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ISSN: 1679-3390
lucileal@ffclrp.usp.br
Associação Brasileira de Orientação
Profissional
Brasil
Borges de Moura, Cynthia; Paranzini Sampaio, Ana Claudia; Gemelli, Kelly Regina; Rodrigues, Ligia
Deise; Menezes, Mirtes Viviani
Avaliação de um Programa Comportamental de Orientação Profissional para Adolescentes
Revista Brasileira de Orientação Profissional, vol. 6, núm. 1, junio, 2005, pp. 25-40
Associação Brasileira de Orientação Profissional
São Paulo, Brasil
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi avaliar a efetividade de um programa de Orientação Profissional segundo os
pressupostos da Análise do Comportamento quanto à produção de mudanças comportamentais que
indicassem avanços nas etapas de resolução do problema de escolha profissional. O programa constou de
sessões estruturadas, focalizadas no desenvolvimento do autoconhecimento e do conhecimento das
profissões. O repertório de entrada e saída dos adolescentes foi avaliado, assim como os componentes do
programa. Os resultados mostraram que o programa propiciou redução no número de opções consideradas,
assim como significativa melhora na maturidade para escolha e nas habilidades de tomada de decisão.
Pôde-se concluir que o modelo proposto mostrou-se efetivo para auxiliar adolescentes a avançarem em
seu processo de decisão profissional. A efetividade da adoção do enfoque behaviorista na proposição e
implementação de um programa de Orientação Profissional parece promissora para a consolidação de
uma nova forma de entender e atender a esta questão.
Palavras-chave: orientação profissional; análise do comportamento; adolescentes.
1
Endereço para correspondência: Universidade Estadual de Londrina, Departamento de Psicologia Geral e Análise do Comportamento,
Campus Universitário, Caixa Postal 6001, 86051-990, Londrina, PR. Fone: (43) 3371 4227. E-mail: cbmoura@conectway.com.br
26 Cynthia B. Moura, Ana C. P. Sampaio, Kelly R. Gemelli, Lígia D. Rodrigues, Mirtes V. Menezes
A Orientação Profissional hoje tem sido vista comportamentais (Azrin & Besalel, 1980; Moura,
como um importante e cada vez mais necessário re- 2000; 2001; Moura & Silveira, 2002).
curso para auxiliar o jovem a escolher uma profis- Dentro desta perspectiva, este estudo na área
são. Muitas das atuais mudanças educacionais, por de Orientação Profissional foi realizado na tentativa
um lado, beneficiam o processo pedagógico do ado- de aprimorar a sistematização metodológica propos-
lescente e por outro, trazem dificuldades ao seu pro- ta por Moura (2001) para a intervenção comporta-
cesso de escolha profissional (Macedo, 1998). Tais mental com adolescentes em situação de primeira
mudanças têm “forçado” uma decisão cada vez mais escolha profissional. O programa de intervenção pro-
cedo na vida do jovem, sem dar a ele o tempo e os posto por Moura (2001) foi reformulado com base
recursos necessários para que avance no processo nas sugestões da própria autora a partir dos resulta-
de tomada de decisão. dos obtidos na primeira pesquisa (descritos por com-
A preocupação de orientar adequadamente os pleto em Moura, 2000; 2001) e submetido a nova
jovens nesta importante decisão tem permeado atu- avaliação, seguindo-se a mesma metodologia do es-
almente o contexto escolar, o qual tem disponibili- tudo anterior. Assim, o presente artigo tem por ob-
zado vários recursos na tentativa de atender tais jetivo apresentar os resultados da avaliação da
necessidades dos estudantes. Porém, muitos da- efetividade deste segundo formato do programa para
dos sugerem que tais recursos são insuficientes para o fortalecimento do repertório de análise e escolha
auxiliar todos os jovens a superarem suas dificul- profissional de adolescentes em situação de primei-
dades com esta questão (Chapman & Katz, 1983). ra escolha.
