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Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 www.fabricadecursos.com.

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SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007
Bem-vindo(a) ao curso

Emergencista Pré-hospitalar
Créditos

Conteudistas
Luiz Cláudio Barbosa Castro - Tenente Coronel do Corpo de Bombeiros Militar do
Distrito Federal. Especialista em Atendimento Pré-Hospitalar e Gerência de Saúde, e
possui vasta experiência em emergência médica.

Osiel Rosa Eduardo - Major Combatente do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito


Federal. Especialista em Administração Pública e possui vasta experiência em
atendimento pré-hospitalar e gestão de riscos e desastres.

Francisco das Chagas Pontes - Capitão do Quadro Administrativo do Corpo de


Bombeiros Militar do Distrito Federal. Comandante da companhia de treinamento e
qualificação de recursos humanos do batalhão de emergência do CBMDF e
Especialista em atendimento pré-hospitalar.

Apresentação
O trauma e as emergências clínicas são
responsáveis anualmente por várias mortes e
seqüelas irreparáveis aos acidentados. O custo
das internações é muito alto para o Estado ou
para a família dos pacientes.

Estes fatos não podem ser desconsiderados e,


não só o Governo, mas todos os cidadãos
devem contribuir para melhorar este quadro,
tanto em relação à prevenção de acidentes e
doenças quanto no socorro aos acidentados.

O curso Emergencista Pré-hospitalar tem como


finalidade a preparação de profissionais no
primeiro atendimento a acidentados, fora do
ambiente hospitalar.

A nobre missão de salvar requer conhecimentos técnicos específicos de primeiros


socorros, portanto, o Emergencista é a pessoa mais valiosa no primeiro atendimento

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fora do hospital, diminuindo as complicações que poderiam prolongar a recuperação
ou resultar na incapacidade definitiva do paciente.

Bom curso!

Módulo 1 - Aspectos fundamentais


Este módulo tem como objetivo apresentar os principais
aspectos relacionados ao Emergencista pré-hospitalar.

Para isso, foram relacionadas 4 aulas:

• Atribuições e responsabilidades do Emergencista


• Noções básicas de anatomia e fisiologia humana
• Avaliação geral do paciente
• Suporte básico de vida

Aula 1 - Atribuições e responsabilidades do Emergencista


Os objetivos desta aula são:

• Descrever as principais atribuições do Emergencista no local de uma


ocorrência;
• Mostrar as prioridades para manter seguro o local de uma emergência
(ocorrência);
• Conceituar Negligência, Imperícia e Imprudência;
• Definir omissão de socorro; e
• Apresentar os principais materiais utilizados no Atendimento Pré-hospitalar.

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Antes de apresentar as principais atribuições do Emergencista,
alguns conceitos importantes devem ser observados:

Atendimento pré-hospitalar
É considerado como nível pré-hospitalar móvel na área de urgência, o atendimento
que procura chegar precocemente à vítima, após ter ocorrido um agravo à sua saúde
(de natureza clínica, cirúrgica, traumática, inclusive as psiquiátricas), que possa levar
ao sofrimento, a seqüelas ou mesmo à morte, sendo necessário, portanto, prestar-lhe
atendimento e/ou transporte adequado a um serviço de saúde devidamente
hierarquizado e integrado ao Sistema Único de Saúde. Podemos chamá-lo de
atendimento pré-hospitalar móvel primário quando o pedido de socorro for oriundo
de um cidadão ou de atendimento pré-hospitalar móvel secundário quando a
solicitação partir de um serviço de saúde, no qual o paciente já tenha recebido o
primeiro atendimento necessário à estabilização do quadro de urgência apresentado,
mas necessite ser conduzido a outro serviço de maior complexidade para a
continuidade do tratamento.

Primeiros socorros
São os procedimentos prestados, inicialmente, àqueles que sofreram acidente ou
doença, com a finalidade de evitar o agravamento do estado da vítima, até a chegada
de ajuda especializada.

Emergencista
É a pessoa tecnicamente capacitada para, com segurança, avaliar e identificar
problemas que comprometam a vida. Cabe ao emergencista prestar o adequado
socorro pré-hospitalar e o transporte do paciente sem agravar as lesões já existentes.

Omissão de socorro
Segundo o Artigo 135 do Código Penal, a omissão de socorro consiste em “Deixar de
prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada
ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, em desamparo ou em grave e iminente
perigo; não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública”.

Pena: detenção de 1 (um) a 6 (seis) meses ou multa.

Diz ainda aquele artigo, “A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão
corporal de natureza grave, e é triplicada, se resulta de morte”.

Vale ressaltar que, o fato de chamar o socorro especializado, nos casos em que a
pessoa não possui treinamento específico ou não se sente confiante para atuar, já
descaracteriza a ocorrência de omissão de socorro.

Ocorrência
Evento causado pelo homem, de forma intencional ou acidental, por fenômenos
naturais, ou patologias, que podem colocar em risco a integridade de pessoas ou bens
e requer ação imediata de suporte básico de vida, a fim de proporcionar melhor

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qualidade de vida ou sobrevida aos pacientes, bem como evitar maiores danos à
propriedade ou ao meio ambiente.

Atribuições e responsabilidades do Emergencista


Para ser um Emergencista é preciso aprender a lidar com o público.
Pessoas que estão doentes ou feridas não se encontram em condições normais. Você
deve ser capaz de superar comportamentos grosseiros ou pedidos descabidos,
supondo que estes pacientes estão agindo assim devido à doença ou ao ferimento
presente. Lidar com as pessoas é uma das mais exigentes tarefas do Emergencista e,
dependendo da situação, atuar de modo profissional pode ser muito difícil.

O Emergencista deve ser honesto e autêntico.


Quando estiver ajudando uma pessoa, você não deve dizer que ela está bem, se na
verdade ela estiver doente ou ferida. Nem mesmo dizer que tudo está bem quando
você percebeu que existe algo errado. Dizer para a pessoa não se preocupar é uma
bobagem. Quando uma emergência acontece, certamente, existe algo com que se
preocupar.

No local da emergência, você deve ser um profissional altamente disciplinado.


Observe a sua linguagem diante dos pacientes e do público. Não faça comentários
sobre os pacientes ou sobre a gravidade do acidente. Concentre-se em auxiliar o
paciente e evite distrações desnecessárias. Coisas simples como fumar um cigarro no
local da emergência, mostra que você não é disciplinado e não pode ser um
Emergencista.

Saiba mais sobre a ação do emergencista


A comunicação com o paciente pode ser benéfica e contribuir para o seu relaxamento,
desde que você seja honesto. Dizer ao paciente que você está treinado em primeiros
socorros e que irá ajudá-lo, pode diminuir o medo e estabelecer vínculos de confiança.

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Avisar ao paciente que o Serviço de Emergência Médica (Corpo de Bombeiros Militar
ou o SAMU) está a caminho pode ajudar a tranqüilizá-lo.

É essencial ao Emergencista ter discernimento quanto aos limites do que pode ser
comunicado ao paciente. Avisar que a criança do paciente está morta ou um ente
querido está seriamente ferido não ajudará em nada. Quando a assistência de
emergência é prestada, o Emergencista deve ter maior sensibilidade sobre o que dizer
ao paciente. Nessas situações, como uma tentativa de acalmar o paciente, o
Emergencista pode avisar que outras pessoas estão cuidando de seus entes queridos.
É importante lembrar que um paciente vivendo o stress da doença ou de um trauma
pode não tolerar uma pressão adicional.

Atuar como Emergencista exige que você controle os seus próprios sentimentos no
local da emergência. Você aprenderá a envolver-se com a assistência aos pacientes
enquanto, ao mesmo tempo, controla as suas próprias reações emocionais ao
enfrentar uma situação de doença ou ferimentos graves. Os pacientes não necessitam
unicamente de simpatia ou lágrimas, mas exigem um atendimento profissional.

Prestar assistência como Emergencista requer que você admita que o local do
acidente ou os tipos de emergência podem afetá-lo. Você deve conversar com outros
trabalhadores do serviço de emergência ou especialistas do Serviço de Emergência
Médica, para lidar com os seus problemas emocionais e o stress ocasionados pelas
situações de emergência.

No local da emergência, você deve ser um profissional altamente disciplinado.


Observe a sua linguagem diante dos pacientes e do público. Não faça comentários
sobre os pacientes ou sobre a gravidade do acidente. Concentre-se em auxiliar o
paciente e evite distrações desnecessárias. Coisas simples como fumar um cigarro no
local da emergência, mostra que você não é disciplinado e não pode ser um
Emergencista.

Você não precisa mudar o seu estilo de vida para ser um Emergencista. Entretanto, no
momento em que você é requisitado para prestar assistência a uma pessoa, alguns
aspectos relacionados à mudança de seu comportamento devem ser considerados.
Sua atuação e aparência podem facilitar a obtenção da confiança do paciente. Tomar
uma dose a menos de bebida alcoólica em uma festa, pode parecer pouco importante,
porém, o significado desta pequena ação é muito importante, para que o
Emergencista preste uma assistência adequada nas situações de emergência.

Para ser um Emergencista, você deve manter-se em boas condições de saúde. Se você
tem limitações físicas, como dificuldade em agachar ou de respirar, o seu treinamento
terá pouca utilidade.

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Atributos do Emergencista
Os principais atributos inerentes à função do Emergencista, são:

• Ter conhecimento técnico e capacidade para oferecer o atendimento


necessário;
• Aprender a controlar suas emoções, ser paciente com as ações anormais ou
exageradas daqueles que estão sob situação de stress;
• Ter capacidade de liderança para dar segurança e conforto ao paciente.

