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INSTITUTO FEDERAL GOIANO – CAMPUS CERES

LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

MILTON SARTE ALAMEDA NETO

MUSEU EVOLUTIVO: ESPAÇO NÃO FORMAL DE EDUCAÇÃO

CERES-GO
2017
MILTON SARTE ALAMEDA NETO

MUSEU EVOLUTIVO: ESPAÇO NÃO FORMAL DE EDUCAÇÃO

Trabalho de curso apresentado ao curso de


Licenciatura em Ciências Biológicas do
Instituto Federal Goiano – Campus Ceres,
como requisito parcial para a obtenção do
título de licenciado em Ciências Biológicas,
a
sob orientação da professora Dr . Heloisa
Baleroni Rodrigues de Godoy

CERES-GO
2017
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho de conclusão da graduação aos meus pais, filho,


irmão, namorada, familiares, e amigos que de muitas formas me
incentivaram e ajudaram para que fosse possível a concretização deste
trabalho.
AGRADECIMENTOS

Á Deus que com a sua imensa bondade me abençoou sempre e me fez


forte em todos os momentos.
Agradeço aos meus pais, Milton Filho e Aneli e minha avó materna
Marinete por estarem sempre do meu lado me mostrando que com
determinação e fé sempre alcançaremos os nossos sonhos sejam eles quais
forem.
Agradeço ao meu filho Miguel Ângelo que sempre me incentivou a nunca
desistir de buscar mais conhecimento e me tornar uma pessoa melhor.
Agradeço à minha namorada Laurença e seu filho Marcos que com toda
certeza foi o que mais sofreu com os meus estresses da Faculdade, mas que
sempre permaneceu do meu lado, com suas palavras de otimismo.
Agradeço aos meus colegas de classe e com certeza futuros excelentes
profissionais.
Agradeço também aos amigos que a Faculdade me concedeu, Willians,
Jairo, Ramon, Franciele, Tiessa, Cristiele e Bianca obrigado por tudo.
Agradeço aos professores que exerceram com dedicação a sua
profissão de mestre.
Agradeço à minha orientadora, Heloisa Baleroni Rodrigues de Godoy,
que com grande paciência sempre me apoiou e confiou no meu potencial.
"Que os vossos esforços desafiem
as impossibilidades, lembrai-vos de
que as grandes coisas do homem
foram conquistadas do que parecia
impossível"
Charles Chaplin
RESUMO

O presente trabalho traz uma abordagem sobre a importância dos museus


como espaço não formal de ensino. A princípio, apresenta a história dos
museus, as concepções que se tinham no passado em relação à sua utilidade
e comparando com a visão atual de espaços legalizados e firmados em leis,
como instituição de ensino e facilitador do processo de ensino aprendizagem.
Aborda as dificuldades para a criação de um museu e as estratégias para
saná-las, entre elas, com o uso da técnica de Papercraft que consiste na
dobradura de papel nas mais diversas formas que se desejar, criando objetos
em três dimensões que podem ser usados em real ou proporcional escala. No
presente trabalho, foram confeccionadas duas peças usando-se da técnica de
Papercraft com uso dos programas Pepakura Design 4.0.6b e Blender 2.78c
para a criação dos moldes de animais já extintos que eram viventes no Período
Cretáceo na era Mesozoica de nosso planeta, representados pelo Triceratops e
pelo Velociraptor. Com a confecção das peças, fica-se evidente que não é mais
estritamente necessário que os próprios animais sejam usados como modelo, o
que muitas vezes é inviável de ser adquirido por escolas e/ou instituições de
menor porte e disponibilidade financeira. Sendo assim, apenas o interesse em
se criar essas peças pode ser o passo inicial para se diminuir as distâncias
existentes entre a teoria e a prática, entre o real e o imaginário, entre o perto e
o distante.

Palavra-chave: Aprendizagem. Evolução. Ludicidade. Paleontologia.


Papercraft.
ABSTRACT

This paper presents an approach on the importance of museums as a non -


formal teaching space. At first, it presents the history of museums, the
conceptions they had in the past in relation to their usefulness and comparing
with the current view of spaces legalized and signed into laws, as a teaching
institution and facilitator of the teaching learning process. It addresses the
difficulties of creating a museum and the strategies to remedy them, including
the use of the Papercraft technique, which consists of folding paper in the most
diverse forms you want, creating objects in three dimensions that can be used
in real or proportional scale. In the present work, two pieces were made using
the technique of Papercraft using the programs Pepakura Design 4.0.6b and
Blender 2.78c for the creation of molds of extinct animals that were alive in the
Cretaceous Period in the Mesozoic era of our planet, represented by
Triceratops and Velociraptor. With the making of the pieces, it becomes clear
that it is no longer strictly necessary for the animals themselves to be used as a
model, which is often not feasible to be acquired by schools and / or institutions
of smaller size and financial availability. Thus, only the interest in creating these
pieces can be the initial step to reduce the distances between theory and
practice, between the real and the imaginary, between the near and the distant.

Keyword: Evolution. Learning. Paleontology. Papercraft. Playfulness.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................... 10
2. REVISÃO DE LITERATURA ..................................................................... 12
2.1. HISTÓRIA DOS MUSEUS......................................................................................................................... 12
2.2. MUSEU E SEU PAPEL NA EDUCAÇÃO......................................................................................................... 14
2.3 MUSEU: MEDIAÇÃO, INTERAÇÃO E FORMAÇÃO .......................................................................................... 16
2.4 O MUSEU COMO ESPAÇO NÃO-FORMAL ............................................................................................ 17
2.5 ATIVIDADES PEDAGÓGICAS NO ESPAÇO DO MUSEU .............................................................................. 19
2.6 MUSEU E O LÚDICO .............................................................................................................................. 21

3. LEGISLAÇÃO ........................................................................................... 24
4. ENSINO DE EVOLUÇÃO E PALEONTOLOGIA NO BRASIL .................. 25
5. METODOLOGIA ........................................................................................ 28
6. RESULTADOS E DISCUSSÕES .............................................................. 29
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................... 39
8. BIBLIOGRAFIA ......................................................................................... 41
LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Criação do arquivo no Blender 2.78c. ...............................................30


Figura 2. Unfold do arquivo no Pepakura 4.0.6b - ajuste da escala do tamanho
da peça..............................................................................................................30
Figura 3.Impressão do arquivo em folha A4 e colagem das peças em
papelão..............................................................................................................31
Figuras 4. Recorte das peças...........................................................................31
Figura 5. Organização das peças para montagem...........................................32

Figura 6. Montagem das peças.........................................................................32


Figura 7. Peça finalizada e pronta para receber a resina e fibra......................33
Figura 8. Aplicação da resina e fibra.................................................................33
Figura 9. Aplicação da resina e fibra.................................................................34
Figura 10. Ajuste das rebarbas da fibra............................................................34

Figura 11. Aplicação de massa plástica para correção de algumas falhas......35


Figura 12. Peça terminada e pintada................................................................35
Figura 13. Separação das peças já montadas. ...............................................36
Figura 14. Escolha da posição do animal na peça...........................................37
Figura 15. Colagem das peças e aplicação da resina e fibra...........................37
Figura 16. Peça resinada e pronta para pintura................................................38
Figura 17. Peça pronta e pintada......................................................................38
1. Introdução

Os museus têm se constituído um dos espaços mais importantes para


aprendizagem, sendo estes e outros espaços de cultura, depositários da
memória de um povo, encarregados da preservação de obras produzidas pela
humanidade nas mais diversas formas de apresentação. São espaços de
produção de conhecimento e oportunidades de lazer. Seus acervos e
exposições favorecem a construção social da memória e a percepção crítica da
sociedade.