A partir desta constatação, programas clínicos têm
sido desenvolvidos com o objetivo de fornecer aos Princípios Gerais da Orientação Profissional
adolescentes recursos apropriados à tomada de de- sob o Enfoque Comportamental
cisão profissional (Lucchiari, 1993; Carvalho,
1995). A proposta de um modelo teórico e prático para
Tais programas assumem várias formas, por a Orientação Profissional dentro do enfoque com-
partirem de diferentes pressupostos teóricos, porém, portamental é recente (Moura, 2001). Poucos estu-
pouco se sabe sobre como a Orientação Profissio- dos antes desta data foram encontrados que
nal poderia ser conceitualizada e operacionalizada pudessem fornecer subsídios para a atuação nesta
dentro dos conhecimentos atuais da Análise do Com- área e com esta problemática. Dentro do enfoque
portamento (Moura, 2001). Até o momento, alguns comportamental, dois estudos de Azrin e colabora-
poucos estudos foram conduzidos com a preocupa- dores (Azrin, Flores e Kaplan, 1975; Azrin e Besalel,
ção de sistematizar uma forma de atuação em Ori- 1980) foram encontrados, mas com uma população
entação Profissional coerente com os pressupostos diferente: pessoas desempregadas que buscavam
recolocar-se no mercado de trabalho. Segundo es- Moura (2001) afirma que a situação de escolha
tes autores, a Orientação Profissional comportamental profissional envolve a consideração de três grandes
tem várias características que a diferencia de outras grupos de variáveis: 1) as pessoais, às quais o ado-
abordagens: a) estratégias prioritariamente orienta- lescente normalmente já se encontra exposto (con-
das para o resultado; b) foco da intervenção na trole e expectativas dos pais, influência de amigos,
aprendizagem como determinante do comportamento professores, meios de comunicação, história de re-
ao invés das habilidades ou predisposições inatas; forçamento para determinada atividade por mode-
c) treinamento adequado para o alcance das habili- lagem ou modelação etc); 2) as profissionais, às quais
dades necessárias ao exercício profissional; e d) uso ele precisará se expor para ser capaz de analisar as
do reforçamento de múltiplas fontes para obtenção informações obtidas relacionando-as com suas ca-
de mudanças comportamentais e fortalecimento dos pacidades, interesses e habilidades pessoais e; 3) as
comportamentos de autodescoberta e busca de in- ligadas à tomada de decisão (seleção de critérios de
formação. escolha e restrição de opções profissionais), às quais
Segundo Moura e Silveira (2002), um procedi- o adolescente também precisará se expor. A inter-
mento de intervenção comportamental em Orienta- venção pode fornecer contingências específicas para
ção Profissional deve: l) arranjar condições para que análise desses três conjuntos de variáveis e aquisi-
o indivíduo discrimine as variáveis dos diferentes ção das respostas necessárias.
contextos de controle (familiar, social, cultural e eco- Com base nesta compreensão, Moura (2001)
nômico) às quais seus comportamentos de escolher propõe um modelo de Orientação Profissional com-
e decidir estão expostos; 2) proporcionar informa- portamental em três etapas: 1) Autoconhecimento;
ção relevante sobre as profissões de interesse, rela- 2) Conhecimento da Realidade Profissional; e 3)
cionando-as aos dados de autoconhecimento; e 3) Apoio à Tomada de Decisão. Assim, como mostra a
aumentar a probabilidade de ocorrência de compor- Figura 1, a orientação deve primeiramente propor-
tamentos relacionados à escolha e/ou à tomada de cionar a aprendizagem das respostas de autoconhe-
decisão. cimento visando a uma ampliação do repertório
Figura 1 – Classes de respostas a serem aprendidas para facilitação da ocorrência do comportamento de tomada de decisão profissional
Quadro 1 – Descrição sumária dos objetivos e estratégias da versão original do programa e as principais
reformulações implementadas
Programa Original Principais Reformulações
Sessão 1: Identificando o problema de decisão Sessão mantida sem alterações.
Objetivos:
Expor suas expectativas em relação ao processo de Orientação Profissional;
Tomar consciência das variáveis que estão dificultando a sua tomada de decisão profissional.
E stratégi as: Relato escri to sobre a segui nte proposi ção: " O que me trouxe para o
processo de orientação profissional" seguido de discussão grupal.
Sessão 2: Entendendo a dificuldade de decidir Essa sessão foi excluída do programa em
Objetivos: função de seu caráter subjetivo. A avaliação do
Definir metas pessoais ligadas ao alcance de metas profissionais a médio e longo prazo; programa anterior indicou que tal mudança
Discutir alternativas de resolução dos problemas relacionados à tomada de decisão: poderia ser realizada para que os
como operacionalizar as expectativas em comportamentos direcionados a uma meta. procedimentos ao longo das sessões ficassem
Estratégias: mais uniformes e para que as sessões de
Realização individual de dois desenhos a partir dos temas: "Como eu me vejo hoje" e informação profissional fossem antecipadas.
"Como me imagino em relação ao meu futuro".
Sessão 3: Conhecendo um pouco de si mesmo Tornou-se Sessão 2
Objetivos:
Conhecer mais sobre si mesmo através da discriminação de características pessoais,
habilidades e atividades de interesse;
D i s c uti r a re la ç ã o i nte re s s e s x ha b i li d a d e s x p o te nc i a l d e a p re nd i za g e m e s ua s
implicações para o desempenho de qualquer atividade profissional.
