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Conceito de Sexualidade
“(…) A sexualidade, quando inserida nas circunstâncias de vida de uma pessoa,
participa do seu processo de desenvolvimento e, é um instrumento que propicia
experiências indispensáveis ao crescimento pessoal, à autonomia e ao
desenvolvimento da individualidade. Percebemos que há um vínculo estabelecido
entre a sexualidade e a cidadania, acreditando que, pela vivência saudável da
sexualidade, cada um aprende a relacionar-se melhor consigo mesmo e com o outro,
percorrendo um caminho mais seguro na construção da sua identidade e, em
consequência da sua cidadania” (Moraes, 2006: 20). Muitos dos receios em torno da
Educação Sexual, devem-se à ideia redutora do conceito de Sexualidade. Pois, a
Sexualidade para a maior parte das pessoas, resume-se ao sexo e ao sistema
reprodutor. É verdade que a reprodução é uma componente indispensável nos
programas de Educação Sexual, mas a Sexualidade é muito mais abrangente.
Estamos, hoje, mais conscientes de que a sexualidade não se esgota no acto
sexual uma vez que ela é prazer e descoberta, é palavra e gesto, é amizade e
afecto, satisfação e sofrimento, enfim, é expressão da nossa PES e Educação Sexual
2009/2010 5/30
existência. A sexualidade expressa-se não só no que sabemos, mas sobretudo nos
nossos sentimentos, atitudes e comportamentos. A sexualidade aparece mais
como uma experiência pessoal, fundamental na construção do sujeito, ela é,
segundo a Organização Mundial de Saúde: “(...) uma energia que nos motiva para
encontrar amor, contacto, ternura e intimidade; ela integra-se no modo como nos
sentimos, movemos, tocamos e somos tocados; é ser-se sensual e ao mesmo tempo
sexual. A sexualidade influencia pensamentos, sentimentos, acções e interacções e,
por isso, influencia também a nossa saúde física e mental” (Pereira, 2006: 15). Em
suma, a Sexualidade engloba:
• Identidade de género (masculino/feminino);
• Os afectos e a auto-estima, isto é, os nossos sentimentos em relação a nós
próprios e em relação aos outros, em relação a todas as mudanças do nosso
corpo, etc.
• Todas as alterações físicas e psicológicas ao longo da nossa vida;
• Conhecimento da anatomia - fisiologia do sexo feminino e masculino;
• Higiene na puberdade;
• A gravidez, o parto, a maternidade e a paternidade;
• Os métodos contraceptivos;
• As doenças sexualmente transmissíveis.
perder cabelo.
- A mulher pode saber exatamente o periodo do mes em que pode
engravidar.
- Quase todas as vezes que adolescentes e jovens sao abusados
sexualmente, o crime
e cometido por desconhecidos.
Folha de Recursos para o Facilitador
- A cultura e o papel social do homem na sociedade sao os principais
fatores que
condicionam os comportamentos sexuais masculino e feminino
considerados
“normais” e nao as suas caracteristicas biologicas, como muitas
vezes somos levados
a crer.
- E possivel ter doencas sexualmente transmissiveis sem sentir nada
e sem
apresentar sintomas por um longo periodo apos a infeccao. Para
algumas doencas
sexualmente transmissiveis, a ausencia de sintomas costuma ser
mais frequente
entre as mulheres.
- O tamanho do penis nao determina a capacidade de procriar ou o
prazer do homem
ou da mulher na relacao sexual .
- Um(a) adolescente nao necessita de autorizacao dos pais ou
responsaveis para
solicitar ou comprar metodos contraceptivos. E direito de
adolescentes de ambos
os sexos, tambem, a busca de orientacao adequada para o uso de
contraceptivos.
- A masturbacao nao causa doencas mentais, acne, nem faz crescer
pelos nas maos
ou no corpo.
- O fato de nao conhecer o parceiro nao e o principal motivo para usar
camisinha.
Para que ela funcione para evitar a gravidez, as doencas sexualmente
transmissiveis
e a aids, ela precisa ser usada em todas as relacoes sexuais, pois uma
unica relacao
pode bastar para a transmissao de doencas por via sexual. Hoje,
ocorre com muita
frequencia nos namoros e casamentos um pacto entre os casais de
usar preservativo
apenas se forem mantidas relacoes sexuais com outros parceiros.
Mas, na vida real,
pode ser mais dificil utilizar a pratica do sexo seguro nas situacoes
imprevistas do
que nas relacoes estaveis. Atualmente, a infeccao pelo HIV esta
aumentando, de
forma desigual, entre mulheres que tem um unico parceiro e que nao
se beneficiam
da dupla protecao oferecida pelo preservativo (contra DST/aids e
gravidez nao
desejada).
- O uso de preservativos e muito mais difundido entre adolescentes
do que entre
adultos. Alem disso, cabe refletir sobre o planejamento da gestacao.
Sera que a
maioria das gestacoes que ocorrem entre pessoas adultas sao
planejadas?
- Pode. Ejaculacoes “nas coxas”, proximas a entrada da vagina,
podem levar a gravidez.
O liquido expelido antes da ejaculacao contem espermatozoides.
