaial &nu-
Codigo, para que nqo pareça cgnceiier-llio os lar a embriaguez, o11 ainda exageriil-a,, visia
fbros da indulghncia, ou impunidade ; conlen- a soa pouca duiJ$Zo, a u s ~ t l ~ ide
a vestigios,
te-se em commetter aos tribunaec; a apreciação e dificuldade, ainda mamo para o medibo Ta-
dos casos singulhres, por meio de uma forma rense, de verificar-lhe a realidade 9 exlensao:
vaga ; e assim, por exemplo, procede o C;o&go Acresoe que as teslimunhas não têib egual-
penal fran~ez. ipedae dificuldade em jurar sobre a sua @xis-
Ao contrario convir8 que. erija em crime tencia.
sur g m e s o habito da bebedice, sempre que Esta qus a prova da embriaguez, como
da de si escaibdalo publico no indrviduo, ou actu de defesa, cumpre ao ddu-iquentia.
se haja tornado vicio geral (se julgar que a
desconsideraç~oe o despreso publico nao s á ~ 8 6."
stigma suficiente) ; que nesses casos ao me- ,
nos puna, ainda que com pena leve, os que Affeoções anafogas
fornecem bebida aos que j%I6stáíí 8m começo
de ehriedade, e os que os in,c{(am a beber ; e E pois que, tiao sb os licores, mas tam-
que decrete a exp.ulsi40 de funcçD>es,publicas bem as substancias &phvddhaças e as vetie-
dos que se entregah com excesso e freqiiencia nosas, taes corrio, o pliosphoco, o p6 'de can-
ao uso dos licores espiritudsos.' tbaridâs, ,o opia, o Ibasch%oh (o tabaco? o
Algumas Vezes pode a ebriedado ser ele- canam?) 8 sihdbantes 'podem produzir a
vada a contravenção, por causa dos perigos a pçrturbaÇ3b daa faculdddes intellectuaes do
que da iogar ; por exemplo: na tripulaçáo do
1 Mr. Jh, Brisnd, Manuel codplet de tpkdecrtk
navio, '0 ''dado que 0' de sent'"lla~ 0' ligate, iamo 1.0, 3,*, eapilulo 9 . 0 ; M ~ C. ,
guarda do edificio publico. d~llo!, Mamel c o m ~ k tda m k d e d t ~Idgale,
~ parte ?.a,
Não obsjante, a necessidade da punigfo de- capitulo i 1.0
I
homem 1 ; B appiicavel, quanio a estas, a dou- O direito canonico fuiminou o vicio da ebria-
trina assentada, segundo as circumstancias oc- dade no clero. e parece desculpar os delictos
correntes, enumemdm wm rapeibll~ebrie- perpetrados durante ella 1.
dhde ori6aade dbs &milasrale~li~ori. Correndb a edade medle, Barth.010 e Baldo 3
assentaram a respohszibihdade mais grave dos
i

Q 7.0 ebrios ;mas em soguida parece haverem estado


Historia e direito geral ern voga dois principias oppostos, um consi-
derando a ebriedadeicomo ciraumstuncia atte-
Os philosophos, sabias e le~isladaresda nuante, admittido ern Italia, e logo seguido na
antiguidade condemnavam por egual o vicio Allemanha, Paizes Baixos e Hespanha. outro
da ebriadad~,de certo entlo propens30 geral, reflutanda-a aggfavarite e adoptado na França,
sa dermos credito a Plinioq Basta apontar Inglaterra e Escocla.
e m e os pcimeiras Platão, Aristoteles, Qoibti- Nã~obstanteo Edicto de Cátlns V de I33 1,
liano e Seaeca, o qual lhe chama lowmro *o- e ri Ordenança de Francisco I de 31 de agosto
luntaria. de 1536, subiram a um rigor mtremo, punindo
Aos segundos pertence Pittacus, qae pii- o delicto com pena propria, e em razão da
niii os~crimesda ebriedade com pena mais embriaguez ; e muito mais ainda a Brdenan~a,
grave do que a ardinaria ; Solos gile paiu t ipu@ndo a só abriddade a16 A'berceira wz'bas4
ebriedade nos magistrados com p m & martrs ; 4anb&ents*.:\ Mas d'ahi em diante, com as
e a respeito destes mesmos os corinthios e penas de arnputaç3a de orelha, infamia e ba-
carthagitiezes, @e foram btB ao ribdiir&o, por* nirnenlo.
que lhe prohibiram o proprio uso do vinho ; Na Inglaterra ainda hoje se aggrava a pena
rnzd eicedeu-OBna elitrdvaganeia Lycuilgo, dos detiotos de eb~iedade; H 6 asta mesma
fbi'dliTfiracia, qlie matidbil arranaiflaBvinhas punida com multa do mesmo modo que se
com prohibi~áode tornar a plantal-as. observa em alguns outros, mas poucos, paizes.
Eatre as judeus ,arece ter sido coademado Em França, vmto o silencio da lei, que não
i
sb o excqssb db bB ida, re tib o usa 'Pbode- reconhece nella causa de attenuação da pena,
fddoa'; mas aos romrrnosuuubb &zl\ibi' b assspe- pugnam hoje entre si os criminalistas e ou tri-
cfo lepl do hcb, Isto Q, carisidaralkti mefite bunaes 8.
quando s'egriido de erime, ,para inismr a
pena deste, com0 6 juiitu4. nrus, improbo, petulaniique maliedicto nemin~nos-
~ l r a ~ c r e d i d e riacessenda.
it ac,temiilaatia tqcbulen-
1 Deareto ae Oraciano, dlstincção 36.0,capitulo utus, obtre~tatortetqperuw (novtrorum) fuent, eupn
B.O... «Sicera hebraeo iermone omnis pouo nuaaii- apoenae nolumlia siibjugari. negue durum iiliquid,
rpatur, quae enebriare po1est.m unec asperum (volumus) riuatlnerejn
"atw-criin aartorla, liv. 14.0, cap. '29 (i ...
e 7,"
.",
Dekreto, parla i distiacp2o 38.", oapilulos 8."
~Nuliapuein parte mundi cessat ebrie1aa.n
j?,cdsa&~twlerll, crrp. 3 1 db, v, 36.". ~Exultatio Cap. ia.', X, I wta et hoaesl#qb,c~wacz.
r a r í l a e et cordis vihum moderate potatum.n Decreto, parte a,', caqg. iS.", guest. i *. cap 7 O
@ccl&etCcw, cap. 31.O, v. 38.O : r Vinum mul- Ad leg. 38.&,D.,atl teg. J t i l . da &duEt. (48-S)
ntum potatum irritarione&; e1 irem, et ruinas mul- e as le$ 1 *. Cod.. unde v i (8-4).
atas facit.~ Nãb omltti~mob,porqueuão multoinotaww, as
'4, I h v e ~ n L$& amillir que bomieiabo em ~beneíi- diqosic;ões da *nova fel kbnoeze de6$3.de fevereiro
cio dos &eaa$ pohiblu por+yn~ediclo plantar vtnhas ' de 1873 ácerca dai embrisfiuec,,iSÜo como seguem:
na Lusitania, mas depois o imperador Probo abro- u$ão punidos os que forem encontrados em manl-
gou-o. Suelonio in Doanttia~um.Amarai, Memwaa ifesto alado de embriaguez nas ruas. ptatas. d k a -
S.', paginas 316. adas, nos cahs, tabernas u o a r o s iogate&pubiicoi~
Lei ti:, S 'I.", D., 6 remrltta~t(49-16). a - . . uId. os donos de estabelecimeritoe que1rcitderem
uP%r vinum aut la&kittn lipsh, úapitalis poena re- iabebidas alooolicpsa pessoas embriagadas, receberem
.millenda est. et militiae mutatio irroganda.~ a.em seqs eslabelecitqentos e venderem bebidas a me-
Jrpi ,i$.', $ %', DF, de p ~ a ((8-1o 9) d e - anores de dezescis anhos.
aliuqvitur autem a,utgr~posito,itul itqeelu, atit casu d d . a pessoa que d6r bebidas a menor de dezeseis
ir.... impelu autem cum per dbdelatem ,a8 mahd datirios a pbhtoide a embriirgar,
dhut aki ferrum venitur... n uA pessoa encontrada ,emlagar publico embria-
Lei ia.', D., de matcid- st emhh. r m . (48-9) t agada 6 conduzida 5 eataçho policial mais prorima,
r..,.Sdvio quoque &@ta bquitaniae idem Prin? a 4 sua custa, e ahi retids ,a& que recobre (i uso da
Iccep mscripsit: in eam qui custodiam diWsit, aut arazão.
riln scieir habuit, ul possit custodia evadete, ani- dETm exemplar (Ia lei ãere ser atlkaxio nasmab
~madxertendurn:si tamen Der vinum, ayt deadiam amien, nas saias dos aafbs e lojtrs de b.ebidçs,n
acustodir .id ewenerit,, caa/lg;ahdum eum et rii dete- k plinido o dono do estabelecimento que o n l o
arioren, miptiam dari:,. ..a tiver, e as pessoas qp,e o r$sgarew ou destruirem,
l e i utiica, COE,ri qub Impsrat. qat~YCd!ePb. são obrigadas a afixar outro h alia custa,
(11-7). *Si quis modertiae nesdus, et plidbfls @na- As penas QBO, secundo os dnersos ciasps.
Nos demais pairas, os ulti@io#eodigao tbm da ~ e u 1 0h~ qqus dar &~timuako dor juiiispru-
assenladcw ga~wlmedealguns borts rptiacipi~sdeaoja do ]&ai$,.
sobro a mrhria. O nosso Cadigo penal contem sobre a ,ma7
$' S.* tpria as seguintes disposiçíles :
Artigo 46,' Nenhum aGig 4 grjmipso :
aQparda o seu mctor, DO mgrqeqtp de
$.O