Estratégias:
Realização do "Exercício Combinado de Auto-conhecimento"
Sessão 4: Desfaz endo "mitos" sobre profissões Tornou-se Sessão 3 com a inclusão de
Objetivos: explicações aos adolescentes ao final da
Re la c i o na r c a r a c te r ís ti c a s , c a p a c i d a d e s e ha b i li d a d e s d a s p e s s o a s fre nte à s sessão, quanto ao efeito colateral do
exigências das profissões e áreas de atuação selecionadas; procedimento empregado, o qual produz,
Discutir a relação entre as profissões (profissão-profissão e indivíduo-profissão) e as temporariamente, um aumento nos sentimentos
diversas formas de classificação e de combinação das profissões. de dúvida. Este fato associado à demora no
Refletir sobre os critérios pessoais sob os quais se pretende selecionar alternativas acesso a informação estava aumentando a
profissionais e tomar uma decisão. probabilidade de desistência dos adolescentes
Estratégias: no programa anterior. Informar que este efeito
Técnica Combinação Profissões-Características. era esperado poderia, juntamente com outros
procedimentos, diminuir o índice de abandono
do programa.
Sessão 5 e 6: Investigando Profissões Essas sessões foram antecipadas para 4/5a
Objetivos: sessões. A avaliação anterior também indicou
Selecionar as profissões de interesse para investigação e realizar leituras em material que disponibilizar mais cedo o acesso às
informativo sobre as profissões selecionadas; informações sobre as profissões dentro do
Discutir a importância da pesquisa e da informação profissional sobre a seleção dos processo poderia atender a demanda dos
critérios de tomada de decisão. adolescentes e diminuir a probabilidade de
Estratégias: desistência, fato observado no programa
Manuseio e leitura do material informativo sobre cursos e profissões; anterior.
Re a li za çã o , d ura nte a se ma na , d e uma e ntre vi sta co m um p ro fi ssi o na l e sco lhi d o
individualmente, tomando como referência um roteiro para que cada um selecione as
questões mais pertinentes para sua entrevista.
A ti vi d a d e a d i c i o na l p a ra s e g und a s e s s ã o : a s s i s ti r a um víd e o i nfo rma ti vo s o b re
profissões ou promover busca via Internet.
Sessão 7: Olhando as profissões por outra perspectiva Tornou-se sessão 6
Aprofundar o conhecimento das profissões, desfazendo informações incorretas ou distorcidas
sobre cursos e carreiras através da obtenção de dados da realidade profissional atual;
Analisar em grupo a compatibilidade entre características pessoais e características
exigidas pelas profissões de interesse de cada um.
Tomar consciência das variáveis mais salientes na composição de seus critérios de Na sessão 7 houve inclusão de um novo
escolha profissional. procedimento: Exercício de Análise de Critérios
Estratégias: de Escolha (Taylor, 1997), com o objetivo de
Dramatização da entrevista realizada: O adolescente assumirá o papel do profissional possibilitar uma integração das informações
entrevistado, relatando as informações obtidas num role-playing com outro membro do pessoais e profissionais rumo à restrição das
grupo (entrevistador). opções selecionadas.
Sessão 8: Analisando o futuro diante da escolha presente Sessão mantida sem alterações.
Objetivos:
Avaliar os resultados alcançados quanto aos objetivos da escolha profissional: escolha
de uma profissão, restrição das opções profissionais e/ou aprendizagem do processo
de tomada de decisão;
Relatar as metas profissionais selecionadas e definir passos para a sua concretização
a partir da aprendizagem ocorrida;
Estratégias:
Auto-avaliação individual por escrito, a partir da proposição: "Em que cresci com este
grupo e em que acho que ainda poderei crescer" e discussão grupal.
Tais reformulações foram implementadas e uma forma de condução das sessões, para reduzir a in-
segunda versão do programa foi testada (Anexo A; fluência da variável “estilo pessoal dos orientado-
ver também Moura, Sampaio, Rodrigues & Mene- res” na condução dos grupos). As supervisões eram
zes, 2003; Moura, 2004). Estas modificações visa- realizadas logo após as sessões, e toda a equipe es-
vam corrigir falhas na linearidade da inserção dos tava presente para discussão e planejamento da con-
procedimentos ao longo da intervenção, o que esta- dução dos grupos, dado que a estrutura das sessões,
va levando os adolescentes a abandonarem prema- em termos de objetivos e estratégias, se manteve a
turamente o programa. Assim, o presente estudo teve mesma para ambos os grupos.
como objetivo avaliar a efetividade deste segundo
formato do programa para o fortalecimento do re- Instrumentos
pertório de análise e escolha profissional de adoles- Os instrumentos de avaliação utilizados durante
centes em situação de primeira escolha. as fases de desenvolvimento da pesquisa estão es-
pecificados a seguir:
MÉTODO 1. Instrumento de Pré e Pós-Orientação: ela-
borado e adaptado a partir de Vasconcellos, Olivei-
Participantes ra e Carvalho (1976), de forma a avaliar o repertório
Participaram desta pesquisa 18 adolescentes do adolescente quanto à escolha profissional.