- O conceito de grupo de risco ja foi abandonado. Alem disso, os
comportamentos
que aumentam as chances de contrair a aids nao podem ser
compreendidos ou
transformados sem considerar as condicoes de vida das pessoas e
grupos sociais.
A associacao inicial da aids a grupos de risco ampliou o preconceito
contra
determinadas pessoas e grupos e, tambem, gerou a falsa ideia de que
as pessoas
que nao pertenciam a esses grupos nao corriam risco de infectar-se.
- Uma pessoa pode se contaminar com o HIV, tornando-se
soropositiva, e nao
desenvolver a doenca – aids – por varios anos. Nesses casos, a
portadora ou
portador do HIV, mesmo sem ter nenhum sintoma, pode transmitir o
virus se nao
fizer sexo seguro. Mesmo quando adoecem de aids, a medicacao
permite que as
pessoas mantenham peso adequado e nao apresentem queda de
cabelo.
- Nao e facil saber com exatidao o periodo fertil de uma mulher.
Existem formas
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de calcular esse periodo, mas para isto os ciclos precisam ser
regulares, sendo
necessario observa-los durante alguns meses, pois sempre ha uma
pequena
variacao. Alem disso, mudancas no ritmo de vida, doencas, etc.
podem alterar
momentaneamente o ciclo ovulatorio. Na adolescencia e mais dificil
determinar o
periodo fertil porque e frequente a irregularidade dos ciclos.
- A maior parte dos abusos sexuais de criancas e adolescentes e
cometida por pessoas
conhecidas das vitimas, muitas vezes os proprios familiares.
Adaptado de SERRAO, Margarida e BALEEIRO, Maria Clarice.
Aprendendo a ser e a conviver.
Sao Paulo: FTD/ Fundacao Odebrecht, 1999, pp. 209-212.
Comentários
-Poderao surgir novas questoes para as quais o facilitador nao tem
resposta. Nesse caso
nao se deve ter receio de afirmar que sera necessario procurar novas
fontes de informacao;
- O objetivo da oficina e a realizacao de uma primeira aproximacao
das questoes a
serem aprofundadas durante o desenvolvimento do curso e as
respostas oferecidas
como subsidio podem nao dar conta de eliminar as duvidas no grau
de profundidade
desejada.
Capítulo 22
A Mulher e sua Sexualidade
Introdução
Para o entendimento da sexualidade humana é determinante a compreensão de nosso organismo, juntamente
com seu aparelho sexual: útero, ovários, clitóris, canal vaginal, enfim, dos órgãos sexuais e suas funções,
impulsos, instintos e respostas sexuais a todo tipo de sentimentos, pensamentos e fantasias inter-relacionados
com o desempenho sexual e a reprodução humana, incluindo a nossa formação cultural e social em
consonância com a de nosso(a) companheiro(a) e parceiro(a), com quem iremos nos relacionar.
O conceito atual de sexualidade que é utilizado é o da Organização Mundial de Saúde, que a define da seguinte
forma: “uma energia que nos motiva para encontrar amor, contato, ternura e intimidade; ela integra-se no modo
como nos sentimos, movemos, tocamos e somos tocados; é ser sensual e ao mesmo tempo sexual. A
sexualidade influencia pensamentos, sentimentos, ações e interações e, por isso, influencia a nossa saúde
física e mental”.
Alguns autores acreditam que a nossa sexualidade inicia-se antes da concepção, no momento em que nossos
pais fantasiam o nascimento de uma menina ou de um menino, e a partir dessa fantasia delegam papéis sociais
e sexuais a esses futuros seres humanos. Quando ocorre a concepção, essas fantasias e desejos maternos e
paternos serão passados para esse novo ser humano a partir do nascimento, e se estará presente ao longo do
desenvolvimento desse novo ser (infância, puberdade, adolescência e fase adulta).
No intuito de compreender a nossa formação cultural e social, será útil conhecermos a história da sexualidade
humana.
História da sexualidade humana
O primeiro período da história da sexualidade humana ocorreu por volta do séc. IX a.C. nas sociedades agrárias
do Oriente Médio. Nesse período o homem não possuía o conhecimento de que ele era necessário para a
procriação. Ele acreditava que somente a mulher possuía o dom de procriar, pois existia um culto à fertilidade
representada pela “Deusa Mãe”. A figura que aparecia nesse período como a deusa da fertilidade, que venerava
as partes sexuais femininas, mais especificamente a vagina, e exaltava a mulher com sendo o centro simbólico
de toda a atenção da sociedade primitiva era “Vênus”, a deusa da fertilidade. Esse período estendeu-se até o
séc. V a.C. e foi denominado de Matriarcalismo.
