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05/01/2014

Interação entre as espécies:


Predação, Parasitismo e
Herbivoria

Ecossistema:
Fluxo de energia e
Níveis de
ciclo de nutrientes organização
em Ecologia

Aulas
anteriores

Biofera:
Processos globais Comunidade:
Interação entre
populações
População: Estrutura e Dinâmica
populacional

Organismo: Sobrevivência e
reprodução; unidade da seleção natural 2

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Interações

• Fatores físicos cumprem um papel


importante na determinação dos limites
de distribuição de animais e plantas
• Organismos interagem uns com os
outros e também podem determinar
restrições nas distribuições geográficas

Interações
• Competição por recursos
• Dependência alimentar - Predação e Herbivoria
• Dependência de hospedeiro - Parasitismo
• Ajuda mútua: Mutualismo

Fatores bióticos responsáveis pela limitação


da extensão geográfica de uma espécie
dentro de sua área física potencial

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Predação/Herbivoria

• Cacto vs. Mariposa-do-cacto

Interação Consumidor-
recurso
• Todas as formas de vida são tanto
consumidoras quanto vítimas de consumidores
• Interação consumidor-recurso organiza
comunidades em cadeias alimentares:
• Interações predador-presa, herbívoro-
planta e parasita-hospedeiro são exemplos
de interações consumidor-recurso

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Interação Consumidor-
recurso

• Populações são
controladas tanto
de baixo pelos
recursos como
por cima pelos
consumidores

Consumidores assumem
vários nomes...

• Predadores capturam e
consomem indivíduos,
removendo-os da
população de presas

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Consumidores assumem
vários nomes...
• Parasitas consomem partes da presa
viva (hospedeiro) :
• parasitas externos ou internos
• parasita afeta negativamente o
hospedeiro mas não o remove da
população

Consumidores assumem
vários nomes...
• Herbívoros comem toda planta ou partes
delas:
•“grazers” comem herbáceas (pastejo)
•“browsers” comem vegetação lenhosa
(desfolhação)

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Consumidores assumem
vários nomes...
• Detritívoros consomem matéria orgânica morta,
restos e excretas de outras espécies:
• não afetam diretamente populações que
produzem tais recursos
• importantes na ciclagem de nutrientes no
ecossistema

Consumidores assumem
vários nomes...
• Parasitóides consomem
tecidos vivos do hospedeiro,
eventualmente matando-o:
• parasitóides combinam
aspectos de parasitas e
predadores

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Predadores e suas
adaptações
• Tamanho relativo à presa:
- podem ser muito maiores (baleia-krill/peixes)

- raramente são menores:


• além de certo tamanho de presa, predador não consegue subjugar e
consumir
• caça cooperativa: exceção (leões, lobos, hienas, formigas ceifeiras)

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Predadores e suas adaptações: dentição

• Cavalos: • Cervos: sem • Carnívoros:


incisivos cortam incisivos, grandes caninos
caule e folhagem raspam, puxam e pré-molares
fibrosa; molares e rasgam a afiados para
trituram vegetação segurar e cortar

Dentição humana

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Presas e suas adaptações


relacionadas aos predadores

• Animais:
• fuga
• detecção antecipada
• ocultação, esconderijo
• Plantas:
• espinhos, defesa química

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Herbivoria e suas
adaptações
• Plantas vs. herbívoros:
batalha bioquímica
• Defesas de plantas:
• baixo conteúdo nutritivo dos
tecidos
• compostos tóxicos
• estrutura (espinhos e
tricomas, revestimento duro
de sementes)
• gomas e resinas grudentas

Herbivoria e suas
adaptações
• Digestibilidade
• Animais selecionam plantas de
acordo com conteúdo nutritivo
• Plantas sintetizam compostos
que limitam digestibilidade de
tecidos:
• tanino (carvalho) impede Frutos verdes ricos
digestão de proteínas em tanino: sensação
• alguns animais superam efeito de “amarrar” a boca
do tanino, pois produzem
agentes dispersivos em seu
suco digestivo

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Presas e suas adaptações


relacionadas aos predadores
• Aparências de camuflagem que
evitam a detecção
• Coloração críptica: camuflagem
com os seus arredores
• cor e padrão combinados com
o ambiente
• Comportamento de organismos
crípticos devem corresponder à
aparência
• Estratégia de animais palatáveis
ou comíveis

Presas e suas adaptações


relacionadas aos predadores
• Coloração de advertência
(aposematismo): se sobressaem
na paisagem
• sua impalatabilidade ou
toxicidade é anunciada ao
predador