com idades entre 15 e 17 anos, sendo 13 do sexo 2. Escala de Maturidade para a Escolha Pro-
feminino e 5 do sexo masculino, alunos da 2ª e 3ª fissional – EMEP, de Neiva (1999), que avalia o
séries do Ensino Médio, provenientes tanto de es- nível de maturidade para escolha profissional atra-
colas públicas quanto particulares, da cidade de Lon- vés de várias sub-escalas, como determinação, res-
drina – Paraná. Estes adolescentes procuraram ponsabilidade, independência, autoconhecimento e
espontaneamente o serviço de Orientação Profissi- conhecimento da realidade educativa e socioprofis-
onal da Clínica Psicológica da Universidade Estadu- sional.
al de Londrina e foram distribuídos aleatoriamente 3. ISC - Inventário de Satisfação do Consu-
em dois grupos: o Grupo A, composto por 10 adoles- midor: adaptado do Therapy Attitude Inventory
centes, e o Grupo B, composto por 8 adolescen- (TAI), de Eyberg (1993). Consta de nove questões
tes. Os únicos critérios para participação nos grupos sobre o impacto do programa no aumento do auto-
eram: estar em condição de primeira escolha pro- conhecimento, conhecimento das profissões e
fissional e não ter experiência anterior com o vesti- habilidades de tomada de decisão.
bular. 4. Questionário de Avaliação do Programa:
elaborado para avaliar pontos específicos do pro-
Orientadores grama e detectar quais aspectos foram mais ou me-
A equipe de orientadores era composta por cin- nos relevantes para promover avanços no processo
co pessoas: quatro estagiárias, alunas dos últimos de tomada de decisão. Consta de questões abertas
anos do Curso de Psicologia da UEL e a docente- e fechadas para o adolescente expressar sua opi-
supervisora. O Grupo A foi atendido por duas alu- nião sobre os itens do programa e avaliar o quanto
nas que já tinham experiência prévia com atendimento cada atividade, exercício ou situação realizada em
clínico e com Orientação Profissional, enquanto a cada sessão de grupo contribuíram para os avanços
docente e demais alunas assistiram a todas as ses- na decisão profissional.
sões em sala-espelho. O Grupo B foi atendido pelas
duas alunas que fizeram o treino observacional em Procedimento
sala-espelho, enquanto a docente e orientadoras do A pesquisa foi desenvolvida em três etapas:
Grupo A assistiram a todas as sessões em sala-es- ETAPA 1: Avaliação Pré-Orientação
pelho (o procedimento de observação em sala-es- Todos os adolescentes foram entrevistados indi-
pelho teve como objetivo padronizar ao máximo a vidualmente antes do início dos grupos. Nesta entrevis-
A partir deste agrupamento, os dados quantita- dentes). Para todos os fatores avaliados observou-
tivos das avaliações pré e pós-intervenção foram se diferença estatisticamente significativa da condi-
comparados através de uma análise intragrupos (Teste ção pré para a pós-orientação, conforme mostra a
do Sinal – para comparação entre amostras depen- Tabela 2.
Tabela 2 – Escores médios quanto ao número de opções, escores do EMEP e grau de segurança e decisão
quanto à escolha na condição pré e pós-orientação
M édi a p
Núm ero de Opções Pré 2,55 0,038*
P ós 1,61
EM EP Pré 148,05 0,000062*
P ós 182,22
Grau de Segurança Pré 2,38 0,0001*
P ós 4,05
Grau de Decisão Pré 2,38 0,0001*
P ós 4,72
* Diferença estatisticamente significativa
Observa-se na Tabela 3 que as respostas dos (52,9%), seguidos dos aspectos de satisfação ge-
participantes puderam ser divididas em três cate- ral (28,1%) e da condução do programa (18,6%).
gorias: respostas referentes à satisfação geral com É interessante notar que muitos adolescentes
o programa, respostas referentes à satisfação com (40,4%) destacaram as atividades de busca de in-
as atividades realizadas e respostas referentes à formações sobre as profissões como as que mais
condução do programa de Orientação Profissio- gostaram no decorrer dos encontros. A Tabela 4
nal. Em termos gerais, observa-se que os adoles- apresenta a porcentagem de citações dos partici-
centes tenderam a relatar mais aspectos relativos pantes referente ao que menos gostaram nas ses-
às atividades realizadas durante os encontros sões do programa.
