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28/01/2020 Revista do NEFILLI: FICHAMENTO – RESUMO OU CONTEÚDO: O ofício do filólogo

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Revista do NEFILLI

Núcleo de Estudos Filológicos, Linguísticos e Literários

ISSN 1679-4052

Revista do NEFILLI
Núcleo de Estudos Filológicos, Lingüísticos e Literários –
NEFILLI
O NEFILLI se propõe a ser um espaço virtual de
articulação
e de produção do conhecimento sobre a linguagem

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28/01/2020 Revista do NEFILLI: FICHAMENTO – RESUMO OU CONTEÚDO: O ofício do filólogo

e as áreas de lingüística, literatura, filologia,


crítica textual e genética textual.
Enviar os trabalhos para publicação no E-mail:
barbara8687@hotmail.com

T E R Ç A - F E I R A , 1 8 D E J A N E I R O D E 2 0 11
Revista do NEFILLI
FICHAMENTO – RESUMO OU CONTEÚDO: O ofício do
filólogo

Profª. Drª. Bárbara de Fátima.


Revista do NEFILLI
CUNHA, Celso. O ofício do filólogo. In: Sob a pele das palavras. Rio de
Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2004. p.341-359.

I- Etimologia da palavra – Filologia.


1.1    Platão – admirador da palavra, que gosta de falar, bem falante
(empregada como adjetivo); amigo do raciocínio, da Hora Certa da Revista do NEFILLI
argumentação, bom locutor (empregada como substantivo). Ele
(Platão) aproxima do termo de polylógos – grande falador,
tagarela, em oposição ao termo misológos – inimigo dos discursos
e dos arrazoados.
1.2    Erastóstenes de Cirene (295?-214? a. C.) – significará “erudito,
douto, letrado”. O mesmo termo foi usado por Estrabão e
Dionísio de Halicarnasso, assim como entre os latinos Cícero,
Suetôpnio e Sêneca.
1.3      Especialistas em crítica textual, os gregos usavam o termo
kritikós ou grammatikós.
1.4    Aristóteles – “gosto pela erudição, especialmente literária”.

II- Conceitos:
2.1 Plutarco, Isócrates e Cícero – relação da filologia com os estudos
literários de caráter erudito. Enquanto Sêneca conceitua filologia
como sendo “a explicação, o comentário de textos dos escritores”.
2.2 Filólogos alexandrinos (séculos III e II a. C.) – a disciplina Filologia
tornou-se um trabalho fundamental para a preservação do patrimônio
literário da humanidade.

Cumprimentando Você!
III- Primeiros fil´logos:

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3.1 Zenódoto de Éfeso (340?-265? a. C.) – primeiro bibliotecário  e Boa Tarde!


editor de textos épicos e líricos – utilizou processos censuráveis (na
Antiguidade).
3.2 Calímaco de Cirene (310?-240? a. C.) – a quem se deve o primeiro
catálogo dos escritores gregos.
3.3    Eratóstenes – possuidor de um saber enciclopédico.
3.4  Aristofánes de Bizâncio (258?-180? a. C.) – e o seu discípulo
Aristarco de Samotrácia (216?-144? a. C.) com eles a filologia
helenística chega ao ápice.
3.4.1 Aristofánes – codificou a poesia grega;foi editor de poemas
homéricos e profundo comentador de várias obras; utilizou-se de
vários sinais críticos nas suas edições da Ilíada e da Odisséia.

IV- Oposição entre filologia x filosofia. Bem-vindo(a) ao Mês de Janeiro!


4.1 Platão – o filósofo é também um filólogo (um homem inclinado a
argumentar)
-  amor às palavras – filologia.
-  Amor à sabedoria pura – filosofia.
4.2 Sêneca – lamenta haver a filosofia do seu tempo degenerado em
filologia – julgamento pejorativo.
4.3 Cícero – culto das letras que se harmonizavam na criação e
interpretação. Homero era para ele o símbolo do filólogo.
- Homem – nobre por nascimento ou posição sem atingir
a condição de filólogo.
4.4 Paul Valéry -  filologia = discurso literário.
4.5 Karl Vitti – apresenta reflexos no prestígio e no desprestígio da
disciplina (filologia)

