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Belo Horizonte
2015
Saulo Lara Coimbra
Belo Horizonte
2015
Ficha técnica
Gênero: Drama
Souleymane / FranckKeïta
Boubacar / BoubacarToure
Retirado de http://www.imdb.com/title/tt1068646/
O filme
O filme é narrado a partir da perspectiva do professor François Marin, que trabalha como
professor de francês em uma escola da periferia de Paris. Com um andamento
cronológico na medida em que este professor passa cenas do que acontece naquela turma
específica em suas aulas.
Fato curioso é que este filme se basea no livro de François Bégaudeau, que além de
escrever o roteiro também interpreta o personagem principal do filme, sendo, de certa
forma, ele mesmo. Uma mistura de documentário e ficção já que François havia atuado de
fato como professor no ensino público francês e usou dessas experiências para compor o
roteiro.
Os alunos do filme eram também alunos dele na vida real, e não atores profissionais. Eles
viviam personagens livres, conceituais, sem um roteiro ou diálogos determinados. As falas
dos personagens foram surgindo naturalmente, a partir de workshops realizados
semanalmente ao longo do ano.
REAL OU IRREAL
Um filme cheio de nuances sociais com suas desigualdades raciais claramente, pois a sala
era dividida em 3 grupos: brancos, negros e árabes. O modelo autoritário aplicado pelo
professor impondo valores e modelos de um grupo historicamente privilegiado sobre o
resto da população. Exemplo bem imposto por Khoumba ao questionar o professor Marin
do porquê de ele utilizar para os seus exemplos de frases somente nomes europeus, e não
textos em francês cujo protagonista tivesse nomes africanos ou árabes. Khoumba assim
como outros alunos gostariam de se ver e se identificarem nas frases. Mas, na visão do
professor Marin, a pessoa indeterminada que se usa para ilustras frases em francês é
sempre esse “Bill”, sempre um europeu indeterminado que preenche o lugar de um
“homem universal”, de onde provêm todos os valores e exemplos.
Durante todo o enredo concentra em uma espécie de luta interior do professor Marin, que
tem por missão transmitir um conhecimento acumulado e erudito sobre a língua francesa
para alunos que vivem a língua de uma outra forma, alunos que consideram o saber
disponibilizado pela escola como inútil e irrelevante. O professor tem esse dilema, de abrir
espaço para os alunos, lhes dando voz e discutindo com eles, mas chegando a um ponto
final em que ele, como posição de autoridade, está correto.
A educação, através do currículo escolar ainda tem a função de moldar um dirigente dentre
do metier (da profissão), da linguagem e dos saberes que a classe alta julga relevantes e
necessários. Uma reforma da escola poderia começar à partir disso:
Referências Bibliográficas:
https://www.youtube.com/watch?v=XHuvaPK98Lg
http://www.nufipeuff.org/seminario_gramsci_e_os_movimentos_populares/trabalhos/A
ndrea_Gracia_Furtado-Roberta_Ravaglio_Gagno.pdf (acessado em 27/05/2015)