Para isso, o uso do museu como estratégia de facilitação do


ensino/aprendizagem pode ser utilizado pela escola de acordo com a sua
disponibilidade. Sendo importante antes de uma visita, esclarecer aos alunos
sobre o que é um museu e sobre seu papel na constituição da memória social.

O fundamental, nessa iniciativa e mostrar que tipos de objetos podem e


devem ser preservados e expostos, a fim de oferecer uma compreensão da
trajetória desse objeto até tornar-se uma peça de museu, e o seu papel na
formação de novos saberes produzidos pelas relações que ocorrem no âmbito
da cultura museal e assim, fortalecer os conteúdos apresentados nos currículos
escolares vivenciando a relação entre teoria e a prática. Aqui se une a
educação formal e não formal.

Marandino et al. (2008) reforça que um dos aspectos importante nas


discussões sobre as relações entre museu/escola é evidenciado pelo debate
das especificidades que regem a educação formal e a educação não formal, ou
seja, entre as instituições de ensino e os museus. Existem múltiplas formas de
cooperação e de interação, baseados em casos e modelos diversos de ação
educativa propostas pelas duas instituições.

A questão fundamental é como transformar o objeto museu em fonte de


conhecimento histórico e artístico que ofereça a aprendizagem de forma mais
eficiente, apresentando também possibilidades pedagógicas com atuação do
professor ou educador de museus, como mediador entre o acervo e os
estudantes, através de um espaço multidisciplinar proporcionado pelo museu.

10
Segundo Marandino et al. (2008) é importante que o professor realize
uma adaptação didática durante a visita dos estudantes. Tal processo deve ser
realizado pelos professores e/ou mediadores e compõe um modelo didático de
apropriação do conhecimento apresentado nesses locais. Sendo assim, os
objetos expostos em um museu com suas variedades de estilos, lugares e
formas de produção, precisam de cuidados em sua seleção para uso
pedagógico.

Considerando que o Brasil possui uma grande extensão territorial e uma


cultura ainda insipiente quanto os hábitos de criação e visitas a museus
inclusive pelo fato da pouca quantidade de museus existentes, o estímulo à
propagação da ciência na forma de locais que difundam o conhecimento, é de
extrema importância para nosso país. Desta forma, quando estratégias
diversas de divulgação científica são propostas, faz-se necessário que estas
também sejam de fácil acesso para que sejam de fato, incorporadas à vivência
e realidade.

Para tanto, propõe-se com este trabalho a difusão do conhecimento com


o uso da confecção de peças de caráter museal que podem ser
confeccionadas pela técnica de Papercraft e utilizadas para exposição e
estudos em localidades inclusive que não teriam a mínima oportunidade de
possuírem um acervo com características tão peculiares como um exemplar
que represente um animal fossilizado. A presente pesquisa inicia-se com uma
revisão de literatura, culminando com a execução de duas peças de museu. O
trabalho será apresentado na forma de tópicos que tratem da historicidade das
transformações dos museus ao longo do tempo.

Visando mostrar a importância do objeto museal para uma ação cultural


e educativa que busca produzir novos conhecimentos. Os demais temas fazem
referência a mediação, ao lúdico, a legislação e a paleontologia no Brasil. Para
isto, tiveram grande contribuição a opinião de teóricos como Campos (1965),
(SUANO, apud, NASCIMENTO, 1998), SOARES (1990), MARANDINO et al.
(2008), CAZELLI et al. (1997), GIRAUDY (1990), MEYER e EL-HANI. (2001 e
2005), MOODY (1975), REDDIG e LEITE (2000) e muitos outros com intuito de
apresentar um trabalho com legitimidade e coerência.

11
2. Revisão de Literatura

2.1 História dos Museus

O hábito de colecionar, provavelmente é tão antigo quanto o homem


moderno, já que guardamos lembranças, emoções e significados em coleções
que criamos de acordo com nosso cotidiano (Suano, 1986 apud,
NASCIMENTO, 1998).

Segundo Campos (1965), a história dos museus é também muito antiga.


Vem da palavra grega Mouseion (Μουσείων), ou casa das musas. Era uma
mistura de templo e instituição de pesquisa, voltada, sobretudo para o saber
filosófico. As obras de arte expostas no museu tinham mais a intenção de
agradar a divindade, que a contemplação e admiração de possíveis visitantes,

N no período helenístico de 323 a.c a 143 a.c em Alexandria o museu


reaparece junto com a famosa biblioteca organizada pelo matemático
Erastóstenes, tendo mais características de centro de pesquisa que de museu
pois era organizado e financiado pelo Estado, com o objetivo de fomentar a
produção de conhecimento em diversas áreas do saber, como filosofia,
medicina, história, astronomia, mitologia, astrologia, etc. Possuía além da
biblioteca, um laboratório de pesquisa, jardins botânicos, jardins zoológicos e
observatórios (COELHO, 2009).

Na Idade Média, a Igreja e os reis foram os principais detentores das


obras produzidas na época. Neste período, no museu, eram conservados os
conhecimentos humanos que eram utilizados como inspiração para os artistas,
ao mesmo tempo em que serviam como veículo de reprodução da estética
aprovada pela Igreja. Isto porque, a representação artística estava intimamente
relacionada com os objetivos didáticos da Igreja e propagação da religião cristã
(COELHO, 2009).

No Brasil, a primeira tentativa de implantação dos museus deu-se com


vice-rei D. Luiz de Vasconcelos e Souza, no Rio de Janeiro. O sucessor do
Marquês de Lavradia, que exerceu essas funções na colônia, de 1778 a 1790,
teria recebido da própria rainha D. Maria I, através de seu ministro, D. Martinho

12
de Melo e Castro a ordem para essa fundação. D. Luiz deu início a instalação
do museu, a Casa de História Natural, denominada pela população – Casa dos
Pássaros, entregando a sua direção a Francisco Xavier Cardoso Caldeira. As
primeiras obras foram trazidas de Portugal em 1808 por doação de D. João VI.
(SUANO,1986 apud, NASCIMENTO, 1998).