Responsabilidades do Emergencista
As responsabilidades do Emergencista no local da ocorrência incluem o cumprimento
das seguintes atividades:

• Utilizar os equipamentos de proteção individual (EPI´s);


• Controlar o local do acidente de modo a proteger a si mesmo, sua equipe, o
paciente, e prevenir outros acidentes;
• Obter acesso seguro ao paciente e utilizar os equipamentos necessários para a
situação;
• Identificar os problemas utilizando-se das informações obtidas no local e pela
avaliação do paciente;
• Fazer o melhor possível para proporcionar uma assistência de acordo com seu
treinamento;
• Decidir quando a situação exige a mobilização ou mudança da posição ou local
do paciente. O procedimento deve ser realizado com técnicas que evitem ou
minimizem os riscos de lesões adicionais;
• Solicitar, se necessário, auxílio de terceiros presentes no local da emergência e
coordenar as atividades.

A responsabilidade profissional é uma obrigação atribuída a toda pessoa que exerce


uma arte ou profissão, ou seja, a responder perante à justiça pelos atos prejudiciais
resultantes de suas atividades inadequadas, portanto, o Emergencista poderá ser
processado e responsabilizado se cometer os seguintes atos:

IMPERÍCIA Ignorância, inabilidade, inexperiência

Entende-se, no sentido jurídico, a falta de prática ou ausência de conhecimentos, que


se mostram necessários para o exercício de uma profissão ou de uma arte qualquer.

A imperícia, assim se revela na ignorância, como na inexperiência ou na inabilidade


acerca de matéria, que deveria ser conhecida, para que se leve a bom termo ou se
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execute com eficiência o encargo ou serviço, que foi confiado a alguém.

Evidencia-se, assim, no erro ou engano de execução de trabalho ou serviço, de cuja


inabilidade se manifestou. Ou daquele que se diz apto para um serviço e não o faz
com a habilidade necessária, porque lhe falecem os conhecimentos necessários.

A imperícia conduz o agente à culpa, responsabilizando-o, civil e criminalmente, pelos


danos que sejam calculados por seu erro ou falta.

Exemplo: é imperito, o Emergencista que utilizar o reanimador manual, sem executar


corretamente, por ausência de prática, as técnicas de abertura das vias aéreas, durante
a reanimação.

IMPRUDÊNCIA Falta de atenção, imprevidência, descuido

Resulta da imprevisão do agente ou da pessoa, em relação às conseqüências de seu


ato ou ação, quando devia e podia prevê-las.

Mostra-se falta involuntária, ocorrida na prática de ação, o que a distingue da


negligência (omissão faltosa), que se evidencia, precisamente, na imprevisão ou
imprevidência relativa à precaução que deverá ter na prática da mesma ação.

Funda-se, pois, na desatenção culpável, em virtude da qual ocorreu um mal, que podia
e deveria ser atendido ou previsto pelo imprudente.

Em matéria penal, argüido também de culpado, é o imprudente responsabilizado pelo


dano ocasionado à vítima, pesando sobre ele a imputação de um crime culposo.

Exemplo: É imprudente o motorista que dirige um veículo de emergência excedendo


o limite de velocidade permitido na via.

NEGLIGÊNCIA Desprezar, desatender, não cuidar

Exprime a desatenção, a falta de cuidado ou de precaução com que se executam


certos atos, em virtude dos quais se manifestam resultados maus ou prejudicados, que
não adviriam se mais atenciosamente ou com a devida precaução, aliás, ordenada pela
prudência, fosse executada. A negligência, assim, evidencia-se pela falta decorrente de
não se acompanhar o ato com a atenção que se deveria.

Nesta razão, a negligência implica na omissão ou inobservância de dever que


competia ao agente, objetivado nas precauções que lhe eram ordenadas ou
aconselhadas pela prudência, e vistas como necessárias, para evitar males não
queridos ou evitáveis.

Exemplo: É negligente o Emergencista que deixa de utilizar Equipamento de Proteção


Individual (EPI), em um atendimento no qual seu uso seja necessário.

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Em suas atividades, o Emergencista deve identificar:

Reconhecimento do local da ocorrência


O reconhecimento da situação é realizado pelo Emergencista no momento em que
chega ao local da emergência. O reconhecimento é necessário para que o mesmo
possa avaliar a situação inicial, decidir o que fazer e como fazer.

Para o correto reconhecimento do local da ocorrência, devem ser observados:

Avaliação do local
O Emergencista deverá avaliar o local da ocorrência, observando principalmente os
seguintes aspectos:
• A situação;
• Potencial de risco;
• As medidas a serem adotadas.

Informes do Emergencista
Após avaliar o local, o Emergencista deverá informar ao Corpo de Bombeiros Militar ou
ao SAMU:
• Local exato da ocorrência;
• Tipo de ocorrência;
• Riscos potenciais;
• Número de vítimas e idade;
• Gravidade das vítimas;
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• Necessidades de recursos adicionais;
• Nome e telefone do solicitante do socorro adicional.

A ordem dos dados a serem informados é dinâmica, podendo ser alterada conforme a
situação.

O importante é reportá-los sempre e o mais breve possível, pois só assim o


Emergencista terá o apoio necessário.

Segurança do local
Consiste na adoção dos cuidados por parte do Emergencista para a manutenção da
segurança no local de uma ocorrência, priorizando:

• Estacionamento adequado da viatura de emergência;


• Sinalização e isolamento do local;
• Gerenciamento dos riscos.

Estacionamento

O Emergencista/motorista deverá
estacionar a viatura de
socorro/carro particular 15
metros antes do local do
acidente, utilizando-a como
anteparo, a fim de proporcionar
maior segurança à guarnição de
serviço e às vítimas envolvidas,
deixando assim, uma área
denominada “zona de trabalho”.

Nas situações em que já houver


uma viatura fazendo tal proteção,
a viatura de socorro deverá ser
colocada 15 metros à frente do
acidente, mantendo o espaço da
zona de trabalho.

Sinalização
A colocação dos cones de sinalização deverá obedecer a seguinte proporção:

1 metro para cada km/h da velocidade máxima permitida na via

Exemplo: Se a velocidade máxima permitida na via for 40 Km/h, o primeiro cone de

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sinalização deverá ser posicionado 40 metros antes do local do acidente e os demais
cones deverão ser distribuídos em direção ao local do acidente.

Após a sinalização, o Emergencista


deverá se certificar que a sua visualização é ideal. Nos locais onde a visibilidade estiver
dificultada em virtude de neblina ou em uma curva, esta distância poderá ser
aumentada conforme a necessidade.

Equipamentos básicos utilizados no socorro pré-hospitalar


No socorro pré-hospitalar, diversos
equipamentos podem ser utilizados, de
acordo com sua função:

Equipamentos para avaliação do


paciente

• Lanterna pupilar;
• Esfigmomanômetro;
• Estetoscópio.

Equipamentos de proteção individual

• Luvas descartáveis;
• Máscaras faciais;
• Óculos de proteção;
• Avental.

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Equipamentos para reanimação cárdio-
pulmonar

• Máscara de RCP de bolso;


• Reanimadores manuais;
• Cânulas orofaríngeas;
• Aspiradores portáteis.

Equipamentos para curativos

• Ataduras de crepon;
• Compressas de gaze;
• Esparadrapo;
• Bandagens triangular;
• Solução fisiológica.

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Equipamentos para imobilização

• Colar cervical;
• Talas de imobilização (rígidas, infláveis, de papelão etc);
• Macas rígidas longas;
• KED (Colete de imobilização dorsal)

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Equipamentos para extração veicular

• Ferramenta para quebrar vidros;


• Luvas de raspa de couro.

Equipamentos diversos

• Tesoura de ponta romba;


• Kit obstétrico;
• Carvão ativado;
• Cobertor ou manta;
• Bolsa de primeiros socorros.

Aula 2 - Noções básicas de anatomia e fisiologia humana


Os objetivos desta aula são:

• Identificar as partes do corpo de acordo com a terminologia topográfica;


• Apresentar os aspectos importantes das camadas do tecido epitelial;
• Descrever as características e funções do sistema esquelético;
• Listar os principais órgãos que formam o sistema respiratório e suas funções;
• Enumerar os componentes do sistema cardiovascular e suas funções; e
• Listar os componentes do sistema nervoso e suas funções.

Anatomia e fisiologia humana


Anatomia
Ciência que estuda a estrutura e a forma dos seres organizados e a relação entre seus
órgãos, bem como a disposição destes.

Fisiologia
Ciência que estuda as funções orgânicas e os processos vitais dos seres vivos.

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Posição Anatômica
Posição Anatômica é a posição padronizada de
descrição do organismo, empregando-se os termos
de posição e direção.

O corpo humano deverá estar em:

• em posição ortostática;
• com a face voltada para frente;
• com o olhar dirigido para o horizonte;
• com os membros superiores estendidos ao
longo do tronco;
• com as palmas voltadas para frente;
• com os membros inferiores unidos.

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Mecanismo da respiração – inspiração
O corpo humano é dividido em:

• Cabeça;
• Pescoço;
• Tronco; e
• Membros.
o Nos membros empregam-se termos
especiais de posição:
o Proximal: situado mais próximo à raiz do
membro;
o Médio: situado entre proximal e distal; e
o Distal: situado mais distante da raiz do
membro.

Além desta divisão, para identificar as partes do


corpo humano, são definidos:

Planos Anatômicos

Plano mediano
direito e esquerdo

Plano transversal
superior e inferior

Plano frontal
anterior (ventral) e posterior (dorsal)

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Quadrantes Abdominais (órgãos)

QSD QSE
Maior parte do fígado Baço
Vesícula biliar Maior parte do estômago
Parte do intestino Parte do intestino grosso
delgado Parte do intestino
Parte do intestino grosso delgado
Parte do pâncreas Parte do pâncreas
Parte do estômago Parte do fígado

QID
Apêndice QIE
Parte do intestino Parte do intestino grosso
delgado Parte do intestino
Parte do intestino grosso delgado
Parte do ovário (mulher) Parte do ovário (mulher)

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localização aproximada de lesões

Lesão A = Região posterior do tórax em nível de escápula esquerda.