o commetter, estaia inteiraq@ privadg


Dbsa ~qugqm ~w1~gaI prev;ilec)qq Q g r b iniolligmaia dn rqd que ç o w e t k y ,
cipio da atl~puaçãopel? ~hriedadel. &rFr wr Saio oircrimsbncias attenuanres ;
E cremos que assim fosse, por ser esw a . * . , , . . i i . i . . . . i . . . . . , , t . . , * * p .

apin~ã~, g4ralinsnb susteatado pelas jurjsqon- 8." A embriaguez não carnpleta, quaodo
sultos de fbra e reinicoIas ; sem que ,qm for ca~ud* 8 não ftor posterior ao pI!ojleotg de
tud9 detwdamos que semprs se ssguiw pos comnoam lo crime,
tribunaes. ,Ar$?8J." eodem ser crimiwms :
13e rwto Melb Frwe deSerulerido a jm- ...,.*.*.,*.,.. b * . . . . , , . . . p . y ~ , . .

wunidade da embriagues c~mpleta,s 930 pcoe 4." ,Os,ebriw qe # g~illbrjag~sz 4 mmpjgta,


curada, e Pereira q Soliz? $ ju1gando.a fiausa casual, e nã9posFarrgr 30 projecto ds commet
ds attenuap;ãp t m gwa),,Daceewrn antes ~ x p b r ter o crime,
o praprra ~ o t ona materia, segundo a npiniãa Art. 74.O $e aJgw@em sstadri de smbria-
l u l l a de i a 15 francos- 16 a 30P.
guez completa praticar qualquer facto que a
Prisão de seis d a s a um mez. lei +yaal mapda pu~jr,p~r-.lhe4appficii* a
Ambas esleei penas podem ner applicadaa no ma- pena ds prh30 wraecinndat, pdendo nggn.
ximo, e elevaaas ao dobro. vqpse segundo 4s ciricumstanuias da Tato illi-
Privação do dwedlo $e qot,qr ,e qep po&&, ,de ser cito, seguido daqueita ze9uJtado nos , awb r
p r a d o . de e<re+cer ewpveqoa e ft~ncçôespublicar. e
do por& d~ armas por dois anms: prohiblç50 de t e guiqw ;
rem o estabelwimeblo a14 pm mez; prohiblpão ds 4.' Se a enibriagwz MO fbr casual,
ílander h e U s ,(#ata6 durie~ultimps&oment% ~ i i 4." Se: foi pstarior ao p,roj@ctodo cr@e.
donos dos eslabeIecimeq@a). f unico. Neste caso ter4 logar a disposição
São attendrdgs Lambem as reincidenaas para o fim da 8 3." 40 artigo antmedeub.
da aggrava~50.
(Jornal do Commerczo, n 1785, de 11 de feve-
O No Projecto do Codigo penal Lhse o .m
reiro de 1873). guiate r
E jQ antes dtsso, sm harmonia com o parecer 4 ~65P . Sw attmrtanbs de primeira m-
de uma commiasão para reformas do exercito, o mi-
n i s t r ~da fguenrade Franga madifloou 108 ariigoa Q61L0 tegoria :
e 39MP do regnlumentamilitw, pare o @fldtcrdenão ... i . . . . . , . . . . I . . . . . . . . . i . t l .