De acordo com BARJA (2013), no final do século XIX no Brasil, tivemos


uma crescente reivindicação da constituição de museus próprios por parte de
diferentes grupos étnicos e movimentos sociais. Eles veem a criação de
instituições museológicas como um direito à memória, que possibilita a
afirmação de sua identidade, o “resgate” de sua autoestima e o fortalecimento
da ideia de pertencimento a uma determinada coletividade. Sendo assim,
houve um crescimento dos museus comunitários, museus populares, museus
étnicos, eco museus e museus temáticos em detrimento de museus nacionais
em várias partes do mundo.

Porém, no século XX, com a Nova Museologia e o avanço


epistemológico das Ciências Sociais, os museus passam a ser considerados
importantes suportes da memória e elementos de afirmação da identidade
cultural de uma dada coletividade. Não há quem possa negar que, no mundo
contemporâneo, os museus são instituições culturais relevantes, instrumentos
de preservação do patrimônio histórico e indutores do desenvolvimento do
turismo.

Segundo Huyssen (2000), assistimos hoje a um processo de


musealização da sociedade. Segundo ele, estamos todos “seduzidos pela
memória”, na medida em que um dos fenômenos culturais e políticos mais
surpreendentes dos anos recentes é a emergência da memória como uma das
preocupações culturais e políticas das sociedades ocidentais.

Levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) mostra


que em todo o país o número de instituições museológicas chega a 3.025
Essas instituições possuem um acervo com mais de 70 milhões de itens e
geram mais de 22 mil empregos diretos.

Apesar do crescimento do número de museus nos últimos anos, os


dados ainda apontam para a seguinte realidade cultural: do total de 5.564

13
municípios existentes no Brasil, apenas 18% possuem museus, o que revela o
baixo índice desse equipamento cultural no país e sua concentração nos
grandes centros urbanos das regiões mais desenvolvidas do Brasil.

No Brasil, a relação museu-habitante é de um museu para cada 115 mil


pessoas, enquanto na Argentina a relação é de 62 mil habitantes por museu e
a Finlândia possui um museu para cada 5 mil habitantes. Além disso, o hábito
de visitar museus não é ainda algo incorporado ao conjunto da população
brasileira. (IBRAM, 2014)

É inadmissível que, em pleno século XXI, quando os museus em todo o


mundo passam a exercer importante papel na revitalização dos grandes
centros urbanos, pouco mais de 5% dos brasileiros já tenham visitado alguma
exposição numa instituição museológica. Em que pese a importância dessas
instituições culturais, a realidade social brasileira nos mostra que muito ainda
precisa ser feito para que os museus possam cumprir o papel estabelecido pelo
Conselho Internacional de Museus (Icom), que é o de um estabelecimento
permanente, sem fins lucrativos, a serviço da sociedade e de seu
desenvolvimento, aberto ao público, que coleciona, conserva, pesquisa,
comunica e exibe, para o estudo, a educação e o entretenimento, a evidência
material do homem e de seu meio ambiente.

2.2 Museu e seu Papel na Educação

Segundo Allard e Boucher (1991), a consolidação do papel educativo


dos museus, aconteceu ao longo do século XX. Com o aumento da
diversificação do público, os museus não poderiam apenas se contentar em
expor suas obras. Era necessário encontrar outros meios que levasse seus
visitantes a entender e também apreciar. Portanto, a preocupação com a
utilização educacional dos acervos expostos levou cada vez mais os museus
introduzirem estratégias que facilitassem a comunicação com o público dentro
de suas exposições.

De acordo com Garcia Blanco (1999), iniciou em vários países,


pesquisas com visitantes. A partir de então houve a necessidade de montar
14
exposição com seleções de acervo especifico que respeitassem as
características e os interesses de cada tipo de público, especialista e leigos.

Apesar das várias modificações na forma de expor os objetos e


estabelecer um relacionamento com o público, a partir da segunda metade do
século XX, os museus passaram a ser reconhecidos formalmente e
intrinsecamente como instituição educativa, sendo criado serviços educativos
com atendimento especifico para os diversos públicos a partir de objetivos
pedagógicos (KOPTCKE,2002).

No que se refere aos museus de ciências, houve uma forte ampliação


destas instituições no mundo todo estabelecendo assim, no século XX, uma
verdadeira indústria cultural voltada para divulgação de ciências, formada, por
financiadores, animadores culturais, instituições de todas as formas que
ganharam forças e se expandiram, sendo reproduzidos em vários lugares do
mundo (FAYARD, 1999).

No Brasil, esse número de museus e centro de ciências cresceram a


partir da década de 1980, exemplificados pelo Museu de Astronomia e Ciências
Afins (MAST), criado em 1985, no Rio de Janeiro, a Estação Ciências criada
em 1987, em São Paulo e o Museu Dinâmico de Ciências também criado em
1987, em Campinas. Essas instituições desempenharam um papel inovador ao
apresentarem exposições interativas, adotando princípios pedagógicos
construtivista.

Assim essa nova forma de se relacionar com o público, resultou no


aumento da importância das ações de divulgação cientifica no país e seu papel
educativo vem se consolidando cada dia mais pois uma das mudanças mais
notáveis dos museus, foi o crescimento no papel educacional já que muitas
instituições passaram a contar com profissionais específicos, para o chamado
serviço educativo.

Está cada vez maior a importância dada a mediação nesses locais. Se


por um lado uma exposição não deve ser entendida somente se mediada por
uma só pessoa, por outro lado, segundo Cazelle (2000), e Marandino (2000), a
mediação humana é a melhor forma de garantir que a mensagem proposta
pelos idealizadores seja compreendida. Portanto, não é qualquer mediação que

15
garante compreensão efetiva e uma experiência prazerosa em uma visita ao
museu. É de suma importância entender que o mediador é, de certa forma, a
“voz” da instituição. Aquele que liga o público ao museu.

2.3 Museu: Mediação, Interação e Formação

Em relação as formas de aprendizado, Moraes (2007) afirma, que o ser


humano aprende quando novos conhecimentos são assimilados mais
facilmente na interação com outros sujeitos e objetos. A mediação
corresponde, portanto, a uma ampliação do entendimento do processo de
aprendizagem. O autor também afirma que museus e centros de ciências, são
uma forma de “mediar” e mediar então, é provocar diálogos entre visitantes e
experimentos, com interação presencial ou virtual capaz de promover novas
aprendizagens. O autor diz que tais “diálogos” podem ser estimulados pelos
mediadores e também pelos experimentos interativos e demais objetos que
integram a exposição.

Nesse sentido, a mediação se aproxima do sócio construtivismo,


pressupondo interações sociais como forma de potencializar aprendizagens.
Para isso, a mediação fundamenta-se no uso intenso de diferentes linguagens,
que podem ser faladas ou escritas na exposição de objetos. “Seja pela fala,
seja pela escrita ou por outros modos de mediação semiótica, a linguagem está
sempre presente nos processos de mediação” (MORAES, 2007).