Lesão B = Membro inferior esquerdo, terço médio da coxa, região anterior.

Lesão C = Membro superior esquerdo, terço distal do braço, região anterior.

Lesão D = Membro superior esquerdo, terço médio do antebraço, região anterior.

Lesão E = Membro superior esquerdo, terço médio da palma da mão.

Lesão F = Membro superior esquerdo, terço médio do dedo indicador, região anterior.

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O corpo humano e seus sistemas
O funcionamento do corpo humano pode ser melhor entendido quando são
estudados os seguintes sistemas:

Sistema Tegumentar

Sistema Esquelético

Sistema Respiratório

Sistema Cardiovascular

Sistema Nervoso

Sistema Tegumentar
Sistema que inclui a pele e seus anexos, proporcionando ao corpo um revestimento
protetor que contém terminações nervosas sensitivas e participa da temperatura
corporal, além de cumprir outras funções.

Pele
Maior órgão do corpo humano. No adulto sua área total atinge aproximadamente
2m2, apresentando espessura variável (1 a 4 mm) conforme a região.

A distensibilidade é outra característica da pele que também varia de região para


região.

A pele
A pele tem como funções:

• Proteção;
• Regulação da temperatura;
• Excreção; e
• Produção de vitamina D.

A pele é dividida em camadas:

• Epiderme: camada mais superficial da pele;


• Derme: camada subjacente à epiderme, tendo sob ela a tela subcutânea.

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A pele
Glândulas da pele
A pele contém numerosas glândulas sudoríparas e sebáceas. As primeiras localizam-se
na derme ou tela subcutânea, com importante função na regulação da temperatura
corporal, porque sua excreção, o suor, absorve calor por evaporação da água. As
glândulas sudoríparas são especialmente abundantes na palma das mãos e planta dos
pés. Em certas regiões, como a axila e a dos órgãos genitais externos, existem
glândulas muito semelhantes às sudoríparas, cuja secreção, entretanto, produz odor
característico.

Coloração da pele
A cor da pele depende da quantidade de pigmentos, da vascularização e da espessura
dos estratos mais superficiais da epiderme. Entre os pigmentos, a melanina é o mais
importante e sua quantidade na pele varia com a raça.

Sistema Esquelético
É um conjunto de ossos e cartilagens que se unem através de articulações, para formar
o arcabouço do corpo e desempenhar várias funções, sendo composto de 206 ossos.

As funções do sistema esquelético são:

• Proteção dos órgãos e tecidos;


• Sustentação e conformação do corpo;
• Armazenamento de minerais essenciais;
• Inserção de músculos;
• Permitir a realização de movimentos;
• Conferir rigidez e resistência ao corpo; e
• Produção de certas células sangüíneas.

Ossos Tecido conjuntivo mineralizado vivo, altamente vascularizado, e em constante


transformação.

Classificação quanto à forma

Ossos Longos: o comprimento predomina sobre a largura e a espessura.


fêmur, rádio, ulna, tíbia, falanges

Ossos Curtos: as três dimensões equivalem-se.


tarso e carpo
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Ossos Laminares: o comprimento e largura equivalem-se, predominando sobre a
espessura.
escápula, ossos do crânio e ossos do quadril

Ossos Irregulares: apresentam uma morfologia complexa, onde não há


correspondência nas formas geométricas.
temporal, vértebras

Ossos pneumáticos: apresentam uma ou mais cavidades de volume variado,


revestido de mucosa e contendo ar.
frontal, temporal, maxilar

Divisão anatômica do esqueleto


O esqueleto subdivide-se em duas partes:

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A união dos esqueletos axial e apendicular ocorre através das cinturas.

Divisão anatômica do esqueleto

Crânio
O crânio possui duas divisões principais:

Caixa encefálica (crânio propriamente dito): composto por 08 ossos largos e


irregulares que se fundem formando a cobertura que protege o encéfalo.

Face: composta por 14 ossos que se fundem para dar sua forma.

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Coluna vertebral
Estrutura óssea central, composta de 33
vértebras, dividida em cinco regiões:

Coluna cervical (pescoço): composta de 07


vértebras;
Coluna torácica (parte superior do dorso):
composta de 12 vértebras;
Coluna lombar (parte inferior do dorso):
composta de 05 vértebras;
Coluna sacral (parte da pelve): composta
de 05 vértebras;
Coluna coccígea (cóccix ou cauda):
composta de 04 vértebras.

Articulações
Conexão entre dois ou mais ossos
adjacentes, que de acordo com a
conformação e o aspecto estrutural são
agrupadas em três tipos principais:

Articulações fibrosas: São aquelas em que


o tecido que interpõe as peças ósseas é
fibroso, impossibilitando o seu movimento;

Articulações cartilaginosas: São aquelas em


que o tecido que interpõe as peças ósseas
é formado por fibrocartilagem ou cartilagem hialina, possibilitando movimentos
limitados;

Articulações sinoviais: São aquelas em que o elemento que interpõe as peças ósseas é
o líquido sinovial, possibilitando movimentos amplos.

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Sistema Respiratório
É o conjunto de órgãos que permite a captação de oxigênio e a eliminação de dióxido
de carbono produzido na respiração interna.

O Sistema Respiratório tem como função conduzir o ar do meio ambiente para os


pulmões, e vice-versa, promovendo a troca gasosa, como também filtrar, pré-aquecer
e umedecer o ar inspirado.

Respiração
Conjunto dos fenômenos que permitem a absorção do oxigênio e a expulsão do gás
carbônico pelos seres vivos.

Órgãos componentes do Sistema


Respiratório

O Sistema Respiratório é composto


pelos seguintes órgãos:

Nariz
No interior do nariz (narinas) existem pêlos, denominados vibrissas ou cílios, que
recolhem a maior parte das partículas e pó existentes no ar, realizando assim, uma
filtragem grosseira dessas impurezas. Eles e estão em constante movimento a fim de
eliminar estes resíduos através das narinas. É guarnecido de uma camada de líquido
(muco), que retém outras partículas de pó em sua porção superior. Ainda existem as
conchas nasais, superior, média e inferior, que servem para aumentar a superfície
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mucosa da cavidade nasal, pois é esta superfície mucosa que umedece e aquece o ar
inspirado, “condicionando-o” para que seja melhor aproveitado na hematose que se
dá ao nível dos pulmões.

Faringe
É um tubo muscular membranoso associado a dois sistemas: respiratório e digestório,
situando-se posteriormente à cavidade nasal, bucal e à laringe.

Laringe
É um órgão tubular, situado no plano mediano e anterior do pescoço que, além de via
aerífera é órgão da fonação, ou seja, da produção do som. Coloca-se anteriormente à
faringe, comunicando-se com a mesma através da glote, junto à glote está a epiglote,
que tem a função de fechar a glote durante a passagem do bolo alimentar.

Esqueleto da Laringe
A laringe é continuada diretamente pela traquéia e apresenta um esqueleto
cartilaginoso. A maior cartilagem é a tireóide, constituída de duas lâminas que se
unem anteriormente em V; a cartilagem cricóide é ímpar, situando-se inferiormente à
cartilagem tireóide. Entre as duas cartilagens, situa-se a membrana ou ligamento
cricotireóideo.

Traquéia
É um canal situado entre a laringe e a origem dos brônquios. Tem de 12 a 15 cm de
comprimento e é constituída por 16 a 20 anéis cartilaginosos incompletos, em forma
de C, sobrepostos e ligados entre si.

Brônquios
São os canais resultantes da bifurcação da traquéia. Os brônquios vão se ramificando
em direção aos lobos pulmonares em diâmetros cada vez menores.

Pulmões
Principais órgãos da respiração, sendo um direito e outro esquerdo, são órgãos moles,
esponjosos e dilatáveis. Estão contidos na cavidade torácica e, entre eles, há uma
região denominada mediastino.
Os pulmões se subdividem em lobos, sendo três para o direito e dois para o esquerdo.
As vias aéreas finalmente terminam nos alvéolos, cada um dos quais está em contato
com os capilares sangüíneos onde se dá a função essencial dos pulmões, a hematose
(oxigenação do sangue venoso).

Pleura
Cada uma das membranas serosas que cobrem as paredes internas da cavidade
torácica (pleura parietal) e a superfície externa dos pulmões (pleura visceral).

Músculos da respiração
Os principais músculos da respiração são o diafragma que separa a cavidade torácica
da abdominal e os músculos intercostais, que estão situados entre as costelas.

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Mecanismo da respiração – inspiração


Durante a inspiração (inalação):

• o diafragma e os músculos intercostais se contraem;

• quando o diafragma se contrai, move-se para baixo, aumentando a cavidade


torácica longitudinalmente;

• quando os músculos intercostais se


contraem, elevam as costelas;
estas ações se combinam para
aumentar a cavidade torácica (fole)
em todas as dimensões, os pulmões
são puxados com ela, que se expande
pela sucção exercida através das
superfícies pleurais unidas.

A pressão aérea interna, menor que a


externa, permite a entrada de ar pela
traquéia enchendo os pulmões. O ar se
moverá de uma área de maior pressão para
uma de menor pressão, até tornarem-se
equivalentes.

Mecanismo da respiração – expiração


Durante a expiração:

o diafragma e os músculos intercostais se relaxam;

a medida que estes músculos se relaxam, a cavidade torácica diminui de tamanho em


todas as dimensões;

a medida que a cavidade torácica diminui, o ar nos pulmões é pressionado em um


espaço menor, a pressão interna aumenta e o ar é empurrado através da traquéia.

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Sistema Cardiovascular
É um sistema fechado, composto pelo coração e por uma rede de tubos denominado
artérias, arteríolas, capilares, vênulas e veias.