O segundo período da historia da sexualidade humana ocorreu a partir do séc. V a.C., quando surgiram as
primeiras culturas de trigo, cevada, arroz e milho. O homem então começou a fixar-se em determinadas regiões
e iniciou a criação de animais, passando a observar que o “macho” desempenhava papel importante na
procriação; portanto, compreendeu que para ocorrer a formação de um novo ser vivo era decisiva a participação
do “macho”. Desta forma, o homem passou a ter conhecimento de que ele participava da fecundação e da
reprodução da espécie humana. Iniciou-se então o patriarcalismo, prolongando-se até os dias atuais, com idéias
e pensamentos machistas. Os deuses passaram a ser representados pela figura do homem, e a mulher passou
a ser submissa e a “servir” o homem. A partir daí apareceram a Bíblia e o Velho Testamento por volta do séc. II
a.C., afirmando que Eva fora criada através de uma costela de Adão, ou seja, a mulher viria de uma parte do
homem, e por isto teria que ser submissa a ele. Para o homem era permitida a poligamia, o sexo anal, o sexo
oral e o divórcio. Para a mulher, ao contrário tudo era proibido, e ela era tida como auxiliar do homem.
Nessa época ocorriam também as orgias greco-romanas, às quais grande parte da sociedade primitiva se
mostrava contrária. Nos guetos de Roma, nas catacumbas e na boca dos pobres começava a aparecer uma
nova ideologia revolucionária, que pregava a igualdade entre todos os seres humanos e a libertação do Deus-
homem heróico, reparador dos pecados, que pregava também a distribuição dos bens, numa espécie de
socialismo primitivo, sendo Cristo o único senhor. Das pregações e ensinamentos de Cristo começava a Era
Cristã, que condenava as orgias greco-romanas, surgindo então a Moral Cristã, que se posicionava contra a
promiscuidade das relações sexuais que ocorriam nessa sociedade primitiva.
Constantino, no séc. IV d.C., aliou-se à Igreja não só por motivos religiosos, como também políticos, elevando o
cristianismo à condição de religião oficial do Império Romano.
Após a fusão da cultura judaica com a greco-romana, o cristianismo não só deixou de ser a religião dos pobres
e oprimidos, como também perdeu seu caráter político de socialismo primitivo, incorporando uma ideologia
universalista e moralista.
O prazer na relação sexual era então condenado como sendo uma coisa “má”, e aos poucos a moral cristã foi
condenando o sexo prazeroso e venerando o sexo procriativo. As relações sexuais para seus fiéis só deveriam
ocorrer com vistas à “procriação” e não ao prazer. A menstruação era tida como uma impureza do corpo da
mulher, e se punia com a morte a mulher que mantivesse relação sexual durante o fluxo menstrual. Surgiu
assim o conceito de pecado para os cristãos. O parto vaginal também gerava impureza e obrigava a mulher a
passar por um período de recolhimento denominado quarentena, e após os quarenta dias do parto tomava um
“banho de pureza”.
Por volta do séc. VI d.C. surgiu o Novo Testamento com a doutrina de São Paulo, que condenava a
homossexualidade, o adultério, a prostituição, o sexo anal, e proibia também o divórcio e propunha um ideal de
mulher: submissa e obediente ao marido. Florecia o idealismo da “virgindade” como forma de identidade cristã e
de pureza.
Alguns teólogos cristãos da época recomendavam aos casados abstinência sexual: nas quintas-feiras, em
respeito à prisão de Jesus Cristo; nas sextas-feiras, em louvor à sua morte; nos sábados, em homenagem a
Nossa Senhora; nos domingos, em honra a ressurreição de Cristo, e nas segundas-feiras, em memória dos
mortos. Somente nas terças e quartas-feiras era permitida a relação sexual, caso não houvesse coincidência
com os dias de jejum e festas religiosas. Deveriam abster-se também durante a Quaresma, o Pentecostes e o
Natal, sete dias antes da comunhão, nos dias em que a mulher estivesse menstruada e quarenta dias após o
parto. Observem que através dos séculos a Igreja foi nos tirando o nosso aparelho sexual, com uma repressão
total à nossa sexualidade, aos nossos desejos e às nossas fantasias. A Igreja determinava o dia em que se
deveria ter relação sexual, e o sexo passou a ser estritamente procriativo, uma vez que o sexo prazeroso era
totalmente condenado pela Igreja. A repressão não parou por aí, pois a nudez, que era vista com naturalidade,
começou igualamente a ser condenada e coberta de panos e conceitos da moral cristã. Desta maneira, a
sexualidade era tida como fruto do pecado, uma “coisa” ruim e pecaminosa, e ter prazer passava a ser
“pecado”.
Os séculos que se sucederam, séculos XV e XVI d.C., continuaram reprimindo nosso aparelho sexual,
condenando a masturbação, que também passaria a ser encarada como uma doença, uma anomalia causadora
de males mentais que poderia levar à morte. Na Inglaterra, o médico Dr. Tissot condenou a masturbação,
“comprovando” que ela poderia causar apatia no indivíduo e levá-lo à morte. A Igreja pregava ser desperdício o
resultado da masturbação, da homossexualidade e do coito praticado mais de uma vez por semana sem a
intenção de procriar.