poderi skr iIlCobatia Como athuanle a circumslantia 6.O A embriaguez não completa, não se
da cmbriagaee, pelas faltas, #eflctos c crinas dos tendo o agente voluntariamente collocado
militares ( J o q a l do Conrv,#erc.cipde Lisboa, n."!i66t$
de 6 Qe geteplhra de 1(i72), nesse o$Cadk~,pwa r~o.mwe4tera ~ n f r ~ e ~ V o ,
dindr por ~uavaidqdeasr.es$iericgxenrrpe: Art. 70." Não tem irnpuldbilidade por falia
A ~oaiadndedas ~aieamieo, daa a ~ l ea ,dasiIstFas de completa inteuigeneia r
de Hawawtldsir p p ~ eptenrioi o segjuinte polito: . i i i . . i . . i . ~ * i . ~ . i * . ~ . * * . . . * . . *

c<lDesorev@r com partiau+aridadwsas cfiinaslae con- 06 indtvidu~;,q ~ pe ~ Of U ~ Oq,ublquer


aisrqirencias da embrisguee; tanto para o Individuo
nque a eila P$ errtrieqai, como para a sociedhde; in- motiivo (alma dQ afiecpfio msntaq esgiverem
rdicar os rnbV6s preventivas e repr6ssivos mais apro- çp~plef$w~pte privados do livre ererqcío,de
apriados, para e x t i r p ~ resse vicio, OU qp menos para suas faculdadas in&llectuass, no iixr~mptade
alho limitar 4 ~ e d ~ ~ o l v f m e trnl t a commetter a infracqfío; salvo s$ voluntaria-
A gaciedade recebw j l duas Memorias sobre o mente se coilocarem nesse eslado para a pla-
podo, mas hadh G O porem-do M~ seu~m~ocitmmto.
( J q m k do Gonilnercfo, n.O $748 dai aj de j a q 4 w ti~ar.
de 4873). T~flipstambem ,emrelação il pqteria iastas
i Chauveau e Hellie, Thsurk do Code pend, dl8posiçõeis :
n.r 8Q9,notas9 a Deçrato de 3,da maio de 4866, artigo íj4.O:
~da@iudnJrtrddt~rã.~vmh -,ebnur :Ju&oClaro,
Smtmt,, liv, 5.O, $,fin.. flue&. FiQ.', , n . O 1 1 . O ; GQ- Tarãn tados Q maior rsuidado em iqppedir od
mes, Yadaeresoltc#m.es, cap 1 ",n.O 73; Ferreira, gc10~ escandalws, gus possam praFicar 0s
PrabSc~cFI'p10itlal,trat. 3:q,cap. 6.", n.q 80. Wde tm- $mbAaggdqs, os qvau serão immediamnte
bem Frtinm, Trata&$ ~ q t C (b$ o c ~ d d e e ) , pbrte , çv$todia~o;g,
f .*. cap. m. 44.
afim de se evitar nesw ssiqrlo qw
3
%O,

J w . Cnm. Luso't., Irber. singul , tit. i.*.


$ I conegaraeaw na pcaeapa ~ P slirpviores,
S ou
Q~QM#O.dd6 W ~ W QS&CÇ&
, l.*,Cnip. dap,51 8+P+Commsltam pajqr fjil,ta 9a drflfg~.
aola~8,' Lyi de!jplb4PWl(0. de &,tn."bdb9).
**
Ait. Bi2:0 9ePh sempre demiltido com inha-
bilidade para tornar a servir na fhl?cialcivii,
o guarda que :
...............................
4.' Tiver I) vicio da embriaguez.
Deçreto de 14 de deieé&bi'o de 1867 fD.
dc E., ri.O 290)'.
Art. 403.O %erB sempre dermlitiiieb com
inhaâilldado para tomar a servir na
civil, o guarda :
......**...1.
.i.......*.....

N.O 4 . O Que tiver. o VICIO da embriaguez.


Decreto de 14 de dezornbro.de 1867.
Art. 22." As penas e os castigos em que
podem incorrer os guardas campestres s?io
Reprehensão, suspensão com perda de ven-
amentb ata trinm dias ; demisglio.
...............................
$ 3.O I? sempre causa de demissgo.
...............................
7.' Terpo vicio da ernbriaguoz, ou se mos-
I
tpar haver comrnetfido algunl crime.
Decreto e i'egulamento de I I de abrd de
1868 (13. de L., n.O 882).
Art. 79." E proliibida a entrada nas car-
ruagcns (do caminho ds f e t k ~ ) .
N.O A tdda a pessoa emestado de em-
briaguez.
Decreto de 28 de ]drrho de 187d (O. da
O., n." 1541,
Art. 76.", regras 4."e 6." que punem a
embriaguez como dolicto auZ genens nas pra-
ças do batallião naclonal do Macau.
I Por &erivaçGo chama-se rezlaoi&~feao de-
lincluente em rerncicleaicia, o com egual pro-
priedade tambem rclapso, expressão consa-
grada pelo direrto canonioo.

Definição de reincidencia sua etymologia k5, "O

Propriedade do nome Reino~dente Sua divrsão

Reincidencia i! a coemstcncaa de doos ou Divide-se a reincidencia em :