V- Filologia X Lingüística.
5.1 Anos de 1950 – época do estruturalismo behaviorista. Ataque à
Filologia e à Estilística.
5.2 Lingüistas:
5.2.1 Göran Hammarström (sueco). Os ventos que às vezes tiram algo
5.2.2 Helmudt Lüdtke – Em 1959 questiona dentro de sua afirmação: que amamos, são os mesmos que
”Já não seria tempo de escolher: ou a renovação, ou o silêncio?”. trazem algo que aprendemos a
Observa-se que o lingüista Helmudt generaliza a profissão de filólogo amar... Por isso não devemos chorar
sob a prática de editores de textos medievais, especialmente os pelo que nos foi tirado e sim,
franceses, quando explicam as formas fonéticas menos freqüentes aprender a amar o que nos foi dado.
apenas indicando o seu provável étimo latino, sem no entanto Pois tudo aquilo que é realmente
observar os fatos lingüísticos documentados nas épocas anteriores ou nosso, nunca se vai para sempre...
posteriores.
5.2.3 André Martinet – apresenta a explicação dos fenômenos (Autor: Bob Marley)
fonéticos aparentemente isolados dentro do sistema fonológico da
língua: modificações que não alteram, que reduzem ou que acrescem
o número de unidades distintivas do sistema.
5.2.4 Helmudt – em oposição a  Martinet que não conseguiu explicar a
sua classificação sob a ótica do tratado de fonologia diacrônica. Em
contraposição, Helmudt apresenta um decálogo sendo considerado um
ideal filológico, não plenamente atingido, mas serve para
acautelarmos a fidelidade do texto objeto do trabalho editorial. Hoje? É dia de ser feliz!
No decálogo observamos que:
a) o autor encontrou dificuldade em argumentar com estágios
sucessivos de uma mesma língua (latim vulgar/francês arcaico).

VI- Ofício do filólogo.


6.1 O editor de textos antigos dispõe apenas de manuscritos apógrafos
(raramente autógrafos), todos com seus complexos sistemas
grafêmicos, representando, por vezes, simples hábitos pessoais,
assistemáticos.
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6.2 Exigência para o filólogo:
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6.2.1 Construir o sistema filológico do tempo (Sistema completo: com Selecione o idioma
os fonemas e seus alofones).
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6.2.2 Penetrar nos meandros da koiné literária.
6.2.3 Dominar seus graus de funcionalidade (evitar de perder-se
quando da proliferação polimórfica de geovariantes e cronovariantes).
6.2.4 Reconstruir a língua do seu autor como um sistema em si, a um
tempo sincrônico, sintópico, sinstrático e sinfásico.
6.2.5 Observar o seu autor dentro de um panorama que se desenrola
em sua amplitude diacrônica, diatópica, diastrática e diafásica. Visitantes da Revista do NEFILLI
6.2.6 Uriel Weinrich – conceito de diassistema, de capital importância
na crítica de textos.
6.2.7 Celso Cunha procura justificar a aplicação a Ecdótica de outros
enfoques da lingüística contemporânea, como: a teoria da variação,
os conceitos de norma, de níveis de língua, de registro, de
geovariante, de cronovariante. Ele afirma que ao contrário de
Hammarströn, a filologia no sentido de crítica textual sempre se
beneficiou dos progressos da lingüística, principalmente no tocante à
lingüística diacrônica. Muitos homens iniciaram uma nova
6.2.8 Paul Valentin – adverte que “é necessário ser filólogo antes de era na sua vida a partir da leitura de
ser lingüista”. um livro.
(Autor: Henry David Thoreau)
VII- Autores:
7.1 Saussure – fundador da moderna lingüística estruturalista e
também filólogo dos anagramas.
7.2 Gillierón – cartografia lingüística.
7.3 Lachmann – método de crítica textual tipicamente estruturalista.
7.4 G. Paris e L. Pannier – pioneiros da estemática, método de
representação genealógica em 1872.
7.5 Schleicher – biologismo com o método de representação
genealógica e sua configuração arborescente.
7.6 Pasquali – crítica textual que contém lingüistas: Meillet, Bártoli,
Trubetzkoy e Jakobson), escola esta em que a ecdótica, semiótica,
lingüística e a teoria literária se interpenetram.
7.7 Gianfranco Contini – vê na interligação de certos princípios da Seguidores
crítica textual com a lingüística a possibilidade de emprego na Seguidores (2)
disciplina de metáforas glotológicas do tipo: estratigrafia ecdótica –
estratigrafia lingüística (Paul Aebischer), substância textual –
substância lingüística (Hjelmslev), patologia textual – pelo modelo da
Seguir
patologia verbal (Gillierón).
7.8 Michele Barbi – reação legitíma contra o filologismo e o
historicismo exagerado. Rezemos todos os dias!