As principais funções do Sistema Cardiovascular são:

• Fornecer Oxigênio, substâncias nutritivas e hormônios aos tecidos;


• Transportar produtos finais do metabolismo, como CO2 e uréia até os órgãos
responsáveis por sua eliminação; e
• Termoregulação do organismo.

Sangue
O sangue é um líquido vermelho, viscoso, composto por plasma (parte líquida),
glóbulos vermelhos (hemácias), glóbulos brancos (leucócitos) e plaquetas.

Composição do sangue

Plasma: Transporta os glóbulos e nutrientes para todos os tecidos. Também leva os


produtos de degradação para os órgãos excretores.

Glóbulos vermelhos: Fornecem a cor ao sangue e carreiam oxigênio.

Glóbulos brancos: Atuam na defesa do organismo contra as infecções.

Plaquetas: São essenciais para a formação de coágulos sangüíneos, necessários para


estancar o sangramento.

Coração
É um órgão muscular, oco, ímpar e mediano, que funciona como uma bomba contrátil
e propulsora do sangue.

Camadas musculares do coração

As paredes do coração são formadas por três camadas:

• Miocárdio: camada média determina a sístole e a diástole cardíaca;


• Endocárdio: camada de revestimento interno;
• Epicárdio: camada de revestimento externo.

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Coração
As cavidades cardíacas são quatro:

2 átrios (cavidades superiores) e 2 ventrículos (cavidades inferiores).

Átrio direito Átrio esquerdo


Desembocam as veias Desembocam as veias
cavas superior e inferior. pulmonares direita e
Comunica-se com o esquerda. Comunica-se
ventrículo direito através com o ventrículo esquerdo
da valva tricúspide (possui através da valva bicúspide
três cúspides). ou mitral (possui dois
cúspides).

Ventrículo direito Ventrículo esquerdo


Nele chega sangue rico em Nele chega sangue
CO2 proveniente do átrio oxigenado proveniente do
direito, que posteriormente átrio esquerdo, que
é expulso para a artéria posteriormente é expulso
pulmonar. para todo o corpo através
da artéria aorta.

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Coração
Movimentos cardíacos

Para o coração realizar sua função de bombeamento de


sangue, efetua movimentos de contração e relaxamento da
musculatura das suas cavidades:

Sístole: período de contração dos ventrículos, para expulsar o


sangue proveniente dos átrios para as artérias pulmonares e
aorta;

Diástole: período de relaxamento dos ventrículos, simultâneos ao de contração dos


átrios, permitindo a passagem de sangue dos átrios, para os ventrículos.

Vasos sangüíneos
São tubos que formam a complexa rede do sistema cardiovascular, constituída por
artérias e veias que se ramificam em calibres cada vez menores, originando as
arteríolas, vênulas e capilares.

Artérias
Vasos sangüíneos que saem do coração levando sangue para o corpo.

Veias
Vasos sangüíneos que chegam ao coração trazendo sangue do corpo.

Circulação sangüínea
A circulação sangüínea tanto no homem, como nos mamíferos em geral, é dupla:

Circulação Pulmonar = Pequena Circulação

Percurso da circulação pulmonar:


Coração (ventrículo direito) > pulmões > coração (átrio esquerdo)

Circulação Sistêmica = Grande Circulação

Percurso da circulação sistêmica:


Coração (ventrículo esquerdo) > tecidos do corpo > coração (átrio direito), passando
pelos capilares dos diversos sistemas ou aparelhos do corpo

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Circulação sangüínea

As artérias tornam-se
gradualmente mais Os capilares são vasos de calibre
finas (arteríolas), até diminuto, como fios de cabelo, onde
que o sangue circule as hemácias podem entrar em íntimo-
através de delgados contato com as células do organismo
capilares. (ocorrendo o metabolismo celular:
troca de nutrientes e O2 por produtos

O sangue arterial (rico em


O2) deixa o ventrículo
esquerdo através da artéria
aorta (circulação sistêmica).

O sangue (rico em CO2)


passa dos capilares para
pequenas veias (vênulas)
que se unem e tornam-se
Retorna então pela veia maiores, à medida que se
pulmonar aproximam do coração.
desembocando no átrio
esquerdo, que por sua
vez é impulsionado para Elas levam o sangue
o ventrículo esquerdo através da veia cava
(iniciando a circulação (inferior e superior) para o
sistêmica), completando átrio direito,
impulsionando-o para o
ventrículo direito

De lá, o sangue é bombeado através da - artéria


pulmonar para os pulmões (circulação pulmonar),
onde volta a passar através de um sistema capilar
(ocorrendo a hematose: troca de CO2 por O2).

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Circulação sangüínea
O sistema é completamente fechado, com dois
conjuntos de capilares conectando arteríolas e
vênulas nos pulmões e nos tecidos do restante
do organismo.

Sistema Nervoso
Sistema responsável pelo controle e
coordenação das funções de todos os sistemas
do organismo e, ainda, ao receber estímulos
aplicados à superfície do corpo (frio, calor, dor
etc) é capaz de interpretá-los e desencadear,
eventualmente, respostas adequadas a estes
estímulos.

Muitas funções do sistema nervoso dependem da vontade

caminhar é um ato voluntário

Muitas outras ocorrem involuntariamente, sem que tenhamos consciência

a secreção da saliva ocorre independente de nossa vontade

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Sistema Nervoso
As funções do Sistema Nervoso são:

• Colher informações do meio externo e interno e transformá-las em estímulos;


• Controlar e coordenar as funções de todos os sistemas do organismo.

O Sistema Nervoso pode ser dividido em:

Sistema Nervoso Central – SNC


O sistema nervoso central é uma porção de recepção de estímulos, de comando e
desencadeadora de respostas. A porção periférica está constituída pelas vias que
conduzem os estímulos ao sistema nervoso central ou que levam até aos órgãos, as
ordens emanadas da porção central. Pode-se dizer que o SNC está constituído por
estruturas que se localizam no esqueleto axial (coluna vertebral e crânio): a medula
espinhal e o encéfalo.

Sistema Nervoso Periférico – SNP


O sistema nervoso periférico compreende os nervos cranianos e espinhais, os gânglios
e as terminações nervosas.

Sistema Nervoso Visceral – SNV


O sistema nervoso visceral relaciona o indivíduo com o meio interno, compreendendo
fibras sensitivas (aferente) interoceptores e motoras (eferente) – músculo liso e
gânglios. A este último, está relacionado o sistema nervoso autônomo (SNA), ou
involuntário, constituído apenas da parte motora do SNV.

Sistema Nervoso Somático – SNS


O sistema nervoso somático relaciona o indivíduo com o meio externo,
compreendendo fibras sensitivas (aferente) exteroceptores e motoras (eferente)
músculo estriado esquelético.

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Sistema Nervoso Central
Meninges:
O encéfalo e a medula espinhal são envolvidos e protegidos por lâminas (ou
membranas) de tecido conjuntivo chamadas, em conjunto, de meninges.

Estas lâminas são, de fora para dentro:


• dura-máter;
• aracnóide; e
• pia-máter.

O Sistema Nervoso Central – SNC é dividido anatomicamente em:

Encéfalo
Porção do sistema nervoso central localizado na caixa craniana e que compreende o
cérebro, o cerebelo e o tronco encefálico.

Medula espinhal
É a continuação direta do encéfalo, localizada dentro do canal vertebral. A medula
espinhal tem papel fundamental na recepção de estímulos sensitivos e retransmissão
de impulsos motores. Todos os centros importantes do encéfalo são conectados
através de longos feixes nervosos, diretamente aos órgãos ou músculos que
controlam. Estes feixes se unem formando a medula espinhal, transmitindo
mensagens entre o encéfalo e o sistema nervoso periférico. Estas mensagens são
passadas ao longo do nervo sob a forma de impulsos elétricos.
Da base do crânio, a medula se estende pelo tronco até o nível da primeira ou
segunda vértebra lombar. Na porção final da medula localizam-se nervos espinhais
que formam uma espécie de “cabeleira” nervosa, comparada à cauda eqüina.

Cérebro
Constitui a parte mais importante do encéfalo, localiza-se na caixa craniana, é centro
da consciência. As funções do cérebro normal incluem a percepção de nós mesmos e
do ambiente ao nosso redor, controla nossas reações em relação ao meio ambiente,
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respostas emocionais, raciocínio, julgamento e todas as nuances que formam a
consciência, as sensações e origem dos movimentos, compreendendo o telencéfalo e
o diencéfalo.

Cerebelo
Possui a função de determinar o equilíbrio do corpo e sua orientação no espaço, bem
como, a regulação do tônus muscular e a coordenação das atividades motoras do
organismo.

Tronco encefálico
Parte do encéfalo que une a medula espinhal aos hemisférios cerebrais e por onde
transitam todas as grandes vias sensitivas e motoras.

Telencéfalo
O telencéfalo é a porção mais anterior e mais desenvolvida do cérebro, ocupa a maior
parte da cavidade craniana e é envolvido pelas meninges, sendo o segmento mais
desenvolvido do encéfalo humano. Nele encontra-se o córtex cerebral que é uma
lâmina cinzenta, de espessura variável e que constitui a superfície do hemisfério
cerebral.

Diencéfalo
É um dos principais centros receptores de impulsos elétricos oriundos das vias
periféricas, possui volumosos núcleos cinzentos.

Mesencéfalo
Protuberância que constitui o ponto de junção do cérebro, do cerebelo e da medula
espinhal. Comunica-se com o cérebro através de fibras nervosas encarregadas de
conduzir estímulos oculares, visuais, acústicos e outros.

Ponte
Localizada na parte mediana do tronco encefálico, é formada por agrupamentos de
fibras e células nervosas. A Ponte possui três pares de nervos responsáveis pela
inervação dos músculos que movimentam os olhos para os lados, dos músculos
mímicos da face, das glândulas salivares e lacrimais, e conduz sensações de paladar
captadas na língua.

