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CÂNCER DE

BEXIGA
Introdução
O Epitélio do trato urinário (urotélio) reveste internamente a pelve renal, os
ureteres, a bexiga e os dois terços proximais da uretra.

Recebe a denominação de epitélio de células transicionais pela “transição” entre


o epitélio cilíndrico simples do sistema tubular renal e o epitélio estratificado do
terço distal da uretra).

Urotélio e sua membrana basal> a camada basal, constituída por lâmina própria
e a muscular da mucosa> Não há submucosa> Mais internamente muscular
própria( músculo detrusor)
Introdução
Anatomia da bexiga: Saco muscular que acumula a urina.

Localiza-se atrás da sínfise púbica

No H: Próstata está abaixo, deferentes lateralmente, reto atrás,

Na M: útero (superior), parede anterior da vagina ( posterior)


Epidemiologia
● Acomete mais : Sexo Masculino na proporção de 2,5:1.
● mais Brancos que Negros.
● Pico de incidência: 60-70 anos ou 80-84( de acordo com
a referência).
● É a segunda neoplasia geniturinária mais comum no
homem no Brasil ( primeira nos EUA) .
Epidemiologia
● Incidência de 10,6 casos em H e 4,1 em M por 100 mil
habitantes em Sp e excede 336.000 casos no mundo.

● de comportamento potencialmente letal em 25-30% dos


casos, com alto risco de disseminação sistêmica e de
morte
Fatores de Risco
Os principais são: Tabagismo ( 50% dos casos em H e 40% em M).
Abuso de Paracetamol.
Cálculo Vesical
TTO de CA ginecológico com radiação pélvica.
Ciclofosfamida
Exposição a aminas aromáticas( fábrica de tintas,
borracha,etc)
Dietas muito ricas em carne e gorduras
Classificação
MALIGNOS: Carcinoma de Células Transicionais : 95%.

Invasivo da muscular própria: 20%

Não invasivo da muscular própria: 80%

Carcinomas Escamosos ( Epidermóides): 3%.

Adenocarcinomas: 2%.( Relacionados ao uráco).

Tumores do tipo pequenas células: 1%.


Patogênese
O carcinoma de células transicionais cresce sob forma de tumor papilar, de tumor
plano (carcinoma in situ) ou de tumor séssil (lesões sólidas).

a) Papilar ( principal tipo superficial)> tipos:

1)neoplasia urotelial papilar de baixo potencial maligno > homens (5:1), recorrência
de 20-40%, invasão apenas 0-8%.

2) carcinoma urotelial papilar de baixo grau > multifocal, recidiva 60% invasão de
até 13%.

3) carcinoma urotelial papilar de alto grau> incomum, recidiva até 76,5%, 36,5%
sob forma local e 40% sob forma de progressão Metástases 20% , 15% óbito.
Patogênese
b) Planos: Alto risco de invasão( também nos sésseis), lesões de alto grau,
metástase 50%, aneuploidias e anomalias cromossômicas mais comuns.

Disseminação é por contiguidade, linfática ou hematogênica, principalmente


para fígado, pulmão e ossos

Prognóstico: grau de diferenciação celular, número e tamanho das lesões,


configuração macroscópica do tumor, presença de outras áreas com carcinoma
in situ, ploidia celular e alterações nos genes p53, p21 e RB (marcadores genéticos
de risco).
Quadro Clínico
● Hematúria Macroscópica Indolor ( 80-90% dos casos).
● Sintomas Irritativos Vesicais ( Polaciúria, Disúria, Urgência em 20% dos
casos).
● Outros sintomas são: Dor em flanco( associada a obstrução ureteral).
● Massa pélvica palpável ( pode indicar pior prognóstico).
● Hematúria Microscópica é Incomum ( 2% dos casos).
● Edema de membros inferiores, caquexia, dor óssea associados podem
indicar quadro metastático.

*Quando encontrarmos: massa sólida vesical ou falha de enchimento em


urografia excretora devemos suspeitar de CA de bexiga.
Diagnóstico
Exames de imagem:

● USG
● TC com e sem contraste

Se definida lesão sólida na bexiga:

● Citoscopia + ressecção com biópsia da lesão

Se exames negativos e suspeita de carcinoma in situ:

● Citologia urinária - biópsias aleatórias


Estadiamento
Tratamento
Tumores superficiais (Ta, Tis, T1)

Ressecção transuretral via cistoscopia.

Complementar com terapia intravesical quando houver elevado risco de recidiva


ou invasão:

● Quimioterápicos
● Imunoterapia com BCG (indução e manutenção)

Seguimento: citoscopia 3/3 meses nos 2 primeiros anos, semestralmente por 2-3
anos, anualmente após.
Tratamento
Tumores localmente invasivos (T2, T3)

Cistectomia radical

Pode-se considerar quimioterapia neoadjuvante (pré-operatória) ou adjuvante


(pós-operatória) em pacientes com alto risco de recidiva.

Os 2 esquemas mais utilizados são:

● MVAC (metotrexato, vimblastina, doxorrubicina e cisplatina)


● GC (gencitabina e cisplatina).
Tratamento
Tumor metastático (T4, N1-3, M1)

Quimioterapia sistêmica isolada

● MVAC (metotrexato, vimblastina, doxorrubicina e cisplatina)


● GC (gencitabina e cisplatina).

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