Somente nos séculos XIX e XX d.C. Sigmund Freud, com seu conhecimento da mente humana, orientou para
as possibilidades de que as neuroses poderiam ser conseqüência de toda a repressão sexual ocorrida durante a
história do ser humano através dos tempos. Freud era contrário a toda moral cristã imposta pela Igreja, que
aniquilava o aparelho sexual dos seres humanos. Portanto, todo esse panorama histórico-social, que reprimiu a
sexualidade durante séculos, levou a mulher a desconhecer o seu aparelho sexual e a não tocá-lo,
comprometendo um autoconhecimento e prejudicando um auto-erotismo.
Graças a essa repressão sexual é que 45% das mulheres são anorgásmicas, e este número poderá ser bem
maior se considerarmos as dificuldades de realizar trabalhos e pesquisas na esfera da sexualidade. A
sexualidade passou a ser objeto de estudo e é tida como ciência desde de 1920. Somente na década de 60 é
que Master & Johnson descreveram a resposta da sexualidade humana (excitação, desejo, libido e orgasmo).
Na década de 60 surgiram os anticoncepcionais hormonais, e desta maneira a mulher passou a programar o
número de filhos desejados, possibilitando-lhe uma certa autonomia na utilização de seu aparelho sexual para o
obter prazer sem se preocupar com a reprodução. A partir de então ocorreu uma massificação do sexo, com
uma hipergenitalização sexual: se faz sexo por fazer, sem vínculos de afetividade e cumplicidade.
A mulher, hoje, representa 55% a 65% do mercado de trabalho e das universidades, e conseguiu à custa de
muitas lutas reverter em parte o que a sociedade patriarcal lhe impôs através dos séculos e, evidentemente, por
todas as lutas alcançadas está tentando conhecer melhor seu aparelho sexual, melhorando assim o
conhecimento de si mesma e do seu erotismo. Acreditamos que a mulher atual está procurando o verdadeiro
amor maduro. O que significa o “amor maduro”? Segundo Amparo Caridade, o amor maduro só é maduro
quando conquista dimensões especiais. Caso contrário, permanece infantil ou adolescente. Não é a idade que
define a maturidade no amor. Somos maduros quando, por exemplo, não apenas despimos o corpo do outro e o
possuímos, mas somos maduros quando, ao fazer isso, fazemos como se fôssemos deuses, como se
tivéssemos aprendido a arte da contemplação da vida através do corpo do outro. Ficamos maduros no amor
quando o outro se torna tão especial para nós, que lembramos dele como quem reza uma oração ou escreve
um poema. Somos maduros no amor quando não cobramos nada, porque conquistamos a certeza interna de
que é bom estar com o outro.
Esperamos, por meio deste texto, ter-lhe proporcionado uma reflexão para o conhecimento da sexualidade da
mulher atual, para que ela tenha a clara compreensão de como a formação judaico-cristã prejudicou seu
aparelho sexual, e que, através desse conhecimento, ela possa compreender melhor o seu corpo, tocá-lo por
meio da masturbação e redescobrir um autoconhecimento e um auto-erotismo, porque para nos relacionarmos
com outra pessoa é importantíssimo termos o conhecimento de nosso próprio corpo. Procure então explorá-lo
da melhor forma possível, pois isto fará com que a sua “saúde sexual” melhore muito e, conseqüentemente, a
sua “vida sexual” será infinitamente melhor.
HISTÓRIA DO SEXO
(13/05/2009)
Fazer sexo todo animal faz. Mas entender bem o sexo é algo bem
difícil. Os gregos antigos acreditavam que o pênis ereto ficava
cheio de ar. E essa crença perdurou até o século XV da nossa
era, quando o gênio "Leonardo da Vinci descobriu que é o sangue
que faz o pênis ficar ereto, e não o ar, como acreditavam os
gregos antigos". De lá para cá muito se estudou e muito se fez
pelo sexo.
É PAU, É PEDRA...
Na Idade da Pedra, métodos anticoncepcionais e masturbação já
faziam parte da rotina sexual.
POSIÇÕES
Nada de papai-e-mamãe na Pré-História. Uma imagem
encontrada em Ur, na Mesopotâmia, datada de 3200 a.C., mostra
a mulher por cima, posição também encontrada em obras de arte
da Grécia, do Peru, da China, da Índia e do Japão. Uma outra
imagem pré-histórica mostra a mulher sentada com as pernas
levantadas para facilitar a penetração do homem. A relação com
penetração por trás também aparece com frequência, assim como
imagens de sexo oral.
CASAMENTO
No Paleolítico, a Idade da Pedra Lascada, os machos dominantes
se casavam com várias mulheres, seguindo o comportamento de
animais polígamos, como bisão e veado. Já no Neolítico, a Idade
da Pedra Polida, a monogamia passa a ser predominante. Nessa
época, os homens passaram a domesticar animais. Observando o
estilo de vida dos bichos e o papel do macho na procriação, os
homens passaram à monogamia.
MASTURBAÇÃO
Não faltam exemplos da prática do sexo solitário na Pré-História:
há de estátuas a bastões fálicos talhados em madeira ou em
pedra. Uma das estátuas, de Malta, mostra uma mulher se
masturbando de pernas abertas por volta de 4000 a.C. Outra
retrata um homem sentado descabelando o palhaço em 5000 a.C.
CIÊNCIA
Os homens usam plantas medicinais há pelo menos 40 mil anos.