Tabela 4 – Porcentagem de citações dos adolescentes quanto ao que menos gostaram nas sessões de
Orientação Profissional
CATEGORIAS %
Não gostou de aspectos específicos da estrutura do programa 75
z das redações, no início e no final 37,5
z das atividades repetitivas 12,5
z de pouco contato direto com as profissões 12,5
z da atividade de classificação das profissões 12,5
Não gostou de aspectos independentes da estrutura do programa 25
z da conversa paralela durante as sessões 12,5
z da auto-exposição no grupo 12,5
Com relação aos aspectos que os participantes citações referiu-se às redações que eram solicitadas
menos gostaram nos encontros, podem-se extrair no início e no final do programa (37,5%). A Tabela 5
duas categorias: aspectos dependentes da estrutura apresenta os escores médios atribuídos pelos sujei-
do programa (75%) e aspectos independentes da tos a cada sessão do programa, avaliando o quanto
estrutura do programa (25%). Dentro destas cate- cada atividade, exercício ou situação realizada na
gorias, a subcategoria com maior porcentagem de referida sessão auxiliaram no processo de decisão.
Tabela 5 – Média dos escores atribuídos às sessões pelos adolescentes quanto à contribuição fornecida
para a decisão profissional
Sessões/ Estratégias N Média Desvio Padrão
Sessão 1: Relato escrito sobre sua dificuldade de decisão profissional e
18 3,22 0,94
discussão em grupo.
Sessão 2: Exercício GOSTO E FAÇO - Análise de características
18 4,22 0,81
pessoais, habilidades e interesses.
Sessão 3: Cartaz: Agrupamento das profissões segundo características
18 3,94 0,94
dos profissionais que as exercem.
Sessão 4/5: Pesquisa sobre profissões de interesse em manuais, guias
18 4,66 0,59
e artigos de revistas.
Sessão 6: Realização e dramatização da entrevista com profissionais da
16 4,37 1,71
área de interesse.
Observa-se que em quase todas as sessões, a centes realizaram pesquisa sobre as profissões nos
nota média atribuída pelos adolescentes aproximou- materiais oferecidos, indicando ser uma atividade
se ou foi acima de quatro. A homogeneidade obser- atraente além de exercer importante papel no pro-
vada nas pontuações atribuídas às sessões indica que cesso de escolha profissional. A Tabela 6 apresenta
o programa assumiu um formato mais linear quanto a categorização das respostas dos participantes quan-
aos procedimentos empregados. De acordo com os to à avaliação que fizeram de sua própria participa-
dados já descritos na Tabela 1, a maior nota média ção no programa, em relação aos aspectos que
foi atribuída para as Sessões 4 e 5, onde os adoles- interferiram na motivação para a participação.
Na Tabela 6 pode-se ver que mais da metade dificuldades pessoais, como a dificuldade de expor-
dos participantes (63,59%) avaliaram como boa e se no grupo (21,16%) e de comparecimento às ses-
suficiente sua participação, usufruindo ao máximo das sões (15,1%). A Tabela 7 apresenta a porcentagem
atividades propostas. Em relação às dificuldades ci- de citações dos adolescentes referente à existência
tadas pelos adolescentes, quanto ao aproveitamen- de duas sessões de pesquisa nos manuais e guias
to do programa, a maior parte destas referiam-se a sobre as profissões.
Tabela 7 – Porcentagem de citações dos adolescentes quanto à existência de duas sessões de pesquisa
nos manuais e guias
CATEGORIAS %
Bom (deu tempo de pesquisar mais, importante para um melhor conhecimento/
83,3
aprofundamento, mais informação/aprofundar na pesquisa, descobrir novas possibilidades)
Pouco, deveria ter mais uma sessão 11,1
Muito, deveria ter somente uma sessão 5,5
Vê-se na Tabela 7 que a maioria dos adolescentes de decisão, principalmente por desmistificar preconcei-
(83,3%) considerou ser de extrema importância a exis- tos sobre as profissões. A Tabela 8 mostra a porcenta-
tência de duas sessões de pesquisa em manuais e guias, gem de citações dos adolescentes referentes à opinião
alegando ser esta uma atividade importante na tomada sobre a realização da entrevista com profissionais.
Tabela 8 – Porcentagem de citações dos adolescentes quanto à opinião sobre a realização da entrevista
com profissionais
CATEGORIAS %
Interessante (como meio de aprofundamento sobre o conhecimento da profissão, como forma
61,5
de tirar dúvidas e ver a profissão por outra perspectiva)
Atividade que mais contribuiu com a escolha, sendo decisiva e importante ponto da OP 23,1
No começo, achou difícil a realização, depois achou a atividade proveitosa 15,3
Observa-se que a maioria dos adolescentes 23,1% dos adolescentes, a entrevista com o profis-
(61,5%) considerou interessante a entrevista com sional foi decisiva para a tomada de decisão, possi-
profissionais, o que teria lhes proporcionado uma velmente por ter viabilizado o contato direto do
visão das profissões sob outra perspectiva. Para adolescente com o local de trabalho, e o esclareci-
mento de dúvidas com um profissional da área. A solicitados a relatar em que elas auxiliaram no pro-
Tabela 9 mostra a avaliação que os adolescentes fi- cesso de escolha profissional, e quais foram os pon-
zeram do desempenho das orientadoras. Eles foram tos positivos e negativos de sua atuação.