VIII – Limitações do filólogo.


8.1 O despreparo lingüístico-literário de certos editores de textos do
português arcaico e médio.
8.2 O emprego abusivo do adjetivo “crítica” aplicada a edições que
não obedecem a nenhum princípio de crítica textual (fato apontado
por Jean Roudil e depois por Giuseppe Tavani).
8.3 Segundo Celso Cunha, os métodos estruturais não são capazes de
nos trazer este conhecimento completo, porque o estudo das
oposições lingüísticas serve, e é necessário, “para definir as
instituições lingüísticas nas suas estruturas essenciais, mas é
insuficiente para observa-las no seu concreto operar”  (Giacomo
Devoto).
8.4 Termos: completo e exaustivo. Para a investigação ninguém chega
tarde, os temas de pesquisa não se esgotam jamais. Ramón y Cajal
afirma que “há homens esgotados diante dos asuntos”.

IX- Parênteses saussurianos.


9.1 O estado absoluto de língua não sofre alterações, mas por se
transformar, a língua, devemos abandonar algumas modificações de

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pequena importância.
9.2 Na lingüística estática = uma simplificação convencional dos
dados.
9.3 Lingüística sincrônica e lingüística diacrônica – posições
metodológicas para simplificar a complexidade dos fatos observados.
9.4 A noção de estado de língua é indispensável tanto em lingüística
sincrônica como em lingüística diacrônica (estado de língua = é a
língua em uso numa época dada sobre um domínio geográfico
determinado; interiormente, como um sistema cuja descrição
constitui a gramática).

X- Principal autor.
10.1 Giuseppe Francescato – “sincronia de monocronia”. Para ele, a
nálise lingüística sincrônica é de caráter puramente descritivo.
Confie...
10.1.1 A lingüística diacrônica seria a indagação pura e simples dos
As coisas acontecem na hora certa.
fatos lingüísticos examinados no espaço e no tempo.
Exatamente quando
10.1.2 A lingüística histórica – fatores lingüísticos e também fatores
devem acontecer!
culturais, sociais, etnográficos, jurídicos, psicológicos, estilísticos e
Momentos felizes,
outros mais.
louve a Deus.
10.1.3 Para Francescato, não há razão para as incompatibilidades
Momentos difíceis,
entre o lingüista  e o filólogo porque ambos estão empenhados em
busque a Deus.
procurar o agente das realidades palpitantes da vida através do
Momentos silenciosos,
estudo das grandes línguas de civilização, dos dialetos, dos mais
adore a Deus.
humildes falares, da palavra conservada num texto atual ou remoto,
Momentos dolorosos,
visando a estudar o homem, único agente da história.
confie em Deus.
Cada momento, agradeça a Deus.
XI- Problemas textuais do passado literário.
11.1  Editor de textos – conhecer o modo de produção, de
conservação e de difusão das obras no período em que se situa a do
autor escolhido.
11.2 Edição crítica reconstrutiva – trabalho de aproximação de um
original perdido.
11.3 Estudo dos textos medievais.
11.3.1 São conservados em antologias (cancioneiros).
11.3.2 Trabalho editorial – cuidadoso, por serem essas compilações, o
livro medieval.
11.3.3. Conhecer as características de sua articulação e de sua
estrutura fundamental – saber das técnicas editoriais da época, do
funcionamento dos scriptoria, e da correlação entre os manuscritos =
dados codicológicos básicos para as edições críticas de autores
individuais.
11.3.4 Segundo Celso Cunha, quanto ao manuscrito contemporâneo
dos trovadores que ao incorporar os textos recolhidos da tradição,
sofreu uma violenta normalização pelos padrões cultos tradicionais,
que neutralizou muitas formas, eliminou a maioria dos efeitos das
variáveis inerentes a qualquer língua, que somente uma sistemática
análise filológica, precedida de minuciosos estudos scriptológicos e
codicológicos. Assim sendo, sobem de ponto a dificuldade e a
responsabilidade do trabalho do filólogo na recosntituição de acervos Oração do Angelus!
que são inestimáveis riquezas do patrimônio universal.

Postado por Conto e Encanto às 18:08

Marcadores: literatura, prosa

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