maas dekekos, perpetrados por zcnn mesmc 1 O Espeaal ou relattw, que consiste na
agmte, untas e depozs de uma smtmça com Ierbpetrnc;ão de um delicto da mesma especie
demnatoria executada ou w perpetraçüo dç io ilelicto ji liilnirlo : por esempb : o furto
novo dolzcio pelo crimvnoso gci puntdo por ~crpctrndodepois do furto punido; ferimon-
outro dehclo. Iieralmsnte porem toma-se so- ,os dcpois de fc,rinicnlos,
irnenta pelo segundo detzcto, ainda que com 2 " Medzn, que consiste na perpetraçso de
referenua ao primeiro. c tambem pelo van- lm deliçto, iião da mesma especie, mas do
c 3 0 que une entre si os dois delictos. nesmo genero do delrclo j i punido, isto 8,
A origem philologico do nome d i logo a Iue atacam o mesmo principio, ou são deri-
intender a idba que exprimo, porquanio se ilados dos mesmos vicios ou paixões; por
deriva das duas palavra& latinas - r z i ~ s z l s ca-
~ i r ~ ~ m p al o violencia
: para com as pessoas,
dere, ou antes de -reczderq ou melhor arnda iaricâdas, ferimentos e homicidio, e tambem
do -rte-e -zrdczdew (cb~iformea desinen- i furto, o roubo, e levantamerito de fazenda
cia da nossa e outras Iinguas), que signifi- ilhtaia, ou tambem ainda o estupro, o adulte-
cam c a l segurlda vez, tomar a caw, racalr. 10 e crimes contra os bons costumes;
fi certo que a reincidencia pode tambem 3.". Geral ou abs(Juta, que consiste na
designar ~eztercaçào,mas esta consagrada para ~erpetra$li,ãod d drn delicto dtt naku~eza&fe-
significar o novo deltcto depois da condemna- *ente do delicto JB punido; por exemplo:
ção ; e com effeito o signiliea com muita pro- ;[Ame religioso, depois c ~ i m econtra a segir-
priedade, porque ninguem recAi senmo por- anca do estado, coalra a propriedade, e as-
que, tendo caido uma vez, depais se leían- am por diante.
tou, e para o delinquente soffrer a pena 6 $ 3.O
levantar-se : e com mais prtrpriadadd aindd do Caracteres das espeoies della
que a mesma reiteração, com relação aos
delictos aeciimuldilos, porq~ianlo esta pode fi a reincidencia especial: 1.O mais tan-
designar repelzçilo de acções, tanto boas, como ;ivcl, porque B mais certo o vinculo entre ou
mAs, e aqiiatla s6 significa qtceda ou repeação lelictos identicos ; 2 O demonstra com facili-
de máus acstos. tdde a per tinacia ou tenacidade do delinquente
22 de J U ~ ] de 4876
162 REVISTA DE LEG~SLAÇAO Na0 42'9
em affrontrdr uma mesma lei; 3 . O e prova ou por outro modo subtrahir-se 4 execuç8o da
a insuficiencia da pena soffrida, para repres- pena, alcançanílo o beneficio da prescripçáo.
s3o delle pesmo, pais que não co~seguiu Algugs Codi os pgrem n3o admitlem que
melhoral-o. i
proceda a w n c i encia, $em que o condsrri5alfio
A media parece 'inculcar o predominio de tenha ao menos soffrido parte da pena.
uma dada paixão viciosa do delinquente para
carta ordem de dolictos, qilc ella determina.
A geral parem pode uianifeestar a tendency Jusíkça da aggravagào da pena,
do delinquente para toda a sorte d e delictos. dada a reincidencia
Tanto na accumulação, como ria reincidan-
h." cia, ha pluralidade de delictos; mas ao passo
que aquelfa para todos applica uma s6 pena,
tp#&aa+$qto,da reincidencia Corollarios delle. como vimos, cura esta de punir o ultimo
Extensão delia com uma pena maior do q u e a s u e lhe com-
fi pois o fundamento da reincidencia o sof- sido petir!~, sê o delicto antecedente' não tivesse
PFmento da pena do primeiro delicto, ou a alem jBha punido ; o que importa dizer que
pluralidade de d~lictose unidade de
expiação sem o resultado da correc~ãoou le-
nior do criminoso; e por conig~qqçncia so- , peqq, posto que a mais grave P. aggravada,
mente com verdade se pode afirmar, que rein- aqdi plllralidatle de delictos, pluralidade d e
cide o que dapois disss camwetle noso cnime. penas, e, o que mais 6, a$$ravação da ultima,
Todavia tem.se gwalmeato asseiitado em que este é o intliito da theoria da reincidencia.
que. olla procede : Mas haverb justiça em proceder deste
1 . O Logo que a senlença cond;emnatwia
modo ?
tramita em julgado 1. quer seja proferida em Em these ha fora de toda a duvida.
1.O Ineficacia da pwa. Com effeito B esla
processo em que os P&IS eslejarn presentes, talhadp pelo l+gislador para os fuluros dglin-
qiier em processo de ausentes. por quanto. ou
porque o réo não emharpoti no praso, ou, quentes em geral, viem q it$?pos&i)i$lade de
embargando, os embargos fgram julgados im- iarmsnte, a 0indole
beriGcar
por
de cada criminoso singu-
consequencia deve aocom-
,pyocedentcs, a sentença surte pltno effcito ;
, %.O Qyqndo a pena ~ s t 3ern via de sor
modar-se media ou t ~ ~ rmefio
n , da i m m -
cumprida 7 ral~dadepresupposla de todos elles em deipn
3." Qua,ndo ]i foi em paite cumprida; minados crimes : mas, se, tendo sido uma vez
4." Quando o r80 foi perdoado, e ainda appltcada, a exp~rianciamostira que não B &
schabili tado ; ficaz, por igso que o delinquente pnati.aou n w
5." Quando o delinquente logrou pela fuga crime, 6 de razão que na puniç&odieste aipena
nao p e r m a n w a mesma, rnps se aggram,
1 Lei 2.', $ 2
O, D., de pocnis (48-17). sEum ainda quando s~~pponhamos odePztaca a immo-
accIpl,emtis damnatiim qiil pon prfiuoclbit, caeteriirn ralidade nos dois arimes.
si provocet, nondiim damnatris videtiir )I 9 . W u t o r imrnwakdade no segufido dslzmb
3 Ha por consequenciii a aggrniar lambem neste Esta de Facto deve admittir-SB em ger4
caso a pena do sgiindo dclicto, am razão do pri- porque a pertinaoia do delinquente abttesla e
meiro, cxceplu gc a lai. ti20 d.? logar a sirnilhante seu caracter rebelde ao w p e i t o pela hi, a
procedimento
O nosso rodlgo ~ienal,artigo 91.". mandando eue- ausencia de temor pelos novos males da pena
cutar sobre o ~rihiinnsoir* ppenns do crime, ohjecbo da futura, e O desprezo pela sp~o~iih p~bhoaii
primeira conlema~ção,e do orinie commeltido du- ainda que por excepção fio deve adrnittir que
raqte o cumprtmenta do mesm# cmdemnação, deve
ser interpetrqdo pelo drllgo St5 Assim haverá lagar
possam as reincidenaas, pela8 circiurnstanaas
a, agvravar a do segundo delicto, se é da qnesnaa natu- quo as acompanham, n50 d nãla imgortíw
reza do prrpiciro, porqiie nessa ndlurcza mesma faz maior immoralidacle, ma3 san mais desmb.
elle ctin&tic uma das condicócs da reincidencia Se paveis do que o primeiro cnmg.
não, náo , isto 6 haver& a applicar a pena sipgdla Segurarlça publica Effestiwairianfea a+
sómente para o segundo delicto. corno o foi para o
primeiro, se entre s i differern pela natureza. eessidade social da punaiçzo 6 maior eip iielapão
O que rodavia procede, se as penas 850 compari- aos reincidentes, porque a~pertinaciaem a&-
ve19 siwultanea ou siiccessivamente, porque, se Q não tar a lei, n3o s6 bz reoear um teraeiro e.nows
são, regdh, como na ac,cumuiaqão; o 'pi.~oaipioda perigos-da parte dal,les, mas aaosa o publiao
-
obsonp~ãodas, penas a ma18 grave 6 apgrpvada. descredito da mesma lei, e como consequew
$ o melhor B que, como no caso da mesma accu-
Jgrnbem para o intento ela produz o alarme social.
, do ~er~ficar-se
~ ~ u l g ç ã oterá
juncgão dos processos. Assim, se o ma2 moral da reincidenaia B
m$w, s mairi uligea\s s. w & ~ e socid,
~ e aiada
qkia pefioiaaeGq egwl o vaG rn(htcrea1, a aggra-
aa@Qi fia p i i r z i ç ~ .4~ a çon$&qUenCla, p~rque
nestes t ~ e zteibmcisestá a leptimidade e me-
did,a da pena.
Contenha)
DEtEPTO CTZTJKINAL SA,cirria vez applicadhs, d#o reprimirm, po-
dem surtfk pleno elTbllo, quancio .rep&Iais.
TIIEOBIA DA AREINCIDENCIA 5." fi grande incoasequencia ritio mnir 08
(U~nt)nuadodo n.0 427, paginas 163)
1
ddliclbs accumulados e coonexos, se $6 cgm
uma s6 pena, e castigar os de reinciflerieia
com duas. agyravando a,inda a segundb, por-
$ 6.. que a diversidade de tempo dbstes uihnos
Objec~ões n?io pode aconselhar tal tigor : ao. contrario
faz que devam reputar-se desligti'tlos os deli-
Nem obsta o redarguir-se que aggravar a ctos, que aqui assim encadeiam, ao paaso-que
pena neste caso B : acold desligam os que a occasi30 ou a impu-
1.O Lembrar qGa um p r m ~ odelesio foa nidade encadearam entra si.
perpetrado, mas esquecer que foi punzdo ; Outros argumentos se offerecetn aibda, nlhs
acarretal-o para circumstancia aggravante do que omittimos Por serem de menos força l.
segundo, e em i ~ l t ~ mresultado
o punir duas
vezes o mesmo facto contra o preceito: non 8 7."
bis 2n idem : E sua refutaaão
2.O Tomar como elemento de p u a ã o a
maror perversidade ou os diversos gr8us da Pois 6 facil a replica.
~rnrnoralidade do delinquente,, o que náo 6 Na reihcidencia n8Q Punem dois d e
possivel codhecer, porqiie as intenções m ' l i c t h mas sd o segundo, sinda qm W-
mente pertencem a Deus, e ;i loi unica- menke pelo que vai em si, mas pblo que vai
meok saber, se a acção 6 prejudicial, e foi Por ser precedido de oritrb.
praticada com kberdade, para que, dada esta, llesdo que a aci;ão se Pune, porque 'b'livh,
punaem tanto quanto lho B damnoso o crimc: nada l m ~ e d eque s9 procurem contrariar 0s
3 . O Castigar o habzto do crrme, quando motivos, que levam 0 delinquente 4 p r a w
elle ,não importa por si nenhuma criminalr- dellap e sdmente Porque 0s factos Provam
dado, neni 'pelo facto exterior, que i? dasti- que elle nqke Para com inclln3~30,forte,
~ ~ i afirmaqos que augmenta
tuido de moralidade, nem pelo r n o u i ~ r a e zra- perversidade.
t m o e como que automatico, adquirido pela Não se devassa o fbro intimo, ajui~aSe P ~ O S
frequencia dos actos, nem pela zdentidade e factos- Ma% 4 parte essa coiisideraFã0, ha h-