Não há provas diretas, mas arqueólogos desconfiam que plantas
do gênero Aneilema eram usadas para evitar a gravidez,
enquanto a borragem provavelmente já era usada para amenizar
os sintomas da tensão pré-menstrual nas mulheres e como
afrodisíaco para os homens.
HOMOSSEXUALIDADE
Pesquisadores apontam que a atividade homossexual masculina e
feminina é comum em mais de 200 espécies de mamíferos, aves,
répteis, anfíbios, peixes e insetos, o que poderia indicar que
também era praticada pelos homens pré-históricos. Entre os
grandes macacos, como chimpanzés e gorilas, também rola sexo
entre animais do mesmo gênero.
SEXO SELVAGEM
A relação do homem pré-histórico com os animais era bem
próxima – até demais! Há uma pintura rupestre de cerca de 3000
a.C., em Val Camonica, na Itália, que mostra um homem
copulando com um asno! Já na Sibéria aparecem imagens de
homens copulando com alces – em uma das pinturas, o homem
está usando esquis nos pés enquanto transa com o bicho.
PAQUERA
Na hora da paquera, o homem pré-histórico já tinha à disposição
cosméticos feitos de plantas, como a hena, usada nos cabelos.
Sabe-se que extratos de beladona eram usados para dilatar as
pupilas e, assim, chamar mais a atenção. Havia ainda pigmentos
avermelhados, que destacavam partes da pele, e joias feitas de
pedras, madeira ou dentes de animais.
CORPO A CORPO
Quando o homem virou bípede, o corpo passou a ter novos focos
de atração sexual. Os peitos das mulheres, únicas fêmeas entre
os primatas que têm seios permanentemente grandes, passaram
a ser tão atrativos quanto a bunda. Assim, o ser humano passou
a ser um dos poucos animais que fazem sexo cara a cara,
enquanto outros bichos praticam o coito por trás.
À MODA ANTIGA
Prostituição e homossexualidade eram comuns, mas havia leis
severas para punir abusos
CASAMENTO
Os gregos e romanos eram monogâmicos – no império de
Diocleciano, em Roma, a bigamia foi declarada ofensa civil. Mas
os grecoromanos descobriram que o amor não é eterno: foi nessa
época que surgiu o divórcio. Na Roma arcaica, as mulheres
adúlteras podiam ser condenadas à morte – isso só mudou após
uma lei do imperador Augusto, que trocou a pena para o exílio.
POSIÇÕES
Em Roma, as posições sexuais apareciam em pinturas, mosaicos
e objetos de uso cotidiano, como lamparinas, taças e até moedas.
Em uma face, ficava a posição sexual, e, na outra, um número.
Para alguns historiadores, as moedas eram fichas de bordel, e as
posições com penetração tinham números maiores, indicando que
poderiam ser mais valorizadas.
MASTURBAÇÃO
Nada de condenar o sexo solitário: na Grécia e na Roma antigas,
a masturbação era vista como natural. No Egito, a masturbação
era até parte do mito da criação. Um dos ditos piramidais afirma
que Aton, o deus do Sol, teria criado o deus Shu e a deusa Tefnut
através do sêmen de sua masturbação!
HOMOSSEXUALIDADE
Casais de homem com homem e mulher com mulher eram
comuns na Grécia. Havia até mitos para explicar a origem da
pederastia, a relação entre homens maduros e jovens: o primeiro
dizia que Orfeu, um dos seres da mitologia grega, acabou se
apaixonando por adolescentes depois que sua mulher, Eurídice,
morreu. Outra lenda afirma que a pederastia começou com o
músico Tamíris, que foi seduzido pelo belo Jacinto.
CIÊNCIA
O grego Hipócrates, pioneiro da medicina, achava que o útero
poderia deslocar-se pelo corpo da mulher em busca de umidade e
poderia chegar até o fígado! Mas ele também deu bolas dentro:
calculou a duração da gravidez em 10 meses lunares (cerca de
290 dias do nosso calendário), tempo parecido com os 9 meses
atuais, e prescreveu semente de cenoura como anticoncepcional e
abortivo.
PAQUERA
Os galanteios dos romanos seguiam um manual: o livro A Arte de
Amar, do poeta Ovídio, escrito entre 1 a.C. e 1 d.C. Entre as dicas
dadas pelo escritor, estava o uso do goró: "O vinho prepara os
corações e os torna aptos aos ardores amorosos". Ovídio também
incentivava a galera a melhorar o visu: “Esconda os defeitos e, o
quanto possível, dissimule suas imperfeições físicas".
NO TRIBUNAL
A legislação sexual da Roma antiga era polêmica! Eram puníveis
com a morte: adultério cometido pela esposa, incesto e relação
sexual entre uma mulher e um escravo. No estupro, a punição
sobrava até para a vítima – se não gritasse por socorro, a virgem
poderia ser queimada viva! Entre as penas leves, estava a
apreensão de propriedades de quem fizesse sexo anal. No Egito,
o adultério era mau negócio: os homens eram castrados e as
mulheres ficavam sem o nariz.