Tabela 9 – Porcentagem de citações dos adolescentes quanto à avaliação do desempenho das orientadoras
CATEGORIAS %
Desempenho ótimo/ajudaram muito 48,3
Aspectos positivos:
z aconselharam, mostraram prós e contras através das discussões, possibilidade de 35,4
reflexão e questionamentos
z pacientes, interessadas, atenciosas, passaram confiança e segurança 16,1
Aspecto Negativo
deixaram confuso, com "nó na cabeça" 16,6
Não opinaram 51,7
A maioria dos adolescentes (55,5%) afirmou que A avaliação feita em relação à adequação do
nada precisaria ser mudado. Das poucas alterações tempo de duração do programa, evidenciou que para
apontadas, os adolescentes afirmaram que o pro- 94,4% dos participantes o tempo de duração do
grama poderia ser melhor se houvesse a inclusão de programa foi suficiente/adequado. A Tabela 11 mos-
visitas ao Campus Universitário, palestras com pro- tra a categorização das respostas dos sujeitos à ques-
fissionais (27,7%), e um aumento no número de ses- tão: “Valeu a pena ter participado deste programa
sões de pesquisa em manuais e guias (11,1%), além de Orientação Profissional? Por que?”, que visava a
de um incremento do número de atividades manuais, verificar de modo geral os efeitos do programa so-
como a confecção de cartazes (5,5%). bre seus participantes.
Tabela 11 – Porcentagem de citações dos adolescentes quanto a ter sido proveitosa a participação no
programa de Orientação Profissional e o por quê.
CATEGORIAS %
Sim, porque ajudou a ter autoconfiança e repertório de análise para a tomada de decisão
46,1
(sente-se mais preparado)
Sim, porque ajudou muito no autoconhecimento 19,2
Sim, pela ampliação e fortalecimento do repertório de enfrentamento 19,2
Sim, porque ajudou muito no conhecimento da realidade profissional (mudança de conceito
11,5
sobre cursos e profissões)
Sim, devido à universalidade dos problemas ("encontrar pessoas com as mesmas dúvidas") 3,8
Grande parte (46,1%) dos adolescentes rela- ção possa ser subestimado, uma vez que o traba-
tou que valeu a pena participar do grupo de orienta- lho de base com o autoconhecimento parece au-
ção profissional e afirmou que o programa os auxiliou mentar o efeito do fornecimento de informação
a ter autoconfiança e repertório de análise para a na composição dos critérios de escolha ao final
tomada de decisão, com conseqüente sentimento de do programa.
segurança preparo para a escolha profissional. Com 4) Os adolescentes apontaram que os comporta-
igual porcentagem (19,2%) os adolescentes citaram mentos das orientadoras que mais os auxiliaram a
uma ampliação do conhecimento sobre si, e um for- avançar no processo foram aqueles ligados à ela-
talecimento de seu repertório de enfrentamento. boração das bases da escolha: perguntas, escla-
Cerca de 11,5% dos adolescentes reconheceram ter recimentos, questionamentos específicos,
mudado seus conceitos sobre cursos e profissões, avaliação de prós e contras, promoção de dis-
através do conhecimento da realidade profissional. cussões e reflexões. Isto indica que a habilidade
das orientadoras tem papel importante, e que um
CONCLUSÕES programa estruturado, como o testado neste es-
tudo, pode auxiliar orientadores inexperientes a
As principais conclusões que podem ser extra- atuarem com mais segurança.
ídas dos resultados apresentados quanto aos efeitos 5) A aprendizagem em tomada de decisão parece
do programa sobre o repertório dos adolescentes e ser o resultado mais relevante da orientação, e
quanto à adequação da reformulação realizada ao não necessariamente a escolha de uma profissão.
atendimento dos objetivos propostos foram: Embora o programa tenha propiciado redução no
1) O programa se mostrou efetivo na promoção de número de opções consideradas ao final da orien-
mudanças comportamentais nos adolescentes, tação, nem todos os adolescentes saíram com uma
pois os resultados foram indicativos de melhora única opção profissional. A significativa melhora
na capacidade de tomada de decisão dos mes- na maturidade para escolha e os 46,1% que rela-
mos: os participantes reduziram significativamen- taram espontaneamente melhora nas habilidades
te o número de opções consideradas, melhoraram de tomada de decisão, indicam que o programa,
consideravelmente seus escores de maturidade da forma como está estruturado, enfatiza o pro-
para escolha; e obtiveram o fortalecimento dos cesso mais do que o resultado, e provavelmente,
sentimentos de segurança e confiança quanto à proporciona instrumental necessário para o avan-
decisão a ser tomada. ço posterior dos sujeitos que não definiram sua
2) Os adolescentes relataram alta satisfação com o opção.