juizo, abstracç50, comparação.


P
successão dos factos, que n6s ligamos entre rolto na socieda e a %gravar a Pena pelo sim-
si, pelas faculdades de que somos dotados, ~ l e facto s do de rct09 flue, embora l d e l i ~ oao
primeiro, B para ella mais nocivo, pelo maior
4 . O A insufficiencia da punição n50 justifica alarme que produz.
a a!?grava~áo*porque não é essencial ais pe- r Tissoi, Ls dcdt phal dtudd daw ~ p t $ n & p e ~ ,
nas que produzdm a correcçao; alem de que iiv. 1.0. cap. 8,"
29 de julho de 4876
fi mais ~univelo habito do que o aclo de emenda, tanto maior, quanto o fbr o im-
singular; porque a lei não pode sustar a sua pulso do habito, e a existeneia de outras cir-
b m f i c a anil0 o mov%mmato rntm'w cumstancias, que actuavam sobre o criminoso,
qua o y d u e . r qne o ddinqusnte tinha obri- e a que este teve de rqgir.
gação e reprimir. E tudo ser4 ab inverso com apuelle, qne
Accusamos a insuflicieacia da lei, não por- uma vez punido por delicto leve se arrojou
que não corrigiu, mas porqoe nLLo reprimiu ; a maldade maior.
e que a pena fdra ignfneu demonstrou-o q Todavia, p o r q u ~a aggravação se estriba
experiencia jA feita. pr~nc~palmente na insufficiencia da pena, uma
Na accumulaç5o e connexáo vigoram ra- vez applicada, esti geralmente adoptado que
zões especiaes, que .tiram a Força ao aPgn- 1 elta mão proiuede seu30 de deli~tosliper~or
meato de analogia. para inferior ; pois que na hypotbse tnwm
6 8."
- .
, se não crê que a menor pena podesse obviar
QBdida e modo .da aggravação 1
ao maior delicto.
Ma8 desri rsara
" 850 ~ s r n t ~ass contraven-
A pena, dada B r~hoidenoia,deve aggra- ç6es de policia, que pela sua singular natu-
var-se, por via de regra, em menor quanti- d devem aggwvar-se entre e nunca
do no caso da aclinnplsqe- pda precedencia de crimes ou delictos.
delictos, por isso que nesta a aggravatso
sub titue a accumulação das penas, mas na- 8 10..
h
que a acrasee 4s penas accurnqladas succes-
simmnts, 2o E pela natureza
&h disto a aggrava~ão deve fazerise
dentro dos graus de que a pena 6 suscepti- A a&!graVaÇão protederfi SOn~eotenos de-
vel: p r excspçso pporsm, uando a prlmaira Ilctos da ~ ~ e s mnatureza,
a ido 8, da mesma
peor náo fôr sus.ceptivel ia
agprqvapo, ou
%eja rkputada ineEaaz, pode trans/omnu,r.se
esPeue, ou ao menos (10 mesmo P n e r o 9 ou
comprehenderfi a todos, embora da mais es-
uma em outra pena, o que serh tanto rbais h- tmnha indo]@?
cil, quanto melhor organizado fbr o sptema ui$cre~am~hilosophos e legisladores; e
6s penalidade em qualquer Cbdqo , a me- tbdhvia eis aqui 0 nos' parece mais luisto
sma experiencia parece aconselhar a efiçaaa Posto que se diga que a p ~ e v i ~ ãdas o
deste procedimento. ~eihuidencitis espacbes 6 prbpria da inhncia
Quando a lei estabelece uma pena composta, da ~ m ~ i i a a f he a das garKes s6 ahwa
isto e, duas penas simples, se são dquncci- medida que a ~ ~ i e n se ~ i ffirma,
a e as w ~ S
vas, B claro que a aggravação s6 affecta do legidador alWiW-4 e Por isso 4 aida
aquella das duas, que o juiz prefere: se urna ~ u ~ e r k ogWell%
r qdafit0 a penerãli~M0
6 obrigatoria e w&a facuit$tiva, pode o juiz estd acrma da individuação, na ordurn dasufaadl-
appliear uma sd. aggravando-a, e rmbss, ag- da& ihtellectuses do homem ; e alem disso
gravando uma somente, ou nBo aggravândo se s ~ ~ t hque t e mais oul~abilidade ha n o a s
nenhuma, p q u s nas duas pode estar 3 úlfihhs, Parque t h a desculpa do ha-
aggravaQ2o; se são cumulativas, E obrigado a bito, que leva geVetraH0 das ebpeclm~;
applicar ambas, mas a aggra0ar ainda uma todtdvia ad~afnosperigQs0 que a lei ptiOm'K0
simplesmente. descobrir 'n8xoentre crimes de natureza di-
wS 9 . O
- .
versissimu.
Como argamenlar dos delirrtos tnilitms e
a
Em que de ictos prooede a reincidencra
1.1 ela gravrdade relativa marttimos, dos religibsas, enrre si, de uns
para com os outros, e de thdbs p a n carri! os
A reincidencia procede de delidto para 8%- comrnuns? dentre a b s , dos que são de-
licio, egual em gravihde : riisto todos con- terminados pela cobiça, para os que sb cohi-
coraam. rnette um cakacter rixoso? e trsslm por díam?
Mas rocederii nos deseguaes, de um de- Ddpais, dondo differ6nles as penas de eakia
P
Iícto in enor para outro su erior, ou, @%te- especie de delietos, menor motivo flça p r a
P
vwsa, do superlar para o !n erior? concluir pela inefficacxa das que aihda
Que a perversidade do d'dlinquente de um foram experini.eirtadas.
crime grave, que depois se abalançiou a outro Ultimamente, de teinaidencias taes podem
mnm grawe, bllo Wgrnentou, parece certo ; rebbl thr, quando multo, ,alguns longes de 0111-
ao contrario deve ji suppbr-de um principio pab311dede individml, mas não de csulpabili-
Me absduta, a qual somote pade ser pre- '
ahta pda h.
Melhor R portanto não tomar em conta a
reincidencia .fim sentido tão ]@toj .
(Co~tinLa).
~iRl?,riCOCRINIXAL estas são mais graves, visto que então a me-
moria dallas B malg d~fieilde obliterar-se, s
TAEORIA na REINCIDPNCIA v~ce-versa.Talvez corivenha por isso prefixar
como regra de presci ipçao da reincidencia a
(Coiitiiiuado do 11 428, pagiiiae 179) pròpria prescripçlo da sentença condsmnato-
i 11: ria, isto 6 . que deixe de haver reincidencia
desde que a sentença condemnatoria deixou
3 E em raziio ao tempo (prerrcrzpgao), e do lagar de poder ser executada, OU,se o foi, desde
0