Bulbo
Porção inferior do tronco encefálico no sentido crânio-caudal, sendo que o grande
forame (forame magno), constitui o limite convencional com a medula espinhal.
Possui feixes de fibras motoras que comandam os movimentos dos músculos
voluntários.

Essas fibras dirigem-se, paralelamente, até o forame occipital, onde trocam de lado. No
resto do percurso, caminham do lado oposto àquele em que estavam originalmente.
Este cruzamento de fibras faz com que as ordens emitidas, a partir do hemisfério
cerebral direito, sejam transmitidas ao lado esquerdo do corpo e vice-versa. Por isso,
acidentes que lesem o lado esquerdo da cabeça provocam, em geral, paralisia do lado
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direito.

Além disso, no bulbo, localizam-se dois centros vitais, encarregados de controlar a


respiração e o funcionamento vasomotor. Um tiro que atinja o bulbo mata
instantaneamente. A pressão sangüínea cai de forma tão acentuada que não permite
mais a irrigação dos diversos órgãos. Com a lesão do bulbo, são cortados os impulsos
que controlam o funcionamento dos vasos sangüíneos e dos pulmões.

Sistema Nervoso Periférico


O Sistema Nervoso Periférico – SNP – é dividido anatomicamente em:

Nervos
São cordões esbranquiçados formados por fibras nervosas unidas por tecido
conjuntivo, tendo como função conduzir impulsos ao SNC e também conduzi-los do
SNC ao periférico. Distinguem-se dois grupos, os nervos cranianos e os espinhais.

Nervos cranianos
São 12 pares de nervos que fazem conexão com o encéfalo. A maioria deles (10)
originam-se no tronco encefálico. Além do seu nome, os nervos cranianos são também
denominados por números em seqüência crânio-caudal. A relação abaixo apresenta o
nome e o número correspondente a cada um dos pares cranianos:
Olfatório é puramente sensitivo e ligado à olfação como o nome indica, iniciando-se
em terminações nervosas situadas na mucosa nasal.
Óptico, também sensitivo, origina-se na retina e está relacionado com a percepção
visual.
Oculomotor, troclear e abducente enervam músculos que movimentam o olho, sendo
que o III par é também responsável pela inervação de músculos chamados intrínsecos
do olho, como o músculo esfíncter da íris (que fecha a pupila) e o músculo ciliar (que
controla a forma da lente).
Trigêmeo é predominantemente sensitivo, sendo responsável pela sensibilidade
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somática de quase toda a cabeça. Um pequeno contingente de fibras é motor,
inervando a musculatura mastigadora, isto é, músculos que movimentam a
mandíbula.
Facial, glossofaríngeo e vago são altamente complexos no que se refere aos
componentes funcionais, estando relacionados às vísceras e à sensibilidade gustativa,
além de inervar glândulas, musculatura lisa e esquelética. O nervo vago é um dos
nervos cranianos mais importantes pois inerva todas as vísceras torácicas e a maioria
das abdominais.
Vestíbulo-coclear é puramente sensitivo, constituído de duas porções: A porção
coclear está relacionada com os fenômenos da audição e a porção vestibular com o
equilíbrio.
Acessório inerva músculos esqueléticos, porém, parte de suas fibras unem-se ao vago
e com ele é distribuída.
Hipoglosso inerva os músculos que movimentam a língua, sendo por isso,
considerado como o nervo motor da língua.

Nervos espinhais
Os 31 pares de nervos espinhais mantêm conexão com a medula e abandonam a
coluna vertebral através de forames intervertebrais. A coluna pode ser dividida em
porções cervical, torácica, lombar, sacral e coccígea. Da mesma maneira,
reconhecemos nervos espinhais que são cervicais, torácicos, lombares, sacrais e
coccígeos.

Aula 3 - Avaliação geral de pacientes


Os objetivos desta aula são:

• Listar as 5 fases da avaliação geral de um paciente;


• Listar 3 fontes rápidas de informação no local da cena;
• Diferenciar a avaliação dirigida para trauma e a avaliação dirigida para
emergência clínica;
• Classificar corretamente o paciente de acordo com a escala CIPE;
• Enumerar os principais sinais e sintomas observados numa vítima; e
• Apresentar a seqüência correta dos passos da avaliação pré-hospitalar de
pacientes.

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Avaliação pré-hospitalar de pacientes
A avaliação pré-hospitalar de pacientes é um procedimento orientado, utilizado pelo
Emergencista para identificar e corrigir possíveis doenças ou traumas que ameaçam a
vida em curto prazo, devendo o Emergencista tomar decisões sobre os cuidados mais
adequados e o mais rápido possível.

O processo de avaliação geral do paciente divide-se em cinco fases distintas, a saber:

Avaliação da cena
Ao chegar no local da ocorrência, o Emergencista deve:

• Observar a cena procurando identificar riscos potenciais para si, para o


paciente ou outros envolvidos (terceiros);
• Observar os mecanismos do trauma ou a natureza da doença do paciente;
• Checar o número de vítimas; e
• Acionar, se necessário, recursos adicionais.

Durante o deslocamento para a cena, o Emergencista deve revisar as informações


contidas no despacho, bem como adotar medidas de proteção individual.

Avaliação da cena
Fontes rápidas de informação no local da cena:

• a cena por si só;


• o paciente (se estiver consciente e em condições de responder), familiares,
testemunhas ou curiosos;
• os mecanismos do trauma;
• a posição do paciente, qualquer deformidade maior ou lesão óbvia; e
qualquer sinal ou sintoma indicativo de emergência clínica.

A cena por si só
Após avaliar a cena, o Emergencista deve iniciar o gerenciamento dos riscos e o
controle da mesma, acionando se necessário, recursos adicionais para as medidas de
sinalização do local, isolamento da cena, estabilização de veículos (calçar e amarrar se
necessário), controle de tráfego, desligamento de motores automotivos, desativação
de cabos elétricos energizados, remoção de pacientes em situação de risco iminente,
dentre outros.

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Avaliação inicial
Podemos conceituá-la como sendo um processo ordenado para identificar e corrigir,
de imediato, problemas que ameacem a vida a curto prazo.

Durante a avaliação inicial, os problemas que ameaçam a vida, por ordem de


importância, são:

• Vias aéreas
Permeabilidade e se há comprometimento da coluna cervical.

• Respiração
Se respira e como se processa esta respiração.

• Circulação
Se tiver pulso, se há hemorragia e risco de estado de choque.

Avaliação inicial
Como Realizar a Avaliação Inicial

Observe visualmente a cena e forme uma impressão geral do paciente.

Avalie o nível de consciência do paciente (AVDI). Identifique-se como Emergencista e


solicite autorização para ajudar.

Avalie a permeabilidade das vias aéreas e estabilize manualmente a coluna cervical.

Avalie a respiração do paciente (use a técnica do ver, ouvir e sentir – VOS).

Verifique a circulação do paciente (avalie o pulso carotídeo em adultos e crianças, e o


braquial em lactentes) e verifique a presença de hemorragias e perfusão.

Decida a prioridade para o transporte, através da escala CIPE.

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Avaliação inicial
Escala CIPE
Ao término da avaliação inicial, o Emergencista deve classificar o paciente de acordo
com a gravidade de suas lesões ou doença. Essa classificação é baseada na escala CIPE.

Crítico
Parada respiratória ou cárdio-respiratória.

Instável
Paciente inconsciente, com choque descompensado, dificuldade respiratória severa,
com lesão grave de cabeça e/ou tórax.

Potencialmente Instável
Paciente com choque compensado portador de lesões isoladas importantes.

Estável
Paciente portador de lesões menores e sinais vitais normais.

Avaliação inicial
Os pacientes críticos e instáveis devem ser tratados no máximo em 5 minutos, no local
da emergência e transportados de imediato. Nesses casos, a avaliação dirigida e a
avaliação física detalhada devem ser realizadas durante o transporte para o hospital,
simultaneamente com as medidas de suporte básico de vida.

Já no caso dos pacientes potencialmente instáveis e estáveis, o Emergencista deve


continuar a avaliação no local da emergência, no máximo em 12 minutos, e
transportá-lo após sua estabilização.

Colar Cervical e Oxigênio


Após decidir sobre a prioridade de transporte, a equipe de Emergencistas deve realizar
um rápido exame físico na região posterior, anterior e lateral do pescoço e, em
seguida, mensurar e aplicar o colar cervical de tamanho apropriado. Depois, os
Emergencistas devem avaliar a necessidade de ofertar oxigênio para o paciente. Para
isto, devem examinar o nariz, a boca e a mandíbula, através do emprego de uma
máscara facial com reservatório de oxigênio.

Para tratar os pacientes de emergência clínica, os Emergencistas podem utilizar os


mesmos parâmetros recomendados nos casos de trauma, no entanto, não necessitam
imobilizar a região cervical.

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Avaliação dirigida
Podemos conceituá-la como sendo um processo ordenado para obter informações,
descobrir lesões ou problemas clínicos que, se não tratados, poderão ameaçar a vida
do paciente.

É dividida em três etapas, são elas:

• Entrevista: Etapa da avaliação onde o Emergencista conversa com o paciente


buscando obter informações dele próprio, de familiares ou de testemunhas,
sobre o tipo de lesão ou enfermidade existente e outros dados relevantes;

• Sinais Vitais: Etapa da avaliação onde o Emergencista realiza a aferição da


respiração, pulso, pressão arterial e temperatura relativa da pele do paciente; e

• Exame rápido: O exame rápido é realizado conforme a queixa principal do


paciente ou em todo segmento corporal.

Fique atento durante todo o processo de avaliação, pois algumas vezes a natureza da
emergência pode não estar claramente definida.