programa do qual participaram, o que pode ser
relacionado tanto à melhoria na seleção e condu- CONSIDERAÇÕES FINAIS
ção dos procedimentos implementados, quanto à Como se pôde observar, as conclusões acima
seqüência de inserção gradual dos mesmos ao lon- estão fortemente apoiadas nos resultados mais sig-
go do processo. Tais ajustes no programa tam- nificativos obtidos na avaliação do programa em re-
bém mostraram ter impacto sobre a adesão dos lação aos aspectos que facilitaram o processo de
participantes, uma vez que não ocorreram desis- escolha profissional para os adolescentes participan-
tências. tes do estudo. As conclusões deste estudo permitem
3) A obtenção de informação profissional continua uma melhor distinção dos aspectos efetivos dos pro-
sendo um dos aspectos melhor avaliados pelos cedimentos empregados para a produção das mu-
adolescentes no programa. Isto permite concluir danças observadas.
que introduzir a informação mais cedo no progra- Com a identificação dos procedimentos relacio-
ma foi efetivo para manter a motivação, aumentar nados à aquisição das melhoras observadas, pode-
a adesão e prevenir desistências. Isto não signifi- se compreender melhor o processo pelo qual a
ca que o valor do autoconhecimento na orienta- aprendizagem do complexo repertório de tomada de
decisão pode ser promovida por meio de uma inter- xiliar adolescentes, mesmo que apenas os da amos-
venção programada. Podem-se ainda obter os pa- tra estudada, a avançarem em seu processo de de-
râmetros iniciais sob os quais estudos posteriores cisão profissional.
que abordem a avaliação de efetividade de progra- Assim, espera-se que o presente estudo possa
mas de orientação possam ser realizados, visto que servir como estímulo à pesquisa e ao desenvolvimento
pesquisas neste sentido ainda são escassas. de instrumental próprio à atuação dos analistas do
Com o delineamento e a avaliação de um mo- comportamento que têm se envolvido nesta tarefa.
delo de intervenção em Orientação Profissional co- A demonstração da efetividade da adoção do enfo-
erente com a postura teórica e os pressupostos que behaviorista na proposição e implementação de
behavioristas, esperava-se demonstrar que a Análise um programa de Orientação Profissional demonstra
do Comportamento pode dispor de um instrumental que um passo promissor foi dado para a consolida-
teórico-prático útil a esta área de conhecimento. ção de uma nova forma de entender e atender a esta
Avaliando os resultados desta pesquisa, percebe-se questão, e da possibilidade de aproximar ambas as
que este objetivo parece ter sido atingido, uma vez áreas na construção de objetivos e conhecimentos
que o modelo proposto mostrou-se efetivo para au- comuns.
REFERÊNCIAS
Azrin, N. H., Flores, T. & Kaplan, S. J. (1975). Job-Finding Club: A group-assisted program for obtaining
employment. Behaviour Research & Therapy, 13, 17-27.
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Moura, C. B. (2000). Orientação Profissional: Avaliação de um Programa sob o enfoque da Análise do
Comportamento. Dissertação de Mestrado não-publicada, Curso de Pós-Graduação em Psicologia Clínica,
Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Campinas, SP.
Moura, C. B. (2001). Orientação Profissional sob o enfoque da Análise do Comportamento. Londrina:
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Cognição: Clínica, pesquisa e aplicação (pp. 447-454). Santo André: ESETec.
Recebido: 11/03/04
1ª Revisão: 08/06/04
2ª Revisão: 16/06/05
Aceite final: 11/07/05
Sobre os autores
Cynthia Borges de Moura é docente do Curso de Psicologia da Universidade Estadual de Londrina,
Paraná. Autora do livro: “Orientação Profissional sob o enfoque da Análise do Comportamento”, Editora
Alínea. Doutoranda em Psicologia Clínica pela Universidade de São Paulo.
Ana Claudia Paranzini Sampaio é psicóloga graduada pela Universidade Estadual de Londrina, Paraná.
Mestranda em Psicologia Clínica pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCCAMP), São
Paulo.
Kelly Regina Gemelli é psicóloga graduada pela Universidade Estadual de Londrina, Paraná.
Ligia Deise Rodrigues é psicóloga graduada pela Universidade Estadual de Londrina, Paraná.
Mirtes Viviani Menezes é psicóloga graduada pela Universidade Estadual de Londrina, Paraná. Mestran-
da em Educação pela mesma universidade.