que findou o praso egual Gquelle pelo qual


O tempo. que tudo gasta, riso pode deixar ella prescrevia.
de apagar o nexo entre ou dois cr~mes: e com E porque nas contravenções de polic~ame-
I
efleito, depois de um longo lnt@rvallo*nlnguem ramente local ila obrigações aqui, que não
ousar4 d f i m ~ a rou que a ]mmora1ldade do vigoram acoli4 ; e os delictos perpetrados e pu-
primeiro se n3o curou, Ou qlle deixou de ser nidos em um dado paiz não affectam, por em-
dllcaz a Pena, que Por grande espaço de quanto, as luis e os triliunaes dos outros esta-
tempo reprimiu. dos indeprndentes, e tambem manifesto que a
Alem disso, crel-0 a lei assim, e proceder reiricideneia não cornprehende as contracen-
em conseiluencia, 4 du~llcadamflnteum aviso ções repetidas em localidade differente, nom
ao delinquente, Para que não Iraqueiet em- os delictos reiterados sm psiz diverso daquelle
quanto a incllnaç30 Para 0 novo delicto que puniu o pnrneiro (excepto se este estava in-
est4 de todo morlemda~e um como premia corporado naquells, e depois se desmembroo),
pelos esforços feitos nesse intuito-a lnterrli- pois, quando mesmo fosse certa a perversidade
pção do habito. maior do delinquente, ainda não estava expe-
Assim a reincidencia doina de proceder. ou rimentada a pena do Codigo nacional,
melhor, devs prescrever ao cabo de alguns provavel porkin que o futuro innove nesta
anrhos, Para que ~ o m ~ r e h 0s
e ndell~uis
~~ parte, nivellados os costumes e egualadai as
ulteriores. leis dos diversos estados, porque os crimes
'l'odavia motivos eslJecia@ podem acOnse- com~un, devem ser tidos como attentados 4
lbar, que a circurnstanaa do tampo não seja humanidade. e n5o somente is leis de cada
atteadida, antes so julgue em ~ ~ ~ ~ c i Qd ~estado n c ~sobre
a si. Em conformidade com estas
novo crimo, qualquer que SeJa 0 lntervailo idbas procedem j4 alguns codigos.
que o separo do anterior ; por exemplo : em
alguns clyimes dos empregados publicas I.
Quantos annas sejam mistar ha de depen- f 42,.
der-da gravidade das benas impostas, por forrna
4 E dadas duas ou muitas reincidenclas
que seja tanto mais longo o periodo, quanto
1 Cadigo pwal, art. 3536O, 9: ( Questiona-se sobre se deve admittir-se a ag-
5 de agosto de 1876
gravaçxo successiva da pena, isto 6, a penalida- e motivos jusiificativos, a reincidencia não
de progressiva, dada segunda, terceira, 0 mais am logar :
reincidencias, pela regra: malztia crescente, 4." Nqs crimes politicos, e por mais forte
Qbg qvgers; p ~ e p z ~ . ax& :
liiz-se que mais devem estas ser punidas 3.' Qwmdo o ddicto aak~iwibi a n i s -
do que as simples reincidencias, porque o iado.
mlu Iiabito e tanto peior qlianto mais invete- 3.' Com respeito aos cumplices do reinci-
rado. ient.~,qye náo são qm si rnesqno reincidentes.
Mas em geral B quast irnpraticavel qile os 4.0 Quando a lei contempla como elemento
Codigos possam acomparibar com a penalidade lo segundo crime a existencia do primeiro;
conveniente a suppogta crescente immo,~abd;ide lar e~emglo,:os do fugq da prisão, e do lo-
d~ um reinztdente tão pertinaz ; e quando pra- :ar do desterro ;
ticavel, seria alnda assim t50 compl\cado o, 5,." Se a condemnação primeica bi prole-
processo para liquidar a pena progressiva, que ,ida em virtude de uma lei transitona, ou eã-
o não soQtqr,ia, 3 qop21cidade da lar ; depois iep~iaog/,,reuo~adaj6 ng rnpoeo\o em q ~ i e
mais vale punir menos, com a desculpa da rIi proferir-se a segunda.
imprevista tenacidade, do que procurar de-
balde punir mais com manifesta impotencia
e descredito do legislador ; e sobretuda qogi
vem evitar que a pena tome porporções gi- Observações
gqnteficq8, gaofirnentqarn cer,tos deli~tos, As roincidencias, umas influem sobre a cul-
oacaqda]igal;iw a opiqião iIluslrada, iabiliilsde geral dos delinqiientes, e estas de-
4)gups Codigos, provkm ap repetidap r'qiv- Tem ser privenidi~sna lei, e outras, ou por a
çidancias, com rgspeip a deterrn1r);idos dolietps, ;ua natureza diverq QU pela combinação de
mas, quando assim procedem, devem nqp só 'actos, ou pela insigniiicancia dos delictos, so-
r;asiri~girr,saAs, reincid@pç~apeqpeciae;j, mgp nente influem na culpgbdidade indiv~dual; e
maccar, l o qs~ pena6 para, simplificar: o, prq: lor isso devem ser deixadas i apreciação do
qesso.. Alguas outros atSe,ndepi,tapbem, $8 g p
raes
e
ùiz. claro que isto só procede, quando a
ei attende todas as reincidencias indiscrimi-
g 13." iadamentq.
N,a grefixação da pena da raincitlencia ciim-
5 o E dapau circums$anoias aggravantes
e attenuantes e accumulaç,ão ?$e attander, não d class~ficaçãnqus a lei faz
10s fêctos incrirninados, mas 6 pena que real-
Seria eptranho que a reincidencia ou absor- mielite qm deliclo rqereceu, e Outro mereca
(esse a periersidade niaior attestada por jttentas as circumstancias que osmodificaram 1,
outras circumstancias aggrauaotes do delicto, A decisão da aqgravação pur causa da rqin-
ou prejudicasse a menor que as attenuantes ;idencia i! ds pouco momento, quando as pa-
fazem suppor. na6 têm m m m o e rnznirnq, baprante amplos,
Logo cumpre, no caso de concurrencia, me- entr,e s~para que possam percorrer-se os diffa-
dir a psna, segundo a immoralrdade resultante*. rentes, greus delias ; e inutil, quaqdo. sendo
O mesmo lia a fazer, quando com a rein- G]xas, a lei não perrnitte translorrnal-as:
cidencia copcorre a accumuiaq30 de. delictos ; A reincidencia accumula as penas ; e par.
a maior peaa em razxo desta, e igso cumpre determinar o modo da eirecucào
em razão de ambas. destas simultmea ou successivamen te, quarido
não possa sgr, ds outra maneira,
Porem pode ella acarretar a absorp$8o das
penas, corno,na acc~muf~ç%o, ,qiiando pnr im-
6 1 E em que crimes não procede absolutam~nte Lei de í4 de junho de i570 (sobie livros here-
licos). '
Comprehendese facimente quq, por falta lia! de, 2# de maio da 17+Yi,(1vi s pptuariq),
1 Divcrsoscostumes, ordenançase Edito8 em Fran- ( D . dq G.,nrO6 de i862).
d
Decreto de 20 de dezembrp,de 1 63<, arliga 9btp