Avaliação dirigida
Guia para realizar uma Entrevista

Se o paciente estiver consciente e em condições de respondê-lo, questione-o


utilizando as seguintes perguntas chaves:

1) Nome e idade (se é menor, procure contatar com seus pais ou um adulto
conhecido)

2) O que aconteceu? (para identificar a natureza da lesão ou doença)

3) Há quanto tempo isso aconteceu?

4) Isso já ocorreu antes? (emergência clínica)

5) Você tem algum problema de saúde?

6) Você tem tomado algum remédio?

7) Você é alérgico a alguma coisa?

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Avaliação dirigida
Sinais Diagnósticos

Sinal é tudo aquilo que o Emergencista pode observar ou sentir no paciente enquanto
o examina.

Pulso, palidez, sudorese etc.

Sintoma é tudo aquilo que o Emergencista não consegue identificar sozinho. O


paciente necessita contar sobre si mesmo.

Dor abdominal, tontura etc.

Avaliação dirigida
Aferição de Sinais Vitais

Os sinais vitais a serem aferidos são:

Pulso
É o reflexo do batimento cardíaco palpável nos locais onde as artérias calibrosas
estão posicionadas próximas da pele e sobre um plano duro.

Valores normais:

• Adulto 60-100 batimentos por minuto (bpm).


• Criança 80-140 bpm.
• Lactentes 85-190 bpm.

Respiração
Absorção do oxigênio e exalação do gás carbônico.

Valores normais:

• Adulto 12-20 ventilações por minuto (vpm).


• Criança 20-40 vpm.
• Lactentes 40-60 vpm.

Temperatura
É a diferença entre o calor produzido e o calor perdido pelo corpo humano.

Valores normais:
36,5 a 37,0 ºC – Independente da faixa etária.

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Temperatura Relativa da Pele
Em atendimento pré-hospitalar, o Emergencista verifica a temperatura relativa da pele
colocando o dorso da sua mão sobre a pele do paciente (na testa, no tórax ou no
abdome). O Emergencista estima a temperatura relativa da pele pelo tato.

Convém recordar que a pele é a grande responsável pela regulação da temperatura e


pode apresentar-se normal, quente ou fria, úmida ou seca.

Durante a avaliação continuada, o Emergencista deve utilizar o termômetro clínico,


para real certificação da temperatura corporal.

Com relação à coloração, a pele pode estar:


• Pálida,
• Ruborizada ou
• Cianótica.

Nas pessoas negras, a cianose pode ser notada nos lábios, ao redor da fossas nasais e
nas unhas.

Pupilas
As pupilas quando normais são do mesmo diâmetro e possuem contornos regulares.
Pupilas contraídas podem ser encontradas nas vítimas que fizeram uso de drogas
(miose). As pupilas indicam estado de relaxamento ou inconsciência, geralmente tal
dilatação ocorre rapidamente após uma parada cardíaca (midríase), Nos casos de TCE
ou AVC, a irregularidade da reatividade pupilar, será observada no lado oposto em que
ocorreu a lesão (anisocoria).

Coloração da pele
A coloração da pele depende primariamente da presença de sangue circulante nos
vasos sangüíneos subcutâneos. Uma pele pálida, branca, indica circulação insuficiente
e é vista nas vítimas em choque ou com infarto do miocárdio. Uma cor azulada
(cianose) é observada na insuficiência cardíaca, na obstrução de vias aéreas, e
também em alguns casos de envenenamento. Poderá haver uma cor vermelha em
certos estágios do envenenamento por monóxido de carbono (CO) e na insolação.
Perfusão capilar é o termo usado para verificar a circulação da pele nas extremidades.

Pressão Arterial
É definida como a pressão exercida pelo sangue circulante contra as paredes internas
das artérias. A PA é verificada em dois níveis, a PA sistólica e a diastólica.

A sistólica é a pressão máxima à qual a artéria está sujeita durante a contração do


coração (sístole). A diastólica é a pressão remanescente no interior do sistema arterial
quando o coração fica relaxado (diástole). A pressão arterial é diretamente
influenciada pela força do batimento cardíaco, quanto mais força, mais elevada a PA e
o volume de sangue circulante.

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Dentro desses valores, consideramos a PA normal. Se exceder à máxima,
denominamos alta (hipertensão) e, ao contrário, se não atinge o nível mínimo,
denominamos baixa (hipotensão).

Em geral não se afere PA em crianças com menos de 3 anos de idade. Nos casos de
hemorragias ou choque, a PA mantêm-se constante dentro de valores normais para no
final desenvolver uma queda abrupta.

Valores normais:

Adulto:
• Sistólica máxima 150 mmHg e mínima 100 mmHg
• Diastólica máxima 90 mmHg e mínima 60 mmHg

IDADE PRESSÃO SISTÓLICA PRESSÃO DIASTÓLICA


(Mm Hg) (Mm Hg)
Nascimento (12h, <1000g) 39-59 16-36
Nascimento (12h, 3kg) 50-70 25-45
Recém-nascido (96h) 60-90 20-60
Lactente (6 meses) 87-105 53-66
Criança (2 anos) 95-105 53-66
Idade escolar (7 anos) 97-112 57-71
Adolescente (15 anos) 112-128 66-80

Capacidade de movimentação
A incapacidade de uma pessoa consciente em se mover é conhecida como paralisia e
pode ser resultante de uma doença ou traumatismo.

A incapacidade de mover os membros superiores e inferiores, após um acidente, pode


ser o indicativo de uma lesão da medula espinhal, na altura do pescoço (coluna
cervical). A incapacidade de movimentar somente os membros inferiores pode indicar
uma lesão medular abaixo do pescoço. A paralisia de um lado do corpo, incluindo a
face, pode ocorrer como resultado de um rompimento de um vaso intracraniano
(Acidente Vascular Cerebral – AVC – DERRAME).

Reação a DOR
A perda do movimento voluntário das extremidades, após uma lesão, geralmente é
acompanhada também de perda da sensibilidade. Entretanto, ocasionalmente o
movimento é mantido e a vítima se queixa apenas de perda da sensibilidade ou
dormência nas extremidades. É extremamente importante que este fato seja
reconhecido como um sinal de provável lesão da medula espinhal, de forma que a
manipulação do acidentado não agrave o trauma inicial.

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Avaliação física detalhada
A avaliação física detalhada da cabeça aos pés deve ser realizada pelo Emergencista
em cerca de 2 a 3 minutos. O exame completo não precisa ser realizado em todos os
pacientes. Ele pode ser realizado de forma limitada em pacientes que sofreram
pequenos acidentes ou que possuem emergências médicas evidentes.

Ao realizar o exame padronizado da cabeça aos pés, o Emergencista deve:

1) Verificar a cabeça (couro cabeludo) e a testa;

2) Verificar a face do paciente. Inspecionar os olhos e as pálpebras, o nariz, a boca, a


mandíbula e os ouvidos;

3) Verificar a região posterior, anterior e lateral do pescoço (antes da aplicação do colar


cervical);

4) Inspecionar o ombro bilateralmente distal / proximal;

5) Inspecionar as regiões anterior e lateral do tórax;

6) Inspecionar o abdome em quatro quadrantes separadamente;

7) Inspecionar as regiões anterior e lateral da pelve e a região genital;

8) Inspecionar as extremidades inferiores (uma de cada vez). Pesquisar a presença de


pulso distal, a capacidade de movimentação (motricidade), a perfusão e a
sensibilidade;

9) Inspecionar as extremidades superiores (uma de cada vez). Pesquisar a presença de


pulso distal, a capacidade de movimentação (motricidade), a perfusão e a
sensibilidade;

10) Realizar o rolamento em monobloco e inspecionar a região dorsal.

Avaliação física detalhada


Como Avaliar o Paciente de Trauma e de Emergência Clínica

Os procedimentos da avaliação dirigida são diferentes para pacientes de trauma e


pacientes de emergência clínica.

Os pacientes podem ser classificados nos seguintes tipos:

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Pacientes de trauma – consciente

• Observe o cenário e tente identificar os mecanismos do trauma;


• Inicie a entrevista com o paciente, enquanto verifica a respiração e a presença
de hemorragias;
• Estabilize a cabeça e o pescoço do paciente com um colar cervical e administre
oxigênio;
• Realize o exame físico dirigido segundo a queixa principal do paciente;
• Realize a aferição dos sinais vitais;
• Complete a entrevista para obter o histórico do paciente;
• Providencie os cuidados necessários; e
• Faça o exame físico detalhado, caso seja necessário.

Pacientes de trauma – inconsciente

• Observe o cenário e tente identificar os mecanismos do trauma;


• Entreviste testemunhas sobre o que aconteceu, enquanto verifica as vias
aéreas, a respiração e a presença de hemorragias;
• Estabilize a cabeça e o pescoço do paciente com um colar cervical e administre
oxigênio;
• Realize um rápido exame físico buscando identificar ferimentos mais graves;
• Realize a aferição dos sinais vitais;
• Realize o exame físico completo da cabeça aos pés; e
• Reavalie os sinais vitais.

Pacientes de emergência clínica – consciente

• Inicie a entrevista com o paciente;


• Administre oxigênio;
• Realize o exame físico dirigido em função da queixa principal informada pelo
paciente;
• Realize a aferição dos sinais vitais; e
• Providencie os cuidados necessários.

Pacientes de emergência clínica – inconsciente

• Inicie a entrevista com as testemunhas perguntando o que aconteceu e tente


determinar a natureza do problema;
• Assegure a permeabilidade das vias aéreas, a respiração e a circulação;
• Verifique a presença de hemorragias;
• Providencie o tratamento para qualquer alteração encontrada e administre
oxigênio;
• Realize um rápido exame físico tentando identificar a natureza da emergência.
• Realize a aferição dos sinais vitais; e

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• Providencie os cuidados necessários.