ANEXO A
OBJETIVOS PROCEDIMENTOS
(os adolescentes devem apresentar os seguintes (os orientadores devem conduzir a
comportamentos) sessão seguindo os passos prescritos)
• Conhecer e integrar-se ao grupo; • Apresentação geral dos elementos do grupo;
• Expor as expectativas em relação ao processo • Exposição da proposta de Orientação Profissional e
de Orientação Profissional; estabelecimento do contrato de trabalho.
• Discriminar as variáveis que estão dificultando a • Realização de um relato escrito a partir da proposição "O
tomada de decisão profissional. que me trouxe para o processo de orientação profissional",
identificando as expectativas, as dificuldades envolvidas na
SESSÃO 1
para o desempenho de qualquer atividade estar facilitando ou dificultando a realização das atividades
profissional. de que gosta; o grau em que atividades não prazerosas
necessitam serem realizadas porque trazem benefícios a
médio e longo prazos; em que medida podemos "aprender
fazer" e "aprender gostar de fazer" determinadas atividades
para as quais achamos que não temos habilidade. Como as
habilidades podem ser aprendidas e desenvolvidas para o
alcance de metas pessoais e profissionais.
• Relacionar características, capacidades e • Realização da Técnica "Combinação Profissões -
habilidades das pessoas frente às exigências Características" (Moura, 2001) em sub-grupos e
das profissões e áreas de atuação selecionadas; apresentação do trabalho realizado;
• Discutir a relação entre as profissões • Discussão das semelhanças e diferenças entre os critérios
(profissão-profissão e indivíduo-profissão) e as de agrupamento das profissões, enfocando-se a inter-
SESSÃO 3
• Investigar e buscar informações sobre as • Comparação individual do seu perfil (Exercício Combinado
profissões de interesse a partir da listagem da de Auto-Conhecimento) com os perfis profissionais
sessão anterior, que será ampliada; montados pelos sub-grupos na sessão anterior e seleção
• Realizar leituras em material informativo sobre
das profissões de interesse para pesquisa;
as profissões de interesse; Manuseio e leitura do material informativo sobre cursos e
• Discutir a importância da pesquisa e da profissões;
informação profissional sobre a seleção dos • Apresentação individual da pesquisa ao grupo:
SESSÕES 4 E 5
critérios de tomada de decisão; informações relevantes, relações das profissões com seus
interesses e características, profissões descartadas e
• Observação: A realização de duas sessões com mantidas;
os mesmos objetivos é recomendável por • Tarefa para casa: Realização de uma entrevista com um
possibilitar mais tempo de pesquisa e aquisição profissional escolhido individualmente, tomando como
de informações. referência um roteiro fornecido para que cada um selecione
as questões mais pertinentes para sua entrevista. (Moura,
2001)
• No caso de duas sessões pode-se planejar uma atividade
adicional como assistir a um vídeo informativo sobre
profissões ou promover busca via Internet, conforme
interesse do grupo.
• Aprofundar o conhecimento das profissões, • Dramatização da entrevista realizada: O adolescente
desfazendo informações incorretas ou distorcidas assumirá o papel do profissional entrevistado, relatando as
sobre cursos e carreiras através da obtenção de informações obtidas num role-playing com outro membro do
dados da realidade profissional atual; grupo (entrevistador);
• Analisar em grupo a compatibilidade entre • O grupo deve auxiliar cada membro a analisar o porquê de
SESSÃO 6
características pessoais e exigências das sua escolha sobre determinado profissional e indicar
profissões selecionadas; compatibilidades observadas entre as variáveis da profissão
• Elaborar critérios racionais de escolha e as características pessoais do entrevistador.
profissional. • Observação: Se o adolescente não realizou a entrevista,
deverá participar do role-playing da mesma forma, para que
tenha a oportunidade de perceber a importância desse
conjunto de informações para a composição de seus
critérios de escolha.
• Identificar e definir valores pessoais envolvidos • Realização do Exercício de Análise de Critérios de
na seleção de critérios de decisão; Escolha (Taylor, 1997);
SESSÃO 7
• Definir metas pessoais ligadas ao alcance de • Discussão sobre como os aspectos evidenciados no
metas profissionais a médio e longo prazo; exercício compõem os critérios individuais de escolha da
• Discutir alternativas de decisão profissional que profissão;
atenda aos valores pessoais e profissionais. • Identificação no exercício e nos relatos de metas
fantasiosas e factíveis e discussão de formas de adequação
destas às possibilidades concretas de vida.
• Avaliar os resultados alcançados quanto à • Auto-avaliação individual por escrito, a partir da
escolha de uma profissão, restrição das opções proposição: "Em que cresci com este grupo e em que acho
profissionais e/ou aprendizagem do processo de que ainda poderei crescer".
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