Tem –se atribuído à linguagem um papel fundamental, visto ser ela que
possibilita a aproximação do público com a ciência divulgada nos espaços
extraescolares, incentivando os visitantes no desenvolvimento de novas
aprendizagens.

Para Marandino (2000), a correta compreensão dos conceitos científicos


de que trata museu ou centro de ciências, pode realmente acontecer a partir
das estratégias utilizadas na elaboração da exposição. E essas precisam ser
articuladas com a liberdade de leituras e interpretações por parte dos públicos.
Para a autora, “monitores” não são imprescindíveis, e as exposições não
podem depender deles para serem compreendidas. Por outro lado, talvez a

16
mediação humana seja a melhor forma de obter um aprendizado correto dos
conceitos abordados nas exposições.

De acordo com Costa e Costa (2007), reiterando o papel de museus e


centros de ciências como locais de aprendizagem, os mediadores, são vistos
como parceiros que auxiliam alguém a aprender. Em sua prática diária, além
de requerer certo aprofundamento no conhecimento científico, a pessoa que
realizar a mediação da exposição para o público, também necessita de
habilidades comunicacionais para chamar o visitante a expor suas concepções
para, então, construir a partir delas. Portanto, vários outros saberes são
construídos e vão além daquilo que uma formação científica de qualidade pode
oferecer.

Para isso, Costa e Costa (2007), ainda afirma que “são essenciais a
prática e a capacitação específicas para desenvolver a improvisação científica
com precisão e as habilidades para dialogar sobre ciência” E além das
habilidades destacadas pelo autor,

Segundo Moraes (2007) acrescentam o vocabulário e a adequação de


linguagem, considerando os diferentes públicos que visitam museus. Segundo
o autor, para que uma mediação seja eficaz é fundamental que o mediador
saiba flexibilizar os diálogos e desafio, considerando as ideias trazidas pelo
visitante. Considerando o caráter educativo de um espaço de ciências
extraescolar, a atividade de ensino que se processa nesse espaço se traduz
como a mobilização de diversos saberes que constituem a bagagem utilizada
pelo docente/mediador para contornar a imprevisibilidade de seu cotidiano
profissional.

2.4 O Museu como Espaço Não-Formal

O museu vem ao longo do tempo, assumindo cada vez mais seu papel
educativo, de forma diferenciada. Vêm sendo caracterizados como locais que
possuem uma forma própria de desenvolver sua dimensão educativa.
Identificados como espaços de educação não-formal, essa caracterização
busca diferenciá-los das experiências formais de educação, como aquelas
17
desenvolvidas na escola, e das experiências informais, geralmente associadas
ao âmbito da família. Contudo, a caracterização e a diferenciação dos espaços
de educação não-formal não se constituem tarefa simples.

Apesar de se reconhecer as especificidades educativas que os museus


possuem, muitas vezes, os termos formal, não formal e informal são utilizados
de modo controverso: o que é considerado por alguns como educação não-
formal, outros denominam de informal; isso faz com que suas definições
estejam ainda longe de serem consensuais.

De acordo com Marandino (2008), educação formal é o sistema de


educação hierarquicamente estruturado e cronologicamente graduado, da
escola primária à universidade, incluindo os estudos acadêmicos e as
variedades de programas especializados e de instituições de treinamento
técnico e profissional.

Assim, faz-se, as seguintes definições reais em relação aos termos


segundo Marandino (2008):

Educação não-formal: qualquer atividade organizada fora do sistema


formal de educação, operando separadamente ou como parte de uma atividade
mais ampla, que pretende servir a clientes previamente identificados como
aprendizes e que possui objetivos de aprendizagem.
Educação informal: verdadeiro processo realizado ao longo da vida em
que cada indivíduo adquire atitudes, valores, procedimentos e conhecimentos
da experiência cotidiana e das influências educativas de seu meio, por
exemplo, na família, no trabalho, no lazer e nas diversas mídias de massa.
Sendo assim, essa categorização do sistema educacional é bastante
aceita também pelos pesquisadores e educadores brasileiros, embora alguns
autores, como Gaspar (1993), defendam o uso da distinção educação
formal/informal. Porém, Chagas (1993), entende que a educação não-formal é
veiculada pelos museus, meios de comunicação e outras instituições, com o
propósito de ensinar ciência a um público heterogêneo. No entanto, por outro
lado, a educação informal “ocorre de forma espontânea na vida cotidiana por
meio de conversas e vivências com familiares, amigos, colegas e interlocutores
ocasionais”.

18
Já Gohn (1999), nos dá uma outra perspectiva para essa discussão.
Para ela, a concepção de educação é mais ampla do que a de aprendizagem e
se associa ao conceito de cultura. Desse modo, portanto, educação não-formal
trata de um processo com várias dimensões, relativas à aprendizagem política
dos direitos dos indivíduos enquanto cidadãos; capacitação dos indivíduos para
o trabalho, por meio de aprendizagem de habilidades; aprendizagem e
exercício de práticas que habilitam os indivíduos a se organizarem com
objetivos voltados para a solução de problemas coletivos; aprendizagem dos
conteúdos da escolarização formal, em formas e espaços diferenciados; e
educação desenvolvida na e pela mídia, em especial.

2.5 Atividades Pedagógicas no Espaço do Museu

Entendendo que o museu é um espaço que oferece aprendizagem, é


importante compreender que as atividades pedagógicas no espaço do museu,
são importantes e que o tempo, espaço e objeto, são como parte integrante da
experiência museal que precisam ser contemplados nas atividades
pedagógicas desenvolvidas nos museus.

Segundo Cury (2007), as ações lúdicas que envolvem linguagens


artístico-culturais, podem proporcionar diferentes experiências e favorecer a
experimentação e a expressão pessoal. Além disso, essas ações ajudam a
ressignificar a história do homem e da educação. Portanto, museus não são
apenas lugares de apropriação/fruição, mas também de produção/criação. Pelo
ato de brincar, o indivíduo vê e ressignificação da cultura por meio de
diferentes linguagens que ampliam sua visão sensível sobre o mundo.

Não se pode, portanto, pensar o museu com uma estrutura rígida e


homogênea em suas ações educativas, mas como espaços que permitem
modificações, que se reformulam sempre com o objetivo de acionar a reflexão
que problematize a realidade. Pode-se, assim, estimular o sujeito a brincar com
palavras, ouvir histórias, explorar sua capacidade expressiva por intermédio
das linguagens artístico-culturais, desenhando, pintando, modelando,
fotografando, cantando, dançando, dramatizando.

19
Vygotsky (1998, p.137) afirma:” a essência do brinquedo é a criação
de uma nova relação entre o campo do significado e o campo da percepção
visual, ou seja, entre situação no pensamento e situações reais”. Essas
relações irão permear toda a atividade lúdica do jovem. Será também
importante indicado do desenvolvimento da mesma, influenciando sua forma
de encarar o mundo.