Fique atento durante todo o processo de avaliação, pois algumas vezes a natureza da
emergência pode não estar claramente definida.

Avaliação física detalhada


Objetivo do exame rápido

O exame rápido permite que o Emergencista realize visualmente o exame físico


limitado à região que o paciente se refere como a de maior queixa, ou de todo o
segmento corporal, com o objetivo de encontrar alterações decorrentes de doenças
ou traumas.

Este exame é também chamado de coleta de dados objetivos.

Avaliação continuada
A avaliação continuada é realizada durante o transporte do paciente, devendo o
Emergencista reavaliar constantemente os sinais vitais e o aspecto geral do paciente.

A reavaliação deve ser realizada conforme a escala CIPE:

CRÍTICO e INSTÁVEL Reavalie a cada 3 minutos.

POTENCIALMENTE INSTÁVEL e ESTÁVEL Reavalie a cada 15 minutos.

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Avaliação continuada
Fluxograma da avaliação pré-hospitalar de pacientes

Aula 4 – Suporte básico de vida


Os objetivos desta aula são:

• Descrever os passos da reanimação cardiopulmonar em adultos, crianças e


lactentes;
• Citar as principais causas de obstrução das vias aéreas; e
• Descrever os passos da desobstrução das vias aéreas em adultos, crianças e
lactentes.

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A American Heart Association (Associação Americana do Coração) em conferência
realizada em novembro de 2005, anunciou as novas diretrizes para a Reanimação
Cardiopulmonar em Suporte Básico de Vida, após dois anos de debates e rigorosa
avaliação científica, conforme consenso mundial para reanimação.

O Suporte Básico de Vida - SBV é representado por uma seqüência de ações. Essas
ações, realizadas durante os primeiros minutos de uma emergência, são cruciais para a
sobrevivência.

A seqüência de ações de SBV é a seguinte:

• Reconhecimento rápido do infarto de miocárdio e do AVC e medidas para


evitar a parada respiratória e circulatória.

• Ação rápida diante de qualquer vítima que perde a consciência subitamente.


Respiração de resgate para vítimas de parada respiratória.

• Compressões torácicas e respiração de resgate para vítimas de parada


cardiorespitatória.

• Reconhecimento e tratamento de OVACE.

Parada respiratória
Parada respiratória é a supressão súbita dos movimentos respiratórios, que pode ou
não ser acompanhada de parada cardíaca.

O centro respiratório encefálico deve funcionar para haver respiração e para que a
freqüência e a profundidade respiratórias sejam adequadas, a fim de controlar os
níveis sangüíneos de dióxido de carbono.

O fluxo sangüíneo cerebral inadequado provocado por AVC (resultante da interrupção


da irrigação de uma região do cérebro), choque ou parada cardíaca pode afetar
gravemente o centro respiratório. Uma parada respiratória pode ser provocada
quando a oxigenação do sangue for muito reduzida, mesmo que a quantidade do
sangue que circula pelo encéfalo seja normal. Nestes casos, a vítima pode apresentar
uma parada respiratória completa ou realizar esforços respiratórios ineficazes -
respirações “agônicas”, geralmente associados com contração dos músculos dos
braços e das pernas.

Mesmo após a parada do coração, a respiração continua existindo por poucos


segundos.

Não confunda respirações agônicas com respirações efetivas ao determinar se é

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necessário efetuar respiração de resgate ou compressões torácicas.

Nas próximas páginas serão apresentadas técnicas para a reanimação cardiopulmonar.

Técnicas de abertura das vias aéreas


Quando o tônus muscular é insuficiente, a língua e a epiglote podem obstruir a
faringe.

A língua é a causa mais freqüente de obstrução das vias aéreas na vítima inconsciente.

Se não houver evidência de trauma craniano nem cervical, o Emergencista deve


utilizar a manobra de inclinação da cabeça-elevação do queixo para abrir as vias
aéreas.

As técnicas para abertura das vias aéreas são:

Manobra de inclinação da cabeça – elevação do queixo – casos clínicos

Esta manobra deve ser utilizada


apenas em casos clínicos.

1) Coloque o paciente em
decúbito dorsal e posicione-se
ao seu lado, na altura dos
ombros;

2) Coloque uma das mãos na


testa do paciente e estenda sua
cabeça para trás; e

3) Coloque a ponta dos dedos,


indicador e médio, da outra
mão, apoiados na mandíbula
para elevá-la até perceber uma
resistência ao movimento.

Use sempre EPI

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Manobra de empurre mandibular – casos de trauma

Esta manobra deve ser utilizada apenas em casos de trauma.

1) Coloque o paciente em decúbito dorsal e posicione-se de joelhos acima da parte


superior de sua cabeça;

2) Com os cotovelos na mesma


superfície que o paciente ou
apoiados nas coxas, segure os
ângulos da mandíbula do
paciente com os dedos,
indicador e médio; e

3) Com os dedos posicionados,


empurre a mandíbula para
cima, mantendo a cabeça
estabilizada com a palma das
mãos. Não eleve ou realize
rotação da cabeça do paciente,
pois a proposta desta manobra
é manter a via aérea aberta sem
mover a cabeça ou o pescoço.

Use sempre EPI

Utilize a manobra correta ao realizar uma abertura de vias aéreas - VA:

Em caso clínico manobra de inclinação da cabeça e elevação do queixo


Em caso de trauma manobra de empurre mandibular

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Técnicas para ventilação artificial
Ao avaliar a respiração do paciente, deve ser utilizado o método VOS - Ver, Ouvir e
Sentir.

Para se avaliar a presença ou ausência de respiração espontânea:


• Coloque o ouvido próximo à boca e ao nariz do paciente, enquanto mantém as
vias aéreas pérvias; e
• Enquanto observa o tórax do paciente, verifique se a respiração é normal ou
anormal.

Respiração normal
Veja os movimentos respiratórios. Observe a
simetria da expansão e contração do tórax e a
ausência de esforço para executar esses
movimentos;

Ouça o ar entrando e saindo do nariz e da boca.


Os sons devem ser como os que normalmente
ouvimos na respiração (sem roncos, não estar
ofegante ou apresentar outros sinais incomuns);

Sinta o ar entrando e saindo do nariz e da boca.

Ver, ouvir e sentir a respiração

Respiração anormal
A respiração anormal pode ser identificada quando:
• Há ausência de movimento torácico ou existem movimentos assimétricos.
• Não é possível sentir ou ouvir o ar movimentando-se através do nariz ou da
boca;
• A respiração é ruidosa ou ofegante;
• O ritmo da respiração é irregular, taquipnéica ou bradipnéica.
• A respiração é muito superficial, muito profunda e difícil ou, ainda, a respiração
é feita com grande esforço, especialmente em crianças e bebês;
• A pele do paciente fica cianótica, acinzentada ou pálida;
• O paciente está obviamente se esforçando para respirar, usando os músculos
da parte superior do tórax, ao redor dos ombros, e os músculos do pescoço;
• Há batimentos de asas do nariz, especialmente em crianças.

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Estes procedimentos de avaliação devem levar apenas de 3 a 5 segundos.

Em RCP considerar:

Lactente de 0 a 1 ano
Criança de 1 a 8 anos
Adulto acima de 8 anos

Técnicas para ventilação artificial


Caso seja identificada respiração anormal do paciente, deve ser realizada a reanimação
pulmonar.

Reanimação pulmonar

A reanimação pulmonar é todo esforço para reanimar ou para restabelecer


artificialmente a função normal dos pulmões.
O ar atmosférico possui 21% de oxigênio. Dos 21% inalados, uns 5% são utilizados
pelo organismo e os 16% restantes são exalados, quantidade suficiente para suprir as
necessidades da pessoa na vida diária.
Quando uma pessoa encontra-se com deficiência respiratória, se faz necessário a
oferta de uma concentração maior de oxigênio para suprir esta ineficiência.

Respirações de resgate

Para fornecer respirações de resgate, administre respirações lentas e permita a


expiração completa entre as respirações, a fim de diminuir a probabilidade de exceder
a pressão de abertura esofágica. Essa técnica diminui a distensão gástrica, a
regurgitação e a aspiração.

Nas páginas seguintes serão mostradas técnicas para ventilação artificial.

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Técnicas para ventilação artificial
As técnicas utilizadas para ventilação artificial são:

Técnica de respiração boca-a-boca

1) Abra as vias aéreas;

2) Feche as narinas do paciente com seus


dedos (indicador e polegar);

3) Inspire o ar e coloque sua boca com firmeza


sobre a boca do paciente, criando um selo
hermético, e ventile lentamente (1,5 a 2
segundos) seu ar para dentro dos pulmões do
paciente; e

4) Retire sua boca e deixe o ar sair livremente;

5) Repita a ventilação artificial a cada 5 - 6


segundos (10 - 12 por minuto) no socorro de
adultos e, a cada 3 - 5 segundos (12 - 20 por
minuto), no socorro de crianças.

Técnica de respiração boca-a-boca/nariz

Utilizada em lactentes (bebês). A técnica


segue os mesmos passos da ventilação de
boca-a-boca, incluindo no item 3, a
colocação da boca do Emergencista sobre a
boca e o nariz do paciente e, em seguida,
uma ventilação bem lenta (1 a 1,5 segundos
por ventilação), repetindo a ventilação
artificial a cada 3 segundos (20 por minuto).

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Técnica de respiração boca-máscara

1) Abra a VA empurrando a mandíbula do


paciente;

2) Posicione a máscara sobre a face do


paciente, com o ápice sobre a ponta do
nariz e a base entre os lábios e o queixo;

3) Use a mão mais próxima do alto da


cabeça do paciente para selar a máscara,
pressionando ao longo da borda superior
com o indicador e o polegar. Aperte a
borda inferior com o polegar da outra mão;

4) Ponha os dedos restantes da outra mão que está mais abaixo ao longo da borda
óssea da mandíbula e levante-a. Se não houver suspeita de lesão da coluna cervical,
faça inclinação da cabeça-elevação do queixo;

5) Comprima toda a borda externa da máscara firmemente, para criar um selo


hemético;

6) Forneça respirações de resgate lentas, observando se há expansão torácica.