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O Custo da Impalatabilidade
• Impalatabilidade está relacionada a defesas
químicas
• Defesas químicas são caras, requerendo grandes
investimentos de energia e nutrientes
• Alguns animais tóxicos baseiam-se em plantas
para aquisição de compostos ou precursores:
• nem todas plantas contém tais substâncias
• animais que as usam devem
ter meios de evitar efeito de tais
toxinas

Mimetismo Batesiano
• Espécies palatáveis assemelham-se a não-
palatáveis (modelos), beneficiando-se do
aprendizado do predador
• Henry Bates (séc XIX): observou insetos na
região amazônica
Vespa impalatável Mantídeo Mariposa

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Mimetismo Batesiano
• Borboleta monarca altamente tóxica por se alimentar
de Asclepias curassavica (falsa-erva-de-rato)
• Glicosídeos cardioativos muito potentes
• Larvas acumulam essas substâncias em todo o
corpo
• Borboleta acumula nas asas

Mimetismo Mülleriano
• Organismos impalatáveis que compartilham um
padrão de coloração de advertência
• Fritz Müller (séc XIX)
• Complexos de
mimetismo:
espécies são
tanto modelo
quanto
imitador

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Parasitas e suas
adaptações
• Tamanho: geralmente muito menor que o hospedeiro
• Endoparasita: vivem dentro do corpo do
hospedeiro (vírus, bactéria, protozoários, etc)
• Ectoparasita: vivem na superfície do hospedeiro
(piolhos, carrapatos, etc)
• desafios para o parasita:
• hospedeiro tem mecanismos para detectá-lo e
destruí-lo
• devem dispersar por meio hostil para passar de
um hospedeiro a outro

Parasitas e suas adaptações

Anopheles
Hospedeiro
definitivo

Malária

Ciclo do protozoário
Plasmodium

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Balanço do sistema
Parasita-Hospedeiro
• Diversas Interações entre parasitas e
hospedeiros ditadas pelas histórias de vida
• Equilíbrio entre populações de parasitas e
hospedeiros:
• virulência do parasita vs. defesas de
hospedeiro
• sistema imune pode reconhecer e inativar
parasitas
• parasitas podem multiplicar-se antes da
resposta imune

Parasita pode evitar


resposta imune do
hospedeiro
• Evitar sistema imune é estratégia comum:
• supressão do sistema imune (AIDS)
• revestimento com proteínas similares às do
hospedeiro (Schistosoma)
• revestimento contínuo com novas proteínas
(Trypanosoma)

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DINÂMICA DA PREDAÇÃO

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Lebre canadense X Lince


 Charles Elton = flutuação em populações
na floresta boreal
 Registros de caça Hudson Bay Company
 Padrão regular e vinculado de tais populações
 Qual a causa desses ciclos?

Questões Fundamentais
 Que fatores influenciam tamanho e
estabilidade de populações?
 Populações são limitadas pelo que
comem ou pelo que as come?

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Populações de predador e de
presa freqüentemente flutuam
 Ciclos observados no Canadá presentes em:
 grandes herbívoros (lebre-da-neve, rato-

almiscarado, perdiz) têm ciclos de 9-10 anos


e seus predadores (raposa, lince, marta, furão,
falcão, coruja) têm ciclos similares
 pequenos herbívoros (ratos e lemingues) têm

ciclos de 4 anos e seus predadores (raposa


ártica, falcão, coruja-das-neves) também

Ciclo Predador-Presa: uma


Explicação
 Ciclo de predador defasado em relação ao da
presa:
 predador come presa e reduz seu número

 predador faminto tem número reduzido

 c/ pouco predador - presa remanescente vive

melhor e aumenta em número


 c/ aumento de presa, predador cresce,

completando ciclo

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Defasagem no Sistema
Predador-Presa
 Defasagem na resposta de nascimentos e mortes à
mudança ambiental produz ciclos da população:
 interação predador-presa tem defasagem associada
ao tempo necessário p/ produção da prole
 Ciclos de 4 (tundra) e 9-10 anos (floresta) sugerem
retardos de 1 ou 2 anos:
 período típico entre nascimento e maturidade
 influência de condições em um ano pode não ser
sentida até que os nascidos naquele ano
reproduzam

O Modelo Predador x Presa


 Equações de Lotka e Volterra (1920)
 Pressupostos:
 O crescimento da população da vítima só é
limitado pela predação
 O predador é um especialista que só pode
persistir na presença da população de vítimas
 Cada predador pode consumir um número infinito
de vítimas
 Os predadores e as vítimas se encontram ao
acaso num ambiente homogêneo

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O Modelo Predador x Presa

dN
= rN Crescimento Exponencial
dt
Se P=0; cresc.
PRESA dR/dt = rR - cRP exponencial
Se cP>r; pop.
dR/dt = R (r - cP) decresce
Crescimento da população da vítima (presa):
R = no. presas (recurso)
P = no. predadores
r = taxa de crescimento intrínseco da presa
c = eficiência do predador em capturar presas