PROSTITUIÇÃO
Regras para sexo pago eram diferentes na Grécia e em Roma
GRÉCIA
As moças da vida não eram todas iguais – elas seguiam uma
hierarquia. A maioria delas era escrava, mas havia também
mulheres vendidas aos bordéis pelos pais ou irmãos.
CLASSE ALTA
Prostitutas de primeira classe, com treinamento intelectual e
cultural.
CLASSE MÉDIA
Tocadoras de flauta e dançarinas, especialistas em ginástica e
sexo oral. Eram imigrantes.
CLASSE BAIXA
Vendidas pela família, ganhavam mal e tinham poucos direitos.
ROMA
Registradas e pagadoras de impostos, as prostitutas se vestiam
com tecidos floridos ou transparentes, e, por lei, não podiam usar
a estola, veste das mulheres livres, nem a cor violeta. Os cabelos
deviam ser amarelos ou vermelhos. O lugar mais comum de
trabalho delas era sob arcos arquitetônicos: a palavra fornicação
vem do latim fornice, que significa arco.
PAQUERA
A paquera às moças solteiras tinha até data para acontecer. Nas noites de 30 de abril,
árvores parecidas com pinheiros, chamada maio, eram plantadas diante das casas das
moças casadoiras. As plantas tinham significado: as plantas espinhosas eram dedicadas
às garotas orgulhosas e o sabugueiro, que exala mau odor, era uma forma de debochar
das pobrezinhas.
AMOR
Na Idade Moderna, começaram a ser mais comuns os casamentos por amor, e não
apenas por interesse. O hábito de trocar cartas entre os apaixonados tornou-se comum.
Muitas vezes, as cartas tinham códigos secretos e ininteligíveis - o rei Henrique IV, que
governou a Inglaterra de 1399 a 1413, usava, por exemplo, o $ em seus textos quando
queria esconder algo.
CASAMENTO
De 1545 a 1563, o Concilio de Trento tornou a Igreja a responsável pelo casamento –
antes, os casamentos eram só civis, e aconteciam em casa mesmo. A partir daí,
passaram a acontecer diante de um membro da igreja. Com a Reforma Protestante,
houve novidades nesse segmento: o rei Henrique VIII, da Inglaterra, rompeu com a
igreja Católica e fundou a Anglicana em 1534 apenas para poder se divorciar e se casar
com outra mulher. E os anabastistas, outra denominação protestante surgida na época,
defendiam a poligamia.
POSIÇÕES
No século 16, o pintor italiano Giulio Romano pintou uma série de 16 desenhos para um
livro de sonetos obscenos de Pietro Arentino, retratando várias posições sexuais. Em um
dos quadros, um homem de joelhos segura uma mulher, que está na diagonal e com
uma das pernas sobre seu pescoço! A série acabou confiscada pela igreja em 1524.
HOMOSSEXUALIDADE
Mesmo com a pena de morte por enforcamento, os homossexuais não deixavam de sair
do armário. No século 18, começaram a surgir vário bordéis masculinos na Inglaterra,
as “molly houses” (“molly” era a palavra em inglês para “efeminado”). Mas eles
funcionavam na surdina. Em 1726, Margaret Clap, dona de um deles, foi descoberta e
condenada a dois anos de prisão.
PROSTITUIÇÃO
As prostitutas eram chamadas de cortesãs e seus quartos eram cheios de pentes, caixas
de pó e frascos de perfume. Havia dois tipos de cortesãs. Algumas atendiam em casa
(geralmente, depois da morte do chefe de família, quando ficavam sem dinheiro para o
sustento) e tinham uma agente, a alcoviteira, que buscava clientes nas ruas. Havia
ainda as que trabalhavam em bordéis, tabelados pelo estado
PORNOGRAFIA
Quem estudou a Idade Moderna na escola já ouviu falar de Rousseau e Voltaire. O que
os professores não contam é que esses intelectuais também escreviam pornografia! Na
era moderna, tornaram-se comuns livros de contos eróticos. Voltaire escreveu o livro
Candide, que tem alguns textos eróticos, Diderot fala de sexo em Les bijoux indiscrets,
e Montesquieu também resvala no assunto em Le temple de Cnide
LEIS
As leis da Idade Moderna mais humilhavam que puniam. O adultério, por exemplo, era
“punido” na França com um desfile dos maridos traídos e das mulheres traidoras! Os
homens eram obrigados a montar um asno e passear pela cidade usando chifres, e as
mulheres adúlteras também tinham que montar em um asno, besuntadas de mel e
cobertas de penas, com um cesto na cabeça!