As oportunidades de brincar passam a ser percebidas como momentos


de favorecer as descobertas; passam a ser propostas acolhedoras e de
encantamento. E pensar a brincadeira como manifestação de descobertas e
encantamento é convidar permanentemente a imaginação para o centro do
jogo - e se os museus são locais que despertam a curiosidade, provocam a
produção de sentidos, promovem a descoberta e o encantamento, evocam a
imaginação, pode-se afirmar que eles se colocam como espaços acolhedores e
promotores do brincar (LEITE, 2000).

Pol e Asensio (2006), em pesquisas realizadas por museus de todo o


mundo, têm detectado que, muitas vezes, as ofertas de programas são
escassas, antigas, monótonas e muitas instituições não fazem o trabalho de
reformulá-las ao longo do período de exposição, principalmente nas exibições
permanentes, deixando de garantir a manutenção da qualidade e a novidade
em suas ações educativas.

Em alguns museus, é comum também a utilização de animação cultural


como instrumento de atração para o público, porém, sem grande valor para
ampliar o conhecimento acerca dos conteúdos expostos. Igualmente constata-
se, em algumas instituições, apresentação de jogos superficiais que em nada
desenvolvem a percepção e que não exigem reflexão, análise e interpretação.

De acordo com Oliveira (2003), uma prática importante para um bom


planejamento das atividades pedagógicas em quaisquer ambientes, é a
consulta ao público alvo. Desta forma, conhece-se efetivamente as
necessidades e os interesses deste público, ampliando a melhoria de ações
educativas propostas nos espaços.

20
Em museus, este tipo de ação segundo Carvalho e Porto (2013) é pouco
frequente, pois constataram que há escassez de pesquisas que se propõem a
ouvir o público museal e suas opiniões.

Entretanto, conforme ressaltam Cazelli e Coimbra (2000), essas


estratégias precisam caminhar junto com a avaliação periódica sobre tais
práticas educativas realizadas pelos setores educativos ao longo dos períodos
das exposições.

2.6 Museu e o Lúdico

Os museus permitem não só a crianças, mas também aos adolescentes


e adultos, momentos mágicos caracterizados pelo prazer do desafio e da
descoberta. Oferecem sensação da posse da obra de arte ou objeto exposto, e
também a sensação de perenidade da experiência estética. Ao se relacionar de
forma interativa e prazerosa com o ambiente, estes perpetuam a visita,
expandindo-a para os domínios da sua vida cotidiana e consolidando-a como
experiência cultural.

De acordo com Galvão (2000) a infância compreende-se enquanto etapa


da vida humana, onde os sujeitos deparam-se com realidades distintas em
processos de interações ocorridos em diversos espaços que propiciam novos
aprendizados, levando os jovens a posicionarem-se diante do mundo
absorvendo, construindo e produzindo saberes e práticas culturais no contexto
social em que estão inseridas.

Nesse sentido, temos os museus como lócus privilegiado de estímulo


aos processos de aprendizagem não formal que podem oferecer experiências
de dimensões cognitiva, afetiva e psicomotora comunicando conteúdos
variados de forma dinâmica e interativa, onde a emoção e a imaginação sejam
elementos fundamentais. Independentemente de sua tipologia, os museus
devem possibilitar ao público infantil e adolescente, expandir a imaginação e
estimular o sentimento de admiração pelas coisas do mundo levando-os a
investigar o sentido dos objetos expostos.

21
Para Vygotsky(2009):

“[...] a atividade criadora da imaginação depende diretamente da


riqueza e da diversidade da experiência anterior das pessoas, porque
essa experiência constitui o material com que se criam as
construções da fantasia”.

Portanto, são as sensações de encantamento, estranhamento, espanto


e curiosidade que sentimos diante das novidades e descobertas
proporcionadas pelas experiências, que são condições favoráveis para
despertar a imaginação. Essas sensações nos acompanham ao longo de toda
a vida, mas a maior intensidade com que ocorrem se apresenta como uma
especificidade de apreensão do mundo na infância. Uma vez que, as
novidades que provocam intensas emoções, arrebatadoras do olhar infantil,
estimulam a imaginação.

Oliveira (2003) faz uma observação em relação a tal encantamento,


ressaltando que esse ocorre não apenas diante do contato com as últimas
invenções tecnológicas, mas também com o velho, que não deixa de ser
conteúdo de descobertas.

Estudos realizados por Pol e Asensio (2006) sobre os públicos nos


museus revelam o quanto as crianças e jovens não demandam parques de
atração, e sim, os conteúdos específicos das exposições que orientam de
maneira fundamental suas expectativas, a motivação inicial e a possibilidade
de aprendizagem. Logo, encontros de crianças com museus podem
proporcionar esse processo criativo por meio do contato com objetos e
imagens que também fizeram parte de outras infâncias.

Para Oliveira (2003), o maior valor que os museus podem ter para o
público infantil, independentemente de sua tipologia, é a possibilidade de neles
expandirem sua imaginação e, assim, investigar cada vez mais os sentidos dos
objetos expostos e, nessa perspectiva, o museu estimula o sentimento de
admiração pelas coisas do mundo.

Segundo Reis (2005):

22
Os museus devem ser um espaço sugestivo, lúdico e interessante
onde não necessariamente as coisas devam ser explicadas como
acontece na escola. E neste caso, considerar que não há uma única
forma de construção do conhecimento, de aprendizagem, ele pode
despertar no sujeito a afetividade instigando a emoção, o romantismo,
a ação, a interação e a reflexão (REIS, 2005, p.42).

Entretanto, para proporcionar tais experiências para o público infantil,


tem sido necessário, nos espaços museológicos, enfrentar alguns obstáculos
de ordem institucional.

Para os autores Coutinho e Rocha (2007), ao pensar em programas


pedagógicos ou projetos educativos, estes, afirmam que, a dimensão que os
conhecimentos assumem possui uma relação de vínculos com os demais
processos de construção, como, as interações, a linguagem e o lúdico.

Reddig e Leite (2007) corroboram com a seguinte ideia:

“As experiências com as expressões culturais diversas levam o


individuo a refletir, agir, abstrair sentidos e vivências capazes de levar
o sujeito a construir significações sobre o que faz, como faz, para que
faz, para que serve o que faz, além de desenvolver a capacidade de
estabelecer inúmeras outras relações a partir dessa experiência”
(Reddig e Leite (2007, p. 34).

Por isso, as bases para os projetos educativos devem ir além dos


conteúdos escolares, e para Coutinho e Rocha (2007, p.11) “toda e qualquer
aprendizagem é consequência das relações que os jovens estabelecem com a
realidade social e natural”. Sendo assim, diz-se que, o espaço aberto do museu
é também fator integrante da aquisição de conhecimentos e se distingue em
muitos aspectos dos espaços escolares. Independentemente de faixa etária ou
tipologia de museu, o visitante precisa ser cativado pela exposição durante
todo o percurso, entre temas e objetos que produzem significado.