ça previam, outr'ora, at8 6 quarta e mais reinciden- 1 Lei i k a , D., d8 poettw (48-i9)8. «Quod ad+
cias, e por delictos inferiores caminharam at8 ao Da- ctstaiqm damnatorum pertioa\, nihiliiuterest, jdi-
nimento e ao! trabalhos publico6 perpetuas, e ayda acium publ~c,uum,fiierit, nacp.; naru sqla aententie
alé á morte ! unon gerius criminis spectatiir. itaque hi 14 quog,
Exemplos de rerncidencias progressivas previstas uanimadverli jubetur, quive ad bestias dantur, con-
Dag n6ssas leis: a festim poenae servi Alitati a,
pd%ibRid&lel de' facto, a@ ePiNintiso 8tY potle
mpWa rr maibr.
Aa der;i;si5w sbb~e júri@dieç% a aampdeã-
da, a reinbidancia fax necessrrpiahl, perflieik-
ao tiodigd do p o ~ ~ s s o .
Que b jarzi tendia, para punii, o' seg1hdo
deikcso; a faculldadei de examiner ou Iraver o
prrrrreipli processo, parece, dstranho, hdwddb
a t e ja tocado o sen temo; tdda1t1.a B equi.
dadei dubrirai, quaind@ o r60 haja1 allegMo*a
e;xfirbit$nc'i8 primara csnulethnDqão, ou erro
jiidicial manifesto.
40s ljurtos de dire~to, e não bbd de fdcto,
pelbeffoa coilhk~i.rr&a1 exishncia da rornaidari.
cia, cujh pro+alkia de ser feita por docomento
iiuthentico, extrbPiiido de probesso da pr+imeiro
delicea; ou pela qpensaçãa do masao pro.
ceisso, padendo ser, ou melhor pelo ce~tififiado
do ~egisorr)cf~rninrrl!
(Cdnlinb).
DIREITO URIMINAL [ O direito romano, i parte a confuslo em
THEORIA DA REINCIDENCIA
que labora entre a accut-iulação e a reinciden-
cia, mormeate nos delictos de frequencia,
( ~ o i i t i ~ i i t i ddo
O o n 489, paginas 195) tanto que nem linha termos proprios com que
$ 16.' as designasse (como não tiveram os antrgos
Registro criminal criminalistas da Europa, pois se serviram pro-
A reiocidencia serl uma palavra vã, escri- rniscuanlen te dos substantivos retbwatia e ets-
pta nas leis se cstas não provêrem i facilidade ratio, e quanto a este pelo menos, com fun-
da prova dclla em juizo. damanto no mesmo dlieilo 1). B fbra de con-
O meio por que isto se obtem B o regisiro C ~ P - troversia que prestou altenção singular A rein-
mznal, no qual devem estar consignados lodos os ciilericia de alguns delictos da mesma especie,
crimes e criminosos. com os reauisitos nccessa- e a puniu mnrs scveramcntoa. Quanto i de
rios para poderem aproveitar aos tribunacs. delicros diversos, só por modo indirecto, e em
Mas uma outra vantagem tamhem principal dados casos a contemplou. Assioi o que pode
com mais segurança dizer-se é que nenhuma das
presta elle, e consiste em esclarecer o legisla-
dor: .I'9obi.e q u a n 0s ~rin-xsque são nrdina I Le13.., s 9 , rsmiMlori Eahlcitoapre-
riamente seguidos de reincidenclas; 2 O e qliaes senta um caço singular de reincidencia no direito ro-
OS crimes, em que estas se verificam, por mana no qiial o primpiro crime ficava tmpune o 36 ao
fbrma que procure atalha!-os quanto possa. seglindo se lmplinha a pena c o ~ @ l c n t eEra ! 0 c1 ime
de deserção commeltido pelo soldado galucho, pri-
8 17.. meira e segunda vez.
R~incidenciaconfundida com a accumulação.
Historia geral
a
I,ei 28.', $0."D., de poents.
s
I?, instinclivo o sentimento que conduz a Lei 3 a, 9 O , e lei 5 $ 2 . 0 ,D , de rem~trtarz.
aggravar a pena, quando, a despeito da j i sof- Lei 3 a, Cod , de e ~ 2 s c audtent.
frida, o crime se ronete ; por forma que mals Lei 8 ", $ 1 O , Cod , ad Icg. Jut. de vsprbr
Reincidencia especial oii dos mesmos delictos
se carece do racloclnio para moderar, do que Lei t,., a,, ac 3upo arrmai.ira
para fazer nascer esse sentimento. Vem d'ahi L,, 98 a, 3.0, u,, d e p o c m ,
que em todas as legislaçí3es, ainda as menos Lei 4 ', Cod , de servis fii.gtt~uls
civilisadas, se observa o facto, e, o que mais Lei UnlCa$C0d.p desuPe)' e ~ a c t ~ o ~ ~ b ~ g
Lei 5 a, 3 . O , D , dc Te mildiare.
' 9 e por isso atB excesso' Reincidcneia p r a l ou de delinos direraor
Atlesta h ' o d o t o que Os persas s
Lei 28.', ia.", ,.)I depoeiarí (interpretada pela
a pena pela anterior conducia do crirnlnoso. ici 1 D., k ko8 qtiz notnnt~rrnfamta, e ler 7,:
Ariatoteles pensava que o segundo crime me- D . , de publ2cis3udtcis)
rena maior punição; e apo~adoem ambos I, r:~k;gb '. 9 I.'*
2%sp ss 13.' e 14.'.
Puffendorff seguiu o mesmo parecer Lei 17 a, Cod., dc poenrs.
Tissot, Le drott pdnat dtzrdtlo dans seoprincapcs, Porem nem todos os textos tocam a questão por
1 i ~ 1. .O, cap. 8." um modo directo.
i 2 de agosto de 1876
,
duas classes ila roincitlei~ciaelle teve comn g ~ - 4 nossa Icgislação relativa a reinr>idencia4
ralmente aggravantos rla pcnalid~dc.Mas aqui, a segliinle.
beh como na acèu&ui-80, o arbiirio dos ma-I Codigo tpenll, a i ligas 85 a e 86 a
gidlradas podia supprir a deficionc!a do direito. Projonii do Cadiga penal, a i ttgos 58,O n " 2 "
A jurisprudcncis da v4h:l Europa, cdifi- e SB.", e 31t l g o ~5 c ) . O , 60 O, '403 '10%O , O,

cando sobre os textos do direito romano, r ~ ã o 405." iIOti,",107." 1408." 109 110." a O,

pbde subtrahir se i sua influencia, j i na con- 14 1 ."