CIÊNCIA
Como os conhecimentos sobre sexo evoluíram na Idade Moderna
1495 – soldados franceses em Nápoles dão sinais de tumores genitais. É o início da
sífilis na Europa
1527 – é empregada pela primeira vez a expressão “doença venérea” por Jacques
Bethencourt
1550 – por volta dessa data, o médico italiano Gabriel Fallopius descreveu os órgãos
reprodutivos femininos, e um deles ganhou seu nome: as trompas de Falópio, hoje
chamadas de tubas uterinas
1554 – o médico alemão Johannes Lange descreve uma doença bizarra: a clorose, que
atacava quem não fizesse sexo! Entre os sintomas, letargia e palidez. O tratamento:
sexo, claro
1595 – invenção do microscópio moderno na Holanda; ele ganha esse nome somente
em 1625, com Galileu Galilei
(Mundo Estranho)
O ciclo menstrual feminino sempre foi motivo de especulações, seja por ser uma incógnita, seja
por ser um determinante de alguns rótulos ao longo do tempo. Durante o desenvolvimento de
nossa civilização, as mulheres passaram por diversas situações, que atualmente vemos de
forma cômica ou desumana. Principalmente nas eras primitivas, a menstruação, mesmo sem os
seres humanos o saberem de fato, era vinculada ao sexo, e é inegável essa correlação.
O presente ensaio apresenta reflexões acerca das idéias de Coutinho (1996) que é médico
ginecologista que propõe a supressão da menstruação com base na análise do desenvolvimento
feminino sob o aspecto da menstruação em várias épocas da história humana. Também reflete
as compreensões de Berenstein (2001) médico ginecologista e relacionadas com a visão do
médico psiquiatra Cheniaux Junior (2001). Os três autores serão comparados na tabela ao final
do texto.
Quando os seres humanos primitivos passaram a viver em grupos e a se entender por meio
de linguagem, chegamos à fase de civilização. Nessa fase a situação da mulher passou a
mudar, e a organização social que passou a existir, dividia a vida em tarefas específicas para
homens e mulheres, que teriam que prestar contas de seus atos a alguém, que no caso eram
os mais velhos e experientes membros da comunidade. Para atender aos interesses da
sociedade, a liberdade sexual praticada anteriormente na vida selvagem não era mais
permitida, e o acasalamento obedecia a regras pré-estabelecidas, surgindo a oficialização do
casamento. Dessa forma, ter filhos passou a ser um objetivo de grande interesse social, devido
a grande mortalidade existente nessa época devido as guerras, as endemias e epidemias.
Começou-se a condenar os casais sem filhos, ou os jovens que permanecessem solitários e não
criassem filhos, ou, mais cruel ainda, a jovem que não fosse deflorada nem engravidasse.
Nessa época os casamentos monogâmicos passaram a ser arranjados pelos pais na infância
ou até mesmo antes do nascimento dos filhos. Quando chegava à puberdade a menina deixava
sua família para ser introduzida na família do esposo e lá permanecia até a morte, a não ser
que fosse estéril o que determinava a rejeição por parte de esposo. Devido às solicitações da
época, as mulheres assim casadas tinham filhos sucessivamente, menstruando, portanto, só
raramente. Menstruar regularmente durante muitos anos era destino reservado para as
mulheres que não conseguiam ter filhos, e assim sendo, eram consideradas doentes, sendo
rejeitadas pelos maridos e condenadas à prostituição.
Normalmente as prostitutas eram inférteis, ou quando não eram inférteis, elas não
desejavam ter filhos, praticando o aborto ou infanticídio. A profissão de prostituta, considerada
a mais antiga do mundo, tinha na época das civilizações mais primitivas, uma estreita relação
com a incapacidade de ter filhos e constituir família.
As prostitutas mantinham uma função social de preservação da família (dos outros), uma vez
que evitava os perigos do adultério, atraindo os homens para os prazeres sem conseqüências e
sem perspectivas de concepção proporcionadas por profissionais que não engravidavam.
Durante o Império Romano (século II a.C. até o século IV), em torno do ano 60, Plínio, o
velho, escreveu História Natural, a primeira enciclopédia da história. No volume de biologia, ele
descreve o sangue da menstruação como um veneno fatal que mata os insetos, definha as
plantas, murcha as flores, apodrece as frutas e cega as navalhas. Para ele, se a menstruação
coincidir com um eclipse da lua ou do sol, os males serão irremediáveis. Relações sexuais com
uma mulher menstruada podem ser fatais para o homem. A autoridade dele não era desafiada,
seja por falta de fonte confiável, seja por que as afirmações não podiam ser testadas.
Resumindo: ele atribuía ao sangue menstrual um caráter venenoso e considerava a sua
descarga mensal um fenômeno purificador para a mulher, porém perigoso para aqueles que
entrassem em contato com ela. Somente após catorze séculos depois de ter vivido é que sua
influência diminuiu. Essa má impressão dos antigos sobre os sangue menstrual transformou-se
em verdadeiro tabu, adotado por todas as religiões que excluem a mulher da vida social
durante o período menstrual por encontrar-se impura. Ainda em Roma, cerca de um século
depois, a menstruação ainda era alvo de rótulos negativos. Com a reputação de “sangue ruim”,
o sangue menstrual deveria ser expurgado, argumento reforçado por Galeno, médico famoso
da época que escreveu sobre os benefícios dos sangramentos purificadores.