Segundo Carvalho e Porto (2013), nas visitas a espaços museológicos


impera a preocupação em deixar claro, o que não se pode fazer ou em que
lugar é proibido tocar, sendo que esse tipo de recepção pode provocar uma
reação negativa. Com tantas regras de comportamento nos espaços
museológicos, como não tocar, não correr, não falar, não comer, não beber,
não ultrapassar as faixas de proteção etc.

23
3. Legislação

No contexto da política cultural implementada pelo Ministério da Cultura


(MinC) desde o início do governo Lula – política cujo coroamento se deu com a
criação do Instituto Brasileiro de Museus (Lei nº 11.906/2009) –, muito ainda
precisa ser feito para o desenvolvimento do segmento museológico em nosso
país. Nesse sentido, uma política cultural consentânea com o princípio da
cidadania – o direito de todos aos bens e valores culturais – deve incorporar a
necessidade de se criarem novas instituições museológicas nos municípios
brasileiros e de dotar as já existentes de condições factíveis de funcionamento,
de forma a promover o acesso da população a esses equipamentos culturais.

Portanto, uma das maiores conquistas do setor museológico no país foi


a instituição de um marco regulatório, até então inexistente, representado pela
criação de uma autarquia federal responsável pelo setor – o Ibram – e, mais
ainda, pelo Estatuto dos Museus (Lei nº 11.904/2009) e por outras normas
correlatas, que dão configuração ao Sistema Brasileiro de Museus (Decreto nº
5.264/2004).

Os referidos artigos e códigos que aprovados, fazem desta instituição


um lugar de seriedade e de muita importância para o resgate do passado, para
o patamar das profissões, como oferta de ensino aprendizagem. Também
apresentam um apoio ao reconhecimento e importância dos museus, sendo
estes hoje, fortemente amparados pelas leis que os regem.

De acordo com os artigos 28 e 29 da lei n° 11904/2009, os museus deverão


promover ações educativas, fundamentadas no respeito à diversidade cultural
e na participação comunitária, contribuindo para ampliar o acesso da sociedade
às manifestações culturais e ao patrimônio material e imaterial da Nação e
disponibilizar oportunidades de prática profissional aos estabelecimentos de
ensino que ministrem cursos de museologia e afins, nos campos disciplinares
relacionados às funções museológicas e à sua vocação.

24
4. Ensino de Evolução e Paleontologia no Brasil

Em relação ao ensino sobre Evolução, Santos (2002) afirma, que


embora os conceitos evolutivos sejam considerados essenciais para questões
que envolvam a sociedade moderna, pesquisas desenvolvidas no campo da
Educação revelam que os estudantes entendem pouco sobre o processo
evolutivo e aponta, a pertinência de estudos adicionais na área

Mochón (2005) atesta que, mesmo que na academia poucos


duvidassem que diferentes seres pudessem ter uma origem comum, isso não
foi suficiente para evitar que se formasse, ao longo do século XX, uma corrente
criacionista contra Darwin e a Evolução. No entanto, o problema persiste,
quando esta, invade o espaço acadêmico, comprometendo o ensino da teoria
de evolução biológica, sofrendo sérios riscos, desta não ser defendida, e bem
trabalhada, e assim, incorporada às estruturas curriculares e aos parâmetros
de ensino.

Um exemplo do comprometimento deste estudo, pode ser encontrado no


Estado do Rio de Janeiro. Segundo Martins (2004), o governo do Rio de
Janeiro implantou, nas suas escolas em 2002, o ensino religioso confessional
para, num segundo momento, incorporar em seu conteúdo programático o
criacionismo como explicação para a origem das espécies, a partir de leituras
literais das escrituras bíblicas.

É importante compreender a questão da referida citação, de que não se


está questionando a pertinência ou não do ensino religioso nas escolas, mas
apenas levantando que este ensino não deve ser trabalhado em detrimento do
ensino evolutivo. Pois o que se nota é que quando as estruturas, parâmetros e
diretrizes curriculares de ensino não abordam com o devido valor e atenção às
teorias evolucionistas, percebemos reflexos nos livros didáticos utilizados, nos
materiais complementares, nas elucidações do professor perante aos seus
alunos e, em última análise, na relação ensino-aprendizagem.

Ao analisar a concepção de evolução veiculada em livros didáticos de


Biologia, Cicillini (1991), observou que os mesmos em geral seguem
praticamente uma sequência comum, com apenas pequenas variações entre

25
eles. Geralmente iniciam-se com o estudo da célula, depois introduzem tecidos,
passam para o estudo dos seres vivos e, finalmente, desenvolvem os tópicos
de Genética, Evolução e Ecologia. O volume de páginas dedicadas aos
diversos assuntos reflete o grau de importância dos temas atribuído pelo autor
e editora da obra. Pelo volume de páginas encontradas na parte que se refere
ao tema aqui tratado, é notório o baixo grau de importância dada à Evolução
nos livros didáticos largamente utilizados nas salas de aula de todo o Brasil
(FRACALANZA e NETO, 2006).

Chevallard (1985), considera a Teoria Sintética da Evolução, como a


teoria mais unificadora dentre todas as teorias biológicas. Antes dela, segundo
ele, as diversas áreas das Ciências Biológicas eram independentes, reunidas
fragmentariamente na chamada História Natural. Foi então a partir desta teoria
que surgiu a Biologia com o seu estatuto e paradigmas unificadores como
Ciência.

Dizemos que é um desafio ensinar sobre a existência dos seres vivos,


quando se sabe que existe mais de uma teoria para explica-la. A Teoria da
Evolução por exemplo, pode se tornar um assunto polêmico em se tratando da
diversidade de pensamentos e interpretações, para tal assunto. Um professor,
mesmo estando preparado, pode encontrar grandes dificuldades ao lecionar a
Teoria da Evolução para uma turma heterogênea. O professor deve fazer com
que seus alunos reflitam e raciocinem sobre o assunto e que estes cheguem as
suas próprias conclusões.

Sendo que as questões dos livros e materiais didáticos, juntamente com


as orientações curriculares, não são os únicos empecilhos para o ensino
evolutivo. Temos outro problema limitador, que pode ser, inclusive, a chave
para compreendermos muitos aspectos ligados a essa questão: as relações
sociais dos professores e alunos influenciadas pelas crenças religiosas para as
explicações da origem e diversificação biológica. Neste contexto, não podemos
nos esquecer de que isso influenciará diretamente o que e como o professor
lecionará os conteúdos evolutivos na sala de aula.