O Modelo Predador x Presa


PREDADOR Taxa de natalidade
Taxa de mortalidade
 dP/dt = acRP – dP
Se R=0; pop. decresce
dP/dt = P (acR – d) Se acR>d; pop. cresce

Crescimento da população de predadores:


P = no. predadores
R = no. de presas (recurso)
a = eficiência de conversão presa (alimento)-filhotes
c = eficiência do predador em capturar presas
d = taxa de mortalidade do predador

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Isoclinas de equilíbrio - presa


 Predador e presa estão em condições de equilíbrio
(isoclinas de crescimento zero) usadas para
delinear as regiões de aumento e redução das
populações: dR/dt = 0
dR/dt = rR – cRP
0 = rR – cRP
cRP = rR
cP = r (quando R ≠ 0)
nº presas
Ponto de equilíbrio (dR/dt = 0): P = r/c
P = no. predadores
r = taxa de crescimento intrínseco da presa
c = eficiência do predador em capturar presas

Isoclinas de equilíbrio - predador


 Predador e presa estão em condições de equilíbrio
(isoclinas de crescimento zero): dP/dt = 0
dP/dt = acRP – dP
0 = acRP – dP
dP = acRP
d/ac = R (quando P ≠ 0)
Ponto de equilíbrio (dP/dt = 0): R = d/ac nº presas

R = no. presas
a = eficiência de conversão presa-filhotes
c = eficiência do predador em capturar presas
d = taxa de mortalidade do predador

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Ciclo na equação Lotka-Volterra


 trajetória populacional descreve ciclo conjunto
P e R (anti-horário)

nº presas

nº presas

http://bcs.whfreeman.com/ricklefs5edataanalysis/content/cat_090/lgraphs/Predation05.html

Limitações do Modelo Lotka-


Volterra
 Ausência de forças p/ reestabelecer
equilíbrio conjunto das populações
(equilíbrio neutro)
 Predadores insaciáveis: cada um consome
uma fração constante da população de
presa independente da densidade destes

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Vários fatores reduzem


oscilações predador-presa
 ineficiência do predador
 dependência da densidade do predador ou presa
por fatores externos
 fontes alimentares alternativas p/ predador
 refúgios à predação em baixa densidade de presas
 atraso pequeno entre resposta do predador e
mudança na abundância de presas

Resposta funcional e numérica

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Sistemas predador-presa podem ter


mais de um estado estável

5 perguntas rápidas
1. Explique como se dá o ciclo populacional do
predador em relação ao ciclo populacional
da presa.

 predador come presa e reduz seu número


 predador faminto tem número reduzido
 c/ pouco predador< presa remanescente vive
melhor e aumenta em número
 c/ aumento de presa, predador cresce,
completando ciclo

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5 perguntas rápidas
2. Por que existe uma defasagem entre o ciclo
populacional do predador e o ciclo
populacional da presa?

A interação predador-presa apresenta uma


defasagem que está associada ao tempo
necessário para produção da prole (do
predador e da presa)

5 perguntas rápidas
3. Quais são os pressupostos do
modelo de Lotka-Volterra?
 O crescimento da população da vítima só é limitado
pela predação
 O predador é um especialista que só pode persistir
na presença da população de vítimas
 Cada predador pode consumir um número infinito de
vítimas
 Os predadores e as vítimas se encontram ao acaso
num ambiente homogêneo

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5 perguntas rápidas
4. Cite 4 adaptações que um predador
pode apresentar que otimizam a
captura de sua presa.

5 perguntas rápidas

5. As plantas são organismos sésseis, mas


mesmo assim conseguem escapar de seus
predadores, os herbívoros. Explique duas
estratégias utilizadas nesse processo.

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Bibliografia

Livro-texto:
 Ricklefs RE 2003 A Economia da Natureza 5ª

ed. Guanabara, Rio de Janeiro. (Capítulos 17,


18, 19 e 20)
Livro de apoio:
 Townsend CR, Begon M & Harper JL 2006

Fundamentos em Ecologia 2ª ed. Artmed, Porto


Alegre. (Capítulos 6, 7 e 8)

Contato

Profa. Natalia Pirani Ghilardi-Lopes

Meu e-mail: natalia.lopes@ufabc.edu.br

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Trypanossoma – Doença de Chagas – coração


Barbeiro (Triatoma)

Leishmaniose – Leishmania – mosquito flebotomídeo - fígado, baço, medula óssea

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Platelminto parasita – fígado


Schistosoma – homem é o hospedeiro definitivo

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