Durante a Idade Média, houve uma prolongada estagnação da ciência e a igreja católica
passou a dominar a escrita e o pensamento. Foram séculos dominados pela superstição e
medo, pela busca do céu e a fuga do inferno. As solteiras estavam condenadas a menstruar a
vida inteira, e como para os médicos era benéfico para a saúde “jogar aquele sangue fora”, não
havia quem não aceitasse resignadamente a ocorrência da menstruação. Nessa época não eram
apenas as inférteis, prostitutas e doentes que menstruavam, mas as mulheres mais “puras”, as
“santas”, que repudiavam o sexo, apesar de férteis, também menstruavam a vida toda.
Do mesmo modo que as fêmeas dos primatas não-humanos quando segregadas dos seus
machos no cativeiro, as mulheres passaram a menstruar repetidamente quando foram sujeitas
à indisponibilidade sexual e conseqüente não existência de gravidez imposta pelos interesses da
sociedade.
Com a Renascença foi possível a retomada das iniciativas da ciência, e foi possível, pela
primeira vez, conhecer a anatomia e fisiologia da mulher por meio de estudos que permitiram
afastar conceitos absurdos e fantasiosos sobre o útero feminino e sobre a circulação do sangue.
Somente no final do século XIX e principalmente no século XX, a partir da descoberta dos
hormônios, se tornou possível compreender de fato o que era a menstruação, um fenômeno
inteiramente governado pela atividade endócrina do ovário, cuja repetição mensal resulta
exclusivamente de uma falha reprodutiva. A progressiva redução da idade da menarca através
dos tempos continuou até o século XX, quando as mulheres ocidentais passaram a menstruar
em torno de 10 a 11 anos de idade, principalmente pelo fato de que cada vez mais
precocemente se atinge o peso necessário para desencadear a menarca.
Ele confere à menstruação e à ciclicidade propiciada pela variação hormonal o fato de que as
mulheres são mais maleáveis e se adaptam melhor a diversas situações, conseguindo ter
criatividade de realizar e resolver várias atividades ao mesmo tempo, tais como cuidar da casa,
dos filhos e do trabalho. Em uma referência a pesquisas realizadas, ele mostra que graças ao
estrogênio as células nervosas do cérebro conseguem criar mais conexões.
Ele faz referências ao ciclo como algo natural, e se ele ocasiona dor ou desconforto, estes
devem ser tratados com medicamentos ou com terapias próprias para cada caso.
O que é marcante na escrita de Berenstein (2001), é que ele identifica nas mulheres
comportamentos determinados em cada fase do ciclo e que, se as mulheres conhecessem seu
corpo e a fase do ciclo em que estão poderiam fazer com que os hormônios atuassem a seu
favor. Seria mais ou menos como se elas aprendessem uma nova forma de agir e de evitar
situações que prejudicariam suas relações interpessoais nas fases em que se encontram.
Também mostra que estimular determinadas atitudes de acordo com a fase por outro lado
melhoraria alguns aspectos dos relacionamentos que a mulher tem no dia-a-dia. A forma com
que ele propõe isso é a realização de um hormonograma diário, que pode ser realizado pela
própria mulher e que fornece um gráfico ao final do mês mostrando as oscilações hormonais a
que ela está sujeita. Assim ela pode identificar cada fase e mudar atividades que – ela
previamente responderia negativamente – e alterar suas relações interpessoais.
Ele faz referência ao modelo feminino e masculino e faz algumas inferências a respeito dos
hormônios que estão relacionados a isso. Ou seja, ele explica que as mulheres têm
bioquimicamente mais diversidade hormonal, o que faz com que ela se desenvolva mais
ricamente. Ela possui os andrógenos (embora em menor quantidade que os homens)
hormônios com características masculinas, o que lhes confere certo grau de competitividade,
agressividade, e os complementa com os hormônios femininos, estrogênio e progesterona. Já
os homens têm a falta da progesterona por toda a fase de sua vida, o que pode explicar a
limitação em entender determinados aspectos da feminilidade.
O terceiro autor, Cheniaux Junior (2001), médico psiquiatra, aborda o aspecto da síndrome
de tensão pré-menstrual (STPM), porém relata no início do livro dados que corroboram com a
análise histórica da menstruação. Ele relata que o sangramento menstrual havia sido
relacionado com sujeira, perigo, lesão, doença e magia. Embora mais simplista e pouco
aprofundado, ele mostra que Aristóteles afirmou que o reflexo de uma mulher menstruada em
um espelho poderia enfeitiçar qualquer pessoa que, em seguida o mirasse. Ele também faz
referência a Plínio, que dizia que o fluxo menstrual azedava o vinho, estragava a colheita,
destruía árvores e plantas, enferrujava o bronze e o ferro e enlouquecia cães.
Até hoje tem sido impostas restrições comportamentais às mulheres menstruadas, como
evitar manipular certos alimentos, pelo risco de contaminá-los, não podem comer determinados
pratos, lavar a cabeça, tomar banho ou manter relações sexuais.
O autor aborda que desde que a menstruação começou a ser estudada já se verificava que
ela poderia causar problemas, muito conhecidos hoje como a STPM. Antigamente Hipócrates
deu o nome de Doença das virgens à idéia de que a retenção da menstruação seria capaz de
provocar alterações no comportamento, delírios, alucinações e ideação suicida. Diversos autores
fizeram muitas correlações, até chegarem ao que temos hoje como definição de STPM.