Bizzo (1991), Tidon e Lewontin (2004), Carvalho (2010) entre outros,


apontaram que, infelizmente, um dos grandes problemas do ensino de

26
Evolução está no preparo dos professores e na dificuldade de expressar
clareza nos conceitos e teorias, fato este que pode ser em parte explicado pela
formação deficitária destes professores quanto aos conteúdos evolucionistas e
também pelo fato de haver incapacidade de se demarcar os limites entre as
crenças individuais e os conceitos científicos. Tal fato interfere de modo
inicisivo na transmissão dos conhecimentos acerca dos processos de
transformação das espécies, o que pode criar conceitos distorcidos por parte
dos alunos.

Peters (2003), elucida sobre as várias formas de obter acesso a


materiais que apontem para o conhecimento da Evolução. Este afirma, que é
de suma importância, compreender que, além dos livros didáticos e de
divulgação científica, é possível se obter informações sobre evolução através
de mídias diversas, tais como: cadernos de ciência, em jornais, revistas
especializadas, vídeos etc. ou ainda através de sítios na internet.

Em relação à mídia escrita, pode-se observar que os autores dos textos


em revistas e jornais são, na sua grande maioria, jornalistas ou trabalhadores
autônomos e, em pequena extensão, cientistas envolvidos diretamente nas
pesquisas preocupados com a divulgação científica. Segundo o autor, ainda
não podemos contar no Brasil, com uma tradição de jornalismo científico, e que
por melhor que seja o texto jornalístico ele apresenta distinções em relação ao
científico.

Embora seja necessário um certo cuidado, isso não impede que


encontremos, neste tipo de mídia, excelentes textos de divulgação científica
sobre evolução. O que o torna em um importante instrumento para colaborar na
relação ensino aprendizagem, até porque diversifica as fontes utilizadas pelo
professor que pode, ainda, aproveitar para trabalhar linguagens diversas na
comunicação da ciência (PARKINSON e ADENDORFF, 2004).

O empenho da comunidade acadêmica na tentativa de explicar e


simplificar os dados científicos, sem, no entanto empobrecê-los, pode ser um
fator decisivo no incremento da qualidade da informação fornecida pelos
diversos meios, inclusive internet. O educador precisa estar muito atento para
conseguir direcionar o aluno para bons materiais sobre o assunto, e deve estar

27
bem preparado para reconhecer os deslizes e embustes amplamente
difundidos, trabalhando sempre com uma importante preocupação: ampla
aprendizagem e divulgação científica.

5. Metodologia

A partir da percepção que o uso de estratégias auxiliares de ensino


impactam no processo de ensino e aprendizagem o trabalho aqui apresentado
fará a descrição da confecção de duas peças de cunho museal que serão
“cópias” de fósseis que representam em escala geológica/evolutiva as
mudanças que ocorreram em alguns grupos animais na face da Terra desde
períodos remotos. As peças confeccionadas são representações de animais
como o Triceratops e o Velociraptor.

A metodologia adotada para realização do trabalho foi a criação e


confecção de peças, através do programa conhecido como Pepakura Design
4.0.6b, programa esse que se encontra com chave livre. As peças criadas
possuem um cunho ecológico, onde as mesmas foram fabricadas usando
papelão reciclado.

Para dar início à criação das peças, usou-se o programa Blender 2.78c
que gera arquivos em 3D. Após a criação dos desenhos em 3D estes foram
inseridos no Pepakura Design 4.0.6b, onde foi feito uma conversão no arquivo
para fazer o que se chama unfold, onde o arquivo após a conversão passa a
ficar em um plano adaptando para uma folha sulfite de tamanho A4 inserindo
as marcações para a dobra e as bordas para facilitar a colagem das folhas
umas nas outras.

As artes/criação das figuras com os arquivos denominados ‘’.PDO’’


foram doadas por colaboradores estrangeiros, pessoas físicas que trabalham
com este programa e que tiveram um interesse muito grande no projeto.

O próximo passo foi a impressão e organização das numerações para


corte e colagem em papelão para que a peça fique firme e não desmonte. As
peças foram coladas umas nas outras com uso de cola quente. Após a
montagem das peças, estas sofreram tratamento de resina com fibra de vidro,
28
buscando-se maior durabilidade, já que o objetivo em questão é a exposição
dessas peças em um espaço não formal de aprendizagem

6. Resultados e Discussões

Considerando o que foi colocado por autores como MORAES (2007) e


pelo próprio IBRAM, a criação de um museu muitas vezes não é simples de ser
realizada. Além de um espaço adequado e profissionais capacitados, a
aquisição do acervo demanda dedicação de muitos envolvidos e muitas vezes
pode levar vários anos para ocorrer.

Este fato não é diferente quando se trata de um acervo de História


Natural, em que as peças ali expostas são muitas vezes difíceis de serem
adquiridas, pois se tratam de organismos biológicos que representam a
natureza muitas vezes, extinta. Portanto, outras formas de aquisição das peças
a serem expostas e que possuam características fiéis às espécies que
pretende-se demonstrar, é um desafio, em especial a localidades de menor
visibilidade, como cidades ou instituições de menor porte.

As peças criadas foram escolhidas devido a grande atratividade que


possuem, já que chamam muita atenção de todos, em especial de crianças e
adolescentes que apenas as conhecem a partir de filmes e documentários.

Dentre as peças escolhidas que representam animais que foram


extintos em nosso planeta, temos o Triceratops - dinossauro herbívoro,
quadrupede da família dos Ceratopsídeos caracterizado por ser um animal que
possuía grandes chifres e que surgiu no Período Cretáceo na era Mesozoica,
há aproximadamente 68 a 66 milhões de anos - possuía um grande porte
chegando a ter 3,5 metros de altura com 10 metros de comprimento, pesando
cerca de 6 toneladas, vivendo em bandos e possuindo uma hierarquia entre os
machos da espécie, esses animais disputavam posição social no bando e
defendiam o bando contra predadores. Os primeiros fósseis descobertos
encontravam-se na América do Norte.

Este animal será produzido pela representação fóssil de seu crânio em


uma escala de 1/32.
29
Em sequência, será apresentada as etapas de confecção da peça. As
figuras 1 a 12 representam a confecção do Triceratops desde a criação da
imagem em computador até a resinação e fibração.

Figura 1. Criação do arquivo no Blender 2.78c.

Fonte: Arquivo pessoal

Figura 2. Unfold do arquivo no Pepakura 4.0.6b - ajuste da escala do tamanho


da peça.

Fonte: Arquivo pessoal

30
Figura 3. Impressão do arquivo em folha A4 e colando as peças em papelão.

Fonte: Arquivo pessoal

Figura 4. Recorte das peças.

Fonte: Arquivo pessoal

31
Figura 5. Organização das peças para montagem

Figura 6. Montagem das peças.

Fonte: Arquivo pessoal

32
Figura 7. Peça finalizada e pronta para receber a resina e fibra.

Fonte: Arquivo pessoal

Figuras 8. Aplicação da resina e fibra.