fusão da reinci8encia com a accumulaç80, ,Decreto de 20 de dwombro de ,I 861, ar-
especialmente nos deliclos de freqiiencia, cos- tigo 94." (reincldencia com pcna progressiva).
ttime ou habito, o em attender quasi exclu- Lhcreto de 24 de agosto de 98G3 (regis-
- s t w t l . l o a reincidencia dos mcsmos delictos. tro criminal rio iiitrarnar, D do G , 11 O I ! ) 1).
Toi3avi;i h vezes scpamu ciiitladosamenle a Decrelo dc 7 de novcinhro de 'l87$.
accumrt.taçfio da reinc~clencia para o Em do I'orldr~a i: ~nsti~icçõesdi: 7 de noierntro
exigir terminaniomente, que a aggravaçlo da de 11872, U . do G , n."2257 e 258 (sobre
pena pela delicto repelido fusse precbdMa do registro criminal do reino)
--@se eondemnatoria, pois que sem ella Lei de 26 de maio c!tj 1867 ( D . de L.,
nao podia dizer-se qur, o ruo et a incui I i g i v ~ l l , 1i.O 1t 4).
e o que mas 6. ideou a ~ l ~ o ~ q~ o~Ba ' oms art. 6 Salão pul~idos com a miilt,j do
bertiam em regra geral a reincldenria, $ue 0s I E ; Q ~ O 54000 i hs proressores das
rorpanos sb olharam nas hypotheses2. Ias piiblicas o os direclores e prufessnrrs de
Parece porem que naqupl'aspaiies a coliegios, lyceus, ou outros rs~ahdi~çimi?ntos
aucioridade do mesmo aircito náo ~ r ~ v a l e ~ epnrticul:iri?b u, fie inseuig~!a, qul! onallialeInq s -
ou obteve menor credito. a aggravação pela tema de pesos e medidas que não si ja 0 legal
rkiricidenc;a foi desconhcrida 3 mcnte cstabelectdii
como IÔr, o certo o que a coosagn- 8 1,' A prtnietin rcrnridei~i:ia serb punida
$30 do Prl.nciP10 aggravaçáo da P i l a Por com o dobro da multe, e q t L g l < l a com a
causa da re~ncidcncia e hoje quis1 univGr$al demtssao dos p r o ~ r s o r e sp u ~ l i c u s , e arna
nos Codigos das nações civ~lisadas. p?olizbzçdo (Ir! contii~uaremaliertns os estabe-
lecimentos parliculares,
$ 18." Decrrtn de 184 de dezembro de 4867,
artigo 102.O((n de L , n." 690).
Historia e li~reitoportuguez
8 1 " A9 rerncidsnctlis rcp~tidas,d e n ~ t a n d ~
'Pelo que diz iaespoilo a nds, E su6cicnte incõrrigibilidadr, são causa 'de demissão (dos
~ ~ 3 de pclrcza avzl).
d c nguardas
ponderar q ~ i ea iiiiliiericid i l d d ~ ~ r ~ ~ p r i lda
E~irol)ase estendeu, como e de presumir, Decteto de 1 4 de dezgrnbro de I1867, ar-
lambem neste ponto ao nosso Poi ttrgal tigo 2 2 . h . " 1 0 . O (D.de I,, n . O 290).
Por isso a cada pdsso as leis foiiaes e ge- Decreto de 4 cle se,tenibro de 118(j7,ja~tigos
raes 11re161nas rei~i~iùeri~ids especiaes. e con- 60 O e G8."(U. dc L., n . O 210).
fundem ia rsincider~ciacom a accumulação; e Docreto ile 3 de agosto de d867, artigo
p ~ l asua parte or nossos reirricolas subscre;\.em I ."D. de L , n." 109).
6 doutrina que 'li' fbra jogava sobrc o pc,nlo. Docreto de 1 4 de dezembro de 4867, ar-
tigo 102", § 2.n, eartigo 1 1 8 . " ( 0 . de L.,
1 Gomes, Varzac Rcsolulzonos, I)e fiarto, cap 5 a n." Z'90.0).
n o 9 nAdvcrtcndiim ternen, qiioii ar1 hoc, uttpri- l3ecretÓ de 14. de dezembro de 1857, ar-
«miim ot secitndilm furlirm oggravent tertiiim, ut
tigo "L6,"
«possit Idlro condcmnari ad moitein. et furca sus-
((pendi, videlur rcqiirri quod pro primo et secundo Lei dc 29 de junho de 1867, arugo 50."
ufiirio f i i ~ r i aam
t coridomnatiis, et punilus, qur alias (D. de L., n.O 144).
«non a i c i l i ~ rincorrigiiiiiis n Decreto de 15 de jultio de 1869, artigo
E comquanto o nosso Jclo~digaeinpli~licauicntc: ego 20.' ((D. de L., n . O 166).
teme0 cort*.a~ianaoc?zfcntoa.nz;todavia linha j h confes-
sado q u e aquelle cra a da g l o ~ sordriiaria,
~l e a eom- Ortl~rnao exercito, n." 5, de 29 de janerro
mpmldos doutores do 1872 (D. do G., ri.* 23, n O 6."): Sua
Consuetudo delinqueiidi est crrcurnstanlia aggra- Majestade El-r~idetefmina que as baixas tem-
~ r r r d idelictiim, et delinquentcrn acrius ptiniendi . porarias para cumprir sentença, confernias'ls
qiiud enim IJIS fit, frcqiicnliiir ficr i ditirlir consiie- praças dos corpos do exercito, dcjam averba-
tudo dclinquendi facit deliclum, aliis non iaapita1e,
capitale raputari ~ravius+multo
+ piintendiis est, qui das na casa das notas biagrephicas dos rdsp-
ter deliquit quam qtii bis. ctrvos livros de Tfidl~tcala.
3 Xibsot, logat celaào. Portaria e instrucções de 22 de junrio ;de
dBR2, arti,go 54.p ( D . do G., n."l57), que
mantlam organizar o registro das faltas e cas-
tigos dos empregados das matas do reino I.

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