7) Retire a boca e deixe o ar sair livremente. O tempo de cada ventilação é o mesmo


descrito na técnica de boca-a-boca (adulto e criança) e boca-aboca/nariz
(lactente).

Técnicas para ventilação artificial


Alguns acessórios são utilizados na reanimação pulmonar. A escolha de tais acessórios
deve ser adequada a cada caso e sua utilização deve ser correta.

Os acessórios que podem ser utilizados são:

Cânula orofaríngea
Dispositivo usualmente feito de plástico, que pode ser inserido na
boca e na faringe do paciente, a fim de sustentar a língua, evitando
o bloqueio das vias aéreas.

O tipo mais comum em APH é o que possui uma abertura no centro


“Guedel”, a fim de permitir a respiração ou acesso fácil para
aspiração bilateral, devendo ser usada em conjunto com o
reanimador manual e colocada apenas em pacientes inconscientes.

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Técnica para seu uso
1) Escolha o tamanho correto:

• Adulto: Lóbulo da orelha ao canto da boca;


• Criança e lactente: Ângulo da mandíbula ao
canto da boca;

2) Cruze os dedos, polegar e indicador, abrindo a boca


do paciente;

3) Introduza a cânula na posição correta:

• Adulto: Com a extremidade contra o palato, girando-a em 180º;


• Criança e lactente: Com a extremidade contra a língua, sem giro; e

4) Deslize a cânula até que a extremidade com rebordo se localize sobre os lábios ou
queixo, de forma que sua curvatura siga o contorno da língua.

Use sempre EPI

Reanimador manual
Equipamento utilizado para ventilar, artificialmente,
o paciente que não apresenta respiração
espontânea, podendo liberar altas concentrações
de oxigênio (90 a 100%) quando instalado a uma
fonte (cilindro de oxigênio).

Técnica de ventilação com bolsa-máscara


(reanimador manual)

1) Posicione o paciente corretamente (decúbito


dorsal);

2) Posicione-se próximo à cabeça do paciente


(técnica cefálica);

3) Abra a boca do paciente e coloque a


cânula orofaríngea, conforme técnica
descrita anteriormente;

4) Coloque a máscara do reanimador sobre


a face do paciente, com a base entre a
protuberância do queixo e o lábio inferior
e a ápice voltada para o nariz;

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5) Faça a vedação com o polegar mantido na porção superior da máscara e o indicador
na porção inferior, comprimindo-a de maneira firme para se obter boa vedação em
toda sua borda;

6) Coloque os demais dedos ao longo da borda óssea da mandíbula e levante-a ao


mesmo tempo em que a cabeça é inclinada para trás (adulto), a fim de manter as vias
aéreas pérvias. Em lactente e criança muito pequena, deve-se utilizar apenas o dedo
médio sobre a mandíbula, mantendo a cabeça em posição neutra, sem hiperextensão;

7) Comprima, com a outra mão, a bolsa principal do reanimador de forma ritmada,


uma vez a cada 5 segundos em adultos e, uma vez, a cada 3 segundos, em crianças e
lactentes;

8) Observe durante cada ventilação a expansão torácica, caso esteja ausente ou


insuficiente, reavalie todos os procedimentos adotados; e

9) Após 12 ventilações (adulto) ou 20 ventilações (criança e lactente), cerca de 1


minuto, reavalie o pulso. Caso o pulso esteja ausente, inicie a RCP.

Use sempre EPI

Parada cardíaca
Parada cardíaca é o cessar da atividade mecânica do coração. É um diagnóstico clínico
confirmado pela falta de resposta a estímulos, ausência de pulso detectável e apnéia
(ou respirações agônicas).

A detecção de pulso pode ser feita de 2 maneiras:

Detecção de pulso carotídeo


Para se detectar a presença ou ausência de
pulso carotídeo:

1) Localize a cartilagem da tireóide e coloque


a ponta dos dedos (indicador e médio) ao
lado deste ponto, mantendo a cabeça em
posição inclinada para trás (se não houver
suspeita de lesão na coluna cervical);

2) Deslize os dedos no sulco entre a traquéia e o músculo lateral do pescoço mais


próximo a você; e

3) Exerça pequena pressão neste ponto e sinta o pulso da artéria carótida (adulto e
criança). Se não há pulso, inicie as compressões torácicas.

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Use sempre EPI

Detecção de pulso braquial


Para se detectar a presença ou ausência
de pulso braquial:

1) Localize o terço médio da parte


interna do braço, entre o cotovelo e o
ombro do lactente;

2) Com o polegar na face externa do


braço, pressione com suavidade os
dedos, indicador e médio, contra o
úmero para sentir o pulso braquial; e

3) Se não conseguir detectar com certeza


um pulso, outros sinais de circulação ou,
caso a freqüência cardíaca seja menor que 60 bpm, em um lactente ou uma criança
com sinais de hipoperfusão, inicie as compressões torácicas.

Use sempre EPI

A verificação dos pulsos carotídeo e braquial não deve levar mais de 5 a 10 segundos.

Parada cardíaca
Ao detectar uma parada cardíaca, deve-se proceder compressões torácicas, de acordo
com seguinte procedimento:

Encontre o ponto de compressões da RCP


Adulto - Dois dedos acima do processo xifóide.
Criança - Da mesma maneira em que é feita com o adulto.
Lactente - Um dedo abaixo da linha imaginária, entre os mamilos.

Posicione corretamente suas mãos para as compressões


Adulto - Coloque a base de sua mão (que está próxima à cabeça do paciente) no
ponto de compressão da RCP. Sua outra mão deve ser sobreposta à primeira, de modo
que as bases das duas mãos fiquem alinhadas uma sobre a outra e seus dedos não
devem tocar o tórax do paciente. Seus dedos podem ficar estendidos ou entrelaçados.

Mantenha seus dedos afastados do tórax do paciente.

Criança - Faça as compressões com a base de uma das mãos, posicionada sobre o
ponto de compressões da RCP.

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Lactente - Faça as compressões com a ponta de dois dedos, posicionados sobre o
ponto de compressão da RCP.

Promova as compressões torácicas externas


Adulto - Deslocamento de 4 a 5cm e freqüência de aproximadamente 100 por minuto.

Criança - Deslocamento de 2,5 a 4cm e freqüência de no mínimo 100 por minuto.

Lactente - Deslocamento de 1,5 a 2,5cm e freqüência de no mínimo 100 por minuto.

Realize as ventilações
Inicie sempre com duas ventilações de resgate. Estas ventilações não contam no ritmo
dos ciclos que irão ser aplicados.

Este procedimento deve ser executado de maneira diferente quando o atendimento


for realizado por:

Atendimento com um Emergencista


Adulto 30 compressões por duas ventilações 5 ciclos de 30 x 2
Criança 30 compressões por duas ventilações 5 ciclos de 30 x 2
Lactente 30 compressões por duas ventilações 5 ciclos de 30 x 2

Atendimento com dois Emergencistas


Nos casos de RCP em criança ou lactente, quando houver dois Emergencistas, a
freqüência deve ser de 10 ciclos de 15x2 (15 compressões por 2 ventilações).
Após 2 minutos, reavalie.

Nos pacientes adultos, esta freqüência não é alterada, ou seja, tanto com 1 ou 2
Emergencistas, a freqüência será sempre 30x2 (30 compressões por 2 ventilações).

Os 2 Emergencistas devem inverter suas posições ao término dos cinco ciclos.

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Obstrução das vias aéreas por corpo estranho – OVACE
É a obstrução súbita das VA superiores causada por corpo estranho. A OVACE em
adulto, geralmente, ocorre durante a ingestão de alimentos e, em criança, durante a
alimentação ou recreação (sugando objetos pequenos).

• A obstrução de vias aéreas superiores pode ser causada:


• pela língua: Sua queda ou relaxamento pode bloquear a faringe;
• pela epiglote: Inspirações sucessivas e forçadas podem provocar uma pressão
negativa que forçará a epiglote para baixo, fechando as VA;
• por corpos estranhos: Qualquer objeto, líquidos ou vômito, que venha a se
depositar na faringe;
• por danos aos tecidos: Perfurações no pescoço, esmagamento da face,
inspiração de ar quente, venenos e outros danos severos na região; e
• por patologias: Infecções respiratórias, reações alérgicas e certas condições
crônicas (asma), podem provocar espasmos musculares que obstruem as VA.

Obstrução das vias aéreas por corpo estranho – OVACE


Sinais de obstrução grave ou completa das vias aéreas

Quando uma pessoa consciente que estiver se engasgando, os seguintes sinais


indicam uma obstrução grave ou completa das vias aéreas que exige ação imediata:

• Sinal universal de asfixia: a vítima segura o pescoço com o polegar e o dedo


indicador;
• Incapacidade para falar;
• Tosse fraca e ineficaz;
• Sons inspiratórios agudos ou ausentes;
• Dificuldade respiratória crescente; e
• Pele cianótica.

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Obstrução das vias aéreas por corpo estranho – OVACE
A desobstrução das vias aéreas deve seguir as manobras:

Manobras para desobstrução em Adulto

Compressão abdominal administrada em paciente consciente

Compressão torácica administrada em vítima gestante ou obesa

Varredura digital para limpeza da cavidade oral

Manobras para desobstrução em Lactente


Golpes dorsais

Compressões torácicas

Em lactentes e crianças deve-se visualizar o corpo estranho antes de tentar removê-lo


com uma pinça ou com o dedo.

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