Fonte: Arquivo pessoal

33
Figura 9. Aplicação da resina e fibra.

Fonte: Arquivo pessoal

Figura 10. Ajuste das rebarbas da fibra.

Fonte: Arquivo pessoal

34
Figura 11. Aplicação de massa plástica para correção de algumas falhas.

Fonte: arquivo pessoal

Figura 12. Peça terminada e pintada.

Fonte: arquivo pessoal

35
O outro fóssil escolhido foi de um Velociraptor - dinossauro carnívoro e
bípede, que viveu no Período Cretáceo entre 84 e 80 milhões de anos, seus
primeiros fosseis foram descoberto na Ásia no deserto de Gobi; animal com
grande agilidade e destreza atingindo velocidades próximas à de um leopardo,
possuindo inteligência para caça atacando suas presas em pequenos bandos;
eram dotados de garras com o formato de foice medindo de 6 a 10 cm, suas
especificações de altura e comprimento eram de aproximadamente 1,5 metros
de comprimento e cerca de 60cm de altura e pesavam aproximadamente 50
Kg. Sua representação ficara na forma de um fóssil incrustado na pedra como
é comumente encontrado.

As imagens representativas da confecção desta peça estão mostradas


nas Figuras 13 a 17 demonstram a confecção do Velociraptor.

Figura 13. Separação das peças já montadas.

Fonte: Arquivo pessoal

36
Figura 14. Escolha da posição do animal na peça.

Fonte: Arquivo pessoal

Figura 15. Colagem das peças e aplicação da resina e fibra.

Fonte: Arquivo pessoal

37
Figura 16. Peça resinada e pronta para pintura.

Fonte: Arquivo pessoal

Figura 17. Peça pronta e pintada

Fonte: arquivo pessoal

Acompanhando as peças, existiem placas informando a classificação


zoológica dos animais, o tempo geológico, assim como informações sobre a
ecologia dos animais. Desta forma, pretende-se que fornecer o máximo de
informações que facilitem a interação entre os observadores e o material que
estará disponível para observação.

38
Com a visualização das peças “fósseis”, é palpável e indiscutível para o
observador a inserção do objeto dentro da Evolução Biológica dos seres vivos,
já que os registros fósseis são elementos prova desse processo constante na
face da Terra e possivelmente, servirá como facilitador da incorporação do
conhecimento de assuntos tão dificilmente compreendidos pelos estudantes e
pela população como um todo, corroborando os mais diversos autores, dentre
estes, Vygotsky (1988) que defende que a significação de um conceito passa
pela relação com o campo da percepção visual, criando as relações com as
situações vivenciadas.

A confecção de materiais como os realizados acima, pode ser feita


dentro das próprias escolas, e assim, fazer com que a dificuldade de aquisição
de peças que elucidem e facilitem o ensino, possa não mais existir e inclusive
envolver os próprios alunos na confecção das peças, o que foi executado e
corroborado por Cargin e Dallabona (2014) que usaram o papercraft na
construção de modelos para o ensino de ciências e segundo os autores,
proporcionou conhecimentos científicos, raciocínio lógico e habilidades de
coordenação aos alunos, demonstrando ser um excelente estímulo de fácil
acesso.

Pereira; Corcol; dos Santos (2016) realizaram em sala de aula com o


uso do papercraft a construção de objetos voltados ao ensino da Geometria
buscando-se facilitar a compreensão dos alunos em conteúdo de dífcil
compreensão. Segundos os autores, o uso desta técnica mostrou-se eficaz
desde que se leve em consideração que caso seja este o objetivo, o mediador,
noc aso, o docente, leve em consideração que os educandos não sejam
apenas inseridos como meros espectadores da técnica, e que ao invés disto,
esta seja aplicada valendo-se da interdisciplinaridade, para aproveitar ao
máximo o que a experiência pode proporcionar.

7. Considerações Finais

Ao analisar o assunto discutido ao longo deste trabalho, foi possível


observar que, o ensino de uma maneira geral, passou por inúmeras mudanças
ao longo das últimas décadas. A relação dos espaços não formais e escola,

39
tem se configurado como forte aliado, no que se refere ao ensino
aprendizagem. No entanto é importante entender que espaço não formal, por
si, só, não leva um estudante à educação científica e nem sempre o professor
está apto a realizar uma atividade significativa em um ambiente como este.

O processo não é simples. Pois envolve, desde a formação do educador


até a metodologia utilizada neste ambiente, que deve diversificar da realizada
em sala de aula.

Considera-se que os museus têm enorme potencial educacional que,


para ser aproveitado de forma construtiva pelas escolas, traz a necessidade do
estabelecimento de um diálogo interinstitucional na busca de objetivos comuns.
Essa afirmação parte de um determinado olhar sobre a instituição museal que
busca caracterizá-la como um local onde a preservação dos bens patrimoniais
está acoplada à comunicação de suas pesquisas para um público amplo.
Entender os museus dessa forma traz à tona a evolução que transformou
essas instituições de depósitos de pesquisa de poucos, para locais onde
exposições e ações educativas buscam promover interpretações e interações
diversas do público com o seu patrimônio cultural e natural.

Ensinar através de metodologias lúdicas, é uma maneira de estimular


os alunos em busca do saber, despertando o interesse para o conhecimento. O
estimulo dado aos próprios alunos para a confecção de materiais que os
auxiliem a compreender e vivenciar determinados aspectos teóricos pode ser
um grande facilitador da aquisição do conhecimento e assim, o uso da técnica
do papercraft é uma estratégia eficiente. Ao professor cabe motivar seus
estudantes a uma postura investigativa, conduzindo as observações dos
estudantes aos conteúdos escolares trabalhados na escola.

A nova geração está cada vez mais inquieta, principalmente pela


evolução tecnológica pela qual o mundo vem passando. Aulas
desinteressantes tornam o aluno apático e desinteressado. Observa-se que o
desenvolvimento de práticas lúdicas que despertem o senso crítico,
investigativo e a criatividade no processo de ensino-aprendizagem, possibilitam
maior aproximação dos alunos com seu próprio processo de construção de
conhecimento.

40
A confecção de peças demonstradas aqui neste trabalho e que podem
ser usadas para a criação de um espaço museal que busque mostrar a todos a
história evolutiva das espécies facilitando no caso específico, o ensino de
Evolução e Paleontologia, mesmo sendo difícil de ser executado, não é
impossível. Para isso, o que deve existir é o interesse na criação deste espaço
e o apoio de instituições que percebam e entendam que o ensino e o aprender
não apenas a partir da sala de aula, muitas vezes pode ser mais valioso e
eficiente.

O presente trabalho demonstrou que animais, dos mais diferentes


biomas, ou até mesmo animais que hoje apenas são encontrados na forma de
fósseis podem ser confeccionados a partir de moldes e utilizados para
demonstrar a aspectos anatômicos e ecológicos dos mais diversos ambientes
e/ou eras.

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